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<p>Ergonomia e Segurança</p><p>do Trabalho</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Prof. Me. Alessandro José Nunes da Silva</p><p>Revisão Textual:</p><p>Prof.ª Dra. Luciene Oliveira da Costa Granadeiro</p><p>Contribuições da Simulação em Ergonomia</p><p>Contribuições da Simulação em</p><p>Ergonomia</p><p>• Proporcionar olhares diferentes em uma dinâmica participativa envolvendo diferentes atores</p><p>(multiprofissionais) de uma organização no conhecimento da atividade de trabalho;</p><p>• Apresentar ferramentas que permitam a simulação de atividades de trabalho.</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZADO</p><p>• Ergonomia e Atividade Futura;</p><p>• Simulação do Trabalho;</p><p>• Simulação Humana.</p><p>UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia</p><p>Ergonomia e Atividade Futura</p><p>François Daniellou (2007) apresenta para os ergonomistas a abordagem da “atividade</p><p>futura provável” que visa criar cenários e possibilidades durante a concepção das ativi-</p><p>dades de trabalho. Essa metodologia permite considerar a variabilidade das situações de</p><p>trabalho para uma população futura nem sempre conhecida. Dessa forma, as “situações</p><p>de referência” tornam-se um poderoso instrumento para a investigação da atividade</p><p>futura. Pode-se extrapolar a simulação humana como um ferramental útil para ampliar</p><p>o espaço de interação entre diferentes atores no processo de projeto, buscando uma</p><p>construção social (BITTENCOURT; DUARTE, 2021).</p><p>Nesse caminho da construção social, a participação de multiatores tem diferentes</p><p>pontos de vista do trabalho, e esse é o fator principal na confrontação das diferentes</p><p>lógicas. Os vários atores (operadores, ergonomistas, projetistas, gerentes e diretores)</p><p>usam os seus conhecimentos e questionamentos que possam apresentar similaridade</p><p>com a situação em concepção e serem utilizadas no processo de projeto (situações de</p><p>referência) (BITTENCOURT; DUARTE, 2021).</p><p>Para a construção do projeto de uma atividade futura, é preciso um aprofundamento</p><p>em outra vertente, a construção técnica, que permite à equipe multidisciplinar buscar e</p><p>criar ferramentas e soluções operacionais para realizar as simulações das situações de re-</p><p>ferência identificadas e analisadas. Os resultados da simulação são prognósticos relativos</p><p>ao trabalho futuro (BITTENCOURT; DUARTE, 2021).</p><p>Para Bittencourt e Duarte (2021), a integração da dimensão do trabalho aos projetos</p><p>de engenharia foi impulsionada com o advento dos departamentos de Engenharia de Pro-</p><p>dução nas universidades e com as pesquisas que projetaram atividades de trabalho que</p><p>proporcionaram melhorias das condições de trabalho e eficiência do processo de produção.</p><p>O envolvimento dos trabalhadores no processo de projeto de seus futuros locais de trabalho</p><p>tem gerado benefícios, tais como soluções mais focadas nas necessidades dos usuários, me-</p><p>lhoria das soluções e aumento da aceitabilidade do projeto (BITTENCOURT; DUARTE, 2021).</p><p>Simulação do Trabalho</p><p>A simulação do trabalho deve ser uma das estratégias que permite trazer contribuições</p><p>para a integração do projeto aos sistemas de trabalhos. Por isso o ergonomista ou o comitê</p><p>de ergonomia, quando tiver uma demanda, pode criar um projeto e envolver os trabalha-</p><p>dores, gerentes e projetistas para discutir as futuras condições de trabalho e soluções.