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<p>Capítulo 8 ̶ A propensão marginal a consumir</p><p>OS FATORES OBJETIVOS</p><p>O objetivo final da análise é descobrir o que determina o volume de emprego. Até aqui</p><p>estabeleceu-se que isso é determinado pela intersecção da função de oferta agregada com a de</p><p>procura agregada. A oferta agregada depende principalmente das condições físicas da oferta, por</p><p>enquanto o autor focará na demanda agregada.</p><p>A demanda agregada relaciona determinado volume de emprego com o produto das vendas</p><p>que se espera realizar desse volume de emprego, produto formado pela soma de duas quantidades</p><p>– o quanto irá para o consumo e quanto se destinará ao investimento. Aqui interessa a soma do que</p><p>deve ser gasto com consumo, o que relaciona o consumo, medido em unidades de salário (𝐶𝑤), com</p><p>a renda, medida em unidades de salário (𝑌𝑤), correspondente a certo volume de emprego N. 𝑌𝑤 não</p><p>é uma função unívoca de N, portanto, para um dado valor de 𝑌𝑤 pode haver dois ou mais valores</p><p>associados à função. A relação entre 𝑌𝑤 e N pode depender da natureza precisa do emprego.</p><p>Distribuições diferentes de N podem conduzir a valores distintos de 𝑌𝑤. Para facilitar, consideraremos</p><p>𝑌𝑤 determinado por N de maneira unívoca. Assim se definirá a propensão a consumir como a relação</p><p>funcional χ entre 𝑌𝑤 (determinado nível de renda medida em unidades de salário) e 𝐶𝑤 (o gasto que,</p><p>para o consumo, se toma do nível de investimento), tal que:</p><p>Cω = χ(Yω) ou C = W.χ(Yω).</p><p>O montante gasto em consumo depende: i) em parte do montante da sua renda e ii) em parte</p><p>das necessidades subjetivas. Os motivos que os fazem gastar podem ser divididos entre fatores</p><p>objetivos e subjetivos. Os subjetivos incluem características psicológicas da natureza humana.</p><p>Os principais fatores objetivos são: 1) Variação na unidade de salário: O consumo (C) é uma</p><p>função muito mais da renda real. A renda real de um indivíduo sobe e desce com a quantidade de</p><p>unidades de trabalho de que pode dispor, ou seja, com o montante da sua renda medida em unidades</p><p>de salário, embora sua renda real suba em proporção menor que o seu rendimento medido em</p><p>unidades de salário (devido a influência dos rendimentos decrescentes). Se a unidade de salário varia,</p><p>o gasto em consumo correspondente a certo nível de emprego variará assim como os preços, na</p><p>mesma proporção.</p><p>2) Variação na diferença entre renda e renda líquida: É a renda líquida que o indivíduo tem em mente</p><p>quando decide a escala do seu consumo. Haverá uma relação biunívoca relacionando os diversos</p><p>níveis de renda aos correspondentes níveis de renda líquida, porém se esse não for o caso, a parte da</p><p>variação da renda que não afete a renda líquida deve ser negligenciada, pois não influi sobre o</p><p>consumo, deve ser levada em conta a variação na renda líquida que não reflita na renda.</p><p>3) Variações imprevistas nos valores de capital não considerados no cálculo da renda líquida: Têm</p><p>importância maior para modificar a propensão a consumir por não guardarem nenhuma relação</p><p>estável ou regular com o montante de renda. O consumo das classes capitalistas/rentistas pode ser</p><p>bastante suscetível às variações imprevistas no valor nominal de seus bens.</p><p>4) Variações na taxa intertemporal de desconto – relação de troca entre os bens presentes e futuros:</p><p>É diferente da taxa de juros já que esta leva em consideração variações futuras no poder aquisitivo</p><p>do dinheiro, à medida que são previstas, considera-se também toda a sorte de riscos. A influência</p><p>desse fator sobre a proporção em que se gasta determinada renda está sujeita a muitas dúvidas. Para</p><p>a teoria clássica é conveniente supor que as despesas de consumo variassem na razão inversa da taxa</p><p>de juros, entretanto reconheceu-se que isso é incerto; a longo prazo é provável que variações</p><p>substanciais na taxa de juros tendam a modificar consideravelmente os hábitos sociais e a propensão</p><p>subjetiva a despender, contudo, não é provável que o tipo usual de flutuação a curto prazo na taxa</p><p>de juros tenha muita influência direta sobre os gastos, raras são as pessoas que alteram seu modo de</p><p>vida porque