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<p>UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA</p><p>CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS</p><p>DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS</p><p>CURSO DE AGRONOMIA</p><p>Rendimento do quiabo adubado com nitrogênio e esterco bovino</p><p>Orientando: Antonio Dantas Gomes Neto</p><p>AREIA-PB</p><p>2013</p><p>II</p><p>ANTONIO DANTAS GOMES NETO</p><p>Rendimento do quiabo adubado com nitrogênio e esterco bovino</p><p>Trabalho de conclusão de curso de Graduação em</p><p>Agronomia apresentado a Universidade Federal</p><p>da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Campus</p><p>II, Areia - PB, como parte das exigências para</p><p>obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.</p><p>ORIENTADOR: Prof. Dr. Ademar Pereira de Oliveira</p><p>AREIA-PB</p><p>2013</p><p>III</p><p>ANTONIO DANTAS GOMES NETO</p><p>Rendimento do quiabo adubado com nitrogênio e esterco bovino</p><p>Aprovada em: 06 / 09 / 2013</p><p>BANCA EXAMINADORA</p><p>_____________________________________________</p><p>Prof. Dr. Ademar Pereira de Oliveira</p><p>Orientador – DFT/CCA/UFPB</p><p>_______________________________________________</p><p>Engº Agrônomo, MSc Damiana Ferreira da Silva Dantas</p><p>Examinador – CCA/UFPB</p><p>_________________________________________________</p><p>Engº Agrônomo, MSc Ovídio Paulo Rodrigues da Silva</p><p>Examinador – CCA/UFPB</p><p>AREIA-PB</p><p>2013</p><p>IV</p><p>DEDICO</p><p>Aos meus pais Silvino Crisanto Monteiro e Ana Cláudia Dantas Crisanto, que</p><p>sempre apoiaram todas as minhas decisões durante esse meu trajeto e pelo amor, carinho e</p><p>amizade que nunca me faltou.</p><p>Ao meu avô Antonio Dantas Gomes e ao meu Tio Fabiano Alves Dantas que foram as</p><p>pessoas que mais me deram apoio e incentivo para ingressar nesse curso.</p><p>Ao meu avô Edson Monteiro, que também sempre me incentivou a continuar com</p><p>esse curso e dizia que eu estava no caminho certo, mas infelizmente não está mais entre nós e</p><p>não poderei ensina-lo a fazer enxertia como me pediu quando estava no hospital.</p><p>A minha namorada Amanda Priscila Silva Moreira, que sempre me apoiou e me</p><p>confortou nos momentos mais críticos, me dando força e coragem para continuar com a luta e</p><p>nunca desistir dos meus ideais.</p><p>V</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>A Deus por tudo que vem acontecendo da minha vida e por mais essa vitória</p><p>conquistada.</p><p>Aos meus pais, pois sem o esforço deles eu não estaria conseguindo mais essa</p><p>conquista.</p><p>A minha namorada Amanda Priscila pelo carinho, compreensão e companheirismo.</p><p>Ao Prof. Ademar Pereira de Oliveira pela orientação e pelos ensinamentos</p><p>transmitidos.</p><p>Ao CNPq pela bolsa concedida.</p><p>A toda equipe que funcionários do Setor de Olericultura da Chã de Jardim, pois sem</p><p>eles o trabalho teria encontrado maiores dificuldades.</p><p>A equipe de orientados do Prof. Ademar: Natália Vital, Ovídio Paulo, Jullyete Araújo</p><p>que de alguma maneira contribuíram para a realização desse trabalho e em especial Damiana</p><p>Ferreira que nos momentos de estresse e sufoco sempre nos auxiliou com seu conhecimento e</p><p>paciência.</p><p>Aos meus companheiros de graduação Anderson Carlos e Suany Maria que sempre</p><p>que puderam me ajudaram na condução dos experimentos.</p><p>A todos os colegas da turma de agronomia 2009.1.</p><p>Ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, por me</p><p>proporcionar uma formação profissional.</p><p>Muito Obrigado!</p><p>VI</p><p>SUMÁRIO</p><p>pág.</p><p>LISTA DE TABELAS............................................................................................................. VII</p><p>LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................. VIII</p><p>RESUMO.................................................................................................................................. IX</p><p>ABSTRACT.............................................................................................................................. X</p><p>1. Introdução............................................................................................................................ 11</p><p>2. Revisão de literatura............................................................................................................ 13</p><p>2.1 Características botânicas................................................................................................. 13</p><p>2.2 Importância do quiabeiro................................................................................................ 14</p><p>2.3 Importância nutricional................................................................................................... 15</p><p>2.4 Nutrição mineral e orgânica do quiabeiro................................................................................. 15</p><p>3. Material e métodos.............................................................................................................. 17</p><p>3.1 Local do experimento..................................................................................................... 17</p><p>3.2 Delineamento experimental........................................................................................... 17</p><p>3.3 Condução da pesquisa.................................................................................................... 17</p><p>3.4 Características avaliadas................................................................................................. 