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<p>CONTEÚDO PROGRAMÁTICO</p><p>UNIDADE 1</p><p>RESPONSABILIDADE CIVIL</p><p>➢ Abuso de Direito. Conceito. Características. - Ato Ilícito e Abuso de Direito. - Dano</p><p>moral. Conceito e características. - Danos morais coletivos e danos sociais. Conceito</p><p>e características.</p><p>➢ Danos Patrimoniais e Extrapatrimoniais. Patrimonial. Características. -</p><p>Adimplemento substancial e violação positiva. - Elementos da Responsabilidade</p><p>Civil. - Conduta Humana. - Nexo Causal e Excludentes de Responsabilidade.</p><p>➢ Considerações iniciais. - Conceito Jurídico de Responsabilidade. - Responsabilidade</p><p>Jurídica x Responsabilidade Moral. - Responsabilidade Civil x Responsabilidade</p><p>Criminal. - Conceito e Classificação quanto à origem. - Natureza Jurídica. - Supressio</p><p>e Surrectio. Conceito e características.</p><p>UNIDADE 2</p><p>RESPONSABILIDADE CIVIL NOS CONTRATOS DE CONSUMO</p><p>➢ Definição. Requisitos. - Eficácia da responsabilidade por vício do produto. - Eficácia</p><p>da responsabilidade por vício do serviço. -Excludentes de responsabilidade. –</p><p>➢ Extensão da responsabilidade patrimonial do fornecedor. - Garantia legal e garantia</p><p>contratual. Recall. - Prazo para o exercício do direito de reclamar por vícios. –</p><p>➢ Responsabilidade de profissionais liberais pelo fato do serviço. Prazo prescricional.</p><p>- Responsabilidade pelo fato do produto e dos serviços na internet. - Risco de</p><p>desenvolvimento. Solidariedade da cadeia de fornecimento. - Solidariedade da</p><p>cadeia de fornecimento.</p><p>UNIDADE 3</p><p>DIREITO DO CONSUMIDOR</p><p>➢ A definição jurídica de consumidor e fornecedor. - A evolução e fundamentos do</p><p>direito do Consumidor. Aspectos Constitucionais da proteção ao consumidor. -</p><p>Definição jurídica de serviço. O serviço público como relação de consumo. Critério</p><p>de remuneração econômica. - Direito do Consumidor no Brasil. O objeto da relação</p><p>jurídica de consumo. Definição jurídica de Produto. Princípios. –</p><p>➢ A força executiva dos contratos de consumo - A nova teoria contratual e o direito</p><p>do consumidor. A formação do contrato de consumo. - Banco de dados.</p><p>Procedimentos, prazos; negativação indevida; indenização - Compra e venda de</p><p>consumo. –</p><p>➢ Formas de oferta. Efeitos do descumprimento da oferta pelo fornecedor - O</p><p>regime jurídico da Publicidade. Conceito. Oferta. Publicidade - Proteção do</p><p>consumidor contra práticas abusivas - Proteção do consumidor e cobrança de</p><p>dívidas. Banco de dados e cadastro de consumidores. - Publicidade enganosa.</p><p>Publicidade abusiva.</p><p>UNIDADE 4</p><p>DO DANO À EFICÁCIA DA PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR</p><p>- Adimplemento contratual. - Dano. Definição. Critérios de identificação. - Direito de</p><p>Arrependimento do consumidor. As inovações legislativas. - Eficácia da proteção do</p><p>consumidor contra cláusulas abusivas. –</p><p>- Extinção do contrato e eficácia pós-contratual. - Inadimplemento contratual. -</p><p>Natureza jurídica. - Nexo de causalidade. –</p><p>- Considerações iniciais. Principais espécies de cláusulas abusivas. - Requisitos. -</p><p>Conduta. – Defeito</p><p>UNIDADE 3</p><p>DIREITO DO CONSUMIDOR</p><p>I - EVOLUÇÃO DAS RELAÇÕES DE CONSUMO E CRIAÇÃO DO CDC – 25/04/2024</p><p>II – CONCEITUAÇÃO RELAÇÃO DE CONSUMO E DE SEUS ELEMENTOS – 25/04/2024</p><p>II - PRINCÍPIOS CONSUMERISTAS – 02/05/2024</p><p>III - DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR – 02/05/2024</p><p>I - EVOLUÇÃO DAS RELAÇÕES DE CONSUMO E CRIAÇÃO DO CDC</p><p>https://conteudo.avaeduc.com.br/202401/WHITE_LABEL/RESPONSABILIDADE_CIVIL_E_DIREITO_DO_CONSUMIDOR/LIVRO/U3/index.html#aula1</p><p>https://conteudo.avaeduc.com.br/202401/WHITE_LABEL/RESPONSABILIDADE_CIVIL_E_DIREITO_DO_CONSUMIDOR/LIVRO/U3/index.html#aula2</p><p>https://conteudo.avaeduc.com.br/202401/WHITE_LABEL/RESPONSABILIDADE_CIVIL_E_DIREITO_DO_CONSUMIDOR/LIVRO/U3/index.html#aula3</p><p>As relações consumeristas eram reguladas pelo Código Civil de 1916, um código que</p><p>tinha normas fundadas em igualdade entre as partes e autonomia da vontade privada.