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<p>Capítulo 42 - DOI:10.55232/1082027.42</p><p>PLATÃO E KANT SOB A PERSPECTIVA DO BELO:</p><p>REFLEXÕES ACERCA DA BELEZA, ESTÉTICA E</p><p>PADRÕES</p><p>Cinthia Caciéle Fregne Matusaiki e Helena Brandão Viana</p><p>RESUMO: Este artigo pretende investigar e refletir sobre a teoria do belo, concepções e</p><p>julgamentos de juízo e a estética acerca de Platão e Kant. Dessa forma, a pesquisa também</p><p>buscará ressaltar aspectos da sociedade contemporânea e como ela absorveu alguns ideais</p><p>representativos destes filósofos, levando esta mesma sociedade a exprimir suas ideias e cultivá-</p><p>las em suas tradições. Platão apresenta os questionamentos sobre o juízo, nos quais prevalecem</p><p>o pensamento kantiano a respeito da estética e sua relevância para o indivíduo em formação.</p><p>Assim, este será um mecanismo para estabelecer relações entre o conceito do belo e o debate</p><p>entre a estética filosófica destes autores, sua relação com a vertente artística como forma de</p><p>manipulação do pensamento humano, e as associações à padrões e construção de sentido</p><p>diretamente ligados ao objeto/sujeito.</p><p>Palavras-chave: Representação; Estética; Contemporaneidade; Filosofia; Arte.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Ao longo do século XX a educação estética e artística foi apropriada por diversas</p><p>correntes teóricas, que a associaram à criatividade, expressão das emoções, autonomia,</p><p>liberdade de pensamento e ação, atividades terapêuticas, integração social e cidadania. É</p><p>importante que o ensino de diferentes formas de arte, comece a ser olhado como um valor</p><p>epistemológico. A arte faz parte do ser humano e está presente em todos os processos de</p><p>criação e recriação de mundo, através das manifestações culturais. (BARBOSA, 1998;</p><p>BIESDORF; WANDSCHEER, 2012).</p><p>No processo de democratização da cultura, o diálogo entre arte e educação deve</p><p>ter como foco a intervenção no espaço educacional. (BRASILEIRO; MARCASSA,</p><p>2008). Ao lidar com a cultura corporal na escola, deve ser utilizado tudo que se refere ao</p><p>corpo humano, seu movimento, suas linguagens, suas manifestações. A linguagem não é</p><p>o único modo possível de objetivação de ideias. O pensamento pode ser expresso por</p><p>meio de cores utilizadas em trabalhos artísticos, sons, gestos e outras formas de</p><p>manifestação cultural.</p><p>Scarpato (2001), menciona que o trabalho com o corpo, guia a consciência</p><p>corporal e desenvolvê-la é muito importante para o indivíduo em qualquer faixa etária.</p><p>Strazzacappa (2001), aborda que o indivíduo é o seu corpo. A autora ainda afirma que a</p><p>ausência de trabalhos corporais também educa esse corpo, porém não para a liberdade,</p><p>mas para a repressão.</p><p>A importância do trabalho estético na educação formal, é moldado pelas</p><p>características dos alunos. Expressar-se através da palavra às vezes é difícil para os</p><p>adolescentes e crianças, como também para os idosos, e a arte possibilita o</p><p>extravasamento das emoções.</p><p>Os resultados do uso de experiências estéticas na educação formal e não formal,</p><p>são inimagináveis. Na Europa há projetos governamentais para implementação de</p><p>atividades estéticas na escola, com propostas muito claras, como é o caso da Espanha e</p><p>Portugal. Trabalhos realizados nesses dois países têm mostrado resultados positivos,</p><p>porém apontam para as dificuldades existentes para o sucesso dos programas. Os</p><p>resultados desses estudos mostram que ainda há muito o que fazer no tocante à formação</p><p>dos professores e às mudanças curriculares, para que haja mais espaço para aulas com</p><p>conteúdo estético.</p><p>1. PRINCIPAIS CONCEITOS DE BELO E ESTÉTICA POR</p><p>SÓCRATES, PLATÃO E KANT</p><p>A beleza tem um sentido secular e que está sempre em constante transformação.</p><p>Os julgamentos de juízo e padrões estabelecidos, construíram e estruturaram sociedades.</p><p>Hoje, estes conceitos estimulam e desencadeiam padrões, ainda influenciados pelos</p><p>clássicos filósofos que tentaram compreender o mundo através do olhar, sentir, imaginar</p><p>e conceituar a beleza.</p><p>Antes de mais nada, é preciso considerar o conceito de beleza, seja na filosofia ou</p><p>nas artes, pois o caráter simbólico de representação deste termo faz referências que</p><p>estruturam seu significado em determinado contexto ou sociedade.