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1.
0
AUDITORIA EM FINANÇAS
2
Israel Horácio Almeida Silva
Rafaela Souza Pereira
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A 
2021
 AUDITORIA EM FINANÇAS
1ª edição
3
2021
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Diretor Presidente Platos Soluções Educacionais S.A
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Revisor
Rafaela Souza Pereira
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_________________________________________________________________________________________ 
Pereira, Rafaela Souza
P436a Auditoria em finanças / Rafaela Souza Pereira, Israel 
 Horácio Almeida Silva – São Paulo: Platos Soluções 
 Educacionais S.A., 2021.
 42 p.
 ISBN 978-65-89965-24-4
 1. Auditoria em finanças. 2. Asseguração. 3. Compliance. 
 I. Silva, Israel Horácio Almeida. II.Título.
 
CDD 332
____________________________________________________________________________________________
Evelyn Moraes – CRB-8 SP-010289/O
© 2021 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
4
SUMÁRIO
A auditoria e sua conceituação _______________________________ 05
Planejamento da auditoria ___________________________________ 21
Aplicação da auditoria em processos de negócios ____________ 38
O trabalho da auditoria em finanças _________________________ 56
AUDITORIA EM FINANÇAS
5
A auditoria e sua conceituação
Coautoria: Rafaela Souza Pereira
Coautoria: Israel Horácio Almeida Silva
Leitura crítica: Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Objetivos
• Apresentar conceitos de auditoria das 
demonstrações financeiras.
• Exemplificar as normas brasileiras de contabilidade.
• Analisar o trabalho do auditor, os procedimentos e 
execução na prática.
6
1. A auditoria e os aspectos conceituais.
A origem da palavra auditoria vem do latim audire, sendo utilizado pelos 
ingleses no século passado com objetivo de exemplificar uma técnica 
contábil de revisão (auditing). Atualmente, esta ferramenta continua 
proporcionando para pequenas e grandes empresas um modelo de 
revisão de procedimentos contábeis que são utilizados para assegurar 
que haja qualidade da informação, além de oferecer aos stakeholders um 
grau de confiança aceitável sobre os demonstrativos financeiros.
De maneira bem simplificada, Crepaldi (2019, p. 8) definiu a auditoria 
como sendo: “o procedimento de levantamento, estudo e avaliação 
sistemática das transações, operações, rotinas e das demonstrações 
financeiras de uma entidade”.
O contexto da auditoria no Brasil, começou em 1976, com a implantação 
da Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76, art. 177), no qual 
ficou determinado que as demonstrações financeiras ou contábeis das 
companhias abertas (ações negociadas em Bolsa de Valores) seriam 
obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados 
na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Contudo, somente em 1999 
que a CVM divulgou a Instrução Normativa nº 308, que descreveu sobre 
o registro e o exercício da atividade de auditoria, além de trazer no seu 
contexto os deveres e responsabilidades das entidades auditadas no 
relacionamento com os auditores independentes.
Já em 2005, houve o protagonismo das normas internacionais de 
contabilidade inicialmente conhecidas como International Accounting 
Standards Board (IASB). Porém, somente em 2008, um ano após a 
promulgação da Lei n. 11.638/07, novas alterações significativas foram 
realizadas para a contabilidade brasileira. Foi neste momento que 
houve a total convergência com as IFRS (International Financial Reporting 
Standards), ou seja, as normas internacionais de contabilidade, desde 
7
então, todo o mundo passou a adotar um único padrão para elaboração 
dos demonstrativos financeiros.
Logo, a partir deste cenário, as demonstrações financeiras passaram a 
pertencer um seleto grupo de dados que atuam como instrumento para 
realização de análise financeiras, tais como: análise de capital; indicação 
de viabilidade; alavancagem financeira; e até mesmo a expectativa 
futura da empresa. Portanto, é necessário que seja realizada uma 
revisão como medida de segurança para avaliar o nível de confiança 
das informações, e que isso seja executado por um profissional 
independente – o auditor.
Figura 1 – Verificação de demonstrativos
Fonte: gece33/iStock.com.
Embora o procedimento de auditoria para qualquer organização 
seja de extrema importância, a Lei n. 11.638/07, criou condições 
de obrigatoriedade para empresas que deverão submeter os seus 
demonstrativos financeiros ao exame de auditoria, sendo elas:
8
• Empresas consideradas de grande porte, com ativo total superior a 
R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões.
• Sociedades anônimas de capital aberto.
• Instituições financeiras (bancos, financeiras, distribuidoras, 
corretoras, entre outras).
• Companhias de seguros.
• Fundos de previdência complementar.
• Fundações públicas ou privadas consideradas de interesse público.
• Empresas subordinadas a agências reguladoras, por exemplo: 
ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica); ANATEL (Agência 
Nacional de Telecomunicações); ANAC (Agência Nacional de 
Aviação Civil), entre outras.
Além das indicações anteriores, cabe ressaltar que em 2013, a Receita 
Federal do Brasil (RFB), com base na versão 3.3.7 do SPED Contábil, 
determinou a obrigatoriedade do preenchimento do campo referente 
ao nome da auditoria externa (auditor independente) para todas as 
empresas que são obrigadas a enviar esta declaração acessória.
Com isso, as empresas necessitam se adequar para atender a 
obrigatoriedade da auditoria, e todos os procedimentos que são 
necessários na condução dos trabalhos. Dessa forma, deve-se aplicar as 
normas de auditoria, que vão desenhar um caminho a ser seguido pelo 
auditor, começando pela fase de planejamento, identificação dos riscos, 
materialidade, execução dos exames, testes de amostragem, exames 
adicionais ou específicos e, por fim, a emissão do relatório de auditoria.
9
2. Principais normas aplicáveis aos trabalhos 
de auditoria
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) estabelecem conceitos 
doutrinários, regras e procedimentos aplicados da Ciência Contábil que 
podem ser classificadas como:
• NBC TG – Geral.
• Normas Completas.
• Normas Simplificadas para PMEs.
• Normas Específicas.
• NBC TSP – do Setor Público.
• NBC TA – de Auditoria Independente de Informação Contábil 
Histórica.
• NBC TASP – de Auditoria de Informação Contábil Histórica Aplicável 
ao Setor Público.
• NBC TR – de Revisão de Informação Contábil Histórica.
• NBC TO – de Asseguração de Informação Não Histórica.
• NBC TSC – de Serviço Correlato.
• NBC TI – de Auditoria Interna.
• NBC TP – de Perícia.
Segundo Crepaldi (2019), desde 1972, as normas de auditoria estão 
em vigor pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em conjunto 
com o Instituto de Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), 
10
além da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Banco Central do 
Brasil (BACEN) e da Superintendênciade Seguros Privados (SUSEP). As 
normas de auditoria têm como objetivo orientar os procedimentos que 
serão executados durante os exames de auditoria até a emissão do 
relatório. Existem normas que estão associadas à execução do trabalho, 
à estrutura, à amostragem e ao relatório final, porém, todas elas têm 
como fundamento auxiliar o auditor na condução dos trabalhos.
Para exemplificar a identificação das normas, apresentamos a seguir um 
quadro com as principais normas utilizadas pelos auditores em finanças:
Quadro 1 – principais normas utilizadas pelos auditores em finanças
NBC Nome da Norma
NBC TA 200 
(R1)
Objetivos Gerais do Auditor Independente e a 
Condução da Auditoria em Conformidade com 
Normas de Auditoria.
NBC TA 230 
(R1)
Documentação de Auditoria.
NBC TA 240 
(R1)
Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude, 
no Contexto da Auditoria de Demonstrações 
Contábeis.
NBC TA 260(R2)
Comunicação com os Responsáveis pela 
Governança.
NBC TA 265 Comunicação de Deficiências de Controle Interno.
NBC TA 300 
(R1)
Planejamento da Auditoria de Demonstrações 
Contábeis.
NBC TA 315 
(R1)
Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção 
Relevante por meio do Entendimento da Entidade e 
do seu Ambiente.
NBC TA 320 
(R1)
Materialidade no Planejamento e na Execução da 
Auditoria.
NBC TA 330 
(R1)
Resposta do Auditor aos Riscos Avaliados.
11
NBC TA 450 
(R1)
Avaliação das Distorções Identificadas durante a 
Auditoria.
NBC TA 500 
(R1)
Evidência de Auditoria.
NBC TA 505 Confirmações Externas.
NBC TA 520 Procedimentos Analíticos.
NBC TA 530 Amostragem em Auditoria.
NBC TA 540 
(R2)
Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive do 
Valor Justo, e Divulgações Relacionadas.
NBC TA 550 Partes Relacionadas.
NBC TA 560 
(R1)
Eventos Subsequentes.
NBC TA 570 Continuidade Operacional.
NBC TA 610 Utilização do Trabalho de Auditoria Interna.
NBC TA 620 Utilização do Trabalho de Especialistas.
NBC TA 700
Formação da Opinião e Emissão do Relatório do 
Auditor Independente sobre as Demonstrações 
Contábeis.
NBC TA 705 Modificações na Opinião do Auditor Independente.
Fonte: adaptado de CFC (2021).
Além das normas técnicas que auxiliam o profissional nos 
procedimentos que serão executados para desenvolver o trabalho de 
auditoria em finanças, existem outras normas que regulamentam o 
profissional de auditoria (o auditor), sendo elas:
12
Quadro 2 – Outras normas regulamentadoras da atividade do 
auditor
NBC Nome da Norma
NBC PA 01
Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas 
e Físicas) de Auditores Independentes.
NBC PA 11 Revisão Externa de Qualidade pelos Pares.
NBC PA 13 
(R3)
Exame de Qualificação Técnica.
Resolução 
1.495
Cadastro Nacional de Auditores Independentes 
(CNAI).
NBC PA 
400
Independência para Trabalho de Auditoria e Revisão.
NBC PO 
900
Independência para Trabalho de Asseguração 
Diferente de Auditoria e Revisão.
NBC PA 13 
(R3)
Exame de Qualificação Técnica.
Fonte: adaptado de CFC (2021).
As normas técnicas ou profissionais de auditoria são fundamentais 
para auxiliar o profissional a exercer a sua atividade com ceticismo e, 
além disso, atender aos regulamentos vigentes, uma vez que, durante 
os exames de campo, os auditores deverão examinar evidências 
extraídas dos registros contábeis e financeiros do cliente e estes dados 
irão fundamentar a opinião do auditor – ambas características estão 
descritas nas normas que as fundamentam como parte integrante de 
uma auditoria objetiva e eficiente.
