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<p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”,</p><p>contextos de uso e</p><p>abordagem psicossocial</p><p>Fortalecimento da atuação</p><p>dos conselheiros tutelares</p><p>e lideranças comunitárias</p><p>na política sobre drogas</p><p>M I N I S T É R I O D A</p><p>J U S T I Ç A E</p><p>S E G U R A N Ç A P Ú B L I C A</p><p>MÓDULO 1</p><p>História das “drogas”,</p><p>contextos de uso e</p><p>abordagem psicossocial</p><p>Alyne Alvarez Silva</p><p>Edward MacRae</p><p>Ileno Izídio da Costa</p><p>GOVERNO FEDERAL</p><p>PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL</p><p>Luís Inácio Lula da Silva</p><p>MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA</p><p>PÚBLICA</p><p>Ricardo Lewandowski</p><p>SECRETÁRIA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS E</p><p>GESTÃO DE ATIVOS</p><p>Marta Rodriguez de Assis Machado</p><p>DIRETOR DE PESQUISA, AVALIAÇÃO E GESTÃO DE</p><p>INFORMAÇÕES</p><p>Mauricio Fiore</p><p>DIRETORA DE PREVENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL</p><p>Nara Denilse de Araújo</p><p>COORDENADORA-GERAL DE ENSINO E PESQUISA</p><p>Natália Neris da Silva Santos</p><p>COORDENADORA DE ARTICULAÇÃO DO OBSERVATÓRIO</p><p>BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS</p><p>Geórgia Belisário Mota</p><p>COORDENADORA DE ARTICULAÇÕES E PARCERIAS – CAP</p><p>Alyne Alvarez Silva</p><p>CONTEUDISTAS</p><p>Alyne Alvarez Silva</p><p>Edward MacRae</p><p>Ileno Izídio da Costa</p><p>REVISÃO DE CONTEÚDO</p><p>Jessica Santos Figueiredo</p><p>APOIO</p><p>Brenda Juliana Silva</p><p>Laudilina Quintanilha Mendes Pedretti de Andrade</p><p>Luana Rodrigues Meneses de Sá</p><p>Maria Aparecida Alves Dias</p><p>Expediente</p><p>Todo o conteúdo do curso Fortalecimento da atuação dos conselheiros tutelares e</p><p>lideranças comunitárias na política sobre drogas, da Secretaria Nacional de Políticas</p><p>sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD), Ministério da Justiça e Segurança Pública</p><p>(MJSP) do Governo Federal - 2024, está licenciado sob a Licença Pública Creative</p><p>Commons Atribuição - Não Comercial - Sem Derivações 4.0 Internacional.</p><p>BY NC ND</p><p>UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA</p><p>COORDENAÇÃO GERAL</p><p>Luciano Patrício Souza de Castro</p><p>FINANCEIRO</p><p>Fernando Machado Wolf</p><p>SUPERVISÃO TÉCNICA EAD</p><p>Giovana Schuelter</p><p>SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO DE MATERIAL</p><p>Francielli Schuelter</p><p>SUPERVISÃO DE MOODLE</p><p>Andreia Mara Fiala</p><p>SECRETARIA ADMINISTRATIVA</p><p>Elson Rodrigues Natario Junior</p><p>DESIGN INSTRUCIONAL</p><p>Supervisão: Milene Silva de Castro</p><p>Larissa Usanovich de Menezes</p><p>Sofia Santos Stahelin</p><p>DESIGN GRÁFICO</p><p>Supervisão: Sonia Trois</p><p>Cintia Ferreira de Souza</p><p>Eduardo Celestino</p><p>Giovana Aparecida dos Santos</p><p>Luana Pillmann de Barros</p><p>REVISÃO TEXTUAL</p><p>Cleusa Iracema Pereira Raimundo</p><p>PROGRAMAÇÃO</p><p>Supervisão: Alexandre Dal Fabbro</p><p>Luan Rodrigo Silva Costa</p><p>AUDIOVISUAL</p><p>Supervisão: Rafael Poletto Dutra</p><p>Andrei Krepsky de Melo</p><p>Julia Britos</p><p>Luiz Felipe Moreira Silva Oliveira</p><p>Robner Domenici Esprocati</p><p>SUPERVISÃO TUTORIA</p><p>João Batista de Oliveira Júnior</p><p>Thaynara Gilli Tonolli</p><p>TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO</p><p>Alexandre Gava Menezes</p><p>André Fabiano Dyck</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”,</p><p>contextos de uso e</p><p>abordagem psicossocial</p><p>Fortalecimento da atuação</p><p>dos conselheiros tutelares</p><p>e lideranças comunitárias</p><p>na política sobre drogas</p><p>Guia de ambientação</p><p>como ler o e-book</p><p>Módulos</p><p>Este curso está dividido</p><p>em módulos. O módulo</p><p>correspondente e o conteúdo</p><p>principal estão localizados na</p><p>capa do e-book, logo abaixo</p><p>do nome do curso.</p><p>Páginas internas</p><p>As páginas internas do e-book estão</p><p>estruturadas em duas colunas.</p><p>A coluna mais estreita e externa</p><p>(à esquerda) é utilizada para enquadrar</p><p>ícones criados com a finalidade de</p><p>destacar os recursos e elementos</p><p>instrucionais, como o “VÍDEO”.</p><p>Vídeo</p><p>Os vídeos contemplam conteúdos</p><p>complementares para enriquecimento</p><p>do aprendizado e seus links estão</p><p>representados pelo recurso QR Code.</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 36</p><p>3.2.1 A família e a comunidade como fatores de</p><p>proteção e redes iniciais de cuidado</p><p>A partir da década de 1960, a família sofreu muitas mo-</p><p>dificações: cresceu o número de separações e divórcios;</p><p>a religião foi perdendo sua força, não mais conseguindo</p><p>segurar casamentos com relações insatisfatórias; a igual-</p><p>dade de direitos passou a ser um pressuposto em muitas</p><p>relações matrimoniais.</p><p>No século XXI, costuma-se falar da “crise da instituição famí-</p><p>lia”. Não se trata, porém, propriamente do enfraquecimento</p><p>da instituição família, mas de inúmeras transformações que</p><p>ela vem sofrendo em sua estrutura, em função de mudan-</p><p>ças socioculturais contemporâneas: novas relações entre os</p><p>sexos, mediante o maior controle da natalidade e a inserção</p><p>massiva da mulher no mercado de trabalho; ao mesmo tempo,</p><p>o homem aprendeu a ser mais cuidadoso nas relações fami-</p><p>liares e nos trabalhos domésticos. Também houve mudanças</p><p>nos preconceitos em relação à homossexualidade, com maior</p><p>abertura e aceitação da diversidade sexual, sempre existente</p><p>ao longo da história da humanidade. Isso levou a diferentes</p><p>confi gurações familiares, podendo ser nuclear, monoparen-</p><p>tal, recasada, não convencional, homoafetiva, de pais separa-</p><p>dos, com fi lhos adotivos, sem fi lhos, etc.</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para o</p><p>QR Code ao lado e</p><p>assista ao vídeo de</p><p>animação sobre a</p><p>temática da família,</p><p>ou acesse o link:</p><p>Sabemos que a família desempenha papel fundamental não</p><p>só na relação com seus membros, mas também na relação</p><p>com o Estado, na perspectiva de instituição social decisiva</p><p>para o desenvolvimento do processo de integração/inclu-</p><p>são social das pessoas. Considera-se a família como base</p><p>para a construção da autonomia e da independência, o que,</p><p>juntamente com a escola, deve favorecer a formação de um</p><p>sujeito capaz de organizar sua própria vida e responsabi-</p><p>Guia de ambientação</p><p>como ler o e-book</p><p>Destaque</p><p>Trechos de conteúdos importantes para</p><p>contribuir no aprendizado do cursista.</p><p>Módulo 1</p><p>O História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 34</p><p>Para refl etir</p><p>Considerando essa interrelação entre sujeito e</p><p>sociedade para a efetivação dos projetos de vida</p><p>que os sujeitos buscam implementar ao longo</p><p>da vida, as expectativas de futuro, suas reais</p><p>possibilidades ou difi culdades para se efetivarem,</p><p>o que será que promove nos sujeitos o interesse e o</p><p>uso de substâncias psicoativas?</p><p>Você, cursista, acha possível perceber, junto ao</p><p>sujeito, os elementos do contexto social que</p><p>podem tê-lo levado a usar a substância psicoativa,</p><p>as expectativas dele (o usuário) em relação ao</p><p>futuro e quais as responsabilidades dele diante de</p><p>uma possível mudança?</p><p>3.2 Por uma abordagem psicossocial</p><p>A abordagem psicossocial compreende que a nossa história</p><p>de vida é marcada pelas relações em rede, cujas estruturas</p><p>familiar, comunitária e social, bem como as experiências</p><p>culturais, se manifestam no dia a dia, constituindo o su-</p><p>jeito em sua totalidade, que afeta e é afetado no mundo,</p><p>enfatizando a interação e a interdependência dos fenômenos</p><p>biopsicossociais. Contempla, portanto, articulações entre o</p><p>campo social e a subjetividade, entre a realidade e o desejo,</p><p>concebendo o sujeito na multidimensionalidade da vida, na</p><p>qual estão envolvidos aspectos de interação entre o corpo,</p><p>o meio ambiente e o contexto social.</p><p>Nessa perspectiva, as relações do sujeito com suas redes fa-</p><p>miliar e comunitária passam a ocupar um lugar privilegia-</p><p>do, convocando-se os atores sociais envolvidos a participar</p><p>da compreensão dos processos em que estão implicados e</p><p>a se responsabilizarem pela transformação do seu entorno.</p><p>Sendo assim, uma intervenção psicossocial tenta</p><p>compreender a complexidade do ser humano em</p><p>seus processos de troca e no desenvolvimento de</p><p>ligações baseadas nas experiências construídas</p><p>individual e coletivamente.</p><p>Ícones</p><p>Ajudam a localizar, focalizar e ressaltar</p><p>respectivos textos informativos.</p><p>Cada ícone apresenta uma função:</p><p>Para refletir</p><p>Frase ou parágrafo que incentiva o</p><p>cursista à reflexão, trazendo perguntas</p><p>retóricas, reflexões ou questões que são</p><p>respondidas logo depois do recurso.</p><p>Saiba mais</p><p>Ao clicar no link, você é direcionado</p><p>para documentos disponibilizados na</p><p>internet, como leis e normas técnicas.</p><p>É preciso estar conectado à internet para</p><p>acessar o conteúdo.</p><p>Podcast</p><p>Este recurso</p><p>html. Acesso em: 12 jul. 2024.</p><p>https://revistajuridica.presidencia.gov.br/index.php/saj/article/view/197/186</p><p>https://revistajuridica.presidencia.gov.br/index.php/saj/article/view/197/186</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/d9761.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/d9761.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11343.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11343.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13840.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13840.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6368.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6368.htm</p><p>http://www.justica.gov.br/programas-e-planos/crack</p><p>http://www.justica.gov.br/programas-e-planos/crack</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html</p><p>BRASIL. