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<p>Centro Universitário do Distrito Federal- UDF</p><p>Coordenação do Curso de Farmácia</p><p>Adesiane Pereira Lacerda</p><p>Ana Beatriz Braz Luiz Brandão</p><p>Emanuella Paulino Braga</p><p>Mª Luiza de Melo da Silva</p><p>Sthefani Afonso de Oliveira</p><p>MORUS NIGRA L. COMO ALTERNATIVA</p><p>TERAPÊUTICA DO CLIMATÉRIO: UMA REVISÃO</p><p>SISTEMÁTICA</p><p>Brasília-DF</p><p>2024.</p><p>Adesiane Pereira Lacerda</p><p>Ana Beatriz Braz Luiz Brandão</p><p>Emanuella Paulino Braga</p><p>Mª Luiza de Melo da Silva</p><p>Sthefani Afonso de Oliveira</p><p>MORUS NIGRA L. COMO ALTERNATIVA</p><p>TERAPÊUTICA DO CLIMATÉRIO: UMA REVISÃO</p><p>SISTEMÁTICA</p><p>Trabalho de conclusão de estágio 1</p><p>apresentado à coordenação do curso</p><p>de Farmácia do Centro Universitário</p><p>do DF - UDF, como requisito parcial</p><p>para obtenção do grau de bacharel</p><p>em Farmácia.</p><p>Orientador: Prof. DR. Diogo de</p><p>Amorim Barros</p><p>Brasília-DF</p><p>2024</p><p>Resumo: Este trabalho teve como objetivo, avaliar os efeitos da Morus nigra L. na</p><p>atenuação dos sintomas da menopausa, analisando sua eficácia e segurança como</p><p>uma alternativa terapêutica natural, com auxílio de artigos publicados em jornais e</p><p>revistas científicas. Tendo em vista que essa alternativa apresenta poucos efeitos</p><p>colaterais principalmente quando comparada com outras terapias hormonais.</p><p>Introdução: A menopausa é uma fase natural da vida da mulher, marcada pela</p><p>cessação da função ovariana e uma diminuição significativa dos níveis de estrogênio,</p><p>ou seja,representa o fim da fase reprodutiva, resultando diversos sintomas como</p><p>ondas de calor, suores noturnos, alterações vaginais e alterações de humor, são</p><p>alguns dos sintomas. A busca por terapias alternativas e naturais têm aumentado ao</p><p>decorrer dos anos, visando minimizar os efeitos adversos associados às terapias</p><p>hormonais convencionais. A Morus nigra L., comumente conhecida como amora-</p><p>preta, tem sido estuda por suas propriedades terapêuticas, incluindo potenciais efeitos</p><p>na saúde feminina durante a menopausa.</p><p>Metodologia: Para alcançar o objetivo proposto, foi realizada uma revisão</p><p>sistemática, incluindo estudos clínicos, pré-clínicos e revisões anteriores sobre o uso</p><p>de Morus nigra L. em pacientes. Os estudos usados, condizem com os critérios</p><p>usados: artigos publicados em jornais e revistas científicas, tratar somente da folha de</p><p>Morus nigra L. e estudos clínicos que podem incluir tanto animais quanto humanos.</p><p>Resultados e discussões: Os estudos analisados indicam que a Morus nigra L. pode</p><p>ajudar a reduzir sintomas como ondas de calor e suores noturnos, melhorando a</p><p>qualidade de vida das mulheres na menopausa. Os compostos bioativos presentes na</p><p>planta, como flavonoides e antocianinas, possuem propriedades estrogênicas que</p><p>podem compensar a queda hormonal característica dessa fase. Além disso, foram</p><p>observados benefícios na saúde óssea, possivelmente devido à atividade antioxidante</p><p>da planta.</p><p>Morus nigra L. apresenta um potencial promissor como alternativa natural para a</p><p>gestão dos sintomas da menopausa, com uma boa margem de segurança e poucos</p><p>efeitos adversos relatados. No entanto, mais estudos clínicos são necessários para</p><p>confirmar sua eficácia e estabelecer diretrizes precisas para seu uso terapêutico.</p><p>Palavras-chave: Morus nigra l., menopausa, folhas de morus nigra l, amora-preta.</p><p>Abstract: This study aimed to evaluate the effects of Morus nigra L. on alleviating</p><p>menopausal symptoms, analyzing its efficacy and safety as a natural therapeutic</p><p>alternative with the help of articles published in journals and scientific magazines.</p><p>Considering that this alternative presents few side effects, especially when compared</p><p>to other hormonal therapies.</p><p>Introdution: Menopause is a natural phase in a woman's life, marked by the cessation</p><p>of ovarian function and a significant decrease in estrogen levels, representing the end</p><p>of the reproductive phase. This results in various symptoms such as hot flashes, night</p><p>sweats, vaginal changes, and mood swings. The search for alternative and natural</p><p>therapies has increased over the years, aiming to minimize the adverse effects</p><p>associated with conventional hormone therapies. Morus nigra L., commonly known as</p><p>black mulberry, has been studied for its therapeutic properties, including potential</p><p>effects on women's health during menopause.</p><p>Methodology: To achieve the proposed objective, a systematic review was</p><p>conducted, including clinical studies, preclinical studies, and previous reviews on the</p><p>use of Morus nigra L. in patients. The studies used meet the following criteria: articles</p><p>published in journals and scientific magazines, addressing only the leaves of Morus</p><p>nigra L., and clinical studies that may include both animals and humans.</p><p>Results and discussions: The analyzed studies indicate that Morus nigra L. can help</p><p>reduce symptoms such as hot flashes and night sweats, improving the quality of life</p><p>for menopausal women. The bioactive compounds present in the plant, such as</p><p>flavonoids and anthocyanins, possess estrogenic properties that can compensate for</p><p>the hormonal decline characteristic of this phase. Additionally, benefits to bone health</p><p>were observed, possibly due to the plant's antioxidant activity.</p><p>Morus nigra L. shows promising potential as a natural alternative for managing</p><p>menopausal symptoms, with a good safety profile and few reported adverse effects.</p><p>However, more clinical studies are necessary to confirm its efficacy and establish</p><p>precise guidelines for its therapeutic use.</p><p>Keywords: Morus nigra L., menopause, Morus nigra L. leaves, black mulberry.</p><p>Sumario</p><p>6</p><p>1. Introdução</p><p>O climatério marca o fim da fase reprodutiva feminina, sendo caracterizado</p><p>por mudanças hormonais, apresentando sintomas significativos, sendo o principal a</p><p>ausência de menstruação, porém o que mais se destaca são as ondas de calor. O</p><p>climatério, popularmente conhecido como menopausa, ocorre a partir dos 35 aos 65</p><p>anos de idade, sendo considerado precoce quando ocorre antes dos 40 anos de idade.</p><p>(MOREIRA,2014; NELSON, 2008).</p><p>Para amenizar esses sintomas, novas alternativas biotecnológicas estão</p><p>sendo investigadas como estudo de plantas medicinas, na tentativa de identificarmos</p><p>novos alvos terapêuticos para controle dos sintomas e compostos inéditos que não</p><p>foram ainda identificados.</p><p>A Morus nigra L., conhecida como amoreira ou amora preta, é uma espécie</p><p>pertencente ao gênero Morus, família Moraceae. Esse gênero possui 24 espécies e</p><p>uma subespécie, com pelo menos 100 variedades conhecidas. Esta planta pode ser</p><p>encontrada em todo o Brasil e é bem conhecida pela população pelas suas</p><p>propriedades medicinais até mesmo indicada como terapia de reposição hormonal</p><p>alem de possuir atividade antioxidante, hipoglicemiante, anti-inflamatória e</p><p>antimicrobiana. (ERCISLI,2007; PADILHA, 2010).</p><p>Entre as plantas medicinais, uma que se destaca pelo seu uso na medicina</p><p>popular é a Morus nigra L., pertencente ao gênero Morus e à família Moraceae, mais</p><p>conhecida como amoreira-preta. Essa planta é conhecida mundialmente não apenas</p><p>pelos seus aspectos nutricionais e sabor característico do seu fruto, mas também por</p><p>suas capacidades terapêuticas, contendo propriedades hipoglicemiante,</p><p>antinociceptiva, antioxidante, anti-inflamatória, entre outras. Embora seja de origem</p><p>Asiática, a M. nigra L. possui seu cultivo bem adaptado ao clima brasileiro, sendo seus</p><p>frutos, cascas, raízes e folhas amplamente utilizadas na medicina popular</p><p>(SUASSUNA, 2011).