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<p>Controles orçamentários</p><p>Prof. Cristóvão Marinho</p><p>Descrição</p><p>Controle orçamentário como ferramenta de gestão empresarial.</p><p>Propósito</p><p>Dominar as técnicas de controle orçamentário é essencial para</p><p>formação profissional em diferentes áreas do conhecimento, pois sem</p><p>controle não se pode gerir adequadamente qualquer negócio, por mais</p><p>simples que seja.</p><p>Objetivos</p><p>Módulo 1</p><p>Processo de controle e avaliação</p><p>Reconhecer a abrangência e a importância do processo de controle e</p><p>avaliação empresarial.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 1/60</p><p>Módulo 2</p><p>Custo-padrão</p><p>Empregar o uso do custo-padrão como ferramenta de controle</p><p>orçamentário.</p><p>Controle é uma das quatro funções básicas da administração que,</p><p>ao lado do planejamento, da organização e da liderança, funciona</p><p>como uma espécie de “motor” que busca garantir que o trabalho</p><p>será executado e produzirá os resultados previstos.</p><p>No processo de gestão empresarial, o controle é fundamental para</p><p>garantir que seja feito bom uso dos recursos e que as atividades</p><p>sejam executadas de acordo com o que foi planejado.</p><p>Controlar é uma ação que está presente em praticamente todas as</p><p>áreas organizacionais. Os empresários são praticamente unânimes</p><p>em reconhecer que controlar é fundamental para o sucesso de</p><p>qualquer negócio. Sob esse olhar empreendedor, é possível</p><p>perceber que uma sólida formação profissional não pode prescindir</p><p>do domínio das principais técnicas de controle empresarial.</p><p>Introdução</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 2/60</p><p>1 - Processo de controle e avaliação</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a abrangência</p><p>e a importância do processo de controle e avaliação empresarial.</p><p>Primeiras palavras</p><p>Conhecendo o Controle</p><p>Orçamentário</p><p>Aprenda o conceito de controle orçamentário e descubra a sua</p><p>importância na gestão empresarial.</p><p>Na sua forma de aplicação básica, o controle promove a comparação</p><p>entre padrões previamente estabelecidos e os resultados alcançados, o</p><p>que permite medir o desempenho em termos de custo, qualidade e</p><p>produtividade, tornando possível a adoção de ações corretivas.</p><p></p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 3/60</p><p>Em outras palavras, pode-se dizer que o controle visa prover os meios</p><p>necessários para que se possa manter um “estado de verificação” capaz</p><p>de sinalizar a qualquer instante se o que está sendo executado está em</p><p>conformidade com o que foi previsto e, em caso de divergência, que</p><p>sejam adotadas ações corretivas.</p><p>Por meio do controle, os gestores buscam assegurar que a empresa e</p><p>seus planos estejam caminhando na trilha certa.</p><p>Características gerais do</p><p>controle</p><p>Controle Interno nas</p><p>Organizações</p><p>Entenda a importância da atuação das áreas de controle nas</p><p>organizações, destacando como o controle interno agrega valor ao</p><p>negócio e promove credibilidade junto aos stakeholders.</p><p>Controle é uma função administrativa integrada por diferentes</p><p>procedimentos que visam verificar se a atividade controlada está ou não</p><p>conseguindo atingir os objetivos que foram estabelecidos. O controle</p><p>caracteriza-se por permear todos os níveis organizacionais e por ser</p><p>cíclico e repetitivo.</p><p>De acordo com Chiavenato (2020), o processo de controle percorre</p><p>quatro etapas:</p><p></p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 4/60</p><p>O gráfico a seguir representa as quatro etapas do processo de controle:</p><p>Gráfico: As quatro etapas do processo de controle.</p><p>Adaptado de: Chiavenato, 2020, p. 305.</p><p>Oliveira (2018) destaca o papel do controle como função administrativa</p><p>e descreve sua forma de atuação, ao afirmar:</p><p> Estabelecimento de objetivos ou padrões de</p><p>desempenho.</p><p> Avaliação ou mensuração do desempenho atual.</p><p> Comparação do desempenho atual com os</p><p>objetivos ou padrões estabelecidos.</p><p> Tomada de ação corretiva para ajustar possíveis</p><p>desvios ou anormalidades.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 5/60</p><p>Controle é a função do processo</p><p>administrativo que, mediante a</p><p>comparação com padrões</p><p>previamente estabelecidos, procura</p><p>medir e avaliar o desempenho e o</p><p>resultado das ações, com a</p><p>finalidade de realimentar os</p><p>tomadores de decisões, de forma</p><p>que possam corrigir ou reforçar</p><p>esse desempenho ou interferir em</p><p>outras funções do processo</p><p>administrativo para assegurar que</p><p>os resultados satisfaçam às metas,</p><p>aos desafios e aos objetivos</p><p>estabelecidos.</p><p>(OLIVEIRA, 2018, p. 259)</p><p>O processo de controle está intimamente relacionado com a</p><p>Contabilidade, na perspectiva de subsidiar o controle econômico:</p><p>[...] Fayol enquadrou a Contabilidade</p><p>entre as seis operações</p><p>administrativas fundamentais,</p><p>emitindo a esse respeito os</p><p>seguintes conceitos: É o órgão</p><p>visual das empresas. Deve permitir</p><p>que se saiba a todo instante onde</p><p>estamos e para onde vamos. Deve</p><p>fornecer sobre a situação</p><p>econômica da empresa</p><p>ensinamentos exatos, claros e</p><p>precisos. Uma boa contabilidade,</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 6/60</p><p>simples e clara, fornecendo uma</p><p>ideia exata das condições da</p><p>empresa, é um poderoso meio de</p><p>direção.</p><p>(HERRMMAN JR., 1978, p. 31 apud PADOVEZE,</p><p>2012, p. 6)</p><p>Na sua forma de apresentação, as informações providas pela</p><p>Contabilidade podem ser moldadas para atender às necessidades dos</p><p>diferentes níveis de controle (estratégico, tático e operacional),</p><p>atendendo a três fundamentos básicos da Contabilidade:</p><p></p><p>Subsidiar a tomada de decisão</p><p></p><p>Permitir a mensuração</p><p></p><p>Informar</p><p>diferentes níveis organizacionais</p><p>São muitos os meios providos pela Contabilidade, sendo que, sob a</p><p>ótica da gestão, duas das suas especialidades se destacam: a</p><p>Contabilidade de Custo e a Contabilidade Gerencial. Esses dois ramos</p><p>da Ciência Contábil facilitam o controle e a gestão empresarial,</p><p>fornecendo informações que são disponibilizadas por meio das</p><p>demonstrações contábeis, além de outras que podem ser extraídas dos</p><p>registros relativos aos orçamentos, especialmente aqueles que</p><p>permitem comparar o que foi orçado com o que foi realizado.</p><p>Demonstração dos fluxos de caixa, balanço patrimonial, demonstração</p><p>do resultado do exercício, orçamentos, contas a receber, contas a pagar,</p><p>controle de estoques e balancetes de verificação são apenas alguns</p><p>exemplos de “produtos” da Contabilidade que podem ser utilizados para</p><p>subsidiar os processos de controle.</p><p>Controle quanto ao momento</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 7/60</p><p>Quanto ao momento, o controle pode ser implementado antes, durante</p><p>ou após a execução de um processo, podendo ser classificado como:</p><p>preventivo ou prévio; simultâneo ou concomitante; e posterior ou</p><p>subsequente.</p><p>Consiste na verificação antes do início da execução ou da</p><p>conclusão do processo. Tem foco nos insumos. Exemplo:</p><p>inspeção das matérias primas que serão utilizadas no processo</p><p>produtivo.</p><p>É o controle exercido durante a execução da produção ou da</p><p>prestação dos serviços. Tem foco nos processos. Exemplo:</p><p>supervisão direta dos operários.</p><p>É o controle exercido após a execução do processo. Tem foco</p><p>nos resultados. É a forma mais comum de controle e também a</p><p>mais ineficaz, pois, se por um lado pode evitar que produtos</p><p>defeituosos cheguem ao mercado, por outro pode tornar</p><p>impossível evitar perdas. Exemplo: verificação da qualidade.</p><p>Controle de qualidade</p><p>A preocupação com a qualidade não é novidade. Desde o início da era</p><p>industrial, as empresas têm demonstrado um crescente interesse sobre</p><p>o tema. Atualmente, a qualidade tornou-se um diferencial e um dos</p><p>principais fatores competitivos em um ambiente em que não há</p><p>11. ed. São Paulo: Atlas, 2018.</p><p>Consultado na internet em: 04 dez. 2021.</p><p>NASCIMENTO, A. M.; REGINATO, L. Controladoria: Instrumento de apoio</p><p>ao processo decisório. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015.</p><p>OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e</p><p>prática. 34. ed. São Paulo: Atlas, 2018.</p><p>PADOVEZE, C. L. Contabilidade de custos: teoria, prática, integração</p><p>com sistemas de informações (ERP). São Paulo: Cengage Learning,</p><p>2013.</p><p>PADOVEZE, C. L. Controladoria estratégica e operacional: conceitos,</p><p>estrutura. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012.</p><p>REGINATO, L.; COLLATTO, D. C. Método de custeio variável, custeio</p><p>direto e teoria das restrições no contexto da gestão estratégica de</p><p>custos: um estudo aplicado ao instituto de idiomas Unilínguas. In: IX</p><p>Congresso Internacional de Custos. Florianópolis, SC, Brasil 28 a 30 de</p><p>novembro de 2005. Consultado na Internet em: 08 dez. 2021.</p><p>RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 59/60</p><p>ROBLES JR. A. Custos da qualidade: aspectos econômicos da gestão da</p><p>qualidade e da gestão ambiental. 2. ed. [3. reimpressão]. São Paulo:</p><p>Atlas, 2009.