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W BA 07 89 _V 1. 0 AUDITORIA EM FINANÇAS 2 Israel Horácio Almeida Silva Rafaela Souza Pereira São Paulo Platos Soluções Educacionais S.A 2021 AUDITORIA EM FINANÇAS 1ª edição 3 2021 Platos Soluções Educacionais S.A Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César CEP: 01418-002— São Paulo — SP Homepage: https://www.platosedu.com.br/ Diretor Presidente Platos Soluções Educacionais S.A Paulo de Tarso Pires de Moraes Conselho Acadêmico Carlos Roberto Pagani Junior Camila Braga de Oliveira Higa Camila Turchetti Bacan Gabiatti Giani Vendramel de Oliveira Gislaine Denisale Ferreira Henrique Salustiano Silva Mariana Gerardi Mello Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Tayra Carolina Nascimento Aleixo Coordenador Tayra Carolina Nascimento Aleixo Revisor Rafaela Souza Pereira Editorial Alessandra Cristina Fahl Beatriz Meloni Montefusco Carolina Yaly Mariana de Campos Barroso Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_________________________________________________________________________________________ Pereira, Rafaela Souza P436a Auditoria em finanças / Rafaela Souza Pereira, Israel Horácio Almeida Silva – São Paulo: Platos Soluções Educacionais S.A., 2021. 42 p. ISBN 978-65-89965-24-4 1. Auditoria em finanças. 2. Asseguração. 3. Compliance. I. Silva, Israel Horácio Almeida. II.Título. CDD 332 ____________________________________________________________________________________________ Evelyn Moraes – CRB-8 SP-010289/O © 2021 por Platos Soluções Educacionais S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A. 4 SUMÁRIO A auditoria e sua conceituação _______________________________ 05 Planejamento da auditoria ___________________________________ 21 Aplicação da auditoria em processos de negócios ____________ 38 O trabalho da auditoria em finanças _________________________ 56 AUDITORIA EM FINANÇAS 5 A auditoria e sua conceituação Coautoria: Rafaela Souza Pereira Coautoria: Israel Horácio Almeida Silva Leitura crítica: Tayra Carolina Nascimento Aleixo Objetivos • Apresentar conceitos de auditoria das demonstrações financeiras. • Exemplificar as normas brasileiras de contabilidade. • Analisar o trabalho do auditor, os procedimentos e execução na prática. 6 1. A auditoria e os aspectos conceituais. A origem da palavra auditoria vem do latim audire, sendo utilizado pelos ingleses no século passado com objetivo de exemplificar uma técnica contábil de revisão (auditing). Atualmente, esta ferramenta continua proporcionando para pequenas e grandes empresas um modelo de revisão de procedimentos contábeis que são utilizados para assegurar que haja qualidade da informação, além de oferecer aos stakeholders um grau de confiança aceitável sobre os demonstrativos financeiros. De maneira bem simplificada, Crepaldi (2019, p. 8) definiu a auditoria como sendo: “o procedimento de levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade”. O contexto da auditoria no Brasil, começou em 1976, com a implantação da Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76, art. 177), no qual ficou determinado que as demonstrações financeiras ou contábeis das companhias abertas (ações negociadas em Bolsa de Valores) seriam obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Contudo, somente em 1999 que a CVM divulgou a Instrução Normativa nº 308, que descreveu sobre o registro e o exercício da atividade de auditoria, além de trazer no seu contexto os deveres e responsabilidades das entidades auditadas no relacionamento com os auditores independentes. Já em 2005, houve o protagonismo das normas internacionais de contabilidade inicialmente conhecidas como International Accounting Standards Board (IASB). Porém, somente em 2008, um ano após a promulgação da Lei n. 11.638/07, novas alterações significativas foram realizadas para a contabilidade brasileira. Foi neste momento que houve a total convergência com as IFRS (International Financial Reporting Standards), ou seja, as normas internacionais de contabilidade, desde 7 então, todo o mundo passou a adotar um único padrão para elaboração dos demonstrativos financeiros. Logo, a partir deste cenário, as demonstrações financeiras passaram a pertencer um seleto grupo de dados que atuam como instrumento para realização de análise financeiras, tais como: análise de capital; indicação de viabilidade; alavancagem financeira; e até mesmo a expectativa futura da empresa. Portanto, é necessário que seja realizada uma revisão como medida de segurança para avaliar o nível de confiança das informações, e que isso seja executado por um profissional independente – o auditor. Figura 1 – Verificação de demonstrativos Fonte: gece33/iStock.com. Embora o procedimento de auditoria para qualquer organização seja de extrema importância, a Lei n. 11.638/07, criou condições de obrigatoriedade para empresas que deverão submeter os seus demonstrativos financeiros ao exame de auditoria, sendo elas: 8 • Empresas consideradas de grande porte, com ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões. • Sociedades anônimas de capital aberto. • Instituições financeiras (bancos, financeiras, distribuidoras, corretoras, entre outras). • Companhias de seguros. • Fundos de previdência complementar. • Fundações públicas ou privadas consideradas de interesse público. • Empresas subordinadas a agências reguladoras, por exemplo: ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica); ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações); ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), entre outras. Além das indicações anteriores, cabe ressaltar que em 2013, a Receita Federal do Brasil (RFB), com base na versão 3.3.7 do SPED Contábil, determinou a obrigatoriedade do preenchimento do campo referente ao nome da auditoria externa (auditor independente) para todas as empresas que são obrigadas a enviar esta declaração acessória. Com isso, as empresas necessitam se adequar para atender a obrigatoriedade da auditoria, e todos os procedimentos que são necessários na condução dos trabalhos. Dessa forma, deve-se aplicar as normas de auditoria, que vão desenhar um caminho a ser seguido pelo auditor, começando pela fase de planejamento, identificação dos riscos, materialidade, execução dos exames, testes de amostragem, exames adicionais ou específicos e, por fim, a emissão do relatório de auditoria. 9 2. Principais normas aplicáveis aos trabalhos de auditoria As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos aplicados da Ciência Contábil que podem ser classificadas como: • NBC TG – Geral. • Normas Completas. • Normas Simplificadas para PMEs. • Normas Específicas. • NBC TSP – do Setor Público. • NBC TA – de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica. • NBC TASP – de Auditoria de Informação Contábil Histórica Aplicável ao Setor Público. • NBC TR – de Revisão de Informação Contábil Histórica. • NBC TO – de Asseguração de Informação Não Histórica. • NBC TSC – de Serviço Correlato. • NBC TI – de Auditoria Interna. • NBC TP – de Perícia. Segundo Crepaldi (2019), desde 1972, as normas de auditoria estão em vigor pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em conjunto com o Instituto de Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), 10 além da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Banco Central do Brasil (BACEN) e da Superintendênciade Seguros Privados (SUSEP). As normas de auditoria têm como objetivo orientar os procedimentos que serão executados durante os exames de auditoria até a emissão do relatório. Existem normas que estão associadas à execução do trabalho, à estrutura, à amostragem e ao relatório final, porém, todas elas têm como fundamento auxiliar o auditor na condução dos trabalhos. Para exemplificar a identificação das normas, apresentamos a seguir um quadro com as principais normas utilizadas pelos auditores em finanças: Quadro 1 – principais normas utilizadas pelos auditores em finanças NBC Nome da Norma NBC TA 200 (R1) Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria. NBC TA 230 (R1) Documentação de Auditoria. NBC TA 240 (R1) Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude, no Contexto da Auditoria de Demonstrações Contábeis. NBC TA 260(R2) Comunicação com os Responsáveis pela Governança. NBC TA 265 Comunicação de Deficiências de Controle Interno. NBC TA 300 (R1) Planejamento da Auditoria de Demonstrações Contábeis. NBC TA 315 (R1) Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e do seu Ambiente. NBC TA 320 (R1) Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria. NBC TA 330 (R1) Resposta do Auditor aos Riscos Avaliados. 11 NBC TA 450 (R1) Avaliação das Distorções Identificadas durante a Auditoria. NBC TA 500 (R1) Evidência de Auditoria. NBC TA 505 Confirmações Externas. NBC TA 520 Procedimentos Analíticos. NBC TA 530 Amostragem em Auditoria. NBC TA 540 (R2) Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive do Valor Justo, e Divulgações Relacionadas. NBC TA 550 Partes Relacionadas. NBC TA 560 (R1) Eventos Subsequentes. NBC TA 570 Continuidade Operacional. NBC TA 610 Utilização do Trabalho de Auditoria Interna. NBC TA 620 Utilização do Trabalho de Especialistas. NBC TA 700 Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis. NBC TA 705 Modificações na Opinião do Auditor Independente. Fonte: adaptado de CFC (2021). Além das normas técnicas que auxiliam o profissional nos procedimentos que serão executados para desenvolver o trabalho de auditoria em finanças, existem outras normas que regulamentam o profissional de auditoria (o auditor), sendo elas: 12 Quadro 2 – Outras normas regulamentadoras da atividade do auditor NBC Nome da Norma NBC PA 01 Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes. NBC PA 11 Revisão Externa de Qualidade pelos Pares. NBC PA 13 (R3) Exame de Qualificação Técnica. Resolução 1.495 Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI). NBC PA 400 Independência para Trabalho de Auditoria e Revisão. NBC PO 900 Independência para Trabalho de Asseguração Diferente de Auditoria e Revisão. NBC PA 13 (R3) Exame de Qualificação Técnica. Fonte: adaptado de CFC (2021). As normas técnicas ou profissionais de auditoria são fundamentais para auxiliar o profissional a exercer a sua atividade com ceticismo e, além disso, atender aos regulamentos vigentes, uma