</p><p>A Morus nigra se apresenta como uma opção de fitoterapia que oferece às</p><p>mulheres e aos especialistas a possibilidade de abordagem medicamentosa que</p><p>poderia contribuir para a melhoria da qualidade de vida (QV) da mulher (FIGUEREDO</p><p>KC, et al., 2018).</p><p>7</p><p>As mulheres costumam</p><p>recorrer a essa planta para diversos propósitos. No</p><p>entanto, é crucial haver respaldo científico que ateste a segurança e a baixa</p><p>ocorrência de efeitos colaterais ao utilizar essa planta. Diante disso, o objetivo</p><p>principal do estudo foi investigar os efeitos do tratamento prolongado com extratos de</p><p>Morus nigra L. durante a menopausa.</p><p>É fundamental ressaltar que, apesar de a amora oferecer diversos benefícios</p><p>à saúde, é sempre recomendável buscar orientação de um profissional da saúde antes</p><p>de utilizar qualquer erva ou planta medicinal, garantindo assim sua segurança e</p><p>adequação ao seu caso específico.</p><p>Esse artigo tem como objetivo realizar uma revisão sistemática, avaliando a</p><p>eficácia da Morus Nigra L. na redução dos sintomas do climatério, identificando e</p><p>analisando os dados referente a sua segurança e possíveis efeitos adversos,</p><p>explorando os possíveis mecanismos de ação dos compostos bioativos presente na</p><p>Morus Nigra L. que contribuem para o seu efeito terapêutico comparando seus efeitos</p><p>com a terapia de reposição hormonal (TRH).</p><p>8</p><p>2. Metodologia</p><p>Este artigo de revisão sistemática foi elaborado pelas discentes Adesiane</p><p>Pereira Lacerda, Ana Beatriz Braz Luiz Brandão, Emanuella Paulino Braga, Mª Luiza</p><p>de Melo da Silva e Sthefani Afonso de Oliveira, utilizando os seguintes bancos de</p><p>dados: Scholar Google, BVS, ScienceDirect e PubMed</p><p>Para a identificação dos artigos a serem analisados, as palavras-chave</p><p>usadas foram "Morus nirga L" e "Menopause". Em cada base de dados não utilizamos</p><p>filtro, sendo assim, o descritor booleano “AND” e abrangemos dados de todos os anos</p><p>disponíveis.</p><p>Na base de dados Scholar Google onde foram encontrados 249 artigos, 27</p><p>no ScienceDirect, 7 no BVS e 4 no PubMed</p><p>O total de artigos encontrados nos quatro bancos de dados foram 287</p><p>artigos, conforme fluxograma a seguir. A etapa de busca de artigos e leitura dos</p><p>artigos foram feitos pelas discentes Adesiane Pereira Lacerda, Ana Beatriz Braz Luiz</p><p>Brandão, Emanuella Paulino Braga, Mª Luiza de Melo da Silva e Sthefani Afonso de</p><p>Oliveira, que revisaram e selecionaram os artigos que foram utilizados para</p><p>elaboração da dissertação.</p><p>Durante a leitura dos artigos, foram selecionados os artigos de revisão</p><p>bibliográfica e publicações em revistas científicas.</p><p>Dos 287 artigos encontrados, 60 eram duplicados, 204 não eram</p><p>compatíveis com os critérios, 23 sujeitos a triagem, 18 artigos excluídos, restando</p><p>apenas 5. Foram excluídos anais de Congresso, relatórios de estágios, banners,</p><p>cartilhas informativas e literatura cinzenta.</p><p>Os critérios de inclusão foram:</p><p>• Estudos publicados em revistas e jornais científicos.</p><p>• Estudos com humanos, animais e in-vitro.</p><p>• Estudos escritos em inglês, português e espanhol.</p><p>• Estudos que avaliam a eficácia no tratamento do climatério.</p><p>Os critérios de exclusão:</p><p>• Estudos duplicados.</p><p>• Artigos de opinião.</p><p>9</p><p>• Estudos sem dados relevantes com base nos títulos e resumos.</p><p>• Artigos que tratavam de outros fitoterápicos.</p><p>10</p><p>Figura 1. Diagrama de pesquisa bibliográfica e critérios de seleção para elaboração</p><p>de revisão sistemática Morus Nigra L.</p><p>11</p><p>Fonte: Maria Luiza de Melo da Silva (2024)</p><p>Identifica Triage Elegibilid</p><p>A</p><p>rt</p><p>ig</p><p>o</p><p>s</p><p>i</p><p>d</p><p>e</p><p>n</p><p>ti</p><p>fi</p><p>c</p><p>a</p><p>d</p><p>o</p><p>s</p><p>a</p><p>tr</p><p>a</p><p>v</p><p>é</p><p>s</p><p>d</p><p>a</p><p>b</p><p>u</p><p>s</p><p>c</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>b</p><p>a</p><p>s</p><p>e</p><p>:</p><p>G</p><p>o</p><p>o</p><p>g</p><p>le</p><p>S</p><p>c</p><p>h</p><p>o</p><p>la</p><p>r</p><p>n</p><p>(</p><p>2</p><p>4</p><p>9</p><p>)</p><p>A</p><p>rt</p><p>ig</p><p>o</p><p>s</p><p>i</p><p>d</p><p>e</p><p>n</p><p>ti</p><p>fi</p><p>c</p><p>a</p><p>d</p><p>o</p><p>s</p><p>a</p><p>tr</p><p>a</p><p>v</p><p>é</p><p>s</p><p>d</p><p>a</p><p>b</p><p>u</p><p>s</p><p>c</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>b</p><p>a</p><p>s</p><p>e</p><p>:</p><p>S</p><p>c</p><p>ie</p><p>n</p><p>c</p><p>e</p><p>D</p><p>ir</p><p>e</p><p>c</p><p>t</p><p>n</p><p>(</p><p>2</p><p>7</p><p>)</p><p>A</p><p>rt</p><p>ig</p><p>o</p><p>s</p><p>i</p><p>d</p><p>e</p><p>n</p><p>ti</p><p>fi</p><p>c</p><p>a</p><p>d</p><p>o</p><p>s</p><p>a</p><p>tr</p><p>a</p><p>v</p><p>é</p><p>s</p><p>d</p><p>a</p><p>b</p><p>u</p><p>s</p><p>c</p><p>a</p><p>n</p><p>a</p><p>s</p><p>b</p><p>a</p><p>s</p><p>e</p><p>s</p><p>:</p><p>B</p><p>V</p><p>S</p><p>e</p><p>P</p><p>u</p><p>b</p><p>M</p><p>e</p><p>d</p><p>n</p><p>(</p><p>1</p><p>1</p><p>)</p><p>A</p><p>rt</p><p>ig</p><p>o</p><p>s</p><p>r</p><p>e</p><p>m</p><p>o</p><p>v</p><p>id</p><p>o</p><p>s</p><p>p</p><p>o</p><p>r</p><p>d</p><p>u</p><p>p</p><p>lic</p><p>a</p><p>ç</p><p>ã</p><p>o</p><p>n</p><p>(</p><p>6</p><p>0</p><p>)</p><p>A</p><p>rt</p><p>ig</p><p>o</p><p>s</p><p>r</p><p>e</p><p>m</p><p>o</p><p>v</p><p>id</p><p>o</p><p>s</p><p>p</p><p>o</p><p>r</p><p>n</p><p>ã</p><p>o</p><p>s</p><p>e</p><p>g</p><p>u</p><p>ir</p><p>e</p><p>m</p><p>o</p><p>s</p><p>c</p><p>ri</p><p>té</p><p>ri</p><p>o</p><p>s</p><p>n</p><p>(</p><p>1</p><p>1</p><p>)</p><p>A</p><p>rt</p><p>ig</p><p>o</p><p>s</p><p>s</p><p>u</p><p>je</p><p>it</p><p>o</p><p>s</p><p>a</p><p>t</p><p>ri</p><p>a</p><p>g</p><p>e</p><p>m</p><p>n</p><p>(2</p><p>3</p><p>)</p><p>A</p><p>rt</p><p>ig</p><p>o</p><p>s</p><p>e</p><p>x</p><p>c</p><p>lu</p><p>id</p><p>o</p><p>s</p><p>n</p><p>(</p><p>1</p><p>8</p><p>)</p><p>A</p><p>rt</p><p>ig</p><p>o</p><p>s</p><p>c</p><p>o</p><p>m</p><p>t</p><p>e</p><p>x</p><p>to</p><p>i</p><p>n</p><p>te</p><p>g</p><p>ra</p><p>l</p><p>p</p><p>a</p><p>ra</p><p>a</p><p>p</p><p>lic</p><p>a</p><p>ç</p><p>ã</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>c</p><p>ri</p><p>té</p><p>ri</p><p>o</p><p>s</p><p>d</p><p>e</p><p>e</p><p>le</p><p>g</p><p>ib</p><p>ili</p><p>d</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>n</p><p>(</p><p>0</p><p>5</p><p>)</p><p>12</p><p>3. Resultados e discussões</p><p>Tabela 1. Resumo das características descritivas dos estudos incluídos</p><p>Nº Título Autor Ano da</p><p>publicação</p><p>Síntese</p><p>01 A planta Morus nigra L. como</p><p>fitoterápico de promoção de</p><p>saúde e qualidade de vida</p><p>em mulheres na transição</p><p>menopáusica.</p><p>The plant Morus nigra L. as a</p><p>phytotherapy to promote</p><p>health and quality of life in</p><p>women in the menopausal</p><p>transition.</p><p>JUNIOR, Rômulo</p><p>Barbosa dos Santos;</p><p>TOURINHO, Luciano de</p><p>Oliveira Souza ; SANTOS,</p><p>Layssa Luamar Farias.