</p><p>SANVICENTE, A. Z.; SANTOS, C. C. Orçamento na administração de</p><p>empresas: planejamento e controle. 2. ed. [19. reimpressão]. São Paulo:</p><p>Atlas, 2009.</p><p>Material para download</p><p>Clique no botão abaixo para fazer o download do</p><p>conteúdo completo em formato PDF.</p><p>Download material</p><p>O que você achou do conteúdo?</p><p>Relatar problema</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 60/60</p><p>javascript:CriaPDF()</p><p>tolerância para erros e a ineficiência e o desperdício são duramente</p><p>punidos (ROBLES JR, 2009).</p><p>Controlar a qualidade gera, basicamente, dois tipos de custos: de</p><p>controle e das falhas no controle. Esses custos desdobram-se e são</p><p>Preventivo ou prévio </p><p>Simultâneo ou concomitante </p><p>Posterior ou subsequente </p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 8/60</p><p>caracterizados pelos aspectos que você verá agora, com base em</p><p>Robles Jr (2009, p. 58):</p><p>Custos de controle</p><p>Custos das falhas no controle</p><p> Custos de prevenção</p><p>Destinados a evitar a ocorrência de falhas,</p><p>defeitos e não conformidades que tornem os</p><p>produtos não aceitáveis ou insatisfatórios.</p><p>Incluem gastos com treinamento de</p><p>colaboradores, implantação de sistemas de</p><p>controle, aperfeiçoamento dos processos etc.</p><p> Custos de avaliação</p><p>Têm como objetivo manter os níveis da</p><p>qualidade por meio de verificações e análises</p><p>dos produtos.</p><p>Abrangem gastos com auditoria, inspeção,</p><p>confirmação externa etc.</p><p> Custos das falhas internas</p><p>A falha é detectada antes do produto sair da</p><p>empresa.</p><p>Podem ocasionar desperdício de matérias-</p><p>primas, mão de obra, energia etc.</p><p> Custos das falhas externas</p><p>A f lh é d t t d d i d t i</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 9/60</p><p>Sobre o controle de qualidade, é importante saber que, no Brasil, a NBR</p><p>ISSO 9004:2000 estabelece diretrizes e orientações voltadas para a</p><p>melhoria do desempenho dos sistemas de gestão da qualidade. De</p><p>acordo com a precitada norma, a aplicação dos princípios de gestão da</p><p>qualidade não provê apenas benefícios diretos para a organização, mas</p><p>também fornece uma importante contribuição para a gestão de custos e</p><p>riscos.</p><p>Controle orçamentário</p><p>O controle orçamentário é singular, focado nos custos e despesas, e</p><p>situa-se no nível tático, fazendo a ligação entre os níveis operacional e</p><p>estratégico.</p><p>Na literatura especializada em contabilidade, observa-se que o</p><p>parâmetro custos é colocado como uma variável que exerce forte</p><p>influência sobre os resultados, fazendo com que empresas dediquem</p><p>especial atenção à gestão de custos, o que pode ser feito com o uso das</p><p>técnicas de elaboração e controle dos orçamentos.</p><p>Na sua aplicação prática operacional, o controle orçamentário consiste,</p><p>basicamente, em monitorar o que está sendo executado e comparar os</p><p>resultados com o que foi orçado, visando a verificar a ocorrência de</p><p>eventuais diferenças.</p><p>A falha é detectada depois que o produto saiu</p><p>da empresa.</p><p>Podem ocasionar prejuízos intangíveis,</p><p>incalculáveis devido aos danos, que podem</p><p>ser causados à imagem da empresa.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 10/60</p><p>Nas palavras de Frezatti (2017):</p><p>Controle</p><p>orçamentário é um</p><p>instrumento da</p><p>contabilidade</p><p>gerencial que deve</p><p>permitir à</p><p>organização</p><p>identi�car quão</p><p>próximos estão seus</p><p>resultados em</p><p>relação ao que</p><p>planejou para dado</p><p>período.</p><p>(FREZATTI, 2017, p. 85)</p><p>O controle orçamentário empresarial é uma importante ferramenta que</p><p>provê meios para que os administradores acompanhem e avaliem como</p><p>estão se desenvolvendo os negócios da empresa. Ou seja, o orçamento</p><p>permite monitorar como os resultados reais estão em comparação com</p><p>o que foi planejado.</p><p>Sobre a importância do controle orçamentário e a necessidade de que</p><p>sejam atribuídas responsabilidades aos gestores, Nascimento e</p><p>Reginato (2015) assim se manifestaram:</p><p>É inócuo planejar se não houver</p><p>controle sobre a execução do</p><p>planejamento. Controlar é a única</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 11/60</p><p>forma conhecida para que se</p><p>identifiquem e se processem ajustes</p><p>no plano de negócios [...]. Também</p><p>não faz sentido o controle se não</p><p>houver a responsabilidade atribuída</p><p>pela alta administração aos</p><p>gestores [...] para que tenham a</p><p>incumbência de explicar os desvios</p><p>eventualmente observados entre os</p><p>resultados planejados versus os</p><p>realizados. Dessa forma, a fase de</p><p>controle da execução do orçamento</p><p>tem duas facetas: a de controlar a</p><p>execução do orçamento em si e a de</p><p>avaliarem-se as coerências das</p><p>explicações dadas pelos gestores</p><p>no caso de resultados não</p><p>alcançados.</p><p>(NASCIMENTO E REGINATO, 2015, P. 222)</p><p>Nessa mesma direção, Hansen e Mowen (2009) também destacam a</p><p>importância do controle orçamentário e sua forte relação com o</p><p>planejamento:</p><p>Quando usado para o planejamento,</p><p>um orçamento é um método de</p><p>traduzir as metas e as estratégias</p><p>de uma organização em termos</p><p>operacionais. Orçamentos também</p><p>podem ser úteis no controle.</p><p>Controle é o processo de</p><p>estabelecer padrões, receber</p><p>feedback sobre o desempenho real</p><p>e tomar as ações corretivas quando</p><p>o desempenho real desvia-se</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 12/60</p><p>significativamente do desempenho</p><p>planejado.</p><p>(HANSEN E MOWEN. 2009, P. 246)</p><p>O orçamento deve possibilitar a implementação de dois importantes</p><p>aspectos necessários à boa condução dos negócios: planificar o que foi</p><p>planejado e possibilitar o efetivo monitoramento das atividades</p><p>executadas, funcionando como uma espécie de “radar” que sinaliza aos</p><p>gestores como está se comportando a execução em relação às metas</p><p>que foram estabelecidas.</p><p>São três os principais objetivos do controle orçamentário:</p><p>Aliado a esses objetivos, o orçamento visa a auxiliar a empresa a</p><p>controlar seus custos, na perspectiva de manter os gastos em níveis</p><p>adequados ou reduzi-los, o que é essencial para que a empresa aumente</p><p>sua competitividade. Nessa direção, o orçamento consegue auxiliar a</p><p>empresa provendo aos gestores informações indispensáveis para a</p><p>adequada tomada de decisões.</p><p>Padoveze (2012) apresenta uma relação das informações que devem</p><p>estar presentes em um modelo clássico de relatório de controle</p><p>orçamentário abrangente, aplicável a todas as peças orçamentárias e a</p><p> Identificar as variações entre o previsto e o</p><p>realizado.</p><p> Orientar a correção de erros que tenham sido</p><p>identificados.</p><p> Promover ajustes no orçamento de forma que a</p><p>planificação represente fielmente o que foi</p><p>estabelecido no planejamento.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 13/60</p><p>todas as áreas da empresa, contendo informações sobre tipos de</p><p>despesas e receitas, compreendendo:</p><p> Os valores orçados para o mês em pauta.</p><p> Os valores reais contabilizados no mês.</p><p> Os valores orçados acumulados até o mês em</p><p>pauta.</p><p> A variação acumulada entre o real e o orçado até o</p><p>mês.</p><p> Variação percentual do mês.</p><p> Variação percentual até o mês.</p><p> Total do orçamento do ano.</p><p> Soma dos dados reais até o mês mais o orçamento</p><p>restante do não.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 14/60</p><p>Controle e responsabilidade</p><p>Independentemente do tipo de empresa, os gestores desempenham</p><p>várias funções e assumem diversas responsabilidades. Em empresas de</p><p>maior porte, as estruturas hierarquizam-se em vários níveis e se</p><p>ramificam em áreas organizacionais que podem ser representadas por</p><p>equipes, seções, divisões, departamentos, coordenações-gerais e</p><p>diretorias, cada uma com suas respectivas funções e responsabilidades.</p><p>Em empresas de menor porte, essas estruturas nem sempre ficam</p><p>evidentes, mas muitas das mesmas funções e responsabilidades</p><p>também se fazem presentes.</p><p>As áreas organizacionais também podem ser</p><p>chamadas de centros de responsabilidade, por serem</p><p>responsáveis pelos seus próprios gastos e receitas.</p><p>Cada gestor, na sua respectiva área, deve preocupar-se com as receitas</p><p>e gastos que estão na sua alçada de decisão, que são aqueles que suas</p><p>ações podem, de alguma forma, controlar e influenciar. Para</p><p>que essa</p><p>delimitação de atuação e responsabilidade seja possível, é necessário</p><p>que o orçamento seja elaborado com uma estrutura organizativa que</p><p>permita a setorização da alocação das receitas e dos gastos, de forma</p><p>que cada gestor possa atuar, de maneira clara, nos limites da sua</p><p>responsabilidade.</p><p>Curiosidade</p><p>A responsabilidade não precisa ser estabelecida necessariamente</p><p>seguindo a estrutura hierárquica; ela pode ser definida por atividade, por</p><p>processo, por unidade de negócio, por projeto etc.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 15/60</p><p>Controlando a qualidade do</p><p>orçamento</p><p>O processo de elaboração dos diferentes orçamentos: de vendas; de</p><p>produção, englobando os suborçamentos de matérias-primas; mão de</p><p>obra direta e custos indiretos de fabricação; de investimentos; e de</p><p>despesas, envolve muitos dados, tabelas, quadros, especificações, taxas</p><p>e cálculos, quase sempre interligados.