As normas de auditoria, juntamente com os procedimentos para sua 
implementação, estabelecem a ordem e a disciplina na realização do 
trabalho. E o que é mais importante, a observância dessas normas 
leva à realização de auditorias completas e objetivas, com resultados e 
recomendações palpáveis, por meio de fundamentos passíveis de serem 
justificados.
https://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001201
13
3. Procedimentos de auditoria em finanças
Para iniciar os trabalhos de auditoria é necessário conhecer os 
procedimentos que serão executados ao longo das atividades, e que 
estes serão de suma importância para garantir que haja segurança 
razoável nos dados que serão coletados e analisados pelo auditor em 
finanças.
Como ponto de partida temos a fase de planejamento dos trabalhos, 
regida pela NBC TA 300 (R1), que trata da estratégia global para o 
trabalho, além do desenvolvimento dos exames que serão executados 
durante o plano de trabalho. Elaborar um bom planejamento é uma 
ferramenta necessária para auxiliar o auditor a atingir o objetivo da 
auditoria financeira e alcançar o resultado esperado. Para isso, existem 
várias maneiras, entre elas:
• Auxiliar o auditor a obter maior dedicação para áreas mais 
arriscadas da empresa.
• Auxiliar o auditor a mensurar os riscos e aplicar exames amostrais 
que possam avaliar as distorções relevantes de forma tempestiva.
• Auxiliar o auditor a conseguir manter o escopo do trabalho de 
forma organizada, buscando um resultado eficaz e eficiente.
• Auxiliar o auditor a selecionar uma equipe de profissionais com 
nível adequado de capacitação e expertise técnica.
• Auxiliar o auditor a desenvolver a capacidade de supervisionar 
todas as atividades necessárias para um bom desenvolvimento do 
trabalho.
• Auxiliar, se for o caso, na coordenação do trabalho realizado por 
outros auditores e especialistas.
14
Figura 2 – Planejamento do trabalho de auditoria
Fonte: Worawee Meepian/iStock.com. 
Após o planejamento da auditoria em finanças, começaremos a fase 
de avaliação dos riscos. Nesta fase, o auditor irá atuar de forma a 
identificar quais são as áreas que merecem maior dedicação operacional 
na fase de testes, amostra, entrevistas e/ou quaisquer dados adicionais 
que suportem e garantam uma segurança desses dados. Para esta 
avaliação é necessário o prévio conhecimento da NBC TA 315 (R1) (2016, 
p. 2), que traz consigo o conceito de avaliar o risco, como sendo:
Avaliar os riscos de distorção relevante independentemente se causados 
por fraude ou erro, nos níveis da demonstração contábil e das afirmações, 
por meio do entendimento da entidade e do seu ambiente, inclusive do 
controle interno da entidade, proporcionando assim uma base para o 
planejamento e a implementação das respostas aos riscos identificados de 
distorção relevante. (CFC, 2016, p. 2)
15
Nesta fase, temos procedimentos para avaliação de risco que devem 
fornecer uma base para o auditor avaliar o potencial risco de encontrar 
uma distorção relevante, portanto, neste momento é crucial que o 
profissional se utilize de técnicas que possam auxiliá-lo a tomar decisões 
mais assertivas. Entre elas, o auditor deve avaliar:
a. Risco de afirmação: sejam elas declarações emitidas pela alta 
administração da empresa, que podem afetar potencialmente 
todas as demonstrações contábeis.
b. Risco de negócio: seja ele um risco que pode afetar a 
continuidade da empresa, e consequentemente os acionistas.
c. Risco de controle interno: seja ele um risco referente a não 
confiabilidade dos relatórios financeiros que serviram de base 
para análise dos auditores.
d. Risco significativo: seja ele um risco relevante que irá afetar total 
as informações contábeis e financeiras e que neste caso, vai afetar 
a emissão do relatório do auditor.
Assim, todas as avaliações de riscos devem ser consideradas para que o 
auditor possa ter segurança na execução dos próximos procedimentos 
de auditoria financeira.
Dando seguimento na próxima etapa, teremos a fase de elaboração 
da materialidade, descrita de forma mais exemplificada por meio 
da NBC TA 320 (R1). Assim, podemos discorrer que o conceito de 
materialidade é amplamente discutido como um pilar necessário ao 
bom desenvolvimento do trabalho, uma vez que este procedimento é 
uma questão de julgamento profissional do auditor.
Ainda segundo a NBC TA 320 (R1), para realização de uma auditoria, a 
materialidade deve ser considerada como o valor ou valores fixadospelo profissional de auditoria, inferiores ao considerado relevantes 
para distorcer as demonstrações contábeis, portanto, seria aceitável 
encontrá-la, e isso não afetaria a resposta da opinião do auditor em 
16
finanças. Porém, se a encontrar, de forma superior, isto poderá afetar a 
opinião na emissão do relatório.
Na próxima etapa, temos dois procedimentos essenciais e 
complementares. A primeira delas é a fase de elaboração dos 
procedimentos analíticos descritos pela NBC TA 520, e a segunda é a 
fase das amostragens de auditoria, regido pela NBC TA 530. Ambas 
as fases, estão correlacionadas com o objetivo de realização de testes 
substantivos e procedimentos analíticos que servirão de base para 
assegurar razoabilidade das informações contábeis e financeiras.
Figura 3 – Exames analíticos
Fonte: ktasimarr/iStock.com. 
Para assegurar que existem controles suficientes e adequados, o 
auditor irá proceder com testes amostrais para validar todo o conjunto 
das demonstrações contábeis. Neste caso, o auditor usa o conceito 
de amostragem estatística e não estatística na definição e seleção da 
17
amostra de auditoria, na execução de testes de controles e de detalhes e 
na avaliação dos resultados da amostra.
Já a elaboração dos procedimentos analíticos tem como fundamento 
avaliar as informações contábeis e financeiras por meio de análises de 
dados. Os procedimentos analíticos correspondem ao exame necessário 
das flutuações ou relações identificas que são inconsistentes com outras 
informações relevantes, ou que de alguma forma se diferem dos valores 
esperados.
Após a execução de todas as etapas anteriores, o auditor já pode 
começar a emitir o seu relatório contendo a sua opinião baseado em 
todas as respostas dos procedimentos anteriores. A norma que trata 
deste tema é a NBC TA 700, chegando, portanto, a fase de formação 
da opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre 
as demonstrações contábeis. Esta norma em especial, trata da 
responsabilidade que o auditor em finanças deve ter para emitir sua 
opinião sobre informações financeiras, e o resultado que isso poderá 
ocasionar nas empresas e nos usuários externos.
Para atingir o objetivo da auditoria, neste momento, o profissional 
auditor deve formar a sua opinião sobre se as demonstrações contábeis 
foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a 
estrutura de relatório financeiro aplicável, sendo que esta opinião está 
fomentada a partir da avaliação de risco, do valor da materialidade, dos 
procedimentos analíticos e dos testes de amostragem para assegurar 
razoabilidade sobre o tema.
Vale salientar que o auditor também deverá levar em consideração, na 
formação da sua opinião, os itens descritos na NBC TA 705, sendo eles:
1. O auditor deve expressar uma opinião não modificada quando 
concluir que as demonstrações contábeis foram elaboradas, 
18
em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de 
relatório financeiro aplicável.
2. O auditor deve modificar sua opinião quando concluir, com base 
em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis 
tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes; ou não 
conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente 
para concluir que as demonstrações contábeis tomadas em 
conjunto não apresentam distorções relevantes.
As exigências desta norma têm como objetivo propiciar o equilíbrio 
apropriado entre a necessidade de consistência e comparabilidade 
do relatório do auditor em mercado globalizado e a necessidade de 
aumentar o valor do relatório do auditor ao tornar as informações nele 
contidas mais relevantes para os usuários.
Por fim, a responsabilidade do auditor em finanças, perpassa por 
todos os procedimentos executáveis da auditoria. Temos como ponto 
inicial a fase de planejamento dos trabalhos, que servirá de caminho 
para a execução dos trabalhos, mas que também irá nortear todos 
os procedimentos que serão executados. Em seguida, conhecemos a 
fase de avaliação dos riscos, que são fundamentalmente importantes 
para dedicar maior tempo e esforço do auditor para as áreas mais 
estratégicas da empresa. Logo em seguida, temos a avaliação da 
materialidade, ponto este que o auditor se utiliza para parâmetro 
financeiro das distorções relevantes ou não relevantes.
Ainda assim, no próximo ciclo, temos os procedimentos analíticos e os 
testes por amostragem estatística. Estes procedimentos irão validar 
e avaliar todos os controles internos da empresa, além de atestar 
seguridade dos dados apresentados.
Após todas essas etapas, chegamos à emissão do relatório do auditor, 
que estará apoiado nas fases anteriores, a fim de garantir uma opinião 
não modificada.
19
Referências
ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: abordagem moderna e completa. 9. ed. São Paulo: 
Atlas, 2019.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 200 – Objetivos gerais do auditor 
independente. Altera a NBC TA 200 que dispõe sobre [...]. Brasília: CFC, 2009. 
Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/
NBCTA200(R1). Acesso em: 4 dez. 2019.
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 300 – planejamento da 
auditoria de demonstrações contábeis. Altera a NBC TA 300 que dispõe sobre 
o planejamento da auditoria de demonstrações contábeis. Brasília: CFC, 2016. 
Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/
NBCTA300(R1). Acesso em: 4 jun. 2021.
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 315 – Identificação e avaliação 
dos riscos de distorção relevante por meio do entendimento da entidade e 
do seu ambiente. Altera a NBC TA 315 que dispõe sobre [...]. Brasília: CFC, 2016. 
Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/
NBCTA315(R1). Acesso em: 4 jun. 2021.
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 320–Materialidade no 
planejamento e na execução da auditoria. Altera a NBC TA 320 que dispõe sobre 
[...]. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: https://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_
sre.aspx?codigo=2016/NBCTA320(R1). Acesso em: 4 jun. 2021.
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 520–Procedimentos analíticos. 
