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<p>1 www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Diretriz de HAS - Conceito, Epidemiologia e Fatores de Risco</p><p>CLÍNICA MÉDICA</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>TA</p><p>ÇÕ</p><p>ES</p><p>DIRETRIZ DE HAS – CONCEITO, EPIDEMOLOGIA E FATORES DE RISCO</p><p>Visão Geral</p><p>• Conceito e epidemiologia;</p><p>• Prevenção primária e fatores de risco;</p><p>• PA e dano vascular;</p><p>• Diagnóstico e classificação (PAS: 130 – 139 / PAD: 85 – 88);</p><p>• Avaliação clínica e exames;</p><p>• Estratificação de risco cardiovascular (atribuição da equipe de enfermagem);</p><p>• Metas terapêuticas;</p><p>• Equipe Multiprofissional (foco humanizado com ampla abordagem);</p><p>• Tratamento não medicamentoso;</p><p>• Tratamento Medicamentoso;</p><p>• Condições Clinicas Associadas;</p><p>• HAS na Gestação, Criança, Idoso (diversas alterações importantes;</p><p>• Hipertensão Arterial Secundária (doença de base – múltiplos fatores).</p><p>Conceito e Epidemiologia</p><p>Trata-se de uma condição que está dentro de doenças crônicas não transmissíveis, que</p><p>representam 72% de morte do perfil populacional no Brasil. Assim, dentro das doenças crô-</p><p>nicas não transmissíveis existem doenças cardiovasculares, diabetes, doenças neoplásicas</p><p>e doenças respiratórias.</p><p>A hipertensão consta do grupo de doenças cardiovasculares e também é um fator de</p><p>risco para essas doenças, bem como para doença renal crônica e o AVC.</p><p>• DCNT</p><p>• Condição multifatorial: genéticos/epigenéticos, ambientais e sociais.</p><p>– O estilo de vida é um fator mais decisivo, como, por exemplo, no caso de aumento</p><p>de peso, sedentarismo, álcool, sal e outros fatores importantes;</p><p>– O tabagismo em si é um importante fator de risco cardiovascular e a cessação dele</p><p>não diminui a pressão, porém, no contexto do tabagismo com outros problemas</p><p>como a hipertensão, será potencializada a doença cardiovascular.</p><p>5m</p><p>2 www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Diretriz de HAS - Conceito, Epidemiologia e Fatores de Risco</p><p>CLÍNICA MÉDICA</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>TA</p><p>ÇÕ</p><p>ES</p><p>• Caracterizada por elevação persistente da PA: PAS maior ou igual a 140 mmHg e/ou</p><p>PAD maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas</p><p>ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva.</p><p>• É aconselhável, quando possível, a validação de tais medidas por meio de avaliação</p><p>da PA fora do consultório por meio da Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial</p><p>(MAPA), da Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) ou da Automedida</p><p>da Pressão Arterial (AMPA).</p><p>– Atualmente, diante da pandemia do Covid, há uma necessidade do paciente realizar</p><p>sua própria auto medida em casa, porque o profissional estará do outro lado da tela</p><p>e o paciente realizará sua medida em casa, para verificar se a pressão está normal.</p><p>– Trata-se, portanto, de um fator de discussão importante, principalmente para diferen-</p><p>ciar a medida residencial da pressão arterial com a auto medida da pressão arterial.</p><p>– A medida residencial é uma técnica em que uma pessoa capacitada verificar a pres-</p><p>são arterial em horários para determinados. Essa medida pode ser feita pelo próprio</p><p>paciente, mas existe uma estrutura e uma organização na quantidade de dias, nos</p><p>horários e em quantas vezes por dia será feita a medida. Desse modo, a monitoriza-</p><p>ção residencial da pressão arterial é sistematizada.