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<p>Psicologia da Saúde</p><p>Material Teórico</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Prof. Dr. Carmen Conti</p><p>Revisão Textual:</p><p>Prof. Dra. Selma Aparecida Cesarin</p><p>O Surgimento da Psicologia da Saúde</p><p>• O Surgimento da Psicologia da Saúde Sobre O Conceito de Saúde</p><p>• A Saúde e A Doença Vistas Através do Tempo</p><p>• A Origem do Termo “Psicologia da Saúde” e O Seu Nascimento como</p><p>Área de Atuação e Conhecimento</p><p>• Como se Define O Campo da Psicologia da Saúde?</p><p>• Os Aspectos Históricos da Formação da Área</p><p>• As Diferentes Vertentes que Relacionam Psicologia e Medicina</p><p>• Psicologia Clínica, Psicologia da Saúde e Psicologia Clínica da Saúde</p><p>· Compreender o conceito de Saúde, como se desenvolveu ao longo</p><p>da História e como o conhecemos hoje;</p><p>· Conhecer as correntes de pensamento que perpassaram e perpassam</p><p>a formação e história da Psicologia da Saúde, ligadas à Medicina e</p><p>à Psicologia;</p><p>· Iniciar o contato com a prática do profissional da Psicologia da</p><p>Saúde, tendo vistas para relações com outras práticas das diversas</p><p>áreas do conhecimento.</p><p>OBJETIVO DE APRENDIZADO</p><p>O Surgimento da Psicologia da Saúde</p><p>Orientações de estudo</p><p>Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem</p><p>aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua</p><p>formação acadêmica e atuação profissional, siga</p><p>algumas recomendações básicas:</p><p>Assim:</p><p>Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte</p><p>da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e</p><p>horário fixos como o seu “momento do estudo”.</p><p>Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma</p><p>alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.</p><p>No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e</p><p>sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também</p><p>encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua</p><p>interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.</p><p>Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,</p><p>pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato</p><p>com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.</p><p>Mantenha o foco!</p><p>Evite se distrair com</p><p>as redes sociais.</p><p>Determine um</p><p>horário fixo</p><p>para estudar.</p><p>Aproveite as</p><p>indicações</p><p>de Material</p><p>Complementar.</p><p>Não se esqueça</p><p>de se alimentar</p><p>e se manter</p><p>hidratado.</p><p>Conserve seu</p><p>material e local de</p><p>estudos sempre</p><p>organizados.</p><p>Procure manter</p><p>contato com seus</p><p>colegas e tutores</p><p>para trocar ideias!</p><p>Isso amplia a</p><p>aprendizagem.</p><p>Seja original!</p><p>Nunca plagie</p><p>trabalhos.</p><p>UNIDADE O Surgimento da Psicologia da Saúde</p><p>O Surgimento da Psicologia da Saúde Sobre</p><p>O Conceito de Saúde</p><p>Existe uma tensão entre a manifestação objetiva da doença e sua apreensão</p><p>pelos profissionais da área da Saúde e a expressão subjetiva do paciente que a vive.</p><p>A tradução da combinação entre esses dois elementos deve produzir uma trama</p><p>sofisticada que leva em consideração os vários aspectos da vida humana, e não</p><p>só os elementos biomédicos da doença. A vivência, as consequências subjetivas,</p><p>a nova condição também são elementos importantes no tratamento e na relação</p><p>estabelecida entre paciente e profissional da Saúde.</p><p>De acordo com a Conferência Internacional sobre a Promoção da Saúde, em</p><p>1986, em Ottawa, a Saúde é um conceito positivo, em que a qualidade de vida</p><p>é fator determinante, com seus componentes: alimentação, moradia, renda, paz,</p><p>equidade, justiça social e ecossistema estável.