18</p><p>3.4.1 Produtividade de frutos............................................................................................ 18</p><p>3.4.2 Número de frutos planta</p><p>-1</p><p>......................................................................................... 18</p><p>3.4.3 Comprimento de frutos............................................................................................. 18</p><p>3.4.4 Massa média de frutos.............................................................................................. 18</p><p>3.4.5 Análise estatística..................................................................................................... 18</p><p>4. Resultados e Discussão........................................................................................................ 20</p><p>5.1 Produtividade e número de frutos planta</p><p>-1</p><p>...................................................................... 20</p><p>5.2 Comprimento e massa média de frutos........................................................................... 22</p><p>5. Conclusão.............................................................................................................................. 25</p><p>6. Referências .......................................................................................................................... 26</p><p>VII</p><p>LISTA DE TABELAS</p><p>Pág.</p><p>Tabela 1. Resumos das análises de variância e de regressão para a produtividade e</p><p>número de frutos planta</p><p>-1</p><p>de quiabeiros em função de doses de N na</p><p>presença e na ausência de esterco bovino. CCA-UFPB, Areia-PB,</p><p>2013................................................................................................................ 19</p><p>Tabela 2. Resumos das análises de variância e de regressão para o comprimento</p><p>médio e massa média de frutos em função de doses de N na presença e na</p><p>ausência de esterco bovino. CCA-UFPB, Areia-PB,</p><p>2013................................................................................................................ 22</p><p>VIII</p><p>LISTA DE FIGURAS</p><p>Pág.</p><p>Figura 1. Produtividade de plantas de quiabo em função de doses de N, na presença e</p><p>ausência de esterco bovino. CCA - UFPB, Areia-PB,</p><p>2013...................................................................................................................</p><p>20</p><p>Figura 2. Número de frutos planta</p><p>-1</p><p>de quiabo em função de doses de N, na presença e</p><p>ausência de esterco bovino. CCA - UFPB, Areia-PB,</p><p>2013................................................................................................................... 21</p><p>Figura 3. Comprimento médio dos frutos (cm) de plantas de quiabo em função de</p><p>doses de N, na presença) e ausência de esterco bovino. CCA - UFPB,Areia-</p><p>PB,2013............................................................................................................. 23</p><p>IX</p><p>GOMES NETO, A.D. Rendimento do quiabo adubado com nitrogênio e esterco bovino.</p><p>2013. 27 f. Monografia (Graduação em Agronomia). Centro de Ciências Agrárias,</p><p>Universidade Federal da Paraíba, Areia. Orientador: Prof. Dr. Ademar Pereira de Oliveira</p><p>RESUMO – A cultura do quiabeiro (Abelmoschus esculentus L.) é uma hortaliça fruto anual,</p><p>arbustiva, de porte ereto e caule semilenhoso, sendo originário de regiões quentes da África.</p><p>No Brasil, encontram-se condições climáticas excelentes para o seu cultivo, especialmente nas</p><p>regiões Nordeste e Sudeste, onde é uma cultura popular, principalmente dos pequenos</p><p>agricultores, o objeto deste trabalho foi avaliar o comportamento do quiabeiro adubado com</p><p>doses de N e esterco bovino. O trabalho foi realizado na Universidade Federal da Paraíba,</p><p>Areia-PB, no período de novembro de 2011 a fevereiro de 2012, o delineamento experimental</p><p>empregado foi blocos casualizados, com três repetições, com os tratamentos distribuídos em</p><p>arranjo fatorial (6 x 2), com os fatores doses de N (0, 50, 100, 150, 200 e 250 kg ha</p><p>-1</p><p>) e</p><p>esterco bovino (presença e ausência). Foram avaliados o número de frutos planta</p><p>-1</p><p>, a</p><p>produtividade de frutos (t ha</p><p>-1</p><p>), o comprimento médio (cm) e a massa média de frutos (g). Os</p><p>máximos números de frutos planta</p><p>-1</p><p>foram de 29 e 30 frutos nas doses estimadas de 178,5 e</p><p>200 kg ha</p><p>-1</p><p>de N, respectivamente, na presença e ausência de esterco bovino. As doses de 183</p><p>e 197,7 kg ha</p><p>-1</p><p>de N na presença e ausência de esterco, respectivamente, foram responsáveis</p><p>pelas máximas produtividades de frutos de 43,2 e 41,4 t ha</p><p>-1</p><p>. O uso de esterco bovino e</p><p>adubação nitrogenada influenciaram o comprimento médio de frutos com uma resposta linear</p><p>na presença de esterco com o valor máximo de17 cm na dose de 250 kg ha</p><p>-1</p><p>e apenas a</p><p>aplicação de esterco bovino influenciou positivamente a massa média de frutos, obtendo-se</p><p>uma média de 24,8 e 23,3 g, em que a dose de 250 kg ha</p><p>-1</p><p>de N na presença de esterco bovino</p><p>é responsável pela produção da maior massa média de frutos Os resultados permitiram</p><p>concluir que a interação N e esterco bovino foram eficientes para aumentar as características</p><p>produtivas do quiabeiro.</p><p>Palavras-chave: Abelmoschus esculentus, adubação organomineral, produtividade</p><p>X</p><p>GOMES NETO, A.D. Yield of okra fertilized with nitrogen and manure. 2013. 27 f.</p><p>Completion of course work (Graduate Agronomy)*. Centro de Ciências Agrárias,</p><p>Universidade Federal da Paraíba, Areia.