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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA 
FEDERAL DO BRASIL 
www.pontodosconcursos.com.br 1 
 
PROFESSOR EDVALDO NILO 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA 
RECEITA FEDERAL DO BRASIL – AULA 8 – (PARTE 1) 
VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. APLICAÇÃO DA 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO 
DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. (PARTE 2) OBRIGAÇÃO 
TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA. FATO GERADOR DA 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. 
 
Olá, 
 
A primeira parte da aula de hoje é a continuação da aula 7 sobre 
Legislação Tributária, que não conteve os temas vigência, aplicação, 
interpretação e integração do direito tributário. 
 
Então, o sumário da parte 1 ficou assim: 
 
2. Vigência da Legislação Tributária: 2.1. Conceitos de 
validade, vigência e eficácia jurídica da norma; 2.2 Regra 
geral da vigência da norma tributária; 2.3 Vigência no 
tempo; 2.4 Vigência no espaço. 
3. Aplicação da Legislação Tributária: 3.1 Fato gerador 
futuro, fato gerador pendente, súmula 584 do STF, 
retroatividade própria e retroatividade imprópria; 3.2 
Aplicação retroativa da legislação tributária. 
4. Interpretação e Integração da Legislação Tributária: 4.1 
Visão clássica do CTN; 4.2 Princípios gerais de direito 
privado; 4.3. Direito tributário como direito de 
sobreposição; 4.4 Métodos de interpretação: literal, lógico, 
histórico, sistemático e teleológico; 4.5 Interpretação literal 
e interpretação mais favorável. 
 
Na parte final da aula de hoje colocamos as questões tratadas das 
aulas sobre imunidade, competência e princípios (aulas 1, 2 e 3). São 
questões com gabarito puro que foram comentadas nessas 
respectivas aulas. 
 
Então, agora vamos nessa. 
 
2. VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA 
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Antes de se dissertar propriamente sobre a vigência da legislação 
tributária, devemos diferenciar os conceitos de validade, vigência e 
eficácia da norma jurídica. 
 
2.1. CONCEITOS DE VALIDADE, VIGÊNCIA E EFICÁCIA 
JURÍDICA DA NORMA 
 
Afirmar que a norma “Y” é válida significa dizer que a norma está de 
acordo com o ordenamento jurídico, não só por ter obedecido às 
condições formais para o seu ingresso, mas também as condições 
materiais de sua produção. Ou seja, para verificar a validade da 
norma devemos analisar a compatibilidade formal e material da 
norma com a Constituição, que é o fundamento de validade de todas 
as demais normas do sistema de dado território. 
 
Decerto, a validade é a qualidade ou o predicado da norma. Por 
exemplo, determinada Câmara Municipal instituiu empréstimo 
compulsório para atender despesas ordinárias previstas no 
orçamento. Tal lei criou norma inválida, pois esta desobedece às 
condições formais para o seu ingresso (autoridade incompetente - 
Câmara Municipal), bem como as condições materiais de sua 
produção (atender despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência). 
 
Nesse rumo, tanto a norma criada por autoridade incompetente e 
conforme o procedimento previsto em lei quanto à norma criada por 
autoridade competente e sem a observância do procedimento 
previsto em lei são inválidas, pois não estão de acordo com as 
normas constitucionais que são o fundamento de suas validades. 
 
Já a vigência exige o critério da publicação da norma e diz respeito à 
possibilidade da norma incidir, de produzir efeitos jurídicos no plano 
abstrato. Noutro ponto, a eficácia jurídica é a capacidade da norma 
de Direito produzir efeitos jurídicos no plano concreto. A eficácia 
jurídica tem relação direta com a possibilidade da aplicação da norma 
em determinada situação concreta. 
 
Assim sendo, a vigência e a eficácia jurídica podem andar juntas, 
como irmãs siamesas, ou separadas. No direito tributário, é clara a 
possibilidade de separação entre a vigência e a eficácia jurídica 
quando visualizamos o princípio da anterioridade. 
 
Isto é, uma lei que aumente a alíquota do imposto sobre a renda (IR) 
pode ser vigente na data da sua publicação (25/12/09), mas só terá 
eficácia jurídica a partir do exercício financeiro seguinte 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA 
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(01/01/2010), observando-se o princípio da anterioridade anual. 
Portanto, durante o período compreendido entre 25/12/09 e 
31/12/09 a referida lei é vigente (plano abstrato), mas não é eficaz 
(plano concreto). 
 
Noutro exemplo, o lançamento tributário reporta-se à data da 
ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então 
vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada, segundo 
o caput do art. 144 do CTN. Na hipótese, a norma legal da data da 
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária pode ser eficaz e 
não mais vigente. Por exemplo, determinado contribuinte paga um 
tributo em 2009, cujo fato gerador aconteceu em 2006, aplica-se, 
então, a alíquota do tributo vigente em 2006, mesmo que em 2009 a 
alíquota esteja menor. 
 
2.2 REGRA GERAL DA VIGÊNCIA DA NORMA TRIBUTÁRIA 
 
Nesse contexto, a vigência, no espaço e no tempo, da legislação 
tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas 
jurídicas em geral, que são a Lei de Introdução ao Código Civil – LICC 
(Decreto-Lei nº 4.567/1942) e Lei Complementar n° 95/1998, salvo 
dispositivo em contrário disposto no próprio CTN. 
 
2.3 VIGÊNCIA NO TEMPO 
 
A respeito da vigência no tempo, a LICC determina em seu art. 1°, 
que, ressalvado norma dispositiva em contrário, a lei começa a 
vigorar em todo o país quarenta e cinco dias (45) depois de 
oficialmente publicada. Isto é, sendo omissa a lei, aplica-se 
subsidiariamente o prazo de 45 dias de vacância previsto na LICC. 
 
O tempo entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é 
também denominado de vocatio legis, que serve para a população 
tomar conhecimento da lei. Normalmente, a lei já dispõe que entra 
em vigor na data de sua publicação, dispensando a aplicação do 
prazo de 45 dias. 
 
Como exemplo, a LC 104/2001 estatuiu no seu último artigo que 
“Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação”. 
As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a 
cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias 
de sua publicação oficial’ (§2°, do art. 8°, da LC 95/98). 
 
Neste sentido, a vigência da lei será indicada de forma expressa e de 
modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo 
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conhecimento, reservada a cláusula “entra em vigor na data de sua 
publicação” para as leis de pequena repercussão (art. 8° da LC 
95/98). 
 
A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam 
período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e 
do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua 
consumação integral. 
 
Por exemplo, a Lei Complementar 118/2005, que alterou diversos 
dispositivos do CTN estabeleceu em seu último artigo que “esta Lei 
entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação”. A sua 
publicação oficial foi no dia 9 de fevereiro de 2009, entrando em vigor 
no dia 9 de junho de 2005. Portanto, o período de vacatio legis foi 
entre 9/02/2005 e 9/06/2005. 
 
Por sua vez, o art. 103 do CTN estabelece regras específicas sobre a 
entrada em vigor das normas complementares, afirmando que, salvo 
disposição em contrário, entram em vigor: 
 
• Os atos normativos expedidos pelasautoridades 
administrativas, na data da sua publicação; 
• As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição 
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa, quanto a 
seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua 
publicação; 
• Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Município, na data neles prevista. 
 
Em relação às práticas reiteradamente observadas pelas autoridades 
administrativas (costume), a entrada em vigor ocorre no momento 
em que caracterizada, ou seja, no momento em que a conduta da 
Administração se torna reiterada. 
 
O art. 104 do CTN, I a III, estabelece que entram em vigor no 
primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua 
publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o 
patrimônio ou a renda: 
 
• que instituem ou majoram tais impostos; 
• que definem novas hipóteses de incidência; 
• que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei 
dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e 
observado o disposto no artigo 178. 
 
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Este dispositivo contraria o art. 150, III, “b” e “c”, da CF/88, que não 
restringe a aplicação da anterioridade apenas aos impostos sobre 
o patrimônio ou a renda (IR, ITR, IGF, ITCMD, IPVA, ITBI e IPTU), 
e também a jurisprudência atual do STF que entende como 
constitucional a inobservância da anterioridade na extinção ou 
redução da isenção incondicionada. 
 
Contudo, o concursando deve ficar atento a literalidade do art. 104 
do CTN, que está em vigor e não ainda foi declarado inconstitucional 
pelo STF. 
 
Nesse rumo, a ESAF aplicou inteiramente o art. 104, I, do CTN, na 
última prova para AFRFB (2010). Assim sendo, a ESAF afirmou 
“Considerando a publicação de norma, em 15 de dezembro de 2009, 
visando à majoração de tributo, sem disposição expressa sobre a 
data de vigência, tratando-se de imposto sobre a renda e proventos 
de qualquer natureza, poderá ser editada lei ordinária, produzindo 
efeitos financeiros a partir de 1° de janeiro de 2010”. Isto é, o 
examinador adotou exclusivamente o art. 104, I, do CTN. 
 
2.4 VIGÊNCIA NO ESPAÇO 
 
No que se refere à vigência no espaço (aspecto espacial da 
incidência), as normas jurídicas devem em regra obedecer ao 
princípio da territorialidade, dispondo que a lei de cada ente 
federativo vigora nos limites de seu território. 
 
Porém, excepcionalmente, a legislação tributária dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos 
territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os 
convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras 
leis de normas gerais expedidas pela União, de acordo com o art. 
102 do CTN. 
 
Nesse rumo, ressaltamos o entendimento da ESAF em 2010 no 
sentido da interpretação restritiva do art. 102 do CTN. Isto é, o 
termo legislação tributária neste dispositivo significa apenas 
normas que digam respeito à arrecadação e fiscalização de 
tributos. 
 
Por consequencia, o art. 102 do CTN não outorga poder para que os 
Municípios, os Estados-membros e o DF instituam tributos fora dos 
seus limites territoriais, sob pena de afronta a competência 
tributária. 
 
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Em outras palavras, o aspecto espacial da norma tributária 
estadual, distrital ou municipal (local onde ocorre o nascimento da 
obrigação tributária) tem por limite o próprio território do 
respectivo ente federativo que criou o tributo, em razão da 
competência tributária delineada na Constituição. 
 
Assim, a norma estadual, distrital ou municipal que cria o tributo não 
possui extraterritorialidade, que, nos termos dos convênios ou das 
normas gerais de direito tributário, apenas tem validade no que diz 
respeito às normas de arrecadação e fiscalização tributária. 
 
Por exemplo, segundo os termos da LC 116/03 (norma geral de 
direito tributário), o ISS pode ser cobrado em local distinto do 
domicílio do prestador de serviço. Deste modo, as administrações 
tributárias de dois Municípios podem firmar convênio de colaboração 
no sentido de ajuda mútua (troca de informações fiscais, apoio do 
aparato administrativo etc.) para a efetiva cobrança do tributo. 
 
Contudo, isto não quer dizer que a obrigação tributária do ISS nasceu 
fora dos limites territoriais do Município competente para instituir o 
tributo. 
 
A ESAF no concurso da SUSEP/2010 adotou como incorreto o 
seguinte enunciado: “o aspecto espacial da incidência tributária nem 
sempre corresponderá ao território da pessoa política tributante, já 
que a extraterritorialidade da tributação estadual e municipal não 
necessariamente implica invasão de idêntica competência dos demais 
Estados e Municípios”. 
 
Podemos agora resolver as seguintes questões: 
 
1. (AFRF/2000/ESAF) Segundo o Código Tributário Nacional, os 
atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram 
em vigor, salvo disposição em contrário, 
a) no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua 
publicação. 
b) 30 dias após sua publicação. 
c) 45 dias após sua publicação. 
d) na data da sua publicação. 
e) na data de sua assinatura. 
 
Segundo o art. 103, I, do CTN, os atos normativos expedidos pelas 
autoridades administrativas entram em vigor, salvo disposição em 
contrário, na data da sua publicação. 
 
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Deste modo, a resposta é a letra “d”. 
 
2. (AFE/PI/2000/ESAF/Adaptada) Lei que majora a alíquota do 
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, publicada em 30 de 
dezembro, omissa quanto à data de início de sua vigência, tornar-se-
á obrigatória: 
a) na data de sua publicação. 
b) no primeiro dia do exercício financeiro seguinte. 
c) trinta dias após a data de sua publicação. 
d) quarenta e cinco dias após a data de sua publicação. 
e) sessenta dias após a data de sua publicação. 
 
Lei que majora a alíquota do Imposto de Renda das Pessoas 
Jurídicas, publicada em 30 de dezembro, omissa quanto à data de 
início de sua vigência, tornar-se-á obrigatória quarenta e cinco (45) 
dias após a data de sua publicação. 
 
É a aplicação subsidiária do art. 1º da Lei de Introdução ao Código 
Civil – LICC (Decreto-Lei nº 4.567/1942). 
 
Deste modo, a resposta é a letra “d”. 
 
3. (ATE/MS/2001/ESAF) Os convênios sobre matéria tributária, 
incluídos entre as normas complementares da legislação tributária, 
têm como regra de vigência temporal o seguinte: 
a) entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte ao de sua 
publicação 
b) entram em vigor trinta dias após a data de sua publicação. 
c) entram em vigor na data neles prevista. 
d) entram em vigor na data de sua publicação. 
e) entram em vigor trinta dias após sua homologação pela 
Assembléia Legislativa. 
 
Segundo o art. 103, III, do CTN, convênios sobre matéria tributária, 
incluídos entre as normas complementares da legislação tributária, 
entram em vigor, salvo disposição em contrário, na data neles 
prevista. 
 
Deste modo, a resposta é a letra “c”. 
 
4. (AFRF/2005/ESAF) Considerando os temas “vigência” e 
“aplicação” da legislação tributária, julgue os itens a seguir. Marque 
com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao 
final a opção correspondente. 
( ) É condição de vigência da lei tributária a sua eficácia. 
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( ) O CTN veda a extraterritorialidade da legislação tributária. 
( ) Não é vedado aos decretos dispor sobre o termo inicial da vigência 
dos atos expedidos pelas autoridades administrativas tributárias. 
( ) O Código Tributário Nacional adota como regra a irretroatividade 
da lei tributária. 
a) V F F V. 
b) F F V F. 
c) F F V V. 
d) V F V V. 
e) V F V F. 
 
O primeiro item é falso, porque não é condição de vigência da lei 
tributária a sua eficácia. 
 
Lembre do princípio da anterioridade, podendo a lei ser vigente, mas 
ainda não eficaz. 
 
O segundo item é falso, porque o CTN permite a extraterritorialidade 
da legislação tributária. 
 
O art. 102 do CTN autoriza a extraterritorialidade, a saber: “A 
legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que 
lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, 
ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas 
pela União”. 
 
O terceiro item é verdadeiro, eis que não é vedado aos decretos 
dispor sobre o termo inicial da vigência dos atos expedidos pelas 
autoridades administrativas tributárias. 
 
O art. 103 trata das normas complementares. 
 
Segundo o art. 100 do CTN, são normas complementares das leis, 
dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: (I) os 
atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; (II) as 
decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição 
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; (III) as 
práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas 
(costume); (IV) os convênios que entre si celebrem a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
 
Assim, segundo o art. 103, I, do CTN, salvo disposição em contrário, 
entram em vigor: I - os atos administrativos a que se refere o inciso I 
do artigo 100, na data da sua publicação. 
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Portanto, pode um Decreto dispor sobre o termo inicial da vigência 
dos atos expedidos pelas autoridades administrativas tributárias, de 
acordo com a interpretação do art. 100, I, c/c art. 103, I, do CTN. 
 
O quarto item é verdadeiro, eis que o Código Tributário Nacional 
adota como regra a irretroatividade da lei tributária, isto é, em regra, 
a lei se aplica a ato ou fato futuro. A retroatividade é exceção, como 
estudaremos no próximo tópico. 
 
Deste modo, a resposta é a letra “c”. 
 
5. (ATM/Recife/2003/ESAF) Avalie as formulações seguintes e, ao 
final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. 
I - Em consonância com a Constituição Federal, medida provisória 
que implique majoração do imposto sobre propriedade territorial rural 
só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido 
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
II - De conformidade com a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, 
a legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites 
em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que 
participem, ou do que disponham o Código Tributário Nacional ou 
outras leis de normas gerais expedidas pela União. 
III - Os dispositivos de lei que definem novas hipóteses de incidência, 
referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda, entram em 
vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a 
sua publicação, conforme estabelece o Código Tributário Nacional. 
IV - Determina o Código Tributário Nacional que, salvo disposição em 
contrário, os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios entram em vigor na data da sua 
publicação. 
a) Apenas as formulações I, II e III são corretas. 
b) Apenas as formulações I, II e IV são corretas. 
c) Apenas as formulações I, III e IV são corretas. 
d) Apenas as formulações II, III e IV são corretas. 
e) Todas as formulações são corretas. 
 
O primeiro item é verdadeiro, pois, em consonância com o art. 62, 
§2°, da Constituição Federal, medida provisória que implique 
majoração do imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) só 
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido 
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
 
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O segundo item é verdadeiro, porque de conformidade com o art. 102 
da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN), a legislação 
tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no 
País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe 
reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou 
do que disponham o Código Tributário Nacional ou outras leis de 
normas gerais expedidas pela União. 
 
O terceiro item é verdadeiro, eis que os dispositivos de lei que 
definem novas hipóteses de incidência, referentes a impostos sobre o 
patrimônio ou a renda, entram em vigor no primeiro dia do exercício 
seguinte àquele em que ocorra a sua publicação, conforme estabelece 
literalmente o art. 104, II, do CTN. 
 
O quarto item é falso, eis que determina o art. 103, III, do Código 
Tributário Nacional que, salvo disposição em contrário, os convênios 
que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios entram em vigor na data neles prevista. 
 
Deste modo, a resposta é a letra “a”. 
 
6. (CESPE/AGU/2009) Caso a União celebre com os estados-
membros convênio para a adoção de método eletrônico para o 
lançamento de certos tributos, o referido convênio entrará em vigor 
na data nele prevista. 
 
É correta, pois dispõe o art. 103, III, do CTN que, salvo disposição 
em contrário, os convênios que entre si celebrem a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios entram em vigor na data 
neles prevista. 
 
7. (CESPE/Procurador de Estado/AL/2009) Caso lei instituindo o 
tributo de ISS em determinado município tenha sido publicada em 
20/12/2008, sem indicar a data de sua vigência, 
A o tributo poderá ser cobrado a partir de 1.º/1/2009, em função do 
princípio da anterioridade. 
B o tributo de ISS, por estar sendo instituído no município, poderá 
ser cobrado a partir da publicação da lei. 
C o ISS poderá ser cobrado somente após 40 dias, contados da 
publicação da lei que não determinou a data de sua vigência. 
D a aplicação da lei ocorrerá na data de sua vigência, que se dará 30 
dias após sua publicação. 
E a lei terá aplicação no exercício seguinte ao da sua publicação, mas 
se terá de esperar 45 dias para sua entrada em vigor. 
 
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De início, devemos afirmar que o ISS obedece ao princípio da 
anterioridade anual e nonagesimal. 
 
Portanto, a resposta a resposta mais adequada é a letra “e”, 
afirmando que a lei terá aplicação no exercício seguinte ao da sua 
publicação, mas se terá de esperar 45 dias para sua entrada em 
vigor. 
 
Quando se diz que a lei terá aplicação no exercício seguinte ao da sua 
publicação não se está dizendo que não se observará os 90 dias da 
anterioridade nonagesimal, contados de 20/12/2008, estando mesmo 
assim correta a alternativa. 
 
A espera de 45 dias para sua entrada em vigor decorre da omissão 
da lei que instituiu o tributo de ISS em determinado município e, por 
conseguinte, da aplicação subsidiária do art. 1º da Lei de Introdução 
ao Código Civil – LICC. 
 
8. (CESPE/AFRE/ES/2009) Os atos normativos expedidos pelaautoridade administrativa entram em vigor na data de sua assinatura, 
salvo disposição de lei em contrário. 
 
É incorreta, pois dispõe o art. 103, I, do CTN que, salvo disposição 
em contrário, atos normativos expedidos pela autoridade 
administrativa entram em vigor na data da sua publicação. 
 
9. (CESPE/Procurador Federal/2007) Salvo disposição em 
contrário, uma decisão do delegado da Receita Federal, a que a lei 
atribua eficácia normativa, entrará em vigor trinta dias após a data 
de sua publicação. 
 
É correta, pois dispõe o art. 103, II, do CTN, que, salvo disposição 
em contrário, as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de 
jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa, 
entram em vigor 30 (trinta) dias após a data da sua publicação. 
 
10. (CESPE/AFRE/ES/2009) As decisões dos órgãos singulares ou 
colegiados de jurisdição administrativa, quanto aos efeitos 
normativos, entram em vigor 30 dias após a data da sua publicação, 
salvo disposição em contrário. 
 
É correta, de acordo com o art. 103, II, do CTN. 
 
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11. (CESPE/AFRE/ES/2009) Os dispositivos de lei que instituem 
os tributos, sejam quais forem, começam a vigorar no primeiro dia do 
exercício seguinte àquele em que ocorreu a sua publicação. 
 
É incorreta, pois existem tributos que devem obedecer a 
anterioridade nonagesimal ou especial e também existem exceções a 
anterioridade anual. 
 
12. (CESPE/AFRE/ES/2009) O princípio da anterioridade não se 
aplica a todos os tributos. 
 
É correta, pois existem tributos que não devem obedecer a 
anterioridade. 
 
A tabela das exceções ao princípio da anterioridade e à noventena é 
a que segue. 
 
Preste atenção: se é exceção é porque não deve observar o 
princípio. E todos os demais tributos devem observar, porque 
a regra é a observância ao princípio. 
 
 
Anterioridade anual Noventena 
II II 
IE IE 
IPI IR 
IOF IOF 
Imposto extraordinário por 
motivo de guerra externa (IEG) 
Imposto extraordinário por 
motivo de guerra externa (IEG) 
Empréstimo compulsório por 
motivo de guerra externa ou 
de calamidade pública 
Empréstimo compulsório por 
motivo de guerra externa ou 
de calamidade pública 
Restabelecimento de alíquotas do 
ICMS – Combustíveis e da CIDE – 
Combustíveis 
Base de cálculo do IPTU 
Contribuições para a seguridade 
social 
Base de cálculo do IPVA 
 
 
3. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
A aplicação da legislação tributária refere-se à adequação da norma 
prevista na lei ao caso concreto, também denominada de subsunção 
do fato à norma. 
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Em regra geral, as normas tributárias novas não retroagem para a 
sua aplicação em situações passadas, em razão do princípio da 
irretroatividade tributária. Este princípio disposto no art. 150, III, “a”, 
da CF, estabelece a proibição de cobrar tributos em relação a fatos 
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver 
instituído ou aumentado. 
 
3.1 FATO GERADOR FUTURO, FATO GERADOR PENDENTE, 
SÚMULA 584 DO STF, RETROATIVIDADE PRÓPRIA E 
RETROATIVIDADE IMPRÓPRIA 
 
Com efeito, o art. 105 do CTN, disciplina que a legislação tributária 
aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos 
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início 
e não esteja completa nos termos do artigo 116 do mesmo Código. 
 
Segundo esta classificação prevista explicitamente no CTN: (a) fatos 
geradores futuros são aqueles que ainda irão acontecer; (b) fatos 
geradores pendentes são aqueles que já iniciaram a sua formação, 
mas ainda não completaram o seu círculo de formação ou não 
atingiram a sua perfeição. 
 
Em relação à aplicação imediata da legislação tributária aos fatos 
geradores futuros não há qualquer desentendimento na doutrina ou 
jurisprudência, observando sempre também o princípio da 
anterioridade. 
 
Resta a controvérsia em relação aos fatos geradores pendentes, 
sobretudo a súmula 584 do STF. 
 
Segundo determinada parte da doutrina, não há distinção entre fato 
gerador futuro ou pendente, afirmando-se que não existe fato 
gerador pendente. Só existe fato gerador que ocorre ou que não 
corre. 
 
Deste modo, o fato gerador pendente é aquele sujeito a condição 
suspensiva (art. 116, II e 117, I, do CTN). Como o fato gerador 
pendente de condição suspensiva só ocorre com o implemento da 
condição. O fato gerador pendente acaba se assimilando ou igualando 
ao fato gerador futuro. 
 
Entretanto, outra parte da doutrina sustenta como válida a citada 
classificação e assevera que fato gerador pendente é o fato gerador 
complexivo ou periódico, que ainda não se aperfeiçoou. 
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Neste sentido, o fato gerador pendente é aquele cuja realização 
ainda não se completou ao longo de um espaço de tempo. Por 
exemplo, o fato gerador do imposto de renda de pessoa física (IRPF) 
acontece ao longo de um período de tempo, que, segundo a 
legislação do IR, é de 1° de janeiro até 31 de dezembro do mesmo 
ano, estando, portanto, pendente o fato gerador até a data de 31 de 
dezembro. 
 
Assim, a súmula 584 do STF, que ainda continua sendo aplicada 
pela Excelsa Corte, dispõe que “ao Imposto de Renda calculado sobre 
os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício 
financeiro em que deve ser apresentada a declaração”. Do modo, o 
STF aplica tal entendimento a contribuição social sobre o lucro líquido 
(CSLL). 
 
Assim, uma lei publicada em 31 de Dezembro de 2009 aumentando o 
valor do imposto de renda atinge situações caracterizadoras do fato 
gerador do IRPF (aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica 
de renda ou proventos de qualquer natureza) acontecidas antes da 
publicação da lei, desde o dia 01 de janeiro de 2009. 
 
Logo, a lei nova publicada durante o ano-base pode incidir sobre o 
IRPF do mesmo ano, pois estará vigente no exercício financeiro 
seguinte, que é quando o IRPF será lançado por homologação e 
ocorrerá também a apresentação da declaração de ajuste anual. 
 
Nesse rumo, ressaltamos que a retroatividade imprópria 
(retrospectiva) ocorre quando a lei atuar sobre um fato jurídico 
ainda não concluído, isto é, no direito tributário acontece quando a lei 
é aplicada sobre o fato gerador pendente 
 
Decerto, a súmula 584 é o exemplo clássico de retroatividade 
imprópria ou retrospectiva e o STF tem adotado este entendimento 
(RE nº 104.259-RJ, RTJ 115/1336). 
 
Portanto, a retroatividade imprópria, segundo entendimento atual 
do STF, pode ocorrer nos tributos com fato gerador de período ou 
complexivo, eis que a lei nova alcança período já decorrido em parte 
quando da sua publicação. 
 
Contudo, no último concurso para ATRFB, a ESAF adotou o 
entendimento doutrinário de Misabel Derzi, que é contrário a 
jurisprudência atual do STF, a saber: “A mesma lei que rege o fato é 
também a única apta a reger os efeitos que ele desencadeia (como 
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sujeição passiva, extensão da responsabilidade, base de cálculo, 
alíquotas, deduções, compensações, correção monetária etc.) (...) O 
princípio da irretroatividade no direito positivo brasileiro não é 
relativo, mas absoluto e insistentemente repetido nos Textos Magnos 
nacionais. Descabe entre nós a chamada‘retrospectiva’ ou 
retroatividade imprópria, mesmo para o imposto de renda”. 
 
Por sua vez, a retroatividade própria (ou autêntica) acontece 
quando a lei alcança fatos ocorridos apenas no passado, o que é 
permitido por exceção, como no caso das leis interpretativas 
previstas no art. 106, I, do CTN. 
 
Neste sentido, o STF já decidiu da seguinte forma: “As leis, em face 
do caráter prospectivo de que se revestem, devem, ‘ordinariamente’, 
dispor para o futuro. O sistema jurídico- constitucional brasileiro, 
contudo, ‘não’ assentou, como postulado absoluto, 
incondicional e inderrogável, o princípio da irretroatividade. A 
questão da retroatividade das leis interpretativas” (ADI 605-MC). 
 
13. (ESAF/ATRFB/2010) Entre outras limitações ao poder de 
tributar, que possuem os entes políticos, temos a de cobrar tributos 
em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da 
lei que os houver instituído ou aumentado. Sobre essa limitação, 
analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. 
Depois, escolha a opção que seja adequada às suas respostas: 
I. a irretroatividade da lei tributária vem preservar o passado da 
atribuição de novos efeitos tributários, reforçando a própria garantia 
da legalidade, porquanto resulta na exigência de lei prévia, 
evidenciando-se como instrumento de otimização da segurança 
jurídica ao prover uma maior certeza do direito; 
II. o Supremo Tribunal Federal tem como referência, para análise da 
irretroatividade, o aspecto temporal da hipótese de incidência, ou 
seja, o momento apontado pela lei como sendo aquele em que se 
deve considerar ocorrido o fato gerador; 
III. a mesma lei que rege o fato é também a única apta a reger os 
efeitos que ele desencadeia, como a sujeição passiva, extensão da 
responsabilidade, base de cálculo, alíquotas, deduções, 
compensações e correção monetária, por exemplo; 
IV. a lei instituidora ou majoradora de tributos tem de ser, como 
regra, prospectiva; admite-se, porém, a sua retroatividade imprópria. 
a) Todos os itens estão corretos. 
b) Estão corretos apenas os itens I, II e III. 
c) Estão corretos apenas os itens I, III e IV. 
d) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. 
e) Estão corretos apenas os itens I e III. 
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Esta questão é baseada na doutrina de Misabel Derzi (O princípio da 
irretroatividade do Direito na Constituição e no CTN, Revista de 
Direito Tributário n° 67, São Paulo: Editora Malheiros; Limitações 
Constitucionais ao Poder de Tributar <notas de atualização>, 7° 
edição, Rio de Janeiro: Forense, 2003, páginas 189-223). 
 
ITEM I. Segundo entendimento doutrinário, o princípio da 
irretroatividade é um plus a anterioridade tributária, reforçando a 
legalidade tributária e a segurança jurídica. Logo, correta. 
 
