Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

<p>3º Trim. de 2024: O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos</p><p>divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração</p><p>Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br</p><p>Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do Ensino Bíblico – Banco</p><p>do Brasil Ag. 1815-5 c/c 135720-4 – CNPJ 05.693.826-0001-05 (PIX)</p><p>PORTAL ESCOLA DOMINICAL</p><p>3º Trimestre de 2024 - CPAD</p><p>O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos</p><p>divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração</p><p>Comentários da revista da CPAD: Silas Queiroz</p><p>Comentário: Pr. Caramuru Afonso Francisco</p><p>ESBOÇO Nº 6</p><p>LIÇÃO Nº 6 – O LIVRO DE ESTER</p><p>O livro de Ester é uma eloquente demonstração da Divina Providência.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>- Na sequência do trimestre, passaremos agora a estudar o segundo “livro feminino”, o livro de Ester.</p><p>- O livro de Ester é uma eloquente demonstração da Divina Providência.</p><p>I – VISÃO PANORÂMICA DO LIVRO DE ESTER</p><p>- Neste trimestre, estamos a estudar os dois “livros femininos” das Escrituras: Rute e Ester. Tendo já estudado</p><p>o livro de Rute, passaremos ao segundo bloco, com o estudo do livro de Ester.</p><p>- Começamos pelo livro de Rute por duas razões: a primeira, de ordem cronológica, porque os fatos narrados</p><p>ali são bem anteriores aos que são objeto do livro de Ester; a segunda, de ordem lógica, porque, se em Rute</p><p>vemos a ação divina sobre a família para, dela, atingir toda a humanidade, em Ester vemos a ação divina sobre</p><p>o governo para preservar o povo judeu e, assim, manter em execução o plano da salvação desta mesma</p><p>humanidade.</p><p>- O livro de Ester é a história do livramento dado pelo Senhor ao povo de Israel, que esteve a ponto de</p><p>ser extinto por ordem do rei Assuero, o soberano persa, que era o império mundial da época, instigado</p><p>que fora, para tanto, por seu primeiro-ministro Hamã.</p><p>- Neste livro, narra-se como o Senhor, cujo nome, aliás, não é mencionado em todo o livro, preparou todas as</p><p>coisas para que, no momento em que se desse a ordem de destruição completa dos judeus, Ester, ela própria</p><p>uma judia, estivesse na posição de rainha, podendo, assim, interceder por seu povo e evitar, como evitou, a</p><p>sua destruição.</p><p>- Ao longo da narrativa, mesmo sem a menção uma única vez sequer do nome de Deus, notamos como</p><p>o Senhor está no mais absoluto controle de todas as coisas, criando uma situação para que a rainha Vasti</p><p>fosse destituída e, em seu lugar, estivesse Ester, como também fazendo com que Mardoqueu, o primo e pai</p><p>adotivo de Ester, que trabalhava no palácio do rei Assuero, descobrisse uma conspiração contra o monarca e</p><p>isto ficasse registrado, como circunstâncias concatenadas fizeram com que, em vez da querida e desejada</p><p>morte de Mardoqueu por parte de Hamã, que, inclusive, mandara fazer uma forca, Mardoqueu fosse exaltado</p><p>às custas do próprio Hamã e, posteriormente, acabasse sendo enforcado na própria forca que mandara fazer.</p><p>- O livro de Ester, assim como Rute, faz parte dos "Ketuvim", ou seja, “os outros escritos”, que é a terceira</p><p>parte do cânon judaico, que o Senhor Jesus denomina de “salmos” (Lc.24:44), por serem os Salmos o primeiro</p><p>livro deste grupo na disposição dos livros na chamada “Bíblia hebraica”.</p><p>3º Trim. de 2024: O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos</p><p>divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração</p><p>Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br</p><p>Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do Ensino Bíblico – Banco</p><p>do Brasil Ag. 1815-5 c/c 135720-4 – CNPJ 05.693.826-0001-05 (PIX)</p><p>- Aliás, as Escrituras hebraicas são conhecidas como “TANAKH”, acróstico de “Torá” (lei), Neviim (profetas)</p><p>e “Ketuvim” (escritos).</p><p>- Por ter conteúdo narrativo, quando da tradução das Escrituras hebraicas para o grego, por ordem do rei</p><p>do Egito, Ptolomeu II Filadelfo, segundo rei do Egito após a divisão do império de Alexandre, o Grande, que</p><p>reinou de 281 a 262 a.C., reino que ficara com o poder político sobre os judeus de Israel, foi considerado</p><p>como livro histórico pelos estudiosos da Bíblia e posto como o último dos livros deste grupo,</p><p>precisamente porque os fatos nele narrados são os mais recentes entre todos eles.</p><p>- Com efeito, o livro de Ester ocorreu durante o domínio persa, que é o segundo império mundial que</p><p>subjugou os judeus, depois do cativeiro da Babilônia, pois, a partir do cativeiro, os judeus iriam ser servos de</p><p>estrangeiros em sua própria terra (Ne.9:36).</p><p>- Seu nome hebraico é "Ester", o nome, provavelmente persa, dado à judia Hadassa, quando se tornou rainha</p><p>da Pérsia, após a destituição de Vasti (Et.2:7).</p><p>- "Ester" significa "estrela" e pode estar relacionada à divindade babilônica "Ishtar", no grego "Aster",</p><p>como alegam alguns "targumim", ou seja, comentários das Escrituras escritos pelos doutores da lei.</p><p>- O livro de Ester foi o último a ser admitido como canônico, isto é, inspirado por Deus, pelos mestres</p><p>judeus.