</p><p>ABSTRACT - The culture of okra (Abelmoschus esculentus L.) is a vegetable fruit annual</p><p>shrub with upright stems and semilenhoso, being born in warm regions of Africa. In Brazil,</p><p>there are excellent climatic conditions for its cultivation, especially in the Northeast and</p><p>Southeast, which is a popular culture, especially small farmers. Okra is grown mainly by</p><p>small and medium producers, having family farming important role in the production of this</p><p>vegetable.The study was conducted at the Federal University of Paraíba, Areia-PB, in the</p><p>period from November 2011 to January 2012, with the object of to evaluate the behavior of</p><p>okra fertilized with N and bovine manure. The experimental design was randomized blocks</p><p>with three replications, with treatments arranged in a factorial arrangement (6 x 2), with</p><p>factors doses of N (0, 50, 100, 150, 200 and 250 kg ha</p><p>-1</p><p>) and bovine manure (20 t ha</p><p>-1</p><p>and</p><p>absence). Were evaluated the number of fruits plant</p><p>-1</p><p>, fruit yield (t ha</p><p>-1</p><p>), average length (cm)</p><p>and average fruit weight (g). The maximum number of fruits plant</p><p>-1</p><p>were 29 and 26 fruits in</p><p>the estimated doses of 178.5 and 200 kg N ha</p><p>-1</p><p>respectively, in the presence and absence of</p><p>bovine manure. The doses of 183 and 197.7 kg N ha</p><p>-1</p><p>were responsible for maximum fruit</p><p>yield of 43.2 and 41.4 t ha</p><p>-1</p><p>in the presence and absence of bovine manure, respectively. The</p><p>use of manure and nitrogen fertilization did not influence the average length of fruit and only</p><p>the application of manure positively affected mean fruit mass, obtaining an average of 24.8</p><p>and 23.3 g, in which the dose of 250 kg ha</p><p>-1</p><p>of ammonium sulfate in the presence of manure</p><p>is responsible for producing the highest average fruit weight. The results allowed concluding</p><p>that the interaction between N and bovine manure were effective to increase the productive</p><p>characteristics of okra.</p><p>Key-words: Abelmoschus esculentus, organomineral fertilizer, productivity</p><p>1. Introdução</p><p>A cultura do quiabeiro (Abelmoschus esculentus L.) é uma hortaliça fruto anual,</p><p>arbustiva, de porte ereto e caule semilenhoso, originária de regiões quentes da África</p><p>(FILGUEIRA, 2008), introduzida ao Brasil pelo escravos africanos (CASTRO, 2005).</p><p>No Brasil, encontram-se condições climáticas excelentes para o seu cultivo,</p><p>especialmente nas regiões Nordeste e Sudeste, onde é uma cultura popular, principalmente</p><p>dos pequenos agricultores (MOTA et al., 2005). No estado da Paraíba, é uma hortaliça</p><p>tradicional, sendo seu valor comercial, a exemplo das regiões Sul e Sudeste, relacionado,</p><p>dentre outras, com produtividade de frutos (FILGUIERA, 2000).</p><p>O quiabeiro apresenta característica desejáveis como ciclo rápido, custo de produção</p><p>economicamente viável, resistência às pragas e alto valor alimentício e nutritivo (MOTA et</p><p>al., 2000). Apresenta vitaminas A e C, sendo fonte de cálcio, ferro, niacina, além de</p><p>apresentar qualidades medicinais (OLIVEIRA et. al., 2011).</p><p>O quiabo é cultivado principalmente por pequenos e médios produtores, tendo</p><p>agricultura familiar importante papel na produção dessa hortaliça. Dentre a diversidade de</p><p>produtos cultivados pela agricultura familiar, as hortaliças destacam-se, pois, além de</p><p>enriquecer e complementar a sua dieta, possibilitam um retorno econômico rápido, servindo</p><p>de suporte a outras explorações de retorno de médio a longo prazo (AMARO et a.l, 2007).</p><p>A adubação mineral é uma das práticas que mais afetam a produção de hortaliças, tanto</p><p>sob o aspecto tecnológico quanto econômico. As doses de fertilizantes aplicadas ao solo na</p><p>adubação não devem ser limitantes ao crescimento e à produtividade das culturas, no entanto,</p><p>se em excesso, a adubação pode implicar em absorção excessiva, o que levará à toxidez das</p><p>plantas ou interferência na absorção de outros nutrientes (FILGUEIRA, 2008). Energicamente</p><p>os processos fisiológicos na planta, desde a absorção até a completa assimilação e</p><p>transformação do N em moléculas orgânicas, são muito dispendiosos, isso explica a redução</p><p>de produtividade quando se aplica doses elevadas de fertilizantes nitrogenados (CARDOSO;</p><p>HIRAKI, 2001).</p><p>A nutrição mineral e adubação são fatores imprescindíveis para ganhos tanto na</p><p>quantidade, bem como na qualidade do produto, garantido retorno adequado, e devem ser</p><p>aplicados de forma correta, de modo a atingir elevada eficiência, e minimizar o custo de</p><p>produção, e reduzir os danos ambientais (RODRIGUES, 2006). O manejo da adubação</p><p>nitrogenada deve suprir a demanda da planta, nos períodos críticos, e minimizar o impacto no</p><p>12</p><p>ambiente, pela redução de perdas (FERNANDES; LIBARDI, 2007). Quando o nitrogênio no</p><p>solo encontra-se em quantidades</p><p>insuficientes para o suprimento das plantas, suas folhas</p><p>ficam cloróticas, e produzem menos, mas se estiver em excesso, a planta vegeta</p><p>excessivamente e produz menos frutos (MALAVOLTA et al., 2002).</p><p>A utilização de adubos orgânicos de origem animal é considerada uma prática útil e</p><p>econômica para os produtores de hortaliças, pois favorece a fertilidade e a conservação do</p><p>solo e proporcionam acúmulo de N orgânico no solo, aumentando seu potencial de</p><p>mineralização e sua disponibilidade para as plantas. Em geral, as recomendações de material</p><p>orgânico situam-se entre 10 a 50 t ha</p><p>-1</p><p>de composto orgânico ou esterco curtido (SOUZA;</p><p>ALCÂNTARA, 2008). No entanto, maiores ou menores doses a serem utilizadas dependerão</p><p>do tipo, textura, estrutura e teor da matéria orgânica do solo.