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<p>MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO</p><p>UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA</p><p>GLÓRIA CAROLINA ARAÚJO RIBEIRO</p><p>Qualidade de sementes de soja produzidas em Paragominas, Pará</p><p>PARAGOMINAS - PARÁ</p><p>2016</p><p>MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO</p><p>UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA</p><p>GLÓRIA CAROLINA ARAÚJO RIBEIRO</p><p>Qualidade de sementes de soja produzidas em Paragominas, Pará</p><p>Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao</p><p>curso de Agronomia da Universidade Federal</p><p>Rural da Amazônia como requisito para obtenção</p><p>do grau de Bacharel em Agronomia.</p><p>Área de concentração: Produção de Sementes</p><p>Orientadora: Prof. DSc. Bárbara Rodrigues</p><p>Quadros</p><p>Co-orientador: Prof. DSc. Gustavo Antônio</p><p>Ruffeil Alves</p><p>PARAGOMINAS - PARÁ</p><p>2016</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação</p><p>Universidade Federal Rural da Amazônia</p><p>-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------</p><p>Ribeiro, Glória Carolina Araújo</p><p>Qualidade de sementes de Soja produzidas em Paragominas, Pará / Glória Carolina</p><p>Araújo Ribeiro. _ Paragominas, 2016.</p><p>49 f.</p><p>Orientadora: Profª DSc. Bárbara Rodrigues de Quadros</p><p>Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Agronomia) – Universidade</p><p>Federal Rural da Amazônia - UFRA, Paragominas - PA, 2016.</p><p>1. Produção de Sementes. 2. Soja. I. Ribeiro, Glória Carolina Araújo. II.</p><p>Quadros, Bárbara Rodrigues de, Orient. III. Título.</p><p>CDD 23.ed. 635.655</p><p>-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------</p><p>Aos meus pais Joilson e Virgínia, por todo amor,</p><p>incentivo e fiel dedicação ao longo desses 22</p><p>anos, e sem os quais jamais teria sido tão feliz a</p><p>trajetória até aqui,</p><p>Dedico este trabalho</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>A Deus honra e glória pela vida e capacidade e força concedia nos momentos mais cruciais.</p><p>Creio que tudo foi conduzido sob a graça e cuidado divino, proporcionando crescimento pessoal</p><p>e profissional.</p><p>A minha família: Joilson e Virginia, meus pais, a quem eu dedico não apenas este trabalho, mas</p><p>todas as conquistas adquiridas e as que irei alcançar. Agradeço todo apoio, incentivo e orações.</p><p>Se as palavras não conseguem expressar minha gratidão, farei de tudo para que minhas atitudes</p><p>demonstrem isso.</p><p>À Universidade Federal Rural da Amazônia pela oportunidade de realizar este curso e</p><p>disponibilizar a infraestrutura básica para o desempenho deste trabalho.</p><p>À minha orientadora Prof. Dra. Bárbara Quadros pela intensa dedicação, disponibilidade,</p><p>seriedade e compromisso para comigo e para com a ciência.</p><p>À Juparanã Comercial Agrícola LTDA pela disponibilização das sementes, pela oportunidade</p><p>de estágio, emprego, e pelos profissionais dessa empresa, especialmente Netto Costa, Patrícia</p><p>Silva e Williams Ávila que contribuíram com seus conhecimentos e incentivo ao longo deste</p><p>trabalho.</p><p>Ao meu co-orientador Prof. Dr. Gustavo Ruffeil, à professora Vanessa Pamplona por todo</p><p>auxilio na análise estatística e aos colegas de curso Caio César, Carla Topázio, Juliana Barbosa,</p><p>Letícia Cuzzuol e Thaise Dantas pelo interesse e prestatividade nos testes realizados no</p><p>laboratório.</p><p>Aos demais amigos de faculdade, igreja e aqueles estão longe fisicamente, que sempre oraram</p><p>por mim e agiram com carinho e solidariedade, acreditando em mim mais do que eu mesma,</p><p>meu sincero obrigada! A trajetória até aqui foi mais doce com vocês ao lado.</p><p>“Confie no Senhor de todo o coração e não se</p><p>apoie na sua própria inteligência. Lembre-se de</p><p>Deus em tudo o que fizer, e ele lhe mostrará o</p><p>caminho certo.” Provérbios 3:5-6</p><p>Bíblia Sagrada versão NTLH-SBB</p><p>RESUMO</p><p>O objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade de sementes de soja produzidas em Paragominas,</p><p>Pará. O experimento foi disposto em delineamento inteiramente casualizado, com quatro lotes</p><p>e cinco repetições, sendo coletadas amostras de cinco quilogramas de sementes por lote. As</p><p>variáveis de qualidade física analisadas foram: peso de mil sementes, grau de umidade e dano</p><p>mecânico. Também foram aplicados testes para variáveis de qualidade fisiológicas: teste de</p><p>germinação, primeira contagem da germinação, envelhecimento acelerado, condutividade</p><p>elétrica, emergência de plântulas em campo e índice de velocidade de emergência das plântulas.