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<p>PSICOMETRIA - RESUMO</p><p>AULA 1</p><p>PARCERIA PSICOLOGIA E ESTATÍSTICA</p><p>A psicometria é um campo da psicologia que se dedica à medição de</p><p>características psicológicas, como habilidades cognitivas, traços de personalidade,</p><p>atitudes e comportamentos. Ela se baseia na aplicação de métodos estatísticos para</p><p>desenvolver e validar instrumentos de medida, como testes psicométricos e</p><p>questionários, que são utilizados para avaliar essas características.</p><p>A parceria entre psicologia e estatística no contexto da psicometria remonta</p><p>ao século XIX, quando os primeiros esforços para quantificar aspectos psicológicos</p><p>foram feitos. Nessa época, a psicologia estava emergindo como uma disciplina</p><p>científica distinta, e os psicólogos estavam começando a reconhecer a importância</p><p>de medir e quantificar os fenômenos mentais e comportamentais de forma</p><p>sistemática.</p><p>No entanto, a quantificação dessas características psicológicas exigia</p><p>métodos e técnicas precisas, o que levou os psicólogos a recorrerem à estatística. A</p><p>estatística fornece ferramentas para analisar dados de forma rigorosa e objetiva, o</p><p>que é essencial para validar as medidas psicológicas. Os procedimentos estatísticos</p><p>são usados para avaliar a confiabilidade e a validade dos instrumentos de medida,</p><p>garantindo que eles realmente estejam medindo o que se propõem a medir.</p><p>Um dos marcos importantes na história da psicometria foi o desenvolvimento</p><p>da teoria da medida, que forneceu um arcabouço conceitual para a construção e</p><p>avaliação de instrumentos de medida psicológica. A teoria da medida ajudou os</p><p>psicólogos a entenderem melhor os fundamentos da medição psicológica, incluindo</p><p>conceitos como validade, confiabilidade e precisão.</p><p>Ao longo do tempo, a psicometria evoluiu significativamente, incorporando</p><p>avanços tanto na psicologia quanto na estatística. Novas técnicas estatísticas foram</p><p>desenvolvidas para lidar com dados complexos e para melhorar a precisão das</p><p>medidas psicológicas. Além disso, os métodos psicométricos foram aplicados em</p><p>uma variedade de contextos, incluindo seleção de pessoal, avaliação educacional,</p><p>pesquisa psicológica e avaliação clínica.</p><p>O papel de Sir Francis Galton como um dos pioneiros no uso da estatística</p><p>em seus estudos, especialmente em relação às características individuais das</p><p>pessoas. Galton foi um cientista britânico do século XIX conhecido por suas</p><p>contribuições significativas para diversas áreas, incluindo estatística, psicologia e</p><p>biologia.</p><p>Galton estava interessado em entender como características individuais,</p><p>como inteligência, personalidade e talento, eram influenciadas pela hereditariedade</p><p>e pelo ambiente. Ele realizou extensas pesquisas para investigar essas questões e</p><p>desenvolveu métodos estatísticos para analisar e interpretar os dados coletados em</p><p>seus estudos.</p><p>Ao reconhecer a importância da hereditariedade e do ambiente no</p><p>desenvolvimento e manifestação de traços característicos, Galton estava à frente de</p><p>seu tempo. Seus estudos contribuíram significativamente para o entendimento inicial</p><p>da natureza da inteligência e da personalidade, estabelecendo as bases para</p><p>futuras pesquisas nessas áreas.</p><p>No século XX, com o avanço das sociedades urbanas, industriais e</p><p>democráticas, houve uma crescente necessidade de tomar decisões com base nas</p><p>características individuais das pessoas. Isso incluiu decisões em áreas como</p><p>seleção de pessoal, educação e políticas públicas.</p><p>Com essa demanda crescente, surgiram necessidades práticas, como a</p><p>realização de testes psicológicos e educacionais para avaliar essas características.</p><p>Esses testes tornaram-se ferramentas importantes para ajudar na tomada de</p><p>decisões em diversos contextos.</p><p>Além disso, houve um refinamento das análises estatísticas, com o</p><p>desenvolvimento de novas técnicas e abordagens estatísticas para lidar com os</p><p>dados cada vez mais complexos gerados por esses testes e estudos.</p><p>ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA</p><p>A estatística é o ramo do conhecimento formado por um conjunto de</p><p>métodos matemáticos que ajuda as pessoas a tomarem decisões. Ela envolve a</p><p>coleta, organização, análise e interpretação de dados para compreender padrões,</p><p>fazer previsões e tirar conclusões sobre fenômenos do mundo real.</p><p>Já a psicometria é uma vertente da estatística dentro da Psicologia. Ela se</p><p>dedica especificamente à quantificação dos fenômenos psicológicos, ou seja, busca</p><p>medir características, traços e comportamentos das pessoas. Um termo importante</p><p>na psicometria é o "constructo", que se refere aos fenômenos psicológicos passíveis</p><p>de mensuração, como inteligência, personalidade, habilidades cognitivas, entre</p><p>outros.