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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 1 PROFESSOR EDVALDO NILO PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL – AULA 8 – (PARTE 1) VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. (PARTE 2) OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA. FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. Olá, A primeira parte da aula de hoje é a continuação da aula 7 sobre Legislação Tributária, que não conteve os temas vigência, aplicação, interpretação e integração do direito tributário. Então, o sumário da parte 1 ficou assim: 2. Vigência da Legislação Tributária: 2.1. Conceitos de validade, vigência e eficácia jurídica da norma; 2.2 Regra geral da vigência da norma tributária; 2.3 Vigência no tempo; 2.4 Vigência no espaço. 3. Aplicação da Legislação Tributária: 3.1 Fato gerador futuro, fato gerador pendente, súmula 584 do STF, retroatividade própria e retroatividade imprópria; 3.2 Aplicação retroativa da legislação tributária. 4. Interpretação e Integração da Legislação Tributária: 4.1 Visão clássica do CTN; 4.2 Princípios gerais de direito privado; 4.3. Direito tributário como direito de sobreposição; 4.4 Métodos de interpretação: literal, lógico, histórico, sistemático e teleológico; 4.5 Interpretação literal e interpretação mais favorável. Na parte final da aula de hoje colocamos as questões tratadas das aulas sobre imunidade, competência e princípios (aulas 1, 2 e 3). São questões com gabarito puro que foram comentadas nessas respectivas aulas. Então, agora vamos nessa. 2. VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 2 Antes de se dissertar propriamente sobre a vigência da legislação tributária, devemos diferenciar os conceitos de validade, vigência e eficácia da norma jurídica. 2.1. CONCEITOS DE VALIDADE, VIGÊNCIA E EFICÁCIA JURÍDICA DA NORMA Afirmar que a norma “Y” é válida significa dizer que a norma está de acordo com o ordenamento jurídico, não só por ter obedecido às condições formais para o seu ingresso, mas também as condições materiais de sua produção. Ou seja, para verificar a validade da norma devemos analisar a compatibilidade formal e material da norma com a Constituição, que é o fundamento de validade de todas as demais normas do sistema de dado território. Decerto, a validade é a qualidade ou o predicado da norma. Por exemplo, determinada Câmara Municipal instituiu empréstimo compulsório para atender despesas ordinárias previstas no orçamento. Tal lei criou norma inválida, pois esta desobedece às condições formais para o seu ingresso (autoridade incompetente - Câmara Municipal), bem como as condições materiais de sua produção (atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência). Nesse rumo, tanto a norma criada por autoridade incompetente e conforme o procedimento previsto em lei quanto à norma criada por autoridade competente e sem a observância do procedimento previsto em lei são inválidas, pois não estão de acordo com as normas constitucionais que são o fundamento de suas validades. Já a vigência exige o critério da publicação da norma e diz respeito à possibilidade da norma incidir, de produzir efeitos jurídicos no plano abstrato. Noutro ponto, a eficácia jurídica é a capacidade da norma de Direito produzir efeitos jurídicos no plano concreto. A eficácia jurídica tem relação direta com a possibilidade da aplicação da norma em determinada situação concreta. Assim sendo, a vigência e a eficácia jurídica podem andar juntas, como irmãs siamesas, ou separadas. No direito tributário, é clara a possibilidade de separação entre a vigência e a eficácia jurídica quando visualizamos o princípio da anterioridade. Isto é, uma lei que aumente a alíquota do imposto sobre a renda (IR) pode ser vigente na data da sua publicação (25/12/09), mas só terá eficácia jurídica a partir do exercício financeiro seguinte PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 3 (01/01/2010), observando-se o princípio da anterioridade anual. Portanto, durante o período compreendido entre 25/12/09 e 31/12/09 a referida lei é vigente (plano abstrato), mas não é eficaz (plano concreto). Noutro exemplo, o lançamento tributário reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada, segundo o caput do art. 144 do CTN. Na hipótese, a norma legal da data da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária pode ser eficaz e não mais vigente. Por exemplo, determinado contribuinte paga um tributo em 2009, cujo fato gerador aconteceu em 2006, aplica-se, então, a alíquota do tributo vigente em 2006, mesmo que em 2009 a alíquota esteja menor. 2.2 REGRA GERAL DA VIGÊNCIA DA NORMA TRIBUTÁRIA Nesse contexto, a vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, que são a Lei de Introdução ao Código Civil – LICC (Decreto-Lei nº 4.567/1942) e Lei Complementar n° 95/1998, salvo dispositivo em contrário disposto no próprio CTN. 2.3 VIGÊNCIA NO TEMPO A respeito da vigência no tempo, a LICC determina em seu art. 1°, que, ressalvado norma dispositiva em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias (45) depois de oficialmente publicada. Isto é, sendo omissa a lei, aplica-se subsidiariamente o prazo de 45 dias de vacância previsto na LICC. O tempo entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é também denominado de vocatio legis, que serve para a população tomar conhecimento da lei. Normalmente, a lei já dispõe que entra em vigor na data de sua publicação, dispensando a aplicação do prazo de 45 dias. Como exemplo, a LC 104/2001 estatuiu no seu último artigo que “Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação”. As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’ (§2°, do art. 8°, da LC 95/98). Neste sentido, a vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 4 conhecimento, reservada a cláusula “entra em vigor na data de sua publicação” para as leis de pequena repercussão (art. 8° da LC 95/98). A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral. Por exemplo, a Lei Complementar 118/2005, que alterou diversos dispositivos do CTN estabeleceu em seu último artigo que “esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação”. A sua publicação oficial foi no dia 9 de fevereiro de 2009, entrando em vigor no dia 9 de junho de 2005. Portanto, o período de vacatio legis foi entre 9/02/2005 e 9/06/2005. Por sua vez, o art. 103 do CTN estabelece regras específicas sobre a entrada em vigor das normas complementares, afirmando que, salvo disposição em contrário, entram em vigor: • Os atos normativos expedidos pelasautoridades administrativas, na data da sua publicação; • As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação; • Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Município, na data neles prevista. Em relação às práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas (costume), a entrada em vigor ocorre no momento em que caracterizada, ou seja, no momento em que a conduta da Administração se torna reiterada. O art. 104 do CTN, I a III, estabelece que entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: • que instituem ou majoram tais impostos; • que definem novas hipóteses de incidência; • que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 5 Este dispositivo contraria o art. 150, III, “b” e “c”, da CF/88, que não restringe a aplicação da anterioridade apenas aos impostos sobre o patrimônio ou a renda (IR, ITR, IGF, ITCMD, IPVA, ITBI e IPTU), e também a jurisprudência atual do STF que entende como constitucional a inobservância da anterioridade na extinção ou redução da isenção incondicionada. Contudo, o concursando deve ficar atento a literalidade do art. 104 do CTN, que está em vigor e não ainda foi declarado inconstitucional pelo STF. Nesse rumo, a ESAF aplicou inteiramente o art. 104, I, do CTN, na última prova para AFRFB (2010). Assim sendo, a ESAF afirmou “Considerando a publicação de norma, em 15 de dezembro de 2009, visando à majoração de tributo, sem disposição expressa sobre a data de vigência, tratando-se de imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, poderá ser editada lei ordinária, produzindo efeitos financeiros a partir de 1° de janeiro de 2010”. Isto é, o examinador adotou exclusivamente o art. 104, I, do CTN. 2.4 VIGÊNCIA NO ESPAÇO No que se refere à vigência no espaço (aspecto espacial da incidência), as normas jurídicas devem em regra obedecer ao princípio da territorialidade, dispondo que a lei de cada ente federativo vigora nos limites de seu território. Porém, excepcionalmente, a legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União, de acordo com o art. 102 do CTN. Nesse rumo, ressaltamos o entendimento da ESAF em 2010 no sentido da interpretação restritiva do art. 102 do CTN. Isto é, o termo legislação tributária neste dispositivo significa apenas normas que digam respeito à arrecadação e fiscalização de tributos. Por consequencia, o art. 102 do CTN não outorga poder para que os Municípios, os Estados-membros e o DF instituam tributos fora dos seus limites territoriais, sob pena de afronta a competência tributária. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 6 Em outras palavras, o aspecto espacial da norma tributária estadual, distrital ou municipal (local onde ocorre o nascimento da obrigação tributária) tem por limite o próprio território do respectivo ente federativo que criou o tributo, em razão da competência tributária delineada na Constituição. Assim, a norma estadual, distrital ou municipal que cria o tributo não possui extraterritorialidade, que, nos termos dos convênios ou das normas gerais de direito tributário, apenas tem validade no que diz respeito às normas de arrecadação e fiscalização tributária. Por exemplo, segundo os termos da LC 116/03 (norma geral de direito tributário), o ISS pode ser cobrado em local distinto do domicílio do prestador de serviço. Deste modo, as administrações tributárias de dois Municípios podem firmar convênio de colaboração no sentido de ajuda mútua (troca de informações fiscais, apoio do aparato administrativo etc.) para a efetiva cobrança do tributo. Contudo, isto não quer dizer que a obrigação tributária do ISS nasceu fora dos limites territoriais do Município competente para instituir o tributo. A ESAF no concurso da SUSEP/2010 adotou como incorreto o seguinte enunciado: “o aspecto espacial da incidência tributária nem sempre corresponderá ao território da pessoa política tributante, já que a extraterritorialidade da tributação estadual e municipal não necessariamente implica invasão de idêntica competência dos demais Estados e Municípios”. Podemos agora resolver as seguintes questões: 1. (AFRF/2000/ESAF) Segundo o Código Tributário Nacional, os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram em vigor, salvo disposição em contrário, a) no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação. b) 30 dias após sua publicação. c) 45 dias após sua publicação. d) na data da sua publicação. e) na data de sua assinatura. Segundo o art. 103, I, do CTN, os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram em vigor, salvo disposição em contrário, na data da sua publicação. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 7 Deste modo, a resposta é a letra “d”. 2. (AFE/PI/2000/ESAF/Adaptada) Lei que majora a alíquota do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, publicada em 30 de dezembro, omissa quanto à data de início de sua vigência, tornar-se- á obrigatória: a) na data de sua publicação. b) no primeiro dia do exercício financeiro seguinte. c) trinta dias após a data de sua publicação. d) quarenta e cinco dias após a data de sua publicação. e) sessenta dias após a data de sua publicação. Lei que majora a alíquota do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, publicada em 30 de dezembro, omissa quanto à data de início de sua vigência, tornar-se-á obrigatória quarenta e cinco (45) dias após a data de sua publicação. É a aplicação subsidiária do art. 1º da Lei de Introdução ao Código Civil – LICC (Decreto-Lei nº 4.567/1942). Deste modo, a resposta é a letra “d”. 3. (ATE/MS/2001/ESAF) Os convênios sobre matéria tributária, incluídos entre as normas complementares da legislação tributária, têm como regra de vigência temporal o seguinte: a) entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte ao de sua publicação b) entram em vigor trinta dias após a data de sua publicação. c) entram em vigor na data neles prevista. d) entram em vigor na data de sua publicação. e) entram em vigor trinta dias após sua homologação pela Assembléia Legislativa. Segundo o art. 103, III, do CTN, convênios sobre matéria tributária, incluídos entre as normas complementares da legislação tributária, entram em vigor, salvo disposição em contrário, na data neles prevista. Deste modo, a resposta é a letra “c”. 4. (AFRF/2005/ESAF) Considerando os temas “vigência” e “aplicação” da legislação tributária, julgue os itens a seguir. Marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) É condição de vigência da lei tributária a sua eficácia. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br8 ( ) O CTN veda a extraterritorialidade da legislação tributária. ( ) Não é vedado aos decretos dispor sobre o termo inicial da vigência dos atos expedidos pelas autoridades administrativas tributárias. ( ) O Código Tributário Nacional adota como regra a irretroatividade da lei tributária. a) V F F V. b) F F V F. c) F F V V. d) V F V V. e) V F V F. O primeiro item é falso, porque não é condição de vigência da lei tributária a sua eficácia. Lembre do princípio da anterioridade, podendo a lei ser vigente, mas ainda não eficaz. O segundo item é falso, porque o CTN permite a extraterritorialidade da legislação tributária. O art. 102 do CTN autoriza a extraterritorialidade, a saber: “A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União”. O terceiro item é verdadeiro, eis que não é vedado aos decretos dispor sobre o termo inicial da vigência dos atos expedidos pelas autoridades administrativas tributárias. O art. 103 trata das normas complementares. Segundo o art. 100 do CTN, são normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: (I) os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; (II) as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; (III) as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas (costume); (IV) os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Assim, segundo o art. 103, I, do CTN, salvo disposição em contrário, entram em vigor: I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 9 Portanto, pode um Decreto dispor sobre o termo inicial da vigência dos atos expedidos pelas autoridades administrativas tributárias, de acordo com a interpretação do art. 100, I, c/c art. 103, I, do CTN. O quarto item é verdadeiro, eis que o Código Tributário Nacional adota como regra a irretroatividade da lei tributária, isto é, em regra, a lei se aplica a ato ou fato futuro. A retroatividade é exceção, como estudaremos no próximo tópico. Deste modo, a resposta é a letra “c”. 5. (ATM/Recife/2003/ESAF) Avalie as formulações seguintes e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. I - Em consonância com a Constituição Federal, medida provisória que implique majoração do imposto sobre propriedade territorial rural só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. II - De conformidade com a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, a legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham o Código Tributário Nacional ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. III - Os dispositivos de lei que definem novas hipóteses de incidência, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda, entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação, conforme estabelece o Código Tributário Nacional. IV - Determina o Código Tributário Nacional que, salvo disposição em contrário, os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios entram em vigor na data da sua publicação. a) Apenas as formulações I, II e III são corretas. b) Apenas as formulações I, II e IV são corretas. c) Apenas as formulações I, III e IV são corretas. d) Apenas as formulações II, III e IV são corretas. e) Todas as formulações são corretas. O primeiro item é verdadeiro, pois, em consonância com o art. 62, §2°, da Constituição Federal, medida provisória que implique majoração do imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 10 O segundo item é verdadeiro, porque de conformidade com o art. 102 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN), a legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham o Código Tributário Nacional ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. O terceiro item é verdadeiro, eis que os dispositivos de lei que definem novas hipóteses de incidência, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda, entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação, conforme estabelece literalmente o art. 104, II, do CTN. O quarto item é falso, eis que determina o art. 103, III, do Código Tributário Nacional que, salvo disposição em contrário, os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios entram em vigor na data neles prevista. Deste modo, a resposta é a letra “a”. 6. (CESPE/AGU/2009) Caso a União celebre com os estados- membros convênio para a adoção de método eletrônico para o lançamento de certos tributos, o referido convênio entrará em vigor na data nele prevista. É correta, pois dispõe o art. 103, III, do CTN que, salvo disposição em contrário, os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios entram em vigor na data neles prevista. 7. (CESPE/Procurador de Estado/AL/2009) Caso lei instituindo o tributo de ISS em determinado município tenha sido publicada em 20/12/2008, sem indicar a data de sua vigência, A o tributo poderá ser cobrado a partir de 1.º/1/2009, em função do princípio da anterioridade. B o tributo de ISS, por estar sendo instituído no município, poderá ser cobrado a partir da publicação da lei. C o ISS poderá ser cobrado somente após 40 dias, contados da publicação da lei que não determinou a data de sua vigência. D a aplicação da lei ocorrerá na data de sua vigência, que se dará 30 dias após sua publicação. E a lei terá aplicação no exercício seguinte ao da sua publicação, mas se terá de esperar 45 dias para sua entrada em vigor. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 11 De início, devemos afirmar que o ISS obedece ao princípio da anterioridade anual e nonagesimal. Portanto, a resposta a resposta mais adequada é a letra “e”, afirmando que a lei terá aplicação no exercício seguinte ao da sua publicação, mas se terá de esperar 45 dias para sua entrada em vigor. Quando se diz que a lei terá aplicação no exercício seguinte ao da sua publicação não se está dizendo que não se observará os 90 dias da anterioridade nonagesimal, contados de 20/12/2008, estando mesmo assim correta a alternativa. A espera de 45 dias para sua entrada em vigor decorre da omissão da lei que instituiu o tributo de ISS em determinado município e, por conseguinte, da aplicação subsidiária do art. 1º da Lei de Introdução ao Código Civil – LICC. 8. (CESPE/AFRE/ES/2009) Os atos normativos expedidos pelaautoridade administrativa entram em vigor na data de sua assinatura, salvo disposição de lei em contrário. É incorreta, pois dispõe o art. 103, I, do CTN que, salvo disposição em contrário, atos normativos expedidos pela autoridade administrativa entram em vigor na data da sua publicação. 9. (CESPE/Procurador Federal/2007) Salvo disposição em contrário, uma decisão do delegado da Receita Federal, a que a lei atribua eficácia normativa, entrará em vigor trinta dias após a data de sua publicação. É correta, pois dispõe o art. 103, II, do CTN, que, salvo disposição em contrário, as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa, entram em vigor 30 (trinta) dias após a data da sua publicação. 10. (CESPE/AFRE/ES/2009) As decisões dos órgãos singulares ou colegiados de jurisdição administrativa, quanto aos efeitos normativos, entram em vigor 30 dias após a data da sua publicação, salvo disposição em contrário. É correta, de acordo com o art. 103, II, do CTN. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 12 11. (CESPE/AFRE/ES/2009) Os dispositivos de lei que instituem os tributos, sejam quais forem, começam a vigorar no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorreu a sua publicação. É incorreta, pois existem tributos que devem obedecer a anterioridade nonagesimal ou especial e também existem exceções a anterioridade anual. 12. (CESPE/AFRE/ES/2009) O princípio da anterioridade não se aplica a todos os tributos. É correta, pois existem tributos que não devem obedecer a anterioridade. A tabela das exceções ao princípio da anterioridade e à noventena é a que segue. Preste atenção: se é exceção é porque não deve observar o princípio. E todos os demais tributos devem observar, porque a regra é a observância ao princípio. Anterioridade anual Noventena II II IE IE IPI IR IOF IOF Imposto extraordinário por motivo de guerra externa (IEG) Imposto extraordinário por motivo de guerra externa (IEG) Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou de calamidade pública Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou de calamidade pública Restabelecimento de alíquotas do ICMS – Combustíveis e da CIDE – Combustíveis Base de cálculo do IPTU Contribuições para a seguridade social Base de cálculo do IPVA 3. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA A aplicação da legislação tributária refere-se à adequação da norma prevista na lei ao caso concreto, também denominada de subsunção do fato à norma. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 13 Em regra geral, as normas tributárias novas não retroagem para a sua aplicação em situações passadas, em razão do princípio da irretroatividade tributária. Este princípio disposto no art. 150, III, “a”, da CF, estabelece a proibição de cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. 3.1 FATO GERADOR FUTURO, FATO GERADOR PENDENTE, SÚMULA 584 DO STF, RETROATIVIDADE PRÓPRIA E RETROATIVIDADE IMPRÓPRIA Com efeito, o art. 105 do CTN, disciplina que a legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início e não esteja completa nos termos do artigo 116 do mesmo Código. Segundo esta classificação prevista explicitamente no CTN: (a) fatos geradores futuros são aqueles que ainda irão acontecer; (b) fatos geradores pendentes são aqueles que já iniciaram a sua formação, mas ainda não completaram o seu círculo de formação ou não atingiram a sua perfeição. Em relação à aplicação imediata da legislação tributária aos fatos geradores futuros não há qualquer desentendimento na doutrina ou jurisprudência, observando sempre também o princípio da anterioridade. Resta a controvérsia em relação aos fatos geradores pendentes, sobretudo a súmula 584 do STF. Segundo determinada parte da doutrina, não há distinção entre fato gerador futuro ou pendente, afirmando-se que não existe fato gerador pendente. Só existe fato gerador que ocorre ou que não corre. Deste modo, o fato gerador pendente é aquele sujeito a condição suspensiva (art. 116, II e 117, I, do CTN). Como o fato gerador pendente de condição suspensiva só ocorre com o implemento da condição. O fato gerador pendente acaba se assimilando ou igualando ao fato gerador futuro. Entretanto, outra parte da doutrina sustenta como válida a citada classificação e assevera que fato gerador pendente é o fato gerador complexivo ou periódico, que ainda não se aperfeiçoou. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 14 Neste sentido, o fato gerador pendente é aquele cuja realização ainda não se completou ao longo de um espaço de tempo. Por exemplo, o fato gerador do imposto de renda de pessoa física (IRPF) acontece ao longo de um período de tempo, que, segundo a legislação do IR, é de 1° de janeiro até 31 de dezembro do mesmo ano, estando, portanto, pendente o fato gerador até a data de 31 de dezembro. Assim, a súmula 584 do STF, que ainda continua sendo aplicada pela Excelsa Corte, dispõe que “ao Imposto de Renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração”. Do modo, o STF aplica tal entendimento a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL). Assim, uma lei publicada em 31 de Dezembro de 2009 aumentando o valor do imposto de renda atinge situações caracterizadoras do fato gerador do IRPF (aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza) acontecidas antes da publicação da lei, desde o dia 01 de janeiro de 2009. Logo, a lei nova publicada durante o ano-base pode incidir sobre o IRPF do mesmo ano, pois estará vigente no exercício financeiro seguinte, que é quando o IRPF será lançado por homologação e ocorrerá também a apresentação da declaração de ajuste anual. Nesse rumo, ressaltamos que a retroatividade imprópria (retrospectiva) ocorre quando a lei atuar sobre um fato jurídico ainda não concluído, isto é, no direito tributário acontece quando a lei é aplicada sobre o fato gerador pendente Decerto, a súmula 584 é o exemplo clássico de retroatividade imprópria ou retrospectiva e o STF tem adotado este entendimento (RE nº 104.259-RJ, RTJ 115/1336). Portanto, a retroatividade imprópria, segundo entendimento atual do STF, pode ocorrer nos tributos com fato gerador de período ou complexivo, eis que a lei nova alcança período já decorrido em parte quando da sua publicação. Contudo, no último concurso para ATRFB, a ESAF adotou o entendimento doutrinário de Misabel Derzi, que é contrário a jurisprudência atual do STF, a saber: “A mesma lei que rege o fato é também a única apta a reger os efeitos que ele desencadeia (como PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 15 sujeição passiva, extensão da responsabilidade, base de cálculo, alíquotas, deduções, compensações, correção monetária etc.) (...) O princípio da irretroatividade no direito positivo brasileiro não é relativo, mas absoluto e insistentemente repetido nos Textos Magnos nacionais. Descabe entre nós a chamada‘retrospectiva’ ou retroatividade imprópria, mesmo para o imposto de renda”. Por sua vez, a retroatividade própria (ou autêntica) acontece quando a lei alcança fatos ocorridos apenas no passado, o que é permitido por exceção, como no caso das leis interpretativas previstas no art. 106, I, do CTN. Neste sentido, o STF já decidiu da seguinte forma: “As leis, em face do caráter prospectivo de que se revestem, devem, ‘ordinariamente’, dispor para o futuro. O sistema jurídico- constitucional brasileiro, contudo, ‘não’ assentou, como postulado absoluto, incondicional e inderrogável, o princípio da irretroatividade. A questão da retroatividade das leis interpretativas” (ADI 605-MC). 13. (ESAF/ATRFB/2010) Entre outras limitações ao poder de tributar, que possuem os entes políticos, temos a de cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Sobre essa limitação, analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. Depois, escolha a opção que seja adequada às suas respostas: I. a irretroatividade da lei tributária vem preservar o passado da atribuição de novos efeitos tributários, reforçando a própria garantia da legalidade, porquanto resulta na exigência de lei prévia, evidenciando-se como instrumento de otimização da segurança jurídica ao prover uma maior certeza do direito; II. o Supremo Tribunal Federal tem como referência, para análise da irretroatividade, o aspecto temporal da hipótese de incidência, ou seja, o momento apontado pela lei como sendo aquele em que se deve considerar ocorrido o fato gerador; III. a mesma lei que rege o fato é também a única apta a reger os efeitos que ele desencadeia, como a sujeição passiva, extensão da responsabilidade, base de cálculo, alíquotas, deduções, compensações e correção monetária, por exemplo; IV. a lei instituidora ou majoradora de tributos tem de ser, como regra, prospectiva; admite-se, porém, a sua retroatividade imprópria. a) Todos os itens estão corretos. b) Estão corretos apenas os itens I, II e III. c) Estão corretos apenas os itens I, III e IV. d) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. e) Estão corretos apenas os itens I e III. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 16 Esta questão é baseada na doutrina de Misabel Derzi (O princípio da irretroatividade do Direito na Constituição e no CTN, Revista de Direito Tributário n° 67, São Paulo: Editora Malheiros; Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar <notas de atualização>, 7° edição, Rio de Janeiro: Forense, 2003, páginas 189-223). ITEM I. Segundo entendimento doutrinário, o princípio da irretroatividade é um plus a anterioridade tributária, reforçando a legalidade tributária e a segurança jurídica. Logo, correta. ITEM II. A aplicação da irretroatividade leva em conta o momento da ocorrência do fato gerador (aspecto temporal da hipótese de incidência). Assim, segundo o STF, a lei tributária apenas pode atuar sobre o fato gerador ocorrido após a sua vigência, sob pena de afronta a anterioridade. Logo, correta. ITEM III. Foi cópia literal do entendimento de Misabel Derzi nos textos já citados. Portanto, segundo o examinador, correta. ITEM IV. Foi cópia literal do entendimento de Misabel Derzi também, que afirma que o sistema jurídico não admite a retroatividade imprópria ou retrospectiva. Logo, incorreta. A retroatividade imprópria ocorre quando a lei atuar sobre um fato jurídico ainda não concluído, isto é, no direito tributário acontece quando a lei é aplicada sobre o fato gerador pendente, o que não é aceito por Misabel Derzi. Em face do exposto, a alternativa considerada correta pelo examinador é a letra “b”. 