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<p>RFO UPF, Passo Fundo, v. 23, n. 2, p. 218-224, maio/ago. 2018218</p><p>Reabilitação de dentes afetados pela</p><p>Hipomineralização Molar-Incisivo</p><p>(HMI): um relato de caso com 16</p><p>meses de acompanhamento</p><p>Rehabilitation of teeth affected by Molar-Incisor Hypomineralization</p><p>(MIH): a case report with 16 months of follow-up</p><p>Ivam Freire da Silva Júnior*</p><p>Carlota Rocha de Oliveira**</p><p>Paula da Silva Berwig***</p><p>Lisandrea Rocha Schardosim****</p><p>* Mestre, Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.</p><p>** Cirurgiã-dentista, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.</p><p>*** Cirurgiã-dentista, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.</p><p>**** Doutora, Departamento de Odontologia Social e Preventiva, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.</p><p>http://dx.doi.org/10.5335/rfo.v23i2.8061</p><p>Objetivo: relatar um caso clínico de uma criança diag-</p><p>nosticada com Hipomineralização Molar-Incisivo (HMI)</p><p>severa, apresentando a proposta terapêutica e o acom-</p><p>panhamento. Relato de caso: uma paciente do sexo fe-</p><p>minino, com 6 anos de idade, foi levada a um serviço</p><p>odontológico com queixa principal de “dor no dente de</p><p>baixo (lado direito)”. No exame clínico, foram consta-</p><p>tadas opacidades demarcadas no esmalte dentário, de</p><p>coloração variando de branco a tons de marrom, carac-</p><p>terísticas de hipomineralização, nas superfícies vestibu-</p><p>lares dos dentes 12, 11, 21, 32, 31 e 41 e nas oclusais</p><p>do 16 e 26, sem perda de estrutura dentária. Nos dentes</p><p>36 e 46, observaram-se, além das opacidades demarca-</p><p>das, fraturas de esmalte pós-eruptivas associadas com</p><p>lesões ativas de cárie em dentina. Clinicamente e ra-</p><p>diograficamente, não havia sinais de comprometimen-</p><p>to da saúde pulpar. A criança foi então diagnosticada</p><p>com HMI. O tratamento consistiu em restauração direta</p><p>em resina composta dos elementos 36 e 46. Após 16</p><p>meses, observou-se que não houve perda de material</p><p>restaurador em ambas as restaurações. A criança não</p><p>relatou sensibilidade dentinária e nem sintomatologia</p><p>dolorosa. Considerações finais: o tratamento proposto</p><p>para o caso mostrou-se satisfatório durante o período</p><p>avaliado, pois recuperou a funcionalidade dos dentes</p><p>afetados pela HMI e não houve mais eventos de sensi-</p><p>bilidade e dor.</p><p>Palavras-chave: Assistência odontológica. Criança.</p><p>Desmineralização do dente. Esmalte dentário. Saúde</p><p>bucal.</p><p>Introdução</p><p>Nas últimas décadas, a odontologia tem dado</p><p>atenção especial às patologias pertinentes aos De-</p><p>feitos de Desenvolvimento do Esmalte (DDE), prin-</p><p>cipalmente pela expressiva prevalência, inconclu-</p><p>siva etiologia e complexidade do manejo clínico1-3.</p><p>Hipoplasias são definidas como defeitos quantita-</p><p>tivos do esmalte, em que a injúria ocorre na fase</p><p>secretora da formação da matriz do esmalte. Hipo-</p><p>mineralizações resultam de um dano causado ao es-</p><p>malte dentário durante a sua fase de maturação e</p><p>caracterizam-se por defeitos qualitativos do esmal-</p><p>te dentário4,5.</p><p>Hipomineralização Molar-Incisivo (HMI) foi a</p><p>nomenclatura proposta para definir as opacidades</p><p>no esmalte, de etiologia sistêmica e que afetam de</p><p>um ou até os quatro primeiros molares permanen-</p><p>tes, associadas ou não aos incisivos permanentes6.</p><p>Clinicamente, esses dentes apresentam-se com opa-</p><p>cidades demarcadas de coloração branca, amarela</p><p>ou castanha. O esmalte é poroso e, por isso, susce-</p><p>tível às fraturas, podendo expor a dentina e con-</p><p>tribuir para o desenvolvimento de lesões cariosas6.</p><p>Uma vez que os túbulos dentinários estejam expos-</p><p>tos, a sensibilidade dentinária faz parte da rotina</p><p>do paciente com HMI6. Como consequência da HMI,</p><p>a hipersensibilidade e o desenvolvimento rápido</p><p>das lesões cariosas, assim como os tratamentos den-</p><p>tários recorrentes, podem ocasionar efeitos sociais e</p><p>estéticos negativos na vida cotidiana do paciente7.</p><p>219RFO UPF, Passo Fundo, v. 23, n. 2, p. 218-224, maio/ago. 2018</p><p>A etiologia da HMI é inconclusiva, mas se sabe</p><p>que pode ser o resultado de uma variedade de fato-</p><p>res ambientais que atuam em nível sistêmico, desde</p><p>fatores presentes no período pré-natal, no perinatal</p><p>e na infância tenra8. Condições médicas da gestante</p><p>e da criança que acarretam hipocalcemia e hipóxia</p><p>parecem estar associadas à HMI8. A predisposição</p><p>genética é uma possibilidade que não é descartada</p><p>pela literatura8. A prevalência global da HMI é de</p><p>14,2%9. No Brasil, observa-se uma variação entre</p><p>8,8%10 e 40,2%11.