ITEM II. A aplicação da irretroatividade leva em conta o momento da 
ocorrência do fato gerador (aspecto temporal da hipótese de 
incidência). Assim, segundo o STF, a lei tributária apenas pode atuar 
sobre o fato gerador ocorrido após a sua vigência, sob pena de 
afronta a anterioridade. Logo, correta. 
 
ITEM III. Foi cópia literal do entendimento de Misabel Derzi nos 
textos já citados. Portanto, segundo o examinador, correta. 
 
ITEM IV. Foi cópia literal do entendimento de Misabel Derzi também, 
que afirma que o sistema jurídico não admite a retroatividade 
imprópria ou retrospectiva. Logo, incorreta. A retroatividade 
imprópria ocorre quando a lei atuar sobre um fato jurídico ainda não 
concluído, isto é, no direito tributário acontece quando a lei é aplicada 
sobre o fato gerador pendente, o que não é aceito por Misabel Derzi. 
 
Em face do exposto, a alternativa considerada correta pelo 
examinador é a letra “b”. 
 
3.2 APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA: 
RETROTIVIDADE PRÓPRIA OU AUTÊNTICA 
 
A lei tributária pode ter aplicação retroativa, denominando-se 
igualmente de retroatividade benigna ou in bonam partem, podendo 
ser aplicada ato ou fato pretérito nas hipóteses que se seguem, 
segundo o art. 106 do CTN. 
 
Em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, 
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos 
interpretados. Tal regra tem por base a retroatividade benigna da 
interpretação autêntica, que é a interpretação elaborada pelo próprio 
Poder Legislativo, ressaltando-se que este tipo de interpretação não 
exclui a apreciação do caso pelo Poder Judiciário. 
 
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Por exemplo, os arts. 3° e 4°, da LC 118/2005, estabeleceram, 
respectivamente, que (a) para efeito de interpretação do art. 168, I, 
do CTN, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo 
sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento 
antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei; (b) esta 
Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, 
observado, quanto ao art. 3o, o disposto no art. 106, I, do CTN. 
 
Interpretando tais dispositivos, o STJ entendeu que: “a) o art. 3º da 
LC 118/05 só pode ter eficácia prospectiva, incidindo sobre situações 
que venham a ocorrer a partir de sua vigência; b) o art. 4º, segunda 
parte, da LC 118/05, que determina a aplicação retroativa do art. 3º, 
ofende o princípio constitucional da autonomia e independência dos 
Poderes (CF, art. 2º) e o da garantia do direito adquirido, do ato 
jurídico perfeito e da coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI)”. 
 
Com efeito, o STJ interpretou que o artigo 3º, da LC 118/05, criou 
direito novo, não configurando lei meramente interpretativa, cuja 
retroação é permitida. 
 
Importante: o esclarecimento do significado de uma lei tributária 
por outra lei posterior configura também a denominada 
interpretação autêntica, que é a interpretação da norma realizada 
pelo próprio Poder Legislativo. 
 
Nesse rumo, tratando-se de ato não definitivamente julgado, a lei 
aplica-se a ato ou fato pretérito (art. 106, II, CTN): 
 
• Quando deixe de defini-lo como infração; 
• Quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência 
de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e 
não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; 
• Quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista 
na lei vigente ao tempo da sua prática. 
 
Assim sendo, permite-se a extinção ou redução da multa, moratória 
ou punitiva, prevista na lei mais nova, por ser mais benéfica ao 
contribuinte, independentemente de o fato gerador do tributo tenha 
ocorrido em data anterior a vigência da norma sancionatória. 
 
Todavia, ressaltamos que o pagamento regular da multa tributária 
extingue o crédito tributário, não permitindo a aplicação do art. 106 
do CTN. 
 
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Importante: Ato “não definitivamente julgado” significa ato não 
transitado em julgado, compreendendo tanto o âmbito administrativo 
como o âmbito judicial (Poder Judiciário). Neste sentido, é pacífico o 
entendimento do STJ no sentido de que, tratando-se de execução 
fiscal não definitivamente julgada, aplica-se o disposto no art. 106 do 
CTN. 
 
14. (ATE/PI/2001/ESAF) A aplicação retroativa de lei tributária 
não é admitida quando: 
a) estabelecer hipóteses de isenção. 
b) for interpretativa. 
c) deixar de definir ato não definitivamente julgado como infração. 
d) estabelecer penalidade mais brandaque a prevista na lei vigente 
ao tempo da prática do ato. 
e) deixar de tratar ato não definitivamente julgado como contrário a 
qualquer exigência de ação ou omissão, respeitados os demais 
requisitos legais. 
 
A aplicação retroativa de lei tributária é admitida nas hipóteses do 
art. 106 do CTN, a saber: 
 
“A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, 
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos 
interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe 
de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como 
contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não 
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento 
de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a 
prevista na lei vigente ao tempo da sua prática”. 
 
Deste modo, a resposta é a letra “a”. 
 
15. (TRF/2000/ESAF) A lei não se aplica a ato ou fato pretérito: 
a) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei 
vigente ao tempo da sua prática. 
b) quando seja expressamente interpretativa. 
c) tratando-se de ato não definitivamente julgado quando deixe de 
defini-lo como infração. 
d) quando deixe de tratar ato não definitivamente julgado como 
contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, não sendo 
fraudulento e não tendo implicado falta de pagamento de tributo. 
e) quando expressamente interpretativa, determine a aplicação de 
penalidade por infração dos dispositivos interpretados. 
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É a aplicação novamente do art. 106 do CTN. 
 
Deste modo, a resposta é a letra “e”. 
 
16. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2009) De acordo com o Código 
Tributário Nacional a lei aplica-se a ato ou fato pretérito. A esse 
respeito analise as afirmativas que apresentam as situações em que a 
lei se aplica. 
I. Em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, 
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos 
interpretados. 
II. Quando reduza a alíquota de tributo cujo fato gerador já foi 
praticado, desde que a defesa ofertada pelo contribuinte, 
administrativa ou judicial, ainda não tenha sido definitivamente 
julgada. 
III. Tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando deixe de 
tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, 
desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado falta de 
pagamento de tributo. 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
O primeiro item é verdadeiro, pois, de acordo com o CTN, a lei aplica-
se a ato ou fato pretérito em qualquer caso, quando seja 
expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à 
infração dos dispositivos interpretados, de acordo com o art. 106, I. 
 
O segundo item é falso, aplicando-se o caput do art. 144 do CTN, 
dispondo que o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato 
gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que 
posteriormente modificada ou revogada. 
 
O quarto item é verdadeiro, pois, de acordo com o CTN, a lei aplica-
se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente 
julgado, quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer 
exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento 
e não tenha implicado falta de pagamento de tributo, de acordo com 
o art. 106, II, “b”. 
 
Destarte, a resposta é a letra “c”. 
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17. (CESPE/Procurador de Estado/AL/2009) Com relação ao 
direito tributário, considerando que seja editada a lei ordinária Y, 
esclarecendo como deverá ser aplicada a lei vigente X, que possui 
penalidades para as infrações a seus dispositivos, assinale a opção 
correta. 
A A lei Y só poderá ser aplicada a ato e fato futuro ou pendente, 
como rege o CTN. 
B A lei Y sempre terá aplicação a ato ou fato pretérito, quando houver 
a imposição de penalidades às infrações dos dispositivos 
interpretados. 
C A lei X foi revogada, pois a lei Y regulamentou a mesma matéria. 
D Em qualquer caso, quando for expressamente interpretativa, a lei Y 
aplicar-se-á a ato ou fato pretérito. 
E Fato gerador ocorrido antes da vigência da lei Y não será por ela 
atingido, em virtude do princípio da irretroatividade. 
 
Conforme o art. 106, I, do CTN, a resposta é a letra “d”. 
 
Esta questão não foi anulada pela banca examinadora do concurso da 
PGE/AL, considerando como certa definitivamente a letra "d", mas 
compreendo que foi omissa quanto a exclusão da aplicação de 
penalidade à infração dos dispositivos interpretados. 
 
Neste caso, no concurso você deve marcar a menos errada, que é a 
"d", eis que as demais alternativas são absurdas e nem sempre as 
questões de concurso são anuladas. 
 
4. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO 
TRIBUTÁRIA 
 
A hermenêutica, atualmente, é entendida como uma teoria ou 
filosofia da interpretação que deve tornar compreensível o significado 
de determinado texto. Assim, a interpretação hoje é vista como uma 
tarefa criadora no âmbito da linguagem. 
 
4.1 VISÃO CLÁSSICA DO CTN 
 
Sem se aprofundar no estudo da hermenêutica contemporânea, 
afirmamos, de logo, que o CTN adota uma visão tradicional da 
hermenêutica, que é entendida como um problema normativo e 
metodológico. Ou seja, para o CTN a hermenêutica é conjunto de 
técnicas e métodos destinados a interpretar a norma. 
 
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Com efeito, de acordo com o art. 107 do CTN, a legislação tributária 
deverá ser interpretada conforme o disposto no próprio Código. 
Interpretar no Direito é compreender o sentido e alcance da norma, 
pressupondo a existência de norma sobre a questão. 
 
Já a integração no direito, segundo a hermenêutica tradicional do 
CTN, é o preenchimento da lacuna ou do vazio normativo. Isto é, não 
existe dispositivo expresso para regular determinada situação e o 
intérprete se utiliza dos métodos de integração para colmatar o vazio 
normativo. 
 
Deste modo, o CTN no seu art. 108 estabelece que na ausência de 
disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a 
legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem 
indicada: 1. a analogia; 2. os princípios gerais de direito 
tributário; 3. os princípios gerais de direito público; 4. a equidade. 
 
O CESPE no concurso para Advogado/CEF/2010 adotou como correto: 
“Um dos aspectos mais importantes para se compreender o sistema 
tributário nacional consiste na interpretação e integração da lei 
tributária, objetivando o efetivo alcance de tais normas. Na 
ausênciade disposição expressa, a autoridade competente, por 
ocasião da aplicação da legislação tributária, deverá utilizar, 
sucessivamente, na ordem indicada, a analogia; os princípios gerais 
de direito tributário; os princípios gerais de direito público; e a 
equidade”. 
 
Nesse rumo, o emprego da analogia não poderá resultar na 
exigência de tributo não previsto em lei, ou mesmo na criação de 
hipóteses suspensão, extinção ou exclusão do crédito tributário, em 
face do princípio da legalidade tributária. 
 
A analogia é um método de integração que busca o preenchimento da 
lacuna normativa com a aplicação de uma norma semelhante ao do 
caso concreto. 
 
Podemos consideraros seguintes exemplos discutidos recentemente 
pela jurisprudência do STJ, a saber: 
 
• “O Convênio ICMS 69/98, ao determinar a incidência do ICMS 
sobre a habilitação de aparelho móvel celular, empreendeu 
verdadeira analogia extensiva do âmbito material de incidência 
do tributo, em flagrante violação ao art. 108, § 1º, do CTN” 
(AGREsp 956312/RO); 
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• “Deveras, é princípio basilar do Direito Tributário Brasileiro que 
a imposição de ônus tributário ao contribuinte, que só pode 
decorrer de lei (CF/88, art. 150, inciso I), não pode resultar do 
emprego da analogia (CTN, art. 108, §1.º), e equiparar os 
meros serviços de aformoseamento prestados pela empresa 
recorrida aos de construção, demolição, reforma, ampliação de 
edificação ou outras benfeitorias agregadas ao solo ou subsolo 
implica analogia in malam partem, vez que resultariam em 
impor à esta óbices que a legislação vigente não lhe impõe” 
(Resp 818674/MG). 
 
Realçamos também que não se confunde a analogia com a 
interpretação extensiva ou analógica, como muito bem ensina o STJ 
na interpretação da Lista Anexa a LC 116/2003: 
 
• “Embora taxativa, em sua enumeração, a lista de serviços 
admite interpretação extensiva, dentro de cada item, para 
permitir a incidência do ISS sobre serviços correlatos àqueles 
previstos expressamente. Esse entendimento não ofende a 
regra do art. 108, § 1º, do CTN, que veda o emprego da 
analogia para a cobrança de tributo não previsto em lei. Na 
hipótese, não se cuida de analogia, mas de recurso à 
interpretação extensiva, de resto autorizada pela própria norma 
de tributação, já que muitos dos itens da lista de serviços 
apresentam expressões do tipo ‘congêneres’, ‘semelhantes’, 
“qualquer natureza”, ‘qualquer espécie’, entre outras tantas. 
Não se pode confundir analogia com interpretação 
analógica ou extensiva. A analogia é técnica de 
integração, vale dizer, recurso de que se vale o operador 
do direito diante de uma lacuna no ordenamento jurídico. 
Já a interpretação, seja ela extensiva ou analógica, objetiva 
desvendar o sentido e o alcance da norma para então definir-
lhe, com certeza, a sua extensão. A norma existe, sendo o 
método interpretativo necessário, apenas, para precisar-lhe os 
contornos”. 
 
Por sua vez, o emprego da equidade não poderá resultar na 
dispensa do pagamento de tributo devido (art. 108, §2°). A equidade 
é considerada como a aplicação da justiça ao caso concreto, 
abrandando o rigor da lei, tendo em conta as características pessoais 
ou materiais do caso. 
 
Noutro ponto, o inc. IV, do art. 172 do CTN dispõe que a lei pode 
autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho 
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, 
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atendendo a considerações de equidade, em relação com as 
características pessoais ou materiais do caso. 
 
O CESPE no concurso para Procurador Federal/2010: “Um fiscal da 
Receita Federal do Brasil, ao aplicar a legislação tributária, na 
ausência de disposição legal expressa, pode empregar a analogia, 
desde que isso não resulte na dispensa do pagamento de tributo 
devido”. O fiscal, ao aplicar a legislação tributária, na ausência de 
disposição legal expressa, pode empregar a analogia, desde que isso 
não resulte na exigência de tributo não previsto em lei. Portanto, 
errada. 
 
4.2 PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO PRIVADO 
 
Por outro lado, os princípios gerais de direito privado utilizam-se para 
pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance dos institutos, 
conceitos e formas do direito tributário, mas não para definição 
dos respectivos efeitos tributários, conforme art. 109 do CTN. 
 
Exemplos de princípios gerais de direito privado são a eticidade 
fundada no princípio da dignidade da pessoa humana; a socialidade 
que é a prevalência dos valores coletivos em detrimento dos valores 
sociais e a operalidade traduzida na efetivação da norma jurídica, 
afirmando a doutrina que o direito é feito para ser utilizada e eficaz. 
 
Ressaltamos que os princípios gerais de direito privado não definem 
os efeitos das normas tributárias. Nessa senda, a lei tributária não 
pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, 
conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou 
implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos 
Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos 
Municípios, para definir ou limitar competências tributárias (art. 110 
do CTN). 
 
Por exemplo, o STF entendeu que a ampliação do conceito de receita 
bruta, pela Lei 9.718/98, para abarcar todas as receitas auferidas 
pela pessoa jurídica, teria afrontado o conceito de faturamento ou de 
receita bruta previsto inicialmente no art. 195 da CF/88 (aplicação as 
situações ocorridas antes da Emenda Constitucional n° 20/98). 
 
Portanto, por desobedecer a um conceito de direito privado utilizado 
por norma constitucional teria ocorrido violação ao art. 110 do CTN. 
 
4.3 DIREITO TRIBUTÁRIO COMO DIREITO DE SOBREPOSIÇÃO 
 
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Decerto, com fundamento nos arts. 109 e 110 do CTN, parte da 
doutrina compreende que o direito tributário é um direito de 
sobreposição ou superposição, pois incide sobre realidades 
previstas em ramos do direito privado para destes buscar os 
contornos dos seus institutos, conceitos e formas. 
 
Logo, o direito tributário se utiliza dos conceitos e princípios de direito 
privado (Direito Civil, Empresarial e do Trabalho) para interpretação 
das suas normas. Por exemplo, “prestar serviços”, “propriedade de 
bens imóveis”, “remuneração do trabalhador”, “circulação de 
mercadorias” são institutos regulados por normas de direito privado 
utilizados no alcance do direito tributário. 
 
4.4 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO: LITERAL, LÓGICO, 
HISTÓRICO, SISTEMÁTICO E TELEOLÓGICO 
 
Os métodos clássicos da hermenêutica jurídica destinados à 
interpretação em geral, inclusive o direito tributário, são os 
seguintes: (i) literal ou filológico; (ii) lógico; (iii) histórico; (iv) 
sistemático e (v) teleológico. 
 
O método literal consiste em discernir o significado literal das 
palavras que compõem a norma jurídica interpretada, servindo-se 
das normas gramaticais existentes no vernáculo, sendo o primeiro 
passo a ser dado na interpretação jurídica. Isto é, a interpretação 
gramatical ou literal é aquela que se fundamenta na compreensão 
das palavras dispostas literalmente na norma jurídica. 
 
Ressaltamos que a interpretação literal não se confunde com a 
interpretação restritiva, pois esta última modalidade interpretativa 
restringe o sentido e alcance da norma legal, podendo restringir até 
mesmo o sentido literal do texto normativo. 
 
Exemplo recente de interpretação gramatical ou literal pelo STJ é o 
seguinte: 
 
• “A norma que institui benefício fiscal não admite interpretação 
extensiva, devendo ser observado o princípio da legalidade 
tributária, do qual redunda a regra contida no art. 111 do CTN, 
que impõe ao intérprete obediência à literalidade da lei isentiva. 
Assim, concluiu a Primeira Seção que, ‘por serviços hospitalares 
compreendem-se aqueles que estão relacionados às atividades 
desenvolvidas nos hospitais, ligados diretamente à promoção 
da saúde, podendo ser prestados no interior do 
estabelecimento hospitalar, mas não havendo esta 
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obrigatoriedade. Deve-se, por certo, excluir do benefício 
simples prestações de serviços realizadas por profissionais 
liberais consubstanciadas em consultas médicas, já que essa 
atividade não se identifica com as atividades prestadas no 
âmbito hospitalar, mas, sim, nos consultórios médicos’”(REsp 
951251/PR). 
 
O método lógico pretende encontrar o sentido e alcance da norma 
jurídica, sem recorrer a outras disciplinas (sociologia, moral, 
economia, ética etc.). Utiliza-se a norma posta e a compatibilidade e 
nexo desta com os diversos dispositivos do texto normativo. 
 
O método histórico procura conciliar a intenção daquele que 
elaborou a lei com o sentido desta norma no momento da 
interpretação do texto jurídico. O operador do direito leva em 
consideração a causa histórica da elaboração da lei, tomando parte 
de todas as discussões (políticas, econômicas, culturais etc.) que 
envolveram a tramitação do projeto de lei nas Casas do Congresso 
Nacional. 
 
O método sistemático consiste em compreender a estrutura do 
texto como um todo, repugnando o entendimento da norma vista de 
maneira isolada para perceber que a norma faz parte de um sistema. 
Ou seja, na interpretação, do direito, os textos normativos devem ser 
estudados como um todo, na busca de uma unidade e harmonia de 
sentido. 
 
Ademais, o método teleológico objetiva revelar a finalidade e o 
espírito da norma dentro do contexto social de dada sociedade. 
 
A FGV no concurso para AFRM/Angra dos Reis (2010) considerou 
correto o seguinte item: “Com relação respectivamente à isenção, 
imunidade e à não incidência, é correto afirmar que a isenção requer 
interpretação literal; a imunidade, interpretação conforme os fins 
constitucionais; e a não incidência normalmente dispensa norma 
expressa”. 
 
3.5 INTERPRETAÇÃO LITERAL E INTERPRETAÇÃO MAIS 
FAVORÁVEL 
 
De acordo com o art. 111, I a III, do CTN, interpreta-se literalmente 
a legislação tributária que disponha sobre: 
 
• Suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
• Outorga de isenção; 
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• Dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
 
Sobre o tema, destacamos algumas decisões do STJ cobradas em 
concurso: 
 
• Em regra, revela-se proibida a interpretação das normas 
concessivas de isenção de forma analógica ou extensiva, 
restando consolidado entendimento no sentido de ser incabível 
interpretação extensiva da isenção à situação que não se 
enquadre no texto expresso da lei (EDcl no REsp 872095/PE). 
• O ato normativo infralegal que impõe restrições para fruição de 
benefícios fiscais, além daquelas contidas em textos legais, fere 
o princípio da legalidade estrita (REsp 115823 SP). 
• O art. 111 do CTN não pode levar o aplicador do direito à 
conclusão de que esteja ele impedido de aplicar as normas de 
direito, de valer-se de uma equilibrada ponderação dos 
elementos lógico-sistemático, histórico e finalístico ou 
teleológico, os quais integram a metodologia de interpretação 
das normas jurídicas (REsp 192.531/RS). 
 
Por sua vez, a lei tributária que define infrações, ou lhe comina 
penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável (benigna 
ou in bonam parte) ao acusado, em caso de dúvida quanto: (i) à 
capitulação legal do fato; (ii) à natureza ou às circunstâncias 
materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; (iii) à 
autoria, imputabilidade, ou punibilidade; (iv) à natureza da 
penalidade aplicável, ou à sua graduação. 
 
Vamos para as questões: 
 
18. (AFTN/94/ESAF) Lei tributária que, simultaneamente, (a) 
disponha sobre suspensão do crédito tributário, (b) sobre dispensa do 
cumprimento de obrigações acessórias (c) e que defina infrações, 
esta última em caso de dúvida quanto à extensão dos efeitos do fato, 
interpreta-se: 
a) analogicamente, extensivamente e de maneira mais favorável ao 
acusado 
b) literalmente, extensivamente e analogicamente 
c) extensivamente, literalmente e analogicamente 
d) literalmente, extensivamente e de maneira mais favorável ao 
acusado 
e) literalmente, literalmente e de maneira mais favorável ao acusado 
 
Conforme os arts. 106 e 111 do CTN, a resposta correta é a letra “e”. 
 
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19. (AFTN/94/ESAF) 
1. Busca de um paradigma que contenha situação semelhante ou 
quase igual àquela para a qual o aplicador não encontrou disposição 
expressa. 
2. Aplicação da regra da isonomia: tratamento igual para casos iguais 
e desigual para os desiguais. 
3. Aplicação da norma mais branda e menos onerosa. 
4. Sujeita-se a interpretação literal. 
Combine cada uma das quatro expressões acima com cada uma das 
quatro opções abaixo: 
w) anistia 
x) equidade 
y) princípio geral de direito 
z) analogia 
Qual das combinações abaixo está parcial ou totalmente errada? 
a) x1 y3 
b) y2 x3 
c) z1 w4 
d) x3 z1 
e) y2 w4 
 
A analogia é busca de um paradigma que contenha situação 
semelhante ou quase igual àquela para a qual o aplicador não 
encontrou disposição expressa. 
 
Aplicação da regra da isonomia: tratamento igual para casos iguais e 
desigual para os desiguais representa um princípio geral do direito. 
 
Aplicação da norma mais branda e menos onerosa combina com a 
equidade. 
 
A anistia é sujeita a interpretação literal, de acordo com o art. 111, I, 
do CTN. 
 
Deste modo, a resposta correta é a letra “a”. 
 
20. (AFRF/2003/ESAF) Relativamente à interpretação e integração 
da legislação tributária, avalie o acerto das afirmações adiante e 
marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque 
a opção correta. 
( ) Interpreta-se da maneira mais favorável ao sujeito passivo a 
legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de 
obrigações tributárias acessórias. 
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( ) Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa 
da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e 
formas, bem assim para definição dos respectivos efeitos tributários. 
( ) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente 
para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na 
rigorosa ordem, a analogia, os princípios gerais de direito público, os 
princípios gerais de direito tributário e a eqüidade. 
a) F, V, F 
b) F, F, F 
c) F, F, V 
d) V, V, F 
e) V, F, V 
 
O primeiro item é falso, pois se interpreta literalmente a legislação 
tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de 
obrigações tributárias acessórias, de acordo com o art. 111, III, do 
CTN. 
 
O segundo item é falso, porque os princípios gerais de direito privado 
utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de 
seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos 
respectivos efeitos tributários, conforme art. 109 do CTN. 
 
O terceiro item é falso, pois na ausência de disposição expressa, a 
autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará 
sucessivamente, na rigorosa ordem, a analogia, os princípios gerais 
de direito tributário, os princípios gerais de direito público e a 
eqüidade, segundo art. 108, I a IV, do CTN. 
 
Deste modo, a resposta correta é a letra “b”. 
 
21. (PFN/98 – ESAF) 
1. As normas que tratam de isenção estão sujeitas a 
______________. 
2. As normas que tratam de moratória estão sujeitas a 
______________.3. As normas que dizem interpretar outras, da mesma fonte, são de 
______________. 
Observe, entre as alíneas w, x, y e z, quais as que, à luz do Código 
Tributário Nacional, preenchem corretamente, e com explicação 
plausível, as lacunas acima, e, em seguida, marque a opção que 
contém, na devida seqüência, as alíneas respectivas. 
w) interpretação extensiva, em atenção ao princípio favorabilia 
amplianda. 
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x) interpretação extensiva, em atenção a que a regra geral não deve 
ser restringida pelo intérprete. 
y) interpretação retroativa, porque não tem caráter de inovação do 
sistema jurídico. 
z) interpretação literal, em atenção a que a regra geral é a tributação 
e exceções não se interpretam extensivamente. 
a) w, w, y. 
b) w, x, z. 
c) z, x, w. 
d) z, z, y. 
e) z, y, x. 
 
As normas que tratam de isenção (exclusão do crédito tributário) 
estão sujeitas a interpretação literal, em atenção a que a regra geral 
é a tributação e exceções não se interpretam extensivamente. 
 
As normas que tratam de moratória (suspensão do crédito tributário) 
estão sujeitas a interpretação literal, em atenção a que a regra geral 
é a tributação e exceções não se interpretam extensivamente 
 
As normas que dizem interpretar outras, da mesma fonte, são de 
interpretação retroativa, porque não tem caráter de inovação do 
sistema jurídico. São as normas interpretativas. 
 
Deste modo, a resposta correta é a letra “d”. 
 
22. (PFN/98/ESAF) O esclarecimento do significado de uma lei 
tributária por outra posterior configura a chamada interpretação 
a) ontológica. 
b) científica. 
c) integrada. 
d) autêntica. 
e) evolutiva. 
 
O esclarecimento do significado de uma lei tributária por outra 
posterior configura a chamada interpretação autêntica, que é a 
interpretação realizada pelo próprio Poder Legislativo. 
 
Deste modo, a resposta correta é a letra “d”. 
 
23. (AFPS/2002/ESAF) Sobre o tema legislação tributária, é 
correto afirmar que, nos termos do Código Tributário Nacional: 
a) a aplicação da legislação tributária restringe-se a fatos geradores 
futuros, isto é, àqueles ocorridos a partir de sua vigência, em 
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consonância com o princípio constitucional da irretroatividade das 
leis. 
b) a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, quando seja 
expressamente interpretativa, incluída a aplicação de penalidade à 
infração dos dispositivos interpretados. 
c) a lei tributária aplica-se a ato pretérito que não tenha sido 
definitivamente julgado, quando deixe de defini-lo como infração. 
d) a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, não 
definitivamente julgado, quando deixe de tratá-lo como contrário a 
qualquer exigência de ação ou omissão, inclusive no caso de envolver 
inadimplemento de obrigação principal, desde que o ato ou fato não 
se tenha realizado por meio de fraude. 
e) é permitido à autoridade administrativa empregar a eqüidade para 
dispensar o cumprimento de obrigação tributária principal, quando se 
depara com ausência de disposição legal expressa para decidir litígio 
tributário cujo julgamento é de sua competência. 
 
A resposta é a letra “c”, conforme o art. 106, II, “a”, do CTN. 
 
24. (TTN/94/ESAF) No direito tributário brasileiro, o emprego da 
eqüidade: 
a) é o primeiro recurso para o caso de integração da legislação 
tributária. 
b) poderá resultar na dispensa do pagamento do tributo devido. 
c) justifica conceder-se remissão, desde que autorizada por lei, em 
relação com as características pessoais ou materiais do caso. 
d) afasta a interpretação literal da legislação tributária que trata da 
dispensa do cumprimento das obrigações tributárias acessórias. 
e) determina que a lei tributária se aplique a ato pretérito quando 
deixa de defini-lo como infração. 
 
A resposta é a letra “c”, conforme o art. 172, V, do CTN, a saber: 
 
“A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por 
despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito 
tributário, atendendo: 
 I - à situação econômica do sujeito passivo; 
 II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a 
matéria de fato; 
 III - à diminuta importância do crédito tributário; 
 IV - a considerações de eqüidade, em relação com as 
características pessoais ou materiais do caso; 
 V - a condições peculiares a determinada região do território da 
entidade tributante”. 
 
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25. (TRF/2002.1/ESAF) Na ausência de disposição expressa, a 
autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, 
sucessivamente, na ordem indicada (art.108 da Lei 5.172/66-Código 
Tributário Nacional): 
a) a analogia; os princípios gerais de direito tributário; os princípios 
gerais de direito público; a eqüidade. 
b) os princípios gerais de direito tributário; os princípios gerais de 
direito público, a eqüidade; a analogia. 
c) a eqüidade; os princípios gerais de direito tributário; os princípios 
gerais de direito público; a analogia. 
d) a analogia; os princípios gerais de direito público; os princípios 
gerais de direito tributário; a eqüidade. 
e) a analogia; a eqüidade; os princípios gerais de direito público; os 
princípios gerais de direito tributário. 
 
De acordo com o art. 108 do CTN, na ausência de disposição 
expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária 
utilizará, sucessivamente, na ordem indicada (art.108 da Lei 
5.172/66-Código Tributário Nacional): a analogia; os princípios gerais 
de direito tributário; os princípios gerais de direito público; a 
eqüidade. 
 
Deste modo, a resposta é a letra “a”. 
 
