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<p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 257SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>POPULAÇÃO: CONCEITOS GERAIS E</p><p>SITUAÇÃO NA ATUALIDADE.01</p><p>DISTRIBUIÇÃO E CARACTERÍSTICAS</p><p>GERAIS DA POPULAÇÃO MUNDIAL</p><p>NA ATUALIDADE</p><p>De acordo com projeções demográficas da ONU apresentadas em</p><p>dezembro de 2017, a população mundial atualmente é de 7,44 bilhões de</p><p>habitantes, número que chegará a 8,6 bilhões até 2030, o que representa</p><p>um aumento de 1 bilhão de pessoas em 13 anos. Esse número</p><p>impressiona, pois somente em 1804 o mundo chegou ao seu primeiro</p><p>bilhão de habitantes. Daí em diante, foram necessários apenas mais</p><p>123 anos (em meio a um processo de industrialização e urbanização)</p><p>para atingir o segundo bilhão. E em poucas décadas, influenciada por</p><p>diversas mudanças na sociedade mundial, a população rapidamente</p><p>chegou aos mais de sete bilhões que existem hoje.</p><p>As Nações Unidas esperam que a população mundial aumente</p><p>para aproximadamente 9,8 bilhões de pessoas em 2050 e que, para</p><p>2100, o mundo tenha quase 11,2 bilhões de habitantes. Portanto,</p><p>é evidente que a população mundial continua aumentando, o que</p><p>estimula preocupações relacionadas à disponibilidade de comida</p><p>e recursos naturais. Contudo, ao contrário do que pode parecer,</p><p>não há um crescimento populacional desenfreado em todos os</p><p>lugares do mundo. Afinal, a população tem características bastante</p><p>distintas de acordo com a localidade analisada.</p><p>A distribuição demográfica, o ritmo de crescimento e os</p><p>níveis de renda são muito desiguais entre os países, tendo em</p><p>vista a ocorrência de diferentes fatores que se apresentam como</p><p>favoráveis e/ou desfavoráveis à ocupação humana - e que podem</p><p>ser de origem natural ou antrópica (transformações através da ação</p><p>dos seres humanos). De maneira geral, as áreas pouco ocupadas</p><p>(ou seja, com baixa densidade demográfica) têm condições</p><p>naturais adversas – tais como um clima muito seco ou frio, solos</p><p>pantanosos ou um relevo muito montanhoso. São chamadas de</p><p>áreas anecúmenas. Temos como exemplo o território canadense</p><p>(muito frio) e australiano (muito seco), cujas condições naturais</p><p>são bastante difíceis de enfrentar. Por isso, esses são locais onde</p><p>existem vazios demográficos, ou seja, áreas pouco habitadas.</p><p>A Ásia é o continente mais populoso do mundo. Além disso,</p><p>existem áreas muito povoadas no sul e sudeste asiático, pois os solos</p><p>planos e férteis e a existência de importantes bacias hidrográficas</p><p>criaram condições favoráveis para a fixação dos seres humanos,</p><p>permitindo a formação de grandes civilizações. Ou seja, nas áreas</p><p>ecúmenas costuma haver uma quantidade muito maior de habitantes.</p><p>Apesar de o Brasil ser o quinto país mais populoso do mundo,</p><p>sua densidade demográfica é baixa, com 23,8 hab/km² (2017). Em</p><p>parte, isso é justificado pelo grande tamanho do nosso território</p><p>e pela existência de áreas anecúmenas em solo brasileiro, como</p><p>a Floresta Amazônica, o sertão nordestino e o pantanal, cujas</p><p>características naturais dificultam a ocupação humana.</p><p>PAÍSES MAIS POPULOSOS DO MUNDO</p><p>EM 2016 E PROJEÇÃO PARA 2050 (EM</p><p>MILHÕES DE HABITANTES)</p><p>Os 7 países mais populosos do mundo: 2016 e 2050</p><p>PRB: http://www.prb.org/Publications/Datasheets/2016/2016-world-population-data-</p><p>sheet.aspx</p><p>Segundo os dados da ONU, mais da metade do crescimento</p><p>populacional entre 2018 e 2050 se concentrará em nove países: Índia,</p><p>Nigéria, República Democrática do Congo, Paquistão, Etiópia, Tanzânia,</p><p>Estados Unidos, Uganda e Indonésia. Entre os dez países mais</p><p>populosos do mundo, a Nigéria é onde a população cresce a um ritmo</p><p>mais forte. Atualmente o sétimo país mais populoso, as projeções dizem</p><p>que a Nigéria superará os EUA como o terceiro país mais populoso</p><p>antes de 2050. Ou seja: a Ásia é o continente mais populoso do planeta,</p><p>mas é na África que ocorre o maior crescimento vegetativo atualmente.</p><p>O relatório da ONU revela que, no Brasil, o crescimento</p><p>demográfico será cada vez mais lento devido às taxas de</p><p>fecundidade, que baixaram em quase todas as regiões do mundo.</p><p>O Brasil está entre os 10 países que registraram menor fertilidade</p><p>em relação ao nível de reposição entre 2010 e 2015. Porém,</p><p>é importante ter cuidado: isso não significa que a população</p><p>brasileira já está diminuindo; apenas que está crescendo cada</p><p>vez mais devagar. Enquanto isso, a Índia (que atualmente tem 1,3</p><p>bilhão de habitantes ou 18% da população mundial) passará em,</p><p>aproximadamente, sete anos a China (que agora tem cerca de 1,4</p><p>bilhão de habitantes) e se tornará o país mais populoso do planeta.</p><p>Assim, é fundamental entender que a população do mundo seguirá</p><p>aumentando, mas que isso acontecerá em um ritmo mais lento do</p><p>que nos últimos anos devido à redução da taxa de fertilidade em</p><p>praticamente todas as regiões – inclusive em lugares onde o número</p><p>médio de filhos por mulher segue sendo muito alto, como na África. De</p><p>fato, nos últimos anos a Europa foi o único continente onde o número</p><p>de filhos por mulher aumentou, passando de 1,4 no período 2000-2005,</p><p>para 1,6 no período 2010-2015 – e em boa parte por conta de políticas</p><p>de incentivo à natalidade. Apesar isso, a Europa será a única região onde</p><p>o número de habitantes se reduzirá entre 2017 e 2030, passando de 742</p><p>milhões para cerca de 739 milhões, uma vez que a população de idosos</p><p>já é bastante elevada e, mesmo com o ligeiro aumento da fecundidade</p><p>nos últimos anos, o índice ainda é muito menor do que o necessário</p><p>para que a população não diminua. Em comparação, a população da</p><p>África aumentará nesse período, passando de 1,256 bilhão para cerca</p><p>de 1,7 bilhão e a da Ásia de 4,5 bilhão para 4,94 bilhão.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR258</p><p>GEOGRAFIA II 01 POPULAÇÃO: CONCEITOS GERAIS E SITUAÇÃO NA ATUALIDADE.</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>CONCEITOS E PRINCIPAIS INDICADORES</p><p>DEMOGRÁFICOS</p><p>A demografia corresponde à área da ciência geográfica que</p><p>estuda a dinâmica da população humana. Já uma população é</p><p>qualquer conjunto de pessoas que vivem em um determinado</p><p>espaço, seja este sob a dimensão mundial, de um continente, de</p><p>um país, de uma região, um estado ou uma outra área específica.</p><p>Em geral, em uma análise demográfica, são considerados tamanho,</p><p>distribuição, estrutura e crescimento da população.</p><p>Os fatores ecúmenos e anecúmenos influenciam diretamente</p><p>o tamanho da população, isso é, o número de pessoas que residem</p><p>em um determinado espaço. É possível medir o tamanho de uma</p><p>população de forma absoluta e relativa.</p><p>• População Absoluta - Total de habitantes em um</p><p>determinado lugar. Utilizamos o adjetivo populoso</p><p>quando nos referimos a um lugar com grande</p><p>população absoluta e pouco populoso quando</p><p>apresenta uma pequena população absoluta.</p><p>• População Relativa (Densidade Demográfica) -</p><p>Média de habitantes de um determinado lugar, ou</p><p>seja, o número de habitantes por quilômetro quadrado</p><p>(km²). Para isso, basta dividir a população absoluta pela</p><p>área territorial. Locais com grande população relativa</p><p>são chamados de povoados e aqueles com pequena</p><p>população relativa são nomeados de pouco povoados.</p><p>EXEMPLOS DE PAÍSES MUITO POVOADOS (2016)</p><p>Porém, dois países com população de tamanho igual podem ter</p><p>estrutura demográfica bastante diferentes. Ou seja, o número total</p><p>e a proporção de jovens, adultos e idosos varia muito de acordo</p><p>com o país e a sua situação socioeconômica. Da mesma forma,</p><p>os indicadores demográficos são bastante diferentes quando</p><p>comparamos os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos. Os</p><p>principais indicadores populacionais são as taxas de natalidade,</p><p>mortalidade, mortalidade infantil, fecundidade e a expectativa de</p><p>vida. Para analisar as condições socioeconômicas, usa-se também</p><p>o IDH e o Coeficiente de Gini.</p><p>• Taxa de Natalidade - Porcentagem que corresponde à</p><p>relação entre o número de nascimentos ocorridos em</p><p>um ano e a população absoluta.</p><p>• Taxa de Mortalidade - Porcentagem que corresponde</p><p>a relação entre o número de óbitos ocorridos em um</p><p>ano e a população absoluta.</p><p>• Taxa de Mortalidade Infantil - Trata da relação do</p><p>número de crianças de até 1 (um)</p><p>condicionado pelas disparidades</p><p>socioeconômicas.</p><p>d) demanda por mão de obra qualificada, favorecida por políticas</p><p>governamentais.</p><p>06. (UNICAMP)</p><p>PRÉ-VESTIBULAR SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>03 POPULAÇÃO: TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA</p><p>273</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>O gráfico acima apresenta as progressões do tamanho da</p><p>população e do incremento populacional, por décadas, de 1750 até</p><p>a projeção para 2050. A partir de 1990, verifica-se uma importante</p><p>mudança de comportamento do incremento. Contudo, a população</p><p>continua a crescer porque o incremento populacional</p><p>a) continua positivo.</p><p>b) passou a ser negativo.</p><p>c) manteve-se constante.</p><p>d) está em queda.</p><p>07. (UFPR) O Brasil tem 206,08 milhões de habitantes, segundo</p><p>dados divulgados nesta terça-feira (30) [agosto, 2016] pelo Instituto</p><p>Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estimativas publicadas</p><p>no Diário Oficial da União indicam que o país tinha, em 1º de julho</p><p>deste ano, 206.081.432 habitantes. No ano passado, a população era</p><p>de 204.450.649, ou seja, o crescimento da população foi de 0,8%.</p><p>(Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2016/08/30/</p><p>ibge-brasil-ja-tem-206-milhoes-de-habitantes.htm>. Acessado em 31.08.2016.)</p><p>Com base nas informações do texto e nos conhecimentos em</p><p>geografia da população, assinale a alternativa correta.</p><p>a) O percentual de crescimento populacional indicado mostra</p><p>que a teoria malthusiana tinha razão, isto é, que a população</p><p>está crescendo em progressão geométrica e a de alimentos,</p><p>em ritmo aritmético.</p><p>b) A taxa de natalidade caiu de forma significativa nas últimas duas</p><p>décadas e a percentagem de crescimento atual é explicada pela</p><p>vinda de migrantes e refugiados de outros países.</p><p>c) Em termos absolutos, a expressiva diferença no montante da</p><p>população entre um ano e outro indica que as políticas públicas</p><p>de controle de natalidade da última década não conseguiram</p><p>diminuir o crescimento populacional.</p><p>d) O aumento da densidade demográfica nas regiões Norte e</p><p>Centro-Oeste, que equilibrou a distribuição da população nacional,</p><p>tem sido um fator relevante no crescimento populacional.</p><p>e) Embora apresente essa taxa de crescimento, há uma tendência</p><p>de diminuição da representatividade da população jovem no</p><p>Brasil em relação à população em processo de envelhecimento,</p><p>confirmando a mudança da estrutura etária brasileira.</p><p>08. (UFRGS) Observe o mapa abaixo.</p><p>Considere as informações abaixo, contidas no mapa, sobre Mulheres</p><p>Economicamente Ativas em 2010 no mundo.</p><p>I. Os países mais ricos têm, proporcionalmente, maior quantidade</p><p>de mulheres que participam do mercado de trabalho.</p><p>II. O mapa mostra que a participação da mulher nas atividades</p><p>econômicas está presente na maior parte dos países.</p><p>III. Os países considerados menos desenvolvidos possuem</p><p>a maior participação relativa das mulheres na população</p><p>economicamente ativa.</p><p>Quais estão corretas?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas I e III.</p><p>d) Apenas II e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>09. (MACKENZIE)</p><p>O futuro é uma página em branco na qual podemos escrever</p><p>nosso destino, respeitando as limitações e as circunstâncias</p><p>históricas. O futuro da economia e da população depende das</p><p>decisões que se tomam no presente e das medidas colocadas</p><p>em prática nas décadas subsequentes. Em relação ao futuro da</p><p>população mundial, as projeções da Divisão de População da</p><p>ONU apontam para três cenários até 2100, que variam de 6 a</p><p>16 bilhões de habitantes. O número que será atingido vai depender,</p><p>fundamentalmente, do comportamento das taxas de fecundidade.</p><p>A redução das taxas de mortalidade e o aumento da esperança de</p><p>vida também afetam o resultado final, mas em uma proporção bem</p><p>menor do que o ritmo dos nascimentos.</p><p>A Divisão de População estima que a esperança de vida média</p><p>do mundo vai aumentar de 68 anos em 2010 para 81 anos em</p><p>2100. O que é um cenário bastante positivo e otimista e mostra que</p><p>as pessoas devem viver mais tempo e obter maiores retornos dos</p><p>investimentos em educação e qualidade de vida.</p><p>Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2012/05/30/o-mundo-pode-escolher-</p><p>entre-6-e-16-bilhoes-de-habitantes-em-2100-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/.</p><p>Acesso em 25 mar.2018</p><p>Baseado no gráfico e no texto, é correto afirmar que</p><p>a) a população humana, a partir de 1900, passou a apresentar um</p><p>crescimento quase exponencial, devido à alta resistência ambiental.</p><p>b) a população humana, entre os anos 1000 e 1700, manteve-se</p><p>em relativa estabilidade devido à baixa taxa de fecundidade</p><p>decorrente da alta mortalidade infantil e do controle de natalidade.</p><p>c) o avanço da medicina do último século contribuiu,</p><p>significativamente, para aceleração da taxa de crescimento da</p><p>população mundial, aumentando a expectativa de vida.</p><p>d) no período em que a resistência ambiental ultrapassou o</p><p>potencial biótico humano, a população manteve-se em equilíbrio.</p><p>e) a fome mundial e as guerras foram os principais motivos que</p><p>detiveram o crescimento mundial até o século XVII.</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO274</p><p>GEOGRAFIA II 03 POPULAÇÃO: TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA</p><p>10. (UERJ) A ARTE DE ENVELHECER</p><p>1O envelhecimento é sombra que nos acompanha desde</p><p>a concepção: o feto de seis meses é muito mais velho do que o</p><p>embrião de cinco dias.</p><p>Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma</p><p>habilidade na qual nós somos inigualáveis: a adaptação. Não há</p><p>animal capaz de criar soluções diante da adversidade como nós,</p><p>de sobreviver em nichos ecológicos que vão do calor tropical às</p><p>geleiras do Ártico.</p><p>Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por</p><p>imitação, temos que aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar</p><p>cada vez mais velhos.</p><p>A adolescência é um fenômeno moderno. 2Nossos ancestrais</p><p>passavam da infância à vida adulta sem estágios intermediários.</p><p>Nas comunidades agrárias o menino de sete anos trabalhava na</p><p>roça e as meninas cuidavam dos afazeres domésticos antes de</p><p>chegar a essa idade.</p><p>A figura do adolescente que mora com os pais até os 30 anos,</p><p>sem abrir mão do direito de reclamar da comida à mesa e da</p><p>camisa mal passada, surgiu nas sociedades industrializadas</p><p>depois da Segunda Guerra Mundial. Bem mais cedo, nossos avós</p><p>tinham filhos para criar.</p><p>A exaltação da juventude como o período áureo da existência</p><p>humana é um mito das sociedades ocidentais. Confinar aos jovens</p><p>a publicidade dos bens de consumo, exaltar a estética, os costumes</p><p>e os padrões de comportamento característicos dessa faixa etária</p><p>tem o efeito perverso de insinuar que o declínio começa assim que</p><p>essa fase se aproxima do fim.</p><p>A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos,</p><p>muito mais do que afligia nossos antepassados. Sócrates tomou</p><p>cicuta aos 70 anos, Cícero foi assassinado aos 63, Matusalém</p><p>sabe-se lá quantos anos teve, mas seus contemporâneos gregos,</p><p>romanos ou judeus viviam em média 30 anos. No início do</p><p>século 20, a expectativa de vida ao nascer nos países da Europa</p><p>mais desenvolvida não passava dos 40 anos.</p><p>A mortalidade infantil era altíssima; epidemias de peste negra,</p><p>varíola, malária, febre amarela, gripe e tuberculose dizimavam</p><p>populações inteiras. Nossos ancestrais viveram num mundo</p><p>devastado por guerras, enfermidades infecciosas, escravidão,</p><p>dores sem analgesia e a onipresença da mais temível das criaturas.</p><p>Que sentido haveria em pensar na velhice quando a probabilidade</p><p>de morrer jovem era tão alta? Seria como hoje preocupar-nos com</p><p>a vida aos cem anos de idade, que pouquíssimos conhecerão.</p><p>3Os que estão vivos agora têm boa chance de passar dos</p><p>80. Se assim for, 4é preciso sabedoria para aceitar que nossos</p><p>atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma</p><p>cirurgia devolverá aos 60 o rosto que tínhamos aos 18, mas que</p><p>envelhecer não é sinônimo de decadência física para aqueles que</p><p>se movimentam, não fumam, comem com parcimônia, exercitam a</p><p>cognição e continuam atentos às transformações do mundo.</p><p>Considerar a vida um vale de lágrimas no qual submergimos de</p><p>corpo e alma ao deixar a</p><p>juventude é torná-la experiência medíocre.</p><p>Julgar, aos 80 anos, que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25</p><p>é não levar em conta que a memória é editora autoritária, capaz de</p><p>suprimir por conta própria as experiências traumáticas e relegar</p><p>ao esquecimento inseguranças, medos, desilusões afetivas, riscos</p><p>desnecessários e as burradas que fizemos nessa época.</p><p>5Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem</p><p>“cabeça de jovem”. É considerá-lo mais inadequado do que o rapaz</p><p>de 20 anos que se comporta como criança de dez.</p><p>Ainda que maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz</p><p>a aceitação das ambiguidades, das diferenças, do contraditório e</p><p>abre espaço para uma diversidade de experiências com as quais</p><p>nem sonhávamos anteriormente.</p><p>DRÁUZIO VARELLA</p><p>Folha de São Paulo, 23/01/2016.</p><p>Tendo em vista o envelhecimento da população, com o objetivo</p><p>de aliviar os gastos com a aposentadoria, uma medida tem sido</p><p>frequentemente implantada: o aumento do tempo de serviço para</p><p>os trabalhadores.</p><p>Entretanto, em países pobres, tal medida é questionada em função</p><p>do seguinte indicador demográfico:</p><p>a) alta mortalidade infantil</p><p>b) baixo percentual de jovens</p><p>c) reduzida expectativa de vida</p><p>d) elevada taxa de analfabetismo</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. E</p><p>02. C</p><p>03. A</p><p>04. C</p><p>05. C</p><p>06. A</p><p>07. E</p><p>08. D</p><p>09. C</p><p>10. C</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 275SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>POPULAÇÃO: ESTRUTURA</p><p>DEMOGRÁFICA04</p><p>ESTRUTURA DEMOGRÁFICA</p><p>Estrutura demográfica é a classificação da população em</p><p>grupos determinados e segundos certos critérios:</p><p>• Etnia (estrutura étnica).</p><p>• Idade e sexo (estrutura etária).</p><p>• Ocupação profissional (população ativa e inativa).</p><p>Cabe citar que hoje em dia emprega-se muito mais o termo</p><p>etnia do que raça, uma vez que a primeira não expressa só a cor,</p><p>mas, sobreduto, a cultura de um determinado grupo étnico. Quando</p><p>analisada em termos de idade e sexo, a composição da população</p><p>costuma ser apresentada através de gráficos que são conhecidos</p><p>como pirâmides etárias.</p><p>ESTRUTURA POPULACIONAL POR</p><p>FAIXA ETÁRIA</p><p>A população de um país pode ser dividida de acordo com a</p><p>idade em três grupos principais:</p><p>• Jovens (0 a 19 anos).</p><p>• Adultos (20 a 59 anos).</p><p>• Idosos (acima de 60 anos).</p><p>Em países subdesenvolvidos, as taxas de natalidade e</p><p>fecundidade costumam ser altas.Em países subdesenvolvidos, as</p><p>taxas de natalidade e fecundidade costumam ser altas. Por isso, esses</p><p>são países onde a proporção de jovens é muito grande em relação à</p><p>população total. Ao mesmo tempo, por serem países pobres e repletos</p><p>de problemas socioeconômicos, nesses locais as pessoas não</p><p>costumam ter uma elevada expectativa de vida. Logo, a porcentagem</p><p>de idosos é pequena em relação ao todo. Nos países desenvolvidos,</p><p>por sua vez, a situação é oposta: são locais onde o número de jovens</p><p>é muito pequeno (e tem se tornado cada vez menor), enquanto a</p><p>população de idosos aumenta rapidamente. Portanto, a estrutura</p><p>etária é bem diferente quando se compara países com situações</p><p>socioeconômicas distintas, como pode ser visto na tabela abaixo.</p><p>COMPARAÇÃO DA ESTRUTURA ETÁRIA E</p><p>EXPECTATIVA DE VIDA (2000-2005)</p><p>PAÍS JOVENS</p><p>(%)</p><p>ADULTOS</p><p>(%)</p><p>VELHOS</p><p>(%)</p><p>EXPECTATIVA</p><p>DE VIDA (anos)</p><p>População</p><p>envelhecida</p><p>Japão 14,3 67,3 18,4 81,5</p><p>Itália 14,1 67,1 18,8 78,7</p><p>Alemanha 15,0 67,5 17,5 78,2</p><p>População</p><p>madura</p><p>EUA 21,5 66,2 12,3 77,1</p><p>Cingapura 25,5 68,6 5,9 78,1</p><p>Brasil 28,2 66,3 5,5 68,3</p><p>População</p><p>jovem</p><p>Bolívia 38,6 57,2 3,6 63,9</p><p>Paquistão 41,4 54,9 3,7 61,0</p><p>Somália 48,0 49,6 2,4 47,9</p><p>De modo geral, quanto mais atrasado no processo de transição</p><p>demográfica, mais jovem é a população de um país; quanto mais</p><p>avançado na transição demográfica, mais envelhecida é a população.</p><p>Isso faz com que as pirâmides etárias sejam muito diferentes</p><p>de acordo com as condições socioeconômicas de cada país. É</p><p>importante saber que um gráfico desse tipo se divide em três partes:</p><p>• Base - Parte inferior da pirâmide etária que representa</p><p>a população jovem.</p><p>• Corpo - Parte intermediária da pirâmide etária que</p><p>representa a população adulta.</p><p>• Cume, Topo ou Ápice - Parte superior da pirâmide</p><p>etária que representa a população idosa.</p><p>• Base - Permite analisar indicadores na pirâmide etária</p><p>como a natalidade, a fecundidade e a mortalidade</p><p>infantil.</p><p>• Corpo - Permite analisar indicadores na pirâmide</p><p>etária como a taxa de mortalidade e o tamanho da</p><p>população em idade para trabalhar.</p><p>• Cume, Topo ou Ápice - Permite analisar a longevidade</p><p>média da população.</p><p>As pirâmides de “países jovens” apresentam uma base</p><p>larga (pois há elevada proporção de jovens) e o cume estreito</p><p>(demonstrando baixo número de idosos). Este formato de pirâmide</p><p>caracteriza a estrutura da população da maior parte dos países</p><p>subdesenvolvidos. Por sua vez, os chamados “países velhos”</p><p>são aqueles cuja estrutura etária cria uma pirâmide de base mais</p><p>estreita (indicando a baixa porcentagem de jovens) e cume mais</p><p>largo (tendo em vista a grande proporção de idosos).</p><p>Com o passar dos anos e em virtude da transição</p><p>demográfica, o formato da pirâmide etária sofre modificações</p><p>estruturais. Ou seja, à medida que ocorre uma melhora nas</p><p>condições sociais e econômicas, ocorre também uma queda na</p><p>natalidade e um aumento na expectativa de vida – e isso faz com</p><p>que o formato da pirâmide mude visivelmente. Notadamente,</p><p>quando ocorre o desenvolvimento do país há um gradativo</p><p>estreitamento da base da pirâmide e um alargamento tanto</p><p>PRÉ-VESTIBULAR276</p><p>GEOGRAFIA II 04 POPULAÇÃO: ESTRUTURA DEMOGRÁFICA</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>do corpo quanto do ápice – justamente em razão da redução</p><p>da taxa de natalidade e do aumento da expectativa de vida da</p><p>população. Portanto, com o passar dos anos há uma tendência</p><p>de inversão da pirâmide, como pode ser visto na transformação</p><p>que já ocorreu nas últimas décadas e é prevista para prosseguir</p><p>acontecendo na população japonesa.</p><p>Redução da Taxa de Mortalidade</p><p>• Urbanização (maior saneamento básico).</p><p>• Avanços da medicina e da indústria farmacêutica</p><p>(novos tratamentos e novos remédios).</p><p>Redução da Taxa de Natalidade</p><p>• Maior entrada e participação da mulher no mercado</p><p>de trabalho.</p><p>• Maior uso de métodos contraceptivos (pílula</p><p>anticoncepcional e preservativo, por exemplo).</p><p>• Alto custo do filho nos dias atuais (educação,</p><p>alimentação, saúde e lazer).</p><p>• Maior planejamento familiar.</p><p>ESTRUTURA POPULACIONAL POR GÊNERO</p><p>Em termos de sexo, na pirâmide etária, os homens são</p><p>representados à esquerda e as mulheres à direita. O eixo vertical</p><p>representa as idades e o eixo horizontal pode representar o número</p><p>de habitantes.</p><p>Normalmente, a diferença entre homens e mulheres é muito</p><p>pequena nas faixas etárias mais jovens. Porém, quando se observa</p><p>os adultos (e, principalmente, os idosos) quase sempre há um</p><p>número bem maior de mulheres. Isso ocorre porque a expectativa</p><p>de vida feminina costuma ser mais elevada. Dados da OMS</p><p>(Organização Mundial de Saúde) divulgados em 2016, apontam</p><p>que a expectativa de vida dos homens, no mundo, é de 69,1 anos,</p><p>enquanto a das mulheres é de 73,8 anos. No Brasil, de acordo com</p><p>o IBGE, as mulheres vivem, em média, quase sete anos a mais que</p><p>os homens.</p><p>Antigamente acreditava-se que isso acontecia, pois, ao sair</p><p>para trabalhar, o homem sofria mais desgaste do corpo e da mente:</p><p>cumprimento de horários, alimentação inadequada, disputas</p><p>no trabalho e discussões geravam um alto grau de estresse. Só</p><p>que com a entrada da mulher no mercado de trabalho, elas ainda</p><p>continuam vivendo mais, mesmo fazendo a chamada dupla</p><p>jornada que é chegar em casa depois do expediente para cuidar</p><p>dos filhos e da casa.</p><p>Pesquisadores acreditam que uma das explicações para a</p><p>maior longevidade feminina, é que elas se cuidam mais: de modo</p><p>geral, elas fazem visitas mais frequentes ao médico, se submetem</p><p>a mais exames e consultas de rotina, fumam menos e bebem</p><p>menos. Outra hipótese é a diferença entre os hormônios femininos</p><p>e masculinos. O estrógeno e a progesterona, hormônios</p><p>femininos,</p><p>podem manter o sistema imunológico da mulher mais forte. Eles</p><p>podem funcionar no corpo da mulher como um antioxidante,</p><p>protegendo-o dos radicais livres e neutralizando as substâncias</p><p>tóxicas que estressam as células.</p><p>Nos homens, a testosterona tem um efeito imunossupressor,</p><p>o que significa que diminui o poder imunológico do organismo</p><p>masculino. E mais: segundo pesquisadores da University</p><p>College de Londres, este hormônio pode aumentar a produção</p><p>de fluido seminal, mas, a longo prazo, pode promover o câncer</p><p>de próstata e levar à hipertensão e aterosclerose. Além disso,</p><p>dados do Ministério da Saúde mostram que os homens morrem</p><p>mais por causas externas como a violência, acidentes de</p><p>trabalho e de trânsito.</p><p>Dessa forma, as mulheres são numericamente mais</p><p>expressivas que os homens entre o grupo dos idosos. Contudo,</p><p>há exceções. Em países onde a cultura patriarcal é muito forte</p><p>e o filho homem é extremamente mais valorizado, as mulheres</p><p>costumam ter uma vida mais precária, e isso promove</p><p>mortalidade mais precoce. Além disso, os locais que foram</p><p>povoados através de processos de migração relativamente</p><p>recentes ainda costumam apresentar um número de homens</p><p>bem maior que o de mulheres – como é o caso da região</p><p>Centro-Oeste no Brasil, que recebeu muitos migrantes do sexo</p><p>masculino a partir da metade do século XX e, por isso mesmo,</p><p>hoje tem uma pirâmide etária cujo lado masculino se destaca</p><p>frente ao feminino.</p><p>ESTRUTURA POPULACIONAL POR</p><p>OCUPAÇÃO PROFISSIONAL</p><p>O levantamento da estrutura da população, neste aspecto,</p><p>inicialmente classifica o indivíduo em dois grupos, levando em</p><p>consideração sua situação em termos de ocupação profissional</p><p>e, também, de idade (no que se refere aos menores de idade). Vale</p><p>ressaltar aqui que o termo ocupação subentende-se em atividade</p><p>no mercado de trabalho formal (com carteira assinada e todos</p><p>os direitos trabalhistas assegurados) como o informal (sem</p><p>registro e direitos trabalhistas). Sendo assim, a população pode</p><p>ser classificada em:</p><p>• População Economicamente Ativa (PEA): é considerada</p><p>deste grupo toda e qualquer pessoa adulta que</p><p>esteja empregada ou à procura de emprego. A idade</p><p>base considerada para o cálculo da PEA, nos países</p><p>desenvolvidos, é a de 15 anos. No caso do Brasil, a idade</p><p>é de 16 anos, tendo em vista que a Constituição Brasileira</p><p>estabelece esta faixa etária como idade mínima para o</p><p>ingresso no mercado de trabalho.</p><p>• População Economicamente Inativa (PEI): fazem parte</p><p>deste grupo os indivíduos que não estão empregados,</p><p>como os aposentados, as donas de casa que não</p><p>exercem atividade econômica remunerada, as crianças</p><p>e adolescentes que ainda não atingiram a idade mínima</p><p>para ingressar no mercado e os estudantes. Também é</p><p>chamada de PNEA.</p><p>É importante frisar a importância direta e indireta da População</p><p>Economicamente Ativa sobre a População Economicamente</p><p>Inativa, pois a mesma é que contribui e assegura condições para</p><p>a viabilização de investimentos sociais, tanto na área de educação,</p><p>saúde e segurança pública, bem como na aposentadoria.</p><p>As pessoas que compõem a PEA podem trabalhar em três</p><p>setores da economia: o primário (agropecuária e extrativismo),</p><p>o secundário (indústria) e o terciário (comércio e serviços). É</p><p>importante saber que, com a mecanização da agropecuária e a</p><p>robotização da indústria, houve uma diminuição do número de</p><p>vagas de emprego nesses dois setores. Logo, muitas pessoas se</p><p>viram obrigadas a buscar emprego em atividades do comércio ou</p><p>através da prestação de serviços. Isso fez com que o setor terciário</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>04 POPULAÇÃO: ESTRUTURA DEMOGRÁFICA</p><p>277</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>da economia passasse a ter um peso cada vez maior na geração</p><p>de empregos e se tornasse, em boa parte dos países, o mais</p><p>importante pilar da economia.</p><p>• Terciarização - Aumento do número de pessoas</p><p>empregadas no setor terciário, que tem sido comum pelo</p><p>desemprego causado pela automação e mecanização dos</p><p>setores primário e secundário (desemprego estrutural).</p><p>• Terceirização - Forma de contratação indireta de</p><p>profissionais, muito comum na atualidade, pela lógica da</p><p>flexibilização das relações de trabalho.</p><p>RAZÃO DE DEPENDÊNCIA E BÔNUS</p><p>DEMOGRÁFICO</p><p>A taxa de dependência total é obtida pela divisão do total de</p><p>jovens (menores de 15 anos) e idosos (com 60 anos ou mais)</p><p>pela quantidade de pessoas entre 15 e 59 anos. A ideia é dar</p><p>uma dimensão da proporção entre pessoas economicamente</p><p>dependentes e aquelas em idade de provê-las. Obviamente, muitos</p><p>homens e mulheres com mais de 60 anos podem estar no auge de</p><p>sua produtividade, assim como ainda existem casos de crianças e</p><p>adolescentes que trabalham. Da mesma forma, um jovem adulto</p><p>na casa dos 30 e poucos anos pode, muito bem, ser sustentado</p><p>pelos pais. O objetivo do dado, no entanto, é oferecer uma base</p><p>estatística para comparação desse referencial ao longo do tempo</p><p>e com outros países.</p><p>Logo, a taxa de dependência total é a proporção de jovens</p><p>e idosos em relação ao total de indivíduos em idade ativa. Como</p><p>consequência da transição demográfica no Brasil, o que se verificou</p><p>foi uma redução da taxa de dependência de 60,3% para 54,6% entre</p><p>2001 e 2011. O porcentual foi puxado pela significativa diminuição</p><p>da porcentagem de jovens – de 45,8% para 36%. A fatia de idosos,</p><p>por sua vez, subiu de 14,5% para 18,6% – uma decorrência do</p><p>envelhecimento populacional.</p><p>Com isso, hoje há proporcionalmente mais gente na faixa etária</p><p>adulta (e em condições de trabalhar) do que aqueles potencialmente</p><p>dependentes deste mesmo grupo. Ou seja: a diminuição do número de</p><p>jovens foi tão grande que, mesmo com o aumento do número de idosos,</p><p>a proporção de dependentes (jovens e idosos somados) diminuiu.</p><p>A queda na taxa de dependência ocorre em função de um</p><p>fenômeno que os especialistas chamam de “bônus demográfico”,</p><p>isto é, o período em que a população ativa é mais numerosa, o</p><p>que configura um facilitador para o crescimento econômico, já</p><p>que passa a haver mais mão de obra disponível e capaz de gerar</p><p>riquezas – e proporcionalmente caem as despesas somadas</p><p>com jovens e idosos.</p><p>Sendo assim, os dados recentes comprovam que a elevada</p><p>taxa de dependência do país, uma realidade no passado em</p><p>que haviam muitas crianças, ficou para trás. Na pirâmide etária</p><p>das décadas de 1970 e 1980, por exemplo, os números eram</p><p>expressivos porque a maior parcela da população tinha entre</p><p>zero e 20 anos. Por outro lado, uma comparação com dados</p><p>de outras grandes economias do planeta deve servir de alerta.</p><p>Japão, Alemanha e França têm suas “taxas de dependência”</p><p>muito altas pela expressividade não do número de jovens, mas</p><p>sim de idosos – proporção de, respectivamente, 67,8%, 52,3% e</p><p>49,5%. E em função da transição demográfica, o Brasil caminha</p><p>nesta mesma direção. Ou seja: a continuidade da transição</p><p>demográfica fará com que a fase do bônus demográfico passe,</p><p>e a partir daí o Brasil experimentará um rápido envelhecimento</p><p>populacional, o que fará com que a razão de dependência</p><p>aumente novamente.</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM)</p><p>A evolução da pirâmide etária apresentada indica a seguinte tendência:</p><p>a) Crescimento da faixa juvenil.</p><p>b) Aumento da expectativa de vida.</p><p>c) Elevação da taxa de fecundidade.</p><p>d) Predomínio da população masculina.</p><p>e) Expansão do índice de mortalidade.</p><p>02. (ENEM)</p><p>A evolução na estrutura etária apresentada influenciou o Estado a</p><p>formular ações para</p><p>a) garantir a igualdade de gênero.</p><p>b) priorizar a construção de escolas.</p><p>c) reestruturar o sistema previdenciário.</p><p>d) investir no controle da natalidade.</p><p>e) fiscalizar a entrada de imigrantes.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR278</p><p>GEOGRAFIA II 04 POPULAÇÃO: ESTRUTURA DEMOGRÁFICA</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>03. (ENEM)</p><p>O padrão da pirâmide etária ilustrada apresentada demanda de</p><p>investimentos socioeconômicos para a</p><p>a) redução da mortalidade infantil.</p><p>b) promoção da saúde dos idosos.</p><p>c) resolução do deficit habitacional.</p><p>d) garantia da segurança alimentar.</p><p>e) universalização da educação básica.</p><p>04. (ENEM)</p><p>Distribuição Etária da População em alguns Países (em %)</p><p>Países “maduros” Em</p><p>transição Países “Jovens”</p><p>EUA Suécia Brasil Bangladesh Nigéria</p><p>Jovens</p><p>(até 19</p><p>anos)</p><p>25,7 19,8 43,2 50,2 55,4</p><p>Adultos</p><p>(de 20</p><p>até 59</p><p>anos)</p><p>57,4 56,7 48,5 44,8 40,1</p><p>Idosos</p><p>(60 anos</p><p>ou mais)</p><p>16,9 23,5 8,3 5,0 4,5</p><p>(Elaborada a partir de dados do US Bureau of Census. World Population Profile: 1999.)</p><p>Os brasileiros tiveram, em junho, o maior tempo de navegação</p><p>residencial na internet entre 11 países monitorados pelo Ibope/</p><p>NetRatings: média mensal de 16 horas e 54 minutos por pessoa.</p><p>O país ficou à frente de nações como a França, Japão, Estados</p><p>Unidos e Espanha.</p><p>(Adaptado. Folha de S.Paulo, 23/07/2005.)</p><p>Com base na tabela e no texto acima, analise os possíveis motivos</p><p>para a liderança do Brasil no tempo de uso da internet.</p><p>I. O país tem uma estrutura populacional com maior percentual</p><p>de jovens do que os países da Europa e os EUA.</p><p>II. O uso de internet em casa se distribui igualmente entre as</p><p>classes A, B e C, o que demonstra iniciativas de inclusão digital.</p><p>III. A adesão ao sistema de internet por banda larga</p><p>ocorre, porque essa tecnologia promove a mudança de</p><p>comportamento dos usuários.</p><p>Está correto apenas o que se afirma em</p><p>a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III.</p><p>05. (FEI)</p><p>Para responder à questão, observe os gráficos a seguir:</p><p>(Fonte: United Nations, World Population Prospects, The 2006 Révision.)</p><p>As pirâmides etárias identificadas com os números 1, 2 e 3</p><p>correspondem, respectivamente, aos países:</p><p>a) EUA, República Democrática do Congo e Alemanha.</p><p>b) EUA, Alemanha e República Democrática do Congo.</p><p>c) República Democrática do Congo, EUA e Alemanha.</p><p>d) República Democrática do Congo, Alemanha e EUA.</p><p>e) Alemanha, República Democrática do Congo e EUA.</p><p>06. (UEL) Leia o texto e analise os gráficos, a seguir, que</p><p>representam as pirâmides etárias da população (em % de países</p><p>subdesenvolvidos e desenvolvidos, em 2000.</p><p>A estrutura etária da população tem reflexos importantes na</p><p>economia de um país. A população economicamente ativa (PEA),</p><p>ou seja, aquela que trabalha e produz riquezas, é composta, em sua</p><p>maioria, de adultos (de 20 a 59 anos de idade). É essa população que,</p><p>por meio do recolhimento de impostos, ajuda o Estado a sustentar</p><p>a economia nacional. Uma defasagem muito grande no número de</p><p>ativos em relação aos inativos desequilibra essa equação.</p><p>Com base no texto, nos gráficos e nos conhecimentos sobre</p><p>estrutura etária da população, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às</p><p>afirmativas a seguir.</p><p>( ) A pirâmide etária dos países subdesenvolvidos apresenta uma</p><p>base larga e um topo estreito, em virtude da baixa expectativa</p><p>de vida da população.</p><p>( ) O estudo sobre pirâmides etárias possibilita compreender,</p><p>entre outros fatores, a dinâmica populacional e econômica de</p><p>um país e sua história recente.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>04 POPULAÇÃO: ESTRUTURA DEMOGRÁFICA</p><p>279</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>( ) O aumento da expectativa de vida da população, acompanhado</p><p>da queda das taxas de natalidade e mortalidade, provoca</p><p>mudanças na pirâmide etária.</p><p>( ) O aumento da população economicamente ativa em relação</p><p>aos inativos desequilibra a produção de riquezas e diminui o</p><p>recolhimento de impostos.</p><p>( ) Nos países subdesenvolvidos, a combinação entre baixa</p><p>natalidade e alta expectativa de vida tem levado ao progressivo</p><p>envelhecimento da população e à recessão econômica.</p><p>Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência</p><p>correta.</p><p>a) V, V, V, F, F.</p><p>b) V, F, V, F, V.</p><p>c) V, F, F, V, V.</p><p>d) F, V, V, F, F.</p><p>e) F, F, F, V, V.</p><p>07. (UFRGS) Observe os gráficos abaixo.</p><p>Os gráficos, em forma de pirâmides, referem-se à distribuição da</p><p>população, por continente, no ano de 2010, comparada à respectiva</p><p>representação pontilhada de 1950.</p><p>Os gráficos retratam a distribuição da população, respectivamente,</p><p>nos continentes</p><p>a) africano e americano.</p><p>b) europeu e americano.</p><p>c) americano e europeu.</p><p>d) asiático e africano.</p><p>e) europeu e africano.</p><p>08. (UEG) Observe a pirâmide etária dos países A e B.</p><p>De acordo com a análise das pirâmides etárias, verifica-se que</p><p>a) o país A possui percentual de população adulta e idosa maior,</p><p>se comparado ao país B.</p><p>b) a população em idade economicamente ativa no país A é</p><p>menor que no país B.</p><p>c) no país A, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é maior</p><p>que no país B.</p><p>d) a população adulta do país A tende a diminuir nos próximos</p><p>30 anos.</p><p>e) no país A, observa-se uma crescente redução da taxa</p><p>de natalidade.</p><p>09. (UERJ) A pirâmide demográfica retrata não apenas a</p><p>distribuição etária da população em dado momento, como também</p><p>os eventos marcantes da história de uma determinada sociedade.</p><p>As anomalias em destaque na estrutura etária russa estão</p><p>relacionadas com os dois eventos históricos apontados, tendo em</p><p>vista que estes contribuíram decisivamente para a redução dos</p><p>valores do seguinte indicador demográfico:</p><p>a) saldo da migração</p><p>b) taxa de natalidade</p><p>c) expectativa de vida</p><p>d) razão de dependência</p><p>10. (UERJ)</p><p>TAXA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL</p><p>DO MUNDO DA ANTIGUIDADE ATÉ 2100</p><p>(Adaptado de huffingtonpost.com).</p><p>Com base nas informações do gráfico, a pirâmide etária que</p><p>representa a população mundial no ano de 2016 é:</p><p>a)</p><p>PRÉ-VESTIBULAR280</p><p>GEOGRAFIA II 04 POPULAÇÃO: ESTRUTURA DEMOGRÁFICA</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>b)</p><p>c)</p><p>d)</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. B</p><p>02. C</p><p>03. B</p><p>04. A</p><p>05. C</p><p>06. A</p><p>07. E</p><p>08. B</p><p>09. B</p><p>10. A</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 281SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>POPULAÇÃO: MIGRAÇÕES</p><p>MUNDIAIS05</p><p>O QUE SÃO MIGRAÇÕES E AS</p><p>PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS</p><p>ATUAIS</p><p>Migrações são fluxos de pessoas motivadas por fatores</p><p>de repulsão e fatores de atração. Normalmente, as pessoas</p><p>fogem de locais em que haja muito desemprego, salários baixos,</p><p>perseguições políticas ou religiosas, conflitos civis ou mesmo</p><p>desastres naturais. Em geral, as pessoas buscam se deslocar</p><p>para áreas que aparentem ter melhores oportunidades de</p><p>vida. Atualmente, a maior parte das pessoas migra por razões</p><p>econômicas, ou seja, em busca de emprego, salários mais altos</p><p>ou remuneração em moedas fortes, como o dólar e o euro. Esses</p><p>migrantes econômicos podem se deslocar para outros países ou</p><p>tentar a sorte em outros locais dentro do próprio território nacional.</p><p>Por isso, as migrações podem ser classificadas como:</p><p>• Internas ou externas (internacionais).</p><p>• Definitivas ou temporárias.</p><p>• Espontâneas ou forçadas.</p><p>País em desenvolvimento → País desenvolvido (37%)</p><p>País em desenvolvimento</p><p>e desenvolvido → País em desenvolvimento e</p><p>desenvolvido (60%)</p><p>País desenvolvido → País em desenvolvimento (3%)</p><p>Dentre os fluxos forçados, podemos citar o caso dos refugiados,</p><p>que correspondem àqueles que se veem impossibilitados de</p><p>continuar em seu país por alguma razão, normalmente ligada a</p><p>perseguições étnicas, religiosas ou a qualquer outro tipo de conflitos</p><p>civis ou políticos. Nos últimos anos tem havido um grande aumento</p><p>do número de refugiados, sobretudo de países como Afeganistão,</p><p>Somália, Eritreia, Líbia e, principalmente, Síria. Ameaçados pela</p><p>grave guerra civil e pelo terrorismo do grupo Estado Islâmico,</p><p>muitos sírios (incluindo mulheres e crianças) tentam se deslocar</p><p>para países vizinhos do Oriente Médio ou mesmo para a Europa,</p><p>enfrentando uma longa e perigosa travessia pelo Mar Mediterrâneo</p><p>em embarcações precárias.</p><p>Sendo assim, mesmo que a maior parte dos fluxos ocorra,</p><p>historicamente, dentro dos próprios países, é verdade que</p><p>nas últimas décadas tem crescido cada vez mais a migração</p><p>internacional. Ao longo do século XX, dentre estes imigrantes</p><p>internacionais, a maioria era do sexo masculino.Porém, uma outra</p><p>tendência das migrações contemporâneas é o aumento do número</p><p>de mulheres envolvidas nesse processo, que passa a ser chamada</p><p>de feminização das migrações. Outra característica importante é a</p><p>de que, ao contrário do que diz o senso</p><p>comum, a maior parte das</p><p>pessoas que migraram e passaram a viver em outros países estão</p><p>em situação legal. Ainda assim, o número de imigrantes ilegais</p><p>vivendo fora de seus países de origem é muito elevado.</p><p>O caso mais conhecido de migração internacional envolve os</p><p>mexicanos e demais latinos que, geralmente de forma ilegal, tentam</p><p>atravessar a fronteira entre México e Estados Unidos.Somente nos</p><p>EUA, a população imigrante ilegal disparou de 3,5 milhões em 1990</p><p>para 12,2 milhões em 2007. Já entre 2007 e 2009, por conta da grave</p><p>crise econômica americana, o número caiu e se estabeleceu entre</p><p>11,2 e 11,5 milhões em 2010 – índices que se mantém até hoje.</p><p>A partir da década de 1990, passaram a ser vistos, ao mesmo</p><p>tempo, um aumento das migrações internacionais – legais e ilegais</p><p>– e o crescimento das políticas anti-imigração, postas em prática</p><p>principalmente nos países desenvolvidos. Tais políticas incluem o</p><p>aumento do controle de fronteiras, a construção de muros, o aumento</p><p>da burocracia e dos requisitos para concessão de vistos e mesmo a</p><p>realização de mais deportações. No caso dos EUA, ocorreu a criação de</p><p>um muro na zona de fronteira, houve o aumento do número de guardas,</p><p>câmeras e sensores, além do incentivo à industrialização no México,</p><p>como forma de desestimular a migração dos habitantes locais.</p><p>Além das políticas contra a imigração, tem havido também</p><p>o crescimento da xenofobia, difundida em larga escala entre</p><p>alguns segmentos de partidos políticos de extrema direita</p><p>(também chamados de ultranacionalistas) e em grupos populares</p><p>classificados como neofascistas e neonazistas. Em vários</p><p>países da Europa a ascensão destes grupos políticos ao poder é</p><p>considerada um sintoma do crescimento da xenofobia, ou seja,</p><p>do preconceito e da aversão aos estrangeiros que, em busca de</p><p>uma vida melhor, se tornam mais numerosos no continente. Muitas</p><p>vezes tal sentimento é acompanhado de uma islamofobia, em</p><p>virtude de muitos dos imigrantes serem muçulmanos. Em função</p><p>da ocorrência de atos terroristas como os praticados pelo grupo</p><p>radical Estado Islâmico, a islamofobia tende a crescer ainda mais.</p><p>Os estrangeiros são responsabilizados por muitos nativos</p><p>como sendo os causadores do aumento do desemprego, da</p><p>violência e de, ao trazerem seus costumes, hábitos e religiões,</p><p>estarem provocando uma perda da identidade nacional – também</p><p>chamada de desnacionalização. Contudo, é importante citar que</p><p>na maior parte dos casos, os imigrantes ocupam funções de baixa</p><p>remuneração e baixo status social, que normalmente não são de</p><p>interesse da população nacional. Além disso, em diversos países</p><p>desenvolvidos que são grandes receptores de imigrantes, a taxa</p><p>de fecundidade é muito baixa, o que significa que os imigrantes</p><p>são fundamentais para evitar uma diminuição da população total</p><p>(implosão demográfica) e uma falta de mão de obra.</p><p>AS MIGRAÇÕES E AS DESIGUALDADES</p><p>Como informado anteriormente, as restrições à livre circulação</p><p>de pessoas estão aumentando nos países industrializados, apesar</p><p>da formação dos blocos econômicos. Os trabalhadores árabes,</p><p>turcos e africanos, que nos últimos trinta anos foram à Europa para</p><p>trabalhar na construção civil e nos empregos de menor qualificação,</p><p>estão sendo cada vez mais discriminados pela legislação dos</p><p>países europeus. Da mesma maneira, os Estados Unidos têm</p><p>aumentado as dificuldades impostas à imigração de trabalhadores,</p><p>principalmente, latino-americanos, que buscam emprego em seu</p><p>território. Assim, a globalização é um processo de duas vias: de</p><p>um lado aumenta a mobilidade do dinheiro, de outro restringe os</p><p>deslocamentos de parte da população que busca trabalho.</p><p>A dinâmica de uma população envolve, além das taxas</p><p>de natalidade e mortalidade, as diferentes modalidades de</p><p>migração.  Os homens sempre se deslocaram em grupos ou</p><p>individualmente. Esses deslocamentos influem na organização</p><p>do espaço e na estrutura da população, tanto na região de saída</p><p>quanto na região de chegada. As estatísticas sobre as migrações</p><p>internacionais não apresentam muita precisão por causa do grande</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO282</p><p>GEOGRAFIA II 05 POPULAÇÃO: MIGRAÇÕES MUNDIAIS</p><p>número de imigrantes clandestinos.</p><p>O desenvolvimento dos meios de transportes e o acesso à informação facilitaram o deslocamento de milhões de pessoas, que</p><p>migraram nas últimas décadas. As migrações internacionais, na década de 1990, mantiveram uma média anual de cerca de 1,8 milhão de</p><p>pessoas, que se dirigiram dos países pobres para os ricos. A maior parte saiu de países asiáticos e ingressou nos Estados Unidos, Canadá,</p><p>Alemanha e França.</p><p>Os movimentos migratórios são mais intensos nos países com mais desigualdades regionais, onde poucas áreas muito ricas dividem</p><p>o espaço com outras muito pobres. Esse quadro é comumente encontrado em países subdesenvolvidos industrializados, que, dependendo</p><p>do ponto de vista, são também chamados de países em desenvolvimento ou emergentes. Ocorrem também entre países que apresentam</p><p>níveis de desenvolvimento muito díspares. Nem sempre eles são bem-vindos aos lugares de destino e muitas vezes enfrentam a xenofobia</p><p>do povo local, a discriminação e a marginalização, constituindo um grande contingente de “cidadãos de segunda classe.”</p><p>Numa perspectiva sociológica estruturalista, as migrações são percebidas como uma das consequências da crise neoliberal</p><p>contemporânea. No contexto do sistema econômico atual, verifica-se o crescimento econômico sem o aumento da oferta de emprego. O</p><p>desemprego passa a ser uma característica estrutural do neoliberalismo, e as pessoas, então, migram em busca, fundamentalmente, de</p><p>trabalho. E isto se verifica tanto no plano interno como no internacional.</p><p>AS MIGRAÇÕES NA EUROPA E NOS ESTADOS UNIDOS</p><p>A Europa recebe migrantes de países periféricos que para lá se dirigem em busca de trabalho. Internamente, isso também ocorre em</p><p>países de industrialização tardia como Portugal, Grécia e Espanha (áreas de emigração), e cujo destino são países mais desenvolvidos como</p><p>a Alemanha, Reino Unido e França. O esfacelamento do bloco socialista, nos anos 1990, também iniciou um movimento migratório que se</p><p>dirigiu para a Europa Ocidental. Já os EUA são os que mais recebem imigrantes e onde a política de imigração mais mudou e endureceu nas</p><p>últimas décadas. Devido a problemas econômicos e à falta de oportunidades, um grande fluxo migratório tem-se estabelecido do México</p><p>para os Estados Unidos, na maioria das vezes ilegalmente.</p><p>Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a reestruturação de fronteiras e as disputas territoriais geraram graves conflitos étnicos, que</p><p>acabaram provocando a migração de milhões de pessoas – especialmente oriundas de países pobres. Na Ásia, há cerca de 43 milhões de</p><p>imigrantes, além dos refugiados da guerra civil no Afeganistão que se abrigam no Irã, no Iraque e no Paquistão. Israel recebe populações</p><p>da Comunidade dos Estados Independentes, sendo 31% de sua população constituídos de imigrantes. Tailândia e Cingapura, por terem se</p><p>industrializado recentemente, atraem grande número de pessoas. Na África, após a descolonização, as dezenas de guerras e os conflitos</p><p>de etnia e de fronteiras deslocaram 16 milhões de pessoas de seus países. A Costa do Marfim, por exemplo, tem 30% de sua população</p><p>composta de imigrantes.</p><p>As medidas restritivas à entrada de imigrantes provenientes de países pobres, tornaram-se comuns, atingindo França, Alemanha,</p><p>Estados Unidos e Japão. Entretanto, alguns especialistas acreditam que, dentro de uma ou duas décadas, as políticas anti-imigratórias</p><p>deverão ser revistas, já que haverá falta de mão de obra em função do envelhecimento da população. Nos Estados Unidos, a maior questão</p><p>é a extensa fronteira com o México, por onde penetraram mais de 3 milhões de imigrantes ilegais.</p><p>PRINCIPAIS FLUXOS MIGRATÓRIOS CONTEMPORÂNEOS</p><p>Do século XIX até os dias de hoje, as migrações internacionais podem ser divididas em pelo menos três fases distintas. A primeira</p><p>delas, do século</p><p>XIX até a Segunda Guerra Mundial (1939-1945); a segunda, de 1945 até o início dos anos de 1970; e a última fase seria</p><p>aquela que se inicia após a década de 1970.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>05 POPULAÇÃO: MIGRAÇÕES MUNDIAIS</p><p>283</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRIMEIRA FASE</p><p>A primeira fase teve como uma de suas características</p><p>principais o fato de que a grande maioria dos imigrantes era</p><p>originária do continente europeu. Cerca de 50 milhões de europeus</p><p>deixaram o Velho Continente nesta fase. Essa intensa imigração</p><p>teve como causa principal uma forte pressão populacional</p><p>resultante da explosão demográfica pela qual os países do</p><p>continente vinham passando desde meados do século XIX. A</p><p>evolução dos meios de comunicação, especialmente aqueles</p><p>relacionados à navegação transoceânica, em muito contribuiu para</p><p>que esses fluxos acontecessem também.</p><p>Os imigrantes eram originários de toda a Europa, mas os</p><p>britânicos, italianos, alemães, espanhóis, russos e portugueses</p><p>constituíram mais de 80% do total. De maneira geral, eles se dirigiram</p><p>para países “novos” como os EUA (que recebeu aproximadamente</p><p>33 milhões de imigrantes), a Argentina (6,4 milhões), o Canadá (5,2</p><p>milhões), o Brasil (4,4 milhões) e a Austrália (3 milhões). Juntaram-se</p><p>a estes fluxos aqueles formados por europeus que se dirigiram para</p><p>as colônias. Um pouco mais tarde, o fluxo aumentou por conta dos</p><p>asiáticos – primeiro, os chineses e depois os japoneses imigraram</p><p>para as terras do Novo Mundo. Por volta de 1880, a América do Norte</p><p>recebeu cerca de meio milhão de asiáticos.</p><p>O fluxo se modificou no período entre guerras. Sua principal</p><p>característica foi a diminuição numérica dos imigrantes, não só</p><p>pelo alívio das pressões demográficas na Europa, como também</p><p>pelas consequências da Primeira Guerra Mundial. Também</p><p>contribuiu de forma decisiva a adoção, por parte da maioria dos</p><p>países tradicionalmente receptores, de leis que restringiam a</p><p>imigração, especialmente para aqueles que se dirigiam para os</p><p>EUA. Por fim, a crise econômica desencadeada em 1929 também</p><p>provocou a redução dos fluxos migratórios.