</p><p>Assim, a psicometria é o ramo da estatística usado para a criação de</p><p>instrumentos de medidas exclusivos para avaliar características psicológicas dos</p><p>seres humanos. Esses instrumentos podem incluir testes psicológicos,</p><p>questionários, escalas de avaliação, entre outros métodos de coleta de dados. Eles</p><p>são desenvolvidos com base em princípios estatísticos para garantir que sejam</p><p>confiáveis e válidos na medição dos constructos psicológicos.</p><p>É importante ressaltar que os instrumentos psicométricos são geralmente</p><p>destinados ao uso em contextos específicos, como avaliação educacional, seleção</p><p>de pessoal, diagnóstico clínico, pesquisa psicológica, entre outros. Seu uso para</p><p>outras finalidades que não sejam relacionadas à avaliação de características</p><p>psicológicas pode não ser apropriado ou ético.</p><p>MENSURAÇÃO E MEDIDA NA PSICOLOGIA</p><p>A mensuração e a medida na psicologia são conceitos que se diferenciam da</p><p>forma como são aplicados em ciências exatas. Nas ciências exatas, como a</p><p>matemática, a medida de algo é unívoca e precisa. Por exemplo, 1 + 1 sempre é</p><p>igual a 2, e medir a altura de estudantes pode resultar em valores precisos e exatos.</p><p>No entanto, na psicologia, a mensuração não é tão simples. O que se está</p><p>medindo são variáveis psicológicas, que são características que cada sujeito possui</p><p>em diferentes níveis. Essas características podem ser subjetivas e variáveis,</p><p>tornando a mensuração mais complexa.</p><p>Ao mensurar fenômenos naturais na psicologia, como emoções,</p><p>personalidade ou inteligência, é importante compreender que esses fenômenos não</p><p>são absolutos como números matemáticos. Por exemplo, uma pessoa pode sentir</p><p>mais ou menos ansiedade em diferentes momentos ou situações, e isso pode ser</p><p>representado por valores que variam dentro de um intervalo, ao invés de um valor</p><p>exato.</p><p>Nesse contexto, a mensuração de fenômenos psicológicos se torna um</p><p>intervalo de valores que refletem a variabilidade do fenômeno, e não um ponto único</p><p>e absoluto. Esse intervalo pode ser influenciado por fatores confundidores, como</p><p>variáveis internas (fadiga, motivação) e fatores situacionais (variações na aplicação</p><p>dos testes, falta de uniformidade nas condições de medição, entre outros).</p><p>A psicometria, por sua vez, assume um modelo quantitativista na psicologia,</p><p>representando os fenômenos naturais com números. Isso significa que busca-se</p><p>representar esses fenômenos por meio de dados quantitativos, utilizando métodos</p><p>estatísticos para analisar e interpretar esses dados. No entanto, é importante ter em</p><p>mente que essa representação numérica dos fenômenos psicológicos não captura</p><p>toda a complexidade e subjetividade desses fenômenos, mas é uma forma útil de</p><p>tentar compreendê-los e estudá-los dentro do contexto da psicologia.</p><p>AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E TESTE PSICOLÓGICO</p><p>A avaliação psicológica é um processo complexo que visa descrever</p><p>aspectos específicos de uma pessoa, utilizando técnicas e teorias científicas.</p><p>Envolve a coleta e interpretação de dados por meio de procedimentos confiáveis,</p><p>reconhecidos pela ciência psicológica. Esse processo tem como objetivo principal</p><p>formular hipóteses ou diagnósticos sobre o funcionamento intelectual, emocional e</p><p>comportamental de um indivíduo ou grupo.</p><p>Um teste psicológico é um instrumento utilizado na avaliação psicológica</p><p>para medir construtos psicológicos que não podem ser observados diretamente,</p><p>como inteligência, personalidade, ansiedade, entre outros. Esses testes são</p><p>aplicados de forma sistemática para coletar amostras de comportamento relevantes</p><p>e, posteriormente, pontuá-las e interpretá-las de acordo com normas estabelecidas.</p><p>As normas são referenciais que permitem contextualizar os resultados dos</p><p>testes, fornecendo informações sobre como os escores se distribuem em uma</p><p>determinada população. Por exemplo, em um teste de inteligência, a média da</p><p>população é definida como 100, o que significa que um indivíduo com um QI de 108</p><p>está acima da média.</p><p>A avaliação psicológica e os testes psicológicos são duas partes</p><p>complementares do processo de avaliação. Enquanto os testes fornecem medidas</p><p>objetivas de certos construtos psicológicos, outras técnicas, como entrevistas e</p><p>observações, também são utilizadas para obter uma compreensão mais completa</p><p>do indivíduo. Assim, a avaliação psicológica se beneficia da combinação de</p><p>diferentes métodos e técnicas para produzir uma análise abrangente e precisa do</p><p>funcionamento psicológico de uma pessoa.</p><p>AULA 2</p><p>OBJETIVOS DA PSICOMETRIA</p><p>Avaliar objetivamente as aptidões humanas: Um dos principais objetivos</p><p>da psicometria é avaliar de forma objetiva as habilidades e aptidões humanas. Isso</p><p>inclui habilidades cognitivas, emocionais, sociais e outras características</p><p>psicológicas que podem ser medidas por meio de testes psicológicos e instrumentos</p><p>específicos.