</p><p>Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), é importante a ideia de que os</p><p>indivíduos e as comunidades/grupos precisam tomar para si a tarefa de elaborar as</p><p>condições de vida adequadas, de forma a produzir um modo de vida que favoreça</p><p>a Saúde e não a doença (BACKES et al., 2008, p.112).</p><p>“Nesse sentido, direito à Saúde significa a garantia, pelo Estado, de</p><p>condições dignas de vida e de acesso universal e igualitário às ações</p><p>e serviços de promoção, proteção e recuperação da Saúde, em todos</p><p>os seus níveis, a todos os habitantes do território nacional, levando ao</p><p>desenvolvimento pleno do ser humano em sua individualidade” (BACKES</p><p>et al., 2008, p.112).</p><p>Partindo dessa definição de Saúde, um problema nos é apresentado. É possível</p><p>que uma só área do conhecimento ou de atuação seja capaz de dar conta da</p><p>multiplicidade de fatores que determinam um conceito tão amplo de Saúde?</p><p>Se uma prática que privilegie a prevenção está ligada a aspectos que envolvem</p><p>políticas de Estado, hábitos cotidianos, diferentes campos do saber e da Saúde –</p><p>do corpo e da mente, qual é a articulação necessária para que isso possa se</p><p>tornar prática?</p><p>8</p><p>9</p><p>A Saúde e A Doença Vistas Através</p><p>do Tempo</p><p>Se visitamos os diferentes momentos da História da Humanidade, perceberemos</p><p>que a Saúde já ocupou os lugares mais distintos nas culturas das civilizações de</p><p>nossa espécie, sendo sempre um centro de investigação, curiosidade e busca</p><p>pelos mecanismos de funcionamento do corpo e da relação de nosso corpo com</p><p>o ambiente. O que causam as doenças? Como se produz longevidade? Possuímos</p><p>existência para além da vida do corpo físico?</p><p>Muitas vezes, a Ciência esteve entrelaçada com as religiões nessas pesquisas. Os</p><p>egípcios da Antiguidade, por exemplo, desenvolveram um método ultrassofisticado</p><p>de conservação dos corpos a partir do embalsamamento, método que eles</p><p>acreditavam que garantiria a eternização dos corpos dos grandes homens e mulheres</p><p>de sua sociedade. É um exemplo de entrelaçamento entre a pesquisa científica e as</p><p>práticas ou expectativas espirituais.</p><p>Vamos ver como a Saúde era enxergada nas diferentes eras?</p><p>Antiguidade Clássica</p><p>Acreditava-se que as doenças poderiam ser causadas por</p><p>razão natural ou sobrenatural. Desse modo, a filosofia</p><p>religiosa era uma mediadora da compreensão sobre a Saúde.</p><p>Idade Média</p><p>Trata-se de um período fortemente marcado pela</p><p>religiosidade. Também é um período de grandes epidemias.</p><p>Por isso, acreditava-se numa lógica do contágio, pela água ou</p><p>ambiente, ou mesmo a partir de critérios místicos (bruxaria,</p><p>por exemplo). Avançou-se na investigação de como se</p><p>procediam aos contágios.</p><p>Modernidade (do século XVIII ao século XX)</p><p>As condições de salubridade aumentam e a concepção do</p><p>tratamento individualizado cresce, bem como a ideia de que</p><p>para cada doença há um tratamento (o estudo das doenças</p><p>bacteriológicas avança bastante nesse período). Período em</p><p>que a medicina ganha caráter mais biológico, desvinculado</p><p>dos aspectos filosóficos. Passa a valorizar o cuidado da doença</p><p>propriamente, assumindo caráter mais experimental do</p><p>que empírico.</p><p>Contemporaneidade (a partir do século XX)</p><p>Diferente da lógica mais fragmentária e objetivista</p><p>verificada nos séculos anteriores, surge uma noção de Saúde</p><p>multideterminada, em que a espécie humana é vista como</p><p>construída (do ponto de vista da Saúde) de forma biológica,</p><p>psíquica e social.</p><p>“Os conceitos médicos atuais representam o resultado da práxis de cuidado</p><p>de Saúde. Isto é, os conceitos simplesmente se concretizam pelo modo</p><p>de vida e pela comunicação sobre a vida. Entretanto, existe mais de um</p><p>conceito sobre Saúde e doença que os estudos atuais apresentam, e esses</p><p>conceitos resultam da práxis normal” (BACKES et al., 2008, p.113).