</p><p>SEGUNDA FASE</p><p>Depois da Segunda Guerra, os fluxos migratórios mudaram</p><p>radicalmente. Com o fim do conflito, a Europa precisava promover</p><p>sua reconstrução, e buscou atrair mão de obra não qualificada e</p><p>barata para desenvolver determinadas ocupações que um europeu</p><p>“médio” não estava mais disposto a exercer. Nessa época, cerca de</p><p>13 milhões de imigrantes ingressaram no continente europeu. Os</p><p>principais países receptores foram a antiga Alemanha Ocidental,</p><p>a França, a Grã-Bretanha, a Bélgica, a Suíça e a Holanda. À guisa</p><p>de comparação, no mesmo período, os EUA receberam quase 3</p><p>milhões de imigrantes a menos.</p><p>A origem dos imigrantes também mudou. O Terceiro Mundo</p><p>forneceu a maior parte dos imigrantes. As razões de saída dos</p><p>imigrantes estiveram ligadas, entre outros motivos, à pressão</p><p>demográfica que esses países passaram a sofrer. A bacia do</p><p>Mediterrâneo forneceu cerca de 8 milhões de imigrantes (magrebinos,</p><p>turcos, iugoslavos). Ademais, ainda que a imigração de italianos e</p><p>espanhóis para países e regiões mais desenvolvidas da própria Europa</p><p>tenha diminuído sensivelmente nos anos 1960, os movimentos</p><p>migratórios que tinham como origem Portugal, prolongaram-se</p><p>pela década seguinte. Cabe citar também o fluxo de africanos</p><p>(especialmente de antigas colônias) que ingressou na Europa à época.</p><p>Já os imigrantes, que se dirigiram aos EUA, tinham como origem o</p><p>Caribe, o México, a América do Sul e Central, além daqueles originários</p><p>dos países do Oriente Médio, sul e sudeste asiático.</p><p>TERCEIRA FASE</p><p>Por volta da década de 1970, os fluxos migratórios denominados</p><p>por alguns como “migrações de trabalho” diminuíram bastante em</p><p>razão da crise econômica e do aumento do desemprego. A imigração</p><p>clandestina passou a ser o componente maior das migrações que se</p><p>dirigiam para a Europa e para os EUA.</p><p>Em função do fechamento dos destinos tradicionais, a imigração</p><p>passou a se dirigir para países como a Itália, Espanha, Portugal e Grécia,</p><p>aproveitando a entrada desses três últimos na Comunidade Europeia.</p><p>Tais países passaram a ter a função de “escala temporária” em direção</p><p>aos países tradicionais de acolhimento como a Alemanha e França.</p><p>Por outro lado, os choques do petróleo diversificaram os fluxos, já</p><p>que com o aumento dos preços do combustível houve um aumento</p><p>da oferta de empregos e da atratividade de diversos países produtores,</p><p>como alguns do Golfo Pérsico, a Líbia, a Nigéria e a Venezuela –</p><p>que acabaram se tornando destino de interesse de alguns grupos</p><p>migratórios. Essa não foi uma migração durável e nem familiar, já que</p><p>em função de conjunturas econômicas desfavoráveis, muitos desses</p><p>imigrantes foram obrigados a voltar a seus países de origem. Foi o</p><p>que aconteceu, por exemplo, com os imigrantes de Gana, expulsos da</p><p>Nigéria; ou os da Tunísia, que tiveram que deixar a Líbia. Ainda assim,</p><p>cerca de 7 milhões de pessoas se dirigiram para países da região</p><p>do Golfo Pérsico – sendo a maioria originária de países próximos</p><p>dos produtores de petróleo, mas também da Ásia do sul e sudeste</p><p>(filipinos, indianos e paquistaneses).</p><p>Atualmente, a maioria dos imigrantes continua a se dirigir,</p><p>preferencialmente, para os EUA e Europa. Em contrapartida, os</p><p>países onde se originam os fluxos de saída são muito diversos. Um</p><p>dos aspectos mais importantes dos recentes movimentos</p><p>migratórios refere-se à composição da imigração. As leis restritivas,</p><p>paradoxalmente, favoreceram a vinda legal de membros das</p><p>famílias dos imigrantes já estabelecidos (mulheres e crianças) em</p><p>detrimento de homens adultos que, por sua vez, passaram a trilhar</p><p>cada vez mais o caminho da imigração ilegal. Nas últimas décadas</p><p>do século XX, a “imigração familiar” correspondeu a 55% dos</p><p>imigrantes entrados na Suíça, 70% na França e 90% na Bélgica. A</p><p>acolhida de refugiados também cresceu em função da multiplicação</p><p>dos conflitos regionais. No total, os EUA acolheram 5,8 milhões de</p><p>pessoas entre 1980 e 1990 e quase esse mesmo número somente</p><p>entre 1990/95.</p><p>As leis norte-americanas de 1980 e 1986 tentaram regularizar</p><p>cerca de 4 milhões de imigrantes clandestinos. As quotas de</p><p>imigração são revisadas periodicamente e privilegiam a chegada de</p><p>mão de obra qualificada e diplomada. As admissões passaram a ser</p><p>bastante seletivas e o imigrante pobre do mundo subdesenvolvido,</p><p>sem formação e que não fala a língua do país que o acolhe,</p><p>praticamente não tem chance de ser aceito. Dependendo do caso, o</p><p>acolhimento só é possível para refugiados políticos, cuja importância</p><p>numérica é cada vez maior.</p><p>Na última década do século XX houve uma diversificação das</p><p>destinações. Os países mediterrâneos componentes da União</p><p>Europeia passaram a se tornar atraentes para imigrantes. Ao</p><p>mesmo tempo, os fluxos migratórios se acentuaram na Ásia do</p><p>sudeste e leste. Novos fluxos migratórios ligados à abertura das</p><p>fronteiras da Europa oriental e da antiga URSS passaram a se</p><p>dirigir especialmente para a Alemanha. Antes da queda do Muro</p><p>de Berlim, em 1989, existiam no Leste Europeu e Rússia cerca de</p><p>4 milhões de alemães; desses, mais ou menos metade retornou</p><p>ao solo da Alemanha unificada. A Alemanha também acolheu,</p><p>aproximadamente, 1 milhão de refugiados das guerras que se</p><p>verificaram no território da antiga Iugoslávia, fato que reforçou ainda</p><p>mais a condição de principal país de acolhimento de imigrantes no</p><p>Continente Europeu.</p><p>O número de migrantes internacionais alcançou a marca</p><p>de 244 milhões em 2015 – um aumento de 41% em relação ao</p><p>ano 2000, segundo a ONU. Dentro desta cifra, 20 milhões são</p><p>refugiados. No entanto, há diferenças nas regiões do mundo: na</p><p>Europa, América do Norte e Oceania, os migrantes são pelo menos</p><p>10% da população; na África, Ásia e América Latina e Caribe, menos</p><p>de 2% são estrangeiros. Em 2015, dois em cada três migrantes</p><p>internacionais viviam na Europa ou na Ásia. Cerca de metade</p><p>dos migrantes nasceram na Ásia. Ainda, 16 milhões</p><p>de pessoas</p><p>nascidas na Índia moram em outros países, comparado a 12</p><p>milhões do México, os dois países com as maiores diásporas do</p><p>mundo. Rússia, China, Bangladesh, Paquistão e Ucrânia seguem</p><p>em ordem na lista em número de cidadãos vivendo no estrangeiro.</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO284</p><p>GEOGRAFIA II 05 POPULAÇÃO: MIGRAÇÕES MUNDIAIS</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM)</p><p>TEXTO I</p><p>As fronteiras, ao mesmo tempo que se separam, unem e</p><p>articulam, por elas passando discursos de legitimação da ordem</p><p>social tanto quanto do conflito.</p><p>CUNHA, L. Terras lusitanas e gentes dos brasis: a nação e o seu retrato literário.</p><p>Revista Ciências Sociais, n. 2, 2009.</p><p>TEXTO II</p><p>As últimas barreiras ao livre movimento do dinheiro e das</p><p>mercadorias e informação que rendem dinheiro andam de mãos</p><p>dadas com a pressão para cavar novos fossos e erigir novas</p><p>muralhas que barrem o movimento daqueles que em consequência</p><p>perdem, física ou espiritualmente, suas raízes.</p><p>BAUMAN, Z. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.</p><p>A ressignificação contemporânea da ideia de fronteira compreende e</p><p>a) liberação da circulação de pessoas.</p><p>b) preponderância dos limites naturais.</p><p>c) supressão dos obstáculos aduaneiros.</p><p>d) desvalorização da noção de nacionalismo.</p><p>e) seletividade dos mecanismos segregadores.</p><p>02. (ENEM)</p><p>A recente crise generalizada que se instalou na primeira</p><p>república negra do mundo não pode ser entendida de forma pontual</p><p>e simplória. É necessário compreender sua história, marcada por</p><p>intervenções, regimes ditatoriais, corrupção e desastres ambientais,</p><p>originando a atual realidade socioeconômica e política do Haiti.</p><p>MORAES, I. A.; ANDRADE, C. A. A.; MATTOS, B. R. B. A imigração haitiana para o Brasil:</p><p>causas e desafios. Conjuntura Austral, n. 20, 2013.</p><p>No contexto atual, os problemas enfrentados pelo Haiti resultaram</p><p>em um expressivo fluxo migratório em direção ao Brasil devido ao</p><p>seguinte fato:</p><p>a) Melhores condições de vida.</p><p>b) Tratamento legal diferenciado.</p><p>c) Garantia de empregos formais.</p><p>d) Equivalência de costumes culturais.</p><p>e) Auxílio para qualificação profissional.</p><p>03. (ENEM)</p><p>Os moradores de Andalsnes, na Noruega, poderiam se dar ao</p><p>luxo de morar perto do trabalho nos dias úteis e de se refugiar na</p><p>calmaria do bosque aos fins de semana. E sem sair da mesma</p><p>casa. Bastaria achar uma vaga para estacionar o imóvel antes de</p><p>curtir o novo endereço.</p><p>(Disponível em: http://casavogue.globo.com. Acesso em: 3 out. 2015 (adaptado).)</p><p>Uma vez implementada, essa proposta afetaria a dinâmica do</p><p>espaço urbano por reduzir a intensidade do seguinte processo:</p><p>a) Êxodo rural.</p><p>b) Movimento pendular.</p><p>c) Migração de retorno.</p><p>d) Deslocamento sazonal.</p><p>e) Ocupação de áreas centrais.</p><p>04. (ENEM)</p><p>TEXTO I</p><p>Mais de 50 mil refugiados entraram no território húngaro apenas</p><p>no primeiro semestre de 2015. Budapeste lançou os “trabalhos</p><p>preparatórios” para a construção de um muro de quatro metros de</p><p>altura e 175 km ao longo de sua fronteira com a Sérvia, informou o</p><p>ministro húngaro das Relações Exteriores. “Uma resposta comum</p><p>da União Europeia a este desafio da imigração é muito demorada, e</p><p>a Hungria não pode esperar. Temos que agir”, justificou o ministro.</p><p>Disponível em: www.portugues.rfi.fr. Acesso em: 19 jun. 2015 (adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados</p><p>(ACNUR) critica as manifestações de xenofobia adotadas pelo</p><p>governo da Hungria. O país foi invadido por cartazes nos quais</p><p>o chefe do executivo insta os imigrantes a respeitarem as leis e</p><p>a não “roubarem” os empregos dos húngaros. Para o ACNUR, a</p><p>medida é surpreendente, pois a xenofobia costuma ser instigada</p><p>por pequenos grupos radicais e não pelo próprio governo do país.</p><p>Disponível em: http://pt.euronews.com. Acesso em: 19 jun. 2015 (adaptado).</p><p>O posicionamento governamental citado nos textos é criticado pelo</p><p>ACNUR por ser considerado um caminho para o(a)</p><p>a) Alteração do regime político.</p><p>b) Fragilização da supremacia nacional.</p><p>c) Expansão dos domínios geográficos.</p><p>d) Cerceamento da liberdade de expressão.</p><p>e) Fortalecimento das práticas de discriminação.</p><p>05. (ENEM) A presença de uma corrente migratória por si só não</p><p>explica a condição de vida dos imigrantes. Esta será somente a</p><p>aparência de um fenômeno mais profundo, estruturado em relações</p><p>socioeconômicas muitas vezes perversas. É o que podemos dizer</p><p>dos indivíduos que são deslocados do campo para as cidades e</p><p>obrigados a viver em condições de vida culturalmente diferentes</p><p>das que vivenciaram em seu lugar de origem.</p><p>(SCARLATO, F. C. População e urbanização brasileira. In: ROSS, J. L. S.</p><p>Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009.)</p><p>O texto faz referência a um movimento migratório que reflete o(a)</p><p>a) O processo de deslocamento de trabalhadores motivados pelo</p><p>aumento da oferta de empregos no campo.</p><p>b) Dinâmica experimentada por grande quantidade de pessoas,</p><p>que resultou no inchaço das grandes cidades.</p><p>c) Permuta de locais específicos, obedecendo a fatores</p><p>cíclicos naturais.</p><p>d) Circulação de pessoas diariamente em função do emprego.</p><p>e) Cultura de localização itinerante no espaço.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>05 POPULAÇÃO: MIGRAÇÕES MUNDIAIS</p><p>285</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>06. (ENEM) Os nossos ancestrais dedicavam-se à caça, à pesca</p><p>e à coleta de frutas e vegetais, garantindo sua subsistência,</p><p>porque ainda não conheciam as práticas de agricultura e</p><p>pecuária. Uma vez esgotados os alimentos, viam-se obrigados</p><p>a transferir o acampamento para outro lugar.</p><p>(HALL, P. P. Gestão ambiental. São Paulo: Pearson, 2011 (adaptado).)</p><p>O texto refere-se ao movimento migratório denominado</p><p>a) Sedentarismo.</p><p>b) Transumância.</p><p>c) Êxodo rural.</p><p>d) Nomadismo.</p><p>e) Pendularismo.</p><p>07. (ENEM) As migrações transnacionais, intensificadas e</p><p>generalizadas nas últimas décadas do século XX, expressam aspectos</p><p>particularmente importantes da problemática racial, visto como dilema</p><p>também mundial. Deslocam-se indivíduos, famílias e coletividades</p><p>para lugares próximos e distantes, envolvendo mudanças mais ou</p><p>menos drásticas nas condições de vida e trabalho, em padrões e</p><p>valores socioculturais. Deslocam-se para sociedades semelhantes ou</p><p>radicalmente distintas, algumas vezes compreendendo culturas ou</p><p>mesmo civilizações totalmente diversas.</p><p>(IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.)</p><p>A mobilidade populacional da segunda metade do século XX teve</p><p>um papel importante na formação social e econômica de diversos</p><p>estados nacionais. Uma razão para os movimentos migratórios</p><p>nas últimas décadas e uma política migratória atual dos países</p><p>desenvolvidos são</p><p>a) a busca de oportunidades de trabalho e o aumento de barreiras</p><p>contra a imigração.</p><p>b) a necessidade de qualificação profissional e a abertura das</p><p>fronteiras para os imigrantes.</p><p>c) o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o acautelamento</p><p>dos bens dos imigrantes.</p><p>d) a expansão da fronteira agrícola e a expulsão dos imigrantes</p><p>qualificados.</p><p>e) a fuga decorrente de conflitos políticos e o fortalecimento de</p><p>políticas sociais.</p><p>08. (UERJ)</p><p>FLUXOS DE JOGADORES DE FUTEBOL: TEMPORADA 2012-2013</p><p>Atletas transferidos para a Espanha:162</p><p>Atletas transferidos da Espanha:231</p><p>Slate.com</p><p>Com base na análise dos mapas e dos dados, o fluxo de</p><p>jogadores identifica-se com a ocorrência do seguinte tipo de</p><p>deslocamento populacional:</p><p>a) tráfico de pessoas.</p><p>b) migração de retorno.</p><p>c) transferência de refugiados.</p><p>d) movimento de transumância.</p><p>09. (UERJ) Um dos fatores que impulsionaram a tecnologia da</p><p>informação foi o sucesso dos profissionais indianos nos Estados</p><p>Unidos, principalmente no Vale do Silício. A saída de estudantes</p><p>indianos gerou um intenso debate dentro da Índia: emigrantes eram</p><p>acusados de usarem a excelente educação recebida gratuitamente</p><p>do governo para impulsionar suas carreiras sem dar nada de volta</p><p>ao país. O grosso da emigração indiana hoje vai para os E.U.A.,</p><p>Austrália, Canadá e Nova Zelândia.</p><p>(Adaptado de COSTA, F. Os</p><p>indianos. São Paulo: Contexto, 2015.)</p><p>Apesar da crítica relatada no texto, a economia indiana também se</p><p>beneficiou com a emigração de profissionais indianos qualificados.</p><p>Para a Índia, uma consequência positiva desse processo</p><p>demográfico tem sido:</p><p>a) barateamento da mão de obra local</p><p>b) recebimento de remessas financeiras</p><p>c) diminuição dos índices de desemprego</p><p>d) ampliação das exportações da indústria</p><p>10. (FUVEST)</p><p>Cada vez mais pessoas fogem da guerra, do terror e da miséria</p><p>econômica que assolam algumas nações do Oriente Médio e da</p><p>África. Elas arriscam suas vidas para chegar à Europa. Segundo</p><p>estimativas da Agência da ONU para Refugiados, até novembro de</p><p>2015, mais de 850 mil refugiados e imigrantes haviam chegado por</p><p>mar à Europa naquele ano.</p><p>Garton Ash, Timothy. Europa e a volta dos muros. O Estado de S. Paulo, 29/11/2015. Adaptado.</p><p>Sobre a questão dos refugiados, no final de 2015, considere as três</p><p>afirmações seguintes:</p><p>I. A criação de fronteiras políticas no continente africano,</p><p>resultantes da partilha colonial, incrementou os conflitos</p><p>étnicos, corroborando o elevado número de refugiados, como</p><p>nos casos do Sudão e Sudão do Sul.</p><p>II. Além das mortes em conflito armado, da intensificação da</p><p>pobreza e da insegurança alimentar, a guerra civil na Síria levou</p><p>um contingente expressivo de refugiados para a Europa.</p><p>III. A política do apartheid teve grande influência na Nigéria, país de</p><p>origem do maior número de refugiados do continente africano,</p><p>em decorrência desse movimento separatista.</p><p>Está correto o que se afirma em</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) I e II, apenas.</p><p>c) III, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO286</p><p>GEOGRAFIA II 05 POPULAÇÃO: MIGRAÇÕES MUNDIAIS</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. E</p><p>02. A</p><p>03. B</p><p>04. E</p><p>05. B</p><p>06. D</p><p>07. A</p><p>08. B</p><p>09. B</p><p>10. B</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 285SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>POPULAÇÃO: MIGRAÇÕES NO</p><p>BRASIL06</p><p>MIGRAÇÕES NO BRASIL</p><p>Além das migrações internacionais, há um enorme número de</p><p>pessoas que se deslocam dentro de seus próprios países – e a esse</p><p>tipo de migração damos o nome de migração interna. Basicamente,</p><p>ela diz respeito à migração de indivíduos que se deslocam de seu</p><p>local de origem para outros estados ou regiões do país. Cabe citar</p><p>que o Brasil tem um histórico de intensas migrações no interior do</p><p>seu território, com destaque para os movimentos populacionais</p><p>ocorridos em meados do século XX. Além disso, nosso país recebeu</p><p>uma enorme quantidade de imigrantes no passado – ainda que,</p><p>atualmente, não sejamos um país com muita expressividade nos</p><p>fluxos migratórios internacionais, pois não há muitos imigrantes</p><p>entrando no Brasil e nem tantos emigrantes saindo do país.</p><p>HISTÓRICO DAS MIGRAÇÕES</p><p>INTERNAS NO BRASIL</p><p>No Brasil, a migração interna atingiu seu ápice entre os anos</p><p>1960 e 1980, quando enormes contingentes se deslocaram do</p><p>campo para as cidades, com destaque para o movimento de</p><p>nordestinos rumo à Região Sudeste, sobretudo nos anos 1940</p><p>a 1980. Nas últimas décadas, contudo, a migração interna tem</p><p>diminuído bastante. O Nordeste ainda perde habitantes para outras</p><p>regiões, e o Sudeste é o que mais recebe imigrantes, mas com</p><p>intensidade cada vez menor.</p><p>Principais deslocamentos internos no Brasil (1950-1980)</p><p>FATORES QUE INFLUENCIAM AS MUDAN-</p><p>ÇAS NOS FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNOS</p><p>• O desenvolvimento econômico em outras regiões: a</p><p>partir dos anos 1960, começou a ocupação maciça das</p><p>regiões Centro-Oeste e Norte. A primeira teve como fator</p><p>de atração a inauguração de Brasília e, posteriormente, o</p><p>avanço do agronegócio. Já a região Norte passou a atrair</p><p>migrantes a partir da abertura de estradas como a Belém-</p><p>Brasília e da criação da Zona Franca de Manaus, ou seja,</p><p>durante a ditadura militar.</p><p>• A desconcentração industrial: a partir dos anos 1990, as</p><p>políticas de isenção de impostos e doação de terrenos feitas</p><p>por estados e municípios acabaram atraindo as empresas</p><p>para diferentes regiões. Consequentemente, a ampliação da</p><p>oferta de emprego nesses locais impulsionou o recebimento</p><p>de migrantes.</p><p>• O avanço da urbanização: nas últimas décadas, a urbanização</p><p>avançou pelo Brasil, o que proporcionou a melhoria na</p><p>infraestrutura de transportes, de telecomunicações e de</p><p>energia elétrica, favorecendo a geração de empregos em</p><p>locais até então menos desenvolvidos. Como a principal</p><p>motivação para a migração é a busca por melhores condições</p><p>de vida e de trabalho, à medida que ocorre uma distribuição</p><p>mais equilibrada das ofertas de trabalho, a busca por outros</p><p>lugares para morar tende a cair.</p><p>OS NOVOS FLUXOS MIGRATÓRIOS</p><p>INTERNOS</p><p>Entre 1995 e 2000, 3,4 milhões de pessoas trocaram a região</p><p>onde nasceram por outra, realizando uma migração inter-regional.</p><p>Já entre 2005 e 2010 (...) , atualmente este tipo de migração torna-</p><p>se menos comum pela expansão de outros fluxos.</p><p>• Migração intrarregional - ocorre entre municípios de um</p><p>mesmo estado ou ainda entre estados de uma mesma</p><p>região, sobretudo em direção a cidades (...)</p><p>• Migração pendular - neste caso, trata-se de um arranjo</p><p>populacional entre dois ou mais municípios onde há uma</p><p>grande integração demográfica. A migração pendular</p><p>ocorre quando alguém estuda ou trabalha (...)</p><p>• Migração de transumância ou sazonal - movimento</p><p>migratório de caráter sazonal, ou seja, pessoas e até mesmo</p><p>animais que migram de um lugar para outro por questões</p><p>climáticas. Dois exemplos práticos são os gaúchos que</p><p>durante o inverno levam o gado para regiões de pasto mais</p><p>verde e os vaqueiros no pantanal que durante o verão levam</p><p>o gado para regiões mais elevadas e secas pelo alagamento</p><p>das planícies durante o verão mais úmido.</p><p>• Êxodo rural - fenômeno ou categoria de migração em</p><p>que pessoas se deslocam do espaço rural para o espaço</p><p>urbano, ou seja do campo para a cidade. Isso é motivado</p><p>principalmente por questões como a industrialização e a</p><p>concentração fundiária, além do desemprego causado pela</p><p>mecanização do trabalho no campo.</p><p>• Migração de retorno - é o deslocamento de pessoas para</p><p>sua região de origem, após ter migrado. É o que ocorreu na</p><p>região Nordeste a partir dos anos de 1980 e 1990</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO286</p><p>GEOGRAFIA II 06 POPULAÇÃO: MIGRAÇÕES NO BRASIL</p><p>Principais fluxos da migração de retorno no Brasil (1990-2015)</p><p>O BRASIL E OS FLUXOS</p><p>INTERNACIONAIS</p><p>Em termos relativos, vale a pena destacar que na última década</p><p>houve um aumento de 160% na entrada de imigrantes no Brasil. Tal</p><p>fenômeno foi provocado em parte pelo crescimento econômico do</p><p>Brasil no período de 2003 a 2012, que tornou nosso país atraente</p><p>para vizinhos; mas também pelos problemas ocorridos em países</p><p>latinos como a Argentina (que viveu uma grave crise no início</p><p>dos anos 2000), o Haiti (arrasado por um terremoto em 2010) e a</p><p>Venezuela (que sofre uma crise econômica desde 2013, mas que</p><p>se agravou principalmente em 2016 e 2017).</p><p>De qualquer forma, é importante lembrar também que, em</p><p>termos absolutos, atualmente não há em nosso país um número</p><p>tão expressivo de entrada de estrangeiros e nem de saída de</p><p>brasileiros. Ou seja, nas últimas décadas, o Brasil não tem se</p><p>destacado como emissor e tampouco como receptor de migrantes</p><p>internacionais. Por isso mesmo, a diferença entre o crescimento</p><p>vegetativo e o crescimento demográfico é pequena por aqui.</p><p>A maior parte das migrações envolvendo o Brasil é interna, com</p><p>destaque para o forte êxodo rural ocorrido do Nordeste para o Sudeste</p><p>entre os anos 1940 e 1970; e a migração de retorno, intensificada a</p><p>partir dos anos 1990, do Sudeste para o Nordeste. Outros dois fluxos</p><p>internos importantes são a transumância e o movimento pendular –</p><p>ambos movimentos migratórios de caráter temporário.</p><p>Porém no passado houve importantes fluxos internacionais</p><p>com destino ao nosso país (e saindo dele também), Os principais</p><p>fluxos de imigração (entrada de estrangeiros) no Brasil foram:</p><p>• Portugueses e escravos africanos (século XIX).</p><p>• Italianos e alemães</p><p>(1850-1900).</p><p>• Japoneses (1900-1920).</p><p>• Outros grupos de asiáticos (1950-1960).</p><p>• Principalmente latinos, como bolivianos e haitianos (dos</p><p>anos de 1970 até hoje).</p><p>Vale destacar que atualmente muitos imigrantes entram</p><p>ilegalmente no Brasil e acabam se tornando vulneráveis a</p><p>exploradores de mão de obra, engrossando as estatísticas de</p><p>trabalho escravo no país.</p><p>Imigração no Brasil: entrada de imigrantes no Brasil (1808-1983)</p><p>Já quanto à saída de brasileiros, três fluxos merecem destaque.</p><p>Primeiro, foram os sulistas e paulistas que (nos anos 1950-1970)</p><p>migraram para o Paraguai (Brasiguaios) em busca de terras baratas.</p><p>Isso ocorreu em virtude da modernização agrícola e do consequente</p><p>encarecimento das terras no Brasil. Depois, foram os descendentes de</p><p>japoneses (Dekasseguis) que, por conta da crise econômica do Brasil</p><p>dos anos 1980, resolveram ir para o Japão. Essa migração geralmente</p><p>não é definitiva, e muitas vezes os brasileiros que vão para lá acabam</p><p>trabalhando em empregos insalubres e de remuneração baixa para</p><p>os padrões japoneses, o que faz com que muitos retornem ao Brasil</p><p>depois de algum tempo. O terceiro fluxo se intensificou a partir dos</p><p>anos 1990, quando muitos brasileiros foram tentar a sorte nos EUA,</p><p>seguindo o caminho de tantos outros latino-americanos. Com isso,</p><p>atualmente os três países com maior número de imigrantes brasileiros</p><p>são Estados Unidos, Paraguai e Japão.</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM)</p><p>O meu pai era paulista</p><p>Meu avô, pernambucano</p><p>O meu bisavô, mineiro</p><p>Meu tataravô, baiano</p><p>Vou na estrada há muitos anos</p><p>Sou um artista brasileiro</p><p>(CHICO BUARQUE. Paratodos. 1993. Disponível em: www.chicobuarque.com.br.</p><p>Acesso em: 29 jun. 2015 (fragmento).)</p><p>A característica familiar descrita deriva do seguinte aspecto</p><p>demográfico:</p><p>a) Migração interna.</p><p>b) População relativa.</p><p>c) Expectativa de vida.</p><p>d) Taxa de mortalidade.</p><p>e) Índice de fecundidade.</p><p>02. (ENEM) O movimento migratório no Brasil é significativo,</p><p>principalmente em função do volume de pessoas que saem de</p><p>uma região com destino a outras regiões. Um desses movimentos</p><p>ficou famoso nos anos 80, quando muitos nordestinos deixaram</p><p>a região Nordeste em direção ao Sudeste do Brasil. Segundo os</p><p>dados do IBGE de 2000, este processo continuou crescente no</p><p>período seguinte, os anos 90, com um acréscimo de 7,6% nas</p><p>migrações deste mesmo fluxo. A Pesquisa de Padrão de Vida, feita</p><p>pelo IBGE, em 1996, aponta que, entre os nordestinos que chegam</p><p>ao Sudeste, 48,6% exercem trabalhos manuais não qualificados,</p><p>18,5% são trabalhadores manuais qualificados, enquanto 13,5%,</p><p>embora não sejam trabalhadores manuais, se encontram em áreas</p><p>que não exigem formação profissional. O mesmo estudo indica</p><p>também que esses migrantes possuem, em média, condição de</p><p>vida e nível educacional acima dos de seus conterrâneos e abaixo</p><p>dos de cidadãos estáveis do Sudeste.</p><p>(Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 jul. 2009 (adaptado).)</p><p>Com base nas informações contidas no texto, depreende-se que</p><p>a) O processo migratório foi desencadeado por ações de governo</p><p>para viabilizar a produção industrial no Sudeste.</p><p>b) Os governos estaduais do Sudeste priorizaram a qualificação</p><p>da mão-de-obra migrante.</p><p>c) O processo de migração para o Sudeste contribui para o</p><p>fenômeno conhecido como inchaço urbano.</p><p>d) As migrações para o Sudeste desencadearam a valorização do</p><p>trabalho manual, sobretudo na década de 80.</p><p>e) A falta de especialização dos migrantes é positiva para os</p><p>empregadores, pois significa maior versatilidade profissional.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>06 POPULAÇÃO: MIGRAÇÕES NO BRASIL</p><p>287</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>03. (ENEM) Dados do Censo Brasileiro 2000 mostram que, na última</p><p>década, o número de favelas tem crescido consideravelmente, com</p><p>signifi cativa alteração na sua distribuição pelas regiões do País.</p><p>Considerando a dinâmica migratória do período, pode-se afi rmar</p><p>que esse processo está relacionado:</p><p>a) Ao declínio acentuado da industrialização no Sudeste, que</p><p>deslocou grandes parcelas da população urbana para outras</p><p>regiões do país.</p><p>b) À ampliação do número de zonas francas de comércio em</p><p>grandes metrópoles, o que atraiu a população rural para</p><p>essas áreas.</p><p>c) Ao deslocamento das correntes migratórias rurais para os</p><p>cinturões verdes criados em torno dos centros urbanos.</p><p>d) À instalação, na Região Nordeste, de inúmeras empresas de</p><p>alta tecnologia, atraindo de volta a população que migrara para</p><p>o Sudeste.</p><p>e) À mudança no destino das correntes migratórias, que</p><p>passaram a buscar as cidades de médio e grande portes, além</p><p>de São Paulo e Rio de Janeiro.</p><p>04. (ENEM) Os fluxos migratórios humanos, representados nos</p><p>mapas abaixo, mais do que um deslocamento espacial, podem</p><p>signifi car uma mudança de condição social.</p><p>Fonte: Adaptado de SANTOS, Regina Bega. Migrações no Brasil. São Paulo: Scipione, 1994.</p><p>Analisando-se os mapas, pode-se afi rmar que essa mudança</p><p>ocorreu com:</p><p>a) Trabalhadores rurais nordestinos, que migraram para São</p><p>Paulo nas décadas de 50 e de 60, transformando-se em</p><p>operários do setor industrial.</p><p>b) Agricultores sulistas, que migraram para o centro-oeste na</p><p>década de 60, transformando-se em empresários da mineração.</p><p>c) Trabalhadores rurais nordestinos, que migraram para a</p><p>Amazônia na década de 60, transformando-se em grandes</p><p>proprietários de terras.</p><p>d) Moradores das periferias das grandes cidades, que migraram</p><p>para o interior do país na década de 70 atraídos pelas</p><p>oportunidades de emprego nas reservas extrativistas.</p><p>e) Pequenos proprietários rurais nordestinos que, na década de</p><p>70, migraram para São Paulo para trabalhar como boias-frias</p><p>na colheita de café.</p><p>05. (USP) Observe os mapas.</p><p>Migração entre as regiões brasileiras (2004-2009)</p><p>(IBGE/OESP, 16/07/2011.)</p><p>Dentre as seguintes alternativas, a única que apresenta a principal</p><p>causa para o correspondente fluxo migratório é:</p><p>a) I: procura por postos de trabalho formais no setor primário.</p><p>b) II: necessidade de mão de obra rural, devido ao avanço do</p><p>cultivo do arroz.</p><p>c) III: necessidade de mão de obra no cultivo da soja no Ceará e</p><p>em Pernambuco.</p><p>d) IV: procura por postos de trabalho no setor aeroespacial.</p><p>e) V: migração de retorno.</p><p>06. (UERJ)</p><p>O haitiano Guerrier Garausses, de 31 anos, era motorista em</p><p>seu país de origem. Como muitos conterrâneos, ele veio ao Brasil</p><p>em busca de emprego. Saiu da capital haitiana, Porto Príncipe, até</p><p>a capital da República Dominicana. Lá, foi de avião até o Panamá e</p><p>seguiu para o Equador. Dali foi para o Peru, até a cidade de Inapari,</p><p>que faz fronteira com Assis Brasil, no Acre.</p><p>(Adaptado de g1.globo.com, 17/04/2014.)</p><p>Debaixo de um sol inclemente, Juan Apaza formava fi la no</p><p>Parque Dom Pedro II, centro de São Paulo. Costureiro como quase</p><p>todos os bolivianos na cidade, Juan está há menos de um ano</p><p>no país, dividindo uma casa apertada com outras dez pessoas.</p><p>Com as rezas do xamã, incensos e um pouco de cerveja, acredita</p><p>que sua casa própria se transformará em realidade.</p><p>(Adaptado de redebrasilatual.com.br, 26/01/2014.)</p><p>O Brasil, na última década, tem atraído migrantes originários de</p><p>países americanos, em especial haitianos e bolivianos.</p><p>A vinda desses migrantes para o Brasil na atualidade pode ser</p><p>justifi cada pelo seguinte motivo:</p><p>a) demanda de mão de obra qualifi cada.</p><p>b) oferta de empregos em áreas diversifi cadas.</p><p>c) facilitação para aquisição de dupla cidadania.</p><p>d) elevação da remuneração da força de trabalho.</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO288</p><p>GEOGRAFIA II 06 POPULAÇÃO: MIGRAÇÕES NO BRASIL</p><p>07. (UERJ)</p><p>Percentual dos migrantes na população em 1996</p><p>(THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território.</p><p>São Paulo: EDUSP/Imprensa Oficial, 2008.)</p><p>Com base no mapa, é possível associar a macrorregião brasileira</p><p>com maior proporção de migrantes à presença da seguinte</p><p>dinâmica socioespacial:</p><p>a) criação de área turística</p><p>b) formação de distrito industrial</p><p>c) ampliação de reserva ambiental</p><p>d) expansão da fronteira agropecuária</p><p>08. (UNICAMP) A tabela abaixo traz informações sobre a percentagem</p><p>de pessoas que residem fora de seu Estado de origem, segundo dados</p><p>da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2001/2007 do IBGE.</p><p>Pessoas residentes não naturais da Unidade da</p><p>Federação de residência (em %)</p><p>Regiões 2001 2003 2005 2007</p><p>Centro-Oeste 37,4 36,3 36,5 35,2</p><p>Norte 22,8 23,1 23,1 22,5</p><p>Nordeste 7,5 7,8 7,9 7,5</p><p>Sul 12,1 12,2 12,2 12,2</p><p>Sudeste 18,9 18,7 18,6 17,8</p><p>Com base nas informações da tabela sobre a dinâmica migratória</p><p>da população brasileira, é possível afirmar que:</p><p>a) Os Estados da região Nordeste do Brasil apresentaram,</p><p>no  período, a menor percentagem de população nascida em</p><p>outras Unidades da Federação. Isso ocorre porque os Estados</p><p>dessa região sempre apresentaram uma elevada taxa de</p><p>imigração de sua população para outras unidades da federação.</p><p>b) Os Estados da região Centro-Oeste apresentaram, no período, a</p><p>maior percentagem de pessoas residentes oriundas de outras</p><p>Unidades da Federação. Isso ocorre porque esses Estados</p><p>receberam, nas últimas décadas, elevados fluxos migratórios de</p><p>população brasileira para a ocupação da fronteira agrícola.</p><p>c) Nos Estados da região Sudeste houve um decréscimo da</p><p>percentagem de pessoas residentes nascidas em outras</p><p>Unidades da Federação. Isso ocorre porque todos os</p><p>Estados dessa região sempre tiveram importantes fluxos</p><p>emigratórios de população direcionados para a ocupação de</p><p>outras regiões do país.</p><p>d) Os Estados da região Sul têm o segundo menor índice</p><p>de pessoas residentes não naturais dessas Unidades da</p><p>Federação. Isso ocorre porque esses Estados, historicamente,</p><p>apresentam baixos fluxos emigratórios de sua população com</p><p>destino a outras unidades da federação.</p><p>09. (UERJ) Região metropolitana do Rio de Janeiro: percentual de</p><p>pessoas que trabalham ou estudam em outros municípios (2005)</p><p>(Adaptado de SANTANA, Fabio Tadeu e DUARTE, Ronaldo Goulart, Rio de Janeiro: Estado</p><p>e Metrópole. São Paulo: Editora do Brasil, 2009.)</p><p>A dinâmica interna de uma região metropolitana é extremamente</p><p>complexa, dada a variedade das interações que se estabelecem</p><p>entre os aglomerados que a compõem.</p><p>Na tabela acima, evidencia-se o tipo de interação denominado de:</p><p>a) Repulsão urbana</p><p>b) Migração de retorno</p><p>c) Movimento pendular</p><p>d) Fluxo de transumância</p><p>10. (UNESP) Cândido Portinari conseguiu retratar em suas obras o</p><p>dia a dia do brasileiro comum, procurando denunciar os problemas</p><p>sociais do nosso país. No quadro Os retirantes, produzido em</p><p>1944, Portinari expõe o sofrimento dos migrantes, representados</p><p>por pessoas magérrimas e com expressões que transmitem</p><p>sentimentos de fome e miséria.</p><p>Sobre o tema desta obra, afirma-se:</p><p>I. Essa migração foi provocada pelo baixo índice de mortalidade</p><p>infantil do Nordeste, associado à boa distribuição de renda</p><p>na região.</p><p>II. Contribuíram para essa migração os problemas de cunho</p><p>social da região Sul, com altas taxas de mortalidade infantil.</p><p>III. Os retirantes fugiram dos problemas provocados pela seca,</p><p>pela desnutrição e pelos altos índices de mortalidade infantil</p><p>no Nordeste.</p><p>IV. Contribuíram para essa migração a desigualdade social,</p><p>no Nordeste.</p><p>É correto apenas o que se afirma em</p><p>a) I. b) I e II. c) II, III e IV. d) III e IV. e) IV.</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. A</p><p>02. C</p><p>03. E</p><p>04. A</p><p>05. E</p><p>06. B</p><p>07. D</p><p>08. B</p><p>09. C</p><p>10. D</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 291SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>SISTEMAS AGRÍCOLAS07</p><p>As atividades agrícolas podem ser desenvolvidas basicamente</p><p>de duas maneiras. A primeira consiste no uso intensivo de recursos,</p><p>nos quais o grau de produtividade dessa atividade apresenta-se</p><p>elevado, ou seja, o desempenho da propriedade é alto. A segunda</p><p>é caracterizada pelo baixo grau de produtividade, no qual são</p><p>utilizados poucos insumos agrícolas, e, consequentemente,</p><p>a propriedade rural apresenta um baixo rendimento pela área</p><p>explorada. Portanto, é possível diferenciar a agropecuária entre</p><p>produção extensiva e a produção intensiva.</p><p>SISTEMA EXTENSIVO SISTEMA INTENSIVO</p><p>Baixo investimento financeiro</p><p>e tecnológico</p><p>Grande capital e tecnologia</p><p>aplicados</p><p>Técnicas rudimentares e</p><p>arcaicas</p><p>Técnicas modernas e</p><p>de precisão</p><p>Baixo índice de exploração</p><p>da terra</p><p>Alto índice de aproveitamento</p><p>dos solos</p><p>Mão de obra desqualificada Mão de obra qualificada</p><p>Baixa produtividade Alta produtividade</p><p>Mas além disso, existem diferentes sistemas ou modos de</p><p>produção agrícola, que variam de um lugar para outro em função</p><p>das condições socioeconômicas, culturais, técnicas e influências</p><p>do meio natural que caracterizam cada espaço geográfico.</p><p>AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA</p><p>É um sistema extensivo. Visa atender às necessidades básicas</p><p>de consumo dos agricultores e de suas famílias. É ainda praticada</p><p>em regiões muito pobres da África e da América Latina, onde os</p><p>agricultores não têm disponibilidade de capital para adquirir meios</p><p>técnicos para aumentarem sua produção. Normalmente é feita em</p><p>pequenas e médias propriedades. O excedente, quando ocorre,</p><p>pode abastecer alguns centros urbanos.</p><p>AGRICULTURA ITINERANTE</p><p>Outro exemplo de sistema extensivo. É uma variável da</p><p>agricultura de subsistência, com a diferença essencial de que o</p><p>agricultor precisa periodicamente mudar o local de plantio. Isso</p><p>ocorre com agricultores que utilizam a prática da queimada para</p><p>preparar a área de plantio. A queimada acarreta o esgotamento</p><p>precoce do solo, o que força seu abandono em busca de outra</p><p>área a ser cultivada, onde a mesma prática se repete. Os produtos</p><p>agrícolas cultivados são de subsistência, como o milho, a mandioca,</p><p>o inhame etc. Essa agricultura se desenvolve especialmente na</p><p>África e na América Latina. No Brasil, a agricultura itinerante e</p><p>de subsistência é conhecida como roça. Também pode ocorrer a</p><p>prática de uma pecuária itinerante. Em geral ocorre em pequenas</p><p>e médias propriedades, mas também ocorre em alguns latifúndios.</p><p>AGRICULTURA DE JARDINAGEM</p><p>É praticada na Ásia das Monções (Sudeste Asiático), onde</p><p>os verões são quentes e possuem uma elevada umidade. É uma</p><p>agricultura tradicional, que utiliza as técnicas de irrigação e adubação</p><p>somadas a cuidados bastante especiais em relação aos vegetais e</p><p>ao solo, o que consequentemente permite uma boa produtividade.</p><p>Predomina a rizicultura, ou seja, o plantio do arroz. Porém, não pode</p><p>ser considerada uma monocultura, visto que diversos outros vegetais</p><p>são cultivados. No geral, as propriedades são muito pequenas e</p><p>ocorre o emprego de uma grande quantidade de mão de obra.</p><p>Uma técnica muito utilizada é o terraceamento (aplainamento</p><p>em degraus de superfícies inclinadas, interrompendo um declive)</p><p>para que ocorra retenção de água e sedimentos e para evitar a erosão</p><p>pluvial. É um sistema intensivo em mão de obra, pois o trabalho</p><p>manual é utilizado em grande escala, nas fases de adubação, plantio</p><p>e colheita – o que explica o reduzido uso de máquinas.</p><p>Técnica de terraceamento usada no Sudeste Asiático</p><p>AGRICULTURA DE PLANTATION</p><p>Os europeus desenvolveram esse tipo de agricultura em</p><p>suas colônias tropicais a partir do século XVI. As principais</p><p>características dessa agricultura são: utilização da monocultura</p><p>voltada para o mercado externo, desenvolvida em grandes</p><p>propriedades rurais (latifúndios); uma quantidade numerosa de</p><p>mão de obra e a produção em grande escala.</p><p>Uma consequência desse modelo de agricultura é a concentração</p><p>da terra e o abandono das lavouras de subsistência. É um exemplo</p><p>de sistema extensivo, pois apesar da grande produção (em função</p><p>dos enormes terrenos usados), o uso de técnicas arcaicas faz com</p><p>que haja uma baixa produtividade. Ocorre uma grande dependência</p><p>em relação aos mercados externos, o que contribui para possíveis</p><p>instabilidades econômicas. Exemplo: cultivo da cana-de-açúcar no</p><p>Brasil e Antilhas; produção de banana na América Central.</p><p>AGRICULTURA DOS ESTADOS</p><p>UNIDOS: CINTURÕES AGRÍCOLAS</p><p>Esse modelo de agricultura empresarial é um exemplo de</p><p>sistema intensivo, vide a sua alta produtividade. Emprega</p><p>ano de idade que</p><p>morrem para cada grupo de mil nascidas vivas.</p><p>• Expectativa de Vida - Expressa a quantidade de anos</p><p>que vive, em média, a população. Também chamado</p><p>de longevidade ou esperança de vida, este é um índi-</p><p>ce muito utilizado para análise do nível de desenvol-</p><p>vimento dos países e tende a ser mais alto em países</p><p>desenvolvidos.</p><p>• Taxa de Fecundidade - Também chamada de Taxa de</p><p>Fertilidade, corresponde ao número médio de filhos,</p><p>por mulher, na idade de reprodução.</p><p>A taxa de fecundidade vem reduzindo desde a década de 1960.</p><p>No Brasil em 1970 as mulheres tinham em média 5,8 filhos e hoje</p><p>esse número não chega sequer a 2,1. que é a taxa mínima necessária</p><p>para a reposição da população. O número de nascimentos caiu cerca</p><p>de 13,3% entre 2000 e 2012. Em 2000 a taxa de fecundidade foi de</p><p>2,29 e em 2012 foi de 1,77.</p><p>Os motivos para essa diminuição são vários: maior escolarização,</p><p>aumento do número de mulheres no mercado de trabalho, uso</p><p>maior de contraceptivos, entre outros. Em 2013, um em cada cinco</p><p>casais brasileiros não tinha filhos. Especialistas alertam, no entanto,</p><p>que a consolidação de famílias menores aliada ao crescimento</p><p>da esperança de vida significará, em um futuro próximo, menos</p><p>profissionais jovens no mercado de trabalho, mais custos com</p><p>aposentadorias e um risco de queda no crescimento econômico.</p><p>O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida</p><p>do progresso a longo prazo em três dimensões básicas do</p><p>desenvolvimento humano: renda (PIB per capita), educação (taxa</p><p>de alfabetização) e saúde (expectativa de vida). O indicador varia de</p><p>0 a 1. O objetivo da criação do IDH foi o de oferecer um contraponto</p><p>a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB)</p><p>per capita, que considera apenas a dimensão econômica do</p><p>desenvolvimento. Em linhas gerais, quanto mais próximo de 1</p><p>estiver o IDH, melhor o desenvolvimento.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>01 POPULAÇÃO: CONCEITOS GERAIS E SITUAÇÃO NA ATUALIDADE.</p><p>259</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>Entre 188 países avaliados, o relatório das Nações Unidas</p><p>divulgado em 2017 coloca o Brasil na 79ª posição, com um IDH</p><p>de 0,754. O número leva em consideração uma expectativa de vida</p><p>no país de 74,7 anos; 15,2 anos esperados de escolaridade; média</p><p>de estudo de 7,8 anos (para população acima de 25 anos); e renda</p><p>nacional bruta per capita de US$ 14.145, indicador que em 2017</p><p>ficou mais baixo, num reflexo da crise econômica – já que antes,</p><p>era de US$ 14.858. Em comparação aos demais países da América</p><p>do Sul, o Brasil ocupa a 5° posição no IDH, ficando atrás do Chile,</p><p>Argentina, Uruguai e Venezuela. Já em relação aos Brics (grupo de</p><p>emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul),</p><p>estamos na 2ª posição, atrás apenas da Rússia.</p><p>RANKING DO DESENVOLVIMENTO HUMANO</p><p>POR PAÍS (2017)</p><p>Por fim, cabe citar que apesar de ter diminuído expressivamente</p><p>nas últimas décadas em função de políticas públicas sociais, a</p><p>desigualdade na distribuição de renda, saúde e educação entre os</p><p>brasileiros continua a ser elevada no Brasil. Um dos indicadores que</p><p>permite essa conclusão é o coeficiente de Gini, que consiste em</p><p>um número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade</p><p>(no caso do rendimento, por exemplo, toda a população receberia</p><p>o mesmo salário) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde</p><p>uma pessoa recebe todo o rendimento e as demais nada recebem).</p><p>Nenhum país tem índices tão extremos como 0 ou 1, porém,</p><p>quanto mais próximo de 0,  melhor é a distribuição de renda;</p><p>quanto mais próximo de 1,  maior é a desigualdade. O último</p><p>dado divulgado pela ONU (2017) aponta o Brasil como o 10º mais</p><p>desigual do mundo e o quarto da América Latina, à frente apenas</p><p>de Haiti, Colômbia e Paraguai. Segundo o levantamento da ONU,</p><p>o percentual de desigualdade de renda no Brasil (37%) é superior</p><p>à média da América Latina, incluindo os países do Caribe (34,9%).</p><p>O PAPEL DAS MULHERES NAS DIFERENTES</p><p>SOCIEDADES</p><p>Até o ano de 1910, as mulheres tinham direito ao voto em apenas</p><p>dois países do mundo: na Dinamarca, o voto foi instituído em 1908</p><p>e na Suécia, em 1909. Desde a segunda metade do século XIX até</p><p>a primeira metade do século XX, diversas manifestações populares</p><p>pelo direito ao sufrágio universal feminino foram desencadeadas,</p><p>como por exemplo a famosa passeata de maio de 1912 em Nova</p><p>York. De lá pra cá, ocorreram significativos avanços relacionados à</p><p>participação feminina em diversos setores da vida em sociedade,</p><p>incluindo a política. Na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, com</p><p>milhões de homens lutando nas frentes de batalha, as mulheres</p><p>passaram a trabalhar nas fábricas, substituindo-os na produção</p><p>de aviões e armas. Com o fim do conflito, foi crescente o número</p><p>de mulheres que entraram no mercado de trabalho, o que tem</p><p>colaborado para reduzir as taxas de fecundidade.</p><p>No século XXI, vemos as mulheres cada vez mais ocupando</p><p>espaços antes destinados apenas aos homens. De modo geral,</p><p>essas conquistas são mais perceptíveis no mundo ocidental,</p><p>mas ainda há muitas sociedades onde os direitos femininos são</p><p>restritos. Por conta disso, o empoderamento político das mulheres</p><p>é uma das seis prioridades da entidade ONU Mulheres. Em 1990, o</p><p>Conselho Econômico e Social da ONU recomendou, para 1995, a</p><p>meta de 30% de participação das mulheres em cargos de liderança,</p><p>e de 50% até o ano 2000. Com a ampliação da atuação feminina</p><p>na política, busca-se contribuir para o reconhecimento dos direitos</p><p>das mulheres no mundo, principalmente os que envolvem a</p><p>discriminação por gênero no trabalho, sua atuação como chefe de</p><p>família e a luta contra a violência de gênero, física e psicológica.</p><p>De maneira geral, as estatísticas mostram que grande parte</p><p>das mulheres que desempenham as mesmas funções que homens</p><p>recebem salários menores, ainda que tenham qualificação igual ou</p><p>maior que seus colegas de trabalho. Na maioria dos países, a entrada</p><p>das mulheres no mercado de trabalho fez com que elas tivessem</p><p>duas jornadas: uma no trabalho e outra em casa, cuidando da família</p><p>e dos afazeres domésticos. Isso ocorre porque a divisão do trabalho</p><p>doméstico entre homens e mulheres ainda não foi incorporada</p><p>em muitas culturas, e em outras tantas há um senso comum que</p><p>garante ao homem o benefício de apenas ajudar, ao invés de dividir</p><p>as tarefas de forma mais igualitária. Além disso, há também um</p><p>elevado número de mulheres que são chefes de família, ou seja, que</p><p>sustentam a si e a seus filhos sozinhas, sem contribuição financeira</p><p>dos ex-maridos ou companheiros.</p><p>Por tudo isso, a desigualdade brasileira também é muito alta</p><p>nas comparações de gênero. Embora as mulheres tenham maior</p><p>expectativa de vida e mais escolaridade, elas ainda recebem bem</p><p>menos que os homens no Brasil. A renda per capita da mulher é 66,2%</p><p>inferior à de pessoas do sexo masculino. No índice de desigualdade</p><p>de gênero, o país aparece na 92ª posição entre 159 países analisados,</p><p>atrás de nações de maioria religiosa conservadora, a exemplo de Líbia</p><p>(38ª), Malásia (59ª) e Líbano (83ª). Também é baixa a representatividade</p><p>da mulher no Congresso Nacional. O comparativo entre número de</p><p>cadeiras em parlamentos indica que as mulheres brasileiras ocupam</p><p>somente 10,8% dos assentos. O número é inferior à média mundial</p><p>(22,5%) e até mesmo ao de países com IDH baixo, como a República</p><p>Centro Africana, última colocada do ranking, que tem 12,5% de seu</p><p>parlamento ocupado por representantes do sexo feminino.</p><p>Em algumas sociedades, muitas vezes, o acesso da mulher à</p><p>educação é muito limitado e o seu papel restringe-se a se casar,</p><p>submeter-se ao marido e gerar filhos. O casamento arranjado entre</p><p>famílias ainda é uma realidade em diversos lugares, e muitas vezes os</p><p>noivos se conhecem apenas no dia da cerimônia. Esses modelos se</p><p>repetem há gerações e tendem a valorizar mais o filho varão. Por conta</p><p>disso, o abandono ou feminicídio de crianças acaba sendo mais elevado</p><p>em muitos países, especialmente naqueles onde se aplica algum tipo de</p><p>uma</p><p>grande quantidade de máquinas e pouca mão de obra, visando a</p><p>atender às necessidades do mercado. É um modelo extremamente</p><p>competitivo, e os alimentos produzidos são vendidos no mercado</p><p>interno e externo. Predominam as médias e grandes propriedades</p><p>familiares (os farmers) que desenvolvem uma produção</p><p>especializada, que deram origem aos belts (cinturões agrícolas),</p><p>que são extensas áreas do território destinadas a um tipo de</p><p>produto principal. Os Estados Unidos são considerados o celeiro</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO292</p><p>GEOGRAFIA II 07 SISTEMAS AGRÍCOLAS</p><p>do mundo, ou seja, a maior potência agrícola do globo, apesar da</p><p>agropecuária representar apenas 2% do PIB americano e empregar</p><p>3% da população economicamente ativa.</p><p>Cinturões Agrícolas (Belts) dos Estados Unidos</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM)</p><p>Na imagem, visualiza-se um método de cultivo e as transformações</p><p>provocadas no espaço geográfi co. O objetivo imediato da técnica</p><p>agrícola utilizada é</p><p>a) Controlar a erosão laminar.</p><p>b) Preservar as nascentes fluviais.</p><p>c) Diminuir a contaminação química.</p><p>d) Incentivar a produção transgênica.</p><p>e) Implantar a mecanização intensiva.</p><p>02. (ENEM)</p><p>TEXTO I</p><p>Ao se emanciparem da tutela senhorial, muitos camponeses</p><p>foram desligados legalmente da antiga terra. Deveriam pagar,</p><p>para adquirir propriedade ou arrendamento. Por não possuírem</p><p>recursos, engrossaram a camada cada vez maior de jornaleiros</p><p>e trabalhadores volantes, outros, mesmo tendo propriedade</p><p>sobre um pequeno lote, suplementavam sua existência com o</p><p>assalariamento esporádico.</p><p>(MACHADO, P. P. Política e colonização no Império. Porto Alegre: EdUFRGS, 1999 (adaptado).)</p><p>TEXTO II</p><p>Com a globalização da economia ampliou-se a hegemonia</p><p>do modelo de desenvolvimento agropecuário, com seus padrões</p><p>tecnológicos, caracterizando o agronegócio. Essa nova face da</p><p>agricultura capitalista também mudou a forma de controle e</p><p>exploração da terra. Ampliou-se, assim, a ocupação de áreas</p><p>agricultáveis e as fronteiras agrícolas se estenderam.</p><p>(SADER, E.; JINKINGS, I. Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe.</p><p>São Paulo: Boitempo, 2006 (adaptado).)</p><p>Os textos demonstram que, tanto na Europa do século XIX</p><p>quanto no contexto latino-americano do século XXI, as alterações</p><p>tecnológicas vivenciadas no campo interferem na vida das</p><p>populações locais, pois</p><p>a) Induzem os jovens ao estudo nas grandes cidades, causando o</p><p>êxodo rural, uma vez que formados, não retornam à sua região</p><p>de origem.</p><p>b) Impulsionam as populações locais a buscar linhas de</p><p>fi nanciamento estatal com o objetivo de ampliar a agricultura</p><p>familiar, garantindo sua fi xação no campo.</p><p>c) Ampliam o protagonismo do Estado, possibilitando a grupos</p><p>econômicos ruralistas produzir e impor políticas agrícolas,</p><p>ampliando o controle que tinham dos mercados.</p><p>d) Aumentam a produção e a produtividade de determinadas</p><p>culturas em função da intensifi cação da mecanização, do uso</p><p>de agrotóxicos e cultivo de plantas transgênicas.</p><p>e) Desorganizam o modo tradicional de vida impelindo-as à</p><p>busca por melhores condições no espaço urbano ou em outros</p><p>países em situações muitas vezes precárias.</p><p>03. (ENEM) Um sistema agrário é um tipo de modelo de produção</p><p>agropecuária em que se observa que cultivos ou criações são</p><p>praticados, quais são as técnicas utilizadas, como é a relação com o</p><p>espaço e qual é o destino da produção. Existem muitas classifi cações</p><p>de sistemas agrários, pois os critérios para a defi nição variam de</p><p>acordo com o autor ou a organização que os classifi ca. Além disso,</p><p>os sistemas agrários são diferentes conforme a região do globo ou a</p><p>sociedade, sua cultura e nível de desenvolvimento econômico.</p><p>(CAMPANHOLA, C.; Silva, J. G. O novo rural brasileiro, uma análise nacional e regional.</p><p>Campinas: Embrapa/Unicamp, 2000 (adaptado).)</p><p>Dentro desse contexto, o sistema agrário tradicional tem como</p><p>características principais o predomínio de pequenas propriedades</p><p>agrárias, utilização de técnicas de cultivo minuciosas e de irrigação,</p><p>e sua produção é destinada preferencialmente ao consumo local e</p><p>regional. Essa descrição corresponde a que sistema agrícola?