</p><p>Por fim, a análise da qualidade sanitária foi feita através do teste em papel filtro. Os dados</p><p>obtidos foram submetidos à Anova pelo teste F e quando diferenças significativas foram</p><p>encontradas entre os lotes, as respectivas médias foram comparadas pelo teste Tukey. Os</p><p>resultados obtidos nesse trabalho levam a concluir que é possível a produção de sementes com</p><p>alta qualidade física, fisiológica e sanitária em Paragominas. As sementes dos lotes 4 e 1</p><p>respectivamente, obtiveram melhores resultados em relação aos demais lotes analisados,</p><p>apresentando menores índices de danos mecânicos, maior percentual de germinação e vigor e</p><p>menor incidência de fungos.</p><p>ABSTRACT</p><p>The aim of this study was to evaluate the quality of soybean seed produced in Paragominas,</p><p>Para. The experiment was arranged in a completely randomized design with four lots and five</p><p>repetitions samples collected from five kilograms of seeds per lot. Physical quality variables</p><p>analyzed were: weight of thousand seeds, moisture content and mechanical damage. Were also</p><p>applied testing for physiological quality variables: germination test, first count germination,</p><p>accelerated aging, electrical conductivity, seedling emergence in field and seedling emergence</p><p>speed index. Finally, analysis of the sanitary quality was made by testing on filter paper. Data</p><p>were analyzed by Anova by F test and when significant differences were found between</p><p>batches, their averages were compared by Tukey test. The results of this work lead to the</p><p>conclusion that it is possible to produce seeds with high physical, physiological and sanitary</p><p>quality in Paragominas. The seeds of lots 4:01 respectively, performed better than the other lots,</p><p>presenting lower rates of mechanical damage, higher percentage of germination and vigor and</p><p>lower incidence of fungi</p><p>LISTA DE FIGURAS</p><p>Figura 1 - Medidor de umidade Motomco ............................................................................. 27</p><p>Figura 2 - Detalhe do leitor de umidade ................................................................................. 27</p><p>Figura 3 - Pesagem de semente em balança analítica............................................................. 28</p><p>Figura 4 - Recipientes contendo sementes e a solução de hipoclorito de sódio ...................... 28</p><p>Figura 5 - Rolos de papel germiteste acondicionados em sacos ............................................. 29</p><p>Figura 6 - Critério de plântula considerada normal para avaliação do teste de germinação .. 30</p><p>Figura 7 - Embebição das sementes ....................................................................................... 31</p><p>Figura 8 - Leitura da condutividade elétrica........................................................................... 31</p><p>Figura 9 - Distribuição das caixas gerbox no interior do germinador B.O.D ........................ 32</p><p>Figura 10 - Plântulas normais ao final do teste de germinação em canteiro ........................... 33</p><p>Figura 11 - Critério de plântula considerada emersa para o cálculo do IVE ..........................</p><p>do teste de germinação em papel, mostrando que as sementes do</p><p>lote 4 apresentaram maior vigor com 91,08%. O maior efeito do vigor de sementes ocorre no</p><p>desenvolvimento inicial da cultura, pois os lotes de menor vigor apresentam menor emergência</p><p>total e menor velocidade de emergência, refletindo na queda da população de plantas</p><p>(VANZOLINI; CARVALHO, 2002). As plântulas que emergem tardiamente ficam em</p><p>desvantagem na competição e podem não sobreviver até a maturidade (MARCOS FILHO,</p><p>1999).</p><p>Santos et al., (2011) avaliando lotes de sementes de soja em Jaboticabal – São Paulo,</p><p>encontraram valores de EC entre 87 e 93% e semelhantes estatisticamente à porcentagem do</p><p>germinação em papel. No entanto, Pardo et al., (2015) obtiveram porcentagem de EC de 54 e</p><p>69% para sementes consideradas normais e de 15 e 41% para sementes esverdeadas, com</p><p>peneiras de 6,5 e 5,75 mm, respetivamente em Cassilândia – Mato Grosso do Sul.</p><p>A emergência reduzida ou desuniforme pode conduzir a atrasos no desenvolvimento,</p><p>problemas com o controle de plantas invasoras, desuniformidade da cultura em diversos</p><p>estádios fenológicos, inclusive na maturação acarretando em problemas durante a colheita pelas</p><p>características da planta relacionadas à eficiência da colheita (altura das plantas, intensidade de</p><p>ramificação, altura da inserção dos frutos, diâmetro do caule, intensidade de acamamento).</p><p>42</p><p>Pode-se considerar, portanto, que o desempenho das sementes logo após a semeadura pode ser</p><p>traduzido por efeitos diretos sobre a produção final, especialmente quando há redução</p><p>significativa da percentagem de emergência das plântutas (MARCOS FILHO, 2013).</p><p>Para o IVE os valores médios corroboraram com os demais testes aplicados,</p><p>novamente com maior valor no lote 4, conforme a tabela 4. Os valores de IVE para os lotes 2 e</p><p>3 foram bem inferiores com valores de 8,29 e 10,91, respectivamente. Vanzolini e Carvalho</p><p>(2002) apresentaram resultados semelhantes a este experimento, com IVE de 8 para lotes de</p><p>qualidade inferior e 19,7 para aqueles de melhor qualidade fisiológica.