26. (AFTN/94/ESAF) Na hipótese de o aplicador da lei tributária 
que comina penalidades ficar em dúvida quanto à graduação da pena, 
deverá interpretar a norma, em relação ao acusado, de modo: 
a) analógico. 
b) benigno. 
c) eqüitativo. 
d) literal. 
e) integrado. 
 
Conforme o art. 112, do CTN, na hipótese de o aplicador da lei 
tributária que comina penalidades ficar em dúvida quanto à 
graduação da pena, deverá interpretar a norma, em relação ao 
acusado, de modo mais favorável ou benigno. 
 
Deste modo, a resposta é a letra “b”. 
 
27. (ATN/Recife/2003/ESAF) Conforme estabelece o Código 
Tributário Nacional, a legislação tributária que disponha sobre 
suspensão ou exclusão do crédito tributário é interpretada: 
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a) da maneira mais favorável ao sujeito passivo, em caso de dúvida 
quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à 
natureza ou extensão dos seus efeitos. 
b) mediante aplicação do método teleológico. 
c) mediante aplicação do método sistemático. 
d) de tal modo que o emprego da eqüidade implique dispensa de 
tributo devido, quando a autoridade tributária competente, à vista de 
disposição normativa expressa, não puder utilizar a analogia. 
e) literalmente. 
 
Conforme estabelece o art. 111, I, do CTN, a legislação tributária que 
disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário é 
interpretada literalmente. 
 
Deste modo, a resposta é a letra “e”. 
 
28. (ATN Fortaleza/2003/ESAF) O Código Tributário Nacional 
estabelece expressamente a seguinte regra no seu capítulo intitulado 
“Interpretação e Integração da Legislação Tributária”: 
a) em caso de dúvida quanto à capitulação legaldo fato, os 
dispositivos de lei tributária que tratam de fato gerador, definem 
infrações, ou lhes cominam penalidades, devem ser interpretados da 
maneira mais favorável ao sujeito passivo. 
b) os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da 
definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e 
formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. 
c) a legislação tributária que dispõe sobre lançamento de crédito 
tributário deve ser interpretada literalmente. 
d) o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo 
previsto em lei. 
e) na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para 
aplicar a legislação tributária utilizará, sucessivamente, na rigorosa 
ordem que se segue, a analogia, os princípios gerais de direito 
público, os princípios gerais de direito tributário e a eqüidade. 
 
O CTN estabelece expressamente a seguinte regra no art. 109 do seu 
capítulo intitulado “Interpretação e Integração da Legislação 
Tributária”: “os princípios gerais de direito privado utilizam-se para 
pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, 
conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos 
efeitos tributários”. 
 
Deste modo, a resposta é a letra “b”. 
 
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29. (AFTE/RN/2004/ESAF) Avalie o acerto das formulações 
adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas. Em 
seguida, marque a opção correta. 
( ) É vedada a aplicação imediata da legislação tributária a fatos 
geradores cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa. 
( ) A lei tributária é aplicável a ato ou fato pretérito definitivamente 
julgado, quando deixe de defini-lo como infração. 
( ) A legislação tributária que disponha sobre parcelamento de crédito 
tributário deve ser interpretada literalmente. 
( ) Quando não há dúvida quanto à capitulação legal do fato, a lei 
tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, deve ser 
interpretada da maneira mais favorável ao acusado. 
a) V, F, V, F 
b) V, V, F, V 
c) F, V, F, F 
d) F, F, V, V 
e) F, F, V, F. 
 
O primeiro item é falso, porque não é vedada a aplicação imediata da 
legislação tributária a fatos geradores cuja ocorrência tenha tido 
início, mas não esteja completa, conforme o art. 105 do CTN, que 
trata também dos fatos geradores pendentes. 
 
O segundo item é falso, porque a lei tributária é aplicável a ato ou 
fato pretérito não definitivamente julgado, quando deixe de defini-lo 
como infração, de acordo com o art. 106, II, “a”, do CTN. 
 
O terceiro item é verdadeiro, porque a legislação tributária que 
disponha sobre parcelamento (hipótese de suspensão do crédito 
tributário) deve ser interpretada literalmente, de acordo com o art. 
111, I, do CTN. 
 
O quarto item é falso, porque quando há dúvida quanto à 
capitulação legal do fato, a lei tributária que define infrações, ou lhe 
comina penalidades, deve ser interpretada da maneira mais favorável 
ao acusado, de acordo com o art. 112 do CTN. 
 
Deste modo, a resposta é a letra “e”. 
 
30. (AFE/MG/2005/ESAF) Considerando os temas “vigência e 
aplicação da legislação tributária” e “interpretação e integração da 
legislação tributária”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com 
(F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. 
( ) A lei que disponha sobre suspensão e exclusão do crédito 
tributário deve ser interpretada, 
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segundo o Código Tributário Nacional, em benefício do contribuinte. 
( ) A lei tributária aplica-se ao ato ou fato pretérito, quando for 
interpretativa, ressalvadas as hipóteses em que redundar na 
aplicação de penalidade. 
( ) Segundo o Código Tributário Nacional, o emprego da analogia não 
poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. 
( ) A lei tributária é aplicada a fato anterior à sua vigência quando 
extinguir tributo, já que vem em benefício do contribuinte. 
a) V, V, V, F 
b) F, V, F, V 
c) F, V, V, V 
d) F, V, V, F 
e) F, F, V, F 
 
O primeiro item é falso, porque a lei que disponha sobre suspensão e 
exclusão do crédito tributário deve ser interpretada literalmente, 
segundo o art. 111, I, do CTN. 
 
O segundo item é verdadeiro, porque a lei tributária aplica-se ao ato 
ou fato pretérito, quando for interpretativa, ressalvadas as hipóteses 
em que redundar na aplicação de penalidade, conforme o art. 106, I, 
do CTN. 
 
O terceiro item é verdadeiro, pois, segundo o CTN, o emprego da 
analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em 
lei, segundo o art. 108, §1°, do CTN. 
 
O quarto item é falso, porque a lei tributária não é aplicada a fato 
anterior à sua vigência quando extinguir tributo. 
 
Deste modo, a resposta é a letra “d”. 
 
31. (ESAF/Procurador/DF/2004) Em relação ao tema 
interpretação e integração da legislação tributária, regulado pelo 
Código Tributário 
Nacional, avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as 
verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. 
( ) Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha 
sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias, 
suspensão ou extinção do crédito tributário e outorga de isenção. 
( ) Em caso de dúvida quanto à natureza ou às circunstâncias 
materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos, 
interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado a lei tributária 
que define infrações, ou lhe comina penalidades. 
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( ) O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de 
tributo não previsto em lei; o da eqüidade não poderá resultar na 
dispensa do pagamento de tributo devido. 
a) V, V, V 
b) F, V, F 
c) V, V, F 
d) V, F, V 
e) F, V, V 
 
O primeiro item é falso, porque se interpreta literalmente a legislação 
tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de 
obrigações tributárias acessórias, suspensão ou exclusão do crédito 
tributário e outorga de isenção, de acordo com o art. 111 do CTN. 
 
O segundo item é verdadeiro, porque, em caso de dúvida quanto à 
natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou 
extensão dos seus efeitos, interpreta-se da maneira mais favorável 
ao acusado a lei tributária que define infrações, ou lhe comina 
penalidades, conforme art. 112 do CTN. 
 
O terceiro item é verdadeiro, porque o emprego da analogia não 
poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei; o da 
eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo 
devido, segundo o art. 108, §§1° e 2°, do CTN. 
 
Deste modo, a resposta é a letra “e”. 
 
32. (ESAF/PFN/2006/adaptada) Considerando os temas “vigência 
e aplicação da legislação tributária” e “interpretação e integração da 
legislação tributária” e as disposições do CTN, marque com (V) a 
assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção 
correspondente. 
( ) O emprego da analogia pode resultar na exigência de tributo. 
( ) A lei tributária aplica-se ao ato ou fato pretérito, quando for 
interpretativa, ressalvadas as hipóteses em que redundar na 
aplicação de penalidade. 
( ) Quando extinguir multa tributária, a lei tributária pode ser 
aplicada a fato anterior à sua vigência. 
( ) A lei que disponha sobre moratória e remissão do crédito 
tributário deve ser interpretada, segundo o Código Tributário 
Nacional, em benefício do contribuinte. 
a) F, F, V, F 
b) V, V, F, F 
c) F, V, V, F 
d) V, F,F, V 
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e) F, V, V, V 
 
O primeiro item é falso, porque o emprego da analogia não pode 
resultar na exigência de tributo, conforme §1°, do art. 108 do CTN. 
 
O segundo item é verdadeiro, pois a lei tributária aplica-se ao ato ou 
fato pretérito, quando for interpretativa, ressalvadas as hipóteses em 
que redundar na aplicação de penalidade, conforme inc. I, do art. 106 
do CTN. 
 
O terceiro item é verdadeiro, eis que quando extinguir multa 
tributária, a lei tributária pode ser aplicada a fato anterior à sua 
vigência, conforme inc. II, “c”, do art. 106 do CTN. 
 
O quarto item é falso, porque a lei que disponha sobre moratória do 
crédito tributário deve ser interpretada, segundo o Código Tributário 
Nacional, literalmente. 
 
Deste modo, a resposta é a letra “c”. 
 
33. (ESAF/MPC/GO/2007) Quanto à interpretação e integração 
das normas tributárias, assinale a opção correta. 
a) As lacunas do Direito Tributário são colmatadas pela mesma 
sistemática da Lei de Introdução ao Código Civil. 
b) O contrato de arrendamento mercantil relativo a um automóvel 
pode excluir a responsabilidade tributária do arrendante, em relação 
ao Imposto sobre Veículos Automotores, uma vez que as partes 
podem pactuar suas obrigações. 
c) Em existindo dúvida quanto à capitulação legal do fato, deve-se 
interpretar a lei tributária definidora de infrações da maneira mais 
favorável ao acusado. 
d) A outorga de isenções é interpretada finalisticamente, cabendo ao 
aplicador da lei buscar o objetivo perseguido pelo legislador. 
e) A lei tributária, em alguns casos, pode alterar a definição, o 
conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito 
privado para definir ou limitar competências tributárias. 
 
A resposta correta é a letra “c”, conforme art. 112, I, do CTN. 
 
A letra “a” é falsa, pois as lacunas do Direito Tributário são 
colmatadas (preenchidas) pela sistemática prevista no art. 108 do 
CTN. 
 
A letra “b” é falsa, pois a responsabilidade tributária não pode ser 
excluída por contrato. 
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A letra “d” é falsa, uma vez que a outorga de isenções é interpretada 
literalmente, conforme art. 111, I e II, do CTN. 
 
A letra “e” é falsa, pois a lei tributária não pode alterar a definição, 
o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito 
privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição 
Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do 
Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar 
competências tributárias, segundo art. 110 do CTN. 
 
34. (ESAF/PFN/2007) ● O Decreto n. 40.643/96, do Estado de São 
Paulo, que aprovou os termos do Convênio n. 132/95, concedeu certa 
isenção para os estabelecimentos industriais. A circunstância de a Lei 
Federal n. 4.502/64, que, para os fins nela previstos, equiparou o 
estabelecimento industrial ao importador, permite, segundo o CTN, a 
interpretação de que também o importador se beneficia da isenção? 
● À luz do art. 38, § 2º, da Lei n. 6.374/89, do Estado de São Paulo, 
discutiu-se a atualização monetária do crédito do ICMS. Em face de 
norma estadual expressa, é admitido o uso das formas de integração 
do direito tributário, quais sejam, a analogia, os princípios gerais de 
direito tributário e de direito público e a eqüidade, se já previstas em 
lei federal (CTN, art. 108, I a IV)? 
● O Plenário do STF, ao julgar o RE 213.396 (DJ de 01/12/2000), 
assentou a constitucionalidade do sistema de substituição tributária 
“para frente”, mesmo antes da promulgação da EC n. 3/93. Nesse 
sistema, a obrigação tributária mostra-se anterior à realização 
concreta do fato tributável. O Convênio ICMS 10/89, que previu esse 
sistema, foi publicado no dia 30 de março. Poderia o Convênio 
alcançar os substitutos tributários por ele instituídos, já no mês de 
março de 1989? 
a) Sim, sim, sim 
b) Não, não, não 
c) Sim, não, sim 
d) Não, sim, não 
e) Sim, não, não 
 
A resposta correta é a letra “b”. 
 
O primeiro item é não, pois a interpretação da isenção é literal, de 
acordo com o art. 111 do CTN. 
 
 A integração apenas é feita na ausência norma jurídica expressa, 
conforme art. 108 do CTN. 
 
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O terceiro item é não, pois, neste, o Convênio deve obedecer ao 
princípio da irretroatividade, aplicando-se apenas para os casos 
futuros após o início da sua entrada em vigor. 
 
35. (AFPS/CESPE) Devido ao princípio da estrita legalidade, que 
vige no direito tributário, não se admitem fontes informais, como o 
costume, para esse ramo do ordenamento jurídico. 
 
É errada, pois, conforme o art. 100, III, do CTN, admite-se como 
norma complementar as práticas reiteradamente observadas pelas 
autoridades administrativas (costume). 
 
36. (AFPS/CESPE) Em face das garantias constitucionais e das 
normas do CTN acerca do conceito e da vigência no tempo da 
legislação tributária, as ordens de serviço do INSS, que detêm 
natureza de atos administrativos normativos, somente serão 
aplicáveis, para os contribuintes, quando possuírem conteúdo 
tributário, a partir de 1.° de janeiro do ano subseqüente àquele em 
que forem publicadas. 
 
É errada, pois, conforme o art. 103, III, do CTN, atos administrativos 
normativos, salvo disposição em contrário, entram em vigor na data 
da sua publicação. 
 
37. (AFPS/CESPE) Considere a seguinte situação, que é hipotética 
inclusive no que tange a legislação: Uma lei foi publicada criando 
imposto sobre a propriedade de veículos automotores movidos a 
álcool, os quais até então não eram tributariamente onerados. 
Todavia, por defeito do processo legislativo, a lei não especificou a 
alíquota com base na qual seria calculado o imposto. Diante desse 
quadro, poderá o fisco valer-se da analogia para o fim de calcular o 
imposto sobre os veículos consoantes as alíquotas aplicáveis aos 
veículos movidos a gasolina, dada a similitude das situações. 
 
É errada, pois, conforme o art. 108, §1º, do CTN, o emprego da 
analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em 
lei. 
 
38. (Delegado/PF/CESPE) Os princípios de direito privado podem 
ser utilizados para se determinarem os efeitos tributários dos 
institutos, conceitos e formas do direito civil ou do direito comercial. 
 
É errada, uma vez que os princípios gerais de direito privado utilizam-
se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus 
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institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos 
respectivos efeitos tributários (art. 109 do CTN). 
 
39. (Delegado/PF/CESPE) Lei ordinária poderá, eventualmente, 
redefinir o conceito do direito privado utilizado por norma 
constitucional para estabelecer competência tributária. 
 
É errada, pois a lei tributária não pode alterar a definição, o 
conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito 
privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição 
Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do 
Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar 
competências tributárias (art. 109 do CTN). 
 
40. (Delegado/PF/CESPE) No caso de dispensa do cumprimento 
de obrigação tributária acessória, admite-se o emprego da analogia. 
 
É errada, pois, no caso dedispensa do cumprimento de obrigação 
tributária acessória, admite-se apenas a interpretação literal, 
segundo o art. 111, III, do CTN. 
 
41. (Delegado/PF/CESPE) Em matéria de infração à lei tributária, 
havendo dúvida sobre a pena cabível, entre as várias penas previstas 
em lei, aplica-se aquela que for mais favorável ao acusado. 
 
É correta, conforme art. 112, IV, do CTN. 
 
42. (Delegado/PF/CESPE) Ainda que para solucionar situação 
manifestamente injusta, não é possível utilizar-se a eqüidade para 
dispensar o pagamento de tributo devido. 
 
É correta, conforme art. 108, §2°, do CTN, dispondo que o emprego 
da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de 
tributo devido. 
 
43. (CESPE/Assessor Jurídico/Natal/2008) Acerca da 
interpretação e da integração da legislação tributária, assinale a 
opção correta. 
A Deve ser interpretada literalmente a lei estadual que disponha 
sobre a dispensa do cumprimento de escrituração de livros fiscais por 
certas sociedades empresárias. 
B Na ausência de disposição legal expressa, um agente público 
municipal pode empregar a analogia a fim de impor penalidades 
pecuniárias a contribuintes inadimplentes. 
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C É lícito o emprego da eqüidade a fim de outorgar isenção de IPTU a 
todo contribuinte que comprove que sua situação econômica não lhe 
permite pagar o imposto sem prejuízo do próprio sustento ou de sua 
família. 
D A integração da legislação tributária importa no trabalho intelectual 
que consiste em identificar o sentido e alcance da norma, em decifrar 
o pensamento do legislador. 
 
A resposta correta é a letra “a”, de acordo com o art. 111, III, do 
CTN, pois a escrituração de livros fiscais por certas sociedades 
empresárias é uma obrigação tributária acessória. 
 
A letra “b” é falsa, conforme art. 108, §1°, do CTN. 
 
A letra “c” é falsa, conforme art. 108, §2°, do CTN. 
 
A letra “d” é falsa, pois traz conceituação de interpretação e não de 
integração. 
 
44. (CESPE/AGU/2009) É lícita a interpretação restritiva de lei que 
conceda isenção de impostos e contribuições federais a uma categoria 
de empresas localizadas em determinada região brasileira. 
 
É errada, pois segundo norma expressa do CTN (art. 111, I e II), é 
lícita a interpretação literal e não a interpretação restritiva. 
 
45. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/SP/2009) É correto afirmar 
que a 
(A) analogia é forma de interpretação da norma jurídica e o seu 
emprego poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. 
(B) equidade é forma de interpretação da norma jurídica e o seu 
emprego poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo 
devido. 
(C) analogia é forma de integração da norma jurídica e o seu 
emprego poderá resultar na exigência do tributo não previsto em lei. 
(D) equidade é a forma de integração da norma jurídica e o seu 
emprego poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo 
devido. 
(E) analogia é a forma de integração da norma jurídica e o seu 
emprego não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em 
lei. 
 
A resposta correta é a letra “e”, conforme o art. 108 do CTN. 
 
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46. (FUNDATEC/Agente Tributário/Caxias do Sul/RS) 
Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: 
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário. 
II - outorga de isenção. 
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
Quais estão corretas? 
A) Apenas a II. 
B) Apenas a I e a II. 
C) Apenas a II e a III. 
D) Apenas a I e a III. 
E) A I, a II e a III. 
 
A resposta correta é a letra “e”, conforme o art. 111, I a III, do CTN. 
 
50. (ESAF/ATRFB/2010) Consoante o que dispõe o art. 111 do 
Código Tributário Nacional, interpreta-se literalmente a legislação 
tributária que disponha, entre outros, sobre a outorga de isenção. Tal 
artigo, embora sofra algumas críticas de parte da doutrina, no sentido 
de que não se deva lançar mão isoladamente da técnica de 
interpretação literal, vem tendo acolhida em diversos julgados 
oriundos de tribunais superiores. Como exemplos de aplicação de tal 
princípio, podemos apontar as seguintes situações, com exceção de: 
a) de modo geral, podemos afirmar que é vedada a analogia em 
legislação que verse sobre a outorga de isenções. 
b) requisitos estabelecidos por ato normativo infralegal, como um Ato 
Declaratório Normativo expedido pela Secretaria da Receita Federal 
do Brasil, por exemplo, podem impor restrições válidas, além 
daquelas contidas em textos legais, para a fruição de benefícios 
fiscais. 
c) não é vedada a ponderação dos elementos sistemáticos e 
finalísticos da norma por parte do aplicador do direito. 
d) embora o comando legal seja no sentido de que seja dada 
interpretação literal à legislação que disponha sobre a outorga de 
isenções, admite-se uma interpretação mais ampla da referida 
norma. 
e) a isenção tributária revela-se instrumento de materialização de 
conveniência política, insuscetível, neste aspecto, de controle do 
Poder Judiciário, na concretização de interesses econômicos e sociais, 
estimulando e beneficiando determinadas situações merecedoras de 
tratamento privilegiado. 
 
A questão cobra precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na 
interpretação do Código Tributário Nacional (CTN) e também do STF. 
 
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Letra (A). Segundo o STJ (EDcl no REsp 872095/PE), em regra, 
revela-se proibida a interpretação das normas concessivas de isenção 
de forma analógica ou extensiva, restando consolidado entendimento 
no sentido de ser incabível interpretação extensiva da isenção à 
situação que não se enquadre no texto expresso da lei (art. 111, II, 
do CTN). Logo, correta. 
 
Letra (B). Segundo o STJ (REsp 115823 SP), o ato normativo 
infralegal que impõe restrições para fruição de benefícios fiscais, além 
daquelas contidas em textos legais, fere o princípio da legalidade 
estrita. Logo, incorreta. 
 
Letras (C) e (D). Segundo o STJ, o art. 111 do CTN não pode levar o 
aplicador do direito à conclusão de que esteja ele impedido de aplicar 
as normas de direito, de valer-se de uma equilibrada ponderação dos 
elementos lógico-sistemático, histórico e finalístico ou teleológico, os 
quais integram a metodologia de interpretação das normas jurídicas 
(REsp 192.531/RS). Portanto, segunda tal decisão, corretas as 
alternativas. 
 
Letra (E). Segundo o STF, a isenção fiscal decorre do implemento da 
política fiscal e econômica, pelo estado, tendo em vista o interesse 
social, sendo ato discricionário que escapa ao controle do Poder 
Judiciário e envolve juízo de conveniência e oportunidade do Poder 
Executivo (AI 151.855-AgR). Logo, correta. 
 
51. (ESAF/AFRFB/2010) Considerando a publicação de norma, em 
15 de dezembro de 2009, visando à majoração de tributo, sem 
disposição expressa sobre a data de vigência, aponte a opção correta. 
a) Tratando-se de imposto sobre a renda e proventos de qualquer 
natureza, poderá ser editada lei ordinária, produzindo efeitos 
financeiros a partir de 1° de janeiro de 2010. 
b) Tratando-se de imposto sobre produtos industrializados, poderá 
ser expedido decreto presidencial, produzindo efeitos financeiros a 
partir de sua publicação. 
c) Tratando-se de imposto sobre a propriedade territorial rural, 
poderá ser editada medida provisória, produzindo efeitos financeiros 
noventa dias após a sua publicação. 
d) Tratando-se de imposto sobre importação,poderá ser expedido 
decreto presidencial, produzindo efeitos financeiros noventa dias após 
a sua publicação. 
e) Tratando-se de contribuição social, poderá ser editada medida 
provisória, produzindo efeitos financeiros a partir de 1° de janeiro de 
2011, caso não tenha sido convertida em lei no mesmo exercício 
financeiro em que tenha sido publicada. 
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Letra (A). De acordo com o art. 104, I, do CTN, entram em vigor no 
primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua 
publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o 
patrimônio ou a renda que instituem ou majoram tais impostos. 
Portanto, considerando a publicação de norma, em 15 de dezembro 
de 2009, visando à majoração de IR, que não obedece a 
anterioridade nonagesimal, os efeitos financeiros ocorrerão a partir 
de 1° de janeiro de 2010. Logo, correta. 
 
Letra (B). O IPI deve observar a anterioridade nonagesimal. Logo, 
incorreta. 
 
Letra (C). O ITR deve observar anterioridade anual e nonagesimal. E 
na hipótese de medida provisória teria que ser convertida em lei até 
31 de dezembro do ano em que editada para que produzisse efeitos 
financeiros no exercício seguinte (art. 62, § 2º, CF). Logo, incorreta. 
 
Letra (D). O imposto sobre importação (II) é exceção a anterioridade 
anual e nonagesimal. Logo, incorreta. 
 
Letra (E). O art. 62, §2°, da CF, não se aplica as contribuições 
sociais. Este é o entendimento dominante na doutrina e no STF. 
Logo, incorreta. 
 
52. (ESAF/ISS/RJ/2010) De acordo com o disposto no art. 111, 
incisos I a III, do Código Tributário Nacional, interpreta-se 
literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou 
exclusão do crédito tributário, outorga de isenção e dispensa do 
cumprimento de obrigações acessórias. Tal disposição leva a concluir, 
exceto, que: 
a) A isenção de que goza a parte, relativa aos ganhos com a 
operacionalização da atividade empresarial, não abrange o resultado 
das aplicações financeiras por ela realizadas, uma vez que se 
interpreta literalmente a legislação tributária que disponha sobre a 
outorga de isenção. 
b) O disposto no art. 111, porém, não pode levar o aplicador do 
direito à absurda conclusão de que esteja ele impedido, no seu mister 
de apreciar e aplicar as normas de direito, de valer-se de uma 
equilibrada ponderação dos elementos lógico-sistemático, histórico e 
finalístico ou teleológico, os quais integram a moderna metodologia 
de interpretação das normas jurídicas. 
c) Apenas a concessão do parcelamento suspende a exigibilidade do 
crédito tributário, e não o seu simples requerimento. 
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d) A isenção tributária revela conveniência política, insuscetível, neste 
aspecto, de controle do Poder Judiciário, na concretização de 
interesses econômicos e sociais, estimulando e beneficiando 
determinadas situações merecedoras de tratamento privilegiado. 
e) Do referido dispositivo resulta não somente uma proibição à 
analogia, como também uma impossibilidade de interpretação mais 
ampla. 
 
A questão cobra jurisprudência pura. Contudo, inovou nesta questão 
cobrando também decisões dos Tribunais Regionais Federais da 1ª, 
2ª e 4ª. Regiões. Então, vamos lá. 
 
A letra “a” está de acordo literalmente com a decisão do TRF-1ª 
Região, AMS 96.01.42228-5/BA, DJ de 27/06/02, p. 822. Vejamos: 
”A isenção de que goza a parte, relativa aos ganhos com a 
operacionalização da atividade empresarial, não abrange o resultado 
das aplicações financeiras por ela realizadas, uma vez que se 
interpreta literalmente a legislação tributária que disponha sobre a 
outorga de isenção (CTN, art. 111, II)”. Logo, correta. 
 
A letra “b” está de acordo literalmente com a decisão do STJ, REsp 
192.531/RS, DJ de 16/05/05, p. 275, a saber: “O art. 111 do CTN, 
que prescreve a interpretação literal da norma, não pode levar o 
aplicador do direito à absurda conclusão de que esteja ele impedido, 
no seu mister de apreciar e aplicar as normas de direito, de valer-se 
de uma equilibrada ponderação dos elementos lógico-sistemático, 
histórico e finalístico ou teleológico, os quais integram a moderna 
metodologia de interpretação das normas jurídicas”. Logo, correta. 
 
A letra “c” está de acordo literalmente com a decisão do TRF 2ª 
Região, 2002.02.01.013312-8/RJ, DJ de 24/08/07, p. 436, que 
dispõe: “Apenas a concessão do parcelamento suspende a 
exigibilidade do crédito tributário, e não o seu requerimento, nos 
termos do art. 151, inciso VI, do CTN. 2. O art. 111, inciso I, do CTN, 
determina a interpretação literal da lei, ou de seus dispositivos, 
quando versarem a respeito da suspensão ou exclusão do crédito 
tributário”. Logo, correta. 
 
A letra “d” está de acordo literalmente com a decisão do TRF 4ª 
Região, AI nº 97.04.42289-0/RS, DJU de 3.12.97, p. 104.986, a 
saber: “A isenção tributária revela conveniência política, insuscetível, 
neste aspecto, de controle do Poder Judiciário, na concretização de 
interesses econômicos e sociais, estimulando e beneficiando 
determinadas situações merecedoras de tratamento privilegiado. 
Além disso, a extensão do benefício fiscal a situações não abrangidas 
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pela norma, criando direito estranho à previsão legal e atribuindo à 
norma supostamente inconstitucional vigor maior, desrespeita a 
exegese do art. 111, inciso II, do CTN”. Logo, correta. 
 
A letra “e” é complexa. Segundo o STJ (EDcl no REsp 872095/PE), de 
modo geral, revela-se proibida a interpretação das normas 
concessivas de isenção de forma analógica ou extensiva, restando 
consolidado entendimento no sentido de ser incabível interpretação 
extensiva da isenção à situação que não se enquadre no texto 
expresso da lei (art. 111, II, do CTN). Porém, não uma 
impossibilidade de interpretação mais ampla ou proibição à analogia, 
que pode ser utilizada como exceção. Logo, incorreta. 
 
53. (ESAF/ISS/RJ/2010) No tocante à interpretação da legislação 
tributária, julgue os itens a seguir: 
I. na ausência de disposição expressa, o aplicador da legislação 
tributária se valerá, sucessivamente, dos princípios gerais de direito 
tributário, dos princípios gerais de direito constitucional, da analogia 
e da equidade; 
II. a interpretação da legislação tributária se fará literalmente quando 
esta disponha sobre a dispensa do cumprimento de obrigações 
tributárias acessórias; 
III. a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito quando seja 
expressamente interpretativa; 
IV. exclusivamente para efeitos tributários, a lei pode alterar a 
definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de 
direito privado, ainda que utilizados pela Constituição Federal para 
definir ou limitar competências tributárias. 
Estão corretos apenas os itens: 
a) II e III. 
b) I e III. 
c) II e IV. 
d) III e IV. 
e) I e IV. 
 
Item I. O art. 108 do CTN estabelece que na ausência de disposição 
expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária 
utilizará sucessivamente, na ordem indicada: 1. analogia; 2. 
princípios gerais de direito tributário; 3. princípios gerais de direito 
público; 4. equidade. Logo, incorreta. 
 