</p><p>Segundo Trani et al., (2008a), os principais efeitos da utilização da adubação orgânica</p><p>sobre as propriedades físicas são: melhoria da estrutura, aeração, armazenamento de água e</p><p>drenagem interna do solo. Na química do solo proporciona o enriquecimento gradual do solo</p><p>com macro e micronutrientes essenciais às plantas e o aumento gradativo do teor de matéria</p><p>orgânica do solo. Nas propriedades biológicas promove o incremento da biodiversidade de</p><p>microrganismos úteis que agem na solubilização de fertilizantes diversos de maneira a liberar</p><p>nutrientes para as plantas e o aumento de microrganismos que auxiliam no controle de</p><p>nematoides, que são pragas que atacam as raízes das plantas. Ainda segundo o autor, as</p><p>quantidades recomendadas de fertilizantes orgânicos em quiabeiro variam conforme as</p><p>características de cultivo: clima da região, época de plantio, ciclo da cultura, níveis de matéria</p><p>orgânica e textura do solo, presença ou ausência de nematóides, utilização ou não de irrigação</p><p>na cultura.</p><p>Souza (1999) verificou no sistema de produção orgânica que a cultura do quiabeiro</p><p>obteve um bom desempenho vegetativo e produtivo, assim como Pinheiro et al. (2011)</p><p>utilizando doses de esterco bovino e NPK teve resultados positivos com relação à adubação</p><p>orgânica na cultura do quiabo. Portanto, o trabalho teve como objetivo avaliar o rendimento</p><p>do quiabeiro em função de doses de N na presença e na ausência de esterco bovino.</p><p>13</p><p>2. Revisão de literatura</p><p>2.1 Características Botânicas</p><p>O quiabeiro é uma planta arbustiva anual, de porte ereto e caule semilenhoso podendo</p><p>atingir três metros de altura. As folhas são grandes, com limbo profundamente recortado,</p><p>lobadas e com pecíolos longos (GALATI, 2010). A raiz é do tipo pivotante e profunda,</p><p>podendo atingir 1,9 metros de profundidade, no entanto, a maior parte das raízes localiza-se</p><p>até 20 cm de profundidade (FILGUEIRA, 2008; MOTA et al. 2000). O fruto é do tipo</p><p>cápsula, piloso, roliço, apresentando seção transversal circular ou pentagonal. Coloração</p><p>variando de branca até verde-escura (PASSOS et. al., 2000).</p><p>As flores são grandes e amareladas, a floração inicia-se de 40 a 60 dias após a</p><p>semeadura, ocorrendo primeiro na haste principal e três semanas após, nas ramificações. O</p><p>período de florescimento e frutificação depende da cultivar e das condições ambientais, cuja</p><p>maior produção de sementes ocorre em regiões onde a diferença de temperatura diurna e</p><p>noturna é mínima (FILGUEIRA, 2008).</p><p>As variedades mais aceitas no mercado são aquelas que produzem frutos de</p><p>coloração verde-escura e com baixo teor de fibras. Outra característica importante para os</p><p>frutos é o formato, que deve ser cilíndrico. A preferência é também para frutos lisos.</p><p>(CARVALHO e SILVEIRA, 2011). Existem várias cultivares e híbridos disponíveis no</p><p>mercado. Variedades precoces iniciam o florescimento 60 a 70 dias após o plantio, enquanto</p><p>que as tardias após 128 dias (SILVA et al., 2007).</p><p>2.2 Importância do quiabeiro</p><p>A cultura do quiabo, Abelmoschus esculentus (L.), Moench, é uma hortaliça anual,</p><p>pertencente a família Malvaceae e originaria da Àfrica, possivelmente Etiópia, sendo</p><p>introduzida no Brasil pelos escravos africanos (CASTRO, 2005).</p><p>Nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil as condições climáticas são excelentes para o</p><p>seu cultivo, além disso, é considerada uma planta rústica, tolerante ao calor e não exige</p><p>tecnologia muito avança para seu cultivo (OLIVEIRA et al., 2003), além de ser produzido em</p><p>regiões de clima quente durante todo ano (OLIVEIRA, et al., 2007)</p><p>14</p><p>Brasil, esta cultura se desenvolve bem em temperaturas entre 18 e 35 ºC. A faixa ótima</p><p>para sua germinação das sementes é entre 20 e 30 ºC. Temperaturas abaixo de 18°C</p><p>comprometem o desenvolvimento, retardam o início da produção e causam o abortamento dos</p><p>frutos (SILVA et al., 2007) .</p><p>No Brasil estima-se que os maiores estados produtores atualmente sejam os estados da</p><p>Bahia, Minas Gerais e São Paulo sendo este ultimo localizado principalmente nas regiões de</p><p>Araçatuba e Campinas, maiores produtoras do estado (GONÇALVES, 2009).</p><p>O quiabo é cultivado principalmente por pequenos e médios produtores, tendo</p><p>agricultura familiar importante papel na produção dessa hortaliça. O Fato de a cultura poder</p><p>ser utilizada em consorcio aperfeiçoa a utilização dos recursos naturais como o solo e água,</p><p>além melhorar a renda do produtor. Dentre a diversidade de produtos cultivados pela</p><p>agricultura familiar, as hortaliças destacam-se, pois, além de enriquecer e complementar a sua</p><p>dieta, possibilitam um retorno econômico rápido, servindo de suporte a outras explorações de</p><p>retorno de médio a longo prazo (AMARO et a.l, 2007).</p><p>2.3 Importância nutricional</p><p>Esta hortaliça é muito utilizada na culinária, apresentando alto valor alimentícia</p><p>sendo importante fonte de vitaminas A e C e sais minerais como cálcio, ferro, fósforo, além</p><p>de qualidades medicinais e terapêuticas. É utilizado como laxante na forma de chá feito a</p><p>partir de suas folhas, também utilizados nos tratamentos de bronquites e problemas</p><p>pulmonares (BROEK et al., 2003).