</p><p>Schuab et al., (2006) ao avaliarem dez cultivares de soja em Maringá – Paraná,</p><p>obtiveram valores muito baixos esta variável, sendo que a cultivar com melhor resultado</p><p>apresentou 10,75 de IVE. No entanto, Rossi et al., (2012) avaliando lotes de sementes de soja</p><p>em Botucatu – São Paulo, obteve nas sementes consideradas de alto vigor (com resultado da</p><p>EC de 99%) um valor relativamente baixo do IVE em areia (7,71). Semelhantemente, Barbosa</p><p>et al (2010) analisando sementes de soja em Roraima, constatou 89,94% de EC e 9,94 para IVE.</p><p>Os efeitos do vigor das sementes sobre o desenvolvimento das plantas e produção final ocorrem</p><p>durante as fases de plântula e início do desenvolvimento da planta, sendo o vigor ser</p><p>responsável pelo impulso ao crescimento (MARCOS FILHO, 1999).</p><p>4.3 Qualidade sanitária</p><p>Os dados de qualidade sanitária também apresentaram diferença significativa entre os</p><p>lotes analisados, conforme a tabela 5. Os resultados médios da qualidade sanitária das sementes</p><p>estão dispostos na tabela 6.</p><p>Tabela 5 - Análise de variância no teste de sanidade (número de sementes infectadas).</p><p>Causas de variação gl SQ QM F p</p><p>Tratamentos 3 306,80 102,27 6,57** 0,004</p><p>Resíduos 16 249,20 15,58</p><p>Total 19 556,00</p><p>** Significativo a 1% de probabilidade.</p><p>Tabela 6 - Médias dos lotes e desvio padrão quanto ao número de sementes infectadas por fungos.</p><p>Tratamentos Média ± Desvio-padrão</p><p>Lote 1 7,60 ± 3,05 b</p><p>Lote 2 15,00 ± 4,53 a</p><p>Lote 3 14,80 ± 5,26 a</p><p>43</p><p>Lote 4 6,60 ± 2,19 b</p><p>Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey.</p><p>A tabela 6 que dispõe sobre a qualidade sanitária das sementes mostra que o número</p><p>de sementes infectadas foi pequeno comparado a outros encontrados na literatura. Braccini et</p><p>al., (2003) ao avaliarem a incidência de patógenos em 15 cultivares de soja em Maringá –</p><p>Paraná após 30 dias de atraso da colheita, relatam resultados de 99% de infecção na cultivar</p><p>M6101 e 53% na cultivar BRS132. A média das 15 cultivares para essa variável foi de 73%.</p><p>Os autores destacam que o retardamento da colheita provocou redução na porcentagem de</p><p>germinação, em decorrência do avanço do processo de deterioração das sementes, porém, com</p><p>intensidades diferentes para as cultivares avaliadas.</p><p>As sementes dos lotes 2 e 3 apresentaram maior infecção de fungos (15 e 14,8%,</p><p>respectivamente) ainda conforme a tabela 6. O retardamento da colheita pode ter deixado suas</p><p>sementes mais suscetíveis à deterioração quando permaneceram no campo após o estádio de</p><p>desenvolvimento R8 - maturação, contribuindo para a infestação de patógenos. As sementes</p><p>desses dois lotes também apresentaram menor germinação, como já foi discutido anteriormente.</p><p>Meneghello (2015) ressalta que a qualidade sanitária afeta diretamente a qualidade fisiológica</p><p>e sanidade das lavouras, influenciando na produtividade. Plantas oriundas de sementes de alta</p><p>qualidade apresentam bom desenvolvimento e tem capacidade de estabelecer-se mesmo em</p><p>condições adversas.</p><p>Oliveira et al. (2012), realizando trabalho sobre a qualidade sanitária de três cultivares</p><p>de soja em Alto Garças e Sapezal - MT, não encontraram fungos patogênicos nas sementes,</p><p>apenas Aspergillus sp. que pode comprometer a qualidade de sementes armazenadas. O maior</p><p>índice foi obtido na cultivar Tabarana em Alto Garças com 23% de infecção, porém isso não</p><p>afetou a qualidade fisiológica das sementes dessa cultivar.</p><p>No campo a soja é infectada por um grande número de doenças fúngicas e bacterianas,</p><p>além de viroses e nematóides. Dentre estas, as doenças causadas por fungos são consideradas</p><p>muito importantes pelos prejuízos causados, tanto no rendimento quanto na qualidade das</p><p>sementes. A maior parte dos microorganismos fitopatogênicos tem na semente o seu principal</p><p>veículo de disseminação e de introdução em novas áreas de cultivo, onde, sob condições</p><p>favoráveis de ambiente, aumentam intensamente a atividade respiratória da semente, causando</p><p>deterioração e futuramente, sérios danos à cultura (FRANÇA NETO; HENNING, 1984).</p><p>Maciel et al. (2005) ao avaliar a sanidade 200 sementes de soja por lote, obteve a média</p><p>de 17 sementes infectadas por fungos no lote com menor infecção e 25,2 sementes no lote mais</p><p>44</p><p>afetado. Devido a possibilidade de ocorrência de chuvas frequentes durante as fases de</p><p>maturação e colheita da semente de soja em diversas regiões produtoras do Brasil, a presença</p><p>de fungos como Phomopsis spp. e Fusarium semitectum nas sementes resultam em elevados</p><p>índices de plântulas infectadas e de sementes mortas no teste de germinação (EMBRAPA</p><p>SOJA, 2013).