</p><p>Contabilizar o comportamento humano em termos de acertos e erros: A</p><p>psicometria busca quantificar o comportamento humano por meio da contagem de</p><p>acertos e erros em testes psicológicos. Essa abordagem permite uma análise mais</p><p>precisa e mensurável do desempenho dos indivíduos em diversas áreas, como</p><p>inteligência, personalidade e habilidades específicas.</p><p>Descrever o fenômeno psicológico através dos números ao invés de</p><p>pura descrição verbal: Em vez de depender apenas de descrições verbais</p><p>subjetivas, a psicometria utiliza números e dados estatísticos para descrever e</p><p>analisar os fenômenos psicológicos. Isso proporciona uma base mais sólida e</p><p>objetiva para a compreensão e interpretação desses fenômenos, permitindo uma</p><p>análise mais rigorosa e científica.</p><p>Os testes psicológicos são instrumentos fundamentais utilizados na</p><p>psicometria para alcançar esses objetivos. Eles são projetados para medir</p><p>diferentes aspectos do comportamento e funcionamento psicológico dos indivíduos,</p><p>fornecendo dados objetivos que podem ser analisados e interpretados de acordo</p><p>com princípios estatísticos. Dessa forma, os testes psicológicos desempenham um</p><p>papel crucial na avaliação objetiva das características psicológicas e na aplicação</p><p>dos princípios da psicometria na prática clínica, educacional e de pesquisa.</p><p>HISTÓRIA DA PSICOMETRIA</p><p>A história da psicometria remonta aos tempos primitivos, nos quais os seres</p><p>humanos demonstravam uma preocupação crescente em fazer observações</p><p>precisas e acuradas sobre o mundo ao seu redor. Isso incluía compreender e</p><p>estimar a duração dos dias e das noites, a sucessão das estações do ano,</p><p>distâncias, tamanhos e capacidades. Essa busca por precisão e compreensão</p><p>também se estendeu ao estudo do comportamento humano e das características</p><p>psicológicas.</p><p>No século XIX, houve um interesse crescente em compreender o ser humano</p><p>de maneira mais científica, levando ao início do uso de métodos que possibilitassem</p><p>a quantificação de características psicológicas. Nesse período, a psicofísica, que</p><p>estudava de forma precisa e quantitativa como o julgamento humano se</p><p>processava, desempenhou um papel importante nesse desenvolvimento.</p><p>No final do século XIX e início do século XX, duas correntes principais</p><p>surgiram na psicologia: a introspecção e o empirismo. Enquanto a introspecção se</p><p>concentrava na experiência subjetiva e abstrata, o empirismo estava mais</p><p>interessado no comportamento observável, nas experiências sensoriais e na</p><p>descrição dos fenômenos de maneira objetiva e prática. Foi a partir desse enfoque</p><p>empirista que surgiu a psicometria, com seu objetivo de mensurar fenômenos</p><p>psicológicos.</p><p>Historicamente, a psicometria teve diversas aplicações em diferentes</p><p>campos. Na China antiga, por exemplo, foram desenvolvidos testes e programas de</p><p>testagem para seleção de candidatos a cargos governamentais, avaliando</p><p>habilidades em áreas como música, escrita, aritmética e estratégia militar. Na</p><p>Europa medieval, as primeiras universidades realizavam avaliações orais para medir</p><p>habilidades e competências dos estudantes.</p><p>Além disso, a psicometria também teve importância no contexto clínico, com</p><p>a avaliação de características consideradas "normais" ou "anormais" nas áreas de</p><p>intelecto, emoção e comportamento.</p><p>Ao longo do tempo, a psicometria desenvolveu duas tendências distintas:</p><p>uma com foco mais prático e aplicado, voltada para a psicopedagogia e a prática</p><p>clínica, e outra voltada para o desenvolvimento teórico e a fundamentação científica</p><p>dos métodos de mensuração. Essa fragmentação foi superada com o</p><p>desenvolvimento da Análise Fatorial, uma técnica estatística que permitiu a</p><p>identificação de fatores subjacentes em conjuntos de dados complexos, unindo</p><p>teoria e prática na psicometria.</p><p>FASES DO DESENVOLVIMENTO DA PSICOMETRIA</p><p>1. A década de Galton (1880): Esta fase marca o início do desenvolvimento</p><p>da psicometria, com Sir Francis Galton sendo um dos pioneiros no uso de métodos</p><p>estatísticos para estudar características individuais e habilidades humanas. Galton</p><p>realizou pesquisas pioneiras em áreas como inteligência, hereditariedade e medição</p><p>de características psicológicas.</p><p>2. A década de Cattell (1890): Nesta fase, James McKeen Cattell,</p><p>influenciado por Galton, continuou a desenvolver métodos de medição psicológica e</p><p>estatística. Ele foi fundamental na popularização do termo "psicometria" e na</p><p>promoção de testes de inteligência.</p><p>3. A década de Binet (1900): Esta fase é marcada pelo trabalho de Alfred</p><p>Binet, que desenvolveu o primeiro teste de inteligência prático, conhecido como o</p><p>teste Binet-Simon. Esse teste foi projetado para medir habilidades mentais básicas</p><p>em crianças e foi um marco importante no desenvolvimento da psicometria aplicada.