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Morfologia
Odete Aléssio Pereira
Morfologia
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Pereira, Odete Aléssio 
 
 ISBN 978-85-8482-599-8
 1. Morfologia. I. Título.
 CDD 415 
Distribuidora Educacional S.A., 2017.
 144 p.
P434m Morfologia / Odete Aléssio Pereira. – Londrina : Editora e
© 2017 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo 
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Tema 1 | A linguística e os estudos morfológicos
Tema 2 | O léxico da língua
Tema 3 | Classes de palavras
Tema 4 | Palavra e morfema, lexema e gramema
Tema 5 | Formação de palavras: a derivação
Tema 6 | Derivação e mudança de classe
Tema 7 | Formação e flexão dos verbos
Tema 8 | Formação e flexão dos substantivos
Tema 9 | Formação e flexão dos adjetivos
Tema 10 | Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
Tema 11 | Formação de palavras: composição
Tema 12 | Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
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Sumário
Convite à leitura
Neste tema você vai ficar por dentro da definição de morfologia sob o olhar 
da linguística e ampliará seu conhecimento linguístico sobre a definição de Língua 
e Linguagem na visão de importantes estudiosos. Nesse sentido, a leitura deste 
tema certamente irá desenvolver ainda mais sua compreensão sobre a definição 
de morfologia, entenderá quais enfoques linguísticos são atribuídos à morfologia, 
perceberá a diferença existente entre língua e linguagem, além de compreender 
melhor sobre a gramática normativa e descritiva.
Tema 1
A linguística e os estudos 
morfológicos
A Linguística é concebida como a ciência que se ocupa do estudo a respeito dos 
fatos da linguagem, cujo precursor foi Ferdinand de Saussure.
Conheça um pouco da trajetória daquele que foi considerado o “Pai da Linguística”. 
Ferdinand de Saussure nasceu em 26 de novembro de 1857 em Genebra, Suíça. 
Por incentivo de um amigo da família e filólogo, Adolphe Pictet, deu início aos seus 
estudos linguísticos. Estudou Química e Física, mas continuou fazendo cursos de 
gramática grega e latina, quando se convenceu de que sua carreira estava voltada 
mesmo para tais estudos, ingressando na Sociedade Linguística de Paris. Em Leipzig 
estudou línguas europeias e, aos vinte e um anos, publicou uma dissertação sobre o 
sistema primitivo das vogais nas línguas indo-europeias, defendendo, posteriormente, 
sua tese de doutorado sobre o uso do caso genitivo em sânscrito, na cidade de Berlim. 
Retornando a Paris, passou a ensinar sânscrito, gótico, alemão e filologia indo-europeia. 
De volta a Genebra continuou a lecionar sânscrito e linguística histórica em geral.
POR DENTRO DO TEMA
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ferdinand_de_Saussure_by_Jullien.png
Ferdinad de Saussure
A linguística e os estudos morfológicos
T1
8
Na Universidade de Genebra, entre os anos de 1907 e 1910, Saussure ministrou três 
cursos sobre linguística, e em 1916, três anos após sua morte, Charles Bally e Albert 
Sechehaye, alunos dele, compilaram todas as informações que tinham aprendido e 
editaram o livro chamado Curso de Linguística Geral.
Continuando a conversa sobre a linguística, percebe-se que o termo “Linguística” 
pode ser definido como a ciência que estuda os fatos da linguagem. Para que você 
possa compreender o porquê de ela ser caracterizada como uma ciência, tome como 
exemplo o caso da gramática normativa, uma vez que ela não descreve a língua 
como realmente se evidencia, mas sim como deve ser materializada pelos falantes, 
constituída por um conjunto de sinais (as palavras) e por um conjunto de regras, de 
modo a realizar a combinação destas.
No livro Curso de Linguística Geral são apresentados os distintos conceitos que 
serviram de fundamentação para o desenvolvimento da linguística moderna. Entre 
tais conceitos, tornam-se passíveis de menção alguns deles, tais como as dicotomias:
Língua X Fala
Esse grande mestre suíço aponta que entre dois elementos há uma diferença que 
os demarca: enquanto a língua é concebida como um conjunto de valores, os quais 
se opõem uns aos outros e que está inserida na mente humana como um produto 
social, razão pela qual é homogênea, a fala é considerada como um ato individual, 
pertencendo a cada indivíduo que a utiliza. A fala é, portanto, sujeita a fatores externos. 
Significante X Significado
Para Saussure, o signo linguístico é composto de duas faces básicas: a do significado 
– relativo ao conceito, isto é, à imagem acústica; e a do significante – caracterizado 
pela realização material de tal conceito, por meio dos fonemas e letras. Falando em 
signo, torna-se relevante tratar do caráter arbitrário que o nutre, pois, sob a visão 
saussuriana, nada existe no conceito que o leve a ser denominado pela sequência 
de fonemas, como é o caso da palavra “casa”, por exemplo, e de tantas outras. Fato 
esse que bem se comprova pelas diferenças existentes entre as línguas, visto que 
um mesmo significado é representado por significantes distintos, como é o caso da 
palavra “cachorro” (em português); dog (inglês); perro (espanhol); chien (francês) e 
cane (italiano).
Sintagma X Paradigma
Na visão de Saussure, o sintagma é a combinação de formas mínimas numa unidade 
linguística superior, ou seja, a sequência de fonemas se desenvolve numa cadeia, 
em que um sucede ao outro, e dois fonemas não podem ocupar o mesmo lugar 
nessa cadeia. O paradigma, enquanto isso, constitui-se de um conjunto de elementos 
similares, os quais se associam na memória, formando conjuntos relacionados ao 
A linguística e os estudos morfológicos
T1
9
significado (campo semântico). Como o autor mesmo afirma, é o banco de reservas 
da língua.
Sincronia X Diacronia
Saussure, por meio dessa relação dicotômica, retratou a existência de uma visão 
sincrônica – o estudo descritivo da linguística – em contraste à visão diacrônica – 
estudo da linguística histórica, materializado pela mudança dos signos ao longo do 
tempo. Tal afirmação, dita em outras palavras, trata de um estudo da linguagem a 
partir de um dado ponto do tempo (visão sincrônica), levando-se em consideração as 
transformações decorridas mediante as sucessões históricas (visão diacrônica), como 
é o caso da palavra “vosmecê”, “você”, “ocê”, “cê”, “vc”.
Diante disso, você pode perceber que o conhecimento linguístico abrange o 
conhecimento gramatical e lexical, ou seja, a língua escrita e suas regras e língua em 
uso. O conhecimento linguístico é o básico dos conhecimentos para, por exemplo, se 
ler um texto. É também o conhecimento de uso da língua nativa que cada indivíduo 
tem. Se você fala melhor o português do que outra língua, você lê melhor em 
português do que em outra língua. No conhecimento linguístico é que entra o saber 
de uma língua estrangeira, e este conhecimento será graduado conforme a extensão 
do entendimento que o indivíduo tem desta outra língua. Quanto mais você souber 
esta outra língua, melhor funcionará o seu conhecimento no momento da leitura.
Após o estudo sobre alguns pontos importantes da linguística, vamos agora ao 
estudo da morfologia. Para tanto, faz-se necessário algumas considerações, tais 
como: a palavra Morfologia provém das formas gregas morphê, ‘forma’ e logos, 
‘estudo, tratado’. Assim, Morfologia significa, com base em seus elementos de origem, 
‘o estudo da forma’. Mas a esse significado deve-se somar a definição de ‘forma’,segundo Hjelmslev (1975, p. 49-64), que concebe o signo como uma função com 
duas variáveis: o significado, no plano do conteúdo, e o significante, no plano da 
expressão. No plano da expressão encontram-se os sons, destituídos de significados, 
mas que se combinam e formam unidades significativas, os fonemas. No plano do 
conteúdo, estão as palavras, que possuem regras próprias de combinação. 
Inicialmente, a Morfologia tem como objeto de estudo a palavra, mas não deve ser 
concebida apenas como um ramo da gramática que estuda as palavras. Primeiramente 
porque a palavra, por sua infinidade de acepções, não pode ser utilizada de forma 
universal no âmbito da Linguística, o que desencadeou a necessidade de definição 
de um termo mais preciso do ponto de vista funcional para nomear essa noção e 
motivou a proposição de uma diversificada terminologia, na tentativa de melhor 
esclarecer a noção em pauta. O termo ‘morfema’, por exemplo, é geralmente utilizado 
como instrumento de descrição e análise, pois “claro está que o conceito de morfema 
é mais preciso que o de palavra, além de ser bastante genérico para ser aplicado a toda 
e qualquer língua” (BIDERMAN, 1999, p. 83).
A linguística e os estudos morfológicos
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A Morfologia pode ser estudada sob diversas perspectivas, dentre as quais a 
perspectiva formalista e a funcionalista. Na perspectiva formalista a língua é analisada 
como um objeto autônomo, cuja estrutura independe de seu uso, já que o foco é 
dado à descrição gramatical que se ocupa da forma ou estrutura gramatical, e não 
nas funções dessa forma. Essa visão contrapõe-se à perspectiva funcionalista que 
concebe a língua como um instrumento de comunicação, e como tal, deve ser 
analisada considerando as diferentes situações comunicativas.
Ao considerar o enfoque formalista, o linguista restringe-se à parte do conhecimento 
conhecida como competência gramatical ou linguística, que diz respeito à capacidade 
que o falante possui em produzir enunciados linguísticos em sequências coerentes e 
inteligíveis, que possibilitam a comunicação entre os falantes de uma mesma língua. 
Mas, para que você entenda como se processa, no indivíduo, a competência gramatical 
ou linguística, faz-se necessário diferenciar língua de linguagem. 
Antes disso, observe as imagens e verifique a parte do cérebro responsável pelo 
processamento da linguagem.
Fonte: Revista: Viver Mente & Cérebro Scientific American Ano XIII Nº143 - Dezembro 2004. 
http://www.psiquiatriageral.com.br/cerebro/cerebro_e_a_linguagem.htm.
A linguística e os estudos morfológicos
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Fonte: Revista: Viver Mente & Cérebro Scientific American Ano XIII Nº143 - Dezembro 2004. 
http://www.psiquiatriageral.com.br/cerebro/cerebro_e_a_linguagem.htm.
Diante disso, pode–se afirmar que a linguagem é um dos sistemas complexos, 
porém natural, que interagem com outros sistemas de conhecimento na mente/
cérebro de um indivíduo, ativado logo após o nascimento e que lhe permite adquirir 
a língua ou as línguas faladas ao seu redor, o que o leva a ter experiência linguística 
necessária para a comunicação.
A língua pode ser definida como um sistema abstrato, um conjunto de estruturas 
compartilhadas por um grupo. Uma criança, ao nascer, aprende a língua falada por sua 
comunidade e essa aquisição independe de ensinamentos, porque o indivíduo possui 
internalizada a gramática natural, universal, que lhe dá competência linguística para a 
comunicação. Entretanto, essa competência linguística não é suficiente para que ele 
adquira a competência gramatical, já que esta depende de outros fatores, como a 
competência pragmática e o sistema conceptual. 
A competência pragmática é a parte do conhecimento linguístico que focaliza a 
língua efetivamente em uso por uma comunidade de falantes, que, ao categorizarem, 
simbolizarem e compreenderem o senso comum, estão utilizando o sistema 
conceptual de sua competência linguística. Dessa forma, aprender uma língua não é 
apenas depreender o significado de uma sequência sonora, é preciso compreender 
os tipos de relações que as palavras mantêm entre si. 
Observe a imagem para perceber melhor as representações que são criadas 
simultaneamente em distintas regiões do cérebro no uso da linguagem.
A linguística e os estudos morfológicos
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Fonte: Revista: Viver Mente & Cérebro Scientific American Ano XIII Nº143 - Dezembro 2004. 
http://www.psiquiatriageral.com.br/cerebro/cerebro_e_a_linguagem.htm.
Os conceitos são armazenados no cérebro sob a forma de registros “inativos”. Quando são 
reativados, esses registros recriam as sensações a as ações associadas a uma entidade ou a uma 
classe de entidades. Uma xícara de café, por exemplo, evoca ao mesmo tempo representações 
visuais ou táteis de sua forma, cor, textura e temperatura, o odor e o gosto do café, assim como a 
trajetória da mão e do braço quando levam a xícara à boca. Todas estas representações são criadas 
simultaneamente em distintas regiões do cérebro.
Nesse sentido, esse conhecimento a respeito das palavras é transmitido através dos 
estudos morfológicos. Assim, a Morfologia dará subsídios para que o indivíduo tenha 
a competência gramatical necessária para compreender a língua, enriquecendo, 
consequentemente, a sua linguagem, para que a comunicação seja realizada de 
forma plena.
A Morfologia ensinada nas escolas, através das gramáticas normativas, não 
considera a gramática universal que o falante já possui antes de iniciar a sua vida 
escolar. Então, uma das tarefas do linguista é elaborar gramáticas descritivas sobre 
os fenômenos que ele pesquisa. Nesse sentido, o objetivo da gramática gerativa é 
construir uma teoria sobre a faculdade da linguagem e não apenas descrever a língua.
Você pôde perceber que a perspectiva adotada, aqui, para o estudo da Morfologia 
é o da gramática gerativa, ou seja, uma perspectiva formalista, proposta pelo linguista 
norte-americano Noam Chomsky.
A função dessa gramática não é ditar regras, mas envolver todas e apenas as 
frases gramaticais, ou seja, as que pertencem à língua. É assim que surge a gramática 
Gerativa proposta por Noam Chomsky. Gerativa (gerar – criar frases) porque permite, 
a partir de um número limitado de regras, gerar um número infinito de sequências. 
Esse processo é dedutivo: parte do que é abstrato, isto é, um axioma (proposição 
evidente por si mesma) e um sistema de regras, e chega ao concreto, ou seja, às frases 
existentes na língua. É com essa proposta que a teoria da linguagem deixa de ser 
apenas descritiva para ser também explicativa. 
A linguística e os estudos morfológicos
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Conforme Chomsky, é tarefa do linguista descrever a competência do falante. 
Ele define competência como capacidade inata que o indivíduo tem de produzir, 
compreender e de reconhecer a estrutura de todas as frases de sua língua. Ele defende 
que língua é o conjunto infinito de frases e que se define não só pelas frases existentes, 
mas também pelas possíveis, aquelas que se podem criar a partir da interiorização das 
regras da língua, tornando os falantes aptos a produzir frases que até mesmo nunca 
foram ouvidas por ele. Já o desempenho (performance ou uso) é determinado pelo 
contexto onde o falante está inserido.
Nesta abordagem, o termo gramática é usado de forma dupla: é o sistema de regras 
que o falante possui e, ao mesmo tempo, é o artefato que o linguista constrói para 
caracterizar esse sistema. A gramática é, ao mesmo tempo, um modelo psicológico 
da atividade do falante e uma “máquina” de produzir palavras e frases.
ACOMPANHE NA WEB
Margarida Basílio
Leia a entrevista da linguista Margarida Basílio, autora de vários livros, dentre eles o 
livro texto da disciplina Morfologia “Formação e Classes de Palavras no Português do 
Brasil”. Nesta entrevista a autora fala sobre o objeto de estudo da Morfologia e aborda 
de forma clara os primeiros trabalhos em Morfologia publicados no Brasil. Explica a 
importância de trabalhos de interface em Morfologia, que levamem consideração 
também outras áreas da gramática, como a interface com a Sintaxe, com a Fonologia 
ou com a Semântica. No final da entrevista, a professora sugere alguns livros e textos 
sobre a Morfologia para que o assunto seja aprofundado.
Link para acesso: <http://www.revel.inf.br/files/entrevistas/revel_12_margarida_basilio.
pdf> Acesso em 01 de abril de 2014.
Escritores da liberdade
Assista ao filme Escritores da liberdade (Título original: Freedom Writers, EUA, 
Drama, duração: 122 minutos, ano de lançamento 2007). Esse filme aborda o 
desafio da educação e a questão dos objetivos do ensino da língua materna. E 
você perceberá que todos os alunos gostam de escrever e sabem escrever, é só 
lhes dar um objetivo e um público-alvo definido.
Sinopse:
Hilary Swank, duas vezes premiada com o Oscar, atua nessa instigante história, 
envolvendo adolescentes criados no meio de tiroteios e agressividade, e a 
A linguística e os estudos morfológicos
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professora que oferece o que eles mais precisam: uma voz própria. Quando vai 
parar numa escola corrompida pela violência e tensão racial, a professora Erin 
Gruwell combate um sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça a 
diferença na vida dos estudantes. Agora, contando suas próprias histórias, e ouvindo 
as dos outros, uma turma de adolescentes supostamente indomáveis vai descobrir 
o poder da tolerância, recuperar suas vidas desfeitas e mudar seu mundo. Com 
eletrizantes performances de um elenco de astros, incluindo Scott Glenn (Dia de 
Treinamento), Imelda Stauton (Harry Potter e a Ordem da Fênix) e Patrick Dempsey 
(Grey’s Anatomy), ganhador do Globo de Ouro. Escritores da Liberdade é baseado 
no aclamado best-seller O Diário dos Escritores da Liberdade.
Link: <http://www.filmesonlinegratis.net/escritores-da-liberdade-dublado.html> 
Acesso em 01 de abril de 2014. 
Tempo: 122 min.
AGORA É A SUA VEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
A competência linguística não é suficiente para que o indivíduo adquira a 
competência gramatical, já que esta depende de outros fatores. Quais? Explique.
Questão 2
A gramática gerativa desenvolveu-se a partir dos trabalhos de:
a) Ferdinand Saussure
b) John Lyons
c) Leonard Bloomfield
d) Joaquim Mattoso Câmara Jr.
e) Noam Chomsky
A linguística e os estudos morfológicos
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Questão 3
Julgue as questões e assinale a alternativa que está correta.
I. Com base em seus elementos etimológicos, a Morfologia pode ser definida 
como o ‘estudo da forma’.
II. O Formalismo é um modo de focalizar a descrição gramatical cuja ênfase recai 
na forma ou estrutura gramatical – não nas funções dessas formas.
III. a autora do livro Formação e Classes de palavras ao Português do Brasil, 
Margarida Basílio, dará um enfoque funcionalista aos estudos da Morfologia.
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II está correta.
c) I e II estão corretas.
d) II e III estão corretas
e) Todas estão corretas.
Questão 4
Pesquise em dicionários de linguística, livros de estudiosos no assunto ou na 
Internet o conceito de Gramática Normativa (ou tradicional) e Gramática Descritiva. 
Essa distinção o ajudará a entender os processos de ensino-aprendizagem na 
educação básica brasileira, principalmente no que se refere ao ensino de gramática 
na disciplina Língua Portuguesa.
Questão 5
Como uma criança aprende a sua língua materna?
A linguística e os estudos morfológicos
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A linguística e os estudos morfológicos
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Nesse tema, você viu que o conceito de Morfologia dado pela gramática normativa 
não é o mesmo sob o ponto de vista da linguística. Mesmo entre os linguistas não 
há unanimidade em relação aos estudos morfológicos, pois a Morfologia pode ser 
estudada sob várias perspectivas. Assim, todo o estudo referente a essa disciplina 
fundamenta-se na teoria formalista; por isso, você conheceu alguns conceitos da 
gramática gerativa de Noam Chomsky, entre eles o conceito de língua e de linguagem. 
FINALIZANDO
A linguística e os estudos morfológicos
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A linguística e os estudos morfológicos
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BASÍLIO, Margarida M. P. Morfologia: uma entrevista com Margarida Basílio.
ReVEL. Vol. 7, n. 12, março de 2009. ISSN 1678-8931 [www.revel.inf.br].
BIDERMAN. Maria T. C. Conceito linguístico de palavra. In: BASÍLIO, Margarida 
(org.). Palavra. Rio de Janeiro: Vozes, 1999. p. 81-97.
DUBOIS, Jean et al. Dicionário de Linguística. São Paulo: Cultrix, 1978.
ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português da gente: a língua que estudamos, a 
língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2009. 
HJELMSLEV, Louis. Prolegômenos a uma teoria da linguagem. São Paulo: 
Perspectiva, 1975.
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. São Paulo: Mundo de 
Letras, 1996.
Revista: Viver Mente & Cérebro Scientific American Ano XIII Nº143 - Dezembro 
2004. Disponível em: <http://www.psiquiatriageral.com.br/cerebro/cerebro_e_a_
linguagem.htm>. Acesso em 01 de abr. de 2014.
ROSA, Maria C. Introdução à morfologia. São Paulo: Contexto, 2011.
REFERÊNCIAS
GLOSSÁRIO
Gramática universal: é a representação de conhecimento que o indivíduo tem ao 
nascer, antes de qualquer experiência linguística. Na versão gerativa é uma hipótese 
para explicar o conhecimento linguístico que assenta na proposta de existência de 
uma base genética para a faculdade da linguagem (ROSA, 2011, p. 19-20).
Signo: é um elemento representativo que apresenta dois aspectos: um significante 
e um significado, unidos num todo indissolúvel. O signo linguístico une, com 
efeito, não uma coisa a um nome, mas um conceito a uma imagem acústica.
Fonema: em linguística, um fonema é a menor unidade sonora, destituída de 
sentido, passível de delimitação na cadeia da fala, que estabelece contraste de 
significado para diferenciar palavras. É a unidade mínima de segunda articulação 
em oposição ao morfema.
T1
20 A linguística e os estudos morfológicos
Morfema: é o menor elemento significativo individualizado num enunciado, que 
não se pode dividir em unidades menores sem passar ao nível fonológico. É, 
portanto, a unidade mínima da primeira articulação, a primeira unidade portadora 
de sentido. 
Gramática gerativa: a gramática gerativa foi elaborada por Noam Chomsky no final 
da década de 1950. Chomsky apresenta uma teoria que discute aspectos linguísticos 
como a criatividade do falante e a sua capacidade de emitir e de compreender 
frases inéditas. Sendo assim, a gramática seria considerada um sistema finito que 
permite gerar um conjunto infinito de frases gramaticais. Essas frases, porém, 
obedeceriam a regras que definem as sequências de palavras e cada indivíduo 
possuiria estas regras internalizadas, de modo que teria competência linguística 
para utilizar a língua a partir de diferentes arranjos segundo suas particularidades. 
A Gramática é analisada basicamente a partir de três ângulos ou pontos de visão: 
sintaxe, semântica e fonologia.
Avram Noam Chomsky: linguista, filósofo, ativista, autor e analista político 
estadunidense que nasceu na Filadélfia (Estados Unidos), no dia sete de dezembro 
de 1928. Foi introduzido na linguística por seu pai, especializado em linguística 
histórica hebraica. Estudou na universidade da Pensilvânia, onde se tornou doutor 
(1955) com uma tese sobre a análise transformacional, elaborada a partir das 
teorias de Z. Harris, de quem foi discípulo. Assim, tornou-se professor do renomado 
MIT (Massachussetts Institute of Technology) a partir de 1961. É autor de uma 
contribuição fundamental à linguística moderna, com a formulação teórica e o 
desenvolvimento do conceito de gramática transformacional, ou generativa, cuja 
principal novidade está na distinção de dois níveis diferentes na análise das frases: 
por um lado, a “estrutura profunda”, conjunto de regras de grande generalidade 
apartir das quais é gerada, mediante uma série de regras de transformação,; ea 
“estrutura superficial” da frase. Este método permite basear a identidade estrutural 
profunda entre frases superficialmente diferentes, como acontece com a voz ativa 
e a voz passiva de uma frase. No nível profundo, a pessoa possui um conhecimento 
tácito das estruturas fundamentais da gramática, que Chomsky considerou, em 
grande medida, inato. Baseado na dificuldade de explicar a competência adquirida 
pelos falantes nativos de determinado idioma a partir da experiência deficitária 
recebida de seus pais, considerou que a única forma de entender o aprendizado 
de uma língua era postular uma série de estruturas gramaticais inatas (já nascidas 
com o indivíduo), as quais seriam comuns, portanto, a toda a humanidade.
Tema 2
O léxico da língua
A formação do léxico português tem seu início no século XIII, que, conforme 
Azeredo (2000, p.72): “quando a língua portuguesa começou a ser escrita seu léxico 
reunia cerca de 80% de palavras de origem latina e outros cerca de 20% de palavras 
pré-romanas, germânicas e árabes.”