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Atua-</p><p>lização de Conhecimentos sobre Redução da Demanda de Drogas.</p><p>Brasília: Ministério da Justiça, 2004. v. 1, p. 223-233.</p><p>BUCHELE, F.; MARQUES, A. C. P. R.; CARVALHO, D. B. B. Im-</p><p>portância da identificação da cultura e de hábitos relacionados</p><p>ao álcool e outras drogas. In: BRASIL. Ministério da Justiça.</p><p>Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Prevenção do</p><p>Uso de Drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças</p><p>Comunitárias. 5. ed. Brasília: SENAD, 2013.</p><p>CAMPOS, E. P. Quem cuida do cuidador: uma proposta para os</p><p>profissionais da saúde. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.</p><p>COHEN, H. De la desinstitucionalización a la atención en la</p><p>comunidad. In: RODRIGUEZ, J. J. Salud mental en la comunidad.</p><p>Washignton, DC: Organización Panamericana de la Salud, 2009.</p><p>DAVENPORT-HINES, R. The pursuit of oblivion: a global his-</p><p>tory of narcotics. 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São Leopoldo: Escola</p><p>Superior de Teologia, 2003.</p><p>McMILLEN, Stuart. Quadrinhos. Austrália, 2008. Disponível</p><p>em: http://www.stuartmcmillen.com/sobre/. Acesso em: 18</p><p>jun. 2015.</p><p>MENÉNDEZ, S. Intervención familiar bajo um modelo ecos-</p><p>sistêmico, 2013. Disponível em: http://mujeresnelmundo.</p><p>blogspot.com.es/2013/08/intervencion-familiar-bajo-un-</p><p>-modelo.html#more. Acesso em: 25 jun. 2014.</p><p>MILANESE, E. Tratamento Comunitário: Manual de Trabalho</p><p>I. 2. ed. São Paulo: Instituto Empodera; SENAD, 2012.</p><p>http://www.stuartmcmillen.com/sobre/</p><p>http://mujeresnelmundo.blogspot.com.es/2013/08/intervencion-familiar-bajo-un-modelo.html#more</p><p>http://mujeresnelmundo.blogspot.com.es/2013/08/intervencion-familiar-bajo-un-modelo.html#more</p><p>http://mujeresnelmundo.blogspot.com.es/2013/08/intervencion-familiar-bajo-un-modelo.html#more</p><p>MOLON, S. Subjetividade e constituição do sujeito em</p><p>Vygotsky. 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Projeto terapêutico singular: uma re-</p><p>visão integrativa da literatura. 2015. Dissertação</p><p>(Mestrado em Cuidado em Saúde) – Escola de Enfermagem,</p><p>Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: ht-</p><p>tps://doi.org/10.11606/D.7.2016.tde-31082016-121126. Acesso</p><p>em: 27 jun. 2024.</p><p>SILVA, O. P. Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto</p><p>Seguro em 1500. 1 pintura, óleo sobre tela. Altura: 190 com.</p><p>Largura: 330 cm. Acervo: Museu Histórico Nacional, Rio de</p><p>Janeiro. 1 fotografia da obra, color. Altura: 440 pixels. Largu-</p><p>ra: 800 pixels. 72 dpi. 680 KB. In: FILE: Oscar Pereira da Silva</p><p>- Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em</p><p>1500.jpg. Wikimedia Commons, 5 jan. 2014. Disponível em:</p><p>https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/archi-</p><p>ve/3/3a/20180301030008%21Oscar_Pereira_da_Silva_-_De-</p><p>sembarque_de_Pedro_Álvares_Cabral_em_Porto_Segu-</p><p>ro_em_1500.jpg. Acesso em: 18 jun. 2015.</p><p>SILVEIRA, D. X. Um guia para a família. Brasília: Presidência</p><p>da República, Casa Militar, Secretaria Nacional Antidrogas,</p><p>1999. Disponível em: http://www.nescon.medicina.ufmg.br/</p><p>biblioteca/imagem/0240.pdf. Acesso em: 7 jun. 2013.</p><p>SLUZKI, C. Redes Sociais: alternativa na prática terapêutica.</p><p>São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.</p><p>SOUZA, J. E. L. Sonhos da Diamba, controles do cotidiano: uma</p><p>história da criminalização da maconha no Brasil republicano.</p><p>2012. 194 f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa</p><p>de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da</p><p>Bahia, Salvador, 2012.</p><p>SUDBRACK, M. F. O. O trabalho comunitário e a constru-</p><p>ção de redes sociais. In: THEVET, A. Charutos. 1 litografia,</p><p>sépia. Altura: 325 pixels. Largura: 491 pixels. 96 dpi. 53</p><p>KB. In: THEVET, A. Singularidades da França Antarctica.</p><p>http://www.scielo.br/pdf/reben/v62n3/12.pdf</p><p>https://doi.org/10.11606/D.7.2016.tde-31082016-121126</p><p>https://doi.org/10.11606/D.7.2016.tde-31082016-121126</p><p>https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/archive/3/3a/20180301030008%21Oscar_Pereira_da_Silva_-_Desembarque_de_Pedro_Álvares_Cabral_em_Porto_Seguro_em_1500.jpg</p><p>https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/archive/3/3a/20180301030008%21Oscar_Pereira_da_Silva_-_Desembarque_de_Pedro_Álvares_Cabral_em_Porto_Seguro_em_1500.jpg</p><p>https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/archive/3/3a/20180301030008%21Oscar_Pereira_da_Silva_-_Desembarque_de_Pedro_Álvares_Cabral_em_Porto_Seguro_em_1500.jpg</p><p>https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/archive/3/3a/20180301030008%21Oscar_Pereira_da_Silva_-_Desembarque_de_Pedro_Álvares_Cabral_em_Porto_Seguro_em_1500.jpg</p><p>http://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/0240.pdf</p><p>http://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/0240.pdf</p><p>Prefácio, tradução e notas de Estevão Pinto. Rio de Janeiro:</p><p>Companhia Editora Nacional, 1944 [1575]. p. 167. Disponível</p><p>em: http://cargocollective.com/quebarbaridade/filter/feito-</p><p>nobrasil/Charutos. Acesso em: 18 jun. 2015.</p><p>UNIGRANRIO. A nova família brasileira. 2012. Disponível em:</p><p>http://blogs.unigranrio.com.br/formacaogeral/2012/08/31/a-</p><p>nova-familia-brasi leira/. Acesso em: 15 jun. 2014.</p><p>UNODC. Relatório Mundial de Drogas 2023. [S.l.], 2023.</p><p>Disponível em: https://www.unodc.org/unodc/en/da-</p><p>ta-and-analysis/world-drug-report-2023.html.</p><p>Acesso em: 29 jul. 2024.</p><p>WATERHOUSE, J. W. The magic circle. 1886. 1 pintura,</p><p>óleo sobre tela. Altura: 183 cm. Largura: 127 cm. Acervo:</p><p>Tate Britain, London, UK. 1 fotografia da obra, color. Altura:</p><p>471 pixels. Largura: 700</p><p>pixels. 72 dpi. 56,6 KB. In: KERR, Julia.</p><p>The Art and Life of John William Waterhouse, London, UK,</p><p>2008. Disponível em: http://www.johnwilliamwaterhouse.</p><p>com/pictures/magic-circle-1886/. Acesso em: 18 jun. 2015.</p><p>http://cargocollective.com/quebarbaridade/filter/feitonobrasil/Charutos</p><p>http://cargocollective.com/quebarbaridade/filter/feitonobrasil/Charutos</p><p>http://blogs.unigranrio.com.br/formacaogeral/2012/08/31/a-nova-familia-brasi­leira/</p><p>http://blogs.unigranrio.com.br/formacaogeral/2012/08/31/a-nova-familia-brasi­leira/</p><p>https://www.unodc.org/unodc/en/data-and-analysis/world-drug-report-2023.html</p><p>https://www.unodc.org/unodc/en/data-and-analysis/world-drug-report-2023.html</p><p>http://www.johnwilliamwaterhouse.com/pictures/magic-circle-1886/</p><p>http://www.johnwilliamwaterhouse.com/pictures/magic-circle-1886/</p><p>M I N I S T É R I O D A</p><p>J U S T I Ç A E</p><p>S E G U R A N Ç A P Ú B L I C A</p><p>REALIZAÇÃO</p><p>Apresentação</p><p>O uso de drogas ao longo da</p><p>história e os contextos de uso</p><p>1.1 O uso de drogas da pré-história</p><p>ao século XX</p><p>1.2 No Brasil: os vícios elegantes e o ópio do pobre</p><p>A política sobre drogas e a</p><p>abordagem psicossocial</p><p>2.1 Legislações e políticas sobre drogas no Brasil contemporâneo.</p><p>2.2 O mundo e as drogas no mundo contemporâneo.</p><p>O sujeito, a abordagem</p><p>psicossocial e os contextos</p><p>socioculturais do uso de drogas</p><p>3.1 Noção de sujeito e seu impacto no mundo</p><p>3.2 Por uma abordagem psicossocial</p><p>3.3 Reinserção social</p><p>Referências</p><p>apresenta de maneira</p><p>transcrita o trecho do conteúdo que</p><p>foi narrado e apresentado em formato</p><p>áudio na versão on-line do curso.</p><p>Citação</p><p>Transcrições exatas de partes dos</p><p>conteúdos dos autores utilizados</p><p>nos materiais didáticos.</p><p>Fique por dentro</p><p>Recurso utilizado para destacar</p><p>acontecimentos e marcos importantes</p><p>relacionados à temática do curso.</p><p>Glossário</p><p>Recurso utilizado para</p><p>explicar termos que</p><p>podem ser desconhecidos</p><p>ao cursista.</p><p>SÍNTESE DO MÓDULO</p><p>Trecho de conteúdo que contempla uma</p><p>síntese dos pontos mais importantes</p><p>vistos no módulo.</p><p>Módulo 1</p><p>O História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 44</p><p>SÍNTESE DO MÓDULO</p><p>Neste módulo, começamos narrando como,</p><p>ao longo da história, a questão das drogas foram</p><p>apresentando diferentes sentidos, signifi cados e</p><p>diversas formas de usos. Pudemos entender que a</p><p>existência das substâncias psicoativas data desde</p><p>o início da história humana e, seja na esfera religiosa,</p><p>terapêutica ou medicinal, o uso e o comércio variam</p><p>de acordo com cada contexto social e cultural.</p><p>Também foi apresentada a evolução, a partir</p><p>dos amplos e complexos processos históricos</p><p>da sociedade, das legislações e formas de</p><p>organização política sobre a temática das drogas.</p><p>Refl etimos, ainda, sobre os efeitos nocivos que as</p><p>práticas estritamente repressivas e de combate</p><p>às drogas causam em grupos que vivenciam</p><p>situações de vulnerabilidade social, especialmente</p><p>a juventude negra. Nesse sentido, apresentamos o</p><p>modelo da abordagem psicossocial, que, ao pensar</p><p>o cuidado na perspectiva integral da vida social,</p><p>toma a discussão sobre os efeitos do uso</p><p>problemático de substância como um fenômeno</p><p>multidimensional que, na sua agudização,</p><p>pode produzir intensos sofrimentos psicossociais.</p><p>O que nos revela a necessidade de compreender</p><p>e atuar sobre esse agravo à saúde de maneira</p><p>intersetorial e articulada com a lógica da garantia</p><p>do acesso aos direitos para todas e todos.