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<p>MÓDULO I</p><p>CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM</p><p>GESTÃO MUNICIPAL DO SUS</p><p>AULA</p><p>Ser Gestor(a)</p><p>Municipal do SUS</p><p>03</p><p>Todos os direitos reservados. É permitida a</p><p>reprodução parcial ou total desta obra, desde</p><p>que citada a fonte e que não seja para venda</p><p>ou qualquer fim comercial. O conteúdo desta</p><p>publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado</p><p>pela equipe CONASEMS em parceria com o</p><p>Ministério da Saúde – MS e a Faculdade de</p><p>Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora –</p><p>Suprema.</p><p>Fascículo. Mais CONASEMS. Curso de</p><p>Aperfeiçoamento em Gestão Municipal do</p><p>SUS . Módulo I: Introdução à Gestão Municipal</p><p>do SUS - Aula 3 – Ser Gestor(a) Municipal do</p><p>SUS.</p><p>FICHA</p><p>CATALOGRÁFICA</p><p>CRÉDITOS</p><p>Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial –</p><p>Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,</p><p>desde que citada a fonte.</p><p>A coleção institucional do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em</p><p>Saúde do Ministério da Saúde - bvsms.saude.gov.br</p><p>Elaboração, distribuição e informações:</p><p>MINISTÉRIO DA SAÚDE</p><p>Secretaria Executiva</p><p>Departamento de Gestão Interfederativa e</p><p>Participativa – CGAIP/DGIP/SE/MS</p><p>SRTV 702, Via W5 Norte</p><p>Edifício PO 700, 7º andar</p><p>CEP: 70723-040 – Brasília/DF</p><p>Tel.: (61) 3315-3777</p><p>E-mail: gabnetesvsa@saude.gov.br</p><p>CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS</p><p>MUNICIPAIS DE SAÚDE – Conasems</p><p>Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo B,</p><p>Sala 144</p><p>Zona Cívico-Administrativo, Brasília/DF</p><p>CEP: 70058-900</p><p>Tel.:(61) 3022-8900</p><p>Núcleo Pedagógico Conasems</p><p>Rua Professor Antônio Aleixo, 756 CEP</p><p>30180-150 Belo Horizonte/MG</p><p>Tel.: (31) 2534-2640</p><p>SUPREMA - Faculdade de Ciências Médicas e</p><p>da Saúde de Juiz de Fora</p><p>Alameda Salvaterra, 200, Salvaterra</p><p>CEP 36.033-003 - Juiz de Fora – MG</p><p>Tel.: (32) 2101-5000</p><p>Diretoria Conasems - Presidente</p><p>Wilames Freire Bezerra</p><p>Vice Presidente</p><p>Charles Cezar Tocantins de Souza</p><p>Cristiane Martins Pantaleão</p><p>Diretor Administrativo</p><p>Geraldo Reple Sobrinho</p><p>Diretor Financeiro</p><p>Hisham Mohamad Hamida</p><p>Secretário Executivo</p><p>Mauro Guimarães Junqueira</p><p>Organização:</p><p>Núcleo Pedagógico do Conasems</p><p>Supervisão-geral:</p><p>Rubensmidt Ramos Riani</p><p>Coordenação Pedagógica</p><p>Cristina Fatima dos Santos Crespo</p><p>Valdívia França Marçal</p><p>Gestora Educacional SUPREMA</p><p>Simone Ferreira de Assis</p><p>Coordenação Administrativa SUPREMA:</p><p>Rodrigo Coelho Almeida.</p><p>Apoio-técnico:</p><p>Célia Regina Machado Saldanha,</p><p>Rogério Pinheiro Nunes</p><p>Curadoria Conasems:</p><p>Cristiane Martins Pantaleão,</p><p>Denise Rinehart,</p><p>Marcos da Silveira Franco,</p><p>Nilo Bretas Junior.</p><p>Curadoria de Conteúdos – Ministério da Saúde:</p><p>Teresa Maria Passarella.</p><p>Curadoria de Conteúdos - SUPREMA:</p><p>Claudileia Paiva,</p><p>Célia Regina Machado Saldanha,</p><p>Rogério Pinheiro Nunes,</p><p>Simone Ferreira de Assis.</p><p>Elaboração de texto:</p><p>Denise Rinehart</p><p>Designers Instrucionais:</p><p>Carla Cristini Justino de Oliveira,</p><p>Kenya Maciel</p><p>Coordenação de desenvolvimento gráfico:</p><p>Cristina Perrone</p><p>Diagramação e projeto gráfico:</p><p>Aidan Bruno</p><p>Bárbara Napoleão</p><p>Fotografias e ilustrações:</p><p>Fototeca do Conasems</p><p>Imagens:</p><p>Envato Elements</p><p>https://elements.envato.com</p><p>Freepik</p><p>https://br.freepik.com</p><p>Revisão linguística:</p><p>Bianca Colvara.</p><p>Assessoria executiva:</p><p>Conexões Consultoria em Saúde LTDA</p><p>Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde .</p><p>Ser Gestor[recurso eletrônico] / Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Ministério da Saúde. – Brasília: Conasems, 2023.</p><p>70 p.. – (CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM GESTÃO MUNICIPAL DO SUS; E-book 3: Ser Gestor(a) Municipal do SUS.</p><p>1. CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM GESTÃO MUNICIPAL DO SUS. Gestão no SUS; Gestão Compartilhada.</p><p>Ficha Catalográfica</p><p>Tiragem: 1ª edição – 2023 – versão eletrônica</p><p>2023. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.</p><p>Este é o seu Fascículo da Aula 3 do</p><p>Módulo I, que apresenta de forma mais</p><p>aprofundada o conteúdo abordado nesta</p><p>aula.</p><p>A proposta é agregar mais</p><p>conhecimentos à sua aprendizagem. Por</p><p>isso, leia-o com atenção e o consulte</p><p>sempre que necessário!</p><p>BEM-VINDO(A)!</p><p>Na Aula 3, o funcionamento do sistema público de</p><p>saúde terá um enfoque especial. Veremos as</p><p>definições de papéis e atribuições dos gestores do</p><p>SUS.</p><p>Para isso, discutiremos a própria concepção sobre o</p><p>que é ser gestor(a) público(a) na saúde e sua</p><p>atuação em quatro dimensões distintas, mas que se</p><p>complementam e se inter-relacionam para uma</p><p>gestão de qualidade.</p><p>O que é ser gestor(a) municipal do SUS? Como agir</p><p>política, ética, técnica e administrativamente em</p><p>prol da saúde dos cidadãos de sua cidade? E muito</p><p>mais!</p><p>Muitos são os desafios, não é mesmo?</p><p>Agora, que tal conhecermos os objetivos de</p><p>aprendizagem desta aula? BOA LEITURA!</p><p>QUE BOM TÊ-LO(A)</p><p>DE VOLTA!