Trata-se do acervo vocabular que se pode denominar hereditário, isto é, aquele 
surgido junto com o idioma, que a ele forneceu padrão fonético e morfológico. A 
língua portuguesa originou-se do latim vulgar, que era a língua falada pelas classes 
sociais mais humildes do Império Romano. Nas diferentes regiões romanizadas, o 
latim sofreu alterações, resultando em dialetos, chamados romanços ou romances. 
A partir destes, formaram-se as línguas românicas ou neolatinas, entre as quais se 
constituiu a língua portuguesa.
Assim, uma grande quantidade de palavras latinas, às quais se acrescentaram 
vocábulos de outras origens (germânicas, árabes, provençais, castelhanas, asiáticas, 
africanas e tupis), além daquelas criadas no próprio português, consolidou nossa língua 
em sua fase moderna. Nesse sentido, neologismos, estrangeirismos ou empréstimos 
fazem parte da constituição do léxico da língua portuguesa. Desta forma, o léxico é um 
repertório em constante modificação através do tempo. Enquanto novas palavras são 
incorporadas, outras deixam de ser usadas, tornando-se arcaicas e desaparecendo. 
Na fase iniciada no século XVI e estendendo-se até hoje, a língua incorporou, em 
maior quantidade, palavras francesas, inglesas, italianas e espanholas. Esse processo 
de importação persiste na atualidade, notadamente de vocábulos da língua inglesa. A 
expansão tecnológica também colabora na ampliação vocabular da língua portuguesa.
Nesse sentido, a língua portuguesa com toda a influência recebida, possui 
vocábulos provenientes de sistemas linguísticos tão diferentes quanto o provençal, o 
holandês, o hebraico, o persa e o quíchua ou o chinês, o turco, o japonês, o alemão 
e o russo, sem falar em idiomas bem mais familiares, como o inglês, o francês, o 
espanhol e o italiano, os quais, juntamente com muitos outros, ajudaram a moldar 
esse heterogêneo mosaico que é o léxico da Língua Portuguesa.
Definimos Léxico como o conjunto de palavras pertencentes a determinada 
POR DENTRO DO TEMA
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22 O léxico da língua
língua. Temos, por exemplo, o léxico da língua portuguesa, que é o conjunto de todas 
as palavras que são compreensíveis em nossa língua. Quando essas palavras são 
materializadas em um texto, oral ou escrito, são chamadas de vocabulário. O conjunto 
de palavras utilizadas por uma pessoa, portanto, constituem o seu vocabulário. Nenhum 
falante consegue dominar o léxico da língua que fala, já que o mesmo é modificado 
constantemente por meio de palavras novas e palavras que não são mais utilizadas. 
Além de possuir uma quantidade muito grande de palavras, o que impossibilita alguém 
de arquivar todas em sua memória.
Ao se falar em léxico, é notadamente preciso trazer à tona os conceitos de campo 
semântico e campo lexical. Por não estarem devidamente diferenciados ou definidos, 
tais conceitos são frequentemente confundidos. Tanto o campo semântico quanto o 
campo lexical são utilizados pela linguística textual a fim do melhor e mais adequado 
uso das palavras da língua portuguesa. Para entendê-los melhor, são importantes 
alguns esclarecimentos e algumas conceituações. Por exemplo, o campo lexical é 
o conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento, e está 
dentro do léxico de alguma língua.
São exemplos de campos lexicais:
• Do Direito: petição, liberdade assistida, advogado, processo, notificação etc.
• Da Medicina: bisturi, cirurgia, exame clínico, curativo, enfermidade etc.
• Da Informática: aplicativos, sistemas operacionais, software, hardware, 
programas, sites, internet, realidade aumentada etc.
• Do Cinema: filme, atores, cineasta, câmera, fotografia, cenário etc.
• Dos Sentimentos: remorso, amor, tristeza, ira, compaixão, carinho, saudade 
etc.
• Das Relações interpessoais: irmão, amigos, parentes, família colegas, líder 
etc.
Antes de falar do campo semântico, é preciso dizer que a Semântica é o estudo 
do significado, no caso, das palavras. A semântica estuda a significação das palavras 
individualmente, aplicadas a um contexto e com influência de outras palavras. O 
campo semântico é, então, o conjunto de possibilidades que uma mesma palavra 
ou conceito tem de ser empregada(o) em diversos contextos. O conceito de 
campo semântico está ligado ao conceito de polissemia. Uma mesma palavra 
pode tomar vários significados diferentes em um mesmo texto, dependendo de 
como ela for empregada e de que palavras a acompanham para tornar claro o 
significado que ela assume naquela situação.
Por exemplo:
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23O léxico da língua
• Conhecer: ver, aprofundar-se, saber que existe etc.
• Manga: fruta, manga da camisa.
• Banco: da praça, instituição financeira etc.
• Estado: situação, particípio de estar, divisão de um país etc.
O campo semântico pode ser também o conjunto das maneiras que são 
utilizadas para expressar um mesmo conceito.
Exemplos:
• Campo semântico em torno do conceito de morte: bater as botas, falecer, 
partir dessa para a melhor, passar para um plano superior, falecer, apagar, 
abotoar o paletó de madeira etc.
• Campo semântico em torno do conceito de enganar: trapacear, engabelar, 
fazer de bobo, vacilar etc.
Diante do que foi exposto, você já deve ter percebido que o papel do léxico está 
diretamente relacionado à língua. O ato de nomear os seres, objetos e elementos 
da natureza é próprio do ser humano, à medida que se baseia na associação de 
palavras a seus respectivos referentes e, assim, o homem, ao nomear elementos 
que o cercam, ordena e estrutura a realidade à sua volta. Todo o universo de nomes 
constitui o léxico de uma língua que se estrutura de uma forma mais ou menos 
arbitrária, por ser anterior ao indivíduo, e ao mesmo tempo ser criado e renovado 
por este mesmo indivíduo. Assim, a língua é ao mesmo tempo um sistema de 
classificação e um sistema de comunicação. 
Foi visto que o léxico da língua portuguesa é proveniente basicamente do latim, 
porém, no decorrer da história da língua, nele incorporam-se grande contingente 
de palavras de outras línguas, pelo processo dos empréstimos linguísticos. E a língua 
portuguesa ainda continua a importar e criar palavras, pois o léxico é um sistema 
aberto, dinâmico e sua renovação é constante, porque os falantes necessitam 
de um vocabulário mínimo para as realizações discursivas, já que a construção 
de mensagens, verbais e não verbais, opera necessariamente por intermédio do 
léxico. Dessa forma, o léxico fornece unidades de designação para novos objetos, 
mecanismos ou condições, tais como os objetos e a linguagem referentes à área 
tecnológica.
No entanto, essa operação não se realiza plenamente sem o conhecimento do 
léxico da língua e das normas de estruturação das palavras que regem o processo 
de nomeação da realidade extralinguística. A expansão do léxico dá-se de forma 
‘ecologicamente correta’, já que são utilizados os processos de formação de 
palavras como padrãopara a criação de palavras a partir de um banco de dados já 
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24 O léxico da língua
armazenado na memória lexical do falante. Portanto, todos os indivíduos possuem 
um léxico real (o conjunto de palavras da língua) e um léxico virtual (o conjunto 
de padrões que determinam as construções lexicais possíveis e sua interpretação). 
O léxico mental é em grande parte virtual, pois provê estruturas, por exemplo, 
para aproveitar qualquer palavra de uma classe para a formação de uma palavra 
equivalente em outra classe. Assim, todas as palavras de uma classe existiriam 
virtualmente em outras, mas só virtualmente. Isso é muito vantajoso, pois a 
memória não é sobrecarregada com uma infinidade de palavras distintas, porque é 
possível acessar o léxico virtual quando necessário.
Você deve, no entanto, perceber que a definição de léxico como um conjunto 
de palavras de uma língua refere-se ao léxico externo, ao conjunto de palavras que 
estão à disposição dos indivíduos ou que estão representadas em um dicionário. 
Do ponto de vista interno, ou mental, o léxico corresponde não apenas às palavras 
que um falante conhece (vocabulário), mas também ao conhecimento de padrões 
gerais de estruturação, que permitem a interpretação ou produção de novas 
formas. O conjunto de palavras que o indivíduo possui em sua memória constitui 
o seu vocabulário. Então, léxico não pode ser confundido com vocabulário, já que 
este é individual.
Os falantes estão em um processo contínuo de aprendizagem, mesmo na fase 
adulta, razão pela qual não há como precisar o vocabulário dominado por um 
falante. Somente o fato de aprender novas palavras não indica competência lexical, 
porque, além de conhecer uma palavra, é necessário estabelecer associações com 
outras para prever suas limitações em relação às suas propriedades, às funções 
sintáticas e ao contexto da comunicação. Ainda é imprescindível, para se apropriar 
da palavra, conhecer as suas derivações, a sua importância no universo lexical da 
língua, associando-a a outras palavras da língua, e acima de tudo, conhecer o seu 
valor semântico, geralmente rico de significados. Esses são alguns dos fatores que 
demonstram que a competência lexical deve ser desenvolvida com metodologias 
educativas que priorizem o ensino do léxico e o seu uso em situações reais de 
comunicação.
Todos os fatores envolvidos para a aquisição da competência lexical demandam 
um tempo significativo de estudo, por isso devem ser oferecidas aos estudantes 
estratégias para aquisição de vocabulário. Levar a criança, por exemplo, a aprender 
palavras que possuem a mesma raiz facilita a associação entre elas, e esse tipo 
de exercício lexical pode ser desenvolvido em qualquer etapa da educação. O 
estudante não necessita ter conhecimentos profundos de Morfologia para 
estabelecer relações entre palavras cognatas, porém o professor deverá dominar 
as regras que regem a estrutura e a formação das palavras para melhor orientar o 
processo ensino-aprendizagem do léxico.
Outra estratégia de ensino é a utilização do dicionário, como ferramenta 
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25O léxico da língua
pedagógica, para apresentar palavras novas e proporcionar aos estudantes reflexões 
que os levem a estabelecer relações com palavras já conhecidas. Portanto, a 
apropriação de palavras requer um aprendizado contínuo, já que o léxico de uma 
língua está em constante movimento, e o conhecimento do falante também sofre 
mudanças decorrentes de novas experiências que o impulsionam a relacionar 
novas palavras com as já armazenadas na ‘memória lexical’ para a composição de 
seu próprio vocabulário. Desta maneira, ao utilizar-se do léxico o usuário do idioma 
poderá comunicar-se adequadamente nos mais diversos contextos.
Léxico no ensino de língua portuguesa: leitura e construção de sentido 
Leia este artigo, escrito por Márcio Luiz Corrêa Vilaça e Priscila Moraes de Lúna, que 
apresenta uma discussão sobre a relação entre léxico e construção de sentidos em 
textos. Apóia-se em teóricos das áreas de Letras e Educação para fundamentar suas 
discussões. Algumas questões advindas de problemáticas vividas em sala de aula 
foram motivações para este artigo. Neste estudo, a proposta não foi a de resolver 
problemas sobre o vocabulário dos alunos, mas propor reflexões, tentando auxiliar 
professores em suas práticas docentes.
Disponível em: <http://www.uniabeu.edu.br/publica/index.php/RU/article/
view/693/pdf_262>. Acesso em: 13 março de 2014.
Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa (VOLP)
Acesse o Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa (VOLP), no site da Academia 
Brasileira de Letras. Nesse vocabulário constam todas as palavras da língua 
portuguesa com sua respectiva classe gramatical.
Disponível em: <http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.
htm?sid=23> Acesso em: 13 março de 2014.
Entrevista com o Prof. Sírio Possenti - Parte 1
Assista à primeira parte da entrevista com o Prof. Sírio Possenti, na qual ele fala 
sobre as particularidades da língua portuguesa.
Disponível em: <http://youtu.be/L4hbZYndovM>. Acesso em: 13 março 2014.
Tempo: 08:52.
Entrevista com o Prof. Sírio Possenti - Parte 2
ACOMPANHE NA WEB
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26 O léxico da língua
Assista à segunda parte da entrevista com o Prof. Sírio Possenti, na qual ele fala 
sobre as particularidades da língua portuguesa.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=ydj42OqNF08>. Acesso em: 
13 março de 2014.
Tempo: 09:52.
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
(Conhecimento prévio)
Sabemos que os estudos de linguagem amparam-se, em diversos momentos 
e circunstâncias, na Morfologia e nos seus métodos e processos de análise. 
Considerando o que foi exposto sobre o assunto, elabore um parágrafo explicativo 
sobre as finalidades da Morfologia.
Questão 2
Marque a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto a seguir: 
“A _________ ensinada nas escolas, por meio das gramáticas normativas, não 
considera a gramática _______ que o falante já possui antes de iniciar a sua vida 
escolar. Então, uma das tarefas do linguista é elaborar gramáticas ________ sobre 
os fenômenos que ele pesquisa. Nesse sentido, o objetivo da gramática ________ 
é construir uma teoria sobre a faculdade da linguagem e não apenas descrever a 
língua”.
a) Morfologia, universal, descritivas, gerativa.
b) Morfologia, tradicional, descritivas, gerativa afixos.
c) Fonologia, universal, descritivas, gerativa.
d) Morfologia, descritiva, descritivas, gerativa.
e) Sintaxe, universal, descritivas, gerativa.
AGORA É A SUA VEZ
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27O léxico da língua
Questão 3
Julgue as questões e assinale a resposta correta.
I. O ato de nomear os seres, objetos e elementos da natureza é inerente ao ser 
humano.
II. O léxico é um conjunto de palavras e de estruturas a serem utilizadas em sua 
expansão.
III. Os indivíduos possuem o léxico real, mas não têm domínio do léxico virtual.
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II está correta.
c) Apenas III está correta.
d) I e II estão corretas.
e) II e III estão corretas.
Questão 4
As palavras foram distribuídas em classes de palavras (ou categorias lexicais). 
Considerando essa afirmação, pergunta-se: deve-se classificar palavras por um 
único critério ou por um conjunto de critérios? E quais seriam os critérios mais 
adequados?
Questão 5
Considerando as reflexões possibilitadas por meio do estudo dos temas propostos 
na Disciplina Morfologia, explique qual é a diferença entre léxico mental e léxico 
externo.
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28 O léxico da língua
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29O léxico da língua
Nesse tema você conheceu o conceito de léxico e também de vocabulário, para 
que, a partir de agora, não use indiscriminadamente essas duas palavras. Também 
pôde perceber que todos os falantes possuem um léxico virtual e um léxico 
real, pois se o indivíduo armazenasse todas as palavrasno seu léxico real, ficaria 
sobrecarregado. Então, o léxico virtual é um mecanismo que todos têm por uma 
questão de economia e funcionalidade. Você estudou também sobre os conceitos 
de campo semântico e campo lexical. Você viu que por não estarem devidamente 
diferenciados ou definidos, os conceitos de campo semântico e campo lexical 
frequentemente são confundidos. Tanto o campo semântico quanto o campo 
lexical são utilizados pela linguística textual a fim do melhor e mais adequado uso 
das palavras da língua portuguesa. Por exemplo, o campo lexical, por sua vez, é o 
conjunto de palavras que pertence a uma mesma área de conhecimento e está 
dentro do léxico de alguma língua.
FINALIZANDO
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30 O léxico da língua
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31O léxico da língua
AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos de Gramática do Português. Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar, 2000.
BASÍLIO, Margarida. Estruturas Lexicais do Português: Uma Abordagem Gerativa. 
Petrópolis: Editora Vozes, 1980. 
_______. Morfologia: uma entrevista com Margarida Basílio. ReVEL. Vol. 7, n. 12, 
março de 2009. ISSN 1678-8931 <www.revel.inf.br>.
DUBOIS, Jean et al. Dicionário de Linguística. São Paulo: Cultrix, 1978.
ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português da gente: a língua que estudamos, a 
língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2009. 
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. São Paulo: Mundo de 
Letras, 1996.
________. Entrevista (parte 1 e 2) concedida a Juca Kfouri pela ESPN. São Paulo, 
2007.<http://youtu.be/L4hbZYndovM>. Acesso em: 13 março 2014.
ROSA, Maria Carlota. Introdução à Morfologia. São Paulo: Contexto, 2011.
TORIBIO, Margarete. Subsídios para um Dicionário Escolar de Cognatos da 
Língua Portuguesa. Campo Grande, 2012. Dissertação (Mestrado em Estudos de 
Linguagens) - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
VILAÇA, Corrêa M. Luiz; LÚNA, M. Priscila. Léxico no Ensino de Língua Portuguesa: 
Leitura e Construção de Sentido. Revista UNIABEU. Belford Roxo V.5 Número 11 
setembro- dezembro 2012. Disponível em: <http://www.uniabeu.edu.br/publica/
index.php/RU/article/view/693/pdf_262>. Acesso em 13 março de 2014.
REFERÊNCIAS
GLOSSÁRIO
Cognato: refere-se à palavra que tem a mesma raiz ou origem etimológica que 
outra. Pertencente à mesma família. Palavra derivadas de uma mesma raiz.
Memória Lexical: qualquer falante nativo de Língua Portuguesa tem, a seu dispor, 
um inventário de palavras e significados atribuídos a cada uma das palavras desse 
inventário. A este conjunto de informações lexicológicas, dá-se o nome de 
Memória Lexical. 
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32 O léxico da língua
Realidade Extralinguística: são os fatores que não pertencem propriamente à 
gramática, mas ao mundo de produção e compreensão dos enunciados. Cada 
falante possui a sua própria realidade extralinguística, já que ela diz respeito ao 
mundo que o rodeia. 
Competência Lexical: é o conhecimento que se tem acerca das palavras de uma 
língua. 
Raiz: nas gramáticas normativas o termo raiz não é utilizado em detrimento do 
termo radical. Entretanto, raiz é o morfema portador de significado, comum a 
todas as palavras cognatas.
A competência lexical de um falante nativo consiste de uma 
lista de entradas lexicais e um sistema de regras que dê conta 
de sua capacidade de relacionar itens lexicais uns aos outros, 
analisar a estrutura interna desses itens e, naturalmente, 
formar palavras (Basílio, 1980, p. 9).
Tema 3
Classes de palavras
Você já se perguntou o porquê de se estudar a língua portuguesa se somos falantes 
nativos desse idioma? Você sabe que o objeto da Morfologia é o de estudar as classes 
de palavras da língua portuguesa? Por certo que sim, pois o objetivo de muitos falantes 
é cada vez mais melhorar a performance linguística, pois as circunstâncias em que 
prevalece a linguagem escrita e falada direcionam a todo momento nosso cotidiano. 
Sendo assim, a aquisição e conhecimento das regras que norteiam o idioma que 
praticamos é de suma importância e é por isso que estudar a língua materna torna-
nos mais preparados para a prática efetiva da fala e da escrita, principalmente. Nesse 
sentido, os falantes utilizam-se de muitos fatos linguísticos dos quais se faz uso para 
materializar os discursos. Um deles está representado pelas chamadas classes de 
palavras, ou também denominadas classe gramaticais. Assim, temos o substantivo, o 
adjetivo, o numeral, a conjunção, o advérbio e assim por diante.
Como você sabe, o léxico da língua portuguesa é extenso e não há como estudá-
lo sem antes organizá-lo, para assim sistematizar a língua. A distribuição das palavras 
por classes gerou e ainda gera muita polêmica, desde a Antiguidade, quando
POR DENTRO DO TEMA
Aristóteles estabeleceu uma classificação gramatical admirável 
em que distribuía as palavras em dois grandes grupos, os 
categoremáticos e os sincategoremáticos, isto é, as palavras 
que designam seres ou ações, e as que indicam acidentes ou 
modificações dos seres ou das ações, classificação que, até 
certo ponto, vai ser repetida pela Linguística contemporânea, 
desconhecedora, creio eu, da sistematização aristotélica 
(MELO, 1981, p.137). 
Ainda na Antiguidade, Platão e Aristóteles haviam considerado os adjetivos como 
uma subclasse dos verbos. Mais tarde, o gramático alexandrino Dionísio de Trácia 
incorporou os adjetivos aos substantivos, na classe dos nomes e, por fim, os latinos 
separaram e diferenciaram adjetivos e substantivos, classificação essa que foi adotada 
pelas línguas europeias modernas. Muitos linguistas propuseram novas classificações 
para as palavras porque o modelo antigo já não atendia às línguas modernas, 
T3
34 Classes de palavras
só poderia, quando muito, aplicar-se às línguas indo-europeias, 
de estrutura mais ou menos idêntica à do grego e do latim, mas 
não se ajustava razoavelmente, para todos os detalhes, a outras 
línguas de tipo inteiramente diverso (Id. Ibid.). 
O linguista francês Vendryès (1950, p.136-161), por exemplo, fundamentando-se em 
Aristóteles, distribuiu as palavras em três grandes classes: nome, verbo e instrumentos 
gramaticais. A partir dessa classificação de Vendryès, outros linguistas e gramáticos 
propuseram outras classificações.
Entretanto, para classificar ou enquadrar a palavra em determinada classe é 
necessário, primeiramente, estabelecer critérios, o que remete a algumas perguntas, 
como: que critérios devem ser considerados? Para quê? Deve-se adotar um único 
critério ou vários? E quais os critérios mais adequados?
As palavras podem ser classificadas considerando o critério sintático, semântico 
ou morfológico. Os estruturalistas, por exemplo, utilizam preferencialmente um 
critério para classificar as palavras: ou sintático ou morfológico; os gerativistas adotam 
o critério sintático e as gramáticas escolares descrevem a palavra por meio do critério 
semântico.
Câmara Jr. (2004, p.77-80), mesmo sendo estruturalista, adota uma postura 
diferenciada e classifica as palavras de acordo com três critérios: semântico, mórfico e 
funcional. O critério mórfico fundamenta-se na estrutura do vocábulo (termo utilizado 
por Câmara Jr. para se referir à palavra); o semântico baseia-se na significação; e o 
funcional considera a função que ele desempenha na oração. Assim, para º autor, 
de acordo com os critérios mórfico e semântico, as palavras se agrupam em nomes 
(substantivo, adjetivo e advérbio), verbos, pronomes (substantivo, adjetivo e advérbio) e 
conectivos (coordenativos e subordinativos).
A Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) de 1959, ainda em vigor, distribuiu 
as palavras em dez classes: substantivo, adjetivo, pronome, artigo, verbo, advérbio, 
preposição, conjunção, numeral e interjeição. Essa classificação é adotada pelas 
gramáticas escolares e atende exclusivamente ao critério semântico porque define 
substantivo, por exemplo, como palavra que designa seres, e verbos como palavras 
que se referem a ações, estados ou fenômenos da natureza. Para que você perceba 
a distinção entre elas, acompanhe abreve descrição das dez classes de palavras da 
língua portuguesa.
Substantivos
O substantivo integra as dez classes gramaticais e, dessa forma, possui funções 
específicas, como a de nomear os seres e, de um modo geral, estes representados 
T3
35Classes de palavras
por pessoas, lugares, instituições, grupos, entes de natureza espiritual ou mitológica. 
Normalmente, no dia a dia, ao organizar o pensamento e expressar opiniões, os 
substantivos são muito utilizados por exercerem funções específicas.
Ex.: Aquele copo deixado sobre a mesa era de vidro. 
Adjetivo
O adjetivo é tão importante quanto as demais classes gramaticais, pois representa 
o termo que se liga a um substantivo promovendo a qualificação.
Ex.: Os livros de capas azuis ficavam do lado direito da estante.
Verbo
O verbo constitui-se de distintas particularidades, bem como de uma importância 
fundamental nas situações comunicativas cotidianas. Verbo é uma ação do sujeito e 
também é a classe gramatical das palavras que se flexionam de acordo com o número, 
pessoa, tempo, modo, voz e aspecto. Num sentido mais amplo, verbo significa 
também palavra. O verbo constitui o núcleo do predicado verbal e, em termos gerais, 
costuma indicar:
• Ação: Ela viajou muito até chegar à sua cidade.
• Estado: Ele é bravo.
• Fenômeno da natureza: Choveu tanto que as avenidas estão alagadas.
• Ocorrência: Quando eu era menina... aconteceram-me fatos interessantes.
• Desejo ou sentimento: Sentia o vento no rosto e desejava sair voando.
• Opinião: Acreditamos que ela tinha razão de ser tão triste.
Há que se observar, no entanto, que um mesmo verbo, colocado em orações 
diferentes, pode ter significados distintos: 
Ex.: Chovia muito naquela tarde de verão. (Indicação de fenômeno da natureza.)
Chovia palavrões da boca daquele lindo rapaz. (Indicação da ação de falar.)
