Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

<p>ECONOMIA MARXISTA I O ciclo do capital monetário (Livro II, cap. 1) Introdução “O</p><p>processo cíclico do capital apresenta-se em três estágios, que [...] constituem as seguintes</p><p>séries: Primeiro estágio: o capitalista aparece no mercado de mercadorias e no mercado de</p><p>trabalho como comprador; seu dinheiro se converte em mercadoria ou passa pelo ato de</p><p>circulação D-M. Segundo estágio: o capitalista consome produtivamente a mercadoria</p><p>comprada. Ele atua como produtor capitalista de mercadorias; seu capital passa pelo</p><p>processo de produção. O resultado é uma mercadoria de valor maior que seus elementos</p><p>de produção. Terceiro estágio: o capitalista retorna ao mercado como vendedor; sua</p><p>mercadoria é transformada em dinheiro ou passa pelo ato de circulação M-D.” (II, p. 107) •</p><p>Os três estágios do processo cíclico do capital Portanto, a fórmula para o ciclo do capital</p><p>monetário é: D - M ... P ... M' - D' • O objeto de investigação: “[Trata-se das] diferentes</p><p>roupagens sob as quais o capital se apresenta em suas diferentes fases, e que ele, em</p><p>seus repetidos ciclos, ora assume, ora abandona.” (II, p. 107-108) • Pressupostos: - as</p><p>mercadorias são vendidas por seus valores; - não ocorrem alterações de valor durante o</p><p>processo cíclico (II, p. 108). I. Primeiro estágio. D – M “D-M representa a transformação de</p><p>uma quantia de dinheiro numa quantidade de mercadorias. Para o comprador, é a</p><p>transformação de seu dinheiro em mercadoria; para o vendedor, a transformação de sua</p><p>mercadoria em dinheiro. O que faz com que esse processo, que integra a circulação geral</p><p>de mercadorias, seja ao mesmo tempo uma etapa funcionalmente determinada do ciclo</p><p>autônomo de um capital individual não é a forma do processo, mas seu conteúdo material, o</p><p>caráter específico do uso das mercadorias que trocam de lugar com o dinheiro. Meios de</p><p>produção e força de trabalho constituem os fatores materiais e pessoais da produção de</p><p>mercadorias [...].” (II, p. 108) Temos, então: D - M < Ft Mp “Essas duas séries de compras</p><p>pertencem a mercados absolutamente distintos: uma, ao mercado de mercadorias</p><p>propriamente dito, e a outra, ao mercado de trabalho.” (II, p. 108) • O que D-M (Ft, Mp)</p><p>expressa: a) Em primeiro lugar, D-M (Ft, Mp) expressa a proporção qualitativa em que uma</p><p>quantia determinada de dinheiro é transformada em meios de produção e força de trabalho</p><p>correspondentes àquela quantia. b) Em segundo lugar, D-M (Ft, Mp) expressa a proporção</p><p>quantitativa entre as parcelas do dinheiro investidas na força de trabalho e nos meios de</p><p>produção, proporção determinada desde o início pela quantidade de mais-trabalho a ser</p><p>executado por um determinado número de trabalhadores. Como cada trabalhador deve</p><p>trabalhar não apenas pelo tempo de trabalho necessário, mas também fornecer</p><p>mais-trabalho, tanto a quantidade como o volume dos meios de produção a serem</p><p>comprados têm de ser suficientes para o emprego dessa massa de trabalho (II, p. 109). •</p><p>D-M como transformação do capital monetário em capital produtivo “Tão logo realizada a</p><p>relação D-M (Ft, Mp), o comprador não dispõe apenas dos meios de produção e da força de</p><p>trabalho necessários à produção de um artigo útil. Dispõe também de uma torrente de força</p><p>de trabalho ou de uma quantidade maior de trabalho do que a necessária para repor o valor</p><p>da força de trabalho e, ao mesmo tempo, dos meios de produção requeridos para a</p><p>realização ou objetivação dessa quantidade de trabalho: dispõe, portanto, dos fatores</p><p>necessários à produção de artigos de um valor maior que o de seus elementos de</p><p>produção, ou seja, de uma massa de mercadorias que contém mais-valor. O valor por ele</p><p>adiantado na forma-dinheiro encontra-se agora, portanto, numa forma natural, em que ele,</p><p>como valor prenhe de mais-valor (na forma de mercadorias), pode ser realizado. Em outras</p><p>palavras: ele se encontra no estado ou sob a forma do capital produtivo, que tem a</p><p>propriedade de atuar como criador de valor e mais-valor.” (II, p. 109-110) D é o mesmo</p><p>valor-capital que P, só que numa outra forma de existência, ou seja, valor-capital em</p><p>forma-dinheiro – capital-monetário. “Assim, a operação da circulação geral de mercadorias</p><p>que empregamos na fórmula D-M (Ft, Mp), ou, segundo sua forma geral D-M, a soma das</p><p>compras de mercadorias, é ao mesmo tempo, como fase no processo autônomo de</p><p>circulação do capital, a transformação do valor de capital de sua forma-dinheiro em sua</p><p>forma produtiva, ou, resumidamente, a transformação do capital monetário em capital</p><p>produtivo. Na fase do ciclo que ora analisamos, o dinheiro aparece, portanto, como o</p><p>primeiro suporte do valor de capital e, por conseguinte, o capital monetário como a forma</p><p>em que o capital é adiantado.” (II, p. 110) “Como capital monetário, ele está numa condição</p><p>em que pode cumprir funções próprias do dinheiro, como, no presente caso, as funções de</p><p>meio universal de compra e meio universal de pagamento.” (II, p. 110) • A operação D-Ft a)</p><p>A circulação inteira da mercadoria força de trabalho se apresenta como Ft-D-M, portanto</p><p>sob a forma geral da circulação simples de mercadorias M-D-M. Desaparece o caráter de</p><p>capital de parte do dinheiro que em D-M (Ft, Mp) exerce a função de capital monetário, e se</p><p>mantém seu caráter de dinheiro (II, p. 111). b) D-Ft é o momento característico da</p><p>transformação de capital monetário em capital produtivo (II, p. 111). c) Em D-Ft, a relação de</p><p>classe entre capitalista e assalariado já está pressuposta (II, p. 113). II. Segundo estágio.</p><p>Função do capital produtivo “[...] o resultado imediato de D-M (Ft, Mp) é a interrupção da</p><p>circulação do valor de capital adiantado em forma-dinheiro. Com a transformação do capital</p><p>monetário em capital produtivo, o valor de capital conservou uma forma natural na qual ele</p><p>não pode continuar a circular, mas tem de entrar no consumo, mais precisamente no</p><p>consumo produtivo. O uso da força de trabalho, o trabalho, só pode ser realizado no</p><p>processo de trabalho. O capitalista não pode revender o trabalhador como mercadoria, pois</p><p>este não é seu escravo; ele comprou apenas a utilização de sua força de trabalho por</p><p>tempo determinado. Por outro lado, ele só pode utilizar a força de trabalho fazendo com que</p><p>esta empregue os meios de produção para criar mercadorias. O resultado do primeiro</p><p>estágio é, assim, a entrada no segundo: o estágio produtivo do capital. (II, p. 117) •</p><p>Desenvolvimentos simultâneos a) Desenvolvimento dos meios de subsistência e dos meios</p><p>de produção como mercadorias – universalização da produção de mercadorias (II, p.</p><p>117-118). b) Transformação gradual de toda a produção de mercadorias em produção</p><p>capitalista (II, p. 118). • O processo de produção se torna uma função do capital “Quaisquer</p><p>que sejam as formas sociais da produção, os trabalhadores e os meios de produção</p><p>permanecem sempre como seus fatores constitutivos. Mas, enquanto se encontram</p><p>separados uns dos outros, são fatores de produção apenas em potencial. Para que se</p><p>produza efetivamente, precisam ser combinados. O modo particular dessa combinação</p><p>distingue as diferentes épocas econômicas da estrutura social. No caso presente, a</p><p>separação entre o trabalhador livre e seus meios de produção constitui o ponto de partida</p><p>dado, e vimos como e sob quais condições ambos são unificados na mão do capitalista – a</p><p>saber, como modos produtivos de existência de seu capital. O processo efetivo no qual</p><p>entram, assim reunidos, os elementos pessoais e materiais de criação de mercadorias, o</p><p>processo de produção, torna-se ele mesmo uma função do capital – do processo capitalista</p><p>de