</p><p>Para refl etir</p><p>Por que a maioria das ações de prevenção e</p><p>tratamento continua a se pautar por ações,</p><p>muitas vezes, sem qualquer evidência científi ca,</p><p>estigmatizando usuários e centralizando nas</p><p>substâncias, e não se voltam para a questão</p><p>dos determinantes sociais que produzem</p><p>vulnerabilidades psicossociais que estão na base</p><p>do uso problemático relacionado às drogas?</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 21</p><p>do país, os padrões excludentes da economia</p><p>brasileira levaram a juventude pobre</p><p>uma das suas únicas possibilidades</p><p>de conquista de status. Enquanto isso,</p><p>os jovens usuários de classe média já não são</p><p>mais vistos como ameaça ao sistema, mesmo</p><p>que cresça entre eles o consumo de drogas.</p><p>Final do século XX</p><p>1.2 No Brasil: os vícios elegantes e o ópio</p><p>do pobre</p><p>A atribuição de uma série de características negativas às</p><p>drogas ilícitas e a seus usuários tem tido papel importan-</p><p>te na ordenação da sociedade brasileira com todas as suas</p><p>desigualdades. Assim, o usuário é geralmente concebi-</p><p>do, de maneira negativa ou estigmatizada, estereotipada,</p><p>como irresponsável e incapaz de gerir adequadamente a</p><p>sua vida. No entanto, problemas estruturais da socieda-</p><p>de, como a má distribuição de renda, as deficiências dos</p><p>sistemas de educação, saúde e segurança pública também</p><p>devem ser levados em conta.</p><p>Glossário</p><p>Estigmatizada: qualifi cada</p><p>de modo negativo; rotulada.</p><p>Que foi acusada ou condenada</p><p>moral ou publicamente.</p><p>Para refl etir</p><p>Formadores de opinião, como políticos, líderes</p><p>religiosos, jornalistas, policiais e infl uencers, elegem</p><p>um inimigo imaginário: o “drogado” ou “viciado”,</p><p>para servir de bode expiatório, como se fosse</p><p>possível responsabilizar apenas essas pessoas</p><p>por todos os problemas que afl igem a sociedade.</p><p>Sob o pretexto de combatê-lo e ao tráfi co que lhe</p><p>sustenta, são propostas medidas repressivas que,</p><p>de fato, criam barreiras de acesso a serviços da</p><p>rede de saúde e de proteção social, agravando um</p><p>cenário de exclusão.</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para</p><p>o QR Code ao</p><p>lado e assista ao</p><p>vídeo sobre o</p><p>estereótipo do</p><p>usuário de drogas,</p><p>ou acesse o link:</p><p>Módulo 1</p><p>O História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 18</p><p>1.1.4 Idade Contemporânea</p><p>No século XIX, o ópio tornou-se a principal mercadoria de</p><p>exportação das potências europeias para o mercado chinês.</p><p>Nesse período, teve início também o uso político de acusa-</p><p>ções de narcotráfi co entre nações que rivalizavam pela he-</p><p>gemonia global, como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos.</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais sobre ópio, acesse o site do</p><p>Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas</p><p>Psicotrópicas, disponível em: http://www.cebrid.</p><p>epm.br/folhetos/opio_.htm.</p><p>Ainda durante o século XIX, cientistas conseguiram isolar</p><p>os princípios ativos de várias plantas, produzindo fármacos</p><p>mais puros e de manejo mais fácil, cuja dosagem podia ser</p><p>calculada com maior exatidão.</p><p>Guia de ambientação</p><p>como ler o e-book</p><p>Siglas</p><p>CONAD – Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas</p><p>HU – Hospital Universitário</p><p>PLANAD – Plano Nacional de Políticas sobre Drogas</p><p>PNAD – Política Nacional sobre Drogas</p><p>PTS – Projeto Terapêutico Singular</p><p>SNC – Sistema Nervoso Central</p><p>UNODC – Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime</p><p>USF – Unidade de Saúde da Família</p><p>Sumário</p><p>Apresentação 10</p><p>Unidade 1 | O uso de drogas ao longo da</p><p>história e os contextos de uso 12</p><p>1.1 O uso de drogas da pré-história</p><p>ao século XX 12</p><p>1.2 No Brasil: os vícios elegantes e</p><p>o ópio do pobre 21</p><p>Unidade 2 | A política sobre drogas e a</p><p>abordagem psicossocial 26</p><p>2.1 Legislações e políticas sobre drogas</p><p>no Brasil contemporâneo 26</p><p>2.2 As drogas no mundo contemporâneo 28</p><p>Unidade 3 | O sujeito, a abordagem psicossocial e</p><p>os contextos socioculturais do uso de drogas 32</p><p>3.1 Noção de sujeito e seu impacto no mundo 32</p><p>3.2 Por uma abordagem psicossocial 34</p><p>3.3 Reinserção social 41</p><p>Referências 45</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 10</p><p>Apresentação</p><p>Objetivos do módulo</p><p>Olá, cursista!</p><p>Antes de tudo: você sabe o que são drogas? As drogas especifi-</p><p>camente psicoativas podem ser classificadas em grupos, a partir</p><p>dos efeitos que geram no funcionamento do Sistema Nervoso</p><p>Central (SNC), como depressoras, estimulantes ou psicodéli-</p><p>cas, podendo, ainda, ser classificadas entre drogas sintéticas</p><p>e naturais. Além das drogas ilícitas (como maconha, cocaína e</p><p>anfetaminas) e das lícitas (como o álcool e o tabaco), o açúcar,</p><p>o café, o chá mate, o chocolate e outras substâncias naturais</p><p>também podem ser consideradas drogas psicoativas, já que</p><p>geram alterações químicas em nosso cérebro, alterando nossa</p><p>percepção da realidade, humor e comportamento.</p><p>E você sabia que, desde a pré-história, o ser humano vem</p><p>usando substâncias que alteram o Sistema Nervoso Central,</p><p>seja para se medicar, seja para ter experiências espirituais,</p><p>seja para simplesmente se divertir? Sabia que esse uso ra-</p><p>ramente foi visto como ameaça à sociedade ou ao sujeito?</p><p>Isso se deve ao fato de que os efeitos do uso de drogas, tan-</p><p>to os sociais quanto os subjetivos, são fortemente relacio-</p><p>nados aos seus contextos sociais e aos controles sociais</p><p>formais e informais vigentes, como as leis e os costumes.</p><p>Neste módulo, faremos um rápido recuo histórico para en-</p><p>tendermos que, longe de ter uma natureza genérica, a dro-</p><p>ga assume distintos significados em diferentes ocasiões.</p><p>Você verá, também, como as políticas de drogas têm servido</p><p>para reforçar as estruturas socioculturais vigentes.</p><p>Boa leitura!</p><p>z Apresentar os sentidos do uso de drogas, desde a</p><p>pré-história até os dias atuais no Brasil e no</p><p>mundo, e sua correlação com os diversos contextos</p><p>sociopolítico-culturais.</p><p>z Problematizar a política de drogas a partir de</p><p>uma perspectiva histórica</p><p>associada ao racismo</p><p>estrutural no Brasil.</p><p>z Conceituar medicalização e criminalização,</p><p>sujeito e subjetividade, família e comunidade.</p><p>z Apresentar como a família e a comunidade, a depender</p><p>do contexto, podem representar fatores de promoção</p><p>da proteção e prevenção ou de risco para o uso</p><p>problemático de álcool e outras drogas.</p><p>z Discutir a abordagem psicossocial e a reinserção social</p><p>como caminhos prioritários do cuidado da pessoa com</p><p>necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas.</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para o</p><p>QR Code ao lado</p><p>e assista ao vídeo</p><p>de apresentação</p><p>do módulo, ou</p><p>acesse o link:</p><p>https://youtu.be/</p><p>ntvf4IRmZf0</p><p>Módulo 1</p><p>Unidade 1</p><p>O uso de drogas ao longo da</p><p>história e os contextos de uso</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 12</p><p>Unidade 1</p><p>O uso de drogas ao longo da</p><p>história e os contextos de uso</p><p>Nesta unidade, veremos como, ao longo da história, o uso de</p><p>drogas foi se modificando junto às mudanças das relações</p><p>sociais, de poder e culturais. Ou seja, por diferentes razões</p><p>e sentidos, as relações entre as pessoas naturalmente foram</p><p>também criando novas formas de compreender, consumir,</p><p>produzir e compartilhar o uso de substâncias psicoativas.</p><p>1.1 O uso de drogas da pré-história</p><p>ao século XX</p><p>Alguns cientistas consideram que um impulso biológico para</p><p>a intoxicação seria compartilhado pelos humanos com inú-</p><p>meras outras espécies, sendo tão importante e imperativo</p><p>quanto os impulsos para satisfazer as necessidades da fome,</p><p>da sede e de sexo.</p><p>As drogas podem ser classificadas a partir dos efeitos que</p><p>geram em nosso organismo como depressoras, estimulantes</p><p>ou psicodélicas, mas também podem ser classificadas como</p><p>sintéticas ou naturais.</p><p>Estimulantes – como a coca, o guaraná, o mate, o café, o chá,</p><p>a noz-de-cola, entre outros – foram utilizados em diferentes</p><p>continentes para produzir incrementos de energia e diminuir</p><p>a fome. Eram usados, de maneira profana e de forma regular,</p><p>várias vezes ao dia.</p><p>O uso de psicoativos tem sido feito também com propósitos</p><p>espirituais em diferentes momentos históricos e em dife-</p><p>rentes culturas.</p><p>Nos contextos religiosos, costuma-se encontrar</p><p>regras bastante rígidas a respeito de quem,</p><p>como e para que se poderia fazer esse tipo de uso.</p><p>Sintéticas Naturais</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 13</p><p>Cerca de 15% dos, aproximadamente, oitocentos diferentes</p><p>medicamentos egípcios antigos incluíam cervejas ou vinhos</p><p>em sua composição.</p><p>Certas plantas, com efeitos alucinógenos ou visionários, de-</p><p>sempenhavam importante papel nos rituais de cultos antigos</p><p>que envolviam estados de consciência alterada ou transes</p><p>em países como Grécia, Roma e Índia, assim como entre</p><p>feiticeiros da Sibéria, de regiões do norte da Europa e da</p><p>América indígena.</p><p>Ao longo da história, é possível perceber as diferentes formas</p><p>de relação que os seres humanos tiveram com as substân-</p><p>cias. Embora existam registros muito antigos sobre problemas</p><p>relacionados ao abuso de bebidas alcoólicas, não há, efeti-</p><p>vamente, menção a problemas relacionados, por exemplo,</p><p>Saiba mais</p><p>Para aprofundar seu conhecimento sobre o tema,</p><p>leia a obra “Drogas e cultura: novas perspectivas”,</p><p>publicada em 2008. Nesse texto, você encontrará</p><p>uma reflexão sobre o tema ‘drogas’ a partir de</p><p>uma perspectiva multidisciplinar, que enfatiza</p><p>a importância de abordar o tema não só em</p><p>seus aspectos farmacológicos e psicológicos,</p><p>mas também socioculturais. Para baixar o livro</p><p>na íntegra, acesse o site do Núcleo de Estudos</p><p>Interdisciplinares sobre Psicoativos, disponível</p><p>em: https://neip.info/publicacoes-neip/livros-</p><p>neipdrogas-e-cultura/.