</p><p>OBJETIVOS DE</p><p>APRENDIZAGEM</p><p>DA AULA 3:</p><p>Expressar o que é “Ser Gestor(a)</p><p>Municipal do SUS”;01</p><p>02</p><p>03</p><p>Aprimorar os conhecimentos</p><p>técnicos para atuar como gestor(a)</p><p>municipal do SUS de forma mais</p><p>assertiva;</p><p>Esclarecer, avaliar e internalizar as</p><p>dimensões de atuação do(a) gestor(a)</p><p>municipal.</p><p>Desafios do(a) gestor(a) do SUS</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 Ser gestor(a) municipal do SUS</p><p>Gestão no SUS e suas dimensões</p><p>Gestão compartilhada da saúde</p><p>O papel do(a) gestor(a) na</p><p>efetivação do SUS</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>SER GESTOR(A)</p><p>MUNICIPAL DO SUS</p><p>• O que é ser gestor(a) do Sistema Único de</p><p>Saúde?</p><p>• Com quem os gestores interagem na sua</p><p>prática?</p><p>• Com quem negociam?</p><p>• Quais os desafios relacionados às atividades</p><p>dos gestores públicos de saúde,</p><p>considerando o contexto em que atuam e</p><p>os atores (pessoas, grupos) com quem</p><p>interagem?</p><p>• Como compartilham ou dividem</p><p>responsabilidades e atribuições?</p><p>PARA REFLETIR...</p><p>Estas dimensões de caráter e, também, educativas</p><p>estão orientadas pelas Leis Orgânicas da Saúde e</p><p>são pautadas pelos princípios doutrinários do SUS,</p><p>quais sejam:</p><p>ÉTICA</p><p>POLÍTICA</p><p>TÉCNICA</p><p>ADMINISTRATIVA</p><p>Ser Gestor(a) do SUS é responsabilizar-se pela</p><p>garantia do direito à saúde. Significa dizer que o</p><p>gestor do SUS possui a autoridade sanitária, em</p><p>cada esfera de governo, para agir segundo as</p><p>dimensões:</p><p>Determina que todos os cidadãos brasileiros, sem</p><p>qualquer tipo de discriminação, têm direito ao</p><p>acesso às ações e aos serviços de saúde.</p><p>Saúde é um direito de todos e dever do Estado.</p><p>Cabe ao poder público cumprir a provisão de</p><p>serviços e ações que garanta a universalização. O</p><p>desafio é oferecer serviços e ações de saúde a</p><p>todos que deles necessitem, enfatizando as ações</p><p>preventivas e o tratamento de agravos.</p><p>UNIVERSALIDADE</p><p>Determina que se deve atender a cada um de</p><p>acordo com as suas necessidades, inclusive nos</p><p>níveis de complexidade diferenciados.</p><p>Materializa-se em um conjunto articulado de</p><p>ações e serviços de saúde preventivos e curativos,</p><p>individualizados e coletivos, em cada caso, nos</p><p>níveis de complexidade do sistema.</p><p>Busca-se garantir ao indivíduo a assistência à</p><p>saúde que transcenda a prática curativa,</p><p>completando o indivíduo em todos os níveis de</p><p>atenção e considerando o sujeito inserido em</p><p>cada contexto: social, familiar e cultural.</p><p>INTEGRALIDADE</p><p>EQUIDADE</p><p>A equidade deve ser entendida como “tratar os</p><p>diferentes de forma diferente”. Mas como isso se</p><p>materializa no agir da gestão? A busca incessante</p><p>pela redução substantiva das desigualdades em</p><p>saúde no município requer do gestor esforços no</p><p>sentido de mapear as desigualdades em sua cidade</p><p>e, simultaneamente, identificar estratégias da</p><p>gestão necessárias para reduzi-las. Lembre-se que</p><p>populações e grupos em situação de</p><p>vulnerabilidade geralmente são invisibilizados, têm</p><p>os piores índices de saúde, sofrem exclusão e têm</p><p>dificuldade de acessar direitos, a começar pela</p><p>saúde.</p><p>EQUIDADE</p><p>Assim, o(a) Gestor(a) Municipal do SUS deve zelar</p><p>pelo cumprimento de um dos direitos</p><p>fundamentais da Constituição Federal de 1988</p><p>(CF/88): o direito à saúde, produto da luta social</p><p>no Brasil dos anos 1980 e impulsionado pelo</p><p>anseio</p><p>popular pela justiça social e pela</p><p>Reforma Sanitária.</p><p>Como autoridade sanitária, o(a) gestor(a)</p><p>municipal do SUS assume a responsabilidade</p><p>pública de agir na garantia da continuidade e da</p><p>consolidação de políticas de saúde de acordo</p><p>com as diretrizes constitucionais e legais do SUS,</p><p>e que, portanto, não se encerram no período de</p><p>um governo.</p><p>Mas como age o(a) gestor(a) diante de suas</p><p>responsabilidades públicas e coletivas?</p><p>Seu agir político exige mediação e diálogo permanentes,</p><p>intra e intersetoriais:</p><p>Com as demais esferas de gestão;</p><p>Com gestores municipais do SUS em seu estado e</p><p>de sua região;</p><p>Com diferentes setores do município;</p><p>Com trabalhadores da saúde e a população;</p><p>Com o Prefeito e demais setores da prefeitura;</p><p>Com os chefes e os representantes dos demais</p><p>poderes e com a população.</p><p>A mediação e o diálogo aqui abordados ocorrerão</p><p>por meio de representantes ou de lideranças</p><p>instituídas.</p><p>Vale ressaltar que muitos desses espaços de</p><p>diálogo já existem e estão previstos no arcabouço</p><p>jurídico-normativo do SUS como instâncias de</p><p>negociação e decisão.</p><p>Ser gestor(a) do SUS se afirma no agir político,</p><p>que também é técnico e ético.</p><p>Você já sabe, mas não custa reforçar!</p><p>GESTÃO NO SUS E</p><p>SUAS DIMENSÕES</p><p>Como dissemos anteriormente, as dimensões do</p><p>trabalho de gestão no SUS são bem extensas e</p><p>complexas, e para exercer o cargo de gestor(a) da</p><p>saúde exige-se muita disciplina, principalmente</p><p>em um cenário de emergência pandêmica, tal</p><p>qual estamos vivenciando.</p><p>A atuação do(a) gestor(a) do SUS se consubstancia</p><p>por meio do exercício das funções gestoras na</p><p>saúde.</p><p>Essas funções articulam os saberes e as práticas de</p><p>gestão às dimensões necessárias para a</p><p>implementação de políticas na área da saúde, que</p><p>devem ser exercidas de forma coerente com os</p><p>princípios do sistema público de saúde e da</p><p>gestão pública.