</p><p>A semiótica ocupa-se indubitavelmente dos signos como sua matéria prima,</p><p>mas vê-os em relação à códigos inseridos em unidades mais vastas [...]. A</p><p>semiótica é a disciplina que estuda as relações entre código e mensagem e entre</p><p>signo e discurso (ECO,1973, p. 23).</p><p>Ao considerar a beleza, esbarramos em significados e significações que visam</p><p>transmitir uma percepção através dos sentidos, sobre determinado objeto ou sujeito.</p><p>Ferdinand de Saussure (1975 p.13), em seus estudos sobre signos linguísticos e suas</p><p>estruturas, conceitua significado como o conceito de algo e o significante ou</p><p>significações, a imagem e sua representação. De acordo com Dicionário – “S” em só</p><p>Filosofia (2008) significado é a possibilidade de um signo referir-se a seu objeto e,</p><p>significação que possui valor ou importância. Visto que para que algo seja considerado</p><p>belo, ele precisa ser apresentado em sua totalidade, criando um ambiente de contemplação</p><p>e virtuosismo. No entanto, construindo seu conceito, um elemento se torna indispensável</p><p>e contraditório: a interpretação. A forma como elaboramos o belo em nosso inconsciente</p><p>permite que ele nunca terá a mesma face. É singular e único.</p><p>A arte nos revela que a questão da beleza não está ligada ao sagrado, mas sim em</p><p>tentar conhecer, interpretar e estruturar padrões construídos por sociedades e</p><p>estabelecendo nuances entre o belo e o feio.</p><p>A beleza é, fundamentalmente, um artefato distinto, sedutor e mágico e,</p><p>portanto, exige um rigor mais apurado referente aos padrões estéticos. É nesse</p><p>momento que se percebe o papel da arte, pois revela o aspecto mais elevado da</p><p>produção humana no âmbito de toda e qualquer população (LABORDE, 2004,</p><p>p. 09).</p><p>Neste sentido, para se iniciar uma reflexão sobre o conceito de belo, retornamos à</p><p>antiguidade clássica, quando filósofos como Sócrates e Platão disseminaram ideais de</p><p>beleza contextualizando, em sua essência, a estética e padrões que futuramente seriam</p><p>adotados por diferentes sociedades.</p><p>Na antiguidade clássica, o conceito de estética surgia como uma matéria de</p><p>filosofia, nela atribui-se valores morais do homem. Ela também era associada à arte,</p><p>interpretando conceitos entre o belo e bem tinham como objeto a percepção dos sentidos,</p><p>as manifestações da arte e os sentimentos que revelavam.</p><p>Platão, em sua obra O Banquete (2IIe) defende que:</p><p>O que devemos imaginar se acontecesse a alguém ver a beleza e, si, pura,</p><p>limpa, sem mescla e não infectada de carnes humanas, de cores, nem de outras</p><p>ninharias mortais, e pudesse contemplar a beleza divina em sua única forma?</p><p>Porventura crês que é vã a vida de um homem que olha nessa direção, que</p><p>contempla a beleza com o que é necessário para contemplá-la e vive em sua</p><p>companhia? Ou não consideras que só quando vê a beleza com o que é visível,</p><p>ser-lhe possível engendrar não sombras da virtude, porque não é nem sombra</p><p>que estará tocando, mas virtudes reais, por que é no real que estará tocado?</p><p>(PLATÃO, O Banquete, 2IIe).</p><p>Sócrates (469-399 a.C) em sua obra Hípias (1903), define o Belo como sendo</p><p>aquilo que nos agrada, satisfaz os sentidos e traz prazer espiritual. O Belo está relacionado</p><p>com o bem, ou seja, quando utiliza sua potencialidade para o bem, pode-se dizer que sua</p><p>ação será bela. Neste sentido, Sócrates mantem a atitude racionalista e define beleza como</p><p>algo que seja útil, não estando relacionada diretamente sua estética, entretanto reflete em</p><p>quão proveitoso for o indivíduo que se apresenta belo.</p><p>Em um trecho de Hípias, traduzido por Burnet (1903), temos o exemplo de beleza</p><p>associada às práticas do discurso, o trecho afirma que a beleza se coloca além de questões</p><p>estéticas, o que as faz belas ou feias</p><p>não são suas aparências, mas na verdade, segundo o</p><p>trecho, cada um possuiria uma beleza específica e a forma como o indivíduo enxerga esta</p><p>beleza vai depender do olhar e da circunstância em que este se encontra.