Advérbio
O advérbio, assim como as outras classes gramaticais, possui uma função 
específica: a de indicar a circunstância em que se encontra o processo verbal. 
Palavra invariável que se junta aos verbos, aos adjetivos e a outros advérbios para 
lhes modificar a significação, exprimindo uma circunstância de tempo, lugar, etc.
Ex.: Morava em uma cidade distante da capital.
T3
36 Classes de palavras
Artigo
O artigo integra uma das dez classes de palavras, cuja função é de determinar 
ou indeterminar o substantivo.
Ex.: O menino triste. Um menino triste.
Pronome
Pronome é classe de palavra (variável em gênero, número e pessoa) que 
acompanha ou representa o substantivo, serve para apontar uma das três pessoas 
do discurso ou situá-lo no espaço e no tempo.
Ex.: Fernando gostava muito de conhecer lugares novos, sempre que podia, ele 
viajava para realizar seu desejo.
Conjunção
A palavra “conjunção” provém de “conjunto”. Veja a definição do último termo 
no dicionário Aurélio: “Conjunto: adj. 1. Junto simultaneamente. sm. 2. Reunião 
das partes dum todo”. Já o sufixo -ção tem significado de “resultado de uma ação”. 
Logo, da associação das duas definições, tem-se que: conjunção é a ação de juntar 
simultaneamente as partes de um todo.
Preposição
Preposição é a classe de palavras que liga palavras entre si, é invariável e 
estabelece relação de vários sentidos entre as palavras que liga.
Sintaticamente, as preposições não exercem propriamente uma função: são 
consideradas conectivos, ou seja, elementos de ligação entre termos oracionais. 
Ex.: Este caderno sobre a mesa servirá para a criança desenhar.
Numeral
Numeral se classifica como o termo que indica, entre outros fatores, um 
número exato de coisas, seres ou conceitos.
Ex.: Havia três gatinhos naquele cesto. O primeiro da fila estava próximo de 
conseguir as entradas para o jogo do seu time.
Interjeição
A interjeição representa uma das dez classes gramaticais, cuja função é a de 
exprimir sentimentos, emoções e reações psicológicas.
Ex.: Ah! Que lindo! Exclamava aquela senhora de vestido rosa.
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37Classes de palavras
Há, ainda, outras classificações, entre elas a do linguista dinamarquês Louis 
Hjelmslev que “estabelece cinco categorias fundamentais: substantivo, adjetivo, 
verbo, advérbio e pronome” (apud BIDERMAN, 2001, p.226), e a do francês Bernard 
Pottier que distingue
Todas essas classificações são funcionais, uma vez que contemplam todas 
as categorias de palavras, apesar da heterogeneidade do léxico. Nesse sentido, 
a escolha por uma ou outra depende do objetivo e da perspectiva da análise. 
Entretanto, há a necessidade de adotar uma abordagem adequada para a descrição 
gramatical que considere todas as particularidades de uma determinada classe 
gramatical. Se o linguista adotar apenas o critério semântico para a definição de 
substantivo, por exemplo, ele não conseguirá explicar o comportamento dessa 
classe de palavras na construção de enunciados. Por outro lado, se adotar apenas 
o critério sintático, definindo substantivo como núcleo do sujeito, objetos e agente 
da passiva, deixará de lado as propriedades de concordância do substantivo com 
o adjetivo. 
Dessa maneira, há a necessidade de convergência de critérios, já que existem 
relações óbvias entre as propriedades semânticas, mórficas e sintáticas, que 
devem ser registradas na descrição linguística. Portanto, o educador deve ter a 
fundamentação teórica de várias perspectivas linguísticas e contemplar os três 
critérios para definir as classes de palavras, para maior eficácia no processo de 
ensino-aprendizagem da língua.
as palavras com lexemas das palavras sem lexema. Na primeira 
classe incluem-se os substantivos, os verbos, os adjetivos 
(nominais ou verbais) e seus substitutos. Na segunda classe 
enquadram-se: as conjunções, as preposições, os quantitativos 
e os advérbios (Id. Ibid., p.227).
ACOMPANHE NA WEB
Classes Gramaticais, Palavras de realce 
Assista à aula de Morfologia: Classes Gramaticais, Palavras de realce. “Momento 
do Concursando” do Professor Marcondes Júnior, que analisa várias questões 
solicitadas em concurso público explicando e comentando as questões nas suas 
especificidades. 
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38 Classes de palavras
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=PCBKG8TKvRE>. Acesso 
em: 23 mar. 2014.
Tempo: 8:56.
Classes de palavras
Acompanhe a explicação dada pelo prof. Fabio Alves sobre as classes de palavras, 
assim você entenderá melhor do assunto.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HKn30LazeGw>. Acesso: 23 
mar. 2014.
Tempo: 14:45.
Nomenclatura Gramatical Brasileira
Consulte a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB, de 1959) para conhecer em 
que documento os gramáticos brasileiros se baseiam para escreverem livros e 
gramáticas. 
Disponível em: <http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=ngbras>. 
Acesso em: 23 mar. 2014.
AGORA É A SUA VEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
(Conhecimento prévio).
Pesquise em gramáticas normativas ou livros didáticos a definição de substantivo 
e explique qual o critério foi adotado para a definição: semântico, sintático ou 
morfológico.
Questão 2
O francês Bernard Pottier distingue as palavras com lexemas das palavras sem 
lexema. Associe as colunas.
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39Classes de palavras
(A) Palavras com lexemas (B) Palavras sem lexemas
( ) substantivos ( ) conjunções ( ) preposições
( ) verbos ( ) advérbios ( ) adjetivos
Questão 3
Leia o poema:
Sentimental 
Ponho-me a escrever teu nome 
com letras de macarrão. 
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas 
e debruçados na mesa todos contemplam 
esse romântico trabalho. 
Desgraçadamente falta uma letra, 
uma letra somente 
para acabar teu nome! 
- Está sonhando? Olhe que a sopa esfria! 
Eu estava sonhando... 
E há em todas as consciências um cartaz amarelo: 
“Neste país é proibido sonhar.” 
ANDRADE, Carlos Drummond. In: Reunião: 10 Livros de Poesia. 10ª ed. Riode 
Janeiro, José Olympio Editores, 1980, pág. 12.
Classifique as palavras de acordo com a sua classe gramatical, considerando o 
contexto do poema:
a) Desgraçadamente: _______________________
b) Que: __________________________________
c) Proibido: _______________________________
d) Amarelo: _______________________________
T3
40 Classes de palavras
e) Falta: __________________________________
f) Trabalho: _______________________________
Questão 4
Na língua portuguesa há classes de palavras variáveis e invariáveis. Identifique quais 
são variáveis e quais são invariáveis.
Questão 5
Por que alguns gramáticos, a princípio, incorporaram adjetivos e substantivos à 
classe dos nomes?
T3
41Classes de palavras
FINALIZANDO
Você conheceu, sob uma perspectiva distinta daquela que é ensinada nos 
bancos escolares, as classes de palavras que compõem a língua portuguesa. É 
muito difícil organizar as palavras em classes, já que muitas possuem características 
muito individuais, enquanto outras são tão próximas que ocupam uma o lugar da 
outra e desempenham, praticamente, papéis semelhantes dentro dos enunciados. 
Por isso é muito importante adotar critérios para a definição e a classificação das 
palavras.
T3
42 Classes de palavras
T3
43Classes de palavras
ALVES, Fabio. Aula sobre as classes de palavras. Duração do vídeo 14:45. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=HKn30LazeGw>. Acesso em 23 de 
março de 2014.
ANDRADE, Carlos D. In: Reunião: 10 Livros de Poesia. 10ª ed. Rio de Janeiro, José 
Olympio Editores, 1980, pág. 12.
BASÍLIO, Margarida. Estruturas lexicais do português: uma abordagem gerativa. 
Petrópolis: Editora Vozes, 1980.
BIDERMAN, Maria T. C. Teoria Linguística: Teoria lexical e linguística computacional. 
2ª. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
CÂMARA Jr., J. M. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Editora Vozes, 2004 
[1970].
DUBOIS, Jean et al. Dicionário de Linguística. São Paulo: Cultrix, 1978.
JUNIOR, Marcondes. Aula de Morfologia: Classes Gramaticais, Palavras de realce. 
Momento do Concursando. Duração do vídeo 8:56. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=PCBKG8TKvRE>. Acesso em 23 de março de 2014.
MELO, Gladstone C. Iniciação à filologia e à linguística portuguesa. 6ª. ed. Rio de 
Janeiro: Ao Livro Técnico, 1981.
NGB. NOMENCLATURA Gramatical Brasileira. 1959. Disponível em: <http://www.
portaldalinguaportuguesa.org/?action=ngbras>. Acesso em: 23 mar. 2014.
ROSA, Maria C. Introdução à morfologia. São Paulo: Contexto, 2011.
TORIBIO, Margarete. Subsídios para um dicionário escolar de cognatos da 
língua portuguesa. Campo Grande, 2012. Dissertação (Mestrado em Estudos de 
Linguagens) - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
VENDRYÈS, Joseph. Le Langage. Paris: Albin Michel, 1950.
REFERÊNCIAS
T3
44 Classes de palavras
Dionísio de Trácia: viveu em Alexandria (170 a.C – 90 a.C) e ficou conhecido por 
ser o autor da Téchnégrammatiké, livro em que ele apresenta o sistema de classes 
de palavras e modelos para análises morfológicas, que serviu de base para as 
formulações gramaticais posteriores. 
Estruturalismo: a palavra estruturalismo deve-se aos trabalhos do linguista 
Ferdinand de Saussure. Após a publicação do Curso de Linguística Geral (CLG), em 
1916, algumas correntes da Linguística moderna vieram à tona, entre elas: a Escola 
de Genebra de Saussure, na Europa, e a Escola Mecanicista de Leonard Bloomfield, 
nos Estados Unidos. Ambas consideravam a questão de que as línguas naturais 
devem ser tratadas como entidades autônomas. O trabalho estrutural feito pelos 
europeus e pelos americanos considerava apenas a noção de estrutura. Segundo 
eles, cada língua tem sua estrutura (daí o nome estruturalismo), suas categorias, às 
quais não se pode chegar senão pelo estabelecimento das unidades no interior de 
cada sistema, e das relações opositivas entre essas unidades.
Instrumentos gramaticais: são as palavras que possuem apenas significação 
interna, pois fazem parte apenas da estrutura da língua; são de número bem 
limitado e constituem a classe fechada de palavras. Sua função é organizar o 
discurso e servir de instrumento de realização de classes abertas de palavras, como 
o verbo, o substantivo e o adjetivo.
Lexema: é o morfema lexical, também denominado lexema ou semantema; é 
a parte da palavra que se refere ao mundo biológico, social ou psicológico, ou 
seja, é a parte do significado propriamente dito, que se relaciona com o mundo 
extralinguístico. Os lexemas “pertencem a classes abertas, isto é, a classes que, 
sincronicamente, podem admitir novos membros e apresentam significado lexical” 
(ROSA, 2000, p.88). Assim, os lexemas são altamente produtivos e contribuem 
com a formação de novas palavras dentro do léxico de uma língua. 
Línguas indo-europeias: O indo-europeu é uma família que comporta centenas 
de línguas e dialetos, que inclui as principais línguas da Europa, Irã e do norte 
da Índia, além dos idiomas predominantes historicamente na Anatólia e na Ásia 
Central. O indo-europeu tem considerável significância no campo da Linguística 
Histórica, na medida em que possui a mais longa história registrada depois da 
família afro-asiática.
GLOSSÁRIO
Tema 4
Palavra e morfema, lexema e 
gramema
Neste tema, o termo palavra estará em evidência, observe como elas alinham-se 
formando as frases, os parágrafos e os textos. 
POR DENTRO DO TEMA
Quando surgiram, as gravatas eram lenços amarrados ao 
pescoço dos soldados e serviam para o indivíduo limpar o 
rosto de sangue ou suor. Os primeiros sinais do uso da gravata 
remontam ao século III a.C. Durante escavações, na década de 
1970, arqueólogos desenterraram 7.500 corpos de guerreiros 
chineses e todos traziam no pescoço um pedaço de tecido 
amarrado. Na Roma antiga, para proteger a garganta do frio, 
os guerreiros amarravam um pedaço de linho em volta do 
pescoço, algo entre a echarpe e a gravata dos dias de hoje. 
Mas foi durante o reinado de Luís XIV, o “Rei Sol”, de 1643 a 
1715, na França, que surgiu oficialmente a gravata. Conta-se 
que o rei, inspirado no uniforme dos soldados de regimentos 
do exército croata, ordenou ao alfaiate que adaptasse a 
novidade às suas roupas. Em pouco tempo, o novo adereço 
chegou às ruas e o povo deu um toque à invenção real: passou 
a prender o tecido em torno da gola com um charmoso nó. 
Nascia a gravata (MEDEIROS, 2004, p. 42-3).
O texto lido é formado de palavras que, organizadas e articuladas entre si, formam 
uma sequência de informações sobre um determinado assunto: o surgimento da 
gravata. O código usado para apresentar essas informações sobre uma realidade 
histórica, no caso deste texto, é a língua portuguesa. Língua e realidade não são a 
mesma coisa. Na língua não existem gravata, exército, ruas, escavações, pescoço. 
O que existe na língua são palavras que cumprem alguns papéis: designar seres 
do mundo real (gravata, rosto, indivíduo, arqueólogos); designar seres do mundo 
imaginário (saci, assombração, lobisomem, fada...); exprimir processos (limpar, trazer, 
T4
46 Palavra e morfema, lexema e gramema
prender...); estabelecer relações entre duas ou mais palavras de uma frase (década de 
1970); estabelecer relações entre períodos (mas, que, e...).
Ao agrupar dessa forma as palavras da língua estamos fazendo uma classificação. 
Classificar é distribuir em classes ou grupos obedecendo a determinado sistema. 
Quando a estrutura da língua é descrita, classificar as palavras é uma necessidade 
fundamental. Você, com certeza, irá se lembrar da definição de léxico como um 
conjunto de palavras de uma língua. Mas estudar a palavra implica abordá-la sob várias 
perspectivas: histórica, social, cultural, linguística, psicológica, filosófica. Muitos já 
se debruçaram sobre esses estudos, desde a Antiguidade, pois sempre houve certo 
misticismo em relação à palavra. Do ponto de vista filosófico, Sócrates, por exemplo, 
concebe a palavra como algo concreto e
Diferentemente de Sócrates, Saussure trataa palavra como algo abstrato, que só 
ganha valor
Sócrates ancora as palavras no mundo da realidade e não no universo semiológico 
de Saussure. Para o filósofo só é possível perceber se as palavras são justas e 
adequadas para as coisas que se pretende nomear no contato com o mundo real, na 
experimentação, na prova de realização (MARTINS, 2002, p. 60-61).
Já para Mikhail Bakhtin (2006, p. 34), a palavra vai além do mundo real de 
Sócrates e da semiologia de Saussure, porque ela não só pertence ao mundo 
real, como também reflete e retrata a realidade, que está em constante processo 
de transformação, em consonância com os indivíduos, por ser responsável pelo 
processo de comunicação. Assim, a palavra
[...] menciona um valor intrínseco, valor que já estaria em cada 
palavra, na medida em que estaria aludindo a algo presente no 
mundo real, no mundo das coisas e não apenas no mundo das 
palavras (MARTINS, 2002, p. 52).
[...] por sua inter-relação no sistema linguístico, pelo uso que 
fazemos dela e pela maneira como, num jogo de palavra-puxa-
palavra, mergulhamos no universo linguístico e aprendemos 
ou estabelecemos o sentido das palavras, comparando-as e 
distinguindo-as (MARTINS, 2002, p. 52).
T4
47Palavra e morfema, lexema e gramema
[...] é o fenômeno ideológico por excelência. A realidade toda 
da palavra é absorvida por sua função de signo. A palavra não 
comporta nada que não esteja ligado a essa função, nada que 
não tenha sido gerado por ela. A palavra é o modo mais puro e 
sensível de relação social (BAKHTIN, 2006, p. 34).
[...] se cada língua recorta a realidade diferentemente e molda 
essa realidade em categorias linguísticas e mentais que lhe são 
exclusivas, então o conceito de palavra não pode ter um valor 
absoluto”. Desse ponto de vista, não há, segundo a mesma 
estudiosa, um conceito de palavra que seja válido para todas 
as línguas, porque a palavra “se materializa no discurso, com 
uma inegável individualidade”.
Biderman (2001, p. 114-115), para definir palavra, parte do pressuposto que
Bloomfield (1926, p. 48-49) define a palavra como forma livre mínima, enquanto o 
morfema seria uma forma presa. Forma livre é aquela que pode por si só constituir um 
enunciado, ao contrário da forma presa, ou afixo, que só pode ocorrer em conjunto 
com outra, da qual depende. Mas a frase também pode ser uma forma livre. A palavra, 
então é a forma livre mínima, isto é, a forma livre que não pode ser subdividida em 
formas livres.
O linguísta brasileiro Mattoso Câmara Jr. modificou a definição de Bloomfield, 
acrescentando a noção de forma dependente, aquela que depende de outra para 
ocorrer, mas não está concretamente soldada à forma da qual depende. Nesse caso, 
enquadram-se os artigos, as preposições, conjunções e alguns pronomes.
São, portanto, infindáveis os estudos e investigações referentes à palavra que, por 
sua vez, é passível de várias abordagens, dependendo da perspectiva adotada, que é 
ancorada em uma disciplina responsável por descrevê-la e analisá-la de forma exaustiva; 
porém, há intersecções entre os diversos ramos da Linguística e até de outras áreas 
científicas, e isso é inevitável, em decorrência de se tratar do mesmo objeto. Dessa 
forma, a Morfologia, por exemplo, é o estudo da forma da palavra. Então, do ponto 
de vista da Morfologia, a palavra é uma construção que se estrutura de uma maneira 
específica: seus elementos componentes, ou formativos, apresentam ordem fixa e 
são rigidamente ligados uns aos outros, não permitindo qualquer mudança de posição 
ou interferência de outros elementos.
Mas, a palavra, por sua infinidade de acepções, não pode ser utilizada de forma 
universal no âmbito da Linguística, como é utilizada no âmbito da Morfologia, 
T4
48 Palavra e morfema, lexema e gramema
o que desencadeou a necessidade de definição de um termo mais preciso do 
ponto de vista funcional para nomear essa noção e motivou a proposição de uma 
diversificada terminologia na tentativa de melhor esclarecer a noção em pauta. 
O termo “morfema”, por exemplo, é geralmente utilizado em estudos linguísticos 
como instrumento de descrição e análise, pois o conceito de morfema é mais 
preciso que o de palavra, além de ser genérico, portanto aplicável a qualquer língua. 
Enquanto a palavra é a menor unidade do discurso que pode ser utilizada, 
isoladamente, durante a comunicação, um morfema é o menor elemento 
significativo individualizado, que não pode ser segmentado sem passar para o nível 
fonológico. 
Ainda, os morfemas, segundo Pottier (1978, p. 275), podem se dividir em 
lexical ou lexema e gramatical ou gramema. Os lexemas pertencem a um 
conjunto inacabado e aberto e os gramemas pertencem a um conjunto finito e 
fechado. Dessa forma, os substantivos, adjetivos e verbos, por pertencerem a uma 
classe aberta, fazem parte do lexema: os prefixos, sufixos, desinências, artigos e 
preposições 
Em outras palavras, percebe-se que os morfemas são realmente as unidades 
mínimas carregadas de significação, que formam as palavras, além de ser os 
elementos que compõem a estrutura lexical e gramatical das palavras. Assim 
são classificados em morfemas lexicais e morfemas gramaticais. Nesse sentido, 
o morfema gramatical é o instrumento gramatical que representa um contexto 
semântico específico interno à enunciação, ou seja, tem significação interna à 
estrutura gramatical, eles são os artigos, os afixos, as preposições, as conjunções, 
além de indicar o gênero, o numero, os tempos verbais (morfemas flexionais). 
Exemplo: observe a palavra dente e suas variações, pode-se identificar os morfemas 
gramaticais da seguinte maneira: o morfema lexical da palavra dente, independente 
de suas variações é dent-: dent-e, dent-uça, dent-inho, simultaneamente. Enquanto 
o morfema lexical permanece o mesmo, os morfemas gramaticais mudam de 
acordo com a significação específica atribuída à palavra. 
O morfema lexical é aquele que representa o próprio significado externo das 
palavras. É a unidade que representa os significados gerais do mundo, aqueles que 
nomeiam seres, ações, conceitos abstratos etc. O morfema lexical na palavra é 
encontrado no seu núcleo de significação, chamado radical. Exemplo: O verbo 
“vender” apresenta o morfema lexical (vend-): vend-er, vend-ido, vend-a. Desse 
modo, as derivações da palavra recorrem a um mesmo morfema lexical, assim, o 
radical da palavra vender é sua parte invariável (vend-).
Assim, pode-se concluir que as palavras da língua portuguesa, geralmente, 
são formadas de um elemento fundamental, básico para a significação ao qual se 
nomeia de radical. Esse elemento é responsável pelo primeiro sentido da palavra, 
T4
49Palavra e morfema, lexema e gramema
desprovido de elementos flexionais, que indicam o gênero, número e grau nos 
nomes e da conjugação, tempo, modo e pessoa nas formas verbais. Portanto 
esses elementos são chamados de morfemas ou desinências. 
“Uso e Abuso das Palavras”
Nesse artigo de opinião “Uso e Abuso das Palavras”, escrito por Antonio Castro traz uma 
explicação bem interessante do uso que fazemos das palavras em diferentes contextos.
Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2323699> . Acesso 
em: 31 mar. 2014.
Observe nesta videoaula “A Divisão em Morfemas Radical e Vogal Temática” 
sobre a formação e estrutura da palavra
A professora apresenta uma explicação detalhada dos elementos formadores das 
palavras.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dBO1mBs0o9k>. Acesso 
em: 31 mar. 2014.
Tempo: 07:39
Assista ao vídeo O poder das palavras
Com esse vídeo você vai aprender como a palavra tem poder, como ela pode 
mudar a vida das pessoas.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=jTdmPfdZF6o> . Acesso em: 
31 mar. 2014.
Tempo: 01:47
Assista ao vídeo da música Palavras
Assista ao vídeo da música Palavras, do grupo Titãs e observe o conceito de palavra 
evocado pela música.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=OQ3qJhap8Qw>. Acesso 
em: 31 mar. 2014.
Tempo: 02:40ACOMPANHE NA WEB
T4
50 Palavra e morfema, lexema e gramema
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
Conhecimento prévio
As palavras são distribuídas em classes de palavras (ou categorias lexicais). 
Considerando essa afirmação, pergunta-se: deve-se classificar palavras por um 
único critério ou por um conjunto de critérios? E quais seriam os critérios mais 
adequados?
Questão 2
Quem é o responsável pelo registro das palavras de uma língua? 
a) As gramáticas
b) Os dicionários
c) O léxico
d) O vocabulário
e) A morfologia
Questão 3
Relacione o teórico à teoria da palavra.
(a) Bloomfield ( ) Lexema e gramema
(b) Mattoso Câmara Jr. ( ) Formas livre mínima
(c) Pottier ( ) Formas dependentes
Questão 4
Como Margarida Basílio distingue palavra, vocábulo e lexema? Qual o conceito de 
palavra para Mikhail Bakhtin?
AGORA É A SUA VEZ
T4
51Palavra e morfema, lexema e gramema
Questão 5
Morfologia não é apenas um ramo da gramática que estuda as palavras. Essa 
consideração limitaria o seu campo de análise. Por quê? A palavra tem uma 
infinidade de acepções, não podendo ser utilizada de forma universal no âmbito 
da Linguística. Com base nesse excerto, explique por que devemos estudar 
morfologia?
T4
52 Palavra e morfema, lexema e gramema
T4
53Palavra e morfema, lexema e gramema
Neste tema, você verificou que o conceito de palavras sob perspectivas de 
diversos teóricos. No entanto, você pôde observar que não há uma teoria única 
que dê conta do sentido de palavra. Cada perspectiva adotada para o estudo da 
palavra é ancorada em uma disciplina responsável por descrevê-la e analisá-la, de 
forma exaustiva, porém há intersecções entre os diversos ramos da Linguística e 
até de outras áreas científicas, e isso é inevitável, em decorrência de se tratar do 
mesmo objeto.
FINALIZANDO
T4
54 Palavra e morfema, lexema e gramema
T4
55Palavra e morfema, lexema e gramema
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2006.
