Prévia do material em texto
<p>arquitetura archítecture</p><p>Textos Texts Fernando Serapião, Laura Sobral, Marcelo Ferraz * Fotos Photos José Moscardi, Leonardo Finotti</p><p>S</p><p>es</p><p>c</p><p>-S</p><p>P</p><p>/a</p><p>rq</p><p>u</p><p>rv</p><p>o</p><p>G</p><p>e</p><p>rê</p><p>n</p><p>c</p><p>ia</p><p>d</p><p>e</p><p>E</p><p>n</p><p>ge</p><p>n</p><p>h</p><p>a</p><p>ri</p><p>a</p><p>e</p><p>I</p><p>n</p><p>tr</p><p>a</p><p>e</p><p>s</p><p>tr</p><p>u</p><p>tu</p><p>ra</p><p>fffidnek • RUA 01, DILA MOVA</p><p>SERVIÇO SOCIAL D O COMER C I O</p><p>ANTEPROJETO DE UM CENTRO ESPORTIVO E E DIFICIO 00 MERCIAL • RUA DR. VILA NOVA • SÃO PAULO</p><p>Of pul/01011 I CARO DE CASTRo MELLO . ALFREDO 1 PAES., • DEFD RAMAKI RDA PEÇO FREITAS 351 SA L FEDER O DL I 962</p><p>4t1</p><p>rami....</p><p>RIR.... .....1</p><p>mim 1</p><p>it‘</p><p>cone6-6</p><p>Sesc-SP: arquitetura architecture 1111</p><p>colaboradores</p><p>coriLributors</p><p>Fernando Serapião</p><p>Após realizar 17 entrevistas e visitar 15 unidades do Sesc-SP, o editor da Monolito traçou um perfil da relação</p><p>da instituição com o universo arquitetônico, revelando a origem e o desenvolvimento do programa.</p><p>Atter conducting 17 interviews and visiting 15 units, the editor of Monolitoassembled a profile of the relationship</p><p>between Sesc-SP and the architectural universe, revealing the origin and development of its program.</p><p>José Moscardi</p><p>Principal fotógrafo a documentar a arquitetura paulista na metade do século passado,</p><p>Moscardi (1916-1999) registrou a unidade de Marília, que ilustra o ensaio fotográfico desta edição.</p><p>Main photographer who documented São Paulo-based architecture in the middle of the last century,</p><p>Moscardi (1916-1999) captured the Marília unit, which is the siar in the photo essay of this edition.</p><p>.00~ Laura Sobral</p><p>Arquiteta e integrante do Instituto A Cidade Precisa de Você, a ativista em movimentos urbanos pelo direito</p><p>à cidade escreveu sobre a experiência coletiva do desenho do Sesc Campo Limpo.</p><p>Architect and member of Instituto a Cidade Precisa de Você (The City Needs You), this activist who fights for</p><p>the right to the city wrote about the collective experience that brought about the design of Sesc Campo Limpo.</p><p>Leonardo Finotti</p><p>Depois de expor Fotos do Sesc Pompeia na mostra sobre arquitetura moderna da América Latina no MoMA (NY),</p><p>Finotti documentou, para esta Monolito,15 unidades do Sesc-SP.</p><p>Atter presenting photos of Sesc Pompeia in a show on modern Latin American architecture at MoMA/NY,</p><p>Finotti captured 15 Sesc-SP units for this edition of Monolito.</p><p>Marcelo Ferraz</p><p>Colaborador de Lina Bo Bardi no desenho do Sesc Pompeia, Ferraz lembra-se, no ensaio publicado nesta edição,</p><p>de sete episódios que revelam a maneira de Lina trabalhar e que influenciaram no resultado do projeto.</p><p>Having collaborated with Lina Bo Bardi in the design of Sesc Pompeia, Ferraz recounts, in his essay published</p><p>in this issue, seven episodes that reveal her work process and how it influenced the outcome.</p><p>[1] monolito www.revistamonolito.com.br</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)</p><p>(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)</p><p>Conselho editorial Editorial board Agnaldo Farias, André Corrêa do Lago,</p><p>Carlos Wendel Magalhães, Cristiano Mascaro e Mauro Munhoz</p><p>Editor Editor in chief Fernando Serapião</p><p>Diretora executiva Executive director Alessandra Ramos Serapião</p><p>Projeto gráfico Design layout Didiana Prata</p><p>Arte Art Reinaldo Higa</p><p>Colaboradores Contributors</p><p>Textos Texts Fernando Serapião, Laura Sobral, Letícia Savastano, Marcelo Ferraz;</p><p>Mariana Delfini (revisão e preparação review);</p><p>Christian Dore (tradução translation)</p><p>Fotos Photos José Moscardi, Leonardo Finotti</p><p>Publicidade Advertising Alessandra Ramos Serapião</p><p>Pré-impressão e impressão Pre-printing and printing Ipsis Gráfica e Editora</p><p>Periodicidade Periodicity Bimestral Bimonthly</p><p>Sesc-SP: arquitetura architecture</p><p>Capa e 4a capa Cover and 4° cover Leonardo Finotti</p><p>Serapião, Fernando</p><p>SESC-SP: arquitetura = SESC-SP: architecture / [textos/ texts]</p><p>Fernando Serapião; [Christian Dore (tradução/ transiatiordi. —</p><p>São Pauto: Editora Monolito, 2016. — (Coleção Monolito; 331</p><p>Edição bilingue: português/inglês.</p><p>Vários colaboradores.</p><p>ISBN 978-85-66275-11-7</p><p>1. Arquitetos — Brasil 2. Arquitetura 3. Arquitetura —</p><p>Projetos e plantas 4. Paisagismo — Projetos 5. Urbanismo</p><p>I. Titulo. Il. Título: SESC-SP architecture. III. Série.</p><p>16-07979</p><p>CDD-720</p><p>Índices para catálogo sistemático:</p><p>1. Arquitetura e urbanismo 720</p><p>Parceria Partnership:</p><p>111 III II</p><p>48</p><p>60</p><p>68</p><p>74</p><p>78</p><p>84</p><p>90</p><p>94</p><p>100</p><p>106</p><p>112</p><p>120</p><p>Sesc Pompeia</p><p>Una Bo Bardi</p><p>Sesc Santos</p><p>Botti Rubin Arquitetos</p><p>Sesc Itaquera</p><p>Claudio Cianciarullo e</p><p>Eduardo de Castro Mello</p><p>Sesc (piranga</p><p>Escritório Técnico Júlio Neves</p><p>Sesc Vila Mariana</p><p>Jerônimo Bonilha Esteves</p><p>Sesc Araraquara</p><p>Abrahão Sanovicz</p><p>Sesc Santo André</p><p>Tito Livio Frascino e</p><p>Vasco de Mello</p><p>Sesc Pinheiros</p><p>Miguel Juliano</p><p>Sesc Belezinho</p><p>Ricardo Chahin</p><p>Sesc Santo Amaro</p><p>Elito Arquitetos</p><p>Sesc 24 de Maio</p><p>Paulo Mendes da Rocha e</p><p>MMBB Arquitetos</p><p>sumário</p><p>conLents</p><p>PROJETOS PROJECTS</p><p>Sesc Consolação 36</p><p>!caro de Castro Mello e</p><p>Alfredo Paesani</p><p>Sesc Avenida Paulista 128</p><p>KOnigsberger Vannucchi</p><p>Sesc Franca 134</p><p>SIM e Apiacás Arquitetura</p><p>Sesc Jundiaí</p><p>Teuba Arquitetura e Urbanismo</p><p>Reportagem Report 10</p><p>Fernando Serapião</p><p>Ensaio fotográfico 32</p><p>Photographic essay</p><p>José Moscardi</p><p>Ensaio Essay 44</p><p>Marcelo Ferraz</p><p>Artigo Article 140</p><p>Laura Sobral</p><p>Cronologia Chronology 146</p><p>Alea jacta est 150</p><p>ce</p><p>rv</p><p>o</p><p>M</p><p>ar</p><p>ce</p><p>lo</p><p>F</p><p>er</p><p>ra</p><p>z</p><p>O programa</p><p>O Serviço Social do Comércio em São Paulo (Sesc-SP) começou a se relacionar com</p><p>arquitetos há quase 70 anos, pouco após sua criação. Os ensaios iniciais incluíram</p><p>o urbanismo modernizador e projetos à moda carioca, até que, na década de 1960,</p><p>o programa foi formatado, materializando-se em unidades que agregam esporte</p><p>e cultura. O modelo pioneiro foi o Sesc Consolação e, ao longo da construção de</p><p>quase 40 unidades, com linguagens arquitetônicas diversas, do brutalismo paulista</p><p>ao colaboracionismo contemporâneo, a instituição foi amadurecendo com o auxílio</p><p>de contribuições notáveis, de Lina Bo Bardi, autora da mais icônica unidade, a Paulo</p><p>Mendes da Rocha, que está prestes a concluir sua primeira obra para a instituição.</p><p>Una Bo Bardi trabalha</p><p>na década de 1980 no</p><p>escritório montado no</p><p>canteiro de obra do</p><p>Sesc Pompeia, com</p><p>Luiz Octavio Martini de</p><p>Carvalho (engenheiro</p><p>do Sesc), André Vainer e</p><p>Marcelo Ferraz</p><p>Lina Bo Bardi works</p><p>in the office on the</p><p>construction site of</p><p>Sesc Pompeia in the</p><p>1980s, accompanied</p><p>by Luiz Octavio Martini</p><p>de Carvalho (Sesc</p><p>engineer), André Vainer</p><p>and Marcelo Ferraz</p><p>> Fernando Serapião</p><p>"Olha, mãe!" Um menino apontava balões colori-</p><p>dos que flutuavam naquela manhã de setembro</p><p>sobre a entrada do Sesc Pompeia, em São Paulo.</p><p>Estudante do período da tarde, o garoto exibia o</p><p>crachá de Curumim, identificando-o como uma</p><p>das 4 mil crianças entre sete e 12 anos que desfru-</p><p>tam de atividades lúdico-pedagógicas oferecidas</p><p>pela entidade. Habituado a cruzar o portão qua-</p><p>tro vezes por semana, ele voava com a novidade,</p><p>mas sua mãe trouxe-o ao chão lembrando-o do</p><p>horário.</p><p>Os dois atravessaram os 130 metros da rua</p><p>interna de paralelepípedos, ladeada por galpões</p><p>industriais de tijolos transformados em centro</p><p>cultural e esportivo. Ao ver as torres de concreto</p><p>do conjunto esportivo, o menino disparou.</p><p>"Bom dia, Ana!" A supervisora de acesso</p><p>saudou de volta uma das 132 mil frequentadoras</p><p>das atividades esportivas da instituição. Atendeu</p><p>então um novato que lhe perguntou o que era</p><p>necessário para nadar ali: "Tem que ter creden-</p><p>cial. Vai lá na frente e informe-se na central de</p><p>atendimento".</p><p>Ao pisar novamente no paralelepípedo, o</p><p>rapaz observou os galpões repletos de atividades</p><p>culturais. Parou na entrada de um deles para ler o</p><p>10 * MONOLITO</p><p>SERVIÇO SGCIALD0-COMCPC101,</p><p>esEsc -</p><p>CENTQfp-SCStal SENTO PIRES DE CAMPOS</p><p>reportagem</p><p>cartaz com a programação semestral das oficinas,</p><p>com 82 cursos disponíveis, de tecelagem a arte</p><p>conceituai. Os cinco gabinetes odontológicos</p><p>by a , nroeofvtirohat '</p><p>ible from inside; sunlight fioods th(</p><p>through glass roof-tiles that face s oeur et h, ‘ov nh</p><p>dustrial light fixtures bestow the space a d</p><p>air at night;thewind penetrates un(</p><p>: m</p><p>via openings situated in the highest pord</p><p>the walls that enclose the environment.</p><p>One who visits the space ma y be und</p><p>impression that nothing was transforme</p><p>initial idea was to demolish everyt hing and</p><p>a unit designed by Júlio Neves, with a co</p><p>frame.While said idea was germinating in</p><p>fites and on the drawing board, real life spr</p><p>26 . MONOLITO</p><p>Galpões industriais</p><p>da Pompeia, na</p><p>década de 1970,</p><p>antes da intervenção</p><p>de Lina Bo Bardi</p><p>Pompeia industrial</p><p>buildings, in the 1970s,</p><p>prior to Lina Bo Bardi's</p><p>intervention</p><p>G</p><p>ED</p><p>ES</p><p>—</p><p>S</p><p>es</p><p>c</p><p>M</p><p>e</p><p>Sesc-SP * 27</p><p>rehouses.lts fertilizer was the disoccu-</p><p>the Água Branca manor and the shut-</p><p>of Unimos, which left dozens of social</p><p>ck in their tracks. Sesc decided to use</p><p>first temporary unit,by marking courts</p><p>ting the unit with psychedelic motifs.</p><p>owever, the economic crisis was the fer-</p><p>at nurtured the warehouses and the</p><p>Fair of Popular Culture, set up in 1976,</p><p>that burned the crops President Neves</p><p>harve st. The show was supposed to be</p><p>Consolação, but, dueto a lack of space,</p><p>e te n thousand pieces were distributed</p><p>I nterlagos and Pompeia.</p><p>lauc ia Amaral, the curator of visual arts</p><p>ked a fte r the fair, was enthused upon en-</p><p>e factory. She then sought the regional</p><p>regarding the possibility of preserving</p><p>s al ready thinking about it", she wrote,</p><p>berin g Renato Requixa. They brought</p><p>to José Edgard Pereira Barreto, vice-</p><p>nt who replaced Papa Júnior. He loved</p><p>s and , worried about the financial situa-</p><p>motivated by the modest idea behind</p><p>toration". Glaucia had visited Solar Un-</p><p>7h-century building in Salvador that had</p><p>nsformed into a museum in the 1960s by</p><p>Bardi, and felt she was the right person</p><p>upcoming project.</p><p>Those who witnessed Lina Bo Bardi's nine-</p><p>deavor at Pompeia recall contrasting im-</p><p>ne was of fury, when something escaped</p><p>trol, prompting her to go around the</p><p>ite dressed all in black, convinced of her</p><p>looking for a culprit. Her proposals, such as</p><p>saws to leave marks on the intemal surfac-</p><p>e formwork used for the concrete pouring,</p><p>tension with workers and engineers alike.</p><p>The second image of her at Pompeia is one</p><p>on,on the occasions when she was hap-</p><p>ble, telling stories in a funny and sarcastic</p><p>r.</p><p>Lina was 62 when she first visited the facto-</p><p>time,she had spentalmost halfofherlife</p><p>. Bom in Rome, she was married to critic</p><p>dealer Pietro Maria Bardi. The economic</p><p>es of the post-war era and the opportunity</p><p>ntings to wealthy Latin-Americans drove</p><p>e to cross the ocean with more than 200</p><p>pai nti ngs by such names as Canaletto and</p><p>de Chirico. In Rio,hewas invitedby Assis</p><p>ubriand to set up Masp.</p><p>At the museum, Lina designed exhibition</p><p>spaces and directed courses. In parallel, she cre-</p><p>ated furnishings, edited a cultural magazine</p><p>and designed the Glass House, her first work.</p><p>Although limited, her portfolio was made up of</p><p>masterpieces, such as Masp.</p><p>By the time the vice-president and the re-</p><p>gional director of Sesc visited the Glass House to</p><p>propose the revitalization, Lina had gone nearly</p><p>a decade without receiving commissions. She</p><p>attested to the affordability of the "restoration"</p><p>and, in lieu of Neves' fees, she opted for monthly</p><p>remuneration.</p><p>At the worksite office, she was assisted by</p><p>two students, Marcelo Ferraz and André Vain-</p><p>er, and a drafter from Figueiredo Ferraz. They</p><p>worked during the morning period, perfecting</p><p>watercolors she would bring from home aboard</p><p>a blue Opala driven by a chauffeur."It's almost an</p><p>act of heroism how she made it so simple", says</p><p>Vainer.When they mentioned raises, Lina would</p><p>reply that they should pay to work with her; this</p><p>is what Gio Ponti, one of her mentors, would re-</p><p>ply when she asked for the same.</p><p>After five years of work, the warehouses</p><p>were inaugurated with a lukewarm architectur-</p><p>al impact.'The sports sector lagged, as resources</p><p>were concentrated in the implementation of the</p><p>Santos unit.</p><p>Lina participated in the cultural agenda,</p><p>setting up exhibitions and organizing courses.</p><p>The sports block was received with more en-</p><p>thusiasm.After she was "discovered", she slowly</p><p>gained notoriety in Brazil and abroad. Only post-</p><p>humously, however, did she become an interna-</p><p>tional icon.</p><p>28 * MONOLITO</p><p>Pompeia is one of her most important</p><p>works: the transformation of the factory and</p><p>the design of the towers, aligned to the Sesc pro-</p><p>gram, resulted in a vibrant space, one of the most</p><p>important works on the Brazilian architecture</p><p>scene. "We were focused on creating a language</p><p>for Brazilian architecture and Lina had that</p><p>European sensibility regarding intervention",</p><p>analyzes Botti. One of the first to recognize her</p><p>architectural potential was Abrahão Sanovitz,</p><p>who organized a presentation of Lina for his stu-</p><p>dents at Sesc Pompeia's theater. At the end of the</p><p>lecture, summarizing the work, she said that she</p><p>had just performed a little socialist experiment.</p><p>"That's it, Carmem!" Shouted the coach to</p><p>a woman who secured a volleyball. One of the</p><p>224,000 members enrolled in the Sesc program</p><p>for the elderly, she was playing in the gymnasium</p><p>at the Itaquera unit on a sunny morning last Sep-</p><p>tember.</p><p>Said facility is the largest construction</p><p>within the unit, whose architecture expresses</p><p>the pragmatism of industrial warehouses and</p><p>reflects a new posture, marked by austerity and</p><p>cost control. The work began after Abram Szaj-</p><p>man assumed the presidency.The year was 1984</p><p>and he, at 45, called upon Danilo Miranda to take</p><p>up the post of regional director.</p><p>Mindful of the construction and mainte-</p><p>nance costs of the units, the institution revised</p><p>ongoing projects. Consequently, the ambitious</p><p>design by Julio Neves for Itaquera was forsaken,</p><p>and a pragmatic solution for the unit was offered</p><p>by Castro Mello's firm (Neves was later invited</p><p>to design Sesc Ipiranga, because financial re-</p><p>straint caused Joaquim Guedes's bold idea to</p><p>be abandoned as well).</p><p>Claudio Cianciarullo and Eduardo d</p><p>tro Mello, Icaro's son,took advantage of th</p><p>forms at different leveis defined in Neves' d</p><p>and preserved a wood pavilion, which also</p><p>es the administration. The star is the water</p><p>whose architectural approach is reminisce</p><p>Sesi Mogi das Cruzes, a previous creation o</p><p>same team.</p><p>During Szaj man-Miranda's adminis</p><p>tion, the program of the units consolidated</p><p>institutional participation, including de</p><p>from different sectors, from sports to nutrir</p><p>ali centralized by the planning department.'</p><p>selection of architects was still in the hand</p><p>the board, but a noticeable change took</p><p>with recommendations from the engine</p><p>department, which until 1998 was sharel</p><p>Senac. In a way, designing Senac schools w</p><p>open the doors of Sesc to architects, sud</p><p>Jerônimo Bonilha, Teuba, Central de Proj</p><p>Sanovicz and Sergio Teperman.</p><p>In a 1992 article, Teperman, the archit</p><p>sponsible for the São Carlos and Sorocaba</p><p>listed nine reasons for the success of the rela</p><p>ship between the organization and archit</p><p>He believes Sesc is a client who knows</p><p>it wants, respects the design, understands</p><p>value of the project, remunerates adequate</p><p>ecutes notable constructions, divulges the</p><p>demands quality, respects the professional</p><p>lastly, performs works of a social nature. In</p><p>spirits,he ends by discouraging the competi</p><p>from entering the select team: "You can ah</p><p>try: I started in 1967 and was hired for the</p><p>time in 1984. Good luck!"</p><p>"You goingup?" Asked a puzzled man</p><p>had failed to notice the indications on the</p><p>tor of Sesc Vila Mariana. Said unit was the s</p><p>in the network to be arranged vertically and</p><p>pens to be 50% larger than the first.</p><p>Overlapping and fragmenting of the pra</p><p>gram is considered undesirable by the instity</p><p>tion, a last resort in dense areas and for expe</p><p>sive lots. The ideal area</p><p>of the lot for a unit is</p><p>thousand square meters and the Vila Marian</p><p>location possesses half that figure.</p><p>In order to minimize the consequentes</p><p>said fragmentation, the architect proposed a vo</p><p>that would visually connect nine floors. "E</p><p>body asks me about that", answered Jerô</p><p>Bonilha regarding the similarity betwee</p><p>volumes and those of Sesc Pompeia. Bo</p><p>Claudio Cianciarullo,</p><p>sócio do escritório</p><p>(caro de Castro</p><p>Mello, observa a</p><p>terraplenagem</p><p>em Itaquera, que</p><p>aproveitou os níveis</p><p>definidos no projeto</p><p>de Júlio Neves</p><p>Claudio Cianciarullo,</p><p>partner at the 'caro</p><p>de Castro Mello</p><p>firm, observes the</p><p>earthworks in Itaquera,</p><p>utilizing the different</p><p>ground leveis proposed</p><p>in the design</p><p>by Júlio Neves</p><p>11 I</p><p>rents in the countryside of São Paulo,</p><p>at USP and started drawing at 55. His</p><p>ning production is typical of São Paulo</p><p>buthe confesses:"Le Corbusierwas my</p><p>ence, via LArchirecture dAujourd'hui,</p><p>difficult to get my hands on it at the li-</p><p>guy really got into my head".</p><p>e unit was a pioneer in automation,</p><p>uced maintenance costs. On the other</p><p>h tower possesses but two elevators as</p><p>d consultants were non-existent, ev-</p><p>was performed following the manufac-</p><p>rameters and standards,which proved</p><p>ent</p><p>decade later, the situation was different</p><p>Pinheiros, which possesses eight el-</p><p>NearEy two and a half times larger than</p><p>ão, the unit features an architectural ap-</p><p>akin to the pioneering unit, especially in</p><p>to the longitudinal section. In Pinheiros,</p><p>nota ble architectural feature is the flex-</p><p>apparent in generous spans, reminiscent</p><p>author's golden days.</p><p>self-taught disciple of Artigas, Miguel</p><p>was bom in Goiás and made a name for</p><p>f in São Paulo, where he created works</p><p>as Anhe mbi. "I took a great risk with this</p><p>", he told me at the time of the inaugu-</p><p>of the unit, referring to the volume and</p><p>'ais utilized, which were not part of the</p><p>repertoire that made him famous.</p><p>Sesc assembled a handbook of technical</p><p>rds that now counts 1,270 items, which</p><p>' h materiais and architectural elements.</p><p>ngineering department, with 80 employ-</p><p>luates the behavior of each component</p><p>g maintenance. When a problem arises, a</p><p>'cal st u dy is performed in order to evaluate</p><p>pplicability of the solution to future cases.</p><p>The technical standards seek to keep the</p><p>tenance costs ata levei around 30% of the</p><p>eering budget,with the remainder set aside</p><p>sietwork e xpansion. At this point, expertise</p><p>onts the vanguard of architecture, as part of</p><p>vation connects to original use ofgiven ma-</p><p>s.On the other hand,the pragmatic choice of</p><p>riais focused on easy maintenance can un-</p><p>ciousiy move the architecture of the units</p><p>rd that of shopping centers and away from</p><p>twould be desirable for socio-cultural spaces.</p><p>"It looks like the lobby of a flve-star hotel",</p><p>pared Vasco de Melo, regarding the gather-</p><p>e</p><p>ing space of the unit he created in partnership</p><p>with Tito Livio Frascino. They were commis-</p><p>sioned for the design of Sesc Santo André in the</p><p>90s, but they had been working for Senac since</p><p>the 70s. (Melo served with Papa Júnior in the</p><p>army cavalry in Santana).</p><p>Melo recalls that the Santo André unit was</p><p>designedwithout the use of a computer and the</p><p>design was quite detailed, "went overboard", he</p><p>recognizes. They were associates at Central de</p><p>Projetos and became part of the generation la-</p><p>beled as "non-aligned", as they sought alterna-</p><p>tives to the Paulista School and the design aimed</p><p>to be "a criticai review and a search for new ref-</p><p>erences", wrote critic Monica Junqueira de Ca-</p><p>margo.</p><p>While in the Santo André experience post-</p><p>modernism was the fuel used to contest the</p><p>brutalist establishment, in another unit built</p><p>concurrently, questions were raised by the very</p><p>cradle of the movement: "Sesc Araraquara pos-</p><p>sesses features ofso called Paulista architecture,</p><p>but expressed in a differentway",assessed Edson</p><p>Elito, who collaborated with Abrahão Sanovicz</p><p>in the creation of the unit. "After some time,</p><p>Abrahão made a self-criticism regarding this</p><p>architecture that is bom ready,which he consid-</p><p>ered a transgression, a pomposity".</p><p>The austerity that characterized Sanovicz's</p><p>production,whowas dose to Artigas and sought</p><p>the essence of design, carne at odds with the</p><p>planning department, which carne to ask him</p><p>to be more audacious.</p><p>With the smell of orange blossoms in the</p><p>air, the unit reveals itself with full clarity: it is ali</p><p>in plain sight, as the program required. Inside and</p><p>1</p><p>Ca</p><p>br</p><p>al</p><p>/</p><p>G</p><p>ED</p><p>ES</p><p>—</p><p>S</p><p>es</p><p>c</p><p>M</p><p>e</p><p>Maquetes do</p><p>Sesc 'piranga,</p><p>criado por Júlio Neves,</p><p>em 1988, e do Sesc</p><p>Pinheiros, desenhado</p><p>por Miguel Juliano,</p><p>em 1997</p><p>Models of Sesc 'piranga,</p><p>created by Júlio Neves</p><p>in 1988, and Sesc</p><p>Pinheiros, designed</p><p>by Miguel Juliano</p><p>in 1997</p><p>Sesc-SP * 29</p><p>out, a quick glance captures its connection with</p><p>the industrial theme, but the attentive observer</p><p>perceives the ingenuity present in the floor-to-</p><p>ceiling frames, a result of Sanovicz's connection</p><p>to design. Elito, who supervised the work follow-</p><p>ing his colleague's passing, spoke to the regional</p><p>director regarding his ambitions of designing</p><p>another unit.</p><p>"It's simple: on that side you have the vol-</p><p>ume with the enclosed spaces and, on the other,</p><p>the largest ones", Elito described Sesc Santo Am-</p><p>aro during a visit last August. The transparency</p><p>and austerity refer to the Araraquara unit, dem-</p><p>onstration the long lasting collaboration that ex-</p><p>ists between them. Elito was a recent graduate</p><p>of Mackenzie when he met Sanovicz, 15 years</p><p>his senhor and a graduate of USP: upon visiting</p><p>the communitywhere the younger one lived,the</p><p>elder noticed his style in a drawing set on a table.</p><p>Years later, they worked together on the design</p><p>of public schools and housing complexes.</p><p>Another unit that focuses on the idea of</p><p>transparency is Sesc Jundiaí. "We started work-</p><p>ing for Sesc during the competition for the toys</p><p>of the Itaquera unit", recalls Christina de Cas-</p><p>tro Mello, Icaro's daughter and Teuba's partner.</p><p>Later on, the firm was invited to participate in a</p><p>number of projects in Bertioga and to conceive</p><p>the Birigui unit, currently under construction.</p><p>"When we got here,we realized the power</p><p>the place had,with the Japi mountain range as a</p><p>backdrop", she said in Jundiaí, some days prior</p><p>to the inauguration. "We wanted to rescue ele-</p><p>ments of Brazilian architecture, transparency,</p><p>enjoyment", she told me, before quoting Artigas</p><p>and Eurico Prado Lopes, with whom she worked</p><p>on the design of the São Paulo Cultural Center.</p><p>Maquetes de duas</p><p>contestações simultâneas</p><p>ao establishmentbrutalista:</p><p>o pragmatismo austero</p><p>do Sesc Araraquara (1991),</p><p>criado por Abrahão Sanovicz,</p><p>e o pós-moderno, no Sesc</p><p>Santo André (1992), da</p><p>Central de Projetos</p><p>Maquettes of two</p><p>simultaneous works that</p><p>went against the brutalist</p><p>establishment: the austere</p><p>pragmatism of Sesc</p><p>Araraquara (1991), created</p><p>by Abrahão Sanovicz, and</p><p>the postmodern Sesc Santo</p><p>André (1992), by</p><p>Central de Projetos</p><p>A</p><p>ce</p><p>rv</p><p>o</p><p>V</p><p>as</p><p>co</p><p>d</p><p>e M</p><p>el</p><p>lo</p><p>"Sesc invited seven firms from São</p><p>create a proposal for its new unit" The n</p><p>reported in the July 1997 issue of; n archi</p><p>journal and, although it was nota com</p><p>with rules and a jury, it experimented wi</p><p>way ofselecting architects.The proposal</p><p>Belenzinho was ambitious: to bt ild the</p><p>unit of the network,with an area of 50,000</p><p>meters and utilizing old industrial b u</p><p>The architects who were invite</p><p>from different professional traje( tories</p><p>sented contrasting proposals: Sa novic</p><p>Mendes da Rocha, Central de Projetos,</p><p>Juliano, Benno Perelmutter and Ricardo</p><p>who was selected by the institution.</p><p>Nonetheless, the strongest ompe</p><p>winner encountered was the temporary</p><p>had been installed before the competido</p><p>region is the most populated in the city a</p><p>few leisure options, the factory was ad</p><p>said use.The majority of the Unimos ge</p><p>claims that it was the strongest experim</p><p>tural institution had undertaken with s</p><p>and activities. For them, the</p><p>prei arious</p><p>the facilities opened up artistic possibili</p><p>are usually restricted in permane nt spa</p><p>The adaptation of the temporary</p><p>carried out by Gianfranco Vannucchi,</p><p>been in a partnership with JorgeKOn.</p><p>for more than 40 years, designing mai</p><p>real estate market.</p><p>They started working for the in</p><p>having been invited by Elisa Sa intive,</p><p>rent manager of the Pompeia unit, at t</p><p>she directed Sesc's Gallery on Paulista</p><p>called upon me to set up an exhib tion",</p><p>nucchi. Then his firm designed the te</p><p>unit and the regional administrat on offi</p><p>it moved from Paulista Ave. to E elenzi</p><p>ing way to the unit they also designed.</p><p>Kõnigsberger remembers that his</p><p>very mindful of the issue regarding se</p><p>spaces in private projects. "The unit on</p><p>Ave. is situated dose to Itaú Cultural, so</p><p>gested the creation of a very pc werful</p><p>with the street, creating a squa e betw</p><p>cultural centers".</p><p>In this case, the institution had</p><p>once again the vertical distribu ion of</p><p>gram, with the extra challenge of a</p><p>building created for a different pu</p><p>floors will be connected via newstaitrso</p><p>along the façade and some slabswill</p><p>ished, in order to allow some floors</p><p>higher ceilings.</p><p>30 MONOLITO</p><p>a</p><p>1,:rfe jt</p><p>1%11 41tílii</p><p>AM%</p><p>e,</p><p>Here the ceiling is higher, enabling flex-</p><p>exh ibitions", said Marta Moreira, upon</p><p>Ç')ot on the fifth floor of Sesc 24 de Maio,</p><p>'e under construction.At 52, she is a mem-</p><p>, which is collaborating with Paulo</p><p>ua Rocha on the design of this unit.</p><p>; e 24 de Maio unit also occupies the old</p><p>building,which happened to be the only</p><p>ation for the refrigerators produced in</p><p>Pompeia factory. 'The commercial space</p><p>:,art of Mendes da Rocha's memories, as</p><p>ving the store with his father, in the</p><p>,Doard a new Chevrolet.</p><p>ne of the characteristics of this design is</p><p>entration of the infrastructure in a new</p><p>It is like the tug boats, small vessels that</p><p>• ge sh ips", compared Mendes da Rocha.</p><p>will bring fluidity to the floors, in re-</p><p>to the vertical configuration à la Paulista</p><p>and the rooftop pool is the poetic com-</p><p>! h it will bestow a democratic air to the</p><p>,rape in a recreational public space.</p><p>; chitect was invited by Danilo Mi-</p><p>who notes: "architecture for us is also pro-</p><p>,tibstance, essence. It is a subject with an</p><p>o I id content that seeks to bring about</p><p>o m the essence of the institution".</p><p>2013, the institution has been orga-</p><p>architecture competitions, making the</p><p>)n more democratic and, indirectly, help-</p><p>, e neration of professionals flourish:</p><p>iyu itetos (winner of the Guarulhos</p><p>I (who won in Franca, with Apiacás,</p><p>Ri ue rão Preto, with Helena Ayoub) and</p><p>Spadoni (who is designing the Osasco</p><p>I n the near future, the competition for Li-</p><p>' e launched.</p><p>2-year period, the current adminis-</p><p>i naugurated 25 units. The latest, in</p><p>1 Santo Amaro, cost 120 and 51 mil-</p><p>, e spectively. The institution manages</p><p>ival budget of 2 billion reais and employs</p><p>t housand people.</p><p>In a pannership with the architecture school</p><p>Cidade, Sesc is experimenting with</p><p>a collectiVe project to create the future Campo</p><p>Limpo unit. What is more, it is starting two proj-</p><p>ects that do away with the competitive process, as</p><p>the architects were previously involved: Una will</p><p>develop the Parque D. Pedro II unit (they had par-</p><p>ticipated in a FUPAM design project for the area);</p><p>and Brasil Arquitetura will adapt the facilities of</p><p>KKKK,in Registro (they designed it 15 years ago).</p><p>Marcelo Ferraz,who collaborated with Lina</p><p>and is a member of Brasil Arquitetura, remembers</p><p>that he invited Sesc more than 20 years ago to get</p><p>involved with KKKK,but the region was nota pri-</p><p>ority. The govemment performed the revitaliza-</p><p>tion of the complex, which was used for different</p><p>purposes until Sesc took over.The architects will</p><p>design a new sports block on the opposite side</p><p>of the square. "It will be the first unit sans walls",</p><p>celebrates Ferraz. The unit has already begun its</p><p>operations and many employees noticed its strik-</p><p>ing resemblance with the Pompeia unit. "Even</p><p>the fireplace is identical!", observed a manager.</p><p>As night was falling during Sesc's celebra-</p><p>tions of its 70th anniversary, a lighting system spe-</p><p>cially designed for the occasion was turned on at</p><p>the Pompeia unit. Beams were projected on the</p><p>concrete of the sports block, on the cobblestone</p><p>of the internai street and on the bricks of the foyer</p><p>of the theater, where the attraction was singer</p><p>Celmar.She performed barefoot in a white dress,</p><p>just as Clara Nunes used to. At the tail end of the</p><p>show, she said:"We ali feelvery happy in the Sesc</p><p>units. It is 70 years old! The anniversary is today,</p><p>is it not? Incredible! Health, sports, arts, culture...</p><p>I can tell you that Sesc is part of mylife". ■</p><p>Christina de Castro</p><p>Mello apresenta</p><p>o Sesc Jundiaí</p><p>para jornalistas,</p><p>a poucos dias da</p><p>inauguração, em 2015.</p><p>Gianfranco Vannucchi</p><p>e Elisa Saintive na</p><p>montagem da mostra</p><p>Homenagem à Avenida</p><p>Paulista, na Galeria Sesc,</p><p>em 1991</p><p>Christina de Castro</p><p>Mello presents Sesc</p><p>Jundiaí to journalists,</p><p>a few days prior to</p><p>its opening, in 2015.</p><p>Gianfranco Vannucchi</p><p>and Elisa Saintive in</p><p>the preparations for</p><p>the Homenagem à</p><p>Avenida Paulista show,</p><p>at Sesc Gallery, in 1991</p><p>Danilo Miranda,</p><p>diretor regional</p><p>do Sesc-SP, circula</p><p>durante a abertura</p><p>do Sesc Belenzinho,</p><p>em 2010</p><p>Danilo Miranda,</p><p>regional director</p><p>of Sesc-SP, explores</p><p>Sesc Belenzinho during</p><p>its inauguration, in 2010</p><p>Sesc-SP 31</p><p>lir . ,</p><p>olow</p><p>...,,,, t. ...,</p><p>,;:7;,:;;:kl.g:,it,::::\$1 #0::</p><p>10111#14 i .. 1</p><p>•-• • • • •-•tidtt•••••41. ir1V1VNA•41.4.4r1,--1,1,-1,,•,••••••k..•10</p><p>•••4, • • 'L .•14.••••• ••,.S.,1••••••••••.en.••••$,</p><p>• 91.•</p><p>tt - -</p><p>v.11.-11Wile.11,;</p><p>V'llV'1111,"11.1" Ikr</p><p>4#</p><p>Sesc Marilia foi projetado, em 1956, por Oswaldo</p><p>_5fréa Gonçalves (em parceria com Rubens Carneiro</p><p>aria e Ricardo Sievers), arquiteto que realizou</p><p>• Aos os projetos da instituição na década de 1950.</p><p>4 ;riu:Iode era compartilhada com o Senac que, hoje,</p><p>,cupa integralmente.</p><p>Sesc Marina was designed in 1956 by Oswaldo</p><p>Corrêa Gonçalves (in a partnership with Rubens</p><p>Carneiro Viana and Ricardo Sievers), the architect</p><p>who was commissioned by the institution for all</p><p>projects in the 1950s.The unit was shared by Senac,</p><p>currently the sole occupant.</p><p>Sesc-SP 35</p><p>Sesc Consolação (1961/1968), São Paulo</p><p>!caro de Castro Mello e Alfredo Paesani</p><p>O complexo situado no bairro central da Vila Bu-</p><p>arque definiu uma nova fase de atuação do Sesc-</p><p>-S P. A instituição, que se instalava em imóveis</p><p>adaptados, começou a idealizar o prédio quando</p><p>completava 15 anos de existência.</p><p>Com 11 pavimentos, o Sesc Consolação</p><p>tem capacidade para atender 3,5 mil pessoas por</p><p>dia e tornou-se o modelo para unidades que agre-</p><p>gam espaços para atividades esportivas e cultu-</p><p>rais. Foi também pioneiro na verticalização desse</p><p>programa - caráter marcante das instalações da</p><p>instituição no centro expandido da capital pau-</p><p>lista. O complexo ocupa um lote com desenho</p><p>irregular que antes sediava o Colégio Rio Branco</p><p>e pode ser descrito, grosso modo, por dois retân-</p><p>gulos que se tocam nas pontas, formando dois</p><p>blocos bem definidos.</p><p>O primeiro, denominado Bloco A, define</p><p>a face urbana do complexo e é aberto para a rua</p><p>Doutor Vila Nova. Ficam ali o Teatro Sesc Anchie-</p><p>ta (com 280 lugares), a área de convivência, com</p><p>espaço para exposições e cafeteria, além de duas</p><p>quadras poliesportivas cobertas, com pé-direito</p><p>de nove metros. No projeto original, o último</p><p>piso do Bloco A era ocupado por uma sauna e sa-</p><p>las de fisioterapia e foi posteriormente adaptado</p><p>para abrigar a gerência da unidade e o Centro de</p><p>Pesquisa Teatral (C PT/Sesc).</p><p>O Bloco B, inaugurado um ano depois, ocu-</p><p>pa o miolo do quarteirão, e seu volume construí-</p><p>do é pouco perceptível da rua. Ele abriga piscina</p><p>e duas quadras esportivas cobertas. Com escada e</p><p>elevadores, a torre de circulação vertical está posi-</p><p>cionada próximo ao encontro entre os dois blocos,</p><p>e o conjunto possui um acesso</p><p>de serviço através</p><p>de uma estreita galeria que conecta o Bloco B à</p><p>rua Doutor Cesário Mota Júnior.</p><p>Uma das características do projeto são as</p><p>lajes nervuradas com vigas diagonais, formando</p><p>losangos que ajudam a travar a estrutura.</p><p>Desde a inauguração, a unidade passou por • -%</p><p>várias reformas e viu desaparecerem ambientes,</p><p>como aquele destinado à prática do boliche. Em</p><p>1991, a fachada foi modificada segundo desenho</p><p>de Botti Rubin, que substituiu o quebra-sol e</p><p>introduziu um elemento de vidro que protege</p><p>a entrada do teatro. No final da mesma década, o</p><p>Teatro Sesc Anchieta foi atualizado com projeto</p><p>de Luiz Telles.