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<p>Anatomia dos Dentes Permanentes e Decíduos</p><p>da Teoria à Prática</p><p>Anatomia dos Dentes Permanentes e</p><p>Decíduos: da Teoria à Prática</p><p>1ª Edição</p><p>Selma Siessere</p><p>Luiz Gustavo de Sousa</p><p>Ligia Maria Napolitano Gonçalves</p><p>Fernando José Dias</p><p>Paulo Batista de Vasconcelos</p><p>Hermano Teixeira Machado</p><p>Chiarella Sforza</p><p>Gianluca Tartaglia</p><p>Marcelo Palinkas</p><p>Saulo Fabrin</p><p>Karina Fittipaldi Bombonato-Prado</p><p>Marisa Semprini</p><p>Simone Cecilio Hallak Regalo</p><p>Departamento de Biologia Básica e Oral da Faculdade de Odontologia de</p><p>Ribeirão Preto – FORP-USP</p><p>Ribeirão Preto</p><p>2020</p><p>Biografia dos Autores</p><p>Selma Siessere Graduada em Odontologia pela Universidade de São</p><p>Paulo (1991), Mestre e Doutora em Reabilitação Oral pela Universidade</p><p>de São Paulo (FORP/USP). Professora Associada 2 do Departamento de</p><p>Biologia Básica e Oral da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto</p><p>da Universidade de São Paulo (FORP/USP). Ribeirão Preto, Brasil.</p><p>Luiz Gustavo de Sousa Graduado em Ciências Biológicas pelo Centro</p><p>Universitário Barão de Mauá (1993). Especialista em Laboratório do</p><p>Departamento de Biologia Básica e Oral da Faculdade de Odontologia</p><p>de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FORP/USP). Ribeirão</p><p>Preto, Brasil.</p><p>Ligia Maria Napolitano Gonçalves Graduada em Odontologia pela</p><p>Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP - 1995), Mestre em</p><p>Odontopediatria (FORP/USP – 2012) e Doutora em Odontologia</p><p>Restauradora (FORP/USP - 2017). Pós-doutoranda do Departamento de</p><p>Biologia Básica e Oral da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto</p><p>da Universidade de São Paulo (FORP/USP). Ribeirão Preto, Brasil.</p><p>Fernando José Dias Graduado em Odontologia pela Universidade de</p><p>São Paulo (FORP/USP - 2006), Mestre em Biologia Oral pela</p><p>Universidade de São Paulo (FORP/USP - 2010) e Doutor em Ciências</p><p>Morfofuncionais pela Universidade de São Paulo (ICB/USP-2014).</p><p>Professor Associado do Departamento de Odontologia Integral Adultos</p><p>da Faculdade de Odontologia da Universidad de La Frontera (UFRO).</p><p>Temuco, Chile.</p><p>Paulo Batista de Vasconcelos Graduado em Ciências Biológicas pelo</p><p>Centro Universitário Barão de Mauá (1993). Especialista em</p><p>Laboratório do Departamento de Biologia Básica e Oral da Faculdade</p><p>de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo</p><p>(FORP/USP). Ribeirão Preto, Brasil.</p><p>Hermano Teixeira Machado Trabalha como fotógrafo profissional</p><p>desde o ano de 1968, e no ano de 1982 foi contratado pela</p><p>Coordenadoria do Campus da USP em Ribeirão Preto, para atender</p><p>todas as unidades de ensino desse Campus, inclusive o Hospital das</p><p>Clínicas, na Seção de Documentação Científica. Em 1992 foi</p><p>transferido para a FORP-USP, local onde presta serviços de fotografia</p><p>e vídeo aos docentes dessa unidade.</p><p>Chiarella Sforza Graduada em Medicina - Università Degli Studi di</p><p>Milano (1986). Obteve seu Mestrado e Doutorado na Università degli</p><p>Studi di Milano (Itália –1986) e sua residência em Medicina do Esporte</p><p>pela mesma universidade (1989). Professora Titular de Anatomia</p><p>Humana no Departamento de Ciências Biomédicas da Saúde da</p><p>Università degli Studi di Milano, Itália.</p><p>Gianluca M. Tartaglia Graduado em Odontologia e Doutor em</p><p>Ciências Morfológicas pela Universidade de Milão (Itália – 1996).</p><p>Professor Adjunto em Odontologia no Departamento de Ciências</p><p>Biomédicas, Cirúrgicas e Odontológicas da Università degli Studi di</p><p>Milano, Itália.</p><p>Marcelo Palinkas Graduado em Odontologia pela Universidade de</p><p>Ribeirão Preto – UNAERP (1992), Mestrado em Biologia Oral</p><p>(FORP/USP), Doutorado em Odontologia Restauradora (FORP/USP).</p><p>Professor nível A da Faculdade Anhanguera de Ribeirão Preto e</p><p>Pesquisador Colaborador do Departamento de Biologia Básica e Oral</p><p>da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São</p><p>Paulo (FORP/USP), Ribeirão Preto, Brasil.</p><p>Saulo Fabrin Graduado em Fisioterapia pelo Claretiano Centro</p><p>Universitário (2016), Mestre em Ciências pela Universidade de São</p><p>Paulo (FMRP/USP). Professor do Curso de Fisioterapia no Claretiano</p><p>Centro Universitário, Unifafibe e Especialização em Fisioterapia</p><p>Cardiorrespiratória da Unaerp. Doutorando do Departamento de</p><p>Biologia Básica e Oral da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto</p><p>da Universidade de São Paulo (FORP/USP). Batatais, Brasil.</p><p>Karina Fittipaldi Bombonato Prado Graduada em Odontologia pela</p><p>Universidade de São Paulo (1995), Mestre e Doutora em Reabilitação</p><p>Oral pela Universidade de São Paulo (FORP/USP). Professora</p><p>Associada 2 do Departamento de Biologia Básica e Oral da Faculdade</p><p>de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo</p><p>(FORP/USP). Ribeirão Preto, Brasil.</p><p>Marisa Semprini Graduada em Odontologia pela Universidade</p><p>Júlio de Mesquita (1984), Mestre e Doutora em Reabilitação Oral</p><p>pela Universidade de São Paulo (FORP/USP). Professora Titular do</p><p>Departamento de Biologia Básica e Oral da Faculdade de</p><p>Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo</p><p>(FORP/USP). Ribeirão Preto, Brasil.</p><p>Simone Cecilio Hallak Regalo Graduada em Odontologia pela</p><p>Universidade Estadual de Londrina (UEL - 1988), Mestre e Doutora</p><p>em Biologia e Patologia Buco-Dental (FOP/UNICAMP). Professora</p><p>Titular do Departamento de Biologia Básica e Oral da Faculdade de</p><p>Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo</p><p>(FORP/USP). Ribeirão Preto, Brasil.</p><p>SIESSERE, Selma</p><p>Anatomia dos Dentes Permanentes e Decíduos: da Teoria à Prática</p><p>_____________________________________________________________</p><p>© Direitos reservados para os Autores - Ribeirão Preto, junho de 2020</p><p>Perse Portal de Publicação: www.perse.com.br</p><p>Projeto Gráfico: Equipe FORP/USP</p><p>Capa: Saulo Fabrin</p><p>Endereço dos Autores: Departamento de Biologia</p><p>Básica e Oral. Laboratório de Anatomia. Av.</p><p>Bandeirantes, 3900 - Monte Alegre Ribeirão Preto-SP,</p><p>Brasil.</p><p>E-mail: selmas@forp.usp.br</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)</p><p>(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)</p><p>Índices para catálogo sistemático:</p><p>1. Anatomia dentária : Ciências médicas 611.314</p><p>Maria Alice Ferreira - Bibliotecária – CRB-8/7964</p><p>Anatomia dos dentes permanentes e decíduos : da</p><p>teoria à prática / [organização] Selma</p><p>Siessere. – São Paulo : Perse, 2020.</p><p>Vários autores.</p><p>Bibliografia</p><p>ISBN 978-65-86045-58-1</p><p>1. Anatomia 2. Dentes. 3. Dentes – Cuidados dentários 4.</p><p>Dentes – Cuidados e higiene – Obras de divulgação 5. Dentes</p><p>decíduos – Anatomia 6. Odontologia I. Siessere, Selma.</p><p>20-38246</p><p>CDD-611.314</p><p>NLM-WU 101</p><p>Prefácio</p><p>Para o estudante de Odontologia a disciplina de Anatomia Dental é de</p><p>fundamental importância para o conhecimento das características</p><p>morfológicas do elemento dental e estruturas adjacentes. Devemos lembrar</p><p>que, para o estudo dos dentes, é importante observar as características</p><p>anatômicas gerais do grupo estudado e as características específicas de cada</p><p>dente, notando assim as semelhanças e diferenças entre eles. Isto facilita o</p><p>estudo da Anatomia Dental e consequentemente o reconhecimento ou a</p><p>identificação dos dentes.</p><p>Na prática, quanto maior o conhecimento da anatomia de cabeça e</p><p>pescoço maior será a habilidade do profissional quanto à utilização de</p><p>técnicas anestésicas, assim como no caso da Anatomia Dental, quanto mais</p><p>conhecimento se tem das características anatômicas dos dentes, maior será a</p><p>habilidade do profissional em devolver a função e estética do paciente. Assim,</p><p>na atividade clínica do cirurgião dentista, independente de sua especialidade,</p><p>este conhecimento faz-se necessário para realização de um bom diagnóstico</p><p>e tratamento de qualquer intervenção, desde a simples avulsão de um</p><p>elemento dental até a cirurgia para a colocação de implante ou ainda, de uma</p><p>simples restauração</p><p>5.10: Face distal do pré-molar superior.</p><p>91</p><p>Os dentes pré-molares geralmente são unirradiculares, com raiz</p><p>geminada e muito achatada no sentido mésio-distal, com sulcos profundos</p><p>quando não bifurcadas.</p><p>Nos dentes superiores é comum a raiz apresentar-se bifurcada, sendo</p><p>uma delas palatina e a outra vestibular, e divergentes. A raiz apresenta-se</p><p>cônica e achatada no sentido mésio-distal e a secção transversal é ovalada,</p><p>em ambas as condições, simples ou bifurcada (Figura 5.11).</p><p>Figura 5.11: Vista proximal da raiz do pré-molar superior.</p><p>5.2 PRIMEIRO PRÉ-MOLAR SUPERIOR</p><p>Coroa</p><p>É o quarto dente do arco relacionando-se pela face mesial com o</p><p>canino e pela face distal com o segundo pré-molar.</p><p>É o mais volumoso do grupo dos pré-molares; sua coroa é achatada</p><p>no sentido mésio-distal, e como já foi dito anteriormente, com forma de um</p><p>cubo ou mesmo de um cilindro, devido à continuidade entre suas faces por</p><p>meio de suas arestas muito arredondadas. A coroa é mais larga próximo à</p><p>92</p><p>margem oclusal e mais estreita ao nível do colo (Figura 5.12). Suas faces</p><p>vestibular e palatina são praticamente paralelas e quando comparada com o</p><p>canino a face vestibular do pré-molar é cerca de 1/4 mais curta. Nas faces</p><p>proximais a maior convexidade encontra-se próximo da margem oclusal. Na</p><p>cavidade bucal, quando observado no sentido vestíbulo-palatino, a coroa</p><p>deste dente mostra-se verticalmente disposta. A cúspide vestibular apresenta-</p><p>se mais volumosa e mais alta que a palatina.</p><p>Figura 5.12: Vista vestibular do primeiro pré-molar superior direito (14).</p><p>Face Vestibular</p><p>É convexa tanto no sentido vertical como no sentido transversal,</p><p>porém a convexidade é sempre mais acentuada no sentido transversal.</p><p>Os sulcos de desenvolvimento, que dividem a coroa em lóbulos são</p><p>pouco visíveis, sendo o lóbulo mediano o de maior volume que se dirige do</p><p>colo à cúspide.</p><p>Quatro margens limitam a face vestibular: a margem cervical</p><p>curvilínea, cuja convexidade está voltada para a raiz; as margens distal e</p><p>mesial são arredondadas e divergentes em direção à margem oclusal; a</p><p>93</p><p>margem oclusal é dupla por apresentar-se dividida pela cúspide em dois</p><p>segmentos: o mesial (aresta transversal mesial) e o distal (aresta transversal</p><p>distal), o que deixa a face vestibular com formato pentagonal (Figura 5.13).</p><p>Figura 5.13: Face vestibular do primeiro pré-molar superior direito</p><p>(14).</p><p>Face Palatina</p><p>Comparada à face vestibular é menor, mais curta, mais estreita e por</p><p>apresentar-se lisa, sem sulcos e lóbulos, com cúspide arredondada e sem</p><p>limites com a face mesial e distal, mostra-se diferente daquela. Apresenta-se</p><p>bastante convexa nos dois sentidos, vertical e transversal. No terço cervical</p><p>apresenta uma bossa palatina; a partir desta saliência a face inclina-se para o</p><p>lado vestibular (Figura 5.14).</p><p>94</p><p>Figura 5.14: Face palatina do primeiro pré-molar superior direito (14).</p><p>Face Mesial</p><p>Pode ser inscrita num quadrilátero alongado no sentido vestíbulo-</p><p>lingual, convexa próximo da margem oclusal, achatada ou mesmo côncava</p><p>junto ao colo, onde se continua com o sulco da raiz. É mais larga do que alta.</p><p>Quatro margens limitam esta face: a margem vestibular, arredondada</p><p>e mais convexa no terço cervical; a margem palatina, mais baixa que a</p><p>margem vestibular, é curvilínea e mais convexa na região cervical; a margem</p><p>cervical é curvilínea e de concavidade voltada para a raiz; a margem oclusal</p><p>tem o formato de acento circunflexo de ápice cortado, por onde passa a crista</p><p>marginal (Figura 5.15).</p><p>Figura 5.15: Face mesial do primeiro pré-molar superior direito (14).</p><p>95</p><p>Face Distal</p><p>A face distal repete a mesma configuração da precedente, porém é</p><p>menor e mais convexa em todos os sentidos e apresenta uma bossa distal mais</p><p>pronunciada no terço oclusal (Figura 5.16).</p><p>Figura 5.16: Face distal do primeiro pré-molar superior direito (14).</p><p>Face Oclusal</p><p>Tem a forma de um trapézio, em consequência da convergência das</p><p>faces mesial e distal em direção à face palatina, com grande base vestibular e</p><p>pequena base palatina. Duas cúspides volumosas emergem dessa superfície,</p><p>e a sensação de desvio da cúspide palatina para o lado mesial, se deve ao fato</p><p>da face mesial ser menos convergente que a face distal no eixo vestíbulo-</p><p>palatino. Essas cúspides mostram-se cada uma como uma pirâmide de base</p><p>quadrangular, com planos inclinados, lados separados por arestas</p><p>arredondadas, ápice aguçado no dente jovem, sendo duas faces</p><p>necessariamente oclusais e as outras duas vestibulares ou linguais de acordo</p><p>com a cúspide observada. Cada cúspide apresenta quatro arestas: duas no</p><p>96</p><p>sentido vestíbulo-lingual (aresta axial vestibular ou palatina e aresta axial</p><p>oclusal) e duas no sentido mésio-distal (aresta transversal mesial e aresta</p><p>transversal distal). O sulco principal mésio-distal, retilíneo, que divide a</p><p>superfície oclusal apresenta-se em posição para-central, deslocado mais para</p><p>a face palatina, o que leva à diferença de tamanho das cúspides, vestibular</p><p>mais volumosa que a palatina. Olhando o dente por uma de suas faces</p><p>proximais observa-se que a cúspide vestibular é mais alta que a cúspide</p><p>palatina. Esse sulco principal tem início e término em duas fossetas</p><p>triangulares, a mesial e distal, e separando essas fossetas das faces proximais</p><p>temos as cristas marginais que nesse dente apresentam-se delgadas. Pode-se</p><p>ainda observar que, do sulco principal partem pequenos sulcos, que sobem</p><p>pelas faces oclusais das cúspides vestibular e palatina (Figuras 5.17 e 5.18).</p><p>Figura 5.17: Face oclusal do primeiro pré-molar superior direito (14).</p><p>97</p><p>Figura 5.18: Face oclusal do primeiro pré-molar superior direito (14).</p><p>Colo</p><p>É sinuoso e irregular, nos lados vestibular e palatino curva-se com</p><p>convexidade voltada para raiz, nos lados mesial e distal, curva-se mais</p><p>suavemente com concavidade voltada para a raiz.</p><p>Raiz</p><p>O primeiro pré-molar superior apresenta-se na maioria das vezes com</p><p>duas raízes. Raízes duplas ou triplas (às vezes duas raízes vestibulares), a</p><p>divisão não é completa, unidas ao nível da base constituem o bulbo radicular.</p><p>Quando única, é muito achatada no sentido mésio-distal, e sua secção é</p><p>ovalada, com as faces laterais marcadas por sulcos profundos. Quando a raiz</p><p>é bifurcada, muito mais frequente, apresenta formato cônico, muito larga no</p><p>98</p><p>sentido vestíbulo-palatino em seu terço cervical (bulbo), dividindo-se em raiz</p><p>vestibular e raiz palatina, sendo a palatina mais volumosa, mais cônica e com</p><p>forte inclinação para o lado palatino. A característica de bifurcação radicular</p><p>é o que diferencia o primeiro pré-molar superior do segundo pré-molar</p><p>superior. A raiz também pode aparecer trifurcada. Nestes casos, a raiz palatina</p><p>conserva-se cônica, enquanto as raízes mésio-vestibular e disto-vestibular</p><p>apresentam-se muito achatadas e delgadas (Figura 5.19).</p><p>Figura 5.19: Vista proximal das raízes do primeiro pré-molar superior</p><p>direito (14).</p><p>5.3 SEGUNDO PRÉ-MOLAR SUPERIOR</p><p>Coroa</p><p>O quinto dente do arco posiciona-se pelo lado distal do primeiro pré-</p><p>molar e mesial do primeiro molar.</p><p>Sua coroa, menor que a do primeiro pré-molar, é também achatada no</p><p>sentido mésio-distal, e com formato de cubo ou mesmo de cilindro, devido à</p><p>continuidade entre suas faces por meio de suas arestas muito arredondadas.</p><p>99</p><p>Muito semelhante ao primeiro pré-molar, além de mostrar-se menor, tem as</p><p>formas mais arredondadas e detalhes de anatomia menos nítidos que este,</p><p>lembrando que os pré-molares superiores têm volume decrescente no sentido</p><p>mésio-distal (Figura 5.20).</p><p>Na cavidade bucal, quando observado no sentido vestíbulo-palatino, a</p><p>coroa deste dente mostra-se verticalmente disposta, e com as cúspides</p><p>semelhantes em tamanho e aproximadamente na mesma</p><p>altura. Observando-</p><p>se por uma das faces proximais, temos a visualização das cúspides num</p><p>mesmo plano, portanto, na mesma altura, e muito semelhantes inclusive em</p><p>tamanho.</p><p>Figura 5.20: Vista vestibular do segundo pré-molar superior direito (15).</p><p>100</p><p>Face Vestibular</p><p>Mesma conformação da face vestibular do primeiro pré-molar, porém</p><p>menor, menos convexa e com as margens mais arredondadas; a margem</p><p>oclusal apresenta a cúspide bem mais arredondada. Esta face é menos</p><p>convexa que a do primeiro pré-molar devido a menor saliência do lóbulo</p><p>mediano (Figura 5.21).</p><p>Figura 5.21: Face vestibular do segundo pré-molar superior direito (15).</p><p>101</p><p>Face Palatina</p><p>Apresenta altura quase igual à face vestibular, característica</p><p>importante, pois a ponta da cúspide palatina apresenta-se, na boca, mais baixa</p><p>que a cúspide vestibular pela inclinação do dente no alvéolo, porém a</p><p>distância cérvico-oclusal é praticamente igual para as duas cúspides. Bastante</p><p>convexa, principalmente no sentido transversal, essa face mostra-se lisa e sem</p><p>limites visíveis com as faces vizinhas (Figura 5.22).</p><p>Figura 5.22: Face palatina do segundo pré-molar superior direito</p><p>(15).</p><p>Face Distal</p><p>Apresenta a forma quadrilátera e é bastante convexa (Figura 5.23).</p><p>102</p><p>Figura 5.23: Face distal do segundo pré-molar superior direito (15).</p><p>Face Mesial</p><p>Também apresenta a forma quadrilátera. É menos convexa e maior</p><p>que a face distal. Junto ao colo esta face é côncava (Figura 5.24).</p><p>Figura 5.24: Face mesial do segundo pré-molar superior direito (15).</p><p>103</p><p>Face Oclusal</p><p>Muito semelhante à face oclusal do primeiro pré-molar, vale apontar</p><p>as diferenças entre esses dois elementos. O sulco principal mésio-distal, aqui</p><p>se apresenta também retilíneo, porém mais central, de tamanho menor e mais</p><p>irregular que o sulco principal do primeiro pré-molar. Estando mais central,</p><p>divide a face de modo que as cúspides tenham volume quase iguais e sejam</p><p>bem semelhantes, e sendo menor faz com que as cristas marginais sejam mais</p><p>espessas (Figura 5.25).</p><p>Figura 5.25: Face oclusal do segundo pré-molar superior direito (15).</p><p>104</p><p>Colo</p><p>É semelhante em tudo ao do primeiro pré-molar superior permanente.</p><p>Raiz</p><p>A raiz é simples na maioria dos segundos pré-molares, mas bem</p><p>sulcada, e achatada no sentido mésio-distal. Este fato é bem evidenciado por</p><p>meio do corte feito na parte média da raiz, que assim assume a forma elíptica</p><p>com o grande eixo no sentido vestíbulo-lingual. Em grande parte das vezes a</p><p>raiz é retilínea, porém pode apresentar variações com encurvamento distal,</p><p>mesial e até mesmo lingual (Figura 5.26).</p><p>Figura 5.26: Vista vestibular da raiz do segundo pré-molar superior direito</p><p>(15).</p><p>5.4 PRIMEIRO PRÉ-MOLAR INFERIOR</p><p>Coroa</p><p>Os pré-molares inferiores são bastante diferentes dos pré-molares</p><p>superiores pelo aspecto mais circular de sua coroa e pela diferença de volume</p><p>das cúspides. O primeiro pré-molar inferior é menor que o segundo pré-molar,</p><p>105</p><p>lembrando que a série é crescente no sentido mésio-distal na arcada inferior.</p><p>A coroa desse dente possui aspecto característico, com a face vestibular</p><p>mostrando-se fortemente inclinada para o lado lingual (Figura 5.27).</p><p>Figura 5.27: Vista vestibular do primeiro pré-molar inferior esquerdo (34).</p><p>Face Vestibular</p><p>A face vestibular pode ser inscrita num pentágono. A cúspide</p><p>vestibular é quase duas vezes mais volumosa que a cúspide lingual. No terço</p><p>cervical percebe-se uma bossa vestibular proeminente e a partir dela, a face</p><p>fica mais plana e muito inclinada para a lingual. Nessa face os sulcos, e os</p><p>segmentos ou lóbulos, são menos visíveis, mas ainda perceptíveis. Sendo</p><p>limitada por quatro margens, a cervical aparece bastante convexa para a raiz,</p><p>a distal mostra-se menor e mais inclinada que a mesial, e a margem oclusal</p><p>ou livre é formada por dois segmentos, sendo o distal maior e mais inclinado</p><p>(Figura 5.28).</p><p>106</p><p>Figura 5.28: Face vestibular do primeiro pré-molar inferior esquerdo (34).</p><p>Face Lingual</p><p>É convexa e bem menor que a vestibular, podendo atrofiar-se tanto</p><p>que chega a transformar-se num cíngulo, em semelhança ao dos dentes</p><p>anteriores, caracterizando a identificação do dente. Nessa face, a bossa lingual</p><p>localiza-se no terço médio (Figura 5.29).</p><p>Figura 5.29: Face lingual do primeiro pré-molar inferior esquerdo (34).</p><p>107</p><p>Faces Proximais</p><p>As faces mesial e distal podem ser inscritas num trapézio irregular</p><p>pela grande inclinação que as margens livres apresentam no sentido da face</p><p>lingual. Nessas faces a bossa fica no terço oclusal e apresentam-se muito</p><p>convergentes para a raiz (Figura 5.30).</p><p>Figura 5.30: Face mesial do primeiro pré-molar inferior esquerdo (34).</p><p>Face oclusal</p><p>Apresenta contorno circular, às vezes oval, com sulco principal mésio-</p><p>distal acentuadamente curvo, de concavidade voltada para o lado vestibular.</p><p>Em posição pára-central, separa a face oclusal em duas cúspides: uma</p><p>vestibular maior e mais nítida, e outra lingual menor, menos desenvolvida,</p><p>chegando a desaparecer, sendo nesses casos substituída por um tubérculo.</p><p>Observa-se com muita frequência a presença de uma ponte de esmalte bem</p><p>visível, unindo as duas cúspides na parte média, modificando o sulco</p><p>principal que se apresentará então como duas fossetas profundas triangulares</p><p>mesial e distal. A cúspide vestibular tem em média o dobro do volume da</p><p>108</p><p>cúspide lingual, o que coloca essa cúspide vestibular em forte inclinação para</p><p>lingual (Figura 5.31).</p><p>Figura 5.31: Face oclusal do primeiro pré-molar inferior esquerdo (34).</p><p>Raiz</p><p>Única na maioria das vezes, a raiz pode ser bífida ou dupla devido ao</p><p>achatamento no sentido mésio-distal, e à presença frequente dos dois sulcos,</p><p>mesial e distal (Figura 5.32). Em corte transversal a raiz apresenta-se com</p><p>formato oval.</p><p>109</p><p>Figura 5.32: Vista mesial da raiz do primeiro pré-molar inferior esquerdo</p><p>(34).</p><p>5.5 SEGUNDO PRÉ-MOLAR INFERIOR</p><p>Coroa</p><p>O segundo pré-molar inferior é mais volumoso do que o primeiro pré-</p><p>molar, com coroa maior. Apresenta menor inclinação da sua face oclusal em</p><p>sentido lingual pelo maior desenvolvimento da cúspide lingual. Sua face</p><p>oclusal apresenta variações devido à conservação dos restos de sua primitiva</p><p>molarização (Figura 5.33).</p><p>110</p><p>Figura 5.33: Vista vestibular do segundo pré-molar inferior esquerdo (35).</p><p>Face Vestibular</p><p>A face vestibular é muito semelhante à do primeiro pré-molar inferior,</p><p>porém mais larga e mais curta. Convexa em todos os sentidos, de forma</p><p>pentagonal, com a margem livre menos aguda e mais baixa (Figura 5.34).</p><p>Figura 5.34: Face vestibular do segundo pré-molar inferior esquerdo (35).</p><p>111</p><p>Face Lingual</p><p>A face lingual é menor e mais convexa que a vestibular, apresentando</p><p>variações de acordo com o número de cúspides, ou seja, uma ou duas cúspides</p><p>linguais. Quando esta face apresenta uma única cúspide, a margem livre</p><p>mostra uma única ponta muito arredondada. Quando apresenta duas cúspides,</p><p>a margem livre é subdividida por um pequeno sulco divisório originário da</p><p>face oclusal, em dois segmentos: mesial (mais volumoso) e distal (ou disto-</p><p>lingual). Apresenta a bossa lingual no terço médio (Figura 5.35).</p><p>Figura 5.35: Face lingual do segundo pré-molar inferior esquerdo (35).