</p><p>Nesse caso, o uso de simulação do trabalho é uma oportunidade para esses atores</p><p>exteriorizarem e reconstruírem suas representações acerca do trabalho. Isso permite a</p><p>troca de representações de diferentes atores no momento do desenvolvimento do pro-</p><p>jeto que contribui para integração do conjunto das soluções futuras (BITTENCOURT;</p><p>DUARTE, 2021).</p><p>8</p><p>9</p><p>As abordagens que as equipes vêm usando no meio ambiente de trabalho são variadas</p><p>e essas representações (Tabela 1) dos sistemas de trabalho (ex. maquetes físicas e virtuais)</p><p>são usadas como suporte para trabalhadores apresentarem sugestões de soluções com</p><p>base em sua experiência (LUVIZOTO; FONTES; TORRES, 2021).</p><p>Tabela 1 – Apresenta as técnicas para a</p><p>representação suas vantagens e desvantagens</p><p>Técnicas para a</p><p>representação Vantagens Desvantagens</p><p>Croqui ou desenho feito à</p><p>mão livre</p><p>Transforma ideias/conceitos</p><p>em formas; baixo custo; ra-</p><p>pidez; pode ser usada indivi-</p><p>dualmente ou coletivamente;</p><p>requer recursos e materiais</p><p>simples e de fácil manipula-</p><p>ção; é adequada para elaborar</p><p>esquemas, para definir as pri-</p><p>meiras formas, estudar fluxos</p><p>ou eixos de percurso, setoriza-</p><p>ções de uso, entre outras.</p><p>Pouca precisão; pouca utilidade</p><p>fora das fases iniciais de projeto,</p><p>pode ser difícil de entender em</p><p>função de uso de símbolos ou</p><p>por ser extremamente simplifi-</p><p>cada, entre outras.</p><p>Maquete física</p><p>Possui baixo custo em relação</p><p>a modelos em tamanho real</p><p>ou outras técnicas, é um ob-</p><p>jeto tátil que pode ser mani-</p><p>pulado, pode permitir um alto</p><p>grau de compreensão, facilita</p><p>trocas em discussões coletivas</p><p>de projeto.</p><p>Exige algumas noções para ser</p><p>construída, é necessário pro-</p><p>porcionalidade entre a minia-</p><p>tura e a situação representada,</p><p>modificar pode ser difícil.</p><p>Desenhos em CAD 2D e 3D</p><p>Permitem projetar, apresen-</p><p>tar e documentar projetos de</p><p>forma individual ou em grupo.</p><p>São adequados para represen-</p><p>tar desenhos precisos em di-</p><p>mensão e forma, representa-</p><p>ções em planta, corte, vistas e</p><p>perspectiva (2D/3D); poderem</p><p>gerar desenhos técnicos corre-</p><p>tos. Permitem dimensionar al-</p><p>turas e superfícies de trabalho,</p><p>alcances, layout de fábrica,</p><p>fluxos e percursos, replicabili-</p><p>dade, entre outros.</p><p>Exigem treinamento, normal-</p><p>mente são utilizados apenas</p><p>em fases intermediárias ou</p><p>finais de projeto, são repre-</p><p>sentações abstratas que não</p><p>podem ser fisicamente ma-</p><p>nipuláveis, exigem alguma</p><p>familiaridade.</p><p>Para sua compreensão, alguns</p><p>podem requerer conhecimentos</p><p>especializados como o das NR.</p><p>Protótipo físico</p><p>Permite testar antes da fabri-</p><p>cação em escala industrial, an-</p><p>tecipar o uso, facilitar as trocas</p><p>entre projeto e uso, represen-</p><p>tar objetos em escala natural.</p><p>Produz objeto único, exige al-</p><p>guma capacidade de realizar</p><p>testes, exige conhecimentos</p><p>especializados para sua cons-</p><p>trução, é utilizado comumente</p><p>em fases intermediárias ou</p><p>finais de projeto.</p><p>Prototipagem Rápida</p><p>Permite que o objeto acabado</p><p>em escala natural, possibi-</p><p>lidade de rápida construção</p><p>para o uso, redução do tempo</p><p>total de desenvolvimento até</p><p>o mercado ou uso.</p><p>Exige conhecimentos para sua</p><p>construção, exige disponibili-</p><p>dade e domínio de tecnologias</p><p>digitais, são mais comumente</p><p>utilizados em fases intermedi-</p><p>árias ou finais de projeto; nem</p><p>todos os materiais podem ser</p><p>ainda usados.