</p><p>36 * MONOLITO</p><p>li</p><p>Situated in Vila Buarque, a central n</p><p>hood of the city, this complex marke</p><p>phase for the institution,which started</p><p>ing the unit during its 15th year of existe</p><p>to that point, the installations of Sesc-</p><p>adapted to existing properties.</p><p>Sesc Consolação possesses 11 fl</p><p>can serve up to 3,500 people daily. It pi</p><p>not only the aggregation of spaces for s</p><p>cultural activities, but also the fashion i</p><p>they are organized, along a vertical</p><p>markable characteristic of the units I</p><p>the expanded central region of São Pa</p><p>complex occupies an irregular lot wh</p><p>stood Colégio Rio Branco and can be</p><p>described as two rectangles that touch</p><p>making up two well-defined blocks.</p><p>The first, Block A, represents the u</p><p>of the complex and opens onto Dr. Vila</p><p>This building houses Sesc Anchieta Th</p><p>seats), a gathering area,with an exh b i ti</p><p>and a restaurant, in addition to two ind</p><p>courts with a 9-meter ceiling height.</p><p>original design, the top floor of Block A</p><p>occupied by a sauna and physiothera</p><p>that were later adapted to become o</p><p>the Centro de Pesquisa Teatral (C PT/</p><p>Block B, inaugurated one year la</p><p>pies the core of the block, and is bare</p><p>able from the street. It houses an ind</p><p>and two sports courts. The vertical ci</p><p>tower possesses stairs and elevators</p><p>sitioned dose to the intersection of t</p><p>The complex possesses yet another en</p><p>services through a narrowgallery that</p><p>Block B to Cesário Mota Jr. St.</p><p>One of the design features are</p><p>mond-shapedwaffle slabs that h elp to</p><p>the structure.</p><p>Since its inauguration, the uni</p><p>gone several renovations, which did a</p><p>some environments, such as the bo</p><p>In 1991, the façade was modified foll</p><p>sign proposed by Botti Rubin, wh ich</p><p>the brise-soleil and created a glass e</p><p>protect the entrance to the theater</p><p>of that decade, Sesc Anchieta Theat</p><p>graded with a design by Luiz Telles.</p><p>38 • MONOLITO</p><p>Corte longitudinal (bloco A) Long section (block A)</p><p>0 1 2 5</p><p>2]</p><p>20</p><p>9° pavimento 9' ftoor</p><p>O 2 5 10</p><p>14</p><p>oTojo</p><p>18</p><p>1</p><p>4° pavimento 4' Floor</p><p>40 • MONOLITO</p><p>19</p><p>o1oIu</p><p>15</p><p>N</p><p>1. Acesso teatro Theater access</p><p>13.</p><p>12. CRoezfeinithóadoKiRt</p><p>14. Depósito St</p><p>2. Bilheteria Box office</p><p>3. Foyer Foyer</p><p>4. Plateia Audience 15. Circulação Cl</p><p>5. Palco Stage 16. Piscina Swi</p><p>6. Camarim Dressing room 17. Arquibancada</p><p>7. Vestiário Locker room 18. Quadra polies</p><p>8. Fundo da piscina Sports c-</p><p>Pool bottom 19. Administração</p><p>Sauna (c, ,</p><p>9. Serviços Services 20. Sauna (atual</p><p>10. Acesso Access</p><p>11. Convivência Common area 21. Treinamento</p><p>15</p><p>18</p><p>Sesc-SP * 41</p><p>Z° pavimento 2' floor</p><p>11441</p><p>111211111111E111111</p><p>. .11111111U</p><p>111110111</p><p>Térreo Ground floor</p><p>Sesc Consolação</p><p>Local Location Rua Dr. Vila Nova, 245, São Pa</p><p>Data de início do projeto Project date 1961</p><p>Data de conclusão da obra Completion date</p><p>block A); 1968 (bloco B block B)</p><p>Área do terreno Site area 2.744 rn,</p><p>Área construída Built area 16.571 m2</p><p>Arquitetura Architecture Imo de Castro Me</p><p>Alfredo Paesani (autores authors);</p><p>TeruTamaki (colaborador collaborator)</p><p>Estrutura Structure Oswaldo de Moura Abreu,</p><p>Waldemar Tietz e Nelson de Barros Camargo</p><p>Acústica Acoustics Aldo Calvo</p><p>Obras de arte Art pieces Caetano Fraccaroli (lum</p><p>originais do teatro e escultura do Padre Anchieta no</p><p>original theater lighting fixtures and a sculpture of</p><p>Anchieta in the foyer); Roberto Burle Marx (cortina</p><p>cena original do teatro original theater grand drape)</p><p>Fundação Foundation Geobrás</p><p>Construção General contractor Pacheco Ferna</p><p>Publicações Publications POMPOLO, Camila. Um</p><p>pelos Sesc's: uma leitura das transformações tem</p><p>São Carlos: EESC/USP, 2007 (dissertação Master's</p><p>BELLANCA, Giovanni. II progetto dei Sesc Osasco</p><p>San Paoio (Brasile). Palermo: Universita degli Stu</p><p>Scuola Politecnica, 2015.</p><p>Fotos Photos Leonardo Finotti</p><p>1 , 1</p><p>E E"</p><p>ei ===_=-- -=- -I</p><p>• 11111% EM III El EM 1112111111911.0</p><p>Corte longitudinal (bloco B) Long section (block B)</p><p>Sesc-SP • 43</p><p>Arquitetura de guerrilha</p><p>> Marcelo Ferraz</p><p>O S esc Pompeia foi executado simultanea-</p><p>mente ao desenvolvimento do projeto. Duran-</p><p>te nove anos, entre 1977 e 1986, Lina Bo Bardi</p><p>acompanhou diariamente a construção, tendo</p><p>André Vainer e eu como colaboradores. Nosso</p><p>escritório funcionava em barracos improvisados,</p><p>e o contato com engenheiros, mestres de obras</p><p>e operários era direto, sem mediadores ou bu-</p><p>rocracias. Tudo era experimentado, num modo</p><p>único de fazer arquitetura, quase medieval. Sete</p><p>lembranças dessa epopeia, em que fizemos ar-</p><p>quitetura de guerrilha, na trincheira, ilustram</p><p>como essa maneira de trabalhar interferiu no</p><p>resultado.</p><p>1. Quando Lina chegou à antiga fábrica, em 1977,</p><p>o Sesc-SP estava utilizando os galpões para ativi-</p><p>dades esportivas e culturais de maneira precária</p><p>e provisória, com quadras de futebol com colu-</p><p>nas no meio, telhados com infiltrações e poças</p><p>d'água. Ela captou a atmosfera de felicidade, com</p><p>crianças correndo, jovens esportistas, grupos im-</p><p>provisados de teatro e música, idosos em bailes</p><p>amorosos... Enfim, um ambiente aconchegante</p><p>e cheio de energia. "É isso o que devemos manter,</p><p>nosso programa está pronto", disse.</p><p>As atividades foram paralisadas para dar</p><p>lugar ao canteiro de obras, mas a base do projeto</p><p>estava consolidada. Ao final, criamos um centro</p><p>de convivência onde programa e projeto se fun-</p><p>diram em um só ato a partir do "espírito do lugar".</p><p>2. Em 1980, um grande mal-estar acometeu os</p><p>quase 400 ope rários. A fornecedora das refeições</p><p>substituiu o feijão pela soja, que, naquele mo-</p><p>mento, estava na moda por ser rica em proteínas.</p><p>Começou uma boataria de que o alimento cau-</p><p>sava impotência sexual. Se era verdade ou não,</p><p>não importava. O fato é que, psicologicamente,</p><p>os operários foram atingidos, e isso quase pro-</p><p>vocou uma rebelião.</p><p>Eles se queixaram a Lina, pedindo sua in-</p><p>tervenção. Ela, como arquiteta, liderava a obra e</p><p>era a pessoa mais respeitada, a que trazia maior</p><p>confiança a todos. Num gesto surpreendente,</p><p>ela propôs realizar uma missa. Na verdade, um</p><p>culto ecumênico celebrado por um frade fran-</p><p>ciscano. Os operários foram reunidos para que</p><p>aquele "mau-olhado" fosse banido, liberando-os</p><p>Nota:</p><p>Texto editado a partir de</p><p>conferência proferida</p><p>em Montevidéu, em</p><p>31 de maio de 2012.</p><p>44. MONOLITO</p><p>da "impotência sexual". A celebração foi</p><p>todos participaram e foram tranquilizados.</p><p>Ao mesmo tempo, porém, Lina pr</p><p>os fornecedores da alimentação. Com d</p><p>obrigou-os a reincorporar o feijão. E assi</p><p>feito. A paz voltou ao canteiro. Ela se sen</p><p>soalmente envolvida com o desenrolar da</p><p>com as pessoas que ali trabalhavam e, ne</p><p>tido, atuava em todas as frentes. Ações po</p><p>e respeito humano para, sem criar antago</p><p>resolver o que se apresentava a cada mo</p><p>3. Com os operários, desenhamos, dese</p><p>mos protótipos e fabricamos o mobiliário</p><p>Para o teatro, Lina desenhou uma poltrona</p><p>mente em laminado de madeira maciça, ara</p><p>sem estofamentos. Uma poltrona indestru</p><p>prova de punks", como dizíamos, O teatro é</p><p>releitura de uma arena elisabetana adapta</p><p>galpão industrial: duas plateias se miram,</p><p>frente, contornadas por galerias laterais.</p><p>Quando o teatro abriu, montou-se</p><p>peça tradicional, com palco italiano e</p><p>do espaço ao meio, para um público bu</p><p>nada progressista. Utilizou-se apenas u</p><p>teia; a outra foi desprezada. Uma onda</p><p>cas</p><p>tomou o noticiário cultural, acusando</p><p>de conforto das poltronas do teatro. D'</p><p>polêmica, Lina não se recusou a ir para o</p><p>e defender a "dita cadeirinha, toda de</p><p>sem estofado". Ela escreveu: "É de obse</p><p>autos da Idade Média eram apresenta</p><p>praças, o público de pé e andando. Os</p><p>greco-romanos não tinham estofados,</p><p>pedra, ao ar livre, e os espectadores to</p><p>chuva, como hoje nos degraus dos es</p><p>futebol, que também não têm estofados</p><p>fados aparecem nos teatros áulicos das</p><p>Setecentos, e continuam até hoje no</p><p>Sociedade de C onsumo. A cade irinha de</p><p>do Teatro da Pompeia é apenas uma te</p><p>devolver ao teatro seu atributo de</p><p>envolver', e não apenas sentar-se."</p><p>Elas estão lá até hoje. Mais de trin</p><p>uso e ninguém fala em mudanças. Ele</p><p>e é disputado por músicos, performers</p><p>4. Um dos espaços mais importante</p><p>de convivência. Poucos móveis num</p><p>ensaio</p><p>nn pado de 2 mil metros quadrados. André</p><p>r e eu desenhávamos tudo, mas não nos</p><p>ornávamos com a "escassez de elementos</p><p>, ou com a falta de uma intervenção con-</p><p>e nte. Afinal, naquele momento imaginá-</p><p>s que o arquiteto sempre tem que "meter</p><p>traio pesada", deixar sua marca. (Infelizmente,</p><p>tos ainda pensam e atuam dessa maneira.</p><p>sabem que existe o momento de aparecer</p><p>de desaparecer.)</p><p>Lina nos tranquilizou, dizendo: "Um pou-</p><p>iptinhe de água, um foguinho e está tudo resolvi-</p><p>As pessoas se juntam à volta desses elemen-</p><p>tos para brincar, conversar ou simplesmente</p><p>*iterar". E assim foi.Este é um dos espaços mais</p><p>(comoventes e utilizados: o espaço do "nada fazer".</p><p>I A fábrica ficou pronta em 1982 e Lina prepa-</p><p>1011 urna inauguração bonita, se colocando como</p><p>ima verdadeira diretora de teatro ou de orques-</p><p>tra. Pensou nos mínimos detalhes: os roteiros</p><p>de entrada, a música, as falas e, principalmente,</p><p>acorrida. Ela sabia que o mundo sempre girou</p><p>dn volta de uma mesa, farta e bonita. Ela esco-</p><p>lheu, ou projetou, o menu com comidas brasi-</p><p>leiras, que estavam quase esquecidas. Os pratos</p><p>tinham cores variadas e nomes poéticos, uma</p><p>verdadeira instalação seguida de um happening:</p><p>o próprio banquete.</p><p>Isso demostra o raio de atuação, ou a abran-</p><p>gência, do trabalho de um arquiteto como ela.</p><p>Tudo era projeto!</p><p>6 A antiga chaminé da fábrica, em tijolos aparen-</p><p>tes, foi demolida um pouco antes de Lina come-</p><p>çar a trabalhar e não tivemos tempo de salvá-la.</p><p>Lina resolveu que a nova caixa d'água deveria ser</p><p>o marco vertical, em substituição ao demolido;</p><p>uma característica de toda indústria.</p><p>Projetamos uma torre com 70 metros de</p><p>altura. Os engenheiros queriam utilizar formas</p><p>de aço deslizantes, usuais. Lina, por seu lado, não</p><p>queria uma coisa comum, igual às torres de todas</p><p>as fábricas de hoje, lisas, sem personalidade. Que-</p><p>ria uma torre marcada pelas etapas da concreta-</p><p>gem, com as "rendas ou bordados" resultantes</p><p>do processo. Instalou-se uma enorme discussão</p><p>que tomou dias, talvez semanas: de um lado, a</p><p>engen hada, dizendo ser mais rápida e econômica</p><p>a solução em aço; do outro, Lina, buscando algo</p><p>diferente, mas ainda pouco definido. Solicitamos</p><p>então a permissão para fazer uma experiência -</p><p>um protótipo - com madeira de obra e pedaços</p><p>de pano (sacos de estopa baratos, utilizados para</p><p>transportar batatas). O protótipo funcionou e os</p><p>engenheiros foram convencidos a seguir o mé-</p><p>todo. Com apenas dois conjuntos de formas de</p><p>madeira, dez vezes mais baratas do que as formas</p><p>de aço, realizamos os 70 metros da caixa d'água</p><p>em 70 dias. Com os panos enfiados no fundo das</p><p>formas antes de cada concretagem, obtivemos o</p><p>resultado que queríamos, de um rendado. "Uma</p><p>homenagem a Luis Barragán e suas Torres de Sa-</p><p>télite, na cidade do México", ela declarou.</p><p>7. Eu estava desenhando as fachadas do edifício</p><p>das quadras que, até aquele momento, tinham</p><p>janelas retangulares. Lina chegou de uma via-</p><p>gem ao Japão cheia de ânimo e novas ideias,</p><p>fascinada pela cultura nipônica. Ela me deu</p><p>um croquis e disse: "Vamos modificar, vamos</p><p>experimentar uns buracos irregulares mais ou</p><p>menos assim". Imediatamente desenhei as no-</p><p>vas formas. Ao final, com o desenho ainda em</p><p>lápis, chamei-a e disse: "Ficou incrível, nunca vi</p><p>uma coisa assim". Ao que ela respondeu com</p><p>uma pergunta: "Nunca? Pois eu também não.</p><p>Vamos fazer assim".</p><p>Esses são alguns traços de Lina Bo Bardi no</p><p>seu exercício apaixonado de criar. Uma mulher</p><p>livre, rigorosa, original, generosa, divertida, dura</p><p>e imprevisível. Uma grande humanista.</p><p>Sua arquitetura nascia da capacidade de</p><p>entender as demandas e anseios das pessoas;</p><p>dos mais evidentes àqueles quase invisíveis; das</p><p>técnicas às poéticas. Gosto de lembrar uma fra-</p><p>se que evidencia seu repúdio por todo trabalho</p><p>desvinculado da realidade da vida das pessoas:</p><p>"O desenho industrial e a arquitetura de um país,</p><p>ou lugar, baseados sobre o nada, são nada". oi</p><p>Temporary occupation</p><p>oF Pompeia, prior to the</p><p>facelift performed by</p><p>Lina Bo Bardi</p><p>Ocupação provisória</p><p>na Pompeia, antes da</p><p>revitalização de Lina</p><p>Bo Bardi</p><p>Sesc-SP • 45</p><p>Guerilla architecture</p><p>> Marcelo Ferraz</p><p>The construction of Sesc Pompeia took place in</p><p>conjunction with its design. For nine years, be-</p><p>tween 1977 and 1986, Lina Bo Bardi supervised</p><p>the construction daily, with André Vainer and</p><p>me serving as collaborators. We ran our office</p><p>in makeshift shelters and kept direct contact</p><p>with engineers, contractors and workers, with-</p><p>out mediators or bureaucracy. Everything we</p><p>did was experimented in such a unique, almost</p><p>medieval, way of producing architecture. Seven</p><p>memorable moments of this epic, in which we</p><p>made guerrilla architecture in the trenches, il-</p><p>lustrate how said approach affected the results.</p><p>1.When Lina first visited the old factory, in 1977,</p><p>Sesc was using the warehouses for sports and</p><p>cultural activities in a precarious and temporary</p><p>manner, with pillars punctuating sports courts</p><p>and leaks creating puddles on the ground. She</p><p>captured the atmosphere ofhappiness, with chil-</p><p>dren running,youngsters playing sports,groups</p><p>experimenting with theater and music, senior</p><p>citizens dancing in balis... In summary, a warm</p><p>and energized environment. "That>s what we</p><p>must preserve. Our program is ready", she said.</p><p>The activities were paused to give way to</p><p>the construction site, but the basis of the design</p><p>was consolidated. By the end of the project, we</p><p>had created a community center where program</p><p>and design merged into one act from the "spirit</p><p>of the place".</p><p>2. In 1980, a great malady affected all the 400</p><p>workers on site.The meai supplier had replaced</p><p>beans with soy, which, at that time, was a fad</p><p>because of its high protein content. There were</p><p>rumors that the food was causing impotence; the</p><p>truth matters little. The fact is that the workers</p><p>were affected psychologically and carne dose to</p><p>rioting.</p><p>They asked Lina to intervene on their</p><p>behalf. She was the project's leading architect,</p><p>therefore, the most respected and trusted person.</p><p>In a surprising gesture, she proposed a mass. In</p><p>fact, it was an ecumenical service led by a Fran-</p><p>ciscan friar. The workers gathered in an effort to</p><p>break the "spell" and release themselves of the</p><p>"impotence".All took part in the beautiful service</p><p>and left with peace of mind.</p><p>Note:</p><p>Text edited from a</p><p>lecture given</p><p>in Montevideo on</p><p>May 31, 2012.</p><p>At the same time, however, Li na</p><p>the food suppliers. Assertive, she obli</p><p>to reincorporate the beans into th</p><p>They did as they were told. Peace at the</p><p>restored. She felt personally involvedi</p><p>progress of the project and the people</p><p>on it. Therefore, she acted on ali fronts.</p><p>political action and human respect, w</p><p>ing antagonisms, to solve whatever</p><p>they could encounter.</p><p>3. With the workers, we designed, deve</p><p>totypes and manufactured the furni</p><p>the project on the site. For the theatelQ</p><p>signed a chair utilizing hardwood larn'</p><p>zilian pine), without upholstery. It</p><p>structible,"punk-proof chair, as we u</p><p>The theater is a reinterpretation of ate</p><p>than arena adapted to an industrial</p><p>the audience in distributed onto two a</p><p>each other, surrounded by lateral gall</p><p>When the theater started o</p><p>group set up a traditional play, with</p><p>nium stage and the space divided in</p><p>bourgeois and non-progressive crow</p><p>side of the stands was used, and the</p><p>left abandoned. A wave of criticism</p><p>tural scene, denouncing the lack of c</p><p>à-vis seating. Faced with the contro</p><p>did not stand down, she defended th</p><p>chair all made of wood, with no u</p><p>She wrote,” it is ofnote:during the</p><p>plays were presented in public squa</p><p>audience standing and walking by.</p><p>Roman theaters had no upholstery,</p><p>made of stone, in the open air, and</p><p>tors endured the elements as they</p><p>the bleachers offootball stadiums,w</p><p>possess upholsteryeither. Upholstety</p><p>court theaters, in the 18' century and</p><p>today for the confort of the Consu</p><p>Pompeia Theater's wood seat is just</p><p>to give back to the theaterits disran</p><p>gaging'character; it's not justabout</p><p>They are still there. More than</p><p>in use and no one proposed chang</p><p>is always crowded and musicians,</p><p>and actors vie to grace its stage.</p><p>46 MONOLITO</p><p>essay</p><p>type -with reclaimedworksite wood and pieces</p><p>of cloth (cheap burlap sacks used to transport po-</p><p>tatoes). The prototype worked and the engineers</p><p>were convinced to follow the method.With only</p><p>two sets of wood forms, ten times cheaper than</p><p>their steel counterpart,we erected the 70-meter</p><p>water tank in 70 days. Stuffing the rags in the bot-</p><p>tom of the forms before each concrete-pouring</p><p>phase,we got the result we wanted, a lace pattern.</p><p>"Atribute to Luis Barragán and his Satellite Torres</p><p>in Mexico City", she said.</p><p>7. I was drawing the façades of the sports build-</p><p>ing - which, up to that point, possessed rectan-</p><p>gular windows -when Lina returned from Japan,</p><p>reenergized and full of new ideas, fascinated by</p><p>Japanese culture. She handed me sketches and</p><p>said, "Let's change, let's experiment with irregu-</p><p>lar holes kind of like this". I immediately drew</p><p>up the new shapes. At the end, I showed her my</p><p>rough sketch and said,"It looks incredible, I have</p><p>never seen anything like it". To which she replied,</p><p>"Never? Me neither. Let's do this way".</p><p>These are some of the hallmarks of Lina</p><p>Bo Bardi's passion for creation. A free, rigorous,</p><p>unique, generous, fun, tough and unpredictable</p><p>woman. A great humanist.</p><p>Her architecture originated from her abil-</p><p>ity to understand people's desires and ambitions,</p><p>from the most obvious to the almost invisible,</p><p>from the technical to the poetic. I like to quote a</p><p>saying by Lina that demonstrates her rejection</p><p>of all works detached from the life of the people:</p><p>"The industrial design and the architecture of</p><p>a country or place, when based on nothing, is</p><p>nothing':e</p><p>the most important areas is the com-</p><p>ce, which possesses a small number</p><p>ings that punctuate a 2-thousand</p><p>eter open plan. André Vainer and I</p><p>everything but we did not give in to</p><p>ge of new elements", or the lack of a</p><p>intervention. After all, at that time we</p><p>that the architect had to be bold, leave</p><p>k (unfortunately, many still think and</p><p>y, but they do not acknowledge that</p><p>given moment for one to appear and</p><p>to disappear).</p><p>reas sured us, saying, "a little water</p><p>e fire there, and everythingwill be fine.</p><p>theraround these elements to playtalk</p><p>e it all in':And just like that, it saw the</p><p>y. This is one of the most vibrant and</p><p>spaces: the "do nothing" space.</p><p>ory was completed in 1982 and Lina</p><p>a beautiful opening, posing as a true</p><p>or orchestra director. She thought of the</p><p>details: the entrance scripts, the music,</p><p>hes and especially the food. She knew</p><p>abundant and beautiful table made the</p><p>round.She picked - or, should we say, de-</p><p>- the menu with Brazilian dishes, which</p><p>oming overlooked. The dishes were col-</p><p>d had poetic names. A true installation</p><p>by a happening: the feast itself.</p><p>oitis shows the range of action, or the scope,</p><p>work by an architect such as her. Every-</p><p>was design!</p><p>old factory's brick chimney was demol-</p><p>shortly before she started the works, so</p><p>ld not save it in time. Lina decided that</p><p>water reservoir would be the vertical</p><p>ark, replacing the one that had been de-</p><p>ed - a common characteristic of industrial</p><p>*ngs</p><p>We designed a 70-meter tower. The engi-</p><p>wanted to utilize traditional slip forming.</p><p>on the other hand, wanted something dif-</p><p>t from the commonplace factory towers,</p><p>their smooth appearance, lacking person-</p><p>She wanted a tower marked by the "embroi-</p><p>and lace" look that results from the phases</p><p>con c rete-pouring process.A heated debate</p><p>place for days, maybe weeks: on one side, en-</p><p>tering, with the claim that the steel solution</p><p>d be more economical; on the other, Lina,</p><p>was looking for something different, but</p><p>et to de fine it properly. We, then, asked for</p><p>ission to perform an experiment - a proto-</p><p>Na primeira fila,</p><p>Glaucia Amaral,</p><p>Renato Requixa</p><p>e Lina Bo Bardi</p><p>participam de culto</p><p>ecumênico com os</p><p>operários da obra,</p><p>celebrado por frade</p><p>franciscano nos galpões</p><p>In the front row,</p><p>Glaucia Amaral,</p><p>Renato Requixa</p><p>and Lina Bo Bardi</p><p>participate, along</p><p>with the construction</p><p>workers, in an</p><p>ecumenical service</p><p>presided over by</p><p>a Franciscan friar</p><p>in the warehouses</p><p>Sesc-SP • 47</p><p>48 * MONOLITO</p><p>ACESSO</p><p>À GALERIA</p><p>Sesc-SP * 49</p><p>Com capacidade para atender 5 mil pessoas por</p><p>dia, esta unidade se localiza na zona oeste da</p><p>cidade, no bairro da Pompeia. Seus galpões fo-</p><p>ram construídos em 1938 por uma empresa de</p><p>origem alemã e durante três décadas abrigaram</p><p>atividade industrial, inicialmente fabricando</p><p>tambores de óleo de algodão para exportação e,</p><p>depois, carcaças de refrigeradores à querosene.</p><p>A instituição adquiriu-os no final da década</p><p>de 1960 e os ocupou temporariamente com ativi-</p><p>dades de esporte e lazer, enquanto acompanhava</p><p>o desenvolvimento de um projeto de uma nova</p><p>unidade, encomendado ao escritório do arqui-</p><p>teto Júlio Neves.</p><p>Tal plano foi abandonado: ao invés de de-</p><p>molir os galpões, a instituição contratou Lina Bo</p><p>Bardi para requalificar a fábrica.A nova proposta</p><p>dividiu o complexo em dois setores, com áreas</p><p>semelhantes: o cultural, com espaço de convi-</p><p>vência, teatro, oficinas e restaurante, instalado</p><p>na antiga fábrica; e o setor esportivo, que abriga</p><p>quadras, piscinas e vestiários em duas torres no-</p><p>vas de concreto na porção vazia do lote, ao sul.</p><p>O acesso e a circulação principal ocuparam</p><p>a antiga via interna, que corta o setor cultural em</p><p>dois.</p><p>A massa que revestia a alvenaria de tijolos</p><p>de barro e a estrutura dos galpões foi retirada. Os</p><p>ambientes mais significativos dentro da antiga</p><p>fábrica são o teatro e a área de convivência, com</p><p>biblioteca e espaço de exposições temporárias.</p><p>Em ambos é possível observar as linhas estru-</p><p>turais que chamaram a atenção da arquiteta por</p><p>reverberarem o método do pioneiro do concreto</p><p>armado, o francês François Hennebique.</p><p>A lareira, o mezanino de concreto e o espe-</p><p>lho d'água sinuoso, que Lina Bo batizou de "rio</p><p>São Francisco", estão entre os novos elementos</p><p>que marcam o espaço de convivência.</p><p>O palco do teatro, por sua vez, abr</p><p>duas plateias, ladeadas pelo eixo estru</p><p>Hennebique. Suas cadeiras, assim como o</p><p>te do mobiliário da unidade, foram dese</p><p>por Lina Bo. O foyer ocupa um espaço an</p><p>mente aberto, que foi coberto por telhas de</p><p>e teve seus acessos fechados por treliças</p><p>deira, elemento que protege também as</p><p>voltadas para a rua.</p><p>O córrego Água Preta corta o fundo</p><p>reno e define um afastamento de suas</p><p>em que é proibido construir. Canalizada,a</p><p>linha d'água, além de ser coberta por um</p><p>de madeira, induziu a divisão do setor es</p><p>em duas torres de concreto.A de maior</p><p>alinhada ao eixo da fábrica e possui planta</p><p>por 40 metros e altura de 45 metros. Co</p><p>nervuradas e vigas protendidas nos dois</p><p>essa torre abriga os ambientes mais amplos,</p><p>piscina, no térreo, e quatro quadras polies</p><p>nos pisos seguintes, com pé-direito de</p><p>tros. Cada andar possui quatro aberturas</p><p>senhos sinuosos diferentes nas faces leste</p><p>permitindo ventilação cruzada. Os "bura</p><p>fechados com treliças de madeira pinta</p><p>melho, que correm</p><p>por um trilho interno.</p><p>A torre menor, rotacionada 57 graus</p><p>lação à maior, segue o alinhamento da</p><p>Pompeia. Ali estão escadas e elevador</p><p>de vestiários, salas de ginástica e espaç</p><p>esportes indoor. Para chegar até as q</p><p>necessário subir pela torre menor e at</p><p>as passarelas de concreto, cuja plástica</p><p>expressionistas ao conjunto e que flutua</p><p>a área non aedificandi.</p><p>Após a morte de Lina Bo, em 1992,</p><p>cações que se tornaram necessárias fo</p><p>lizadas por André Vainer e Marcelo Fe</p><p>colaboraram com ela no desenho do p</p><p>50 MONOLITO</p><p>11 13</p><p>E</p><p>4</p><p>-"=</p><p>12</p><p>g, 4.# -411/</p><p>16</p><p>15</p><p>o</p><p>O</p><p>0[11100M09</p><p>9 UUMZUM DD.</p><p>0[1[11=109</p><p>10</p><p>2</p><p>13</p><p>13</p><p>Planta geral General plan</p><p>O 5 10 20</p><p>1. Acesso principal Main access</p><p>2. Rua interna Internai route</p><p>3. Administração geral General administration</p><p>4. Espaço múltiplo uso Multipurpose area</p><p>5. Biblioteca Library</p><p>6. Convivência Common area</p><p>7. Praça Square</p><p>8. Cozinha Kitchen</p><p>9. Refeitório e choperia Refectonj and bar</p><p>10. Sala de manutenção (atual galpão múltiplo uso)</p><p>'1aintenance room (currently multipurpose hangar)</p><p>11. Foyer Foyer</p><p>12. Teatro Theater</p><p>13. Oficinas Ateliers</p><p>14. Deque de madeira/córrego Wood deck/stream</p><p>15. Bloco esportivo Sports block</p><p>16. Bloco de acesso vertical Vertical access block</p><p>17. Vestiário Locker room</p><p>18. Torre caixa d'agua Water tower</p><p>0</p><p>0 0 O 0</p><p>0 0 ()</p><p>QAP G</p><p>.11k11111</p><p>O 00</p><p>00</p><p>00</p><p>O 00</p><p>00 O</p><p>00</p><p>0 0</p><p>00 0</p><p>00</p><p>0 0 PIEM</p><p>__ÁkiltellE"i</p><p>Corte longitudinal Long section</p><p>Sesc-SP * 53</p><p>I</p><p>A 1,f1,1,,,IS,511,1tt " ablji~e</p><p>11 Â ;4 :10 .41 ,1:x110r</p><p>se-+1.11.1,</p><p>Sesc-SP/arquivo Gerência de Engenharia e infraestrutura</p><p>o O</p><p>O @o@</p><p>000</p><p>()</p><p>• ° n O</p><p>O</p><p>00 O ®o ni</p><p>I=1</p><p>• 111 O o an bui</p><p>O</p><p>ale o MIM !Ia</p><p>o o</p><p>E eu</p><p>UNI E •II• ❑</p><p>0111r1</p><p>o o</p><p>o</p><p>o</p><p>LJ</p><p>EIDE</p><p>1=1</p><p>❑</p><p>r o</p><p>LI</p><p>FE ❑</p><p>O o</p><p>O</p><p>o</p><p>r</p><p>L</p><p>❑ 13</p><p>E</p><p>Oo Q CO</p><p>0 o O 0</p><p>0 0000</p><p>QO</p><p>o GO .</p><p>O</p><p>OO</p><p>1</p><p>With a capacity for 5,000 users daily, this unit is</p><p>located in the west zone of the city, in the Pom-</p><p>peia neighborhood. Its warehouses were built in</p><p>1938 by a German company and served for three</p><p>decades as a factory, which initially produced</p><p>export-quality cottonseed oil drums and, later</p><p>on, from refrigerator casings to kerosene.</p><p>The institution acquired them in the late</p><p>1960s and used them temporarily for sports and</p><p>leisure activities, while overseeing the develop-</p><p>ment of a new unit design, commissioned to the</p><p>firm of architect Júlio Neves.</p><p>The warehouses were set to be demolished,</p><p>but the institution decided to hire Lina Bo Bardi</p><p>in an attempt to save them, effectively shelving</p><p>the previous design. The new proposal divided</p><p>the complex into two sectors with almost iden-</p><p>tical areas: the cultural sector, with a gathering</p><p>space, a theater, ateliers and a restaurant were set</p><p>up in the old factory; and the sports sector, with</p><p>courts, swimming pools and locker rooms, oc-</p><p>cupying two new concrete towers erected on the</p><p>empty portion of the lot, to the south.</p><p>The entrance and the main circulation oc-</p><p>cupy the old internal route, which cuts the cul-</p><p>tural sector in two.</p><p>The cladding of the clay brick masonry and</p><p>the structure of the warehouses were stripped.</p><p>The most significant environments in the old</p><p>factory are the theater and the gathering space,</p><p>with a library and a temporary exhibition space.</p><p>In both, one can see the structural lines that</p><p>caught the eye of the architect, for they reverber-</p><p>ate the method of reinforced concrete pioneered</p><p>by François Hennebique.</p><p>The fireplace, the concrete mezzanine and</p><p>sinuous reflecting pool, which Lina Bo dubbed</p><p>"São Francisco river", are some of the new ele-</p><p>ments that distinguish the gathering space.</p><p>The theater stage opens onto oppos-</p><p>ing sides, dividing the audience in two, and is</p><p>flanked by the Hennebique-style structural axis.</p><p>Lina Bo designed the seats, as well as the furnish-</p><p>ings found at the unit. The foyer was adapted</p><p>from a previously open space with the addition</p><p>of a glass-tile roof and a wood trellis enclosure,</p><p>an element that also protects the windows fac-</p><p>ing the street.</p><p>The Águas Pretas stream cuts through the</p><p>back portion of the lot and delimits a zone on its</p><p>banks where building is forbidden. The narrow</p><p>channeled waterline, covered by a wooden deck,</p><p>divides the sports sector into two concrete tow-</p><p>ers. The largest in volume is parallel to the ware-</p><p>house axis and possesses a 30-by-40 meter floor</p><p>plan and a height of 45 meters. With waffled</p><p>slabs and prestressed beams that extend in both</p><p>directions, this tower houses the more ample</p><p>environments, with a pool on the ground floor</p><p>and four sports courts on the remaining levels,</p><p>each posses sing a ceiling height of 7 meters.</p><p>Each court features four distinct sinuous fenes-</p><p>trations on the east and west sides, allowing for</p><p>cross ventilation. Said "holes" can be curtained</p><p>off by sliding red wood trellis panels set on tracks</p><p>mounted on the inside wall.</p><p>The smaller tower, offset by 57° in relation</p><p>to the larger, is parallel to Pompeia Ave. There,</p><p>one finds the stairs and elevators, as well as lock-</p><p>er rooms,gyms and indoor sports areas.To reach</p><p>the courts, one must accesses the lower tower</p><p>and cross the concrete walkways - whose make</p><p>up bestows an expressionist tone to the set - that</p><p>float over the no build zone.</p><p>After Lina Bo's passing, in 1992, the neces-</p><p>sary changes were performed by André Vainer</p><p>and Marcelo Ferraz, who collaborated with her</p><p>in the design of the complex.</p><p>Sesc-SP * 55</p><p>Desenhos: Sesc-SP/arquivo Gerência de Engenharia e Infraestrutura</p><p>01</p><p>11</p><p>0N</p><p>O W</p><p>,̀</p><p>99</p><p>r.</p><p>S</p><p>es</p><p>c-</p><p>SP</p><p>/a</p><p>rq</p><p>ui</p><p>vo</p><p>G</p><p>er</p><p>ên</p><p>ci</p><p>a</p><p>de</p><p>E</p><p>ng</p><p>en</p><p>ha</p><p>ria</p><p>e</p><p>in</p><p>fra</p><p>es</p><p>tr</p><p>ut</p><p>ur</p><p>a</p><p>ff‘f..q.aTF;</p><p>AROURETO LI DO DÁRDI</p><p>IC• POIPE •</p><p>EXECUÇÃO • PROUITETWA</p><p>FECHAMENTO DE 'MEL. - F I E PONTAS PI OB • PI</p><p>Do P005</p><p>F1</p><p>Sesc Pompeia</p><p>Local Location Rua Clélia, 93, São Paulo</p><p>Data de início do projeto Project date 1977</p><p>Data de conclusão da obra Completion date 1982 (setor cultural</p><p>cultural sector); 1986 (setor esportivo sports sector)</p><p>Área do terreno Site area 16.573 m2</p><p>Área construída Built area 23.571 m2 (total total); 12.211 m2 (setor cultural</p><p>cultural sector); 11.360 rn, (setor esportivo sports sector)</p><p>Arquitetura Architecture Lina Bo Bardi (autora author);</p><p>André Vainer e Marcelo Ferraz (colaboradores collaborators)</p><p>Estrutura de concreto Concrete structure Figueiredo Ferraz</p><p>Fundação Foundation MAG Engenheiros Associados</p><p>Projeto de formas de concreto Concrete forms design Toshio Ueno</p><p>Instalações hidráulica e elétrica Pumbling and electrical facilities PHE</p><p>Ar-condicionado e ventilação mecânica Acclimatization and</p><p>mechanical ventilation Thermoplan</p><p>Acústica e sonorização Acoustics and sound Igor Sresnewsky</p><p>Cozinha Kitchen consultancy Hélio Peixoto</p><p>Execução da caixa d'água Implementation of the water tank PPR</p><p>Execução estrutura de concreto e protendido Implementation of</p><p>concrete and prestressed concrete structure Método</p><p>Execução do processo de proteção Protection process execution Stup</p><p>Coordenação geral e supervisão General coordination and supervision</p><p>Sesc-SP — Assessoria Técnica e Planejamento (ATP) e Gerência de</p><p>Engenharia e Infraestrutura (GEI)</p><p>Publicações Publications Projeto, n°92. São Paulo: Projeto Editores, 1986.</p><p>FERRAZ, Marcelo (ED.); Lina Bo Bardi. São Paulo: Instituto Lina Bo e P. M.</p><p>Bardi, 1993; OLIVEIRA, Olivia de. Lina Bo Bardi (2G, n°23/24). Barcelona:</p><p>Gustavo Gili, 2002; VAINER, André. FERRAZ, Marcelo. Cidadela da liberdade.</p><p>São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2013.</p><p>Fotos Photos Leonardo Finotti</p><p>Sesc-SP 59</p><p>60 * MONOLITO</p><p>Sesc Santos (1979/1986), Santos, SP</p><p>Botti Rubin Arquitetos</p><p>A duas quadras do calçadão à beira-mar, na Pon-</p><p>ta da Praia, o Sesc Santos foi inaugurado como a</p><p>maior unidade urbana da rede, com 34 mil metros</p><p>quadrados de área construída e capacidade para</p><p>atender 10 mil pessoas por dia. O terreno, que já</p><p>pertencera a um instituto</p><p>federal de previdência</p><p>social, era da municipalidade, que o transferiu ao</p><p>Sesc-SP. A lei de doação previu que a instituição,</p><p>além de construir a unidade, urbanizasse a praça</p><p>em sua frente, com 13 mil metros quadrados.</p><p>Com pouco mais de 20 mil metros qua-</p><p>drados, o lote ofertado fica no meio da quadra e</p><p>é aberto para duas ruas paralelas. Grosso modo, o</p><p>terreno foi dividido longitudinalmente em três</p><p>partes:o terço na porção noroeste foi ocupado por</p><p>atividades ao ar livre (piscinas e quadras esporti-</p><p>vas), enquanto a massa construída ocupa os dois</p><p>terços no sentido oposto.</p><p>Visto de fora, o complexo parece estar sobre</p><p>uma plataforma de concreto, que reforça a hori-</p><p>zontalidade. Essa solução foi resposta à má qua-</p><p>lidade do solo; como é usual na região santista à</p><p>beira-mar, a água praticamente aflora e o subsolo</p><p>é composto por uma camada de lodo de resistên-</p><p>cia mínima de 30 metros. Por isso foi necessário</p><p>utilizar estacas profundas e o projeto minimizou</p><p>a escavação. Assim, a plataforma é o solário da pis-</p><p>cina, que está elevado em dois metros em relação</p><p>à rua: abaixo da água, fica o estacionamento sub-</p><p>terrâneo com 450 vagas, que ocupa a projeção de</p><p>praticamente todo o lote.</p><p>O complexo possui três entradas indepen-</p><p>dentes. O acesso principal,voltado para a rua Con-</p><p>selheiro Ribas, conduz o público diretamente para</p><p>a área de convivência, um grande espaço múltiplo</p><p>uso onde ficam o atendimento, biblioteca e estar.