Item II. De acordo com o art. 111 do CTN, interpreta-se literalmente 
a legislação tributária que disponha sobre: (i) suspensão ou exclusão 
do crédito tributário; (ii) outorga de isenção; (iii) dispensa do 
cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Logo, correto.PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AUDITOR-FISCAL DA RECEITA 
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Item III. Segundo o art. 106, I, do CTN, a lei tributária pode ter 
aplicação retroativa, podendo ser aplicada ato ou fato pretérito, em 
qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a 
aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. 
Logo, correta. 
 
Item IV. Segundo o art. 110 do CTN, a lei tributária não pode alterar 
a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas 
de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela 
Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis 
Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou 
limitar competências tributárias. Logo, incorreta. 
 
Portanto, correta a letra “a”. 
 
QUESTÕES TRATADAS EM AULA DA ESAF 
 
1. (AFRF/2000/ESAF) Segundo o Código Tributário Nacional, os 
atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram 
em vigor, salvo disposição em contrário, 
a) no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua 
publicação. 
b) 30 dias após sua publicação. 
c) 45 dias após sua publicação. 
d) na data da sua publicação. 
e) na data de sua assinatura. 
 
2. (AFE/PI/2002/ESAF) Lei instituidora de tributo, publicada em 
30 de dezembro, omissa quanto à data de início de sua vigência, 
tornar-se-á obrigatória: 
a) na data de sua publicação. 
b) no primeiro dia do exercício financeiro seguinte. 
c) trinta dias após a data de sua publicação. 
d) quarenta e cinco dias após a data de sua publicação. 
e) sessenta dias após a data de sua publicação. 
 
3. (ATE/MS/2001/ESAF) Os convênios sobre matéria tributária, 
incluídos entre as normas complementares da legislação tributária, 
têm como regra de vigência temporal o seguinte: 
a) entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte ao de sua 
publicação 
b) entram em vigor trinta dias após a data de sua publicação. 
c) entram em vigor na data neles prevista. 
d) entram em vigor na data de sua publicação. 
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e) entram em vigor trinta dias após sua homologação pela 
Assembléia Legislativa. 
 
4. (AFRF/2005/ESAF) Considerando os temas “vigência” e 
“aplicação” da legislação tributária, julgue os itens a seguir. Marque 
com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final 
a opção correspondente. 
( ) É condição de vigência da lei tributária a sua eficácia. 
( ) O CTN veda a extraterritorialidade da legislação tributária. 
( ) Não é vedado aos decretos dispor sobre o termo inicial da vigência 
dos atos expedidos pelas autoridades administrativas tributárias. 
( ) O Código Tributário Nacional adota como regra a irretroatividade 
da lei tributária. 
a) V F F V. 
b) F F V F. 
c) F F V V. 
d) V F V V. 
e) V F V F. 
 
5. (ATM/Recife/2003/ESAF) Avalie as formulações seguintes e, ao 
final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. 
I - Em consonância com a Constituição Federal, medida provisória 
que implique majoração do imposto sobre propriedade territorial rural 
só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido 
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
II - De conformidade com a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, 
a legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites 
em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que 
participem, ou do que disponham o Código Tributário Nacional ou 
outras leis de normas gerais expedidas pela União. 
III - Os dispositivos de lei que definem novas hipóteses de incidência, 
referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda, entram em 
vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a 
sua publicação, conforme estabelece o Código Tributário Nacional. 
IV - Determina o Código Tributário Nacional que, salvo disposição em 
contrário, os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios entram em vigor na data da sua 
publicação. 
a) Apenas as formulações I, II e III são corretas. 
b) Apenas as formulações I, II e IV são corretas. 
c) Apenas as formulações I, III e IV são corretas. 
d) Apenas as formulações II, III e IV são corretas. 
e) Todas as formulações são corretas. 
 
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6. (ESAF/ATRFB/2010) Entre outras limitações ao poder de 
tributar, que possuem os entes políticos, temos a de cobrar tributos 
em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da 
lei que os houver instituído ou aumentado. Sobre essa limitação, 
analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. 
Depois, escolha a opção que seja adequada às suas respostas: 
I. a irretroatividade da lei tributária vem preservar o passado da 
atribuição de novos efeitos tributários, reforçando a própria garantia 
da legalidade, porquanto resulta na exigência de lei prévia, 
evidenciando-se como instrumento de otimização da segurança 
jurídica ao prover uma maior certeza do direito; 
II. o Supremo Tribunal Federal tem como referência, para análise da 
irretroatividade, o aspecto temporal da hipótese de incidência, ou 
seja, o momento apontado pela lei como sendo aquele em que se 
deve considerar ocorrido o fato gerador; 
III. a mesma lei que rege o fato é também a única apta a reger os 
efeitos que ele desencadeia, como a sujeição passiva, extensão da 
responsabilidade, base de cálculo, alíquotas, deduções, 
compensações e correção monetária, por exemplo; 
IV. a lei instituidora ou majoradora de tributos tem de ser, como 
regra, prospectiva; admite-se, porém, a sua retroatividade imprópria. 
a) Todos os itens estão corretos. 
b) Estão corretos apenas os itens I, II e III. 
c) Estão corretos apenas os itens I, III e IV. 
d) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. 
e) Estão corretos apenas os itens I e III. 
 
7. (ATE/PI/2001/ESAF) A aplicação retroativa de lei tributária não 
é admitida quando: 
a) estabelecer hipóteses de isenção. 
b) for interpretativa. 
c) deixar de definir ato não definitivamente julgado como infração. 
d) estabelecer penalidade mais branda que a prevista na lei vigente 
ao tempo da prática do ato. 
e) deixar de tratar ato não definitivamente julgado como contrário a 
qualquer exigência de ação ou omissão, respeitados os demais 
requisitos legais. 
 
8. (TRF/2000/ESAF) A lei não se aplica a ato ou fato pretérito: 
a) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei 
vigente ao tempo da sua prática. 
b) quando seja expressamente interpretativa. 
c) tratando-se de ato não definitivamente julgado quando deixe de 
defini-lo como infração. 
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d) quando deixe de tratar ato não definitivamente julgado como 
contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, não sendo 
fraudulento e não tendo implicado falta de pagamento de tributo. 
e) quando expressamente interpretativa, determine a aplicação de 
penalidade por infração dos dispositivos interpretados. 
 
9. (AFTN/94/ESAF) Lei tributária que, simultaneamente, (a) 
disponha sobre suspensão do crédito tributário, (b) sobre dispensa do 
cumprimento de obrigações acessórias (c) e que defina infrações, 
esta última em caso de dúvidaquanto à extensão dos efeitos do fato, 
interpreta-se: 
a) analogicamente, extensivamente e de maneira mais favorável ao 
acusado 
b) literalmente, extensivamente e analogicamente 
c) extensivamente, literalmente e analogicamente 
d) literalmente, extensivamente e de maneira mais favorável ao 
acusado 
e) literalmente, literalmente e de maneira mais favorável ao acusado 
 
10. (AFTN/94/ESAF) 
1. Busca de um paradigma que contenha situação semelhante ou 
quase igual àquela para a qual o aplicador não encontrou disposição 
expressa. 
2. Aplicação da regra da isonomia: tratamento igual para casos iguais 
e desigual para os desiguais. 
3. Aplicação da norma mais branda e menos onerosa. 
4. Sujeita-se a interpretação literal. 
Combine cada uma das quatro expressões acima com cada uma das 
quatro opções abaixo: 
w) anistia 
x) equidade 
y) princípio geral de direito 
z) analogia 
Qual das combinações abaixo está parcial ou totalmente errada? 
a) x1 y3 
b) y2 x3 
c) z1 w4 
d) x3 z1 
e) y2 w4 
 
11. (AFRF/2003/ESAF) Relativamente à interpretação e integração 
da legislação tributária, avalie o acerto das afirmações adiante e 
marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque 
a opção correta. 
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( ) Interpreta-se da maneira mais favorável ao sujeito passivo a 
legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de 
obrigações tributárias acessórias. 
( ) Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa 
da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e 
formas, bem assim para definição dos respectivos efeitos tributários. 
( ) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente 
para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na 
rigorosa ordem, a analogia, os princípios gerais de direito público, os 
princípios gerais de direito tributário e a eqüidade. 
a) F, V, F 
b) F, F, F 
c) F, F, V 
d) V, V, F 
e) V, F, V 
 
12. (PFN/98/ESAF) 
1. As normas que tratam de isenção estão sujeitas a 
______________. 
2. As normas que tratam de moratória estão sujeitas a 
______________. 
3. As normas que dizem interpretar outras, da mesma fonte, são de 
______________. 
Observe, entre as alíneas w, x, y e z, quais as que, à luz do Código 
Tributário Nacional, preenchem corretamente, e com explicação 
plausível, as lacunas acima, e, em seguida, marque a opção que 
contém, na devida seqüência, as alíneas respectivas. 
w) interpretação extensiva, em atenção ao princípio favorabilia 
amplianda. 
x) interpretação extensiva, em atenção a que a regra geral não deve 
ser restringida pelo intérprete. 
y) interpretação retroativa, porque não tem caráter de inovação do 
sistema jurídico. 
z) interpretação literal, em atenção a que a regra geral é a tributação 
e exceções não se interpretam extensivamente. 
a) w, w, y. 
b) w, x, z. 
c) z, x, w. 
d) z, z, y. 
e) z, y, x. 
 
13. (PFN/98/ESAF) O esclarecimento do significado de uma lei 
tributária por outra posterior configura a chamada interpretação 
a) ontológica. 
b) científica. 
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c) integrada. 
d) autêntica. 
e) evolutiva. 
 
14. (AFPS/2002/ESAF) Sobre o tema legislação tributária, é 
correto afirmar que, nos termos do Código Tributário Nacional: 
a) a aplicação da legislação tributária restringe-se a fatos geradores 
futuros, isto é, àqueles ocorridos a partir de sua vigência, em 
consonância com o princípio constitucional da irretroatividade das 
leis. 
b) a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, quando seja 
expressamente interpretativa, incluída a aplicação de penalidade à 
infração dos dispositivos interpretados. 
c) a lei tributária aplica-se a ato pretérito que não tenha sido 
definitivamente julgado, quando deixe de defini-lo como infração. 
d) a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, não 
definitivamente julgado, quando deixe de tratá-lo como contrário a 
qualquer exigência de ação ou omissão, inclusive no caso de envolver 
inadimplemento de obrigação principal, desde que o ato ou fato não 
se tenha realizado por meio de fraude. 
e) é permitido à autoridade administrativa empregar a eqüidade para 
dispensar o cumprimento de obrigação tributária principal, quando se 
depara com ausência de disposição legal expressa para decidir litígio 
tributário cujo julgamento é de sua competência. 
 
15. (TTN/94/ESAF) No direito tributário brasileiro, o emprego da 
eqüidade: 
a) é o primeiro recurso para o caso de integração da legislação 
tributária. 
b) poderá resultar na dispensa do pagamento do tributo devido. 
c) justifica conceder-se remissão, desde que autorizada por lei, em 
relação com as características pessoais ou materiais do caso. 
d) afasta a interpretação literal da legislação tributária que trata da 
dispensa do cumprimento das obrigações tributárias acessórias. 
e) determina que a lei tributária se aplique a ato pretérito quando 
deixa de defini-lo como infração. 
 
16. (TRF/2002.1/ESAF) Na ausência de disposição expressa, a 
autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, 
sucessivamente, na ordem indicada (art.108 da Lei 5.172/66-Código 
Tributário Nacional): 
a) a analogia; os princípios gerais de direito tributário; os princípios 
gerais de direito público; a eqüidade. 
b) os princípios gerais de direito tributário; os princípios gerais de 
direito público, a eqüidade; a analogia. 
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c) a eqüidade; os princípios gerais de direito tributário; os princípios 
gerais de direito público; a analogia. 
d) a analogia; os princípios gerais de direito público; os princípios 
gerais de direito tributário; a eqüidade. 
e) a analogia; a eqüidade; os princípios gerais de direito público; os 
princípios gerais de direito tributário. 
 
17. (AFTN/94/ESAF) Na hipótese de o aplicador da lei tributária 
que comina penalidades ficar em dúvida quanto à graduação da pena, 
deverá interpretar a norma, em relação ao acusado, de modo: 
a) analógico. 
b) benigno. 
c) eqüitativo. 
d) literal. 
e) integrado. 
 
18. (ATN/Recife/2003/ESAF) Conforme estabelece o Código 
Tributário Nacional, a legislação tributária que disponha sobre 
suspensão ou exclusão do crédito tributário é interpretada: 
a) da maneira mais favorável ao sujeito passivo, em caso de dúvida 
quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à 
natureza ou extensão dos seus efeitos. 
b) mediante aplicação do método teleológico. 
c) mediante aplicação do método sistemático. 
d) de tal modo que o emprego da eqüidade implique dispensa de 
tributo devido, quando a autoridade tributária competente, à vista de 
disposição normativa expressa, não puder utilizar a analogia. 
e) literalmente. 
 
19. (ATM/Fortaleza/2003/ESAF) O Código Tributário Nacional 
estabelece expressamente a seguinte regra no seu capítulo intitulado 
“Interpretação e Integração da Legislação Tributária”: 
a) em caso de dúvida quanto à capitulação legal do fato, os 
dispositivos de lei tributária que tratam de fato gerador, definem 
infrações, ou lhes cominam penalidades, devem ser interpretados da 
maneira mais favorável ao sujeito passivo. 
b) os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da 
definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e 
formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. 
c) a legislação tributária que dispõe sobre lançamento de crédito 
tributário deve serinterpretada literalmente. 
d) o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo 
previsto em lei. 
e) na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para 
aplicar a legislação tributária utilizará, sucessivamente, na rigorosa 
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ordem que se segue, a analogia, os princípios gerais de direito 
público, os princípios gerais de direito tributário e a eqüidade. 
 
20. (AFTE/RN/2005/ESAF) Avalie o acerto das formulações 
adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas. Em 
seguida, marque a opção correta. 
( ) É vedada a aplicação imediata da legislação tributária a fatos 
geradores cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa. 
( ) A lei tributária é aplicável a ato ou fato pretérito definitivamente 
julgado, quando deixe de defini-lo como infração. 
( ) A legislação tributária que disponha sobre parcelamento de crédito 
tributário deve ser interpretada literalmente. 
( ) Quando não há dúvida quanto à capitulação legal do fato, a lei 
tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, deve ser 
interpretada da maneira mais favorável ao acusado. 
a) V, F, V, F 
b) V, V, F, V 
c) F, V, F, F 
d) F, F, V, V 
e) F, F, V, F. 
 
21. (AFE/MG/2005/ESAF) Considerando os temas “vigência e 
aplicação da legislação tributária” e “interpretação e integração da 
legislação tributária”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com 
(F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. 
( ) A lei que disponha sobre suspensão e exclusão do crédito 
tributário deve ser interpretada, 
segundo o Código Tributário Nacional, em benefício do contribuinte. 
( ) A lei tributária aplica-se ao ato ou fato pretérito, quando for 
interpretativa, ressalvadas as hipóteses em que redundar na 
aplicação de penalidade. 
( ) Segundo o Código Tributário Nacional, o emprego da analogia não 
poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. 
( ) A lei tributária é aplicada a fato anterior à sua vigência quando 
extinguir tributo, já que vem em benefício do contribuinte. 
a) V, V, V, F 
b) F, V, F, V 
c) F, V, V, V 
d) F, V, V, F 
e) F, F, V, F 
 
22. (ESAF/Procurador/DF/2004) Em relação ao tema 
interpretação e integração da legislação tributária, regulado pelo 
Código Tributário 
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Nacional, avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as 
verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. 
( ) Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha 
sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias, 
suspensão ou extinção do crédito tributário e outorga de isenção. 
( ) Em caso de dúvida quanto à natureza ou às circunstâncias 
materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos, 
interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado a lei tributária 
que define infrações, ou lhe comina penalidades. 
( ) O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de 
tributo não previsto em lei; o da eqüidade não poderá resultar na 
dispensa do pagamento de tributo devido. 
a) V, V, V 
b) F, V, F 
c) V, V, F 
d) V, F, V 
e) F, V, V 
 
23. (ESAF/PFN/2006) Considerando os temas “vigência e 
aplicação da legislação tributária” e “interpretação e integração da 
legislação tributária” e as disposições do CTN, marque com (V) a 
assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção 
correspondente. 
( ) O emprego da analogia pode resultar na exigência de tributo. 
( ) A lei tributária aplica-se ao ato ou fato pretérito, quando for 
interpretativa, ressalvadas as hipóteses em que redundar na 
aplicação de penalidade. 
( ) Quando extinguir multa tributária, a lei tributária pode ser 
aplicada a fato anterior à sua vigência. 
( ) A lei que disponha sobre moratória e remissão do crédito 
tributário deve ser interpretada, segundo o Código Tributário 
Nacional, em benefício do contribuinte. 
a) F, F, V, F 
b) V, V, F, F 
c) F, V, V, F 
d) V, F, F, V 
e) F, V, V, V 
 
24. (ESAF/MPC/GO/2007) Quanto à interpretação e integração 
das normas tributárias, assinale a opção correta. 
a) As lacunas do Direito Tributário são colmatadas pela mesma 
sistemática da Lei de Introdução ao Código Civil. 
b) O contrato de arrendamento mercantil relativo a um automóvel 
pode excluir a responsabilidade tributária do arrendante, em relação 
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ao Imposto sobre Veículos Automotores, uma vez que as partes 
podem pactuar suas obrigações. 
c) Em existindo dúvida quanto à capitulação legal do fato, deve-se 
interpretar a lei tributária definidora de infrações da maneira mais 
favorável ao acusado. 
d) A outorga de isenções é interpretada finalisticamente, cabendo ao 
aplicador da lei buscar o objetivo perseguido pelo legislador. 
e) A lei tributária, em alguns casos, pode alterar a definição, o 
conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito 
privado para definir ou limitar competências tributárias. 
 
25. (ESAF/PFN/2007) ● O Decreto n. 40.643/96, do Estado de São 
Paulo, que aprovou os termos do Convênio n. 132/95, concedeu certa 
isenção para os estabelecimentos industriais. A circunstância de a Lei 
Federal n. 4.502/64, que, para os fins nela previstos, equiparou o 
estabelecimento industrial ao importador, permite, segundo o CTN, a 
interpretação de que também o importador se beneficia da isenção? 
● À luz do art. 38, § 2º, da Lei n. 6.374/89, do Estado de São Paulo, 
discutiu-se a atualização monetária do crédito do ICMS. Em face de 
norma estadual expressa, é admitido o uso das formas de integração 
do direito tributário, quais sejam, a analogia, os princípios gerais de 
direito tributário e de direito público e a eqüidade, se já previstas em 
lei federal (CTN, art. 108, I a IV)? 
● O Plenário do STF, ao julgar o RE 213.396 (DJ de 01/12/2000), 
assentou a constitucionalidade do sistema de substituição tributária 
“para frente”, mesmo antes da promulgação da EC n. 3/93. Nesse 
sistema, a obrigação tributária mostra-se anterior à realização 
concreta do fato tributável. O Convênio ICMS 10/89, que previu esse 
sistema, foi publicado no dia 30 de março. Poderia o Convênio 
alcançar os substitutos tributários por ele instituídos, já no mês de 
março de 1989? 
a) Sim, sim, sim 
b) Não, não, não 
c) Sim, não, sim 
d) Não, sim, não 
e) Sim, não, não 
 
26. (ESAF/ATRFB/2010) Consoante o que dispõe o art. 111 do 
Código Tributário Nacional, interpreta-se literalmente a legislação 
tributária que disponha, entre outros, sobre a outorga de isenção. Tal 
artigo, embora sofra algumas críticas de parte da doutrina, no sentido 
de que não se deva lançar mão isoladamente da técnica de 
interpretação literal, vem tendo acolhida em diversos julgados 
oriundos de tribunais superiores. Como exemplos de aplicação de tal 
princípio, podemos apontar as seguintes situações, com exceção de: 
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a) de modo geral, podemos afirmar que é vedada a analogia em 
legislação que verse sobre a outorga de isenções. 
b) requisitos estabelecidos por ato normativo infralegal, como um Ato 
Declaratório Normativo expedido pela Secretaria da Receita Federal 
do Brasil, por exemplo, podem impor restrições válidas, além 
daquelas contidas em textos legais, para a fruição de benefícios 
fiscais. 
c) não é vedada a ponderaçãodos elementos sistemáticos e 
finalísticos da norma por parte do aplicador do direito. 
d) embora o comando legal seja no sentido de que seja dada 
interpretação literal à legislação que disponha sobre a outorga de 
isenções, admite-se uma interpretação mais ampla da referida 
norma. 
e) a isenção tributária revela-se instrumento de materialização de 
conveniência política, insuscetível, neste aspecto, de controle do 
Poder Judiciário, na concretização de interesses econômicos e sociais, 
estimulando e beneficiando determinadas situações merecedoras de 
tratamento privilegiado. 
 
27. (ISS/RJ/2010) De acordo com o disposto no art. 111, incisos I 
a III, do Código Tributário Nacional, interpreta-se literalmente a 
legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do 
crédito tributário, outorga de isenção e dispensa do cumprimento de 
obrigações acessórias. Tal disposição leva a concluir, exceto, que: 
a) A isenção de que goza a parte, relativa aos ganhos com a 
operacionalização da atividade empresarial, não abrange o resultado 
das aplicações financeiras por ela realizadas, uma vez que se 
interpreta literalmente a legislação tributária que disponha sobre a 
outorga de isenção. 
b) O disposto no art. 111, porém, não pode levar o aplicador do 
direito à absurda conclusão de que esteja ele impedido, no seu mister 
de apreciar e aplicar as normas de direito, de valer-se de uma 
equilibrada ponderação dos elementos lógico-sistemático, histórico e 
finalístico ou teleológico, os quais integram a moderna metodologia 
de interpretação das normas jurídicas. 
c) Apenas a concessão do parcelamento suspende a exigibilidade do 
crédito tributário, e não o seu simples requerimento. 
d) A isenção tributária revela conveniência política, insuscetível, neste 
aspecto, de controle do Poder Judiciário, na concretização de 
interesses econômicos e sociais, estimulando e beneficiando 
determinadas situações merecedoras de tratamento privilegiado. 
e) Do referido dispositivo resulta não somente uma proibição à 
analogia, como também uma impossibilidade de interpretação mais 
ampla. 
 
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28. (ISS/RJ/2010) No tocante à interpretação da legislação 
tributária, julgue os itens a seguir: 
I. na ausência de disposição expressa, o aplicador da legislação 
tributária se valerá, sucessivamente, dos princípios gerais de direito 
tributário, dos princípios gerais de direito constitucional, da analogia 
e da equidade; 
II. a interpretação da legislação tributária se fará literalmente quando 
esta disponha sobre a dispensa do cumprimento de obrigações 
tributárias acessórias; 
III. a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito quando seja 
expressamente interpretativa; 
IV. exclusivamente para efeitos tributários, a lei pode alterar a 
definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de 
direito privado, ainda que utilizados pela Constituição Federal para 
definir ou limitar competências tributárias. 
Estão corretos apenas os itens: 
a) II e III. 
b) I e III. 
c) II e IV. 
d) III e IV. 
e) I e IV. 
 
29. (ESAF/PFN/2004) Segundo o Código Tributário Nacional, está 
sujeita à interpretação literal a norma tributária que verse sobre 
a) remissão. 
b) compensação. 
c) prescrição. 
d) decadência. 
e) parcelamento. 
 
30. (Procurador/Banco Central/2002) Uma das formas de 
integração da norma jurídica tributária, como etapa final do 
procedimento de interpretação, visando a preencher lacuna da lei 
pela aplicação de disposição legal relativa a hipótese assemelhada, é 
a) Eqüidade. 
b) Anatocismo. 
c) Analogia. 
d) Teleologismo. 
e) Literalidade. 
 
31. (Auditor/Natal/2001) Tratando-se de regras de interpretação 
da legislação tributária, temos que 
a) a ausência de disposição normativa expressa não autoriza o 
emprego da analogia. 
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b) pelo emprego da eqüidade é possível a dispensa do pagamento de 
tributo devido. 
c) os princípios gerais de Direito Privado podem ser utilizados para 
definição dos efeitos tributários dos institutos e conceitos dessa área 
jurídica. 
d) deve ser interpretada de maneira mais favorável ao FISCO a lei 
tributária que defina infrações e comine penalidades. 
e) deve ser interpretada literalmente a legislação tributária referente 
à outorga de isenção. 
 
32. (ESAF/AFRFB/2005) Em relação à vigência da legislação 
tributária podemos afirmar que, salvo disposição em contrário, 
a) os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas 
entram em vigor, 30 dias após sua publicação. 
b) as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição 
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa, entram em 
vigor na data de sua publicação. 
c) os convênios que entre si celebrem a União, os estados, o Distrito 
Federal e os municípios entram em vigor na data de sua publicação. 
d) em face do princípio da legalidade, uma lei pode estar vigente e 
eficaz, mas só se pode aplicá-la aos fatos geradores que ocorrerem 
no exercício seguinte ao da sua publicação. 
e) a medida provisória, até que seja convertida em lei, revoga ou 
suspende a lei com ela incompatível. Caso não haja a conversão, a lei 
anterior voltará em sua plenitude, cabendo ao Congresso Nacional 
disciplinar as relações jurídicas formadas no período de vigência da 
medida provisória. 
 
33. (ESAF/AFRF/2002.1) Diz o Código Tributário Nacional que “a 
legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em 
caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo 
de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades 
administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação”. A 
legislação mencionada, salvo disposição em contrário, aplica-se, 
exclusivamente, 
a) a pessoas naturais ou jurídicas que sejam contribuintes do imposto 
a que alude a norma respectiva. 
b) a pessoas naturais ou, quando se trate de pessoa jurídica, a seus 
diretores ou representantes legais. 
c) a todas as pessoas que se achem em seu campo de incidência, 
inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de 
caráter pessoal. 
d) a pessoas jurídicas que sejam contribuintes ou responsáveis por 
tributos em geral ou pelo tributo específico a que se refira. 
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e) a pessoas naturais ou jurídicas não imunes, inclusive às que sejam 
isentas ou não tributadas por força de norma infraconstitucional (leis, 
decretos etc.). 
 
34. (ESAF/AFTN/1998) A Emenda Constitucional n0 18, de 1965, 
aludia a leis complementares; porém somente a partir da 
Constituição de 1967 é que passou a existir a lei complementar em 
sentido formal, votada com quorum privilegiado. À vista disto, 
indique, em relação ao Código Tributário Nacional (CTN, Lei n0 5.172, 
de 1966), qual conclusão e respectiva justificação são 
simultaneamente corretas. 
a) As matérias contidas no CTN, reservadas a leis complementares 
pela Constituição hoje em vigor, continuam em plena vigência, 
quando compatíveis com as normas constitucionais atuais. 
b) As matérias contidas no CTN, reservadas a leis complementares 
pela Constituição hoje em vigor, foram revogadas pelo novo regime, 
eis que tal Código foi votado como lei ordinária. 
c) O CTN pode ser revogado por lei ordinária ou medida provisória, 
pois as leis ordinárias em geral, como a Lei n.º 5.172, podem ser 
revogadas ou modificadas por outras leis de igual hierarquia. 
d) O CTN pode ser revogado por lei ordinária, mas nãopor medida 
provisória, porque a estas é defeso tratar de tributos. 
e) As matérias contidas no CTN, reservadas a leis complementares 
pela Constituição hoje em vigor, continuam em plena vigência, 
porque não revogadas ou modificadas por lei ordinária posterior. 
 
35. (ESAF/AFTN/1998) 49- Assinale a resposta que preencha 
corretamente as duas lacunas. 
A majoração ________ está sujeita ao princípio da anterioridade 
________ 
a) do imposto de transmissão de bens imóveis — da lei em relação à 
cobrança, mas a lei pode ter sido publicada no mesmo exercício em 
que a cobrança se realiza. 
b) do imposto de importação — anual, só podendo ser exigida se a lei 
majoradora estiver em vigor antes do início do exercício da cobrança. 
c) do imposto de renda — anual, sendo indispensável que a lei 
majoradora esteja em vigor antes do início da cobrança, não 
bastando ter sido publicada anteriormente a esse início. 
d) do imposto de exportação — anual em relação à cobrança, 
devendo a lei ter sido publicada antes do exercício em que a cobrança 
se realiza. 
e) da contribuição para a previdência social — de 90 dias da 
publicação da lei majoradora, não podendo ser exigida antes desse 
nonagintídio. 
 
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36. (ESAF/AFTN/1998) Segundo se depreende do Código 
Tributário Nacional, um ato infralegal (um decreto, por exemplo) 
pode estabelecer a(s) 
a) extinção de um tributo. 
b) definição do fato gerador da obrigação tributária acessória nos 
limites da lei. 
c) hipóteses de anistia. 
d) redução do Imposto Territorial Rural. 
e) fixação da alíquota do imposto de renda. 
 
37. (ESAF/AFTN/1998) 
(I) Devido ao princípio da soberania nacional previsto já no primeiro 
artigo da Constituição, um tratado internacional não pode interferir 
em matéria tributária. 
(II) As Resoluções do Senado Federal não interferem na legislação 
relativa a tributos propriamente federais. 
(III) Consoante o Código Tributário Nacional, analogia seria (ou é) 
técnica de integração e não de interpretação da legislação tributária. 
Analisadas estas três perguntas, escolha a opção que contenha, na 
respectiva seqüência, as respostas corretas. 
a) As três assertivas são verdadeiras. 
b) É verdadeira a primeira assertiva, mas é falsa sua explicação; são 
falsas as demais. 
c) É falsa a primeira assertiva; são verdadeiras as duas últimas. 
d) Todas as três assertivas são falsas. 
e) É verdadeira a primeira assertiva, falsa a segunda e verdadeira a 
terceira. 
 