</p><p>A constituição em óleo das sementes varia de 12 a 20% de sua massa seca. O óleo é</p><p>aromático, de coloração amarelo esverdeado, podendo ser utilizada na alimentação humana</p><p>como sopas, condimentos de saladas e margarinas. Apesar da semente de quiabo ser uma boa</p><p>fonte Proteica, os teores são inferiores aos encontrados na soja, que tem aproximadamente</p><p>34%. Em contrapartida, a taxa de eficiência protéica do quiabeiro é mais elevada que a da</p><p>soja, tendo então maior valor biológico (MOTA et al., 2000).</p><p>15</p><p>2.4 Nutrição mineral e orgânica do quiabeiro</p><p>As hortaliças são exigentes em nitrogênio, sendo este o nutriente mais absorvido</p><p>pelas plantas, depois do potássio, o que proporciona maior resposta na produção. As doses</p><p>adequadas de potássio nas culturas favorecem a formação e translocação de carboidratos e uso</p><p>eficiente de água pela planta equilibra a aplicação de nitrogênio e melhora a qualidade do</p><p>produto, seja no aspecto da coloração, sabor e propriedades culinárias, além de agregar no</p><p>mercado (PINHEIRO et al., 2011).</p><p>O fornecimento adequado de Nitrogênio contribui para o crescimento vegetativo,</p><p>expansão fotossintética, e eleva o potencial produtivo das culturas em geral. No entanto,</p><p>energicamente os processos fisiológicos na planta, desde a absorção até a completa</p><p>assimilação e transformação do N em moléculas orgânicas, são muito dispendiosos, isso</p><p>explica a redução de produtividade quando se aplica doses elevadas de fertilizantes</p><p>nitrogenados As espécies vegetais absorvem o N, preferencialmente nas formas de amônio</p><p>(NH4</p><p>+</p><p>) e de nitrato (NO3</p><p>-</p><p>). Essas formas correspondem a uma pequena parcela do N total, que</p><p>exercem grande importância do ponto de vista nutricional, já que são absorvidos pelas plantas</p><p>e pelos microrganismos (TAIZ; ZEIGER, 2004).</p><p>O nitrogênio é necessário para síntese da clorofila e, como parte da molécula da</p><p>clorofila,</p><p>está envolvido na fotossíntese. Falta de nitrogênio e clorofila significa que a planta</p><p>não irá utilizar a luz do sol como fonte de energia para levar a efeito funções essenciais como</p><p>a absorção de nutrientes. Algumas vezes é responsável por atraso na maturação. O excesso de</p><p>nitrogênio pode aumentar o crescimento vegetativo, reduzir a formação de frutos e afetar, de</p><p>maneira adversa, a qualidade da produção (LOPES, 1998).</p><p>A cultura do quiabo, normalmente, requer altas doses de adubação orgânica, sendo de</p><p>fundamental importância para nutrição adequada das plantas, qualidade dos frutos e melhoria</p><p>na produtividade com menor ou nenhum uso de fertilizantes minerais nitrogenados. A</p><p>utilização desta forma de adubação contribui de forma significativa para a melhoria das</p><p>características do solo, reduz o custo, pois o insumo que mais onera o custo de produção do</p><p>quiabeiro é o adubo mineral usando no plantio e na cobertura. No entanto, deve-se evitar o</p><p>uso excessivo de adubos orgânicos o que pode acarretar desenvolvimento vegetativo</p><p>exuberante, dificultando as colheitas e o controle fitossanitário, entre outros aspectos</p><p>(TRANI, et al., 2008b, MELO et al., 2001).</p><p>16</p><p>Em termos nutricionais, uma alternativa viável pode ser a substituição de fertilizantes</p><p>minerais por insumos orgânicos de origem vegetal e animal. Esses produtos, em geral são de</p><p>preços mais acessíveis tornando-se uma pratica útil e econômica para os pequenos e médios</p><p>produtores de hortaliças (PIRES et al., 2008),</p><p>Dentre as fontes de matéria orgânica, o esterco bovino destaca-se por ser o mais</p><p>utilizado na agricultura, apresentando sua composição de 30 a 58% de Matéria Orgânica,</p><p>sendo 0,3 a 2,9% de N; 0,2 a 2,4% de P; 0,1 a 4,2% de K e relação C/N 18 a 32%. É um</p><p>ótimo meio de cultura para os organismos, aumentando a quantidade de bactérias do solo</p><p>quando adicionados como fertilizantes. O esterco quando curtido não causa deficiência de</p><p>nitrogênio, porém tem maior perda de N por volatização, apresenta ainda efeito regulador</p><p>sobre o pH e neutraliza os efeitos do alumínio trocável do solo, aumenta os teores de P, K e</p><p>Ca (PRIMAVESI, 1989; ARAÚJO et al., 2003).</p><p>Na produção de hortaliças tem-se observado efeito benéfico da adubação orgânica.</p><p>Filgueira (2008), afirma que as hortaliças reagem bem a esse tipo de adubação, tanto em</p><p>produtividade como em qualidade dos produtos obtidos, sendo o esterco bovino a fonte, mais</p><p>utilizada pelos olericultores, devendo ser empregado especialmente em solos pobres em</p><p>matéria orgânica, e que no quiabo, deve ser fornecido adubo orgânico, quando o solo</p><p>apresentar baio teor de matéria orgânica.</p><p>17</p><p>3. Material e métodos</p><p>3.1 Local do experimento</p><p>O trabalho foi realizado no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da</p><p>Paraíba, em Areia-PB no período de novembro de 2011 a fevereiro de 2012. O solo da área</p><p>experimental foi classificado como Neossolo Regolítico, Psamítico típico, textura franca-</p><p>arenosa, com as seguintes características químicas: pH (H2O) = 6,63(Alto); P disponível =</p><p>82,58 mg dm</p><p>-3</p><p>(Muito bom); K = 55,62 mg dm</p><p>-3</p><p>(Médio) Ca</p><p>+2</p><p>= 2,452 cmolc dm</p><p>-3</p><p>(Bom);</p><p>Mg</p><p>+2</p><p>= 1,40 cmolc dm</p><p>-3</p><p>(Bom); H + Al trocável = 1,57 cmolc dm</p><p>-3</p><p>(Baixo) e matéria orgânica</p><p>= 10,03 g kg</p><p>-1</p><p>(Baixo), de acordo com Ribeiro et al (1999). As características químicas do</p><p>esterco bovino foram: N = 7,53; P = 2,53; K = 11,87 g kg</p><p>-1</p><p>.