</p><p>a) Plantations.</p><p>b) Sistema de roças.</p><p>c) Agricultura orgânica.</p><p>d) Agricultura itinerante.</p><p>e) Agricultura de jardinagem.</p><p>04. (MACK) A fi gura abaixo retrata um tipo de agricultura muito</p><p>comum em determinada região do mundo. Analise-a e assinale a</p><p>alternativa que indique corretamente a região mais provável a que</p><p>ela se relaciona.</p><p>(Fonte: www.educol.net)</p><p>PRÉ-VESTIBULAR SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>07 SISTEMAS AGRÍCOLAS</p><p>293</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>a) Planícies Centrais do EUA com cultivos de trigo.</p><p>b) Prairie no Centro-sul canadense, ao longo da fronteira com</p><p>os EUA.</p><p>c) Oeste da Rússia, nos solos negros e muito férteis conhecidos</p><p>como Tchernozion.</p><p>d) Na região agrícola entre a Argentina e o Uruguai, conhecida</p><p>como Pampa.</p><p>e) No sul e sudeste da Ásia com o máximo de aproveitamento</p><p>possível dos solos.</p><p>05. (ENCCEJA)</p><p>Sistema agrícola 1</p><p>(Diário da liberdade. Disponível em: www.diarioliberdade.org. Acesso em: 1 ago. 2014.)</p><p>Sistema agrícola 2</p><p>(Disponível em: www.dhizf.com.br. Acesso em: 1 ago. 2014.)</p><p>Uma implicação socioespacial no campo, resultante da passagem</p><p>do sistema 1 para o sistema 2, é a</p><p>a) redução do trabalho formal.</p><p>b) intensifi cação do êxodo rural.</p><p>c) diversifi cação da cultura alimentar.</p><p>d) desconcentração da estrutura fundiária.</p><p>06. (FATEC) Israel é um país semidesértico, com várias regiões</p><p>consideradas realmente desérticas, nas quais não há fontes</p><p>abundantes de água nem grandes reservatórios de água</p><p>subterrânea. A agricultura israelense, por meio do desenvolvimento</p><p>de efi ciente método de irrigação e da adequação de novos cultivos,</p><p>conseguiu resultados impressionantes e constitui, hoje, um</p><p>exemplo para muitos países do mundo.</p><p>O sucesso de Israel nesse setor ocorre pela combinação de</p><p>quatro fatores principais: a atuação do agricultor; a ação no campo</p><p>da pesquisa e do ensino; a capacitação agrícola efi caz; e o apoio</p><p>intenso do Estado.</p><p>(29november.org/upload/1327221604.pdf Acesso em: 19.04.2013. Adaptado)</p><p>Baseando-se no texto, é correto concluir que</p><p>a) um bom desenvolvimento no setor agrícola é impossível em</p><p>regiões onde há o predomínio de clima semiárido.</p><p>b) Israel só conseguiu um bom desenvolvimento agrícola por</p><p>contar com as favoráveis condições naturais da região.</p><p>c) esse país tem tecnologia para transformar o clima desértico</p><p>em um clima mediterrâneo úmido favorável à agricultura.</p><p>d) a baixa umidade relativa do ar nesse país, apesar dos elevados</p><p>índices pluviométricos mensais, faz com que o clima seja</p><p>considerado desértico.</p><p>e) diversos fatores, como o empenho do governo, da sociedade</p><p>e o uso de tecnologia adequada, possibilitam o cultivo em</p><p>regiões de climas semiárido e árido.</p><p>07. (ETECSP) Na alimentação, a carne bovina é fonte de fósforo,</p><p>ferro e de vitaminas do complexo B. As regiões Norte e Centro-</p><p>Oeste, onde se situam a floresta Amazônica e o Cerrado, são as</p><p>que apresentam as maiores taxas de expansão do rebanho bovino</p><p>no Brasil.</p><p>(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca. Acesso em: 27.08.2011.)</p><p>Nas regiões citadas, a criação de gado bovino é</p><p>a) Intensiva, com o gado confi nado e alto rendimento fi nanceiro.</p><p>b) Intensiva, com o gado criado em pastos e produção de carne</p><p>para exportação.</p><p>c) Extensiva, com o gado criado à solta em pastos e produção</p><p>destinada ao corte.</p><p>d) Extensiva, com o gado confi nado, rebanhos escassos e uso de</p><p>pouca mão de obra.</p><p>e) Leiteira, com o gado solto em pastos e produção destinada à</p><p>obtenção de carne.</p><p>08. (ETECSP)</p><p>África: Uma história e um espaço de exploração</p><p>Desde o momento em que as trocas comerciais se expandiram</p><p>em escala mundial, a partir dos séculos XV e XVI, a África tornou-se</p><p>um dos espaços mais explorados do planeta. Nesse primeiro</p><p>momento, tratava-se de explorar as riquezas minerais e capturar</p><p>africanos para escravizá-los. Esse foi o início da destruição de</p><p>inúmeras tribos. Cerca de 11 milhões</p><p>de africanos foram vendidos</p><p>como escravos para a colonização das Américas. A partir do século</p><p>XIX, com o desenvolvimento do capitalismo industrial e fi nanceiro,</p><p>a conquista europeia, na África, traduziu-se pela busca de novas e</p><p>abundantes matérias-primas para expandir o processo produtivo.</p><p>Em 1885, a África começou a ser dividida entre Inglaterra, França,</p><p>Alemanha, Itália, Bélgica, Portugal e Espanha, em cerca de</p><p>quarenta territórios distintos, sem que fossem levadas em conta</p><p>as diferenças culturais de centenas de tribos. Tudo sob a ideologia</p><p>europeia da “civilização dos povos selvagens”. Hoje,  a  África é</p><p>um dos continentes mais economicamente desiguais do mundo.</p><p>As principais atividades são a extração mineral (ouro, diamante,</p><p>petróleo, gás natural, urânio, bauxita, cobre e manganês) e</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO294</p><p>GEOGRAFIA II 07 SISTEMAS AGRÍCOLAS</p><p>a agricultura, que é praticada de três formas: agricultura de</p><p>subsistência, agricultura permanente e agricultura de plantations.</p><p>Isso dá um aspecto predominantemente rural aos países. O nível</p><p>de industrialização da África é o menor do mundo. No norte e no</p><p>sul do continente, porém, existem indústrias desenvolvidas, como</p><p>a petrolífera e a têxtil no Egito, ou a química e a siderúrgica na África</p><p>do Sul. Este último país, sozinho, é responsável por quase 50% da</p><p>produção industrial africana.</p><p>(MOREIRA, I. e AURICCHIO, E. Construindo o espaço mundial. São Paulo: Ática, 2006,</p><p>pp. 138-149. Adaptado.)</p><p>De acordo com o texto, a agricultura africana “é praticada de</p><p>três formas: agricultura de subsistência, agricultura permanente</p><p>e agricultura de plantations”. A agricultura de plantations</p><p>caracteriza-se pelo cultivo de produtos</p><p>a) Tropicais (como frutas e algodão) em grandes áreas, voltados</p><p>para a exportação.</p><p>b) Equatoriais (como banana e sisal) em grandes florestas,</p><p>voltados para a exportação.</p><p>c) Temperados (como cereais e oliveiras) em pequenas áreas,</p><p>voltados para a exportação.</p><p>d) Tropicais (como legumes e frutas) em zonas de pradarias,</p><p>voltados para o mercado europeu.</p><p>e) Tropicais (como tâmara e arroz) em áreas semidesérticas,</p><p>voltados para o mercado interno.</p><p>09. (ESPM) A melhor ideia que a imagem a seguir revela é uma</p><p>realidade do (da):</p><p>a) agronegócio brasileiro.</p><p>b) agricultura de jardinagem asiática.</p><p>c) agricultura familiar.</p><p>d) monocultura exportadora.</p><p>e) invasões de terra.</p><p>10. (UEL)</p><p>TEXTO I</p><p>Eis aqui, portanto, o princípio de quando se decidiu fazer o</p><p>homem, e quando se buscou o que devia entrar na carne do homem.</p><p>Havia alimentos de todos os tipos. Os animais ensinaram</p><p>o caminho. E moendo então as espigas amarelas e as espigas</p><p>brancas, Ixmucaná fez nove bebidas, e destas provieram a força</p><p>do homem. Isto fizeram os progenitores, Tepeu e Gucumatz,</p><p>assim chamados.</p><p>A seguir decidiram sobre a criação e formação de nossa primeira</p><p>mãe e pai. De milho amarelo e de milho branco foi feita sua carne; de</p><p>massa de milho foram feitos seus braços e as pernas do homem.</p><p>Unicamente massa de milho entrou na carne de nossos pais.</p><p>(Adaptado: SUESS, P. Popol Vuh: Mito dos Quiché da Guatemala sobre sua origem</p><p>do milho e a criação do mundo. In: A conquista espiritual da América Espanhola: 200</p><p>documentos – Século XVI. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 32-33.)</p><p>TEXTO II</p><p>“Se você é o que você come, e consome comida industrializada,</p><p>você é milho”, escreveu Michael Pollan no livro O Dilema do</p><p>Onívoro, lançado este ano no Brasil. Ele estima que 25% da comida</p><p>industrializada nos EUA contenha milho de alguma forma: do</p><p>refrigerante, passando pelo Ketchup, até as batatas fritas de uma</p><p>importante cadeia de fast food – isso se não contarmos vacas e</p><p>galinhas que são alimentadas quase exclusivamente com o grão.</p><p>O milho foi escolhido como bola da vez devido ao seu baixo</p><p>preço de mercado e também porque os EUA produzem mais da</p><p>metade do milho distribuído no mundo.</p><p>(Adaptado: BURGOS, P. Show do milhão: milho na comida agora vira combustível.</p><p>Super Interessante. Edição 247, 15 dez. 2007, p. 33.)</p><p>Com base no Texto II e nos conhecimentos sobre a produção e uso</p><p>do milho, assinale a alternativa correta.</p><p>a) No atual estágio do capitalismo, o milho ganhou destaque, pois</p><p>dispensa o uso das novas tecnologias de produção.</p><p>b) A descoberta dos usos do milho garante aos EUA hegemonia</p><p>econômica no mercado mundial.</p><p>c) Os novos usos alimentares do milho têm atuado como</p><p>obstáculo à pesquisa brasileira do biodiesel.</p><p>d) O milho confirma a vocação agrícola dos EUA, outrora</p><p>abandonada com a industrialização do país.</p><p>e) Apesar de seu uso industrial, produtos primários ainda</p><p>desempenham papel de destaque na economia de países</p><p>centrais como os EUA.</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. A</p><p>02. E</p><p>03. E</p><p>04. E</p><p>05. B</p><p>06. E</p><p>07. C</p><p>08. A</p><p>09. C</p><p>10. E</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 295SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>REVOLUÇÃO VERDE08</p><p>A EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA</p><p>Durante muito tempo os seres humanos sobreviviam através</p><p>da prática da caça e da coleta. Retiravam então da natureza</p><p>recursos vegetais (frutos e vegetais) e animais.</p><p>Isso ocorreu durante o período do Paleolítico (pedra</p><p>lascada), momento em que os grupos eram nômades e em que</p><p>as ferramentas usadas pelos primeiros hominídeos eram muito</p><p>simples.</p><p>No período Neolítico (pedra polida), as técnicas foram</p><p>aprimoradas e os seres humanos passaram a desenvolver a</p><p>prática agrícola (agricultura primitiva) e a domesticação de animais</p><p>(pecuária). Essas transformações possibilitaram o rompimento</p><p>com a característica nômade e a sedentarização no espaço.</p><p>Com o passar do tempo, o desenvolvimento técnico e</p><p>tecnológico dos seres humanos, possibilitou o processo de</p><p>industrialização, que trouxe grandes mudanças para a agricultura.</p><p>Nesse contexto, fatores limitantes para a agricultura como</p><p>relevo; solo; topografia; hidrografia; vegetação; clima passaram</p><p>a ser um problema menor. Isso garantiu então um aumento da</p><p>produtividade no setor e uma expansão das terras agricultáveis</p><p>pelo mundo.</p><p>Atualmente a agropecuária tem uma grande importância para</p><p>a sociedade. Não produz apenas alimentos para os seres humanos</p><p>mas funciona como matéria-prima para diversos tipos de indústria.</p><p>CLASSIFICAÇÃO DA AGRICULTURA</p><p>DE ACORDO COM O NÍVEL</p><p>TECNOLÓGICO</p><p>Agricultura Arcaica - Utiliza as práticas desenvolvidas por povos</p><p>primitivos e que se desenvolveu muito pouco até o século XVIII.</p><p>• Atualmente é encontrada é encontrada em regiões como :</p><p>África Subsaariana; América Central; Sudeste e Sul da Ásia.</p><p>• É principalmente uma prática de subsistência.</p><p>• Utiliza técnicas rudimentares com ferramentas manuais</p><p>arcaicas, força humana e tração animal.</p><p>Agricultura Moderna - Formada a partir da Revolução Industrial</p><p>no século XVIII.</p><p>• Marcada pela introdução de financiamentos típicos de uma</p><p>economia capitalista, que aumentaram a produtividade.</p><p>• Utilização de máquinas (que causa o desemprego),</p><p>corretivos químicos e adubação.</p><p>• Uso racional do solo com rotação de culturas.</p><p>Agricultura Contemporânea - É a fase mais desenvolvida/</p><p>evoluída da prática agrícola com investimentos ainda maiores.</p><p>• Utilização de máquinas modernas ( como semeadeiras,</p><p>aradeiras e colheitadeiras).</p><p>• Uso de produtos químicos ( como pesticidas e fungicidas,</p><p>por exemplo).</p><p>• Trabalhadores qualificados.</p><p>• Uso dos transgênicos ou organismos geneticamente</p><p>modificados (OGM’s).</p><p>A REVOLUÇÃO VERDE E O</p><p>SURGIMENTO DA AGRICULTURA</p><p>MODERNA</p><p>Ao longo do século XX, a produção agrícola de muitos países</p><p>se tornou maior graças a um processo de modernização que incluiu</p><p>o uso de técnicas avançadas. As bases desse tipo de agricultura</p><p>começaram a ser pensadas em 1935 onde, percebendo que a Europa</p><p>caminhava para uma nova grande guerra, as grandes corporações</p><p>americanas projetaram a chamada “Revolução Verde”, que seria</p><p>um programa com objetivo de aumentar a produtividade agrícola</p><p>mundial, através de pesquisas na genética vegetal para multiplicar</p><p>as sementes e adequá-las a diversos tipos de solo, climas, pragas</p><p>e doenças, além</p><p>de aprimorar e modernizar as técnicas agrícolas.</p><p>Isso seria obtido através de pesquisas no ramo da biotecnologia</p><p>(manipulação genética para criar sementes mais residentes e</p><p>adequadas às condições de diferentes climas e solos, por exemplo),</p><p>química (correção dos solos, fertilizantes e defensivos para o</p><p>combate às doenças e pragas) e maquinário (tratores, colheitadeira</p><p>e semeadeiras). Contudo, a realidade é que a “Revolução Verde”</p><p>visava principalmente aumentar o consumo dessas tecnologias</p><p>produzidas pelas indústrias. E era na comercialização desses</p><p>produtos que consistia o real interesse das corporações. Logo, a</p><p>Revolução Verde foi uma porta para a expansão e fortalecimento</p><p>dessas corporações no seu processo de transnacionalização.</p><p>O programa foi iniciado em 1943 e permaneceu em caráter</p><p>experimental até 1965, quando o grupo americano Rockfeller</p><p>patrocinou projetos no próprio EUA, México, Filipinas e Brasil – com</p><p>menor intensidade. Houve intervenção no processo de produção,</p><p>na infraestrutura relativa a sementes, adubos, equipamentos e</p><p>no controle dos produtores através de políticas de assistência</p><p>técnica e crédito rural. Esse processo, que começou patrocinado</p><p>pelas empresas, foi sendo paulatinamente passado para o poder</p><p>público, até que este ficou totalmente responsável pelo custeio</p><p>e manutenção, pois manter investimentos em pesquisas não</p><p>é interessante para os empresários – já que apesar de serem</p><p>fundamentais, não são economicamente lucrativas, pelo alto custo</p><p>e demora nos resultados.</p><p>O PAPEL DO ESTADO</p><p>Com o fim da 2ª Guerra Mundial, o cenário estava propício e</p><p>as corporações transnacionais aproveitaram para alavancar seus</p><p>investimentos, investindo no fornecimento de máquinas e insumos</p><p>modernos, na comercialização mundial e nas indústrias de</p><p>transformação, além de financiarem os países que aderissem ao</p><p>processo. No Brasil, o governo brasileiro, por influência da Fundação</p><p>Rockfeller, mostrou que já tinha assumido a responsabilidade de</p><p>acelerar o processo no país, e criou na década de 50 a ABCAR</p><p>(Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural), com o</p><p>objetivo de orientar e estimular a implantação de novas técnicas</p><p>de cultivo entre os produtores rurais. Isso mostra claramente que</p><p>os interesses das companhias foram assimilados como objetivos</p><p>nacionais pelos países em desenvolvimento, inclusive o Brasil.</p><p>Começava aí o grande processo de industrialização da</p><p>agricultura, que viria em substituição da agricultura autônoma –</p><p>que funcionava de maneira rudimentar e com menor capacidade</p><p>produtiva. É fácil visualizar isso dentro das medidas tomadas pelo</p><p>governo brasileiro de Juscelino Kubitscheck na década de 50,</p><p>quando a indústria americana recebeu muitos incentivos e instalou</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO296</p><p>GEOGRAFIA II 08 REVOLUÇÃO VERDE</p><p>subsidiárias no país – o que acabaria por agravar a concentração</p><p>fundiária -, e dentre estas estavam todas as fornecedoras de</p><p>insumos agrícolas que nos abasteciam, atendendo assim ao</p><p>principal pré-requisito do novo modelo, que é ter uma indústria</p><p>química, mecânica e biotecnológica forte e voltada para a</p><p>agricultura. É a indústria mecânica a responsável pela produção de</p><p>máquinas: arados, tratores, colheitadeiras; a química deve produzir</p><p>adubos e fertilizantes; e a biotecnológica fica responsável por</p><p>melhorar as propriedades das sementes e dos solos.</p><p>A partir de 1965, a grande difusão da Revolução Verde, a</p><p>mudança na política de exportação de cereais norte-americana e</p><p>a internacionalização da pesquisa causaram uma rearticulação</p><p>da produção alimentar no mundo. O presidente americano Lindon</p><p>Johnson mudou a política econômica do país e começou a</p><p>exportar cereais em grande escala, o que deu um grande impulso</p><p>na Revolução Verde. Nessa estratégia comercial de “modernização</p><p>tecnológica”, os países que aderiram à revolução eram induzidos</p><p>a usar as máquinas e insumos modernos – o chamado “pacote</p><p>tecnológico”. Já a internacionalização da pesquisa ocorreu</p><p>através da criação de diversos centros internacionais de pesquisa,</p><p>localizados estrategicamente ao redor do planeta, e com atuação</p><p>acima das fronteiras nacionais. Esses centros se tornaram a</p><p>vanguarda mundial da modernização agrícola, e passaram a exercer</p><p>influência sobre órgãos nacionais, como acontece com a Embrapa.</p><p>EMBRAPA E EMBRATER</p><p>• Embrapa - Criada em 1971, a Embrapa (Empresa</p><p>Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) promoveu</p><p>o desenvolvimento de pesquisas voltadas para</p><p>produtos que se destinassem ao mercado externo,</p><p>como o caso da soja, laranja, algodão, cana-de-</p><p>açúcar e gado – deixando de lado produtos voltados</p><p>para o mercado interno, como a mandioca. Ela é o</p><p>principal dos elementos que o Estado teve de criar</p><p>para atender aos requisitos impostos pelo “modelo”</p><p>criado pelas transnacionais. De acordo com esse</p><p>modelo, o Estado deve fornecer condições favoráveis</p><p>à produção, tais como: incentivos fiscais (isenção</p><p>de impostos e redução de taxas); crédito rural aos</p><p>pequenos agricultores (o que, porém, só é dado a</p><p>quem apresenta garantias de pagamento e projetos de</p><p>modernização de sua produção, usando os insumos</p><p>modernos); assistência técnica e extensão rural, que</p><p>visa o controle da articulação dos produtores rurais,</p><p>consistindo na oferta de terras, introdução de novas</p><p>culturas, de técnicas de cultivo, manuseio do solo e</p><p>também a orientação alimentar, e foi implantada por</p><p>meio da Embrater, em 1966.</p><p>• Embrater - (Empresa Brasileira de Assistência Técnica</p><p>e Extensão Rural) atua diretamente nas faculdades de</p><p>modo a formar técnicos aptos a utilizar os produtos da</p><p>indústria, e estes são os responsáveis por convencer</p><p>os produtores a utilizar esses insumos, e o mais</p><p>importante, deve investir maciçamente em pesquisas</p><p>biotecnológicas, químicas e mecânicas de modo a</p><p>otimizar a quantidade e qualidade produtiva – e é aí</p><p>que está incluída a Embrapa. Além desses, o Estado</p><p>deve pôr à disposição uma boa infraestrutura de</p><p>transportes, por meio de rodovias e ferrovias, de modo</p><p>a interligar o campo e a lavoura até os principais portos</p><p>para facilitar o escoamento da produção, além de</p><p>promover a melhora nos serviços de telecomunicação.</p><p>Sofrendo grandes pressões por parte das indústrias</p><p>transnacionais americanas de insumos que aqui haviam se</p><p>instalado, o Estado tinha que criar uma legislação adequada para</p><p>viabilizar as mudanças na agricultura, e a solução encontrada para</p><p>agregar os produtos da indústria até o campo foi a criação do</p><p>Estatuto da Terra. Este documento dividia as propriedades rurais</p><p>em três categorias gerais: minifúndio, latifúndio e empresa rural.</p><p>• Minifúndios - São menores que um módulo rural estipulado</p><p>para o município (extensão de terras necessária para o</p><p>sustento de uma família média). Esses imóveis rurais são</p><p>predominantes no Brasil.</p><p>• Pequenas Propriedades - Apresentam uma extensão</p><p>que equivale de 1 a 4 módulos rurais. Sendo produtivos</p><p>são conhecidos como Empresas Rurais. Estão livres da</p><p>Reforma Agrária.</p><p>• Médias Propriedades - Tem uma extensão que varia</p><p>de 4 a 15 módulos rurais. Também estão livres da</p><p>Reforma Agrária.</p><p>• Latifúndios - Imóveis rurais com área superior a 15</p><p>módulos rurais e que apesar de serem menos numerosos</p><p>que as outras categorias ocupam mais da metade do</p><p>espaço agrário brasileiro de acordo com o INCRA.</p><p>• Empresa Rural - Unidade de produção em que as</p><p>atividades realizadas são culturas agrícolas, criação</p><p>de gado ou culturas florestais, tendo como objetivo a</p><p>obtenção de renda.</p><p>LATIFÚNDIO</p><p>• Latifúndio Produtivo - Cumpre com a sua função</p><p>social.</p><p>• Latifúndio Improdutivo - Não cumpre com a sua</p><p>função social.</p><p>• Latifúndio por Dimensão - Apresenta uma área</p><p>superior a 600 vezes o módulo rural, podendo ter uma</p><p>exploração inadequada.</p><p>• Latifúndio por Exploração - Propriedade rural que</p><p>apresenta improdutividade sendo assim inexplorada.</p><p>O aspecto importante ao proprietário dessa terra é a</p><p>questão que envolve a especulação imobiliária e não</p><p>seu aproveitamento produtivo.</p><p>A AGRICULTURA MODERNA DO BRASIL</p><p>Quando se pensa em modernização do campo,</p><p>logo fazemos uma associação com a agroindústria,</p><p>levando-se a crer que esse processo só traz benefícios,</p><p>esquecendo-se que a agroindústria é apenas uma parte desse</p><p>processo. Isso porque o agronegócio brasileiro gera 30% do nosso</p><p>PIB, empregando 38% da mão de obra e sendo responsável por</p><p>36% das nossas importações.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>08 REVOLUÇÃO VERDE</p><p>297</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>O esquema anterior exemplifica o funcionamento da cadeia</p><p>de produção do agronegócio. Tomemos como exemplo o suco</p><p>de laranja: os insumos seriam os produtos das indústrias da</p><p>biotecnologia, da química e de maquinários que serão utilizados na</p><p>plantação de laranja representada pela agropecuária; a produção é</p><p>o que se vende para indústria de processamento, que a transforma</p><p>em suco de laranja; que então é exportada (distribuição) e chega ao</p><p>consumidor final.</p><p>O Brasil é o maior exportador de carne bovina e de aves; maior</p><p>produtor e exportador de suco de laranja; no açúcar temos 40%</p><p>do mercado mundial; na soja somos o segundo maior produtor</p><p>e exportador, só perdendo para os EUA; a produção de algodão</p><p>cresce com a expansão da cultura pelo cerrado devido a condições</p><p>climáticas favoráveis. Esses são exemplos do sucesso do</p><p>agronegócio brasileiro, que foi conquistado em meio a problemas</p><p>externos (como os subsídios por parte dos concorrentes aos seus</p><p>produtores, o que deixa nossos produtos menos competitivos;</p><p>e a pesada taxação aos nossos produtos em mercados como o</p><p>dos EUA e da Europa) e internos (como problemas de vigilância</p><p>sanitária; infraestrutura inadequada, que dificulta o escoamento da</p><p>produção; e a pesada carga tributária, que encarece os produtos).</p><p>Ademais, o Brasil é um dos poucos países do mundo em</p><p>que ainda há uma grande quantidade de terras agricultáveis não</p><p>utilizadas para produção</p><p>Área do Brasil onde não se</p><p>pode produzir 463 milhões de hectares</p><p>Área do Brasil onde se produz 282 milhões de hectares</p><p>Área do Brasil onde ainda se</p><p>pode produzir 106 milhões de hectares</p><p>IMPACTOS DECORRENTES DA</p><p>MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA</p><p>BRASILEIRA</p><p>A dinâmica territorial observada pelo processo de modernização</p><p>mostra o agravamento das questões ambientais, inchamento das</p><p>cidades, concentração da terra e da renda, intensificação das lutas</p><p>sociais, inclusão e/ou exclusão de segmentos sociais e de lugares no</p><p>processo agrícola. Desta forma, põe-se em marcha um modelo de</p><p>exploração capitalizada, dotada de meios e técnicas que asseguram</p><p>a eficácia e rentabilidade de produção. Os agrotóxicos surgem neste</p><p>período da chamada “moderna agricultura”, trazendo inúmeros</p><p>problemas que afetam o meio ambiente, a qualidade de vida e o</p><p>processo de produção, colocando em risco a continuidade do mesmo.</p><p>Na estratégia de acumulação e expansão do capitalismo, a agricultura</p><p>familiar coloca-se na dependência da busca da produção e da</p><p>produtividade, atrelando-se, muitas vezes, ao complexo agroindustrial</p><p>com profundas mudanças econômicas, sociais e culturais. Portanto,</p><p>é comum o uso da expressão “modernização conservadora” para se</p><p>referir ao processo ocorrido no Brasil, já que o aumento da tecnologia</p><p>e da produtividade não foi, de modo geral, acompanhado de melhora</p><p>nas condições de vida da população rural – tampouco de uma prática</p><p>respeitosa em relação ao meio ambiente.</p><p>PROBLEMAS DO AVANÇO DA</p><p>MODERNIZAÇÃO</p><p>• A tecnologia utilizada é agressiva e mantém a lavoura sob</p><p>dependência do sistema industrial. No caso brasileiro, a</p><p>situação agrava-se na medida em que a tecnologia foi</p><p>desenvolvida para realidades ecológicas e sociais dos países</p><p>desenvolvidos e foi introduzida aqui sem considerar-se essa</p><p>diversidade. O resultado é, portanto, maior dependência e</p><p>menor eficiência do que poderíamos ter.</p><p>• O custo dessa agricultura é muito alto, beneficiando os</p><p>grupos já capitalizados e excluindo os demais. O custo</p><p>ainda é muito grande do ponto de vista energético, já que</p><p>há grande utilização de recursos não renováveis.</p><p>• A agricultura industrial é monopolista. De um lado se monopoliza</p><p>a produção por parte de grandes proprietários rurais beneficiados</p><p>pela disponibilidade de capital; e do outro se monopoliza a</p><p>tecnologia por parte de grandes grupos empresariais. Nota-</p><p>se que o monopólio produtivo agrava os desequilíbrios sociais</p><p>e o monopólio técnico mantém a dependência do país às</p><p>importações elevadas e confere aos detentores da tecnologia</p><p>um poder econômico e político sobre o Brasil.</p><p>• Há um grande domínio da pesquisa e o seu direcionamento</p><p>para a manutenção do modelo agrícola vigente. Isso</p><p>inviabiliza a descoberta e aprimoração de soluções e</p><p>técnicas mais adaptadas à realidade brasileira e menos</p><p>agressivas ao ecossistema.</p><p>PRODUTOS TRANSGÊNICOS (OGM)</p><p>São organismos que, mediante técnicas de engenharia</p><p>genética, contêm materiais genéticos de outros organismos. A</p><p>geração de transgênicos busca criar características novas ou</p><p>melhoradas relativamente ao organismo original. Resultados na</p><p>área de transgenia já são alcançados desde a década de 1970, na</p><p>qual foi desenvolvida a técnica do DNA recombinante.</p><p>O objetivo, segundo a corrente de cientistas que defende</p><p>sua comercialização, é equacionar problemas na agricultura,</p><p>criando espécies mais resistentes, aumentando a produtividade e</p><p>minimizando, por consequência, a incidência da fome em países</p><p>subdesenvolvidos. Do outro lado estão os ambientalistas e a</p><p>corrente de cientistas que não concordam com esses argumentos</p><p>e ainda acusam a indústria patrocinadora dos transgênicos de</p><p>não ter providenciado testes suficientes para comprovar, ou não,</p><p>os possíveis perigos causados pela manipulação genética dos</p><p>alimentos na saúde das pessoas e no meio ambiente.</p><p>No ano de 2000, a Organização Mundial do Comércio assinou o</p><p>Protocolo de Biossegurança em Montreal, Canadá. Esse documento</p><p>define a disciplina do comércio internacional de produtos</p><p>transgênicos, exigindo de alguns países provas suficientes sobre</p><p>a segurança para o meio ambiente e para a saúde humana. Até</p><p>então, a produção de transgênicos não seguia essas regras.</p><p>TRANSGÊNICOS : VANTAGENS X DESVANTAGENS</p><p>• Vantagens - Aumento da produção de alimentos</p><p>(desenvolvimento acelerado), possível melhoria</p><p>do valor nutricional, maior durabilidade e resis-</p><p>tência na estocagem antes da comercialização</p><p>e desenvolvimento de alimentos com finalidade</p><p>terapêutica.</p><p>• Desvantagens - Desenvolvimento de intolerância</p><p>e alergias assim como assim como o aumento</p><p>dessas reações, extinção de algumas espécies que</p><p>não estão associadas a essa produção monocultora</p><p>transgênica, a seleção natural de algumas pragas, o</p><p>maior consumo de agrotóxicos que são utilizados em</p><p>larga escala nessas plantações e a dependência que</p><p>os produtores rurais tem dos laboratórios produtores.</p><p>PRODUTOS ORGÂNICOS</p><p>Todo alimento orgânico é um produto sem agrotóxicos. Atualmente,</p><p>muitos orgânicos são produzidos dentro do modelo da agroecologia,</p><p>que consiste num sistema de produção agrícola que busca manejar</p><p>de forma equilibrada o solo e demais recursos naturais (água, plantas,</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO298</p><p>GEOGRAFIA II 08 REVOLUÇÃO VERDE</p><p>animais, insetos etc.), conservando-os a longo prazo e mantendo a</p><p>harmonia desses elementos entre si e com os seres humanos.</p><p>Os principais entraves para a difusão de alimentos orgânicos</p><p>incluem</p><p>• o custo mais elevado ao consumidor final.</p><p>• A produção que ainda é realizada em escala inferior à dos</p><p>alimentos convencionais.</p><p>Por outro lado, o incentivo à produção orgânica e, principalmente,</p><p>ao modelo da agroecologia, tende a não apenas produzir alimentos</p><p>mais saudáveis, mas também promover maior sustentabilidade</p><p>e melhorar a relação homem-natureza. Nesse sentido, cabe citar</p><p>alguns dos princípios da agroecologia:</p><p>• O solo é considerado um organismo vivo e deve ser</p><p>revolvido o mínimo possível.</p><p>• Uso de adubos orgânicos de baixa solubilidade.</p><p>• Controle com medidas preventivas e produtos</p><p>naturais.</p><p>• O controle de ervas daninhas é preventivo: manual e</p><p>mecânico (roçadas). Além disso, o mato faz parte do</p><p>sistema, pois pode ser usado como cobertura do solo e</p><p>abrigo de insetos.</p><p>• Teor de nitrato na planta é baixo.</p><p>• Promover a sustentabilidade e proteger as futuras</p><p>gerações.</p><p>• Prevenir a erosão do solo e proteger a qualidade da água.</p><p>• Rejeitar alimentos com agrotóxicos.</p><p>• Melhorar a saúde dos agricultores e aumentar a renda dos</p><p>pequenos agricultores.</p><p>• Ajudar a preservar pequenas propriedades e incentivar a</p><p>agricultura familiar.</p><p>• Prevenir gastos futuros e promover a biodiversidade</p><p>• Contribuir para acabar com envenenamento por pesticidas</p><p>de milhares de agricultores.</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM) A utilização dos métodos da Revolução Verde (RV)</p><p>fez com que aumentasse dramaticamente a produção mundial</p><p>de alimentos nas quatro últimas décadas, tanto assim que agora</p><p>se produz comida suficiente para alimentar todas as pessoas do</p><p>mundo. Mas o fundamental é que, apesar de todo esse avanço, a</p><p>fome continua a assolar vastas regiões do planeta.</p><p>LACEY, H.; OLIVEIRA, M. B. Prefácio. In: SHIVA, V. Biopirataria: a pilhagem da natureza e</p><p>do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2001.</p><p>O texto considera que para erradicar a fome é necessário</p><p>a) distribuir a renda.</p><p>b) expandir a lavoura.</p><p>c) estimular a migração.</p><p>d) aumentar a produtividade.</p><p>e) desenvolver a infraestrutura.</p><p>02. (ENEM) Há cinco anos as plantações de algodão de Burkina</p><p>Faso, as maiores da África Ocidental, vêm sendo contaminadas por</p><p>organismos geneticamente modificados (OGMs). E ao que tudo</p><p>indica, o país é apenas o ponto de partida para a expansão dessa</p><p>tecnologia, que traz enormes benefícios às empresas.</p><p>GÉRARD, F. O pesado jogo dos transgênicos [2009].</p><p>Disponível em: www.diplomatique.org.br. Acesso em: 19 mar. 2010 (adaptado).</p><p>Com relação ao lucro obtido pelas empresas produtoras dos</p><p>organismos geneticamente modificados, este tende a ser maximizado</p><p>por meio do(a)</p><p>a) propriedade intelectual, que rende royalties sobre as patentes</p><p>de sementes e insumos.</p><p>b) produção das sementes e insumos nos países consumidores,</p><p>acarretando economia em logística.</p><p>c) elaboração de produtos adaptados às culturas específicas,</p><p>abandonando as vendas de produtos uniformizados.</p><p>d) manutenção, nos países menos desenvolvidos, de grandes</p><p>fazendas voltadas para o abastecimento interno.</p><p>e) cultivo de plantas com maiores índices de produtividade, o que</p><p>lhes renderia maior publicidade no combate à fome.</p><p>03. (ENEM) A interface clima/sociedade pode ser considerada</p><p>em termos de ajustamento à extensão e aos modos como as</p><p>sociedades funcionam em uma relação harmônica com seu</p><p>clima. O homem e suas sociedades são vulneráveis às variações</p><p>climáticas. A vulnerabilidade é a medida pela qual a sociedade é</p><p>suscetível de sofrer por causas climáticas.</p><p>AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos.</p><p>Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010 (adaptado).</p><p>Considerando o tipo de relação entre ser humano e condição</p><p>climática apresentado no texto, uma sociedade torna-se mais</p><p>vulnerável quando</p><p>a) concentra suas atividades no setor primário.</p><p>b) apresenta estoques elevados de alimentos.</p><p>c) possui um sistema de transporte articulado.</p><p>d) diversifica a matriz de geração de energia.</p><p>e) introduz tecnologias à produção agrícola.</p><p>04. (ENEM) Empreende-se um programa de investimentos em</p><p>infraestrutura para oferecer as condições materiais necessárias ao</p><p>processo de transformação do território nacional em um espaço</p><p>da economia global. Nessa configuração territorial, destacam-se</p><p>hoje pontos de concentração de tecnologias de ponta. É o caso da</p><p>chamada agricultura de precisão. Nos pomares paulistas, começou</p><p>a ser utilizada uma máquina, de origem norte-americana, capaz de</p><p>colher cem pés de laranja por hora, sob o controle de computadores.</p><p>SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do séc. XXI.</p><p>Rio de Janeiro: Record, 2001.</p><p>Qual a consequência socioambiental, no Brasil, da implementação</p><p>da tecnologia exemplificada no texto?</p><p>a) A diminuição do uso intensivo do solo.</p><p>b) O rebaixamento do nível dos aquíferos locais.</p><p>c) A desestimulação do modelo orgânico de cultivo.</p><p>d) A redução da competitividade do pequeno produtor.</p><p>e) O enfraquecimento da atividade policultora de exportação.</p><p>05. (ENEM) Os últimos séculos marcam, para a atividade agrícola,</p><p>com  a humanização e a mecanização do espaço geográfico,</p><p>uma considerável mudança em termos de produtividade: chegou-</p><p>se, recentemente, à constituição de um meio técnico-científico-</p><p>informacional, característico não apenas da vida urbana, mas</p><p>também do mundo rural, tanto nos países avançados como nas</p><p>regiões mais desenvolvidas dos países pobres.</p><p>(SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal.</p><p>Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado).)</p><p>A modernização da agricultura está associada ao desenvolvimento</p><p>científico e tecnológico do processo produtivo em diferentes países.</p><p>Ao considerar as novas relações tecnológicas no campo, verifica-se</p><p>que a introdução de tecnologia equilibrou o desenvolvimento</p><p>econômico entre o campo e a cidade, refletindo diretamente na</p><p>PRÉ-VESTIBULAR SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>08 REVOLUÇÃO VERDE</p><p>299</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>a) Humanização do espaço geográfico nos países mais pobres.</p><p>b) Tecnificação do espaço geográfico marca o modelo produtivo dos</p><p>países ricos, uma vez que pretendem transferir gradativamente as</p><p>unidades industriais para o espaço rural.</p><p>c) Construção de uma infraestrutura científica e tecnológica</p><p>promoveu um conjunto de relações que geraram novas</p><p>interações socioespaciais entre o campo e a cidade.</p><p>d) Aquisição de máquinas e implementos industriais, incorporados</p><p>ao campo, proporcionou o aumento da produtividade,</p><p>libertando o campo da subordinação à cidade.</p><p>e) Incorporação de novos elementos produtivos oriundos da</p><p>atividade rural resultou em uma relação com a cadeia produtiva</p><p>industrial, subordinando a cidade ao campo.</p><p>06. (ENEM) Tanto potencial poderia ter ficado pelo caminho, se não</p><p>fosse o reforço em tecnologia que um gaúcho buscou. Há pouco</p><p>mais de oito anos, ele usava o bico da botina para cavoucar a terra</p><p>e descobrir o nível de umidade do solo, na tentativa de saber o</p><p>momento ideal para acionar os pivôs de irrigação. Até que conheceu</p><p>uma estação meteorológica que, instalada na propriedade, ajuda</p><p>a determinar a quantidade de água de que a planta necessita.</p><p>Assim, quando inicia um plantio, o agricultor já entra no site do</p><p>sistema e cadastra a área, o pivô, a cultura, o sistema de plantio,</p><p>o espaçamento entre linhas e o número de plantas, para então</p><p>receber recomendações diretamente dos técnicos da universidade.</p><p>CAETANO, M. O valor de cada gota. Globo Rural, n. 312, out. 2011.</p><p>A implementação das tecnologias mencionadas no texto garante o</p><p>avanço do processo de</p><p>a) Monitoramento da produção.</p><p>b) Valorização do preço da terra.</p><p>c) Correção dos fatores climáticos.</p><p>d) Divisão de tarefas na propriedade.</p><p>e) Estabilização da fertilidade do solo.</p><p>07. (USP)"Pela primeira vez na história da humanidade, mais</p><p>de um bilhão de pessoas, concretamente 1,02 bilhão, sofrerão</p><p>de subnutrição em todo o mundo. O aumento da insegurança</p><p>alimentar que aconteceu em 2009 mostra a urgência de encarar as</p><p>causas profundas da fome com rapidez e eficácia.”</p><p>(Relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação [FAO],</p><p>primeiro semestre de 2009.)</p><p>Tendo em vista as questões levantadas pelo texto, é correto</p><p>afirmar que</p><p>a) A principal causa da fome e da subnutrição é a falta de terra</p><p>agricultável para a produção de alimentos necessários para</p><p>toda a população mundial.</p><p>b) A proporção de subnutridos e famintos, de acordo com os</p><p>dados do texto, é inferior a 10% da população mundial.</p><p>c) As principais causas da fome e da subnutrição são disparidades</p><p>econômicas, pobreza extrema, guerras e conflitos.</p><p>d) As consequências da subnutrição severa em crianças são</p><p>revertidas com alimentação adequada na vida adulta.</p><p>e) O uso de organismos geneticamente modificados na agricultura</p><p>tem reduzido a subnutrição nas regiões mais pobres do planeta.</p><p>08. (UNESP) Na agricultura moderna, os cultivos transgênicos</p><p>foram adotados para</p><p>a) eliminar o uso de agrotóxicos e garantir a segurança alimentar</p><p>da população.</p><p>b) aumentar a produtividade e proporcionar maior rentabilidade</p><p>ao produtor.</p><p>c) preservar a função social da terra e diminuir os custos de produção.</p><p>d) superar deficiências das áreas agricultáveis e expandir as</p><p>práticas orgânicas.</p><p>e) oferecer novos alimentos ao mercado e gerar renda às pequenas</p><p>comunidades rurais.</p><p>09. (FUVEST) Um elemento essencial para a evolução da dieta</p><p>humana foi a transição para a agricultura como o modo primordial</p><p>de subsistência. A Revolução Neolítica estreitou dramaticamente</p><p>o nicho alimentar ao diminuir a variedade de mantimentos</p><p>disponíveis; com a virada para a agricultura intensiva, houve um</p><p>claro declínio na nutrição humana. Por sua vez, a industrialização</p><p>recente do sistema alimentar mundial resultou em uma outra</p><p>transição nutricional, na qual as nações em desenvolvimento estão</p><p>experimentando, simultaneamente, subnutrição e obesidade.</p><p>George J. Armelagos, “Brain Evolution, the Determinates of Food Choice, and the</p><p>Omnivore’s Dilemma”, Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 2014. Adaptado.</p><p>A respeito dos resultados das transformações nos sistemas</p><p>alimentares descritas pelo autor, é correto afirmar:</p><p>a) A quantidade absoluta de mantimentos disponíveis para as</p><p>sociedades humanas diminuiu após a Revolução Neolítica.</p><p>b) A invenção da agricultura, ao diversificar a cesta de mantimentos,</p><p>melhorou o balanço nutricional das sociedades sedentárias.</p><p>c) Os ganhos de produtividade agrícola obtidos com as</p><p>revoluções Neolítica e Industrial trouxeram simplificação das</p><p>dietas alimentares.</p><p>d) As populações das nações em desenvolvimento estão</p><p>sofrendo com a obesidade, por consumirem alimentos de</p><p>melhor qualidade nutricional.</p><p>e) A dieta humana pouco variou ao longo do tempo, mantendo-se</p><p>inalterada da Revolução Neolítica à Revolução Industrial.</p><p>10. (FUVEST) As primeiras práticas de agricultura datam de,</p><p>aproximadamente, 10.000 anos. Neste período, ocorreram</p><p>inúmeras transformações na sua base técnica, mas é, no decorrer</p><p>da segunda metade do século XX, que a revolução agrícola</p><p>contemporânea, fundada na elevada motorização-mecanização, na</p><p>seleção de variedades de plantas e de raças de animais e na ampla</p><p>utilização de corretores de pH dos solos, de fertilizantes, de ração</p><p>animal e de insumos químicos para as plantas e para os animais</p><p>domésticos, progrediu vigorosamente nos países desenvolvidos e</p><p>em alguns setores limitados dos países subdesenvolvidos.</p><p>Marcel Mazoyer & Laurence Roudart. História das agriculturas no mundo: do neolítico à</p><p>crise contemporânea, São Paulo: Unesp; Brasília: NEAD, 2010. Adaptado.</p><p>As transformações ocorridas na agricultura após meados do</p><p>século XX foram reconhecidas como revolução verde, sobre a qual</p><p>se pode afirmar:</p><p>a) Sua concepção foi desenvolvida no Japão e nos Tigres</p><p>Asiáticos após a II Guerra Mundial.</p><p>b) Contribuiu para a ampliação da diversificação das espécies e</p><p>do controle das sementes pelos pequenos agricultores.</p><p>c) Seus parâmetros produtivos estavam fundados, desde sua</p><p>origem, em preservar e proteger a biodiversidade nas áreas</p><p>de cultivo.</p><p>d) Com sua expansão, na África e no sudeste Asiático, as populações</p><p>rurais puderam alcançar padrões de consumo semelhantes aos</p><p>das grandes metrópoles.</p><p>e) Foi baseada na inovação científica e está atrelada à grande</p><p>produção de grãos em extensas áreas de monocultura.</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. A</p><p>02. A</p><p>03. A</p><p>04. D</p><p>05. C</p><p>06. A</p><p>07. C</p><p>08. B</p><p>09. C</p><p>10. E</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO300</p><p>GEOGRAFIA II 08 REVOLUÇÃO VERDE</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 267SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA09</p><p>A MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA E AS</p><p>TRANSFORMAÇÕES NO CAMPO</p><p>Com as revoluções industriais, o espaço rural se tornou cada</p><p>vez mais integrado – e subordinado ao espaço urbano. Atualmente</p><p>é difícil distinguir com precisão exata os limites que separam</p><p>o que é urbano daquilo que é rural. Além disso, a modernização</p><p>tecnológica e o aumento na circulação de informações entre o</p><p>campo e a cidade fez com que a própria vida no campo sofresse</p><p>modifi cações signifi cativas. Portanto, o rural e o urbano não devem</p><p>ser mais pensados como recortes territoriais isolados, como</p><p>tradicionalmente o foram, mas como espaços interdependentes</p><p>e complementares. Sendo assim, entender a relação campo-</p><p>cidade é essencial, pois tanto o rural quanto o urbano não podem</p><p>ser entendidos separadamente, já que a velha dicotomia de que o</p><p>urbano é signifi cado de moderno e o rural signifi cado de arcaico</p><p>não faz mais sentido na atualidade.</p><p>No Brasil dos dias de hoje, a zona rural, agora subordinada</p><p>aos interesses urbanos, orienta sua produção para a satisfação</p><p>direta ou indireta da cidade, que investe no campo maciçamente,</p><p>reproduzindo ainda mais essa situação de dependência. Logo, são</p><p>características do espaço rural brasileiro na atualidade:</p><p>• p rodução de itens para a exportação.</p><p>• produção de matérias-primas para o setor industrial.</p><p>• produção de alimentos para o grande contingente</p><p>populacional das cidades.</p><p>Em suma, a industrialização e modernização de nossa</p><p>economia subordinaram o campo à cidade. Mais ainda,</p><p>modifi caram a orientação da produção rural, mantendo a estrutura</p><p>fundiária arcaica e transformando o campo em um mercado de</p><p>consumo de itens como máquinas e tecnologia, cujo capital se</p><p>reverte em lucro para as cidades.</p><p>NOVAS RURALIDADES</p><p>Uma das consequências da modernização do espaço</p><p>rural é um crescimento do número de trabalhadores que</p><p>deixaram de praticar apenas atividades primárias (agricultura,</p><p>pecuária e extrativismo) e passaram a integrar o setor</p><p>terciário (prestação de serviços e comércio) com o objetivo</p><p>de complementar a sua renda. A criação de hotéis-fazenda,</p><p>o ecoturismo e as atividades de camping são exemplos</p><p>dessa nova tendência de "terciarização do campo" e de</p><p>"pluriatividade".</p><p>Tudo isso difi culta cada vez mais a delimitação do que é</p><p>urbano e do que é rural e marca cada vez mais a existência de</p><p>espaços integrados e dinâmicos.</p><p>Fazem parte então dessas novas ruralidades, a existência</p><p>de novos atores, novas atividades econômicas e serviços</p><p>prestados, além de novas relações de trabalho e as questões</p><p>fundiárias.</p><p>FORMAÇÃO DOS COMPLEXOS</p><p>AGROINDUSTRIAIS</p><p>A defi nição de complexo agroindustrial (CAI) pode ser feita</p><p>considerando-o como “conjunto de todas as operações que</p><p>englobam a produção e distribuição dos insumos rurais, as</p><p>operações em nível de exploração rural; e o armazenamento,</p><p>processamento e distribuição dos produtos agrícolas e de</p><p>seus subprodutos”. Muitas propriedades agrícolas deixaram</p><p>suas atividades de subsistência e deram início a uma operação</p><p>comercial, na qual os agricultores consomem cada vez menos o</p><p>que produzem. O moderno agricultor é um especialista, confi nado</p><p>às operações de cultivo e criação. Por outro lado, as funções</p><p>de armazenar, processar e distribuir alimento e fi bra vão se</p><p>transferindo, em larga escala, para organizações além da fazenda.</p><p>Essas organizações transformaram-se em operações</p><p>altamente especializadas. Criou-se um novo arranjo de funções que</p><p>são necessárias antes mesmo de a produção agrícola ser iniciada:</p><p>a produção de insumos agrícolas e fatores de produção, incluindo</p><p>máquinas e implementos, tratores, combustíveis, fertilizantes,</p><p>suplementos para ração, vacinas e medicamentos, sementes</p><p>melhoradas, inseticidas, herbicidas, fungicidas e muitos itens mais,</p><p>além de serviços bancários, técnicos de pesquisa e informação.</p><p>Ou seja, os complexos agroindustriais são característicos do</p><p>agronegócio, e incluem atividades do setor primário (agropecuária),</p><p>secundário (indústria) e terciário (comércio</p><p>e serviços).</p><p>Portanto, um complexo agroindustrial é a junção de todas as</p><p>fases da agricultura e sua produção, onde há uma integração das</p><p>indústrias de insumo e de processamento – controladas, quase</p><p>que totalmente, pelas grandes empresas. A estrutura da produção,</p><p>bem como o tipo de trabalho a ser utilizado depende do produto</p><p>cultivado. Como exemplo, no caso da uva, do fumo e do mate, o</p><p>trabalho é familiar e a produção é, assim, terceirizada; já na cana-</p><p>de-açúcar, laranja e cacau são necessárias grandes extensões</p><p>de terra, então a indústria produz e compra o restante de grandes</p><p>fornecedores, e o trabalho é assalariado; e no caso da soja há um</p><p>alto nível de mecanização em todas as etapas da produção, o</p><p>que requer o uso de trabalhadores assalariados com alto grau de</p><p>qualifi cação, capazes de operar as máquinas utilizadas.</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO268</p><p>GEOGRAFIA II 09 MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA</p><p>Atualmente os complexos agroindustriais brasileiros</p><p>desempenham uma significativa importância na economia do</p><p>país, se consideradas todas as instituições que desenvolvem</p><p>atividades no processo de produção, elaboração e distribuição dos</p><p>produtos da agricultura e pecuária – envolvendo desde a produção</p><p>e fornecimento de recursos, até que o produto final chegue nas</p><p>mãos dos consumidores. Entre as instituições que constituem os</p><p>CAIs estão, além daquelas diretamente envolvidas no processo,</p><p>as de apoio indireto à realização das atividades na tomada de</p><p>decisões – como o governo e suas políticas e o sistema financeiro</p><p>e de crédito. Sendo assim, observa-se que atualmente existe uma</p><p>inserção máxima do capitalismo no espaço agrícola, marcando</p><p>transformações nas relações entre o meio agrícola e o meio rural.</p><p>A ESPECULAÇÃO FUNDIÁRIA</p><p>O novo modelo econômico do campo tem duas formas de</p><p>investimento: a produção, por meio da criação dos complexos</p><p>agroindustriais (explicado anteriormente), e a especulação fundiária.</p><p>O investimento em terras especulativas acontece por meio</p><p>da compra de imensas terras no país, mantidas como reserva de</p><p>valor. Ocorre da seguinte forma: os empresários compram uma</p><p>terra e esperam o local se valorizar bastante para que possam</p><p>vender mais caro do que compraram. Com essas terras em mãos,</p><p>os investidores também podem lucrar por meio do crédito rural.</p><p>Para isso, primeiro eles podem burlar os técnicos do governo, de</p><p>modo a fingir que a terra seja produtiva e ganhar o “rótulo” de</p><p>empresa rural. Isso pode ser feito através de uma propina dada ao</p><p>técnico, ou até mesmo enganá-lo, como ocorre em muitos casos:</p><p>o fazendeiro agenda a vistoria com o técnico – que geralmente não</p><p>dispõe de recursos financeiros para vistoriar toda a área – e lhe</p><p>fornece o transporte, tendo tempo assim de deslocar o gado para</p><p>as áreas onde o técnico irá vistoriar, e fingir que está produzindo;</p><p>depois, vão até o banco e pedem o crédito, que vem a juros baixos;</p><p>por fim, ele reinveste o dinheiro do crédito em outro banco, numa</p><p>aplicação mais rentável, obtendo assim o seu lucro. Além disso, o</p><p>empresário que tem a terra em seu poder ainda pode explorar os</p><p>recursos naturais dela, como a madeira.</p><p>Pela lei, essas terras especulativas (improdutivas) poderiam</p><p>entrar na reforma agrária, e isso mostra a existência de senão uma</p><p>manipulação, no mínimo uma conivência quanto à classificação</p><p>das propriedades em favorecimento desses empresários, causando</p><p>assim a revolta dos sem-terra que lutam pela distribuição de terras.</p><p>Nos últimos 30 anos 600 mil famílias foram assentadas em uma</p><p>área de 30 milhões de hectares no total, com um custo de 24</p><p>milhões de reais, e na maioria dos assentamentos as famílias ainda</p><p>estão no estágio de agricultura de subsistência. A demora dessas</p><p>famílias em desenvolver sua produção se dá, principalmente,</p><p>devido à dificuldade na obtenção do crédito rural. Este não é</p><p>dado normalmente aos pequenos produtores, visto que eles não</p><p>possuem garantias para o pagamento do empréstimo. Além disso,</p><p>é necessário apresentar um projeto de implantação de tecnologia</p><p>na produção, utilizando todos os produtos modernos fornecidos</p><p>pela indústria – esse é o modo encontrado pelo Estado para levar</p><p>efetivamente a tecnologia ao campo.</p><p>AS NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO</p><p>NO CAMPO</p><p>O novo modelo também gerou mudança na organização do</p><p>trabalho agrícola. Dessa forma, passaram a existir duas categorias</p><p>principais: o trabalho familiar e o trabalho assalariado.</p><p>• Trabalho Assalariado - Pode ser permanente ou</p><p>temporário.</p><p>– Permanente - geralmente tem carteira assinada e</p><p>uma maior especialização (exemplo: operadores de</p><p>colheitadeiras)</p><p>– Temporário - é aquele aliciado por empreiteiros</p><p>(gatos) e que recebe de acordo com a produção,</p><p>estando sujeito a péssimas condições de trabalho,</p><p>excesso de horas trabalhadas e exposição direta ao</p><p>uso de agrotóxicos.</p><p>• Trabalho Familiar - Pode ser dividido em integrados,</p><p>especializados, sitiantes e subsistentes.</p><p>– Integrados - conjuntos de pequenos produtores</p><p>que vendem a sua produção para empresas de</p><p>processamento, tem acesso a sua tecnologia e</p><p>cultivam apenas um único tipo de produto que varia de</p><p>acordo com o mercado.</p><p>– Especializados - também usam tecnologia e cultivam</p><p>um único produto, diferenciando-se dos integrados</p><p>pelo fato de não terem contrato estabelecido com uma</p><p>empresa.</p><p>– Sitiantes - não têm acesso a tecnologia, e por isso</p><p>precisam plantar diferentes culturas (para não</p><p>danificar o solo).</p><p>– Subsistentes - são pequenos produtores sem</p><p>tecnologia, que plantam multiculturas em consumo</p><p>próprio, ou seja, para a sua subsistência.</p><p>O panorama rural das cidades onde o modelo agroindustrial</p><p>se implantou também mudou drasticamente. As pequenas e</p><p>médias cidades do interior que têm suas economias baseadas</p><p>no agronegócio apresentam alta qualidade de vida e muitas</p><p>oportunidades de emprego qualificado - há demanda por</p><p>operadores de máquinas, mecânicos e técnicos agrícolas. Junto</p><p>com a agroindústria chegam shoppings, bancos, lojas de grifes,</p><p>universidades e centros de excelência. Há desenvolvimento do</p><p>segmento rural, aumento da produtividade e do valor agregado da</p><p>produção. Isso chamou a atenção de um novo tipo de migrante,</p><p>atraído pela qualidade de vida.