</p><p>9</p><p>UNIDADE O Surgimento da Psicologia da Saúde</p><p>A compreensão de normalidade é dada a partir da frequência dos fenômenos.</p><p>O normal é o mais comum, o mais frequente. Em outras áreas do conhecimento,</p><p>como as Ciências Humanas, esse critério de normalidade também é adotado. Não</p><p>há, no entanto, uma normalidade a-histórica, deslocada do espaço e do tempo.</p><p>Cada geografia e temporalidade produz suas normalidades, e como passamos a</p><p>compreender a Saúde a partir de suas múltiplas determinações, é preciso também</p><p>combinar as determinações e o espaço-tempo em que elas se encontram. A Saúde</p><p>e a doença, assim como tudo na</p><p>História da Humanidade, são históricas.</p><p>Como os aspectos a serem considerados são múltiplos, é importante que,</p><p>para além de uma aplicação técnica, exista uma lógica de promoção da Saúde,</p><p>compreendendo as diferenças e as necessidades de cada indivíduo ou grupo social.</p><p>Termos como “empoderamento” ou “vulnerabilidade” vêm sendo aplicados e</p><p>desenvolvidos para um atendimento às questões da Saúde a partir de uma dinâmica</p><p>equitativa – em dimensão social ou individual.</p><p>Entre as condições vividas por diferentes grupos, devemos destacar que</p><p>demandam diferentes atenções e possuem necessidades também distintas, por</p><p>sua particularidade biológica (as pessoas de sexo feminino, as crianças, os idosos,</p><p>os homens); sua orientação sexual (existem diferentes demandas de prevenção e</p><p>cuidado de doenças nos grupos com orientação sexual e de gênero não normativos,</p><p>como os transexuais, as lésbicas, os bissexuais, os homossexuais, os interssex</p><p>e os trangêneros); sua etnia (particularidades de Saúde em negros, indígenas,</p><p>causasianos etc.).</p><p>Combinados a essas particularidades, estão os aspectos sociais e a posição</p><p>que ocupam esses indivíduos e grupos. Por vivermos ainda em uma sociedade</p><p>altamente segregada, existem grupos mais expostos e vulneráveis a doenças e com</p><p>menos condições materiais e subjetivas de possuir aquilo que definimos como os</p><p>aspectos integrais que determinam a Saúde. Dessa forma, é importante sempre</p><p>levar em consideração cada um desses fatores no atendimento e trato dos grupos</p><p>e indivíduos.</p><p>Equidade (Dicionário Michaelis): e·qui·da·de (ü ou u) sf. 1 Consideração em relação</p><p>ao direito de cada um independentemente da lei positiva, levando em conta o que se</p><p>considera justo. 2 Integridade quanto ao proceder, opinar, julgar; equanimidade, igualdade,</p><p>imparcialidade, justiça, retidão. 3 Disposição para reconhecer imparcialmente o direito de</p><p>cada um. ETIMOLOGIA lat æquĭtas.</p><p>Ex</p><p>pl</p><p>or</p><p>10</p><p>11</p><p>A Origem do Termo “Psicologia da Saúde” e</p><p>O Seu Nascimento como Área de Atuação</p><p>e Conhecimento</p><p>O fim da década de 1960 e a década de 1970 do século XX consistem em</p><p>um período de profundas transformações sociais, políticas e culturais. No Brasil</p><p>e no mundo, havia forte embate em torno a diferentes experiências. A ex União</p><p>Soviética ainda existia; é quando presenciamos as grandes movimentações de Maio</p><p>de 68 na França, quando pensadores de envergadura da estética, da política e da</p><p>filosofia despontam ou amadurecem seu pensamento e, no Brasil, um período de</p><p>embates também, em torno das posições políticas e do comportamento, na vigência</p><p>da ditadura civil-militar no país e no auge da censura, com a implementação do Ato</p><p>Institucional de nº 5 (AI5).</p><p>Importante!</p><p>No Brasil, em 13 de dezembro de 1968, foi decretado o Ato Institucional nº 5, ou AI-5,</p><p>sendo o quinto Decreto emitido pelo regime civil-militar nos anos que seguiram ao golpe</p><p>de 1964. O AI5 se sobrepunha à Constituição de 1967, dando poderes extraordinários ao</p><p>presidente e garantindo a suspensão de prerrogativas institucionais.