</p><p>112</p><p>Faces Proximais</p><p>As faces mesial e distal são quadriláteras, mais altas do que largas.</p><p>Apresentam-se convexas em todos os sentidos e côncavas junto ao colo.</p><p>Mostram bossa pronunciada próximo da face oclusal (Figura 5.36).</p><p>Figura 5.36: Face mesial do segundo pré-molar inferior esquerdo (35).</p><p>Face oclusal</p><p>Esta face apresenta um contorno circular (quando bicuspidados) ou</p><p>quadrilátero (dente tricuspidado).</p><p>No conjunto essa face apresenta-se oblíqua</p><p>para baixo no sentido vestíbulo-lingual. O sulco principal mésio-distal é bem</p><p>visível, curvo ou em formato semilunar de concavidade voltada para o lado</p><p>vestibular. Apresenta-se em posição pára-central com início e término em</p><p>113</p><p>duas fossetas proximais triangulares, e se for único, o dente é bicuspidado</p><p>(Figura 5.37). Quando aparece outro sulco perpendicular a este em sentido à</p><p>face lingual do dente, este se torna tricuspidado (cúspides vestibular, mésio-</p><p>lingual e disto-lingual).</p><p>Figura 5.37: Face oclusal do segundo pré-molar inferior esquerdo</p><p>bicuspidado (35).</p><p>114</p><p>Raiz</p><p>Única, na maioria das vezes, achatada no sentido mésio-distal,</p><p>apresenta-se mais cônica e mais alargada que a raiz do primeiro pré-molar</p><p>inferior. Sulcos quando presentes são menos evidentes e divisões apicais são</p><p>raras (Figura 5.38).</p><p>Figura 5.38: Vista vestibular da raiz do segundo pré-molar inferior</p><p>esquerdo (35).</p><p>115</p><p>CAPÍTULO 6 - DENTES MOLARES</p><p>6.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES MOLARES</p><p>PERMANENTES</p><p>Os dentes molares são assim denominados devido a sua função, ou</p><p>seja, a de moer ou triturar os alimentos. Também possuem a função de apoiar</p><p>as paredes laterais da boca (bochecha).</p><p>São os dentes mais complexos, em número de doze, sendo seis para</p><p>cada arco. Situados ao lado distal dos pré-molares, são designados, segundo</p><p>o lugar que ocupam no arco, e no sentido mésio-distal, de primeiro, segundo</p><p>e terceiro molares, representando, respectivamente o sexto, sétimo e oitavo</p><p>dentes.</p><p>A coroa é volumosa tanto nos molares superiores quanto nos</p><p>inferiores, sendo que os molares superiores são suportados por três raízes e</p><p>os inferiores por duas. Nos molares superiores a coroa é alargada no sentido</p><p>vestíbulo-palatino; nos molares inferiores a coroa é alargada no sentido</p><p>mésio-distal (Figura 6.1). Na espécie humana, o volume dos molares é</p><p>decrescente no sentido mésio-distal.</p><p>Figura 6.1: Vista vestibular do molar superior.</p><p>116</p><p>6.2 MOLARES SUPERIORES – MORFOLOGIA GERAL</p><p>Os molares superiores são em número de seis, três para cada hemi-</p><p>arco. Apresentam volume decrescente no sentido mésio-distal, e distinguem-</p><p>se em primeiro, segundo e terceiro molares.</p><p>A forma da coroa é irregularmente cúbica e quando vista pela face</p><p>oclusal pode ser inscrita num paralelogramo. As margens mesial e distal são</p><p>quase paralelas. As dimensões da coroa são sempre maiores no sentido</p><p>vestíbulo-palatino do que no sentido mésio-distal. As faces proximais,</p><p>vestibular e palatina são bastante convergentes para a raiz, ocasionando um</p><p>maior estrangulamento do colo, ainda mais acentuado pela grande</p><p>divergência das raízes.</p><p>A face vestibular é trapezoidal cujo lado maior corresponde à margem</p><p>oclusal. Esta face é mais larga do que alta, quase duas vezes mais larga que</p><p>o pré-molar (Figura 6.2).</p><p>Figura 6.2: Face vestibular do molar superior.</p><p>117</p><p>É convexa tanto no sentido vertical como no sentido horizontal. Nesta</p><p>encontramos um sulco que separa a face em dois lóbulos, sendo o mésio-</p><p>vestibular o mais volumoso. É limitada por quatro margens mais ou menos</p><p>arredondadas e mais ou menos nítidas: a margem cervical, curvilínea, de</p><p>convexidade voltada para a raiz; a margem oclusal é em forma de V invertido,</p><p>as margens mesial e distal são divergentes para a margem oclusal, mais ou</p><p>menos arredondadas e continuam-se sem limites precisos com as faces mesial</p><p>e distal. No encontro das várias margens formam-se ângulos diedros e</p><p>triedros, sempre arredondados, dos quais o ângulo distal e o mesial são os</p><p>mais característicos (Figura 6.3).</p><p>Figura 6.3: Face vestibular do molar superior.</p><p>118</p><p>A face palatina tem conformação parecida com a face vestibular, mas</p><p>possui mais convexidade e tem dimensões menores. Esta regra somente não</p><p>é considerada para o primeiro molar superior, pois a face palatina deste dente</p><p>é maior que a vestibular. Possui um sulco curvilíneo chamado de palatino que</p><p>se estende da margem oclusal até o terço médio desta face não terminando</p><p>em fosseta triangular. Este sulco divide as cúspides mésio-palatina da disto-</p><p>palatina e divide a face palatina em duas porções com volumes diferentes das</p><p>quais a mesial é a mais volumosa. A margem cervical é curvilínea com</p><p>convexidade voltada para a raiz; a margem oclusal é mais irregular que a da</p><p>face vestibular, e dividida em duas porções pelo sulco palatino que</p><p>correspondem às duas cúspides palatinas (Figura 6.4); as margens proximais</p><p>são bastante parecidas com as da face vestibular convergindo sempre para a</p><p>raiz, podendo ser invadidas pelo sulco intercuspídico.</p><p>Figura 6.4: Face palatina do molar superior.</p><p>119</p><p>A face mesial é mais larga do que alta, convexa até a região do colo</p><p>onde se apresenta escavada. Possui a forma de um trapézio com base maior</p><p>voltada para a cervical (Figura 6.5). A margem cervical é a maior desta face,</p><p>apresentando dois segmentos curvos de concavidade radicular. A margem</p><p>vestibular é convexa, porém, não tanto quanto a margem palatina. A margem</p><p>oclusal é composta pela crista marginal e suas extremidades são as porções</p><p>proximais das cúspides vestibular e palatina</p><p>Figura 6.5: Face mesial do molar superior.</p><p>A face distal tem conformações parecidas com a face mesial, porém é</p><p>mais convexa e de dimensões menores (Figura 6.6).</p><p>Figura 6.6: Face distal do molar superior.</p><p>120</p><p>A face oclusal ou livre é a mais rica em detalhes anatômicos, as</p><p>margens proximais têm dimensões maiores que as margens vestibular e</p><p>palatina, com exceção do primeiro molar que tem a margem palatina maior</p><p>que as proximais. É composta de cúspides, sulcos principais e secundários,</p><p>fóssulas, arestas, cristas marginais e ponte de esmalte (Figura 6.7).</p><p>Cúspides</p><p>Alguns segundos e terceiros molares superiores possuem somente três</p><p>cúspides das quais duas se concentram na vestibular e uma na palatina, sendo</p><p>esta última simples. Mas os molares superiores em geral possuem quatro</p><p>cúspides, das quais duas são vestibulares e duas palatinas. Geralmente a</p><p>cúspide mésio-vestibular possui o maior volume das quatro. Cada cúspide</p><p>tem a forma de uma pirâmide quadrangular composta de quatro faces, um</p><p>ápice, quatro arestas, quatro ângulos triedros, e oito ângulos diedros. Sempre</p><p>dois dos planos inclinados que formam as faces da pirâmide são oclusais e os</p><p>outros dois se localizam nas faces vestibulares e palatinas. Ainda podemos</p><p>encontrar o tubérculo anômalo, cuja denominação antiga era “Tubérculo de</p><p>Carabelli”, desenvolvido a partir da cúspide mésio-palatina, comumente</p><p>encontrado no primeiro molar superior.</p><p>Fóssulas e sulcos</p><p>A união das cúspides lado a lado formam os sulcos e as fóssulas,</p><p>dependendo do posicionamento das cúspides é aonde vão se localizar os</p><p>sulcos e fóssulas. Mas como as cúspides têm uma disposição parecida nos</p><p>molares superiores os sulcos geralmente possuem o mesmo posicionamento</p><p>e conformação. Em média os primeiros molares possuem um sulco principal</p><p>mésio-distal que divide as cúspides vestibulares das palatinas, se estendendo</p><p>121</p><p>da crista marginal mesial até a crista marginal distal e suas extremidades são</p><p>marcadas por fóssulas. Os outros sulcos mais importantes partem deste sulco</p><p>principal e se dirigem ou para a face vestibular, como é o caso do sulco</p><p>vestíbulo-oclusal que divide as cúspides vestibulares percorrendo o trajeto</p><p>que parte de uma fóssula central, formada a partir do encontro destes dois</p><p>sulcos, e percorre quase retilineamente em direção à face vestibular se</p><p>estendendo até o terço médio desta face, e também o sulco disto-palatino que</p><p>se inicia em uma fóssula resultante da união deste sulco ao sulco principal e</p><p>percorre uma direção à face palatina sempre posicionada na porção distal da</p><p>face oclusal.</p><p>Além destes sulcos percebemos a presença de sulcos secundários</p><p>e terciários.</p><p>Cristas marginais</p><p>As duas cristas marginais são dispostas nos extremos distais e mesiais</p><p>unindo as cúspides vestibulares às cúspides palatinas.</p><p>Ponte de esmalte</p><p>É uma formação resultante do encontro das arestas axiais e planos</p><p>inclinados das cúspides disto-vestibular e mésio-palatina ligeiramente</p><p>interrompida pelo sulco principal, geralmente disposta em diagonal. Em geral</p><p>está bastante marcada nos primeiros molares superiores em função do volume</p><p>mais acentuado e da evidência destas cúspides nestes dentes.</p><p>122</p><p>Figura 6.7: Face oclusal do molar superior.</p><p>Raízes</p><p>Geralmente os molares superiores possuem três raízes, divergentes ou</p><p>fusionadas. Duas raízes são localizadas na vestibular e uma das raízes é</p><p>localizada na região palatina. A raiz palatina é a mais volumosa e a mais longa</p><p>de todas, geralmente curvada para a vestibular, a raiz mésio-vestibular é a</p><p>mais volumosa das vestibulares e a que esta mais sujeita aos desvios e</p><p>curvaturas, a raiz disto-vestibular geralmente é a mais achatada, mais curta e</p><p>reta (Figuras 6.8 e 6.9).</p><p>123</p><p>Figura 6.8: Vista vestibular das raízes do molar superior.</p><p>Figura 6.9: Vista palatina das raízes do molar superior.</p><p>6.3 PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR</p><p>A forma da coroa do primeiro molar superior é de um cubo com base</p><p>larga, portanto, a coroa deste dente tem as distâncias vestíbulo-palatina e</p><p>mésio-distal maiores que a distância cérvico-oclusal. Em média, é um dente</p><p>maior que o segundo molar adjacente a ele, inclusive é o mais volumoso do</p><p>arco superior (Figura 6.10).</p><p>124</p><p>Figura 6.10: Vista vestibular do primeiro molar superior direito (16).</p><p>Coroa</p><p>Face vestibular: Tem a forma que lembra um trapézio com a base mais</p><p>larga voltada para a oclusal, mas com todas as suas arestas convexas (Figura</p><p>6.11).</p><p>Figura 6.11: Face vestibular do primeiro molar superior direito (16).</p><p>Esta face é delimitada por quatro margens; uma margem cervical</p><p>formada por duas linhas curvadas suavemente com convexidade voltada para</p><p>a raiz do dente, originadas da divisão das duas raízes vestibulares; duas</p><p>125</p><p>margens proximais mesial e distal com direção bastante convergente para a</p><p>raiz, das quais a mesial é a maior e a menos inclinada; a margem oclusal que</p><p>tem a forma de dois picos em “V” cujas extremidades muitas vezes</p><p>pontiagudas são as porções vestibulares das cúspides vestibulares. Desta</p><p>forma, a porção oclusal desta face é dividida em dois lobos, o mesial maior</p><p>que o distal, e estes lobos são formados justamente pela existência de um</p><p>sulco vestibular que nunca atinge a margem cervical em extensão (Figura</p><p>6.12). Este dente possui mais uma particularidade que o torna único e</p><p>complexo, a sua face vestibular é menor em extensão que a face palatina,</p><p>conceito que contraria o princípio adotado em todos os outros dentes.</p><p>Figura 6.12: Face vestibular do primeiro molar superior direito (16).</p><p>126</p><p>Face Palatina: Esta face tem sua convexidade mais acentuada que a</p><p>face vestibular, mas também possui a forma de um trapézio com base mais</p><p>larga voltada para a oclusal. Também possui um sulco palatino que dá origem</p><p>a dois lobos, dos quais o lobo mesial é bem mais volumoso que o distal. As</p><p>margens proximais são convergentes para a raiz sendo a distal mais</p><p>arredondada e menor que a mesial (Figura 6.13). Esta face possui em sua</p><p>maioria a presença do tubérculo anômalo, que se localiza em altura no terço</p><p>médio desta face e em largura na direção da cúspide mesial (Figura 6.14).</p><p>Algumas vezes este tubérculo se reduz a uma simples depressão nesta região;</p><p>várias teorias foram lançadas com a finalidade de descobrir a causa da</p><p>formação deste tubérculo, mas o que se tem certeza é de que é uma formação</p><p>que favorece a mastigação por aumentar a área de contato da face oclusal e</p><p>que pelas mudanças nos hábitos alimentares dos seres humanos, pode ser que</p><p>ele desapareça da anatomia dos primeiros molares superiores.</p><p>Figura 6.13: Face palatina do primeiro molar superior direito (16).</p><p>127</p><p>Figura 6.14: Tubérculo anômalo na cúspide mésio-palatina do primeiro</p><p>molar superior direito (16).</p><p>Face mesial: irregularmente trapezoidal, é a face mais larga, tem a</p><p>margem oclusal marcada por uma concavidade central e a margem cervical</p><p>composta por duas linhas convexas para a oclusal das quais sua união é</p><p>originada pela separação das raízes vestibular e palatina. A margem vestibular</p><p>é mais plana no terço oclusal e no médio e convexa no terço cervical, já a</p><p>margem palatina é mais curva e convexa, de dimensões menores que a</p><p>vestibular (Figura 6.15).</p><p>128</p><p>Figura 6.15: Face mesial do primeiro molar superior direito (16).</p><p>Face distal: apresenta forma semelhante a da face mesial, porém é de</p><p>menor tamanho e mais convexa.</p><p>Face oclusal: Tem a forma um trapézio irregular, visto de frente esta</p><p>face apresenta a parte maior do trapézio voltada para o lado palatino, contrário</p><p>ao que acontece nos outros dentes (Figura 6.16).</p><p>129</p><p>Figura 6.16: Face oclusal do primeiro molar superior direito (16).</p><p>É formada por quatro cúspides, mésio-vestibular, mésio-palatina,</p><p>disto-vestibular e disto-palatina. A continuidade das cúspides mésio-palatina</p><p>e disto-vestibular constituem a ponte de esmalte. As cúspides do primeiro</p><p>molar superior possuem volumes variados, das quais a cúspide mésio-palatina</p><p>é a mais volumosa e por consequência a disto-palatina é a menor. A redução</p><p>da cúspide disto-palatina é um indício de evolução, pois em alguns casos ela</p><p>se reduz a um pequeno tubérculo, no segundo molar ela fica ainda menor e</p><p>no terceiro molar ela quase sempre não existe. Com exceção desta cúspide as</p><p>outras apresentam planos inclinados oclusais delimitados por arestas axiais</p><p>bem marcadas que têm origem nas pontas destas cúspides e se dirigem</p><p>obliquamente para os sulcos intercuspídicos. Na superfície dos planos ou</p><p>130</p><p>vertentes oclusais se encontram sulcos ou pelo menos depressões que</p><p>enriquecem ainda mais a anatomia desta face (Figura 6.17).</p><p>Figura 6.17: Face oclusal do primeiro molar superior direito (16).</p><p>Os sulcos intercúspidicos que separam as quatro cúspides do primeiro</p><p>molar superior apresentam a forma de um H muito irregular. O sulco</p><p>intercuspídico vestíbulo-oclusal separa as duas cúspides vestibulares, parte de</p><p>uma fosseta oclusal e termina em uma pequena fosseta vestibular no terço</p><p>oclusal da face vestibular do dente; o sulco mésio-central separa a cúspide</p><p>mésio-vestibular da mésio-palatina possui uma trajetória que se origina na</p><p>fosseta central e termina na fosseta triangular mesial. O sulco intercuspídico</p><p>131</p><p>vestíbulo-oclusal e o mésio-central constituem uma haste vertical do H. O</p><p>sulco intercuspídico disto-palatino apresenta uma curva de concavidade</p><p>distal. Este representa a outra haste vertical do H. Este sulco separa a cúspide</p><p>disto palatina da ponte de esmalte e se origina em uma fosseta triangular distal</p><p>e termina em direção oblíqua na face palatina. Outro sulco raso,</p><p>frequentemente pouco marcado, que é interrompido pela ponte de esmalte,</p><p>separa as fossetas central e distal, constitui a haste horizontal do H (Figura</p><p>6.18).</p><p>Figura 6.18: Face oclusal do primeiro molar superior direito (16).</p><p>132</p><p>Colo</p><p>Nas faces proximais é ligeiramente curvo com concavidade voltada</p><p>para a raiz e nas faces vestibular e palatina é aproximadamente horizontal</p><p>(Figuras. 6.19 e 6.20).</p><p>Figura 6.19: Face mesial do primeiro molar superior direito (16).</p><p>Figura 6.20: Face vestibular do primeiro molar superior direito (16).</p><p>133</p><p>Raízes</p><p>Como já citado anteriormente, este dente possui três raízes bem</p><p>distintas das quais duas são vestibulares e uma</p><p>palatina. A raiz palatina é a</p><p>mais volumosa, tem forma cônica, secção transversal circular, e é inclinada</p><p>para a palatina. Já as raízes vestibulares são bem menos volumosas, possuem</p><p>um achatamento mésio-distal acentuado, das quais a raiz mésio-vestibular é</p><p>a mais volumosa e a mais achatada. As raízes vestibulares possuem forma de</p><p>triângulo e se ocorrerem desvios no trajeto de alguma das raízes, ele ocorre</p><p>com mais frequência nestas raízes vestibulares e são mais concentrados no</p><p>terço apical (Figuras. 6.21 e 6.22).</p><p>Figura 6.21: Vista palatina das raízes do primeiro molar superior direito</p><p>(16).</p><p>134</p><p>Figura 6.22: Vista vestibular das raízes do primeiro molar superior direito</p><p>(16).</p><p>6.4 SEGUNDO MOLAR SUPERIOR</p><p>Coroa</p><p>É um dente que possui variações de forma em função da evolução do</p><p>ser humano: algumas pessoas ainda possuem este dente com a forma idêntica</p><p>a do primeiro molar superior somente com variação do tamanho que é</p><p>diminuído; outras possuem uma das variações de forma deste dente que</p><p>consiste em ter três cúspides em função da eliminação da cúspide disto-</p><p>palatina; enquanto outras possuem ainda uma terceira variação que consiste</p><p>em um achatamento muito forte do sentido mésio-palatino para o sentido</p><p>135</p><p>disto-vestibular distorcendo a forma de um segundo molar típico (Figura</p><p>6.23).</p><p>Figura 6.23: Vista vestibular do segundo molar superior direito (17).</p><p>Face vestibular: Possui a mesma conformação da face vestibular do</p><p>primeiro molar superior, ou seja, apresenta forma trapezoidal com diminuição</p><p>nas dimensões e com convexidade um pouco mais acentuada (Figura 6.24).</p><p>Nas coroas mais achatadas ou de compressão, esta face não apresenta sulco</p><p>interlobar e sim uma saliência ou crista arredondada.</p><p>Figura 6.24: Face vestibular do segundo molar superior direito (17).</p><p>136</p><p>Face palatina: Também possui a mesma configuração da face palatina</p><p>do primeiro molar superior (forma de trapézio). A cúspide disto-palatina se</p><p>reduz a um pequeno tubérculo, possui convexidade bem mais acentuada que</p><p>a face palatina do primeiro molar superior. O tubérculo anômalo raramente</p><p>está presente nesta face do segundo molar superior (Figura 6.25).</p><p>Figura 6.25: Face palatina do segundo molar superior direito (17).</p><p>Faces proximais: possuem o mesmo modelo das faces proximais do</p><p>primeiro molar superior com algumas particularidades, sendo menores e mais</p><p>frequentemente invadidas pelo sulco oclusal principal (Figura 6.26).</p><p>137</p><p>Figura 6.26: Face mesial do segundo molar superior direito (17).</p><p>Face oclusal: tem o mesmo formato e anatomia do primeiro molar</p><p>superior, mas é modificada em função das variações que o segundo molar</p><p>sofre como já citadas anteriormente. A forma tricuspidada é a mais comum</p><p>de todas com incidência de 50% aproximadamente; nesta variação ocorre o</p><p>deslocamento para distal da cúspide mésio-palatina e a continuidade do sulco</p><p>oclusal principal da fosseta mesial para a fosseta distal. Na forma</p><p>tetracuspidada, com incidência de ocorrência de 30 a 40%, a forma da face</p><p>oclusal é idêntica a forma da face oclusal do primeiro molar superior, com</p><p>exceção da ponte de esmalte, que normalmente não está presente e do menor</p><p>volume da cúspide disto-palatina (Figura 6.27). Na forma achatada ou de</p><p>compressão, com incidência de 10%, torna confusa a interpretação da forma</p><p>138</p><p>das cúspides e do posicionamento dos sulcos. Em qualquer uma das formas</p><p>as cristas marginais estão sempre presentes e bem marcadas.</p><p>Figura 6.27: Face oclusal do segundo molar superior direito (17).</p><p>Colo</p><p>É semelhante ao do primeiro molar, porém mais achatado mésio-</p><p>distalmente.</p><p>Raízes</p><p>São parecidas com as do primeiro molar superior, mas tem menos</p><p>incidência de se inclinarem e se curvarem. Existe uma tendência à fusão das</p><p>raízes mésio-vestibular e palatina (Figuras 6.28 e 6.29).</p><p>139</p><p>Figura 6.28: Vista vestibular das raízes do segundo molar superior direito</p><p>(17).</p><p>Figura 6.29: Vista palatina das raízes do segundo molar superior direito</p><p>(17).</p><p>140</p><p>6.5. TERCEIRO MOLAR SUPERIOR</p><p>Coroa</p><p>Pode ser considerado o dente que mais apresenta variações de forma</p><p>de todos os outros. Encontra-se terceiros molares com até quatro cúspides</p><p>enquanto também é constante a presença de terceiros molares conoides, ou</p><p>seja, constituídos simplesmente por uma única cúspide (Figura 6.30).</p><p>Figura 6.30: Vista vestibular do terceiro molar superior direito (18).</p><p>Face vestibular: Possui as mesmas características das faces</p><p>vestibulares dos outros dois molares apresentados (forma de um trapézio de</p><p>maior lado para a oclusal) (Figura 6.31).</p><p>Figura 6.31: Face vestibular do terceiro molar superior direito (18).</p><p>141</p><p>Face palatina: É uma face bastante convexa, de tamanho menor que a</p><p>vestibular e possui as mesmas características da face palatina do segundo</p><p>molar (Figura 6.32).</p><p>Figura 6.32: Face palatina do terceiro molar superior direito (18).</p><p>Faces proximais: A face distal é bem menor e mais convexa que a</p><p>mesial, mas ambas têm as mesmas configurações das faces proximais dos</p><p>primeiros molares (forma trapezoidal) com redução de suas dimensões</p><p>(Figura 6.33).</p><p>Figura 6.33: Face mesial do terceiro molar superior direito (18).</p><p>142</p><p>Face oclusal: Apresenta grandes variações na sua forma, podendo ser:</p><p>como a face oclusal do primeiro molar; como as faces oclusais do segundo</p><p>molar (tetracuspidado com cúspide disto-palatina reduzida; tricuspidada ou</p><p>comprimida); bicuspidada como a face oclusal do pré-molar; achatada mésio-</p><p>distalmente com uma fosseta central, de onde partem inúmeros sulcos e, além</p><p>disso, pode ser cônica e pequena (Figura 6.34).</p><p>Figura 6.34: Face oclusal do terceiro molar superior direito (18).</p><p>143</p><p>Colo</p><p>É bastante achatado no sentido mésio-distal.</p><p>Raízes</p><p>Geralmente as raízes se apresentam fusionadas e o número pode variar</p><p>desde uma única raiz até cinco ou mais raízes. Também podem estar isoladas</p><p>(Figuras 6.35 e 6.36).</p><p>Figura 6.35: Vista vestibular das raízes do terceiro molar superior direito</p><p>(18).</p><p>144</p><p>6.6 MOLARES INFERIORES – MORFOLOGIA GERAL</p><p>São dentes que possuem uma coroa cúbica, mas irregular e varia esta</p><p>forma quando o dente apresenta anomalia, problema mais frequente nos</p><p>terceiros molares. A coroa destes dentes é mais larga no sentido mésio-distal</p><p>que no sentido vestíbulo-lingual (Figura 6.37).</p><p>Figura 6.37: Vista vestibular do molar inferior.</p><p>A face vestibular tem a forma de um trapézio irregular cujo lado maior</p><p>é o oclusal. Possui convexidade em todas as direções, mas com ênfase nesta</p><p>característica no terço cervical desta face (Figura 6.38).</p><p>Figura 6.38: Face vestibular do molar inferior.</p><p>145</p><p>É muito inclinada para a lingual e possui sulcos que se originam na</p><p>face oclusal e terminam no terço médio da face vestibular. A margem cervical</p><p>é muito semelhante a dos molares superiores, as margens proximais são</p><p>convergentes para a raiz e arredondadas, a margem oclusal também tem</p><p>morfologia semelhante à dos molares superiores apresentando duas incisuras,</p><p>ao invés de uma como no molar superior, no seu contorno para acompanhar</p><p>as arestas das três cúspides vestibulares (Figura 6.39).