vez que, durante os exames de campo, os auditores deverão examinar evidências extraídas dos registros contábeis e financeiros do cliente e estes dados irão fundamentar a opinião do auditor – ambas características estão descritas nas normas que as fundamentam como parte integrante de uma auditoria objetiva e eficiente. As normas de auditoria, juntamente com os procedimentos para sua implementação, estabelecem a ordem e a disciplina na realização do trabalho. E o que é mais importante, a observância dessas normas leva à realização de auditorias completas e objetivas, com resultados e recomendações palpáveis, por meio de fundamentos passíveis de serem justificados. https://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001201 13 3. Procedimentos de auditoria em finanças Para iniciar os trabalhos de auditoria é necessário conhecer os procedimentos que serão executados ao longo das atividades, e que estes serão de suma importância para garantir que haja segurança razoável nos dados que serão coletados e analisados pelo auditor em finanças. Como ponto de partida temos a fase de planejamento dos trabalhos, regida pela NBC TA 300 (R1), que trata da estratégia global para o trabalho, além do desenvolvimento dos exames que serão executados durante o plano de trabalho. Elaborar um bom planejamento é uma ferramenta necessária para auxiliar o auditor a atingir o objetivo da auditoria financeira e alcançar o resultado esperado. Para isso, existem várias maneiras, entre elas: • Auxiliar o auditor a obter maior dedicação para áreas mais arriscadas da empresa. • Auxiliar o auditor a mensurar os riscos e aplicar exames amostrais que possam avaliar as distorções relevantes de forma tempestiva. • Auxiliar o auditor a conseguir manter o escopo do trabalho de forma organizada, buscando um resultado eficaz e eficiente. • Auxiliar o auditor a selecionar uma equipe de profissionais com nível adequado de capacitação e expertise técnica. • Auxiliar o auditor a desenvolver a capacidade de supervisionar todas as atividades necessárias para um bom desenvolvimento do trabalho. • Auxiliar, se for o caso, na coordenação do trabalho realizado por outros auditores e especialistas. 14 Figura 2 – Planejamento do trabalho de auditoria Fonte: Worawee Meepian/iStock.com. Após o planejamento da auditoria em finanças, começaremos a fase de avaliação dos riscos. Nesta fase, o auditor irá atuar de forma a identificar quais são as áreas que merecem maior dedicação operacional na fase de testes, amostra, entrevistas e/ou quaisquer dados adicionais que suportem e garantam uma segurança desses dados. Para esta avaliação é necessário o prévio conhecimento da NBC TA 315 (R1) (2016, p. 2), que traz consigo o conceito de avaliar o risco, como sendo: Avaliar os riscos de distorção relevante independentemente se causados por fraude ou erro, nos níveis da demonstração contábil e das afirmações, por meio do entendimento da entidade e do seu ambiente, inclusive do controle interno da entidade, proporcionando assim uma base para o planejamento e a implementação das respostas aos riscos identificados de distorção relevante. (CFC, 2016, p. 2) 15 Nesta fase, temos procedimentos para avaliação de risco que devem fornecer uma base para o auditor avaliar o potencial risco de encontrar uma distorção relevante, portanto, neste momento é crucial que o profissional se utilize de técnicas que possam auxiliá-lo a tomar decisões mais assertivas. Entre elas, o auditor deve avaliar: a. Risco de afirmação: sejam elas declarações emitidas pela alta administração da empresa, que podem afetar potencialmente todas as demonstrações contábeis. b. Risco de negócio: seja ele um risco que pode afetar a continuidade da empresa, e consequentemente os acionistas. c. Risco de controle interno: seja ele um risco referente a não confiabilidade dos relatórios financeiros que serviram de base para análise dos auditores. d. Risco significativo: seja ele um risco relevante que irá afetar total as informações contábeis e financeiras e que neste caso, vai afetar a emissão do relatório do auditor. Assim, todas as avaliações de riscos devem ser consideradas para que o auditor possa ter segurança na execução dos próximos procedimentos de auditoria financeira. Dando seguimento na próxima etapa, teremos a fase de elaboração da materialidade, descrita de forma mais exemplificada por meio da NBC TA 320 (R1). Assim, podemos discorrer que o conceito de materialidade é amplamente discutido como um pilar necessário ao bom desenvolvimento do trabalho, uma vez que este procedimento é uma questão de julgamento profissional do auditor. Ainda segundo a NBC TA 320 (R1), para realização de uma auditoria, a materialidade deve ser considerada como o valor ou valores fixadospelo profissional de auditoria, inferiores ao considerado relevantes para distorcer as demonstrações contábeis, portanto, seria aceitável encontrá-la, e isso não afetaria a resposta da opinião do auditor em 16 finanças. Porém, se a encontrar, de forma superior, isto poderá afetar a opinião na emissão do relatório. Na próxima etapa, temos dois procedimentos essenciais e complementares. A primeira delas é a fase de elaboração dos procedimentos analíticos descritos pela NBC TA 520, e a segunda é a fase das amostragens de auditoria, regido pela NBC TA 530. Ambas as fases, estão correlacionadas com o objetivo de realização de testes substantivos e procedimentos analíticos que servirão de base para assegurar razoabilidade das informações contábeis e financeiras. Figura 3 – Exames analíticos Fonte: ktasimarr/iStock.com. Para assegurar que existem controles suficientes e adequados, o auditor irá proceder com testes amostrais para validar todo o conjunto das demonstrações contábeis. Neste caso, o auditor usa o conceito de amostragem estatística e não estatística na definição e seleção da 17 amostra de auditoria, na execução de testes de controles e de detalhes e na avaliação dos resultados da amostra. Já a elaboração dos procedimentos analíticos tem como fundamento avaliar as informações contábeis e financeiras por meio de análises de dados. Os procedimentos analíticos correspondem ao exame necessário das flutuações ou relações identificas que são inconsistentes com outras informações relevantes, ou que de alguma forma se diferem dos valores esperados. Após a execução de todas as etapas anteriores, o auditor já pode começar a emitir o seu relatório contendo a sua opinião baseado em todas as respostas dos procedimentos anteriores. A norma que trata deste tema é a NBC TA 700, chegando, portanto, a fase de formação da opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis. Esta norma em especial, trata da responsabilidade que o auditor em finanças deve ter para emitir sua opinião sobre informações financeiras, e o resultado que isso poderá ocasionar nas empresas e nos usuários externos. Para atingir o objetivo da auditoria, neste momento, o profissional auditor deve formar a sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, sendo que esta opinião está fomentada a partir da avaliação de risco, do valor da materialidade, dos procedimentos analíticos e dos testes de amostragem para assegurar razoabilidade sobre o tema. Vale salientar que o auditor também deverá levar em consideração, na formação da sua opinião, os itens descritos na NBC TA 705, sendo eles: 1. O auditor deve expressar uma opinião não modificada quando concluir que as demonstrações contábeis foram elaboradas, 18 em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. 2. O auditor deve modificar sua opinião quando concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes; ou não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes. As exigências desta norma têm como objetivo propiciar o equilíbrio apropriado entre a necessidade de consistência e comparabilidade do relatório do auditor em mercado globalizado e a necessidade de aumentar o valor do relatório do auditor ao tornar as informações nele contidas mais relevantes para os usuários. Por fim, a responsabilidade do auditor em finanças, perpassa por todos os procedimentos executáveis da auditoria. Temos como ponto inicial a fase de planejamento dos trabalhos, que servirá de caminho para a execução dos trabalhos, mas que também irá nortear todos os procedimentos que serão executados. Em seguida, conhecemos a fase de avaliação dos riscos, que são fundamentalmente importantes para dedicar maior tempo e esforço do auditor para as áreas mais estratégicas da empresa. Logo em seguida, temos a avaliação da materialidade, ponto este que o auditor se utiliza para parâmetro financeiro das distorções relevantes ou não relevantes. Ainda assim, no próximo ciclo, temos os procedimentos analíticos e os testes por amostragem estatística. Estes procedimentos irão validar e avaliar todos os controles internos da empresa, além de atestar seguridade dos dados apresentados. Após todas essas etapas, chegamos à emissão do relatório do auditor, que estará apoiado nas fases anteriores, a fim de garantir uma opinião não modificada. 19 Referências ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: abordagem moderna e completa. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2019. ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018. CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 200 – Objetivos gerais do auditor independente. Altera a NBC TA 200 que dispõe sobre [...]. Brasília: CFC, 2009. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/ NBCTA200(R1). Acesso em: 4 dez. 2019. CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 300 – planejamento da auditoria de demonstrações contábeis. Altera a NBC TA 300 que dispõe sobre o planejamento da auditoria de demonstrações contábeis. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/ NBCTA300(R1). Acesso em: 4 jun. 2021. CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 315 – Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante por meio do entendimento da entidade e do seu ambiente. Altera a NBC TA 315 que dispõe sobre [...]. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/ NBCTA315(R1). Acesso em: 4 jun. 2021. CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 320–Materialidade no planejamento e na execução da auditoria. Altera a NBC TA 320 que dispõe sobre [...]. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: https://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_ sre.aspx?codigo=2016/NBCTA320(R1). Acesso em: 4 jun. 2021. CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 520–Procedimentos analíticos. Aprova a NBC TA 520–Procedimentos Analíticos. Brasília: CFC, 2009. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001221. Acesso em: 4 jun. 2021. CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 530–Amostragem em auditoria. Aprova a NBC TA 530–Amostragem em Auditoria. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001222. Acesso em: 4 jun. 2021. CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 700–formação da opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis. Dá nova redação à NBC TA 700 que dispõe sobre [...]. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTA700.pdf. Acesso em: 4 jun. 2021. 20 CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 705–modificações na opinião do auditor independente. Dá nova redação à NBC TA 705 que dispõe sobre [...]. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/ NBCTA705.pdf. Acesso em: 4 jun. 2021. CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2019. 21 Planejamento da auditoria Coautoria: Rafaela Souza Pereira Coautoria: Israel Horácio Almeida Silva Leitura crítica: Tayra Carolina Nascimento Aleixo Objetivos • Tratar do risco de distorções relevantes. • Conhecer sobre a responsabilidade do auditor na realização da auditoria sobre demonstrações contábeis. • Descrever os procedimentos e programas que são utilizados na auditoria das demonstrações financeiras. 22 1. Conceitos aplicáveis durante a fase de planejamento da auditoria O auditor em finanças tem como ponto de partida em seus trabalhos de auditoria o planejamento, mecanismo este desenvolvidocom o intuito de planejar as estratégias de seu trabalho em consonância com as Normas Brasileiras de Contabilidade. Para atentar às necessidades de planejamento e análises que deverão ocorrer durante esta fase, o auditor pode contar com a NBC TA 300, que trata especificamente do tema. Em primeiro lugar, para que o profissional possa analisar as estratégias que serão executadas durante a fase de planejamento, é importante que siga as principais orientações descritas nas normas aplicáveis à auditoria, além de atentar para a necessidade de cada negócio, pois ambas caraterísticas serão necessárias durante os procedimentos que serão executados, para que assim possam atender minimamente a segurança das informações contábeis e posterior emissão do parecer (opinião). 23 Figura 1 – Iniciando os trabalhos com um bom planejamento em equipe Fonte: Ridofranz/iStock.com. O planejamento de auditoria deve ter um fluxo de forma adequada ao nível de conhecimento sobre as atividades, observando fatores econômicos, patrimoniais além de focar juntamente com a legislação aplicável e as práticas operacionais da entidade e o nível geral de competência de sua administração. Os trabalhos do auditor deverão ser iniciados com a elaboração da estratégia global, que será o fator principal para que haja uma execução satisfatória. A fase de planejamento envolve o sócio do trabalho (responsável técnico) e outros membros importantes da equipe de auditoria, com o objetivo de oferecer uma discussão adequada a estratégia do trabalho. 24 Conforme estabelece a NBC TA 300 (R1) (2016), o profissional de auditoria deve realizar as seguintes atividades no início do trabalho: a. Realizar os procedimentos exigidos pela NBC TA 220 – Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações Contábeis. b. Avaliação da conformidade com os requisitos éticos, inclusive independência. c. Estabelecimento do entendimento dos termos do trabalho, conforme exigido pela NBCTA 210 – Concordância com os Termos do Trabalho de Auditoria. A eficácia de um bom planejamento global da auditoria torna o processo mais seguro e, portanto, traz maiores garantias de que os procedimentos executados avaliarão a natureza, a época e a extensão. Além disso, poderão ser executados outros procedimentos adicionais independentemente da materialidade ou do risco, somente tendo como base o julgamento do auditor. Para os trabalhos de auditoria em finanças, faz-se necessário atentar aos riscos de auditoria e, como exemplo, tem-se a NBC TA 315 que trata da identificação e avaliação de riscos e distorções que sejam detectados e examinados pelo auditor diante das áreas importantes da empresa auditada, podendo tratar do volume de transações ou de outras questões ligadas à complexidade de suas atividades, da natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria a serem aplicados; a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas. O uso dos trabalhos de auditores independentes que já desenvolveram auditorias anteriores, torna o planejamento do auditor em questão mais bem direcionado, uma vez que solicitado de modo formal junto a empresa auditada, podendo, assim, auxiliar em compreender a natureza, o conteúdo e a oportunidade dos documentos emitidos diante da auditoria em finanças. 25 O auditor em finanças, em seus trabalhos com base no planejamento, deve tomar ciência da necessidade de atender a prazos estabelecidos desde o primeiro momento até o momento em que a entidade em questão recebe o relatório de auditoria, a fim de prestar informações aos demais usuários externos. Para concluir, o planejamento da auditoria em finanças tem como foco atentar para cada etapa do trabalho, e assim, desenvolver uma estratégia que atenda a execução de forma satisfatória avaliando a natureza, a oportunidade e a extensão dos trabalhos. 1.1 Registro e autenticidade no planejamento O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes para dar início aos exames substantivos, principalmente o aprofundamento em práticas contábeis adotadas por cada entidade auditada, ou seja, é necessário verificar todas e quaisquer situações que possam provocar distorções relevantes ao analisar as demonstrações contábeis. Com isso, o profissional em auditoria deve ter conhecimento detalhado dos controles internos da entidade que será auditada, e, para isso, ele deve entrevistar a alta administração, além dos membros-chaves de cada área. Após o mapeamento das informações, e de posse da estratégia global da auditoria, o planejamento será direcionado para cada unidade gerencial a fim de garantir que os controles estejam sendo executados de forma satisfatória. Posteriormente, a identificação dos riscos, chegamos à elaboração dos programas de auditoria que devem ser preparados por escrito ou por outro meio de registro, a fim de facilitar o entendimento dos procedimentos de auditoria que serão aplicados, e posteriormente propiciarão uma orientação mais apropriada para a divisão do trabalho entre a equipe. O auditor deve atentar à extensão dos exames, a 26 natureza e o risco determinado de cada área, a fim de examinar com razoabilidade todos os aspectos relevantes. Figura 2 – Autenticidade dos documentos Fonte: seb_ra/iStock.com. O trabalho de auditoria em finanças tem como forma de autenticidade a intenção de ficar clara e com transparência para todo o momento de existência da empresa, bem como na aplicação dos trâmites e a extensão com que os exames serão efetuados. 1.2 A importância do planejamento de auditoria em finanças A auditoria em finanças preza pela elaboração desde o planejamento até a aplicação do programa de auditoria propriamente dito, provocando, assim, um guia de instrumento de controle nos procedimentos e trabalhos em questão para a execução da auditoria em finanças, devendo abranger todas as áreas a serem examinadas pelo auditor independente. 27 Um bom planejamento, trata, por exemplo, os tipos dos saldos de abertura do exercício não contendo possíveis representações possivelmente errôneas ou inconsistentes, gerando possíveis distorções nas demonstrações contábeis do exercício atual. A necessidade de se aplicar exames da adequação dos saldos de encerramento do exercício anterior com prática de ajustes aos saldos de abertura do exercício atual; também a verificação se as práticas contábeis adotadas no atual exercício são uniformes com as adotadas no exercício anterior. Para o auditor em finanças é importante a identificação de fatos relevantes que possam vir a afetar as atividades da entidade auditada, isto é, caso a sua situação patrimonial e financeira demonstre algum tipo de identificação de relevantes eventos subsequentes ao exercício anterior, revelados. O planejamento para tratar de forma essencial, deve construir um procedimento extremamente utilizado chamado de Plano de Auditoria, ou também como Programa de Auditoria, dos quais resultam na composição onde são considerados partes do planejamento da auditoria. Em outras palavras, o profissional em auditoria que foca nas finanças com o intuito de promover um grau de confiabilidade com base nas demonstrações contábeis, deve preparar todo o planejamento da auditoria como um processo que se inicia na fase de avaliação para a contratação dos serviços. Esta etapa é de suma importância, pois trata-se exatamente de todo o levantamento e busca das informações pertinentes para conhecer, definir e alinhar o tipo de atividade da entidade, a sua complexidade, a legislação que deve ser estudada e aplicável, os relatórios que serão aplicados, tipos de testes e aplicabilidade ao que define os trabalhos, 28 a fim de serem emitidos pelo relatório de auditoria, para, assim, determinar a natureza do trabalho a ser executado. A conclusão por parte de todo o trabalho de planejamento da auditoria em finanças, resulta no seu desfecho só quando o auditor completar todas as buscas e levantamentopara os trabalhos em questão. 