BIDERMAN, Maria Tereza Camargo. Teoria Linguística: Teoria lexical e linguística 
computacional. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
BLOOMFIELD, Leonard. Um conjunto de postulados para a ciência da linguagem 
[1926]. In: DASCAL, Marcelo (org.) Concepções gerais da teoria linguística, v.1. São 
Paulo: Global, 1978.
CÂMARA JR., Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Editora 
Vozes, 2004.
MARTINS, Maria Sílvia Cintra. Entre palavras e coisas. São Paulo: Editora UNESP, 
2002.
MEDEIROS, Paula. Tam Magazine. Revista de bordo da TAM, novo 2004.
MOURA, Francisco Marto; Faraco, Carlos; Maruxo. Gramática. São Paulo: Ática, 
2006.
POTTIER, Bernard. Linguística geral: teoria e descrição. Tradução e adaptação 
portuguesa de Walmirio Macedo. Rio de Janeiro: Presença, 1978.
REFERÊNCIAS
GLOSSÁRIO
Morfemas: são as partes de uma palavra, é a menor partícula significativa da língua 
portuguesa. Ao analisar uma palavra morfologicamente, é o mesmo que falar de 
sua forma. É possível separar as partes desta palavra, seus morfemas, ou seja, o 
radical, a desinência, vogal temática, tema e afixos.
Lexema: no sentido amplo, é unidade lexical de duas faces (forma e conteúdo), ou 
sinal mínimo de natureza não gramatical. O lexema é a unidade de base do léxico, 
numa oposição léxico/vocabulário, em que o léxico se põe em relação com a 
língua e o vocabulário com a palavra (fala).
Gramema: na terminologia de B. Pottier, é um morfema gramatical, por oposição 
aos morfemas lexicais ou lexemas. O gramema pode ser independente (artigos, 
preposições, certos advérbios) ou dependente (os diversos afixos: in-, -oso, etc.).
Palavra: unidade linguística dotada de sentido, formada por fonemas organizados 
T4
56 Palavra e morfema, lexema e gramema
em uma determinada ordem, que pertence a uma ou mais categoria(s) sintática(s) 
e que, na escrita, é delimitada por espaços brancos; termo, vocábulo.
Leonard Bloomfield (1887-1949): filólogo estadunidense, considerado o fundador 
da linguística estrutural nos Estados Unidos e cujas teorias formaram uma das 
bases sobre o assunto, que considerava apenas a noção de estrutura. Segundo ele, 
cada língua tem sua estrutura (daí o nome estruturalismo).
Mikhail Bakhtin (1895-1975): dedicou a vida à definição de noções, conceitos e 
categorias de análise da linguagem com base em discursos cotidianos, artísticos, 
filosóficos, científicos e institucionais. Em sua trajetória, notável pelo volume de 
textos, ensaios e livros redigidos, foi enxergar a linguagem como um constante 
processo de interação mediado pelo diálogo – e não apenas como um sistema 
autônomo. 
Maria Tereza Camargo Biderman (1936-2008): lexicóloga e dicionarista brasileira. 
Doutora e livre-docente pela USP, professora do programa de pós-graduação da 
UNESP, campus de Araraquara. Quando faleceu, em maio de 2008, era titular 
da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Acumulou experiência 
na área de Linguística, com ênfase em Lexicologia, Lexicografia e Terminologia, 
atuando principalmente nos seguintes temas: lexicologia, lexicografia, dicionário. 
Publicou muitos artigos, livros e quatro dicionários. 
Tema 5
Formação de palavras: a 
derivação
O conjunto de palavras, ou seja, o léxico de uma língua viva nunca se esgota, 
pois sempre está aberto para novas criações, que suprem necessidades expressivas e 
comunicativas dos falantes. Observe o trecho da crônica de Mário Prata para constatar 
a afirmação:
Após a leitura e observação do texto, alguns questionamentos são relevantes, por 
exemplo, como o falante do idioma forma essas palavras? Ele conhece as regras 
de formação? É capaz de explicá-las? Nem sempre o entendimento de todos esses 
elementos é necessário na formação de palavras. Sabe-se que o falante ao inventar uma 
palavra recorre a regras de outras palavras já existentes na língua. Como a do exemplo 
mencionado na introdução deste tema, ou seja, ao inventar o termo envelhescência, 
o autor utilizou-se de um mecanismo que existe na língua portuguesa, o mesmo que 
permitiu a criação de palavras como adolescência, incandescência, efervescência. 
Assim, é necessário compreender como são formadas as palavras, pois a cada dia 
você é surpreendido com novas palavras no léxico. Ao analisar as mudanças do léxico, 
precisa considerar: 
A) A formação de novas palavras, como ciberarte, para designar a arte produzida e 
veiculada em linguagem digital; dolarização, para indicar a vinculação de uma moeda 
ao dólar; hiperinflação para designar inflação muito alta; meganegócio, para indicar 
um negócio de grande importância ou valor. As palavras novas são chamadas de 
neologismos, elas nem sempre têm sua formação justificada pelas regras da formação 
[...] ao sentir que estava chegando a velhice, inventei a palavra envelhescência para me justificar. Ou 
seja, entre a maturidade e a velhice, existe a envelhescência. É onde me encontro agora, entre os 50 e 
os 70. Esta palavra pegou bem na boca dos psicanalistas. Outro dia vi um deles a usando na televisão 
com a maior naturalidade, sem dar a fonte. Claro que ele era um envelhescente. O envelhescente é 
muito parecido com o adolescente. Mas isso é outra crônica e deixa pra lá. Está no meu último livro 
Minhas Tudo (PRATA, Mario. Palavras, palavras, palavras. O Estado de São Paulo, 12 set. 2001).
POR DENTRO DO TEMA
T5
58 Formação de palavras: a derivação
de outras palavras ou morfemas preexistentes na língua.
B) Palavras que já existem e que ganham novos significados. Por exemplo, a 
palavra garimpar teve o alcance do seu significado ampliado. Antes, aplicava-se quase 
exclusivamente à exploração de metais, atualmente fala-se em garimpar documentos, 
garimpar fotos, para denotar a “busca de elementos essenciais”.
C) Palavrasque caem em desuso. Por exemplo: poucas pessoas referem-se a um 
filme de cinema usando o termo fita, tão comum nas décadas de 1940 e 1950. Retrato 
é outro termo pouco utilizado, que cedeu espaço a fotografia, foto.
Então, verifica-se que desse dinamismo decorre que nenhum dicionário é capaz 
de comportar todas as palavras de uma língua e os verbetes (conjunto de sentidos e 
exemplos de cada vocábulo) não dão conta de abranger todas as significações de 
uma palavra. Acredita-se que um dicionário já é antigo no dia de publicação, levando 
em consideração o dinamismo do léxico (vocabulário de uma língua).
O léxico é a parte da língua em que se manifesta de forma mais evidente e ampla 
a liberdade de intervenção e invenção do usuário do idioma. Quando se estuda a 
formação de palavras, deve-se ter em mente o estudo não só das palavras já existentes 
na língua, mas também dos procedimentos que permitem ao falante criar palavras 
que poderão ou não incorporar-se às já existentes no idioma. Isso porque o léxico 
da língua está em constante mutação: palavras novas são criadas, palavras antigas 
ganham novo significado e palavras são reduzidas. No caso da língua portuguesa, 
ela oferece mecanismos linguísticos que facilitam a formação de palavras a partir do 
próprio léxico, pois os lexemas pertencem a classes abertas, que podem admitir novos 
membros a partir dele próprio. Entretanto, formar palavras não é um processo simples, 
pois deve obedecer a regras de natureza morfológica, lexical, semântica e sintática. 
Para isso, o falante tem à disposição dois mecanismos de formação de palavras: a 
derivação e a composição. 
A derivação, por ser o processo mais produtivo para a formação de novas 
palavras na língua portuguesa, subdivide-se em cinco tipos: 
• a - Derivação prefixal consiste na formação de uma nova palavra por meio 
do acréscimo de um prefixo a uma palavra base já existente. O prefixo é 
uma sequência fônica recorrente, apresenta uma identidade fonética, uma 
identidade semântica e uma identidade funcional e sempre atua como forma 
presa (ROCHA, 1999, p. 152). Embora aparentemente simples, a prefixação 
apresenta alguns problemas, como a indagação de alguns linguistas sobre 
ser esse processo um caso de derivação ou de composição. 
Para que haja derivação prefixal, o prefixo não pode ser considerado uma forma 
livre, não deve possuir significação externa, se assim o fosse ele teria significado 
independente e constituiria uma base, permitindo a formação de uma nova palavra 
T5
59Formação de palavras: a derivação
pelo processo de composição. 
Outra característica marcante é que os prefixos “não contribuem para a 
mudança da classe gramatical do radical a que se ligam: rever é verbo, como ver, 
desigual é adjetivo, como igual” (KEHDI, 2003, p. 9). São raríssimos os casos, na 
língua portuguesa, em que a anexação de um prefixo contribuiu para a mudança 
de classe da palavra. 
• b - Derivação sufixal: assim como o prefixo, o sufixo é uma forma presa 
recorrente e, se colocado à direita da base, forma uma palavra derivada. A 
sufixação é um processo muito produtivo para novas formações, sendo 
responsável pela grande maioria dos neologismos formados por derivação. 
Muitas palavras da língua portuguesa se formaram e ainda se formam pelo 
processo de derivação sufixal -substantivos, adjetivos, verbos e até advérbios 
(aqueles terminados em –mente).
Os sufixos derivacionais que mudam a classe da palavra são denominados, 
por Rocha (1999, p. 114-115), de “sufixos categoriais”, que podem ser significativos 
e não significativos. Os sufixos categoriais significativos acrescentam à base um 
significado complementar (conquistar – conquistador); os sufixos categoriais não 
significativos são desprovidos de valor semântico (teatro – teatral), por isso são 
apenas funcionais. Em consequência, os sufixos não categoriais “não mudam a 
categoria lexical do produto, com relação à base”, assim como ocorre em bicho/
bicheiro, dente/dentada (ROCHA, 1999, p. 115). Dessa forma, o sufixo pode 
ou não acrescentar um novo valor à base ou ainda agregar-lhe um significado 
complementar. É interessante observar a diferença entre sufixo e desinência: a 
diferença reside na função. Enquanto o sufixo dá origem a novos vocábulos, ou seja, 
forma uma nova palavra, a desinência apenas flexiona o vocábulo já existente, não 
formando uma nova palavra. A desinência, por sua vez, indica a classe gramatical 
(gênero, número, e se for verbo indica o modo e o tempo, número e pessoa) que 
a palavra pertence. 
• c - A derivação parassintética ou parassíntese ocorre quando a palavra 
derivada é resultado do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à base 
primitiva. Esse processo é utilizado na criação de verbos, obtidos a partir 
de substantivos (enraizar, amaldiçoar, ajoelhar) e de verbos por meio de 
adjetivos (esfriar, engordar, empobrecer). 
Para determinar se uma palavra foi formada por derivação parassintética, deve-
se subtrair o sufixo ou o prefixo de um derivado e se esse transformar-se em uma 
palavra inexistente na língua, haverá um derivado parassintético; caso contrário, 
será apenas derivação por sufixação ou prefixação. Assim, na formação descabelar 
(des+cabelo+ar), por exemplo, não é possível a formação descabelo, nem cabelar. 
A situação inversa se verifica em desigualdade (des+igual+dade) em que pode 
T5
60 Formação de palavras: a derivação
se depreender três palavras possíveis: igual, desigual e igualdade. É importante 
esclarecer também o que são os afixos, eles são os morfemas que se unem ao 
radical para formar novas palavras. Quando os afixos aparecem antes do radical 
são chamados de prefixos (infeliz, refazer, desmentir); quando aparecem depois 
do radical são chamados de sufixos (crueldade, felizmente, lealdade). 
• d - A derivação regressiva consiste em retirar a parte final de uma palavra 
primitiva, obtendo-se por essa redução uma palavra derivada, como em 
buscar → busca, sustentar → sustento. Esse processo é efetivamente 
produtivo na obtenção de substantivo a partir de verbos, principalmente da 
primeira e da segunda conjugações. Esses substantivos são chamados de 
deverbais e indicam, geralmente, o nome de uma ação. 
Para diferenciar realmente a palavra primitiva da derivada, parte-se do pressuposto 
que os substantivos deverbais são nomes de ação e, então, se encontra o processo 
inverso, ou seja, quando há a formação de verbos a partir de substantivos, o que 
não configura derivação regressiva, mas sim sufixal. Assim, no par vender/venda, 
percebe-se derivação regressiva, pois o substantivo venda é o nome de uma ação; 
no par planta/plantar ocorre o inverso, o verbo não derivou o substantivo, porque 
planta não é nome de ação. Esse processo de derivação também é muito utilizado 
para criar palavras de uso coloquial, como as gírias utilizadas, principalmente, pelos 
jovens, como agito (de agitar) e amasso (de amassar). 
• e - A derivação imprópria ou conversão ocorre quando determinada 
palavra, sem sofrer acréscimos ou supressão em sua base, muda de classe 
lexical. Pode ocorrer conversão de um verbo para um substantivo (andar 
→ o andar); de um verbo no particípio para um adjetivo (amado → amada, 
amados); de adjetivo para substantivo (pobre → o pobre); de substantivo 
para adjetivo (vestido rosa); de verbo para adjetivo (roupa cheguei), entre 
outros casos. 
ACOMPANHE NA WEB
Acesse Só Português.
Nesse site, você encontrará explicações sobre todos os processos de formação 
de palavras, bem como exemplificação de cada tipo do processo de formação de 
palavras por derivação, assunto discutido neste tema. 
Link: <http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf4.php>. Acesso em: 7 
abr. 2014.
T5
61Formação de palavras: a derivação
A gramática no ensino de língua portuguesa: à busca de compreensão. Rev. bras. 
linguist. apl.
Na leitura do artigo de Graziela Angelo, A gramática no ensino de língua portuguesa: 
à busca de compreensão. Rev. bras. linguist. apl., 2010, vol. 10,n. 4, p. 931-947. 
ISSN 1984-6398. Você perceberá a discussão divulgada na esfera acadêmica de 
que o ensino da gramática de Língua Portuguesa, de décadas atrás, no Brasil, se 
constituiu como um panorama contínuo e homogêneo. A partir da análise de 
entrevistas com professores da rede pública, atuantes em décadas passadas, há 
uma investigação sobre os discursos a respeito do ensino de gramática. 
Link: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-
63982010000400006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 7 abr. 2014.
Programa Nossa Língua Portuguesa.
Assista ao vídeo do Programa Nossa Língua Portuguesa, com o Prof. Pasquale 
Cipro Neto, que aborda a questão das palavras formadas por prefixos ou radicais.
Link: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_
action=&co_obra=51325>. Acesso em: 7 abr. 2014.
Tempo: 26:10.
Galinha bota ovo.
Assista ao vídeo Galinha bota ovo, uma das aulas do Novo Telecurso da FIEMS, que 
aborda a língua e o processo de derivação das palavras utilizadas no dia a dia das 
pessoas.
Link: <http://www.youtube.com/watch?v=l6EM_ZJ5ZeU>. Acesso em: 7 abr. 2014.
Tempo: 7:37.
AGORA É A SUA VEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
T5
62 Formação de palavras: a derivação
Questão 1
(Conhecimento prévio)
Por que o homem cria novas palavras? Por que o léxico da língua está em constante 
mutação?
Questão 2
Qual a condição mínima básica para se formar uma palavra a partir da derivação 
prefixal?
Questão 3
Relacione as palavras ao seu processo de derivação.
Derivação prefixal ( ) entardecer
Derivação sufixal ( ) perda
Derivação parassintética ( ) ensinamento
Derivação regressiva ( ) desenredo
Questão 4
O pobre não tem como ir ao teatro, pois cultura custa caro.
A palavra destacada foi formada pelo processo de derivação:
a) Prefixal
b) Sufixal
c) Parassintética
d) Imprópria
e) Regressiva
Questão 5
Observe os pares de frases:
a) Vá até o supermercado comprar gelo.
Ele pintou a parede de gelo.
b) As crianças gostam de filmes de monstros.
O político realizou um comício monstro.
T5
63Formação de palavras: a derivação
c) Compre um doce para mim, de goiaba.
Este café está muito doce.
Explique qual processo de formação de palavras por derivação foi utilizado nas 
palavras destacadas.
T5
64 Formação de palavras: a derivação
T5
65Formação de palavras: a derivação
Você acabou de aprender que há cinco tipos de derivação: prefixal, sufixal, 
parassintética, regressiva e imprópria. Esses mecanismos estão à disposição do 
falante para que ele, a partir de um paradigma, forme novas palavras na língua 
portuguesa, a partir das que já existem. A derivação é o processo mais produtivo 
na formação de novas palavras e muito eficiente do ponto de vista semântico e 
morfológico.
FINALIZANDO
T5
66 Formação de palavras: a derivação
T5
67Formação de palavras: a derivação
BLOOMFIELD, Leonard. Um conjunto de postulados para a ciência da linguagem 
[1926]. In: DASCAL, Marcelo (org.) Concepções gerais da teoria linguística. v. 1. São 
Paulo: Global, 1978, p. 45-60.
CÂMARA Jr., Joaquim Mattoso. Dicionário de linguística e gramática: referente à 
língua portuguesa. Petrópolis: Vozes, 2002 [1956].
KEDHI, Valter. Formação de palavras em português. São Paulo: Editora Ática, 2003.
MOURA, Francisco Marto; FARACO, Carlos. Gramática. São Paulo: Ática, 2006.
PRATA, Mario. Palavras, palavras, palavras. O Estado de São Paulo, 12 set. 2001.
ROCHA, Luiz Carlos de Assis. Estruturas morfológicas do Português. Belo Horizonte: 
Editora UFMG, 1999.
REFERÊNCIAS
GLOSSÁRIO
Afixo: é um segmento fônico, com significação própria, que entra na constituição 
mórfica de uma palavra na qualidade de forma presa, acrescentando-se à base que 
contém o significado, podendo se antepor a ela - prefixo; ou a ela se seguir - sufixo.
Base: dá-se o nome de base ao radical puro, sem desinência, de uma palavra, 
assim fal- é uma base verbal (falar, falávamos). É pelo isolamento da base que se 
reconhece uma palavra como primitiva ou derivada. E é a partir dessa base que se 
formam palavras cognatas, ou seja, derivadas.
Desinência: é um “segmento fônico que termina um vocábulo flexional para se 
caracterizarem as diversas formas do seu paradigma. É outro nome para SUFIXO 
FLEXIONAL, ou seja, um sufixo referente à flexão em vez de referente à derivação 
que é o sufixo derivacional ou lexical. Em português, há desinências: nominais, 
para gênero e número que se estende aos pronomes; verbais, para número e 
pessoa (desinências número-pessoais) e para tempo e modo (desinências modo-
temporais)” (CÂMARA JR., 2002, p. 93).
Forma livre e forma presa: Para Bloomfield (1926) será chamada de forma livre 
toda unidade suscetível de constituir um enunciado (hora, mesa), são palavras 
independentes. As formas presas não constituem palavras independentes, elas 
precisam se unir a uma base para dar-lhe significado (são os prefixos e os sufixos, 
T5
68 Formação de palavras: a derivação
por exemplo).
Prefixo: denomina-se de prefixo a um morfema da classe de afixos, de forma 
presa, que figura no início de uma unidade léxica, posição na qual ele precede 
imediatamente.
Sufixo: é um afixo que segue o radical ao qual está estreitamente ligado. Os 
sufixos podem ser nominais, verbais e adverbiais e apresentam uma tripla função: 
classificatória, derivacional e flexional.
Tema 6
Derivação e mudança de 
classe
O homem é, por natureza, um ser insatisfeito e incompleto, sua existência é 
direcionada através da busca pelo progresso e aprimoramento, tanto no âmbito 
pessoal como no coletivo. Essas inquietações inerentes ao ser humano exigem novas 
formas de pensar e agir nos diferentes contextos. Há novos objetos, seres, eventos, 
processos, métodos e técnicas dentre outros que precisam ser nomeados, além de 
ser necessária a estruturação das ideias às necessidades da sintaxe e do discurso e 
mesmo em relação a estrutura da língua a serviço da função poética. A linguagem 
poética faz bastante uso do sentido conotativo das palavras, num trabalho contínuo 
de criar ou modificar o significado. Na linguagem do dia a dia também é comum a 
exploração do sentido conotativo como consequência da forte carga de afetividade 
e expressividade.
Nesse sentido, você poderá observar que no processo de comunicação, formam-
se novas palavras quando há uma palavra de uma classe gramatical, mas é preciso 
utilizá-la em outra classe, como um verbo, por exemplo, que utiliza-se, em algum 
contexto, como substantivo, ou um adjetivo como substantivo. Nesses casos, utilizando 
a mesma palavra, porém em categoria diferente, forma-se uma nova palavra, mesmo 
que essa mantenha o sentido original da primeira. 
É preciso, no entanto, se atentar ao fato de que nem toda palavra pode sofrer o 
processo de derivação para a mudança de classe, apenas as palavras pertencentes 
às categorias plenas, ou seja, os verbos, substantivos e adjetivos. Essas categorias 
são formadas pelas palavras lexicais, que fazem parte do léxico, em número 
infinito, já que o universo lexical da língua está sempre em movimento crescente, 
com o acréscimo e renovação de palavras. Essas palavras lexicais são nocionais 
por carregarem em si o próprio significado, por exprimirem a noção das coisas por 
meio de uma significação externa, por possuírem imagem própria, independente 
de relações semânticas com outras coisas ou objetos. A combinatória de nomes 
e verbos
POR DENTRO DO TEMA
T6
70 Derivação e mudança de classe
dá conta da descrição do sentido (significado em uso) de 
todas as palavras lexicais existentes na língua, e mais as que 
venham a entrar em circulação, nesse processo contínuo de 
incorporação de novas formações ao léxico da língua (NEVES, 
2002, p. 124).
Então, o processode derivação possibilita a formação de palavras de qualquer 
categoria lexical plena a partir de palavras de qualquer outra categoria lexical plena.
Há, basicamente, dois motivos principais para a mudança de classe: um deles é 
a necessidade de usar palavras de uma classe em estruturas gramaticais que exigem 
palavras de outra; o segundo é a necessidade de aproveitar conceitos ocorrentes em 
palavras de uma classe em palavras de outra. Dessa forma, o primeiro caso corresponde 
à motivação gramatical e o segundo, à motivação semântica. A motivação gramatical 
corresponde às necessidades morfológicas e sintáticas e a motivação semântica 
corresponde às novas necessidades de denotação.
Pode-se considerar que a motivação semântica é um tipo de expressão figurativa 
em que se nomeia um referente a partir de outro já existente, por meio de uma 
transferência de sentido. 
A mudança de classe também pode indicar um fator expressivo, como uma noção 
pejorativa, por exemplo. Esse é o caso de formações com sufixos como –ice, -agem, 
-udo, -ento e outros, como se observa em: carioca/carioquice; político/politicagem; 
osso/ossudo; gordura/gordurento. É muito comum na língua portuguesa o falante 
se valer desse mecanismo para criar adjetivos que denotam ideias constantes no 
substantivo.
Muitas vezes há situações em que a motivação é de caráter textual, isto é, 
relacionada a questões da construção do texto. Geralmente ocorre com substantivos 
derivados a partir de verbos, pois são utilizados para substituir construções frasais 
predicativas. Esse recurso é muito eficaz durante o processo de escrita, pois ele é uma 
forma nominalizada que garante a coesão e a progressão textual. Assim, o substantivo 
discurso, por exemplo, substituiria um enunciado inteiro cujo verbo discursar fosse o 
núcleo da sentença.
O processo de nominalização acontece, segundo Câmara Jr. (2004, p. 78), 
porque tanto o nome quanto o verbo têm intrínseca afinidade com o mundo 
do falante, seja sob o aspecto estático ou sob o dinâmico, em que o radical do 
nome faz referência a um ser, e o do verbo, a um “ponto de partida do processo 
que designa”. Assim, pode-se perceber que há entre o verbo e o nome derivado 
correlações semânticas, morfológicas e sintáticas. Morfológica porque ambas as 
T6
71Derivação e mudança de classe
palavras possuem a mesma base; semântica porque mantém relação de sentido; 
sintática porque se o verbo necessitar de um complemento, o substantivo também 
precisará, ou seja, também obedecerá a um requisito sintático. Leia o exemplo de 
Basílio (2011, p. 31):
Observe que o verbo declarar por ser transitivo direto exige como complemento 
um objeto direto. Consequentemente, o substantivo declaração exigirá um adjunto 
adnominal (do presidente), mesmo que esteja implícito na oração.