produção [...].” (II, p. 119) • Exemplo: Produto: 10.000 libras de fio Meios de produção =</p><p>372 Força de trabalho = 50 Valor novo = 128 Valor do produto = 372 + 128 = 500 “[Em P],</p><p>as mercadorias Ft e Mp, compradas no mercado, são consumidas como componentes</p><p>materiais e de valor do capital produtivo; o produto desse consumo é uma nova mercadoria,</p><p>M’, material e valorativamente modificada.” (II, p. 130) • Em resumo: III. Terceiro estágio. M’</p><p>– D’ “A mercadoria se torna capital-mercadoria como forma de existência funcional</p><p>do valor</p><p>de capital já valorizado e surgida diretamente do próprio processo de produção. [...]</p><p>“Quando reveste a forma de mercadoria, o capital precisa exercer uma função de</p><p>mercadoria. Os artigos que o formam, inerentemente produzidos para o mercado, têm de</p><p>ser vendidos, convertidos em dinheiro; têm, portanto, de passar pelo processo M-D.” (II, p.</p><p>120) • Uma diferença entre o primeiro estágio e o último “O que transforma numa função de</p><p>capital esse simples procedimento de toda circulação de mercadorias? Não é nenhuma</p><p>modificação ocorrida dentro dela, seja em relação a seu caráter de uso, pois a mercadoria</p><p>passa ao comprador como objeto de uso, seja em relação a seu valor, pois este não sofre</p><p>qualquer variação de grandeza, mas apenas uma variação de forma. [...] Assim emerge</p><p>uma diferença essencial entre o primeiro estágio, D-M, e o último, M-D. No primeiro, o</p><p>dinheiro adiantado funciona como capital monetário, pois, mediante a circulação,</p><p>converte-se em mercadorias de valor de uso específico. No último, a mercadoria [só] pode</p><p>funcionar como capital na medida em que, antes de começar a circular, traz consigo esse</p><p>caráter pronto do processo de produção.” (II, p. 121) • M’-D’ como realização do capital</p><p>“Assim, se 10.000 libras de fio fossem vendidas pelo seu valor de £500, esse ato de</p><p>circulação, considerado em si mesmo, seria = M-D, isto é, igual à mera conversão de um</p><p>valor invariável da forma-mercadoria em forma-dinheiro. Porém, como estágio particular no</p><p>ciclo de um capital individual, esse mesmo ato é a realização do valor de capital de £422,</p><p>incorporado na mercadoria, acrescido do mais-valor de £78 que se lhe acrescenta; é,</p><p>portanto, M’-D’, transformação do capital-mercadoria de sua forma-mercadoria em</p><p>forma-dinheiro.” (II, p. 122) • O que está em jogo na venda “A função de M’ é, agora, a</p><p>função de todo produto-mercadoria: converter-se em dinheiro, ser vendida, percorrer a fase</p><p>de circulação M-D. Enquanto o capital já valorizado conserva-se em sua forma de</p><p>capital-mercadoria, permanecendo imóvel no mercado, o processo de produção fica</p><p>paralisado. O capital não atua nem como criador de produtos nem como criador de valor.”</p><p>(II, p. 122) “A massa de mercadorias M', como portadora do capital valorizado, tem, além</p><p>disso, de passar pela metamorfose M'-D' em toda a sua extensão. A quantidade do que é</p><p>vendido é, aqui, um elemento essencial.” (II, p. 123) O ciclo em sua forma expandida (ou</p><p>desenvolvida) é “No fim do processo, o valor de capital encontra-se novamente na mesma</p><p>forma na qual entrou, e pode, então, voltar a atuar e a circular como capital monetário.</p><p>Justamente porque a forma inicial e final do processo é a do capital monetário (D),</p><p>chamamos de ciclo do capital monetário a essa forma do processo cíclico. O que se</p><p>modifica, no fim, é não a forma, mas apenas a grandeza do valor adiantado.” (II, p. 125-126)</p><p>“Ao completar-se o ato M’-D’, realiza-se tanto o valor de capital adiantado quanto o</p><p>mais-valor. A realização de ambos se dá na sequência de vendas ou na venda, de um só</p><p>golpe, da massa inteira de mercadorias expressa por M’-D’.” (II, p. 124) IV. O ciclo em seu</p><p>conjunto a) Trata-se de um processo cíclico: “O capital aparece aqui como um valor que</p><p>percorre uma sequência de transformações coerentes e condicionadas umas pelas outras,</p><p>uma série de metamorfoses, que constituem tantas outras fases ou estágios de um</p><p>processo total. Duas dessas fases pertencem à esfera da circulação e uma, à da produção.