2. O planejamento na prática da auditoria em finanças O planejamento dos trabalhos de auditoria em finanças tem como principais objetivos dentro do planejamento da auditoria, alguns pontos marcantes, como a obtenção pelo conhecimento das atividades da entidade, tendo, assim, que identificar situações e/ou transações relevantes que afetem as demonstrações contábeis. O auditor necessita atender durante todo o trabalho, desde o planejamento até o cumprimento dos serviços contratados, sendo este um cordial cumprimento das atividades dentro dos prazos e compromissos previamente estabelecidos. Nesse contexto, deve assegurar que as áreas de alto nível dentro da entidade e os valores expressivos contidos em suas demonstrações contábeis recebam a atenção requerida para que não haja nenhuma perda de informação. Dentro do tópico com foco no planejamento, se faz importante identificar os problemas em potenciais da entidade que afetam diretamente as demonstrações contábeis, levando a uma busca embasada por identificar a legislação aplicável à entidade. A busca pelas informações sobre a empresa auditada, assim como aplicar a comparabilidade das demonstrações contábeis de dois 29 exercícios que estejam sendo analisados e, depende exclusivamente dos procedimentos contábeis. Estes, por sua vez, são aplicados em uma linha de raciocínio de formato uniforme, sem procedimentos adotados em caráter equivocado, pelo contrário, há todo uma segurança e sigilo com as informações. Com os trabalhos sendo planejados de forma minuciosa, é preciso estabelecer a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos a serem efetuados, em consonância com os termos constantes na sua proposta de serviços para a realização do trabalho. Todo bom planejamento deve ser estruturado com a definição e forma de divisão das tarefas entre os integrantes da equipe de trabalho, quando houver. Dessa forma, facilita-se, assim, uma boa supervisão dos serviços executados. A necessidade em provocar a coordenação do trabalho tomando como base a todo instante o planejado e bem efetuado pelo auditor em finanças e sua equipe, busca coordenar todo o trabalho a ser efetuado, e tem como objetivo final a atenção em identificar os prazos para entrega de relatórios de auditoria decorrentes do trabalho contratado com a entidade em questão. 2.1 Elaboração do planejamento de auditoria em finanças O auditor em finanças deve atuar de forma imparcial, tendo como principal objeto a elaboração sistemática sobre as informações no que diz respeito às demonstrações contábeis, devendo este poder avaliar os fatores econômicos, financeiros e patrimoniais desta empresa auditada. Para estender o raio de captura a um nível geral da atividade econômica e diretamente com a área de atuação da entidade, tais fatores podem impactar seu desempenho, como: 30 • Níveis de inflação, crescimento, recessão. • Deflação, desemprego, situação política, entre outros. • As taxas de juros e as condições de financiamento. • As políticas governamentais, tais como monetária, fiscal, cambial. • Tarifas para importação e exportação e controle sobre capitais externos. Ao efetuar a análise inicial, o auditor em finanças necessita verificar possíveis fatores, como fora mencionado, que servirão de base para identificar riscos e impactos relevantes que porventura possam afetar a continuidade operacional, bem como a saúde financeira da entidade. A prática do auditor em finanças pode ser aplicada com uma certa periodicidade, com vistas a verificar possíveis contingências fiscais, legais, trabalhistas, previdenciárias, comerciais, ambientais, obsolescência de estoques e imobilizações e outros aspectos do negócio com impacto potencial nas demonstrações contábeis. Recomenda-se ao auditor de finanças que atue de acordo com tais circunstâncias, e que sejam discutidas, e previamente analisadas, entre o auditor e a alta administração da entidade auditada. Segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade a NBC T11.4 (CFC, 2005) que trata especificamente sobre o planejamento de auditoria, e seu item 11.4.1.13 afirma: As informações obtidas quando da avaliação dos serviços, conforme previsto nas Normas Profissionais de Auditor Independente aprovadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, devem servir de base, também, para a elaboração do Planejamento da Auditoria, sendo esta uma etapa subsequente àquela. (CFC, 2005, [s.p.]) 31 O auditor em finanças deve ter todo embasamento legal, assim, trata de forma imparcial e com informações fidedignas para apresentar o seu relatório de auditoria todo estruturado com forte influência e informações do planejamento em questão. 2.2 Aplicabilidade dos procedimentos de avaliação aos riscos e distorções na auditoria em finanças Para que se tenha êxito em todo o trabalho, é necessário, inicialmente, que o profissional em auditoria tome como ponto de partida e seja bem- sucedido o seu planejamento. Com isso, em seguida, de forma dinâmica, faz-se necessária uma aplicação dos procedimentos pelo auditor com a averiguação de possíveis riscos iminentes à saúde financeira da empresa auditada, de forma direcionada ao conhecimento detalhado das práticas contábeis adotadas pela entidade. Quando os trabalhos em questão iniciam, nada pode modificar nem sequer haver algum tipo de alteração tanto por parte das práticas contábeis, assim como das próprias informações financeiras causando possíveis modificações na comparabilidade das demonstrações contábeis. Ainda no planejamento da auditoria em finanças, quando constatado, deve-se criar a necessidade de imediato nos trabalhos, e a comparabilidade das práticas contábeis adotadas no exercício com as adotadas no exercício anterior. Logo em seguida, e preciso dimensionar seus efeitos na posição patrimonial e financeira, e no resultado da entidade. Para os trabalhos de auditoria em finanças, faz jus a um excelente conhecimento prévio da legislação aplicável aos trabalhos, e à aplicabilidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. É preciso ter um bom conhecimento sobre informações dos impostos existentes, e também das taxas e contribuições, ou seja, a tributação para esta 32 empresa em questão. As contribuições sociais a que a empresa auditada esteja sujeita, assim com a regulamentação do setor em específico pelas atividades. Na prática, os trabalhos de auditoria em finanças, buscam, juntamente com as entidades que estas têm sua responsabilidade, gerir suas informações com responsabilidade pelo registro, controle, análise e aprovação das transações. O fato da aplicabilidade do relatório de auditoria nas finanças, torna um processo de autenticidade, e garante um de nível de competência da administração auditada, tornando fundamental para que o auditor tenha uma percepção razoável dos trabalhos com uma garantia e razoabilidade diante das demonstrações contábeis. 3. Conhecendo as responsabilidades do auditor em finanças com as informações financeiras e patrimoniais da empresa auditada O processo de elaboração do planejamento da auditoria deve seguir as etapas de análises necessárias à condução de uma estratégia global adequada e que poderá mitigar os riscos no processo de execução. O cronograma de trabalho a ser executado por intermédio de todo o planejamento, deve ficar evidenciado nas áreas ou unidades das partes relacionadas que serão atingidas pela auditoria, a fim de comprovar que todos os compromissos assumidos junto da entidade auditada serão cumpridos. Por exemplo, as responsabilidades do auditor frente às informações financeiras que serão tratadas de forma segura, e a confiabilidade diante de todos os usuários. O auditor de finanças deverá seguir seus trabalhos envolvendo toda a responsabilidade por intermédio da aplicabilidade do zelo, 33 compromisso, imparcialidade, além de extremo cuidado, considerando a ocorrência dos fatos que se apresentaram relevantes. Dessaforma, pode-se, assim, afetar a entidade e a sua opinião sobre as demonstrações contábeis. Quando dá-se início ao planejamento e a todos os procedimentos, o auditor em finanças deve star atento aos possíveis riscos de auditoria, tornando, assim, uma das fases de maior relevância. Nessa fase de planejamento, faz-se importante efetuar toda a avaliação dos riscos de auditoria para que os trabalhos tenham segmentos de forma adequada, evitando a apresentação de informações errôneas nas demonstrações contábeis. Os trabalhos realizados pelo auditor em finanças diante das responsabilidades e execução dos procedimentos, faz com que a auditoria em finanças consiga alcançar os programas de auditoria embasados. Assim, estes devem ser revisados permanentemente, como forma de o auditor poder, em seguida, avaliar as modificações nas circunstâncias e os seus reflexos na extensão, ao ter como grande atenuante a oportunidade e a natureza dos procedimentos desta auditoria com o foco nas finanças a serem aplicadas. Vale salientar que ao auditar mais de um ano consecutivo, o auditor promove mecanismos de controles que vão auxiliá-lo a tomar decisões de análise de risco mais consistentes durante a execução do trabalho. Assim, nesta fase de elaboração dos testes o auditor poderá acessar os papéis de trabalho do ano anterior de forma usual, a fim de contribuir para uma avaliação mais completa sobre os aspectos de controle interno das organizações. A atividade de auditoria em finanças, busca atuar de forma relevante para o aprimoramento da entidade auditada, ou seja, com a apresentação e a entrega do relatório de auditoria aplicado em todos os níveis de uma organização, os processos se tornam mais 34 efetivos tratando de forma mais eficaz pela busca e gerenciamento de possíveis riscos aderentes às boas práticas, aumentando, desta forma, a capacidade da organização em atingir seus objetivos estratégicos e operacionais. 3.1 Iniciando um planejamento de auditoria em finanças Durante a realização da primeira auditoria numa entidade, a partir dos trabalhos de auditoria em finanças, o auditor precisa tomar alguns cuidados em específico. Em uma entidade que nunca foi auditada, por exemplo, esta situação irá requerer uma atenção por parte do auditor em finanças, visto que ela não tem experiência anterior de um trabalho de auditoria para que seja tomado um parâmetro de evolução, ou sequer observar se estas informações já passaram por um olhar técnico e crítico após elaboradas estas demonstrações contábeis. Porém, quando a entidade é auditada no período anterior, e há a participação de outro auditor em finanças, esta situação permite uma orientação sobre o que fora adotado, e será necessário para que o auditor em finanças do ano vigente consiga ter referências e balizar suas informações para verificar e apurar melhoras ou aplicação do planejamento em questão. Em alguns casos, quando a entidade ainda não foi auditada no período em exercício anterior, tal situação requer atenção do auditor em finanças, porquanto as demonstrações contábeis que servirão como base de comparação não foram auditadas Assim sendo, nessas circunstâncias, o auditor em finanças deve incluir junto ao seu planejamento de auditoria uma análise das informações auditadas, informações essas que devem ser averiguadas, como: os saldos de abertura; os procedimentos contábeis adotados; a 35 uniformidade dos procedimentos contábeis; a identificação de relevantes eventos subsequentes ao exercício anterior; e s revisão dos papéis de trabalho do auditor anterior. O planejamento de auditoria em finanças necessita abordar, de forma prática, todas as atividades que estruturam desde a primeira etapa da metodologia de auditoria com foco no próprio planejamento de cada etapa e procedimentos. Quanto melhor for o planejamento do trabalho, mais assertivo e com maior qualidade serão os resultados da auditoria. 