</p><p>Hípias – Ainda há pouco, a respeito das ocupações belas (epitēdeumátōn</p><p>kalōn), ali deixei uma excelente impressão, ao discorrer sobre as tarefas de que</p><p>um jovem deve ocupar-se. Foi um discurso magnífico (pankálōs lógos), o que</p><p>compus sobre esse tema, e que vale, além de mais, pela boa ordenação das</p><p>palavras. A ideia geral e o ponto de partida do discurso eram mais ou menos</p><p>estes: depois da tomada de Troia, refere a tradição e Neoptólemo perguntou a</p><p>Nestor quais as belas tarefas (kalà epitēdeúmata) em que um jovem deve</p><p>ocupar-se, se quiser tornar-se famoso entre todos. É então a vez de Nestor falar,</p><p>prodigalizando-lhe uma série de regras que avultam pela sua beleza (pámpolla</p><p>nómima kaì pánkala) (HIPIAS. MAI., 286a).</p><p>A conclusão de Sócrates sobre o conceito de belo é vaga, o filósofo apresenta</p><p>simplesmente que o conceito de belo é difícil. No entanto, seu discípulo Platão em suas</p><p>obras Hípias Maior, traduzida por Burnet (1903) e Fedro (250 a.C.) continua suas</p><p>reflexões acerca da beleza e estética e elabora a ideia de que o belo estava ligado a algo</p><p>perfeito e efêmero. Ganha destaque sobre sua relação com o bem e com a virtuosidade.</p><p>Ele criou o mundo das ideias onde vivemos os sentimentos puros e se contempla a</p><p>verdade, beleza e o amor, estamos conectados interiormente com nós mesmos.</p><p>A Alegoria da caverna de Platão, descrito em sua obra A República (514a-517c) é</p><p>um exemplo das sombras que existem em nosso dia a dia em que a desconexão que temos</p><p>de nossa realidade permite e assim questiona o que é o belo e como ele está representado.</p><p>Imagine que dentro de uma caverna, homens que estão aprisionados desde sua infância,</p><p>não conseguem se movimentar e principalmente, não veem algo que não seja o que está</p><p>a sua frente. A luz vem de um fogo que queima atrás deles, distante. Entre os prisioneiros</p><p>e o fogo há um caminho, no entanto os cativos observam somente as sombras de quem</p><p>por ali passa. De repente, um desses indivíduos percebe que suas correntes estão soltas e</p><p>assim se levanta e caminha para a entrada da caverna, logo descobre que aquela luz era o</p><p>sol e percebe que o que era realidade até o momento, se torna fútil diante da nova realidade</p><p>que vê. A beleza está naquilo que vemos, entretanto, as crenças e conhecimentos</p><p>adquiridos ao longo de nossa vida nos permite construir realidades e belezas.</p><p>Platão (2016)1, em sua obra Fedro (250c) narra que:</p><p>[...] sobre a beleza, como dissemos, dentre aqueles [seres] ela brilhava em seu</p><p>ser, e aqui vindos nós a percebemos através dos mais claros dos nossos</p><p>sentidos, a fulgir com a máxima claridade. Pois a vista é a mais aguda das</p><p>percepções que nos vêm pelo corpo e, no entanto, por ela a inteligência não se</p><p>vê [...] e tudo mais que é amável; mas agora só beleza teve esta sorte de ser o</p><p>que há de mais evidente e mais amável (Platão, 2016).</p><p>1 Tradução de J. Cavalcante Souza.</p><p>Sendo assim, para Platão, não podemos atribuir o belo como um atributo, afinal</p><p>ele está no mundo inteligível. O belo, assim se constrói através de reflexões articuladas</p><p>entre o nosso mundo e o mundo das ideias. Todo contexto se justifica pelo fato de realizar</p><p>uma elevação espiritual, conhecer o mundo e a si mesmo, sua beleza essencial. Para cada</p><p>determinado grupo, estrutura-se conceito que é reconhecido por um signo, assim,</p><p>constrói-se uma ideologia, uma estrutura emaranhada de respostas para tal contexto que,</p><p>naquele momento, satisfaz as necessidades sociais.</p><p>Kant (1995), em suas pesquisas, criou três grandes campos de conhecimentos:</p><p>epistemológico, ética e estética, e para cada um destes campos, ele escreveu uma crítica,</p><p>aqui vamos nos aprimorar sobre a faculdade do juízo, tratando de questões sobre estética</p><p>e o julgamento entre o belo e o sublime (KANT,1995, p.47).</p><p>Segundo o Kant (1995), em um primeiro momento aponta que o conceito de</p><p>beleza é um prazer desinteressado e sem intenção de consumo, juízo de beleza. A partir</p><p>deste conceito, constrói a proposta de juízo cognitivo, que pode ser testado e comprovado.</p><p>Por exemplo, o verde das folhas das árvores ou o marrom da terra que comprovamos</p><p>através de testes e observações é passível de análise.</p><p>Vale salientar que os juízos são baseados em sentimentos desinteressados, não</p><p>englobam uma totalidade, pois existe o que chamamos de sentimento desinteressado e</p><p>aquele que está ligado a um desejo. Então, os que dizem respeito à beleza são agradáveis.