</p><p>Essa diversidade de dados e informações requer, principalmente nas</p><p>empresas de maior porte, cuidado extremado dos gestores, a fim de que</p><p>seja possível assegurar que o orçamento seja fidedigno, ou seja, que</p><p>represente fielmente o planejamento e demonstre, com auxílio da</p><p>Contabilidade, o que está sendo efetivamente realizado em termos de</p><p>custos e despesas, evitando erros que possam levar a decisões</p><p>equivocadas.</p><p>Dica</p><p>Uma técnica que as empresas podem utilizar para verificar e assegurar a</p><p>qualidade do orçamento é a análise de sensibilidade. Esse tipo de</p><p>análise tem o potencial de avaliar os resultados e descobrir que</p><p>variáveis são mais importantes para o negócio da empresa.</p><p>Sanvicente e Santos (2009, p. 173) esclarecem que “a análise de</p><p>sensibilidade é uma técnica que envolve o exame dos valores</p><p>presumidos dos parâmetros de um orçamento ou plano de resultados e</p><p>permite a determinação do efeito provável de alterações desses valores</p><p>sobre alguma variável ou algum índice importante no planejamento”.</p><p>A análise de sensibilidade pode ser aplicada a diferentes contextos, por</p><p>exemplo, à execução orçamentária rotineira e às demonstrações</p><p>financeiras projetadas. Sobre essa última – demonstrações financeiras</p><p>projetadas – pode-se indagar:</p><p>Difícil de dizer, mas fácil de imaginar que as consequências</p><p>podem ir de nenhuma a algumas muitos sérias, como seria o</p><p>caso de um investidor que alocasse recursos na empresa com</p><p>base em uma previsão de lucro que esteja errada.</p><p>Quais podem ser as consequências de um erro em uma</p><p>demonstração do resultado do exercício projetada? </p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 16/60</p><p>Controladoria e seus</p><p>Objetivos</p><p>Descubra os principais objetivos da controladoria e do controle</p><p>orçamentário.</p><p>Tipos e níveis de controle</p><p>Os controles perpassam os três níveis organizacionais: institucional,</p><p>intermediário e operacional, cujas características estão sintetizadas no</p><p>quadro abaixo:</p><p></p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 17/60</p><p>Nível</p><p>organizacional</p><p>Tipo de controle Conteúdo</p><p>Institucional Estratégico</p><p>Genérico e</p><p>sintético</p><p>Intermediário Tático</p><p>Menos genérico</p><p>mais detalhado</p><p>Operacional Operacional</p><p>Detalhado e</p><p>analítico</p><p>Quadro – Características dos tipos de controle.</p><p>Adaptado de Chiavenato (2020, p. 304)</p><p>Controles estratégicos</p><p>Controles estratégicos são procedimentos que promovem o</p><p>monitoramento do desempenho e dos resultados da empresa com um</p><p>todo, estão ligados a decisões dos níveis hierárquicos superiores, ao</p><p>cumprimento da missão institucional e à visão de futuro de longo</p><p>prazo.</p><p>Por meio do acompanhando das tendências de mercado e das demais</p><p>variáveis do ambiente externo, os controles estratégicos conseguem</p><p>sinalizar a necessidade de que sejam implementados ajustes na forma</p><p>de atuação da organização, visando o atingimento dos objetivos</p><p>estratégicos.</p><p>Controles táticos</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 18/60</p><p>Controles táticos são procedimentos vinculados ao nível intermediário,</p><p>estão relacionados às unidades organizacionais (departamentos,</p><p>divisões, seções ou equipes) e são orientados para o médio prazo.</p><p>Os controles táticos podem ser implementados por meio das técnicas</p><p>de controle orçamentário que, ao lado da Contabilidade de Custos e da</p><p>Contabilidade Gerencial, aplicam um amplo ferramental às rotinas de</p><p>trabalho, na perspectiva de subsidiar não apenas as decisões táticas,</p><p>mas também as estratégicas, disponibilizando para a alta administração</p><p>demonstrações contábeis projetadas, peças fundamentais utilizadas</p><p>pelos gestores para tomada de decisões.</p><p>Exemplo</p><p>Exemplos de técnicas de controle orçamentário: análise da relação</p><p>custo / volume / resultado (ponto de equilíbrio), análise vertical, análise</p><p>horizontal, análise de quocientes (indicadores), taxa interna de retorno,</p><p>cálculo do valor presente líquido e cálculo de payback.</p><p>Payback</p><p>É um termo da língua inglesa que significa “retorno do pagamento”. Refere-</p><p>se a uma forma de calcular o tempo que vai demorar para que se tenha</p><p>retorno sobre um investimento inicial.</p><p>O orçamento é a expressão monetária do planejamento e, portanto, o</p><p>controle orçamentário consiste, basicamente, em monitorar custos e</p><p>despesas, promovendo a comparação entre o que está programado e o</p><p>que está sendo realizado nas unidades organizacionais, sinalizando a</p><p>eventual ocorrência de desvios e indicando medidas de ajuste.</p><p>Controles operacionais</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 19/60</p><p>Controles operacionais são procedimentos vinculados à execução das</p><p>tarefas. Normalmente, são rotineiros ou realizados sempre que algum</p><p>processo produtivo é executado, e, portanto, pode-se dizer que são</p><p>realizados a curto prazo.</p><p>Os controles operacionais são responsáveis por garantir que a execução</p><p>dos trabalhos siga os padrões estabelecidos, visando a assegurar que</p><p>os objetivos sejam atingidos, em termos de qualidade, economicidade e</p><p>tempo, potencializando a eficiência dos processos produtivos.</p><p>Atenção!</p><p>É comum que as ações de controle operacional e de correção sejam</p><p>realizadas sobre pessoas ou seu desempenho, inferindo ações de</p><p>natureza comportamental (disciplinar). Nessa perspectiva, os controles</p><p>operacionais permitem gerir as equipes de trabalho, buscando promover</p><p>maior engajamento dos seus membros, identificando, para melhorar o</p><p>desempenho, aqueles que precisam sair e os que precisam entrar.</p><p>Segundo Chiavenato (2020, p. 318), as ações de natureza disciplinar</p><p>devem se pautar pelas características listadas a seguir:</p><p>Não deve haver surpresas. Ou seja, a ação disciplinar deve ser</p><p>prevista em regras e procedimentos e previamente estabelecida,</p><p>não devendo ser improvisada, mas planejada.</p><p>Não deve simplesmente buscar punir uma determinada pessoa</p><p>ou grupos, mas apenas corrigir a situação.</p><p>Deve ser aplicada tão logo seja detectado o desvio, para que o</p><p>infrator associe claramente a sua aplicação com o desvio que</p><p>provocou.</p><p>Esperada </p><p>Impessoal </p><p>Imediata </p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 20/60</p><p>As regras e os regulamentos devem ser feitos para todas as</p><p>pessoas, sem exceções, devendo ser justos e equitativos, sem</p><p>favoritismo ou tendenciosidade.</p><p>Depois de aplicar a ação disciplinar, o administrador deve</p><p>reassumir sua atitude normal em relação ao funcionário faltoso.</p><p>Deve proporcionar orientação sobre o que se deve fazer o que</p><p>não se pode fazer.</p><p>Controle orçamentário nas</p><p>empresas</p><p>Neste bate-papo, após uma explanação sobre os principais elementos</p><p>que compõem o controle empresarial, você verá um caso de aplicação</p><p>do orçamento como ferramenta de controle.</p><p>Consistente </p><p>Limitada</p><p>ao propósito </p><p>Informativa </p><p></p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 21/60</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>O processo de controle percorre quatro etapas: estabelecimento de</p><p>padrões de desempenho; avaliação do desempenho atual;</p><p>comparação do desempenho atual com os padrões estabelecidos;</p><p>e tomada de ação corretiva. Sob a perspectiva da execução das</p><p>etapas, o controle caracteriza-se por</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>O processo de controle é perene e promove, de forma cíclica e</p><p>repetitiva, a comparação entre padrões previamente estabelecidos</p><p>e o que foi efetivamente realizado. Nesse comportamento cíclico</p><p>do controle está a própria essência da administração. O processo</p><p>de controle permite que o desempenho seja constantemente</p><p>mensurado e que sejam tomadas ações corretivas, objetivando</p><p>melhorar a performance organizacional, em um ciclo de</p><p>permanente revisão e implementação de melhorias.</p><p>Questão 2</p><p>A ser simples e objetivo.</p><p>B determinar ações punitivas.</p><p>C ser cíclico e repetitivo.</p><p>D garantir o resultado previsto.</p><p>E aplicar-se apenas ao nível operacional.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 22/60</p><p>Entre as alternativas a seguir, assinale a que indica o controle que</p><p>se caracteriza por ter as ações orientadas para o médio prazo.</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>As ações de controles perpassam os três diferentes níveis</p><p>hierárquicos organizacionais: estratégico, tático e operacional. No</p><p>que se refere à dimensão temporal, as ações de controle se</p><p>caracterizam pelo longo, médio prazo e pelo curto prazo,</p><p>correspondendo, respectivamente, aos precitados níveis. A Figura 2</p><p>apresenta as principais características dos níveis de controle</p><p>organizacional.</p><p>Figura 2: Nível de Controle organizacional.</p><p>A Estratégico</p><p>B Tático</p><p>C Operacional</p><p>D Preventivo</p><p>E Concomitante</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 23/60</p><p>2 - Custo-padrão</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de empregar o uso do custo-</p><p>padrão como ferramenta de controle orçamentário.