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<p>Proibição do uso da força e segurança coletiva no</p><p>Direito Internacional</p><p>Mecanismos de Solução de Controvérsias no Direito</p><p>Internacional</p><p>Aula 4</p><p>@prof.vieirafrancielle</p><p>francielle.oliveira@processus.edu.br</p><p>Professora Francielle Vieira Oliveira</p><p>Proibição do uso da força e segurança coletiva no Direito Internacional</p><p>Ao longo da história da humanidade, a guerra e a paz sempre foram temas recorrentes,</p><p>repercutindo na ascenção e declínio de impérios, delimitando o desenho geográfico de fronteiras</p><p>e contribuindo para a realidade do mundo como o vemos atualmente.</p><p>Carl von Clausewitz - "Da Guerra" (XIX): A guerra é a continuação da política por outros meios.</p><p>Ainda hoje, os discursos de poder e as pretensões hegemônicas estão presentes nas relações</p><p>internacionais, mas ao longo da construção do Direito Internacional, estabeleceu-se um conjunto</p><p>de regras e princípios que condena o uso da força de um Estado, povo, ou nação contra outro.</p><p>O Direito Internacional é o único instrumento que se tem para garantir um ambiente de paz e</p><p>de progresso pautado no império do Direito e pelos valores de justiça que permeiam a</p><p>compreensão de civilização humana.</p><p>Proibição do uso da força e segurança coletiva no Direito Internacional</p><p>Fases do Direito Internacional</p><p>Regulação sagrada do direito de fazer a guerra, como honra e glória (jus in bellum);</p><p>Direito legítimo de ir à guerra (jus ad bellum);</p><p>Renúncia à guerra, considerando-a um não direito, um ilícito internacional.</p><p>Proibição do uso da força e segurança coletiva no Direito Internacional</p><p>Proibição do uso da força: "divisor de águas" para a regulamentação jurídica internacional -</p><p>ampliação da capacidade destrutiva dos conflitos.</p><p>Contramedida para a preservação da paz: aliança de todos os povos; inspiração kantiana: o</p><p>estado de paz não pode ser instituído ou assegurado, sem um contrato dos povos entre si…</p><p>(KANT, Immanuel. À paz perpétua. Porto Alegre: L&M, (1795)1989, p.40-41.</p><p>- Concerto Europeu (1815 - 1918)</p><p>Organizações internacionais com escopo universal:</p><p>- Liga das Nações (1920 - dissolvida formalmente em 8/4/1946, mas deixou de existir anos antes)</p><p>- Organização das Nações Unidas (1945 aos dias atuais)</p><p>Proibição do uso da força e segurança coletiva no Direito Internacional</p><p>Período pós-45: Carta das Nações Unidas estabeleceu o princípio da proibição do</p><p>uso da força - princípio estrutural do Direito Internacional contemporâneo;</p><p>Carta das Nações Unidas, n. 3 do art. 2.º: "Todos os Membros deverão evitar em suas</p><p>relações internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial</p><p>ou a dependência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação incompatível</p><p>com os Propósitos das Nações Unidas."</p><p>Solução pacífica de controvérsias - princípio previsto n. 3 do art. 2.º, da Carta das</p><p>Nações Unidas: "Todos os Membros deverão resolver suas controvérsias</p><p>internacionais por meios pacíficos, de modo que não sejam ameaçadas a paz, a</p><p>segurança e a justiça internacionais."</p><p>Proibição do uso da força e segurança coletiva no Direito Internacional</p><p>Apesar da proibição do uso da força, a guerra continua a existir na prática.</p><p>Ao Direito Internacional interessa apenas as guerras (públicas) internacionais, enquanto as</p><p>civis só lhe concernem quando se coloca em risco a paz internacional.</p><p>O Direito que regulamenta o conflito armado está na IV Convenção de Haia de 1907, nas</p><p>quatro Convenções de Genebra (Primeira - 1863; Segunda - 1906; Terceira - 1929; Quarta -</p><p>1949) e dois Protocolos Adicionais de 1977.</p><p>Guerra vs. Conflito armado - Convenções de Genebra de 1949, destinadas a proteger as</p><p>vitimas da guerra.</p><p>Proibição do uso da força e segurança coletiva no Direito Internacional</p><p>A propósito das Convenções de Genebra...