</p><p>São muitas as possibilidades de intervenção</p><p>disponíveis para o manejo da HMI, variando des-</p><p>de prevenção de cáries e decomposição do esmalte,</p><p>tratamentos restauradores com diversos materiais,</p><p>confecção de coroas metálicas, até procedimentos</p><p>mais invasivos, como a exodontia12,13. Para a toma-</p><p>da de decisão, deve-se avaliar individualmente as</p><p>necessidades do paciente, levando em consideração</p><p>a gravidade das lesões, a sintomatologia, a idade e</p><p>a expectativa estética e funcional12.</p><p>Ainda que haja muitas possibilidades de mane-</p><p>jo de molares afetados pela HMI, não há uma con-</p><p>sensualidade de qual seria o tratamento ideal para</p><p>cada condição12. O tratamento tem sido um desafio</p><p>na prática clínica odontológica, seja por questões de</p><p>sensibilidade, rápido desenvolvimento e progressão</p><p>de cáries, cooperação limitada de paciente infantil,</p><p>dificuldade de alcançar um bom efeito anestésico,</p><p>seja por problemas como a adesividade e a longevi-</p><p>dade de materiais restauradores, em virtude da po-</p><p>rosidade do tecido dentinário, podendo resultar em</p><p>fraturas marginais5. Comportamentalmente, esses</p><p>pacientes tendem a apresentar sentimentos como</p><p>ansiedade e medo do cirurgião-dentista, possivel-</p><p>mente isso é explicado pelo prolongado tratamento</p><p>ao qual estão expostos2. Segundo Jälevik e Kling-</p><p>berg2 (2002), as crianças com HMI são submetidas</p><p>dez vezes mais a tratamentos do que aquelas sem</p><p>esta condição.</p><p>Por ser uma condição recentemente descrita na</p><p>literatura, há uma escassez de dados no que tange</p><p>a critérios para tomada de decisão de tratamento</p><p>e eleição de materiais restauradores em pacientes</p><p>infantis, bem como de um melhor detalhamento do</p><p>transoperatório e do acompanhamento longitudinal</p><p>do tratamento proposto.</p><p>O objetivo deste trabalho é relatar um caso clí-</p><p>nico de uma criança diagnosticada com HMI severa,</p><p>apresentando a proposta terapêutica e o acompa-</p><p>nhamento.</p><p>Relato de caso</p><p>Uma paciente do sexo feminino, com 6 anos de</p><p>idade, foi atendida na clínica infantil da Faculdade</p><p>de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas</p><p>com queixa principal de “dor no dente de baixo (lado</p><p>direito)”, além de relatar sensibilidade dentinária a</p><p>estímulos térmicos e à ingestão de alimentos açu-</p><p>carados.</p><p>Por meio da anamnese realizada com a mãe, não</p><p>houve nenhuma consideração pertinente ao período</p><p>pré-natal. A criança nasceu a termo, com parto ce-</p><p>sariano, sem nenhuma complicação e com ótimas</p><p>condições, além de um peso adequado para a idade</p><p>gestacional (3,260 Kg). A mãe relatou que, durante</p><p>os três primeiros anos de vida, a criança apresen-</p><p>tou repetitivos quadros de infecção urinária, sem-</p><p>pre acompanhada de febre, e que, por esse motivo,</p><p>houve uso frequente de antibióticos. No momento</p><p>da anamnese, não foi relatado nenhum comprome-</p><p>timento sistêmico e nem uso de medicamentos. Foi</p><p>realizado um diário alimentar, que permitiu inferir</p><p>que a criança apresentava uma dieta rica em açú-</p><p>car.</p><p>No exame clínico, foram constatadas opacidades</p><p>demarcadas no esmalte dentário, de coloração va-</p><p>riando de branco a tons de marrom, características</p><p>de hipomineralização, nas superfícies vestibulares</p><p>dos dentes 12, 11, 21, 32, 31 e 41 (Figura 1) e nas</p><p>oclusais do 16 e 26 (Figura 2), sem perda de estru-</p><p>tura dentária. Nos dentes 36 e 46, observaram-se,</p><p>além das opacidades demarcadas nas faces vestibu-</p><p>lares e oclusais, fraturas de esmalte pós-eruptivas</p><p>associadas com lesões ativas de cárie em dentina</p><p>(Figura 3).</p><p>Foi observada, ainda, opacidade demar-</p><p>cada na face vestibular do 85 (Figura 3). Os elemen-</p><p>tos 54 e 75 apresentaram lesão de cárie ativa em</p><p>dentina, e o elemento 65 apresentou uma microca-</p><p>vidade de cárie em esmalte. Clinicamente, nenhum</p><p>dente apresentou fístula ou qualquer outro sinal ca-</p><p>racterístico de envolvimento pulpar. Radiografica-</p><p>mente, foi observado que o elemento 46 apresentava</p><p>lesão de cárie em metade interna de dentina, mas</p><p>sem sinais de comprometimento da saúde pulpar, o</p><p>elemento 75 apresentava extensa área radiolúcida</p><p>na região inter-radicular e menos de dois terços de</p><p>raiz.</p><p>Figura 1 – Vista frontal revelando opacidades demarcadas nos incisi-</p><p>vos superiores e inferiores</p><p>Fonte: autores.</p><p>RFO UPF, Passo Fundo, v. 23, n. 2, p. 218-224, maio/ago. 2018220</p><p>Figura 2 – Vista oclusal superior revelando opacidades demarcadas</p><p>nos elementos 16 e 26</p><p>Fonte: autores.</p><p>Figura 3 – Vista oclusal inferior revelando opacidades demarcadas</p><p>e fratura pós-eruptiva do esmalte dos elementos 36 e 46</p><p>(A) – Vista vestibular do elemento 36, revelando o defeito</p><p>de esmalte (B) – Vista vestibular dos elementos 46 (perda</p><p>de estrutura) e 85 (opacidades de esmalte) (C)</p><p>Fonte: autores.