</p><p>Figura 6.39: Face vestibular do molar inferior.</p><p>A face lingual tem características bastante semelhantes à face</p><p>vestibular, porém é menor e bem mais convexa. Assim como a face</p><p>vestibular, esta face também é inclinada para a lingual, mas em menor grau.</p><p>A margem oclusal possui uma única incisura provocada pela invaginação do</p><p>sulco ocluso-lingual (Figura 6.40).</p><p>146</p><p>Figura 6.40: Face lingual do molar inferior.</p><p>As faces proximais são trapezoidais e têm como maior lado a região</p><p>cervical. São convexas em todos os sentidos, porém suavemente escavadas</p><p>próximo ao colo. A margem vestibular tem o terço cervical bastante convexo</p><p>e o terço oclusal e médio chegam a ser planos e bastante inclinados para a</p><p>lingual. A margem lingual é inclinada para a lingual e mais convexa que a</p><p>vestibular. A margem oclusal tem uma conformação de V com braços bem</p><p>abertos e as pontas deste “V” formam as extremidades proximais das cúspides</p><p>vestibulares e linguais. A face mesial é um pouco maior e menos convexa que</p><p>a face distal. Estas faces podem ser invadidas por sulcos principais ou</p><p>secundários originários da face oclusal (Figuras 6.41 e 6.42).</p><p>147</p><p>Figura 6.41: Face mesial do molar inferior.</p><p>Figura 6.42: Face mesial do molar inferior.</p><p>148</p><p>A face oclusal tem também a forma de um trapézio de grande lado</p><p>vestibular, mas sempre com as margens vestibular e lingual maiores que as</p><p>margens proximais (Figura 6.43).</p><p>Figura 6.43: Face oclusal do molar inferior.</p><p>Cúspides</p><p>São em número de quatro ou cinco cúspides, sendo a menor a disto-</p><p>vestibular. Quando o molar inferior possui cinco cúspides, três são voltadas</p><p>para a face vestibular e duas para a face lingual. Assim como descrito nos</p><p>molares superiores as cúspides formam os sulcos (Figura 6.44).</p><p>Sulcos e fóssulas</p><p>Este grupo de dentes também possui um sulco principal ou mésio-</p><p>distal que se inicia e termina em fóssulas triangulares mesiais e distais. Este</p><p>sulco é um pouco mais sinuoso em função do número de cúspides que este</p><p>dente possui, quanto maior o número de cúspides maior a sinuosidade deste</p><p>sulco. Deste sulco principal partem os sulcos que tomam direção para a</p><p>149</p><p>vestibular e que irão separar as cúspides vestibulares e os sulcos que tomam</p><p>direção para a lingual e que irão separar as cúspides linguais. No encontro</p><p>destes sulcos com o sulco principal se formam fóssulas triangulares que</p><p>também dão a característica topográfica da face oclusal deste dente (Figura</p><p>6.44).</p><p>Figura 6.44: Face oclusal do molar inferior.</p><p>Colo</p><p>O colo destes dentes apresenta as mesmas características dos molares</p><p>superiores.</p><p>150</p><p>Raízes</p><p>Estão em número de duas, uma posicionada na mesial e outra na distal.</p><p>São achatadas no sentido mésio-distal e alargadas no sentido vestíbulo-</p><p>lingual. A raiz distal é menos volumosa e elas podem ser retilíneas,</p><p>divergentes ou convergentes (Figura 6.45). Nas faces proximais são</p><p>observados sulcos mais ou menos profundos que podem conduzir até a</p><p>divisão da raiz.</p><p>Figura 6.45: Vista vestibular das raízes do molar inferior.</p><p>6.7 PRIMEIRO MOLAR INFERIOR</p><p>Coroa</p><p>É o dente mais volumoso da dentição humana, geralmente possui</p><p>cinco cúspides. É o dente com a anatomia coronária mais complexa, em</p><p>151</p><p>especial a face oclusal. A coroa deste dente tem a altura menor que a largura</p><p>vestíbulo-lingual e estas duas dimensões são menores que a largura mésio-</p><p>distal (Figura 6.46).</p><p>Figura 6.46: Vista vestibular do primeiro molar inferior esquerdo (36).</p><p>Face vestibular: Tem o formato de um trapézio com base maior</p><p>voltada para a oclusal (Figura 6.47).</p><p>Figura 6.47: Face vestibular do primeiro molar inferior esquerdo</p><p>(36).</p><p>O terço cervical desta face é o que apresenta maior nível de</p><p>convexidade, enquanto os outros dois terços apresentam pouca convexidade</p><p>152</p><p>tornando estas porções quase planas. Ela apresenta dois sulcos que dividem a</p><p>porção oclusal desta face em três porções; uma mesial a mais volumosa</p><p>formando o lobo mesial, uma média que recebe a denominação de lobo</p><p>mediano e uma distal, formando o lobo distal, com o menor volume das três.</p><p>O sulco mesial divide o lobo mesial do mediano, percorre a face vestibular</p><p>desde a margem oclusal até o terço médio da face vestibular terminando em</p><p>uma fóssula triangular. O sulco distal ou disto-vestibular que é bem menor</p><p>em extensão, menos profundo e nunca termina em fóssula como o sulco</p><p>mesial (Figura 6.48).</p><p>Figura 6.48: Face vestibular do primeiro molar inferior esquerdo (36).</p><p>153</p><p>Esta face é delimitada por quatro margens:</p><p>A margem oclusal ou livre é a mais complexa, pois recebe os</p><p>contornos das arestas vestibulares das três cúspides vestibulares que este</p><p>dente possui; a sua porção mesial é a maior em comprimento e se estende até</p><p>aproximadamente a porção mediana da face vestibular quando se fala do</p><p>sentido mésio-distal. Esta margem sofre incisura profunda de ambos os sulcos</p><p>vestíbulo-mesial e vestíbulo-distal.</p><p>A margem distal e mesial são praticamente planas até o terço oclusal</p><p>onde se tornam bastante convexas. Entre as duas margens proximais, a</p><p>margem mesial é maior que a distal.</p><p>A margem cervical é mais curta que a margem oclusal, possui</p><p>ondulações no seu contorno, é em semicírculo com concavidade voltada para</p><p>a coroa e possui um prolongamento na sua porção mediana que tende a se</p><p>estender para as raízes (Figura 6.49).</p><p>Figura 6.49: Face vestibular do primeiro molar inferior esquerdo (36).</p><p>154</p><p>Face lingual: É semelhante a face vestibular, de forma também</p><p>trapezoidal, mas possui convexidade maior e possui um sulco raso que se</p><p>origina da face oclusal e corta esta face, sem terminar em fóssula. É</p><p>delimitada por quatro margens: margem oclusal com o contorno das arestas</p><p>das duas cúspides linguais formando o limite superior dos dois lobos</p><p>existentes nesta face lingual e que dão corpo às cúspides linguais das quais a</p><p>mesial é a maior, a margem cervical é de contorno menos sinuoso que o</p><p>contorno desta margem da face vestibular e as margens proximais são bem</p><p>parecidas com estas mesmas margens da face vestibular (Figura 6.50).</p><p>Figura 6.50: Face lingual do primeiro molar inferior esquerdo (36).</p><p>Faces proximais: A face mesial é plana e ligeiramente côncava no</p><p>terço cervical, é muito convexa no terço oclusal. A margem oclusal que</p><p>delimita esta face tem a forma de um V com porção vestibular maior que a</p><p>lingual. A margem vestibular é quase plana no terço oclusal e muito convexa</p><p>no terço cervical. A margem lingual desta face é suavemente convexa em</p><p>155</p><p>quase toda sua extensão e inclinada para o lado lingual. A margem cervical é</p><p>curva de concavidade voltada para a raiz (Figura 6.51). A face distal possui</p><p>as mesmas características da mesial, mas com dimensões menores.</p><p>Figura 6.51: Face mesial do primeiro molar inferior esquerdo (36).</p><p>Face oclusal: Tem a forma de um trapézio de base maior voltada para</p><p>a vestibular, e a margem mesial tem maior extensão que a margem distal que</p><p>delimitam esta face (Figura 6.52).</p><p>Figura 6.52: Face oclusal do primeiro molar inferior esquerdo (36).</p><p>156</p><p>A margem vestibular é convexa para a vestibular e possui duas</p><p>depressões na sua extensão originadas pela continuidade dos sulcos oclusais</p><p>contidos nesta face. A margem lingual é convexa para a lingual e possui uma</p><p>convexidade na sua porção mediana que se originou do sulco oclusal que esta</p><p>face possui (Figura 6.53).</p><p>Figura 6.53: Face oclusal do primeiro molar inferior esquerdo (36).</p><p>Esta face possui em sua maioria cinco cúspides, três vestibulares e</p><p>duas linguais. A cúspide mésio-vestibular é a mais volumosa e apresenta</p><p>morfologia bem parecida com as cúspides dos outros molares. Existem casos</p><p>deste dente possuir somente quatro cúspides. Os sulcos são: intercuspídico</p><p>mésio-distal, ocluso-vestíbulo-mesial, ocluso-lingual e ocluso-vestíbulo-</p><p>distal. O sulco intercuspídico mésio-distal ou mais conhecido como sulco</p><p>principal separa as cúspides vestibulares das linguais, tem origem na fóssula</p><p>157</p><p>triangular mesial e termina na fóssula triangular distal percorrendo toda a</p><p>extensão da face oclusal com trajeto sinuoso, em forma de “W”. O sulco</p><p>intercuspídico ocluso-vestíbulo-mesial ou vestíbulo-central separa a cúspide</p><p>mésio-vestibular da cúspide vestíbulo-mediana, é perpendicular ao mésio-</p><p>distal e se estende da depressão triangular</p><p>oclusal, localizada praticamente no</p><p>centro desta face, até o terço médio da face vestibular cortando a margem</p><p>vestibular da face oclusal com extremidade em forma de fossa triangular</p><p>localizada na face vestibular. O sulco disto-vestibular é localizado na distal</p><p>do sulco anterior e separa as cúspides vestíbulo-mediana da disto-vestibular.</p><p>O sulco ocluso-lingual é perpendicular ao sulco principal e se direciona para</p><p>a face lingual sem terminar em uma fossa triangular, separa as cúspides</p><p>mésio-lingual da disto-lingual (Figura 6.54).</p><p>Figura 6.54: Face oclusal do primeiro molar inferior esquerdo (36).</p><p>158</p><p>Colo</p><p>Nas faces proximais é ligeiramente curvo com concavidade voltada</p><p>para a raiz e nas faces vestibular e lingual é aproximadamente horizontal</p><p>(Figura 6.55).</p><p>Figura 6.55: Faces distal e vestibular do primeiro molar inferior esquerdo</p><p>(36).</p><p>Raízes</p><p>É um dente birradicular as quais estão posicionadas uma na mesial e</p><p>outra na distal. Elas são achatadas no sentido mésio-distal sendo que a raiz</p><p>mesial é mais larga e comprida que a distal (Figura 6.56). A raiz mesial é</p><p>curvada para a distal 84% dos casos e a raiz distal é reta em 73,5% dos casos.</p><p>Figura 6.56: Vista vestibular das raízes do primeiro molar inferior esquerdo</p><p>(36).</p><p>159</p><p>6.8 SEGUNDO MOLAR INFERIOR</p><p>É um dente menor que o primeiro, é tetracuspidado em grande parte</p><p>dos casos (Figura 6.57).</p><p>Figura 6.57: Vista vestibular do segundo molar inferior direito (47).</p><p>Coroa</p><p>Face vestibular: Tem forma de trapézio, formada por duas cúspides</p><p>das quais a maior é a mesial, possui um sulco vestibular que se origina na face</p><p>oclusal e que percorre a face vestibular terminando no terço médio desta face</p><p>em uma fóssula triangular. Na face vestibular o 1/3 oclusal inclina-se</p><p>fortemente para a lingual (Figura 6.58).</p><p>Figura 6.58: Face vestibular do segundo molar inferior direito (47).</p><p>160</p><p>As margens proximais são bastante convexas sendo que a distal é</p><p>menor e mais convexa que a mesial (Figura 6.59).</p><p>Figura 6.59: Face vestibular do segundo molar inferior direito (47).</p><p>Face lingual: é menor que a face vestibular, mas possui as mesmas</p><p>características com um pouco mais de convexidade. O sulco lingual é um</p><p>pouco menos marcado e não termina em fóssula triangular (Figura 6.60).</p><p>161</p><p>Figura 6.60: Face lingual do segundo molar inferior direito (47).</p><p>Faces proximais: Apresentam convexidade ao nível do terço oclusal e</p><p>são planas ou côncavas ao nível do terço cervical, podem ser invadidas pelo</p><p>sulco intercuspídico (Figura 6.61). A face distal é menor e mais convexa que</p><p>a mesial.</p><p>Figura 6.61: Face mesial do segundo molar inferior direito (47).</p><p>162</p><p>Face oclusal: Em geral é tetracuspidada; duas cúspides estão</p><p>localizadas na vestibular e duas na lingual. Em ordem decrescente de volume</p><p>temos: a cúspide mésio-lingual (mais volumosa) e em seguida as cúspides</p><p>mésio-vestibular, disto-vestibular e a disto-lingual (menos volumosa). Esta</p><p>face é marcada por duas fossetas triangulares, situadas na mesial e na distal e</p><p>uma fosseta no centro com formato de losango. Os sulcos presentes nesta face</p><p>são os sulcos mésio-distal e o vestíbulo-lingual que se cruzam</p><p>perpendicularmente (aspecto de cruz) (Figura 6.62).</p><p>Figura 6.62: Face oclusal do segundo molar inferior direito (47).</p><p>163</p><p>Colo</p><p>É semelhante ao do primeiro molar inferior.</p><p>Raízes</p><p>São semelhantes as do primeiro molar inferior, com a diferença que</p><p>são mais finas (Figura 6.63). A raiz mesial é curvada para distal em 53% dos</p><p>casos e a raiz distal é reta em 58% dos casos. Na figura 6.63 as raízes não</p><p>seguem este padrão.</p><p>Figura 6.63: Vista vestibular das raízes do segundo molar inferior direito</p><p>(47).</p><p>6.9 TERCEIRO MOLAR INFERIOR</p><p>São dentes com dimensões bastante variáveis. As modificações de</p><p>forma são bastante parecidas com as apresentadas no terceiro molar superior</p><p>(Figura 6.64). Muitas pessoas atualmente já possuem agenesia deste dente, e</p><p>a grande maioria da população possui este dente impactado. É um dente que</p><p>164</p><p>muitas vezes não irrompe por formação na direção contrária à da direção do</p><p>arco dental.</p><p>Figura 6.64: Vista vestibular do terceiro molar inferior esquerdo (38).</p><p>Coroa</p><p>Face vestibular: Apresenta a forma de um trapézio, podendo</p><p>apresentar um ou dois sulcos, dependendo do número de cúspides (Figura</p><p>6.65). Geralmente possui cinco cúspides se assemelhando bastante ao</p><p>primeiro molar. Também pode apresentar quatro cúspides se assemelhando</p><p>bastante ao segundo molar inferior.</p><p>Figura 6.65: Face vestibular do terceiro molar inferior esquerdo (38).</p><p>165</p><p>Face lingual: Semelhante à do primeiro e segundo molares inferiores,</p><p>com bastante convexidade (Figura 6.66).</p><p>Figura 6.66: Face lingual do terceiro molar inferior esquerdo (38).</p><p>Faces proximais: Apresentam convexidade ao nível do terço oclusal e</p><p>são planas ou côncavas ao nível do terço cervical (Figura 6.67).</p><p>Figura 6.67: Face mesial do terceiro molar inferior esquerdo (38).</p><p>166</p><p>Face oclusal: Possui as mesmas características de um segundo molar</p><p>inferior quando apresenta quatro cúspides e de um primeiro molar inferior</p><p>quando apresenta cinco cúspides, mas pode apresentar até oito cúspides. Os</p><p>sulcos são um pouco menos retilíneos que os dos primeiros e segundos</p><p>molares e os sulcos secundários são muito mais presentes (Figura 6.68).</p><p>Figura 6.68: Face oclusal do terceiro molar inferior esquerdo (38).</p><p>Colo</p><p>Apresenta-se semelhante ao do colo do primeiro molar inferior</p><p>quando é de forma típica.</p><p>Raízes</p><p>Geralmente as raízes apresentam-se reunidas em um único cone, mas</p><p>também podemos encontrá-las fusionadas parcialmente e até mesmo</p><p>167</p><p>completamente separadas. O desvio disto-lingual é bastante frequente bem</p><p>como as dilacerações (Figura 6.69).</p><p>Figura 6.69: Vista vestibular das raízes do terceiro molar inferior esquerdo</p><p>(38).</p><p>168</p><p>CAPÍTULO 7 - DENTES DECÍDUOS</p><p>7.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES DECÍDUOS</p><p>A denominação de dentes decíduos é originada do latim “decidere”</p><p>que significa cair, mas também são conhecidos como dentes de leite,</p><p>temporários, caducos ou da primeira infância e constituem a dentição da</p><p>criança.</p><p>A partir aproximadamente dos 5 meses de idade, a criança inicia a fase</p><p>da mastigação, assim os dentes começam a surgir devido esta necessidade</p><p>fisiológica e finalizam sua erupção aos 3 anos de idade, com um total de 10</p><p>dentes na arcada superior e 10 dentes na arcada inferior. Deste modo, a</p><p>criança totaliza 20 dentes até uns 6 anos de idade, onde se inicia a formação</p><p>do primeiro molar inferior permanente ou também conhecido como molar dos</p><p>6 anos, erupcionando posteriormente ao segundo molar decíduo.</p><p>Concomitante a este fato, inicia-se a troca dos dentes anteriores decíduos</p><p>pelos dentes permanentes, sendo que se finaliza a troca total dos decíduos aos</p><p>12 anos de idade, aproximadamente, com a erupção dos segundos molares</p><p>permanentes, faltando apenas a erupção dos terceiros molares permanentes</p><p>caso estes existam, pois atualmente estes dentes estão praticamente extintos</p><p>ou quando aparecem podem não estar presentes nos quatro quadrantes</p><p>existindo assim a anodontia (ausência) em algum dos arcos.</p><p>Os dentes decíduos possuem as mesmas denominações dos dentes</p><p>permanentes, isto é, são divididos em grupos de incisivos, caninos e molares.</p><p>Não existe o grupo dos pré-molares na dentição decídua. Mesmo com formas</p><p>semelhantes aos dentes permanentes, os decíduos apresentam o eixo</p><p>longitudinal, sentido cérvico-oclusal, menor do que o eixo transversal, sentido</p><p>mésio-distal.</p><p>169</p><p>A coloração branca azulada ou branca leitosa que ocorre devido a</p><p>menor mineralização destes dentes, é uma característica que lhe deu a</p><p>denominação</p><p>popular de dentes de leite. A coroa destes dentes possui</p><p>coloração uniforme. Morfologicamente são muito semelhantes aos</p><p>permanentes no que se refere ao grupo de incisivos e caninos. O primeiro</p><p>molar decíduo não se assemelha a nenhum molar da arcada permanente, não</p><p>sendo o que ocorre com o segundo molar decíduo que possui as mesmas</p><p>características dos primeiros molares permanentes.</p><p>O dente decíduo apresenta-se menos mineralizado que o dente</p><p>permanente, menos duro, menos resistente, com menor porcentagem de cálcio</p><p>o que determina a tonalidade azulada exibida na coroa destes dentes.</p><p>Os dentes decíduos são menores que os permanentes e a relação</p><p>volumétrica entre eles faz com que o permanente seja 1/3 mais volumoso que</p><p>os decíduos (Figura 7.1).</p><p>Figura 7.1: Incisivo Central Superior Decíduo Direito (51) e Incisivo</p><p>Central Superior Permanente Esquerdo (21).</p><p>170</p><p>Estes dentes de leite apresentam um aspecto globoso da coroa, com</p><p>espessamento do esmalte cervical determinando um maior estrangulamento</p><p>ao nível do colo, conferindo a estes dentes um aspecto tosco característico. O</p><p>colo é muito estrangulado, pois o esmalte mantendo a mesma espessura que</p><p>possui nas faces laterais da coroa, termina de maneira brusca ao nível da linha</p><p>cervical, provocando a formação de uma saliência mais ou menos evidente,</p><p>um colar de esmalte, conferindo à coroa uma exuberância em sua face</p><p>vestibular (Figura 7.2).</p><p>Figura 7.2: Estrangulamento do colo (setas) do Incisivo Central Superior</p><p>Decíduo Direito (51).</p><p>Os dentes permanentes possuem maior sensibilidade aos estímulos do</p><p>que os dentes decíduos, isso devido a maior riqueza das terminações nervosas</p><p>existentes nos permanentes. Outra característica singular dos dentes decíduos</p><p>é a suscetibilidade frente às agressões de agentes infecciosos ou mesmo</p><p>171</p><p>terapêuticos. Nos dentes decíduos o processo carioso evolui muito mais</p><p>rapidamente podendo comprometer a integridade pulpar precocemente, fato</p><p>este que leva mais tempo nos dentes permanentes por causa de sua maior</p><p>mineralização e também por possuírem revestimento amelodentínico mais</p><p>espesso.</p><p>As raízes dos dentes temporários são proporcionalmente maiores que</p><p>as raízes dos dentes permanentes, mais delgadas e divergentes nos dentes</p><p>multirradiculares, possuindo em sua forma definitiva ápices pontiagudos e</p><p>orifícios radiculares puntiformes.</p><p>Quando os ápices radiculares começam a sofrer o processo de</p><p>reabsorção notam-se raízes irregulares determinando a formação de espículas</p><p>dentinárias características deste período da evolução dental.</p><p>Quanto à forma das raízes dos dentes decíduos, observa-se nos dentes</p><p>unirradiculares um ápice mais agudo e a raiz com desvio para a vestibular a</p><p>partir do terço apical e, às vezes, a partir do terço médio. Esta situação pode</p><p>ser explicada pelo posicionamento lingual/palatino e apical do germe do dente</p><p>permanente. Nos dentes multirradiculares, as raízes dos dentes decíduos são</p><p>mais planas e divergentes que os dentes permanentes, esta situação pode ser</p><p>explicada devido estas raízes alojarem os germes dos dentes permanentes</p><p>(Figura 7.3).</p><p>Outra característica importante nos decíduos é a ocorrência da</p><p>bifurcação radicular em pleno terço cervical, próximo ao colo, enquanto nos</p><p>dentes permanentes a bifurcação radicular ocorre na união do terço médio</p><p>com o cervical ou apenas no terço médio.</p><p>172</p><p>Figura 7.3: Divergência das raízes do Primeiro Molar Inferior Decíduo</p><p>Esquerdo (74).</p><p>Especificamente com relação ao posicionamento da raiz palatina, nos</p><p>dentes permanentes estas estão situadas praticamente no centro da face</p><p>palatina da coroa, o que não ocorre nos decíduos onde a raiz palatina situa-se</p><p>mais distalmente em relação à coroa.</p><p>As câmaras pulpares nos dentes decíduos apresentam-se maiores</p><p>proporcionalmente aos dentes permanentes, bem como um maior calibre de</p><p>seus canais radiculares.</p><p>7.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES INCISIVOS</p><p>DECÍDUOS</p><p>Os incisivos decíduos totalizam um número de oito com as mesmas</p><p>características morfológicas dos permanentes, sendo quatro incisivos</p><p>centrais, dois superiores e dois inferiores e quatro incisivos laterais, dois</p><p>superiores e dois inferiores.</p><p>173</p><p>A posição deste grupo de dentes no alvéolo é mais vertical se</p><p>comparada ao mesmo grupo dos permanentes. O incisivo central superior,</p><p>numa normo-oclusão, oclui com o incisivo central inferior e com a metade</p><p>mesial do incisivo lateral inferior. O incisivo lateral superior oclui com o seu</p><p>homônimo inferior e mais metade mesial do canino inferior.</p><p>Desta forma como ocorre nos dentes incisivos permanentes, os dentes</p><p>de leite superiores são mais volumosos e dispõem-se no arco dental de</p><p>maneira decrescente no sentido mésio-distal, enquanto os inferiores de modo</p><p>contrário, dispõem-se de maneira crescente, no mesmo sentido. A relação de</p><p>tamanho entre os incisivos superiores e inferiores mostra os decíduos</p><p>superiores mais volumosos que os decíduos inferiores.</p><p>Coroa</p><p>A coroa dos dentes incisivos decíduos possui aspecto cuneiforme</p><p>semelhante à coroa dos dentes incisivos permanentes, porém, a face vestibular</p><p>dos decíduos é mais larga do que alta, observando o inverso nos dentes</p><p>permanentes (Figura 7.4).</p><p>Figura 7.4: Coroa do Incisivo Central Superior Decíduo.</p><p>174</p><p>Face Vestibular</p><p>Esta face pode ser inscrita num trapézio de maior lado oclusal. A face</p><p>vestibular é lisa e convexa, com sulcos de desenvolvimento pouco acentuados</p><p>separando lóbulos discretamente e com a mesma disposição dos incisivos</p><p>permanentes (Figura 7.5).</p><p>Figura 7.5: Face vestibular do Incisivo Central Superior Decíduo.</p><p>Face Lingual/Palatina</p><p>Esta face também pode ser inscrita num trapézio de maior lado oclusal,</p><p>sendo côncava nos dois terços oclusais e limitada por cristas marginais bem salientes.</p><p>Os sulcos de desenvolvimento e a divisão lobular são altamente discretos (Figura</p><p>7.6).</p><p>Figura 7.6: Face palatina do Incisivo Central Superior Decíduo.</p><p>175</p><p>Faces Proximais</p><p>Estas faces possuem formato triangular, com lados e ângulos</p><p>arredondados, com maior convexidade no terço oclusal. As margens que a</p><p>delimitam são arredondadas e continuam de maneira discreta nas faces</p><p>vizinhas. A margem cervical possui a forma de um “V”, de abertura voltada</p><p>para a raiz (Figura 7.7).</p><p>Figura 7.7: Face proximal do Incisivo Central Superior Decíduo.</p><p>Margem Incisal</p><p>A margem incisal tem uma borda cortante nos dentes que ainda não</p><p>foram desgastados e transformam-se numa faceta retilínea e inclinada para a</p><p>distal nos dentes desgastados numa normo-oclusão (Figura 7.8).</p><p>176</p><p>Figura 7.8: Margem incisal do Incisivo Central Superior Decíduo.