</p><p>Em 1859, Henri Dunant, um negociante suíço, viajou para Solferino, uma pequena cidade italiana, com o</p><p>objetivo de discutir assuntos comerciais com o imperador francês Napoleão III, que liderava seu exército</p><p>contra os austríacos na região. No entanto, ao chegar, Dunant testemunhou os horrores da batalha recente:</p><p>um mar de mortos e feridos que o chocou profundamente. Esse evento o levou a abandonar seus negócios</p><p>temporariamente para prestar socorro aos feridos. A experiência de Dunant em Solferino o inspirou a fundar</p><p>a Cruz Vermelha cinco anos depois. Ele viu a necessidade urgente de uma organização que pudesse fornecer</p><p>assistência médica imparcial e humanitária em situações de conflito armado. Seu trabalho culminou na</p><p>assinatura das Convenções de Genebra e seus Protocolos Adicionais, que constituem o núcleo do Direito</p><p>Internacional Humanitário (DIH).</p><p>A relevância da Cruz Vermelha e das Convenções de Genebra tornou-se evidente quase meio século depois,</p><p>durante a Primeira Guerra Mundial. Esses instrumentos legais e humanitários estabeleceram padrões</p><p>essenciais para o tratamento ético e compassivo dos feridos e prisioneiros de guerra, demonstrando sua</p><p>importância duradoura no cenário internacional.</p><p>Proibição do uso da força e segurança coletiva no Direito Internacional</p><p>Guerra vs. Conflito armado</p><p>Toda guerra é conflito armado internacional, mas nem todo conflito armado internacional é</p><p>uma guerra.</p><p>O conflito armado não necessariamente rompe o status de paz, a guerra sim (os tratados entre</p><p>as partes em luta não são suspensos ou rompidos; há necessariamente o rompimento de</p><p>relações diplomáticas).</p><p>A guerra é o estágio mais grave nas relações internacionais.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Antecedentes:</p><p>Caso Alabama - 1872: imbróglio entre Estados Unidos e Inglaterra resolvido por meio da</p><p>arbitragem.</p><p>No contexto da Guerra Civil Americana (1861-65), o governo norte-americano acusou o</p><p>Reino Unido de não ter tido posição neutra diante da Guerra, pois teria permitido o</p><p>abastecimento e a equipagem dos navios dos rebeldes sulistas.</p><p>Após um processo de arbitragem internacional, os Estados Unidos saíram vitoriosos,</p><p>resultando na determinação de que o governo britânico deveria pagar uma indenização.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Antecedentes:</p><p>Primeira Conferência da Paz (1899): os conferencistas assinaram uma declaração para a</p><p>resolução pacífica de conflitos internacionais, resultando na criação do Tribunal Permanente de</p><p>Arbitragem, sediado em Haia.</p><p>Tribunal Permanente de Arbitragem: não é uma instituição jurídica como a Corte Internacional</p><p>de Justiça, mas sim uma instância administrativa para casos em que Estados buscam resolver suas</p><p>disputas de forma pacífica. No processo arbitral, duas partes concordam em submeter seu caso</p><p>ao entendimento de um terceiro imparcial, o árbitro, que busca uma solução justa para ambas as</p><p>partes.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Antecedentes:</p><p>Ato Geral de Arbitragem: adotado no âmbito da Sociedade das Nações Unidas, em 1928,</p><p>constitui um verdadeiro código de procedimentos internacionais, não só relacionado à</p><p>arbitragem, mas também concernente à conciliação e ao recurso judicial.</p><p>Dentre as suas disposições previa:</p><p>• no caso de litígios entre Estados, deve haver o recurso a um a comissão mista de</p><p>conciliação;</p><p>• no caso de fracasso da mesma, os litígios de natureza política, e que versassem sobre</p><p>assuntos de lege ferenda, seriam resolvidos por arbitragem, admitindo-se a solução ex aequo</p><p>et bono;</p><p>• os litígios de natureza jurídica, com base na interpretação de um direito existente entre as</p><p>partes, seriam resolvidos, judicialmente, pela Corte Permanente de Justiça Internacional.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Antecedentes:</p><p>Ato Geral de Arbitragem: adotado no âmbito da Sociedade das Nações Unidas, em 1928,</p><p>constitui um verdadeiro código de procedimentos internacionais, não só relacionado à</p><p>arbitragem, mas também concernente à conciliação e ao recurso judicial.</p><p>Dentre as suas disposições previa:</p><p>• no caso de litígios entre Estados, deve haver o recurso a um a comissão mista de</p><p>conciliação;</p><p>• no caso de fracasso da mesma, os litígios de natureza política, e que versassem sobre</p><p>assuntos de</p><p>lege ferenda, seriam resolvidos por arbitragem, admitindo-se a solução ex aequo</p><p>et bono;</p><p>• os litígios de natureza jurídica, com base na interpretação de um direito existente entre as</p><p>partes, seriam resolvidos, judicialmente, pela Corte Permanente de Justiça Internacional.