</p><p>Entretanto, para que essas cidades se tornassem um polo atrativo</p><p>para este migrante, a antiga população local muitas vezes acabou</p><p>sofrendo e tendo que se adaptar ao novo padrão recém-implantado,</p><p>ou até mesmo expulsa. As regiões da Amazônia, Vale do Jequitinhonha</p><p>e Nordeste denotam claramente esses efeitos práticos.</p><p>A região Amazônica, apesar de não ser a única, historicamente</p><p>sempre foi uma área marcada pela escravidão, passando por vários</p><p>estágios até chegar ao atual, o da exploração pelo agronegócio.</p><p>Antes dos anos 70 a região era uma grande exportadora de</p><p>borracha. Por conta da descoberta do látex, a região precisou de</p><p>uma grande demanda de trabalhadores, e o governo incentivou o</p><p>envio de mão-de-obra para lá. Estes eram, em geral, provenientes</p><p>do Nordeste, que fugiam de mais uma das secas periódicas locais,</p><p>e ao chegar na Amazônia eram distribuídos em seringais, que</p><p>apesar de estarem em terras públicas tinham dono – por meio</p><p>da grilagem. Os seringueiros eram, assim, obrigados a vender sua</p><p>produção ao dono do seringal, pelo preço por ele estipulado.</p><p>Nos anos 70, porém, os projetos de integração do governo</p><p>federal, com o objetivo de desenvolver a região, provocaram</p><p>drásticas transformações no local. Surgia aí uma estrutura de</p><p>trabalho que engloba grileiros, gatos, peões e empresários. Dentro</p><p>do contexto dos seringueiros, ficou famosa internacionalmente a</p><p>luta de Chico Mendes, em prol da criação de reservas extrativistas</p><p>livres e contra a transformação da floresta em pastagens. Ele foi</p><p>assassinado, mas sua luta deu resultados. Foram criadas reservas</p><p>que provocaram uma alteração na estrutura da extração do látex.</p><p>Hoje existem duas categorias: os seringueiros libertos e os</p><p>cativos.</p><p>Seringueiros libertos - trabalham nas reservas extrativistas,</p><p>se</p><p>organizam em cooperativas e vendem a produção a quem quiserem.</p><p>Seringueiros cativos - vivem em um regime de semiescravidão,</p><p>sendo obrigados a trabalhar em um regime de meia com os donos,</p><p>dividindo a produção com ele e tendo uma cota mínima por ano,</p><p>PRÉ-VESTIBULAR SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>09 MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA</p><p>269</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>além de terem de pagar um “aluguel” em espécie pela terra e</p><p>não poderem plantar qualquer coisa sem receber um aval para</p><p>isso. Estes tem que comprar suprimentos na cantina do seringal</p><p>aumentando assim a sua dívida. Tudo isso ocorre sob os olhares</p><p>dos pistoleiros armados para garantir o cumprimento das ordens</p><p>e impedir fugas.</p><p>O aumento da crise se deu em 1970, quando o governo militar</p><p>decidiu resolver dois problemas simultaneamente: o excedente</p><p>populacional do Sul provocado pela mecanização do campo e</p><p>da seca do Nordeste e também povoar a áreas desabitadas da</p><p>Amazônia, vista como uma porta de entrada para os vizinhos,</p><p>aumentando assim a segurança nacional.</p><p>O governo incentivava projetos de colonização e também</p><p>a implantação de grandes fazendas para a criação de gado.</p><p>Isso gerou grandes conflitos entre os empresários, índios locais,</p><p>seringueiros, posseiros, entre outros, porque os fazendeiros recém-</p><p>chegados ocuparam as áreas onde antes estavam os posseiros</p><p>(pessoas que moravam em terras públicas) através do trabalho dos</p><p>grileiros (pessoas que legalizam as terras por meio de documentos</p><p>falsos). O ramo da pecuária era muito disputado, e essas fazendas</p><p>necessitavam de mão-de-obra temporária e barata, que não</p><p>estava disponível no local. Os fazendeiros, então, designavam</p><p>empreiteiros, os chamados gatos, para recrutar trabalhadores.</p><p>Estes calculam quantos trabalhadores serão necessários e vão</p><p>em busca dos peões. O gato é o responsável por obter também</p><p>o equipamento que será utilizado, os mantimentos e objetos para</p><p>a cantina, além de contratar capatazes, pistoleiros, o cantineiro, o</p><p>cozinheiro, o enfermeiro, o caminhoneiro e o policial que finge não</p><p>ver o pau-de-arara que passa pela barreira policial abarrotado de</p><p>peões. Existem dois tipos de peões: os moradores e os do trecho.</p><p>Os peões moradores são os da região; têm um lugar para morar</p><p>e possuem família. Eles formam grupos de trabalho com parentes</p><p>e amigos e geralmente pegam serviços com o mesmo gato. Os</p><p>peões do trecho – também chamados de peões rodados -, por sua</p><p>vez, são praticamente marginais. Estão na rua há tempo e muitos</p><p>não têm documentos; são, em geral, analfabetos, não percebem</p><p>que estão sendo lesados e têm dificuldade para entender o destino</p><p>do dinheiro. Há preconceito com eles: a maioria das pessoas os</p><p>considera bêbados, mulherengos e brigões. Grande parte deles</p><p>vem de estados como o Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia. São</p><p>aventureiros que deixaram sua família para trás e provavelmente</p><p>nunca mais voltarão a vê-la. Alojam-se em pensões que são</p><p>ligadas aos gatos, pois é lá que eles vão buscar os peões.</p><p>A região do Vale do Jequitinhonha ocupa cerca de 85 mil km²</p><p>e possui uma população de aproximadamente 400 mil pessoas.</p><p>Havia exploração de minérios na área, dotada de diamante e ouro.</p><p>Com a decadência da mineração, foram se formando grandes</p><p>fazendas; a agricultura de subsistência e a caça também faziam</p><p>parte das atividades locais.</p><p>Nas partes baixas da região – nas várzeas – os camponeses</p><p>viviam e faziam uma agricultura de subsistência; nos chapadões, ou</p><p>seja, nas partes altas, eles soltavam o gado e cultivavam madeira.</p><p>O chapadão não tinha cerca, e logo não havia propriedade privada.</p><p>A terra era distribuída entre os moradores de acordo com as suas</p><p>necessidades de subsistência, ou seja, a demarcação de terras</p><p>era “apalavrada”: se uma família era maior que a outra, logo tinha</p><p>direito a uma porção maior das terras. Eles dependiam totalmente</p><p>das áreas do chapadão, pois além de criarem o gado, era lá onde</p><p>eles caçavam, colhiam frutas e ervas medicinais. Isso possibilitava</p><p>também a manutenção da floresta nativa, protegendo assim a área</p><p>de problemas de erosão e escassez de água.</p><p>Porém, assim como na Amazônia, no início dos anos 70,</p><p>chegaram ao Vale empresários que implantaram grandes projetos</p><p>de agricultura e pecuária para exportação. Esse projeto tinha</p><p>novamente o Estado como agente indutor, pois foi o governo</p><p>federal que deu incentivos fiscais, que no caso do Jequitinhonha</p><p>visavam levar a “modernidade e sabedoria” até essa área</p><p>considerada atrasada tecnologicamente, com uma cultura pobre e</p><p>com atividade produtiva ultrapassada.</p><p>Os moradores, analfabetos e sem escritura, tiveram que vender</p><p>suas terras a preços mínimos para os grileiros, que legalizaram</p><p>as propriedades para os empresários. O chapadão foi então</p><p>ocupado por eucaliptos (matéria-prima da celulose, que faz o</p><p>papel, e necessária para a produção de carvão), pela pecuária e por</p><p>culturas de café. A plantação de eucaliptos, entretanto, causou o</p><p>agravamento da seca, já que a árvore tem raízes muito profundas,</p><p>que atingem e “sugam” a água dos lençóis freáticos, modificando o</p><p>curso e secando os rios.</p><p>Essas mudanças na configuração espacial do Vale do</p><p>Jequitinhonha dificultaram muito a sobrevivência dos antigos</p><p>moradores do local. Esses pequenos camponeses e suas famílias,</p><p>expulsos do chapadão, perderam sua fonte de recursos alimentares,</p><p>dinheiro e ervas medicinais. Tiveram assim que explorar muito suas</p><p>terras várzeas, porém não tinham recurso para isso. Agora tinham</p><p>de comprar remédios nas farmácias, comida nos mercados, porém</p><p>não tinham para isso uma fonte de renda suficiente. A principal</p><p>saída por eles encontrada foi tornar-se boias-frias.</p><p>Os boias-frias são trabalhadores assalariados rurais que</p><p>foram expulsos de suas terras e já não estão mais vinculados a</p><p>ela; recebem por contrato, geralmente em diárias. Essa categoria</p><p>surgiu nos anos 70 em decorrência da situação criada pelas novas</p><p>formas de organização econômica no campo, quando chegam</p><p>as grandes empresas e expulsam os agricultores de suas terras.</p><p>Alguns boias-frias permanecem no campo e outros migram, como</p><p>é o caso das migrações para São Paulo. Os que optam por migrar</p><p>acabam por viverem à margem da sociedade e são constituintes</p><p>fundamentais de problemas urbanos como a criminalidade e a</p><p>prostituição infantil.</p><p>Outras formas de obter renda foram encontradas por esses</p><p>trabalhadores que ainda possuem suas terras várzeas e estão</p><p>vinculados a ela. Quando conseguem produzir algum excedente,</p><p>este é vendido em feiras. Alguns camponeses foram trabalhar</p><p>em outra propriedade; esses trabalhadores são chamados de</p><p>macaqueiros. Outro tipo de trabalho realizado por moradores</p><p>que ainda possuem a terra é o artesanato. Esse artesanato é um</p><p>produto de alta qualidade vendido a um alto preço.</p><p>Na região Nordeste, por sua vez, o sistema predominante era</p><p>o das parcerias e meias, onde os trabalhadores têm de dividir todo</p><p>o algodão (produto predominante) produzido com o proprietário,</p><p>além de dividir também a sua produção de subsistência (laranja,</p><p>milho, etc), apesar de às vezes os proprietários exigirem apenas</p><p>o algodão. Os grandes proprietários dão uma casa ao trabalhador</p><p>e à sua família, cujo tamanho varia de acordo com o tamanho da</p><p>família (é dada preferência às famílias que têm mais filhos, porque</p><p>assim eles poderão labutar junto com os pais).</p><p>Os trabalhadores desse regime têm de comprar produtos</p><p>no chamado barracão, se endividam, e acabam entrando numa</p><p>escravidão por dívida (que pode ser contraída também por</p><p>antecipações feitas com o proprietário, que nunca poderão ser</p><p>pagas, pois a produção nunca é suficiente e o trabalhador não</p><p>pode pedir empréstimo ao banco, porque os juros são altíssimos</p><p>e ele não consegue um avalista, uma vez que o proprietário nunca</p><p>aceita ser). O proprietário ainda consegue se sair como bondoso,</p><p>pois dá prazos para o trabalhador e a chance de pagar a dívida com</p><p>a própria produção – o que nunca acontece – e muitas vezes isso</p><p>gera um curral eleitoral.</p><p>Os trabalhadores recebem</p><p>as terras de menor produtividade,</p><p>pois as melhores ficam com o proprietário (que tem como</p><p>principais atividades a plantação de algodão, a criação de gado e a</p><p>agricultura de subsistência), o que dificulta a obtenção de uma boa</p><p>colheita. Além disso, eles não podem reformar a casa que recebem</p><p>– que chega em condições precárias – pois futuramente isso lhes</p><p>daria chance de exigir direitos sobre a propriedade. Quando chega a</p><p>hora de vender a produção, os trabalhadores também sofrem, pois</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO270</p><p>GEOGRAFIA II 09 MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA</p><p>o veredito sobre a qualidade do algodão colhido é do produtor, que</p><p>também mente na hora da pesagem do produto.</p><p>Entretanto, com a chegada do novo modelo agropecuário, a</p><p>situação piorou para os proprietários. Com isso a parceria já não</p><p>era interessante para eles, que agora queriam criar gado, e para</p><p>isso, convenceram os trabalhadores a irem para a cidade buscar</p><p>uma vida melhor. Porém, o que os esperava era o inchaço urbano e</p><p>diversos problemas como o desemprego.</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM) Participei de uma entrevista com o músico Renato</p><p>Teixeira. Certa hora, alguém pediu para listar as diferenças entre</p><p>a música sertaneja antiga e a atual. A resposta dele surpreendeu</p><p>a todos: “Não há diferença alguma. A música caipira sempre</p><p>foi a mesma. É uma música que espelha a vida do homem no</p><p>campo, e a música não mente. O que mudou não foi a música,</p><p>mas a vida no campo”. Faz todo sentido: a música caipira de raiz</p><p>exalava uma solidão, um certo distanciamento do país “moderno”.</p><p>Exigir o mesmo de uma música feita hoje, num interior conectado,</p><p>globalizado e rico como o que temos, é impossível. Para o bem ou</p><p>para o mal, a música reflete seu próprio tempo.</p><p>BARCINSKI. A. Mudou a música ou mudaram os caipiras?</p><p>Folha de São Paulo, 4 jun. 2012 (adaptado).</p><p>A questão cultural indicada no texto ressalta o seguinte aspecto</p><p>socioeconômico do atual campo brasileiro:</p><p>a) Crescimento do sistema de produção extensiva.</p><p>b) Expansão de atividades das novas ruralidades.</p><p>c) Persistência de relações de trabalho compulsório.</p><p>d) Contenção da política de subsídios agrícolas.</p><p>e) Fortalecimento do modelo de organização cooperativa.</p><p>02. (ENEM) Ao longo dos últimos 500 anos, o Brasil viu suas</p><p>fronteiras do litoral expandirem-se para o interior. É apenas lógico</p><p>que a Amazônia tenha sido a última fronteira a ser conquistada</p><p>e submetida aos ditames da agricultura, pecuária, lavoura e</p><p>silvicultura. A incorporação recente das áreas amazônicas à</p><p>exploração capitalista tem resultado em implicações problemáticas,</p><p>dentre elas a destruição do rico patrimônio natural da região.</p><p>NITSCH, M. O futuro da Amazônia: questões críticas, cenários críticos.</p><p>Estudos Avançados, n. 46, dez. 2002.</p><p>Na situação descrita, a destruição do patrimônio natural dessa área</p><p>destacada é explicada pelo(a)</p><p>a) distribuição da população ribeirinha.</p><p>b) patenteamento das espécies nativas.</p><p>c) expansão do transporte hidroviário.</p><p>d) desenvolvimento do agronegócio.</p><p>e) aumento da atividade turística.</p><p>03. (ENEM) Durante as três últimas décadas, algumas regiões do</p><p>Centro-Sul do Brasil mudaram do ponto de vista da organização</p><p>humana, dos espaços herdados da natureza, incorporando padrões</p><p>que abafaram, por substituição parcial, anteriores estruturas</p><p>sociais e econômicas. Essas mudanças ocorreram, principalmente,</p><p>devido à implantação de infraestruturas viárias e energéticas, além</p><p>da descoberta de impensadas vocações dos solos regionais para</p><p>atividades agrárias rentáveis.</p><p>AB’SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São</p><p>Paulo: Ateliê Editorial, 2003 (adaptado).</p><p>A transformação regional descrita está relacionada ao seguinte</p><p>processo característico desse espaço rural:</p><p>a) Expansão do mercado interno.</p><p>b) Valorização do manejo familiar.</p><p>c) Exploração de espécies nativas.</p><p>d) Modernização de métodos produtivos.</p><p>e) Incorporação de mão de obra abundante.</p><p>04. (ENEM) A característica fundamental é que ele não é mais</p><p>somente um agricultor ou um pecuarista: ele combina atividades</p><p>agropecuárias com outras atividades não agrícolas dentro</p><p>ou fora de seu estabelecimento, tanto nos ramos tradicionais</p><p>urbano-industriais como nas novas atividades que vêm se</p><p>desenvolvendo no meio rural, como lazer, turismo, conservação da</p><p>natureza, moradia e prestação de serviços pessoais.</p><p>SILVA, J. G. O novo rural brasileiro. Revista Nova Economia, n. 1, maio 1997 (adaptado).</p><p>Essa nova forma de organização social do trabalho é denominada</p><p>a) terceirização.</p><p>b) pluriatividade.</p><p>c) agronegócio.</p><p>d) cooperativismo.</p><p>e) associativismo.</p><p>05. (ENEM)</p><p>A distribuição espacial de madeira para papel e celulose no Brasil</p><p>possui uma estratégia logística que resulta na</p><p>a) região produtiva contínua de perfil litorâneo.</p><p>b) integração intermodal entre Sul, Sudeste e Norte do país.</p><p>c) construção de eixos rodoviários entre as zonas produtoras.</p><p>d) organização da produção próxima às áreas de escoamento.</p><p>e) localização do setor nos limites das unidades político</p><p>administrativas.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>09 MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA</p><p>271</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>06. (ENEM) A década de 1970 marcou o início das preocupações</p><p>com a relação entre a atividade produtiva no campo e a preservação</p><p>do meio ambiente no Brasil. Essa mesma década se destaca pelo</p><p>avanço das tecnologias de ponta, que passam a ocupar cada</p><p>vez mais espaço junto à agricultura e, ainda que numa dimensão</p><p>menor, também, na agricultura familiar.</p><p>SILVA, P.S. Tecnologia e meio ambiente: o processo de modernização da agricultura</p><p>familiar. Revista da Fapese, v. 3, n. 2, jul.-dez., 2007.</p><p>O avanço tecnológico e os impactos socioambientais no campo</p><p>brasileiro após a década de 1970 evidenciam uma relação de</p><p>equivalência entre</p><p>a) investimento em maquinários e geração de empregos.</p><p>b) expansão das técnicas de cultivo e distribuição fundiária.</p><p>c) crescimento da produtividade e redistribuição espacial do cultivo.</p><p>d) inovações nos pesticidas e redução da contaminação dos</p><p>trabalhadores.</p><p>e) utilização da engenharia genética e conservação dos biomas</p><p>ameaçados.</p><p>07. (UNICAMP) O território brasileiro se caracteriza por uma vasta</p><p>gama de usos agrícolas em função de sua sociodiversidade, que</p><p>inclui as populações caiçaras, as geraizeiras, as ribeirinhas e as</p><p>faxinalenses. São características dessas populações:</p><p>a) dedicação à pesca artesanal, agricultura de pousio, espaços</p><p>destinados a usos comuns e cultivo de gêneros alimentícios</p><p>voltado para a subsistência e o mercado local.</p><p>b) dedicação à pesca predatória, agricultura de pousio, espaços</p><p>destinados ao arrendamento e cultivo de cana-de-açúcar</p><p>voltado para a produção de biocombustível.</p><p>c) dedicação à pesca artesanal, agricultura científica de precisão,</p><p>espaços destinados a usos privados e cultivo de gêneros</p><p>alimentícios voltado para o mercado local.</p><p>d) dedicação à pesca predatória, agricultura equiparável ao</p><p>agronegócio, espaços destinados a usos comuns e cultivo de</p><p>plantas voltado para a indústria química.</p><p>08. (FUVEST)</p><p>Sobre a produção agrícola brasileira e os dados apresentados nos</p><p>cartogramas, é correto afirmar:</p><p>a) A agricultura familiar, que utiliza a maior extensão de terras</p><p>agricultáveis do país, foi responsável pela produção da maior</p><p>parte do volume agrícola exportado.</p><p>b) A agricultura familiar, que utiliza uma extensão de terras menor</p><p>que a agricultura não familiar, tem destaque na produção de</p><p>alimentos para o mercado interno.</p><p>c) A agricultura não familiar, que detém a maior extensão de</p><p>terras agricultáveis do país, consiste em uma barreira ao</p><p>desenvolvimento das atividades ligadas ao agronegócio.</p><p>d) A agricultura não familiar, que apresenta o maior número de</p><p>estabelecimentos rurais no país, é responsável pela produção</p><p>de parte das chamadas commodities brasileiras.</p><p>e) A concentração fundiária foi superada no país em função de</p><p>a agricultura familiar ocupar, com seus estabelecimentos,</p><p>a maior</p><p>parte das terras.</p><p>09. (FUVEST) Considere as anamorfoses:</p><p>As condições da produção agrícola, no Brasil, são bastante</p><p>heterogêneas, porém alguns aspectos estão presentes em todas</p><p>as regiões do País.</p><p>Nas anamorfoses acima, estão representadas formas de produção</p><p>agrícola das diferentes regiões administrativas. Assinale a</p><p>alternativa que contém, respectivamente, a produção agrícola</p><p>representada em I e em II.</p><p>a) De subsistência e patronal.</p><p>b) Familiar e itinerante.</p><p>c) Patronal e familiar.</p><p>d) Familiar e de subsistência.</p><p>e) Itinerante e patronal.</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO272</p><p>GEOGRAFIA II 09 MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA</p><p>10. (ENEM) O geoturismo é um segmento turístico recente que busca priorizar os aspectos naturais negligenciados pelo ecoturismo:</p><p>geologia e geomorfologia, como cavernas, sítios paleontológicos, maciços rochosos, quedas d’água etc., proporcionando uma experiência</p><p>turística que vai além da contemplação, agregando informações sobre a origem e formação dos locais visitados.</p><p>BENTO, L. C. M.; RODRIGUES, S. C. Geoturismo e geomorfossítios: refl etindo sobre o potencial turístico de quedas d’água – um estudo de caso do município de Indianápolis-MG. In:</p><p>Revista Geográfica Acadêmica, v. 4, n. 2, 2010.</p><p>Atualmente, no Brasil, a utilização de pequenas propriedades rurais para a prática descrita pelo texto é indicada como método que</p><p>a) possibilita a exploração de recursos minerais sem degradação da fauna e da flora locais.</p><p>b) associa a conservação do bioma a ganhos financeiros para o proprietário da terra.</p><p>c) permite a migração da população rural sem perda de sua identidade cultural.</p><p>d) impede o uso das áreas de mata para cultivos dependentes de sombreamento.</p><p>e) viabiliza a produção agrícola com a utilização de culturas comerciais.</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. B</p><p>02. D</p><p>03. D</p><p>04. B</p><p>05. D</p><p>06. C</p><p>07. A</p><p>08. B</p><p>09. C</p><p>10. B</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 273SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>ESPAÇO RURAL:</p><p>CONFLITOS NO CAMPO10</p><p>A QUESTÃO DAS TERRAS NO BRASIL</p><p>Como dito no módulo anterior, na década de 1950, observou-se</p><p>a aceleração industrial e a modernização da economia brasileira</p><p>como um todo, o que também influenciou as atividades agrárias.</p><p>A partir de 1964, destacou-se a constituição do novo complexo</p><p>agroindustrial nacional, caracterizado pela integração da agricultura</p><p>com a indústria. À agricultura, coube o papel de fornecer alimentos</p><p>para os grandes centros urbanos em formação, produzir matérias-</p><p>primas industriais e mercadorias destinadas à exportação. Ao setor</p><p>industrial, coube a produção do maquinário agrícola, dos adubos</p><p>e dos fertilizantes necessários para uma produção em grande</p><p>escala. A modernização levou à subordinação do setor agrário</p><p>aos interesses urbanos, além de promover o endividamento do</p><p>pequeno produtor, pois o aumento crescente da produção resultou</p><p>em preços cada vez menores para os produtos agrícolas, enquanto</p><p>os insumos industrializados tornaram-se cada vez mais caros.</p><p>A política agrícola pós-64 também privilegiou a grande</p><p>produção, beneficiada por amplos subsídios, como os</p><p>financiamentos facilitados, juros especiais para os produtos de</p><p>exportação ou de interesse governamental e as facilidades para</p><p>a aquisição de terras em regiões de fronteira, como a Amazônia.</p><p>Os pequenos produtores de alimentos, que não foram beneficiados</p><p>pelos subsídios, tiveram dificuldades em integrar-se ao novo</p><p>sistema, enfrentando o endividamento e a perda da terra. Como</p><p>principais consequências negativas da modernização do espaço</p><p>agrário, deve-se destacar:</p><p>• o êxodo rural: a população rural brasileira passou de 50%,</p><p>em 1964, para menos de 20%, em 2010;</p><p>• o agravamento da concentração fundiária; a expansão da</p><p>grande produção empresarial;</p><p>• o benefício governamental aos setores exportadores e</p><p>produtores de matérias-primas;</p><p>• o declínio da produção de alimentos na década de 1980,</p><p>o que resultou no aumento do custo de vida. É importante</p><p>assinalar que esse declínio foi revertido nos anos 90,</p><p>quando a grande produção empresarial também assumiu</p><p>o abastecimento do mercado interno.</p><p>DISPONIBILIDADE</p><p>DE TERRAS NO BRASIL</p><p>106 milhões de hectares Área do Brasil onde ainda se pode</p><p>produzir.</p><p>282 milhões de hectares Área do Brasil onde se produz.</p><p>463 milhões de hectares</p><p>Área do Brasil onde não se pode</p><p>produzir : Estradas, centros</p><p>urbanos, áreas de reflorestamento,</p><p>rios, unidades de preservação,</p><p>reservas legais e Amazônia Legal.</p><p>851 milhões de hectares Total.</p><p>O Brasil ainda tem terras para incorporar ao sistema produtivo</p><p>agrário. O limite entre o que já está e o que será ocupado denomina-</p><p>se fronteira agrícola. Com o intenso processo de ocupação</p><p>e modernização agrícola ocorrido no Centro-Sul brasileiro, a</p><p>fronteira agrícola deslocou-se para a Amazônia e para o extremo</p><p>norte do Centro-Oeste do país. O que ocorre é que essa área de</p><p>fronteira passou também a ser ocupada e, embora os resultados</p><p>econômicos dessa ocupação não tenham sido significativos,</p><p>seus efeitos sobre a estrutura agrária continuam sendo muito</p><p>conflituosos. Isso porque o movimento tradicional dos camponeses</p><p>de ir incorporando novas terras na zona de fronteira passou a ser</p><p>dificultado. E o mais grave: justamente numa situação em que a</p><p>modernização nas áreas de agricultura tradicional desalojava um</p><p>contingente grande de camponeses. Alguns estudiosos chegam</p><p>mesmo a falar em fechamento da fronteira agrícola.</p><p>O fato é que a política de ocupação da Amazônia, implementada</p><p>a partir dos anos 70 pela União atraiu, por meio de incentivos</p><p>fiscais, grandes proprietários, bancos e empresas multinacionais</p><p>para desenvolver projetos agropecuários na fronteira agrícola.</p><p>O fracasso destas iniciativas deixou marcas, das quais a mais</p><p>profunda foi a mudança do conteúdo do território; antes, eram</p><p>terras passíveis de serem incorporadas por camponeses, agora</p><p>são terras com proprietário, na sua maioria de origem urbana.</p><p>Mesmo assim os camponeses se instalam, pois não têm muitas</p><p>alternativas – e essa é a principal fonte de conflitos.</p><p>De um lado, a modernização no campo brasileiro elevou os</p><p>níveis de produção e de produtividade das atividades agropecuárias.</p><p>Por outro lado, a acelerada e brutal desruralização não levou em</p><p>conta o destino dos que viviam na estrutura fundiária de um mundo</p><p>tradicional, o que potencializou os conflitos sociais no campo e não</p><p>proporcionou um meio de vida a grandes parcelas da população.</p><p>ESTRUTURA FUNDIÁRIA</p><p>Corresponde a forma ou ao modo como as propriedades</p><p>agrárias privadas ou estabelecimentos rurais de um país estão</p><p>organizados de acordo com o número, tamanho e distribuição</p><p>social. Para isso é necessário uma análise sobre o processo</p><p>histórico do país ou da região estudada e um estudo das leis das</p><p>propriedades rurais.</p><p>No Brasil o estudo sobre o espaço rural depende basicamente</p><p>de duas fontes que fornecem dados estatísticos sob diferentes</p><p>perspectivas.</p><p>• Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária</p><p>(INCRA).</p><p>• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).</p><p>Sabendo então que a estrutura fundiária corresponde a</p><p>maneira como as propriedades rurais estão distribuídas de acordo</p><p>com o seu tamanho, no Brasil podemos observar um predomínio</p><p>de terras ocupadas por latifúndios, ou seja, grandes propriedades.</p><p>Observe abaixo através de dados disponibilizados pelo</p><p>Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) a</p><p>concentração de terras no Brasil.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR274</p><p>GEOGRAFIA II 10 ESPAÇO RURAL: CONFLITOS NO CAMPO</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>IMÓVEIS RURAIS % DA ÁREA</p><p>TOTAL</p><p>% DO TOTAL DAS</p><p>PROPRIEDADES</p><p>Minifúndios 5 48</p><p>Pequenas propriedades 36 44</p><p>Médias propriedades 21 6</p><p>Grandes propriedades 38 2</p><p>A CONCENTRAÇÃO FUNDIÁRIA E OS</p><p>CONFLITOS NO CAMPO NO BRASIL</p><p>Pautada desde o início da ocupação do território brasileiro em</p><p>grandes empreendimentos dedicados a produtos de exportação,</p><p>e, inicialmente, dependente do trabalho escravo, a agricultura</p><p>brasileira teve, e tem até hoje, um papel fundamental</p><p>controle de natalidade, como ocorreu na China por décadas.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR260</p><p>GEOGRAFIA II 01 POPULAÇÃO: CONCEITOS GERAIS E SITUAÇÃO NA ATUALIDADE.</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM) Nos últimos anos, ocorreu redução gradativa da taxa de</p><p>crescimento populacional em quase todos os continentes. A seguir,</p><p>são apresentados dados relativos aos países mais populosos em</p><p>2000 e também as projeções para 2050.</p><p>Com base nas informações acima, é correto afirmar que, no período</p><p>de 2000 a 2050,</p><p>a) A taxa de crescimento populacional da China será negativa.</p><p>b) A população do Brasil duplicará.</p><p>c) A taxa de crescimento da população da Indonésia será menor</p><p>que a dos EUA.</p><p>d) A população do Paquistão crescerá mais de 100%.</p><p>e) A China será o país com maior taxa de crescimento populacional</p><p>do mundo.</p><p>02. (ENEM)</p><p>Uma consequência socioeconômica para os países que vivenciam</p><p>o fenômeno demográfico ilustrado é a diminuição da:</p><p>a) Oferta de mão de obra nacional.</p><p>b) Média de expectativa de vida.</p><p>c) Disponibilidade de serviços de saúde.</p><p>d) Despesa de natureza previdenciária.</p><p>e) Imigração de trabalhadores qualificados.</p><p>03. (UNESP) Compare o mapa que representa os maiores países</p><p>do mundo em área com o mapa anamórfico da população absoluta</p><p>de cada país.</p><p>Área</p><p>(www.worldmapper.org)</p><p>População absoluta</p><p>(www.worldmapper.org)</p><p>A partir da comparação, pode-se afirmar que os principais países</p><p>que possuem as menores densidades demográficas são:</p><p>a) Rússia, Canadá e Austrália.</p><p>b) China, Índia e Canadá.</p><p>c) Estados Unidos, China e Austrália.</p><p>d) Argentina, Brasil e Índia.</p><p>e) Estados Unidos, Índia e Brasil.</p><p>04. (UERJ) A proporção entre a população e a superfície territorial é</p><p>um dos elementos que define a relação entre sociedade e espaço.</p><p>Observe os dados informados abaixo:</p><p>País População absoluta</p><p>(habitantes em 2008)</p><p>Superfície</p><p>(km2)</p><p>China 1.313.000.000 9.572.900</p><p>França 61.000.000 543.965</p><p>Holanda 16.300.000 41.528</p><p>Argentina 38.700.000 2.780.403</p><p>(SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2009.)</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>01 POPULAÇÃO: CONCEITOS GERAIS E SITUAÇÃO NA ATUALIDADE.</p><p>261</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>De acordo com a tabela, o país mais povoado é a:</p><p>a) China. b) França. c) Holanda. d) Argentina.</p><p>05. (UERJ) O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal</p><p>(IDH-M) é composto por três indicadores: longevidade, educação</p><p>e renda. No Brasil, o IDH-M cresceu 47,5% entre 1991 e 2010,</p><p>conforme os mapas.</p><p>Geografi camente, o desenvolvimento humano no Brasil apresenta</p><p>mudanças decorrentes dos seguintes fatores principais:</p><p>a) erradicação do analfabetismo – elevação do PIB</p><p>b) desaceleração do desemprego – incremento da industrialização</p><p>c) decréscimo da natalidade – crescimento da qualificação</p><p>profissional</p><p>d) diminuição da mortalidade infantil – aumento da expectativa</p><p>de vida</p><p>06. (UNICAMP)</p><p>Distribuição da população pelas regiões brasileiras</p><p>(em porcentagem)</p><p>Regiões /</p><p>Anos 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010</p><p>Centro-</p><p>Oeste 3,0 3,8 4,9 5,8 6,4 6,9 7,4</p><p>Norte 3,9 4,1 4,4 5,6 7,0 7,6 8,3</p><p>Sul 15,1 16,8 17,7 16,0 15,1 14,8 14,4</p><p>Nordeste 34,6 31,6 30,3 29,2 28,8 28,1 27,8</p><p>Sudeste 43,4 43,7 42,7 43,4 42,7 42,6 42,1</p><p>Fonte: Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística – IBGE.</p><p>Os sucessivos Censos Demográfi cos do IBGE (Instituto Brasileiro</p><p>de Geografi a e Estatística) buscam conhecer a distribuição da</p><p>população pelo território brasileiro, conhecimento relevante para</p><p>os mais diversos tipos de planejamento.</p><p>Considerando os dados da tabela acima, assinale a alternativa correta.</p><p>a) As regiões Norte e Centro-Oeste foram as únicas com acréscimos</p><p>contínuos na participação regional desde 1950, fenômeno</p><p>associado aos fluxos migratórios nacionais incentivados por</p><p>políticas governamentais de ocupação do território.</p><p>b) A região Nordeste foi a única que apresentou redução contínua</p><p>de participação regional, fenômeno associado às grandes</p><p>secas do sertão, responsáveis pela migração da população</p><p>para as outras regiões do país ao longo de todo o século XX.</p><p>c) A região Sudeste tem maior participação regional na população</p><p>do país, apresentando redução a partir de 1991, fenômeno</p><p>associado ao decréscimo, em números absolutos, de sua</p><p>população pela elevada queda da taxa de fecundidade.</p><p>d) A região Sul apresentou acréscimo de participação regional</p><p>até 1991, ocorrendo queda nas décadas seguintes, fenômeno</p><p>associado ao regresso dos fi lhos de imigrantes europeus em</p><p>busca de trabalho nos países de origem de seus pais.</p><p>07. (FMABC) Observe o gráfi co:</p><p>(Fonte: Época Negócios. Como se formou a alma coreana. Editora Globo, Nº 55,</p><p>setembro de 2011. p. 139.)</p><p>O gráfi co foi publicado numa reportagem sobre o desenvolvimento</p><p>socioeconômico da Coreia do Sul. Considerando a relação dos</p><p>índices de fertilidade (taxa de fecundidade) com o desenvolvimento,</p><p>pode-se concluir que</p><p>a) Como se nota pelo gráfi co, a relação é direta: quanto menor o</p><p>índice, mais o país será desenvolvido em termos econômicos.</p><p>b) Quanto menor a taxa de fecundidade, maior o desenvolvimento</p><p>social, como fi ca nítido na comparação dos países que</p><p>compõem o “bloco” denominado BRIC.</p><p>c) Baixas taxas de fecundidade pesam negativamente no sistema</p><p>produtivo que usa mão de obra intensiva, como no caso do</p><p>Brasil, o que prejudica o desenvolvimento.</p><p>d) Taxas de fecundidade declinantes são positivas para o</p><p>desenvolvimento, em especial nos países europeus que têm</p><p>abundância de mão de obra.</p><p>e) Baixas taxas de fecundidade alargam a vida profi ssional das</p><p>mulheres, e isso pode favorecer o desenvolvimento econômico.</p><p>08. (ESPM) O gráfi co abaixo está retratando a(o):</p><p>a) Taxa de analfabetismo.</p><p>b) Taxa de fertilidade.</p><p>c) IDH.</p><p>d) Envelhecimento.</p><p>e) Concentração de renda.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR262</p><p>GEOGRAFIA II 01 POPULAÇÃO: CONCEITOS GERAIS E SITUAÇÃO NA ATUALIDADE.</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>09. (UEL) Os indicadores demográficos e socioeconômicos têm</p><p>possibilitado avaliar o desenvolvimento da população nas cidades,</p><p>estados ou países. Sobre os indicadores sociais, assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>a) População absoluta é o índice obtido com base no número</p><p>de óbitos ocorridos durante um ano em uma população pela</p><p>multiplicação do número total da população por mil e dividido</p><p>pelo número de óbitos.</p><p>b) Taxa bruta de natalidade é o número total de habitantes de</p><p>um lugar diretamente relacionada com a renda familiar per</p><p>capita, refletindo na qualidade da alimentação, higiene e</p><p>assistência médica.</p><p>c) Taxa de crescimento vegetativo ou natural é a diferença entre</p><p>a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade expressa por mil</p><p>habitantes, verificada em uma população de um determinado</p><p>período, geralmente de um ano.</p><p>d) Taxa de fecundidade é o índice obtido com base no número de</p><p>nascimentos ocorridos durante um ano em uma determinada</p><p>população, podendo ser expresso por mil habitantes ou em</p><p>percentagem.</p><p>e) Taxa de mortalidade infantil é obtida pelo cálculo da diferença</p><p>entre a taxa de natalidade e a de mortalidade observadas em</p><p>uma população em um determinado período, podendo ser</p><p>positiva, negativa ou nula.</p><p>10. (UFRGS) Assinale a alternativa que apresenta somente países</p><p>de baixa densidade demográfica.</p><p>a) Noruega, Canadá e Austrália.</p><p>b) Estados Unidos, Índia e Austrália.</p><p>c) Nigéria, Brasil e Canadá.</p><p>d) Rússia, Austrália e China.</p><p>e) Brasil, Paquistão e Argentina.</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. D</p><p>02. A</p><p>03. A</p><p>04. C</p><p>05. D</p><p>06. A</p><p>07. E</p><p>08. B</p><p>09. C</p><p>10. A</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 263SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>POPULAÇÃO: TEORIAS</p><p>DEMOGRÁFICAS02</p><p>TEORIAS DEMOGRÁFICAS</p><p>Desde a antiguidade havia o temor de que o elevado</p><p>crescimento populacional poderia resultar em graves problemas</p><p>em termos de abastecimento e ocupação do espaço. Dessa forma,</p><p>vários intelectuais se dedicaram a estudar o assunto, e daí surgiram</p><p>as chamadas teorias demográficas, dentre as quais se destacam:</p><p>• Teoria Malthusiana.</p><p>• Teoria Neomalthusiana.</p><p>• Teoria Reformista.</p><p>Tais teorias populacionais tem</p><p>na geração de</p><p>divisas para o nosso país, inclusive para estimular investimentos</p><p>no setor industrial. Do período colonial até a década de 1950,</p><p>foi o nosso principal elo com outros países. Historicamente, as</p><p>tendências da economia brasileira oscilaram de acordo com os</p><p>ciclos da agricultura mundial, e por isso passamos desde o cultivo</p><p>da cana-de-açúcar no século XVI, até os ciclos do cacau, da</p><p>borracha e do café, no começo do século XX.</p><p>O período colonial foi decisivo para consolidar a organização</p><p>espacial e as políticas agrárias no Brasil. O país não contava com</p><p>fábricas, o que passou a acontecer somente de maneira expressiva,</p><p>no século XX, por volta da década de 30. Portanto, quase toda a</p><p>economia era baseada na agropecuária. Assim, as terras eram</p><p>muito disputadas e, obviamente, quem tinha mais influência</p><p>política ou conseguisse pagar pequenos exércitos (jagunços,</p><p>pistoleiros etc.), para tomar e defender as terras conseguia obter</p><p>grandes extensões, verdadeiros latifúndios que existem até hoje.</p><p>Na colonização, a estrutura econômica organizou-se em</p><p>sesmarias (lotes doados por donatários, governadores ou pela</p><p>Coroa a quem possuía recursos com a exigência de torná-los</p><p>produtivos). Com isso, formaram-se grandes propriedades rurais,</p><p>concentrando a terra nas mãos de poucos.</p><p>Capitanias Hereditárias</p><p>Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o_do_Brasil</p><p>No Império (1822 - 1889), os latifundiários, articuladores da</p><p>independência, formavam a elite dominante do país. A Lei de Terras</p><p>(1850) foi assinada com o objetivo de consagrar a propriedade</p><p>rural já registrada, pois estabeleceu que o meio de obter as terras</p><p>devolutas seria somente a compra e não mais a doação. Isso</p><p>dificultou o acesso de imigrantes, brasileiros pobres e antigos</p><p>escravos à propriedade.</p><p>Terras Devolutas - são terras públicas, sem destinação</p><p>de usou especial ou comum (destinação pública), sendo um</p><p>bem dominical, podendo serem alienadas ou vendidas desde</p><p>que com as exigências legais. Para estabelecer o real domínio</p><p>da terra, ou seja, se é particular ou devoluta, o Estado propõe</p><p>a medida judicial chamada de ação discriminatória, ação esta</p><p>regulada pela Lei 6.383/76.</p><p>Nos centros urbanos, os proprietários de grandes extensões</p><p>de terra dividiram essas terras e venderam-nas como lotes de</p><p>terreno, porque o metro quadrado passou a valer muito. Isso</p><p>explica porque não há mais nenhuma grande fazenda no centro</p><p>de São Paulo ou do Rio de Janeiro, por exemplo. Fora desses</p><p>centros, porém, e principalmente nas regiões Norte, Nordeste e</p><p>Centro-Oeste do Brasil, ainda existem verdadeiros latifúndios nas</p><p>mãos de um único dono ou de uma só família – que constituem</p><p>importantes oligarquias. Essas grandes extensões de terra</p><p>geralmente produzem um só tipo de cultura (monocultura), como a</p><p>soja, o café ou a laranja, e recebem subsídios do Governo – com o</p><p>objetivo de estimular as exportações. Enquanto isso, os pequenos</p><p>proprietários de terra, geralmente trabalham com a policultura, ou</p><p>seja, plantando e colhendo vários tipos de safras diferentes. Para</p><p>esses, a ajuda governamental é mais difícil, pois geralmente não</p><p>trabalham com produtos para exportação, não estimulando a</p><p>entrada de divisas no país.</p><p>A REFORMA AGRÁRIA</p><p>O Brasil é um país onde a concentração de terras leva grande</p><p>parcela da população a enfrentar a pobreza que o coloca entre os</p><p>países mais injustos do mundo, se considerada a distribuição de</p><p>renda na atualidade. A redemocratização política brasileira, nos</p><p>anos 80, coincidiu com o aumento dos conflitos fundiários e da</p><p>violência no campo, colocando novamente a questão da reforma</p><p>agrária para a sociedade brasileira e levando o problema para a</p><p>Assembleia Nacional Constituinte, que definiu novos princípios</p><p>para solucionar a questão fundiária. Foi nessa época que surgiu o</p><p>Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST),</p><p>que se utiliza da estratégia da ocupação e criação de assentamentos</p><p>em áreas teoricamente improdutivas, a fim de forçar as autoridades</p><p>governamentais a promover as desapropriações previstas no</p><p>Estatuto da Terra – a legislação de 1964 – e na Lei Agrária de 1993.</p><p>Constituído em 1978, no sul do país, esse movimento tornou-</p><p>se nacional em 1984 e, desde então, tem contado com o apoio</p><p>de setores da Igreja Católica (Comissão Pastoral da Terra e</p><p>Comunidades Eclesiásticas de Base), partidos políticos, sindicatos,</p><p>ONGs nacionais e estrangeiras. Nos anos 90, o MST tornou-se</p><p>o principal movimento de luta política e social do país, sendo o</p><p>principal interlocutor do Estado na condução da reforma agrária</p><p>e, por outro lado, muito questionado por importantes setores do</p><p>governo e da sociedade.</p><p>A Lei Agrária de 1993 foi elaborada com o objetivo de especificar</p><p>e sistematizar aquilo que foi estabelecido pela Constituição de</p><p>1988, no que tange à questão agrária. Essa lei reafirma o princípio</p><p>da função social da terra e introduz o conceito de Módulo Fiscal,</p><p>que corresponde ao módulo rural médio por município. Essa</p><p>unidade de medida varia de tamanho segundo a região: o menor</p><p>módulo fiscal do país apresenta 5 hectares e o maior chega a 110</p><p>hectares. Para efeito de classificação da propriedade rural, ficam</p><p>definidos os seguintes conceitos:</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>10 ESPAÇO RURAL: CONFLITOS NO CAMPO</p><p>275</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>• Minifúndio - propriedade rural menor que o módulo fiscal.</p><p>Variam dependendo da localização do município.</p><p>• Pequena Propriedade - área entre 1 e 4 módulos fiscais. Se</p><p>for produtivo é chamado de Empresa Rural e está livre da</p><p>Reforma Agrária.</p><p>• Média Propriedade - área entre 4 e 15 módulos fiscais. Se</p><p>for produtivo é chamado de Empresa Rural e está livre da</p><p>Reforma Agrária</p><p>• Grande Propriedade (Latifúndio) - área superior a 15</p><p>módulos fiscais.</p><p>Os latifúndios que estão diretamente relacionados com a</p><p>Reforma Agrária podem ser divididos da seguinte maneira:</p><p>• Latifúndio Produtivo - Cumpre com a sua função social.</p><p>• Latifúndio Improdutivo - Não cumpre com a sua função</p><p>social.</p><p>• Latifúndio por Dimensão - Apresenta uma área superior</p><p>a 600 vezes o módulo fiscal, podendo ter uma exploração</p><p>inadequada.</p><p>• Latifúndio por Exploração - Propriedade rural que</p><p>apresenta improdutividade sendo assim inexplorada. O</p><p>aspecto que é considerado importante pelo proprietário</p><p>dessa terra é a questão que envolve a especulação</p><p>imobiliária.</p><p>Apesar do avanço recente no processo de Reforma Agrária,</p><p>a maior parcela das famílias assentadas ainda compõe o grupo</p><p>da população mais pobre do país. Nesses assentamentos, é</p><p>desenvolvida uma agricultura de baixa produtividade, carente de</p><p>recursos técnicos e financeiros, o que denuncia a inadequação</p><p>da política agrícola e as dificuldades do pequeno produtor em</p><p>participar do grande mercado da produção agrícola, que é muito</p><p>competitivo.</p><p>Um dos grandes problemas da reforma agrária é tornar os</p><p>assentamentos economicamente viáveis, melhorando as condições</p><p>de vida no campo. A agricultura, cada vez mais mecanizada, exige</p><p>grandes investimentos tecnológicos para garantir níveis altos de</p><p>produtividade. No Brasil, as culturas voltadas para a exportação,</p><p>como laranja, soja e cana-de-açúcar, têm apresentado crescimento,</p><p>enquanto as que são tradicionalmente produzidas para o mercado</p><p>interno estão estagnadas ou em queda. Essas transformações têm</p><p>forte impacto sobre as pequenas propriedades rivais e dificultam</p><p>o desenvolvimento dos assentamentos, onde a produção tende a</p><p>permanecer no nível da subsistência.</p><p>Entre os fatores que contribuem para o sucesso de um</p><p>assentamento estão a proximidade de um centro urbano e a</p><p>existência de estradas para escoar a produção. Por isso mesmo,</p><p>as regiões que apresentam maior índice de abandono dos</p><p>assentamentos no país são Norte e Centro-Oeste, onde há menos</p><p>infraestruturas e dificuldade de acesso às estradas.</p><p>AS TERRAS INDÍGENAS</p><p>Terra Indígena (TI) é uma porção do território nacional, de</p><p>propriedade da União, habitada por um ou mais povos indígenas,</p><p>por ele(s) utilizada para suas atividades produtivas, imprescindível</p><p>à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-</p><p>estar e necessária à sua reprodução física e cultural, segundo seus</p><p>usos, costumes e tradições. Trata-se de um tipo específico de</p><p>posse, de natureza originária e coletiva, que não se confunde com</p><p>o conceito civilista de propriedade privada.</p><p>O direito dos povos indígenas às suas terras de ocupação</p><p>tradicional configura-se como um direito originário e,</p><p>consequentemente, o procedimento administrativo de demarcação</p><p>de terras indígenas se reveste de natureza meramente declaratória.</p><p>Portanto, a terra indígena não é criada por ato constitutivo, e sim</p><p>reconhecida a partir de requisitos técnicos e legais, nos termos da</p><p>Constituição Federal de 1988. Ademais, por se tratar de um bem</p><p>da União, a terra indígena é inalienável e indisponível, e os direitos</p><p>sobre ela são imprescritíveis. As terras indígenas são o suporte do</p><p>modo de vida diferenciado e insubstituível dos cerca de 300 povos</p><p>indígenas que habitam, hoje, o Brasil.</p><p>O Brasil possui 350 mil índios, vivendo em 561 áreas diferentes,</p><p>que estão concentradas principalmente na Amazônia. Os povos</p><p>indígenas do Brasil enfrentam a invasão de suas terras por</p><p>madeireiros, grileiros, fazendeiros, garimpeiros e posseiros. Ao</p><p>problema das invasões, soma-se à contaminação dos recursos</p><p>naturais e a violência praticada contra os índios nos momentos de</p><p>conflitos fundiários.</p><p>Em 2017 haviam 462 terras indígenas regularizadas, que</p><p>representam cerca de 12,2% do território nacional, localizadas</p><p>em todos os biomas, com concentração na Amazônia Legal. Tal</p><p>concentração é resultado do processo de reconhecimento dessas</p><p>terras indígenas pela Funai, principalmente, durante a década de</p><p>1980, no âmbito da política de integração nacional e consolidação</p><p>da fronteira econômica do Norte e Noroeste do país.</p><p>Terras indígenas demarcadas no Brasil</p><p>Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Indigenous_brazil.jpg</p><p>Nesse contexto, inaugurou-se um novo marco constitucional</p><p>que impôs ao Estado o dever de demarcar as terras indígenas,</p><p>considerando os espaços necessários ao modo de vida</p><p>tradicional, culminando, na década de 1990, no reconhecimento</p><p>de terras indígenas na Amazônia Legal, como as terras indígenas</p><p>Yanomami (AM/RR) e Raposa Serra do Sol (RR). Mesmo assim, o</p><p>processo ainda não foi finalizado e existem muitas áreas à espera</p><p>de demarcação e regularização. Isso torna as suas populações</p><p>ainda mais expostas à violência por parte daqueles que contestam</p><p>as demarcações na justiça e ainda estão empenhados em fazer</p><p>riqueza, apropriando-se das terras indígenas.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR276</p><p>GEOGRAFIA II 10 ESPAÇO RURAL: CONFLITOS NO CAMPO</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM)</p><p>A formação do território da soja no Brasil refletiu a seguinte</p><p>característica espacial:</p><p>a) Inclusão de regiões com elevadas concentrações populacionais.</p><p>b) Incorporação de espaços com baixa fertilidade natural dos solos.</p><p>c) Integração com espaços de consolidação de reservas extrativistas.</p><p>d) Necessidade de proximidade física com os principais portos</p><p>do país.</p><p>e) Reutilização de áreas produtivas decadentes da tradicional</p><p>cultura canavieira.</p><p>02. (ENEM)</p><p>TEXTO I</p><p>A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra,</p><p>cada vez mais concentrada em nosso país. Cerca de 1% de todos os</p><p>proprietários controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio</p><p>da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades,</p><p>que não cumprem a função social, como determina a Constituição</p><p>de 1988. Também ocupamos as fazendas que têm origem na</p><p>grilagem de terras públicas.</p><p>Disponível em: www.mst.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário</p><p>de loja: quanto menor o negócio mais difícil de manter, pois tem</p><p>de ser produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor</p><p>de propriedades produtivas e sustentáveis e que gerem empregos.</p><p>Apoiar uma empresa produtiva que gere emprego é muito mais</p><p>barato e gera muito mais do que apoiar a reforma agrária.</p><p>LESSA, C. Disponível em: www.observadorpolítico.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).</p><p>Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação</p><p>à reforma agrária se opõem. Isso acontece porque os autores</p><p>associam a reforma agrária, respectivamente, à</p><p>a) redução do inchaço urbano e à crítica ao minifúndio camponês.</p><p>b) ampliação da renda nacional e à prioridade ao mercado externo.</p><p>c) contenção da mecanização agrícola e ao combate ao êxodo rural.</p><p>d) privatização de empresas estatais e ao estímulo ao crescimento</p><p>econômico.</p><p>e) correção de distorções históricas e ao prejuízo ao agronegócio.</p><p>03. (ENEM) O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente</p><p>receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já que era</p><p>praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de monta,</p><p>nem outros investimentos fixos vindos do passado. Pôde, assim,</p><p>receber uma infraestrutura nova, totalmente a serviço de uma</p><p>economia moderna.</p><p>SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado).</p><p>O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O</p><p>processo econômico diretamente associado a essa ocupação foi</p><p>o avanço da</p><p>a) industrialização voltada para o setor de base.</p><p>b) economia da borracha no sul da Amazônia.</p><p>c) fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado.</p><p>d) exploração mineral na Chapada dos Guimarães.</p><p>e) extrativismo na região pantaneira.</p><p>04. (ENEM) No Estado de São Paulo, a mecanização da colheita</p><p>da cana-de-açúcar tem sido induzida também pela legislação</p><p>ambiental, que proíbe a realização de queimadas em áreas próximas</p><p>aos centros urbanos. Na região de Ribeirão Preto, principal polo</p><p>sucroalcooleiro do país, a mecanização da colheita já é realizada em</p><p>516 mil dos 1,3 milhão de hectares cultivados com cana-de-açúcar.</p><p>BALSADI, O. et al. Transformações Tecnológicas e a força de trabalho na agricultura</p><p>brasileira no período de 1990-2000. Revista de economia agrícola. V. 49 (1), 2002.</p><p>O texto aborda duas questões, uma ambiental e outra</p><p>socioeconômica, que integram o processo de modernização da</p><p>produção canavieira. Em torno da associação entre elas, uma</p><p>mudança decorrente desse processo é a</p><p>a) perda de nutrientes do solo devido à utilização constante</p><p>de máquinas.</p><p>b) eficiência e racionalidade no plantio com maior produtividade</p><p>na colheita.</p><p>c) ampliação da oferta de empregos nesse tipo de ambiente</p><p>produtivo.</p><p>d) menor compactação do solo pelo uso de maquinário agrícola</p><p>de porte.</p><p>e) poluição do ar pelo consumo de combustíveis fósseis pelas</p><p>máquinas.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>10 ESPAÇO RURAL: CONFLITOS NO CAMPO</p><p>277</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>05. (UERJ)</p><p>O livro Terra, do fotógrafo Sebastião Salgado, documenta</p><p>o drama dos despossuídos e migrantes no Brasil, ao longo da</p><p>história, sendo dedicado a milhares de famílias no país. A exposição</p><p>Terra, resultante desse trabalho, passou por 40 países e mais de</p><p>100 cidades brasileiras em 1997.</p><p>Adaptado de landless-voices.org.</p><p>Nas últimas décadas, a questão agrária no Brasil estimulou</p><p>diversas iniciativas de protesto e de mobilização artística e social,</p><p>como a exemplificada pela foto publicada no livro Terra.</p><p>Na atualidade, a manutenção dos conflitos agrários no Brasil é</p><p>explicada pela continuidade dos seguintes aspectos:</p><p>a) concentração da propriedade fundiária e desigualdade social</p><p>b) estagnação da produtividade rural e elevação do desemprego</p><p>c) desqualificação da mão de obra assalariada e corporativismo</p><p>sindical</p><p>d) crescimento populacional camponês e regionalização do</p><p>progresso industrial</p><p>06. (UERJ)</p><p>Em abril de 1996, 19 camponeses sem-terra foram mortos</p><p>pela polícia militar no episódio que ficou mundialmente conhecido</p><p>como Massacre de Eldorado de Carajás, ocorrido no sudeste do</p><p>Pará. Os participantes do Movimento dos Sem Terra faziam uma</p><p>caminhada até a cidade de Belém, quando foram impedidos pela</p><p>polícia de prosseguir. Mais de 150 policiais foram destacados</p><p>para interromper a caminhada, o que levou a uma ação repressiva</p><p>extremamente violenta.</p><p>Adaptado de anistia.org.br.