</p><p>– A auto medida será realizada pelo paciente sem estrutura formal. A diferença entre</p><p>a auto medida e a medida residencial está justamente na sistematização.</p><p>– É necessária a realização dessas medidas para o detalhamento da pressão, para</p><p>o monitoramento dos pacientes, bem como para a identificação de situações de</p><p>hipertensão.</p><p>DIRETO DO CONCURSO</p><p>1. (FAUEL/2019) A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um problema grave de saúde</p><p>pública no Brasil e no mundo, sendo um dos mais importantes fatores de risco para o</p><p>desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. A hiperten-</p><p>são arterial em adultos é definida como:</p><p>10m</p><p>3 www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Diretriz de HAS - Conceito, Epidemiologia e Fatores de Risco</p><p>CLÍNICA MÉDICA</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>TA</p><p>ÇÕ</p><p>ES</p><p>a. Pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e uma pressão arterial diastólica</p><p>maior ou igual a 90 mmHg.</p><p>b. Pressão arterial sistólica maior ou igual a 130 mmHg e uma pressão arterial diastólica</p><p>maior ou igual a 80 mmHg.</p><p>c. Pressão arterial sistólica maior ou igual a 120 mmHg e uma pressão arterial diastólica</p><p>maior ou igual a 90 mmHg.</p><p>d. Pressão arterial sistólica maior ou igual a 120 mmHg e uma pressão arterial diastólica</p><p>maior ou igual a 80 mmHg.</p><p>COMENTÁRIO</p><p>A definição de hipertensão é a apresentação de valores iguais ou acima de 14 por 9 (140</p><p>mmHg X 90 mmHg).</p><p>A Sociedade Brasileira de Cardiologia não acompanhou as mudanças apresentadas pela</p><p>Sociedade Americana, e esses parâmetros, por enquanto, não serão alterados.</p><p>HAS X Risco CV</p><p>• Frequentemente assintomática;</p><p>– É um problema que não incomoda, o que acaba impactando em aumentar o risco</p><p>cardiovascular.</p><p>• Alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo: coração, cérebro, rins e vasos.</p><p>– O infarto do miocárdio, o AVC isquêmico, a doença renal crônica e a nefroesclerose</p><p>irão conduzir esses problemas.</p><p>– O enrijecimento arterial causa lesão endotelial, aumentando a formação de placas.</p><p>• É o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e contínua</p><p>para DCV, DRC e morte prematura.</p><p>– Assim, trata-se de um fator decisivo, é necessário o controle da pressão arterial</p><p>• Associa-se a fatores de risco metabólicos para as doenças dos sistemas cardiocircu-</p><p>latório e renal, como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose, e DM.</p><p>– A síndrome metabólica é frequentemente cobrada em provas, e refere-se à junção</p><p>da pressão arterial, aumento da glicemia, aumento da gordura abdominal e do</p><p>colesterol.</p><p>15m</p><p>4 www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Diretriz de HAS - Conceito, Epidemiologia e Fatores de Risco</p><p>CLÍNICA MÉDICA</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>TA</p><p>ÇÕ</p><p>ES</p><p>Fisiopatologia</p><p>• PA = DC x RVP</p><p>– Débito cardíaco vezes a resistência vascular periférica.</p><p>– O débito cardíaco representa o volume circulante de sangue. Calcula-se com base</p><p>no volume ejetado, ou seja, se o coração bateu quanto de volume será ejetado</p><p>naquela sístole.</p><p>– A resistência vascular periférica tem a ver com a dificuldade que o vaso impõe para</p><p>o coração, para que ele se distenda e permita a passagem do sangue. A vasocons-</p><p>tricção aumenta a resistência vascular periférica. Por sua vez, a vasodilatação tem</p><p>uma resistência diminuída.</p><p>– É importante que exista um equilíbrio na resistência vascular periférica.</p><p>• DC = FC X VSE;</p><p>• VSE é influenciado por pré-carga, pós-carga e contratilidade.