</p><p>- O fato de não ter sido escrito na terra de Israel e a circunstância de nele não estar registrado o nome</p><p>de Deus foram fatores que colocaram em dúvida a sua canonicidade entre os judeus.</p><p>- No concílio de Jamnia, ocorrido em 96 e 118, por volta de as maiores discussões giraram em torno do livro</p><p>de Ester, que acabou sendo admitido como canônico. Isto explica, aliás, porque, nos manuscritos do Mar</p><p>Morto não foi encontrado nenhum fragmento deste livro, a indicar que os essênios não o aceitavam.</p><p>- O livro de Ester, assim como Rute, é um dos "Cinco Rolos" (os "Hamesh Meguillot"), que são os livros</p><p>lidos pelos judeus em suas festividades.</p><p>- O livro de Ester é lido solenemente na festa de Purim, cuja origem, aliás, é explicada no próprio livro.</p><p>Aliás, o livro de Ester é conhecido como "Meguillah", ou seja, o rolo, exatamente porque é lido solenemente</p><p>nessa festa.</p><p>- A festa de Purim ocorre no mês de Adar, que é o último mês do ano judaico não-bissexto (Et.9:21), lembrando</p><p>que, nos anos bissextos, no calendário judaico, chamados de “anos embolísticos”, é acrescentado um décimo</p><p>terceiro mês, chamado “Adar Rishon”, se tiver 30 dias ou “Adar Sheni”, se tiver 29 dias.</p><p>- Por ser a última festa do calendário judaico, Ester é o último livro do subgrupo dos “Cinco Rolos” entre os</p><p>“Ketuvim”, que é o segundo subgrupo destes livros, já que se puseram estes livros na sequência das</p><p>festividades durante o ano.</p><p>- Diante disto, na disposição judaica dos livros, Ester ocupa a 21ª posição, tornando-se a 19ª posição</p><p>quando se adota o entendimento que era, inclusive, seguido pelo historiador judeu Flávio Josefo de que</p><p>cada livro da Tanakh deveria corresponder a uma letra do alfabeto hebraico e, por isso, juntaram o livro</p><p>de Josué com o de Juízes, como também o livro de Samuel com o de Reis, para que houvesse 22 livros e não</p><p>24.</p><p>3º Trim. de 2024: O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos</p><p>divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração</p><p>Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br</p><p>Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do Ensino Bíblico – Banco</p><p>do Brasil Ag. 1815-5 c/c 135720-4 – CNPJ 05.693.826-0001-05 (PIX)</p><p>- Dentro desta linha de pensamento, o livro de Ester estaria associado à letra “Qof” ( ק), cujo significado é o</p><p>de “parte traseira da cabeça”, ou “buraco da agulha” e, também, “macaco”, como também “círculo, dar a</p><p>volta”. Costuma-se associar esta letra ao “clamor”, pois a palavra clamar, em hebraico, começa com esta letra.</p><p>- O livro de Ester, realmente, narra o clamor do povo judeu a Deus para que não fosse destruído e como o</p><p>Senhor, no absoluto controle de todas as coisas, ouviu este clamor e preservou o povo de Israel, a única nação</p><p>que se mantém preservada desde a Antiguidade até os dias de hoje.</p><p>- Já na disposição da Septuaginta,</p><p>adotada pelos cristãos, Ester ocupa a 17ª posição, o último dos livros</p><p>históricos, o que corresponderia à letra hebraica “pey” (פ), cujo significado é “boca”, o que, também, nos traz</p><p>esta ideia de fala, de pedido, de súplica.</p><p>- Outra dificuldade para se aceitar Ester foi a ausência de documentos que permitam identificar, com</p><p>exatidão, quem teria sido Assuero, o rei persa mencionado no livro. Também não se encontraram registros</p><p>a respeito dos fatos mencionados no livro, o que levaram alguns 'críticos' a considerar, precipitadamente, que</p><p>o livro seria um romance de ficção, elaborado para incentivar o sentimento nacionalista judeu.</p><p>- Entretanto, tais pensamentos não podem ser acolhidos. Como afirma Nathan Ausubel, "… Para o leitor leigo,</p><p>parece pouco plausível que o povo judeu, logo após o pretenso acontecimento histórico de sua libertação</p><p>nacional, tivesse desejado iniciar uma comemoração destas se se tratasse tão-somente de produto da</p><p>imaginação! A tradição entre os judeus sempre foi escrupulosamente preservada na memória nacional. Em</p><p>consequência, a lembrança popular judaica é, de certa forma, um 'registro histórico' difícil de ser falsificado.</p><p>Quaisquer que sejam os enfeites folclóricos superpostos à narrativa de Ester, a probabilidade razoável é que a</p><p>oportuna desarticulação de uma conspiração para exterminar o povo judeu tenha sido um fato histórico</p><p>verdadeiro. Por essa razão mesmo ela era comemorada pelos judeus com ruidosas celebrações. Antes de se</p><p>afirmar, com segurança, que a narrativa deriva totalmente de fantasia, deve-se ter em mente que em 1870,</p><p>quando quase todo o mundo de entendidos e estudioso da Grécia acreditava piamente que a Ilíada de Homero</p><p>fosse uma saga puramente mítica, a cidade de Troia foi desencavada da terra por Henrich Schliemann no</p><p>próprio lugar indicado por Homero, em Ilium! …" (Purim. In: JUDAICA, v.6, p.691-2).