</p><p>Por isso, ao lado das dimensões política, técnica e</p><p>ética, acrescenta-se, também, a dimensão</p><p>administrativa.</p><p>Embora o setor de saúde seja diferente, as</p><p>características de uma gestão da saúde são</p><p>parecidas com as características das gestões de</p><p>outras áreas.</p><p>Há que se fazer um trabalho de muita sinergia</p><p>entre a dimensão técnica e a dimensão</p><p>administrativa para que o resultado final seja</p><p>uma administração não só eficiente, mas,</p><p>sobretudo, repleta de efetividade social para a</p><p>população no campo da saúde.</p><p>É necessário que o(a) gestor(a) tenha uma visão tática</p><p>clara e objetiva e de acordo com o planejamento</p><p>estratégico da secretaria municipal de saúde.</p><p>Um dos seus principais papéis é proporcionar a</p><p>liderança local, pois, como já vimos, o gestor municipal</p><p>de saúde é a principal autoridade sanitária no</p><p>município, além de ser o principal agente de</p><p>articulação, promoção e melhoria dos serviços de</p><p>saúde prestados à população.</p><p>Veja, agora, estas quatro dimensões</p><p>articuladas aos saberes necessárias à</p><p>gestão, principalmente no SUS!</p><p>A ética manifesta-se para nós de maneira</p><p>imperativa, como exigência moral, sentida no</p><p>espírito como um dever, que se relaciona com a</p><p>cultura, as crenças e normas de uma comunidade.</p><p>A atuação do gestor do SUS, do ponto de vista</p><p>ético, é pautada pelo princípio da responsabilidade,</p><p>o que implica o cuidado com a questão pública e</p><p>visa à adoção de postura consciente, solidária,</p><p>responsável e virtuosa.</p><p>A atitude de cuidar é uma ocupação e</p><p>preocupação. É a responsabilização da gestão com</p><p>o outro e com a preservação da vida.</p><p>“Ética é a resistência à crueldade do mundo e à</p><p>barbárie humana”</p><p>Edgar Morin.</p><p>DIMENSÃO ÉTICA</p><p>A atuação política do(a) gestor(a) do SUS se realiza</p><p>em seu relacionamento permanente com diversos</p><p>grupos e atores sociais, nos diferentes espaços de</p><p>negociação e pactuação. A interação deve se dar</p><p>com vereadores, Prefeito, Ministério Público,</p><p>Comissões Intergestores Regional, Bipartite e</p><p>Tripartite e os Conselhos.</p><p>Lembre-se! Esta dimensão marca a democracia ao</p><p>mediar as relações em busca da gestão pública de</p><p>qualidade, eficaz, eficiente, honesta, transparente,</p><p>que preste contas e dialogue com sua região de</p><p>saúde.</p><p>DIMENSÃO POLÍTICA</p><p>Aula 2 | Orientações para estudar a distância</p><p>A democratização da gestão municipal do SUS</p><p>perpassa pela utilização de tecnologias de</p><p>informação, tanto para ampliar a eficácia e</p><p>eficiência na prestação de serviços, quanto como</p><p>sendo um elemento de responsabilização.</p><p>Nos espaços de gestão compartilhada do SUS a</p><p>tomada de decisão se dá de forma colaborativa,</p><p>cooperativa, em rede e participativa.</p><p>Interação do(a) gestor(a) de saúde do SUS</p><p>municipal na dimensão política:</p><p>Espaço com vereadores: Relação com a base,</p><p>relação com a oposição, acompanhamento da</p><p>gestão;</p><p>Espaço com o Ministério Público: Existência de</p><p>compromissos anteriores, e relação institucional.</p><p>Articulação com outros secretários municipais no</p><p>município: Existência de compromissos com o TCE,</p><p>projetos intersetoriais, componentes do programa de</p><p>governo eleito, e articulação para apoio mútuo;</p><p>Espaço com Prefeito: Staff político do prefeito, do</p><p>programa de governo da atual gestão, da governança</p><p>da Secretaria Municipal de Saúde (formulação da</p><p>equipe de gestão);</p><p>Lembre-se sempre que a gestão municipal do SUS</p><p>precisa evitar o distanciamento entre os poderes e</p><p>superar os conflitos sociais e políticos. É preciso focar na</p><p>pluralidade dos interesses sociais em busca da</p><p>satisfação dos direitos fundamentais, sendo este o seu</p><p>dever enquanto gestor(a) do SUS para a gestão de um</p><p>município voltado ao bem-estar social.</p><p>➔ Definir diretrizes de âmbitos nacional, regional e</p><p>intermunicipal a respeito da organização das</p><p>redes de ações e serviços de saúde,</p><p>principalmente no tocante à sua governança</p><p>institucional e à integração das ações e serviços</p><p>de saúde dos entes federados;</p><p>Quanto aos objetivos das comissões CIB e CIT</p><p>você já sabe, mas não custa reforçar. Objetivam:</p><p>➔ Decidir sobre os aspectos operacionais,</p><p>financeiros e administrativos da gestão</p><p>compartilhada do SUS, em conformidade com a</p><p>definição da política consubstanciada em planos</p><p>de saúde, aprovada pelos conselhos de saúde;</p><p>➔ Fixar diretrizes sobre as regiões de saúde,</p><p>distritos sanitários, integração de territórios,</p><p>referência e contrarreferência e demais aspectos</p><p>vinculados à integração das ações e serviços de</p><p>saúde entre os entes federados.</p><p>A Comissão Intergestores Bipartites (CIB) e a</p><p>Comissão Intergestores Tripartites (CIT) são</p><p>imprescindíveis no processo de aproximação e</p><p>diálogo. Foram reconhecidas como foros de</p><p>negociação e pactuação entre gestores,</p><p>relacionados aos aspectos operacionais do SUS.</p><p>O Conselho Nacional de Secretários de Saúde</p><p>(CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias</p><p>Municipais de Saúde (CONASEMS) também se</p><p>inserem neste processo. Foram reconhecidos</p><p>como entidades representativas dos entes</p><p>estaduais e municipais, respectivamente, para</p><p>tratar de matérias referentes à saúde, e declarados</p><p>de utilidade pública e de relevante função social.