</p><p>A criança foi então diagnosticada com HMI,</p><p>além de apresentar experiência e atividade de cá-</p><p>rie. O plano de tratamento envolveu instrução e</p><p>motivação da higiene bucal e da dieta da criança,</p><p>reabilitação estética e funcional com resina com-</p><p>posta nos elementos 36, 46 e 54, exodontia do 75 e,</p><p>devido a esta perda precoce, foi planejado também o</p><p>manejo do espaço com aparelho ortodôntico do tipo</p><p>banda-alça. Tendo em vista que a criança não rela-</p><p>tou queixa estética das opacidades localizadas nos</p><p>incisivos superiores e inferiores, optou-se pela pro-</p><p>servação desses elementos.</p><p>Do ponto de vista ético, a execução do tratamen-</p><p>to e a publicação do caso foram autorizadas pela</p><p>mãe e pela própria criança, as quais assinaram o</p><p>termo de consentimento livre e esclarecido.</p><p>Primeiramente, foi procedida à restauração do</p><p>dente 46, uma vez que, além de ser a principal quei-</p><p>xa da paciente, era o dente que apresentava maior</p><p>perda de estrutura e, por conseguinte, uma maior</p><p>superfície de exposição dentinária. Foi realizada</p><p>sob anestesia de bloqueio do nervo alveolar inferior</p><p>e isolamento absoluto. A remoção do tecido cariado</p><p>e do esmalte alterado foi feita com alta rotação e</p><p>com broca carbide, posteriormente, foi realizado um</p><p>forramento restrito à parede pulpar com cimento à</p><p>base de ionômero de vidro (CIV) de presa química</p><p>com o Maxxion R A3 Universal (FGM®, Santa Ca-</p><p>tarina, Brasil). Após o condicionamento ácido com</p><p>ácido fosfórico a 37%, procedeu-se à aplicação do</p><p>sistema adesivo Adper Single Bond 2™ (3M Espe®,</p><p>São Paulo, Brasil). Sendo assim, por meio da técni-</p><p>ca incremental, foi realizada restauração em resina</p><p>composta utilizando a Z100™ (3M Espe®, São Pau-</p><p>lo, Brasil). Cada incremento foi polimerizado por 20</p><p>segundos, sendo que a polimerização final foi de 40</p><p>segundos. Após a remoção do lençol de borracha,</p><p>foram feitos ajustes oclusais e procedimentos de</p><p>acabamento. Depois de 15 dias, foi realizado o poli-</p><p>mento da restauração.</p><p>Na consulta subsequente, foi realizada restau-</p><p>ração do elemento 36 nas mesmas condições do que</p><p>fora feito no elemento 46, exceto pelo fato de não ter</p><p>sido utilizado forramento com CIV, uma vez que a</p><p>cavidade era rasa e com pequena área de restaura-</p><p>ção. Neste dente foi utilizado adesivo autocondicio-</p><p>nante Ambar (FGM®, Joinville, Brasil), sendo, por</p><p>isso, realizado apenas condicionamento ácido seleti-</p><p>vo do esmalte marginal.</p><p>É importante frisar que, mesmo sob anestesia,</p><p>a paciente queixou-se de sensibilidade no transope-</p><p>ratório, quando da remoção do tecido cariado, em</p><p>ambas as restaurações.</p><p>Nas consultas seguintes, foram realizadas res-</p><p>tauração em resina composta do 54 e exodontia do</p><p>75, além da instalação da banda-alça até a erupção</p><p>do sucessor permanente.</p><p>Foi implementado um regime de consultas peri-</p><p>ódicas mensal durante 10 meses, a fim de acompa-</p><p>nhar clinicamente o comportamento das restaura-</p><p>ções, avaliando presença de possíveis falhas e suas</p><p>razões, como fratura total ou parcial, cárie secun-</p><p>dária, desgaste severo expondo dentina, dor, entre</p><p>outros motivos. Com a remoção do aparelho banda-</p><p>-alça após 10 meses, em decorrência da erupção do</p><p>dente permanente relativo ao espaço em manuten-</p><p>ção, a criança teve seus tratamentos curativo e or-</p><p>todôntico finalizados, sendo inserida num controle</p><p>semestral de avaliação do tratamento realizado.</p><p>Após 16 meses das restaurações dos molares</p><p>afetados pela HMI, observou-se que não houve per-</p><p>da de material restaurador em ambas as restaura-</p><p>ções, havendo apenas um pequeno desgaste da res-</p><p>tauração na região da cúspide mésio-vestibular do</p><p>221RFO UPF, Passo Fundo, v. 23, n. 2, p. 218-224, maio/ago. 2018</p><p>elemento 46 (Figura 4). A criança não relatou sen-</p><p>sibilidade dentinária em estímulos térmicos e me-</p><p>cânicos e nem sintomatologia dolorosa. Constatou-</p><p>-se que houve uma melhora substancial no controle</p><p>de placa. Os responsáveis foram informados sobre</p><p>o desgaste da restauração do dente 46 e alertados</p><p>quanto à importância das consultas de retorno para</p><p>a melhor proservação do caso.</p><p>Figura 4 – Vista oclusal inferior referente ao tratamento restaurador</p><p>dos dentes 36 e 46 após 16 meses de acompanhamento</p><p>Fonte: autores.</p><p>Discussão</p><p>A tomada de decisão no tratamento de molares</p><p>afetados severamente pela HMI é complexa, depen-</p><p>de de vários fatores e necessita de um planejamento</p><p>adequado para o paciente, visando, principalmente,</p><p>à redução da sintomatologia dolorosa e à devolução</p><p>funcional, estética e social.