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<p>ASAI – Aula 12: Emergências Clínicas – Primeiros Socorros</p><p>– Avaliação primária: ABCDE;</p><p>– PCR/RCP;</p><p>– OVACE;</p><p>– Hemorragia;</p><p>– Queimadura;</p><p>– Desmaio;</p><p>– Choque;</p><p>– Convulsão;</p><p>– Hiper/Hipoglicemia;</p><p>– AVE.</p><p>Emergência é o nome dado quando há agravo nas condições de saúde, que exige intervenção</p><p>médica imediata por existir risco iminente de vida e Urgência é uma classificação dada quando existe</p><p>o risco de vida só que de caráter menos imediatista. De acordo com a definição do Ministério da Saúde</p><p>urgência e emergência representam um campo único de atenção em saúde com a finalidade de serviços</p><p>específicos no suporte à vida. Mesmo existindo uma classificação específica a realidade dos serviços</p><p>de saúde brasileira apresenta um cenário mais complexo, onde de forma desordenada, usuários</p><p>utilizam o serviço de emergência como porta de entrada no atendimento à saúde (BRASIL, 2004).</p><p>Enfermagem nos serviços de Triagem: No sistema de triagem básica, cabe ao enfermeiro avaliar</p><p>o paciente e classifica-lo de acordo com a sua necessidade, sendo esse profissional capacitado a</p><p>exercer a liderança que o leva a ter uma visão abrangente no que diz respeito a recursos humanos,</p><p>área física e fluxo de pacientes, aspectos esses que são considerados no momento da priorização do</p><p>atendimento.</p><p>A triagem é a área onde os pacientes são avaliados para observar-se o grau de severidade e a</p><p>urgência de seu quadro clínico. Essa área deve ficar próximo na porta de entrada, os pacientes são</p><p>vistos primeiramente e são encaminhados para tratamento de acordo com a classificação.</p><p>Um enfermeiro que atua na área da triagem deve apresentar três habilidades fundamentais: avaliação,</p><p>conhecimento e intuição que é desenvolvida por meio de seu conhecimento administrativo pela</p><p>sensibilidade e o uso da observação. No entanto, deve-se deparar com pessoas que ingressam na</p><p>área, pois, apesar de possuírem o perfil para trabalharem em um setor dinâmico, precisam de um</p><p>treinamento técnico científico focando, principalmente, as situações de emergência e liderança de</p><p>grupo.</p><p>O paciente atendido por meio do protocolo de emergência hospitalar terá um atendimento mais rápido</p><p>nas doenças que poderiam causar risco de morte ou deixar sequelas importantes e assim minimizar a</p><p>ansiedade, estresse, angústia, desconforto e preocupação no setor de emergência.</p><p>➢ A IMPORTÂNCIA DOS PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO</p><p>O protocolo é a base para tomada de decisões, através da literatura cientifica, montado para evitar ou</p><p>diminuir erros/riscos ao paciente, mas para ele ser eficaz é preciso que a instituição tenha estrutura</p><p>para implementá-lo e a equipe tenha treinamento para aplicá-lo na prática.</p><p>Os protocolos de saúde são estratégias fundamentais tanto no processo de planejamento,</p><p>implementação e avaliação das ações, quanto na padronização das ações e do processo de trabalho. A</p><p>sua utilização pelos gestores das unidades de saúde é de extrema importância para a obtenção da</p><p>segurança e qualidade dos serviços oferecidos pela instituição à população. Sendo assim, podemos</p><p>dizer que os protocolos de saúde são orientados por diretrizes de natureza técnica, organizacional e</p><p>política, e, têm como fundamentação, estudos validados pelos pressupostos das evidências científicas.</p><p>AVALIAÇÃO PRIMÁRIA</p><p>A avaliação primária tem como objetivo a identificação e o tratamento prioritários das situações que</p><p>implicam risco. Devemos conduzir essa etapa com base numa sistematização do atendimento,</p><p>universalmente conhecido pelo mnemônico (segundo o ATLS) ABCDE:</p><p>• Airway → Desobstrução de vias aéreas;</p><p>• Breathing → Respiração e ventilação;</p><p>• Circulation → Circulação;</p><p>• Disability → Disfunção neurológica, estado neurológio;</p><p>• Exposition → Exposição e controle do ambiente (despir a vítima atentando para medidas de</p><p>prevenção de hipotermia).</p><p>Na realização da avaliação primária na Atenção Básica, pode se utilizar o Suporte Básico de Vida</p><p>(reconhecimento e correção imediata da falência dos sistemas respiratórios e/ou cardiovascular por</p><p>meio de manobras não invasivas) e o Suporte Avançado de Vida (realização de procedimentos</p><p>invasivos ventilatórios e circulatórios, como, por exemplo, a intubação orotraqueal, dispositivos</p><p>supraglóticos, acesso venoso, administração de medicamentos), dependendo do seu nível de</p><p>complexidade (ROCHA, 2011).</p><p>É importante esclarecer, também, que os procedimentos de Suporte Básico de Vida podem ser</p><p>realizados por todos os profissionais da Atenção Básica, porém procedimentos de Suporte Avançado</p><p>de Vida devem ser realizados por profissionais qualificados e respeitando as atribuições conforme sua</p><p>categoria profissional.</p><p>➢ A – DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS</p><p>Uma vítima que está alerta e conversando apresenta via aérea</p><p>aberta e desobstruída. Mas, quando há rebaixamento do nível de</p><p>consciência, pode haver interrupção dos “controles” que</p><p>normalmente mantêm a língua em posição anatomicamente</p><p>neutra (não obstruída). Se estes "controles" forem</p><p>comprometidos, a língua cai para trás e oclui a hipofaringe (como</p><p>na imagem ao lado). Por isso é fundamental, ao encontrar uma</p><p>vítima inconsciente ou com nível de consciência diminuído,</p><p>realizar a abertura de vias aéreas.</p><p>Avaliação de via aérea:</p><p>– Observar o posicionamento da vítima. A posição supina com rebaixamento do nível de</p><p>consciência pode levar a obstrução da via aérea pela queda da língua, causando uma obstrução</p><p>mecânica;</p><p>– Avaliar a emanação de ruídos da via aérea. Quando esses sons estão presentes e são ouvidos</p><p>ao se aproximar do doente, nunca é um bom sinal. Eles tendem a ser causados pela obstrução</p><p>parcial da via aérea, seja pela língua, pelo sangue ou por corpos estranhos em sua posição superior;</p><p>– Observar a expansão da caixa torácica. A elevação limitada do tórax pode ser sinal de obstrução</p><p>da via aérea. O uso de músculos acessórios e o aparente maior esforço respiratório devem levar a</p><p>um alto índice de suspeita de comprometimento da via aérea.</p><p>• Paciente não responsivo + apresenta respiração e</p><p>pulso → acione o serviço de emergência (192 ou 193)</p><p>e inicie a avaliação do paciente e o tratamento</p><p>utilizando o mnemônico ABCDE.</p><p>• Paciente não responsivo + sem pulso + sem</p><p>respiração → acione o serviço de emergência e inicie</p><p>as manobras da RCP (mnemônico CAB).</p><p>Em pacientes sem trauma, inconscientes ou com rebaixamento do nível de consciência, devem</p><p>ser abertas as vias aéreas com a inclinação da cabeça, com deslocamento anterior da mandíbula</p><p>(elevação do queixo e, quando necessário, tração da mandíbula).</p><p>Em vítimas de trauma com suspeita de lesão cervical, deve ser realizada a abertura das vias aéreas</p><p>com imobilização manual da coluna cervical por meio da manobra de elevação do mento, chamada</p><p>de Chin-Lift, para reposicionamento da língua e manobra de tração da mandíbula, sem inclinação da</p><p>cabeça, chamada de Jaw Thrust, para abertura da cavidade oral</p><p>Após as manobras para abertura das vias aéreas, sem trauma ou com trauma, devemos nos lembrar</p><p>de:</p><p>– Realizar varredura da cavidade oral;</p><p>– Retirar prótese dentária (se presente);</p><p>– Aspirar secreção orofaríngea ou sangue presentes.</p><p>Nesse momento, podem ser encontrados corpos estranhos como goma de mascar, próteses dentarias,</p><p>dentes e ossos, estilhaços de vidro, cigarro e etc.</p><p>→ Sinais de alerta para obstrução de vias aéreas: má troca de ar, fraqueza, tosse ineficaz, batimento</p><p>da asa do nariz durante a respiração, aumento da dificuldade respiratória e cianose.</p><p>No caso de obstrução de vias aéreas em pacientes responsivos aplique a Manobra de Heimlich.</p><p>➢ B – RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO</p><p>Deve-se avaliar a respiração quanto ao padrão ventilatório, simetria torácica e frequência respiratória e</p><p>considerar a administração de O2, se necessário.</p><p>Uma vez obtida a via aérea pérvia, o próximo passo consiste em garantir uma ventilação</p><p>adequada. Todas as vítimas devem receber oxigênio suplementar,</p><p>e precisa de atendimento imediato para</p><p>sua contenção e controle. A hemorragia venosa é a que ocorre com maior frequência, mas é de controle</p><p>mais fácil, pois o sangue sai com menor pressão e mais lentamente.</p><p>As hemorragias podem se constituir em condições extremamente graves. Muitas hemorragias pequenas</p><p>podem ser contidas e controladas por compressão direta na própria ferida, e curativo compressivo. Uma</p><p>hemorragia grande não controlada, especialmente se for uma hemorragia arterial, pode levar o</p><p>acidentado à morte em menos de 5 minutos, devido à redução do volume intravascular e hipóxia</p><p>cerebral (anemia aguda).</p><p>A hemorragia nem sempre é visível, podendo estar oculta pela roupa ou posição do acidentado, por</p><p>exemplo, uso de roupas grossas, onde a absorção do sangue é completa ou hemorragias causadas por</p><p>ferimentos nas costas quando o acidentado estiver deitado de costas. O sangue pode ser absorvido pelo</p><p>solo ou tapetes, lavado pela chuva, dificultando a avaliação do socorrista. Por este motivo o acidentado</p><p>deve ser examinado completamente para averiguar se há sinais de hemorragias.</p><p>Os locais mais frequentes de hemorragias internas são tórax e abdome. Observar presença de</p><p>lesões perfurantes, de equimoses, ou contusões na pele sobre estruturas vitais. Os órgãos abdominais</p><p>que mais frequentemente produzem sangramentos graves são o fígado, localizado no quadrante</p><p>superior direito, e o baço, no quadrante superior esquerdo. Algumas fraturas, especialmente as de bacia</p><p>e fêmur podem produzir hemorragias internas graves e estado de choque. Observar extremidades com</p><p>deformidades e dolorosas e estabilidade pélvica. A distensão abdominal com dor após traumatismo</p><p>deve sugerir hemorragia interna.</p><p>Algumas hemorragias internas podem se exteriorizar, por vezes hemorragias do tórax produzem</p><p>hemoptise (expectoração do sangue proveniente de trato respiratório inferior). O sangramento do</p><p>Perdas maiores que 15% e</p><p>menores que 30% (aproximadamente 750 a</p><p>1,5 L)</p><p>Geralmente causam estado de choque,</p><p>ansiedade, sede, taquicardia (com FC entre 100-</p><p>120/min.), pulso radial fraco, pele fria, palidez,</p><p>suor frio, frequência respiratória maior que 20/min</p><p>e enchimento capilar lentificado (maior que 2</p><p>segundos).</p><p>Perdas acima de 30%</p><p>(maiores que 1,5 L)</p><p>Levam ao choque descompensado com</p><p>hipotensão, alterações das funções mentais,</p><p>agitação, confusão ou inconsciência, sede</p><p>intensa, pele fria, palidez, suor frio, taquicardia</p><p>superior a 120/min., pulso radial ausente (queda</p><p>da pressão arterial), taquipneia importante e</p><p>enchimento capilar lento.</p><p>Perdas de mais de 50% do volume sanguíneo</p><p>(normalmente, os humanos adultos possuem</p><p>em média de 4 a 6 litros de sangue.)</p><p>Choque irreversível, PCR e morte.</p><p>esôfago, estômago e duodeno podem se exteriorizar através da hematêmese (vômito com sangue), ou</p><p>dependendo do volume, através também de melena (evacuação de sangue). Neste caso as condutas</p><p>do socorrista visarão somente o suporte da vida, principalmente de via aérea e respiração, até o</p><p>hospital, pois pouco há o que se fazer.</p><p>A hemorragia recebe nomes conforme o lugar onde se manifesta ou o aspecto onde se apresenta. Tem</p><p>basicamente duas causas, espontânea ou traumática.</p><p>– No caso da espontânea, geralmente é o sinal de alarme de uma doença grave.</p><p>– A hemorragia causada por traumatismo é a mais comum nos ambientes de trabalho, e</p><p>dependendo da sua intensidade e localização, o mais indicado é levar o acidentado a um hospital,</p><p>porém em certos casos pode-se ajudar o acidentado, tomando atitudes específicas, como veremos</p><p>a seguir.</p><p>❖ CONDUTAS NO CONTROLE DE HEMORRAGIAS</p><p>O socorrista deve procurar primeiro por hemorragias visíveis, a fim de controlá-las. Caso não</p><p>existam evidências de hemorragia externa, deve-se suspeitar de hemorragias internas (pesquisar lesão</p><p>no tórax, abdome e pelve). Embora a hemorragia interna não seja tratada no ambiente pré-hospitalar,</p><p>a identificação facilita o acionamento do serviço médico de emergência.</p><p>O sangramento na fase pré-hospitalar pode ser causado por lesões que resultem em danos</p><p>“compressíveis” e/ou hemorragia não compressível (hemorragia interna). O sangramento compressível,</p><p>na fase pré-hospitalar, pode ser efetivamente tratado de forma direta, pela pressão manual,</p><p>aumentando a pressão extra luminal e reduzindo a pressão transmural (interna versus externa).</p><p>A avaliação da coloração da pele, da temperatura e da umidade contribui para estimar a</p><p>quantidade de sangue perdido.</p><p>MÉTODO COMPRESSIVO (PRESSÃO DIRETA)</p><p>Conter uma hemorragia com pressão direta usando um curativo simples,</p><p>é o método mais indicado. Se não for possível, deve-se usar curativo</p><p>compressivo; se com a pressão direta e elevação da parte atingida de modo</p><p>que fique num nível superior ao do coração, ainda se não for possível conter a</p><p>hemorragia, pode-se optar pelo método do ponto de pressão.</p><p> PROCEDIMENTOS NO APH</p><p>1. Acionar o serviço de emergência (192 ou 193);</p><p>2. Identificar o local do sangramento;</p><p>3. Comunicar a vítima sobre o procedimento a ser realizado;</p><p>4. Expor a ferida (cortar roupas, se necessário);</p><p>5. Verifique rapidamente a presença de pulso e a perfusão distal;</p><p>6. Aplique compressão manual direta sobre o ferimento usando um pano limpo</p><p>ou gazes/compressas; caso não encontre um pano limpo que possa ser usado, o socorrista deve</p><p>usar seus dedos ou mãos (com luvas), para conter o sangramento, apertando forte de encontro ao</p><p>osso.</p><p>7. Eleve o membro afetado, de forma que a área lesionada fique acima do nível do coração, aplicando</p><p>este método simultaneamente ao da pressão direta. Não elevar o membro em caso de fraturas,</p><p>luxações ou de objetos empalados na extremidade.</p><p>8. Aplicar curativo compressivo utilizando bandagem triangular (imagem ao</p><p>lado), atadura de crepe ou material disponível para fixação.</p><p>– Ferimentos nas extremidades podem receber enfaixamento circular;</p><p>– Sangramentos no pescoço podem receber enfaixamento circular sob a</p><p>axila contralateral (imagem ao lado – camisa azul);</p><p>Demonstração</p><p>de curativo</p><p>compressivo.</p><p>9. Após aplicação do curativo compressivo, verifique a presença do pulso e da</p><p>perfusão distal;</p><p>10. Caso o sangramento persista mesmo com o curativo, em membros superiores ou inferiores,</p><p>considere o uso do torniquete.</p><p>OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:</p><p>✓ A compressão direta deve ser a primeira opção técnica no controle das hemorragias externas;</p><p>✓ Caso haja indícios de sangramento sob o curativo, não remover o material utilizado</p><p>encharcado, aplicar um novo curativo sobre o primeiro exercendo maior pressão manual. (ou seja,</p><p>caso a compressa utilizada esteja encharcada de sangue, ela não deve ser removida, deve-se</p><p>colocar outra (s) por cima. Ao retirar a compressa que está em contato direto com o ferimento o</p><p>coágulo recém formado pode ser removido).</p><p>✓ Não remover objetos encravados. Nesse caso, a pressão deve ser aplicada em um dos lados do</p><p>objeto.</p><p>✓ Lesões no couro cabeludo requerem compressão ao longo das bordas do ferimento.</p><p>✓ Na presença de fraturas abertas ou afundamento craniano, a compressão deve ser realizada com</p><p>cuidado, seguida de enfaixamento apropriado.</p><p>CONTROLE DE HEMORRAGIAS EM CASOS DE OBJETOS INSERIDOS NO FERIMENTO</p><p>1. Não retire objetos do tipo fragmentos metálicos ou vidro, ou facas, que</p><p>estejam profundamente inseridos no ferimento. Mas devem ser retirados</p><p>da superfície do ferimento corpos estranhos que estejam mais ou menos</p><p>soltos;</p><p>2. Aplique pressão acima e abaixo do objeto inserido;</p><p>3. Coloque suavemente um pedaço de gaze ou atadura sobre o objeto e</p><p>sobre o ferimento;</p><p>4. Estabilize o objeto empalado no local encontrado com curativo apropriado.</p><p>5. Faça uma almofada em volta do ferimento, ela deve ser suficientemente</p><p>alta para impedir a pressão sobre o objeto inserido;</p><p>6. Utilize uma atadura elástica para manter a</p><p>almofada no local devido. Não</p><p>envolva a atadura diretamente sobre o objeto inserido.</p><p>7. O objeto só poderá ser removido em ambiente hospitalar.</p><p>PONTOS DE PRESSÃO: são pontos onde as artérias são mais fáceis de serem encontradas.</p><p>Pressionando fortemente sobre estes pontos, pode-se conter uma hemorragia. Em casos particulares,</p><p>este método pode vir a ser temporariamente eficaz. A técnica do ponto de pressão consiste em</p><p>comprimir a artéria lesada contra o osso mais próximo, para diminuir a afluência de sangue na região</p><p>do ferimento.</p><p>– Em hemorragia de ferimento ao nível da região</p><p>temporal e parietal, deve-se comprimir a artéria</p><p>temporal contra o osso com os dedos indicadores,</p><p>médios e anular.</p><p>– No caso de hemorragia no membro superior, o</p><p>ponto de pressão está na artéria braquial,</p><p>localizada na face interna do terço médio do braço.</p><p>– No caso de ferimento com hemorragia no</p><p>membro inferior, o ponto de pressão é encontrado</p><p>na parte interna no terço superior, próximo à região</p><p>inguinal, que é por onde passa a artéria femoral.</p><p>Nesta região a artéria passa por trás dos músculos.