</p><p>Podem receber recursos do orçamento geral da</p><p>União, por meio do Fundo Nacional de Saúde, para</p><p>auxiliar no custeio de suas despesas institucionais,</p><p>podendo, ainda, celebrar convênios com a União.</p><p>Para os Conselhos de Secretarias Municipais de</p><p>Saúde (COSEMS) o reconhecimento se dá</p><p>enquanto entidades que representam os entes</p><p>municipais no âmbito estadual para tratar de</p><p>matérias referentes à saúde, desde que vinculados</p><p>institucionalmente ao CONASEMS.</p><p>Assim, é sempre bom lembrar que para o alcance</p><p>da pluralidade as questões de governança também</p><p>são fortes aliadas na dimensão política, que é peça</p><p>fundamental na máquina pública para a eficácia do</p><p>processo de planejamento, gestão e,</p><p>principalmente, transparência.</p><p>Esta dimensão marca a democracia e, ao mediar as</p><p>relações, busca uma gestão pública de qualidade,</p><p>eficaz, eficiente, honesta, transparente, que preste</p><p>contas e dialogue com sua região de saúde.</p><p>Além das relações do(a) gestor(a) com as</p><p>figuras políticas, com a sua equipe técnica e</p><p>com o controle social,</p><p>o(a) gestor(a) também</p><p>deve considerar o papel do governo eletrônico.</p><p>A transparência na gestão pública e o acesso à</p><p>informação, como disposto na Lei nº 12.527/2011,</p><p>são mudanças de paradigma, um novo</p><p>conceito de governo, e sua aplicação na</p><p>administração pública do SUS tem como</p><p>objetivo melhorar os serviços e a informação</p><p>oferecida, simplificar processos de suporte</p><p>institucional e facilitar a criação de canais que</p><p>permitam aumentar a transparência e a</p><p>participação cidadã, como no caso das</p><p>ouvidorias.</p><p>Neste ponto, a utilização de tecnologias de</p><p>informação, tanto para ampliar a eficácia e</p><p>eficiência na prestação de serviços, quanto</p><p>como um elemento de responsabilização,</p><p>simboliza, portanto, a democratização da</p><p>gestão municipal do SUS.</p><p>É nessa dimensão que se dá a formulação de</p><p>políticas, a elaboração do planejamento local e o</p><p>planejamento regional integrado, além da</p><p>realização de ações de regulação, coordenação,</p><p>controle, avaliação e execução direta de serviços e,</p><p>consequentemente, financiamento para todos os</p><p>custeios e investimentos que se façam necessários.</p><p>Ao definir e aplicar técnicas e métodos que</p><p>contribuam para melhorar os resultados da gestão</p><p>e da vida social, a ação do gestor deve ser guiada</p><p>por evidências científicas que sustentem sua</p><p>tomada de decisão.</p><p>DIMENSÃO TÉCNICA</p><p>Vamos relembrar que a configuração da atuação</p><p>do(a) gestor(a) municipal do SUS vem se</p><p>reformulando desde a promulgação da nossa</p><p>Constituição, a partir de 1988, quando várias</p><p>atividades foram atribuídas aos municípios, como:</p><p>Aula 2 | Orientações para estudar a distância</p><p>➔ As funções relativas à coordenação do</p><p>sistema em seu âmbito, como a</p><p>organização das portas de entrada do</p><p>sistema;</p><p>➔ O estabelecimento de fluxos de</p><p>referência;</p><p>➔ A articulação com outros municípios</p><p>para referências;</p><p>➔ A integração da rede de serviços;</p><p>➔ A regulação e a avaliação dos prestadores</p><p>públicos e privados situados em seu</p><p>território.</p><p>Configura-se pelas ações administrativas: a gestão</p><p>de pessoas, o cuidado com o patrimônio, a</p><p>prestação de contas e as questões de manutenção</p><p>da máquina pública, necessárias para o pleno</p><p>funcionamento dos programas, projetos e ações</p><p>técnicas essenciais à promoção de saúde,</p><p>minimização de riscos e agravos visando a</p><p>qualidade de vida.</p><p>Destaque para a questão da gestão de pessoas,</p><p>que se caracteriza de forma intensa pelo emprego</p><p>de trabalhadores do SUS, numa relação</p><p>interprofissional e interdependente, o que</p><p>caracteriza também uma rede complexa de</p><p>interesses pessoais, profissionais e sociais que o</p><p>gestor municipal do SUS deve coordenar e liderar</p><p>com ética.</p><p>DIMENSÃO</p><p>ADMINISTRATIVA</p><p>Tecnicamente, o(a) gestor(a) do SUS precisa</p><p>articular saberes e práticas de gestão para cumprir</p><p>suas atribuições e funções, o que exigirá um</p><p>conjunto de conhecimentos, habilidades e</p><p>experiências nas áreas da administração pública,</p><p>governança, planejamento e cuidado em saúde</p><p>para execução das políticas de saúde.</p><p>GESTÃO</p><p>COMPARTILHADA</p><p>DA SAÚDE</p><p>A Constituição Federal de 1988, conhecida como</p><p>“Constituição Cidadã”, é a revelação clara do pacto</p><p>federativo brasileiro, consolidado no bojo da</p><p>redemocratização política do país.</p><p>Foi um marco decisivo, pois pela primeira vez o setor</p><p>saúde foi contemplado de forma clara e efetiva,</p><p>conforme consta no artigo 196:</p><p>“A saúde é direito de todos e dever do Estado,</p><p>garantido mediante políticas sociais e econômicas</p><p>que visem à redução do risco de doença e de outros</p><p>agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e</p><p>serviços para sua promoção, proteção e</p><p>recuperação.”</p><p>Cabe destacar três aspectos importantes</p><p>registrados na Constituição Federal (CF/88):</p><p>Universalização do direito à saúde</p><p>por meio do Sistema Único de</p><p>Saúde – SUS (Arts. 196 a 200);01</p><p>02</p><p>03</p><p>Institucionalização dos Municípios</p><p>como entes federativos com status</p><p>jurídico-constitucional tal qual a</p><p>União e os Estados (Art. 18);</p><p>Estabelecimento de um modelo de</p><p>federalismo cooperativo, no qual os três entes</p><p>governamentais são corresponsáveis pela</p><p>política de saúde (Arts. 23 e 24).