</p><p>- Aliás, o fato de ter sido acolhida pela comunidade judaica em todo o mundo a festividade de Purim,</p><p>festa inexistente até o cativeiro da Babilônia, é uma demonstração da veracidade do livro de Ester, pois</p><p>os judeus eram e são extremamente escrupulosos quanto a seu calendário festivo e somente aceitariam a</p><p>inclusão de uma nova comemoração além das estabelecidas pela lei de Moisés se tivesse havido um evento de</p><p>proporções gigantescas, como é o narrado no livro de Ester.</p><p>- A circunstância de Purim ter passado a integrar o calendário judaico é que confirma a própria canonicidade</p><p>do livro e o reconhecimento da intervenção divina em toda a trama, ainda que Seu nome não esteja expresso</p><p>no livro.</p><p>- Temos, ainda, o testemunho de Flávio Josefo, ele próprio um sacerdote, que, ao mencionar os livros divinos,</p><p>diz que eram vinte e dois (isto porque considerava Josué e Juízes como um livro e Samuel e Reis como outro),</p><p>dizendo que os livros escritos até o tempo de Artaxerxes assim deveriam ser considerados, o que faz com que</p><p>considere ele o livro de Ester como autoritário.</p><p>- Veja o que diz Josefo: “…Temos somente vinte e dois que compreendem tudo o que se passou, e que se</p><p>referem a nós, desde o começo do mundo até agora, e aos quais somos obrigados a prestar fé. Cinco são de</p><p>Moisés, que refere tudo o que aconteceu até sua morte, durante perto de três mil anos e a sequência dos</p><p>descendentes de Adão. Os profetas que sucederam a esse admirável legislador escreveram, em treze outros</p><p>livros, tudo o que se passou depois de sua morte até o reinado de Artaxerxes, filho de Xerxes, rei dos persas,</p><p>e os quatro outros livros contêm hinos e cânticos feitos em louvor de Deus e preceitos para os costumes.</p><p>Escreveu-se também tudo o que se passou desde Artaxerxes até os nossos dias, mas como não se teve, como</p><p>antes, uma sequência de profetas não se lhes dá o mesmo crédito, que aos outros livros, de que acabo de falar</p><p>3º Trim. de 2024: O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos</p><p>divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração</p><p>Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br</p><p>Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do Ensino Bíblico – Banco</p><p>do Brasil Ag. 1815-5 c/c 135720-4 – CNPJ 05.693.826-0001-05 (PIX)</p><p>e pelos quais temos tal respeito, que ninguém jamais foi tão atrevido para tentar tirar ou acrescentar, ou mesmo</p><p>modificar-lhes a mínima coisa. Nós os consideramos como divinos, chamamo-los assim; fazemos profissão</p><p>de observá-los inviolavelmente e morrer com alegria, se for necessário, para prová-lo.…” (Resposta de Flávio</p><p>Josefo a Ápio, cap.2. In: História dos hebreus. Trad. Vicente Pedroso. v.3, p.216).</p><p>- Muito se discute a data quando os fatos ocorreram, isto porque o rei da Pérsia é identificado apenas como</p><p>“Assuero”, que é um título, assim como “Faraó”, de forma que não se tem a identidade clara do monarca.</p><p>- O texto bíblico diz que este rei governava sobre cento e vinte províncias desde a Índia até a Etiópia</p><p>(Et.1:1). Tais dados permitem-nos verificar que estamos na época do apogeu do império persa, em que</p><p>alcançou a sua máxima extensão.</p><p>- Ora, esta extensão foi alcançada nos reinados de Dario I e de seu filho Xerxes I. Aliás, Dario I foi quem</p><p>estabeleceu a fortaleza de Susã como uma das capitais do reino, onde ocorreram os fatos noticiados no livro</p><p>de Ester (Et.1:2), o que reforça a ideia de que foi neste tempo que se deram os acontecimentos.</p><p>- Dario é mencionado no livro de Esdras, como sendo aquele que permitiu o reinício da reconstrução do templo</p><p>de Jerusalém (Ed.6:1-12), de modo que não seria ele o rei do livro de Ester, que foi indicado tão somente pelo</p><p>título.</p><p>- A narrativa do livro mostra Susã como estando bem estruturada para receber o rei, a ponto de ter sido</p><p>escolhida como o palco para uma festividade de cento e oitenta dias para mostrar o esplendor de seu reino, o</p><p>que nos mostra, claramente, que se tratava não do monarca que tornou Susã capital, mas, sim, de alguém que</p><p>já estivesse com a situação bem estabelecida, “in casu”, um sucessor de Dario I.</p><p>- Tudo indica, pois, que o rei mencionado no livro de Ester é o filho de Dario, Xerxes I, que reinou entre</p><p>485 e 464 a.C., o que faz com que os acontecimentos narrados estejam cronologicamente entre os</p><p>capítulos 6 e 7 do livro de Esdras.</p><p>- Algumas versões da Bíblia, como, por exemplo, a Nova Versão Internacional, nominam Xerxes como o rei,</p><p>traduzindo o original “Assuero” pelo nome do monarca. A referida versão tem uma nota, em Et.,1:1, que ora</p><p>se transcreve: “Hebraico: Assuero, variante do nome persa Xerxes”.</p><p>- Oportuno aqui consignar que não se deve confundir o rei persa do livro de Ester com o Assuero mencionado</p><p>em Ed.4:6, que, evidentemente, é outro monarca, pois é antecessor de Dario I, que, como já dissemos, foi</p><p>quem estabeleceu Susã como uma das capitais do império persa.</p><p>- “Assuero”, como dissemos, é um título e o rei em questão é, na verdade, Cambises II, que reinou entre 530</p><p>e 522 a.C., filho de Ciro, o rei que permitira o retorno dos judeus do cativeiro e a reconstrução do templo em</p><p>Jerusalém (II Cr.36:23; Ed.1:1), que foi embargada por este “Assuero”.