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<p>Curso de Aperfeiçoamento</p><p>Educação bilíngue de/para surdos: Práticas Pedagógicas</p><p>Disciplina: Políticas Linguísticas.</p><p>Professor: Leonardo Henrique Candido.</p><p>Aluna: Joyce Keli do Nascimento Silva.</p><p>TAREFA 2</p><p>Com base nas discussões e material disponibilizado, apresente um texto com</p><p>suas impressões sobre a política linguística de/para surdos no Brasil e em</p><p>Minas Gerais.</p><p>As políticas linguísticas evoluíram ao longo dos anos, passando por</p><p>diferentes abordagens e enfoques. Inicialmente, as políticas linguísticas eram mais</p><p>centralizadas e focadas na imposição de uma língua dominante associada à noção</p><p>de identidade nacional (MONTEAGUDO, 2012), muitas vezes ignorando as</p><p>diversidades linguísticas e culturais das comunidades. No Brasil, por exemplo,</p><p>desde o período colonial buscou-se reforçar a ideia de uma cultura e língua únicos.</p><p>Vimos que esta perspectiva ainda persiste no país, uma vez que, naturalizou-se a</p><p>imposição de uma cultura monolíngue, que visa ocultar o plurilinguismo existente. O</p><p>que é um equívoco.</p><p>No artigo "Política e planificação linguística: conceitos, terminologias e</p><p>intervenções no Brasil", Savedra e Lagares (2012) discutem a evolução dos</p><p>conceitos de política e planificação linguística ao longo do tempo, destacando suas</p><p>origens na sociolinguística a partir do final da década de 1950. Ao longo dos anos,</p><p>surgiram diversas terminologias e abordagens, como política linguística, glotopolítica</p><p>e aménagement linguistique, cada uma com enfoques distintos para entender como</p><p>as sociedades lidam com as questões linguísticas. O texto discute também as</p><p>divergências na definição e aplicação desses conceitos, refletindo diferentes visões</p><p>sobre quem são os agentes e qual o objetivo do planejamento linguístico: desde a</p><p>padronização formal da língua até questões mais amplas de inclusão social e</p><p>identidade nacional. Por fim, destaca a importância desses estudos para entender</p><p>não apenas as dinâmicas linguísticas, mas também as implicações políticas e</p><p>sociais das decisões relacionadas às línguas em contextos multilíngues e</p><p>multiculturais.</p><p>Nas conclusões de seu artigo sobre políticas linguísticas no Brasil, Sousa e</p><p>Soares (2014) destacam que a língua tem sido utilizada como instrumento de</p><p>inclusão e exclusão social, refletindo hierarquias sociais e culturais. A intervenção</p><p>na língua pode ser um meio para atingir objetivos políticos e econômicos,</p><p>influenciando valores, preconceitos e restrições em relação às línguas e suas</p><p>variedades. A política linguística no Brasil é permeada pelo poder e pela política,</p><p>conferindo prestígio, intolerância, identificação e pertencimento aos usuários da</p><p>língua. A análise empírica revela que a língua no Brasil tem sido um instrumento de</p><p>inclusão e exclusão social, representando crenças dos usuários e definindo valores</p><p>em relação às línguas e suas variedades. Isso demonstra que há uma complexidade</p><p>que vai além das políticas governamentais explícitas. Observa-se que as línguas e</p><p>suas variedades são permeadas por crenças, ideologias e práticas que posicionam</p><p>diferentes línguas de maneiras distintas na sociedade. A política linguística não</p><p>apenas inclui, mas também exclui socialmente aqueles que não dominam a língua</p><p>reconhecida pela sociedade dominante. Além disso, a intervenção na língua pode</p><p>ser usada como um meio para alcançar objetivos políticos, econômicos dentre</p><p>outros. As autoras destacam ainda que a necessidade de controlar e policiar as</p><p>línguas reflete valores, preconceitos e restrições culturais, influenciando a</p><p>identidade, pertencimento e prestígio dos usuários da língua. Conclui-se que a</p><p>língua é profundamente atravessada pela política e pelo poder, sendo essencial</p><p>compreender essas dinâmicas para uma análise completa das políticas linguísticas</p><p>em contextos diversos.</p><p>Nas últimas décadas, houve um distanciamento desse modelo centralizado e</p><p>uma maior consideração pelos aspectos sociais das línguas, levando ao surgimento</p><p>de novos paradigmas e abordagens mais interdisciplinares. Na década de 1980,</p><p>começaram a surgir trabalhos que propunham uma visão mais ampla e integrada</p><p>das políticas linguísticas, considerando não apenas questões políticas, mas também</p><p>sociais e culturais (CALVET, 2007). Essa abordagem interdisciplinar permitiu uma</p><p>maior compreensão da complexidade das relações linguísticas e a necessidade de</p><p>políticas mais inclusivas e sensíveis às diversidades linguísticas.</p><p>Atualmente, as políticas linguísticas tendem a valorizar a diversidade</p><p>linguística, promover o multilinguismo e proteger as línguas minoritárias. Há um</p><p>reconhecimento crescente da importância de preservar e promover a diversidade</p><p>linguística como parte fundamental da identidade cultural e do patrimônio de uma</p><p>sociedade. Além disso, as políticas linguísticas atuais buscam garantir o acesso</p><p>equitativo à educação e aos serviços públicos em diferentes línguas, promovendo a</p><p>inclusão e a igualdade de oportunidades para todos os falantes.