</p><p>Deve-se usar uma compressão muito forte para</p><p>atingi-la e diminuir a afluência de sangue, além de</p><p>inclinar para frente, com o acidentado deitada e</p><p>pressionar com força o punho contra a região</p><p>inguinal. É importante procurar manter o braço</p><p>esticado para evitar cansaço excessivo e estar</p><p>preparado para insistir no ponto de pressão no caso de a hemorragia recomeçar.</p><p>ATENÇÃO: Ao comparar o uso da pressão direta no controle do sangramento com a pressão de pontos</p><p>específicos, elevação do membro, aplicação local de gelo, torniquetes e uso de bandagens</p><p>hemostáticas, concluiu-se que não há evidência para apoiar que o uso da pressão de pontos específicos</p><p>ou elevação do membro da lesão controle o sangramento externo.</p><p>MÉTODO COM TORNIQUETES</p><p>Indicação: sangramentos externos severos dos membros.</p><p>Em casos em que a hemorragia não pode ser contida pelos métodos de pressão</p><p>direta, curativo compressivo ou ponto de pressão, torna-se necessário o uso do</p><p>torniquete. O torniquete é o último recurso usado por quem fará o socorro, devido</p><p>aos perigos que podem surgir por sua má utilização, pois com este método</p><p>impede-se totalmente a passagem de sangue pela artéria.</p><p>Potenciais complicações, incluindo síndrome compartimental, lesão do nervo, comprometimento dos</p><p>vasos sanguíneos e amputação do membro, podem ocorrer relacionadas à pressão e à duração do uso</p><p>de torniquetes. As evidências, até o momento, são insuficientes para determinar o</p><p>tempo mínimo crítico para ocorrência de complicações irreversíveis.</p><p>Por isso, idealmente o torniquete não deve ficar por mais de 2h.</p><p>A utilização do torniquete pelo primeiro socorrista, independente do tipo,</p><p>seja pré-fabricado ou improvisado, exige treinamento.</p><p> TÉCNICA DO TORINIQUETE</p><p>1. Exponha o ferimento;</p><p>2. Instale o dispositivo acima do ferimento (2 a 3 dedos acima) sempre na direção proximal,</p><p>não aplique sobre as articulações. Caso a lesão esteja próxima a uma articulação, posicione o</p><p>torniquete acima da articulação.</p><p>3. Aplicar força de compressão suficiente até produzir uma pressão que cesse completamente o</p><p>sangramento e o fluxo arterial distal:</p><p>– Com esfigmomanômetro: insuflar o</p><p>manguito;</p><p>– Com recurso adaptado: promover</p><p>compressão por garroteamento;</p><p>– Com dispositivo específico comercial:</p><p>seguir as orientações do fabricante</p><p>para o correto manuseio;</p><p>4. Caso não tenha o dispositivo, o torniquete pode ser improvisado: utilize um pedaço de tecido</p><p>(bandagem) com pelo menos 10 cm de largura, passe a tira de tecido ao redor do membro ferido,</p><p>duas vezes e dê meio nó.</p><p>5. Coloque um pequeno pedaço de madeira (vareta, caneta ou qualquer objeto semelhante) no meio</p><p>dó e dê um nó completo no pano sobre a vareta.</p><p>6. Aplique força no torniquete, girando a vareta;</p><p>7. É importante que se saiba da necessidade de afrouxar o torniquete gradual e lentamente a cada 10</p><p>ou 15 minutos, ou quando ocorrer arroxeamento da extremidade, para que o sangue volte a circular</p><p>um pouco evitando assim maior sofrimento da parte sã do membro afetado.</p><p>8. Se a hemorragia for contida, deve-se deixar o torniquete frouxo no lugar, de modo que ele possa</p><p>ser reapertado caso necessário.</p><p>9. É importante lembrar também de marcar e anotar por escrito, de preferência no próprio corpo do</p><p>acidentado, a hora da aplicação do torniquete.</p><p>10. É absolutamente contra indicado a utilização de fios de arame, corda, barbante, material fino ou</p><p>sintético na técnica do torniquete.</p><p>A hemorragia maciça não controlada adequadamente, reduz o volume sanguíneo na circulação,</p><p>produzindo em muitos casos o que é chamado de "Tríade Mortal" que é produzido pela obstrução da</p><p>microcirculação do corpo, daí a hipóxia do cérebro e dos órgãos. As principais complicações que</p><p>ocorrem são acidose, hipotermia e coagulopatia.</p><p>➢ Hemorragia Nasal (epistaxe)</p><p>A perda de sangue pelo nariz é uma emergência comum que geralmente resulta de um distúrbio local,</p><p>mas pode decorrer de uma grave desordem sistêmica. Pode ocorrer devido à:</p><p>– Manipulação excessiva no plexo vascular com rompimento dos vasos através das unhas;</p><p>– Diminuição da pressão atmosférica;</p><p>– Locais altos;</p><p>– Viagem de avião;</p><p>– Saída de câmara pneumática de imersão ou sino de mergulho;</p><p>– Contusão; corpo estranho;</p><p>– Fratura da base do crânio;</p><p>– Altas temperaturas; dentre outras.</p><p> CONDUTA</p><p>1. Tranquilizar a vítima para que não entre em pânico;</p><p>2. Afrouxar a roupa que lhe aperte o pescoço e o tórax;</p><p>3. Sente a pessoa com a cabeça levemente inclinada para a frente, fazendo-a respirar pela boca,</p><p>evitando que o sangue reflua;</p><p>4. Verifique o pulso, se estiver forte, cheio e apresentar sinais de hipertensão, deixe que seja eliminada</p><p>certa quantidade de sangue;</p><p>5. Pressione com os dedos sobre a asa do orifício nasal de onde flui o sangue, por 10 min, para que as</p><p>paredes se toquem e, por compressão direta o sangramento seja contido;</p><p>6. Sempre que possível aplicar compressas frias sobre a testa e nuca;</p><p>7. Caso a pressão externa não tenha contido a hemorragia, introduzir um pedaço de gaze ou pano</p><p>limpo torcido na narina que sangra. Pressionar o local.</p><p>8. Encaminhe a vítima para local onde possa receber assistência adequada;</p><p>9. Em caso de contenção do sangramento, avisar o acidentado para evitar assoar o nariz durante pelo</p><p>menos duas horas para evitar novo sangramento.</p><p>➢ Hemorragia Interna</p><p>Devido ao grau de dificuldade de sua identificação, os casos de hemorragia interna são de alta</p><p>gravidade. Deve-se suspeitar de hemorragia interna se a vítima estiver envolvida em:</p><p>– Acidente violento, sem lesão externa aparente;</p><p>– Queda de altura;</p><p>– Contusão contra volante ou objetos rígidos;</p><p>– Queda de objetos pesados sobre o corpo.</p><p>Mesmo que, a princípio, o acidentado não reclame de nada e tente dispensar socorro, é importante</p><p>observar os seguintes sintomas:</p><p>• Pulso fraco e rápido;</p><p>• Pele fria;</p><p>• Sudorese (transpiração abundante);</p><p>• Palidez intensa e mucosas descoradas;</p><p>• Sede acentuada;</p><p>• Apreensão e medo;</p><p>• Vertigens;</p><p>• Náuseas;</p><p>• Vômito de sangue;</p><p>• Calafrios;</p><p>• Estado de choque;</p><p>• Confusão mental e agitação;</p><p>• "Abdômen em tábua" (duro não compressível);</p><p>• Dispneia (rápida e superficial);</p><p>• Desmaio</p><p> CONDUTA</p><p>A conduta deve ser procurar imediatamente atendimento especializado, enquanto se mantém o</p><p>acidentado deitado com a cabeça mais baixa que o corpo, e as pernas elevadas para melhorar o retorno</p><p>sanguíneo. Este procedimento é o padrão para prevenir o estado de choque. Nos casos de suspeita de</p><p>fratura de crânio, lesão cerebral ou quando houver dispneia, a cabeça deve ser mantida elevada. Aplicar</p><p>compressas frias ou saco de gelo onde houver suspeita de hemorragia interna. Se não for possível,</p><p>usar compressas úmidas.</p><p>QUEIMADURAS</p><p>➢ Fisiologia:</p><p>A temperatura do corpo humano, em um determinado momento, é o resultado de vários agentes que</p><p>atuam como fatores internos ou externos, aumentando ou reduzindo a temperatura. Mecanismos</p><p>homeostáticos internos atuam para manter a vida com a constância da temperatura corporal dentro</p><p>de valores ideais para a atividade celular.</p><p>O equilíbrio entre ganho e perda de calor do corpo humano tem suas oscilações corrigidas sob controle</p><p>do centro termorregulador do cérebro (hipotálamo). Este controle é bastante limitado. Quando a</p><p>temperatura corporal atinge, por exemplo, valores entre 41,7º e 43,3ºC, não existe qualquer</p><p>possibilidade de regulação da perda de calor pois, neste caso, já ocorreu lesão no próprio aparelho</p><p>termorregulador.</p><p>O controle da temperatura pode ocorrer de maneira súbita, devido a reações inesperadas, ou</p><p>gradativamente, através de aclimatação. Quando a temperatura corporal tende a subir, devido a</p><p>fatores climáticos, ou devido ao aumento da atividade metabólica, as temperaturas superficiais do</p><p>corpo e da pele aumentam. O hipotálamo é automaticamente estimulado por sensores periféricos e</p><p>pela ação direta do sangue aquecido. O Sistema Nervoso Autônomo é ativado e se processam</p><p>inúmeras alterações fisiológicas:</p><p>– Aumento da frequência cardíaca, da frequência respiratória (para aumentar a perda de calor);</p><p>– Vasodilatação periférica;</p><p>– Vasoconstrição esplênica (baço);</p><p>– Aumento da produção de suor.</p><p>A perda de fluidos através do suor pode chegar, por exemplo, até a 4 litros por hora, numa pessoa</p><p>submetida a trabalhos pesados em temperaturas elevadas. O conteúdo de sal do suor aumenta de</p><p>0,2 a 0,5% com temperaturas elevadas.</p><p>O controle da temperatura é feito de maneira gradativa quando ocorre a aclimatação. Normalmente</p><p>um indivíduo leva de 8 a 10 dias exposto a temperaturas elevadas para se aclimatar, mesmo assim,</p><p>pode sofrer transtornos funcionais e clínicos se ocorrer fadiga; infecção grave; intoxicação alcoólica</p><p>ou por drogas alucinógenas; má hidratação; ingestão de sal ou de calorias. Pessoas com idades</p><p>avançadas ou obesas, e os indivíduos que sofrem de doenças debilitadoras crônicas são mais</p><p>suscetíveis a transtornos provocados pelo calor. Os problemas podem ocorrer devido à falência do</p><p>mecanismo de sudorese.</p><p>QUEIMADURA: são lesões na pele ou em outros tecidos mais profundos, provocadas pelo calor,</p><p>radiação, produtos químicos ou certos animais e vegetais, que causam dores fortes e podem levar a</p><p>infecções. Podem ter consequências drásticas ou não, a depender da área, da extensão e da</p><p>gravidade da lesão.</p><p>O efeito inicial e local, comum em todas as queimaduras é a desnaturação de proteínas, com</p><p>consequente lesão ou morte celular, por este motivo elas têm o potencial de desfigurar, causar</p><p>incapacitações temporárias ou permanentes ou mesmo a morte.</p><p>A pele é o maior órgão do corpo humano e a barreira contra a perda de água e calor pelo corpo,</p><p>tendo também um papel importante na proteção contra infecções. Acidentados com lesões extensas</p><p>de pele tendem a perder temperatura e líquidos corporais tornando-se mais propensos a infecções.</p><p>O fogo é o principal agente das queimaduras, embora as produzidas pela eletricidade sejam, de</p><p>todas, as mais mutilantes, resultando com frequência na perda funcional e até mesmo anatômica de</p><p>segmentos do corpo, principalmente dos membros.</p><p>❖ PRINCIPAIS CAUSAS DE QUEIMADURA</p><p>– Fogo ou chamas – ex.: lenha, aquecedores a querosene, álcool, gasolina ou outro líquido</p><p>inflamável, fogos de artifício e incêndio.</p><p>– Líquidos quentes/escaldantes – ex.: água fervente ou qualquer outro líquido muito quente (chá,</p><p>café, sopa, leite);</p><p>– Superfícies quentes (objetos e/ou metais quentes) – ex.:utensílios de cozinha ou ferros de</p><p>passar;</p><p>– Elétricas: queimaduras causadas por eletricidade, ex.: fios elétricos de alta tensão, tomadas</p><p>elétricas e descarga elétrica (raio);</p><p>– Produtos químicos em contato com a pele: derramamento de produtos químicos corrosivos ou</p><p>irritantes na pele. Ex.: produtos de limpeza de vaso sanitário domésticos, pesticidas, produtos</p><p>químicos de baterias.</p><p>❖ FISIOPATOLOGIA</p><p>A dor na queimadura é devido à estimulação direta e à lesão de nociceptores (terminações</p><p>nervosas conhecidas como “células da dor” que são responsáveis por fornecerem informações sobre</p><p>a lesão tecidual) presentes na epiderme e na derme. Além disso, a pele inicia um processo</p><p>inflamatório que libera inúmeros citocinas que sensibilizam e estimulam os nociceptores do local. Com</p><p>isso a pele fica ainda mais sensível a estímulos que, normalmente, não seriam dolorosos.</p><p>Funções da pele: ela isola o organismo de seu ambiente; protegendo-o contra a invasão de</p><p>microrganismos patogênicos; controla sua temperatura; retém os líquidos corporais e fornece</p><p>informações ao cérebro sobre as condições do ambiente externo, através de suas terminações</p><p>nervosas. Qualquer lesão desta superfície de revestimento permite a interrupção destas</p><p>funções. Quanto maiores forem as lesões causadas na pele, mais graves são as consequências</p><p>para o acidentado.</p><p>As manifestações locais mais importantes nas queimaduras são:</p><p>• Não há eliminação de toxinas (pois, não há suor);</p><p>• Formação de substâncias tóxicas;</p><p>• Perda de líquidos corporais;</p><p>• Destruição de tecidos;</p><p>• Infecção.</p><p>A gravida das queimaduras depende da porcentagem da área do corpo atingida.</p><p>• < 15% = portador de queimaduras.</p><p>• > 15% = grande queimado.</p><p>• > 40% da superfície do corpo atingida =</p><p>pode provocar a morte.</p><p>• > 70% = as chances de sobreviver são</p><p>mínimas.</p><p>O grande queimado é caracterizado por</p><p>hipovolemia com hemoconcentração, e pelo</p><p>intenso desequilíbrio hidroeletrolítico</p><p>decorrente da grande perda de líquidos</p><p>causada por ação direta da temperatura</p><p>ambiental sobre estruturas adjacentes à pele;</p><p>modificação da permeabilidade vascular; sequestro de líquidos, eletrólitos e proteínas na área</p><p>queimada. O quadro se agrava com a destruição das hemácias e infecção, que se instala</p><p>imediatamente ao trauma e, mais lentamente, nos períodos subjacentes. Estas alterações</p><p>fisiopatológicas são diretamente proporcionais à extensão da lesão e ao peso do acidentado.</p><p>❖ CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS</p><p>A gravidade das queimaduras está relacionada a profundidade da queimadura na pele, a extensão do</p><p>corpo que foi acometida, a importância das partes do corpo acometidas (áreas especiais), das</p><p>condições em que as queimaduras ocorreram e a fragilidade da pessoa queimada.</p><p>➢ Quanto a profundidade ou grau:</p><p>– 1º grau, da pele ou superficial: só atinge a camada mais superficial da pele, a epiderme,</p><p>causando vermelhidão ou coloração rosada. Também apresenta dor local suportável e aspecto</p><p>seco, não formação de bolhas. Ex.: queimaduras de sol ou de encostar no ferro ou em uma panela</p><p>quente.</p><p>– 2º grau, da derme ou superficial: atinge toda a epiderme e uma parte da derme (camada um</p><p>pouco mais profunda). Apresenta vermelhidão, dor local e pode ocorrer formação de bolhas.</p><p>– 3º grau ou profunda: atinge todas as camadas da pele (epiderme, derme e hipoderme) e outros</p><p>tecidos mais profundos, podendo chegar até os ossos. Apresenta ferida de coloração enegrecida,</p><p>branca marmórea ou vermelho cereja, é ressecada, dura e com pouca ou nenhuma dor a</p><p>palpação, pois há destruição das terminações nervosas da pele.</p><p>➢ Quanto a extensão ou severidade:</p><p>– Leve: < 10% da superfície corporal é atingida;</p><p>– Média: 10 a 20% da pele é atingida;</p><p>– Grave: > 20% do corpo queimado.</p><p>Outra classificação:</p><p>• GRAVES:</p><p>– Todo tipo de queimadura, de qualquer grau e extensão, se houver complicação por lesão do trato</p><p>respiratório.</p><p>– Queimadura de terceiro grau na face, mão e pé.</p><p>– Queimadura de segundo grau que tenha atingido mais de 30% da superfície corporal.</p><p>• MODERADAS:</p><p>– Queimadura de primeiro grau que tenha atingido mais de 50% da superfície corporal.</p><p>– Queimadura de segundo</p><p>grau que tenha atingido mais de 20% da superfície corporal.</p><p>– Queimadura de terceiro grau que tenha atingido até 10% da superfície corporal, sem atingir face,</p><p>mãos e pés.</p><p>• LEVES:</p><p>– Queimadura de primeiro grau com menos de 20% da superfície corporal atingida.</p><p>– Queimadura de segundo grau com menos de 15% da superfície corporal atingida.</p><p>– Queimadura de terceiro grau com menos de 2% da superfície corporal atingida.</p><p>Duas regras podem ser utilizadas para “medir” a extensão da queimadura:</p><p>Regra da palma da mão: uma regra prática para avaliar a extensão das queimaduras pequenas ou</p><p>localizadas, é compará-las com a superfície da palma da mão da vítima, que corresponde,</p><p>aproximadamente a 1% da superfície corporal.</p><p>Regra dos nove: O cálculo da extensão do agravo é classificado de acordo com a idade. Nesta</p><p>regra é atribuído a cada segmento corporal o valor 9 (ou o múltiplo dele), que leva em conta a</p><p>extensão atingida, a chamada Superfície Corporal Queimada (SQC).</p><p>Para queimaduras maiores e mais espalhadas, usa-se a REGRA DOS 9%:</p><p>→ De frente:</p><p>> 9% = rosto;</p><p>> 9% = tórax;</p><p>> 9% = abdômen;</p><p>> 9% = perna direita;</p><p>> 9% = perna esquerda;</p><p>> 9% = os 2 braços;</p><p>> 1% = órgãos genitais;</p><p>> 55%= subtotal.</p><p>→ De costas:</p><p>> 9% = costas;</p><p>> 9% = abdômen;</p><p>> 9% = perna direita;</p><p>> 9% = perna esquerda;</p><p>> 9% = os 2 braços;</p><p>> 45% = subtotal;</p><p>▪ Adultos: 55% (frente) + 45% (costas) = 100% da área do corpo;</p><p>▪ Crianças: 59% (frente) + 41% (costas) = 100%;</p><p>▪ Bebês: 18% (MS) + 24% (MI) + 36% (tronco) + 21% (cabeça) + 1% = 100%</p><p>As queimaduras de mãos, pés, face, períneo, pescoço e olhos, quaisquer que sejam a profundidade</p><p>e a extensão, necessitam de tratamento hospitalar. A gravidade da queimadura será determinada pela</p><p>profundidade, extensão e a área afetada.</p><p>As condições que classificam a queimadura como grave, necessitando de atendimento médico o</p><p>quanto antes, são: extensão/profundidade maior do que 20% de SCQ em adultos;</p><p>extensão/profundidade maior do que 10% de SCQ em crianças; idade menor do que 3 anos ou maior</p><p>do que 65 anos; presença de lesão inalatória; politrauma e doenças prévias associadas; queimadura</p><p>química; trauma elétrico; áreas nobres/especiais; violência, maus-tratos, tentativa de autoextermínio</p><p>(suicídio), entre outras.</p><p>Qualquer queimadura circunferencial profunda pode causar complicações graves. No pescoço pode</p><p>causar obstrução de vias aéreas, do tórax restrição à ventilação pulmonar e nas extremidades,</p><p>obstrução à circulação.</p><p>As partes importantes do corpo acometidas (áreas especiais), que tenham risco de complicações</p><p>e maior gravidade das queimaduras: face; cabeça; pescoço; articulações; mãos e pés; e órgãos</p><p>genitais.