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<p>Português</p><p>Pronomes 1</p><p>Objetivos</p><p>Reconhecer os usos do pronome, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.</p><p>Analisar o papel dessa classe gramatical em relação às pessoas do discurso.</p><p>Curiosidade</p><p>Os pronomes, assim como outras classes gramaticais, são mecanismos de coesão e auxiliam na</p><p>escrita da redação. A função de um pronome no texto contribui para a coesão referencial, ou seja,</p><p>aquela responsável pela retomada ou antecipação de elementos, a qual evita a repetição excessiva</p><p>de palavras.</p><p>Teoria</p><p>Conceito</p><p>Pronome é a classe de palavra responsável por acompanhar ou substituir um nome (substantivo).</p><p>Essa classe tem fundamentalmente a finalidade de indicar a pessoa do discurso. Além disso, em</p><p>termos morfológicos, são palavras variáveis em gênero (feminino e masculino), número (singular e</p><p>plural) e pessoa (1ª pessoa, 2ª pessoa ou 3ª pessoa).</p><p>Confira os exemplos:</p><p>1. A menina é muito inteligente. Ela é a melhor aluna da turma. (substituição do nome)</p><p>2. A menina que é a melhor da turma é muito divertida. (substituição do nome)</p><p>3. Essa menina mora perto da minha casa. (acompanha o nome, qualificando-o)</p><p>Em relação à classificação, há cinco tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos,</p><p>relativos e indefinidos – os quais veremos mais para frente.</p><p>Pessoas do discurso</p><p>Disponível em: http://www.funwithportuguese.com/portuguese-comic-strip-1-garfield/. Acesso em: 06/09/2021</p><p>Português</p><p>Em relação às pessoas do discurso a quem os pronomes fazem referência:</p><p>Quem fala: 1ª pessoa – eu (singular), nós (plural).</p><p>Com quem se fala: 2ª pessoa – tu (singular), vós (plural).</p><p>De quem se fala: 3ª pessoa – ele, ela (singular), eles, elas (plural).</p><p>Obs.: apesar de usarmos frequentemente os pronomes “você” e “vocês” no lugar do “tu” e do “vós”,</p><p>é importante destacar que se trata de pronomes de tratamento. Por isso, ainda que façam referência</p><p>à pessoa com quem falamos (2ª pessoa), a conjugação se dá em 3ª pessoa. Ex.: Você foi ao</p><p>parque?</p><p>Pronomes substantivos e pronomes adjetivos</p><p>Os pronomes substantivos desempenham a função de um substantivo na medida em que os</p><p>substituem. Já os pronomes adjetivos recebem esse nome porque modificam o substantivo que</p><p>acompanham, como se fossem adjetivos. Cabe destacar, também, que os pronomes substantivos</p><p>aparecem isolados na frase, ao passo que os adjetivos se empregam sempre junto de um</p><p>substantivo, com o qual concordam em gênero e número.</p><p>Observe as frases:</p><p>1. Lembranças a todos os teus. (pronome substantivo)</p><p>2. Teus olhos são dois desejos. (pronome adjetivo)</p><p>ATENÇÃO! Os pronomes são elementos importantes para a coesão textual, pois</p><p>evitam repetições de palavras, de modo que o texto se torna mais enxuto e elegante.</p><p>Esse recurso pode ser feito a partir do processo catafórico (antecipação de uma</p><p>palavra a partir de um pronome) ou anafórico (retomada de um nome por meio de</p><p>um pronome).</p><p>Pronomes pessoais</p><p>Os pronomes pessoais servem para identificar as pessoas da fala; por exemplo, a 1ª pessoa (quem</p><p>fala), a 2ª pessoa (com quem se fala) e a 3ª pessoa (de quem se fala). Além disso, funcionam como</p><p>elemento de coesão, visto que, em geral, resgatam uma informação textual.</p><p>Exemplo: “Levantaram Dona Rosário, embora ela não quisesse.”