</p><p>Em um segundo momento, Loreto e Silva (1995), remetem-se ao pensamento de</p><p>Kant (1995, §§ 2-9) e nos dizem que todos devem ter a mesma visão do que é belo. No</p><p>entanto, este seria um comportamento difícil de ser alcançando devido questões</p><p>universais sobre o julgamento de juízo deste conceito. Assim ele tenta buscar na arte a</p><p>dimensão do belo para compreender o mundo.</p><p>A arte bela, como toda a arte em geral, pressupõe regras em base às quais é</p><p>representada como possível toda produção que possa merecer o atributo de</p><p>artística (...) a arte não pode conter a ideia de regra segundo a qual seu produto</p><p>é realizado (LORETO; SILVA, 1995, p. 49).</p><p>No terceiro momento, Loreto e Silva (1995) sob a perspectiva de Kant e a Crítica</p><p>de Julgamento de Juízo (1995) deixa clara a diferença entre o juízo acerca do belo e os de</p><p>intenção moral. Ele tenta transmitir uma ideia de beleza individual, constituída pela falta</p><p>de interesse, pura e livre das amarras criadas pelo homem ao longo do tempo.</p><p>Por fim, em um quarto momento, a reflexão sobre necessidade de julgar algo belo</p><p>ou feio se contrasta com a crença de que sempre haverá aquele que irá discordar deste</p><p>conceito. Isso porque ele afirma que o indivíduo possui quatro faculdades chamadas de</p><p>“sistemas da mente” (KANT, 1995, §18-21), em que estabelece conceitos sobre estas</p><p>questões. São elas: intuição sensível (conhecimento que temos a todo momento de nossa</p><p>vida se tornando direto e imediato), o entendimento (que corresponde sobre os conceitos</p><p>construídos ou o entendimento sobre algo), razão (que vai além da experiencia que é</p><p>considerada a possibilidade, ou seja, ultrapassa o concreto) e a imaginação (que recria as</p><p>ideias ligando-se à sensibilidade, excedendo os limites do conceito) (KANT, 1995, §§18-</p><p>21).</p><p>2. O BELO E A ESTÉTICA</p><p>A Estética (1993), de Alexandre Baumgarten (1714 – 1762), estabelece relações</p><p>entre a filosofia e a arte no campo da estética, especificamente, ao belo. Buscou-se dar</p><p>uma nova identidade, possibilitando uma reflexão racional entre a filosofia e a</p><p>sensibilidade estética, fato histórico visto desde Sócrates no século V a.C, em que o belo</p><p>já estava vinculado e denegrido por questões éticas. Platão, em sua obra Hípias Maior,</p><p>traduzida por Burnet (1903), caracterizava-se de guia pela busca da moral, segundo ele,</p><p>o que é belo é bom (BAUMGARTEN 1993, p.99). Até este momento dentro do período</p><p>clássico, a estética era vista dentro de concepções filosóficas destes pensadores/filósofos</p><p>gregos como algo difícil de ser compreendida em especial. Muitas vezes, em virtude de</p><p>cânones religiosos e morais, era deixada de lado.</p><p>Estética: No sentido da ciência da criação artística, ciência do belo ou filosofia</p><p>da arte, ao empregá-la pela primeira vez, Alexander Baumgarten dividiu a</p><p>gnosiologia (teoria do conhecimento) em sensível e intelectual(...) inclui a</p><p>estética no domínio do sensível(...) definindo-a como ciência do pensar belo</p><p>ou correto cuja razão de ser é a perfeição do conhecimento. (ENCICLOPÉDIA</p><p>MIRADOR INTERNACIONAL, 1994).</p><p>Pelo termo “estética”, Baumgarten (1993, p.16), referia-se ao conhecimento</p><p>sensível, que possuía exigências próprias completando a lógica. É importante salientar</p><p>que este termo</p><p>adquire um novo sentido quando o autor em questão lhe corresponde um</p><p>sentido acadêmico e metodológico em que é possível conhecer a beleza de algo</p><p>condicionado a nossa representação, levando em conta aspectos simétricos e ligados à</p><p>proporção.</p><p>O termo estética vem do grego aisthesis, que significa “apreensão pelos sentidos”</p><p>e “percepção”. Relacionar este termo conceitos filosóficos, trata-se de compreender o</p><p>mundo através dos sentidos, objeto esse que a arte também prioriza. Surpreendentemente,</p><p>embora este conceito tenha sido criado na Grécia antiga, as produções artísticas com</p><p>conceitos estéticos pré-estabelecidos remontam a partir de obras de artes rupestres. De</p><p>acordo com Stephen Farthing (1950) em sua obra Tudo Sobre Arte este conceito sobre</p><p>Arte Rupestre foi destacado.</p><p>As pinturas rupestres do complexo de Lascaux, em Dordogne, França, datam de</p><p>C.14.000 a.C. Descobertas em 1940, as cavernas contêm aproximadamente 2 mil</p><p>imagens produzidas durante o período paleolítico, a maioria das quais retratando</p><p>mamíferos, entre eles cavalos, bisões, veados e até mesmo um rinoceronte.