3.2 Informações relevantes e revisão do planejamento de auditoria em finanças Um dos procedimentos adicionais que o auditor deverá executar ao finalizar o seu relatório é a observância de eventos subsequentes a data do seu relatório, no qual, poderá ocorrer situações que haverá impacto significativo ou não nas demonstrações contábeis e/ou financeiras. Esta análise deve ocorrer com o objetivo de assegurar que, no período subsequente à divulgação das demonstrações financeiras, outras informações adicionais foram analisadas pelo auditor e considerada durante a elaboração do seu relatório final. Ao discutir os procedimentos e aplicar diante de demandas e problemáticas da administração da entidade, este momento será importante para averiguar e apreciar as demonstrações contábeis do exercício tenham sido examinadas. 36 Figura 3 – Fluxo do planejamento de auditoria Fonte: elaborada pelo autor. A qualidade em poder aplicar diretamente nos trabalhos de auditoria em finanças, trata-se de um atributo que começa a ser construído desde o início do processo, ou seja, desde a concepção na fase de planejamento. Por fim, é fundamental que em todo o trabalho, incluindo quando se trata de uma problemática que envolve a saúde financeira da empresa, isto seja primordial a fim de assegurar que os objetivos da auditoria sejam alcançados em sua plenitude e com qualidade. Referências ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: abordagem moderna e completa. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2019. CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC nº 1.035/05. Aprova a NBC T 11.4 – Planejamento da Auditoria. Brasília: CFC, 2009. Disponível em: https:// www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1035.pdf. Acesso em: 15 abr. 2021. CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 300 – planejamento da auditoria de demonstrações contábeis. Altera a NBC TA 300 que dispõe sobre o planejamento da auditoria de demonstrações contábeis. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/ NBCTA300(R1). Acesso em: 4 jun. 2021. about:blank about:blank 37 CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 315 – Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante por meio do entendimento da entidade e do seu ambiente. Altera a NBC TA 315 que dispõe sobre [...]. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/ NBCTA315(R1). Acesso em: 4 jun. 2021. 38 Aplicação da auditoria em processos de negócios Coautoria: Rafaela Souza Pereira Coautoria: Israel Horácio Almeida Silva Leitura crítica: Tayra Carolina Nascimento Aleixo Objetivos • Avaliar os procedimentos adotados para as contas de resultados. • Avaliar os procedimentos adotados para as contas de ativo. • Avaliar os procedimentos adotados para as contas de passivo. 39 1. A auditoria financeira e as contas de resultados da empresa O processo de auditoria tem por objetivo verificar se as demonstrações contábeis foram divulgadas pelas empresas em conformidade com a legislação aplicável, portanto, refletem a situação econômico-financeira da empresa. Uma parte do processo de auditoria consiste em avaliar as contas patrimoniais de resultado da entidade onde estarão registrados os dados financeiros de grande risco e representatividade para os acionistas. Figura 1 – Acompanhamento do patrimônio das empresas Fonte: baona/iStock.com. Como sabemos, o grupo do resultado corresponde as contas que alteram o patrimônio líquido da empresa em um determinado período. Nessas contas são apresentadas, provavelmente, as movimentações mais substanciais das empresas além de possuírem informações 40 relevantes aos usuários – principalmente aos acionistas. Portanto, devem ser avaliadas pelo auditor financeiro de forma criteriosa. Assim como a auditoria é regida pelas normas brasileiras aplicáveis conhecidas por NBC TA, os procedimentos operacionais das empresas são regidos pelos pronunciamentos técnicos contábeis conhecidos como CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis),cujo objetivo é efetuar a convergência internacional das normas e unificar os procedimentos adotados por todas as empresas. Segundo a resolução CFC nº 1.055/05 (CFC, 2005), o CPC tem como objetivo: [...] o estudo, o preparo e a emissão de documentos técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. (CFC, 2005, p. 3) É importante ressaltar que as contas de resultado se referem às receitas, despesas e custos de uma entidade apurados em um determinado período. As receitas podem ser consideradas como aumento do patrimônio líquido, conceituadas pelo CPC como: [...] são aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em aumentos no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio. (CPC, 2019, p. 28) Já as despesas são consideradas como redução do patrimônio líquido, tem sua conceituação pelo CPC como: [...] são reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam em reduções no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribuições aos detentores de direitos sobre o patrimônio. (CPC, 2019, p. 28) 41 Paralelamente, Almeida (2019) descreve que a auditoria nas contas de resultado possui os seguintes objetivos: • Determinar se todas as receitas, custos e despesas atribuídos ao período estão devidamente comprovados e contabilizados. • Determinar se todas as receitas, custos e despesas não atribuídos ao período ou que beneficiem exercícios futuros estão corretamente diferidos. • Determinar se as receitas, custos e despesas estão contabilizados de acordo com os princípios de contabilidade, em bases uniformes. • Determinar se as receitas, custos e despesas estão corretamente classificados nas demonstrações contábeis, e se as divulgações cabíveis foram expostas por notas explicativas. Ainda segundo Almeida (2019), o maior objetivo dos exames de auditoria nas contas de resultado é identificar indícios de fraudes, desvios, sonegação, apropriação ou outros tipos de delitos praticados contra o patrimônio da empresa, intencionalmente ou por falhas do controle, praticados pelos administradores ou por empregados desleais. Portanto, para mitigar este risco, a auditoria em finanças deve atuar nas contas de resultado possibilitando que sejam identificadas: • Se todas as receitas, despesas e custos são aplicáveis às atividades da empresa e estão suportadas por documentação comprobatórias adequada nas suas operações. • Se todas as contas de resultado foram contabilizadas adequadamente seguindo as normas regulamentares. Se todas as contas de resultado foram classificadas adequadamente no conjunto das demonstrações financeiras e 42 divulgadas consoante os princípios de contabilidade e normas da CVM. • Se todas as contas estão atribuídas ao período que se beneficiem os exercícios futuros. • Se todos os custos e despesas estão corretamente contrapostos às receitas devidas. Figura 2 – Evolução das receitas Fonte: Thithawat_s/iStock.com. Após análise das contas de resultado, o relatório do auditor sobre o desempenho verificado por meio dos exames é um ponto chave de interesse da administração da empresa auditada, pela repercussão que pode ter, positiva ou negativa, nos métodos de direção e administração e pelas modificações que poderá ensejar no contexto operacional. 43 Para exemplificar o tema, o auditor deve avaliar individualmente cada conta do resultado, buscando mitigar o risco de avaliação de cada área e, assim, evidenciar minimamente uma segurança no momento de avaliar as demonstrações contábeis. Para exemplificar este tema, o auditor deve estar atento aos procedimentos de avaliação da receita, tais como: • Não contabilização de notas fiscais de vendas. • Soma a menor dos registros de vendas (inicial, intermediário ou final) ou da razão geral de receitas. • Reconhecimento de receita fora do período de competência. • Transporte a menor do valor da nota fiscal para o registro inicial de vendas e do valor de um registro de vendas para outro ou para a razão geral de receitas. Já para as contas de custos e despesas, o auditor deverá: • Conferir se o valor selecionado coincide razoavelmente com a ficha de lançamento contábil. • Verificar se o lançamento contábil está razoavelmente classificado. • Inspecionar os documentos comprobatórios, tais como, notas fiscais, contratos, recibos, guias e comprovantes de pagamentos. Deve estar atento se existe autenticidade entre os gastos e/ou despesas de acordo com a natureza dos negócios da companhia. • Apontar se aprovação do gasto ou despesa estão em alinhamento com sua contabilização, correspondendo ao regime de competência. 44 Ambos os procedimentos são de fundamental importância para avaliar as contas de resultado e apresentar caraterísticas de controles internos sólidos e eficientes. 