</p><p>Neste setor, o pé-direito duplo é iluminado por</p><p>aberturas zenitais na trama triangular, fechadas</p><p>com pirâmides de vidro.</p><p>O segundo acesso atende exclusivamente</p><p>ao teatro, uma sala flexível com 785 lugares. O ter-</p><p>ceiro e último acesso abre-se para a via paralela, a</p><p>rua Vergueiro Steidel. Ali ficam a entrada direta</p><p>para o ginásio coberto, principal volume do con-</p><p>junto, e a entrada de serviço; o acesso também</p><p>serve de entrada secundária para a área de convi-</p><p>vência e ainda diretamente para a área da piscina.</p><p>Se de fora ressaltam os volumes do ginásio</p><p>e do teatro, a principal característica do projeto é a</p><p>trama com lajes nervuradas de concreto aparente</p><p>que seguem quatro eixos, formando triângulos re-</p><p>tângulos e outras figuras geométricas em 45 graus.</p><p>Essa geometria, reforçada com a horizontalidade</p><p>da plataforma, dá ao conjunto um caráter particu-</p><p>lar, com escalonamento assimétrico.</p><p>Sesc-SP • 61</p><p>Situated in Ponta da Praia, two blocks away from</p><p>the boardwalk, Sesc Santos was inaugurated as</p><p>the largest urban unit in the network, with 34</p><p>thousand square meters of built area and the ca-</p><p>pacity to serve 10,000 people daily. The lot was</p><p>previously owned by a federal social welfare in-</p><p>stitute, and became property of the city, which</p><p>ultimately transferred it over to Sesc-SP. The do-</p><p>nation law required the institution, in addition</p><p>to building the unit, to upgrade the 13-thousand</p><p>square meter square facing the property.</p><p>With an area a little over 20 thousand</p><p>square meters, the lot offered is situated in the</p><p>middle of the block and opens onto two parailel</p><p>streets. Roughly speaking, the lot was divided</p><p>lengthwise into three parts: the portion to the</p><p>northwestern was reserved for outdoor activi-</p><p>ties (swimming pools and sports courts), while</p><p>the built volume occupies the remaining two</p><p>thirds in the opposite direction.</p><p>Seen from the outside, the complex appears</p><p>to sit on a concrete platform, an artifice that bol-</p><p>sters its horizontality. This solution tackled the</p><p>poor soil quality issue, common in the seafront</p><p>region of Santos, where water almost pools at</p><p>the surface and the silt layer, with a minimal soil</p><p>resistance, goes on for 30 meters. For this reason,</p><p>deep piles were necessary and, as such, excavation</p><p>workwas minimal.Thus,the platform is the</p><p>deck,which sits 2 meters above street levei:</p><p>the water, a 450-spot underground parking</p><p>cupies the projection of almost the e ntire lcot</p><p>The complex possesses three indeper</p><p>entrances.The main entrance, facing Con</p><p>ro Ribas St.,leads users directly into the co</p><p>nal area, a great multipurpose space, where</p><p>can find the customer service area, the li</p><p>and lounge. This double-height sector is bit</p><p>zenithal openings that make up a triangular</p><p>and is topped with a skylight composed</p><p>pyramids.</p><p>The second entrance is reserved fo</p><p>ater,a flexible space that sits 785.The thi</p><p>opens onto the parailel road, Vergueiro</p><p>It gives direct access to the indoor gyrn</p><p>the main volume in the complex -, to</p><p>entrance, to the communal area and</p><p>To the outside observer, the</p><p>and theater volumes stand out.</p><p>ture of this design is the architectu</p><p>waffle-slab-like grid, whose beatos</p><p>on four axes, forming triangles with</p><p>angles. This geometric design, e n han</p><p>horizontality of the platform, best</p><p>unique appearance, along with i</p><p>backs on its different leveis.</p><p>62 * MONOLITO</p><p>L .</p><p>AgINME:</p><p>Sesc-SP * 63</p><p>.. lie,</p><p>ra.......- ,wrw-, .. -"'-'--,-.--- j: ..:""--.,.... ..--,-,... -, .......",Z,;.. 111~09411111W11"."WW.,.."-</p><p>, ._,----...a --ea,,,,__-__ ."4 -.....te.if..•%;,.."7,...... "".k: _ "11' ..410WWILIIP24 OffilirdiSTRPs. '," '' - "--"."...p"-~1WN'u. ---..- 'N.</p><p>fr.;,^ 1 ..,'"?..</p><p>--------.„</p><p>,,,, ""---4,01` ..::- - maw.---ir....,!,....-,414.. --' "..R</p><p>..,-,..-......--.1.n. ------...--*, ,A-Nr ....,..._ ---- • • -- —. , ,A, ..... ,.....--n;-</p><p>---</p><p>41.111,</p><p>meenn.-1</p><p>111111 1</p><p>11111</p><p>Corte longitudinal (ginásio) Long section (gymnasium) O 2 5 10</p><p>L.J</p><p>O 2 5 10 Corte longitudinal (teatro) Long section (theater)</p><p>1. Acesso Access</p><p>2. Recepção Reception</p><p>3. Acesso teatro Theater access</p><p>4. Foyer Foyer</p><p>5. Exposições Exhibitions</p><p>6. Convivência Common area</p><p>7. Restaurante Restaurant</p><p>8. Terraço coberto Covered terrace</p><p>9. Guarda-volumes Lockers</p><p>10. Vestiário Locker room</p><p>11. Sala múltiplo uso Multipurpose room</p><p>12. Depósito Storage</p><p>13. Saguão Hall</p><p>14. Cafeteria da piscina Swimming pool café</p><p>15. Piscina Swimming pool</p><p>16. Quadra descoberta Outdoor court</p><p>17. Campo de futebol Soccer field</p><p>18. Teatro Theater</p><p>19. Ginásio Gymnasium</p><p>o</p><p>01111115115111%1115</p><p>51351115~15111</p><p>offl.E311</p><p>2° pavimento 2' Floor</p><p>-C9-</p><p>0 5 10 20</p><p>Térreo Ground floor</p><p>66 * MONOLITO</p><p>Sesc Santos</p><p>Loca Location Rua Conselheiro Ribas,136, Santos, SP</p><p>Data de início do projeto Project date 1979</p><p>Data de conclusão da obra Completion date 1986</p><p>Área do terreno Site area 21.138 m2</p><p>Área construída Built area 34.251 m2</p><p>Arquitetura Architecture Botti Rubin Arquitetos —</p><p>Alberto Botti e Marc Rubin (autores authors);</p><p>Agostinho Landsmann, Nelson Dupré e</p><p>Antonio Noronha (equipe team)</p><p>Estrutura de concreto armado Reinforced concrete</p><p>structure Escritório Técnico Júlio Kassoy e Mário Franco</p><p>Fundação Foundation Consultrix — Sigmundo Golombek</p><p>Luminotécnica Light design Esther Stiller e Frederico Newman</p><p>Instalações hidráulica e elétrica Electrical and pumbling</p><p>facilities Carlos Vieira</p><p>Ar-condicionado Acclimatizacion Jorge Kayano e Thermoplan</p><p>Acústica Acoustics Igor Sresnewsky</p><p>Projeto cênico Scenic design Marcos Flacksman e Carlos Pini</p><p>Botânica Botany Harry Blosfeld</p><p>Interiores Interior design Germano Mariutti</p><p>Coordenação geral e supervisão General coordination and</p><p>supervision Sesc-SP — Assessoria Técnica e Planejamento (ATP)</p><p>e Gerência de Engenharia e Infraestrutura (GEI)</p><p>Construção General contractor Método</p><p>Publicações Publications Módulo n°86. Rio de Janeiro: Avenir</p><p>Editora,1985; Projeto n°17. São Paulo: Projeto Editores,1987;</p><p>AMARAL, Glaucia. Centro Cultural e Desportivo Sesc Santos.</p><p>São Paulo: Sesc-SP/Método Engenharia,1989; Botti Rubin</p><p>Arquitetos: selected and current works (Mester architect series V.)</p><p>Melbourne: Renée Otmar, Otmar Milier Consultancy, 2002.</p><p>Fotos Photos Leonardo Finotti</p><p>Sesc-SP = 67</p><p>Implantação</p><p>Site plan</p><p>68 * MONOLITO</p><p>1. Acesso pri</p><p>2. Estaciona</p><p>3. Sede social</p><p>4. Conjunto</p><p>Aquatrc center</p><p>5. Lanchonete</p><p>6. Ginásio G</p><p>7. Quadra Doi</p><p>Sports court</p><p>8. Quadra de</p><p>9. Quadra</p><p>Beach</p><p>10. Unidades de</p><p>Service units</p><p>Sesc ltaquera (1984/1992), São Paulo</p><p>Claudio Cianciarullo e Eduardo de Castro Mello</p><p>Situado na extremidade leste da cidade, a unidade</p><p>ocupa uma gleba de 350 mil metros quadrados</p><p>que integra a Área de Proteção Ambiental do</p><p>Parque e Fazenda do Carmo, de 867,6 hectares.</p><p>Trata-se da massa arbórea mais importante da re-</p><p>gião, marcada por ocupação de baixa densidade</p><p>demográfica e um dos piores indicadores socio-</p><p>demográficos da cidade.</p><p>A unidade foi projetada para atender até 20</p><p>mil pessoas por dia e ocupa uma clareira na massa</p><p>vegetal, formada por mata nativa e áreas reflores-</p><p>tadas. As construções são térreas e organizadas</p><p>por um sistema de circulação que separa veícu-</p><p>los de pedestres: enquanto as máquinas perma-</p><p>necem no anel viário perimetral que circula no</p><p>sentido anti-horário e é pontuado por bolsões de</p><p>estacionamento, as pessoas estão protegidas no</p><p>miolo de uma imensa quadra de desenho sinuoso,</p><p>com cerca de 1,2 quilômetros de extensão por 500</p><p>metros de largura.</p><p>O programa foi dividido em nove edifícios,</p><p>que ocupam patamares no desnível de mais de</p><p>100 metros. Seis edificações estão no interior da</p><p>quadra, ficando fora do anel viário a portaria, o</p><p>bloco de informação e matrícula e o de serviço.</p><p>O coração da unidade é o parque aquático, situ-</p><p>ado no centro do conjunto. Soma 10 mil metros</p><p>quadrados de área de solário e superfície d'água</p><p>de 5 mil metros quadrados distribuídos em três</p><p>níveis e interligados por escorregadores. De cará-</p><p>ter lúdico e não esportivo, o conjunto é marcado</p><p>pelo movimento d'água, formado por cascatas,</p><p>esguichos, borbulhas, corredeiras, tobogãs, pon-</p><p>tes e ilhas.</p><p>A arquitetura da unidade foi definida pelos</p><p>autores como "simples, funcional, prática e eco-</p><p>nômica", graças ao uso de materiais resistentes e</p><p>de baixa manutenção. Ela se assemelha a constru-</p><p>ções fabris, sendo marcada pela horizontalidade</p><p>salientada por largos beirais e coberturas de fibro-</p><p>cimento apoiadas em vigas-calhas.</p><p>Além de explicitar os materiais da estrutura</p><p>e dos fechamentos, como pilares e vigas de con-</p><p>creto, paredes de tijolos e estrutura espacial de</p><p>alumínio, o projeto é pontuado por elementos</p><p>que auxiliam no conforto ambiental, como o que-</p><p>bra-sol amarelo de fibra de vidro (na lanchonete</p><p>e na sede social) e as persianas fixas em fibra, que</p><p>permite ventilação permanente dos vestiários.</p><p>Situated on the east side of the city, this unit</p><p>takes up 350,000 square meters of terrain. It</p><p>integrates the Parque e Fazenda do Carmo en-</p><p>vironmental protection area,which extends for</p><p>867.6 hectares and is the most important arbore-</p><p>al mass in the region, marked by low-density oc-</p><p>cupation, one of the worst socio-demographic.</p><p>This unit is designed to serve up to 20,000</p><p>people daily and occupies a clearing in the green</p><p>space made up of native forest and reforested</p><p>areas. The buildings are single-story and the cir-</p><p>culation system separates pedestrians from ve-</p><p>hicles: while vehicles move counter-clockwise</p><p>along the peripheral road ring punctuated by</p><p>parking lots, pedestrians are protected inside a</p><p>large area with a sinuous outline, which is ap-</p><p>proximately 1.2 kilometers long and 500 meters</p><p>wide.</p><p>The program was distributed onto nine</p><p>buildings scattered on levels that differ up to</p><p>more than 100 meters. Six buildings occupy</p><p>the interior of the block; the remaining, outside</p><p>the ring, include the reception, the information</p><p>& sign-up block and the service block. At the</p><p>center of the complex one finds the water park</p><p>- the heart of the unit - with a 10,000-square</p><p>meter sun lounge deck and pools taking up a</p><p>5,000-square meter area, spread on three levels</p><p>linked via slides. This equipment, of a leisurely</p><p>nature, displaces a mesmerizing volume of</p><p>water through its waterfalls, fountains, trickles,</p><p>rapids, slides, bridges and islands.</p><p>As highly resistant and low-maintenance</p><p>materiais were utilized, the designers qualified</p><p>the architecture of the unit as "simple, func-</p><p>tional, practical and economical". It resembles</p><p>industrial buildings, characterized by the hori-</p><p>zontality highlighted via the use of wide eaves</p><p>and fiber-cement roof tiles supported on U-</p><p>shaped beams.</p><p>In addition to exposing the structural and</p><p>enclosure elements, such as pillars and beams,</p><p>brick walls and aluminum trusses, the archi-</p><p>tecture is punctuated by elements that assist</p><p>in environmental comfort, such as the yellow</p><p>fiberglass sunshades (over the cafeteria and the</p><p>clubhouse) and the fixed fiber louvers, which</p><p>allow for permanent ventilation in the locker</p><p>rooms.</p><p>Sesc-SP * 69</p><p>_ Ale</p><p>• '; .</p><p>ame A' ,wwww w ,r; wwwwwwww ww. —</p><p>ir ld</p><p>\ III \\\I1111l</p><p>torm.- ---</p><p>tngno</p><p>A AtanzerAvAnt.A.A,A.A,A.A. A</p><p>lir lei</p><p>Corte transversal (ginásio) Cross section (gymnasium)</p><p>O 2 5 10</p><p>70* MONOLITO</p><p>1 fr (ginásio)</p><p>gymnasium)</p><p>L__J</p><p>o 5 io</p><p>3. Cafeteria Café 1. Quadra Court</p><p>20 2. Salão de jogos Games room 4. Depósito Storage</p><p>Sai A Ák.é. Ák.A.A.AVAÁL.4. AAAAA A~/1.</p><p>e longitudinal (ginásio) Long section (gymnasium)</p><p>azr.i, rzfr,Amiv V:4":í,%V.Lniiir</p><p>-,</p><p>•, „ , ''-</p><p>• - - - - , 4 imokrcan ,,,xm wyggrizia \ wr AiwarigameeNvviiswip,,wa</p><p>... -</p><p>' • -, ,,, -...-4.,te„,,atti. .,,,,,,suz.., , ,</p><p>• - "I- 1 '''' .:''''",1P: ti "'''..' --i—..._."' t.....N I \</p><p>.. :" -,,---kitt;•,',,,, ....".e</p><p>..'1/4-%- 1̀5/10'...J.Ii• _</p><p>,,,,,̀..:"..,À.,</p><p>C.24-4.2WK ,K</p><p>-....",,ámv, - ,...n- V, ',,e,,,,,,,"'" ,--nç-.,k_g. ,,..r, 2„..,..a.......zi...:,</p><p>- .</p><p>le</p><p>t N,</p><p>War</p><p>Sesc-SP * 71</p><p>Corte longitudinal (lanchonete) Long section (cafeteria)</p><p>1</p><p>trIlt bquera</p><p>RIU locat ton Av. Fernando Espírito Santos Alves</p><p>ilMittos,1000, São Paulo</p><p>atada início do projeto Project date 1984</p><p>e& conclusão da obra Completion date 1992</p><p>do terreno Site area 350.000 m2</p><p>construída Built area 24.659 m2</p><p>a e comunicação visual Architecture and visual</p><p>ion (caro de Castro Mello Arquitetos Associados —</p><p>iarullo e Eduardo de Castro Mello (autores authors)</p><p>Foundation Consultrix</p><p>a de concreto armado Reinforced concrete structure</p><p>o Técnico Júlio Kassoy e Mário Franco</p><p>a metálica Metallic structure Alusud e Jorge Zaven Kurkdjian</p><p>es hidráulica e elétrica Pumbling and electrical facilities MHA</p><p>o e ar-condicionado Exhaust and acclimatization Thermoplan</p><p>to de piscinas Swimming pools treatment Pure Water</p><p>Kibchen consultancy Prec-Planejamento e Consultoria</p><p>ambiental Thermal comfort Ambiental</p><p>kiminotecnica Light design Esther Stiller e Gilberto Franco</p><p>Acústica Acoustics Davi Akkerman</p><p>Topografia Topography E. Kanji</p><p>Drenagens e terraplenagem Drainage and earthworks MAG Projesolos</p><p>Nanismo Landscape Rosa Kliass e Luciano Fiaschi</p><p>Abastecimento de água Water supply IHE Assessoria de Projetos</p><p>Rade de esgoto externa External sewerage system KM</p><p>Automação predial Building automation systems Rheno</p><p>Coordenação geral e supervisão General coordination and supervision</p><p>SP — Assessoria Técnica e Planejamento (ATP) e Gerência de</p><p>ria e Infraestrutura (GE!)</p><p>Construção General contractor Método</p><p>ções Publications OLIVEIRA. Hilda. Projeto n°145. São Paulo:</p><p>Editores,1991. MELLO, Joana. ícaro de Castro Mello: principais</p><p>São Paulo: J.J.Carol, 2006.</p><p>Photos Leonardo Finotti</p><p>!</p><p>SeK SP * 73</p><p>Sesc (piranga (1988/1992), São Paulo</p><p>Escritório Técnico Júlio Neves</p><p>Com capacidade para atender até 3,5 mil pessoas</p><p>por dia, esta unidade está instalada ao lado do Mu-</p><p>seu do Ipiranga e a poucos metros das margens do</p><p>riacho que nomeia o bairro, local em que D. Pedro</p><p>I proclamou a Independência do Brasil, em 1822.</p><p>Em razão da proximidade ao patrimônio histórico</p><p>nacional, a altura da construção foi limitada.</p><p>O terreno, de cerca de 7,3 mil metros qua-</p><p>drados, é delimitado por duas esquinas e possui</p><p>a configuração de um L, definido pelo contorno</p><p>das ruas Bom Pastor e dos Patriotas.</p><p>A entrada principal está voltada para a</p><p>primeira delas, paralela</p><p>ao eixo histórico, situ-</p><p>ado ao fundo do lote. A construção é marcada</p><p>por fechamento de tijolos de barro e estrutura</p><p>aparente de concreto armado com cantos chan-</p><p>frados. Distanciando-se ao máximo do museu</p><p>vizinho, a área construída aflorada se estende</p><p>pelo eixo da rua de acesso e se o</p><p>setores. No centro fica a porção</p><p>dois pisos e meio para cima da</p><p>e um e meio para baixo. Essa</p><p>niza a circulação vertical da u</p><p>mares de meio-nível e abriga o</p><p>restaurante, vestiários, espaço)</p><p>administração. Na porção norte</p><p>convivência, o teatro, com 213</p><p>de apoio nos pisos inferiores. Nia</p><p>lado oposto, encontra-se a parte</p><p>salas de ginástica e o ginásio c</p><p>pé-direito de oito metros.°</p><p>na paisagem urbana, devido ao,</p><p>em relação ao nível da rua. Essa</p><p>piscina subterrânea, posicio</p><p>lote, são os elementos que e</p><p>lidade da unidade no entorno</p><p>74 * MONOLITO</p><p>rving 3,500 people daily, this unit</p><p>(piranga Museum, a few meters</p><p>the banks of the stream that shares</p><p>me as the neighborhood, the very</p><p>Dom Pedro I proclaimed the in-</p><p>e of Brazil, in 1822. Because of the</p><p>with the national heritage site, the</p><p>e building was limited.</p><p>nearly 7,300-square meter lot is de-</p><p>two street corners and possesses</p><p>d configuration, defined by the</p><p>Bom Pastor and Patriotas streets.</p><p>main entrance faces Bom Pastor St.,</p><p>the historic axis,which is located at</p><p>th e lot. The building is character-</p><p>y brick walls and architectural re-</p><p>trete structure with beveled edg-</p><p>e grou nd built area extends along</p><p>the access road, in the opposite</p><p>f the neighboring museum, and</p><p>ree sectors.The central portion</p><p>me is the highest, with two floors</p><p>bove entrance levei and one and a</p><p>.Th is section organizes the vertical</p><p>of the unit into mid-levei landings;</p><p>s the lobby, the restaurant, the</p><p>s, the multiuse spaces and the ad-</p><p>area. In the north portion, to the</p><p>e n te ring, one finds the communal</p><p>eater, which sits 213; the support</p><p>cated on the lower floors. In the</p><p>on, on the opposite side, one finds</p><p>ms and an indoor gymnasium. S et</p><p>r t han street levei, the gymnasium,</p><p>8-meter ceiling height, is discreet</p><p>the u rban landscape. Along with the</p><p>ou nd pool, located at the back of the</p><p>affi rms the neutral nature of the unit</p><p>h istorical surroundings.</p><p>I • dmk.</p><p>~I I ufv‘AAnkatt</p><p>ii</p><p>o 2 5</p><p>10</p><p>1 Cross section</p><p>1. Recepção</p><p>2. Convivência e</p><p>Common area</p><p>3. Teatro Theater</p><p>4. Cafeteria Café</p><p>5. Cozinha Kit</p><p>6. Ginástica Fit</p><p>7. Consultório</p><p>Dental off ice</p><p>8. Serviços Se</p><p>9. Ginásio Gym</p><p>10. Rouparia C</p><p>11. Área técnica</p><p>12. Circulação de</p><p>Service cir</p><p>13. Depósito/al</p><p>Storage/w</p><p>14. Vestiário</p><p>15. Caixa d'água</p><p>16. Piscina Swi</p><p>Térreo Ground floor</p><p>0 O 2 5 0</p><p>Subsolo Basement</p><p>Pavimento inferior Lower floor</p><p>76*MONOUTO</p><p>Corte longitudinal Long section</p><p>L_J L____J</p><p>O 2 5 10</p><p>(piranga</p><p>Locati on Rua Bom Pastor, 822, São Paulo</p><p>de início do projeto Project date 1988</p><p>de conclusão da obra Completion date 1992</p><p>do terreno Site area 7.298 m2</p><p>construída Built area 8.097 m2</p><p>tura Architecture Escritório Técnico Júlio</p><p>- Júlio Neves (autor author);</p><p>Villavechia (colaborador collaborator)</p><p>ção geral e supervisão General</p><p>tion and supervision Sesc-SP —</p><p>ia Técnica e Planejamento (ATP) e Gerência</p><p>hana e Infraestrutura (GEI)</p><p>ão General contractor Civilia</p><p>"as Publications SOUZA, Maria Tereza</p><p>rução São Paulo, n°2296. São Paulo: Pini,</p><p>POM PO LO, Camila. Um percurso pelos Sesc's:</p><p>leitura das transformações tempo-espaciais</p><p>E.ESC/USP, 2007 (dissertação Master's</p><p>iw,),;BELLANCA, Giovanni. II progetto</p><p>Osasco nello stato di San Paolo (Brasile).</p><p>Uniiversita degli Studi di Palermo/Scuola</p><p>2015.</p><p>os Leonardo Finotti</p><p>Sesc Vila Mariana (1988/1997), São Paulo</p><p>Jerônimo Bonilha Estavas</p><p>78 * MONOLITO</p><p>1</p><p>[</p><p>Esta unidade ocupa o terreno de uma antiga fá-</p><p>brica de lustres da Vila Mariana, bairro da zona sul</p><p>paulistana repleto de estreitas vielas residenciais e</p><p>prédios de apartamentos de classe média. O lote se</p><p>localiza a quatro quilômetros do centro e a região é</p><p>atendida por boa infraestrutura de transporte.</p><p>Criada para atender o denso entorno, a uni-</p><p>dade tem programa verticalizado e capacidade</p><p>para atender 6 mil pessoas por dia. Em resposta</p><p>à legislação que exige aumento do recuo lateral</p><p>proporcionalmente à dimensão longitudinal do</p><p>volume construído, a unidade foi dividida em duas</p><p>torres de concreto aparente com cerca de 50 metros</p><p>de altura, gabarito semelhante ao dos prédios vizi-</p><p>nhos. Os volumes e usos são bem caracterizados:</p><p>enquanto a torre próxima da rua é mais alta, esbel-</p><p>ta e está ocupada por espaços compartimentados</p><p>(auditório, oficinas, salas de música e administra-</p><p>ção), a mais distante da via é um pouco mais baixa</p><p>e encorpada, e abriga os ambientes maiores, como</p><p>piscina e quadras cobertas (com pé-direito de 8,1</p><p>metros), salas de ginástica, restaurante e teatro,</p><p>com 700 lugares.</p><p>Como os ambientes que atraem mais pú-</p><p>blico estão no fundo, o acesso foi pensado como</p><p>um espaço livre, para que a torre da frente não se</p><p>tomasse um obstáculo à entrada. Uma rampa que</p><p>começa a subir próximo da rua conduz o visitante à</p><p>recepção, no primeiro andar da torre da frente.Aci-</p><p>ma da recepção ficam o auditório e o átrio, que se</p><p>estende por todos os demais andares da primeira</p><p>torre. O átrio possui dois destaques: a obra Vórtice,</p><p>de Francisco Niedzielski, e a luz natural que entra</p><p>pelos buracos irregulares no concreto, uma citação</p><p>ao Sesc Pompeia.</p><p>Outras duas obras de arte foram criadas</p><p>especialmente para a unidade: o painel Reflexo</p><p>d'Água, de Tomie Ohtake, que ocupa as paredes</p><p>laterais da piscina, e um trabalho de J.C. Serroni</p><p>no foyer do teatro.</p><p>Dois itens imperceptíveis ao público chama-</p><p>ram a atenção do setor da construção civil na épo-</p><p>ca em que a unidade foi edificada: a automação do</p><p>complexo,visando à economia de recursos, e a aten-</p><p>ção dada ao tratamento e recobrimento do concreto.</p><p>Quanto a isso, destaca-se a opção por pintar</p><p>parte de sua superficie externa de azul e vermelho,</p><p>tornando a unidade facilmente identificável. As</p><p>cargas foram distribuídas nas periferias dos vo-</p><p>lumes de concreto, construídos com formas tre-</p><p>pastes. No bloco do fundo, foi necessário o uso de</p><p>vigas protendidas em alguns andares, como o do</p><p>teatro e o do ginásio esportivo. A unidade conta</p><p>ainda com três subsolos, onde fica o estaciona-</p><p>mento para 200 veículos.</p><p>Sesc-SP * 79</p><p>This unit occupies the grounds of an old chand</p><p>factory in Vila Mariana, a neighborhood in the s</p><p>zone of São Paulo replete with narrow alleyways</p><p>middle-class apartment buildings.The lot is si t</p><p>4 kilometers away from downtown and the area</p><p>efits from an efficient transport infrastructure.</p><p>Meant to serve the dense surroundings,</p><p>program was distributed vertically and can ha</p><p>6,000 users daily. In order to comply with le</p><p>tion, which determines that lateral setbacks</p><p>increase proportionally with the length of the</p><p>volume, the unit was divided into two 50-met</p><p>chitectural concrete towers; their stature, si mi</p><p>the neighboring buildings, follows legislation.</p><p>volumes and their uses are well defined: while</p><p>tower closest to the street, higher and slen der, •</p><p>cupied by segmented spaces (auditorium, ate</p><p>music rooms and the administration area), the</p><p>a little lower and oflarger girth,houses the larg</p><p>vironments, such as the swimming pool and in</p><p>courts (with ceiling heights of 8.1 meters),</p><p>restaurant and a 700-seat theater.</p><p>As the environments that attract a greater</p><p>ber of patrons are situated at the back, the e nt</p><p>was thought up as a free space, so that the front</p><p>would not obstruct access to the other A ramp I</p><p>users from a point dose to the street to the rece</p><p>on the first</p><p>no</p><p>piso de cima estavam em uso e, no galpão ao lado,</p><p>técnicos acertavam a luz do show que ocorreria</p><p>no início da noite.</p><p>Subindo pela rua interna, o novato entrou</p><p>no maior recinto da antiga fábrica, onde cerca</p><p>de 50 pessoas se espalhavam pelos quase 3500</p><p>metros quadrados. "Só porque ele quer!" Um se-</p><p>nhor, sentado nas pesadas cadeiras de araucária</p><p>da biblioteca, respondeu à provocação do amigo</p><p>sobre a cassação do deputado Eduardo Cunha,</p><p>estampada nas capas de todos os jornais daquela</p><p>manhã. "Quem é mais sem-vergonha e ladrão?</p><p>Somos nós? Não vale olhar nem o resultado!",</p><p>desabafou.</p><p>Embaixo da estrutura de concreto do meio</p><p>do galpão, crianças brincavam orientadas por</p><p>monitores. "Mãe, quando eu apitar, você chaco-</p><p>alha... Mãe, vem aqui!", uma garotinha clamava,</p><p>enquanto sua mãe observava a fila do almoço.</p><p>O destaque do buffet naquela terça-feira</p><p>era picanha com ervas e o ambiente foi animado</p><p>por três músicos tocando blues. Ao pagar a con-</p><p>ta no caixa, um frequentador perguntou qual o</p><p>motivo para a festa. "Hoje a instituição Sesc faz</p><p>70 anos", a caixa respondeu, desvelando também</p><p>a razão para os balões coloridos.</p><p>Criado em 13 de setembro de 1946, o Sesc</p><p>é uma entidade privada, sem fins lucrativos e de</p><p>interesse público, constituída por comerciantes</p><p>interessados no bem-estar dos comerciários. Sua</p><p>fundação espelha a polarização política do pós-</p><p>-guerra, com empresários preocupados em ga-</p><p>rantir harmonia para o crescimento econômico.</p><p>Sua base conceitual é a Carta da Paz So-</p><p>cial, assinada por comerciantes e industriais em</p><p>1945. Entre os tópicos, ela postula que "o capital</p><p>não deve ser considerado apenas instrumento</p><p>produtor de lucro, mas, principalmente, meio</p><p>de expansão econômica e bem-estar coletivo".A</p><p>carta propõe um "fundo social a ser aplicado em</p><p>obras e serviços que beneficiem os empregados</p><p>de todas as categorias, em assistência social em</p><p>geral".</p><p>O documento reverbera valores da de-</p><p>mocracia cristã baseados, principalmente, na</p><p>encíclica Rerum Novarum, de 1891, texto papal</p><p>que preconizou harmonia entre trabalhadores e</p><p>empregadores, defendendo o sindicato de fun-</p><p>cionários e o capital privado.</p><p>"A indústria só pode prosperar, expandir-se,</p><p>dentro de uma coletividade rica e feliz", discursou</p><p>o industrial Roberto Simonsen, o líder do encon-</p><p>tro que criou os serviços sociais do comércio e da</p><p>indústria, o Sesc e o Sesi. Na reunião também aflo-</p><p>rou o Senac, instituição irmã do Sesc, destinada a</p><p>qualificar mão de obra para o comércio.</p><p>A ideia prosperou depois de Dutra, recém-</p><p>-empossado, editar um decreto-lei criando a con-</p><p>tribuição compulsória. O Sesc é nacional com es-</p><p>truturas estaduais e, no caso paulista, ele e o Senac</p><p>são administrados pela Federação do Comércio</p><p>de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São</p><p>Paulo (FecomércioSP).</p><p>O prédio da Associação Comercial de São</p><p>Paulo, na rua Boa Vista, foi primeiro endereço do</p><p>Sesc. Ocupando uma sala do 11° andar, a equipe</p><p>pioneira tinha quatro funcionários, incluindo o</p><p>diretor regional.</p><p>Dentre as várias possibilidades de prover</p><p>"bem-estar", assessores notáveis, de médicos a</p><p>religiosos, escolheram o assistencialismo como</p><p>mote de atuação, enfatizando a saúde. Pouco</p><p>depois o leque cresceu, com itens como as "me-</p><p>lhorias das condições de habitação e transporte".</p><p>No final da década de 1940 foram inaugu-</p><p>rados os primeiros centros sociais, a plataforma</p><p>física de atuação, no Tatuapé, na Bela Vista e em</p><p>Santana, e, em menos de dois anos, no interior</p><p>e litoral. Eles ocupavam casas alugadas, os "ca-</p><p>sarões", que acolhiam atividades diversas, como</p><p>ações de ensino, esporte e cultura. O tópico mais</p><p>importante era a saúde, com consultórios mé-</p><p>Centro Social Bento</p><p>Pires de Campos,</p><p>no Tatuapé, em 1947,</p><p>o primeiro "casarão"</p><p>do Sesc</p><p>Bento Pires de Campos</p><p>Social Center,</p><p>in Tatuapé, in 1947,</p><p>the first of Sesc's</p><p>manors ("casarões")</p><p>Sesc-SP 11</p><p>filiado ao mesmo partido do primeiro presiden-</p><p>te da entidade, Brasílio Machado Neto, que foi</p><p>deputado federal.</p><p>*</p><p>dicos, odontológicos e salas de raio X. Também</p><p>eram organizados grupos de teatro amador, pin-</p><p>tura e atividades que focavam a família, buscan-</p><p>do complementação de renda. Por fim, o esporte,</p><p>ainda tímido, ocupava quadras nos quintais.</p><p>A entidade começou a prestar serviços com</p><p>custos subsidiados, como restaurantes e colônia</p><p>de férias em Bertioga, a primeira obra que cons-</p><p>truiu.</p><p>A colônia à beira-mar foi inaugurada em</p><p>1948, em terreno de 400 mil metros quadrados.</p><p>O traçado simétrico foi criado pelo urbanista</p><p>Francisco Prestes Maia, que estava em seu auge</p><p>aos 50 anos: ele acabara de implantar ideias ro-</p><p>doviaristas, com matriz pragmática e desconec-</p><p>tada da utopia moderna, em suas duas gestões</p><p>como prefeito nomeado da capital. O urbanista</p><p>se aproximou do Sesc pelo viés político, pois era</p><p>No início da tarde da septuagésima prima-</p><p>vera do Sesc, cinco operários tratavam o concreto</p><p>da laje que cobre a piscina da Pompeia. Está pre-</p><p>visto, na próxima reforma, mudar o sistema de</p><p>ventilação, os revestimentos e, finalmente, exe-</p><p>cutar o painel com motivo esportivo imaginado</p><p>há 30 anos por Rubens Gerchman.</p><p>Arte e arquitetura se conectam no Sesc há</p><p>60 anos, idade da obra que Marcelo Grassmann</p><p>criou em Marília, interior paulista, no prédio</p><p>desenhado por Oswaldo Corrêa Gonçalves. Ar-</p><p>quiteto ligado ao presidente Luís Roberto de</p><p>Carvalho Vidigal, ele monopolizou os encargos</p><p>dos anos 1950.</p><p>De tradicional família santista, Gonçalves</p><p>teve a carreira catapultada pelo Sobre as Ondas,</p><p>prédio pioneiro do Guarujá, definido pelo poeta</p><p>Guilherme de Almeida como "um palácio de so-</p><p>nhos debruçado sobre o mar".</p><p>Seu amadurecimento profissional ocorreu</p><p>no time de projetistas de escolas em São Paulo,</p><p>o Convênio Escolar, que materializou as propo-</p><p>sições do educador Anísio Teixeira e introduziu</p><p>o modernismo nos edifícios públicos paulistas.</p><p>Gonçalves criou seis das 600 escolas públi-</p><p>cas construídas em São Paulo nos anos de 1950</p><p>e, aos 38 anos, adaptou a experiência aos prédios</p><p>compartilhados por Sesc e Senac.</p><p>Horizontais, eles dividiam funções em alas,</p><p>ao sabor moderno, com cada instituição utilizan-</p><p>do um volume ou andar. O Sesc ocupava menos</p><p>de mil metros quadrados, tinha acesso indepen-</p><p>dente e dividia quadras e auditório. O programa</p><p>replicava os casarões, com gerência, corte e cos-</p><p>tura, assistência social, atendimento médico e</p><p>odontológico.</p><p>Além de Marília, Gonçalves desenhou</p><p>unidades em Santos, São José do Rio Preto e Ri-</p><p>beirão Preto; esta última, a única que pertence</p><p>atualmente à instituição. Como quase toda a sua</p><p>arquitetura, elas transpiravam a influência da</p><p>escola carioca, movimento que aliou elementos</p><p>tradicionais luso-brasileiros com o modernismo.</p><p>Ele também traçou, em 1958, uma experi-</p><p>ência que poderia ter mudado o rumo de atuação</p><p>do Sesc: em parceria com o Instituto de Aposenta-</p><p>doria e Pensões dos Comerciários (IAPC), dese-</p><p>nhou um bairro residencial inovador em Suzano,</p><p>a 30 quilômetros da capital. O fundo de pensão</p><p>Oswaldo Corrêa</p><p>Gonçalves desenhou</p><p>todos os projetos do</p><p>Sesc-SP na década</p><p>de 1950. No centro da</p><p>imagem, ele aparece</p><p>na unidade de Bauru,</p><p>cujo desenho moderno,</p><p>criado em parceria com</p><p>Rubens Carneiro Vianna</p><p>e Ricardo Sievers,</p><p>impactou o tecido</p><p>urbano da área</p><p>central da cidade</p><p>Oswaldo Corrêa</p><p>Gonçalves was the man</p><p>in charge of all Sesc</p><p>designs in the 1950s.</p><p>At the center of the</p><p>picture, he appears in</p><p>the Bauru unit, whose</p><p>modern design, created</p><p>in partnership with</p><p>Rubens Carneiro Viana</p><p>and Ricardo Sievers,</p><p>had a great impact</p><p>on the downtown</p><p>urban fabric</p><p>12 * MONOLITO</p><p>ficou responsável pelas casas e o Sesc, pela gestão</p><p>dos equipamentos - que não foram construídos,</p><p>frustrando a ideia.</p><p>As obras para o Sesc são a fase áurea da pro-</p><p>dução de Gonçalves, autor até mesmo da antiga</p><p>sede regional, na rua Dr. Vila Nova, Vila Buarque.</p><p>No cerne de um bairro estudantil, o endereço não</p><p>abriga mais o QG da instituição, mas foi diante</p><p>desse prédio</p><p>floor of the front tower.Above the</p><p>tion, one finds the auditorium and the atrium s</p><p>with all the floors above. The atrium possesses</p><p>interesting features: the Vórtice artwork, crea</p><p>Francisco Niedzielski, and the irregular holes in</p><p>concrete wall that allow natural light to flood</p><p>building, a reference to Sesc Pompeia.</p><p>Two other works were created especial</p><p>the unit: the Reflexo dÁgua panel, by Tomie</p><p>that adorns the walls of the pool area, and a pi</p><p>J.C. Serroni, found in the theater. foyer.</p><p>Two items unperceivable to the publ ic</p><p>nevertheless, praiseworthy to those in the</p><p>construction sector at the time when the unit</p><p>erected: the automation of the complex, looki</p><p>economize on resources, and the attention gi</p><p>the treatment and finish of the concrete.</p><p>Regarding said finish, it is of note that pa</p><p>outer surface was painted blue and red, makin</p><p>unit easily recognizable. The loads were distri</p><p>along the periphery of the concrete volumes,</p><p>utilizing a climbing formwork system. For the</p><p>building, the use ofprestressedbeams was nec</p><p>on some floors,such as those where the thea</p><p>gymnasium are found.The unit also possesses</p><p>basement floors that accommodate a 200-</p><p>parking lot.</p><p>80 MONOLITO</p><p>IMIIP.ÇEE</p><p>1.11</p><p>Cf& 1111,'</p><p>9° pavimento —Torre A /Cobertura —Torre B</p><p>9' floor —Tower A /Roof floor —Tower B</p><p>2° pavimento —Torre A /3° pavimento —Torre B</p><p>2' floor —Tower A /3' Floor —Tower B</p><p>1</p><p>sob o palco</p><p>age</p><p>o i,Jrn</p><p>de música roem</p><p>a -oom</p><p>stração frninistration 1° pavimento 10t Floor</p><p>Térreo Ground floor</p><p>E2). 0 5 10 20</p><p>8 8</p><p>1</p><p>9</p><p>Pavimento superior Superior floor</p><p>------</p><p>---------</p><p>4</p><p>o 40M</p><p>ela</p><p>Subsolo Basement</p><p>e 11</p><p>Pedestrian access</p><p>Vehicle access</p><p>'ions</p><p>coberta iered square</p><p>te eria</p><p>mento .,arking</p><p>pool</p><p>',orn</p><p>Sesc-SP * 81</p><p>11</p><p>st mil</p><p>EM =Me</p><p>915a</p><p>1 niiii - dielint</p><p>Illell"". II</p><p>Mi</p><p>NI jj , 4,L i-ge Rabi</p><p>einimee _á MI ., ••9•••; '''</p><p>mei1Lffillaffl et arilleil-</p><p>.„..........</p><p>=E 1111111 1Min—emenee~wee</p><p>Corte longitudinal Long section</p><p>O 5 10 20</p><p>Sesc Vila Mariana</p><p>Local Location Rua Pelotas, 141, São Paulo</p><p>Data de início do projeto Project date 1988</p><p>Data de conclusão da obra Completion date 1997</p><p>Área do terreno Site area 5.218 m2</p><p>Área construída Built area 25.277 m2</p><p>Arquitetura Architecture Bonilha & Arquitetos Associados — Jerônimo Bonilha</p><p>Esteves (autor author); Luciana Sampaio Esteves, Wilson Ikegami, Elisabeth Niwa</p><p>e Isabel de Souza Leão (colaboradores collaborators)</p><p>Comunicação visual Visual communication Luciana Sampaio Esteves</p><p>Paisagismo Landscape Ayako Nishikawa</p><p>Acústica, conforto ambiental e luminotécnica Acoustics, thermal comfort</p><p>and light design Ambiental</p><p>Música Music Lineu Passari Jr.