</p><p>- O texto de Esdras, em seguida, diz que Dario I, o rei seguinte, avalizou o reinício dos trabalhos de</p><p>reconstrução do templo, a mostrar, portanto, que não se trata do mesmo “Assuero” do livro de Ester.</p><p>- AUTORIA E ESTRUTURA DO LIVRO DE ESTER</p><p>- No livro de Ester não temos a indicação de quem teria sido seu autor. A tradição judaica diz que seu</p><p>autor foi Mardoqueu, o primo e pai adotivo de Ester, cujo material teria sido recolhido e organizado</p><p>pelos chamados “homens da Grande Assembleia”, grupo que teria sido instituído por Esdras e Neemias,</p><p>para preservarem o ensino da lei entre os israelitas, sendo chamados de “grandes”, porque “...eles, de fato,</p><p>reinstalaram a Torá no lugar que a ela correspondia na vida do povo. Eles lograram isso promulgando diversas</p><p>tacanót (decretos rabínicos)</p><p>referentes ao serviço religioso, a leitura pública da Torá, observações adicionais</p><p>durante o Shabat e muitas outras (…) membros da Grande Assembleia (às vezes também chamados soferim</p><p>3º Trim. de 2024: O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos</p><p>divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração</p><p>Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br</p><p>Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do Ensino Bíblico – Banco</p><p>do Brasil Ag. 1815-5 c/c 135720-4 – CNPJ 05.693.826-0001-05 (PIX)</p><p>– escribas) …” (BUNIM, Irving M. A ética do Sinai: ensinamentos dos sábios do Talmud. Trad. Dagoberto</p><p>Mensch. 2. ed.São Paulo: Sêfer,2001, p.16).</p><p>- Segundo o Talmude, o segundo livro sagrado do judaísmo, em seu tratado Baba Bathra 14b, os homens da</p><p>Grande Assembleia teriam compilado alguns dos livros dos “Ketuvim”. Eis o que diz o texto do Talmude:</p><p>“…Os membros da Grande Assembleia escreveram o seguinte, e um mnemônico para lembrar esses livros é</p><p>kuf , freira , dalet , gimmel : Ezequiel [ Yeḥezkel ], e os Doze Profetas [ Sheneim Asar ], Daniel [ Daniel ], e</p><p>o Pergaminho de Ester [ Meguilat Ester ]. …” (Disponível em:</p><p>https://www.sefaria.org/Bava_Batra.15a.2?lang=bi&with=all&lang2=en Acesso em 06 jun. 2024 tradução</p><p>pelo Google de texto em inglês).</p><p>- A ideia de que a autoria seria de Mardoqueu faz sentido, porquanto o texto sagrado diz que Mardoqueu</p><p>escreveu “essas coisas”, inclusive disciplinando a festa de Purim (Et.9:20), a nos revelar, portanto, que se</p><p>tratava de alguém que fazia uso da escrita.</p><p>- Segundo Finis Jenings Dake (1902-1987), o livro de Ester tem 10 capítulos, 167 versículos, 11 ordens,</p><p>21 perguntas, 1 profecia (6:13), nenhuma promessa e nenhuma mensagem específica de Deus.</p><p>- O livro de Ester, que tem 10 capítulos, pode ser dividido em quatro partes, a saber:</p><p>a) 1ª parte - a rejeição da rainha Vasti - Et.1</p><p>b) 2ª parte - a constituição de Ester como rainha - Et.2</p><p>c) 3ª parte - a conspiração de Hamã - Et.3-4</p><p>d) 4ª parte - o livramento divino do povo judeu - Et.5-10.</p><p>- Não nos esqueçamos, aqui, de mencionar que a Bíblia católico-romana fez adições ao livro de Ester, um</p><p>total de 107 versículos.</p><p>- Estas adições, na Versão do Padre Antonio Pereira de Figueiredo e da de Matos Soares, assim como na</p><p>Vulgata, vêm a partir de Et.10:3, com uma consideração de Jerônimo (347-420), que foi o tradutor das</p><p>Escrituras para o latim (a Vulgata), que ora transcrevemos: “Traduzi com toda a fidelidade o que se encontrava</p><p>no hebraico. Mas o que se segue, achei-o escrito na edição Vulgata, como se contém nos exemplares gregos.</p><p>Todavia, no final do livro esta posto este capítulo, o qual, segundo o nosso costume, notamos como um</p><p>óbelo…” (BÍBLIA SAGRADA. Tradução da Vulgata pelo Pe. Matos Soares. São Paulo: Paulinas, 1982,</p><p>p.516).</p><p>- Como se percebe, ao traduzir estes acréscimos para o latim, o próprio Jerônimo os põe em dúvida, pois</p><p>disse que os anotou com um óbelo. O que é obelo? Marca (sinal de menos, de dividir, seta ou agulha piramidal)</p><p>que um copista medieval usava para sinalizar nos antigos manuscritos um trecho duvidoso ou interpolado,</p><p>para futuro reexame ou correção.</p><p>- Eis porque as versões mais antigas da Bíblia Católica põem estes acréscimos como um apêndice ao livro</p><p>de Ester, a partir de Et.10:3. As versões mais novas, entretanto, resolveram interpolar os acréscimos,</p><p>misturando-os com o texto admitido pelos judeus, conforme a sequência dos fatos, já que os acréscimos fazem</p><p>alusão aos acontecimentos, ainda que busque distingui-los.</p><p>- Estas versões modernas assim dispõem os acréscimos: um trecho que antecede Et.1:1 (Et.1a-1q); um</p><p>trecho que segue a Et.3:13 (Et.3:13a-13g); um trecho que segue Et.4:17 (Et.4:17a-17y); outro que é colocado</p><p>entre Et.5:1 e Et.5:2 (Et.5:1a-1f); outro, entre Et.5:2 e 5:3 (Et.5:2a-2b), que entre Et.8:12 e 8:13 (Et.8:12a-</p><p>12u) e, por fim, o que se segue a Et.10:3 (Et.10:3a-3k), num total de sete adições.