</p><p>No contexto brasileiro, a política linguística para surdos tem avançado com</p><p>marcos legais importantes, como a Lei da LIBRAS, o Decreto que a regulamenta</p><p>(Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005) e o Plano Nacional de Educação</p><p>(Lei Federal 13.005, de 25 de junho de 2014). No contexto brasileiro, a educação</p><p>bilíngue é enfatizada como um espaço de resistência e construção da identidade</p><p>surda, sendo considerada a abordagem educacional mais recomendável para os</p><p>surdos. Esses instrumentos legais são fundamentais para a promoção da inclusão e</p><p>da acessibilidade. No entanto, como vimos ao longo do curso, a prática nem sempre</p><p>acompanha a teoria, e muitos surdos ainda enfrentam barreiras significativas na</p><p>educação e na sociedade.</p><p>Em Minas Gerais, apesar de a rede estadual seguir as diretrizes nacionais, a</p><p>eficácia das políticas de inclusão varia entre os municípios, sendo observadas</p><p>diferenças regionais. A formação continuada de professores em LIBRAS e em</p><p>metodologias voltadas para o ensino bilíngue é crucial para garantir que as políticas</p><p>sejam implementadas de maneira eficaz. Centros de referência no estado</p><p>desempenham um papel vital ao oferecer apoio e capacitação, mas a desigualdade</p><p>regional ainda é um obstáculo a ser superado.</p><p>Os avanços na política linguística de/para surdos no Brasil e em Minas</p><p>Gerais são inegáveis, mas é necessário continuar trabalhando para superar os</p><p>desafios persistentes. É essencial investir em formação de professores,</p><p>desenvolvimento de materiais didáticos específicos e tecnologias assistivas. Além</p><p>disso, um monitoramento constante e uma avaliação das políticas são fundamentais</p><p>para garantir que os direitos dos surdos sejam respeitados e promovidos.</p><p>Ao reconhecer a importância da educação bilíngue para surdos e investir em</p><p>práticas pedagógicas eficazes, estamos construindo um futuro mais inclusivo e</p><p>igualitário. A sensibilização e a empatia devem ser a base de qualquer iniciativa</p><p>educacional, garantindo que todos os alunos, independentemente de suas</p><p>necessidades linguísticas, tenham acesso a uma educação de qualidade.</p><p>Sendo assim, a educação bilíngue de e para surdos é mais do que uma</p><p>necessidade; é um direito. Cursos especializados para a formação de professores,</p><p>políticas linguísticas robustas e práticas pedagógicas inclusivas são fundamentais</p><p>para promover a inclusão e a equidade. Embora o Brasil e Minas Gerais tenham</p><p>feito progressos significativos, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir</p><p>que todos os alunos surdos recebam a educação que merecem. Investir nesses</p><p>aspectos é investir em um futuro mais justo e acessível para todos.</p><p>Nesse sentido, Ribeiro, Bertonha e Castro (2020), ao analisarem a educação</p><p>de surdos no Brasil destacam a importância da LIBRAS como forma de</p><p>comunicação e expressão própria das comunidades surdas. O Brasil reconhece a</p><p>LIBRAS como um sistema linguístico completo, com estrutura gramatical distinta, e</p><p>defende uma</p><p>prática educacional bilíngue, onde a LIBRAS é a primeira língua (L1) e</p><p>o Português é a segunda língua (L2).</p><p>Na discussão sobre políticas linguísticas voltadas para a educação bilíngue</p><p>de surdos, é enfatizado o papel crucial da educação na promoção dos valores</p><p>linguísticos das línguas minoritárias, como a LIBRAS. E citando Spolsky, as autoras</p><p>frisam que a educação desempenha um papel central nas políticas linguísticas, pois</p><p>garante a autonomia e a dignidade linguística das comunidades de línguas</p><p>minoritárias.</p><p>Ribeiro, Bertonha e Castro (2020) também criticam a tendência de algumas</p><p>instituições educacionais em ignorar ou substituir a LIBRAS por variedades artificiais</p><p>ou pela oralização, indo contra o papel fundamental das escolas na preservação e</p><p>promoção das línguas de sinais. Essa postura contrária compromete o</p><p>reconhecimento e a manutenção adequada das línguas de sinais dentro do</p><p>ambiente educacional. E defendem a necessidade de políticas educacionais que</p><p>respeitem e promovam a LIBRAS como língua natural das comunidades surdas,</p><p>garantindo assim uma educação inclusiva e de qualidade para esses estudantes.</p><p>Referências bibliográficas</p><p>CALVET, L-J. (2007). As Políticas Lingüísticas. Florianópolis e São Paulo:</p><p>Ipol/Parábola. 166 p.</p><p>MONTEAGUDO, H. (2012). A invenção do monolinguismo e da língua nacional.</p><p>Gragoatá, 17(32). Disponível em: https://doi.org/10.22409/gragoata.v17i32.33031.</p><p>Acesso em: 20 jun. 2024.</p><p>RIBEIRO, G. R., BERTONHA, G., CASTRO, J. N. (2020) Política linguística voltada</p><p>para surdos no Brasil reflexões sobre os domínios familiar e escolar. Revista</p><p>Gatilho, v. 18 n. 01 (2020): V.18. Disponível em:</p><p>https://doi.org/10.34019/1808-9461.2020.v18.27635. Acesso em: 20 jun. 2024.</p><p>Savedra, M. M. G., & Lagares, X. C. (2012). Política e planificação linguística:</p><p>conceitos, terminologias e intervenções no Brasil. Gragoatá, 17(32). Disponível em:</p><p>https://doi.org/10.22409/gragoata.v17i32.33029. Acesso em: 20 jun. 2024.</p><p>SOUSA, S. C. T.; SOARES, M. E. (2014) UM ESTUDO SOBRE AS POLÍTICAS</p><p>LINGUÍSTICAS NO BRASIL. Revista de Letras, [S. l.], v. 1, n. 33, 2014. Disponível</p><p>em: http://www.periodicos.ufc.br/revletras/article/view/1496. Acesso em: 20 jun.</p><p>2024.</p>

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