</p><p>No caso relatado, observou-se grande perda de</p><p>estrutura dentária, típica de fratura por força me-</p><p>cânica, com acúmulo de biofilme, pois a sensibili-</p><p>dade dificultava a higiene da criança. A exposição</p><p>de dentina, a presença de biofilme e uma dieta rica</p><p>em açúcar oportunizaram o desenvolvimento de</p><p>cárie dentária e contribuíram para o aumento da</p><p>sensibilidade, tanto provocada quanto espontânea6,</p><p>principal queixa da paciente. Uma segunda hipó-</p><p>tese para explicar o desenvolvimento de cárie den-</p><p>tária em dentes com HMI, proposta por Americano</p><p>et al.14 (2017), é que a superfície do esmalte hipo-</p><p>mineralizado é mais susceptível à adesão de bac-</p><p>térias, mesmo aparentando estar intacta, uma vez</p><p>que o tamanho dos poros são grandes o suficiente</p><p>para permitir a invasão e a destruição de esmalte</p><p>e dentina por bactérias cariogênicas. Diante dessas</p><p>considerações, o presente caso foi classificado como</p><p>severo, como proposto pela Academia Europeia de</p><p>Odontopediatria15.</p><p>A literatura sugere uma variedade de opções</p><p>de tratamento para molares afetados severamente</p><p>pela HMI12,16. O tratamento adotado neste relato</p><p>foi a restauração dos elementos pela técnica dire-</p><p>ta, utilizando a resina composta como material</p><p>restaurador. A eleição desse material é justificada</p><p>pela facilidade de realização de futuros reparos sem</p><p>maiores perdas de estrutura, fornecendo suporte</p><p>e proteção ao dente, além de minimizar o risco de</p><p>falhas marginais e ter boa resistência ao desgas-</p><p>te13,16. Uma revisão sistemática observou que a re-</p><p>sina composta apresentou uma menor taxa anual</p><p>de falha em molares hipomineralizados, quando</p><p>comparada a cimento de ionômero de vidro, amál-</p><p>gama, compômeros e selantes de fossas e fissuras12.</p><p>Ainda, os materiais adesivos são prioritariamente</p><p>recomendados, uma vez que a necessidade de reten-</p><p>ções mecânicas em um dente hipomineralizado não</p><p>é indicada, assim, o uso do amálgama não tem sido</p><p>incentivado12.</p><p>O cimento de ionômero de vidro é considerado</p><p>um material isolante, liberador de flúor e que favo-</p><p>rece a remineralização do tecido16, sendo bastante</p><p>utilizado nos casos de HMI17,18. Porém, sua baixa</p><p>resistência mecânica impede que seja usado como</p><p>restaurador definitivo em molares afetados16 e, por</p><p>isso, ele tem sido indicado como material provisório</p><p>em pacientes com pouca maturidade, até</p><p>que se pos-</p><p>sa realizar um tratamento mais complexo19. O seu</p><p>uso como material de forramento em um dos dentes</p><p>da paciente deste caso foi justificado pela cavidade</p><p>apresentar-se próxima da câmara pulpar e causar</p><p>grande sensibilidade dentinária. O CIV inserido na</p><p>cavidade diminui a quantidade de compósito e, por</p><p>conseguinte, há redução da contração de polimeri-</p><p>zação, reduzindo a sensibilidade18,20.</p><p>Um ensaio clínico randomizado de 18 meses de</p><p>acompanhamento não observou diferença entre o</p><p>uso de adesivo autocondicionante e o de adesivo con-</p><p>vencional no que concerne à sobrevivência clínica de</p><p>restaurações em resina composta em primeiros mo-</p><p>lares permanentes afetados pela HMI21, respaldan-</p><p>do a utilização dos diferentes tipos de adesivo para</p><p>cada dente neste relato de caso. Embora os adesivos</p><p>autocondicionantes dispensem o condicionamento</p><p>ácido prévio, alguns autores têm recomendado um</p><p>condicionamento seletivo das margens do esmal-</p><p>te22,23, a fim de melhorar a adesão a este substrato.</p><p>Por esta razão, esta técnica seletiva de condiciona-</p><p>mento foi realizada no dente que recebeu o adesivo</p><p>autocondicionante.</p><p>Outra alternativa de tratamento apontada</p><p>pela literatura é a instalação de coroa metálica16,</p><p>apresentando como vantagens a contenção da de-</p><p>terioração dentária, o controle da sensibilidade, o</p><p>estabelecimento de um bom contato interproximal</p><p>e a facilidade da técnica. Entretanto, se não estiver</p><p>adequadamente adaptada, pode levar o paciente a</p><p>problemas ortodônticos e periodontais13. É discutí-</p><p>vel ainda a indicação de coroas metálicas em crian-</p><p>ças em desenvolvimento, uma vez que pode alterar</p><p>a oclusão, sendo mais seguramente indicadas em</p><p>dentição permanente15.</p><p>A exodontia do molar severamente hipominera-</p><p>lizado é outra possibilidade terapêutica, principal-</p><p>mente quando outros tratamentos menos invasivos</p><p>RFO UPF, Passo Fundo, v. 23, n. 2, p. 218-224, maio/ago. 2018222</p><p>falham ou há pouco remanescente dentário. Nesse</p><p>caso, tornam-se necessários uma avaliação ortodôn-</p><p>tica prévia e um posterior manejo do espaço12,13.