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<p>Aula 04</p><p>Criminologia p/ Polícia Civil de Goiás (Delegado) - Com videoaulas</p><p>Professor: Alexandre Herculano</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>SUMÁRIO PÁGINA</p><p>1. Apresentação 1</p><p>2. Funções da criminologia 1</p><p>3. Criminologia e Política Criminal 6</p><p>4. Criminologia e o Direito penal 16</p><p>4. Questões propostas 38</p><p>5. Questões comentadas 42</p><p>6. Gabarito 49</p><p>Olá, meus amigos!</p><p>Então, hoje, vou abordar os seguintes tópicos de edital: Funções da</p><p>Criminologia, Criminologia e Política Criminal, e o Direito Penal.</p><p>Funções da criminologia</p><p>Pessoal, a função básica da criminologia é informar à sociedade e</p><p>os poderes públicos sobre o delito, o delinquente, a vítima e o controle</p><p>social, reunindo um núcleo de conhecimentos seguros que permita</p><p>compreender cientificamente o problema criminal, preveni-lo e intervir</p><p>Aula 04 - Funções da criminologia. Criminologia e</p><p>política criminal. Direito penal.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>com eficácia e de modo positivo no homem delinquente. Ciência</p><p>interdisciplinar que fornece e recebe informação a outras ciências. Assim,</p><p>a criminologia:</p><p> não é mera fonte de dados ou estatística;</p><p> possui dados que são em si mesmos neutros e devem ser</p><p>interpretados por teorias científicas;</p><p> é uma ciência prática preocupada com problemas e conflitos</p><p>concretos históricos.</p><p>Funções da Criminologia:</p><p> informar à sociedade e aos poderes públicos sobre o delito,</p><p>o delinquente, a vítima e o controle social, reunindo um</p><p>núcleo de conhecimentos que permita compreender,</p><p>cientificamente, o problema criminal, prevenindo e</p><p>intervindo de modo positivo e eficaz no homem</p><p>delinquente;</p><p> servir como central de informações sobre o crime, fonte</p><p>dinâmica de informações;</p><p> buscar critérios e soluções para os problemas sociais</p><p>relacionados com a criminalidade;</p><p> formular impecáveis modelos explicativos sobre o</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>comportamento criminal; e</p><p> prevenir, de forma eficaz, os delitos.</p><p>Pessoal, dentre as funções discriminadas acima, a última tem uma</p><p>grande importância. A prevenção não se dá somente contramotivando</p><p>o infrator potencial com a ameaça do castigo, contra estimulando-o</p><p>psicologicamente, senão de outras maneiras, apoiando-se em programas</p><p>que atuam em vários componentes do seletivo fenômeno criminal como</p><p>espaço físico, o clima social, as condições ambientais, os agrupamentos</p><p>de pessoas que podem ser alvos de delitos, a própria população punida,</p><p>etc. Por esse caminho, a Criminologia pode contribuir com informações de</p><p>grande utilidade e, sem dúvida, necessárias para que o homem sofra</p><p>intervenção.</p><p>Conforme já mencionei em outras aulas, a moderna Criminologia</p><p>possui, dentre suas destacadas características, o fato de seu objeto</p><p>sofrer progressiva ampliação e mostrar-se bastante problemático.</p><p>A razão disso está no fato de as investigações criminológicas tradicionais</p><p>concentrarem atenção no delinquente e no delito, considerando, ainda, os</p><p>chamados estados criminógenos. Porém, já num estágio mais avançado</p><p>do estudo, descobriu-se o papel da vítima, também ligada ao delito.</p><p>Assim, o interesse está, por exemplo, em desvendar as funções</p><p>desempenhadas no ilícito penal como indicador da efetividade do controle</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>social, sua volumosidade, estrutura e movimento, como se tem mostrado</p><p>distribuída a criminalidade entre os diferentes estratos sociais, etc.</p><p>E com o escopo de mais restaurar o trauma emocional – os</p><p>sentimentos e relacionamentos positivos, reduzindo o impacto dos crimes</p><p>sobre os cidadãos que diminuir a criminalidade, surgiu a denominada</p><p>Justiça Restaurativa, desenvolvida a partir de práticas restaurativas, na</p><p>Nova Zelândia, em 1995, modelo inspirado em costumes aborígenes</p><p>Maoris e adotado no sistema de Justiça da Infância e da Juventude. Tem</p><p>o viés de restaurar os relacionamentos, em vez de simplesmente punir o</p><p>delinquente ante a definição de sua culpabilidade. No controle da</p><p>criminalidade passa a comunidade a ter papel relevante de facilitadora do</p><p>processo restaurativo, considerando a ruptura do tecido social pela</p><p>violação da normal penal.</p><p>Nessa linha, é preciso saber que o crime não é um tumor nem uma</p><p>epidemia, senão um doloroso "problema" interpessoal e comunitário.</p><p>Uma realidade próxima, cotidiana, quase doméstica: um problema "da"</p><p>comunidade, que nasce "na" comunidade e que deve ser resolvido "pela"</p><p>comunidade. Um "problema social", em suma, com tudo que tal</p><p>caracterização implica em função de seu diagnóstico e tratamento.</p><p>A Criminologia "clássica" contemplou o delito como enfrentamento</p><p>formal, simbólico e direto entre dois rivais - o Estado e o infrator -, que</p><p>lutam entre si solitariamente, como lutam o bem e o mal, a luz e as</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>trevas; é uma luta, um duelo, como se vê, sem outro final imaginável que</p><p>a incondicionada submissão do vencido à força vitoriosa do Direito.</p><p>Dentro desse modelo criminológico, a pretensão punitiva do Estado,</p><p>isto é, o castigo do infrator, polariza e esgota a resposta ao fato delitivo,</p><p>prevalecendo a face patológica sobre seu profundo significado</p><p>problemático e conflitual. A reparação do dano causado à vítima (a uma</p><p>vítima que é desconsiderada, "neutralizada" pelo próprio sistema) não</p><p>interessa, não constitui nem se apresenta como exigência social;</p><p>tampouco preocupa a efetiva "ressocialização" do infrator (pobre pretexto</p><p>defensista, mito inútil ou piedoso eufemismo, por desgraça, quando tão</p><p>sublimes objetivos fazem abstração da dimensão comunitária do conflito</p><p>criminal e da resposta solidária que ele reclama). Nem sequer se pode</p><p>falar dentro deste modelo criminológico e político-criminal de "prevenção"</p><p>e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>Questões comentadas</p><p>1) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil) A moderna</p><p>criminologia exige do Estado Democrático de Direito um controle</p><p>razoável da criminalidade que, no Brasil, apresenta como sugestão</p><p>metodo-lógica e eficaz para a pequena e média criminalidade o</p><p>modelo</p><p>A) de justiça consensual como, por exemplo, a lei dos Juizados Especiais</p><p>Criminais.</p><p>B) da “tolerância zero”, criminalizando toda e qualquer conduta</p><p>antissocial.</p><p>C) do “Direito Penal do Inimigo”, desenvolvido pelo alemão Günther</p><p>Jakobs.</p><p>D) da utilização do Direito Penal como “prima ratio”, evitando</p><p>desdobramentos mais graves.</p><p>Comentários:</p><p>O direito brasileiro é adepto da teoria mista ou unificada de pena cuja</p><p>sistemática é basicamente pautada no modelo punitivo, contudo, após a</p><p>reforma da parte geral do código penal, passou a admitir parcialmente o</p><p>sistema ressocializador, visando a composição e pacificação dos conflitos,</p><p>como nos casos de infração de menor potencial ofensivo criadas a partir</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>da Lei 9.099, que instituiu os juizados especiais cíveis e criminais em</p><p>1995.</p><p>Gabarito: A.</p><p>2) (INÉDITA - PCPE - CRIMINOLOGIA) O sistema de justiça</p><p>criminal se organiza em três frentes principais de atuação:</p><p>A) segurança pública, justiça criminal e execução penal.</p><p>B) segurança pública, justiça criminal e juri popular.</p><p>C) justiça criminal, segurança jurídica e execução penal.</p><p>D) justiça criminal, segurança jurídica e juri popular.</p><p>Comentários:</p><p>O sistema de justiça criminal abrange órgãos dos Poderes Executivo e</p><p>Judiciário em todos os níveis da Federação. O sistema se organiza em três</p><p>frentes principais de atuação: segurança pública, justiça criminal e</p><p>execução penal.</p><p>Gabarito: A.