</p><p>Português</p><p>Retos</p><p>Oblíquos</p><p>átonos</p><p>Oblíquos</p><p>tônicos</p><p>Singular</p><p>1ª</p><p>pessoa</p><p>2ª</p><p>pessoa</p><p>3ª</p><p>pessoa</p><p>eu</p><p>tu</p><p>ele, ela</p><p>me</p><p>te</p><p>o, a, lhe</p><p>mim, consigo</p><p>ti, contigo</p><p>ele, ela</p><p>Plural</p><p>1ª</p><p>pessoa</p><p>2ª</p><p>pessoa</p><p>3ª</p><p>pessoa</p><p>nós</p><p>vós</p><p>eles, elas</p><p>nos</p><p>vos</p><p>os, as, lhes</p><p>nós, conosco</p><p>vós, convosco</p><p>eles, elas</p><p>Pronomes pessoais do caso reto</p><p>São normalmente omitidos na língua portuguesa, porque as desinências verbais bastam para</p><p>indicar a pessoa a que se referem, bem como o número gramatical (singular ou plural) dessa</p><p>pessoa.</p><p>Exemplo: (Eu) ando; (Nós) rimos.</p><p>São os pronomes que usamos para efetuar a flexão dos verbos: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas.</p><p>No plano sintático, eles atuam predominantemente como sujeito da oração:</p><p>Exemplo: Nós precisamos nos dedicar aos estudos.</p><p>Ela ainda não obteve o reconhecimento merecido.</p><p>Ainda que seja incomum, é possível que os retos atuem como vocativo ou predicativo.</p><p>Exemplo: Os nossos maiores adversários somos nós mesmos.</p><p>Tu, que me abandonaste, não voltes mais à minha vida.</p><p>Português</p><p>É necessário destacar, porém, que esses casos não são relevantes, porque envolvem noções</p><p>sintáticas mais sofisticadas. Neste momento, o essencial é relacionar o pronome reto a sua</p><p>capacidade de ser sujeito.</p><p>● A 1ª pessoa do plural (nós) é conhecida como o plural da modéstia, pois é utilizada para evitar</p><p>um tom impositivo ou muito pessoal de opiniões. Os escritores costumam utilizar-se do nós,</p><p>em lugar da forma verbal eu, por esse motivo. Essa estrutura, embora não encontrada em</p><p>redações de vestibulares (como o Enem), é vista em dissertações de mestrado, por exemplo,</p><p>pois o autor procura dar a impressão de que as ideias que expõe são compartilhadas por seus</p><p>leitores.</p><p>Pronomes pessoais do caso oblíquo</p><p>São os pronomes pessoais que desempenham funções sintáticas diversas: complemento verbal,</p><p>adjunto adnominal, complemento nominal, adjunto adverbial, agente da passiva. Por isso, eles têm</p><p>maior variedade e complexidade.</p><p>Exemplos: Eu a vi na feira. → objeto direto</p><p>Dediquei-lhe minhas homenagens. → objeto indireto</p><p>Vovó tem grande apreço por mim. → complemento nominal</p><p>De forma mais simplificada e prática, basta reconhecer que os oblíquos exercem funções sintáticas</p><p>diferentes das exercidas pelos retos. Em suma, os oblíquos não atuam como sujeito, mas, em geral,</p><p>como objeto.</p><p>Veja os exemplos: Encontrei ela ali na esquina. → coloquial</p><p>Encontrei-a ali na esquina. → norma-padrão</p><p>Filma eu! → coloquial</p><p>Filma-me! → norma-padrão</p><p>Você encontra nós mais tarde? → coloquial</p><p>Você nos encontra mais tarde? → norma-padrão</p><p>Dentro dos pronomes oblíquos, há uma subdivisão entre átonos e tônicos. Os átonos não são</p><p>antecedidos por preposição; os tônicos são antecedidos por preposição (veja o quadro no início do</p><p>material).</p><p>Português</p><p>Valores possessivo, recíproco e reflexivo dos oblíquos</p><p>Os pronomes oblíquos “me”, “te”, “lhe”, “nos”, “vos” podem apresentar valor possessivo:</p><p>Exemplos: Cortem-lhe os cabelos (= Cortem os seus cabelos).</p><p>Pegou-me as mãos com singeleza (= Pegou as minhas mãos com singeleza).</p><p>O objeto quase nos acertou a cabeça (= O objeto quase acertou a nossa cabeça).