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<p>Universidade Estácio de Sá</p><p>Campus Campos dos Goytacazes / RJ</p><p>TRILHA DE APRENDIZAGEM – EPI 01</p><p>Data: 21/05/2024</p><p>Horário: 17h30min – Encontro Presencial</p><p>AULA 07 – AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO</p><p>1 – Conceito</p><p>A audiência de instrução e julgamento (AIJ) é uma reunião pública de caráter</p><p>processual, realizada nas dependências do Foro competente para processar e julgar a</p><p>ação, na qual as partes e seus procuradores comparecem perante o juiz para serem</p><p>ouvidas e apresentarem suas provas.</p><p>A regra é a publicidade da AIJ, nos termos do artigo 368 (faça uma remissão aos</p><p>artigos 11 e 189). Excepcionalmente, a AIJ poderá restrita às partes, seus advogados e</p><p>serventuários.</p><p>Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.</p><p>2 – Objetivo</p><p>A audiência de instrução e julgamento serve para o juiz conciliar, instruir e julgar.</p><p>Instruir o processo significa informá-lo através da oitiva das partes, das testemunhas e</p><p>dos peritos. Julgar o processo é o ato pelo qual o juiz concretiza o direito ao proferir a</p><p>sentença.</p><p>3 – Participantes da Audiência</p><p>Participam da audiência, além do juiz, as partes e seus procuradores, as</p><p>testemunhas, o escrivão e os peritos, estes se a oitiva tiver sido requerida pelas partes.</p><p>O Ministério Público deve ser intimado a participar quando a lei considerar obrigatória</p><p>sua intervenção.</p><p>4 – Ordem dos Trabalhos na Audiência</p><p>A audiência deve ser presidida pelo juiz, e deve seguir a seguinte ordem:</p><p>4.1 – Pregão – artigo 358, CPC – consiste na chamada nominal das partes e seus</p><p>advogados para início da audiência. É feito por um servidor ou auxiliar do juízo que</p><p>chamará as partes e seus advogados, alertando-os que a audiência está prestes a</p><p>começar.</p><p>Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de</p><p>instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos</p><p>advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar.</p><p>Atraso na audiência – artigo 362, III, CPC – Se houver atraso injustificado do início da</p><p>audiência em tempo superior a 30 minutos, você poderá requerer o adiamento do ato</p><p>processual.</p><p>Art. 362. A audiência poderá ser adiada:</p><p>I - por convenção das partes;</p><p>II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que</p><p>dela deva necessariamente participar;</p><p>III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta)</p><p>minutos do horário marcado.</p><p>4.2 – Local onde as partes sentam – embora não exista nenhuma disposição legal a</p><p>respeito, é praxe, nas audiências cíveis, que o MP fique à direita do Juiz; o Escrivão, à</p><p>esquerda; os autores e respectivos advogados, à direita do Juiz; os réus e respectivos</p><p>advogados, à esquerda do Juiz.</p><p>4.3 – Conciliação prévia – artigo 359, CPC – Presentes todas as partes e seus advogados,</p><p>o juiz declarará aberta a audiência e tentará conciliar as partes, mesmo que já tenha</p><p>ocorrido prévia tentativa de conciliação. O NPC dá ênfase às resoluções pacíficas de</p><p>controvérsias, privilegiando, sempre que possível, a conciliação e mediação entre os</p><p>envolvidos.</p><p>Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes,</p><p>independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução</p><p>consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.</p><p>Havendo acordo, este será tomado por termo, e homologado por sentença,</p><p>encerrando o processo.</p><p>4.4 – Poder de Polícia do Juiz – artigo 360, I a III, CPC – Incumbe ao juiz a manutenção</p><p>da ordem e do decoro na audiência, podendo ordenar a retirada da sala da audiência</p><p>daqueles que se comportem inconvenientemente, bem como requisitar força policial.</p><p>Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:</p><p>I - manter a ordem e o decoro na audiência;</p><p>II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem</p><p>inconvenientemente;</p><p>III - requisitar, quando necessário, força policial;</p><p>4.5 – Deveres do Juiz – artigo 360, IV e V, CPC</p><p>Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:</p><p>IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do</p><p>Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe</p><p>do processo;</p><p>V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em</p><p>audiência.</p><p>4.6 – Ordem de produção da prova oral – artigo 361, CPC – Inexistindo conciliação entre</p><p>as partes, serão produzidas as provas orais. O rito demanda que as provas orais do autor</p><p>precederão as provas do réu, sendo ouvidas as provas orais preferencialmente na</p><p>seguinte ordem:</p><p>a) Peritos e assistentes técnicos, primeiro os do autor, depois os do réu;</p><p>b) Depoimento pessoal do autor e, em seguida, o do réu;</p><p>c) Testemunhas arroladas pelo autor e, em seguida, a do réu.