</p><p>3) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de 1a</p><p>Classe) Os objetos de estudo da moderna criminologia estão</p><p>divididos em</p><p>A) três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima.</p><p>B) três vertentes: política criminal, delito e delinquente.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>C) três vertentes: política criminal, delinquente e pena.</p><p>D) quatro vertentes: delito, delinquente, justiça criminal e pena.</p><p>E) quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social.</p><p>Comentários:</p><p>Embora tanto o direito penal quanto a criminologia se ocupem de estudar</p><p>o crime, ambos dedicam enfoques diferentes para o fenômeno criminal.</p><p>Atualmente o objeto da criminologia está dividido em quatro vertentes:</p><p>delito, delinquente, vítima e controle social.</p><p>Gabarito: E.</p><p>4) (VUNESP - PCSP - 2014) Dentre os modelos sociológicos, as</p><p>teorias da criminologia crítica, rotulação e da criminologia radical</p><p>são exemplos da teoria</p><p>A) do consenso</p><p>B) da aparência</p><p>C) do descaso</p><p>D) da falsidade</p><p>E) do conflito</p><p>Comentários:</p><p>Conforme já estudamos em outras aulas, dentre as teorias</p><p>macrossociológicas da criminalidade temos as teorias consensuais e</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>conflitivas, estas últimas, dotadas de caráter crítico com relação ao</p><p>sistema penal de punição adotado (Teoria do Etiquetamento ou</p><p>Rotulação) ou com o sistema econômico capitalista (Teoria Marxista ou</p><p>Radical).</p><p>Gabarito: E.</p><p>5) (VUNESP - PCSP - 2014) A teoria do neorretribucionismo, com</p><p>origem nos Estados Unidos, também conhecida por "lei e ordem"</p><p>ou "tolerância zero"</p><p>A) “positiva”</p><p>B) “janelas quebradas”</p><p>C) “clássica”</p><p>D) “cidade limpa”</p><p>E) “diferencial”</p><p>Comentários:</p><p>Movimento lei de ordem desenvolvido em 1990 pelo prefeito nova</p><p>iorquino, Rudolph Giuliani, em combate à criminalidade agravada pelas</p><p>gangues do Bronx. Teoria das janelas quebradas (caso do carro</p><p>abandonado e sede empresa depredada) inspirando a política da</p><p>Tolerância Zero, a qual punia a menor infração praticada visando a</p><p>intimidar os delinquentes.</p><p>Gabarito: B.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>6) (2016 - MPE-SC - Promotor de Justiça) Analise o enunciado da</p><p>questão abaixo e assinale "certo" (c) ou "errado" (e).</p><p>Em sede de Política Criminal, o Direito Penal de segunda velocidade,</p><p>identificado, por exemplo, quando da edição das Leis dos Crimes</p><p>Hediondos e do Crime Organizado, compreende a utilização da pena</p><p>privativa de liberdade e a permissão de uma flexibilização de garantias</p><p>materiais e processuais.</p><p>Comentários:</p><p>Conforme estudamos, Jésus-Maria Silva Sánchez, visualiza o Direito Penal</p><p>diferentes velocidades. A primeira velocidade seria aquela tradicional</p><p>do Direito Penal, que tem por fim último a aplicação de uma pena</p><p>privativa de liberdade. Nessa hipótese, como está em jogo a liberdade do</p><p>cidadão, devem ser observadas todas as regras garantistas, sejam elas</p><p>penais ou processuais penais. Numa segunda velocidade, temos o</p><p>Direito Penal à aplicação de penas não privativas de liberdade, a exemplo</p><p>do que ocorre no Brasil com os Juizados Especiais Criminais, cuja</p><p>finalidade, de acordo com o art. 62 da Lei no 9.099/95, é, precipuamente,</p><p>a aplicação de penas que não importem na privação da liberdade do</p><p>cidadão, devendo, pois, ser priorizadas as penas restritivas de direitos e a</p><p>pena de multa. Nessa segunda velocidade do Direito Penal poderiam ser</p><p>afastadas algumas garantias, com o escopo de agilizar a aplicação da lei</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>penal. Embora ainda com certa resistência, tem-se procurado entender o</p><p>Direito Penal do Inimigo como uma terceira velocidade. Seria,</p><p>portanto, uma velocidade híbrida, ou seja, com a finalidade de aplicar</p><p>penas privativas de liberdade (primeira velocidade), com uma</p><p>minimização das garantias necessárias a esse fim (segunda velocidade).</p><p>Gabarito: E.</p><p>7) (VUNESP - PCSP -</p><p>2014) A criminologia moderna estuda o</p><p>fenômeno da criminalidade por meio da estatística criminal. Nessa</p><p>seara, a expressão “cifra dourada” designa:</p><p>A) o total de delitos registrados e de conhecimento do poder público que</p><p>são elucidados.</p><p>B) as infrações penais praticadas pela elite, não reveladas ou apuradas;</p><p>trata-se de um subtipo de "cifra negra", a exemplo do crime de</p><p>sonegação fiscal.</p><p>C) as infrações penais de maior gravidade, como, por exemplo, o</p><p>homicídio, que, ao ser elucidado, permite ao poder público planejar</p><p>melhor suas ações e alterar a legislação.</p><p>D) as infrações penais de menor potencial ofensivo, por enquadrar-se na</p><p>Lei n.º 9.099/95, a exemplo do delito de perturbação do sossego alheio.</p><p>E) o percentual de delitos praticados pela sociedade de baixa renda que</p><p>não chega ao conhecimento do poder público por falta de registro e,</p><p>portanto, não são elucidados.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>Comentários:</p><p>O fenômeno das cifras da criminalidade é definido como o processo de</p><p>distanciamento progressivo entre o fato ocorrido e o fato registrado,</p><p>desequilibrando as estatísticas criminais, através da distorção entre a</p><p>criminalidade real e aparente. Uma de suas modalidades, as cifras</p><p>douradas, consiste em crimes praticados por pessoas do alto escalão da</p><p>sociedade que, através de um processo de aprendizagem, utilizam o</p><p>próprio conhecimento profissional em crimes específicos que requerem</p><p>habilidade e técnica.</p><p>Gabarito: B.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>1-A 2-A</p><p>3-E 4-E</p><p>5-B 6-E</p><p>7-B</p><p>do delito (estricto sensu), de prevenção "social", senão de "dissuasão</p><p>penal".</p><p>Já a moderna Criminologia é partidária de uma imagem mais</p><p>complexa do acontecimento delitivo, de acordo com o papel ativo e</p><p>dinâmico que atribui aos seus protagonistas (delinquente, vítima e a</p><p>comunidade) e com a relevância acentuada dos muitos diversos fatores</p><p>que convergem e interatuam no "cenário" criminal.</p><p>Vejamos uma possível questão de prova:</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>(Criminologia – Polícia Civil – 2016) Julgue os itens com base na</p><p>Criminologia.</p><p>São funções da criminologia, entre outras, servir como central de</p><p>informações sobre o crime e formular impecáveis modelos explicativos</p><p>sobre o comportamento criminal.</p><p>Gabarito: C.</p><p>Criminologia e Política Criminal</p><p>Na aula 00 eu falei um pouco sobre a Política Criminal, nesta</p><p>parte eu vou abordar esse tema com foco nos movimentos da</p><p>criminologia crítica, do garantismo penal - que vamos aprofundar mais no</p><p>tópico abaixo, e do abolicionismo.</p><p>A teoria crítica do direito penal teve sua origem nos anos 70 e</p><p>surgiu na mesma época nos Estados Unidos e na Inglaterra, os dois</p><p>primeiros movimentos que nasceram foram o da Universidade de</p><p>Berkeley que se denominou Union of Radical Criminologists e o</p><p>movimento inglês organizado em torno da National Deviance Conference.</p><p>Segundo a perspectiva crítica, a criminalidade não é mais uma</p><p>qualidade ontológica de determinados comportamentos e de</p><p>determinados indivíduos, mas se revela, principalmente, como um status</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>atribuído a determinados indivíduos, mediante uma dupla seleção: em</p><p>primeiro lugar, a seleção dos bens protegidos penalmente e dos</p><p>comportamentos ofensivos destes bens descritos nos tipos penais; em</p><p>segundo lugar a seleção de indivíduos estigmatizados entre todos os</p><p>que realizam infrações a normas penalmente sancionadas. Neste sentido,</p><p>as classes subalternas são aquelas selecionadas negativamente pelos</p><p>mecanismos de criminalização e as estatísticas indicam que a grande</p><p>maioria da população carcerária é de extração proletária, de setores do</p><p>subproletariado e, portanto, das zonas sociais marginalizadas.