</p><p>Os resultados obtidos em todos os testes de caráter físico, fisiológico e sanitário</p><p>corroboram com Meneghello (2015), que destacou a interligação entre os atributos de qualidade</p><p>relacionados com a produtividade das espécies agrícolas, sendo que o comprometimento de</p><p>algum deles reflete negativamente na produção e na qualidade das sementes.</p><p>5 CONCLUSÃO</p><p>Os resultados obtidos nesse trabalho levam a concluir que é possível a produção de</p><p>sementes com alta qualidade física, fisiológica e sanitária em Paragominas, mesmo sob as</p><p>condições tropicais da região.</p><p>As sementes dos lotes 4 e 1 respectivamente, obtiveram melhores resultados em</p><p>relação aos demais lotes analisados, apresentando menores índices de danos mecânicos, maior</p><p>percentual de germinação e vigor e menor incidência de fungos.</p><p>Outros trabalhos visando a avaliação da qualidade de sementes produzidas na região</p><p>devem ser realizados visando a consolidação de informações, que podem servir de orientação</p><p>para comunidade acadêmica e agricultores.</p><p>45</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABRASS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE SEMENTES DE SOJA.</p><p>O destaque do setor sementeiro. Brasília: ABRASS, 2015. 4p.</p><p>ÁVILA, W.; PERIN, A.; GUARESCHI, R. F.;</p><p>GAZOLLA, P. R. Influência do tamanho da</p><p>semente na produtividade de variedades de soja. Agrarian, v.1, n.2, p.83-89, out./dez. 2008.</p><p>BARBOSA, C. Z. dos R.; SMIDERLE, O. J.; ALVES, J. M. A.; VILARINHO, A. A.;</p><p>SEDYIAMA, T. Qualidade de sementes de soja BRS Tracajá, colhidas em Roraima em função</p><p>do tamanho no armazenamento. Revista Ciência Agronômica, v. 41, n. 1, p. 73-80, jan-mar,</p><p>2010.</p><p>BARROSO, M. L. A. Qualidade fisiológica de sementes de soja produzidas na região do</p><p>Distrito Federal e entorno. 2011. 41 f. Monografia (Graduação em Agronomia) – Faculdade</p><p>de Agronomia e Medicina Veterinária, Brasília, 2011.</p><p>BASTOS, T. X.; PACHECO, N. A.; FIGUEREDO, R. de O.; SILVA, G. de F. G. da.</p><p>Características agroclimáticas da Município de Paragominas. Belém: Embrapa Amazônia</p><p>Oriental, 2005, 21 p.</p><p>BRACCINI, A. de L.; ALBRECHT, L. P; ÁVILA, M. R.; SCAPIM, C. A.; BIO, F. E. I.;</p><p>SCHUAB, S. R. P. Qualidade fisiológica e sanitária das sementes de quinze cultivares</p><p>de soja (Glycine max (L.) Merrill) colhidas na época normal e após o retardamento da colheita.</p><p>Acta Scientiarum. Agronomy, Maringá, v. 25, no. 2, p. 449-457, 2003.</p><p>BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de</p><p>sementes. Brasília: MAPA/ACS, 2009a. 399p.</p><p>BRASIL. Instrução Normativa n° 45, de 17 de setembro de 2013. Disponível em:</p><p><http://www.abrasem.com.br/wp-content/uploads/2012/10/Instru%C3%A7%C3%A3o-</p><p>Normativa-n%C2%BA-45-de-17-de-Setembro-de-2013-Padr%C3%B5es-de-Identidade-e-</p><p>Qualiidade-Prod-e-Comerc-de-Sementes-Grandes-Culturas-Republica%C3%A7%C3%A3o-</p><p>DOU-20.09.13.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2015.</p><p>CERVIERI FILHO, E. Efeitos da alta temperatura do ar de secagem na qualidade física e</p><p>fisiológica de sementes de soja. 2014a. Disponível em: <</p><p>http://www.cultivares.com.br/noticias/index.php?c=5188>. Acesso em 11 abr. 2016.</p><p>CERVIERI FILHO, E. A importância da danificação mecânica durante o processo de</p><p>beneficiamento de sementes. 2014b. Disponível em:</p><p><http://www.cultivares.com.br/noticias/index.php?c=4528>. Acesso em 11 abr. 2016.</p><p>CHAGAS, M. da F. Qualidade de sementes de soja utilizadas no estado de Mato Grosso</p><p>obtidas na abrangência do circuito tecnológico APROSOJA na safra 2013/2014. 2014. 99</p><p>f. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Fitotecnia). Universidade Federal de Lavras, Lavras,</p><p>2014.</p><p>CONAB – COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da</p><p>safra brasileira de grãos - Safra 2015/16. Brasília, v. 7, 2016, 158p.</p><p>46</p><p>COSTA, N. P da.; MESQUITA, C. de. M.; MAURINA, A. C.; FRANÇA NETO, J. de B.;</p><p>KRZYZANOWSKI, F. C.; HENNING, A. A. Qualidade fisiológica, física e sanitária de</p><p>sementes de soja produzidas no Brasil. Revista Brasileira de Sementes, vol. 25, n. 1, p.128-</p><p>132, 2003.</p><p>COUTO, C. Soja/Sementes: vendas caem até 10% e produtor estende prazo de pagamento.</p><p>2015. Disponível em: <https://www.redeagroservices.com.br/Noticias/2015/09/Soja-</p><p>Sementes-vendas-caem-ate-10-e-produtor-estende-prazo-de-</p><p>pagamento.aspx#sthash.gSukFR2T.dpuf>. Acesso em 18 abr. 2016.</p><p>EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Tecnologias de</p><p>Produção de Soja Região Central do Brasil 2004 – A Soja no Brasil. Londrina: Sistema de</p><p>Produção, n. 1. 2004.</p><p>Disponível em: < http://www.cnpso.embrapa.br/producaosoja/SojanoBrasil.htm>. Acesso em</p><p>14 jan. de 2016.</p><p>EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Tecnologias de</p><p>Produção de Soja - Região Central do Brasil 2014. Londrina: Embrapa Soja. 2013. 265p.</p><p>Disponível em: < http://www.cnpso.embrapa.br/download/Sistema_Producao14_VE.pdf>.