</p><p>Nesse período, cabia ao consumidor, apenas:</p><p>• aderir ao contrato previamente elaborado pelo fornecedor — contrato de adesão;</p><p>ou</p><p>• adquirir produto confeccionado com material de origem e qualidade desconhecidas</p><p>na maioria das vezes. (LENZA, 2022, p. 67).</p><p>O Código de Defesa do Consumidor (CDC) foi fruto da redemocratização do Brasil e da</p><p>criação da Constituição Federal de 1988, que previa a criação de uma legislação específica</p><p>para regular as relações de consumo.</p><p>Após a promulgação da Constituição Federal e visando atender as relações de</p><p>consumo com uma perspectiva não de igualdade entre as partes, mas sim de um sistema</p><p>que buscasse proteger o vulnerável dessa relação, o consumidor.</p><p>A proteção do consumidor foi inserida no rol dos direitos fundamentais, a partir do</p><p>artigo 5º, inciso XXXII da Carta Magna. Além disso, o artigo 170 estabeleceu a defesa dos</p><p>consumidores como princípio fundamental da ordem econômica e financeira do país,</p><p>pelo fato de não existir mercado sem consumo. Desse modo, o Estado possui o dever de</p><p>garantir essa proteção por meio de políticas públicas e contato com órgãos especializados</p><p>que possam proteger o consumidor, o qual é o polo mais fraco da relação de consumo.</p><p>O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR</p><p>Foi criado o Código de Defesa do Consumidor (CDC) no dia 11/09/1990 através da Lei</p><p>nº 8.078. Trata-se de um conjunto de normas que visa à proteção dos direitos do</p><p>consumidor, bem como se destina a disciplinar as relações e as responsabilidades entre</p><p>o fornecedor (fabricante de produtos ou o prestador de serviços) e o consumidor final,</p><p>estabelecendo padrões de conduta, prazos e penalidades.</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constituicao-federal-de-1988</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729785/inciso-xxxii-do-artigo-5-da-constituicao-federal-de-1988</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1503907193/constituicao-federal-constituicao-da-republica-federativa-do-brasil-1988</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_do_consumidor</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_do_consumidor</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Fornecedor</p><p>https://pt.wikipedia.org/wiki/Consumidor</p><p>Art. 1°, CDC - O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor,</p><p>de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII (art. 5º, XXXII — o</p><p>Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor);, 170, inciso V (Art. 170. A</p><p>ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem</p><p>por fim assegurar à todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,</p><p>observados os seguintes princípios: [...] V - defesa do consumidor;), da Constituição Federal</p><p>e art. 48 de suas Disposições Transitórias (Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e</p><p>vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor.).</p><p>Além disso, a Constituição Federal também traz outros aspectos. Em seu artigo 150,</p><p>parágrafo 5º, por exemplo, diz que “a lei determinará medidas para que os consumidores</p><p>sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços”.</p><p>II - CONCEITUAÇÃO RELAÇÃO DE CONSUMO E SEUS ELEMENTOS</p><p>Entende-se como relação de consumo o relacionamento existente entre o</p><p>consumidor (a pessoa que compra um produto ou contrata um serviço) e o fornecedor</p><p>(aquele que vende produto ou presta serviço de forma habitual). Assim, quem compra uma</p><p>moto de um vizinho não está garantido pelas regras do CDC.</p><p>Convém ressaltar que o CDC é aplicável apenas nas relações de consumo envolvendo</p><p>produtos ou serviços lícitos disponibilizados no mercado. Assim, as compras de produtos</p><p>furtados ou roubados, drogas e a contratação de serviços ilegais como o “jogo do bicho”</p><p>não são acobertadas pelas garantidas do CDC.</p><p>Toda relação de consumo deve ter obrigatoriamente três elementos, o elemento</p><p>subjetivo, que é a relação entre o consumidor e o fornecedor, o objetivo (o produto ou</p><p>serviço) e finalístico – o consumidor deve ser o destinatário final.