3.2 APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA: RETROTIVIDADE PRÓPRIA OU AUTÊNTICA A lei tributária pode ter aplicação retroativa, denominando-se igualmente de retroatividade benigna ou in bonam partem, podendo ser aplicada ato ou fato pretérito nas hipóteses que se seguem, segundo o art. 106 do CTN. Em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. Tal regra tem por base a retroatividade benigna da interpretação autêntica, que é a interpretação elaborada pelo próprio Poder Legislativo, ressaltando-se que este tipo de interpretação não exclui a apreciação do caso pelo Poder Judiciário. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 17 Por exemplo, os arts. 3° e 4°, da LC 118/2005, estabeleceram, respectivamente, que (a) para efeito de interpretação do art. 168, I, do CTN, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei; (b) esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art. 3o, o disposto no art. 106, I, do CTN. Interpretando tais dispositivos, o STJ entendeu que: “a) o art. 3º da LC 118/05 só pode ter eficácia prospectiva, incidindo sobre situações que venham a ocorrer a partir de sua vigência; b) o art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, que determina a aplicação retroativa do art. 3º, ofende o princípio constitucional da autonomia e independência dos Poderes (CF, art. 2º) e o da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI)”. Com efeito, o STJ interpretou que o artigo 3º, da LC 118/05, criou direito novo, não configurando lei meramente interpretativa, cuja retroação é permitida. Importante: o esclarecimento do significado de uma lei tributária por outra lei posterior configura também a denominada interpretação autêntica, que é a interpretação da norma realizada pelo próprio Poder Legislativo. Nesse rumo, tratando-se de ato não definitivamente julgado, a lei aplica-se a ato ou fato pretérito (art. 106, II, CTN): • Quando deixe de defini-lo como infração; • Quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; • Quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Assim sendo, permite-se a extinção ou redução da multa, moratória ou punitiva, prevista na lei mais nova, por ser mais benéfica ao contribuinte, independentemente de o fato gerador do tributo tenha ocorrido em data anterior a vigência da norma sancionatória. Todavia, ressaltamos que o pagamento regular da multa tributária extingue o crédito tributário, não permitindo a aplicação do art. 106 do CTN. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 18 Importante: Ato “não definitivamente julgado” significa ato não transitado em julgado, compreendendo tanto o âmbito administrativo como o âmbito judicial (Poder Judiciário). Neste sentido, é pacífico o entendimento do STJ no sentido de que, tratando-se de execução fiscal não definitivamente julgada, aplica-se o disposto no art. 106 do CTN. 14. (ATE/PI/2001/ESAF) A aplicação retroativa de lei tributária não é admitida quando: a) estabelecer hipóteses de isenção. b) for interpretativa. c) deixar de definir ato não definitivamente julgado como infração. d) estabelecer penalidade mais brandaque a prevista na lei vigente ao tempo da prática do ato. e) deixar de tratar ato não definitivamente julgado como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, respeitados os demais requisitos legais. A aplicação retroativa de lei tributária é admitida nas hipóteses do art. 106 do CTN, a saber: “A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática”. Deste modo, a resposta é a letra “a”. 15. (TRF/2000/ESAF) A lei não se aplica a ato ou fato pretérito: a) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. b) quando seja expressamente interpretativa. c) tratando-se de ato não definitivamente julgado quando deixe de defini-lo como infração. d) quando deixe de tratar ato não definitivamente julgado como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, não sendo fraudulento e não tendo implicado falta de pagamento de tributo. e) quando expressamente interpretativa, determine a aplicação de penalidade por infração dos dispositivos interpretados. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 19 É a aplicação novamente do art. 106 do CTN. Deste modo, a resposta é a letra “e”. 16. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2009) De acordo com o Código Tributário Nacional a lei aplica-se a ato ou fato pretérito. A esse respeito analise as afirmativas que apresentam as situações em que a lei se aplica. I. Em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. II. Quando reduza a alíquota de tributo cujo fato gerador já foi praticado, desde que a defesa ofertada pelo contribuinte, administrativa ou judicial, ainda não tenha sido definitivamente julgada. III. Tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado falta de pagamento de tributo. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. O primeiro item é verdadeiro, pois, de acordo com o CTN, a lei aplica- se a ato ou fato pretérito em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados, de acordo com o art. 106, I. O segundo item é falso, aplicando-se o caput do art. 144 do CTN, dispondo que o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. O quarto item é verdadeiro, pois, de acordo com o CTN, a lei aplica- se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado falta de pagamento de tributo, de acordo com o art. 106, II, “b”. Destarte, a resposta é a letra “c”. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 20 17. (CESPE/Procurador de Estado/AL/2009) Com relação ao direito tributário, considerando que seja editada a lei ordinária Y, esclarecendo como deverá ser aplicada a lei vigente X, que possui penalidades para as infrações a seus dispositivos, assinale a opção correta. A A lei Y só poderá ser aplicada a ato e fato futuro ou pendente, como rege o CTN. B A lei Y sempre terá aplicação a ato ou fato pretérito, quando houver a imposição de penalidades às infrações dos dispositivos interpretados. C A lei X foi revogada, pois a lei Y regulamentou a mesma matéria. D Em qualquer caso, quando for expressamente interpretativa, a lei Y aplicar-se-á a ato ou fato pretérito. E Fato gerador ocorrido antes da vigência da lei Y não será por ela atingido, em virtude do princípio da irretroatividade. Conforme o art. 106, I, do CTN, a resposta é a letra “d”. Esta questão não foi anulada pela banca examinadora do concurso da PGE/AL, considerando como certa definitivamente a letra "d", mas compreendo que foi omissa quanto a exclusão da aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. Neste caso, no concurso você deve marcar a menos errada, que é a "d", eis que as demais alternativas são absurdas e nem sempre as questões de concurso são anuladas. 4. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA A hermenêutica, atualmente, é entendida como uma teoria ou filosofia da interpretação que deve tornar compreensível o significado de determinado texto. Assim, a interpretação hoje é vista como uma tarefa criadora no âmbito da linguagem. 4.1 VISÃO CLÁSSICA DO CTN Sem se aprofundar no estudo da hermenêutica contemporânea, afirmamos, de logo, que o CTN adota uma visão tradicional da hermenêutica, que é entendida como um problema normativo e metodológico. Ou seja, para o CTN a hermenêutica é conjunto de técnicas e métodos destinados a interpretar a norma. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 21 Com efeito, de acordo com o art. 107 do CTN, a legislação tributária deverá ser interpretada conforme o disposto no próprio Código. Interpretar no Direito é compreender o sentido e alcance da norma, pressupondo a existência de norma sobre a questão. Já a integração no direito, segundo a hermenêutica tradicional do CTN, é o preenchimento da lacuna ou do vazio normativo. Isto é, não existe dispositivo expresso para regular determinada situação e o intérprete se utiliza dos métodos de integração para colmatar o vazio normativo. Deste modo, o CTN no seu art. 108 estabelece que na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: 1. a analogia; 2. os princípios gerais de direito tributário; 3. os princípios gerais de direito público; 4. a equidade. O CESPE no concurso para Advogado/CEF/2010 adotou como correto: “Um dos aspectos mais importantes para se compreender o sistema tributário nacional consiste na interpretação e integração da lei tributária, objetivando o efetivo alcance de tais normas. Na ausênciade disposição expressa, a autoridade competente, por ocasião da aplicação da legislação tributária, deverá utilizar, sucessivamente, na ordem indicada, a analogia; os princípios gerais de direito tributário; os princípios gerais de direito público; e a equidade”. Nesse rumo, o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei, ou mesmo na criação de hipóteses suspensão, extinção ou exclusão do crédito tributário, em face do princípio da legalidade tributária. A analogia é um método de integração que busca o preenchimento da lacuna normativa com a aplicação de uma norma semelhante ao do caso concreto. Podemos consideraros seguintes exemplos discutidos recentemente pela jurisprudência do STJ, a saber: • “O Convênio ICMS 69/98, ao determinar a incidência do ICMS sobre a habilitação de aparelho móvel celular, empreendeu verdadeira analogia extensiva do âmbito material de incidência do tributo, em flagrante violação ao art. 108, § 1º, do CTN” (AGREsp 956312/RO); PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 22 • “Deveras, é princípio basilar do Direito Tributário Brasileiro que a imposição de ônus tributário ao contribuinte, que só pode decorrer de lei (CF/88, art. 150, inciso I), não pode resultar do emprego da analogia (CTN, art. 108, §1.º), e equiparar os meros serviços de aformoseamento prestados pela empresa recorrida aos de construção, demolição, reforma, ampliação de edificação ou outras benfeitorias agregadas ao solo ou subsolo implica analogia in malam partem, vez que resultariam em impor à esta óbices que a legislação vigente não lhe impõe” (Resp 818674/MG). Realçamos também que não se confunde a analogia com a interpretação extensiva ou analógica, como muito bem ensina o STJ na interpretação da Lista Anexa a LC 116/2003: • “Embora taxativa, em sua enumeração, a lista de serviços admite interpretação extensiva, dentro de cada item, para permitir a incidência do ISS sobre serviços correlatos àqueles previstos expressamente. Esse entendimento não ofende a regra do art. 108, § 1º, do CTN, que veda o emprego da analogia para a cobrança de tributo não previsto em lei. Na hipótese, não se cuida de analogia, mas de recurso à interpretação extensiva, de resto autorizada pela própria norma de tributação, já que muitos dos itens da lista de serviços apresentam expressões do tipo ‘congêneres’, ‘semelhantes’, “qualquer natureza”, ‘qualquer espécie’, entre outras tantas. Não se pode confundir analogia com interpretação analógica ou extensiva. A analogia é técnica de integração, vale dizer, recurso de que se vale o operador do direito diante de uma lacuna no ordenamento jurídico. Já a interpretação, seja ela extensiva ou analógica, objetiva desvendar o sentido e o alcance da norma para então definir- lhe, com certeza, a sua extensão. A norma existe, sendo o método interpretativo necessário, apenas, para precisar-lhe os contornos”. Por sua vez, o emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido (art. 108, §2°). A equidade é considerada como a aplicação da justiça ao caso concreto, abrandando o rigor da lei, tendo em conta as características pessoais ou materiais do caso. Noutro ponto, o inc. IV, do art. 172 do CTN dispõe que a lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 23 atendendo a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso. O CESPE no concurso para Procurador Federal/2010: “Um fiscal da Receita Federal do Brasil, ao aplicar a legislação tributária, na ausência de disposição legal expressa, pode empregar a analogia, desde que isso não resulte na dispensa do pagamento de tributo devido”. O fiscal, ao aplicar a legislação tributária, na ausência de disposição legal expressa, pode empregar a analogia, desde que isso não resulte na exigência de tributo não previsto em lei. Portanto, errada. 4.2 PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO PRIVADO Por outro lado, os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance dos institutos, conceitos e formas do direito tributário, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários, conforme art. 109 do CTN. Exemplos de princípios gerais de direito privado são a eticidade fundada no princípio da dignidade da pessoa humana; a socialidade que é a prevalência dos valores coletivos em detrimento dos valores sociais e a operalidade traduzida na efetivação da norma jurídica, afirmando a doutrina que o direito é feito para ser utilizada e eficaz. Ressaltamos que os princípios gerais de direito privado não definem os efeitos das normas tributárias. Nessa senda, a lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias (art. 110 do CTN). Por exemplo, o STF entendeu que a ampliação do conceito de receita bruta, pela Lei 9.718/98, para abarcar todas as receitas auferidas pela pessoa jurídica, teria afrontado o conceito de faturamento ou de receita bruta previsto inicialmente no art. 195 da CF/88 (aplicação as situações ocorridas antes da Emenda Constitucional n° 20/98). Portanto, por desobedecer a um conceito de direito privado utilizado por norma constitucional teria ocorrido violação ao art. 110 do CTN. 4.3 DIREITO TRIBUTÁRIO COMO DIREITO DE SOBREPOSIÇÃO PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 24 Decerto, com fundamento nos arts. 109 e 110 do CTN, parte da doutrina compreende que o direito tributário é um direito de sobreposição ou superposição, pois incide sobre realidades previstas em ramos do direito privado para destes buscar os contornos dos seus institutos, conceitos e formas. Logo, o direito tributário se utiliza dos conceitos e princípios de direito privado (Direito Civil, Empresarial e do Trabalho) para interpretação das suas normas. Por exemplo, “prestar serviços”, “propriedade de bens imóveis”, “remuneração do trabalhador”, “circulação de mercadorias” são institutos regulados por normas de direito privado utilizados no alcance do direito tributário. 4.4 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO: LITERAL, LÓGICO, HISTÓRICO, SISTEMÁTICO E TELEOLÓGICO Os métodos clássicos da hermenêutica jurídica destinados à interpretação em geral, inclusive o direito tributário, são os seguintes: (i) literal ou filológico; (ii) lógico; (iii) histórico; (iv) sistemático e (v) teleológico. O método literal consiste em discernir o significado literal das palavras que compõem a norma jurídica interpretada, servindo-se das normas gramaticais existentes no vernáculo, sendo o primeiro passo a ser dado na interpretação jurídica. Isto é, a interpretação gramatical ou literal é aquela que se fundamenta na compreensão das palavras dispostas literalmente na norma jurídica. Ressaltamos que a interpretação literal não se confunde com a interpretação restritiva, pois esta última modalidade interpretativa restringe o sentido e alcance da norma legal, podendo restringir até mesmo o sentido literal do texto normativo. Exemplo recente de interpretação gramatical ou literal pelo STJ é o seguinte: • “A norma que institui benefício fiscal não admite interpretação extensiva, devendo ser observado o princípio da legalidade tributária, do qual redunda a regra contida no art. 111 do CTN, que impõe ao intérprete obediência à literalidade da lei isentiva. Assim, concluiu a Primeira Seção que, ‘por serviços hospitalares compreendem-se aqueles que estão relacionados às atividades desenvolvidas nos hospitais, ligados diretamente à promoção da saúde, podendo ser prestados no interior do estabelecimento hospitalar, mas não havendo esta PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITAFEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 25 obrigatoriedade. Deve-se, por certo, excluir do benefício simples prestações de serviços realizadas por profissionais liberais consubstanciadas em consultas médicas, já que essa atividade não se identifica com as atividades prestadas no âmbito hospitalar, mas, sim, nos consultórios médicos’”(REsp 951251/PR). O método lógico pretende encontrar o sentido e alcance da norma jurídica, sem recorrer a outras disciplinas (sociologia, moral, economia, ética etc.). Utiliza-se a norma posta e a compatibilidade e nexo desta com os diversos dispositivos do texto normativo. O método histórico procura conciliar a intenção daquele que elaborou a lei com o sentido desta norma no momento da interpretação do texto jurídico. O operador do direito leva em consideração a causa histórica da elaboração da lei, tomando parte de todas as discussões (políticas, econômicas, culturais etc.) que envolveram a tramitação do projeto de lei nas Casas do Congresso Nacional. O método sistemático consiste em compreender a estrutura do texto como um todo, repugnando o entendimento da norma vista de maneira isolada para perceber que a norma faz parte de um sistema. Ou seja, na interpretação, do direito, os textos normativos devem ser estudados como um todo, na busca de uma unidade e harmonia de sentido. Ademais, o método teleológico objetiva revelar a finalidade e o espírito da norma dentro do contexto social de dada sociedade. A FGV no concurso para AFRM/Angra dos Reis (2010) considerou correto o seguinte item: “Com relação respectivamente à isenção, imunidade e à não incidência, é correto afirmar que a isenção requer interpretação literal; a imunidade, interpretação conforme os fins constitucionais; e a não incidência normalmente dispensa norma expressa”. 3.5 INTERPRETAÇÃO LITERAL E INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL De acordo com o art. 111, I a III, do CTN, interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: • Suspensão ou exclusão do crédito tributário; • Outorga de isenção; PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 26 • Dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Sobre o tema, destacamos algumas decisões do STJ cobradas em concurso: • Em regra, revela-se proibida a interpretação das normas concessivas de isenção de forma analógica ou extensiva, restando consolidado entendimento no sentido de ser incabível interpretação extensiva da isenção à situação que não se enquadre no texto expresso da lei (EDcl no REsp 872095/PE). • O ato normativo infralegal que impõe restrições para fruição de benefícios fiscais, além daquelas contidas em textos legais, fere o princípio da legalidade estrita (REsp 115823 SP). • O art. 111 do CTN não pode levar o aplicador do direito à conclusão de que esteja ele impedido de aplicar as normas de direito, de valer-se de uma equilibrada ponderação dos elementos lógico-sistemático, histórico e finalístico ou teleológico, os quais integram a metodologia de interpretação das normas jurídicas (REsp 192.531/RS). Por sua vez, a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável (benigna ou in bonam parte) ao acusado, em caso de dúvida quanto: (i) à capitulação legal do fato; (ii) à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; (iii) à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; (iv) à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. Vamos para as questões: 18. (AFTN/94/ESAF) Lei tributária que, simultaneamente, (a) disponha sobre suspensão do crédito tributário, (b) sobre dispensa do cumprimento de obrigações acessórias (c) e que defina infrações, esta última em caso de dúvida quanto à extensão dos efeitos do fato, interpreta-se: a) analogicamente, extensivamente e de maneira mais favorável ao acusado b) literalmente, extensivamente e analogicamente c) extensivamente, literalmente e analogicamente d) literalmente, extensivamente e de maneira mais favorável ao acusado e) literalmente, literalmente e de maneira mais favorável ao acusado Conforme os arts. 106 e 111 do CTN, a resposta correta é a letra “e”. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 27 19. (AFTN/94/ESAF) 1. Busca de um paradigma que contenha situação semelhante ou quase igual àquela para a qual o aplicador não encontrou disposição expressa. 2. Aplicação da regra da isonomia: tratamento igual para casos iguais e desigual para os desiguais. 3. Aplicação da norma mais branda e menos onerosa. 4. Sujeita-se a interpretação literal. Combine cada uma das quatro expressões acima com cada uma das quatro opções abaixo: w) anistia x) equidade y) princípio geral de direito z) analogia Qual das combinações abaixo está parcial ou totalmente errada? a) x1 y3 b) y2 x3 c) z1 w4 d) x3 z1 e) y2 w4 A analogia é busca de um paradigma que contenha situação semelhante ou quase igual àquela para a qual o aplicador não encontrou disposição expressa. Aplicação da regra da isonomia: tratamento igual para casos iguais e desigual para os desiguais representa um princípio geral do direito. Aplicação da norma mais branda e menos onerosa combina com a equidade. A anistia é sujeita a interpretação literal, de acordo com o art. 111, I, do CTN. Deste modo, a resposta correta é a letra “a”. 20. (AFRF/2003/ESAF) Relativamente à interpretação e integração da legislação tributária, avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) Interpreta-se da maneira mais favorável ao sujeito passivo a legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 28 ( ) Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, bem assim para definição dos respectivos efeitos tributários. ( ) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na rigorosa ordem, a analogia, os princípios gerais de direito público, os princípios gerais de direito tributário e a eqüidade. a) F, V, F b) F, F, F c) F, F, V d) V, V, F e) V, F, V O primeiro item é falso, pois se interpreta literalmente a legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias, de acordo com o art. 111, III, do CTN. O segundo item é falso, porque os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários, conforme art. 109 do CTN. O terceiro item é falso, pois na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na rigorosa ordem, a analogia, os princípios gerais de direito tributário, os princípios gerais de direito público e a eqüidade, segundo art. 108, I a IV, do CTN. Deste modo, a resposta correta é a letra “b”. 21. (PFN/98 – ESAF) 1. As normas que tratam de isenção estão sujeitas a ______________. 2. As normas que tratam de moratória estão sujeitas a ______________.3. As normas que dizem interpretar outras, da mesma fonte, são de ______________. Observe, entre as alíneas w, x, y e z, quais as que, à luz do Código Tributário Nacional, preenchem corretamente, e com explicação plausível, as lacunas acima, e, em seguida, marque a opção que contém, na devida seqüência, as alíneas respectivas. w) interpretação extensiva, em atenção ao princípio favorabilia amplianda. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 29 x) interpretação extensiva, em atenção a que a regra geral não deve ser restringida pelo intérprete. y) interpretação retroativa, porque não tem caráter de inovação do sistema jurídico. z) interpretação literal, em atenção a que a regra geral é a tributação e exceções não se interpretam extensivamente. a) w, w, y. b) w, x, z. c) z, x, w. d) z, z, y. e) z, y, x. As normas que tratam de isenção (exclusão do crédito tributário) estão sujeitas a interpretação literal, em atenção a que a regra geral é a tributação e exceções não se interpretam extensivamente. As normas que tratam de moratória (suspensão do crédito tributário) estão sujeitas a interpretação literal, em atenção a que a regra geral é a tributação e exceções não se interpretam extensivamente As normas que dizem interpretar outras, da mesma fonte, são de interpretação retroativa, porque não tem caráter de inovação do sistema jurídico. São as normas interpretativas. Deste modo, a resposta correta é a letra “d”. 22. (PFN/98/ESAF) O esclarecimento do significado de uma lei tributária por outra posterior configura a chamada interpretação a) ontológica. b) científica. c) integrada. d) autêntica. e) evolutiva. O esclarecimento do significado de uma lei tributária por outra posterior configura a chamada interpretação autêntica, que é a interpretação realizada pelo próprio Poder Legislativo. Deste modo, a resposta correta é a letra “d”. 23. (AFPS/2002/ESAF) Sobre o tema legislação tributária, é correto afirmar que, nos termos do Código Tributário Nacional: a) a aplicação da legislação tributária restringe-se a fatos geradores futuros, isto é, àqueles ocorridos a partir de sua vigência, em PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 30 consonância com o princípio constitucional da irretroatividade das leis. b) a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, quando seja expressamente interpretativa, incluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. c) a lei tributária aplica-se a ato pretérito que não tenha sido definitivamente julgado, quando deixe de defini-lo como infração. d) a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, não definitivamente julgado, quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, inclusive no caso de envolver inadimplemento de obrigação principal, desde que o ato ou fato não se tenha realizado por meio de fraude. e) é permitido à autoridade administrativa empregar a eqüidade para dispensar o cumprimento de obrigação tributária principal, quando se depara com ausência de disposição legal expressa para decidir litígio tributário cujo julgamento é de sua competência. A resposta é a letra “c”, conforme o art. 106, II, “a”, do CTN. 24. (TTN/94/ESAF) No direito tributário brasileiro, o emprego da eqüidade: a) é o primeiro recurso para o caso de integração da legislação tributária. b) poderá resultar na dispensa do pagamento do tributo devido. c) justifica conceder-se remissão, desde que autorizada por lei, em relação com as características pessoais ou materiais do caso. d) afasta a interpretação literal da legislação tributária que trata da dispensa do cumprimento das obrigações tributárias acessórias. e) determina que a lei tributária se aplique a ato pretérito quando deixa de defini-lo como infração. A resposta é a letra “c”, conforme o art. 172, V, do CTN, a saber: “A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I - à situação econômica do sujeito passivo; II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; III - à diminuta importância do crédito tributário; IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante”. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 31 25. (TRF/2002.1/ESAF) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, sucessivamente, na ordem indicada (art.108 da Lei 5.172/66-Código Tributário Nacional): a) a analogia; os princípios gerais de direito tributário; os princípios gerais de direito público; a eqüidade. b) os princípios gerais de direito tributário; os princípios gerais de direito público, a eqüidade; a analogia. c) a eqüidade; os princípios gerais de direito tributário; os princípios gerais de direito público; a analogia. d) a analogia; os princípios gerais de direito público; os princípios gerais de direito tributário; a eqüidade. e) a analogia; a eqüidade; os princípios gerais de direito público; os princípios gerais de direito tributário. De acordo com o art. 108 do CTN, na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, sucessivamente, na ordem indicada (art.108 da Lei 5.172/66-Código Tributário Nacional): a analogia; os princípios gerais de direito tributário; os princípios gerais de direito público; a eqüidade. Deste modo, a resposta é a letra “a”. 26. (AFTN/94/ESAF) Na hipótese de o aplicador da lei tributária que comina penalidades ficar em dúvida quanto à graduação da pena, deverá interpretar a norma, em relação ao acusado, de modo: a) analógico. b) benigno. c) eqüitativo. d) literal. e) integrado. Conforme o art. 112, do CTN, na hipótese de o aplicador da lei tributária que comina penalidades ficar em dúvida quanto à graduação da pena, deverá interpretar a norma, em relação ao acusado, de modo mais favorável ou benigno. Deste modo, a resposta é a letra “b”. 