</p><p>Dez posseiros foram assassinados em maio de 2017 durante</p><p>uma ação policial de reintegração de posse em um acampamento</p><p>na Fazenda Santa Lúcia, no Pará, segundo informações da</p><p>Comissão Pastoral da Terra. A reintegração foi realizada pelas</p><p>Polícias Civil e Militar do estado.</p><p>Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br</p><p>Como indicam os episódios retratados nas reportagens, os conflitos</p><p>pela posse da terra no Brasil nas últimas décadas persistem.</p><p>Esses conflitos são decorrentes do seguinte processo:</p><p>a) desqualificação do trabalhador rural</p><p>b) encarecimento de insumos agrícolas</p><p>c) reformulação de legislação específica</p><p>d) concentração da propriedade fundiária</p><p>07. (UERJ) COMO A REFORMA AGRÁRIA VEM OCORRENDO NO BRASIL</p><p>O processo de reforma agrária com contornos similares</p><p>aos atuais se iniciou em 1985, sob o governo de José Sarney. O</p><p>Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária disponibiliza</p><p>dados sobre a forma como esse processo vem se dando no</p><p>Brasil até 2018. No que diz respeito a desapropriações, a reforma</p><p>agrária ocorreu de forma mais acentuada no primeiro governo do</p><p>presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), mas perdeu</p><p>fôlego já na metade de seu segundo mandato. O governo Lula</p><p>(2004-2011) realizou muitos assentamentos, sem retomar, no</p><p>entanto, as desapropriações.</p><p>As informações do texto e a comparação dos dados dos gráficos</p><p>permitem reconhecer um processo socioespacial, para o conjunto</p><p>do campo brasileiro, cujo efeito é:</p><p>a) ampliação da pecuária intensiva</p><p>b) declínio da produtividade laboral</p><p>c) manutenção da concentração fundiária</p><p>d) redirecionamento da exportação primária</p><p>PRÉ-VESTIBULAR278</p><p>GEOGRAFIA II 10 ESPAÇO RURAL: CONFLITOS NO CAMPO</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>08. (UERJ)</p><p>A ampliação da oferta de alimentos é um dos maiores desafios da</p><p>humanidade para as próximas décadas.</p><p>Com base na disponibilidade do recurso natural representada no</p><p>gráfico, o país com maior potencial para expansão do seu setor</p><p>agropecuário é:</p><p>a) Índia</p><p>b) China</p><p>c) Brasil</p><p>d) Estados Unidos</p><p>09. (UERJ) A agricultura familiar, apesar das críticas quanto à sua</p><p>viabilidade econômica, mantém-se como um segmento produtivo</p><p>importante do setor primário brasileiro. Observe nos gráficos</p><p>as proporções percentuais do número de estabelecimentos da</p><p>agricultura familiar e da área ocupada por eles por macrorregião</p><p>em relação ao total do país.</p><p>O tamanho médio das propriedades familiares é maior nas</p><p>seguintes regiões brasileiras:</p><p>a) Sul e Nordeste</p><p>b) Nordeste e Norte</p><p>c) Centro-Oeste e Sul</p><p>d) Norte e Centro-Oeste</p><p>10. (UFRGS) Observe a tabela abaixo.</p><p>Tipos de estabelecimentos agropecuários e</p><p>respectiva área de ocupação no Brasil, em 2006</p><p>Estabelecimentos Total de</p><p>estabelecimentos Área Total (ha)</p><p>Agricultura familiar –</p><p>Lei nº 11.326 4.367.902 80.250.453</p><p>Não familiar 807.587 249.690.940</p><p>Total 5.175.489 329.941.393</p><p>Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006.</p><p>Considere as afirmações abaixo, sobre a estrutura agrária brasileira.</p><p>I. A relação entre total de estabelecimentos e área ocupada</p><p>pelas duas tipologias mostra a extrema concentração de</p><p>terras no Brasil.</p><p>II. A predominância de estabelecimentos de agricultura familiar</p><p>demonstra equilibrada distribuição de terras no Brasil.</p><p>III. A predominância de estabelecimentos familiares fica</p><p>evidente pela ocupação de mais de 50% da área total dos</p><p>estabelecimentos agropecuários.</p><p>Quais estão corretas?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas III.</p><p>d) Apenas I e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. B</p><p>02. E</p><p>03. C</p><p>04. B</p><p>05. A</p><p>06. D</p><p>07. C</p><p>08. C</p><p>09. D</p><p>10. A</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 279SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>URBANIZAÇÃO:</p><p>CONCEITOS PRINCIPAIS11</p><p>URBANIZAÇÃO PELO MUNDO</p><p>Urbanização é o nome do processo que ocorre quando a</p><p>população urbana cresce num ritmo mais rápido do que a população</p><p>rural. Normalmente isso ocorre quando, por algum motivo, começa</p><p>a haver uma intensa migração de pessoas do campo para a cidade,</p><p>ou seja, um êxodo rural. Na maior parte das vezes, esse movimento</p><p>migratório tem a ver com o processo de industrialização, que faz</p><p>com que as cidades se tornem atraentes em função do surgimento</p><p>de novas vagas de emprego.</p><p>CAUSAS DA URBANIZAÇÃO</p><p>• Fatores Repulsivos (campo):</p><p>Concentração de terras.</p><p>Desemprego (mecanização).</p><p>• Fatores Atrativos (cidade):</p><p>Empregos (industrialização).</p><p>Melhor qualidade de vida (crescimento urbano).</p><p>De modo geral, a urbanização vem acompanhada do aumento</p><p>do tamanho e da quantidade de cidades num país. Na maior parte</p><p>dos casos, a economia dos países também passa a depender</p><p>principalmente de atividades ocorridas no espaço urbano, ao passo</p><p>que diminui a importância das atividades produzidas no espaço</p><p>rural.</p><p>Como pode ser visto no gráfico abaixo, a urbanização acelerada</p><p>é um fenômeno relativamente recente na história do planeta. O</p><p>início desse processo ocorreu no século XVIII, quando houve a 1ª</p><p>Revolução Industrial na Inglaterra. Portanto, podemos afirmar que</p><p>a industrialização incentivou o processo de urbanização – assim</p><p>como as cidades preexistentes possibilitaram a industrialização.</p><p>População urbana sobre o total mundial (%)</p><p>Nesta fase da história mundial, o crescimento das cidades</p><p>foi intenso. Em 1801, 10% da população da Inglaterra vivia em</p><p>cidades de 100 mil habitantes ou mais; quarenta anos depois, esta</p><p>população estava duplicada e em 1900, quadruplicada. Nos países</p><p>que realizaram a Revolução Industrial posteriormente, como Estados</p><p>Unidos, Alemanha e Japão, a urbanização foi ainda mais veloz.</p><p>A partir do início do século XX, o ritmo de urbanização diminuiu</p><p>nesses países, de modo que os acréscimos populacionais</p><p>passaram a ser resultado do crescimento demográfico, e não mais</p><p>de um intenso êxodo rural. No pós-guerra, a concentração humana</p><p>e a elevação do poder aquisitivo das populações dos países mais</p><p>desenvolvidos produziram um grande aumento do consumo de</p><p>bens e serviços, o que favoreceu a expansão do setor terciário da</p><p>economia. Com isso, gradativamente houve um deslocamento</p><p>de parte da população ativa do setor secundário para o terciário,</p><p>ao mesmo tempo que ocorria uma urbanização mais lenta e</p><p>que permitia promover a melhora dos serviços e infraestrutura</p><p>essenciais à sociedade.</p><p>Após a Segunda Guerra Mundial, quando a urbanização</p><p>já estava “concluída” nos países centrais, foi a vez de os</p><p>países periféricos experimentarem uma urbanização rápida e</p><p>desordenada, principalmente na Ásia e na América Latina. Por</p><p>consequência disso, podemos notar que todos os países centrais e</p><p>a maioria dos periféricos industrializados possuem altas taxas de</p><p>urbanização. Afinal, ao se industrializarem, esses países (primeiro</p><p>os desenvolvidos, e depois os periféricos) experimentaram um</p><p>rápido crescimento populacional nas suas cidades.</p><p>Atualmente, a urbanização continua a ocorrer, mas de forma</p><p>desigual. Em muitos países pobres o ritmo de urbanização</p><p>continua acelerado, principalmente por conta das péssimas</p><p>condições de vida existentes na zona rural, causadas pela estrutura</p><p>fundiária bastante concentrada; pelos baixos salários e baixa</p><p>qualidade de vida; pela falta de apoio aos pequenos agricultores;</p><p>e pela modernização do campo, que ao se mecanizar provoca</p><p>desemprego e libera grandes contingentes de mão de obra para</p><p>as cidades.</p><p>Assim, os últimos 50 anos foram marcados por um</p><p>crescimento muito maior da urbanização nos chamados países</p><p>semiperiféricos e nos periféricos do que nos chamados países</p><p>centrais.  Esta urbanização pode ser classificada como tardia ou</p><p>anômala, possuindo como características a rapidez e a desordem</p><p>na ocupação do solo urbano. Além disso, nesses países também</p><p>predominou a urbanização periférica, já que boa parte dos novos</p><p>moradores das cidades acabaram indo morar em loteamentos</p><p>clandestinos de áreas de periferias, afastadas</p><p>dos centros</p><p>principais – por conta da dificuldade de obter imóveis baratos, o</p><p>que é causado pela especulação imobiliária.</p><p>Outra característica da urbanização atual é que, em função da</p><p>robotização industrial, houve uma diminuição do número de vagas</p><p>de emprego nas fábricas nas últimas décadas. Logo, atualmente</p><p>muitas cidades continuam a crescer e a verem sua população</p><p>aumentar, mas não necessariamente por conta da existência de</p><p>fábricas e da oferta de empregos industriais, como era no passado.</p><p>Na verdade, atualmente a maior parte das vagas de emprego em</p><p>muitas cidades estão nas atividades de comércio e prestação de</p><p>serviços. Com isso, aumenta a urbanização terciária – ou seja,</p><p>ligada ao setor terciário da economia.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR280</p><p>GEOGRAFIA II 11 URBANIZAÇÃO: CONCEITOS PRINCIPAIS</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>METROPOLIZAÇÃO E HIERARQUIA</p><p>URBANA</p><p>Metropolização é o que ocorre quando há uma concentração</p><p>do crescimento populacional em algumas poucas cidades. Essas</p><p>cidades passam a ser chamadas de metrópoles, e se caracterizam</p><p>pelo recebimento de grandes contingentes de novos habitantes,</p><p>o que as obriga a desenvolver cada vez mais infraestrutura e</p><p>serviços para atender a esses cidadãos. Com isso, passam a se</p><p>tornar mais importantes e a influenciar outras cidades vizinhas –</p><p>ou, dependendo da escala, do resto do país ou do mundo.</p><p>Esse processo teve início nos países centrais, junto com o</p><p>processo de urbanização influenciado pelo desenvolvimento das</p><p>indústrias. As metrópoles (detentoras dos principais equipamentos</p><p>urbanos e influências num determinado país) apresentaram, por</p><p>muito tempo, ritmo de crescimento populacional superior do que o</p><p>verificado nas médias e pequenas cidades.</p><p>Alguns exemplos são as metrópoles de Londres, Paris e,</p><p>posteriormente, Nova Iorque e Tóquio.</p><p>O crescimento dessas cidades originou conurbações (junção</p><p>das áreas urbanas de duas ou mais cidades), pois as metrópoles</p><p>passavam a crescer e a se encontrar fisicamente com outras</p><p>cidades vizinhas.</p><p>Esquema representando o processo de conurbação</p><p>Com isso, surgiram regiões metropolitanas, que são definidas</p><p>como sendo um conjunto de municípios contíguos, conurbados e</p><p>integrados a uma cidade principal (metrópole), com serviços públicos</p><p>e de infraestrutura comuns. Esse mesmo processo, quando ocorre</p><p>entre duas ou mais metrópoles, provoca a formação de uma outra</p><p>estrutura urbana, chamada de megalópole – que são conurbações</p><p>de duas ou mais regiões metropolitanas ou de metrópoles.</p><p>As megalópoles são mais comuns em países desenvolvidos,</p><p>justamente por eles terem um processo de urbanização mais antigo</p><p>e por terem mais metrópoles geograficamente próximas – o que</p><p>facilita a ocorrência de uma conurbação entre elas.</p><p>SÍTIO URBANO, SITUAÇÃO URBANA E FUNÇÃO URBANA</p><p>• Sítio Urbano - Relacionado a topografia do terreno</p><p>sobre a qual está estabelecida, pode ser entendida</p><p>como a base física da cidade.</p><p>Cidades localizadas em montanhas: La Paz e Quito.</p><p>Cidades localizadas em planaltos: Madri e Brasília.</p><p>Cidades localizadas em planícies: Paris e Manaus.</p><p>• Situação Urbana - Corresponde a posição de uma</p><p>cidade (que pode ser mais ou menos favorável) no</p><p>espaço com relação a outros próximos a ela.</p><p>Cidades litorâneas: Nova Iorque e Rio de Janeiro.</p><p>Cidades Fluviais: Paris e Manaus.</p><p>• Função Urbana - Baseada na atividade econômica</p><p>predominante da cidade e a qual grande parte da</p><p>população que ali vive depende. Cidades com mais de</p><p>uma função podem ser chamadas de multifuncionais.</p><p>Turística: Miami.</p><p>Comercial: Hong Kong.</p><p>Político-administrativa: Washington D.C e Brasília.</p><p>Religiosa: Jerusalém e Aparecida do Norte.</p><p>REDE E HIERARQUIA URBANA</p><p>A rede urbana é o conjunto articulado de cidades e grandes</p><p>centros urbanos, que se integram em escalas mundial, regional</p><p>e local por meio de fluxos de serviços, mercadorias, capitais,</p><p>informações e recursos humanos. O grau de integração de uma</p><p>dada rede urbana de um país é um indicativo de seu nível de</p><p>desenvolvimento. Em regiões economicamente mais dinâmicas, a</p><p>tendência é uma maior interligação entre as suas diferentes cidades,</p><p>geralmente mais adensadas e com uma melhor infraestrutura. Por</p><p>outro lado, países considerados subdesenvolvidos apresentam</p><p>uma integração limitada entre as suas cidades, com uma</p><p>organização territorial dispersa e pouco coesa.</p><p>Essa rede estrutura-se por meio de uma hierarquia, em que</p><p>as cidades menores costumam ser relativamente dependentes</p><p>das cidades maiores e economicamente mais desenvolvidas. Ou</p><p>seja, a hierarquia urbana é a influência ou polarização que cada</p><p>cidade exerce num determinado espaço, sendo que, por exemplo,</p><p>metrópoles são muito mais influentes do que centros regionais, que</p><p>por sua vez, são mais influentes do que cidades e vilas. Contudo, é</p><p>importante entender que, com a evolução tecnológica e a melhora</p><p>nos transportes e nas telecomunicações, a rede urbana melhorou e</p><p>a hierarquia entre as cidades se tornou muito menos rígida.</p><p>Exemplos de megalópoles nos EUA, Japão e Europa</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>11 URBANIZAÇÃO: CONCEITOS PRINCIPAIS</p><p>281</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>Relações entre as cidades: a hierarquia urbana antiga e a atual</p><p>Por isso mesmo, é importante entender o conceito de cidade</p><p>global. As cidades assim nomeadas são lugares de comando (poder</p><p>decisório) da política e/ou da economia internacional. Normalmente</p><p>possuem sedes de grandes corporações internacionais, de grandes</p><p>bancos e serviços ligados à tecnologia de ponta. São “nós” da</p><p>economia global, já que as decisões tomadas ali vão influenciar a</p><p>produção industrial, agropecuária e a vida de milhões de pessoas</p><p>ao redor do planeta. Nova Iorque, Londres, Tóquio e Paris são</p><p>exemplos de cidades globais com enorme influência. Porém, há</p><p>outras cidades globais que, apesar de serem menos influentes,</p><p>também representam polos de importância mundial – como é o</p><p>caso de São Paulo.</p><p>Classificação das Cidades Globais - 2008</p><p>Classificação das cidades globais Número de</p><p>cidades</p><p>Alfa ++ 2</p><p>Alfa + 7</p><p>Alfa 9</p><p>Alfa - 22</p><p>Beta + 21</p><p>Beta 10</p><p>Beta - 13</p><p>Gama + 18</p><p>Gama 13</p><p>Gama - 14</p><p>Na economia financeira atual, a formação de cidades globais</p><p>é algo crucial para o desenvolvimento de um dado país, pois são</p><p>nessas cidades que se instalam os principais centros econômicos</p><p>e onde a comunicação com os demais polos de desenvolvimento</p><p>acontece. Forma-se, então, uma verdadeira rede de cidades</p><p>globais, capazes de concentrar boa parte da população mundial e</p><p>de garantir o funcionamento da economia globalizada.</p><p>É importante não confundir o termo “cidade global” com o</p><p>termo “megacidade”. Isso porque as megacidades são, na verdade,</p><p>aglomerados urbanos com grande população – mais de dez</p><p>milhões de habitantes. Assim, enquanto as cidades globais são</p><p>mais comuns em países desenvolvidos, a maioria das megacidades</p><p>são encontradas em países periféricos, justamente por serem</p><p>estes os locais cujo processo de urbanização é mais recente – e</p><p>que, em vários casos, continua acelerado.</p><p>CRESCIMENTO DAS MEGACIDADES - 2010</p><p>CIDADES 2007</p><p>(MILHÕES)</p><p>2025*</p><p>(MILHÕES)</p><p>2007 - 2025*</p><p>(%)</p><p>Tóquio</p><p>(Japão) 35,7 36,4 0,11</p><p>Nova Iorque</p><p>(Estados</p><p>Unidos)</p><p>19,0 20,6 0,44</p><p>Cidade do</p><p>México</p><p>(México)</p><p>19,0 21,0 0,55</p><p>Mumbai</p><p>(Índia) 19,0 26,4 1,83</p><p>São Paulo</p><p>(Brasil ) 18,8 21,4 0,71</p><p>Délhi (Índia) 15,9 22,5 1,92</p><p>Xangai</p><p>(China) 15,0 19,4 1,44</p><p>Calcutá</p><p>(Índia) 14,8 20,6 1,83</p><p>Daca</p><p>(Bangladesh) 13,5 22,0 2,72</p><p>Buenos Aires</p><p>(Argentina) 12,8 13,8 0,41</p><p>* Estimativa.</p><p>Principais cidades globais (cidades muito influentes)</p><p>PRÉ-VESTIBULAR282</p><p>GEOGRAFIA II 11 URBANIZAÇÃO: CONCEITOS PRINCIPAIS</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>Principais megacidades (cidades muito populosas)</p><p>CIDADES-GÊMEAS</p><p>São cidades ou núcleos urbanos que se localizam em</p><p>países diferentes, mas que fazem fronteira entre si. Podem ser</p><p>espaços conurbados ou serem separadas por pontes ou vias,</p><p>e apresentam na maioria das vezes uma interdependência</p><p>maior do que com outras cidades do mesmo território</p><p>nacional. Exemplo:</p><p>Rivera do Uruguai (Uruguai) e Santana do</p><p>Livramento ( Brasil - RS).</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM)</p><p>O fluxo migratório representado está associado ao processo de</p><p>a) fuga de áreas degradadas.</p><p>b) inversão da hierarquia urbana.</p><p>c) busca por amenidades ambientais.</p><p>d) conurbação entre municípios contíguos.</p><p>e) desconcentração dos investimentos produtivos.</p><p>02. (ENEM)</p><p>O critério que rege a hierarquia urbana é a</p><p>a) existência de distritos industriais de grande porte.</p><p>b) importância histórica dos centros urbanos tradicionais.</p><p>c) centralidade exercida por algumas cidades em relação às demais.</p><p>d) proximidade em relação ao litoral das principais cidades brasileiras.</p><p>e) presença de sedes de multinacionais potencializando a</p><p>conexão global.</p><p>03. (ENEM)</p><p>O processo indicado no gráfico demonstra um aumento significativo</p><p>da população urbana em relação à população rural no Brasil. Esse</p><p>fenômeno pode ser explicado pela</p><p>a) atração de mão de obra pelo setor produtivo concentrado nas</p><p>áreas urbanas.</p><p>b) manutenção da instabilidade climática nas áreas rurais.</p><p>c) concentração da oferta de ensino nas áreas urbanas.</p><p>d) inclusão da população das áreas urbanas em programas</p><p>assistenciais.</p><p>e) redução dos subsídios para os setores da economia localizados</p><p>nas áreas rurais.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>11 URBANIZAÇÃO: CONCEITOS PRINCIPAIS</p><p>283</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>04. (ENEM) A presença de uma corrente migratória por si só não</p><p>explica a condição de vida dos imigrantes. Esta será somente a</p><p>aparência de um fenômeno mais profundo, estruturado em relações</p><p>socioeconômicas muitas vezes perversas. É o que podemos dizer</p><p>dos indivíduos que são deslocados do campo para as cidades e</p><p>obrigados a viver em condições de vida culturalmente diferentes</p><p>das que vivenciaram em seu lugar de origem.</p><p>SCARLATO, F. C. População e urbanização brasileira. In: ROSS, J. L. S. Geografia do</p><p>Brasil. São Paulo: Edusp, 2009.</p><p>O texto faz referência a um movimento migratório que reflete o(a)</p><p>a) processo de deslocamento de trabalhadores motivados pelo</p><p>aumento da oferta de empregos no campo.</p><p>b) dinâmica experimentada por grande quantidade de pessoas,</p><p>que resultou no inchaço das grandes cidades.</p><p>c) Permuta de locais específicos, obedecendo a fatores cíclicos</p><p>naturais.</p><p>d) circulação de pessoas diariamente em função do emprego.</p><p>e) cultura de localização itinerante no espaço.</p><p>05. (ENEM) O quadro apresenta as 10 cidades mais populosas do</p><p>mundo em 1900 e os resultados de projeções das populações para</p><p>2001 e 2015.</p><p>1900 Pop.* 2001 Pop.* 2015 Pop.*</p><p>Londres 6,6 Tóquio 29 Tóquio 29</p><p>Nova York 3,4 Cidade do</p><p>México 18 Bombaim 26</p><p>Paris 2,7 São Paulo 17 Lagos,</p><p>Nigéria 25</p><p>Berlim 1,9 Bombaim 17 São Paulo 20</p><p>Chicago 1,7 Nova</p><p>York 16 Karachi,</p><p>Paquistão 19</p><p>Viena 1,7 Xangai 14 Dacar,</p><p>Bangladesh 19</p><p>Tóquio 1,5 Los</p><p>Angeles 13 Cidade do</p><p>México 19</p><p>Wuhan,</p><p>China 1,5 Lagos,</p><p>Nigéria 13 Xangai 18</p><p>Filadélfia 1,3 Calcutá 13 Nova York 18</p><p>São</p><p>Petersburgo 1,3 Buenos</p><p>Aires 12 Calcutá 17</p><p>* em milhões de habitantes. Revista Veja, 24 de janeiro</p><p>de 2001.</p><p>As variações populacionais apresentadas no quadro permitem</p><p>observar que</p><p>a) as maiores cidades do mundo atual devem crescer mais nos</p><p>primeiros 15 anos deste século do que cresceram em todo o</p><p>século XX.</p><p>b) atualmente as cidades mais populosas do mundo pertencem</p><p>aos países subdesenvolvidos.</p><p>c) Tóquio, que hoje é a maior cidade do mundo, no início do século</p><p>XX ainda não era considerada uma grande cidade.</p><p>d) no início do século XX, as cidades com mais de 1 milhão</p><p>de habitantes estavam localizadas em países que hoje</p><p>são desenvolvidos.</p><p>e) o crescimento populacional das grandes cidades, nas primeiras</p><p>décadas do século XXI, ocorrerá principalmente nos países</p><p>hoje subdesenvolvidos.</p><p>06. (ENEM) As cidades não são entidades isoladas, mas interagem</p><p>entre si e articulam-se de maneira cada vez mais complexa à</p><p>medida que as funções urbanas e as atividades econômicas se</p><p>diversificam e sua população cresce. Intensificam-se os fluxos de</p><p>informação, pessoas, capital, mercadorias e serviços que ligam as</p><p>cidades em redes urbanas.</p><p>Sobre esse processo de complexificação dos espaços urbanos é</p><p>correto afirmar que</p><p>a) a centralidade urbana das pequenas cidades é função da</p><p>sua capacidade de captar o excedente agrícola das áreas</p><p>circundantes e mantê-lo em seus estabelecimentos comerciais.</p><p>b) as grandes redes de supermercados organizam redes urbanas,</p><p>pois seus esquemas de distribuição atacadista e varejista</p><p>circulam pelas cidades e fortalecem sua centralidade.</p><p>c) as capitais nacionais são sempre as grandes metrópoles, pois</p><p>concentram o poder de gestão sobre o território de um país,</p><p>além de exportarem bens e serviços.</p><p>d) o desenvolvimento das técnicas de comunicação, transporte</p><p>e gestão permitiu a formação de redes urbanas regionais e</p><p>nacionais articuladas a redes internacionais e cidades globais.</p><p>e) a descentralização das atividades e serviços para cidades</p><p>menores ocasiona perda de poder econômico e político das</p><p>cidades hegemônicas das redes urbanas.</p><p>07. (FUVEST)</p><p>Sobre as 20 aglomerações urbanas mais populosas do mundo,</p><p>conforme gráfico ao lado, é correto afirmar:</p><p>a) A maioria delas se encontra na Ásia, e, dentre estas, predominam</p><p>as localizadas em países com economias desenvolvidas ou em</p><p>desenvolvimento.</p><p>b) Mais de 50% delas encontram-se em países desenvolvidos,</p><p>com alto PIB e alta distribuição de renda.</p><p>c) 50% delas estão localizadas na América Latina, em países</p><p>subdesenvolvidos e pouco industrializados.</p><p>d) 25% delas estão em países da Europa Oriental, em que há boa</p><p>distribuição de renda e serviços públicos essenciais gratuitos.</p><p>e) O segundo maior número dessas aglomerações encontra-se</p><p>em países da África, as quais se caracterizam por baixo IDH.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR284</p><p>GEOGRAFIA II 11 URBANIZAÇÃO: CONCEITOS PRINCIPAIS</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>08. (UERJ) Nota intitulada “Urbano ou rural?” foi destaque na coluna</p><p>Radar, na revista Veja. Ela apresenta o caso extremo de União da Serra</p><p>(RS), município de 1900 habitantes, dos quais 286 são considerados</p><p>urbanos. A reportagem da revista apontou as seguintes evidências:</p><p>a) a totalidade dos moradores sobrevive de rendimentos associados</p><p>à agropecuária; b) a “população” de galinhas e bois é 200 vezes</p><p>maior que a de pessoas; c) nenhuma residência é atendida por rede</p><p>de esgoto; d) não há agência bancária.</p><p>JOSÉ ELI DA VEIGA</p><p>Adaptado de www.zeeli.pro.br.</p><p>A situação descrita no texto ocorre porque, no Brasil, a classificação</p><p>oficial de uma aglomeração urbana se dá exclusivamente a partir</p><p>do seguinte critério:</p><p>a) hierárquico-funcional</p><p>b) econômico-financeiro</p><p>c) político-administrativo</p><p>d) demográfico-quantitativo</p><p>09. (UNICAMP) A metrópole industrial do passado integrava no</p><p>espaço urbano diversos processos produtivos, ocorrendo uma</p><p>concentração espacial das plantas de fábrica, da infraestrutura</p><p>e dos trabalhadores. Na metrópole contemporânea predomina</p><p>uma dispersão territorial das atividades econômicas e da força</p><p>de trabalho. Nesta, a produção fabril tende a se instalar na</p><p>periferia ou nos arredores do perímetro urbano, enquanto as</p><p>atividades associadas ao poder financeiro, político e econômico</p><p>concentram-se na área urbana mais adensada.</p><p>(Adaptado de Carlos de Matos, “Redes, nodos e cidades: transformação da</p><p>metrópole latino-americana”, em Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro (org.), Metrópoles:</p><p>entre a coesão e a fragmentação, a cooperação e o conflito. São Paulo: Editora</p><p>Perseu Abramo; Rio de Janeiro: Fase, 2004, 157-196.)</p><p>Como principal característica da metrópole contemporânea,</p><p>destaca-se</p><p>a) a concentração da atividade industrial e das funções</p><p>administrativas das empresas no mesmo local.</p><p>b) o aumento da densidade demográfica nas áreas do antigo</p><p>centro histórico da metrópole.</p><p>c) a concentração do poder decisório da administração pública e</p><p>das empresas em uma única área da metrópole.</p><p>d) a diversificação das atividades comerciais e de serviços na</p><p>área</p><p>do perímetro urbano.</p><p>10. (UERJ) Observe nas imagens a área urbanizada em quatro</p><p>metrópoles nos anos de 1990 e de 2000.</p><p>No período 1990-2000, o processo de periferização ocorreu de</p><p>forma mais intensa na área metropolitana de:</p><p>a) Varsóvia</p><p>b) Chengdu</p><p>c) Bangalore</p><p>d) Sacramento</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. D</p><p>02. C</p><p>03. A</p><p>04. B</p><p>05. E</p><p>06. D</p><p>07. A</p><p>08. C</p><p>09. D</p><p>10. B</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 285SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>URBANIZAÇÃO:</p><p>PROCESSOS PRINCIPAIS12</p><p>PROCESSOS URBANOS</p><p>O processo de urbanização brasileira seguiu a tendência dos</p><p>países semiperiféricos, sendo, portanto, um processo acelerado,</p><p>concentrador e mal planejado. O resultado foi a ocorrência de diversos</p><p>processos urbanos problemáticos, bem como o aparecimento</p><p>de diversos problemas estruturais nas cidades, destacadamente</p><p>nas metrópoles, representando uma fragmentação cada vez mais</p><p>ampla do tecido socioespacial destas. A expansão do processo</p><p>de favelização, a criminalização dos espaços carentes e de uma</p><p>parcela da sociedade, a intensificação da segregação espacial</p><p>(estando marcada por uma forte desigualdade na distribuição de</p><p>renda) e a queda na qualidade de vida são alguns dos aspectos que</p><p>se tornaram marcantes em muitas metrópoles.</p><p>DÉFICIT HABITACIONAL, FAVELAS</p><p>E TERRITORIALIZAÇÃO</p><p>Como resultado de um déficit habitacional nas metrópoles foi</p><p>possível observar uma forte expansão do processo de favelização,</p><p>ou seja, a ocupação de áreas irregulares com as construções</p><p>sendo realizadas fora dos padrões determinados pelo Estatuto das</p><p>Cidades, sendo assim uma área de ocupação não adequada às</p><p>medidas de organização do espaço urbano dos órgãos públicos.</p><p>No Rio de Janeiro, esse é um processo antigo, que existe desde</p><p>o século XIX. Porém, o processo de urbanização recente tornou a</p><p>expansão do número e do tamanho das favelas muito maior.</p><p>Nesses espaços observa-se a existência de uma precária</p><p>infraestrutura, fazendo com que seus habitantes tenham um</p><p>acesso muito limitado aos serviços públicos que são considerados</p><p>básicos para uma mínima qualidade de vida. Além disso, dentro da</p><p>sociedade existe uma visão muito preconceituosa quanto às favelas</p><p>e seus moradores. Com isso, muitos tratam as comunidades como</p><p>um espaço de total criminalização e seus habitantes como pessoas</p><p>ligadas a atividades ilegais.</p><p>Por um lado, observa-se que os chamados grupos violentos –</p><p>facções criminosas e grupos paramilitares (milícias) – encontraram</p><p>nas favelas o espaço ideal para o seu enraizamento e expansão,</p><p>aproveitando-se da atuação ausente e pouco participativa do</p><p>Estado, muitas vezes substituindo suas funções, fazendo surgir</p><p>uma relação de dependência junto aos moradores. Além disso,</p><p>esses grupos vão se utilizar de mecanismos violentos para a</p><p>sustentação de seu poder, o que provoca uma territorialização do</p><p>espaço. Soma-se a isso que a vida criminosa, por muitas vezes,</p><p>vai oferecer uma renda muito maior e de mais fácil obtenção aos</p><p>moradores das favelas – destacadamente os jovens – do que</p><p>conseguiriam em empregos de baixa qualificação. Isso alimenta</p><p>cada vez mais a atuação dos grupos violentos, sobretudo após a</p><p>chegada de certa infraestrutura nesses espaços (luz, água etc.)</p><p>– o que despertou o consumismo nos habitantes e, com isso,</p><p>aumentou o número de pessoas dispostas a ingressarem na vida</p><p>do crime.</p><p>Por outro lado, nesses espaços carentes das grandes cidades</p><p>é possível observar o predomínio de pessoas que não possuem</p><p>envolvimento com os grupos violentos, que exercem empregos</p><p>(formais ou informais) fora da criminalidade, além da existência</p><p>de muitos movimentos culturais e da atuação de ONG´s que lutam</p><p>para evitar a inserção de jovens na vida criminosa.</p><p>Em muitos casos algumas das favelas que mais se expandem</p><p>são aquelas próximas às áreas mais nobres da cidade. Isso pode</p><p>ser explicado por diversos motivos, dentre os quais:</p><p>• busca por locais de residência mais próximos do local de</p><p>emprego, como forma de fugir dos problemas e estresse</p><p>gerados pelos movimentos pendulares;</p><p>• maiores oportunidades de empregos em funções de baixa</p><p>qualificação;</p><p>• maior facilidade no acesso a serviços públicos, como</p><p>saúde e educação;</p><p>• proximidade de espaços de lazer, como praias e praças</p><p>públicas.</p><p>SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL: A</p><p>CIDADE DIVIDIDA</p><p>Como resultado dos diferenciados processos de acumulação</p><p>de riqueza no espaço urbano de uma cidade capitalista, é</p><p>possível observar o surgimento e intensificação da segregação</p><p>socioespacial, ou seja, a cidade tendo seu espaço fragmentado de</p><p>acordo com as classes sociais. De acordo com Marcelo Lopes de</p><p>Souza, a segregação residencial é um resultado de vários fatores,</p><p>desde a pobreza (e o racismo, sobretudo em uma situação como</p><p>dos EUA) ao papel do Estado na criação de disparidades espaciais</p><p>em matéria de infraestrutura e no favorecimento dos moradores de</p><p>elite (principalmente em um país como o Brasil).</p><p>Segregação socioespacial</p><p>Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Rocinha_Favela_Brazil_Slums.jpg</p><p>Observa-se que a expansão da violência também fez despertar</p><p>nos grupos sociais mais favorecidos a ideia de isolamento dos</p><p>problemas urbanos, dando origem ao fenômeno de autossegregação,</p><p>ou seja, pessoas que optam pelo enclausuramento em condomínios</p><p>fechados, dotados de toda a infraestrutura e serviços necessários</p><p>aos padrões desse grupo, fugindo assim da necessidade de sair</p><p>desses espaços. A autossegregação acaba sendo uma forma de</p><p>escapismo dos problemas urbanos existentes na cidade, sendo um</p><p>elemento que amplia ainda mais a questão da fragmentação do</p><p>tecido socioespacial urbano.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR286</p><p>GEOGRAFIA II 12 URBANIZAÇÃO: PROCESSOS PRINCIPAIS</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>Autossegregação</p><p>Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alphaville_Industrial,</p><p>_Barueri_-_SP,_Brazil_-_panoramio_(15).jpg</p><p>Portanto, a concentração de renda, a atuação errônea do</p><p>Estado e as diferentes soluções encontradas pelos grupos sociais</p><p>alimentam a divisão do espaço urbano e a expansão da violência.</p><p>Para solucionar esses difíceis problemas são necessárias grandes</p><p>mudanças na estrutura social, no planejamento urbano, nas</p><p>políticas habitacionais, na distribuição de renda e nas formas de</p><p>ação do Estado, para que assim todos os habitantes das metrópoles</p><p>possam usufruir de uma boa qualidade de vida.</p><p>GENTRIFICAÇÃO</p><p>É o processo de revitalização dos espaços urbanos ou a aparente</p><p>substituição de paisagens de caráter popular por construções</p><p>típicas de áreas nobres. Trata-se de um processo em que o espaço</p><p>geográfico urbano é transformado e ressignificado, sobretudo em</p><p>função da valorização acentuada e do enobrecimento de uma área</p><p>antes considerada marginal.</p><p>Muitas vezes, as áreas periféricas de uma cidade formam-se</p><p>de maneira não planejada, seja através de invasões, seja através</p><p>de uma expansão descontrolada de loteamentos imobiliários em</p><p>áreas afastadas. Esses locais, quase sempre sem infraestrutura</p><p>básica (como saneamento, asfalto e transporte público de</p><p>qualidade), sofrem pela sua distância em relação aos principais</p><p>centros urbanos da cidade.</p><p>Com o tempo, prolifera-se aquilo que o geógrafo Roberto</p><p>Lobato Corrêa denomina por descentralização, em que as áreas</p><p>centrais – detentoras dos principais serviços e atividades urbanas</p><p>– multiplicam-se e disseminam-se para outras áreas. Com isso,</p><p>regiões antes desvalorizadas e sem estrutura ressignificam-</p><p>se, passando por uma acentuada especulação imobiliária e</p><p>modernização de seus espaços.</p><p>É nesse contexto que a gentrificação ocorre, e áreas antes</p><p>desvalorizadas passam a ter um custo muito alto, ao passo em que</p><p>a população residente nesse local é gradativamente substituída por</p><p>um perfil comercial ou de grupos sociais mais abastados. Com isso,</p><p>a paisagem modifica-se, e as zonas, que antes eram só guetos,</p><p>barracos e pobreza, transformam-se em condomínios, prédios e</p><p>casas de médio e alto padrão. Ou seja, ocorre uma mudança no</p><p>perfil social nas áreas gentrificadas.</p><p>No entanto,</p><p>é importante considerar que a transformação</p><p>desses espaços não representa necessariamente uma mudança</p><p>no padrão de vida da sociedade, haja vista que a população</p><p>mais pobre, ao emigrar dessas regiões, passa a habitar outras</p><p>localidades, geralmente ainda mais periferizadas. Essa ocorrência</p><p>é chamada de segregação urbana.</p><p>Nem sempre o processo de gentrificação é um fenômeno</p><p>econômico sem relação com as ações públicas. Pelo contrário:</p><p>na maior parte das vezes é o próprio Estado quem comanda ou</p><p>interfere no processo. Na África do Sul, durante a Copa, algumas</p><p>populações foram removidas e deslocadas para moradias</p><p>populares, e seus lares pobres foram substituídos por outras</p><p>construções. Na Copa do Mundo de 2014, a região da zona leste</p><p>de São Paulo viu uma ressignificação de suas áreas após a</p><p>construção do estádio de futebol utilizado pela cidade durante o</p><p>megaevento, com a consequente valorização abrupta do valor do</p><p>solo. O mesmo aconteceu com a zona portuária do Rio de Janeiro,</p><p>gentrificada para atender a demandas turísticas dos megaeventos</p><p>de 2014 (Copa do Mundo) e 2016 (Olimpíadas).</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM) O consumo da habitação, em especial aquela</p><p>dotada de atributos especiais no espaço urbano, contribui para</p><p>o entendimento do fenômeno, pois certas áreas tornam-se alvos</p><p>de operações comerciais de prestígio com a produção e/ou a</p><p>renovação de construções, diferente de outras porções da cidade,</p><p>dotadas de menor infraestrutura.</p><p>SANTOS, A. R. O consumo da habitação de luxo no espaço urbano parisiense.</p><p>Confins, n.23, 2015 (adaptado).</p><p>O conceito que define o processo descrito denomina-se</p><p>a) escala cartográfica.</p><p>b) conurbação metropolitana.</p><p>c) território nacional.</p><p>d) especulação imobiliária.</p><p>e) paisagem natural.</p><p>02. (ENEM) Com o fim da Ditadura, os movimentos populares tiveram</p><p>maior participação na formulação dos programas governamentais</p><p>para a reforma urbana. Porém, o direito à moradia só é expresso no</p><p>corpo da Constituição por meio de emenda, em 2000, que alterou</p><p>o conteúdo do art. 6º, que trata dos direitos sociais. Na década</p><p>de 1990 começou a tramitar um projeto de lei que levou mais de</p><p>dez anos para ser aprovado, tendo como resultado o Estatuto da</p><p>Cidade. Essa lei instrumentaliza os municípios para a garantia do</p><p>pleno desenvolvimento das funções sociais e ambientais da cidade</p><p>e da propriedade.</p><p>HOLZ, S.; MONTEIRO, T. V. A. M. Disponível em: www.sociologia.ufsc.br.</p><p>Acesso em: 7 maio 2013 (adaptado).</p><p>A aprovação do referido estatuto responde à necessidade de</p><p>a) democratização do uso do solo.</p><p>b) ampliação de áreas construídas.</p><p>c) diversificação do parque nacional.</p><p>d) expansão do transporte individual.</p><p>e) centralização de recursos financeiros.</p><p>03. (ENEM) O conceito de função social da cidade incorpora a</p><p>organização do espaço físico como fruto da regulação social, isto é,</p><p>a cidade deve contemplar todos os seus moradores e não somente</p><p>aqueles que estão no mercado formal da produção capitalista da</p><p>cidade. A tradição dos códigos de edificação, uso e ocupação do</p><p>solo no Brasil sempre partiram do pressuposto de que a cidade não</p><p>tem divisões entre os incluídos e os excluídos socialmente.</p><p>QUINTO JR., L. P. Nova legislação urbana e os velhos fantasmas.</p><p>Estudos Avançados (USP), n. 47, 2003 (adaptado).</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>12 URBANIZAÇÃO: PROCESSOS PRINCIPAIS</p><p>287</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>Uma política governamental que contribui para viabilizar a função</p><p>social da cidade, nos moldes indicados no texto, é a</p><p>a) qualificação de serviços públicos em bairros periféricos.</p><p>b) implantação de centros comerciais em eixos rodoviários.</p><p>c) proibição de construções residenciais em regiões íngremes.</p><p>d) disseminação de equipamentos culturais em locais turísticos.</p><p>e) desregulamentação do setor imobiliário em áreas favelizadas.</p><p>04. (UERJ) Hoje, a interação espacial entre “comunidades”, no que</p><p>tange ao deslocamento de pessoas moradoras em uma delas</p><p>para visitarem amigos ou parentes ou estabelecerem contatos</p><p>associativos com pessoas residentes em outras, tornou-se um</p><p>tanto difícil, devido aos mecanismos de controle impostos pelos</p><p>traficantes e à rivalidade e aos choques entre quadrilhas baseadas</p><p>em favelas diferentes (...).</p><p>SOUZA, Marcelo Lopes de. O desafio metropolitano: um estudo sobre a problemática</p><p>sócio-espacial nas metrópoles brasileiras. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.</p><p>O fenômeno descrito no texto, que vem ocorrendo nas últimas décadas,</p><p>corresponde mais diretamente ao seguinte processo socioespacial:</p><p>a) hierarquização</p><p>b) regionalização</p><p>c) metropolização</p><p>d) territorialização</p><p>05. (FUVEST) Em Barcelona, em 2012 e 2013, a cada 15 minutos</p><p>uma família recebia ordem de despejo. Desde então, o panorama</p><p>da habitação mudou totalmente. “(...) Estamos assistindo uma</p><p>onda de especulação imobiliária (...) que agora se foca no aluguel”,</p><p>explica Daniel Pardo da Associação de Moradores para um Turismo</p><p>Sustentável. “Este fenômeno pôs em marcha um processo acelerado</p><p>e violento de expulsão de inquilinos”, acrescenta. Onde a pressão</p><p>da especulação imobiliária internacional e a indústria do turismo</p><p>causaram um aumento substancial nos preços dos aluguéis,</p><p>os catalães têm hoje de gastar mais de 46% dos seus salários com</p><p>o aluguel. Para os jovens até os 35 anos, a taxa de esforço aumenta</p><p>até os 65% (...). “Não queremos que os habitantes de Barcelona</p><p>sejam substituídos por pessoas com maior poder de compra”, diz a</p><p>porta-voz do Sindicato dos Inquilinos. Só em Barcelona, 15 fundos</p><p>de investimento imobiliário possuem 3.000 apartamentos.</p><p>“Os habitantes querem a sua cidade de volta”. Reportagem de Ulrike</p><p>Prinz para o Goethe-Institut Madrid. Maio/2018. Adaptado.</p><p>Os conceitos que explicam as dinâmicas urbanas descritas no</p><p>excerto são:</p><p>a) Financeirização e Industrialização.</p><p>b) Gentrificação e Segregação.</p><p>c) Aglomeração e Conurbação.</p><p>d) Industrialização e Segregação.</p><p>e) Conurbação e Gentrificação.</p><p>06. (ENEM) No século XIX, o preço mais alto dos terrenos</p><p>situados no centro das cidades é causa da especialização dos</p><p>bairros e de sua diferenciação social. Muitas pessoas, que não</p><p>têm meios de pagar os altos aluguéis dos bairros elegantes, são</p><p>progressivamente rejeitadas para a periferia, como os subúrbios e</p><p>os bairros mais afastados.</p><p>RÉMOND, R. O século XIX. São Paulo: Cultrix, 1989 (adaptado).</p><p>Uma consequência geográfica do processo socioespacial descrito</p><p>no texto é a</p><p>a) criação de condomínios fechados de moradia.</p><p>b) decadência das áreas centrais de comércio popular.</p><p>c) aceleração do processo conhecido como cercamento.</p><p>d) ampliação do tempo de deslocamento diário da população.</p><p>e) contenção da ocupação de espaços sem infraestrutura satisfatória</p><p>07. (ENEM) A crise do modelo de desenvolvimento brasileiro,</p><p>perverso e excludente, foi marcada, especialmente, pela</p><p>concentração de renda. As consequências dessa agravante</p><p>são observadas por alguns problemas caóticos, como gastos</p><p>infinitos com segurança pública, vias saturadas e mal planejadas,</p><p>poluição hídrica e aglomerados urbanos sem infraestrutura.</p><p>SOUZA, J. A. et. al. Ocupação Desordenada.</p><p>In: Revista Conhecimento Prático Geografia, abr. 2010 (adaptado).</p><p>No espaço urbano brasileiro, vêm se agravando os problemas</p><p>socioambientais relacionados a um modelo de desenvolvimento</p><p>que configurou formas diversas de exclusão social. Uma ação</p><p>capaz de colaborar com a solução desses problemas é</p><p>a) investir de forma eficiente em melhorias na qualidade de vida</p><p>no campo para impedir o êxodo rural.</p><p>b) integrar necessidades econômicas e sociais na formulação de</p><p>estratégias de planejamento para as cidades.</p><p>c) transferir as populações das favelas para áreas não suscetíveis</p><p>à erosão em outros estados.</p><p>d) considerar a organização dos espaços urbanos de acordo com</p><p>as condições culturais dos grupos que os ocupam.</p><p>e) facilitar o assentamento de populações nas áreas fluviais urbanas</p><p>para incentivar a formação de espaços produtivos democráticos.</p><p>08. (ENEM) Pense no</p><p>crescimento tecnológico de sua cidade nos</p><p>últimos 10 ou 15 anos e perceberá que, embora ela tenha crescido,</p><p>a maioria dos novos bairros é moradia de pessoas humildes</p><p>que, ou foram expulsas da área mais central pelo progresso</p><p>técnico-científico, ou vieram do campo ou de outras regiões</p><p>buscando melhores condições de vida, mas agora residem em</p><p>lugares desprovidos dos serviços básicos.</p><p>SOUZA, A. J. Texto e sugestões de atividades para abordar os conceitos</p><p>de progresso e desenvolvimento. In: Ciência Geográfica, AGB, dez. 1995 (adaptado).</p><p>Com as transformações ocorridas nas áreas rurais e urbanas</p><p>das cidades pelo advento das tecnologias, as pessoas procuram</p><p>se beneficiar de novas formas de sobrevivência. Para isso,</p><p>apropriam-se dos espaços irregularmente. Diante dessa situação,</p><p>o poder público deve criar políticas capazes de gerar</p><p>a) adaptação das moradias para oferecer qualidade de vida</p><p>às pessoas.</p><p>b) locais de moradia dignos e infraestrutura adequada para esses</p><p>novos moradores.</p><p>c) mutirões entre os moradores para o melhoramento estético</p><p>das moradias populares.</p><p>d) financiamentos para novas construções e acompanhamento</p><p>dos serviços técnicos.</p><p>e) situações de regularização de seus terrenos, mesmo que em</p><p>áreas inadequadas.</p><p>09. (ENEM) Subindo morros, margeando córregos ou penduradas</p><p>em palafitas, as favelas fazem parte da paisagem de um terço dos</p><p>municípios do país, abrigando mais de 10 milhões de pessoas,</p><p>segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).</p><p>MARTINS, A. R. A favela como um espaço da cidade.</p><p>Disponível em: http://www.revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 31 jul. 2010.</p><p>A situação das favelas no país reporta a graves problemas de</p><p>desordenamento territorial. Nesse sentido, uma característica</p><p>comum a esses espaços tem sido</p><p>a) o planejamento para a implantação de infraestruturas</p><p>urbanas necessárias para atender as necessidades básicas</p><p>dos moradores.</p><p>b) a organização de associações de moradores interessadas na</p><p>melhoria do espaço urbano e financiadas pelo poder público.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR288</p><p>GEOGRAFIA II 12 URBANIZAÇÃO: PROCESSOS PRINCIPAIS</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>c) a presença de ações referentes à educação ambiental com</p><p>consequente preservação dos espaços naturais circundantes.</p><p>d) a ocupação de áreas de risco suscetíveis a enchentes ou</p><p>desmoronamentos com consequentes perdas materiais</p><p>e humanas.</p><p>e) o isolamento socioeconômico dos moradores ocupantes</p><p>desses espaços com a resultante multiplicação de políticas</p><p>que tentam reverter esse quadro.</p><p>10. (ENEM) O crescimento rápido das cidades nem sempre é</p><p>acompanhado, no mesmo ritmo, pelo atendimento de infraestrutura</p><p>para a melhoria da qualidade de vida. A deficiência de redes de água</p><p>tratada, de coleta e tratamento de esgoto, de pavimentação de ruas,</p><p>de galerias de águas pluviais, de áreas de lazer, de áreas verdes,</p><p>de núcleos de formação educacional e profissional, de núcleos de</p><p>atendimento médico-sanitário é comum nessas cidades.</p><p>ROSS, J. L .S. (Org.) Geografia do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2009 (adaptado)</p><p>Sabendo que o acelerado crescimento populacional urbano está</p><p>articulado com a escassez de recursos financeiros e a dificuldade</p><p>de implementação de leis de proteção ao meio ambiente, pode-</p><p>se estabelecer o estímulo a uma relação sustentável entre</p><p>conservação e produção a partir</p><p>a) do aumento do consumo, pela população mais pobre, de</p><p>produtos industrializados para o equilíbrio da capacidade de</p><p>consumo entre as classes.</p><p>b) da seleção e recuperação do lixo urbano, que já é uma</p><p>prática rotineira nos grandes centros urbanos dos países em</p><p>desenvolvimento.</p><p>c) da diminuição acelerada do uso de recursos naturais, ainda</p><p>que isso represente perda da qualidade de vida de milhões</p><p>de pessoas.</p><p>d) da fabricação de produtos reutilizáveis e biodegradáveis,</p><p>evitando-se substituições e descartes, como medidas para a</p><p>redução da degradação ambiental.</p><p>e) da transferência dos aterros sanitários para as partes mais</p><p>periféricas das grandes cidades,visando-se à preservação dos</p><p>ambientes naturais.</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. D</p><p>02. A</p><p>03. A</p><p>04. D</p><p>05. B</p><p>06. D</p><p>07. B</p><p>08. B</p><p>09. D</p><p>10. D</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 289SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>URBANIZAÇÃO BRASILEIRA13</p><p>A CRONOLOGIA DA URBANIZAÇÃO</p><p>NO BRASIL</p><p>O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a</p><p>partir do processo de industrialização, que funcionou como um dos</p><p>principais fatores para o deslocamento da população da área rural</p><p>em direção à área urbana. Esse deslocamento, também chamado</p><p>de êxodo rural, provocou a mudança de um modelo agrário-</p><p>exportador para um modelo urbano-industrial. Atualmente, mais de</p><p>80% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que equivale</p><p>aos níveis de urbanização dos países desenvolvidos.</p><p>URBANIZAÇÃO × CRESCIMENTO URBANO</p><p>É comum a confusão entre os termos crescimento</p><p>urbano e urbanização. Isso ocorre principalmente porque</p><p>além de serem semelhantes são processos que apresentam</p><p>uma ligação entre si. A urbanização ocorre quando em um</p><p>determinado local a população urbana cresce mais do</p><p>que a população rural, principalmente devido a migração</p><p>rural-urbana (êxodo rural). Já o crescimento urbano ocorre</p><p>quando se tem uma expansão da população urbana devido</p><p>à natalidade (nascimentos) sem necessariamente o espaço</p><p>estar passando por uma urbanização.</p><p>Até 1950 o Brasil era um país de população majorita-riamente</p><p>rural. As principais atividades econômicas estavam associadas</p><p>à exportação de produtos agrícolas, dentre eles o café. Com o</p><p>início do processo industrial, em 1930, houve um brusco aumento</p><p>do êxodo rural. Além da industrialização, outros dois fatores</p><p>também ajudaram a provocar esse deslocamento campo-cidade:</p><p>a concentração fundiária e a mecanização do campo.</p><p>Em 1940, apenas 31% da população brasileira vivia em cidades.</p><p>Foi a partir de 1950 que o processo de urbanização se intensificou,</p><p>pois com a industrialização promovida por Getúlio Vargas e</p><p>Juscelino Kubitschek houve a formação de um mercado interno</p><p>integrado que atraiu milhares de pessoas para o Sudeste do país,</p><p>região que possuía a maior infraestrutura e, consequentemente, a</p><p>que concentrava o maior número de indústrias – e empregos.</p><p>Na década de 1970, mais da metade dos brasileiros já se</p><p>encontrava em áreas urbanas, cuja oferta de emprego e de serviços,</p><p>como saúde, educação e transporte, eram maiores que no espaço</p><p>rural. O resultado desse processo é que, nos últimos 60 anos, a</p><p>população rural aumentou cerca de 12%, enquanto que a população</p><p>urbana aumentou mais de 1000%, passando de 13 para 174 milhões</p><p>de habitantes.</p><p>AS DESIGUALDADES REGIONAIS</p><p>As desigualdades econômicas e a dificuldade de determinadas</p><p>regiões em se inserirem na economia nacional promoveram uma</p><p>urbanização diferenciada em cada uma das macrorregiões do país.</p><p>A região Sudeste, por concentrar a maior parte das indústrias</p><p>do país, foi a que recebeu os maiores fluxos migratórios vindos da</p><p>área rural – oriundos principalmente da região Nordeste. A tabela a</p><p>seguir evidencia a consequência direta desse movimento migratório:</p><p>o Sudeste foi a região com as maiores taxas de urbanização nos</p><p>últimos 70 anos. Na década de 1960, com 57% de habitantes</p><p>urbanos, foi a primeira região a registrar uma superioridade</p><p>numérica de habitantes vivendo na área urbana em relação à</p><p>população rural.</p><p>Taxa de Urbanização das Regiões Brasileiras (%)</p><p>Região 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 2010</p><p>Brasil 31,24 36,16 44,67 55,92 67,59 75,59 81,23 83,48 84,36</p><p>Norte 27,75 31,49 37,38 45,13 51,65 59,05 69,83 76,43 73,53</p><p>Nordeste 23,42 26,4 33,89 41,81 50,46 60,65 69,04 71,76 73,13</p><p>Sudeste 39,42 47,55 57 72,68 82,81 88,02 90,52 92,03 92,95</p><p>Sul 27,73 29,5 37,1 44,27 62,41 74,12 80,94 82,9 84,93</p><p>Centro-</p><p>Oeste 21,52 24,38 34,22 48,04 67,79 81,28 86,73 86,81 88,8</p><p>PRÉ-VESTIBULAR290</p><p>GEOGRAFIA II 13 URBANIZAÇÃO BRASILEIRA</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>Na região Centro-Oeste, o processo</p><p>de urbanização teve</p><p>como principal fator a construção de Brasília, em 1960, que atraiu</p><p>milhares de trabalhadores, a maior parte deles vindos das regiões</p><p>Norte e Nordeste. Desde o final da década de 1960 e início da</p><p>década de 1970, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais</p><p>urbanizada do país, num processo que também foi influenciado</p><p>pela mecanização da agricultura e pela expansão da fronteira</p><p>agrícola, já que muitas cidades surgiram ou cresceram como</p><p>pontos de apoio da produção agropecuária.</p><p>A urbanização na região Sul foi lenta até a década de 1970,</p><p>em razão de suas características econômicas serem baseadas no</p><p>predomínio da propriedade familiar e da policultura. Isso fez com</p><p>que um número reduzido de trabalhadores rurais migrasse para as</p><p>áreas urbanas, tornando lento o processo de urbanização local.</p><p>A região Nordeste é a que apresenta hoje a menor taxa de</p><p>urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização é consequência, em</p><p>grande parte, do fato de que dessa região partiram várias correntes</p><p>migratórias para o restante do país. Além disso, o pequeno</p><p>desenvolvimento econômico das cidades nordestinas não era</p><p>capaz de atrair a sua própria população rural.</p><p>Até a década de 60 a Região Norte era a segunda mais</p><p>urbanizada do país. Porém, a concentração da economia do país no</p><p>Sudeste e o fluxo de migrantes dessa para outras regiões fizeram</p><p>com que o crescimento relativo da população urbana regional</p><p>diminuísse.</p><p>PROBLEMAS URBANOS</p><p>O rápido e desordenado processo de urbanização ocorrido no</p><p>Brasil trouxe uma série de consequências, e em sua maior parte</p><p>negativas. A ausência de um planejamento urbano adequado</p><p>contribuiu para a ocorrência de diversos problemas sociais e</p><p>ambientais nas cidades brasileiras.