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<p>* CAP. 2 DA TG DE KEYNES</p><p>1 - Segundo Keynes quais seriam os postulados que fundamentam a teoria "clássica"</p><p>(neoclássica) do emprego? Quais tipos de desemprego seriam compatíveis nessa última</p><p>teoria segundo o autor?</p><p>São dois postulados:</p><p>i - salário real é igual à produtividade marginal do trabalho (demanda por trabalho) e</p><p>ii - a utilidade do salário é igual a desutilidade do trabalho (oferta por trabalho).</p><p>Os únicos tipos de desemprego compatíveis com a teoria neoclássica são o desemprego</p><p>voluntário (a pessoa não deseja trabalhar) e o friccional (desemprego momentâneo</p><p>oriundo da passagem de um emprego para outro por exemplo).</p><p>2 - Quais são as críticas de Keynes ao segundo postulado da teoria "clássica" do</p><p>emprego? Qual é a hipótese alternativa apresentada por Keynes para explicar a relação</p><p>entre salários nominais e reais?</p><p>Há duas críticas: uma menos e outra mais fundamentais.</p><p>A menos fundamental diz que o salário nominal é uma variável da oferta de emprego , já</p><p>que a experiência mostra que trabalhadores abrem mão de 𝑁 em razão de uma queda de</p><p>𝑊, mas dificilmente vão abrir mão de 𝑁 por um aumento em 𝑃, ainda que</p><p>𝑊</p><p>𝑃</p><p>sejam iguais</p><p>no segundo momento.</p><p>A mais fundamental é uma crítica à ideia de que o salário real é determinado por</p><p>negociações, já que o nível de preço não pode ser determinado por elas. Então apenas o</p><p>salário nominal é determinado por negociações.</p><p>Para Keynes, há uma competição em torno dos salários nominais, já que uma redução</p><p>sobre o salário nominal pode significar uma redução relativa do salário real, para aquele</p><p>grupo de trabalhadores em específico, em vez de uma redução geral. Por isso, a</p><p>consequência da união entre um grupo de trabalhadores é a proteção do seu salário real</p><p>relativo.</p><p>3 - Qual é a definição de Keynes para o desemprego do tipo involuntário? Por que o</p><p>abandono do segundo postulado é necessário para permitir a análise do desemprego do</p><p>tipo involuntário?</p><p>Há desemprego involuntário quando, por uma diminuição do salário real por meio da</p><p>elevação dos preços, tanto a oferta quanto a demanda de emprego pelo salário nominal</p><p>corrente são maiores que o volume de emprego existente.</p><p>Porque, quando se é considerado que o salário real é igual à desutilidade do trabalho, o</p><p>desemprego aparente se dá fundamentalmente como uma recusa dos desempregados a</p><p>aceitar uma remuneração correspondente à sua produtividade marginal.</p><p>* CAP. 3 DA TG</p><p>1 - Quais são as definições de Keynes em seu cap.3 para as funções de oferta e demanda</p><p>agregadas? Como ele utiliza essas definições para determinar o volume de emprego de</p><p>equilíbrio e como esse equilíbrio se distingue do volume de emprego determinado pela</p><p>teoria "clássica" com base na lei de Say?</p><p>Função de oferta agregada: 𝑍 = 𝜙(𝑁), onde 𝑍 é o preço de oferta agregada da produção</p><p>resultante do emprego de 𝑁 homens (positivamente inclinada em P x Y, pois a quando Y</p><p>cresce, PMgL diminui e CMg aumenta, e como CMg = P, P também aumenta).</p><p>Função de demanda agregada: 𝐷 = 𝑓(𝑁) , onde 𝐷 é o produto que os empresários esperam</p><p>receber do emprego de 𝑁 homens (negativamente inclinada em P x Y, pois XXX).</p><p>De modo que se 𝐷 > 𝑍 , haverá incentivo que leva os empresários a aumentarem o emprego</p><p>acima de 𝑁 até chegar ao valor de 𝑁 para o qual 𝑍 = 𝐷 .</p><p>Então o volume de emprego é determinado por 𝑍 = 𝐷 , que é o ponto onde as expectativas</p><p>de lucro dos empresários serão maximizadas. E, nesse ponto de interseção, temos 𝐷 como</p><p>a Demanda Efetiva.</p><p>Na teoria neoclássica, é a oferta que cria sua própria demanda, e isso quer dizer que parada</p><p>cada nível de 𝑍 há um 𝐷 que satisfaça a igualdade. E como é a oferta que determina a</p><p>demanda e estamos falando de agentes maximizadores de utilidade, então as firmas</p><p>produzem até o ponto onde o pleno emprego seja alcançado.