</p><p>Apesar da variedade reduzida de cores disponíveis aos artistas, o resultado é</p><p>impressionante: prestou-se muita atenção aos detalhes anatômicos e os animais</p><p>são facilmente reconhecidos. (FARTHING 1950 p.17).</p><p>A criação do belo, de acordo com Platão em Hípias Maior, estabelece uma busca</p><p>pelo sagrado, por algo inatingível e idealizado. Dentro de sua área de conhecimento,</p><p>encontra-se no mundo das ideias, local em que o homem tenta reproduzi-lo na busca de</p><p>atingir ideais divinos. Possui característica que valoriza o visual, ou seja, a aparência das</p><p>coisas e objetos, pois assim, estabeleceria uma relação com a verdade</p><p>Em contraponto, Kant (1995) revela as questões de beleza e estética como</p><p>conceitos simbólicos e sua relação com caráter e essência pessoal. O que é belo é bom, e</p><p>o que é feio, ruim. O autor também tenta transmitir que os padrões de beleza são</p><p>concebidos através de um sentimento de desinteresse.</p><p>Para Kant (1995, p. 61), “é na capacidade universal de comunicação do estado da</p><p>mente na representação dada que, como condição subjetiva do juízo de gosto, deve estar</p><p>fundamentado esse juízo e ter como consequência o prazer face ao objeto”.</p><p>Sendo assim, a liberdade para a expressão está conectada com a capacidade de</p><p>conceituar o que é belo ou não. Kant, em Crítica de Julgamento de Juízo (1995), valoriza</p><p>a fruição estética, a forma como observa e recebe os conceitos e principalmente, quais</p><p>sentimentos eles são capazes de transmitir.</p><p>Ainda analisando os conceitos acerca da estética, cabe destacar questões sobre</p><p>simetria, harmonia e proporção, dentro do pensamento clássico. O homem, desde os</p><p>primórdios buscava se expressar utilizando a arte, seja por meio do desenho, escultura,</p><p>poesia, dança ou teatro. Estas tradições foram se adaptando e se perpetuando durante a</p><p>construção das sociedades. Mas, a sua essência está alocada na Grécia antiga.</p><p>Inicialmente com o intuito de valorizar e enaltecer os mitos (deuses gregos), tinham a</p><p>função de busca pela perfeição estética e padrões de beleza.</p><p>[...] as esculturas gregas, assim como os edifícios, nasceram para venerar os</p><p>deuses, os únicos a merecer tantos esforços. Mas os deuses gregos, contrários</p><p>dos egípcios ou persas, eram concebidos a imagem e semelhança do homem,</p><p>tem paixões e pensamentos humanos, e, sobretudo tem a forma humana.</p><p>(CONTI, 1987, p. 34).</p><p>Neste aspecto, a busca pelo equilíbrio e a proporção pretendia tecer relações entre</p><p>os mitos e o homem apresentando padrões, detalhes e realismo em suas obras, conforme</p><p>Aristóteles em sua obra Metafísica (1969), apresenta. Ou Platão que remete a beleza ao</p><p>prazer/sensação transmitido por determinado objeto. O artista grego cria o Cânone, que</p><p>seria a representação das proporções do corpo humano como um reflexo de harmonia,</p><p>virtudes e valores expostos por meio da simetria e proporções atribuídas à imagem.</p><p>Destarte, a beleza é uma experiencia individual ou coletiva pois, está associada às</p><p>experiencias que o indivíduo tem ao longo de sua vida e como ele as atribui ao</p><p>determinado objeto em questão.</p><p>Sendo assim, questões estéticas surgem como possibilidades de questionamentos,</p><p>problematização e relevância artística e filosófica do objeto. Neste momento faz-se</p><p>necessário acrescentar que a arte é o meio ou o caminho utilizado pela filosofia para</p><p>contemplar e submeter à apreciação de forma a contribuir para a construção de uma</p><p>cultura, uma identidade ou explicar determinado comportamento.</p><p>Vale salientar que os conceitos estéticos favorecem inúmeros indivíduos ao longo</p><p>dos anos, permitindo que houvesse um desenvolvimento de elites e proletariados,</p><p>simplesmente diferenciados por questões estéticas, salienta-se que o foco aqui é</p><p>conceituar questões estéticas dentro do pensamento de Platão e Kant, principalmente</p><p>sobre o papel da beleza.