</p><p>Fonte: LUVIZOTO; FONTES; TORRES, 2021</p><p>9</p><p>UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia</p><p>O uso da simulação do trabalho é feito para gerar conhecimento sobre o trabalho.</p><p>O resultado desse teste é permitir recriar possíveis situações de trabalho e provocar</p><p>comportamentos. Baseado nessas situações simuladas de trabalho, o ergonomista</p><p>poderá gerar conhecimento sobre o trabalho e contribuir para melhorar soluções de</p><p>projeto. Nessa perspectiva, a simulação se apresenta como uma oportunidade de</p><p>construção coletiva desse trabalho futuro (tanto no que diz respeito às soluções téc-</p><p>nicas como à atividade de trabalho). Logo, ela não precisa ser usada apenas quando</p><p>o projeto se encontra em etapas avançadas. Mas também em fases iniciais do pro-</p><p>jeto visando a uma maior integração e aproximação da realidade dos trabalhadores</p><p>(BITTENCOURT; DUARTE, 2021).</p><p>Para maior conhecimento, apresentamos algumas técnicas que são utilizadas para a</p><p>simulação:</p><p>Quadro 1 – Apresenta as técnicas para a simulação para</p><p>soluções técnicas e a atividade de trabalho</p><p>Uso de modelos físicos</p><p>para a simulação</p><p>A simulação física compreende todas aquelas em que são utilizados</p><p>um meio físico e um cenário físico.</p><p>Simulação utilizando</p><p>croquis</p><p>O uso do croqui para a simulação remete à intenção de representar</p><p>o desejo dos/das projetistas (trabalhadores) em relação a determi-</p><p>nado objeto a ser transformado ou criado.</p><p>Simulação utilizando</p><p>maquetes</p><p>As maquetes de uma situação produtiva permitem um bom nível de</p><p>interação entre os e as projetistas e entre projetistas e trabalhadores.</p><p>Simulações utilizando</p><p>manequins</p><p>O uso dos manequins permite simular a situação como se houvesse</p><p>um homem ou mulher no local; assim, no projeto do trabalho, ma-</p><p>nequins podem ser utilizados igualmente para simular variáveis,</p><p>como o espaço para as pernas em um posto de trabalho.</p><p>Simulação utilizando</p><p>protótipos</p><p>Os protótipos são construídos para revelar, resolver ou validar es-</p><p>pecificações.</p><p>Simulação</p><p>computadorizada</p><p>A simulação computadorizada é aquela predominantemente reali-</p><p>zada em ambientes digitais e com modelos digitais.</p><p>Simulação utilizando</p><p>CAD 2D</p><p>As simulações no CAD 2D permitem elencar as variáveis que se</p><p>desejam analisar, o modelo desenvolvido em pode servir como</p><p>pano de fundo para se analisar o fluxo de pessoas, equipamentos</p><p>e materiais em uma indústria.</p><p>Simulação utilizando</p><p>CAD 3D</p><p>As simulações no CAD 3D aprimoram as dimensões, os detalhes,</p><p>os espaços, dentre outros aspectos, que podem ser mais bem vi-</p><p>sualizados e testados.</p><p>Simulação de eventos</p><p>discretos</p><p>A simulação computacional é capaz de reproduzir sistemas por</p><p>meio de um modelo para realizar experimentos, antecipando a</p><p>análise de cenários.</p><p>10</p><p>11</p><p>Simulação humana</p><p>Simulação humana computacional utiliza os benefícios da reali-</p><p>dade virtual e da computação gráfica para aplicações nas áreas</p><p>de projeto de instalações industriais e na concepção, avaliação e</p><p>implantação de sistemas de produção.</p><p>Fonte: LUVIZOTO; FONTES; TORRES, 2021.</p><p>Simulação Humana</p><p>As ferramentas computacionais de cronoanálise da atividade são softwares ou aplica-</p><p>tivos de dispositivos móveis utilizados para auxiliar a análise da cronologia da atividade,</p><p>que permite compreender a sequência, os deslocamentos, construindo-se o curso tem-</p><p>poral da operação, permitindo compreender significados de arranjos organizacionais</p><p>informais ou mesmo o desencadeamento de uma sobrecarga de trabalho (RODRIGUES;</p><p>TONIN, 2021).