</p><p>A hiperalgia relatada durante o transoperató-</p><p>rio, mesmo sob anestesia local, já foi relatado em</p><p>outro estudo24 e é provavelmente ocasionada por</p><p>uma inflamação subclínica das células pulpares de-</p><p>vido a uma maior porosidade do esmalte25 ou ainda</p><p>por alterações nos canais de sódio decorrentes da</p><p>inflamação tecidual26. Essa sensibilidade aumenta-</p><p>da tem como consequência crianças mais propensas</p><p>ao medo e à ansiedade ante o tratamento2. Por esse</p><p>motivo, destaca-se a importância da agilidade e da</p><p>habilidade do operador no manejo desses molares</p><p>em paciente infantil. No caso da criança deste re-</p><p>lato, quando da queixa de dor durante a remoção</p><p>do tecido cariado, foi realizada complementação</p><p>da anestesia do nervo alveolar inferior, com maior</p><p>agilidade no transoperatório e condicionamento do</p><p>comportamento da criança.</p><p>A literatura tem apontado que a HMI causa um</p><p>maior impacto na qualidade de vida de crianças afe-</p><p>tadas, seja pela dor, pela sensibilidade a estímulos</p><p>térmicos ou pela aparência estética das opacidades</p><p>nos incisivos7. Não houve relato de queixa estética</p><p>das opacidades nos dentes anteriores pela criança</p><p>deste relato de caso, sendo, por esse motivo, realiza-</p><p>da apenas proservação das manchas. Para o masca-</p><p>ramento dessas lesões, a literatura não é conclusi-</p><p>va12, entretanto, terapias remineralizadoras, micro-</p><p>abrasão e facetas diretas e indiretas são condutas</p><p>propostas27.</p><p>Em 16 meses de acompanhamento, não foi ob-</p><p>servada perda de material e nem falhas que com-</p><p>prometessem a função. A longevidade das restaura-</p><p>ções em dentes posteriores vai muito além dos ma-</p><p>teriais e da técnica empregada, fatores como tipo e</p><p>localização do dente, qualidade técnica do operador,</p><p>elementos socioeconômicos, demográficos e compor-</p><p>tamentais devem ser levados em consideração28. O</p><p>desgaste observado em uma cúspide de um dos den-</p><p>tes merece um acompanhamento periódico, a fim de</p><p>observar evolução ou não.</p><p>Durante as consultas de acompanhamento, a</p><p>criança apresentou uma melhora na higiene bucal e</p><p>um maior interesse no autocuidado, assim como por</p><p>parte do cuidador. As queixas de dor e sensibilida-</p><p>de não foram mais relatadas, não justificando, pois,</p><p>procedimentos para sensibilidade, diferentemente</p><p>de Assunção et al.29 (2014), em que, embora o diag-</p><p>nóstico assemelhe-se ao caso clínico deste estudo,</p><p>houve a necessidade de reduzir a sensibilidade após</p><p>o procedimento restaurador, por meio de aplicação</p><p>tópica diária de flúor gel neutro.</p><p>Há uma forte relação entre presença de hipomi-</p><p>neralizações nos segundos molares decíduos e a pre-</p><p>sença desta mesma condição nos primeiros molares</p><p>permanentes30,31. Assim sendo, o diagnóstico preco-</p><p>ce das opacidades no elemento 85 poderia ter servi-</p><p>do de sinalizador, permitindo um acompanhamento</p><p>enfático da erupção dos molares permanentes, au-</p><p>mentando as chances de evitar o agravamento da</p><p>perda de estrutura dentária.</p><p>Conhecer as possíveis causas das patologias do</p><p>esmalte torna-se importante para o clínico, uma vez</p><p>que, além de auxiliar no diagnóstico diferencial,</p><p>frequentemente, pais ou responsáveis procuram o</p><p>cirurgião-dentista com questões sobre os motivos</p><p>que desencadearam as lesões no esmalte, como foi o</p><p>caso deste relato. Ainda que a etiologia da HMI seja</p><p>considerada inconclusiva32, as doenças da infância,</p><p>particularmente as febris, parecem ter uma consi-</p><p>derável associação com a HMI33.</p><p>Quando realizada a anamnese da criança des-</p><p>te relato, não se percebeu alteração nos períodos</p><p>pré-natal e perinatal, porém foram relatados re-</p><p>petitivos quadros de infecções do trato urinário,</p><p>acompanhados de febre alta e, por conseguinte, uso</p><p>frequente de antibióticos. Esses fatores podem estar</p><p>envolvidos na etiologia da HMI, uma vez que a épo-</p><p>ca dessa condição sistêmica coincidiu com o período</p><p>de maturação da matriz orgânica do esmalte dos</p><p>primeiros molares e incisivos permanentes34. O me-</p><p>canismo que explica a associação de quadros febris</p><p>com a HMI é a possibilidade de a alta temperatura</p><p>poder gerar uma disfunção ameloblástica e até uma</p><p>degeneração celular completa35. Entretanto, por se</p><p>tratar de uma doença multifatorial e com suscepti-</p><p>bilidade genética, outros fatores etiológicos não de-</p><p>vem ser desconsiderados32.</p><p>Considerações finais</p><p>É importante que o cirurgião-dentista saiba di-</p><p>ferenciar a HMI dos demais DDE, bem como avaliar</p><p>o grau de severidade dos dentes afetados, a fim de</p><p>eleger a melhor conduta. Além disso, é relevante</p><p>o monitoramento clínico, uma vez que não se sabe</p><p>ainda a sobrevivência das restaurações diretas</p><p>nestes dentes. O tratamento proposto para o caso</p><p>mostrou-se satisfatório durante o período avaliado,</p><p>pois recuperou a funcionalidade dos dentes afetados</p><p>pela HMI e não houve mais relatos de sintomatolo-</p><p>gia dolorosa. A paciente será mantida em acompa-</p><p>nhamento para avaliação da proposta terapêutica e</p><p>do comprometimento estético dos dentes anteriores.