Aprova a NBC TA 520–Procedimentos Analíticos. Brasília: CFC, 2009. Disponível em: 
https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001221. Acesso 
em: 4 jun. 2021.
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 530–Amostragem em auditoria. 
Aprova a NBC TA 530–Amostragem em Auditoria. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: 
https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001222. Acesso 
em: 4 jun. 2021.
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 700–formação da opinião 
e emissão do relatório do auditor independente sobre as demonstrações 
contábeis. Dá nova redação à NBC TA 700 que dispõe sobre [...]. Brasília: CFC, 2016. 
Disponível em: https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTA700.pdf. Acesso em: 
4 jun. 2021.
20
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 705–modificações na opinião 
do auditor independente. Dá nova redação à NBC TA 705 que dispõe sobre 
[...]. Brasília: CFC, 2016. Disponível em: https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/
NBCTA705.pdf. Acesso em: 4 jun. 2021.
CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
21
Planejamento da auditoria
Coautoria: Rafaela Souza Pereira
Coautoria: Israel Horácio Almeida Silva
Leitura crítica: Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Objetivos
• Tratar do risco de distorções relevantes.
• Conhecer sobre a responsabilidade do auditor 
na realização da auditoria sobre demonstrações 
contábeis.
• Descrever os procedimentos e programas que 
são utilizados na auditoria das demonstrações 
financeiras.
22
1. Conceitos aplicáveis durante a fase de 
planejamento da auditoria
O auditor em finanças tem como ponto de partida em seus trabalhos 
de auditoria o planejamento, mecanismo este desenvolvidocom o 
intuito de planejar as estratégias de seu trabalho em consonância com 
as Normas Brasileiras de Contabilidade. Para atentar às necessidades 
de planejamento e análises que deverão ocorrer durante esta fase, o 
auditor pode contar com a NBC TA 300, que trata especificamente do 
tema.
Em primeiro lugar, para que o profissional possa analisar as estratégias 
que serão executadas durante a fase de planejamento, é importante 
que siga as principais orientações descritas nas normas aplicáveis à 
auditoria, além de atentar para a necessidade de cada negócio, pois 
ambas caraterísticas serão necessárias durante os procedimentos que 
serão executados, para que assim possam atender minimamente a 
segurança das informações contábeis e posterior emissão do parecer 
(opinião).
23
Figura 1 – Iniciando os trabalhos com um bom planejamento em 
equipe
Fonte: Ridofranz/iStock.com. 
O planejamento de auditoria deve ter um fluxo de forma adequada 
ao nível de conhecimento sobre as atividades, observando fatores 
econômicos, patrimoniais além de focar juntamente com a legislação 
aplicável e as práticas operacionais da entidade e o nível geral de 
competência de sua administração.
Os trabalhos do auditor deverão ser iniciados com a elaboração da 
estratégia global, que será o fator principal para que haja uma execução 
satisfatória. A fase de planejamento envolve o sócio do trabalho 
(responsável técnico) e outros membros importantes da equipe de 
auditoria, com o objetivo de oferecer uma discussão adequada a 
estratégia do trabalho.
24
Conforme estabelece a NBC TA 300 (R1) (2016), o profissional de 
auditoria deve realizar as seguintes atividades no início do trabalho:
a. Realizar os procedimentos exigidos pela NBC TA 220 – Controle de 
Qualidade da Auditoria de Demonstrações Contábeis.
b. Avaliação da conformidade com os requisitos éticos, inclusive 
independência.
c. Estabelecimento do entendimento dos termos do trabalho, 
conforme exigido pela NBCTA 210 – Concordância com os Termos 
do Trabalho de Auditoria.
A eficácia de um bom planejamento global da auditoria torna o 
processo mais seguro e, portanto, traz maiores garantias de que os 
procedimentos executados avaliarão a natureza, a época e a extensão. 
Além disso, poderão ser executados outros procedimentos adicionais 
independentemente da materialidade ou do risco, somente tendo como 
base o julgamento do auditor.
Para os trabalhos de auditoria em finanças, faz-se necessário atentar 
aos riscos de auditoria e, como exemplo, tem-se a NBC TA 315 que 
trata da identificação e avaliação de riscos e distorções que sejam 
detectados e examinados pelo auditor diante das áreas importantes 
da empresa auditada, podendo tratar do volume de transações ou 
de outras questões ligadas à complexidade de suas atividades, da 
natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria 
a serem aplicados; a existência de entidades associadas, filiais e partes 
relacionadas.
O uso dos trabalhos de auditores independentes que já desenvolveram 
auditorias anteriores, torna o planejamento do auditor em questão 
mais bem direcionado, uma vez que solicitado de modo formal junto 
a empresa auditada, podendo, assim, auxiliar em compreender a 
natureza, o conteúdo e a oportunidade dos documentos emitidos diante 
da auditoria em finanças.
25
O auditor em finanças, em seus trabalhos com base no planejamento, 
deve tomar ciência da necessidade de atender a prazos estabelecidos 
desde o primeiro momento até o momento em que a entidade em 
questão recebe o relatório de auditoria, a fim de prestar informações 
aos demais usuários externos.
Para concluir, o planejamento da auditoria em finanças tem como 
foco atentar para cada etapa do trabalho, e assim, desenvolver uma 
estratégia que atenda a execução de forma satisfatória avaliando a 
natureza, a oportunidade e a extensão dos trabalhos.
1.1 Registro e autenticidade no planejamento
O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes para dar 
início aos exames substantivos, principalmente o aprofundamento em 
práticas contábeis adotadas por cada entidade auditada, ou seja, é 
necessário verificar todas e quaisquer situações que possam provocar 
distorções relevantes ao analisar as demonstrações contábeis.
Com isso, o profissional em auditoria deve ter conhecimento detalhado 
dos controles internos da entidade que será auditada, e, para isso, 
ele deve entrevistar a alta administração, além dos membros-chaves 
de cada área. Após o mapeamento das informações, e de posse da 
estratégia global da auditoria, o planejamento será direcionado para 
cada unidade gerencial a fim de garantir que os controles estejam sendo 
executados de forma satisfatória.
Posteriormente, a identificação dos riscos, chegamos à elaboração 
dos programas de auditoria que devem ser preparados por escrito 
ou por outro meio de registro, a fim de facilitar o entendimento dos 
procedimentos de auditoria que serão aplicados, e posteriormente 
propiciarão uma orientação mais apropriada para a divisão do trabalho 
entre a equipe. O auditor deve atentar à extensão dos exames, a 
26
natureza e o risco determinado de cada área, a fim de examinar com 
razoabilidade todos os aspectos relevantes.
Figura 2 – Autenticidade dos documentos
Fonte: seb_ra/iStock.com. 
O trabalho de auditoria em finanças tem como forma de autenticidade 
a intenção de ficar clara e com transparência para todo o momento 
de existência da empresa, bem como na aplicação dos trâmites e a 
extensão com que os exames serão efetuados.
1.2 A importância do planejamento de auditoria em 
finanças
A auditoria em finanças preza pela elaboração desde o planejamento até 
a aplicação do programa de auditoria propriamente dito, provocando, 
assim, um guia de instrumento de controle nos procedimentos e 
trabalhos em questão para a execução da auditoria em finanças, 
devendo abranger todas as áreas a serem examinadas pelo auditor 
independente.
27
Um bom planejamento, trata, por exemplo, os tipos dos saldos 
de abertura do exercício não contendo possíveis representações 
possivelmente errôneas ou inconsistentes, gerando possíveis distorções 
nas demonstrações contábeis do exercício atual.
A necessidade de se aplicar exames da adequação dos saldos de 
encerramento do exercício anterior com prática de ajustes aos saldos 
de abertura do exercício atual; também a verificação se as práticas 
contábeis adotadas no atual exercício são uniformes com as adotadas 
no exercício anterior.
Para o auditor em finanças é importante a identificação de fatos 
relevantes que possam vir a afetar as atividades da entidade auditada, 
isto é, caso a sua situação patrimonial e financeira demonstre algum 
tipo de identificação de relevantes eventos subsequentes ao exercício 
anterior, revelados.
O planejamento para tratar de forma essencial, deve construir um 
procedimento extremamente utilizado chamado de Plano de Auditoria, 
ou também como Programa de Auditoria, dos quais resultam na 
composição onde são considerados partes do planejamento da 
auditoria.
Em outras palavras, o profissional em auditoria que foca nas finanças 
com o intuito de promover um grau de confiabilidade com base nas 
demonstrações contábeis, deve preparar todo o planejamento da 
auditoria como um processo que se inicia na fase de avaliação para a 
contratação dos serviços.
Esta etapa é de suma importância, pois trata-se exatamente de todo 
o levantamento e busca das informações pertinentes para conhecer, 
definir e alinhar o tipo de atividade da entidade, a sua complexidade, 
a legislação que deve ser estudada e aplicável, os relatórios que serão 
aplicados, tipos de testes e aplicabilidade ao que define os trabalhos, 
28
a fim de serem emitidos pelo relatório de auditoria, para, assim, 
determinar a natureza do trabalho a ser executado.
A conclusão por parte de todo o trabalho de planejamento da auditoria 
em finanças, resulta no seu desfecho só quando o auditor completar 
todas as buscas e levantamentopara os trabalhos em questão.
2. O planejamento na prática da auditoria em 
finanças
O planejamento dos trabalhos de auditoria em finanças tem como 
principais objetivos dentro do planejamento da auditoria, alguns pontos 
marcantes, como a obtenção pelo conhecimento das atividades da 
entidade, tendo, assim, que identificar situações e/ou transações 
relevantes que afetem as demonstrações contábeis.
O auditor necessita atender durante todo o trabalho, desde o 
planejamento até o cumprimento dos serviços contratados, sendo 
este um cordial cumprimento das atividades dentro dos prazos e 
compromissos previamente estabelecidos.
Nesse contexto, deve assegurar que as áreas de alto nível dentro da 
entidade e os valores expressivos contidos em suas demonstrações 
contábeis recebam a atenção requerida para que não haja nenhuma 
perda de informação.
Dentro do tópico com foco no planejamento, se faz importante 
identificar os problemas em potenciais da entidade que afetam 
diretamente as demonstrações contábeis, levando a uma busca 
embasada por identificar a legislação aplicável à entidade.