38. (ESAF/AFTN/1996) Quando uma lei ou alguns dos seus artigos 
são declarados definitivamente inconstitucionais pelo Supremo 
Tribunal Federal são retirados do ordenamento jurídico. 
A pela publicação do acórdão do Supremo Tribunal Federal no Diário 
Oficial da União; 
B Por lei complementar; 
C Por resolução do Senado; 
D Por decreto legislativo; 
E Por medida provisória. 
 
39. (ESAF/AFTN/1996) Sobre os decretos executivos federais, 
podemos afirmar que são: 
A Veículos normativos privativos do legislativo para aprovação, entre 
outras coisas, dos tratados e convenções internacionais celebrados 
pelo Presidente da República; 
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B Atos normativos de competência privativa do Presidente da 
República com força de lei próprios para o aumento das alíquotas do 
IPI, IE, IR e IOF; 
C Veículos normativos do Presidente da República para aprovação, 
entre outras coisas, dos tratados e convenções celebrados pelos 
Ministros de Estado; 
D Veículos normativos com força de lei idôneos para instituírem 
impostos extraordinários na iminência ou no caso de guerra externa; 
E Veículos normativos que se prestam à aprovação dos regulamentos 
dos impostos federais. 
 
40. (ESAF/AFTN/1996) Questão 26: O princípio da legalidade não 
se aplica, em toda sua extensão. 
A Aos impostos de importação e exportação, impostos sobre produtos 
industrializados e impostos extraordinário decorente de guerra. 
B Aos impostos de importação e exportação, ao impostos sobre 
produtos industrializados e ao imposto sosbre operações financeiras. 
C Às taxas e contribuições de melhoria. 
D Aos impostos de importação e exportação, impostos sobre produtos 
industrializados e ao imposto extraordinário de guerra. 
E Às taxas e contribuições sociais. 
 
41. (ESAF/AFM/TERESINA/2002) Indique, nas opções abaixo, em 
que hipótese podem as convenções formalizadas entre particulares 
ser opostas à Fazenda Pública, relativamente à responsabilidade pelo 
pagamento de tributo, com o objetivo de modificar a definição do 
sujeito passivo da obrigação tributária. 
a) Quando é decorrente de clara e expressa cláusula do acordo de 
vontades entre os particulares. 
b) Quando está expressamente previsto em disposição legal 
específica. 
c) Em casos de dúvida quanto à vinculação do sujeito passivo ao fato 
gerador. 
d) Quando resulta de decisão administrativa da Fazenda Pública. 
e) Em nenhuma hipótese pode ocorrer tal oposição em face da 
Fazenda Pública. 
 
42. (ESAF/AFRFB/2010) Considerando a publicação de norma, em 
15 de dezembro de 2009, visando à majoração de tributo, sem 
disposição expressa sobre a data de vigência, aponte a opção correta. 
a) Tratando-se de imposto sobre a renda e proventos de qualquer 
natureza, poderá ser editada lei ordinária, produzindo efeitos 
financeiros a partir de 1° de janeiro de 2010. 
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b) Tratando-se de imposto sobre produtos industrializados, poderá 
ser expedido decreto presidencial, produzindo efeitos financeiros a 
partir de sua publicação. 
c) Tratando-se de imposto sobre a propriedade territorial rural, 
poderá ser editada medida provisória, produzindo efeitos financeiros 
noventa dias após a sua publicação. 
d) Tratando-se de imposto sobre importação, poderá ser expedido 
decreto presidencial, produzindo efeitos financeiros noventa dias após 
a sua publicação. 
e) Tratando-se de contribuição social, poderá ser editada medida 
provisória, produzindo efeitos financeiros a partir de 1° de janeiro de 
2011, caso não tenha sido convertida em lei no mesmo exercício 
financeiro em que tenha sido publicada. 
 
43. (ATM/Fortaleza/1998/ESAF) Assinale a opção incorreta. 
a) É obrigatória a interpretação gramatical de norma que verse sobre 
moratória. 
b) A lei tributária aplica-se a ato pretérito, em qualquer caso, quando 
deixe de defini-lo como infração. 
c) No preenchimento de lacunas da legislação tributária, utiliza-se 
preferencialmente a analogia. 
d) A lei definidora de infrações tributárias interpreta-se da maneira 
mais favorável ao acusado, 
em caso de dúvida quanto à imputabilidade. 
e) O emprego da eqüidade pode resultar na dispensa do pagamento 
de penalidade pecuniária. 
 
44. (ATM/Fortaleza/1998/ESAF) Em matéria de impostos não é 
preciso lei para estabelecer 
a) as hipóteses de compensação e transação. 
b) a cominação de penalidades. 
c) as obrigações tributárias acessórias. 
d) a dispensa de penalidades. 
e) a fixação da base de cálculo. 
 
45. (AFTE/PA/2002/ESAF) A analogia constitui elemento de 
a) integração da legislação tributária. 
b) interpretação da legislação tributária. 
c) exclusão do crédito tributário. 
d) suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 
e) extinção do crédito tributário. 
 
46. (AFTE/PA/2002/ESAF) Publicada lei que institua ou majore 
contribuição social para a seguridade social, poderá ser aplicada 
somente 
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a) no exercício financeiro seguinte. 
b) decorrido o prazo de três meses. 
c) decorrido o prazo de noventa dias. 
d) decorrido o prazo de quarenta e cinco dias. 
e) decorrido o prazo de trinta dias. 
 
47. (TTN/1998/ESAF) Quanto ao princípio da anterioridade, pode-
se dizer que 
a) proíbe que se tributem fatos geradores que ocorreram antes do 
início da vigência da lei que houver instituído ou aumentado um 
tributo. 
b) não se aplica ao Imposto de Importação, ao Imposto de 
Exportação, ao Imposto sobre Operações Financeiras e às Taxas 
decorrentes do exercício do poder de polícia. 
c) não se aplica ao Imposto sobre Produtos Industrializados, ao 
Imposto de Importação, ao Imposto sobre Operações Financeiras, ao 
Imposto de Exportação. 
d) se aplica aos empréstimos compulsórios, qualquer que seja o 
pressuposto da sua instituição. 
e) se aplica às contribuições para seguridade social da mesma forma 
que às outras espécies tributárias. 
 
48. (TTN/1998/ESAF) A lei tributária nova aplica-se a fatos 
ocorridos após a sua publicação e, se for o caso, decorrida a vacatio 
legis : 
a) salvo quando defina o fato como sendo gerador de tributo. 
b) em qualquer caso, se se tratar de lei meramente interpretativa, 
com a operação da infração aos dispositivos interpretados. 
c) salvo quando a lei vigente no momento da prática da infração 
tenha cominado penalidade menos severa a esta infração. 
d) retroagirá, todavia, em qualquer caso, desde que o fato pretérito 
não tenha sido objeto de atividade fiscalizatória. 
e) salvo quando deixe de definir o ato pretérito, não definitivamente 
julgado, como infração. 
 
GABARITO 
 
1. D 2. D 3. C 4. C 5. A 6. B 7. A 8. E 9. E 10. A 
 
11. B 12. D 13. D 14. C 15. C 16. A 17. B 18. E 19. B 20. E 
 
21. D 22. E 23. C 24. C 25. B 26. B 27. E 28. A 29. E 30. C 
 
31. E 32. E 33. C 34. A 35. E 36. B 37. C 38. C 39. E 40. B 
 
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41. B 42. A 43. E 44. C 45. A 46. C 47. C 48. E 
 
 
 
 
(PARTE 2) - OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E 
ACESSÓRIA. FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 
Obrigação Tributária 
1. Obrigação Tributária Principal e Acessória: 1.1 Conceito 
de obrigação principal; 1.2 Conceito de obrigação acessória. 
2. Fato Gerador: 2.1 Hipótese de incidência; 2.2 Fato 
imponível; 2.3 Fato Gerador da obrigação principal; 2.4 Fato 
Gerador da obrigação acessória; 2.5 Momento da ocorrência 
do fato gerador: aspecto temporal da incidência tributária; 
2.6 Norma antielisão: 2.6.1 Distinções entre evasão, elisão 
e elusão tributária; 2.6.2 Constitucionalidade e 
interpretação econômica do direito tributário; 2.7 
Interpretação da definição legal do fato gerador; 2.8 
Classificação do fato gerador; 2.9 Fato gerador como fato 
jurídico em sentido estrito; 2.10 Base de cálculo; 2.11 
Alíquota; 2.12 Regra-matriz de incidência tributária; 2.13 
Aspectos da norma tributária. 
 
Então, vamos nessa. 
 
1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA 
 
A obrigação tributária (em geral) é a relação em que o sujeito 
ativo (fisco) exige do sujeito passivo (contribuinte ou responsável 
tributário) um dever estabelecido pela norma de Direito Tributário. 
 
1.1 CONCEITO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL 
 
A obrigação tributária principal é a prestação representante do 
ato de pagar (tributo ou multa), sendo, portanto, uma obrigação de 
dar, com cunho pecuniário (dinheiro). Ou seja, o elemento 
fundamental da obrigação principal é a sua natureza pecuniária, com 
a consequência de ser o pagamento de determinada quantia em 
dinheiro. 
 
Com efeito, o CTN estabelece que a obrigação tributária 
principal nasce com a ocorrência do fato gerador, tendo por objeto o 
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pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se 
juntamente com o crédito dela decorrente (art. 113, §1º). 
 
A causa ou fonte da obrigação tributária principal é a lei, 
que, neste caso, quer dizer lei complementar, lei ordinária, lei 
delegada ou a medida provisória. 
 
Salientamos que a obrigação tributária principal pode ter 
como objeto o pagamento de uma penalidade pecuniária (multa), 
mas isto não significa que o tributo pode ser equiparado a uma 
multa, pois o art. 3°, do CTN, estabelece que tributo não constitui 
sanção de ato ilícito. 
 
1.2 CONCEITO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA 
 
A obrigação tributária acessória significa a obrigação de fazer 
(positiva) ou não fazer (negativa), despida do cunho pecuniário. 
Alguns autores ainda falam em dever de suportar ou tolerar 
(obrigação negativa), que pode aparecer desta forma em concurso 
público ou ser considerada a mesma coisa que obrigação de não 
fazer. Por exemplo, permitir a consulta a livros fiscais ou a 
fiscalização da empresa. 
 
São obrigações tributárias acessórias, por exemplo, a emissão 
de notas fiscais, a escrituração de livros fiscais, a entrega declarações 
de rendimentos, o dever de suportar ou não obstar o acesso do fisco 
aos livros contábeis da empresa, o de não danificar ou rasurar a 
escrituração contábil da empresa, o preenchimento de guias de 
recolhimento de tributo, dentre outras. 
 
A obrigação tributária acessória tem como fundamental objetivo 
auxiliar e permitir uma maior eficiência na arrecadação ou fiscalização 
do tributo pelo fisco. 
 
Por sua vez, a obrigação tributária acessória independe da 
obrigação tributária principal. Por isso, a doutrina também chama as 
obrigações acessórias de deveres instrumentais ou deveres 
formais, pois não poderia, em princípio, ser denominada de 
obrigação acessória se é independente da obrigação principal. 
 
Por exemplo, aqueles que se aposentam com uma moléstia 
grave (AIDS, câncer) estão isentos de pagar o imposto sobre a renda 
(obrigação principal), mas nem por isso estarão dispensados de 
entregar uma declaração anual de rendimentos (obrigação acessória). 
 
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Decerto, o CTN define que a obrigação acessória decorre da 
legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos (art. 113, §2º). 
 
Neste dispositivo, o CTN dispõe que a obrigação acessória 
decorre da legislação tributária, que compreende não somente as 
leis (inclusive tratados e convenções internacionais), como também 
os decretos e as normas complementares que versem, no todo 
ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes 
(art. 96 do CTN). 
 
O CTN também dispõe que a obrigação acessória, pelo 
simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação 
principal relativamente à penalidade pecuniária (Art. 113, §3°). 
 
Isto significa, noutras palavras, que quando o contribuinte 
descumpre o dever de realizar a declaração de rendimentos 
(obrigação acessória) faz surgir uma obrigação principal, que é o 
dever de pagar a multa fiscal. 
 
Deste modo, é verdadeira a assertiva afirmando que no direito 
tributário a multa originada do descumprimento da obrigação 
acessória equivale a uma obrigação principal. Ou seja, a obrigação de 
pagar a multa é uma obrigação tributária principal e se submete a 
todo o regime jurídico-tributário, mas a própria multa não pode 
ser considerada um tributo. 
 
Importante: A obrigação tributária acessória significaobrigação de 
fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida de qualquer cunho 
pecuniário. E a obrigação principal é a prestação representante do ato 
de pagar (tributo ou multa). Portanto, a obrigação principal é 
exclusivamente uma obrigação de dar, com cunho pecuniário 
(dinheiro) e não pode ser considerada obrigação de fazer. 
 
1. (ESAF/PFN/2005/adaptada) Considerando o tema 
“obrigação tributária” e as disposições do CTN, marque com 
(V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao 
final a opção correspondente. 
( ) Quando a lei se refere à obrigação tributária principal, ela 
quer se referir aos procedimentos exigidos do contribuinte 
para assegurar a melhor fiscalização do pagamento. 
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( ) A multa pode ser considerada espécie do gênero tributo, já 
que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no 
conceito de “obrigação tributária principal”. 
( )A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência de um 
fato gerador e independe de providência da autoridade fiscal 
para ser exigida. 
a) V, V, V. 
b) F, V, F. 
c) F, F, F. 
d) V, F, V. 
e) V, F, V. 
 
A resposta é a letra “c” (F, F, F). 
 
A primeira alternativa é falsa, uma vez que quando a lei se 
refere à obrigação tributária acessória, ela quer se referir aos 
procedimentos exigidos do contribuinte para assegurar a melhor 
fiscalização do pagamento. E não obrigação tributária principal como 
diz a questão. 
 
A segunda alternativa é falsa, eis que a multa não pode ser 
considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo 
Código Tributário Nacional, no conceito de “obrigação tributária 
principal”. O art. 3°, do CTN, define que tributo não constitui sanção 
de ato ilícito. 
 
A terceira alternativa é falsa também, sendo assunto a ser 
tratado na aula sobre crédito e lançamento tributário. Mas já 
adiantando um pouco, a obrigação tributária acessória e também a 
obrigação principal apenas torna-se líquida e exigível pela consti-
tuição do crédito tributário através do lançamento tributário feito pela 
autoridade administrativa competente, conforme o art. 142 do CTN. 
 
2. (AFTN/98/ESAF) A multa por descumprimento de obrigação 
acessória relativa ao imposto de renda 
a) tem a natureza de tributo, por converter-se em obrigação 
tributária principal o descumprimento de obrigação acessória. 
b) tem a natureza de imposto, porque sua natureza específica 
é dada pelo respectivo fato gerador. 
c) não tem a natureza de tributo, mas a de uma obrigação 
tributária acessória. 
d) não tem natureza tributária porque a penalidade por 
descumprimento de obrigação acessória é de caráter 
administrativo. 
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e) não tem a natureza de tributo por constituir sanção de ato 
ilícito. 
 
A resposta é a letra “e”. A multa por descumprimento de 
obrigação acessória relativa ao imposto de renda não tem a natureza 
de tributo por constituir sanção de ato ilícito. O art. 3°, do CTN, 
dispõe que tributo não constitui sanção de ato ilícito. 
 
3. (TRF/2005/ESAF) Sobre a obrigação tributária acessória, 
é incorreto afirmar-se que 
a) tem por objeto prestações positivas previstas na legislação 
tributária. 
b) tal como a obrigação principal, supõe, para o seu 
surgimento, a ocorrência de fato gerador. 
c) objetiva dar meios à fiscalização tributária para a 
investigação e o controle do recolhimento de tributos. 
d) sua inobservância converte-se em obrigação principal, 
relativamente a penalidade pecuniária. 
e) realizar matrícula no cadastro de contribuintes, emitir nota 
fiscal e apresentar declarações ao Fisco constituem, entre 
outros, alguns exemplos. 
 
A resposta é a letra “a”. 
 
O examinador da ESAF entendeu que a primeira assertiva 
(letra “a”) estava incompleta, dizendo que a obrigação tributária 
acessória tem por objeto prestações positivas previstas na legislação 
tributária. 
 
Na verdade, a obrigação tributária acessória tem por objeto 
prestações positivas (fazer) e negativas (não fazer ou tolerar), 
previstas na legislação tributária, no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos. 
 
A letra “b” foi considerada verdadeira, eis que o examinador 
compreendeu que a obrigação tributária acessória tal como a 
obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a ocorrência de 
fato gerador. Vamos estudar fato gerador no próximo item desta 
aula. 
 
A letra “c” é verdadeira, pois a obrigação tributária acessória 
objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o 
controle do recolhimento de tributos. 
 
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A letra “d” é verdadeira, porque inobservância da obrigação 
tributária acessória converte-se em obrigação principal, relativamente 
a penalidade pecuniária. 
 
A letra “e” é verdadeira, porque são exemplos de obrigação 
tributária acessória a realização de matrícula no cadastro de 
contribuintes, a emissão de nota fiscal e a apresentação de 
declarações ao Fisco. 
 
4. (AFRF/2002-1/ESAF) Avalie as afirmações abaixo e marque 
a opção que corresponda, na devida ordem, ao acerto ou erro 
de cada uma (V ou F, respectivamente). 
1. Multa decorrente de obrigação acessória constitui obrigação 
principal. 
2. Se a lei impõe a determinados sujeitos que não façam 
alguma coisa, está a impor-lhes uma obrigação tributária 
acessória. 
3. Quando um sujeito passivo não está sujeito ao imposto, 
mas apenas a prestar informações ao fisco sobre matéria de 
interesse da fiscalização, esta é sua obrigação tributária 
principal. 
a) V, V, V 
b) V, V, F 
c) V, F, F 
d) F, F, F 
e) F, F, V 
 
A resposta é a letra “c” (V, F, F). 
 
O primeiro item é verdadeiro, pois a multa decorrente de 
obrigação acessória constitui obrigação principal. 
 
Como eu disse na aula, quando o contribuinte descumpre o 
dever de realizar a declaração de rendimentos (exemplo de obrigação 
acessória) faz surgir uma obrigação principal, que é o dever de pagar 
a multa fiscal. 
 
Deste modo, é verdadeira a assertiva afirmando que no direito 
tributário a multa originada do descumprimento da obrigação 
acessória equivale a uma obrigação principal. 
 
O segundo item é falso, pois a afirmativa é incompleta. Se a 
lei impõe a determinados sujeitos que não façam alguma coisa, está 
a impor-lhes uma obrigação tributária acessória ou qualquer outro 
tipo de obrigação, que não necessariamente será tributária, podendo 
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ser civil, penal, comercial, trabalhista etc. Faltou o item enunciar que 
deve ser no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos 
tributos. 
 
O terceiro item é falso, porque quando um sujeito passivo não 
está sujeito ao imposto, mas apenas a prestar informações ao fisco 
sobre matéria de interesse da fiscalização, esta é sua obrigação 
tributária acessória e não principal. 
 
5. (ESAF/AFRFB/2010) Sobre a obrigação tributária 
principal e acessória e sobre o fato gerador do tributo, 
assinale a opção correta. 
a) Segundo o Código Tributário Nacional, a obrigação de 
pagar multas e juros tributários constitui-se como obrigação 
acessória. 
b) A obrigação acessória, quando não observada, converte-
se em obrigação principal somente em relação à penalidade 
pecuniária. 
c) A existência de uma obrigação tributáriaacessória 
pressupõe a existência de uma obrigação tributária 
principal. 
d) A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de 
dar cumprimento à obrigação principal, deve atenção ao 
princípio da estrita legalidade. 
e) No Sistema Tributário Nacional, admite-se que a 
obrigação de fazer, em situações específicas, seja 
considerada obrigação tributária principal. 
 
Letra (A). A obrigação de pagar multas e juros tributários 
constitui-se como obrigação tributária principal (art. 113, §1°, CTN). 
Logo, incorreta. 
 
Letra (B). A obrigação acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à 
penalidade pecuniária (art. 113, §3°, CTN). Isto significa, noutras 
palavras, que quando o contribuinte descumpre o dever de realizar a 
declaração de rendimentos (obrigação acessória) faz surgir uma 
obrigação principal, que é o dever de pagar a multa fiscal. Logo, 
correta. 
 
Letra (C). A obrigação tributária acessória é autônoma em 
relação à obrigação tributária principal. Mesmo que o contribuinte não 
esteja obrigado a cumprir a obrigação principal, a acessória subsiste. 
Logo, incorreta. 
 
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Letra (D). A obrigação acessória decorre da legislação tributária 
(art. 113, §2º, CTN). Decerto, a legislação tributária compreende não 
somente as leis (inclusive tratados e convenções internacionais), 
como também os decretos e as normas complementares que versem, 
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles 
pertinentes (art. 96 do CTN). Logo, incorreta. 
 
Letra (E). A obrigação tributária acessória significa obrigação de 
fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida de qualquer cunho 
pecuniário. E a obrigação principal é a prestação representante do ato 
de pagar (tributo ou multa). Portanto, a obrigação principal é uma 
obrigação de dar, com cunho pecuniário (dinheiro), e não obrigação 
de fazer. Logo, incorreta. 
 
2. FATO GERADOR 
 
A doutrina crítica a nomenclatura “fato gerador” estabelecida 
pelos arts. 114 a 118 do CTN, dizendo que o código deveria fixar 
nomes diferentes para duas realidades distintas. 
 
Primeiro, a situação prevista em lei como necessária e 
suficiente à ocorrência da obrigação tributária, com o nome mais 
conhecido de hipótese de incidência. 
 
Segundo, a realização da hipótese de incidência no mundo da 
vida real, com a denominação mais famosa de fato imponível. 
 
2.1 HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA 
 
A hipótese de incidência é a situação prevista abstratamente 
na lei. 
 
Isto é, a situação prevista em lei como necessária e suficiente à 
ocorrência da obrigação tributária poderia ser chamada de hipótese 
de incidência. Por exemplo, o CTN prevê auferir renda como 
hipótese de incidência do IR. 
 
Assim, a hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) 
representa o momento abstrato e geral, previsto em lei, hábil a 
deflagrar a relação tributária. 
 
Portanto, a hipótese de incidência caracteriza-se, como a 
escolha feita pelo legislador, de fatos que possam representar 
capacidade contributiva (prestar serviços – ISS; ter a propriedade de 
um automóvel – IPVA; ter a propriedade de um imóvel na zona rural 
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- ITR e assim por diante). 
 
Outras nomenclaturas conhecidas para a hipótese de incidência 
são: hipótese tributária ou pressuposto legal do tributo. 
 
2.2 FATO IMPONÍVEL 
 
O fato imponível é o momento concreto e individualizado de 
realização desta previsão normativa, ou seja, a realização da hipótese 
de incidência no mundo da vida real. 
 
Por exemplo, o momento em que a pessoa ganha na loteria 
esportiva e consequentemente aufere renda; a ocasião em que a 
pessoa compra um automóvel e consequentemente se torna 
proprietário de um veículo automotor etc. 
 
Este momento é também denominado pela doutrina de fato 
jurídico tributário, de hipótese de incidência realizada e de 
facto tributário. 
 
 
Fato gerador in abstrato Fato gerador in concreto 
Hipótese de incidência, Hipótese 
tributária e Pressuposto legal do 
tributo. 
Fato imponível, Fato jurídico 
tributário, Hipótese de incidência 
realizada e Facto tributário. 
Previsão abstrata em lei Acontecimento na vida real (fato 
da vida) 
 
2.3 FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL 
 
O fato gerador da obrigação tributária principal é a situação 
definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência 
(art. 114 do CTN). Preste atenção: o CTN fala em necessidade e 
suficiência. São requisitos cumulativos. 
 
É situação necessária, pois sem o fato gerador não há 
obrigação tributária. É situação suficiente, eis que basta o fato 
gerador para surgir a obrigação tributária. 
 
Por conseguinte, o fato gerador da obrigação principal ou fato 
imponível tem natureza jurídica constitutiva, pois dá concretude à 
hipótese de incidência e faz nascer a obrigação tributária principal. 
 
Importante: cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em 
matéria de legislação tributária, especialmente sobre definição de 
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tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos 
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes (art. 146, III, “a”, 
CF). 
 
2.4 FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA 
 
O fato gerador da obrigação tributária acessória é qualquer 
situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática 
ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal (art. 
115 do CTN). 
 
2.5 MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR: ASPECTO 
TEMPORAL DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
 O CTN dispõe acerca do momento da ocorrência do fato 
gerador nos arts. 116 e 117. 
 
Deste modo, estabelece que, salvo disposição de lei em 
contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
efeitos: 
 
• Tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o 
se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que 
produza os efeitos que são delas decorrentes. Por exemplo, o 
imposto sobre importação (II) tem como fato gerador a entrada 
do produto no território nacional, mas a lei ordinária, de acordo 
com o CTN, considera o fato gerador como ocorrido na data do 
registro da declaração de importação na repartição aduaneira 
(situação de fato); 
• Tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que 
esteja definitivamente constituída, nos termos de direito 
aplicável. 
 
Em relação a situação jurídica, deve-se também estudar 
outro ramo do direito para se verificar quando a situação está 
definitivamente concluída ou constituída. Por exemplo, deve-se 
analisar o Código Civil para se saber quando a propriedade é 
transmitida para fins de incidência do imposto municipal de 
transmissão de bens imóveis (ITBI). No caso, com o registro do 
título aquisitivo da propriedade no cartório de registros públicos. 
 
Com efeito, tratando-se de situação jurídica, e na hipótese de 
atos ou negócios jurídicos condicionais, o CTN também 
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estabelece que, salvo disposição de lei em contrário, reputam-se 
perfeitos e acabados: 
 
• Se a condição é suspensiva, no momento em que se realiza a 
condição, isto é, o momentode seu implemento; 
• Se a condição é resolutória desde que o negócio jurídico foi 
celebrado. 
 
Condição significa uma cláusula decorrente da vontade das 
partes, que subordina o efeito do negócio a um evento futuro e 
incerto. 
 
A condição suspensiva é aquela que suspende a eficácia do 
negócio, enquanto a condição não se verificar. No direito tributário, 
quando suspensiva a condição, verificam-se os efeitos tributários 
quando acontece a condição. 
 
Por exemplo, a doação de objeto valioso de um pai para a filha 
condicionada ao casamento da filha com um rapaz. Enquanto o 
casamento não se confirmar, não terá eficácia a doação. 
 
Portanto, é necessário o implemento desta condição suspensiva 
(casamento) para se verificar a ocorrência do fato gerador do imposto 
estadual sobre doações (ITCMD). 
 
Já na condição resolutiva ou resolutória, para fins de 
incidência tributária, é aquela em que fato gerador ocorre desde o 
momento em que o ato jurídico é celebrado, independentemente da 
condição. 
 
Assim, quando resolutória a condição, verificam-se os efeitos 
tributários desde o momento da prática do ato ou celebração do 
negócio. Neste caso, é irrelevante para o direito tributário a condição, 
que significa, na verdade, o desfazimento do negócio. 
 
Por exemplo, o contrato de compra e venda de imóvel sujeito a 
condição resolutória de o comprador ter um futuro filho. Decerto, 
feito o negócio e registrado o imóvel, dá-se o fato gerador do imposto 
sobre transmissão de bens imóveis (ITBI), pois aconteceu a 
transmissão da propriedade. Não importa para o direito tributário se, 
depois, o negócio é desfeito por causa do acontecimento da condição 
resolutória (nascimento do filho do comprador do imóvel). 
 
2.6 NORMA ANTIELISÃO 
 
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A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os 
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária (art. 116, 
parágrafo único, do CTN). 
 
Esta regra é chamada de “norma anti-elisão”, pois busca 
combater os procedimentos de planejamento tributário praticados 
pelo contribuinte com abuso de forma ou/e abuso de direito. Esta 
nomenclatura já foi adotada em dois concursos recentes para 
Procurador da República (MPF). Por outro lado, a doutrina minoritária 
denomina o art. 116, parágrafo único, do CTN, de norma geral 
“antievasiva” ou “anti-simulação”. 
 
No 21° concurso Procurador da República: 
“Em dispositivo de medida provisória, restou consignado: ‘Os atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência de fato gerador de tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária serão desconsiderados, para fins 
tributários, pela autoridade administrativa competente, observados 
os procedimentos estabelecidos nos artigos 14 a 19 subseqüentes’. 
Tem-se aí norma: 
(a) Anti-elisão; 
(b) Anti-evasão; 
(c) Tratando de aspectos procedimentais; 
(d) Ordenando a observância do princípio da tipicidade fechada”. 
A resposta é “a”. 
 
Decerto, devemos saber que: 
 
• É a autoridade administrativa e não a judicial que poderá 
desconsiderar (não é desconstituir) atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular (igualmente 
denominado pela ESAF de eclipsar) a ocorrência do fato 
gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária; 
• A regra do art. 116, parágrafo único, do CTN, necessita de lei 
ordinária para ser aplicada, pois o dispositivo estabelece que 
“observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei 
ordinária”. 
 
2.6.1 DISTINÇÕES ENTRE EVASÃO, ELISÃO E ELUSÃO 
TRIBUTÁRIA 
 
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Neste momento, devemos distinguir evasão, elisão e elusão 
tributária. 
 
Segundo o entendimento majoritário, a evasão é a conduta 
ilícita do sujeito passivo de ocultar a ocorrência do fato gerador com 
o objetivo de não pagar o tributo devido conforme a lei. A evasão 
objetiva evitar o conhecimento da ocorrência do fato gerador e, em 
princípio, acontece após o fato gerador. Por exemplo, emitir notas 
fiscais falsas ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias. 
 
Assim, a evasão abrange a sonegação fiscal, a fraude e o 
conluio. 
 
A sonegação fiscal é toda ação ou omissão dolosa tendente a 
impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte 
da autoridade fazendária: (i) da ocorrência do fato gerador da 
obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias 
materiais; (ii) das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de 
afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário 
correspondente (art. 71 da Lei 4.502/1964). Por exemplo, negar ou 
deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento 
equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, 
efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. 
 
A fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou 
retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da 
obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas 
características essenciais, de modo a reduzir o montante do tributo 
devido a evitar ou diferir o seu pagamento (art. 72 da Lei 
4.502/1964). Na hipótese, o dolo é a intenção deliberada de praticar 
a conduta fraudulenta. Por exemplo, deixar de recolher dolosamente, 
no prazo legal, o valor de tributo ou de contribuição social, 
descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação 
e que deveria recolher aos cofres públicos. 
 
O conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas 
naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos da sonegação 
fiscal ou da fraude (art. 73 da Lei 4.502/1964). 
 
Segundo o mesmo entendimento majoritário, a elisão é a 
conduta lícita ou legítima que ocorre antes do fato gerador, com o 
objetivo de pagar menos tributo, evitando a ocorrência do fato 
gerador ou a ocorrência com um valor menor a pagar. É a busca pela 
economia de tributos, sendo congruente coma idéia de planejamento 
tributário. 
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Por sua vez, existe posicionamento doutrinário, que distingue 
elisão lícita (explicada acima) e elisão ilícita, abusiva ou ineficaz 
(denominada de elusão tributária). 
 
A elisão ilícita ou elusão tributária ocorre antes ou depois do 
fato gerador, sendo uma conduta praticada pelo sujeito passivo com 
abuso da forma jurídica ou abuso de direito, que seria a real 
discordância entre a forma de determinado negócio jurídico e o 
conteúdo econômico que lhe corresponde. 
 
Citamos o seguinte exemplo doutrinário: “Carlos quer doar um 
imóvel a Roberta. Entretanto, lavram a escritura de compra e venda 
por um preço irrisório, no sentido de impedir o pagamento do 
imposto sobre doações, supostamente mais oneroso, e se sujeitar ao 
imposto de transmissão de bens imóveis. A substância econômica 
(doação) destoa da forma jurídica adotada (compra e venda)”. 
 
2.6.2 CONSTITUCIONALIDADE E INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA 
DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
O STF ainda não debateu o tema da constitucionalidade da 
norma geral antielisiva. 
 
Assim sendo, o candidato deve adotar a postura da 
constitucionalidade do parágrafoúnico do art. 116 do CTN. Contudo, 
é relevante ter conhecimento dos fundamentos e dos 
posicionamentos da doutrina pela inconstitucionalidade e pela 
constitucionalidade da norma prevista no CTN. 
 
Decerto, realçamos que parte da doutrina sustenta a 
inconstitucionalidade de uma norma geral antielisiva e afirmam 
que a Administração Pública não pode desconsiderar práticas elisivas 
do sujeito passivo da relação tributária, em face dos princípios 
constitucionais da legalidade tributária e da tipicidade tributária 
cerrada ou fechada. 
 
Portanto, em face destes princípios que são subprincípios da 
segurança jurídica, não pode a Administração Pública desconsiderar 
atos ou negócios jurídicos previstos em lei e que, em regra, não 
acarretam a incidência tributária de determinado tributo. 
 
Por exemplo, segundo esta doutrina, não pode Administração 
Pública considerar abusiva a situação de uma sociedade empresarial 
que, ao invés de pagar remuneração aos seus sócios não-
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administradores, opta por distribuir-lhes lucros mensalmente, 
buscando a situação de não incidência de imposto de renda (IR). 
 
Em síntese, não pode a Administração Pública tributar 
determinada situação que não se enquadra na definição legal da 
hipótese de incidência tributária do IR. 
 
Já os autores que sustentam a constitucionalidade da norma 
geral antielisiva afirmam que deve Administração Pública 
desconsiderar atos ou negócios revestidos de formas jurídicas não 
estabelecidas na hipótese de incidência, quando os efeitos 
econômicos de tais atos ou negócios mostram-se de acordo com os 
resultados pretendidos pelo legislador tributário. 
 
No caso, deve prevalecer o princípio da capacidade contributiva 
frente ao princípio da legalidade tributária. Assim, a Administração 
Pública declara o abuso da forma jurídica e desconsidera a utilização 
de forma jurídica atípica para a concretização do ato ou negócio 
jurídico. 
 
Nesse rumo, em face do princípio da capacidade contributiva e 
da interpretação econômica no direito tributário, a realidade 
econômica deve prevalecer sobre a simples forma jurídica. 
 
Ou seja, a Administração Pública deve considerar a 
aptidão econômica de pagar o tributo e o princípio da 
igualdade tributária. 
 
Caso contrário, pessoas que estão em situação similar por 
não utilizaram de formas jurídicas atípicas, sofreriam 
discriminação odiosa e a incidência do tributo. Já outros 
contribuintes não sofreriam a tributação, uma vez que se 
beneficiariam utilizando artifícios com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária. 
 
 
2.7 INTERPRETAÇÃO DA DEFINIÇÃO LEGAL DO FATO 
GERADOR 
 
A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
(a) da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos 
contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do 
seu objeto ou dos seus efeitos; (b) dos efeitos dos fatos 
efetivamente ocorridos (art. 118, incs. I e II, do CTN). 
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Decerto, são irrelevantes, para a interpretação da ocorrência 
do fato gerador, a validade jurídica dos atos efetivamente praticados, 
a natureza do objeto dos atos praticados e os efeitos dos atos. 
 
A FGV no concurso para Procurador de Contas/RJ/2008 e o CESPE no 
concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 adotaram, respectivamente, 
como incorretos os seguintes itens: “A definição legal do fato gerador 
é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos 
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou 
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos”; 
“A hipótese de incidência depende da origem lícita da renda auferida, 
máxime quando incidir sobre o lucro”. 
 
Deste modo, todos os que realizarem o fato gerador deverão, 
em princípio, pagar o tributo. Não se deve avaliar a nulidade ou 
anulabilidade do ato jurídico, a capacidade civil do sujeito passivo, ou 
mesmo a ilicitude do ato praticado. 
 
Com efeito, é legítima, por exemplo, a cobrança do imposto 
municipal sobre serviços (ISS) do advogado que presta serviços de 
consultoria jurídica, mesmo em situação irregular perante a OAB. 
 
2.8 CLASSIFICAÇÃO DO FATO GERADOR 
 
A doutrina classifica o fato gerador em instantâneo, periódico 
e continuado. 
 
O fato gerador instantâneo ocorre quando sua realização se 
dá num exato instante no tempo. Por exemplo, o imposto de 
importação (II) se dá com o registro alfandegário da declaração 
apresentada pelo importador à autoridade fiscal competente da 
União. 
 
O fato gerador periódico (também denominado de 
complexivo, completivo, continuativo ou de formação sucessiva) 
acontece quando sua realização se completa ao longo de um espaço 
de tempo. Por exemplo, o fato gerador do IR, eis que acontece ao 
longo de um período de tempo, que, segundo a legislação do IR, é de 
1° de janeiro até 31 de dezembro do mesmo ano. 
 
O fato gerador continuado ocorre quando é representado 
por uma situação que se conserva no tempo, entretanto, a lei 
tributária fixa para fins de praticidade tributária um determinado 
momento para ocorrido o fato gerador. Por exemplo, o IPTU e o IPVA. 
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No IPTU, a situação de ser proprietário de um imóvel é uma 
situação que se perdura no tempo, sendo que a legislação tributária 
fixa um determinado instante para se considerar como o momento de 
ocorrência do fato gerador (normalmente, 1.º de janeiro do ano civil). 
 
Noutra perspectiva, existem autores que entendem que os fatos 
geradores são exclusivamente instantâneos, uma vez que a legislação 
tributária sempre estabelece somente um único momento para fixar a 
ocorrência do fato gerador. Na hipótese do IR, é o último momento 
do dia 31 de Dezembro do ano civil. No caso do IPTU, é o dia 1.º de 
janeiro do ano civil. Deste modo, não se poderia falar em fato 
gerador periódico ou continuado. 
 
Vamos agora para as importantes questões: 
 
6. (ESAF/AFTN) A obrigação que tem por objeto o pagamento 
de multa é chamada de obrigação _______________ . 
_______________ dessa obrigação é a situação definida em 
lei como necessária e suficiente à ocorrência desta. A validade 
jurídica dos atos efetivamente praticados não interessa na 
interpretação de norma definidora _______________ . 
 
Escolha a opção que contenha as palavras que, correta e 
respectivamente, preencham o sentido dos períodos acima. 
a) principal / O fato gerador / do fato gerador 
b) impositiva / O efeito / do lançamento 
c) penal / O lançamento / da cobrança 
d) sancionatória / O fato gerador / da condição suspensiva 
e) punitiva / A fonte / da outorga de isenção 
 
A resposta é a letra “a”, pois a obrigação que tem por objeto o 
pagamento de multa é chamada de obrigação principal (art. 113, 
§1°, do CTN). 
 
O fato gerador dessa obrigação é a situação definida em lei 
como necessária e suficiente à ocorrência desta (art. 114, do 
CTN). 
 
A validade jurídica dos atos efetivamente praticados não 
interessa na interpretação de norma definidora do fato gerador (art. 
118, inc. I, do CTN). 
 
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7. (ESAF/AFRF/2005)Leia cada um dos assertos abaixo e 
assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, 
marque a opção que contenha a exata seqüência. 
( ) A situação definida em lei, desde que necessária para o 
nascimento da obrigação tributária principal é o seu fato 
gerador. 
( ) Qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, 
impõe a prática de um ato que não tenha por objeto o 
pagamento de tributo ou multa, é obrigação tributária 
acessória. 
( ) Atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de 
encobrir a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza 
dos elementos constitutivos da obrigação tributária, desde que 
legítimos perante a legislação civil, não podem ser 
desconsiderados pela autoridade tributária. 
a) V V V 
b) F V V 
c) F F F 
d) F F V 
e) V F V 
 
A resposta é a letra “c” (F, F, F). 
 
O primeiro item é falso, porque o fato gerador da obrigação 
principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência. Faltou no item suficiente. É o detalhe do detalhe 
fazendo a diferença. 
 
O segundo item é falso, porque a não é qualquer situação 
que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática de um ato que 
não tenha por objeto o pagamento de tributo ou multa, é obrigação 
tributária acessória. Esta decorre da legislação tributária e tem por 
objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no 
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
 
O terceiro item é falso, porque diz que atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de encobrir a ocorrência do fato 
gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária, desde que legítimos perante a legislação 
civil, não podem ser desconsiderados pela autoridade 
tributária. 
 
O art. 116, parágrafo único, do CTN é claríssimo: “A 
autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do 
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fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária, observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária”. 
 
8. (ESAF/AFTE/RN/2005/adaptada) Marque a resposta 
correta, considerando as formulações abaixo. 
I – A definição legal do fato gerador deve ser verificada 
independentemente da validade jurídica dos atos praticados. 
II - A obrigação tributária acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade não pecuniária. 
III - O Código Tributário Nacional não permite a tributação de 
rendas provenientes de atividades ilícitas. 
IV - De acordo com o Código Tributário Nacional, cabe 
exclusivamente à autoridade judicial competente 
desconsiderar, em decisão fundamentada, os atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a natureza 
dos elementos constitutivos da obrigação tributária. 
a) Somente I é verdadeira. 
b) Somente I e II são verdadeiras. 
c) Somente I, II e III são verdadeiras. 
d) Somente II, III e IV são verdadeiras. 
e) Somente III e IV são verdadeiras. 
 
A resposta é letra “a”. Somente I é verdadeira. 
 
O primeiro item é verdadeiro, porque a definição legal do fato 
gerador independe da validade jurídica dos atos efetivamente 
praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como 
da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
 
O segundo item é falso, porque a obrigação tributária 
acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em 
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. E a 
questão dispõe de forma errada que é “não pecuniária”. 
 
O terceiro item é falso, porque o Código Tributário Nacional 
(CTN) permite a tributação de rendas provenientes de atividades 
ilícitas, como demonstrado nesta aula. 
 
O quarto item é falso, porque o Código Tributário Nacional não 
estabelece que cabe exclusivamente à autoridade judicial 
competente desconsiderar, os atos ou negócios jurídicos praticados 
com a finalidade de dissimular a natureza dos elementos constitutivos 
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da obrigação tributária, mas sim a autoridade administrativa 
observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
 
9. (ESAF/IRB/2006) Assinale a alternativa correta. 
a) A validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelo 
sujeito passivo é um dos elementos que devem ser 
considerados na interpretação da definição legal do fato 
gerador. 
b) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, observados os 
procedimentos do Código Tributário Nacional. 
c) A definição legal do fato gerador não pode ser verificada se 
for abstraída a validade jurídica dos atos praticados. 
d) uma vez verificado o nascimento da obrigação tributária, 
com a realização do fato gerador, o sujeito passivo torna-se 
imediatamente compelível ao pagamento do tributo 
pertinente, sendo desnecessária a prática de quaisquer atos 
formais por parte do sujeito ativo, em quaisquer hipóteses. 
e) O Código Tributário Nacional admite que a autoridade 
administrativa, desde que observados os procedimentos a 
serem estabelecidos em lei ordinária, desconsidere atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária. 
 
A resposta é letra “e”, segundo o art. 116, parágrafo único, do 
CTN. 
 
A letra “a” é incorreta, uma vez que a validade jurídica dos 
atos efetivamente praticados pelo sujeito passivo não devem ser 
considerados na interpretação da definição legal do fato gerador. 
 
A letra “b” é incorreta, uma vez que a autoridade 
administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato 
gerador do tributo ou dos elementos constitutivos da obrigação 
tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei 
ordinária e não no Código Tributário Nacional (lei complementar). 
 
A letra “c” é incorreta, uma vez que a definição legal do fato 
gerador pode ser verificada se for abstraída a validade jurídica dos 
atos praticados. 
 
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A letra “d” é incorreta (assunto da aula de lançamento 
tributário), pois a obrigação tributária apenas torna-se líquida e 
exigível pela constituição do crédito tributário através do lançamento 
tributário feito pela autoridade administrativa competente, conforme 
o art. 142 do CTN, e não com a realização do fato gerador. 
 
10. (ESAF/AFRF/2003) Avalie o acerto das afirmações adiante 
e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em 
seguida, marque a opção correta. 
( ) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido 
o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de 
situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as 
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos 
que normalmente lhe são próprios. 
( ) A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os 
procedimentos a seremestabelecidos em lei ordinária. 
( ) Quando o fato gerador da obrigação tributária é um 
negócio jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida 
a obrigação desde o momento em que se verificar a condição. 
a) F, V, V. 
b) F, F, V. 
c) F, F, F. 
d) V, V, F. 
e) V, F, F. 
 
A resposta é letra “a” (F,V,V). 
 
O primeiro item é falso, porque, salvo disposição de lei em 
contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que 
esteja definitivamente constituída, nos termos de direito 
aplicável (art. 116, inc. II, do CTN). 
 
O segundo item é verdadeiro, porque a autoridade 
administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato 
gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária, observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária (art. 116, par. Único, do CTN). 
 
O terceiro item é verdadeiro, porque quando o fato gerador da 
obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, 
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considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se 
verificar a condição (art. 117, inc. I, do CTN). 
 
11. (ESAF/Gestor/MG/2005) Assinale a opção correta. 
a) A obrigação tributária nasce com o lançamento. 
b) A aplicação de multa pelo atraso no pagamento do tributo é 
a única forma de obrigação tributária acessória que a lei pode 
prever. 
c) Segundo o Código Tributário Nacional, a renda obtida com a 
prática do crime de contrabando não pode ser tributada. 
d) O fato gerador é a situação definida em lei como necessária 
e suficiente para que se considere surgida a obrigação 
tributária. 
e) A hipótese de incidência é o fato da vida que gera, diante 
do que dispõe a lei tributária, o dever de pagar o tributo. 
 
A resposta é letra “d”. É dispositivo literal do CTN. Fato 
gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como 
necessária e suficiente à sua ocorrência (art. 114). 
 
A letra “a” é incorreta, uma vez que a obrigação tributária não 
nasce com o lançamento e sim com o fato gerador. 
 
A letra “b” é incorreta, uma vez que a obrigação de pagar a 
multa pelo atraso no pagamento do tributo é uma obrigação 
tributária principal. 
 
A letra “c” é incorreta, uma vez que a renda obtida com a 
prática do crime de contrabando pode ser tributada. 
 
A letra “e” é incorreta, pois o fato da vida que gera, diante do 
que dispõe a lei tributária, o dever de pagar o tributo é o fato 
imponível (fato gerador in concreto) e não a hipótese de incidência 
(fato gerador in abstrato). 
 
12. (ESAF/AFTE/MG/2005) Considerando o tema 
“obrigação tributária”, marque com (V) a assertiva verdadeira 
e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção 
correspondente. 
( ) A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência de um 
fato gerador, contudo depende sempre de uma providência a 
ser tomada pela autoridade fiscal. 
() A definição legal do fato gerador deve ser verificada 
independentemente da validade jurídica dos atos praticados. 
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( ) O legislador não poderá autorizar a desconsideração dos 
atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de 
eclipsar a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza 
dos elementos constitutivos da obrigação tributária, desde que 
observados pelo sujeito passivo as normas próprias do direito 
privado. 
( ) Quando o fato gerador da obrigação tributária é um 
negócio jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida 
a obrigação desde o momento em que se verificar a condição. 
( ) É vedado aos Estados instituírem contribuição de melhoria. 
a) F, V, F, V, F. 
b) F, V, F, V, V. 
c) F, V, V, V, F. 
d) V, F, V, F, V. 
e) V, V, V, V,V. 
 
A resposta é letra “a” (F, V, F, V, F). 
 
O primeiro item é falso, porque a obrigação acessória decorre 
da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos. 
 
O segundo item é verdadeiro, porque a definição legal do fato 
gerador deve ser verificada independentemente da validade jurídica 
dos atos praticados. 
 
O terceiro item é falso, porque o legislador poderá autorizar a 
autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do 
fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária. 
 
O quarto item é verdadeiro, porque quando o fato gerador da 
obrigação tributária é um negócio jurídico sob condição suspensiva, 
considera-se nascida a obrigação desde o momento em que se 
verificar a condição. 
 
O quinto item é falso, porque não é vedado (proibido) aos 
Estados instituírem contribuição de melhoria. 
 
13. (ESAF/AFTM/FORTALEZA/2003) Com base em disposições 
expressas do Código Tributário Nacional, avalie as formulações 
seguintes, relativas aos temas obrigação tributária e fato 
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gerador, e, ao final, assinale a opção que corresponde à 
resposta correta: 
I. Fato gerador da obrigação tributária principal é a situação 
definida em lei, que impõe a prática ou a abstenção de ato não 
caracterizador de obrigação tributária acessória. 
II. Os efeitos dos fatos efetivamente ocorridos devem ser 
considerados na interpretação da definição legal do fato 
gerador. 
III. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido 
o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de 
situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as 
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos 
que normalmente lhe são próprios. 
IV. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os 
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
a) Apenas a formulação IV é correta. 
b) Apenas as formulações II e IV são corretas. 
c) Apenas as formulações III e IV são corretas. 
d) Apenas as formulações I, II e III são corretas. 
e) Apenas as formulações II e III são corretas. 
 
A resposta é letra “a”. Apenas a formulação IV é correta. 
 
O primeiro item é falso, porque o fato gerador da obrigação 
principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência. 
 
O segundo item é falso, porque os efeitos dos fatos 
efetivamente ocorridos não devem ser considerados na 
interpretação da definição legal do fato gerador. 
 
O terceiro item é falso, porque, salvo disposição de lei em 
contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que 
esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
 
O quarto item é verdadeiro, porque a autoridade 
administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato 
gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária, observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária. 
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14. (ESAF/TTN/94) Sendo o fato gerador de um tributo, em 
certo caso, um negócio jurídico condicional, tem-se como 
ocorrido o fato gerador 
a) desde o momento do implemento da condição, se esta for 
suspensiva. 
b) desde o momento da prática do ato ou da celebração do 
negócio, se a condição for suspensiva. 
c) desde o momento da implementação da condição, se esta 
for resolutória. 
d) desde o momento da implementação da celebração do 
negócio, seja a condição resolutória ou suspensiva. 
e) na data da publicação do negócio jurídico condicional. 
 
A resposta é letra “a”, pois sendo o fato gerador de um 
tributo, em certo caso, um negócio jurídico condicional, tem-se como 
ocorrido o fato gerador desde o momento do implemento da 
condição, se esta for suspensiva. 
 
15. (ESAF/AFTN/94) O art. 3º do Código Tributário Nacional 
define tributo como uma prestação que não constitua sanção 
de ato ilícito. De tal assertiva podemos inferir que 
a)os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração 
do lenocínio não são tributáveis, sujeitando-se, contudo, a 
pesadas multas em decorrência da prática de atividade ilícita. 
b)os rendimentos advindos da exploração de lenocínio são 
tributáveis, porquanto não se confunde a atividade ilícita do 
contribuinte com o fato tributário de auferir renda. 
c)os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração 
do lenocínio não são tributáveis, em conformidade do que reza 
o princípio do non olet. 
d)as atividades ilícitas não devem ser tributadas, pois de outro 
modo o Estado estará locupletando-se com ações que ele 
mesmo proíbe e, assim, ferindo o princípio da estrita 
legalidade. 
e)atividades ilícitas como a exploração do lenocínio e do jogo 
do bicho podem ser tributadas, posto que a sanção de ato 
ilícito converte-se, pelo simples fato de sua inobservância, em 
obrigação tributária principal. 
 
A resposta é a letra “b”, porque os rendimentos advindos da 
exploração de lenocínio são tributáveis, porquanto não se confunde a 
atividade ilícita do contribuinte com o fato tributário de auferir renda. 
 
16. (ESAF/AFTN/96) Analisar as seguintes proposições: 
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I - O “fato gerador” de uma multa tributária pode ser um fato 
lícito. 
II - Os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração 
do lenocínio não são tributáveis, pois trata-se de prática de 
atividade ilícita. 
III - Rendimentos decorrentes de ato ilícito não são 
tributáveis, conforme reza o princípio do non olet. 
a) os três enunciados são falsos. 
b) os três enunciados são verdadeiros. 
c) o I e II são verdadeiros e o II é falso. 
d) tão-só o III é verdadeiro. 
e) o I e o III são falsos e o II é verdadeiro. 
 
A resposta é a letra “a”, porque os três enunciados são falsos. 
 
O primeiro item é falso, porque o “fato gerador” de uma multa 
tributária é um fato ilícito. 
 
O segundo é falso, porque os rendimentos advindos do jogo do 
bicho e da exploração do lenocínio são tributáveis, 
independentemente de ser prática de atividade ilícita. 
 
O terceiro é falso, porque os rendimentos decorrentes de ato 
ilícito são tributáveis, conforme reza o princípio do non olet. 
 
17. (ESAF/ATA/MF/2009) No que se refere ao fato 
gerador, dispõe o Código Tributário Nacional que 
a) o fato gerador da obrigação principal é situação definida na 
Constituição como indicativa da possibilidade de imposição de 
obrigação de pagar, por parte de ente público que detenha 
competência para fazê-lo. 
b) a autoridade administrativa poderá considerar como 
ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-
se de situação jurídica, desde o momento em que se 
verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que 
produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. 
c) o fato gerador da obrigação acessória é situação definida 
em lei complementar, que impõe prática ou abstenção de ato, 
ainda que originariamente este se configure como obrigação 
principal. 
d) a autoridade administrativa deverá considerar como 
ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-
se de situação de fato, desde o momento em que esteja 
definitivamente constituída, nos termos da legislação de 
regência. 
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e) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os 
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
 
A resposta é a letra “e”, sendo feita com base na literalidade 
do art. 116, parágrafo único, do CTN, incluído pela LC nº 104/2001, a 
saber: “A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a 
serem estabelecidos em lei ordinária”. 
 
A letra “a” é falsa, porque se deve considerar para concurso 
público o conceito de fato gerador da obrigação principal disposto no 
art. 114, caput, do CTN, que é a situação definida em lei como 
necessária e suficiente à sua ocorrência. 
 
A letra “b” é falsa, eis que a autoridade administrativa deverá 
considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, 
tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja 
definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável 
(art. 116, inc. II, do CTN). 
 
A letra “c” é falsa, porque o fato gerador da obrigação 
acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, 
impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação 
principal. 
 
O conceito de legislação aplicável, de acordo com a 
jurisprudência dominante, não é somente lei em sentido estrito 
aprovada pelo Poder Legislativo, mas também as normas 
complementares previstas no art. 100, do CTN. 
 
O art. 96 do CTN estabelece que a expressão “legislação 
tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções 
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, 
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles 
pertinentes. E o art. 100 do CTN estatui que são normas 
complementares das leis, dos tratados e das convenções 
internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas 
autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares 
ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia 
normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas 
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autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (o estudo do 
tema está reservado para a aula 2). 
 
A letra “d” é falsa, uma vez que a autoridade administrativa 
deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que 
o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que 
produza os efeitos que normalmente lhe são próprios (art. 116, 
inc. I, do CTN). 
 
18. (ESAF/ATA/MF/2009) A obrigação tributária principal: 
a) extingue-se, com o pedido de parcelamento acompanhado 
do recolhimento da primeira prestação. 
b) decorre da legislação tributária e tem por objeto prestações 
positivas ou negativas, nela previstasno interesse da 
arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
c) pelo simples fato de seu não adimplemento suscita imediata 
inscrição em dívida ativa, independentemente de abertura de 
prazo para impugnação do lançamento, por parte do 
interessado. 
d) surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o 
pagamento do tributo ou penalidade pecuniária. 
e) suspende-se, com o devido lançamento, nas três 
modalidades previstas pelo Código Tributário Nacional. 
 
A resposta é a letra “d”, uma vez que a obrigação tributária 
principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se 
juntamente com o crédito dela decorrente, de acordo com o art. 113, 
§1°, do CTN. 
 
A letra “a” é falsa, pois o parcelamento é forma de suspensão 
do crédito tributário. São causas de suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário: (i) Moratória; (ii) Depósito do seu montante 
integral; (iii) Reclamações e os recursos, nos termos das leis 
reguladoras do processo tributário administrativo; (iv) Concessão de 
medida liminar em mandado de segurança; (v) Concessão de medida 
liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
(vi) Parcelamento (art. 151, incs. I a VI). 
 
Nesse rumo, a letra “e” também é falsa. A letra “b” é falsa, 
uma vez que traz o conceito de obrigação tributária acessória, 
conforme o art. 113, §2°, do CTN. 
 
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A letra “c” é falsa, eis que existe toda uma relação jurídico-
tributária ou uma sequência ordenada de acontecimentos no direito 
tributário, sendo que a inscrição em dívida ativa não é imediata ou 
automática. Primeiro, existe a hipótese de incidência ou o fato 
gerador in abstrato. Depois, ocorre o fato imponível ou o fato gerador 
in concreto. Daí surge à obrigação tributária, que, com o lançamento 
tributário, transforma-se em crédito tributário. A seguir, caso o 
crédito tributário não esteja suspenso ou extinto, ocorre a inscrição 
em dívida ativa pelas respectivas procuradorias judiciais, extraindo-se 
a Certidão de Dívida Ativa (CDA) e se promove a ação de execução 
fiscal. 
 
 
2.9 FATO GERADOR COMO FATO JURÍDICO EM SENTIDO 
ESTRITO 
 
O fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico? 
 
Em recente prova da ESAF (Agente de Fazenda/ISS/2010) foi 
considerado incorreto o seguinte enunciado: “No plano de uma 
classificação dos fatos jurídicos, o fato gerador, após a incidência, 
pode ser classificado como sendo um negócio jurídico”. 
 
Então, a resposta é negativa. 
 
Qual o fundamento? 
 
Segundo o CTN, o fato gerador da obrigação principal é a 
situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência 
(art. 114). 
 
Por sua vez, não é sem propósito que o CTN dispõe que 
capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das 
pessoas naturais ou de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas 
que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, 
comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens 
ou negócios (art. 126, inc. I e II). 
 
Assim sendo, verifica-se que fato gerador, após a incidência, 
não pode ser considerado um negócio jurídico ou um ato jurídico de 
conteúdo negocial. Exemplo clássico de negócio jurídico é o contrato. 
Neste, a manifestação da vontade humana está presente. 
 
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Decerto, a validade do fato gerador não requer ou depende de 
agente capaz, tal como no negócio jurídico (art. 104, inc. I, do Código 
Civil). 
 
Nesse rumo, no plano de uma classificação dos fatos jurídicos, 
o fato gerador, após a incidência, não pode ser classificado como um 
negócio jurídico. A razão é bem simples: não há vontade humana, 
que é característica fundamental do negócio jurídico. 
 
Ressalta-se, portanto, que o fato gerador, após a incidência, 
deve ser classificado como um fato jurídico em sentido estrito ou 
stricto sensu, pois o elemento vontade é juridicamente irrelevante. 
 
Outros exemplos de fatos jurídicos em sentido estrito são o 
tempo, a morte e o nascimento. Logo, o fato jurídico em sentido 
estrito é aquele que não deriva da manifestação de vontade do 
homem, ou seja, tem como pressuposto a avolitividade humana. 
Avolitividade é a ausência de vontade. 
 
Por exemplo, no mundo dos fatos, há uma escolha da pessoa 
natural entre prestar um serviço previsto como fato gerador do ISS 
ou prestar um serviço não previsto como fato gerador do ISS. 
 
Porém, prestado o serviço que incide o ISS, no mundo direito 
tributário, não há mais opção entre recolher o tributo ou não. Neste 
caso, o desejo do contribuinte de pagar ou não o ISS é irrelevante 
para fins do direito tributário. 
 