27. (ATN/Recife/2003/ESAF) Conforme estabelece o Código Tributário Nacional, a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário é interpretada: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 32 a) da maneira mais favorável ao sujeito passivo, em caso de dúvida quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos. b) mediante aplicação do método teleológico. c) mediante aplicação do método sistemático. d) de tal modo que o emprego da eqüidade implique dispensa de tributo devido, quando a autoridade tributária competente, à vista de disposição normativa expressa, não puder utilizar a analogia. e) literalmente. Conforme estabelece o art. 111, I, do CTN, a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário é interpretada literalmente. Deste modo, a resposta é a letra “e”. 28. (ATN Fortaleza/2003/ESAF) O Código Tributário Nacional estabelece expressamente a seguinte regra no seu capítulo intitulado “Interpretação e Integração da Legislação Tributária”: a) em caso de dúvida quanto à capitulação legaldo fato, os dispositivos de lei tributária que tratam de fato gerador, definem infrações, ou lhes cominam penalidades, devem ser interpretados da maneira mais favorável ao sujeito passivo. b) os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. c) a legislação tributária que dispõe sobre lançamento de crédito tributário deve ser interpretada literalmente. d) o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo previsto em lei. e) na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, sucessivamente, na rigorosa ordem que se segue, a analogia, os princípios gerais de direito público, os princípios gerais de direito tributário e a eqüidade. O CTN estabelece expressamente a seguinte regra no art. 109 do seu capítulo intitulado “Interpretação e Integração da Legislação Tributária”: “os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários”. Deste modo, a resposta é a letra “b”. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 33 29. (AFTE/RN/2004/ESAF) Avalie o acerto das formulações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas. Em seguida, marque a opção correta. ( ) É vedada a aplicação imediata da legislação tributária a fatos geradores cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa. ( ) A lei tributária é aplicável a ato ou fato pretérito definitivamente julgado, quando deixe de defini-lo como infração. ( ) A legislação tributária que disponha sobre parcelamento de crédito tributário deve ser interpretada literalmente. ( ) Quando não há dúvida quanto à capitulação legal do fato, a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, deve ser interpretada da maneira mais favorável ao acusado. a) V, F, V, F b) V, V, F, V c) F, V, F, F d) F, F, V, V e) F, F, V, F. O primeiro item é falso, porque não é vedada a aplicação imediata da legislação tributária a fatos geradores cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa, conforme o art. 105 do CTN, que trata também dos fatos geradores pendentes. O segundo item é falso, porque a lei tributária é aplicável a ato ou fato pretérito não definitivamente julgado, quando deixe de defini-lo como infração, de acordo com o art. 106, II, “a”, do CTN. O terceiro item é verdadeiro, porque a legislação tributária que disponha sobre parcelamento (hipótese de suspensão do crédito tributário) deve ser interpretada literalmente, de acordo com o art. 111, I, do CTN. O quarto item é falso, porque quando há dúvida quanto à capitulação legal do fato, a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, deve ser interpretada da maneira mais favorável ao acusado, de acordo com o art. 112 do CTN. Deste modo, a resposta é a letra “e”. 30. (AFE/MG/2005/ESAF) Considerando os temas “vigência e aplicação da legislação tributária” e “interpretação e integração da legislação tributária”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) A lei que disponha sobre suspensão e exclusão do crédito tributário deve ser interpretada, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 34 segundo o Código Tributário Nacional, em benefício do contribuinte. ( ) A lei tributária aplica-se ao ato ou fato pretérito, quando for interpretativa, ressalvadas as hipóteses em que redundar na aplicação de penalidade. ( ) Segundo o Código Tributário Nacional, o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. ( ) A lei tributária é aplicada a fato anterior à sua vigência quando extinguir tributo, já que vem em benefício do contribuinte. a) V, V, V, F b) F, V, F, V c) F, V, V, V d) F, V, V, F e) F, F, V, F O primeiro item é falso, porque a lei que disponha sobre suspensão e exclusão do crédito tributário deve ser interpretada literalmente, segundo o art. 111, I, do CTN. O segundo item é verdadeiro, porque a lei tributária aplica-se ao ato ou fato pretérito, quando for interpretativa, ressalvadas as hipóteses em que redundar na aplicação de penalidade, conforme o art. 106, I, do CTN. O terceiro item é verdadeiro, pois, segundo o CTN, o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei, segundo o art. 108, §1°, do CTN. O quarto item é falso, porque a lei tributária não é aplicada a fato anterior à sua vigência quando extinguir tributo. Deste modo, a resposta é a letra “d”. 31. (ESAF/Procurador/DF/2004) Em relação ao tema interpretação e integração da legislação tributária, regulado pelo Código Tributário Nacional, avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias, suspensão ou extinção do crédito tributário e outorga de isenção. ( ) Em caso de dúvida quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 35 ( ) O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei; o da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. a) V, V, V b) F, V, F c) V, V, F d) V, F, V e) F, V, V O primeiro item é falso, porque se interpreta literalmente a legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias, suspensão ou exclusão do crédito tributário e outorga de isenção, de acordo com o art. 111 do CTN. O segundo item é verdadeiro, porque, em caso de dúvida quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, conforme art. 112 do CTN. O terceiro item é verdadeiro, porque o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei; o da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido, segundo o art. 108, §§1° e 2°, do CTN. Deste modo, a resposta é a letra “e”. 32. (ESAF/PFN/2006/adaptada) Considerando os temas “vigência e aplicação da legislação tributária” e “interpretação e integração da legislação tributária” e as disposições do CTN, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) O emprego da analogia pode resultar na exigência de tributo. ( ) A lei tributária aplica-se ao ato ou fato pretérito, quando for interpretativa, ressalvadas as hipóteses em que redundar na aplicação de penalidade. ( ) Quando extinguir multa tributária, a lei tributária pode ser aplicada a fato anterior à sua vigência. ( ) A lei que disponha sobre moratória e remissão do crédito tributário deve ser interpretada, segundo o Código Tributário Nacional, em benefício do contribuinte. a) F, F, V, F b) V, V, F, F c) F, V, V, F d) V, F,F, V PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 36 e) F, V, V, V O primeiro item é falso, porque o emprego da analogia não pode resultar na exigência de tributo, conforme §1°, do art. 108 do CTN. O segundo item é verdadeiro, pois a lei tributária aplica-se ao ato ou fato pretérito, quando for interpretativa, ressalvadas as hipóteses em que redundar na aplicação de penalidade, conforme inc. I, do art. 106 do CTN. O terceiro item é verdadeiro, eis que quando extinguir multa tributária, a lei tributária pode ser aplicada a fato anterior à sua vigência, conforme inc. II, “c”, do art. 106 do CTN. O quarto item é falso, porque a lei que disponha sobre moratória do crédito tributário deve ser interpretada, segundo o Código Tributário Nacional, literalmente. Deste modo, a resposta é a letra “c”. 33. (ESAF/MPC/GO/2007) Quanto à interpretação e integração das normas tributárias, assinale a opção correta. a) As lacunas do Direito Tributário são colmatadas pela mesma sistemática da Lei de Introdução ao Código Civil. b) O contrato de arrendamento mercantil relativo a um automóvel pode excluir a responsabilidade tributária do arrendante, em relação ao Imposto sobre Veículos Automotores, uma vez que as partes podem pactuar suas obrigações. c) Em existindo dúvida quanto à capitulação legal do fato, deve-se interpretar a lei tributária definidora de infrações da maneira mais favorável ao acusado. d) A outorga de isenções é interpretada finalisticamente, cabendo ao aplicador da lei buscar o objetivo perseguido pelo legislador. e) A lei tributária, em alguns casos, pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado para definir ou limitar competências tributárias. A resposta correta é a letra “c”, conforme art. 112, I, do CTN. A letra “a” é falsa, pois as lacunas do Direito Tributário são colmatadas (preenchidas) pela sistemática prevista no art. 108 do CTN. A letra “b” é falsa, pois a responsabilidade tributária não pode ser excluída por contrato. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 37 A letra “d” é falsa, uma vez que a outorga de isenções é interpretada literalmente, conforme art. 111, I e II, do CTN. A letra “e” é falsa, pois a lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias, segundo art. 110 do CTN. 34. (ESAF/PFN/2007) ● O Decreto n. 40.643/96, do Estado de São Paulo, que aprovou os termos do Convênio n. 132/95, concedeu certa isenção para os estabelecimentos industriais. A circunstância de a Lei Federal n. 4.502/64, que, para os fins nela previstos, equiparou o estabelecimento industrial ao importador, permite, segundo o CTN, a interpretação de que também o importador se beneficia da isenção? ● À luz do art. 38, § 2º, da Lei n. 6.374/89, do Estado de São Paulo, discutiu-se a atualização monetária do crédito do ICMS. Em face de norma estadual expressa, é admitido o uso das formas de integração do direito tributário, quais sejam, a analogia, os princípios gerais de direito tributário e de direito público e a eqüidade, se já previstas em lei federal (CTN, art. 108, I a IV)? ● O Plenário do STF, ao julgar o RE 213.396 (DJ de 01/12/2000), assentou a constitucionalidade do sistema de substituição tributária “para frente”, mesmo antes da promulgação da EC n. 3/93. Nesse sistema, a obrigação tributária mostra-se anterior à realização concreta do fato tributável. O Convênio ICMS 10/89, que previu esse sistema, foi publicado no dia 30 de março. Poderia o Convênio alcançar os substitutos tributários por ele instituídos, já no mês de março de 1989? a) Sim, sim, sim b) Não, não, não c) Sim, não, sim d) Não, sim, não e) Sim, não, não A resposta correta é a letra “b”. O primeiro item é não, pois a interpretação da isenção é literal, de acordo com o art. 111 do CTN. A integração apenas é feita na ausência norma jurídica expressa, conforme art. 108 do CTN. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 38 O terceiro item é não, pois, neste, o Convênio deve obedecer ao princípio da irretroatividade, aplicando-se apenas para os casos futuros após o início da sua entrada em vigor. 35. (AFPS/CESPE) Devido ao princípio da estrita legalidade, que vige no direito tributário, não se admitem fontes informais, como o costume, para esse ramo do ordenamento jurídico. É errada, pois, conforme o art. 100, III, do CTN, admite-se como norma complementar as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas (costume). 36. (AFPS/CESPE) Em face das garantias constitucionais e das normas do CTN acerca do conceito e da vigência no tempo da legislação tributária, as ordens de serviço do INSS, que detêm natureza de atos administrativos normativos, somente serão aplicáveis, para os contribuintes, quando possuírem conteúdo tributário, a partir de 1.° de janeiro do ano subseqüente àquele em que forem publicadas. É errada, pois, conforme o art. 103, III, do CTN, atos administrativos normativos, salvo disposição em contrário, entram em vigor na data da sua publicação. 37. (AFPS/CESPE) Considere a seguinte situação, que é hipotética inclusive no que tange a legislação: Uma lei foi publicada criando imposto sobre a propriedade de veículos automotores movidos a álcool, os quais até então não eram tributariamente onerados. Todavia, por defeito do processo legislativo, a lei não especificou a alíquota com base na qual seria calculado o imposto. Diante desse quadro, poderá o fisco valer-se da analogia para o fim de calcular o imposto sobre os veículos consoantes as alíquotas aplicáveis aos veículos movidos a gasolina, dada a similitude das situações. É errada, pois, conforme o art. 108, §1º, do CTN, o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. 38. (Delegado/PF/CESPE) Os princípios de direito privado podem ser utilizados para se determinarem os efeitos tributários dos institutos, conceitos e formas do direito civil ou do direito comercial. É errada, uma vez que os princípios gerais de direito privado utilizam- se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 39 institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários (art. 109 do CTN). 39. (Delegado/PF/CESPE) Lei ordinária poderá, eventualmente, redefinir o conceito do direito privado utilizado por norma constitucional para estabelecer competência tributária. É errada, pois a lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias (art. 109 do CTN). 40. (Delegado/PF/CESPE) No caso de dispensa do cumprimento de obrigação tributária acessória, admite-se o emprego da analogia. É errada, pois, no caso dedispensa do cumprimento de obrigação tributária acessória, admite-se apenas a interpretação literal, segundo o art. 111, III, do CTN. 41. (Delegado/PF/CESPE) Em matéria de infração à lei tributária, havendo dúvida sobre a pena cabível, entre as várias penas previstas em lei, aplica-se aquela que for mais favorável ao acusado. É correta, conforme art. 112, IV, do CTN. 42. (Delegado/PF/CESPE) Ainda que para solucionar situação manifestamente injusta, não é possível utilizar-se a eqüidade para dispensar o pagamento de tributo devido. É correta, conforme art. 108, §2°, do CTN, dispondo que o emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. 43. (CESPE/Assessor Jurídico/Natal/2008) Acerca da interpretação e da integração da legislação tributária, assinale a opção correta. A Deve ser interpretada literalmente a lei estadual que disponha sobre a dispensa do cumprimento de escrituração de livros fiscais por certas sociedades empresárias. B Na ausência de disposição legal expressa, um agente público municipal pode empregar a analogia a fim de impor penalidades pecuniárias a contribuintes inadimplentes. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 40 C É lícito o emprego da eqüidade a fim de outorgar isenção de IPTU a todo contribuinte que comprove que sua situação econômica não lhe permite pagar o imposto sem prejuízo do próprio sustento ou de sua família. D A integração da legislação tributária importa no trabalho intelectual que consiste em identificar o sentido e alcance da norma, em decifrar o pensamento do legislador. A resposta correta é a letra “a”, de acordo com o art. 111, III, do CTN, pois a escrituração de livros fiscais por certas sociedades empresárias é uma obrigação tributária acessória. A letra “b” é falsa, conforme art. 108, §1°, do CTN. A letra “c” é falsa, conforme art. 108, §2°, do CTN. A letra “d” é falsa, pois traz conceituação de interpretação e não de integração. 44. (CESPE/AGU/2009) É lícita a interpretação restritiva de lei que conceda isenção de impostos e contribuições federais a uma categoria de empresas localizadas em determinada região brasileira. É errada, pois segundo norma expressa do CTN (art. 111, I e II), é lícita a interpretação literal e não a interpretação restritiva. 45. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/SP/2009) É correto afirmar que a (A) analogia é forma de interpretação da norma jurídica e o seu emprego poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. (B) equidade é forma de interpretação da norma jurídica e o seu emprego poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. (C) analogia é forma de integração da norma jurídica e o seu emprego poderá resultar na exigência do tributo não previsto em lei. (D) equidade é a forma de integração da norma jurídica e o seu emprego poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. (E) analogia é a forma de integração da norma jurídica e o seu emprego não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. A resposta correta é a letra “e”, conforme o art. 108 do CTN. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 41 46. (FUNDATEC/Agente Tributário/Caxias do Sul/RS) Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário. II - outorga de isenção. III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Quais estão corretas? A) Apenas a II. B) Apenas a I e a II. C) Apenas a II e a III. D) Apenas a I e a III. E) A I, a II e a III. A resposta correta é a letra “e”, conforme o art. 111, I a III, do CTN. 50. (ESAF/ATRFB/2010) Consoante o que dispõe o art. 111 do Código Tributário Nacional, interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha, entre outros, sobre a outorga de isenção. Tal artigo, embora sofra algumas críticas de parte da doutrina, no sentido de que não se deva lançar mão isoladamente da técnica de interpretação literal, vem tendo acolhida em diversos julgados oriundos de tribunais superiores. Como exemplos de aplicação de tal princípio, podemos apontar as seguintes situações, com exceção de: a) de modo geral, podemos afirmar que é vedada a analogia em legislação que verse sobre a outorga de isenções. b) requisitos estabelecidos por ato normativo infralegal, como um Ato Declaratório Normativo expedido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, por exemplo, podem impor restrições válidas, além daquelas contidas em textos legais, para a fruição de benefícios fiscais. c) não é vedada a ponderação dos elementos sistemáticos e finalísticos da norma por parte do aplicador do direito. d) embora o comando legal seja no sentido de que seja dada interpretação literal à legislação que disponha sobre a outorga de isenções, admite-se uma interpretação mais ampla da referida norma. e) a isenção tributária revela-se instrumento de materialização de conveniência política, insuscetível, neste aspecto, de controle do Poder Judiciário, na concretização de interesses econômicos e sociais, estimulando e beneficiando determinadas situações merecedoras de tratamento privilegiado. A questão cobra precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na interpretação do Código Tributário Nacional (CTN) e também do STF. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 42 Letra (A). Segundo o STJ (EDcl no REsp 872095/PE), em regra, revela-se proibida a interpretação das normas concessivas de isenção de forma analógica ou extensiva, restando consolidado entendimento no sentido de ser incabível interpretação extensiva da isenção à situação que não se enquadre no texto expresso da lei (art. 111, II, do CTN). Logo, correta. Letra (B). Segundo o STJ (REsp 115823 SP), o ato normativo infralegal que impõe restrições para fruição de benefícios fiscais, além daquelas contidas em textos legais, fere o princípio da legalidade estrita. Logo, incorreta. Letras (C) e (D). Segundo o STJ, o art. 111 do CTN não pode levar o aplicador do direito à conclusão de que esteja ele impedido de aplicar as normas de direito, de valer-se de uma equilibrada ponderação dos elementos lógico-sistemático, histórico e finalístico ou teleológico, os quais integram a metodologia de interpretação das normas jurídicas (REsp 192.531/RS). Portanto, segunda tal decisão, corretas as alternativas. Letra (E). Segundo o STF, a isenção fiscal decorre do implemento da política fiscal e econômica, pelo estado, tendo em vista o interesse social, sendo ato discricionário que escapa ao controle do Poder Judiciário e envolve juízo de conveniência e oportunidade do Poder Executivo (AI 151.855-AgR). Logo, correta. 51. (ESAF/AFRFB/2010) Considerando a publicação de norma, em 15 de dezembro de 2009, visando à majoração de tributo, sem disposição expressa sobre a data de vigência, aponte a opção correta. a) Tratando-se de imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, poderá ser editada lei ordinária, produzindo efeitos financeiros a partir de 1° de janeiro de 2010. b) Tratando-se de imposto sobre produtos industrializados, poderá ser expedido decreto presidencial, produzindo efeitos financeiros a partir de sua publicação. c) Tratando-se de imposto sobre a propriedade territorial rural, poderá ser editada medida provisória, produzindo efeitos financeiros noventa dias após a sua publicação. d) Tratando-se de imposto sobre importação,poderá ser expedido decreto presidencial, produzindo efeitos financeiros noventa dias após a sua publicação. e) Tratando-se de contribuição social, poderá ser editada medida provisória, produzindo efeitos financeiros a partir de 1° de janeiro de 2011, caso não tenha sido convertida em lei no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 43 Letra (A). De acordo com o art. 104, I, do CTN, entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda que instituem ou majoram tais impostos. Portanto, considerando a publicação de norma, em 15 de dezembro de 2009, visando à majoração de IR, que não obedece a anterioridade nonagesimal, os efeitos financeiros ocorrerão a partir de 1° de janeiro de 2010. Logo, correta. Letra (B). O IPI deve observar a anterioridade nonagesimal. Logo, incorreta. Letra (C). O ITR deve observar anterioridade anual e nonagesimal. E na hipótese de medida provisória teria que ser convertida em lei até 31 de dezembro do ano em que editada para que produzisse efeitos financeiros no exercício seguinte (art. 62, § 2º, CF). Logo, incorreta. Letra (D). O imposto sobre importação (II) é exceção a anterioridade anual e nonagesimal. Logo, incorreta. Letra (E). O art. 62, §2°, da CF, não se aplica as contribuições sociais. Este é o entendimento dominante na doutrina e no STF. Logo, incorreta. 52. (ESAF/ISS/RJ/2010) De acordo com o disposto no art. 111, incisos I a III, do Código Tributário Nacional, interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário, outorga de isenção e dispensa do cumprimento de obrigações acessórias. Tal disposição leva a concluir, exceto, que: a) A isenção de que goza a parte, relativa aos ganhos com a operacionalização da atividade empresarial, não abrange o resultado das aplicações financeiras por ela realizadas, uma vez que se interpreta literalmente a legislação tributária que disponha sobre a outorga de isenção. b) O disposto no art. 111, porém, não pode levar o aplicador do direito à absurda conclusão de que esteja ele impedido, no seu mister de apreciar e aplicar as normas de direito, de valer-se de uma equilibrada ponderação dos elementos lógico-sistemático, histórico e finalístico ou teleológico, os quais integram a moderna metodologia de interpretação das normas jurídicas. c) Apenas a concessão do parcelamento suspende a exigibilidade do crédito tributário, e não o seu simples requerimento. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 44 d) A isenção tributária revela conveniência política, insuscetível, neste aspecto, de controle do Poder Judiciário, na concretização de interesses econômicos e sociais, estimulando e beneficiando determinadas situações merecedoras de tratamento privilegiado. e) Do referido dispositivo resulta não somente uma proibição à analogia, como também uma impossibilidade de interpretação mais ampla. A questão cobra jurisprudência pura. Contudo, inovou nesta questão cobrando também decisões dos Tribunais Regionais Federais da 1ª, 2ª e 4ª. Regiões. Então, vamos lá. A letra “a” está de acordo literalmente com a decisão do TRF-1ª Região, AMS 96.01.42228-5/BA, DJ de 27/06/02, p. 822. Vejamos: ”A isenção de que goza a parte, relativa aos ganhos com a operacionalização da atividade empresarial, não abrange o resultado das aplicações financeiras por ela realizadas, uma vez que se interpreta literalmente a legislação tributária que disponha sobre a outorga de isenção (CTN, art. 111, II)”. Logo, correta. A letra “b” está de acordo literalmente com a decisão do STJ, REsp 192.531/RS, DJ de 16/05/05, p. 275, a saber: “O art. 111 do CTN, que prescreve a interpretação literal da norma, não pode levar o aplicador do direito à absurda conclusão de que esteja ele impedido, no seu mister de apreciar e aplicar as normas de direito, de valer-se de uma equilibrada ponderação dos elementos lógico-sistemático, histórico e finalístico ou teleológico, os quais integram a moderna metodologia de interpretação das normas jurídicas”. Logo, correta. A letra “c” está de acordo literalmente com a decisão do TRF 2ª Região, 2002.02.01.013312-8/RJ, DJ de 24/08/07, p. 436, que dispõe: “Apenas a concessão do parcelamento suspende a exigibilidade do crédito tributário, e não o seu requerimento, nos termos do art. 151, inciso VI, do CTN. 2. O art. 111, inciso I, do CTN, determina a interpretação literal da lei, ou de seus dispositivos, quando versarem a respeito da suspensão ou exclusão do crédito tributário”. Logo, correta. A letra “d” está de acordo literalmente com a decisão do TRF 4ª Região, AI nº 97.04.42289-0/RS, DJU de 3.12.97, p. 104.986, a saber: “A isenção tributária revela conveniência política, insuscetível, neste aspecto, de controle do Poder Judiciário, na concretização de interesses econômicos e sociais, estimulando e beneficiando determinadas situações merecedoras de tratamento privilegiado. Além disso, a extensão do benefício fiscal a situações não abrangidas PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 45 pela norma, criando direito estranho à previsão legal e atribuindo à norma supostamente inconstitucional vigor maior, desrespeita a exegese do art. 111, inciso II, do CTN”. Logo, correta. A letra “e” é complexa. Segundo o STJ (EDcl no REsp 872095/PE), de modo geral, revela-se proibida a interpretação das normas concessivas de isenção de forma analógica ou extensiva, restando consolidado entendimento no sentido de ser incabível interpretação extensiva da isenção à situação que não se enquadre no texto expresso da lei (art. 111, II, do CTN). Porém, não uma impossibilidade de interpretação mais ampla ou proibição à analogia, que pode ser utilizada como exceção. Logo, incorreta. 53. (ESAF/ISS/RJ/2010) No tocante à interpretação da legislação tributária, julgue os itens a seguir: I. na ausência de disposição expressa, o aplicador da legislação tributária se valerá, sucessivamente, dos princípios gerais de direito tributário, dos princípios gerais de direito constitucional, da analogia e da equidade; II. a interpretação da legislação tributária se fará literalmente quando esta disponha sobre a dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias; III. a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito quando seja expressamente interpretativa; IV. exclusivamente para efeitos tributários, a lei pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, ainda que utilizados pela Constituição Federal para definir ou limitar competências tributárias. Estão corretos apenas os itens: a) II e III. b) I e III. c) II e IV. d) III e IV. e) I e IV. Item I. O art. 108 do CTN estabelece que na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: 1. analogia; 2. princípios gerais de direito tributário; 3. princípios gerais de direito público; 4. equidade. Logo, incorreta. Item II. De acordo com o art. 111 do CTN, interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: (i) suspensão ou exclusão do crédito tributário; (ii) outorga de isenção; (iii) dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Logo, correto.PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 46 Item III. Segundo o art. 106, I, do CTN, a lei tributária pode ter aplicação retroativa, podendo ser aplicada ato ou fato pretérito, em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. Logo, correta. Item IV. Segundo o art. 110 do CTN, a lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. Logo, incorreta. Portanto, correta a letra “a”. QUESTÕES TRATADAS EM AULA DA ESAF 1. (AFRF/2000/ESAF) Segundo o Código Tributário Nacional, os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram em vigor, salvo disposição em contrário, a) no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação. b) 30 dias após sua publicação. c) 45 dias após sua publicação. d) na data da sua publicação. e) na data de sua assinatura. 2. (AFE/PI/2002/ESAF) Lei instituidora de tributo, publicada em 30 de dezembro, omissa quanto à data de início de sua vigência, tornar-se-á obrigatória: a) na data de sua publicação. b) no primeiro dia do exercício financeiro seguinte. c) trinta dias após a data de sua publicação. d) quarenta e cinco dias após a data de sua publicação. e) sessenta dias após a data de sua publicação. 3. (ATE/MS/2001/ESAF) Os convênios sobre matéria tributária, incluídos entre as normas complementares da legislação tributária, têm como regra de vigência temporal o seguinte: a) entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte ao de sua publicação b) entram em vigor trinta dias após a data de sua publicação. c) entram em vigor na data neles prevista. d) entram em vigor na data de sua publicação. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 47 e) entram em vigor trinta dias após sua homologação pela Assembléia Legislativa. 4. (AFRF/2005/ESAF) Considerando os temas “vigência” e “aplicação” da legislação tributária, julgue os itens a seguir. Marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) É condição de vigência da lei tributária a sua eficácia. ( ) O CTN veda a extraterritorialidade da legislação tributária. ( ) Não é vedado aos decretos dispor sobre o termo inicial da vigência dos atos expedidos pelas autoridades administrativas tributárias. ( ) O Código Tributário Nacional adota como regra a irretroatividade da lei tributária. a) V F F V. b) F F V F. c) F F V V. d) V F V V. e) V F V F. 5. (ATM/Recife/2003/ESAF) Avalie as formulações seguintes e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. I - Em consonância com a Constituição Federal, medida provisória que implique majoração do imposto sobre propriedade territorial rural só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. II - De conformidade com a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, a legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham o Código Tributário Nacional ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. III - Os dispositivos de lei que definem novas hipóteses de incidência, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda, entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação, conforme estabelece o Código Tributário Nacional. IV - Determina o Código Tributário Nacional que, salvo disposição em contrário, os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios entram em vigor na data da sua publicação. a) Apenas as formulações I, II e III são corretas. b) Apenas as formulações I, II e IV são corretas. c) Apenas as formulações I, III e IV são corretas. d) Apenas as formulações II, III e IV são corretas. e) Todas as formulações são corretas. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 48 6. (ESAF/ATRFB/2010) Entre outras limitações ao poder de tributar, que possuem os entes políticos, temos a de cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Sobre essa limitação, analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. Depois, escolha a opção que seja adequada às suas respostas: I. a irretroatividade da lei tributária vem preservar o passado da atribuição de novos efeitos tributários, reforçando a própria garantia da legalidade, porquanto resulta na exigência de lei prévia, evidenciando-se como instrumento de otimização da segurança jurídica ao prover uma maior certeza do direito; II. o Supremo Tribunal Federal tem como referência, para análise da irretroatividade, o aspecto temporal da hipótese de incidência, ou seja, o momento apontado pela lei como sendo aquele em que se deve considerar ocorrido o fato gerador; III. a mesma lei que rege o fato é também a única apta a reger os efeitos que ele desencadeia, como a sujeição passiva, extensão da responsabilidade, base de cálculo, alíquotas, deduções, compensações e correção monetária, por exemplo; IV. a lei instituidora ou majoradora de tributos tem de ser, como regra, prospectiva; admite-se, porém, a sua retroatividade imprópria. a) Todos os itens estão corretos. b) Estão corretos apenas os itens I, II e III. c) Estão corretos apenas os itens I, III e IV. d) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. e) Estão corretos apenas os itens I e III. 7. (ATE/PI/2001/ESAF) A aplicação retroativa de lei tributária não é admitida quando: a) estabelecer hipóteses de isenção. b) for interpretativa. c) deixar de definir ato não definitivamente julgado como infração. d) estabelecer penalidade mais branda que a prevista na lei vigente ao tempo da prática do ato. e) deixar de tratar ato não definitivamente julgado como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, respeitados os demais requisitos legais. 8. (TRF/2000/ESAF) A lei não se aplica a ato ou fato pretérito: a) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. b) quando seja expressamente interpretativa. c) tratando-se de ato não definitivamente julgado quando deixe de defini-lo como infração. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 49 d) quando deixe de tratar ato não definitivamente julgado como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, não sendo fraudulento e não tendo implicado falta de pagamento de tributo. e) quando expressamente interpretativa, determine a aplicação de penalidade por infração dos dispositivos interpretados. 9. (AFTN/94/ESAF) Lei tributária que, simultaneamente, (a) disponha sobre suspensão do crédito tributário, (b) sobre dispensa do cumprimento de obrigações acessórias (c) e que defina infrações, esta última em caso de dúvidaquanto à extensão dos efeitos do fato, interpreta-se: a) analogicamente, extensivamente e de maneira mais favorável ao acusado b) literalmente, extensivamente e analogicamente c) extensivamente, literalmente e analogicamente d) literalmente, extensivamente e de maneira mais favorável ao acusado e) literalmente, literalmente e de maneira mais favorável ao acusado 10. (AFTN/94/ESAF) 1. Busca de um paradigma que contenha situação semelhante ou quase igual àquela para a qual o aplicador não encontrou disposição expressa. 2. Aplicação da regra da isonomia: tratamento igual para casos iguais e desigual para os desiguais. 3. Aplicação da norma mais branda e menos onerosa. 4. Sujeita-se a interpretação literal. Combine cada uma das quatro expressões acima com cada uma das quatro opções abaixo: w) anistia x) equidade y) princípio geral de direito z) analogia Qual das combinações abaixo está parcial ou totalmente errada? a) x1 y3 b) y2 x3 c) z1 w4 d) x3 z1 e) y2 w4 11. (AFRF/2003/ESAF) Relativamente à interpretação e integração da legislação tributária, avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 50 ( ) Interpreta-se da maneira mais favorável ao sujeito passivo a legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. ( ) Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, bem assim para definição dos respectivos efeitos tributários. ( ) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na rigorosa ordem, a analogia, os princípios gerais de direito público, os princípios gerais de direito tributário e a eqüidade. a) F, V, F b) F, F, F c) F, F, V d) V, V, F e) V, F, V 12. (PFN/98/ESAF) 1. As normas que tratam de isenção estão sujeitas a ______________. 2. As normas que tratam de moratória estão sujeitas a ______________. 3. As normas que dizem interpretar outras, da mesma fonte, são de ______________. Observe, entre as alíneas w, x, y e z, quais as que, à luz do Código Tributário Nacional, preenchem corretamente, e com explicação plausível, as lacunas acima, e, em seguida, marque a opção que contém, na devida seqüência, as alíneas respectivas. w) interpretação extensiva, em atenção ao princípio favorabilia amplianda. x) interpretação extensiva, em atenção a que a regra geral não deve ser restringida pelo intérprete. y) interpretação retroativa, porque não tem caráter de inovação do sistema jurídico. z) interpretação literal, em atenção a que a regra geral é a tributação e exceções não se interpretam extensivamente. a) w, w, y. b) w, x, z. c) z, x, w. d) z, z, y. e) z, y, x. 13. (PFN/98/ESAF) O esclarecimento do significado de uma lei tributária por outra posterior configura a chamada interpretação a) ontológica. b) científica. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 51 c) integrada. d) autêntica. e) evolutiva. 14. (AFPS/2002/ESAF) Sobre o tema legislação tributária, é correto afirmar que, nos termos do Código Tributário Nacional: a) a aplicação da legislação tributária restringe-se a fatos geradores futuros, isto é, àqueles ocorridos a partir de sua vigência, em consonância com o princípio constitucional da irretroatividade das leis. b) a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, quando seja expressamente interpretativa, incluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. c) a lei tributária aplica-se a ato pretérito que não tenha sido definitivamente julgado, quando deixe de defini-lo como infração. d) a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, não definitivamente julgado, quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, inclusive no caso de envolver inadimplemento de obrigação principal, desde que o ato ou fato não se tenha realizado por meio de fraude. e) é permitido à autoridade administrativa empregar a eqüidade para dispensar o cumprimento de obrigação tributária principal, quando se depara com ausência de disposição legal expressa para decidir litígio tributário cujo julgamento é de sua competência. 15. (TTN/94/ESAF) No direito tributário brasileiro, o emprego da eqüidade: a) é o primeiro recurso para o caso de integração da legislação tributária. b) poderá resultar na dispensa do pagamento do tributo devido. c) justifica conceder-se remissão, desde que autorizada por lei, em relação com as características pessoais ou materiais do caso. d) afasta a interpretação literal da legislação tributária que trata da dispensa do cumprimento das obrigações tributárias acessórias. e) determina que a lei tributária se aplique a ato pretérito quando deixa de defini-lo como infração. 16. (TRF/2002.1/ESAF) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, sucessivamente, na ordem indicada (art.108 da Lei 5.172/66-Código Tributário Nacional): a) a analogia; os princípios gerais de direito tributário; os princípios gerais de direito público; a eqüidade. b) os princípios gerais de direito tributário; os princípios gerais de direito público, a eqüidade; a analogia. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 52 c) a eqüidade; os princípios gerais de direito tributário; os princípios gerais de direito público; a analogia. d) a analogia; os princípios gerais de direito público; os princípios gerais de direito tributário; a eqüidade. e) a analogia; a eqüidade; os princípios gerais de direito público; os princípios gerais de direito tributário. 17. (AFTN/94/ESAF) Na hipótese de o aplicador da lei tributária que comina penalidades ficar em dúvida quanto à graduação da pena, deverá interpretar a norma, em relação ao acusado, de modo: a) analógico. b) benigno. c) eqüitativo. d) literal. e) integrado. 18. (ATN/Recife/2003/ESAF) Conforme estabelece o Código Tributário Nacional, a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário é interpretada: a) da maneira mais favorável ao sujeito passivo, em caso de dúvida quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos. b) mediante aplicação do método teleológico. c) mediante aplicação do método sistemático. d) de tal modo que o emprego da eqüidade implique dispensa de tributo devido, quando a autoridade tributária competente, à vista de disposição normativa expressa, não puder utilizar a analogia. e) literalmente. 19. (ATM/Fortaleza/2003/ESAF) O Código Tributário Nacional estabelece expressamente a seguinte regra no seu capítulo intitulado “Interpretação e Integração da Legislação Tributária”: a) em caso de dúvida quanto à capitulação legal do fato, os dispositivos de lei tributária que tratam de fato gerador, definem infrações, ou lhes cominam penalidades, devem ser interpretados da maneira mais favorável ao sujeito passivo. b) os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. c) a legislação tributária que dispõe sobre lançamento de crédito tributário deve serinterpretada literalmente. d) o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo previsto em lei. e) na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, sucessivamente, na rigorosa PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 53 ordem que se segue, a analogia, os princípios gerais de direito público, os princípios gerais de direito tributário e a eqüidade. 20. (AFTE/RN/2005/ESAF) Avalie o acerto das formulações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas. Em seguida, marque a opção correta. ( ) É vedada a aplicação imediata da legislação tributária a fatos geradores cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa. ( ) A lei tributária é aplicável a ato ou fato pretérito definitivamente julgado, quando deixe de defini-lo como infração. ( ) A legislação tributária que disponha sobre parcelamento de crédito tributário deve ser interpretada literalmente. ( ) Quando não há dúvida quanto à capitulação legal do fato, a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, deve ser interpretada da maneira mais favorável ao acusado. a) V, F, V, F b) V, V, F, V c) F, V, F, F d) F, F, V, V e) F, F, V, F. 21. (AFE/MG/2005/ESAF) Considerando os temas “vigência e aplicação da legislação tributária” e “interpretação e integração da legislação tributária”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) A lei que disponha sobre suspensão e exclusão do crédito tributário deve ser interpretada, segundo o Código Tributário Nacional, em benefício do contribuinte. ( ) A lei tributária aplica-se ao ato ou fato pretérito, quando for interpretativa, ressalvadas as hipóteses em que redundar na aplicação de penalidade. ( ) Segundo o Código Tributário Nacional, o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. ( ) A lei tributária é aplicada a fato anterior à sua vigência quando extinguir tributo, já que vem em benefício do contribuinte. a) V, V, V, F b) F, V, F, V c) F, V, V, V d) F, V, V, F e) F, F, V, F 22. (ESAF/Procurador/DF/2004) Em relação ao tema interpretação e integração da legislação tributária, regulado pelo Código Tributário PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 54 Nacional, avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias, suspensão ou extinção do crédito tributário e outorga de isenção. ( ) Em caso de dúvida quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades. ( ) O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei; o da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. a) V, V, V b) F, V, F c) V, V, F d) V, F, V e) F, V, V 23. (ESAF/PFN/2006) Considerando os temas “vigência e aplicação da legislação tributária” e “interpretação e integração da legislação tributária” e as disposições do CTN, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) O emprego da analogia pode resultar na exigência de tributo. ( ) A lei tributária aplica-se ao ato ou fato pretérito, quando for interpretativa, ressalvadas as hipóteses em que redundar na aplicação de penalidade. ( ) Quando extinguir multa tributária, a lei tributária pode ser aplicada a fato anterior à sua vigência. ( ) A lei que disponha sobre moratória e remissão do crédito tributário deve ser interpretada, segundo o Código Tributário Nacional, em benefício do contribuinte. a) F, F, V, F b) V, V, F, F c) F, V, V, F d) V, F, F, V e) F, V, V, V 24. (ESAF/MPC/GO/2007) Quanto à interpretação e integração das normas tributárias, assinale a opção correta. a) As lacunas do Direito Tributário são colmatadas pela mesma sistemática da Lei de Introdução ao Código Civil. b) O contrato de arrendamento mercantil relativo a um automóvel pode excluir a responsabilidade tributária do arrendante, em relação PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 55 ao Imposto sobre Veículos Automotores, uma vez que as partes podem pactuar suas obrigações. c) Em existindo dúvida quanto à capitulação legal do fato, deve-se interpretar a lei tributária definidora de infrações da maneira mais favorável ao acusado. d) A outorga de isenções é interpretada finalisticamente, cabendo ao aplicador da lei buscar o objetivo perseguido pelo legislador. e) A lei tributária, em alguns casos, pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado para definir ou limitar competências tributárias. 25. (ESAF/PFN/2007) ● O Decreto n. 40.643/96, do Estado de São Paulo, que aprovou os termos do Convênio n. 132/95, concedeu certa isenção para os estabelecimentos industriais. A circunstância de a Lei Federal n. 4.502/64, que, para os fins nela previstos, equiparou o estabelecimento industrial ao importador, permite, segundo o CTN, a interpretação de que também o importador se beneficia da isenção? ● À luz do art. 38, § 2º, da Lei n. 6.374/89, do Estado de São Paulo, discutiu-se a atualização monetária do crédito do ICMS. Em face de norma estadual expressa, é admitido o uso das formas de integração do direito tributário, quais sejam, a analogia, os princípios gerais de direito tributário e de direito público e a eqüidade, se já previstas em lei federal (CTN, art. 108, I a IV)? ● O Plenário do STF, ao julgar o RE 213.396 (DJ de 01/12/2000), assentou a constitucionalidade do sistema de substituição tributária “para frente”, mesmo antes da promulgação da EC n. 3/93. Nesse sistema, a obrigação tributária mostra-se anterior à realização concreta do fato tributável. O Convênio ICMS 10/89, que previu esse sistema, foi publicado no dia 30 de março. Poderia o Convênio alcançar os substitutos tributários por ele instituídos, já no mês de março de 1989? a) Sim, sim, sim b) Não, não, não c) Sim, não, sim d) Não, sim, não e) Sim, não, não 26. (ESAF/ATRFB/2010) Consoante o que dispõe o art. 111 do Código Tributário Nacional, interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha, entre outros, sobre a outorga de isenção. Tal artigo, embora sofra algumas críticas de parte da doutrina, no sentido de que não se deva lançar mão isoladamente da técnica de interpretação literal, vem tendo acolhida em diversos julgados oriundos de tribunais superiores. Como exemplos de aplicação de tal princípio, podemos apontar as seguintes situações, com exceção de: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 56 a) de modo geral, podemos afirmar que é vedada a analogia em legislação que verse sobre a outorga de isenções. b) requisitos estabelecidos por ato normativo infralegal, como um Ato Declaratório Normativo expedido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, por exemplo, podem impor restrições válidas, além daquelas contidas em textos legais, para a fruição de benefícios fiscais. c) não é vedada a ponderaçãodos elementos sistemáticos e finalísticos da norma por parte do aplicador do direito. d) embora o comando legal seja no sentido de que seja dada interpretação literal à legislação que disponha sobre a outorga de isenções, admite-se uma interpretação mais ampla da referida norma. e) a isenção tributária revela-se instrumento de materialização de conveniência política, insuscetível, neste aspecto, de controle do Poder Judiciário, na concretização de interesses econômicos e sociais, estimulando e beneficiando determinadas situações merecedoras de tratamento privilegiado. 27. (ISS/RJ/2010) De acordo com o disposto no art. 111, incisos I a III, do Código Tributário Nacional, interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário, outorga de isenção e dispensa do cumprimento de obrigações acessórias. Tal disposição leva a concluir, exceto, que: a) A isenção de que goza a parte, relativa aos ganhos com a operacionalização da atividade empresarial, não abrange o resultado das aplicações financeiras por ela realizadas, uma vez que se interpreta literalmente a legislação tributária que disponha sobre a outorga de isenção. b) O disposto no art. 111, porém, não pode levar o aplicador do direito à absurda conclusão de que esteja ele impedido, no seu mister de apreciar e aplicar as normas de direito, de valer-se de uma equilibrada ponderação dos elementos lógico-sistemático, histórico e finalístico ou teleológico, os quais integram a moderna metodologia de interpretação das normas jurídicas. c) Apenas a concessão do parcelamento suspende a exigibilidade do crédito tributário, e não o seu simples requerimento. d) A isenção tributária revela conveniência política, insuscetível, neste aspecto, de controle do Poder Judiciário, na concretização de interesses econômicos e sociais, estimulando e beneficiando determinadas situações merecedoras de tratamento privilegiado. e) Do referido dispositivo resulta não somente uma proibição à analogia, como também uma impossibilidade de interpretação mais ampla. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 57 28. (ISS/RJ/2010) No tocante à interpretação da legislação tributária, julgue os itens a seguir: I. na ausência de disposição expressa, o aplicador da legislação tributária se valerá, sucessivamente, dos princípios gerais de direito tributário, dos princípios gerais de direito constitucional, da analogia e da equidade; II. a interpretação da legislação tributária se fará literalmente quando esta disponha sobre a dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias; III. a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito quando seja expressamente interpretativa; IV. exclusivamente para efeitos tributários, a lei pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, ainda que utilizados pela Constituição Federal para definir ou limitar competências tributárias. Estão corretos apenas os itens: a) II e III. b) I e III. c) II e IV. d) III e IV. e) I e IV. 29. (ESAF/PFN/2004) Segundo o Código Tributário Nacional, está sujeita à interpretação literal a norma tributária que verse sobre a) remissão. b) compensação. c) prescrição. d) decadência. e) parcelamento. 30. (Procurador/Banco Central/2002) Uma das formas de integração da norma jurídica tributária, como etapa final do procedimento de interpretação, visando a preencher lacuna da lei pela aplicação de disposição legal relativa a hipótese assemelhada, é a) Eqüidade. b) Anatocismo. c) Analogia. d) Teleologismo. e) Literalidade. 31. (Auditor/Natal/2001) Tratando-se de regras de interpretação da legislação tributária, temos que a) a ausência de disposição normativa expressa não autoriza o emprego da analogia. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 58 b) pelo emprego da eqüidade é possível a dispensa do pagamento de tributo devido. c) os princípios gerais de Direito Privado podem ser utilizados para definição dos efeitos tributários dos institutos e conceitos dessa área jurídica. d) deve ser interpretada de maneira mais favorável ao FISCO a lei tributária que defina infrações e comine penalidades. e) deve ser interpretada literalmente a legislação tributária referente à outorga de isenção. 32. (ESAF/AFRFB/2005) Em relação à vigência da legislação tributária podemos afirmar que, salvo disposição em contrário, a) os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram em vigor, 30 dias após sua publicação. b) as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa, entram em vigor na data de sua publicação. c) os convênios que entre si celebrem a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios entram em vigor na data de sua publicação. d) em face do princípio da legalidade, uma lei pode estar vigente e eficaz, mas só se pode aplicá-la aos fatos geradores que ocorrerem no exercício seguinte ao da sua publicação. e) a medida provisória, até que seja convertida em lei, revoga ou suspende a lei com ela incompatível. Caso não haja a conversão, a lei anterior voltará em sua plenitude, cabendo ao Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas formadas no período de vigência da medida provisória. 33. (ESAF/AFRF/2002.1) Diz o Código Tributário Nacional que “a legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação”. A legislação mencionada, salvo disposição em contrário, aplica-se, exclusivamente, a) a pessoas naturais ou jurídicas que sejam contribuintes do imposto a que alude a norma respectiva. b) a pessoas naturais ou, quando se trate de pessoa jurídica, a seus diretores ou representantes legais. c) a todas as pessoas que se achem em seu campo de incidência, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. d) a pessoas jurídicas que sejam contribuintes ou responsáveis por tributos em geral ou pelo tributo específico a que se refira. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 59 e) a pessoas naturais ou jurídicas não imunes, inclusive às que sejam isentas ou não tributadas por força de norma infraconstitucional (leis, decretos etc.). 34. (ESAF/AFTN/1998) A Emenda Constitucional n0 18, de 1965, aludia a leis complementares; porém somente a partir da Constituição de 1967 é que passou a existir a lei complementar em sentido formal, votada com quorum privilegiado. À vista disto, indique, em relação ao Código Tributário Nacional (CTN, Lei n0 5.172, de 1966), qual conclusão e respectiva justificação são simultaneamente corretas. a) As matérias contidas no CTN, reservadas a leis complementares pela Constituição hoje em vigor, continuam em plena vigência, quando compatíveis com as normas constitucionais atuais. b) As matérias contidas no CTN, reservadas a leis complementares pela Constituição hoje em vigor, foram revogadas pelo novo regime, eis que tal Código foi votado como lei ordinária. c) O CTN pode ser revogado por lei ordinária ou medida provisória, pois as leis ordinárias em geral, como a Lei n.º 5.172, podem ser revogadas ou modificadas por outras leis de igual hierarquia. d) O CTN pode ser revogado por lei ordinária, mas nãopor medida provisória, porque a estas é defeso tratar de tributos. e) As matérias contidas no CTN, reservadas a leis complementares pela Constituição hoje em vigor, continuam em plena vigência, porque não revogadas ou modificadas por lei ordinária posterior. 35. (ESAF/AFTN/1998) 49- Assinale a resposta que preencha corretamente as duas lacunas. A majoração ________ está sujeita ao princípio da anterioridade ________ a) do imposto de transmissão de bens imóveis — da lei em relação à cobrança, mas a lei pode ter sido publicada no mesmo exercício em que a cobrança se realiza. b) do imposto de importação — anual, só podendo ser exigida se a lei majoradora estiver em vigor antes do início do exercício da cobrança. c) do imposto de renda — anual, sendo indispensável que a lei majoradora esteja em vigor antes do início da cobrança, não bastando ter sido publicada anteriormente a esse início. d) do imposto de exportação — anual em relação à cobrança, devendo a lei ter sido publicada antes do exercício em que a cobrança se realiza. e) da contribuição para a previdência social — de 90 dias da publicação da lei majoradora, não podendo ser exigida antes desse nonagintídio. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 60 36. (ESAF/AFTN/1998) Segundo se depreende do Código Tributário Nacional, um ato infralegal (um decreto, por exemplo) pode estabelecer a(s) a) extinção de um tributo. b) definição do fato gerador da obrigação tributária acessória nos limites da lei. c) hipóteses de anistia. d) redução do Imposto Territorial Rural. e) fixação da alíquota do imposto de renda. 37. (ESAF/AFTN/1998) (I) Devido ao princípio da soberania nacional previsto já no primeiro artigo da Constituição, um tratado internacional não pode interferir em matéria tributária. (II) As Resoluções do Senado Federal não interferem na legislação relativa a tributos propriamente federais. (III) Consoante o Código Tributário Nacional, analogia seria (ou é) técnica de integração e não de interpretação da legislação tributária. Analisadas estas três perguntas, escolha a opção que contenha, na respectiva seqüência, as respostas corretas. a) As três assertivas são verdadeiras. b) É verdadeira a primeira assertiva, mas é falsa sua explicação; são falsas as demais. c) É falsa a primeira assertiva; são verdadeiras as duas últimas. d) Todas as três assertivas são falsas. e) É verdadeira a primeira assertiva, falsa a segunda e verdadeira a terceira. 38. (ESAF/AFTN/1996) Quando uma lei ou alguns dos seus artigos são declarados definitivamente inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal são retirados do ordenamento jurídico. A pela publicação do acórdão do Supremo Tribunal Federal no Diário Oficial da União; B Por lei complementar; C Por resolução do Senado; D Por decreto legislativo; E Por medida provisória. 39. (ESAF/AFTN/1996) Sobre os decretos executivos federais, podemos afirmar que são: A Veículos normativos privativos do legislativo para aprovação, entre outras coisas, dos tratados e convenções internacionais celebrados pelo Presidente da República; PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 61 B Atos normativos de competência privativa do Presidente da República com força de lei próprios para o aumento das alíquotas do IPI, IE, IR e IOF; C Veículos normativos do Presidente da República para aprovação, entre outras coisas, dos tratados e convenções celebrados pelos Ministros de Estado; D Veículos normativos com força de lei idôneos para instituírem impostos extraordinários na iminência ou no caso de guerra externa; E Veículos normativos que se prestam à aprovação dos regulamentos dos impostos federais. 