</p><p>Primeiras palavras</p><p>Variações no Controle</p><p>Orçamentário</p><p>Identifique os desafios na gestão orçamentária, ressaltando a</p><p>importância de analisar variações entre o planejado e o executado.</p><p>Como instrumento de apoio à gestão, um dos principais focos do</p><p>orçamento é o controle dos custos, sendo que a forma mais eficaz de se</p><p>planejar e controlar custos é por meio da implantação e uso de um</p><p>sistema de custo-padrão.</p><p></p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 24/60</p><p>Custo-padrão é uma referência que indica o desempenho que se deseja</p><p>obter para determinado produto ou serviço. Por meio da comparação</p><p>entre o custo-padrão e o custo-real, pode-se medir o quanto o produto</p><p>final está adequado ou inadequado, em termos dos custos de materiais</p><p>diretos, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação.</p><p>Muito embora se observe uma predominância de utilização do custo-</p><p>padrão pelas empresas industriais, sua aplicação tem se desenvolvido e</p><p>a técnica pode ser utilizada por uma grande variedade de empresas.</p><p>Custo-padrão – conceitos e</p><p>características</p><p>BSC, EVA e Ebtida, vamos</p><p>entender melhor?</p><p>Descubra os fundamentos dos instrumentos de controle e indicadores</p><p>para uma gestão, como o Balanced Scorecard (BSC), o Economic Value</p><p>Added (EVA) e o EBITDA.</p><p>Conceitos de custo-padrão</p><p>O termo custo-padrão deriva dos seus dois componentes: padrão e</p><p>custo.</p><p>Padrão</p><p>Forma de mensurar o nível de eficiência que se espera obter da</p><p>execução de uma determinada tarefa (unidade de medida).</p><p></p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 25/60</p><p>Custo</p><p>Refere-se à dimensão monetária (R$, US$, € etc.) e quantitativa do</p><p>padrão.</p><p>Os padrões de custos</p><p>são estimativas, na</p><p>maioria das vezes de</p><p>origem técnica, que</p><p>re�etem níveis ou</p><p>valores considerados</p><p>como representativos</p><p>de determinado grau</p><p>desejável de</p><p>e�ciência, na</p><p>utilização de</p><p>recursos humanos,</p><p>materiais e</p><p>�nanceiros.</p><p>(SANVICENTE E SANTOS, 2009, p. 208)</p><p>O custo-padrão representa o custo que se espera alcançar para</p><p>determinado produto ou serviço em determinado período, em termos</p><p>dos valores e das quantidades referentes aos materiais, à mão de obra</p><p>direta e aos custos indiretos de fabricação, considerando o volume de</p><p>produção e o nível de qualidade especificado.</p><p>O principal objetivo do custo-padrão é estabelecer uma base que</p><p>permita comparar o custo que ocorreu com o que deveria ter ocorrido.</p><p>Um outro importante objetivo do custo-padrão é incentivar os</p><p>colaboradores que compõem a força de trabalho da empresa a</p><p>alcançarem elevados níveis de produtividade, por meio do</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 26/60</p><p>estabelecimento de “metas de custo” bem calibradas, no limite da</p><p>capacidade produtiva.</p><p>Atenção!</p><p>Deve-se ter cuidado com essa abordagem, pois o efeito pode ser</p><p>negativo e levar à desmotivação, caso as “metas de custo” sejam</p><p>inatingíveis.</p><p>Nesse sentido do uso gerencial do custo-padrão como elemento</p><p>relacionado à produtividade das equipes de trabalho, Sanvicente e</p><p>Santos (2009, p. 210) consideram que “além de representarem níveis</p><p>desejáveis de eficiência operacional, os padrões geram algumas</p><p>implicações para o comportamento dos indivíduos e setores a eles</p><p>submetidos, podendo contribuir positiva ou negativamente para o</p><p>andamento das atividades da empresa”.</p><p>Conceitualmente, é comum que se</p><p>relacione o custo-padrão com a ideia de</p><p>custo ideal.</p><p>Entretanto, para que seja possível obter um custo ideal, seria necessário</p><p>que a produção ocorresse em condições perfeitas, com a utilização de</p><p>toda a capacidade instalada da empresa, sem qualquer resquício de</p><p>ociosidade, com a utilização da mão de obra mais eficiente possível,</p><p>sem paralisações, exceto as já programadas para manutenção</p><p>preventiva, com o uso dos melhores materiais possíveis, condições de</p><p>estocagem perfeitas etc., e tudo isso com os menores custos possíveis.</p><p>O custo-padrão ideal pode ser imaginado, mas sua implementação, na</p><p>prática, mostra-se impossível e não é utilizada para efeito de controle</p><p>dos custos durante a produção, prestando-se apenas para realizar</p><p>comparações após o encerramento do período ao qual o orçamento se</p><p>refere, possibilitando que se tenha noção de quanto a empresa evoluiu</p><p>em relação a períodos anteriores.</p><p>Resumindo</p><p>O custo-padrão ideal tem aplicação bastante restrita, pois não permite</p><p>que os custos sejam controlados de forma contínua ou em períodos</p><p>curtos, o que descaracteriza a função do custo-padrão, que é,</p><p>exatamente, permitir que os custos sejam controlados com frequência,</p><p>de forma eficiente, eficaz e efetiva.</p><p>Um segundo conceito relacionado ao custo-padrão é o custo-padrão</p><p>corrente, utilizado pelas empresas para implementar, na prática, o</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 27/60</p><p>controle orçamentário. O custo-padrão corrente consiste, basicamente,</p><p>no valor de custo de um produto ou serviço que a empresa fixa como</p><p>meta de curto ou médio prazo.</p><p>Diferentemente do custo-padrão ideal, o custo-padrão corrente</p><p>considera o contexto do “mundo real”, ou seja, leva em conta as</p><p>ineficiências que podem ocorrer nos processos produtivos em função</p><p>de diferentes fatores, como: falha dos fornecedores na entrega de</p><p>matérias-primas; deficiência na qualidade dos materiais, falhas em</p><p>equipamentos, falha no fornecimento de energia; absenteísmo no</p><p>trabalho etc.</p><p>Absenteísmo</p><p>O absenteísmo no trabalho refere-se à ausência de um ou mais</p><p>funcionários</p><p>durante o período laboral. Pode ocorrer em função de atrasos,</p><p>saídas antecipadas ou faltas.</p><p>O custo-padrão corrente “é levantado com base não só em estudos</p><p>teóricos, mas também em “pesquisas e testes práticos”, mediante</p><p>estudos e cálculos não distanciados da realidade” (MARTINS, 2018, p.</p><p>297).</p><p>O custo-padrão corrente normalmente é um valor</p><p>considerado difícil de ser alcançado, porém não</p><p>impossível. Em função de tal dificuldade, é comum que</p><p>a empresas se aproximem do custo-padrão corrente,</p><p>mas não consigam atingi-lo.</p><p>Um terceiro conceito relacionado ao custo-padrão é o custo-padrão</p><p>estimado. Esse tipo de custo é aquele que é estabelecido com base nos</p><p>custos médios aferidos em períodos passados, com os</p><p>aperfeiçoamentos inerentes à própria evolução da tecnologia e do</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 28/60</p><p>mercado. O custo-padrão estimado, geralmente, é o que é alcançado</p><p>pela empresa.</p><p>Martins (2018, p. 297) explica a diferença entre o custo-padrão corrente</p><p>e custo-padrão estimado:</p><p>[...] Padrão Corrente é o custo que</p><p>deveria ser, enquanto o Estimado é o</p><p>que deverá ser. Aquele é o que a</p><p>empresa deveria alcançar, se</p><p>conseguisse atingir certos níveis de</p><p>desempenho, enquanto este é o que</p><p>normalmente a empresa deverá</p><p>obter. O Custo-padrão Corrente é</p><p>mais elaborado; exige que</p><p>determinados estudos sejam feitos,</p><p>enquanto o Estimado parte da</p><p>hipótese de que a média do</p><p>passado é um número válido e</p><p>apenas introduz algumas</p><p>modificações esperadas, tais como</p><p>volume de atividade, mudança de</p><p>equipamentos etc.</p><p>(MARTINS, 2018, p. 297)</p><p>Sintetizando os conceitos relacionados a custo-padrão, tem-se:</p><p>É obtido com a utilização dos melhores materiais acessíveis,</p><p>com a mais eficiente mão de obra possível, com a fábrica</p><p>operando a 100% de sua capacidade, sem eventuais paradas</p><p>(exceto as previamente programadas). Tem poucas aplicações</p><p>gerenciais.</p><p>Custo-padrão ideal </p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 29/60</p><p>Consiste no valor de custo de um produto ou serviço que a</p><p>empresa fixa como meta de curto ou médio prazo para um</p><p>período futuro. Representa um valor considerado difícil de ser</p><p>alcançado, porém não impossível. Pode motivar ou desmotivar</p><p>as equipes de trabalho, dependendo do nível de desafio que</p><p>represente. Na prática, a empresa quase nunca atinge a meta</p><p>estabelecida.</p><p>É aquele que, geralmente, é alcançado pela empresa. É</p><p>estabelecido com base nos custos médios aferidos em períodos</p><p>passados, com os aperfeiçoamentos decorrentes da evolução</p><p>tecnológica e do mercado.</p><p>Características do Custo-padrão</p><p>O custo-padrão caracteriza-se pelos seguintes aspectos:</p><p>Custo-padrão corrente </p><p>Custo-padrão estimado </p><p> Utiliza dados e informações projetados, ou seja, que</p><p>devem acontecer no futuro.</p><p> Tem como principal objetivo viabilizar a</p><p>comparação dos custos previstos (padrões) com os</p><p>realizados, em termos das quantidades e dos</p><p>valores dos materiais diretos, da mão de obra direta</p><p>e dos custos indiretos de fabricação.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 30/60</p><p>A fixação do custo-padrão é feita em valores monetários, expressos na</p><p>moeda corrente do país e em quantidades físicas, expressas em</p><p>diferentes unidades de medida, que, para os materiais e os custos</p><p>indiretos de fabricação, normalmente, são kWh, unidade, hora-máquina,</p><p> Precisa ser previamente determinado em bases</p><p>unitárias.