</p><p>Em cada uma dessas fases encontra-se o valor de capital sob uma forma diferente, que</p><p>corresponde a uma função distinta, especial. No interior desse movimento, o valor</p><p>adiantado não apenas se conserva, mas cresce, aumenta sua grandeza. Por fim, no estágio</p><p>conclusivo, volta à mesma forma na qual apareceu no início do processo. Esse processo,</p><p>em seu conjunto, é, portanto, um processo cíclico.” (II, p. 131) b) As formas funcionais do</p><p>capital industrial: “As duas formas que o valor de capital assume no interior de seus</p><p>estágios de circulação são as de capital monetário e capital-mercadoria; sua forma própria</p><p>ao estágio da produção é a de capital produtivo. O capital que no percurso de seu ciclo total</p><p>assume e abandona de novo essas formas, cumprindo em cada uma delas sua função</p><p>correspondente, é o capital industrial – industrial, aqui, no sentido de que ele abrange todo</p><p>ramo de produção explorado de modo capitalista. “Capital monetário, capital-mercadoria e</p><p>capital produtivo não designam aqui, portanto, tipos autônomos de capital, cujas funções</p><p>constituam o conteúdo de ramos de negócio igualmente autônomos e separados entre si.</p><p>Designam, nesse caso, apenas formas funcionais específicas do capital industrial, formas</p><p>que este assume uma após a outra.” (II, p. 131) c) Implicações da interrupção do ciclo: “O</p><p>ciclo do capital só se desenrola normalmente enquanto suas distintas fases se sucedem</p><p>sem interrupção. Se o capital estaciona na primeira fase D-M, o capital monetário se</p><p>enrijece como tesouro; se estaciona na fase da produção, tem-se, de um lado, que os meios</p><p>de produção restam desprovidos de qualquer função e, de outro, que a força de trabalho</p><p>permanece ociosa; se estaciona na última fase M’-D’, as mercadorias não vendidas e</p><p>acumuladas bloqueiam o fluxo da circulação.” (II, p. 132) d) O caráter único do capital</p><p>industrial: “O capital industrial é o único modo de existência do capital em que este último</p><p>tem como função não apenas a apropriação de mais-valor ou de mais-produto, mas</p><p>também sua criação. Esse capital condiciona, portanto, o caráter capitalista da produção;</p><p>sua existência inclui a existência da oposição de classes entre capitalistas e trabalhadores</p><p>assalariados. À medida que o capital se apodera da produção social, a técnica e a</p><p>organização social do processo de trabalho são revolucionadas e, com isso, o tipo</p><p>histórico-econômico da sociedade. Os outros tipos de capital, surgidos antes dele em</p><p>condições sociais de produção pretéritas ou em declínio, não apenas se subordinam a ele e</p><p>são por ele modificados no mecanismo de suas funções, mas se movem exclusivamente</p><p>com base nele e, portanto, vivem e morrem, mantêm-se e desaparecem com essa sua</p><p>base. O capital monetário e o capital-mercadoria, na medida em que aparecem investidos</p><p>da função de agentes de um ramo próprio de negócios ao lado do capital industrial, são</p><p>apenas modos de existência – autonomizados e unilateralizados pela divisão social do</p><p>trabalho – das diferentes formas funcionais que o capital industrial ora assume, ora</p><p>abandona no interior da esfera da circulação.” (II, p. 134) e) A forma D-D’ em relação às</p><p>outras formas do ciclo: “1. Surge como ciclo do capital monetário, pois o capital industrial</p><p>em sua forma-dinheiro, como capital monetário, constitui tanto o ponto de partida como o</p><p>ponto de retorno de seu processo total. A própria fórmula expressa que o dinheiro não é</p><p>gasto como dinheiro, mas apenas adiantado, ou seja, é somente a forma-dinheiro do</p><p>capital, capital monetário. Ela significa, além disso, que é o valor de troca, e não o valor