40. (ESAF/AFTN/1996) Questão 26: O princípio da legalidade não se aplica, em toda sua extensão. A Aos impostos de importação e exportação, impostos sobre produtos industrializados e impostos extraordinário decorente de guerra. B Aos impostos de importação e exportação, ao impostos sobre produtos industrializados e ao imposto sosbre operações financeiras. C Às taxas e contribuições de melhoria. D Aos impostos de importação e exportação, impostos sobre produtos industrializados e ao imposto extraordinário de guerra. E Às taxas e contribuições sociais. 41. (ESAF/AFM/TERESINA/2002) Indique, nas opções abaixo, em que hipótese podem as convenções formalizadas entre particulares ser opostas à Fazenda Pública, relativamente à responsabilidade pelo pagamento de tributo, com o objetivo de modificar a definição do sujeito passivo da obrigação tributária. a) Quando é decorrente de clara e expressa cláusula do acordo de vontades entre os particulares. b) Quando está expressamente previsto em disposição legal específica. c) Em casos de dúvida quanto à vinculação do sujeito passivo ao fato gerador. d) Quando resulta de decisão administrativa da Fazenda Pública. e) Em nenhuma hipótese pode ocorrer tal oposição em face da Fazenda Pública. 42. (ESAF/AFRFB/2010) Considerando a publicação de norma, em 15 de dezembro de 2009, visando à majoração de tributo, sem disposição expressa sobre a data de vigência, aponte a opção correta. a) Tratando-se de imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, poderá ser editada lei ordinária, produzindo efeitos financeiros a partir de 1° de janeiro de 2010. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 62 b) Tratando-se de imposto sobre produtos industrializados, poderá ser expedido decreto presidencial, produzindo efeitos financeiros a partir de sua publicação. c) Tratando-se de imposto sobre a propriedade territorial rural, poderá ser editada medida provisória, produzindo efeitos financeiros noventa dias após a sua publicação. d) Tratando-se de imposto sobre importação, poderá ser expedido decreto presidencial, produzindo efeitos financeiros noventa dias após a sua publicação. e) Tratando-se de contribuição social, poderá ser editada medida provisória, produzindo efeitos financeiros a partir de 1° de janeiro de 2011, caso não tenha sido convertida em lei no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada. 43. (ATM/Fortaleza/1998/ESAF) Assinale a opção incorreta. a) É obrigatória a interpretação gramatical de norma que verse sobre moratória. b) A lei tributária aplica-se a ato pretérito, em qualquer caso, quando deixe de defini-lo como infração. c) No preenchimento de lacunas da legislação tributária, utiliza-se preferencialmente a analogia. d) A lei definidora de infrações tributárias interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto à imputabilidade. e) O emprego da eqüidade pode resultar na dispensa do pagamento de penalidade pecuniária. 44. (ATM/Fortaleza/1998/ESAF) Em matéria de impostos não é preciso lei para estabelecer a) as hipóteses de compensação e transação. b) a cominação de penalidades. c) as obrigações tributárias acessórias. d) a dispensa de penalidades. e) a fixação da base de cálculo. 45. (AFTE/PA/2002/ESAF) A analogia constitui elemento de a) integração da legislação tributária. b) interpretação da legislação tributária. c) exclusão do crédito tributário. d) suspensão da exigibilidade do crédito tributário. e) extinção do crédito tributário. 46. (AFTE/PA/2002/ESAF) Publicada lei que institua ou majore contribuição social para a seguridade social, poderá ser aplicada somente PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASILwww.pontodosconcursos.com.br 63 a) no exercício financeiro seguinte. b) decorrido o prazo de três meses. c) decorrido o prazo de noventa dias. d) decorrido o prazo de quarenta e cinco dias. e) decorrido o prazo de trinta dias. 47. (TTN/1998/ESAF) Quanto ao princípio da anterioridade, pode- se dizer que a) proíbe que se tributem fatos geradores que ocorreram antes do início da vigência da lei que houver instituído ou aumentado um tributo. b) não se aplica ao Imposto de Importação, ao Imposto de Exportação, ao Imposto sobre Operações Financeiras e às Taxas decorrentes do exercício do poder de polícia. c) não se aplica ao Imposto sobre Produtos Industrializados, ao Imposto de Importação, ao Imposto sobre Operações Financeiras, ao Imposto de Exportação. d) se aplica aos empréstimos compulsórios, qualquer que seja o pressuposto da sua instituição. e) se aplica às contribuições para seguridade social da mesma forma que às outras espécies tributárias. 48. (TTN/1998/ESAF) A lei tributária nova aplica-se a fatos ocorridos após a sua publicação e, se for o caso, decorrida a vacatio legis : a) salvo quando defina o fato como sendo gerador de tributo. b) em qualquer caso, se se tratar de lei meramente interpretativa, com a operação da infração aos dispositivos interpretados. c) salvo quando a lei vigente no momento da prática da infração tenha cominado penalidade menos severa a esta infração. d) retroagirá, todavia, em qualquer caso, desde que o fato pretérito não tenha sido objeto de atividade fiscalizatória. e) salvo quando deixe de definir o ato pretérito, não definitivamente julgado, como infração. GABARITO 1. D 2. D 3. C 4. C 5. A 6. B 7. A 8. E 9. E 10. A 11. B 12. D 13. D 14. C 15. C 16. A 17. B 18. E 19. B 20. E 21. D 22. E 23. C 24. C 25. B 26. B 27. E 28. A 29. E 30. C 31. E 32. E 33. C 34. A 35. E 36. B 37. C 38. C 39. E 40. B PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 64 41. B 42. A 43. E 44. C 45. A 46. C 47. C 48. E (PARTE 2) - OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA. FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA Obrigação Tributária 1. Obrigação Tributária Principal e Acessória: 1.1 Conceito de obrigação principal; 1.2 Conceito de obrigação acessória. 2. Fato Gerador: 2.1 Hipótese de incidência; 2.2 Fato imponível; 2.3 Fato Gerador da obrigação principal; 2.4 Fato Gerador da obrigação acessória; 2.5 Momento da ocorrência do fato gerador: aspecto temporal da incidência tributária; 2.6 Norma antielisão: 2.6.1 Distinções entre evasão, elisão e elusão tributária; 2.6.2 Constitucionalidade e interpretação econômica do direito tributário; 2.7 Interpretação da definição legal do fato gerador; 2.8 Classificação do fato gerador; 2.9 Fato gerador como fato jurídico em sentido estrito; 2.10 Base de cálculo; 2.11 Alíquota; 2.12 Regra-matriz de incidência tributária; 2.13 Aspectos da norma tributária. Então, vamos nessa. 1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA A obrigação tributária (em geral) é a relação em que o sujeito ativo (fisco) exige do sujeito passivo (contribuinte ou responsável tributário) um dever estabelecido pela norma de Direito Tributário. 1.1 CONCEITO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL A obrigação tributária principal é a prestação representante do ato de pagar (tributo ou multa), sendo, portanto, uma obrigação de dar, com cunho pecuniário (dinheiro). Ou seja, o elemento fundamental da obrigação principal é a sua natureza pecuniária, com a consequência de ser o pagamento de determinada quantia em dinheiro. Com efeito, o CTN estabelece que a obrigação tributária principal nasce com a ocorrência do fato gerador, tendo por objeto o PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 65 pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente (art. 113, §1º). A causa ou fonte da obrigação tributária principal é a lei, que, neste caso, quer dizer lei complementar, lei ordinária, lei delegada ou a medida provisória. Salientamos que a obrigação tributária principal pode ter como objeto o pagamento de uma penalidade pecuniária (multa), mas isto não significa que o tributo pode ser equiparado a uma multa, pois o art. 3°, do CTN, estabelece que tributo não constitui sanção de ato ilícito. 1.2 CONCEITO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA A obrigação tributária acessória significa a obrigação de fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida do cunho pecuniário. Alguns autores ainda falam em dever de suportar ou tolerar (obrigação negativa), que pode aparecer desta forma em concurso público ou ser considerada a mesma coisa que obrigação de não fazer. Por exemplo, permitir a consulta a livros fiscais ou a fiscalização da empresa. São obrigações tributárias acessórias, por exemplo, a emissão de notas fiscais, a escrituração de livros fiscais, a entrega declarações de rendimentos, o dever de suportar ou não obstar o acesso do fisco aos livros contábeis da empresa, o de não danificar ou rasurar a escrituração contábil da empresa, o preenchimento de guias de recolhimento de tributo, dentre outras. A obrigação tributária acessória tem como fundamental objetivo auxiliar e permitir uma maior eficiência na arrecadação ou fiscalização do tributo pelo fisco. Por sua vez, a obrigação tributária acessória independe da obrigação tributária principal. Por isso, a doutrina também chama as obrigações acessórias de deveres instrumentais ou deveres formais, pois não poderia, em princípio, ser denominada de obrigação acessória se é independente da obrigação principal. Por exemplo, aqueles que se aposentam com uma moléstia grave (AIDS, câncer) estão isentos de pagar o imposto sobre a renda (obrigação principal), mas nem por isso estarão dispensados de entregar uma declaração anual de rendimentos (obrigação acessória). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 66 Decerto, o CTN define que a obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (art. 113, §2º). Neste dispositivo, o CTN dispõe que a obrigação acessória decorre da legislação tributária, que compreende não somente as leis (inclusive tratados e convenções internacionais), como também os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes (art. 96 do CTN). O CTN também dispõe que a obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária (Art. 113, §3°). Isto significa, noutras palavras, que quando o contribuinte descumpre o dever de realizar a declaração de rendimentos (obrigação acessória) faz surgir uma obrigação principal, que é o dever de pagar a multa fiscal. Deste modo, é verdadeira a assertiva afirmando que no direito tributário a multa originada do descumprimento da obrigação acessória equivale a uma obrigação principal. Ou seja, a obrigação de pagar a multa é uma obrigação tributária principal e se submete a todo o regime jurídico-tributário, mas a própria multa não pode ser considerada um tributo. Importante: A obrigação tributária acessória significaobrigação de fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida de qualquer cunho pecuniário. E a obrigação principal é a prestação representante do ato de pagar (tributo ou multa). Portanto, a obrigação principal é exclusivamente uma obrigação de dar, com cunho pecuniário (dinheiro) e não pode ser considerada obrigação de fazer. 1. (ESAF/PFN/2005/adaptada) Considerando o tema “obrigação tributária” e as disposições do CTN, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) Quando a lei se refere à obrigação tributária principal, ela quer se referir aos procedimentos exigidos do contribuinte para assegurar a melhor fiscalização do pagamento. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 67 ( ) A multa pode ser considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no conceito de “obrigação tributária principal”. ( )A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência de um fato gerador e independe de providência da autoridade fiscal para ser exigida. a) V, V, V. b) F, V, F. c) F, F, F. d) V, F, V. e) V, F, V. A resposta é a letra “c” (F, F, F). A primeira alternativa é falsa, uma vez que quando a lei se refere à obrigação tributária acessória, ela quer se referir aos procedimentos exigidos do contribuinte para assegurar a melhor fiscalização do pagamento. E não obrigação tributária principal como diz a questão. A segunda alternativa é falsa, eis que a multa não pode ser considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no conceito de “obrigação tributária principal”. O art. 3°, do CTN, define que tributo não constitui sanção de ato ilícito. A terceira alternativa é falsa também, sendo assunto a ser tratado na aula sobre crédito e lançamento tributário. Mas já adiantando um pouco, a obrigação tributária acessória e também a obrigação principal apenas torna-se líquida e exigível pela consti- tuição do crédito tributário através do lançamento tributário feito pela autoridade administrativa competente, conforme o art. 142 do CTN. 2. (AFTN/98/ESAF) A multa por descumprimento de obrigação acessória relativa ao imposto de renda a) tem a natureza de tributo, por converter-se em obrigação tributária principal o descumprimento de obrigação acessória. b) tem a natureza de imposto, porque sua natureza específica é dada pelo respectivo fato gerador. c) não tem a natureza de tributo, mas a de uma obrigação tributária acessória. d) não tem natureza tributária porque a penalidade por descumprimento de obrigação acessória é de caráter administrativo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 68 e) não tem a natureza de tributo por constituir sanção de ato ilícito. A resposta é a letra “e”. A multa por descumprimento de obrigação acessória relativa ao imposto de renda não tem a natureza de tributo por constituir sanção de ato ilícito. O art. 3°, do CTN, dispõe que tributo não constitui sanção de ato ilícito. 3. (TRF/2005/ESAF) Sobre a obrigação tributária acessória, é incorreto afirmar-se que a) tem por objeto prestações positivas previstas na legislação tributária. b) tal como a obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a ocorrência de fato gerador. c) objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o controle do recolhimento de tributos. d) sua inobservância converte-se em obrigação principal, relativamente a penalidade pecuniária. e) realizar matrícula no cadastro de contribuintes, emitir nota fiscal e apresentar declarações ao Fisco constituem, entre outros, alguns exemplos. A resposta é a letra “a”. O examinador da ESAF entendeu que a primeira assertiva (letra “a”) estava incompleta, dizendo que a obrigação tributária acessória tem por objeto prestações positivas previstas na legislação tributária. Na verdade, a obrigação tributária acessória tem por objeto prestações positivas (fazer) e negativas (não fazer ou tolerar), previstas na legislação tributária, no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. A letra “b” foi considerada verdadeira, eis que o examinador compreendeu que a obrigação tributária acessória tal como a obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a ocorrência de fato gerador. Vamos estudar fato gerador no próximo item desta aula. A letra “c” é verdadeira, pois a obrigação tributária acessória objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o controle do recolhimento de tributos. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 69 A letra “d” é verdadeira, porque inobservância da obrigação tributária acessória converte-se em obrigação principal, relativamente a penalidade pecuniária. A letra “e” é verdadeira, porque são exemplos de obrigação tributária acessória a realização de matrícula no cadastro de contribuintes, a emissão de nota fiscal e a apresentação de declarações ao Fisco. 4. (AFRF/2002-1/ESAF) Avalie as afirmações abaixo e marque a opção que corresponda, na devida ordem, ao acerto ou erro de cada uma (V ou F, respectivamente). 1. Multa decorrente de obrigação acessória constitui obrigação principal. 2. Se a lei impõe a determinados sujeitos que não façam alguma coisa, está a impor-lhes uma obrigação tributária acessória. 3. Quando um sujeito passivo não está sujeito ao imposto, mas apenas a prestar informações ao fisco sobre matéria de interesse da fiscalização, esta é sua obrigação tributária principal. a) V, V, V b) V, V, F c) V, F, F d) F, F, F e) F, F, V A resposta é a letra “c” (V, F, F). O primeiro item é verdadeiro, pois a multa decorrente de obrigação acessória constitui obrigação principal. Como eu disse na aula, quando o contribuinte descumpre o dever de realizar a declaração de rendimentos (exemplo de obrigação acessória) faz surgir uma obrigação principal, que é o dever de pagar a multa fiscal. Deste modo, é verdadeira a assertiva afirmando que no direito tributário a multa originada do descumprimento da obrigação acessória equivale a uma obrigação principal. O segundo item é falso, pois a afirmativa é incompleta. Se a lei impõe a determinados sujeitos que não façam alguma coisa, está a impor-lhes uma obrigação tributária acessória ou qualquer outro tipo de obrigação, que não necessariamente será tributária, podendo PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 70 ser civil, penal, comercial, trabalhista etc. Faltou o item enunciar que deve ser no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. O terceiro item é falso, porque quando um sujeito passivo não está sujeito ao imposto, mas apenas a prestar informações ao fisco sobre matéria de interesse da fiscalização, esta é sua obrigação tributária acessória e não principal. 5. (ESAF/AFRFB/2010) Sobre a obrigação tributária principal e acessória e sobre o fato gerador do tributo, assinale a opção correta. a) Segundo o Código Tributário Nacional, a obrigação de pagar multas e juros tributários constitui-se como obrigação acessória. b) A obrigação acessória, quando não observada, converte- se em obrigação principal somente em relação à penalidade pecuniária. c) A existência de uma obrigação tributáriaacessória pressupõe a existência de uma obrigação tributária principal. d) A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar cumprimento à obrigação principal, deve atenção ao princípio da estrita legalidade. e) No Sistema Tributário Nacional, admite-se que a obrigação de fazer, em situações específicas, seja considerada obrigação tributária principal. Letra (A). A obrigação de pagar multas e juros tributários constitui-se como obrigação tributária principal (art. 113, §1°, CTN). Logo, incorreta. Letra (B). A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária (art. 113, §3°, CTN). Isto significa, noutras palavras, que quando o contribuinte descumpre o dever de realizar a declaração de rendimentos (obrigação acessória) faz surgir uma obrigação principal, que é o dever de pagar a multa fiscal. Logo, correta. Letra (C). A obrigação tributária acessória é autônoma em relação à obrigação tributária principal. Mesmo que o contribuinte não esteja obrigado a cumprir a obrigação principal, a acessória subsiste. Logo, incorreta. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 71 Letra (D). A obrigação acessória decorre da legislação tributária (art. 113, §2º, CTN). Decerto, a legislação tributária compreende não somente as leis (inclusive tratados e convenções internacionais), como também os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes (art. 96 do CTN). Logo, incorreta. Letra (E). A obrigação tributária acessória significa obrigação de fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida de qualquer cunho pecuniário. E a obrigação principal é a prestação representante do ato de pagar (tributo ou multa). Portanto, a obrigação principal é uma obrigação de dar, com cunho pecuniário (dinheiro), e não obrigação de fazer. Logo, incorreta. 2. FATO GERADOR A doutrina crítica a nomenclatura “fato gerador” estabelecida pelos arts. 114 a 118 do CTN, dizendo que o código deveria fixar nomes diferentes para duas realidades distintas. Primeiro, a situação prevista em lei como necessária e suficiente à ocorrência da obrigação tributária, com o nome mais conhecido de hipótese de incidência. Segundo, a realização da hipótese de incidência no mundo da vida real, com a denominação mais famosa de fato imponível. 2.1 HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA A hipótese de incidência é a situação prevista abstratamente na lei. Isto é, a situação prevista em lei como necessária e suficiente à ocorrência da obrigação tributária poderia ser chamada de hipótese de incidência. Por exemplo, o CTN prevê auferir renda como hipótese de incidência do IR. Assim, a hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) representa o momento abstrato e geral, previsto em lei, hábil a deflagrar a relação tributária. Portanto, a hipótese de incidência caracteriza-se, como a escolha feita pelo legislador, de fatos que possam representar capacidade contributiva (prestar serviços – ISS; ter a propriedade de um automóvel – IPVA; ter a propriedade de um imóvel na zona rural PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 72 - ITR e assim por diante). Outras nomenclaturas conhecidas para a hipótese de incidência são: hipótese tributária ou pressuposto legal do tributo. 2.2 FATO IMPONÍVEL O fato imponível é o momento concreto e individualizado de realização desta previsão normativa, ou seja, a realização da hipótese de incidência no mundo da vida real. Por exemplo, o momento em que a pessoa ganha na loteria esportiva e consequentemente aufere renda; a ocasião em que a pessoa compra um automóvel e consequentemente se torna proprietário de um veículo automotor etc. Este momento é também denominado pela doutrina de fato jurídico tributário, de hipótese de incidência realizada e de facto tributário. Fato gerador in abstrato Fato gerador in concreto Hipótese de incidência, Hipótese tributária e Pressuposto legal do tributo. Fato imponível, Fato jurídico tributário, Hipótese de incidência realizada e Facto tributário. Previsão abstrata em lei Acontecimento na vida real (fato da vida) 2.3 FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL O fato gerador da obrigação tributária principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência (art. 114 do CTN). Preste atenção: o CTN fala em necessidade e suficiência. São requisitos cumulativos. É situação necessária, pois sem o fato gerador não há obrigação tributária. É situação suficiente, eis que basta o fato gerador para surgir a obrigação tributária. Por conseguinte, o fato gerador da obrigação principal ou fato imponível tem natureza jurídica constitutiva, pois dá concretude à hipótese de incidência e faz nascer a obrigação tributária principal. Importante: cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre definição de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 73 tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes (art. 146, III, “a”, CF). 2.4 FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA O fato gerador da obrigação tributária acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal (art. 115 do CTN). 2.5 MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR: ASPECTO TEMPORAL DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA O CTN dispõe acerca do momento da ocorrência do fato gerador nos arts. 116 e 117. Deste modo, estabelece que, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: • Tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que são delas decorrentes. Por exemplo, o imposto sobre importação (II) tem como fato gerador a entrada do produto no território nacional, mas a lei ordinária, de acordo com o CTN, considera o fato gerador como ocorrido na data do registro da declaração de importação na repartição aduaneira (situação de fato); • Tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Em relação a situação jurídica, deve-se também estudar outro ramo do direito para se verificar quando a situação está definitivamente concluída ou constituída. Por exemplo, deve-se analisar o Código Civil para se saber quando a propriedade é transmitida para fins de incidência do imposto municipal de transmissão de bens imóveis (ITBI). No caso, com o registro do título aquisitivo da propriedade no cartório de registros públicos. Com efeito, tratando-se de situação jurídica, e na hipótese de atos ou negócios jurídicos condicionais, o CTN também PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 74 estabelece que, salvo disposição de lei em contrário, reputam-se perfeitos e acabados: • Se a condição é suspensiva, no momento em que se realiza a condição, isto é, o momentode seu implemento; • Se a condição é resolutória desde que o negócio jurídico foi celebrado. Condição significa uma cláusula decorrente da vontade das partes, que subordina o efeito do negócio a um evento futuro e incerto. A condição suspensiva é aquela que suspende a eficácia do negócio, enquanto a condição não se verificar. No direito tributário, quando suspensiva a condição, verificam-se os efeitos tributários quando acontece a condição. Por exemplo, a doação de objeto valioso de um pai para a filha condicionada ao casamento da filha com um rapaz. Enquanto o casamento não se confirmar, não terá eficácia a doação. Portanto, é necessário o implemento desta condição suspensiva (casamento) para se verificar a ocorrência do fato gerador do imposto estadual sobre doações (ITCMD). Já na condição resolutiva ou resolutória, para fins de incidência tributária, é aquela em que fato gerador ocorre desde o momento em que o ato jurídico é celebrado, independentemente da condição. Assim, quando resolutória a condição, verificam-se os efeitos tributários desde o momento da prática do ato ou celebração do negócio. Neste caso, é irrelevante para o direito tributário a condição, que significa, na verdade, o desfazimento do negócio. Por exemplo, o contrato de compra e venda de imóvel sujeito a condição resolutória de o comprador ter um futuro filho. Decerto, feito o negócio e registrado o imóvel, dá-se o fato gerador do imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI), pois aconteceu a transmissão da propriedade. Não importa para o direito tributário se, depois, o negócio é desfeito por causa do acontecimento da condição resolutória (nascimento do filho do comprador do imóvel). 2.6 NORMA ANTIELISÃO PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 75 A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária (art. 116, parágrafo único, do CTN). Esta regra é chamada de “norma anti-elisão”, pois busca combater os procedimentos de planejamento tributário praticados pelo contribuinte com abuso de forma ou/e abuso de direito. Esta nomenclatura já foi adotada em dois concursos recentes para Procurador da República (MPF). Por outro lado, a doutrina minoritária denomina o art. 116, parágrafo único, do CTN, de norma geral “antievasiva” ou “anti-simulação”. No 21° concurso Procurador da República: “Em dispositivo de medida provisória, restou consignado: ‘Os atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência de fato gerador de tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária serão desconsiderados, para fins tributários, pela autoridade administrativa competente, observados os procedimentos estabelecidos nos artigos 14 a 19 subseqüentes’. Tem-se aí norma: (a) Anti-elisão; (b) Anti-evasão; (c) Tratando de aspectos procedimentais; (d) Ordenando a observância do princípio da tipicidade fechada”. A resposta é “a”. Decerto, devemos saber que: • É a autoridade administrativa e não a judicial que poderá desconsiderar (não é desconstituir) atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular (igualmente denominado pela ESAF de eclipsar) a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária; • A regra do art. 116, parágrafo único, do CTN, necessita de lei ordinária para ser aplicada, pois o dispositivo estabelece que “observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”. 2.6.1 DISTINÇÕES ENTRE EVASÃO, ELISÃO E ELUSÃO TRIBUTÁRIA PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 76 Neste momento, devemos distinguir evasão, elisão e elusão tributária. Segundo o entendimento majoritário, a evasão é a conduta ilícita do sujeito passivo de ocultar a ocorrência do fato gerador com o objetivo de não pagar o tributo devido conforme a lei. A evasão objetiva evitar o conhecimento da ocorrência do fato gerador e, em princípio, acontece após o fato gerador. Por exemplo, emitir notas fiscais falsas ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias. Assim, a evasão abrange a sonegação fiscal, a fraude e o conluio. A sonegação fiscal é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: (i) da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; (ii) das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente (art. 71 da Lei 4.502/1964). Por exemplo, negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. A fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do tributo devido a evitar ou diferir o seu pagamento (art. 72 da Lei 4.502/1964). Na hipótese, o dolo é a intenção deliberada de praticar a conduta fraudulenta. Por exemplo, deixar de recolher dolosamente, no prazo legal, o valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos. O conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos da sonegação fiscal ou da fraude (art. 73 da Lei 4.502/1964). Segundo o mesmo entendimento majoritário, a elisão é a conduta lícita ou legítima que ocorre antes do fato gerador, com o objetivo de pagar menos tributo, evitando a ocorrência do fato gerador ou a ocorrência com um valor menor a pagar. É a busca pela economia de tributos, sendo congruente coma idéia de planejamento tributário. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 77 Por sua vez, existe posicionamento doutrinário, que distingue elisão lícita (explicada acima) e elisão ilícita, abusiva ou ineficaz (denominada de elusão tributária). A elisão ilícita ou elusão tributária ocorre antes ou depois do fato gerador, sendo uma conduta praticada pelo sujeito passivo com abuso da forma jurídica ou abuso de direito, que seria a real discordância entre a forma de determinado negócio jurídico e o conteúdo econômico que lhe corresponde. Citamos o seguinte exemplo doutrinário: “Carlos quer doar um imóvel a Roberta. Entretanto, lavram a escritura de compra e venda por um preço irrisório, no sentido de impedir o pagamento do imposto sobre doações, supostamente mais oneroso, e se sujeitar ao imposto de transmissão de bens imóveis. A substância econômica (doação) destoa da forma jurídica adotada (compra e venda)”. 2.6.2 CONSTITUCIONALIDADE E INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA DO DIREITO TRIBUTÁRIO O STF ainda não debateu o tema da constitucionalidade da norma geral antielisiva. Assim sendo, o candidato deve adotar a postura da constitucionalidade do parágrafoúnico do art. 116 do CTN. Contudo, é relevante ter conhecimento dos fundamentos e dos posicionamentos da doutrina pela inconstitucionalidade e pela constitucionalidade da norma prevista no CTN. Decerto, realçamos que parte da doutrina sustenta a inconstitucionalidade de uma norma geral antielisiva e afirmam que a Administração Pública não pode desconsiderar práticas elisivas do sujeito passivo da relação tributária, em face dos princípios constitucionais da legalidade tributária e da tipicidade tributária cerrada ou fechada. Portanto, em face destes princípios que são subprincípios da segurança jurídica, não pode a Administração Pública desconsiderar atos ou negócios jurídicos previstos em lei e que, em regra, não acarretam a incidência tributária de determinado tributo. Por exemplo, segundo esta doutrina, não pode Administração Pública considerar abusiva a situação de uma sociedade empresarial que, ao invés de pagar remuneração aos seus sócios não- PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 78 administradores, opta por distribuir-lhes lucros mensalmente, buscando a situação de não incidência de imposto de renda (IR). Em síntese, não pode a Administração Pública tributar determinada situação que não se enquadra na definição legal da hipótese de incidência tributária do IR. Já os autores que sustentam a constitucionalidade da norma geral antielisiva afirmam que deve Administração Pública desconsiderar atos ou negócios revestidos de formas jurídicas não estabelecidas na hipótese de incidência, quando os efeitos econômicos de tais atos ou negócios mostram-se de acordo com os resultados pretendidos pelo legislador tributário. No caso, deve prevalecer o princípio da capacidade contributiva frente ao princípio da legalidade tributária. Assim, a Administração Pública declara o abuso da forma jurídica e desconsidera a utilização de forma jurídica atípica para a concretização do ato ou negócio jurídico. Nesse rumo, em face do princípio da capacidade contributiva e da interpretação econômica no direito tributário, a realidade econômica deve prevalecer sobre a simples forma jurídica. Ou seja, a Administração Pública deve considerar a aptidão econômica de pagar o tributo e o princípio da igualdade tributária. Caso contrário, pessoas que estão em situação similar por não utilizaram de formas jurídicas atípicas, sofreriam discriminação odiosa e a incidência do tributo. Já outros contribuintes não sofreriam a tributação, uma vez que se beneficiariam utilizando artifícios com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. 2.7 INTERPRETAÇÃO DA DEFINIÇÃO LEGAL DO FATO GERADOR A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: (a) da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; (b) dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos (art. 118, incs. I e II, do CTN). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 79 Decerto, são irrelevantes, para a interpretação da ocorrência do fato gerador, a validade jurídica dos atos efetivamente praticados, a natureza do objeto dos atos praticados e os efeitos dos atos. A FGV no concurso para Procurador de Contas/RJ/2008 e o CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 adotaram, respectivamente, como incorretos os seguintes itens: “A definição legal do fato gerador é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos”; “A hipótese de incidência depende da origem lícita da renda auferida, máxime quando incidir sobre o lucro”. Deste modo, todos os que realizarem o fato gerador deverão, em princípio, pagar o tributo. Não se deve avaliar a nulidade ou anulabilidade do ato jurídico, a capacidade civil do sujeito passivo, ou mesmo a ilicitude do ato praticado. Com efeito, é legítima, por exemplo, a cobrança do imposto municipal sobre serviços (ISS) do advogado que presta serviços de consultoria jurídica, mesmo em situação irregular perante a OAB. 2.8 CLASSIFICAÇÃO DO FATO GERADOR A doutrina classifica o fato gerador em instantâneo, periódico e continuado. O fato gerador instantâneo ocorre quando sua realização se dá num exato instante no tempo. Por exemplo, o imposto de importação (II) se dá com o registro alfandegário da declaração apresentada pelo importador à autoridade fiscal competente da União. O fato gerador periódico (também denominado de complexivo, completivo, continuativo ou de formação sucessiva) acontece quando sua realização se completa ao longo de um espaço de tempo. Por exemplo, o fato gerador do IR, eis que acontece ao longo de um período de tempo, que, segundo a legislação do IR, é de 1° de janeiro até 31 de dezembro do mesmo ano. O fato gerador continuado ocorre quando é representado por uma situação que se conserva no tempo, entretanto, a lei tributária fixa para fins de praticidade tributária um determinado momento para ocorrido o fato gerador. Por exemplo, o IPTU e o IPVA. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 80 No IPTU, a situação de ser proprietário de um imóvel é uma situação que se perdura no tempo, sendo que a legislação tributária fixa um determinado instante para se considerar como o momento de ocorrência do fato gerador (normalmente, 1.º de janeiro do ano civil). Noutra perspectiva, existem autores que entendem que os fatos geradores são exclusivamente instantâneos, uma vez que a legislação tributária sempre estabelece somente um único momento para fixar a ocorrência do fato gerador. Na hipótese do IR, é o último momento do dia 31 de Dezembro do ano civil. No caso do IPTU, é o dia 1.º de janeiro do ano civil. Deste modo, não se poderia falar em fato gerador periódico ou continuado. Vamos agora para as importantes questões: 6. (ESAF/AFTN) A obrigação que tem por objeto o pagamento de multa é chamada de obrigação _______________ . _______________ dessa obrigação é a situação definida em lei como necessária e suficiente à ocorrência desta. A validade jurídica dos atos efetivamente praticados não interessa na interpretação de norma definidora _______________ . Escolha a opção que contenha as palavras que, correta e respectivamente, preencham o sentido dos períodos acima. a) principal / O fato gerador / do fato gerador b) impositiva / O efeito / do lançamento c) penal / O lançamento / da cobrança d) sancionatória / O fato gerador / da condição suspensiva e) punitiva / A fonte / da outorga de isenção A resposta é a letra “a”, pois a obrigação que tem por objeto o pagamento de multa é chamada de obrigação principal (art. 113, §1°, do CTN). O fato gerador dessa obrigação é a situação definida em lei como necessária e suficiente à ocorrência desta (art. 114, do CTN). A validade jurídica dos atos efetivamente praticados não interessa na interpretação de norma definidora do fato gerador (art. 118, inc. I, do CTN). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 81 7. (ESAF/AFRF/2005)Leia cada um dos assertos abaixo e assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que contenha a exata seqüência. ( ) A situação definida em lei, desde que necessária para o nascimento da obrigação tributária principal é o seu fato gerador. ( ) Qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática de um ato que não tenha por objeto o pagamento de tributo ou multa, é obrigação tributária acessória. ( ) Atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de encobrir a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, desde que legítimos perante a legislação civil, não podem ser desconsiderados pela autoridade tributária. a) V V V b) F V V c) F F F d) F F V e) V F V A resposta é a letra “c” (F, F, F). O primeiro item é falso, porque o fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Faltou no item suficiente. É o detalhe do detalhe fazendo a diferença. O segundo item é falso, porque a não é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática de um ato que não tenha por objeto o pagamento de tributo ou multa, é obrigação tributária acessória. Esta decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. O terceiro item é falso, porque diz que atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de encobrir a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, desde que legítimos perante a legislação civil, não podem ser desconsiderados pela autoridade tributária. O art. 116, parágrafo único, do CTN é claríssimo: “A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 82 fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”. 8. (ESAF/AFTE/RN/2005/adaptada) Marque a resposta correta, considerando as formulações abaixo. I – A definição legal do fato gerador deve ser verificada independentemente da validade jurídica dos atos praticados. II - A obrigação tributária acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade não pecuniária. III - O Código Tributário Nacional não permite a tributação de rendas provenientes de atividades ilícitas. IV - De acordo com o Código Tributário Nacional, cabe exclusivamente à autoridade judicial competente desconsiderar, em decisão fundamentada, os atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. a) Somente I é verdadeira. b) Somente I e II são verdadeiras. c) Somente I, II e III são verdadeiras. d) Somente II, III e IV são verdadeiras. e) Somente III e IV são verdadeiras. A resposta é letra “a”. Somente I é verdadeira. O primeiro item é verdadeiro, porque a definição legal do fato gerador independe da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; O segundo item é falso, porque a obrigação tributária acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. E a questão dispõe de forma errada que é “não pecuniária”. O terceiro item é falso, porque o Código Tributário Nacional (CTN) permite a tributação de rendas provenientes de atividades ilícitas, como demonstrado nesta aula. O quarto item é falso, porque o Código Tributário Nacional não estabelece que cabe exclusivamente à autoridade judicial competente desconsiderar, os atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a natureza dos elementos constitutivos PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 83 da obrigação tributária, mas sim a autoridade administrativa observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 9. (ESAF/IRB/2006) Assinale a alternativa correta. a) A validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelo sujeito passivo é um dos elementos que devem ser considerados na interpretação da definição legal do fato gerador. b) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos do Código Tributário Nacional. c) A definição legal do fato gerador não pode ser verificada se for abstraída a validade jurídica dos atos praticados. d) uma vez verificado o nascimento da obrigação tributária, com a realização do fato gerador, o sujeito passivo torna-se imediatamente compelível ao pagamento do tributo pertinente, sendo desnecessária a prática de quaisquer atos formais por parte do sujeito ativo, em quaisquer hipóteses. e) O Código Tributário Nacional admite que a autoridade administrativa, desde que observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária, desconsidere atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. A resposta é letra “e”, segundo o art. 116, parágrafo único, do CTN. A letra “a” é incorreta, uma vez que a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelo sujeito passivo não devem ser considerados na interpretação da definição legal do fato gerador. A letra “b” é incorreta, uma vez que a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária e não no Código Tributário Nacional (lei complementar). A letra “c” é incorreta, uma vez que a definição legal do fato gerador pode ser verificada se for abstraída a validade jurídica dos atos praticados. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 84 A letra “d” é incorreta (assunto da aula de lançamento tributário), pois a obrigação tributária apenas torna-se líquida e exigível pela constituição do crédito tributário através do lançamento tributário feito pela autoridade administrativa competente, conforme o art. 142 do CTN, e não com a realização do fato gerador. 10. (ESAF/AFRF/2003) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. ( ) A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a seremestabelecidos em lei ordinária. ( ) Quando o fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se verificar a condição. a) F, V, V. b) F, F, V. c) F, F, F. d) V, V, F. e) V, F, F. A resposta é letra “a” (F,V,V). O primeiro item é falso, porque, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável (art. 116, inc. II, do CTN). O segundo item é verdadeiro, porque a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária (art. 116, par. Único, do CTN). O terceiro item é verdadeiro, porque quando o fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 85 considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se verificar a condição (art. 117, inc. I, do CTN). 11. (ESAF/Gestor/MG/2005) Assinale a opção correta. a) A obrigação tributária nasce com o lançamento. b) A aplicação de multa pelo atraso no pagamento do tributo é a única forma de obrigação tributária acessória que a lei pode prever. c) Segundo o Código Tributário Nacional, a renda obtida com a prática do crime de contrabando não pode ser tributada. d) O fato gerador é a situação definida em lei como necessária e suficiente para que se considere surgida a obrigação tributária. e) A hipótese de incidência é o fato da vida que gera, diante do que dispõe a lei tributária, o dever de pagar o tributo. A resposta é letra “d”. É dispositivo literal do CTN. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência (art. 114). A letra “a” é incorreta, uma vez que a obrigação tributária não nasce com o lançamento e sim com o fato gerador. A letra “b” é incorreta, uma vez que a obrigação de pagar a multa pelo atraso no pagamento do tributo é uma obrigação tributária principal. A letra “c” é incorreta, uma vez que a renda obtida com a prática do crime de contrabando pode ser tributada. A letra “e” é incorreta, pois o fato da vida que gera, diante do que dispõe a lei tributária, o dever de pagar o tributo é o fato imponível (fato gerador in concreto) e não a hipótese de incidência (fato gerador in abstrato). 12. (ESAF/AFTE/MG/2005) Considerando o tema “obrigação tributária”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência de um fato gerador, contudo depende sempre de uma providência a ser tomada pela autoridade fiscal. () A definição legal do fato gerador deve ser verificada independentemente da validade jurídica dos atos praticados. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 86 ( ) O legislador não poderá autorizar a desconsideração dos atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de eclipsar a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, desde que observados pelo sujeito passivo as normas próprias do direito privado. ( ) Quando o fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se verificar a condição. ( ) É vedado aos Estados instituírem contribuição de melhoria. a) F, V, F, V, F. b) F, V, F, V, V. c) F, V, V, V, F. d) V, F, V, F, V. e) V, V, V, V,V. A resposta é letra “a” (F, V, F, V, F). O primeiro item é falso, porque a obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. O segundo item é verdadeiro, porque a definição legal do fato gerador deve ser verificada independentemente da validade jurídica dos atos praticados. O terceiro item é falso, porque o legislador poderá autorizar a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. O quarto item é verdadeiro, porque quando o fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se verificar a condição. O quinto item é falso, porque não é vedado (proibido) aos Estados instituírem contribuição de melhoria. 13. (ESAF/AFTM/FORTALEZA/2003) Com base em disposições expressas do Código Tributário Nacional, avalie as formulações seguintes, relativas aos temas obrigação tributária e fato PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 87 gerador, e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta: I. Fato gerador da obrigação tributária principal é a situação definida em lei, que impõe a prática ou a abstenção de ato não caracterizador de obrigação tributária acessória. II. Os efeitos dos fatos efetivamente ocorridos devem ser considerados na interpretação da definição legal do fato gerador. III. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. IV. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. a) Apenas a formulação IV é correta. b) Apenas as formulações II e IV são corretas. c) Apenas as formulações III e IV são corretas. d) Apenas as formulações I, II e III são corretas. e) Apenas as formulações II e III são corretas. A resposta é letra “a”. Apenas a formulação IV é correta. O primeiro item é falso, porque o fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. O segundo item é falso, porque os efeitos dos fatos efetivamente ocorridos não devem ser considerados na interpretação da definição legal do fato gerador. O terceiro item é falso, porque, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. O quarto item é verdadeiro, porque a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br88 14. (ESAF/TTN/94) Sendo o fato gerador de um tributo, em certo caso, um negócio jurídico condicional, tem-se como ocorrido o fato gerador a) desde o momento do implemento da condição, se esta for suspensiva. b) desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio, se a condição for suspensiva. c) desde o momento da implementação da condição, se esta for resolutória. d) desde o momento da implementação da celebração do negócio, seja a condição resolutória ou suspensiva. e) na data da publicação do negócio jurídico condicional. A resposta é letra “a”, pois sendo o fato gerador de um tributo, em certo caso, um negócio jurídico condicional, tem-se como ocorrido o fato gerador desde o momento do implemento da condição, se esta for suspensiva. 15. (ESAF/AFTN/94) O art. 3º do Código Tributário Nacional define tributo como uma prestação que não constitua sanção de ato ilícito. De tal assertiva podemos inferir que a)os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são tributáveis, sujeitando-se, contudo, a pesadas multas em decorrência da prática de atividade ilícita. b)os rendimentos advindos da exploração de lenocínio são tributáveis, porquanto não se confunde a atividade ilícita do contribuinte com o fato tributário de auferir renda. c)os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são tributáveis, em conformidade do que reza o princípio do non olet. d)as atividades ilícitas não devem ser tributadas, pois de outro modo o Estado estará locupletando-se com ações que ele mesmo proíbe e, assim, ferindo o princípio da estrita legalidade. e)atividades ilícitas como a exploração do lenocínio e do jogo do bicho podem ser tributadas, posto que a sanção de ato ilícito converte-se, pelo simples fato de sua inobservância, em obrigação tributária principal. A resposta é a letra “b”, porque os rendimentos advindos da exploração de lenocínio são tributáveis, porquanto não se confunde a atividade ilícita do contribuinte com o fato tributário de auferir renda. 16. (ESAF/AFTN/96) Analisar as seguintes proposições: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 89 I - O “fato gerador” de uma multa tributária pode ser um fato lícito. II - Os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são tributáveis, pois trata-se de prática de atividade ilícita. III - Rendimentos decorrentes de ato ilícito não são tributáveis, conforme reza o princípio do non olet. a) os três enunciados são falsos. b) os três enunciados são verdadeiros. c) o I e II são verdadeiros e o II é falso. d) tão-só o III é verdadeiro. e) o I e o III são falsos e o II é verdadeiro. A resposta é a letra “a”, porque os três enunciados são falsos. O primeiro item é falso, porque o “fato gerador” de uma multa tributária é um fato ilícito. O segundo é falso, porque os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio são tributáveis, independentemente de ser prática de atividade ilícita. O terceiro é falso, porque os rendimentos decorrentes de ato ilícito são tributáveis, conforme reza o princípio do non olet. 17. (ESAF/ATA/MF/2009) No que se refere ao fato gerador, dispõe o Código Tributário Nacional que a) o fato gerador da obrigação principal é situação definida na Constituição como indicativa da possibilidade de imposição de obrigação de pagar, por parte de ente público que detenha competência para fazê-lo. b) a autoridade administrativa poderá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando- se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. c) o fato gerador da obrigação acessória é situação definida em lei complementar, que impõe prática ou abstenção de ato, ainda que originariamente este se configure como obrigação principal. d) a autoridade administrativa deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando- se de situação de fato, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos da legislação de regência. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 90 e) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. A resposta é a letra “e”, sendo feita com base na literalidade do art. 116, parágrafo único, do CTN, incluído pela LC nº 104/2001, a saber: “A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”. A letra “a” é falsa, porque se deve considerar para concurso público o conceito de fato gerador da obrigação principal disposto no art. 114, caput, do CTN, que é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. A letra “b” é falsa, eis que a autoridade administrativa deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável (art. 116, inc. II, do CTN). A letra “c” é falsa, porque o fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. O conceito de legislação aplicável, de acordo com a jurisprudência dominante, não é somente lei em sentido estrito aprovada pelo Poder Legislativo, mas também as normas complementares previstas no art. 100, do CTN. O art. 96 do CTN estabelece que a expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. E o art. 100 do CTN estatui que são normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 91 autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (o estudo do tema está reservado para a aula 2). A letra “d” é falsa, uma vez que a autoridade administrativa deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios (art. 116, inc. I, do CTN). 18. (ESAF/ATA/MF/2009) A obrigação tributária principal: a) extingue-se, com o pedido de parcelamento acompanhado do recolhimento da primeira prestação. b) decorre da legislação tributária e tem por objeto prestações positivas ou negativas, nela previstasno interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. c) pelo simples fato de seu não adimplemento suscita imediata inscrição em dívida ativa, independentemente de abertura de prazo para impugnação do lançamento, por parte do interessado. d) surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária. e) suspende-se, com o devido lançamento, nas três modalidades previstas pelo Código Tributário Nacional. A resposta é a letra “d”, uma vez que a obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente, de acordo com o art. 113, §1°, do CTN. A letra “a” é falsa, pois o parcelamento é forma de suspensão do crédito tributário. São causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário: (i) Moratória; (ii) Depósito do seu montante integral; (iii) Reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; (iv) Concessão de medida liminar em mandado de segurança; (v) Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (vi) Parcelamento (art. 151, incs. I a VI). Nesse rumo, a letra “e” também é falsa. A letra “b” é falsa, uma vez que traz o conceito de obrigação tributária acessória, conforme o art. 113, §2°, do CTN. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 92 A letra “c” é falsa, eis que existe toda uma relação jurídico- tributária ou uma sequência ordenada de acontecimentos no direito tributário, sendo que a inscrição em dívida ativa não é imediata ou automática. Primeiro, existe a hipótese de incidência ou o fato gerador in abstrato. Depois, ocorre o fato imponível ou o fato gerador in concreto. Daí surge à obrigação tributária, que, com o lançamento tributário, transforma-se em crédito tributário. A seguir, caso o crédito tributário não esteja suspenso ou extinto, ocorre a inscrição em dívida ativa pelas respectivas procuradorias judiciais, extraindo-se a Certidão de Dívida Ativa (CDA) e se promove a ação de execução fiscal. 2.9 FATO GERADOR COMO FATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO O fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico? Em recente prova da ESAF (Agente de Fazenda/ISS/2010) foi considerado incorreto o seguinte enunciado: “No plano de uma classificação dos fatos jurídicos, o fato gerador, após a incidência, pode ser classificado como sendo um negócio jurídico”. Então, a resposta é negativa. Qual o fundamento? Segundo o CTN, o fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência (art. 114). Por sua vez, não é sem propósito que o CTN dispõe que capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais ou de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios (art. 126, inc. I e II). Assim sendo, verifica-se que fato gerador, após a incidência, não pode ser considerado um negócio jurídico ou um ato jurídico de conteúdo negocial. Exemplo clássico de negócio jurídico é o contrato. Neste, a manifestação da vontade humana está presente. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 93 Decerto, a validade do fato gerador não requer ou depende de agente capaz, tal como no negócio jurídico (art. 104, inc. I, do Código Civil). Nesse rumo, no plano de uma classificação dos fatos jurídicos, o fato gerador, após a incidência, não pode ser classificado como um negócio jurídico. A razão é bem simples: não há vontade humana, que é característica fundamental do negócio jurídico. Ressalta-se, portanto, que o fato gerador, após a incidência, deve ser classificado como um fato jurídico em sentido estrito ou stricto sensu, pois o elemento vontade é juridicamente irrelevante. Outros exemplos de fatos jurídicos em sentido estrito são o tempo, a morte e o nascimento. Logo, o fato jurídico em sentido estrito é aquele que não deriva da manifestação de vontade do homem, ou seja, tem como pressuposto a avolitividade humana. Avolitividade é a ausência de vontade. Por exemplo, no mundo dos fatos, há uma escolha da pessoa natural entre prestar um serviço previsto como fato gerador do ISS ou prestar um serviço não previsto como fato gerador do ISS. Porém, prestado o serviço que incide o ISS, no mundo direito tributário, não há mais opção entre recolher o tributo ou não. Neste caso, o desejo do contribuinte de pagar ou não o ISS é irrelevante para fins do direito tributário. Em resumo, o fato gerador, após a incidência, é um fato jurídico em sentido estrito e não um negócio jurídico ou ato jurídico de conteúdo negocial, uma vez que, no caso, a vontade é absolutamente irrelevante. 