</p><p>De acordo com a criminologia crítica, o direito penal tende a</p><p>privilegiar os interesses das classes dominantes e a imunizar do processo</p><p>de criminalização, comportamentos socialmente danosos típicos dos</p><p>indivíduos a elas pertencentes, e ligados funcionalmente à existência da</p><p>acumulação capitalista, e tende a dirigir o processo de criminalização,</p><p>principalmente para formas de desvio típicas das classes subalternas.</p><p>Segundo Alessandro Baratta, as estratégias para uma política</p><p>criminal das classes subalternas deve ser:</p><p> inserção do problema do desvio e da criminalidade na</p><p>análise da estrutura geral da sociedade capitalista;</p><p> ampliação e reforço da tutela penal em áreas de interesse</p><p>essencial para a vida dos indivíduos e da comunidade:</p><p>saúde, segurança no trabalho, integridade ecológica,</p><p>criminalidade econômica;</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p> radical e corajosa despenalização, de contração ao máximo</p><p>do sistema punitivo, com a exclusão, total ou parcial, de</p><p>inumeráveis delitos de costumes, de moral, etc; aliviando a</p><p>pressão negativa do sistema punitivo sobre as classes</p><p>subalternas (despenalização significa também a substituição</p><p>de sanções penais por formas de controle legal não</p><p>estigmatizantes - sanções administrativas ou civis);</p><p>derrubada dos muros dos cárceres e abolição da instituição</p><p>carcerária. As etapas de aproximação desse objetivo podem</p><p>ser constituídas pelo alargamento do sistema de medidas</p><p>alternativas, pela ampliação da suspensão condicional da</p><p>pena, pela introdução de formas de execução da pena</p><p>detentiva em regime de semi-liberdade, assim como</p><p>abertura do cárcere para a sociedade através de parcerias e</p><p>associações com organizações civis;</p><p> Avaliação do papel da mídia e sua influência no senso</p><p>comum no reforço aos estereótipos, que legitimam a</p><p>ideologia das classes dominantes. Discussão ampla sobre o</p><p>efeito da mass-media na indução do alarme social</p><p>(Campanhas de lei e ordem).</p><p>Essas propostas defendem um “direito penal mínimo”, negando a</p><p>legitimidade do sistema penal, mas propondo uma alternativa mínima</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>“que considera como mal menor necessário”. De acordo com Zaffaroni</p><p>esta proposta deve basear-se na maximização do sistema de garantias</p><p>legais, colocando os direitos humanos como objeto e limite da intervenção</p><p>penal. O propósito é diminuir a quantidade de condutas típicas</p><p>procurando penalizar somente as mais danosas, prescindindo bagatelas e</p><p>fazendo cumprir rigorosamente as garantias legais. Segundo ele “o direito</p><p>penal mínimo, é, de maneira inquestionável, uma proposta a ser apoiada</p><p>por todos os que deslegitimam o sistema penal, não como meta</p><p>insuperável e, sim, como passagem ou trânsito para o abolicionismo, por</p><p>mais inalcançável que este hoje pareça”.</p><p>Sobre a defesa do direito penal mínimo também escreve Ferrajoli,</p><p>que defende o que ficou conhecido como Garantismo. Segundo ele a</p><p>mínima intervenção significa que o Estado deve intervir unicamente nos</p><p>casos mais graves, protegendo os bens jurídicos mais importantes, sendo</p><p>o direito penal o último recurso quando já cessaram as alternativas</p><p>restantes.</p><p>Concebe-se o programa político criminal minimalista como</p><p>estratégia para maximizar os direitos e reduzir o impacto penal na</p><p>sociedade, diminuindo o volume de pessoas nos cárceres através de</p><p>processos de descriminalização e despenalização. Trata-se de um critério</p><p>de economia que procura obstaculizar a expansão penal, legitimando</p><p>proibições somente quando absolutamente necessárias. Os direitos</p><p>fundamentais, neste caso, corresponderiam aos limites do direito penal.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo</p><p>sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>Ferrajoli indica três classes de delitos que deveriam ser</p><p>amplamente descriminalizadas sob o amparo constitucional. Em termos</p><p>quantitativos, deveriam ser excluídos os delitos de bagatela</p><p>(contravenções, delitos punidos com penas pecuniárias ou restritivas de</p><p>direitos) que não justificariam o processo penal e muito menos a pena.</p><p>Ao versar sobre as tipificações de condutas que não afetam bens</p><p>jurídicos, como por exemplo, o consumo de drogas, o incesto, e/ou</p><p>homossexualismo, Zaffaroni afirma que estas normas penais tutelam</p><p>pautas éticas, normas morais, e não bens jurídicos. Confrontando com o</p><p>pressuposto da laicização do direito penal, o autor se opõe a junção da</p><p>moral com direito, e ainda a imposição de uma moral determinada.</p><p>Para Ferrajoli, a deslegitimação do sistema penal não corresponde</p><p>à ideia de irracionalidade de nossos sistemas penais vigentes e operantes,</p><p>e a impossibilidade radical de legitimar qualquer sistema penal. Ele recusa</p><p>essa radicalização afirmando que mesmo em uma sociedade mais</p><p>democratizada e igualitária seria necessário um direito penal mínimo</p><p>como meio de serem evitados danos maiores. O direito penal mínimo</p><p>legitima-se unicamente através de razões utilitárias, ou seja, pela</p><p>prevenção de uma reação formal ou informal mais violenta contra o</p><p>delito, funcionando esse direito penal como um instrumento impeditivo de</p><p>vingança.</p><p>Esse pensamento se opõe à corrente de pensamento orientada para</p><p>abolição das penas e dos sistemas penais. O grupo de pensadores que</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>pode ser adstrito a essa orientação não se interessa por uma política</p><p>criminal alternativa, mas sim, por uma alternativa à política criminal.</p><p>O abolicionismo nega a legitimidade do sistema penal tal como</p><p>atua na realidade social contemporânea e, como princípio geral, nega a</p><p>legitimação de qualquer outro sistema penal que se possa imaginar no</p><p>futuro como alternativa a modelos formais e abstratos de solução de</p><p>conflitos, postulando a abolição radical dos sistemas penais e a solução</p><p>dos conflitos por instâncias ou mecanismos informais.</p><p>Os chamados “abolicionistas” afirmam que o sistema penal só tem</p><p>servido para legitimar e reproduzir as desigualdades e injustiças sociais, e</p><p>o direito penal é considerado uma instância seletiva e elitista. São muitas</p><p>as suas razões para abolir o sistema penal. Aqui são listadas algumas</p><p>delas:</p><p> vivemos numa sociedade sem direito penal, porque a cifra</p><p>negra é altíssima;</p><p> o sistema é anômico, e o direito penal não protege a vida, a</p><p>propriedade e nem as relações sociais, não atingindo seu</p><p>intento;</p><p> o sistema é seletivo e estigmatizante, e visivelmente cria e</p><p>reforça as desigualdades, é discriminatório;</p><p> o sistema penal é uma máquina para produzir dor</p><p>inutilmente, a execução da pena é um meio de sofrimento e</p><p>dor moral e física;</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p> a pena de prisão é ilegítima, só se pode falar em pena</p><p>quando há “acordo entre as partes”. Ela não reabilita o</p><p>preso, ao contrário, causa efeitos devastadores sobre sua</p><p>personalidade.</p><p>As teorias críticas surgidas no campo da criminologia, ainda que</p><p>tenham representado importante avanço na discussão acerca dos</p><p>sistemas penais, estiveram nos últimos anos circunscritas ao campo</p><p>acadêmico e pouco poder de influência tiveram na alteração ou</p><p>reformulação de leis penais nos últimos anos no Brasil. O único</p><p>movimento que no Brasil ganhou notoriedade nos anos 90 por propor</p><p>reavaliar a atuação do sistema jurídico foi o Movimento do Direito</p><p>Alternativo. Este movimento propõe uma ruptura com o direito</p><p>liberal/positivista que estrutura o “direito burguês” e mantém o esquema</p><p>de dominação na sociedade capitalista.