</p><p>Colo</p><p>O colo é bem delimitado e como o esmalte da coroa possui a mesma</p><p>espessura em toda sua face, termina abruptamente na linha cervical formando</p><p>um colar de esmalte, dependendo do dente considerado ou lado observado.</p><p>Raiz</p><p>A raiz é cônica de lados e ângulos arredondados, com sulcos</p><p>radiculares principalmente na face vestibular da raiz, semelhante ao</p><p>permanente. É característica comum a estes dentes a presença de um desvio</p><p>constante da raiz para o lado vestibular, verdadeiro acotovelamento do terço</p><p>apical devido a presença do folículo dental do germe do dente permanente</p><p>(Figura 7.9). O ápice radicular apresenta-se com um único forame, circular e</p><p>muito regular nos dentes em desenvolvimento ou já evoluídos, porém, nos</p><p>dentes em processo de reabsorção o ápice radicular apresenta-se cheio de</p><p>reentrâncias e saliências como verdadeiras espículas dentinárias.</p><p>177</p><p>Figura 7.9: Vista vestibular da raiz do Incisivo Central Superior Decíduo.</p><p>7.3 INCISIVO CENTRAL SUPERIOR DECÍDUO</p><p>O incisivo central superior decíduo é o primeiro dente a erupcionar no</p><p>arco superior, sendo o mais volumoso da série dos</p><p>incisivos. Este dente é</p><p>muito parecido com o incisivo central superior permanente, apesar de seu</p><p>aspecto rústico.</p><p>Coroa</p><p>A coroa deste dente tem a forma de uma cunha, sendo mais larga do</p><p>que alta e bastante achatada no sentido vestíbulo-palatino (Figura 7.10).</p><p>178</p><p>Figura 7.10: Vista proximal do Incisivo Central Superior Decíduo Direito</p><p>(51).</p><p>Face vestibular</p><p>Esta face tem a forma de trapézio, de maior lado voltado para a</p><p>margem incisal, sendo muito convexa em todos os sentidos, principalmente</p><p>junto ao colo. Existem sulcos de desenvolvimento como nos dentes</p><p>permanentes, que dividem o dente em lóbulos (mesial, mediano e distal),</p><p>porém, estes são menos salientes apesar de mostrarem a mesma disposição e</p><p>volume proporcionais ao tamanho do dente decíduo.</p><p>Existem quatro margens que delimitam esta face: a margem cervical</p><p>curvilínea e muito bem delimitada com um colar de esmalte bem definido; a</p><p>margem incisal inicialmente retilínea nos dentes sem desgastes, possuindo</p><p>179</p><p>três dentículos separados por duas incisuras pouco profundas invadindo as</p><p>faces vestibular e lingual desaparecendo na altura do terço incisal; a margem</p><p>distal é muito curta e convexa formando um ângulo com a margem incisal</p><p>bastante arredondado; a margem mesial é mais reta e longa se comparada com</p><p>a distal (Figura 7.11).</p><p>Figura 7.11: Face vestibular do Incisivo Central Superior Decíduo Direito</p><p>(51).</p><p>Face Palatina</p><p>Esta face é menor que a vestibular com sulcos e lóbulos pouco nítidos;</p><p>apresenta-se na forma de um trapézio de maior lado voltado para a cervical,</p><p>sendo esta porção mais convexa, devido a presença do cíngulo, e seus outros</p><p>dois terços incisais possuem uma forma mais escavada. Nesta face, a margem</p><p>cervical merece destaque pelo grande desenvolvimento do colar de esmalte,</p><p>180</p><p>embora este seja em menor proporção que o da face vestibular (Figuras 7.12</p><p>e 7.13).</p><p>Figura 7.12: Face palatina do Incisivo Central Superior Decíduo Direito</p><p>(51).</p><p>Figura 7.13: Face palatina do Incisivo Central Superior Decíduo Direito</p><p>(51).</p><p>181</p><p>Faces proximais</p><p>Estas faces apresentam-se forma triangular com lados e ângulos</p><p>arredondados, são planas ou côncavas próximo ao colo e bastante convexas</p><p>no terço incisal. Suas margens apresentam as mesmas características dos</p><p>permanentes, exceto quanto a maior saliência do colar de esmalte no terço</p><p>cervical (Figura 7.14).</p><p>Figura 7.14: Face mesial do Incisivo Central Superior Decíduo Direito</p><p>(51).</p><p>Margem lncisal</p><p>A margem incisal em dentes jovens caracteriza-se por três dentículos,</p><p>separados por duas linhas pouco profundas delimitando os lóbulos dos dentes</p><p>182</p><p>em mesial, mediano e distal, tanto na face vestibular como na face palatina.</p><p>Com o desgaste fisiológico que acontece nos dentes, esta margem vai se</p><p>transformando em uma faceta retangular, biselada no sentido palatino e com</p><p>leve inclinação oblíqua para a face distal, tornado o ângulo distal muito</p><p>arredondado e o mesial agudo e vivo (Figura 7.15).</p><p>Figura 7.15: Margem incisal do Incisivo Central Superior Decíduo Direito</p><p>(51).</p><p>Colo</p><p>O colo é caracterizado por uma linha sinuosa côncavo-convexa muito</p><p>evidenciada nas faces vestibular e palatina, onde o colar do esmalte é muito</p><p>evidente. Nas faces proximais, o colo configura um V de abertura angular</p><p>voltada para a raiz (Figura 7.16).</p><p>183</p><p>Raiz</p><p>A raiz deste dente é única, cônica com ligeiro achatamento no sentido</p><p>vestíbulo-palatino. Numa vista vestibular, a raiz inclina-se ligeiramente para</p><p>o lado distal; numa vista proximal, a raiz mostra um acotovelamento do terço</p><p>apical voltada para o lado vestibular (Figura 7.16).</p><p>Figura 7.16: Vista mesial do Incisivo Central Superior Decíduo Direito</p><p>(51).</p><p>184</p><p>7.4 INCISIVO LATERAL SUPERIOR DECÍDUO</p><p>O incisivo lateral superior decíduo é o segundo dente do arco superior</p><p>e menos volumoso que o incisivo central superior decíduo. Situa-se</p><p>distalmente ao incisivo central e mesialmente ao canino superior decíduo.</p><p>Coroa</p><p>A coroa deste dente possui formato caniniforme, sendo mais alta do</p><p>que larga e com achatamento no sentido vestíbulo-palatino (Figura 7.17).</p><p>Face vestibular</p><p>A face vestibular do incisivo lateral superior decíduo possui lóbulos e</p><p>sulcos pouco nítidos em comparação ao incisivo central superior decíduo e</p><p>apresenta-se bastante convexa, com formato trapezoidal (Figura 7.17).</p><p>Figura 7.17: Face vestibular do Incisivo Lateral Superior Decíduo Direito</p><p>(52).</p><p>Face palatina</p><p>As cristas marginais deste dente são bem delimitadas tornando esta</p><p>face bastante estreita e escavada (Figura 7.18).</p><p>185</p><p>Figura 7.18: Face palatina do Incisivo Lateral Superior Decíduo Direito</p><p>(52).</p><p>Faces proximais</p><p>Estas faces se assemelham às faces dos incisivos centrais superiores,</p><p>porém possuem menores proporções (Figura 7.19).</p><p>Figura 7.19: Face mesial do Incisivo Lateral Superior Decíduo Direito (52).</p><p>186</p><p>Margem incisal</p><p>Esta margem pode apresentar dentículos como nos incisivos centrais</p><p>superiores decíduos, porém, em menores proporções e tem na sua porção</p><p>média, uma verdadeira cúspide que rapidamente se desgasta dando ao dente</p><p>um aspecto caniniforme. Com o desgaste fisiológico desta face, a margem</p><p>incisal torna-se uma faceta plana, inclinada obliquamente para a distal e</p><p>biselada no sentido palatino (Figura 7.20).</p><p>Figura 7.20: Margem incisal do Incisivo Lateral Superior Decíduo Direito</p><p>(52).</p><p>Colo</p><p>O colo é caracterizado por uma linha sinuosa côncavo-convexa muito</p><p>evidenciada nas faces vestibular e palatina, onde o colar de esmalte é muito</p><p>evidente, porém de dimensões menores que os incisivos centrais superiores</p><p>decíduos (Figura 7.21).</p><p>187</p><p>Figura 7.21: Linha de colo nas faces vestibular e mesial do Incisivo Lateral</p><p>Superior Decíduo Direito (52).</p><p>Raiz</p><p>A raiz é cônica e achatada mésio-distalmente, caracterizada pelo</p><p>desvio do terço apical para o lado vestibular e distal.</p><p>7.5 INCISIVO CENTRAL INFERIOR DECÍDUO</p><p>O incisivo central inferior decíduo, geralmente é o primeiro dente a</p><p>irromper na arcada dental de uma criança, ele é o menor do grupo dos</p><p>incisivos e o menos volumoso da série inferior. De maneira geral possui as</p><p>mesmas características do incisivo central inferior permanente, guardada as</p><p>devidas proporções de tamanho.</p><p>Este dente oclui apenas com o incisivo central superior decíduo, o qual</p><p>o recobre no terço incisal da face vestibular, na normo oclusão. Sua face</p><p>vestibular é quase vertical e no sentido vestíbulo-lingual a raiz inclina-se</p><p>ligeiramente para a distal.</p><p>188</p><p>Coroa</p><p>A coroa deste dente é muito alongada no sentido longitudinal e</p><p>achatada no sentido transversal, ou seja, mésio-distal.</p><p>Face vestibular</p><p>A forma desta face é de um trapézio bastante alongado, com pouca</p><p>convexidade em toda sua extensão, exceto ao nível do colo onde existe uma</p><p>maior convexidade em virtude do colar de esmalte (Figura 7.22).</p><p>Figura 7.22: Face vestibular do Incisivo Central Inferior Decíduo Esquerdo</p><p>(71).</p><p>Face lingual</p><p>A face lingual também possui um formato de um trapézio, porém</p><p>menor que a face precedente e apresenta-se mais escavada (Figura 7.23).</p><p>189</p><p>Figura 7.23: Face lingual do Incisivo Central Inferior Decíduo Esquerdo</p><p>(71).</p><p>Faces proximais</p><p>As faces proximais possuem forma triangular, de lados e ângulos</p><p>arredondados (Figura 7.24).</p><p>Figura 7.24: Face mesial do Incisivo Central Inferior Decíduo Esquerdo</p><p>(71).</p><p>190</p><p>Margem incisal</p><p>Esta margem pode apresentar dentículos como nos incisivos centrais</p><p>superiores, porém, em menores proporções. Com o desgaste fisiológico desta</p><p>face, a margem incisal apresenta um bisel na vestibular, pois o arco superior</p><p>envolve o inferior.</p><p>Colo</p><p>O colo é caracterizado por uma linha</p><p>sinuosa côncavo-convexa muito</p><p>evidenciada nas faces vestibular e lingual e possui um forte achatamento no</p><p>sentido mésio-distal.</p><p>Raiz</p><p>A raiz é longa e achatada mésio-distalmente, sendo muito sulcada em</p><p>suas faces proximais. Sua secção transversal é oval e o seu terço apical é</p><p>muitas vezes desviado para o lado disto-vestibular (Figura 7.25).</p><p>Figura 7.25: Vista vestibular do Incisivo Central Inferior Decíduo Esquerdo</p><p>(71).</p><p>191</p><p>7.6 INCISIVO LATERAL INFERIOR DECÍDUO</p><p>O incisivo lateral inferior decíduo é mais volumoso que o incisivo</p><p>central inferior decíduo e localiza-se distalmente a este. Sua face vestibular é</p><p>ligeiramente inclinada para a região lingual e sua raiz desviada para a face</p><p>distal.</p><p>Coroa</p><p>A coroa deste dente é muito alongada no sentido longitudinal e</p><p>achatada no sentido mésio-distal, semelhante ao incisivo central inferior,</p><p>porém, possui um maior volume.</p><p>Numa vista vestibular, nota-se que as margens proximais são</p><p>divergentes para a margem incisal, característica diferencial entre este dente</p><p>e o seu antecessor, que apresenta estas margens mais paralelas.</p><p>Face vestibular</p><p>A forma desta face é de um trapézio bastante alongado, com pouca</p><p>convexidade em toda sua extensão, exceto ao nível do colo onde existe uma</p><p>maior convexidade em virtude do colar de esmalte (Figura 7.26).</p><p>Figura 7.26: Face vestibular do Incisivo Lateral Inferior Decíduo Direito</p><p>(82).</p><p>192</p><p>Face lingual</p><p>A face lingual também possui um formato de um trapézio, porém</p><p>menor que a face precedente e apresenta-se mais escavada (Figura 7.27).</p><p>Figura 7.27: Face lingual do Incisivo Lateral Inferior Decíduo</p><p>Direito (82).</p><p>Faces proximais</p><p>As faces proximais possuem forma triangular, de lados e ângulos</p><p>arredondados (Figura 7.28).</p><p>Figura 7.28: Face distal do Incisivo Lateral Inferior Decíduo Direito (82).</p><p>193</p><p>Margem incisal</p><p>A característica diferencial deste dente com o seu antecessor é o</p><p>arredondamento do ângulo distal da margem livre, apesar de ser bem menos</p><p>acentuado que o incisivo lateral superior decíduo (Figura 7.29).</p><p>Figura 7.29: Margem incisal (seta: arredondamento do ângulo distal) do</p><p>Incisivo Lateral Inferior Decíduo Direito (82).</p><p>Colo</p><p>O colo é caracterizado por uma linha sinuosa côncavo-convexa muito</p><p>evidenciada nas faces vestibular e lingual, onde o colar de esmalte é muito</p><p>evidente.</p><p>Raiz</p><p>A raiz é cônica e bastante achatada no sentido mésio-distal, com o</p><p>terço apical muitas vezes desviado para o lado vestíbulo-distal.</p><p>194</p><p>Figura 7.30: Vista vestibular da raiz reabsorvida do Incisivo Lateral</p><p>Inferior Decíduo Direito (82).</p><p>7.7 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES CANINOS</p><p>DECÍDUOS</p><p>Os caninos decíduos são os terceiros dentes do arco dental. Em</p><p>número de quatro, dois são implantados no arco superior e dois no arco</p><p>inferior. Localizam-se distalmente aos incisivos laterais e mesialmente aos</p><p>primeiros molares decíduos. O canino inferior decíduo oclui com o terço</p><p>mesial do canino superior decíduo.</p><p>195</p><p>Coroa</p><p>A coroa dos caninos decíduos apresenta-se com forma de lança e</p><p>bastante volumosa (Figura 7.31).</p><p>Face vestibular</p><p>A face vestibular dos caninos apresenta a forma de um pentágono de</p><p>lados e ângulos arredondados. Possui grande convexidade e uma saliência</p><p>bastante pronunciada ao nível do terço cervical o qual constitui o colar de</p><p>esmalte. As quatro margens que delimitam esta face são muito arredondadas.</p><p>A margem incisal apresenta dois sulcos muito curtos e visíveis que dividem</p><p>os três lóbulos desta face. No lóbulo mediano existe uma ponta aguçada que</p><p>se continua nas faces vestibular e lingual/palatina, sendo este o mais</p><p>volumoso de todos (Figura 7.31).</p><p>Figura 7.31: Face vestibular do Canino Superior Decíduo.</p><p>196</p><p>Face lingual/palatina</p><p>A face lingual/palatina é escavada nos dois terços incisais e é convexa</p><p>junto a região do colo. Apresenta um cíngulo desenvolvido na margem</p><p>cervical que pode ser bipartido (Figura 7.32).</p><p>Figura 7.32: Face palatina do Canino Superior Decíduo.</p><p>Faces proximais</p><p>As faces proximais apresentam a forma de um triângulo com lados e</p><p>ângulos arredondados, sendo a face distal menor e mais convexa (Figura</p><p>7.33).</p><p>Figura 7.33: Face proximal do Canino Superior Decíduo.</p><p>197</p><p>Margem incisal</p><p>A margem incisal é bem característica com uma ponta bastante</p><p>aguçada na porção central do lóbulo mediano que se desgasta facilmente com</p><p>o tempo (Figura 7.34).</p><p>Figura 7.34: Margem incisal do Canino Superior Decíduo.</p><p>Colo</p><p>O colo é representado por uma linha sinuosa de convexidade voltada</p><p>para a raiz ao nível da face vestibular e lingual/palatina e em forma de “V”</p><p>nas faces proximais, com abertura angular radicular.</p><p>Raiz</p><p>Quando seccionada transversalmente apresenta uma forma</p><p>prismático-triangular com bordas e ângulos arredondados apresentando três</p><p>faces: a mésio-lingual e a disto-lingual bastante sulcadas e a face vestibular</p><p>(Figura 7.35). A raiz deste dente normalmente apresenta-se voltada para o</p><p>lado distal e vestibular devido a pressão exercida pelo folículo do germe do</p><p>dente permanente.</p><p>198</p><p>Figura 7.35: Raiz sulcada do Canino Superior Decíduo.</p><p>7.8 CANINO SUPERIOR DECÍDUO</p><p>O canino superior é o terceiro dente do arco e o primeiro a se articular</p><p>com a maxila, totalizando dois se encontra um de cada lado do plano sagital</p><p>mediano. No sentido vestíbulo-palatino apresenta uma leve inclinação para a</p><p>face vestibular e no sentido mésio-distal inclina-se ligeiramente para a face</p><p>distal.</p><p>Coroa</p><p>A coroa do canino superior apresenta uma forma de lança, possuindo</p><p>uma mesma proporção em sua altura e largura, o que lhe confere um aspecto</p><p>abaulado, vista pela face vestibular (Figura 7.36).</p><p>199</p><p>Figura 7.36: Coroa em forma de lança do Canino Superior Decíduo Direito</p><p>(53).</p><p>Face vestibular</p><p>A face vestibular é convexa em todos os sentidos, principalmente no</p><p>terço cervical, onde se localiza uma bossa semelhante ao tubérculo dos</p><p>molares. Apresenta a forma de pentágono de lados e ângulos arredondados</p><p>(Figura 7.37). Os sulcos, apesar de pouco nítidos, dividem esta face em três</p><p>lóbulos, dos quais o mediano é o maior e onde está localizada a cúspide do</p><p>dente. A margem cervical é curva e convexa para a raiz; a margem incisal</p><p>possui forma de “V”, quando não desgastada, é a maior de todas, sendo</p><p>caracterizada por duas pequenas incisuras que dividem esta face em três</p><p>segmentos de tamanhos diferentes. A margem mesial é convexa, inclinada e</p><p>convergente para a raiz. A margem distal é mais curta, mais inclinada e</p><p>também mais convexa que a mesial (Figura 7.38).</p><p>200</p><p>Figura 7.37: Face vestibular do Canino Superior Decíduo Direito (53).</p><p>Figura 7.38: Margem incisal do Canino Superior Decíduo Direito</p><p>(53).</p><p>201</p><p>Face palatina</p><p>Esta face é semelhante a vestibular, porém de tamanho menor em</p><p>todos os sentidos. Junto ao terço cervical é a região onde se encontra a maior</p><p>convexidade, com o cíngulo proeminente. Nos outros dois terços incisais</p><p>verifica-se a presença de uma saliência mediana, e lateralmente a esta, dois</p><p>sulcos pouco nítidos. Apresenta inclinação para a face vestibular (Figura</p><p>7.39).</p><p>Figura 7.39: Face palatina do Canino Superior Decíduo Direito (53).</p><p>202</p><p>Faces proximais</p><p>As faces proximais apresentam maior largura do que altura e possuem</p><p>formato triangular, de lados e ângulos arredondados. A face distal é menor e</p><p>mais convexa (Figura 7.40).</p><p>Figura 7.40: Face mesial do Canino Superior Decíduo Direito (53).</p><p>Margem incisal</p><p>A margem incisal é bem característica com uma ponta bastante</p><p>aguçada na porção central do lóbulo mediano, que é um pouco deslocada para</p><p>a face distal, e que se desgasta facilmente com o tempo, tornando- se uma</p><p>a uma reabilitação total da cavidade oral. Esses são</p><p>alguns dos argumentos que justificam a dedicação do aluno no estudo</p><p>morfológico destas estruturas.</p><p>Objetivando facilitar o reconhecimento e a diferenciação dos dentes,</p><p>bem como dos acidentes anatômicos, é que este livro foi elaborado. Este foi</p><p>redigido tendo por base os livros textos especializados na área, todos</p><p>referenciados ao final, mas de forma mais objetiva e com várias ilustrações</p><p>coloridas, tornando o estudo mais atraente para o estudante de Odontologia.</p><p>Agradecimentos</p><p>À Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de</p><p>São Paulo.</p><p>Agradecemos ao Fotógrafo Hermano Teixeira Machado por</p><p>fotografar todos os dentes que ilustraram esse livro.</p><p>Dedicatória</p><p>Dedicamos esse livro às nossas famílias, colegas e aos estudantes de</p><p>Odontologia.</p><p>SUMÁRIO</p><p>CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ....................................................................................... 13</p><p>1.1 TERMOS APLICADOS AO ESTUDO ANATÔMICO DOS DENTES ............ 16</p><p>CAPÍTULO 2 - MORFOLOGIA DOS DENTES PERMANENTES ............................ 22</p><p>2.1 GENERALIDADES ................................................................................................... 22</p><p>CAPÍTULO 3 - DENTES INCISIVOS PERMANENTES ............................................. 36</p><p>3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES INCISIVOS ................................... 36</p><p>3.2 INCISIVO CENTRAL SUPERIOR ........................................................................... 44</p><p>3.3 INCISIVO LATERAL SUPERIOR ........................................................................... 51</p><p>3.4 INCISIVO CENTRAL INFERIOR ............................................................................ 56</p><p>3.5 INCISIVO LATERAL INFERIOR ............................................................................ 62</p><p>CAPÍTULO 4 - DENTES CANINOS PERMANENTES ............................................... 67</p><p>4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES CANINOS ..................................... 67</p><p>4.2 CANINO SUPERIOR ................................................................................................ 75</p><p>4.3 CANINO INFERIOR ................................................................................................. 79</p><p>CAPÍTULO 5 - DENTES PRÉ-MOLARES PERMANENTES .................................... 84</p><p>5.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES PRÉ-MOLARES ........................... 84</p><p>5.2 PRIMEIRO PRÉ-MOLAR SUPERIOR ..................................................................... 91</p><p>5.3 SEGUNDO PRÉ-MOLAR SUPERIOR ..................................................................... 98</p><p>5.4 PRIMEIRO PRÉ-MOLAR INFERIOR .................................................................... 104</p><p>5.5 SEGUNDO PRÉ-MOLAR INFERIOR .................................................................... 109</p><p>CAPÍTULO 6 - DENTES MOLARES ........................................................................... 115</p><p>6.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES MOLARES PERMANENTES ... 115</p><p>6.2 MOLARES SUPERIORES – MORFOLOGIA GERAL .......................................... 116</p><p>6.3 PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR ........................................................................... 123</p><p>6.4 SEGUNDO MOLAR SUPERIOR ........................................................................... 134</p><p>6.5. TERCEIRO MOLAR SUPERIOR .......................................................................... 140</p><p>6.6 MOLARES INFERIORES – MORFOLOGIA GERAL .......................................... 144</p><p>6.7 PRIMEIRO MOLAR INFERIOR ............................................................................ 150</p><p>6.8 SEGUNDO MOLAR INFERIOR ............................................................................ 159</p><p>6.9 TERCEIRO MOLAR INFERIOR ............................................................................ 163</p><p>CAPÍTULO 7 - DENTES DECÍDUOS .......................................................................... 168</p><p>7.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES DECÍDUOS ................................ 168</p><p>7.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES INCISIVOS DECÍDUOS ............ 172</p><p>7.3 INCISIVO CENTRAL SUPERIOR DECÍDUO ...................................................... 177</p><p>7.4 INCISIVO LATERAL SUPERIOR DECÍDUO ...................................................... 184</p><p>7.5 INCISIVO CENTRAL INFERIOR DECÍDUO ....................................................... 187</p><p>7.6 INCISIVO LATERAL INFERIOR DECÍDUO ....................................................... 191</p><p>7.7 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES CANINOS DECÍDUOS .............. 194</p><p>7.8 CANINO SUPERIOR DECÍDUO ........................................................................... 198</p><p>7.9 CANINO INFERIOR DECÍDUO ............................................................................ 204</p><p>7.10 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES MOLARES DECÍDUOS .......... 209</p><p>7.11 PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR DECÍDUO ....................................................... 210</p><p>7.12 SEGUNDO MOLAR SUPERIOR DECÍDUO ....................................................... 218</p><p>7.13 PRIMEIRO MOLAR INFERIOR DECÍDUO ....................................................... 219</p><p>7.14 SEGUNDO MOLAR INFERIOR DECÍDUO ....................................................... 227</p><p>CAPÍTULO 8 - CAVIDADE PULPAR .......................................................................... 230</p><p>8.1 GENERALIDADES ................................................................................................. 230</p><p>8.2 CAVIDADES PULPARES DOS DENTES PERMANENTES ............................... 239</p><p>8.3 CAVIDADES PULPARES DOS DENTES DECÍDUOS ........................................ 248</p><p>REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 250</p><p>13</p><p>CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO</p><p>Antes de iniciarmos o estudo dos dentes permanentes, devemos</p><p>definir o que significa dente e, além disso, dar algumas definições básicas</p><p>importantes para este estudo.