</p><p>3.2 Delineamento experimental</p><p>O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com três repetições, com os</p><p>tratamentos distribuídos em arranjo fatorial (6 x 2), com os fatores doses de N (0, 50, 100,</p><p>150, 200 e 250 kg ha</p><p>-1</p><p>) e esterco bovino ( presença e ausência). A parcela foi constituída por</p><p>40 plantas com área cultivada de 720 m</p><p>2</p><p>, espaçadas de 1,00 x 0,50 m, sendo as 20 centrais</p><p>consideradas úteis.</p><p>3.3 Condução da pesquisa</p><p>O preparo do solo constou de aração e gradagem, onde foram abertas covas de</p><p>20x20x20 cm. O plantio foi realizado por meio de semeadura manual distribuindo-se quatro</p><p>sementes por cova do híbrido Xingó, material precoce e de boa produtividade, realizando-se</p><p>desbaste para duas plantas 15 dias após a semeadura.</p><p>A adubação de plantio constou da aplicação de 20 t ha</p><p>-1</p><p>de esterco bovino , sete dias</p><p>antes da semeadura, além do fornecimento de 60 kg ha</p><p>-1</p><p>de P2O5 (superfosfato simples) e 60</p><p>kg ha</p><p>-1</p><p>K2O (cloreto de potássio). Em adubação de cobertura foram fornecidas as doses de N</p><p>descritas no delineamento experimental, parceladas 50 % aos 30 e 60 dias, após a semeadura.</p><p>Durante a condução do experimento foram realizados os tratos culturais, tais como</p><p>capinas manuais, fornecimento de água nos período de ausência de precipitação, pelo sistema</p><p>de aspersão convencional. Não foi necessário controle fitossanitário. As colheitas, em número</p><p>18</p><p>de 20 foram efetuadas a cada três dias, no período de 40 a 120 dias após a semeadura, quando</p><p>os frutos se encontravam imaturos e com coloração verde intensa.</p><p>3.4. Características avaliadas</p><p>3.4.1 Produtividade de frutos</p><p>A produtividade correspondeu as pesagens dos frutos em cada tratamento, sendo os</p><p>resultados, expressos em tonelada por hectare.</p><p>3.4.2 Número de frutos planta</p><p>-1</p><p>O número de frutos planta</p><p>-1</p><p>foi determinado por meio da contagem dos frutos com</p><p>comprimento entre 10 e 15 cm e o resultado dividido pelo número de plantas correspondente a</p><p>cada tratamento</p><p>3.4.3 Comprimento de frutos</p><p>O comprimento foi determinado pela medição de dez frutos de cada tratamento e</p><p>repetição com auxílio de régua milimétrica.</p><p>3.4.4 Massa média de frutos</p><p>A massa média foi obtida mediante a relação estabelecida entre a produção e o número</p><p>de frutos em cada tratamento.</p><p>3.4.5 Análise estatística</p><p>Os resultados foram submetidos a análises de variância e de regressão polinomial,</p><p>utilizando-se o teste F para comparação dos quadrados médios, empregando-se o “software”</p><p>SAS (2001) Na análise de regressão utilizaram-se os modelos linear e quadrático, sendo</p><p>selecionado aquele capaz de melhor expressar cada característica.</p><p>19</p><p>4. Resultados e Discussão</p><p>4.1 Produtividade e número de frutos planta</p><p>-1</p><p>Através da análise de variância é possível observar efeito significativo da interação</p><p>entre a aplicação de N e o uso do esterco bovino sobre a produtividade (t ha</p><p>-1</p><p>) e o número de</p><p>frutos por planta de quiabeiro tratadas com diferentes doses de N na ausência ou presença (20</p><p>t ha</p><p>-1</p><p>) de esterco bovino. As médias de ambas as variáveis ajustaram-se aos modelos linear e</p><p>quadrático tanto na presença quanto na ausência do esterco bovino (Tabela 1).</p><p>Tabela 1. Resumos das análises de variância e de regressão para a produtividade e número de</p><p>frutos planta</p><p>-1</p><p>de quiabo em função de doses de N na presença e na ausência de esterco bovino.</p><p>CCA-UFPB, Areia-PB, 2013.</p><p>** e * Significativo a 1% e a 5% de probabilidade, respectivamente; ns Não-significativo.</p><p>A produtividade de plantas de quiabo respondeu as doses de N de forma quadrática,</p><p>em que, as doses estimadas em 183 e 197,7 kg ha</p><p>-1</p><p>de N foram responsáveis pelas máximas</p><p>produtividades, com a produção de 43,2 t ha</p><p>-1</p><p>e 41,4 t ha</p><p>-1</p><p>na presença e na ausência de</p><p>esterco bovino, respectivamente (Figura 1). Estes valores são superiores aos reportados como</p><p>Fonte de variação</p><p>Produtividade Número de frutos planta</p><p>-1</p><p>GL Quadrados Médios</p><p>Bloco 2 1,23</p><p>ns</p><p>5,22</p><p>ns</p><p>Esterco Bovino (E) 1 99,47</p><p>**</p><p>82,79</p><p>**</p><p>Doses de N (D) 5 355,22</p><p>**</p><p>114,29</p><p>**</p><p>D x E 5 44,01</p><p>*</p><p>9,80</p><p>*</p><p>D/Com E (5)</p><p>Linear 1 741,37</p><p>**</p><p>200,41</p><p>**</p><p>Quadrático 1 234,56</p><p>**</p><p>122,21</p><p>**</p><p>D/Sem E (5)</p><p>Linear 1 474,45</p><p>**</p><p>48,14</p><p>**</p><p>Quadrático 1 210,27</p><p>**</p><p>27,21</p><p>**</p><p>Resíduo 22</p><p>CV (%) 9,71 7,47</p><p>20</p><p>a média nacional para a cultura do quiabo</p><p>que corresponde a produção de 20 a 40 t ha</p><p>-1</p><p>e é</p><p>estabelecida para frutos comerciais (FILGUEIRA, 2008), demonstrando que o quiabeiro</p><p>responde ao emprego do N e do esterco bovino de forma satisfatória.</p><p>Figura 1. Produtividade de frutos de quiabo em função de doses de N, na</p><p>presença e ausência de esterco bovino. CCA - UFPB, Areia-PB, 2012.</p><p>Segundo Sediyama et al. (2009), a cultura do quiabo normalmente demanda altas</p><p>doses de adubação orgânica, que exerce importante função para a nutrição adequada das</p><p>plantas, qualidade dos frutos e melhoria na produtividade com menor ou nenhum uso de</p><p>fertilizantes minerais nitrogenados.