</p><p>O que se pode notar no caso brasileiro, é que os argumentos na</p><p>defesa de ideais de despenalização ou deslegitimação do direito penal</p><p>assumidos por pesquisadores, juristas ou intelectuais são desconstruídos</p><p>sob a tese da alta criminalidade brasileira. Frases do tipo “quem defende</p><p>isso, nunca passou por um assalto!” ou “depois que você passar por isso</p><p>você vai defender a pena de morte!” pode ser facilmente ouvida; pois</p><p>esse é o tipo de discurso que constrói o medo e se confronta com todas</p><p>as propostas descriminalizadoras e despenalizadoras que nos últimos</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>anos foram produzidas, mas que surtiram pouco efeito na discussão e na</p><p>produção da legislação penal brasileira.</p><p>A importante contribuição das pesquisas nas ciências sociais de</p><p>Cohen, Sutherland e Becker se reproduziram no Brasil em muitas outras</p><p>pesquisas e trabalhos reveladores das formas criminalizadoras e seletivas</p><p>que opera o sistema penal brasileiro (polícia, tribunais e cárceres), que</p><p>atua na verdade sob a forma de um filtro. A seletividade do sistema se</p><p>direciona para àqueles indivíduos que se acham em estado de</p><p>vulnerabilidade ao poder punitivo, e esta seletividade se corresponde com</p><p>esteriótipos criminais construídos socialmente, colocando alguns</p><p>indivíduos e comportamentos em situações de risco criminalizante.</p><p>Seguindo, outro ponto importante para prova de você é a</p><p>expansão do sistema penal como uma nova ideologia de controle:</p><p>Movimento Lei e Ordem e Tolerância Zero! Isso já foi questão de</p><p>prova!</p><p>Se contrapondo ao programa de direito penal mínimo, do direito</p><p>penal constitucional, que se baseia na proteção integral dos direitos</p><p>fundamentais, tem-se o eficientismo penal, um direito penal de</p><p>emergência que se expressa através de políticas criminais repressivas e</p><p>criminalizantes, baseando-se no discurso da “lei e da ordem”; um</p><p>fundamentalismo penal criminalizador dos conflitos sociais.</p><p>Sob o discurso de “guerra à criminalidade”, de combate a</p><p>violência, o eficientismo vai na contra mão das convenções internacionais</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>de proteção aos direitos humanos e dos princípios constitucionais</p><p>modernos e institui um sistema penal repressivo e simbólico de Tolerância</p><p>Zero. Essa é a tendência ideológica</p><p>que passou a imperar nos</p><p>Estados Unidos e que se espalhou pela Europa e América Latina.</p><p>A fim de garantir a segurança urbana, surgiu nos anos 80, no</p><p>panorama político criminal, o Movimento “Lei e Ordem”. O discurso</p><p>jurídico-penal de “lei e ordem” concebe a pena como um castigo e</p><p>propõe, além da supressão de direitos e garantias individuais, punições</p><p>cada vez mais severas para combater o aumento da criminalidade,</p><p>incluindo a aplicação da pena de morte e prisão perpétua para crimes</p><p>graves, construção de penitenciárias de segurança máxima e imposição</p><p>de severos regimes prisionais, diminuição dos poderes do juiz de</p><p>execução penal e a atribuição destes à autoridade penitenciária.</p><p>Atrelado ao discurso da Lei e Ordem, a política de Tolerância Zero</p><p>da prefeitura de Nova York no mandato de Rudolph Giuliani foi bastante</p><p>difundida como um novo modelo de combate ao crime. A proposta da</p><p>“Tolerância Zero” propõe uma repressão intensa e intolerante com relação</p><p>a pequenos delitos como forma de reforço da segurança pública.</p><p>Neste caminho, nos anos 90, Nova York expandiu seus recursos</p><p>destinados à manutenção da ordem e em 5 anos aumentou seu</p><p>orçamento para a policia em 40%, quatro vezes mais do que as verbas</p><p>dos hospitais públicos.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>O programa Tolerância Zero se baseia, em grande medida, na</p><p>chamada teoria das janelas quebradas (broken windows). Essa teoria</p><p>foi divulgada pelo famoso artigo do mesmo nome de autoria de James Q.</p><p>Wilson em parceria com George Kelling e publicado em 1982, na revista</p><p>norte-americana Atlantic Montly. O argumento principal da teoria é o de</p><p>que uma pequena infração, quando tolerada, pode levar a um clima de</p><p>anomia que gerará as condições propícias para que crimes mais graves</p><p>aconteçam. Segundo a metáfora das janelas quebradas, se alguém</p><p>quebra uma janela de uma casa ou edifício e esta não é concertada,</p><p>outros virão também quebrar, e todos que por ali circulam admitirão que</p><p>ninguém se importa com os atos de incivilidade e o abandono local,</p><p>gerando um sentimento de decadência de desordem social. De acordo</p><p>com a teoria, a desordem vai tomando conta daquela região, o que</p><p>demonstra aos cidadãos que aquela zona é insegura e pronta a se</p><p>converter em território do crime.</p><p>Quanto à violência, os autores afirmam que os crimes mais graves</p><p>são frutos de uma série de pequenos delitos não punidos e que levam a</p><p>formas mais graves de delinquência. Nas palavras de Wilson e Kelling “os</p><p>crimes graves florescem em áreas em que os comportamentos</p><p>desordeiros permanecem sem respostas. O pedinte que age livremente é,</p><p>com efeito, a primeira janela quebrada”.</p><p>A teoria das janelas quebradas passou a ser objeto de discussões</p><p>em vários institutos de pesquisa e centros voltados para reflexão e sobre</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>políticas de segurança pública nos Estados Unidos. Um dos institutos que</p><p>popularizaram as idéias de Wilson e Kelling foi o Manhattan Institute,</p><p>cujos seminários contavam com a frequente presença de Rudolph</p><p>Giuliani, antes de ser prefeito de Nova York. As palestras e debates</p><p>tinham o objetivo de buscar alternativas de políticas de segurança pública</p><p>que levassem em conta as preocupações da teoria das janelas quebradas.</p><p>Criminologia e o Direito Penal</p><p>É ponto pacífico que a Criminologia se relaciona</p><p>fundamentalmente com o Direito Penal, eis que, embora autônomas,</p><p>são ciências acentuadamente correlatas, limítrofes e complementares.</p><p>A par disso, é o Direito Penal que delimita o objeto da</p><p>Criminologia, fornecendo-lhe, até, o juízo valorativo do fato</p><p>criminoso.</p><p>É a Criminologia, por outro lado, que oferta ao Direito Penal os</p><p>subsídios para o julgamento do fato criminoso. Destarte, a Criminologia</p><p>é ciência propedêutica, ou seja, introdutória do Direito Criminal. Não</p><p>obstante, enquanto o Direito Penal tem como objeto a</p><p>culpabilidade, o objeto da Criminologia é a periculosidade. Enquanto</p><p>o Direito Penal encara o crime como fato antijurídico, a Criminologia o</p><p>vê como uma conduta anti-social.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>Enfim, o Direito Penal é ciência cultural, valorativa, normativa e</p><p>finalista. A Criminologia é ciência causal-explicativa, de observação, de</p><p>síntese, de pesquisa teórica.</p><p>Seguindo, o direito penal é a ciência que estuda o conjunto de</p><p>normas jurídicas que definem determinadas condutas como infrações e</p><p>dispõe a aplicação de sanções a quem as comete. Aparece como meio de</p><p>controle mais drástico, ao qual se deve recorrer em última instância</p><p>(ultima ratio) quando todos os demais meios de solucionar o problema</p><p>fracassaram.</p><p>Classicamente, o direito penal se compõe da soma de todos os</p><p>preceitos que regulam os pressupostos ou consequências de uma conduta</p><p>cominada com uma pena ou medida de segurança e todo seu aparato</p><p>normativo dirigido à tutela de interesses e direitos para o indivíduo e para</p><p>a coletividade se orientam para o resultado, para a consequência jurídica.</p><p>O principal objetivo do direito penal é promover o respeito</p><p>aos bens jurídicos, assim concebidos todo bem vital ao indivíduo e</p><p>à coletividade. Para isso, proíbe as condutas dirigidas a lesionar ou pôr</p><p>em perigo um bem jurídico. O que não pode fazer o direito penal é evitar</p><p>que ocorram certos efeitos.</p><p>Na atualidade existem diversas reflexões sobre o direito penal. O</p><p>modelo penal das sociedades democráticas vem sendo desenhado com</p><p>base em políticas criminais, vale dizer, a partir de uma pretensa</p><p>natureza jurídica preventiva das sanções penais.