Outro exemplo de nominalização pode se verificar no enunciado abaixo: 
O prefeito nomeou todos os seus parentes para trabalharem em órgãos oficiais. 
A nomeação do secretariado seguiu o mesmo princípio, o do nepotismo.
O verbo nomear é transitivo direto e exige como complemento um objeto 
direto. Seu substantivo nomeação, por sua vez exigirá um complemento nominal 
(do secretariado). 
Dessa forma, você pode perceber que como o homem descobre, cria, inventa 
e produz, ele necessita nomear o mundo a sua volta. Para isso utiliza-se, muitas 
vezes, de palavras já existentes na língua para servir de base à formação de outra. 
Essa nomeação está ligada a todo esse mundo moderno. Seria interessante 
ter uma palavra distinta para cada noção semântica a ser nomeada, mas isso 
multiplicaria significativamente o número de palavras existentes no léxico, o que 
seria totalmente ineficaz do ponto de vista da comunicação.
O presidente da empresa mais poderosa do país declarou 
que não pouparia esforços e não descansaria enquanto não 
conseguisse derrubar o projeto em tramitação na Câmara 
sobre a limitação do uso de energia de caráter poluente. A 
declaração deixou os ambientalistas furiosos. 
ACOMPANHE NA WEB
Nominalização e valores referenciais 
Leia o artigo de Leticia Marcondes Rezende, intitulado Nominalização e valores 
referenciais. Nesse artigo a autora traz um estudo sobre as nominalizações em 
língua portuguesa e expõe algumas características relevantes dessa construção 
léxico-gramatical.
T6
72 Derivação e mudança de classe
Disponível em: <http://www.gel.org.br/estudoslinguisticos/
edicoesanteriores/4publica-estudos-2007/sistema06/25.PDF>. Acesso em: 12 abr. 
2014.
As nominalizações em sala de aula como marcas de não comprometimento do 
sujeito
Leia o texto da Profa. Dra. Maria Francisca Oliveira Santos, da Universidade Federal 
de Alagoas (UFAL), As nominalizações em sala de aula como marcas de não 
comprometimento do sujeito. Esse texto traz conceitos básicos sobre o processo 
de nominalização.
Disponível em: <http://www.gelne.ufc.br/revista_ano3_no1_19.pdf>. Acesso em: 
12 abr. 2014.
Língua Solta - Leda Medeiros - 03 (substantivos derivados de verbos)
Assista ao vídeo Língua Solta (substantivos derivados de verbos) com a Profa. Leda 
Medeiros. Nele há uma explicação detalhada sobre o processo de formação de 
palavras, principalmente de substantivos derivados de verbos.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=gVbix3n-rIM>. Acesso em: 12 
abr. 2014.
Tempo: 2’20’’.
Português - Aula 03 - Conceitos de Semântica
No vídeo “Português - Aula 03 - Conceitos de Semântica” o professor Fábio explica 
os conceitos de semântica e traz vários exemplos, assim você poderá entender 
melhor sobre os elementos constitutivos da semântica.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=zjaF7c49bcs>. Acesso em: 12 
abr. 2014.
Tempo: 14’29’’.
AGORA É A SUA VEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
T6
73Derivação e mudança de classe
Questão 1
Você acha que realmente seria interessante ter uma palavra distinta para cada 
noção semântica a ser nomeada ou você considera a economia vocabular mais 
funcional? Explique com palavras que mudaram de classe para atender a alguma 
motivação imposta pelo falante.
Questão 2
Assinale a única questão em que a derivação sufixal acrescentou uma noção 
pejorativa à palavra:
a) Alfabetização.
b) Folhagem.
c) Velhice.
d) Polpudo.
e) Borrachento.
Questão 3
Substitua as expressões destacadas por palavras formadas por sufixação, fazendo 
as adaptações necessárias:
a) Aqueles que mantêm esta entidade decidiram tomar providências que saneiem 
suas finanças.
b) É um candidato que não se pode eleger, pois suas ideias privilegiam aqueles que 
desrespeitam as leis.
c) Aqueles que conduzem o movimento de reivindicação devem lutar para que a 
floresta seja preservada.
Questão 4
Por que se utiliza o processo de nominalização? Por que ele é importante em um 
texto escrito?
Questão 5
Leia:
a) O carpinteiro furou a madeira.
b) O furo de reportagem ficou sem sentido na era da Internet.
T6
74 Derivação e mudança de classe
c) A senhora furou a fila.
d) Combinamos de sair ontem à noite, mas as meninas furaram.
Fora do contexto as palavras destacadas teriam o mesmo sentido? Explique a partir 
das frases.
T6
75Derivação e mudança de classe
Neste tema, você estudou sobre o processo de mudança de uma palavra de 
uma classe gramatical para outra classe. Você aprendeu que nem todas as palavras 
podem sofrer processo de derivação, somente àquelas pertencentes às categorias 
plenas. Também percebeu que, às vezes, a mudança de classe de uma palavra é 
necessária, pois há motivações que levam a esse processo.
FINALIZANDO
T6
76 Derivação e mudança de classe
T6
77Derivação e mudança de classe
ALI, Manuel Said. Meios de expressão e alterações semânticas. Rio de Janeiro, 
Fundação Getúlio Vargas, 1971.
BASÍLIO, Margarida. Formação e Classes de Palavras no Português do Brasil. São 
Paulo: Contexto,2011. PLT 617. 
CÂMARA Jr., Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Editora 
Vozes, 2004 [1970].
______. Dicionário de linguística e gramática. Petrópolis, 1986.
CARVALHO, José Herculano de. Teoria da linguagem. Coimbra: Atlântida, Tomo 
II, 1974.
GUIRAUD, Pierre. A semântica. São Paulo: Difusão européia do livro, 1972. 
NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática: História, teoria e análise, ensino. São 
Paulo: UNESP, 2002.
REFERÊNCIAS
GLOSSÁRIO
Conotação ou Conotativo: é o emprego de uma palavra tomada em um sentido 
incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre do contexto. Muitas vezes 
é um sentido poético, fazendo comparações, utilizando figuras de linguagens 
como a metáfora. Outras vezes diz respeito à multiplicidade de sentidos que uma 
palavra pode evocar.
Denotação: é o emprego de palavras no seu sentido próprio, comum, habitual, 
preciso, aquele que consta nos dicionários.
Palavras nocionais: são palavras lexicais, por carregarem em si o próprio significado, 
por exprimirem a noção das coisas por meio de uma significação externa, por 
possuírem imagem própria, independente de relações semânticas com outras 
coisas ou objetos.
Pejorativo: que exprime sentido desagradável ou de desaprovação; depreciativo, 
desfavorável, aviltante.
Semântica: é o estudo do significado; no caso das palavras, a semântica estuda 
T6
78 Derivação e mudança de classe
a significação das mesmas individualmente, aplicadas a um contexto e com 
influência de outras palavras. Conhecer o significado das palavras é importante, 
pois só assim o falante ou escritor será capaz de selecionar a palavra certa para 
construir a sua mensagem. Por esta razão, é importante conhecer fatos linguísticos 
como: sinônimos, antônimos, homônimos, parônimos, polissemia, denotação, 
conotação, figuras e vícios de linguagem.
Tema 7
Formação e flexão dos verbos
Os verbos geralmente são definidos como as palavras que exprimem ações, estados 
ou fenômenos da natureza, uma definição apenas semântica, que “não é suficiente, 
no entanto, já que ações, estados e fenômenos podem ser expressos por substantivos. 
Assim, temos que acrescentar a essa definição uma dimensão morfológica” (BASÍLIO, 
2010, p. 56). A definição do verbo pelo critério morfológico, portanto, é pertinente 
graças às suas particularidades flexionais, que permitem descrevê-lo “como palavra 
que apresenta as categorias de tempo, modo, aspecto e número/pessoa” (BASÍLIO, 
2010, p. 58).
A formação de verbos a partir de substantivos tem o objetivo de aproveitar a noção 
expressa por estes (substantivos) para designar a ação ou processo expressos por 
aqueles (verbos), o que você pode observar a partir do seguinte exemplo: 
A velha senhora colocou enfeites no cabelo.
A velha senhora enfeitou o cabelo.
O verbo “enfeitar” corresponde ao processo de “colocar enfeites”. Então, os 
verbos formados a partir de substantivos correspondem a processos verbais 
fundamentais relacionados aos substantivos dos quais derivam.
Na formação de verbos a partir de adjetivos, também o verbo incorpora a 
noção já existente no adjetivo que, em geral, denota propriedades, condições ou 
estados. Assim, os verbos formados a partir de adjetivos denotarão o processo 
de mudança em direção a esses estados, propriedades e condições. Entretanto, 
é preciso atentar-se para o fato de que geralmente os verbos formados a partir 
de adjetivos denotam mudanças de estado, e não necessariamente o estado do 
sujeito. Observe:
a) João é magro.
b) João emagreceu.
Notem que em “a” o adjetivo indica estado, qualidade ou característica de João. 
Em “b”, o verbo “emagrecer” denota que João emagreceu, entretanto não revela se 
POR DENTRO DO TEMA
T7
80 Formação e flexão dos verbos
João é realmente magro, e sim que ele passou de um estado a outro.
Se dos substantivos e dos adjetivos podem derivar verbos, fica evidente que 
o processo de formação de tais verbos será a partir da derivação. Os principais 
processos formadores de verbo são a derivação sufixal e a derivação parassintética. 
Na língua portuguesa há sempre a possibilidade de criação de novos vocábulos 
por meio de sufixos particularmente produtivos, como é o caso dos sufixos –
izar, -ar, -ear, -(i)ficar, entre outros, que anexados a um substantivo ou adjetivo 
transforma-os em verbos:
jardim → jardinar
claro → clarear
tranquilo → tranquilizar
economia → economizar
falso → falsificar
Esse mecanismo, embora repleto de irregularidades morfolexicais, acaba 
servindo de “modelo” para a estruturação de novos vocábulos e fornece um meio 
permanente na língua para a ampliação do léxico. Pode-se afirmar que esse é um 
recurso de economia de que a língua se serve. 
Na derivação parassintética, as estruturas mais produtivas e frequentes 
correspondem às sequências:
en-Adjetivo-ecer → endurecer 
en-Substantivo/Adjetivo-ar → encurvar
a-Substantivo/Adjetivo-ar → acinzentar
a-Substantivo/Adjetivo-ecer → anoitecer 
A derivação parassintética é um processo eficiente, porém não contribui de 
forma significativa para a criação de verbos no português atual, já que a maioria das 
palavras formadas por parassíntese já estão no léxico há muito tempo.
O verbo é a classe de palavras com a maior riqueza de flexões na língua 
portuguesa. Um único verbo flexiona-se em:
a) Formas nominais: infinitivo, gerúndio, particípio.
b) Modos: indicativo, subjuntivo e imperativo (afirmativo e negativo).
c) Tempos do indicativo: presente; pretérito perfeito; pretérito imperfeito; 
T7
81Formação e flexão dos verbos
pretérito mais-que-perfeito; futuro do presente; futuro do pretérito; pretérito 
perfeito composto; pretérito mais-que-perfeito composto; futuro do presente 
composto; futuro do pretérito composto.
d) Tempos do subjuntivo: presente; pretérito imperfeito; futuro; pretérito 
perfeito composto; pretérito mais-que-perfeito composto; futuro composto.
e) Pessoas: 1ª pessoa do singular, 2ª pessoa do singular, 3ª pessoa do singular, 
1ª pessoa do plural, 2ª pessoa do plural, 3ª pessoa do plural.
Entretanto, alguns verbos são defectivos, ou seja, não possuem determinadas 
pessoas e, consequentemente, determinados tempos verbais, como o verbo 
falir, que possui, no presente do indicativo, apenas a primeira e a segunda pessoa 
do plural (nós falimos, vós falis). Em decorrência disso, para esse verbo não há 
o presente do subjuntivo, e no imperativo afirmativo há a presença somente da 
segunda pessoa do plural (fali vós) e nenhuma forma do imperativo negativo. 
Por outro lado, alguns verbos possuem duas formas de particípio: regular e 
irregular, tal como o verbo imprimir, por exemplo, que admite as formas impresso 
e imprimido. Isso acontece porque o verbo na forma nominal particípio assume 
o valor de adjetivo e “a adjetivação do verbo na forma participial é tão completa 
que esse assume as marcas mórficas típicas da classe nominal (gênero e número)” 
(BIDERMAN, 2001, p. 254). Essa informação não é veiculada pelos livros didáticos, 
gerando, com isso, a incompreensão dos alunos em relação à análise de certas 
palavras, que tanto podem ser adjetivos quanto verbos no particípio. E essa dúvida 
só pode ser sanada a partir da análise sintática e semântica, pois a palavra isolada, 
fora do contexto, não fornece subsídios para a classificação. Em decorrência dessa 
aproximação entre verbo e adjetivo é que Platão e Aristóteles haviam considerado 
os adjetivos como uma subclasse do verbo, pois ambos estão para a predicação 
assim como o substantivo está para o sujeito da predicação.
Em outras palavras o verbo corresponde à classe de palavras flexionada em 
pessoa, número, tempo, modo e voz. Pode representar, entre outros processos: 
ação (falar); estado (permanecer); fenômeno (chover); desejo (querer), ocorrência 
(nascer). O verbo é caracterizado por suas flexões, e não por seus possíveis 
significados. 
Estrutura das Formas Verbais
Em relação à estrutura, uma forma verbal pode trazer os seguintes elementos:
a) Radical: éa parte que não varia e que expressa a essência do significado do 
verbo. Ex: Am-ei; Am-ava; Am-am. (radical Am-)
b) Tema: é representado pelo radical seguido da vogal temática, a qual indica a 
conjugação da qual o verbo faz parte. Ex: ama-r
T7
82 Formação e flexão dos verbos
Existem três conjugações:
1ª - Vogal Temática - A - (amar)
2ª - Vogal Temática - E - (perder)
3ª - Vogal Temática - I - (sorrir)
c) Desinência modo-temporal: indica o tempo e o modo do verbo. 
Ex: amávamos (-va- indica o pretérito imperfeito do indicativo)
Amasse (-sse- indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
d) Desinência número-pessoal: indica a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o 
número (singular ou plural).
Veja nos exemplos seguintes:
• amamos (indica a 1ª pessoa do plural).
• amavam (indica a 3ª pessoa do plural).
É importante lembrar que o verbo pôr e seus derivados (contrapor, dispor, 
compor, depor etc.) se enquadram na 2ª conjugação, já que a sua forma arcaica 
era poer. A vogal “e”, embora tenha desaparecido do infinitivo, se manifesta em 
algumas formas do mencionado verbo, por exemplo: “põe”, “pões”, “põem”, entre 
outras.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
Ao combinar os conhecimentos a respeito da estrutura dos verbos e o conceito 
de acentuação tônica, é possível verificar facilmente que, nas formas rizotônicas, 
o acento tônico ocorre no radical do verbo: termino, prendam, parto. Nas 
formas arrizotônicas, por sua vez, o acento tônico ocorre não no radical, mas na 
terminação verbal: terminei, prenderão, partiríamos.
ACOMPANHE NA WEB
O verbo e a ordenação referencial 
Leia o artigo “O verbo e a ordenação referencial de situações em diferentes tipos 
de situações em diferentes tipos de textos”, escrito pelo professor Luiz Carlos 
Travaglia, no qual há a proposição de uma determinada ordenação referencial 
T7
83Formação e flexão dos verbos
de situações expressas pelo verbo (ações, fatos, fenômenos, estados) aplicável a 
diferentes tipos textuais.
Link para acesso: <http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/806.pdf>. Acesso em 01 
de julho de 2014.
Só Português 
Acesse o conjugador de verbos do site Só Português e pesquise qualquer verbo 
da língua portuguesa. Trata-se de uma ferramenta eficiente para auxiliá-lo em suas 
dúvidas em relação a verbos.
Link para acesso: <http://www.conjugador.com.br/>. Acesso em 01 de julho de 
2014. 
Os adjetivos participiais no português
Leia o artigo de Maria José Foltran e Gisele Crisóstomo, intitulado “Os adjetivos 
participiais no português”. Nesse texto, as autoras realizam um estudo comparativo 
entre as ocorrências dos adjetivos participiais, derivados de verbos que pertencem 
a subcategorias distintas.
Link para acesso: <http://www.celsul.org.br/Encontros/05/pdf/137.pdf>. Acesso 
em 01 de julho de 2014. 
Eureka
Assista aos vídeos 1 e 2 sobre Verbos, do programa Eureka, da TV Educativa.
Link vídeo 1: <http://www.youtube.com/watch?v=-GL_hO0TolY>. Acesso em 01 
de julho de 2014. 
Link vídeo 2: <http://www.youtube.com/watch?v=O1-0Q2Ax3x8>. Acesso em 01 
de julho de 2014. 
Tempo: 10:31 / 10:13
AGORA É A SUA VEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
T7
84 Formação e flexão dos verbos
Questão 1
“Verbos defectivos são aqueles que possuem conjugação incompleta, ou seja, não 
se conjugam em todos os modos, tempos e pessoas. Podem ser conjugados apenas 
nas formas arrizotônicas, ou melhor, nas formas cuja vogal tônica permanece fora 
do radical” (VILARINHO, 2013). Quais motivos podem explicar a ocorrência de 
verbos defectivos na língua portuguesa?
Questão 2
Coloque S para verbos formados por sufixação e P para verbos formados por 
parassíntese:
( ) afugentar ( ) telefonar ( ) rejuvenescer
( ) golpear ( ) engarrafar ( ) adocicar
Questão 3
Assinale a única alternativa em que todos os verbos foram formados a partir de 
adjetivos:
a) Enraizar, amaldiçoar, ajoelhar.
b) Esfriar, engordar, empobrecer.
c) Emagrecer, anoitecer, amanhecer.
d) Ensaboar, apimentar, temperar.
e) Enxergar, enfeitar, adoecer.
Questão 4
A partir dos estudos que você já realizou sobre verbos, explique o que indica cada 
modo verbal.
Questão 5
Se os adjetivos denotam propriedades, condições ou estados, o que denotarão os 
verbos formados a partir de adjetivos?
T7
85Formação e flexão dos verbos
Você estudou neste tema a formação de verbos a partir de substantivos e 
adjetivos e provavelmente percebeu que, ao formar verbos, tomam-se emprestadas 
as propriedades das categorias das palavras que lhes serviram de base. Para formar 
verbos a partir de substantivos e adjetivos, utiliza-se o processo de derivação sufixal 
e derivação parassintética. Este estudo sobre verbos é de extrema importância, 
já que o eles representam a classe de palavras mais rica em flexões da língua 
portuguesa. E você pode relembrar, aqui, algumas características flexionais dos 
verbos.
FINALIZANDO
T7
86 Formação e flexão dos verbos
T7
87Formação e flexão dos verbos
ALI, Manuel Said. Meios de expressão e alterações semânticas. Rio de Janeiro: 
Fundação Getúlio Vargas, 1971.
BASÍLIO, Margarida. Teoria lexical. 8. ed. São Paulo: Ática, 2010.
BIDERMAN, Maria Tereza Camargo. Teoria Linguística: Teoria lexical e linguística 
computacional. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
CÂMARA JR., Joaquim Mattoso. Dicionário de linguística e gramática. Petrópolis, 
1986.
________. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Vozes, 2004 [1970].
CUNHA, Celso; CINTRA, Luis F. Lindley. Nova gramática do português 
contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. 
FARACO, Carlos; MOURA, Francisco Marto; MARUXO, José Hamilton. Gramática. 
São Paulo: Ática, 2006.
FOLTRAN, Maria José; CRISÓSTIMO, Gisele. Os adjetivos participiais no português. 
5º ENCONTRO DO CELSUL, Curitiba, Anais..., p. 980-987, 2003. Disponível em: 
<http://www.celsul.org.br/Encontros/05/pdf/137.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2014.
QI EDUCAÇÃO. Infinitivo, gerúndio e particípio. 2011. Disponível em: <http://www.
qieducacao.com/2011/06/infinitivo-gerundio-e-participio.html>. Acesso em: 10 
jul. 2014.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. O verbo e a ordenação referencial de situações em 
diferentes tipos de textos. Rev. Fac. Letras, Anexo VI, Porto, p. 225-239, 1994. 
Disponível em: <http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/806.pdf>. Acesso em: 11 
jul. 2014.
TV PAULO FREIRE. Verbos (1 de 2). Programa Eureka,Vídeo. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=-GL_hO0TolY>. Acesso em: 11 jul. 2014.
________. Verbos 2 de 2). Programa Eureka,Vídeo. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=O1-0Q2Ax3x8>. Acesso em: 11 jul. 2014.
VILARINHO, Sabrina. Verbos defectivos. Mundo Educação, 2013. Disponível em: 
<http://www.mundoeducacao.com/gramatica/verbos-defectivos.htm>. Acesso 
em: 11 jul. 2014.
REFERÊNCIAS
T7
88 Formação e flexão dos verbos
Formas rizotônicas e arrizotônicas: as formas rizotônicas são as estruturas verbais 
que trazem a sílaba tônica dentro do radical (raiz), como, por exemplo, em “canto”. 
Formas arrizotônicas são estruturas verbais que carregam a sílaba tônica fora do 
radical (raiz), como em “partirás”.
Gerúndio: é uma das formas nominais do verbo e indica uma ação em andamento, 
um processo verbal ainda não finalizado, desempenhando funções que podem se 
assemelhar às do advérbio ou às do adjetivo. É conhecido por sua terminação –
ndo (correndo, estudando).
Infinitivo: é uma das formas nominais do verbo e “indica a ação propriamente dita, 
sem situá-la no tempo, aproximando-se da função substantiva (é o infinitivo que 
“dá nome” à ação, e é por isso que, no dicionário, é [usada a forma infinitiva para 
localizar os verbos]). [...] O infinitivo pode ser pessoal ou impessoal. O infinitivo 
impessoal é aquele que se constrói sem sujeito, ouseja, que não se refere a uma 
pessoa gramatical. Trata-se dos verbos no seu estado puro, sem flexões, tais como 
estão nos dicionários. Ex.: comer, beber, cantar, sorrir, cair. O infinitivo pessoal, ao 
contrário, é aquele que possui sujeito próprio e, por isso, pode ser flexionado. Nos 
verbos regulares, a terminação do infinitivo pessoal é idêntica à terminação do 
Futuro do Subjuntivo” (QI EDUCAÇÃO, 2011, s.p.). 
Particípio: é uma das formas nominais do verbo que indica uma ação já realizada, 
finalizada, apresentando o resultado de um processo verbal. O particípio pode 
acumular as características de verbo e adjetivo (amado, por exemplo).
Verbos defectivos: recebem esse nome por possuírem conjugação incompleta, 
não sendo conjugados em todos os modos tempos e pessoas. Geralmente são 
conjugados apenas nas formas arrizotônicas.
GLOSSÁRIO
Tema 8
Formação e flexão dos 
substantivos
Leia a seguir um trecho do texto “A arte de viver bem” para iniciar seu estudo sobre 
o substantivo:
POR DENTRO DO TEMA
Começam a soar os atabaques e o berimbau. A roda de capoeira vai se formando. Jonas, 29 anos, que 
tem paralisia cerebral, se aproxima. Os médicos lhe haviam dito que jamais moveria as pernas. Mas 
não é isso que se vê. Ele desce da cadeira de rodas e começa a gingar o corpo apoiado na cabeça, 
enquanto move as pernas aplicando e se esquivando de golpes. Depois de alguns rodopios, Jonas 
volta para sua cadeira, apanha o atabaque e marca o ritmo para os companheiros. Os quatro anos de 
capoeira lhe permitiram superar limites. “A capoeira deixa meu corpo mais ágil e leve”, afirma. Depois 
de Jonas, é a vez de Dalton, 18 anos, entrar na roda. Com movimentos suaves e precisos, parece um 
capoeirista como qualquer outro. Mas Dalton é um aluno especial. Ele tem síndrome de Down. 
Elementos simples como música, ritmo e movimento, cores e texturas são ferramentas valiosas na 
recuperação de deficientes físicos e mentais. A arte estimula regiões do cérebro que outras técnicas 
não conseguem alcançar, tem o poderoso dom de elevar a autoestima do portador de deficiência e 
ainda favorece sua integração com outras pessoas. O envolvimento que geralmente ocorre entre o 
paciente e a atividade artística promove também um tratamento em geral mais duradouro, porque o 
deficiente não encara as sessões como obrigação ou sofrimento e sim com um prazer. Resultado: o 
desenvolvimento é mais rápido. 