</p><p>4. A era dos testes de inteligência (1910-1930): Durante esta fase, houve</p><p>um aumento significativo no desenvolvimento e uso de testes de inteligência,</p><p>influenciado pelo trabalho de psicólogos como Lewis Terman e David Wechsler.</p><p>Esses testes se tornaram ferramentas importantes para medir habilidades cognitivas</p><p>e foram amplamente utilizados em contextos educacionais, clínicos e de seleção.</p><p>5. A década da análise fatorial (1930): Nesta fase, a análise fatorial, uma</p><p>técnica estatística poderosa para explorar a estrutura subjacente dos dados, foi</p><p>desenvolvida e aplicada à psicometria. Isso permitiu uma compreensão mais</p><p>profunda das relações entre diferentes variáveis psicológicas e a identificação de</p><p>fatores subjacentes.</p><p>6. A era da sistematização (1940-1980): Durante este período, houve um</p><p>esforço para sistematizar e padronizar os métodos e procedimentos psicométricos.</p><p>Isso incluiu a elaboração de padrões de desenvolvimento, normas e critérios para a</p><p>construção e aplicação de testes psicológicos.</p><p>7. A era da Psicometria Moderna (1980 - ...): Esta fase marca o contínuo</p><p>desenvolvimento e aprimoramento da psicometria com o avanço da tecnologia e da</p><p>metodologia estatística. Novas abordagens e técnicas, como a Teoria de Resposta</p><p>ao Item (TRI) e métodos de medição multivariada, têm sido desenvolvidas e</p><p>aplicadas para lidar com desafios emergentes na avaliação psicológica. Esta fase</p><p>também reflete a crescente integração da psicometria com outras áreas da</p><p>psicologia e ciência de dados.</p><p>DÉCADA DE 1850 - DARWIN</p><p>A década de 1850 foi marcada pela publicação do livro de Charles Darwin, "A</p><p>Origem das Espécies" em 1859. Darwin revolucionou o pensamento científico ao</p><p>apresentar sua teoria da evolução através da seleção natural. Isso estimulou um</p><p>interesse crescente nas diferenças individuais entre</p><p>os seres humanos e no papel</p><p>da hereditariedade na determinação das características pessoais. Darwin enfatizou</p><p>a importância da adaptabilidade e do valor da sobrevivência na seleção natural, o</p><p>que influenciou profundamente o pensamento científico da época.</p><p>DÉCADA DE 1880 - GALTON</p><p>Na década de 1880, Sir Francis Galton emergiu como uma figura</p><p>proeminente influenciada pelas ideias de Darwin. Galton estava interessado em</p><p>classificar as pessoas de acordo com suas características naturais e determinar se</p><p>essas características eram herdadas. Ele estabeleceu o primeiro laboratório</p><p>antropométrico, onde medidas físicas como altura, peso e força foram coletadas e</p><p>analisadas. Galton também desenvolveu métodos de escalas de avaliação e</p><p>questionários, preocupando-se com a padronização dos resultados.</p><p>DÉCADA DE 1890 – JAMES MCKEEN CATTELL</p><p>James McKeen Cattell, na década de 1890, foi influenciado por Galton e</p><p>aprimorou suas teorias. Ele desenvolveu medidas das diferenças individuais, como</p><p>tempo de reação, e foi o primeiro a usar a terminologia "Teste Mental". No entanto,</p><p>seus testes de funções complexas não se mostraram eficazes na predição do</p><p>desempenho acadêmico.</p><p>DÉCADA DE 1900 – ALFRED BINET</p><p>Na década de 1900, Alfred Binet desempenhou um papel fundamental no</p><p>desenvolvimento da avaliação da inteligência. Ele questionou a validade das</p><p>pesquisas sensoriais da época como medida de inteligência, propondo em vez disso</p><p>uma avaliação das habilidades cognitivas das crianças para prever seu</p><p>desempenho acadêmico. Binet colaborou com Theódore Simon para criar o Teste</p><p>de Inteligência Binet-Simon, destinado a identificar crianças com dificuldades de</p><p>aprendizado, especialmente retardo mental. Esse teste avaliava habilidades</p><p>cognitivas como julgamento e raciocínio e era aplicado individualmente para uma</p><p>avaliação mais precisa.</p><p>DÉCADA DE 1910 – WILLIAM STERN</p><p>Na década de 1910, William Stern introduziu o conceito de "Idade Mental"</p><p>como uma medida da inteligência média para cada faixa etária. Ele desenvolveu o</p><p>Quociente de Inteligência (QI) ao dividir o escore de idade mental pela idade</p><p>cronológica da pessoa. Essa medida padronizada tornou-se amplamente utilizada</p><p>para comparar o desempenho cognitivo dos indivíduos em relação à sua idade.</p><p>Essas contribuições foram essenciais para o desenvolvimento dos testes de</p><p>inteligência modernos e tiveram um impacto significativo na prática da psicologia</p><p>educacional e clínica.</p><p>ERA DOS TESTES DE INTELIGÊNCIA</p><p>1. Desenvolvimento de Testes pelo Exército dos EUA: Durante esta fase,</p><p>o Exército dos Estados Unidos desenvolveu baterias de testes de inteligência para</p><p>aplicação coletiva, visando selecionar rapidamente um grande número de soldados</p><p>durante a Primeira Guerra Mundial.