2.10 BASE DE CÁLCULO A base de cálculo (também nomeada de base imponível) é a grandeza numérica estabelecida pela lei que permite quantificar o valor do tributo a ser recolhido. Sendo assim, segundo ensinamentos da doutrina, a base de cálculo possui três funções fundamentais: • Função mensuradora, pois quantifica o fato gerador do tributo (“mede as proporções reais do fato”); • Função objetiva, porque compõe a determinação da dívida PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 94 tributária; • Função comparativa, eis que posto em comparação com o fato gerador, é capaz de identificar a natureza jurídica do tributo. São exemplos de base de cálculo: o valor da renda auferida, no caso de imposto sobre a renda de pessoas físicas (IRPF); o valor venal do imóvel, no caso do imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU); o valor venal do veículo automotor, na hipótese do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA); o valor do serviço prestado, no imposto sobre serviços (ISS) etc. 2.11 ALÍQUOTA De início, registramos precisa lição doutrinária de que as alíquotas no direito tributário podem assumir duas feições, a saber: “(a) um valor monetário fixo, ou variável em função de escalas progressivas da base de cálculo (p. ex.: $ 1,20 por metro linear, até 100 metros; $2,40 por metro linear, de 100 a 300 metros, e assim por diante); ou (b) uma fração, percentual ou não, da base de cálculo (que neste caso será representada por quantia monetária). Aparecendo em forma de fração, a alíquota pode ser invariável (p. ex.: 1/25 da base de cálculo, seja qual for seu valor monetário) progressiva (aumenta a base de cálculo, aumenta proporção) ou regressiva (aumenta a base de cálculo, diminui a proporção)”. Nessa medida, observamos que os tributos fixos já são de antemão quantificados pelo legislador. A lei estabelece os valores fixos e determinados a serem pagos em cada caso concreto. Com efeito, os tributos proporcionais são aqueles em que o montante a ser pago é estabelecido pela alíquota em percentual constante sobre a base de cálculo. Por exemplo, a cobrança de ISS com uma alíquota de 10% sobre o valor do serviço (base de cálculo). O valor do serviço pode variar, mas a alíquota é sempre a mesma. Nos tributos progressivos a alíquota cresce à medida que aumenta a respectiva base de cálculo. Neste caso, pode-se ocorrer a denominada progressividadefiscal, que diz respeito, por exemplo, ao imposto de renda (IR) que deve ser informado pelo critério da progressividade. Já no tributo regressivo a alíquota deve decrescer à medida que se aumente a base de cálculo, ocasionado uma ascendente injustiça tributária. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 95 2.12 REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA (RMIT) A RMIT é uma norma de conduta, a qual disciplina a relação do Estado com aqueles que estão subordinados à lei e pertencem as relações tributárias, visando disciplinar, sobretudo, o tributo. Nesse rumo, a RMIT é composta de uma hipótese e uma consequência. Na hipótese encontramos o comportamento de uma pessoa (critério material), condicionado no tempo (critério temporal) e no espaço (critério espacial). Na consequência temos o sujeito ativo e o sujeito passivo (critério pessoal) e a base de cálculo e a alíquota (critério quantitativo). Acontecendo a hipótese, deve ser a consequência, que, por sua vez, prescreve a obrigação tributária que vai se instaurar. Em outras palavras, a RMIT é o esqueleto da norma tributária, tendo “sido utilizada com bom êxito na elaboração de livros, artigos e trabalhos profissionais e acadêmicos acerca das espécies tributárias, no Brasil e no exterior, demonstrando, uma vez mais, a operatividade dessa construção teórica”. Vejamos dois exemplos (IPTU e ISS) de Paulo de Barros Carvalho: • IPTU – (i) Hipótese: a) Critério material - ser proprietário de bem imóvel; b) Critério espacial - no perímetro urbano de determinado Município; c) Critério temporal - normalmente, no dia 1.° do ano civil; (ii) Consequencia: a) Critério pessoal - sujeito ativo é a Fazenda Municipal e sujeito passivo, em princípio, o proprietário do imóvel; b) Critério quantitativo - base de cálculo é o valor venal do imóvel e a alíquota é a fixada na legislação tributária municipal. • ISS – (i) Hipótese: a) Critério material - prestar serviços; b) Critério espacial - qualquer ponto dentro do território do Município; c) Critério temporal - instante em que o serviço, pronto e acabado, é entregue ao tomador; (ii) Consequencia: a) Critério pessoal - sujeito ativo é Fazenda do Município e sujeito passivo é o prestador de serviço; b) Critério quantitativo - base de cálculo é o valor do serviço prestado e a alíquota a percentagem apontada pela legislação municipal em vigor (X%). Ademais, a doutrina majoritária trata a RMIT como os aspectos da norma tributária, que passamos a estudar. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 96 2.13 ASPECTOS DA NORMA TRIBUTÁRIA São cinco os aspectos da norma tributária: material, espacial, temporal, pessoal e quantitativo. O aspecto material corresponde ao fato ou estado de fato descrito na norma tributária como ensejador da relação jurídico- tributária. Isto é, à situação geradora da obrigação tributária. Por exemplo, “prestar serviços”, “auferir renda”, “importar mercadoria”, “exportar mercadoria”, “industrializar produtos”, “possuir propriedade de veículo automotor”, “possuir propriedade imóvel”, dentre outros. O aspecto espacial diz respeito ao limite territorial da incidência tributária, ou seja, refere-se ao lugar onde ocorre o fato gerador do tributo. Portanto, o território da pessoa política tributante O aspecto temporal delimita a incidência tributária no tempo, isto é, é o momento em que a lei tributária reputar como consumado o fato gerador da obrigação. Portanto, corresponde ao momento em que se deve considerar ocorrida a situação geradora da obrigação tributária. O aspecto pessoal diz respeito ao sujeito ativo (quem cobra o tributo) e ao sujeito passivo (quem deve recolher o tributo) da norma tributária. O aspecto quantitativo estabelece a quantia devida (quantum debeatur) na obrigação tributária. Assim, é o montante devido na obrigação tributária. Decerto, em regra, a definição do aspecto quantitativo ocorre pela simples operação de multiplicação da base de cálculo pela alíquota (BC x AL) do tributo. Por exemplo, no imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) de competência municipal e distrital, em geral, aplica-se simplesmente ao valor do serviço a alíquota que oscila entre 2% a 5%. 19. (ESAF/APO/União/2010) A lei que veicula a norma tributária impositiva deverá conter os aspectos indispensáveis para que se possa determinar o surgimento e o conteúdo da obrigação tributária. Sobre esta, analise os itens a seguir, classificando-os como falsos ou verdadeiros. Depois escolha a opção que seja adequada às suas respostas. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 97 I. O aspecto material da norma tributária diz respeito à situação geradora da obrigação tributária; II. O aspecto espacial da norma tributária corresponde ao território da pessoa política tributante; III. O aspecto temporal da norma tributária diz respeito ao momento em que se deve considerar ocorrida a situação geradora da obrigação tributária; IV. O aspecto pessoal da norma tributária diz respeito à pessoa em favor de quem a obrigação tributária deva ser cumprida; e V. O aspecto quantitativo da norma tributária se refere ao montante devido na obrigação tributária. a) Todos os itens estão corretos. b) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. c) Estão corretos apenas os itens I, II, IV e V. d) Estão corretos apenas os itens II, IV e V. e) Estão corretos apenas os itens III, IV e V. Esta questão é inovadora e a ESAF pela primeira vez cobrou os aspectos da hipótese de incidência tributária. ITEM I. O aspecto material corresponde ao fato ou estado de fato descrito na norma tributária como ensejador da relação jurídico- tributária. Por exemplo, “prestar serviços”, “auferir renda”, “importar mercadoria”, “exportar mercadoria”, “industrializar produtos”, “possuir propriedade de veículo automotor”, “possuir propriedade imóvel”, dentre outros. Logo, correta. ITEM II. O aspecto espacial da norma tributária diz respeito ao limite territorial da incidência tributária, ou seja, refere-se ao lugar onde ocorre o fato gerador do tributo. Logo, correta. ITEM III. O aspecto temporal da norma tributária delimita a incidência tributária no tempo, isto é, é o momento em que a lei tributária reputar como consumado o fato gerador da obrigação. Portanto, correta. ITEM IV. O aspecto pessoal diz respeito ao sujeito ativo (quem cobra o tributo) e ao sujeito passivo (quem deve recolher o tributo) da norma tributária. Assim, o enunciado do item é incompleto, pois apenas se refere ao sujeito ativo. Todavia, foi considerado correto pelo examinador. ITEM V. O aspecto quantitativo da norma tributária estabelece a quantia devida (quantum debeatur) na obrigação tributária. Assim, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 98 em regra, a definição do aspecto quantitativo ocorre pela simples operação de multiplicação da base de cálculo pela alíquota (BC x AL) do tributo. Por exemplo, no imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) de competência municipal e distrital, em geral, aplica-se simplesmente ao valor do serviço a alíquota que oscila entre 2% a 5%. Logo, correta. Em face do exposto, a alternativa considerada correta pelo examinador é a letra“a”. QUESTÕES TRATADAS EM SALA DE AULA DA ESAF 1. (ESAF/PFN/2005/adaptada) Considerando o tema “obrigação tributária” e as disposições do CTN, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) Quando a lei se refere à obrigação tributária principal, ela quer se referir aos procedimentos exigidos do contribuinte para assegurar a melhor fiscalização do pagamento. ( ) A multa pode ser considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no conceito de “obrigação tributária principal”. ( )A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência de um fato gerador e independe de providência da autoridade fiscal para ser exigida. a) V, V, V. b) F, V, F. c) F, F, F. d) V, F, V. e) V, F, V. 2. (AFTN/98/ESAF) A multa por descumprimento de obrigação acessória relativa ao imposto de renda a) tem a natureza de tributo, por converter-se em obrigação tributária principal o descumprimento de obrigação acessória. b) tem a natureza de imposto, porque sua natureza específica é dada pelo respectivo fato gerador. c) não tem a natureza de tributo, mas a de uma obrigação tributária acessória. d) não tem natureza tributária porque a penalidade por descumprimento de obrigação acessória é de caráter administrativo. e) não tem a natureza de tributo por constituir sanção de ato ilícito. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 99 3. (TRF/2005/ESAF) Sobre a obrigação tributária acessória, é incorreto afirmar-se que a) tem por objeto prestações positivas previstas na legislação tributária. b) tal como a obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a ocorrência de fato gerador. c) objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o controle do recolhimento de tributos. d) sua inobservância converte-se em obrigação principal, relativamente a penalidade pecuniária. e) realizar matrícula no cadastro de contribuintes, emitir nota fiscal e apresentar declarações ao Fisco constituem, entre outros, alguns exemplos. 4. (AFRF/2002-1/ESAF) Avalie as afirmações abaixo e marque a opção que corresponda, na devida ordem, ao acerto ou erro de cada uma (V ou F, respectivamente). 1. Multa decorrente de obrigação acessória constitui obrigação principal. 2. Se a lei impõe a determinados sujeitos que não façam alguma coisa, está a impor-lhes uma obrigação tributária acessória. 3. Quando um sujeito passivo não está sujeito ao imposto, mas apenas a prestar informações ao fisco sobre matéria de interesse da fiscalização, esta é sua obrigação tributária principal. a) V, V, V b) V, V, F c) V, F, F d) F, F, F e) F, F, V 5. (ESAF/AFRFB/2010) Sobre a obrigação tributária principal e acessória e sobre o fato gerador do tributo, assinale a opção correta. a) Segundo o Código Tributário Nacional, a obrigação de pagar multas e juros tributários constitui-se como obrigação acessória. b) A obrigação acessória, quando não observada, converte-se em obrigação principal somente em relação à penalidade pecuniária. c) A existência de uma obrigação tributária acessória pressupõe a existência de uma obrigação tributária principal. d) A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar cumprimento à obrigação principal, deve atenção ao princípio da estrita legalidade. e) No Sistema Tributário Nacional, admite-se que a obrigação de fazer, em situações específicas, seja considerada obrigação tributária principal. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 100 6. (ESAF/AFTN) A obrigação que tem por objeto o pagamento de multa é chamada de obrigação _______________ . _______________ dessa obrigação é a situação definida em lei como necessária e suficiente à ocorrência desta. A validade jurídica dos atos efetivamente praticados não interessa na interpretação de norma definidora _______________ . Escolha a opção que contenha as palavras que, correta e respectivamente, preencham o sentido dos períodos acima. a) principal / O fato gerador / do fato gerador b) impositiva / O efeito / do lançamento c) penal / O lançamento / da cobrança d) sancionatória / O fato gerador / da condição suspensiva e) punitiva / A fonte / da outorga de isenção 7. (ESAF/AFRF/2005) Leia cada um dos assertos abaixo e assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que contenha a exata seqüência. ( ) A situação definida em lei, desde que necessária para o nascimento da obrigação tributária principal é o seu fato gerador. ( ) Qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática de um ato que não tenha por objeto o pagamento de tributo ou multa, é obrigação tributária acessória. ( ) Atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de encobrir a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, desde que legítimos perante a legislação civil, não podem ser desconsiderados pela autoridade tributária. a) V V V b) F V V c) F F F d) F F V e) V F V 8. (ESAF/AFTE/RN/2005/adaptada) Marque a resposta correta, considerando as formulações abaixo. I – A definição legal do fato gerador deve ser verificada independentemente da validade jurídica dos atos praticados. II - A obrigação tributária acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade não pecuniária. III - O Código Tributário Nacional não permite a tributação de rendas provenientes de atividades ilícitas. IV - De acordo com o Código Tributário Nacional, cabe exclusivamente à autoridade judicial competente desconsiderar, em decisão fundamentada, os atos ou negócios jurídicos praticados com PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 101 a finalidade de dissimular a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. a) Somente I é verdadeira. b) Somente I e II são verdadeiras. c) Somente I, II e III são verdadeiras. d) Somente II, III e IV são verdadeiras. e) Somente III e IV são verdadeiras. 9. (ESAF/IRB/2006) Assinale a alternativa correta. a) A validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelo sujeito passivo é um dos elementos que devem ser considerados na interpretação da definição legal do fato gerador. b) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos do Código Tributário Nacional. c) A definição legal do fato gerador não pode ser verificada se for abstraída a validade jurídica dos atos praticados. d) uma vez verificado o nascimento da obrigação tributária, com a realização do fato gerador, o sujeito passivo torna-se imediatamente compelível ao pagamento do tributo pertinente, sendo desnecessária a prática de quaisquer atos formais por parte do sujeito ativo, em quaisquer hipóteses. e) O Código Tributário Nacional admite que a autoridade administrativa, desde que observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária, desconsidere atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. 10. (ESAF/AFRF/2003) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida,marque a opção correta. ( ) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. ( ) A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 102 ( ) Quando o fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se verificar a condição. a) F, V, V. b) F, F, V. c) F, F, F. d) V, V, F. e) V, F, F. 11. (ESAF/Gestor/MG/2005) Assinale a opção correta. a) A obrigação tributária nasce com o lançamento. b) A aplicação de multa pelo atraso no pagamento do tributo é a única forma de obrigação tributária acessória que a lei pode prever. c) Segundo o Código Tributário Nacional, a renda obtida com a prática do crime de contrabando não pode ser tributada. d) O fato gerador é a situação definida em lei como necessária e suficiente para que se considere surgida a obrigação tributária. e) A hipótese de incidência é o fato da vida que gera, diante do que dispõe a lei tributária, o dever de pagar o tributo. 12. (ESAF/AFTE/MG/2005) Considerando o tema “obrigação tributária”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência de um fato gerador, contudo depende sempre de uma providência a ser tomada pela autoridade fiscal. () A definição legal do fato gerador deve ser verificada independentemente da validade jurídica dos atos praticados. ( ) O legislador não poderá autorizar a desconsideração dos atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de eclipsar a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, desde que observados pelo sujeito passivo as normas próprias do direito privado. ( ) Quando o fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se verificar a condição. ( ) É vedado aos Estados instituírem contribuição de melhoria. a) F, V, F, V, F. b) F, V, F, V, V. c) F, V, V, V, F. d) V, F, V, F, V. e) V, V, V, V,V. 13. (ESAF/AFTM/FORTALEZA/2003) Com base em disposições expressas do Código Tributário Nacional, avalie as formulações PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 103 seguintes, relativas aos temas obrigação tributária e fato gerador, e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta: I. Fato gerador da obrigação tributária principal é a situação definida em lei, que impõe a prática ou a abstenção de ato não caracterizador de obrigação tributária acessória. II. Os efeitos dos fatos efetivamente ocorridos devem ser considerados na interpretação da definição legal do fato gerador. III. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. IV. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. a) Apenas a formulação IV é correta. b) Apenas as formulações II e IV são corretas. c) Apenas as formulações III e IV são corretas. d) Apenas as formulações I, II e III são corretas. e) Apenas as formulações II e III são corretas. 14. (ESAF/TTN/94) Sendo o fato gerador de um tributo, em certo caso, um negócio jurídico condicional, tem-se como ocorrido o fato gerador a) desde o momento do implemento da condição, se esta for suspensiva. b) desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio, se a condição for suspensiva. c) desde o momento da implementação da condição, se esta for resolutória. d) desde o momento da implementação da celebração do negócio, seja a condição resolutória ou suspensiva. e) na data da publicação do negócio jurídico condicional. 15. (ESAF/AFTN/94) O art. 3º do Código Tributário Nacional define tributo como uma prestação que não constitua sanção de ato ilícito. De tal assertiva podemos inferir que a)os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são tributáveis, sujeitando-se, contudo, a pesadas multas em decorrência da prática de atividade ilícita. b)os rendimentos advindos da exploração de lenocínio são tributáveis, porquanto não se confunde a atividade ilícita do contribuinte com o fato tributário de auferir renda. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 104 c)os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são tributáveis, em conformidade do que reza o princípio do non olet. d)as atividades ilícitas não devem ser tributadas, pois de outro modo o Estado estará locupletando-se com ações que ele mesmo proíbe e, assim, ferindo o princípio da estrita legalidade. e)atividades ilícitas como a exploração do lenocínio e do jogo do bicho podem ser tributadas, posto que a sanção de ato ilícito converte-se, pelo simples fato de sua inobservância, em obrigação tributária principal. 16. (ESAF/AFTN/96) Analisar as seguintes proposições: I - O “fato gerador” de uma multa tributária pode ser um fato lícito. II - Os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são tributáveis, pois trata-se de prática de atividade ilícita. III - Rendimentos decorrentes de ato ilícito não são tributáveis, conforme reza o princípio do non olet. a) os três enunciados são falsos. b) os três enunciados são verdadeiros. c) o I e II são verdadeiros e o II é falso. d) tão-só o III é verdadeiro. e) o I e o III são falsos e o II é verdadeiro. 17. (ESAF/ATA/MF/2009) No que se refere ao fato gerador, dispõe o Código Tributário Nacional que a) o fato gerador da obrigação principal é situação definida na Constituição como indicativa da possibilidade de imposição de obrigação de pagar, por parte de ente público que detenha competência para fazê-lo. b) a autoridade administrativa poderá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. c) o fato gerador da obrigação acessória é situação definida em lei complementar, que impõe prática ou abstenção de ato, ainda que originariamente este se configure como obrigação principal. d) a autoridade administrativa deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos da legislação de regência. e) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimulara ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 105 obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 18. (ESAF/ATA/MF/2009) A obrigação tributária principal: a) extingue-se, com o pedido de parcelamento acompanhado do recolhimento da primeira prestação. b) decorre da legislação tributária e tem por objeto prestações positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. c) pelo simples fato de seu não adimplemento suscita imediata inscrição em dívida ativa, independentemente de abertura de prazo para impugnação do lançamento, por parte do interessado. d) surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária. e) suspende-se, com o devido lançamento, nas três modalidades previstas pelo Código Tributário Nacional. 19. (ESAF/APO/União/2010) A lei que veicula a norma tributária impositiva deverá conter os aspectos indispensáveis para que se possa determinar o surgimento e o conteúdo da obrigação tributária. Sobre esta, analise os itens a seguir, classificando-os como falsos ou verdadeiros. Depois escolha a opção que seja adequada às suas respostas. I. O aspecto material da norma tributária diz respeito à situação geradora da obrigação tributária; II. O aspecto espacial da norma tributária corresponde ao território da pessoa política tributante; III. O aspecto temporal da norma tributária diz respeito ao momento em que se deve considerar ocorrida a situação geradora da obrigação tributária; IV. O aspecto pessoal da norma tributária diz respeito à pessoa em favor de quem a obrigação tributária deva ser cumprida; e V. O aspecto quantitativo da norma tributária se refere ao montante devido na obrigação tributária. a) Todos os itens estão corretos. b) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. c) Estão corretos apenas os itens I, II, IV e V. d) Estão corretos apenas os itens II, IV e V. e) Estão corretos apenas os itens III, IV e V. GABARITO 1. C 2. D 3. A 4. C 5. E 6. D 7. C 8. C 9. D 10. A 11. A 12. A 13. A 14. A 15. E 16. B 17. B 18. D 19. A PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 106 QUESTÕES TRATADAS NAS AULAS OBRE IMUNIDADE, COMPETENCIA E PRINCÍPIOS. 1. (ATRFB/2010) O art. 154, inciso I, da Constituição Federal, outorga à União o que se costuma chamar de competência tributária residual, permitindo que institua outros impostos que não os previstos no art. 153. Sobre estes impostos, é incorreto afirmar que: a) Estados e Municípios não possuem competência tributária residual. b) Terão de ser, necessariamente, não-cumulativos. c) Não poderão ter base de cálculo ou fato gerador próprios dos impostos já discriminados na Constituição Federal. d) Caso sejam instituídos por meio de medida provisória, esta deverá ser convertida em lei até o último dia útil do exercício financeiro anterior ao de início de sua cobrança. e) Para a instituição de tais impostos, há que se respeitar o princípio da anterioridade. 2. (AFRFB/2005) Competência tributária é o poder que a Constituição Federal atribui a determinado ente político para que este institua um tributo, descrevendo-lhe a hipótese de incidência, o sujeito ativo, o sujeito passivo, a base de cálculo e a alíquota. Sobre a competência tributária, avalie o asserto das afirmações adiante e marque com (V) as verdadeiras e com (F) as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra. ( ) O não-exercício da competência tributária por determinada pessoa política autoriza a União a exercitar tal competência, com base no princípio da isonomia. ( ) A pessoa política que detém a competência tributária para instituir o imposto também é competente para aumentá-lo, diminuí-lo ou mesmo conceder isenções, observados os limites constitucionais e legais. a) F, V, F. b) F, F, V. c) F, V, V. d) V, F, V. e) V, V, V. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 107 3. (PFN/2004) Considerados os temas competência tributária e capacidade tributária ativa, marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) A competência tributária é delegável. ( ) A capacidade tributária ativa é indelegável. ( ) A União é quem detém a competência tributária no que toca às contribuições sociais para o financiamento da Seguridade Social. ( ) Lei complementar pode delegar a qualquer pessoa jurídica de direito público a competência tributária. a) V, F, V, V. b) F, V, F, V. c) F, F, V, F. d) V, V, V, F. e) F, V, F, F. 4. (Procurador do DF/2007.1) Assinale a opção correta. O Distrito Federal, entidade integrante da República Federativa do Brasil, pode instituir: a) imposto sobre propriedade territorial rural; imposto sobre transmissão causa mortis de quaisquer bens ou direitos, contribuição de melhoria e contribuições sociais de quaisquer espécies. b) impostos extraordinários, taxas e empréstimos compulsórios. c) imposto sobre doação de quaisquer bens ou direitos; taxas pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis; contribuições de interesse de categorias econômicas. d) contribuição para o custeio de sistemas de previdência e assistência social de seus servidores; imposto sobre serviços de qualquer natureza; taxas, em razão do exercício do poder de polícia. e) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana; contribuição de melhoria; contribuições sociais e contribuição de intervenção no domínio econômico. 5. (ATN/Recife/2003) Avalie as formulações seguintes, observadas as disposições pertinentes ao tema "competência tributária", constantes do Código Tributário Nacional, e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. I - É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. II - Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencem à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. III - A atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, pode ser PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 108 revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. IV - A atribuição das funções de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. a) Apenas as formulações I, II e III são corretas. b) Apenas as formulações II, III e IV são corretas. c) Apenas as formulações I, III e IV são corretas. d) Apenas as formulações II e IV são corretas. e) Todas as formulações são corretas.6. (ATN/Fortaleza/2003) A respeito do tema competência para instituir impostos, é correto afirmar: a) aos Estados e ao Distrito Federal compete instituir, entre outros impostos que a Constituição Federal lhes atribui, o imposto sobre propriedade de veículos automotores e o imposto sobre transmissão inter vivos de bens imóveis situados em seus territórios. b) o imposto sobre serviços de transportes intermunicipais é de competência do Município em que se iniciarem as prestações dos serviços. c) os impostos sobre propriedade predial e territorial urbana e sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos são de competência dos Municípios. d) compete ao Distrito Federal instituir os impostos que cabem aos Municípios, sem prejuízo da competência que a Constituição Federal lhe assegura para instituir outros impostos expressamente indicados. e) por força de emenda constitucional promulgada recentemente, a competência para instituir o imposto sobre propriedade territorial rural foi transferida da União para os Estados e o Distrito Federal. 7. (ATE/MS/2001) Em tema de competência legislativa sobre matéria de Direito Tributário, é correta a afirmação de que: a) Os Estados têm competência para legislar suplementarmente sobre normas gerais de Direito Tributário. b) Mesmo na ausência de lei federal sobre normas gerais de Direito Tributário, é vedado aos Estados exercer essa competência legislativa. c) A eficácia de lei estadual sobre normas gerais de Direito Tributário fica mantida ante a superveniência de lei federal da mesma natureza, mesmo no que lhe for contrário. d) No âmbito da competência concorrente para legislar sobre Direito Tributário os Estados só podem legislar sobre normas gerais. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 109 e) A legislação tributária dos Estados é aplicada nos respectivos Municípios, em virtude de estes não terem competência para legislar sobre Direito Tributário. 8. (AFTN/94) A Constituição da República prevê que, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (art. 24, § 3º). Tendo em vista isto e, quando for o caso, o disposto no Código Tributário Nacional, é razoável dizer que a) o não-exercício, pela União, da competência para legislar sobre normas gerais de direito tributário, a defere aos Estados, para atender a suas peculiaridades. b) o não-exercício da competência para instituir tributos a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que tal competência cabia originalmente. c) a competência da União para legislar sobre normas de direito tributário exclui a competência suplementar dos Estados. d) em matéria de direito tributário a competência da União, além de legislar sobre seus próprios tributos e sobre normas gerais, poderá fazê-lo em relação à competência não exercida pelos Estados e Municípios e) faltando norma geral sobre o encargo ou a função de arrecadar tributo municipal, o Estado poderá supletivamente cometer um e outro a pessoas de direito privado. 9. (AFTN/96) União, Estados, Municípios e Distrito Federal a) podem delegar capacidade para instituir, arrecadar e fiscalizar um tributo. b) podem delegar capacidade para arrecadar e fiscalizar um tributo. c) podem delegar capacidade para instituir e arrecadar um tributo. d) podem delegar capacidade para instituir e fiscalizar um tributo. e) não podem delegar capacidade tributária ativa. 10. (AFTE/PI/2001/Adaptada) Assinale a opção correta. a) A competência tributária consiste na faculdade de que dispõem os entes políticos para instituir tributos em relação às pessoas submetidas a sua soberania, e a capacidade tributária ativa consiste na aptidão atribuída a uma pessoa para figurar no pólo ativo de uma relação jurídico-tributária. b) A competência tributária é a aptidão para arrecadar tributos, obedecidos os requisitos legais, e a capacidade tributária ativa é a aptidão para instituí-los, sempre por meio de lei. c) A competência tributária e a capacidade tributária ativa são indelegáveis, ainda que por meio de lei. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 110 d) A competência tributária é, em determinadas situações, delegável, por meio de lei, mas a capacidade tributária ativa é indelegável. e) A atribuição da capacidade tributária ativa a pessoa diferente daquela que dispõe da competência tributária só pode ser revogada de comum acordo entre ao titular da competência tributária e a pessoa jurídica a quem foi delegada a capacidade tributária ativa. 11. (AFPS/2002) Em relação ao tema competência tributária, é correto afirmar que: a) a Constituição atribui à União competência residual para instituir impostos, contribuições para a seguridade social e taxas. b) a instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme competência que a Constituição confere a cada um desses entes da Federação. c) para instituir impostos com fundamento na competência residual, é imprescindível, além da competência tributária, veiculação da matéria por lei complementar e observância dos princípios constitucionais da não-cumulatividade e da identidade plena com outros impostos discriminados na Constituição, no que se refere a fato gerador e base de cálculo. d) somente a União tem competência residual para instituir impostos. e) os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm competência para instituir impostos, taxas, contribuição de melhoria e contribuição de intervenção no domínio econômico, que a Constituição lhes reserva. 12. (Analista/SUSEP/2010) A Constituição Federal, em seu art. 154, inciso I, prevê a criação de impostos que não os previstos no art. 153 (que enumera aqueles de competência da União). Sobre esta competência, usualmente denominada na doutrina “competência residual”, é incorreto afirmar-se que: a) o exercício da competência residual é reservado ao legislador ordinário, e não ao constituinte derivado. b) consoante entendimento firmado no âmbito do Supremo Tribunal Federal, a não-cumulatividade e o não bis-in-idem não precisam ser observados quando da criação de um novo imposto por meio de emenda constitucional. c) a exigência de lei complementar é inafastável e, diferentemente do que ocorre para os impostos discriminados, que têm apenas os seus fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes previstos em lei complementar, no caso da instituição de novo imposto pela União, no exercício de sua competência residual, exige-se que também a alíquota seja prevista em lei complementar. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 111 d) admite-se, excepcionalmente, a instituição de novos impostos, no exercício da competência residual, por meio de medida provisória. e) a criação de novo imposto, no exercício da competência residual, fica sujeita ao princípio da anterioridade. 13. (ISS/RJ/2010) Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito tributário. Com base nessa afirmativa, julgue os itens a seguir: I. lei que institui incentivo fiscal para as empresas que contratarem apenados e egressos é de natureza tributária, sendo, portanto, constitucional lei estadual com tal conteúdo; II. lei estadual pode estabelecer alíquotas diferenciadas em razão do tipo do veículo, já que os estados-membros estão legitimados a editar normas gerais referentes ao IPVA,no exercício da competência concorrente prevista no art. 24, § 3º, da Constituição; III. é possível ao estado conceder, mediante lei, isenção de tributo de sua competência, visto que está atuando nos limites de sua autonomia. Estão corretos: a) apenas o item I. b) apenas os itens I e II. c) apenas os itens I e III. d) apenas os itens II e III. e) todos os itens estão corretos. 14. (ISS/RJ/2010) Sobre a imunidade constitucional recíproca, que veda a instituição e a cobrança de impostos pelos entes tributantes sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos outros, é incorreto afirmar que: a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder- dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas prestadoras de serviço público, bem como as empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito. d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 112 e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’). 15. (TRF/2005/Adaptada) Em relação às imunidades, avalie as afirmações abaixo e, em seguida, marque a opção correta. I. A diferença básica entre imunidade e isenção está em que a primeira atua no plano da definição da competência, e a segunda no plano do exercício da competência. II. As imunidades podem ser definidas em função de condições pessoais de quem venha a vincular-se às situações materiais que ensejariam a tributação. III. As imunidades podem ser definidas em função do objeto suscetível de ser tributado. IV. A Constituição, ao definir a competência, excepciona determinadas situações que, não fosse a imunidade, estariam dentro do campo da competência, mas por força da norma de imunidade, permanecem fora do alcance do poder de tributar. a) Todos os itens estão corretos. b) Há apenas um item correto. c) Há dois itens corretos. d) Há três itens corretos. e) Todos os itens estão errados. 16. (AFRFB/2010) Diversos fatos podem resultar na desoneração tributária. Assinale, entre as que se seguem, a forma de desoneração tributária pela qual não nascem nem a obrigação tributária, nem o respectivo crédito por força do não-exercício da competência a que tem direito o poder tributante. a) Imunidade. b) Não-incidência. c) Isenção. d) Alíquota zero. e) Remissão. 17. (FTE/PA/2002) A não-incidência de impostos sobre as autarquias e as fundações públicas, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes, resulta de: a) remissão. b) anistia. c) isenção. d) imunidade. e) moratória. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 113 18. (SEFAZ/CE/2007) A norma que impede que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios tributem, reciprocamente, seus patrimônios, rendas ou serviços, denomina-se a) imunidade. b) isenção. c) norma geral anti-elisiva. d) anistia. e) não-incidência. 19. (SEFAZ/SP/2009) As imunidades tributárias são classificadas em: a) ontológicas e políticas. b) proporcionais e progressivas. c) diretas e indiretas. d) cumulativas e não cumulativas. e) vinculadas e não vinculadas. 20. (AFTN/96) Quanto às imunidades tributárias, é procedente afirmar que: a) são reguladas exclusivamente mediante lei ordinária federal. b) não se aplicam às taxas e contribuições sociais. c) podem ser instituídas por intermédio de lei complementar. d) são extensivas aos partidos políticos, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados ou não às suas atividades essenciais. e) são normas constitucionais que colaboram no desenho das competências impositivas. 21. (AFTN/94) Sobre as imunidades tributárias, podemos afirmar que a) não se aplicam às taxas e aos impostos sobre o comércio exterior. b) podem ser instituídas por intermédio de lei complementar. c) são extensivas às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados ou não a suas finalidades essenciais. d) impossibilitam sejam previstos fatos geradores da obrigação tributária para os casos por ela abrangidos. e) são hipóteses de não-incidência legalmente qualificada. 22. (TRF/2002.2) Assinale a opção correta. a) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias gozarão dos privilégios tributários estabelecidos em lei complementar. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 114 b) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias gozarão dos privilégios fiscais estabelecidos em lei complementar. c) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias gozarão dos privilégios tributários estabelecidos em lei, desde que extensivos às do setor privado. d) As autarquias federais, municipais e estaduais gozam de imunidade quanto aos tributos dos outros entes políticos em decorrência da imunidade recíproca. e) O regime jurídico tributário das empresas públicas e das sociedades de economia mista que explorem atividade econômica de produção ou de comercialização de bens é estabelecido em norma complementar da legislação tributária. 23. (AFRFB/2005) No tocante às imunidades tributárias conferidas às instituições de assistência social sem fins lucrativos, só uma afirmação não pode ser feita: a) É subordinada, entre outros, ao requisito de que apliquem integralmente no País os seus recursos na manutenção de seus objetivos institucionais, ou de outros que com estes guardem semelhança. b) Somente alcançam as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. c) Não excluem a atribuição, por lei, às instituições de assistência social, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte. d) Não dispensa tais entidades do cumprimento de obrigações tributárias acessórias, como a de manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. e) Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a tais instituições, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. 24. (ATN/Recife/2003) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos. No entanto, de acordo com o Código Tributário Nacional, tal imunidade tributária é subordinada à observância, pelas referidas instituições, do seguinte requisito, entre outros: a) aplicarem integralmente, no Brasil ou em suas controladasno exterior, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais. b) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 115 c) no caso de instituições de educação, oferecerem gratuitamente pelo menos 50% das vagas de seus cursos regulares a alunos carentes. d) não remunerarem seus empregados com salários superiores aos pagos por empresas públicas, em se tratando de cargos de iguais atribuições. e) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a título de lucro ou participação no seu resultado. 25. (AFTE/RN/2004) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a resposta correta. ( ) A imunidade tributária conferida pela Constituição Federal a instituições de assistência social sem fins lucrativos somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. ( ) É permitido à União exigir imposto sobre a renda auferida por Municípios que provenha de aluguel de imóveis a eles pertencentes. ( ) O imóvel pertencente a entidade sindical de trabalhadores, ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU), desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tal entidade. a) V, V, V. b) V, V, F. c) V, F, V. d) F, F, V. e) F, V, F. 26. (Procurador do TCE/GO/2007) Entre as afirmativas abaixo, relativas à imunidade e isenções tributárias, assinale a correta. a) Os partidos políticos são entidades imunes, benefício que não se estende às suas fundações. b) A imunidade de entidade educacional sem fins lucrativos não é extensiva aos aluguéis de apartamento de sua propriedade revertidos às suas finalidades institucionais. c) A imunidade tributária incidente sobre livros só é extensível ao papel nele utilizado se a obra tiver fins didático-educacionais. d) A isenção por prazo certo e em função de determinadas condições atendidas pelo sujeito passivo gera direito adquirido. e) A empresa pública Caixa Econômica Federal, que exerce atividade econômica, é abrangida pela imunidade tributária recíproca, não se sujeitando ao pagamento de imposto sobre propriedade de veículos automotores incidentes sobre seus carros. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 116 27. (AFRF/2003) Entidade fechada de previdência privada, que só confere benefícios aos seus filiados desde que eles recolham as contribuições pactuadas, goza de imunidade tributária? Segundo entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, filmes fotográficos destinados à composição de livros, jornais e periódicos estão abrangidos por imunidade tributária? A Constituição Federal veda a instituição de contribuição social para a seguridade social sobre o lucro auferido por pessoas jurídicas, que decorra de comercialização de livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão? a) Não, sim, não. b) Não, não, sim. c) Não, não, não. d) Sim, sim, não. e) Sim, não, sim. 28. (AFTN/94) A Constituição da República prevê que sobre a energia elétrica podem incidir somente a) dois impostos. b) três impostos. c) os impostos de importação e de exportação. d) imposto único sobre energia elétrica. e) impostos estaduais e municipais. 29. (AFTN/94) Quando atendam os requisitos estabelecidos na lei, não podem ser cobrados impostos que incidam sobre a renda, serviços e patrimônio, bem como a contribuição para a seguridade social, das seguintes espécies de entidades: a) partidos políticos. b) instituições beneficentes de educação. c) fundações dos partidos políticos. d) instituições beneficentes de assistência social. e) entidades sindicais dos trabalhadores. 30. (ISS/RJ/2010) Sobre as limitações constitucionais ao poder de tributar, é correto afirmar que: a) apenas mediante lei é possível instituir ou aumentar tributo. b) nos tributos de competência da União, não se admitem discriminações regionais ou locais com relação aos mesmos fatos geradores ou bases de cálculo. c) as fundações públicas instituídas pela União são imunes de impostos estaduais. d) a imunidade recíproca de impostos entre os entes da federação brasileira abrange todas as rendas de todos eles, salvo se decorrentes de ganhos em aplicações financeiras. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 117 e) inclusive conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a imunidade dos “templos de qualquer culto” tem interpretação ampla e finalística. 31. (ISS/RJ/2010) O princípio da isonomia tributária, previsto no art. 150, inciso II, da Constituição, proíbe o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. Entretanto, tal princípio exige a sua leitura em harmonia com os demais princípios constitucionais. Destarte, pode-se concluir, exceto, que: a) em matéria tributária, as distinções podem se dar em função da capacidade contributiva ou por razões extrafiscais que estejam alicerçadas no interesse público. b) relativamente às microempresas e empresas de pequeno porte, a Constituição prevê que lhes seja dado tratamento diferenciado e favorecido, por lei complementar, inclusive com regimes especiais ou simplificados. c) a sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere o princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional. d) determinado segmento econômico prejudicado por crise internacional que tenha fortemente atingido o setor não permite tratamento tributário diferenciado sem ofensa ao princípio da isonomia. e) a proibição de importação de veículos usados não configura afronta ao princípio da isonomia. 32. (ESAF/APO/União/2010) De acordo com a Constituição Federal, não se pode cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Trata-se do princípio da anterioridade tributária. Entretanto, a própria Constituição estabelece que ato do Poder Executivo pode elevar alíquotas de determinados tributos, como, por exemplo: a) Imposto sobre a renda, imposto sobre produtos industrializados e contribuição social sobre o lucro líquido. b) Imposto sobre produtos industrializados, contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis e imposto sobre importações. c) Imposto sobre importações, imposto sobre exportações e imposto sobre a renda. d) Imposto sobre importações, imposto sobre a renda e imposto sobre produtos industrializados. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 118 e) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis, imposto sobre a renda e imposto sobre exportações. 33. (ESAF/APO/União/2008) A competência tributária, assim entendida como o poder que os entes políticos – União, Estados- Membros, Distrito Federal e Municípios – têm para instituir tributos, não é ilimitada. Ao contrário, encontra limites na Constituição Federal, entre os quais destacamos o princípio da legalidade tributária, segundo o qual nenhum tributo poderá ser instituído ou majorado a não ser por lei. Porém, a própria Constituição Federalexcetua da obrigatoriedade de ser majorados por lei (podendo sê-lo por ato do Poder Executivo) alguns tributos. São exemplos desses tributos: a) imposto sobre renda e proventos / imposto sobre importação de produtos estrangeiros / contribuição para o PIS/PASEP. b) imposto sobre produtos industrializados / CIDE combustível / contribuição para o PIS/PASEP. c) imposto sobre importação de produtos estrangeiros / imposto sobre exportação de produtos nacionais ou nacionalizados / imposto sobre renda e proventos. d) CIDE combustível / imposto sobre produtos industrializados / imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros. e) contribuição para o PIS/PASEP / imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros/ imposto sobre produtos industrializados. 34. (Analista Jurídico/2007/CE) O princípio constitucional da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos deverá ser estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a própria Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio de decreto presidencial. Entre estes, não se inclui: a) Imposto de Importação. b) Imposto Territorial Rural. c) Imposto sobre Operações Financeiras. d) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre Combustíveis. e) Imposto Sobre Produtos Industrializados. 35. (AFRFB/2005) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre a) importação de produtos estrangeiros. b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. c) propriedade territorial rural. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 119 d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. e) produtos industrializados. 36. (Analista Contábil-Financeiro/2007/CE) O princípio constitucional da anterioridade, corolário da segurança jurídica, estabelece que os entes tributantes – União, Estados, Distrito Federal e Municípios – não poderão exigir tributo no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que o tenha instituído ou aumentado. No tocante à possibilidade de majoração de tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os tenha aumentado, porém, a própria Constituição Federal estabeleceu algumas exceções. Entre os itens a seguir, assinale aquele que não constitui exceção ao referido princípio. a) Imposto sobre produtos industrializados. b) Contribuição de intervenção no domínio econômico, cobrada sobre combustíveis. c) Imposto de exportação. d) Empréstimo compulsório para despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública. e) Empréstimo compulsório para despesas de investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional. 37. (Auditor Fiscal/Natal/2008) O Governador do Estado de Minas Gerais fez publicar, em 6 de novembro de 2007, em atenção às Constituições Estadual e Federal, medida provisória visando à majoração de imposto estadual. A norma entrou em vigor na data de sua publicação. O Poder Legislativo Estadual, porém, somente converteu a medida provisória em lei no dia 20 de fevereiro de 2008. Em face da situação hipotética e considerando os parâmetros de vigência e aplicação da legislação tributária, aponte em que data o aumento poderá ser efetivamente cobrado. a) 1º de janeiro de 2008. b) 4 de fevereiro de 2008. c) 20 de maio de 2008. d) 1º de janeiro de 2009. e) 31 de março de 2009. 38. (Auditor Fiscal/2005/MG) Assinale a opção correta. O princípio segundo o qual é vedado cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (art. 150,III, ‘a’ da CRFB/88) é o da: a) anterioridade. b) irretroatividade. c) anualidade. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 120 d) imunidade recíproca. e) legalidade. 39. (ESAF/PFN/2007.2) Das formulações abaixo, assinale a que não se inclui entre os conteúdos normativos que a Constituição considera, relaciona e tipifica, na Seção II, do Capítulo I, do seu Título VI, como “Limitações do Poder de Tributar”. a) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. b) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. c) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir isenções de tributos da competência da União, bem como da competência de uns e outros. d) A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. e) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 40. (ESAF/ATRFB/2010) A Constituição Federal, entre outras limitações ao poder de tributar, estabelece a isonomia, vale dizer, veda o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. Sobre a isonomia, é correto afirmar que: a) diante da regra mencionada, o tratamento tributário diferenciado dado às microempresas e empresas de pequeno porte, por exemplo, deve ser considerado inconstitucional. b) não se permite a distinção, para fins tributários, entre empresas comerciais e prestadoras de serviços, bem como entre diferentes ramos da economia. c) para que um tratamento tributário diferenciado (isenção, por exemplo) seja justificado, não é necessário haver correlação lógica entre este e o elemento de discriminação tributária. d) em razão do princípio constitucional da isonomia, não deve ser diferenciado, por meio de isenções ou incidência tributária menos gravosa, o tratamento de situações que não revelem capacidade contributiva ou que mereçam um tratamento fiscal ajustado à sua menor expressão econômica. e) a isenção, como causa de exclusão do crédito tributário, é, por sua própria natureza, fator de desigualação e discriminação entre pessoas, coisas e situações. Nem por isso, no entanto, as isenções são inconstitucionais, desde que reste demonstrado que se teve em mira o interesse ou a conveniência pública na aplicação da regra da PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 121 capacidade contributiva ou no incentivo de determinadas atividades de interesse do Estado. 41. (APOF/SP/2009) O princípio da capacidade contributiva: a) não se aplica às penalidades tributárias. b) aplica-se somente às contribuições. c) aplica-se somente aos impostos. d) aplica-se indistintamente a todas as espécies tributárias. e) é atendido pela progressividade dos impostos reais. 42. (ESAF/AFRFB/2010) Entre as limitações constitucionais ao poder de tributar, que constituem garantias dos contribuintes em relação ao fisco, é incorreto afirmar que: a) os impostos sobre o patrimônio podem ser confiscatórios, quando considerados em sua perspectiva estática. b) uma alíquota do imposto sobre produtos industrializados de 150%, por exemplo, não significa necessariamente confisco. c) o imposto de transmissão causa mortis, na sua perspectiva dinâmica, pode ser confiscatório. d) o princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do princípio da progressividade, já que exige equilíbrio, moderação e medida na quantificação dos tributos. e) a identificação do efeito confiscatórionão deve ser feita em função da totalidade da carga tributária, mas sim em cada tributo isoladamente. 43. (ESAF/AFRFB/2010) Analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros (V) ou falsos (F). Em seguida, escolha a opção adequada às suas respostas: I. de acordo com a Constituição Federal, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza será informado pela generalidade, universalidade e progressividade, na forma da lei. Pode-se afirmar que o critério da progressividade decorre dos princípios da igualdade e da capacidade contributiva, na medida em que contribuintes com maiores rendimentos sejam tributados de modo mais gravoso do que aqueles com menores rendimentos; II. a Constituição estabelece expressamente que o imposto sobre a renda será progressivo, enquanto o imposto sobre a propriedade imobiliária poderá ser progressivo; III. a Constituição traça uma dupla progressividade para o IPTU, quais sejam, progressividade em razão do imóvel e em razão do tempo; IV. o princípio da capacidade contributiva não possui significado muito importante para o IPTU, visto que este tributo se caracteriza PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 122 por ser um imposto real, sem relação com as características pessoais do sujeito passivo. a) Estão corretos somente os itens I e III. b) Estão corretos somente os itens I, II e IV. c) Estão corretos somente os itens I e II. d) Estão corretos somente os itens II e IV. e) Todos os itens estão corretos. 44. (ESAF/ATRFB/2010) “A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados − IPI para geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos, produtos da linha branca, que encerraria no próximo dia 31, foi prorrogada por mais três meses. A partir de 10 de novembro entra em vigor uma nova tabela cujas alíquotas passam a ser estabelecidas com base na eficiência energética dos produtos, de acordo com a classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem, coordenado pelo Inmetro. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega. “Nós estamos desonerando mais os produtos que consomem menos energia”, explicou. A medida vale até 31 de janeiro de 2010. Segundo ele, as geladeiras, que antes do IPI baixo tinham uma alíquota de 15%, e recuou para 5%, poderão manter essa mesma alíquota reduzida, mas somente para os produtos da chamada classe “A”, ou seja, com menor consumo de energia. As geladeiras da classe “B” passarão a ter uma alíquota de 10% e o restante voltará a ter um IPI de 15%.” (Extraído do site www.fazenda.gov.br, notícia de 29.10.2009). Na notícia acima, identificamos um importante aspecto do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. Assinale, entre as opções que se seguem, aquela que explica e justifica tal aspecto, isto é, somente aquele que a notícia mencionada destacou. a) Por meio da seletividade, pode-se tributar com alíquotas diferenciadas produtos de acordo com o seu grau de essencialidade. b) A notícia demonstra a aplicabilidade do princípio constitucional da capacidade tributária, pois estabelece alíquotas diferenciadas para as diversas categorias de geladeiras existentes no mercado. c) O IPI constitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o Poder Executivo pode, a qualquer momento, baixar ou restabelecer as suas alíquotas. d) A não-cumulatividade, outra característica do IPI, visa impedir que as incidências sucessivas nas diversas operações da cadeia econômica de um produto impliquem um ônus tributário muito elevado, decorrente da múltipla tributação da mesma base econômica. e) A extrafiscalidade consiste na possibilidade de, por meio de alíquotas diferenciadas, estimular-se determinado comportamento por parte da indústria e, consequentemente, dos consumidores. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL www.pontodosconcursos.com.br 123 GABARITO PURO 1. D 2. D 3. C 4. D 5. B 6. D 7. A 8. A 9. B 10. A 11. D 12. D 13. E 14. C 15. A 16. B 17. D 18. A 19. A 20. E 21. D 22. C 23. A 24. B 25. C 26. D 27. A 28. B 29. D 30. E 31. D 32. B 33. D 34. B 35. C 36. E 37. D 38. B 39. C 40. E 41. A 42. E 43. E 44. E