</p><p>Rodrigues e Tonin (2021) descrevem que as ferramentas mais conhecidas pelos ergono-</p><p>mistas no Brasil talvez sejam o Captiv (Teaergo) e o Kronos (Actogran Kronos). O software</p><p>Kronos “é um software de suporte à análise do trabalho, que torna visível a evolução de ati-</p><p>vidades laborais ao longo do tempo, em curtos ou longos períodos” (ROCHA, 2015, p. 1).</p><p>Os softwares citados, o analista insere variáveis de observação e/ou utiliza sensores</p><p>para monitoramento de variáveis previamente definidas e executa a análise da situação,</p><p>podendo ser em tempo real ou posteriormente, com auxílio de vídeos (RODRIGUES;</p><p>TONIN, 2021).</p><p>Software Kronos</p><p>O software Kronos pode ser usado durante a observação direta no local de trabalho ou</p><p>posteriormente, quando as observações diretas são utilizadas por meio de acoplamento a</p><p>computadores de dimensões reduzidas, que normalmente cabem no bolso ou na mão do ob-</p><p>servador. Por sua vez, as observações que são realizadas posteriormente ocorrem por meio</p><p>de análises de filmes da atividade, que podem ser integradas ao Kronos (ROCHA, 2015).</p><p>O resultado esperado do software é que permite visualizar o trabalho através de grá-</p><p>ficos e a obtenção de estatísticas das variáveis. Os gráficos permitem uma representação</p><p>do desenvolvimento temporal de determinada observável. É possível verificar visualmente,</p><p>por exemplo, quais atividades foram mais realizadas, em que local um determinado fun-</p><p>cionário esteve, ou qual movimento foi mais solicitado (ROCHA, 2015).</p><p>O Kronos é, portanto, uma ferramenta extremamente útil na coleta de dados sobre o trabalho</p><p>conforme pode ser analisado no artigo “A cadeirologia e o mito da postura correta”, da profes-</p><p>sora de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Ada Ávila Assunção, que é Mestre e</p><p>Doutora em Ergonomia. Disponível em: https://bityl.co/7uHy</p><p>11</p><p>UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia</p><p>Software Captiv</p><p>Em estudo no setor canavieiro, o pesquisador Erivelton Laat utilizou a ferramenta</p><p>Captiv (Teaergo), mas, para o início da avaliação, foi preciso observação da filmagem iso-</p><p>lada, na qual foram definidas na pré-codificação as variáveis que seriam usadas (Figura 1).</p><p>Essas variáveis foram apontadas como as mais importantes na compreensão do trabalho</p><p>dos cortadores (LAAT, 2010).</p><p>Tabela 2 – Variáveis descritas para uso no software CAPITV</p><p>Variáveis de observação</p><p>de comportamento Subvariáveis Descrição</p><p>Atividade</p><p>• Abraçar;</p><p>• Caminhar;</p><p>• Carregar;</p><p>• Cortar;</p><p>• Jogar;</p><p>• Preparar;</p><p>• Reposicionar.</p><p>• Início do ciclo com abraço ao feixe;</p><p>• Deslocamento sem cana;</p><p>• Condução da cana até o monte;</p><p>• Golpe na cana com o podão;</p><p>• Arremesso da cana no monte;</p><p>• Limpeza dos feixes com as mãos e</p><p>podão para retirada de fuligem e</p><p>palha seca;</p><p>• Aguardar para recomeçar o ciclo;</p><p>Deslocamento</p><p>• Andar;</p><p>• Balançar;</p><p>• Sem deslocamento.</p><p>• Deslocamento superior a 3 passos;</p><p>• Deslocando até dois passos;</p><p>• Parado realizando o corte ou tracio-</p><p>nando os feixes;</p><p>Postura</p><p>• Em pé;</p><p>• Flexão da coluna;</p><p>• Rotação ereto;</p><p>• Rotação lombar;</p><p>• Sentado.