</p><p>As pessoas com risco maior de complicações das queimaduras são os extremos de idades</p><p>como crianças e idosos e pessoas com doenças crônicas como diabetes, doenças cardíacas, em</p><p>tratamento de câncer e outras doenças, indicam maior gravidade das queimaduras.</p><p>Haverá gravidade quando as queimaduras de segundo grau superficial forem maiores que a extensão</p><p>de um braço e as profundas maiores que uma mão. Queimaduras em “grande parte do corpo” são</p><p>aquelas que acometem: um membro inteiro, uma área significativa das costas e/ou do tórax, a maior</p><p>parte de uma mão, a maior parte de um pé.</p><p>➢ Sinais de lesão por inalação (lesão das vias aéreas ou pulmões): tosse (com secreção escura</p><p>e/ou fuligem), garganta arranhando, dificuldade de respirar, dor ou rigidez torácica, cefaleias,</p><p>ardência nos olhos.</p><p>➢ Suspeitar de queimadura de vias aéreas superiores quando houver: queimadura da face,</p><p>sobrancelha queimada, pelos nasais queimados, queimadura na boca, escarro carbonáceo</p><p>(escuro), lábios inchados, rouquidão é um sinal precoce, estridor (ruído agudo semelhante ao da</p><p>foca) é um sinal tardio com 85% de obstrução, queimaduras em espaços confinados.</p><p>❖ MECANISMO DE LESÃO</p><p>→ Lesão térmica das vias aéreas: a inalação de fumaça é a principal causa de óbito precoce</p><p>(primeiras horas) após a queimadura.</p><p>A inalação de gases superaquecidos pode causar obstrução alta de vias aéreas por edema da</p><p>hipofaringe. Raramente ocorre lesão dos pulmões, pois a traqueia absorve o calor.</p><p>Intoxicação por monóxido de carbono (CO): é a complicação causada pela inalação de fumaça e a</p><p>causa mais comum de morte precoce em vítimas de incêndio. O Monóxido de Carbono se liga à</p><p>hemoglobina, formando a carboxi-hemoglobina e impedindo o transporte de oxigênio. A lesão</p><p>dos tecidos é provocada por falta de oxigênio. A morte ocorre por lesão cardíaca produzida pela falta</p><p>de oxigênio. A cianose não aparece e a coloração vermelho-cereja da pele e mucosas descrita como</p><p>um sinal clássico é raro. Quadro clínico das intoxicações por CO:</p><p> PRIMEIROS SOCORROS – QUEIMADURAS TÉRMICAS</p><p>Estes tipos de queimaduras são causados pela condução de calor através de líquidos, sólidos,</p><p>gases quentes e do calor de chamas. Podem ser extremamente dolorosas e nos casos de</p><p>queimaduras de segundo grau profundas ou de terceiro grau, em que a profundidade da lesão tenha</p><p>destruído terminais nervosos da pele a dor aguda é substituída por insensibilidade. A dor e a</p><p>ansiedade podem evoluir para síncope. Nas queimaduras térmicas, extensas e/ou profundas, é</p><p>frequente sobrevir o estado de choque, causado pela dor e/ou perda de líquidos, após algumas horas.</p><p>Em consequência disto, devem ser tomadas as medidas necessárias para a prevenção.</p><p>❖ CONDUTAS GERAIS:</p><p>Afaste a vítima da fonte da queimadura – retire o elemento quente, ou em caso de queimaduras pôr</p><p>fogo, apague o fogo com extintor apropriado (use-o em locais/objetos, NUNCA em pessoas ou</p><p>animais) ou abafando-o com um cobertor, toalha ou casaco. Se uma pessoa estiver em chamas, ela</p><p>deve ser orientada a “PARAR, DEITAR E ROLAR” para apagar o fogo.</p><p>Resfrie a área da queimadura: lavagem com água limpa e corrente na temperatura ambiente. O</p><p>resfriamento interrompe a atuação do agente causador da lesão, alivia a dor, evita o aprofundamento</p><p>da queimadura (redução da lesão tissular). Ou com SF.0,9% em abundância.</p><p>Retire adornos como: anéis, relógios, pulseiras, brincos e etc. desde que não estejam aderidos a</p><p>pele, principalmente os que estiverem próximos da região da queimadura, para evitar bloqueio ou</p><p>diminuição da circulação local, pois minutos após a queimadura ocorre a formação de edema. Retirar</p><p>acessórios evita isquemias local e necrose. Não retire tecidos que estejam aderidos a lesão e nem</p><p>corpos estranhos que tenham ficado na queimadura após lavagem inicial.</p><p>Não aplique gelo no local: pois causa vasoconstrição e diminui a irrigação sanguínea local.</p><p>Não estoure bolhas formadas na lesão;</p><p>Não aplique medicamentos ou qualquer outra coisa na lesão: pomadas, cremes, unguentos e</p><p>outras substancias populares como pasta de dente, manteiga, pó de café, graxa, ervas, pomadas</p><p>caseiras e etc. Só utilize medicamentos prescritos pelo médico.</p><p>Em relação à cobertura da área queimada, estudos mostram resultados limitados em relação aos</p><p>benefícios de utilizar uma cobertura seca ou molhada, sendo razoável que se utilize uma cobertura</p><p>seca e estéril.</p><p>1º GRAU:</p><p>✓ Resfrie a área da queimadura: por aproximadamente 2 min.</p><p>✓ Não aplique gelo no local;</p><p>✓ Retire adornos;</p><p>✓ Se a vítima sentir sede, deve ser-lhe dada toda a água que deseja beber, porém lentamente. Não</p><p>dê água para uma vítima inconsciente.</p><p>✓ Mantenha o local da lesão limpo e protegido de infecções.</p><p>2º e 3º GRAU:</p><p>✓ Resfrie a área da queimadura: por aproximadamente 15 min;</p><p>✓ Lave a área cuidadosamente: com sabão neutro ou antisséptico que não seja álcool;</p><p>✓ Não coloque gelo sobre a queimadura;</p><p>✓ Proteja o local lesado: com compressa de gaze ou pano limpo e umedecido; Na queimadura de</p><p>terceiro grau, se for possível, proteja a área com papel alumínio, pois ele separa efetivamente a</p><p>lesão do meio externo e diminui a perda de calor, além de ser moldável</p><p>e não aderente, ele protege</p><p>a queimadura contra microorganismo;</p><p>✓ Previna o estado de choque: com cobertores ou similares, coloque a vítima em posição</p><p>confortável, com as pernas elevadas. Ofereça líquidos se a vítima estiver consciente.</p><p>✓ Retire adornos: exceto os aderidos a lesão.</p><p>✓ Identifique possível estado ou iminência de choque: confusão, sonolência, pulso rápido,</p><p>sudorese, oligúria e hipotensão.</p><p>✓ Não envolva o acidentado em panos úmidos ou molhados;</p><p>✓ Não aplique medicamentos ou qualquer outra coisa na lesão;</p><p>✓ O curativo sobre a lesão deve permanecer durante 48h: após esse tempo, recomenda-se expor</p><p>a pele ao livre, para evitar infecções.</p><p>✓ Verifique sinais vitais: FC, FR, estado de consciência e caso a vítima esteja em PCR, acione o</p><p>serviço de emergência.</p><p>✓ Busque atendimento médico.</p><p>O acidentado de queimadura térmica na face, cujo acidente ocorreu em ambiente fechado, deve ficar</p><p>em observação para verificação de sinais de lesão no trato respiratório. Muitas vezes, os sintomas e</p><p>sinais aparecem algumas horas depois da ocorrência e representam oclusão dos brônquios e edema</p><p>pulmonar.</p><p>Situação de fogo de vestuário: agravam a severidade da lesão.</p><p>✓ Não deixe a vítima correr, instrua a vítima a deitar-se no chão e rolar;</p><p>✓ Abafe as chamas com um cobertor, tapete, toalha, casaco ou similar, para reduzir o contato da</p><p>chama com o O2 (comburente);</p><p>✓ Comece sempre pela cabeça em direção aos pés;</p><p>✓ Molhe a roupa do acidentado com água em temperatura ambiente. Não usar água se a roupa tiver</p><p>com gasolina, óleo ou querosene;</p><p>➢ QUEIMADURAS POR FRIO</p><p>A exposição a temperaturas no ponto de congelamento ou abaixo deste, ainda que por curto período</p><p>de tempo, pode causar lesão tecidual local delimitada e resfriamento corporal generalizado, inclusive</p><p>levando à morte. Lesões pelo frio dependem da temperatura, da umidade relativa do ar, da velocidade</p><p>do vento. Dependendo do tipo de exposição ao frio, podem ocorrer as seguintes lesões:</p><p>• Úlceras;</p><p>• Pé-de-trincheira ou de imersão (é uma condição grave que resulta de pés molhados por muito</p><p>tempo, causando bolhas e maceração nos pés);</p><p>• Hipotermia sistêmica (atentar-se para insuficiência cardiorrespiratória).</p><p>Deve-se ter cautela com o descongelamento de uma área lesada devido ao risco de infecção grave.</p><p>Em caso de congelamento dos pés ou das mãos:</p><p>– Leve a vítima para um local aquecido, mantendo-a deitado;</p><p>– Aqueça as partes congeladas com água quente (não fervente) ou panos molhados com água</p><p>quente, realizando massagens delicadas para ativar a circulação nas partes próximas do membro</p><p>congelado (nunca massagear diretamente a parte congelada).</p><p>– Dê bebidas quentes, como chá ou café, mas jamais bebidas alcoólicas.</p><p>– Peça a vítima que movimente os pés ou as mãos, visando à recuperação da circulação.</p><p>Observação importante: lembre-se de que a prestação de primeiros socorros começa após as</p><p>manobras de suporte básico à vida, hemostasia, prevenção de choque e assistência a outras lesões</p><p>que possam colocar em risco a vida do acidentado ou piorar seu estado clínico.</p><p>❖ QUEIMADURAS QUÍMICAS</p><p>As tentativas de neutralização química da substância podem gerar reações com produção de calor e</p><p>piora da lesão e que pode se contaminar ao fazer este atendimento. As lesões das queimaduras</p><p>ocasionadas por agentes químicos aparecem quase que imediatamente após o acidente; há dor e</p><p>visível destruição dos tecidos.</p><p>A área de contato deve ser lavada imediatamente com água, até mesmo sem esperar para retirar</p><p>a roupa. Continuar a lavar a área com água, enquanto a roupa é removida. A melhor lavagem é feita</p><p>com o acidentado debaixo de um chuveiro. Pode também ser feita com uma mangueira, mas, neste</p><p>caso, a força do jato d'água deve ser levada em consideração. O jato de água muito forte contra um</p><p>tecido já lesado causará maior lesão. O fluxo de água deve ser abundante, mas não pode ser forte. É</p><p>impossível determinar exatamente por quanto tempo uma área queimada por substância química deve</p><p>ser lavada com água. Em geral, a água deve correr por um período de tempo longo o suficiente para</p><p>que possamos ter certeza de que toda a substância foi removida da pele. Frequentemente, o</p><p>acidentado será capaz de dizer se a irritação parou ou se a dor diminuiu na medida em que a</p><p>substância é removida. O tempo mínimo de 15 minutos tem-se mostrado eficaz.</p><p>IMPORTANTE: Em casos raros, com determinados produtos químicos industriais (por exemplo,</p><p>sódio metálico), não se deve usar água, pois a reação com sódio pode ter caráter explosivo se entrar</p><p>em contato com a água.</p><p>Ao atender uma pessoa vítima deste tipo de acidente, deve-se retirar os restos de sódio empregando</p><p>pinças ou espátulas (de madeira ou plástico) completamente secas. A seguir, impregnar as regiões</p><p>com substância oleosa (vaselina líquida) a fim de eliminar os últimos restos de sódio e limpar com</p><p>água corrente abundante.</p><p>❖ QUEIMADURAS ELÉTRICAS</p><p>Estas queimaduras são produzidas pelo contato com eletricidade de alta ou baixa voltagem. Os</p><p>danos resultam dos efeitos diretos da corrente e conversão da eletricidade em calor durante a</p><p>passagem da eletricidade pelos tecidos, são difíceis de avaliar, pois dependem da profundidade da</p><p>destruição celular, e mesmo as lesões que parecem superficiais podem ter danos profundos alcançando</p><p>os ossos, necrosando tecidos, vasos sanguíneos e provocando hemorragias.</p><p>Os danos são causados por efeitos diretos da corrente elétrica sobre as membranas celulares e sobre</p><p>o músculo liso vascular. Danos estão relacionados a contrações musculares intensas (rabdomiólise e</p><p>fraturas ósseas) e liberação de catecolaminas.</p><p>→ Fatores que influenciam na gravidade do dano:</p><p>– Padrão da corrente elétrica (alternada ou contínua);</p><p>– Voltagem; magnitude da energia liberada; resistência à corrente elétrica pelos tecidos;</p><p>– Trajeto da corrente através do paciente; área exposta à passagem da corrente;</p><p>– Duração do contato;</p><p>O contato com a corrente elétrica alternada (habitualmente presente nas residências) pode causar</p><p>contrações tetânicas no músculo esquelético, o que faz com que a vítima permaneça estática, sem</p><p>conseguir se afastar da fonte de eletricidade. Neste contexto, falência miocárdica ou respiratória pode</p><p>causar morte imediata. A PCR pode ser causada por paralisia do sistema de controle respiratório</p><p>central ou dos músculos respiratórios ou pela passagem da corrente elétrica através do coração</p><p>em um período vulnerável (fenômeno R sobre T), precipitando a FV.</p><p>Embora o automatismo cardíaco seja capaz de reiniciar a atividade elétrica, na maioria dos casos, o</p><p>dano do sistema nervoso central leva a uma parada respiratória mais duradoura, que facilita uma</p><p>PCR secundária e FV por hipóxia. A mortalidade por eletrocussão por raios é alta, chegando a 30%.</p><p>O fluxo de corrente transtorácico, mão a mão, tem maior risco de ser fatal que a passagem de corrente</p><p>mão para pé ou pé a pé. As queimaduras elétricas podem ser mais graves do que aparentam na</p><p>observação inicial. Em geral, a ferida é pequena, porém a corrente elétrica destrói caracteristicamente</p><p>uma quantidade considerável de tecido abaixo do que parece ser uma ferida cutânea sem gravidade.</p><p>A PCR por fibrilação ventricular ou assistolia é a principal causa de óbito após a lesão elétrica. A</p><p>fibrilação ventricular pode ocorrer como resultado direto do choque elétrico, principalmente a corrente</p><p>alternada. A PCR causada por exposição à corrente contínua frequentemente é em assistolia. A parada</p><p>respiratória pode ser causada na passagem da corrente elétrica pelo cérebro causando inibição da</p><p>função do centro respiratório, contração tetânica do diafragma e da musculatura torácica e paralisia</p><p>prolongada dos músculos respiratórios.</p><p> PRIMEIROS SOCORROS</p><p>– A segurança da cena é prioridade;</p><p>– Desligue a fonte de energia antes de tocar no acidentado</p><p>(desligando a chave geral de força,</p><p>retirando os fusíveis da</p><p>instalação ou puxando o fio da tomada (desde que esteja</p><p>encapado);</p><p>– Se o item anterior não for possível, tentar afastar a vítima da</p><p>fonte de energia utilizando luvas de borracha grossa ou materiais isolantes,</p><p>e que estejam secos (cabo de vassoura, tapete de borracha, jornal</p><p>dobrado, pano grosso dobrado, corda, etc.), afastando a vítima do fio ou aparelho elétrico;</p><p>– Não tente manipular alta voltagem com pedaços de pau, ou mesmo luvas de borracha. Qualquer</p><p>substância pode se transformar em condutor. A prioridade é interromper o contato entre o</p><p>acidentado e a fonte de eletricidade.</p><p>– Cobrir o local da queimadura com um curativo seco esterilizado ou papel de alumínio e transporte</p><p>o acidentado para atendimento especializado.</p><p>– As queimaduras da pele, frequentemente existem em duas áreas do corpo, nos sítios de entrada</p><p>e saída, geradas pelo arco elétrico. Por isso, deve-se sempre procurar uma segunda área</p><p>queimada e tratá-la como se fez com a primeira.</p><p>– Se a vítima estiver em PCR, inicie RCP;</p><p>– As roupas do acidentado podem incendiar-se e causar queimaduras de pele adicionais.</p><p>A passagem da corrente através dos músculos pode causar violenta contração muscular com fraturas</p><p>e luxações. Pode haver lesão muscular e de nervos. A lesão de órgãos internos como o fígado e baço</p><p>é rara. As queimaduras elétricas, especialmente aquelas de alta voltagem, podem provocar parada</p><p>cardíaca e perda de consciência. Abrir as vias aéreas dos acidentados inconscientes com manobras</p><p>manuais, instituindo a respiração artificial. Solicitar imediatamente apoio se o acidentado estiver</p><p>inconsciente. Observar cuidados com a coluna cervical.</p><p>O manejo da via aérea pode ser difícil se ocorrerem queimaduras elétricas em torno da face e do</p><p>pescoço. A IOT precoce é necessária nesses casos.</p><p>DESMAIO</p><p>É a perda súbita, temporária e repentina da consciência, devido à diminuição de sangue e oxigênio no</p><p>cérebro. Automaticamente o cérebro reage com falta de força muscular, queda do corpo e perda de</p><p>consciência.</p><p>Principais causas: hipoglicemia, cansaço excessivo, fome, nervosismo intenso, emoções súbitas,</p><p>susto, acidentes (principalmente, o que envolvam perda de sangue), dor intensa, mudança súbita de</p><p>posição, ambientes fechados e quentes, disritmias cardíacas (bradicardia), doenças (tumores cerebrais</p><p>e etc).</p><p>Sintomas: fraqueza, suor frio, náusea (ânsia de vomito), palidez intensa, pulso fraco, hipotensão,</p><p>respiração lenta, extremidades frias, tontura, escurecimento da visão.</p><p>Fisiopatologia:</p><p>1. O estresse intenso ou uma forte emoção podem estimular o nervo vago, que dilata os vasos</p><p>sanguíneos e diminui a FC;</p><p>2. O fluxo sanguíneo, então, perde a força para vencer a gravidade e subir</p><p>adequadamente para a cabeça;</p><p>3. Com a diminuição da irrigação e, consequentemente, com menos oxigênio</p><p>disponível, o cérebro apela para o sistema de emergência e reduz seu</p><p>nível de consciência e o tônus muscular do corpo inteiro;</p><p>4. Ao perder os sentidos e cair a posição horizontal favorece a ida do sangue</p><p>para o cérebro.</p><p>5. Reabastecido ele logo retoma suas funções normais.</p><p> PRIMEIROS SOCORROS</p><p>→ Se a vítima tiver acordada (consciente):</p><p>1. Sente-a e curve-a para frente;</p><p>2. Abaixe sua cabeça, colocando-a entre as pernas e faça leve pressão na</p><p>nuca para baixo (mantenha a cabeça mais baixa que os joelhos);</p><p>3. Ou deite a vítima e eleve suas pernas para facilitar o retorno venoso;</p><p>4. Faça a vítima respirar profundamente, até que passe o mal-estar;</p><p>→ Caso haja o desmaio (vítima inconsciente):</p><p>1. Se a pessoa estiver em pé, tente amparar a queda, evitando danos maiores;</p><p>2. Confira respiração e pulso para identificar uma possível PCR;</p><p>3. Se a vítima não estiver em PCR, mantenha-a deitada e eleve suas pernas acima do tórax;</p><p>4. Afrouxe suas roupas;</p><p>5. Mantenha o ambiente arejado;</p><p>6. Lateraliza a cabeça da vítima (para evitar sufocamento em</p><p>casos de vômito);</p><p>7. Após a vítima se recuperar, não permita que ela se levante</p><p>bruscamente (pois, isso pode ocasionar um novo desmaio).</p><p>Mantenha-a sentada por pelo menos 10 min.</p><p>8. Se o desmaio permanecer por mais que 2 min, acione o serviço</p><p>de emergência.