a taxa de juros baixou quando sua renda agregada permanece a mesma. Indiretamente</p><p>podem ocorrer outros efeitos. Talvez a influência mais importante que opera através de taxa de juros</p><p>seja o efeito sobre a alta ou baixa de títulos de ativos de quem possua fundos provenientes de</p><p>determinada renda. Se alguém se beneficia de um aumento no valor de seu capital é normal que</p><p>fortaleça sua propensão a gastar. No item anterior já se leva em conta essa influência indireta, a</p><p>conclusão mais importante é de que a influência a curto prazo da taxa de juros sobre gasto individual</p><p>feito com determinada renda é secundária e relativamente de pouca importância, escusado talvez</p><p>taxas de variação muito altas.</p><p>5) Variações na política fiscal: Se o incentivo a poupar depende da expectativa de rendimento futuro,</p><p>então dependerá não só da taxa de juros como também da política fiscal. Impostos são tão</p><p>importantes quanto as taxas de juros. Se a política fiscal for usada como um instrumento deliberado</p><p>para conseguir maior igualdade na distribuição das rendas, seu efeito sobre o aumento da propensão</p><p>a consumir será, naturalmente, tanto maior.</p><p>6) Modificações das expectativas acerca da relação entre os níveis presentes e futuros de renda:</p><p>Embora ele possa afetar consideravelmente a propensão a consumir de um indivíduo, é provável que,</p><p>quando se trata da comunidade como um todo, seus efeitos tendam a compensar-se. As flutuações</p><p>imprevistas nos valores de capital podem modificar a propensão a consumir, bem como poderão</p><p>afetá-la variações substanciais na taxa de juros e na política fiscal; porém, não é provável que os</p><p>outros fatores objetivos capazes de atuar sobre ela, conquanto não devam ser desprezados, tenham</p><p>importância em circunstâncias comuns.</p><p>Em virtude da situação econômica geral, o fato de o gasto de consumo, em termos de unidade</p><p>de salário, depender essencialmente do volume da produção e do emprego justifica o agrupamento</p><p>dos outros fatores na expressão composta “a propensão a consumir”. Isto porque, conquanto os</p><p>demais fatores possam variar (e convém não esquecer isto), a renda agregada medida em unidades</p><p>de salário é, regra geral, a principal variável de que depende o componente consumo da função de</p><p>procura agregada.</p><p>Admitindo que a propensão a consumir é uma função bastante estável de forma que o</p><p>montante de consumo agregado depende principalmente do montante da renda agregada e</p><p>considerando a importância secundária as variações na mesma propensão, qual é a forma dessa</p><p>função?</p><p>Podemos nos fundamentar na lei que os humanos estão dispostos, de modo geral e em média</p><p>a aumentar seu consumo à medida que sua renda cresce, mas não na mesma medida do aumento</p><p>de renda. A variação no consumo tem o mesmo sinal da variação na renda, porém é de grandeza</p><p>menor. Esse é o caso principalmente no curto prazo como nas flutuações cíclicas do emprego. O</p><p>padrão de vida de um indivíduo baseia-se na sua primeira satisfação que pode extrair da renda e</p><p>tende a poupar a diferença que surge entre renda efetiva e as despesas do seu padrão de vida ou</p><p>acomodar os gastos às variações na renda. Fora das variações do curto prazo, é evidente que a</p><p>elevação absoluta do montante de renda contribui para alargar a brecha entre renda e consumo</p><p>porque a satisfação de necessidades primárias imediatas é mais forte que os motivos para poupar.</p><p>Isso faz com que uma proporção maior da renda seja poupada à medida que a renda real aumenta.</p><p>Se o emprego, e, portanto, a renda agregada aumenta, nem todo emprego adicional será requerido</p><p>para satisfazer as necessidades do consumo adicional. Uma diminuição na renda pode ser motivo</p><p>para que o consumo exceda a renda, não apenas porque usa-se a poupança, como também porque</p><p>o Governo poderá cair num déficit orçamentário ou vir a fornecer auxílio em caso de desemprego</p><p>com dinheiro emprestado. Quando o emprego desce a um nível baixo, o consumo</p><p>agregado cairá em</p><p>volume menor que a diminuição da renda real, tanto por força das reações habituais dos indivíduos</p><p>como por força da política provável dos Governos. Com efeito, visto que no caso de um aumento do</p><p>emprego os consumidores vão gastar menos do que o aumento no preço da oferta agregada, o dito</p><p>aumento de emprego se revelará desvantajoso, a não ser que um acréscimo no investimento venha</p><p>preencher a lacuna. O emprego só pode aumentar a par com o investimento.