Em resumo, o fato gerador, após a incidência, é um fato 
jurídico em sentido estrito e não um negócio jurídico ou ato jurídico 
de conteúdo negocial, uma vez que, no caso, a vontade é 
absolutamente irrelevante. 
 
2.10 BASE DE CÁLCULO 
 
A base de cálculo (também nomeada de base imponível) é a 
grandeza numérica estabelecida pela lei que permite quantificar o 
valor do tributo a ser recolhido. 
 
Sendo assim, segundo ensinamentos da doutrina, a base de 
cálculo possui três funções fundamentais: 
 
• Função mensuradora, pois quantifica o fato gerador do tributo 
(“mede as proporções reais do fato”); 
• Função objetiva, porque compõe a determinação da dívida 
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tributária; 
• Função comparativa, eis que posto em comparação com o fato 
gerador, é capaz de identificar a natureza jurídica do tributo. 
 
São exemplos de base de cálculo: o valor da renda auferida, no 
caso de imposto sobre a renda de pessoas físicas (IRPF); o valor 
venal do imóvel, no caso do imposto sobre a propriedade territorial 
urbana (IPTU); o valor venal do veículo automotor, na hipótese do 
imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA); o valor 
do serviço prestado, no imposto sobre serviços (ISS) etc. 
 
2.11 ALÍQUOTA 
 
De início, registramos precisa lição doutrinária de que as 
alíquotas no direito tributário podem assumir duas feições, a saber: 
“(a) um valor monetário fixo, ou variável em função de escalas 
progressivas da base de cálculo (p. ex.: $ 1,20 por metro linear, até 
100 metros; $2,40 por metro linear, de 100 a 300 metros, e assim 
por diante); ou (b) uma fração, percentual ou não, da base de 
cálculo (que neste caso será representada por quantia monetária). 
Aparecendo em forma de fração, a alíquota pode ser invariável (p. 
ex.: 1/25 da base de cálculo, seja qual for seu valor monetário) 
progressiva (aumenta a base de cálculo, aumenta proporção) ou 
regressiva (aumenta a base de cálculo, diminui a proporção)”. 
 
Nessa medida, observamos que os tributos fixos já são de 
antemão quantificados pelo legislador. A lei estabelece os valores 
fixos e determinados a serem pagos em cada caso concreto. 
 
Com efeito, os tributos proporcionais são aqueles em que o 
montante a ser pago é estabelecido pela alíquota em percentual 
constante sobre a base de cálculo. Por exemplo, a cobrança de ISS 
com uma alíquota de 10% sobre o valor do serviço (base de cálculo). 
O valor do serviço pode variar, mas a alíquota é sempre a mesma. 
 
Nos tributos progressivos a alíquota cresce à medida que 
aumenta a respectiva base de cálculo. Neste caso, pode-se ocorrer a 
denominada progressividadefiscal, que diz respeito, por exemplo, ao 
imposto de renda (IR) que deve ser informado pelo critério da 
progressividade. 
 
Já no tributo regressivo a alíquota deve decrescer à medida 
que se aumente a base de cálculo, ocasionado uma ascendente 
injustiça tributária. 
 
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2.12 REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA (RMIT) 
 
A RMIT é uma norma de conduta, a qual disciplina a relação do 
Estado com aqueles que estão subordinados à lei e pertencem as 
relações tributárias, visando disciplinar, sobretudo, o tributo. 
 
Nesse rumo, a RMIT é composta de uma hipótese e uma 
consequência. Na hipótese encontramos o comportamento de uma 
pessoa (critério material), condicionado no tempo (critério 
temporal) e no espaço (critério espacial). Na consequência 
temos o sujeito ativo e o sujeito passivo (critério pessoal) e a base 
de cálculo e a alíquota (critério quantitativo). Acontecendo a 
hipótese, deve ser a consequência, que, por sua vez, prescreve a 
obrigação tributária que vai se instaurar. 
 
Em outras palavras, a RMIT é o esqueleto da norma tributária, 
tendo “sido utilizada com bom êxito na elaboração de livros, artigos e 
trabalhos profissionais e acadêmicos acerca das espécies tributárias, 
no Brasil e no exterior, demonstrando, uma vez mais, a operatividade 
dessa construção teórica”. 
 
Vejamos dois exemplos (IPTU e ISS) de Paulo de Barros 
Carvalho: 
 
• IPTU – (i) Hipótese: a) Critério material - ser proprietário de 
bem imóvel; b) Critério espacial - no perímetro urbano de 
determinado Município; c) Critério temporal - normalmente, no 
dia 1.° do ano civil; (ii) Consequencia: a) Critério pessoal - 
sujeito ativo é a Fazenda Municipal e sujeito passivo, em 
princípio, o proprietário do imóvel; b) Critério quantitativo - 
base de cálculo é o valor venal do imóvel e a alíquota é a fixada 
na legislação tributária municipal. 
• ISS – (i) Hipótese: a) Critério material - prestar serviços; b) 
Critério espacial - qualquer ponto dentro do território do 
Município; c) Critério temporal - instante em que o serviço, 
pronto e acabado, é entregue ao tomador; (ii) Consequencia: 
a) Critério pessoal - sujeito ativo é Fazenda do Município e 
sujeito passivo é o prestador de serviço; b) Critério quantitativo 
- base de cálculo é o valor do serviço prestado e a alíquota a 
percentagem apontada pela legislação municipal em vigor 
(X%). 
 
Ademais, a doutrina majoritária trata a RMIT como os 
aspectos da norma tributária, que passamos a estudar. 
 
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2.13 ASPECTOS DA NORMA TRIBUTÁRIA 
 
São cinco os aspectos da norma tributária: material, espacial, 
temporal, pessoal e quantitativo. 
 
O aspecto material corresponde ao fato ou estado de fato 
descrito na norma tributária como ensejador da relação jurídico-
tributária. Isto é, à situação geradora da obrigação tributária. Por 
exemplo, “prestar serviços”, “auferir renda”, “importar mercadoria”, 
“exportar mercadoria”, “industrializar produtos”, “possuir propriedade 
de veículo automotor”, “possuir propriedade imóvel”, dentre outros. 
 
O aspecto espacial diz respeito ao limite territorial da 
incidência tributária, ou seja, refere-se ao lugar onde ocorre o fato 
gerador do tributo. Portanto, o território da pessoa política tributante 
 
O aspecto temporal delimita a incidência tributária no tempo, 
isto é, é o momento em que a lei tributária reputar como consumado 
o fato gerador da obrigação. Portanto, corresponde ao momento em 
que se deve considerar ocorrida a situação geradora da obrigação 
tributária. 
 
O aspecto pessoal diz respeito ao sujeito ativo (quem cobra o 
tributo) e ao sujeito passivo (quem deve recolher o tributo) da norma 
tributária. 
 
O aspecto quantitativo estabelece a quantia devida (quantum 
debeatur) na obrigação tributária. Assim, é o montante devido na 
obrigação tributária. 
 
Decerto, em regra, a definição do aspecto quantitativo ocorre 
pela simples operação de multiplicação da base de cálculo pela 
alíquota (BC x AL) do tributo. Por exemplo, no imposto sobre serviços 
de qualquer natureza (ISSQN) de competência municipal e distrital, 
em geral, aplica-se simplesmente ao valor do serviço a alíquota que 
oscila entre 2% a 5%. 
 
19. (ESAF/APO/União/2010) A lei que veicula a norma 
tributária impositiva deverá conter os aspectos 
indispensáveis para que se possa determinar o surgimento e 
o conteúdo da obrigação tributária. Sobre esta, analise os 
itens a seguir, classificando-os como falsos ou verdadeiros. 
Depois escolha a opção que seja adequada às suas 
respostas. 
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I. O aspecto material da norma tributária diz respeito à 
situação geradora da obrigação tributária; 
II. O aspecto espacial da norma tributária corresponde ao 
território da pessoa política tributante; 
III. O aspecto temporal da norma tributária diz respeito ao 
momento em que se deve considerar ocorrida a situação 
geradora da obrigação tributária; 
IV. O aspecto pessoal da norma tributária diz respeito à 
pessoa em favor de quem a obrigação tributária deva ser 
cumprida; e 
V. O aspecto quantitativo da norma tributária se refere ao 
montante devido na obrigação tributária. 
a) Todos os itens estão corretos. 
b) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. 
c) Estão corretos apenas os itens I, II, IV e V. 
d) Estão corretos apenas os itens II, IV e V. 
e) Estão corretos apenas os itens III, IV e V. 
 
Esta questão é inovadora e a ESAF pela primeira vez cobrou os 
aspectos da hipótese de incidência tributária. 
 
ITEM I. O aspecto material corresponde ao fato ou estado de 
fato descrito na norma tributária como ensejador da relação jurídico-
tributária. Por exemplo, “prestar serviços”, “auferir renda”, “importar 
mercadoria”, “exportar mercadoria”, “industrializar produtos”, 
“possuir propriedade de veículo automotor”, “possuir propriedade 
imóvel”, dentre outros. Logo, correta. 
 
ITEM II. O aspecto espacial da norma tributária diz respeito ao 
limite territorial da incidência tributária, ou seja, refere-se ao lugar 
onde ocorre o fato gerador do tributo. Logo, correta. 
 
ITEM III. O aspecto temporal da norma tributária delimita a 
incidência tributária no tempo, isto é, é o momento em que a lei 
tributária reputar como consumado o fato gerador da obrigação. 
Portanto, correta. 
 
ITEM IV. O aspecto pessoal diz respeito ao sujeito ativo (quem 
cobra o tributo) e ao sujeito passivo (quem deve recolher o tributo) 
da norma tributária. Assim, o enunciado do item é incompleto, pois 
apenas se refere ao sujeito ativo. Todavia, foi considerado correto 
pelo examinador. 
 
ITEM V. O aspecto quantitativo da norma tributária estabelece a 
quantia devida (quantum debeatur) na obrigação tributária. Assim, 
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em regra, a definição do aspecto quantitativo ocorre pela simples 
operação de multiplicação da base de cálculo pela alíquota (BC x AL) 
do tributo. Por exemplo, no imposto sobre serviços de qualquer 
natureza (ISSQN) de competência municipal e distrital, em geral, 
aplica-se simplesmente ao valor do serviço a alíquota que oscila entre 
2% a 5%. Logo, correta. 
 
Em face do exposto, a alternativa considerada correta pelo 
examinador é a letra“a”. 
 
 
QUESTÕES TRATADAS EM SALA DE AULA DA ESAF 
 
1. (ESAF/PFN/2005/adaptada) Considerando o tema “obrigação 
tributária” e as disposições do CTN, marque com (V) a assertiva 
verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção 
correspondente. 
( ) Quando a lei se refere à obrigação tributária principal, ela quer se 
referir aos procedimentos exigidos do contribuinte para assegurar a 
melhor fiscalização do pagamento. 
( ) A multa pode ser considerada espécie do gênero tributo, já que 
está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no conceito de 
“obrigação tributária principal”. 
( )A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência de um fato 
gerador e independe de providência da autoridade fiscal para ser 
exigida. 
a) V, V, V. 
b) F, V, F. 
c) F, F, F. 
d) V, F, V. 
e) V, F, V. 
 
2. (AFTN/98/ESAF) A multa por descumprimento de obrigação 
acessória relativa ao imposto de renda 
a) tem a natureza de tributo, por converter-se em obrigação 
tributária principal o descumprimento de obrigação acessória. 
b) tem a natureza de imposto, porque sua natureza específica é dada 
pelo respectivo fato gerador. 
c) não tem a natureza de tributo, mas a de uma obrigação tributária 
acessória. 
d) não tem natureza tributária porque a penalidade por 
descumprimento de obrigação acessória é de caráter administrativo. 
e) não tem a natureza de tributo por constituir sanção de ato ilícito. 
 
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3. (TRF/2005/ESAF) Sobre a obrigação tributária acessória, é 
incorreto afirmar-se que 
a) tem por objeto prestações positivas previstas na legislação 
tributária. 
b) tal como a obrigação principal, supõe, para o seu surgimento, a 
ocorrência de fato gerador. 
c) objetiva dar meios à fiscalização tributária para a investigação e o 
controle do recolhimento de tributos. 
d) sua inobservância converte-se em obrigação principal, 
relativamente a penalidade pecuniária. 
e) realizar matrícula no cadastro de contribuintes, emitir nota fiscal e 
apresentar declarações ao Fisco constituem, entre outros, alguns 
exemplos. 
 
4. (AFRF/2002-1/ESAF) Avalie as afirmações abaixo e marque a 
opção que corresponda, na devida ordem, ao acerto ou erro de cada 
uma (V ou F, respectivamente). 
1. Multa decorrente de obrigação acessória constitui obrigação 
principal. 
2. Se a lei impõe a determinados sujeitos que não façam alguma 
coisa, está a impor-lhes uma obrigação tributária acessória. 
3. Quando um sujeito passivo não está sujeito ao imposto, mas 
apenas a prestar informações ao fisco sobre matéria de interesse da 
fiscalização, esta é sua obrigação tributária principal. 
a) V, V, V 
b) V, V, F 
c) V, F, F 
d) F, F, F 
e) F, F, V 
 
5. (ESAF/AFRFB/2010) Sobre a obrigação tributária principal e 
acessória e sobre o fato gerador do tributo, assinale a opção correta. 
a) Segundo o Código Tributário Nacional, a obrigação de pagar 
multas e juros tributários constitui-se como obrigação acessória. 
b) A obrigação acessória, quando não observada, converte-se em 
obrigação principal somente em relação à penalidade pecuniária. 
c) A existência de uma obrigação tributária acessória pressupõe a 
existência de uma obrigação tributária principal. 
d) A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar 
cumprimento à obrigação principal, deve atenção ao princípio da 
estrita legalidade. 
e) No Sistema Tributário Nacional, admite-se que a obrigação de 
fazer, em situações específicas, seja considerada obrigação tributária 
principal. 
 
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6. (ESAF/AFTN) A obrigação que tem por objeto o pagamento de 
multa é chamada de obrigação _______________ . 
_______________ dessa obrigação é a situação definida em lei 
como necessária e suficiente à ocorrência desta. A validade jurídica 
dos atos efetivamente praticados não interessa na interpretação de 
norma definidora _______________ . 
Escolha a opção que contenha as palavras que, correta e 
respectivamente, preencham o sentido dos períodos acima. 
a) principal / O fato gerador / do fato gerador 
b) impositiva / O efeito / do lançamento 
c) penal / O lançamento / da cobrança 
d) sancionatória / O fato gerador / da condição suspensiva 
e) punitiva / A fonte / da outorga de isenção 
 
7. (ESAF/AFRF/2005) Leia cada um dos assertos abaixo e assinale 
(V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a 
opção que contenha a exata seqüência. 
( ) A situação definida em lei, desde que necessária para o 
nascimento da obrigação tributária principal é o seu fato gerador. 
( ) Qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a 
prática de um ato que não tenha por objeto o pagamento de tributo 
ou multa, é obrigação tributária acessória. 
( ) Atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de encobrir 
a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, desde que legítimos perante a 
legislação civil, não podem ser desconsiderados pela autoridade 
tributária. 
a) V V V 
b) F V V 
c) F F F 
d) F F V 
e) V F V 
 
8. (ESAF/AFTE/RN/2005/adaptada) Marque a resposta correta, 
considerando as formulações abaixo. 
I – A definição legal do fato gerador deve ser verificada 
independentemente da validade jurídica dos atos praticados. 
II - A obrigação tributária acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à 
penalidade não pecuniária. 
III - O Código Tributário Nacional não permite a tributação de rendas 
provenientes de atividades ilícitas. 
IV - De acordo com o Código Tributário Nacional, cabe 
exclusivamente à autoridade judicial competente desconsiderar, em 
decisão fundamentada, os atos ou negócios jurídicos praticados com 
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a finalidade de dissimular a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária. 
a) Somente I é verdadeira. 
b) Somente I e II são verdadeiras. 
c) Somente I, II e III são verdadeiras. 
d) Somente II, III e IV são verdadeiras. 
e) Somente III e IV são verdadeiras. 
 
9. (ESAF/IRB/2006) Assinale a alternativa correta. 
a) A validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelo sujeito 
passivo é um dos elementos que devem ser considerados na 
interpretação da definição legal do fato gerador. 
b) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do 
fato gerador do tributo ou dos elementos constitutivos da obrigação 
tributária, observados os procedimentos do Código Tributário 
Nacional. 
c) A definição legal do fato gerador não pode ser verificada se for 
abstraída a validade jurídica dos atos praticados. 
d) uma vez verificado o nascimento da obrigação tributária, com a 
realização do fato gerador, o sujeito passivo torna-se imediatamente 
compelível ao pagamento do tributo pertinente, sendo desnecessária 
a prática de quaisquer atos formais por parte do sujeito ativo, em 
quaisquer hipóteses. 
e) O Código Tributário Nacional admite que a autoridade 
administrativa, desde que observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária, desconsidere atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do 
fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
obrigação tributária. 
 
10. (ESAF/AFRF/2003) Avalie o acerto das afirmações adiante e 
marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida,marque 
a opção correta. 
( ) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato 
gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, 
desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais 
necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são 
próprios. 
( ) A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a 
serem estabelecidos em lei ordinária. 
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( ) Quando o fato gerador da obrigação tributária é um negócio 
jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida a obrigação 
desde o momento em que se verificar a condição. 
a) F, V, V. 
b) F, F, V. 
c) F, F, F. 
d) V, V, F. 
e) V, F, F. 
 
11. (ESAF/Gestor/MG/2005) Assinale a opção correta. 
a) A obrigação tributária nasce com o lançamento. 
b) A aplicação de multa pelo atraso no pagamento do tributo é a 
única forma de obrigação tributária acessória que a lei pode prever. 
c) Segundo o Código Tributário Nacional, a renda obtida com a 
prática do crime de contrabando não pode ser tributada. 
d) O fato gerador é a situação definida em lei como necessária e 
suficiente para que se considere surgida a obrigação tributária. 
e) A hipótese de incidência é o fato da vida que gera, diante do que 
dispõe a lei tributária, o dever de pagar o tributo. 
 
12. (ESAF/AFTE/MG/2005) Considerando o tema “obrigação 
tributária”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, 
assinalando ao final a opção correspondente. 
( ) A obrigação acessória nasce em razão da ocorrência de um fato 
gerador, contudo depende sempre de uma providência a ser tomada 
pela autoridade fiscal. 
() A definição legal do fato gerador deve ser verificada 
independentemente da validade jurídica dos atos praticados. 
( ) O legislador não poderá autorizar a desconsideração dos atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de eclipsar a ocorrência 
do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos 
da obrigação tributária, desde que observados pelo sujeito passivo as 
normas próprias do direito privado. 
( ) Quando o fato gerador da obrigação tributária é um negócio 
jurídico sob condição suspensiva, considera-se nascida a obrigação 
desde o momento em que se verificar a condição. 
( ) É vedado aos Estados instituírem contribuição de melhoria. 
a) F, V, F, V, F. 
b) F, V, F, V, V. 
c) F, V, V, V, F. 
d) V, F, V, F, V. 
e) V, V, V, V,V. 
 
13. (ESAF/AFTM/FORTALEZA/2003) Com base em disposições 
expressas do Código Tributário Nacional, avalie as formulações 
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seguintes, relativas aos temas obrigação tributária e fato gerador, e, 
ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta: 
I. Fato gerador da obrigação tributária principal é a situação definida 
em lei, que impõe a prática ou a abstenção de ato não caracterizador 
de obrigação tributária acessória. 
II. Os efeitos dos fatos efetivamente ocorridos devem ser 
considerados na interpretação da definição legal do fato gerador. 
III. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato 
gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, 
desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais 
necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são 
próprios. 
IV. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a 
serem estabelecidos em lei ordinária. 
a) Apenas a formulação IV é correta. 
b) Apenas as formulações II e IV são corretas. 
c) Apenas as formulações III e IV são corretas. 
d) Apenas as formulações I, II e III são corretas. 
e) Apenas as formulações II e III são corretas. 
 
14. (ESAF/TTN/94) Sendo o fato gerador de um tributo, em certo 
caso, um negócio jurídico condicional, tem-se como ocorrido o fato 
gerador 
a) desde o momento do implemento da condição, se esta for 
suspensiva. 
b) desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio, 
se a condição for suspensiva. 
c) desde o momento da implementação da condição, se esta for 
resolutória. 
d) desde o momento da implementação da celebração do negócio, 
seja a condição resolutória ou suspensiva. 
e) na data da publicação do negócio jurídico condicional. 
 
15. (ESAF/AFTN/94) O art. 3º do Código Tributário Nacional define 
tributo como uma prestação que não constitua sanção de ato ilícito. 
De tal assertiva podemos inferir que 
a)os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do 
lenocínio não são tributáveis, sujeitando-se, contudo, a pesadas 
multas em decorrência da prática de atividade ilícita. 
b)os rendimentos advindos da exploração de lenocínio são 
tributáveis, porquanto não se confunde a atividade ilícita do 
contribuinte com o fato tributário de auferir renda. 
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c)os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do 
lenocínio não são tributáveis, em conformidade do que reza o 
princípio do non olet. 
d)as atividades ilícitas não devem ser tributadas, pois de outro modo 
o Estado estará locupletando-se com ações que ele mesmo proíbe e, 
assim, ferindo o princípio da estrita legalidade. 
e)atividades ilícitas como a exploração do lenocínio e do jogo do 
bicho podem ser tributadas, posto que a sanção de ato ilícito 
converte-se, pelo simples fato de sua inobservância, em obrigação 
tributária principal. 
 
16. (ESAF/AFTN/96) Analisar as seguintes proposições: 
I - O “fato gerador” de uma multa tributária pode ser um fato lícito. 
II - Os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do 
lenocínio não são tributáveis, pois trata-se de prática de atividade 
ilícita. 
III - Rendimentos decorrentes de ato ilícito não são tributáveis, 
conforme reza o princípio do non olet. 
a) os três enunciados são falsos. 
b) os três enunciados são verdadeiros. 
c) o I e II são verdadeiros e o II é falso. 
d) tão-só o III é verdadeiro. 
e) o I e o III são falsos e o II é verdadeiro. 
 
17. (ESAF/ATA/MF/2009) No que se refere ao fato gerador, 
dispõe o Código Tributário Nacional que 
a) o fato gerador da obrigação principal é situação definida na 
Constituição como indicativa da possibilidade de imposição de 
obrigação de pagar, por parte de ente público que detenha 
competência para fazê-lo. 
b) a autoridade administrativa poderá considerar como ocorrido o 
fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação 
jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias 
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe 
são próprios. 
c) o fato gerador da obrigação acessória é situação definida em lei 
complementar, que impõe prática ou abstenção de ato, ainda que 
originariamente este se configure como obrigação principal. 
d) a autoridade administrativa deverá considerar como ocorrido o fato 
gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação de fato, 
desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos 
termos da legislação de regência. 
e) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de dissimulara ocorrência do 
fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da 
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obrigação tributária, observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária. 
 
18. (ESAF/ATA/MF/2009) A obrigação tributária principal: 
a) extingue-se, com o pedido de parcelamento acompanhado do 
recolhimento da primeira prestação. 
b) decorre da legislação tributária e tem por objeto prestações 
positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou 
da fiscalização dos tributos. 
c) pelo simples fato de seu não adimplemento suscita imediata 
inscrição em dívida ativa, independentemente de abertura de prazo 
para impugnação do lançamento, por parte do interessado. 
d) surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o 
pagamento do tributo ou penalidade pecuniária. 
e) suspende-se, com o devido lançamento, nas três modalidades 
previstas pelo Código Tributário Nacional. 
 
19. (ESAF/APO/União/2010) A lei que veicula a norma tributária 
impositiva deverá conter os aspectos indispensáveis para que se 
possa determinar o surgimento e o conteúdo da obrigação tributária. 
Sobre esta, analise os itens a seguir, classificando-os como falsos ou 
verdadeiros. Depois escolha a opção que seja adequada às suas 
respostas. 
I. O aspecto material da norma tributária diz respeito à situação 
geradora da obrigação tributária; 
II. O aspecto espacial da norma tributária corresponde ao território 
da pessoa política tributante; 
III. O aspecto temporal da norma tributária diz respeito ao momento 
em que se deve considerar ocorrida a situação geradora da obrigação 
tributária; 
IV. O aspecto pessoal da norma tributária diz respeito à pessoa em 
favor de quem a obrigação tributária deva ser cumprida; e 
V. O aspecto quantitativo da norma tributária se refere ao montante 
devido na obrigação tributária. 
a) Todos os itens estão corretos. 
b) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. 
c) Estão corretos apenas os itens I, II, IV e V. 
d) Estão corretos apenas os itens II, IV e V. 
e) Estão corretos apenas os itens III, IV e V. 
 
GABARITO 
 
1. C 2. D 3. A 4. C 5. E 6. D 7. C 8. C 9. D 10. A 
 
11. A 12. A 13. A 14. A 15. E 16. B 17. B 18. D 19. A 
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QUESTÕES TRATADAS NAS AULAS OBRE IMUNIDADE, 
COMPETENCIA E PRINCÍPIOS. 
 
1. (ATRFB/2010) O art. 154, inciso I, da Constituição Federal, 
outorga à União o que se costuma chamar de competência tributária 
residual, permitindo que institua outros impostos que não os 
previstos no art. 153. Sobre estes impostos, é incorreto afirmar que: 
a) Estados e Municípios não possuem competência tributária residual. 
b) Terão de ser, necessariamente, não-cumulativos. 
c) Não poderão ter base de cálculo ou fato gerador próprios dos 
impostos já discriminados na Constituição Federal. 
d) Caso sejam instituídos por meio de medida provisória, esta deverá 
ser convertida em lei até o último dia útil do exercício financeiro 
anterior ao de início de sua cobrança. 
e) Para a instituição de tais impostos, há que se respeitar o princípio 
da anterioridade. 
 
2. (AFRFB/2005) Competência tributária é o poder que a 
Constituição Federal atribui a determinado ente político para que este 
institua um tributo, descrevendo-lhe a hipótese de incidência, o 
sujeito ativo, o sujeito passivo, a base de cálculo e a alíquota. 
Sobre a competência tributária, avalie o asserto das afirmações 
adiante e marque com (V) as verdadeiras e com (F) as falsas; em 
seguida, marque a opção correta. 
( ) A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das 
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, 
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, 
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra. 
( ) O não-exercício da competência tributária por determinada pessoa 
política autoriza a União a exercitar tal competência, com base no 
princípio da isonomia. 
( ) A pessoa política que detém a competência tributária para instituir 
o imposto também é competente para aumentá-lo, diminuí-lo ou 
mesmo conceder isenções, observados os limites constitucionais e 
legais. 
a) F, V, F. 
b) F, F, V. 
c) F, V, V. 
d) V, F, V. 
e) V, V, V. 
 
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3. (PFN/2004) Considerados os temas competência tributária e 
capacidade tributária ativa, marque com V a assertiva verdadeira e 
com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. 
( ) A competência tributária é delegável. 
( ) A capacidade tributária ativa é indelegável. 
( ) A União é quem detém a competência tributária no que toca às 
contribuições sociais para o financiamento da Seguridade Social. 
( ) Lei complementar pode delegar a qualquer pessoa jurídica de 
direito público a competência tributária. 
a) V, F, V, V. 
b) F, V, F, V. 
c) F, F, V, F. 
d) V, V, V, F. 
e) F, V, F, F. 
 
4. (Procurador do DF/2007.1) Assinale a opção correta. O Distrito 
Federal, entidade integrante da República Federativa do Brasil, pode 
instituir: 
a) imposto sobre propriedade territorial rural; imposto sobre 
transmissão causa mortis de quaisquer bens ou direitos, contribuição 
de melhoria e contribuições sociais de quaisquer espécies. 
b) impostos extraordinários, taxas e empréstimos compulsórios. 
c) imposto sobre doação de quaisquer bens ou direitos; taxas pela 
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e 
divisíveis; contribuições de interesse de categorias econômicas. 
d) contribuição para o custeio de sistemas de previdência e 
assistência social de seus servidores; imposto sobre serviços de 
qualquer natureza; taxas, em razão do exercício do poder de polícia. 
e) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana; 
contribuição de melhoria; contribuições sociais e contribuição de 
intervenção no domínio econômico. 
 
5. (ATN/Recife/2003) Avalie as formulações seguintes, observadas as 
disposições pertinentes ao tema "competência tributária", constantes 
do Código Tributário Nacional, e, ao final, assinale a opção que 
corresponde à resposta correta. 
I - É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo 
ou da função de arrecadar tributos. 
II - Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a 
outras pessoas jurídicas de direito público pertencem à competência 
legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. 
III - A atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, 
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, pode ser 
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revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de 
direito público que a tenha conferido. 
IV - A atribuição das funções de executar leis, serviços, atos ou 
decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma 
pessoa jurídica de direito público a outra, compreende as garantias e 
os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito 
público que a conferir. 
a) Apenas as formulações I, II e III são corretas. 
b) Apenas as formulações II, III e IV são corretas. 
c) Apenas as formulações I, III e IV são corretas. 
d) Apenas as formulações II e IV são corretas. 
e) Todas as formulações são corretas.6. (ATN/Fortaleza/2003) A respeito do tema competência para 
instituir impostos, é correto afirmar: 
a) aos Estados e ao Distrito Federal compete instituir, entre outros 
impostos que a Constituição Federal lhes atribui, o imposto sobre 
propriedade de veículos automotores e o imposto sobre transmissão 
inter vivos de bens imóveis situados em seus territórios. 
b) o imposto sobre serviços de transportes intermunicipais é de 
competência do Município em que se iniciarem as prestações dos 
serviços. 
c) os impostos sobre propriedade predial e territorial urbana e sobre 
vendas a varejo de 
combustíveis líquidos e gasosos são de competência dos Municípios. 
d) compete ao Distrito Federal instituir os impostos que cabem aos 
Municípios, sem prejuízo da competência que a Constituição Federal 
lhe assegura para instituir outros impostos expressamente indicados. 
e) por força de emenda constitucional promulgada recentemente, a 
competência para instituir o imposto sobre propriedade territorial 
rural foi transferida da União para os Estados e o Distrito Federal. 
 