</p><p>2. Revisão do Teste de Binet-Simon e Impacto da Primeira Guerra</p><p>Mundial: O Teste de Inteligência de Binet-Simon foi revisado e adaptado para</p><p>atender às necessidades de recrutamento militar durante a guerra. Esta fase</p><p>também foi marcada pelo trabalho de Charles Spearman, que criou a teoria da</p><p>inteligência (fator G) e desenvolveu a Análise Fatorial, contribuindo para os</p><p>fundamentos da Teoria da Psicometria Clássica.</p><p>3. Década da Análise Fatorial: Nesta fase, houve uma queda no interesse</p><p>pelos testes de inteligência centrados no fator G, devido à percepção do impacto</p><p>cultural no desempenho dos testes. A Análise Fatorial foi desenvolvida como uma</p><p>ferramenta para investigar as relações entre variáveis e a escalonagem psicológica</p><p>foi utilizada para agrupar fenômenos psicológicos.</p><p>4. Era da Sistematização: Durante este período, duas tendências opostas</p><p>surgiram na psicometria. Enquanto uma tendência buscava sintetizar os avanços na</p><p>psicometria em diversas áreas de pesquisa, a outra tendência criticava as escalas</p><p>de medida utilizadas nos testes psicológicos.</p><p>5. Era da Psicometria Moderna: Esta fase é caracterizada pelo</p><p>desenvolvimento da Teoria da Resposta ao Item (TRI), uma abordagem alternativa</p><p>para avaliação psicométrica. No entanto, a TRI não resolveu todos os problemas</p><p>fundamentais da psicometria e não substituiu completamente o modelo clássico.</p><p>AULA 3</p><p>TEORIA DA MEDIDA - PARTE 1</p><p>O progresso da ciência ao longo do tempo inclui a invenção de instrumentos</p><p>de mensuração e avanços em procedimentos e técnicas. Esses avanços permitiram</p><p>a mensuração de uma ampla gama de fenômenos psicológicos, como</p><p>aprendizagem, inteligência, personalidade, humor, memória, atenção e raciocínio.</p><p>Um exemplo mencionado é o desenvolvimento das escalas de inteligência de</p><p>Binet-Simon, que foram pioneiras na avaliação psicológica.</p><p>MENSURAÇÃO</p><p>A mensuração na psicologia refere-se ao processo de atribuição de números</p><p>a objetos ou eventos, seguindo dispositivos ou regras específicas. É um</p><p>procedimento científico que permite quantificar e comparar características</p><p>psicológicas para entender melhor o comportamento humano. Nesse contexto, a</p><p>testagem psicológica desempenha um papel importante, fornecendo métodos e</p><p>ferramentas para medir e avaliar diferentes aspectos da psique humana, como</p><p>inteligência, personalidade e habilidades cognitivas. Essas medidas são essenciais</p><p>para a pesquisa psicológica, diagnóstico clínico e tomada de decisão em diversas</p><p>áreas, desde a educação até o recrutamento profissional.</p><p>NATUREZA DA MEDIDA</p><p>A natureza da medida na psicometria envolve enfrentar vários desafios. Um</p><p>problema central é que, ao lidar com fenômenos naturais, como traços psicológicos,</p><p>os números perdem sua clareza e precisão, ao contrário das ciências exatas, onde</p><p>1 + 1 sempre é igual a 2. Para justificar o uso de números para representar esses</p><p>fenômenos, recorre-se ao Teorema da Representação, que defende a</p><p>representação numérica das propriedades dos fenômenos naturais como uma</p><p>extensão legítima da matemática à ciência.</p><p>Outro desafio é o problema da unidade de representação, o que significa que</p><p>diferentes características dos fenômenos podem exigir diferentes níveis de</p><p>qualidade e precisão na representação numérica. Por exemplo, enquanto o peso</p><p>pode ser representado com precisão em quilogramas, a representação do</p><p>Quociente de Inteligência (QI) pode ser mais complexa devido à sua natureza</p><p>multifacetada.</p><p>Além disso, há o problema do erro inerente à observação de fenômenos</p><p>empíricos. Esse erro pode decorrer de vários fatores, incluindo o instrumento</p><p>escolhido, diferenças individuais entre observadores e erros aleatórios sem causa</p><p>identificável.</p><p>Ao lidar com esses desafios, é importante distinguir entre números</p><p>matemáticos e números estatísticos (medidas). Enquanto os números matemáticos</p><p>são unívocos e invariantes, os números estatísticos representam fenômenos</p><p>naturais e são intervalares, sujeitos à variação e erro. Isso destaca a necessidade</p><p>de considerar cuidadosamente a interpretação e a aplicação de medidas</p><p>psicométricas, reconhecendo suas limitações e incertezas inerentes.</p><p>AXIOMA</p><p>O axioma do sistema numérico é uma verdade autoevidente e</p><p>universalmente aceita, que serve como ponto de partida para a construção de um</p><p>sistema lógico. Não requer prova, pois há um consenso sobre sua validade e seu</p><p>argumento é consistente. Este axioma é fundamental para estabelecer as</p><p>propriedades básicas dos números e garantir a coerência de todo o sistema</p><p>numérico.</p><p>Na base axiomática da medida, o objetivo é preservar as propriedades do</p><p>número e as características dos atributos dos fenômenos empíricos. Isso só é</p><p>possível se houver isomorfismo, ou seja, se as propriedades dos números forem</p><p>iguais às propriedades dos fenômenos naturais.