A busca pelas informações sobre a empresa auditada, assim como 
aplicar a comparabilidade das demonstrações contábeis de dois 
29
exercícios que estejam sendo analisados e, depende exclusivamente 
dos procedimentos contábeis. Estes, por sua vez, são aplicados em uma 
linha de raciocínio de formato uniforme, sem procedimentos adotados 
em caráter equivocado, pelo contrário, há todo uma segurança e sigilo 
com as informações.
Com os trabalhos sendo planejados de forma minuciosa, é preciso 
estabelecer a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos 
a serem efetuados, em consonância com os termos constantes na sua 
proposta de serviços para a realização do trabalho.
Todo bom planejamento deve ser estruturado com a definição e forma 
de divisão das tarefas entre os integrantes da equipe de trabalho, 
quando houver. Dessa forma, facilita-se, assim, uma boa supervisão dos 
serviços executados.
A necessidade em provocar a coordenação do trabalho tomando como 
base a todo instante o planejado e bem efetuado pelo auditor em 
finanças e sua equipe, busca coordenar todo o trabalho a ser efetuado, e 
tem como objetivo final a atenção em identificar os prazos para entrega 
de relatórios de auditoria decorrentes do trabalho contratado com a 
entidade em questão.
2.1 Elaboração do planejamento de auditoria em 
finanças
O auditor em finanças deve atuar de forma imparcial, tendo como 
principal objeto a elaboração sistemática sobre as informações no que 
diz respeito às demonstrações contábeis, devendo este poder avaliar os 
fatores econômicos, financeiros e patrimoniais desta empresa auditada.
Para estender o raio de captura a um nível geral da atividade econômica 
e diretamente com a área de atuação da entidade, tais fatores podem 
impactar seu desempenho, como:
30
• Níveis de inflação, crescimento, recessão.
• Deflação, desemprego, situação política, entre outros.
• As taxas de juros e as condições de financiamento.
• As políticas governamentais, tais como monetária, fiscal, cambial.
• Tarifas para importação e exportação e controle sobre capitais 
externos.
Ao efetuar a análise inicial, o auditor em finanças necessita verificar 
possíveis fatores, como fora mencionado, que servirão de base para 
identificar riscos e impactos relevantes que porventura possam afetar a 
continuidade operacional, bem como a saúde financeira da entidade.
A prática do auditor em finanças pode ser aplicada com uma 
certa periodicidade, com vistas a verificar possíveis contingências 
fiscais, legais, trabalhistas, previdenciárias, comerciais, ambientais, 
obsolescência de estoques e imobilizações e outros aspectos do negócio 
com impacto potencial nas demonstrações contábeis.
Recomenda-se ao auditor de finanças que atue de acordo com tais 
circunstâncias, e que sejam discutidas, e previamente analisadas, entre o 
auditor e a alta administração da entidade auditada.
Segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade a NBC T11.4 (CFC, 2005) 
que trata especificamente sobre o planejamento de auditoria, e seu item 
11.4.1.13 afirma:
As informações obtidas quando da avaliação dos serviços, conforme 
previsto nas Normas Profissionais de Auditor Independente aprovadas 
pelo Conselho Federal de Contabilidade, devem servir de base, também, 
para a elaboração do Planejamento da Auditoria, sendo esta uma etapa 
subsequente àquela. (CFC, 2005, [s.p.])
31
O auditor em finanças deve ter todo embasamento legal, assim, trata 
de forma imparcial e com informações fidedignas para apresentar 
o seu relatório de auditoria todo estruturado com forte influência e 
informações do planejamento em questão.
2.2 Aplicabilidade dos procedimentos de avaliação aos 
riscos e distorções na auditoria em finanças
Para que se tenha êxito em todo o trabalho, é necessário, inicialmente, 
que o profissional em auditoria tome como ponto de partida e seja bem-
sucedido o seu planejamento. Com isso, em seguida, de forma dinâmica, 
faz-se necessária uma aplicação dos procedimentos pelo auditor com a 
averiguação de possíveis riscos iminentes à saúde financeira da empresa 
auditada, de forma direcionada ao conhecimento detalhado das práticas 
contábeis adotadas pela entidade.
Quando os trabalhos em questão iniciam, nada pode modificar nem 
sequer haver algum tipo de alteração tanto por parte das práticas 
contábeis, assim como das próprias informações financeiras causando 
possíveis modificações na comparabilidade das demonstrações 
contábeis.
Ainda no planejamento da auditoria em finanças, quando constatado, 
deve-se criar a necessidade de imediato nos trabalhos, e a 
comparabilidade das práticas contábeis adotadas no exercício com as 
adotadas no exercício anterior. Logo em seguida, e preciso dimensionar 
seus efeitos na posição patrimonial e financeira, e no resultado da 
entidade.
Para os trabalhos de auditoria em finanças, faz jus a um excelente 
conhecimento prévio da legislação aplicável aos trabalhos, e à 
aplicabilidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. É preciso ter 
um bom conhecimento sobre informações dos impostos existentes, 
e também das taxas e contribuições, ou seja, a tributação para esta 
32
empresa em questão. As contribuições sociais a que a empresa auditada 
esteja sujeita, assim com a regulamentação do setor em específico pelas 
atividades.
Na prática, os trabalhos de auditoria em finanças, buscam, juntamente 
com as entidades que estas têm sua responsabilidade, gerir suas 
informações com responsabilidade pelo registro, controle, análise e 
aprovação das transações.
O fato da aplicabilidade do relatório de auditoria nas finanças, torna 
um processo de autenticidade, e garante um de nível de competência 
da administração auditada, tornando fundamental para que o auditor 
tenha uma percepção razoável dos trabalhos com uma garantia e 
razoabilidade diante das demonstrações contábeis.
3. Conhecendo as responsabilidades do auditor 
em finanças com as informações financeiras e 
patrimoniais da empresa auditada
O processo de elaboração do planejamento da auditoria deve seguir 
as etapas de análises necessárias à condução de uma estratégia global 
adequada e que poderá mitigar os riscos no processo de execução.
O cronograma de trabalho a ser executado por intermédio de todo o 
planejamento, deve ficar evidenciado nas áreas ou unidades das partes 
relacionadas que serão atingidas pela auditoria, a fim de comprovar 
que todos os compromissos assumidos junto da entidade auditada 
serão cumpridos. Por exemplo, as responsabilidades do auditor frente 
às informações financeiras que serão tratadas de forma segura, e a 
confiabilidade diante de todos os usuários.
O auditor de finanças deverá seguir seus trabalhos envolvendo 
toda a responsabilidade por intermédio da aplicabilidade do zelo, 
33
compromisso, imparcialidade, além de extremo cuidado, considerando 
a ocorrência dos fatos que se apresentaram relevantes. Dessaforma, pode-se, assim, afetar a entidade e a sua opinião sobre as 
demonstrações contábeis.
Quando dá-se início ao planejamento e a todos os procedimentos, o 
auditor em finanças deve star atento aos possíveis riscos de auditoria, 
tornando, assim, uma das fases de maior relevância. Nessa fase de 
planejamento, faz-se importante efetuar toda a avaliação dos riscos de 
auditoria para que os trabalhos tenham segmentos de forma adequada, 
evitando a apresentação de informações errôneas nas demonstrações 
contábeis.
Os trabalhos realizados pelo auditor em finanças diante das 
responsabilidades e execução dos procedimentos, faz com que a 
auditoria em finanças consiga alcançar os programas de auditoria 
embasados. Assim, estes devem ser revisados permanentemente, 
como forma de o auditor poder, em seguida, avaliar as modificações 
nas circunstâncias e os seus reflexos na extensão, ao ter como grande 
atenuante a oportunidade e a natureza dos procedimentos desta 
auditoria com o foco nas finanças a serem aplicadas.
Vale salientar que ao auditar mais de um ano consecutivo, o auditor 
promove mecanismos de controles que vão auxiliá-lo a tomar decisões 
de análise de risco mais consistentes durante a execução do trabalho. 
Assim, nesta fase de elaboração dos testes o auditor poderá acessar os 
papéis de trabalho do ano anterior de forma usual, a fim de contribuir 
para uma avaliação mais completa sobre os aspectos de controle interno 
das organizações.
A atividade de auditoria em finanças, busca atuar de forma relevante 
para o aprimoramento da entidade auditada, ou seja, com a 
apresentação e a entrega do relatório de auditoria aplicado em 
todos os níveis de uma organização, os processos se tornam mais 
34
efetivos tratando de forma mais eficaz pela busca e gerenciamento de 
possíveis riscos aderentes às boas práticas, aumentando, desta forma, 
a capacidade da organização em atingir seus objetivos estratégicos e 
operacionais.
3.1 Iniciando um planejamento de auditoria em finanças
Durante a realização da primeira auditoria numa entidade, a partir dos 
trabalhos de auditoria em finanças, o auditor precisa tomar alguns 
cuidados em específico.
Em uma entidade que nunca foi auditada, por exemplo, esta situação 
irá requerer uma atenção por parte do auditor em finanças, visto que 
ela não tem experiência anterior de um trabalho de auditoria para que 
seja tomado um parâmetro de evolução, ou sequer observar se estas 
informações já passaram por um olhar técnico e crítico após elaboradas 
estas demonstrações contábeis.
Porém, quando a entidade é auditada no período anterior, e há a 
participação de outro auditor em finanças, esta situação permite uma 
orientação sobre o que fora adotado, e será necessário para que o 
auditor em finanças do ano vigente consiga ter referências e balizar 
suas informações para verificar e apurar melhoras ou aplicação do 
planejamento em questão.
Em alguns casos, quando a entidade ainda não foi auditada no período 
em exercício anterior, tal situação requer atenção do auditor em 
finanças, porquanto as demonstrações contábeis que servirão como 
base de comparação não foram auditadas
Assim sendo, nessas circunstâncias, o auditor em finanças deve incluir 
junto ao seu planejamento de auditoria uma análise das informações 
auditadas, informações essas que devem ser averiguadas, como: 
os saldos de abertura; os procedimentos contábeis adotados; a 
35
uniformidade dos procedimentos contábeis; a identificação de 
relevantes eventos subsequentes ao exercício anterior; e s revisão dos 
papéis de trabalho do auditor anterior.