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>Nesta parte vamos apresentar as teorias e tendências do direito</p><p>penal contemporâneo a partir das velocidades do direito penal</p><p>delineadas por Jesús-María Silva Sánchez.</p><p>Primeira velocidade do direito penal: direito penal garantista.</p><p>Apresentado sob diversas denominações, tais como: direito penal</p><p>mínimo, direito penal clássico, direito penal de garantias, direito penal</p><p>tradicional, direito penal antropocêntrico, direito penal individualista,</p><p>redução</p><p>monista ou simplesmente direito penal, deita suas origens em</p><p>acontecimentos sociais não muito distantes na história humana, como a</p><p>Revolução Francesa de 1789 e o princípio de legalidade difundido pelos</p><p>burgueses liberais para limitar o poder absolutista do Estado no sentido</p><p>mais estrito, vale dizer, de que os governantes não podem atuar</p><p>ilimitadamente em prejuízo dos particulares.</p><p>Nas sociedades democráticas o direito penal se caracteriza pela</p><p>intervenção mínima e fundamenta-se nos princípios da subsidiariedade e</p><p>da fragmentariedade, bem como nos direitos fundamentais, cuja</p><p>finalidade é tutelar os direitos e constitucionais e de direito internacional.</p><p>Tendo em vista que “o Estado de Direito na democracia é essencialmente</p><p>garantístico”, o garantismo penal absorve a função básica de levar “as</p><p>garantias positivadas pelo constitucionalismo ao alcance dos indivíduos”.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>Pelo princípio da intervenção mínima, que funciona, na prática,</p><p>como limitador da incidência de normas incriminadoras, e com o intuito</p><p>de minimizar a “insegurança perpetuada pela perene inflação legislativa”,</p><p>o direito penal deve ser convocado apenas para cuidar de “bens</p><p>jurídicos fundamentais”. As outras atividades ilegais devem ser</p><p>transferidas ao encargo dos demais ramos jurídicos.</p><p>A teoria do direito penal de garantias defende que a função penal é</p><p>restrita aos direitos individuais e fundamenta-se nas orientações da</p><p>Escola Penal alemã de Frankfurt constituída em 1924, segundo a qual o</p><p>direito penal tradicional não pode ser aplicado como “instrumento de</p><p>tutela dos novos e grandes riscos próprios da sociedade presente</p><p>(sociedade do risco) e, ainda mais, da sociedade do futuro”.</p><p>De acordo com a doutrina desenvolvida na Escola de Frankfurt, o</p><p>direito penal deve se manter as margens dos riscos modernos e ser</p><p>direcionado apenas ao seu aspecto rígido, central, formado pelos bens e</p><p>direitos individuais, como a vida, liberdade, propriedade, integridade</p><p>física.</p><p>Em fim, a teoria do direito penal de garantias implanta um</p><p>paradigma normativo de estrita legalidade, próprio do Estado de Direito,</p><p>abarcando três planos (epistemológico, político e jurídico), a</p><p>saber:</p><p> no sentido epistemológico se caracteriza como sistema</p><p>cognitivo ou de poder mínimo;</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p> no aspecto político é apresentado como técnica de tutela</p><p>idônea com a finalidade de minimizar a violência e de</p><p>maximizar a liberdade;</p><p> e sob o significado jurídico, como um sistema vinculativo</p><p>impostos à função punitiva do Estado como garantia dos</p><p>direitos dos cidadãos.</p><p>Dessa forma, infere-se que pode ser definido como “garantista”</p><p>todo sistema penal que se adapta juridicamente a tal modelo e que o</p><p>satisfaz de modo efetivo.</p><p>Segunda velocidade do direito penal: expansão do direito penal -</p><p>via intermediária.</p><p>Uma via intermediária inserida entre a restrição do direito penal à</p><p>proteção dos direitos individuais (direito penal de garantias) e a</p><p>funcionalização intensificada da tutela penal (direito penal do inimigo,</p><p>direito penal do risco, direito penal da terceira velocidade, direito penal</p><p>estendido), pretende responder ao problema do modelo contemporâneo</p><p>do direito penal por meio da uma política e de uma dogmática criminal</p><p>duais ou dualistas.</p><p>Conforme Jesús-María Silva Sánchez, em sua obra “A expansão do</p><p>Direito Penal”, o conflito entre um direito penal amplo e flexível,</p><p>convertido num soft law, e um direito penal mínimo e rígido, que já não</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>consegue proteger todos os bens jurídicos da era globalizada, é preciso</p><p>idealizar uma solução no “ponto médio” da configuração dualista.</p><p>A pretensão desta segunda velocidade do direito penal é, de um</p><p>lado, manter o núcleo rígido do direito penal, onde devem permanecer</p><p>imodificados os princípios do direito penal tradicional, dirigido à proteção</p><p>subsidiária de bens jurídicos individuais, presente na individualização da</p><p>responsabilidade penal e, consequentemente, na ação, na imputação</p><p>objetiva e subjetiva, na culpa e na autoria também puramente</p><p>individuais; e, de outro, instituir uma “periferia jurídico-penal” dirigida</p><p>especificamente à “proteção contra os grandes e novos riscos”, onde os</p><p>princípios do direito penal de garantias se encontrem adormecidos ou</p><p>mesmo transformados, cedendo lugar a outros princípios de flexibilização</p><p>controlada, fundamentados na “proteção antecipada de interesses</p><p>coletivos mais ou menos indeterminados, sem espaço, nem tempo, nem</p><p>autores, nem vítimas, definidos ou definíveis e, por conseguinte, numa</p><p>palavra, de menor intensidade garantística”.</p><p>Entretanto, Jesús-María Silva Sánchez pondera que diante dos</p><p>fenômenos que redundam na progressiva expansão do direito penal,</p><p>existem doutrinadores que pretendem a volta do direito penal mínimo,</p><p>construído nos moldes liberais, um direito desenhado para proteger os</p><p>bens jurídicos individuais, com estreita vinculação pelos princípios de</p><p>garantia. Outros, porém, sem chegar a propor uma redução radical do</p><p>direito penal à proteção da vida, da saúde, da liberdade do patrimônio,</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>sugerem que a maioria dos fenômenos expansivos do direito penal</p><p>deveria ser reconduzida a uma espécie de “direito administrativo</p><p>sancionador”.</p><p>O jurista português Jorge de Figueiredo Dias manifesta-se contrário</p><p>à referida espécie de “direito penal a duas velocidades”, por entendê-la</p><p>equívoca e inadequada à resolução dos problemas penais específicos</p><p>postos pela sociedade do risco.</p><p>Na síntese de Jesús-María Silva Sánchez, as duas velocidades do</p><p>direito penal são: a primeira, representada pelo direito penal mínimo,</p><p>deve manter rigidamente os princípios político-criminais clássicos,</p><p>as regras de imputação e os princípios processuais; e a segunda é</p><p>destinada às hipóteses em que não se trata de pena de prisão, mas de</p><p>penas de privação de direitos ou pecuniárias. Nesses casos, os princípios</p><p>e regras do núcleo do direito penal poderiam experimentar uma</p><p>flexibilização proporcional à menor intensidade da sanção.</p><p>A par dessas constatações, Jesús-María Silva Sánchez questiona se</p><p>existiria uma terceira velocidade, “na qual o direito penal mínimo</p><p>concorra com uma ampla relativização de garantias político-criminais,</p><p>regras de imputação e critérios processuais”. Acaba constatando que já</p><p>existe um direito penal de terceira velocidade no âmbito do direito penal</p><p>socioeconômico, porém, entende que nesse particular a solução estaria na</p><p>recondução às duas velocidades mencionadas e não em uma eventual</p><p>terceira velocidade.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>Terceira velocidade do direito penal: direito penal máximo</p><p>A terceira velocidade do direito penal, na identificação de Jesús-</p><p>María Silva Sánchez, abarca o direito penal do inimigo, o direito penal do</p><p>risco, o direito penal máximo, e significa a funcionalização intensificada da</p><p>proteção penal ou a expansão do direito penal. O direito penal máximo</p><p>está posto no outro extremo do direito penal mínimo, e indica “criação de</p><p>um direito penal por inteiro funcionalizado às exigências próprias da</p><p>sociedade do risco”. O direito penal do inimigo representa esta tendência</p><p>do direito penal contemporâneo.