</p><p>Essa era a medida que faltava à ditadura para cassar direitos políticos e democráticos,</p><p>endurecer a censura e intervir em estados e municípios, dando origem, por exemplo, ao</p><p>fechamento do Congresso Nacional, em 1969.</p><p>Você Sabia?</p><p>Em períodos de forte ebulição em âmbito nacional ou mundial é que as correntes</p><p>de pensamento se desenvolvem e se enfrentam e a Ciência encontra novos</p><p>caminhos para responder aos questionamentos estabelecidos por aquele momento</p><p>histórico. É no marco desse contexto que a Psicologia da Saúde surge como área</p><p>de atuação e corrente de pensamento.</p><p>Veremos ao longo de nossa Disciplina que a Psicologia da Saúde abriu dois</p><p>importantes flancos de atuação e pensamento: o entendimento da Saúde descolado</p><p>da doença e o trato com as doenças físicas, diferentemente do que a Psicologia</p><p>costumava abordar, as doenças mentais.</p><p>Quando surge nos Estados Unidos, em 1973, os pesquisadores da área</p><p>se propunham a investigar os aspectos do comportamento que interferiam no</p><p>desenvolvimento da Saúde física ou que contribuíam para a manutenção da Saúde</p><p>(APA TASK FORCE ON HEALTH RESEARCH, 1976, p.263).</p><p>Em 1979, temos a primeira definição de Psicologia da Saúde, quando Stone</p><p>a determina como a aplicação científica ou profissional de métodos e conceitos</p><p>psicológicos ao campo da Saúde, seja na Saúde Pública, na planificação da Saúde,</p><p>na educação para a Saúde etc. Trata-se de um dos primeiros livros em que o termo</p><p>“Psicologia da Saúde” constava no título (RIBEIRO, 2011, p.24).</p><p>11</p><p>UNIDADE O Surgimento da Psicologia da Saúde</p><p>Fonte: iStock/Getty Images</p><p>Como se Define O Campo da Psicologia</p><p>da Saúde?</p><p>A Psicologia da Saúde tem como foco o modo de vida dos indivíduos, seus</p><p>hábitos e como se comportam, aspectos que se desdobram na forma como esse</p><p>indivíduo se relaciona com o próprio corpo e a vida e com as demais pessoas.</p><p>As dimensões sociais e culturais também têm relevância na atuação dessa área</p><p>de conhecimento, não somente os aspectos médicos. Leva em consideração</p><p>a importância de que as pessoas planejem e organizem a sua vida a partir de</p><p>comportamentos e práticas promotoras de Saúde e preventivas das doenças, bem</p><p>como acompanhando o processo de adaptação ao adoecer e suas consequências</p><p>(BARROS, 1999).</p><p>Dessa forma, o comportamento no contexto da Saúde e da doença,</p><p>principalmente, no que diz respeito à Saúde e doença físicas, é o objeto da Psicologia</p><p>da Saúde, diferente da Psicologia Clínica.</p><p>“P. S. é o conjunto de contribuições educacionais, científicas e profissionais</p><p>específicas da Psicologia, utilizadas para a promoção e a manutenção da</p><p>Saúde, prevenção e tratamento das doenças, identificação da etiologia e</p><p>diagnóstico (de problemas) relacionados à Saúde, doença e disfunções,</p><p>para a análise do sistema de atenção à Saúde e formação de políticas de</p><p>Saúde” (MATARAZZO, 1980, p. 815).</p><p>12</p><p>13</p><p>Os Aspectos Históricos da Formação da Área</p><p>A Psicologia da Saúde tem início em um grupo de pesquisa em 1970, na Ame-</p><p>rican Psychological Association (APA), tendo desdobramento prático da pesquisa</p><p>com a criação da divisão 38, chamada Health Psychology (Psicologia da Saúde).</p><p>A ideia era desenvolver os estudos da Psicologia ligados à Saúde e à doença,</p><p>incentivando a relação mais estreita entre a formação biomédica e o conhecimento</p><p>da Psicologia. Rapidamente, a área foi assumindo proporções importantes, criando</p><p>grupos de pesquisa em países da Europa (Espanha, Itália, etc.).</p><p>Importante!</p><p>Nesse período, várias revistas especializadas foram fundadas, como o British Journal</p><p>of Health Psychology (Reino Unido), a Revista de Psicologia de la Salud (Espanha) e a</p><p>Psicologia della Salutte (Itália).</p><p>Você Sabia?