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<p>3</p><p>UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE</p><p>CURSO DE BACHARELADO EM ECONOMIA</p><p>CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS APLICADAS</p><p>VITÓRIA LOPES DA SILVA</p><p>ANÁLISE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE CASTANHA-DO-BRASIL NO PERÍODO DE 2018 A 2023</p><p>RIO BRANCO – ACRE</p><p>2024</p><p>VITÓRIA LOPES DA SILVA</p><p>ANÁLISE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE CASTANHA-DO-BRASIL NO PERÍODO DE 2018 A 2023</p><p>Projeto de Pesquisa apresentado à Disciplina de Técnicas de Pesquisa em Economia sobre a orientação da Professora Débora de Lima Braga Penha, do Curso de Bacharelado em Economia, da Universidade Federal do Acre.</p><p>Orientador (a):</p><p>RIO BRANCO – ACRE</p><p>2024</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO 3</p><p>2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5</p><p>3 METODOLOGIA 7</p><p>4 REFERÊNCIAS 8</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A castanha-do-Brasil, também conhecida como castanha-do-Pará ou castanha-da-Amazônia, é um fruto nativo da região amazônica e possui grande relevância econômica e cultural para o Brasil. Sua produção e comercialização desempenham um papel significativo na economia regional e nacional, além de possuírem impactos ambientais, sociais e de saúde (Bayma et al., 2014).</p><p>Um dos desafios apresentados é a questão da cadeia produtiva e da valorização dos produtores. Muitas vezes, os trabalhadores envolvidos na coleta da castanha enfrentam condições de trabalho precárias e baixa remuneração, enquanto os lucros se concentram nas etapas de beneficiamento e comercialização. Assim faz-se necessário a promoção de políticas públicas que incentivem a organização dos produtores, a agregação de valor ao produto e a distribuição mais justa dos lucros ao longo da cadeia produtiva.</p><p>Além disso, a produção de castanha-do-Brasil também enfrenta desafios relacionados à competitividade internacional, à qualidade do produto e à regulamentação sanitária e fitossanitária. De acordo com Lebre (2023), a produção de castanha-do-brasil emergiu como um dos pilares do extrativismo no estado do Acre. Em um cenário onde a diversificação econômica é essencial, esse produto destacou-se significativamente, impulsionando não apenas a atividade extrativista em si, mas também a economia regional como um todo.</p><p>No decorrer do ano de 2022, a produção de castanha-do-brasil testemunhou um crescimento notável, contribuindo para um aumento de 6,6% na atividade extrativista, juntamente com a borracha, outra importante commodity da região. O volume impressionante de mais de 9,1 toneladas de castanha foi alcançado nesse período, elevando o valor total da produção para cerca de R$ 58,6 milhões, refletindo um aumento de 12% em comparação com o ano anterior (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2023).</p><p>Ampliando a análise para os últimos três anos, de 2020 a 2023, os números revelam uma tendência consistente e promissora. O Acre acumulou uma impressionante quantidade de 24,8 mil toneladas de castanha produzidas nesse período. Essa produção substancial gerou uma receita total superior a R$ 128 milhões, evidenciando não apenas a escala da indústria de castanha-do-brasil, mas também seu impacto econômico significativo na região (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2023).</p><p>Esses dados, apresentados, consolidam a importância crescente da castanha-do-brasil como um recurso valioso para a economia do Acre. Além de oferecer uma fonte de renda sustentável para os produtores locais, essa indústria contribui para a preservação ambiental, promovendo práticas de manejo responsáveis e incentivando a conservação das florestas nativas.</p><p>O presente estudo tem como objetivo geral fornecer uma análise abrangente do panorama econômico-financeiro da produção de castanha do Brasil no período compreendido entre 2018 e 2023. Para alcançar esse propósito, diversos objetivos específicos foram delineados. Primeiramente, pretende-se investigar as características geográficas, climáticas e socioeconômicas das principais regiões produtoras de castanha-do-Brasil no território brasileiro, visando compreender os diferentes contextos em que essa atividade é desenvolvida.