7. (ATE/MS/2001) Em tema de competência legislativa sobre matéria 
de Direito Tributário, é correta a afirmação de que: 
a) Os Estados têm competência para legislar suplementarmente 
sobre normas gerais de Direito Tributário. 
b) Mesmo na ausência de lei federal sobre normas gerais de Direito 
Tributário, é vedado aos Estados exercer essa competência 
legislativa. 
c) A eficácia de lei estadual sobre normas gerais de Direito Tributário 
fica mantida ante a superveniência de lei federal da mesma natureza, 
mesmo no que lhe for contrário. 
d) No âmbito da competência concorrente para legislar sobre Direito 
Tributário os Estados só podem legislar sobre normas gerais. 
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e) A legislação tributária dos Estados é aplicada nos respectivos 
Municípios, em virtude de estes não terem competência para legislar 
sobre Direito Tributário. 
 
8. (AFTN/94) A Constituição da República prevê que, inexistindo lei 
federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (art. 24, § 3º). 
Tendo em vista isto e, quando for o caso, o disposto no Código 
Tributário Nacional, é razoável dizer que 
a) o não-exercício, pela União, da competência para legislar sobre 
normas gerais de direito tributário, a defere aos Estados, para 
atender a suas peculiaridades. 
b) o não-exercício da competência para instituir tributos a defere a 
pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que tal 
competência cabia originalmente. 
c) a competência da União para legislar sobre normas de direito 
tributário exclui a competência suplementar dos Estados. 
d) em matéria de direito tributário a competência da União, além de 
legislar sobre seus próprios tributos e sobre normas gerais, poderá 
fazê-lo em relação à competência não exercida pelos Estados e 
Municípios 
e) faltando norma geral sobre o encargo ou a função de arrecadar 
tributo municipal, o Estado poderá supletivamente cometer um e 
outro a pessoas de direito privado. 
 
9. (AFTN/96) União, Estados, Municípios e Distrito Federal 
a) podem delegar capacidade para instituir, arrecadar e fiscalizar um 
tributo. 
b) podem delegar capacidade para arrecadar e fiscalizar um tributo. 
c) podem delegar capacidade para instituir e arrecadar um tributo. 
d) podem delegar capacidade para instituir e fiscalizar um tributo. 
e) não podem delegar capacidade tributária ativa. 
 
10. (AFTE/PI/2001/Adaptada) Assinale a opção correta. 
a) A competência tributária consiste na faculdade de que dispõem os 
entes políticos para instituir tributos em relação às pessoas 
submetidas a sua soberania, e a capacidade tributária ativa consiste 
na aptidão atribuída a uma pessoa para figurar no pólo ativo de uma 
relação jurídico-tributária. 
b) A competência tributária é a aptidão para arrecadar tributos, 
obedecidos os requisitos legais, e a capacidade tributária ativa é a 
aptidão para instituí-los, sempre por meio de lei. 
c) A competência tributária e a capacidade tributária ativa são 
indelegáveis, ainda que por meio de lei. 
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d) A competência tributária é, em determinadas situações, delegável, 
por meio de lei, mas a capacidade tributária ativa é indelegável. 
e) A atribuição da capacidade tributária ativa a pessoa diferente 
daquela que dispõe da competência tributária só pode ser revogada 
de comum acordo entre ao titular da competência tributária e a 
pessoa jurídica a quem foi delegada a capacidade tributária ativa. 
 
11. (AFPS/2002) Em relação ao tema competência tributária, é 
correto afirmar que: 
a) a Constituição atribui à União competência residual para instituir 
impostos, contribuições para a seguridade social e taxas. 
b) a instituição de empréstimos compulsórios requer lei 
complementar da União, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme 
competência que a Constituição confere a cada um desses entes da 
Federação. 
c) para instituir impostos com fundamento na competência residual, é 
imprescindível, além da competência tributária, veiculação da matéria 
por lei complementar e observância dos princípios constitucionais da 
não-cumulatividade e da identidade plena com outros impostos 
discriminados na Constituição, no que se refere a fato gerador e base 
de cálculo. 
d) somente a União tem competência residual para instituir impostos. 
e) os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm competência 
para instituir impostos, taxas, contribuição de melhoria e contribuição 
de intervenção no domínio econômico, que a Constituição lhes 
reserva. 
 
12. (Analista/SUSEP/2010) A Constituição Federal, em seu art. 
154, inciso I, prevê a criação de impostos que não os previstos no 
art. 153 (que enumera aqueles de competência da União). Sobre esta 
competência, usualmente denominada na doutrina “competência 
residual”, é incorreto afirmar-se que: 
a) o exercício da competência residual é reservado ao legislador 
ordinário, e não ao constituinte derivado. 
b) consoante entendimento firmado no âmbito do Supremo Tribunal 
Federal, a não-cumulatividade e o não bis-in-idem não precisam ser 
observados quando da criação de um novo imposto por meio de 
emenda constitucional. 
c) a exigência de lei complementar é inafastável e, diferentemente do 
que ocorre para os impostos discriminados, que têm apenas os seus 
fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes previstos em lei 
complementar, no caso da instituição de novo imposto pela União, no 
exercício de sua competência residual, exige-se que também a 
alíquota seja prevista em lei complementar. 
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d) admite-se, excepcionalmente, a instituição de novos impostos, no 
exercício da competência residual, por meio de medida provisória. 
e) a criação de novo imposto, no exercício da competência residual, 
fica sujeita ao princípio da anterioridade. 
 
13. (ISS/RJ/2010) Compete à União, aos estados e ao Distrito 
Federal legislar concorrentemente sobre direito tributário. Com base 
nessa afirmativa, julgue os itens a seguir: 
I. lei que institui incentivo fiscal para as empresas que contratarem 
apenados e egressos é de natureza tributária, sendo, portanto, 
constitucional lei estadual com tal conteúdo; 
II. lei estadual pode estabelecer alíquotas diferenciadas em razão do 
tipo do veículo, já que os estados-membros estão legitimados a 
editar normas gerais referentes ao IPVA,no exercício da competência 
concorrente prevista no art. 24, § 3º, da Constituição; 
III. é possível ao estado conceder, mediante lei, isenção de tributo de 
sua competência, visto que está atuando nos limites de sua 
autonomia. 
Estão corretos: 
a) apenas o item I. 
b) apenas os itens I e II. 
c) apenas os itens I e III. 
d) apenas os itens II e III. 
e) todos os itens estão corretos. 
 
14. (ISS/RJ/2010) Sobre a imunidade constitucional recíproca, que 
veda a instituição e a cobrança de impostos pelos entes tributantes 
sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos outros, é 
incorreto afirmar que: 
a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades 
essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade 
tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de 
examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. 
Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-
dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas 
legais cabíveis. 
b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que 
se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas 
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas 
prestadoras de serviço público, bem como as empresas públicas que 
exercem atividade econômica em sentido estrito. 
d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não 
alcançando as contribuições. 
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e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de 
importação de bens realizadas por municípios, quando o ente público 
for o importador do bem (identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e 
o ‘contribuinte de fato’). 
 
15. (TRF/2005/Adaptada) Em relação às imunidades, avalie as 
afirmações abaixo e, em seguida, marque a opção correta. 
I. A diferença básica entre imunidade e isenção está em que a 
primeira atua no plano da definição da competência, e a segunda no 
plano do exercício da competência. 
II. As imunidades podem ser definidas em função de condições 
pessoais de quem venha a vincular-se às situações materiais que 
ensejariam a tributação. 
III. As imunidades podem ser definidas em função do objeto 
suscetível de ser tributado. 
IV. A Constituição, ao definir a competência, excepciona 
determinadas situações que, não fosse a imunidade, estariam dentro 
do campo da competência, mas por força da norma de imunidade, 
permanecem fora do alcance do poder de tributar. 
a) Todos os itens estão corretos. 
b) Há apenas um item correto. 
c) Há dois itens corretos. 
d) Há três itens corretos. 
e) Todos os itens estão errados. 
 
16. (AFRFB/2010) Diversos fatos podem resultar na desoneração 
tributária. Assinale, entre as que se seguem, a forma de desoneração 
tributária pela qual não nascem nem a obrigação tributária, nem o 
respectivo crédito por força do não-exercício da competência a que 
tem direito o poder tributante. 
a) Imunidade. 
b) Não-incidência. 
c) Isenção. 
d) Alíquota zero. 
e) Remissão. 
 
17. (FTE/PA/2002) A não-incidência de impostos sobre as autarquias 
e as fundações públicas, no que se refere ao patrimônio, à renda e 
aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas 
decorrentes, resulta de: 
a) remissão. 
b) anistia. 
c) isenção. 
d) imunidade. 
e) moratória. 
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18. (SEFAZ/CE/2007) A norma que impede que a União, os 
estados, o Distrito Federal e os municípios tributem, reciprocamente, 
seus patrimônios, rendas ou serviços, denomina-se 
a) imunidade. 
b) isenção. 
c) norma geral anti-elisiva. 
d) anistia. 
e) não-incidência. 
 
19. (SEFAZ/SP/2009) As imunidades tributárias são classificadas 
em: 
a) ontológicas e políticas. 
b) proporcionais e progressivas. 
c) diretas e indiretas. 
d) cumulativas e não cumulativas. 
e) vinculadas e não vinculadas. 
 
20. (AFTN/96) Quanto às imunidades tributárias, é procedente 
afirmar que: 
a) são reguladas exclusivamente mediante lei ordinária federal. 
b) não se aplicam às taxas e contribuições sociais. 
c) podem ser instituídas por intermédio de lei complementar. 
d) são extensivas aos partidos políticos, no que se refere ao 
patrimônio, à renda e aos serviços vinculados ou não às suas 
atividades essenciais. 
e) são normas constitucionais que colaboram no desenho das 
competências impositivas. 
 
21. (AFTN/94) Sobre as imunidades tributárias, podemos afirmar que 
a) não se aplicam às taxas e aos impostos sobre o comércio exterior. 
b) podem ser instituídas por intermédio de lei complementar. 
c) são extensivas às autarquias e às fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos 
serviços, vinculados ou não a suas finalidades essenciais. 
d) impossibilitam sejam previstos fatos geradores da obrigação 
tributária para os casos por ela abrangidos. 
e) são hipóteses de não-incidência legalmente qualificada. 
 
22. (TRF/2002.2) Assinale a opção correta. 
a) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas 
subsidiárias gozarão dos privilégios tributários estabelecidos em lei 
complementar. 
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b) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas 
subsidiárias gozarão dos privilégios fiscais estabelecidos em lei 
complementar. 
c) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas 
subsidiárias gozarão dos privilégios tributários estabelecidos em lei, 
desde que extensivos às do setor privado. 
d) As autarquias federais, municipais e estaduais gozam de 
imunidade quanto aos tributos dos outros entes políticos em 
decorrência da imunidade recíproca. 
e) O regime jurídico tributário das empresas públicas e das 
sociedades de economia mista que explorem atividade econômica de 
produção ou de comercialização de bens é estabelecido em norma 
complementar da legislação tributária. 
 
23. (AFRFB/2005) No tocante às imunidades tributárias conferidas 
às instituições de assistência social sem fins lucrativos, só uma 
afirmação não pode ser feita: 
a) É subordinada, entre outros, ao requisito de que apliquem 
integralmente no País os seus recursos na manutenção de seus 
objetivos institucionais, ou de outros que com estes guardem 
semelhança. 
b) Somente alcançam as entidades fechadas de previdência social 
privada se não houver contribuição dos beneficiários. 
c) Não excluem a atribuição, por lei, às instituições de assistência 
social, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba 
reter na fonte. 
d) Não dispensa tais entidades do cumprimento de obrigações 
tributárias acessórias, como a de manterem escrituração de suas 
receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de 
assegurar sua exatidão. 
e) Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o 
imóvel pertencente a tais instituições, desde que o valor dos aluguéis 
seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. 
 
24. (ATN/Recife/2003) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou 
serviços das instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos. No entanto, de acordo com o Código Tributário Nacional, 
tal imunidade tributária é subordinada à observância, pelas referidas 
instituições, do seguinte requisito, entre outros: 
a) aplicarem integralmente, no Brasil ou em suas controladasno 
exterior, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos 
institucionais. 
b) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas 
rendas, a qualquer título. 
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c) no caso de instituições de educação, oferecerem gratuitamente 
pelo menos 50% das vagas de seus cursos regulares a alunos 
carentes. 
d) não remunerarem seus empregados com salários superiores aos 
pagos por empresas públicas, em se tratando de cargos de iguais 
atribuições. 
e) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas 
rendas, a título de lucro ou participação no seu resultado. 
 
25. (AFTE/RN/2004) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque 
com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a 
resposta correta. 
( ) A imunidade tributária conferida pela Constituição Federal a 
instituições de assistência social sem fins lucrativos somente alcança 
as entidades fechadas de previdência social privada se não houver 
contribuição dos beneficiários. 
( ) É permitido à União exigir imposto sobre a renda auferida por 
Municípios que provenha de aluguel de imóveis a eles pertencentes. 
( ) O imóvel pertencente a entidade sindical de trabalhadores, ainda 
quando alugado a terceiros, permanece imune ao imposto sobre 
propriedade predial e territorial urbana (IPTU), desde que o valor dos 
aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tal entidade. 
a) V, V, V. 
b) V, V, F. 
c) V, F, V. 
d) F, F, V. 
e) F, V, F. 
 
26. (Procurador do TCE/GO/2007) Entre as afirmativas abaixo, 
relativas à imunidade e isenções tributárias, assinale a correta. 
a) Os partidos políticos são entidades imunes, benefício que não se 
estende às suas fundações. 
b) A imunidade de entidade educacional sem fins lucrativos não é 
extensiva aos aluguéis de apartamento de sua propriedade revertidos 
às suas finalidades institucionais. 
c) A imunidade tributária incidente sobre livros só é extensível ao 
papel nele utilizado se a obra tiver fins didático-educacionais. 
d) A isenção por prazo certo e em função de determinadas condições 
atendidas pelo sujeito passivo gera direito adquirido. 
e) A empresa pública Caixa Econômica Federal, que exerce atividade 
econômica, é abrangida pela imunidade tributária recíproca, não se 
sujeitando ao pagamento de imposto sobre propriedade de veículos 
automotores incidentes sobre seus carros. 
 
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27. (AFRF/2003) — Entidade fechada de previdência privada, que só 
confere benefícios aos seus filiados desde que eles recolham as 
contribuições pactuadas, goza de imunidade tributária? 
— Segundo entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, 
filmes fotográficos destinados à composição de livros, jornais e 
periódicos estão abrangidos por imunidade tributária? 
— A Constituição Federal veda a instituição de contribuição social para 
a seguridade social sobre o lucro auferido por pessoas jurídicas, que 
decorra de comercialização de livros, jornais, periódicos e papel 
destinado a sua impressão? 
a) Não, sim, não. 
b) Não, não, sim. 
c) Não, não, não. 
d) Sim, sim, não. 
e) Sim, não, sim. 
 
28. (AFTN/94) A Constituição da República prevê que sobre a energia 
elétrica podem incidir somente 
a) dois impostos. 
b) três impostos. 
c) os impostos de importação e de exportação. 
d) imposto único sobre energia elétrica. 
e) impostos estaduais e municipais. 
 
29. (AFTN/94) Quando atendam os requisitos estabelecidos na lei, 
não podem ser cobrados impostos que incidam sobre a renda, 
serviços e patrimônio, bem como a contribuição para a seguridade 
social, das seguintes espécies de entidades: 
a) partidos políticos. 
b) instituições beneficentes de educação. 
c) fundações dos partidos políticos. 
d) instituições beneficentes de assistência social. 
e) entidades sindicais dos trabalhadores. 
 
30. (ISS/RJ/2010) Sobre as limitações constitucionais ao poder de 
tributar, é correto afirmar que: 
a) apenas mediante lei é possível instituir ou aumentar tributo. 
b) nos tributos de competência da União, não se admitem 
discriminações regionais ou locais com relação aos mesmos fatos 
geradores ou bases de cálculo. 
c) as fundações públicas instituídas pela União são imunes de 
impostos estaduais. 
d) a imunidade recíproca de impostos entre os entes da federação 
brasileira abrange todas as rendas de todos eles, salvo se 
decorrentes de ganhos em aplicações financeiras. 
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e) inclusive conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, 
a imunidade dos “templos de qualquer culto” tem interpretação 
ampla e finalística. 
 
31. (ISS/RJ/2010) O princípio da isonomia tributária, previsto no 
art. 150, inciso II, da Constituição, proíbe o tratamento desigual 
entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. 
Entretanto, tal princípio exige a sua leitura em harmonia com os 
demais princípios constitucionais. Destarte, pode-se concluir, exceto, 
que: 
a) em matéria tributária, as distinções podem se dar em função da 
capacidade contributiva ou por razões extrafiscais que estejam 
alicerçadas no interesse público. 
b) relativamente às microempresas e empresas de pequeno porte, a 
Constituição prevê que lhes seja dado tratamento diferenciado e 
favorecido, por lei complementar, inclusive com regimes especiais ou 
simplificados. 
c) a sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades 
financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de 
salários, não fere o princípio da isonomia tributária, ante a expressa 
previsão constitucional. 
d) determinado segmento econômico prejudicado por crise 
internacional que tenha fortemente atingido o setor não permite 
tratamento tributário diferenciado sem ofensa ao princípio da 
isonomia. 
e) a proibição de importação de veículos usados não configura 
afronta ao princípio da isonomia. 
 
32. (ESAF/APO/União/2010) De acordo com a Constituição 
Federal, não se pode cobrar tributos em relação a fatos geradores 
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou 
aumentado. Trata-se do princípio da anterioridade tributária. 
Entretanto, a própria Constituição estabelece que ato do Poder 
Executivo pode elevar alíquotas de determinados tributos, como, por 
exemplo: 
a) Imposto sobre a renda, imposto sobre produtos industrializados e 
contribuição social sobre o lucro líquido. 
b) Imposto sobre produtos industrializados, contribuição de 
intervenção no domínio econômico sobre combustíveis e imposto 
sobre importações. 
c) Imposto sobre importações, imposto sobre exportações e imposto 
sobre a renda. 
d) Imposto sobre importações, imposto sobre a renda e imposto 
sobre produtos industrializados. 
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e) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre 
combustíveis, imposto sobre a renda e imposto sobre exportações. 
 
33. (ESAF/APO/União/2008) A competência tributária, assim 
entendida como o poder que os entes políticos – União, Estados-
Membros, Distrito Federal e Municípios – têm para instituir tributos, 
não é ilimitada. Ao contrário, encontra limites na Constituição 
Federal, entre os quais destacamos o princípio da legalidade 
tributária, segundo o qual nenhum tributo poderá ser instituído ou 
majorado a não ser por lei. Porém, a própria Constituição Federalexcetua da obrigatoriedade de ser majorados por lei (podendo sê-lo 
por ato do Poder Executivo) alguns tributos. São exemplos desses 
tributos: 
a) imposto sobre renda e proventos / imposto sobre importação de 
produtos estrangeiros / contribuição para o PIS/PASEP. 
b) imposto sobre produtos industrializados / CIDE combustível / 
contribuição para o PIS/PASEP. 
c) imposto sobre importação de produtos estrangeiros / imposto 
sobre exportação de produtos nacionais ou nacionalizados / imposto 
sobre renda e proventos. 
d) CIDE combustível / imposto sobre produtos industrializados / 
imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros. 
e) contribuição para o PIS/PASEP / imposto sobre operações de 
crédito, câmbio e seguros/ imposto sobre produtos industrializados. 
 
34. (Analista Jurídico/2007/CE) O princípio constitucional da 
legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos 
deverá ser estabelecida por lei. Com relação à majoração de 
alíquotas, porém, a própria Constituição Federal prevê que alguns 
tributos poderão tê-la por meio de decreto presidencial. Entre estes, 
não se inclui: 
a) Imposto de Importação. 
b) Imposto Territorial Rural. 
c) Imposto sobre Operações Financeiras. 
d) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre 
Combustíveis. 
e) Imposto Sobre Produtos Industrializados. 
 
35. (AFRFB/2005) Ainda que atendidas as condições e os limites 
estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as 
alíquotas do imposto sobre 
a) importação de produtos estrangeiros. 
b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou 
nacionalizados. 
c) propriedade territorial rural. 
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d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou 
valores mobiliários. 
e) produtos industrializados. 
 
36. (Analista Contábil-Financeiro/2007/CE) O princípio 
constitucional da anterioridade, corolário da segurança jurídica, 
estabelece que os entes tributantes – União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios – não poderão exigir tributo no mesmo exercício 
financeiro em que tenha sido publicada a lei que o tenha instituído ou 
aumentado. No tocante à possibilidade de majoração de tributos no 
mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os 
tenha aumentado, porém, a própria Constituição Federal estabeleceu 
algumas exceções. Entre os itens a seguir, assinale aquele que não 
constitui exceção ao referido princípio. 
a) Imposto sobre produtos industrializados. 
b) Contribuição de intervenção no domínio econômico, cobrada sobre 
combustíveis. 
c) Imposto de exportação. 
d) Empréstimo compulsório para despesas extraordinárias 
decorrentes de calamidade pública. 
e) Empréstimo compulsório para despesas de investimento público de 
caráter urgente e relevante interesse nacional. 
 
37. (Auditor Fiscal/Natal/2008) O Governador do Estado de 
Minas Gerais fez publicar, em 6 de novembro de 2007, em atenção às 
Constituições Estadual e Federal, medida provisória visando à 
majoração de imposto estadual. A norma entrou em vigor na data de 
sua publicação. O Poder Legislativo Estadual, porém, somente 
converteu a medida provisória em lei no dia 20 de fevereiro de 2008. 
Em face da situação hipotética e considerando os parâmetros de 
vigência e aplicação da legislação tributária, aponte em que data o 
aumento poderá ser efetivamente cobrado. 
a) 1º de janeiro de 2008. 
b) 4 de fevereiro de 2008. 
c) 20 de maio de 2008. 
d) 1º de janeiro de 2009. 
e) 31 de março de 2009. 
 
38. (Auditor Fiscal/2005/MG) Assinale a opção correta. O 
princípio segundo o qual é vedado cobrar tributos em relação a fatos 
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver 
instituído ou aumentado (art. 150,III, ‘a’ da CRFB/88) é o da: 
a) anterioridade. 
b) irretroatividade. 
c) anualidade. 
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d) imunidade recíproca. 
e) legalidade. 
 
39. (ESAF/PFN/2007.2) Das formulações abaixo, assinale a que 
não se inclui entre os conteúdos normativos que a Constituição 
considera, relaciona e tipifica, na Seção II, do Capítulo I, do seu 
Título VI, como “Limitações do Poder de Tributar”. 
a) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. 
b) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns 
dos outros. 
c) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir 
isenções de tributos da competência da União, bem como da 
competência de uns e outros. 
d) A lei determinará medidas para que os consumidores sejam 
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e 
serviços. 
e) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer 
natureza, em razão de sua procedência ou destino. 
 
40. (ESAF/ATRFB/2010) A Constituição Federal, entre outras 
limitações ao poder de tributar, estabelece a isonomia, vale dizer, 
veda o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situação equivalente. Sobre a isonomia, é correto afirmar que: 
a) diante da regra mencionada, o tratamento tributário diferenciado 
dado às microempresas e empresas de pequeno porte, por exemplo, 
deve ser considerado inconstitucional. 
b) não se permite a distinção, para fins tributários, entre empresas 
comerciais e prestadoras de serviços, bem como entre diferentes 
ramos da economia. 
c) para que um tratamento tributário diferenciado (isenção, por 
exemplo) seja justificado, não é necessário haver correlação lógica 
entre este e o elemento de discriminação tributária. 
d) em razão do princípio constitucional da isonomia, não deve ser 
diferenciado, por meio de isenções ou incidência tributária menos 
gravosa, o tratamento de situações que não revelem capacidade 
contributiva ou que mereçam um tratamento fiscal ajustado à sua 
menor expressão econômica. 
e) a isenção, como causa de exclusão do crédito tributário, é, por sua 
própria natureza, fator de desigualação e discriminação entre 
pessoas, coisas e situações. Nem por isso, no entanto, as isenções 
são inconstitucionais, desde que reste demonstrado que se teve em 
mira o interesse ou a conveniência pública na aplicação da regra da 
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capacidade contributiva ou no incentivo de determinadas atividades 
de interesse do Estado. 
 
41. (APOF/SP/2009) O princípio da capacidade contributiva: 
a) não se aplica às penalidades tributárias. 
b) aplica-se somente às contribuições. 
c) aplica-se somente aos impostos. 
d) aplica-se indistintamente a todas as espécies tributárias. 
e) é atendido pela progressividade dos impostos reais. 
 
42. (ESAF/AFRFB/2010) Entre as limitações constitucionais ao 
poder de tributar, que constituem garantias dos contribuintes em 
relação ao fisco, é incorreto afirmar que: 
a) os impostos sobre o patrimônio podem ser confiscatórios, quando 
considerados em sua perspectiva estática. 
b) uma alíquota do imposto sobre produtos industrializados de 150%, 
por exemplo, não significa necessariamente confisco. 
c) o imposto de transmissão causa mortis, na sua perspectiva 
dinâmica, pode ser confiscatório. 
d) o princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do 
princípio da progressividade, já que exige equilíbrio, moderação e 
medida na quantificação dos tributos. 
e) a identificação do efeito confiscatórionão deve ser feita em função 
da totalidade da carga tributária, mas sim em cada tributo 
isoladamente. 
 
43. (ESAF/AFRFB/2010) Analise os itens a seguir, classificando-os 
como verdadeiros (V) ou falsos (F). Em seguida, escolha a opção 
adequada às suas respostas: 
I. de acordo com a Constituição Federal, o imposto sobre a renda e 
proventos de qualquer natureza será informado pela generalidade, 
universalidade e progressividade, na forma da lei. Pode-se afirmar 
que o critério da progressividade decorre dos princípios da igualdade 
e da capacidade contributiva, na medida em que contribuintes com 
maiores rendimentos sejam tributados de modo mais gravoso do que 
aqueles com menores rendimentos; 
II. a Constituição estabelece expressamente que o imposto sobre a 
renda será progressivo, enquanto o imposto sobre a propriedade 
imobiliária poderá ser progressivo; 
III. a Constituição traça uma dupla progressividade para o IPTU, 
quais sejam, progressividade em razão do imóvel e em razão do 
tempo; 
IV. o princípio da capacidade contributiva não possui significado 
muito importante para o IPTU, visto que este tributo se caracteriza 
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por ser um imposto real, sem relação com as características pessoais 
do sujeito passivo. 
a) Estão corretos somente os itens I e III. 
b) Estão corretos somente os itens I, II e IV. 
c) Estão corretos somente os itens I e II. 
d) Estão corretos somente os itens II e IV. 
e) Todos os itens estão corretos. 
 
44. (ESAF/ATRFB/2010) “A redução do Imposto sobre Produtos 
Industrializados − IPI para geladeiras, fogões, máquinas de lavar e 
tanquinhos, produtos da linha branca, que encerraria no próximo dia 
31, foi prorrogada por mais três meses. A partir de 10 de novembro 
entra em vigor uma nova tabela cujas alíquotas passam a ser 
estabelecidas com base na eficiência energética dos produtos, de 
acordo com a classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem, 
coordenado pelo Inmetro. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo 
ministro da Fazenda Guido Mantega. “Nós estamos desonerando mais 
os produtos que consomem menos energia”, explicou. A medida vale 
até 31 de janeiro de 2010. Segundo ele, as geladeiras, que antes do 
IPI baixo tinham uma alíquota de 15%, e recuou para 5%, poderão 
manter essa mesma alíquota reduzida, mas somente para os 
produtos da chamada classe “A”, ou seja, com menor consumo de 
energia. As geladeiras da classe “B” passarão a ter uma alíquota de 
10% e o restante voltará a ter um IPI de 15%.” (Extraído do site 
www.fazenda.gov.br, notícia de 29.10.2009). Na notícia acima, 
identificamos um importante aspecto do IPI – Imposto sobre 
Produtos Industrializados. Assinale, entre as opções que se seguem, 
aquela que explica e justifica tal aspecto, isto é, somente aquele que 
a notícia mencionada destacou. 
a) Por meio da seletividade, pode-se tributar com alíquotas 
diferenciadas produtos de acordo com o seu grau de essencialidade. 
b) A notícia demonstra a aplicabilidade do princípio constitucional da 
capacidade tributária, pois estabelece alíquotas diferenciadas para as 
diversas categorias de geladeiras existentes no mercado. 
c) O IPI constitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o 
Poder Executivo pode, a qualquer momento, baixar ou restabelecer 
as suas alíquotas. 
d) A não-cumulatividade, outra característica do IPI, visa impedir que 
as incidências sucessivas nas diversas operações da cadeia 
econômica de um produto impliquem um ônus tributário muito 
elevado, decorrente da múltipla tributação da mesma base 
econômica. 
e) A extrafiscalidade consiste na possibilidade de, por meio de 
alíquotas diferenciadas, estimular-se determinado comportamento 
por parte da indústria e, consequentemente, dos consumidores. 
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GABARITO PURO 
 
1. D 2. D 3. C 4. D 5. B 6. D 7. A 8. A 9. B 10. A 
 
11. D 12. D 13. E 14. C 15. A 16. B 17. D 18. A 19. A 20. E 
 
21. D 22. C 23. A 24. B 25. C 26. D 27. A 28. B 29. D 30. E 
 
31. D 32. B 33. D 34. B 35. C 36. E 37. D 38. B 39. C 40. E 
 
41. A 42. E 43. E 44. E

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