</p><p>Projeto cênico e iluminação cênica Scene design and light design J.C. Serroni</p><p>Fundação Foundation Consultrix</p><p>Estrutura Structure César Pereira Lopes</p><p>Instalações hidráulica e elétrica Pumbling and electrical facilities PHE</p><p>Ar-condicionado Acclimatization Engetherm</p><p>Cozinha Kitchen consultancy Precx</p><p>Automação predial Building automation systems Procontrol</p><p>Infraestrutura Infrastructure Marciano</p><p>Sonorização Sound Alexandre Sresnewsky</p><p>Impermeabilização Waterproofing Proassp</p><p>Controle tecnológico do concreto Concreta technical control</p><p>L. A. Falcão Bauer</p><p>Piso de madeira Wood floor Tecnomad</p><p>Cabeamento de áudio Audio cabling Manoel Moreira da Silva Neto</p><p>Coordenação geral e supervisão General coordination and supervision</p><p>Sesc-SP — Assessoria Técnica e Planejamento (ATP) e Gerência de Engenharia e</p><p>Infraestrutura (GEI)</p><p>Construção General contractor Método</p><p>Publicação Publication SABBAG, Naifa. Arquitetura & Urbanismo, n°76.</p><p>São Paulo: Pini, 1998.</p><p>Fotos Photos Leonardo Finotti</p><p>82 * MONOLITO</p><p>12,</p><p>Sesc-SP * 83</p><p>Sesc Araraquara (1991/2000), Araraquara, SP</p><p>Abrahão Sanovicz</p><p>[</p><p>Esta unidade está localizada na região central do</p><p>estado, em cidade com cerca de 230 mil habitantes</p><p>e distante 270 quilômetros da capital. Com capaci-</p><p>dade para atender 3,5 mil pessoas por dia, o espaço</p><p>fica no bairro de Quitandinha, entre o centro e a</p><p>rodovia Washington Luís, no limite entre a massa</p><p>urbana e o meio rural. O lote se estende por quase</p><p>uma quadra inteira e mede cerca de 23 mil metros</p><p>quadrados.</p><p>Um de seus principais aspectos é a transpa-</p><p>rência com que as atividades se apresentam aos</p><p>visitantes, induzindo a imediata compreensão do</p><p>programa. Seu autor a descrevia como um "shop-</p><p>ping cultural", em alusão à adoção de características</p><p>semelhantes aos centros de compra, com circulação</p><p>generosa,vazios entre andares e "lojas âncoras" nas</p><p>extremidades, incentivando o público a percorrê-la</p><p>de ponta a ponta. Assim, é importante salientar a</p><p>distribuição horizontal, em dois pavimentos. Com</p><p>pé-direito duplo e infraestrutura cênica, a área de</p><p>convivência assume o protagonismo ao organizar</p><p>a circulação. Por outro lado, o declive de quatro me-</p><p>tros do terreno também colabora para que o olhar</p><p>do usuário vislumbre imediatamente as atrações,</p><p>cruzando sua profundidade visual desde o eixo da</p><p>rampa de entrada até as piscinas, no fundo do lote.</p><p>A setorização do programa foi agenciada a</p><p>partir de acessos. Na frente, por exemplo, seguin-</p><p>do o eixo leste-oeste, junto à entrada principal, fica</p><p>a entrada alternativa do teatro, para eventual uso</p><p>independente. Outro equipamento que ocasio-</p><p>nalmente pode ser utilizado com autonomia é a</p><p>quadra coberta, que, além de abrigar esportes, foi</p><p>pensada para eventos como shows, festas e feiras.</p><p>Por isso possui um acesso secundário, aberto para</p><p>a rua lateral, na face norte. No lado oposto, ao sul,</p><p>está o acesso de serviço, próximo à concentração</p><p>dos ambientes mais compartimentados, como</p><p>área de manutenção, administração, vestiários e</p><p>salas de ginástica.</p><p>O projeto possui desenho assemelhado à</p><p>arquitetura industrial, com estrutura de concreto</p><p>aparente moldado In loco e fechamento de tijolos.</p><p>Em resposta ao clima quente, o edifício é protegido</p><p>por beirais e trechos da circulação são avarandados.</p><p>Aberturas piso-teto garantem iluminação natu-</p><p>ral e ventilação cruzada. O projeto contou com a</p><p>parceria de Edson Elito, que, além de colaborar na</p><p>concepção inicial, acompanhou o último ano de</p><p>sua execução, após a morte do autor.</p><p>Sesc-SP * 85</p><p>86 * MONOLITO</p><p>sie</p><p>This unit is situated in the central region of the</p><p>state, 270 km away from the capital, in a city</p><p>with a population of about 230 thousand. With</p><p>a capacity to serve 3,500 users daily, said space is</p><p>located in the Quitandinha neighborhood, be-</p><p>tween downtown and Washington Luís High-</p><p>way, on the limit between the urban sprawl and</p><p>the countryside. The lot extends for almost an</p><p>entire block and totais approximately 23,000</p><p>square meters.</p><p>One of its main characteristics is the trans-</p><p>parency with which activities are presented to</p><p>visitors, making the program easily readable. Its</p><p>author described it as a "cultural shopping cen-</p><p>ter", in reference to the similarities between the</p><p>project and malls, thanks to its ample circulation</p><p>areas, empty spaces between floors and the "an-</p><p>chor stores", set at the extremities,which encour-</p><p>age the public to explore from end to end. In this</p><p>sense, the horizontal distribution on two floors</p><p>is of note. Double-height ceilings and a presenta-</p><p>tion-friendly infrastructure grant the gathering</p><p>area the leading role in organizing the circulation.</p><p>In addition, a 4-meter terrain drop facilitates an</p><p>immediate glimpse of the attractions all the way</p><p>to the back, from the axis of the entrance ramp</p><p>to the pools.</p><p>The organization of the program is well</p><p>defined, with sectors separated in accordance</p><p>with access areas. In the front portion, for ex-</p><p>ample, along the east-west axis, coupled to the</p><p>main entrance, one finds the auxiliary access to</p><p>the theater, which can be used independently.</p><p>The indoor sports court, which can also be used</p><p>autonomously, is designed to host additional</p><p>events, such as concerts, parties and fairs. For</p><p>this reason, it possesses a secondary entrance</p><p>that opens onto the side street, on the north face.</p><p>On the opposite side, to the south, one finds the</p><p>service entrance, dose to the set of compartmen-</p><p>talized environments, such as the maintenance</p><p>area, the administration, locker rooms and fit-</p><p>ness rooms.</p><p>The design of the building is industrial in</p><p>nature,featuring an architectural concrete struc-</p><p>ture cast on site and brick walls. In response to</p><p>the warm climate, the building is protected by</p><p>caves and some sections of the circulation pos-</p><p>sess verandas. Floor-to-ceiling fenestrations</p><p>allow for natural lighting and cross ventilation.</p><p>The design counted on the participation of Ed-</p><p>son Elito, who collaborated on the initial design</p><p>and supervised the final year of its execution, fol-</p><p>lowing the passing of its author.</p><p>Corte longitudinal Long section</p><p>O 2 5 10</p><p>11</p><p>12 L,</p><p>10</p><p>li</p><p>Nível acesso Access floor</p><p>1</p><p>Nível inferior Lower floor</p><p>L_J</p><p>O 5 10 20</p><p>1. Acesso principal Main access</p><p>2. Acesso secundário Secondary access</p><p>3. Estacionamento Parking</p><p>4. Recepção Reception</p><p>5. Teatro Theater</p><p>6. Consultório odontológico Dental off ice</p><p>16. Multimidia Multim</p><p>17. Área de manutenção</p><p>Maintenance area</p><p>18. Terraço Terrace</p><p>19. Piscina Swimming</p><p>12. Mezanino ginásio</p><p>Gymnasium mezzanine</p><p>13. Ginásio Gymnasium</p><p>14. Vestiário Locker room</p><p>15. Convivência/lanchonete</p><p>Common area/cafeteria</p><p>7. Administração Administration</p><p>8. Exposições Exhibitions</p><p>9. Atividades/oficinas Activities/ateliers</p><p>10. Área de convivência externa</p><p>External common area</p><p>11. Quadras descobertas Outdoor courts</p><p>Ea1111101111MEEDI r Cr'</p><p>EENNI~Effire</p><p>Corte transversal Cross section</p><p>e</p><p>e</p><p>Sesc Araraquara</p><p>Local . ocation Rua Castro Alves,1315, Araraquara, SP</p><p>Data de início do projeto Project date 1991</p><p>Data de conclusão da obra Completion date 2000</p><p>Área do terreno Site area 22.902 m2</p><p>Área construída Built area 14.936 rn°</p><p>Arquitetura Architecture Escritório Abrahão Sanovicz</p><p>o Sanovicz (autor author); Edson Jorge Elito</p><p>•• :odor collaborator); Maria Antonieta Morelli Natal,</p><p>A.;ri Viviani, Alexandra Otero, Joana Fernandes Elito,</p><p>Antonio Seixas, Flávia Faria Albert, Maria Del Pilar</p><p>o Garcia, Maria Florindo Morgado Rodrigues, Marina Sabino,</p><p>"litsche (equipe team)</p><p>Paisagismo Landscape Escritório Abrahão Sanovicz —</p><p>A-justo Rittes Garcia (equipe team)</p><p>Estrutura Structure Jorge Kurken Kurkdjian e</p><p>Zaven Kurkdjian</p><p>Instalações elétricas e hidráulicas Electrical and plumbing</p><p>es PHE</p><p>Ar-condicionado Acclimatizaion Willen Scheepmaker</p><p>Projeto cênico Scene design J.C. Serroni</p><p>Conforto ambiental Thermal comfort Luiz Carlos Chichierchio</p><p>Cozinha Kitchen consultancy Fernando Machado de Campos</p><p>Eletroacústica Electroacoustics Alexandre Sresnewsky</p><p>Impermeabilização Waterproofing Projimper — Cid Pirondi</p><p>Levantamento planialtimétrico Planialtimetric survey</p><p>.1ji Topografia</p><p>Lurninotécnica Light design Esther Stiller e Gilberto Franco</p><p>Consultores sondagem Soil probing consultancy SPT —</p><p>ro Saccab</p><p>Terraplanagem e fundação Earthwork and foundation</p><p>NAG Projesolos — Marcos Guimarães</p><p>Coordenação geral e supervisão General coordination and</p><p>supervision Sesc-SP — Assessoria Técnica e Planejamento (ATP)</p><p>e Gerência de Engenharia e Infraestrutura (GEI)</p><p>Construção General contractor Torello Dinicci</p><p>Publicações Publications MOURA, Éride. Projeto Design n°248.</p><p>São Paulo: Arco Editorial, 2000; WOLF, José. Arquitetura</p><p>e Urbanismo n°92. São Paulo: Pini, 2000; AYOUB, Helena.</p><p>Abrahão Sanovicz• o projeto como pesquisa. São Paulo:</p><p>FAU/L1SP, 2004 (tese PhD's thesis).</p><p>Fotos Photos Leonardo Finotti</p><p>Sesc-SP 89</p><p>. -‘‘‘,-,\XXX,,XN\N\\\.\\\\\\. \\.\\Iiii</p><p>Sesc Santo André (1992/2002), Santo André, SP</p><p>Tito Livio Frascino e Vasco de Mello</p><p>„.,</p><p>Esta é a maior unidade do Sesc no Grande ABC, sete</p><p>cidades conurbadas que concentram mais de 2,5 mi-</p><p>lhões de habitantes no sudoeste da região metropo-</p><p>litana de São Paulo.</p><p>O espaço tem capacidade para atender 6 mil</p><p>pessoas por dia e seu terreno se situa junto à alça</p><p>viária de uma avenida expressa, a Prestes Maia, es-</p><p>trategicamente posicionada entre os dois maiores</p><p>centros das cidades da região: o de Santo André, a</p><p>cerca de dois quilômetros de distância, e o de São</p><p>Bernardo do Campo, localizado a menos de seis</p><p>quilômetros.</p><p>Com 18,6 mil metros quadrados, o lote permi-</p><p>tiu a adoção de um partido arquitetônico horizon-</p><p>tal, distribuindo o programa em praticamente dois</p><p>pisos num único pavilhão estruturado com peças</p><p>metálicas, de 160 metros de extensão por 40 metros</p><p>de largura e 14 metros de altura. O desenho é uma</p><p>colagem de referências arquitetônicas, que se reve-</p><p>la nos aspectos gerais do pavilhão. Na frente, uma</p><p>curva marca a fachada principal, aludindo ao dese-</p><p>nho da alça viária; no fundo, a fachada tem o ritmo</p><p>regular de três pórticos sequenciais quebrados por</p><p>um volume angulado, que abriga o auditório e se</p><p>assemelha à proa de um barco.</p><p>A curva e o ritmo regular espelham funções</p><p>diversas: a primeira organiza o fluxo de acesso e a</p><p>circulação interna em rampas em torno do espaço</p><p>de convivência, enquanto o ritmo regular, reforçado</p><p>pela retícula de vidro e tijolos de vidros dos caixilhos,</p><p>ajuda a sombrear a fachada norte. No fundo, além</p><p>das piscinas, parte das quadras esportivas é coberta</p><p>por uma estrutura metálica estafada.</p><p>This is the largest among Sesc units in the Great</p><p>ABC conurbation, which consists of seven cities</p><p>that concentrate more than 2.5 million residents in</p><p>the southwestern metropolitan region of São Paulo.</p><p>The space possesses a capacity to serve 6,000</p><p>users daily. It sits side-by-side with an interchange of</p><p>Prestes Maia Express Avenue, which is strategically</p><p>positioned between the largest central areas of cities</p><p>in the region: downtown Santo André, about two</p><p>kilometers away, and the center of São Bernardo do</p><p>Campo, located less than six kilometers away.</p><p>The 18,600-square meter lot allowed for a</p><p>horizontal architectural approach, distributing the</p><p>program onto almost two floors of a single pavil-</p><p>ion supported via a metal structure that possesses</p><p>a length of 160 meters, width of 40 meters and a</p><p>height of 14 meters. The design resulted from a col-</p><p>lage of architectural references that reveals itself in</p><p>the general aspects of the pavilion. At the front, the</p><p>main façade possesses a curved section that alludes</p><p>to the outline of the aforementioned interchange;at</p><p>the back, the façade features a regular rhythm cre-</p><p>ated bya sequence ofthree porches and broken bya</p><p>prism, which houses the auditorium and resembles</p><p>the prow of a boat.</p><p>The curve and regular rhythm represent differ-</p><p>ent uses: the first organizes the influx ofvehicles and</p><p>the internal circulation through ramps surrounding</p><p>the gathering space, while the latter, reinforced by</p><p>glazed grids and glass-block panels, help to shade</p><p>the north façade. At the back, in addition to the</p><p>swimming pools, some of the sports courts are cov-</p><p>ered by a cable-stayed steel truss.</p><p>Sesc-SP 91</p><p>Corte longitudinal Long section</p><p>L__1</p><p>c) 5 10 20</p><p>more 11111" I1</p><p>NON mitarnaTrAwkonot~ rir</p><p>ME rl</p><p>1. Acesso pedestres Pedestrian access</p><p>2. Acesso veículos Vehicle access</p><p>3. Estacionamento Parking</p><p>4. Bilheteria Box office</p><p>5. Recepção/foyer Reception/foyer</p><p>6. Auditório Auditorium</p><p>7. Oficina Atelier</p><p>8. Espaço múltiplo uso Multipurpose area</p><p>9. Administração Administration</p><p>10. Consultório odontológico Dental office</p><p>11. Solário Solarium</p><p>12. Quadras cobertas Indoor courts</p><p>13. Cafeteria Café</p><p>14. Piscina Swimming pool</p><p>Implantação Site plan</p><p><} O sio 20</p><p>Sesc Santo André</p><p>Local Location Rua Tamarutaca, 302, Santo André, SP</p><p>Data de início do projeto Project date 1992</p><p>Data de conclusão da obra Completion date 2002</p><p>Área do terreno Site area 22.081 m2</p><p>Área construída</p><p>Built area 24.871 m2</p><p>Arquitetura Architecture Tito Livio Frascino e Vasco de Mello (autores authors); Fernando Pires,</p><p>Arthur Delgado, Alexandre Stefani e Maria Antonieta Natal (colaboradores collaborators)</p><p>Levantamento planialtimétrico Planialtimetric survey E. Kanji, Toposoft e JC Topografia</p><p>Terraplenagem e fundação Earthwork and foundation MAG Projesolos</p><p>Impermeabilização Waterproofing Proassp</p><p>Estrutura de concreto Concrete structure Santoro, Leão e Pásqua</p><p>Estrutura metálica Metallic structure Ernesto Tarnoczi</p><p>Instalações elétrica, hidráulica e incêndio Electrical, plumbing facilities and fireproofing Projetar</p><p>Acústica Acoustics Igor Sresnewsky e Nacyr Pereira</p><p>Luminotécnica Light design Esther Stiller</p><p>Sonorização Sound Alexandre Sresnewsky</p><p>Lógica Logic Marciano</p><p>Controle predial e segurança Building control and security Bettoni</p><p>Cozinha Kitchen consultancy Precx</p><p>Comunicação visual Visual communication Minoru Naruto e M. Argentina Bibas</p><p>Paisagismo Landscape Amélia Bratke</p><p>Projeto cênico Scenic design J.C. Serroni</p><p>Parque lúdico Recreational park Neusa Nakata</p><p>Identidade visual Visual identity Oz Design</p><p>Esquadrias Frames Aluparts</p><p>Conforto ambiental Thermal comfort Luiz Carlos Chichierchio</p><p>Transporte vertical Vertical transport Empro</p><p>Pavimentação de concreto Concrete paving Monobeton</p><p>Interiores Interior design Kátia Faria, Arqueômetro, Arquitetura e Design, Spadoni & Associados,</p><p>Pedro Useche e Adriana Bianco</p><p>Obras de arte Art pieces Luis Sacilotto, Takashi Fukushima, Chico Niedzielski e Glaucia Flügel</p><p>Coordenação geral e supervisão General coordination and supervision Sesc-SP — Assessoria Técnica e Planejamento (ATP) e</p><p>Gerência de Engenharia e Infraestrutura (SEI)</p><p>Construção General contractor Construforte e Talude</p><p>Publicações Publications MOURA, Éride. Projeto Design, n°266. São Paulo: Arco Editorial, 2002;</p><p>CAMARGO, Mônica Junqueira de. Arquitetura e Urbanismo n°101. São Paulo: Pini, 2002.</p><p>Fotos Photos Leonardo Finotti</p><p>Sesc-SP • 93</p><p>Sesc Pinheiros (1997/2004),</p><p>São Paulo</p><p>Miguel Juliano</p><p>Localizado no bairro de Pinheiros, na zona oeste</p><p>da capital, esta unidade é, até o momento, a mais</p><p>verticalizada da rede paulista do Sesc, estando</p><p>apta a atender até 4 mil pessoas por dia. Seus 35</p><p>mil metros quadrados de construção distribuem-</p><p>-se por 13 pavimentos, já contabilizados seis sub-</p><p>solos. Com traçado irregular, o terreno possui</p><p>frente para duas movimentadas vias; o acesso</p><p>principal volta-se para a rua Paes Leme, mais</p><p>amigável ao pedestre que a rua Butantã e onde o</p><p>terreno possui frente maior.</p><p>O conjunto pode ser dividido em dois blo-</p><p>cos:no mais baixo, orientado para a rua Butantã, fi-</p><p>cam as piscinas e a garagem subterrânea paia</p><p>veículos; no mais alto, voltado para a Paes</p><p>concentra-se a maior parte do programa</p><p>sala de exposições, restaurante, oficinas, aucii</p><p>setor de odontologia e quadras esportivas)</p><p>O acesso é definido por níveis escalo</p><p>para cima e para baixo da rua, dividindo o fl</p><p>visitantes — que sobe para alcançar a maioria</p><p>espaços e desce, como auxílio de escadas To</p><p>para chegar ao teatro, com 1010 lugares.</p><p>Assim, o térreo fica um pouco aci</p><p>rua e se comporta como um terraço prot</p><p>pelos pisos superiores. Sem caixilhos, a ár</p><p>94 * MONOLITO</p><p>Convivência e recepção se integra ao terraço de</p><p>acesso, e escadas rolantes conduzem o visitante</p><p>ao primeiro andar, onde fica o restaurante com</p><p>capacidade para oferecer 3 mil refeições por dia.</p><p>O segundo pavimento se destina a oficinas e jogos,</p><p>e o auditório de 100 lugares, a administração e o</p><p>atendimento ficam no terceiro. O pavimento se-</p><p>guinte é reservado às atividades fisicas, enquanto</p><p>duas quadras esportivas ocupam o quinto andar.</p><p>Os quatro consultórios odontológicos estão logo</p><p>acima, no mezanino ao redor das quadras. Por fim,</p><p>no sétimo piso fica o ginásio de esportes, com co-</p><p>bertura retrátil.</p><p>Destaca-se no projeto a flexibilidade do blo-</p><p>co maior, proporcionada pela estrutura com vão</p><p>de 25 metros.</p><p>O conjunto é repleto de obras de arte, como</p><p>os três painéis de Sérgio Niculitcheff na piscina e</p><p>a escultura de Francisco Brennand no jardim da</p><p>entrada.</p><p>Uma marca do prédio são as inovações tec-</p><p>nológicas, como o controle de intensidade da ilu-</p><p>minação artificial, o reaproveitamento da água de</p><p>drenagem, chuveiros elétricos com dispositivos</p><p>temporizados e o sistema de regulagem da capa-</p><p>cidade de absorção acústica do teatro.</p><p>Sesc-SP .95</p><p>(2</p><p>h</p><p>c (</p><p>7° pavimento 7th Floor 3° pavimento 3 d̀ floor</p><p>19</p><p>e</p><p>I I</p><p>I</p><p>=18</p><p>Ne*</p><p>6° pavimento 6' floor 1° pavimento floor</p><p>1. Acesso Access</p><p>2. Convivência Common area</p><p>3. Exposições Exhibitions</p><p>4. Piscina Swimming pool</p><p>5. Acesso veículos Vehicle access</p><p>6. Garagem Garage</p><p>7. Recepção Reception</p><p>8. Área técnica Technical area</p><p>9. Balcão do teatro Balcony</p><p>10. Depósio Storage</p><p>11. Teatro Theater</p><p>12. Foyer Foyer</p><p>13. Caixa d'água Water reservoir</p><p>14. Restaurante Restaurant</p><p>15. Auditório Auditorium</p><p>16. Administração Administration</p><p>17. Oficina Atelier</p><p>18. Consultório odontológico Dental off ice</p><p>19. Reunião Meeting roam</p><p>20. Quadra poliesportiva Sports court</p><p>Corte transversal Cross section</p><p>Térreo Ground floor</p><p>0 5 10 20</p><p>2° subsolo 2" Ì basement</p><p>3° subsolo 3' basement</p><p>Sesc-SP * 97</p><p>Situated in Pinheiros, a neighborhood</p><p>west zone of the capital, this is the talle st</p><p>the Sesc São Paulo network, capable of s</p><p>up to 4,000 users daily. Its 35,000 square</p><p>of built area are spread over 13 floors, inc</p><p>sixbasement levels.The irregular lot ope</p><p>two busy streets: the main entrance, the</p><p>front, is located on Paes Leme St., which is</p><p>pedestrian-friendly than Butantã St.</p><p>The set can be divided into two</p><p>the lower, facing Butantã St., houses the</p><p>and 340 underground parking spaces; th</p><p>facing Paes Leme St., concentrates most</p><p>program (theater, exhibition hall, food</p><p>workshops, auditorium, dental offic</p><p>sports courts).</p><p>Access to the building is organized</p><p>set leveis, above and below street levei,</p><p>uting the foot traffic. Visitors reach most</p><p>spaces by going upstairs and go down es</p><p>to get to the theater, which sits 1,010.</p><p>The ground floor is slightly raised</p><p>street levei and doubles as a terrace pr</p><p>by the upper floors. Sans frames, the ga</p><p>area and the reception are connected to</p><p>trance terrace and escalators lead visitors t</p><p>food court on the first floor, where 3,000</p><p>can be served daily. The second floor is re</p><p>for workshops and games, and a 100-seat</p><p>torium, the administration and a customer</p><p>vice desk are found on the third.The next fl</p><p>utilized for physical activities, while two s</p><p>courts occupy the fifth floor. The four den</p><p>fices are right above, on the mezzanine ar</p><p>the courts. Finally, the seventh floor houses</p><p>gymnasium with its retractable roof.</p><p>The highlight of this design is the fl</p><p>ity of the larger block, dueto its long span</p><p>ture, which extends 25 meters.</p><p>A great number of art works adora</p><p>complex, such as the three paneis by Se</p><p>Niculitchefffound in the pool area, or the</p><p>ture by Francisco Brennand, placed in the</p><p>garden.</p><p>The building boasts technological in</p><p>tion in systems such as artificial lighting</p><p>sity control, water harvesting & reuse, ti</p><p>electric showers and acoustic absorption</p><p>theater.</p><p>98 * MONOLITO</p><p>1</p><p>tudinal Long section</p><p>20</p><p>Sesc Pinheiros</p><p>Local Location Rua Paes Leme,195, São Paulo</p><p>Data de início do projeto Project date 1997</p><p>Data de conclusão da obra Completion date 2004</p><p>Área do terreno Site area 4.744 m2</p><p>Área construída Built area 35.259 m2</p><p>Arquitetura e comunicação visual Architecture and visual</p><p>communication Miguel Juliano (autor author); Milton Miura,</p><p>Eduardo Pietro, Marcos Kawase, Francisco A. De Jesus, Rui Jarra,</p><p>Elaine Bastos e André Noschese (colaboradores collaborators)</p><p>Paisagismo Landscape Miguel Juliano</p><p>Luminotécnica Light design Franco & Fortes</p><p>Acessibilidade Accessibility GL&P</p><p>Projeto cênico Scenic design J.C. Serroni</p><p>Acústica Acoustics Nepomuceno e Trindade; Harmonia Acústica</p><p>Aúdio, vídeo e</p><p>multimídia Audio, video and multimedia AVM</p><p>Sonorização Sound Alexandre Sresnewsky</p><p>Estrutura de concreto e fundação Concrete structures and</p><p>foundation Júlio Kassoy e Mário Franco</p><p>Estrutura metálica Metallic structure Kurkdjian &</p><p>Fruchtengarten</p><p>Estrutura da cobertura metálica Canopy metallic structure</p><p>Bemo do Brasil</p><p>Hidráulica, elétrica e ar-condicionado Electrical and plumbing</p><p>facilities and acclimatization PHE</p><p>Coordenação geral e supervisão General coordination and</p><p>supervision Sesc-SP — Assessoria Técnica e Planejamento (ATP)</p><p>e Gerência de Engenharia e Infraestrutura (GEI)</p><p>Construção General contractor Mendes Júnior</p><p>Publicação Publication SERAPIÃO, Fernando. Projeto Design</p><p>n°298. São Paulo: Arco Editorial, 2004.</p><p>Fotos Photos Leonardo Finotti</p><p>.2WW4ggri.F.Kuilfg</p><p>_Np Bip,,,,,grogin</p><p>wsi ER mi le"</p><p>JIM, iniq "MIM 111111111111</p><p>El, 111111 II" MINN.</p><p>lei Int IIININIKEIWN</p><p>RR ge.-</p><p>Sesc-SP99</p><p>Sesc Belenzinho (1997/2010), São Paulo</p><p>Ricardo Chahin</p><p>Com 32 mil metros quadrados, o terreno desta uni-</p><p>dade ocupa quase a totalidade de um quarteirão</p><p>triangular do Belenzinho, na zona leste da capital.A</p><p>gleba, que fica a duas quadras do metrô e é vizinha</p><p>ao cemitério da Quarta Parada, era ocupada desde</p><p>a metade dos anos 1930 pela Fábrica de Tecidos</p><p>Tatuapé, do Moinho Santista, que confeccionava</p><p>ali sacos para farinha de trigo. A empresa chegou a</p><p>ter 4 mil funcionários e foi pioneira na industriali-</p><p>zação de fios de lã, produzindo também poliéster,</p><p>acrílico e viscose.</p><p>Para escolher sua arquitetura, o Sesc organi-</p><p>zou um concurso fechado com sete escritórios, e</p><p>o vencedor apresentou a proposta mais econômi-</p><p>ca do ponto de vista financeiro e de seu impacto</p><p>formal.</p><p>O partido arquitetônico delineou dois se-</p><p>tores: o sudeste, paralelo à rua Tobias Barreto, foi</p><p>destinado a atividades fechadas, e os espaços de</p><p>práticas ao ar livre ficaram posicionados no setor</p><p>noroeste. Ali, além de quadras esportivas e pisci-</p><p>nas, fica a esplanada de acesso, construída sobre</p><p>a garagem de 547 vagas. Acima do nível da rua, a</p><p>esplanada define o térreo elevado, e a circulação</p><p>que organiza os acessos é protegida por beiral com</p><p>seis metros de balanço.</p><p>O projeto manteve os dois maiores prédios</p><p>fabris, que abrigavam teares em seus quatro pavi-</p><p>mentos. Localizados nas extremidades, nas duas</p><p>esquinas da Tobias Barreto, eles ganharam usos</p><p>distintos: o prédio da esquina da avenida Álvaro</p><p>Ramos foi transformado em escritórios da admi-</p><p>nistração regional da entidade, enquanto o que</p><p>fica próximo à esquina da rua Padre Adelino abriga</p><p>grande parte do programa da unidade. Os acaba-</p><p>mentos externos distintos assinalam a diferença de</p><p>uso entre os dois antigos prédios industriais.</p><p>No espaço entre os dois antigos prédios de te-</p><p>ares foram construídos diversos galpões, que abri-</p><p>gam o ginásio, o restaurante e a área de exposições.</p><p>Com laje de 3 mil metros quadrados, o prédio</p><p>fabril convertido em unidade cresceu para cima e</p><p>para baixo: as fundações foram rebaixadas para que</p><p>se construísse no térreo a piscina coberta, e no alto</p><p>um novo pavimento foi estruturado com metal,</p><p>onde fica o teatro de 364 lugares. O edifício abri-</p><p>ga ainda a área de convivência e exposições, entre</p><p>outros usos. O maior destaque de seu interior é o</p><p>vazio aberto em todos os pavimentos, com o piso</p><p>de vidro para a piscina e uma parede translúcida</p><p>voltada para o cemitério.</p><p>The 32,000-square meter grounds of th is u</p><p>up the major part of a triangular block '</p><p>zinho, a neighborhood on the east side o</p><p>The lot is situated two blocks away from</p><p>and neighbors the Quarta Parada cemete</p><p>mid-1930s, it was occupied by the Tatua</p><p>Factory, of the Moinho Santista grou p, for</p><p>ufacture of flour sacs. The plant carne to</p><p>4,000 people and pioneered the industri</p><p>of wool yarn, in addition to producing</p><p>acrylic and viscose.</p><p>To select its architecture, Sesc invi</p><p>firms to compete, and the winner presen</p><p>most economical proposal, both financial</p><p>à-vis its formal impact.</p><p>The architectural approach outlined</p><p>tors: the southeast, parallel to Tobias B</p><p>was reserved for indoor activities, and the</p><p>spaces were positioned in the northw. est</p><p>the latter, in addition to the sports courts</p><p>ming pools, one finds the access te rrace, b</p><p>the 547-space parking lot.Above street le</p><p>race defines an elevated ground floor an</p><p>culation that organizes the access to the b</p><p>protected by cantilevered eaves, with 6-m</p><p>The design preserved the two larg</p><p>ings of the old factory,where looms used</p><p>all four floors. Found at both corners on T</p><p>reto St., they adopted different uses: the b</p><p>the comer with Álvaro Ramos Ave. was</p><p>to become the institution's regional a</p><p>tion,while the other, close to the comer</p><p>Adelino St. houses the majority of the p</p><p>this unit.The difference in use between</p><p>industrial buildings is made clear with</p><p>different external finishes.</p><p>Several pavilions were built in the</p><p>tween the old textile buildings in o rder to</p><p>gymnasium,the food court and the exhib</p><p>The factory building converted in</p><p>whose floor plans possess areas of 3,</p><p>meters, was expanded upward and d</p><p>the foundations were lowered so that</p><p>pool could be built on the ground floor,</p><p>floor was added, with a metal frame, in</p><p>house the theater that sits 364. The bui</p><p>encompasses the gathering and exhib'</p><p>amongst other uses. The main feature</p><p>rior is its atrium with a glass floor that</p><p>the pool and a translucent wall that</p><p>the cemetery.</p><p>100 * MONOLITO</p><p>..."611•1111.~</p><p>1</p><p>n111110.1.1.1~~111•11•MINIMINNINY =.1f~sr~wf wiaitssr,,emer~</p><p>nma nt i. wemnion • m mmá'w ailmffl ~Nu. na.m. muar, z.~~.. ,-, .41~</p><p>ipm .~~,~ le~ mim ~AR ~,~3, Aewer ANFTI</p><p>.~•~0~1~1, —'......, ~W~</p><p>1...k MIER.1~</p><p>IMej. 1•=111.</p><p>C—.... —tm.1= , .... ,</p><p>m".06/...../....er~</p><p>•</p><p>Sesc-SP 101</p><p>Implantação Site</p><p>1. Acesso principal Main access</p><p>2. Área técnica Technical ares</p><p>3. Quadra Court</p><p>4. Galpão principal Main hangar</p><p>5. Piscina Swimming pool</p><p>6. Edifício principal Main building</p><p>7. Administração Sesc-SP</p><p>Sesc-SP administration</p><p>102 • MONOLITO</p><p>6</p><p>Lit</p><p>Sesc-SP . 103</p><p>Corte transversal Cross section</p><p>os</p><p>L_</p><p>Sesc Belenzinho</p><p>Local Location Rua Padre Adelino, 1000, São Paulo</p><p>Data de início do projeto Project date 1997</p><p>Data de conclusão da obra Completion date 2010</p><p>Área do terreno Site area 32.072 rn2</p><p>Área construída Built area 50.000 m2</p><p>Arquitetura Architecture Ricardo Chahin</p><p>Paisagismo Landscape Isabel Duprat</p><p>Esquadrias Frames Aluparts</p><p>Acústica Acoustics Harmonia</p><p>Conforto ambiental Thermal comfort Ambiental</p><p>Supervisão predial Building supervision Bettoni Automação</p><p>Estrutura de concreto e metálica Concrete and metallic structure</p><p>Kurkdjian & Fruchtengarten</p><p>Fundação Foundation MAG Projesolos</p><p>Aúdio, vídeo e multimídia Audio, video and multimedia AVM</p><p>Sonorização Sound Alexandre Sresnewsky</p><p>Transporte vertical Vertical transport Empro</p><p>Luminotécnica Light design Franco & Fortes</p><p>Projeto cênico Scenic design J.C. Serroni</p><p>Ar-condicionado Acclimatization Thermoplan</p><p>Elétrica, hidráulica e sprinkler Electrical, plumbing</p><p>facilities and sprinkler PHE</p><p>Piso de concreto e drenagem Concrete floor and drainage LPE</p><p>Cozinha Kitchen consultancy Nucleora</p><p>Lógica Logic Marciano</p><p>Sinalização viária Signage Michel Sola</p><p>Impermeabilização Waterproofing Proassp</p><p>Odontologia Dental clinic consultancy Terra Arquitetura</p><p>Coordenação geral e supervisão General coordination and supervision</p><p>Sesc-SP — Assessoria Técnica e Planejamento (ATP) e Gerência de</p><p>Engenharia e Infraestrutura (GEI)</p><p>Construção General contractor Mendes Júnior</p><p>Publicações Publications Projeto Design n°210. Arco Editorial, 1997.</p><p>POMPOLO, Camila. Um percurso pelos Sesc's: uma leitura das transformações</p><p>tempo-espaciais São Carlos: EESC/USP, 2007 (dissertação Master's dissertation);</p><p>BELLANCA, Giovanni. II progetto dei Sesc Osasco nello stato di San Paolo (Brasile).</p><p>Palermo:</p><p>Universita degli Studi di Palermo/Scuola Politecnica, 2015.</p><p>Fotos Photos Leonardo Finotti</p><p>Sesc-SP • 105</p><p>106 * MONOLITO</p><p>Sesc Santo Amaro (2002/2011), São Paulo</p><p>Elito Arquitetos</p><p>A unidade situa-se em Santo Amaro, portal de en-</p><p>trada para os bairros da região periférica da zona</p><p>sul paulistana, e está situada junto a três movi-</p><p>mentadas estações de transporte público: de trem,</p><p>de metrô e do terminal de ônibus urbano.</p><p>Seu projeto facilita a leitura das diferentes</p><p>atividades que ocorrem no interior, incentivando</p><p>o visitante a participar. Segundo o arquiteto, essa</p><p>ideia foi traduzida em ambientes convidativos e</p><p>sedutores e se expressa principalmente na trans-</p><p>parência e horizontalidade do projeto. Quem</p><p>adentra a unidade pode, por exemplo, se surpreen-</p><p>der com a piscina coberta que se separa do hall por</p><p>um painel de vidro. O fechamento do ambiente</p><p>da piscina é inteiramente envidraçado com peças</p><p>serigrafadas que minimizam o excesso de insola-</p><p>ção, diminuindo 67% da incidência de raios solares.</p><p>O partido arquitetônico dividiu o edifício</p><p>de quase 15 mil metros quadrados em dois seto-</p><p>res, posicionados longitudinalmente, conforme</p><p>a natureza dos espaços: a leste, ou seja, à direita de</p><p>quem ingressa na unidade, estão os espaços aber-</p><p>tos (praça, piscinas e ginásio esportivo); a oeste, por</p><p>sua vez, fica um volume com três pisos que con-</p><p>centra ambientes com necessidade de isolamento</p><p>(teatro para 279 pessoas, salas de ginástica mul-</p><p>tifuncional, clínica odontológica, administração,</p><p>cafeteria, oficina de arte e central de atendimento).</p><p>O tipo de estrutura também corrobora a pro-</p><p>posta bipartida: o setor dos espaços mais amplos,</p><p>com pé-direito de até 15 metros, é estruturado</p><p>com peças metálicas, enquanto o setor de espaços</p><p>compartimentados possui estrutura de concreto.</p><p>O projeto seguiu modulação estrutural de</p><p>10 metros no sentido longitudinal e 12,5 metros</p><p>no sentido transversal. A laje do piso térreo é em</p><p>concreto protendido, que dispensou o uso de vi-</p><p>gas, uma vez que é apoiada no subsolo; este é des-</p><p>tinado a garagens e áreas de apoio, em pilares com</p><p>duplo capitel.</p><p>O escritório de arquitetura também dese-</p><p>nhou parte do mobiliário, como mesas, estantes,</p><p>armários, bancos, balcões e floreiras. Entre as obras</p><p>de arte da unidade, destaca-se a escultura de Amil-</p><p>car de Castro junto à entrada.</p><p>This unit is located in Santo Amaro, the gate-</p><p>way to the neighborhoods on the periphery of</p><p>São Paulo's south zone, and is situated dose</p><p>to three busy public transport stations - train,</p><p>subway and bus terminal.</p><p>Its design helps the reading of the differ-</p><p>ent activities that take place inside, encour-</p><p>aging the user to participate in spontaneous</p><p>practices. According to the architect, this idea</p><p>was brought forth via alluring and welcoming</p><p>environments, and, especially, through trans-</p><p>parency and horizontality. Upon entering the</p><p>unit, for example, the visitor can see an indoor</p><p>pool, which is separated from the hall by a glass</p><p>panel. The enclosure of the pool areais glazed</p><p>with serigraphy-printed panes that minimize</p><p>insolation, reducing by 67% the incidence of</p><p>sunlight.</p><p>The architectural approach divides the</p><p>15,000-square meter building into two sectors,</p><p>set longitudinally, according to the nature of</p><p>the spaces: to the east, the open spaces (a</p><p>square, pools and a gymnasium); to the west, a</p><p>3-story volume, with environments requiring</p><p>isolation (a theater sitting 279, fitness rooms, a</p><p>dental clinic, the administration, a food court,</p><p>an atelier and a service desk).</p><p>The type of structure also corroborates</p><p>the division proposed: the sector oflarger spac-</p><p>es, with ceiling heights up to 15 meters, pos-</p><p>sesses a metal structured, while the compart-</p><p>mentalized sector utilizes a concrete structure.</p><p>The design follows a modulation of 10</p><p>meters longitudinally and 12.5 meters trans -</p><p>versally. The ground floor slab is made up of</p><p>prestressed concrete, which did away with the</p><p>use of beams, and is supported on double capi-</p><p>tal pillars placed in the basement,which,in turn,</p><p>is reserved for the parking and support arcas.</p><p>The architectural firm also designed part</p><p>of the furnishing, such as tables, shelves, cabi-</p><p>nets, benches, counters and planters. Amongst</p><p>other art works present at the unit, a sculpture</p><p>by Amilcar de Castro is found near the en-</p><p>trance.