</p><p>Capítulo 10 ̶ A propensão Marginal a Consumir e o Multiplicador</p><p>É possível, em dadas circunstâncias, estabelecer uma relação entre o multiplicador, a renda e</p><p>o investimento e entre o emprego total e o emprego diretamente ligado ao investimento (emprego primário).</p><p>Se a propensão marginal a consumir for dada como aceita, e se supormos que a autoridade monetária ou</p><p>outra tomem medidas para estimular ou retrair o investimento, a variação do volume de emprego será função</p><p>da variação líquida do montante de investimento.</p><p>Se houver um retorno decrescente marginal quando o número de unidades de trabalho aplicadas</p><p>aumenta, a renda, medida em unidades de salário, aumentará mais que proporcionalmente em relação ao</p><p>volume de emprego, o qual subirá mais que proporcionalmente em relação ao aumento da renda real medida</p><p>em unidades de produção. Renda real (produção) e renda (unidades de salário) aumentarão e diminuirão</p><p>conjuntamente (no curto prazo). Portanto, convém considerar renda em unidades de salário porque ao medi-</p><p>la em unidades de produção ela não pode ser medida com exatidão.</p><p>No caso de aumentos e reduções da renda real o consumo aumenta e diminui, mas não tão depressa.</p><p>𝜕𝐶𝜔</p><p>𝜕𝑌𝜔</p><p>é a propensão marginal a consumir porque a variação no consumo dada a variação de renda possui o</p><p>mesmo sinal. Isso é importante para entender como se dividirá o próximo incremento da produção entre o</p><p>consumo e o investimento. ∆𝑌𝜔 = ∆𝐶𝜔 + ∆𝐼𝜔 onde ∆𝐶𝜔 e ∆𝐼𝜔 são incrementos do consumir e investimento</p><p>de maneira que podemos escrever que ∆𝑌𝜔 = 𝑘∆𝐼𝜔, onde 1 -</p><p>1</p><p>𝑘</p><p>é igual à propensão marginal a consumir. K é</p><p>o multiplicador de investimento, indicando que quando se produz um acréscimo no investimento agregado,</p><p>a renda sobe num montante igual a k vezes o acréscimo do investimento.</p><p>Multiplicador de Kahn → multiplicador de emprego = k’, mede a relação aumento de emprego total</p><p>derivado de determinado incremento do emprego primário nas indústrias de investimento. Se um ↑ ∆𝐼𝜔 leva</p><p>a um aumento do emprego primário (∆𝑁2) então ∆𝑁 = 𝑘′∆𝑁2. Nada leva necessariamente a admitir que k =</p><p>k’ e admitir que formatos das funções da oferta agregada peculiares sejam tais que a proporção do aumento</p><p>num dos grupos de indústrias. É possível facilmente imaginar casos como quando a propensão marginal é</p><p>muito diferente da propensão média, uma vez que haveria variações proporcionais diferentes na procura de</p><p>bens de consumo e bens de investimento. Mas para aclarar as ideias k = k’.</p><p>Como consequência disso, quando a atitude psicológica da comunidade a respeito do consumo é tal</p><p>que induz a consumir por ex 9/10 de um incremento de renda, k é igual a 10 e o emprego total causado será</p><p>dez vezes superior ao emprego primário, supondo que não haja redução de investimento em outros setores.</p><p>Se a comunidade manter seu consumo inalterado a despeito do aumento de emprego/renda, então o</p><p>aumento do emprego ficará restringido ao aumento do emprego primário. Se consome integralmente</p><p>qualquer incremento de renda, não haverá um equilíbrio estável e os preços subirão sem limite. Um aumento</p><p>no emprego só será acompanhado por declínio no consumo se ao mesmo tempo se produzir alteração na</p><p>propensão a consumir. Incremento de investimento só pode ocorrer se o público estiver disposto a aumentar</p><p>sua poupança, mas o público não fará isso a não ser que sua renda agregada estiver aumentando. Assim, seu</p><p>esforço para consumir uma parte da renda suplementar estimulará a produção até que o novo nível das</p><p>rendas proporcione uma margem de poupança suficiente para corresponder ao maior investimento. O</p><p>multiplicador diz em que proporção terá de aumentar o emprego para provocar um acréscimo na renda real</p><p>suficiente para induzir o público a realizar uma poupança adicional. Estabelecemos aqui que se o aumento</p><p>de emprego consagrado ao investimento estimula as indústrias que produzem para o consumo,</p><p>determinando, um aumento total do emprego que é um múltiplo do emprego primário exigido pelo próprio</p><p>investimento.