</p><p>Chamamos reflexivo o pronome oblíquo que indica o paciente da ação, cujo agente é a mesma</p><p>pessoa. Uma estratégia que facilita a identificação desse valor reside em substituí-lo por estruturas</p><p>que mais claramente o revelem:</p><p>Exemplos: Eu me feri (= Eu feri a mim mesmo).</p><p>Ela sempre fala de si (= Ela sempre fala dela mesma).</p><p>Existem três pronomes oblíquos que são exclusivamente reflexivos: “se”, “si”, “consigo”.</p><p>Levou tudo consigo (= com ele mesmo).</p><p>Vestiu-se rapidamente (ele mesmo).</p><p>Está fora de si (= ele mesmo).</p><p>Por isso, são equivocadas frases do tipo: “Queria falar consigo!” já que o pronome não está em uso</p><p>reflexivo.</p><p>Chamamos recíproco o pronome oblíquo que evidencia relação de mutualidade entre aqueles que</p><p>praticam a ação.</p><p>Carla e eu nos abraçamos. (Carla me abraçou, eu abracei Carla)</p><p>Observe a ambiguidade do pronome se na frase: João e José se amam. Sem o contexto, não</p><p>podemos saber se se trata de um pronome reflexivo ou recíproco.</p><p>Pronomes de tratamento</p><p>Denominam-se pronomes de tratamento algumas palavras e locuções que valem por pronomes</p><p>pessoais; por exemplo, “você”, “a senhora”, etc. Embora designem a pessoa a quem se fala, ou seja,</p><p>a 2ª pessoa do discurso, esses pronomes levam o verbo para a 3ª pessoa. Veja:</p><p>1. Aonde é que vocês vão?</p><p>2. Vossa Reverendíssima faz isso brincando, disse o principal dos festeiros.</p><p>Português</p><p>Alguns exemplos de pronomes de tratamento:</p><p>Abreviatura Tratamento Uso</p><p>V.A. Vossa Alteza Príncipes, arquiduques, duques</p><p>V. Em.ª Vossa Eminência Cardeais</p><p>V. Ex.ª Vossa Excelência Altas autoridades do governo e oficiais generais das</p><p>Forças Armadas.</p><p>V. Mag.ª Vossa Magnificência Reitores de universidades</p><p>V. M. Vossa Majestade Reis, imperadores</p><p>V. P Vossa Paternidade Abades, superiores de conventos</p><p>V. Rev.ª Vossa Reverência Sacerdotes em geral</p><p>V.S Vossa Santidade Papa</p><p>V. S.ª Vossa Senhoria Funcionários públicos graduados, oficiais até</p><p>coronel.</p><p>ATENÇÃO! Você sabia que o uso dos pronomes é extremamente importante para o</p><p>estudo das funções da linguagem e, consequentemente, para a compreensão da</p><p>funcionalidade textual?</p><p>Primeiramente, vamos entender o que são as funções da linguagem. Não se preocupe, pois esse</p><p>conteúdo será aprofundado mais para frente .</p><p>Para nos comunicarmos com alguém, podemos utilizar vários recursos, como gestos, imagens,</p><p>símbolos, palavras ou até mesmo expressões faciais e corporais. No entanto, a linguagem é a forma</p><p>mais abrangente e efetiva que possuímos e, dependendo de nossa mensagem, podemos fazer</p><p>inúmeras associações e descobrir o contexto ou a circunstância em que aquela intenção</p><p>comunicativa foi construída.</p><p>Existem dois tipos de linguagem: a verbal e a não verbal. Na primeira, a comunicação é feita por</p><p>meio da escrita ou da fala, enquanto na segunda é feita por meio de sinais, gestos, movimentos,</p><p>figuras, entre outros.</p><p>A linguagem assume várias funções, por isso é muito importante saber as suas distintas</p><p>características discursivas e intencionais. Em primeiro lugar, devemos atentar para o fato de que,</p><p>em qualquer situação comunicacional plena, seis elementos estão presentes.</p><p>Português</p><p>Observe a imagem abaixo:</p><p>Para haver comunicação, são necessários elementos comunicativos (que estão ilustrados na</p><p>imagem acima).</p><p>• Emissor: quem fala; quem emite a mensagem.</p><p>• Receptor: com quem se fala, a quem se dirige a mensagem.