</p><p>Acesso em 15 jan. de 2016</p><p>EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Embrapa inicia</p><p>diagnóstico da cadeia produtiva da soja. 2015. Disponível em:</p><p><https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/3234701/embrapa-inicia-diagnostico-da-</p><p>cadeia-produtiva-da-soja>. Acesso em 10 abr. de 2016.</p><p>FONSECA, N. R. Qualidade fisiológica e desempenho agronômico de soja em função do</p><p>tamanho das sementes. 80 f. Tese (Doutorado em Agronomia). Faculdade de Ciências</p><p>Agronômicas da Universidade Estadual de São Paulo, Botucatu, 2007.</p><p>FRANÇA NETO, J. de B.; HENNING, A. A. Qualidade fisiológica e sanitária de sementes</p><p>de soja. Circular técnica n. 9. Londrina: Embrapa Soja. 1984. 39p.</p><p>FRANÇA NETO, J. de B. et al. Tecnologia da produção de semente de soja de alta</p><p>qualidade - Série Sementes. Circular técnica n. 40. Embrapa Soja: Londrina, 2007. 12p.</p><p>FRONDALOSO, V. Atributos da qualidade de semente de soja produzida no estado de</p><p>Santa Catarina. 2012. 109 f. Tese (Doutorado em Ciência e Tecnologia de Sementes).</p><p>Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2012.</p><p>GOULART, A. C. P. Fungos em sementes de soja: detecção e importância. Documentos, n.</p><p>11. Dourados: EMBRAPA-CPAO, 1997. 58p.</p><p>GOULART, A. C. P. Fungos em sementes de soja: Detecção, importância e controle.</p><p>Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2005. 72p.</p><p>HENNING, Ademir Assis. Patologia e Tratamento de sementes: Noções gerais. 2ed.</p><p>Londrina: Embrapa Soja, 2005. 52p.</p><p>47</p><p>HENNING, Ademir Assis. Guia Prático para identificação de fungos mais frequentes em</p><p>sementes de soja. Brasília: Embrapa, 2015. 22p.</p><p>IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produção Agrícola</p><p>Municipal – Lavouras temporárias. 2014. 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Relação entre o teste de envelhecimento</p><p>acelerado e a emergência de plântulas de soja em campo. In: Congresso Brasileiro de Soja,</p><p>1999, Londrina. Anais... Londrina: Embrapa Soja, 1999. p. 227-231.</p><p>VANZOLINI, S.; CARVALHO, N. M. Efeito do vigor de sementes de soja sobre o seu</p><p>desempenho em campo. Revista Brasileira de Sementes, vol. 24, n. 1, p.33-41, 2002.</p><p>VENDRAME, R. J. Qualidade de semente de soja em função do tamanho da semente e da</p><p>cultivar. 2012. 24 f. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Ciência e Tecnologia de</p><p>Sementes). Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas,</p><p>2012.</p><p>VIEIRA, R. D. Testes de vigor utilizados para sementes de soja no Brasil na atualidade. In:</p><p>Congresso Brasileiro de Soja, 1999, Londrina. Anais... Londrina: Embrapa Soja, 1999. p. 227-</p><p>231.</p><p>33</p><p>Figura 12 - Preparo das caixas gerbox para incubação das sementes .................................... 34</p><p>Gráfico 1 – Temperatura -T e Umidade Relativa – UR na Fazenda Progresso, entre Janeiro e</p><p>Maio de 2015 ............................................................................................................................ 25</p><p>Gráfico 2 - Pluviosidade acumulada na Fazenda Progresso entre Janeiro e Maio de 2015 .... 26</p><p>LISTA DE TABELAS</p><p>Tabela 1 - Análise de variância para os dados de qualidade física (Peso de Mil Sementes -</p><p>PMS, Umidade e Dano mecânico - DM. .................................................................................. 35</p><p>Tabela 2 - Médias dos lotes e desvio padrão em resposta aos testes de qualidade física (Peso</p><p>de Mil Sementes - PMS, Umidade e Dano mecânico - DM). .................................................. 35</p><p>Tabela 3 - Análise de variância para dados de qualidade fisiológica (Primeira contagem - PC,</p><p>Germinação, Condutividade – CE, Env. Acelerado - EA, Emergência a campo e Índice de</p><p>velocidade de emergência – IVE). ............................................................................................ 38</p><p>Tabela 4 - Médias dos lotes e desvio padrão em resposta aos testes de qualidade fisiológica</p><p>(Primeira contagem - PC, Germinação - G, Condutividade Elétrica - CE, Envelhecimento</p><p>Acelerado – EA, Emergência a campo – EC e Índice de Velocidade de emergência - IVE) .. 38</p><p>Tabela 5 - Análise de variância no teste de sanidade (número de sementes infectadas). ........ 42</p><p>Tabela 6 - Médias dos lotes e desvio padrão quanto ao número de sementes infectadas por</p><p>fungos. ...................................................................................................................................... 