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<p>DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA</p><p>ELÉTRICA</p><p>Marco Aurélio Gouveia</p><p>61</p><p>3 SUBESTAÇÕES DE DISTRIBUIÇÃO</p><p>Apresentação</p><p>Caros alunos, nesse bloco iniciaremos nossos estudos sobre as subestações de</p><p>distribuição. Começaremos apresentado a maneira como as subestações são</p><p>classificadas. Seguiremos nossos estudos apresentando os principais equipamentos</p><p>utilizados em uma subestação e suas funções. Encerraremos o bloco analisando os</p><p>principais elementos que devem ser considerados no projeto de uma subestação. Ao</p><p>final deste bloco você estará apto a compreender as classificações de uma subestação,</p><p>conhecer os principais equipamentos utilizados em uma subestação e entender os</p><p>elementos necessários para o desenvolvimento de projeto de uma subestação.</p><p>3.1 Classificação das subestações</p><p>Uma subestação (SE) é um conjunto de máquinas, aparelhos e circuitos interligados</p><p>cuja finalidade é modificar os níveis de tensão e corrente elétrica, bem como fornece</p><p>proteção e comando ao Sistema Elétrico de Potência (SEP). É elemento importante do</p><p>SEP, porque funciona como um ponto de convergência entre as linhas de transmissão</p><p>e de distribuição de energia. Suas principais funções são: transformação: alteração dos</p><p>níveis de tensão para adequação aos sistemas de transmissão, distribuição e utilização;</p><p>regulação: ajustar os níveis de tensão para atender aos limites admissíveis de</p><p>transmissão e de utilização; chaveamento: comutação (ligar/desligar) entre os</p><p>dispositivos do SEP.</p><p>Tipo</p><p>Industrial - dedicada às aplicações industriais, quando uma determinada indústria tem</p><p>a necessidade de uma subestação particular para atender a demandas próprias, por</p><p>exemplo, operações de altos-fornos, máquinas, equipamentos, que operam em</p><p>tensões de 380V e 440 V.</p><p>62</p><p>Concessionária - SE de responsabilidade das próprias concessionárias de energia,</p><p>como por exemplo, Elektro, Enel, CPFL. Normalmente operam como subestações</p><p>abaixadoras, cujos alimentadores primários de saída operam usualmente em níveis de</p><p>13,8 kV, para atender à distribuição de energia elétrica de uma determinada região,</p><p>junto aos consumidores existe uma outra redução do nível de tensão para valores</p><p>entre 127V, 220 V, 280V e 440V.</p><p>Forma de comando</p><p>Subestação com operador: neste tipo de SE as tomadas de decisões e o controle do</p><p>sistema têm grande dependência do operador, portanto, os operadores precisam ser</p><p>muito bem capacitados. Nestas SE’s utiliza-se de tecnologia da informação, porém</p><p>ainda há necessidade do operador para coleta e intepretação dos dados.</p><p>Subestação semiautomática: fazem uso de tecnologia da informação ou sistemas de</p><p>segurança eletromecânicos que impedem operações indevidas por parte do operador.</p><p>Algumas operações são automatizadas outras dependem do operador.</p><p>Subestação automatizada: o controle do sistema é realizado por meio de uso</p><p>extensivo de tecnologia da informação, como Sistemas de Supervisão e Aquisição de</p><p>Dados (SCADA -Supervisory Control and Data Acquisition).</p><p>Instalação</p><p>Subestação desabrigada: construída em amplas áreas e ao ar livre. Os equipamentos</p><p>da SE desabrigada são projetados para resistirem as intempéries e, como resultado do</p><p>desgaste em função do tempo e da exposição, exigem manutenção frequente.</p><p>Subestação abrigada: construída em locais cobertos, os equipamentos ficam</p><p>protegidos das intempéries. Podem ser construídas em uma edificação ou em uma</p><p>câmara subterrânea. As SE’s abrigadas podem fazer uso de cabines metálicas, além de</p><p>isoladas a gás, como por exemplo, o hexafluoreto de enxofre (SF6).</p><p>63</p><p>Subestação blindada: construídas em locais abrigados ficando os equipamentos</p><p>protegidos e isolados em óleo ou em gás (SF6). Sua instalação é compactada porque o</p><p>isolamento com SF6 é realizado em ambiente blindado. É uma SE que demanda pouca</p><p>manutenção e sua operação é considerada segura.