</p><p>Os dentes são órgãos mineralizados, resistentes, esbranquiçados e</p><p>implantados em osso próprio, os ossos alveolares, anexados à maxila e à</p><p>mandíbula. Dispõem-se em duas fileiras harmônicas, superior e inferior,</p><p>formando as arcadas dentárias. Estas arcadas e os respectivos ossos suportes</p><p>separam a cavidade da boca em vestíbulo e cavidade da boca propriamente</p><p>dita.</p><p>Classificação por grupos de dentes</p><p>Dentição decídua:</p><p>• Incisivos</p><p>• Caninos</p><p>• Molares</p><p>Dentição permanente:</p><p>• Incisivos</p><p>• Caninos</p><p>• Pré-molares</p><p>• Molares</p><p>14</p><p>Número de dentições</p><p>O Homem é difiodonte, ou seja, possui dois tipos de dentições, a</p><p>decídua e a permanente.</p><p>Número de dentes</p><p>Dentição decídua: 20 dentes e 3 grupos dentais (incisivos, caninos e</p><p>molares).</p><p>Dentição permanente - 32 dentes e 4 grupos dentais (incisivos,</p><p>caninos, pré-molares e molares).</p><p>Localização dos dentes</p><p>Os dentes são fixados nos alvéolos dos processos alveolares da</p><p>mandíbula no caso dos dentes inferiores, e da maxila nos dentes superiores</p><p>(Figuras 1.1 e 1.2). A articulação gonfose é um termo utilizado na anatomia</p><p>que significa a articulação específica entre os dentes e seus respectivos</p><p>alvéolos dentais.</p><p>Figura 1.1: Corte longitudinal dos dentes implantados em mandíbula</p><p>macerada.</p><p>15</p><p>Figura 1.2: Corte transversal do processo alveolar em maxila</p><p>macerada.</p><p>Função dos dentes</p><p>As funções dos dentes são: apreensão, mastigação, proteção,</p><p>sustentação de tecidos moles, articulação das palavras e estética.</p><p>Notação dental</p><p>A notação dental é um sistema de código ou numeração para os dentes.</p><p>Para o registro dos dentes utilizamos o sistema de dois dígitos proposto pela</p><p>Federação Dentária Internacional (FDI). Este sistema consiste em linhas</p><p>faceta plana.</p><p>203</p><p>Figura 7.40: Margem incisal do Canino Superior Decíduo Direito (53).</p><p>Colo</p><p>O colo é observado como uma linha sinuosa de convexidade voltada</p><p>para a raiz nas faces vestibular e palatina e em forma de “V” nas faces</p><p>proximais com abertura angular radicular. A linha de colo neste dente é maior</p><p>se comparada a do grupo dos incisivos (Figura 7.41).</p><p>Figura 7.41: Linha de colo do Canino Superior Decíduo Direito (53).</p><p>204</p><p>Raiz</p><p>A raiz é frequentemente desviada ao nível do terço apical para o lado</p><p>vestibular. Esta ainda se apresenta cônica, com secção ovalar ou triangular e</p><p>suas faces proximais são sulcadas (Figura 7.42).</p><p>Figura 7.42: Raiz sulcada do Canino Superior Decíduo Direito (53).</p><p>7.9 CANINO INFERIOR DECÍDUO</p><p>O canino inferior apresenta menor volume quando comparado ao</p><p>canino superior decíduo. É o terceiro dente do arco, num total de dois, se</p><p>encontram um de cada lado do plano sagital mediano, sendo este implantado</p><p>na mandíbula. Este dente, no sentido vestíbulo-lingual, apresenta uma suave</p><p>inclinação para a face lingual.</p><p>Coroa</p><p>A coroa do canino inferior decíduo também apresenta uma forma de</p><p>lança, porém, ao contrário do canino superior decíduo, é mais alta do que</p><p>larga. A face vestibular apresenta suave inclinação para a face lingual. De um</p><p>modo geral, possui as mesmas características que o canino superior decíduo,</p><p>porém, menos acentuadas (Figura 7.43).</p><p>205</p><p>Figura 7.43: Coroa do Canino Inferior Decíduo Direito (83).</p><p>Face vestibular</p><p>A face vestibular possui convexidade em todos os sentidos e apresenta</p><p>a forma de pentágono de lados e ângulos arredondados, com os sulcos pouco</p><p>delimitados. O lóbulo mediano é o maior e onde está localizada a cúspide do</p><p>dente. As margens são arredondadas e curvilíneas, sendo a cervical curva de</p><p>convexidade voltada para a raiz; a livre com forma de “V” é a maior de todas;</p><p>a mesial é convexa, inclinada e convergente para a raiz e a distal é mais curta,</p><p>mais inclinada e também mais convexa que a mesial (Figura 7.44).</p><p>Figura 7.44: Face vestibular do Canino Inferior Decíduo Direito (83).</p><p>206</p><p>Face lingual</p><p>Esta face apresenta a mesma conformação que a vestibular, sendo</p><p>menor em todos os sentidos. Junto ao terço cervical é a região onde se</p><p>encontra mais convexa, com a presença do cíngulo, que é menos proeminente</p><p>que o do canino superior decíduo (Figura 7.45).</p><p>Figura 7.45: Face lingual do Canino Inferior Decíduo Direito (83).</p><p>Faces proximais</p><p>As faces proximais são mais altas do que largas, possuem formato</p><p>triangular, de lados e ângulos arredondados. A face distal é menor e mais</p><p>convexa (Figura 7.46.1).</p><p>Figura 7.46.1: Face mesial do Canino Inferior Decíduo Direito (83).</p><p>207</p><p>Margem incisal</p><p>A margem incisal é bem característica com uma ponta bastante</p><p>aguçada na porção central do lóbulo mediano que se desgasta facilmente com</p><p>o tempo, possuindo neste dente uma inclinação para a face lingual devido a</p><p>própria oclusão com os dentes superiores (Figura 7.46.2).</p><p>Figura 7.46.2: Margem incisal do Canino Inferior Decíduo Direito (83).</p><p>Colo</p><p>O colo é observado como uma linha sinuosa de convexidade voltada</p><p>para a raiz ao nível da face vestibular e lingual e em forma de “V” nas faces</p><p>proximais, mesial e distal, com abertura angular radicular (Figuras 7.47 e</p><p>7.48).</p><p>Figura 7.47: Linha de colo na face lingual do Canino Inferior Decíduo</p><p>Direito (83).</p><p>208</p><p>Figura 7.48: Linha de colo na face mesial do Canino Inferior Decíduo</p><p>Direito (83).</p><p>Raiz</p><p>A raiz do canino inferior é mais curta do que a do canino superior,</p><p>sempre única, achatada no sentido mésio-distal e frequentemente sulcada nas</p><p>faces proximais. O terço apical da raiz é desviado para o lado vestibular</p><p>(Figura 7.49).</p><p>Figura 7.49: Raiz sulcada do Canino Inferior Decíduo Direito (83).</p><p>209</p><p>7.10 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES MOLARES DECÍDUOS</p><p>Os molares decíduos são os maiores dentes da arcada da criança. Os</p><p>primeiros molares não possuem semelhanças com outros molares da arcada</p><p>permanente, como é o caso do segundo molar decíduo que se assemelha ao</p><p>primeiro molar permanente.</p><p>A posição destes dentes no arco dental é correspondente à localização</p><p>do primeiro e segundo pré-molares permanentes, encontrando-se na face</p><p>distal dos caninos. Os molares decíduos estão dispostos na arcada dental de</p><p>maneira crescente no sentido mésio-distal, inversamente ao que acontece nos</p><p>dentes permanentes.</p><p>Quanto à forma, os molares são irregularmente cúbicos, com a coroa</p><p>bastante alongada no sentido mésio-distal e de pouca altura no sentido</p><p>longitudinal (Figura 7.50).</p><p>Figura 7.50: Vista da face vestibular do Segundo Molar Inferior Decíduo</p><p>Esquerdo (75)</p><p>210</p><p>Nos molares superiores as raízes são dispostas como nos dentes</p><p>permanentes, em número de três sendo uma raiz palatina e duas vestibulares,</p><p>a mésio-vestibular e a disto-vestibular. Nos molares inferiores existe uma raiz</p><p>mesial e uma raiz distal.</p><p>7.11 PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR DECÍDUO</p><p>O primeiro molar decíduo se encontra localizado distalmente ao</p><p>canino superior e mesialmente ao segundo molar superior decíduo, sendo o</p><p>quarto dente do arco dental e é menos volumoso que o segundo molar</p><p>decíduo.</p><p>A inclinação do primeiro molar superior decíduo, no sentido</p><p>vestíbulo-palatino é praticamente vertical. No sentido mésio-distal sua coroa</p><p>inclina-se discretamente para a face vestibular.</p><p>Em relação à oclusão normal deste dente, as cúspides vestibulares</p><p>ultrapassam as cúspides vestibulares dos primeiros molares inferiores.</p><p>Coroa</p><p>A coroa possui a forma de um cubo irregular, apresentando-se mais</p><p>larga no sentido mésio-distal. Sua face oclusal torna-se maior que a face</p><p>cervical devido ao grande estrangulamento do colo.</p><p>Face vestibular</p><p>A face vestibular pode ser inscrita num trapézio de maior base para a</p><p>oclusal, sendo irregularmente convexa (Figura 7.51). Quatro margens</p><p>delimitam este dente: a margem cervical apresenta-se ondulada e à medida</p><p>que transcorre para a face mesial se dirige obliquamente para cima, deixando</p><p>esta face mais alta que a distal (Figura 7.52). Todas as margens apresentam-</p><p>se convexas, porém, ao nível do ângulo triedro mésio-vestíbulo-cervical</p><p>existe uma maior convexidade onde se localiza o tubérculo molar,</p><p>211</p><p>característicos destes dentes (Figura 7.53). A margem distal desta face é</p><p>bastante convexa e menor que a margem mesial, sendo esta última mais alta</p><p>e menos convexa e ligeiramente inclinada para o lado distal. A margem</p><p>oclusal é bastante irregular e apresenta dois segmentos discretos que divide</p><p>esta face em mesial e distal, sendo a primeira maior que a segunda no sentido</p><p>transversal.</p><p>Figura 7.51: Face vestibular do Primeiro Molar Superior Decíduo Esquerdo</p><p>(64).</p><p>212</p><p>Figura 7.52: Margem cervical do Primeiro Molar Superior Decíduo</p><p>Esquerdo (64).</p><p>Figura 7.53: Tubérculo molar do Primeiro Molar Superior Decíduo</p><p>Esquerdo (64).</p><p>213</p><p>Face palatina</p><p>Esta face é menor e mais convexa que a face vestibular. Suas margens</p><p>são muito parecidas com as da face vestibular (Figura 7.54).</p><p>Figura 7.54: Face palatina do Primeiro Molar Superior Decíduo Esquerdo</p><p>(64).</p><p>Faces proximais</p><p>Apresentam-se com forma de trapézio sendo mais largas ao nível da</p><p>região cervical. A face distal é mais convexa e menor que a face mesial</p><p>(Figura 7.55).</p><p>Figura 7.55: Face distal do Primeiro Molar Superior Decíduo Esquerdo</p><p>(64).</p><p>214</p><p>Face oclusal</p><p>Esta face apresenta-se com formato de um trapézio de margens e</p><p>ângulos arredondados com a base maior voltada para a face vestibular.</p><p>Este dente apresenta três cúspides, duas voltadas para a face vestibular</p><p>e uma para a face palatina (Figura 7.56).</p><p>Figura 7.56: Face oclusal do Primeiro Molar Superior Decíduo Esquerdo</p><p>(64).</p><p>Cúspides</p><p>As cúspides do primeiro molar decíduo superior apresentam-se, como</p><p>já relatado anteriormente, em número de três, sendo a palatina a maior e mais</p><p>volumosa; a disto-vestibular é a menor e menos volumosa e a de dimensão</p><p>intermediária é a mésio-vestibular (Figura 7.57).</p><p>215</p><p>Figura 7.57: Cúspides do Primeiro Molar Superior Decíduo Esquerdo (64).</p><p>Fóssulas</p><p>No primeiro molar superior decíduo existem as fóssulas principais</p><p>triangulares e as acessórias, sendo as primeiras encontradas nas regiões</p><p>mesial e distal, e as segundas, nos pontos de cruzamento dos sulcos.</p><p>Sulcos</p><p>São observados sulcos principal e secundário. O principal encontra-se</p><p>no sentido mésio-distal, é para-central e retilíneo. Da fóssula distal, parte um</p><p>sulco em direção à face vestibular e este por ser raso, não termina em fóssula.</p><p>Com menor frequência, da fóssula mesial, pode partir um sulco, também em</p><p>direção à face vestibular. Os sulcos secundários são pouco profundos e muito</p><p>irregulares sendo evidenciados apenas logo após sua erupção, pois à medida</p><p>que começa a oclusão normal existe um desgaste dos mesmos e estes</p><p>praticamente desaparecem (Figura 7.58).</p><p>216</p><p>Figura 7.58: Sulcos e fóssulas do Primeiro Molar Superior Decíduo</p><p>Esquerdo (64).</p><p>Cristas marginais</p><p>Assim como ocorre nos dentes molares permanentes, a crista marginal</p><p>na porção mesial é mais volumosa que na porção distal. Estas também</p><p>apresentam maior volume na porção vestibular do que na porção palatina</p><p>(Figura 7.59).</p><p>Figura 7.59: Cristas marginais do Primeiro Molar Superior Decíduo</p><p>Esquerdo (64).</p><p>217</p><p>Colo</p><p>O colo é caracterizado por uma linha sinuosa, alargada no sentido</p><p>vestíbulo-palatino e achatada no sentido mésio-distal. Nas faces vestibular e</p><p>palatina possui convexidade voltada para a raiz e nas faces proximais possui</p><p>convexidade voltada para a face oclusal.</p><p>Raiz</p><p>Os primeiros molares superiores decíduos possuem três raízes longas,</p><p>delgadas e achatadas, sendo uma palatina (mais volumosa e voltada para o</p><p>lado distal) e duas vestibulares, uma mésio-vestibular (forma triangular e</p><p>maior que a distal) e outra disto-vestibular. As respectivas faces</p><p>interradiculares são profundamente sulcadas no sentido longitudinal (Figura</p><p>7.60).</p><p>Figura 7.60: Vista vestibular das raízes do Primeiro Molar Superior</p><p>Decíduo Esquerdo (64).</p><p>218</p><p>7.12 SEGUNDO MOLAR SUPERIOR DECÍDUO</p><p>O segundo molar superior decíduo é maior que o primeiro molar</p><p>superior decíduo e possui as mesmas características do primeiro molar</p><p>superior permanente. É o quinto dente do arco dental e o último da série dos</p><p>decíduos. No lugar dele irromperá o segundo pré-molar superior. Este dente</p><p>inclina-se suavemente para a vestibular no sentido mésio-distal. Na normo-</p><p>oclusão, oclui apenas com o segundo molar inferior decíduo, pelo menos até</p><p>a erupção do primeiro molar permanente.</p><p>Coroa</p><p>A coroa, em todas as faces, é cópia fiel do primeiro molar superior</p><p>permanente, guardada as devidas proporções de tamanho (Figura 7.61).</p><p>Figura 7.61: Vista oclusal da coroa do Segundo Molar Superior Decíduo</p><p>Esquerdo (65).</p><p>Colo</p><p>O colo é semelhante ao primeiro molar superior decíduo, com maiores</p><p>dimensões.</p><p>219</p><p>Raiz</p><p>As três raízes são longas e escavadas, assim como as do primeiro</p><p>molar superior decíduo. A raiz palatina e disto-vestibular são normalmente</p><p>unidas. Entre as três raízes forma-se uma verdadeira fossa que aloja o folículo</p><p>do segundo pré-molar permanente (Figura 7.62).</p><p>Figura 7.62: Vista palatina do Segundo Molar Superior Decíduo Esquerdo</p><p>(65).</p><p>7.13 PRIMEIRO MOLAR INFERIOR DECÍDUO</p><p>O primeiro molar inferior decíduo está localizado junto à face distal</p><p>do canino inferior decíduo e face mesial do segundo molar inferior decíduo,</p><p>sendo o primeiro molar inferior decíduo menos volumoso que o segundo</p><p>molar inferior decíduo.</p><p>220</p><p>Na boca, no sentido vestíbulo-lingual, sua face vestibular inclina-se</p><p>fortemente para o lado lingual, semelhante ao que ocorre com os</p><p>permanentes. No sentido mésio-distal a coroa se posiciona verticalmente.</p><p>Em normo-oclusão sua cúspide mésio-vestibular oclui com a metade</p><p>distal do canino superior e a cúspide disto-vestibular oclui com a cúspide</p><p>mésio-vestibular do primeiro molar superior.</p><p>Coroa</p><p>A coroa possui uma forma elíptica, com faces e margens</p><p>arredondadas, porém esta coroa é completamente diferente dos outros</p><p>molares (Figura 7.63).</p><p>Figura 7.63: Vista vestibular do Primeiro Molar Inferior Decíduo Esquerdo</p><p>(74).</p><p>221</p><p>Face vestibular</p><p>A face vestibular do primeiro molar inferior decíduo possui formato</p><p>irregularmente trapezoidal, com o seu maior lado voltado para a face oclusal</p><p>(Figura 7.64). Esta face é convexa tanto no sentido transversal como</p><p>longitudinal, apresentando próximo de sua parte média um sulco raso que a</p><p>divide em dois lóbulos, distal e mesial, sendo este último o mais volumoso.</p><p>Neste dente há uma importante convexidade próxima ao nível da margem</p><p>cervical, junto ao ângulo triedro vestíbulo-cérvico-mesial, chamada de</p><p>tubérculo molar (Tubérculo de Zuckerkandl) (Figura 7.65). A face vestibular</p><p>inclina-se consideravelmente, a partir do terço cervical, para a lingual. Em</p><p>relação às margens, a margem oclusal pode apresentar um sulco raso, que</p><p>separa as duas cúspides vestibulares em mésio-vestibular (maior) e disto</p><p>vestibular (menor). Um segundo sulco também pode existir na margem</p><p>oclusal. A margem cervical é ondulada, saliente e inclinada superiormente</p><p>para a distal. A margem distal é muito curta e convexa e a mesial é bastante</p><p>arredondada e quase vertical.</p><p>Figura 7.64: Face vestibular do Primeiro Molar Inferior Decíduo</p><p>Esquerdo (74).</p><p>222</p><p>Figura 7.65: Vista mesial do Primeiro Molar Inferior Decíduo Esquerdo</p><p>evidenciando o tubérculo molar na face vestibular (74).</p><p>Face lingual</p><p>Esta face é bem menor que a face vestibular e mais convexa, porém</p><p>com menor inclinação. Nesta face ainda se encontra um sulco mais profundo</p><p>no terço oclusal e que se torna raso ao nível do terço médio, dividindo esta</p><p>face em duas cúspides linguais, onde a mésio-lingual é maior que a disto-</p><p>lingual. A margem cervical é ondulada, discreta e com uma ponta que se</p><p>direciona para as raízes deste dente. As demais margens são parecidas com as</p><p>margens da face vestibular (Figura 7.66).</p><p>223</p><p>Figura 7.66: Face lingual do Primeiro Molar Inferior Decíduo Esquerdo</p><p>(74).</p><p>Faces proximais</p><p>As faces proximais são inclinadas em direção à região cervical e</p><p>possuem formas trapezoidal de maior lado voltado para a cervical. Tanto a</p><p>face mesial como a distal são convexas, porém na face distal a convexidade é</p><p>maior. Com relação às margens, a oclusal apresenta-se sulcada na porção</p><p>média; a cervical é curva de concavidade voltada para a raiz e mais alta do</p><p>lado lingual do que do vestibular; a lingual é convexa no terço mediano e</p><p>levemente inclinada para lingual; a vestibular, é convexa no terço oclusal, a</p><p>partir daí é retilínea e depois é bastante inclinada para o lado lingual (Figura</p><p>7.67).</p><p>224</p><p>Figura 7.67: Face mesial do Primeiro Molar Inferior Decíduo Esquerdo</p><p>(74).</p><p>Face oclusal</p><p>Esta face possui uma forma elíptica, sendo a porção vestibular mais</p><p>desenvolvida do que a lingual. Apresenta quatro cúspides, duas vestibulares</p><p>e duas linguais, cujo volume, em ordem decrescente é o seguinte: cúspide</p><p>mésio-lingual, mésio-vestibular, disto-vestibular e por fim a disto-lingual.</p><p>Existem duas fóssulas principais junto às cristas marginais mesial e distal,</p><p>sendo a crista marginal mesial mais saliente se assemelhando em alguns casos</p><p>a um tubérculo (Figura 7.68). Nesta face há três sulcos principais, o mésio-</p><p>distal, que separa as cúspides vestibulares das linguais e que algumas vezes é</p><p>interrompido por uma ponte de esmalte; o ocluso-vestibular e</p><p>o ocluso-lingual</p><p>que é menos nítido (Figura 7.69).</p><p>225</p><p>Figura 7.68: Cristas marginais na face oclusal do Primeiro Molar Inferior</p><p>Decíduo Esquerdo (74).</p><p>Figura 7.69: Ponte de esmalte na face oclusal do Primeiro Molar Inferior</p><p>Decíduo Esquerdo (74).</p><p>226</p><p>Colo</p><p>O colo é caracterizado por uma linha sinuosa, alargado no sentido</p><p>vestíbulo-lingual e achatado no sentido mésio-distal. Nas faces vestibular e</p><p>lingual possui convexidade voltada para a raiz e nas faces proximais possui</p><p>convexidade voltada para a face oclusal (Figuras 7.70 e 7.71).</p><p>Raiz</p><p>O primeiro molar inferior decíduo apresenta duas raízes longas,</p><p>sulcadas e delgadas, sendo uma mesial, mais desenvolvida, e outra distal. São</p><p>geminadas e fortemente achatadas no sentido mésio-distal. As raízes</p><p>divergem fortemente a partir do bulbo e convergem no terço apical (Figuras</p><p>7.70 e 7.71).</p><p>Figura 7.70: Vista vestibular do Primeiro Molar Inferior Decíduo Esquerdo</p><p>(74).</p><p>227</p><p>Figura 7.71: Vista mesial do Primeiro Molar Inferior Decíduo Esquerdo</p><p>(74).</p><p>7.14 SEGUNDO MOLAR INFERIOR DECÍDUO</p><p>O segundo molar inferior decíduo é mais volumoso que o seu</p><p>antecessor, sendo o quinto dente do arco dental. Situa-se distalmente ao</p><p>primeiro molar inferior e é o último dente do arco decíduo.</p><p>Quanto a sua localização na cavidade bucal, possui no sentido</p><p>vestíbulo-lingual uma inclinação para a face lingual, já no sentido mésio-</p><p>distal apresenta-se praticamente vertical. Numa normo-oclusão a sua face</p><p>oclusal oclui com a porção distal do primeiro molar superior e toda a extensão</p><p>da face oclusal do segundo molar superior.</p><p>Coroa</p><p>A coroa deste dente é muito semelhante ao primeiro molar</p><p>permanente, guardada as devidas proporções de tamanho. No sentido mésio-</p><p>distal é alongada e é achatada no sentido vestíbulo-lingual (Figura 7.72). A</p><p>228</p><p>fundamental diferença deste dente para o primeiro molar permanente está na</p><p>presença do tubérculo molar (Figura 7.73).</p><p>Figura 7.72: Face vestibular do Segundo Molar Inferior Decíduo Esquerdo</p><p>(75).</p><p>Figura 7.73: Vista distal do Segundo Molar Inferior Decíduo Esquerdo</p><p>evidenciando o tubérculo molar na face vestibular (75).</p><p>229</p><p>Colo</p><p>O colo deste dente apresenta as mesmas características dos demais,</p><p>exceto na presença de uma saliência maior na linha cervical.</p><p>Raiz</p><p>As raízes também são semelhantes aos primeiros molares</p><p>permanentes, sendo uma mesial e outra distal. São de formato triangular,</p><p>longas e achatadas no sentido mésio-distal. Apresentam-se divergentes no</p><p>terço cervical e convergentes próximo ao terço apical.</p><p>230</p><p>CAPÍTULO 8 - CAVIDADE PULPAR</p><p>8.1 GENERALIDADES</p><p>A polpa dental, é o único tecido mole do dente, e está contido no</p><p>interior dos tecidos mineralizados numa cavidade denominada cavidade</p><p>pulpar. Guardada a devida proporção, a cavidade pulpar apresenta a</p><p>configuração da forma exterior do dente.</p><p>A cavidade pulpar é constituída pela dentina coronária e pela dentina</p><p>radicular, sendo dividida em duas partes: a câmara coronária e o canal</p><p>radicular, partes estas que apresentam continuidade (Figura 8.1).</p><p>Figura 8.1: Vista da cavidade pulpar em corte longitudinal do Incisivo</p><p>Central Inferior Esquerdo (31).</p><p>231</p><p>A cavidade pulpar comunica-se com a região externa por meio do</p><p>forame apical, que é um orifício localizado no ápice radicular. O forame</p><p>apical nem sempre se localiza no ápice da raiz, podendo ser deslocado, único</p><p>ou acompanhado de outros de menor calibre. Por meio dos forames apicais,</p><p>principal e acessórios é que penetram vasos e nervos que se dirigem para a</p><p>polpa.</p><p>Como citado anteriormente, uma das partes da câmara pulpar é a</p><p>câmara coronária e esta apresenta um teto, um assoalho e as paredes</p><p>vestibular, lingual/palatina, mesial e distal (Figuras 8.2 e 8.3).</p><p>Figura 8.2: Vista do teto da câmara coronária em corte transversal do</p><p>Segundo Molar Superior Direito (17).</p><p>232</p><p>Figura 8.3: Vista do assoalho da câmara coronária em corte transversal do</p><p>Segundo Molar Superior Direito (17).</p><p>O teto da câmara coronária por corresponder à face oclusal dos dentes</p><p>posteriores e à margem incisal dos dentes anteriores, apresenta elevações</p><p>correspondentes às cúspides ou às margens incisais, elevações estas</p><p>denominadas cornos pulpares (Figura 8.4).</p><p>O assoalho da câmara pulpar situa-se ao nível do colo. Neste origina-</p><p>se os prolongamentos radiculares da cavidade pulpar. No caso do dente ser de</p><p>uma única raiz, a abertura para o canal radicular é ampla, centralizada e de</p><p>fácil acesso. Nos dentes multirradiculares, existe dentina entre as várias</p><p>aberturas que dão entrada aos canais radiculares.</p><p>As outras paredes da câmara coronária recebem as mesmas</p><p>denominações das faces da coroa.</p><p>233</p><p>Figura 8.4: Vista das paredes da câmara coronária em corte longitudinal do</p><p>Terceiro Molar Inferior Direito (48).</p><p>O canal radicular continua-se com a câmara coronária, sendo a</p><p>cavidade contida no interior da raiz dentária, abrindo–se no ápice dental, por</p><p>meio do forame apical.</p><p>Nos dentes unirradiculares é único e nos multirradiculares é um canal</p><p>para cada raiz. Devido ao achatamento mésio-distal das raízes pode ocorrer</p><p>uma duplicidade de canais.</p><p>234</p><p>Podemos classificar os canais radiculares em seis tipos principais:</p><p>canal simples, bifurcado, fusionado, colateral ou paralelo, reticular ou</p><p>plexiforme e atrésico.</p><p>Canal principal: acompanha a direção da raiz e pode ser retilíneo ou</p><p>curvilíneo (Figura 8.5).</p><p>Figura 8.5: Desenho esquemático representativo do canal principal.