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<p>O mito da caverna, articulado por Platão – um dos principais nomes da filosofia grega – propõe que a maioria das pessoas vive em uma realidade ilusória, mediada por um mundo virtual. Paralelamente, esta é a infeliz situação em que vários brasileiros se encontram, pois muitos destes não experienciam uma vida no mundo real por passarem um tempo excessivo na frente das telas de smartphones e computadores. Então, para erradicar esta conjuntura hodierna, é necessário sanar as razões que a originam: o descaso administrativo e a desigualdade social.</p><p>Primeiramente, é válido apontar a omissão estatal como um motivo na construção deste cenário. Isto é, segundo o filósofo Jean-Jacques Rousseau, o Estado é o pilar de uma nação, ou seja, este deve garantir o bem-estar de todos aqueles que estão subordinados ao seu poder. Todavia, há uma incoerência entre a conduta idealizada pelo iluminista com a da governança atual, já que muitos indivíduos utilizam os dispositivos eletrônicos em excesso porque há uma ausência de medidas políticas que visem a garantir atividades recreativas alternativas ao uso destas ferramentas digitais, como a criação de parques e oficinas culturais ao ar livre, o que revela uma inércia governamental diante desta causa. Assim, enquanto houver esse paradoxo da atitude do Poder Público com aquela sintetizada pelo autor francês, os cidadãos terão que recorrer ao abuso dos dispositivos tecnológicos, uma vez que o governo não exerce sua função de assegurar um direito básico a estes: o lazer.</p><p>Ademais, a desigualdade de capital igualmente atua consolidando este panorama. Em outras palavras, o geógrafo Milton Santos defende que, no Brasil, há uma grande lacuna de oportunidades ao acesso a serviços oferecidos no território de forma igualitária, como os de entretenimento, visto que esse país é marcado por profundas diferenças econômicas. Seguindo o raciocínio, esta realidade de iniquidade proferida pelo escritor é a observada atualmente, na medida em que a população mais pobre deve se voltar ao uso de celulares e notebooks para se entreter, haja vista que estas pessoas não possuem os mesmos recursos daqueles mais abastados para usufruir de modo equânime de outros passatempos lúdicos, como passeios nos shoppings e visitas aos cinemas, que demandam meios financeiros, muitas vezes escassos para os menos favorecidos. Logo, é mister que essa discrepância abordada seja atenuada para este quadro hodierno ser alterado.</p><p>Portanto, é necessário que ações sejam tomadas para solucionar esta conjuntura contemporânea. Destarte, cabe ao Governo Federal – entidade responsável pela administração federativa nacional – fomentar a participação dos cidadãos em atividades longe das telas. Isto pode ser feito por intermédio do destino de verbas para a ampliação da infraestrutura de lazer gratuito na nação, como na ampliação de espaços esportivos comunitários ou na inauguração de novos museus públicos. Deste modo, é esperado que o tempo que os indivíduos brasileiros passam na frente de dispositivos eletrônicos seja reduzido, e, consequentemente, o cenário descrito por Platão deixe de ser a norma.</p>

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