</p><p>Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta</p><p>ordem, preferencialmente:</p><p>I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de</p><p>esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art. 477 , caso não</p><p>respondidos anteriormente por escrito;</p><p>II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais;</p><p>III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas.</p><p>Incumbe a uma parte requerer o depoimento da outra. Em outras palavras, você</p><p>NÃO pode requerer que seja colhido o depoimento pessoal do seu cliente, mas tão</p><p>somente da parte contrária. Leia o artigo 365, CPC:</p><p>Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim</p><p>de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem</p><p>prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.</p><p>4.7 – Hipóteses de adiamento da audiência – artigos 365, 362 e 363, CPC</p><p>Vigora no CPC o princípio da unicidade da audiência, previsto no artigo 365, CPC:</p><p>Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e</p><p>justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que</p><p>haja concordância das partes.</p><p>Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do</p><p>debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento</p><p>para a data mais próxima possível, em pauta preferencial.</p><p>O princípio informa que a audiência é una e contínua, só podendo ser cindida</p><p>excepcional e justificadamente na ausência de perito ou testemunha, desde que haja</p><p>concordância das partes (artigo 365, CPC). Leia o artigo 363, CPC:</p><p>Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício</p><p>ou a requerimento da parte, determinará a intimação dos advogados ou da</p><p>sociedade de advogados para ciência da nova designação.</p><p>4.8 – Debates orais – Razões finais orais – artigo 364, CPC – Finda a instrução, o</p><p>advogado do autor e, em seguida, o do réu, terão a palavra por 20 (vinte) minutos,</p><p>prorrogável por 10 (dez) minutos para fazer suas alegações finais (razões finais).</p><p>Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do</p><p>réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua</p><p>intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um,</p><p>prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz.</p><p>Havendo litisconsortes, o prazo será de 30 (trinta) minutos, que serão divididos</p><p>entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso.</p><p>Possibilidade de apresentação de razões finais escritas – artigo 364, § 2º, CPC – Se a</p><p>causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser</p><p>substituído por razões finais escritas, apresentadas primeiro pelo autor e depois pelo</p><p>réu, no prazo de 15 dias cada.</p><p>§ 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o</p><p>debate oral poderá ser substituído por</p><p>razões finais escritas, que serão</p><p>apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for</p><p>o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias,</p><p>assegurada vista dos autos.</p><p>Portanto, se você não se sente confortável ou tem horror em fazer os debates orais,</p><p>você tem pelo menos três opções:</p><p>a) pedir que suas razões finais sejam feitas por remissão às suas peças processuais</p><p>(inicial e réplica, ou contestação);</p><p>b) argumentar a complexidade da causa para pleitear prazo para apresentação das</p><p>razões finais por escrito ou</p><p>c) vencer o seu medo.</p><p>4.9 – Sentença – artigo 366, CPC – encerrados os debates ou oferecidos os memoriais,</p><p>o juiz deve proferir a sentença desde logo ou no prazo de 30 dias. Após publicada a</p><p>sentença, cabe recurso de embargos de declaração – prazo de 5 dias – e recurso de</p><p>apelação – prazo de 15 dias.</p><p>Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá</p><p>sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias.</p><p>4.10 – Termo ou Ata da Audiência – artigo 367, CPC</p><p>Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em</p><p>resumo, o ocorrido na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as</p><p>decisões e a sentença, se proferida no ato.</p><p>§ 1º Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubricar-</p><p>lhe-á as folhas, que serão encadernadas em volume próprio.</p><p>§ 2º Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do Ministério</p><p>Público e o escrivão ou chefe de secretaria, dispensadas as partes, exceto</p><p>quando houver ato de disposição para cuja prática os advogados não tenham</p><p>poderes.</p><p>§ 3º O escrivão ou chefe de secretaria trasladará para os autos cópia autêntica</p><p>do termo de audiência.</p><p>§ 4º Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Código,</p><p>em legislação específica e nas normas internas dos tribunais.</p><p>§ 5º A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio,</p><p>em meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes</p><p>e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica.</p><p>§ 6º A gravação a que se refere o § 5º também pode ser realizada diretamente</p><p>por qualquer das partes, independentemente de autorização judicial.</p>