</p><p>AULA 3 | GESTÃO COMPARTILHADA DA SAÚDE</p><p>Diante da inter-relação desses aspectos</p><p>doutrinários, os municípios passam a exercer papel</p><p>fundamental para a consolidação do SUS. Não</p><p>obstante, a CF/88 definiu saúde como direito de</p><p>cidadania (Art. 196), cujo financiamento é</p><p>compartilhado entre os entes (Art. 197) e com</p><p>organização regionalizada e hierarquizada,</p><p>constituindo um sistema único, de acordo com as</p><p>seguintes diretrizes:</p><p>Descentralização, com direção</p><p>única em cada esfera de governo;01</p><p>02</p><p>03</p><p>Atendimento integral, com prioridade</p><p>para as atividades preventivas, sem</p><p>prejuízo dos serviços assistenciais;</p><p>Participação da comunidade (Art. 198).</p><p>AULA 3 | GESTÃO COMPARTILHADA DA SAÚDE</p><p>Ao instituir os municípios como entes federativos, a</p><p>CF/88 lhes atribui responsabilidades legislativas,</p><p>tributárias e de prestação de serviços públicos,</p><p>como a saúde (Art. 30).</p><p>Entretanto, a CF/88 não definiu a saúde como</p><p>atribuição exclusiva dos municípios, pelo contrário,</p><p>foi estabelecida como competência comum,</p><p>cabendo aos três entes a responsabilidade pela</p><p>garantia do acesso universal.</p><p>Temos, portanto, um modelo baseado no</p><p>compartilhamento de funções entre as esferas de</p><p>governo no âmbito das políticas sociais, o que</p><p>permite flexibilidade na distribuição de</p><p>responsabilidades entre os entes com diferentes</p><p>capacidades administrativas e financeiras.</p><p>Aula 2 | Orientações para estudar a distância</p><p>Contudo, para funcionar bem e gerar bons</p><p>resultados, é necessário que a federação</p><p>desenvolva mecanismos de gestão</p><p>compartilhada, promovendo diálogo para</p><p>negociação e pactuação entre as diferentes</p><p>esferas de governo de aspectos operacionais do</p><p>SUS.</p><p>Ou seja, para a implementação do SUS é</p><p>necessária a definição de papéis e</p><p>responsabilidades de cada ente, bem como levar</p><p>em conta a diversidade regional do país.</p><p>O SUS busca fazer isso desde a sua criação, em</p><p>espaços conhecidos como foros de negociação e</p><p>pactuação: as Comissões Intergestores.</p><p>Comissões Intergestores se dividem em:</p><p>Essas comissões são reconhecidas como instâncias de</p><p>pactuação consensual entre os entes federativos para</p><p>definição das regras da gestão compartilhada.</p><p>Saiba mais sobre as comissões na Lei n° 8080/90, na Lei</p><p>Orgânica da Saúde nº 8142/90 e na Lei Complementar nº</p><p>141/12.</p><p>Bipartite (CIB):</p><p>De âmbito</p><p>estadual, onde</p><p>representantes</p><p>da Secretaria</p><p>Estadual de</p><p>Saúde e</p><p>representantes</p><p>dos Secretários</p><p>Municipais de</p><p>Saúde se</p><p>reúnem, por</p><p>meio dos</p><p>COSEMS;</p><p>CIB</p><p>Tripartite (CIT):</p><p>De âmbito</p><p>nacional, onde</p><p>representantes</p><p>do Ministério</p><p>da Saúde, das</p><p>Secretarias</p><p>Estaduais, por</p><p>meio do</p><p>CONASS, e</p><p>Secretarias</p><p>Municipais de</p><p>Saúde, por</p><p>meio do</p><p>CONASEMS, se</p><p>reúnem.</p><p>CIT</p><p>CIR: De âmbito</p><p>regional, é</p><p>vinculada à</p><p>Secretaria</p><p>Estadual de</p><p>Saúde para</p><p>efeitos</p><p>administrativos e</p><p>operacionais, e</p><p>deve observar as</p><p>diretrizes da CIB;</p><p>CIR</p><p>Definir diretrizes de âmbitos nacional,</p><p>regional e intermunicipal a respeito da</p><p>organização das redes de ações e</p><p>serviços de saúde, principalmente no</p><p>tocante à sua governança institucional e</p><p>à integração das ações e serviços dos</p><p>entes federados;</p><p>Fixar diretrizes sobre as regiões de saúde,</p><p>distritos sanitários, integração de territórios,</p><p>referência e contrarreferência e demais aspectos</p><p>vinculados à integração das ações e serviços de</p><p>saúde entre os entes federados.</p><p>A Lei 12.466/2011 reconhece o Conselho Nacional de Secretários de</p><p>Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais</p><p>de Saúde (CONASEMS) como entidades representativas dos entes</p><p>estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à saúde.</p><p>VALE DESTACAR!</p><p>Cabe às Comissões Intergestores:</p><p>01</p><p>02</p><p>03</p><p>Decidir sobre os aspectos operacionais,</p><p>financeiros e administrativos da gestão</p><p>compartilhada do SUS, em conformidade com a</p><p>definição da política consubstanciada em planos</p><p>de saúde, aprovada pelos conselhos de saúde;</p><p>Ainda há um espaço</p><p>de diálogo entre</p><p>gestores nas regiões de Saúde. Esse foro</p><p>regional é denominado de Comissão</p><p>Intergestores Regional (CIR).</p><p>Prevista no Decreto nº 7508/11, a CIR, de</p><p>âmbito regional, é vinculada à Secretaria</p><p>Estadual de Saúde para efeitos</p><p>administrativos e operacionais e deve</p><p>observar as diretrizes da CIB.</p><p>Mais adiante, destacaremos o papel da CIR</p><p>na organização das redes de atenção à</p><p>saúde, principalmente no tocante à gestão</p><p>institucional e à integração das ações e</p><p>serviços dos entes federativos nas regiões</p><p>de saúde.</p><p>Configura-se, desta maneira, a construção de</p><p>um projeto audacioso para a organização do</p><p>sistema público de saúde brasileiro, que</p><p>busca ser, em um só tempo, de gestão</p><p>tripartite, nacional e universal, mas</p><p>também descentralizado, unificado e</p><p>hierarquizado e com a integralidade da</p><p>atenção no território.