</p><p>- Estas adições nunca foram aceitas pelos judeus e, como sabemos, é dele a adoção de filhos, e a glória, e</p><p>os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas, dos quais são os pais (Rm.9:4,5). No seu desígnio preservador</p><p>3º Trim. de 2024: O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos</p><p>divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração</p><p>Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br</p><p>Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do Ensino Bíblico – Banco</p><p>do Brasil Ag. 1815-5 c/c 135720-4 – CNPJ 05.693.826-0001-05 (PIX)</p><p>da integridade da revelação ao homem por meio das Escrituras, Deus dotou os israelitas do necessário</p><p>discernimento espiritual para discriminar os textos autoritários dos apócrifos.</p><p>- Desta maneira, já pelo fato de os judeus não aceitarem estes acréscimos ao livro de Ester, devem ser eles</p><p>rejeitados por nós.</p><p>- De qualquer modo, vamos analisar uma a uma estas adições e verificar-lhe sua autoridade.</p><p>- Na primeira destas adições temos, na primeira parte, a descrição de um sonho de Mardoqueu (Et.1:1a-</p><p>1k ou Et.11), que, aliás, antecede, nas versões modernas, o próprio início do texto adotado pelos judeus, o que</p><p>já é estranho, pois nenhum livro narrativo das Escrituras começa com um sonho, o que já desmerece tal</p><p>acréscimo.</p><p>- Este mesmo sonho é lembrado por Mardoqueu em outra adição ao livro (Et.10:3a-3j ou Et.10:4-13).</p><p>- Cumpre observar que, no texto da Vulgata, é elucidativo o texto de Et.11:1, “in verbis”: No quarto ano,</p><p>reinando Ptolomeu e Cleópatra, Dositeu, que se dizia sacerdote e da linhagem de Levi, e Ptolomeu, seu filho,</p><p>trouxeram esta carta a respeito dos Purim, que disseram ter sido traduzida por Jerusalém por Lisímaco, filho</p><p>de Ptolomeu”. Na Versão Matos Soares, após este versículo consta a seguinte informação: “Este princípio</p><p>estava também na edição Vulgata, o qual não se encontra nem no hebraico, nem tampouco em algum dos</p><p>intérpretes” (BÍBLIA SAGRADA. Tradução da Vulgata pelo pe. Matos Soares. São Paulo: Paulinas, 1982,</p><p>p.516).</p><p>- Ora, Jerônimo, que já havia posto sob suspeita estes acréscimos de Ester, com relação ao “sonho de</p><p>Mardoqueu”, quis deixar consignado que este texto havia sido trazido como uma carta encontrada em</p><p>Jerusalém e que havia sido traduzida para o grego, tendo, então, sob esta condição, sido utilizada para a</p><p>elaboração da Septuaginta.</p><p>- Tudo indica, portanto, que se trata de texto que não pode, em absoluto, ser considerado inspirado, a uma,</p><p>porque não fazia parte do livro de Ester, mas era uma carta à parte; a duas, porque o livro de Ester não foi</p><p>escrito em Jerusalém, podendo, no máximo, ali ter sido compilado, como diz a tradução judaica, mas, ao fazê-</p><p>lo, os homens da Grande Assembleia não teriam considerado esta carta, por ser um texto separado dos escritos</p><p>compilados. Este “versículo” não é reproduzido nas versões modernas.</p><p>- A segunda parte da primeira adição (Et.1-1l-1q ou Et.12) fala de uma conspiração contra o rei da</p><p>Pérsia por parte dos eunucos Bagatã e Tares, que Mardoqueu descobriu e delatou ao monarca, que torturou</p><p>os dois, que confessaram seus crimes, tendo sido levados ao suplício, mandando o rei que Mardoqueu fosse</p><p>gratificado com presentes e o fato fosse registrado nas memórias reais.</p><p>- Nitidamente vemos que esta narrativa é baseada no texto de Et.2:21-23, quando é mencionado que</p><p>Mardoqueu teve conhecimento de uma conspiração contra o rei, promovida por Bagatã e Tares, comunicou o</p><p>fato à rainha Ester, que o disse a Assuero que, após investigar os fatos, mandou-os à forca, mandando registrar</p><p>isto em suas memórias.</p><p>- Ora, tem-se nitidamente que a referida adição é inverídica. Primeiro, porque contradiz a narrativa seguinte</p><p>do livro que fala da conspiração de Bagatã e Tares. Pode alguém argumentar que podem ter sido duas</p><p>conspirações. Impossível, porém, tal hipótese. Senão vejamos.</p><p>- Se fossem duas as conspirações, como explicar que, depois de terem sido descobertos como traidores,</p><p>levados ao suplício, voltassem Bagatã e Tares a ocupar os mesmos postos de confiança no reino? Como</p><p>explicar, ainda, que não tivessem sido eles mortos, após ter se descoberto a primeira conspiração, se foi esta</p><p>a pena aplicada na suposta segunda conspiração?</p><p>3º Trim. de 2024: O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos</p><p>divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração</p><p>Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br</p><p>Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do Ensino Bíblico – Banco</p><p>do Brasil Ag. 1815-5 c/c 135720-4 – CNPJ 05.693.826-0001-05 (PIX)</p><p>- É de se verificar que, segundo a adição, foi Mardoqueu quem delatou o caso ao rei, até porque, nesta época,</p><p>Ester ainda não seria rainha, o que, também, é um contrassenso, pois se Mardoqueu tivesse acesso ao rei, não</p><p>teria pedido a Ester, na suposta segunda conspiração, que falasse com o rei, nem tampouco que Ester</p><p>intercedesse pelo povo quando Hamã decidiu destruir os judeus.</p><p>- Por fim, segundo a adição, Mardoqueu teria sido gratificado por esta delação, mas sabemos que não foi o</p><p>que ocorreu, tanto que foi fundamental não ter sido gratificado na verdadeira conspiração, que é a narrada no</p><p>texto autoritário, para que a Divina Providência agisse em favor dos judeus, retirando o sono de Assuero para</p><p>que ele mandasse ler os registros de suas memórias e, assim, resolvesse gratificar Mardoqueu.