42</p><p>LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS</p><p>ABRASS - Associação Brasileira dos produtores de Sementes de Soja</p><p>BDA – Batata - Dextrose - Ágar</p><p>BOD - Biochemical Oxygen Demand</p><p>CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento</p><p>CE – Condutividade Elétrica</p><p>C1 - Semente certificada de primeira geração</p><p>C2 - Semente certificada de segunda geração</p><p>DM – Dano Mecânico</p><p>EA – Envelhecimento Acelerado</p><p>IVE – Índice de Velocidade de Emergência</p><p>MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento</p><p>PC – Primeira Contagem</p><p>PMS – Peso de Mil Sementes</p><p>RAS – Regras de Análise de Sementes</p><p>RENASEM - Registro Nacional de Sementes e Mudas</p><p>RNC - Registro Nacional de Cultivares</p><p>SNSM - Sistema Nacional de Sementes e Mudas</p><p>S1- Semente S1</p><p>S2 - Semente S2</p><p>LISTA DE SÍMBOLOS</p><p>% - porcentagem</p><p>ºC – graus Celsius</p><p>dm3 – decímetro cúbico</p><p>g – grama</p><p>ha - hectare</p><p>kg – quilograma</p><p>L – litro</p><p>mm – milímetro</p><p>μS.cm-1.g-1 – micro-siemens por centímetro por grama</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 14</p><p>2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 16</p><p>2.1 Aspectos legais da produção de sementes no Brasil ............................................................... 16</p><p>2.2 Produção de sementes de soja .................................................................................................. 17</p><p>2.3 Qualidade de sementes ............................................................................................................. 19</p><p>2.3.1 Qualidade física .......................................................................................................................... 19</p><p>2.3.2 Qualidade fisiológica .................................................................................................................. 21</p><p>2.3.3 Qualidade sanitária .......................................................................................................... 23</p><p>3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 25</p><p>3.1 Local do experimento ............................................................................................................... 25</p><p>3.2 Características avaliadas .......................................................................................................... 26</p><p>3.2.1 Avaliação da qualidade física.......................................................................................... 27</p><p>3.2.1.1 Determinação da umidade ..................................................................................................... 27</p><p>3.2.1.2 Peso de mil sementes ............................................................................................................. 27</p><p>3.2.1.3 Dano mecânico ...................................................................................................................... 28</p><p>3.2.2 Avaliação da qualidade fisiológica ................................................................................. 29</p><p>3.2.2.1 Teste de germinação .............................................................................................................. 29</p><p>3.2.2.2 Primeira contagem da germinação ......................................................................................... 30</p><p>3.2.2.3 Condutividade Elétrica .......................................................................................................... 30</p><p>3.2.2.4 Envelhecimento acelerado ..................................................................................................... 32</p><p>3.2.2.5 Emergência de plântulas em campo ....................................................................................... 32</p><p>3.2.2.6 Índice de velocidade de emergência das plântulas ................................................................ 33</p><p>3.2.3 Avaliação da qualidade sanitária ..................................................................................... 33</p><p>3.2.3.1 Teste em papel filtro .............................................................................................................. 33</p><p>3.3 Análise dos dados ...................................................................................................................... 34</p><p>4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 35</p><p>4.1 Qualidade Física ........................................................................................................................ 35</p><p>4.2 Qualidade fisiológica ................................................................................................................. 38</p><p>4.3 Qualidade sanitária ................................................................................................................... 42</p><p>5 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 44</p><p>REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 45</p><p>14</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>O crescimento expressivo da produção de soja no Brasil em quatro décadas,</p><p>desencadeou uma série de mudanças sem precedentes na história do País. Além de ter</p><p>impulsionado a aceleração da mecanização das lavouras brasileiras, a modernização do sistema</p><p>de transportes e a expansão da fronteira agrícola, o cultivo da soja também incentivou a</p><p>profissionalização, o comércio internacional, propiciou o enriquecimento da dieta alimentar dos</p><p>brasileiros e a interiorização da população brasileira, assim como promoveu a tecnificação de</p><p>outras espécies agrícolas e o fortalecimento da criação de animais consumistas de ração como</p><p>aves, suínos e bovinos confinados (EMBRAPA SOJA, 2004).