</p><p>PROBLEMAS SOCIAIS</p><p>Favelização - a ocupação de áreas irregulares está relacionada</p><p>a falta de moradia para a grande quantidade de pessoas presentes</p><p>em algumas cidades (principalmente devido aos fluxos migratórios</p><p>internos, onde pessoas vieram de outra região em busca de</p><p>emprego) e a periferização (muitas pessoas que vivem distantes</p><p>das áreas centrais das cidades, onde se encontram a maior parte</p><p>dos serviços e empregos, buscam viver nesses espaços que são</p><p>mais próximos).</p><p>Violência - O desemprego e a desigualdade social, muito</p><p>presente nos grandes centros urbanos, causa o crescimento do</p><p>número de furtos, roubos e outros tipos de violência urbana.</p><p>Congestionamentos - Ocorrem devido a grande quantidade de</p><p>automóveis particulares nas ruas das grandes cidades brasileiras.</p><p>Isso é motivado por um transporte público precário (problemas</p><p>de manutenção), de alto valor e insuficiente para a quantidade de</p><p>pessoas presentes.</p><p>PROBLEMAS AMBIENTAIS</p><p>Poluição - Está associada ao grande lançamento de gases</p><p>poluentes por automóveis e indústrias presentes em espaços</p><p>urbanos (intensifica problemas como a formação de ilhas de calor</p><p>e a ocorrência da chuva ácida) e pelo lançamento incorreto de</p><p>esgoto sem tratamento(residencial e industrial) em praias e rios.</p><p>Enchentes - Comuns em cidades marcadas por uma grande</p><p>umidade, onde as chuvas torrenciais em determinadas épocas</p><p>do ano aliadas a deposição incorreta do lixo, a retilinização e</p><p>canalização dos rios e a impermeabilização do solo (asfaltamento)</p><p>contribuem com a formação desse problema típico de muitas</p><p>cidades brasileiras.</p><p>A REDE URBANA BRASILEIRA</p><p>Somente a partir da década de 1940, juntamente com a</p><p>industrialização e a instalação de rodovias, ferrovias e novos</p><p>portos, integrando o território e o mercado, é que se estruturou uma</p><p>rede urbana em escala nacional. Até então, o Brasil era formado</p><p>por “arquipélagos regionais” polarizados por suas metrópoles e</p><p>capitais regionais. As atividades econômicas que impulsionavam</p><p>a urbanização desenvolviam-se de forma independente e esparsa</p><p>pelo território. A integração econômica entre São Paulo (região</p><p>cafeeira), Zona da mata nordestina (cana-de-açúcar, cacau e</p><p>tabaco), Meio-Norte (algodão, pecuária e extrativismo vegetal) e</p><p>região Sul (pecuária e policultura) era extremamente frágil. Com</p><p>a modernização da economia, primeiro as regiões Sul e Sudeste</p><p>formaram um mercado único que, depois, incorporou o Nordeste e,</p><p>mais recentemente, também o Norte e o Centro-Oeste.</p><p>Na década de 1940, à medida que a infraestrutura de transportes</p><p>e comunicações foi se expandindo pelo país, o mercado se unificou</p><p>e a tendência à concentração urbano-industrial ultrapassou a</p><p>escala regional, atingindo o país como um todo. Assim, os grandes</p><p>polos industriais da região Sudeste (com destaque para São Paulo</p><p>e Rio de Janeiro) passaram a atrair um enorme contingente de</p><p>mão de obra oriundo das demais regiões e se tornaram metrópoles</p><p>nacionais. Essas duas cidades viram sua população crescer muito</p><p>mais rápido do que a oferta de serviços e infraestrutura, e com</p><p>isso tornaram-se centros caóticos, onde se percebe claramente a</p><p>existência de uma macrocefalia urbana.</p><p>Isso ocorreu porque, de 1930 até 1970, o governo federal</p><p>concentrou investimentos de infraestrutura industrial (produção</p><p>de energia e implantação de sistema de transportes) na Região</p><p>Sudeste, que, em consequência, se tornou o grande centro de</p><p>atração populacional do país. Os migrantes que a região recebeu</p><p>eram, em sua esmagadora maioria, constituídos por trabalhadores</p><p>desqualificados e mal remunerados, que foram se concentrando na</p><p>periferia das grandes cidades, em locais totalmente desprovidos de</p><p>infraestrutura urbana.</p><p>Hierarquia urbana brasileira</p><p>No decorrer dos anos, a periferia se expandiu demais e a</p><p>precariedade do sistema de transportes urbanos levou a população</p><p>de baixa renda a morar em favelas e cortiços no centro das</p><p>metrópoles, pois morar em áreas muito afastadas representaria</p><p>sofrer diariamente com grandes deslocamentos para o trabalho.</p><p>Atualmente, 65% dos habitantes da Grande São Paulo e Grande Rio</p><p>de Janeiro moram em cortiços, favelas, loteamentos clandestinos</p><p>ou imóveis irregulares. Durante as décadas de 70 e 80, essas</p><p>duas metrópoles passaram a apresentar índices de crescimento</p><p>populacional inferiores à média brasileira, numa evidência de que</p><p>começava a ocorrer um processo de desmetropolização.</p><p>Em todas as metrópoles regionais, exceto Recife, foram</p><p>verificados índices superiores a essa mesma média.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>13 URBANIZAÇÃO BRASILEIRA</p><p>291</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>DESMETROPOLIZAÇÃO</p><p>Na atualidade é comum no processo de urbanização da</p><p>tendência da desmetropolização ou involução metropolitana, na</p><p>qual ocorre uma melhor distribuição da população pelas áreas</p><p>urbanas e consequentemente ocorre um declínio da participação</p><p>das regiões metropolitanas. Isso ocorre principalmente devido a</p><p>uma desconcentração produtiva, na qual muitas indústrias se</p><p>deslocam dos grandes e tradicionais centros para as cidades de</p><p>pequeno e médio porte (apresentam menores custos).</p><p>No Centro-Sul do país, as cidades estão plenamente</p><p>conectadas, o que intensifica a troca de mercadorias, informações</p><p>e ordens entre a população e os agentes econômicos. Já nas</p><p>regiões mais atrasadas, a conexão entre as cidades é esparsa e</p><p>a relação de troca é incipiente, o que mostra que a rede urbana</p><p>brasileira é incompleta e desigualmente distribuída.</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM) TEXTO I</p><p>O espaço viário é um bem público escasso que deve ser</p><p>repensado para que seja, de fato, de todos. Medidas de desestímulo</p><p>como o rodízio estendido são, portanto, muito bem-vindas.</p><p>É  importante que o rodízio faça parte de uma política restritiva</p><p>mais ampla, com políticas de estacionamento, fim dos subsídios</p><p>ao combustível e pedágio urbano. Além disso, essas medidas</p><p>devem caminhar de mãos dadas com o investimento contínuo</p><p>em transporte público de qualidade e da requalificação do espaço</p><p>público para o pedestre e para o ciclista.</p><p>LINKE, C. Quanto menos carro na rua, melhor. Disponível em: www1.folha.uol.com.br.</p><p>Acesso em: 14 jul. 2015 (adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>Melhorias a médio ou longo prazo somente serão atingidas</p><p>com mudanças</p><p>estruturais sobre o transporte público. A aplicação</p><p>da extensão do rodízio para o dia todo para os usuários dos</p><p>transportes individuais vai resultar no incremento da aquisição</p><p>de segundo carro e, consequentemente, no aumento da frota de</p><p>automóveis, com reflexos negativos nos congestionamentos.</p><p>BOTTURA, L. C. Restrição sem alternativas é ineficaz. Disponível em: www1.folha.uol.com.br.</p><p>Acesso em: 14 jul. 2015 (adaptado).</p><p>As opiniões expostas nos textos, referentes à ampliação do rodízio,</p><p>são convergentes no seguinte aspecto:</p><p>a) Implantação de tarifas de tráfego.</p><p>b) Aumento da poluição atmosférica.</p><p>c) Ampliação da malha viária urbana.</p><p>d) Incentivo à aquisição de veículos populares.</p><p>e) Incremento aos meios de deslocamento coletivos.</p><p>02. (ENEM) O processo de concentração urbana no Brasil em</p><p>determinados locais teve momentos de maior intensidade e, ao que</p><p>tudo indica, atualmente passa por uma desaceleração do ritmo de</p><p>crescimento populacional nos grandes centros urbanos.</p><p>BAENINGER, R. Cidades e metrópoles: a desaceleração no crescimento populacional</p><p>e novos arranjos regionais. Disponível em: www.sbsociologia.com.br.</p><p>Acesso em: 12 dez. 2012 (adaptado).</p><p>Uma causa para o processo socioespacial mencionado no texto é o(a)</p><p>a) carência de matérias-primas.</p><p>b) degradação da rede rodoviária.</p><p>c) aumento do crescimento vegetativo.</p><p>d) centralização do poder político.</p><p>e) realocação da atividade industrial.</p><p>03. (ENEM) Embora haja dados comuns que dão unidade ao fenômeno</p><p>da urbanização na África, na Ásia e na América Latina, os impactos</p><p>são distintos em cada continente e mesmo dentro de cada país, ainda</p><p>que as modernizações se deem com o mesmo conjunto de inovações.</p><p>ELIAS, D. Fim do século e urbanização no Brasil.</p><p>Revista Ciência Geográfica, ano IV, n. 11, set./dez. 1988.</p><p>O texto aponta para a complexidade da urbanização nos</p><p>diferentes contextos socioespaciais. Comparando a organização</p><p>socioeconômica das regiões citadas, a unidade desse fenômeno é</p><p>perceptível no aspecto</p><p>a) espacial, em função do sistema integrado que envolve as</p><p>cidades locais e globais.</p><p>b) cultural, em função da semelhança histórica e da condição de</p><p>modernização econômica e política.</p><p>c) demográfico, em função da localização das maiores</p><p>aglomerações urbanas e continuidade do fluxo campo-cidade.</p><p>d) territorial, em função da estrutura de organização e planejamento</p><p>das cidades que atravessam as fronteiras nacionais.</p><p>e) econômico, em função da revolução agrícola que transformou o</p><p>campo e a cidade e contribui para a fixação do homem ao lugar.</p><p>04. (ENEM)</p><p>PRÉ-VESTIBULAR292</p><p>GEOGRAFIA II 13 URBANIZAÇÃO BRASILEIRA</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>Relacionando as informações do mapa com o processo de ocupação</p><p>brasileiro, as áreas de maior precariedade estão associadas</p><p>a) ao fenômeno da marcha para o oeste.</p><p>b) à divergência de poderes políticos locais.</p><p>c) ao processo de ocupação imigratória tardia.</p><p>d) à presença de espaços de baixo potencial produtivo.</p><p>e) a baixos investimentos públicos em equipamentos urbanos</p><p>05. (UNICAMP)</p><p>Santa Catarina exemplifica um fenômeno nacional: a criação de</p><p>Regiões Metropolitanas (RMs). Considerando a aplicação desse</p><p>instrumento de planejamento territorial no Estado em questão,</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>a) Está em curso a formação de uma cidade-região no Estado,</p><p>impulsionando profundas transformações na rede urbana,</p><p>o que justificou a criação das onze RMs para viabilizar o</p><p>planejamento e a gestão territorial.</p><p>b) O real processo de metropolização em Santa Catarina,</p><p>dinamizado nas últimas décadas, não abrange a totalidade</p><p>do Estado, permitindo concluir que a criação das onze RMs</p><p>obedeceu a critérios mais políticos do que técnicos.</p><p>c) O adensamento populacional, com a formação de grandes</p><p>cidades conurbadas em todas as regiões do Estado, levou</p><p>ao diagnóstico de que há um processo generalizado de</p><p>metropolização e justificou a criação das onze RMs.</p><p>d) Em função de intensa urbanização regional foi criada a RM de</p><p>Florianópolis nos anos 1970; já as demais RMs somente se</p><p>justificaram a partir das mudanças demográficas e econômicas</p><p>da década passada.</p><p>06. (FUVEST) A metropolização de São Paulo foi induzida pela</p><p>industrialização no século XX. Nas últimas décadas, o deslocamento</p><p>de parte da indústria da metrópole e o crescimento do setor</p><p>terciário avançado revelam a primazia do capital financeiro, que se</p><p>articula com o setor imobiliário e produz, por exemplo, os edifícios</p><p>corporativos, sede deste terciário.</p><p>Carlos, A.F.A. São Paulo: do capital industrial ao capital financeiro. In: Carlos, A.F.A. e</p><p>Oliveira. A.U. Geografias de São Paulo: a metrópole do século XXI. São Paulo. Adaptado.</p><p>Com base no texto e no mapa, é correto afirmar que</p><p>a) o crescimento do terciário avançado indica o aumento de</p><p>estabelecimentos industriais, ambos dispersos em São Paulo.</p><p>b) a produção industrial em São Paulo está concentrada nas áreas</p><p>centrais, o que induziu a proliferação de edifícios corporativos.</p><p>c) os edifícios corporativos concentram a produção de</p><p>manufaturados e, em São Paulo, estão concentrados nas áreas</p><p>de maior densidade populacional.</p><p>d) o setor terciário avançado ocupa os edifícios corporativos e</p><p>está concentrado em poucos distritos da metrópole de São</p><p>Paulo no momento atual.</p><p>e) a desconcentração industrial em São Paulo foi acompanhada</p><p>da dispersão do setor terciário avançado.</p><p>07. (UNICAMP) O Brasil experimentou, na segunda metade do</p><p>século 20, uma das mais rápidas transições urbanas da história</p><p>mundial. Ela transformou rapidamente um país rural e agrícola em</p><p>um país urbano e metropolitano, no qual grande parte da população</p><p>passou a morar em cidades grandes. Hoje, quase dois quintos da</p><p>população total residem em uma cidade de pelo menos um milhão</p><p>de habitantes.</p><p>(Adaptado de George Martine e Gordon McGranahan, “A transição urbana brasileira:</p><p>trajetória, dificuldades e lições aprendidas”, em Rosana Baeninger (org.),</p><p>População e cidades: subsídios para o planejamento e para as políticas sociais.</p><p>Campinas: Nepo / Brasília: UNFPA, 2010, p. 11.)</p><p>Considerando o trecho acima, assinale a alternativa correta.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>13 URBANIZAÇÃO BRASILEIRA</p><p>293</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>a) A partir de 1930, a ocupação das fronteiras agrícolas</p><p>(na Amazônia, no Centro-Oeste, no Paraná) foi o fator gerador</p><p>de deslocamentos de população no Brasil.</p><p>b) Uma das características mais marcantes da urbanização no</p><p>período 1930-1980 foi a distribuição da população urbana em</p><p>cidades de diferentes tamanhos, em especial nas cidades médias.</p><p>c) Os últimos censos têm mostrado que as grandes cidades</p><p>(mais de 500 mil habitantes) têm tido crescimento relativo mais</p><p>acelerado em comparação com as médias e as pequenas.</p><p>d) Com a crise de 1929, o Brasil voltou-se para o desenvolvimento</p><p>do mercado interno através de uma industrialização por</p><p>substituição de importações, o que demandou mão de obra</p><p>urbana numerosa.</p><p>08. (UERJ)</p><p>MUITA GENTE SEM CASA, MUITA CASA SEM GENTE</p><p>A Constituição de 1988 e o Estatuto da Cidade de 2001</p><p>contemplam a função social da cidade. O problema é que, com</p><p>a desindustrialização das metrópoles, a cidade deixou de ser o</p><p>lugar de produção de bens e virou o próprio objeto da produção</p><p>econômica. Em consequência dessa mudança, o número de</p><p>imóveis vazios supera e muito o de famílias com problemas de</p><p>moradia, como indicam os gráficos abaixo.</p><p>RODRIGO BERTOLOTTO</p><p>Adaptado de tab.uol.com.br, 03/12/2018.</p><p>A contradição apresentada no texto e nos gráficos deve-se ao fato de</p><p>que o espaço urbano possui, simultaneamente, os seguintes atributos:</p><p>a) valor de uso e valor de troca</p><p>b) patrimônio cultural e patrimônio individual</p><p>c) estrutura unicêntrica e estrutura policêntrica</p><p>d) território de circulação e território de resistência</p><p>09. (UFRGS) Observe o gráfico abaixo.</p><p>A partir do gráfico, assinale a alternativa correta sobre a situação</p><p>do deficit habitacional no Brasil.</p><p>a) O deficit habitacional em Santa Catarina</p><p>o propósito de explicar a</p><p>dinâmica do crescimento demográfico e apresentar soluções para</p><p>minimizar os efeitos negativos desse crescimento. Cada uma delas</p><p>surgiu em determinado contexto e refletiu os problemas do seu</p><p>respectivo tempo histórico.</p><p>Apesar de fazerem análises a partir de pontos de vista</p><p>diferentes, em alguns aspectos certas teorias se complementam,</p><p>não sendo necessariamente correto afirmar que há uma teoria</p><p>mais “errada” do que a outra. Além disso, cada teoria teve grande</p><p>importância em algum momento e influenciou decisões e políticas</p><p>públicas tomadas por diversos países.</p><p>TEORIA MALTHUSIANA</p><p>O surto demográfico acelerado já impressionava muitos</p><p>estudiosos do assunto no final do século XVIII – e esta foi a base do</p><p>alarmismo malthusiano, criado pelo economista e religioso inglês</p><p>Thomas Robert Malthus. Entre 1796 e 1826, ele publicou seis versões</p><p>da obra Ensaio sobre o princípio da população, onde apresentou a</p><p>famosa teoria que o celebrizou: o ritmo de crescimento da população</p><p>era muito mais acelerado do que o da produção de comida.</p><p>As ideias de Malthus surgiram durante o início da 1ª Revolução</p><p>Industrial na Inglaterra, processo que estava promovendo</p><p>grandes mudanças no país: um forte êxodo rural, um aumento da</p><p>população urbana e um crescimento da pobreza e do desemprego.</p><p>Filho de latifundiários (grandes proprietários de terras) e ministro</p><p>da Igreja Anglicana, Thomas Malthus era um grande defensor da</p><p>burguesia agrária da qual fazia parte, sendo um crítico da indústria</p><p>que surgia na época. Nesse cenário, o economista afirmou que</p><p>a fertilidade natural dos solos e a área ocupada pelas atividades</p><p>agrícolas eram limitadas, o que impedia o aumento dos campos de</p><p>cultivo e da capacidade de produção de suprimentos alimentares.</p><p>Como consequência disso, a produção de comida iria crescer de</p><p>forma lenta, em progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5). Ao mesmo</p><p>tempo, algo muito mais forte determinava a expansão do número</p><p>de habitantes do mundo: a paixão entre os sexos. Por conta</p><p>disso, o crescimento populacional se daria mais rapidamente, em</p><p>progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16).</p><p>RITMO DE CRESCIMENTO PREVISTO POR</p><p>MALTHUS</p><p>O religioso afirmava que a população dobraria de tamanho a</p><p>cada 25 anos, caso não houvesse fatores que limitassem a sua</p><p>expansão. Com isso, a diferença entre os ritmos de crescimento</p><p>da população e da produção de alimento provocaria crises de</p><p>fome. Tal problema de abastecimento seria muito mais intenso</p><p>para os pobres, que, segundo ele, tinham responsabilidade sobre</p><p>sua pobreza, já que tinham escolhido ter filhos em excesso. Sendo</p><p>assim, Malthus propôs dois conjuntos de soluções para combater</p><p>a superpopulação: soluções naturais e soluções morais.</p><p>Para ele, a ocorrência de epidemias e catástrofes naturais eram</p><p>mecanismos naturais que colaboravam para levar pessoas a óbito</p><p>e promover um equilíbrio na população. A miséria e a fome também</p><p>seriam fatos da natureza e, portanto, formas naturais de controle</p><p>da superpopulação mundial. Desse modo, o Estado não deveria</p><p>adotar medidas de assistência aos pobres, pois caso o fizesse</p><p>estaria impedindo o livre curso do mecanismo natural de equilíbrio</p><p>populacional.</p><p>Já as soluções morais são aquelas que as pessoas deveriam</p><p>tomar em função dos princípios, responsabilidade social e bons</p><p>costumes. Dentre as principais ações, Malthus defendia que</p><p>era fundamental manter o celibato (abstinência sexual) até o</p><p>matrimônio; realizar os casamentos o mais tarde possível, para</p><p>reduzir o tempo fértil do casal; e que só tivessem filhos as pessoas</p><p>com condições para sustentá-los, sugerindo aos casais mais</p><p>pobres que não se casassem e nem procriassem, pois acabariam</p><p>gerando mais miséria para o mundo. Vale lembrar que Malthus não</p><p>sugeriu o uso de métodos contraceptivos como forma de controle</p><p>populacional, vez que contrariaria seus princípios religiosos e os de</p><p>sua igreja (na época).</p><p>Quando elaborada, a teoria malthusiana parecia muito</p><p>consistente. Contudo, mesmo com um intenso crescimento</p><p>populacional ao longo do século XIX, a Inglaterra não passou pela</p><p>fome e pela miséria previstas pelo inglês. Seus erros de previsão</p><p>estão ligados às limitações da época para a coleta de dados, já</p><p>que Malthus tirou suas conclusões partindo da observação do</p><p>comportamento demográfico em uma determinada região, com</p><p>população predominantemente rural, e as considerou válidas para</p><p>todo o planeta no transcorrer da história. Ou seja, Malthus errou</p><p>por desconsiderar que nem toda a população mundial cresce no</p><p>mesmo ritmo e por não prever que a Inglaterra e os demais países</p><p>passam por mudanças no ritmo de seu crescimento demográfico</p><p>com o passar do tempo, no que é conhecido como transição</p><p>demográfica. Atualmente, é possível notar uma redução das taxas</p><p>de natalidade em praticamente todo o mundo e mesmo em países</p><p>subdesenvolvidos, onde a população ainda cresce bastante.</p><p>RITMO DE CRESCIMENTO REAL (1951-1995)</p><p>PRÉ-VESTIBULAR264</p><p>GEOGRAFIA II 02 POPULAÇÃO: TEORIAS DEMOGRÁFICAS</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>Ademais, Malthus não considerou em sua teoria a tecnologia</p><p>aplicada à agropecuária, fator que foi responsável por aumentar</p><p>significativamente a produtividade no campo. Hoje a produção de</p><p>alimentos é suficiente para abastecer a toda a população mundial,</p><p>apesar do enorme crescimento do número de habitantes nos últimos</p><p>séculos. Mesmo assim, ainda são comuns os discursos que, de forma</p><p>simplista, relacionam a ocorrência da fome no planeta ao crescimento</p><p>populacional. Portanto, se ainda há milhões de pessoas que passam</p><p>fome, o problema atualmente não é a inexistência de comida, mas sim,</p><p>a má distribuição. A fome e a subnutrição existem porque as pessoas</p><p>não possuem o dinheiro necessário para suprir suas necessidades</p><p>básicas, tampouco tem terras e condições adequadas para produzir</p><p>seu próprio alimento. No Brasil, embora exista enorme volume de</p><p>alimentos exportados e de as prateleiras dos supermercados estarem</p><p>sempre abastecidas, historicamente muitos trabalhadores não</p><p>conseguem adquirir alimentos em quantidade e com a qualidade que</p><p>necessitam.</p><p>Desde 1990, a FAO (Organização das Nações Unidas para</p><p>Agricultura e Alimentação) divulga periodicamente o Mapa</p><p>da Fome no mundo, indicando em quais países há parte</p><p>significativa da população ingerindo uma quantidade diária de</p><p>calorias inferior ao recomendado. Para sair do mapa, o país deve</p><p>ter menos de 5% da população ingerindo menos calorias do que</p><p>o recomendado. Atualmente, estão acima desse percentual, por</p><p>exemplo, a Namíbia, com 42,3% da população nessa situação, a</p><p>Bolívia, com 15,9%, a Índia, com 15,2%, e a Colômbia, com 8,8%.</p><p>O Brasil permaneceu acima do índice de 5% entre 1990 e 2013.</p><p>Em 2014, registrou 3% de população ingerindo menos calorias</p><p>que o recomendado e saiu pela primeira vez do grupo de países</p><p>onde há fome em larga escala.</p><p>Segundo a FAO, as razões para a melhora na situação</p><p>alimentar no Brasil estão relacionadas à aplicação de um</p><p>conjunto de políticas públicas que promoveram a geração de</p><p>empregos, a formalização do trabalho e a correção do salário</p><p>mínimo acima da inflação – que não gera efeitos só para quem</p><p>ganha o salário mínimo, pois o dinheiro volta à circulação e</p><p>fortalece as economias locais. A FAO aponta que a transferência</p><p>de renda do Bolsa Família (que não é um programa de segurança</p><p>alimentar propriamente dito) também teve impacto, pois os</p><p>beneficiários utilizam os recursos sobretudo em alimentação.</p><p>Outros programas importantes regionalmente também</p><p>merecem destaque, como as cisternas no semiárido, a aquisição</p><p>de alimentos da agricultura familiar – que garantiu um mercado</p><p>a ela — e o programa de alimentação escolar, que já existia há</p><p>mais de 50 anos, mas teve seu valor recuperado, o que se torna</p><p>fundamental já que a merenda escolar tem uma importância</p><p>enorme para as famílias mais pobres.</p><p>Contudo, segundo a organização internacional ActionAid,</p><p>caso não seja superada rapidamente, a crise econômica que</p><p>afetou o Brasil</p><p>é maior do que o</p><p>número de domicílios vagos em Goiás.</p><p>b) O número de domicílios vagos no Rio Grande do Sul supera o</p><p>número de domicílios vagos no Rio de Janeiro.</p><p>c) Maranhão, Pará e Amazonas são estados em que o deficit</p><p>habitacional é maior, na comparação com os domicílios vagos.</p><p>d) O grande número de domicílios vagos em São Paulo indica que</p><p>não há deficit habitacional.</p><p>e) O Distrito Federal, por ser uma cidade planejada, não apresenta</p><p>deficit habitacional.</p><p>10. (UNICAMP)</p><p>Com base em seus conhecimentos e nos dados do gráfico, assinale</p><p>a alternativa correta.</p><p>a) O deficit habitacional no Brasil vem sendo enfrentado com</p><p>a construção de novos domicílios, o que tem resolvido</p><p>satisfatoriamente a questão da moradia.</p><p>b) Os dados do gráfico confirmam que, em qualquer área do</p><p>território brasileiro, há mais domicílios vagos em condições de</p><p>serem ocupados que deficit habitacional.</p><p>c) É muito provável que todas as classes sociais moradoras nas</p><p>cidades no Brasil sejam igualmente atingidas pelo fenômeno</p><p>urbano de deficit habitacional.</p><p>d) A correlação entre domicílios vagos e deficit habitacional</p><p>explica-se, em grande medida, pela especulação imobiliária,</p><p>que mantém imóveis fechados.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR294</p><p>GEOGRAFIA II 13 URBANIZAÇÃO BRASILEIRA</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. E</p><p>02. E</p><p>03. C</p><p>04. E</p><p>05. B</p><p>06. D</p><p>07. D</p><p>08. A</p><p>09. C</p><p>10. D</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 295SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>CARTOGRAFIA: MOVIMENTOS,</p><p>COORDENADAS E FUSOS14</p><p>MOVIMENTOS DA TERRA</p><p>O movimento de rotação da Terra é o giro que o planeta realiza</p><p>ao redor de si mesmo, ou seja, ao redor do seu próprio eixo. Esse</p><p>movimento ocorre no sentido anti-horário, ou seja, de oeste para</p><p>leste, e tem duração aproximada de 24 horas. Esse movimento faz</p><p>com que, progressivamente, a luz solar ilumine diferentes áreas</p><p>do planeta. Ou seja, a rotação é a responsável pela existência e</p><p>alternâncias dos dias e das noites.</p><p>Já o movimento de translação é aquele que a Terra realiza ao</p><p>redor do Sol, junto com os outros planetas. Em seu movimento de</p><p>translação, a Terra percorre um caminho (órbita) que tem a forma</p><p>de uma elipse. O tempo necessário para uma translação completa</p><p>é de 365 dias, 5 horas e cerca de 48 minutos. Esse tempo gasto</p><p>para uma volta completa em torno do Sol é chamado de “ano”. O</p><p>ano civil, adotado por convenção, tem 365 dias. Como o ano sideral,</p><p>ou seja, o tempo real do movimento de translação é de 365 dias e</p><p>6 horas (aproximadamente), a cada quatro anos temos um ano de</p><p>366 dias, que é chamado de ano bissexto.</p><p>Esse movimento de translação é o responsável pela existência</p><p>das estações do ano, já que o sol incide de maneira diferente</p><p>sobre a Terra ao longo do ano, influenciando diretamente nas</p><p>temperaturas. As datas que marcam o início das estações do ano</p><p>determinam também a maneira e a intensidade com que os raios</p><p>solares atingem a Terra em seu movimento de translação. Essas</p><p>datas recebem a denominação de equinócio e solstício. Para se</p><p>observar onde e com que intensidade os raios solares incidem</p><p>sobre os diferentes locais da superfície terrestre, toma-se como</p><p>ponto de referência a Linha do Equador.</p><p>Translação e estações do ano</p><p>Março equinócio</p><p>Setembro equinócio</p><p>Junho</p><p>solstício</p><p>Dezembro</p><p>solstício</p><p>As estações do ano estão diretamente ligadas a diversas</p><p>atividades humanas como a agricultura e a pecuária. Além disso,</p><p>influenciam na dinâmica climato-botânica do mundo inteiro. É</p><p>importante lembrar que, quando no hemisfério Norte é verão, no</p><p>hemisfério Sul é inverno. Da mesma forma, quando é outono em</p><p>um dos hemisférios, é primavera no outro. Isso ocorre justamente</p><p>em função da inclinação do eixo terrestre, que faz com que a</p><p>quantidade de irradiação solar recebida seja diferente em cada um</p><p>dos hemisférios.</p><p>• Solstício (21 de Junho) - Início de inverno e o dia mais</p><p>curto no hemisfério Sul. Início de verão e o dia mais longo</p><p>no hemisfério Norte.</p><p>• Equinócio (23 de Setembro) - Início da primavera no</p><p>hemisfério Sul. Início do outono no hemisfério Norte. Os</p><p>dias e noites têm durações iguais nos hemisférios.</p><p>• Solstício (21 de Dezembro) - Início de verão e o dia mais</p><p>longo no hemisfério Sul. Início de inverno e o dia mais curto</p><p>no hemisfério Norte.</p><p>• Equinócio (20 de Março) - Início do outono no hemisfério</p><p>Sul. Início da primavera no hemisfério Norte. Os dias e</p><p>noites têm durações iguais nos hemisférios.</p><p>COORDENADAS GEOGRÁFICAS</p><p>São linhas imaginárias que passam pelo planeta Terra de norte</p><p>a sul (ou sul a norte) e de leste a oeste (ou oeste a leste), servindo</p><p>para a localização de qualquer ponto na superfície terrestre.</p><p>As coordenadas geográficas são medidas em graus, minutos</p><p>e segundos. Um grau corresponde a 60 minutos, e um minuto</p><p>corresponde a 60 segundos. Para obter a coordenada geográfica</p><p>(localização) de um ponto da superfície terrestre, é preciso saber</p><p>qual é a latitude e qual é a longitude do local em questão.</p><p>Latitude é a distância de um ponto qualquer em relação</p><p>à linha do Equador. Varia de 0° (no Equador) até 90° (Polo Norte</p><p>ou Polo Sul). Para ajudar a identificar latitudes, utilizamos linhas</p><p>imaginárias chamadas de paralelos. Os paralelos mais famosos</p><p>são a linha do Equador, os trópicos e os círculos polares. Além</p><p>de servir para localização geográfica, é uma variável importante</p><p>para estudar os tipos de clima da Terra, pois a incidência de raios</p><p>solares no planeta é maior nos lugares com latitudes menores, isto</p><p>é, mais próximas à linha do Equador.</p><p>Longitude é a distância de um ponto qualquer em relação ao</p><p>meridiano de Greenwich. Varia de 0° (em Greenwich) a 180° (para</p><p>leste ou para oeste). Para ajudar a identificar longitudes, utilizamos</p><p>linhas imaginárias chamadas de meridianos. Como padronização</p><p>internacional, adotou-se o Meridiano de Greenwich como ponto de</p><p>partida, a longitude de 0°. Assim, tal meridiano divide a Terra em</p><p>Ocidental (a Oeste) e Oriental (a leste). Foi a partir das longitudes</p><p>que se criaram os fusos horários. Todos os meridianos se</p><p>encontram e se cruzam nos polos Norte e Sul.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR296</p><p>GEOGRAFIA II 14 CARTOGRAFIA: MOVIMENTOS, COORDENADAS E FUSOS</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>FUSOS HORÁRIOS</p><p>Uma vez que a Terra faz um movimento de rotação, girando</p><p>em torno de si mesma, o Sol não consegue iluminar todos os locais</p><p>do mundo ao mesmo tempo. Por isso, enquanto em alguns locais</p><p>é dia, em outros já é noite. Logo, não existe a possibilidade de usar</p><p>o mesmo horário no planeta inteiro. Portanto, para estabelecer</p><p>uma padronização dos horários do mundo foi criado um sistema,</p><p>chamado de sistema de fusos horários. Para tal, foi feita uma</p><p>conta simples: se a Terra possui uma circunferência de 360°; e se</p><p>24h é o tempo que o planeta demora para girar por completo em</p><p>torno de si mesmo; a divisão desses dois números nos aponta que</p><p>o planeta pode ser separado em 24 fusos de 15° cada.</p><p>Foi determinado, portanto, que todos os locais situados dentro</p><p>de um mesmo fuso teriam o mesmo horário. E que ao se deslocar</p><p>de um fuso para outro, haveria uma mudança de 1h no relógio –</p><p>uma hora a mais, caso o deslocamento fosse para leste; ou uma</p><p>hora a menos, caso o deslocamento fosse para oeste. Contudo,</p><p>uma vez que as linhas dos fusos não consideram as divisões</p><p>político-administrativas como, por exemplo, países, cidades,</p><p>estados e outros, foram feitas algumas adaptações para evitar que</p><p>houvesse problemas como a existência de dois fusos diferentes</p><p>numa mesma cidade. Logo, cada país é livre para definir se vai</p><p>seguir fielmente a divisão teórica dos fusos ou se fará alterações</p><p>para atender melhor às suas necessidades.</p><p>O Brasil, situado a oeste de Greenwich (meridiano usado como</p><p>base do sistema), é cortado por quatro fusos diferentes, todos</p><p>atrasados em relação à Inglaterra. Nosso horário padrão é o de</p><p>Brasília, situada no fuso –3 (com três horas de atraso em relação</p><p>à Inglaterra), o que significa que, por exemplo, quando são 9h da</p><p>manhã na Inglaterra, ainda são 6h</p><p>da manhã em Brasília.</p><p>Outra medida que influenciava na dinâmica dos fusos horários</p><p>era o horário de verão. Esse era o nome dado para a prática de</p><p>adiantar os relógios em uma hora durante os meses do verão, com</p><p>o objetivo de fazer com que a luz do dia seja aproveitada também</p><p>durante o início da noite – ainda que para isso seja necessário</p><p>sacrificar uma hora de Sol no início da manhã.</p><p>Como dito, o propósito do horário de verão era de aproveitar</p><p>melhor a luminosidade do verão, já que os dias são naturalmente</p><p>mais longos nessa época do ano. Assim, a partir do momento</p><p>em que os relógios eram adiantados em uma hora, os indivíduos</p><p>acordavam uma hora antes do que iriam, iniciando e completando</p><p>sua rotina de trabalho uma hora antes.</p><p>É importante saber que no Brasil, nem todos os estados</p><p>utilizavam o horário de verão, isso porque só havia benefícios na</p><p>aplicação dessa medida nos locais em que estão afastados da</p><p>Linha do Equador. Afinal, quanto mais próximo à Linha do Equador,</p><p>menor a variação de luminosidade ao longo do ano. Isso significa</p><p>que, em boa parte das regiões Norte e Nordeste, os dias tem a</p><p>mesma duração ao longo do ano, seja no verão ou no inverno.</p><p>Enquanto isso, na região Sul do país, por exemplo, o inverno tem</p><p>dias muito curtos e o verão tem dias bem longos, o que tornava</p><p>interessante a aplicação do horário de verão.</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM)</p><p>A partida final da Copa do Mundo de 2014 aconteceu no dia 13 de</p><p>julho, às 16 horas, na cidade do Rio de Janeiro. Considerando o</p><p>horário de verão em Berlim, de 1 hora, os telespectadores alemães</p><p>assistiram ao apito inicial do juiz às</p><p>a) 11 horas.</p><p>b) 12 horas.</p><p>c) 19 horas.</p><p>d) 20 horas.</p><p>e) 21 horas.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>14 CARTOGRAFIA: MOVIMENTOS, COORDENADAS E FUSOS</p><p>297</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>02. (G1) Um grande divertimento para os turistas que passam</p><p>pelo Observatório Real de Greenwich, nos arredores de Londres,</p><p>é tirar fotografias com um pé de cada lado da representação do</p><p>Meridiano de Greenwich.</p><p>Esse Meridiano foi definido como o meridiano principal da Terra,</p><p>o grau zero da longitude, em uma reunião realizada em Washington,</p><p>em 1884.</p><p>Essa linha imaginária divide o globo terrestre em hemisférios</p><p>a) tropical e temperado.</p><p>b) ártico e antártico.</p><p>c) boreal e austral.</p><p>d) oeste e leste.</p><p>e) norte e sul.</p><p>03. (UFJF-PISM) Faça parte desta experiência.</p><p>Para essa experiência serão utilizados: mesa, lanterna, blusa preta</p><p>e um espelho grande, a experiência deve ser realizada à noite.</p><p>Procedimento: Coloque a lanterna em cima da mesa. Não deve</p><p>haver nenhuma outra fonte de luz no quarto. Com a blusa preta</p><p>vestida, você deve se posicionar a cerca de 30 cm da lanterna.</p><p>Agora você deve ir rodando lentamente para a esquerda até ficar</p><p>de costas para a luz projetada pela lanterna, posteriormente deve</p><p>segurar o espelho e incliná-lo de tal modo que ele reflita a luz</p><p>projetada pela lanterna para a parte da frente da sua blusa. Rode de</p><p>novo para a esquerda até ficar de frente para a luz e, enquanto roda,</p><p>observe o que passa a acontecer com a parte da frente da blusa.</p><p>Resultado: quando você está virado para a lanterna, a projeção da</p><p>luz na parte da frente da sua blusa é brilhante e desaparece quando</p><p>completa a meia volta e fica de costas para a lanterna. Quando é</p><p>utilizado o espelho para refletir a luz da lanterna, esta volta a incidir</p><p>na parte da frente da blusa, mas não é tão brilhante quanto quando</p><p>incidia diretamente.</p><p>Fonte: VANCLEAVE, Janice. Ciências da Terra para jovens: 101 experiências fáceis de</p><p>realizar. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1993. p. 29.</p><p>Qual processo a experiência está representando?</p><p>a) Movimento de translação</p><p>b) Precessão do equinócio</p><p>c) Movimento de rotação</p><p>d) Pôr do sol</p><p>e) Estações do ano</p><p>04. (MACKENZIE) A República do Sudão do Sul é o mais novo país</p><p>do mundo. Tendo declarado sua independência que ocorreu em</p><p>9 de julho de 2011, passou a integrar a ONU e a União Africana,</p><p>respectivamente, 5 (cinco) e 19 (dezenove) dias, após sua</p><p>emancipação. Sua capital, Juba, possui as seguintes coordenadas</p><p>geográficas: 04º85'N e 31º57'L, distando aproximadamente</p><p>9.000 (nove mil) quilômetros da cidade de São Paulo, que possui as</p><p>seguintes coordenadas geográficas: 23º32'S e 46º38'O.</p><p>Sabendo que o Sudão do Sul localiza-se no fuso horário de 45º</p><p>Leste e São Paulo no 45º Oeste, e que o fuso horário adotado em</p><p>São Paulo é UTC–3: é correto afirmar que um passageiro de um</p><p>voo saindo de São Paulo, no dia 20 de setembro de 2016, às 11h em</p><p>horário local, com duração de 10 (dez) horas,</p><p>a) poderá, no momento da partida, adiantar seu relógio em</p><p>10 (dez) horas que, ao chegar, estará marcando exatamente o</p><p>horário local do destino.</p><p>b) poderá, no momento da partida, atrasar seu relógio em 6 (seis)</p><p>horas que, ao chegar, estará marcando exatamente o horário</p><p>local do destino.</p><p>c) poderá, no momento da chegada, adiantar seu relógio em</p><p>6 (seis) horas para ajustá-lo ao horário local.</p><p>d) poderá, no momento da chegada, atrasar seu relógio em</p><p>10 (dez) horas para ajustá-lo ao horário local.</p><p>e) poderá, no momento da chegada, atrasar seu relógio em</p><p>3 (horas), já que encontra-se situado na faixa UTC+3, para</p><p>ajustá-lo ao horário local.</p><p>05. (UNICAMP) A imagem abaixo mostra um local por onde passa</p><p>o Trópico de Capricórnio. Sobre o Trópico de Capricórnio podemos</p><p>afirmar que:</p><p>a) É a linha imaginária ao sul do Equador, onde os raios solares</p><p>incidem sobre a superfície de forma perpendicular, o que ocorre</p><p>em um único dia no ano.</p><p>b) Os raios solares incidem perpendicularmente nesta linha</p><p>imaginária durante o solstício de inverno, o que ocorre duas</p><p>vezes por ano.</p><p>c) Durante o equinócio, os raios solares atingem de forma</p><p>perpendicular a superfície no Trópico de Capricórnio, marcando</p><p>o início do verão.</p><p>d) No início do verão (21 ou 22 de dezembro), as noites têm a</p><p>mesma duração que os dias no Trópico de Capricórnio.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR298</p><p>GEOGRAFIA II 14 CARTOGRAFIA: MOVIMENTOS, COORDENADAS E FUSOS</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>06. (UERJ) De acordo com as anotações no diário de bordo,</p><p>presume-se que o padre Caspar calculou sua localização a partir</p><p>do meridiano que passa sobre a Ilha do Ferro, 18° a oeste de</p><p>Greenwich. Para ele, seu navio estava no meridiano 180°.</p><p>Adaptado de ECO, Umberto. A ilha do dia anterior. Rio de Janeiro: Record, 2006.</p><p>O romance A ilha do dia anterior, de Umberto Eco, conta a história</p><p>de um nobre europeu e de um padre, chamado Caspar, que</p><p>participaram de duas expedições marítimas em meados do século</p><p>XVII. O objetivo das expedições era tornar preciso o cálculo das</p><p>longitudes. Tendo como referência o meridiano de Greenwich, a</p><p>longitude do navio do padre Caspar corresponde a:</p><p>a) 158° Leste b) 158° Oeste c) 162° Leste d) 162° Oeste</p><p>07. (UERJ) Parece improvável, mas é verdade: o Polo Norte</p><p>Magnético está se movendo mais depressa do que em qualquer</p><p>outra época da história da humanidade, ameaçando mudar de</p><p>meios de transporte a rotas tradicionais de migração de animais.</p><p>O ritmo atual de distanciamento do norte magnético da Ilha de</p><p>Ellesmere, no Canadá, em direção à Rússia, está fazendo as</p><p>bússolas errarem em cerca de um grau a cada cinco anos.</p><p>Adaptado de O Globo, 08/03/2011</p><p>O fenômeno natural descrito acima não afeta os aparelhos de GPS</p><p>- em português, Sistema de Posicionamento Global. Isso se explica</p><p>pelo fato de esses aparelhos funcionarem tecnicamente com base na:</p><p>a) recepção dos sinais de rádio emitidos por satélites</p><p>b) gravação prévia de mapas topográficos na memória digital</p><p>c) programação do sistema com as tabelas da variação do</p><p>Polo Norte</p><p>d) emissão de ondas captadas pela rede analógica de telefonia</p><p>celular</p><p>08. (FUVEST)</p><p>A personagem Mafalda, que está em Buenos Aires, olha o globo em</p><p>que o Norte está para cima e afirma: “a gente está de cabeça pra</p><p>baixo”. Quem olha para o céu noturno dessa posição geográfica</p><p>não vê a estrela Polar, referência do polo astronômico Norte, e sim</p><p>o Cruzeiro do Sul, referência do</p><p>polo astronômico Sul. Se os polos</p><p>do globo de Mafalda estivessem posicionados de acordo com os</p><p>polos astronômicos, ou seja, o polo geográfico Sul apontando para</p><p>o polo astronômico Sul, seria correto afirmar que</p><p>a) o Norte do globo estaria para cima, o Sul para baixo e Mafalda</p><p>estaria realmente de cabeça para baixo.</p><p>b) o Norte do globo estaria para cima e o Sul para baixo, mas Mafalda</p><p>não estaria de cabeça para baixo por causa da gravidade.</p><p>c) o Norte do globo estaria para cima, o Sul para baixo, e quem</p><p>estaria de cabeça para baixo seriam os habitantes do</p><p>hemisfério norte.</p><p>d) o Sul do globo estaria para cima e o Norte para baixo, mas</p><p>Mafalda estaria de cabeça para baixo por causa da gravidade.</p><p>e) o Sul do globo estaria para cima, o Norte para baixo e Mafalda</p><p>não teria razão em afirmar que está de cabeça para baixo.</p><p>09. (MACKENZIE) Assunção, capital do Paraguai, fica a</p><p>aproximadamente 1.150 quilômetros de distância, em linha reta,</p><p>da cidade de São Paulo - Brasil. Suponha que um piloto da FAB,</p><p>utilizando um avião supersônico, com a capacidade de alcançar</p><p>até 1.700 km/h, faça um voo partindo às 9 horas da capital</p><p>paulista, com destino a Assunção, com uma velocidade média de</p><p>1.150 km/h. Considere, para avaliação das assertivas a seguir, que</p><p>o fuso horário em São Paulo é UTC–3; e em Assunção, é UTC–4.</p><p>Com base nas informações fornecidas, é correto afirmar que</p><p>a) no momento em que estiver sobrevoando a capital paraguaia,</p><p>o horário local será de 10 horas.</p><p>b) no momento em que estiver sobrevoando a capital paraguaia o</p><p>horário local será de 11 horas.</p><p>c) no momento em que estiver sobrevoando a capital paraguaia o</p><p>horário local será de 9 horas.</p><p>d) no momento em que estiver sobrevoando a capital paraguaia o</p><p>horário local será de 8 horas.</p><p>e) não é possível estimar, com base nos dados fornecidos, a hora</p><p>em que o avião irá sobrevoar a cidade de Assunção.</p><p>10. (PUCRJ)</p><p>Conhecendo-se a lógica dos fusos horários na definição das horas</p><p>oficiais dos países do globo (sem as condições temporárias dos</p><p>horários de verão), sabe-se que, quando for meio-dia (12 h) em</p><p>Brasília (Brasil), serão:</p><p>a) 07 h em Los Angeles (EUA), 15 h em Argel (Argélia), 18 h em</p><p>Moscou (Rússia), 01 h do dia seguinte em Sidney (Austrália).</p><p>b) 01 h do dia seguinte em Los Angeles (EUA), 16 h em Argel</p><p>(Argélia), 13 h em Moscou (Rússia), 06 h em Sidney (Austrália).</p><p>c) 17 h em Los Angeles (EUA), 09 h em Argel (Argélia), 06 h em</p><p>Moscou (Rússia), 23 h do dia anterior em Sidney (Austrália).</p><p>d) 12 h em Los Angeles (EUA), 09 h em Argel (Argélia), 06 h em</p><p>Moscou (Rússia), 01 h do dia anterior em Sidney (Austrália).</p><p>e) 19 h em Los Angeles (EUA), 13 h em Argel (Argélia), 09 h em</p><p>Moscou (Rússia), 02 h do dia seguinte em Sydney (Austrália).</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. E</p><p>02. D</p><p>03. C</p><p>04. C</p><p>05. A</p><p>06. C</p><p>07. A</p><p>08. E</p><p>09. C</p><p>10. A</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 299SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>CARTOGRAFIA:</p><p>ESCALA E PROJEÇÕES15</p><p>ESCALA CARTOGRÁFICA</p><p>A Cartografia é a ciência que se preocupa em produzir, analisar</p><p>e interpretar as diversas formas de se representar a superfície, como</p><p>os mapas – que são representações de lugares reais, mas em</p><p>tamanho reduzido. Escala é o nome dado para a proporção entre o</p><p>tamanho de um local ou um objeto no mapa e o seu tamanho real.</p><p>Ou seja, a escala permite identificar quanto um local foi reduzido para</p><p>que pudesse caber no mapa. Por isso, de acordo com o interesse, é</p><p>necessário usar escalas maiores ou escalas menores. Uma escala</p><p>grande significa que é possível observar muitos detalhes no mapa.</p><p>Num cartograma com escala grande, é possível ver ruas, bairros e</p><p>outros locais de forma aproximada. Uma escala pequena significa</p><p>que a imagem está muito encolhida em relação ao tamanho real</p><p>dos objetos e locais representados. Num cartograma com escala</p><p>pequena, é possível ver áreas grandes (países, continentes), mas</p><p>não é possível ver muitos detalhes. É preciso ter muito cuidado, pois</p><p>o denominador da escala costuma provocar confusão. Observe a</p><p>imagem abaixo e perceba um exemplo de duas escalas diferentes.</p><p>TAMANHO</p><p>DE ESCALA</p><p>EXEMPLO DE</p><p>ESCALA</p><p>CARACTERÍSTICA</p><p>Escala</p><p>Maior 1:100.000</p><p>Quanto MENOR o denominador,</p><p>MAIOR a escala por apresentar</p><p>mais detalhes.</p><p>Escala</p><p>Menor 1:250.000.000</p><p>Quanto MAIOR o denominador,</p><p>MENOR a escala por apresentar</p><p>menos detalhes.</p><p>PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS</p><p>É importante saber também que caso o objetivo seja fazer um</p><p>mapa em que o planeta inteiro seja visualizado, será impossível</p><p>representar fielmente todos os aspectos da realidade. Isso</p><p>acontece porque o formato da Terra (tridimensional) impede que ela</p><p>seja representada num plano (mapa) de forma totalmente precisa.</p><p>Por isso, é preciso escolher projeções cartográficas adequadas</p><p>que reduzam as distorções e que sirvam aos interesses de quem</p><p>utilizará o mapa. A projeção escolhida serve para manter ao menos</p><p>um aspecto da realidade (que pode ser a área, a forma, os ângulos</p><p>ou qualquer outro) de maneira fiel. Contudo, para isso, é preciso</p><p>aceitar que haverá distorções em outros aspectos. Portanto, em</p><p>cada situação, para cada local do mundo e de acordo com cada</p><p>objetivo, haverá uma projeção cartográfica mais eficaz.</p><p>De acordo com o local do mundo que o cartógrafo pretende</p><p>representar com mais fidelidade, é escolhida uma projeção</p><p>cilíndrica, cônica ou plana.</p><p>• Projeção Cilíndrica - Nessa projeção as áreas próximas</p><p>a Linha do Equador apresentam menor distorção do que</p><p>nas regiões polares que apresentam grande distorção (os</p><p>territórios ficam com a proporção e forma com grande</p><p>distorção).</p><p>• Projeções Cônicas - Os espaços localizados na zona</p><p>Temperada (latitude média) apresentam pequena distorção.</p><p>• Projeções Planas (ou Azimutais) - Apresentam pequena</p><p>distorção nos espaços localizados próximos ao centro de</p><p>projeção do mapa e grande distorção nos espaços mais</p><p>afastados, ou seja, na “borda” dos mapas. Esse é o tipo</p><p>de projeção utilizado no símbolo da ONU, que é focado no</p><p>hemisfério Norte.</p><p>Além de escolher qual local vai representar melhor, o cartógrafo</p><p>precisa selecionar qual aspecto da realidade será mantido de</p><p>forma fiel. Para isso, é preciso optar por uma projeção conforme,</p><p>equivalente, equidistante ou afilática.</p><p>• Projeção Conforme - Mantém inalterados os ângulos da</p><p>Terra e com isso o formato dos locais é preservado. Foi</p><p>muito utilizado durante a expansão marítima pois auxiliava</p><p>as grandes navegações.</p><p>• Projeção Equivalente - Caracterizada por conservar</p><p>a proporção das áreas representadas, sendo útil para</p><p>cálculos desse tipo.</p><p>• Projeção Equidistante - Mantém as distâncias lineares</p><p>entre os diversos espaços do planeta.</p><p>• Projeção Afilática - Não preserva em sua totalidade</p><p>nenhum aspecto da realidade, não sendo utilizada quando</p><p>a pesquisa exige um grande rigor matemático.</p><p>Dentre os mapas mais famosos, podemos citar o de</p><p>Mercator, feito em 1569 com base numa projeção cilíndrica</p><p>e conforme; e o de Peters, feito em 1973 a partir de uma</p><p>projeção cilíndrica e equivalente. A projeção usada por</p><p>Mercator é considerada eurocêntrica, pois representa os</p><p>países europeus no centro do mundo e com um tamanho</p><p>maior do que o real. Enquanto isso, a projeção de Peters,</p><p>produzida durante a Guerra Fria, teve como um de seus</p><p>objetivos mostrar ao mundo que os países classificados à</p><p>época como de Terceiro Mundo eram grandes e mereciam</p><p>mais atenção do que recebiam naquele momento.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR300</p><p>GEOGRAFIA II 15 CARTOGRAFIA: ESCALA E PROJEÇÕES</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>Projeção Cilíndrica Conforme de Mercator (1569)</p><p>Projeção Cilíndrica Equivalente de Peters (1973)</p><p>CURVAS DE NÍVEL</p><p>O perfil e a carta topográfica são representações</p><p>topográficas de um espaço, ou seja, uma representação do</p><p>relevo e das diferenças de altitude da superfície terrestre. Para</p><p>representar essas diferenças é utilizado um conjunto de linhas</p><p>chamadas de "curvas de nível ou isoípsas", que demarcam</p><p>pontos de altitude igual.</p><p>Quando as isoípsas estão próximas, representam</p><p>uma</p><p>encosta íngreme ou de grande declividade. Quando estão</p><p>distantes, nos mostram encostas com menor declividade e</p><p>uma inclinação mais suave no relevo.</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM) Anamorfose é a transformação cartográfica espacial</p><p>em que a forma dos objetos é distorcida, de forma a realçar o tema.</p><p>A área das unidades espaciais às quais o tema se refere é alterada</p><p>de forma proporcional ao respectivo valor.</p><p>GASPAR, A. J. Dicionário de ciências cartográficas.</p><p>Lisboa: Lidel, 2004.</p><p>A técnica descrita foi aplicada na seguinte forma de representação</p><p>do espaço:</p><p>a)</p><p>b)</p><p>c)</p><p>d)</p><p>e)</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>15 CARTOGRAFIA: ESCALA E PROJEÇÕES</p><p>301</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>02. (ENEM)</p><p>A ONU faz referência a uma projeção cartográfica em seu logotipo.</p><p>A figura que ilustra o modelo dessa projeção é:</p><p>a)</p><p>b)</p><p>c)</p><p>d)</p><p>e)</p><p>03. (ENEM) A imagem apresenta um exemplo de croqui de síntese</p><p>sobre o turismo na França:</p><p>Os croquis são esquemas gráficos que</p><p>a) têm as medidas representadas em escala uniforme.</p><p>b) ressaltam a distribuição espacial dos fenômenos e os fatores</p><p>de localização.</p><p>c) têm a representação gráfica de distâncias do terreno feita</p><p>sobre uma linha reta graduada.</p><p>d) indicam a relação entre a dimensão do espaço real e a do</p><p>espaço representado, por meio de uma proporção numérica.</p><p>e) proporcionam a obtenção de informações acerca de um</p><p>objeto, área ou fenômeno localizado na Terra, sem que haja</p><p>contato físico.</p><p>04. (ENEM) Existem diferentes formas de representação plana da</p><p>superfície da Terra (planisfério).</p><p>Os planisférios de Mercator e de Peters são atualmente os</p><p>mais utilizados.</p><p>Apesar de usarem projeções, respectivamente, conforme e equivalente,</p><p>ambas utilizam como base da projeção o modelo:</p><p>PRÉ-VESTIBULAR302</p><p>GEOGRAFIA II 15 CARTOGRAFIA: ESCALA E PROJEÇÕES</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>a)</p><p>b)</p><p>c)</p><p>d)</p><p>e)</p><p>05. (UERJ)</p><p>É impossível representar, sem distorções, uma superfície</p><p>esférica em um plano. A área e a forma são atributos espaciais</p><p>frequentemente alterados nos mapeamentos, conforme a</p><p>projeção cartográfica utilizada.</p><p>Na imagem, verifica-se a representação de uma mesma área</p><p>circular ao longo dos paralelos e meridianos, como a que ocorre na</p><p>projeção cartográfica denominada:</p><p>a) Peters</p><p>b) Mercator</p><p>c) Robinson</p><p>d) Mollweide</p><p>06. (UERJ) Naquele Império, a arte da cartografia alcançou tal</p><p>perfeição que o mapa de uma única província ocupava uma</p><p>cidade inteira, e o mapa do Império uma provincia inteira.</p><p>Com o tempo, estes mapas desmedidos não bastaram e os</p><p>colégios de cartógrafos levantaram um mapa do Império que</p><p>tinha o tamanho do Império e coincidia com ele ponto por</p><p>ponto. Menos dedicadas ao estudo da cartografia, as gerações</p><p>seguintes decidiram que esse dilatado mapa era inútil e não</p><p>sem impiedade entregaram-no às inclemências do sol e dos</p><p>invernos. Nos desertos do oeste perduram despedaçadas ruínas</p><p>do mapa habitadas por animais e por mendigos.</p><p>BORGES, J. L. Sobre o rigor na ciência. Em: Histoìria universal da infâmia.</p><p>Lisboa: Assiìrio e Alvim, 1982.</p><p>No conto de Jorge Luís Borges, apresenta-se uma reflexão sobre as</p><p>funções da linguagem cartográfica para o conhecimento geográfico.</p><p>A compreensão do conto leva à conclusão de que um mapa</p><p>do tamanho exato do Império se tornava desnecessário pelo</p><p>seguinte motivo:</p><p>a) extensão da grandeza do território político</p><p>b) imprecisão da localização das regiões administrativas</p><p>c) precariedade de instrumentos de orientação tridimensional</p><p>d) equivalência da proporcionalidade da representação espacial</p><p>07. (UERJ)</p><p>O poder criativo da imperfeição</p><p>Já escrevi sobre como nossas teorias científicas sobre o mundo</p><p>são aproximações de uma realidade que podemos compreender</p><p>apenas em parte. 