</p><p>Sesc-SP * 107</p><p>—</p><p>TSVOTOffiff nr","05ff</p><p>---- "9"</p><p>temem ume = emmem</p><p>guio:~ 11</p><p>iimii</p><p>1111111111</p><p>MY.VÁff.VÁM Mffiffiff.VÁVW ~mem emeh</p><p>MUI</p><p>iM</p><p>Corte longitudinal Long section</p><p>•</p><p>e</p><p>aidleemilm„ ...;;Á ,Vali iá,k</p><p>ii ~</p><p>•</p><p>ir</p><p>.. .</p><p>Sesc-SP 109</p><p>2° pavimento 2' floor</p><p>II II</p><p>_ _11_ _ _ _</p><p>1. Acesso Access</p><p>2. Convivência Common area</p><p>3. Cafeteria Café</p><p>4. Piscina Swimming pool</p><p>5. Solário Solarium</p><p>6. Vestiário Locker room</p><p>7. Praça Square</p><p>8. Sala múltiplo uso</p><p>Multipurpose room</p><p>9. Área técnica Technical area</p><p>10. Depósito Storage</p><p>11. Quadra poliesportiva</p><p>Sports court</p><p>12. Foyer Foyer</p><p>13. Teatro Theater</p><p>14. Biblioteca Library</p><p>15. Consultório odontológico</p><p>Dental off ice</p><p>16. Administração Administration 1° pavimento 1st Floor</p><p>G O 2 5 10</p><p>110 * MONOLITO</p><p>14</p><p>rim</p><p>eel</p><p>muniÌIÌIIIIIIIIIII</p><p>Térreo Ground Floor</p><p>Sesc Santo Amaro</p><p>Local Location Rua Amador Bueno, 505, São Paulo</p><p>Data de início do projeto Project date 2002</p><p>Data de conclusão da obra Completion date 2011</p><p>Área do terreno Site area 7588 m2</p><p>Área construída Built area 14.610 m2</p><p>Arquitetura e paisagismo Architecture and landscape Elito Arquitetos —</p><p>Edson Elito, Joana Elito e Cristiane Takiy (autores authors)</p><p>Acústica Acoustics Acústica & Sônica</p><p>Ar-condicionado, exaustão, ventilação e câmara frigorífica Acclimatization,</p><p>exhaust, ventilation and cold storage chamber Thermoplan</p><p>Segurança e controle predial Security and building control Bettoni</p><p>Automação e Segurança</p><p>Projeto cênico Scenic design J.C. Serroni</p><p>Aúdio, vídeo e multimídia Audio, video and multimedia AVM</p><p>Conforto ambiental Thermal comíort Ambiental</p><p>Cozinha Kitchen consultancy Nucleora</p><p>Drenagem e piso de concreto Drainage and concrete Floor LPE</p><p>Esquadrias Frames Aluparts</p><p>Estrutura de concreto e metálica Concrete and metallic structure Kurkdjian</p><p>& Fruchtengarten</p><p>Fundação Foundation Consultrix</p><p>Impermeabilização Waterproofing Proassp</p><p>Hidráulica e elétrica Electrical and plumbing facilities KML</p><p>Lógica Logic Marciano</p><p>Luminotécnica Light design Esther Stiller</p><p>Transporte vertical Vertical transport Empro</p><p>Levantamento planialtimétrico Planialtimetric survey E. Kanji</p><p>Sondagem Soil probing Engesolos</p><p>Coordenação geral e supervisão General coordination and supervision</p><p>Sesc-SP — Assessoria Técnica e Planejamento (ATP) e Gerência de Engenharia</p><p>e Infraestrutura (GEI)</p><p>Construção General contractor Mendes Júnior</p><p>Publicação Publication SAYEGH, Simone. Arquitetura & Urbanismo, n°214.</p><p>São Paulo: Pini, 2012.</p><p>Fotos Photo Leonardo Finotti</p><p>Sesc-SP 111</p><p>Sesc Jundiaí (2004/2015), Jundiaí, SP</p><p>Teuba Arquitetura e Urbanismo</p><p>Localizada a cerca de 60 quilômetros da capital</p><p>paulista, a cidade de 350 mil habitantes acolhe</p><p>esta unidade. Ela fica na base da colina onde se si-</p><p>tuam o Jardim Botânico e o Paço Municipal e se</p><p>abre para a avenida marginal ao rio que nomeia a</p><p>cidade, distante dois quilômetros do centro.</p><p>Grosso modo, o programa foi distribuído</p><p>em dois volumes marcantes e entrelaçados: um</p><p>pavilhão horizontal curvo, com cerca de 150</p><p>metros de extensão e dois pavimentos, e um ci-</p><p>lindro vertical, com 44 metros de diâmetro e 25</p><p>metros de altura.</p><p>Por fora, o topo chanfrado e o revestimento</p><p>de cacos cerâmicos azuis do cilindro confere à</p><p>unidade sua personalidade urbana. Por dentro,</p><p>o cilindro tem duas ocupações distintas. No tér-</p><p>reo, ele se comporta como uma espécie de cida-</p><p>dela circular, rasgada por vielas que conduzem</p><p>o visitante à biblioteca, às salas para crianças, ao</p><p>consultório odontológico e à sala de ginástica. A</p><p>segunda ocupação corresponde ao espaço in-</p><p>terno mais imponente</p><p>da edificação: dentro do</p><p>cilindro fica o ginásio múltiplo uso, apropriado</p><p>tanto para esportes quanto para shows e eventos.</p><p>O pavilhão curvo, por sua vez, abriga o</p><p>restante do programa e mimetiza o formato</p><p>irregular do lote. Em planta, sua lateral maior é</p><p>curvada, enquanto as extremidades são chanfra-</p><p>das. O acesso principal foi posicionado no centro</p><p>do pavilhão, próximo ao cilindro. Ao entrar, o vi-</p><p>sitante é recebido por um espaço de pé-direito</p><p>duplo, iluminado por painel de vidro e abertura</p><p>zenital e com pisos interligados por rampa. Na</p><p>parte frontal do pavilhão, mais próximo à rua,</p><p>estão o teatro, no térreo, e os escritórios, no pri-</p><p>meiro andar. Na parte posterior ficam os vesti-</p><p>ários e áreas técnicas (no térreo) e as piscinas e</p><p>a cafeteria (no piso superior). O subsolo abriga</p><p>100 vagas de estacionamento, e quadras esporti-</p><p>vas ocupam o restante do lote. Na cobertura do</p><p>conjunto há um mirante.</p><p>112 x MONOLITO</p><p>L.J</p><p>O 2 5 10 Corte transversal Cross section</p><p>114 ,</p><p>This unit is situated in a citywi</p><p>inhabitants, located about 60</p><p>the capital of São Paulo. It sits;</p><p>hill where the Botanical Gard</p><p>can be found, and opens onto</p><p>runs along the river that shar,</p><p>the city, two kilometers away</p><p>In short, the program w<</p><p>two massive interweaved vc</p><p>curved horizontal pavilion tl</p><p>150 meters, and a vertical</p><p>height of 25 meters and a dia</p><p>On the outside, the be%</p><p>blue ceramic-shard finish oi</p><p>stow the unit its urban perso</p><p>cylinder possesses two diffei</p><p>ground floor, it functions as</p><p>citadel, cut by alleyways tha</p><p>the library, the dental offico</p><p>room. The second use cor</p><p>most imposing space inside</p><p>cylinder encompasses the m</p><p>nasium, where sports, con</p><p>take place.</p><p>The curved pavilion,ir</p><p>remainder of the program</p><p>irregular shape of the lot. It</p><p>its largest side curved and</p><p>The main entrance is locate</p><p>the pavilion, dose to the cyl</p><p>ing, the visitor is welcome</p><p>double-height ceilings, wh</p><p>nected via a ramp; natural</p><p>glass panei and a zenithal op</p><p>portion of the pavilion, cios</p><p>visitor finds the theater or.</p><p>and offices on the first fiou</p><p>rooms and technical areas</p><p>ground floor and the pools</p><p>are upstairs. The basemen</p><p>ing spaces. Sports courts o</p><p>ing area of the lot and the t</p><p>lookout.</p><p>th 360 thou</p><p>kilometers</p><p>at the base of</p><p>en and City</p><p>the avenue</p><p>es its narre</p><p>from the cen</p><p>s distributed</p><p>lumes:a 2-st</p><p>hat extends</p><p>ylinder with</p><p>meter of 44.</p><p>eled top and</p><p>the cylinder</p><p>nality. Inside,</p><p>ent uses. On</p><p>a type of cir</p><p>t lead visitors</p><p>and the Fitn</p><p>responds to</p><p>the building:</p><p>ultipurpose</p><p>erts and e</p><p>turn, houses</p><p>and takes on</p><p>is designed</p><p>ts edges bev</p><p>d in the cent</p><p>nder. Upon e</p><p>d by a space</p><p>ose floors are</p><p>ight penetra</p><p>ening. In the</p><p>er to the stre et,</p><p>the ground</p><p>At the back,1</p><p>re situated on</p><p>and the restau</p><p>t houses 100</p><p>ccupy the re</p><p>op floor fearu</p><p>1 11 e</p><p>;.••</p><p>•“: the</p><p>•</p><p>. entrei</p><p>2 st oiy</p><p>0$1,,ef</p><p>t:h a</p><p>44</p><p>the</p><p>,!er be•</p><p>che 1</p><p>)n the</p><p>to</p><p>it first</p><p>the</p><p>the</p><p>gyen-</p><p>verto</p><p>Se-SP * 115</p><p>Terraço Terrace</p><p>Mezanino Mezzanine</p><p>1. Acesso principal Main access</p><p>2. Acesso veículos Vehicle access</p><p>3. Convivência Common area</p><p>4. Foyer Foyer</p><p>5. Teatro Theater</p><p>6. Biblioteca Library</p><p>7. Recreação Recreation</p><p>8. Ginástica Fitness room</p><p>9. Consultório odontológico Dental office</p><p>19. Área técnica Technical area</p><p>20. Camarim Dressing room</p><p>21. Quadra poliesportiva Sports</p><p>22. Bicicletário Bike rack</p><p>23. Arquibancada Bleachers</p><p>24. Terraço Terrace</p><p>25. Garagem Garage</p><p>10. Exposições Exhibitions</p><p>11. Ginásio Gymnasium</p><p>12. Cafeteria Café</p><p>13. Oficinas Ateliers</p><p>14. Piscina Swimming pool</p><p>15. Cozinha Kitchen</p><p>16. Administração Administration</p><p>17. Sala múltiplo uso Multipurpose room</p><p>18. Depósito Storage</p><p>MINEM -warnamemeree..</p><p>gemem: WI:=:::21::::=:.111.1!erlealeàâlig:::"""*. ' "===='"...""'"'"="21.=."""111</p><p>---3...Rn .....</p><p>SkákahdEMMME</p><p>Elevação Eleva on</p><p>Térreo Ground Floor</p><p>O 5 10 20</p><p>Subsolo Basement</p><p>Térreo superior Upper ground Soar</p><p>•</p><p>. 25</p><p>Sesc-SP * 117</p><p>(</p><p>1_</p><p>Iss1</p><p>. \t5</p><p>118 * MONOLITO</p><p>• r. .ste iro ase e.</p><p>to/ Miji itepeepplipierrei' l T§102, Ny, .</p><p>DM.</p><p>II rigrja7:Adifil</p><p>■111Whiln;/.."1111EN NE</p><p>IR IffilEr, ̂ lei ZR</p><p>•mor...0111111111111111 11 ;"'"-</p><p>41 I</p><p>11111.</p><p>44 Á.1.4</p><p>ritErgEO</p><p>aff _</p><p>Sesc Jundial</p><p>Local Location Av. Antônio Frederico Ozanan, 6600, Jundiaí, SP</p><p>Data de início do projeto Project date 2004</p><p>Data de conclusão da obra Completion date 2015</p><p>Área do terreno Site area 16.054 m2</p><p>Área construída Built area 24.683 m2</p><p>Arquitetura e interiores Architecture and interior design</p><p>Teuba Arquitetura e Urbanismo — Christina de Castro Mello e</p><p>Rita Vaz (autoras authors)</p><p>Paisagismo Landscape Rodolfo Geiser (área externa</p><p>externai area); Buriti (áreas internas internai areas)</p><p>Acessibilidade Acessibility Boldarini Arquitetura e Urbanismo</p><p>Acústica Acoustics Daltrini Granado e Modal</p><p>Ar-condicionado Acclimatization Thermoplan</p><p>Aúdio, vídeo e multimídia Audio, video and multimedia AVM</p><p>Projeto cênico Scenic design J.C. Serroni</p><p>Comunicação visual Visual communication Homem de Melo</p><p>&Troia Design</p><p>Elétrica e hidráulica Electrical and plumbing facilities PHE</p><p>Estrutura de concreto e metálica Concrete and metallic</p><p>structure Kurkdjian & Fruchtengarten</p><p>Fundação Foundation Consultrix</p><p>Luminotécnica Light design Mingrone</p><p>Odontologia Dental clinic consultancy Terra Arquitetura</p><p>Coordenação geral e supervisão General coordination and</p><p>supervision Sesc-SP — Assessoria Técnica e Planejamento (ATP)</p><p>e Gerência de Engenharia e Infraestrutura (GEI)</p><p>Construção General contractor Paulitec</p><p>Publicação Publication Projeto Design n°421 São Paulo:</p><p>Arco Editorial, 2015.</p><p>Fotos Photos Leonardo Finotti</p><p>Sesc-SP • 119</p><p>Corte longitudinal</p><p>0 1 2 5</p><p>c</p><p>I I</p><p>Sesc 24 de Maio (2000/2017), São Paulo</p><p>Paulo Mendes da Rocha e MMBB Arquitetos</p><p>Esta unidade ocupará a estrutura do prédio onde</p><p>funcionou, no centro, a filial da loja de departamento</p><p>Mesbla, na esquina das ruas Vinte e Quatro de Maio</p><p>e Dom José de Barros. A instituição também adqui-</p><p>riu dois prédios vizinhos, aglutinados ao complexo.</p><p>No imóvel que se abre para a rua Vinte e Qua-</p><p>tro de Maio havia um edificio cujas cotas das lajes</p><p>coincidiam com as da Mesbla. No terreno aberto</p><p>para a rua Dom José de Barros, que possui 7 x 20</p><p>metros, um pequeno edificio foi demolido, abrindo</p><p>lugar para a construção de um bloco técnico, onde</p><p>estão concentrados serviços e equipamentos.</p><p>Uma das principais características da interven-</p><p>ção arquitetônica, que está na fase final de sua execu-</p><p>ção, foi utilizar o vazio central do edificio principal,</p><p>que antes se destinava a um fosso de iluminação do</p><p>prédio e terminava numa claraboia acima do pé-di-</p><p>reito duplo do térreo. Além de aumentar as lajes em</p><p>cerca de 500 metros quadrados, a proposta tornou</p><p>os pisos contínuos.</p><p>Uma estrutura nova e independente, com</p><p>quatro pilares de seção circular, apoia as novas lajes,</p><p>como se fosse um novo edificio construído no vazio.</p><p>Ali foram concentrados os espaços que necessitam</p><p>de vãos maiores, como o teatro (no subsolo e com</p><p>acesso independente) e a sala de exposições, com</p><p>pé-direito duplo. No topo do complexo fica um dos</p><p>elementos mais fortes da proposta: um volume de</p><p>três pisos que agrega o solário, a piscina (25 x 25</p><p>metros), vestiários e cafeteria, batizado de Jardim</p><p>da Piscina.</p><p>Outra característica marcante do desenho é a</p><p>circulação vertical: de um lado, um conjunto de ram-</p><p>pas minimiza o efeito negativo da verticalização do</p><p>programa; do outro, foi necessário criar duas novas</p><p>prumadas de elevadores e escadas. Com cinco eleva-</p><p>dores e uma escada, a torre principal foi posicionada</p><p>na extremidade sul, antes desocupada, enquanto a</p><p>torre secundária, de serviço, fica na torre servidora,</p><p>que ocupou o lote incorporado aberto para a rua</p><p>Dom José de Barros. Ali, será possível notar o mo-</p><p>vimento dos dois elevadores desde sua face extema.</p><p>O quarto pavimento é livre de caixilhos, fun-</p><p>ciona como uma</p><p>varanda ao ar livre, assim como</p><p>a circulação em rampas, que permanecerá sem ar-</p><p>-condicionado.</p><p>Por fim, o térreo, batizado pela equipe de arqui-</p><p>tetos como Praça do Sesc, foi considerado por eles</p><p>uma extensão da rua.</p><p>This unit will occupy the structure of the building</p><p>where the old Mesbla chain operated one of its depart-</p><p>ment stores, on the comer of 24 de Maio and Dom José</p><p>de Barros St., downtown. In addition to the commercial</p><p>building in question, the institution purchased two oth-</p><p>er properties that have been aggregated to the complex.</p><p>In the lot that opens onto 24 de Maio St., once</p><p>stood a building whose floors were at the same levei</p><p>as Mesbla's; in the 7 x 20-meter lot facing Dom José de</p><p>Barros St., a small building was demolished to give way</p><p>to the construction of a technical block reserved for</p><p>services and equipment.</p><p>One of the main characteristics of this architec-</p><p>tural intervention,which is in its final execution phase,</p><p>is the utilization of the main building's central void,</p><p>which previously served as a light well, topped with a</p><p>skylight above the double-height ceiling of the ground</p><p>floor. In addition to expanding the area of the slabs by</p><p>nearly 500 square meters, the proposal made the floors</p><p>continuous.</p><p>A new independent structure consisting of four</p><p>cylindrical pillars support the new slabs, as if it were</p><p>a new building erected in the void. This new sector is</p><p>reserved for spaces that require larger arcas, such as</p><p>the theater (underground, with independent access)</p><p>and the double-height exhibition hall. One of the</p><p>most prominent elements of the proposal occupies</p><p>the topmost floors of the complex: a 3-story volume</p><p>composed of a sun terrace with a 25 x 25-meter pool,</p><p>locker rooms and a café, dubbed Jardim da Piscina (the</p><p>Pool Garden).</p><p>Another striking feature of this design is the</p><p>vertical circulation: on the one hand, a set of ramps</p><p>minimize the negative effect of the vertical program;</p><p>on the other, itwas necessary to create two new sets of</p><p>elevator shafts and stairwells. With five elevators and</p><p>a staircase, the main tower was positioned to the ex-</p><p>treme south, previously unoccupied,while the second-</p><p>ary tower, for services, was placed in the service tower,</p><p>which occupied the incorporated lot that opens onto</p><p>Dom José de Barros St. There, the movement of these</p><p>two elevators will be visible from the outside.</p><p>One of the floors in the core of the building,</p><p>which represents the 4' story, is frameless, with ramps</p><p>facilitating circulation; said floor will not benefit from</p><p>air conditioning.</p><p>Lastly, the ground floor, dubbed Praça do Sesc</p><p>(Sesc Square) by the team ofarchitects,was considered</p><p>as an extension of the street.</p><p>Sesc-SP .121</p><p>❑ ❑ ❑</p><p>❑ ❑ ❑</p><p>❑ ❑ ❑</p><p>Corte transversal Cross section O 2 5 10</p><p>Sesc-SP * 123</p><p>12</p><p>NrIll ,11111,114</p><p>ICECIWI É1</p><p>15</p><p>.......... •</p><p>13° pavimento 13' floor 10° pavimento 10' Floor</p><p>12° pavimento 12' Floor 8° pavimento 81h floor</p><p>11° pavimento 11' floor</p><p>124 * MONOLITO</p><p>7° pavimento 7,, Floor</p><p>5° pavimento</p><p>4° pavimento r,00r</p><p>ento r floor</p><p>Térreo Ground floor</p><p>Subsolo Basement Floor</p><p>L_I</p><p>O 2 5 10</p><p>1. Acesso principal Main access</p><p>2. Recepção Reception</p><p>3. Praça do Sesc Sesc Square</p><p>4. Foyer Foyer</p><p>5. Auditório Auditorium</p><p>6. Cafeteria Café</p><p>7. Convivência Common ares</p><p>8. Leitura Reading room</p><p>9. Exposições Exhibitions</p><p>10. Consultório odontológico Dental office</p><p>11. Quadra poliesportiva Sports court</p><p>12. Espaço de dança Dance class</p><p>13. Jardim da Piscina Pool garden</p><p>14. Espelho d'água Reflective pool</p><p>15. Vestiário Locker room</p><p>16. Piscina Swimming pool</p><p>Sesc-SP . 125</p><p>ar</p><p>qu</p><p>iv</p><p>o</p><p>M</p><p>M</p><p>B</p><p>B</p><p>A</p><p>rq</p><p>u</p><p>ite</p><p>to</p><p>s</p><p>E</p><p>E</p><p>o</p><p>LL</p><p>À</p><p>1</p><p>P-7</p><p>Além da ocupação do edifício, Paulo Mendes da Rocha está desenhando</p><p>parte do mobiliário da futura unidade. As cadeiras e os sofás foram</p><p>imaginados com assentos de chapas metálicas e bobinas de aço flexíveis,</p><p>tais como as que o autor utilizou na chaise longue PMR, criada em</p><p>1985. Já as mesas de três pés são fruto do olhar ímpar do projetista, que</p><p>percebeu, nas visitas ao canteiro de obra, a peculiaridade construtiva</p><p>dos três pontos de apoio das peças confeccionadas pela empreiteira</p><p>para organizar os cabos elétricos.</p><p>In addition to the building's uses, Paulo Mendes da Rocha is designing</p><p>the furnishings of the future unit. The chairs and sotas were conceived</p><p>as sheet metal seats, a material the author utilized in the making of the</p><p>chaise longue PMR, created in 1985. The 3-foot tables are the result of</p><p>the designer's observation: upon visiting the construction site, he took</p><p>note of the objects supported on three points created by the contractor</p><p>to organize electrical cables.</p><p>126 * MONOLITO</p><p>,</p><p>Rifor.,</p><p>11</p><p>Sesc 24 de Maio</p><p>Local Location Rua Dom José de Barros,178, São Paulo</p><p>Data de início do projeto Project date 2000</p><p>Data de conclusão da obra Completion date 2017</p><p>Área do terreno Site area 2.203 m2</p><p>Área construída Built area 27.905 m2</p><p>Arquitetura e interiores Architecture and interior design Paulo Mendes</p><p>da Rocha (autor author); MMBB Arquitetos — Fernando de Mello Franco,</p><p>Marta Moreira e Milton Braga (colaboradores collaborators); Eduardo Ferroni,</p><p>Márcia Terazaki, Marina Sabino, Marina Acayaba, Jacques Rordorf,</p><p>Thiago Rolemberg, Rodrigo Brancher, Ana Carina Costa, Adriano Bergemann,</p><p>Cecilia Góes, Giovanni Meirelles, Maria João Figueiredo, Gleuson Pinheiro,</p><p>Guilherme Pianca, Martin Benavidez, Rafael Monteiro e Lucas Vieira (equipe team)</p><p>Estrutura Structure Kurkdjian & Fruchtengarten</p><p>Fundação Foundation MAG Projesolos</p><p>Instalações Facilities PHE</p><p>Ar-condicionado Acclimatization Thermoplan</p><p>Acústica Acoustics Nepomuceno Acústica e Sônica</p><p>Projeto cênico Scenic design GSLanfranchi Arquitetura</p><p>Aúdio, vídeo e multimídia Audio, video and multimedia AVM</p><p>Luminotécnica Light design Espaço Luz</p><p>Conforto ambiental Thermal comfort Daltrini e Granado</p><p>Lógica Logic Marciano</p><p>Supervisão predial Building supervision 512</p><p>Transporte vertical Vertical transport Empro</p><p>Impermeabilização WaterprooFing Proassp</p><p>Pisos de concreto Concrete Floor LPE</p><p>Esquadrias Frames AEC</p><p>Coordenação geral e supervisão General coordination and supervision</p><p>Sesc-SP — Assessoria Técnica e Planejamento (ATP) e Gerência de Engenharia e</p><p>Infraestrutura (GEI)</p><p>Construção General contractor Mendes Júnior</p><p>Publicações Publications Projeto Design n°275. São Paulo: Arco Editorial, 2003;</p><p>ARTIGAS, Rosa. Paulo Mendes da Rocha: projetos 1999-2006 Cosac Naify, 2007.</p><p>Fotos Photos Leonardo Finotti</p><p>Sesc-SP * 127</p><p>Sesc Avenida Paulista (2004/2017), São Pau</p><p>Kãnigsberger Vannucchi</p><p>Em fase final de construção, esta unidade ocupará</p><p>um prédio de escritórios que sediou a administra-</p><p>ção do Sesc-SP e a entidade que a dirige, a Federa-</p><p>ção do Comércio, de Bens, Serviços e Turismo do</p><p>Estado de São Paulo.</p><p>De embasamento com mezanino, pilotis</p><p>elevado, 15 andares-tipo e cobertura, o edifício de</p><p>escritório foi arquitetado na década de 1970 por</p><p>Sergio Pileggi e Euclides Oliveira e ocupa uma</p><p>esquina da avenida Paulista, simbólico endereço</p><p>paulistano. Antes da conversão, o embasamento</p><p>foi adaptado para acolher atividades culturais da</p><p>entidade. Contudo, a progressiva transformação</p><p>da Paulista, de centro financeiro para polo cultu-</p><p>ral, motivou a transferência das sedes e a conse-</p><p>quente alteração de uso.</p><p>O recuo do acesso principal fez a calçada</p><p>aumentar, com o afastamento do fechamento</p><p>do térreo na frente da Paulista. A entrada abre-se</p><p>para um generoso espaço múltiplo uso de pé-di-</p><p>reito duplo, que poderá abrigar atividades que se</p><p>estenderão pela rua, uma vez que está avançada</p><p>a conversa com a municipalidade para fechar a</p><p>circulação de veículos na via lateral, a rua Leôncio</p><p>de Carvalho, criando uma praça cuja gestão seria</p><p>compartilhada com o equipamento vizinho, o</p><p>Itaú Cultural.</p><p>Os maiores desafios da reestruturação fo-</p><p>ram a limitação do pé-direito das lajes originais e a</p><p>circulação vertical, calculada anteriormente</p><p>para</p><p>não haver fluxo de público entre os pavimentos.</p><p>O pé-direito baixo e a limitação da área</p><p>construída impediram, por exemplo, a inclusão</p><p>de quadras esportivas e piscina, tornando o com-</p><p>plexo mais cultural do que esportivo (apesar de</p><p>três andares serem dedicados a expressão corpo-</p><p>ral e afins).</p><p>Contudo, o terceiro e o décimo segundo an-</p><p>dares ganharam pé-direito duplo com a demolição</p><p>de parte das lajes dos pisos subsequentes, criando</p><p>áreas generosas para artes cênicas e visuais. Por</p><p>outro lado, a integração entre os pisos foi poten-</p><p>cializada coma instalação de escadas junto à maior</p><p>fachada, aquela voltada para a rua Leôncio de Car-</p><p>valho. Como os caixilhos estavam obsoletos, essa</p><p>face recebeu uma nova pele de vidro, tornando</p><p>visível o movimento de usuários no prédio.</p><p>As demais fachadas ganharam novo aca-</p><p>bamento com revestimento de zinco composto</p><p>com tratamento térmico e aberturas horizontais</p><p>que dão personalidade à arquitetura.</p><p>In its final phase of construction, this unit wi</p><p>occupy an office building that used to serve th</p><p>administration of Sesc-SP and the entity that</p><p>rects it, Federação do Comércio, de Bens, Serviç</p><p>e Turismo do Estado de São Paulo.</p><p>The office building boasting a baseme</p><p>with mezzanine, elevated pilotis, 15 standard s</p><p>ries and a penthouse was designed in the 1970s</p><p>Sergio Pilleggi and Euclides de Oliveira to occu</p><p>a comer lot on Paulista Ave., an iconic location</p><p>São Paulo. Prior to the conversion, the base me</p><p>was adapted in order to serve the cultural activiti</p><p>of the institution. However, the gradual trans</p><p>mation of Paulista Ave. from a financial to a cul</p><p>al hub motivated the transfer of the headquarte</p><p>and the consequent change in use.</p><p>The main entrance brought the expansion</p><p>the sidewalk, pushing the front wall of the groun</p><p>floor farther away from Paulista Ave.The e ntran</p><p>opens to an ample double-height multi-purpo</p><p>space that can accommodate activities that will</p><p>tend to the street, as talks advance with the c ity</p><p>dose the circulation for vehicles on the side stre</p><p>this initiative would give rise, on Leôncio de C</p><p>valho St., to a square whose management dun</p><p>would be shared with their neighbor Itaú Cultu</p><p>The greatest challenges of this restructuri</p><p>project were the limitations of the ceiling heigh</p><p>of the existing slabs and the vertical circulation,</p><p>which did not allow for public traffic between</p><p>floors.</p><p>Low ceilings and a limited built area made it</p><p>unfeasible, for example, to add sports courts and</p><p>a pool, resulting in a complex that is of a cultu</p><p>nature rather than sports oriented (although th</p><p>floors are dedicated to fitness and the like).</p><p>However, the 3' and 12th floors were tra</p><p>formed into double-height environments, w</p><p>the demolition of part of the slabs of the floors</p><p>mediately above them, creating generous exhi</p><p>tion areas. In addition, the circulation between</p><p>floors was facilitated with the installation of sta*</p><p>next to the large st façade,which looks to Leôncio</p><p>de Carvalho St. As the Trames on this façade were</p><p>obsolete, it had a glass skin added, making vis i b le</p><p>from the outside the movement of users inside</p><p>the building.</p><p>The remaining façades received a new fi n-</p><p>ish,which consists of composite zinc cladding and</p><p>horizontal openings that bestow personality to</p><p>the architecture.</p><p>128 * MONOLITO</p><p>130 * MONOLITO</p><p>1</p><p>*Vt*rIPtitlr¥</p><p>VR*-T 0141-É</p><p>á 0111W.- Ni=</p><p>-118" lll I l</p><p>1 10 r- HEIIII</p><p>ul</p><p>3° pavimento 3rd floor</p><p>9</p><p>■</p><p>==</p><p>IffiEM11111111 y le mem ip</p><p>LainaleiaaiOnae-Ciamear</p><p>Pilotis Pilotis</p><p>•</p><p>.•</p><p>1111111111111111111.</p><p>Mezanino Mezzanine</p><p>8</p><p>8</p><p>....N,</p><p>i1 U/</p><p>1021 eia%</p><p>r= k,</p><p>MO ai— k4ft!N 4'h!</p><p>1</p><p>RUE MIT</p><p>—rf</p><p>rvl</p><p>118 2</p><p>12</p><p>14° pavimento 14' Floor</p><p>10</p><p>1</p><p>1</p><p>I I</p><p>11</p><p>1-Y1 •</p><p>13° pavimento 13th floor</p><p>4° pavimento 4' Floor</p><p>132 * MONOLITO</p><p>1:1111 j11"i</p><p>111 I IIPI NI! mi IENE</p><p>•</p><p>1 1111111111WINIZIMMMIIIIIMINEMM</p><p>Iiii</p><p>ii:1811.11111111111Millinn</p><p>illi NI mil</p><p>EIMMEMNIMMINEIMMEMIN</p><p>■</p><p>alIMENE1111111MEMEIMEMEM</p><p>EIIMENIMIIMMEMEMIIME</p><p>KIR %Joe</p><p>_</p><p>• 41EW</p><p>ri mrcieniumur</p><p>:emen</p><p>Pa</p><p>~KW</p><p>geeneearilliezii filadeemeereeeeeeeemen A</p><p>WITieleneP.M-MEMMI filingaliffieGE MEIEM</p><p>2.12LI</p><p>aillEMEM - rima mim ziánal</p><p>Ali MEIEM</p><p>e :na</p><p>z</p><p>•</p><p>e</p><p>ffle 1 II</p><p>lenffin</p><p>'MI</p><p>1.= I</p><p>•1</p><p>• I</p><p>Ei</p><p>1</p><p>At_7iÁll1111111~11," a</p><p>■</p><p>•</p><p>•</p><p>inewLe</p><p>hm</p><p>1. Acesso principal Main access</p><p>2. Galeria/recepção Galery/reception</p><p>3. Espaço múltiplo uso Multipurpose area</p><p>4. Acesso secundário Secondary access</p><p>5. Copa Pantry</p><p>6. Área técnica Technical area</p><p>7. Sala de controle Control room</p><p>8. Terraço Terrace</p><p>9. Central de atendimento Service desk</p><p>10. Depósito Storage</p><p>11. Biblioteca Library</p><p>12. CaFeteria Café</p><p>13. Cozinha Kitchen Térreo Ground floor</p><p>O 2 5 10</p><p>Sesc Avenida Paulista</p><p>Local Location Av. Paulista,119, São Paulo</p><p>Data de início do projeto Project date 2004</p><p>Data de conclusão da obra Completion date 2017</p><p>Área do terreno Site area 1.195 m2</p><p>Área construída Built area 15.807 m2</p><p>Arquitetura Architecture Keinigsberger Vannucchi Arquitetos</p><p>Associados — Gianfranco Vannucchi e Jorge Kõnigsberger</p><p>(autores authors); Alice Yeh, Huang Kuo Che, Luiz Boscardin e</p><p>Sandra Dellarole (colaboradores collaborators)</p><p>Acessibilidade Accessibility Portela Boldarini</p><p>Acústica Acoustics Harmonia</p><p>Projeto cênico Scenic design J.C. Serroni</p><p>Aúdio, vídeo e multimídia Audio, video and multimedia AVM</p><p>Conforto ambiental Thermal comfort Daltrini Granado</p><p>Comunicação visual Visual communication Oz Design</p><p>Esquadrias Frames AEC</p><p>Estrutura Structure Kurkdjian & Fruchtengarten</p><p>Ar-condicionado Acclimatization Thermoplan</p><p>Elétrica e hidráulica Electrical and plumbing facilities PHE</p><p>Maquete eletrônica Digital model CP</p><p>Odontologia Dental clinic consultancy Terra Arquitetura</p><p>Transporte vertical Vertical transport Empro</p><p>Coordenação geral e supervisão General coordination and</p><p>supervision Sesc-SP — Assessoria Técnica e Planejamento (ATP)</p><p>e Gerência de Engenharia e Infraestrutura (GEI)</p><p>Construção General contractor Mendes Júnior</p><p>Publicação Publication Projeto Design n°312. São Paulo:</p><p>Arco Editorial, 2006.</p><p>Fotos Photos Leonardo Finotti</p><p>Corte longitudinal Long section</p><p>Sesc Franca (2013/ j, Franca, SP</p><p>SIM e Apiacás Arquitetura</p><p>134 . MONOLITO</p><p>[</p><p>Atualmente em desenvolvimento, o projeto des-</p><p>ta unidade destina-se a um terreno no centro de</p><p>Franca, cidade na região norte do estado, junto à</p><p>divisa com Minas Gerais. Conhecida como polo</p><p>da indústria calçadista, a cidade possui 320 mil</p><p>habitantes e fica distante cerca de 400 quilôme-</p><p>tros da capital.</p><p>Como aconteceu com as futuras unidades</p><p>de Guarulhos, Osasco e Ribeirão Preto, seu de-</p><p>senho foi escolhido através de concurso públi-</p><p>co de arquitetura; em seu caso, concorreram 32</p><p>propostas. Para se qualificar, os candidatos ne-</p><p>cessitavam atestar experiência - como ter pro-</p><p>jetado obra pública com mais de 10 mil metros</p><p>quadrados.</p><p>A área disponível para a unidade era o do-</p><p>bro dessa: o terreno possui, grosso modo, 220 x</p><p>100 metros, com a face maior voltada para uma</p><p>avenida de fundo de vale, as menores, abertas</p><p>para ruas laterais, e o fundo fazendo divisa com</p><p>um campo de futebol público.</p><p>Uma das principais características do de-</p><p>senho foi concentrar de maneira engenhosa a</p><p>massa construída na porção leste, junto à esqui-</p><p>na, fazendo com que a topografia ajude a orga-</p><p>nizar os acessos. O volume agrupa exposições,</p><p>convivência, quadras e piscina cobertas e o teatro,</p><p>que foi encaixado no desnível natural e tem seu</p><p>acesso em nível distinto da entrada principal. A</p><p>concentração liberou metade do terreno para</p><p>práticas esportivas ao ar livre.</p><p>O embasamento, que aflora na face voltada</p><p>para a avenida, é ocupado por um nível de gara-</p><p>gem e outro de instalações, e sua cobertura criou</p><p>uma base para o edifício principal e as piscinas.</p><p>Estimulando o fluxo interno de pedestres, outra</p><p>característica do desenho foi determinar um eixo</p><p>de circulação que cruza o</p><p>terreno em seu maior</p><p>sentido, transformando o complexo numa espé-</p><p>cie de cidadela. Na posição oposta ao prédio prin-</p><p>cipal há um volume menor, aberto para a outra</p><p>rua, destinado a serviços e clínica odontológica.</p><p>Sesc-SP * 135</p><p>_____. I I If</p><p>_ 11~</p><p>Mr. o.*** umene■..-------</p><p>O</p><p>O</p><p>Implantação Site plan</p><p>O 10 20 40</p><p>136 = MONOLITO</p><p>Currently in development, the design of this unit</p><p>is intended to be executed on a lot in the center of</p><p>Franca, a city in the north of the state, next to the</p><p>border with Minas Gerais. Known as a footwear</p><p>industrial hub, the city is home to 320,000 people</p><p>and is situated some 400 km from the state capital.</p><p>As with the future units in Guarulhos, Osasco</p><p>and Ribeirão Preto, this design was selected via an</p><p>architectural competition; in this specific event,</p><p>32 proposals were offered. To qualify, participants</p><p>needed to prove their experiente, for instance, with</p><p>design of public equipment over 10 thousand</p><p>square meters.</p><p>The cite in question possesses an area over</p><p>20-thousand square meters (roughly 220 x 100 me-</p><p>ters); its widest face overlooks an avenue in the bot-</p><p>tom ofavalley, the smaller ones openonto side streets</p><p>and the back is bordered by a public soccer field.</p><p>One of the main characteristics of this design</p><p>is the ingenious concentration of the built mass in</p><p>the eastem portion of the lot, dose to the street cor-</p><p>ner, thereby allowing the topography to organize</p><p>access to the complex. The volume houses exhibi-</p><p>tions areas,gathering spaces, indoor courts and pool</p><p>and a theater,which was embedded in the existing</p><p>slope and is accessed on a different level in relation</p><p>to the main entrance. Said concentration liberated</p><p>half of the land for outdoor sports.</p><p>The basement, which is visible from the av-</p><p>enue, is occupied by a levei for parking and one for</p><p>installations, whose ceiling served as a basis for the</p><p>main building and pools. In order to stimulate inter-</p><p>nal flow of pedestrians, this design sought to create</p><p>a circulation axis that cuts across the greater width</p><p>of the lot, transforming the complex into a type of</p><p>citadel. A smaller volume is positioned opposite</p><p>the main building and opens onto a side street; it is</p><p>destined for services and a dental clinic.</p><p>enikel~i~ - Na 1.110111 Plorlini"" neweekeime</p><p>111hNO know urdam infiel ______</p><p>.1.1;61'1,111LIEr</p><p>Cone transversal</p><p>Cross section</p><p>0 2 5 10</p><p>16</p><p>i •</p><p>9</p><p>12</p><p>3</p><p>O O</p><p>,"1-111"11 23 Pri(</p><p>ma.</p><p>21</p><p>20</p><p>ri</p><p>Nível 985,90 Level 985,90 1. Acesso Access</p><p>2. Convivência/exposições</p><p>Common area/exhibitions</p><p>3. Biblioteca Library</p><p>4. Sala múltiplo uso</p><p>Multipurpose room</p><p>5. Apoio/administração</p><p>Support/administration</p><p>6. Área técnica Technical area</p><p>7. Jardins Gardens</p><p>8. Lanchonete Cafeteria</p><p>9. Piscina Swimming pool</p><p>10. Vestiário Locker room</p><p>11. Área técnica (teatro)</p><p>Technical area (theater)</p><p>12. Atendimento Attendance</p><p>13. Teatro Theater</p><p>14. Foyer Foyer</p><p>15. Camarim Dressing room</p><p>16. Quadra poliesportiva</p><p>Sports court</p><p>17. Campo de futebol Soccer field</p><p>18. Consultório odontológico</p><p>Dental office</p><p>19. Estacionamento de funcionários</p><p>Employee parking</p><p>20. Ginástica Fitness room</p><p>21. Restaurante Restaurant</p><p>22. Cozinha Kitchen</p><p>23. Doca Dock</p><p>I</p><p>15</p><p>= .1. —cdem</p><p>...111,±1 1</p><p>14</p><p>Nível 981,70 Level 981,70</p><p>O 5 10 20</p><p>oI</p><p>o</p><p>Nível 97Z50</p><p>Level 97750</p><p>2</p><p>7</p><p>Nível 974,35</p><p>Level 974,35</p><p>138 IvIONOLITO</p><p>II</p><p>)</p><p>Sesc Franca</p><p>Local Location Av. Dr. Ismael Alonso y Alonso, 3071, Franca, SP</p><p>Data de início do projeto Project date 2013</p><p>Área do terreno Site area 20.377 m2</p><p>Área construída Built area 34.344 m2</p><p>Arquitetura Architecture SIM Arquitetos e Apiacás Arquitetura</p><p>— Anderson Freitas, César Shundi lwamizu e Bruno Salvador</p><p>(autores authors); Alexandre Gervásio, Ana Julia Chiozza, Andrei</p><p>Barbosa, Bárbara Francelin, Carlos Ferrata, Daniel Constante,</p><p>Daniela Andrade, Fábio Garrafoli, Fabio Teruia, Francisco Veloso,</p><p>Henrique Costa, Lorran Siqueira, Luca Caiaffa, Maíra Barros,</p><p>Marcelo Otsuka, Maria Wolf, Pedro Paredes, Rafael Carvalho, Rafael</p><p>Goffinet, Vitor Costa (equipe concurso e anteprojeto competition</p><p>team and draft); Acácia Furuya, Pedro Barros, Bárbara Francelin,</p><p>Gabriela Galuppo Parisi, Matheus D'Almeida, Marcelo Otsuka,</p><p>Rodrigo Mendoza, Eduardo Gurian, Andrei Barbosa, Cecilia Torrez,</p><p>Fernanda Britto, Leonardo Nakandakari (equipe projeto executivo</p><p>executive design team)</p><p>Acústica Acoustics Harmonia Acústica</p><p>Conforto ambiental Thermal comfort Ambiental</p><p>Projeto cênico Scenic design Acústica & Sônica</p><p>Áudio, vídeo e multimídia Audio, video and multimedia AVM</p><p>Automação predial Building automation system Bettoni</p><p>Ar-condicionado Acclimatization Climaplan</p><p>Consultoria LEED LEED consultancy CTE</p><p>Consultoria PROCEL PROCEL consultancy Sustentech</p><p>Cozinha Kitchen consultancy Nucleora</p><p>Drenagem Drainage Steinsolos</p><p>Elétrica e hidráulica Electrical and plumbing facilities MBM</p><p>Esquadrias Frames ArqMate</p><p>Estrutura Structure Kurkdjian & Fruchtengarten</p><p>Terraplenagem e fundação Earthwork and foundation</p><p>MAG Projesolos</p><p>Impermeabilização Waterproofing Proassp</p><p>Luminotécnica Light design Franco Associados</p><p>Paisagismo Landscape CAP</p><p>Pisos de concreto Concrete floor Monobeton</p><p>Transporte vertical Vertical transport Empro</p><p>Odontologia Dental clinic consultancy Simone Carvalho</p><p>Consultoria em fluxo de veículos Traffic flow consultancy M2</p><p>Coordenação geral e supervisão General coordination and</p><p>supervision Sesc-SP — Assessoria Técnica e Planejamento (ATP)</p><p>e Gerência de Engenharia e Infraestrutura (GEI)</p><p>Publicação Publication Projeto Design n°399. São Paulo:</p><p>Arco Editorial, 2013.