</p><p>Na sistematização do direito penal contemporâneo, por Jesús-</p><p>María Silva Sánchez, por meio de um critério que denomina de</p><p>“velocidades” do direito e que Jorge de Figueiredo Dias prefere tratar</p><p>como “vias” do direito penal, decorre da constatação de acontecimentos</p><p>no mundo dos fatos de que em muitas ocasiões o direito penal acaba</p><p>sendo mais penalizador que despenalizador e vem assumindo uma</p><p>postura bastante flexível em relação aos seus princípios formais</p><p>garantistas, na medida em que se tem criminalizado cada vez mais delitos</p><p>de perigo abstrato, e se verifica uma adesão crescente às normais penais</p><p>em branco no intuito de entender ao infinito a tutela jurídico-penal a bens</p><p>jurídicos de caráter coletivo.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>Esse novo direito penal facilmente manuseado por interesses</p><p>diversos, atualmente é justificado em decorrência dos problemas que a</p><p>sociedade vem enfrentando em relação à segurança/insegurança pública.</p><p>Como uma espécie de panaceia para todos os males referentes à</p><p>criminalidade e à violência, o direito penal vem sendo flexibilizado e</p><p>expandido e, como resultado, já tomou forma e corpo o direito penal do</p><p>inimigo, verificado tanto nas normas internas quanto no direito</p><p>internacional.</p><p>Destaca-se, juntamente como Damásio Evangelista de Jesus e</p><p>João Marcello de Araújo Júnior, que essa nova filosofia</p><p>intervencionista do direito penal produz efeitos negativos à sociedade</p><p>e pouco perceptíveis, pois “a natureza simbólica e promocional das</p><p>normas penais incriminadoras, num primeiro plano, causa funcionalização</p><p>do direito penal”, para no momento seguinte se transformar “na mão</p><p>avançada de correntes extremistas de política criminal”.</p><p>Direito penal de quarta velocidade: tribunal penal internacional</p><p>A quarta velocidade do direito penal contemporâneo surge com</p><p>as ideias neopunitivistas e se refere aos crimes de lesa humanidade, que</p><p>são aqueles praticados por líderes dos Estados, tanto do presente como</p><p>do passado e que em razão do poder decorrente da posição política</p><p>violaram tratados internacionais em geral e, em especial, qualquer</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>tratado, convenção ou norma que visem proteger direitos humanos.</p><p>Pode-se dizer que a quarta velocidade do direito penal corresponde</p><p>atualmente ao direito penal internacional concretizado pelo Tribunal Penal</p><p>Internacional.</p><p>O conceito político criminal de neopunitivismo foi cunhado pelo professor</p><p>argentino Daniel R. Pastor, para quem a atual situação do sistema é</p><p>classificada a partir da noção do neopunitivismo, entendido como corrente</p><p>político-criminal que se caracteriza pela renovação da crença de que o</p><p>poder punitivo pode e deve chegar a todos os espaços da vida social.</p><p>O neopunitivismo se manifesta na denominada “expansão do</p><p>direito penal” e figura como a questão central das reflexões políticos-</p><p>criminais dos últimos anos. O traço distintivo deste estilo de direito penal,</p><p>que engloba seus componentes, é sua marcada desumanização e um</p><p>recrudescimento sancionador crescente, com uma legislação e uma</p><p>ampliação judicial do direito penal que tende ao intervencionismo e à</p><p>restrição das garantias individuais.</p><p>A primeira norma de caráter e incidência internacional geral a</p><p>trazer regras correspondentes à quarta velocidade do direito penal foi o</p><p>Estatuto de Roma, que dentre outras disposições, instituiu o Tribunal</p><p>Penal Internacional ou Corte Penal Internacional.</p><p>Podem ser citados como exemplos de crimes da quarta velocidade</p><p>do direito penal aqueles praticados durante a Segunda Guerra Mundial e</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>julgados por Tribunais Penais Internacionais como o Julgamento de</p><p>Nuremberg e o Tribunal de Jerusalém.</p><p>Durante muito tempo responsabilizava-se a falta de uma Corte</p><p>Penal Internacional e a necessidade de sua institucionalização para se</p><p>evitar que os acusados de crimes contra a humanidade em todas as suas</p><p>manifestações (genocídios, crimes de guerra, contra direitos humanos)</p><p>fossem considerados presumidamente culpados em face da natureza</p><p>delitiva, da repercussão social e da propagação midiática, chegando-se,</p><p>inclusive, à aceitação simpática da opinião pública de execuções sumárias</p><p>sem justo processo.</p><p>Atualmente as atenções voltam-se ao aperfeiçoamento do processo</p><p>penal internacional para que o direito penal internacional não se</p><p>transforme num direito penal para inimigos, já que na relação de defesa</p><p>dos direitos humanos sempre aconteceram ofensas ao também direito</p><p>humano de defesa do acusado.</p><p>Por meio do Tribunal Penal Internacional são aplicadas aos</p><p>governos que violam tratados internacionais de proteção de direitos</p><p>humanos, as normais internacionais. Nessa velocidade do direito penal,</p><p>existe ainda mais diminuição das garantias individuais penais e</p><p>processuais penais, eis que conforme se vai afastando do direito penal de</p><p>garantias, ou da primeira velocidade do direito penal, as garantias</p><p>individuais</p><p>vão sendo mitigadas e suprimidas.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>Sistema de justiça criminal</p><p>O sistema de justiça criminal abrange órgãos dos Poderes</p><p>Executivo e Judiciário em todos os níveis da Federação. O sistema se</p><p>organiza em três frentes principais de atuação: segurança pública,</p><p>justiça criminal e execução penal. Ou seja, abrange a atuação do</p><p>poder público desde a prevenção das infrações penais até a aplicação de</p><p>penas aos infratores.</p><p>As três linhas de atuação relacionam-se estreitamente, de modo</p><p>que a eficiência das atividades da Justiça comum, por exemplo, depende</p><p>da atuação da polícia, que por sua vez também é chamada a agir quando</p><p>se trata do encarceramento – para vigiar externamente as penitenciárias</p><p>e se encarregar do transporte de presos, também à guisa de exemplo.</p><p>A política de segurança pública, de execução penal e a</p><p>administração da Justiça são majoritariamente desenvolvidas pelos</p><p>poderes estaduais. Entretanto, os poderes públicos federal, também tem</p><p>grande importância, já os poderes público municipal desempenham papel</p><p>de menor importância nesta área.</p><p>A Constituição Federal delineia uma série de princípios e diretrizes</p><p>relativos ao processo penal. Entre os princípios constitucionais,</p><p>destacam-se:</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p> a presunção da inocência – ou da não-culpabilidade, como</p><p>preferem alguns juristas;</p><p> o princípio do devido processo legal, contraditório e da</p><p>ampla defesa;</p><p> o da verdade real ou da busca da verdade;</p><p> da irretroatividade da lei penal;</p><p> o princípio da publicidade; e</p><p> do juiz natural – “ninguém será processado nem</p><p>sentenciado senão pela autoridade competente” (CF, art.</p><p>5o, LIII).</p><p>Os órgãos de Justiça criminal no Brasil organizam-se nos níveis</p><p>federal e estadual: juízes federais, Tribunais Regionais Federais,</p><p>Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União, no primeiro caso,</p><p>e juízes estaduais, Tribunais de Justiça, Ministérios Públicos e Defensorias</p><p>Públicas Estaduais, no último.</p><p>As competências de cada um destes órgãos são ditadas pela</p><p>Constituição Federal e pelas legislações específicas, como as leis</p><p>estaduais de organização judiciária.</p><p>O Poder Judiciário no âmbito federal é composto pelas justiças</p><p>especializadas – Justiça do Trabalho, eleitoral e militar – e Justiça comum,</p><p>constituída pelos juízes federais e pelos Tribunais Regionais Federais.