</p><p>- Esta parte da primeira adição, portanto, é espúria e não pode, mesmo, ser aceita.</p><p>- A segunda adição (Et.3:13a-13g ou Et.13:1-7) diz respeito a uma carta que teria sido escrita por Hamã</p><p>contra os judeus. Na Versão Matos Soares, existe a seguinte observação: “o que somente encontramos na</p><p>edição Vulgata”, ou seja, este texto nem sequer faz parte da Septuaginta, o que já é suficiente para descartá-</p><p>lo.</p><p>- Como se não bastasse isso, também na Versão Matos Soares, entre Et.13:7 e Et. 13:8, consta o seguinte texto</p><p>de Jerônimo: “Até aqui a cópia da carta. O que se segue, encontrei-o escrito depois daquele lugar, onde se lê:</p><p>‘E foi Mardoqueu e fez tudo o que Ester lhe tinha mandado’. Mas isto não se encontrava no texto hebraico,</p><p>nem é referido por inteiro por nenhum dos intérpretes?” (op.cit., p.517)., O texto é autoexplicativo e mostra</p><p>como não se pode considerá-lo como texto inspirado.</p><p>- A terceira adição (Et.4:17a-17i ou Et.13:8-18) é uma oração de Mardoqueu, que teria sido feita por ele</p><p>após receber o recado de Ester de que ela estaria a orar e jejuar por três dias para ir à presença de Assuero e</p><p>que os judeus em Susã também deveriam fazê-lo (Et.3:15,16).</p><p>- Por primeiro, devemos lembrar que não são muitas as orações que são registradas nas Escrituras, o que já</p><p>cria uma suspeita quanto a esta adição.</p><p>- Por segundo, evidentemente, em registro de orações, há a menção do nome de Deus e, deste modo, esta</p><p>adição, conforme já vimos, destoa completamente do propósito do livro, que é o de mostrar a Divina</p><p>Providência, sem referência direta ao Senhor, o que torna desarrazoado tal registro no livro de Ester.</p><p>- Mas não é só! É evidente que tanto Mardoqueu quanto os judeus, além de Ester, oraram, ainda que o texto</p><p>diga que Ester tenha pedido para que eles jejuassem, pois o jejum é um reforço à oração, mas a ênfase dada</p><p>ao jejum também torna ainda mais improvável o registro da oração.</p><p>- Por tais razões, vê-se que também esta adição não deve ser aceita, destoante que é do propósito e da própria</p><p>narrativa do livro.</p><p>- A quarta adição (Et.5:1a-1f ou Et.14) é a oração de Ester. O trecho começa descrevendo como Ester se</p><p>vestiu de um traje de pranto para iniciar o jejum e registra a sua oração.</p><p>- Aqui temos as mesmas objeções do trecho anterior, ou seja, a de que não é comum o registro de orações no</p><p>texto bíblico e de que não é propósito do livro a menção do nome de Deus que, inevitavelmente se registra</p><p>quando se narra o teor de uma oração.</p><p>- A quinta adição (Et.5:1a-1f ou Et.15) traz pormenores de como teria sido a apresentação de Ester a</p><p>Assuero, depois dos três dias de jejum.</p><p>- Este texto, na Versão Matos Soares, é introduzido pela seguinte declaração de Jerônimo: “Também encontrei</p><p>estas adições na edição Vulgata” (op.cit., p.543). Tem-se aqui, mais uma vez, que se trata de texto de</p><p>3º Trim. de 2024: O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos</p><p>divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração</p><p>Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br</p><p>Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do Ensino Bíblico – Banco</p><p>do Brasil Ag. 1815-5 c/c 135720-4 – CNPJ 05.693.826-0001-05 (PIX)</p><p>autenticidade duvidosa e que não fazia parte do texto original do livro de Ester. Antes de Et.15:4, temos</p><p>também outra observação do tradutor: “E também encontrei o que se segue”.</p><p>- Este primeiro trecho (Et.15:1-3) contém a narrativa de ordem dada a Mardoqueu a Ester para que se</p><p>apresentasse ao rei. Trata-se de texto que é contraditório com o que consta no texto inspirado de Ester.</p><p>- Advertida por Mardoqueu que deveria fazer algo em prol de seu povo, Ester decide se apresentar ao rei e é</p><p>ela quem manda a Mardoqueu que jejuasse, ele e os judeus, durante três dias, pois ela o faria antes de se</p><p>apresentar ao rei (Et.4:15-17).</p><p>- Assim, não tem sentido a afirmação de que, passados os três dias, Mardoqueu tenha mandado Ester se</p><p>apresentar ao monarca, como está neste acréscimo.</p><p>- Além do mais, o contato entre Mardoqueu e Ester se fez através de Hataque, pois não podia haver</p><p>comunicação direta entre os dois, uma vez que Ester jamais declinara a sua nacionalidade, por ordem de seu</p><p>primo e pai adotivo, e, no trecho espúrio ora analisado não se faz menção a este intermediário ou a algum</p><p>outro, como se houvesse comunicação direta entre eles, o que não é o caso.</p><p>- No trecho seguinte (Et.15:4-18), há a menção ao nome de Deus, não numa oração, mas a afirmação de que</p><p>Ester teria invocado a Deus, o que faz com que se tenha, como já se disse, mais um elemento para dizer que</p><p>não se trata de texto compatível com o livro inspirado de Ester.</p><p>- Neste trecho, aliás, quando se descreve o encontro de Ester com Assuero, é dito que a rainha desmaiou. Ora,</p><p>esta afirmação discrepa totalmente do texto inspirado, que diz que, após ter jejuado, Ester pôs as vestes reais</p><p>e se apresentou ao rei.