</p><p>2023</p><p>O climatério marca a transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva da vida da</p><p>mulher, caracterizada pela diminuição da produção hormonal ovariana, resultando em</p><p>diversas alterações físicas e psicológicas. A terapia de reposição hormonal é comum,</p><p>mas apresenta contraindicações e efeitos adversos. Como alternativa, a fitoterapia,</p><p>especialmente os fitoestrogênios, ganha destaque. A Morus nigra L., conhecida como</p><p>amoreira-preta, é reconhecida por suas propriedades terapêuticas e tem sido estudada no</p><p>tratamento dos sintomas do climatério, graças à presença de fitoestrogênios em sua</p><p>composição. Este estudo revisa a literatura sobre o uso da Morus nigra L. como</p><p>fitoterápico para promover a saúde e qualidade de vida em mulheres na transição</p><p>menopáusica, destacando sua importância como alternativa terapêutica.</p><p>02 O chá da folha de Morus</p><p>nigra como agente promotor</p><p>de qualidade de vida em</p><p>mulheres na transição</p><p>menopáusica.</p><p>Miranda S. da S., GandolfoJ.</p><p>L., VieiraR. G. C., ZanattaM.</p><p>C. A., AlvesJ. R. F., AlmeidaC.</p><p>C. S. de, & FariaT. V.</p><p>2020</p><p>Os fitoterápicos, derivados de plantas medicinais, são usados há séculos para prevenção</p><p>e tratamento de doenças. No Brasil, seu uso é incentivado pelo Ministério da Saúde, que</p><p>busca ampliar o acesso a essas terapias no SUS. A Morus nigra (amora-preta) é uma</p><p>planta usada popularmente para aliviar sintomas do climatério, como ondas de calor.</p><p>Um estudo com 20 mulheres, de 45 a 60 anos, analisou o efeito do chá das folhas de</p><p>Morus nigra, consumido três vezes ao dia por 60 dias. Os resultados mostraram melhora</p><p>na qualidade de vida e alívio de sintomas como ondas de calor, insônia e nervosismo,</p><p>sem eventos adversos. A Morus nigra se mostrou uma alternativa eficaz e acessível para</p><p>mulheres na transição menopáusica.</p><p>03 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS</p><p>DA Morus Nigra L. (amora)</p><p>EM MODELOS ANIMAIS DE</p><p>“ONDAS DE CALOR”</p><p>NUNES, Vitória;</p><p>TAYSA MENDONÇA SILVA;</p><p>ALVES, Randly; et al.</p><p>2023 O estudo investigou o efeito do tratamento com extratos de Morus nigra L. nos fogachos</p><p>em ratas na menopausa. O climatério, marcado por mudanças hormonais e desconforto,</p><p>é uma preocupação crescente devido ao aumento da expectativa de vida das mulheres. O</p><p>uso de plantas medicinais, como a amora preta, está sendo explorado como alternativa</p><p>para aliviar esses sintomas.</p><p>Foram utilizadas ratas Wistar ovariectomizadas para simular a menopausa. Diferentes</p><p>doses do extrato de amora preta foram administradas e os efeitos foram avaliados por</p><p>meio da termografia infravermelha, que foi usada para medir as temperaturas caudais</p><p>antes e após o exercício forçado, um método para induzir fogachos em animais na</p><p>menopausa. O processamento das imagens permitiu avaliar o efeito do extrato da Morus</p><p>Nigra nos sintomas climatéricos.</p><p>Os resultados forneceram insights sobre a eficácia do extrato na redução dos fogachos,</p><p>sugerindo seu potencial como terapia alternativa para mulheres na menopausa.</p><p>Destacando a importância de explorar terapias alternativas</p><p>para melhorar a qualidade de</p><p>vida das mulheres durante o climatério.</p><p>04 Estudo farmacobotânico das</p><p>folhas de amoreira-preta,</p><p>Morus nigra L., Moraceae.</p><p>PADILHA, Marina</p><p>M.; MOREIRA, Lucimara Q.;</p><p>MORAIS, Fernanda F.; et al.</p><p>2010</p><p>Os parâmetros morfo-anatômicos permitem o controle botânico de qualidade de insumos</p><p>farmacêuticos, garantindo a autenticidade das drogas e identificando adulterações. Di</p><p>Stasi (1996) destaca a importância dessa análise na padronização e diferenciação de</p><p>espécies vegetais na indústria farmacêutica. A Morus nigra L., originária da Ásia e</p><p>aclimatada no Brasil, é uma planta estudada por suas propriedades medicinais,</p><p>especialmente durante a menopausa, devido aos seus compostos bioativos. Diversos</p><p>compostos químicos como alcaloides, flavonoides e triterpenos têm sido identificados no</p><p>gênero Morus. Na medicina chinesa, essas plantas são usadas para tratar inflamações,</p><p>hipertensão e outras condições.</p><p>No estudo, a caracterização macroscópica da Morus nigra revelou folhas verdes,</p><p>ovaladas e rugosas. Microscopicamente, observou-se estômatos anomocíticos na face</p><p>abaxial, mesofilo heterogêneo, tricomas tectores e cistólitos de carbonato de cálcio. Esses</p><p>parâmetros são cruciais para a diagnose da M. nigra como insumo farmacêutico,</p><p>destacando-se características específicas que, em conjunto, asseguram a qualidade</p><p>botânica da planta.</p><p>05</p><p>A fitoterapia Morus Nigra:</p><p>como alternativa no</p><p>tratamento dos sintomas da</p><p>menopausa / Phytotherapy</p><p>as an alternative in the</p><p>treatment of menopause</p><p>symptoms.</p><p>RODRIGUES,</p><p>Sidney de Oliveira; VIERA,</p><p>Alison Luiz da Silva Monteiro;</p><p>BARROS, Neuza Biguinati de;</p><p>et al.</p><p>2021 O estudo "A fitoterapia Morus Nigra como alternativa no tratamento dos sintomas da</p><p>menopausa" investiga o uso da amora preta (Morus Nigra) como tratamento fitoterápico</p><p>para os sintomas da menopausa. Os fitoterápicos, derivados de plantas medicinais,</p><p>passam por rigorosos testes clínicos, e a Morus Nigra é destacada por sua eficácia</p><p>comprovada cientificamente.</p><p>A Morus Nigra, nativa da Ásia e amplamente utilizada no Brasil, contém compostos</p><p>bioativos que aliviam sintomas da menopausa, como ondas de calor, insônia e ansiedade,</p><p>devido à sua ação estrogênica. O estudo aborda o impacto positivo de fito estrogênios,</p><p>como os presentes na Morus Nigra, em comparação com a terapia hormonal tradicional,</p><p>especialmente para mulheres que não podem utilizar hormônios sintéticos.</p><p>O método utilizado foi uma revisão bibliográfica de estudos publicados entre 2001 e 2019.</p><p>Resultados indicam que a Morus Nigra é eficaz no alívio dos sintomas da menopausa</p><p>sem causar efeitos adversos significativos, oferecendo uma alternativa natural e segura à</p><p>terapia hormonal convencional.</p><p>13</p><p>3.1 Características do climatério</p><p>O climatério é o período que compreende a transição da fase reprodutiva</p><p>feminina para a fase não reprodutiva, caracterizado por variações hormonais que</p><p>levam a flutuações menstruais e que, posteriormente, resultarão na menopausa. Esta</p><p>última é definida por amenorreia há 12 meses a partir da data da última menstruação,</p><p>normalmente entre 40 e 55 anos. O período que se estende da menopausa até os 65</p><p>anos de idade é chamado de pós-menopausa. A redução da concentração hormonal,</p><p>típica desse processo, principalmente de estrogênio, gera sinais e sintomas, como</p><p>fogachos, ressecamento vaginal, redução da libido, ansiedade, sono pouco</p><p>reparador, dificuldade de concentração, entre outros, que causam importante impacto</p><p>na qualidade de vida da mulher (LORENZI D, et al., 2006; MIRANDA J, et al., 2014).</p><p>Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2008), o climatério trata-</p><p>se de uma fase fisiológica feminina onde ocorre o encerramento do ciclo reprodutivo.</p><p>14</p><p>É caracterizado pelas alterações metabólicas e hormonais que, consequentemente,</p><p>geram perturbações físicas e psicossociais (SOUZA; SANTOS, 2018).</p><p>Esse fenômeno é dividido nas fases pré-menopausa, perimenopausa e pós-</p><p>menopausa e se determina pela gradativa diminuição de hormônios ovarianos,</p><p>essencialmente do estrogênio e da progesterona (SANTOS EC, et al., 2021).