2. A auditoria financeira e as contas de ativo da empresa As contas de ativo são classificadas por grau de liquidez, ou seja, quanto mais disponíveis para o regaste imediato mais classificado na parte superior do demonstrativo financeiro. Assim, apresentaremos os principais conceitos de algumas contas de ativos que deverão ser inspecionados pelos auditores com o objetivo de oferecer segurança aos demonstrativos financeiros e contábeis, sendo eles: I. Caixa e banco: neste grupo serão registrados os recursos disponíveis para aplicação nas transações da empresa, como dinheiro em caixa e dinheiro em contas correntes bancárias em moeda local. II. Contas a receber: neste grupo serão registrados os direitos adquiridos por vendas a prazo de bens ou serviços. III. Estoque: neste grupo serão registrados os bens destinados à venda ou à fabricação, relacionados com os objetivos e atividades da empresa. Os principais tipos de estoque são: matérias-primas, produtos em processo e produtos acabados. IV. Investimento financeiros: são registradas as aplicações financeiras feitas em instituições bancárias com o objetivo de adquirir a rentabilidade desses ativos. V. Investimento em ativos: são registrados os ativos de capital adquiridos para posterior locação. VI. Imobilizados e intangíveis: nesta conta são registrados todos os custos envolvidos em sua aquisição de ativo imobilizado, instalação ou para pôr em funcionamento. Já o intangível é 45 registrado os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia. Figura 3 – Tipos de contas de ativo Fonte: Macrostore/iStock.com. Segundo Crepaldi (2019), para auditar as contas de ativo, o auditor deve estar atento a atingir os seguintes objetivos: • Determinar se foram utilizados os princípios de contábeis aplicáveis. • Determinar se as contas foram corretamente classificadas nas demonstrações financeiras e se as divulgações foram adequadamente expostas por notas explicativas. • Averiguar se realmente existem todas as disponibilidades mencionadas no balanço. 46 • Assegurar-se de que os títulos negociáveis e as inversões financeiras existem realmente e são de propriedade da empresa em exame. • Assegurar-se, ainda, de que todos os rendimentos produzidos foram devidamente recebidos e contabilizados. • Apurar se as contas a receber de cliente são autênticas e se tem relação direta com o objetivo da empresa. • Apurar se os valores apresentados são efetivamente realizáveis e se foram classificadas no nível de liquidez. • Assegurar-se de que os estoques existem fisicamente e são de propriedade da empresa auditada. • Determinar se os estoques são apropriados para sua finalidade e se têm condições de realização, isto é, verificar se há obsolescências, defeitos, má conservação etc. • Examinar os critérios de avaliação e a adequação dessescritérios, tendo em vista os princípios de contabilidade e a correção dos cálculos. • Verificar a existência e propriedade dos procedimentos aplicados a investimentos relevantes. • Constatar a existência, posse e propriedade dos bens imobilizados. • Examinar a adequação de contabilização dos custos, correção e depreciação do imobilizado, sua classificação contábil, consideradas a natureza, vida útil e utilização deles. Refletindo estes aspectos é possível observar que uma organização deve manter os seus registros de forma cuidadosa para que o trabalho da auditoria aumente o nível de eficiência dos controles, e que a 47 identificação dos riscos seja minimizada pelo processo minucioso. Quando o auditor adota os procedimentos aplicáveis, seu objetivo é assegurar uma avalição justa dos principais ativos da empresa, e, com isso, garantir que a entidade tem adotado os controles internos mais adequados e eficazes para os resultados operacionais. Todo programa de auditoria do ativo, será direcionado a determinar os procedimentos adequados à auditoria, tendo em vista os objetivos que precisam ser atestados nas contas de ativo, dentre eles: a. Existência: a identificar a existência do ativo a empresa deverá fornecer ao auditor provas da existência de um bem, assim como o fazem a averiguação verbal e o exame de documental. b. Avaliação: a identificação do valor apurado a título de custo é um dos objetivos para avaliar a existência do bem. c. Autorização: o auditor precisará atestar que o ativo de uma empresa é constituído de bens adquiridos com autorização, e esta deverá conter evidências de aprovação. d. Propriedade: o auditor precisa determinar se a propriedade dos itens de ativo está em nome da empresa auditada, a partir de inspeção de nota ou fatura de venda. e. Restrições: o auditor deverá verificar que a posse do ativo é estreitamente ligada a outro objetivo, ou seja, se um depende do outro, objetivando verificar se há ônus ou restrições de qualquer natureza. f. Exatidão de valores: o auditor irá comparar se os valores apresentados são exatos, logo, haverá a correlação com a quantitativa do bem, mas concentra-se mais especificamente na exatidão matemática. g. Utilidade: o auditor irá verificar a respeito do uso potencial da propriedade e se os valores estão registrados nas contas corretamente. 48 h. Apresentação nas demonstrações: o auditor irá comprar se os itens de ativos estão corretamente classificados nas demonstrações financeiras. Para exemplificar os principais procedimentos adotados, nos exames de auditoria elencamos a seguir as áreas dos ativos e os principais exames de auditoria realizados. Quadro 1 – Testes aplicáveis de auditoria em contas de ativo Tipo de conta de ativo Procedimentos aplicáveis Contas a receber. Análise dos saldos e conferência do contas a receber; inspeção da documentação comprobatória, tais como: recebimentos ou prestações de contas subsequentes à data do exame e verifique se existe necessidade de constituir provisão de crédito para liquidação duvidosa. Estoque. Revisão dos valores apurados em relação aos custos dos estoques; conferência do somatório das relações finais de inventário com o saldo contábil; teste de contagem de alguns com base nas relações finais de inventário. Caixa e banco. Contagem de caixa; circularização de bancos; reconciliações bancárias. Investimento financeiros. Composição o saldo das contas de aplicações financeiras (ativo circulante e realizável a longo prazo); conferir a soma das colunas de valor aplicado e rendimentos provisionados. 49 Tipo de conta de ativo Procedimentos aplicáveis Imobilizados e intangíveis. Conferir os saldos iniciais com os papéis de trabalho do ano anterior; construir um mapa com as movimentações ocorridas no período; verificar as baixas do ativo imobilizado; conferir os saldos finais com o razão geral. Fonte: elaborado pelo autor. 3. A auditoria financeira e as contas de passivo da empresa As obrigações são consideradas como compromissos que a empresa tem com terceiros, e estão em posição oposta às contas de ativo. Assim, como o ativo é de extrema importância para verificar as condições econômicos da empresa, o passivo é reflexo das dívidas que a empresa possui com terceiros, e, por isso, mede o grau de alavancagem financeira que a empresa possui. Assim como o ativo, o passivo pode ser segregado em circulante (curto prazo) e não circulante (longo prazo). As obrigações da empresa compreendem normalmente os seguintes grupos de contas: • Empréstimos a pagar. • Fornecedores de mercadorias. • Impostos a recolher. • Salários a pagar. 50 • Outras obrigações. • Provisões. Conforme descreve Crepaldi (2019) os procedimentos adotados pelos auditores para as contas do passivo podem classificados seguindo os exemplos conceituais abaixo: Quadro 2 – Grupo de contas, objetivos e procedimentos de auditoria Grupo Objetivos Procedimentos Fornecedores. Verificar se todas as aquisições a prazo foram contabilizadas. Obter relação de fornecedores, notas fiscais e duplicatas, em seu grupo. Verificar as contas do razão e comparar com a data do reconhecimento da obrigação. Obter confirmação de saldo dos fornecedores por meio de circularização. Verificar se todas as dívidas com fornecedores foram registradas em sua integridade. Verificar se o valor da Nota Fiscal confere com o valor do pedido. 51 Grupo Objetivos Procedimentos Imposto de Renda e demais impostos. Verificar se a despesa com o IR foi contabilizada no exercício social em que a empresa gerou lucro. Preparar um papel de trabalho com o saldo do Imposto de Renda no início do período e no fim e comparar o saldo com os papéis de trabalho do ano anterior. Verificar se o percentual de destinação do imposto de renda para fins fiscais está de acordo com a legislação vigente. Conferir os saldos do razão geral com as demonstrações financeiras. Analisar a composição dos saldos das contas. Conferir a análise com o saldo do razão. Confrontar os valores a pagar com os livros fiscais. Salários a pagar. Verificar se no grupo salários a pagar estão registrados apenas os rendimentos líquidos a pagar aos empregados. Analisar o saldo das contas. Conferir a análise dos saldos das contas com o razão geral da contabilidade. 52 Grupo Objetivos Procedimentos Encargos. Verificar se no grupo descontos estão registradas as quantias que são deduzidas dos rendimentos brutos dos funcionários. Confrontar os valores das folhas de registro de empregados. Verificar se no grupo encargos sociais foram contabilizadas todas as obrigações trabalhistas que incidam sobre os rendimentos dos funcionários como INSS, FGTS e Imposto de Renda. Outras obrigações. Verificar se as outras contas registradas no passivo circulante realmente devem estar ali registradas e não em outro grupo, e não como passivo não circulante. Verificar a exatidão dos saldos do razão e confrontar com a análise que deve ser feita nessas contas. 53 Grupo Objetivos Procedimentos Provisões. Verificar se as provisões foram feitas de acordo com a legislação vigente. Conferir o cálculo para construir cada provisão. Verificar se as provisões foram debitadas quando da liquidação da dívida e, por conseguinte, se se deve fechá-las. Conferir a natureza destas. Cruzar os saldos do razão com a apuração do resultado do exercício. Inspecionar a documentação com os pagamentos efetuados. Fonte: elaborado pelo autor. O auditor independente deve considerar os procedimentos mínimos na realização de um exame e que ele esteja de acordo com as normas de auditoria para identificar passivos não registrados e contingências ativas ou passivas relacionados a litígios, pedidos de indenização ou questões tributárias, e assegurar-se de sua adequada contabilização e/ ou divulgação nas demonstrações contábeis examinadas. Todosos procedimentos adotados pelos auditores devem respeitar as normas aplicáveis à auditoria, e correspondem às melhores práticas de contabilidade. Vale salientar que a existência de bons controles internos torna a eficiência da autoria ainda maior, visto que os controles operacionais são essenciais para o desempenho da informação contábil e financeira. Referências ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: abordagem moderna e completa. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2019. 