</p><p>OBS: não ofereça cloro, álcool ou nenhum produto com cheiro forte</p><p>para pessoa cheirar, pois pode causar sufocamento. Não sacuda</p><p>a vítima e nem jogue água.</p><p>Após o desmaio: mantenha a vítima calma e faça algumas perguntas referente a alimentação.</p><p>✓ Ofereça algo açucarado.</p><p>✓ O sal, depois de um tempo, pode ajudar a elevar a pressão sanguínea;</p><p>✓ Sempre ofereça água.</p><p>ESTADO DE CHOQUE</p><p>O choque é definido pelo estado clínico resultante do suprimento inadequado de oxigênio aos tecidos</p><p>ou da inabilidade, dos tecidos, em utilizar, adequadamente, o oxigênio disponível. Este fenômeno</p><p>resulta em metabolismo celular alterado, morte celular e disfunção ou falha dos órgãos e sistemas.</p><p>Associa-se com hipoperfusão disseminada de tecidos e células, devido à redução do volume</p><p>sanguíneo, do débito cardíaco ou da redistribuição de sangue - o que resulta em volume circulante</p><p>efetivo inadequado. O choque apresenta etiologia multifatorial.</p><p>Estado de choque Principais causas Manifestações clínicas</p><p>Hipovolêmico</p><p>Hemorrágicos:</p><p>• Trauma ou não trauma</p><p>(hemotórax, hematoma</p><p>retroperitoneal, perdas externas,</p><p>hemorragia digestiva);</p><p>Não hemorrágico:</p><p>• Gastrointestinal;</p><p>• Diarreia e vômitos;</p><p>• Pancreatite;</p><p>• Queimadura, hipertermia.</p><p>– Pressão de pulso reduzida;</p><p>– PA diastólica preservada;</p><p>– Volume sistólico do ventrículo</p><p>esquerdo reduzido;</p><p>– Temperatura das</p><p>extremidades é fria.</p><p>Distributivo</p><p>• Séptico:</p><p>– Hipodinâmico;</p><p>– Hiperdinâmico;</p><p>• Síndrome de choque tóxico;</p><p>• Anafilático;</p><p>• Intoxicações agudas;</p><p>• Neurogênico:</p><p>– Trauma raquimedular;</p><p>– Compressão de medula espinal;</p><p>– Anestesia espinhal/epidural;</p><p>– Pressão de pulso aumentada;</p><p>– PA diastólica reduzida;</p><p>– Volume sistólico do ventrículo</p><p>esquerdo aumentado;</p><p>– Temperatura das</p><p>extremidades é quente.</p><p>Cardiogênico</p><p>Com edema pulmonar:</p><p>• Isquemia miocárdica, síndromes</p><p>coronarianas agudas, ruptura do</p><p>septo interventricular ou parede</p><p>ventricular;</p><p>• Taquiarritmias;</p><p>• Lesões valvares;</p><p>• Cardiomiopatias;</p><p>• Disfunção miocárdica na sepse;</p><p>• Intoxicação aguda por verapamil,</p><p>betabloqueadores;</p><p>– Pressão de pulso reduzida;</p><p>– PA diastólica preservada;</p><p>– Volume sistólico do ventrículo</p><p>esquerdo reduzido;</p><p>– Temperatura das</p><p>extremidades é fria.</p><p>Sem edema pulmonar:</p><p>• Infarto agudo do miocárdio de</p><p>ventrículo direito;</p><p>• Bradiarritmias;</p><p>Obstrutivo</p><p>• Embolia pulmonar;</p><p>• Pneumotórax hipertensivo;</p><p>• Tamponamento cardíaco;</p><p>• Pericardite constrictiva;</p><p>• Cardiomiopatias;</p><p>• Hipertensão pulmonar aguda;</p><p>• Obstrução de veia cava ou</p><p>tumores intratorácicos;</p><p>– Pressão de pulso reduzida;</p><p>– PA diastólica preservada;</p><p>– Volume sistólico do ventrículo</p><p>esquerdo reduzido;</p><p>– Temperatura das</p><p>extremidades é fria.</p><p>CAUSAS PRINCIPAIS</p><p>– Hemorragias intensas (internas ou externas);</p><p>– IAM;</p><p>– Taquicardia;</p><p>– Bradicardia;</p><p>– Queimaduras graves;</p><p>– Processos inflamatórios do coração;</p><p>– Traumatismo do crânio e traumatismo de tórax e abdômen;</p><p>– Envenenamentos;</p><p>– Choque elétrico;</p><p>– Picadas de animais peçonhentos;</p><p>– Exposição a extremos de calor e frio;</p><p>– Septicemia</p><p>SINTOMAS PRINCIPAIS</p><p>– Pele pálida, úmida, pegajosa e fria;</p><p>– Cianose das extremidades, orelhas, lábios e ponta dos dedos;</p><p>– Sensação de frio, pele fria e calafrios;</p><p>– Respiração rápida, curta, irregular ou muito difícil;</p><p>– Expressão de ansiedade ou olhar indiferente e profundo com pupilas dilatas, agitação;</p><p>– Medo (ansiedade);</p><p>– Sede intensa;</p><p>– Visão nublada;</p><p>– Náuseas e vômitos;</p><p>– Resposta insatisfatória a estímulos externos;</p><p>– Perda total ou parcial da consciência;</p><p>– Taquicardia.</p><p> PRIMEIROS SOCORROS</p><p>Ao identificar sinais de que a vítima possa estar em estado de choque, deve-se providenciar assistência</p><p>medica especializada imediatamente → Acione o serviço de emergência. Existem algumas</p><p>providências que podem ser tomadas para evitar o estado de choque. Mas infelizmente não há muitos</p><p>procedimentos de primeiros socorros a serem tomados para tirar a vítima do choque. Providências que</p><p>devem ser memorizadas com o intuito permanente de prevenir o agravamento e retardar a instalação</p><p>do estado de choque:</p><p>➢ DEITAR A VÍTIMA:</p><p>✓ A vítima deve ser deitada de costas.</p><p>✓ Afrouxe as roupas da vítima no pescoço, peito e cintura e, em seguida, verifique se há presença</p><p>de prótese dentária, objetos ou alimento na boca e os retire.</p><p>✓ Os membros inferiores devem ficar elevados em relação ao corpo. Isto pode ser feito colocando-</p><p>os sobre uma almofada, cobertor dobrado ou qualquer outro objeto. Este procedimento deve ser</p><p>feito apenas se não houver fraturas desses membros; ele serve para melhorar o retorno sanguíneo</p><p>e levar o máximo de oxigênio ao cérebro.</p><p>✓ Não erga os membros inferiores da vítima a mais de 30 cm do solo.</p><p>✓ No caso de ferimentos no tórax que dificultem a respiração ou de ferimento na cabeça, os</p><p>membros inferiores não devem ser elevados.</p><p>✓ No caso de a vítima estar inconsciente, ou se estiver consciente, mas sangrando pela boca ou</p><p>nariz, deve-se deitá-la na posição lateral de segurança (PLS), para evitar asfixia.</p><p>POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA (PLS)</p><p>1. Deite a pessoa de barriga para cima e ajoelhe-se do seu lado;</p><p>2. Retire objetos que possam machucar a vítima, como óculos, relógios ou</p><p>cintos;</p><p>3. Estique o braço que está mais perto de você e dobre-o, formando um</p><p>ângulo de 90º, como mostra a imagem acima;</p><p>4. Segure a mão do outro braço e passe-a por cima do pescoço,</p><p>colocando-a junto do rosto da pessoa;</p><p>5. Dobre o joelho que está mais longe de você;</p><p>6. Rode a pessoa para o lado do braço que está apoiado no chão;</p><p>7. Incline a cabeça ligeiramente para trás, para facilitar a respiração.</p><p>Esta técnica nunca deve ser aplicada em pessoas com suspeita de lesões graves na coluna vertebral,</p><p>como acontece nas vítimas de acidentes de carro ou de queda de grande altura, pois isso pode agravar</p><p>possíveis lesões que existam na coluna.</p><p>É importante observar a vítima até o socorro chegar, caso ela pare de respirar e apresente pulso</p><p>ausente, deve voltar a deitá-la de barriga para cima e iniciar as manobras de RCP.</p><p>➢ RESPIRAÇÃO e PULSO: enquanto executa a ação anterior deve verificar quase que</p><p>simultaneamente se a vítima respira. Caso a vítima pare de respirar, inicie a oferta de ventilação.</p><p>Avalie também o pulso, no choque a vítima apresenta pulso rápido e fraco (Taquisfigmia);</p><p>➢ CONFORTO: Dependendo do estado geral e da existência ou não de fratura, a vítima deverá ser</p><p>deitada da melhor maneira possível. Isso significa observar se ela não está sentindo frio e perdendo</p><p>calor. Se for preciso, a vítima deve ser agasalhada com cobertor ou algo semelhante, como uma lona</p><p>ou casacos. Permaneça em vigilância junto à vítima para dar-lhe segurança e para monitorar</p><p>alterações em seu estado físico e de consciência.</p><p>CONVULSÃO</p><p>A crise epiléptica é uma ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas devido à atividade neuronal</p><p>excessiva e anormal. Já a epilepsia é um distúrbio cerebral caracterizado por uma predisposição em</p><p>gerar crises epilépticas e, por consequência, neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais desta</p><p>condição.</p><p>Convulsão → é a contração involuntária da musculatura, que provoca movimentos desordenados,</p><p>repetitivos e rápidos por todo o corpo, podendo ser acompanhada ou não pela perda da consciência.</p><p>As convulsões acontecem quando há um aumento excessivo e desordenado da atividade elétrica das</p><p>células neurais.</p><p>Causas:</p><p>Além da epilepsia, há outras causas de convulsão, como: hipoglicemia, lesão relacionada ao calor</p><p>(hipertermia), alcalose, hipocalcemia, edema cerebral, tumores, hemorragia intracraniana e</p><p>intoxicações (álcool, drogas alucinógenas, insulina e etc).</p><p>Sintomas:</p><p>– Queda repentina com perda da consciência;</p><p>– Olhar vago, fixo e/ou revirar dos olhos;</p><p>– Tremores descontrolados e involuntários;</p><p>– Ranger dos dentes;</p><p>– Midríase (dilatação da pupila);</p><p>– Lábios cianóticos;</p><p>– Baba ou espuma pela boca;</p><p>– Corpo rígido;</p><p>– Palidez intensa;</p><p>– Relaxamento esfincteriano (liberação de urina e fezes);</p><p>Geralmente os movimentos incontroláveis duram de 2 a 4 minutos, tornando-se, então, menos</p><p>violentos e o acidentado vai se recuperando gradativamente. Estes acessos podem variar na sua</p><p>gravidade e duração. Depois da recuperação da convulsão há perda da memória, que se recupera mais</p><p>tarde. O primeiro atendimento visa proteger o indivíduo de danos durante a crise.</p><p> PRIMEIROS SOCORROS</p><p>– Mantenha-se calmo e explique às pessoas ao redor o que está acontecendo;</p><p>– Tente evitar que a vítima caia desamparadamente, cuidando para que a cabeça não sofra</p><p>traumatismo e procurando deitá-la no chão com cuidado, acomodando-a.</p><p>– Remova qualquer objeto que ofereça risco a vítima e afaste-a de locais e ambientes potencialmente</p><p>perigosos, como por exemplo: escadas, portas de vidro, janelas, fogo, eletricidade;</p><p>– Não interferir nos movimentos convulsivos, mas assegurar-se que a vítima não esteja se</p><p>machucando;</p><p>– Retire próteses dentárias moveis e eventuais detritos;</p><p>– Proteja e acomode a cabeça da vítima com um travesseiro ou outro material macio;</p><p>– Afrouxe as roupas da vítima no pescoço e cintura;</p><p>– Posicione o indivíduo de lado para evitar asfixia por vômitos ou secreções;</p><p>– Permaneça junto à vítima até a recuperação da consciência;</p><p>– Ao término da convulsão mantenha a vítima deitada até que ela recobre a consciência e explique o</p><p>que aconteceu;</p><p>– Observe a duração da crise convulsiva, caso seja superior a 5 minutos sem sinais de melhora, peça</p><p>ajuda médica (acione o serviço de emergência);</p><p>Após o episódio, o socorrista deve avaliar a respiração da vítima e, se necessário, manter a via</p><p>aérea pérvia (manobra de inclinação da cabeça - elevação do queixo) e colocar a vítima em posição</p><p>lateral de segurança, evitando, broncoaspiração.</p><p>Se a crise durar mais de 5 minutos, pode haver estado de mal epiléptico (crise epiléptica contínua</p><p>com duração superior a 30 minutos ou crises sequenciais sem recuperação da consciência entre elas),</p><p>sendo necessária a administração de medicações. Nesse momento, é fundamental a presença do</p><p>serviço médico de emergência.</p><p>Deve-se fazer uma inspeção geral da vítima, a fim de identificar possíveis ferimentos.</p><p>Caso a vítima sinta sono após a crise, não há problema em deixa-la dormir, o ideal é que ela durma na</p><p>posição lateral de segurança. A sonolência pós crise generalizada é normal, trata-se de um fenômeno</p><p>conhecido como “pós-ictal” que costuma ocorrer após a crise generalizada, é caracterizado por</p><p>sonolência, cefaleia, confusão e dor muscular.</p><p>O QUE NÃO FAZER:</p><p>✓ Não impeça os movimentos da vítima, não a segure ou a agarre.</p><p>✓ Não coloque a mão dentro da boca da vítima (inconscientemente a pessoa poderá mordê-lo);</p><p>✓ Não coloque nenhum objeto rígido dentro da boca da vítima;</p><p>✓ Não jogue água na vítima;</p><p>HIPERGLICEMIA</p><p>É uma situação caracterizada pela grande quantidade de açúcar circulante no sangue mesmo após</p><p>horas da refeição, sendo possível verificar valores acima de 180 mg/dL de glicose circulantes, e na</p><p>maior parte das vezes, está relacionada a Diabetes Mellitus pela regulação ineficiente da glicose</p><p>sanguínea pela insulina.</p><p>PRINCIPAIS SINTOMAS CLÍNICOS</p><p>• Xerostomia (ressecamento da boca);</p><p>• Polidipsia (sede excessiva);</p><p>• Fraqueza;</p><p>• Cefaleia;</p><p>• Visão turva;</p><p>• Nictúria;</p><p>• Poliúria;</p><p>• Fome excessiva;</p><p> PRIMEIROS SOCORROS</p><p>– Se a pessoa apresentar os sintomas, ligue para 192 ou 193;</p><p>– Fique alerta</p><p>para vômitos, caso aconteça, deite a pessoa de lado com o rosto virado para baixo;</p><p>– Caso a pessoa pare de respirar, inicie as compressões cardíacas.</p><p> CONDUTA INTRA-HOSPITALAR</p><p>→ Administrar insulina EV:</p><p>A administração de insulina por bomba de infusão EV contínua é o sistema mais eficiente, seguro</p><p>e fácil para controlar a glicemia. Utiliza-se preferencialmente a insulina regular humana em soluções de</p><p>100 unidades diluídas em 100 mL de solução salina 0,9% (1 U/mL), com homogeneização do meio. A</p><p>meia vida curta da insulina EV, ao redor de 4-5 min, permite rápido controle de eventuais hipoglicemias,</p><p>tão logo se suspenda a infusão pela bomba. Recomenda-se também a utilização de acessos venosos</p><p>distintos para a infusão de soluções para hidratação, reposição eletrolítica e administração de</p><p>medicamentos, para que estes não sejam afetados numa eventual interrupção da infusão de insulina.</p><p>→ Monitorar a glicemia:</p><p>A frequência de monitorização deve obedecer tanto aos níveis absolutos como as oscilações glicêmicas.</p><p>De uma maneira geral, durante a infusão de insulina EV, devemos medir a glicemia a cada hora,</p><p>podendo este intervalo ser aumentado a cada 2 ou 3 horas, nos indivíduos com controle glicêmico dentro</p><p>do alvo, nas últimas 6 ou 12 horas, respectivamente.</p><p>→ Controlar a nutrição:</p><p>Os pacientes críticos se encontram em estado catabólico e, por diversas razões, com seu apetite</p><p>suprimido. Devemos, portanto, garantir um aporte de pelo menos 5-10 g/hora de glicose. Considerando</p><p>os objetivos propostos para os níveis da glicemia, nós recomendamos que o suporte nutricional no</p><p>paciente crítico em jejum seja preferencialmente por via enteral, introduzido gradualmente, evitando-se</p><p>a infusão de grandes quantidades de glicose intravenosa.</p><p>HIPOGLICEMIA</p><p>A hipoglicemia é caracterizada pela queda significativa dos níveis de glicose no sangue. É um estado</p><p>incomum em pacientes sadios, mas é a complicação mais frequente do tratamento da Diabetes Mellitus.</p><p>É potencialmente fatal e deve ser suspeitada quando a glicemia estiver menor que 70 mg/dL ou</p><p>quando o paciente apresentar alterações neurológicas, principalmente sonolência e rebaixamento de</p><p>nível de consciência.</p><p>Está frequentemente ligada a períodos de jejum prolongado em pacientes sadios, ao tratamento intensivo</p><p>(sobredose de insulina ou hipoglicemiante oral) e condutas inadequadas (omissão ou atraso de refeições,</p><p>exercícios prolongados) de pacientes portadores de DM. Outras possíveis causas são: etilismo;</p><p>infecções; desnutrição grave; insulinomas (tumores endócrinos que produzem insulina); insuficiência</p><p>hepática, renal ou adrenal.</p><p>PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS</p><p>• Suor intenso;</p><p>• Palidez;</p><p>• Irritabilidade;</p><p>• Fome excessiva;</p><p>• Falta de concentração;</p><p>• Sonolência.</p><p>Podendo evoluir para: confusão mental; convulsão; torpor (mal-estar caracterizado pela diminuição</p><p>da sensibilidade e do movimento; entorpecimento); e coma.</p><p> PRIMEIROS SOCORROS</p><p>O foco é aumentar os níveis de açúcar no sangue.</p><p>– Se a pessoa não for diabética, ofereça um copo de água com açúcar, balas ou mel para aumentar</p><p>a glicose;</p><p>– Caso seja diabética, pergunte se usa algum medicamento, dê o remédio e encaminhe para o</p><p>hospital;</p><p>– Se a pessoa desmaiar, ligue para 192 ou 193;</p><p>– Caso ela pare de respirar, inicie as compressões cardíacas.</p><p> CONDUTA INTRA-HOSPITALAR</p><p>→ Paciente consciente</p><p>• Ingestão de alimentos contendo 15 g de carboidratos de absorção rápida (ex: um copo de suco de</p><p>laranja, um copo de refrigerante não diet, um copo de água com uma colher de sopa de açúcar);</p><p>• Repetir a glicemia capilar após 15 minutos da ingestão do carboidrato. Caso a hipoglicemia se</p><p>mantenha, o procedimento deve ser repetido da mesma forma;</p><p>• Após a correção do quadro é importante orientar o paciente para ingerir algum alimento que</p><p>contenha carboidrato complexo tal como pão, bolacha, massas, etc.</p><p>→ Paciente inconsciente</p><p>• Estabelecer acesso venoso e aplicar 20-40 ml de Glicose a 50% EV, manter acesso venoso com</p><p>soro glicosado a 5%;</p><p>• Repetir glicemia capilar após 5 minutos, se a hipoglicemia persistir, repetir a medicação;</p><p>• Na impossibilidade do uso de glicose IV, molha-se uma gaze em solução açucarada, prende-se a</p><p>um fio de sutura e coloca-se entre o lábio e os dentes anteriores inferiores.</p><p>ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO – AVE</p><p>O AVE é uma interrupção do fluxo sanguíneo cerebral que pode ser causado pelo acometimento da</p><p>vasculatura cerebral e alteração no fluxo sanguíneo. Pode ser ocasionado por um coágulo (isquêmico)</p><p>ou pelo rompimento de um vaso (hemorrágico).</p><p>AVE – ISQUÊMICO</p><p>Acomete 87% dos casos. É a oclusão vascular que causa hipoperfusão, em que o tecido fica sem</p><p>oxigenação, pode ocorrer pela presença de um coágulo obstruindo o vaso. Causa alterações estruturais</p><p>e funcionais, mas todo tecido isquêmico pode ser recuperado com uma intervenção oportuna. A</p><p>etiologia pode ser secundária a aterotrombose, embolia de origem cardíaca, infartos lacunares e</p><p>doenças nas pequenas artérias (arteríolas).</p><p>AVE – HEMORRÁGICO</p><p>Acomete 13% dos casos. Ocorre pelo extravasamento do sangue no encéfalo ou espaço subaracnóideo.</p><p>ATAQUE ISQUEMICO TRANSITÓRIO (AIT)</p><p>Bloqueio temporário do fluxo. É um déficit neurológico, geralmente com 1 a 2 horas de duração.</p><p>Manifesta-se por perda súbita das funções motora, sensorial ou visual.