Fonte: Liano Jr. (2001, p. 79).
Agora você pode observar alguns grupos de palavras extraídas do texto lido:
1- Nomes de objetos, coisas, seres do mundo real: atabaques, berimbau, cabeça, 
pernas.
2- Nomes de pessoas: Jonas, Dalton.
3- Nomes de profissões: médicos, capoeirista.
4- Nomes de estados e características: paralisia, deficiência, dom.
5- Nomes de ações: rodopios, movimentos, recuperação, golpe.
T8
90 Formação e flexão dos substantivos
6- Nomes de sentimentos: sofrimento, prazer.
Essas palavras são classificadas como substantivos. Nesse sentido, pode-se 
considerar que o substantivo é definido semanticamente como a palavra que designa 
seres ou entidades; sintaticamente ele constitui o núcleo de estruturas nominais, como 
o sujeito, os objetos direto e indireto e o agente da passiva, assim como expressões 
regidas de preposição; morfologicamente, a formação de um substantivo sempre 
corresponde à formação de uma palavra que apresenta as categorias de gênero e 
número, a qual determina a concordância de seus modificadores e determinantes 
(artigo, adjetivos e pronomes). Dessa forma, para uma definição completa do 
substantivo, é necessário dar atenção para esses três critérios.
Os substantivos, na língua portuguesa, podem se formar a partir de verbos e a partir 
de adjetivos. Primeiramente, é necessário observar que há várias motivações para 
formar palavras a partir de outra que já exista mas que tenha classe gramatical distinta: 
motivação semântica ou denotativa, motivação gramatical ou motivação textual. 
A motivação semântica é responsável pela formação de substantivos a partir de 
verbos, por exemplo, para denotar o significado verbal de uma entidade ou conceito 
em si, fora da situação de predicação, como se pode observar em:
a) Não aprecio lutas.
b) Não faças promessas.
Em “a” a palavra “lutas” se refere tão somente à noção verbal em si, genericamente, 
sem nenhuma especificação ou sujeito envolvido. Em “b” a referência é feita apenas 
ao ato genérico de prometer sem qualquer contexto particular.
Na mudança de um verbo para um substantivo ocorre o processo de 
desverbalização, posto que categorias como tempo, modo, número, pessoa e 
transitividade são propriedades fundamentais dos verbos, e não dos substantivos. 
Então, a mudança de classe de verbo para substantivo desfaz a obrigatoriedade de 
especificar tais categorias. Por outro lado, essa nova palavra passará a ser regida pelos 
mecanismos de flexão próprios dos substantivos. 
A formação de substantivos a partir de verbos pode ser feita pelo processo de 
derivação sufixal ou regressiva. A derivação regressiva é um processo efetivamente 
produtivo na obtenção de substantivo a partir de verbos da primeira e da segunda 
conjugações. Esses substantivos são chamados de deverbais e indicam, segundo as 
gramáticas tradicionais, o nome de uma ação. Para diferenciar realmente a palavra 
primitiva da derivada, parte-se do pressuposto de que os substantivos deverbais são 
nomes de ação e então se encontra o processo inverso, ou seja, quando há a formação 
de verbos a partir de substantivos, o que não configura derivação regressiva mas sim 
sufixal. Assim, no par vender/venda é possível perceber derivação regressiva, pois o 
T8
91Formação e flexão dos substantivos
substantivo venda é o nome de uma ação; no par planta/plantar ocorre o inverso, o 
verbo não derivou o substantivo, porque planta não é nome de ação.
Entretanto, há um problema de ordem semântica, já que é difícil descobrir se o 
substantivo é que deriva do verbo ou o verbo do substantivo. Basílio (2010) discorda 
da proposta de distinção mencionada nas gramáticas normativas, argumentando 
que, quando o substantivo não é de ação, ou seja, “quando o significado é um objeto 
concreto ou substância, o substantivo então é básico e não há derivação regressiva, 
como, por exemplo, em água e perfume em relação a aguar e perfumar” (BASÍLIO, 
2010, p. 45-46).
Muitas vezes o substantivo não indica ação nem é um objeto concreto ou 
substância, e essa variabilidade dificulta a análise da palavra, como é o caso dos 
substantivos “atraso” e “demora”. O processo de derivação regressiva é complexo, por 
isso é necessária uma análise baseada na relação sintático-semântica entre as partes 
envolvidas. Muitas vezes, para identificar um processo de regressão, são necessárias 
pesquisas das raízes linguísticas da palavra, já que a análise sincrônica, mesmo profícua, 
não é suficiente para detectar o tipo de derivação presente em um item lexical.
A formação de substantivos a partir de adjetivos é feita pelo processo de derivação 
sufixal e ancora-se em uma motivação semântica básica: quando se quer fazer referência 
a uma propriedade ou qualidade qualquer, em abstrato, precisa-se do significado de 
um adjetivo, que então é transformado em substantivo (legível/legibilidade). Também 
se formam substantivos a partir de adjetivos quando é preciso utilizar a qualidade 
referida a uma pessoa (bom/bondoso). Ainda, os substantivos derivados de adjetivos 
podem indicar não uma qualidade, mas seres ou entidades que se caracterizam por 
essa qualidade (o homem é mal/ a maldade do ser humano).
Os substantivos flexionam-se em gênero e número. Quanto ao gênero, podem 
ser classificados em masculinos e femininos, marcado pelas desinências “o” e “a” 
respectivamente. No entanto, nem todos os substantivos masculinos terminam em 
“o” (telefonema, líder) e nem todos os substantivos femininos terminam em “a” (paixão, 
mulher).
Há ainda a distinção entre os substantivos uniformes, que são aqueles que possuemuma única forma para os dois gêneros (criança), e os biformes, que apresentam duas 
formas, uma para o masculino e outra para o feminino (menino, menina).
Quanto ao número, os substantivos podem ser flexionados em singular ou plural. 
O indicativo de um substantivo no plural é a terminação “s”. Dessa forma, você pôde 
perceber que a flexão de gênero e número, a princípio, corresponde a dois processos 
simples, entretanto, nem todos os substantivos da língua obedecem a essas regras, e 
assim as gramáticas trazem listas de exceções e particularidades, que dependem de 
diversos fatores de ordem morfológica. 
T8
92 Formação e flexão dos substantivos
Portal São Francisco 
Acesse o site do Portal São Francisco e leia tudo sobre a flexão de gênero do 
substantivo. Dessa forma, você poderá entender melhor a respeito dessa classe de 
palavra e de suas principais características.
Link para acesso: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/morfologia/flexao-dos-
substantivos-em-genero-2.php>. Acesso em 01 de julho de 2014.
A flexão nominal em Mattoso Câmara e outras análises
Leia o artigo de Geraldo Cintra, intitulado “A flexão nominal em Mattoso Câmara 
e outras análises”. Nesse artigo, o autor analisa a abordagem do linguista Joaquim 
Mattoso Câmara Jr. para a flexão nominal em português, destacando a questão do 
substantivo.
Link para acesso: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
44502004000300008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 01 de julho de 2014. 
Nossa Língua Portuguesa
Saiba mais sobre substantivos formados a partir de adjetivos. Acesse o vídeo do 
programa Nossa Língua Portuguesa.
Link: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me001020.mp4>. 
Acesso em 01 de julho de 2014. 
Tempo: 27:00
Substantivo
Assista ao vídeo da música “Substantivo”, da banda Sujeito Simples, e aprenda um 
pouco mais sobre substantivo.
Link: <http://www.youtube.com/watch?v=GYOtVWCSCiM>. Acesso em 01 de 
julho de 2014. 
Tempo: 2:22
ACOMPANHE NA WEB
T8
93Formação e flexão dos substantivos
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
O substantivo deve ser definido de acordo com os critérios semânticos, sintáticos 
e morfológicos. Sendo assim, cada critério abrange uma área de estudo. Quais são 
as competências de cada área no estudo do substantivo?
Questão 2
Assinale a única alternativa em que todos os substantivos foram formados pelo 
processo de derivação regressiva:
a) Agito; caixa; cobrador.
b) Badalo; sufoco; luta.
c) Vencedor; legibilidade; honestidade.
d) Computador; sobrevivente; crítica.
e) Grito; madrugada; produtividade.
Questão 3
Coloque V para os substantivos formados a partir de verbos e A para os substantivos 
formados a partir de adjetivos:
( ) maldade ( ) administrador ( ) venda 
( ) honestidade ( ) toque ( ) declaração
Questão 4
Por que os linguistas afirmam que muitas vezes não há como classificar um 
substantivo como deverbal?
Questão 5
Como se classificam os substantivos em relação ao gênero?
AGORA É A SUA VEZ
T8
94 Formação e flexão dos substantivos
T8
95Formação e flexão dos substantivos
Você aprendeu, neste tema, um pouco mais sobre os substantivos e a motivação 
para formá-los a partir de verbos e adjetivos. Também pôde observar que a derivação 
regressiva é um assunto complexo, pois nem sempre é possível classificar um 
substantivo como deverbal, em razão da dificuldade em descobrir se o substantivo é 
que derivou do verbo ou vice-versa. 
FINALIZANDO
T8
96 Formação e flexão dos substantivos
T8
97Formação e flexão dos substantivos
ALI, Manuel Said. Meios de expressão e alterações semânticas. Rio de Janeiro: 
Fundação Getúlio Vargas, 1971.
BANDA SUJEITO SIMPLES. Substantivo. Ó TV, 2011. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=GYOtVWCSCiM>. Acesso em: 11 jul. 2014.
BASÍLIO, Margarida. Teoria lexical. 8. ed. São Paulo: Ática, 2010.
BIDERMAN, Maria Tereza Camargo. Teoria Linguística: Teoria lexical e linguística 
computacional. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
CÂMARA Jr., Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Vozes, 
2004 [1970].
CINTRA, Geraldo. A flexão nominal em Mattoso Câmara e outras análises. Delta, 
São Paulo, v. 20, n. spe, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502004000300008&lng=pt&nrm=iso>. 
Acesso em: 11 jul. 2014. 
CUNHA, Celso; CINTRA, Luis F. Lindley. Nova gramática do português 
contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
DUBOIS, Jean et al. Dicionário de Linguística. São Paulo: Cultrix, 1978.
FARACO, Carlos; MOURA, Francisco Marto; MARUXO, José Hamilton. Gramática. 
São Paulo: Ática, 2006.
LIANO JR., Nelson. A arte de viver bem. Superinteressante, ago. 2001. Disponível 
em: <http://super.abril.com.br/ciencia/arte-viver-bem-460808.shtml>. Acesso 
em: 11 jul. 2014.
PORTAL SÃO FRANCISCO. Flexão do substantivo em gênero. Disponível em: 
<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/morfologia/flexao-dos-substantivos-
em-genero-2.php>. Acesso em: 11 jul. 2014.
PROGRAMA NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA. Entrevista com Ugo Giorgetti. 
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me001020.
mp4>. Acesso em: 11 jul. 2014.
REFERÊNCIAS
T8
98 Formação e flexão dos substantivos
Deverbal: dá-se o nome de deverbal a substantivos derivados a partir de verbos, pela 
eliminação da desinência verbal e pelo acréscimo de vogais temáticas nominais (-a, -e, 
-o) ao radical verbal, como em luta, abalo e outros.
Profícua: que se consegue tirar proveito; que alcança o resultado esperado; lucrativo 
ou frutífero; que tende a ser rentável; que possui êxito; rendoso (etimologia: do latim 
proficuus.a.um).
Sincronia: é o estudo das relações entre termos coexistentes de um estado de 
língua. Tudo o que se relaciona com o aspecto estático da ciência é sincrônico. 
A língua, pela análise sincrônica, pode ser considerada um sistema que funciona 
num determinado momento do tempo. A diacronia, por sua vez, é a descrição de 
uma língua ao longo da história, com as mudanças que sofreu. A diacronia estuda 
as relações entre os termos que se substituem, por sucessão, ao longo do tempo; 
refere-se, portanto, à evolução da língua. 
Substantivo concreto: é um substantivo que se refere a algo que se pode tocar 
ou imaginar, ou seja, conferir-lhe uma imagem comum a todos. Já os substantivos 
abstratos referem-se a algo imaginário, sentimental, que não pode ser tocado 
nem se pode formar uma imagem representativa. É aquele que designa seres 
que dependem de outros para se manifestarem ou existirem (por exemplo, 
honestidade). Assim os substantivos abstratos designam estados, qualidades, 
ações e sentimentos dos seres dos quais podem ser abstraídos, e sem os quais não 
podem existir. Também designa prática de ações verbais (luta, por exemplo). Por 
sua essência, a maioria dos substantivos abstratos é derivada de adjetivos e verbos.
GLOSSÁRIO
Tema 9
Formação e flexão dos 
adjetivos
Observe as palavras destacadas no poema e perceba que elas referem-se aos 
substantivos caracterizando-os. 
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje, 
assim calmo, assim triste, assim magro, 
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força, 
tão paradas e frias e mortas; 
eu não tinha este coração que nem se mostra. 
Eu não dei por esta mudança, 
tão simples, tão certa, tão fácil: 
Em que espelho ficou perdida a minha face?
Fonte: Meireles (1958, p. 10). 
Pode-se afirmar que o adjetivo é definido semanticamente como uma palavra 
variável que caracteriza o substantivo e que, assim, morfologicamente, concorda 
com o substantivo em gênero e número. Sintaticamente, o adjetivo pertence 
às estruturas nominais caracterizando o sujeito ou os complementos. E, assim 
como o substantivoe o verbo, o adjetivo pode ser formado a partir de outra 
classe gramatical de palavras. Há a formação de adjetivos a partir de substantivos 
e a formação de adjetivos a partir de verbos. A formação de adjetivos a partir de 
substantivos visa formar predicadores ou elementos de atribuição de qualidades 
e propriedades a substantivos, acompanhando-os como qualquer outro adjetivo.
POR DENTRO DO TEMA
T9
100 Formação e flexão dos adjetivos
Os adjetivos formados a partir de substantivos podem exercer uma função 
denotativa ou predicativa. Na função denotativa, o adjetivo acrescenta uma 
propriedade semântica às propriedades do substantivo, como no exemplo “A 
indústria cultural mostrou sinais de recuperação”. A partir do substantivo “cultura” 
formou-se o adjetivo “cultural”, usado para atribuir à indústria a propriedade de 
produzir bens relativos à cultura.
Na função predicativa, o adjetivo atribui uma qualidade ao objeto referido 
pelo substantivo, como em “Este negócio é vantajoso”. Nesse caso, o substantivo 
“vantagem” é a base para o adjetivo “vantajoso”, que tem a função de atribuir uma 
qualidade específica ao substantivo “negócio”.
A formação de adjetivos a partir de substantivos tem como objetivo utilizar nos 
primeiros a carga semântica desses últimos, ao passo que a formação de adjetivos 
a partir de verbos é feita para usar a noção verbal de evento ou de efeito - próprias 
do verbo - para que o adjetivo possa atribuir propriedades ao substantivo. Tanto o 
verbo quanto o adjetivo são predicadores, mas o primeiro denota eventos e relações 
representados no tempo enquanto o segundo denota qualidades e propriedades 
tidas como estáveis. Então, formar adjetivos a partir de verbos é eficaz para utilizar 
essa noção verbal de evento, como se pode observar em “a roupa desbotou” e “a 
roupa desbotada”.
A formação de adjetivos a partir de verbos pode ter, também, motivação 
gramatical. Isso acontece com o particípio passado para a formação da voz passiva 
que pode formar adjetivos deverbais. Entretanto, há muitos adjetivos deverbais 
terminados em –do, independentemente dessa motivação gramatical, já que eles 
não correspondem a particípios passados. Veja alguns exemplos: 
a) A árvore foi cortada pelo lenhador.
b) O lenhador é atrevido.
Em “a” há a presença de voz passiva e a expressão “foi cortada” corresponde 
a um particípio passado. Já em “b” o adjetivo “atrevido”, mesmo sendo particípio 
do verbo “atrever-se”, não corresponde à voz passiva, porque esse verbo, por ser 
pronominal, não tem voz passiva.
Você deve se lembrar, ainda, de que o verbo na forma nominal particípio, ao 
assumir o valor de adjetivo, assume também as flexões típicas do adjetivo, como 
gênero e número. Por isso, muitas vezes é bastante tênue a linha que separa um 
verbo particípio e um adjetivo terminado em –do.
Geralmente, formam-se adjetivos pelo processo de derivação sufixal. Os 
sufixos derivacionais que mudam a classe da palavra são denominados de “sufixos 
categoriais”, que podem ser significativos e não significativos. Os sufixos categoriais 
T9
101Formação e flexão dos adjetivos
significativos acrescentam à base um significado complementar (conquistar–
conquistador); os sufixos categoriais não significativos são desprovidos de valor 
semântico (teatro – teatral), por isso são apenas funcionais. Assim, o sufixo pode 
ou não acrescentar um novo valor à base ou ainda agregar-lhe um significado 
complementar.
O adjetivo, por pertencer à categoria dos nomes e por concordar com o 
substantivo, flexiona-se como o substantivo em gênero (feminino/masculino) e 
número (singular/plural). E, como os substantivos, classificam-se em biformes e 
uniformes. Os biformes possuem duas formas, uma para o masculino e uma para o 
feminino (bonito/bonita). Os uniformes só têm uma forma tanto para os femininos 
quanto para os masculinos (homem alegre / mulher alegre).
Em relação ao gênero, se for composto e biforme, o adjetivo flexiona no 
feminino somente o último elemento (homem norte-americano / mulher norte-
americana). Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino 
(conflito político-social / decisão político-social).
Quanto ao número, os adjetivos simples geralmente concordam com os 
substantivos a que eles se referem (menino estudioso / meninos estudiosos). 
Entretanto, os adjetivos compostos obedecem a algumas regras específicas:
a) Somente o último elemento é flexionado: olhos castanho-claros.
b) Nenhum elemento é flexionado: camisas azul-celeste; ternos azul-marinho.
c) Os dois elementos variam: meninos surdos-mudos; garotas surdas-mudas.
d) Quando o segundo elemento representar um substantivo, também o adjetivo 
composto fica invariável: blusas amarelo-limão; vestidos verde-oliva.
ACOMPANHE NA WEB
Formas nominais portuguesas e conexões com o latim
Leia o artigo “Formas nominais portuguesas e conexões com o latim”, de Márcio 
Luiz Moitinha Ribeiro. O texto traz algumas explicações a respeito das formas 
nominais do verbo, principalmente o particípio com a função adjetiva.
Disponível em: <http://www.filologia.org.br/xicnlf/2/05.htm>. Acesso em: 27 abril 
2014.
Sufixos Formadores de Adjetivos
T9
102 Formação e flexão dos adjetivos
Acesse o site Só Português e descubra os sufixos formadores de adjetivos e suas 
significações.
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf9.php>. 
Acesso em: 27 abril 2014. 
Os adjetivos em –VEL formados em português: estrutura argumental, estrutura 
temática e aspecto da base verbal
Leia o artigo “Os adjetivos em –VEL formados em português: estrutura argumental, 
estrutura temática e aspecto da base verbal”, escrito por Rita Valadas Pereira, João 
Paulo Silvestre e Alina Villalva. Nele você poderá intensificar o conhecimento sobre 
os adjetivos e suas peculiaridades.
Disponível em: <http://www.revel.inf.br/files/0c49b67bf8ef7a46e23ec3321d5eb8
7b.pdf>. Acesso em: 27 abril 2014.
Vídeo - Adjetivos
Assista ao vídeo sobre adjetivos produzido pelo Ministério da Educação e TV Escola, 
com o Prof. Pasquale.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=sxOjlx_NjIQ>. Acesso em: 27 
abril 2014. 
Duração do vídeo: 6:06.
Adjetivo – Aula 1 – O que é adjetivo
Acesse o vídeo do prof. Fábio, intitulado “Adjetivo – Aula 1 – O que é adjetivo”, no 
qual há uma explicação detalhada sobre a classe de palavras nomeada adjetivo.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=gf6XBsZ4-Xg>. Acesso em: 
27 abril 2014. 
Duração do vídeo: 12:04.
AGORA É A SUA VEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
T9
103Formação e flexão dos adjetivos
Questão 1
Os adjetivos formados a partir de substantivos podem exercer uma função 
denotativa ou predicativa. Explique cada uma das funções, exemplificando-as.
Questão 2
Complete as lacunas com a forma apropriada dos adjetivos entre parênteses.
a) Várias clínicas __________________ foram fechadas por irregularidades. 
(médico-cirúrgico)
b) Meninas _________________ são mais concentradas que meninos 
_____________________. (surdo-mudo)
c) Os documentos estão nas pastas _______________ e as notas fiscais estão nas 
pastas ____________________. (azul-marinho / azul-celeste)
d) A economia ___________________ fez com que as comunidades 
__________________ olhassem para a América. (latino-americano / franco-
germânico)
Questão 3
Coloque U para adjetivo uniforme e B para adjetivo biforme.
( ) frágil ( ) ativo ( ) ateu ( ) ruim 
Questão 4
Qual a principal motivação gramatical para a formação de adjetivos a partir de 
verbos?
Questão 5
Por que, muitas vezes, é bastante tênue a linha que separa um verbo particípio e 
um adjetivo terminado em –do?
T9
104 Formação e flexão dos adjetivos
T9
105Formação e flexão dos adjetivos
FINALIZANDO
Você observou com este estudo por que são formadosadjetivos a partir de 
verbos e substantivos e qual a relação que se estabelece entre a palavra primitiva e 
a derivada. Para a formação de adjetivos utiliza-se, geralmente, a derivação sufixal, 
que é o processo mais profícuo para a criação de novos itens lexicais adjetivos, pois 
cada sufixo incorporado acrescenta à base uma significação, modificando-a ou 
complementando-a. Ainda sobre os adjetivos, você percebeu como é importante 
saber sua classificação e como se operam as flexões de gênero e número, já que 
há algumas particularidades nesse aspecto morfológico.
T9
106 Formação e flexão dos adjetivos
T9
107Formação e flexão dos adjetivos
ALI, Manuel Said. Meios de expressão e alterações semânticas. Rio de Janeiro, 
Fundação Getúlio Vargas, 1971.
ALVES, Fábio. Adjetivo – Aula 1 – O que é adjetivo? Gramática em Vídeo, 2011. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=gf6XBsZ4-Xg>. Acesso em: 
11 jul. 2014.
BASÍLIO, Margarida. Teoria lexical. 8. ed. São Paulo: Ática, 2010.
BIDERMAN, Maria Tereza Camargo. Teoria linguística: Teoria lexical e linguística 
computacional. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
CÂMARA Jr., Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Editora 
Vozes, 2004 [1970].
CUNHA, Celso; CINTRA, Luis F. Lindley. Nova gramática do português 
contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. 
DUBOIS, Jean et al. Dicionário de Linguística. São Paulo: Cultrix, 1978.
MEIRELES, C. Obra poética. Volume 4. Biblioteca luso-brasileira:. Companhia J. 
Aguilar. Série brasileira, 1958.
FARACO, Carlos; MOURA, Francisco Marto; MARUXO, José Hamilton. Gramática. 
São Paulo: Ática, 2006.
PEREIRA, R. V.; SILVESTRE, J. P.; VILLALVA, A. Os adjetivos em –vel formados em 
português: estrutura argumental, estrutura temática e aspeto da base verbal. ReVEL, 
v. 11, n. 20, 2013. Disponível em: <http://www.revel.inf.br/files/0c49b67bf8ef7a46e
23ec3321d5eb87b.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2014.
RIBEIRO, Márcio L. Moitinha. Formas nominais portuguesas e conexões com o 
latim. XI Congresso de Nacional de Linguística e Filologia, Cadernos do CNLF, v. XI, 
n. 2, Livro dos Manuscritos, ago 2007. Disponível em: <http://www.filologia.org.br/
xicnlf/2/05.htm>. Acesso em: 11 jul. 2014.
ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 45. 
ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.
TV ESCOLA. Conceito e uso de adjetivos. Vídeo. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=sxOjlx_NjIQ>. Acesso em: 11 jul. 2014.
REFERÊNCIAS
T9
108 Formação e flexão dos adjetivos
Adjetivos deverbais: são adjetivos que derivam de verbos e que mantêm os traços 
e as noções típicas destes.