</p><p>As propriedades básicas do sistema numérico incluem a identidade, que</p><p>define a igualdade entre números, a ordem, que estabelece a relação de magnitude</p><p>entre eles, e a aditividade, que permite a soma de números.</p><p>- Identidade: Um número é idêntico a si mesmo e apenas a si mesmo. Isso</p><p>envolve reflexividade, simetria e transitividade.</p><p>Reflexividade significa que um número é sempre igual a si mesmo.</p><p>Na psicometria, isso se traduz em dizer que uma medida deve</p><p>ser</p><p>consistente consigo mesma. Por exemplo, se uma pessoa realiza um teste de</p><p>inteligência e obtém uma pontuação de 90, essa pontuação deve ser sempre igual a</p><p>90 para essa pessoa, refletindo sua habilidade cognitiva naquele momento</p><p>específico.</p><p>Simetria implica que se A é igual a B, então B também é igual a A.</p><p>Em termos de medidas psicométricas, isso significa que se duas pessoas têm</p><p>o mesmo desempenho em um teste, então elas devem receber a mesma</p><p>pontuação. Da mesma forma, se duas pessoas recebem a mesma pontuação em</p><p>um teste, podemos inferir que elas têm o mesmo desempenho.</p><p>Transitividade indica que se A é igual a B e B é igual a C, então A também é</p><p>igual a C.</p><p>Na psicometria, isso significa que, se uma pessoa A tem um desempenho</p><p>igual a outra pessoa B em um teste, e a pessoa B tem um desempenho igual à</p><p>pessoa C, então a pessoa A deve ter um desempenho igual à pessoa C. Isso</p><p>garante que as comparações entre diferentes participantes sejam consistentes e</p><p>confiáveis.</p><p>- Ordem: Define a desigualdade entre números e estabelece uma sequência</p><p>invariável ao longo de uma escala linear. Inclui assimetria, transitividade e</p><p>conectividade.</p><p>Assimetria refere-se à desigualdade entre números em uma escala linear.</p><p>Na psicometria, isso significa que se um participante obtém uma pontuação</p><p>maior do que outro em um teste, então suas habilidades ou características medidas</p><p>são consideradas superiores. Por exemplo, se uma pessoa A obtém uma pontuação</p><p>de 80 em um teste de inteligência e outra pessoa B obtém 70, podemos dizer que a</p><p>pessoa A supera a pessoa B em termos de habilidades cognitivas, de acordo com a</p><p>escala de pontuação do teste.</p><p>Transitividade implica que se A é maior que B e B é maior que C, então A é</p><p>maior que C.</p><p>Em termos de medidas psicométricas, isso significa que se um participante A</p><p>supera outro participante B em um teste e o participante B supera um participante C,</p><p>então podemos concluir que o participante A também supera o participante C. Isso</p><p>garante consistência e coerência nas comparações de desempenho entre diferentes</p><p>participantes.</p><p>Conectividade indica que em uma escala de medidas, dois números</p><p>quaisquer são comparáveis.</p><p>Na psicometria, isso significa que podemos sempre determinar a relação</p><p>entre dois participantes em termos de desempenho no teste, mesmo que eles não</p><p>tenham pontuações idênticas. Por exemplo, mesmo que dois participantes tenham</p><p>pontuações diferentes em um teste de personalidade, podemos dizer que um é</p><p>"mais extrovertido" que o outro, estabelecendo uma conexão na escala de medidas.</p><p>- Aditividade: Permite a soma de números, com propriedades como</p><p>comutatividade e associatividade, que garantem que a ordem e a forma de</p><p>agrupamento dos números não afetem o resultado da operação.</p><p>Comutatividade significa que a ordem dos números na operação de adição</p><p>não afeta o resultado.</p><p>Na psicometria, isso se traduz em dizer que a ordem em que as pontuações</p><p>são somadas não altera o resultado final. Por exemplo, se estamos somando as</p><p>pontuações de diferentes subtestes em um teste de inteligência, a ordem em que os</p><p>subtestes são somados não afeta a pontuação total do teste.</p><p>Associatividade implica que a forma como os números são agrupados na</p><p>operação de adição não afeta o resultado final.</p><p>Em termos de medidas psicométricas, isso significa que podemos agrupar as</p><p>pontuações de diferentes maneiras e ainda obter o mesmo resultado total. Por</p><p>exemplo, se estamos somando as pontuações de três subtestes em um teste de</p><p>personalidade (A, B e C), a associatividade nos permite agrupá-las como (A + B) +</p><p>C ou A + (B + C) e ainda obter o mesmo resultado total.</p><p>IMPORTANTE PARA NOSSA PRÁTICA</p><p>Na prática psicométrica, é crucial garantir que as medidas realizadas sejam</p><p>confiáveis e consistentes. Para isso, é necessário que, no mínimo, as propriedades</p><p>de identidade e ordem dos números sejam preservadas.</p><p>- Identidade: Isso significa que um número é sempre igual a si mesmo e</p><p>somente a si mesmo. Por exemplo, se uma pessoa obtém uma pontuação de 80 em</p><p>um teste, essa pontuação deve ser consistente e representar sempre a mesma</p><p>medida para essa pessoa.