</p><p>Se a propensão marginal a consumir não está longe da unidade, as pequenas flutuações no</p><p>investimento provocarão grandes variações no emprego, ao mesmo tempo que um aumento relativamente</p><p>pequeno do investimento bastará para causar o pleno emprego. Porém se está próxima de zero, pequenas</p><p>flutuações do investimento ocasionarão pequenas flutuações do emprego e pode ser necessário um</p><p>incremento considerável do investimento para produzir o pleno emprego. No primeiro caso é fácil curar o</p><p>desemprego involuntário, no segundo o emprego pode ser menos instável, mas tende a fixar-se num nível</p><p>baixo. A propensão marginal a consumir parece estar entre esses extremos.</p><p>Quando o pleno emprego é alcançado, qualquer tentativa de aumentar ainda mais o investimento faz</p><p>com que os preços tendam a subir sem limite, seja qual for a propensão marginal a consumir. Até esse ponto</p><p>a alta dos preços será acompanhada de um aumento da renda real agregada.</p><p>Se quisermos aplicar sem restrições o que se disse aos efeitos de um incremento de, por ex, obras</p><p>públicas, teremos que supor que esse incremento não é compensado por um decréscimo em outros setores</p><p>(nem na propensão a consumir). No caso concreto em que haja aumento específico do investimento existe</p><p>diversos fatores que concorrem com esse aumento para o resultado final. Se o governo emprega 100 mil</p><p>pessoas a mais em obras e o multiplicador for 4 não há motivo para supor que o emprego agregado</p><p>aumentará 400 mil unidades, pois essa política pode ter relações desfavoráveis sobre o investimento em</p><p>outras direções. Os fatores, segundo Kahn que devem ser levado em consideração são:</p><p>1) Financiar a política e o aumento de capital de giro pelo emprego adicional e a alta de preços podem</p><p>ter por efeito elevar a tx de juros e retardar o investimento em outros setores enquanto ao msm</p><p>tempo a elevação dos custos dos bens de capital reduz sua eficiência marginal para o investidor sendo</p><p>necessário uma baixa efetiva na taxa de juros para compensar esse efeito.</p><p>2) O programa pode, através de seus efeitos sobre a confiança, aumentar a preferência pela liquidez ou</p><p>diminuir a eficiência marginal do capital que tbm retardaria outros investimentos.</p><p>3) Num sistema aberto parte do multiplicador de investimento suplementar beneficiará o emprego em</p><p>países estrangeiros já que certa porção do consumo adicional reduzirá o saldo favorável do balanço</p><p>externo do nosso país, considerando o efeito doméstico devemos reduzir a cifra do multiplicador. Por</p><p>outro lado essas perdas podem ser compensadas pelas repercursões favoráveis devidas à ação do</p><p>multiplicador nos países estrangeiros que aumentam sua atividade econômica.</p><p>A propensão a consumir não é constante para todos os níveis de emprego, tende a diminuir quando o</p><p>emprego aumenta (renda real aumenta). Outros fatores que contribuem para acentuar o efeito dessa</p><p>regra: 1) Aumento do emprego tende a aumentar a proporção de renda agregada destinada aos</p><p>empresários, cuja propensão marginal a consumir é inferior à média para o conjunto da comunidade; 2)</p><p>O desemprego se manifesta associado a uma poupança negativa em certos setores porque os</p><p>desempregados podem estar vivendo tanto de suas economias pessoais quanto de auxílio público, o</p><p>reemprego diminuirá aos poucos e com isso a proporção a consumir também.</p><p>De qualquer forma, o multiplicador será maior para um pequeno incremento líquido do investimento</p><p>do que para um grande, quando se têm em vista as</p><p>mudanças substanciais, dvemos guiar-nos pelo valor</p><p>médio do multiplicador.</p><p>Numa comunidade moderna num sistema fechado no qual o consumo dos desempregados é pago</p><p>por tranferências do consumo a tendência será de consimir não menos de 80% de qualquer incremento de</p><p>renda real de forma que o multiplicador talvez não se demonstre muito inferior a 5. Num país onde o</p><p>comércio exterior representa importante papel e que o auxílio aos desempregados é financiado pelo</p><p>empréstimo do governo, a flutuação do emprego que acompanha variação do investimento é bem menos</p><p>violenta.