</p><p>- Esta menção de desmaio, que se justificaria pelo jejum, não faz o menor sentido. Por que Ester teria</p><p>desmaiado e não Mardoqueu, que também jejuou três dias e era bem mais velho?</p><p>- Não nos esqueçamos que o fato de Ester ter posto as vestes reais e se apresentar formosa ao rei está</p><p>plenamente de acordo com o modo de jejum agradável a Deus, que, como dizem os profetas e o próprio Jesus,</p><p>é completamente avesso à demonstração aparente do jejum para fins de gerar admiração, dó ou piedade alheia.</p><p>- Tem-se, portanto, aqui, também, razões sobejas para não se aceitar tal adição.</p><p>- A sexta adição (Et.8:12a-12u ou Et.16) contém a cópia que o rei da Pérsia teria mandado a todos seus</p><p>súditos em favor dos judeus, atendendo ao pedido de Ester para evitar a destruição do povo anteriormente</p><p>ordenada por Hamã.</p><p>- Na Versão Matos Soares, antes deste trecho, tem-se a seguinte afirmação de Jerônimo: “cópia da carta que</p><p>o rei Artaxerxes enviou a todas as províncias do reino a favor dos judeus, a qual também não se encontra no</p><p>texto hebraico” (op.cit., p.544).</p><p>- A afirmação de Jerônimo já bastaria para descartar tal carta, uma vez que é expressamente dito que tal carta</p><p>não consta do “texto hebraico”, ou seja, do livro inspirado de Ester.</p><p>- Mas não é só! A carta já começa chamando o rei de “Artaxerxes”. Ainda que há estudiosos que entendam</p><p>que “Artaxerxes” seja, a exemplo de “Assuero”,</p><p>um título dado aos reis da Pérsia, o fato é que o livro de Ester</p><p>se utiliza da expressão “Assuero”, não fazendo sentido, pois, que este trecho, se pertencesse ao livro,</p><p>denominasse o rei de forma diversa, o que já mostra que não se trata de texto que integre o livro inspirado de</p><p>Ester.</p><p>- Verdade é que as versões mais modernas trocam “Artaxerxes” por “Assuero”, como a Bíblia de Jerusalém,</p><p>mas, no texto encontrado por Jerônimo, constava “Artaxerxes”.</p><p>3º Trim. de 2024: O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos</p><p>divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração</p><p>Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br</p><p>Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do Ensino Bíblico – Banco</p><p>do Brasil Ag. 1815-5 c/c 135720-4 – CNPJ 05.693.826-0001-05 (PIX)</p><p>- Ademais, no texto da carta também se faz menção do nome de Deus (Et.16:4 ou 8:**), a discrepar do</p><p>propósito do livro, como já dito antes, mas, e isto também é relevante, de forma muito distinta das menções</p><p>feitas a Deus em trechos de outros atos dos reis persas como se vê nos livros de II Crônicas, Esdras e Neemias,</p><p>onde, via de regra, é identificado o Senhor como “o Deus dos céus”, o que bem se explica diante da religião</p><p>persa, que acreditava haver “dois deuses”, um “do bem” e outro “do mal”.</p><p>- Assim, também por esta circunstância, tem-se que esta carta não pode ser aceita, porque discrepa do que se</p><p>contém no restante das Escrituras.</p><p>- A sétima adição (Et.10:3a-3k ou Et.10:4-13) é a lembrança do sonho por Mardoqueu. Se o sonho já foi posto</p><p>sob suspeita, que dirá a sua lembrança. No entanto, as primeiras palavras desta adição já a explicam por si só,</p><p>a saber, na versão Matos Soares: “E Mardoqueu disse: Deus é quem fez isto”.</p><p>- Ora esta afirmação contraria todo o propósito do livro de Ester, que não faz menção do nome de Deus</p><p>exatamente para mostrar-Lhe a Providência. Seria, pois, só o início deste trecho uma completa contradição, o</p><p>que basta para descartá-lo.</p><p>- Mas, além desta relevante circunstância, tem-se que um dos motivos que levou o livro de Ester a ter</p><p>resistência na sua aceitação foi o fato de que nele não se menciona uma vez sequer o nome de Deus.</p><p>- Pois bem, se verificados os acréscimos constantes da Septuaginta do livro de Ester, veremos que, em pelo</p><p>menos uma das adições, em Et.4:17a-17i ou Et.13:8-15, que seria uma oração de Mardoqueu, temos a menção</p><p>a “Senhor” por quatro vezes e a “Deus” por duas vezes.</p><p>- Vejamos os versículos com tais menções, utilizando da Versão Mattos Soares:</p><p>“Mardoqueu disse: Deus é quem fez isto” (Et.10:4 ou Et.10:3a)</p><p>“Mardoqueu fez oração ao Senhor, recordando todas as Suas obras, e disse: Senhor, Senhor, rei onipotente,</p><p>no Teu poder estão postas todas as coisas e não há quem possa resistir à Tua vontade se determinaste salvar</p><p>Israel” (Et.13:8,9 ou Et.4:17a,17b).</p><p>“Tu fizeste o céu e a terra e tudo quanto se contém no âmbito do céu. Tu és o Senhor de todas as coisas e não</p><p>há quem resista à Tua majestade.” (Et.13:10,11 ou 4:17c).</p><p>“mas temi transladar para um homem a honra devida ao meu Deus e adorar algum outro que não fosse o meu</p><p>Deus” (Et.13:14 ou 4:17e)</p><p>“Agora, Tu, ó Senhor Rei, Deus de Abraão, tem misericórdia de teu povo, porque os nossos inimigos querem</p><p>acabar e destruir a Tua herança” (Et.13:15 ou 4:17f)</p><p>“Ouve os meus rogos, e mostra-Te propício à Tua parte e herança, muda o nosso pranto em gozo, para que,</p><p>vivendo, louvemos, Senhor, o Teu nome e não feches a boca dos que Te louvam” (Et.13:17 ou 4:17h).