</p><p>2 - Qual é o papel da lei psicológica fundamental e da existência de gasto autônomo</p><p>(investimento) na determinação do volume de emprego de equilíbrio?</p><p>Juntos, a lei psicológica fundamental e o investimento autônomo, são a própria Demanda</p><p>Agregada, e é ela que define a Oferta Agregada, que por sua vez define o volume de</p><p>empregos.</p><p>3 - Segundo Keynes, em seu cap. 3 da TG, qual seria o papel da taxa de juros na</p><p>manutenção do equilíbrio como desemprego involuntário?</p><p>Para Keynes, o nível de investimentos desenvolve papel fundamental na determinação do</p><p>nível de demanda agregada, que determina, em última instância, o nível de produçã o,</p><p>determinando o nível de emprego da economia.</p><p>Isso porque um aumento da renda (aumento do emprego), para dada propensão marginal a</p><p>consumir, aumenta o nível de consumo, mas não o aumenta na mesma proporção que o</p><p>aumento da própria renda. E, dessa forma, há uma lacuna na demanda agregada, que deve</p><p>ser preenchida por um aumento do nível de investimentos (para compensar esse aumento</p><p>da renda que não aumentou o consumo).</p><p>Então, nesse momento, entra a taxa de juros, que define o investimento, que não</p><p>necessariamente será o suficiente (a taxa neutra) para induzir a produção ao nível pleno</p><p>emprego.</p><p>* CAP. 11 DA TG</p><p>1 - Quais são os determinantes da eficiência marginal do capital e por que existe uma</p><p>relação inversa entre investimento e eficiência marginal do capital em geral?</p><p>Eficiência marginal do capital (EMK) seria a taxa de desconto que iguala a renda esperada</p><p>(lucro) desse capital ao longo de toda sua vida ao seu preço de oferta (o preço que bastaria,</p><p>exatamente, para induzir um fabricante a produzir uma nova unidade suplementar desse</p><p>capital). De modo que:</p><p>𝑃𝑘 = ∑</p><p>𝑄𝑘𝑡</p><p>(1+ 𝑒𝑘)𝑡</p><p>Nota-se que a eficiência marginal desse capital diminui à medida que o investimento</p><p>aumenta, em parte, porque a renda prospectiva baixará conforme suba a oferta desse tipo</p><p>de capital (longo prazo) e, em parte, porque a pressão sobre as fábricas produtoras daquele</p><p>dado tipo de capital causará, normalmente, uma elevação de seu preço de oferta (curto</p><p>prazo). Então, assim, cria-se a curva de demanda por investimento (ou curva de eficiência</p><p>marginal do capital) que determina o nível de investimento para dada taxa de juros (e, i vs I).</p><p>2 - Qual é a relação entre a taxa de juros e a eficiência marginal do capital? Qual é o papel</p><p>da taxa de juros na determinação do nível de investimento?</p><p>Torna-se evidente que a taxa efetiva de investimento corrente tende a aumentar até o ponto</p><p>em que não haja mais nenhuma classe de bem de capital cuja eficiência marginal exceda a</p><p>taxa de juros corrente. Em outras palavras o investimento vai variar até aquele ponto da</p><p>curva de demanda de investimento em que a eficiência marginal do capital em geral é igual</p><p>à taxa de juros do mercado.</p><p>A taxa de eficiência do capital precisa ser maior ou pelo menos igual ao custo de adquiri-lo.</p><p>Portanto, para haver investimento, é necessário que 𝑒 ≥ 𝑖 .</p><p>3 - Como a mesma análise da determinação do investimento pode ser realizada em</p><p>termos dos conceitos de preço de demanda e preço de oferta dos bens de capital?</p><p>Haverá demanda por investimento nos momentos em que o preço de demanda (valor</p><p>presente dos rendimentos futuros esperados) for maior ou igual ao preço de oferta (o preço</p><p>que bastaria para induzir um fabricante a produzir uma nova unidade suplementar desse</p><p>capital), porque não faz sentido realizar investimento para um bem de capital que tem um</p><p>retorno esperado menor do que o custo para adquiri-lo.