</p><p>A relação entre multiplicador e o emprego pode ser esclarecida observando que uma expansão</p><p>imprevista das industrias de bens de capital não se produz instantaneamente por um acréscimo de igual</p><p>importância no montante agregado do investimento, ocasiona aumento gradual e, segundo, pode criar uma</p><p>divergência temporária entre propensão a consumir e seu valor normal verificando-se um gradual retorno à</p><p>sua posição original.</p><p>Uma expansão nas indústrias de bens de capital determina uma série de aumentos no investimento</p><p>agregado, que se apresentam em períodos sucessivos num certo intervalo de tempo, e uma série de valores</p><p>da propensão marginal a consumir durante esses períodos sucessivos que difere. Entretanto, em cada</p><p>período, a teoria do multiplicador continua sendo válida no sentido de que o incremento da demanda</p><p>agregada é igual ao produto do acréscimo do investimento agregado e do multiplicador determinado pela</p><p>propensão a consumir.</p><p>Por exemplo um aumento de emprego na indústria d ebens de capital de forma de no inicio não se</p><p>verifica aumento na produção de bens de consumo. Os esforços da indústria d ebens de capital farão subir os</p><p>preços dos bens de consumo até que se alcance equilíbrio temporário entre oferta e procura, causado pelo</p><p>adiamento do consumo provocado pela elevação de preços em parte pela redistribuição de renda às classes</p><p>que poupam devido ao aumento de seus lucros gerados pelos preços altos e pela depleção dos estoques</p><p>causada pela elevação dos preços. O equilíbrio se reestabelece pelo adiamento do consumo, há redução</p><p>temporária na propensão a consumir e na medida em que há depleção dos estoques o acréscimo de</p><p>ivenstimento agregado permanece durante certo tempo inferior ao acréscimo do investimento realizado nas</p><p>indústrias de bens de capital. As industrias de bens de consumo vão se adaptando a nova demanda que</p><p>quando se realiza o consumo antes adiado a propensão a consumir sobe temporariamente além de seu nível</p><p>normal enquanto a reconstituição de estoques faz com que o acréscimo do investimento agregado seja</p><p>temporariamente superior ao do investimento das industrias de bens de capital..</p><p>Uma mudança imprevista só exerce o seu pleno efeito sobre o emprego após certa passagem de</p><p>tempo, isso intervém na análise do ciclo econômico, mas não afeta a teoria do multiplicador nem retira sua</p><p>utilidade como indicador do aumento total do emprego que se pode esperar de uma expansão das indústrias</p><p>produtoras de bens de capital.</p><p>Capítulo 11 ̶ A Eficiência Marginal do Capital</p><p>Quando se possui um investimento ou bem de capital, adquire-se o direito ao fluxo de renda futura</p><p>que se espera obter da venda de seus produtos enquanto esse capital durar, diminuindo a despesa corrente</p><p>necessária para obtenção de tal produto. Chamaremos essa anuidade de 𝑄1 … 𝑄𝑛 a renda esperada do</p><p>investimento.</p><p>Em contrates tem-se o preço da oferta desse bem de capital ( o preço que bastaria exatamente para</p><p>induzir um fabricante a produzir uma unidade a mais desse capital, o custo de reposição). A relação entre</p><p>renda esperada de um bem e preço de oferta nos dá a eficiência marginal do capital. A eficiência marginal do</p><p>capital é a taxa de desconto que tornaria o valor presente do fluxo de anuidades das rendas esperadas desse</p><p>capital durante toda sua existência exatamente igual ao seu preço de oferta, nos dando a eficiência marginal</p><p>dos diferentes tipos de bens de capital. Essa eficiência é definida em termos de expectativa de renda e o preço</p><p>de oferta se dá ao preço corrente do bem. A eficiência marginal depende da taxa de retorno que se espera</p><p>obter de um bem recentemente obtido. Quando o investimento aumenta durante certo período a eficiência</p><p>marginal desse capital diminui à medida que o investimento aumenta porque a renda prospectiva baixará</p><p>conforme suba a oferta e a pressão sobre as fábricas produtoras desse tipo de bem causará elevação no seu</p><p>prelo de oferta (est segundo fato é o mais importante para o equilíbrio de curto prazo).