1Nossos instrumentos de pesquisa, que tanto</p><p>ampliam nossa visão de mundo, têm necessariamente limites</p><p>de precisão. Não há dúvida de que Galileu, com seu telescópio,</p><p>viu mais longe do que todos antes dele. Também não há dúvida</p><p>de que hoje vemos muito mais longe do que Galileu poderia ter</p><p>sonhado em 1610. E certamente, em cem anos, nossa visão</p><p>cósmica terá sido ampliada de forma imprevisível.</p><p>No avanço do conhecimento científico, vemos um conceito</p><p>que tem um papel essencial: simetria. Já desde os tempos de</p><p>Platão, 2há a noção de que existe uma linguagem secreta da</p><p>natureza, uma matemática por trás da ordem que observamos.</p><p>Platão – e, com ele, muitos matemáticos até hoje – acreditava</p><p>que os conceitos matemáticos existiam em uma espécie de</p><p>dimensão paralela, acessível apenas através da razão. Nesse caso,</p><p>os teoremas da matemática (como o famoso teorema de Pitágoras)</p><p>existem como verdades absolutas, que a mente humana, ao menos</p><p>as mais aptas, pode ocasionalmente descobrir. Para os platônicos,</p><p>3a matemática é uma descoberta, e não uma invenção humana.</p><p>Ao menos no que diz respeito às forças que agem nas partículas</p><p>fundamentais da matéria, a busca por uma teoria final da natureza</p><p>é a encarnação moderna do sonho platônico de um código secreto</p><p>da natureza. As teorias de unificação, como são chamadas, visam</p><p>justamente a isso, formular todas as forças como manifestações</p><p>de uma única, com sua simetria abrangendo as demais.</p><p>Culturalmente, é difícil não traçar uma linha entre as fés</p><p>monoteístas e a busca por uma unidade da natureza nas ciências.</p><p>Esse sonho, porém, é impossível de ser realizado.</p><p>Primeiro, porque nossas teorias são sempre temporárias,</p><p>passíveis de ajustes e revisões futuras. Não existe uma teoria que</p><p>possamos dizer final, pois 4nossas explicações mudam de acordo</p><p>com o conhecimento acumulado que temos das coisas. Um século</p><p>atrás, um elétron era algo muito diferente do que é hoje. Em cem</p><p>anos, será algo muito diferente outra vez. Não podemos saber se</p><p>as forças que conhecemos hoje são as únicas que existem.</p><p>Segundo, porque nossas teorias e as simetrias que detectamos</p><p>nos padrões regulares da natureza são em geral aproximações. Não</p><p>existe uma perfeição no mundo, apenas em nossas mentes. De fato,</p><p>quando analisamos com calma as “unificações” da física, vemos que</p><p>são aproximações que funcionam apenas dentro de certas condições.</p><p>O que encontramos são assimetrias, imperfeições que surgem</p><p>desde as descrições das propriedades da matéria até as das</p><p>moléculas que determinam a vida, as proteínas e os ácidos nucleicos</p><p>(RNA e DNA). Por trás da riqueza que vemos nas formas materiais,</p><p>encontramos a força criativa das imperfeições.</p><p>MARCELO GLEISER</p><p>Adaptado de Folha de São Paulo, 25/08/2013.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>15 CARTOGRAFIA: ESCALA E PROJEÇÕES</p><p>303</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>O mapa milenar chinês “Yu Gong” fazia uma divisão</p><p>esquemática de todo o mundo em cinco zonas retilíneas,</p><p>organizadas de acordo com os quatro pontos cardeais baseados</p><p>nos ventos. A civilização encontra-se no núcleo da imagem,</p><p>destacando o domínio imperial. O grau de barbárie aumenta a cada</p><p>quadrado que se afasta desse núcleo: governantes tributários,</p><p>as regiões fronteiriças, os bárbaros “aliados” e, finalmente, a zona</p><p>selvagem, sem cultura, que incluía a Europa.</p><p>Adaptado de BROTTON, J. Uma história do mundo em doze mapas.</p><p>Rio de Janeiro: Zahar, 2014.</p><p>Tal como as teorias científicas, as concepções de mundo expressas</p><p>através da cartografia também são aproximações passíveis de</p><p>ajustes e revisões.</p><p>No texto, a descrição do referencial utilizado para a criação de um</p><p>mapa milenar chinês aponta para o seguinte aspecto, igualmente</p><p>presente em documentos cartográficos de outras culturas:</p><p>a) atraso técnico da elaboração</p><p>b) fundamento místico da orientação</p><p>c) interesse econômico da delimitação</p><p>d) caráter etnocêntrico da representação</p><p>08. (FUVEST) Anamorfose geográfica representa superfícies dos</p><p>países em áreas proporcionais a uma determinada quantidade.</p><p>Observe as seguintes anamorfoses:</p><p>Nas alternativas apresentadas, os títulos que identificam de forma</p><p>correta as anamorfoses I e II são, respectivamente:</p><p>a) Transporte aéreo e Transporte ferroviário.</p><p>b) População urbana e População</p><p>rural.</p><p>c) População total e Produto Interno Bruto.</p><p>d) Ocorrência de HIV e Ocorrência de malária.</p><p>e) Exportação de armas e Importação de armas.</p><p>09. (UERJ) Compare as imagens a seguir. Na Imagem 1,</p><p>apresenta-se o desenho original do perfil de uma cabeça humana</p><p>sobre uma representação possível do globo terrestre. Na Imagem 2,</p><p>esse mesmo desenho é apresentado em um planisfério elaborado</p><p>com a projeção cartográfica de Mercator, que é utilizada desde o</p><p>período das grandes navegações.</p><p>Com base na comparação entre essas imagens, conclui-se que o</p><p>território das Américas que tem a área mais ampliada com o uso da</p><p>projeção de Mercator é:</p><p>a) Brasil</p><p>b) México</p><p>c) Argentina</p><p>d) Groenlândia</p><p>10. (UNICAMP) A imagem abaixo corresponde a um fragmento</p><p>de uma carta topográfica em escala 1:50.000. Considere que a</p><p>distância entre A e B é de 3,5 cm.</p><p>A partir dessas informações, é correto afirmar que:</p><p>a) O rio corre em direção sudeste, sendo sua margem esquerda</p><p>a de maior declividade. Apresenta um comprimento total de</p><p>17.500 metros.</p><p>b) O rio corre em direção sudoeste, sendo a margem direita a</p><p>de maior declividade. Apresenta um comprimento total de</p><p>1.750 quilômetros.</p><p>c) O rio corre em direção sudeste, sendo sua margem esquerda</p><p>a de maior declividade. Apresenta um comprimento total de</p><p>1.750 metros.</p><p>d) O rio corre em direção sudoeste, sendo sua margem esquerda</p><p>a de maior declividade. Apresenta um comprimento total de</p><p>175 metros.</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. C</p><p>02. A</p><p>03. B</p><p>04. C</p><p>05. A</p><p>06. D</p><p>07. D</p><p>08. E</p><p>09. D</p><p>10. E</p><p>PRÉ-VESTIBULAR304</p><p>GEOGRAFIA II 15 CARTOGRAFIA: ESCALA E PROJEÇÕES</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 305SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>FONTES DE ENERGIA: TIPOS E</p><p>CARACTERÍSTICAS16</p><p>TIPOS E CRITÉRIOS DE</p><p>CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES DE</p><p>ENERGIA</p><p>O ser humano sempre utilizou fontes de energia para suprir</p><p>suas necessidades básicas de sobrevivência. Essas substâncias,</p><p>por meio de um processo de transformação, proporcionam energia</p><p>para que o homem possa cozinhar seu alimento, aquecer seu</p><p>ambiente, produzir combustíveis, entre outras atividades. Porém,</p><p>foi com o advento do modelo econômico capitalista, baseado num</p><p>intenso processo de produção e consumo, que a utilização das</p><p>fontes energéticas teve um aumento extraordinário, pois o setor</p><p>industrial é altamente dependente de energia para o funcionamento</p><p>das máquinas, em especial das fontes de origem fóssil (petróleo,</p><p>gás natural e carvão mineral).</p><p>As fontes de energia podem ser classificadas a partir de alguns</p><p>critérios em diversas formas:</p><p>• Classificação quanto ao uso na sociedade:</p><p>– Energias Tradicionais - Fontes de energia predominantes</p><p>na sociedade, como o carvão mineral e o petróleo.</p><p>– Energias Alternativas - Fontes de investimento mais</p><p>recente pelo alto custo do petróleo, como a eólica,</p><p>solar, nuclear e os biocombustíveis.</p><p>• Classificação quanto a origem das fontes de energia:</p><p>– Combustíveis Fósseis - Carvão mineral, petróleo e gás</p><p>natural.</p><p>– Combustíveis Alternativos - Solar, eólica,</p><p>biocombustíveis etc.</p><p>• Classificação quanto a esgotabilidade:</p><p>– Fontes Renováveis - São aquelas que após a sua</p><p>utilização e exploração são repostas pela natureza de</p><p>maneira “rápida” (exemplo: água dos rios; vento).</p><p>– Fontes Não Renováveis - São aquelas que após a sua</p><p>utilização são repostas apenas depois de um longo</p><p>período de bilhões e milhões de anos (exemplo: carvão</p><p>mineral; petróleo; urânio).</p><p>• Classificação quanto ao impacto ambiental:</p><p>– Fontes Limpas - Aquelas que geram baixa poluição</p><p>atmosférica, como a solar e a eólica.</p><p>– Fontes Poluentes - Aquelas que emitem grande</p><p>quantidade de gases poluentes, como o petróleo e o</p><p>carvão mineral.</p><p>Os biocombustíveis são alvo de críticas, pois para serem</p><p>produzidos precisam de biomassa que antes era utilizada como</p><p>alimento (como o etanol de milho dos EUA). Com isso, seriam</p><p>parcialmente responsáveis por provocar aumento do custo dos</p><p>alimentos. Ou seja, investir em biocombustíveis poderia ocupar</p><p>muitas terras agrícolas e acabar aumentando o preço e reduzindo</p><p>a oferta de alimento à população mundial.</p><p>As energias solar e eólica, apesar do grande potencial natural,</p><p>ainda são demasiadamente caras para a maioria dos países.</p><p>São raros os países que já tem uma grande produção destas</p><p>energias – a Alemanha é um exemplo. Por isso, dentre as soluções</p><p>renováveis, os biocombustíveis e a energia hidrelétrica são os</p><p>mais viáveis atualmente. Os biocombustíveis, mesmo gerando</p><p>gases, são considerados limpos pois a emissão de poluentes</p><p>é muito menor. Já as usinas hidrelétricas, mesmo produzindo</p><p>impactos ambientais, normalmente são consideradas limpas por</p><p>não emitirem gases poluentes de forma direta. No mundo, os</p><p>combustíveis fósseis correspondem a cerca de 80% do consumo</p><p>de energia. As fontes renováveis, representam apenas 13%. Logo,</p><p>podemos afirmar que a matriz energética mundial é suja, mas que</p><p>há esforços para aumentar o uso de fontes renováveis.</p><p>FONTES PRINCIPAIS E TIPOS DE</p><p>USINAS GERADORAS DE ELETRICIDADE</p><p>CARVÃO MINERAL</p><p>O carvão mineral é oriundo da decomposição das florestas que</p><p>ocorreram no período Carbonífero, da era primária, sendo uma das</p><p>formas em que o elemento carbono é encontrado no globo terrestre.</p><p>Na formação do carvão mineral ocorre um processo no qual há</p><p>transformação da celulose, com a saída de íons de hidrogênio e</p><p>oxigênio e um aumento no enriquecimento do carbono, dando</p><p>origem à hulha. A hulha pode ser originada pela decomposição</p><p>de florestas no próprio local, ou ainda, pela sedimentação de</p><p>detritos vegetais trazidos pelas águas. Assim pode-se dizer que</p><p>as jazidas de carvão representam restos de vegetais que foram</p><p>transformados no local, ou transportados por longas distâncias,</p><p>onde ocorreu a decomposição da celulose pela ação de bactérias.</p><p>A boa qualidade do carvão depende da pequena quantidade de</p><p>minerais existentes em sua composição, pois estes minerais não</p><p>queimam e ainda roubam calor.</p><p>TIPOS DE CARVÃO MINERAL</p><p>TURFA 59%</p><p>LINHITO 65% - 75%</p><p>HULHA 82% - 90%</p><p>ANTRACITO 90% - 98%</p><p>O carvão mineral é um combustível fóssil não renovável</p><p>extremamente importante para a economia de países como China,</p><p>Estados Unidos e Índia, mas é o responsável pela emissão de uma</p><p>grande quantidade de poluentes na atmosfera. Apesar de ser uma</p><p>fonte esgotável, estima-se que as reservas carboníferas durem</p><p>muito mais do que as de petróleo.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR306</p><p>GEOGRAFIA II 16 FONTES DE ENERGIA: TIPOS E CARACTERÍSTICAS</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>Maiores produtores mundiais de carvão mineral</p><p>País 2009 % Reservas (anos)</p><p>China 3050.0 45.6% 38</p><p>EUA 973.2 15.8% 245</p><p>Índia 557.6 6.2% 105</p><p>União Europeia 536.8 4.6% 55</p><p>Austrália 409.2 6.7% 186</p><p>Rússia 298.1 4.3% 500+</p><p>Total mundial 6,940.6 100% 119</p><p>PETRÓLEO</p><p>É considerado uma fonte de energia não renovável, de origem</p><p>fóssil e é matéria-prima da indústria petrolífera e petroquímica.</p><p>O petróleo bruto pode ser do tipo óleo leve ou óleo pesado,</p><p>e é encontrado em rochas de bacias sedimentares. Existem</p><p>reservatórios de petróleo em diversas profundidades, sendo que os</p><p>mais pastosos e pesados se encontram em locais rasos, enquanto</p><p>o óleo leve (e de melhor qualidade) é obtido através de perfurações</p><p>em grandes profundidades.</p><p>O petróleo ocorre em muitas partes do mundo. Extensos</p><p>depósitos têm sido encontrados no golfo Pérsico, nos Estados</p><p>Unidos, no Canadá, na Rússia (nos Urais e na Sibéria ocidental), na</p><p>Líbia, no delta do rio Níger, na Venezuela, no golfo do México e no</p><p>mar do Norte.</p><p>Contudo, é importante entender que não necessariamente</p><p>os maiores produtores são os maiores consumidores. Além</p><p>disso, nem todos que possuem as maiores reservas, como a</p><p>Venezuela, possuem óleo da melhor qualidade. Daí a importância</p><p>de comparar quais são as maiores reservas, quem são os maiores</p><p>produtores e quais são os principais consumidores de petróleo e</p><p>seus derivados.</p><p>Maiores reservas comprovadas</p><p>1 Venezuela 297,7</p><p>2 Arábia Saudita 265,9</p><p>3 Canadá 173,6</p><p>4 Irã 157,3</p><p>5 Iraque 143,1</p><p>6 Kuwait 101,5</p><p>7 Emirados Árabes Unidos 97,8</p><p>8 Rússia 60,0</p><p>9 Argélia 52,26</p><p>10 Líbia 48,1</p><p>11 Nigéria 38,5</p><p>12 Cazaquistão 30,0</p><p>13 Brasil 25,21</p><p>14 Estados Unidos 19,1</p><p>15 China 16,1</p><p>Maiores consumidores</p><p>1 Estados Unidos 19,180</p><p>2 China 9,392</p><p>3 Japão 4,452</p><p>4 Índia 3,116</p><p>5 Rússia 3,038</p><p>6 Arábia Saudita (OPEP) 2,650</p><p>7 Brasil 2,560</p><p>8 Alemanha 2,495</p><p>9 Coreia do Sul 2,251</p><p>10 Canadá 2,216</p><p>11 México 2,073</p><p>12 França 1,861</p><p>13 Irã (OPEP) 1,800</p><p>14 Reino Unido 1,622</p><p>15 Itália 1,528</p><p>Após a seleção do tipo desejável de óleo cru, os mesmos são</p><p>refinados através de processos que permitem a obtenção de óleos</p><p>básicos de alta qualidade, livres de impurezas e componentes</p><p>indesejáveis. Chegando às refinarias, o petróleo cru é analisado</p><p>para conhecer-se suas características e definir-se os processos a</p><p>que será submetido para obter-se determinados subprodutos.</p><p>Evidentemente, as refinarias, conhecendo suas limitações, já</p><p>adquirem petróleos dentro de determinadas especificações. Os</p><p>principais produtos provenientes da refinação de petróleo são: gás</p><p>combustível; GLP; gasolina; nafta; querosene; óleo diesel; óleos</p><p>lubrificantes; óleos combustíveis; matéria-prima para fabricar</p><p>asfalto e parafina.</p><p>Maiores produtores mundiais de petróleo (2016)</p><p>Em meados do século XIX, a necessidade de combustível para</p><p>iluminação (principalmente querosene, mas em algumas áreas,</p><p>gás natural) levou ao desenvolvimento da indústria do petróleo e</p><p>o crescimento do transporte motorizado fez com que a demanda</p><p>crescesse muito rapidamente. Hoje em dia, o petróleo fornece</p><p>uma grande parte da energia mundial utilizada no transporte</p><p>e é a principal fonte de energia para muitas outras finalidades.</p><p>Além disso, é usado como matéria-prima para obter milhares de</p><p>produtos petroquímicos. Os hidrocarbonetos são, sem dúvida, os</p><p>produtos comerciais de maior consumo no planeta Terra. Nos</p><p>finais da década de 1960-70 o consumo mundial era de 2,5 bilhões</p><p>de toneladas por ano e nos últimos 20 anos houve um aumento</p><p>anual de 10%.</p><p>Atualmente, os derivados do petróleo correspondem a cerca</p><p>de 50% do global dos produtos do mercado mundial. O comércio</p><p>do petróleo e derivados é controlado por um pequeno número de</p><p>gigantescas empresas que dirigem toda a cadeia de produção, de</p><p>tratamento e de transporte, desde o poço até ao consumidor, no</p><p>que um dia já foi chamado de Cartel das Sete Irmãs.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>16 FONTES DE ENERGIA: TIPOS E CARACTERÍSTICAS</p><p>307</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>GÁS NATURAL</p><p>Sua composição varia conforme o lugar onde se forma. É constituído principalmente por CH4. Desprende-se da crosta terrestre</p><p>nas regiões petrolíferas, sendo a maior fonte natural de metano. O gás natural é usado como combustível em residências, nos fogões,</p><p>aquecedores de água e, em países de clima frio, nos sistemas de calefação. É utilizado também como combustível industrial no aquecimento</p><p>de caldeiras onde água é transformada em vapor. Este, por sua vez, é utilizado para movimentar turbinas.</p><p>O gás natural não é usado apenas como combustível. Diversos subprodutos do gás natural bruto, como o metano, o etano, o propano</p><p>e o butano são usados como matéria-prima na obtenção de substâncias sintéticas. Os subprodutos do gás natural são separados uns dos</p><p>outros por compressão, que os transforma em líquidos a temperaturas diferentes.</p><p>USINAS TERMOELÉTRICAS</p><p>A produção de eletricidade geralmente é feita em usinas. As principais são as usinas termoelétricas, as termonucleares e as hidrelétricas.</p><p>Uma usina termoelétrica produz energia elétrica a partir da queima de carvão, óleo combustível ou gás natural em uma caldeira</p><p>projetada para esta finalidade específica. Nas usinas convencionais, a primeira etapa consiste na queima de um combustível fóssil, como</p><p>carvão, óleo ou gás, transformando a água em vapor com o calor gerado na caldeira. Em seguida, este vapor, em alta pressão, é usado para</p><p>girar a turbina, que por sua vez aciona o gerador elétrico. Na terceira etapa, o vapor é condensado, transferindo o resíduo de sua energia</p><p>térmica para um circuito independente de refrigeração, retornando a água à caldeira e, assim, completando o ciclo.</p><p>A principal vantagem deste tipo de usina é poderem ser construídas onde são mais necessárias, economizando assim o custo das</p><p>linhas de transmissão. Contudo, são extremamente poluentes e produzem energia mais cara do que as usinas hidrelétricas.</p><p>USINAS TERMONUCLEARES</p><p>A energia nuclear é liberada durante a fissão ou fusão dos núcleos atômicos. Ou seja, existem duas formas de aproveitar a energia</p><p>nuclear para convertê-la em calor: a fissão nuclear, onde o núcleo atômico se subdivide em dois ou mais, e a fusão nuclear, na qual ao</p><p>menos dois núcleos atômicos se unem para produzir um novo núcleo. A principal vantagem da energia nuclear obtida por fissão é a não</p><p>utilização de combustíveis fósseis, não lançando na atmosfera gases tóxicos, e não sendo responsável pelo aumento do efeito estufa.</p><p>Países desenvolvidos são os que mais utilizam energia nuclear, pois o custo da tecnologia e da construção de usinas é elevado. Dentre</p><p>os principais utilizadores de centrais nucleares estão França, Japão, Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Espanha, China, Rússia, Coreia do</p><p>Norte, Paquistão, Índia, entre outros. Levando-se em consideração a produção total de energia elétrica no mundo, a participação da energia</p><p>nuclear saltou de 0,1% para 17% em 30 anos, fazendo-a aproximar-se da porcentagem produzida pelas hidrelétricas.</p><p>Usina Nuclear</p><p>No caso das usinas nucleares, pouco espaço é ocupado, sem maiores prejuízos imediatos aos cidadãos e ao equilíbrio ecológico.</p><p>Entretanto, as preocupações são imensas. Um acidente pode afetar seriamente a saúde de milhões de pessoas e causar danos irreparáveis</p><p>à natureza. Ao longo da História houve dois importantes acidentes envolvendo o uso da energia nuclear, que geraram discussões acerca</p><p>de suas vantagens versus o perigo que representa para a população mundial.</p><p>Em 1986, um experimento malconduzido, aliado a problemas estruturais da usina e outros fatores, causou a explosão do quarto reator</p><p>de Chernobyl, na Ucrânia (antiga União Soviética). Cerca de 31 pessoas morreram na explosão e durante o combate ao incêndio. Outras</p><p>centenas faleceram depois, por causa da exposição aguda à radioatividade, num grau 400 vezes maior que o da bomba de Hiroshima. Já</p><p>em 2011, houve um novo acidente nuclear, desta vez na Central Nuclear de Fukushima, no Japão, causado pelo derretimento de três dos</p><p>seis reatores nucleares da usina.</p><p>Usinas Hidroelétricas</p><p>Um corpo ganha velocidade à medida que vai caindo. Com o aumento da velocidade, o corpo vai ganhando energia. Mas não é preciso</p><p>que a queda seja vertical para que haja ganho de energia, pois num plano inclinado também há aumento progressivo de energia. Com base</p><p>neste último princípio, o homem construiu as grandes usinas hidrelétricas, que constituem a utilização da energia dos planos inclinados</p><p>dos rios para a posterior geração da eletricidade. Atualmente, um quinto de toda energia elétrica do mundo é produzido em hidrelétricas.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR308</p><p>GEOGRAFIA II 16 FONTES DE ENERGIA: TIPOS E CARACTERÍSTICAS</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>O fluxo das águas de um rio não se apresenta o mesmo durante</p><p>o ano inteiro, sendo influenciado pelas chuvas: aumenta o volume</p><p>na estação das águas e dá-se o inverso na estação das secas. Diz-</p><p>se, por isso, que a vazão dos rios se modifica de acordo com a</p><p>estação do ano. Sendo assim, é necessário estudar muito bem o</p><p>regime de um rio antes de começar a edificação de uma usina.</p><p>Os rios mais adequados para a construção de hidrelétricas</p><p>são os de planalto, dotados de maiores inclinações, mas são</p><p>justamente estes os mais sujeitos a grandes variações da vazão.</p><p>Então, para o aproveitamento de rios desse tipo, é necessário</p><p>regularizar a vazão, a fim de que a usina possa funcionar o ano</p><p>inteiro, com toda a potência instalada.</p><p>A regularização do regime de um rio</p><p>só é possível com a construção</p><p>de barragens sólidas, de modo a poder fechar o leito do rio. Nesse</p><p>paredão as águas vão se acumulando, e, quando o rio está muito baixo</p><p>ou quase seco, são abertas as comportas conforme a necessidade,</p><p>obtendo-se dessa maneira uma vazão média constante o ano todo.</p><p>Desviada a água, ela penetra em tubos de grande diâmetro,</p><p>chamados tubos de carga, através dos quais desce até chegar às</p><p>turbinas, cujas paletas ela irá movimentar. As turbinas em geral são</p><p>montadas no mesmo eixo do dínamo, de forma que o movimento</p><p>provocado pela energia mecânica da água no rotor da turbina</p><p>resultará em eletricidade no gerador. A água depois volta ao rio,</p><p>através dos canais de descarga.</p><p>Muitas vezes, devido a irregularidades das condições</p><p>pluviométricas e à consequente diminuição do volume dos cursos</p><p>de água, as usinas hidrelétricas necessitam da complementação</p><p>de usinas termelétricas (movimentadas pelo vapor produzido</p><p>através da queima de combustível).</p><p>Portanto, percebe-se que gerar eletricidade não é nada simples.</p><p>Para a construção de uma usina hidrelétrica, o investimento</p><p>financeiro costuma ser altíssimo e os prejuízos para a natureza</p><p>e a população podem ser enormes e, muitas vezes, irreversíveis.</p><p>Extensas áreas têm de ser inundadas para a formação dos</p><p>reservatórios d’água que abastecem as usinas. Espécies da fauna</p><p>e da flora correm o risco de desaparecer, se não forem tomados os</p><p>devidos cuidados, assim como povoados ficam submersos – e sua</p><p>população é obrigada a se deslocar para outros locais.</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM)</p><p>A distribuição do consumo de energia elétrica per capita, verificada</p><p>no cartograma, é resultado da</p><p>a) extensão territorial dos Estados-nação.</p><p>b) diversificação da matriz energética local.</p><p>c) capacidade de integração política regional.</p><p>d) proximidade com áreas de produção de petróleo.</p><p>e) instalação de infraestrutura para atender à demanda.</p><p>02. (ENEM) No mundo contemporâneo, as reservas energéticas</p><p>tornam-se estratégicas para muitos países no cenário internacional.</p><p>Os gráficos apresentados mostram os dez países com as maiores</p><p>reservas de petróleo e gás natural em reservas comprovadas até</p><p>janeiro de 2008.</p><p>As reservas venezuelanas figuram em ambas as classificações porque</p><p>a) a Venezuela já está integrada ao MERCOSUL.</p><p>b) são reservas comprovadas, mas ainda inexploradas.</p><p>c) podem ser exploradas sem causarem alterações ambientais.</p><p>d) já estão comprometidas com o setor industrial interno daquele país.</p><p>e) a Venezuela é uma grande potência energética mundial.</p><p>03. (ENEM) A economia moderna depende da disponibilidade de</p><p>muita energia em diferentes formas, para funcionar e crescer.</p><p>No Brasil, o consumo total de energia pelas indústrias cresceu</p><p>mais de quatro vezes no período entre 1970 e 2005. Enquanto os</p><p>investimentos em energias limpas e renováveis, como solar e eólica,</p><p>ainda são incipientes, ao se avaliar a possibilidade de instalação de</p><p>usinas geradoras de energia elétrica, diversos fatores devem ser</p><p>levados em consideração, tais como os impactos causados ao</p><p>ambiente e às populações locais.</p><p>RICARDO, B.; CAMPANILI, M. Almanaque Brasil Socioambiental.</p><p>São Paulo: Instituto Socioambiental, 2007 (adaptado).</p><p>Em uma situação hipotética, optou-se por construir uma usina</p><p>hidrelétrica em região que abrange diversas quedas d’água em</p><p>rios cercados por mata, alegando-se que causaria impacto</p><p>ambiental muito menor que uma usina termelétrica. Entre os</p><p>possíveis impactos da instalação de uma usina hidrelétrica nessa</p><p>região, inclui-se</p><p>a) a poluição da água por metais da usina.</p><p>b) a destruição do habitat de animais terrestres.</p><p>c) o aumento expressivo na liberação de CO2 para a atmosfera.</p><p>d) o consumo não renovável de toda água que passa pelas turbinas.</p><p>e) o aprofundamento no leito do rio, com a menor deposição de</p><p>resíduos no trecho de rio anterior à represa.</p><p>04. (ENEM) O funcionamento de uma usina nucleoelétrica típica</p><p>baseia-se na liberação de energia resultante da divisão do núcleo</p><p>de urânio em núcleos de menor massa, processo conhecido como</p><p>fissão nuclear. Nesse processo, utiliza-se uma mistura de diferentes</p><p>átomos de urânio, de forma a proporcionar uma concentração de</p><p>apenas 4% de material físsil. Em bombas atômicas, são utilizadas</p><p>concentrações acima de 20% de urânio físsil, cuja obtenção é</p><p>trabalhosa, pois, na natureza, predomina o urânio não-físsil.</p><p>Em grande parte do armamento nuclear hoje existente, utiliza-se,</p><p>então, como alternativa, o plutônio, material físsil produzido por</p><p>reações nucleares no interior do reator das usinas nucleoelétricas.</p><p>Considerando-se essas informações, é correto afirmar que</p><p>a) a disponibilidade do urânio na natureza está ameaçada devido</p><p>à sua utilização em armas nucleares.</p><p>b) a proibição de se instalarem novas usinas nucleoelétricas não</p><p>causará impacto na oferta mundial de energia.</p><p>c) a existência de usinas nucleoelétricas possibilita que um de</p><p>seus subprodutos seja utilizado como material bélico.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>16 FONTES DE ENERGIA: TIPOS E CARACTERÍSTICAS</p><p>309</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>d) a obtenção de grandes concentrações de urânio físsil é</p><p>viabilizada em usinas nucleoelétricas.</p><p>e) a baixa concentração de urânio físsil em usinas nucleoelétricas</p><p>impossibilita o desenvolvimento energético.</p><p>05. (ENEM) Nos últimos meses o preço do petróleo tem alcançado</p><p>recordes históricos. Por isso a procura de fontes energéticas</p><p>alternativas se faz necessária. Para os especialistas, uma das mais</p><p>interessantes é o gás natural, pois ele apresentaria uma série de</p><p>vantagens em relação a outras opções energéticas.</p><p>A relação compara a distribuição das reservas de petróleo e de gás</p><p>natural no mundo, e a figura, a emissão de monóxido de carbono</p><p>[sic] entre vários tipos de fontes energéticas.</p><p>Distribuição de</p><p>petróleo no mundo</p><p>(%)</p><p>Distribuição de gás</p><p>natural no mundo</p><p>(%):</p><p>América do Norte 3,5 5,0</p><p>América Latina 13,0 6,0</p><p>Europa 2,0 3,6</p><p>Ex-União Soviética 6,3 38,7</p><p>Oriente Médio 64,0 33,0</p><p>África 7,2 7,7</p><p>Ásia/Oceania 4,0 6,0</p><p>A partir da análise da relação e da figura, são feitas as seguintes</p><p>afirmativas:</p><p>I. Enquanto as reservas mundiais de petróleo estão</p><p>concentradas geograficamente, as reservas mundiais de gás</p><p>natural são mais distribuídas ao redor do mundo garantindo</p><p>um mercado competitivo, menos dependente de crises</p><p>internacionais e políticas.</p><p>II. A emissão de dióxido de carbono (CO2) para o gás natural é a</p><p>mais baixa entre os diversos combustíveis analisados, o que</p><p>é importante, uma vez que esse gás é um dos principais</p><p>responsáveis pelo agravamento do efeito estufa.</p><p>Com relação a essas afirmativas pode-se dizer que</p><p>a) a primeira está incorreta, pois novas reservas de petróleo serão</p><p>descobertas futuramente.</p><p>b) a segunda está incorreta, pois o dióxido de carbono (CO2)</p><p>apresenta pouca importância no agravamento do efeito estufa.</p><p>c) ambas são análises corretas, mostrando que o gás natural é</p><p>uma importante alternativa energética.</p><p>d) ambas não procedem para o Brasil, que já é praticamente</p><p>auto-suficiente em petróleo e não contribui para o agravamento</p><p>do efeito estufa.</p><p>e) nenhuma delas mostra vantagem do uso de gás natural sobre</p><p>o petróleo.</p><p>06. (ENEM) Em usinas hidrelétricas, a queda d'água move turbinas que</p><p>acionam geradores. Em usinas eólicas, os geradores são acionados</p><p>por hélices movidas pelo vento. Na conversão direta solar-elétrica são</p><p>células fotovoltaicas que produzem tensão elétrica. Além de todos</p><p>produzirem eletricidade, esses processos têm em comum o fato de</p><p>a) não provocarem impacto ambiental.</p><p>b) independerem de condições climáticas.</p><p>c) a energia gerada poder ser armazenada.</p><p>d) utilizarem fontes de energia renováveis.</p><p>e) dependerem das reservas de combustíveis fósseis.</p><p>07. (ENEM) "A idade da pedra chegou ao fim, não porque faltassem</p><p>pedras; a era do petróleo chegará igualmente ao fim, mas não por</p><p>falta de petróleo".</p><p>Xeque Yamani, Ex-ministro do Petróleo da Arábia Saudita. O Estado de S. Paulo, 20/08/2001.</p><p>Considerando as características que envolvem a utilização</p><p>das matérias-primas citadas no texto em diferentes contextos</p><p>histórico-geográficos, é correto afirmar que, de acordo com o autor,</p><p>a exemplo do que aconteceu na Idade da Pedra, o fim da era do</p><p>Petróleo estaria relacionado</p><p>a) à redução e esgotamento das reservas de petróleo.</p><p>b) ao desenvolvimento tecnológico e à utilização de novas fontes</p><p>de energia.</p><p>c) ao desenvolvimento dos transportes e consequente aumento</p><p>do consumo de energia.</p><p>d) ao excesso de produção e consequente desvalorização do</p><p>barril de petróleo.</p><p>e) à diminuição das ações humanas sobre o meio ambiente.</p><p>08. (ENEM) Para compreender o processo de exploração e o consumo</p><p>dos recursos petrolíferos, é fundamental conhecer a gênese e o</p><p>processo de formação do petróleo descritos no texto abaixo.</p><p>"O petróleo é um combustível fóssil, originado provavelmente</p><p>de restos de vida aquática acumulados no fundo dos oceanos</p><p>primitivos e cobertos por sedimentos. O tempo e a pressão</p><p>do sedimento sobre o material depositado no fundo do mar</p><p>transformaram esses restos em massas viscosas de coloração</p><p>negra denominadas jazidas de petróleo."</p><p>(Adaptado de TUNDISI. Usos de energia. São Paulo: Atual Editora, 1991.)</p><p>As informações do texto permitem afirmar que:</p><p>a) o petróleo é um recurso energético renovável a curto prazo, em</p><p>razão de sua constante formação geológica.</p><p>b) a exploração de petróleo é realizada apenas em áreas marinhas.</p><p>c) a extração e o aproveitamento do petróleo são atividades não</p><p>poluentes dada sua origem natural.</p><p>d) o petróleo é um recurso energético distribuído homogeneamente,</p><p>em todas as regiões, independentemente da sua origem.</p><p>e) o petróleo é um recurso não-renovável a curto prazo, explorado em</p><p>áreas continentais de origem marinha ou em áreas submarinas.</p><p>09. (ENEM) Nos últimos decênios, o território conhece grandes</p><p>mudanças em função de acréscimos técnicos que renovam a</p><p>sua materialidade, como resultado e condição, ao mesmo tempo,</p><p>dos processos econômicos e sociais em curso.</p><p>SANTOS, M.; SILVEIRA; M. L. O Brasil: território e sociedade do século XXI.</p><p>Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado).</p><p>A partir da última década, verifica-se a ocorrência no Brasil de</p><p>alterações significativas no território, ocasionando impactos</p><p>sociais, culturais e econômicos sobre comunidades locais, e com</p><p>maior intensidade, na Amazônia Legal, com a</p><p>PRÉ-VESTIBULAR310</p><p>GEOGRAFIA II 16 FONTES DE ENERGIA: TIPOS E CARACTERÍSTICAS</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>a) reforma e ampliação de aeroportos nas capitais dos estados.</p><p>b) ampliação de estádios de futebol para a realização de</p><p>eventos esportivos.</p><p>c) construção de usinas hidrelétricas sobre os rios Tocantins,</p><p>Xingu e Madeira.</p><p>d) instalação de cabos para a formação de uma rede informatizada</p><p>de comunicação.</p><p>e) formação de uma infraestrutura de torres que permitem a</p><p>comunicação móvel na região.</p><p>10. O gráfico abaixo mostra a situação brasileira da disponibilidade</p><p>de energia elétrica. Com base nele e excetuando-se a energia</p><p>elétrica importada, podemos afirmar que</p><p>a) a fonte de energia elétrica renovável com maior potência</p><p>gerada é o gás natural.</p><p>b) a energia fóssil com maior potência elétrica gerada é o</p><p>carvão mineral.</p><p>c) apesar de sua importância, a geração de energia elétrica das</p><p>fontes solar e eólica ainda é pouco representativa em relação</p><p>ao total de energia elétrica produzida.</p><p>d) a ausência prolongada de chuvas no país não afeta a</p><p>disponibilidade de energia elétrica.</p><p>e) a grande maioria da energia elétrica é oriunda de fontes</p><p>não renováveis.</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. E</p><p>02. E</p><p>03. B</p><p>04. C</p><p>05. C</p><p>06. D</p><p>07. B</p><p>08. E</p><p>09. C</p><p>10. C</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 249SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>FONTES DE ENERGIA II:</p><p>SITUAÇÃO DO BRASIL17</p><p>A MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA</p><p>MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA - 2014</p><p>FONTES DE ENERGIA UTILIZAÇÃO</p><p>Petróleo e derivados 39,3%</p><p>Gás natural 12,8%</p><p>Carvão mineral 5,6%</p><p>Urânio 1,3%</p><p>Biomassa da cana 16,1%</p><p>Hidráulica 12,5%</p><p>Lenha e carvão vegetal 8,3%</p><p>Outras fontes renováveis 4,2%</p><p>BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Balanço Energético Nacional.</p><p>Rio de Janeiro, maio de 2014. Relatório Síntese.</p><p>Na matriz energética brasileira predominam as fontes não renováveis</p><p>(o destaque fica para o petróleo utilizado nas termelétricas e importante</p><p>matéria-prima para combustíveis e produtos industrializados) que</p><p>correspondem a 59% do total. Apesar disso, é possível observar que as</p><p>fontes renováveis estão ganhando espaço e correspondem a 41% da</p><p>matriz nacional (o destaque fica para a biomassa da cana-de-açúcar</p><p>que é utilizada para a produção de biocombustíveis).</p><p>Se considerarmos apenas a energia elétrica (sem contabilizar</p><p>os gastos de combustíveis), cerca de 70% da energia vem da força</p><p>da água, ou seja, de usinas hidrelétricas. Portanto, percebe-se que o</p><p>Brasil tem uma matriz energética mais limpa que a média mundial.</p><p>MATRIZ ELÉTRICA BRASILEIRA - 2013</p><p>FONTES DE ENERGIA UTILIZAÇÃO</p><p>Hidráulica 70,6%</p><p>Gás natural 11,3%</p><p>Biomassa 7,6%</p><p>Derivados de petróleo 4,4%%</p><p>Carvão e derivados 2,6%%</p><p>Nuclear 2,4%</p><p>Eólica 1,1%</p><p>BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Balanço Energético Nacional.</p><p>Rio de Janeiro, maio de 2014. Relatório Síntese</p><p>Porém, importantes mudanças têm ocorrido nos últimos</p><p>anos envolvendo o uso de energia do Brasil. Primeiramente, com</p><p>o aumento da renda de grande parte da população, cresceu o</p><p>consumo e o gasto de energia. Para atender a essa demanda, o</p><p>governo tem projetado diversas novas hidrelétricas, e a maioria</p><p>delas na Bacia Amazônica. Isso ocorre porque a Bacia do</p><p>Paraná, que é a mais utilizada para a geração de eletricidade, já</p><p>não suporta mais novas usinas de grande porte. Logo, utilizar o</p><p>potencial amazônico (o maior do país) torna-se uma necessidade,</p><p>na perspectiva dos gestores do setor de energia. Estas usinas são</p><p>diferentes das antigas, pois usam a tecnologia fio d’água (ou seja,</p><p>não tem reservatório). A consequência é que há um menor impacto</p><p>ambiental, com menos áreas alagadas.</p><p>Porém, caso haja um longo período de estiagem, diminui</p><p>a vazão dos rios e a geração de energia é menor. Por conta do</p><p>aumento da demanda e da última estiagem entre 2012-2014,</p><p>houve a necessidade de ligar, de forma emergencial, todas as</p><p>usinas termelétricas do país. Estas usinas são movidas a carvão e</p><p>óleo diesel, geram muito mais poluentes e produzem energia com</p><p>um custo maior. Portanto, apesar de ainda ter grande destaque</p><p>no uso de energias renováveis, aumentou ligeiramente o uso de</p><p>fontes sujas no Brasil. Por fim, vale destacar que há vários projetos</p><p>previstos e outros em execução para a criação de novas usinas</p><p>nucleares e eólicas no Brasil.</p><p>A proposta que prevê a construção de mais usinas nucleares, um</p><p>tipo de energia alternativa (mas que não é renovável), enfrenta sérias</p><p>resistências pelo medo de possíveis acidentes, principalmente após</p><p>o recente problema ocorrido no Japão. Inclusive, o acidente japonês</p><p>desencadeou um movimento em diversos países (como a Alemanha</p><p>e o próprio Japão) em prol da redução ou até mesmo eliminação</p><p>total do uso desta fonte energética. Por enquanto, o Brasil usa muito</p><p>pouco dessa energia termonuclear (existem apenas duas usinas em</p><p>funcionamento e uma em construção). O mesmo não pode ser dito</p><p>em relação ao petróleo, que apesar de bastante poluente, é a fonte</p><p>de energia mais usada no Brasil, situação que tem se intensificado</p><p>a partir da exploração das reservas existentes na área do pré-sal, no</p><p>litoral brasileiro.</p><p>As reservas de combustível do pré-sal podem futuramente</p><p>colocar o Brasil na condição de grande exportador de petróleo, mas</p><p>também devem provocar um aumento no consumo desta energia</p><p>no Brasil. Por enquanto, o certo é que a disputa por esse recurso já</p><p>faz com que haja uma guerra entre os estados, que promoveram</p><p>uma luta pela redistribuição dos royalties da produção petrolífera</p><p>alguns anos depois do anúncio da descoberta das novas reservas.</p><p>DESAFIOS FUTUROS PARA</p><p>A</p><p>GERAÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL</p><p>Apesar da força das águas e o poder do átomo ainda</p><p>predominarem no mundo como principais fontes de energia</p><p>elétrica – ao lado do petróleo e do carvão, produtos poluentes e</p><p>esgotáveis que movem usinas termoelétricas por meio do calor –,</p><p>ganham destaque as formas alternativas e limpas de produção de</p><p>eletricidade. O sol e os ventos são a “matéria-prima” do que deve</p><p>ser o futuro da energia elétrica. Ao mesmo tempo, o gás natural</p><p>tem sido cada vez mais usado nas termoelétricas, o que deve</p><p>beneficiar especialmente o Brasil, que construiu um gasoduto que</p><p>traz da Bolívia esse produto.</p><p>Os desafios a enfrentar para que as fontes alternativas de</p><p>energia, em especial a solar e a eólica, consigam fazer frente às</p><p>formas tradicionais, são os custos elevados (no caso das usinas</p><p>solares), a necessidade de condições naturais favoráveis e o baixo</p><p>rendimento de energia utilizável. As soluções se encontram no</p><p>investimento em tecnologia, para aumentar o aproveitamento da</p><p>energia produzida e reduzir os custos, e na localização dos lugares</p><p>mais adequados para a captação dos raios solares ou com maior</p><p>frequência de ventos minimamente fortes para fazer funcionar</p><p>uma turbina eólica, que requer baixo aporte financeiro.</p><p>Enquanto de uma usina hidrelétrica, cerca de 95% da energia</p><p>produzida é aproveitável, o rendimento dos painéis para captar a luz</p><p>solar é de apenas 15%. As turbinas eólicas rendem um pouco mais,</p><p>30%, mas ainda assim bem abaixo das usinas termoelétricas, das</p><p>quais é possível aproveitar até 60% da energia elétrica produzida.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR250</p><p>GEOGRAFIA II 17 FONTES DE ENERGIA II: SITUAÇÃO DO BRASIL</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>A tendência no Brasil, contudo, é que as fontes alternativas se</p><p>tornem mais presentes em virtude do progressivo esgotamento</p><p>do potencial hidrológico do país. Em curto e médio prazo, as</p><p>termoelétricas devem ser impulsionadas pelo gasoduto Brasil-</p><p>Bolívia, usando o gás natural. Em relação à energia solar, que exige</p><p>alto investimento, os custos vêm se reduzindo e as pesquisas</p><p>encontrando novas soluções. Apesar disso, o uso dos raios solares</p><p>como fonte de energia tem se dado de forma isolada no Brasil,</p><p>em locais não vinculados à rede de transmissão de eletricidade,</p><p>como reservas ecológicas. A presença dos painéis, assim como</p><p>das turbinas eólicas, tem sido comum também no Nordeste, região</p><p>pobre em rios perenes, mas com intensa luminosidade solar e</p><p>ventos constantes – especialmente no litoral, poços artesianos</p><p>funcionam a partir de energia solar ou eólica.</p><p>RECURSOS MINERAIS E</p><p>ENERGÉTICOS NO BRASIL</p><p>O potencial energético do Brasil, ampliado com as recentes</p><p>descobertas de petróleo e gás na camada pré-sal e a produção</p><p>de etanol, pode transformar o país em exportador de energia nas</p><p>próximas décadas. A mudança de status pode colocar o Brasil</p><p>em posição de destaque no cenário mundial. Entre os grandes</p><p>emergentes que formam o grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China</p><p>e África do Sul), somente os russos, que têm grandes reservas de</p><p>gás e petróleo, são exportadores líquidos de energia.</p><p>Um relatório com projeções até 2030 elaborado em conjunto</p><p>pela consultoria Ernst & Young Brasil e a Fundação Getúlio Vargas</p><p>(FGV) indica que o consumo doméstico de energia poderá crescer</p><p>a uma média de 3,3% ao ano, ante um aumento médio de 4,2%</p><p>na produção, o que geraria excedente de petróleo e etanol para o</p><p>mercado externo. Atualmente, o Brasil exporta parte do petróleo</p><p>que produz e compra outro petróleo no mercado internacional. Isso</p><p>porque o petróleo exportado pelo Brasil é do tipo pesado, de menor</p><p>valor de mercado, e o país ainda precisa importar o petróleo leve,</p><p>que é mais caro.</p><p>O ETANOL</p><p>O álcool vem ganhando destaque no cenário mundial em meio</p><p>a discussões sobre mudanças climáticas, a crescente demanda</p><p>internacional por fontes de energia mais limpas e a preocupação</p><p>dos países em reduzir sua dependência de petróleo. Ao contrário</p><p>dos Estados Unidos, que produzem etanol à base de milho, também</p><p>utilizado para alimentação, o Brasil usa como matéria-prima a</p><p>cana-de-açúcar, considerada mais eficiente por especialistas e</p><p>com maior poder de redução de emissões de gases causadores</p><p>do efeito estufa.</p><p>Estados Unidos e União Europeia têm programas para promover</p><p>o consumo de biocombustíveis e deverão aumentar a mistura de</p><p>etanol nos próximos anos. Avanços tecnológicos, como o etanol de</p><p>segunda geração, produzido a partir de materiais hoje descartados,</p><p>como sobras de colheita ou palha e bagaço de cana, deverão</p><p>permitir aumentar a produção sem necessidade de ampliação de</p><p>área. Mesmo com todos os avanços, porém, o mercado de etanol</p><p>ainda é pequeno. Calcula-se que todos os biocombustíveis não</p><p>representem nem 1% do peso do petróleo.</p><p>PRÉ-SAL</p><p>Até alguns anos atrás, o litoral do</p><p>Brasil já era o principal local de extração</p><p>de petróleo do país. Porém, essa extração</p><p>petrolífera era feita em camadas</p><p>mais rasas das bacias sedimentares</p><p>de Campos e Santos, de onde se</p><p>extrai petróleo pesado. As pesquisas</p><p>geológicas descobriram, porém, que</p><p>abaixo das rochas utilizadas havia uma</p><p>outra camada, com muito mais petróleo</p><p>– e com petróleo de qualidade superior.</p><p>Portanto, a camada pré-sal é</p><p>composta por um conjunto de rochas</p><p>sedimentares situadas em grandes</p><p>profundidades no litoral brasileiro, e</p><p>se estende por 800 quilômetros entre</p><p>Espírito Santo e Santa Catarina.</p><p>Há dificuldades, porém. As</p><p>reservas estão a uma profundidade de</p><p>7 quilômetros abaixo do leito do mar,</p><p>e a tecnologia de exploração é cara. É</p><p>necessário um preço de mercado que</p><p>seja superior ao custo de produção,</p><p>além de capacidade tecnológica para</p><p>viabilizar a produção e a extração. Logo,</p><p>num cenário de petróleo vendido a preços</p><p>baixos no exterior, a produção do pré-</p><p>sal fica inviabilizada. Há cálculos que</p><p>indicam necessidade de investimentos</p><p>de até US$ 1 trilhão para explorar</p><p>plenamente a camada pré-sal, o que</p><p>só compensa com o barril de petróleo</p><p>vendido internacionalmente acima 50</p><p>dólares.</p><p>A Gazeta - Ed. arte - Genildo. Disponível em: http://infografire.blogspot.com/2011/09/</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>17 FONTES DE ENERGIA II: SITUAÇÃO DO BRASIL</p><p>251</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM) A usina hidrelétrica de Belo Monte será construída no</p><p>rio Xingu, no município de Vitória de Xingu, no Pará. A usina será</p><p>a terceira maior do mundo e a maior totalmente brasileira, com</p><p>capacidade de 11,2 mil megawatts. Os índios do Xingu tomam a</p><p>paisagem com seus cocares, arcos e flechas. Em Altamira, no Pará,</p><p>agricultores fecharam estradas de uma região que será inundada</p><p>pelas águas da usina.</p><p>BACOCCINA, D. QUEIROZ, G.: BORGES, R. Fim do leilão, começo da confusão. Istoé</p><p>Dinheiro. Ano 13, n.o 655, 28 abri 2010 (adaptado).</p><p>Os impasses, resistências e desafios associados à construção da</p><p>Usina Hidrelétrica de Belo Monte estão relacionados</p><p>a) ao potencial hidrelétrico dos rios no norte e nordeste quando</p><p>comparados às bacias hidrográficas das regiões Sul, Sudeste</p><p>e Centro-Oeste do país.</p><p>b) à necessidade de equilibrar e compatibilizar o investimento</p><p>no crescimento do país com os esforços para a conservação</p><p>ambiental.</p><p>c) à grande quantidade de recursos disponíveis para as obras e</p><p>à escassez dos recursos direcionados para o pagamento pela</p><p>desapropriação das terras.</p><p>d) ao direito histórico dos indígenas à posse dessas terras e</p><p>à ausência de reconhecimento desse direito por parte das</p><p>empreiteiras.</p><p>e) ao aproveitamento da mão de obra especializada disponível</p><p>na região Norte e o interesse das construtoras na vinda de</p><p>profissionais do Sudeste do país.</p><p>02. (ENEM) O potencial brasileiro para gerar energia a partir da</p><p>biomassa não se limita a uma ampliação do Pró-álcool. O país</p><p>pode substituir o óleo diesel de petróleo por grande variedade de</p><p>óleos vegetais e explorar a alta produtividade das florestas tropicais</p><p>plantadas. Além da produção de celulose, a utilização da biomassa</p><p>permite a geração de energia</p><p>elétrica por meio de termelétricas a</p><p>lenha, carvão vegetal ou gás de madeira, com elevado rendimento</p><p>e baixo custo.</p><p>Cerca de 30% do território brasileiro é constituído por terras</p><p>impróprias para a agricultura, mas aptas à exploração florestal.</p><p>A utilização de metade dessa área, ou seja, de 120 milhões de</p><p>hectares, para a formação de florestas energéticas, permitiria</p><p>produção sustentada do equivalente a cerca de 5 bilhões de barris</p><p>de petróleo por ano, mais que o dobro do que produz a Arábia</p><p>Saudita atualmente.</p><p>José Walter Bautista Vidal. Desafios Internacionais para o século XXI.</p><p>Seminário da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da</p><p>Câmara dos Deputados, ago./2002 (com adaptações).</p><p>Para o Brasil, as vantagens da produção de energia a partir da</p><p>biomassa incluem:</p><p>a) implantação de florestas energéticas em todas as regiões</p><p>brasileiras com igual custo ambiental e econômico.</p><p>b) substituição integral, por biodiesel, de todos os combustíveis</p><p>fósseis derivados do petróleo.</p><p>c) formação de florestas energéticas em terras impróprias para</p><p>a agricultura.</p><p>d) importação de biodiesel de países tropicais, em que a</p><p>produtividade das florestas seja mais alta.</p><p>e) regeneração das florestas nativas em biomas modificados</p><p>pelo homem, como o Cerrado e a Mata Atlântica.</p><p>03. (ENEM) A Lei Federal n°. 11.097/2005 dispõe sobre a introdução</p><p>do biodiesel na matriz energética brasileira e fixa em 5%, em volume, o</p><p>percentual mínimo obrigatório a ser adicionado ao óleo diesel vendido</p><p>ao consumidor. De acordo com essa lei, biocombustível é "derivado de</p><p>biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com</p><p>ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração</p><p>de outro tipo de energia que possa substituir parcial ou totalmente</p><p>combustíveis de origem fóssil".</p><p>A introdução de biocombustíveis na matriz energética brasileira</p><p>a) colabora na redução dos efeitos da degradação ambiental</p><p>global produzida pelo uso de combustíveis fósseis, como os</p><p>derivados do petróleo.</p><p>b) provoca uma redução de 5% na quantidade de carbono</p><p>emitido pelos veículos automotores e colabora no controle do</p><p>desmatamento.</p><p>c) incentiva o setor econômico brasileiro a se adaptar ao uso de</p><p>uma fonte de energia derivada de uma biomassa inesgotável.</p><p>d) aponta para pequena possibilidade de expansão do uso</p><p>de biocombustíveis, fixado, por lei, em 5% do consumo de</p><p>derivados do petróleo.</p><p>e) diversifica o uso de fontes alternativas de energia que reduzem</p><p>os impactos da produção do etanol por meio da monocultura</p><p>da cana de açúcar.</p><p>04. (ENEM) Um dos insumos energéticos que volta a ser</p><p>considerado como opção para o fornecimento de petróleo é o</p><p>aproveitamento das reservas de folhelhos pirobetuminosos,</p><p>mais conhecidos como xistos pirobetuminosos. As ações iniciais</p><p>para a exploração de xistos pirobetuminosos são anteriores à</p><p>exploração de petróleo, porém as dificuldades inerentes aos</p><p>diversos processos, notadamente os altos custos de mineração e</p><p>de recuperação de solos minerados, contribuíram para impedir que</p><p>essa atividade se expandisse.</p><p>O Brasil detém a segunda maior reserva mundial de xisto.</p><p>O xisto é mais leve que os óleos derivados de petróleo, seu uso</p><p>não implica investimento na troca de equipamentos e ainda</p><p>reduz a emissão de particulados pesados, que causam fumaça e</p><p>fuligem. Por ser fluido em temperatura ambiente, é mais facilmente</p><p>manuseado e armazenado.</p><p>Internet: <www2.petrobras.com.br (com adaptações.)</p><p>A substituição de alguns óleos derivados de petróleo pelo óleo</p><p>derivado do xisto pode ser conveniente por motivos</p><p>a) ambientais: a exploração do xisto ocasiona pouca interferência</p><p>no solo e no subsolo.</p><p>b) técnicos: a fluidez do xisto facilita o processo de produção de</p><p>óleo, embora seu uso demande troca de equipamentos.</p><p>c) econômicos: é baixo o custo da mineração e da produção de</p><p>xisto.</p><p>d) políticos: a importação de xisto, para atender o mercado</p><p>interno, ampliará alianças com outros países.</p><p>e) estratégicos: a entrada do xisto no mercado é oportuna diante</p><p>da possibilidade de aumento dos preços do petróleo.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR252</p><p>GEOGRAFIA II 17 FONTES DE ENERGIA II: SITUAÇÃO DO BRASIL</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>05. (IFAL) O gráfico abaixo mostra a situação brasileira da</p><p>disponibilidade de energia elétrica. Com base nele e excetuando-se</p><p>a energia elétrica importada, podemos afirmar que</p><p>a) a fonte de energia elétrica renovável com maior potência</p><p>gerada é o gás natural.</p><p>b) a energia fóssil com maior potência elétrica gerada é o carvão</p><p>mineral.</p><p>c) apesar de sua importância, a geração de energia elétrica das</p><p>fontes solar e eólica ainda é pouco representativa em relação</p><p>ao total de energia elétrica produzida.</p><p>d) a ausência prolongada de chuvas no país não afeta a</p><p>disponibilidade de energia elétrica.</p><p>e) a grande maioria da energia elétrica é oriunda de fontes não</p><p>renováveis.</p><p>06. (ENEM) As pressões ambientais pela redução na emissão de</p><p>gás estufa, somadas ao anseio pela diminuição da dependência</p><p>do petróleo, fizeram os olhos do mundo se voltarem para os</p><p>combustíveis renováveis, principalmente para o etanol. Líderes</p><p>na produção e no consumo de etanol, Brasil e Estados Unidos da</p><p>América (EUA) produziram, juntos, cerca de 35 bilhões de litros do</p><p>produto em 2006. Os EUA utilizam o milho como matéria-prima</p><p>para a produção desse álcool, ao passo que o Brasil utiliza a cana-</p><p>de-açúcar. O quadro a seguir apresenta alguns índices relativos ao</p><p>processo de obtenção de álcool nesses dois países.</p><p>Cana Milho</p><p>Produção de</p><p>etanol 8 mil litros/há 3 mil litros/há</p><p>Gasto de energia</p><p>fóssil para</p><p>produzir 1 litro de</p><p>álcool</p><p>1.600 kcal 6.600 kcal</p><p>Balanço</p><p>energético</p><p>positivo:</p><p>gasta-se 1 caloria de</p><p>combustível fóssil para a</p><p>produção de 3,24 calorias</p><p>de etanol</p><p>negativo:</p><p>gasta-se 1 caloria de</p><p>combustível fóssil</p><p>para a produção de</p><p>0,77 caloria de etanol</p><p>Custo de</p><p>produção/litro US$ 0,28 US$ 0,45</p><p>Preço de venda/</p><p>litro US$ 0,42 US$ 0,92</p><p>Globo Rural, jun./2007 (com adaptações)</p><p>Se comparado com o uso do milho como matéria-prima na</p><p>obtenção do etanol, o uso da cana-de-açúcar é</p><p>a) mais eficiente, pois a produtividade do canavial é maior que a</p><p>do milharal, superando-a em mais do dobro de litros de álcool</p><p>produzido por hectare.