</p><p>1. Elementos subjetivos: o consumidor e o fornecedor</p><p>1.1 - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço</p><p>como destinatário final. E equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que</p><p>indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo (art. 2, CDC).</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608698/artigo-2-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90</p><p>A Lei no 8.078 de 1990 (BRASIL, 1990) apresentou a figura do consumidor abarcando</p><p>pessoas físicas, jurídicas e a coletividade de pessoas, estabelecendo as seguintes</p><p>definições:</p><p>• Artigo 2º CDC = “consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza</p><p>produto ou serviço como destinatário final”.</p><p>• Parágrafo único, Art.2º = Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda</p><p>que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.</p><p>• Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as</p><p>vítimas do evento.</p><p>• Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores</p><p>todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas. (práticas</p><p>comerciais previstas no capítulo V do CDC).</p><p>O primeiro ponto que deve ser fixado nesse conceito é o fato de que o consumidor</p><p>pode ser uma pessoa física ou uma pessoa jurídica. Segundo ponto de extrema relevância</p><p>é que essa pessoa será considerada como consumidor caso adquira ou utilize um produto</p><p>ou serviço como destinatário final. Destinatário final é aquele "que adquire produto ou</p><p>serviço para uso próprio sem finalidade de produção de outros produtos ou serviços"</p><p>(NUNES, Rizzato. p.224. Curso de Direito do Consumidor - 13ª Edição/2021).</p><p>No tocante aos consumidores determináveis ou não (coletividade), a defesa em juízo</p><p>pode ser exercida tanto pelo Ministério Público quanto por outros legitimados, conforme</p><p>previsto no artigo 82 da Lei n 8.078/1990, abaixo transcritos:</p><p>Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:</p><p>I - o Ministério Público;</p><p>II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;</p><p>III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem</p><p>personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos</p><p>protegidos por este código;</p><p>IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre</p><p>seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código,</p><p>dispensada a autorização assemblear.</p><p>1.2 - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou</p><p>estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de</p><p>produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,</p><p>distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços (art. 3, CDC).</p><p>A doutrina classifica os fornecedores como:</p><p>• Fornecedor real ("fabricante"): Para a doutrina, é aquele que efetivamente</p><p>participa do processo de fabricação do produto, a exemplo do fabricante, do</p><p>produtor e do construtor.</p><p>• Fornecedor presumido ("importador"): É aquele que não participa diretamente do</p><p>processo de fabricação/produção/construção do produto é, apenas, um</p><p>intermediário entre quem fabrica e o consumidor. Ex.: o importador (é considerado</p><p>fornecedor por presunção legal).</p><p>• Fornecedor aparente ("mesmo nome"): É aquele que põe uma marca nos</p><p>produtos disponibilizados ao consumidor e cria no mesmo a confiança no produto</p><p>comercializado. Os defeitos desses produtos são de responsabilidade do</p><p>franqueador.</p><p>• Fornecedor equiparado: Há ainda o que a doutrina chama de "Fornecedor por</p><p>equiparação": "Aquele terceiro que na relação de consumo serviu como</p><p>intermediário ou ajudante para a realização da relação principal, mas que atua</p><p>frente a um consumidor como se fosse o fornecedor. Em outras palavras: ele não</p><p>é o fornecedor do contrato principal, mas como intermediário é o “dono” da</p><p>relação conexa e possui uma posição de poder na relação com o</p><p>consumidor" (MARQUES, Cláudia Lima, BENJAMIM, Antônio H. V., BESSA,</p><p>Leonardo Roscoe. Manual de direito do consumidor. São Paulo: Revista dos</p><p>Tribunais, 2007, pág. 83).