54 ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2018. CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC nº 1.055/05. Cria o COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – (CPC), e dá outras providências. Brasília: CFC, 2005. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Imagens/ Res_1055.pdf?_ga=2.93181657.57726287.1627416352-1937192704.1627416352&_ ga=2.93181657.57726287.1627416352-1937192704.1627416352. Acesso em: 23 jun. 2021. CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2). Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. Disponível em: http://static.cpc. aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf. Acesso em: 25 jun. 2021. CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 47. Receita de contrato de clientes. 2016. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/ Documentos/527_CPC_47_Rev%2014.pdf. Acesso em: 23 jun. 2021. http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/527_CPC_47_Rev%2014.pdf http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/527_CPC_47_Rev%2014.pdf 55 56 O trabalho da auditoria em finanças Coautoria: Rafaela Souza Pereira Coautoria: Israel Horácio Almeida Silva Leitura crítica: Tayra Carolina Nascimento Aleixo Objetivos • Analisar e documentar os papéis de trabalho. • Avaliar as evidências de distorções relevantes nas demonstrações contábeis. • Identificar os tipos de relatórios de auditoria. 57 1. Definições e objetivos dos papéis de trabalho Para elaborar a execução dos trabalhos de auditoria é necessário considerar que as normas devem orientar as posturas e condutas no exercício da auditoria em finanças. Além disso, as normas orientam as principais práticas e procedimentos que serão utilizados pelo auditor durantes os exames; logo, uma dessas rotinas está ligada às evidências na execução dos trabalhos. Para manter a qualidade dos serviços, o auditor deverá juntar o maior número de elementos possíveis que possam subsidiar o relatório do auditor, de forma organizada e atendendo as orientações normativas são conhecidos como papéis de trabalho. Os papéis de trabalho devem corresponder ao registro de todas as evidências obtidas durante o processo de auditoria, e tem por finalidade atestar um registro (físico e/ou eletrônico) dos trabalhos efetuados, e estes servirão de base para que o auditor elabore seu relatório. Segundo Almeida (2019), os principais objetivos dos papéis de trabalho consistem em: • Atender às normas de auditoria geralmente aceitas. • Acumular as provas necessárias para suportar o parecer do auditor. • Auxiliar o auditor durante a execução de seu trabalho. • Facilitar a revisão por parte do auditor responsável, para que ele se assegure de que o serviço foi efetuado de forma correta. • Servir como base para avaliação dos auditores. 58 • Ajudar no trabalho da próxima auditoria (um conjunto de papéis de trabalho bem-preparados serve de guia na auditoria do outro exercício social, concorrendo para que ela seja conduzida de forma mais eficiente). • Representar na Justiça (no caso de ser movida uma ação contra o auditor ou a firma de auditoria) as evidências do trabalho executado. Figura 1 – Papéis de trabalho Fonte: courtneyk/iStock.com. Além disso, podemos destacar que os papéis de trabalho, ainda que tenham sido de trabalhos anteriores, serviram de base para os trabalhos futuros, no qual serão atualizados e revisados para atender ao novo cenário da empresa, e suportar as informações coletadas. 59 Cabe ressaltar que a obrigatoriedade pela elaboração de papéis de trabalho também está prevista pelas normas brasileiras de contabilidade, por meio da NBC TA 230 (R1)–Documentação de Auditoria (CFC, 2016). Neste caso, a norma destaca em sua descrição a natureza, a finalidade, o objetivo, os requisitos e as principais aplicações dos papéis de trabalho, que podem ser definidos como: (a) evidência da base do auditor para uma conclusão quanto ao cumprimento do objetivo global do auditor (NBC TA 200); e (b) evidência de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas de auditoria e exigências legais e regulamentares aplicáveis. (CFC, 2016, p. 2) A norma NBC TA 230 (R1) ainda estabelece os requisitos mínimos e necessários para manter os registros contábeis que estão descritos nos papéis de trabalho de forma organizada e coerente, assim, devem ser observados os seguintes itens: • Tempestividade: toda a documentação deve ser elaborada no momento oportuno e deve representar fidedignamente o contexto analisado. • Documentação dos procedimentos de auditoria executados e da evidência de auditoria obtida: todo o papel de trabalho elaborado pelo auditor deve conter a forma, o conteúdo e a extensão, dessa forma, serão possíveis identificar o escopo e os procedimentos que foram executados durantes os exames, bem como o resultado obtido (conclusões) das áreas que foram analisadas e as demais aprovações da equipe de auditoria. • Arquivo final de auditoria: deve ser considerado como sendo pastas ou outras formas de armazenamento, em formato físico ou eletrônico, e que contêm os registros que constituem a documentação de trabalho. Todo o arquivo deverá ficar com o auditor por até 5 anos a partir da data de publicação da ata que 60 aprovou as demonstrações financeiras da companhia auditada, e poderá ser solicitado por terceiro mediante pedido formal feito ao auditor. Ademais, vale salientar que explicações verbais do auditor, por si só, não representam documentação adequada para o trabalho executado pelo auditor ou para as conclusões obtidas, mas podem ser usadas para explicar ou esclarecer informações contidas na documentação de auditoria. Logo, podemos concluir que os papéis de auditoria são elementos fundamentais para atestar os procedimentos descrito na auditoria, e que eles de fato seguem os preceitos normativos. Figura 2 – Arquivamento dos papéis de trabalho Fonte: Isovector/iStock.com. 61 É importante destacar que o auditor não deve documentar tudo que se utiliza durante a execução da sua auditoria, pois isso seria impraticável tanto pelo tempo quanto pelos recursos demandados. Os elementos de maior risco serão considerados pelo julgamento do auditor, e estes serão as peças mais analisadas durantes os exames substantivos. 2. Evidências de distorções relevantes nas demonstrações O objetivo central da análise das demonstrações contábeis e financeiras, é oferecer um diagnóstico sobre a real situação econômico-financeira da organização. Para que esta análise possa espelhar a realidade de uma empresa, é necessário que os responsáveis pelas informações prestadas estejam envolvidos na elaboração das demonstrações contábeis que deverão ser elaboradas cuidadosamente e obedecendo os preceitos normativos. Assim, seguindo os objetivos de evidenciar qualquer inconformidade nas demonstração contábeis, a NBC TA 315 (R1) tem por objetivo identificar e avaliar os riscos de distorções relevantes, independentemente se causados por fraude ou erro, analisando o ambiente e os controles internos proporcionando, assim, uma base para o planejamento e a implementação das respostas aos riscos identificados de distorção relevante. 62 Figura 3 – Análise das demonstrações contábeis Fonte: Olga Strelnikova/iStock,com. Para que os auditores possam analisar as demonstrações financeiras, é necessário que os conceitosabaixo sejam respeitados, tais como: a. Afirmações são argumentos utilizados pela administração, que podem ocorrer por escrito ou verbal, e que serão adicionadas a análise das demonstrações contábeis, e que podem ou não distorcer as demonstrações contábeis de forma relevante. b. Risco de negócio é o risco que advém de uma condição da natureza de cada negócio, e pode resultar em uma questão adversa, que poderá impactar na capacidade da entidade de alcançar seus objetivos, e que, ao mesmo tempo, põe em risco as demonstrações financeiras. c. Controle interno são todos os controles implementados e mantidos pela administração com o objetivo de fornecer 63 segurança razoável quanto aos procedimentos no que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência das operações, e se elas apresentam conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis. d. Procedimentos são mecanismos de aplicação da auditoria cujo objetivo é a obtenção do entendimento geral sobre a empresa e o seu ambiente de negócio. Inclui também a avaliação dos controles internos para mensurar o risco de distorção relevantes. e. Risco significativo é o risco de distorção relevante identificado e avaliado que, no julgamento do auditor, requer consideração especial na auditoria. Dessa forma, para auxiliar o auditor na determinação do risco, ele poderá utilizar uma matriz de risco, na qual serão avaliadas pelo profissional: a natureza do negócio; o tipo de operação realizada; a segurança dos dados; e demais informações a fim de subsidiar sua avaliação quanto ao risco, por natureza de negócio e área auditada o impacto dessa avaliação. Quadro 1 – Matriz e quadro de distribuição dos riscos Matriz e quadro de distribuição dos riscos IM PA CT O Muito Alto Risco Alto Risco Alto Risco Muito Alto Risco Muito Alto Risco Muito Alto Alto Risco Médio Risco Médio Risco Alto Risco Alto Risco Muito Alto Médio Risco Baixo Risco Médio Risco Médio Risco Alto Risco Alto Baixo Risco Muito Baixo Risco Baixo Risco Baixo Risco Médio Risco Médio Nulo Risco Muito Baixo Risco Muito Baixo Risco Muito Baixo Risco Muito Baixo Risco Muito Baixo Improvável Baixa Média Alta Muito Alta PROBABILIDADE Fonte: elaborado pelo autor. 