</p><p>❖ SINAIS E SINTOMAS</p><p>Vão depender da área acometida e da extensão da lesão.</p><p>– Dormência ou fraqueza ou paralisia da face, braço, perna, especialmente em um lado do corpo;</p><p>– Alteração do estado mental;</p><p>– Dificuldade de falar ou de compreender a fala (diplopia);</p><p>– Distúrbios visuais;</p><p>– Dificuldade de caminhar, tonturas ou perda do equilíbrio ou da coordenação;</p><p>– Cefaleia intensa súbita.</p><p>❖ ESCALA DE CINCINNATI</p><p>É uma escala utilizada no atendimento pré-hospitalar para identificar um possível AVE.</p><p>Em qualquer confirmação de alteração, deve-se acionar imediatamente o SAMU ou levar a vítima</p><p>ao hospital. Com alteração de apenas um parâmetro, já existe probabilidade de 72% de ocorrer um</p><p>AVE. Na presença dos 3, sobe para 85% de chance de um AVE estar acontecendo.</p><p>Quadro clínico comum: síncope, cefaleia intensa, dificuldade deambulação e na fala, e desvio da</p><p>comissura labial.</p><p>OBS: Uma outra possibilidade é pedir para o paciente manter a boca cheia de ar ou assobiar, para</p><p>fazer a avaliação.</p><p>❖ FATORES DE RISCO</p><p>Não modificáveis:</p><p>− Idosos, sexo masculino, baixo peso ao nascimento;</p><p>− Negros (por associação com HÁ maligna), história familiar de ocorrência de AVC;</p><p>− História pregressa de AIT, condições genéticas como anemia falciforme.</p><p>Modificáveis:</p><p>− Hipertensão arterial, tabagismo, diabetes mellitus;</p><p>− Dislipidemia, fibrilação atrial;</p><p>− Outras doenças cardiovasculares.</p><p>Grupo de Risco Potencial:</p><p>− Sedentarismo, obesidade, uso de contraceptivo oral, uso de cocaína e anfetaminas.</p><p>− Terapia de reposição hormonal pós-menopausa, alcoolismo;</p><p>− Aumento da homocisteína plasmática, síndrome metabólica por aumento da gordura abdominal.</p><p> PRIMEIROS SOCORROS</p><p>– Ao reconhecer uma pessoa com AVE, ligue para 192.</p><p>– É possível realizar uma rápida avaliação pré-hospitalar através da aplicação de uma adaptação da</p><p>Escala de Cincinnati para APH - São os 4 passos SAMU, observe:</p><p>• S - Sorria: Peça para sorrir (observe se o sorriso é simétrico)</p><p>• A - Abrace: Peça um abraço (observe se os dois braços levantam)</p><p>• M - Mensagem: Peça para repetir uma frase (repare na dicção)</p><p>• U - Urgência: Ligue para o SAMU 192 (ao notar falha nos passos anteriores).</p><p>– Anotar o horário do início dos sintomas de AVE</p><p>– Caso ela esteja dormindo e começar a ter os sintomas, lembrar o último horário que a vítima estava</p><p>sã.</p><p>Caso chegue no local e a vítima já está desmaiada decorrente de um AVE:</p><p>✓ Cheque a respiração;</p><p>✓ Caso não haja pulso e</p><p>a pessoa não esteja respirando, acione imediatamente o serviço de</p><p>emergência (192 ou 193) e inicie a RCP;</p><p>✓ Mantenha as manobras de reanimação até o socorro especializado chegue.</p><p>Na conduta intra-hospitalar é realizado o exame neurológico, que deve ser breve e direcionado,</p><p>através do uso das escalas específicas. Recomenda-se o uso da Escala de Coma de Glasgow para</p><p>avaliação do nível de consciência e a Escala de AVC do National Institute of Health (NIHSS), que avalia</p><p>dinamicamente a intensidade do déficit durante a evolução do AVC.</p><p>A confirmação diagnóstica pode ser feita por tomografia computadorizada de crânio (TC),</p><p>ressonância magnética (RM), angiografia, entre outros exames de imagem. A TC é o principal exame</p><p>para diagnóstico dos dois tipos de AVE, devido à sua maior disponibilidade e menor custo. Objetivo:</p><p>Detectar presença ou ausência de hemorragia, para diferenciar entre AVEI ou AVEH.</p><p>Após ser identificado o tipo de AVE, e caso seja isquêmico, é realizada infusão de trombolíticos para</p><p>dissolver o trombo seguindo critérios específicos para eleger se o paciente pode receber a terapia</p><p>trombolítica.</p><p>REFERÊNCIAS:</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_suporte_basico_vida.pdf</p><p>http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manualdeprimeirossocorros.pdf</p><p>https://portal.ufrrj.br/wp-content/uploads/2020/12/Cartilha-Nocoes-de-Primeiros-Socorros-e-Principais-</p><p>Emergencias.pdf</p><p>https://www.scielo.br/j/abc/a/7hYYNQk4XHwckmPbFcFD7kP/?lang=pt#</p><p>https://www.sanarmed.com/diretrizes-de-2020-da-american-heart-association-sobre-rcp-e-ace-ligas</p><p>https://www.medway.com.br/conteudos/suporte-basico-de-vida-e-a-atualizacao-da-aha-2020/</p><p>https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/mod/page/view.php?id=2899</p><p>https://pebmed.com.br/obstrucao-de-vias-aereas-por-corpo-estranho-ovace-em-adultos/#0</p><p>http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2013/anais/arquivos/RE_0986_0813_01.pdf</p><p>https://www.sanarmed.com/livros/manual-pratico-para-urgencias-e-emergencias-clinicas/hipoglicemia</p><p>https://www.endocrinologiausp.com.br/tratamento-de-emergencia-das-hipoglicemias/</p><p>http://www.saude.sp.gov.br/hospital-geral-sao-mateus/homepage/acesso-rapido/primeiros-socorros</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_suporte_basico_vida.pdf</p><p>http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manualdeprimeirossocorros.pdf</p><p>https://portal.ufrrj.br/wp-content/uploads/2020/12/Cartilha-Nocoes-de-Primeiros-Socorros-e-Principais-Emergencias.pdf</p><p>https://portal.ufrrj.br/wp-content/uploads/2020/12/Cartilha-Nocoes-de-Primeiros-Socorros-e-Principais-Emergencias.pdf</p><p>https://www.scielo.br/j/abc/a/7hYYNQk4XHwckmPbFcFD7kP/?lang=pt</p><p>https://www.sanarmed.com/diretrizes-de-2020-da-american-heart-association-sobre-rcp-e-ace-ligas</p><p>https://www.medway.com.br/conteudos/suporte-basico-de-vida-e-a-atualizacao-da-aha-2020/</p><p>https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/mod/page/view.php?id=2899</p><p>https://pebmed.com.br/obstrucao-de-vias-aereas-por-corpo-estranho-ovace-em-adultos/#0</p><p>http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2013/anais/arquivos/RE_0986_0813_01.pdf</p><p>https://www.sanarmed.com/livros/manual-pratico-para-urgencias-e-emergencias-clinicas/hipoglicemia</p><p>https://www.endocrinologiausp.com.br/tratamento-de-emergencia-das-hipoglicemias/</p><p>http://www.saude.sp.gov.br/hospital-geral-sao-mateus/homepage/acesso-rapido/primeiros-socorros</p><p>seja através de cateter nasal;</p><p>máscara facial simples; máscara facial com reservatório; bolsa válvula máscara e válvula de demanda</p><p>ou respirador.</p><p>Dispositivos de administração de oxigenoterapia por</p><p>BVM à direita e por meio de boca com máscara</p><p>unidirecional (pocket mask) à esquerda.</p><p>Tanto nas vítimas de trauma com vias aéreas pérvias</p><p>quanto naquelas que necessitam de via aérea definitiva,</p><p>deve-se administrar oxigênio de 12L/min (ATLS, 2012).</p><p>➢ C – CIRCULAÇÃO</p><p>Após a garantia de ventilação adequada, procede-se a avaliação hemodinâmica dos pacientes.</p><p>Alterações na hemodinâmica refletem a incapacidade do sistema circulatório de fornecer</p><p>oxigênio aos tecidos (má perfusão), o que pode levar à disfunção multissistêmica e à morte.</p><p>A falta de oxigênio a nível tecidual é chamada de choque, sendo caracterizada como uma síndrome</p><p>com causas distintas. Seu reconhecimento precoce, para que haja correções das disfunções, é</p><p>fundamental, assim como é fundamental tratar a causa da base. O diagnóstico do choque é baseado</p><p>em três variáveis:</p><p>• Má perfusão periférica: na maioria das vezes manifestada por hipotensão e taquicardia.</p><p>• Achados clínicos de hipoperfusão periférica:</p><p>– Extremidades frias;</p><p>– Muitas vezes cianose;</p><p>– Oligúria (diurese < 0,5 ml/kg/hora);</p><p>– Manifestação de baixo débito no sistema nervoso central (sonolência, confusão, desorientação).</p><p>• Hiperlactemia (aumento da concentração de lactato circulante): indicando metabolismo celular de</p><p>oxigênio alterado.</p><p>HIPOVOLEMIA – alguns parâmetros são fundamentais na sua avaliação inicial e determinação:</p><p>▪ Nível de consciência: a má perfusão cerebral é a causa mais comum de inconsciência, entretanto</p><p>um paciente consciente pode ter sofrido significativa perda sanguínea;</p><p>▪ Coloração da pele: acinzentada na face e esbranquiçada nas extremidades;</p><p>▪ Frequência e amplitude de pulso:</p><p>– pulso radial ausente é indicativo de pressão sistólica menor que 80mmHg;</p><p>– ausência de pulso femoral acusa pressão sistólica abaixo de 50mmHg;</p><p>– pulso radial filiforme e taquicárdico pode ser indicativo de hipovolemia;</p><p>– pulso irregular pode ser alerta para disfunção cardíaca;</p><p>▪ Perfusão periférica: enchimento capilar maior que 2 segundos, sem</p><p>relação com traumatismo local ou hipotermia e avaliado em vários locais.</p><p>Na presença de sangramento ativo, deve-se controlar a hemorragia</p><p>através de pressão direta. Esse termo implica aplicar pressão por meio de</p><p>um curativo com uma gaze ou com uma compressa cirúrgica na lesão.</p><p>A aplicação adequada da tala ajuda a controlar a perda de sangue, reduz a</p><p>dor e evita o agravamento das lesões de partes moles.</p><p>Na presença de instabilidade hemodinâmica, a reposição volêmica deve ser feita preferencialmente</p><p>através de acessos periféricos. A reposição volêmica é feita preferencialmente com o Ringer</p><p>Lactato (composto de cloreto de potássio e cloreto de sódio) em temperatura próxima à fisiológica,</p><p>que fornece expansão transitória do volume intravascular e repõe as perdas de líquidos nos espaços</p><p>intersticial e intracelular.</p><p>OBS: o soro fisiológico (SF) pode ser utilizado, assim como a solução salina. Grandes infusões de soro</p><p>fisiológico podem levar à acidose hiperclorêmica; e de soluções de ringer podem mascarar o lactato</p><p>sérico.</p><p>A infusão de líquidos deve ser suficiente para evitar a hipoperfusão de órgão se, ao mesmo tempo, não</p><p>agravar o sangramento. Este é o conceito de ressuscitação balanceada ou ressuscitação controlada.</p><p>A avaliação da reposição volêmica é feita por meio dos seguintes parâmetros:</p><p>– Débito urinário (diurese horária de 0,5 ml indica boa resposta à ressuscitação volêmica);</p><p>– Nível de consciência;</p><p>– Perfusão periférica;</p><p>– Gasometria (valores de lactato e déficits de bases).</p><p>➢ D – ESTADO NEUROLÓGICO</p><p>Um exame neurológico rápido deve ser realizado. Essa avaliação inclui:</p><p>• A aferição pela escala de coma de Glasgow (tabela a seguir);</p><p>• Observação do tamanho da pupila;</p><p>• Observação da movimentação das extremidades corporais.</p><p>ESCALA DE COMA DE GLASGOW (ECG)</p><p>A escala de coma de Glasgow é uma avaliação qualiquantitativa do nível de consciência da vítima. É</p><p>baseada em 3 variáveis com os seguintes scores:</p><p>• Abertura Ocular (O): 1 a 4 pontos;</p><p>• Resposta Verbal (V): 1 a 5 pontos;</p><p>• Resposta Motora (M): 1 a 6 pontos.</p><p>Após avaliar a pontuação de cada área, os valores são somados: ECG = [O] + [V] + [M]</p><p>Os valores possíveis da escala variam entre 3 e 15, onde:</p><p>✓ 15 é considerado paciente em melhor condição possível;</p><p>✓ 3: paciente comatoso;</p><p>✓ 8: critério para intubação.</p><p>Se uma área não puder ser avaliada, nenhuma pontuação numérica será dada àquela região e será</p><p>considerada “não testável - NT”.</p><p>Classificação das pontuações em TCE:</p><p>> Igual ou menor que 8: Lesão cerebral grave ou coma;</p><p>> 9 a 12: Lesão moderada;</p><p>> 13 a 15: Lesão leve.</p><p>Como classificar o paciente na Escala</p><p>de Coma de Glasgow com resposta</p><p>pupilar (ECG-P)?</p><p>Faz-se a avaliação da ECG normalmente</p><p>e após avaliar a reatividade pupilar,</p><p>subtrai o valor de acordo com a</p><p>pontuação feita. Se somente uma das</p><p>pupilas não estiver reagente, subtrai-se 1</p><p>ponto da escala; e se nenhuma das 2</p><p>pupilas estiverem reagentes, subtrai-se 2</p><p>pontos da escala. Assim, a não reação da</p><p>pupila indica uma maior gravidade e pior</p><p>prognóstico.</p><p>ECG-P = ECG – (no de pupilas não</p><p>reagentes)</p><p>Vítimas que abrem os olhos espontaneamente, obedecem a</p><p>comandos e encontram-se orientadas recebem escore total</p><p>de 15 pontos. Vítimas que apresentam flacidez</p><p>muscular, não abrem os olhos ou vocalizam sons apresentam</p><p>escore mínimo de 3 pontos.</p><p>As pupilas devem ser examinadas rapidamente quanto:</p><p>• Ao diâmetro;</p><p>• À simetria e assimetria (diferença maior que 1mm no</p><p>tamanho das pupilas é considerada anormal);</p><p>• À resposta ao estímulo luminoso (reflexo fotomotor).</p><p>A alteração das pupilas é forte indício de lesão</p><p>estrutural, exceto em:</p><p>• Intoxicação por atropina (pupilas dilatadas e sem reflexo fotomotor);</p><p>• Intoxicação por opiáceos (pupilas intensamente mióticas com reflexo motor presente);</p><p>• Hipotermia (pode transcorrer com pupilas fixas);</p><p>• Intoxicação barbitúrica severa (pupilas fixas);</p><p>• Encefalopatia anóxica (pupilas midriáticas e fixas).</p><p>O rebaixamento do nível de consciência pode representar diminuição na oxigenação e/ou na perfusão</p><p>cerebral ou ser resultado de um trauma direto ao cérebro.</p><p>A alteração do nível de consciência implica necessidade imediata de reavaliação da ventilação, da</p><p>oxigenação e da perfusão. Hipoglicemia, álcool, narcóticos ou outras drogas podem alterar o nível de</p><p>consciência do doente.</p><p>➢ E – EXPOSIÇÃO / CONTROLE DO AMBIENTE</p><p>Pacientes graves e com alteração hemodinâmica importante, ou seja, em estados de choque</p><p>(hipovolêmico, cardiogênico e obstrutivo), apresentam extremidades frias, portanto é necessário</p><p>aquecê-los. Também, deve-se prevenir e/ou corrigir hipertermia. Em vítimas de trauma, deve-se despir</p><p>o paciente e examiná-lo rapidamente dos pés à cabeça, em região dorsal, períneo, sobretudo em</p><p>vítimas de trauma com lesões penetrantes. Nesse momento, podem ser diagnosticadas lesões que</p><p>ainda não tinham sido reveladas.</p><p>O controle do ambiente envolve fatores de riscos internos e externos. Pacientes críticos em</p><p>atendimento de urgência/ou emergências são susceptíveis a risco de quedas e risco de infecções por</p><p>falha de técnicas assépticas decorrente da urgência do procedimento.</p><p>Reanimação: é feita concomitantemente ao exame primário. A reanimação envolve o acesso às vias</p><p>aéreas, o compromisso em garantir à vítima ventilação adequada e a infusão de fluidos no combate à</p><p>hipovolemia e ao choque. O exame primário deve ser interrompido temporariamente para que o</p><p>processo de reanimação ocorra.</p><p>Medidas auxiliares à avaliação primária: as medidas auxiliares utilizadas durante as fases da</p><p>avaliação primária</p><p>e da reanimação incluem a monitorização eletrocardiográfica, sondagem urinária e</p><p>gástrica e outras monitorizações (frequência respiratória, oximetria de pulso, pressão sanguínea,</p><p>exames radiológicos e estudos diagnósticos). A introdução de sondas urinárias e gástricas deve ser</p><p>considerada como parte da fase de reanimação, caso a unidade de cuidado à saúde ofereça.</p><p>A lesão de uretra deve ser suspeitada quando há:</p><p>– Sangramento pelo meato urinário;</p><p>– Equimose perineal;</p><p>– Sangramento no escroto;</p><p>– Deslocamento cranial da próstata ou ela não é palpável ao toque retal;</p><p>– Fratura pélvica.</p><p>A sonda gástrica é indicada para reduzir a distensão gástrica e para diminuir os riscos de</p><p>aspiração. A descompressão do estômago diminui o risco de aspiração, porém não a evita</p><p>completamente. A presença de sangue no coletor gástrico pode representar sangue orofaríngeo</p><p>(deglutido), trauma na hora de colocação da sonda ou lesões no trato digestivo alto. A forma mais</p><p>adequada de avaliar a eficiência da reanimação é através do comportamento de parâmetros</p><p>fisiológicos, como:</p><p>– Frequência do pulso;</p><p>– Pressão arterial;</p><p>– Pressão de pulso;</p><p>– Frequência respiratória;</p><p>– Temperatura corporal;</p><p>– Débito urinário.</p><p>❖ ABORDAGEM INICIAL DO PACIENTE</p><p>Utiliza-se o mnemônico M.O.V:</p><p>• M – Monitorização → deve-se monitorar: pressão arterial, pressão de pulso, saturação de oxigênio,</p><p>diurese, nível de consciência.</p><p>• O – Oxigenação → > 90%, administre oxigênio no mínimo 3L/min por cateter nasal; < 90% utilize</p><p>dispositivos de alto fluxo (máscara de venturi etc.)</p><p>• V – Veia → providenciar acesso com jelco de calibre 16 a 18 (para adultos).</p><p>ATENÇÃO: Na presença de um aparelho de eletrocardiograma na unidade de cuidado à saúde, é</p><p>importante fazer a monitorização eletrocardiográfica de todas as vítimas de trauma, enquanto o socorro</p><p>não chega. A presença de arritmias, incluindo taquicardia inexplicável, fibrilação atrial, extrassístoles</p><p>ventriculares e alterações no segmento ST, pode indicar trauma cardíaco contuso.</p><p>A Atividade Elétrica sem Pulso (AESP) pode indicar tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo</p><p>e/ou hipovolemia profunda. Quando há bradicardia, condução aberrante ou extrassístole, deve-se</p><p>suspeitar imediatamente de hipóxia ou hipoperfusão.</p><p>Na instalação de sondas uretrais, é importante excluir a possibilidade de a vítima ter lesão de uretra</p><p>antes de sua instalação, pois a cateterização transuretral da bexiga está contraindicada nos casos em</p><p>que se suspeita de uma secção uretral.</p><p>Caso haja fratura craniana ou mesmo suspeita de fratura da placa crivosa, a sonda gástrica deve ser</p><p>passada por via oral, para evitar que seja introduzida acidentalmente dentro do crânio.</p><p>ATENDIMENTO CARDIOVASCULAR NA EMERGÊNCIA</p><p>– As doenças cardiovasculares são as maiores causas de morte na população brasileira;</p><p>– Após uma parada cardiorrespiratória (PCR) apenas 15% dos indivíduos sobrevivem (a cada 10</p><p>pacientes, apenas um é reanimado).</p><p>– Doenças cardiovasculares (DCV): condições que envolvem o sistema circulatório, englobando:</p><p>coração, vasos sanguíneos e as DCV congênitas (prolapso de válvulas, tetralogia de fallot, defeitos</p><p>no septo ventricular e etc.).</p><p>– Doenças cardíacas: condições que afetam o coração;</p><p>– Doença arterial coronariana (DAC) ou cardíaca coronariana (DCC): distúrbios que afetam as</p><p>artérias coronárias (que suprem o músculo cardíaco), ex.: angina e IAM.