</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608617/artigo-3-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90</p><p>A figura do fornecedor é ampla, não havendo restrições quanto ao tipo societário ou sua</p><p>natureza pública ou privada.</p><p>2. Elementos objetivos: o produto ou o serviço.</p><p>O CDC dividiu o objeto da relação de consumo em duas categorias: os serviços,</p><p>abrangendo as atividades remuneradas oferecidas no mercado de consumo e os produtos,</p><p>que correspondem aos demais bens postos em circulação.</p><p>Para se identificar se o objeto de uma relação de consumo é um produto ou um</p><p>serviço, basta analisar o núcleo do vínculo obrigacional entre consumidor e fornecedor. Se</p><p>for uma obrigação de dar, será produto; se for uma obrigação de fazer, será serviço.</p><p>2.1 - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial (art. 3, § 1º, CDC).</p><p>Qualquer bem que circule das mãos do fornecedor para o consumidor pode ser</p><p>considerado produto.</p><p>Os produtos duráveis são aqueles que se alongam no tempo enquanto são utilizados,</p><p>ou seja, não se consomem imediatamente após o uso (ex: geladeira, carro, mesa, sofá,</p><p>etc.). Por outro lado, os produtos não duráveis se esgotam com o uso (Ex: alimentos).</p><p>2.2 - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante</p><p>remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo</p><p>as decorrentes das relações de caráter trabalhista (art. 3, § 2º, CDC).</p><p>DURÁVEIS OU NÃO DURÁVEIS - Quanto aos serviços, são considerados duráveis</p><p>aqueles em que o resultado se prolonga no tempo, dispensando a necessidade de</p><p>manutenção frequente (Ex: construção de casa, pintura de cômodo, troca de pneus do</p><p>carro). De modo contrário, considera-se como não duráveis os serviços que não se</p><p>estendem no tempo e precisam ser realizados com maior frequência (ex: faxina, entrega</p><p>de encomenda).</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608617/artigo-3-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608570/paragrafo-1-artigo-3-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608617/artigo-3-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608535/paragrafo-2-artigo-3-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90</p><p>MEDIANTE REMUNERAÇÃO - O principal elemento caracterizador de uma prestação</p><p>de serviço de consumo é a sua remuneração. É preciso que haja uma contraprestação</p><p>economicamente valorável para que seja possível a formação de uma relação de consumo,</p><p>o que exclui do âmbito de aplicação do CDC as atividades oferecidas de forma gratuita.</p><p>Contudo, a remuneração não necessariamente precisa se dar de maneira direta para que</p><p>esteja configurado o vínculo entre consumidor e fornecedor: nasce aqui o conceito</p><p>de remuneração indireta, que acontece quando o serviço é prestado para o recebimento</p><p>de benefícios comerciais indiretos pelo fornecedor, advindos da prestação de serviços</p><p>apenas aparentemente gratuitos, tendo em vista que a remuneração se encontra</p><p>embutida no valor de outros produtos oferecidos.</p><p>NATUREZA DO SERVIÇO - O serviço, como atividade remunerada pode ser de natureza</p><p>civil, comercial ou administrativa.</p><p>OBJETO DA RELAÇÃO DE CONSUMO - Pode ser objeto de relação de consumo tanto</p><p>os serviços privados, quanto os serviços públicos. A razão desse entendimento é que, para</p><p>se chegar</p><p>ao conceito de serviço de consumo é preciso que haja uma conexão com o</p><p>conceito de fornecedor</p><p>SERVIÇO PÚBLICO - Farbes (2022) em seu estudo doutrinário considera serviço</p><p>público qualquer atividade prestada pelo Estado ou seus representantes, essencialmente</p><p>de acordo com o direito público, destinada à satisfação das necessidades básicas e</p><p>secundárias da comunidade.