</p><p>Em seguida, propõe-se avaliar os custos de produção, os investimentos necessários e os retornos esperados para os produtores desse importante recurso natural, analisando minuciosamente a viabilidade econômica da atividade em distintos cenários regionais. Por fim, busca-se analisar as tendências de demanda e oferta da castanha-do-Brasil tanto no mercado nacional quanto no internacional, identificando os fatores que influenciam os preços, os canais de distribuição e as estratégias de comercialização, fornecendo insights cruciais para os agentes envolvidos nessa cadeia produtiva.</p><p>Considerando a complexidade da produção de castanha-do-Brasil e sua interação com fatores ambientais, econômicos e sociais, é possível conjecturar que a viabilidade econômica da produção dessa commodity está diretamente relacionada a uma série de desafios enfrentados pelos produtores. Sendo assim a hipótese é que regiões com condições climáticas mais favoráveis e acesso a recursos financeiros e tecnológicos apresentarão uma produção mais estável e lucrativa. Além disso, sugere-se que a dinâmica do mercado da castanha-do-Brasil será influenciada por fatores como demanda crescente por produtos orgânicos e sustentáveis, políticas governamentais de incentivo à produção agrícola e a competitividade com outras oleaginosas no mercado internacional.</p><p>Desse modo, a análise da produção de castanha-do-Brasil, considerando suas regiões produtoras, sua análise econômica e o mercado envolvido, é de suma importância por diversos motivos. Em primeiro lugar, a castanha-do-Brasil desempenha um papel crucial na economia brasileira, especialmente para as comunidades locais das regiões amazônicas, onde a produção é mais concentrada. Além de ser uma fonte de renda significativa para muitas famílias, a castanha-do-Brasil também contribui para a preservação da floresta amazônica, pois sua coleta sustentável incentiva a conservação das áreas florestais.</p><p>Sendo assim de acordo com Álvares et al. (2012), a análise econômica da produção de castanha-do-Brasil é essencial para entender a viabilidade financeira dessa atividade agrícola. Ao investigar os custos de produção, os retornos esperados e os fatores que influenciam a rentabilidade dos produtores, podemos identificar áreas onde são necessárias melhorias e investimentos. Isso é crucial para garantir a sustentabilidade econômica dos produtores de castanha-do-Brasil e para promover o desenvolvimento socioeconômico das comunidades envolvidas.</p><p>REVISÃO BIBLIOGRÁFICA</p><p>De acordo com o estudo de Melo (2008), entre as diversas atividades com potencial econômico na região amazônica, a produção de castanha-do-brasil se destaca como uma das mais significativas. Além de ser uma fonte de renda importante para as comunidades locais, a castanha desempenha um papel crucial na promoção do desenvolvimento sustentável e na preservação das florestas tropicais.</p><p>Sendo assim, Melo (2008) ressalta que, uma das razões pelas quais a castanha-do-brasil é tão importante nesse contexto é sua abundância nas florestas naturais da região amazônica. Essa árvore nativa é uma das espécies mais comuns e encontradas em grande parte da Amazônia, o que torna sua coleta uma atividade viável e acessível para diversas comunidades locais.</p><p>A pesquisa conduzida por Picanço e Costa (2019) trouxe à luz uma série de desafios enfrentados na cadeia produtiva da castanha-do-brasil, especialmente em relação à infraestrutura inadequada. Um dos aspectos destacados foi a precariedade das condições para a produção, especialmente no que diz respeito às práticas de coleta, armazenamento e transporte da matéria-prima.</p><p>No contexto da pesquisa, ficou evidente que a infraestrutura deficiente ao longo dessas etapas pode resultar em problemas graves, como a contaminação por aflatoxina, uma substância tóxica produzida por fungos que pode surgir em condições inadequadas de armazenamento e manipulação da castanha. Essa contaminação não apenas compromete a qualidade do produto final, mas também representa um risco à saúde</p><p>dos consumidores.</p><p>Além disso, a falta de cooperação entre os diversos atores envolvidos na cadeia produtiva agrava ainda mais esses problemas. A ausência de uma colaboração efetiva entre produtores, cooperativas, empresas de transporte e usinas de beneficiamento dificulta a implementação de medidas adequadas para melhorar as condições de produção e garantir a qualidade e segurança do produto.