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Controvérsia internacional: “desacordo entre Estados sobre um ponto de</p><p>direito ou de fato, uma contradição, ou oposição de teses jurídicas ou de</p><p>interesses” (CPJI, 1924).</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Carta das Nações Unidas</p><p>CAPÍTULO VI</p><p>SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS</p><p>Artigo 33</p><p>1. As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança</p><p>internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito,</p><p>mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a entidades ou acordos</p><p>regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha.</p><p>2. O Conselho de Segurança convidará, quando julgar necessário, as referidas partes a resolver,</p><p>por tais meios, suas controvérsias.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Carta das Nações Unidas</p><p>CAPÍTULO VI</p><p>SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS</p><p>Artigo 33</p><p>1. As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança</p><p>internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito,</p><p>mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a entidades ou acordos</p><p>regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha.</p><p>2. O Conselho de Segurança convidará, quando julgar necessário, as referidas partes a resolver,</p><p>por tais meios, suas controvérsias.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais:</p><p>diplomáticos</p><p>políticos</p><p>jurídicos</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais</p><p>diplomáticos: são aqueles em que os Estados, na condição de sujeitos</p><p>do Direito Internacional, por excelência, negociam com base na sua</p><p>soberania externa e, diante de um conflito, utilizam-se de seus agentes</p><p>governamentais e do aparato estatal para negociar os conflitos.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais</p><p>Mecanismos diplomáticos:</p><p>Entendimento direto ou negociações diretas: ocorre quando representantes</p><p>dos próprios governos em litígio buscam diretamente se entender, mediante</p><p>conversações e discussões, sem a participação de terceiros, visando a solução</p><p>da controvérsia.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais</p><p>Mecanismos diplomáticos:</p><p>Bons ofícios: ao contrário das negociações diretas, em que os Estados em disputa buscam</p><p>resolver o conflito por si mesmos, os "bons ofícios" envolvem a intervenção de um terceiro</p><p>Estado (ou indivíduo, organização internacional) não diretamente envolvido no conflito. Esse</p><p>terceiro não participa das negociações ou acordos, mas, por sua própria iniciativa, oferece</p><p>assistência para buscar um acordo entre as partes em litígio, mesmo durante o curso das</p><p>hostilidades.</p><p>Obs: Os bons ofícios foram pensados normativamente em 1856, no Congresso de Paris, que afirmava</p><p>que "Os Estados entre os quais surgir um conflito, antes de se empenharem em uma luta armada, recorrerão,</p><p>segundo o permitirem as circunstâncias, aos bons ofícios de uma potência amiga."</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais:</p><p>Mecanismos diplomáticos:</p><p>Mediação implica na intervenção consentida das partes por um terceiro Estado ou</p><p>indivíduo, que participa ativamente das negociações para a resolução de controvérsias.</p><p>Esse mediador, a partir da identificação do ponto de discórdia, apresenta propostas e só</p><p>encerra sua atividade quando um acordo é alcançado ou quando ocorre uma ruptura</p><p>definitiva entre as partes.</p><p>Obs.: Conforme estabelecem as Conferências da Paz de Haia, de 1889 a 1907, em seu art. 4º, "a</p><p>função do mediador consiste em ajustar o interesse das partes, apaziguando os ressentimentos que</p><p>possam ter-se produzido entre os Estados em conflito."