</p><p>• Tronco ereto;</p><p>• Tronco com flexão aproximada de 45</p><p>graus;</p><p>• Giro da coluna no seu próprio eixo;</p><p>• Giro da coluna no seu próprio eixo</p><p>em flexão;</p><p>• Abaixado ou assentado;</p><p>Tipo de corte</p><p>• Corte no chão;</p><p>• Despontar;</p><p>• Preparar.</p><p>• Corte da cana rente ao solo;</p><p>• Corte das ponteiras nos montes;</p><p>• Limpeza do local para o golpe.</p><p>Fonte: LAAT. 2010.</p><p>Figura 1 – Apresenta a sequência, ilustra o uso do software CAPTIV</p><p>na análise do corte manual de cana</p><p>Fonte: Adaptada de LAAT, 2010</p><p>12</p><p>13</p><p>A atividade do ergonomista, após a filmagem, é descrever as variáveis e realizar o início</p><p>do registro quantitativo da análise. Observe, na figura acima, à direita, os botões que são</p><p>resultados das observações pré-selecionadas na filmagem. Em vermelho, o tipo de atividade,</p><p>em azul, as ações de deslocamento, em roxo, o tipo de postura e, em verde, o tipo de corte.</p><p>Do lado esquerdo, a imagem da filmagem transferida para o software (LAAT, 2010).</p><p>Conforme apresentado na Figura 1, na parte inferior da tela, aparece a linha do tempo,</p><p>logo abaixo do vídeo, então, no caso de análises com vídeo (mais comuns), o analista faz a</p><p>codificação da seguinte forma: conforme o vídeo vai “executando”, o analista vai clicando</p><p>no “botão” da categoria de análise correspondente, em geral, deve-se “rodar” o vídeo e</p><p>analisar uma categoria de cada vez (RODRIGUES & TONIN, 2021).</p><p>Importante!</p><p>Através de registros automáticos do tempo é possível obter gráficos e dados estatísticos</p><p>sobre a duração e as transições de variáveis previamente definidas por um observador.</p><p>Por fim, o software fornecerá informações em formatos de gráficos e poderá auxiliar na</p><p>análise estatística da situação (RODRIGUES; TONIN, 2021).</p><p>Lembrando que os ciclos menores que 30 segundos representam riscos de lesões</p><p>osteoarticulares. Para esse caso, o software permitiu a análise do ciclo com o proces-</p><p>samento estatístico de 107 minutos da atividade de corte manual de cana-de-açúcar,</p><p>conforme apresentado na Tabela 3.</p><p>Tabela 3 – Mostra o tamanho do ciclo de trabalho no corte da cana, somando-se</p><p>os tempos médios de cada operação que compõe a atividade</p><p>Classe Atividade T Médio – segundos</p><p>Corte 3 Ruas</p><p>Abraçar 00:00:01.330</p><p>Carregar 00:00:00.753</p><p>Cortar 00:00:01.623</p><p>Jogar 00:00:00.560</p><p>Reposicionar 00:00:01.075</p><p>Segurar 00:00:00.336</p><p>Tamanho Ciclo 5,677</p><p>Corte 1 Rua</p><p>Abraçar 1 00:00:01.049</p><p>Carregar 1 00:00:00.470</p><p>Corte 00:00:01.114</p><p>Jogar 1 00:00:01.239</p><p>Segurar 1 00:00:00.486</p><p>Tamanho Ciclo 4,36</p><p>13</p><p>UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia</p><p>Classe Atividade T Médio – segundos</p><p>Despontar</p><p>Arrumar mão 00:00:00.689</p><p>Arrumar pé 00:00:00.463</p><p>Cortar 2 00:00:01.375</p><p>Corte auxílio mão 00:00:00.992</p><p>Corte auxílio pé 00:00:00.790</p><p>Jogar mão 00:00:00.752</p><p>Jogar pé 00:00:01.660</p><p>Tamanho Ciclo 6,728</p><p>Fonte: Adaptada de LAAT, 2010</p><p>No caso de algumas ferramentas, como o Captiv, Rodrigues e Tonin (2021) informam:</p><p>[...] existe a possibilidade de se utilizar sensores na análise, monitorando-</p><p>-se, por exemplo, a frequência</p><p>cardíaca ao longo da atividade. Com isso,</p><p>podem-se identificar situações que poderiam estar associadas aos au-</p><p>mentos excessivos da frequência cardíaca, o que pode ser útil em várias</p><p>situações. Nesta ferramenta existe compatibilidade com diversos tipos</p><p>de sensores, como goniômetros (para avaliação de angulações nas ar-</p><p>ticulações), sensores de pressão, sensores de poeira etc. A utilização de</p><p>sensores permite a aquisição e sincronização dos dados dos sensores de</p><p>forma automática, sem necessidade da fase de codificação apresentada</p><p>acima (para as categorias de análise monitoradas pelo sensor). A utili-</p><p>zação combinada da codificação e dos sensores pode auxiliar muito para</p><p>que sejam evidenciados os constrangimentos e sobrecargas nas atividades</p><p>(RODRIGUES; TONIN, 2021, p. 421).