</p><p>Nesse sentido de acordo com Krag e Santana (2017), as agroindústrias beneficiadoras desempenham um papel central na cadeia produtiva da castanha-do-brasil, não apenas processando o produto, mas também influenciando significativamente os fluxos comerciais durante a safra ao determinar o preço. No entanto, pesquisas indicam que existe uma deficiência na visão de cadeia produtiva entre os diferentes elos envolvidos, o que compromete o desempenho geral do arranjo e a possibilidade de um desenvolvimento local mais robusto.</p><p>A falta de integração e cooperação efetiva entre os diversos atores da cadeia produtiva da castanha-do-brasil resulta em dificuldades na coordenação de atividades e na definição de estratégias conjuntas. Isso pode levar a conflitos de interesse e desalinhamentos que prejudicam a eficiência e a eficácia do sistema como um todo.</p><p>Desse modo conforme o estuo de Baldoni et al. (2017), a observação detalhada revelou que a coleta e o beneficiamento da castanha-do-brasil são atividades predominantemente realizadas por indivíduos urbanos, de meia idade, com baixa renda e níveis de escolaridade. Essas pessoas muitas vezes dependem financeiramente da castanha como fonte principal de renda, com o produto representando uma média significativa de 76,6% da renda familiar.</p><p>Apesar das condições socioeconômicas desafiadoras, tanto a coleta quanto o beneficiamento da castanha-do-brasil mostraram-se viáveis economicamente para essas famílias. De acordo com os dados levantados, a receita líquida mensal proveniente dessas atividades atinge em média R$ 1.900,00 (equivalente a U$ 605,00) para a coleta e R$ 1.720,66 (equivalente a U$ 547,9) para o beneficiamento (Baldoni et al., 2017).</p><p>Ao analisar o pagamento da mão de obra familiar envolvida nessas atividades, observa-se que a remuneração diária é de aproximadamente R$ 94,6 (U$ 30,12) para a coleta e R$ 76,71 (U$ 24,42) para o beneficiamento. Embora esses valores possam parecer modestos em comparação com os padrões de salário em outros setores, eles representam uma parte significativa da renda familiar e são essenciais para sustentar essas comunidades em áreas urbanas onde oportunidades de emprego formal são limitadas.</p><p>Sendo assim conforme a pesquisa de, Bayma (2014) descreve que, o ouriço, fruto da castanheira, apresenta um peso variável entre 500g e 1.500g. A semente contida em seu interior, conhecida como amêndoa, é amplamente utilizada como fonte alimentar e reconhecida por sua composição rica em nutrientes. Destaca-se como uma das proteínas vegetais mais completas, oferecendo um elevado valor nutritivo. Além disso, é uma fonte natural de cálcio e fósforo, essenciais para o desenvolvimento infantil, e apresenta teores significativos de magnésio e potássio, minerais fundamentais para a manutenção da saúde.</p><p>METODOLOGIA</p><p>Inicialmente, a pesquisa adota duas abordagens distintas para uma compreensão abrangente do tema em questão. A primeira abordagem é caracterizada pela metodologia qualitativa, destacando assim revistas especializadas, Scientific Electronic Library Online – Scielo e o Google Acadêmico, que enfatize a análise detalhada e aprofundada dos aspectos subjacentes. Nesse contexto, destaca-se a pesquisa bibliográfica como um pilar fundamental para a investigação da Castanha-do-Brasil.</p><p>A abordagem qualitativa permite uma imersão nas nuances e complexidades associadas ao tema, buscando capturar não apenas dados quantificáveis, mas também insights, percepções e contextos que podem escapar a métodos estritamente quantitativos. Ao recorrer à pesquisa bibliográfica, a análise se enriquece com o acúmulo de conhecimento já existente, fornecendo uma base sólida para a construção do entendimento atual.</p><p>Após a fase inicial de pesquisa qualitativa, a metodologia adota uma abordagem quantitativa para aprofundar a compreensão da produção de Castanha-do-Brasil no período de 2018 a 2023. Nesta etapa, a análise se baseia em dados concretos fornecidos por instituições renomadas, incluindo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e fontes especializadas do Governo.</p><p>A utilização de dados do IBGE oferece uma visão abrangente do panorama econômico relacionado à produção de Castanha-do-Brasil, incluindo informações sobre áreas cultivadas, produção total, preços de mercado e tendências ao longo do período em análise. Por meio da Conab, é possível acessar dados específicos sobre safras, estimativas de produção e projeções para o futuro da indústria castanheira.