</p><p>O climatério é visto de forma negativa pela maioria das mulheres que estão</p><p>vivenciando esta fase. As mesmas afirmam não estarem preparadas para enfrentá-</p><p>lo. Pode-se relacionar entre as dificuldades dessa etapa, não só as mudanças</p><p>hormonais, mas também à visão do envelhecimento na sociedade atual, na qual a</p><p>senescência, associada a menopausa, está atrelada a uma atribuição de perda das</p><p>funções sociais e físicas. Isso pode ser percebido, por exemplo, através do impacto</p><p>negativo que a vida sexual tem no cotidiano das participantes do estudo (BOTELHO</p><p>T, et al., 2022; MACIEL J, et al., 2021; PIUZANA E, et al., 202).</p><p>Entre as alterações fisiológicas decorrentes do climatério estão: fogachos,</p><p>sudorese, palpitações, fadigas, tonturas, calafrios, entre outros (SIVA et al., 2016).</p><p>Estas alterações no metabolismo causada pela diminuição dos hormônios, podem</p><p>levar ao ganho de peso, principalmente na inexistência da prática de exercícios físicos</p><p>e de uma alimentação balanceada (FARIA; OLIVEIRA, 2016).</p><p>Os dois tipos de hormônios sexuais ovarianos são os estrogênios e as</p><p>progestinas. Sem dúvida, o mais importante dos estrogênios é o hormônio estradiol,</p><p>e a mais importante das progestinas é a progesterona. Os estrogênios promovem,</p><p>essencialmente, a proliferação e o crescimento de células específicas no corpo,</p><p>responsáveis pelo desenvolvimento da maioria das características sexuais</p><p>secundárias da mulher. (GUYTON E HALL, 2017).</p><p>Na figura retirada do livro tratado de fisiologia médica, por Guyton & Hall, os</p><p>níveis de secreção de estrogênio são crescentes, a partir dos 40 anos de idade, há</p><p>uma queda significativa quando o fim da fase reprodutiva feminina está terminando,</p><p>e por fim, a quantidade de secreção é reduzida, tornando-se quase nula, marcando o</p><p>fim da fase reprodutiva e consequentemente da menopausa (GUYTON E HALL,</p><p>2017)</p><p>15</p><p>Figura 2. Secreção de estrogênio durante toda a vida sexual da mulher</p><p>Fonte: Guyton & Hall, Tratado de fisiologia médica.</p><p>A transição menopáusica é um processo fisiológico e patológico, em que</p><p>ocorre um desequilíbrio hormonal, devido à diminuição de secreção dos hormônios</p><p>ovarianos, estrogênio e progesterona. O climatério conceitua-se devido à ausência</p><p>de menstruação por 12 meses consecutivos. (BEREK, 2014). Durante da idade</p><p>reprodutiva da mulher, as três principais classes de hormônios sexuais produzidas</p><p>são: os estrogênios, as progesteronas e os andrógenos (RODRIGUES et al., 2021).</p><p>O hipotálamo atua na adeno-hipófise se através do hormônio GnRH,</p><p>responsável pela produção das gonadotropinas (hormônio folículo estimulante –FSH-</p><p>e hormônio luteinizante -LH), que determinam a secreção ovariana e a produção dos</p><p>óvulos. Nos ovários, encontramos duas estruturas endócrinas interrelacionadas: o</p><p>folículo e o corpo lúteo. O desenvolvimento folicular é concomitante com a produção</p><p>dos estrogênios e o amadurecimento do óvulo, e após a ovulação forma-se o corpo</p><p>lúteo. O estrogênio e a progesterona produzidos pela ação das gonadotropinas no</p><p>tecido ovariano são os responsáveis pelas alterações locais no endométrio, que criam</p><p>as condições necessárias para a nidação do ovo fecundado. (Bouzas, Braga, & Leao</p><p>2010).</p><p>A fisiopatologia do climatério apresenta-se como uma baixa na produção</p><p>das células germinativas e quantificativamente de folículos até sua total escassez,</p><p>16</p><p>acarretando assim a um quadro de esterilidade definitiva. A diminuição do número de</p><p>folículos ocasiona o decaimento da fabricação de hormônios pelos ovários, obtendo</p><p>assim um menor volume ovariano, o qual está intrinsicamente relacionado com a</p><p>redução da</p><p>capacidade funcional e o aparecimento dos diversos sinais e sintomas</p><p>que impactam na qualidade de vida das mulheres (VIEIRA TMM, et al., 2018).</p><p>A complexidade dos fatores hormonais e psicossocioculturais e o</p><p>envelhecimento biológico fazem com que haja uma grande variedade de sintomas</p><p>nesse período, o que influencia na saúde a longo prazo (DAS CHAGAS PCSO, et al.,</p><p>2020). Além de alterações fisiológicas, é comum a presença de alterações hormonais</p><p>e psicossociais no organismo feminino, que possuem intensidades, durações e</p><p>frequências diferentes, conforme as especificidades orgânicas das mesmas e</p><p>influenciam diretamente na sintomatologia que é expressa (FREITAS et al., 2015)</p><p>Tendo em vista que o climatério promove uma transformação tanto no âmbito</p><p>físico quanto psicológico da mulher, é de fundamental importância a abordagem sobre</p><p>o estilo de vida em relação à dieta saudável e ao bem-estar físico, mental e social.</p><p>Assim como, é imprescindível a relevância da rede de apoio de familiares e amigos</p><p>com incentivo ao autocuidado para melhorar a autoestima e informar com relação aos</p><p>tratamentos ofertados nesse período quando necessário</p><p>(ANDRADE ARL, et al., 2022)</p><p>.</p><p>3.2. Substâncias relacionadas a reposição hormonal</p><p>O ciclo hormonal da mulher é dividido em três fases, sendo elas a menarca,</p><p>o climatério e a menopausa. Geralmente a menarca é aplicada como critério para</p><p>avaliação na maturação biológica, marcando assim o início da vida reprodutiva da</p><p>mulher. Ao término da secreção hormonal dos ovários, tem-se os intervalos</p><p>fisiológicos dos ciclos menstruais, que representa o final da fase reprodutiva feminina</p><p>e o início da menopausa (FERREIRA IF, et al., 2020).</p><p>Como parte de uma estratégia geral para tratar e amenizar algumas das</p><p>queixas da menopausa, existe a terapia de reposição hormonal (TRH), que inclui uma</p><p>gama de produtos hormonais e vias de administração, com diferentes riscos e</p><p>benefícios para cada mulher. Por isso, a TRH deve ter uma indicação clara e</p><p>acompanhamento contínuo (BABER et al., 2016).</p><p>17</p><p>A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) na menopausa é um tema bastante</p><p>discutido desde 1960, e, atualmente, ainda provoca debates e opiniões diversas entre</p><p>os profissionais da área da saúde. Na medida em que o tratamento evolui, novos</p><p>conceitos, critérios e graus de evidências tendem a aparecer, gerando, com isso,</p><p>dúvidas e o surgimento de mitos na população feminina. Desse modo, provoca</p><p>insegurança nas mulheres, as quais vem sendo cada vez mais afetadas pelos sinais</p><p>e sintomas do declínio dos hormônios. Além disso, com o passar dos anos, a mulher</p><p>sofre diversas alterações no seu aspecto fisiológico, como desregulação do sono,</p><p>irritabilidade e humor. Baseado nos sintomas físicos e psicológicos, a TRH juntamente</p><p>com a terapia não farmacológica proporciona conforto, qualidade de vida e bem-estar</p><p>para essas pacientes (BELIZÁRIO RB, et al., 2021).</p><p>A terapia de reposição hormonal sintética é baseada na reposição</p><p>estrogênica isolada ou associada a progestágenos. Porém, seu uso ainda traz muitos</p><p>receios acerca dos efeitos colaterais a curto e longo prazo (SOUZA; SANTOS, 2018).</p><p>Um estudo relevante revelou que o estrogênio isolado pode proporcionar um alívio</p><p>significativo desses sintomas, além de oferecer benefícios para a saúde óssea, sem</p><p>os riscos associados ao progestógeno (Hodis et al., 2016; Hersh et al., 2004).</p><p>Os tratamentos de reposição hormonal com estrogênios usados para diminuir</p><p>os sintomas da menopausa tem como base o 17-β-estradiol (administrado por via</p><p>oral, via transdérmica, percutânea, intranasal e vaginal), valerato de estradiol</p><p>(administrado por via oral), estrogénios equinoconjugados (administrados por via oral</p><p>e vaginal), estriol (administrado por via tópica) e etinilestradiol (usado na maioria dos</p><p>contraceptivos combinados) (DIAS, 2018).