</p><p>Exemplos de sensores que podem ser usados no CAPITV</p><p>Importante!</p><p>O software Captiv permite captar medidas por outros instrumentos periféricos, tais como</p><p>frequência cardíaca, temperatura corporal e IBUTG, que podem ser agregadas na mesma</p><p>linha de tempo do mesmo caso. Portanto, permite uma avaliação mais integrada com</p><p>várias variáveis que podem comprometer a saúde do trabalhador.</p><p>O CAPITV permite uma conexão entre vários sensores desde que tenha um cabo</p><p>para conectar no computador em que será instalado o software. Nesse estudo da cana,</p><p>um dos instrumentos usados foi o aparelho de IBUTG, que monitora a sobrecarga tér-</p><p>mica durante a jornada de trabalho a céu aberto.</p><p>14</p><p>15</p><p>Figura 2 – Monitor de IBUTG integrado com estação climática</p><p>Fonte: LAAT, 2010</p><p>O monitor de frequência cardíaca, de marca Polar Team System, com 10 unidades,</p><p>faz o levantamento da frequência cardíaca do trabalhador, e foi usado para medir a carga</p><p>física de trabalho no período filmado.</p><p>Figura 3 – Monitor de frequência cardíaca</p><p>Fonte: LAAT, 2010</p><p>No caso do monitor de temperatura corpórea para esse tipo de estudo, ocorreram</p><p>muitas dificuldades na fixação, fator preponderante para captação dos dados, pois a</p><p>sudorese e a movimentação intensa do trabalhador impediam um contato satisfatório do</p><p>termômetro sensor com as paredes do ouvido, prejudicando a leitura desejada.</p><p>15</p><p>UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia</p><p>Figura 4 – Monitor Quest de temperatura corpórea</p><p>Fonte: LAAT, 2010</p><p>A estação climática permite a captação de informações referentes à temperatura, umi-</p><p>dade, velocidade e direção do vento, que é muito importante para a atividade de campo.</p><p>Figura 5 – Estação climática</p><p>Fonte: LAAT, 2010</p><p>No caso do uso de ferramentas de cronoanálise do trabalho, é preciso compreender</p><p>as limitações. Dentre elas, podemos destacar os erros na definição das variáveis e coleta</p><p>de dados, o que, por vezes, depende muito da atuação do ergonomista e da sua experi-</p><p>ência. Para evitar erros grosseiros, é preciso conversar com os trabalhadores para validar</p><p>as variáveis.</p><p>Outro ponto que é preciso ter muito cuidado é quando se usam os sensores, uma</p><p>vez que é preciso garantir a calibração e sincronização com aceitável nível de precisão,</p><p>pois isso pode afetar a qualidade dos dados gerados e a interpretação dos resultados</p><p>(RODRIGUES; TONIN, 2021).</p><p>16</p><p>17</p><p>Figura 6 – Sistema Captiv integrando as variáveis de</p><p>observação e medidas fisiológicas e ambientais</p><p>Fonte: Adaptada de LAAT, 2010</p><p>Figura 7 – Demonstração da associação das</p><p>medidas fisiológicas e ambientais</p><p>Fonte: LAAT, 2010</p><p>17</p><p>UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia</p><p>Sistemas de Captura de Movimentos</p><p>Na simulação humana, podem ser utilizados os Motion Capture Systems (MoCap) ou</p><p>Sistemas de Captura de Movimentos, que permitem capturar os movimentos humanos</p><p>reais, editar e reproduzir em ferramentas computacionais por meio de manequins digi-</p><p>tais, conforme mostra a figura 8 a seguir:</p><p>Figura 8 – Capturas de movimentos em ambiente real</p><p>Fonte: SANTOS et al., 2016</p><p>O Design Lab da Universidade Federal de Santa Catarina aprofunda os usos e amplia os</p><p>estudos do Motion Capture, o sistema de captura de movimentos que registra e traduz</p><p>movimentos humanos para animação em três dimensões.