</p><p>Subestação móvel: utilizada para rápida restauração do fornecimento de energia em</p><p>casos de emergência, shows, feiras, antecipação de energização em obras prioritárias,</p><p>atendimento de cargas sazonais e manutenção preventiva. São montadas sobre</p><p>veículos.</p><p>Corrente elétrica</p><p>Em regime de operação de CA a SE não altera a corrente, frequência ou número de</p><p>fases. Em regime de operação alternadora – de CC para CA – é realizada a conversão</p><p>de CC para CA. Em uma SE em regime de retificadora – de CA para CC – é realizada a</p><p>conversão de CA para CC. Uma SE em regime de operação de comutação – de CA para</p><p>CC para CA – é realizada a conversão de CA para CC e vice-versa.</p><p>Função</p><p>SE de manobra: interliga circuitos de suprimento, ao qual são alimentados pelo</p><p>mesmo nível de tensão. A SE de manobra possibilita a manobra de partes do sistema</p><p>para fins de isolação, manutenção, secionamento de circuitos – permitindo sua</p><p>energização em trechos sucessivos de menores comprimentos – e chaveamento de</p><p>linhas de transmissão.</p><p>SE de transformação: tem como principal função permitir aumento da tensão gerada</p><p>pelas usinas de geração de energia. O objetivo é diminuir a corrente elétrica que é</p><p>recebida evitando perdas e possibilitando a diminuição da espessura dos condutores.</p><p>O uso de uma subestação elevadora ajuda na condução de energia, diminui</p><p>significativamente as perdas do sistema e melhora muito o funcionamento dos</p><p>condutores de energia, o que otimiza o processo como um todo (CPE, 2020).</p><p>64</p><p>SE’S abaixadoras: localizam-se próximas aos municípios. Sua função é reduzir os níveis</p><p>de tensão de transmissão para níveis aceitáveis de distribuição de energia. Nesse caso,</p><p>reduzem-se, por exemplo, os níveis de 230 kV, 345 kV, 440 kV, 500 kV ou 750 kV</p><p>(transmissão) para 34,5 kV, 69 kV ou 138 kV.</p><p>SE’s de distribuição: têm a função de reduzir ainda mais os níveis de tensão –</p><p>previamente realizados pela subestação abaixadora – para utilização doméstica e</p><p>comercial, por exemplo, reduz-se de 34,5 kV ou 69 kV para 13,8 kV.</p><p>SE’s de regulação de tensão: têm como objetivo evitar as quedas de tensão nos</p><p>alimentadores de energia e equilibrar o sistema elétrico. Utilizam bancos de</p><p>capacitores para controlar os níveis indesejados de tensão ao longo da linha de</p><p>transmissão.</p><p>SE’s conversora: converte a corrente alternada em corrente contínua, tendo em vista a</p><p>redução das perdas. As pontes conversoras são formadas por tanques de tiristores</p><p>arrefecidos a óleo.</p><p>Tensão elétrica</p><p>As SE’s elétricas também podem ser classificadas quanto ao nível de tensão elétrica:</p><p>baixa, média, alta e extra-alta tensão. Baixa tensão: níveis de tensão de até 1 kV.</p><p>Média tensão: níveis de tensão entre 1 kV e 34,5 kV, ou seja, 6,6 kV, 13,8 kV, 23 kV e</p><p>34,5 kV. Alta tensão: níveis de tensão entre 34,5 kV e 230 kV, ou seja, 69 kV, 138 kV e</p><p>230 kV. Extra-alta tensão: com níveis de tensão maiores do que 230 kV, ou seja: 345</p><p>kV, 440 kV, 500 kV e 750 kV.</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais sobre a construção de um SE vejo vídeo “OHMS CONSTRUÇÕES</p><p>ELÉTRICAS E CIVIS Ltda-Subestação Marambaia-Vinhedo II CPFL”, disponível pelo</p><p>seguinte caminho:</p><p><https://www.youtube.com/watch?v=MGbpy3CbJEk></p><p>https://www.youtube.com/watch?v=MGbpy3CbJEk</p><p>65</p><p>3.2 Equipamentos de uma subestação elétrica</p><p>Para que uma SE possa operar dentro dos requisitos normativos uma série de</p><p>equipamentos são necessários. Estes equipamentos serão apresentados a seguir. As</p><p>definições apresentadas a seguir foram adaptas de Leão (2019).</p><p>Barramentos: são condutores reforçados, geralmente sólidos e de impedância</p><p>desprezível, que operam como centros pontos de coleta e redistribuição de corrente.