</p><p>❖ FATORES DE RISCO DCV</p><p>– São características e hábitos do indivíduo que aumentam as chances de desenvolver uma ou mais</p><p>doenças. Mais de 300 fatores já foram associados à DCV;</p><p>– Fatores de risco não modicáveis: idade, sexo, características biológicas e hereditariedade;</p><p>– Fatores modificáveis: ingestão de álcool, tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada,</p><p>estresse, fatores psicossociais, marcadores inflamatórios e etc.;</p><p> PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA – PCR</p><p>Evento definido pela interrupção súbita da atividade mecânica do coração e dos movimentos</p><p>respiratórios. Por algum mal funcionamento houve a interrupção da circulação sanguínea e</p><p>consequentemente, ocorrerá a interrupção das atividades pulmonares e neurológicas. A PCR é</p><p>confirmada pela ausência de pulso central detectável, irresponsividade e apneia ou respiração</p><p>agônica (gasping).</p><p>Esses eventos impedem que os tecidos recebam o aporte sanguíneo adequado para o seu</p><p>funcionamento. Com a ausência da respiração, ocorre a diminuição de O2 no sangue (hipóxia), por isso</p><p>é importante ventilar o paciente para aumentar a oferta de O2 e realizar compressões torácicas de</p><p>qualidade para levar sangue oxigenado para os tecidos.</p><p>➢ CAUSAS DE PCR</p><p>As principais causas de PCR são conhecidas como 5H’s e 5T’s que são considerados causas</p><p>reversíveis de PCR, e ao serem identificadas, deve-se tentar tratá-las, pois existe uma maior chance</p><p>do paciente retornar a circulação espontânea.</p><p>➢ “5Hs”</p><p>– Hipóxia: Baixa oxigenação (diminuição do aporte sanguíneo de O2 nos tecidos). Deve-se realizar</p><p>abertura da via área e oferta de O2. No suporte avançado de vida é realizada IOT (intubação</p><p>orotraqueal – via área avançada) para oferta de oxigênio;</p><p>– Hipovolemia: Perda acentuada de sangue causada. Para sua correção é realizada infusão de</p><p>cristaloides (soro) e hemoconcentrados;</p><p>– Hipotermia: Diminuição da temperatura (< 35ºC, sendo considerada hipotermia severa uma</p><p>temperatura central menor que 30ºC). Aquecer o paciente (compressas, mantas, fontes de ar</p><p>aquecido e etc.). Em casos de hipotermia severa ou profunda, deve ser realiza a infusão de</p><p>cristaloides aquecido e oxigênio úmido aquecido, lavagem peritoneal com fluido aquecido;</p><p>– Acidose (H+): Pode ser respiratória (decorrente de uma hipoventilação) ou metabólica</p><p>(cetoacidose diabética). Deve ser realizada uma RCP de alta qualidade para que se mantenha um</p><p>fluxo sanguíneo e tratar a causa da acidose. E nos casos em que o paciente possua acidose grave</p><p>comprovada e evolui para PCR, é indicado fazer uso de bicarbonato;</p><p>– Hipercalemia, Hipocalemia: Potássio (valor normal: 3,5 a 5,5 mL). A onda T elevada no ECG é</p><p>indicativo de hipercalemia. Em caso de hipercalemia, é feita a correção dos eletrólitos</p><p>(administração de bicarbonato, gluconato de cálcio e solução polarizante: solução com insulina) e</p><p>na hipocalemia a correção dos eletrólitos com reposição de potássio.</p><p>* Hipoglicemia: (é 6ºH nos bebês), mas a principal causa de PCR nos bebês é Hipóxia.</p><p>➢ “5Ts”</p><p>– Tamponamento cardíaco: Acúmulo de sangue no pericárdio com volume e pressão</p><p>suficientes para prejudicar o enchimento (batimento) cardíaco. Pericardiocentese</p><p>(drenagem de líquido de uma cavidade) e toracotomia nos casos de trauma torácico,</p><p>se houver indicação;</p><p>– Tensão no Tórax (Pneumotórax Hipertensivo): presença de ar no espaço</p><p>pleural (entre as duas camadas da pleura) resultando em colapso parcial ou total</p><p>do pulmão, e consequentemente diminuindo o retorno venoso para o coração.</p><p>Inicialmente realiza-se descompressão torácica com agulha e posteriormente, é</p><p>feita uma drenagem torácica;</p><p>– Trombose coronariana (IAM): Coágulo em uma ou mais artérias</p><p>coronárias que interrompe o fornecimento de sangue para o músculo</p><p>cardíaco (miocárdio). É realizado desobstrução da artéria por intervenção</p><p>coronária percutânea (angioplastia) ou com fibrinolítico, após a circulação</p><p>espontânea retornar (pós-PCR);</p><p>– TEP (Trombo embolismo pulmonar): uma ou mais artérias pulmonares ficam</p><p>bloqueadas por um coágulo sanguíneo. É realizado fibrinólise ou embolectomia;</p><p>– Tóxicos (intoxicações agudas): Na intoxicação por opioides (morfina, fentanil,</p><p>oxicodona) é administrado Naloxona e por benzodiazepínicos (diazepam, alprazolam, midazolam)</p><p>é administrado Flumazenil e uso de carvão ativado em casos leves.</p><p>➢ SINAIS DE ALERTA PARA PARADA CARDÍACA</p><p>✓ Dor ou desconforto na mandíbula, pescoço, dorso, braços e outros membros;</p><p>✓ Dificuldade</p><p>para respirar ou respiração superficial;</p><p>✓ Palpitação ou outros sintomas cardíacos anormais;</p><p>✓ Sensação de fraqueza, obnubilação (desorientação, confusão mental) ou desmaio.</p><p>➢ PROTOCOLOS</p><p>O protocolo de avaliação primária do paciente é através do mnemônico ABCDE e o protocolo de</p><p>reanimação cardiorrespiratória é CABD.</p><p>SISTEMATIZAÇÃO DO ATENDIMENTO À PCR EXTRA-HOSPITALAR</p><p>O foco principal no tratamento da parada cardíaca em adultos inclui o reconhecimento rápido,</p><p>fornecimento imediato de RCP de qualidade e desfibrilação precoce nos casos de ritmos chocáveis</p><p>(fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso).</p><p>1) Verificação da segurança da cena: ao se deparar com uma situação de possível PCR, o primeiro</p><p>passo é a verificação da cena, priorizando a avaliação dos riscos envolvidos no atendimento. Se</p><p>a cena for segura, siga para o próximo passo.</p><p>2) Avaliação da Responsividade: o socorrista leigo que não identifica resposta a um estímulo tátil</p><p>ou verbal em um paciente inconsciente, com respiração ausente ou anormal (gasping) deve</p><p>presumir que a vítima está em PCR. O socorrista profissional de saúde deve verificar o pulso</p><p>central (ex.: pulso carotídeo) em até 10 segundos, se nenhum pulso for sentido, deve assumir</p><p>que a vítima está em parada cardíaca.</p><p>OBS¹: na avaliação da respiração, deve-se observar a elevação torácica de 5 a 10s simultaneamente</p><p>com a avaliação da circulação (em casos de socorristas capacitados);</p><p>OBS²: a avaliação é feita pelo pulso carotídeo pois ele é um pulso central e de</p><p>melhor localização anatômica. A presença do pulso radial é um excelente</p><p>marcador da presença de batimento cardíaco, afinal ele só está presente</p><p>quando a PAS (pressão arterial sistólica) está acima de 80mmHg, porém a</p><p>ausência desse pulso não caracteriza PCR, por isso avaliamos o pulso carotídeo.</p><p>A RCP administrada de maneira precoce pelo socorrista leigo melhora a sobrevida após parada</p><p>cardíaca. O benefício de administrar RCP nesta situação supera qualquer risco potencial de</p><p>aplicar compressões torácicas em alguém que está inconsciente, mas não em parada cardíaca.</p><p>Foi demonstrado, segundo a AHA, que o risco de lesão por RCP é baixo nesses pacientes. Os eventos</p><p>adversos observados incluíram dor na área das compressões torácicas (8,7%), fratura óssea (costelas</p><p>e clavícula) (1,7%) e rabdomiólise (0,3%), sem lesões viscerais descritas.</p><p>3) Após o reconhecimento da PCR, deve-se seguir com os elos da cadeia de sobrevivência.</p><p>➢ CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA PARA PCR EXTRA-HOSPITALAR (PCREH)</p><p>Cadeia de sobrevivência é uma sequência de procedimentos – protocolo – desenvolvidos para guiar a</p><p>atuação na parada cardiorrespiratória. O protocolo atual (2020) leva em consideração seis elos</p><p>(procedimentos) que devem ser realizados de forma sequencial e homogênea em precisão e qualidade</p><p>para que os resultados sejam consistentes e mais vidas sejam salvas.</p><p>“São ações a serem realizadas conforme preconizada na American Heart Association (AHA 2015), que</p><p>funciona como uma sistematização, uma padronização das etapas a serem seguidas num atendimento</p><p>de parada cardiorrespiratória (PCR) com o intuito de melhorar as ações e minimizar o tempo de ação</p><p>até a vítima receber os atendimentos específicos.</p><p>A cadeia é formada por elos transmitindo uma ideia de corrente, ou seja, cada elo dessa corrente é</p><p>uma etapa que está interligada a outra e cada um dos elos com sua importância. Se algum desses elos</p><p>for realizada de forma equivocada, esse elo estará fraco, e como em qualquer corrente que possua um</p><p>elo fraco, a corrente se romperá (podendo levar a vítima a óbito). Por isso devem acontecer de forma</p><p>sequencial e homogênea, em precisão e qualidade, para que os resultados sejam consistentes e mais</p><p>vidas sejam salvas.”</p><p>1) Acionamento do serviço médico de emergência: caso existam outras pessoas na cena, o</p><p>socorrista deve convocar um indivíduo para efetuar a ligação ao serviço de emergência: 192 –</p><p>SAMU e 193 – Bombeiros, e se possível, solicitar o DEA (desfibrilador externo automático) do local.</p><p>Caso o socorrista esteja sozinho na cena, ele mesmo deve providenciar ajuda, ligando para</p><p>emergência e colocando o telefone no viva voz, enquanto simultaneamente aplica as manobras do</p><p>suporte básico de vida.</p><p>2) RCP de qualidade: logo após solicitar ajuda, deve-se iniciar compressões torácicas de qualidade, e</p><p>se disponíveis dispositivos de barreira (ex.: pocket máscara), pode-se efetuar ventilações.</p><p> REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR – RCP</p><p>É o atendimento prestado às vítimas de PCR, consiste em uma sequência de manobras e</p><p>procedimentos realizados com o objetivo de manter a circulação do organismo, principalmente, para o</p><p>cérebro e o coração, assegurando assim, a sobrevida do paciente.</p><p>A RCP de Qualidade é realizada através da sequência CAB (ordem de prioridade de cada ação).</p><p>✓ Posicionamento correto: o socorrista deve-se posicionar ao lado da vítima, colocar a região</p><p>hipotênar da mão dominante 2 dedos acima do apêndice xifoide, em seguida deve colocar a mão</p><p>dominante por cima entrelaçando os dedos, no tórax da vítima. Os braços devem estar sempre</p><p>esticados e o socorrista deve usar o peso do corpo para afundar o tórax.</p><p>✓ Profundidade: devem ser realizadas compressões torácicas em adultos com profundidade de pelo</p><p>menos 2 polegadas (5 cm), mas não superior a 2,4 polegadas (6 cm). Permita o retorno do tórax a</p><p>cada compressão e não se apoie sobre o tórax após cada compressão.</p><p>✓ Frequência da compressão: 100 a 120 compressões por minuto. As compressões devem ser</p><p>mantidas até o socorro chegar ou até a vítima reestabelecer a consciência. O limite de interrupção</p><p>das compressões é de até 10 segundos.</p><p>✓ Relação compressão-ventilação sem via aérea avançada: 1 ou 2 socorristas → 30:2 (a cada 30</p><p>compressões devem ser realizadas 2 ventilações).</p><p>✓ Desfibrilação: se possível, solicite um DEA (desfibrilador externo automático) e use-o</p><p>imediatamente assim que ele estiver disponível.</p><p>❖ SEQUÊNCIA CAB</p><p>C. Circulação: inicie as compressões torácicas, RCP de qualidade:</p><p>– 100 a 120 compressões por min;</p><p>– Pelo menos 5 cm de profundidade;</p><p>– Permita o retorno do tórax após cada compressão, sem perder o contato com a mão;</p><p>– Minimize o máximo de interrupções;</p><p>– Realize as compressões sobre uma superfície rígida e posição supina (barriga para cima).</p><p>A. Abrir vias aéreas: a abertura de vias aéreas é feita através de duas manobras:</p><p>Manobra de Chin-Lift (elevação da cabeça com</p><p>elevação do queixo/mento): uma das mãos se localiza na</p><p>região frontal (testa) inclinando a cabeça da vítima para</p><p>trás, os dedos da outra mão são colocados no mento</p><p>(queixo) para deslocamento da mandíbula para cima e</p><p>para frente;</p><p>Manobra de Jaw-Thrust (elevação/tração da mandíbula): usada quando a</p><p>vítima apresenta suspeita ou possui trauma cervical, ela consiste na</p><p>utilização das duas mãos do socorrista, posicionando os dedos médios e</p><p>indicadores no ângulo da mandíbula, projetando-a para frente, enquanto os</p><p>polegares deprimem o lábio inferior, abrindo a boca da vítima.</p><p>B. Boa ventilação:</p><p>– Relação 30:2 (a cada 30 compressões, deve-se aplicar 2 ventilações);</p><p>– Cada ventilação deve durar 1 segundo;</p><p>– O processo da ventilação deve durar no máximo 2 segundos;</p><p>– Não hiperventilar (excesso de ventilação): a hiperventilação aumenta a pressão intratorácica →</p><p>diminuição da pré-carga (pressão que o sangue faz (pressão diastólica final) na parede do</p><p>ventrículo ao enchê-lo) → diminuição do débito cardíaco. Outra consequência é uma hiper</p><p>insuflação gástrica, que pode acabar levando o paciente ao vômito e uma possível</p><p>broncoaspiração, agravando ainda mais seu quadro.</p><p>– Deve-se utilizar mecanismos de barreiras na ventilação boca a boca como:</p><p>máscara facial para RCP descartável ou máscara de bolso com válvula unidirecional</p><p>(pocket mask – que não permite</p><p>a contaminação do socorrista). A bolsa-válvula-</p><p>máscara (BVM/ambu) também pode ser utilizada no</p><p>SBV;</p><p>– Caso o socorrista não tenhas os dispositivos de</p><p>proteção e não consiga realizar a ventilação, ele deve</p><p>realizar as compressões contínuas sem ventilação.</p><p>- Ventilação com a máscara de bolso (pocket mask): Posicionamento</p><p>utilizando máscara de bolso com hiperextensão da cabeça.</p><p>3) Desfibrilação: a interrupção das compressões deve ser realizada assim que o desfibrilador (DEA)</p><p>estiver disponível, neste momento será realizada a avaliação do ritmo e a aplicação do choque caso</p><p>os ritmos de parada forem chocáveis (fibrilação ventricular e taquicardia ventricular).</p><p>D. Desfibrilação:</p><p>– A desfibrilação no suporte básico de vida é feita através do</p><p>DEA (desfibrilador externo automático), caso ele esteja</p><p>disponível;</p><p>– DEA: efetua a leitura automática do ritmo cardíaco através</p><p>de pás adesivas no tórax e libera o choque para</p><p>reestabelecer o ritmo, em caso de ritmos chocáveis;</p><p>– Pode ser usado por leigos (o aparelho possui instruções por voz);</p><p>– É permitido o uso em locais públicos.</p><p>Etapas:</p><p>• O DEA verifica o ritmo;</p><p>• Em caso de ritmo chocável, ele avisará para o socorrista SE AFASTAR e apertar o botão para</p><p>que o choque seja descarregado;</p><p>• Assim que o choque for aplicado, reinicie a RCP imediatamente por 2 minutos até que o DEA</p><p>avise sobre a verificação do ritmo novamente;</p><p>• Em caso de ritmo não chocável, continue com a RCP por mais 2 minutos e verifique o pulso do</p><p>paciente, se ele continuar em PCR, siga com as manobras até que serviço médico de emergência</p><p>chegue ao local.</p><p>Após a chegada do serviço de resgate, deve-se fornecer ao paciente o suporte avançado de vida</p><p>(4º elo) juntamente ao transporte para o serviço hospitalar. Além disso, nos casos de reanimação bem</p><p>sucedidas, também são realizadas medidas pós-PCR (5º elo) e por fim, as medidas de reabilitação</p><p>e recuperação (6º elo da cadeia).</p><p>SISTEMATIZAÇÃO DO ATENDIMENTO À PCR INTRA-HOSPITALAR (PCRIH)</p><p>❖ Prioridades que necessitam de Investigação imediata para antecipar um colapso:</p><p>1. Rebaixamento agudo do nível de consciência e alterações neurológicas agudas;</p><p>2. Alterações importantes dos sinais vitais:</p><p>– Frequência respiratória (FR) > 30 ou < 8 ipm ou uso de musculatura acessória;</p><p>– Saturação arterial de oxigênio (SatO,) < 90%;</p><p>– Frequência cardíaca (FC) > 100 ou < 50 bpm;</p><p>– Pressão arterial sistólica (PAS) < 90 mmHg;</p><p>– Tempo de reenchimento capilar (EC) > 3 segundos.</p><p>3. Pacientes com achados parcialmente emergenciais:</p><p>– Precordialgia ou dor torácica;</p><p>– Febre com suspeita de neutropenia;</p><p>– Suspeita de obstrução de via aérea;</p><p>– Intoxicações agudas;</p><p>– Hematêmese, enterorragia ou hemoptise;</p><p>– Dor intensa.</p><p>Pacientes no ambiente hospitalar dependem de um sistema de vigilância adequado a fim de prevenir a</p><p>PCR, mas, caso a PCR ocorra, é preciso uma interação harmoniosa dos vários departamentos e</p><p>serviços da instituição e de um time multidisciplinar de profissionais, que inclua médicos, enfermeiros,</p><p>fisioterapeutas, entre outros. Em ambiente intra-hospitalar, a maioria dos pacientes em PCR apresenta</p><p>ritmo inicial de AESP (37%) e assistolia (39%), sendo que os ritmos de FV e TVSP são responsáveis</p><p>por 23% a 24% dos eventos, compreendendo a maior taxa de sobrevivência por todos os ritmos.</p><p>O ambiente intra-hospitalar também possui uma cadeia de sobrevivência com 6 elos.</p><p>1) Reconhecimento e prevenção precoces: O reconhecimento é na mesma técnica do extra-</p><p>hospitalar, avalia-se a responsividade, respiração e pulso. Após a identificação da PCR, pede-</p><p>se para trazer o carrinho de emergência com o desfibrilador e demais itens. Porém, enquanto não</p><p>chega o carrinho, já se inicia a RCP que é o próximo elo.</p><p>OBS: a avaliação da responsividade é através de estímulo verbal, tátil e doloroso (se necessário);</p><p>2) Acionamento do Serviço médico de emergência: dentro do ambiente intra-hospitalar existem</p><p>alguns códigos (de parada, vermelho, azul e etc.) para alertar sobre a PCR em um paciente, e estes</p><p>devem ser acionados assim que a PCR for identificada pelo profissional. Além disso, deve-se</p><p>solicitar que outro profissional leve o carrinho de emergência e o desfibrilador para perto do</p><p>paciente.</p><p>3) RCP de alta qualidade: MNEMÔNICO → CABD (circulação, abertura de vias aéreas, boa</p><p>ventilação e desfibrilação)</p><p>Após acionar o suporte de emergência, o profissional deve iniciar imediatamente as manobras de</p><p>ressuscitação de compressões torácicas e ventilação. Relembrando:</p><p>• Frequência: 100 a 120 compressões por minuto;</p><p>• Profundidade: mínimo de 5 cm e máximo de 6 cm;</p><p>• Permita o retorno total do tórax após cada compressão. Não se apoiar sobre o tórax entre as</p><p>compressões;</p><p>• Minimizar as interrupções nas compressões, não interrompendo por mais de 10 segundos;</p><p>• Colocar prancha rígida embaixo do tórax do paciente, assim que disponível.