de</p><p>uso, que constitui a finalidade própria do movimento. É justamente porque a forma-dinheiro</p><p>do valor constitui sua forma de manifestação independente e palpável que a forma de</p><p>circulação D…D’, cujo ponto de partida e de chegada é o dinheiro efetivo, o ato de fazer</p><p>dinheiro, expressa do modo mais palpável a mola propulsora da produção capitalista. O</p><p>processo de produção aparece apenas como inevitável elo intermediário, um mal</p><p>necessário ao ato de fazer dinheiro.” (II, p. 135) “2. O estágio da produção, a função de P,</p><p>constitui nesse ciclo a interrupção das duas fases da circulação D-M…M’-D’, que, por sua</p><p>vez, não são mais do que a mediação da circulação simples D-M-D’. O processo de</p><p>produção aparece na forma do próprio processo cíclico, formal e expressamente, como</p><p>aquilo que ele é no MPC: um simples meio para a valorização do valor adiantado, o que</p><p>significa dizer que o objetivo último da produção é o enriquecimento.” (II, p. 136) “3. [...] A</p><p>fórmula D… D’ se caracteriza [...] pelo fato</p><p>de que, por um lado, o valor do capital constitui o</p><p>ponto de partida, e o valor de capital valorizado o ponto de retorno – de modo que o</p><p>desembolso do valor de capital aparece como meio e o valor de capital valorizado como</p><p>finalidade de toda a operação – e, por outro, que essa relação é expressa em</p><p>forma-dinheiro, na forma-valor independente e que, portanto, o capital monetário se</p><p>expressa como dinheiro que pare dinheiro.” (II, p. 136) “4. [...] considerado em sua forma</p><p>primeira e de um ponto de vista formal, o ciclo do capital monetário expressa apenas o</p><p>processo de valorização e acumulação. Nele, o consumo é expresso apenas como</p><p>consumo produtivo, por meio de D-M (FT, MP), a única operação incluída nesse ciclo do</p><p>capital individual D-FT, que, do lado do trabalhador, é FT-D ou M-D; ele é, portanto, a</p><p>primeira fase da circulação, que serve de mediação para seu consumo individual: FT-D-M</p><p>(meios de subsistência).” (II, p. 136-137) Observações finais “O processo cíclico do capital</p><p>é, portanto, a unidade de circulação e produção – ambas estão nele incluídas. E, na medida</p><p>em que as duas fases D-M e M’-D’ são processos de circulação, a circulação do capital</p><p>constitui uma parte da circulação geral de mercadorias. Porém, como seções</p><p>funcionalmente determinadas, como fases do ciclo do capital, que não pertence apenas à</p><p>esfera da circulação, mas também à da produção –, o capital percorre, no interior da</p><p>circulação geral de mercadorias, seu próprio ciclo.” (II, p. 138) “O ciclo do capital monetário</p><p>é, assim, a forma de manifestação mais unilateral e, por isso, a mais palpável e mais</p><p>característica do ciclo do capital industrial, cuja finalidade e motivo propulsor – a valorização</p><p>do valor, o ato de fazer dinheiro e a acumulação – apresentam-se aqui numa forma evidente</p><p>(comprar para vender mais caro).” (II, p. 138) “O ciclo do capital monetário é a forma geral</p><p>do ciclo do capital industrial, sempre tendo como pressuposto o MPC, isto é, no interior de</p><p>um regime social determinado pelo MPC. O processo capitalista de produção é, assim,</p><p>pressuposto como um prius, seja dentro do primeiro ciclo do capital monetário de um capital</p><p>industrial investido pela primeira vez, seja fora dele; a existência constante desse processo</p><p>de produção pressupõe o ciclo constantemente renovado de P…P. Esse mesmo</p><p>pressuposto aparece já no interior do primeiro estágio D-M (Ft, Mp), uma vez que, por um</p><p>lado, isso pressupõe a existência da classe assalariada e, por outro, o que na primeira fase</p><p>é D-M para o comprador dos meios de produção é M’-D’ para seu vendedor; logo, que em</p><p>M’ o capital-mercadoria e a própria mercadoria estão pressupostos como resultado da</p><p>produção capitalista e, com eles, a função do capital produtivo.” (II, p. 141).</p>

Mais conteúdos dessa disciplina