</p><p>- Ordem: A ordem estabelece a relação de magnitude entre os números. Por</p><p>exemplo, se uma pessoa obtém uma pontuação de 90 em um teste e outra pessoa</p><p>obtém 70, podemos inferir que a primeira pessoa teve um desempenho melhor do</p><p>que a segunda. Isso deve ser verdade independentemente de quem realizou o teste</p><p>ou em que circunstâncias.</p><p>Quanto mais propriedades do sistema numérico forem preservadas, mais</p><p>confiável e legítima será a medida. Por exemplo, se além da identidade e ordem,</p><p>forem preservadas a aditividade, comutatividade e associatividade, teremos um</p><p>sistema ainda mais robusto e confiável para realizar medições psicológicas.</p><p>Portanto, garantir a preservação dessas propriedades é essencial para</p><p>garantir a qualidade e a validade das medidas psicométricas, fornecendo</p><p>informações precisas e úteis para entender e avaliar os fenômenos psicológicos.</p><p>AULA 4</p><p>TEORIA DA MEDIDA - PARTE 2</p><p>Medida refere-se à atribuição de números ou categorias a objetos ou eventos</p><p>com base em certas regras. Quanto mais os princípios numéricos uma medida</p><p>respeitar, mais próxima estará da escala numérica e mais similaridade terá com as</p><p>operações empíricas.</p><p>Mensuração é o processo de selecionar cuidadosamente amostras de</p><p>comportamento para aplicar um sistema numérico ou categórico. Aqui, os testes</p><p>psicológicos são essenciais, sendo ferramentas primárias na ciência e prática da</p><p>Psicologia para mensurar características psicológicas dos indivíduos.</p><p>Dentro dos testes psicológicos, há diferentes tipos, como os testes</p><p>psicométricos, que usam números, e as técnicas projetivas, que descrevem</p><p>questões da subjetividade usando palavras.</p><p>Esses testes têm uma importância significativa na construção de modelos da</p><p>realidade psicológica. Seus resultados fornecem escores que posicionam os sujeitos</p><p>em relação a grupos de referência, ajudando a identificar suas forças e fraquezas.</p><p>Na Psicologia, é importante distinguir entre fenômenos constantes e</p><p>variáveis. As constantes são aquelas que não mudam, como o valor de Pi,</p><p>enquanto as variáveis são o foco de interesse, pois mudam.</p><p>É crucial entender que, embora os números sejam precisos, todas as</p><p>medidas estão sujeitas a erros. Nos testes psicológicos, os escores ou resultados</p><p>são estimativas sujeitas a níveis e intervalos de confiança. Na mensuração de</p><p>variáveis contínuas, os erros são inevitáveis devido às limitações das ferramentas</p><p>de medição disponíveis.</p><p>VARIÁVEIS</p><p>QUALITATIVA</p><p>Variável Nominal: é aquela que se destina a categorizar os dados em</p><p>diferentes grupos ou categorias, sem qualquer ordem ou hierarquia específica entre</p><p>elas. Essas categorias são usadas principalmente para fins de identificação ou</p><p>classificação. Por exemplo, gênero, cor dos olhos, estado civil, tipo de animal de</p><p>estimação são exemplos de variáveis nominais. Cada categoria é única e não há</p><p>uma sequência lógica ou ordenada entre elas. Em uma pesquisa sobre preferência</p><p>de cores, por exemplo, as categorias podem ser "vermelho", "azul", "verde" e assim</p><p>por diante. Não há uma ordem específica entre essas categorias; elas são apenas</p><p>diferentes formas de classificação dos dados.</p><p>Variável Ordinal: é aquela em que as categorias têm uma ordem específica</p><p>ou hierarquia, mas a distância entre elas não é necessariamente uniforme ou</p><p>precisa. Embora haja uma ordem lógica entre as categorias, não podemos</p><p>quantificar a diferença entre elas de maneira precisa. Um exemplo comum de uma</p><p>variável ordinal é a classificação de desempenho de estudantes em uma prova:</p><p>"excelente", "bom", "regular" e "ruim". Embora haja uma ordem clara entre essas</p><p>categorias, a diferença entre "excelente" e "bom" pode não ser a mesma que entre</p><p>"bom" e "regular". Portanto, as variáveis ordinais nos fornecem informações sobre a</p><p>ordem ou classificação dos dados, mas não nos permitem realizar operações</p><p>matemáticas precisas, como soma ou média,</p><p>diretamente com os valores.</p><p>QUANTITATIVA</p><p>Variáveis Discretas: São aquelas que têm uma quantidade finita ou</p><p>enumerável de valores possíveis. Isso significa que essas variáveis podem ser</p><p>contadas de maneira precisa. Por exemplo, o tamanho de uma família (1 membro, 2</p><p>membros, 3 membros, etc.), o número de reclamações de clientes em um mês ou a</p><p>quantidade de salários mínimos (SM) que uma pessoa recebe.</p><p>Variáveis Contínuas: São aquelas que têm uma infinidade de valores</p><p>possíveis em um intervalo contínuo. Essas variáveis não podem ser contadas de</p><p>maneira precisa, mas podem ser medidas ou estimadas. Por exemplo, a memória</p><p>de alguém pode variar de maneira contínua de muito boa a muito ruim, e o tempo de</p><p>reação de resposta pode variar de frações de segundo a vários segundos.