</p><p>Canal bifurcado: é frequente nos dentes com achatamento da raiz. O</p><p>canal bifurcado pode ser completo ou incompleto. O completo apresenta a</p><p>divisão total do canal principal, e estes se abrem em dois orifícios</p><p>independentes (Figura 8.6). O incompleto é subdividido por dentina e o canal</p><p>apresenta-se irregular e de difícil acesso.</p><p>235</p><p>Figura 8.6: Desenho esquemático representativo de canal bifurcado</p><p>completo.</p><p>Canal fusionado: é representado pela união de dois canais radiculares,</p><p>sendo esta união total ou parcial. É frequente em dentes com fusão das raízes</p><p>ou com raízes achatadas mésio-distalmente.</p><p>Canal colateral: é um canal de menor diâmetro que o canal principal;</p><p>corre paralelamente a este e abre-se por meio de um forame apical</p><p>independente do forame apical principal ou une-se a este último antes do</p><p>término no ápice da raiz (Figura 8.7).</p><p>Canal reticular: apresenta vários canalículos que se comunicam além</p><p>dos canais paralelos que surgem ao lado do canal principal (Figura 8.7).</p><p>236</p><p>Figura 8.7: Desenho esquemático representativo de canal principal,</p><p>colateral e reticular.</p><p>Canal atrésico: é um canal que se estreitou devido à deposição de</p><p>dentina exagerada. Pode terminar em fundo cego ou num forame apical muito</p><p>estreito (Figura 8.8).</p><p>Além destes tipos principais, encontramos outros canalículos de</p><p>calibre bem menores, e muitas vezes numerosos, que são classificados em:</p><p>canal adventício, secundário, acessório, recorrente, intercanal e delta apical.</p><p>Canal adventício: se origina do principal no terço cervical ou médio</p><p>da raiz e abre-se em uma das paredes radiculares (Figura 8.8).</p><p>Canal secundário: se origina do principal, no terço apical, e abre-se</p><p>próximo ao ápice (Figura 8.8).</p><p>237</p><p>Canal acessório: se origina num canal secundário e abre-se no terço</p><p>apical da raiz, podendo ser simples ou bifurcado (Figura 8.8).</p><p>Intercanal: une o canal principal ao canal colateral (Figura 8.8).</p><p>Figura 8.8: Desenho esquemático representativo dos canais principal,</p><p>atrésico, adventício, secundário, acessório e intercanal.</p><p>Canal recorrente: se origina no canal principal, percorre certo trecho</p><p>da raiz e desemboca</p><p>no mesmo canal principal (Figura 8.9).</p><p>Delta apical: são vários canalículos que partem do canal principal no</p><p>terço apical, originando a abertura de vários orifícios menores, em</p><p>substituição ao forame apical principal (Figura 8.9).</p><p>238</p><p>Figura 8.9: Desenho esquemático representativo de canal recorrente e delta</p><p>apical.</p><p>A morfologia dos canais radiculares é variada e complexa e estes</p><p>podem se apresentar cilíndricos, cônicos, achatados ou mesmo não</p><p>apresentarem nenhuma destas formas. Próximo ao ápice radicular, as paredes</p><p>do canal principal apresentam configuração variável: podem ser convergentes</p><p>até o forame apical, constringindo de maneira progressiva a luz do canal</p><p>radicular; podem ser paralelas, como por exemplo nos dentes jovens, sendo a</p><p>luz do canal igual em toda a sua extensão; podem também ser divergentes,</p><p>239</p><p>como por exemplo nos dentes jovens, ou em adultos incompletamente</p><p>desenvolvidos.</p><p>Imediatamente após a erupção do dente, o ápice radicular é amplo e</p><p>dilatado, porém com a aposição de dentina e cemento, ocorre o seu rápido</p><p>fechamento e a conversão num canal que permite a passagem do feixe</p><p>vásculo-nervoso.</p><p>Quanto à morfologia dos forames apicais, incluindo-se tanto o</p><p>principal como os acessórios, estes podem se apresentar circulares, elípticos,</p><p>ovais, semilunares, triangulares ou em fenda.</p><p>8.2 CAVIDADES PULPARES DOS DENTES PERMANENTES</p><p>Incisivo Central Superior</p><p>Câmara coronária: apresenta-se achatada no sentido vestíbulo-lingual</p><p>e alargada no sentido mésio-distal. Não há um limite nítido entre câmara</p><p>coronária e canal radicular devido à continuidade entre estas partes (Figura</p><p>8.10). Nos cortes de direção vestíbulo-lingual a câmara coronária é afilada na</p><p>extremidade incisal e próximo ao colo do dente é alargada devido à presença</p><p>do cíngulo.</p><p>Canal radicular: apresenta a forma cilíndrica ou cônica alongada,</p><p>diminuindo gradativamente até o forame apical (Figura 8.10). Devido à</p><p>grande percentagem de raízes retilíneas, o canal radicular deste dente é</p><p>facilmente acessado.</p><p>240</p><p>Figura 8.10: Vista da cavidade pulpar em corte longitudinal do Incisivo</p><p>Central Superior Direito (11).</p><p>Incisivo Lateral Superior</p><p>Câmara coronária: apresenta-se achatada no sentido vestíbulo-lingual</p><p>e alargada no sentido mésio-distal semelhante ao incisivo central superior,</p><p>porém com tamanho bem menor. Assim como no incisivo central superior,</p><p>não há um limite nítido entre câmara coronária e canal radicular. Nos cortes</p><p>de direção vestíbulo-lingual a câmara coronária é afilada na extremidade</p><p>incisal e próximo ao colo do dente é alargada devido à presença do cíngulo.</p><p>Canal radicular: apresenta a forma cônica e é achatado no sentido</p><p>mésio-distal. Muitas vezes o canal é retilíneo, com tendência para curvar-se</p><p>para a face distal.</p><p>241</p><p>Incisivo Central Inferior</p><p>Câmara coronária: apresenta-se semelhante ao incisivo central</p><p>superior. É larga no sentido vestíbulo-lingual, constituindo uma verdadeira</p><p>fenda e no sentido mésio-distal é estreita (Figura 8.11).</p><p>Canal radicular: é fortemente achatado no sentido mésio-distal e</p><p>alargado no sentido vestíbulo-lingual (Figura 8.11). Não é raro encontrar a</p><p>bifurcação do canal radicular que terminam em forames apicais diferentes.</p><p>Dependendo do grau de achatamento da raiz, em secção transversal, pode</p><p>apresentar a forma de um 8.</p><p>Figura 8.11: Vista da cavidade pulpar em corte longitudinal do Incisivo</p><p>Central Inferior Esquerdo (31).</p><p>Incisivo Lateral Inferior</p><p>Apresenta as mesmas características da câmara coronária e do conduto</p><p>radicular do incisivo central inferior.</p><p>Canino Superior</p><p>Câmara coronária: é ampla e única; separa-se do canal radicular por</p><p>um estrangulamento ao nível de colo (Figura 8.12).</p><p>242</p><p>Canal radicular: é o mais longo de todos os dentes e quase sempre é</p><p>retilíneo. É largo nos terços cervical e médio e afilado no terço apical (Figura</p><p>8.12). Na maioria dos casos é de secção transversal oval tornando-se</p><p>arredondado no terço apical.</p><p>Figura 8.12: Vista da cavidade pulpar do Canino Superior Direito (13).</p><p>Canino Inferior</p><p>Câmara coronária: é muito parecida com a do canino superior,</p><p>diferindo-se por se apresentar menos escavada na região do cíngulo.</p><p>Canal radicular: é menor que o canal radicular do canino superior. É</p><p>frequente a presença de duas raízes e, portanto, de dois canais radiculares</p><p>independentes devido ao maior grau de achatamento da raiz ou presença de</p><p>sulcos profundos nas faces mesial e distal da raiz. Pode apresentar a forma</p><p>ovalada, achatada lateralmente ou de 8, quando seccionado transversalmente.</p><p>243</p><p>Primeiro Pré-molar Superior</p><p>Câmara coronária: no sentido mésio-distal é irregularmente cúbica e</p><p>achatada. O teto apresenta uma convexidade na parte média (correspondendo</p><p>ao sulco principal mésio-distal da face oclusal) e dois prolongamentos junto</p><p>das margens laterais, sendo o prolongamento vestibular um pouco maior que</p><p>o palatino (Figuras 8.13 e 8.14). A presença de assoalho depende da presença</p><p>de mais de um canal principal, pois, quando unirradicular a câmara não possui</p><p>assoalho.</p><p>Canal radicular: na maioria das vezes são em número de dois.</p><p>Excepcionalmente são únicos ou triplos. Entre os dois canais, o vestibular é</p><p>sempre o menor. São sinuosos e com o ápice desviado para o lado distal</p><p>(Figuras 8.13 e 8.14). Apresenta a forma ovalada quando seccionado</p><p>transversalmente.</p><p>Figura 8.13: Vista da cavidade pulpar em corte longitudinal (terço mesial)</p><p>do Primeiro Pré-molar Superior Esquerdo (24).</p><p>244</p><p>Figura 8.14: Vista da cavidade pulpar em corte longitudinal (terço distal)</p><p>do Primeiro Pré-molar Superior Esquerdo (24).</p><p>Segundo Pré-molar Superior</p><p>Câmara coronária: é semelhante à câmara coronária do primeiro pré-</p><p>molar superior. Não apresenta assoalho pois se continua com um único canal</p><p>radicular.</p><p>Canal radicular: geralmente único, fortemente achatado no sentido</p><p>mésio-distal e bifurcado. Os ramos podem se unir ou se manterem bifurcados.</p><p>Em secção transversal os canais possuem a forma oval.</p><p>245</p><p>Primeiro Pré-molar Inferior</p><p>Câmara coronária: é irregularmente cúbica, possuindo seis faces.</p><p>Apresenta uma única fóssula no lado vestibular, devido ao pequeno</p><p>desenvolvimento da cúspide lingual. O teto é convexo e não há assoalho</p><p>devido à continuidade entre a câmara coronária e o canal radicular que é</p><p>único.</p><p>Canal radicular: é único, estreito tanto no sentido vestíbulo-lingual</p><p>como no sentido mésio-distal. Em secção transversal o canal possui a forma</p><p>oval.</p><p>Segundo Pré-molar Inferior</p><p>Câmara coronária: é bastante semelhante a do primeiro pré-molar</p><p>inferior, porém é maior e achatada no sentido mésio-distal. O teto apresenta</p><p>dois cornos: o vestibular e o lingual sendo este último menos acentuado.</p><p>Canal radicular: geralmente é único e achatado tanto no sentido</p><p>vestíbulo-lingual como no sentido mésio-distal. A presença de dois ou três</p><p>canais depende do número de raízes deste dente. O delta apical é frequente.</p><p>Em secção transversal o canal possui a forma oval.</p><p>Primeiro Molar Superior</p><p>Câmara coronária: é ampla e apresenta a forma de um cubo irregular</p><p>e por meio de um estrangulamento na região de colo delimita-se do canal</p><p>radicular. O teto é convexo, sendo o corno vestibular mais baixo e mais</p><p>pontiagudo que o palatino quando observado num corte vestíbulo-palatino. O</p><p>assoalho apresenta a forma de um trapézio e é menor que o teto. Também é</p><p>fortemente convexo na parte média e este apresenta ao nível dos ângulos</p><p>mesial, distal e palatino as aberturas de comunicação com os canais</p><p>radiculares.</p><p>246</p><p>Canais radiculares: são geralmente em número de três e apresentam-</p><p>se na forma de um triângulo isósceles com o ápice voltado para o lado palatino</p><p>e a base vestibular delimitada pelos dois</p><p>canais vestíbulo-mesial e vestíbulo-</p><p>distal.</p><p>1 - Canal palatino: é bastante amplo, cilíndrico e muitas vezes</p><p>retilíneo. É ligeiramente inclinado para o lado distal e de fácil acesso.</p><p>2 - Canal vestíbulo-mesial: seu acesso é mais difícil devido ao seu</p><p>achatamento no sentido mésio-distal. Muitas vezes o canal mésio-vestibular</p><p>bifurca-se total ou parcialmente. Frequentemente apresenta curvatura de</p><p>concavidade mesial.</p><p>3 - Canal vestíbulo-distal: é delgado e curvo no sentido inverso ao</p><p>canal vestíbulo-mesial.</p><p>Segundo Molar Superior</p><p>Câmara coronária: quando apresenta quatro cúspides apresenta forma</p><p>semelhante à do primeiro molar superior. Quando apresenta três cúspides a</p><p>câmara coronária apresenta forma triangular. Quando o segundo molar se</p><p>apresenta achatado no sentido vestíbulo-palatino, sua câmara coronária</p><p>apresenta a forma de elipse. No corte vestibular apresenta pequeno corno</p><p>distal, enquanto o corno mesial é amplo e bastante baixo.</p><p>Canal radicular: apresentam-se semelhantes aos canais do primeiro</p><p>molar superior, sendo muito rara a bifurcação do canal mésio-vestibular.</p><p>Terceiro Molar Superior</p><p>Câmara coronária: devido à variação da sua morfologia apresenta uma</p><p>variada morfologia da câmara coronária sendo também mais ampla quando</p><p>comparada a dos outros molares.</p><p>Canal radicular: geralmente são únicos devido a bi ou trigeminação</p><p>das raízes, sendo bastante largos e de secção circular. Se os terceiros molares</p><p>247</p><p>apresentam raízes independentes os canais radiculares também o são,</p><p>podendo também apresentar anastomose entre si.</p><p>Primeiro Molar Inferior</p><p>Câmara coronária: apresenta um grande volume e forma cúbica. O</p><p>assoalho é convexo na parte média apresentando a abertura dos canais</p><p>radiculares com forma de um triângulo de ápice voltado para o lado distal.</p><p>Canal radicular: possui três canais, sendo um distal e dois mesiais. Às</p><p>vezes apresenta dois canais distais, totalizando quatro.</p><p>Canais mesiais: apresentam uma abertura muito pequena, são curvos</p><p>no sentido mésio-distal. Podem ter uma origem única e se tornarem</p><p>independentes. Quando independentes podem se unir próximo ao ápice</p><p>desembocando num forame apical comum.</p><p>Canal distal: é bastante achatado no sentido mésio-distal, curvo,</p><p>amplo e de fácil acesso.</p><p>Segundo Molar Inferior</p><p>Câmara coronária: apresenta uma câmara coronária mais ampla que o</p><p>primeiro molar inferior, porém bastante semelhante a este último. O assoalho</p><p>pode apresentar a abertura de dois ou três canais.</p><p>Canal radicular: geralmente em número de três, sendo dois mesiais e</p><p>um distal, formando um triângulo, mas o número pode variar. Os canais</p><p>mesiais podem estar fusionados, não havendo o triângulo, apenas duas</p><p>aberturas.</p><p>Terceiro Molar Inferior</p><p>Câmara coronária: quando o terceiro molar inferior apresenta</p><p>morfologia variada a câmara coronária também apresenta variação da</p><p>morfologia, caso contrário é semelhante à câmara coronária dos outros</p><p>molares (Figura 8.15).</p><p>248</p><p>Canal radicular: pode apresentar um, dois ou três canais (Figura 8.15).</p><p>Quanto maior o número de canais, menor a dimensão dos mesmos.</p><p>Figura 8.15: Vista da cavidade pulpar em corte longitudinal do Terceiro</p><p>Molar Inferior Direito (48).</p><p>8.3 CAVIDADES PULPARES DOS DENTES DECÍDUOS</p><p>A cavidade pulpar dos dentes decíduos apresenta morfologia</p><p>semelhante a dos dentes permanentes, porém, o canal radicular é de menor</p><p>calibre.</p><p>Dentes Anteriores</p><p>Apresentam canais de forma simples, com frequentes complicações</p><p>apicais e canais acessórios ou secundários. Nos incisivos inferiores é</p><p>frequente a bifurcação do canal radicular devido à presença de sulcos nas</p><p>faces mesial e distal da raiz.</p><p>249</p><p>Dentes Molares</p><p>Apresentam canais variados, podendo haver ramificações apicais,</p><p>canais em fundo cego, ramificações colaterais e canais acessórios ou</p><p>secundários.</p><p>Tanto os molares superiores como os molares inferiores apresentam quatro</p><p>canais, sendo para o molar superior um canal palatino, um disto-vestibular e</p><p>dois canais na raiz mésio-vestibular, e para os molares inferiores dois canais</p><p>na raiz mésio-vestibular e dois canais na raiz disto-vestibular.</p><p>250</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Della Serra, O; Ferreira, FV. Anatomia Dental. 3a. Ed. São Paulo: Artes</p><p>Médicas, 1981.</p><p>DuBrul, EL. Anatomia Oral de Sicher e DuBrul. Editora Artmed, 1991.</p><p>Figún, ME; Garino, RR. Anatomia Odontológica Funcional e Aplicada.</p><p>Editora Artmed, 2003.</p><p>Picosse, M. Anatomia Dentária. Editora Sarvier, 1979.</p><p>Sicher, H; Tandler, J. Anatomia para Dentistas. Editora Atheneu, 1981.</p><p>251</p><p>gerais em numerar os dentes permanentes e decíduos, com dois algarismos</p><p>arábicos, os quais representam cada elemento de uma hemiarcada. Os dentes</p><p>permanentes correspondem às dezenas de 11 a 18 e de 21 a 28, para os dentes</p><p>superiores; de 31 a 38, e de 41 a 48, para os dentes inferiores. Os números</p><p>dispõem-se em forma de fração, correspondendo os numeradores aos dentes</p><p>superiores e os denominadores aos dentes inferiores (Figura 1.3).</p><p>16</p><p>Figura 1.3: Notação dental por dois dígitos da dentição permanente.</p><p>Para os dentes decíduos, as dezenas iniciam-se em 51 e terminam em</p><p>85, assim distribuídos em cada hemiarcada (Figura 1.4):</p><p>Figura 1.4: Notação dental por dois dígitos da dentição decídua.</p><p>1.1 TERMOS APLICADOS AO ESTUDO ANATÔMICO DOS DENTES</p><p>Os termos aplicados ao estudo dos dentes, da mesma forma que os</p><p>acidentes anatômicos, permitem identificar e descrever o elemento dental e</p><p>também podem ser classificados em elevações ou depressões.</p><p>Cúspides: são elevações, que de forma geral, apresentam volume</p><p>variado e quanto mais próximas do plano medial mais volumosas serão. As</p><p>cúspides são denominadas de acordo com a relação que apresentam com as</p><p>faces proximais (mesias e distais) e livres (vestibulares e linguais ou</p><p>palatinas) (Figura 1.5).</p><p>17</p><p>Figura 1.5: Cúspides mésio-palatina (MP); mésio-vestibular (MV); disto-</p><p>vestibular (DV) e disto palatina (DP) do primeiro molar superior</p><p>permanente.</p><p>Do ponto de vista geométrico as cúspides são comparáveis a uma</p><p>pirâmide de base quadrangular apresentando uma base voltada para cervical,</p><p>um ápice voltado para oclusal, quatro facetas ou vertentes (planos inclinados),</p><p>sendo duas voltadas para a face oclusal que fazem parte desta face</p><p>denominadas facetas ou vertentes triturantes ou oclusais e duas voltadas para</p><p>as faces livres das coroas e denominadas facetas livres ou lisas, localizando-</p><p>se no lado lingual/palatino ou vestibular. Em uma mesma cúspide, as facetas</p><p>triturantes são separadas das facetas livres pelas arestas transversais, de</p><p>direção mésio-distal, e as facetas livres e triturantes mesiais são separadas das</p><p>18</p><p>suas homônimas distais pelas arestas axiais, de direção vestíbulo-lingual</p><p>(Figura 1.6).</p><p>Figura 1.6: Representação das facetas triturantes (T) e livres ou lisas (L),</p><p>arestas transversais (em preto) e axiais (em vermelho) da cúspide mésio-</p><p>vestibular do primeiro molar superior permanente.</p><p>Sulcos: São depressões lineares mais ou menos pronunciadas,</p><p>existentes nas faces das coroas dentais resultantes da fusão das cúspides ou</p><p>ainda como pequenas ranhuras nas facetas oclusais das cúspides. Dividem-se</p><p>em:</p><p>• Sulcos Principais: Se originam a partir da fusão de lóbulos ou</p><p>cúspides. São vestígios deixados por essas fusões. São de</p><p>comprimentos variáveis, apresentam-se de forma curvilínea ou</p><p>retilínea. Originam-se de uma fosseta principal e se dirigem a outra</p><p>fosseta principal ou secundária, pode ainda continuar-se pelas faces</p><p>livres.</p><p>19</p><p>• Sulcos Secundários ou Acessórios: São depressões menos marcadas,</p><p>que partem das fossetas secundárias para delimitar bordas marginais</p><p>ou lóbulos. São de número variado e não apresentam denominações</p><p>específicas. Os sulcos encontrados na face oclusal podem continuar</p><p>pelas faces livres de todos os molares. Nas faces linguais dos</p><p>incisivos e caninos superiores se encontram sulcos que separam o</p><p>lóbulo e as cristas marginais da depressão lingual.</p><p>Fóssulas ou Fossetas: São depressões circunscritas à pequenas</p><p>regiões, situadas nos cruzamentos ou términos de sulcos principais.</p><p>Aparecem com maior frequência nas faces oclusais dos dentes posteriores e</p><p>faces vestibulares dos molares superiores. São denominadas de acordo com</p><p>as suas localizações em: fossetas ou fóssulas em forma de losango ou</p><p>triângulo mesial, distal, etc.</p><p>Fissuras ou Cicatrículas: Entende-se por fissuras, as depressões do</p><p>esmalte, existentes no fundo dos sulcos. Nesse caso, não há presença de</p><p>esmalte em sua parte profunda. Essa falha do esmalte é determinada pela falta</p><p>de coalescência dos prismas, nos locais de união dos lóbulos e cúspides.</p><p>Nesses locais a dentina fica exposta aos fluídos bucais e consequentemente,</p><p>facilmente acometida pelos processos cariosos.</p><p>Cristas Marginais: São elevações de secção triangular ou cilindroide,</p><p>que aparecem nas faces oclusais dos pré-molares e molares e faces linguais</p><p>dos incisivos e caninos. Nos dentes anteriores e posteriores as cristas</p><p>marginais se apresentam em número de duas e denominam-se cristas</p><p>marginais mesial e distal. Nada mais são que a união das arestas transversais</p><p>de cúspides opostas, constituindo um anel de esmalte que dá grande</p><p>resistência às faces oclusais ou às faces lingual/palatina.</p><p>20</p><p>Ponte de Esmalte: São saliências de esmalte de secção transversal</p><p>triangular, resultantes da união de arestas longitudinais ou axiais de cúspides</p><p>opostas, V e L. Essas cristas chegam a interromper o sulco principal e</p><p>aparecem com maior frequência na face oclusal do 1° Molar Superior e face</p><p>oclusal do 1° Pré-molar Inferior.</p><p>Tubérculos: São saliências de esmalte que apresentam as mais</p><p>diversas localizações. Eles diferem das cúspides, por não possuírem formas</p><p>nem localizações constantes, ou seja, podem aparecer em qualquer face das</p><p>coroas dentais, ao contrário das cúspides que têm formas piramidais e se</p><p>localizam nas faces oclusais dos dentes posteriores. Estes tubérculos são</p><p>comuns nas cúspides mésio-palatinas dos primeiros molares superiores</p><p>permanentes e no terço cervical das faces vestibulares dos primeiros molares</p><p>inferiores decíduos.</p><p>Fossas: são depressões amplas, de profundidade variável, existentes</p><p>nas faces linguais dos incisivos, sendo estas delimitadas pelas cristas</p><p>marginais e cíngulo.</p><p>Cíngulos: São saliências do esmalte encontradas nos terços cervicais</p><p>das faces palatinas ou linguais dos dentes anteriores (incisivos e caninos).</p><p>Esses acidentes anatômicos representam cúspides em involução ou atrofia.</p><p>Os cíngulos podem aparecer divididos em duas ou três partes, por pequenos</p><p>sulcos secundários.</p><p>Periquimáceas: São pequenas ondulações horizontais localizadas nos</p><p>terços cervicais das faces vestibulares dos dentes anteriores. Ocorrem devido</p><p>às estrias de Retzius durante a formação do esmalte. São importantes na</p><p>refração da luz que incide sobre as coroas. Nos trabalhos artificiais essas</p><p>periquimáceas dão naturalidade aos trabalhos protéticos, principalmente.</p><p>21</p><p>Ameias: São espaços em forma de pirâmides, localizadas entre dentes</p><p>do mesmo arco, visíveis por oclusal ou incisal. Estes espaços piramidais terão</p><p>suas bases voltadas para vestibular ou lingual, dependendo da ameia</p><p>considerada.</p><p>Espaços Interdentais: Denominam-se espaços interdentais, as áreas</p><p>situadas entre as faces proximais de dois dentes adjacentes, quando analisadas</p><p>no sentido cérvico-incisal ou cérvico-oclusal. Estes espaços têm forma</p><p>piramidal, de base cervical e em condições normais da cavidade oral acham-</p><p>se preenchidos pelas papilas gengivais.</p><p>Ponto de Contato: é o local onde as faces proximais de dois dentes</p><p>adjacentes de mesmo arco se tocam quando analisados no sentido (vertical).</p><p>Esses pontos se localizam nos ápices das pirâmides que representam o espaço</p><p>interdental. Com a mastigação e consequentemente abrasão das bordas</p><p>incisais e faces oclusais esses pontos sofrem pequenos desgastes,</p><p>transformando-se em pequenas áreas ou facetas de contato, com aspectos</p><p>ovoides. Essas pequenas áreas de contato têm fundamental importância na</p><p>manutenção da saúde gengival, protegendo as papilas do impacto dos</p><p>alimentos, além de manterem os dentes em equilíbrio nos arcos dentais.</p><p>Forame Cego: orifício com fundo cego, resultante do prolongamento</p><p>da porção superior da fossa palatina sob o cíngulo.</p><p>Bossa ou Tuberosidade: áreas elevadas com maior espessura</p><p>de</p><p>esmalte localizadas no terço cervical das faces vestibulares e no terço</p><p>oclusal/incisal das faces proximais.</p><p>22</p><p>CAPÍTULO 2 - MORFOLOGIA DOS DENTES PERMANENTES</p><p>2.1 GENERALIDADES</p><p>Do ponto de vista anatômico e descritivo, o dente é formado por três</p><p>porções distintas: a coroa, o colo, e a raiz ou raízes (Figura 2.1).</p><p>Figura 2.1: Porções de um dente.</p><p>Coroa</p><p>A coroa é a porção visível do dente quando implantado no alvéolo. A</p><p>sua superfície é lisa, polida e brilhante, propriedades advindas do esmalte</p><p>dental que, além do mais, lhe confere grande resistência.