O planejamento de auditoria em finanças necessita abordar, de forma 
prática, todas as atividades que estruturam desde a primeira etapa da 
metodologia de auditoria com foco no próprio planejamento de cada 
etapa e procedimentos. Quanto melhor for o planejamento do trabalho, 
mais assertivo e com maior qualidade serão os resultados da auditoria.
3.2 Informações relevantes e revisão do planejamento 
de auditoria em finanças
Um dos procedimentos adicionais que o auditor deverá executar ao 
finalizar o seu relatório é a observância de eventos subsequentes a data 
do seu relatório, no qual, poderá ocorrer situações que haverá impacto 
significativo ou não nas demonstrações contábeis e/ou financeiras. 
Esta análise deve ocorrer com o objetivo de assegurar que, no período 
subsequente à divulgação das demonstrações financeiras, outras 
informações adicionais foram analisadas pelo auditor e considerada 
durante a elaboração do seu relatório final.
Ao discutir os procedimentos e aplicar diante de demandas e 
problemáticas da administração da entidade, este momento será 
importante para averiguar e apreciar as demonstrações contábeis do 
exercício tenham sido examinadas.
36
Figura 3 – Fluxo do planejamento de auditoria
Fonte: elaborada pelo autor.
A qualidade em poder aplicar diretamente nos trabalhos de auditoria em 
finanças, trata-se de um atributo que começa a ser construído desde o 
início do processo, ou seja, desde a concepção na fase de planejamento.
Por fim, é fundamental que em todo o trabalho, incluindo quando se 
trata de uma problemática que envolve a saúde financeira da empresa, 
isto seja primordial a fim de assegurar que os objetivos da auditoria 
sejam alcançados em sua plenitude e com qualidade.
Referências
ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: abordagem moderna e completa. 9. ed. São Paulo: 
Atlas, 2019.
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC nº 1.035/05. Aprova a 
NBC T 11.4 – Planejamento da Auditoria. Brasília: CFC, 2009. Disponível em: https://
www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1035.pdf. Acesso em: 15 abr. 2021.
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 300 – planejamento da 
auditoria de demonstrações contábeis. Altera a NBC TA 300 que dispõe sobre 
o planejamento da auditoria de demonstrações contábeis. Brasília: CFC, 2016. 
Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/
NBCTA300(R1). Acesso em: 4 jun. 2021.
about:blank
about:blank
37
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 315 – Identificação e avaliação 
dos riscos de distorção relevante por meio do entendimento da entidade e 
do seu ambiente. Altera a NBC TA 315 que dispõe sobre [...]. Brasília: CFC, 2016. 
Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/
NBCTA315(R1). Acesso em: 4 jun. 2021.
38
Aplicação da auditoria em 
processos de negócios
Coautoria: Rafaela Souza Pereira
Coautoria: Israel Horácio Almeida Silva
Leitura crítica: Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Objetivos
• Avaliar os procedimentos adotados para as contas 
de resultados.
• Avaliar os procedimentos adotados para as contas 
de ativo.
• Avaliar os procedimentos adotados para as contas 
de passivo.
39
1. A auditoria financeira e as contas de 
resultados da empresa
O processo de auditoria tem por objetivo verificar se as demonstrações 
contábeis foram divulgadas pelas empresas em conformidade com a 
legislação aplicável, portanto, refletem a situação econômico-financeira 
da empresa. Uma parte do processo de auditoria consiste em avaliar as 
contas patrimoniais de resultado da entidade onde estarão registrados 
os dados financeiros de grande risco e representatividade para os 
acionistas.
Figura 1 – Acompanhamento do patrimônio das empresas
Fonte: baona/iStock.com. 
Como sabemos, o grupo do resultado corresponde as contas que 
alteram o patrimônio líquido da empresa em um determinado período. 
Nessas contas são apresentadas, provavelmente, as movimentações 
mais substanciais das empresas além de possuírem informações 
40
relevantes aos usuários – principalmente aos acionistas. Portanto, 
devem ser avaliadas pelo auditor financeiro de forma criteriosa.
Assim como a auditoria é regida pelas normas brasileiras aplicáveis 
conhecidas por NBC TA, os procedimentos operacionais das empresas 
são regidos pelos pronunciamentos técnicos contábeis conhecidos como 
CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis),cujo objetivo é efetuar 
a convergência internacional das normas e unificar os procedimentos 
adotados por todas as empresas.
Segundo a resolução CFC nº 1.055/05 (CFC, 2005), o CPC tem como 
objetivo:
[...] o estudo, o preparo e a emissão de documentos técnicos sobre 
procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa 
natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora 
brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de 
produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade 
Brasileira aos padrões internacionais. (CFC, 2005, p. 3)
É importante ressaltar que as contas de resultado se referem às receitas, 
despesas e custos de uma entidade apurados em um determinado 
período. As receitas podem ser consideradas como aumento do 
patrimônio líquido, conceituadas pelo CPC como:
[...] são aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em 
aumentos no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições 
de detentores de direitos sobre o patrimônio. (CPC, 2019, p. 28) 
Já as despesas são consideradas como redução do patrimônio líquido, 
tem sua conceituação pelo CPC como:
[...] são reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam em 
reduções no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribuições 
aos detentores de direitos sobre o patrimônio. (CPC, 2019, p. 28) 
41
Paralelamente, Almeida (2019) descreve que a auditoria nas contas de 
resultado possui os seguintes objetivos:
• Determinar se todas as receitas, custos e despesas atribuídos ao 
período estão devidamente comprovados e contabilizados.
• Determinar se todas as receitas, custos e despesas não 
atribuídos ao período ou que beneficiem exercícios futuros estão 
corretamente diferidos.
• Determinar se as receitas, custos e despesas estão contabilizados 
de acordo com os princípios de contabilidade, em bases uniformes.
• Determinar se as receitas, custos e despesas estão corretamente 
classificados nas demonstrações contábeis, e se as divulgações 
cabíveis foram expostas por notas explicativas.
Ainda segundo Almeida (2019), o maior objetivo dos exames de auditoria 
nas contas de resultado é identificar indícios de fraudes, desvios, 
sonegação, apropriação ou outros tipos de delitos praticados contra o 
patrimônio da empresa, intencionalmente ou por falhas do controle, 
praticados pelos administradores ou por empregados desleais.
Portanto, para mitigar este risco, a auditoria em finanças deve atuar nas 
contas de resultado possibilitando que sejam identificadas: 
• Se todas as receitas, despesas e custos são aplicáveis às 
atividades da empresa e estão suportadas por documentação 
comprobatórias adequada nas suas operações.
• Se todas as contas de resultado foram contabilizadas 
adequadamente seguindo as normas regulamentares. 
 
Se todas as contas de resultado foram classificadas 
adequadamente no conjunto das demonstrações financeiras e 
42
divulgadas consoante os princípios de contabilidade e normas da 
CVM.
• Se todas as contas estão atribuídas ao período que se beneficiem 
os exercícios futuros.
• Se todos os custos e despesas estão corretamente contrapostos às 
receitas devidas.
Figura 2 – Evolução das receitas
Fonte: Thithawat_s/iStock.com.
Após análise das contas de resultado, o relatório do auditor sobre o 
desempenho verificado por meio dos exames é um ponto chave de 
interesse da administração da empresa auditada, pela repercussão que 
pode ter, positiva ou negativa, nos métodos de direção e administração 
e pelas modificações que poderá ensejar no contexto operacional.
43
Para exemplificar o tema, o auditor deve avaliar individualmente cada 
conta do resultado, buscando mitigar o risco de avaliação de cada área 
e, assim, evidenciar minimamente uma segurança no momento de 
avaliar as demonstrações contábeis.
Para exemplificar este tema, o auditor deve estar atento aos 
procedimentos de avaliação da receita, tais como:
• Não contabilização de notas fiscais de vendas.
• Soma a menor dos registros de vendas (inicial, intermediário ou 
final) ou da razão geral de receitas.
• Reconhecimento de receita fora do período de competência.
• Transporte a menor do valor da nota fiscal para o registro inicial de 
vendas e do valor de um registro de vendas para outro ou para a 
razão geral de receitas.
Já para as contas de custos e despesas, o auditor deverá:
• Conferir se o valor selecionado coincide razoavelmente com a ficha 
de lançamento contábil.
• Verificar se o lançamento contábil está razoavelmente classificado.
• Inspecionar os documentos comprobatórios, tais como, notas 
fiscais, contratos, recibos, guias e comprovantes de pagamentos. 
Deve estar atento se existe autenticidade entre os gastos e/ou 
despesas de acordo com a natureza dos negócios da companhia.
• Apontar se aprovação do gasto ou despesa estão em alinhamento 
com sua contabilização, correspondendo ao regime de 
competência.
44
Ambos os procedimentos são de fundamental importância para avaliar 
as contas de resultado e apresentar caraterísticas de controles internos 
sólidos e eficientes.
2. A auditoria financeira e as contas de ativo 
da empresa
As contas de ativo são classificadas por grau de liquidez, ou seja, 
quanto mais disponíveis para o regaste imediato mais classificado na 
parte superior do demonstrativo financeiro. Assim, apresentaremos 
os principais conceitos de algumas contas de ativos que deverão ser 
inspecionados pelos auditores com o objetivo de oferecer segurança aos 
demonstrativos financeiros e contábeis, sendo eles:
I. Caixa e banco: neste grupo serão registrados os recursos 
disponíveis para aplicação nas transações da empresa, como 
dinheiro em caixa e dinheiro em contas correntes bancárias em 
moeda local.
II. Contas a receber: neste grupo serão registrados os direitos 
adquiridos por vendas a prazo de bens ou serviços.
III. Estoque: neste grupo serão registrados os bens destinados à 
venda ou à fabricação, relacionados com os objetivos e atividades 
da empresa. Os principais tipos de estoque são: matérias-primas, 
produtos em processo e produtos acabados.
IV. Investimento financeiros: são registradas as aplicações 
financeiras feitas em instituições bancárias com o objetivo de 
adquirir a rentabilidade desses ativos.
V. Investimento em ativos: são registrados os ativos de capital 
adquiridos para posterior locação.
VI. Imobilizados e intangíveis: nesta conta são registrados todos 
os custos envolvidos em sua aquisição de ativo imobilizado, 
instalação ou para pôr em funcionamento. Já o intangível é 
45
registrado os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos 
destinados à manutenção da companhia.