</p><p>Abstract</p><p>Objective: to report a clinical case of a child diagnosed</p><p>with severe Molar-Incisor Hypomineralization (MIH)</p><p>and to present the therapeutic proposal and follow-up.</p><p>Case report: female patient, six years old, referred to a</p><p>dental service with the major complaint of “pain in the</p><p>lower tooth (right side)”. The clinical examination sho-</p><p>wed demarcated opacities on the dental enamel ranging</p><p>from white to brownish shades, typical of hypominera-</p><p>lization, on the buccal surfaces of teeth 11, 12, 21, 32,</p><p>31, and 41 and occlusal surfaces of teeth 16 and 26, wi-</p><p>thout loss of dental structure. Teeth 36 and 46 showed,</p><p>223RFO UPF, Passo Fundo, v. 23, n. 2, p. 218-224, maio/ago. 2018</p><p>in addition to the demarcated opacities, post-eruptive</p><p>enamel fractures associated with active dentin carious</p><p>lesions. Clinically and radiographically, there were no</p><p>signs of compromise to pulp health. The child was diag-</p><p>nosed with MIH. The treatment consisted of direct resin</p><p>composite restorations of elements 36 and 46. After 16</p><p>months, no loss of restorative material was observed</p><p>in both restorations. The child reported neither dentin</p><p>sensitivity nor painful symptomatology. Final considera-</p><p>tions: the treatment proposed for the case was satisfac-</p><p>tory during the time evaluated, recovering the functio-</p><p>nality of the teeth affected by the MIH without showing</p><p>further episodes of sensitivity and pain.</p><p>Keywords: Dental care. Child. Tooth demineralization.</p><p>Dental enamel. Oral health.</p><p>Referências</p><p>1. Koch G, Hallonsten AL, Ludvigsson N, Hansson BO, Holst</p><p>A, Ullbro C. Epidemiologic study of idiopatic enamel hy-</p><p>pomineralization in permanent teeth of Swedish children.</p><p>Comm Dent Oral Epidemiol 1987; 15(4):279-85.</p><p>2. Jälevik B, Klingberg GA. Dental treatment fear and behav-</p><p>iour management problems in children with severe enamel</p><p>hypomineralization of their permanent first molars. Int J</p><p>Pediatr Dent 2002; 12(1):24-32.</p><p>3. Leppaniemi A, Lukinmaa PL, Alaluusua S. Nonfluoride hy-</p><p>pomineralizations in the permanent first molars and their</p><p>impact on the treatment need. Caries Res 2001; 35(1):36-40.</p><p>4. Neville BW, Damm DD, White DK. Oral maxillo facial pa-</p><p>thology. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009.</p><p>5. Garg N, Jain AK, Saha S, Singh J. Essentiality of early di-</p><p>agnosis of molar incisor hypomineralization in children of its</p><p>clinical presentation, etiology and management. Int J Child</p><p>Pediatr Dent 2012; 5(3):190-6.</p><p>6. Dantas-Neta NB, Moura LF, Cruz PF, Moura MS, Paiva SM,</p><p>Martins CC, et al. Impact of incisor-molar hypomineraliza-</p><p>tion on oral health-related quality of life in school children.</p><p>Braz Oral Res 2016; 30(1):e117.</p><p>7. Weerheijm KL, Jälewik B, Alaluusua S. Molar incisor hypo-</p><p>mineralization. Caries Res 2001; 35(5):390-1.</p><p>8. Lygidakis NA, Dimou G, Marinou D. Molar-incisor-hypomin-</p><p>eralisation (MIH). A retrospective clinical study in Greek</p><p>children. II. Possible medical aetiological factors. Eur Arch</p><p>Paediatric Dent 2008; 9(4):207-17.</p><p>9. Zhao D, Dong B, Yu D, Ren Q, Sun Y. The prevalence of mo-</p><p>lar incisor hypomineralization: evidence from 70 studies. 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Fragelli CM, Souza JF, Jeremias F, Cordeiro R de C, Santos-</p><p>Pinto L. Molar-incisor hypomineralization (MIH) conserva-</p><p>tive treatment management to restore affected teeth. Braz</p><p>Oral Res 2015; 29(1):1-7.</p><p>20. Vieira IM, Louro RL, Atta MT, Navarro MFL, Francisconi</p><p>PAS. O cimento de ionômero de vidro na Odontologia. Rev</p><p>Saúde Com 2006; 2(1):75-84.</p><p>21. de Souza JF, Fragelli CB, Jeremias F, Paschoal MAB, San-</p><p>tos-Pinto L, de Cássia Loiola Cordeiro R. Eighteen-month</p><p>clinical performance of composite resin restorations with dif-</p><p>ferent adhesive systems for molars affected by molar-incisor</p><p>hypomineralization. Clin Oral Invest 2016; 21(5):1725-33.</p><p>22. Lopes LS, Malaquias P, Calazans FS, Reis A, Loguércio AD,</p><p>Barceleiro MO. Protocolo das possibilidades técnicas de apli-</p><p>cação dos sistemas adesivos universais: revisão da literatura</p><p>com relato de caso. Rev Bras Odontol 2016; 73(2):173-7.</p><p>23. Van Landuyt KL, Peumans M, De Munck J, Lambrechts P,</p><p>Van Meerbeek B. Extension of a one-step self-etch adhesive</p><p>into a multi-step adhesive. Dent Mater 2006; 22(6):533-44.