64 Ao avaliar a matriz de risco, o auditor irá verificar a extensão dos procedimentos que serão necessários para mitigar os riscos; e, para isso, deverá utilizar o seu julgamento identificando: • Os possíveis tipos de fraude e/ou erro. • A probabilidade de que um tipo particular de fraude e/ou erro possa resultar em distorções relevantes nas demonstrações contábeis. Segundo Crepaldi (2019), quando da aplicação de procedimentos de auditoria, o auditor deverá: Com base na avaliação de risco, indicar a provável existência de fraude e/ou erro, o auditor deve considerar o efeito potencial sobre as demonstrações contábeis. Se acreditar que tais fraudes e erros possam resultar em distorções relevantes nas demonstrações contábeis, o auditor deve modificar seus procedimentos ou aplicar outros, em caráter adicional. (CREPALDI, 2019, p. 133) Todas as informações contidas na norma auxiliam o entendimento do auditor em sua responsabilidade perante a avaliação das demonstrações contábeis, portanto, vale ressaltar que os responsáveis pelas informações publicadas nas demonstrações contábeis ou informações fornecidas são dos administradores da entidade auditada. Ainda assim, isso não exime o auditor de finanças de seguir à risca seu trabalho e procedimento de auditoria. É um dever da firma de auditoria garantir que as informações adquiridas durante a execução do trabalho tenham sido fornecidas por pessoas que detenham credibilidade sobre o assunto, e, portanto, estariam aptas a fornecer tais dados. Todos os documentos, exames, papeis de trabalho, relatórios e parecer estão relacionados ao exercício da função de auditoria e são de responsabilidade da firma que elabora. 65 3. Tipos de relatório de auditoria em finanças O relatório de auditoria trata-se de um documento elaborado pelo auditor, cujo objetivo é emitir a sua opinião sobre o processo e os procedimentos que foram adotados e analisados durante a execução da auditoria. Toda a opinião do auditor está baseada nos atos normativos que regem a auditoria, e deve estar apta a medir o grau de confiabilidade das demonstrações contábeis, atestando que elas estejam livres de distorções relevantes seja por fraude, seja por erro. A partir de então, a auditoria elabora o seu relatório – também chamado de parecer –, no qual identifica todas as etapas perpassadas até a formação de opinião. Figura 4 – Auditor analisando os resultados encontrados Fonte: NicoElNino/iStock.com. 66 Para elaborar um relatório de auditoria é necessário seguir os seguintes critérios: • Endereçamento: corresponde ao destinatário do documento, ou seja, à pessoa para quem o relatório está sendo elaborado. • Opinião: inclui a opinião do auditor. • Base para opinião: descreve que a auditoria foi conduzida em todos os aspectos formais seguindo as normas vigentes e que as evidências foram suficientes para embasar a sua opinião. • Principais assuntos de auditoria: cabe ao auditor informar sua responsabilidade em decorrência dos principais assuntos em seu relatório e que foram levantados pelo auditor com base no seu julgamento. • Outras informações que acompanham as demonstrações contábeis: outras informações no qual o auditor julgue ser necessário e que, adicionalmente, possa contribuir para leitura das informações contábeis e financeiras. • Relatório do auditor: é o documento oficial emitido pela firma de auditoria que contempla a sua opinião e a base conceitua no qual foi verificada durante os exames de auditoria. Sua opinião poderá ser classificada como: sem modificação, opinião com ressalva, opinião adversa e abstenção de opinião. • Responsabilidades da administração e da governança pelas demonstrações contábeis: a administração é responsável pela elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. 67 • Responsabilidades do auditor pela auditoria das demonstrações contábeis e fechamento: obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis, tomadas em conjunto, estão livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro, e emitir relatório de auditoria contendo nossa opinião. Existem quatro normas que tratam especificamente do relatório de auditoria, diante de tamanha importância da emissão deste documento, tanto para o auditor quanto para empresa auditada. Elencamos a seguir as normas que tratam especificamente deste tema: Quadro 2 – Resumos das normas aplicáveis a opinião do auditor NBC Resolução CFC Nome da Norma IFAC NBC TA 700 DOU 04/07/16 Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis. ISA 700 NBC TA 701 DOU 04/07/16 Comunicação dos Principais Assuntos de Auditoria no Relatório do Auditor Independente. ISA 701 NBC TA 705 DOU 04/07/16 Modificações na Opinião do Auditor Independente. ISA 705 NBC TA 706 DOU 04/07/16 Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Assuntos no Relatório do Auditor Independente. ISA 706 Fonte: adaptado de CFC. É importante ficar claro que a opinião do auditor é sempre fundamentada, e que ele utiliza normas, princípios e códigos que pautam as suas práticas. Para exemplificar cada tipo de opinião do https://www.ifac.org/ https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA701 https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA701 https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA705 https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA705https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA706 https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA706 68 auditor e a sua importância, destacaremos o modelo de opinião que o auditor poderá usar a depender do tipo de parecer identificação: 1. Opinião sem modificação: Avaliamos a adequação das políticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis e respectivas divulgações feitas pela administração da companhia. Concluímos, sobre a adequação do uso, pela administração, da base contábil de continuidade operacional e, com base nas evidências de auditoria obtidas, se existe incerteza relevante em relação a eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa em relação à capacidade de continuidade operacional da companhia. Nossas conclusões estão fundamentadas nas evidências de auditoria obtidas até a data de nosso relatório. Todavia, eventos ou condições futuras podem levar a companhia a não mais se manter em continuidade operacional. 2. Opinião com ressalva: Em nossa opinião, exceto pelos efeitos do assunto descrito na seção a seguir intitulada “base para opinião com ressalva”, as demonstrações contábeis referidas anteriormente apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da companhia em xx de dezembro de 20xx, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Base para opinião com ressalva. Nossa auditoria foi conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Nossas responsabilidades, em conformidade com tais normas, estão descritas na seção a seguir intitulada “Responsabilidade do auditor pela auditoria das demonstrações contábeis”. Somos independentes em relação à companhia de acordo 69 com os princípios éticos relevantes previstos no Código de Ética Profissional do Contador e nas normas profissionais emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade e cumprimos com as demais responsabilidades éticas de acordo com essas normas. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião com ressalva. 3. Opinião adversa: Examinamos as demonstrações contábeis consolidadas da companhia que compreendem o balanço patrimonial consolidado em xx de dezembro de 20xx e as respectivas demonstrações consolidadas do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício encerrado nessa data, bem como as correspondentes notas explicativas, incluindo o resumo das principais políticas contábeis. Em nossa opinião, devido à importância do assunto discutido no parágrafo a seguir intitulado “base para opinião adversa”, as demonstrações contábeis consolidadas referidas anteriormente não apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira consolidada da Companhia, o desempenho consolidado de suas operações e os seus fluxos de caixa consolidados para o exercício findo nessa data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Base para opinião adversa. Nossa auditoria foi conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Nossas responsabilidades, em conformidade com tais normas, estão descritas na seção a seguir intitulada “responsabilidade do auditor pela auditoria das demonstrações contábeis”. 70 4. Abstenção de opinião: Nossa responsabilidade é a de conduzir uma auditoria das demonstrações contábeis consolidadas da companhia e suas controladas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, bem como emitir um relatório de auditoria. Contudo, devido ao assunto descrito na seção intitulada “base para abstenção de opinião”, não nos foi possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião de auditoria sobre essas demonstrações contábeis consolidadas. Somos independentes em relação à companhia de acordo com os princípios éticos relevantes previstos no Código de Ética Profissional do Contador e nas normas profissionais emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade e cumprimos com as demais responsabilidades éticas de acordo com essas normas. Percebe-se, portanto, que não há “outras informações que acompanham as demonstrações contábeis e o relatório do auditor” ou os “principais assuntos de auditoria” porque as demonstrações não foram auditadas. Referências ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: abordagem moderna e completa. 9. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2019. CREPALDI, Silvio A.; CREPALDI, Guilherme S. Auditoria contábil: teoria e prática. 11. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2019. CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 315 – Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante por meio do entendimento da entidade e do seu ambiente. Altera a NBC TA 315 que dispõe sobre [...]. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/ NBCTA315(R1). Acesso em: 4 jun. 2021. 71 CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 230 – Documentação de Auditoria. Altera a NBC TA 230 que dispõe sobre a documentação de auditoria. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre. aspx?Codigo=2016/NBCTA230(R1). Acesso em: 4 jun. 2021. 72 BONS ESTUDOS! Sumário A auditoria e sua conceituação. Objetivos 1. A auditoria e os aspectos conceituais. 2. Principais normas aplicáveis aos trabalhos de auditoria Planejamento da auditoria. Objetivos 1. Conceitos aplicáveis durante a fase de planejamento da auditoria 2. O planejamento na prática da auditoria em finanças 3. Conhecendo as responsabilidades do auditor em finanças com as informações financeiras e patrimo Referências Aplicação da auditoria em processos de negócios. Objetivos 1. A auditoria financeira e as contas de resultados da empresa 2. A auditoria financeira e as contas de ativo da empresa Referências O trabalho da auditoria em finanças. Objetivos 1. Definições e objetivos dos papéis de trabalho 2. Evidências de distorções relevantes nas demonstrações 3. Tipos de relatório de auditoria em finanças Referências