Figura 3 – Tipos de contas de ativo
Fonte: Macrostore/iStock.com. 
Segundo Crepaldi (2019), para auditar as contas de ativo, o auditor deve 
estar atento a atingir os seguintes objetivos:
• Determinar se foram utilizados os princípios de contábeis 
aplicáveis.
• Determinar se as contas foram corretamente classificadas 
nas demonstrações financeiras e se as divulgações foram 
adequadamente expostas por notas explicativas.
• Averiguar se realmente existem todas as disponibilidades 
mencionadas no balanço.
46
• Assegurar-se de que os títulos negociáveis e as inversões 
financeiras existem realmente e são de propriedade da empresa 
em exame.
• Assegurar-se, ainda, de que todos os rendimentos produzidos 
foram devidamente recebidos e contabilizados.
• Apurar se as contas a receber de cliente são autênticas e se tem 
relação direta com o objetivo da empresa.
• Apurar se os valores apresentados são efetivamente realizáveis e 
se foram classificadas no nível de liquidez.
• Assegurar-se de que os estoques existem fisicamente e são de 
propriedade da empresa auditada.
• Determinar se os estoques são apropriados para sua finalidade 
e se têm condições de realização, isto é, verificar se há 
obsolescências, defeitos, má conservação etc.
• Examinar os critérios de avaliação e a adequação dessescritérios, 
tendo em vista os princípios de contabilidade e a correção dos 
cálculos.
• Verificar a existência e propriedade dos procedimentos aplicados a 
investimentos relevantes.
• Constatar a existência, posse e propriedade dos bens imobilizados.
• Examinar a adequação de contabilização dos custos, correção 
e depreciação do imobilizado, sua classificação contábil, 
consideradas a natureza, vida útil e utilização deles.
Refletindo estes aspectos é possível observar que uma organização 
deve manter os seus registros de forma cuidadosa para que o trabalho 
da auditoria aumente o nível de eficiência dos controles, e que a 
47
identificação dos riscos seja minimizada pelo processo minucioso. 
Quando o auditor adota os procedimentos aplicáveis, seu objetivo é 
assegurar uma avalição justa dos principais ativos da empresa, e, com 
isso, garantir que a entidade tem adotado os controles internos mais 
adequados e eficazes para os resultados operacionais.
Todo programa de auditoria do ativo, será direcionado a determinar os 
procedimentos adequados à auditoria, tendo em vista os objetivos que 
precisam ser atestados nas contas de ativo, dentre eles:
a. Existência: a identificar a existência do ativo a empresa deverá 
fornecer ao auditor provas da existência de um bem, assim como 
o fazem a averiguação verbal e o exame de documental.
b. Avaliação: a identificação do valor apurado a título de custo é um 
dos objetivos para avaliar a existência do bem. 
c. Autorização: o auditor precisará atestar que o ativo de uma 
empresa é constituído de bens adquiridos com autorização, e esta 
deverá conter evidências de aprovação.
d. Propriedade: o auditor precisa determinar se a propriedade dos 
itens de ativo está em nome da empresa auditada, a partir de 
inspeção de nota ou fatura de venda.
e. Restrições:  o auditor deverá verificar que a posse do ativo é 
estreitamente ligada a outro objetivo, ou seja, se um depende do 
outro, objetivando verificar se há ônus ou restrições de qualquer 
natureza.
f. Exatidão de valores: o auditor irá comparar se os valores 
apresentados são exatos, logo, haverá a correlação com a 
quantitativa do bem, mas concentra-se mais especificamente na 
exatidão matemática.
g. Utilidade: o auditor irá verificar a respeito do uso potencial 
da propriedade e se os valores estão registrados nas contas 
corretamente.
48
h. Apresentação nas demonstrações: o auditor irá comprar 
se os itens de ativos estão corretamente classificados nas 
demonstrações financeiras.
Para exemplificar os principais procedimentos adotados, nos exames de 
auditoria elencamos a seguir as áreas dos ativos e os principais exames 
de auditoria realizados.
Quadro 1 – Testes aplicáveis de auditoria em contas de ativo
Tipo de conta de 
ativo Procedimentos aplicáveis
Contas a receber.
Análise dos saldos e conferência 
do contas a receber; inspeção da 
documentação comprobatória, tais 
como: recebimentos ou prestações de 
contas subsequentes à data do exame 
e verifique se existe necessidade de 
constituir provisão de crédito para 
liquidação duvidosa.
Estoque.
Revisão dos valores apurados em relação 
aos custos dos estoques; conferência 
do somatório das relações finais de 
inventário com o saldo contábil; teste 
de contagem de alguns com base nas 
relações finais de inventário.
Caixa e banco.
Contagem de caixa; circularização de 
bancos; reconciliações bancárias.
Investimento 
financeiros.
Composição o saldo das contas de 
aplicações financeiras (ativo circulante 
e realizável a longo prazo); conferir a 
soma das colunas de valor aplicado e 
rendimentos provisionados.
49
Tipo de conta de 
ativo Procedimentos aplicáveis
Imobilizados e 
intangíveis.
Conferir os saldos iniciais com os papéis 
de trabalho do ano anterior; construir um 
mapa com as movimentações ocorridas 
no período; verificar as baixas do ativo 
imobilizado; conferir os saldos finais com 
o razão geral.
Fonte: elaborado pelo autor.
3. A auditoria financeira e as contas de passivo 
da empresa
As obrigações são consideradas como compromissos que a empresa 
tem com terceiros, e estão em posição oposta às contas de ativo. Assim, 
como o ativo é de extrema importância para verificar as condições 
econômicos da empresa, o passivo é reflexo das dívidas que a empresa 
possui com terceiros, e, por isso, mede o grau de alavancagem financeira 
que a empresa possui.
Assim como o ativo, o passivo pode ser segregado em circulante 
(curto prazo) e não circulante (longo prazo). As obrigações da empresa 
compreendem normalmente os seguintes grupos de contas:
• Empréstimos a pagar.
• Fornecedores de mercadorias.
• Impostos a recolher.
• Salários a pagar.
50
• Outras obrigações.
• Provisões.
Conforme descreve Crepaldi (2019) os procedimentos adotados pelos 
auditores para as contas do passivo podem classificados seguindo os 
exemplos conceituais abaixo:
Quadro 2 – Grupo de contas, objetivos e procedimentos de auditoria
Grupo Objetivos Procedimentos
Fornecedores.
Verificar se todas as 
aquisições a prazo 
foram contabilizadas.
Obter relação de 
fornecedores, notas 
fiscais e duplicatas, em 
seu grupo.
Verificar as contas 
do razão e comparar 
com a data do 
reconhecimento 
da obrigação.
Obter confirmação 
de saldo dos 
fornecedores por meio 
de circularização.
Verificar se todas 
as dívidas com 
fornecedores foram 
registradas em sua 
integridade.
Verificar se o valor da 
Nota Fiscal confere 
com o valor do pedido.
51
Grupo Objetivos Procedimentos
Imposto de 
Renda e demais 
impostos.
Verificar se a 
despesa com o IR 
foi contabilizada no 
exercício social em 
que a empresa gerou 
lucro.
Preparar um papel de 
trabalho com o saldo 
do Imposto de Renda 
no início do período e 
no fim e comparar o 
saldo com os papéis 
de trabalho do ano 
anterior.
Verificar se o 
percentual de 
destinação do imposto 
de renda para fins 
fiscais está de acordo 
com a legislação 
vigente.
Conferir os saldos 
do razão geral com 
as demonstrações 
financeiras. Analisar a 
composição dos saldos 
das contas. Conferir a 
análise com o saldo do 
razão. Confrontar os 
valores a pagar com os 
livros fiscais.
Salários a pagar.
Verificar se no grupo 
salários a pagar estão 
registrados apenas 
os rendimentos 
líquidos a pagar 
aos empregados.
Analisar o saldo das 
contas. Conferir a 
análise dos saldos das 
contas com o razão 
geral da contabilidade.
52
Grupo Objetivos Procedimentos
Encargos.
Verificar se no 
grupo descontos 
estão registradas 
as quantias que 
são deduzidas dos 
rendimentos brutos 
dos funcionários.
Confrontar os valores 
das folhas de registro 
de empregados.
Verificar se no grupo 
encargos sociais 
foram contabilizadas 
todas as obrigações 
trabalhistas que 
incidam sobre os 
rendimentos dos 
funcionários como 
INSS, FGTS e 
Imposto de Renda.
Outras 
obrigações.
Verificar se as outras 
contas registradas 
no passivo circulante 
realmente devem 
estar ali registradas e 
não em outro grupo, 
e não como passivo 
não circulante.
Verificar a exatidão 
dos saldos do razão 
e confrontar com a 
análise que deve ser 
feita nessas contas.
53
Grupo Objetivos Procedimentos
Provisões.
Verificar se as 
provisões foram feitas 
de acordo com a 
legislação vigente.
Conferir o cálculo 
para construir 
cada provisão.
Verificar se as 
provisões foram 
debitadas quando da 
liquidação da dívida e, 
por conseguinte, se se 
deve fechá-las.
Conferir a natureza 
destas. Cruzar os 
saldos do razão 
com a apuração 
do resultado do 
exercício. Inspecionar a 
documentação com os 
pagamentos efetuados.
Fonte: elaborado pelo autor.
O auditor independente deve considerar os procedimentos mínimos 
na realização de um exame e que ele esteja de acordo com as normas 
de auditoria para identificar passivos não registrados e contingências 
ativas ou passivas relacionados a litígios, pedidos de indenização ou 
questões tributárias, e assegurar-se de sua adequada contabilização e/
ou divulgação nas demonstrações contábeis examinadas.
Todosos procedimentos adotados pelos auditores devem respeitar as 
normas aplicáveis à auditoria, e correspondem às melhores práticas 
de contabilidade. Vale salientar que a existência de bons controles 
internos torna a eficiência da autoria ainda maior, visto que os controles 
operacionais são essenciais para o desempenho da informação contábil 
e financeira.
Referências 
ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: abordagem moderna e completa. 9. ed. São Paulo: 
Atlas, 2019.
54
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Editora Atlas, 
2018.
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC nº 1.055/05. Cria o 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – (CPC), e dá outras providências. 