</p><p>Articulação Interfederativa</p><p>NO ÂMBITO</p><p>NACIONAL</p><p>NO ÂMBITO DO</p><p>ESTADO</p><p>NO ÂMBITO DA</p><p>REGIÃO DE SAÚDE</p><p>O PAPEL DO(A)</p><p>GESTOR(A) NA</p><p>EFETIVAÇÃO DO SUS</p><p>E como se apresenta, para os gestores dos</p><p>5.570 municípios, a responsabilidade da</p><p>efetivação do SUS, considerando todo o</p><p>arcabouço legal e normativo já instituído?</p><p>O desafio está em promover o diálogo com a</p><p>pluralidade dos grupos e atores sociais,</p><p>demandantes das políticas de saúde, que</p><p>constroem e vivenciam esse Sistema.</p><p>Identificamos que o(a) gestor(a) do SUS é o(a)</p><p>mediador(a) em diferentes planos e espaços.</p><p>Para tanto, exige-se que esse(a) gestor(a)</p><p>desenvolva uma capacidade de compor</p><p>entendimento sobre as suas</p><p>responsabilidades e a corresponsabilização</p><p>daqueles que compartilham de suas ações.</p><p>Nesse sentido, o imperativo para ser</p><p>gestor(a) do SUS se configura na atuação</p><p>cotidiana de mediação, a fim de manter o</p><p>permanente diálogo com os diferentes</p><p>atores sociais e instâncias de negociação e</p><p>pactuação, seja no âmbito central do</p><p>sistema, seja com a equipe que o apoia.</p><p>Vejamos alguns pressupostos dessa</p><p>atuação:</p><p>PARA SER GESTOR(A) DO SUS É PRECISO</p><p>MANTER DIÁLOGO PERMANENTE COM O</p><p>CONTROLE SOCIAL INSTITUÍDO, COM A</p><p>COMUNIDADE E COM A SOCIEDADE CIVIL</p><p>ORGANIZADA.</p><p>Não é por acaso que a CF/88 se expressa</p><p>como o texto constitucional mais</p><p>democrático que o país já produziu,</p><p>consagrando um contexto favorável à</p><p>participação dos cidadãos nos processos de</p><p>tomada das decisões políticas essenciais ao</p><p>bem-estar da população.</p><p>1</p><p>1.1</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>A instituição dos Conselhos de Políticas</p><p>Públicas, especialmente os Conselhos de</p><p>Saúde, configura-se como espaço onde os</p><p>cidadãos participam do processo de</p><p>tomada de decisões na Administração</p><p>Pública e do processo de fiscalização e de</p><p>controle dos gastos públicos, contribuindo de</p><p>forma decisiva para a avaliação dos</p><p>resultados alcançados pela ação</p><p>governamental.</p><p>Mais adiante em nosso curso, destacaremos</p><p>em detalhes o papel do Controle Social no</p><p>SUS.</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>1.2</p><p>SER GESTOR(A) DO SUS É MANTER</p><p>DIÁLOGO PERMANENTE COM OS</p><p>TRABALHADORES DA SAÚDE,</p><p>ENTENDENDO-OS COMO ATORES</p><p>PRINCIPAIS NA CONSOLIDAÇÃO DAS</p><p>PRÁTICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO.</p><p>É necessário que os gestores aperfeiçoem e</p><p>busquem alternativas de atuação que</p><p>garantam a eficiência de suas ações,</p><p>consolidando os vínculos entre os serviços e</p><p>a população, promovendo, além do acesso, a</p><p>qualificação necessária ao acolhimento e ao</p><p>cuidado dos usuários dos serviços de saúde.</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>2.1</p><p>2</p><p>Hoje, são reconhecidas novas necessidades</p><p>de saúde da população brasileira,</p><p>decorrentes, principalmente, de alterações</p><p>no perfil demográfico, com aumento da</p><p>população idosa; e alterações no padrão de</p><p>adoecimento e morte da população</p><p>brasileira, com aumento expressivo das</p><p>Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)</p><p>e da mortalidade por causas externas, como</p><p>violência e acidentes.</p><p>Por outro lado, o sistema de saúde, visto</p><p>como um conjunto articulado de ações e</p><p>serviços voltado para a promoção da saúde e</p><p>para o enfrentamento de riscos ou agravos</p><p>apresentados pelos indivíduos em uma dada</p><p>sociedade, possui como finalidade principal</p><p>ofertar o cuidado em saúde.</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>2.2</p><p>Aqui vale esclarecer o que se entende por</p><p>cuidado ofertado por um sistema de</p><p>saúde, que guarda relação com:</p><p>➔ A qualidade das práticas</p><p>profissionais que aí se</p><p>desenvolvem;</p><p>➔ A organização interna</p><p>dos serviços de saúde;</p><p>➔ A organização sistêmica.</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>2.3</p><p>Essa reorganização, que visa superar a</p><p>fragmentação do modelo de atenção,</p><p>extrapola e se reflete tanto na</p><p>organização dos serviços quanto nas</p><p>práticas dos profissionais de saúde.</p><p>Para superação dessa fragmentação,</p><p>devem ser priorizados: o fortalecimento</p><p>da Atenção Básica (AB); a Estruturação</p><p>da Rede de Atenção à Saúde (RAS); e a</p><p>integração dos processos de trabalho</p><p>nos serviços de saúde e das práticas</p><p>profissionais.</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>2.4</p><p>SER GESTOR(A) DO SUS É MANTER</p><p>DIÁLOGO PERMANENTE COM SEUS PARES</p><p>NA REGIÃO DE SAÚDE.</p><p>Não há município no Brasil que seja</p><p>plenamente suficiente para executar todas as</p><p>ações de atenção à saúde.</p><p>A responsabilidade do governo municipal</p><p>pela saúde de seus cidadãos não termina nos</p><p>limites do município. A garantia do</p><p>atendimento integral ao cidadão, ou seja, a</p><p>eventual necessidade de</p><p>complementaridade da assistência, mesmo</p><p>fora do município, é uma corresponsabilidade</p><p>da gestão municipal.</p><p>A gestão do SUS é, em sua essência, um ato</p><p>de negociação e pactuação das políticas</p><p>local, regional, estadual e nacional.</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>3.1</p><p>3</p><p>Destaca-se, nesse movimento, a ênfase dada à</p><p>regionalização como estratégia a ser firmada</p><p>na relação entre gestores municipais na sua</p><p>região e no estado.