</p><p>Disponível em: https://youtu.be/M_gLaLMXkzs</p><p>Em Síntese</p><p>O software auxilia na análise das situações de trabalho, fornecendo evidências estatís-</p><p>ticas. E também auxilia na visualização (diálogo com os trabalhadores) dos constrangi-</p><p>mentos e variabilidades nas atividades e identificar as estratégias explícitas ou tácitas</p><p>adotadas pelo operador.</p><p>18</p><p>19</p><p>Material Complementar</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:</p><p>Vídeos</p><p>Captura de imagem CAPTIV VR by TEA</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=DJiAXJJV0G8</p><p>Efeitos de cinema – Motion Capture/Captura de Movimento</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=LZ-esdw2ZWg</p><p>O que é Ergonomia?</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=F0GJJUb1Qxc</p><p>Simulação e participação na Ergonomia</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=XYlQjD2jC04</p><p>Simulador de Percepção de Riscos 360° – Ergonomia</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=wSM639-fcps</p><p>19</p><p>UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia</p><p>Referências</p><p>BITTENCOURT, J. M.; DUARTE, F. J. de C. M. Contribuições da simulação em ergo-</p><p>nomia para a engenharia do trabalho: perspectivas metodológicas e conceitos operacio-</p><p>nais. In: BRAATZ, D; ROCHA, R.; GEMMA, S.(orgs.). Engenharia do Trabalho – Saú-</p><p>de, Segurança, Ergonomia e Projeto. Campinas: Libris, 2021. Disponível em: <http://</p><p>engenhariadotrabalho.com.br/sobreolivro/>.Acesso em: 01/10/2021. No prelo.</p><p>DANIELLOU, F. A ergonomia na condução de projetos de concepção de sistemas de tra-</p><p>balho. In: FALZON, P. Ergonomia. São Paulo: Blucher, 2007. p. 303-315.</p><p>LAAT, E. F. Trabalho e risco no corte manual de cana de açúcar: a maratona perigosa</p><p>nos canaviais. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Metodista de</p><p>Piracicaba, Santa Bárbara D’Oeste, 2010.</p><p>LUVIZOTO, R.; FONTES, A. R. M.; TORRES, I. Técnicas de apoio ao projeto do Traba-</p><p>lho. In: BRAATZ, D; ROCHA, R.; GEMMA, S.(orgs.). Engenharia do Trabalho – Saú-</p><p>de, Segurança, Ergonomia e Projeto. Campinas: Libris, 2021. Disponível em: <http://</p><p>engenhariadotrabalho.com.br/sobreolivro/>. Acesso em: 01/10/2021. No prelo.</p><p>ROCHA, R. Kronos, Laboreal [On-line], v. 11, n. 1, 2015. Disponível em: <http://jour-</p><p>nals.openedition.org/laboreal/4452>. Acesso em: 18/04/2021.</p><p>RODRIGUES, D. da S.; TONIN, L. Das bases dos fatores humanos às ferramentas e</p><p>técnicas de apoio à compreensão da atividade de trabalho. In: BRAATZ, D; ROCHA,</p><p>R.; GEMMA, S.(orgs.). Engenharia do Trabalho – Saúde, Segurança, Ergonomia e</p><p>Projeto. Campinas: Libris, 2021. Disponível em: <http://engenhariadotrabalho.com.br/</p><p>sobreolivro/>. Acesso em: 01/10/2021. No prelo.</p><p>SANTOS, W. R. dos; BRAATZ, D.; TONIN, L. A.; MENEGON, N. L. Análise do uso</p><p>integrado de um sistema de captura de movimentos com um software de modelagem e</p><p>simulação humana para incorporação da perspectiva da atividade. Gestão & Produ-</p><p>ção, v. 23, n. 3, p. 612-624, 2016.</p><p>20</p>

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