</p><p>https://neip.info/publicacoes-neip/livros-neipdrogas-e-cultura/</p><p>https://neip.info/publicacoes-neip/livros-neipdrogas-e-cultura/</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 14</p><p>à degradação de caráter ou a sérios desvios comportamentais</p><p>debitados ao uso de outras drogas, incluindo o ópio, de uso tão</p><p>difundido na Antiguidade.</p><p>Na sequência, você pode acompanhar uma breve apresentação</p><p>do desenvolvimento social, político e cultural do uso de drogas</p><p>no decorrer da história.</p><p>1.1.1 Pré-história</p><p>Na pré-história os membros das diferentes culturas humanas</p><p>utilizavam plantas e algumas substâncias de origem animal com</p><p>finalidades artesanais, terapêuticas, espirituais e de diversão.</p><p>Vejamos, no quadro a seguir, alguns tipos de drogas utilizadas</p><p>nesse período.</p><p>Tipos comuns de drogas na pré-história</p><p>5.000 a.C.</p><p>Ásia Menor e Europa</p><p>Ópio</p><p>Era considerado uma dádiva divina</p><p>para eliminar os males do ser humano,</p><p>principalmente a dor.</p><p>Álcool</p><p>2.200 a.C.</p><p>Oriente Médio</p><p>Era utilizado como medicamento e</p><p>misturado a outras drogas, produzindo</p><p>bebidas de grande potência.</p><p>Cannabis/Maconha</p><p>4.000 a.C.</p><p>Ásia</p><p>Era utilizada para fazer medicamentos,</p><p>para diversão e em finalidades</p><p>espirituais. Além disso, com suas fibras</p><p>confeccionavam-se cordas e tecidos.</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 15</p><p>1.1.2 Idade Antiga</p><p>Na Idade Antiga as drogas eram utilizadas, sobretudo, em</p><p>cultos mágicos e religiosos, com finalidade terapêutica para</p><p>aliviar o sofrimento, e, em alguns casos, como diversão.</p><p>Na Grécia antiga o vinho foi identificado com o deus Dio-</p><p>niso, que em Roma se tornou Baco. Seu culto estabelecia</p><p>regras de utilização da bebida, que devia ser objeto de um</p><p>consumo ritualizado no chamado “simpósio”, onde se</p><p>mantinha o controle do excesso e se pregava a autonomia</p><p>e a autorresponsabilidade.</p><p>No século IV, a cristianização do Império Romano levou,</p><p>todavia, ao colapso as antigas noções pagãs sobre o uso de</p><p>drogas, as quais passaram a ser estigmatizadas não só por</p><p>sua associação a cultos mágicos e religiosos, mas também</p><p>por seus usos terapêuticos para aliviar o sofrimento.</p><p>Tipos comuns de drogas na pré-história</p><p>5.000 a.C.</p><p>Ásia Menor e Europa</p><p>Ópio</p><p>Era considerado uma dádiva divina</p><p>para eliminar os males do ser humano,</p><p>principalmente a dor.</p><p>Álcool</p><p>2.200 a.C.</p><p>Oriente Médio</p><p>Era utilizado como medicamento e</p><p>misturado a outras drogas, produzindo</p><p>bebidas de grande potência.</p><p>Cannabis/Maconha</p><p>4.000 a.C.</p><p>Ásia</p><p>Era utilizada para fazer medicamentos,</p><p>para diversão e em finalidades</p><p>espirituais. Além disso, com suas fibras</p><p>confeccionavam-se cordas e tecidos.</p><p>Antiguidade - Dioniso.</p><p>Fonte: Glorian (2024).</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 16</p><p>1.1.3 Idade Média</p><p>No século X, o emprego de drogas para fins terapêuticos se</p><p>tornou sinônimo de bruxaria ou heresia, tanto por católicos</p><p>como por protestantes, e passou a ser punido com torturas</p><p>e morte.</p><p>The magic circle (O círculo mágico),</p><p>de John William Waterhouse (1886).</p><p>Fonte: The Art and Life of John William</p><p>Waterhouse (A arte e a vida de John William</p><p>Waterhouse) (Waterhouse, 2008).</p><p>Inicialmente persistiu uma maior</p><p>tolerância no mundo islâmico em</p><p>relação ao uso de drogas. Mais tarde,</p><p>com a decadência do seu poderio a</p><p>partir do século XIV, movimentos</p><p>fundamentalistas e intolerantes</p><p>passaram a queimar livros,</p><p>a perseguir dissidentes e a punir</p><p>usuários de álcool e de Cannabis.</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 17</p><p>Na América, inclusive no Brasil, populações indígenas uti-</p><p>lizavam, para finalidades espirituais, terapêuticas ou de di-</p><p>versão, inúmeros produtos botânicos de efeitos psicoativos,</p><p>como o tabaco e a folha da coca. Esses costumes persistem</p><p>até o presente.</p><p>Cachimbos,</p><p>litografia do século XVI.</p><p>Fonte: Thevet (1944 [1575]).</p><p>Detalhe da pintura “Desembarque de</p><p>Cabral em Porto Seguro” (estudo),</p><p>de Oscar Pereira da Silva (1922).</p><p>Fonte: Wikimedia Commons (2014).</p><p>A partir do século XIV, quando começaram as Grandes Na-</p><p>vegações e a colonização da América e da Ásia, houve uma</p><p>ampliação do repertório de substâncias utilizadas como dro-</p><p>gas e de plantas americanas como o</p><p>tabaco, o cacau e o mate,</p><p>que foram introduzidas na Europa para fins medicinais,</p><p>alimentares e lúdicos, tornando-se, inclusive, um grande</p><p>sucesso comercial na época.</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 18</p><p>1.1.4 Idade Contemporânea</p><p>No século XIX, o ópio tornou-se a principal mercadoria de</p><p>exportação das potências europeias para o mercado chinês.</p><p>Nesse período, teve início também o uso político de acusações</p><p>de narcotráfico entre nações que rivalizavam pela hegemonia</p><p>global, como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos.</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais sobre ópio, acesse o site do</p><p>Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas</p><p>Psicotrópicas, disponível em: http://www.cebrid.</p><p>epm.br/folhetos/opio_.htm.</p><p>Ainda durante o século XIX, cientistas conseguiram isolar os</p><p>princípios ativos de várias plantas, produzindo fármacos mais</p><p>puros e de manejo mais fácil, cuja dosagem podia ser calculada</p><p>com maior exatidão.</p><p>O século XIX também foi marcado por traumáticas mudanças</p><p>sociais e por guerras, as quais contribuíram para alastrar o uso</p><p>abusivo de álcool e de outras drogas nesse período.</p><p>Glossário</p><p>Uso abusivo de álcool e de</p><p>outras drogas: segundo</p><p>Glossário de termos sobre</p><p>drogas (2023), significa</p><p>“padrão de consumo de</p><p>drogas nocivo, por meio do</p><p>uso excessivo, persistente</p><p>ou esporádico de drogas,</p><p>que gera prejuízos ao</p><p>usuário, seja no âmbito</p><p>da saúde física ou das</p><p>relações sociais, ou uso de</p><p>medicamentos vendidos</p><p>com receita médica ou</p><p>de venda livre, para</p><p>fins não médicos ou em</p><p>quantidades excessivas e</p><p>inconsistentes às práticas</p><p>médicas recomendadas</p><p>(NCI, 2023, OMS, 1994).</p><p>O abuso de drogas não indica</p><p>necessariamente que o/a</p><p>usuário/a é dependente,</p><p>pois para se chegar a esse</p><p>diagnóstico é preciso</p><p>identificar alguns sintomas</p><p>e problemas causados</p><p>ao usuário” (Instituto</p><p>Igarapé, 2015).</p><p>http://www.cebrid.epm.br/folhetos/opio_.htm</p><p>http://www.cebrid.epm.br/folhetos/opio_.htm</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 19</p><p>Em 1919 foi aprovada uma emenda</p><p>à Constituição estadunidense,</p><p>conhecida como Lei Volstead, ou</p><p>Lei Seca, proibindo a fabricação,</p><p>o comércio e o consumo de bebidas</p><p>alcoólicas no país. Essa lei vigorou</p><p>entre 1920 e 1932, quando outra</p><p>emenda a revogou.</p><p>Durante as décadas de 1960 e 1970, a campanha</p><p>americana antidrogas continuou em âmbito</p><p>internacional e, em 1961 e 1971, foram assinadas,</p><p>pela quase totalidade dos países do mundo,</p><p>a Convenção Única de Viena e a Convenção sobre</p><p>Substâncias Psicotrópicas, respectivamente.</p><p>Com esses acordos, pretendia-se proibir e</p><p>erradicar, em curto ou médio prazo, a produção,</p><p>o comércio e o uso de drogas em geral.</p><p>1.1.4.1 Idade Contemporânea no Brasil</p><p>Apesar de esforços malsucedidos da elite brasileira, colonial e</p><p>imperial, em estabelecer uma produção industrial de cânhamo,</p><p>ou Cannabis, no Brasil, tradicionalmente o uso dessa planta para</p><p>diversão era visto como proveniente da África e associado, quase</p><p>exclusivamente, à população pobre, negra e indígena, principal-</p><p>mente das regiões Nordeste e Norte do país. A linha do tempo a</p><p>seguir apresenta os principais acontecimentos relacionados às</p><p>drogas no Brasil contemporâneo.</p><p>Nos Estados Unidos, surgiram, no começo do século XX, cam-</p><p>panhas populares antidrogas, chamadas de “temperança”, ou</p><p>proibicionistas, que reivindicaram a criação de leis controlando</p><p>a produção e a comercialização dessas substâncias no país.</p><p>Tais campanhas visavam especialmente drogas usadas por</p><p>grupos estrangeiros subalternizados, como os chineses e os</p><p>mexicanos, bem como pela população negra.</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 20</p><p>1916</p><p>Em 1916, o médico Rodrigues Dória referia-se</p><p>à questão do uso da maconha no Brasil pelos</p><p>negros como “a vingança dos vencidos”,</p><p>e propunha a proibição do comércio da planta</p><p>e novas formas de vigilância sobre seus usuários.</p><p>As primeiras leis promulgadas, no final</p><p>do século XIX, para tratar de temas</p><p>relacionados às “substâncias venenosas”,</p><p>à embriaguez e à venda de bebidas alcoólicas</p><p>no Brasil se destinavam aos chamados “vícios</p><p>elegantes”, que incluíam o ópio, a morfina</p><p>e a cocaína, consumidos geralmente por</p><p>jovens brancos das classes altas.</p><p>O Código Penal, de 1890, previa como crime</p><p>a venda ou a administração de substâncias</p><p>venosas sem autorização ou previsão em</p><p>regulamentos sanitários. A proibição, portanto,</p><p>era destinada aos boticários, para prevenir</p><p>o uso de veneno para fins criminosos.