</p><p>23</p><p>Esquematicamente, uma coroa qualquer pode ser comparada a um</p><p>cubo (Figura 2.2). Semelhante configuração francamente admissível para os</p><p>dentes molares, não deixa de ser verdadeira para os caninos e incisivos. A</p><p>disposição cuneiforme das coroas destes dentes invalidaria toda e qualquer</p><p>semelhança com as coroas cúbicas, se não se admitisse a atrofia do segmento</p><p>posterior ou lingual dos mesmos, representado apenas por um simples</p><p>tubérculo.</p><p>Figura 2.2: Conformação cuboide dos molares.</p><p>Os dentes, como todos os órgãos pares, são assimétricos. A assimetria</p><p>atinge não só o conjunto do dente, mas também todos os seus detalhes,</p><p>particularidades estas que permitem diferenciar com certeza, o lado a que</p><p>!</p><p>24</p><p>pertence um dente, mas complicam infinitamente o estudo de sua morfologia.</p><p>Os dentes são formas biológicas e como tal exibem somente superfícies</p><p>curvas mais ou menos acentuadas, sendo impossível precisar os limites de</p><p>uma determinada face (faces: paredes da coroa dentária que se orientam de</p><p>maneira diferente; também recebem os nomes de faces os lados das raízes</p><p>dentárias); não se pode representar uma face qualquer, sem ao mesmo tempo</p><p>visualizarmos uma porção maior ou menor das faces vizinhas. Porém, a fim</p><p>de facilitar o estudo dos dentes, estes são descritos face por face, como se</p><p>estas fossem planas e se reunissem por arestas e ângulos vivos.</p><p>A comparação da coroa dental a um cubo permite definir nesta a</p><p>presença de seis faces, oito ângulos triedros (ângulo: união de duas ou três</p><p>superfícies dentárias), doze ângulos diedros (arestas ou margens – dispostas</p><p>entre duas faces contíguas).</p><p>São faces da coroa: vestibular, lingual, mesial, distal, oclusal/incisal e</p><p>cervical.</p><p>• Face vestibular: todos os dentes, anteriores ou posteriores, superiores</p><p>ou inferiores, têm uma superfície voltada sempre para o vestíbulo da</p><p>boca. Abreviadamente é designada pela letra V (Figura 2.3).</p><p>Figura 2.3: Face vestibular do incisivo central superior.</p><p>25</p><p>• Face lingual/palatina: é a face oposta à face vestibular. Está sempre</p><p>voltada para a cavidade da boca propriamente dita. Para melhor</p><p>acentuar as relações desta face com as estruturas vizinhas, a maioria</p><p>dos autores utiliza os seguintes termos: face palatina para os dentes</p><p>superiores e face lingual para os dentes inferiores. Estas se abreviam</p><p>com as letras P e L respectivamente (Figuras 2.4 e 2.5).</p><p>Figura 2.4: Face palatina do incisivo central superior.</p><p>Figura 2.5: Face lingual do incisivo central inferior.</p><p>26</p><p>• Faces proximais: corresponde ao conceito de faces que estão próximas</p><p>ou em contato na mesma arcada. As faces proximais são duas: mesial</p><p>e distal. A face mesial é a superfície de qualquer dente voltada para o</p><p>plano sagital mediano da face, que passa entre os incisivos centrais.</p><p>Este plano divide as arcadas dentárias em dois segmentos, direito e</p><p>esquerdo. Abrevia-se a face mesial com a letra M (Figura 2.6). A face</p><p>distal é a face que se opõe à face mesial, pois está mais distante do</p><p>plano mediano. Difere da mesial por ser mais convexa. Nesta relação</p><p>entre faces de contato mesial e distal temos como exceção os incisivos</p><p>centrais que mantêm contato entre si somente pelas faces mesiais, lado</p><p>a lado da linha sagital mediana, e os terceiros molares, cujas faces</p><p>distais são livres. Abrevia-se com a letra D (Figura 2.7).</p><p>Figura 2.6: Face mesial do incisivo central superior.</p><p>27</p><p>Figura 2.7: Face distal do incisivo central superior.</p><p>• Face oclusal/incisal: é a que mantém relações diretas com as faces</p><p>semelhantes do arco oposto. As faces oclusais, as mais complexas de</p><p>todas, têm como correspondentes nos dentes anteriores, as margens</p><p>cortantes dos incisivos e caninos. Nestes dentes, a terminologia mais</p><p>condizente com suas funções é margem incisal. Abrevia-se face</p><p>oclusal com a letra O e incisal com a letra I (Figura 2.8).</p><p>Figura 2.8: Face distal do incisivo central superior.</p><p>28</p><p>• Face cervical: é a que se opõe à face oclusal. É uma face virtual,</p><p>representada por um plano de secção passando pelo colo (zona</p><p>limítrofe entre a coroa e a raiz) do dente. Abrevia-se com a letra C</p><p>(Figura 2.9).</p><p>Figura 2.9: Face cervical do canino superior.</p><p>As faces mesial, distal, vestibular e lingual, apesar de diferentes nas várias</p><p>categorias de dentes, variam apenas pelas dimensões relativas dos elementos</p><p>que a constituem, e por alguns detalhes morfológicos. No entanto, quando</p><p>comparamos as coroas dos incisivos e caninos com as dos pré-molares</p><p>observa-se que elas são diferentes, particularmente por suas faces oclusais.</p><p>Esta face da coroa adaptada a um papel mecânico particular, modifica-se</p><p>consideravelmente na sua configuração. São, por isso, as faces oclusais, as</p><p>que sofrem as modificações mais profundas.</p><p>29</p><p>Direção das faces das coroas</p><p>A direção das faces das coroas obedece a um plano geral de construção</p><p>geométrica que é a mesma em todos os dentes.</p><p>No sentido vertical as faces livres, vestibular ou palatina/ lingual</p><p>convergem em direção à margem incisal ou face oclusal (Figura 2.10).</p><p>Figura 2.10: Faces livres com convergência para a face oclusal.</p><p>No sentido horizontal ambas as faces livres, vestibular ou palatina/</p><p>lingual convergem em direção distal (Figura 2.11).</p><p>30</p><p>Figura 2.11: Faces livres com convergência para a face distal.</p><p>No sentido vertical, as faces proximais (mesial e distal) convergem</p><p>em direção cervical. O maior diâmetro mésio-distal está no terço incisal ou</p><p>oclusal (ponto de contato) (Figura 2.12).</p><p>Figura 2.12: Faces proximais com convergência para a região cervical.</p><p>31</p><p>No sentido horizontal: as faces de contato, mesial e distal convergem</p><p>para lingual/palatina (Figura 2.13).</p><p>Figura 2.13: Faces proximais com convergência para a face palatina.</p><p>Divisão das faces da coroa em terços</p><p>Qualquer das faces livres da coroa (vestibular e lingual) pode ser</p><p>dividida em terços, não só no sentido da altura (cérvico-oclusal) como</p><p>também no sentido da largura (mésio-distal). Deste modo, as faces vestibular</p><p>e lingual, no sentido vertical, apresentam os seguintes terços: terço oclusal</p><p>(incisal para os incisivos), terço mediano (ou inter-cérvico-oclusal) e terço</p><p>cervical (ou gengival). No sentido mésio-distal, isto é, na largura, estas faces</p><p>podem ainda ser divididas em terço mesial, terço inter-mésio-distal e terço</p><p>distal (Figura 2.14).</p><p>!</p><p>32</p><p>Figura 2.14: Divisão em terços da face vestibular.</p><p>As faces proximais (mesial e distal) recebem a mesma denominação</p><p>estabelecida para a face vestibular ou lingual e podem ser divididas na altura</p><p>em terço oclusal, terço mediano e terço cervical. No sentido da largura, isto</p><p>é, no sentido vestíbulo-lingual/palatino em terço vestibular, terço vestíbulo-</p><p>lingual/palatino e terço lingual/palatino (Figura 2.15).</p><p>33</p><p>Figura 2.15: Divisão em terços da face proximal.</p><p>As faces oclusais de pré-molares e molares podem ser divididas no</p><p>sentido mésio-distal em terço mesial, terço inter-mésio-distal e terço distal, e</p><p>no sentido vestíbulo-lingual/palatino em terço vestibular, terço inter-</p><p>vestíbulo-lingual/palatino e terço lingual/palatino (Figura 2.16).</p><p>34</p><p>Figura 2.16: Divisão em terços da face oclusal.</p><p>Colo</p><p>Como já citado anteriormente, o colo é a zona limítrofe entre a coroa</p><p>e a raiz. É uma linha convencional, onde tomam contato a substância própria</p><p>da coroa e da raiz. A linha de colo é uma linha sinuosa, de aspecto variável,</p><p>segundo o dente considerado. É muito acidentada nos incisivos, atenua-se</p><p>ligeiramente, a partir dos caninos, para tornar-se quase retilínea nos molares.</p><p>35</p><p>Raiz</p><p>Fixa o dente no seu osso alveolar. Sua conformação geralmente é</p><p>cônica, possui cor amarelada, sem brilho e encontra-se alojada em cavidade</p><p>própria no interior do osso. A raiz é mais longa que a coroa e sofre maior</p><p>número de variações morfológicas. A raiz nem sempre é única. De acordo</p><p>com o tipo de dente, ela pode ser dupla ou tripla, como acontece com os dentes</p><p>situados mais posteriormente nas arcadas dentárias. Também pode ser</p><p>dividida em terços: terço cervical ou basal (porção radicular correspondente</p><p>ao colo), terço médio (representado pelo corpo, ou seja, porção intermediária</p><p>entre a base e o vértice) e terço apical (é a porção do vértice ou ápice, ou seja,</p><p>extremidade da raiz) (Figura 2.17).</p><p>No ápice ou na sua proximidade há um orifício principal, o forame</p><p>apical, por onde passam vasos e nervos pulpares. Outros orifícios menores</p><p>também situados no terço apical da raiz são denominados de forames</p><p>acessórios. Nestes também passam vasos e nervos.</p><p>Figura 2.17: Divisão em terços da raiz.</p><p>36</p><p>CAPÍTULO 3 - DENTES INCISIVOS PERMANENTES</p><p>3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES INCISIVOS</p><p>Os dentes incisivos estão situados na parte mediana dos arcos dentais.</p><p>Esta denominação deriva da palavra latina incidere que significa cortar, e que</p><p>bem caracteriza a função exercida por estes dentes. Além de cortar os</p><p>alimentos como duas lâminas de tesoura, os incisivos também têm por função</p><p>possibilitar a fala (pronúncia das consoantes dentais), ajudar no apoio dos</p><p>lábios mantendo uma aparência estética e ajudar a guiar a mandíbula</p><p>posteriormente durante a fase final de oclusão, imediatamente antes do</p><p>contato dos dentes posteriores.</p><p>Os incisivos são dentes simples e unirradiculares, em número de oito,</p><p>sendo quatro superiores (dois incisivos centrais e dois incisivos laterais) e</p><p>quatro inferiores (dois incisivos centrais e dois incisivos laterais). Geralmente</p><p>os incisivos centrais superiores possuem tamanhos maiores que os incisivos</p><p>laterais superiores e nos incisivos inferiores o inverso acontece, os incisivos</p><p>laterais inferiores são maiores que os incisivos centrais inferiores.</p><p>A forma geral da coroa dos incisivos é de uma cunha ou prisma</p><p>quadrangular, adaptada para a especial função de cortar os alimentos (Figura</p><p>3.1). A coroa apresenta seis faces. Cada uma destas faces é delimitada por</p><p>margens mais ou menos salientes, recebendo a mesma denominação das faces</p><p>que lhe estão mais próximas. O encontro de duas margens forma um ângulo</p><p>diedro, mais ou menos arredondado, segundo o dente em questão.</p><p>37</p><p>Figura 3.1: Vista mesial da coroa do Incisivo Superior.</p><p>A face vestibular é trapezoidal, com eixo vertical ligeiramente maior</p><p>que o transversal, de lados e ângulos arredondados e alarga-se perto da</p><p>margem incisal. É convexa tanto no sentido vertical como no sentido</p><p>transversal. Nesta encontramos sulcos de desenvolvimento que separam</p><p>lóbulos mais ou menos desenvolvidos. É limitada por quatro margens mais</p><p>ou menos arredondadas e mais ou menos nítidas: a margem cervical,</p><p>curvilínea, de convexidade voltada para a raiz; a margem oclusal retilínea ou</p><p>ondulada (denticulada), margens mesial e distal retilíneas, divergentes para a</p><p>margem incisal e mais ou menos arredondadas, continuam-se sem limites</p><p>precisos com as faces mesial e distal. No encontro das várias margens</p><p>formam-se ângulos diedros e triedros, sempre arredondados, dos quais o</p><p>ângulo distal e o mesial são os mais característicos (Figura 3.2).</p><p>38</p><p>Figura 3.2: Face vestibular do Incisivo Superior.</p><p>A face lingual/palatina é geralmente menor que a vestibular,</p><p>irregularmente quadrilátera ou trapezoidal e alargada junto à margem incisal.</p><p>É mais ou menos escavada e esta escavação seguida ou não de um</p><p>prolongamento em um fundo cego constitui respectivamente, a fossa lingual</p><p>e o forame cego. A fossa palatina/lingual é limitada do lado cervical e dos</p><p>lados proximais, por margens mais ou menos nítidas e é aberta ao nível da</p><p>margem incisal do dente onde ela se alarga (Figuras 3.3 e 3.4).</p><p>A face lingual/palatina é limitada por três pilares de reforço: as cristas</p><p>marginais mesial e distal que se unem ao nível da margem cervical a um</p><p>terceiro pilar, no ponto correspondente ao atrofiado lobo lingual, onde</p><p>formam o cíngulo, que é uma saliência um tanto acentuada na face</p><p>lingual/palatina dos dentes anteriores. O cíngulo pode apresentar-se sulcado</p><p>e dividido em duas metades ou com uma ou mais saliências que se prolongam</p><p>em toda a face lingual/palatina.</p><p>39</p><p>Também é limitada por quatro margens como a face vestibular</p><p>(Figuras 3.3 e 3.4).</p><p>Figura 3.3: Face palatina do Incisivo Superior.</p><p>40</p><p>Figura 3.4: Face lingual do Incisivo Superior.</p><p>As faces proximais são triangulares e mais ou menos convexas nos</p><p>sentidos longitudinal e transversal. As margens que as delimitam são</p><p>arredondadas e continuam-se com as faces vizinhas. Os ângulos são agudos e</p><p>arredondados. A margem cervical é em forma de V, de ápice voltado para a</p><p>margem incisal e sua angulação é um pouco maior que noventa graus (Figura</p><p>3.5).</p><p>41</p><p>Figura 3.5: Face mesial do Incisivo Superior.</p><p>A margem incisal é cortante nos dentes jovens ou com pouco desgaste.</p><p>Quando desgastada esta margem transforma-se em uma verdadeira face. Nos</p><p>primeiros anos de vida é provida de três pequenos tubérculos denominados</p><p>dentículos e estes são separados por dois sulcos (Figura 3.6). Com o tempo</p><p>de uso, os dentículos se desgastam e a margem incisal, de sinuosa e ondulada,</p><p>transforma-se numa pequena faceta plana.</p><p>Figura 3.6: Margem incisal do Incisivo Superior.</p><p>42</p><p>O colo dos dentes incisivos é representado por uma linha sinuosa</p><p>irregular que ao nível das faces vestibular e lingual, é semicircular, de</p><p>convexidade voltada para a raiz. Nas faces proximais, o colo configura um V</p><p>de abertura angular voltada para a raiz. A reunião destas várias porções forma</p><p>uma linha contínua denominada linha de colo (Figuras 3.7 a 3.10).</p><p>Figura 3.7: Face vestibular do Incisivo Superior.</p><p>Figura 3.8: Face palatina do Incisivo Superior.</p><p>43</p><p>Figura 3.9: Face mesial do Incisivo Superior.</p><p>Figura 3.10: Face distal do Incisivo Superior.</p><p>Os dentes incisivos são unirradiculares e raramente podem apresentar</p><p>duas raízes. As raízes apresentam geralmente uma forma cônica,</p><p>frequentemente achatadas no sentido mésio-distal, podendo conter sulcos,</p><p>mais ou menos profundos, indícios de sua divisão. O ápice (extremidade da</p><p>raiz) é quase sempre arredondado e inclina-se para o lado distal (Figura 3.11).</p><p>44</p><p>Na extremidade da raiz encontra-se um orifício principal, denominado forame</p><p>apical.</p><p>Figura 3.11: Vista vestibular da raiz do Incisivo Superior.</p><p>3.2 INCISIVO CENTRAL SUPERIOR</p><p>Coroa</p><p>É o mais característico e o maior do grupo dos incisivos, com coroa</p><p>volumosa. São em número de dois e estão dispostos lado a lado da linha</p><p>mediana.</p><p>Na cavidade da boca, quando observado no sentido vestíbulo-palatino,</p><p>a coroa deste dente mostra-se quase verticalmente disposta. Tem como os</p><p>demais, um aspecto cuneiforme quando observado por uma de suas faces</p><p>proximais (Figura 3.12).</p><p>45</p><p>Numa oclusão normal o incisivo central superior relaciona-se com o</p><p>incisivo central inferior e a metade mesial do incisivo lateral inferior.</p><p>Figura 3.12:</p><p>Vista mesial do Incisivo Central Superior Direito (11).</p><p>Face Vestibular</p><p>É alargada, apresenta a forma de um trapézio onde o maior lado é</p><p>incisal e o menor lado é cervical. Esta face apresenta pouca desproporção</p><p>entre largura e altura. A face vestibular é convexa tanto no sentido vertical</p><p>como no sentido transversal, porém a convexidade é sempre mais acentuada</p><p>no sentido transversal. Esta convexidade não é uniforme, pois no sentido</p><p>longitudinal alcança o seu máximo junto ao terço cervical, determinando o</p><p>46</p><p>aparecimento de uma bossa vestibular. A convexidade diminui</p><p>progressivamente à medida que se aproxima da margem incisal, até tornar-se</p><p>plana. Disto resulta que a metade ou os dois terços incisais da face vestibular</p><p>mostram-se, muitas vezes, completamente planos (Figura 3.13).</p><p>Figura 3.13: Face vestibular do Incisivo Central Superior Direito (11).</p><p>Nos dentes recém-irrompidos observamos sulcos longitudinais,</p><p>denominados sulcos de desenvolvimento, que dividem a coroa em três</p><p>segmentos desiguais ou lóbulos denominados lóbulo mesial (maior volume),</p><p>lóbulo mediano (menor volume) e lóbulo distal (volume médio). Os sulcos e</p><p>lóbulos são mais bem visualizados na metade inferior da coroa,</p><p>desaparecendo à medida que se aproximam da margem cervical.</p><p>Quatro margens limitam a face vestibular: a margem cervical, bastante</p><p>curvilínea, cuja convexidade está voltada para a raiz; a margem distal oblíqua</p><p>47</p><p>e convergente para a raiz, mais inclinada e menor que a margem mesial;</p><p>margem mesial, igualmente oblíqua para a raiz, porém bem menos inclinada</p><p>que a margem distal; a margem incisal, mais ou menos retilínea nos dentes</p><p>jovens e que vai se tornando inclinada para o lado distal à medida que o dente</p><p>continua a sofrer a ação do desgaste. Estas margens continuam-se entre si</p><p>formando ângulos arredondados. O ângulo distal formado pelo encontro da</p><p>margem incisal com a distal é arredondado enquanto o mesial formado pelo</p><p>encontro da margem incisal com a mesial é mais aguçado, quase em ângulo</p><p>reto (Figura 3.14).</p><p>Figura 3.14: Face vestibular do Incisivo Central Superior Direito (11).</p><p>Face Palatina</p><p>Também pode ser inscrita num trapézio cujo lado maior é o incisal.</p><p>Apresenta-se bastante escavada nos 2/3 inferiores de sua extensão,</p><p>constituindo a fossa palatina. A fossa palatina é limitada superiormente pelo</p><p>cíngulo e lateralmente por duas cristas marginais discretas. O cíngulo pode</p><p>48</p><p>adotar diversos aspectos, indo desde a forma sulcada até os bipartidos ou</p><p>tripartidos que se prolongam na fossa palatina. As cristas marginais são largas</p><p>ao nível do cíngulo e vão se tornando estreitas à medida que se aproximam</p><p>da margem incisal. Em alguns casos, aparece o forame cego. Nesta face</p><p>também encontramos quatro margens e quatro ângulos (Figura 3.15).</p><p>Figura 3.15: Face palatina do Incisivo Central Superior Direito (11).</p><p>Face Mesial</p><p>Pode ser inscrita num triângulo de base cervical e ápice incisal.</p><p>Apresenta maior convexidade no terço incisal do dente, sendo que nos dois</p><p>terços restantes apresentam-se quase planas. É maior e mais plana que a face</p><p>distal (Figura 3.16).</p><p>49</p><p>Figura 3.16: Face mesial do Incisivo Central Superior Direito (11).</p><p>Três margens limitam esta face: margem vestibular, convexa no terço</p><p>cervical, plana e vertical no restante de sua extensão; a margem palatina,</p><p>côncavo-convexa, com a concavidade ocupando os dois terços incisais da</p><p>margem; a margem cervical é curvilínea e de concavidade voltada para a raiz</p><p>(Figura 3.17).</p><p>Figura 3.17: Face mesial do Incisivo Central Superior Direito (11).</p><p>50</p><p>Face Distal</p><p>A face distal repete a mesma configuração da precedente, porém é</p><p>menor e mais convexa em todos os sentidos.</p><p>Margem Incisal</p><p>Nos dentes jovens a margem incisal é provida de três dentículos e estes</p><p>são separados por dois sulcos. Com o tempo de uso, os dentículos se</p><p>desgastam e a margem incisal, de sinuosa e ondulada, transforma-se numa</p><p>pequena faceta plana e inclinada para distal.</p><p>Colo</p><p>É sinuoso e irregular. Semicircular de convexidade voltada para a raiz</p><p>nas faces vestibular e palatina. Apresenta-se conformado em V, de ápice</p><p>arredondado, nas faces proximais.</p><p>Raiz</p><p>A raiz é cônica, volumosa, relativamente curta, com um certo grau de</p><p>achatamento mésio-distal, apresentando aspecto triangular quando vista em</p><p>corte. Suas faces são em número de três: a face vestibular, convexa nos dois</p><p>sentidos; as faces mésio-palatina e disto-palatina, aproximadamente planas e</p><p>convergentes para o lado palatino. A raiz no sentido mésio-distal, na sua</p><p>grande maioria, inclina-se discretamente para o lado distal, enquanto no</p><p>sentido vestíbulo-palatino, inclina-se fortemente para o lado palatino (Figura</p><p>3.18).</p><p>51</p><p>Figura 3.18: Vista vestibular da raiz do Incisivo Central Superior Direito</p><p>(11).</p><p>3.3 INCISIVO LATERAL SUPERIOR</p><p>Coroa</p><p>São em número de dois e estão localizados do lado distal dos centrais e</p><p>mesial dos caninos. Na cavidade da boca, a face vestibular da coroa mostra-se menos</p><p>verticalizada quando comparada com o incisivo central. A coroa pode exibir aspectos</p><p>morfológicos diversos, porém as formas típicas apresentam coroa cuneiforme, com</p><p>uma tendência na sua extremidade distal de apresentar uma conformação de lança à</p><p>semelhança do canino (Figura 3.19).</p><p>52</p><p>Figura 3.19: Vista vestibular do Incisivo Lateral Superior Esquerdo (22).</p><p>Face Vestibular</p><p>Apresenta a forma de um trapézio cujo ângulo distal é bem mais arredondado</p><p>que o incisivo central. Os sulcos são mais rasos e os lóbulos menos proeminentes</p><p>quando comparados ao incisivo central. A convexidade geral da face é mais</p><p>acentuada que nos incisivos centrais devido às suas dimensões mais reduzidas</p><p>(Figura 3.20).</p><p>Figura 3.20: Face vestibular do Incisivo Lateral Superior Direito</p><p>(12).</p><p>53</p><p>Das margens que delimitam esta face, a cervical é a mais convexa por</p><p>apresentar um raio de curvatura menor; a incisal é bastante inclinada para cima e</p><p>para o lado distal, apresentando-se com dois segmentos: um mesial, pouco inclinado,</p><p>e um distal bem mais inclinado, dando a esta metade do dente o seu aspecto</p><p>tipicamente caniniforme. A margem distal é bastante inclinada e menor, enquanto a</p><p>mesial tende mais para vertical, ou seja, sua inclinação é discreta.</p><p>O ângulo mesial desta face é agudo, ligeiramente arredondado, diferindo do</p><p>ângulo mesial do incisivo central que é sempre mais vivo. O ângulo distal é muito</p><p>arredondado e obtuso (Figura 3.21).</p><p>Figura 3.21: Face vestibular do Incisivo Lateral Superior Direito (12).</p><p>54</p><p>Face Palatina</p><p>É acentuadamente côncava e muito irregular devido sua dimensão ser menor</p><p>que a face lingual do incisivo central. A fossa lingual é bastante profunda, bem</p><p>limitada pelas cristas marginais e pelo cíngulo proeminente. O cíngulo é de</p><p>conformação bastante variável como descrito para o incisivo central. O forame cego</p><p>é mais frequente que no incisivo central (Figura 3.22).</p><p>Figura 3.22: Face palatina do Incisivo Lateral Superior Direito (12).</p><p>Face Mesial</p><p>Apresenta forma triangular com lado e ângulos arredondados. A face mesial</p><p>é maior e menos inclinada que a distal, discretamente convexa em toda a sua</p><p>extensão, exceto junto ao colo, onde pode apresentar ligeira escavação (Figura 3.23).</p><p>55</p><p>Figura 3.23: Face mesial do Incisivo Lateral Superior Direito (12).</p><p>Face Distal</p><p>É semelhante à face mesial, porém é menor e mais convexa.</p><p>Margem Incisal</p><p>É muito reduzida nos dentes sem desgaste, configurando uma</p><p>verdadeira margem. Pode assemelhar-se à margem incisal do incisivo central.</p><p>Mas em outros dentes se parece com a do dente canino, devido à grande</p><p>inclinação do segmento distal desta margem. Quando isto acontece, notam-se</p><p>dois segmentos</p><p>bem distintos: um mesial, quase horizontal, e um distal,</p><p>bastante inclinado, existindo entre ambos um ângulo arredondado.</p><p>Colo</p><p>É semelhante ao incisivo central, porém, com raios de curvaturas</p><p>menores, e com um maior achatamento no sentido mésio-distal.