</p><p>Além disso, a Embrapa desempenha um papel crucial ao fornecer dados técnicos e científicos sobre a produção de Castanha-do-Brasil, incluindo informações sobre técnicas de cultivo, manejo de pragas e doenças, e melhorias genéticas. Esses dados complementam a análise econômica, fornecendo insights sobre os fatores que influenciam diretamente a produtividade e a rentabilidade dos produtores.</p><p>A inclusão de dados de sites governamentais especializados amplia ainda mais a base de dados, permitindo uma visão holística e atualizada do setor. Esses dados são essenciais para uma análise completa da dinâmica econômica da produção de Castanha-do-Brasil, ajudando a identificar padrões, tendências e desafios enfrentados pelo setor ao longo do período estudado.</p><p>Durante o desenvolvimento da pesquisa, diversos indicadores foram empregados para fornecer uma visão abrangente e detalhada da produção de Castanha-do-Brasil no período de 2018 a 2023. Estes indicadores incluem, mas não se limitam a, áreas cultivadas, produção total, rendimento médio por hectare, preços de mercado, consumo interno e exportações.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ÁLVARES, Virgínia de Souza et al. Qualidade da castanha-do-brasil do comércio de Rio Branco, Acre. Revista Acta Amazônica, Rio Branco, v. 42, n. 2, p. 269-274, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/aa/a/d6snQb3bXJQDPMhw5Rvh34z/?lang=pt#. Acesso em: 25 mar. 2024.</p><p>BALDONI, Aisy Botega et al. Caracterização e rentabilidade do sistema extrativista da Castanha-do-Brasil praticado em Itaúba (MT). Revista Nativa, Campo Grande, v. 5, n. 3, p. 175-181, 2017. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/nativa/article/view/4418. Acesso em: 05 abr. 2024.</p><p>BAYMA, Márcio Muniz Albano et al. Aspectos da cadeia produtiva da castanha-do-brasil no estado do Acre, Brasil. Revista Ciências Naturais, Rio Branco, v. 9, n. 2, p. 417-426, 2014. Disponível em: https://boletimcn.museu-goeldi.br/bcnaturais/article/view/534. Acesso em: 25 mar. 2024.</p><p>COSTA, Joanne Régis et al. Aspectos silviculturais da castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa) em sistemas agroflorestais na Amazônia Central. Revista Acta Amazônica, Manaus, v. 39, n. 4, p. 843-850, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/aa/a/RHgrfmFvT5SMm9bKKNJtN5m/. Acesso em: 25 mar. 2024.</p><p>Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção de Castanha-do-pará. 2023. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/castanha-do-para/br. Acesso em: 04 abr. 2024.</p><p>KRAG, Márcia Nágem; SANTANA, Antônio Cordeiro de. A cadeia produtiva da castanha-do-brasil na região da Calha Norte, Pará, Brasil. Revista de Ciências Naturais, Terra Firme, v. 12, n. 3, p. 363-386, 2017. Disponível em: https://boletimcn.museu-goeldi.br/bcnaturais/article/view/377. Acesso em: 05 abr. 2024.</p><p>LEBRE, Victor. Acre lidera faturamento com produção de castanha com mais de R$ 128 milhões nos últimos três anos. 2023. Publicado por Jornal Globo. Disponível em: https://g1.globo.com/ac/acre/natureza/amazonia/noticia/2023/11/27/acre-lidera-faturamento-com-producao-de-castanha-com-mais-de-r-128-milhoes-nos-ultimos-tres-anos.ghtml.</p><p>Acesso em: 04 abr. 2024.</p><p>MELO, Adnar Azulay. Produção e exportação da “Castanha-do-Brasil” (bertholletia excelsa, humb. et bonp.) No Estado do Amazonas. 2008. 67 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Curso de Ciências Econômicas, Universidade Federal da Amazonas, Manuas, 2008. Disponível em: https://tede.ufam.edu.br/bitstream/tede/4572/2/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20-%20Adnar%20Azulay%20Melo.pdf. Acesso em: 05 abr. 2024.</p><p>PICANÇO, Carlos Adriano Siqueira; COSTA, Reinaldo Corrêa. Análise da cadeia produtiva da castanha-do-Brasil coletada na reserva biológica do Rio Trombetas, Oriximiná, Pará. Brazilian Journal Of Development, Curitiba, v. 5, n. 10, p. 460-483, 2019. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/3810. Acesso em: 05 abr. 2024.</p><p>RODRIGUES, Iryá. Acre é o terceiro maior produtor de castanha-do-pará do país. 2021. https://g1.globo.com/ac/acre/natureza/amazonia/noticia/2021/10/08/acre-e-o-terceiro-maior-produtor-de-castanha-do-para-do-pais-aponta-ibge.ghtml</p><p>image1.png</p>