</p><p>Têm a função de interligar os circuitos e os equipamentos existentes na subestação. A</p><p>sua estrutura física deve atender às especificações técnicas do circuito em termos</p><p>elétricos e mecânicos, inclusive suportar os esforços de tração impostos pela estrutura</p><p>da subestação.</p><p>A denominação arranjo ou topologia de uma SE</p><p>é usada para as formas de se</p><p>conectarem entre si as linhas, transformadores e cargas de uma subestação, os</p><p>arranjos mais comuns são:</p><p>• Barramento simples;</p><p>• Barramento simples seccionado;</p><p>• Duplo barramento simples;</p><p>• Barramento principal e de transferência;</p><p>• Barramento duplo com um disjuntor.</p><p>A seguir será apresentado o arranjo do tipo Barramento Simples Seccionado.</p><p>66</p><p>Fonte: Leão (2019)</p><p>Figura 3.1 – Diagrama unifilar configuração barra simples com disjuntor de</p><p>Interligação.</p><p>Este arranjo apresenta as seguintes:</p><p>Características:</p><p>• Presença de um disjuntor de barra;</p><p>• Flexibilidade para manobras no ato da manutenção;</p><p>• Este arranjo é indicado para funcionar com duas ou mais fontes de energia.</p><p>Vantagens:</p><p>• Maior continuidade no fornecimento;</p><p>• Maior facilidade de execução dos serviços de manutenção;</p><p>• Em caso de falha na barra, somente são desligados os consumidores ligados à</p><p>seção afetada.</p><p>67</p><p>Desvantagens:</p><p>• A manutenção de um disjuntor deixa fora de serviço a linha correspondente;</p><p>• Esquema de proteção é mais complexo.</p><p>Disjuntores: são considerados os principais equipamentos de proteção de uma</p><p>subestação, têm a função de interromper a corrente elétrica de um circuito em</p><p>condições normais, anormais ou em curto circuito, controlando as condições</p><p>operacionais do sistema elétrico. Tem também a função de extinguir o arco elétrico.</p><p>Religador: dispositivo interruptor autocontrolado com capacidade para: detectar</p><p>condições de sobrecorrente, interromper o circuito se a sobrecorrente persiste por um</p><p>tempo pré-especificado, automaticamente religar para re-energizar a linha, bloquear</p><p>depois de completada a sequência de operação programada.</p><p>Chave fusível: dispositivo fusível no qual o porta-fusível pode ser manipulado de forma</p><p>a obter uma distância de seccionamento, sem que haja separação física entre o porta-</p><p>fusível e a base, utilizado para proteção de transformadores, bancos de capacitores e</p><p>disjuntores.</p><p>Chave seccionadora: responsável pelas manobras de seccionamento e isolação entre</p><p>circuitos, é uma extensão do condutor, quando acionada, abre e fecha os contatos fixo</p><p>e móvel.</p><p>Muflas: utilizadas para manter as condições de isolamento elétrico nas conexões entre</p><p>cabos, condutores e barramentos, são fabricadas em porcelana ou polímero.</p><p>Transformador de potencial: um equipamento usado principalmente para sistemas de</p><p>medição de tensão elétrica, reduzem a tensão do circuito para níveis compatíveis com</p><p>a máxima tensão suportável pelos instrumentos de medição. Seu circuito primário é</p><p>conectado a tensão a ser medida, sendo que no secundário será reproduzida uma</p><p>tensão reduzida e diretamente proporcional a do primário. A tensão reduzida do</p><p>circuito secundário do TP também é usada para alimentar, de forma igualmente</p><p>segura, os circuitos de proteção e controle de subestações.</p><p>68</p><p>Transformador de Corrente (TCs): utilizados em aplicações de alta tensão, fornecendo</p><p>correntes suficientemente reduzidas sem que seja preciso empregar a corrente</p><p>nominal para manter o equipamento em funcionamento, dessa forma permitindo o</p><p>seu uso por equipamentos de medição, controle e proteção.</p><p>Transformador de força: geram, transmitem e distribuem energia nos circuitos das</p><p>SE’s. Operam em níveis de potência que podem variar de 5MVA até 300MVA e tensões</p><p>superiores a 69 kV. São utilizados em subestações e em sistemas de geração e</p><p>transmissão.</p><p>Relé de proteção: é um dos elementos constituintes de um conjunto de subsistemas</p><p>integrados para melhor atuação sobre o SEP. O Relé de proteção é um dispositivo</p><p>sensor que comanda a abertura do disjuntor quando surgem, no sistema elétrico</p><p>protegido, condições anormais de funcionamento.