CENTRAL DEPOSITÁRIA B3 PQO - SEPARADO

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<p>GUIA POR DENTRO DA B3</p><p>.592.</p><p>1. Apresentação</p><p>Este capítulo trata da atividade de depósito centralizado de ativos</p><p>realizada pela central depositária da B3 e por seus participantes, bem</p><p>como de outras atividades desenvolvidas por ela.</p><p>Controle de</p><p>Titulariadade</p><p>Registro,</p><p>Controle e</p><p>Conciliação de</p><p>Saldos</p><p>Tratamento</p><p>de Eventos</p><p>Movimentação</p><p>de Ativos</p><p>Registro de Ônus</p><p>e Gravames</p><p>Manutenção e</p><p>Conciliação de</p><p>Posições de Ouro</p><p>GUIA POR DENTRO DA B3</p><p>.593.</p><p>2. A Central Depositária da B3</p><p>A central depositária é uma infraestrutura de mercado que desempenha</p><p>um papel fundamental na preservação da integridade dos ativos sob sua</p><p>guarda e na proteção dos investidores em relação à propriedade desses</p><p>ativos e de direitos que deles se originam. É importante mencionar que a</p><p>legislação brasileira reconhece os registros nas centrais depositárias como</p><p>legalmente válidos (Lei nº 12.810/2013, Resolução CVM nº 31/2021 e Circular</p><p>Bacen nº 3.743/2015).</p><p>Dessa forma, a central depositária da B3 adota mecanismos que visam</p><p>assegurar a existência e a integridade dos ativos nela depositados,</p><p>efetuando sua guarda e controle escritural, bem como a sua devida</p><p>conciliação, nos termos da B3 e da legislação em vigor.</p><p>Dentre as suas principais atividades, destacam-se:</p><p>• guarda centralizada de valores mobiliários e ativos financeiros, objeto</p><p>de negociação e registro nos ambientes de negociação da B3;</p><p>• controle da titularidade dos ativos em estrutura de contas de depósito</p><p>em nome dos investidores;</p><p>• processamento das movimentações de custódia;</p><p>• tratamento dos eventos corporativos que acompanham o ciclo de vida</p><p>do ativo.</p><p>• No Segmento Listado B3, os ativos guardados na central depositária</p><p>são inteiramente desmaterializados, ou seja, o registro das posições</p><p>é feito em formato eletrônico (book entry), assim como o registro de</p><p>todas as movimentações de custódia e de todas as atualizações de</p><p>eventos corporativos incidentes sobre esses ativos.</p><p>GUIA POR DENTRO DA B3</p><p>.594.</p><p>3. Ativos Passíveis de Depósito</p><p>São passíveis de depósito na central depositária da B3 quaisquer ativos</p><p>nos termos da legislação aplicável, dependendo de prévia análise de</p><p>listagem ou cadastro, pela B3, do respectivo emissor desses ativos.</p><p>Os ativos depositados nas contas de depósito encontram-se registrados</p><p>em nome do emissor e, conforme o caso, do escriturador por ele</p><p>contratado, bem como do depositário de ouro.</p><p>Importante!</p><p>Os ativos depositados não integram o patrimônio da B3,</p><p>permanecendo registrados em conta de depósito em nome do</p><p>comitente.</p><p>São elegíveis ao depósito na central depositária da B3:</p><p>I. ativos admitidos à negociação, emitidos por emissores listados ou</p><p>dispensados de listagem, nos termos do regulamento para listagem</p><p>de emissores e admissão à negociação de valores mobiliários da B3;</p><p>II. ativos não admitidos à negociação, emitidos por emissores</p><p>cadastrados, nos termos do manual de acesso da B3; e</p><p>III. ouro, ativo financeiro.</p><p>Processo de Listagem ou Cadastro do Emissor</p><p>O processo de listagem ou cadastro do emissor está sujeito a:</p><p>Regulamento para Listagem de</p><p>Emissores e Admissão à Negociação</p><p>de Valores Mobiliários</p><p>Manual do Emissor</p><p>caso o ativo emitido pelo</p><p>emissor seja admitido à</p><p>negociação na B3 e o respectivo</p><p>emissor seja listado</p><p>Regulamento para Listagem de</p><p>Emissores e Admissão à Negociação</p><p>de Valores Mobiliários</p><p>caso o ativo seja admitido à</p><p>negociação, mas o respectivo</p><p>emissor seja dispensado de</p><p>listagem</p><p>Regulamento e Manual de Acesso da</p><p>B3</p><p>Regulamento e Manual de</p><p>Procedimentos Operacionais da</p><p>Central Depositária da B3</p><p>caso o ativo emitido por esse</p><p>emissor não seja admitido à</p><p>negociação na B3</p><p>GUIA POR DENTRO DA B3</p><p>.595.