</p><p> É estabelecido com base nas quantidades físicas e</p><p>nos valores monetários que integram os produtos</p><p>ou serviços.</p><p> Aplica-se basicamente a operações repetitivas.</p><p> Precisa ser periodicamente revisto e aperfeiçoado</p><p>para que sejam afastando valores discrepantes em</p><p>relação à realidade, pois tais valores podem</p><p>distorcer informações vitais para o controle.</p><p> Pode ser utilizado com qualquer método de custeio</p><p>absorção, variável, ABC etc.</p><p> Exerce influência, positiva ou negativa, sobre os</p><p>funcionários na medida em que estabelece “metas</p><p>de custos” a serem atingidas.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 31/60</p><p>kg, grama, metro, cm etc.; e para a mão de obra direta em homem-hora</p><p>(Hh), convertido normalmente em taxas de mão de obra.</p><p>Curiosidade</p><p>A fixação das quantidades físicas que compõem os produtos é uma</p><p>tarefa da área de engenharia de produção, cabendo à contabilidade</p><p>monetizá-las.</p><p>Com foco no custo unitário dos produtos e serviços, os padrões devem</p><p>ser estabelecidos para todos os componentes de custos, o que alcança</p><p>quatro diferentes tipos:</p><p>Custo-padrão e contabilidade</p><p>Os métodos de custeios utilizados pela contabilidade de custos</p><p>possuem características diferentes, por isso, é importante conhecê-los</p><p>para estabelecer o sistema de custeamento adequado à empresa, pois</p><p>saber com a maior exatidão possível quanto custa produzir cada</p><p>produto ou prestar cada serviço é um dos pilares da gestão financeira.</p><p> Custo e quantidade dos materiais diretos.</p><p> Custo e quantidade da mão de obra direta.</p><p> Custo e quantidade de outros custos variáveis.</p><p> Custos indiretos fixos (não é necessário caso se</p><p>utilize um método de custeio variável ou direto).</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 32/60</p><p>Sem conhecer o custo não se consegue estabelecer</p><p>preços de venda adequados aos níveis de</p><p>produtividade da empresa, tampouco gerenciar</p><p>adequadamente os insumos necessários à produção.</p><p>Do ponto de vista gerencial, cada método de custeio tem suas</p><p>vantagens e desvantagens, destacando-se o método de custeio variável.</p><p>Entretanto, para efeito contábil formal, somente o custeio por absorção</p><p>é admitido, pois trata-se de um método baseado na aplicação dos</p><p>princípios fundamentais de contabilidade geralmente aceitos.</p><p>O custeio-padrão pode ser aplicado a qualquer método de custeio,</p><p>entretanto, se por um lado pode-se considerar como natural sua</p><p>aplicação para o custeamento variável, por ser o custo variável o</p><p>principal elemento dos custos, como defende Padoveze (2013, p. 273),</p><p>por outro, o custeio por absorção permite controlar e valorar os</p><p>estoques e promover comparações mais agregadas em relação às</p><p>informações contidas nos orçamentos.</p><p>Atenção!</p><p>De acordo com o item 21 do Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1):</p><p>outras formas para mensuração do custo de estoque, tais como o custo-</p><p>padrão ou o método de varejo, podem ser usadas por conveniência se</p><p>os resultados se aproximarem do custo. O custo-padrão leva em</p><p>consideração os níveis normais de utilização dos materiais e bens de</p><p>consumo, da mão de obra e da eficiência na utilização da capacidade</p><p>produtiva. Ele deve ser regularmente revisto à luz das condições</p><p>correntes. As variações relevantes do custo-padrão em relação ao custo</p><p>devem ser alocadas nas contas e nos períodos adequados de forma a</p><p>se ter os estoques de volta a seu custo (COMITÊ DE</p><p>PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2009).</p><p>Se por um lado a adoção de um sistema de custo-padrão representa um</p><p>ganho em termo de controle de custos, por outro implica aumento de</p><p>trabalho para a empresa e, para dar conta desse aumento, o sistema</p><p>contábil pode ser um valioso instrumento de auxílio.</p><p>A Contabilidade deve registrar previamente os custos-padrão, como</p><p>metas de custos a serem atingidas, e à medida que a execução for se</p><p>desenvolvendo, as variações e os valores reais devem ser registrados</p><p>em contas separadas, de forma que seja possível emitir relatórios sobre</p><p>o desempenho da produção em termos das variações de quantidade e</p><p>preço referentes a materiais diretos, mão de obra direta e custos</p><p>indiretos de fabricação.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 33/60</p><p>O custo-padrão deve ser</p><p>cientificamente</p><p>predeterminado</p><p>para os produtos, componentes dos</p><p>produtos, processos, serviços,</p><p>atividades ou operações. Os</p><p>padrões de custos não utilizados</p><p>para contabilização, são bases</p><p>estatísticas para avaliar o</p><p>desempenho de um determinado</p><p>momento.</p><p>(CARASTAN, 1999, n.p.)</p><p>A Contabilidade de Custos deve, primeiro, fornecer dados que permitam</p><p>atribuir valores aos padrões, aos itens que compõem o orçamento e as</p><p>previsões, para que, na sequência, seja possível operacionalizar a</p><p>comparação do realizado como previsto. Este tipo de procedimento</p><p>consiste na essência da aplicação prática do custeio padrão e tem um</p><p>papel muito importante no sentido de detectar ineficiências ou</p><p>desperdícios nas atividades produtivas.</p><p>A adoção de um sistema de custo-padrão não impede que a empresa</p><p>utilize outro método de custeio qualquer, como o custeio variável que se</p><p>destaca por sua função gerencial, por apropriar aos produtos e serviços</p><p>apenas os custos variáveis, o que facilita as análises de eficiência, por</p><p>evitar as distorções que são provocadas pelos custos fixos.</p><p>O custeio variável é um importante instrumento de gestão que pode</p><p>identificar quais produtos melhor contribuem para cobrir os custos fixos</p><p>e também avaliar a variabilidade de produtos, oferecendo aos gestores</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 34/60</p><p>valiosas informações, como, por exemplo, a margem de contribuição e o</p><p>ponto de equilíbrio da empresa, que auxiliam diretamente a tomada de</p><p>importantes decisões, como, por exemplo, a definição de preços</p><p>(REGINATO; COLLATTO, 2005).</p><p>O custeio variável tem por base a apropriação aos produtos ou serviços</p><p>apenas os custos variáveis, evitando a incidência das distorções que</p><p>podem ser provocadas pelos custos fixos. Os custos fixos independem</p><p>do nível de produção e, portanto, precisam ser rateados entre os</p><p>produtos ou serviços e constituem um dos problemas clássicos dos</p><p>sistemas de custeio.</p><p>Exemplo</p><p>Imagine que uma empresa tenha um custo fixo mensal de R$60 mil e</p><p>que sua produção média seja de 30 mil unidades/mês, o que implica</p><p>que cada unidade produzida absorve R$2 de custo fixo. Suponha que</p><p>cada unidade produzida absorva também mais R$3, referentes ao custo</p><p>variável, perfazendo um custo total de R$5 reais por unidade. Suponha</p><p>também que o preço unitário de venda seja R$8, gerando uma margem</p><p>de ganho de R$3/un.</p><p>Agora, suponha que no dia 10 de determinado mês uma máquina quebre</p><p>e só seja consertada e volte a produzir no dia 30 (20 dias de</p><p>paralisação), fazendo que a produção no mês seja de apenas 10 mil</p><p>unidades.</p><p>Nessas condições, cada uma das 10 mil unidades absorveria R$6 de</p><p>custo fixo que, somado ao custo variável de R$3/unidade, perfaz um</p><p>custo total de R$9, gerado uma “margem de perda” de R$1/un.</p><p>Sobre a escolha do método de custeio que a empresa deve utilizar,</p><p>Depina e Barbosa (2015, p. 58) esclarecem:</p><p>Dentro da contabilidade existem</p><p>vários métodos que fornecem os</p><p>caminhos para obtenção de</p><p>resultados e informações para a</p><p>gestão controlar os custos e tomar</p><p>as decisões. O contador estabelece</p><p>para a alta administração qual o</p><p>método que melhor se adapta para</p><p>o funcionamento das operações e,</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 35/60</p><p>através deste argumento, busca</p><p>todas as informações necessárias</p><p>para o desenvolvimento das</p><p>atividades.</p><p>Os métodos de custeios utilizados</p><p>na Contabilidade de Custos</p><p>possuem características diferentes,</p><p>por isso é importante o</p><p>conhecimento para o</p><p>estabelecimento do sistema de</p><p>custeamento adequado na empresa.</p><p>Pode-se utilizar cada método de</p><p>acordo com a atividade da empresa,</p><p>dentro deste contexto estão</p><p>inseridos o método de Custeio</p><p>Padrão, Custeio por Absorção,</p><p>Custeio ABC, Custeio por</p><p>Departamentalização e Custeio</p><p>Variável.</p><p>(DEPINA E BARBOSA, 2015, p. 58)</p><p>No que se refere à estreita relação da Contabilidade com o Custo-</p><p>padrão, Sanvicente e Santos (2009) constataram que, para a adequada</p><p>fixação de padrões, é preciso envolver as mais diversas áreas da</p><p>empresa. O quadro que você verá abaixo apresenta a relação entre os</p><p>itens de custo que compõem os padrões e as fontes de dados que os</p><p>alimenta, cabendo observar que a Contabilidade se destaca por fornecer</p><p>informações para todos os itens de custo.