</p><p>Isoladores: além de fornecerem isolamento às diversas partes do SEP, auxiliam na</p><p>suspensão de cabos e de barramentos. Os isoladores podem ser de porcelana, de vidro</p><p>ou de polímeros.</p><p>Para-raios: dispositivo protetor que tem por finalidade limitar os valores de tensão</p><p>transiente. Em geral, estão localizados nas entradas e nas saídas de linha e nas</p><p>extremidades dos barramentos para proteção contra sobretensões e contracorrentes</p><p>promovidas por chaveamentos e descargas atmosféricas. Também são localizados na</p><p>entrada de transformadores e de outros dispositivos de um SEP.</p><p>Resistor de aterramento: são utilizados em subestações para limitar a corrente de</p><p>falta de fase a um valor que não danifique os equipamentos, permitindo, ainda,</p><p>proteger a integridade física das pessoas. Atua em conjunto com outros equipamentos</p><p>de proteção, como, por exemplo: relés e disjuntores.</p><p>69</p><p>3.3 Noções sobre projeto de subestações</p><p>Principais normas</p><p>Em um projeto de subestações várias normas são aplicáveis, dependendo do tipo de</p><p>subestação e dos requisitos das concessionárias. Como por exemplo:</p><p>ABNT –NBR 5460:1992 Sistemas elétricos de potência;</p><p>ABNT NBR 14039:2005 Instalações Elétricas de Média Tensão de 1 kV a 36,2 kV;</p><p>ABNT NBR IEC 62271-1:2020- Manobra e comando de alta tensão – Parte 1:</p><p>Especificações comuns para equipamentos de manobra e comando em corrente</p><p>alternada</p><p>NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade;</p><p>A NBR 5410 estabelece as condições mínimas que as instalações elétricas de baixa</p><p>tensão devem ter.</p><p>Lembrando que as essas normas são apenas um exemplo e que na prática são</p><p>aplicadas algumas dezenas de normas.</p><p>Principais softwares</p><p>A utilização de softwares para cálculo e dimensionamento é altamente recomendada,</p><p>visto que, aumenta a confiança e diminui o tempo de desenvolvimento do projeto.</p><p>Alguns softwares disponíveis gratuitamente pelos fabricantes de equipamentos são:</p><p>O Ecodial Advance Calculation da Schneider Electric, software gratuito, foi criado para</p><p>ajudar nos cálculos e dimensionamento das instalações de distribuição elétrica em</p><p>baixa tensão em conformidade com as normas e aplicáveis, tem como base a norma</p><p>internacional de instalações elétricas IEC 60364 (Low-Voltage Electrical Installations) e</p><p>normas brasileiras. O Ecodial Advance Calculation auxilia no dimensionamento: das</p><p>seções dos cabos alimentadores levando em consideração a queda de tensão e os</p><p>limites térmicos inclusive no dimensionamento do banco de capacitor caso for</p><p>necessário. Também é possível calcular as correntes de curto-circuito e fazer o estudo</p><p>de seletividade do sistema em estudo (SCHNEIDER ELECTRIC, 2020).</p><p>70</p><p>DOC 3.0 da ABB (ABB 2020) é um software criado para o dimensionamento de</p><p>instalações elétricas. Pode ser utilizado para calcular uma instalação inteira ou apenas</p><p>na solução de um problema local. O Doc 3.0:</p><p>• Calcula redes de baixa e média tensão, radiais ou mistas;</p><p>• Calcula as correntes e as quedas de tensão sob condições de trabalho;</p><p>• Dimensiona automaticamente a bitola dos cabos;</p><p>• Calcula as correntes de curto-circuito máximas e mínimas, em todos os</p><p>pontos da instalação;</p><p>• Dimensiona automaticamente os dispositivos de manobra e proteção em</p><p>baixa tensão e média tensão;</p><p>• Proporciona, de maneira poderosa, a possibilidade de ajustar as curvas de</p><p>tempo corrente dos dispositivos de proteção de baixa e média tensão,</p><p>auxiliando nos estudos de seletividade;</p><p>• Proporciona relatórios completos e customizados do projeto que podem</p><p>ser exportados em outros formatos (dwg, dxf).