</p><p>A B3 não responde:</p><p>• pelo cumprimento das obrigações originárias do emissor, e, conforme</p><p>o caso, do escriturador por ele contratado, de resgatar o principal e os</p><p>acessórios dos ativos mantidos em sua central depositária; e</p><p>• pela obrigação do fundidor de ouro de garantir o teor de pureza de</p><p>ouro especificado nos lingotes de ouro e nos registros escriturais do</p><p>ouro ativo financeiro.</p><p>Especificação dos Lingotes de Ouro</p><p>A central depositária da B3 aceita depósito de ouro ativo financeiro</p><p>cujos lingotes de ouro estejam custodiados em depositários de ouro e/</p><p>ou fundidores de ouro previamente cadastrados pela B3, bem como</p><p>identificados com as punções do fundidor de ouro, do teor de pureza, do</p><p>peso nominal e do número do lingote, e que apresentem pesos de 250 e</p><p>1.000 gramas, com teor de pureza de 999 ou 999,9 partes de ouro fino por</p><p>1.000 partes de liga metálica.</p><p>A B3 divulga, periodicamente em seu endereço eletrônico, a relação de</p><p>fundidores de ouro cujos lingotes são aceitos para depósito, bem como</p><p>dos depositários de ouro.</p><p>GUIA POR DENTRO DA B3</p><p>.596.</p><p>4. Participantes da Central</p><p>Depositária</p><p>Os participantes que atuam na central depositária da B3 para a execução</p><p>das atividades relativas ao depósito centralizado são:</p><p>Classe Tipo Autorização</p><p>Participantes</p><p>autorizados</p><p>(com autorização de</p><p>acesso da B3)</p><p>Agente de custódia</p><p>Infraestrutura de mercado</p><p>De acordo com o disposto no regulamento e no</p><p>manual de acesso da B3. Suas autorizações de</p><p>acesso são objeto de aprovação pelo Conselho</p><p>de Administração da B3.</p><p>Participantes</p><p>cadastrados</p><p>Emissor</p><p>Escriturador</p><p>Fundidor de ouro</p><p>Depositário de ouro</p><p>Liquidante</p><p>Comitente</p><p>De acordo com o disposto no regulamento e no</p><p>manual de acesso da B3.</p><p>Agente de Custódia (AC)</p><p>O agente de custódia é o participante detentor de autorização de</p><p>acesso para custódia perante a central depositária da B3.</p><p>Sua responsabilidade principal é exercer suas atividades com atenção aos</p><p>interesses dos comitentes, observando padrões adequados de diligência,</p><p>probidade e transparência na condução das suas atividades, informando-</p><p>os sobre seus direitos e deveres, inclusive a respeito da constituição,</p><p>alteração, retificação e extinção de ônus e gravames sobre os ativos</p><p>depositados na central depositária da B3, observando-se o disposto</p><p>GUIA POR DENTRO DA B3</p><p>.597.</p><p>no regulamento, no manual de procedimentos operacionais da central</p><p>depositária da B3 e na legislação em vigor.</p><p>Infraestrutura de Mercado</p><p>A infraestrutura de mercado é o participante detentor de autorização</p><p>de acesso para uso da central depositária da B3.</p><p>Sua responsabilidade principal é cumprir e fazer cumprir os normativos</p><p>da B3 e a legislação em vigor, bem como prazos, termos e condições</p><p>determinados pela central depositária da B3. Deve exercer suas atividades</p><p>observando padrões adequados de diligência, probidade e transparência,</p><p>informando seus participantes e comitentes sobre seus direitos e</p><p>deveres, inclusive a respeito da utilização dos serviços prestados pela</p><p>central depositária da B3, observando-se o disposto no regulamento, no</p><p>manual de procedimentos operacionais da central depositária da B3 e na</p><p>legislação em vigor.</p><p>Emissor</p><p>O emissor é o participante responsável pela existência, integridade,</p><p>regularidade e pelas obrigações inerentes aos ativos por ele emitidos,</p><p>bem como por seus eventuais lastros e garantias subjacentes, na forma</p><p>da legislação em vigor.</p><p>Sua responsabilidade principal é fornecer, à central depositária da B3,</p><p>todas as informações necessárias à sua atuação na atividade de depósito</p><p>centralizado da central depositária da B3.