</p><p>Item de custo Fonte de dados (área)</p><p>Preço das matérias-</p><p>primas</p><p>• Contabilidade</p><p>• Compras</p><p>Consumo das matérias-</p><p>primas</p><p>• Contabilidade</p><p>• Engenharia Industrial</p><p>• Supervisores de produção</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 36/60</p><p>Item de custo Fonte de dados (área)</p><p>Preço da mão de obra</p><p>direta</p><p>• Contabilidade</p><p>• Recursos Humanos</p><p>• Engenharia Industrial</p><p>Uso da mão de obra</p><p>direta</p><p>• Contabilidade</p><p>• Engenharia Industrial</p><p>Custos indiretos de</p><p>fabricação</p><p>• Supervisores de produção</p><p>(destacadamente)</p><p>• Todas as áreas acima citadas</p><p>Quadro - Fontes de dados para fixação de padrões.</p><p>Adaptado de: Sanvicente e Santos 2009, p. 210</p><p>Custo-padrão e orçamento</p><p>Ao fixar um valor de “meta de custo” para cada produto ou serviço, o</p><p>custo-padrão funciona como uma espécie de orçamento, pois ambos –</p><p>custo-padrão e orçamento – têm em comum a finalidade de estabelecer</p><p>metas a serem atingidas.</p><p>Custo-padrão e orçamento estão diretamente ligados, pois a definição</p><p>dos valores referentes ao custo-padrão das quantidades de materiais</p><p>diretos, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação pode, em</p><p>conjunto com as quantidades estimadas no orçamento de vendas, ser</p><p>utilizada para elaborar o orçamento de produção.</p><p>Nessa perspectiva, o custo-padrão simplifica e valoriza</p><p>a metodologia de elaboração e o próprio uso do</p><p>orçamento como instrumento de gestão, que também</p><p>passa a funcionar como um instrumento de gestão das</p><p>equipes de trabalho.</p><p>Carastan (1999, n.p.), corrobora o entendimento de que o custo-padrão</p><p>facilita a elaboração do orçamento, ao afirmar: “Como finalidades do</p><p>uso do custo-padrão tem-se a simplificação dos cálculos para a</p><p>determinação dos custos da produção (diretos e indiretos, inclusive os</p><p>fixos), custos dos produtos em elaboração e dos produtos acabados.”</p><p>Atenção!</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 37/60</p><p>Não se deve confundir “meta de custo” com “custo-meta”. Meta de custo</p><p>refere-se ao padrão que foi especificado para determinado produto ou</p><p>serviço, enquanto custo-meta é um conceito ligado às estratégias</p><p>empresariais. O custo-meta é um instrumento de gerenciamento</p><p>estratégico de custos utilizado para alcançar a meta de lucro</p><p>estabelecida no planejamento. O custo-meta tem como principais</p><p>objetivos reduzir os custos totais, sem perda de qualidade dos produtos,</p><p>e subsidiar a formulação de planos estratégicos de lucro (CARASTAN,</p><p>1999, n.p.).</p><p>Apuração e análise das</p><p>variações</p><p>Para efeito gerencial, as variações de custo são apuradas por meio da</p><p>diferença entre o custo real e o custo-padrão corrente, e podem</p><p>apresentar três possíveis resultados:</p><p>Custo real < Custo-padrão corrente</p><p>Significa que houve eficiência superior ao que se esperava, ou</p><p>seja, as expectativas foram superadas, representando uma</p><p>situação favorável (F).</p><p>Custo real > Custo-padrão corrente</p><p>Significa que houve ineficiência em relação ao que se esperava,</p><p>ou seja, as expectativas não foram atingidas, representando</p><p>uma situação desfavorável (D).</p><p>Custo real = Custo-padrão corrente</p><p>Significa que houve eficiência exatamente na medida que se</p><p>esperava, ou seja, as expectativas foram atingidas.,</p><p>representando uma situação neutra (N).</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 38/60</p><p>Nos cálculos das variações de custo são utilizados o</p><p>módulo dos números (valor absoluto). O módulo ou</p><p>valor absoluto de um número real será o seu simétrico,</p><p>se ele for negativo, ou o próprio número, se ele for</p><p>positivo.</p><p>Decorrido algum tempo após o início da execução do orçamento, por</p><p>exemplo, um mês, tem-se disponível um conjunto com informações</p><p>referentes ao que foi efetivamente realizado em termos de custo, ou</p><p>seja, tem-se o que é chamado de custo real.</p><p>A partir da obtenção dos valores correspondentes ao custo real, é</p><p>possível promover a comparação destes com os valores fixados como</p><p>custo-padrão, apurar e analisar as causas de eventuais diferenças e</p><p>implementar, se for o caso, medidas corretivas ou de melhoria.</p><p>As variações entre o custo-padrão e o custo real podem ser positivas ou</p><p>negativas e decorrerem de fatores internos ou externos à empresa.</p><p>Quando as causas são internas, a própria empresa deve identificar os</p><p>fenômenos que causaram as variações, bem como os responsáveis</p><p>para que possam ser adotadas eventuais providências que se façam</p><p>necessárias para ajustar a situação ou evitar que a ocorrência se repita,</p><p>caso a variação tenha sido prejudicial.</p><p>Entretanto, quando as variações têm origem em fatores externos,</p><p>normalmente é difícil, ou até mesmo impossível, que os gestores</p><p>possam adotar alguma providência.</p><p>Com habilidade, Padoveze (2012) elaborou uma figura esquemática que</p><p>consegue dar uma visão abrangente da sistemática das variações dos</p><p>componentes dos custos.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 39/60</p><p>Gráfico: Esquema genérico da análise das variações.</p><p>Adaptado de: Padoveze (2012, p. 288).</p><p>Exemplo de apuração e análise</p><p>das variações</p><p>Tendo sido iniciada a execução orçamentária em 01/01/20XX, suponha</p><p>que após 30 dias, ou seja, em 31/01/20XX, a empresa XYZ tenha</p><p>produzido 5.000 unidades do Produto A e obtido os valores</p><p>apresentados na tabela abaixo, relativos aos componentes dos custos</p><p>unitários:</p><p>,</p><p>Produto A</p><p>Padrão Real</p><p>a b</p><p>Materiais diretos 120 150</p><p>Mão de obra direta 100 122</p><p>CIF 80 100</p><p>Total 300 372</p><p>Tabela: Custos de janeiro de 20XX.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 40/60</p><p>Elaborada por: Cristóvão Marinho.</p><p>É fácil perceber que a variação total foi de R$72 desfavorável (D); que a</p><p>maior variação desfavorável foi dos materiais diretos, seguida da mão</p><p>de obra, e depois dos CIF, com a menor variação desfavorável.</p><p>Entretanto, para que se possa verificar que ações devem ser feitas para</p><p>melhorar o desempenho dos itens desfavoráveis e potencializar os</p><p>favoráveis, é preciso analisar separadamente as variações dos</p><p>componentes dos itens materiais diretos, mão de obra e CIF.</p><p>Os termos “materiais diretos” e “matérias-</p><p>primas” têm o mesmo signi�cado e podem</p><p>ser utilizados indistintamente.</p><p>Variações de materiais diretos</p><p>Supondo que a fabricação do Produto A envolve três diferentes tipos de</p><p>materiais diretos, a tabela abaixo detalha as variações e evidencia que,</p><p>em termos de custos, os materiais diretos 1 e 2 tiveram variação</p><p>desfavorável e o 3 favorável.</p><p>Produto A</p><p>Padrão (a)</p><p>Quantidade Preço R$</p><p>Materias diretos 1 10 7,60</p><p>Materias diretos 2 14 1,00</p><p>Materias diretos 3 30 1,00</p><p>Total R$ 120,00</p><p>Tabela: variações de matérias-primas.</p><p>Elaborada por: Cristóvão Marinho.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 41/60</p><p>Essas informações já possibilitam avaliar a adoção de algumas ações</p><p>em termos de negociação com fornecedores e melhoria dos processos</p><p>produtivos. Entretanto, o exemplo aqui apresentado é bem simples, mas,</p><p>não raramente, a fabricação de um produto envolve dezenas, centenas</p><p>ou até mesmo milhares de diferentes itens de materiais diretos, o que</p><p>demanda maior detalhamento das variações em termos de quantidade e</p><p>preço, que podem ser calculadas com o uso das seguintes fórmulas:</p><p>Variação de</p><p>quantidade</p><p>Diferença de quantidade</p><p>x Preço padrão</p><p>Variação de preço</p><p>Diferença de preço x</p><p>Quantidade padrão</p><p>As duas tabelas abaixo demonstram as variações de quantidade e</p><p>preço, respectivamente:</p><p>Produto A</p><p>Quantidade</p><p>Padrão (a) Real (b)</p><p>Material direto 1 10 12</p><p>Material direto 2 14 15</p><p>Material direto 3 30 25</p><p>Total</p><p>Tabela: variações de quantidade.</p><p>Elaborada por: Cristóvão Marinho.</p><p></p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 42/60</p><p>Produto A</p><p>Preço</p><p>Padrão (a) Real (b)</p><p>Material direto 1 7,60 9,00</p><p>Material direto 2 1,00 1,20</p><p>Material direto 3 1,00 0,96</p><p>Total</p><p>Tabela: variações de preço.</p><p>Elaborada por: Cristóvão Marinho.</p><p>Analisando com cuidado as variações do material direto 1, pode-se</p><p>observar que houve uma variação de custo de R$15,20, desfavorável em</p><p>função da variação de quantidade; e uma variação de custo de R$14,</p><p>desfavorável em função da variação de preço, totalizado uma variação</p><p>desfavorável de custo de R$29,20.</p><p>Entretanto, a variação total dos custos do Material direto 1 totaliza R$32,</p><p>faltando, portanto, R$2,80. Essa diferença refere-se à variação mista,</p><p>que pode ser calculada com o uso da fórmula indicada a seguir:</p><p>Variação mista = diferença de quantidade x</p><p>diferença de preço</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 43/60</p><p>Produto A</p><p>Quantidade</p><p>≠ Quantidade ≠ Preço</p><p>Material direto 1 2 1,40</p><p>Tabela: variação mista do Material direto 1.</p><p>Elaborada por: Cristóvão Marinho.</p><p>O gráfico abaixo apresenta uma visão conceitual das variações de</p><p>quantidade, preço e mista do Material direto 1:</p><p>Gráfico: variações de quantidade, preço e mista do Material direto 1.</p><p>Adaptado de: MARTINS, 2018, p. 307.