</p><p>O encontro entre esses atores é capaz de</p><p>produzir consensos que constroem um SUS</p><p>vivo e viável para toda a gestão.</p><p>O SUS é um sistema dinâmico cuja</p><p>regionalidade está em permanente</p><p>transformação.</p><p>Portanto, o gestor municipal deve participar</p><p>ativamente das reuniões da CIR e atuar na</p><p>condução e formatação da região de saúde e</p><p>de suas interrelações com os demais</p><p>municípios, e desses com outras esferas de</p><p>poder.</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>3.2</p><p>Nenhum estado ou município tem</p><p>autoridade ou autonomia para deliberar</p><p>sobre ações dentro de outro município,</p><p>conforme artigo 18 da CF/88.</p><p>Isso só pode ocorrer por meio de</p><p>resoluções colegiadas dos gestores e,</p><p>mesmo assim, apenas a partir de</p><p>consensos regionais construídos em CIR e</p><p>em CIB.</p><p>O SUS deve ser construído com base numa</p><p>relação harmoniosa, solidária e de respeito</p><p>à autonomia de cada ente federado. Vale</p><p>ressaltar que a gestão não estará completa</p><p>se o gestor não participar da negociação</p><p>regional.</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>3.3</p><p>SER GESTOR É MANTER DIÁLOGO</p><p>PERMANENTE COM OS PODERES</p><p>LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO.</p><p>Como destacado anteriormente, o Brasil é</p><p>uma república federativa formada por</p><p>entes autônomos: a União, os Estados, o</p><p>Distrito Federal e os municípios.</p><p>No entanto, para que o exercício dessa</p><p>autonomia não afronte a soberania</p><p>popular, o povo brasileiro decidiu que</p><p>aqueles que executam as leis não devem</p><p>ser os mesmos que legislam, bem como</p><p>aqueles que executam as leis e legislam</p><p>não devem ser os mesmos que julgam.</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>4.1</p><p>4</p><p>Desse modo, não basta que a</p><p>autonomia seja exercida pelas unidades</p><p>federativas. É necessário que haja a</p><p>separação dos poderes em Poder</p><p>Executivo, Legislativo e Judiciário, cada</p><p>um com função autônoma e</p><p>independente.</p><p>Essa separação não prescinde de</p><p>aproximação, sendo o diálogo a</p><p>peça-chave para uma relação</p><p>harmônica em busca de soluções</p><p>coletivas aos desafios da garantia do</p><p>direito à saúde.</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>4.2</p><p>SER GESTOR É RECONHECER OS</p><p>AVANÇOS E DESAFIOS DO SUS E SEU</p><p>PAPEL NESSA CONSTRUÇÃO.</p><p>Com a descentralização implementada</p><p>pelo SUS, a gestão municipal passou a ser</p><p>o principal contato entre o usuário e o</p><p>Poder Público.</p><p>Os problemas de saúde passam a ser</p><p>responsabilidade do governo municipal,</p><p>que executa as ações de atenção à saúde,</p><p>cabendo ao Estado e à União o papel de</p><p>apoio técnico e financeiro, de acordo com o</p><p>artigo 30 da CF/88.</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>5.1</p><p>5</p><p>O município transformou-se no principal</p><p>protagonista nesta organização e, nesse</p><p>sentido, um programa de governo</p><p>municipal para a saúde passa a ser, de fato,</p><p>uma estratégia importante para contribuir</p><p>na melhoria da qualidade de vida e de</p><p>saúde.</p><p>Esse programa de governo é escolhido</p><p>pelo voto local, no momento da eleição do</p><p>Prefeito.</p><p>Cabe, portanto, ao gestor da saúde utilizar</p><p>esse plano de governo como uma das</p><p>fontes de seu planejamento, uma vez que</p><p>o Prefeito foi escolhido democraticamente</p><p>pelo voto dos munícipes que o elegeram</p><p>com base nessa proposta.</p><p>PRESSUPOSTOS</p><p>5.2</p><p>DESAFIOS DO(A)</p><p>GESTOR(A) DO SUS</p><p>O caminhar do SUS, embora marcado por</p><p>avanços, enfrenta entraves significativos para</p><p>a sua consolidação.</p><p>Apesar dos avanços observados na oferta de</p><p>serviços pelo SUS a milhões de brasileiros</p><p>anteriormente excluídos; na estruturação de</p><p>rede descentralizada de ações e serviços de</p><p>saúde; e na grande produção de ações e</p><p>serviços de saúde com contribuições</p><p>significativas na para a melhoria do estado</p><p>de saúde dos brasileiros, ainda são grandes</p><p>os seus desafios.</p><p>Vale destacar que estão entre os principais</p><p>desafios:</p><p>➔ A estruturação de rede descentralizada de</p><p>ações e serviços de saúde;</p><p>➔ A grande produção de ações e serviços de</p><p>saúde com contribuições significativas na</p><p>melhoria do estado de saúde dos</p><p>brasileiros;</p><p>➔ O subfinanciamento histórico e crônico</p><p>do SUS;</p><p>➔ O amadurecimento de seu modelo de</p><p>gestão tripartite;</p><p>➔ A superação da fragmentação do modelo</p><p>de atenção com qualificação de suas</p><p>práticas;</p><p>➔ A formação de profissionais da saúde</p><p>voltados para o SUS, bem como a fixação</p><p>desses profissionais em áreas remotas;</p><p>➔ Os limites impostos pela Lei de</p><p>Responsabilidade Fiscal;</p><p>➔ A gestão da judicialização, entre outros.</p><p>Mas, mesmo diante de tantos desafios e entraves,</p><p>os gestores têm vivência cotidiana de que é</p><p>“possível fazer” com conhecimento, compromisso</p><p>político, apoio e coletivos fortes e participantes,</p><p>pois, antes de tudo, sabem que o SUS é</p><p>imprescindível para a defesa da saúde e da vida.</p><p>Com base no que foi estudado, reflita e responda</p><p>às questões:</p><p>➔ Como é possível aplicar, no dia a dia do</p><p>gestor, as dimensões aqui abordadas?</p><p>➔ Você sabe qual o desafio de ser um(a)</p><p>gestor(a) do SUS?