</p><p>I H</p><p>Corte longitudinal Long section</p><p>Pik</p><p>Processo e imaginário</p><p>> Laura Sobral</p><p>Onten, tive o privilégio de passar a tarde inteira no Sesc Campo Limpo. Estávamos em nove, sendo sete crianças. Fizemos capas</p><p>de super-heróis, brincamos nas atividades do Sesc Verão, assistimos ao futebol e até rolou um piquenique... Depois me veio à</p><p>mente que muitos desses e outros momentos não acontecerão mais. Em um futuro não muito distante, o nosso quintal não será</p><p>mais verde, não teremos o sol, o ar livre onde poderemos respirar não será tão amplo e as crianças não correrão tão livremente.</p><p>Serão construídos os imponentes e impecáveis prédios "padrão Sesc':</p><p>Depoimento na página do Sesc Campo Limpo numa rede social</p><p>Em dezembro de 2013, o Sesc-SP iniciou um</p><p>processo singular ao procurar uma faculdade de</p><p>arquitetura para criar o desenho de uma nova</p><p>unidade de sua rede. A instituição de ensino e</p><p>o local da experiência também são singulares: a</p><p>Escola da Cidade foi criada há 20 anos por uma</p><p>associação de arquitetos, intelectuais e artistas</p><p>com o objetivo de propor um ensino superior</p><p>com programa flexível, e o terreno escolhido fica</p><p>no Campo Limpo, um dos polos da zona sul pau-</p><p>listana, que possui mais de 2 milhões de habitan-</p><p>tes em bairros com infraestrutura precária e altos</p><p>índices de violência. "Zona sul cotidiano difícil",</p><p>escreveu o rapper Sabotage, um dos intérpretes</p><p>do profuso caldo cultural da região.</p><p>Com 20 mil metros quadrados e localizado</p><p>no centro comercial do bairro, ao lado do metrô,</p><p>o terreno era ocupado por uma indústria. Antes</p><p>da construção da nova infraestrutura, a unida-</p><p>de foi aberta ao público no final de maio de 2014,</p><p>funcionando com a programação usual da insti-</p><p>tuição, focada em esporte e cultura.</p><p>Não foi a primeira vez que o programa do</p><p>Sesc chegou antes do edifício: na década de 1970,</p><p>atividades improvisadas de esporte e lazer numa</p><p>antiga fábrica de tambores inspiraram Lina Bo</p><p>B ardi a traçar um dos melhores espaços coletivos</p><p>de São Paulo.</p><p>A partir de 1990 a instituição sistematizou</p><p>a ocupação de seus espaços antes da inaugura-</p><p>ção. De maneira pontual</p><p>ou radical, a ideia foi</p><p>colocada em prática em Pinheiros, Santo Amaro,</p><p>Sorocaba, Osasco e Belenzinho. Uma novidade</p><p>do Campo Limpo é que a pré-ocupação será inin-</p><p>terrupta: enquanto metade do terreno estará em</p><p>construção, a outra metade manterá a atividade.</p><p>É voz corrente na instituição que, se era</p><p>dificil analisar o projeto, a inclusão dos usuários</p><p>no processo do Campo Limpo tornará mais fácil</p><p>a análise de pós-ocupação.</p><p>O caso do Sesc Belenzinho - o primeiro a</p><p>testar usos provisórios num edifício existente</p><p>- reitera essas experiências. Os participantes do</p><p>processo se lembram da importância, em termos</p><p>de aprendizagem, de improvisações e usos in-</p><p>formais: naquele instante, ninguém perguntava</p><p>onde era o teatro, mas onde estava o teatro, pois,</p><p>mutante, ele ocupou diversos espaços.</p><p>A prototipagem é uma etapa obrigatória</p><p>em diversos processos de desenvolvimento em</p><p>variados campos, desde o de design de robôs</p><p>até o de softwares. Contudo, ela ainda é uma</p><p>novidade na arquitetura. Apesar de o padrão de</p><p>processos de pesquisa considerar a validação de</p><p>uma hipótese indispensável para a implementa-</p><p>ção de algo, o teste de uso 1:1 ainda é incomum</p><p>Professores e alunos</p><p>da Escola da Cidade</p><p>reunidos na faculdade</p><p>para debaterem o projeto</p><p>do Sesc Campo Limpo</p><p>Professors and students</p><p>from Escola da Cidade</p><p>meei at the school to</p><p>discuss the design of</p><p>Sesc Campo Limpo</p><p>140 . MONOLITO</p><p>III II I 11</p><p>artigo</p><p>nas cidades, a despeito de sua farta difusão pelo</p><p>urbanista dinamarquês Jan Gehl. O urbanismo</p><p>tático, tema da mesma forma muito contempo-</p><p>râneo nas ações de apropriação pela sociedade</p><p>civil, facilita a catalisação de mudanças em longo</p><p>prazo. Corresponde a atividades de curta dura-</p><p>ção, baixo custo e microescala, realizadas a partir</p><p>do esforço da sociedade civil no espaço público,</p><p>que, ao se alimentarem do engajamento social,</p><p>extrapolam o trabalho formalizado de urbanistas.</p><p>Observar como o uso se dá no espaço pro-</p><p>posto faz com que o projeto permanente seja</p><p>alinhado com o real, com as expectativas dos</p><p>usuários, as possibilidades factíveis, os usos ines-</p><p>perados, o contexto cultural existente. No Cam-</p><p>po Limpo, ele já é massivo. Neste ano, apresenta-</p><p>ções musicais atingiram um público de quase 20</p><p>mil pessoas, e a média de frequentadores em fins</p><p>de semana e feriado é de 1500 pessoas.</p><p>A análise do atual uso do espaço colabora</p><p>para a construção do que será o edificado no local.</p><p>"Um dos grandes aprendizados é a valorização da</p><p>área aberta, em contraposição ao confinamento</p><p>dos edificios", avalia Paulo Casale, gerente da uni-</p><p>dade. "Hoje esse espaço tem um papel de praça</p><p>pública, que pretendemos manter no projeto</p><p>construído. É um respiro. O que também tem</p><p>dado resultado são o cinema e a área para prática</p><p>do skate.Além do ginásio e do teatro que existem</p><p>nas outras unidades, seria um passo adiante ins-</p><p>talar de forma permanente esses dois espaços,</p><p>que já estão sendo bem utilizados na unidade</p><p>[provisória]".</p><p>Ao procurar a escola de arquitetura, o Sesc</p><p>revelou a vontade de explorar alternativas de</p><p>como se pode traduzir o desejo de produção de</p><p>cultura num espaço. Para o departamento de</p><p>planejamento da instituição, o intuito é ampliar</p><p>o campo de discussão sobre o que é um projeto.</p><p>"Trabalharmos com uma faculdade é experimen-</p><p>tal. Estamos abrindo espaço para uma nova prá-</p><p>tica em arquitetura e urbanismo, que acredito</p><p>ser uma tendência e que poderá ser replicada",</p><p>pondera Ana Maria Cardachevski, assessora téc-</p><p>nica e de planejamento do Sesc. Notadamente,</p><p>a instituição vê a experiência como positiva e a</p><p>enxerga como mais um caminho na concepção</p><p>e desenvolvimento de projetos.</p><p>Preveem-se 60 meses de projeto, iniciados</p><p>em janeiro de 2016. Além de criar a unidade de-</p><p>finitiva, o escopo do trabalho da Escola da Cida-</p><p>de inclui o desenho de uma unidade provisória,</p><p>já criada, que ficará em uso durante quatro ou</p><p>cinco anos, durante o desenvolvimento da pro-</p><p>posta final. Composto de galpões modulares, o</p><p>espaço foi pensado para ser flexível a ponto de</p><p>conformar versões semelhantes nas instalações</p><p>de futuras unidades. "Pode ser montada e des-</p><p>montada", explica a professora Marta Moreira,</p><p>sócia do MMBB Arquitetos, que projetou o Sesc</p><p>24 de Maio com Paulo Mendes da Rocha. Para</p><p>ela, um dos desafios é edificar um programa sem</p><p>perder a espontaneidade que já existe. A atual</p><p>atmosfera informal é um dos aspectos desejáveis</p><p>para o futuro.</p><p>Antes de começar a desenhar, a Escola da</p><p>Cidade organizou diferentes atividades ligadas</p><p>a espaços de cultura e lazer, envolvendo estu-</p><p>dantes e professores. O tempo livre, por exemplo,</p><p>foi tema de uma disciplina e de um seminário</p><p>internacional. Também foi montado um curso</p><p>de mobiliário coletivo, e um grupo de pesquisa</p><p>está investigando como a cultura da periferia do</p><p>entorno se agencia em redes e em novos espaços.</p><p>Esse mapeamento sociocultural, orienta-</p><p>do pelo professor Pedro Salles, reconhece a zona</p><p>sul como superpotência cultural da periferia. "O</p><p>que estamos propondo não é um projeto, é um</p><p>percurso, um processo", ele conta. O trabalho</p><p>procura entender a lógica de ocupação dos es-</p><p>paços naquela região e quais são os fluxos que a</p><p>atravessam. Um antropólogo e uma psicanalista</p><p>integram a equipe, além de professores e alunos.</p><p>Marília Virgilio, uma das estudantes, comentou</p><p>que seu interesse foi despertado pela aproxima-</p><p>ção mais sensível ao projeto do que em fórmulas</p><p>convencionais, e por saber que se construiria um</p><p>elo com os moradores. Na Escola, é visível o in-</p><p>teresse dos alunos por tal questão, e alguns dos</p><p>participantes relatam que só veem sentido na</p><p>arquitetura assim. Mas eles receiam os questio-</p><p>namentos sobre garantias. O contato próximo</p><p>com o desejo de quem vai usar o espaço gera</p><p>expectativa, e os arquitetos envolvidos no ma-</p><p>peamento não têm respostas de como as infor-</p><p>mações levantadas serão traduzidas em espaço.</p><p>Os agentes culturais mapeados estão</p><p>atentos à maneira pela qual o processo avança.</p><p>É certamente complexo lidar com expectativas,</p><p>porém, se o processo é conduzido com diálogo e</p><p>transparência, é maior a probabilidade de se criar</p><p>um espaço vibrante. Não são raros os aparelhos</p><p>públicos da periferia desarticulados da comuni-</p><p>dade, e uma das razões para isso é justamente</p><p>a não apropriação da comunidade, que não se</p><p>reconhece neles.</p><p>O mapeamento e o conhecimento do con-</p><p>texto cultural local são essenciais para qualquer</p><p>tipo de implantação de projeto e programa, mas</p><p>sua importância no desenvolvimento de proje-</p><p>Sesc-SP 141</p><p>142 MONOLITO</p><p>tos de arquitetura costuma ser minimizada. O</p><p>Sesc-SP prevê que esse raio-X possa dar supor-</p><p>te às iniciativas locais, ao conhecer seu caráter e</p><p>demanda. O entendimento da arquitetura como</p><p>um desenho num papel em branco se apega ao</p><p>conceito do arquiteto como técnico, e não da</p><p>arquitetura enquanto conceito amplo. A apro-</p><p>ximação do conhecimento arquitetônico à an-</p><p>tropologia, sociologia urbana e geografia agrega</p><p>ao desenho o conteúdo necessário para que o</p><p>espaço criado seja de fato comprometido com</p><p>quem vai conviver nele ou com ele.</p><p>O grupo de mapeamento considera que os</p><p>aprendizados da ocupação prévia se tornaram</p><p>premissa para o projeto. Um exemplo? O chão</p><p>foi considerado fundamental, de modo que essa</p><p>unidade do Sesc-SP não deverá ser vertical. As</p><p>referências do térreo trazidas do levantamento</p><p>para o desenho são o jardim, a praça, a praia, en-</p><p>fim, espaços disponíveis para diversos tipos de</p><p>ocupação. A lição é ver como esse espaço ocupa-</p><p>do se oferece ao uso, testando algumas hipóteses.</p><p>Conhecer como os agentes do entorno fazem</p><p>suas atividades ajuda a pensar no projeto.</p><p>Outro importante elemento da ocupação</p><p>do espaço mapeado pela equipe é que as pessoas</p><p>querem mais ser parte de uma exposição do que</p><p>ver uma exposição. Elas carecem de um espaço</p><p>que mostre sua produção e, por isso, é impor-</p><p>tante que se abra espaço para artistas da região,</p><p>estimulando o intercâmbio cultural entre a pro-</p><p>dução local e outras referências.A</p><p>que se construiu o Sesc Consolação,</p><p>semente da fase atual do Sesc-SP, superando os</p><p>casarões e volumes modernos de Gonçalves.</p><p>"Caca, você é um bruxo!", gritou do palco</p><p>Laércio de Freitas em direção ao operador de</p><p>som, que no fundo da plateia acertava o timbre</p><p>que o pianista apresentaria em algumas horas</p><p>na rua Dr. Vila Nova. Naquela tarde de agosto</p><p>passado, as paredes do teatro do Sesc Consola-</p><p>ção se emocionaram com os acordes do piano</p><p>ao se lembrarem de que foram apresentadas ao</p><p>mundo ao som de trechos de Gluck e prelúdios</p><p>de Chopin, dedilhados por Guiomar Novaes, a</p><p>mais notável pianista brasileira.</p><p>Na ocasião, há quase 50 anos, os 359 assen-</p><p>tos desenhados por Sergio Rodrigues estavam</p><p>ocupados e iluminados por arandelas de Caeta-</p><p>no Fraccaroli, escultor do Anchieta que adorna o</p><p>foyer. O destaque, contudo, era a cortina da boca</p><p>de cena, de Roberto Burle Marx. A acústica e o</p><p>ar-condicionado foram elogiados, mas sobrou</p><p>crítica ao ruído das máquinas.</p><p>"Se os poucos que são ricos não ajudarem</p><p>os muitos que são pobres, esta sociedade não se</p><p>salvará. Não se dá esmola mas se dá a cada um</p><p>o direito de viver dignamente", discursou, seis</p><p>horas antes do concerto de Guiomar, o general-</p><p>-presidente Arthur da Costa e Silva (após parti-</p><p>cipar de um banquete libanês na casa do sogro</p><p>de Paulo Maluf).</p><p>Agentes do Dops que o acompanhavam</p><p>detiveram dois cabeludos estudantes de cinema</p><p>que filmavam a inauguração do Sesc Consola-</p><p>ção de cima de uma árvore. O país dividia-se en-</p><p>tre esquerda e direita, e a película foi apreendida.</p><p>No interior da unidade, só incidentes ino-</p><p>centes: a queda de um arranjo de flores, que ras-</p><p>pou a cabeça de um guarda-civil, o banho de água</p><p>benta que o padre deu no senador Carvalho Pin-</p><p>to e o ato falho do general-presidente, que cha-</p><p>mou de Gama Filho o Ministro da Justiça Gama</p><p>e Silva, que, um ano depois, anunciou o AI-5.</p><p>Após subir cinco degraus e se proteger atrás</p><p>da mureta de concreto, uma mulher de meia-</p><p>-idade, com cabelo curto e óculos, se sentou, ti-</p><p>rou da bolsa uma caneta e abriu o jornal disposta</p><p>a uma violência: "Golpista", escreveu na foto do</p><p>Presidente da República estampada no diário.</p><p>Amostra do atual antagonismo político, a leitora-</p><p>-ativista captou um olhar de reprovação e devol-</p><p>veu o jornal para a estante da biblioteca do Sesc</p><p>Pompeia. Já passava do meio-dia e muitos balões</p><p>coloridos do aniversário tinham sucumbido.</p><p>Em 1966, durante a obra do Sesc Conso-</p><p>lação, ocorrem dois fatos marcantes para a ins-</p><p>tituição. O primeiro foi a criação das Unidades</p><p>Móveis de Orientação Social (Unimos), furgões</p><p>adaptados para atender locais em que a institui-</p><p>ção não estivesse presente. Cada veículo levava</p><p>três orientadores sociais, cartas do presidente do</p><p>Sesc endereçadas aos líderes locais do comércio</p><p>varejista e equipamentos pedagógico e esportivo</p><p>para 120 dias de trabalho. Campeonatos, cursos,</p><p>feiras de saúde e cultura popular e debates sobre</p><p>questões socioculturais eram organizados em</p><p>salas de aulas e quadras emprestadas.</p><p>No auge, a Unimos teve perto de 200</p><p>orientadores sociais. Dado o contexto político,</p><p>os jovens tinham tendências libertárias, com</p><p>conexões com o movimento estudantil, a con-</p><p>tracultura ou alas progressistas da Igreja. Por</p><p>isso suspeitava-se da latência subversiva da ação.</p><p>"Nós sentimos que as autoridades locais come-</p><p>çaram a nos temer, como se nós fôssemos não</p><p>animadores culturais, mas agitadores", contou,</p><p>em depoimento há 15 anos, Renato Requixa, que</p><p>dirigiu a divisão e foi depois diretor regional.</p><p>O segundo fato marcante de 1966 foi uma</p><p>canetada do Ministro da Educação: com a escu-</p><p>sa de redistribuir recursos para sua pasta, Jarbas</p><p>Passarinho reduziu 25% da arrecadação do Sesc.</p><p>Quadra e piscina do</p><p>Colégio Rio Branco,</p><p>na década de 1950,</p><p>local em que foi</p><p>construído o Sesc</p><p>Consolação.</p><p>Ao fundo, a igreja</p><p>da Consolação</p><p>Court and pool of</p><p>Colégio Rio Branco,</p><p>in the 1950s, in the</p><p>location where Sesc</p><p>Consolação was built.</p><p>In the background,</p><p>Consolação church</p><p>A</p><p>ce</p><p>rv</p><p>o</p><p>C</p><p>ol</p><p>éa</p><p>io</p><p>R</p><p>io</p><p>B</p><p>ra</p><p>nc</p><p>o</p><p>Sesc-SP *13</p><p>Nas décadas seguintes, os dois episódios</p><p>reverberaram de maneira diversa. Por um lado,</p><p>a direção entendeu que precisava construir uni-</p><p>dades amplas, minimizando futuras reduções</p><p>nos repasses de valores; por outro, a equipe da</p><p>Unimos absorveu o poder de ações independen-</p><p>temente de sedes.</p><p>Com o tempo, os animadores da Unimos</p><p>ascenderam profissionalmente e hoje dão o tom</p><p>da instituição, ocupando, por exemplo, cinco dos</p><p>seis principais postos executivos. Eles ajudaram</p><p>a consolidar o Sesc trazendo no peito o paradoxo</p><p>entre a inevitabilidade dos espaços generosos, ide-</p><p>alizando-os com arquitetos, e a potência de ações</p><p>efêmeras, que só dependem da programação.</p><p>Na mesma tarde em que Laércio de Freitas</p><p>dedilhou o piano do Teatro Sesc Anchieta,Antu-</p><p>nes Filho folheava um livro oito andares acima.</p><p>Vestindo malha de lã vermelha e calça jeans, o</p><p>encenador estava na sala que ocupa no Centro</p><p>de Pesquisa Teatral (C PT/S esc). O crítico Sábato</p><p>Magaldi escreveu que o C PT, dirigido por Antu-</p><p>nes há mais de 30 anos, transformou o palco do</p><p>Consolação no mais audacioso e coerente expe-</p><p>rimentalismo teatral praticado no Brasil.</p><p>Como se não bastasse, o teatro foi o estan-</p><p>darte que deu o tom cultural à unidade, que tinha</p><p>começado a ser idealizada como complexo es-</p><p>portivo com desenho de Icaro de Castro Mello,</p><p>o mais importante arquiteto brasileiro do gênero.</p><p>Sua contratação deve-se à semelhança da pro-</p><p>posta com um projeto anterior seu, a Associação</p><p>Cristã de Moços (ACM), que organizou um con-</p><p>junto esportivo em estrutura vertical.</p><p>Em escala reduzida, ambos exercitam a</p><p>experiência do Downtown Athletic Club, cons-</p><p>truído em 1931 no sul de Manhattan. Com 38</p><p>andares interligados por 13 elevadores, o edifício</p><p>foi descrito por Rem Koolhaas como a conquista</p><p>da altura pela atividade social. Para o holandês,</p><p>com "exterior inescrutável e quase indiscerní-</p><p>vel entre os arranha-céus que o cercam", o prédio</p><p>foi usado como "um condensador social cons-</p><p>trutivista: uma máquina empregada para gerar</p><p>e intensificar formas desejáveis de contato hu-</p><p>mano" ("condensadores sociais" são centros de</p><p>lazer para trabalhadores arquitetados nos anos</p><p>de 1920 por construtivistas russos).</p><p>Recordista sul-americano de salto em al-</p><p>tura, Icaro de Castro Mello compôs, aos 23 anos,</p><p>a equipe brasileira de atletismo nas Olimpíadas</p><p>de Berlim de 1936. Uma contusão no tornozelo</p><p>deixou-o longe de sua melhor marca, 1,92 me-</p><p>tros, e ele aproveitou para estagiar no escritório</p><p>que desenhou o Estádio Olímpico. Na volta ele</p><p>se especializou, atuando no Departamento de</p><p>Educação Física e Esportes (Defe).</p><p>Os equipamentos do Sesc Consolação</p><p>tinham dimensões para competição, e a ins-</p><p>tituição decidiu construí-los por perceber o</p><p>potencial aglutinador do esporte, atraindo co-</p><p>merciários para campeonatos em quadras de</p><p>terceiros. No avanço do desenho, o Sesc incluiu</p><p>o teatro, e Castro Mello encaixou-o fazendo uso</p><p>de um partido arquitetônico empregado para</p><p>Destaque para as</p><p>formas das lajes</p><p>nervuradas na diagonal</p><p>no canteiro de obras</p><p>do Sesc Consolação,</p><p>na década de 1960.</p><p>Detalhe da convivência</p><p>e da piscina da unidade</p><p>Highlight of the</p><p>forms used to make</p><p>the diagonally offset</p><p>waffle slabs, on the</p><p>construction site</p><p>of Sesc Consolação,</p><p>in the 1960s.</p><p>Detail of the gathering</p><p>space and the pool</p><p>of the unit</p><p>14 * MONOLITO</p><p>E</p><p>I fi</p><p>11111111*--</p><p>.1"1111•Iel</p><p>A</p><p>ce</p><p>rv</p><p>o</p><p>fa</p><p>m</p><p>íli</p><p>a</p><p>C</p><p>as</p><p>tr</p><p>o</p><p>M</p><p>el</p><p>lo</p><p>G</p><p>ab</p><p>ri</p><p>el</p><p>C</p><p>ab</p><p>ra</p><p>l/</p><p>G</p><p>E</p><p>D</p><p>E</p><p>S</p><p>—</p><p>S</p><p>es</p><p>c</p><p>M</p><p>em</p><p>ór</p><p>ia</p><p>s</p><p>potencializar o comércio do térreo, dividindo-o</p><p>em dois patamares.</p><p>Após o concerto de Guiomar Novaes, não</p><p>foi fácil o começo da vida do Carlão, apelido do</p><p>espaço, inaugurado com o nome de Centro Cul-</p><p>tural e Desportivo Carlos de Souza Nazareth. A</p><p>instituição não tinha experiência em gerir um</p><p>equipamento com 16,5 mil metros quadrados e,</p><p>até então, só possuía dois ginásios: o galpão</p><p>periferia quer</p><p>ser vista e reconhecida como cultura, não quer</p><p>ser alvo de aculturação.</p><p>Um novo processo de desenvolvimento de</p><p>projeto está nascendo da somatória desta inicia-</p><p>tiva, de ocupar os espaços com seu programa an-</p><p>tes da unidade ser construída, com as abordagens</p><p>da Escola da Cidade, traduzidas pela construção</p><p>processual e embasadas em levantamentos so-</p><p>cioculturais.Trata-se de uma nova metodologia</p><p>para ambas as instituições e que pode ser aplica-</p><p>da em outros espaços urbanos de uso coletivo.</p><p>Não só usuários e arquitetos aprendem com o</p><p>fazer coletivo, mas também o cliente. Por isso a</p><p>proposta da Escola da Cidade foi que todos par-</p><p>ticipassem desde o princípio.</p><p>Compreender um espaço não somente</p><p>pela construção, mas também por sua rede de</p><p>relações, transforma os processos de se fazer</p><p>espaços coletivos urbanos e a cidade como um</p><p>todo. O Sesc-SP, organizando sua aproximação</p><p>com o território por etapas - primeiro, a ocupa-</p><p>ção do existente, depois, a estrutura provisória</p><p>e, por fim, a estrutura permanente -, se permite</p><p>aprender com a análise de uso, uma oportunida-</p><p>de que costuma ser desperdiçada. O imaginário</p><p>encontra lugar nos espaços em processo.</p><p>Ampliando esse aprendizado, a Escola da</p><p>Cidade posiciona a equipe de arquitetos não</p><p>como técnicos que entregam soluções, mas</p><p>como profissionais que constroem coletiva-</p><p>mente propostas em aberto que permitem o</p><p>aprendizado mútuo e um resultado final mais</p><p>consistente, com muitas das variáveis urbanas</p><p>identificáveis durante o percurso.</p><p>Espaços processuais incluem um maior nú-</p><p>mero de pessoas na sua ideação. No caso do Cam-</p><p>po Limpo fica claro que o fato de a estrutura ser</p><p>atualmente enxuta cria uma relação de troca pró-</p><p>xima entre as pessoas, e que esse aspecto deve ter</p><p>sua manutenção garantida pela futura construção,</p><p>dando suporte e fomentando essa dinâmica.</p><p>O Sesc-SP passou, nas últimas décadas, por</p><p>significativa expansão de sua rede. Um modelo</p><p>que tinha dado certo foi replicado e, com essa</p><p>multiplicação, dissiparam-se possibilidades que</p><p>a implantação de um novo Sesc oferece, especial-</p><p>mente em relação ao construido.A instituição se</p><p>dispõe agora a uma postura mais ousada em dire-</p><p>ção à generosidade do espaço e à identificação do</p><p>visitante com suas instalações, contemplando a</p><p>diversidade de pessoas e atividades</p><p>Quando o arquiteto trabalha mais próximo</p><p>aos frequentadores, provocam-se expectativas</p><p>e emerge o receio de prometer e não cumprir.</p><p>Como reconectar o imaginado coletivamente</p><p>ao que de fato será construído? Não são poucos</p><p>os arquitetos que encaram o fim de seu trabalho</p><p>como a entrega do desenho.A discussão de como</p><p>ele será construído e se atenderá ao uso real do</p><p>lugar está de volta e tem uma dimensão políti-</p><p>ca. Tornar o processo permeável a um número</p><p>grande de envolvidos pode parecer complexo</p><p>e é um paradigma atual e amplo. Transparência</p><p>e participação em deliberações coletivas são de-</p><p>safios que temos à frente também na prática da</p><p>arquitetura.</p><p>■</p><p>anweeeirfarill</p><p>Encontro entre</p><p>estudantes e</p><p>professores da</p><p>Escola da Cidade com</p><p>representantes da</p><p>comunidade do</p><p>Campo Limpo</p><p>Meeting with the</p><p>participation of students</p><p>and professors from</p><p>Escola da Cidade</p><p>and representatives</p><p>of the Campo Limpo</p><p>community</p><p>arLicle</p><p>Process and imagery</p><p>> Laura Sobral</p><p>Yesterday I had the privilege of spending the entire afternoon at Sesc Campo Limpo. We were nine, including seven children. We</p><p>created superhero capes, participated in the activities of Sesc Verão, watched a soccer match and had a picnic... Then it occurred</p><p>to me that many of these and other moments would never be experienced again. In a not too distant future, our backyard will no</p><p>longer be green; we will not have the sun or fresh air to breathe. It will not be as spacious and the children will not be able to run so</p><p>freely. The imposing and impeccable 'Sesc standard' buildings will replace it.</p><p>Testimony left by a user on Sesc Campo Limpo's social network</p><p>In December 2013, Sesc-SP started a unique</p><p>process by requesting an architecture school</p><p>to design a unit for their network. The school</p><p>and the site for the enterprise are also unique:</p><p>Escola da Cidade was created 20 years ago by</p><p>an association of architects, intellectuals and</p><p>artists in order to propose a higher learning</p><p>experience with a flexible program; the site</p><p>chosen, in turn, is situated in Campo Limpo,</p><p>an area of São Paulo's south zone where more</p><p>than two million people reside, spread out in</p><p>extremely violent neighborhoods with little</p><p>or no infrastructure. "South Zone rough daily</p><p>life", wrote rapper Sabotage, one of the voices</p><p>emanating from the cultural melting pot that</p><p>is the region.</p><p>The 20-thousand square meter lot was</p><p>occupied by a factory in the commercial area</p><p>of the neighborhood, next to the metro. Before</p><p>building the new infrastructure, the unit was</p><p>opened to the public in late May 2014,with the</p><p>usual activities of the institution,which focuses</p><p>on sports and culture.</p><p>That was not the first time Sesc's program</p><p>carne before the building: in the 1970s, sport</p><p>and leisure activities taking place in an old</p><p>drum factory inspired Lina Bo Bardi to design</p><p>one of São Paulo's best community spaces.</p><p>Since the 1990s, the institution has de-</p><p>vised a facility use system set in motion prior</p><p>to inauguration. In either a specific ora radical</p><p>fashion, the idea was implemented in Pinheiros,</p><p>Santo Amaro, Sorocaba, Osasco and Belenzinho.</p><p>In the case of Campo Limpo pre-occupation</p><p>will not be interrupted: while half of the site</p><p>will be under construction, the other half will</p><p>maintain its schedule of activities.</p><p>Word has it at the institution: while it</p><p>was impossible for an accurate assessment to</p><p>be taken of the situation in which the design</p><p>was developing, the inclusion of the users in the</p><p>process taking place in Campo Limpo would</p><p>greatly facilitate the post-occupation analysis.</p><p>The Sesc Belenzinho case - the first to ex-</p><p>periment with temporary uses in an existing</p><p>building - reiterates these experiences. Those</p><p>who partook in the process remember the im-</p><p>portance of learning about improvisation and</p><p>informal use: at that moment, no one asked</p><p>where the theater was, but where it was hap-</p><p>pening, as its location was ever changing.</p><p>Prototyping is an essential step in many</p><p>development processes in several fields, from</p><p>robot design to software development. How-</p><p>ever, it is still a novelty in architecture.Although</p><p>the standards of research process dictate that</p><p>the validation of a hypothesis is necessary for</p><p>the implementation of a project, testing uses</p><p>on a 1:1 scale is still an uncommon practice in</p><p>cities, even considering its ample dissemination</p><p>by urban planner Jan Gehl, from Denmark. Tac-</p><p>tical urbanism,another contemporary theme re-</p><p>garding appropriation initiatives by civil society,</p><p>allows changes to take place over an extended</p><p>period. They are affordable brief activities un-</p><p>dertaken by civil society on a micro scale in the</p><p>public space that utilize social engagement in</p><p>order to push the boundaries of the formal work</p><p>made by urban planners.</p><p>To observe how the use of the proposed</p><p>space takes place enables the permanent work</p><p>to be in tune with reality, with the expectations</p><p>of users, with feasible possibilities, with unex-</p><p>pected uses,within the existing cultural context.</p><p>Campo Limpo is a resounding success.</p><p>This year, musical performances reached an au-</p><p>dience of nearly 20,000 people and the average</p><p>attendance on weekends and holidays is 1,500</p><p>people. The analysis of the current use of said</p><p>space contributes to the construction that will</p><p>ultimately appear on the site. "One of the great</p><p>lessons learnt here is the appreciation of open</p><p>space, as opposed to the confinement found in-</p><p>side buildings", said Paulo Casale, the manager of</p><p>the unit. "Today, this space functions as a public</p><p>square, a role we intend to preserve in the built</p><p>Sesc-SP .143</p><p>project. It's a breathing space. The cinema and</p><p>skate park are crowd favorites. In addition to</p><p>the gymnasium and theater that can be found in</p><p>other units, it would be a step forward to perma-</p><p>nently implement said spaces,which are already</p><p>being put to good use at the unit".</p><p>By contacting the architecture school, Sesc</p><p>revealed its willingness to explore alternatives</p><p>vis-à-vis the transformation of its desire to pro-</p><p>duce culture into a space. For the institution's</p><p>planning department, dealing with an architec-</p><p>ture school helps expand the discussion regard-</p><p>ing what constitutes a project. "Working with a</p><p>faculty is experimental for us. We are piloting</p><p>a new practice in architecture and urbanism,</p><p>which I believe is a trend and can be reproduced",</p><p>evaluates Ana Maria Cardachevski, Sesc's tech-</p><p>nical and planning advisor. Notably, the institu-</p><p>tion considers this experience positive and sees</p><p>it as an alternative to competitions.</p><p>The design phase started in january 2016</p><p>and should take 60 months. The work scope of</p><p>Escola da Cidade includes the creation of the</p><p>permanent installations of the unit, as well as</p><p>the design of a temporary unit, which has al-</p><p>ready been completed and should be used for</p><p>four or five years, during the development of</p><p>the final proposal. Composed of modular con-</p><p>tainer shelters, the space was thought up to be</p><p>flexible, so that similar versions can be set up at</p><p>future Sesc facilities. "It can be assembled and</p><p>dismantled", explains Professor Marta Moreira,</p><p>a member of MMBB Arquitetos who designed</p><p>Sesc 24 de Maio with Paulo Mendes da Rocha.</p><p>She believes one of the challenges is to build</p><p>without compromising the spontaneity found</p><p>in the locale. The current informal atmosphere</p><p>is one of the aspects we desire to encounter in</p><p>the future.</p><p>Before starting the drawings, Escola da</p><p>Cidade organized different activities on areas</p><p>dedicated to culture and leisure, involving stu-</p><p>dents and teachers. Free time, for example, was</p><p>the subject of a discipline and of an international</p><p>seminar. Additionally, a communal furnishings</p><p>course was organized and a research group is in-</p><p>vestigating how the culture of the surrounding</p><p>neighborhoods harmonize into networks and</p><p>in new spaces.</p><p>This socio-cultural mapping, led by Profes-</p><p>sor Pedro Salles, acknowledges the South Zone as</p><p>a major cultural hub in the periphery. "What we</p><p>are proposing is nota project, it is a route, a pro-</p><p>cess", he says. The work he leads seeks to under-</p><p>stand the logic behind the occupation of spaces</p><p>in the region and what flows through it. An an-</p><p>thropologist and a psychoanalyst also make up</p><p>the team,as well as teachers and students. M aril ia</p><p>Virgilio, one of the students, said that sh e became</p><p>interested because of the sensitive approach of</p><p>the design, which moved away from the con-</p><p>ventional formula, and for the reason that a con-</p><p>nection with the residents would be made. At</p><p>Escola, one can clearly see the interest students</p><p>have in this topic and some of the participants</p><p>reported that this is the only way architecture</p><p>makes sense to them. The complicating factor is</p><p>their marked fear when asked about guarantees.</p><p>Close contact with those who will use the space</p><p>and their desires generates expectation and the</p><p>architects involved in the mapping do not have</p><p>answers as to how the information collected will</p><p>be adapted into the space.</p><p>The mapped cultural agents keep a dose</p><p>look at the way the process progresses Certainly,</p><p>it is complex to deal with expectations; however,</p><p>if the process is conducted with dialogue and</p><p>transparency, it is more likely that the resulting</p><p>space will be vibrant. A great many public facili-</p><p>ties around the periphery are disconne cted from</p><p>the community, and one of the main reasons is</p><p>that the people do not appropriate said equip-</p><p>ment because they do not identify with it.</p><p>Mapping and familiarity with the local</p><p>cultural context are essential for ar y type of</p><p>implementation of design and program, but its</p><p>importance vis-à-vis the development of archi-</p><p>tectural design is often minimized. Sesc believes</p><p>that said mapping could lend suppo rt to local</p><p>initiatives, by getting to know their character</p><p>and requirements. The understanding of archi-</p><p>tecture as a drawing on a blank sheet clings to</p><p>the concept that the architect is a technician and</p><p>not that architecture is a broader concept. The</p><p>coming together of architectural knowledge and</p><p>anthropology, urban sociology and even geogra-</p><p>phy adds to the drawing the necessary content to</p><p>enable the created space to be truly committed</p><p>to those who will interact with it or in it.</p><p>The mapping group believes that learning</p><p>from a prior occupation experience became the</p><p>premise for the design. For example, the grou nd</p><p>was considered ofutter importance and this Sesc</p><p>unit should not be a building. The groumnadp floorpg</p><p>carne references that about from the mapping</p><p>for the design are the garden, the square and the</p><p>beach, i.e., spaces that accommoda te various</p><p>types of occupation. The lesson here is to see how</p><p>this occupied space adapts to a given use,via test-</p><p>ing of hypotheses. Familiarizing ourselves with</p><p>144. MONOLITO</p><p>CO</p><p>how the agents perform their activities in the</p><p>surroundings helps us to think about the design.</p><p>Another important element of the occu-</p><p>pation of the space mapped by the team is that</p><p>people prefer to take part in an exhibition rather</p><p>than simplywitness it. They need a space where</p><p>they can show their production and, therefore,</p><p>it is important for Sesc to offer said space to the</p><p>artists from the region, encouraging cultural</p><p>exchange between local production and other</p><p>references. The periphery wants to be seen and</p><p>have its culture recognized, instead ofbecoming</p><p>a victim of acculturation.</p><p>A new design development process is bur-</p><p>geoning from the sum of said initiative by Sesc,</p><p>which consists of occupying the space with its</p><p>program prior to the actual build, utilizing Es-</p><p>cola da Cidade's approaches, which consist of</p><p>process-based construction sustained by socio-</p><p>cultural surveys. This is a new methodology for</p><p>both institutions, and it can be adopted by other</p><p>collective use urban spaces. All those involved</p><p>with the experience learn from collective cre-</p><p>ation: users, architects and especially the client.