</p><p>- Ora, como se pode aceitar um trecho que menciona o nome de Deus se todos são unânimes em afirmar que</p><p>o livro de Ester não faz tal menção e que, por causa disto, se tenha até discutido a inspiração do livro?</p><p>- Embora o nome de Deus não seja mencionado expressamente no livro de Ester, faz-se a Ele referência</p><p>indireta em Et.4:14, quando se afirma que "socorro e livramento doutra parte virá para os judeus (…) e quem</p><p>sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino? ".</p><p>3º Trim. de 2024: O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos</p><p>divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração</p><p>Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br</p><p>Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do Ensino Bíblico – Banco</p><p>do Brasil Ag. 1815-5 c/c 135720-4 – CNPJ 05.693.826-0001-05 (PIX)</p><p>- Neste texto, percebe-se, claramente, que a ausência do nome de Deus em nada retira, no livro de Ester, a</p><p>concepção de que é o Senhor, Aquele que zela pelo Seu povo e que tudo controla para a preservação de Suas</p><p>promessas e compromissos.</p><p>- Como afirma o pastor australiano J. Sidlow Baxter (1903-1999), mencionado por Richard Amiel McGough:</p><p>“… O propósito deste livro é demonstrar o cuidado providencial de Deus sobre o Seu povo. É vital ver isto,</p><p>pois aí repousa o significado vivo e o valor permanente do livro (…). É isto que explica porque não se faz</p><p>menção do nome de Deus no livro de Ester. Esta não-menção do nome de Deus na história tem sido um</p><p>problema para muitos. Martinho Lutero, em um de seus ocasionais lapsos de autocontenção, chegou a dizer</p><p>que preferiria que o livro não tivesse existido! Outros contestaram seu direito a constar do cânon. Entretanto</p><p>certamente encontrar um problema nesta não-menção de Deus é desconsiderar que acima de tudo o mais o</p><p>que nós pretendemos ver. Dizemo-lo reverentemente, ainda que sem a mínima hesitação, que se Deus tivesse</p><p>sido especificadamente mencionado na história ou, ainda mais, se a história tivesse sido especificadamente</p><p>explicada, em muitas palavras, que era Deus que estava realizando todos aqueles acontecimentos que são</p><p>lembrados, a força dramática e o impacto moral da história teriam sido reduzidos; acima de tudo, somos</p><p>levados a ver no desenrolar natural dos acontecimentos, como, sem violar o livre-arbítrio humano e sem</p><p>interromper a sequência ordinária dos negócios humanos um Poder escondido insuspeito mas infalível</p><p>controla todas as coisas. Deve haver outras razões pelas quais o autor anônimo omitiu qualquer referência</p><p>direta a Deus (…) mas acreditamos que a principal razão para tanto é enfatizar a ação invisível de Deus na</p><p>Providência...” (Explore the Book; a basic and broadly interpretative course of Bible studay from Genesis to</p><p>Revelation. Zondervan Publishin House, 1960, v.1, p.259 apud MCGOUGH, Richard Amiel. The Bible</p><p>Wheel: a revelation of the Divine Unity of the Holy Bible, pp.307-8. Disponível em:</p><p>https://www.murraymoerman.com/1christ/scripture/BibleWheel.pdf Acesso em 06 jun. 2024) (tradução nossa</p><p>de texto em inglês).</p><p>- A menção do nome de Deus, portanto, nos acréscimos, como ensina Baxter, viola completamente o</p><p>próprio propósito do livro e demonstra que tais adições não podem, em absoluto, ser aceitas como parte</p><p>integrante do texto.</p><p>- No livro de Ester, vemos, apesar da ausência do nome de Deus, como Deus trabalhava pela</p><p>preservação de Seu povo, a fim de que se cumprisse a esperança messiânica. No livro de Ester, vemos</p><p>que Deus sempre está pronto a socorrer e livrar Seu povo. Em Ester, Jesus apresenta-Se como o nosso</p><p>Socorro.</p><p>OBS: "O Livro de Ester e o Novo Testamento - Não há referência ou alusão a este livro no NT. Todavia, o ódio de Hamã aos judeus e seu complô</p><p>visando o extermínio de todos os judeus do império persa (cap.3; 7,4) é uma prefiguração do AT, do Anticristo do NT, que procurará destruir</p><p>todos os judeus e também os cristãos no final da história.. " (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.755).</p><p>"Cristo Revelado - A rainha Ester é semelhante a Jesus em vários aspectos. Ela viveu submissa, dependente e obediente às autoridades</p><p>instituídas que Deus havia colocado sobre ela, Mardoqueu e o rei Assuero. Assim o Senhor Jesus, durante o Seu ministério terreno, viveu em</p><p>total submissão, dependência e obediência a</p><p>Deus Pai. Ester também se identificou com o seu povo e jejuou durante três dias, quando intercedeu</p><p>a Deus em favor do povo (4.16). Hb.2.17 nos conta que 'convinha que, em tudo, [Jesus] fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e</p><p>fiel sumo sacerdote. 'Assim. Jesus jejuou e orou em favor de Si mesmo ( Mt.4.2; Jo.17.20). Em terceiro lugar, Ester abriu mão do seu direito de</p><p>viver para salvar a nação da morte certa. Por isso foi exaltada pelo rei. De maneira semelhante, Jesus entregou Sua vida para que a humanidade</p><p>pecadora fosse salva da morte eterna e foi exaltado por Deus. (Fp.2.5-11)." (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.500).</p><p>Colaboração para o Portal Escola Dominical – Pr. Caramuru Afonso Francisco</p>

Mais conteúdos dessa disciplina