</p><p>Obs.: preço de demanda é dado por</p><p>𝑃𝐾</p><p>𝐷 = ∑</p><p>𝑄𝑘𝑡</p><p>(1 + 𝑖)𝑡</p><p>4 - Como o risco e a incerteza podem afetar a o investimento segundo Keynes?</p><p>Riscos e incertezas desenvolvem papel importante na teoria, pois esses fatores afetam a</p><p>renda esperada, que, por usa vez, afetam a eficiência marginal do capital, afetando a própria</p><p>curva de demanda por investimento.</p><p>É a existência de um equipamento durável que liga a economia futura à economia presente.</p><p>É, portanto, consoante com e em concordância a</p><p>nossos princípios gerais de pensamento</p><p>que a expectativa sobre o futuro deva afetar o presente por intermédio do preço de demanda</p><p>por equipamento durável.</p><p>(o bem de capital liga a economia futura à presente, de forma que as expectativas sobre o</p><p>futuro devem afetar o presente por meio do preço de demanda por bem durável)</p><p>*CAP 13 DA TG</p><p>1 - Segundo Keynes qual seria o problema das teorias “clássicas” (neoclássicas) da</p><p>determinação da taxa de juros?</p><p>Para Keynes, a teoria neoclássica tenta encontrar a taxa de juros pelo ponto de interseção</p><p>entre a curva de investimento (demanda por fundos emprestáveis) e a curva de poupança</p><p>(oferta de fundos emprestáveis). No entanto, como a poupança depende do nível de renda,</p><p>que depende do próprio nível de investimento, há uma inconsistência na teoria , de modo que</p><p>a taxa de juros só poderia ser identificada de tal forma para dado nível de renda (no pleno</p><p>emprego), o que pode não acontecer para Keynes, já que sua teoria prevê equilíbrio abaixo</p><p>do pleno emprego.</p><p>A taxa de juros não é o “preço” que equilibra a demanda de recursos para investir e a</p><p>propensão de abster-se do consumo imediato. É o “preço” mediante o qual o desejo de</p><p>manter a riqueza em forma líquida se concilia com a quantidade de moeda disponível.</p><p>2 - Qual é a relevância para Keynes das ideias de liquidez, moeda como reserva de valor</p><p>e a noção de incerteza na determinação da taxa de juros?</p><p>A taxa de juros seria a remuneração para se abrir a mão da liquidez</p><p>Ele destaca o papel da moeda como uma reserva de valor e, portanto, um ativo que pode ser</p><p>usado para transferir poder de compra ao longo do tempo</p><p>Para Keynes, é existência de incerteza sobre o comportamento futuro das taxas de juros que</p><p>faz com que a moeda seja utilizada como um ativo, como uma reserva de valor.</p><p>3 - Como se dá a determinação da taxa de juros segundo Keynes?</p><p>No mercado monetário, a taxa de juros é definida na interseção entre a demanda por moeda</p><p>(relação positiva com o nível de renda e negativa com o nível da taxa de juros) e oferta por</p><p>moeda (exógena definida pela autoridade monetária).</p><p>A taxa de juros de equilíbrio da economia seria a taxa de juros que, ao mesmo tempo,</p><p>equilibra o mercado monetário e o mercado de bens e serviço.</p><p>4 - Qual seria o mecanismo de transmissão da política monetária (variações na</p><p>quantidade de moeda)?</p><p>A maior novidade da TG é o motivo especulação, a partir do qual Keynes vai obter uma</p><p>demanda por moeda como ativo como função da taxa de juros. Esse é o principal canal de</p><p>transmissão da política monetária e é por isso que ele dedica mais espaço para sua</p><p>discussão.</p><p>Processo de equilíbrio:</p><p>Se há excesso de oferta de moeda para especulação: Os altistas pressionam o mercado</p><p>títulos aumentando o preço dos títulos e reduzindo a taxa de juros. Na medida em que 𝑖 cai</p><p>aumenta a demanda por moeda pelos 2 motivos sugeridos acima. Esse processo ocorre até</p><p>o mercado tenda ao equilíbrio.</p><p>Se há excesso de demanda por moeda para especulação. Os baixistas pressionam o</p><p>mercado de títulos vendendo títulos e fazendo o preço dos títulos cair e a taxa de juros</p><p>aumentar. O aumento da taxa de juros causa a diminuição da demanda por moeda. O</p><p>processo continua até que se alcance o equilíbrio.