</p><p>O Código de Defesa do Consumidor refere-se a serviços públicos, diretamente aos</p><p>artigos 4º e 6º. Também, o artigo 22 estipula que os prestadores de serviços públicos são</p><p>obrigados a realizar serviços adequados, eficientes e seguros. No que diz respeito aos</p><p>serviços essenciais, a lei estabelece claramente que devem ser prestados de forma</p><p>contínua. No entanto, a discussão sobre a aplicabilidade do Código de Defesa do</p><p>Consumidor ( CDC) em serviços públicos não é simples, uma vez que é necessário analisar</p><p>cada caso, distinguindo os tipos de serviços públicos para saber se o CDC é aplicável, além</p><p>de analisar a aplicabilidade das demais normas existentes.</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608486/artigo-4-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607666/artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604677/artigo-22-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90</p><p>• Art. 4º- A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o</p><p>atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde</p><p>e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade</p><p>de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos</p><p>os seguintes princípios:</p><p>VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;</p><p>• Art. 6º São direitos básicos do consumidor:</p><p>X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.</p><p>• Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,</p><p>permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a</p><p>fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,</p><p>contínuos.</p><p>Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações</p><p>referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar</p><p>os danos causados, na forma prevista neste código.</p><p>A aplicabilidade do CDC (Lei 8.078 do ano de 1990) ganhou destaque com a entrada</p><p>em vigor da Lei 13.460 do ano de 2017, conhecida como Código de Defesa dos Usuários</p><p>de Serviços Públicos, seu art. 1º, § 2º, II, identifica a aplicação do CDC “quando</p><p>qualificada como relação de consumo”, contudo, vale salientar que não a define. Isso</p><p>porque a lei é válida para todos os órgãos públicos em contexto nacional, isto é, se</p><p>estende nas esferas federal, estadual e municipal entre os poderes.</p><p>3. Elemento finalístico: consumidor deve ser o destinatário final</p><p>Existem duas correntes doutrinárias a respeito da interpretação e extensão conferida à</p><p>expressão destinatário final: os finalistas e os maximalistas.</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/472664050/lei-13460-17</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608733/artigo-1-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90</p><p>Os finalistas adotam uma posição interpretativa com relação ao destinatário final, baseada</p><p>fundamentalmente na classificação dos bens. De acordo com os finalistas (minimalista), os</p><p>bens estariam divididos, por um critério econômico, em bens de produção e bens de</p><p>consumo. Ou seja, essa diferença seria fundamental para o reconhecimento de uma</p><p>relação de consumo, pois a ideia de destinatário final estaria intimamente ligada à de bem</p><p>de consumo e a aquisição ou utilização de bens de produção estariam excluídas do âmbito</p><p>de aplicação do Código de Defesa do Consumidor. Somente seria consumidor a pessoa</p><p>física que adquirisse produtos ou serviços para uso próprio, de sua família ou até de</p><p>terceiros, desde que não houvesse revenda, pois só nestas hipóteses é que seria dado ao</p><p>bem (de consumo) a sua destinação final, encerrando a cadeia produtiva.</p><p>Os maximalistas conferem à expressão destinatário final, presente no caput do art. 2º do</p><p>CDC, uma interpretação extensiva, incluindo no conceito de consumidor as pessoas físicas</p><p>profissionais e as pessoas jurídicas, independentemente da aquisição do produto ou</p><p>serviço visando o lucro, critério este adotado pelos finalistas ao diferenciarem os bens em</p><p>bens de produção e bens de consumo.</p><p>A falta de qualquer um desses requisitos descaracteriza a relação jurídica de consumo,</p><p>afastando-a, portanto, do âmbito de aplicação do Código de Defesa do Consumidor.</p><p>https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90</p>