</p><p>➔ O desafio está em interagir com a população</p><p>dos grupos e atores sociais demandantes das</p><p>políticas de saúde e que constroem e</p><p>vivenciam esse sistema?</p><p>➔ Ou o desafio também está em ser o mediador</p><p>em diferentes planos e espaços onde se exige</p><p>desenvolver uma capacidade e compor</p><p>entendimento sobre suas responsabilidades e</p><p>as corresponsabilidades daqueles que</p><p>compartilham de suas ações?</p><p>Caso tenha dificuldades em responder, reveja o</p><p>conteúdo estudado.</p><p>Vimos até aqui que o(a) gestor(a) do SUS é</p><p>o representante do governo designado para</p><p>o desenvolvimento das funções do</p><p>executivo na saúde.</p><p>No seu processo de trabalho, a condução</p><p>ética é o alicerce de sua interação política,</p><p>tão necessária para manter a sua relação</p><p>harmônica com seus pares e com o poder</p><p>legislativo da cidade, bem como com o</p><p>conselho municipal de saúde.</p><p>FINALIZANDO...</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>➔ BRASIL. Constituição da República</p><p>Federativa do Brasil. Brasília: Congresso</p><p>Nacional, 05 out. 1988.</p><p>➔ Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.</p><p>Dispõe sobre as condições para a promoção,</p><p>proteção e recuperação da saúde, a</p><p>organização e o funcionamento dos serviços</p><p>correspondentes e dá outras providências.</p><p>Brasília: Casa Civil, 1990. Disponível em:</p><p>https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo</p><p>=LEI&numero=8080&ano=1990&ato=9f7gXSq1</p><p>keFpWT905. Acesso em: 04 abr. 2022.</p><p>➔ Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990.</p><p>Dispõe sobre a participação da comunidade</p><p>na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e</p><p>sobre as transferências intergovernamentais</p><p>de recursos financeiros na área da saúde e dá</p><p>outras providências. Brasília: Casa Civil, 1990.</p><p>Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142</p><p>.htm. Acesso em: 04 abr. 2022.</p><p>https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=8080&ano=1990&ato=9f7gXSq1keFpWT905</p><p>https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=8080&ano=1990&ato=9f7gXSq1keFpWT905</p><p>https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=8080&ano=1990&ato=9f7gXSq1keFpWT905</p><p>https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=8080&ano=1990&ato=9f7gXSq1keFpWT905</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm</p><p>➔ Lei nº 12.466, de 24 de agosto de 2011.</p><p>Acrescenta arts. 14-A e 14-B à Lei no 8.080, de</p><p>19 de setembro de 1990, que “dispõe sobre as</p><p>condições para a promoção, proteção e</p><p>recuperação da saúde, a organização e o</p><p>funcionamento dos serviços correspondentes</p><p>e dá outras providências”, para dispor sobre as</p><p>comissões intergestores do Sistema Único de</p><p>Saúde (SUS), o Conselho Nacional de</p><p>Secretários de Saúde (Conass), o Conselho</p><p>Nacional de Secretarias Municipais de Saúde</p><p>(Conasems) e suas respectivas composições, e</p><p>dá outras providências. Brasília: Casa Civil, 2011.</p><p>Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-</p><p>2014/2011/lei/l12466.htm. Acesso em: 04 abr.</p><p>2022.</p><p>➔ Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.</p><p>Regula o acesso a informações previsto no</p><p>inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do</p><p>art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição</p><p>Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro</p><p>de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de</p><p>2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de</p><p>janeiro de 1991; e dá outras providências.</p><p>Brasília: Casa Civil, 2011. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-</p><p>2014/2011/lei/l12527.htm. Acesso em: 04 abr.</p><p>2022.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12466.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12466.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12466.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm</p><p>➔ Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de</p><p>2012. Regulamenta o § 3o do art. 198 da</p><p>Constituição Federal para dispor sobre os</p><p>valores mínimos a serem aplicados</p><p>anualmente pela União, Estados, Distrito</p><p>Federal e Municípios em ações e serviços</p><p>públicos de saúde; estabelece os critérios de</p><p>rateio dos recursos de transferências para a</p><p>saúde e as normas de fiscalização, avaliação e</p><p>controle das despesas com saúde nas 3 (três)</p><p>esferas de governo; revoga dispositivos das</p><p>Leis nos 8.080, de 19 de setembro de 1990, e</p><p>8.689, de 27 de julho de 1993; e dá outras</p><p>providências. Brasília: Casa Civil, 2012.</p><p>Disponível em:</p><p>https://legis.senado.leg.br/norma/588291.</p><p>Acesso em: 04 abr. 2022.</p><p>➔ CONASEMS. Manual do Gestor(a) Municipal</p><p>do SUS. 2a Edição Digital – revisada e</p><p>ampliada. Brasília: CONASEMS, 2021. 440 p.</p><p>Disponível em:</p><p>https://www.conasems.org.br/manual-do-gest</p><p>or-municipal-do-sus-confira-a-edicao-de-2021/</p><p>. Acesso em: 01 abr. 2022.</p><p>https://legis.senado.leg.br/norma/588291</p><p>https://legis.senado.leg.br/norma/588291</p><p>https://www.conasems.org.br/manual-do-gestor-municipal-do-sus-confira-a-edicao-de-2021/</p><p>https://www.conasems.org.br/manual-do-gestor-municipal-do-sus-confira-a-edicao-de-2021/</p><p>https://www.conasems.org.br/manual-do-gestor-municipal-do-sus-confira-a-edicao-de-2021/</p>

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