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<p>CATEDRAL METROPOLITANA DE JUIZ DE FORA</p><p>22º ENCONTRO DE CRISMA ADULTO – 24/08/2024</p><p>CATEQUISTAS: LEONARDO E CAIO</p><p>A CRIAÇÃO E A HISTÓRIA DO POVO DE DEUS</p><p>Leitura do Evangelho XXI Domingo do Tempo Comum – Ano B: João 6,60-69: O pão da vida</p><p>Vamos começar com o contexto. Jesus acaba de dizer que Ele é o "Pão da Vida" e que aqueles que comem da Sua carne e bebem do Seu sangue terão vida eterna. Ele usa uma linguagem muito forte e simbólica, e isso provoca um grande desconforto entre os Seus discípulos. Eles acham a declaração difícil de aceitar e muitos deles começam a se afastar.</p><p>1. Duro é este ensino! - Muitos dos discípulos achavam que o que Jesus estava dizendo era muito difícil de aceitar, pois Ele falava sobre comer Sua carne e beber Seu sangue, uma linguagem simbólica que parecia muito estranha e chocante para eles.</p><p>2. O Espírito é o que dá vida; a carne para nada aproveita. - Jesus explica que Suas palavras são espirituais e não devem ser entendidas literalmente. Ele está falando de uma realidade espiritual profunda que vai além da compreensão imediata.</p><p>3. Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer. - Jesus enfatiza a importância da ação divina na vinda dos indivíduos a Ele. É o Pai quem atrai as pessoas para a fé em Jesus.</p><p>4. Vocês também querem ir embora? - Ao ver muitos de Seus seguidores se afastando, Jesus se dirige aos Doze Apóstolos, oferecendo-lhes a oportunidade de também desistirem. Esta é uma prova de sua lealdade e compreensão verdadeira.</p><p>5. Para quem iremos? - Pedro, como porta-voz dos Doze, responde com fé. Ele reconhece que Jesus é o único que possui as palavras de vida eterna e afirma a fé dos apóstolos em Jesus como o Santo de Deus.</p><p>Esta passagem é crucial para entender o conceito da Eucaristia e a identidade de Jesus como o Pão da Vida. A mensagem central é que a verdadeira vida e alimento espiritual vêm de Jesus, e aceitar Sua palavra e presença é essencial para a vida eterna. A reação dos discípulos destaca a dificuldade de aceitar os ensinamentos profundos de Jesus e a necessidade de uma fé que vá além das aparências e compreensões superficiais.</p><p>Hoje vamos explorar dois temas fundamentais da nossa fé: a criação do mundo e a história do povo de Deus. Esses temas são essenciais para compreendermos nossa relação com Deus e o propósito de nossa vida. Também vamos refletir sobre duas passagens bíblicas importantes que nos ajudam a entender melhor esses temas.</p><p>A Criação do Mundo</p><p>A criação do mundo, como descrito no Livro de Gênesis, é o início de toda a história que conhecemos. No primeiro capítulo de Gênesis, Deus criou o céu e a terra. Ele fez isso em um processo ordenado e intencional:</p><p>- No Primeiro Dia: Deus criou a luz, separando-a das trevas, e chamou a luz de "dia" e as trevas de "noite".</p><p>- No Segundo Dia: Deus separou as águas, criando o céu.</p><p>- No Terceiro Dia: Deus fez aparecer a terra seca e criou a vegetação.</p><p>- No Quarto Dia: Criou o sol, a lua e as estrelas para iluminar o céu e regular o tempo.</p><p>- No Quinto Dia: Criou os peixes e as aves.</p><p>- No Sexto Dia: Criou os animais terrestres e o ser humano, feito à Sua imagem e semelhança.</p><p>- No Sétimo Dia: Deus descansou e santificou este dia, mostrando a importância do descanso e da reflexão.</p><p>Esse relato nos ensina que Deus é o Criador de tudo e que a criação é boa. Ele fez tudo com propósito e ordem, e ao criar o ser humano, deu-lhe a responsabilidade de cuidar do mundo.</p><p>A História do Povo de Deus</p><p>A história do povo de Deus começa com a escolha de Abraão, a quem Deus prometeu uma grande nação. Abraão e seus descendentes, os israelitas, foram escolhidos para ser o povo de Deus, com quem Ele fez uma aliança.