</p><p>18</p><p>Figura 3. Estrutura química do 17-β-estradiol (estrogênio isolado), principal</p><p>composto na TRH</p><p>Fonte: Autoral (2024)</p><p>Figura 4. Estrutura química da progesterona (progestágenos), usada em</p><p>conjunto com 17-β-estradiol.</p><p>Fonte: Autoral (2024)</p><p>Para otimizar a TRH para mulheres com alto risco de osteoporose, é</p><p>essencial a personalização do tratamento, considerando dosagem, duração da</p><p>terapia e escolha do tipo de hormônio. Recomenda-se também o monitoramento</p><p>regular da densidade ósseae avaliações contínuas dos riscos associados à terapia</p><p>(Manson et al., 2013; Delmas et al., 2002).</p><p>As recomendações para o uso da TRH em mulheres com doenças</p><p>cardiovasculares incluem uma abordagem personalizada, com preferência por doses</p><p>menores e métodos de administração que minimizem os riscos, como o uso</p><p>transdérmico de estrogênio. Alternativas não hormonais para o manejo dos sintomas</p><p>da menopausa também devem ser consideradas em mulheres com alto risco</p><p>cardiovascular (Hulley et al., 1998; Grady et al., 2002).</p><p>A TRH é uma das principais formas de tratamento utilizadas no combate dos</p><p>déficits hormonais durante o climatério. Entretanto, muitas mulheres buscam</p><p>alternativas terapêuticas mais seguras e/ou naturais, devido à existência de</p><p>intolerâncias, contraindicações e até mesmo recusa ao uso da terapia</p><p>medicamentosa (ROCHA; PEREIRA; CARNEIRO, 2018).</p><p>19</p><p>Entre os seus benefícios se destacam: prevenção e tratamento da</p><p>osteoporose, melhora do perfil lipídico, do fluxo vascular arterial e aumento da</p><p>transudação vaginal (SOUZA et al., 2019). Os efeitos colaterais a curto prazo são:</p><p>cefaleia, náuseas, distúrbios gastrointestinais e aumento da sensibilidade mamária</p><p>(FARIA; OLIVEIRA, 2016). Outra questão negativa pertinente, é que a TRH de</p><p>estrogênio com progesterona aumenta significativamente o risco de a mulher</p><p>menopáusica apresentar doenças cardiovasculares (CYBULSKA et al., 2019).</p><p>Outro ponto relevante é que a perda de estrogênio durante a menopausa</p><p>provavelmente contribui para a suscetibilidade à doença de Alzheimer, e o uso de</p><p>TRH tende a reduzir este risco (RATNAKUMAR et al., 2019).</p><p>Entre as opções de tratamentos não sintéticos estão o uso de fitoestrógenos</p><p>como redutores dos sintomas da menopausa (BARBOSA, 2017).</p><p>A palavra “fitoestrógenos” tem origem do grego onde phyto significa planta,</p><p>ou seja, indica uma fonte de estrógeno natural. Também são conhecidos como</p><p>“estrogênios alimentares”, se destacam por ser um grupo de compostos polifenólicos,</p><p>estruturalmente similar ao hormônio 17-β-estradiol endógeno. Possuindo assim, a</p><p>capacidade de causar efeitos estrogênicos e/ou antiestrogênicos (RIBEIRO, 2018).</p><p>Segundo a Associação Brasileira de Climatério (SOBRAC), a qualidade de</p><p>vida prejudicada das mulheres climatéricas é um dos principais fatores que as</p><p>fazem buscar formas mais naturais de modulação da sintomatologia recorrente</p><p>(SOBRAC, 2018).</p><p>20</p><p>3.3. Características da Morus nigra L.</p><p>A amoreira pertence ao gênero Morus da família Moraceae . Existem 24</p><p>espécies de Morus e uma subespécie, com pelo menos 100 variedades conhecidas.</p><p>A amoreira é encontrada desde regiões temperadas a subtropicais do hemisfério</p><p>Norte até os trópicos do hemisfério Sul e pode crescer em uma ampla gama de</p><p>condições climáticas, topográficas e de solo. (Machii et al., 2000, Tutin et al., 1996).</p><p>No Brasil, a espécie Morus nigra L. é conhecida popularmente como:</p><p>amora, amoreira, amoreira preta, amoreira negra e sarça mora (SOUZA, 2000).</p><p>A amora preta se destaca devido aos seus pigmentos naturais, como a</p><p>antocianina que traz uma coloração atraente para confecção de geleias e caldas</p><p>(GUEDES et al., 2014).</p><p>A árvore pode atingir de 5 a 20m de altura. As folhas apresentaram o limbo</p><p>simples, com coloração verde escuro na face ventral e coloração verde claro na face</p><p>dorsal, flexível e membranácea. Em média, as folhas atingem</p><p>16,0 x 8,0 cm. A</p><p>margem é serrilhada, apresentando base arredondada e ápice acuminado. Os frutos</p><p>são pretos ou avermelhados brilhante, de sabor agridoce, suculento e refrescantes</p><p>(MORGAN, 1982).</p><p>21</p><p>Figura 5. Folha da Morus Nigra.</p><p>Fonte: Maria Luiza de Melo da Silva (2024)</p><p>Figura 6 e 7. Da esquerda para direita. Formato das folhas de amoreira preta (Morus</p><p>Nigra L.)</p><p>22</p><p>Fonte: Maria Luiza de Melo da Silva (2024)</p><p>Suas frutas são suculentas e ricas em minerais, aminoácidos, ácidos</p><p>graxos, açúcares, flavonóides, vitaminas etc (Wang et al., 2013). Convencionalmente,</p><p>acredita-se que os frutos da amoreira, principalmente as variedades preta e vermelha,</p><p>são vantajosos para o corpo humano (Ercisli e Orhan, 2007).</p><p>**Tabela 2. Anatomia da espécie Morus Nigra,** Fazer uma autoral ou</p><p>pesquisar outras</p><p>As espécies de Morus possuem enorme importância nos campos</p><p>medicinal, econômico, industrial, clínico e doméstico (MEMON et al, 2010).</p><p>As amoras produzem frutas comestíveis em países como Turquia e Grécia.</p><p>As frutas Morus são consumidas frescas e adicionalmente utilizadas para produzir</p><p>xarope, polpa, sorvete, geléia, vinagre e corantes naturais. (Ercisli & Orhan,</p><p>2007;Zafar et al., 2013;Eyduran et al., 2015). Podem ser consumidas em forma in</p><p>natura, em forma de marmeladas, sucos e licores. Também, servem na produção de</p><p>corantes naturais e na indústria de cosméticos (ERCISLI & ORHAN, 2007).</p><p>EM DESENVOLVIMENTO</p><p>23</p><p>3.4. Componentes, propriedades farmacológicas, posologia e</p><p>estrutura molecular da Morus Nigra.</p><p>A amoreira pertencente família Moraceae e gênero Morus possui</p><p>compostos fenólicos, pigmentos naturais como antocianinas e carotenoides fazendo</p><p>com que a mesma seja utilizada para fins medicinais como no tratamento de doenças</p><p>do sangue, dos rins e tratar fraqueza, fadiga, anemia, envelhecimento precoce dos</p><p>cabelos, diabetes, também é usada no tratamento de incontinência urinária, zumbido,</p><p>tontura e constipação em pacientes idosos. (DEVI et al, 2013).</p><p>A fruta contém ácidos graxos essenciais que os humanos não conseguem</p><p>sintetizar e devem ser obtidos através da dieta. Os ácidos graxos essenciais são</p><p>ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa derivados dos ácidos linolênico,</p><p>linoléico e oleico e são necessários para a formação de membranas celulares</p><p>saudáveis, o desenvolvimento e funcionamento adequados do cérebro e do sistema</p><p>nervoso e para a produção de hormônios. como substâncias chamadas eicosanóides</p><p>(tromboxanos, leucotrienos, prostaglandinas). Esses produtos químicos regulam</p><p>inúmeras funções corporais, incluindo pressão arterial, viscosidade sanguínea,</p><p>respostas imunológicas e inflamatórias (Pawlosky et al., 1996, Simopoulos e Salem,</p><p>1996).</p><p>Os taninos estão relacionados aos flavonoides contidos nas amoras sendo</p><p>esses responsáveis pela inibição da ação antibacteriana, na expectoração de</p><p>24</p><p>secreções pulmonares, sudorífero, tônicos e laxantes, além de ser sedativa e diurética</p><p>(SILVA, 2019)</p><p>Os polifenóis são bastante conhecidos por suas propriedades</p><p>multidirecionais. Os principais são quercetina, rutina, isoquercetina e astragalina.