</p><p>Em 1978, a Conferência de Yale definiu o campo da Medicina Comportamental,</p><p>base sobre a qual a Psicologia da Saúde se constituiu, com a perspectiva de integração</p><p>entre as ciências do comportamento e as ciências biomédicas (SARAFINO, 2004;</p><p>KERBAUY, 2002).</p><p>Assim, essa denominação aponta para uma área que se utiliza do conhecimento</p><p>da Psicologia para os problemas da doença e da Saúde, o que decorre em problemas</p><p>ou inadequações no tratamento da atuação do psicólogo e em relação a esse campo</p><p>de conhecimento, na medida em que confunde e limita essa atuação. Termos como</p><p>“medicina comportamental”, “psicologia médica”, “medicina psicossomática”,</p><p>“psicologia hospitalar” são expressões dessas definições de campo, inadequadas,</p><p>de acordo com Bellar e Deardorff (1995, p.464 apud MIYAZAKI, DOMINGOS &</p><p>CABALLO, 2001).</p><p>“Essa situação se reflete na prática na forma de confusão quanto à</p><p>definição do papel profissional do psicólogo atuante na área da Saúde.</p><p>Nesse contexto, faz-se necessária uma explanação das definições de cada</p><p>teoria envolvida nessa problemática” (ALMEIDA & MALAGRIS, 2011).</p><p>Na Conferência de Arden House houve uma importante discussão acerca dos</p><p>atributos do profissional da Psicologia e da formação necessária para o exercício</p><p>dessa atividade.</p><p>A Conferência assumiu</p><p>uma declaração consensual a fim de esclarecer a</p><p>declaração precedente, na qual se afirma que a Psicologia da Saúde é um campo</p><p>genérico da Psicologia, com teoria própria, distinta da Psicologia e de seus demais</p><p>campos (OLBRISCH et al., 1985, p.1038).</p><p>13</p><p>UNIDADE O Surgimento da Psicologia da Saúde</p><p>Essa resolução contradiz as prerrogativas estabelecidas por Matarazzo, autora</p><p>que estabelece os pilares do campo, na medida em que não se referencia nos</p><p>campos já estabelecidos da Psicologia, mas cria um novo, autônomo e distinto.</p><p>Considerando as polêmicas e as diferentes vertentes assumidas na rela-</p><p>ção entre Medicina e Psicologia, é importante que as teorias envolvidas nessa</p><p>problemática sejam abordadas, de modo que possamos compreender os des-</p><p>dobramentos dessas discussões, posteriormente. Para isso, iremos abordar a</p><p>Medicina Psicossomática, a Psicologia Médica e Psicossomática, a Medicina</p><p>Comportamental e a Psicologia Hospitalar.</p><p>As Diferentes Vertentes que Relacionam</p><p>Psicologia e Medicina</p><p>Se buscarmos a origem da Psicologia, há exemplos, assim como ao longo de sua</p><p>história, de cooperação entre a Medicina e a Psicologia (MILLON, 1982).</p><p>“[...] no final do século XIX, são conhecidas as colaborações de Wundt</p><p>com Kraepelin, nos EUA, e de Heymans com Weirsma, na Europa,</p><p>embora estas colaborações focassem primordialmente as psicopatologias.</p><p>Já dentro do século XX, esboçaram-se relações institucionais entre</p><p>a Psicologia e a Medicina: em 1911, na reunião anual da American</p><p>Psychological Association, houve encontros formais entre psicólogos</p><p>e médicos, com o intuito de discutir a participação dos profissionais de</p><p>Psicologia nos contextos tradicionais de Saúde e doenças.</p><p>Até o final da década de 1970, como vimos, os psicólogos dos Estados Unidos</p><p>não se aproximaram das pesquisas e da prática profissional ligadas às doenças</p><p>físicas e à Saúde física.</p><p>Na década de 1980, no entanto, desponta um crescente interesse que, para</p><p>Belar, Deardorff e Kelly (1987), explica-se pelo fracasso do modelo biomédico na</p><p>explicação de doenças e da Saúde; pela maior preocupação com aspectos ligados</p><p>à qualidade de vida e profilaxia das doenças; pelo amadurecimento das pesquisas</p><p>ligadas às ciências comportamentais; o aumento nos custos para o cuidado de</p><p>Saúde, o que ocasionou a busca por alternativas mais baratas, ligadas à Saúde</p><p>tradicional e à mudança da postura dos profissionais da Saúde diante de doenças</p><p>infecciosas, optando por priorizar as doenças crônicas e sua ligação com o modo</p><p>de vida (RIBEIRO, 2011).