</p><p>Final do século XIX</p><p>1976</p><p>Durante o regime militar, uma nova legislação</p><p>de entorpecentes foi adotada, em 1976, para</p><p>facilitar sua aplicação contra uma “juventude</p><p>rebelde” (formada, inclusive, por jovens da</p><p>classe média). No entanto, a lei não atentava</p><p>para as diferenças entre as várias substâncias</p><p>ilícitas e tampouco dava importância à distinção</p><p>entre uso e tráfico de drogas.</p><p>No final do século XX, após a redemocratização</p><p>do país, os padrões excludentes da economia</p><p>brasileira acentuaram o processo de</p><p>marginalização da juventude periférica que</p><p>passa a conceber o ingresso no narcotráfico</p><p>como uma das suas únicas possibilidades</p><p>de conquista de status. Enquanto isso,</p><p>os jovens usuários de classe média já não são</p><p>mais vistos como ameaça ao sistema, mesmo</p><p>que cresça entre eles o consumo de drogas.</p><p>Final do século XX</p><p>Mais tarde, em 1932, a Cannabis foi</p><p>acrescentada à lista de substâncias</p><p>controladas. A repressão ao uso da maconha</p><p>serviu para fortalecer discriminações</p><p>e preconceitos raciais e de classe no país.</p><p>1932</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 21</p><p>1916</p><p>Em 1916, o médico Rodrigues Dória referia-se</p><p>à questão do uso da maconha no Brasil pelos</p><p>negros como “a vingança dos vencidos”,</p><p>e propunha a proibição do comércio da planta</p><p>e novas formas de vigilância sobre seus usuários.</p><p>As primeiras leis promulgadas, no final</p><p>do século XIX, para tratar de temas</p><p>relacionados às “substâncias venenosas”,</p><p>à embriaguez e à venda de bebidas alcoólicas</p><p>no Brasil se destinavam aos chamados “vícios</p><p>elegantes”, que incluíam o ópio, a morfina</p><p>e a cocaína, consumidos geralmente por</p><p>jovens brancos das classes altas.</p><p>O Código Penal, de 1890, previa como crime</p><p>a venda ou a administração de substâncias</p><p>venosas sem autorização ou previsão em</p><p>regulamentos sanitários. A proibição, portanto,</p><p>era destinada aos boticários, para prevenir</p><p>o uso de veneno para fins criminosos.</p><p>Final do século XIX</p><p>1976</p><p>Durante o regime militar, uma nova legislação</p><p>de entorpecentes foi adotada, em 1976, para</p><p>facilitar sua aplicação contra uma “juventude</p><p>rebelde” (formada, inclusive, por jovens da</p><p>classe média). No entanto, a lei não atentava</p><p>para as diferenças entre as várias substâncias</p><p>ilícitas e tampouco dava importância à distinção</p><p>entre uso e tráfico de drogas.</p><p>No final do século XX, após a redemocratização</p><p>do país, os padrões excludentes da economia</p><p>brasileira acentuaram o processo de</p><p>marginalização da juventude periférica que</p><p>passa a conceber o ingresso no narcotráfico</p><p>como uma das suas únicas possibilidades</p><p>de conquista de status. Enquanto isso,</p><p>os jovens usuários de classe média já não são</p><p>mais vistos como ameaça ao sistema, mesmo</p><p>que cresça entre eles o consumo de drogas.</p><p>Final do século XX</p><p>Mais tarde, em 1932, a Cannabis foi</p><p>acrescentada à lista de substâncias</p><p>controladas. A repressão ao uso da maconha</p><p>serviu para fortalecer discriminações</p><p>e preconceitos raciais e de classe no país.</p><p>1932</p><p>1.2 No Brasil: os vícios elegantes e o ópio</p><p>do pobre</p><p>A atribuição de uma série de características negativas às</p><p>drogas ilícitas e a seus usuários tem tido papel importante</p><p>na ordenação da sociedade brasileira com todas as suas</p><p>desigualdades. Assim, o usuário é geralmente concebi-</p><p>do, de maneira negativa ou estigmatizada, estereotipada,</p><p>como irresponsável e incapaz de gerir adequadamente a sua</p><p>vida. No entanto, problemas estruturais da</p><p>sociedade, como</p><p>a má distribuição de renda, as deficiências dos sistemas de</p><p>educação, saúde e segurança pública também devem ser</p><p>levados em conta.</p><p>Glossário</p><p>Estigmatizada: qualificada</p><p>de modo negativo; rotulada.</p><p>Que foi acusada ou condenada</p><p>moral ou publicamente.</p><p>Para refletir</p><p>Formadores de opinião, como políticos, líderes</p><p>religiosos, jornalistas, policiais e influencers, elegem</p><p>um inimigo imaginário: o “drogado” ou “viciado”,</p><p>para servir de bode expiatório, como se fosse</p><p>possível responsabilizar apenas essas pessoas</p><p>por todos os problemas que afligem a sociedade.</p><p>Sob o pretexto de combatê-lo e ao tráfico que lhe</p><p>sustenta, são propostas medidas repressivas que,</p><p>de fato, criam barreiras de acesso a serviços da</p><p>rede de saúde e de proteção social, agravando um</p><p>cenário de exclusão.</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para</p><p>o QR Code ao</p><p>lado e assista ao</p><p>vídeo sobre o</p><p>estereótipo do</p><p>usuário de drogas,</p><p>ou acesse o link:</p><p>https://youtu.be/</p><p>N9ecW5pATxA</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 22</p><p>Isso fica claro, por exemplo, no caso da proibição da maconha</p><p>no Brasil. Após a abolição da escravatura, esses contingen-</p><p>tes populacionais, mal integrados à vida socioeconômica do</p><p>país – porque eram maioria e haviam sofrido brutais vio-</p><p>lências, como torturas e assassinatos, por parte dos escra-</p><p>vagistas brancos –, causavam temor às elites. Nessa épo-</p><p>ca, desenvolveu-se um discurso voltado para a “melhoria</p><p>da raça brasileira”, buscando uma maior integração com a</p><p>cultura europeia e um “embranquecimento” da população.</p><p>Essas ideias faziam parte de uma política higienista, que visava</p><p>à exclusão de setores indigentes e negros, sustentada numa</p><p>suposta ciência conhecida como “eugenia”.</p><p>Práticas culturais de origem africana, como o candomblé, a</p><p>capoeira e o uso da maconha, eram sistematicamente des-</p><p>qualificadas e, muitas vezes, até consideradas causadoras</p><p>de doença mental.</p><p>As primeiras leis promulgadas para tratar de temas rela-</p><p>cionados ao álcool e outras drogas, como o ópio, a morfi-</p><p>na e a cocaína – usados geralmente por jovens brancos das</p><p>classes altas, em locais de boemia, como bares e bordéis –,</p><p>tinham como pano de fundo o cuidado com a saúde des-</p><p>tes que tinham os chamados à época de “vícios elegantes”.</p><p>Os problemas que o “ópio do pobre”, a maconha, poderia</p><p>trazer para a saúde da população negra não interessavam aos</p><p>médicos e legisladores. Interessava criar dispositivos efica-</p><p>zes de controle, e não de cuidado dessa população. Criou-se,</p><p>então, um aparato legal, que tomava a maconha como objeto</p><p>a ser vigiado. Em decorrência, foram desenvolvidas ações de</p><p>repressão, voltadas aos locais de ajuntamento, trabalho e</p><p>divertimento popular, afetando principalmente a população</p><p>negra e mestiça das regiões Norte e Nordeste.</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 23</p><p>Dessa maneira, naquele momento, a repressão ao uso</p><p>da maconha serviu para fortalecer discriminações e</p><p>preconceitos, raciais e de classe, servindo também</p><p>como forma de intervenção disciplinar no modo de</p><p>vida das populações pobres do Brasil.</p><p>O clima de insegurança que passa a reinar na sociedade cos-</p><p>tuma ser, no entanto, atribuído simplesmente às “guerras de</p><p>traficantes”, quando decorre também do modelo socioeconô-</p><p>mico vigente e de uma série de falhas nos sistemas públicos</p><p>de segurança, saúde e educação.</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais sobre a complexa relação entre o uso</p><p>de drogas e violência, leia o artigo “A complexidade</p><p>das relações entre drogas, álcool e violência”,</p><p>disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/</p><p>v14n1/0123.pdf.</p><p>Saiba mais</p><p>Para podermos discutir com mais propriedade</p><p>a questão, recomendamos a leitura da Lei</p><p>n° 11.343/2006, considerando suas implicações</p><p>jurídicas, culturais e políticas, disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_</p><p>Ato2004-2006/2006/Lei/L11343.htm.</p><p>http://www.scielo.br/pdf/csp/v14n1/0123.pdf</p><p>http://www.scielo.br/pdf/csp/v14n1/0123.pdf</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11343.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11343.htm</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 24</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais sobre os efeitos nocivos que</p><p>as práticas estritamente repressivas no campo</p><p>político sobre as drogas direcionam à juventude</p><p>negra e pobre, confira o estudo do Insper,</p><p>disponível em: https://www.poder360.com.br/</p><p>seguranca-publica/negros-tem-mais-chances-</p><p>de-serem-considerados-traficantes-diz-estudo.</p><p>Esses jovens agora representam um alto percentual da po-</p><p>pulação encarcerada no país, intensificando o ciclo de exclu-</p><p>são, uma vez que a passagem pelo sistema prisional amplia</p><p>o estigma e as barreiras de acesso às políticas de saúde e</p><p>proteção social.</p><p>Ocorre, assim, uma seletividade do sistema penal,</p><p>que permite que a política de drogas acabe, mais</p><p>uma vez, servindo para a manutenção da tradição</p><p>brasileira de criminalizar a pobreza e a negritude.</p><p>Na prática, o foco na repressão e a discriminação tiveram</p><p>como efeito o fortalecimento de uma guerra contra os po-</p><p>bres, geral mente jovens rapazes negros, acusados de serem</p><p>traficantes, bem como as comunidades onde vivem.</p><p>https://www.poder360.com.br/seguranca-publica/negros-tem-mais-chances-de-serem-considerados-traficantes-diz-estudo</p><p>https://www.poder360.com.br/seguranca-publica/negros-tem-mais-chances-de-serem-considerados-traficantes-diz-estudo</p><p>https://www.poder360.com.br/seguranca-publica/negros-tem-mais-chances-de-serem-considerados-traficantes-diz-estudo</p><p>Módulo 1</p><p>Unidade 2</p><p>A política sobre drogas e a</p><p>abordagem psicossocial</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 26</p><p>Unidade 2</p><p>A política sobre drogas e a</p><p>abordagem psicossocial</p><p>Nesta unidade discutiremos sobre a evolução da política sobre</p><p>drogas no Brasil e a sua relação com a abordagem psicossocial</p><p>orientada para o cuidado aos usuários e usuárias que fazem</p><p>uso problemático de drogas.