Brasília: CFC, 2005. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Imagens/
Res_1055.pdf?_ga=2.93181657.57726287.1627416352-1937192704.1627416352&_
ga=2.93181657.57726287.1627416352-1937192704.1627416352. Acesso em: 23 jun. 
2021.
CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 00 
(R2). Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. Disponível em: http://static.cpc.
aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf. Acesso em: 25 jun. 2021.
CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 47. 
Receita de contrato de clientes. 2016. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/
Documentos/527_CPC_47_Rev%2014.pdf. Acesso em: 23 jun. 2021.
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/527_CPC_47_Rev%2014.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/527_CPC_47_Rev%2014.pdf
55
56
O trabalho da auditoria em 
finanças
Coautoria: Rafaela Souza Pereira
Coautoria: Israel Horácio Almeida Silva
Leitura crítica: Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Objetivos
• Analisar e documentar os papéis de trabalho.
• Avaliar as evidências de distorções relevantes nas 
demonstrações contábeis.
• Identificar os tipos de relatórios de auditoria.
57
1. Definições e objetivos dos papéis de 
trabalho
Para elaborar a execução dos trabalhos de auditoria é necessário 
considerar que as normas devem orientar as posturas e condutas no 
exercício da auditoria em finanças. Além disso, as normas orientam as 
principais práticas e procedimentos que serão utilizados pelo auditor 
durantes os exames; logo, uma dessas rotinas está ligada às evidências 
na execução dos trabalhos.
Para manter a qualidade dos serviços, o auditor deverá juntar o maior 
número de elementos possíveis que possam subsidiar o relatório do 
auditor, de forma organizada e atendendo as orientações normativas 
são conhecidos como papéis de trabalho.
Os papéis de trabalho devem corresponder ao registro de todas 
as evidências obtidas durante o processo de auditoria, e tem por 
finalidade atestar um registro (físico e/ou eletrônico) dos trabalhos 
efetuados, e estes servirão de base para que o auditor elabore seu 
relatório.
Segundo Almeida (2019), os principais objetivos dos papéis de trabalho 
consistem em:
• Atender às normas de auditoria geralmente aceitas.
• Acumular as provas necessárias para suportar o parecer do 
auditor.
• Auxiliar o auditor durante a execução de seu trabalho.
• Facilitar a revisão por parte do auditor responsável, para que ele se 
assegure de que o serviço foi efetuado de forma correta.
• Servir como base para avaliação dos auditores.
58
• Ajudar no trabalho da próxima auditoria (um conjunto de papéis 
de trabalho bem-preparados serve de guia na auditoria do outro 
exercício social, concorrendo para que ela seja conduzida de forma 
mais eficiente).
• Representar na Justiça (no caso de ser movida uma ação contra 
o auditor ou a firma de auditoria) as evidências do trabalho 
executado.
Figura 1 – Papéis de trabalho
Fonte: courtneyk/iStock.com. 
Além disso, podemos destacar que os papéis de trabalho, ainda que 
tenham sido de trabalhos anteriores, serviram de base para os trabalhos 
futuros, no qual serão atualizados e revisados para atender ao novo 
cenário da empresa, e suportar as informações coletadas.
59
Cabe ressaltar que a obrigatoriedade pela elaboração de papéis 
de trabalho também está prevista pelas normas brasileiras de 
contabilidade, por meio da NBC TA 230 (R1)–Documentação de Auditoria 
(CFC, 2016). Neste caso, a norma destaca em sua descrição a natureza, a 
finalidade, o objetivo, os requisitos e as principais aplicações dos papéis 
de trabalho, que podem ser definidos como:
(a) evidência da base do auditor para uma conclusão quanto ao 
cumprimento do objetivo global do auditor (NBC TA 200); e
(b) evidência de que a auditoria foi planejada e executada em 
conformidade com as normas de auditoria e exigências legais e 
regulamentares aplicáveis. (CFC, 2016, p. 2)
A norma NBC TA 230 (R1) ainda estabelece os requisitos mínimos e 
necessários para manter os registros contábeis que estão descritos nos 
papéis de trabalho de forma organizada e coerente, assim, devem ser 
observados os seguintes itens:
• Tempestividade: toda a documentação deve ser elaborada no 
momento oportuno e deve representar fidedignamente o contexto 
analisado.
• Documentação dos procedimentos de auditoria executados 
e da evidência de auditoria obtida: todo o papel de trabalho 
elaborado pelo auditor deve conter a forma, o conteúdo e a 
extensão, dessa forma, serão possíveis identificar o escopo e 
os procedimentos que foram executados durantes os exames, 
bem como o resultado obtido (conclusões) das áreas que foram 
analisadas e as demais aprovações da equipe de auditoria.
• Arquivo final de auditoria: deve ser considerado como sendo 
pastas ou outras formas de armazenamento, em formato físico 
ou eletrônico, e que contêm os registros que constituem a 
documentação de trabalho. Todo o arquivo deverá ficar com o 
auditor por até 5 anos a partir da data de publicação da ata que 
60
aprovou as demonstrações financeiras da companhia auditada, e 
poderá ser solicitado por terceiro mediante pedido formal feito ao 
auditor.
Ademais, vale salientar que explicações verbais do auditor, por si só, 
não representam documentação adequada para o trabalho executado 
pelo auditor ou para as conclusões obtidas, mas podem ser usadas 
para explicar ou esclarecer informações contidas na documentação 
de auditoria. Logo, podemos concluir que os papéis de auditoria são 
elementos fundamentais para atestar os procedimentos descrito na 
auditoria, e que eles de fato seguem os preceitos normativos.
Figura 2 – Arquivamento dos papéis de trabalho
Fonte: Isovector/iStock.com. 
61
É importante destacar que o auditor não deve documentar tudo que se 
utiliza durante a execução da sua auditoria, pois isso seria impraticável 
tanto pelo tempo quanto pelos recursos demandados. Os elementos 
de maior risco serão considerados pelo julgamento do auditor, e estes 
serão as peças mais analisadas durantes os exames substantivos.
2. Evidências de distorções relevantes nas 
demonstrações
O objetivo central da análise das demonstrações contábeis e financeiras, 
é oferecer um diagnóstico sobre a real situação econômico-financeira da 
organização. Para que esta análise possa espelhar a realidade de uma 
empresa, é necessário que os responsáveis pelas informações prestadas 
estejam envolvidos na elaboração das demonstrações contábeis que 
deverão ser elaboradas cuidadosamente e obedecendo os preceitos 
normativos.
Assim, seguindo os objetivos de evidenciar qualquer inconformidade nas 
demonstração contábeis, a NBC TA 315 (R1) tem por objetivo identificar 
e avaliar os riscos de distorções relevantes, independentemente se 
causados por fraude ou erro, analisando o ambiente e os controles 
internos proporcionando, assim, uma base para o planejamento e a 
implementação das respostas aos riscos identificados de distorção 
relevante.
62
Figura 3 – Análise das demonstrações contábeis
Fonte: Olga Strelnikova/iStock,com.
Para que os auditores possam analisar as demonstrações financeiras, é 
necessário que os conceitosabaixo sejam respeitados, tais como:
a. Afirmações são argumentos utilizados pela administração, que 
podem ocorrer por escrito ou verbal, e que serão adicionadas 
a análise das demonstrações contábeis, e que podem ou não 
distorcer as demonstrações contábeis de forma relevante.
b. Risco de negócio é o risco que advém de uma condição da 
natureza de cada negócio, e pode resultar em uma questão 
adversa, que poderá impactar na capacidade da entidade de 
alcançar seus objetivos, e que, ao mesmo tempo, põe em risco as 
demonstrações financeiras.
c. Controle interno são todos os controles implementados 
e mantidos pela administração com o objetivo de fornecer 
63
segurança razoável quanto aos procedimentos no que se refere à 
confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência 
das operações, e se elas apresentam conformidade com as leis e 
os regulamentos aplicáveis.
d. Procedimentos são mecanismos de aplicação da auditoria cujo 
objetivo é a obtenção do entendimento geral sobre a empresa e o 
seu ambiente de negócio. Inclui também a avaliação dos controles 
internos para mensurar o risco de distorção relevantes.
e. Risco significativo é o risco de distorção relevante identificado 
e avaliado que, no julgamento do auditor, requer consideração 
especial na auditoria.
Dessa forma, para auxiliar o auditor na determinação do risco, ele 
poderá utilizar uma matriz de risco, na qual serão avaliadas pelo 
profissional: a natureza do negócio; o tipo de operação realizada; a 
segurança dos dados; e demais informações a fim de subsidiar sua 
avaliação quanto ao risco, por natureza de negócio e área auditada o 
impacto dessa avaliação.
Quadro 1 – Matriz e quadro de distribuição dos riscos
Matriz e quadro de distribuição dos riscos
IM
PA
CT
O
Muito 
Alto
Risco Alto Risco Alto
Risco Muito 
Alto
Risco Muito 
Alto
Risco Muito Alto
Alto Risco Médio Risco Médio Risco Alto Risco Alto Risco Muito Alto
Médio Risco Baixo Risco Médio Risco Médio Risco Alto Risco Alto
Baixo
Risco Muito 
Baixo
Risco Baixo Risco Baixo Risco Médio Risco Médio
Nulo
Risco Muito 
Baixo
Risco Muito 
Baixo
Risco Muito 
Baixo
Risco Muito 
Baixo
Risco Muito 
Baixo
Improvável Baixa Média Alta Muito Alta
  PROBABILIDADE
Fonte: elaborado pelo autor.
64
Ao avaliar a matriz de risco, o auditor irá verificar a extensão dos 
procedimentos que serão necessários para mitigar os riscos; e, para isso, 
deverá utilizar o seu julgamento identificando:
• Os possíveis tipos de fraude e/ou erro.
• A probabilidade de que um tipo particular de fraude e/ou erro 
possa resultar em distorções relevantes nas demonstrações 
contábeis.
Segundo Crepaldi (2019), quando da aplicação de procedimentos de 
auditoria, o auditor deverá:
Com base na avaliação de risco, indicar a provável existência de 
fraude e/ou erro, o auditor deve considerar o efeito potencial sobre as 
demonstrações contábeis. Se acreditar que tais fraudes e erros possam 
resultar em distorções relevantes nas demonstrações contábeis, o auditor 
deve modificar seus procedimentos ou aplicar outros, em caráter adicional. 