</p><p>A Medicina Psicossomática</p><p>A Medicina Psicossomática é uma especialidade médica responsável por</p><p>doenças determinadas por fatores emocionais, que podem ser compreendidas por</p><p>14</p><p>15</p><p>ferramentas psicanalíticas, desde que tratados os conflitos inconscientes específicos</p><p>(EKSTERMAN, 1975).</p><p>A Medicina Psicossomática explica quais aspectos psicológicos determinam</p><p>os sintomas expressos pelo corpo. O conceito de Psicossomática relaciona as</p><p>perspectivas da doença e sua dimensão psicológica, a ação terapêutica voltada ao</p><p>doente e a relação do médico com o paciente e tudo o que isso implica (ALMEIDA</p><p>& MALAGRIS, 2011).</p><p>A Psicologia Médica</p><p>A Psicologia Médica surge com a obra do psicanalista húngaro Pierre Schneider,</p><p>que propõe, a partir da vertente do inglês Balint, em 1971, como campo de</p><p>pesquisa que engloba a dimensão da relação entre paciente e médico. Trata-</p><p>se de uma subvertente da concepção psicossomática, em versão clínica, só que</p><p>com uma importante diferença. Propõe-se a combinar a visão psicossomática da</p><p>Medicina, como campo conceitual, e a Psicologia Médica, como campo de atuação</p><p>profissional, diferente da Psicossomática, que investiga as relações entre mente</p><p>e corpo com foco na patogenia. O foco da Psicologia Médica é a terapêutica</p><p>(MELLO FILHO, 1992).</p><p>A Medicina Comportamental</p><p>A Medicina Comportamental surge na década de 1970, como uma resposta</p><p>dada à divisão estabelecida entre mente e corpo pela corrente biomédica.</p><p>Os profissionais da Saúde, também insatisfeitos com o emprego das teorias</p><p>psicodinâmicas para a busca de causas psicológicas das doenças físicas pelos</p><p>adeptos da Medicina Psicossomática, lavram o termo Medicina Comportamental,</p><p>diferenciando-se da última. Sua prática buscava maior utilidade clínica, incorporando</p><p>a interdisciplinaridade como critério, integrando conhecimentos que pudessem</p><p>compreender mente e corpo de forma integrada.</p><p>A característica definidora fundamental da Medicina Comportamental</p><p>é a interdisciplinaridade, por se tratar de um conjunto integrado de</p><p>conhecimentos biopsicossociais relacionado com a Saúde e as doenças</p><p>físicas, ou seja, considera a Saúde e a doença estados multideterminados</p><p>por um amplo leque de variáveis, entre as quais se devem incluir as do</p><p>tipo somático ou biofísicas, as do tipo psicológico ou comportamentais</p><p>e as externas ou ambientais (CABALLO, 1996 apud ALMEIDA &</p><p>MALAGRIS, 2011).</p><p>A Medicina Comportamental não é o mesmo que Psicologia da Saúde, ainda</p><p>que sua prática inclua métodos em comum, como, por exemplo, hipnose, terapia</p><p>comportamental de distúrbios físicos e medicina preventiva (CABALLO, 1996;</p><p>NEVES NETO, 2004, LEITE, 2010).</p><p>15</p><p>UNIDADE O Surgimento da Psicologia da Saúde</p><p>A Psicologia Hospitalar</p><p>A Psicologia Hospitalar é outra vertente que precisamos abordar. Trata-se do</p><p>campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos relacionados ao</p><p>adoecer (SIMONETTI, 2004, p.15).</p><p>Isso significa disponibilizar para doentes, familiares e para profissionais da</p><p>equipe de Saúde o conhecimento psicológico que pode contribuir para identificar</p><p>as particularidades de cada paciente, suas necessidades, emoções, crenças</p><p>(BRUSCATO, 2004). Essa vertente trabalha com a elaboração subjetiva por</p><p>parte do paciente, com suporte, da condição da própria Saúde, da situação</p><p>de adoecimento.</p><p>O profissional especialista em Psicologia Hospitalar, no Brasil, atua em níveis</p><p>secundário e terciário no atendimento à Saúde, realizando atividades em grupo</p><p>(terapia, psicoterapia e psicoprofilaxia), atendimentos ambulatoriais e em UTIs,</p><p>diagnóstico e psicodiagnóstico e consultoria, de acordo com o Conselho Federal</p><p>de Psicologia (2010).