</p><p>A taxa efetiva de investimento corrente tende a aumentar até o ponto em que não haja mais nenhuma</p><p>classe de bem de capital cuja eficiência marginal exceda a taxa de juros corrente. O investimento varia até</p><p>onde a curva de demanda onde a eficiência marginal do capital se iguala à taxa de juros do mercado.</p><p>Capítulo 12 ̶ O Estado da Expectativa a Longo Prazo</p><p>O volume de investimento depende da relação entre a taxa de juros e a curva de eficiência marginal</p><p>do capital correspondente a diferentes volumes de investimento corrente, enquanto a eficiência marginal do</p><p>capital depende da relação entre o preço de oferta e a renda esperada de um ativo de capital.</p><p>A expectativa sobre a qual se baseia a renda esperada é em parto fato existente que se pode supor</p><p>seja conhecido com mais ou menos certezas e em parte por eventos futuros que podem ser previstos com</p><p>algum grau de confiança. Entre os fatos existentes destaca-se o volume dos vários tipos de bens de capital e</p><p>ativos de capital assim como a intensidades da procura atual dos consumidores para que sua produção seja</p><p>eficiente. Entre os eventos futuros figuram mudanças do tipo e quantidade do estoque dos bens de capital e</p><p>preferências dos consumidores, intensidade da procura efetiva nos diversos periosos e variações da taxa de</p><p>salário nominal que podem ocorrer durante o período.</p><p>Na formação de expectativas é razoável que nos guiemos pelos fatos que merecem nossa confiança,</p><p>por isso os fatos atuais desempenham um papel que podemos julgar desproporcional na formação da</p><p>expectativa no longo prazo, nosso método é analisar a situação e projetá-la no futuro, modificando apenas</p><p>na medida que tenhamos razões mais definidas. O estado da expectativa de longo prazo não depende</p><p>exclusivamente do prognóstico mais provável, depende, também da confiança com a qual fazemos esse</p><p>prognóstico. O estado de confiança constitui uma matéria à qual os homens práticos dedicam a mais</p><p>cuidadosa e desvelada atenção, economistas a discutiram apenas, no máximo, a termos gerais. Não se</p><p>demonstrou com clareza que sua relevância relativamente aos problemas econômicos decorre da influência</p><p>que exerce sobre a curva de eficiência marginal do capital. O estado de confiança é relevante pelo fato de ser</p><p>um dos principais fatores que determinam essa escala, a qual é idêntica à curva de demanda de investimento.</p><p>Nosso conhecimento sobre os farores que regularão a renda no longo prazo é limitado. Com a</p><p>separação entre propriedade e gestão surgiu um novo fator de importância que facilita o investimento, mas</p><p>contribui para agravar a instabilidade do sistema: a bolsa de valores. A bolsa reavalia todos os dias os</p><p>investimentos e estas proporcionam a oportunidade frequente a cada indivíduo de rever suas aplicações.</p><p>Como se realizam na prática essas reavaliações dos investimentos? Através da convenção. Sua essência reside</p><p>em se supor que a situação existente dos negócios continuará por tempo indefinido, a não ser que tenhamos</p><p>razões concretas para dizer contrário. Os resultados reais dos investimentos ao longo dos anos raramente</p><p>coincidem com as previsões originais. Nas avaliações do mercado intervém toda a espécie de considerações</p><p>que são de modo algum relevantes para a renda esperada.</p><p>Se existem mercados organizados de investimento e desde que possamos confiar na continuação do</p><p>argumento o investidor pode encorajar-se com a</p><p>ideia de que não corre outro risco senão o da variação efetiva</p><p>nas condições do futuro imediatom sobre o qual pode tentar formar uma opinião pessoal. O investimento</p><p>torna-se razoavelmente seguro para o investidor individual em períodos curtos e para uma sucessão de tais</p><p>períodos desde que ele possa razoavelmente confiar na validade do raciocínio e tenha a oportunidade de</p><p>rever suas deciões e modificar o investimento antes que haja tempo suficiente para que ocorram grandes</p><p>alterações. Os investimentos que são ‘fixos’ para a comunidade tornam-se ‘líquidos’ para o indivíduo.</p><p>Precariedades dos mercados que criam o problema de obtenção de volume suficiente de</p><p>investimentos:</p><p>1)</p>

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