</p><p>Variações de mão de obra direta</p><p>Os cálculos das variações de mão de obra direta são realizados</p><p>seguindo o mesmo raciocínio das variações de materiais diretos,</p><p>adotando-se, entretanto, nomenclaturas diferentes, não por questões</p><p>técnicas, mas mais por costume.</p><p>O que nas matérias-primas é</p><p>chamado de Variação de Preço tem</p><p>o nome de Variação de Taxa; a</p><p>Variação de Quantidade é</p><p>cognominada de Variação de</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 44/60</p><p>Eficiência ou de Uso; e a Mista não</p><p>se altera.</p><p>(MARTINS, 2018, p. 310)</p><p>Suponha que a decomposição, por departamento, do item mão de obra</p><p>direta apresentada na tabela do tópico Exemplo de apuração e análise</p><p>das variações leve aos dados apresentados na tabela abaixo:</p><p>Produto A</p><p>Padrão (a)</p><p>horas valor R$</p><p>Departamento D1 40 1,50</p><p>Departamento D2 20 2,00</p><p>Total R$ 100</p><p>Tabela: horas e valores de MOD.</p><p>Elaborada por: Cristóvão Marinho.</p><p>As variações de mão de obra direta podem ser calculadas com o uso</p><p>das seguintes fórmulas:</p><p>Variação de</p><p>e�ciência</p><p>Diferença de horas x</p><p>Taxa padrão</p><p>Variação de taxa</p><p>Diferença de taxa x</p><p>Horas padrão</p><p>As tabelas a seguir apresentam, respectivamente, as variações de</p><p>eficiência, de taxa e mista:</p><p></p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 45/60</p><p>Produto A</p><p>Hora</p><p>Padrão Real</p><p>Departamento D1 40 42</p><p>Departamento D2 20 23</p><p>Total</p><p>Tabela: variação de eficiência.</p><p>Elaborada por: Cristóvão Marinho.</p><p>Produto A</p><p>Valor</p><p>Padrão Real</p><p>Departamento D1 1,50 1,70</p><p>Departamento D2 2,00 2,20</p><p>Total</p><p>Tabela: Variação de taxa.</p><p>Elaborada por: Cristóvão Marinho.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 46/60</p><p>Produto A</p><p>Variação mista</p><p>≠ horas ≠ valor</p><p>Departamento D1 2,00 0,20</p><p>Departamento D2 3,00 0,20</p><p>Total</p><p>Tabela: variação mista de MOD.</p><p>Elaborada por: Cristóvão Marinho.</p><p>Variações de custos indiretos de fabricação (CIF)</p><p>De forma análoga ao que ocorre com a mão de obra direta, mas</p><p>diferenciando-se pela necessidade de rateio, os custos indiretos de</p><p>fabricação (CIF) também envolvem variados itens e, normalmente, os</p><p>cálculos são</p><p>feitos por meio de taxas de CIF.</p><p>Para que se tenha maior grau de precisão, e visando também a subsidiar</p><p>os controles de responsabilidade, as taxas de CIF geralmente são</p><p>calculadas para cada uma das diferentes áreas da empresa.</p><p>As taxas são definidas em nível unitário e expressas por meio de</p><p>direcionadores de custos, tais como:</p><p>Direcionadores de custos</p><p>Na língua inglesa, o termo “direcionadores de custos” é traduzido como</p><p>cost drivers.</p><p></p><p>Horas-máquina</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 47/60</p><p></p><p>Horas de mão de obra direta</p><p>Sobre o cálculo e a utilização das taxas de CIF, Ribeiro afirma:</p><p>Havendo interesse, e desde que a</p><p>relação custo-benefício não seja</p><p>desfavorável, podem-se criar várias</p><p>taxas estimadas de aplicação do</p><p>CIF. Quando se trabalha com taxa</p><p>única, os CIF serão atribuídos aos</p><p>produtos de maneira uniforme.</p><p>Contudo, a adoção de mais de uma</p><p>taxa estimada evitará a atribuição</p><p>de custos indiretos a produtos ou</p><p>família de produtos que não foram</p><p>beneficiados por eles.</p><p>(RIBEIRO, 2018, p. 299)</p><p>CIF</p><p>Alguns autores e algumas empresas referem-se aos custos indiretos de</p><p>fabricação (CIF) como custos indiretos de produção (CIP).</p><p>A análise das variações dos CIF envolve duas questões básicas. A</p><p>primeira refere-se à diferença entre o volume estabelecido como padrão</p><p>de produção e o volume real produzido, que provoca alteração nos</p><p>custos unitários em função da existência de custos indiretos fixos; e a</p><p>segunda diz respeito à diferença decorrente da oscilação dos valores</p><p>monetários (preços) dos insumos que compõem os custos.</p><p>Prosseguindo no exemplo e remetendo aos dados apresentados na</p><p>tabela do tópico Exemplo de apuração e análise das variações, suponha</p><p>que o padrão de produção seja de 5.000 unidades, o padrão de CIF</p><p>variável unitário, R$30 e o padrão de CIF total fixos, R$250.000. Com</p><p>base nessas inferências, chega-se à composição de padrão de CIF</p><p>apresentada na tabela abaixo:</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 48/60</p><p>Produto A: composição do padrão de CIF</p><p>a</p><p>Total CIF fixo / mês</p><p>(R$) =</p><p>250.000</p><p>b</p><p>CIF variável unitário</p><p>/ mês (R$) =</p><p>30,00</p><p>c</p><p>Volume de</p><p>produção / mês</p><p>(un) =</p><p>5.000</p><p>d = b x c</p><p>Total CIFvariáveis /</p><p>mês (R$) =</p><p>150.000</p><p>e = a + d</p><p>Total de CIF / mês</p><p>(R$) =</p><p>400.000</p><p>f = a ÷ c</p><p>CIF fixo unitário /</p><p>mês (R$) =</p><p>50,00</p><p>g = b + f</p><p>Total CIF unitário</p><p>(R$) =</p><p>80,00</p><p>Tabela: composição do CIF padrão.</p><p>Elaborado por: Cristóvão Marinho.</p><p>Dando sequência ao exemplo, suponha agora que o volume real de</p><p>fabricação do Produto A no período tenha sido de 4.500 unidades e que</p><p>os CIF reais tenham totalizado R$450 mil, o que explica o CIF Real</p><p>unitário de R$100 e a variação desfavorável de R$20, apresentados na</p><p>tabela do tópico Exemplo de apuração e análise das variações.</p><p>Com esses dados, pode-se calcular, separadamente, as variações de CIF</p><p>provocadas pelas variações de volume e de preço. Veja:</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 49/60</p><p>Variação de volume</p><p>Total CIF real</p><p>4.500 un. x R$30 + R$250.000 = R$385.000</p><p>CIF unitário real</p><p>R$385.000 ÷ 4.500 = R$85,56/un.</p><p>Variação unitária de CIF</p><p>CIF padrão R$80,00 – CIF real R$85,56 = R$5,56 (desfavorável)</p><p>A variação do volume produzido de 500 un. (5.000 – 4.500) provocou</p><p>um aumento de R$5,56 no valor do CIF unitário, que passou de R$80,00</p><p>para R$85,56.</p><p>Variação de preço</p><p>Como se sabe, a variação total foi de R$20 (Exemplo de apuração e</p><p>análise das variações). Então, falta explicar R$ 14,44, que é a diferença</p><p>de variação restante para completar R$20 (R$20 - R$5,56 = R$14,44).</p><p>Essa diferença ocorre porque, para um volume real de produção de</p><p>4.500 un., os CIF deveriam ser R$385.000 (R$4.500 un. x R$30 +</p><p>R$250.000), mas foram R$450.000, gerando uma diferença de R$65.000</p><p>em função da variação de preço.</p><p>Para confirmar esse raciocínio, pode-se calcular: R$65.000 ÷ 4.500 =</p><p>R$14,44, ou, colocando de outra forma, R$100 - R$85,56 = R$14,44</p><p>A variação do total de CIF, R$50.000 (R$400.000 - R$450.000), provocou</p><p>mais um aumento de R$14,44 no valor do CIF unitário (já aumentado</p><p>pela variação de volume), que passou de R$85,56 para R$100.</p><p>Composição da variação total de CIF</p><p>Variação de volume</p><p>R$5,56 (R$80,00 - R$85,56)</p><p>Variação de preço</p><p>R$14,44 (R$100 - R$85,56)</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 50/60</p><p>Variação total</p><p>R$20,00</p><p>Análise da variação de e�ciência</p><p>No que se refere à variação de eficiência, a oscilação representa a</p><p>mudança dos CIF variáveis que ocorre em função do uso (eficiente ou</p><p>ineficiente) de algum direcionador de custo, definido de acordo com o</p><p>perfil da estrutura produtiva. São exemplos de direcionadores de CIF:</p><p>mão de obra direta, consumo de matérias-primas, quantidade de horas-</p><p>máquina etc.</p><p>Caso, por exemplo, seja adotado como direcionador de apropriação de</p><p>CIF a mão de obra direta, os CIF variáveis se alteram na proporção em</p><p>que se alteram as horas de mão de obra direta utilizadas na produção.</p><p>Resumindo</p><p>Pode-se dizer que, nessas condições, os CIF variáveis oscilam em</p><p>função das mudanças observadas no volume produzido, sendo que a</p><p>mensuração da variação da sua eficiência fica diretamente relacionada</p><p>à eficiência do uso da mão de obra direta.</p><p>Seguindo no exemplo, suponha que o direcionador utilizado seja uso de</p><p>mão de obra direta por hora (MOD/h) e que o padrão de CIF variável</p><p>tenha sido calculado da seguinte forma:</p><p>Padrão de CIF variável</p><p>R$30/MOD/h</p><p>Padrão de produtividade</p><p>1 MOD/h/unidade</p><p>Padrão de CIF �xos</p><p>250.000/mês</p><p>Padrão de volume de produção</p><p>5.000 unidades/mês</p><p>Agora considere que, apesar da produção ter sido de 4.500 un., gastou-</p><p>se 4.725 de MOD/h, ou seja, houve uma ineficiência de 225 MOD/h,</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 51/60</p><p>equivalente a um acréscimo de 5% do uso de mão de obra direta.</p><p>Com essa nova informação, não se pode atribuir a parte da variação CIF,</p><p>correspondente à redução da quantidade produzido, apenas à variação</p><p>de volume, pois parte dela, que totaliza R$5,56, refere-se à ineficiência</p><p>observada.</p><p>Então, considerando a ineficiência de MOD/h, o cálculo seria:</p><p>Total CIF</p><p>4.725 un x 1 MOD/h x R$30/MODh + R$250.000 = R$391.750</p><p>CIF unitário</p><p>R$391.750 ÷ 4.500 = R$87,06/un</p><p>A diferença R$87,06 - R$85,56 = R$1,50 refere-se à ineficiência de uso de</p><p>mão de obra direta.