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>As competências da Justiça comum federal são definidas pela</p><p>Constituição Federal, em seus artigos 108 e 109. Entre elas, no que diz</p><p>respeito às competências criminais, destaca-se o julgamento:</p><p> dos crimes políticos e das infrações penais praticadas em</p><p>detrimento de bens, serviços ou interesse da União;</p><p> dos habeas corpus em matéria criminal de sua competência</p><p>ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos</p><p>atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;</p><p> dos crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves; e</p><p> dos crimes de ingresso ou permanência irregular de</p><p>estrangeiro.</p><p>Enquanto os juízes federais constituem o primeiro grau de</p><p>jurisdição, os Tribunais Regionais Federais – cinco em todo o país, cada</p><p>qual com sua área de jurisdição – constituem o segundo grau, com a</p><p>competência de julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos</p><p>juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência</p><p>federal em sua área de jurisdição, além de processar e julgar mandados</p><p>de segurança e habeas corpus contra ato do próprio tribunal ou de juiz</p><p>federal, entre outras competências.</p><p>A Justiça federal em cada região está organizada em varas</p><p>especializadas e não especializadas, havendo varas federais criminais</p><p>em algumas comarcas, além dos Tribunais Regionais Federais e dos</p><p>Juizados Especiais Federais. Cada tribunal atua por meio de seu pleno, de</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>seu órgão especial e de seções e/ou turmas especializadas, entre as quais</p><p>algumas se dedicam – exclusivamente ou não – aos feitos de matéria</p><p>penal.</p><p>Os Juizados especiais federais criminais julgam infrações de</p><p>menor potencial ofensivo de competência da Justiça federal, pautando sua</p><p>atuação pelos princípios de oralidade, simplicidade, informalidade,</p><p>economia processual e celeridade, de acordo com a Lei no 10.259/2001.</p><p>Os juízes de direito, em primeira instância, e os Tribunais de</p><p>Justiça, em segunda instância, integram o Poder Judiciário nos estados e</p><p>se regem pelas constituições estaduais e pelas normas específicas que</p><p>organizam suas unidades e atribuições.</p><p>Os Tribunais de Justiça Estaduais atuam por meio das varas</p><p>criminais, Juizados Especiais Criminais e tribunais do júri. O número e a</p><p>distribuição das varas criminais, das varas não-especializadas que tratam</p><p>das causas relacionadas a crimes, das varas de execução penal e dos</p><p>juizados especiais e tribunais do júri são determinados pela lei de</p><p>organização judiciária de cada estado, complementada pelo regimento</p><p>interno do Tribunal de Justiça Estadual.</p><p>O fluxo de justiça criminal obedece a sequências e ritos específicos</p><p>de acordo com alguns fatores relacionados à infração penal cometida. A</p><p>primeira distinção diz respeito ao tipo de ação penal, pública ou privada,</p><p>que determinará os procedimentos a serem adotados pela autoridade</p><p>policial, pelo Ministério Público, assim como os respectivos fluxos no</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>âmbito do Poder Judiciário. A seguir, são apresentadas as principais</p><p>distinções entre os dois tipos de ação no que diz respeito ao inquérito</p><p>policial e ao início da ação penal.</p><p>O tipo de crime e a pena cominada no Código Penal definem os</p><p>ritos a serem seguidos no âmbito do Poder Judiciário para que sejam</p><p>ouvidas as testemunhas, os acusados e, finalmente,</p><p>para que possa haver</p><p>formação de convencimento pelo juiz e este profira a sentença.</p><p>O Código de Processo Penal prevê o procedimento comum e os</p><p>especiais. Entre estes, cabe destacar os ritos do júri e dos Juizados</p><p>Especiais Criminais. A seguir, apresenta-se um quadro resumido em que</p><p>são classificados os procedimentos previstos na legislação de acordo com</p><p>os tipos de infração aos quais se aplicam.</p><p>Cabe chamar atenção para o procedimento especial que ocorre no</p><p>caso dos crimes de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos</p><p>quais se dá o rito sumaríssimo, normatizado originalmente pela Lei no</p><p>9.099/ 1995. O Juizados Especiais Criminais tratam as infrações penais de</p><p>menor potencial ofensivo, cujas penas previstas não ultrapassam dois</p><p>anos de privação de liberdade.</p><p>Nestes casos, o inquérito policial é substituído pelo termo</p><p>circunstanciado, remetido ao juizado, onde se dá início à audiência</p><p>preliminar. O objetivo da lei que instituiu os Juizados Especiais Criminais</p><p>foi desburocratizar a Justiça, garantir a reparação do dano na própria</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>ação penal e também contribuir para a ampliação da aplicação de penas</p><p>alternativas às de prisão no caso de infrações menos graves.</p><p>A pena aplicada por meio de transação penal não consta de</p><p>certidão de antecedentes criminais nem implica reincidência. Perde o</p><p>direito à transação penal o autor que já tiver sido condenado a pena</p><p>privativa de liberdade em caráter definitivo, que já tiver sido</p><p>anteriormente beneficiado por pena alternativa ou, no caso de seus</p><p>antecedentes, conduta e personalidade e/ou os motivos e circunstâncias</p><p>da infração indicarem que a pena alternativa não é suficiente.</p><p>Penologia x Penalogia</p><p>Pessoal, a penologia - vinculada a criminologia, é a disciplina que</p><p>trata do conhecimento geral das penas ou castigos, cuidado! Pois, a</p><p>penalogia é a parte do direito criminal que aborda a fixação das penas,</p><p>impostas pelo judiciário.</p><p>Nesse sentido, é preciso saber que o estudo da pena tem por pano</p><p>de fundo três correntes que englobam: as teorias absolutas, relativas e</p><p>mistas.</p><p>As teorias absolutas veem a pena como consequência do crime: é</p><p>o mal justo como contraprestação do mal injusto, ou seja, a punição do</p><p>delito. Negando os fins utilitários da pena e estribando-se em uma</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>exigência de justiça, as teorias absolutas justificam a pena por sua</p><p>natureza retributiva.</p><p>Cabe realçar que a pena se justifica pela necessidade social e não</p><p>pelo reclamo de justiça, as teorias relativas buscam um fim utilitário para</p><p>o apenamento. Para os relativistas, além de visar àqueles que</p><p>delinquiram, a pena igualmente serve como advertência para os</p><p>infratores em potencial. Tem a pena, assim, uma finalidade, que é a</p><p>prevenção individual e geral.</p><p>Já as teorias mistas procuram, harmonizar as duas outras. Para as</p><p>teorias mistas a pena tem caráter retributivo, mas também tem função</p><p>utilitária na medida em que reeduca o delinquente e intimida os demais.</p><p>Atualmente, os sistemas jurídico-criminais recorrem</p><p>abundantemente à pena privativa de liberdade que agrupa as</p><p>seguintes finalidades:</p><p> punição retributiva do mal provocado pelo criminoso;</p><p> prevenção, para inibir novos delitos, por intermédio do</p><p>aprisionamento do infrator e da intimidação de delinquentes</p><p>em potencial;</p><p> regeneração do preso, com sua reeducação e ressocialização.</p><p>No Brasil, para cumprimento da pena privativa de liberdade,</p><p>existem o regime fechado - de total segurança, o regime semiaberto -</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>colônia agrícola, colônia industrial, etc., e o regime aberto - conhecido</p><p>como "prisão-albergue". Ainda no Brasil, segundo a doutrina, o</p><p>condenado à pena superior a oito anos inicia o cumprimento da pena em</p><p>regime fechado.</p><p>O condenado não reincidente, cuja a pena for superior a quatro</p><p>e não exceder a oito anos, poderá iniciar o cumprimento da sanção no</p><p>regime semiaberto. No regime fechado, o condenado deverá trabalhar no</p><p>período diurno, dentro e excepcionalmente fora do presídio, e a noite</p><p>ficará isolado na cela. No regime semiaberto, o condenado trabalha em</p><p>comum no período diurno em colônia agrícola ou estabelecimento similar,</p><p>também podendo trabalhar fora, bem como frequentar cursos (2ºgrau e</p><p>superior, por exemplo).