</p><p>* CAP 15 DA TG</p><p>1 - O que caracteriza a demanda por moeda pelos motivos transação, precaução e</p><p>especulação?</p><p>Motivo transação (renda e negócios):</p><p>Visa dar conta dos descasamentos entre recebimentos e pagamentos monetários;</p><p>Reflete o uso da moeda em sua função de meio de pagamento;</p><p>Depende basicamente da renda nominal associada ao nível de atividade da economia.</p><p>Motivo precaução:</p><p>Reservas para gastos contingenciais; Reservas para compras vantajosas;</p><p>Margem de segurança num ativo que sirva para liquidação imediata de dívidas;</p><p>Reflete o uso da moeda em sua função de reserva de valor (reforçado pelo fato de ser</p><p>unidade de contrato e meio de pagamento);</p><p>Mantém uma proporção com renda nominal no curto prazo.</p><p>Motivo especulação:</p><p>Keynes supõe que os baixistas (os ursos) escolherão demandar moeda, enquanto os altistas</p><p>(touros) escolherão demandar títulos (os agentes não formam portfólios).</p><p>O preço do mercado se fixará no nível em que a venda dos “baixistas” se equilibrar com as</p><p>compras dos “altistas”.</p><p>2 - Como a renda nominal e a taxa de juros afetam a demanda por moeda segundo</p><p>Keynes?</p><p>Com o aumento da renda nominal, aumenta-se a demanda por moedas para transação.</p><p>Keynes supunha que, dada a taxa de juros segura, a demanda por moeda pelo motivo</p><p>especulação era negativamente relacionado a taxa de juros por dois motivos:</p><p>• na medida em que a taxa de juros cai uma porção dos altistas se transforma em baixistas,</p><p>aumentando a proporção dos baixistas no total dos agentes e, portanto, a demanda por</p><p>moeda em relação à demanda por títulos. Ocorre, dessa maneira, um aumento na percepção</p><p>de risco de iliquidez no mercado (i.e., a possibilidade de perda de capital caso seja</p><p>necessário se desfazer dos títulos antes de seu vencimento).</p><p>• uma queda da taxa de juros diminui a margem de segurança quanto a capacidade dos</p><p>rendimentos do título de longo prazo cobrirem os riscos de perda de capital</p><p>3 - Por que uma queda da taxa de juros aumenta a demanda por moeda pelo motivo</p><p>especulação?</p><p>4 - Por que a taxa de juros pode ser considerada um fenômeno psicológico ou</p><p>convencional?</p><p>Talvez fosse mais exato dizer que a taxa de juros seja um fenômeno altamente convencional</p><p>do que basicamente psicológico, pois o seu valor observado depende sobremaneira do valor</p><p>futuro que se lhe prevê. Qualquer taxa de juros aceita com suficiente convicção como</p><p>provavelmente duradoura será duradoura; sujeita, naturalmente, em uma sociedade em</p><p>mudança a flutuações originadas por diversos motivos, em torno do nível normal esperado.</p><p>Em particular, quando M1 aumenta mais depressa que M, a taxa de juros subirá e vice-versa.</p><p>Mas pode flutuar durante décadas ao redor de um nível cronicamente elevado demais para</p><p>permitir o pleno emprego — particularmente se prevalecer a opinião de que o ajuste da taxa</p><p>de juros se faz de maneira automática, se se julgar que o nível estabelecido pela convenção</p><p>tenha suas raízes em bases objetivas, muito mais firmes que a convenção, uma vez que de</p><p>modo algum está associada na mente do público ou das autoridades a idéia de não ser</p><p>possível alcançar um nível ótimo de emprego, com a existência de uma gama inadequada</p><p>de taxas de juros.</p><p>5 - Quais seriam os limites de uma política monetária que objetiva levar a economia ao</p><p>pleno emprego?</p><p>Já devem ser bastante evidentes para o leitor as dificuldades que se antepõem ao propósito</p><p>de manter uma demanda efetiva de nível suficientemente alto para garantir o pleno emprego,</p><p>resultantes da associação de uma taxa de juros a longo prazo convencional e bastante</p><p>estável com uma eficiência marginal do capital inconstante e altamente instável...</p><p>*CAP 18 DA TG</p><p>1 - Quais são os componentes da estrutura analítica (dados ou parâmetros, variáveis</p><p>independentes últimas e variáveis dependentes) da TG segundo Keynes?