</p><p>• Ventilação sem via aérea avançada: realizar abertura das vias aéreas com relação de</p><p>compressão-ventilação de 30:2;</p><p>• Ventilação com via aérea avançada (máscara laríngea, tubo orotraqueal ou traqueostomia):</p><p>compressões contínuas a uma frequência de 100 a 120 compressões por minuto e 1 ventilação</p><p>a cada 6 segundos (10 respirações por minuto);</p><p>➢ OFERTA DE VENTILAÇÃO NO SUPORTE AVANÇADO DE VIDA</p><p>- Ventilação com bolsa válvula máscara (BVM – “ambu”) sem via aérea avançada: O uso da BVM</p><p>requer considerável prática e deve ser feito na presença de dois</p><p>socorristas: um responsável pelas compressões e outro por aplicar</p><p>as ventilações com o dispositivo. Se disponível oxigênio</p><p>complementar, conecte-o na BVM, assim que possível, de modo a</p><p>oferecer maior porcentagem de oxigênio para a vítima. Usando a</p><p>técnica do C (acoplando a máscara na boca e nariz) e do E (3 dedos</p><p>segurando o hiper estendendo o queixo do paciente).</p><p>Quando uma via aérea avançada (ex.: tubo endotraqueal, máscara laríngea ou</p><p>traqueostomia) estiver instalada, o primeiro socorrista deve administrar</p><p>compressões torácicas contínuas e o segundo socorrista, aplicar uma</p><p>ventilação a cada 6 segundos − cerca de 10 ventilações por mim. Não se</p><p>devem pausar as compressões para aplicar as ventilações, em caso de via</p><p>aérea avançada instalada.</p><p>OBS: é importante considerar que é possível garantir uma RCP de qualidade sem via aérea avançada</p><p>(ventilação não invasiva). No entanto, caso o profissional perceba que não está havendo sucesso na</p><p>expansão torácica, existe a alternativa da via aérea avançada, como por exemplo a intubação</p><p>orotraqueal (IOT) que deve ser realizada por um profissional médico, sem interromper a compressão</p><p>torácica, durante a RCP.</p><p>Uma outra alternativa de via aérea avançada é a máscara laríngea, que</p><p>também vai garantir um maior sucesso na ventilação, e que pode ser realizada</p><p>pelo profissional de enfermagem capacitado.</p><p>Ventilação sem via aérea avançada:</p><p>– Aplicar duas ventilações a cada 30 compressões (intercalando 30:2);</p><p>– Não hiperventilar;</p><p>Ventilação com via aérea avançada:</p><p>– Aplicar uma ventilação a cada 6s (10 ventilações/min);</p><p>– Não intercalar ventilação e compressão, ambas devem ocorrer de forma contínua;</p><p>– Não hiperventilar.</p><p>OBS: O uso de oxigênio a 100% é razoável durante as manobras de RCP, com o objetivo de aumentar</p><p>a oxihemoglobina arterial e a oferta de oxigênio. Por isso, a BVM deve estar conectada a fonte de</p><p>oxigênio durante as ventilações.</p><p>4) Desfibrilação: assim que o desfibrilador estiver disponível, use-o em casos</p><p>de ritmos chocáveis.</p><p>OBS: Em hospitais, onde não há disponível o DEA, somente o desfibrilador</p><p>manual, seu uso necessita da presença da equipe médica, tendo em vista que</p><p>a desfibrilação manual é um procedimento privativo do profissional médico.</p><p>Na ausência de um médico, a</p><p>equipe de enfermagem realizará o suporte básico</p><p>de vida com a RCP de alta qualidade com o</p><p>desfibrilador posicionado próximo</p><p>ao paciente</p><p>para quando o médico assumir o atendimento</p><p>possa utilizá-lo imediatamente.</p><p>O coração humano conta com um sistema que</p><p>produz e transmite impulsos elétricos ao longo de</p><p>todo o músculo cardíaco. Por sua vez, esse é</p><p>responsável por contrair e bombear o sangue por</p><p>todo o corpo. Em organismos saudáveis, isto se</p><p>dá de maneira ritmada. Tais impulsos podem ser medidos na superfície do corpo, gerando um</p><p>eletrocardiograma (ECG).</p><p>Na análise de um ECG, é possível detectar problemas elétricos e mecânicos no coração – em outras</p><p>palavras, um ritmo irregular ou descompassado é o que caracteriza uma fibrilação ou arritmia cardíaca.</p><p>As arritmias podem refletir distúrbios na iniciação ou condução dos impulsos que, nos casos mais</p><p>graves, podem progredir para uma parada cardiorrespiratória.</p><p>O que causa a batida descompassada do coração é a falha na pulsação elétrica dele, oriundos de</p><p>questões hereditárias, genéticas ou agravamentos decorrentes do sedentarismo e da má alimentação.</p><p>Os impulsos elétricos são o que fazem o coração bater.</p><p>FIBRILAÇÃO → É um tipo de arritmia caracterizada pela origem desordenada de estímulos elétrico</p><p>cardíaco a nível do miocárdio com ritmo muito acelerado e irregular. O músculo não contrai em ritmo</p><p>síncrono, em vez disso, ele treme ou fibrila. Ritmo irregular ou descompassado.</p><p>❖ DESFIBRILAÇÃO → Consiste numa intervenção externa de emergência através de choque elétrico</p><p>(não sincronizado) aplicado no tórax do paciente (desfibrilação externa) ou diretamente no músculo</p><p>cardíaco (desfibrilação interna), visando cessar a arritmia e fazer com que o coração volte ao seu</p><p>ritmo normal. Desfibrilar o coração é como apertar o botão de Reset de um aparelho eletrônico que</p><p>está travado e não funciona. A desfibrilação deve ser realizada imediatamente na identificação</p><p>do ritmo chocável.</p><p>Os choques (que são aplicados por meio de eletrodos conectados ao equipamento) “reiniciam” as</p><p>células que estão se comportando de maneira desorganizada, fazendo com que elas voltem ao seu</p><p>ritmo natural e saudável.</p><p>Como o disparar do choque do aparelho exige o reconhecimento de leitura do ECG, para</p><p>localizar o exato momento da onda R (despolarização das paredes ventriculares), ele só pode ser</p><p>utilizado por médicos. Por sua vez, os desfibriladores externos automáticos (DEAs) são de uso</p><p>simples e podem ser utilizados por qualquer pessoa. Isso porque o próprio aparelho reconhece o ritmo</p><p>chocável e indica ao usuário o que deve ser feito, sinalizando também o momento do choque.</p><p>➢ DESFIBRILADOR: o aparelho pode ser monofásico (360J) ou bifásico (120 a 200J, caso o</p><p>profissional não saiba se o desfibrilador é monofásico ou bifásico, a recomendação é que seja</p><p>sempre aplicada a carga máxima que o aparelho dispor). O desfibrilador bifásico são os de</p><p>preferência, segundo os protocolos.</p><p>“A onda de desfibrilação bifásica é mais moderna, segura e eficiente do que a monofásica. Isso</p><p>porque a polaridade desses eletrodos é invertida durante a desfibrilação. Isso faz com que o pulso</p><p>tenha duas fases, mais brandas, porém, que funcionam melhor e de maneira mais eficaz.”</p><p>Fixação → A primeira pá deve ser posicionada no ápice cardíaco</p><p>e a segunda na região infraclavicular direita ou anteroposterior</p><p>(precórdio e dorso logo abaixo da escápula).</p><p>**anteroposterior: é feito em crianças por conta da dificuldade</p><p>de fazer a localização específica no tórax.</p><p>OBS: as pás não devem ser coladas uma ao lado da outra, pois a corrente elétrica descarregada por</p><p>elas precisa passar por todo o coração (do ápice a base). Ao colocar as pás uma ao lado da outra, a</p><p>corrente passará pelo pulmão.</p><p>CARDIOVERSÃO → É a aplicação de uma descarga elétrica sincronizada com o complexo QRS</p><p>sobre o tórax do paciente, com o objetivo de despolarizar todas as fibras cardíacas de maneira</p><p>simultânea, restaurando o impulso do coração de forma coordenada. Na cardioversão o choque é</p><p>liberado apenas na onda R ou período refratário.</p><p>O seu uso mais comum é em procedimentos eletivos, mas também</p><p>pode ser usado em emergências. O paciente deve estar monitorado</p><p>no cardioversor e o botão do SINCRONISMO (circulado em vermelho</p><p>na imagem ao lado) do aparelho deve estar ativado, para que possa</p><p>ser realizado a descarga elétrica sincronizada. Os cardioversores</p><p>possuem circuitos aptos a detectar a atividade elétrica do coração e</p><p>sincronizar a aplicação do choque desfibrilatório com a onda R do</p><p>ECG. O uso deste aparelho somente deve ser administrado por um</p><p>profissional de médico capacitado.</p><p>Nesta perspectiva, a cardioversão é utilizada principalmente em fibrilações atriais e arritmias</p><p>menos severas, enquanto a desfibrilação busca em grande parte reverter distúrbios graves como a</p><p>taquicardia ventricular (TV) e a fibrilação ventricular (FV).</p><p>O cardioversor é considerado um tipo de desfibrilador – ele traz consigo todas as operações deste</p><p>dispositivo. No entanto, possui ainda outro importante recurso incorporado: um circuito capaz de se</p><p>sincronizar com os batimentos cardíacos do paciente (detectando uma arritmia ou fibrilação), em geral</p><p>aliado a uma tela que envia informações do ECG do paciente ao operador. Atualmente, os</p><p>cardioversores são os modelos de desfibrilador mais comuns nos hospitais.</p><p>Todo cardioversor pode ser usado como desfibrilador, mas o desfibrilador não pode ser usado como</p><p>cardioversor, pois não possui a função de sincronização da corrente elétrica.</p><p>A terapia elétrica proporcionada por estes equipamentos tem como função interromper as</p><p>arritmias ou irregularidades dos batimentos cardíacos. Restaurando, assim, o ritmo normal do</p><p>órgão.</p><p>https://cmosdrake.com.br/saude-do-coracao/cardioversor-em-quais-casos-ele-deve-ser-utilizado/</p><p>https://cmosdrake.com.br/saude-do-coracao/cardioversor-em-quais-casos-ele-deve-ser-utilizado/</p><p>Ritmo sinusal:</p><p>Ondas P e T em verde e o complexo</p><p>QRS em vermelho.</p><p>❖ RITMOS DE PCR</p><p>O principal ritmo de PCRIH é o AESP e Assistolia</p><p> CHOCÁVEIS</p><p>→ TAQUICARDIA VENTRICULA SEM PULSO (TVSP): atividade elétrica organizada, ocorrem 3 ou</p><p>mais extrassístoles ventriculares (ESV) em sequência, essas ESV também são conhecidas como</p><p>“Contração Ventricular Prematura”, que nada mais é do que batimentos cardíacos extras anormais</p><p>que se iniciam nos ventrículos. A FC nesse ritmo é maior que 100 bpm e o ECG ele é caracterizado</p><p>por complexo QRS alargado e sem ondas P identificáveis ao traçado.</p><p>A TV ela pode ser classificada em polimórfica</p><p>quando os complexos QRS forem variáveis e</p><p>irregulares como na primeira imagem e</p><p>monomórfica quando os complexos QRS</p><p>forem idênticos e regulares. Nesse ritmo não</p><p>há contração miocárdica eficaz (pulso). São</p><p>mais comuns em pessoas com doenças</p><p>cardíacas subjacentes. A TVSP é o ritmo de</p><p>parada com melhor prognóstico.</p><p>A aceleração da frequência cardíaca impede que o fluxo de sangue ocorra normalmente pois os</p><p>ventrículos acabam bombeando o sangue antes de estarem completamente preenchidos, causando</p><p>uma insuficiência no aporte de sangue sistêmico. A pressão arterial tende a cair,</p><p>provocando insuficiência cardíaca. A taquicardia ventricular sustentada também é arriscada porque</p><p>pode se agravar a ponto de se converter em fibrilação ventricular.</p><p>→ FIBRILAÇÃO VENTRICULAR (FV): é caracterizada por uma atividade elétrica desorganizada</p><p>(múltiplo impulsos elétricos caóticos) do músculo cardíaco, gerando ineficiência da contração dos</p><p>ventrículos, não há pulso detectável, pois os ventrículos vibram/tremem ao invés de se contraírem</p><p>de forma coordenada. Isso resulta na incapacidade do coração manter uma fração de ejeção</p><p>sanguínea adequada.</p><p>É causada por impulsos elétricos frenéticos no</p><p>ventrículo com uma contração descoordenada,</p><p>ou seja, diferentes partes do ventrículo se contraem ao mesmo tempo.</p><p>É definida como despolarização rápida, irregular e ineficaz do ventrículo.</p><p>Não há complexo QRS de aparência normal (não é possível identificar</p><p>as ondas do ECG). A frequência é elevada, o ritmo é irregular e as ondas variam de tamanho e forma.</p><p>Na fibrilação os ventrículos vibram/tremem ao invés de se contraírem de forma coordenada. No ECG</p><p>há ondas irregulares em ziguezague com amplitude e duração variáveis.</p><p>Ela é classificada em FINA quando a amplitude das ondas é de até 3mm (ondas são quase isoelétricas)</p><p>e GROSSA quando a amplitude é > 3mm.</p><p>https://www.infoescola.com/sangue/</p><p>https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca</p><p>https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/arritmias-card%C3%ADacas/fibrila%C3%A7%C3%A3o-ventricular</p><p>A causa mais comum é uma cardiopatia, em especial quando o miocárdio recebe fluxo sanguíneo</p><p>anormal devido a uma doença arterial coronariana.</p><p> NÃO CHOCÁVEIS</p><p>São os ritmos com piores prognósticos.</p><p>→ ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO (AESP): é o que o nome já diz, ausência de pulso, porém com</p><p>atividade elétrica organizada (excluindo TVSP). O ritmo é bradicárdico, com complexos QRS</p><p>alargados, porém em alguns casos pode apresentar ECG com ritmo sinusal.</p><p>A atividade elétrica presente não é efetiva o suficiente para</p><p>gerar um pulso. O músculo cardíaco está muito fraco ou com</p><p>problemas de reperfusão para responder ao estímulo elétrico.</p><p>O coração contrai, mas não o suficiente para gerar um pulso</p><p>detectável.</p><p>Frequentemente está associada ao choque</p><p>cardiogênico, por falência de bomba ou por</p><p>rotura do miocárdio com tamponamento</p><p>cardíaco.</p><p>→ ASSISTOLIA: Ausência total de atividade elétrica e contrátil ventricular (ventrículo parado). Não há</p><p>frequência, nem ritmo ventricular, consequentemente também não há pulso ou débito cardíaco.</p><p>ECG: sem atividade elétrica detectável, uma vez que o</p><p>sistema elétrico e as células musculares do coração deixam de</p><p>funcionar. Ela é precursora do encerramento do fluxo</p><p>sanguíneo e consequente morte, mas pode ser revertida, desde</p><p>que o procedimento correto seja feito rapidamente.</p><p>A causa mais comum de assistolia é quando há um bloqueio no</p><p>fluxo sanguíneo coronariano, que pode levar a hipóxia do</p><p>miocárdio.</p><p>É importante frisar, que nos ritmos não chocáveis o mais importante é a realização de um RCP de alta</p><p>qualidade e da investigação das possíveis causas de RCP (aqueles 5Hs e %Ts), além da administração</p><p>da adrenalina (epinefrina). Pois, quando essas causas são tratadas, há uma maior chance do paciente</p><p>retornar a circulação espontânea.</p><p>OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:</p><p>✓ O que define se o paciente está PCR é ausência de pulso.</p><p>✓ A fibrilação ventricular e assistolia são ritmos incompatíveis com vida, logo, ao identificar no</p><p>monitor um desses ritmos, o profissional não precisa “perder tempo” checando o pulso após o ciclo</p><p>de 2 min da massagem cardíaca.</p><p>✓ Já na taquicardia ventricular sem pulso e na AESP, é preciso verificar se a vítima possui pulso,</p><p>para poder confirmar a PCR.</p><p>✓ A prioridade na RCP é a compressão, mas assim que um desfibrilador estiver disponível deve ser</p><p>usado.</p><p>→ CUIDADO IMPORTANTE DIANTE DE UM RITMO DE ASSISTOLIA:</p><p>Aplicar o protocolo de linha reta, através do mnemônico CA GA DA.</p><p>– CA – CABO: checar se todos os cabos do monitor estão conectados e se não tem nenhum erro.</p><p>– GA – GANHO: modificar o ganho do eletrocardiograma, pois às vezes aumentando o ganho do</p><p>aparelho ele consegue identificar uma FV fina, por exemplo, que amplitude da onda é menor que</p><p>3mm, e aí, precisaremos mudar a conduta para ritmo chocável.</p><p>– DA – DERIVAÇÕES: modificar as derivações do eletrocardiograma, deve-se olhar o ritmo em várias</p><p>derivações para confirmar que ele não é chocável.</p><p>Só após verificar estes três itens que é possível confirmar o ritmo de assistolia.</p><p>5) Cuidados pós-PCR</p><p>A lesão cerebral e a instabilidade cardiovascular são as principais determinantes de sobrevida</p><p>após PCR. A Modulação Terapêutica da Temperatura (MTT) tem como finalidade conter a síndrome</p><p>pós-PCR, diminuindo o consumo de oxigênio cerebral, e limitando a lesão ao miocárdio e os danos</p><p>sistêmicos. Pelo fato de a MTT* ser a única intervenção que demonstrou melhora da recuperação</p><p>neurológica, ela deve ser considerada para qualquer paciente que seja incapaz de obedecer a</p><p>comandos verbais após o RCE (retorno da circulação espontânea). No entanto, lesões cerebrais podem</p><p>se manifestar como convulsões, mioclonias (contrações musculares rápidas e involuntárias), diferentes</p><p>graus de déficit cognitivo, estados de coma e morte cerebral.</p><p>*MTT = É um método que têm como objetivo ocasionar e manter a hipotermia no paciente, tendo como alvo,</p><p>uma temperatura central entre 32 a 36ºC, mantida por um período de 12 a 24 horas.</p><p>Síndrome Pós-Ressuscitação: abrange o dano cerebral, a disfunção miocárdica, a isquemia sistêmica</p><p>facilitada pelo mecanismo de isquemia-reperfusão e também as causas precipitantes do evento. A</p><p>instalação e a gravidade da lesão causada pela síndrome pós-ressuscitação são consequências diretas</p><p>das causas desencadeantes da PCR, do local do evento, do tempo de RCP e das condições de saúde</p><p>pregressas do paciente.</p><p>→ Via aérea e ventilação: Alguns pacientes evoluem no RCE conscientes e com padrão respiratório</p><p>adequado. Essas situações clínicas podem ser observadas em sobreviventes de PCR de curta</p><p>duração, mas parcela considerável necessita de suporte de oxigênio, que deve ser oferecido quando</p><p>não houver saturação na oximetria de pulso de 94%. Não entanto, aos pacientes com sinais clínicos</p><p>de desconforto ou rebaixamento do nível de consciência, deve, sim, ser oferecido oxigênio</p><p>suplementar e a via aérea segura deve ser ponderada. Durante a ventilação, a hipocapnéia (redução</p><p>de CO2 no sangue) deve ser evitada, já que pode desencadear vasoconstrição cerebral. Sedação,</p><p>nesta fase, é necessária, para viabilizar a ventilação e diminuir o consumo de oxigênio cerebral. Nos</p><p>pacientes que serão submetidos a MTT, deve ser considerado o uso de bloqueadores</p><p>neuromusculares.</p><p>→ Circulação: A lesão coronária aguda atinge 59 a 71% dos pacientes que evoluem para PCR sem</p><p>etiologia cardíaca evidente. Desta forma, um ECG deve ser prontamente realizado e, se indicada, a</p><p>terapia de reperfusão coronária deve ser iniciada. Entre aqueles nos quais a presença de uma causa</p><p>cardíaca como desencadeante não permanecer clara, ou na ausência de fatores de risco</p><p>predisponentes, ou na falta de um diagnóstico determinante provável (exemplo de embolia pulmonar</p><p>e acidentes vascular cerebral), e considerando a incidência de doença coronária em séries de óbitos,</p><p>recomenda-se a obtenção de um cateterismo coronário diagnóstico nas 2 horas iniciais após o RCE.