</p><p>(GRYN-RYNKO et al., 2016). Os fenólicos possuem um amplo espectro de atividades</p><p>bioquímicas, como propriedades antioxidantes, antimutagênicas e</p><p>anticarcinogênicas, além da capacidade de modificar a expressão gênica. Frutas</p><p>coloridas são boas fontes de fenólicos, incluindo flavonóides, antocianinas e</p><p>carotenóides e amoras são ricos em fenólicos (LIN & TANG, 2007).</p><p>A rutina presente nas folhas de Morus é responsável por diminuir a glicose</p><p>plasmática, aumentar os níveis de insulina, restaurar o conteúdo de glicogênio e a</p><p>atividade da hexoquinase. (GRYN-RYNKO et al, 2016)</p><p>Figura 8 e 9. Da esquerda para direita. Estrutura química da Quercetina e Rutina</p><p>presentes na composição das folhas de Morus Nigra L.</p><p>Fonte: Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida</p><p>Tabela 3. Composição química das folhas da Morus nigra</p><p>25</p><p>A Amora-Preta in natura é altamente nutritiva, em sua composição química</p><p>é encontrado água (em torno de 85%), proteína (1,5%), fibras (entre 3,5 e 4,7%),</p><p>cinzas (entre 0,19 e 0,47%), lipídeos (entre 0,03 e 0,08%), carboidratos (entre 6 e</p><p>13%). Além ainda de apresenta conteúdos consideráveis (em mg/100g) de cálcio (32);</p><p>fósforo (21); potássio (196); magnésio (20); ferro (0,57); selênio (0,60); vitamina C</p><p>(21); e menores quantidades de vitamina A, vitamina E, folato, tiamina, riboflavina,</p><p>niacina, ácido pantotênico, vitaminas B-6 e B-12; ácidos graxos saturados; ácidos</p><p>graxos monosaturados; ácidos graxos polinsaturados. (Embrapa Clima Temperado,</p><p>2008).</p><p>Quanto aos seus compostos químicos, presentes em diferentes partes da</p><p>planta, diversos estudos descrevem que ela contém compostos químicos fenólicos,</p><p>como estilbenos, flavonas, isoflavonas, flavonoides, isoprenilados, cumarinas,</p><p>cromonas e xantonas. Diante desses fitoquímicos, diversas atividades farmacológicas</p><p>são relacionadas a M. nigra L., sendo citadas propriedades antioxidantes,</p><p>anticarcinogênica e antimutagênica com grande capacidade na modificação da</p><p>expressão gênica (OLIVEIRA et al., 2018)</p><p>3.5. Medicamentos fitoterápicos</p><p>A Morus nigra é rica em compostos fenólicos, flavonoides e antocianinas,</p><p>que atuam como antioxidantes potentes. Esses compostos oferecem vários</p><p>benefícios para a saúde, incluindo atividades anti-inflamatórias e imunomoduladoras,</p><p>que podem ser particularmente benéficas durante o climatério, um período associado</p><p>com aumento do estresse oxidativo e inflamação (MDPI).</p><p>As partes vegetais de maior interesse farmacológico são as folhas e os</p><p>frutos. Os extratos dos frutos de Morus nigra têm uma ação protetora contra o dano</p><p>peroxidativo de biomembranas e biomoléculas. NADERI et al. (2004).</p><p>As folhas são empregadas externamente em gargarejos, para combater</p><p>aftas e amigdalite, no combate à febre e à dor de dente. Da infrutescência é feito um</p><p>xarope, utilizado em diarreias e como vermífugo, além de ser expectorante e</p><p>adstringente. (SILVA, 2007; MIRANDA. 2010), também, utilizadas no tratamento de</p><p>febre, dor de cabeça, beribéri, vômitos e dor estomacal causada pelo agente da cólera</p><p>(JIANG, 1977), ajuda na purificação do sangue, reduz a febre e é diurética. Seus</p><p>extratos são conhecidos por terem atividade antibacteriana e fungicida (MAZIMBA,</p><p>26</p><p>2011). Os ramos jovens da árvore são usados para o tratamento de hipertensão e</p><p>paralisia de braços e pernas (JIANG, 1977).</p><p>Em estudos recentes, foi descoberto que o xarope possui capacidade de</p><p>regulação da hiperglicemia e retardo da catarata. O xarope dos frutos também é útil</p><p>no tratamento de faringites e doenças inflamatórias do trato gastrintestinal.</p><p>(MIRANDA, et al. 2010)</p><p>Também tem sido usada como analgésico, diurético, antitussígeno,</p><p>sedativo, ansiolítico e hipotensor, e no tratamento de doenças inflamatórias</p><p>(NOMURA & HANO,1994). Os frutos da amoreira podem servir como remédio para</p><p>disenteria e laxante, odontálgico, anti-helmíntico, expectorante, hipoglicêmico e</p><p>emético (Ercisli e Orhan, 2007). As raízes são utilizadas no tratamento de hipertensão</p><p>arterial, reumatismo, problemas oculares e espasmos infantis. (JIANG, 1977).</p><p>3.6. Indicações, contraindicações, efeitos adversos e possíveis</p><p>efeitos tóxicos</p><p>*uso populares e tradicionais</p><p>Morus nigra é uma espécie bastante utilizada na medicina popular , tendo</p><p>sua eficácia em estudos comprovados e outros com necessidade de estudos mais</p><p>aprofundados .existem informações de uso popular da planta por mulheres no</p><p>climatério,para substituir o uso de reposição hormonal convencional.também se utiliza</p><p>as folhas parav uso externo em gargarejos para</p><p>combater áfitas e amigdalite, febre e</p><p>até dor dente. Da infrutescência é feito xarope ,utilizado em quadros de diarreias e</p><p>como vermífogo além de ser expectorante.</p><p>Os frutos ,folhas ,cascas e raízes são citados como laxantivos ,sedativos</p><p>,expectorantes ,emolientes ,calmante ,diurético ,hipoglicemiante,antisséptico,anti-</p><p>inflamatório,antioxidante, bem como tratamento de inflamações orais .essas partes</p><p>da planta também são utilizadas para tratamento de diabetes pois contém substâncias</p><p>como 1-deoxinojirimicina,um alcaloide com efeito hipoglicemiante.</p><p>Fonte; gov.br</p><p>Morus nigra além de ser usada para tantos fins medicinais ,é utilizada para</p><p>reposição hormonal, tendo resultado em pesquisa ,onde seus efeitos adversos :</p><p>gases, aumento de apetite e durese . seus resultados confirmama utilização do chá</p><p>27</p><p>de morus nigra no tratamento de sintomas de climatério apresentando um alto</p><p>consenso de informações . fonte: periódicos .ufjf.br HU Revista ,</p><p>No Brasil, é comum o consumo do chá da folha da amoreira como agente</p><p>regulador dos sintomas na sidrome do climatério tendo estudos comprovados . a</p><p>amoreira preta apresenta maior conteúdo fenólico e flavonódico . pois os</p><p>fitoestrogênios presentes na amora possuem ações benéficas quanto aos sintomas</p><p>da sidrome do climatério.foi demonstrado o efeito da diminuição não apenas dos</p><p>fogachos mas também da melhora da atrofia vaginal e da qualidade do sono.</p><p>Além disso foi possível observar a diminuição da incidência para problemas</p><p>cardiovasculares e tromboembólicos.*</p><p>EDITAR E DESENVOLVER MELHOR O ITEN</p><p>EM DESENVOLVIMENTO</p><p>Como não existem estudos sobre a segurança reprodutiva em humanos, o</p><p>uso de Morus nigra não é recomendado em mulheres grávidas ou em período de</p><p>lactação, ou ainda em crianças e idosos sem supervisão médica (MINISTÉRIO DA</p><p>SAÚDE, 2015).</p><p>4. Terapia de reposição hormonal comparada aos efeitos da Morus</p><p>Nigra L.</p><p>Na medicina popular as folhas da amoreira-preta têm sido indicadas para</p><p>mulheres durante a menopausa (FRANZOTTI et al., 2004). Há informações do uso</p><p>da planta para substituir a terapêutica da reposição hormonal convencional (PADILHA</p><p>et al., 2010).