</p><p>Deuteronômio 26,1-10 é uma passagem que nos lembra de como o povo de Israel deveria reconhecer e agradecer a Deus por todas as Suas bênçãos. Quando entrassem na Terra Prometida, Deus ordenou que trouxessem as primícias da colheita como uma oferta especial a Ele. Esta prática tinha um profundo significado espiritual:</p><p>- Reconhecimento e Gratidão: Ao apresentar as primícias, os israelitas recordavam a história de sua libertação do Egito e a bondade de Deus. Lembravam que Deus os escolheu, os libertou da opressão e os trouxe a uma terra abundante.</p><p>- Ato de Fé: Oferecer as primícias era um ato de fé, demonstrando confiança em Deus e reconhecimento de que tudo o que tinham vinha Dele.</p><p>Bênçãos Espirituais em Cristo: Na Carta aos Efésios 1,3-12, São Paulo nos fala sobre as bênçãos espirituais que recebemos através de Jesus Cristo:</p><p>- Bênçãos Espirituais: Deus nos abençoou com todas as bênçãos espirituais em Cristo, e essas bênçãos são eternas e profundas.</p><p>- Escolha e Predestinação: Antes da criação do mundo, Deus nos escolheu e predestinou para sermos Seus filhos. Isso mostra a profundidade do amor e do plano de Deus para cada um de nós.</p><p>- Graça e Redenção: Em Cristo, temos a redenção pelo Seu sangue e o perdão dos pecados. A graça de Deus é abundante e nos é dada gratuitamente.</p><p>- Revelação do Mistério: Deus revelou o mistério de Sua vontade – unir todas as coisas em Cristo, mostrando que Ele é o centro de todo o plano divino.</p><p>- Louvor e Glória: Todo o plano de Deus é para o louvor da Sua glória. Nossa resposta deve ser viver de forma que glorifique a Deus e reflita Sua graça.</p><p>Esses ensinamentos nos ajudam a entender que Deus é o Criador de tudo, que Ele escolheu e guiou o Seu povo ao longo da história, e que, em Cristo, recebemos todas as bênçãos espirituais e a redenção. A criação nos ensina sobre a bondade e o propósito de Deus, e a história de Israel nos lembra da importância da gratidão e da fé. A carta aos Efésios nos revela a plenitude das bênçãos que temos em Cristo e nos convida a viver para a glória de Deus.</p><p>Que possamos, assim como os israelitas ofereceram suas primícias, também oferecer a nossa vida a Deus com gratidão e louvor, reconhecendo Suas bênçãos e vivendo em conformidade com Sua vontade.</p><p>Em um mundo que muitas vezes se agita e nos desafia, é fundamental lembrar a importância do amor verdadeiro, que vem de Deus e é refletido em nossas vidas. A Bíblia nos ensina que o amor é a essência de nossa fé e a base de nossas relações.</p><p>“Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22,39). Este mandamento nos chama a viver o amor em sua forma mais pura e desinteressada. É um convite para ver o valor e a dignidade em cada pessoa e tratar os outros com a mesma compaixão e cuidado que desejamos para nós mesmos.</p><p>“Deus é amor; e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele” (1 João 4,16). Este versículo nos lembra que o amor é a verdadeira essência de Deus. Ao amarmos uns aos outros, estamos nos unindo a Deus e permitindo que Sua presença se manifeste em nossas vidas.</p><p>O amor de Deus por nós é incondicional e eterno. “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5,8). Este amor sacrificial é um modelo para o nosso amor diário. Somos chamados a amar com um coração generoso e a servir aos outros com a mesma disposição que Cristo demonstrou.</p><p>“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha” (1 Coríntios 13,4). O amor verdadeiro é cheio de paciência e bondade. Ele não busca o próprio benefício, mas coloca o bem dos outros em primeiro lugar. É um amor que se alegra com a verdade e suporta todas as coisas com fé e esperança.</p><p>Que possamos sempre buscar viver este amor em nossas vidas, refletindo a luz e a graça de Deus em nossas palavras e ações. Que o amor de Cristo nos inspire a construir relacionamentos sólidos e verdadeiros, e a ser um testemunho da bondade divina em tudo o que fazemos.</p><p>“Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito” (Colossenses 3,14). Que o amor de Deus nos envolva e nos una, e que possamos ser sempre canais desse amor em nossas vidas.</p>