</p><p>2.1 Legislações e políticas sobre drogas no</p><p>Brasil contemporâneo</p><p>Ainda diante do contexto de redemocratização do nosso</p><p>país, foi sancionada, em 2006, a Lei n° 11.343, que insti-</p><p>tuiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas</p><p>(SISNAD) e que prevê as medidas para a prevenção do uso de</p><p>drogas, atenção e reinserção social de usuários com proble-</p><p>mas decorrentes do uso. Embora essa lei tenha reconhecido</p><p>a diferença entre usuário e traficante, prevendo a despena-</p><p>lização do uso, ela deixou a critério do agente policial ou da</p><p>autoridade judicial tal distinção, o que gerou distorções na</p><p>aplicação da lei.</p><p>Usuário</p><p>Traficante</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 27</p><p>Fique por dentro</p><p>No dia 25 de junho de 2024, o Supremo</p><p>Tribunal Federal decidiu, por 8 votos a 3,</p><p>pela descriminalização do porte de maconha,</p><p>o que não significa legalizar ou liberar o uso. O uso</p><p>continua sendo ilegal, mas passa a ser considerado</p><p>como um ilícito administrativo, ficando fora do</p><p>campo penal e, portanto, não mais ensejando a</p><p>prisão de pessoas que são flagradas comprando,</p><p>portando, transportando ou guardando consigo a</p><p>quantidade de até 40 gramas da substância ou seis</p><p>plantas fêmeas.</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais acerca do assunto, sugerimos que</p><p>você assista ao vídeo sobre descriminalização do</p><p>porte da maconha, disponível em: https://www.</p><p>youtube.com/watch?v=qLddAUD2Krk.</p><p>No sentido da prevenção ao uso, atenção e reinserção social</p><p>de pessoas com problemas relacionados ao uso de álcool e</p><p>outras drogas, em dezembro de 2011, o Ministério da Saúde</p><p>lançou a Portaria n° 3.088/2011, que instituiu a Rede de Aten-</p><p>ção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno</p><p>mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, ál-</p><p>cool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde</p><p>(SUS). No mesmo ano o Ministério da Justiça, juntamente ao</p><p>Ministério da Saúde e do Desenvolvimento Social e Combate</p><p>à</p><p>Fome, além da Casa Civil e da Secretaria de Direitos Humanos,</p><p>lançaram o programa “Crack, é possível vencer”. Estruturado</p><p>nos eixos prevenção, cuidado e autoridade, o programa teve</p><p>como principal objetivo o fortalecimento da rede de atenção</p><p>às pessoas em sofrimento em decorrência do uso de drogas</p><p>lícitas e ilícitas.</p><p>Em 2019, a Lei n° 13.840 alterou a Lei n° 11.343/2006 e di-</p><p>versas outras leis e decretos para dispor sobre o Sistema Na-</p><p>cional de Políticas Públicas sobre Drogas e as condições de</p><p>atenção aos usuários ou dependentes de drogas e para tra-</p><p>tar do financiamento das políticas sobre drogas. A lei pre-</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=qLddAUD2Krk</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=qLddAUD2Krk</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 28</p><p>viu a elaboração do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas</p><p>(PLANAD), em parceria com estados, Distrito Federal e muni-</p><p>cípios, com a finalidade de dar concretude às diretrizes e aos</p><p>pressupostos e objetivos da Política Nacional sobre Drogas</p><p>(PNAD), instituída pelo Decreto n° 9.761/2019.</p><p>2.2 As drogas no mundo contemporâneo</p><p>No mundo contemporâneo, vemos uma diversidade de formas</p><p>no modo como é abordado o tema das substâncias psicoativas,</p><p>considerando as diferentes sociedades, culturas e coletivi-</p><p>dades. Em termos do consumo, vimos, ao longo da história,</p><p>experiências que vão do uso recreativo/social ao terapêutico/</p><p>medicinal e o uso religioso. As drogas, portanto, a depender do</p><p>contexto e da cultura, podem ser entendidas como proibidas,</p><p>controladas ou liberadas, sendo elas classificadas juridicamente</p><p>como lícitas ou ilícitas.</p><p>Podcast</p><p>Como já mencionamos, o álcool, o tabaco,</p><p>a morfina, a cocaína, a Cannabis, o açúcar e o</p><p>café e as drogas sintéticas são exemplos de</p><p>substâncias psicoativas. Porém, a depender do</p><p>contexto de consumo, da cultura na qual a pessoa</p><p>está inserida, da qualidade, da quantidade e da</p><p>frequência da substância, do organismo que</p><p>toma contato e da sua condição e contexto de</p><p>vida, da rede de relações e afetos com a qual a</p><p>pessoa pode contar para suporte às questões</p><p>que lhe atravessam, o uso de qualquer uma dessas</p><p>substâncias pode ter efeitos danosos ou não.</p><p>Mais do que isso, uma mesma substância pode ter</p><p>usos e significados sociais muito diversos.</p><p>Por exemplo, as bebidas alcóolicas em sociedades</p><p>de maioria islâmica são terminantemente proibidas,</p><p>enquanto em sociedades cristãs são lícitas e até</p><p>utilizadas em rituais religiosos, como é o caso do</p><p>vinho na Igreja Católica, ganhando, nesse contexto,</p><p>sentidos totalmente distintos daqueles que</p><p>caracterizam o uso cotidiano de bebidas alcóolicas</p><p>em ambientes não religiosos.</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 29</p><p>Apesar da existência de várias formas de controle, as dro-</p><p>gas ilícitas ainda são amplamente consumidas pelas</p><p>sociedades contemporâneas.</p><p>Fique por dentro</p><p>Em 2023, o Escritório das Nações Unidas sobre</p><p>Drogas e Crime (UNODC), em seu relatório anual,</p><p>apontou um crescimento de 23% no consumo</p><p>de drogas ilícitas no mundo nos últimos 10 anos</p><p>(UNODC, 2023).</p><p>Pessoas que usam drogas, 2021</p><p>296</p><p>milhões</p><p>de pessoas</p><p>23%</p><p>em 10 anos</p><p>Cannabis</p><p>219 Opioides</p><p>(dos quais 32</p><p>são opiáceos)</p><p>Anfetaminas</p><p>36</p><p>Cocaína</p><p>22</p><p>Ecstasy</p><p>60 20</p><p>Fonte: Adaptado do</p><p>Relatório Mundial de Drogas</p><p>(UNODC, 2023).</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 30</p><p>Os desafios que as sociedades enfrentam para lidar com as</p><p>drogas se dão também no contexto da produção e do comércio</p><p>ilegal de drogas. Os diversos Estados definiram seus modelos</p><p>políticos de controle, e vemos que a gestão das drogas no</p><p>mundo contemporâneo tem sido majoritariamente operada a</p><p>partir de duas matrizes conceituais que embasam práticas de</p><p>controle e coerção, a saber: medicalização e criminalização.</p><p>Essas noções, ao contrário de resolver os problemas gerados</p><p>pela produção, comércio e consumo de drogas, agrega no-</p><p>vos e ainda mais complexos problemas às pessoas direta e</p><p>indiretamente envolvidas.</p><p>Essas duas concepções foram fundamentais para que, ao longo</p><p>dos séculos XX e XXI, a questão das drogas tenha se tornado</p><p>progressivamente prioritária para os Estados nacionais. No</p><p>entanto, a maneira como os Estados têm abordado a questão,</p><p>ou seja, como têm planejado e implementado suas políticas</p><p>sobre drogas, tem relação com fatores muito mais amplos,</p><p>que envolvem preocupações sanitárias, questões econômicas,</p><p>valores morais, dogmas religiosos, disputas geopolíticas,</p><p>entre outros.</p><p>Medicalização</p><p>Refere-se ao ato de administrar</p><p>medicamentos como tratamento.</p><p>No contexto das drogas, a medicalização</p><p>significa tratar o usuário como alguém com</p><p>um problema de saúde que necessita</p><p>de intervenção médica ou similar para</p><p>interromper ou controlar seu uso. Essa</p><p>abordagem pode, em alguns casos,</p><p>resultar na criação de estereótipos ou</p><p>estigmas associados às pessoas que</p><p>utilizam drogas, acarretar na produção</p><p>de estereótipos ou mesmo estigmas</p><p>de pessoas que usam drogas.</p><p>Lorem ipsum</p><p>Medicalização e criminalização</p><p>Criminalização</p><p>Processo de tornar uma atividade um</p><p>crime, violando uma ou mais leis. No</p><p>contexto das drogas, isso significa</p><p>considerar como crimes a produção,</p><p>o consumo, o comércio, o porte e, em</p><p>alguns casos, o uso de determinadas</p><p>substâncias. Uma das possíveis</p><p>consequências da criminalização</p><p>é a associação direta entre ser usuário</p><p>de uma substância e ser considerado</p><p>um criminoso.</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para</p><p>o QR Code ao</p><p>lado e assista</p><p>ao vídeo sobre</p><p>medicalização e</p><p>criminalização,</p><p>ou acesse o link:</p><p>https://youtu.be/</p><p>A4f2JNgavTk</p><p>Módulo 1</p><p>Unidade 3</p><p>O sujeito, a abordagem</p><p>psicossocial e os contextos</p><p>socioculturais do uso de drogas</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 32</p><p>Unidade 3</p><p>O sujeito, a abordagem</p><p>psicossocial e os contextos</p><p>socioculturais do uso de drogas</p><p>Nesta seção, discutiremos, a partir do sujeito que faz uso</p><p>de álcool e outras drogas, quais são os principais aspectos</p><p>psicossociais que devemos considerar para melhor com-</p><p>preensão da problemática e suas possíveis abordagens. Para</p><p>isso, procuramos caracterizar a noção de sujeito como um</p><p>ser social e historicamente construído, identificar os prin-</p><p>cipais componentes da abordagem psicossocial do uso de</p><p>substâncias psicoativas e enfatizar a importância da família</p><p>como protagonista da realidade do sujeito. Além disso, bus-</p><p>camos conceituar e caracterizar a rede social significativa e</p><p>o papel da comunidade, além de enfatizar a importância da</p><p>reinserção social de quem faz uso problemático de álcool e</p><p>de outras drogas.