</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais:</p><p>Mecanismos diplomáticos:</p><p>Conciliação: é prevista tanto no nascimento da lide quanto em um tratado anterior que contempla o recurso</p><p>a esse procedimento. Caracteriza-se pela intervenção consentida de terceiros, que podem ser um grupo de</p><p>pessoas, técnicos ou especialistas, sempre em número ímpar. Esses conciliadores, com a aceitação das</p><p>partes envolvidas no litígio, têm a missão de realizar estudos sobre o conflito e propor soluções para ele. Eles</p><p>conduzem uma análise detalhada da controvérsia dentro dos limites de competência estabelecidos pelos</p><p>Estados em conflito, conforme o acordo de conciliação. Com base nas conclusões do estudo, emitem uma ou</p><p>mais propostas para a resolução do conflito, com o objetivo de alcançar um consenso efetivo entre as partes.</p><p>Exemplos: Convenção de Viena (1969), sobre o direito dos tratados; Convenção de Montego Bay (1982), sobre</p><p>o Direito do Mar.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais:</p><p>Mecanismos diplomáticos:</p><p>Investigação ou inquérito: quando uma disputa envolve principalmente uma questão de fato controverso, as</p><p>partes podem optar por institucionalizar uma Comissão de Investigação ou Inquérito, que, na qualidade de</p><p>terceiro, poderá apurar por meio de exame imparcial e exaustivo a materialidade da ação ilícita supostamente</p><p>praticada pelos Estados em litígio. A composição da comissão de investigação, sua competência, o procedimento,</p><p>a prática de provas e os deveres das partes são estabelecidos mediante acordo entre as partes, geralmente por</p><p>meio de tratados gerais de resolução pacífica, onde são determinadas as regras supletivas aplicáveis. Cabe aos</p><p>Estados nomear seus membros para compor a comissão. Na investigação, a intervenção de terceiros geralmente</p><p>segue um procedimento contraditório semelhante aos processos judiciais. Os trabalhos de investigação são</p><p>conduzidos por um órgão colegiado composto por um número variável de membros, geralmente entre três e</p><p>cinco, escolhidos por sua expertise técnica, jurídica ou Prestígio pessoal no âmbito internacional.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais:</p><p>Mecanismos diplomáticos:</p><p>Sistema de consultas: opera com base em um acordo entre os Estados, no qual concordam em se consultar</p><p>mutuamente caso surja um problema urgente relacionado ao acordo firmado. Essas consultas têm o objetivo de</p><p>decidir qual posição adotar diante do problema emergente.</p><p>Esse sistema se diferencia das negociações diretas pela sua previsibilidade prévia e por ser um órgão colegiado</p><p>de Estados. Ademais, o sistema de consultas implica a ideia de obrigatoriedade na convocação do conclave</p><p>consultivo, o que significa que os Estados têm a obrigação de participar e considerar as consultas quando</p><p>solicitadas.</p><p>Exemplo: Na OEA, a Carta de Bogotá, no art. 61, estabelece o sistema de consultas entre os Estados-membros</p><p>pelo qual qualquer um deles poderá solicitar a convocação de uma reunião caso haja alguma questão relativa a</p><p>interesses dos Estados.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais</p><p>políticos: são utilizados no âmbito de uma organização internacional,</p><p>que desempenham um papel importante de promover a aproximação</p><p>dos Estados em litígio.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais</p><p>Mecanismos políticos universais: são aqueles que se dão no âmbito de</p><p>uma organização internacional com amplitude mundial, e.g. a ONU, a</p><p>OMC, a Unesco</p><p>e a FAO.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais</p><p>Mecanismos políticos universais:</p><p>Carta das Nações Unidas:</p><p>Art. 39 - O Conselho de Segurança determinará a existência de qualquer</p><p>ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de agressão, e fará recomendações ou</p><p>decidirá que medidas deverão ser tomadas…</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais</p><p>Mecanismos políticos universais:</p><p>Resoluções da Assembleia Geral da ONU: embora não sejam coercitivos, podem</p><p>servir como advertência.</p><p>Exemplo: A Assembleia Geral adotou, no dia 23/02/2023, uma resolução pedindo fim</p><p>da guerra na Ucrânia. O texto, que foi à votação um dia antes do conflito ompletar um</p><p>ano, teve 141 votos a favor, sete contra e 32 abstenções.