</p><p>3. ARTE, FILOSOFIA E ESTÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE</p><p>A estética quando é utilizada como elemento de união entre as sociedades,</p><p>questões e aspectos religiosos e explorados por meio de imagens, pode despertar</p><p>sensações e emoções. Assim, encontramos na Arte a possibilidade de estreitar os laços e</p><p>reconstruir seu papel dentro da sociedade. Como exemplo temos a figura 1 (A</p><p>incredulidade de São Tomé) que traz uma passagem bíblica em que São Tomé demonstra</p><p>sua falta de fé e confiança diante da ressurreição de Jesus Cristo.</p><p>Esta imagem criada pelo artista Caravaggio, dentro do período do Barroco</p><p>Europeu, possui como característica a proximidade da imagem dos personagens com a</p><p>realidade. Outro aspecto relevante são as cores e técnica de claro-escuro desenvolvida</p><p>para dar ênfase na figura de Jesus.</p><p>A obra apresenta tons escuros e iluminação na parte principal da tela: o corpo e a</p><p>ferida aberta. Este quadro nos mostra a beleza, mesmo dentro da tragédia e como as</p><p>sensações podem alterar nossa percepção sobre determinado assunto. Na Bíblia Sagrada,</p><p>Novo Testamento, Evangelho de João, capítulo 20, versículos de 24-27, temos a</p><p>inspiração para a produção da obra de Caravaggio:</p><p>Tomé, chamado Dídimo, um dos doze, não estava com os discípulos quando</p><p>Jesus apareceu. Os outros discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor!” Mas ele</p><p>lhes disse: “Se eu não vir as marcas dos pregos em suas mãos, não colocar o</p><p>meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não</p><p>crerei.” Uma semana mais tarde, os seus discípulos estavam outra vez ali, e</p><p>Tomé com eles. Apesar de estarem trancadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no</p><p>meio deles e disse: “Paz seja com vocês!” E Jesus disse a Tomé: “Coloque o</p><p>seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado.</p><p>Pare de duvidar e creia (JOÃO 20: 24-27).</p><p>Figura 1. A Incredulidade de São Tomé - Caravaggio.</p><p>Fonte: https://alacridadecultural.jimdofree.com/artes-visuais</p><p>https://alacridadecultural.jimdofree.com/artes-visuais</p><p>Figura 2. Cama desfeita - Eugène Delacroix.</p><p>Fonte: https://ramosdecultura.wordpress.com/2013/05/20/por-que-a-beleza-importa-tudo-e-arte-e-nada-</p><p>e-arte-parte-7-final</p><p>Além de buscar a beleza no trágico, como na obra de arte anterior, ela pode</p><p>também buscar beleza, onde não há beleza. Como explicação o artista coloca as dobras</p><p>do lençol, construindo um emaranhado sobre a cama, os pesadelos e tormenta como sua</p><p>própria representação, a turbulência que sente, que sofre. Nesse momento ele transforma</p><p>a cama como um símbolo da representação humana, as sensações são despertadas</p><p>utilizando apenas objetos inanimados.</p><p>Aqui o ato criativo acontece em um processo de construção de sentido, o</p><p>julgamento de juízo atribuído, transforma o objeto em algo maior, com sensibilidade e</p><p>disposto a transmitir uma mensagem sentimental e vívida. É uma relação estabelecida</p><p>entre o artista</p><p>e o espectador.</p><p>Nessa perspectiva o que é belo e o que é feio estética, filosófica e artisticamente</p><p>falando? Retomando nossa discussão inicial, o mundo está enraizado no senso comum e</p><p>presos às correntes do indivíduo dentro da caverna de Platão. O conhecimento real é algo</p><p>que se busca como ferramenta para conhecer o belo, longe das sombras e ilusões. “A</p><p>beleza consiste em unidade e variedade.” (SUASSUNA, 1979, p. 51).</p><p>Para Umberto Eco (2004, p.72), o conceito de belo sempre esteve ligado aos</p><p>conceitos de uma determinada sociedade, sendo eles mutáveis. No entanto, é comum</p><p>associar o conceito de belo a algo bom e o conceito de feio ao ruim. No entanto, de acordo</p><p>com o autor não podemos nos “apegar” a estes conceitos que, hoje estão confusos e</p><p>conturbados.</p><p>https://ramosdecultura.wordpress.com/2013/05/20/por-que-a-beleza-importa-tudo-e-arte-e-nada-e-arte-parte-7-final</p><p>https://ramosdecultura.wordpress.com/2013/05/20/por-que-a-beleza-importa-tudo-e-arte-e-nada-e-arte-parte-7-final</p><p>Como exemplo temos os vilãos das telenovelas, seguindo padrões considerados</p><p>esteticamente perfeitos, assim como os mocinhos. Diferentemente de conceitos de</p><p>períodos anteriores da história que traziam aquele que era bom, com características belas,</p><p>e o malfeitor, com cicatrizes e marcas de quem sofreu ao longo da vida.</p><p>Pode-se dizer então que a beleza, em nossos dias, define-se de um lado como</p><p>uma questão construída/exibida por discursos normativos; e de outro, por ser</p><p>uma vivência pessoal, onde estão presentes e interagindo nossas experiências</p><p>e escolhas. (OLIVEIRA, 2001, p. 183).