</p><p>3.1 Noção de sujeito e seu impacto no mundo</p><p>O conceito de sujeito é amplo. Podemos dizer que sujeito faz</p><p>referência à pessoa em relação com o mundo, ou seja, é um</p><p>ser que tem permanentemente experiências diversas e únicas,</p><p>a partir de seu relacionamento com outros seres, viventes ou</p><p>não. Isto é, estamos em processo cotidiano de nos tornarmos</p><p>sujeitos na medida em que nos relacionamos com os outros</p><p>e com as coisas existentes no mundo. Por isso, estamos em</p><p>constante processo de transformação, e aí se encontra o</p><p>sentido de nossa existência.</p><p>Sujeito</p><p>histórico</p><p>Sujeito</p><p>social</p><p>Sujeito</p><p>cultural</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 33</p><p>Um aspecto importante do sujeito é a sua relação com o seu</p><p>próprio corpo, que tem uma dimensão biológica dada, mas</p><p>que, ao mesmo tempo, se organiza socialmente sobre a base</p><p>dos afetos experimentados pelo sujeito em seus diferentes</p><p>sistemas de relações.</p><p>Essa visão de sujeito sócio-histórico-cultural remete a diver-</p><p>sos momentos da vida, pois, ao pertencer a um determinado</p><p>espaço social, também estamos construindo nossa própria</p><p>condição existencial.</p><p>Dessa maneira, sabe-se que, à medida que nos inserimos</p><p>na sociedade, há diferentes conexões singulares às diversas</p><p>realidades que nos atravessam cotidianamente, como</p><p>as ex-</p><p>periências coletivas, institucionais, políticas, culturais etc.</p><p>Assim, vamos acrescentando um pouco mais a nossa história</p><p>pessoal nos constituindo cada vez mais como sujeitos atuantes</p><p>na construção de nossa própria subjetividade e do mundo.</p><p>Fonte: © [melitas] / Shutterstock.</p><p>Nesse sentido, o ser humano como sujeito social é incentivado</p><p>ao longo da vida a construir projetos de vida, os quais devem</p><p>possuir uma finalidade que faça sentido a ele e à sociedade</p><p>na qual está inserido. Tais projetos devem considerar as</p><p>expectativas do sujeito em relação ao seu futuro e às suas</p><p>possibilidades reais, enfatizando as escolhas pessoais na de-</p><p>finição das estratégias para atingir esse futuro e assumindo a</p><p>responsabilidade pelas decisões e comportamentos adotados.</p><p>Porém, é a sociedade que deverá apresentar os limites e as</p><p>possibilidades – culturalmente construídos para ordenar a</p><p>realidade – para a elaboração e principalmente para a efe-</p><p>tivação desses projetos.</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 34</p><p>Para refletir</p><p>Considerando essa inter-relação entre sujeito e</p><p>sociedade para a efetivação dos projetos de vida</p><p>que buscamos implementar ao longo da vida,</p><p>as expectativas de futuro, suas reais</p><p>possibilidades ou dificuldades para se</p><p>efetivarem, o que será que promove o interesse</p><p>e o uso de substâncias psicoativas?</p><p>Você, cursista, acha possível perceber, junto ao</p><p>outro, os elementos do contexto social que podem</p><p>tê-lo levado a usar a substância psicoativa, as</p><p>expectativas dele (o usuário) em relação ao futuro</p><p>e quais as responsabilidades dele diante de uma</p><p>possível mudança?</p><p>3.2 Por uma abordagem psicossocial</p><p>A abordagem psicossocial compreende que a nossa história</p><p>de vida é marcada pelas relações em rede, cujas estruturas</p><p>familiar, comunitária e social, bem como as experiências</p><p>culturais, se manifestam no dia a dia, constituindo o sujeito</p><p>em sua totalidade, que afeta e é afetado no mundo, enfa-</p><p>tizando a interação e a interdependência dos fenômenos</p><p>biopsicossociais. Contempla, portanto, articulações entre o</p><p>campo social e a subjetividade, entre a realidade e o desejo,</p><p>concebendo o sujeito a partir da multidimensionalidade da</p><p>vida, na qual estão envolvidos aspectos de interação entre</p><p>o corpo, o meio ambiente e o contexto social.</p><p>Nessa perspectiva, as relações do sujeito com suas redes fa-</p><p>miliar e comunitária passam a ocupar um lugar privilegiado,</p><p>convocando-se os atores sociais envolvidos a participar da</p><p>compreensão dos processos em que estão implicados e a se</p><p>responsabilizarem pela transformação do seu entorno.</p><p>Sendo assim, uma intervenção psicossocial tenta</p><p>compreender a complexidade do ser humano em</p><p>seus processos de troca e no desenvolvimento de</p><p>ligações baseadas nas experiências construídas</p><p>individual e coletivamente.</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para</p><p>o QR Code ao</p><p>lado e assista a</p><p>entrevista sobre</p><p>a importância de</p><p>compreendermos</p><p>o sujeito para</p><p>podermos propiciar</p><p>um tratamento</p><p>adequado aos</p><p>problemas</p><p>relacionados ao uso</p><p>de drogas,</p><p>ou acesse o link:</p><p>https://youtu.be/</p><p>cTHEA2AvwVc</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 35</p><p>Essa prática, que se volta para o sofrimento ou os problemas</p><p>decorrentes da dimensão psicossocial, ressalta ações dirigidas</p><p>para a atenção ao usuário, em uma perspectiva integral, o que</p><p>requer o questionamento de posições reducionistas, voltadas</p><p>somente para as intervenções bioquímicas e direcionadas para</p><p>as perspectivas fisiopatológicas do usuário.</p><p>Para que possamos especificar melhor a complexidade envolvida</p><p>na abordagem psicossocial, a seguir destacamos três dimensões</p><p>fundantes: a família, a comunidade e a rede social.</p><p>Glossário</p><p>Fisiopatologia: refere-se</p><p>à área da medicina que se</p><p>dedica a realizar estudos</p><p>para compreender o</p><p>desenvolvimento das doenças,</p><p>voltando-se às funções</p><p>“anormais” ou “patológicas”</p><p>dos vários órgãos e aparelhos</p><p>do organismo.</p><p>Comunidade</p><p>O conceito de comunidade engloba não</p><p>somente o conjunto de pessoas que a formam,</p><p>mas também as complexas relações sociais</p><p>que existem entre seus membros,o sistema de</p><p>crenças que professam e as normas sociais</p><p>que a regem. Por isso, a apreciação da singular</p><p>complexidade de cada comunidade é</p><p>essencial para a compreensão dos sujeitos que</p><p>nela se inscrevem e, em decorrência, de como</p><p>as pessoas tomam decisões que afetam a</p><p>saúde e o seu bem-estar.</p><p>Rede</p><p>Por rede social entendemos o</p><p>conjunto de relações estabelecidas</p><p>entre pessoas nos seus espaços de</p><p>vida afetiva, compreendendo as</p><p>relações que estabelecem com o</p><p>território em que vivem, os grupos</p><p>sociais com os quais se identificam</p><p>e também os laços comunitários</p><p>de pertencimentos.</p><p>Família</p><p>A família é a unidade básica da</p><p>sociedade formada por pessoas</p><p>com ancestrais em comum ou</p><p>ligados por laços afetivos. É a</p><p>primeira referência da pessoa.</p><p>Mediadora entre o sujeito e a</p><p>sociedade, é onde aprendemos a</p><p>perceber o mundo e a nos situarmos</p><p>nele. É um dos grupos responsáveis</p><p>por nossa formação pessoal.</p><p>CENTRO COMUNITÁRIO</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 36</p><p>3.2.1 A família e a comunidade como fatores de</p><p>proteção e redes iniciais de cuidado</p><p>A partir da década de 1960, a família sofreu muitas modifica-</p><p>ções: cresceu o número de separações e divórcios; a religião foi</p><p>perdendo sua força, não mais conseguindo segurar casamentos</p><p>com relações insatisfatórias; a igualdade de direitos passou a</p><p>ser um pressuposto em muitas relações matrimoniais.</p><p>No século XXI, costuma-se falar da “crise da instituição famí-</p><p>lia”. Não se trata, porém, propriamente do enfraquecimento</p><p>da instituição família, mas de inúmeras transformações que</p><p>ela vem sofrendo em sua estrutura, em função de mudanças</p><p>socioculturais contemporâneas: novas relações entre os sexos,</p><p>mediante o maior controle da natalidade e a inserção massiva</p><p>da mulher no mercado de trabalho; ao mesmo tempo, o homem</p><p>aprendeu a ser mais cuidadoso nas relações familiares e nos</p><p>trabalhos domésticos. Também houve mudanças nos precon-</p><p>ceitos em relação à homossexualidade, com maior abertura e</p><p>aceitação da diversidade sexual, sempre existente ao longo da</p><p>história da humanidade. Isso levou a diferentes configurações</p><p>familiares, podendo ser nuclear, monoparental, recasada, não</p><p>convencional, homoafetiva, de pais separados, com filhos ado-</p><p>tivos, sem filhos, etc.</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para o</p><p>QR Code ao lado e</p><p>assista ao vídeo de</p><p>animação sobre a</p><p>temática da família,</p><p>ou acesse o link:</p><p>https://youtu.be/</p><p>v7SMiEhqsTI</p><p>Sabemos que a família desempenha papel fundamental não</p><p>só na relação com seus membros, mas também na relação</p><p>com o Estado, na perspectiva de instituição social decisiva</p><p>para o desenvolvimento do processo de integração/inclusão</p><p>social das pessoas. Considera-se a família como base para a</p><p>construção da autonomia e da independência, o que, junta-</p><p>mente com a escola, deve favorecer a formação de um sujeito</p><p>capaz de organizar sua própria vida e responsabilizar-se por</p><p>suas relações sociais, fortalecendo a manutenção de laços</p><p>afetivos já existentes, bem como formando novos laços.</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 37</p><p>Considerar a família é muito importante na construção de</p><p>qualquer processo de compreensão do usuário de álcool e</p><p>outras drogas e de intervenção na sua realidade, devendo</p><p>ser incluída desde o começo em todas as ações em saúde,</p><p>o que torna fundamental conhecê-la, em suas potencia-</p><p>lidades e fraquezas, suas redes e suas determinações para</p><p>o levantamento das possibilidades (ou não) de mudanças.</p><p>Por isso, a família deveria ser protagonista de todo o processo</p><p>de acompanhamento do sujeito.</p><p>O infográfico abaixo nos apresenta como microssistema e</p><p>mesossistema a família, a escola e as relações aí estabelecidas,</p><p>mas também podemos considerar, nesses sistemas mais pró-</p><p>ximos,</p><p>para novos projetos de vida?</p><p>O que avalia como obstáculos a serem superados para retomar seus projetos de vida?