</p><p>56</p><p>Raiz</p><p>A raiz é relativamente mais longa que a do incisivo central superior,</p><p>porém, mais delgada e frequentemente achatada no sentido mésio-distal. Este</p><p>fato é bem evidenciado por meio do corte feito na parte média da raiz, que</p><p>assim assume a forma ovalar. Possui as faces mesial e distal que são</p><p>ligeiramente convexas e que apresentam sulcos laterais com maior frequência</p><p>que o incisivo central. O desvio distal do ápice radicular evidencia-se mais</p><p>neste dente. Algumas vezes, verifica-se o desvio disto-palatino da raiz (Figura</p><p>3.24).</p><p>Figura 3.24: Vista vestibular da raiz do Incisivo Lateral Superior Direito</p><p>(12).</p><p>3.4 INCISIVO CENTRAL INFERIOR</p><p>Coroa</p><p>São em número de dois e estão dispostos lado a lado da linha mediana,</p><p>correspondem aos incisivos centrais superiores, com os quais ocluem</p><p>inteiramente. Este é o menor dente humano, sendo bem mais simples e mais</p><p>simétrico que o seu homólogo do arco superior. A sua coroa é bastante</p><p>57</p><p>achatada no sentido vestíbulo-lingual e apresenta a forma de cinzel ou de</p><p>cunha.</p><p>Na cavidade da boca, quando observado no sentido vestíbulo-lingual,</p><p>a face vestibular da coroa deste dente é acentuadamente inclinada para o lado</p><p>lingual.</p><p>Face Vestibular</p><p>Apresenta a forma de um trapézio alongado de grande base incisal ou</p><p>de um triângulo isósceles. É ligeiramente convexa no sentido vestíbulo-</p><p>lingual e mésio-distal, possuindo também maior convexidade no terço</p><p>cervical, no qual se observa uma discreta bossa vestibular. A partir do terço</p><p>cervical, a superfície torna-se plana e inclinada para o lado lingual. Tal</p><p>inclinação faz com que, na oclusão dentária normal, as faces vestibulares</p><p>inferiores fiquem recobertas pelas faces palatinas dos dentes superiores. Esta</p><p>inclinação da face vestibular dos dentes inferiores para o lado lingual é</p><p>característica comum de todo e qualquer dente do arco inferior (Figura 3.25).</p><p>Figura 3.25: Face vestibular do Incisivo Central Inferior Direito (41).</p><p>Os sulcos de desenvolvimento e os lóbulos desta face são muito</p><p>discretos (Figura 3.26).</p><p>58</p><p>Figura 3.26: Face vestibular do Incisivo Central Inferior Esquerdo (31).</p><p>Das quatro margens que delimitam esta face, a cervical é semicircular,</p><p>de convexidade voltada para a raiz e de pequeno raio de curvatura. As</p><p>margens proximais são discretamente convergentes para a raiz, e a mesial é</p><p>menor que a distal (o inverso do que acontece com os outros dentes), em</p><p>virtude do desgaste ser mais acentuado nesta metade da margem incisal. No</p><p>dente sem desgaste, a margem incisal é quase retilínea. Os ângulos mesial e</p><p>distal desta face são sempre retos ou agudos, mesmo com o desgaste</p><p>acentuado da margem incisal, fato este que permite diferenciá-lo do incisivo</p><p>lateral inferior (Figura 3.27).</p><p>59</p><p>Figura 3.27: Face vestibular do Incisivo Central Inferior Direito (41).</p><p>Face Lingual</p><p>É semelhante à face vestibular, quase da mesma altura, porém mais</p><p>estreita. Nesta pode-se observar uma fossa lingual pouco profunda, limitada</p><p>por cristas marginais pouco salientes e por um cíngulo pouco desenvolvido,</p><p>praticamente nunca se constitui o forame cego. Os sulcos de desenvolvimento</p><p>e os lóbulos desta face são ainda mais discretos que os da face vestibular</p><p>(Figura 3.28).</p><p>60</p><p>Figura 3.28: Face lingual do Incisivo Central Inferior Direito (41).</p><p>Face Mesial</p><p>É triangular e alongada, de lados e ângulos arredondados e de base</p><p>muito larga voltada para o colo do dente. É plana no sentido vertical e convexa</p><p>no sentido transversal. Esta face é menor (pelo menos nos dentes desgastados)</p><p>e menos inclinada que a distal (Figura 3.29).</p><p>61</p><p>Figura 3.29: Face mesial do Incisivo Central Inferior Direito (41).</p><p>Face Distal</p><p>Apresenta as mesmas características que a face mesial, porém é mais</p><p>convexa e de configuração mais nítida.</p><p>Margem Incisal</p><p>É representada por uma simples margem retilínea nos dentes jovens e</p><p>com pouco desgaste. Transforma-se numa faceta plana e oblíqua para o lado</p><p>mesial no dente desgastado. Esta margem é biselada para o lado vestibular,</p><p>ao contrário do que acontece com os incisivos superiores onde o bisel aparece</p><p>do lado palatino. Este fato ocorre na normo oclusão dos arcos dentais.</p><p>Colo</p><p>É muito achatado no sentido mésio-distal, e de aspecto ovalar, quando</p><p>visto em secção transversal. Semelhante ao colo dos outros incisivos, o deste</p><p>dente mostra curvas mais fechadas, isto é, com raios de curvatura menores.</p><p>62</p><p>Raiz</p><p>É pequena, alargada no sentido vestíbulo-lingual, bastante achatada</p><p>no sentido mésio-distal e sulcada. Os sulcos mesial e distal são tão evidentes</p><p>que muitas vezes chegam a separar a raiz, parcial ou totalmente, em dois</p><p>segmentos, vestibular e lingual. Apresenta um discreto desvio distal (Figura</p><p>3.30).</p><p>Figura 3.30: Vista lingual da raiz do Incisivo Central Inferior Direito (41).</p><p>3.5 INCISIVO LATERAL INFERIOR</p><p>Coroa</p><p>São em número de dois e estão dispostos lateralmente aos centrais.</p><p>São maiores que os incisivos centrais e apresentam bastante semelhança com</p><p>estes. A sua coroa é maior que a do incisivo central e também apresenta a</p><p>forma de cinzel ou de cunha.</p><p>63</p><p>Na cavidade da boca, quando observado no sentido vestíbulo-lingual,</p><p>a face vestibular da coroa deste dente é pouco mais inclinada para o lado</p><p>lingual que a face correspondente do incisivo central.</p><p>Face Vestibular</p><p>É convexa no sentido mésio-distal, mais larga próximo à margem</p><p>incisal mostrando as mesmas características da face vestibular do incisivo</p><p>central inferior (Figura 3.31).</p><p>Figura 3.31: Face vestibular do Incisivo Lateral Inferior Direito (42).</p><p>É acentuadamente inclinada para lingual a partir do terço cervical.</p><p>Apresenta a sua metade distal semelhante ao segmento mesial do canino</p><p>inferior. Os sulcos de desenvolvimento e os lóbulos desta face são um pouco</p><p>mais evidentes que no incisivo central. Observa-se com nitidez, e isto</p><p>constitui seguro meio de diferenciação entre os dois incisivos inferiores, que</p><p>o ângulo distal da margem incisal é sempre arredondado e obtuso, enquanto</p><p>o mesial é reto. Das margens que delimitam esta face, a incisal apresenta dois</p><p>64</p><p>segmentos bem distintos: um mesial, quase horizontal, e um distal, menor e</p><p>bastante inclinado, existindo entre ambos uma ponta mais ou menos marcada</p><p>(Figura 3.32).</p><p>Figura 3.32: Face vestibular do Incisivo Lateral Inferior Direito (42).</p><p>Face Lingual</p><p>É ligeiramente mais escavada que a do incisivo central inferior, mas seus</p><p>detalhes são pouco nítidos (Figura 3.33).</p><p>65</p><p>Figura 3.33: Face lingual do Incisivo Lateral Inferior Direito (42).</p><p>Face Mesial</p><p>É triangular, de lados e ângulos arredondados. É maior e mais plana que a</p><p>face distal (Figura 3.34)</p><p>Figura 3.34: Face mesial do Incisivo Lateral Inferior Direito (42).</p><p>66</p><p>Face Distal</p><p>Também é triangular, de lados e ângulos arredondados. É menor e</p><p>mais convexa que a face mesial.</p><p>Margem Incisal</p><p>Esta margem cortante não é retilínea no dente jovem, porém, com o</p><p>desgaste progressivo, a inclinação distal vai aumentando a ponto de separá-la</p><p>em dois segmentos distintos, dando o formato de “V”, sendo o segmento</p><p>distal maior e mais inclinado que o mesial. Esta margem é um pouco mais</p><p>larga que a margem incisal do incisivo central inferior.</p><p>Colo</p><p>Apresenta um ligeiro aumento nos raios de curvatura da linha de colo</p><p>se comparado ao incisivo central inferior.</p><p>Raiz</p><p>É maior que a do incisivo central. Também é achatada no sentido</p><p>mésio-distal e sulcada lateralmente.</p><p>O desvio distal é bem notado, ou seja, é</p><p>mais acentuado que no incisivo central inferior (Figura 3.35).</p><p>Figura 3.35: Vista lingual do Incisivo Lateral Inferior Direito (42).</p><p>67</p><p>CAPÍTULO 4 - DENTES CANINOS PERMANENTES</p><p>4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES CANINOS</p><p>Os dentes caninos, superiores e inferiores, completam com os</p><p>incisivos o grupo dos dentes anteriores. Localizam-se distalmente ao incisivo</p><p>lateral e mesialmente ao primeiro pré-molar, ou seja, são os terceiros dentes</p><p>a partir da linha mediana. Sua denominação deriva da palavra latina canis que</p><p>significa cão, pela analogia que apresentam com os dentes pontiagudos deste</p><p>animal. Na espécie humana tem por função cortar alimentos que exijam</p><p>grande força mastigatória e esse trabalho é facilitado pela forma de sua coroa</p><p>que, com o ápice da margem incisal, atua como ponta aguda e dilacerante.</p><p>Além disso, juntamente com os incisivos ajudam a apoiar o lábio e os</p><p>músculos faciais. Os caninos atuam como indicadores importantes na</p><p>oclusão. Sua sobreposição vertical profunda serve como um mecanismo</p><p>protetor, aliviando os dentes posteriores das forças horizontais excessivas e</p><p>potencialmente prejudiciais durante os movimentos de lateralidade da</p><p>mandíbula (oclusão protegida pelos caninos).</p><p>São os dentes humanos mais longos. As pontas mais ou menos</p><p>aguçadas que se encontram em suas margens incisais, ultrapassam o plano</p><p>dos demais dentes, assim como sua raiz atinge tal volume que determina na</p><p>maxila e na mandíbula, saliências vestibulares nítidas, conhecidas por</p><p>eminência canina. São em número de quatro, sendo dois superiores e dois</p><p>inferiores. Os quatro caninos são, justificadamente, denominados de alicerces</p><p>dos arcos dentais, porque estão localizados nos cantos da boca ou dos arcos</p><p>dentais.</p><p>A forma geral da coroa dos caninos é de uma lança, quando vista pela</p><p>face vestibular ou lingual/palatina. A coroa pode ser alongada ou alargada,</p><p>68</p><p>segundo se trate de um dente superior ou inferior, assumindo no seu aspecto</p><p>geral a forma cônica (Figura 4.1). Como qualquer outro dente, a coroa</p><p>apresenta seis faces.</p><p>Figura 4.1: Vista vestibular do canino inferior.</p><p>A face vestibular é pentagonal e convexa em todos os sentidos</p><p>(Figuras 4.2 e 4.3).</p><p>Figura 4.2: Face vestibular do canino inferior.</p><p>69</p><p>Figura 4.3: Face vestibular do canino inferior.</p><p>Nesta encontramos sulcos de desenvolvimento bem evidentes que</p><p>separam três lóbulos de volume desigual, denominados mesial, mediano e</p><p>distal. Na parte mediana existe uma crista longitudinal que termina na ponta</p><p>da cúspide. A face vestibular é limitada por quatro margens, sendo as</p><p>proximais arredondadas e convergentes para a raiz, apresentando-se a distal</p><p>mais inclinada e menor. A margem cervical é curva, de convexidade voltada</p><p>para a raiz e a este nível a face vestibular é mais convexa que em qualquer</p><p>outro ponto. A margem incisal é dividida, por uma ponta mediana e aguçada,</p><p>em dois segmentos de comprimento desigual, denominadas arestas</p><p>transversais: a distal maior e mais inclinada e a mesial menor e menos</p><p>inclinada. O ângulo distal é muito arredondado e mais próximo da margem</p><p>70</p><p>cervical, enquanto o mesial é mais vivo e mais distante da margem cervical</p><p>(Figura 4.4).</p><p>Figura 4.4: Face vestibular do canino inferior.</p><p>A face palatina/lingual também tem forma pentagonal, discretamente</p><p>menor que a face vestibular e irregularmente convexa devido à presença dos</p><p>três lóbulos (saliências), que são separados por sulcos, dos quais o mediano é</p><p>o mais desenvolvido. As cristas marginais mesial e distal, confluem para o</p><p>cíngulo, que é bem volumoso. A face lingual apresenta o forame cego quando</p><p>o cíngulo é bem desenvolvido e destaca-se desta, deixando um</p><p>prolongamento em fundo cego. As margens proximais, arredondadas e pouco</p><p>salientes, convergem para o colo dental. A margem incisal é muito mais</p><p>arredondada e menor que a correspondente da face vestibular (Figura 4.5).</p><p>71</p><p>Figura 4.5: Face palatina do canino superior.</p><p>As faces proximais são de forma triangular, de lados e ângulos</p><p>arredondados, convexas no sentido vestíbulo-lingual que se acentua no terço</p><p>incisal. A face distal é menor e mais convexa que a face mesial,</p><p>particularmente ao nível do ângulo distal onde se desenvolve uma bossa</p><p>acentuada. A face mesial mostra-se mais plana, menos escavada no terço</p><p>cervical e com modelado mais discreto que o da face distal (Figura 4.6).</p><p>Figura 4.6: Face mesial do canino inferior.</p><p>72</p><p>A margem incisal tem aspecto de lança apresentando-se em forma de</p><p>V, com segmentos mesial e distal desiguais, sendo a porção distal maior e</p><p>mais inclinada, enquanto o segmento mesial é mais plano. A ponta na margem</p><p>incisal desaparece rapidamente devido ao desgaste natural destes dentes</p><p>(Figura 4.7).</p><p>Figura 4.7: Face vestibular do canino inferior.</p><p>O colo é curvo, formado por uma linha sinuosa e irregular, de</p><p>convexidade voltada para a raiz, ao nível das faces vestibular e lingual, em</p><p>forma de V, de ramos muito abertos, ao nível das faces proximais (Fig. 4.8 a</p><p>4.11).</p><p>Figura 4.8: Face vestibular do canino inferior.</p><p>73</p><p>Figura 4.9: Face lingual do canino inferior.</p><p>Figura 4.10: Face mesial do canino inferior.</p><p>74</p><p>Figura 4.11: Face distal do canino inferior.</p><p>A raiz do canino é a maior de todas as raízes dentárias. Seu volume é</p><p>tal que faz saliência bem acentuada na face vestibular do osso alveolar,</p><p>chegando às vezes, a perfurar a delgada camada compacta desse osso. É</p><p>cônica com discreto grau de achatamento mésio-distal (Figura 4.12). A raiz</p><p>apresenta sulcos mais ou menos profundos situados nas faces proximais.</p><p>Figura 4.12: Vista vestibular da raiz do canino inferior.</p><p>75</p><p>4.2 CANINO SUPERIOR</p><p>Coroa</p><p>Este dente possui a forma de lança e é o mais longo e mais robusto do</p><p>arco, ultrapassando os dentes vizinhos em altura, tanto pela coroa como pela</p><p>raiz. A implantação deste dente no processo alveolar determina na face</p><p>vestibular do osso, a formação de uma saliência chamada bossa canina. Situa-</p><p>se na boca, no sentido vestíbulo-lingual praticamente na posição vertical e a</p><p>raiz é fortemente inclinada para o lado palatino.</p><p>A coroa do canino, quando vista pela face vestibular, apresenta-se</p><p>com aspecto de lança, destinada a perfurar ou dilacerar os alimentos. O maior</p><p>diâmetro está na junção do terço médio com o terço cervical (Figura 4.13).</p><p>Figura 4.13: Vista vestibular do canino superior esquerdo.</p><p>76</p><p>Face Vestibular</p><p>A face vestibular é limitada por quatro margens.</p><p>A margem cervical, semicircular, de pequeno raio de curvatura, é de</p><p>convexidade voltada para raiz. A margem mesial divergente no sentido</p><p>oclusal, é convexa e desce até os três quartos da altura da coroa. A margem</p><p>distal, mais convexa mais divergente menos longa, desce até dois terços da</p><p>altura da coroa. A margem livre é em forma de V, bem aberto e desiguais</p><p>sendo a porção distal mais inclinada, deslocando a cúspide do dente para o</p><p>lado mesial. Os ângulos são arredondados e obtusos, sendo o distal mais</p><p>arredondado e mais próximo da margem cervical (Figura 4.14).</p><p>Figura 4.14: Face vestibular do canino superior esquerdo.</p><p>77</p><p>Face Palatina</p><p>A face palatina é ligeiramente menor que a face vestibular em virtude</p><p>da convergência das faces mesial e distal para a região palatina. Possui a</p><p>forma pentagonal, o cíngulo bem desenvolvido na região central do terço</p><p>cervical e as cristas marginais mesial e distal que convergem para o cíngulo.</p><p>Quanto às margens proximais, as observações são as mesmas que foi dito na</p><p>face oposta (Figura 4.15).</p><p>Figura 4.15: Face palatina do canino superior direito.</p><p>Face Mesial</p><p>A face mesial é triangular, de lados e ângulos arredondados, de base</p><p>voltada para o colo e convexa no sentido</p><p>vestíbulo-lingual. O plano da face</p><p>mesial forma com o plano mesial da raiz um ângulo obtuso, de abertura</p><p>78</p><p>mesial. A borda cervical em forma de “V” possui abertura angular maior que</p><p>90 graus (Figura 4.16).</p><p>Figura 4.16: Face mesial do canino superior esquerdo.</p><p>Face Distal</p><p>É muito semelhante a face mesial, porém menor e mais convexa</p><p>particularmente ao nível do ângulo distal onde se desenvolve uma bossa mais</p><p>acentuada.</p><p>Margem Incisal</p><p>Esta face ou margem tem aspecto de lança, com forma em V e com</p><p>segmentos desiguais. A porção distal dessa margem é maior e mais inclinada,</p><p>enquanto o segmento mesial é mais plano.</p><p>Raiz</p><p>É a maior raiz dentária, seu volume é tal que faz saliência na face</p><p>vestibular do osso alveolar. É cônica com discreto grau de achatamento</p><p>mésio-distal, com discretos sulcos mesial e distal. Apresenta desvio distal e o</p><p>79</p><p>ângulo que se forma entre ela e a face distal da coroa torna-se fácil saber a</p><p>que lado o dente pertence. As faces vestibular e palatina são semelhantes e as</p><p>proximais são largas, planas e mais sulcadas (Figura 4.17).</p><p>Figura 4.17: Vista palatina da raiz do canino superior direito.</p><p>4.3 CANINO INFERIOR</p><p>Coroa</p><p>O canino inferior, de volume menor que o superior, apresenta forma</p><p>mais alongada devido à diferença ou falta de proporção entre as medidas da</p><p>coroa, sendo a distância mésio-distal bem menor que a do canino superior</p><p>enquanto a distância cérvico-incisal é quase igual (Figura 4.18).</p><p>80</p><p>Figura 4.18: Vista vestibular do canino inferior direito.</p><p>Face Vestibular</p><p>Como ocorre nos demais dentes inferiores, essa face apresenta uma</p><p>acentuada inclinação lingual. As características dessa face são semelhantes as</p><p>do canino superior onde a maior diferença está no aspecto mais alongado</p><p>dessa face, o qual facilita o diagnóstico diferencial entre os caninos superiores</p><p>e inferiores. Esta face é convexa nos dois sentidos, longitudinal e transversal,</p><p>sendo no nível cervical onde encontra-se sua maior convexidade (Figura</p><p>4.19).</p><p>81</p><p>Figura 4.19: Face vestibular do canino inferior direito.</p><p>Face lingual</p><p>Essa face difere muito pouco da face vestibular, sendo um pouco mais</p><p>estreita e os acidentes anatômicos mais discretos, porém verifica-se a</p><p>presença do cíngulo, das cristas marginais, da fossa lingual e dos sulcos de</p><p>desenvolvimento (os quais são pouco marcados). Guardadas as devidas</p><p>proporções, pode-se afirmar que a face lingual do canino inferior simula a</p><p>face lingual dos incisivos inferiores (Figura 4.20).</p><p>82</p><p>Figura 4.20: Face lingual do canino inferior direito.</p><p>Faces Proximais</p><p>Triangulares e ligeiramente convexas no terço incisal, são escavadas</p><p>no restante. O canino inferior apresenta a margem cervical mais baixa no lado</p><p>lingual que no lado vestibular (Figura 4.21).</p><p>Figura 4.21: Face mesial do canino inferior direito.</p><p>83</p><p>Margem Incisal</p><p>A margem incisal tem aspecto de V, porém o que a distingue da</p><p>margem incisal do canino superior é a grande inclinação para a face</p><p>vestibular, que é acentuada pelo desgaste observado na normo-oclusão.</p><p>Raiz</p><p>A raiz do canino inferior é menor e mais achatada que a do superior,</p><p>não raro verifica-se a existência de bifurcação do ápice radicular devido ao</p><p>maior grau de achatamento mésio–distal ou até mesmo duas raízes (Figura</p><p>4.22).</p><p>Figura 4.22: Vista lingual da raiz do canino inferior direito.</p><p>84</p><p>CAPÍTULO 5 - DENTES PRÉ-MOLARES PERMANENTES</p><p>5.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES PRÉ-MOLARES</p><p>Os dentes pré-molares ou bicuspidados estão situados atrás dos</p><p>caninos e à frente dos primeiros molares constituindo elementos de transição</p><p>entre os dentes anteriores unicuspidados e unirradiculares e os molares</p><p>multicuspidados e multirradiculares. Partindo da linha média para o lado</p><p>distal recebem a denominação de primeiro e segundo pré-molares. Os pré-</p><p>molares irrompem em substituição aos molares decíduos. Assim como os</p><p>molares, estes dentes têm por função a trituração dos alimentos e apoiar as</p><p>paredes laterais da boca (bochecha).</p><p>São em número de oito, sendo dois para cada hemiarcada. Dispõem-</p><p>se em volume decrescente no sentido mésio-distal para a arcada superior, e</p><p>em volume crescente no mesmo sentido para a arcada inferior, ou seja, os</p><p>primeiros pré-molares superiores são maiores em volume que os segundos</p><p>pré-molares superiores, na arcada inferior os primeiros pré-molares inferiores</p><p>são menores em volume que os segundos pré-molares inferiores.</p><p>A forma geral da coroa dos pré-molares é a resultante da fusão de dois</p><p>cones, um palatino e outro vestibular unidos pelas cristas marginais mesial e</p><p>distal (Figura 5.1). Apresentam forma cuboidal e como todos os outros dentes</p><p>também apresentam seis faces.</p><p>85</p><p>Figura 5.1: Vista proximal do pré-molar superior.</p><p>A face vestibular tem a forma de uma lança, é convexa e lisa,</p><p>semelhante à face vestibular do canino com sulcos de desenvolvimento e</p><p>lóbulos menos evidentes (Figura 5.2).</p><p>Figura 5.2: Vista vestibular do pré-molar superior.</p><p>86</p><p>É limitada por quatro margens arredondadas: a margem cervical,</p><p>curvilínea, de convexidade voltada para a raiz; a margem oclusal que</p><p>apresenta a forma de um V composta por dois segmentos desiguais, e as</p><p>margens mesial e distal que são divergentes para a margem oclusal (Figura</p><p>5.3).</p><p>Figura 5.3: Face vestibular do pré-molar superior.</p><p>A face lingual/palatina apresenta o formato de um pentágono, com</p><p>convexidade tanto no sentido transversal como no sentido longitudinal, sendo</p><p>mais acentuada no sentido transversal. As quatro margens que limitam esta</p><p>face são menos perceptíveis que as da face vestibular, por serem mais</p><p>arredondadas (Figura 5.4).</p><p>87</p><p>Figura 5.4: Face palatina do pré-molar superior.</p><p>As faces proximais apresentam formato quadrilátero, com lados e</p><p>ângulos arredondados, convexas próximo à margem oclusal e planas próximo</p><p>à margem cervical. Cada uma é limitada por quatro margens: cervical,</p><p>ligeiramente curva com concavidade voltada para a raiz; vestibular e lingual</p><p>côncavas, e a margem oclusal que é dividida em dois segmentos os quais</p><p>correspondem às cúspides vestibular e lingual. As faces proximais são</p><p>semelhantes, porém a face distal apresenta-se menor, mais convexa e com</p><p>características mais evidentes (Figura 5.5).</p><p>Figura 5.5: Face distal do pré-molar superior.</p><p>88</p><p>A face oclusal apresenta duas cúspides de volume variável de acordo</p><p>com o elemento considerado.</p><p>As cúspides desenvolvidas têm o formato de uma pirâmide</p><p>quadrangular com ápice (ponta da cúspide), base, arestas (transversais e</p><p>axiais) e planos inclinados. Separando as cúspides vestibular e lingual, há um</p><p>sulco principal, disposto no sentido mésio-distal com concavidade vestibular,</p><p>que pode apresentar-se retilíneo ou curvilíneo e mais ou menos profundo. Este</p><p>sulco termina junto das cristas marginais, determinando o aparecimento das</p><p>fossetas triangulares mesial e distal. Deste sulco principal partem sulcos</p><p>secundários superficiais que ou desaparecem próximo às margens das faces</p><p>proximais ou as invadem. As cristas marginais são bem evidentes e unem as</p><p>duas cúspides vestibular e lingual (Figura 5.6).</p><p>Figura 5.6: Face oclusal do pré-molar superior.</p><p>89</p><p>O colo dos dentes pré-molares é representado por uma linha irregular</p><p>curvilínea côncavo-convexa de acordo com as faces em questão e é mais</p><p>sinuoso que o dos molares. Nas faces vestibular e palatina/lingual é de</p><p>convexidade voltada para a raiz e nas faces proximais é de concavidade</p><p>voltada para a raiz (Figuras 5.7 a 5.10).</p><p>Figura 5.7: Face vestibular do pré-molar superior.</p><p>Figura 5.8: Face palatina do pré-molar superior.</p><p>90</p><p>Figura 5.9: Face mesial do pré-molar superior.</p><p>Figura</p>

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