</p><p>A importância que a cultura da soja assumiu no cenário agrícola brasileiro ultrapassou</p><p>os limites das porteiras das fazendas e influencia as discussões sobre pesquisa tecnológica,</p><p>agroindústria, cadeias produtivas, infraestrutura, entre outros</p><p>temas. A Companhia Nacional de</p><p>Abastecimento – CONAB, estima que neste ano a produção de grãos de soja no país ultrapasse</p><p>98 milhões de toneladas produzidas em pouco mais de 33 milhões hectares – ha e 70% dessa</p><p>área utiliza sementes certificadas. Com aproximadamente 100 mil ha destinados ao cultivo da</p><p>soja, Paragominas é um dos principais municípios da região norte quanto à produção de grãos,</p><p>com produção de 121.800 toneladas da oleaginosa em 2014 (PAULA; FAVARET FILHO,</p><p>1998; IBGE, 2014; EMBRAPA, 2015; COUTO, 2015; CONAB, 2016).</p><p>No Brasil, pelo menos 55% dos agricultores procuram por sementes legais de soja no</p><p>momento de comprar os insumos da safra, com crescimento médio de 10% a cada ano. A maior</p><p>capitalização do produtor rural está permitindo maior investimento nos insumos das lavouras,</p><p>sempre buscando maiores produtividades. Os sojicultores brasileiros estão cada vez mais</p><p>conscientes de que é importante a utilização de sementes certificadas e com biotecnologia</p><p>agregada para atingir rentabilidade expressiva nos campos. Apesar de representarem um custo</p><p>mais elevado, o agricultor prefere adquirir as sementes certificadas por entender que se trata de</p><p>investimento em um insumo de qualidade que acarretará em retorno financeiro (SAFRAS &</p><p>MERCADO, 2013).</p><p>A região centro-sul lidera a produção de sementes de soja no Brasil, que é composta</p><p>por estados que geralmente iniciam o plantio no mês de setembro e por isso são abastecidas</p><p>com sementes antes das regiões norte e nordeste do país. O estado do Pará é o último a plantar</p><p>no ano-safra devido as chuvas se estabilizarem somente a partir do mês de dezembro (LIMA</p><p>FILHO; BUENO, 2003; EMBRAPA, 2004). Desse modo, os agricultores do estado podem</p><p>receber sementes que foram armazenadas por maior tempo, com baixos índices de vigor e</p><p>15</p><p>germinação, laudo de germinação vencido, ou em alguns casos, os agricultores podem deixar</p><p>de receber as sementes, por falta de estoque das sementeiras.</p><p>Diante disso, a produção de sementes no polo agrícola de Paragominas pode ser uma</p><p>alternativa viável, tanto pelo potencial de crescimento dessa região, como pela proximidade aos</p><p>agricultores locais e pela possibilidade de desenvolvimento e adaptação de cultivares às</p><p>condições climáticas locais, principalmente por abranger além de Paragominas, cidades como</p><p>Dom Eliseu, Rondon, Tailândia e Ulianópolis no estado do Pará, e algumas cidades do estado</p><p>do Maranhão.</p><p>Entretanto, nas áreas de clima tropical, como é o caso da região Amazônica onde está</p><p>inserido município de Paragominas, a produção de sementes de soja de alta qualidade é um</p><p>desafio para o setor sementeiro, pois a produção desse insumo só é possível com a adoção de</p><p>técnicas especiais em todas as etapas de produção. Pesquisadores destacam os efeitos negativos</p><p>das características típicas de regiões tropicais sobre a qualidade das sementes, como a baixa</p><p>altitude, temperaturas elevadas combinadas com a alta umidade relativa do ar, propiciando a</p><p>maior incidência de organismos fitopatogênicos. No entanto, há técnicas de manejo desde o</p><p>planejamento da lavoura de sementes até o armazenamento e transporte que podem reduzir os</p><p>impactos negativos do clima (FRANÇA NETO et al., 2007; SEDIYAMA, 2013). Outro desafio</p><p>é a escassez de pesquisa e literatura científica a respeito desse tema aplicados à realidade</p><p>edafoclimática da região amazônica.</p><p>Marcos Filho (2013) relata a possibilidade de se obter informações incompletas com a</p><p>aplicação de apenas um ou dois testes qualitativos em sementes de soja e destaca a importância</p><p>da realização de vários testes qualitativos em sementes de soja e da combinação dos dados</p><p>obtidos conforme a necessidade e realidade em que os resultados serão aplicados. Este trabalho</p><p>tem como hipótese a produção de sementes de soja com alta qualidade nas condições climáticas</p><p>de Paragominas e que os lotes de sementes apresentam diferenças qualitativas por se tratarem</p><p>talhões diferentes que passaram por diferentes meios de beneficiamento. Desse modo, o</p><p>objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade de sementes de soja produzidas em Paragominas,</p><p>Pará.