</p><p>24. da Silva-Júnior IF. Tratamento de molares afetados pela</p><p>hipomineralização molar-incisivo: uma revisão ilustrada da</p><p>literatura [Trabalho de conclusão de curso de especialização].</p><p>Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul;</p><p>2015.</p><p>25. Crombie FA, Manton DJ, Palamara JE, Zalizniak I, Cochra-</p><p>ne NJ, Reynolds EC. Characteristics of developmentally hy-</p><p>pomineralized human enamel. J Dent 2013; 41(10):611-8.</p><p>26. Rodd HD, Boissonade FM, Day PF. Pulpal status of hypo-</p><p>mineralization of permanent molars. Pediatric Dent 2007;</p><p>29(6):514-20.</p><p>27. Wallace A, Deery C. Management of opacities in children and</p><p>adolescents. Dent Update 2015; 42(12):951-8.</p><p>28. Demarco FF, Corrêa MB, Cenci MS, Moraes RR, Opdam NJ.</p><p>Longevity of posterior composite restorations. Not only a</p><p>matter of materials. J Dent 2012; 28(1):87-101.</p><p>29. Assunção CM, Girelli V, Sarti CS, Ferreira ES, Araujo FB,</p><p>Rodrigues JA. Hipomineralização de molar-incisivo (HMI):</p><p>relato de caso e acompanhamento tratamento restaurador.</p><p>Rev Assoc Paul Cir Dent 2014; 68(4):346-50.</p><p>30. Aine L, Backström MC, Mäki R, Kuusela AL, Koivisto AM,</p><p>Ikonen RS, et al. Enamel defects in primary and permanent</p><p>teeth in children born prematurely . J Oral Pathol Oral Med</p><p>2000; 29(7):403-9.</p><p>31. Elfrink ME, ten Cate JM, Jaddoe VW, Hofman A, Moll HA,</p><p>Veerkamp JS. Deciduous molar hypomineralization and mo-</p><p>lar-incisor hypomineralization. J Dent Res 2012; 91(6):551-5.</p><p>RFO UPF, Passo Fundo, v. 23, n. 2, p. 218-224, maio/ago. 2018224</p><p>32. Alallusua S. Aetiology of molar-incisor hypomineralization: a</p><p>systematic review. Eur Arch Paediatric 2010; 11(1):53-8.</p><p>33. Silva MJ, Scurrah KJ, Craig JM, Manton DJ, Kilpatrick N.</p><p>Etiology of molar-incisor hypomineralization: a systematic</p><p>review. Comm Dent Oral Epidemiol 2016; 44(4):342-53.</p><p>34. Nanci A. Ten Cate’s Oral histology: developement, structure</p><p>and function. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2008.</p><p>35. Kreshover SJ, Clough OW, Bear DM. Prenatal influences on</p><p>tooth development. I. Alloxan diabetes in rats. J Dent Res</p><p>1953; 32(2):246-61.</p><p>Endereço para correspondência:</p><p>Ivam Freire da Silva Júnior</p><p>Rua Gonçalves Chaves, 457, Centro</p><p>96015-560 – Pelotas, RS, Brasil</p><p>E-mail: ivamfreire@gmail.com</p><p>Recebido: 28/05/18. Aceito: 15/06/18.</p><p>Editorial</p><p>Características de pacientes com cárie severa da infância:</p><p>análise de pacientes atendidos</p><p>em centro de referência</p><p>Characteristics of patients with severe childhood caries:</p><p>analysis of patients assisted in a reference center</p><p>Bruna Camargo*</p><p>Larissa Correa Pavinato**</p><p>Moisés Cardoso***</p><p>Juliane Bervian****</p><p>Berenice Perussolo*****</p><p>Eduardo Patussi******</p><p>A satisfação profissional de cirurgiões-dentistas da atenção básica em um município no sul do Brasil com diretrizes municipais de saúde bucal</p><p>The professional satisfaction of primary health care dentists in a city in southern Brazil with municipal oral health guidelines</p><p>Júlia Guedes Alves*</p><p>Vitor Henrique Digmayer Romero**</p><p>Peterson Oliveira Boeira***</p><p>Tania Izabel Bighetti****</p><p>Eduardo Dickie de Castilhos*****</p><p>Uso de chupeta em pré-escolares</p><p>do sul do Brasil: prevalência e fatores associados</p><p>Pacifier use in preschoolers from southern Brazil:</p><p>prevalence and associated factors</p><p>Fabiana Vargas-Ferreira*</p><p>Rita de Azevedo Senna**</p><p>Mariana Cezar Ilha***</p><p>Patrícia Figueiró****</p><p>Carlos Alberto Feldens*****</p><p>Paulo Floriani Kramer******</p><p>Conhecimento dos</p><p>cirurgiões-dentistas em atendimento de pacientes com coagulopatias hereditárias</p><p>Knowledge of dentists in the care of patients with hereditary coagulopathies</p><p>Rafaella Bastos Leite*</p><p>Rayssa Nunes da Mota Nascimento**</p><p>Renata de Souza Coelho Soares***</p><p>Andreza Cristina de Lima Targino Marssoni****</p><p>Carlos Augusto Galvão Barboza*****</p><p>Raquel Cristina Barboza Gomes******</p><p>Concentração de íons flúor em</p><p>águas minerais envasadas no</p><p>Rio Grande do Sul</p><p>Concentration of fluoride ions in mineral water bottled in the state</p><p>of Rio Grande do Sul</p><p>Alexandre Emidio Ribeiro da Silva*</p><p>Francisco Roberto de Avelar Bastos**</p><p>Mariana Silveira Echeverria***</p><p>Jiuliani Radünz****</p><p>Camila Reis de Oliveira*****</p><p>Celso Afonso Klein-Junior******</p><p>Produção especializada no SUS em capitais brasileiras com centros de especialidades odontológicas:</p><p>uma análise descritiva</p><p>Specialized production in the unified health system in Brazilian capitals with dental specialty centers: a descriptive analysis</p><p>Alissa Schmidt San Martin*</p><p>Ketlen Conde**</p><p>Luane Morales***</p><p>Marcos Britto Corrêa****</p><p>Marcus Cristian Muniz Conde*****</p><p>Luiz Alexandre Chisini******</p><p>Prevalência de sequelas neurológicas associadas