</p><p>b) mais eficiente, pois gasta-se menos energia fóssil para se</p><p>produzir 1 litro de álcool a partir do milho do que para produzi-</p><p>lo a partir da cana.</p><p>c) igualmente eficiente, pois, nas duas situações, as diferenças</p><p>entre o preço de venda do litro do álcool e o custo de sua</p><p>produção se equiparam.</p><p>d) menos eficiente, pois o balanço energético para se produzir o</p><p>etanol a partir da cana é menor que o balanço energético para</p><p>produzi-lo a partir do milho.</p><p>e) menos eficiente, pois o custo de produção do litro de álcool a partir</p><p>da cana é menor que o custo de produção a partir do milho.</p><p>07. (ENEM) Um problema ainda não resolvido da geração nuclear de</p><p>eletricidade é a destinação dos rejeitos radiativos, o chamado "lixo</p><p>atômico". Os rejeitos mais ativos ficam por um período em piscinas</p><p>de aço inoxidável nas próprias usinas antes de ser, como os demais</p><p>rejeitos, acondicionados em tambores que são dispostos em áreas</p><p>cercadas ou encerrados em depósitos subterrâneos secos, como</p><p>antigas minas de sal. A complexidade do problema do lixo atômico,</p><p>comparativamente a outros lixos com substâncias tóxicas, se deve</p><p>ao fato de</p><p>a) emitir radiações nocivas, por milhares de anos, em um</p><p>processo que não tem como ser interrompido artificialmente.</p><p>b) acumular-se em quantidades bem maiores do que o lixo industrial</p><p>convencional, faltando assim locais para reunir tanto material.</p><p>c) ser constituído de materiais orgânicos que podem contaminar</p><p>muitas espécies vivas, incluindo os próprios seres humanos.</p><p>d) exalar continuamente gases venenosos, que tornariam o ar</p><p>irrespirável por milhares de anos.</p><p>e) emitir radiações e gases que podem destruir a camada de</p><p>ozônio e agravar o efeito estufa.</p><p>especialmente entre 2015 e 2017 pode voltar a</p><p>recolocar o Brasil no mapa da fome. Esse risco existe em função</p><p>de uma combinação de fatores como alta do desemprego, avanço</p><p>da pobreza, corte de programas sociais e o congelamento dos</p><p>gastos públicos por até 20 anos.</p><p>MARX E A TEORIA MALTHUSIANA</p><p>Ainda no século XIX, a teoria malthusiana começou a sofrer</p><p>duras críticas e a ter sua veracidade posta em xeque. Uma das</p><p>críticas veio do sociólogo alemão Karl Marx, principal teórico</p><p>de uma nova ideologia que surgia na época, e que viria a ser</p><p>conhecida posteriormente como Socialismo Científico. Para</p><p>Marx, era “odioso colocar a culpa da pobreza nos pobres”, uma</p><p>vez que o verdadeiro responsável pelo agravamento da pobreza</p><p>no mundo era o sistema capitalista, ao não incluir todos de</p><p>forma minimamente igualitária, gerando assim as desigualdades</p><p>dentro da sociedade. Tais desigualdades fariam surgir uma</p><p>Superpopulação Relativa, também conhecida como Exército</p><p>Industrial de Reserva, composto pelo grupo de indivíduos</p><p>desempregados ou subempregados. Essa enorme quantidade</p><p>de pessoas à margem do sistema provocaria uma pressão sobre</p><p>os trabalhadores empregados, fazendo com que os operários</p><p>perdessem poder de negociação e se submetessem a salários</p><p>baixos, por conta do medo de serem substituídos por alguém do</p><p>exército industrial de reserva.</p><p>Nesse contexto, Karl Marx culpou o sistema capitalista</p><p>pelo grande crescimento demográfico, pois as pessoas que</p><p>faziam parte da Superpopulação Relativa teriam uma menor</p><p>quantidade de informações. Além disso, alguns dos mais</p><p>pobres viam nas crianças que nasciam a possibilidade de</p><p>obtenção de esmolas e de força de trabalho, uma vez que</p><p>na época a mão de obra infantil era de grande interesse dos</p><p>burgueses industriais por ser mais barata. Portanto, ser pobre</p><p>induziria a pessoa a ter muitos filhos.</p><p>Como solução para o problema do grande crescimento</p><p>populacional (e de toda a sociedade), Karl Marx propôs a</p><p>realização de políticas de distribuição de renda. Segundo ele,</p><p>quando se faz uma distribuição de renda, as pessoas que antes</p><p>faziam parte da Superpopulação Relativa passam a ter um melhor</p><p>padrão de vida. Essas pessoas iriam lutar para não perderem essa</p><p>melhor qualidade de vida que obtiveram e, portanto, reduziriam</p><p>naturalmente o número de filhos, pois esses representam um</p><p>elevado custo para o sustento. O sociólogo afirmou também que</p><p>pessoas que possuem um melhor padrão de vida acabam tendo</p><p>um maior acesso a informação e, com isso, têm ideia do custo</p><p>que os filhos representam para sua criação. Dessa forma, teriam</p><p>uma maior preocupação com o número de filhos, evitando ter uma</p><p>quantidade que resulte em perda do padrão de vida que atingiram.</p><p>Marx, portanto, via na sociedade mais igualitária a solução para</p><p>os problemas da humanidade.</p><p>TEORIA NEOMALTHUSIANA</p><p>Em 1945, com o término da Segunda Guerra, foi realizada</p><p>a Conferência de São Francisco (Estados Unidos), na qual foi</p><p>criada a ONU. Na ocasião, foram discutidas estratégias de</p><p>desenvolvimento, para evitar a eclosão de um novo conflito militar</p><p>em escala mundial. Havia apenas um ponto de consenso entre</p><p>os participantes: a paz depende da harmonia entre os povos</p><p>e, portanto, da diminuição das desigualdades econômicas no</p><p>planeta. Assim sendo, tornava-se importante enfrentar a miséria</p><p>crescente nos chamados países subdesenvolvidos.</p><p>Esses países identificaram a raiz de seus problemas na</p><p>colonização de exploração realizada em seus territórios e na</p><p>desigualdade das relações comerciais que caracterizaram o</p><p>colonialismo e o imperialismo. Por isso, passaram a propor</p><p>amplas reformas nas relações econômicas, em escala planetária,</p><p>que diminuiriam as vantagens comerciais e, portanto, o fluxo de</p><p>capitais e a evasão de divisas em direção aos desenvolvidos.</p><p>Nesse contexto histórico, foi formulada a teoria demográfica</p><p>neomalthusiana, como uma tentativa de explicar a ocorrência da</p><p>pobreza, da fome e do atraso tecnológico em muitos países. Também</p><p>chamada de alarmista, essa teoria era defendida por setores da</p><p>população e dos governos dos países desenvolvidos – e por alguns</p><p>setores dos países em desenvolvimento – com o intuito de se</p><p>esquivarem das questões socioeconômicas centrais.</p><p>Segundo essa teoria, uma numerosa população jovem,</p><p>resultante das elevadas taxas de natalidade que eram verificadas</p><p>em quase todos os países pobres, necessitaria de grandes</p><p>investimentos sociais em educação e saúde. Com isso, sobrariam</p><p>menos recursos para serem investidos nos setores agrícola e</p><p>industrial, o que impediria o pleno desenvolvimento das atividades</p><p>econômicas e, consequentemente, da melhoria das condições</p><p>de vida da população. Ainda segundo os neomalthusianos,</p><p>quanto maior o número de habitantes de um país, menor a renda</p><p>per capita e a disponibilidade de capital a ser distribuído pelos</p><p>agentes econômicos.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>02 POPULAÇÃO: TEORIAS DEMOGRÁFICAS</p><p>265</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>Logo, a teoria neomalthusiana faz uma releitura dos</p><p>princípios de Malthus, pois os neomalthusianos afirmam que o</p><p>crescimento populacional é a causa da pobreza. Isso é, assim</p><p>como Malthus, os neomalthusianos culpam a população e a alta</p><p>natalidade pelos problemas sociais existentes. Seus defensores</p><p>passaram a propor, então, programas e políticas públicas de</p><p>controle de natalidade nos países pobres e emergentes mediante</p><p>a disseminação de métodos anticoncepcionais e do incentivo ao</p><p>planejamento familiar – campanhas que defendam a redução do</p><p>número de filhos e, em casos mais drásticos, leis que determinem</p><p>o número máximo de filhos por casais.</p><p>A popularização dessa teoria demográfica aconteceu porque,</p><p>no pós-guerra, houve um rápido crescimento da população, o que</p><p>foi chamado de explosão demográfica ou baby boom, um período</p><p>em que o número de nascimentos foi muito superior ao número</p><p>de mortes. Casos famosos de políticas de controle de natalidade</p><p>ocorreram na Colômbia e na Índia, nas quais o governo oferecia aos</p><p>homens eletroeletrônicos para que fizessem vasectomia. A China</p><p>também foi um dos países que aplicou as ideias neomalthusianas ao,</p><p>no fim dos anos 1970, criar um programa popularmente conhecido</p><p>como Política do Filho Único, que vigorou até 2015 e cujo objetivo</p><p>era diminuir o ritmo de crescimento da população local. Ainda</p><p>que criticada por muitos especialistas, a rígida política de controle</p><p>compulsório da natalidade promoveu rapidamente uma diminuição</p><p>do ritmo de crescimento da população chinesa – mas ao mesmo</p><p>tempo, provocou graves problemas como o abandono de meninas,</p><p>o não registro de crianças e o envelhecimento populacional precoce.</p><p>TEORIA REFORMISTA</p><p>Na mesma Conferência de São Francisco, representantes dos</p><p>países então chamados subdesenvolvidos elaboraram a teoria</p><p>reformista, que chega a uma conclusão inversa à das teorias</p><p>malthusiana e neomalthusiana. Segundo os reformistas, uma</p><p>população jovem numerosa não é a causa, mas a consequência</p><p>do subdesenvolvimento. Em países desenvolvidos, com elevado</p><p>padrão de vida da população, o controle de natalidade ocorreu</p><p>de maneira natural e simultânea à melhoria da qualidade de</p><p>vida. Os cuidados com o controle de natalidade foram passados</p><p>espontaneamente de uma geração a outra à medida que foram se</p><p>alterando os modos de vida e os projetos pessoais dos membros</p><p>das famílias, as quais, em geral, passaram a ter menos filhos ao</p><p>longo do século XX. Os reformistas afirmam que uma população</p><p>jovem numerosa só se tornou empecilho ao desenvolvimento</p><p>das atividades econômicas nos países subdesenvolvidos porque</p><p>não foram realizados investimentos sociais, principalmente em</p><p>educação e saúde. Para eles, mais pessoas com acesso à educação</p><p>e com renda significariam um maior mercado consumidor, o que</p><p>estimula o desenvolvimento econômico.</p><p>Os reformistas dizem que a falta de investimentos em educação</p><p>gerou um imenso contingente de mão de obra sem qualificação que</p><p>continuamente ingressa no mercado de trabalho, além de muitos</p><p>08. (ENEM) Os sistemas de cogeração representam uma prática de</p><p>utilização racional de combustíveis e de produção de energia. Isto já</p><p>se pratica em algumas indústrias de açúcar e de álcool, nas quais se</p><p>aproveita o bagaço da cana, um de seus subprodutos, para produção</p><p>de energia. Esse processo está ilustrado no esquema a seguir.</p><p>Entre os argumentos favoráveis a esse sistema de cogeração</p><p>pode-se destacar que ele</p><p>a) otimiza o aproveitamento energético, ao usar queima do</p><p>bagaço nos processos térmicos da usina e na geração de</p><p>eletricidade.</p><p>b) aumenta a produção de álcool e de açúcar, ao usar o bagaço</p><p>como insumo suplementar.</p><p>c) economiza na compra da cana-de-açúcar, já que o bagaço</p><p>também pode ser transformado em álcool.</p><p>d) aumenta a produtividade, ao fazer uso do álcool para a geração</p><p>de calor na própria usina.</p><p>e) reduz o uso de máquinas e equipamentos na produção de</p><p>açúcar e álcool, por não manipular o bagaço da cana.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>17 FONTES DE ENERGIA II: SITUAÇÃO DO BRASIL</p><p>253</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>09. (UNICAMP) O petróleo continua sendo a fonte de energia</p><p>mais importante do mundo. A posse de reservas, o transporte e</p><p>a capacidade de refino figuram como elementos de soberania</p><p>nacional e estratégicos em um mundo extremamente competitivo.</p><p>Em relação ao petróleo no Brasil, é correto afirmar:</p><p>a) As descobertas das reservas nacionais ocorreram a partir</p><p>dos anos 1980 e a Bacia de Campos (RJ) é hoje a principal</p><p>produtora do país.</p><p>b) A extração nacional é cada dia maior, mas a inexistência de</p><p>oleodutos exige que o transporte seja realizado por meio</p><p>rodoviário.</p><p>c) A maior produção em terra provém do Estado do Rio Grande</p><p>do Norte e, em mar, do pré-sal situado entre os Estados de São</p><p>Paulo e Rio de Janeiro.</p><p>d) Apesar de possuir grandes reservas, especialmente com as</p><p>descobertas do pré-sal, não há refino no país, por isso os</p><p>derivados são importados.</p><p>10. (UNICAMP) Matriz energética é o conjunto de fontes de energia</p><p>disponíveis. Os gráficos a seguir representam a matriz energética</p><p>no mundo e no Brasil, mostrando as fontes de energia renováveis</p><p>e não renováveis.</p><p>Considerando seus conhecimentos sobre meio ambiente e as</p><p>informações fornecidas, assinale a alternativa correta.</p><p>a) A matriz energética brasileira utiliza menor porcentagem de</p><p>energia renovável que a mundial, com o uso predominante de</p><p>combustíveis fósseis.</p><p>b) Gás natural, biomassa, energia hidráulica, energia solar, eólica</p><p>e geotérmica são as fontes renováveis de energia utilizadas na</p><p>matriz mundial.</p><p>c) A matriz energética brasileira é mais dependente de fontes</p><p>renováveis de energia do que a matriz mundial, como alternativa</p><p>ao uso de combustíveis fósseis.</p><p>d) Os biocombustíveis derivados da cana-de-açúcar e do gás</p><p>natural são as principais fontes renováveis nas matrizes</p><p>brasileira e mundial, respectivamente.</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. B</p><p>02. C</p><p>03. A</p><p>04. E</p><p>05. C</p><p>06. A</p><p>07. A</p><p>08. A</p><p>09. C</p><p>10. C</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>PRÉ-VESTIBULAR254</p><p>GEOGRAFIA II 17 FONTES DE ENERGIA II: SITUAÇÃO DO BRASIL</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 255SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>GEOLOGIA18</p><p>TEMPO GEOLÓGICO</p><p>Quando pensamos na palavra “tempo” costumamos associar</p><p>essa ideia a aparelhos como o calendário, a ampulheta e o relógio,</p><p>que servem para mensurar o tempo cronológico.</p><p>Para realizarem as suas pesquisas, os historiadores costumam</p><p>utilizar com referência o tempo do ser humano, que é chamado de</p><p>tempo histórico. Este tem como base os anos, as décadas, os</p><p>séculos e os milênios.</p><p>No caso da natureza, quando levamos em conta o processo de</p><p>formação/transformação do planeta Terra, os cientistas utilizam um</p><p>recorte mais amplo e que é medido em milhões e bilhões de anos. O</p><p>chamado tempo da natureza é então nomeado de tempo geológico.</p><p>Como para muitos estudiosos o planeta Terra teria se formado</p><p>a cerca de 4,6 bilhões de anos atrás, pode-se considera que o</p><p>tempo geológico é muito mais amplo que o tempo histórico.</p><p>Para entender melhor a história da Terra os estudiosos</p><p>dividiram o tempo geológico em intervalos. Baseados nos eventos</p><p>ocorridos, deram a essas grandes passagens o nome de eras</p><p>geológicas que são divididas em períodos.</p><p>Éons Eras Períodos Principais Etapas Tempo</p><p>Fanerozóico</p><p>Cenozóico</p><p>Quaternário Desenvolvimento do ser humano 0 milhões</p><p>de anosTerciário Desenvolvimento dos mamíferos</p><p>Mesozóico</p><p>Cretácico</p><p>Idade dos</p><p>répteis</p><p>Primeiras plantas</p><p>com flor; Extinção</p><p>dos dinossauros</p><p>65 M.a.Jurássico Pássaros e</p><p>mamíferos</p><p>Triássico Domínio dos</p><p>dinossauros</p><p>Paleozóico</p><p>Pérmico Idade dos</p><p>anfíbios Carvão</p><p>245 M.a.</p><p>Carbónico</p><p>Devónico Idade dos</p><p>peixes</p><p>Primeiros insetos e</p><p>plantas terrestresSilúrico</p><p>Ordovício Idade dos</p><p>invertebrados</p><p>Primeiros peixes e</p><p>seres com concha 545 M.a.</p><p>Câmbrico</p><p>Criptozóico Pré-câmbrico</p><p>Proterozóico Primeiros seres</p><p>vivos</p><p>Domínio das</p><p>trilobites 2800 M.a.</p><p>Arcaico Fase cósmica</p><p>da Terra Atmosfera primitiva 4600 M.a.</p><p>Hadeano</p><p>O tempo geológico e as principais etapas</p><p>Escala Geológica de Tempo (com conversão para 24 horas)</p><p>Eras Períodos</p><p>Início</p><p>Duração (horas)</p><p>em anos 24 horas</p><p>Cenozóico</p><p>Quaternário 1.800.000 23:59:25 0:00:35</p><p>Terciário 65.000.000 23:39:12 0:20:13</p><p>Mesozóico</p><p>Cretáceo 146.000.000 23:13:17 0:25:55</p><p>Jurássico 208.000.000 22:53:26 0:19:50</p><p>Triássico 245.000.000 22:41:36 0:11:50</p><p>Paleozóico</p><p>Permiano 286.000.000 22:28:29 0:13:07</p><p>Carbonífero 360.000.000 22:04:48 0:23:41</p><p>Devoniano 410.000.000 21:48:48 0:16:00</p><p>Siluriano 440.000.000 21:39:12 0:09:36</p><p>Ordoviciano 505.000.000 21:18:24 0:20:48</p><p>Cambriano 544.000.000 21:05:55 0:12:29</p><p>Proterozóico 2.500.000.000 10:40:00 10:25:55</p><p>Arqueano 3.800.000.000 3:44:00 6:56:00</p><p>Hadeano 4.500.000.000 0:00:00 3:44:00</p><p>Simulação do tempo geológico comparado</p><p>com a duração de um dia (24 horas)</p><p>ESTRUTURA INTERNA DA TERRA</p><p>Através de estudos detalhados da densidade do globo terrestre,</p><p>cientistas concluíram que a crosta (parte superfi cial do globo) e</p><p>o interior da Terra possuem constituições diferenciadas, ou seja,</p><p>de acordo com a profundidade, a estrutura da terra modifi ca sua</p><p>temperatura, textura, espessura e composição química. Assim, a</p><p>Terra se divide em: núcleo, manto e crosta terrestre.</p><p>• O Núcleo: é a parte central da terra, subdivide-se em</p><p>núcleo interno que apresenta textura sólida e cerca de</p><p>1.300 Km de raio e núcleo externo de textura pastosa e</p><p>cerca de 2.265 Km de raio. Denominado também de NIFE, o</p><p>núcleo pode ser constituído por níquel e ferro, assim como</p><p>a composição dos meteoritos. Esta área do planeta é muito</p><p>pouco explorada, já que as condições de temperatura e</p><p>pressão não permitem a chegada do homem.</p><p>• O Manto: situa-se entre o núcleo e a crosta, é constituído</p><p>por um material pastoso, tanto em sua camada inferior</p><p>quanto na superior, e esse material denomina-se magma.</p><p>Os terremotos e o vulcanismo têm como origem a pressão</p><p>exercida pelo magma na crosta terrestre.</p><p>• A Crosta Terrestre: é a parte externa consolidada da</p><p>terra. Pode também ser subdividida em duas camadas:</p><p>a superior denominada sial é composta por rochas</p><p>graníticas, ricas em silício e alumínio, e a inferior chamada</p><p>sima, de composição basáltica, rica em silício e magnésio.</p><p>A crosta terrestre é dividida em placas tectônicas. As altas</p><p>temperaturas existentes no manto empurram o magma</p><p>na direção da superfície da Terra; esse material perde</p><p>temperatura e volta em direção ao interior. Essa energia</p><p>produzida pela corrente de convecção é responsável pelo</p><p>movimento das placas tectônicas.</p><p>Existe também a classifi cação da estrutura interna da Terra</p><p>de acordo com a sua composição física, ou seja, baseado no</p><p>comportamento mecânico dos materiais.</p><p>• A Litosfera: Camada mais externa do planeta (sólida e</p><p>rígida) com cerca de 70 km de espessura.</p><p>• A Astenosfera: Formada por materiais mais pastosos que</p><p>a Litosfera se estendendo até 300 km de profundidade.</p><p>• A Mesosfera: Apresenta cerca de 2.900 km de profundidade</p><p>e é formado por materiais rígidos.</p><p>que não conseguem uma vaga e sobrevivem do subemprego. Tal</p><p>realidade tenderia a rebaixar o nível médio de produtividade por</p><p>trabalhador, assim como os salários dos que estão empregados</p><p>– e empobrecer enormes parcelas da população desses países.</p><p>Sendo assim, defende-se que o ideal é que se faça, em primeiro</p><p>lugar, o enfrentamento das questões sociais e econômicas, para</p><p>que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio.</p><p>Em função de sua crítica às desigualdades sociais conter</p><p>relação com as ideias de Karl Marx, essa teoria também é chamada</p><p>de marxista, ainda que não pregue necessariamente a implantação</p><p>do socialismo, mas apenas uma reforma nas condições desiguais da</p><p>sociedade. Seus defensores afirmam que à medida que as famílias</p><p>melhoram suas condições de vida – educação, assistência médica,</p><p>acesso à informação etc. –, permitindo uma diversificação dos</p><p>projetos pessoais de seus membros, elas tendem a ter menos filhos.</p><p>Quando o cotidiano familiar transcorre em condições</p><p>de extrema pobreza e as pessoas não têm consciência das</p><p>determinações econômicas e sociais às quais estão submetidas,</p><p>vivendo de subempregos, em submoradias e subalimentadas,</p><p>torna-se difícil que tenham capacidade de realizar um adequado</p><p>planejamento familiar.</p><p>TEORIA ECOMALTHUSIANA</p><p>A visão neomalthusiana ganhou, no final do século XX, uma conotação “verde” com os ecomalthusianos, que alertam para os riscos</p><p>ambientais da explosão demográfica. Seu surgimento tem a ver com o crescimento das preocupações com o meio ambiente desde 1972, ano</p><p>em que ocorreu a Conferência de Estocolmo, a primeira grande reunião internacional de chefes de estado para tratar de questões ambientais.</p><p>De acordo com os ecomalthusianos, o rápido crescimento da população representa uma demanda muito mais elevada de recursos naturais</p><p>– em especial dos ecossistemas tropicais e subtropicais –, e o controle de natalidade seria uma forma de preservar o patrimônio ambiental</p><p>para as gerações futuras.</p><p>Contudo, os críticos dessa visão afirmam que ela é preconceituosa e desconsidera que a degradação da natureza não está ligada</p><p>diretamente à quantidade de pessoas no planeta, e sim à forma como elas vivem e ao seu nível de consumo. Apesar de terem populações</p><p>com nível de crescimento estável, são os países ricos os maiores responsáveis pelo consumo de recursos naturais, em função de seus</p><p>padrões de produção e poder aquisitivo mais elevados. Sendo assim, mesmo com população em processo de expansão rápida, a maioria</p><p>dos países subdesenvolvidos utiliza uma quantidade menor de recursos naturais. Em suma, os países ricos possuem menos habitantes,</p><p>mas utilizam a maior parte dos recursos naturais disponíveis e são também os maiores responsáveis pela poluição do planeta.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR266</p><p>GEOGRAFIA II 02 POPULAÇÃO: TEORIAS DEMOGRÁFICAS</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM) A explosão demográfica que ocorreu a partir dos</p><p>anos 1950, especialmente no Terceiro Mundo, suscitou teorias</p><p>ou políticas demográficas divergentes. Uma primeira teoria,</p><p>dos neomalthusianos, defende que o crescimento demográfico</p><p>dificulta o desenvolvimento econômico, já que provoca uma</p><p>diminuição na renda nacional per capita e desvia os investimentos</p><p>do Estado para setores menos produtivos. Diante disso, o país</p><p>deveria desenvolver uma rígida política de controle de natalidade.</p><p>Uma segunda, a teoria reformista, argumenta que o problema não</p><p>está na renda per capita e sim na distribuição irregular da renda,</p><p>que não permite o acesso à educação e saúde. Diante disso o país</p><p>deve promover a igualdade econômica e a justiça social.</p><p>Qual dos slogans abaixo poderia ser utilizado para defender o</p><p>ponto de vista neomalthusiano?</p><p>a) “Controle populacional – nosso passaporte para o</p><p>desenvolvimento.”</p><p>b) “Sem reformas sociais o país se reproduz e não produz.”</p><p>c) “População abundante, país forte!”</p><p>d) “O crescimento gera fraternidade e riqueza para todos.”</p><p>e) “Justiça social, sinônimo de desenvolvimento.”</p><p>02. (ENEM) A explosão demográfica que ocorreu a partir dos</p><p>anos 1950, especialmente no Terceiro Mundo, suscitou teorias</p><p>ou políticas demográficas divergentes. Uma primeira teoria, dos</p><p>neomalthusianos, defende que o crescimento demográfico dificulta</p><p>o desenvolvimento econômico, já que provoca uma diminuição na</p><p>renda nacional per capita e desvia os investimentos do Estado para</p><p>setores menos produtivos. Diante disso, o país deveria desenvolver</p><p>uma rígida política de controle de natalidade. Uma segunda, a teoria</p><p>reformista, argumenta que o problema não está na renda per capita</p><p>e sim na distribuição irregular da renda, que não permite o acesso à</p><p>educação e saúde. Diante disso o país deve promover a igualdade</p><p>econômica e a justiça social.</p><p>Qual dos slogans abaixo poderia ser utilizado para defender o</p><p>ponto de vista dos reformistas?</p><p>a) “Controle populacional já, ou o país não resistirá.”</p><p>b) “Com saúde e educação, o planejamento familiar virá por opção!”</p><p>c) “População controlada, país rico!”</p><p>d) “Basta mais gente, que o país vai para frente!”</p><p>e) “População menor, educação melhor!”</p><p>03. (USP) As previsões catastrofistas dos “neomalthusianos”</p><p>sobre o crescimento demográfico e sua pressão sobre os recursos</p><p>naturais não se confirmaram, notadamente, porque</p><p>a) O processo de globalização permitiu o acesso voluntário</p><p>e universal a meios contraceptivos eficazes, impactando,</p><p>sobretudo, os países em desenvolvimento.</p><p>b) A nova onda de “revolução verde”, propiciada pela introdução</p><p>dos transgênicos, afastou a ameaça de fome epidêmica nos</p><p>países mais pobres.</p><p>c) As ações governamentais e a urbanização implicaram forte</p><p>queda nas taxas de natalidade, exceto em países muçulmanos</p><p>e da África Subsaariana, entre outros.</p><p>d) O estilo de vida consumista, maior responsável pela</p><p>degradação dos recursos naturais, vem sendo superado desde</p><p>a Conferência Rio-92.</p><p>e) Os fluxos migratórios de países pobres para aqueles ricos que</p><p>têm crescimento vegetativo negativo compensaram a pressão</p><p>sobre os recursos naturais.</p><p>04. (MACK)</p><p>“Constitui, pois, a luta contra a fome, concebida em termos</p><p>objetivos, o único caminho para a sobrevivência de nossa</p><p>civilização, ameaçada em sua substância vital por seus próprios</p><p>excessos, pelos abusos do poder econômico, por sua orgulhosa</p><p>cegueira – numa palavra, por seu egocentrismo político,sua</p><p>superada visão ptolomaica do mundo.- 1966” Josué de Castro</p><p>(http://pensador.uol.com.br/autor/josue_de_castro/)</p><p>No ano de 2008, o mundo celebrou o centenário do nascimento de</p><p>Josué de Castro, pernambucano que foi presidente do Conselho</p><p>Executivo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e</p><p>Alimentação (FAO). Foi indicado três vezes para o prêmio Nobel: de</p><p>medicina, em 1954, e da paz, em 1963 e 1970. De acordo com seus</p><p>conhecimentos a respeito do tema da fome e, com base na frase</p><p>acima, está correto afirmar que o pensamento de Josué de Castro</p><p>é coerente com a teoria demográfica</p><p>a) Malthusiana, pois relaciona a fome ao descompasso</p><p>entre a produção de alimentos, que cresce em progressão</p><p>aritmética, ao crescimento populacional, que ocorre em</p><p>progressão geométrica.</p><p>b) Neomalthusiana, ao conceber os abusos do poder econômico</p><p>como consequência dos elevados índices de natalidade.</p><p>c) Econeomalthusiana, uma vez que defende a tese de que</p><p>a degradação ambiental provocada pelo fenômeno da</p><p>superpopulação compromete a vida na Terra.</p><p>d) Reformista, ao entender que o problema da fome decorre de</p><p>relações econômicas e socais injustas e desiguais.</p><p>e) Alarmista, ao supervalorizar os efeitos negativos da</p><p>superpopulação e omitir fatores sociais, econômicos e políticos.</p><p>05. (UEL)</p><p>TEXTO I</p><p>Thomas Malthus (1766-1834) assegurava que, se a</p><p>população não fosse de algum modo contida, dobraria de 25 em</p><p>25 anos, crescendo em progressão geométrica, ao passo que,</p><p>dadas as condições médias da terra disponíveis em seu tempo,</p><p>os meios de subsistência só poderiam aumentar, no máximo,</p><p>em progressão aritmética.</p><p>TEXTO II</p><p>A ideia de um mundo famélico assombra a</p><p>humanidade</p><p>desde que Thomas Malthus previu que no futuro não haveria</p><p>comida em quantidade suficiente para todos. Organismos</p><p>internacionais – Organização das Nações Unidas, Banco Mundial</p><p>e Fundo Monetário Internacional – chamaram a atenção para</p><p>a gravidade dos problemas decorrentes da alta dos alimentos.</p><p>O Banco Mundial prevê que 100 milhões de pessoas poderão</p><p>submergir na linha que separa a pobreza da miséria absoluta</p><p>devido ao encarecimento da comida.</p><p>(Adaptado: FRANÇA, R. O fantasma de Malthus. Veja. 23 abr. 2008.)</p><p>Assinale a alternativa que identifica os fatores causadores da</p><p>escassez de alimentos apontados pelos Textos I e II, respectivamente.</p><p>a) Limites naturais e crescimento demográfico acelerado.</p><p>b) Elevação dos custos de produção dos alimentos e</p><p>empobrecimento da população.</p><p>c) Pauperização dos solos e subdesenvolvimento.</p><p>d) Controle de natalidade e explosão demográfica.</p><p>e) Produção insuficiente de alimentos e elevação dos preços</p><p>dos alimentos.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR</p><p>02 POPULAÇÃO: TEORIAS DEMOGRÁFICAS</p><p>267</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>06. (FEI)</p><p>“Segundo essa teoria, uma população jovem numerosa,</p><p>resultante das elevadas taxas de natalidade verificadas em</p><p>quase todos os países subdesenvolvidos, necessita de grandes</p><p>investimentos sociais em educação e saúde. Com isso,</p><p>diminuem os investimentos produtivos nos setores agrícola e</p><p>industrial, o que impede o pleno desenvolvimento das atividades</p><p>econômicas e, portanto, a melhoria das condições de vida da</p><p>população. [...] quanto maior o número de habitantes de um país,</p><p>menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser</p><p>distribuído pelos agentes econômicos.”</p><p>(SENE, Eustáquio e Moreira, João C. Geografia Geral e do Brasil: Espaço geográfico e</p><p>globalização. São Paulo: Scipione, 1998. pp. 344-345.)</p><p>Este trecho apresenta os argumentos da teoria:</p><p>a) Neoliberal.</p><p>b) Keynesiana.</p><p>c) Socialista.</p><p>d) Liberal.</p><p>e) Neomalthusiana.</p><p>07. (ESPM) Observe a afirmação:</p><p>Há somente um homem excedente na Terra: Malthus. P. J. Proudhon</p><p>Com essa frase, o líder anarquista procurava criticar:</p><p>a) a tese de que a diminuição gradual da população, a partir</p><p>das mudanças implementadas pela Revolução Industrial e</p><p>urbanização, comprometeria o chamado “exército de reserva”.</p><p>b) a tese do crescimento geométrico da produção alimentar em</p><p>contraposição ao crescimento aritmético da população.</p><p>c) os marxistas que faziam a apologia do crescimento</p><p>demográfico do proletariado como estratégia revolucionária.</p><p>d) a tese reformista em não reconhecer que o crescimento</p><p>demográfico descontrolado supera e compromete a produção</p><p>alimentar que cresce em ritmo aritmético.</p><p>e) a tese demográfica proposta por Thomas Malthus em atribuir</p><p>ao crescimento demográfico a responsabilidade pelas</p><p>mazelas sociais.</p><p>08. (UNITAU) A ideia de um mundo famélico sempre assombrou</p><p>a humanidade. Assinale a alternativa que representa a hipótese</p><p>apontada por Thomas Malthus (1766-1834) como causa</p><p>desse problema.</p><p>a) A população aumenta em proporção aritmética, e a produção</p><p>de alimentos cresce numa proporção geométrica.</p><p>b) Não existe uma associação forte entre o tamanho da população</p><p>e a quantidade de alimentos.</p><p>c) A teoria considerava que novos continentes a serem descobertos</p><p>poderiam servir de grandes celeiros de produção agrícola.</p><p>d) A produção de alimentos cresce em um ritmo aritmético, e a</p><p>população cresce em um ritmo geométrico.</p><p>e) Naquela época, a população da África já era mais numerosa do</p><p>que a população da Europa e isso acarretaria a fome.</p><p>09. (FATEC) No final do século XVIII, o economista inglês Thomas</p><p>Malthus escreveu um livro, no qual trabalhou a ideia de que a fome</p><p>e a miséria são decorrentes do descompasso entre o crescimento</p><p>populacional e a produção de alimentos.</p><p>Segundo Malthus,</p><p>a) o ritmo do crescimento populacional tende a diminuir à medida</p><p>que os investimentos em educação aumentam.</p><p>b) o crescimento demográfico acelera a retirada dos recursos</p><p>naturais, causando danos irreversíveis ao meio ambiente.</p><p>c) o crescimento acelerado da população nos países</p><p>subdesenvolvidos é consequência e não a causa da</p><p>miséria e da pobreza.</p><p>d) o aumento da população ocorre em progressão geométrica e</p><p>a produção de alimentos aumenta em progressão aritmética.</p><p>e) o aumento da população faz com que os governos</p><p>invistam cada vez mais em saúde, deixando de lado os</p><p>investimentos produtivos.</p><p>10. (UNESP) No estudo do crescimento demográfico mundial, a</p><p>teoria que considera a sociedade de consumo e os impactos do</p><p>consumismo denomina-se</p><p>a) teoria antinatalista, ponderando o aumento populacional</p><p>atrelado à lentidão na recomposição do meio ambiente.</p><p>b) teoria neomalthusiana, relacionando o crescimento populacional</p><p>às políticas de recuperação do meio ambiente.</p><p>c) teoria ecomalthusiana, avaliando a pressão do crescimento</p><p>populacional sobre os recursos naturais.</p><p>d) teoria malthusiana, associando o número de pessoas no</p><p>planeta ao custo do passivo ambiental esperado.</p><p>e) teoria reformista, analisando as populações dos países a partir</p><p>da gestão de seus recursos naturais.</p><p>GABARITO</p><p>EXERCÍCIOS PROPOSTOS</p><p>01. A</p><p>02. B</p><p>03. C</p><p>04. D</p><p>05. E</p><p>06. E</p><p>07. E</p><p>08. D</p><p>09. D</p><p>10. C</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>PRÉ-VESTIBULAR268</p><p>GEOGRAFIA II 02 POPULAÇÃO: TEORIAS DEMOGRÁFICAS</p><p>SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>PRÉ-VESTIBULAR 269SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>POPULAÇÃO: TRANSIÇÃO</p><p>DEMOGRÁFICA03</p><p>CRESCIMENTO VEGETATIVO E</p><p>CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO</p><p>• Crescimento Vegetativo ou Natural - É a diferença</p><p>entre as taxas de natalidade e mortalidade de um pais.</p><p>• Crescimento Demográfico ou Populacional -</p><p>Corresponde ao crescimento vegetativo e a taxa</p><p>de migração (diferença entre a entrada e a saída</p><p>de pessoas da área considerada). É positivo</p><p>quando a população aumenta e negativo quando</p><p>a população diminui.</p><p>Atualmente, na maioria dos países o crescimento é positivo,</p><p>ainda que em muitos lugares a população esteja fi cando menor.</p><p>Há vários casos de países em que o número de nascimentos é</p><p>menor que o número de mortes, mas cuja população continua a</p><p>crescer graças à chegada de imigrantes. Ou seja, é possível que o</p><p>crescimento vegetativo seja negativo e o crescimento demográfi co</p><p>seja positivo.</p><p>A população mundial cresceu de forma bem mais lenta no século</p><p>XIX do que no século XX. Isso se explica porque, no passado, as taxas</p><p>de natalidade e mortalidade eram equilibradas e se mantinham em</p><p>níveis muito elevados. Ou seja, nasciam e morriam muitas pessoas,</p><p>o que levava a um crescimento vegetativo baixo. Já em meados do</p><p>século XX, o crescimento populacional se intensifi cou, principalmente</p><p>nos países pobres asiáticos, africanos e latino-americanos. As causas</p><p>estão ligadas essencialmente à diminuição da mortalidade, resultado</p><p>dos avanços da medicina, com a descoberta dos antibióticos, a</p><p>universalização da assistência médico-hospitalar, as vacinações e a</p><p>expansão do saneamento básico.</p><p>O contínuo recuo das taxas de mortalidade e a</p><p>manutenção dos elevados índices de natalidade,</p><p>principalmente em países pobres, conduziram à chamada</p><p>explosão demográfi ca, ou seja, um crescimento vegetativo</p><p>muito acelerado, que fi cou em torno de 2,5% ao ano entre as</p><p>décadas de 1950 e 1970. Porém, após a 2ª Guerra Mundial,</p><p>a forte urbanização (inicialmente ocorrida nos países ricos e</p><p>posteriormente alastrada para praticamente todo o planeta)</p><p>e a presença da mulher no mercado de trabalho frearam</p><p>o crescimento populacional. As mulheres passaram a se</p><p>casar mais tarde, priorizando sua carreira; e os casais,</p><p>com a disseminação e a popularização de métodos</p><p>contraceptivos (como a pílula anticoncepcional), puderam</p><p>dec idir quanto ao tamanho de sua prole – e a maioria deles</p><p>optou por famílias pequenas, para assim dar uma educação</p><p>de qualidade aos fi lhos e, consequentemente, melhores</p><p>condições de vida. Logo, o planejamento familiar contribuiu</p><p>para que as taxas de fecundidade caíssem drasticamente,</p><p>assim como as taxas de natalidade.</p><p>A TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA</p><p>Hoje a população</p><p>do mundo cresce a taxas muito desiguais,</p><p>pois em vários países da África e da Ásia o crescimento anual é</p><p>superior a 2,5%, enquanto a grande maioria dos países da Europa e</p><p>da América do Norte não supera a taxa de 1%.</p><p>CRESCIMENTO POPULACIONAL POR</p><p>CONTINENTE EM % (2015-2050)</p><p>A atual situação de grande heterogeneidade nas taxas de</p><p>crescimento populacional pode ser compreendida pelo estudo da</p><p>transição demográfi ca. Esse conceito – que pressupõe três, quatro</p><p>ou cinco fases, de acordo com a perspectiva adotada – explica a</p><p>tendência de diminuição das taxas de natalidade e mortalidade</p><p>com o passar do tempo, fazendo com que os países vivenciem,</p><p>em diferentes momentos, ritmos variados de crescimento</p><p>populacional. Optamos aqui por apresentar a perspectiva da</p><p>transição demográfi ca a partir de cinco fases diferentes. Dessa</p><p>forma, a transição se divide em:</p><p>• Fase 1: alta mortalidade e natalidade com crescimento</p><p>vegetativo baixo;</p><p>• Fase 2: queda na mortalidade e elevação abrupta no</p><p>crescimento vegetativo;</p><p>• Fase 3: desaceleração do crescimento em razão da queda</p><p>das taxas de natalidade;</p><p>• Fase 4: estabilização demográfi ca pelo relativo equilíbrio</p><p>entre mortalidade e natalidade;</p><p>• Fase 5: “implosão demográfi ca” pelo aumento da</p><p>mortalidade de idosos e baixa fecundidade.</p><p>Na primeira fase, também chamada de pré-transição</p><p>demográfi ca, o crescimento da população é reduzido, pois</p><p>natalidade e mortalidade são muito altas e praticamente se</p><p>anulam. Essa era a condição em que estavam todos os países</p><p>do mundo até o século XVIII. Nessa época, com o surgimento da</p><p>indústria, a migração para as cidades e a melhora nas condições</p><p>médico-sanitárias em alguns países, houve uma queda nas taxas</p><p>de mortalidade. Com isso, esses locais entraram na fase dois da</p><p>transição, também chamada de fase da explosão demográfi ca,</p><p>justamente por ser o momento em que ocorrem os índices mais</p><p>altos de crescimento vegetativo.</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO270</p><p>GEOGRAFIA II 03 POPULAÇÃO: TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA</p><p>Depois de algum tempo, o custo de vida urbano mais alto e</p><p>outras mudanças na sociedade fazem com que os países entrem</p><p>na terceira fase do processo, chamada de fase da redução do</p><p>crescimento vegetativo, o que ocorre em função da diminuição</p><p>das taxas de fecundidade e natalidade. Em um quarto momento</p><p>ocorre a fase da estabilização demográfi ca, na qual o crescimento</p><p>vegetativo fi ca próximo a zero.</p><p>A transição demográfi ca já se completou nos países ricos,</p><p>enquanto nos pobres ela apresenta ritmos desiguais, estando</p><p>a América Latina e grande parte da Ásia na fase de redução do</p><p>crescimento, enquanto a África Subsaariana iniciou há alguns anos</p><p>a fase da explosão demográfi ca. Nos países em que a transição</p><p>demográfi ca está no início, a proporção de crianças e jovens (0 a 15</p><p>anos) em relação ao total da população é bastante elevada. Naqueles</p><p>em que a transição demográfi ca já se completou, verifi ca-se uma</p><p>grande proporção de idosos (pessoas com mais de 60 anos). Tais</p><p>diferenças fi cam visíveis no formato das pirâmides etárias: nos</p><p>países que estão no início da transição, a base é larga e o topo é</p><p>estreito; nos países desenvolvidos, o formato da pirâmide tende a</p><p>se inverter, com a base fi cando mais estreita e o corpo e o topo</p><p>se alargando.</p><p>O DÉFICIT DEMOGRÁFICO E A IMPLOSÃO</p><p>DEMOGRÁFICA</p><p>Défi cit Demográfi co é um termo utilizado nos estudos sobre</p><p>as populações para caracterizar aqueles territórios ou regiões</p><p>que possuem um crescimento vegetativo negativo, ou seja, que</p><p>apresentam taxas de mortalidade maiores do que as taxas de</p><p>natalidade. Normalmente são países desenvolvidos, cujas famílias</p><p>têm poucos ou nenhum fi lho, e cuja população idosa cresce cada</p><p>vez mais. Alguns demógrafos apontam que esses países estariam</p><p>na fase cinco da transição demográfi ca, onde ao invés de se</p><p>manter estável, a população entraria num processo de implosão</p><p>demográfi ca. Isso acontece quando, além do número maior de</p><p>mortes do que nascimentos, o saldo migratório não consegue</p><p>compensar a perda de habitantes. Tal panorama é visível em países</p><p>como Japão, Rússia, Itália e Alemanha, entre outros.</p><p>ÍNDICE DE AUMENTO NATURAL DE</p><p>POPULAÇÃO (%)</p><p>No caso russo, essa ocorrência está diretamente associada</p><p>às transformações políticas e econômicas pelas quais o país</p><p>vem passando desde o colapso da União Soviética no início da</p><p>década de 1990. No decênio em questão, além da profunda crise</p><p>econômica pela qual o país passou, foi vivenciado um período de</p><p>muitas incertezas em virtude da transição política para a abertura</p><p>ao capitalismo e à economia de mercado, com o declínio do modelo</p><p>de desenvolvimento com base em uma economia planifi cada.</p><p>Atualmente, apesar de uma relativa estabilização na situação do</p><p>país, a expectativa de vida dos homens ainda é especialmente baixa</p><p>(64 anos), seja comparada com a das mulheres (75 anos) ou com</p><p>os demais países com condições socioeconômicas semelhantes.</p><p>Segundo estudo publicado em 2014, 25% dos homens russos morrem</p><p>antes dos 55 anos, a maioria deles por causa do fumo e do álcool –</p><p>graças a doenças hepáticas ou intoxicação por excesso da bebida.</p><p>Nos anos 1990, a população russa era de cerca de 148 milhões de</p><p>habitantes. Atualmente, esse valor caiu para os 144,3 milhões (2016),</p><p>e a tendência, segundo as estimativas ofi ciais, é que a população</p><p>diminua em 30 milhões até a década de 2050, a não ser que o país</p><p>passe a adotar uma política de incentivo à natalidade com maior rigor.</p><p>O Japão é mais um dos países com baixo crescimento demográfi co</p><p>e vem tomando medidas para conter o défi cit demográfi co e a</p><p>consequente recessão econômica que pode advir desse cenário. No</p><p>caso japonês, mesmo com uma das maiores expectativas de vida</p><p>do mundo e baixa mortalidade, as taxas de natalidade são baixas o</p><p>sufi ciente para provocar uma queda no número de habitantes. Mesmo</p><p>assim, as difi culdades geográfi cas do país (poucos lugares disponíveis</p><p>para a habitação) fazem com que existam grandes aglomerações</p><p>humanas, com destaque para a área metropolitana de Tóquio, que</p><p>envolve um grande conjunto de municípios e abrange mais de 30</p><p>milhões de pessoas.</p><p>Um défi cit demográfi co gera profundos efeitos na composição</p><p>econômica e até cultural de um país. O primeiro grande impacto é a</p><p>redução da População Economicamente Ativa (PEA), que envolve</p><p>a população empregada ou que procura por emprego, geralmente</p><p>abarcando uma faixa etária entre 16 e 65 anos. Com isso, a</p><p>economia passa por uma desaceleração de seu crescimento e</p><p>diminuição de sua produtividade. Para evitar ou conter esse</p><p>problema, alguns países da Europa, como Portugal, França e</p><p>Alemanha, vêm adotando medidas para impulsionar o crescimento</p><p>vegetativo, ou seja, políticas de incentivo à natalidade. Tais medidas</p><p>incluem o pagamento de salários para aqueles casais que desejam</p><p>ter fi lhos, o que, ao menos por enquanto, não tem gerado os efeitos</p><p>desejados na maioria dos países.</p><p>Um segundo efeito do défi cit é a gradativa mudança da</p><p>composição étnica da população, o que acontece quando há certo</p><p>volume migratório, como é o caso da própria Europa. Em outras</p><p>palavras, aumenta-se a quantidade de estrangeiros residentes</p><p>no país e diminui-se o número de pessoas do próprio local que</p><p>se reproduzem, o que causa uma gradativa mudança nos traços</p><p>culturais e étnicos da população em geral.</p><p>Por fi m, um terceiro impacto do défi cit é o imediato</p><p>envelhecimento populacional, embora isso só aconteça naqueles</p><p>países em que a expectativa de vida é alta. Assim, as baixas</p><p>taxas de natalidade e o grande número de idosos fazem com que</p><p>exista uma proporção cada vez menor de adultos e jovens para a</p><p>quantidade de pessoas com idade mais avançada.</p><p>O ENVELHECIMENTO</p><p>DA POPULAÇÃO</p><p>Hoje, o número de idosos vem crescendo no mundo todo. Em</p><p>1950, os idosos representavam 8% da população global; em 2016,</p><p>já eram 12,3% da população; e em 2050 serão 21,5%. Os idosos</p><p>são atualmente mais numerosos que as crianças menores de</p><p>cinco anos</p><p>e em 2050 superarão os que têm menos de 15 anos, em</p><p>mudanças demográfi cas que serão mais velozes nos países em</p><p>vias de desenvolvimento.</p><p>PRÉ-VESTIBULAR SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO</p><p>03 POPULAÇÃO: TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA</p><p>271</p><p>GEOGRAFIA II</p><p>Nos países ricos, os habitantes com mais de 60 anos já</p><p>compõem um segmento expressivo da população, pois o aumento</p><p>na expectativa de vida é diretamente proporcional à melhoria da</p><p>qualidade de vida das populações. A esperança de vida mais alta</p><p>do mundo é no Japão (84 anos), seguido pela Austrália (82 anos),</p><p>Itália (81,8 anos), Alemanha (81,5 anos) e Suécia (81,3 anos).</p><p>Com as pessoas vivendo mais, benefícios sociais como</p><p>a aposentadoria são recebidos por mais tempo pelos idosos.</p><p>Mas quem sustenta os fundos de pensão ou os institutos de</p><p>previdência são os trabalhadores na ativa, porque os idosos já</p><p>contribuíram durante muitos anos para ter direito a esse benefício</p><p>na velhice. Logo, isso gera uma enorme pressão fi nanceira sobre</p><p>o caixa das instituições pagadoras, visto que cresce o número</p><p>de aposentados, mas não o de contribuintes, já que as taxas de</p><p>natalidade são cada vez mais baixas. O aumento da população na</p><p>terceira idade requer mais investimentos também em áreas como</p><p>a saúde e a assistência social e hospitalar. Ou seja, cresce o desafi o</p><p>para equilibrar as contas públicas sem deixar de dar dignidade e</p><p>assistência adequada à população.</p><p>A TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA</p><p>NO BRASIL</p><p>O Brasil, país muito populoso e pouco povoado, tem uma</p><p>distribuição demográfi ca desigual pelo território. A maioria da</p><p>população vive no litoral e na região Sudeste, enquanto o resto</p><p>do país é pouco ocupado. Além disso, as diferenças também são</p><p>muito grandes no que diz respeito aos índices de crescimento e nos</p><p>níveis de renda. Desde os anos 1930, com o forte crescimento das</p><p>cidades, a população brasileira começou a crescer muito também.</p><p>Entre os anos 1950-1960, houve o auge da Explosão Demográfi ca</p><p>no Brasil. A população cresceu num ritmo acelerado graças aos</p><p>altos índices de fecundidade, ao mesmo tempo em que a evolução</p><p>da medicina, do saneamento e da qualidade de vida urbana</p><p>reduziram as taxas de mortalidade.</p><p>Porém, a partir dos anos 1970, a fecundidade começou a cair.</p><p>Foi uma consequência de uma série de fatores, que incluem o alto</p><p>custo de vida urbano e a inserção feminina no mercado de trabalho.</p><p>Com isso, o Brasil passou para outra fase da Transição Demográfi ca,</p><p>a da diminuição do ritmo de crescimento populacional. Dessa</p><p>forma, a tendência aponta que em breve chegaremos à fase quatro,</p><p>com uma estabilização do crescimento, o que deve acontecer por</p><p>volta de 2030.</p><p>Entretanto, como dito anteriormente, a média nacional</p><p>não reflete exatamente as características regionais. Quando</p><p>comparamos as áreas rurais com as urbanas, percebe-se que</p><p>nelas ainda há um processo de transição demográfi ca bem mais</p><p>atrasado. Se a comparação for entre as macrorregiões brasileiras,</p><p>percebe-se que na Região Norte, há taxas de fecundidade mais</p><p>altas e por isso mesmo, maior número de jovens. Já nas regiões</p><p>Sul e Sudeste, há menos jovens e mais idosos (por conta da</p><p>expectativa de vida mais alta).</p><p>PROPOSTOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. (ENEM)</p><p>A alteração apresentada no gráfi co a partir da década de 1960 é</p><p>reflexo da redução do seguinte indicador populacional:</p><p>a) Expectativa de vida.</p><p>b) População absoluta.</p><p>c) Índice de mortalidade.</p><p>d) Desigualdade social.</p><p>e) Taxa de fecundidade.</p><p>02. (ENEM)</p><p>“De acordo com reportagem sobre resultados recentes</p><p>de estudos populacionais, a população mundial deverá ser de</p><p>9,3 bilhões de pessoas em 2050. Ou seja, será 50% maior que os</p><p>6,1bilhões de meados do ano 2000. (...) Essas são as principais</p><p>conclusões do relatório Perspectivas da População Mundial -</p><p>Revisão 2000, preparado pela Organização das Nações Unidas</p><p>(ONU). (...) Apenas seis países respondem por quase metade desse</p><p>aumento: Índia (21%), China (12%), Paquistão (5%), Nigéria (4%),</p><p>Bangladesh (4%) e Indonésia (3%).</p><p>Esses elevados índices de expansão contrastam com os dos</p><p>países mais desenvolvidos. Em 2000, por exemplo, a população da</p><p>União Européia teve um aumento de 343 mil pessoas, enquanto</p><p>a Índia alcançou esse mesmo crescimento na primeira semana</p><p>de 2001. (...)</p><p>Os Estados Unidos serão uma exceção no grupo dos países</p><p>desenvolvidos. O país se tornará o único desenvolvido entre os 20</p><p>mais populosos do mundo.”</p><p>O Estado de S. Paulo, 03 de março de 2001.</p><p>Considerando as causas determinantes de crescimento populacional,</p><p>pode-se afi rmar que,</p><p>PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO272</p><p>GEOGRAFIA II 03 POPULAÇÃO: TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA</p><p>a) Na Europa, altas taxas de crescimento vegetativo explicam o</p><p>seu crescimento populacional em 2000.</p><p>b) Nos países citados, baixas taxas de mortalidade infantil e</p><p>aumento da expectativa de vida são as responsáveis pela</p><p>tendência de crescimento populacional.</p><p>c) Nos Estados Unidos, a atração migratória representa um</p><p>importante fator que poderá colocá-lo entre os países mais</p><p>populosos do mundo.</p><p>d) Nos países citados, altos índices de desenvolvimento humano</p><p>explicam suas altas taxas de natalidade.</p><p>e) Nos países asiáticos e africanos, as condições de vida</p><p>favorecem a reprodução humana.</p><p>03. (ENEM) Um fenômeno importante que vem ocorrendo nas</p><p>últimas quatro décadas é o baixo crescimento populacional na</p><p>Europa, principalmente em alguns países como Alemanha e</p><p>Áustria, onde houve uma brusca queda na taxa de natalidade. Esse</p><p>fenômeno é especialmente preocupante pelo fato de a maioria</p><p>desses países já ter chegado a um índice inferior ao “nível de</p><p>renovação da população”, estimado em 2,1 filhos por mulher. A</p><p>diminuição da natalidade europeia tem várias causas, algumas de</p><p>caráter demográfico, outras de caráter cultural e socioeconômico.</p><p>(OLIVEIRA, P. S. introdução à sociologia. São Paulo: Ática, 2004 (adaptado).)</p><p>As tendências populacionais nesses países estão relacionadas a</p><p>uma transformação</p><p>a) Na estrutura familiar dessas sociedades, impactada por</p><p>mudanças nos projetos de vida das novas gerações.</p><p>b) No comportamento das mulheres mais jovens, que têm</p><p>imposto seus planos de maternidade aos homens.</p><p>c) No número de casamentos, que cresceu nos últimos anos,</p><p>reforçando a estrutura familiar tradicional.</p><p>d) No fornecimento de pensões de aposentadoria, em queda</p><p>diante de uma população de maioria jovem.</p><p>e) Na taxa de mortalidade infantil europeia, em contínua ascensão,</p><p>decorrente de pandemias na primeira infância.</p><p>04. (UNESP) Analise o gráfico sobre a evolução ocorrida e a</p><p>perspectiva de crescimento da população mundial no período de</p><p>1950 a 2050.</p><p>População, 1950-2050</p><p>(Marie-Françoise Durand et al. Atlas da Mundialização:</p><p>compreender o espaço mundial contemporâneo, 2009. Adaptado.)</p><p>A partir da análise do gráfico, pode-se afirmar que</p><p>a) A população da América do Norte apresenta um expressivo</p><p>crescimento populacional no período de 1950 a 2050,</p><p>superando a taxa de crescimento da África.</p><p>b) A Ásia apresenta o maior total absoluto da população</p><p>mundial, mas perde para a Oceania no ritmo do crescimento</p><p>populacional em termos relativos, em todo o período analisado.</p><p>c) A Europa, no período de 2005 a 2050, projeta um crescimento</p><p>negativo, com índices que mostram uma redução populacional.</p><p>d) A África apresenta o menor crescimento em termos absolutos</p><p>no período de 1950 a 2050, perdendo sua posição de segunda</p><p>colocada entre as regiões mais populosas do mundo.</p><p>e) A América do Norte apresenta o maior crescimento</p><p>populacional em termos absolutos no período de 1950 a 2050</p><p>e é mais populosa do que a América Latina e Caribe.</p><p>05. (UERJ)</p><p>Taxa de fecundidade</p><p>A despeito das taxas de fecundidade apresentadas, a estabilidade</p><p>demográfica, projetada para vários países desenvolvidos em 2050,</p><p>baseia-se em fenômenos atuais, com destaque para:</p><p>a) redução da natalidade, estabelecida pela maior expectativa de</p><p>vida.</p><p>b) expansão da mortalidade, provocada pelo envelhecimento dos</p><p>grupos etários.</p><p>c) deslocamento populacional,</p>