</p><p>Medidas adicionais, como MTT, podem ser continuadas durante esta fase, não podendo retardar o</p><p>diagnóstico e nem o tratamento do fator desencadeante.</p><p>→ Manejo hemodinâmico: Frequentemente, após o RCE, há instabilidade hemodinâmica, distúrbios</p><p>de ritmo consequência do baixo débito cardíaco. Nos pacientes com instabilidade, há indicação para</p><p>uso de drogas vasoativas. Usualmente, os resultados mais efetivos são obtidos associando-se</p><p>reposição de fluidos e drogas vasoativas. Na persistência da instabilidade, podem ser considerados</p><p>suportes circulatórios, como Balão Intra-Aórtico (BIA) e ECMO.</p><p>Abordagem após o retorno a circulação espontânea:</p><p>• TC: tomografia computadorizada;</p><p>• CATE: cineangiocoronariografia;</p><p>• ATC: angioplastia coronária;</p><p>• IAMCST: infarto agudo do miocárdio</p><p>com supradesnivelamento do segmento ST;</p><p>6) Recuperação</p><p>A AHA, recomenda que:</p><p>– Os sobreviventes de PCR tenham avaliação de reabilitação multimodal e tratamento para prejuízos</p><p>fisiológicos, neurológicos e cognitivos antes da alta do hospital.</p><p>– Os sobreviventes de PCR e seus cuidadores recebam planejamento de alta abrangente e</p><p>multidisciplinar para incluir</p><p>recomendações de tratamento médico e de reabilitação e retornar às</p><p>expectativas de atividades/trabalho.</p><p>– Uma avaliação estruturada para ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e fadiga para os</p><p>sobreviventes de PCR e seus cuidadores.</p><p>O processo de recuperação de PCR ocorre por muito tempo ainda depois da hospitalização inicial. É</p><p>necessário apoio durante a recuperação, para garantir bem-estar físico, cognitivo e emocional e o</p><p>retorno ao funcionamento social e profissional. Esse processo deve ser iniciado durante a</p><p>hospitalização inicial e continuar o tempo que for necessário.</p><p>ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS DURANTE A PCR</p><p>A utilização de medicamentos tem como objetivo aumentar a taxa de sucesso da RCP. Este processo</p><p>envolve o estímulo e a intensificação da contratilidade miocárdica, o tratamento de arritmias, a</p><p>otimização das perfusões coronariana (aumento de pressão diastólica aórtica) e cerebral, e a correção</p><p>de acidose metabólica.</p><p>O acesso venoso na PCR deve ser o de maior calibre e mais acessível, sem comprometer as</p><p>manobras de RCP. São eles veia periférica (em braços, mãos, pernas ou pés), e veia central (em</p><p>crianças em PCR é difícil de realizar e deve ser feita por profissional habilitado). O acesso vascular não</p><p>é recomendado, por necessitar de interrupção das compressões torácicas, além de poder levar a</p><p>complicações como laceração vascular, hematomas, hemotórax e pneumotórax. Quando necessário, a</p><p>punção de veia femoral é uma via de fácil a ser lembrada na PCR.</p><p>O acesso intraósseo deve ser estabelecido se o acesso venoso não for conseguido. É via preferível em</p><p>relação à via endotraqueal. Podem ser administrados por esta via medicamentos, fluidos, cristaloides,</p><p>coloides e hemoderivados. A punção é realizada geralmente na porção proximal da tíbia ou distal do</p><p>fêmur, com agulha apropriada ou de punção de medula óssea.</p><p>Se outras vias não forem possíveis, a via endotraqueal pode ser utilizada. São administradas drogas</p><p>lipossolúveis, como epinefrina, lidocaína e naloxona. A absorção das drogas é variável e sua eficácia</p><p>ainda não comprovada.</p><p>– Preferência pelo acesso venoso;</p><p>– Todas as medicações utilizadas durante a PCR não devem ser diluídas, sempre devem ser</p><p>realizadas em bolus;</p><p>– Logo após a administração da medicação deve ser realizado um flush de solução salina (SF 0,9%);</p><p>– Se o acesso for em membros, deve-se realizar a elevação do membro por 10 a 20s;</p><p>Comunicação em alça fechada: comunicação verbal é repetida para o solicitante (prescritor), de forma</p><p>a confirmar aquilo que foi pedido e fazer uma checagem dupla; é importante para segurança do</p><p>paciente.</p><p>❖ MEDICAÇÕES UTILIZADAS NA PCR</p><p> ADRENALINA: catecolamina endógena, com propriedades alfa e beta-adrenérgicas, utilizada na</p><p>PCR e na bradicardia sintomática. Utilizada nos quatro ritmos de parada.</p><p>– Terapia vasopressora: são potentes agentes farmacológicos usados para aumentar a pressão</p><p>arterial (PA) e a pressão arterial média (PAM) por vasoconstrição, o aumento da resistência</p><p>vascular sistêmica.</p><p>– Recomendação: 1mg a cada 3 a 5 min; A via endotraqueal não é mais recomendada, mas se</p><p>for a via obtida, a dose deve ser aumentada em dez vezes (0,1 mg/kg ou 0,1 mL/kg de 1:1.000).</p><p>– Ritmos chocáveis: deve ser administrada após o segundo choque;</p><p>– Ritmos não chocáveis: deve ser administrada imediatamente.</p><p>– Precauções: podem ocorrer isquemia tecidual e necrose se houver infiltração pelo uso</p><p>endovenoso periférico. As catecolaminas são inativadas por soluções alcalinas (não misture com</p><p>bicarbonato de sódio). Doses altas podem causar vasoconstrição excessiva, taquicardias,</p><p>arritmias ventriculares e HAS.</p><p>Em ritmos chocáveis, além da adrenalina (epinefrina) são utilizadas as seguintes drogas:</p><p> AMIODARONA: antiarrítmico da classe III que age prolongando a duração do potencial de ação e o</p><p>período refratário efetivo. Também diminui a frequência sinusal; prolonga o intervalo QT; e inibe os</p><p>receptores alfa e beta-adrenérgicos não competitivamente. Ela atua bloqueando os canais de</p><p>potássio das células auto excitáveis do coração, esse efeito permite que as células cardíacas sejam</p><p>capazes de reestabelecer o ritmo normal de contração do coração.</p><p>– Deve ser considerada durante RCP e após terapia vasopressora (adrenalina);</p><p>– Recomendações: ritmos de TVSP e FV, 1ª dose (de ataque) de 300mg e 2ª dose de 150mg.</p><p>– Precauções: Monitorizar o ECG e a pressão arterial. Pode causar hipotensão arterial,</p><p>bradicardia, assistolia, intervalo QT prolongado e torsades de pointes (forma específica de TV</p><p>polimórfica em pacientes com um intervalo QT longo, caracteriza-se por complexos QRS</p><p>irregulares e rápidos que parecem se contorcer em torno da linha de base do ECG).</p><p> LIDOCAÍNA: Antiarrítmico da classe IB que age aumentando o limiar de estimulação elétrica do</p><p>ventrículo e do sistema Hiss-Purkinje, estabilizando a membrana cardíaca e reduzindo a</p><p>automaticidade. Reduz a PIC por inibição dos canais de sódio nos neurônios, que reduzem a</p><p>atividade metabólica.</p><p>– Deve ser considerada durante RCP e após terapia vasopressora (adrenalina);</p><p>– Recomendações: ritmos de TVSP e FV e sequência rápida de intubação para proteção da PIC,</p><p>1ª dose = 1 a 1,5mg/kg e 2ª dose = 0,5 a 0,75mg/kg.</p><p>– Precauções: Monitorizar a pressão arterial e o ECG. Pode causar convulsões (altas</p><p>concentrações), hipotensão arterial sistêmica, depressão miocárdica, bradicardia, bloqueio</p><p>cardíaco, arritmias e parada cardíaca. Não usar se houver batimentos de escape ventricular de</p><p>complexo largo com bradicardia e em BAV avançado.</p><p>Quando diagnosticado a causa, outras medicações podem ser usadas durante a PCR para tratar</p><p>a causa:</p><p>• Gluconato de Cálcio – para tratar hipocalcemia e hipercalemia;</p><p>• Bicarbonato de sódio – para tratar acidose;</p><p>• Glicose – para tratar hipoglicemia;</p><p>• Sulfato de magnésio – para tratar hipomagnesemia ou torsades de pointes;</p><p>• Fibrinolíticos (estreptoquinase(SK), alteplase(t-PA) e etc.) – para tratar IAM (com supra ST),</p><p>TEP;</p><p>• Potássio – para tratar hipocalemia.</p><p>• Entre outros.</p><p>ALGORITMO DA PCR</p><p>RITMO CHOCÁVEL</p><p>RITMO NÃO CHOCÁVEL</p><p>INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A RCP NO APH</p><p>Medicamentos durante a PCR: A administração de medicamentos não pode comprometer as</p><p>compressões torácicas de alta qualidade, nem retardar a análise do ritmo e a desfibrilação imediata,</p><p>quando indicada. O uso destes medicamentos segue o algoritmo do Suporte Avançado de Vida</p><p>(adrenalina, amiodarona e lidocaína).</p><p>Cuidados pós-PCR: Após retorno da circulação espontânea, devemos preparar o paciente para o</p><p>transporte adequado para o hospital correto, com capacidade de realizar intervenções para pacientes</p><p>com SCA (síndrome coronariana aguda), cuidados neurológicos e terapêutica com hipotermia.</p><p>Acesso endotraqueal: Realizado apenas com tubo orotraqueal.</p><p>Podem ser administradas as drogas: “NAVEL” (naloxona, atropina,</p><p>vasopressina, epinefrina (adrenalina) e lidocaína). Os medicamentos</p><p>administrados pela via endotraqueal devem alcançar a árvore</p><p>brônquica através do tubo endotraqueal. Cuidados nessa via:</p><p>– Diluir a medicação em 10 ml de solução salina e depois instila-las</p><p>no tubo;</p><p>– Utilizar a dose dobrada habitual do medicamento;</p><p>– Durante a administração da droga deve ser interrompida a massagem cardíaca;</p><p>– Após a administração, deve-se ventilar o paciente por 5x consecutivas em um bom volume</p><p>corrente.</p><p>Quando devemos interromper os esforços e declarar morte: No Brasil, somente médicos</p><p>podem interromper as manobras de RCP e declarar óbito, exceto em situações que existam sinais</p><p>de morte evidente (rigidez cadavérica, decaptação, carbonização e esquartejamento).</p><p>Equipes de SBV devem manter as manobras de RCP até a chegada da equipe de SAV ou</p><p>transportar para o pronto-socorro, até avaliação de um médico. Apesar de não ser recomendado o</p><p>transporte de pacientes sem pulso, nesta</p><p>situação, faz-se necessário, por conta da legislação</p><p>brasileira.</p><p>A equipe de SAV deve interromper as manobras de RCP se o a paciente apresentar ritmo de assistolia</p><p>refratária a todas as intervenções que foram descritas. Não existe regra de quanto tempo devem ser</p><p>mantidas as manobras e a equipe de SAV deve considerar: o tempo de PCR e o tempo resposta da</p><p>primeira equipe; se a PCR foi assistida ou não pelo solicitante; se foram iniciadas manobras de RCP</p><p>antes da chegada da equipe de primeira resposta; o ritmo inicial da PCR e se houve choque indicado;</p><p>a existência de doenças prévias e outros dados que podem orientar a equipe em relação ao prognóstico</p><p>e a continuidade ou não da manobras de RCP.</p><p>Recentemente, o uso da EtCO2 (end tidal-CO2: medida do CO2 ao final da expiração) foi incorporado</p><p>como variável auxiliar na decisão de cessar os esforços. A falha em atingir pelo menos 10 mmHg após</p><p>20 minutos de RCP é um indicativo de que não haverá retorno à circulação espontânea.</p><p>OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO – OVACE</p><p>Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que impeça total ou parcialmente o trânsito</p><p>de ar ambiente até os alvéolos pulmonares. Aspiração de corpo estranho, geralmente, localizado na</p><p>laringe ou traqueia. Uma vítima pode desenvolver obstrução de vias aéreas devido a causas</p><p>intrínsecas (obstrução das vias aéreas por relaxamento da língua) ou extrínsecas (aspiração de corpo</p><p>estranho, alimentos e outros).</p><p>No Brasil, a OVACE é a terceira maior causa de acidentes seguidos por morte, em crianças e lactentes.</p><p>→ Classificação da Obstrução:</p><p>Obstrução leve – existe passagem de ar, e a vítima é capaz de tossir. Enquanto houver uma troca</p><p>gasosa satisfatória, o socorrista deve encorajar a vítima a persistir na tosse espontânea e nos esforços</p><p>respiratórios, pois a tosse promove a saída de ar dos pulmões, estimulando a expulsão do objeto que</p><p>está causando a obstrução.</p><p>Obstrução severa/total: vítima consciente ou inconsciente, não consegue respirar ou apresenta ruídos</p><p>à respiração e/ou tosse silenciosa.</p><p>Os sinais de obstrução grave (total) das vias aéreas incluem:</p><p>– Incapacidade de respirar, tossir e falar, cianose de lábios e extremidades, indicando que não há</p><p>passagem de ar.</p><p>– A vítima pode fazer o sinal universal da asfixia (segurando o pescoço com</p><p>uma ou ambas as mãos) ou apenas apontar com as mãos voltadas para o</p><p>pescoço, indicando que está engasgada e precisa de ajuda.</p><p>– Em caso de obstrução grave das vias aéreas em vítima consciente, deve-se</p><p>utilizar a manobra de Heimlich. Esta manobra (impulso abdominal) eleva o</p><p>diafragma e aumenta a pressão na via aérea, forçando a saída de ar dos</p><p>pulmões, suficiente para criar uma tosse artificial e expelir um corpo estranho.</p><p>❖ CONDUTAS DE ENFERMAGEM NA OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS</p><p>→ Obstrução leve:</p><p>1. Acalmar o paciente;</p><p>2. Instruir o paciente a realizar tosses vigorosas;</p><p>3. Se possível, monitorar oxigenação;</p><p>4. Se possível, suplementar oxigênio;</p><p>5. Não colocar a mão na boca do paciente enquanto ele mostrar-se nervoso;</p><p>6. Em casos de obstrução por espinha de peixe, retirar com pinça.</p><p>→ Obstrução grave com responsividade: Manobra de Heimlich</p><p>1. Posicionar-se de pé atrás do paciente;</p><p>2. Abraçá-lo na altura da crista ilíaca;</p><p>3. Posicionar uma mão com o punho cerrado abaixo do apêndice</p><p>xifoide e a outra espalmada sobre a primeira;</p><p>4. Realizar compressões rápidas e firmes, para dentro e para cima, em</p><p>movimento que lembre um J;</p><p>5. Repetir manobra até sucesso na desobstrução ou até o paciente perder</p><p>a consciência.</p><p>Se a vítima estiver grávida ou for obesa, aplique compressões torácicas, ao</p><p>invés de compressões abdominais. Se a vítima for menor que o socorrista,</p><p>o mesmo deve posicionar-se de joelhos atrás da vítima e realizar a manobra.</p><p>Em bebês:</p><p>1. Coloque o bebê de bruços apoiando no antebraço, com a cabeça mais</p><p>abaixada que o corpo, tendo o cuidado de manter a boca do bebê aberta;</p><p>2. Aplique cinco tapas no meio das costas do bebê e entre os ombros (na região</p><p>entre as escápulas), com o “calcanhar da mão” (região hipotênar);</p><p>3. Vire o bebê com a barriga para cima, mantendo a inclinação e realize 5</p><p>compressões no meio do tórax do bebê (logo abaixo da linha imaginária</p><p>traçada entre os dois mamilos) com os dedos indicador e médio.</p><p>4. Repita esse ciclo até que o bebê desengasgar.</p><p>5. Se não houver reação ou se o bebê perder a consciência inicie RCP.</p><p>Em vítimas inconscientes:</p><p>1. Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida;</p><p>2. Acionar o serviço de emergência (solicitando que alguém faça ou ligando pelo viva voz);</p><p>3. Diante de irresponsividade, ausência de pulso e respiração, deve-se iniciar RCP;</p><p>4. Cada vez que o socorrista abrir vias aéreas, deve realizar a inspeção visualizando a cavidade oral</p><p>e remover o corpo estranho, se visível e alcançável (com dedos ou pinça). Evite varredura digital</p><p>às cegas e não retarde as manobras;</p><p>5. Caso pulso esteja presente, realize compressões torácicas com o objetivo de remover o corpo</p><p>estranho;</p><p>6. Caso o corpo estranho não possa ser localizado, realize insuflação. Se o ar não passar ou tórax</p><p>não expandir, reposicione a cabeça e repita o processo.</p><p>7. Em casos de insucesso no momento da insuflação</p><p>no meio extra hospitalar, mantenha compressões</p><p>torácicas até expulsão do corpo estranho ou caso</p><p>evolua para PCR, realizar manobras de RCP. Assim</p><p>que possível, transportar para hospital. Em ambiente</p><p>intra-hospitalar, considerar cricotireoidostomia por</p><p>punção.</p><p>CONTROLE DE HEMORRAGIA</p><p>As hemorragias podem ser classificadas inicialmente em arteriais e venosas, e, para fins de primeiros</p><p>socorros, em internas e externas.</p><p>• Hemorragias Arteriais: É aquela</p><p>hemorragia em que o sangue sai em</p><p>jato pulsátil e se apresenta com</p><p>coloração vermelho vivo.</p><p>• Hemorragias Venosas: É aquela</p><p>hemorragia em que o sangue é mais</p><p>escuro e sai continuamente e</p><p>lentamente, escorrendo pela ferida.</p><p>• Hemorragia Externa: É aquela na qual o sangue é eliminado para o exterior do organismo, como</p><p>acontece em qualquer ferimento externo, ou quando se processa nos órgãos internos que se</p><p>comunicam com o exterior, como o tubo digestivo, ou os pulmões ou as vias urinárias.</p><p>• Hemorragia Interna: É aquela na qual o sangue extravasa em uma cavidade pré-formada do</p><p>organismo, como o peritônio, pleura, pericárdio, meninges, cavidade craniana e câmara do olho.</p><p>➢ Consequências das Hemorragias:</p><p>– Hemorragias graves não tratadas ocasionam o desenvolvimento do estado de choque e morte.</p><p>– Hemorragias lentas e crônicas (por exemplo, através de uma úlcera) causam anemia (ou seja,</p><p>quantidade baixa de glóbulos vermelhos).</p><p>– O sangramento é causa mais comum de choque em vítimas traumatizadas.</p><p>❖ QUADRO CLÍNICO</p><p>Varia com a quantidade perdida de sangue, velocidade do sangramento, estado prévio de saúde e</p><p>idade do acidentado.</p><p>→ Quantidade de sangue perdido: Quanto maior a quantidade perdida, mais graves serão as</p><p>hemorragias. Geralmente a perda de sangue não pode ser medida, mas pode ser estimada através</p><p>da avaliação do acidentado (sinais de choque compensado ou descompensado).</p><p>Quantidade de sangue perdido Alterações</p><p>Perdas de até 15% (aproximadamente</p><p>750 ml em adultos)</p><p>Geralmente não causam alterações. São</p><p>totalmente compensadas pelo corpo. Ex. doação</p><p>de sangue.</p><p>https://pebmed.com.br/cricotireoidostomia-abordagem-cirurgica-da-via-aerea-na-emergencia/</p><p>→ Velocidade: Quanto mais rápida as hemorragias, menos eficientes são os mecanismos</p><p>compensatórios do organismo. Um indivíduo pode suportar uma perda de um litro de sangue, que</p><p>ocorre em período de horas, mas não tolera esta mesma perda se ela ocorrer em minutos. Não pode</p><p>ser medida, mas pode ser estimada através de dados clínicos do acidentado.</p><p>A hemorragia arterial é menos frequente, mas é mais grave</p>