</p><p>For that reason, Escola da Cidade proposed that</p><p>all participate from the o nset.</p><p>Learning about a space, via not only the</p><p>built area but also its network of relationships,</p><p>transforms the processes of urban public space</p><p>creation and the city as a whole. Sesc, by organiz-</p><p>ing its appropriation of the land in steps - first,</p><p>occupying the existing area, followed by the</p><p>creation of a temporary structure and, finally,</p><p>setting up the permanent equipment - allows</p><p>itself to learn by analyzing the use, an opportu-</p><p>nity that is frequently wasted when it comes to</p><p>common construction practices. Imagery finds</p><p>its place in spaces undergoing a process.</p><p>Broadening this learning experience, Es-</p><p>cola da Cidade sees the architecture team not as</p><p>technicians who deliver solutions, but as p rofes-</p><p>sionals who collectively create open proposals</p><p>that allow for mutual learning and a product</p><p>more consistent with many of the urban vari-</p><p>ables identified along the route.</p><p>Spaces subject to a process include a</p><p>greater number of people in their ideation. In</p><p>the case of Campo Limpo, it is clear that the ex-</p><p>isting lean structure creates a dose relationship</p><p>among people and that this aspect must be kept</p><p>in the upcoming construction, supporting and</p><p>promoting said dynamic.</p><p>In the last decades, Sesc has significantly</p><p>expanded its São Paulo network. A functional</p><p>model was applied elsewhere, giving rise to</p><p>possibilities with every Sesc unit added to the</p><p>network, especially in relation to what was built.</p><p>Now the institution is more daring regarding</p><p>this generous space and the sense of belonging</p><p>of its users, by taking into consideration the di-</p><p>versity amongst people and activities.</p><p>When the architect works</p><p>closer to the us-</p><p>ers, expectations arise, and so does the fear of un-</p><p>fulfilled promises. How is it possible to connect</p><p>what is imagined collectively to what will actu-</p><p>ally be built? Few architects do not face up to</p><p>their work following the delivery of their design.</p><p>The discussion on how it will be executed and</p><p>whether it will serve the actual use of the space</p><p>is ofimportance once again and it possesses a po-</p><p>litical dimension. To make said process perme-</p><p>able to a great many parties may appear complex</p><p>and is a current and vast paradigm.Transparency</p><p>and participation in collective deliberations are</p><p>challenges we will have to face in the practice of</p><p>architecture as well. ■</p><p>Evento na unidade</p><p>provisória do Sesc</p><p>Campo Limpo</p><p>Event at the temporary</p><p>instailations of Sesc</p><p>Campo Limpo</p><p>Sesc-SP * 145</p><p>Cronologia</p><p>Chronology</p><p>déc.1940</p><p>1940s</p><p>•</p><p>E</p><p>ve</p><p>ls</p><p>o</p><p>n</p><p>d</p><p>e</p><p>F</p><p>re</p><p>it</p><p>as</p><p>déc.1960</p><p>1960s</p><p>•</p><p>Sesc Bertioga (1948/_)</p><p>Local Location Rua Pastor Djalma da Silva</p><p>Coimbra, 20, Bertioga, SP</p><p>Arquitetura Architecture Prestes Maia, Icaro de</p><p>Castro Mello, Renato Nunes, Botti Rubin e Teuba</p><p>Área construída Built area 48.899 m2</p><p>Sesc Consolação (1961/1968)</p><p>Local Location Rua Dr. Vila Nova, 245, São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Icaro de Castro Mello e</p><p>Alfredo Paesani</p><p>Área construída Built area 16.571 m2</p><p>P</p><p>ed</p><p>ro</p><p>V</p><p>an</p><p>n</p><p>u</p><p>cc</p><p>hi</p><p>Sesc S. J. dos Campos (1973/1976)</p><p>Local Location Av. Adhemar de Barros, 999,</p><p>São José dos Campos, SP</p><p>Arquitetura Architecture Szpigel e Magalhães</p><p>Área construída Built area 5.536 m2</p><p>Sesc Bauru (1973/1977)</p><p>Local Location Av. Aureliano Cardia, 6-71, Bauru, SP</p><p>Arquitetura Architecture Szpigel e Magalhães</p><p>Área construída Built area 16.801 m2</p><p>Sesc Piracicaba (1974/1979)</p><p>Local Location Rua Ipiranga,155, Piracicaba, SP</p><p>Arquitetura Architecture Botti Rubin Arquitetos</p><p>Área construída Built area 10.326 m2</p><p>EÉ</p><p>Sesc Itaquera (1984/1992)</p><p>Local Location Av. Fernando Espírito Santo Alves</p><p>de Mattos, 1000, São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Claudio Cianciarullo e</p><p>Eduardo de Castro Mello</p><p>Área construída Built area 24.659 m2</p><p>Sesc 'piranga (1988/1992)</p><p>Local Location Rua Bom Pastor, 822, São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Escritório Técnico</p><p>Júlio Neves</p><p>Área construída Built area 8.097 m2</p><p>Sesc Rio Preto (1988/1992)</p><p>Local Location Av. Francisco Chagas Oliveira, 1333,</p><p>São José do Rio Preto, SP</p><p>Arquitetura Architecture Icaro de Castro Mello</p><p>Arquitetos Associados</p><p>Área construída Built area 13.540 m2</p><p>146 * MONOLITO</p><p>Sesc-SP *147</p><p>a</p><p>déc.1970</p><p>1970s</p><p>•Sesc Campinas (1966/1972)</p><p>Local Location Rua Dom José I, 270, Campinas, SP</p><p>Arquitetura Architecture Renato Nunes (autor</p><p>author); Icaro de Castro Mello Arquitetos</p><p>Associados (reforma reform)</p><p>Área construída Built area 7.732 m2</p><p>Sesc Catanduva (1967/1977),</p><p>Local Location Praça Felício Tonello, 228,</p><p>Catanduva, SP</p><p>Arquitetura Architecture Silvio Bussab</p><p>Área construída Built area 5.910 m2</p><p>Sesc Interlagos (1972/1975)</p><p>Local Location Av. Manoel Alves Soares, 1100,</p><p>São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Botti Rubin Arquitetos</p><p>Área construída Built area 10.140 m2</p><p>e</p><p>déc.1980</p><p>1980s</p><p>0 00 O</p><p>0 O 0 0</p><p>0 0 00,</p><p>00 00</p><p>0000</p><p>Sesc Pompeia (1977/1986)</p><p>Local Location Rua Clélia, 93, São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Lina Bo Bardi</p><p>Área construída Built area 23.571 m2</p><p>Sesc Santos (1979/1986)</p><p>Local Location Rua Conselheiro Ribas, 136,</p><p>Santos, SP</p><p>Arquitetura Architecture Botti Rubin Arquitetos</p><p>Área construída Built area 34251 m2</p><p>Sesc Taubaté (1984/1988)</p><p>Local Location Av. Eng. Milton de Alvarenga</p><p>Peixoto, 1264,Taubaté, SP</p><p>Arquitetura Architecture Botti Rubin Arquitetos</p><p>Área construída Built area 8.602 m2</p><p>déc.1990</p><p>1990s</p><p>•</p><p>Sesc São Carlos (1988/1996)</p><p>Local Location Av. Comendador Alfredo</p><p>Maffei, 700, São Carlos, SP</p><p>Arquitetura Architecture Sergio Teperman</p><p>Área construída Built area 14.602 m2</p><p>Sesc Vila Mariana (1988/1997)</p><p>Local Location Rua Pelotas, 141, São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Bonilha &</p><p>Arquitetos Associados</p><p>Área construída Built area 25277 m2</p><p>Sesc Araraquara (1991/2000)</p><p>Local Location Rua Castro Alves, 1315,</p><p>Araraquara, SP</p><p>Arquitetura Architecture Abrahão Sanovicz</p><p>Área construída Built area 14.936 m2</p><p>ffinuirvi-- 1-fiel</p><p>Sesc Pinheiros (1997/2004)</p><p>Local Location Rua Paes Leme, 195, São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Miguel Juliana</p><p>Área construída Built area 35.259 m2</p><p>Sesc Santo André (1992/2002)</p><p>Local Location Rua Tamarutaca, 302,</p><p>Santo André, SP</p><p>Arquitetura Architecture Tito Livio Frascino e</p><p>Vasco de Mello</p><p>Área construída Built area 24.871 m2</p><p>Sesc Belenzinho (1997/2010)</p><p>Local Location Rua Padre Adelino,1000,</p><p>São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Ricardo Chahin</p><p>Área construída Built area 50.000 m2</p><p>Sesc Santo Amaro (2002/2011)</p><p>Local Location Rua Amador Buena, 505,</p><p>São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Elito Arquitetos</p><p>Área construída Built area 14.610 m2</p><p>Sesc Sorocaba (2003/2012)</p><p>Local Location Rua Barão de Piratininga, 555,</p><p>Sorocaba, SP</p><p>Arquitetura Architecture Sergio Teperman</p><p>Área construída Built area 22.274 m2</p><p>Sesc Jundiaí (2004/2015)</p><p>Local Location Av. Antônio Frederico</p><p>Ozanan, 6600, Jundiaí, SP</p><p>Arquitetura Architecture Teuba Arquitetura</p><p>e Urbanismo</p><p>Área construída Built area 24.683 m2</p><p>déc 2010</p><p>2010s</p><p>Sesc Franca (2013/_)</p><p>Local Location Av. Dr. Ismael Alonso</p><p>y Alonso, 3071, Franca, SP</p><p>Arquitetura Architecture SIM e</p><p>Apiacás Arquitetura</p><p>Área construída Built area 34.344 m2</p><p>148 * MONOLITO</p><p>Sesc Campo Limpo (2014/_)</p><p>Local Location Rua Nossa Senhora do</p><p>Bom Conselho,120, São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Escola da Cidade</p><p>Sesc Osasco (2014/_)</p><p>Local Location Av. Sport Club Corinthians</p><p>Paulista, 1300, Osasco, SP</p><p>Arquitetura Architecture Spadoni M</p><p>Área construída Built area 15.000 m2</p><p>Sesc-SP * 149</p><p>déc. 2000</p><p>2000s</p><p>Tá'</p><p>Sesc Santana (2000/2005)</p><p>Local Location Av. Luiz Dumont Villares, 579,</p><p>São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Miguel Juliano</p><p>Área construída Built area 15.571 m2</p><p>Sesc 24 de Maio (2000/2017)</p><p>Local Location Rua Dom José de Barros,178,</p><p>São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Paulo Mendes da Rocha</p><p>e MMBB Arquitetos</p><p>Área construída Built area 27.905 m2</p><p>Sesc Bom Retiro (2003/2011)</p><p>Local Location Alameda Nothmann, 185,</p><p>São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Leon Diksztejn</p><p>Área construída Built area 13.025 m2</p><p>Sesc Avenida Paulista (2004/2017)</p><p>Local Location Av. Paulista, 119, São Paulo</p><p>Arquitetura Architecture Kõnigsberger Vannucchi</p><p>Área construída Built area 15.807 m2</p><p>Sesc Guarulhos (2009/2018)</p><p>Local Location Rua Guilherme Lino dos Santos,</p><p>s/n°, Guarulhos, SP</p><p>Arquitetura Architecture Dal Pian Arquitetos</p><p>Área construída Built area 15.000 m2</p><p>Sesc Birigui (2010/2017)</p><p>Local Location Rua Egidio Navarro, 700, Birigui, SP</p><p>Arquitetura Architecture Teuba Arquitetura</p><p>e Urbanismo</p><p>Área construída Built area 7.948 m2</p><p>Sesc Ribeirão Preto (2014/_)</p><p>Local Location Rua Tibiriçá, 50, Ribeirão Preto, SP</p><p>Arquitetura Architecture Oswaldo Corrêa</p><p>Gonçalves (autor author; 1956/1962); SIM e</p><p>Helena Ayoub (ampliação enlargement)</p><p>Área construída Built area 5.209 m2</p><p>Sesc Sesc Registro (2016/_)</p><p>Local Location Av. Prefeito Jonas Banks Leite, 57,</p><p>Registro, SP</p><p>Arquitetura Architecture Brasil Arquitetura</p><p>Área construída Built area 3.311 m2</p><p>0 10 20 40</p><p>íz</p><p>F</p><p>el</p><p>ip</p><p>e</p><p>S</p><p>uc</p><p>up</p><p>ir</p><p>.</p><p>150 * MONOLITO</p><p>alea jacá esL</p><p>Rigor nas montanhas</p><p>Rigor in the mountains</p><p>"A obra dele, me pareceu, tem um rigor muito for-</p><p>te. É isso mesmo, Nara?", comentou Edson Elito,</p><p>falando via Skype do seu escritório em São Paulo.</p><p>"É, sim. Esse foi um dos aspectos que me levou a</p><p>estudá-lo", respondeu Nara Grossi, falando sobre</p><p>a obra do arquiteto mineiro Humberto Serpa, que</p><p>será tema da próxima edição da Monolito (a edi-</p><p>ção será baseada no mestrado que ela defendeu</p><p>na FAUUSP, com orientação de Hugo Segawa).</p><p>"Percebi o rigor, por exemplo, no projeto do</p><p>BDMG e na casa Van Damme", continuou Eli-</p><p>to. "No B DM G, a estrutura</p><p>por fora, de concreto,</p><p>lembra um pouco o Artigas, não?". Ela argumen-</p><p>tou que Serpa acompanhava pouco o cenário da</p><p>arquitetura paulista e que sua maior influência</p><p>foi Louis Kahn, estoniano radicado nos Estados</p><p>Unidos.</p><p>Ela contou ainda que, apesar de Serpa ser</p><p>uma referência no cenário mineiro, ele parou de</p><p>produzir arquitetura e, hoje, se dedica à gravura.</p><p>"Talvez justamente por causa desse rigor: ele nun-</p><p>ca aceitou o fato dos clientes modificarem a sua</p><p>obra", justificou.</p><p>Atualmente, Elito é consultor do escritório</p><p>de Nara no projeto de restauração do Teatro Ofi-</p><p>cina.Antes de terminar a conversa, eles comemo-</p><p>raram o veto do órgão do patrimônio histórico</p><p>paulista às torres propostas pelo braço imobili-</p><p>ário de Silvio Santos no lote vizinho.</p><p>"Mas, Narinha, onde você está?", ele per-</p><p>guntou."Estou em Vals, na Suíça", ela disse. "Na</p><p>Suíça?!" "Sim, nas termas do Zumthor. Estou</p><p>ouvindo os sinos das vacas, nas montanhas aqui</p><p>ao lado." "Que tal?", ele perguntou. A ligação foi</p><p>encerrada com ela dizendo que foi uma das obras</p><p>mais emocionantes que conheceu.</p><p>"His work struck me as quite rigorous. Isn't that</p><p>right, Nara?" commented Edson Elito, speaking</p><p>via Skype from his office in São Paulo. "Yes, it is.</p><p>This was one of the aspects that drove me to study</p><p>it", replied Nara Grossi, regarding the work of ar-</p><p>chitect Humberto Serpa, from the state of Minas</p><p>Gerais, who will be the theme of the next edition</p><p>of Monolito (the issue will be based on the Mas-</p><p>ter's thesis shewrote,with Hugo Segawa's orienta-</p><p>tion, and defended at FAUUSP).</p><p>"I perceived the rigor, for example, in the</p><p>BDMG design and Van Damme's home", conti-</p><p>nued Elito, "at BDMG, the outer concrete struc-</p><p>ture somewhat refers to Artigas, doesn't it?" She</p><p>argued that Serpa paid little attention to the São</p><p>Paulo architecture scene and that his greatest</p><p>influence was Louis Kahn, a Estonian living in</p><p>the USA.</p><p>She also said that, although Serpa is a refe-</p><p>rence of the Minas Gerais scene, he stopped pro-</p><p>ducing architecture to dedicate to printmaking.</p><p>"Perhaps, dueto this rigor, he never accepted the</p><p>fact that customers modify his work", she justified.</p><p>Elito is currentlyworking at Nara's firmas a</p><p>consultant in the Teatro Oficina restoration pro-</p><p>ject. Before ending the conversation, they celebra-</p><p>ted the veto imposed by the São Paulo heritage</p><p>agency to the towers proposed by Silvio Santos'</p><p>real estate branch for the neighboring lot.</p><p>"Hey, Narinha,where are you now?" he asked.</p><p>"Tm in Vals, Switzerland," she answered. "In Swit-</p><p>zerland?" he asked, in shock. "Yes, at Zumthor's</p><p>thermal baths. I can hear cow bells in the moun-</p><p>tains nearby!" Then he asked,"How do you like it?"</p><p>The connection ended after she had described it as</p><p>one of the most exciting works she had ever seen.</p><p>Nara Grossi conversa com</p><p>Edson Elito sobre a obra</p><p>de Humberto Serpa, tema</p><p>da próxima edição da</p><p>Monolito. Nara, que fez</p><p>seu mestrado sobre Serpa,</p><p>será editora convidada</p><p>Nara Grossi, guest editor</p><p>in the next edition</p><p>of Monolito, talks to</p><p>Edson Elito about the</p><p>work of Humberto</p><p>Serpa, the theme of the</p><p>next issue of Monolito,</p><p>which will be based on</p><p>her Master's thesis</p><p>MISTO</p><p>Papel produzido a partir</p><p>de fontes responsáveis</p><p>FSC. CO11095</p><p>FSC</p><p>wwwlsc org</p><p>Sesc Pinheiros, Miguel Juliano</p><p>Sesc Belenzinho, Ricardo Chahin</p><p>Sesc Santo Amaro, Elito Arquitetos</p><p>Sesc Jundiaí,</p><p>Teuba Arquitetura e Urbanismo</p><p>Sesc 24 de Maio,</p><p>Paulo Mendes da Rocha e MMBB Arquitetos</p><p>Sesc Avenida Paulista,</p><p>Konigsberger Vannucchi</p><p>Sesc Franca, SIAA e Apiacás Arquitetura</p><p>R$ 96,00</p><p>70</p><p>9 788566 27511</p><p>O Serviço Social do Comércio em São Paulo (Sesc-SP)</p><p>começou a se relacionar com arquitetos há quase 70 anos,</p><p>pouco após sua criação. Os ensaios iniciais incluíram o</p><p>urbanismo modernizador e projetos à moda carioca, até</p><p>que, na década de 1960, o programa foi formatado, mate-</p><p>rializando-se em unidades que agregam esporte e cultura.</p><p>O modelo pioneiro foi o Sesc Consolação e, ao longo da</p><p>construção de quase 40 unidades, com linguagens arquite-</p><p>tônicas diversas, do brutalismo paulista ao colaboracionis-</p><p>mo contemporâneo, a instituição foi amadurecendo com o</p><p>auxílio de contribuições notáveis, de Lina Bo Bardi, autora</p><p>da mais icônica unidade, a Paulo Mendes da Rocha, que</p><p>está prestes a concluir sua primeira obra para a instituição.</p><p>Sesc-SP (Serviço Social do Comércio em São Paulo) ini-</p><p>tiated its relationship with architects almost 70 years ago,</p><p>shortly after its inception. Initial experiments encompassed</p><p>modern urban planning and Rio-inspired designs; the tur-</p><p>ning point carne in the 1960s, when a new program took</p><p>form in the units that aggregate sports and culture. The</p><p>pioneer model was Sesc Consolação and, after building al-</p><p>most 40 units - with different architectural languages that</p><p>go from São Paulo brutalism to contemporary collabora-</p><p>tionism -, the institution developed with the help of several</p><p>contributors, from Lina Bo Bardi, the author of the most</p><p>iconic unity, to Paulo Mendes da Rocha, who is finishing</p><p>his first work for the institution.</p><p>Obras selecionadas Selected works</p><p>Sesc Consolação,</p><p>(caro de Castro Mello e Alfredo Paesani</p><p>Sesc Pompeia, Lina Bo Bardi</p><p>Sesc Santos, Botti Rubin Arquitetos</p><p>Sesc Itaquera,</p><p>Claudio Cianciarullo e Eduardo de Castro Mello</p><p>Sesc Ipiranga, Escritório Técnico Júlio Neves</p><p>Sesc Vila Mariana, Jerônimo Bonilha Esteves</p><p>Sesc Araraquara, Abrahão Sanovicz</p><p>Sesc Santo André,</p><p>Tito Livio Frascino e Vasco de Mello</p><p>Page 1</p><p>Page 2</p><p>Page 3</p><p>Page 4</p><p>Page 5</p><p>Page 6</p><p>Page 7</p><p>Page 8</p><p>Page 9</p><p>Page 10</p><p>Page 11</p><p>Page 12</p><p>Page 13</p><p>Page 14</p><p>Page 15</p><p>Page 16</p><p>Page 17</p><p>Page 18</p><p>Page 19</p><p>Page 20</p><p>Page 21</p><p>Page 22</p><p>Page 23</p><p>Page 24</p><p>Page 25</p><p>Page 26</p><p>Page 27</p><p>Page 28</p><p>Page 29</p><p>Page 30</p><p>Page 31</p><p>Page 32</p><p>Page 33</p><p>Page 34</p><p>Page 35</p><p>Page 36</p><p>Page 37</p><p>Page 38</p><p>Page 39</p><p>Page 40</p><p>Page 41</p><p>Page 42</p><p>Page 43</p><p>Page 44</p><p>Page 45</p><p>Page 46</p><p>Page 47</p><p>Page 48</p><p>Page 49</p><p>Page 50</p><p>Page 51</p><p>Page 52</p><p>Page 53</p><p>Page 54</p><p>Page 55</p><p>Page 56</p><p>Page 57</p><p>Page 58</p><p>Page 59</p><p>Page 60</p><p>Page 61</p><p>Page 62</p><p>Page 63</p><p>Page 64</p><p>Page 65</p><p>Page 66</p><p>Page 67</p><p>Page 68</p><p>Page 69</p><p>Page 70</p><p>Page 71</p><p>Page 72</p><p>Page 73</p><p>Page 74</p><p>Page 75</p><p>Page 76</p><p>Page 77</p><p>Page 78</p><p>Page 79</p><p>Page 80</p><p>Page 81</p><p>Page 82</p><p>Page 83</p><p>Page 84</p><p>Page 85</p><p>Page 86</p><p>Page 87</p><p>Page 88</p><p>Page 89</p><p>Page 90</p><p>Page 91</p><p>Page 92</p><p>Page 93</p><p>Page 94</p><p>Page 95</p><p>Page 96</p><p>Page 97</p><p>Page 98</p><p>Page 99</p><p>Page 100</p><p>Page 101</p><p>Page 102</p><p>Page 103</p><p>Page 104</p><p>Page 105</p><p>Page 106</p><p>Page 107</p><p>Page 108</p><p>Page 109</p><p>Page 110</p><p>Page 111</p><p>Page 112</p><p>Page 113</p><p>Page 114</p><p>Page 115</p><p>Page 116</p><p>Page 117</p><p>Page 118</p><p>Page 119</p><p>Page 120</p><p>Page 121</p><p>Page 122</p><p>Page 123</p><p>Page 124</p><p>Page 125</p><p>Page 126</p><p>Page 127</p><p>Page 128</p><p>Page 129</p><p>Page 130</p><p>Page 131</p><p>Page 132</p><p>Page 133</p><p>Page 134</p><p>Page 135</p><p>Page 136</p><p>Page 137</p><p>Page 138</p><p>Page 139</p><p>Page 140</p><p>Page 141</p><p>Page 142</p><p>Page 143</p><p>Page 144</p><p>Page 145</p><p>Page 146</p><p>im-</p><p>provisado ao lado do casarão da Água Branca e o</p><p>de Bertioga, criado por Castro Mello.</p><p>O primeiro ano foi o mais duro para o Car-</p><p>lão, contando apenas com a ala da frente, sem</p><p>futebol nem piscina, e o teatro parado, aguar-</p><p>dando aparelhagem eletrônica inglesa retida</p><p>na alfândega. Para completar, o expediente dos</p><p>comerciários esvaziava o prédio, e a solução foi</p><p>atrair a estudantada da redondeza.</p><p>O Carlão completava um ano quando José</p><p>Papa Júnior assumiu a presidência do Sesc. Co-</p><p>nhecido como Zizinho, ele acelerou a expansão,</p><p>inaugurando oito unidades em 15 anos de gestão.</p><p>Os arquitetos continuaram sendo eleitos</p><p>pela direção e o componente geracional influiu,</p><p>pois, ao assumir a presidência aos 29 anos, ele</p><p>selecionou projetistas de sua faixa etária, distan-</p><p>ciando-se da linhagem dos engenheiros-arqui-</p><p>tetos, como Gonçalves e Castro Mello. Assim,</p><p>saiu de cena a arquitetura espelhada na escola</p><p>carioca e entrou no palco a geração alinhada a</p><p>outro movimento, a escola paulista, vertente lo-</p><p>cal do brutalismo. Essa corrente arquitetônica se</p><p>expressava em concreto aparente, e seu discurso</p><p>era político. Seu líder era Vilanova Artigas, e a</p><p>difusão foi potencializada por discípulos talen-</p><p>tosos, como Paulo Mendes da Rocha e Pedro</p><p>Paulo de Melo Saraiva.</p><p>Dentre as unidades brutalistas construí-</p><p>das pelo Sesc, Campinas foi a mais interessante,</p><p>se comportando como duas caixas de concreto,</p><p>dividindo atividades sociais e esportivas. O en-</p><p>contro sutil do pilar e da cobertura é o ponto alto</p><p>do desenho, criado por Renato Nunes (uma re-</p><p>forma, na década de 1990, modificou a expressão</p><p>original).</p><p>Outras unidades com características bru-</p><p>talistas saíram da prancheta de Alberto Botti e</p><p>Marc Rubin. Se, do ponto de vista ideológico,</p><p>Nunes era próximo a Artigas, Botti não rezava</p><p>a novena da esquerda. Integrando o círculo so-</p><p>cial de Papa Júnior, Botti liderou a equipe mais</p><p>vezes contratada no período: além de uma sede</p><p>não construída na avenida Paulista, desenhou</p><p>quatro unidades.As mais significativas, pelo viés</p><p>arquitetônico, são Interlagos e Santos, onde se</p><p>destaca a estrutura nervurada, que rememora a</p><p>solução do Consolação.Ambas denotam a eufo-</p><p>ria econômica do "Brasil Grande", mas o impacto</p><p>da crise do petróleo fez o Sesc rever projetos em</p><p>andamento.</p><p>"Posso atravessar?", o menino pediu ao pai</p><p>para cruzar a pedra sobre o espelho d'água da área</p><p>de convivência do Sesc Pompeia e sorriu ao con-</p><p>quistar a margem oposta. Atrás deles, funcioná-</p><p>rios finalizavam a fila do almoço embalado pelo</p><p>blues.</p><p>Simples, a convivência é a alma da uni-</p><p>dade: o público pisa em pedras mineiras e é</p><p>protegido por telhas à mostra; o sol ilumina o</p><p>ambiente atravessando telhas de vidro volta-</p><p>das para o sul, e à noite luminárias industriais</p><p>irradiam feixes dramáticos. O vento entra sem</p><p>cerimônia pelos vãos no alto das paredes que</p><p>abraçam o ambiente.</p><p>Quem circula ali pode ter a falsa impressão</p><p>de que nada foi transformado. Inicialmente, pen-</p><p>sava-se em demolir tudo e construir uma unida-</p><p>de traçada por Júlio Neves, com musculatura de</p><p>concreto. Enquanto a ideia germinava nos gabi-</p><p>netes e na prancheta, a vida nos galpões brotou,</p><p>sólida. Seu adubo foi a desocupação do casarão da</p><p>Água Branca e a desmobilização da Unimos e de</p><p>Perspectiva da</p><p>Associação Cristã de</p><p>Moços (ACM), que</p><p>antecede a verticalização</p><p>do programa esportivo</p><p>do Sesc Consolação.</p><p>Localizada na rua Nestor</p><p>Pestana, a ACM foi</p><p>projetada em 1952 por</p><p>(caro de Castro Mello,</p><p>Zenon Lotufo e Roberto</p><p>Cerqueira César</p><p>Perspective of ACM</p><p>(YMCA Brazil), prior to</p><p>the vertical configuration</p><p>of the sports program at</p><p>Sesc Consolação.</p><p>Located on Nestor</p><p>Pestana St., the YMCA</p><p>building was designed in</p><p>1952 by Icaro de Castro</p><p>Mello, Zenon Lotufo and</p><p>Roberto Cerqueira César</p><p>Ginásios de Bertioga,</p><p>projeto de 1962 de</p><p>Icaro de Castro Mello,</p><p>e do casarão Água</p><p>Branca: equipamentos</p><p>esportivos que precedem</p><p>a inauguração do</p><p>Sesc Consolação</p><p>Gymnasiums at Bertioga,</p><p>designed in 1962 by Icaro</p><p>de Castro Mello, and of</p><p>the Água Branca casarão,</p><p>sports facilities that</p><p>existed before</p><p>the opening of</p><p>Sesc Consolação</p><p>Sesc-SP *15</p><p>Sede e piscina do Sesc</p><p>Interlagos e vista aérea</p><p>do Sesc Santos, criados</p><p>por Botti Rubin em 1972</p><p>e 1979, respectivamente</p><p>Main building and pool</p><p>at Sesc Interlagos</p><p>and aerial view of</p><p>Sesc Santos, created</p><p>by Botti Rubin in 1972</p><p>and 1979, respectively</p><p>dezenas de orientadores sociais. O Sesc começou</p><p>a utilizá-la como unidade temporária, a pioneira,</p><p>pintando quadras e motivos psicodélicos.</p><p>Contudo, foi a crise econômica o fertilizan-</p><p>te que manteve os galpões; e a Feira Nacional de</p><p>Cultura Popular, montada em 1976, revelou-se a</p><p>geada que queimou a colheita de Neves. A mos-</p><p>tra ocuparia o Consolação, mas, por falta de espa-</p><p>ço, suas 10 mil peças foram distribuídas também</p><p>em Interlagos e Pompeia.</p><p>Glaucia Amaral, curadora de artes visu-</p><p>ais que cuidava da feira, ficou sensibilizada ao</p><p>pisar na fábrica e procurou o diretor regional,</p><p>sondando-o sobre a possibilidade de mantê-la.</p><p>"Ele já pensava nisso", ela escreveu, lembrando-</p><p>-se de Renato Requixa. Ambos levaram a ideia a</p><p>José E dgard Pereira Barreto, vice-presidente que</p><p>substituía Papa Júnior. Ele amava antiguidades</p><p>e, preocupado com as finanças, entusiasmou-</p><p>-se com o comedimento do "restauro". Glaucia</p><p>conhecia o Solar do Unhão, em Salvador, uma</p><p>construção do século 17 vertida em museu na</p><p>década de 1960 por Lina Bo Bardi, e sugeriu sua</p><p>contratação.</p><p>Quem viu Lina Bo Bardi nos nove anos que</p><p>ela trabalhou na Pompeia se lembra de imagens</p><p>contrastantes. Uma delas, de fúria: quando algo</p><p>fugia a seu controle, ela saía pelo canteiro, vestida</p><p>de preto, convicta de suas ideias, procurando o</p><p>culpado. Propostas suas, como marcar com serra</p><p>a face interna da forma do concreto, causavam</p><p>tensão em todos, do servente ao engenheiro.</p><p>A segunda imagem dela na Pompeia é afe-</p><p>tiva, dos momentos em que estava feliz, afável,</p><p>contando histórias com tiradas engraçadas e sar-</p><p>cásticas.</p><p>Lina conheceu a fábrica aos 62 anos, qua-</p><p>se a metade deles vividos no Brasil. Nascida em</p><p>Roma, ela era casada com o crítico e marchand</p><p>Pietro Maria Bardi. A dificuldade econômica</p><p>do pós-guerra, somada à oportunidade de ven-</p><p>der quadros a abastados latino-americanos, fez</p><p>o casal cruzar o oceano carregando mais de 200</p><p>telas italianas, de Canaletto a Giorgio de Chirico.</p><p>No Rio de Janeiro, Bardi foi convidado por Assis</p><p>Chateaubriand para montar o Museu de Arte de</p><p>São Paulo (Masp).</p><p>No museu, Lina desenhou os espaços ex-</p><p>positivos e dirigiu cursos. Em paralelo, produziu</p><p>móveis, editou uma revista cultural e projetou</p><p>a Casa de Vidro, sua primeira obra. Apesar de di-</p><p>minuto, seu portfólio é de obras-primas, como o</p><p>próprio Masp.</p><p>Quando o vice-presidente e o diretor regio-</p><p>nal do Sesc estiveram na Casa de Vidro propon-</p><p>do a revitalização, Lina não recebia encomendas</p><p>havia quase uma década. Ela atestou a economia</p><p>do "restauro" e, compensando os honorários de</p><p>Neves, sugeriu receber pró-labores mensais.</p><p>No escritório do canteiro, era ajudada por</p><p>dois estudantes, Marcelo Ferraz e André Vainer,</p><p>e por um projetista de Figueiredo Ferraz. Eles</p><p>trabalhavam no período da manhã, passando a</p><p>limpo aquarelas que ela trazia de casa a bordo de</p><p>um Opala azul guiado pelo motorista. "É quase</p><p>um ato heroico aquilo ter sido feito com tanta</p><p>simplicidade", avalia Vainer. Quando eles men-</p><p>cionavam reajustes, Lina repetia o que ouvira de</p><p>Desenho de Botti Rubin</p><p>para ocupar o terreno</p><p>do Centro Social Horácio</p><p>de Mello, na avenida</p><p>Paulista, e quadra</p><p>esportiva do Sesc</p><p>Consolação ocupada</p><p>pela Feira Nacional</p><p>de Cultura Popular,</p><p>montada em 1976</p><p>Design by Botti Rubin</p><p>to be executed on the</p><p>lot occupied by Centro</p><p>Social Horácio de</p><p>Mello, on Paulista Ave.</p><p>Sports court at Sesc</p><p>Consolação occupied by</p><p>the National Fair</p><p>of Popular Culture,</p><p>set up in 1976</p><p>16 * MONOLITO</p><p>Gio Ponti, umdeseus mentores: que deveriam</p><p>trabalharpagar para</p><p>Após cinco</p><p>anos de obras, os galpões foram</p><p>inaugurados com tímida repercussão arquitetô-</p><p>nica. O setor esportivo seguiu lento, uma vez que</p><p>os recursos estavam concentrados na execução</p><p>da unidade santista.</p><p>Lina participou da programação cultural,</p><p>montando exposições e organizando cursos.</p><p>Com a inauguração do bloco esportivo, a reper-</p><p>cussão foi maior e, aos poucos, Lina foi "desco-</p><p>berta", no Brasil e exterior, até se transformar, após</p><p>sua morte, em mito internacional.</p><p>E o Pompeia é uma das peças mais impor-</p><p>tantes de sua obra: a transformação da fábrica e o</p><p>desenho das torres, ambos aliados ao programa</p><p>do Sesc, resultaram num espaço vibrante, uma</p><p>das obras mais importantes da arquitetura bra-</p><p>sileira. "Estávamos concentrados em criar uma</p><p>linguagem para a arquitetura brasileira, e Lina ti-</p><p>nha essa sensibilidade europeia da intervenção",</p><p>pondera Botti. Um dos primeiros a reconhecer</p><p>sua potência arquitetônica foi Abrahão Sanovicz,</p><p>que organizou uma apresentação de Lina para</p><p>seus alunos no teatro do Pompeia. No fim da pa-</p><p>lestra, resumindo o trabalho, ela disse ter feito ali</p><p>uma pequena experiência socialista.</p><p>"Isso, Carmem!", gritou o treinador para a</p><p>senhora que agarrou com segurança a bola. Uma</p><p>das 224 mil participantes do programa da tercei-</p><p>ra idade do Sesc, ela jogava vôlei no ginásio de</p><p>Itaquera numa ensolarada manhã de setembro</p><p>passado.</p><p>O ginásio é a maior construção da unidade,</p><p>cuja arquitetura expressa o pragmatismo de gal-</p><p>pões industriais e reflete uma nova postura, mar-</p><p>cada pela austeridade e pelo controle de custos.A</p><p>obra começou depois de Abram Szajman assumir</p><p>a presidência da instituição. Corria o ano de 1984</p><p>e ele, aos 45 anos, convocou Danilo Santos de Mi-</p><p>randa para o cargo de diretor regional.</p><p>A preocupação com os custos de constru-</p><p>ção e manutenção das unidades fez a instituição</p><p>rever projetos em andamento. Abandonou-se o</p><p>ambicioso desenho para Itaquera, feito por Júlio</p><p>Neves, e a unidade ganhou a pragmática solução</p><p>do escritório de Castro Mello (Neves foi convida-</p><p>do, em seguida, para traçar o Sesc Ipiranga, onde</p><p>o comedimento também abandonou a ousada</p><p>ideia de Joaquim Guedes).</p><p>Claudio Cianciarullo e Eduardo de Castro</p><p>Mello, filho de Icaro, aproveitaram os patamares</p><p>definidos no projeto de Neves e mantiveram até</p><p>um barracão de madeira, que ainda abriga a ad-</p><p>ministração. A estrela é o conjunto aquático, cujo</p><p>partido arquitetônico lembra o Sesi de Mogi das</p><p>Cruzes, criado antes pela equipe.</p><p>Na gestão de Szajman-Miranda, o progra-</p><p>ma das unidades consolidou a participação insti-</p><p>tucional, incluindo demandas de vários setores,</p><p>de esportes a nutrição, centralizadas pelo departa-</p><p>mento de planejamento.A escolha dos arquitetos</p><p>ainda era uma prerrogativa da cúpula, mas houve</p><p>uma sensível mudança com recomendações do</p><p>departamento da engenharia que, até 1998, foi</p><p>dividido com o Senac. De certa maneira, o dese-</p><p>nho de escolas do Senac era a porta de entrada dos</p><p>arquitetos para o Sesc, fazendo passar Jerônimo</p><p>Bonilha, Teuba, Central de Projetos, Sanovicz e</p><p>Sergio Teperman.</p><p>Num artigo de 1992, Teperman, arquiteto</p><p>das unidades de São Carlos e Sorocaba, listou</p><p>nove razões para o sucesso da relação da entida-</p><p>de com os projetistas. Para ele, o Sesc é um cliente</p><p>que: sabe o que quer, respeita o desenho, enten-</p><p>de o valor do projeto, remunera adequadamente,</p><p>executa obras notáveis, divulga o trabalho, exige</p><p>qualidade, respeita o profissional e, por fim, exe-</p><p>cuta obras com caráter social. Bem-humorado, ele</p><p>finaliza desestimulando a concorrência a entrar</p><p>no seleto time: "Sempre se pode tentar: comecei</p><p>minhas tentativas em 1967, fui contratado pela</p><p>primeira vez em 1984. Boa sorte!".</p><p>"Tá subindo?", perguntou um rapaz com</p><p>expressão perdida, sem notar a indicação do ele-</p><p>vador do Sesc Vila Mariana. A unidade foi a se-</p><p>gunda da rede a enfrentar a verticalização, sendo</p><p>50% maior que a primeira.</p><p>Sobrepor e fragmentar o programa é con-</p><p>siderado indesejável pela instituição, último</p><p>Galpões da Pompeia,</p><p>utilizados como</p><p>unidade provisória,</p><p>antes de 1977</p><p>Sesc Pompeia</p><p>warehouses, utilized</p><p>as a temporary unit</p><p>beíore 1977</p><p>Sesc-SP *17</p><p>recurso em locais adensados e lotes caros. A me-</p><p>tragem ideal do terreno de uma unidade é de 20</p><p>mil metros quadrados, e a da Vila Mariana tem</p><p>um quarto disso.</p><p>Para minimizar os efeitos da desintegração,</p><p>o arquiteto propôs um vazio interligando visu-</p><p>almente nove pisos. "Todo mundo me pergunta</p><p>isso", Jerônimo Bonilha diz sobre a semelhança</p><p>de seus volumes com o Sesc Pompeia. Filho de</p><p>espanhóis e nascido no interior paulista, ele estu-</p><p>dou na USP e contava 55 anos de idade quando</p><p>iniciou o desenho da unidade. Sua premiada pro-</p><p>dução enquadra-se no brutalismo paulista, mas</p><p>ele confessa: "Quem me influenciou mesmo foi</p><p>o Corbusier, via LArchitecture d'aujourd'hui, mas</p><p>era uma luta conseguir os números da revista na</p><p>biblioteca. Esse cara é que realmente fez a minha</p><p>cabeça".</p><p>A unidade foi pioneira em automação, re-</p><p>duzindo custos de manutenção. Por outro lado,</p><p>cada torre possui apenas dois elevadores, pois não</p><p>havia consultores especializados e seguiram-se</p><p>parâmetros de fabricantes e normas, que se pro-</p><p>varam insuficientes.</p><p>Uma década mais tarde a situação mudou</p><p>na construção do Sesc Pinheiros, que possui oito</p><p>elevadores. Quase duas vezes e meia maior que</p><p>o Consolação, a unidade apresenta partido arqui-</p><p>tetônico aparentado à pioneira, principalmente</p><p>comparando cortes longitudinais. Em Pinheiros,</p><p>a característica mais notável da arquitetura é a fle-</p><p>xibilidade, com vãos generosos que remetem à</p><p>fase áurea de seu autor.</p><p>Autodidata e discípulo de Artigas, Miguel</p><p>Juliano nasceu em Goiás e fez fama em São Paulo,</p><p>onde criou obras como o Anhembi. "Eu corri mui-</p><p>tos riscos com esse projeto", ele me contou à épo-</p><p>ca da inauguração do Sesc Pinheiros, referindo-</p><p>-se a volume e materiais, distantes do repertório</p><p>austero que o consagrou.</p><p>Nos últimos 26 anos, o Sesc consolidou um</p><p>caderno com normas técnicas, hoje com 1270</p><p>itens, que trata de materiais e elementos arqui-</p><p>tetônicos. O departamento de engenharia, com</p><p>80 funcionários, avalia o comportamento de cada</p><p>componente durante a manutenção. Ao detectar</p><p>um problema, realiza-se um estudo técnico ava-</p><p>liando se a solução será usada novamente.</p><p>Além de questões sociais e ambientais,</p><p>as normas técnicas buscam manter o custo de</p><p>manutenção num patamar próximo a 30% do</p><p>orçamento da engenharia, com o restante desti-</p><p>nado à ampliação da rede. Neste ponto, a experti-</p><p>se confronta-se com a vanguarda arquitetônica,</p><p>uma vez que parte da inovação conecta-se ao</p><p>uso original de materiais. Por outro lado, a esco-</p><p>lha pragmática de materiais de fácil manutenção</p><p>pode, inconscientemente, aproximar a arqui-</p><p>tetura das unidades à dos centros de compras,</p><p>afastando-as do que seria desejável em espaços</p><p>socioculturais.</p><p>"Parece um lobby de hotel cinco estrelas",</p><p>comenta Vasco de Mello sobre a convivência da</p><p>unidade que criou em parceria com Tito Livio</p><p>Frascino. Eles receberam a encomenda para o</p><p>Sesc Santo André nos anos 1990, mas trabalha-</p><p>vam para o Senac desde a década de 1970 (Mello</p><p>serviu com Papa Júnior na cavalaria do Centro</p><p>de Preparação de Oficiais da Reserva, o CP OR,</p><p>em Santana).