</p><p>Composição da variação total de CIF considerando a e�ciência (ou</p><p>de�ciência)</p><p>Variação de volume</p><p>R$4,06 (80,00 - R$85,56 + R$1,50)</p><p>Variação de preço</p><p>R$ 14,44 (R$ 100 - R$ 85,56)</p><p>Variação de e�ciência</p><p>R$1,50 (R$87,06 - R$85,56)</p><p>Variação total</p><p>R$20,00</p><p>Possíveis causas das variações</p><p>São muitos os fatores que podem provocar variações desfavoráveis do</p><p>padrão em relação ao real. O quadro seguinte apresenta algumas das</p><p>principais:</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 52/60</p><p>Item de Custo Principais Causas de Desvio</p><p>Matérias-primas</p><p>Variações de quantidade</p><p>· Quantidades de matérias-primas</p><p>mal especificadas.</p><p>· Matérias-primas utilizadas com</p><p>qualidade fora das especificações</p><p>(para mais ou para menos).</p><p>· Mão de obra inadequada.</p><p>· Máquinas inadequadas ou com</p><p>problemas de calibração.</p><p>Variações de preços</p><p>· Compra mal feita por deficiência do</p><p>Setor de Compras.</p><p>· Compras feitas fora do prazo</p><p>necessário.</p><p>· Comprar feita de um outro</p><p>fornecedor, por determinação</p><p>superior, para abrir concorrência</p><p>entre fornecedores e não ficar</p><p>dependente de apenas um.</p><p>Variações mistas</p><p>· Falta de sintonia entre o</p><p>Departamento de Produção e o</p><p>Departamento de Compras. O ideal é</p><p>que seja possível identificar os</p><p>responsáveis pelas diferenças.</p><p>Mão de obra direta Variações de eficiência,</p><p>taxa e</p><p>mista</p><p>· Mão de obra ineficiente.</p><p>· Utilização de pessoal inexperiente</p><p>ou não habilitado para as tarefas.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 53/60</p><p>Item de Custo Principais Causas de Desvio</p><p>· Falta de empregados treinados</p><p>para substituir os afastamentos dos</p><p>titulares.</p><p>· Acréscimo na taxa decorrente de</p><p>fato superveniente.</p><p>· Padrão de horas estabelecido de</p><p>forma muito rígida, necessitando de</p><p>pessoal altamente qualificado, o que</p><p>pode ser incompatível com a taxa</p><p>estabelecida.</p><p>Custos Indiretos de</p><p>Fabricação (CIF)</p><p>Variação de volume</p><p>· Problemas que prejudiquem as</p><p>vendas: de mercado ou do próprio</p><p>departamento de vendas.</p><p>· Quebra das máquinas, falta de</p><p>energia, matéria-prima ou</p><p>ineficiência da mão de obra.</p><p>Variação de eficiência</p><p>· Padrões por demais rígidos.</p><p>· Baixa produtividade.</p><p>Variação de custo</p><p>· Mão de obra Indireta super</p><p>estimada para o volume real.</p><p>· Maior consumo de energia elétrica</p><p>em função da má regulagem das</p><p>máquinas.</p><p>· Maior consumo de material indireto</p><p>em função de mudanças</p><p>tecnológicas.</p><p>Quadro - Variações de custos: principais causas de desvio do real em relação ao padrão.</p><p>Elaborado por Cristóvão Araripe Marinho.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 54/60</p><p>Custo-padrão</p><p>Neste bate-papo, após uma explanação acerca dos conceitos</p><p>relacionados ao custo-padrão, será apresentado um caso de controle da</p><p>variação de mão de obra direta.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Entre as opções a seguir, assinale a que apresenta um aspecto que</p><p>diferencia o custo-padrão corrente do custo-padrão estimado.</p><p></p><p>A</p><p>O corrente é um valor correspondente ao que seria o</p><p>custo perfeito de um produto ou serviço, e o</p><p>estimado é um valor baseado em estimativas de</p><p>mercado.</p><p>B</p><p>O corrente é um valor estabelecido com base nos</p><p>custos médios aferidos em períodos passados, e o</p><p>estimado é um valor fixado como meta para um</p><p>produto ou serviço.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 55/60</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>Entre os três tipos de custo-padrão, o corrente é o que é utilizado na</p><p>prática para controlar os custos e consiste, basicamente, no valor</p><p>de custo de um produto ou serviço que a empresa fixa como meta a</p><p>ser alcançada em determinado período. O custo-padrão estimado,</p><p>por sua vez, corresponde ao custo que provavelmente será</p><p>alcançado pela empresa, pois é o valor calculado e estabelecido</p><p>com base nos custos médios aferidos em períodos passados, ou</p><p>seja, corresponde ao valor que, em média, a empresa tem</p><p>conseguido atingir na prática.</p><p>Questão 2</p><p>O custo-padrão funciona como uma espécie de orçamento, pois</p><p>ambos têm em comum o objetivo de estabelecer metas a serem</p><p>atingidas. Nessa perspectiva, o custo-padrão</p><p>C O corrente é um valor fixado como meta para um</p><p>produto ou serviço, e o estimado é um valor</p><p>estabelecido com base nos custos médios aferidos</p><p>em períodos passados.</p><p>D</p><p>O corrente é um valor variável estabelecido como</p><p>meta para um produto ou serviço, e o dstimado é</p><p>um valor fixo estabelecido com base nos custos</p><p>médios aferidos em períodos passados.</p><p>E</p><p>O corrente é um valor baseado em estimativas de</p><p>mercado, e o estimado é um valor correspondente</p><p>ao que seria o custo perfeito de um produto ou</p><p>serviço.</p><p>A</p><p>passa a funcionar como norma obrigatória a ser</p><p>seguida.</p><p>B</p><p>passa ser um instrumento de detecção de fraudes e</p><p>erros.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 56/60</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>Quando uma empresa implanta um sistema de custo-padrão, a</p><p>tarefa de elaborar o orçamento passa a contar com uma</p><p>metodologia bem definida, principalmente no que se refere ao</p><p>orçamento de produção. Isso ocorre porque o custo-padrão</p><p>demanda a fixação das quantidades de matérias-primas, mão de</p><p>obra direta e custos indiretos de fabricação dos produtos, o que, em</p><p>conjunto com as quantidades estimadas no orçamento de vendas,</p><p>forma a base para a elaboração do orçamento de produção.</p><p>Considerações �nais</p><p>O controle orçamentário é uma das funções básicas da administração,</p><p>indispensável para que as empresas consigam gerenciar seus negócios.</p><p>Trata-se de uma ação tão fundamental que os administradores passam</p><p>boa parte de seu tempo executando-a, pois controlar consiste na própria</p><p>essência da administração.</p><p>Como em um “voo cego”, sem controle não é possível direcionar as</p><p>atividades da empresa no sentido de alcançar os objetivos</p><p>estabelecidos no planejamento estratégico, tampouco saber se está</p><p>sendo feito bom uso dos recursos, ou se o que está sendo executado</p><p>flui na direção dos resultados previstos.</p><p>Sob a perspectiva do orçamento, o controle tem forte relação com a</p><p>Contabilidade de Custos e pode utilizar o método de custeio padrão para</p><p>elaborar o orçamento e monitorar os gastos por meio da comparação e</p><p>apuração das diferenças entre os padrões previamente estabelecidos e</p><p>C dificulta a gestão por aumentar o volume de</p><p>trabalho.</p><p>D</p><p>simplifica a metodologia de elaboração do</p><p>orçamento.</p><p>E sempre está vinculado a algum tipo de recompensa.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 57/60</p><p>os gastos realmente efetivados, em termos de materiais diretos, mão de</p><p>obra direta e custos indiretos de fabricação.</p><p>Nessa perspectiva de uso conjugado do orçamento com o custo-padrão,</p><p>a Contabilidade apresenta-se como “pedra angular” do controle,</p><p>provendo informações para todas as áreas da empresa, compondo uma</p><p>forte estrutura gerencial capaz de atender às diversas necessidades de</p><p>informação.</p><p>Podcast</p><p>Agora, o especialista desenvolve uma narrativa acerca dos principais</p><p>conceitos relacionados às técnicas de controle utilizadas nas empresas,</p><p>principalmente o uso do custo-padrão, e destaca a importância que</p><p>representa para a formação profissional conhecer e dominar as técnicas</p><p>de controle orçamentário.</p><p></p><p>Explore +</p><p>Para saber mais sobre as aplicações do controle orçamentário, leia o</p><p>artigo, disponível na internet, A importância do planejamento financeiro</p><p>e do controle orçamentário para a tomada de decisão em instituições</p><p>de ensino de educação básica, de Camila Valverde, Joice Chiareto, e</p><p>Luiz Eduardo Takenouchi Goulart.</p><p>Para conhecer melhor os aspectos relacionados à gestão de custos e</p><p>aos métodos de custeio, incluindo o custo padrão, leia o artigo,</p><p>disponível na internet, Características organizacionais e a utilização da</p><p>gestão de custos no processo decisório, de Antonio Zanin, Cristian Baú</p><p>Dal Magro e Sady Mazzioni.</p><p>09/09/2024, 17:50 Controles orçamentários</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03392/index.html?brand=estacio# 58/60</p><p>Referências</p><p>CARASTAN, J. T. Custo meta e custo padrão como instrumentos do</p><p>planejamento empresarial para obter vantagem competitiva. In: VI</p><p>Congresso Brasileiro de Custos. São Paulo, SP, Brasil, 29 de junho a 2 de</p><p>julho de 1999. Consultado na internet em: 07 dez. 2021.</p><p>CHIAVENATO, I. Administração nos novos tempos: os novos horizontes</p><p>em administração. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2020.</p><p>COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico</p><p>CPC 16(R1): estoques. CPC: 2009. Consultado na internet em: 08 dez.</p><p>2021.</p><p>DEPINA, J. S.; BARBOSA. A. P. A. Custo-padrão auxiliando no</p><p>planejamento, controle e tomada de decisão. Organizações e</p><p>Sociedade. Iturama, MG, v. 4, n. 2, p. 57-71, jul./dez. 2015. Consultado na</p><p>Internet em: 10 dez. 2021.</p><p>FREZATTI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial.</p><p>6. ed. São Paulo: Atlas, 2017.</p><p>HANSEN, D. R.; MOWEN, M. M. Gestão de custos. Tradução Robert Brian</p><p>Taylor. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009.</p><p>MARTINS, E. Contabilidade de custos.</p>