</p><p>No regime aberto o condenado poderá trabalhar fora do</p><p>estabelecimento sem vigilância, além de frequentar curso ou exercer</p><p>outra atividade autorizada, recolhendo-se à unidade prisional</p><p>durante o período noturno e nos dias de folga. Pessoal, a</p><p>determinação do regime prisional a ser imposta ao condenado é tarefa do</p><p>juiz criminal, que levará em conta a natureza da pena e sua cominação.</p><p>Fiquem atentos, pois as bancas costumam afirmar que aquela será pelo</p><p>juiz da execução, o que não é verdade.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>Pessoal, não esqueçam que a função da pena moderna se baseia</p><p>em três objetivos fundamentais: retribuição (castigo), intimidação</p><p>(prevenção) e emenda (regeneração). Dessa maneira, além de seu</p><p>caráter aflitivo, tem a pena, também a finalidade de combater as causas</p><p>individuais da criminalidade, de molde que o autor do crime torne a ser</p><p>membro útil da comunidade. Visando o criminoso e retirando-o do meio</p><p>social, a pena o impede de eventualmente delinquir outras vezes, a par</p><p>de buscar recuperação.</p><p>Pessoal, resumidamente no quadro abaixo, vou colocar as principais</p><p>diferenças dos três regimes de cumprimento de pena, os quais abordei</p><p>acima:</p><p>Fechado Semiaberto Aberto</p><p>A pena é cumprida na</p><p>Penitenciária.</p><p>Obs: apesar de, na</p><p>prática, isso ser</p><p>desvirtuado, a</p><p>chamada Cadeia</p><p>Pública destina-se</p><p>A pena é cumprida em</p><p>colônia agrícola,</p><p>industrial ou</p><p>estabelecimento</p><p>similar.</p><p>Segundo a</p><p>jurisprudência do</p><p>A pena é cumprida na</p><p>Casa do Albergado.</p><p>A Casa do Albergado</p><p>deverá estar</p><p>localizada em centro</p><p>urbano, separado dos</p><p>demais</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>apenas ao</p><p>recolhimento de</p><p>presos provisórios</p><p>(art. 102 da LEP),</p><p>considerando que as</p><p>pessoas presas</p><p>provisoriamente</p><p>devem ficar</p><p>separadas das que já</p><p>tiverem sido</p><p>definitivamente</p><p>condenadas (art. 300</p><p>do CPP).</p><p>STF e do STJ, faltando</p><p>vagas em colônia penal</p><p>agrícola, industrial ou</p><p>estabelecimento similar</p><p>por deficiência do</p><p>Estado, o condenado</p><p>deverá ficar cumprindo</p><p>a pena em regime</p><p>aberto até que surja</p><p>vaga no semiaberto.</p><p>estabelecimentos</p><p>prisionais, e</p><p>caracterizara-se pela</p><p>ausência de</p><p>obstáculos físicos</p><p>contra a fuga. Isso</p><p>porque o regime</p><p>aberto baseia-se na</p><p>autodisciplina e senso</p><p>de responsabilidade.</p><p>O condenado fica</p><p>sujeito a trabalho,</p><p>dentro da própria</p><p>Penitenciária, no</p><p>período diurno e a</p><p>isolamento durante o</p><p>repouso noturno.</p><p>O condenado fica</p><p>sujeito a trabalho,</p><p>dentro da colônia,</p><p>durante o período</p><p>diurno.</p><p>Durante o dia, o</p><p>condenado trabalha,</p><p>frequenta cursos ou</p><p>realiza outras</p><p>atividades</p><p>autorizadas, fora do</p><p>estabelecimento e</p><p>sem vigilância.</p><p>Durante o período</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>noturno e nos dias de</p><p>folga, permanece</p><p>recolhido na Casa do</p><p>Albergado.</p><p>O preso poderá</p><p>realizar trabalho</p><p>externo somente em</p><p>serviço ou obras</p><p>públicas realizadas</p><p>por órgãos da</p><p>Administração Direta</p><p>ou Indireta, ou</p><p>entidades privadas,</p><p>desde que tomadas as</p><p>cautelas contra a fuga</p><p>e em favor da</p><p>disciplina.</p><p>É admitido o trabalho</p><p>externo, bem como a</p><p>frequência a cursos</p><p>supletivos</p><p>profissionalizantes, de</p><p>instrução de ensino</p><p>médio ou superior.</p><p>O trabalho externo</p><p>também deve ser</p><p>efetuado sob vigilância.</p><p>O trabalho é sempre</p><p>externo, nas</p><p>condições acima</p><p>explicadas.</p><p>Pessoal, vamos fazer algumas questões!</p><p>Grande abraço e bons estudos!</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>Questões propostas</p><p>1) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil) A moderna</p><p>criminologia exige do Estado Democrático de Direito um controle</p><p>razoável da criminalidade que, no Brasil, apresenta como sugestão</p><p>metodo-lógica e eficaz para a pequena e média criminalidade o</p><p>modelo</p><p>A) de justiça consensual como, por exemplo, a lei dos Juizados Especiais</p><p>Criminais.</p><p>B) da “tolerância zero”, criminalizando toda e qualquer conduta</p><p>antissocial.</p><p>C) do “Direito Penal do Inimigo”, desenvolvido pelo alemão Günther</p><p>Jakobs.</p><p>D) da utilização do Direito Penal como “prima ratio”, evitando</p><p>desdobramentos mais graves.</p><p>2) (INÉDITA - PCPE - CRIMINOLOGIA) O sistema de justiça</p><p>criminal se organiza em três frentes principais de atuação:</p><p>A) segurança pública, justiça criminal e execução penal.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>B) segurança pública, justiça criminal e juri popular.</p><p>C) justiça criminal, segurança jurídica e execução penal.</p><p>D) justiça criminal, segurança jurídica e juri popular.</p><p>3) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de 1a</p><p>Classe) Os objetos de estudo da moderna criminologia estão</p><p>divididos em</p><p>A) três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima.</p><p>B) três vertentes: política criminal, delito e delinquente.</p><p>C) três vertentes: política criminal, delinquente e pena.</p><p>D) quatro vertentes: delito, delinquente, justiça criminal e pena.</p><p>E) quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social.</p><p>4) (VUNESP - PCSP - 2014) Dentre os modelos sociológicos, as</p><p>teorias da criminologia crítica, rotulação e da criminologia radical</p><p>são exemplos da teoria</p><p>A) do consenso</p><p>B) da aparência</p><p>C) do descaso</p><p>D) da falsidade</p><p>E) do conflito</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>5) (VUNESP - PCSP - 2014) A teoria do neorretribucionismo, com</p><p>origem nos Estados Unidos, também conhecida por "lei e ordem"</p><p>ou "tolerância zero"</p><p>A) “positiva”</p><p>B) “janelas quebradas”</p><p>C) “clássica”</p><p>D) “cidade limpa”</p><p>E) “diferencial”</p><p>6) (2016 - MPE-SC - Promotor de Justiça) Analise o enunciado da</p><p>questão abaixo e assinale "certo" (c) ou "errado" (e).</p><p>Em sede de Política Criminal, o Direito Penal de segunda velocidade,</p><p>identificado, por exemplo, quando da edição das Leis dos Crimes</p><p>Hediondos e do Crime Organizado, compreende a utilização da pena</p><p>privativa de liberdade e a permissão de uma flexibilização de garantias</p><p>materiais e processuais.</p><p>7) (VUNESP - PCSP - 2014) A criminologia moderna estuda o</p><p>fenômeno da criminalidade por meio da estatística criminal. Nessa</p><p>seara, a expressão “cifra dourada” designa:</p><p>A) o total de delitos registrados e de conhecimento do poder público que</p><p>são elucidados.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria e prática 3 º edição 2015 - paulo sumariva; Manual Esquemático De Criminologia -</p><p>Nestor Sampaio Penteado Filho; e Criminologia 4ª edição - Sérgio Salomão Shecaira.</p><p>B) as infrações penais praticadas pela elite, não reveladas ou apuradas;</p><p>trata-se de um subtipo de "cifra negra", a exemplo do crime de</p><p>sonegação fiscal.</p><p>C) as infrações penais de maior gravidade, como, por exemplo, o</p><p>homicídio, que, ao ser elucidado, permite ao poder público planejar</p><p>melhor suas ações e alterar a legislação.</p><p>D) as infrações penais de menor potencial ofensivo, por enquadrar-se na</p><p>Lei n.º 9.099/95, a exemplo do delito de perturbação do sossego alheio.</p><p>E) o percentual de delitos praticados pela sociedade de baixa renda que</p><p>não chega ao conhecimento do poder público por falta de registro e,</p><p>portanto, não são elucidados.</p><p>Criminologia ʹ Delegado de Polícia - Polícia Civil ʹ GO - 2016</p><p>Teoria e Exercícios</p><p>Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 04</p><p>Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 49</p><p>Bibliografias: Criminologia teoria</p>

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