</p><p>EM DESENVOLVIMENTO</p><p>5. Considerações finais</p><p>Os estudos sobre a Morus nigra revelam um potencial significativo para a</p><p>sua utilização como um tratamento alternativo durante o climatério, aproveitando seus</p><p>efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e hipoglicêmicos. Tais propriedades são</p><p>cruciais para o manejo de sintomas associados a menopausa e o envelhecimento</p><p>saudável. As pesquisas continuam a explorar a profundidade desses benefícios e a</p><p>28</p><p>validação clínica dessas aplicações em humanos é um passo necessário para o seu</p><p>uso mais amplo</p><p>O climatério, tem como principais causas a degeneração dos ovários e a</p><p>produção do estrogênio que ao decorrer da vida é reduzida pelos ovários, de acordo</p><p>com o número de folículos primordiais tornando-se quase nulos. Em outras palavras,</p><p>a cada ciclo menstrual, a quantidade de óvulos diminui, assim como a secreção do</p><p>estrogênio. Essa redução faz com ocorra alterações fisiológicas, resultando no</p><p>climatério, conhecido popularmente como menopausa.</p><p>O principal sintoma é ausência do ciclo menstrual e os sintomas mais</p><p>comuns relatados são: ondas de calor, insônia, alterações de humor, secura vaginal,</p><p>sensibilidade vaginal resultando em dores nas relações sexuais, diminuição da libido,</p><p>perda de massa muscular, entre outros, porém esses são relatados com mais</p><p>frequência.</p><p>Estrogênios e progesterona são os principais hormônios esteroides</p><p>femininos. Sintetizados a partir do colesterol, em diversos tecidos endócrinos. Esses</p><p>hormônios, são relacionados ao desenvolvimento do corpo, ao comportamento sexual</p><p>e está intimamente ligado as funções reprodutivas, variam de estrutura química,</p><p>sendo assim, apresentam-se de formas diferentes em cada indivíduo, porém a</p><p>propriedade biológica, torna-se comum, tendo em vista que o proposito desses</p><p>hormônios envolvem estimular o crescimento e realizam manutenção das</p><p>características femininas.</p><p>Estradiol, estrona e estriol, são os principais estrogênios femininos,</p><p>produzidos nas células da granulosa dos ovários. A falta da atividade estrogênica</p><p>resulta na degeneração dos ovários, consequentemente, ocorre a menopausa.</p><p>Durante o climatério, muitas mulheres recorrem á a terapia de reposição</p><p>hormonal (TRH) para aliviar os sintomas e aumentar a qualidade de vida. Para</p><p>compreender melhor como a TRH agem no organismo feminino, precisamos entender</p><p>os hormônios produzidos antes, durante e depois da menopausa.</p><p>A classificação dos hormônios varia de acordo com a sua via de síntese e</p><p>estrutura bioquímica, os esteroides são sintetizados a partir do colesterol, dividindo-</p><p>se em dois grupos, hormônios sexuais e os esteroides suprarrenais.</p><p>*A folha de Morus nigra é considerada de baixa toxicidade por diversos</p><p>estudos pré-clínicos e evidencia efeito hepatoprotetor demonstrado contra a injúria</p><p>29</p><p>hepática induzida pelo paracetamol em camundongos (ALMEIDA JRGS, et al., 2011;</p><p>OLIVEIRA ACB, et al., 2013; BOTAN AG, 2018; MALLHI TH, et al., 2014).</p><p>A partir dos resultados descritos acima e da ausência de eventos adversos,</p><p>a Morus nigra pode se apresentar como uma opção terapêutica, tendo uma proporção</p><p>de melhora dos sintomas climatéricos semelhante a TH. Além disso, ressalta-se que</p><p>aproximadamente 70% das mulheres cessam a TH após o primeiro ano devido a</p><p>queixa de mastalgia, náuseas, cefaleia, ganho de peso e retenção hídrica, tais</p><p>sintomas que não foram manifestados pelas participantes em nosso estudo</p><p>(GLAZIER MG e BOWMAN MA, 2001).* referencias para desenvolver o item</p><p>EDITAR E DESENVOLVER MELHOR O ITEN</p><p>EM DESENVOLVIMENTO</p><p>Conhecida popularmente no Brasil como “amora-preta”, a Morus Nigra,</p><p>apresenta fácil adaptação e grande predominância nas regiões tropicais, sendo</p><p>cultivada principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil, porém pode ser</p><p>encontrada nas demais regiões, produzindo frutos em abundância. Sua importância</p><p>deve-se ao seu elevado potencial fitoterápico e ao seu uso na medicina popular.</p><p>Essa espécie possui árvores de porte médio, variando de 4 a 5 metros,</p><p>porém podem alcançar até 12 metros de altura, a estrutura do tronco é caracterizada</p><p>por cascas rugosas e de coloração escura, seus galhos são mais finos e alongados,</p><p>enquanto suas folhas têm formas ovadas e cordiformes, em tons verdes intensos que</p><p>variam do médio ao escuro, com margem serrilhada, base arredondada e ápice</p><p>agudo, podendo ser ásperas ao toque, o comprimento de suas folhas variam de 5 a</p><p>10 centímetros de comprimento e 3 a 10 centímetros com nervuras bem destacadas.</p><p>As flores da Morus nigra são pequenos pentâmeros com coloração</p><p>branca-amarelada, em alguns casos branca-rosada, agrupadas em inflorescência do</p><p>tipo racemo, possuem fragrância suave e agradável, no Brasil, geralmente florescem</p><p>durante a primavera, entre setembro e dezembro.</p><p>Já a frutificação, ocorre após o período da floração, entre os meses de</p><p>janeiro a março. Seus frutos têm a aparência de drupéolas, sua coloração é vermelha-</p><p>escura e, quando maduras sua coloração é semelhante ao preto, devido ao seu tom</p><p>de roxo intenso e escuro com fundo avermelhado, possuem sabor característico,</p><p>sendo levemente ácido e amargo quando estão verdes, quando maduros tem sabor</p><p>doce e são suculentas.</p><p>30</p><p>Suas folhas possuem grande importância econômica, por serem utilizadas</p><p>em diversas áreas, incluindo farmacêutica, alimentícia e</p><p>*Sob o ponto de vista etnobotânico, as folhas têm mostrado possuir ação</p><p>diurética, hipoglicemiante, atividades hipotensoras e têm sido usadas para o</p><p>tratamento do climatério, assim o último justificado pela quantidade de diferentes</p><p>flavonoides, que possuem efeito fitoestrogênico.</p><p>A casca da raiz de amoreiras</p><p>também tem sido muito utilizada como anti-</p><p>inflamatório, antitússigeno e antipiréticos. O extrato da raiz possui oxiresveratrol que,</p><p>como outros fitoconstituintes, pode contribuir para a forte atividade inibitória</p><p>tirosinase. O fruto da Morus nigra L é utilizado para o tratamento de doenças</p><p>hepáticas e renais. Além disso, podem ser consumidos como uma fruta fresca ou sob</p><p>a forma de produtos de confeitaria, tais como compotas, geleias, sobremesas, suco,</p><p>pasta e sorvetes.* EDITAR E DESENVOLVER MELHOR O ITEN</p><p>EM DESENVOLVIMENTO</p><p>A Morus Nigra, tem sido usada na medicina popular como antidiabético,</p><p>analgésico, diurético, antitussígeno, sedativo, ansiolítico, hipotensor e anti-</p><p>inflamatório, para tratamento do colesterol alto, pressão alta, reposição hormonal da</p><p>mulher, e para prevenir derrames, devido aos seus diversos componentes ativos.</p><p>Além de todas essas propriedades a planta posso ser ultilizada para o</p><p>tratamento de asma e reumatismo. A decocção das folhas possui propriedades de</p><p>purificação do sangue e reduz a febre e extratos das folhas são conhecidos por terem</p><p>atividade antibacteriana e fungicida.</p><p>De acordo com a Revista Científica Eletrônica do Conselho Regional de</p><p>Farmácia da Bahia, um total de 69 componente compostos fitoquímicos, entre eles</p><p>ácidos fenólicos, flavonoides, antocianinas, terpenoides, alcaloides entre outros foram</p><p>identificados e isolados de diferentes extratos de diversas partes da Morus Nigra.</p><p>Quanto a sua posologia recomenda-se a Via Oral com doses diárias de</p><p>12g de folha para cada 1000 ML de água por infusão 3 vezes ao dia, com o período</p><p>de utilização não informado.</p><p>Em resumo a Morus Nigra mais conhecida como amoreira é uma planta</p><p>comprovadamente eficaz no tratamento de sintomas do climatério, devido às suas</p><p>propriedades farmacológicas e componentes ativos. Seu uso adequado e sob</p><p>orientação profissional pode proporcionar alívio dos sintomas do climatério e</p><p>contribuir para a melhora da saúde.