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais</p><p>Mecanismos políticos regionais: desde quando os Estados modernos foram</p><p>constituídos, o regionalismo passou a ser implementado como uma estratégia de</p><p>coesão dos Estados limítrofes ou identificados por estarem ou comporem um mesmo</p><p>espaço geográfico, seja com objetivos de cooperação estratégica, aberta, como a OEA ou</p><p>o Conselho da Europa, seja em processos de integração, em que as relações jurídico-</p><p>normativas e sociais são mais aprofundadas, como na União Europeia, no Mercosul, na</p><p>Unasul, na Comunidade Andina, entre outras. As organizações regionais aspiram a</p><p>contribuir com a manutenção da paz em seus respectivos âmbitos geográficos de</p><p>atuação e, para tal fim, tratam de promover a solução pacífica das controvérsias,</p><p>disponibilizando canais de negociação interna ou intervenção orgânica, ou ainda</p><p>atribuindo diretamente a seus próprios órgãos ou a outras instituições criadas sob seus</p><p>auspícios.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais:</p><p>jurídicos: privilegiam a aplicação de normas vigentes na sociedade internacional</p><p>ou entre as partes que são reconhecidas a partir de um rito processual definido e</p><p>estabelecido entre elas, ora a partir do aparelhamento de uma corte permanente</p><p>com uma finalidade definida, ora com a escolha de árbitros que, baseados em</p><p>mecanismo ad hoc para definição da controvérsia, emitem laudo sentencial</p><p>dizendo o direito que cabe a cada parte.</p><p>OBS.: o princípio essencial sobre o qual está fundamentada a competência de todo</p><p>Tribunal Internacional é o consentimento das partes no sentido de reconhecer a</p><p>jurisdição e a competência da corte para a matéria.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Mecanismos pacíficos de solução de controvérsias internacionais:</p><p>Mecanismos jurídicos - exemplos de tribunais internacionais:</p><p>Tribunal de Justiça Internacional: julga casos entre Estados-membros da ONU.</p><p>Tribunal Penal Internacional: julga indivíduos por crimes de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e</p><p>o crime de agressão tipificados no Estatuto de Roma.</p><p>Tribunal Europeu dos Direitos Humanos: julga casos relacionados à interpretação e aplicação da Convenção Europeia</p><p>de Direitos Humanos.</p><p>• Corte Interamericana de Direitos Humanos: julga casos de violações de direitos humanos que ocorrem nos países</p><p>membros da OEA e estão relacionados à interpretação e aplicação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos</p><p>(também conhecida como Pacto de San José) e de outros tratados de direitos humanos.</p><p>Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos: julga casos individuais e disputas entre Estados membros da</p><p>União Africana sobre a interpretação e aplicação da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e outros</p><p>tratados relacionados aos direitos humanos adotados pela UA.</p><p>Tribunal de Justiça da União Europeia: julga casos relacionados à interpretação e aplicação dos tratados constitutivos</p><p>da União Europeia.</p><p>Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul: emite opiniões consultivas e laudos para solução de controvérsias entre</p><p>os Estados-partes do Mercosul.</p><p>Tribunal da Comunidade Andina: responsável por interpretar e aplicar o direito da Comunidade Andina de Nações.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Sanções internacionais: são medidas coercitivas adotadas por um ou mais países ou</p><p>organizações internacionais para pressionar uma nação a cumprir determinadas</p><p>demandas ou a mudar o seu comportamento em relação a questões específicas, como</p><p>violações dos direitos humanos, conflitos armados, programas nucleares ou questões</p><p>comerciais.</p><p>Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais</p><p>Sanções internacionais:</p><p>Sanções econômicas: isso pode incluir a proibição de comércio de bens, restrições</p><p>financeiras, congelamento de ativos e a imposição de tarifas.</p><p>Sanções diplomáticas: restrições nas relações diplomáticas, como a retirada de</p><p>embaixadores, ou a recusa em conceder vistos a funcionários do governo.</p><p>Sanções militares: isso pode envolver a imposição de zonas de exclusão aérea,</p><p>embargo de armas ou até mesmo intervenção militar.</p>