</p><p>GUIA POR DENTRO DA B3</p><p>.598.</p><p>Escriturador</p><p>O escriturador é a instituição contratada pelo emissor para a prestação do</p><p>serviço de escrituração de ativos, nos termos da legislação em vigor.</p><p>Sua responsabilidade principal é fornecer, à central depositária da B3,</p><p>todas as informações necessárias à sua atuação na atividade de depósito</p><p>centralizado da central depositária da B3.</p><p>Liquidante</p><p>O liquidante é o participante cadastrado que utiliza sua conta Reservas</p><p>Bancárias ou Conta de Liquidação para efetuar ou receber os pagamentos</p><p>referentes ao processo de liquidação de eventos corporativos.</p><p>Sua responsabilidade principal é efetuar pagamentos para a Conta de</p><p>Liquidação da câmara,</p><p>ou receber pagamentos dessa conta, nos prazos e</p><p>horários estabelecidos pela B3, comunicando, à central depositária da B3</p><p>e aos participantes envolvidos, qualquer indício ou fato que possa implicar</p><p>a impossibilidade de transferência, total ou parcial, no prazo estabelecido,</p><p>de recursos financeiros relativos à liquidação de eventos corporativos.</p><p>Depositário de Ouro</p><p>O depositário de ouro é a instituição cadastrada pela B3 responsável pelo</p><p>recebimento, bem como pela guarda e conservação, dos lingotes de ouro</p><p>objeto do ouro ativo financeiro depositado na central depositária da B3 e</p><p>negociado nos mercados administrados pela B3.</p><p>Os depositários de ouro devem manter os lingotes depositados em nome</p><p>da B3 como titular fiduciária, sendo responsáveis pela manutenção de sua</p><p>identificação.</p><p>Sua responsabilidade principal é aceitar em custódia somente os lingotes</p><p>de ouro encaminhados por fundidor de ouro cadastrado pela central</p><p>depositária da B3, assegurando a integridade física e patrimonial dos</p><p>lingotes aceitos para custódia.</p><p>Fundidor de Ouro</p><p>O fundidor de ouro é a instituição credenciada pela B3 responsável pela</p><p>produção dos lingotes de ouro objeto do ouro ativo financeiro custodiado</p><p>na central depositária e negociado nos mercados administrados pela B3.</p><p>Sua responsabilidade principal é exercer suas atividades observando</p><p>padrões adequados de ética, diligência, probidade e transparência, nos</p><p>termos da legislação em vigor, sob pena de descadastramento na B3.</p><p>GUIA POR DENTRO DA B3</p><p>.599.</p><p>Comitente</p><p>O comitente é o participante que utiliza os serviços de um agente de</p><p>custódia para a guarda de seus ativos.</p><p>Ele é responsável por escolher seu agente de custódia e manter dados de</p><p>cadastro atualizados perante ele, conforme legislação em vigor.</p><p>São direitos do comitente:</p><p>• receber, de seu agente de custódia e da central depositária da B3,</p><p>informações atualizadas sobre seus ativos depositados na central</p><p>depositária da B3;</p><p>• ter o sigilo mantido, pela central depositária da B3 e por seu agente</p><p>de custódia, sobre as informações relacionadas aos seus ativos</p><p>depositados na central depositária da B3, somente sendo reveladas</p><p>nas hipóteses e condições previstas na legislação em vigor ou quando</p><p>autorizadas por órgãos reguladores e determinações judiciais.</p><p>CENTRAL</p><p>DEPOSITÁRIA</p><p>B3</p><p>Agente de</p><p>Custódia</p><p>Infraestrutura</p><p>de MercadoEmissor</p><p>Depositário</p><p>de Ouro</p><p>Liquidante</p><p>Fundidor</p><p>de Ouro</p><p>Comitente</p><p>Escriturador</p><p>GUIA POR DENTRO DA B3</p><p>.600.</p><p>5. Infraestrutura Tecnológica</p><p>A B3 conta com infraestrutura tecnológica compatível com o seu</p><p>enquadramento como central depositária. Conforme estabelecido em</p><p>sua política de continuidade de negócios e demais normas relacionadas,</p><p>a B3 garante a continuidade de suas atividades em caso de desastre</p><p>no centro de processamento de dados principal, possuindo unidade de</p><p>contingência externa, conforme a legislação em vigor.