</p><p>O discurso sobre beleza e julgamento de valor dentro da sociedade contemporânea</p><p>se mostra líquido e instável. Comprovamos esta afirmação quando refletimos sobre o</p><p>papel da mídia dentro das casas e sua influência na concepção e formações de padrões</p><p>estéticos.</p><p>Os meios de comunicação embora não sejam capazes de impor o que pensar</p><p>em relação a um determinado tema, como desejava a teoria hipodérmica, são</p><p>capazes a médio e longo prazos, de influenciar o que pensar e o que falar.</p><p>(HOHLFELDT, 2007, p.191).</p><p>Conforme Hohlfeldt (2007) argumenta sobre a teoria hipodérmica, se faz</p><p>necessário compreendê-la pois nela há uma grande discussão acerca da influência nos</p><p>meios de comunicação e a injeção de conteúdo, conceitos e padrões inseridos na</p><p>sociedade que é emocionalmente frágil e busca acompanhar a onda da vez.</p><p>Historicamente, a teoria hipodérmica coincide com o período das duas guerras</p><p>mundiais e com difusão em larga das comunicações de massa e representou a</p><p>primeira reação que este último fenómeno provocou entre estudiosos de</p><p>proveniência diversa. Os principais elementos que caracterizam o contexto da</p><p>teoria hipodérmica são, por um lado, a novidade do próprio fenómeno das</p><p>comunicações de massa e, por outro, a ligação desse fenómeno às trágicas</p><p>experiências totalitárias daquele período histórico. Encerrada entre estes dois</p><p>elementos, a teoria hipodérmica é uma abordagem global aos, mas média,</p><p>indiferente à diversidade existente entre os vários meios e que responde</p><p>sobretudo à interrogação: que efeito têm os mas media numa sociedade de</p><p>massa? (WOLF, 2001, p. 22-23).</p><p>Wolf (2001) ainda trata dos efeitos que dentro da teoria hipodérmica são dados</p><p>como certos, inevitáveis e instantâneos: “Se uma pessoa é “pega” pela propaganda, pode</p><p>ser controlada, manipulada, levada a agir” (WOLF, 2001, p. 28). Assim, temos hoje uma</p><p>sociedade que enaltece imagens, padrões estéticos e conceitua a beleza como algo</p><p>inatingível, Eco (2004, p. 72) afirma que mesmo a história e os conceitos de julgamentos</p><p>estéticos serem mutáveis ao longo dos séculos, as regras em relação a harmonia, simetria</p><p>são impostos de forma velada pela mídia. As conexões entre o belo e o sagrado, o sagrado</p><p>e o profano e a estética estabelecida através de padrões, caracteriza de considerações que</p><p>vão além da beleza. O belo se submete ao momento em que interfere diretamente em um</p><p>comportamento social, no qual pode se apropriar de possibilidades e desencadear</p><p>elementos estéticos ou padrões a serem seguidos. Enfim, delimita os conceitos de limite,</p><p>ordem e simetria que devem ser seguidos, independentemente das consequências que</p><p>estes acarretarão.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>A beleza é algo que existe para que possamos compreender a arte. Portanto, refletir</p><p>os aspectos do belo, sua evolução e concepções associadas a reflexões e conceitos</p><p>filosóficos e contemporâneos, é tudo aquilo que agrada desinteressadamente, uma</p><p>contemplação baseada na imaginação, em que a universalidade é respeitada construindo</p><p>o livre arbítrio.</p><p>Filósofos clássicos tratam do belo como algo sublime (Platão, 2000) e o constrói</p><p>através de reflexões articuladas entre o nosso mundo e o mundo das ideias. Isso se</p><p>justifica pelo fato de o indivíduo tentar conhecer o mundo e a si mesmo.</p><p>Kant (1995) reverbera sobre a faculdade do juízo, a intuição sensível, o</p><p>entendimento, razão e a imaginação. Aspectos diretamente relacionados ao mundo</p><p>contemporâneo, os quais estimulam o indivíduo ao consumo e o enquadramento de</p><p>padrões. Estes aspectos estabelecem e criam mecanismos de aceitação, e proporcionam</p><p>estratégias, muitas vezes falhas, de como se adequar na sociedade. O autor ainda</p><p>questiona necessidade de julgar algo como belo ou feio, o que se contrasta com a crença</p><p>de que sempre haverá aquele que irá discordar deste conceito.</p><p>Baumgarten (1714 – 1762), que estabelece relações entre a filosofia e a arte no</p><p>campo da estética, especificamente, ao belo, se valeu da busca por uma nova identidade,</p><p>o que possibilitou uma reflexão racional entre a filosofia e a sensibilidade estética.