</p><p>Variáveis Categóricas: São aquelas que têm um número finito de categorias</p><p>ou grupos distintos. Em outras palavras, essas variáveis representam diferentes</p><p>qualidades ou tipos. Exemplos incluem gênero (masculino, feminino, não-binário),</p><p>tipo de material (madeira, metal, plástico) ou método de pagamento (dinheiro, cartão</p><p>de crédito, transferência bancária).</p><p>ESCALAS DE MEDIDAS</p><p>As escalas de medida são utilizadas na psicometria para representar e</p><p>categorizar diferentes tipos de dados coletados em pesquisas psicológicas. Existem</p><p>quatro tipos principais de escalas de medida: nominal, ordinal, intervalar e razão.</p><p>Escala Nominal:</p><p>- Na escala nominal, os números são usados como rótulos para</p><p>identificação, sem nenhuma ordem ou hierarquia.</p><p>- Exemplos na prática psicológica incluem usar números para identificar</p><p>gênero (1 para mulheres, 2 para homens), números de registro do INSS ou RA de</p><p>estudantes, e números de telefone.</p><p>- Esses números não têm significado além de servir como identificadores.</p><p>Escala Ordinal:</p><p>- Na escala ordinal, os números representam a ordem ou ranking dos itens,</p><p>mas não indicam a distância ou diferença entre eles.</p><p>- Exemplos incluem classificar o desempenho de alunos em uma turma</p><p>como "muito prejudicado" (1), "prejudicado" (2), "médio" (3), "acima da média" (4) e</p><p>"muito acima da média" (5).</p><p>- Embora haja uma ordem, os números não refletem a magnitude da</p><p>diferença entre cada categoria.</p><p>Escala Intervalar:</p><p>- Na escala intervalar, os números refletem intervalos iguais entre as</p><p>propriedades, mas o zero é arbitrário e não indica a ausência da característica</p><p>medida.</p><p>- Um exemplo é a idade, onde não existe o conceito de zero ano.</p><p>- Essas escalas são úteis para medir características como temperatura em</p><p>Celsius ou Fahrenheit, onde o zero é arbitrário.</p><p>Escala de Razão:</p><p>- Na escala de razão, os números têm todas as propriedades das escalas</p><p>anteriores, além de um ponto zero verdadeiro que representa a ausência da</p><p>característica medida.</p><p>- Por exemplo, o tempo de resposta para completar um teste de inteligência</p><p>pode ser medido em uma escala de razão, pois existe um ponto zero que indica</p><p>nenhum tempo decorrido.</p><p>- Essas escalas são usadas quando as medidas são expressas como uma</p><p>razão, como contagens de frequência ou intervalo de tempo.</p><p>AULA 5</p><p>TEORIA DA MEDIDA - PARTE 3</p><p>As escalas de medida são sistemas utilizados para atribuir números a</p><p>características específicas de uma variável, possibilitando sua quantificação e</p><p>análise em pesquisas psicológicas. Existem diferentes tipos de escalas de medida,</p><p>cada uma com sua própria capacidade de capturar informações sobre a variável em</p><p>questão.</p><p>Na escala nominal, os números são empregados como rótulos ou códigos</p><p>para identificar diferentes categorias ou grupos qualitativos. Essa escala é como dar</p><p>um nome para cada categoria, e os membros do mesmo grupo são considerados</p><p>equivalentes nesse aspecto. A escala nominal é fundamental para a organização e</p><p>categorização dos dados, porém, não permite realizar operações matemáticas além</p><p>de verificar igualdade ou desigualdade entre categorias.</p><p>Já na escala ordinal, os números indicam a posição relativa de cada objeto</p><p>em relação a uma característica específica. Ela reflete as gradações entre os</p><p>fenômenos, mas as diferenças entre os números podem não representar diferenças</p><p>reais na propriedade possuída pelos objetos. Por exemplo, em um teste de</p><p>inteligência, podemos classificar os alunos em grupos com base nos percentis, mas</p><p>não podemos afirmar que um aluno é duas vezes mais inteligente que outro com</p><p>base nesses percentis.</p><p>Na escala intervalar, os números não apenas indicam a ordem, mas</p><p>também a magnitude das diferenças entre as categorias da variável. Os intervalos</p><p>entre os números são iguais, mas não há um ponto zero absoluto que represente a</p><p>ausência completa da característica medida. Portanto, embora seja possível realizar</p><p>operações matemáticas como adição e subtração, não é possível dizer quanto da</p><p>característica está presente em uma unidade específica. Por exemplo, em um teste</p><p>em que os escores variam de 0 a 100, um escore de 70 indica um desempenho</p><p>duas vezes superior a um escore de 35, mas não podemos dizer que o sujeito tem o</p><p>dobro da característica medida.</p><p>Na escala de razão, os números não apenas indicam ordem, magnitude e</p><p>intervalo, mas também têm um ponto zero absoluto que representa a ausência</p><p>completa da característica medida. Todas as operações matemáticas são possíveis</p><p>nessa escala, e podemos fazer afirmações sobre comparações de valores. No</p><p>entanto, essa escala raramente é usada na psicologia devido à falta de um ponto</p><p>zero absoluto em fenômenos psicológicos. Um exemplo seria o peso corporal, onde</p><p>podemos dizer com certeza que uma pessoa com 60 kg é duas vezes mais pesada</p><p>do que outra com 30 kg.</p>