</p><p>A máxima produção de frutos planta</p><p>-1</p><p>foi obtido nas plantas tratadas com as doses de</p><p>N estimadas em 178,5 e 200 kg ha</p><p>-1</p><p>, promovendo a produção de 29 e 26 frutos na presença e</p><p>ausência de esterco bovino, respectivamente (Figura 2).</p><p>A eficiência do N na cultura do quiabeiro pode estar relacionada com o fato de que</p><p>esse nutriente faz parte da constituição das proteínas que atuam na absorção de nutrientes</p><p>pelas plantas (MALAVOLTA, 2002), além de participar de vários processos biológicos, tais</p><p>como fotossíntese, respiração, síntese em geral, multiplicação, diferenciação celular (TAIZ;</p><p>ZEIGER, 2004), e que ele, em doses adequadas proporciona um incremento da produtividade</p><p>por promover o aumento do índice de área foliar, favorecendo o crescimento vegetativo</p><p>(FILGUEIRA, 2008) e o aumento da produção de gemas vegetativas e florísticas</p><p>(MALAVOLTA, 2006).</p><p>21</p><p>Figura 2. Número de frutos por planta em função de doses de N na</p><p>presença e ausência de esterco bovino. CCA – UFPB, Areia-PB, 2013.</p><p>No que se refere ao esterco bovino, ele pode exercer influência positiva para o</p><p>quiabeiro pela sua composição química (N = 7,53; P = 2,53; K = 11,87 g Kg-1) e por</p><p>disponibilizar nutrientes para as plantas por meio de processos de mineralização</p><p>(PROCHNOW et al., 2009), além de elevar os baixos níveis de matéria orgânica do solo neste</p><p>ensaio (10,03 g kg</p><p>-1</p><p>), conferindo melhores condições físicas do solo. Assim, uma das maiores</p><p>vantagens do uso de esterco bovino está relacionado aos efeitos imediatos no solo,</p><p>proporcionando economia de fertilizantes minerais (MELO et al., 2000).</p><p>4.2 Comprimento médio e massa média de frutos</p><p>Para as variáveis comprimento médio e massa média dos frutos, de acordo com a</p><p>análise de regressão, a interação entre as doses de N e o uso de esterco bovino não exerceu</p><p>influência significativa e apenas a variável comprimento de frutos respondeu de forma linear</p><p>as diferentes doses de N na presença de esterco bovino (Tabela 2).</p><p>22</p><p>Tabela 2. Resumos das análises de variância e de regressão para o comprimento médio e</p><p>massa média de frutos em função de doses de N na presença e na ausência de esterco bovino.</p><p>CCA-UFPB, Areia-PB, 2012.</p><p>** e * Significativo a 1% e a 5% de probabilidade, respectivamente; ns Não-significativo.</p><p>O comprimento médio dos frutos respondeu de forma linear as doses de N e, portanto,</p><p>apresentou o maior comprimento (17cm) na dose máxima de N (250 kg ha</p><p>-1</p><p>) na presença de</p><p>esterco bovino, uma vez que na ausência do esterco, as médias não ajustaram-se a nenhum</p><p>modelo de regressão, apresentando média de 15,83 cm, evidenciando a influência do esterco</p><p>no incremento do comprimento dos frutos (Figura 3).</p><p>Fonte de variação</p><p>Comprimento de frutos Massa média dos frutos</p><p>GL Quadrados Médios</p><p>Bloco 2 1,40</p><p>ns</p><p>10,96</p><p>ns</p><p>Esterco Bovino (E) 1 0,40</p><p>ns</p><p>21,15</p><p>*</p><p>Doses de N (D) 5 2,95</p><p>ns</p><p>3,69</p><p>ns</p><p>D x E 5 0,50</p><p>ns</p><p>2,14</p><p>ns</p><p>D/Com E (5)</p><p>Linear 1 8,40</p><p>**</p><p>2,95</p><p>ns</p><p>Quadrático 1 0,85</p><p>ns</p><p>0,23</p><p>ns</p><p>D/Sem E (5)</p><p>Linear 1 2,18</p><p>ns</p><p>0,47</p><p>ns</p><p>Quadrático 1 1,16</p><p>ns</p><p>0,04</p><p>ns</p><p>Resíduo 22</p><p>CV (%) 6,21 8,04</p><p>23</p><p>Figura 3. Comprimento médio dos frutos em função de doses de N na</p><p>presença e ausência de esterco bovino. CCA - UFPB, Areia-PB, 2013.</p><p>Oliveira et al (2003), avaliando comprimento de frutos de quiabo em diferentes doses</p><p>de N, também verificou as melhores respostas na dose de 200 kg ha</p><p>-1</p><p>de N (sulfato de</p><p>amônio) com a utilização de esterco bovino (20t ha</p><p>-1</p><p>), em que formaram frutos com</p><p>comprimentos médios entre 11 e 15cm, inferiores, aos reportados neste ensaio.</p><p>As médias da variável massa média de frutos não ajustaram-se a nenhum modelo de</p><p>regressão analisado. As plantas tratadas com as diferentes doses de N na presença de esterco</p><p>bovino formaram frutos com a massa média 24,8g, enquanto na ausência de esterco os frutos</p><p>foram de 23,3g (Figura 4).</p><p>De uma forma geral, pode-se dizer que o emprego de esterco bovino pode atuar</p><p>melhorando as propriedades físicas do solo através da redução da densidade aparente, do</p><p>equilíbrio entre macro e microporos, proporcionando maior aeração, permeabilidade,</p><p>infiltração e retenção de água, além de proporcionar o acúmulo de N orgânico e aumentar o</p><p>potencial de mineralização e disponibilidade de nutrientes para as plantas (TEJADA et al.,</p><p>2008).</p><p>No entanto, o fornecimento de N via adubação ainda é importante, visto que este é o</p><p>segundo elemento mais exigido pelas hortaliças e, portanto, funciona como complementação à</p><p>capacidade de seu suprimento nos solos, a partir da mineralização de seus estoques de matéria</p><p>orgânica, geralmente baixa em relação às necessidades das plantas (FILGUEIRA, 2008),</p><p>mesmo quando fornecido uma fonte orgânica.</p><p>24</p><p>5. CONCLUSÃO</p><p>Os resultados permitiram concluir que a interação N e esterco bovino foram eficientes</p><p>para aumentar as características produtivas do quiabeiro.