</p><p>• Mensagem: estrutura pela qual nos comunicamos.</p><p>• Referente: assunto contido na mensagem; sobre o que se fala.</p><p>• Código: linguagem utilizada; conjunto de signos.</p><p>• Canal: meio pelo qual a mensagem é propagada.</p><p>Vistos os elementos comunicativos, vamos entender, agora, quais são as funções da linguagem.</p><p>Cada uma delas coloca em foco um dos elementos acima:</p><p>• Função emotiva (expressiva): foco no emissor. Por isso, há predomínio da subjetividade, de</p><p>pontuação expressiva e, principalmente, da 1ª pessoa do discurso: pronomes de 1ª pessoa e</p><p>verbos conjugados em 1ª pessoa.</p><p>• Função apelativa (conativa): foco no interlocutor. O objetivo comunicativo, aqui, é influenciar o</p><p>comportamento do receptor. Por isso, é bastante comum haver interlocução a partir dos</p><p>pronomes de 2ª pessoa e verbos no imperativo.</p><p>• Função poética: foco na mensagem. Bastante comum em poemas e textos de caráter literário,</p><p>aqui o foco é a forma da mensagem. Dessa forma, é bastante comum a ocorrência de figuras</p><p>de linguagem e linguagem figurada.</p><p>Português</p><p>• Função referencial: foco no referente (assunto/contexto). Aqui, existe predomínio da</p><p>objetividade e foco na informação. Dessa forma, é bastante comum que o discurso apareça em</p><p>3ª pessoa.</p><p>• Função metalinguística: foco no código. A metalinguagem consiste em usar o código para falar</p><p>do próprio código. Por exemplo: uma canção que fale sobre música.</p><p>• Função fática: foco no canal. A intenção aqui é testar a eficácia da comunicação a partir de</p><p>marcas linguísticas, como “Alô”, “Psiu”, etc.</p><p>Observe os exemplos a seguir:</p><p>Desabafo</p><p>Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá.</p><p>Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa</p><p>da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica.</p><p>Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.</p><p>CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).</p><p>Apagar-me</p><p>Diluir-me</p><p>Desmanchar-me</p><p>Até que depois</p><p>De mim</p><p>De nós</p><p>De tudo</p><p>Não reste mais</p><p>Que o charme</p><p>(Paulo Leminski)</p><p>Português</p><p>Campanha de combate à dengue do Rio Grande do Sul</p><p>Disponível em: https://www.viamao.rs.gov.br/portal/noticias/0/3/4344/voce-sabe-onde-mora-o-perigo-acabe-com-ele.</p><p>Acesso em: 12/09/2021</p><p>Vamos falar de Literatura?</p><p>Os pronomes de primeira pessoa também são muito comuns em poemas do Romantismo.</p><p>Exatamente por ser uma escola literária marcada pela subjetividade, a segunda geração romântica</p><p>tinha por características:</p><p>• Egocentrismo;</p><p>• Idealização amorosa;</p><p>• Fuga da realidade: valorização do sonho e da morte;</p><p>• Forte tom depressivo;</p><p>• Idealização da figura da mulher.</p><p>Disponível em: https://www.gerarmemes.com.br/memes-galeria/344-severus-snape/2</p><p>Acessado em: 12/09/2021</p><p>Português</p><p>Neste caso, já que estamos falando de uma poesia com teor subjetivo e egocêntrico, é comum</p><p>encontrarmos a ênfase na primeira pessoa a partir dos pronomes.</p><p>Veja, a seguir, um trecho do poema “Meus oito anos”, de Casimiro de Abreu:</p><p>Oh ! que saudades que eu tenho</p><p>Da aurora da minha vida,</p><p>Da minha infância querida</p><p>Que os anos não trazem mais !</p><p>Que amor, que sonhos, que flores,</p><p>Naquelas tardes fagueiras</p><p>À sombra das bananeiras,</p><p>Debaixo dos laranjais !</p><p>Quer assistir ao vídeo deste mapa mental? Clique aqui.</p>

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