</p><p>O que aspirava como sonhos a serem realizados?</p><p>O que lhe fazia vibrar com a vida e perdeu potência após o uso problemático de substâncias psicoativas?</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 42</p><p>Por isso, faz-se necessário assumir uma postura de acolhi-</p><p>mento do sujeito, na qual a atitude solidária e a crença de</p><p>que ele é capaz construir e/ou restabelecer sua rede social</p><p>irão determinar o estabelecimento de vínculos positivos, isto</p><p>é, uma parceria na qual a porta para a ajuda estará sempre</p><p>aberta, desde que o trânsito seja de mão dupla.</p><p>Além do (r)estabelecimento da rede de afetos como rede so-</p><p>cial a ser acionada para apoio na tomada de novas decisões</p><p>do sujeito que está em processo de reabilitação psicossocial,</p><p>a necessidade de o sujeito ter acesso a serviços territoriais</p><p>com atendimentos interdisciplinares e intersetoriais é chave</p><p>fundamental para o processo de reinserção social.</p><p>Entender suas necessidades e potencialidades em diversos</p><p>campos da vida (saúde, educação, moradia digna, traba-</p><p>lho/renda, esporte, cultura, lazer, etc.) é o caminho para-</p><p>lelo a ser percorrido para desenhar um Projeto Terapêutico</p><p>Singular (PTS) que lhe permita superar situações que o vul-</p><p>nerabilizaram e que, por vezes, o levaram ao uso considerado</p><p>problemático de álcool e outras drogas.</p><p>Assim, devemos entender a reinserção social como um processo</p><p>longo e gradativo que implica, inicialmente, a superação dos</p><p>nossos próprios preconceitos, nem sempre explícitos.</p><p>Glossário</p><p>Reabilitação psicossocial:</p><p>processo que deve promover,</p><p>junto a um sujeito com</p><p>limitações psicossociais,</p><p>uma melhor reestruturação</p><p>da sua autonomia e suas</p><p>funções, na comunidade,</p><p>a partir de um conjunto</p><p>de estratégias capazes de</p><p>resgatar sua singularidade</p><p>e suas relações afetivas.</p><p>Pauta-se num tripé para o</p><p>restabelecimento da vida</p><p>digna: moradia, trabalho/</p><p>renda e sociabilidade.</p><p>Glossário</p><p>Projeto Terapêutico</p><p>Singular: “Conjunto de</p><p>condutas e propostas</p><p>terapêuticas que orientam o</p><p>trabalho direcionado a um</p><p>sujeito singular e coletivo,</p><p>que resulta da discussão</p><p>coletiva interdisciplinar de</p><p>profissionais de determinado</p><p>serviço de saúde e se consolida</p><p>em cenário histórico e de</p><p>Políticas Públicas, orientado</p><p>em âmbito nacional pelo</p><p>Sistema Único de Saúde”</p><p>(Silva, 2015, p. 10).</p><p>Aponte a câmera</p><p>do seu dispositivo</p><p>móvel (smartphone</p><p>ou tablet) para o</p><p>QR Code ao lado</p><p>e assista ao vídeo</p><p>sobre reinserção</p><p>social, ou acesse o</p><p>link: https://youtu.</p><p>be/kybCKBh7xdY</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 43</p><p>Saiba mais</p><p>Para se aprofundar no tema, recomendamos</p><p>a leitura do artigo “Reabilitação Psicossocial e</p><p>Reinserção Social de usuários de drogas: revisão da</p><p>literatura”, disponível em: https://www.scielo.br/j/</p><p>psoc/a/99nkdwgFwnDMBzNNBx68G8R/.</p><p>Para refletir</p><p>Por que a maioria das ações de prevenção e</p><p>tratamento continua a se pautar por ações,</p><p>muitas vezes, sem qualquer evidência científica,</p><p>estigmatizando usuários e centralizando nas</p><p>substâncias, e não se voltam para a questão</p><p>dos determinantes sociais que produzem</p><p>vulnerabilidades psicossociais que estão na base</p><p>do uso problemático relacionado às drogas?</p><p>Confira a seguir um apanhado com os pontos principais</p><p>abordados neste módulo.</p><p>https://www.scielo.br/j/psoc/a/99nkdwgFwnDMBzNNBx68G8R/</p><p>https://www.scielo.br/j/psoc/a/99nkdwgFwnDMBzNNBx68G8R/</p><p>Módulo 1</p><p>História das “drogas”, contextos de uso e abordagem psicossocial 44</p><p>SÍNTESE DO MÓDULO</p><p>Neste módulo, começamos narrando como,</p><p>ao longo da história, a questão das drogas foi</p><p>apresentando diferentes sentidos, significados e</p><p>diversas formas de usos. Pudemos entender que a</p><p>existência das substâncias psicoativas data desde</p><p>o início da história humana e, seja na esfera religiosa,</p><p>terapêutica ou medicinal, o uso e o comércio variam</p><p>de acordo com cada contexto social e cultural.</p><p>Também foi apresentada a evolução, a partir</p><p>dos amplos e complexos processos históricos</p><p>da sociedade, das legislações e formas de</p><p>organização política sobre a temática das drogas.</p><p>Refletimos, ainda, sobre os efeitos nocivos que as</p><p>práticas estritamente repressivas e de combate</p><p>às drogas causam em grupos que vivenciam</p><p>situações de vulnerabilidade social, especialmente</p><p>a juventude negra. Nesse sentido, apresentamos o</p><p>modelo da abordagem psicossocial, que, ao pensar</p><p>o cuidado na perspectiva integral da vida social,</p><p>toma a discussão sobre os efeitos do uso</p><p>problemático de substância como um fenômeno</p><p>multidimensional que, na sua agudização,</p><p>pode produzir intensos sofrimentos psicossociais.</p><p>O que nos revela a necessidade de compreender</p><p>e atuar sobre esse agravo à saúde de maneira</p><p>intersetorial e articulada com a lógica da garantia</p><p>do acesso aos direitos para todas e todos.</p><p>Você finalizou o Módulo 1!</p><p>No próximo módulo vamos explorar um pouco da história da</p><p>política de saúde mental e saber como os atores envolvidos</p><p>buscaram garantir tanto a saúde integral quanto a cidadania</p><p>das pessoas que sofrem com transtornos mentais, incluindo</p><p>situações relacionadas ao uso de substâncias psicoativas.</p><p>Referências</p><p>ADIALA, J. C. O problema da maconha no Brasil: ensaio sobre</p><p>racismo e drogas. Rio de Janeiro: IUPERJ, 1986. Série Estudos,</p><p>n. 52. p. 1-25. Mimeo.</p><p>BOITEUX, L. (coord.). Tráfico e Constituição: um estudo sobre</p><p>a atuação da justiça criminal do Rio de Janeiro e de Brasília no</p><p>crime de tráfico de drogas. Revista Jurídica da Presidência,</p><p>Brasília, DF, v. 11, n. 94, p. 1-29, jun./set. 2009. Disponível em:</p><p>https://revistajuridica.presidencia.gov.br/index.php/saj/article/</p><p>view/197/186. Acesso em: 23 dez. 2013.</p><p>BRASIL. Decreto n° 9.761, de 11 de abril de 2019. Aprova a</p><p>Política Nacional sobre Drogas. Brasília, DF: Presidência da</p><p>República, 2019. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/d9761.htm. Acesso</p><p>em: 12 jul. 2024.</p><p>BRASIL. Lei n° 11.343, de 23 de agosto de 2006.</p><p>Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas</p><p>(Sisnad); prescreve medidas para prevenção do uso indevido,</p><p>atenção e reinserção social de usuários e de pendentes de</p><p>drogas; estabelece normas para repressão à produção não</p><p>autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá</p><p>outras provi dências. Brasília, DF: Presidência da República,</p><p>2006 p. 2, 24 ago. 2006. Dis ponível em: https://www.planal-</p><p>to.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11343.htm.</p><p>Acesso em: 10 fev. 2014.</p><p>BRASIL. Lei n° 13.840, de 5 de junho de 2019. Altera as Leis</p><p>nos 11.343, de 23 de agosto de 2006 [...], para dispor sobre o</p><p>Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas e as con-</p><p>dições de atenção aos usuários ou dependentes de drogas</p><p>e para tratar do financiamento das políticas sobre drogas.</p><p>Brasília, DF: Presidência da República, 2019. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/</p><p>Lei/L13840.htm. Acesso em: 19 jun. 2024.</p><p>BRASIL. Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976. Dispõe so-</p><p>bre medidas de prevenção e repressão ao tráfico ilícito e uso</p><p>indevido de substâncias entorpecentes ou que determinem</p><p>dependência física ou psíquica, e dá outras providências. Brasí-</p><p>lia, DF: Presidência da República, 1976. Disponível em: http://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6368.htm. Acesso em:</p><p>10 fev. 2014.</p><p>BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Crack, é</p><p>possível vencer. 2024. Disponível em: https:// www.justica.</p><p>gov.br/programas-e-planos/crack. Acesso em: 20 jun. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 3.088, de 23 de de-</p><p>zembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para</p><p>pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com neces-</p><p>sidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas,</p><p>no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF:</p><p>Ministério da Saúde, 2011. Disponível em: https://bvsms.saude.</p><p>gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.</p>pixels. 72 dpi. 56,6 KB. In: KERR, Julia. 
The Art and Life of John William Waterhouse, London, UK, 
2008. Disponível em: http://www.johnwilliamwaterhouse.
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http://cargocollective.com/quebarbaridade/filter/feitonobrasil/Charutos
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http://blogs.unigranrio.com.br/formacaogeral/2012/08/31/a-nova-familia-brasi­leira/
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https://www.unodc.org/unodc/en/data-and-analysis/world-drug-report-2023.html
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http://www.johnwilliamwaterhouse.com/pictures/magic-circle-1886/
http://www.johnwilliamwaterhouse.com/pictures/magic-circle-1886/
M I N I S T É R I O D A
J U S T I Ç A E
S E G U R A N Ç A P Ú B L I C A
REALIZAÇÃO
	Apresentação
	O uso de drogas ao longo da 
história e os contextos de uso
	1.1 O uso de drogas da pré-história 
ao século XX
	1.2 No Brasil: os vícios elegantes e o ópio do pobre
	A política sobre drogas e a 
	abordagem psicossocial
	2.1 Legislações e políticas sobre drogas no Brasil contemporâneo.
	2.2 O mundo e as drogas no mundo contemporâneo.
	O sujeito, a abordagem 
psicossocial e os contextos 
socioculturais do uso de drogas
	3.1 Noção de sujeito e seu impacto no mundo
	3.2 Por uma abordagem psicossocial
	3.3 Reinserção social
	Referências

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