</p><p>25</p><p>6. REFERÊNCIAS</p><p>AMARO, G. B.; SILVA, D. M.; MARINHO, A. G.; NASCIMENTO, W.M. Recomendações</p><p>técnicas para o cultivo de hortaliças em agricultura familiar. Brasília – DF: Embrapa</p><p>Hortaliças, 2007. (Circular Técnica, 47)</p><p>ARAÚJO, J. A.C; FACTOR, T. L.; JÚNIOR, L. V. E.; ARAÚJO, J. P. C. Utilização do</p><p>efluente de biodigestor na produção de pimentão em substratos. Horticultura Brasileira,</p><p>Brasília, v.21, n.2, julho, 2003. Suplemento CD.</p><p>BROEK, R. V. D. et al. Controle Alternativo de Oídio (Erysiphe cichoracearum) em</p><p>Quiabeiro (Hibiscus esculentus). Revista Ecossistema, Espírito Santo do Pinhal, v. 27, n.1, p.</p><p>23-26, 2003.</p><p>CARDOSO A.I.I.; HIRAKI H. 2001. Avaliação de doses e épocas de aplicação de nitrato de</p><p>cálcio em cobertura na cultura do rabanete. Horticultura Brasileira 19: 328-331.</p><p>CARVALHO, S.P.; SILVEIRA, G.S.R. Cultura do Quiabo. Departamento Técnico da Emater</p><p>– MG, 2011 (Boletim Técnico)</p><p>CASTRO, M. M. Qualidade fisiológica de sementes de quiabeiro em função da idade e do</p><p>repouso pós-colheita dos frutos. 2005.43f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual</p><p>Paulista, Ilha Solteira, SP, 2005.</p><p>FERNANDES FCS; LIBARDI PL. 2007. Percentagem de recuperação de nitrogênio pelo</p><p>milho, para diferentes doses e parcelamentos do fertilizante nitrogenado. Revista</p><p>Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, 6: 285-296.</p><p>FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e</p><p>comercialização de hortaliças, 3ª ed. Viçosa: UFV, 2008. 421p.</p><p>GALATI, V. C. Crescimento e acúmulo de nutrientes em quiabeiro ‘Santa Cruz 47’,</p><p>2010, 26p. Tese (mestrado) – Jaboticabal: UNESP: 2010.</p><p>LOPES, A. S. Manual internacional de fertilidade do solo. Tradução e adaptação de Alfredo</p><p>Scheid Lopes – 2ª ed., ver. e ampl. –Piracicaba, SP: POTAFOS, 1998.</p><p>MALAVOLTA, E. Manual de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Agronômica. Ceres, p.</p><p>638, 2006.</p><p>MALAVOLTA, E.; GOMES, F. P.; ALCARDE, J. C. Adubos e Adubações. São Paulo:</p><p>Nobel. p. 200, 2002.</p><p>26</p><p>MELO, L. A.; FALCÃO, L. L.; JUNQUEIRA, A. M. R. Impactos de adubo orgânico foliar na</p><p>produtividade de alface. Horticultura Brasileira. Brasília. v. 19, Julho de 2001.</p><p>MELO, W. J.; MARQUES, M. O.; MELO, V. P.; CINTRA, A. A. D. Uso de resíduos em</p><p>hortaliças e impacto ambiental. Horticultura Brasileira, v. 18, p. 67-81, Suplemento 2000.</p><p>MOTA, S. R. G. FINGER, F. L.; CASALI, V. W.D. Oleiricultura: melhoramento genético</p><p>do quiabeiro. Viçosa: UFV, Departamento de Fitotecnia, 2000,144p.</p><p>MOTA, W. F.; FINGER, F. L.; SILVA, D. J. H.; CORRÊA, P. C.; FIRME, L. P.; NEVES, L.</p><p>L. M. Caracterização físico-química de frutos de quatro cultivares de quiabo. Horticultura</p><p>Brasileira, Brasília, v. 23, n. 3, p. 722-725, 2005.</p><p>OLIVEIRA, A. N. P.; BARBOSA, J. R. A.; CRISTINO NETO, A. D.; PINHEIRO, S. M.S.;</p><p>SILVA, N. V. Rendimento do quiabo com esterco bovino e biofertilizantes. In:</p><p>CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, Anais...Viçosa: ABH. 3672-3679</p><p>Anais 51º Congresso Brasileiro de Olericultura, julho 2011.</p><p>OLIVEIRA, A.P.; ALVES, A.U.; DORNELAS, C. S. M.; SILVA, J. A.; PORTO, M. L.</p><p>Rendimento de quiabo em função de doses de nitrogênio. Acta Scientiarum. Agronomy,</p><p>Maringá, v.25, n.2, p.265-268, 2003.</p><p>OLIVEIRA, R. D. L.; SILVA, M. B.; AGUIAR, N. D. C.; BÉRGAMO, F. L. K.; COSTA, A.</p><p>S. V; PREZOTTI, L. Nematofauna associada à cultura do quiabo na região leste de Minas</p><p>Gerais. Horticultura Brasileira, v. 25, n. 1, p. 88-93. 2007.</p><p>PASSOS, F. A.; MELO, A. M. T, TAVARES, M.; YURI, V. A. Avaliação de cor e formato</p><p>do fruto em quiabo. Horticultura Brasileira, Brasileira, v.18, suplemento, p.647-648, 2000.</p><p>PINHEIRO, S.M.G.; SILVA,D.F.; OLVIVEIRA, A.N.O.; BARROS, J.R.A.; SILVA, O.P.R.</p><p>Rendimento do quiabo em função de doses de esterco bovino e NPK. In: CONGRESSO</p><p>BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 51. Anais...Viçosa: ABH. 3717-3724. Anais 51º</p><p>Congresso Brasileiro de Olericultura, julho 2011.</p><p>PIRES, A. A.; MONNERAT, H. P.; MARCIANO, C. R.; PINHO, L. G. R.; ZAMPIROLLI,</p><p>P. D.; ROSA, R. C.; MUNIZ, R. A. Efeito da adubação alternativa do maracujazeiro amarelo</p><p>nas características químicas e físicas do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa,</p><p>v. 32, n. 5, p. 1997-2005, 2008.</p><p>PRIMAVESI, A. Manejo Biológico do Solo: A agricultura em regiões tropicais. 8ª ed. São</p><p>Paulo: Nobel, 1989, 541p.il.</p><p>27</p><p>PROCHNOW, A., HEIERMANN, M., PLÖCHL, M., LINKE, B., IDLER, C., AMON, T.,</p><p>HOBBS, P. (2009), Bioenergy from permanent grassland 8 A review: 1. Biogas, Bioresource</p><p>Technology, 100, pp. 4931-4944.</p><p>RODRIGUES, T. M. Produção de crisântemo cultivado em diferentes substratos</p><p>fertirrigados com fósforo, potássio e silício. 2006. 95 f. Tese (Doutorado em Agronomia-</p><p>Fitotecnia)-Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2006.</p><p>SEDIYAMA, M. A. N.; SANTOS, M. R. dos; VIDIGAL, S. M.; SALGADO, L. T.;</p><p>PEDROSA, M. W.; JACOB, L. L. Produtividade e estado nutricional do quiabeiro em função</p><p>da densidade populacional e do biofertilizante suíno. Bragantia, Campinas, v.68, n.4, p.913-</p><p>920, 2009</p><p>SILVA, M.B; COSTA, C. R; COSTA, A, S, V; PREZZOTI, L. 101 Culturas: Manual de</p><p>tecnologias agrícolas. Belo Horizonte – MG: EPAMIG, 2007, p. 653.</p><p>SOUZA, J.L. de. 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Disponível: Erro! A referência de hiperlink</p><p>não é válida.>. Acesso: 20 de julho de 2013.</p>

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