</p><p>• Pré-carga: retorno venoso, Complacência ventricular, Lei de Frank Starling.</p><p>• Pós carga: diâmetro dos grandes vasos, abertura e complacência das valvas e Resis-</p><p>tência vascular</p><p>• A frequência cardíaca é influenciada pelo sistema nervosa autônomo.</p><p>– O nervo vago também irriga o coração;</p><p>– Há também, nesse processo, um aumento da liberação de acetilcolina, que será res-</p><p>ponsável por diminuir na frequência cardíaca.</p><p>– Quando há um estímulo dos receptores e da quantidade de agentes simpáticos, que</p><p>têm a ver com adrenalina, a frequência cardíaca será aumentada.</p><p>– A contratilidade é a força que o coração possui para realizar a contração. Quando</p><p>o paciente sofre um choque cardiogênico porque teve algum problema específico</p><p>no musculo cardíaco, haverá um prejuízo em relação ao volume sistólico projetado,</p><p>causando uma queda da pressão arterial.</p><p>Complicações nos órgãos-alvo</p><p>• Coração: Doença Arterial Coronariana (angina e infarto agudo do miocárdio), Insufici-</p><p>ência Cardíaca (hipertrofia do músculo cardíaco), Fibrilação Atrial e morte súbita.</p><p>• Cérebro: Acidente Vascular tanto isquêmico quanto hemorrágico e demências.</p><p>– Há perda da cognição levando</p><p>à demência, chamada de demências vasculares.</p><p>20m</p><p>25m</p><p>5 www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Diretriz de HAS - Conceito, Epidemiologia e Fatores de Risco</p><p>CLÍNICA MÉDICA</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>TA</p><p>ÇÕ</p><p>ES</p><p>• Rins: Doença Renal Crônica com necessidade de terapia de substituição renal</p><p>(hemodiálise).</p><p>• Sistema arterial: doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) que colabora com o</p><p>aparecimento de outros problemas, como, por exemplo, a úlcera arterial e outros pro-</p><p>blemas de circulação periférica.</p><p>Fatores de Risco para Hipertensão Arterial</p><p>• O impacto genérico é de 30 a 50% (fatores de estilo de vida têm significância alta).</p><p>• Idade: enrijecimento progressivo e da perda de complacência das grandes artérias.</p><p>Em torno de 65% dos indivíduos acima dos 60 anos apresentam HAS.</p><p>• Sexta década de vida: maior prevalência e PA maior nas mulheres (inversão do risco</p><p>cardiovascular – hormônios).</p><p>• Etnia: risco maior em negros, mas no Brasil não mostrou diferenças (VIGITEL 2018)</p><p>a (24,9% versus 24,2%).</p><p>– No Brasil, existe uma grande miscigenação, portanto, esse fator não traz tantas dife-</p><p>renças (dados divergentes) com relação aos valores da população negra.</p><p>• Sobrepeso/Obesidade – IMC e CA (“sinal vital”, mas como medido na prática).</p><p>– Alerta para que os profissionais de saúde passem a verificar com mais frequên-</p><p>cia a circunferência abdominal para que se tenha parâmetros de comparação da</p><p>população.</p><p>• Ingestão de Sódio: superior a 2 g de sódio, o equivalente a 5 g de sal de cozinha</p><p>(NaCl). A população brasileira consome muito sal (costume de levar o saleiro à mesa)</p><p>e isso acaba impactando nos indicadores de pressão arterial.</p><p>– Medidas importantes: evitar levar o saleiro à mesa, evitar o consumo relacionado</p><p>aos alimentos industrializados, pois eles têm alto teor de sódio, para, inclusive ser</p><p>um fator de conservação desses alimentos, o alto teor de sódio causa uma desidra-</p><p>tação das bactérias e inibe o seu crescimento.</p><p>Sedentarismo:</p><p>• maior em mulheres.