</p><p>Dados (ou parâmetros):</p><p>• Quantidade e qualidade da força de trabalho e capital disponíveis;</p><p>• Condições técnicas de produção;</p><p>• Gostos e hábitos dos consumidores e a desutilidade do trabalho;</p><p>• Estrutura social, incluindo as forças que participam da determinação da distribuição de</p><p>renda.</p><p>Variáveis independentes (determinantes últimos):</p><p>• A propensão marginal a consumir, atitude psicológica em relação à liquidez e eficiência</p><p>marginal do capital.</p><p>• A taxa de salário nominal resultante da barganha entre trabalhadores e empresários;</p><p>• Quantidade de moeda fixada pela autoridade monetária;</p><p>Variáveis dependentes:</p><p>• Nível real de produto (na TG de Keynes em unidades de salário)</p><p>• Nível de emprego</p><p>2 - Como os dados e as variáveis independentes são articuladas para se obter a</p><p>determinação</p><p>das variáveis e dependentes?</p><p>3 - Como a taxa de juros pode ser afetada por variações da renda nominal?</p><p>Deslocando a demanda por moeda, definindo a inclinação da LM. Motivos transação e</p><p>precaução.</p><p>Note, porém, que Keynes admite um canal que conecta o mercado de bens e o mercado</p><p>monetário por meio da dependência da demanda por moeda da renda nominal via motivos</p><p>transação e precaução.</p><p>“Um incremento (ou decrescimento) do emprego pode, contudo, fazer subir (ou baixar) a</p><p>curva da preferência pela liquidez (LM), existindo três maneiras de aumentar a demanda da</p><p>moeda, a saber: pelo fato de que o valor da produção sobe quando o emprego aumenta,</p><p>mesmo que a unidade de salários e os preços (em unidades de salários) não mudem; pelo</p><p>fato de que a própria unidade de salários tende a subir à medida que o emprego melhora, e</p><p>pelo fato de que o aumento da produção é acompanhado por uma alta de preços (em termos</p><p>da unidade de salários), devida ao aumento dos custos em prazo curto. A posição de</p><p>equilíbrio será, portanto, afetada por estas repercussões” (Keynes, 1936, p.239-240)</p><p>4 - Como Keynes caracteriza o comportamento observado dos níveis de produto, emprego</p><p>e preços?</p><p>5 - Segundo Keynes que condições devem ser observadas para que o modelo da TG</p><p>consiga explicar adequadamente o comportamento observado dos níveis de produto,</p><p>emprego e preços?</p><p>Para dar conta dos fatos estilizados Keynes assume as seguintes especificações para o seu</p><p>modelo:</p><p>• i. 0 < PMgC <1 é tal que o multiplicador é maior do que um, mas não muito maior que um.</p><p>De modo que uma pequena variação no investimento não gera uma mudança grande no</p><p>nível de produto e emprego;</p><p>• ii. A reação do investimento a mudanças nos rendimentos esperados e na taxa de juros</p><p>não é muito alta, de modo que a uma pequena alteração nessas variáveis não causa uma</p><p>variação desproporcionalmente alta do investimento;</p><p>• iii. Para a estabilidade do nível de preços é necessário que a resposta positiva do salário</p><p>nominal a variações no emprego (no produto) não seja muito alta.</p><p>• iv. Tendência à reversão cíclica do investimento porque o acúmulo de capital tende a</p><p>produzir uma queda da eficiência marginal do capital e o desacumulo de capital um aumento</p><p>da eficiência marginal do capital.</p><p>“As nossas quatro condições tomadas em conjunto bastam, portanto, para explicar os</p><p>aspectos salientes da nossa experiência real, isto é, mostram que oscilamos, evitando os</p><p>extremos mais graves das flutuações no emprego e nos preços em ambas as direções, ao</p><p>redor de uma posição intermediária, sensivelmente abaixo do pleno emprego e</p><p>sensivelmente acima do mínimo, já que uma queda abaixo deste mínimo constitui um perigo</p><p>de vida.”</p><p>*CAPÍTULO 17 DA TG (*PONTO BÔNUS)</p><p>1 - Como Keynes define o conceito de taxa própria de juros e como ele o utiliza para</p><p>explicar a possibilidade de um equilíbrio abaixo do emprego?