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<p>Podcast</p><p>Disciplina: Economia Circular</p><p>Título do tema: Desafios da Economia Circular</p><p>Autoria: Denise da Silva Mota Carvalho</p><p>Leitura crítica: Karoline Arguelho da Silva</p><p>Olá, ouvinte! No podcast de hoje vamos falar de Economia Circular aplicada a</p><p>reaproveitamento de resíduos alimentares.</p><p>O Brasil está entre os dez principais produtores mundiais de alimentos,</p><p>entretanto, também é um dos principais países no ranking do desperdício. De</p><p>acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a</p><p>Agricultura (FAO), o desperdício de alimentos no Brasil chega a 26,3 milhões</p><p>de toneladas anualmente. As perdas atingem mais de 30% do segmento.</p><p>As perdas e desperdício de alimentos implicam em aumento na geração de</p><p>resíduos orgânicos. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA),</p><p>os resíduos orgânicos são resíduos de origem animal ou vegetais descartados</p><p>de atividades humanas. E se forem descartados de forma inadequada trazem</p><p>impactos ao meio ambiente. Os resíduos orgânicos constituem cerca de 45%</p><p>da composição de resíduos sólidos urbanos (RSU) produzidos no Brasil.</p><p>A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305,</p><p>de 02 de agosto de 2010, aponta algumas soluções para a problemática dos</p><p>resíduos sólidos. Entretanto, muitas ações previstas nesta lei ainda não estão</p><p>sendo cumpridas em boa parte dos municípios brasileiros.</p><p>Conforme dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e</p><p>Resíduos Especiais, ABRELPE, em 2020, do total dos municípios brasileiros,</p><p>apenas 46,12% realizaram a destinação dos resíduos sólidos urbanos, de</p><p>forma adequada, em aterros sanitários. O restante destinou seus resíduos em</p><p>locais inadequados, vazões a céu aberto (os famosos lixões) ou aterros</p><p>controlados que não contam com um conjunto de sistemas e medidas</p><p>necessários para proteger a saúde das pessoas e o meio ambiente contra</p><p>danos e degradações.</p><p>Pensando no resíduo alimentar, fizemos um estudo aplicado às Centrais de</p><p>Abastecimento (CEASAs) que são referência em abastecimento de alimentos</p><p>hortigranjeiros no país. A pesquisa foi realizada na CEASA–CURITIBA, no</p><p>estado do Paraná e identificou que, em 2020, foram comercializadas</p><p>aproximadamente 827 mil toneladas de alimentos na capital paranaense.</p><p>Contudo, o volume de perdas e desperdício de frutas e hortaliças foi de 14,3</p><p>mil toneladas. Um desperdício de cerca de 39 toneladas de alimentos por dia.</p><p>Infelizmente, 11% dos resíduos alimentares resultantes do desperdício foram</p><p>destinados ao aterro sanitário.</p><p>W</p><p>B</p><p>A</p><p>08</p><p>4</p><p>7</p><p>_v</p><p>1</p><p>.0</p><p>A boa notícia é que a CEASA Curitiba conseguiu reaproveitar parte dos seus</p><p>resíduos. 22% das frutas e hortaliças desperdiçadas e que ainda estavam</p><p>aptas ao consumo, foram doadas ao banco de alimentos. 10% foram</p><p>destinados à compostagem e 57% foram destinados para uso industrial e</p><p>geração de energia.</p><p>Em relação a doação de alimentos, a unidade atacadista teria o potencial de</p><p>alimentar 86 mil pessoas diariamente tomando como base que o consumo</p><p>médio per capita é de 100 gramas para frutas e hortaliças de acordo com a</p><p>divulgação do IBGE na POF 2017-2018.</p><p>Além disso, a pesquisa ainda apontou que, de 2019 para 2020, a CEASA</p><p>Curitiba conseguiu reduzir a geração de resíduos em 1.595 toneladas.</p><p>Os resultados apontaram que a CEASA CURITIBA tem aplicado os princípios</p><p>da Economia Circular, conseguindo reduzir a geração de resíduos e realizando</p><p>a destinação de forma adequada, fazendo o reaproveitamento quando</p><p>possível.</p><p>Novos estudos estão sendo realizados para verificar o potencial da Economia</p><p>Circular para os demais itens de comercialização e uso da CEASA. Como</p><p>reciclagem de embalagens e caixotes de madeira usados para acondicionar os</p><p>alimentos. Também há perspectivas de expandir a pesquisa para as demais</p><p>CEASAs do estado do Paraná e futuramente para as principais CEASAs do</p><p>Brasil.</p><p>Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!</p>