</p><p>O SIMARIS design da Siemens é uma ferramenta de cálculo para projetos elétricos,</p><p>facilita o dimensionamento de uma rede de distribuição de energia, incluindo o cálculo</p><p>da corrente de curto-circuito, com base nas soluções atuais e com o mínimo de</p><p>informações introduzidas – para cálculo da rede desde a fonte de média tensão até ao</p><p>consumidor. Além disso, calcula a corrente curto-circuito, fluxo de carga, queda de</p><p>tensão e balanço de energia. Baseado em normas nacionais e internacionais, o</p><p>SIMARIS design dimensiona com confiança e de forma segura a partir</p><p>de uma vasta</p><p>gama de produtos e reflete a arte em tecnologia. Os componentes adequados são</p><p>selecionados automaticamente. Adicionalmente, o software calcula as correntes de</p><p>curto-circuito, fluxo de carga, queda de tensão e balanço energético (SIEMENS, 2020).</p><p>71</p><p>Informações Prévias Necessárias</p><p>Para iniciarmos um projeto de um SE precisamos coletar algumas informações prévias</p><p>relacionadas ao sistema ao qual a subestação estará ligada, tais como:</p><p>• Níveis de potência ativa e reativa;</p><p>• A regulação da tensão;</p><p>• O nível do curto-circuito do sistema;</p><p>• Incidência de descargas atmosféricas etc.</p><p>Localização da Subestação</p><p>A localização é um dos fatores que devem ser considerados. O local onde a SE será</p><p>instalada implica em uma série de parâmetros que devem ser analisados, para</p><p>somente depois, definir a localização. Os principais parâmetros são:</p><p>• Espaço disponível para o uso atual e possíveis expansões;</p><p>• Quais Impactos ambientais podem ser causados pela construção;</p><p>• Levantamento da resistividade do solo para fins de aterramento elétrico;</p><p>• Considerações gerais topográficas;</p><p>• Disposição das cargas instaladas;</p><p>• Condições de acesso para a entrada da linha do ponto de entrega da</p><p>concessionária para o local onde será construída a subestação.</p><p>Estudo de Carga Alimentada pela Subestação</p><p>Coletar as informações sobre as cargas instaladas no sistema é um dos passos iniciais</p><p>do projeto. Determinando o comportamento das cargas em relação ao tempo temos</p><p>condições de dimensionar os condutores, transformadores e demais equipamentos</p><p>que compõem a SE.</p><p>72</p><p>A análise prévia sobre as cargas instaladas, do fator de potência, do regime de</p><p>funcionamento e do tipo de SE, permite determinar a demanda e, consequentemente,</p><p>todo o dimensionamento da SE.</p><p>Normalmente a demanda média por tipo de instalação está disponível em normas das</p><p>concessionárias de energia elétrica, caso estas informações não estejam disponíveis o</p><p>cálculo da demanda deve ser executado.</p><p>Sistema de Proteção Contra Descarga Atmosférica</p><p>Objetivando garantir a proteção de vidas humanas e a preservação e a continuidade de</p><p>funcionamento dos equipamentos a ABNT NBR 5419:2005 estabelece que primeiro</p><p>devemos verificar qual o nível de proteção aplicável e em seguida avaliar o risco de</p><p>exposição. Este risco leva em conta a probabilidade de a estrutura ser atingida pelo</p><p>raio considerando a incidência de descargas atmosféricas na localização geográfica da</p><p>SE (ABNT, 2005).</p><p>Uma vez realizada a avaliação é determinada a necessidade ou não de um SPDA. Caso</p><p>seja necessário devemos calcular a quantidade de captores e a sua distribuição ao</p><p>redor da edificação e, por último, determinar as quantidades e posicionamento das</p><p>descidas para interligação à malha de terra.</p><p>Sistema de Aterramento</p><p>Para projetar o sistema de aterramento é necessário fazer um levantamento do solo</p><p>incluindo a medição de resistividade.</p><p>As principais funções do sistema de aterramento são:</p><p>• Garantir uma baixa resistência de aterramento, visando limitar as sobretensões</p><p>no sistema garantindo o funcionamento adequado do sistema de proteção;</p><p>• Garantir a segurança das pessoas em relação a quaisquer tensões que possam</p><p>trazer perigos à vida;</p><p>• Garantir um caminho de escoamento para o fluxo de corrente devido às</p><p>descargas atmosféricas para a terra.