</p><p>30m</p><p>6 www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Diretriz de HAS - Conceito, Epidemiologia e Fatores de Risco</p><p>CLÍNICA MÉDICA</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>TA</p><p>ÇÕ</p><p>ES</p><p>Álcool:</p><p>• seis ou mais doses ao dia, o equivalente a 30 g de álcool/dia = 1 garrafa de cerveja</p><p>(5% de álcool, 600 mL); = 2 taças de vinho (12% de álcool, 250 mL); = 1 dose (42% de</p><p>álcool, 60 mL) de destilados (uísque, vodca, aguardente).</p><p>Fatores Socioeconômicos:</p><p>• menor escolaridade e condições de habitação inadequadas, além da baixa renda familiar.</p><p>Outros Fatores de Risco:</p><p>• drogas ilícitas, medicações sem prescrição, inibidores da monoaminaoxidase e os</p><p>simpatomiméticos, como descongestionantes nasais (fenilefrina), antidepressivos tri-</p><p>cíclicos (imipramina e outros), hormônios tireoidianos, contraceptivos orais, anti-infla-</p><p>matórios não esteroides, glicocorticoides, ciclosporina, eritropoietina, drogas ilícitas</p><p>(cocaína, cannabis sativa, anfetamina).</p><p>– Se uma pessoa tem o inibidor da monoaminaoxidase e ingere produtos fermentados</p><p>como, por exemplo, o vinho, pão, queijos ou carnes salgadas, haverá uma interação</p><p>com a tiramina e haverá um aumento da pressão arterial de forma significativa.</p><p>Apneia Obstrutiva do Sono (AOS):</p><p>• graus leve, moderado e grave da AOS mantém uma relação dose-resposta com a HÁ.</p><p>Novos FR (2016)</p><p>• Glicemia de jejum entre 100 mg/dl e 125 mg/dl;</p><p>• Hemoglobina glicada (hba1c) anormal;</p><p>• Obesidade abdominal (síndrome metabólica);</p><p>• PP (PAS-PAD) > 65 mmHg em idosos;</p><p>– A pressão de pu7lso refere-se a pressão sistólica menos a diastólica.</p><p>• História de pré-eclampsia (aumento pressórico na gravidez); e</p><p>• História familiar de HA (em hipertensos limítrofes).</p><p>Epidemiologia</p><p>• A doença cardiovascular é a 1ª causa de morte;</p><p>• A hipertensão arterial mata mais por suas lesões nos órgãos alvo (fator intermediário).</p><p>• Fatores primários:</p><p>35m</p><p>40m</p><p>7 www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Diretriz de HAS - Conceito, Epidemiologia e Fatores de Risco</p><p>CLÍNICA MÉDICA</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>TA</p><p>ÇÕ</p><p>ES</p><p>– Sedentarismo;</p><p>– Álcool;</p><p>– Aumento do colesterol;</p><p>• Desfecho (causas finais de morte):</p><p>– Infarto agudo do miocárdio;</p><p>– AVC;</p><p>– Doença renal crônica.</p><p>• A hipertensão não é a forma de primeira causa de morte muito comum, está mais pre-</p><p>sente em declaração de óbito como um fator secundário.</p><p>• No Brasil - 21,4% autodeclaração HAS.</p><p>• As medidas de PA aferidas e uso de medicação anti-hipertensiva: 32,3%.</p><p>• A prevalência de HA foi maior entre homens, além de, como esperado, aumentar com</p><p>a idade por todos os critérios, chegando a 71,7% para os indivíduos acima de 70 anos.</p><p>DIRETO DO CONCURSO</p><p>2. (IAOCP/2019) Pedro, 50 anos, recebeu a visita domiciliar da Equipe de Saúde da Fa-</p><p>mília e relatou dor de cabeça e história familiar de Hipertensão Arterial. Ao verificar a</p><p>pressão arterial, observou-se que Pedro apresentava-se hipertenso. É fator de risco</p><p>para a hipertensão:</p><p>a. eutrofia.</p><p>b. tabagismo.</p><p>c. prática regular de atividade física.</p><p>d. alto consumo de hortaliças.</p><p>COMENTÁRIO</p><p>No que se refere à eutrofia, prática de atividade física e alto consumo de hortaliças, trata-se</p><p>de fatores protetores para evitar a pressão arterial elevada. O tabagismo, por sua vez, é um</p><p>fator de risco muito importante para doença cardiovascular e entra como fator de risco de</p><p>maneira global, juntamente com a hipertensão para a doença cardiovascular.</p><p>8 www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? 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