</p><p>Importante!</p><p>Muitos autores da Psicologia da Saúde questionam o termo Psicologia Hospitalar,</p><p>apontando a sua inadequação na medida em que se define pelo local de atuação, e não</p><p>pelo tipo de atividade empenhada pelo profissional da área. Propõem, em alternativa, a</p><p>denominação “Psicologia em contexto hospitalar”.</p><p>Importante!</p><p>Psicologia Clínica, Psicologia da Saúde</p><p>e Psicologia Clínica da Saúde</p><p>Há ainda vertentes dentro da Psicologia que dialogam com a dimensão clínica</p><p>para definir suas bases de atuação. O termo “clínico”, em latim (clinicus) significa</p><p>aquele que visita o doente na cama. Tem origem ainda na palavra “klinein”, que</p><p>significa “estar deitado”.</p><p>Esse sentido se emprega à Medicina desde seus tempos mais antigos, enquanto</p><p>na Psicologia o sentido de clínica assumiu um significado distinto, tendo se</p><p>aproximado do sentido original apenas um século depois de seu uso na área.</p><p>“No final do século XIX, Witmer apresentou um novo método de</p><p>investigação e instrução que designou por Psicologia Clínica (GARFIELD,</p><p>1965). O termo clínico sublinhava a função prática do psicólogo em</p><p>oposição ao que era a atividade tradicional de então que era laboratorial.</p><p>Por essa altura, a expressão Psicologia Clínica é também utilizada por</p><p>Freud numa carta escrita a Fliess” (RIBEIRO, 2011).</p><p>16</p><p>17</p><p>Com a obsolescência dos antigos hospitais psiquiátricos, que operavam sob um</p><p>modelo de internamento dos pacientes e com o avanço dos Sistemas de Saúde,</p><p>os antigos modelos foram dando espaço a serviços de psiquiátrica ligados a outros</p><p>serviços hospitalares, avançando o processo de desaparecimento dos hospitais</p><p>psiquiátricos. É nesse marco que surge a Psicologia da Saúde, quando os profissionais</p><p>atuantes nos antigos hospitais psiquiátricos passam a ser recrutados para o trabalho</p><p>em</p><p>hospitais comuns, no auxílio e no acompanhamento de pessoas com doenças</p><p>físicas que geravam dificuldades de adaptação e aceitação (RIBEIRO, 2011).</p><p>A Psicologia Clínica da Saúde surge na tentativa de superação da dualidade</p><p>mental x físico, tendo como atividade, inicialmente, a aplicação dos conhecimentos</p><p>e métodos da área da Psicologia à promoção e proteção da Saúde física e mental,</p><p>bem como à profilaxia de doenças, ligada muitas vezes aos hábitos e a aspectos</p><p>psicológicos importantes (BELLAR et al., 1987; MILLON, 1982)</p><p>Importante!</p><p>A partir das mudanças ocorridas na Saúde na década de 1970, outras vertentes e</p><p>concepções de atuação surgiram, transformando o papel da Psicologia no Sistema de</p><p>Saúde. Algumas das expressões insurgentes, desde então, que podem ser buscadas,</p><p>caso você tenha interesse em aprofundar os conhecimentos sobre o movimento da</p><p>Psicologia dentro da área da Saúde: Psicologia Clínica do Desenvolvimento (interesse</p><p>por uma abordagem desenvolvimental no ciclo de vida); Psicologia Clínica da Criança</p><p>(Psicologia Clínica dedicada às crianças); Psicologia da Reabilitação (foco na restauração</p><p>funcional subsequente a traumatismos ou deficiência física); Neuropsicologia Clínica</p><p>(foco nas incapacidades do sistema nervoso central e o seu tratamento) ou Psicologia da</p><p>Saúde da Criança (RIBEIRO, 2011).</p><p>Você Sabia?</p><p>17</p><p>UNIDADE O Surgimento da Psicologia da Saúde</p><p>Material Complementar</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:</p><p>Livros</p><p>The practice of clinical health psychology</p><p>BELAR, C. D.; DEARDORFF, W. W.; KELLY, K. E. The practice of clinical</p><p>health psychology. New York: Pergamon Press, 1987.</p><p>A Psicologia na Saúde Suplementar: aspectos regulatórios</p><p>CONSELHO Regional de Psicologia – A Psicologia na Saúde Suplementar:</p><p>aspectos regulatórios.Disponível em: <http://www.crpsp.org.br/portal/</p><p>comunicacao/saudesuplementar/saudesuplementar.aspx>.