</p><p>Hipóteses sobre o que é belo começam a ser levantadas criando uma atmosfera com</p><p>pensamento moderno.</p><p>Ao utilizar a arte como elemento estruturante para criar e conceituar padrões,</p><p>estabelecemos uma linha de pensamento em que questões éticas são colocadas em jogo</p><p>pois, o que é belo em um mundo instável, volátil e criativo? A resposta está diante de</p><p>nossos olhos, claro que de acordo com nosso julgamento de juízo e valores. Afirmar que</p><p>uma obra de arte como a “A incredulidade de São Tomé” (1601-1603) é bela, requer um</p><p>julgamento baseado em aspectos religiosos, sociais e culturais. Ao contrário de observar</p><p>a obra “Cama Desfeita” (1928) de Eugéne Delacroix, a qual transfere um sentimento de</p><p>desordem. O ato criativo acontece para que haja a desconstrução de algo pronto. O</p><p>aspecto experimental é colocado a prova quando se estabelece uma relação entre a obra e</p><p>o espectador. Os julgamentos e conceitos estabelecidos são necessários, entretanto, a</p><p>construção de significados, significantes e o que é belo, percorre por aspectos emocionais,</p><p>estruturais, experiencias e juízos construídos ao longo de nossa trajetória.</p><p>Deste modo, a subjetividade se faz presente atribuindo relações do indivíduo com</p><p>o meio, descontruindo padrões estéticos e afunilando ideias sobre o que se contempla. O</p><p>senso crítico é desenvolvido para fazer com que o homem contemple a arte e reflita sobre</p><p>questões ali propostas. Talvez o conceito de belo ainda esteja em formação, experimentar</p><p>uma relação de leveza, plenitude, alegria e bondade, pode ser um caminho, não custa</p><p>experimentar!</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. tradução Mario da Gama Kury. Brasília: UnB, 1985.</p><p>ARISTÓTELES. Metafísica. tradução l. Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969.</p><p>BAUMGARTEN, A.G. Estética: a lógica da arte e do poema. Trad. Miriam Sutter</p><p>Medeiros. Rio de Janeiro: Vozes, 1993.</p><p>BIBLIA SAGRADA. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e</p><p>Atualizada no Brasil. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.</p><p>BURNET, Platonis Opera, vol. III, Oxford, 1903 (reimpresión, 1974).</p><p>CONTI, Flávio. Como reconhecer a arte grega. Martins Fontes, São Paulo: 1987.</p><p>Dicionário - S"</p><p>em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2020.</p><p>Consultado em 05/12/2020 às 18:04. Disponível na Internet</p><p>em http://www.filosofia.com.br/vi_dic.php?pg=1&palvr=S</p><p>ECO, Umberto. O Signo. Trad. Maria de Fátima Marinho. São Paulo: Martins Fontes,</p><p>1991.</p><p>ECO, Umberto. História da Beleza. Trad. Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Record, 2004.</p><p>ECO, Umberto. História da Feiura. Trad. Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Record, 2007.</p><p>HOUAISS, Antônio (1994). Enciclopédia Mirador Internacional, vol. 1. São Paulo:</p><p>Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.</p><p>HOHLFELDT, Antônio; MARTINO, Luiz C; FRANÇA, Vera Veiga. Teorias da</p><p>comunicação: conceitos, escolas, tendências.7. Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.</p><p>KANT, I. Observations Sur Le Sentiment Du Beau Et Du Sublim. Paris: Vrin, 2000.</p><p>KANT, I. Critique of Judgment. Oxford: Oxford World’s Classics, 2009.</p><p>KANT, Immanuel. Crítica da faculdade do juízo. Tradução de Valério Rohden e</p><p>Antônio Marques. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.</p><p>LABORDE, André. A Mais Bella do Rio Grande: um estudo sobre as relações de gênero</p><p>no universo dos concursos de beleza na década de 70. Rio Grande: 2004. (Monografia de</p><p>Pós-Graduação) – Universidade Federal do Rio Grande.</p><p>LORETO, Marie Lúcie da Silva; SILVA, Ursula Rosa da. Elementos da Estética.</p><p>Pelotas: Educat, 1995.</p><p>OLIVEIRA, Nucia Alexandra Silva. Corpo e Beleza – Pautas nos discursos da</p><p>contemporaneidade. Esboços - Revista do Programa de Pós-Graduação em História</p><p>da UFSC. Vol. 9. No 9. 2001. ISS1414-722x. Disponível em:</p><p><www.periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/.../570/9842> acesso em 08 nov.</p><p>2020.</p><p>PLATÃO. Fedro. Tradução de J. C. Souza. São Paulo: Editora 34, 2016.</p><p>PLATÃO. Hípias Maior. Tradução de M. T. S. Azevedo. Lisboa: Edições 70, 2000.</p><p>SAUSSURE, Ferdinand. Curso de linguística geral. SP. 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