(CREPALDI, 2019, p. 133)
Todas as informações contidas na norma auxiliam o entendimento do 
auditor em sua responsabilidade perante a avaliação das demonstrações 
contábeis, portanto, vale ressaltar que os responsáveis pelas 
informações publicadas nas demonstrações contábeis ou informações 
fornecidas são dos administradores da entidade auditada. Ainda assim, 
isso não exime o auditor de finanças de seguir à risca seu trabalho e 
procedimento de auditoria.
É um dever da firma de auditoria garantir que as informações adquiridas 
durante a execução do trabalho tenham sido fornecidas por pessoas 
que detenham credibilidade sobre o assunto, e, portanto, estariam 
aptas a fornecer tais dados. Todos os documentos, exames, papeis de 
trabalho, relatórios e parecer estão relacionados ao exercício da função 
de auditoria e são de responsabilidade da firma que elabora.
65
3. Tipos de relatório de auditoria em finanças
O relatório de auditoria trata-se de um documento elaborado pelo 
auditor, cujo objetivo é emitir a sua opinião sobre o processo e os 
procedimentos que foram adotados e analisados durante a execução 
da auditoria. Toda a opinião do auditor está baseada nos atos 
normativos que regem a auditoria, e deve estar apta a medir o grau de 
confiabilidade das demonstrações contábeis, atestando que elas estejam 
livres de distorções relevantes seja por fraude, seja por erro.
A partir de então, a auditoria elabora o seu relatório – também chamado 
de parecer –, no qual identifica todas as etapas perpassadas até a 
formação de opinião.
Figura 4 – Auditor analisando os resultados encontrados
Fonte: NicoElNino/iStock.com. 
66
Para elaborar um relatório de auditoria é necessário seguir os seguintes 
critérios:
• Endereçamento: corresponde ao destinatário do documento, ou 
seja, à pessoa para quem o relatório está sendo elaborado.
• Opinião: inclui a opinião do auditor.
• Base para opinião: descreve que a auditoria foi conduzida em 
todos os aspectos formais seguindo as normas vigentes e que as 
evidências foram suficientes para embasar a sua opinião.
• Principais assuntos de auditoria: cabe ao auditor informar sua 
responsabilidade em decorrência dos principais assuntos em seu 
relatório e que foram levantados pelo auditor com base no seu 
julgamento.
• Outras informações que acompanham as demonstrações 
contábeis: outras informações no qual o auditor julgue ser 
necessário e que, adicionalmente, possa contribuir para leitura das 
informações contábeis e financeiras.
• Relatório do auditor: é o documento oficial emitido pela firma de 
auditoria que contempla a sua opinião e a base conceitua no qual 
foi verificada durante os exames de auditoria. Sua opinião poderá 
ser classificada como: sem modificação, opinião com ressalva, 
opinião adversa e abstenção de opinião.
• Responsabilidades da administração e da governança pelas 
demonstrações contábeis: a administração é responsável 
pela elaboração e adequada apresentação das demonstrações 
contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil 
e pelos controles internos que ela determinou como necessários 
para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de 
distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou 
erro.
67
• Responsabilidades do auditor pela auditoria das 
demonstrações contábeis e fechamento: obter segurança 
razoável de que as demonstrações contábeis, tomadas em 
conjunto, estão livres de distorção relevante, independentemente 
se causada por fraude ou erro, e emitir relatório de auditoria 
contendo nossa opinião.
Existem quatro normas que tratam especificamente do relatório de 
auditoria, diante de tamanha importância da emissão deste documento, 
tanto para o auditor quanto para empresa auditada. Elencamos a seguir 
as normas que tratam especificamente deste tema:
Quadro 2 – Resumos das normas aplicáveis a opinião do auditor
NBC Resolução CFC Nome da Norma IFAC
NBC TA 
700
DOU 04/07/16
Formação da Opinião e 
Emissão do Relatório do 
Auditor Independente sobre as 
Demonstrações Contábeis.
ISA 
700
NBC TA 
701
DOU 04/07/16
Comunicação dos Principais 
Assuntos de Auditoria 
no Relatório do Auditor 
Independente.
ISA 
701
NBC TA 
705
DOU 04/07/16
Modificações na Opinião do 
Auditor Independente.
ISA 
705
NBC TA 
706
DOU 04/07/16
Parágrafos de Ênfase e 
Parágrafos de Outros Assuntos 
no Relatório do Auditor 
Independente.
ISA 
706
Fonte: adaptado de CFC.
É importante ficar claro que a opinião do auditor é sempre 
fundamentada, e que ele utiliza normas, princípios e códigos que 
pautam as suas práticas. Para exemplificar cada tipo de opinião do 
https://www.ifac.org/
https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA701
https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA701
https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA705
https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA705https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA706
https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA706
68
auditor e a sua importância, destacaremos o modelo de opinião que o 
auditor poderá usar a depender do tipo de parecer identificação:
 1. Opinião sem modificação:
Avaliamos a adequação das políticas contábeis utilizadas e a 
razoabilidade das estimativas contábeis e respectivas divulgações feitas 
pela administração da companhia.
Concluímos, sobre a adequação do uso, pela administração, da base 
contábil de continuidade operacional e, com base nas evidências de 
auditoria obtidas, se existe incerteza relevante em relação a eventos 
ou condições que possam levantar dúvida significativa em relação 
à capacidade de continuidade operacional da companhia. Nossas 
conclusões estão fundamentadas nas evidências de auditoria obtidas até 
a data de nosso relatório. Todavia, eventos ou condições futuras podem 
levar a companhia a não mais se manter em continuidade operacional.
 2. Opinião com ressalva:
Em nossa opinião, exceto pelos efeitos do assunto descrito na seção a 
seguir intitulada “base para opinião com ressalva”, as demonstrações 
contábeis referidas anteriormente apresentam adequadamente, 
em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira 
da companhia em xx de dezembro de 20xx, o desempenho de suas 
operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, de 
acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
Base para opinião com ressalva.
Nossa auditoria foi conduzida de acordo com as normas brasileiras e 
internacionais de auditoria. Nossas responsabilidades, em conformidade 
com tais normas, estão descritas na seção a seguir intitulada 
“Responsabilidade do auditor pela auditoria das demonstrações 
contábeis”. Somos independentes em relação à companhia de acordo 
69
com os princípios éticos relevantes previstos no Código de Ética 
Profissional do Contador e nas normas profissionais emitidas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade e cumprimos com as demais 
responsabilidades éticas de acordo com essas normas. Acreditamos 
que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para 
fundamentar nossa opinião com ressalva.
 3. Opinião adversa:
Examinamos as demonstrações contábeis consolidadas da companhia 
que compreendem o balanço patrimonial consolidado em xx de 
dezembro de 20xx e as respectivas demonstrações consolidadas do 
resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido 
e dos fluxos de caixa para o exercício encerrado nessa data, bem como 
as correspondentes notas explicativas, incluindo o resumo das principais 
políticas contábeis.
Em nossa opinião, devido à importância do assunto discutido 
no parágrafo a seguir intitulado “base para opinião adversa”, as 
demonstrações contábeis consolidadas referidas anteriormente 
não apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, 
a posição patrimonial e financeira consolidada da Companhia, o 
desempenho consolidado de suas operações e os seus fluxos de caixa 
consolidados para o exercício findo nessa data, de acordo com as 
práticas contábeis adotadas no Brasil.
Base para opinião adversa.
Nossa auditoria foi conduzida de acordo com as normas brasileiras e 
internacionais de auditoria. Nossas responsabilidades, em conformidade 
com tais normas, estão descritas na seção a seguir intitulada 
“responsabilidade do auditor pela auditoria das demonstrações 
contábeis”.
70
4. Abstenção de opinião:
Nossa responsabilidade é a de conduzir uma auditoria das 
demonstrações contábeis consolidadas da companhia e suas 
controladas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, 
bem como emitir um relatório de auditoria.
Contudo, devido ao assunto descrito na seção intitulada “base 
para abstenção de opinião”, não nos foi possível obter evidência de 
auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião 
de auditoria sobre essas demonstrações contábeis consolidadas. 
Somos independentes em relação à companhia de acordo com os 
princípios éticos relevantes previstos no Código de Ética Profissional do 
Contador e nas normas profissionais emitidas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade e cumprimos com as demais responsabilidades éticas de 
acordo com essas normas.
Percebe-se, portanto, que não há “outras informações que acompanham 
as demonstrações contábeis e o relatório do auditor” ou os “principais 
assuntos de auditoria” porque as demonstrações não foram auditadas.
Referências
ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria: abordagem moderna e completa. 9. ed. São Paulo: 
Editora Atlas, 2019.
CREPALDI, Silvio A.; CREPALDI, Guilherme S. Auditoria contábil: teoria e prática. 11. 
ed. São Paulo: Editora Atlas, 2019.
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 315 – Identificação e avaliação 
dos riscos de distorção relevante por meio do entendimento da entidade e 
do seu ambiente. Altera a NBC TA 315 que dispõe sobre [...]. Brasília: CFC, 2016. 
Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/
NBCTA315(R1). Acesso em: 4 jun. 2021.
71
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 230 – Documentação de 
Auditoria. Altera a NBC TA 230 que dispõe sobre a documentação de auditoria. 
Brasília: CFC, 2016. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.
aspx?Codigo=2016/NBCTA230(R1). Acesso em: 4 jun. 2021.
72
BONS ESTUDOS!
	Sumário
	A auditoria e sua conceituação.
	Objetivos
	1. A auditoria e os aspectos conceituais.
	2. Principais normas aplicáveis aos trabalhos de auditoria
	Planejamento da auditoria.
	Objetivos
	1. Conceitos aplicáveis durante a fase de planejamento da auditoria
	2. O planejamento na prática da auditoria em finanças
	3. Conhecendo as responsabilidades do auditor em finanças com as informações financeiras e patrimo
	Referências 
	Aplicação da auditoria em processos de negócios.
	Objetivos
	1. A auditoria financeira e as contas de resultados da empresa
	2. A auditoria financeira e as contas de ativo da empresa
	Referências 
	O trabalho da auditoria em finanças.
	Objetivos
	1. Definições e objetivos dos papéis de trabalho 
	2. Evidências de distorções relevantes nas demonstrações
	3. Tipos de relatório de auditoria em finanças 
	Referências

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