</p><p>Psicanálise, Psicossomática e Medicina da Pessoa</p><p>EKSTERMAN, A. Psicanálise, Psicossomática e Medicina da Pessoa. 1975.</p><p>Disponível em: <http://www.medicinapsicossomatica.com.br>. Acesso em: 3</p><p>jan. 2017.</p><p>Técnicas usadas em Medicina Comportamental</p><p>LEITE, J. R. Técnicas usadas em Medicina Comportamental. (2010).</p><p>Disponível em: <http://www.saudeecomportamento.com.br/index.html>.</p><p>Acesso em: 3 jan. 2017.</p><p>Medicina comportamental</p><p>NEVES NETO, A. R. Medicina comportamental. In: BRANDÃO, M. Z. S. (org).</p><p>Sobre comportamento e cognição. Santo André: Esetec, 2004. p. 179-89.</p><p>Report of the national working conference on education and training in health psychology</p><p>OLBRISCH, M. E. et al. Report of the national working conference on</p><p>education and training in health psychology. Vol 40(9), Sep 1985, 1038-</p><p>1041. New York: American Psychologist, 1985.</p><p>História do Conceito de Saúde</p><p>SCLIAR, Moacyr. História do Conceito de Saúde. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva,</p><p>Rio de Janeiro, 2007.</p><p>Manual de Psicologia Hospitalar: o mapa da doença</p><p>SIMONETTI, A. Manual de Psicologia Hospitalar: o mapa da doença. São</p><p>Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.</p><p>18</p><p>19</p><p>Referências</p><p>ALMEIDA, Raquel Ayres de.; MALAGRIS, Lucia Emmanoel Novaes. A prática da</p><p>psicologia da Saúde. Rev. SBPH, v.14. n.2, Rio de Janeiro, 2011.b</p><p>APA task force on health research. contributions of psychology to healt</p><p>research: patterns, problems and potentials, American Psychologist, 1976.</p><p>BACKES, M. T. S. Conceitos de Saúde e Doença ao longo da História sob o</p><p>olhar Epidemiológico e Antropológico. Rev. Enferm. UERJ. Rio de Janeiro, n.17,</p><p>p.111-7, 2009.</p><p>BARROS, T. M. Psicologia e Saúde: Intervenção em hospital geral. Novo</p><p>Hamburgo: Aletheia, 1999.</p><p>BRUSCATO, W. L. A Psicologia no Hospital da Misericórdia: um modelo</p><p>de atuação. In: W. L. Bruscato; Benedetti, C.; LOPES, S. R. A. A prática da</p><p>psicologia hospitalar na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo: novas</p><p>páginas em uma antiga história. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.</p><p>CABALLO, V. E. (coord.). Manual de Técnicas de Terapia e Modificação do</p><p>Comportamento. São Paulo: Livraria Santos, 1996.</p><p>EKSTERMAN, A. Psicanálise, Psicossomática e Medicina da Pessoa. 1975.</p><p>Disponível em: <http://www.medicinapsicossomatica.com.br>. Acesso em: 3</p><p>jan. 2017.</p><p>GARFIELD, S. L. Historical introduction. In: WOLMAN, Benjamin B. (edit.)</p><p>Handbook of clinical psychology. New York: McgrawHill Book Company, 1965.</p><p>KERBAUY, R. R. Comportamento e Saúde: doenças e desafios. Psicol. USP,</p><p>São Paulo, vol.13 n.1, 2002. Versão online disponível em: http://www.scielo.br/</p><p>scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642002000100002 Último acesso:</p><p>03/04/2017.</p><p>MATARAZZO, J. D. Behavioral health and behavioral medicine. New York:</p><p>American Psychologist, 1980.</p><p>MELLO FILHO, J. Psicossomática Hoje. Porto Alegre: Artmed, 1992.</p><p>MILLON, T. On the nature of clinical health psychology. In: MILLON, T.; GREEN,</p><p>C.; MEAGHER, R. (edit.). Handbook of clinical health psychology. New York:</p><p>Plenum Press, 1982.</p><p>RIBEIRO, José Luís Pais. A Psicologia da Saúde. In: ALVES, Railda Fernades</p><p>(org.). Psicologia da Saúde: teoria, intervenção e pesquisa. Campina Grande:</p><p>EDUEPB, 2011.</p><p>SARAFINO, E. P. Context and Perspectives in Health Psycology. In: S. Sutton, A.</p><p>Baum; JOHNSTON, M. The Sage Handbook of Health Psychology. London:</p><p>Thousand Oaks/New Delhi: Sage Publications, 2004. p.1-26.</p><p>19</p>

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