</p><p>A unidade externa de contingência está aparelhada com os mesmos</p><p>sistemas do centro de processamento de dados principal, nobreaks e</p><p>geradores de energia, com interligação que permite a produção de cópia</p><p>dos dados, em tempo real, entre os centros de processamento de dados</p><p>da B3.</p><p>Nos termos do regulamento de acesso da B3, os participantes devem</p><p>manter procedimentos de contingência para os processos críticos</p><p>relativos às suas atividades.</p><p>GUIA POR DENTRO DA B3</p><p>.601.</p><p>6. Medidas de Emergência</p><p>A B3, com o objetivo de assegurar o funcionamento eficiente e regular</p><p>das suas atividades, pode adotar medidas de emergência, as quais</p><p>podem ser aplicadas quando da ocorrência das seguintes situações:</p><p>I. decretação de estado de defesa, estado de sítio ou estado de</p><p>calamidade pública;</p><p>II. guerra, comoção interna ou greve;</p><p>III. acontecimentos de qualquer natureza, inclusive aqueles decorrentes</p><p>de caso fortuito ou de força maior, que venham a afetar ou coloquem</p><p>em risco o funcionamento regular das atividades da B3, podendo</p><p>acarretar seu prejuízo ou descontinuidade; e</p><p>IV. interrupção da comunicação com os sistemas dos participantes</p><p>e dos reguladores por falha operacional, queda de energia ou</p><p>qualquer outro fator que afete a recepção, a transmissão e o envio</p><p>de instruções, e que esteja fora do alcance dos procedimentos de</p><p>contingência da B3.</p><p>Na ocorrência de situação de emergência, o Diretor Presidente da B3</p><p>pode instaurar regime de contingência, e, com a ciência e anuência prévia</p><p>do Bacen e da CVM, conforme o caso:</p><p>• alterar o horário de operação dos sistemas da central depositária da B3;</p><p>• estabelecer sua interrupção total ou parcial, bem como para</p><p>determinado participante ou grupo de participantes, até que seja</p><p>solucionado o problema que ocasionou a situação de emergência;</p><p>• decidir-se por outra ação similar que venha a resguardar a eficácia e a</p><p>segurança das operações.</p><p>A aplicação de qualquer medida de emergência não dispensa ou</p><p>exonera os participantes do cumprimento de obrigações, especialmente</p><p>aqueles referentes à cadeia de responsabilidades, conforme previsto nos</p><p>regulamentos da B3.</p><p>GUIA POR DENTRO DA B3</p><p>.602.</p><p>7. Custos e Encargos</p><p>Os custos e encargos cobrados pela B3 estão descritos em sua política de</p><p>tarifação, que é divulgada por meio de ofício circular, podendo diferenciar</p><p>a tarifação para serviços específicos prestados no contexto da central</p><p>depositária da B3.</p><p>A seu critério, a B3 pode conceder, a categorias de participantes,</p><p>descontos ou incentivos na cobrança de custos e encargos.</p><p>O pagamento dos custos e encargos é de responsabilidade:</p><p>• no caso dos custos, do participante que tiver utilizado os serviços da</p><p>central depositária da B3, observados os critérios de repartição por ela</p><p>estabelecidos; e</p><p>• no caso dos encargos, do participante que tiver dado causa a sua</p><p>incidência.</p><p>O atraso no pagamento dos custos e encargos, sem prejuízo da eventual</p><p>declaração do participante como devedor operacional ou inadimplente,</p><p>implica:</p><p>• incidência de multa e juros; e</p><p>• aplicação de eventuais outras penalidades, conforme estabelecido pela</p><p>B3 no regulamento e em outros normativos por ela emitidos.</p><p>GUIA POR DENTRO DA B3</p><p>.603.</p><p>8. Sanções</p><p>Compete à BSM apurar e punir as infrações ao disposto no regulamento</p><p>da central depositária da B3, nas normas que o complementam ou</p><p>na legislação e regulamentação em vigor, aplicando, conforme o caso,</p><p>as penalidades previstas em seu estatuto social, na forma de seu</p><p>Regulamento Processual.</p><p>Sem prejuízo da competência da BSM, a B3 poderá punir as infrações, por</p><p>exemplo, aplicando advertências, multas e restrições. A B3 pode ainda</p><p>suspender ou cancelar autorização de acesso, comunicando o fato ao</p><p>Bacen e à CVM.</p>