</p><p>73</p><p>Sistema de Supervisão e Controle Predial (SSCP)</p><p>Com o objetivo de supervisionar, controlar e comandar os equipamentos e cargas</p><p>elétricas instalados em um SE são utilizados sistemas de automação ou supervisão de</p><p>controle predial (SSCP), suas principais funções são:</p><p>• Supervisão geral do sistema elétrico;</p><p>• Supervisão remota de disjuntores dos painéis do sistema elétrico da</p><p>subestação;</p><p>• Supervisão remota e comando remoto (onde aplicável) dos demais</p><p>equipamentos do sistema elétrico, tais como: chaves seccionadoras, no-breaks,</p><p>transformadores;</p><p>• Registro de eventos.</p><p>Saiba mais</p><p>Para saber mais sobre SE veja o diagrama unifilar de uma subestação que está</p><p>disponível em:</p><p>http://www.jfpengenharia.com.br/intranet/arquivos/arquivos_projetos/ARPR8a4da88</p><p>5e52f311f987c8355e53ea988.pdf</p><p>Conclusão</p><p>Elemento fundamental nos SEP’s as SE’s têm a função de transmitir, receber e adequar</p><p>os níveis de tensão e corrente da energia elétrica para a sua utilização.</p><p>O projeto de um SE’S requer muito empenho por parte dos responsáveis. O projeto</p><p>inicia com a escolha de onde será construída a SE, considerando condições geográficas</p><p>(terreno), normas das concessionárias, nível de tensão disponíveis, distância da linha</p><p>de transmissão etc.</p><p>Na sequência os responsáveis pelo projeto fazem um estudo das cargas instaladas que</p><p>serão alimentadas pela SE, neste estudo consideram: os fatores de carga e de</p><p>http://www.jfpengenharia.com.br/intranet/arquivos/arquivos_projetos/ARPR8a4da885e52f311f987c8355e53ea988.pdf</p><p>http://www.jfpengenharia.com.br/intranet/arquivos/arquivos_projetos/ARPR8a4da885e52f311f987c8355e53ea988.pdf</p><p>74</p><p>demanda, o dimensionamento do transformador de potência, a necessidade de</p><p>instalação de um banco de capacitores etc.</p><p>Uma vez determinadas as cargas, inicia-se uma das partes mais importantes do projeto</p><p>– para garantir a qualidade, confiabilidade, manutenibilidade e segurança das pessoas</p><p>– que é o dimensionamento e a especificação dos equipamentos que comporão a SE.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações</p><p>Elétricas de Baixa Tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.</p><p>ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14039: Instalações</p><p>Elétricas de Média Tensão de 1 kV a 36,2 kV. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.</p><p>ABNT NBR IEC 62271-1:2020. Manobra e comando de alta tensão – Parte 1:</p><p>Especificações comuns para equipamentos de manobra e comando em corrente</p><p>alternada, Rio de Janeiro: ABNT, 2020.</p><p>ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419 Proteção de</p><p>estruturas contra descargas atmosféricas. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.</p><p>ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5460: Sistemas elétricos</p><p>de potência. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.</p><p>CPE. Funcionalidades de uma subestação elevadora. Disponível em:</p><p>https://bit.ly/34aEgbI. Acesso em: 4 ago. 2020.</p><p>INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMMISSION. IEC 60364: Low-voltage electrical</p><p>installations. New York, 2006.</p><p>JFP ENGENHARIA. Esquema Unifilar Geral de AT. 2013. Disponível em:</p><p>http://www.jfpengenharia.com.br/intranet/arquivos/arquivos_projetos/ARPR8a4da88</p><p>5e52f311f987c8355e53ea988.pdf. Acesso em: 3 ago. 2020.</p><p>75</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR 10 – Segurança em instalações e serviços</p><p>em eletricidade. Disponível em: https://bit.ly/3cFXBoZ. Acesso em: 31 jul. 2020.</p><p>LEÃO, R. P. S. Distribuição de Energia Elétrica. 2019. Disponível em:</p><p>https://bit.ly/3j9RY5a. Acesso em: 3 ago. 2020.</p><p>RENATO DE MORAIS. OHMS Construções elétricas e civis Ltda-subestação marambaia</p><p>vinhedo II CPFL. Youtube. 2012. Disponível em:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=MGbpy3CbJEk. Acesso em: 30 jul. 2020.</p><p>SCHNEIDER ELECTRIC. Ecodial Advance Calculation. Disponível em:</p><p>https://bit.ly/3l0yyQN. Acesso em: 31 jul. 2020.</p>