Função denotativa: na função denotativa, o adjetivo acrescenta uma propriedade 
semântica às propriedades do substantivo referido, de tal modo que o conjunto 
substantivo + adjetivo passa a ser um novo designador, como em “indústria 
cultural”, em que essa expressão designa algo distinto do que é designado por 
“indústria”.
Função predicativa: na função predicativa, o adjetivo atribui uma qualidade ao 
objeto referido pelo substantivo, estabelecendo, muitas vezes, um juízo de valor 
em relação ao substantivo, sem haver, no entanto, diferença de designação, como 
se pode observar em “indústria ultrapassada”.
Particípio: assim como o infinitivo e o gerúndio, é uma das chamadas formas 
nominais do verbo. É chamado assim por não apresentar nenhuma desinência 
modo-temporal ou número-pessoal. É uma forma mais ou menos fixa, usada para 
todas as pessoas, flexionando-se em gênero e número, e assemelhando-se mais 
com um adjetivo do que com uma forma verbal. Eis mais um motivo para ser 
chamado de forma nominal. A principal função do particípio é expressar uma ação 
concluída, terminada, e sua natureza verbal se manifesta nas locuções verbais, nos 
tempos compostos e em orações reduzidas. Porém, há muitos casos em que ele 
exerce a função de adjetivo, quando caracteriza substantivos, concordando com 
estes e incorporando as mesmas flexões do adjetivo.
Vozes verbais: há três vozes verbais: a ativa, a passiva e a reflexiva. Na voz ativa, 
o sujeito é o agente do processo verbal (O comerciante substituiu a máquina de 
refrigerantes); na voz passiva, o sujeito é o paciente do processo verbal (A máquina 
de refrigerantes foi substituída pelo comerciante); na voz reflexiva, o sujeito age 
sobre si mesmo, sendo ao mesmo tempo agente e paciente do processo verbal 
(O comerciante cortou-se).
GLOSSÁRIO
Tema 10
Práticas pedagógicas no 
ensino da morfologia
Por tradição, descrevem-se os advérbios como elementos que carregam a 
propriedade de modificar outros elementos com os quais formam unidades no 
enunciado. Essas descrições tradicionais apontam, essencialmente, que o advérbio pode 
ser um modificador do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio (KHANTACK, 2012). 
Você certamente se lembra dos advérbios e de sua definição segundo as 
gramáticas tradicionais: advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do 
verbo (a), do adjetivo (b) e do próprio advérbio (c). Entretanto, você observará que 
os advérbios terminados em –mente são modificadores não apenas dos verbos mas 
também dos enunciados (d), indicando, muitas vezes, um juízo de valor por parte do 
emissor da frase. 
a) Ele corre muito.
b) Ele estava muito arrasado.
c) Ele escreve muito mal. 
d) Você, hein? Sinceramente!
O advérbio sempre gerou polêmicas entre os gramáticos e os linguistas, 
tanto que nas primeiras classificações das palavras em classes, o advérbio ficou 
de fora, pois suas propriedades impediam que se enquadrasse nos lexemas 
(conjunto inacabado e aberto de palavras, denominadas plenas) ou nos gramemas 
(conjunto finito e acabado de palavras, denominadas instrumentos gramaticais). 
Essa controvérsia em relação ao advérbio é coerente, pois a maioria deles 
pertence à classe fechada de palavras; somente os advérbios terminados em –
mente (calmamente, silenciosamente) pertencem à classe aberta de palavras, 
por admitirem novos membros formados a partir de adjetivos pelo processo de 
sufixação. Assim, ao contrário do que acontece com outras classes, advérbios são 
formados a partir de adjetivos, e não é possível formar palavras de nenhuma outra 
classe a partir de advérbios.
POR DENTRO DO TEMA
T10
110 Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
A formação de advérbios a partir de adjetivos deve-se tanto à motivação 
gramatical quanto à motivação semântica. Do ponto de vista semântico, a 
formação de advérbios a partir de adjetivos é utilizada para o aproveitamento das 
propriedades denotativas do adjetivo nos advérbios, para que estes modifiquem os 
verbos. Do ponto de vista gramatical, usam-se os advérbios derivados de adjetivos 
em situações em que a estrutura da língua não comporta a utilização de um 
adjetivo, mas exige a carga semântica que este carrega. Observe:
a) Ele andou, rápido. 
b) Ele andou rapidamente.
Em “a” o adjetivo “rápido” refere-se ao sujeito, e a construção da frase está 
incoerente do ponto de vista gramatical, pois a estrutura frasal deve ser “Ele é 
rápido”. Em “b” o advérbio “rapidamente” refere-se ao verbo, e gramaticalmente 
o enunciado está coerente e bem construído, e adjetivo e advérbio carregam a 
mesma carga semântica.
Alguns advérbios são formados a partir dos adjetivos pelo processo de 
conversão, sem nenhum tipo de processo morfológico de derivação associado, 
apenas a mudança de classe gramatical, ou seja, a mesma palavra utilizada ora 
como adjetivo, ora como advérbio. A diferença será notada apenas na função 
determinante que pode recair sobre o substantivo ou sobre o verbo, como se 
pode observar em:
a) O menino desafinado cantou.
b) O menino cantou desafinado.
Em “a” a palavra “desafinado” atribui uma característica ao sujeito, ou seja, 
ao substantivo “menino”, portanto ela é adjetivo. Em “b” a palavra “desafinado” 
modifica o verbo “cantar”, então ela é advérbio. Diante do exposto, pode-se 
perceber que os advérbios diferem do adjetivo em forma, posiçãoe função. Esse 
tipo de conversão adjetivo/advérbio não é muito comum na língua, sendo bem 
limitadas as possibilidades, mesmo que semanticamente existam muitos adjetivos 
compatíveis com advérbios. 
Na língua portuguesa, os advérbios são classificados conforme a circunstância 
que expressam. A NGB (Norma Gramatical Brasileira) reconhece sete grupos de 
advérbios: 
a) Lugar: junto, longe, acima, atrás, ali, lá, alhures, algures, nenhures.
b) Modo: mal, bem, pior, melhor, devagar [a maioria dos advérbios com sufixo 
–mente].
T10
111Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
c) Tempo: agora, ainda, breve, cedo, imediatamente, já, outrora
d) Intensidade: bastante, muito, meio, pouco, mais, quão, demais, tão. 
e) Negação: não, tampouco, absolutamente, qual nada.
f) Afirmação: realmente, sim, certamente, efetivamente, com efeito, deveras. 
g) Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, porventura, quiçá.
Você deve ter notado que todas as circunstâncias citadas foram representadas 
por um simples advérbio, mas em muitos casos é necessária a utilização de 
locução adverbial para expressar noções adverbiais de tempo, modo, lugar e 
outras. Observe: 
a) Muitas pessoas estão morrendo de fome (modo).
b) Todos os dias penso nele (tempo).
c) Atrás das montanhas há um terreno fértil (lugar).
Entretanto, há, na língua portuguesa, palavras que se assemelham aos advérbios, 
mas não pertencem a nenhuma das dez classes gramaticais. A NGB considera 
essas palavras como denotativas e as classifica em função da ideia que expressam:
Inclusão: até, inclusive, mesmo, também, ainda, ademais, além disso, de mais 
a mais.
Exclusão: apenas, salvo, senão, só, somente, exclusive, menos, exceto, fora, 
tirante.
• Realce: cá, lá, que, é que, só, se, mesmo, embora, sobretudo.
• Retificação: aliás, ou antes, isto é, ou seja.
• Situação: afinal, agora, então.
• Afetividade: felizmente, infelizmente.
• Explanação (explicação): isto é, a saber, por exemplo.
• Designação: eis.
A palavra “(in)felizmente” é classificada pela maioria dos dicionários como 
advérbio de modo. Entretanto, ela indica, na maioria das vezes, afetividade por 
parte do falante em relação a um determinado contexto, como se pode observar 
na frase: “Infelizmente não pude ir à sua formatura”.
Conforme Neves (2000 apud ZAMBI, 2010), o advérbio corresponde a uma 
T10
112 Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
palavra periférica que funciona, em um sintagma, na qualidade de satélite de um 
núcleo (ou constituinte). Esse núcleo pode ser, a depender das subclasses do 
advérbio, um advérbio (ou sintagma com valor adverbial), um adjetivo (ou sintagma 
com valor adjetival), um verbo, um substantivo, um numeral, um pronome ou a 
conjunção embora. Em sua forma simples ou perifrástica, o advérbio atua nos 
diversos níveis do enunciado (NEVES, 2000 apud ZAMBI, 2010). Dessa maneira, 
pode funcionar como satélite também: “a) no enunciado, incidindo sobre a oração 
(ou proposição); ou b) no discurso, incidindo sobre todo o enunciado” (ZAMBI, 
2010, p. 31). 
Neves (2000) considera que
quanto à função as formações adverbiais apresentam-se 
como uma classe heterogênea e divide-as em dois grandes 
subgrupos: modificadores e não modificadores. 
Semanticamente, dentre os modificadores, encontram-
se os advérbios de modo (qualificadores), de intensidade 
(intensificadores) e os modalizadores. Em contrapartida, 
figuram entre os não modificadores os advérbios de negação, 
de afirmação, de inclusão, de exclusão, de verificação, os 
circunstanciais (de lugar e tempo) e os juntivos.
Na classificação proposta pela autora, os advérbios em 
–mente acham-se, no grupo dos modificadores, entre 
os qualificadores (displicentemente), intensificadores 
(excessivamente), modalizadores: epistêmicos (certamente), 
delimitadores (historicamente), deônticos (obrigatoriamente), 
afetivos(infelizmente) e, no dos não modificadores, entre 
os advérbios de inclusão (exclusivamente), de verificação 
(justamente) e os circunstanciais (antigamente). (ZAMBI, 2010, 
p. 31-32).
Levando em consideração o que já foi explicado sobre os advérbios, é importante 
reafirmar, e colocar de outra forma, que se o advérbio for concebido meramente 
como modificador de verbos, adjetivos e advérbios, tal como normalmente 
fazem as gramáticas tradicionais, limita-se o verdadeiro potencial funcional dessa 
categoria. 
Advérbio não constitui uma classe homogênea, nem do ponto 
de vista sintático, nem do ponto de vista semântico, como nos 
faz pressupor a tradição. Ao contrário, trata-se de uma classe 
bastante heterogênea, com diferentes tipos de advérbios, 
que, quando acionados pelos falantes, passam a apresentar 
T10
113Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
comportamentos particulares. 
É o caso, por exemplo, dos advérbios terminados em -mente, 
comumente classificados, pelas gramáticas, como sendo de 
“modo”. Esse tipo de classificação, no entanto, é muito simplista, 
pois não dá conta dos valores semânticos que eles podem assumir, 
dadas as intenções dos falantes.
[...] [É] um recurso linguístico que possibilita ao falante expressar 
alguma intervenção “na definição da validade e do valor do 
enunciado: modalizar quanto ao valor de verdade, modalizar 
quanto ao dever, restringir o domínio, definir a atitude e, até, 
avaliar a própria formulação linguística” (NEVES, 2000, p. 244). 
Portanto, quando acionado pelo falante [...], o advérbio [terminado] 
em -mente pode denotar diferentes valores semânticos. Essa 
propriedade torna-se significativa, numa descrição, quando 
aliada a propriedades sintáticas. [...] há advérbios que ocorrem 
preferencialmente ou mesmo categoricamente em posições 
iniciais; o delimitador, por sua vez, tem preferência pela posição 
final. Em cada uma dessas posições periféricas, o advérbio 
apresenta um estatuto sintático variável, podendo incidir sobre 
a própria sentença (por isso, advérbio sentencial) ou sobre 
constituintes específicos (por isso, advérbio de constituinte). 
Considerar propriedades como essas numa investigação em 
que o foco é o “advérbio” nos possibilita compreender as reais 
funções (sintáticas e semânticas) que esses elementos podem 
assumir quando acionados pelos falantes nas diversas situações 
comunicativas.
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“Morfológica e Castilhamente: um Estudo das Construções X-mente no 
Português do Brasil”
Leia o artigo da autora do Livro-Texto desta disciplina, Margarida Basílio, intitulado 
“Morfológica e Castilhamente: um Estudo das Construções X-mente no Português 
do Brasil”. Nesse artigo, é discutida a estrutura morfológica das construções 
X-mente no português do Brasil e são estudadas em caráter preliminar as condições 
de produtividade das construções adverbiais X-mente no português brasileiro.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
T10
114 Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
44501998000300003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 1 maio 2014.
Palavras denotativas, sua classificação e exemplos
Acesse o site Só Português e verifique a questão das palavras denotativas, sua 
classificação e exemplos.
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf79.php>. 
Acesso em: 1 maio 2014.
“Advérbios, uma abordagem crítica”
Leia o artigo de Fernanda Cristina Saraiva intitulado “Advérbios, uma abordagem 
crítica”. Nesse texto, a autora apresenta alguns questionamentos quanto à 
classificação dos advérbios segundo a gramática tradicional.
Disponível em: <http://www.filologia.org.br/soletras/15/adverbios_uma_
abordagem_critica.pdf>. Acesso em: 1 maio 2014.
Palavras denotativas
Assista ao programa Gramática em vídeo e entenda um pouco mais sobre as 
palavras denotativas.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=aLO3MQDi5so>. Acesso em: 
1 maio 2014.
Tempo: 07:59
“O que é advérbio”
Assista ao vídeo sobre “O que é advérbio”, uma aula explicativa sobre os advérbios. 
Com ela você poderá assimilar melhor sobre esta classe gramatical.
Disponível em:<http://www.youtube.com/watch?v=Ry1ka2OQF8w>. Acesso em: 
1 maio 2014.
Tempo: 19:19
AGORA É A SUA VEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
T10
115Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
Por que o advérbio sempre gerou polêmicas entre os gramáticos e os linguistas, a 
ponto de ficar de fora das primeiras classificações das palavras em classes?
Questão 2
Coloque (a) se o advérbio estiver modificando o sentido de um verbo, (b) se estiver 
modificando o sentido de um adjetivo e (c) se estiver modificando o sentido de 
outro advérbio.
( ) Esse é o procedimento menos adequado para quem é candidato.
( ) Ela procedeu muito mal.
( ) Todos os aparelhos funcionam perfeitamente.
( ) Eu moro longe.
Questão 3
Troque os advérbios terminados em –mente das frases por locuções adverbiais 
correspondentes.
a) Conduzia a aula habilmente.
_______________________________________________________
b) Sofreu as consequências do que fez impensadamente.
_______________________________________________________
c) Repentinamente, começou a chover.
_______________________________________________________
d) Faltava às aulas frequentemente.
_______________________________________________________
e) Deseja aquela mulher intensamente.
_______________________________________________________
Questão 4
Em que o advérbio difere do adjetivo?
T10
116 Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
Questão 5
Reflita e responda: as gramáticas escolares apresentam as questões aqui discutidas 
a respeito dos advérbios? Como são apresentados os advérbios nessas gramáticas?
T10
117Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
FINALIZANDO
Com estes estudos você aprendeu sobre o conceito de advérbio, a formação 
destes a partir de adjetivos e as suas classificações. Após algumas reflexões, você 
deve ter percebido por que é tão difícil enquadrar os advérbios em uma classe 
gramatical. Também foi discutida, aqui, a questão de os advérbios não serem 
modificadores apenas dos verbos, mas sim de um enunciado inteiro. Além disso, 
viu-se que muitas palavras e expressões podem ser confundidas com advérbios, 
mas são apenas palavras denotativas.
T10
118 Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
T10
119Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
ALVES, Fábio. Advérbio. Aula 1: O que é advérbio. Gramática em vídeo, 2011. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ry1ka2OQF8w>. Acesso 
em: 13 jul. 2014.
________. Palavras denotativas – Aula 1: O que é palavra denotativa. Gramática em 
vídeo, 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=aLO3MQDi5so>. 
Acesso em: 14 jul. 2014.
BASÍLIO, Margarida. Morfológica e Castilhamente: um estudo das construções 
X-mente no português do Brasil. Delta, São Paulo, v. 14, n. esp., 1998. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
44501998000300003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 12 jul. 2014.
________. Teoria lexical. 8. ed. São Paulo: Ática, 2010.
CÂMARA JR., Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Editora 
Vozes, 2004 [1970].
CUNHA, Celso; CINTRA, Luis F. Lindley. Nova gramática do português 
contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. 
DUBOIS, Jean et al. Dicionário de Linguística. São Paulo: Cultrix, 1978.
FARACO, Carlos; MOURA, Francisco Marto; MARUXO. Gramática. São Paulo: Ática, 
2006.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Eletrônico Houaiss da 
Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2007.
KANTHACK, Gessilene S. Advérbios modalizadores em –mente: uma descrição 
de propriedades sintático-semânticas. Recorte – revista eletrônica. Mestrado em 
Letras: Linguagem, Discurso e Cultura / UNINCOR, ano 9, n. 1. ISSN 1807-8591.
NEVES, M. H. M. Gramática de usos do português. São Paulo: UNESP, 2000. 
ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 45. 
ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.
SARAIVA, Fernanda C. Advérbios, uma abordagem crítica. SOLETRAS, São Gonçalo, 
ano VIII, n. 15, jan.-jun. 2008. Disponível em: <http://www.filologia.org.br/
soletras/15/adverbios_uma_abordagem_critica.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2014.
SÓ PORTUGUÊS. Palavras e locuções denotativas. 2007-2014. Disponível em: 
REFERÊNCIAS
T10
120 Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
<http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf79.php>. Acesso em: 12 jul. 
2014.
TORIBIO, Margarete. Subsídios para um dicionário escolar de cognatos da 
língua portuguesa. Campo Grande, 2012. Dissertação (Mestrado em Estudos de 
Linguagens) - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
ZAMBI, Gabriela F. M. Formações adverbiais: um estudo acerca da relação entre 
os adjetivos adverbializados e as construções X-mente no português do Brasil. 
Rio de Janeiro, 2010. Dissertação (Mestrado em Letras) – Pontifícia Universidade 
Católica do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.maxwell.vrac.puc-rio.
br/16786/16786_1.PDF>. Acesso em: 12 jul. 2014.
GLOSSÁRIO
Algures: advérbio que indica “em alguma parte, em algum lugar”. Exemplo: “Vi esse 
rapaz algures”.
Alhures: advérbio que indica “em outro lugar, em outra parte”. Exemplo: “Sentou 
ao piano, mas seu pensamento estava alhures”.
Locução: conjunto de palavras que equivalem a um só vocábulo, por terem 
significado conjunto próprio e função gramatical única. É possível ter: locução 
adjetiva (carne de boi); locução verbal (estou saindo); locução adverbial (Recebeu-
nos com afeto).
Nenhures: advérbio que indica em lugar nenhum. Exemplo: “Você não encontrará 
essa fruta em nenhures, exceto aqui”.
Quiçá: advérbio que indica “possivelmente, mas não com certeza; talvez, 
porventura”. Exemplo: “Quiçá estudando passarei no concurso”
Tema 11
Formação de palavras: 
composição
Você sabe de que modo um idioma pode crescer, aumentar o número de vocábulos 
que o integra? Cada língua possui seu próprio sistema de formação de novas palavras. 
Em relação à língua portuguesa, há alguns processos; a derivação e a composição são 
os dois mais importantes. Você já estudou sobre a derivação, nesse tema você estudará 
sobre a composição. Nesse sentido, pode-se afirmar que a composição é um processo 
de formação lexical que consiste em formar uma nova palavra pela união de bases 
(geralmente duas), livres ou presas. Ao contrário da derivação, em que a palavra derivada 
mantém relação semântica com a primitiva, na composição, a nova palavra, muitas 
vezes, não possui a carga semântica expressa pelos seus constituintes, mas sim uma 
acepção, única e autônoma, como é o caso da palavra pão-duro (avarento). 
As palavras formadas por derivação, geralmente expressam noções comuns e gerais, 
enquanto as formadas por composição designam expressões bem mais específicas e 
particularizadas. Nesse processo, a combinação de elementos é infinita e imprevisível, 
depende da necessidade do falante que o leva a procurar uma palavra adequada para 
nomear ou caracterizar algo e, não a encontrando no léxico, cria outra, geralmente com 
sentido metafórico, a partir de elementos que lhe são comuns. 
As gramáticas normativas distinguem dois processos de composição: justaposição 
e aglutinação. Na justaposição, os elementos são simplesmente justapostos, com 
ou sem hífen, conservando cada qual a sua integridade morfológica e semântica: 
beija-flor, passatempo. Já na composição por aglutinação os elementos estão 
intimamente unidos, por se ter perdido a noção de composição, caso em que se 
subordinam a um único acento tônico e sofrem perda de sua integridade silábica: 
aguardente (água + ardente), embora (em + boa + hora) (CUNHA; CINTRA, 2001, 
p. 105-106).
Entretanto, na composição por justaposição há uma controvérsia em relação 
ao hífen, já que este se configura como uma convenção ortográfica e, como já 
observara Câmara Jr. (2004, p. 70), o uso dohífen é “incoerente do ponto de 
vista da língua oral”, enquanto, na língua escrita, as regras a respeito dessa marca 
POR DENTRO DO TEMA
T11
122 Formação de palavras: composição
formal são confusas e mal sistematizadas na ortografia da língua portuguesa. 
Nas unidades cesta básica e guarda-roupa, por exemplo, percebe-se que não 
há diferença em grafá-las com ou sem hífen, pois a presença ou ausência dessa 
convenção ortográfica não interfere na compreensão das unidades, do ponto de 
vista semântico.
A última reforma ortográfica, assinada pelos países cuja língua oficial é o 
português, culminou no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, e 
estabelece que o hífen deve ser empregado: 
nas palavras compostas por justaposição que não contêm 
formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, 
adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade 
sintagmática e semântica e mantêm acento próprio (ACORDO, 
2009, p. XXVI). 
Dessa forma, palavras já consagradas pelos dicionaristas como compostas, 
grafadas com hífen, não são reconhecidas pelo Vocabulário Ortográfico da Língua 
Portuguesa (VOLP) como tal, por ter elemento de ligação. É o caso da locução “pé 
de moleque”, cujo registro nos dicionários em geral, mesmo depois das edições 
atualizadas em conformidade com o Acordo Ortográfico, é “pé-de-moleque”. Em 
ocorrências dessa natureza o Acordo Ortográfico (2009, p. XXVII) orienta:
nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, 
adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou 
conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas 
exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-
de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, 
pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa).
Muitas outras locuções também já são consagradas pelo uso e mesmo assim 
não são grafadas com hífen no VOLP, como por exemplo, “olho de sogra”, “pé de 
chinelo”, entre outras que são “combinações de palavras já cristalizadas como uma 
unidade” (BIDERMAN, 1992, p. 9). Por não manter relação semântica com as bases 
que as constituem, são sintagmas lexicalizados, cujo significado, conotativo, é 
apreendido pelo todo.
Pode-se, então, observar que grafar sem hífen a maioria das locuções pode 
causar incongruências de ordem semântica, já que não há critérios para identificar 
uma locução conotativa de uma locução denotativa.
T11
123Formação de palavras: composição
Na língua portuguesa também há a formação de palavras a partir de bases 
presas. As gramáticas normativas listam alguns elementos de composição, 
geralmente eruditos que, se unidos a outras bases, formam novas palavras, 
utilizadas, sobretudo, na linguagem científica e tecnológica. É o caso de palavras 
como “sociolinguística”, “agronegócios”.
Algumas bases presas perderam, ao longo da história da língua, o seu 
significado primeiro, por isso muitas composições são conhecidas por sua forma 
já cristalizada na língua e não pela depreensão semântica e morfológica de suas 
bases. É o que acontece com certas bases, listadas pelas gramáticas normativas 
sob a rubrica “radicais gregos e latinos”, que não mais possuem valor semântico 
para os usuários, se considerados de forma isolada, por isso formam compostos 
que são geralmente utilizados no âmbito da linguagem técnico-científica. É o caso 
da palavra ecologia, que mesmo sendo muito comum, poucos depreenderiam o 
significado da base oriunda do grego: eco- (casa). A base -logia (ciência), assim 
como outras bases muito utilizadas, segundo Basílio (2010, p. 39), “se tornaram tão 
comuns que estão em vias de se transformar em verdadeiros sufixos”.