</p><p>31</p><p>Artigos</p><p>JUNIOR, Rômulo Barbosa dos Santos; TOURINHO, Luciano de Oliveira</p><p>Souza; SANTOS, Layssa Luamar Farias. A planta Morus nigra L. como fitoterápico</p><p>de promoção de saúde e qualidade de vida em mulheres na transição menopáusica:</p><p>The plant Morus nigra L. as a phytotherapy to promote health and quality of life in</p><p>women in the menopausal transition. Revista Brasileira de Educação, Saúde e</p><p>Bem-estar. 2023.</p><p>Miranda S. da S., GandolfoJ. L., VieiraR. G. C., ZanattaM. C. A., AlvesJ. R.</p><p>F., AlmeidaC. C. S. de, & FariaT. V. O chá da folha de Morus nigra como agente</p><p>promotor de qualidade de vida em mulheres na transição menopáusica. Revista</p><p>Eletrônica Acervo Saúde. 2020</p><p>32</p><p>NUNES, Vitória; TAYSA MENDONÇA SILVA; ALVES, Randly; et al.</p><p>Avaliação dos efeitos da Morus Nigra L. (amora) em modelos animais de “ondas de</p><p>calor” na menopausa. Revista de Estudos Multidisciplinares UNDB. 2023.</p><p>PADILHA, Marina M.; MOREIRA, Lucimara Q.; MORAIS, Fernanda F.; et</p><p>al. Estudo farmacobotânico das folhas de amoreira-preta, Morus nigra L., Moraceae.</p><p>Revista Brasileira de Farmacognosia. 2010.</p><p>RODRIGUES, Sidney de Oliveira; VIERA, Alison Luiz da Silva Monteiro;</p><p>BARROS, Neuza Biguinati de; et al. A fitoterapia Morus Nigra: como alternativa no</p><p>tratamento dos sintomas da menopausa / Phytotherapy as an alternative in the</p><p>treatment of menopause symptoms. Brazilian Journal of Development. 2021</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>Antunes FilhoC. R.; PereiraL. V. e; OliveiraM. F. de; CupertinoM. do C.</p><p>Climatério e os fatores que contribuem para a má qualidade de vida. Revista</p><p>Eletrônica Acervo Saúde, v. 23, n. 5, p. e12594, 18 maio 2023.</p><p>OLIVEIRA, Tatiane Nelí Ferreira Lima de; COSTA, Cássia Cardoso;</p><p>ESTEVAM, Danielle Pontes; et al. Morus nigra L.: revisão sistematizada das</p><p>propriedades botânicas, fitoquímicas e farmacológicas. ARCHIVES OF HEALTH</p><p>INVESTIGATION, v. 7, n. 10, 2018.</p><p>LemosB. A. R., GuimarãesL. C. R., & SenneT. H. de. (2022). Qualidade de</p><p>vida das mulheres no climatério e na pós-menopausa. Revista Eletrônica Acervo</p><p>Médico, 12, e10503.</p><p>Guimarães AL, Oliveira RA, Silva FS, Reis SAGB et al. Avaliação toxicológica</p><p>pré-clínica do chá das folhas de Morus nigra L. (Moraceae). Rev Bras Pl Med. 2013</p><p>PEREIRA, Rosana da Silva; RAMBO, Renata Biegelmeyer da Silva.</p><p>Composição fitoquímica e propriedades farmacológicas potenciais da Morus nigra L.:</p><p>uma revisão narrativa: Phytochemical composition and potential pharmacological</p><p>33</p><p>properties of Morus nigra l.: narrative review. Revista Científica Eletrônica do</p><p>Conselho Regional de Farmácia da Bahia. 2023</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. MONOGRAFIA DA ESPÉCIE Morus nigra</p><p>L. (AMOREIRA). Brasília, DF, 2015.</p><p>GUYTON, Arthur Clifton; Hall, Jonh E. Tratado de Fisiologia Médica. 13ª</p><p>ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.</p><p>COSTA, Joyce Pinheiro Leal. Efeito do extrato de Morus Nigra L. no</p><p>tratamento de sintomas vasomotores em mulheres com síndrome climatérica –</p><p>um estudo randomizado, placebo - controlado. 2018. 158f. Dissertação (Programa</p><p>de Pós-Graduação em Saúde do Adulto e da Criança/CCBS) - Universidade Federal</p><p>do Maranhão, São Luís. 2018.</p><p>SELBAC, Mariana Terezinha et al. Mudanças comportamentais e</p><p>fisiológicas determinadas pelo ciclo biológico feminino: climatério à</p><p>menopausa. Aletheia, vol.51, n.1-2, p. 177-190. Jan./Dez. 2018.</p><p>ALBERT LESTER LEHNINGER; NELSON DAVID LEE; COX, Michael M; et</p><p>al. Lehninger Princípios de bioquímica. São Paulo: Sarvier, 2002.</p><p>ELLMANN, Stephan; STICHT, Heinrich; THIEL, Falk; et al. Estrogen and</p><p>progesterone receptors: from molecular structures to clinical targets. Cellular and</p><p>Molecular Life Sciences, v. 66, n. 15, p. 2405–2426, 2009.</p><p>SPRITZER, Poli Mara ; WENDER, Maria Celeste Osório. Terapia hormonal</p><p>na menopausa: quando não usar. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia &</p><p>Metabologia, v. 51, n. 7, p. 1058–1063, 2007.</p><p>BURGER, Henry; WOODS, Nancy Fugate; DENNERSTEIN, Lorraine; et al.</p><p>Nomenclature and endocrinology of menopause and perimenopause. Expert</p><p>Review of Neurotherapeutics, v. 7, n. sup1, p. S35–S43, 2007.</p><p>ARANHA, Renata Nunes; FAERSTEIN, Eduardo; AZEVEDO, Gulnar</p><p>Mendonça; et al. Análise de correspondência para avaliação do perfil de mulheres</p><p>na pós-menopausa e o uso da terapia de reposição hormonal. Cadernos de Saúde</p><p>Pública, v. 20, n. 1, p. 100–108, 2004.</p><p>P. MICHAEL CONN ; MELMED, Shlomo. Endocrinology. [s.l.]: Springer</p><p>Science & Business Media, 1997.</p><p>SANTOS Êmilly C.; MENDOÇA M. F.; MORAIS N. V.; LUZ V. N.; DIAS N.</p><p>F.; GUIMARÃES T. V.; MONTEIRO V. R.; FELÍCIO I. da S. O impacto do uso da</p><p>terapia de reposição hormonal na qualidade de vida das mulheres em climatério.</p><p>Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 15, n. 11, p. e11177, 1 nov. 2022.</p><p>DIAS, Carolina Oliveira. Isoflavonas: propriedades terapêuticas</p><p>estrogênicas e fitoterapia. 2018. 84 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Ciências</p><p>Farmacêuticas, Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade do Algarve,</p><p>Faro, 2018.</p><p>34</p><p>SERRA MACHADO, T.; SANTOS SABÓIA, R.; SOUZA ROCHA, M.;</p><p>TÂMARA SOUZA BARROQUEIRO, Ângela. FITOESTRÓGENOS NO CLIMATÉRIO:</p><p>PROPOSIÇÃO DE UM CARDÁPIO RICO EM FITOESTRÓGENOS PARA</p><p>MULHERES CLIMATÉRICAS. Estudos Interdisciplinares sobre o</p><p>Envelhecimento, [S. l.], v. 26, n. 2, 2021. DOI: 10.22456/2316-2171.102040.</p><p>CARVALHO, Luiza Bernardes Costa de; MIZUNO, Beatriz Figueiredo;</p><p>PRATES, Giovanna Cordeiro; et al. Riscos e benefícios da terapia de reposição</p><p>hormonal na menopausa/ Risks and benefits of menopausal hormone replacement</p><p>therapy. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 3, p. 20415–20427, 2022.</p><p>MARTINS, Kamilla Marinho de Sousa; NUNES , Luana Lócio; MOTA,</p><p>Maressa Maali Machado; LIMA , Marina Geórgia Gomes; DUARTE, Matheus Parente</p><p>Silva; NETO, Ademar Dantas de Lira; MARQUES, Ana Emília Formiga; NOBRE,</p><p>Camila Bezerra. O CLIMATÉRIO</p><p>E SUAS IMPLICAÇÕES PSICOLÓGICAS NA</p><p>SAÚDE DA MULHER - UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. RECIMA21 - Revista</p><p>Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218, [S. l.], v. 2, n. 11, p. e211927, 2021.</p><p>SOUSA , J. kenedy santiago; NETO , A. de B. C.; SANTOS , W. A. F. dos;</p><p>CARMO , A. S. M. da S.; MADUREIRA, J. M. V.; LOURO, W. R.; KITAYAMA, N. V.;</p><p>CRUZ, L. H.; SALVADOR, B. F.; BRITO , B. M.; PEREIRA, R. F.; RODRIGUES, M.</p><p>G. L. de F.; SILVA, S. da C.; SILVA , A. P. da. Avanços na Terapia de Reposição</p><p>Hormonal na Menopausa: Eficácia e Segurança. Brazilian Journal of Implantology</p><p>and Health Sciences , [S. l.], v. 6, n. 1, p. 2234–2244, 2024. DOI: 10.36557/2674-</p><p>8169.2024v6n1p2234-2244.</p><p>EM, Bacharelado; BIOLÓGICAS, Ciências ; SOUZA, Aleandra. Instituto</p><p>Federal Goiano -Campus Rio Verde ASPECTOS ANATÔMICOS E</p><p>FARMACOGNÓSTICOS DE FOLHAS DE AMOREIRA. [s.l.: s.n.], 2021.</p><p>ERCISLI, S. & ORHAN, E. Chemical composition of white (Morus alba), red</p><p>(Morus rubra) and black (Morus nigra) mulberry fruits. Food Chemistry, v.103,</p><p>p.1380-1384, 2007.</p><p>Centro Universitário do Distrito Federal- UDF</p>