</p><p>Mello lembra que o projeto de Santo André</p><p>foi realizado sem computador, "na pata", e possui</p><p>excesso de detalhes, "passou do ponto", reconhe-</p><p>ce. Eles eram sócios da Central de Projetos e inte-</p><p>gram a geração rotulada como "não alinhados",</p><p>por buscar alternativas à escola paulista. O proje-</p><p>to apontou "para uma revisão crítica e uma busca</p><p>de novos referenciais", escreveu a crítica Monica</p><p>Junqueira de Camargo.</p><p>Se em Santo André o pós-modernismo foi</p><p>o combustível para contestar o establishment</p><p>brutalista, em outra unidade construída conco-</p><p>mitantemente o questionamento veio do berço</p><p>do movimento: "O Sesc Araraquara tem traços da</p><p>chamada arquitetura paulista, mas de outra for-</p><p>ma," avaliou Edson Elito, colaborador de Abrahão</p><p>Sanovicz na unidade.</p><p>"Com o tempo, o Abrahão</p><p>fez uma autocrítica dessa arquitetura que nasce</p><p>pronta, que ele considerava um desvio de condu-</p><p>ta, uma retórica."</p><p>A austeridade que caracterizava a produção</p><p>de Sanovicz, que era próximo de Artigas e procu-</p><p>f</p><p>E</p><p>ro</p><p>n</p><p>/G</p><p>E</p><p>D</p><p>ES</p><p>—</p><p>S</p><p>es</p><p>c</p><p>M</p><p>Maquete do projeto</p><p>de Júlio Neves para o</p><p>Sesc Itaquera</p><p>Model of Júlio Neves'</p><p>design for Sesc Itaquera</p><p>18 * MONOLITO</p><p>rava a essência do desenho, entrou em divergên-</p><p>cia com o departamento do planejamento, que</p><p>chegou a lhe pedir mais ousadia.</p><p>Como cheiro do laranjal a seu redor, a uni-</p><p>dade revela-se com franqueza: tudo está à vista,</p><p>como pedia o programa. Por dentro e por fora,</p><p>um olhar descuidado conecta-o à temática fabril,</p><p>mas o observador atento percebe engenhosida-</p><p>des, como o caixilho piso-teto, fruto da ligação</p><p>de Sanovicz com o design. Elito, que fiscalizou</p><p>a obra após a morte do colega, mencionou ao</p><p>diretor regional que gostaria de desenhar outra</p><p>unidade.</p><p>"É simples: daquele lado tem o volume dos</p><p>espaços mais fechados e deste outro estão os</p><p>mais amplos", Elito definiu o Sesc Santo Amaro</p><p>ao visitá-lo em agosto passado. A transparência</p><p>e a austeridade fazem referência a Araraquara,</p><p>denotando a longa colaboração entre eles. Eli-</p><p>to era recém-formado pelo Mackenzie quando</p><p>conheceu Sanovicz, 15 anos mais velho e gradu-</p><p>ado na USP: ao visitar a comunidade em que o</p><p>mais novo vivia, o mais velho notou seu talento</p><p>no desenho da mesa que ele criara para o local.</p><p>Anos depois, projetaram juntos escolas públicas</p><p>e conjuntos habitacionais.</p><p>Outra unidade pautada pela transparência</p><p>é o Sesc Jundiaí. "Começamos a trabalhar para o</p><p>Sesc no concurso dos brinquedos de Itaquera",</p><p>lembrou Christina de Castro Mello, filha de Icaro</p><p>e sócia da Teuba. Depois, o escritório foi convi-</p><p>dado para uma série de projetos em Bertioga e</p><p>para idealizar a unidade de Birigui, atualmente</p><p>em obra.</p><p>"Quando chegamos aqui, percebemos a</p><p>força do lugar, com a Serra do Japi ao fundo", ela</p><p>contou em Jundiaí, alguns dias antes da inaugu-</p><p>ração. "Queríamos resgatar elementos da arqui-</p><p>tetura brasileira, a transparência, a fruição", disse,</p><p>antes de citar como influência Artigas e Eurico</p><p>Prado Lopes, com quem trabalhou no desenho</p><p>do Centro Cultural São Paulo.</p><p>Os arquitetos convidados tinham trajetó-</p><p>rias diferentes e apresentaram propostas con-</p><p>trastantes: Abrahão Sanovicz, Benno Perelmut-</p><p>ter, Central de Projetos, Miguel Juliano, Paulo</p><p>Mendes da Rocha, Teuba e Ricardo Chahin, o</p><p>escolhido pela instituição.</p><p>Mas o concorrente mais forte do vencedor</p><p>foi a unidade provisória, instalada antes da dis-</p><p>puta. Como a região é a mais populosa da cidade</p><p>e possui raras alternativas de lazer, a indústria foi</p><p>adaptada, e a geração da Unimos proclama, quase</p><p>em uníssono, que essa foi a experiência mais forte</p><p>que uma instituição cultural teve em relação ao</p><p>espaço e atividades. Para eles, a precariedade das</p><p>instalações abriu possibilidades artísticas que são</p><p>engessadas nos espaços permanentes.</p><p>Quem adaptou a unidade temporária foi</p><p>Gianfranco Vannucchi, sócio de Jorge Kõnigs-</p><p>berger numa parceria de mais de 40 anos e que</p><p>atende, principalmente, o mercado imobiliário.</p><p>Eles começaram a trabalhar para a institui-</p><p>ção convidados por Elisa Saintive, atual gerente</p><p>do Pompeia, quando ela dirigia a Galeria do Sesc,</p><p>na avenida Paulista. "Ela me chamou para mon-</p><p>tar uma exposição", conta Vannucchi. Depois,</p><p>seu escritório desenhou a unidade provisória e o</p><p>núcleo central da diretoria regional, pela mudan-</p><p>ça da Paulista para o Belenzinho, abrindo espaço</p><p>para a unidade que eles também projetaram.</p><p>Kõnigsberger lembra que a equipe era mui-</p><p>to sensível à questão dos espaços semipúblicos</p><p>nos projetos privados. "A unidade da Paulista</p><p>tem a peculiaridade de ser vizinha do Itaú Cul-</p><p>tural, e fizemos a sugestão de criar uma relação</p><p>com a rua muito poderosa, criando uma praça</p><p>entre os dois centros."</p><p>Ali a instituição enfrentou novamente a</p><p>verticalização, com o agravante de adaptar um</p><p>prédio construído para outro fim. Os pisos serão</p><p>ligados por novas escadas junto à fachada e de-</p><p>terminadas lajes serão demolidas, aumentando</p><p>o pé-direito de alguns pavimentos.</p><p>Ac</p><p>er</p><p>vo</p><p>E</p><p>lit</p><p>o</p><p>A</p><p>rq</p><p>ui</p><p>te</p><p>to</p><p>s</p><p>"O Sesc convidou sete escritórios de São</p><p>Paulo para elaborar uma proposta para sua nova</p><p>unidade." A notícia foi registrada num periódico</p><p>de arquitetura, em julho de 1997, e, apesar de o</p><p>chamado não ser um concurso com regras e júri,</p><p>ensaiou uma maneira nova de selecionar arquite-</p><p>tos.A proposta para o Sesc Belenzinho era ambi-</p><p>ciosa: construir a maior unidade da rede, com 50</p><p>mil metros quadrados, utilizando antigas cons-</p><p>truções industriais.</p><p>Edson Elito caminha</p><p>na obra do Sesc</p><p>Santo Amaro</p><p>Edson Elito walks</p><p>through the worksite of</p><p>Sesc Santo Amaro</p><p>Sesc-SP .19</p><p>Ocupação provisória do</p><p>Sesc Belenzinho, com</p><p>espaços flexíveis</p><p>Temporary set up of Sesc</p><p>Belenzinho, featuring</p><p>flexible spaces</p><p>"Aqui o pé-direito é maior para dar flexibi-</p><p>lidade às exposições", explicou Marta Moreira,</p><p>ao chegar ao quinto andar da obra do Sesc 24</p><p>de Maio. Aos 52 anos, ela é sócia do escritório</p><p>MMB B, que colabora com Paulo Mendes da</p><p>Rocha no desenho da unidade.</p><p>A 24 de Maio também ocupa um prédio</p><p>existente, a antiga Mesbla, que coincidentemen-</p><p>te era o único ponto de venda das geladeiras</p><p>produzidas na fábrica da unidade Pompeia. O</p><p>espaço comercial também integra o imaginário</p><p>de Mendes da Rocha, que recorda sair dali, na</p><p>década de 1950, com seu pai guiando um Che-</p><p>vrolet novo.</p><p>Uma das características do projeto é con-</p><p>centrar a infraestrutura em um anexo novo. "É</p><p>a imagem do navio tarefa, pequenas embarca-</p><p>ções que auxiliam os grandes navios", comparou</p><p>Mendes da Rocha, aos 88 anos. As rampas tor-</p><p>narão os andares fluidos, respondendo à verti-</p><p>calização com o repertório da escola paulista, e</p><p>a piscina na cobertura será o componente lírico,</p><p>que irá democratizar a paisagem urbana num</p><p>espaço público de lazer.</p><p>O arquiteto foi convidado por Danilo</p><p>Miranda, que observa: "Arquitetura para nós é</p><p>programa, é substância, é essência. É assunto de</p><p>conteúdo sólido, importante, que realiza uma</p><p>proposta que está no fundamento da instituição".</p><p>Desde 2013, o Sesc-SP organiza concursos</p><p>de arquitetura, tornando a escolha mais demo-</p><p>crática e, indiretamente, ajudando a fazer aflorar</p><p>uma nova geração de profissionais: Dal Pian Ar-</p><p>quitetos (vencedor da unidade de Guarulhos),</p><p>SIAA (que ganhou em Franca, com Apiacás, e em</p><p>Ribeirão Preto, com Helena Ayoub) e Francisco</p><p>Spadoni (que está projetando Osasco). Em breve,</p><p>será lançada a disputa por Limeira.</p><p>Em 32 anos, a atual gestão inaugurou 25</p><p>unidades.As mais recentes, Jundiaí e Santo Ama-</p><p>ro, custaram 120 milhões e 51 milhões de reais,</p><p>respectivamente. A instituição administra um</p><p>orçamento anual de 2 bilhões de reais e tem 7 mil</p><p>funcionários.</p><p>Junto com a Escola da Cidade, uma facul-</p><p>dade de arquitetura, o Sesc está experimentando</p><p>uma maneira coletiva de criar a futura unidade</p><p>do Campo Limpo. Além disso, está iniciando</p><p>dois projetos em que a concorrência foi dispen-</p><p>sada pois os arquitetos já estavam envolvidos: o</p><p>Una desenvolverá a unidade do Parque D. Pedro</p><p>II (pois participou de um projeto da Fupam para</p><p>a gleba) e o Brasil Arquitetura vai adaptar as ins-</p><p>talações do KKKK, em Registro (desenhado há</p><p>17 anos por eles).</p><p>Marcelo Ferraz, colaborador de Lina e só-</p><p>cio do Brasil Arquitetura, lembra que procurou</p><p>o Sesc há 20 anos para se envolver com o KKKK,</p><p>mas a região não era prioritária. A revitalização</p><p>foi realizada pelo poder público e passou por</p><p>usos diferentes até o Sesc assumi-la. Os arqui-</p><p>tetos vão desenhar um novo bloco esportivo do</p><p>outro lado da praça. "Será o primeiro Sesc sem</p><p>muro", comemora Ferraz. Enquanto isso, o es-</p><p>paço já está em funcionamento, e na abertura</p><p>muitos funcionários de outras unidades se assus-</p><p>taram com a semelhança com o Pompeia. "Até a</p><p>lareira é igual!", observou um gerente.</p><p>A noite dos 70 anos do Sesc caía</p><p>na Pom-</p><p>peia quando ligaram a iluminação de aniversário</p><p>no concreto do bloco esportivo, no paralelepípe-</p><p>do da rua interna e nos tijolos do foyer do teatro,</p><p>onde a atração era a cantora Ceumar. De vestido</p><p>branco, ela se apresentou descalça, como Clara</p><p>Nunes. Perto do final do show, declarou: "Vive-</p><p>mos todos, vocês e eu, muito felizes dentro das</p><p>unidades do Sesc. Ele faz 70 anos! Parece que a</p><p>data é hoje, não é? Incrível! Saúde, esporte, arte,</p><p>cultura... Eu posso afirmar que o Sesc faz parte de</p><p>minha história". e</p><p>Vista da construção</p><p>da cobertura do Sesc 24</p><p>de Maio, no local onde</p><p>ficará a piscina</p><p>View of the</p><p>construction of</p><p>Sesc 24 de Maio's roof,</p><p>reserved for the pool</p><p>20 * MONOLITO</p><p>The program</p><p>Sesc-SP (Serviço Social do Comércio em São Paulo) initiated its relationship with</p><p>architects almost 70 years ago, shortly after ik inception. Initial experiments</p><p>encompassed modern urban planning and Rio-inspired designs; the turning point</p><p>carne in the 1960s, when a new program took form in the units that aggregate</p><p>sports and culture.The pioneer model was Sesc Consolação and, after building</p><p>almost 40 units — with different architectural languages that go from São Paulo</p><p>brutalism to contemporary collaborationism —, the institution developed with the</p><p>help of several contributors, from Lina Bo Bardi, the author of the most iconic unity,</p><p>to Paulo Mendes da Rocha, who is finishing his first work for the institution.</p><p>> Fernando Serapião</p><p>"Look, mom!" Exclaimed a boy pointing at the</p><p>colorful balloons hovering over the entrance of</p><p>Il.</p><p>Sesc Pompeia, in Sao Paulo.Astudent of the after-</p><p>noon session, the boy sported a Curumim insignia</p><p>that ide ntified him as one of the 4,000 childrenbe-</p><p>tween 7 and 12 who gets to enjoy the recreational</p><p>and educational activities offered by the entity.</p><p>The four-time-a-week user of the unit levitated</p><p>on the playful ride, but was brought back to earth</p><p>by his mother, who reminded him he was late.</p><p>The duo walked the 130-meter long inter-</p><p>nal cobbled street flanked by brick warehouses</p><p>transformed into a cultural and sports center.</p><p>Upon seeing the concrete towers of the sports</p><p>complex, the boy started running.</p><p>"Good morning, Ana!" The gatekeeper</p><p>greeted one of the 132,000 patrons who come for</p><p>the sports activities in the institution. She then</p><p>answered the query made by a new user regard-</p><p>ing the requirements for the swimming pool:</p><p>"You need the proper credentials. See customer</p><p>service up ahead; they will inform you".</p><p>Setting foot anew on the cobblestone, the</p><p>young man noticed that the warehouses hosted</p><p>Paulo Mendes da Rocha,</p><p>autor do projeto do</p><p>Sesc 24 de Maio, e</p><p>Abram Szajman,</p><p>presidente do Sesc-SP,</p><p>visitam a obra, em 2016</p><p>Paulo Mendes da Rocha,</p><p>author of the design</p><p>for Sesc 24 de Maio, and</p><p>Abram Szajman, president</p><p>of Sesc-SP, visit the</p><p>worksite, in 2016</p><p>Sesc-SP 21</p><p>E</p><p>LG</p><p>/ G</p><p>E</p><p>D</p><p>E</p><p>S</p><p>-</p><p>S</p><p>a panoply of cultural activities. He stopped at the</p><p>entrance ofone ofthem to read the poster indicat-</p><p>ing the six-month program of the workshops,with</p><p>82 courses available, from weaving to conceptual</p><p>art.The five dental offices upstairs were in use and</p><p>in the neighboring warehouse technicians were</p><p>setting up the lights for the evening show.</p><p>Following the internai route, the newcom-</p><p>er entered the largest space of the old factory,</p><p>where 50 people were scattered throughout the</p><p>almost 3,500-square meter area. "Just because</p><p>he wants!" Said a man sitting in the heavy Ar-</p><p>aucaria wood seats of the library, in response to</p><p>his friend's joshing regarding the impeachment</p><p>of representative Eduardo Cunha, which was</p><p>splashed across the newspapers that morning.</p><p>"Who is the rotten scoundrel? Is it us? It is not</p><p>even worth looking at the result!", he vented.</p><p>Beneath the concrete structure placed in</p><p>the middle of the warehouse, children played un-</p><p>der the careful watch of monitors. "Mom, when</p><p>I whistle, you rattle... Mom, come over here!", a</p><p>little girl cried out while her mother kept an eye</p><p>on the lunch queue.</p><p>The highlight at the buffet was picanha com</p><p>ervas (rump-cap with herbs) and the atmosphere</p><p>was lively thanks to three blues musicians. A pa-</p><p>tron paying his bill asked the cashier the reason</p><p>behind the live music."Today,Sesc is 70years old",</p><p>she replied, explaining the colorfulballoon display.</p><p>Created on September 13, 1946, Sesc</p><p>privately owned non-profit public interest</p><p>tity constituted by merchants interested in t</p><p>welfare of the third sector workforce. Its fou</p><p>dation is a direct result of the postwar politi</p><p>polarization, which saw an effort from entrep</p><p>neurs looking to ensure tranquility for eco n o</p><p>growth.</p><p>Its conceptual basis is the Carta da P</p><p>Social, a document signed by merchants and i</p><p>dustrialists in 1945. Amongst other topics, it p</p><p>tulates that "capital shall not be considered as</p><p>mere instrument to gain profit, but mainly a t</p><p>for economic growth and collective well-being</p><p>Said letter proposes a "social fund to be invest</p><p>in works and services that benefit workers of</p><p>categories via general social assistance".</p><p>The document reverberates values</p><p>Christian democracy based mainly on the e</p><p>cyclical Rerum Novarum issued in 1891, whic</p><p>called for harmony between workers and e</p><p>ployers, defending the coexistence of work</p><p>unions and private capital.</p><p>"Industry can only thrive, expand, wit</p><p>a rich and happy community", stated industri</p><p>ist Roberto Simonsen, the leader of the meeti</p><p>that culminated with the creation of the soc</p><p>services of commerce and industry, respective</p><p>Sesc and S esi. The meeting also brought to e</p><p>tence Sesc's sibling, Senac,an institution speci</p><p>izing in training commercial workers.</p><p>The idea prospered shortly after Preside</p><p>Dutra took office, issuing a decree imposin</p><p>compulsory contribution. Sesc is a natio nal</p><p>stitution with state-based branches and, in t</p><p>case of São Paulo, it is administered, along wi</p><p>Senac, by FecomércioSP, which takes care</p><p>trades, services and tourism.</p><p>The Associação Comercial de São</p><p>building, on Boa Vista St., is where Sesc wa</p><p>established. Occupying a room on the 11 h̀</p><p>the pioneer team was made up of four em</p><p>ees, including the regional director.</p><p>Colônia de Férias de</p><p>Bertioga, no litoral</p><p>paulista, com plano</p><p>urbanístico radial</p><p>de Prestes Maia,</p><p>inaugurada em 1949</p><p>Bertioga Vacation Camp,</p><p>inaugurated in 1949 on</p><p>the coast of São Paulo,</p><p>featuring a radial urban</p><p>plan by Prestes Maia</p><p>Perspectivas de projetos</p><p>de Oswaldo Corrêa</p><p>Gonçalves dos anos</p><p>1950 para o Sesc-SP.</p><p>Na época, todos eram</p><p>compartilhados com o</p><p>Senac: o antigo edifício-</p><p>sede da rua Dr. Vila Nova</p><p>(atual sede do Senac) e</p><p>as unidades de Ribeirão</p><p>Preto, unidade do Sesc</p><p>que será ampliada</p><p>segundo projeto de SIAA</p><p>e Helena Ayoub, e Santos</p><p>(hoje, uma unidade</p><p>somente do Senac)</p><p>Perspectives in</p><p>designs by Oswaldo</p><p>Corrêa Gonçalves</p><p>for Sesc in the 1950s.</p><p>Back then, they were</p><p>ali shared by Senac:</p><p>the former HQ on</p><p>Dr. Vila Nova St. (now</p><p>Senac HQ), and</p><p>the units in Ribeirão</p><p>Preto (Sesc unit that</p><p>will be expanded</p><p>Following a design</p><p>by SIAA and Helena</p><p>Ayoub) and Santos</p><p>(currently a Senac unit)</p><p>f 'gim</p><p>22. MONOLITO</p><p>The wide range of possibilities to provide</p><p>ell-being" leda number of prominent counsel-</p><p>, from doctors to religious leaders, to choose</p><p>istance as their motto, with an emphasis on</p><p>th. Later on, said range grew to include such</p><p>as "improvements inhousing and transport".</p><p>In the late 1940s, their actions took on a</p><p>physical platform, with the inauguration of the</p><p>rst social centers in Tatuapé, Bela Vista and</p><p>antana. In Iess than two years, units appeared</p><p>in the interior and along the coastline. They oc-</p><p>cupied rented houses, dubbed "casarões"(man-</p><p>rs), which hosted sports, as well as educational</p><p>d cultural activities. The most important ele-</p><p>ment was health, with medical and dental offices</p><p>and X-ray equipment. Community theater and</p><p>pain ti ng classes were also created, along with</p><p>activities</p><p>that focused on the family unit, in or-</p><p>der to promote supplementary income. Finally,</p><p>sports, still in its infancy, occupied courts in the</p><p>back portion of the lot.</p><p>The organization began providing services</p><p>at subsidized prices with restaurants or the va-</p><p>cation camp in Bertioga, the first structure they</p><p>built.</p><p>The 400,000-square meter seafront resort</p><p>was opened in 1948. Its symmetrical urban de-</p><p>sign was a undertaking by Francisco Prestes</p><p>Maia, who, at age 50, was at the peak of his ca-</p><p>, reer as an urban planner: during his two terms</p><p>as appointed mayor of the capital, he imple-</p><p>mented ideas of a road-oriented nature with a</p><p>pragmatic approach and disconnected from the</p><p>modern utopia.The urban planner became more</p><p>involved with Sesc dueto his affiliation with the</p><p>same political party as the first president of the</p><p>organization, Brasílio Machado Neto, who had</p><p>been a federal representative.</p><p>In the early afternoon of Sesc's 70th anni-</p><p>versary, five workers performed renovations on</p><p>the Pom peia unit pool.The next renovation will</p><p>deal with changes to the ventilation system and</p><p>cladding; in addition, the sports-themed panei</p><p>imagined 30 years ago by Rubens Gerchmanwill</p><p>be installed.</p><p>Art and architecture started intermingling</p><p>at Sesc 60 years ago, when Marcelo Grassman</p><p>created a piece for the building designed by</p><p>Oswaldo Corrêa Gonçalves in Marília, in the</p><p>cou ntryside of São Paulo. The architect linked</p><p>to President Luís Roberto de Carvalho Vidigal,</p><p>Ida mo nopoly over commissions in the 1950s.</p><p>Bom in a traditional family from Santos,</p><p>Gonçalves burst onto the scene with Sobre as</p><p>Ondas, one of the first buildings in Guarujá, de-</p><p>fined by poet Guilherme de Almeida as "a palace</p><p>of dreams hanging over the sea".</p><p>His professional growth carne with his par-</p><p>ticipation in Convênio Escolar, a team of archi-</p><p>tects assembled for the creation of public schools</p><p>in São Paulo,which materialized the propositions</p><p>made by educator Anisio Teixeira and introduced</p><p>modernism in São Paulo public buildings.</p><p>Gonçalyes created six of the 600 public</p><p>schools and, at 38, adapted this experience to the</p><p>buildings shared by Sesc and Senac.</p><p>With a horizontal configuration, said build-</p><p>ings have their functions separated in wings, as</p><p>per the modero style, with each institution oc-</p><p>cupying a volume or. floor. Sesc occupied an area</p><p>smaller than 1,000 square meters, possessed an</p><p>independent entrance and shared the sports</p><p>courts and the auditorium. The program rever-</p><p>berated the casarões model, with an administra-</p><p>tion, sewing workshop, social assistance, medical</p><p>and dental care facilities.</p><p>In addition to the Marília unit, Gonçalves</p><p>designed others in Santos, São José do Rio Preto</p><p>and Ribeirão Preto, the only one that remains</p><p>part of the institution. As with the majority of</p><p>his architectural production, they were clearly</p><p>influenced by the Carioca School, a movement</p><p>that combined traditional Luso-Brazilian ele-</p><p>ments and modernism.</p><p>In 1958, in an experience that could have</p><p>changed Sesc's line of operation,he designed an</p><p>innovative residential neighborhood, in partner-</p><p>ship with IAPC (the institution that takes care of</p><p>pension & retirement fund ofthird-sector work-</p><p>Perspectiva de projeto</p><p>(não construído) do</p><p>centro esportivo da</p><p>Comunidade Brasílio</p><p>Machado Neto, em</p><p>Suzano, e vista da</p><p>comunidade, em 1959,</p><p>construída pelo Instituto</p><p>de Aposentadoria</p><p>e Pensões dos</p><p>Comerciários com</p><p>projeto liderado</p><p>por Oswaldo Corrêa</p><p>Gonçalves</p><p>Perspective of the</p><p>design (never built)</p><p>for the sports center</p><p>in the Brasílio Machado</p><p>Neto community,</p><p>in Suzano, and views</p><p>of the community,</p><p>in 1959, built by Instituto</p><p>de Aposentadoria</p><p>e Pensões dos</p><p>Comerciários, foi I owing</p><p>a design led by Oswaldo</p><p>Corrêa Gonçalves</p><p>Sesc-SP 23</p><p>O Teatro Sesc Anchieta,</p><p>com cortina original da</p><p>boca de cena criada</p><p>por Roberto Burle Marx,</p><p>arandelas de Caetano</p><p>Fraccaroli e poltronas</p><p>de Sergio Rodrigues.</p><p>Maquete do Sesc</p><p>Consolação, projetado</p><p>por Icaro de Castro</p><p>Mello e Alfredo Paesani</p><p>Sesc Anchieta Theater,</p><p>with the original</p><p>grand drape created</p><p>by Roberto Burle Marx,</p><p>sconces by Caetano</p><p>Fracarolli and seats</p><p>by Sergio Rodrigues.</p><p>Maquette of Sesc</p><p>Consolação, designed</p><p>by Icaro de Castro Mello</p><p>and Alfredo Paesani</p><p>ers), in Suzano, a city 30 kilometers away from</p><p>the capital. Said pension fund was responsible</p><p>for the houses and Sesc, for the management of</p><p>the equipment, which was never built, causing a</p><p>great deal of frustration.</p><p>The works for Sesc represent the golden</p><p>phase of the architect's career,who was the author</p><p>of the regional headquarters, situated on Dr. Vila</p><p>Nova St., in the heart of Vila Buarque. The neigh-</p><p>borhood inhabited by a great number of students</p><p>is no longer the setting of the institution's HQ</p><p>However, sitting across the street, Sesc Consola-</p><p>ção is the seed of its current phase, moving past</p><p>the casarõesand Gonçalves' modern volumes.</p><p>"Caca, you are a wizard!" Shouted Laércio</p><p>de Freitas from the stage to the sound operator,</p><p>who was behind the crowd tweaking the tim-</p><p>bre of the choro that a pianist would perform</p><p>in a few hours on Dr. Vila Nova St. Emotion fell</p><p>upon the theater at Sesc Consolação in response</p><p>to the piano chords played on that aftemoon last</p><p>August, sounds reminiscent of the inauguration</p><p>recital that included sections of Gluck and Cho-</p><p>pin's preludes, with Guiomar Novaes, one</p><p>Brazil's best, tickling the ivories.</p><p>On that occasion, almost 50 years ago,all 359</p><p>seats designed by Sergio Rodrigues were filled and</p><p>the environment was lit via sconces by Caetano</p><p>Fraccaroli, the sculptor of Anchieta, a piece that</p><p>adorns the foyer. The highlight, however, was the</p><p>grand drape,by Roberto Burle Marx.The acoustics</p><p>and air conditioning were praised, but the noise of</p><p>the machines was extensively criticized.</p><p>"If the very few who are rich do not help</p><p>the great many who are poor, this society can-</p><p>not be saved. One does not give handouts, but</p><p>the right to a life lived with dignity", discou rsed</p><p>General Arthur da Costa e Silva, six hours before</p><p>Guiomar's concert (and after attending a Leba-</p><p>nese banquet at the residence of Paulo Malufs</p><p>father-in-law).</p><p>DOPS agents who accompanied him de-</p><p>tained two hairy cinema students who were</p><p>filming the inauguration of Sesc Consolação</p><p>from a treetop. The country was divided be-</p><p>tween the left and right and the film was se ized.</p><p>Inside the unit, only minor incidents oc-</p><p>curred: a flower arrangement took a turnble,</p><p>scraping a municipal guard's head, the holy water</p><p>shower that the priest gaveto Senator Carvalho</p><p>Pinto and the general-president's gaffe when he</p><p>referred to the Justice Minister as Gama Filho,</p><p>instead of Gama e Silva, who would sign off on</p><p>the AI-5 one year later.</p><p>After going up five steps and protectin</p><p>herself behind a concrete half-wall, a middl</p><p>aged shorthaired woman wearing glasses s</p><p>down, took a pen out of her purse and open</p><p>the newspaper, ready to start trouble: "usurper,</p><p>she wrote in the paper, on the picture of the Presj</p><p>dent of the Republic. As a display of the curre</p><p>political antagonism, the reader-activist receiv</p><p>judgmental looks and returned the daily to th</p><p>shelf in Sesc Pompeia's library. It was past noo</p><p>and many of the colorful commemorative b</p><p>loons had deflated.</p><p>In 1966, during the construction of Se</p><p>Consolação, two events of importance for th</p><p>institution took place. The first was the c reat.</p><p>of Unimos (social guidance mobile units), whic</p><p>were vans adapted to serve locations where thj</p><p>institution had not yet been established. Eacj</p><p>vehicle carried three social guidance couns</p><p>lors, letters from the president addressed to loca</p><p>retail sector leaders and educational and sporp</p><p>24 * MONOLITO</p><p>SEJA BENVINDO</p><p>A</p><p>SANTA BÁRBARA DOESTE</p><p>LIONS CLUBE</p><p>G</p><p>E</p><p>D</p><p>E</p><p>S</p><p>—</p><p>S</p><p>e</p><p>sc</p><p>M</p><p>e</p><p>m</p><p>ó</p><p>ri</p><p>a</p><p>s</p><p>equipment fora 120-day work period. Champi-</p><p>onships, courses and debates on socio-cultural</p><p>issues were organized in classrooms and</p><p>courts</p><p>made available by the locais.</p><p>At the peak of their activities, Unimos</p><p>cou nte d on the participation of about 200 guid-</p><p>. ance counsellors. However, due to the political</p><p>tontext at that time, the young people had lib-</p><p>ertarian tendencies, with ties to student move-</p><p>ments, counterculture or progressive wings of</p><p>the church. Therefore, some suspected covert</p><p>subversive action. "We feel that local authori-</p><p>ties began to fear us, as if we were not cultural</p><p>ents but provocateurs", said Renato Requixa,</p><p>fina t est i mony given 15 years ago; he directed the</p><p>program and, later on, became regional director.</p><p>The second event of 1966 carne with the</p><p>stroke of the Minister of Education's pen: with</p><p>the excuse of reallocating resources for his</p><p>enda, Jarbas Passarinho reduced the funding</p><p>r Sesc by 25%.</p><p>The two episodes reverberated in different</p><p>Ways: on the one hand, the direction understood</p><p>that they needed to build larger units, minimiz-</p><p>ing future cuts; on the other, the Unimos team</p><p>gained the power over the independent actions</p><p>of the units.</p><p>Over time, the Unimos agents ascended</p><p>rofessionally and, today, set the tone of the in-</p><p>stitu ti o n , occupying, for example, five of the top</p><p>executive positions.They helped consolidate</p><p>Sesc by bringing to the forefront the paradox</p><p>tween the inevitability of generous spaces,</p><p>idealizing them with architects, and the power</p><p>of e phe me ral actions, which depend solely on</p><p>the schedule.</p><p>On that same afternoon, while Laércio de</p><p>Freitas made preparations for his choro, Antunes</p><p>Filho flipped through the pages of a book eight</p><p>floors above. Wearing a red sweater and jeans, the</p><p>+directorwas in the room he occupies at C PT/Sesc</p><p>(Theater Research Center). C ritic Sábato Magal-</p><p>iwrote that C PT, directed by Antunes for over</p><p>years, transformed the stage of Consolação</p><p>to the most audacious and coherent theatrical</p><p>periment ever attempted in Brazil.</p><p>As if this were not enough, the theater be-</p><p>rne the symbol of a process that resulted in the</p><p>Itural nature of the unit, which had been ini-</p><p>ly conceived as a sports complex, with a design</p><p>Icaro de Castro Mello, the most important Bra-</p><p>n architect in said genre. He was hired due to</p><p>the similarities with an earlier project commis-</p><p>sioned by the YMCA (AC M), which organized</p><p>a sports complex in a vertical structure.</p><p>On a smaller scale, they both seek to adapt</p><p>the Downtown Athletic Club experience under-</p><p>taken in 1931, in the south ofManhattan.With 38</p><p>floors connected via 13 elevators,thebuildingwas</p><p>described by Rem Koolhaas as a skyscraper con-</p><p>quered by social activity. For the Dutchman,with</p><p>"its exterior inscrutable and almost indistinguish-</p><p>able from the conventional skyscrapers around</p><p>it", the building was "used as a Constructivist</p><p>Social Condenser: a machine to generate and</p><p>intensify desirable forms of human intercourse"</p><p>(social condensers are leisure centers designed for</p><p>workers in the 1920s by Russian constructivists).</p><p>Record-setting South-American high jump-</p><p>er Icaro de Castro Mello participated, at 23, with</p><p>the Brazilian athletics team at the Berlin Olympics,</p><p>in 1936. An ankle injury left him incapable of re-</p><p>peating his 1.92-meter record jump, so he took the</p><p>opportunity to intern at the office that designed</p><p>the Olympic Stadium. Upon returning home, he</p><p>completed a specialization, working for the De-</p><p>pai of Physical Education and Sports (Defe).</p><p>Sesc built the Consolação unit with in-</p><p>stallations suitable for competitions upon real-</p><p>izing the unifying potential of sports, attracting</p><p>third-sector workers to take part in champion-</p><p>ships held in borrowed courts. During the design</p><p>phase, Sesc included the theater and Castro Mel-</p><p>lo inserted it via an architectural approach that</p><p>would stimulate commerce on the ground floor,</p><p>dividing it into two leveis.</p><p>Following Guiomar Novaes' concert, the</p><p>space dubbed Carlão (Big Carlos, inaugurated</p><p>as Centro Cultural e Desportivo Carlos de Souza</p><p>Nazareth) did not have an easy start. The institu-</p><p>tion had no experience in managing equipment</p><p>of that size (16,500 square meters) and, up to that</p><p>Furgão da Unimos,</p><p>Unidades Móveis de</p><p>Orientação Social, ação</p><p>criada em 1966 para</p><p>atender localidades</p><p>onde o Sesc não tinha</p><p>unidade fixa</p><p>The Unimos van,</p><p>Unidades Móveis de</p><p>Orientação Social</p><p>an initiative by Sesc</p><p>in 1966 to bring their</p><p>services to locations</p><p>where no units had</p><p>been established</p><p>Icaro de Castro Mello,</p><p>arquiteto especializado</p><p>em espaços esportivos,</p><p>era atleta e recordista</p><p>sul-americano de salto</p><p>em altura e com vara</p><p>Icaro de Castro Mello,</p><p>architect specializing</p><p>in sports facilities, was</p><p>an athlete who held</p><p>South American records</p><p>in the high jump and</p><p>pole-vaulting events</p><p>Sesc-SP t 25</p><p>Pa</p><p>q</p><p>u</p><p>it</p><p>o</p><p>/ G</p><p>ED</p><p>ES</p><p>—</p><p>S</p><p>es</p><p>c</p><p>M</p><p>em</p><p>ór</p><p>ia</p><p>s</p><p>G</p><p>ED</p><p>ES</p><p>—</p><p>S</p><p>es</p><p>c</p><p>M</p><p>em</p><p>ór</p><p>ia</p><p>s</p><p>point, possessed only two gymnasiums: the</p><p>adapted pavilion next to the "casarão" in Água</p><p>Branca and the one in Bertioga, created by Castro</p><p>Mello.</p><p>The first year was the hardest for Carlão,</p><p>which only featured the front wing, had no foot-</p><p>ball installations or pool, and the theater was on</p><p>standby, waiting for equipment from England</p><p>that was held up in customs. To make matters</p><p>worse, the set commercial work hours resulted</p><p>in an empty building; this problem was solved</p><p>by attracting nearby students to use the space.</p><p>Carlãotumed one just as José Papa Júnior</p><p>took over as president of Sesc. Known as Zizinho,</p><p>he accelerated the expansion ofthç institution,in-</p><p>augurating eight units during his 15 year tenure.</p><p>The architects continued to be appointed by the</p><p>board.</p><p>The generational component played its</p><p>part when, upon taking over, at 29, he selected</p><p>architects who were in his age group, turning</p><p>away engineer-architects, such as Gonçalves</p><p>and Castro Mello. Effectively, architecture in-</p><p>spired by the Carioca School fell out of favor,</p><p>giving the stage to the generation aligned with</p><p>another movement, the Paulista School, a local</p><p>Maquetes de duas</p><p>das quatro unidade</p><p>desenhadas por Botti</p><p>Rubin: Sesc Interlagos</p><p>(com paisagismo de</p><p>Rosa Kliass) e Sesc</p><p>Santos, criadas em 1972</p><p>e 1979, respectivamente</p><p>Mockups of two</p><p>aí the Four units</p><p>designed by Botti</p><p>Rubin: Sesc Interlagos</p><p>(landscape design by</p><p>Rose Kliass) and</p><p>Sesc Santos, created</p><p>in 1972 and 1979,</p><p>respectively</p><p>branch ofbrutalism.This architectural</p><p>pressed itself via architectural concre</p><p>political discou rse. Vilanova Artig as</p><p>head of the movement, which was sprea</p><p>talented disciples, including Paulo Me</p><p>Rocha and Pedro Paulo de Melo Saraiva.</p><p>Amongst the brutalist-inspired uni</p><p>Campinas was the most interesting: so</p><p>sports activities were distributed o nto</p><p>crete boxes. The subtle encounter betw</p><p>pinar and the roof is the main feature of t</p><p>sign by Renato Nunes (a renovatioanppeerafoi</p><p>in the 1990s modified its original expressi</p><p>Other units with a brutalist p</p><p>from Alberto Botti and Marc Rubin's dra</p><p>board. Unlike Nunes' connection with A</p><p>from an ideological viewpoint, Botti did no</p><p>low a left-wing agenda. Present in Papa Jú</p><p>social circle, Botti led the team that tece</p><p>most of the commissions during that peri</p><p>addition to a yet-to-be-built HQon Paulista</p><p>they designed four units. The most sign'</p><p>amongst them, from an architectural pe</p><p>tive, are Interlagos and Santos, w here the</p><p>standing waffle structure is reminiscent</p><p>solution utilized in the Consolação unit.</p><p>represent the economic euphoria of the</p><p>known as "Brasil Grande"(Big Brazil), bu</p><p>impact of the oil crisis made Sesc review p</p><p>that were underway.</p><p>"May I cross?" A boy asked his fat</p><p>garding the rocks outcropping the surfac</p><p>reflecting pool at Sesc Pompeia; a smile a p</p><p>on his face when he reached the opposite</p><p>gin. Behind them, employees dismantled th</p><p>stanchions that had been set up for the lu nc</p><p>enated by blues.</p><p>The simplistic gathering areaavisetmhe</p><p>the unit the public walks on stone p</p><p>ent</p><p>Minas Gerais and is sheltered</p>