</p><p>2 - Quais são os atributos dos ativos e como eles são usados para caracterizar os</p><p>diferentes tipos de ativo?</p><p>3 - Como se estabelece o equilíbrio entre as taxas próprias dos vários ativos? Qual é o</p><p>papel da taxa de juros da moeda nesse processo</p><p>4 - Quais são as propriedades da moeda que explicam o motivo pelo qual é a taxa de juros</p><p>monetária que estabelece um piso para a remuneração de todos os ativos? Por que esse</p><p>piso pode inviabilizar uma tendência ao pleno emprego?</p><p>5 - Por que a combinação de um alto prêmio de liquidez e um baixo custo de manutenção</p><p>da moeda seria a principal diferença específica da moeda como um ativo e o que define</p><p>o caráter monetário da economia?</p><p>6 - Como Keynes vê o conceito de taxa natural de juros na TG e o que garante a existência</p><p>do que Keynes denomina de taxa neutra (ou ótima) de juros?</p><p>RESUMO DA TEORIA</p><p>As grandes linhas da nossa teoria podem expressar-se da maneira que se segue. Quando o</p><p>emprego aumenta, aumenta, também, a renda real agregada. A psicologia da comunidade é</p><p>tal que, quando a renda real agregada aumenta, o consumo de agregado também aumenta,</p><p>porém não tanto quanto a renda. Em consequência, os empresários sofreriam uma perda</p><p>se o aumento total do emprego se destinasse a satisfazer a maior demanda para consumo</p><p>imediato. Dessa maneira, para justificar qualquer volume de emprego, deve existir um</p><p>volume de investimento suficiente para absorver o excesso da produção total sobre o que a</p><p>comunidade deseja consumir quando o emprego se acha em determinado nível. A não ser</p><p>que haja este volume de investimento, as receitas dos empresários serão menores que as</p><p>necessárias para induzi-los a oferecer tal volume de emprego. Daqui se segue, portanto, que,</p><p>dado o que chamaremos de propensão a consumir da comunidade, o nível de equilíbrio do</p><p>emprego, isto é, o nível em que nada incita os empresários em conjunto a aumentar ou</p><p>reduzir o emprego, dependerá do montante de investimento corrente. O montante de</p><p>investimento corrente dependerá, por sua vez, do que chamaremos de incentivo para investir,</p><p>o qual, como se verificará, depende da relação entre a escala da eficiência marginal do</p><p>capital e o complexo das taxas de juros que incidem sobre os empréstimos de prazos e</p><p>riscos diversos.</p><p>Assim sendo, dada a propensão a consumir e a taxa do novo investimento, haverá apenas</p><p>um nível de emprego compatível com o equilíbrio, visto que qualquer outro levaria a uma</p><p>desigualdade entre o preço da oferta agregada da produção em conjunto e o preço da</p><p>demanda agregada. Este nível não pode ser maior que o pleno emprego, isto é, o salário real</p><p>não pode ser menor que a desutilidade marginal do trabalho. Mas não há, em geral, razão</p><p>para que ele seja igual ao pleno emprego. A demanda efetiva associada ao pleno emprego</p><p>é um caso especial que só se verifica quando a propensão a consumir e o incentivo para</p><p>investir se encontram associados entre si numa determinada forma. Esta relação particular,</p><p>que corresponde às hipóteses da teoria clássica, é, em certo sentido, uma relação ótima.</p><p>Mas ela só se verifica quando, por acidente ou desígnio, o investimento corrente proporciona</p><p>um volume de demanda justamente igual ao excedente do preço da oferta agregada da</p><p>produção resultante do pleno emprego sobre o que a comunidade decida gastar em</p><p>consumo quando se encontre em estado de pleno emprego.</p><p>Pode-se dizer que a curva da eficiência marginal do capital governa as condições em que se</p><p>procuram fundos disponíveis para novos investimentos, enquanto a taxa de juros governa</p><p>os termos em que esses fundos são corretamente oferecidos. Para complementar a nossa</p><p>teoria, precisamos, portanto, saber o que determina a taxa de juros.</p>