a trauma em face</p><p>Prevalence of neurological sequelae associated with facial trauma</p><p>Cassian Taparello*</p><p>Kássia Estefânia Hauck**</p><p>Tiago Nascimento Mileto***</p><p>Ricardo Scariot****</p><p>Silvana Gonçalves de Almeida*****</p><p>Ferdinando de Conto******</p><p>Fatores maternos relacionados à alta frequência de consumo de sacarose por crianças acompanhadas por um programa de atenção odontológica materno-infantil nos dois primeiros anos de vida</p><p>Maternal factors related to the high frequency of sucrose intake by children followed-up by a maternal and child dental care program in</p><p>the first two years of life</p><p>Andréia Drawanz Hartwig*</p><p>Ana Regina Romano**</p><p>Fernanda Geraldo Pappen***</p><p>Marina Sousa Azevedo****</p><p>Rotatividade de profissionais da Estratégia Saúde da Família no município de Montes Claros,</p><p>Minas Gerais, Brasil</p><p>Personnel turnover of the Family Health Strategy in Montes Claros,</p><p>Minas Gerais, Brazil</p><p>Barbara Quadros Tonelli*</p><p>Ana Paula dos Reis Leal**</p><p>Wanini Félix Quadros Tonelli***</p><p>Daniella Cristina Martins Dias Veloso****</p><p>Dulce Pimenta Gonçalves*****</p><p>Stéphanie Quadros Tonelli******</p><p>Necessidade de tratamento ortodôntico em adolescentes do Rio Grande do Sul: relação entre autopercepção e necessidade clínica</p><p>Need for orthodontic treatment in adolescents from the state of</p><p>Rio Grande do Sul, Brazil: association between self-perception</p><p>and clinical need</p><p>Karen Luciane Zappe Pereira Soto*</p><p>Helenita Correa Ely**</p><p>Fernanda Hilgert Mallmann***</p><p>Claides Abegg****</p><p>Consumo de álcool entre os trabalhadores da saúde da família</p><p>Alcohol consumption among family health workers</p><p>Maria Aparecida Carlos*</p><p>Álex Moreira Herval**</p><p>Liliane Parreira Tannús Gontijo***</p><p>Efetividade de selantes de fossas e fissuras aplicados por estudantes de odontologia na prevenção de cárie</p><p>Effectiveness of pit and fissure sealants applied by dental students</p><p>for dental caries prevention</p><p>Viviane Silveira Marques*</p><p>Guilhermo Enrico Sartori de Oliveira Andres**</p><p>Daniela de Rossi Figueiredo***</p><p>Efeito do hipoclorito de cálcio na resistência de adesão do cimento obturador AH Plus à dentina</p><p>Effect of calcium hypochlorite on the bond strength of the</p><p>AH Plus sealer to dentin</p><p>Anelise Özkömür*</p><p>Lucas Siqueira Pinheiro**</p><p>Júlia Eick Iglesias***</p><p>Letícia Mestieri****</p><p>Fabiana Soares Grecca*****</p><p>Adaptação infantil ao tratamento odontológico: relato de caso</p><p>Child adaptation to dental treatment: a case report</p><p>Marcieli Dias Furtado*</p><p>Luiza Beatriz Thurow**</p><p>Josiane Luzia Dias Damé***</p><p>Tania Izabel Bighetti****</p><p>Reabilitação de dentes afetados pela Hipomineralização Molar-Incisivo (HMI): um relato de caso com 16 meses de acompanhamento</p><p>Rehabilitation of teeth affected by Molar-Incisor Hypomineralization (MIH): a case report with 16 months of follow-up</p><p>Ivam Freire da Silva Júnior*</p><p>Carlota Rocha de Oliveira**</p><p>Paula da Silva Berwig***</p><p>Lisandrea Rocha Schardosim****</p><p>Paracoccidioidomicose com repercussão oral: relato de</p><p>caso em zona urbana</p><p>Paracoccidioidomycosis with oral impact: case report in an urban area</p><p>Rennan Luiz Oliveira dos Santos*</p><p>Ana Flávia Barros Souza**</p><p>Thaís Gimenez Miniello***</p><p>Claudete Rodrigues Paula****</p><p>Carina Domaneschi*****</p><p>Camila de Barros Gallo******</p><p>Protocolo de atendimento odontológico a pacientes usuários</p><p>de terapia antitrombótica</p><p>Dental care protocol for patients using antithrombotic therapy</p><p>Maura Sodré Pesse*</p><p>Leandro Dorigan de Macedo**</p><p>Soraya Fernandes Mestriner***</p><p>Cristiane Aparecida Nogueira Bataglion****</p><p>Tratamento de disfunções temporomandibulares com toxina botulínica tipo A</p><p>Treatment of temporomandibular disorders with botulinum toxin type A</p><p>Geo­vana de Oliveira Polette Petrolli*</p><p>Pamella Monteiro Mendes**</p><p>Fernanda Angeloni de Souza***</p><p>Matheus Coelho Blois****</p><p>Abordagem quanto ao diagnóstico e ao tratamento da avulsão dentária: uma revisão de literatura</p><p>Approach to diagnosis and treatment of dental avulsion:</p><p>a literature review</p><p>André Guimarães Rodrigues*</p><p>Alessandra Dossi Pinto**</p><p>Jefferson David Melo de Matos***</p><p>Guilherme da Rocha Scalzer Lopes****</p><p>Renato Sussumu Nishioka*****</p><p>Valdir Cabral Andrade******</p><p>A importância da bioética na</p><p>prática odontológica: considerações atuais da literatura</p><p>The importance of bioethics in the dental practice:</p><p>current considerations from the literature</p><p>Jefferson David Melo de Matos*</p><p>André Guimarães Rodrigues**</p><p>Alessandra Dossi Pinto***</p><p>Guilherme da Rocha Scalzer Lopes****</p><p>Valdir Cabral Andrade*****</p><p>Normas de publicação</p>

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