Diante do exposto, percebe-se que o processo de composição de palavras, 
apesar de apresentar irregularidades, é profícuo para a formação de novos itens 
lexicais, porém, muitas vezes, não se opera dentro dos paradigmas estruturais 
da morfologia derivacional. Isso se deve ao fato de o falante, ao criar novas 
palavras num processo incessante para nomear novas realidades, ser alheio às 
sistematizações de ordem morfológicas. 
ACOMPANHE NA WEB
Os Nomes Compostos no Português Brasileiro: Uma Análise Morfossintática
Para saber mais sobre o processo de formação de palavras por composição, leia 
este artigo de Rafael Dias Minussi, em que o autor faz uma análise das palavras 
compostas.
Link: <http://www.revel.inf.br/files/artigos/revel_esp_5_os_nomes_compostos_
no_portugues_brasileiro.pdf>. Acesso em: 01 maio 2014.
Morfologia – Uma entrevista com Margarida Basílio
Leia uma entrevista com a autora do Livro-Texto desta disciplina, Margarida Basílio, 
que responde a perguntas relativas ao estudo da Morfologia em língua portuguesa.
Link: <http://www.revel.inf.br/files/entrevistas/revel_12_margarida_basilio.pdf>. 
T11
124 Formação de palavras: composição
Acesso em: 01 maio 2014.
Gramática Aula 11 - Origens e Processos de Formação das Palavras II
Assista a uma videoaula sobre processos de formação de palavras para entender 
melhor a derivação e a composição.
Link: <http://www.youtube.com/watch?v=nXIwzYA9lak>. Acesso em: 01 de maio 
de 2014.
Tempo: 13:14.
Português - Aula 02 - Formação de Palavras
Assista ao vídeo do prof. Fábio sobre a Formação de Palavras, ele faz uma revisão 
dos dois processos de formação de palavras a derivação e a composição, trazendo 
uma explicação fundamentada em vários exemplos para explicar as determinadas 
formações e os processos utilizados.
Link: <http://www.youtube.com/watch?v=HxjbNVFwKGA>. Acesso em: 01 maio 
2014. 
Tempo: 16:45.
AGORA É A SUA VEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
Qual a diferença entre o processo de derivação e o processo de composição?
Questão 2
O elemento –cida significa “que mata” e aparece normalmente na parte final da 
palavra composta. Diante do exposto, dê o significado das palavras compostas a 
seguir:
Parricida _____________________________________________
Fratricida _____________________________________________
T11
125Formação de palavras: composição
Homicida _____________________________________________
Suicida _____________________________________________
Pesticida _____________________________________________
Questão 3
Assinale a única alternativa em que as palavras estão grafadas corretamente, 
considerando as normas vigentes em relação ao uso do hífen.
a) minissaia; microondas; pé-de-moleque.
b) anti-higiênico; contrarregra; autoescola.
c) ultra-som; auto-estrada; coordenador.
d) extra-escolar; aeroespacial; pré-escolar.
e) cooperação; inter-racial; auto-ajuda.
Questão 4
Por que Câmara Jr. (2004, p. 70) afirmou que o uso do hífen é “incoerente do 
ponto de vista da língua oral”?
Questão 5
Qual a diferença entre composição de palavras a partir de bases presas e bases 
livres?
T11
126 Formação de palavras: composição
T11
127Formação de palavras: composição
FINALIZANDO
Você observou que os processos de derivação e composição são bem distintos 
e formam palavras específicas. Aparentemente a composição é um processo 
simples, mas apresenta certas particularidades e irregularidades. Entretanto, esse 
processo é profícuo na criação de novos itens lexicais, já que o falante é alheio 
a questões estruturais da língua e, assim, cria novas palavras para atender às suas 
necessidades de comunicação.
T11
128 Formação de palavras: composição
T11
129Formação de palavras: composição
ACADEMIA Brasileira de Letras. VOLP – Vocabulário Ortográfico da Língua 
Portuguesa. 2009. Disponível em: <http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.
exe/sys/start.htm?sid=23>. Acesso em: 01 maio 2014.
_________. Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990. 2009. Disponível 
em: <http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=19>. 
Acesso em: 01 maio 2014.
BASILIO, Margarida. Teoria lexical. 8 ed. São Paulo: Ática,2010.
BIDERMAN, Maria Tereza Camargo. Dicionário contemporâneo de português. 
Petropólis: Vozes, 1992.
CÂMARA Jr., Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Editora 
Vozes, 2004 [1970].
CUNHA, Celso; CINTRA, Luis F. Lindley. Nova gramática do português 
contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. 
MOURA, Francisco Marto; Faraco, Carlos; Maruxo. Gramática. São Paulo: Ática, 
2006.
TORIBIO, Margarete. Subsídios para um dicionário escolar de cognatos da 
língua portuguesa. Campo Grande, 2012. Dissertação (Mestrado em Estudos de 
Linguagens) - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
REFERÊNCIAS
GLOSSÁRIO
Base presa e base livre: a base livre ocorre naturalmente de forma isolada na 
língua, enquanto a base presa não apresenta essa propriedade, mesmo possuindo 
significação externa, normalmente, um tanto difícil de se depreender na sincronia, 
pois geralmente são formas advindas do latim ou do grego, que necessitam ser 
interpretadas por estudos diacrônicos. A base presa ou entrada lexical presa não 
funciona como palavra, apenas serve de base para a formação de novas palavras. 
Os prefixos, sufixos e desinências são formas presas.
Metáfora: é a figura de linguagem que consiste em empregar uma palavra num 
sentido que não lhe é comum ou próprio, numa relação de semelhança entre dois 
termos. 
T11
130 Formação de palavras: composição
Paradigmas estruturais: são modelos que servem para novas construções dentro 
de regras já preestabelecidas. 
Radicais gregos e latinos: o mecanismo da composição é também utilizado para 
a formação de um tipo específico de palavras, conhecidas como compostos 
eruditos, assim chamados porque em sua formação se utilizam elementos de 
origem grega e latina que foram diretamente importados dessas línguas. Por isso 
esses compostos são chamados também de helenismos e latinismos eruditos. São 
palavras normalmente criadas para denominar objetos ou conceitos relacionados 
com as ciências e as técnicas, e muitas delas acabam se tornando cotidianas 
(telefone, ecologia, automóvel, democracia, agricultura).
Sintagmas lexicalizados: são combinações de palavras já conhecidas na língua 
como uma única unidade, pois suas partes já perderam o significado original para 
que o todo seja apreendido de forma conotativa. Na expressão “pé de chinelo”, 
por exemplo, as palavras isoladas remetem a uma ideia diferente do que expressa 
a locução num todo, que significa pessoa pobre.
Tema 12
Práticas pedagógicas no 
ensino da morfologia
O ensino da gramática da língua portuguesa não está sendo eficaz para o desempenho 
do aluno, sabe-se que o ensino pautado em métodos tradicionais, ou seja, o estudo 
das regras gramaticais de forma descontextualizada não colabora na efetiva formação 
linguística do aluno. Sabe-se que muitos professores de Língua Portuguesa enfrentam 
um problema que vem se agravando dia após dia. Os alunos concluem o ensino básico, 
na sua grande maioria, sem dominar a língua pátria.
Estudiosos garantem que se a instituição de ensino não adotar novas estratégias de 
ensiná-la, os alunos concluirão o ciclo básico sem domínio algum da língua materna. 
Diante disso, é importante buscar novas perspectivas de ensino da norma, observar as 
sugestões feitas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): que norteia o ensino da 
gramática utilizando-se do texto como base para o ensino das regras gramaticais. Desta 
forma o ensino acontecerá de forma contextualizada. Na língua portuguesa podem ser 
encontrados alguns tipos de gramática, mas as principais são: a normativa, descritiva, 
gerativa e funcional. Três, dessas quatro, são desconhecidas pela maioria das pessoas, 
pois são estudadas somente nos cursos de graduação em Letras, a outra é comum a 
todos: a normativa. Ela é nomeada desta forma porque é a responsável pelas regras de 
nosso idioma.
Atualmente, deve-se mostrar a prática de uso da norma e não somente teorias 
e exemplos descontextualizados, para que o aluno possa notar a importância 
delas no uso da linguagem no ato de comunicação. Nesse sentido, neste tema, 
serão trazidas algumas situações referentes à Morfologia que não estão previstas 
nas gramáticas escolares, ou ainda, conceitos e classificações que não condizem 
com as pesquisas linguísticas contemporâneas. Entretanto, são questões 
frequentemente levantadas por alunos, e o professor responde com base em livros 
didáticos ou gramáticas tradicionais.
A primeira questão refere-se ao grau dos nomes (substantivos e adjetivos) e 
alguns advérbios, que na NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira) é considerado 
como flexão, pertencente a uma categoria gramatical, na medida em que 
POR DENTRO DO TEMA
T12
132 Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
apresentaria um significado acidental. Entretanto, a maior parte dos gramáticos, 
hoje em dia, tende a considerar o grau como um processo de derivação, dado 
que a expressão do grau não se correlaciona a mecanismos gramaticais. Portanto, 
dentro dessa perspectiva, o grau se coloca no âmbito da formação de palavras. 
Você deve ter aprendido na educação básica que os nomes flexionam-
se em gênero, número e grau, no entanto, as regras de flexão e derivação, 
especificamente, não são muito nítidas e “uma das incoerências da gramática é 
a confusão entre flexão e derivação, processos que têm objetivos delimitados 
dentro do sistema” (FREITAS, 1981, p. 85). Nesse particular, Câmara Jr. (2004, p. 
81-86) retoma o gramático latino Varrão (116 aC - 26 aC) que “distinguia entre o 
processo de derivativo voluntaria, que cria novas palavras, e a derivativo naturalis, 
para indicar modalidades específicas de uma dada palavra” e esclarece que a 
derivação é opcional e não possui uma sistematização coerente, enquanto a flexão 
é obrigatória, regular e coerente, imposta pela natureza da frase.
A flexão é regular porque os morfemas flexionais apresentam-se de maneira 
sistemática em todas as palavras da língua, ou seja, “os morfemas flexionais estão 
concatenados em paradigmas coesos e com pequena margem de variação” 
(CÂMARA JR., 2004, p. 82). Assim, flexionam-se os nomes e os verbos ao 
acrescentar-lhes invariavelmente as mesmas desinências para indicar as mesmas 
situações. As exceções geralmente ocorrem com os nomes, mas são em número 
tão reduzido que não são consideradas para a análise linguística.
Alguns morfemas flexionais são exigidos pela natureza do enunciado, já que 
a flexão de número e de gênero nos nomes e as variações verbais dependem da 
construção frasal do falante e a concordância não é opcional, pois no nível da 
frase deve haver concordância nominal e verbal entre as partes que a constituem, 
previstas na gramática da língua. Também ocorre que, muitas vezes, o nome é, por 
natureza, feminino ou masculino e não depende do falante a escolha do gênero. 
Esse fator leva a mais um princípio proposto por Câmara Jr. - a obrigatoriedade - já 
que os morfemas flexionais não dependem de escolhas. É uma “relação fechada”, 
pois a partir do momento em que se escolhe uma palavra de uma lista exclui-se as 
demais e não há como acrescentar ou mudar os morfemas dessa lista que já existe 
na língua (CÂMARA JR., 2004, p. 82).
A derivação é opcional, irregular e não está vinculada à concordância da frase, 
por isso obedece a critérios de natureza distinta da flexão. O grau dos nomes deve 
ser considerado um processo de derivação e não de flexão, pois não é obrigatória, 
é subjetiva, depende da vontade do falante em querer ou não enfatizar uma ideia 
por meio da adoção do grau.
Os sufixos que indicam grau são denominados por Rocha (1999, p. 221-223) 
de sufixos avaliativos por denotarem um valor afetivo que, muitas vezes, não é 
T12
133Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
remetido a tamanho. Esses sufixos avaliativos classificam-se em: (a) sufixo subjetivo 
― expressa amor, carinho e educação por parte do falante (Filhinho, dá um beijinho 
na mamãe); (b) sufixo valorativo ― indica julgamento de valor, positivo ounegativo, 
em relação a um referente (Olha o carrão que eu comprei); e (c) sufixo dimensional 
― indica realmente tamanho, aumentativo ou diminutivo (Morava num casarão).
A segunda questão em pauta aqui, refere-se aos substantivos e adjetivos que são 
definidos e classificados como duas classes de palavras distintas, pelas gramáticas 
tradicionais. Essa distinção ocorre, em parte, porque o substantivo é definido pelo 
critério semântico e o adjetivo pelo critério sintático. No entanto, substantivo e 
adjetivo pertencem à classe dos nomes porque um pode assumir o papel do outro 
em determinadas construções sintáticas.
Quando se permutam palavras entre duas classes, denomina-se esse processo 
de derivação imprópria. No entanto, não há necessariamente um processo de 
derivação, mas sim de conversão, pois esse processo é o resultado de uma expansão 
de propriedades de uma palavra, que passa a ser usada em situações próprias de 
outra classe. Assim, em uma conversão plena, há duas palavras distintas, uma em 
cada classe, mesmo que foneticamente elas sejam iguais. É o que acontece com 
as palavras “doce” e “velho”, que podem ser adjetivos ou substantivos. 
Diante do exposto, você poderá constatar que os conteúdos sobre Morfologia 
ensinados nas escolas precisam de atualizações para que haja sintonia entre o 
processo de ensino-aprendizagem e a realidade linguística, pois, como apregoam 
os PCNs, deve-se considerar o ensino e a aprendizagem de língua portuguesa 
na escola como resultantes da articulação de três variáveis: o aluno, a língua e o 
ensino. Assim, para uma maior competência oral e escrita na língua materna por 
parte das crianças/adolescentes, impõe-se o estudo da gramática na escola. Não 
é apenas o senso comum que o diz, são também os linguistas, os psicolinguistas 
e os próprios programas curriculares. O problema está em como abordar essa 
gramática e que estratégias utilizar para que a sua aprendizagem-reflexão surta os 
efeitos desejados. É um fato que não se ensina gramática às crianças pelo mero 
desejo de que elas saibam distinguir e listar em grupos e subgrupos as classes de 
palavras e saibam as regras sintáticas como uma espécie de código. O papel da 
gramática é essencialmente o de aperfeiçoar a linguagem e fazer com que o aluno 
que a estuda reflita sobre ela.
Sabe-se que o ensino da gramática não contempla exclusivamente o estudo 
da morfologia, aliás, esta é apenas uma pequena parte que a integra. O professor 
que ensina a língua materna deverá ter em mente que a fonologia, a sintaxe, a 
semântica e até mesmo a pragmática são disciplinas de grande importância dentro 
da abordagem gramatical. Neste aspecto, a atuação do professor revelar-se-á de 
primordial importância. Será responsabilidade do professor propor atividades e 
encontrar estratégias para que o ensino-aprendizagem não se torne uma árdua 
T12
134 Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
tarefa, não é concebível fazer o aluno decorar extensas listas de conjugações de 
verbos e inúmeras regras e exceções desvinculadas da realidade concreta dos 
falantes.
Certamente o ensino da gramática sempre foi um desafio para qualquer 
professor de idiomas, principalmente o de língua portuguesa, seja ele da educação 
básica ou do ensino superior. Contudo, esse não é um privilégio do educador, 
os alunos, em grande maioria, também têm dificuldade para entender o que é 
gramática e quando deve ser usada. Nesse sentido, Antunes (2009, p. 85) afirma: 
“não existe língua sem gramática”. De fato. O grande problema é fazer os alunos 
entenderem o que é gramática. E essa é uma das dificuldades do professor de 
português, pois para os alunos o ensino da língua portuguesa é diretamente ligado 
à norma, o que não é verdade. Então cabe ao educador mudar esse pensamento 
e tirar o foco do ensino à norma. Uma alternativa para mudar essa maneira, está 
na aliança do ensino da gramática ao texto. Nessa perspectiva, o professor tem a 
chance de mostrar aos seus alunos a importância da norma de forma prática e real, 
sem fazê-los simplesmente decorar as regras gramaticais. 
Na verdade, essa não é uma perspectiva nova. O PCN, os quais são documentos 
oficiais, já determina que os currículos escolares devam adaptar o texto como 
base para o ensino tanto da gramática quanto de outras disciplinas. Notadamente 
mudando o modo de se ensinar gramática fatalmente será observado o resultado 
de provas como o ENEM e Prova Brasil, artifícios utilizados pelo MEC para verificar 
o IDEB, mostram o quanto precisa ser melhorado. Portanto, é preciso saber que 
para mudar é preciso formar profissionais capacitados para isso. Professores que 
possuem muito tempo de carreira, não tiveram essa formação, sendo assim, 
é importante que os governantes promovam cursos de capacitação para os 
profissionais que atuam na educação. Por outro lado, faculdades de Letras já estão 
formando professores com essa nova perspectiva. Lembre-se de que o ensino da 
gramática normativa é de extrema importância para o desenvolvimento da fala 
e da escrita do aluno, entretanto em hipótese alguma se deve descartar toda a 
“bagagem” que o educando traz para a escola, muito menos moldá-la. A cultura 
do estudante deve ser preservada e respeitada. O papel do professor é apresentar 
a norma e mostrar em quais contextos comunicacionais ela deve ser usada.
ACOMPANHE NA WEB
Parâmetros Curriculares Nacionais
Leia os PCNs para entender os parâmetros que norteiam a educação brasileira. 
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf>. 
T12
135Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
Acesso em: 04 maio 2014.
Um estudo sobre o Grau Diminutivo: A abordagem da gramática tradicional
Leia o artigo de Maria Elizabeth Souza de Assis Um estudo sobre o grau diminutivo: 
a abordagem da gramática tradicional. Esse estudo tem o objetivo de demonstrar 
que muitas palavras cuja formação foi através de sufixos diminutivos, perderam, 
atualmente, essa noção de grau diminutivo, configurando-se como novas palavras 
no léxico, com significação própria.
Disponível em: <http://www.gel.org.br/arquivo/anais/1308404174_103.assis_
maria.pdf>. Acesso em: 04 maio 2014.
Substantivo e sua flexão de grau
Assista a uma videoaula feita pelo prof. Pasquale sobre o grau dos substantivos e 
dos adjetivos para a compreensão dos sufixos avaliativos.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=tFAoRhYjtkw>. Acesso em: 
04 maio 2014. 
Tempo: 7:54.
Entrevista – Evanildo Bechara
Assista a entrevista do professor e gramático Evanildo Bechara, nela ele explica 
sobre a nova reforma ortográfica e traz explicações sobre muitos pontos e 
fenômenos da língua portuguesa bem como as regras que regem nosso idioma.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=zcu-WMawmPA>. Acesso 
em: 04 maio 2014. 
Tempo: 37:52.
AGORA É A SUA VEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
T12
136 Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
Questão 1
Pesquise em alguma gramática normativa (escolar) sobre o grau dos nomes 
(adjetivos e substantivos) e faça uma síntese sobre a definição e a variação de grau 
dos adjetivos e substantivos.
Questão 2
Relacione de acordo com os graus do adjetivo.
a) Superlativo absoluto sintético.
b) Superlativo absoluto analítico.
c) Comparativo de igualdade.
d) Comparativo de superioridade.
e) Comparativo de inferioridade.
( ) Ele é tão exigente quanto seu irmão. 
( ) Ele é o mais atento de todos.
( ) Somos menos exigentes que os europeus.
( ) Você é muito crítico.
( ) Esse professor é exigentíssimo.
Questão 3
Indique o sentido de cada uma das palavras destacadas nas frases abaixo:
a) Ela é um mulherão. 
_______________________________________________________
b) Não vamos perder para esse timeco.
_______________________________________________________c) Que gentalha!
_______________________________________________________
d) A namorada dele é um peixão.
_______________________________________________________
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137Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
Questão 4
Por que, nas frases abaixo, os adjetivos destacados não são substantivos, mesmo 
estando precedidos de artigos?
a) O desgraçado do professor me reprovou.
b) A infeliz da menina ficou apavorada.
Questão 5
O processo de derivação imprópria é questionável, alguns estudiosos afirmam que 
ela não deve ser estudada como um processo de formação de palavras. Por quê?
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138 Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
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139Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
FINALIZANDO
Você aprendeu que o grau dos nomes é um processo de derivação e não 
de flexão como apregoam as gramáticas normativas, pois a flexão é obrigatória 
ao falante, que ao construir enunciados deve concordá-los considerando os 
parâmetros gramaticais; já a derivação é opcional, por não estar vinculada à 
concordância da frase, e sim ao desejo do falante em enfatizar ou não uma ideia. 
Você também percebeu que adjetivos e substantivos podem permutar de classe 
gramatical e isso acontece porque ambos pertencem à categoria dos nomes e, 
assim, possuem praticamente as mesmas características. Compreendeu que o 
ensino da língua portuguesa, no que diz respeito ao ensino das regras gramaticais, 
é pautado pelas orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que 
considera que o ensino deve ocorrer de forma contextualizada, ou seja, a partir do 
texto ocorra o ensino das regras gramaticais observado cada situação e cada caso 
específico do emprego da linguagem no ato de comunicação.
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140 Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
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141Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
ANTUNES, Irandé. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2003.
______. Muito Além da Gramática: por um ensino de línguas sem pedras no 
caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007
CÂMARA Jr., Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Editora 
Vozes, 2004 [1970].
DAMASCENO JUNIOR, Raimundo Nonato Silva. Texto: A base para o ensino da 
gramática. 2009. 60 f. Trabalho de Conclusão de Curso. Graduação em Letras 
– Língua Portuguesa e suas literaturas. Faculdade Evangélica de Brasília, Distrito 
Federal, 2009.
FÁVERO, Leonor Lopes; PASCHOAL, Mara Sofia Zanotto de (orgs.). Linguística 
Textual: texto e leitura. São Paulo: EDUC – Editora da PUC-SP, 1985. (Série Cadernos 
PUC, 22).
FREITAS, Horácio Rolim de. Princípios de morfologia. Rio de Janeiro: Presença, 
1981.
ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português da gente: a língua que estudamos, a 
língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006
NEVES, Maria Helena de Moura. Texto e Gramática. São Paulo: Contexto, 2006.
PARÂMETROS Curriculares Nacional. Ensino Fundamental (séries finais) – Língua 
Portuguesa. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.
pdf>. Acesso em: 13 jun. 2014. 
PARÂMETROS Curriculares Nacional. Ensino Médio – Linguagem, Códigos e Suas 
Tecnologias. Retirado de: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_
volume_01_internet.pdf>. Disponível em: 13 jun. 2014. 
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, SP: Mercado 
de Letras: Associação de Leitura do Brasil, 1996 (Coleção Leituras no Brasil).
ROCHA, Luiz Carlos de Assis. Estruturas morfológicas do Português. Belo Horizonte: 
Editora UFMG, 1999.
TORIBIO, Margarete. Subsídios para um dicionário escolar de cognatos da 
língua portuguesa. Campo Grande, 2012. Dissertação (Mestrado em Estudos de 
Linguagens) - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
REFERÊNCIAS
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142 Práticas pedagógicas no ensino da morfologia
Conversão: o processo de conversão ocorre quando uma palavra de uma dada 
classe passa a ter também as propriedades de uma outra classe, mas sem uma 
marca morfológica correspondente.
Morfemas flexionais: flexionam ou alteram os morfemas lexicais, adaptando-os à 
expressão das categorias gramaticais admitidas pela classe daquele. Conhecidos 
pelo nome de desinências, classificam-se em:
a) Nominais: indicam gênero e número.
b) Verbais: para número e pessoa; tempo e modo (desinências modo-temporais).
NGB: Norma Gramatical Brasileira, promulgada pela portaria n. 36, de 28 de janeiro 
de 1959, pelo Ministério da Educação e Cultura. Disponível em: <http://www.
portaldalinguaportuguesa.org/?action=ngbras>. Acesso em: 27 jun. 2012.
PCNs: os Parâmetros Curriculares Nacionais são referências para os Ensinos 
Fundamental e Médio de todo o país. O objetivo dos PCNs é garantir a todas as 
crianças e jovens brasileiros, mesmo em locais com condições socioeconômicas 
desfavoráveis, o direito de usufruir do conjunto de conhecimentos reconhecidos 
como necessários para o exercício da cidadania. Os PCNs estabelecem uma 
referência curricular para apoiar a revisão e/ou elaboração da proposta curricular 
dos estados ou das escolas integrantes dos sistemas de ensino.
Varrão: gramático latino que viveu entre 116 a.C. a 26 a.C. Estudou profundamente 
a gramática grega para compará-la com a língua latina e, assim, apresentar uma 
descrição gramatical sólida e coerente dos mecanismos gramaticais do latim.
GLOSSÁRIO
ANOTAÇÕES
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