</p><p>16</p><p>2 REVISÃO DE LITERATURA</p><p>2.1 Aspectos legais da produção de sementes no Brasil</p><p>A soja é originária da região nordeste da China e a partir de 1891 foi introduzida com</p><p>sucesso na região sul do Brasil. Desde o processo de seleção natural e domesticação da soja,</p><p>havia produção de sementes que eram separadas dos grãos pelas civilizações antigas para</p><p>propagação da espécie. Com o avanço da cultura pelo mundo, surgiu o plantio em larga escala,</p><p>portanto, as sementes passaram a ter fins de comercialização ganhando importância ao longo</p><p>do tempo no processo produtivo de uma lavoura (EMBRAPA SOJA, 2004; SOMMER, 2012).</p><p>As empresas de melhoramento genético que atuam na cultura da soja estão investindo</p><p>fortemente no desenvolvimento de cultivares que atendam às demandas dos mercados</p><p>existentes nas diversas regiões produtoras. No Brasil, o Governo Federal com o objetivo de</p><p>padronizar e assegurar sementes viáveis aos agricultores, por meio do Ministério da</p><p>Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, estabeleceu para todo o país as regras para</p><p>produção de análise de sementes a partir do ano de 1967 (EMBRAPA SOJA, 2004;</p><p>SEDIYAMA, 2015).</p><p>O processo de produção de sementes de qualidade requer um sistema de controle de</p><p>qualidade rigoroso conforme as leis e normas exigidas pelo MAPA e outras entidades</p><p>regulamentadoras, estabelecendo padrões mínimos de qualidade e controle do processo</p><p>produtivo. O Brasil se estabeleceu ao longo dos anos como o país que apresenta as melhores</p><p>condições para expandir a produção e prover o esperado aumento da demanda mundial, mas</p><p>ainda há muitos desafios a serem superados, principalmente na questão logística do escoamento</p><p>da produção e a produção de sementes de soja, que tem passado por problemas a cada safra</p><p>devido problemas climáticos e legislativos relacionados às patentes de multinacionais</p><p>produtoras e a comercialização de sementes sem certificação (EMBRAPA SOJA, 2004).</p><p>A produção, comércio, exportação, importação e outras atividades relacionadas a</p><p>sementes e mudas no Brasil são regidas pela Lei 10.711/03, que instituiu o Sistema Nacional</p><p>de Sementes e Mudas - SNSM, regulamentada pelo Decreto 5.153 no ano de 2004, que visa</p><p>assegurar a identidade e qualidade do material de multiplicação e de reprodução vegetal</p><p>produzido, comercializado e utilizado em todo o território nacional. Para produção,</p><p>beneficiamento, comércio e outras operações com sementes é necessário ter inscrição no</p><p>Registro Nacional de Sementes e Mudas - RENASEM, além do Registro Nacional de Cultivares</p><p>- RNC. Em 2013, foi publicada uma nova Instrução Normativa – IN°45 que estabelece novos</p><p>17</p><p>padrões de identidade e qualidade para a produção e a comercialização de sementes de soja e</p><p>outras culturas (BRASIL, 2013).</p><p>O sistema brasileiro oficial de produção de sementes é o de certificação, mas de acordo</p><p>com o regulamento da Lei nº 10.711 que dispõe sobre o SNSM, é aceitável as categorias:</p><p>genética, básica, certificada de primeira geração - C1, certificada de segunda geração – C2, S1</p><p>e S2. Nas classes básica, C1, C2, S1 e S2, a qualidade é garantida por padrões mínimos de</p><p>germinação, pureza física, varietal e sanidade, exigidos por normas de produção e</p><p>comercialização estabelecidas e controladas por órgãos específicos das esferas federais e</p><p>estaduais (BRASIL, 2013; EMBRAPA, 2013).</p><p>2.2 Produção de sementes de soja</p><p>Diante da expressividade e avanço da cultura da soja no país, a Associação Brasileira</p><p>dos produtores de sementes de soja – ABRASS, estima que é necessário um milhão de toneladas</p><p>de sementes de soja para atender a demanda do país, estabelecendo uma cadeia produtiva</p><p>organizada e capaz de absorver quantidade elevada de mão de obra (ABRASS, 2015).</p><p>A semente de soja é um vetor eficiente</p><p>de transferência de tecnologia do agronegócio,</p><p>propiciando a perpetuação e disseminação da espécie e da diversidade genética, além de conter</p><p>grandes eventos da biotecnologia como resistência a doenças, insetos, herbicidas e a adaptação</p><p>à diversas condições climáticas. Consiste em um insumo fundamental na agricultura e sua</p><p>qualidade é característica essencial para o bom desenvolvimento das lavouras e sem a utilização</p><p>de sementes viáveis e sadias é muito difícil a obtenção de campos com alta produção. A</p><p>principal desvantagem da utilização de sementes de baixa qualidade, além do risco de replantio,</p><p>é a provável quebra do rendimento observada mesmo quando populações adequadas de plantas</p><p>são obtidas (FRANÇA NETO; HENNING, 1984; CHAGAS, 2014).</p><p>Apesar de ser uma espécie ortodoxa, a semente de soja não deve ser submetida à</p><p>condições desfavoráveis no campo e nem durante o armazenamento, devido a sua tendência ao</p><p>processo de deterioração. A deterioração pode ser definida como um processo que envolve</p><p>mudanças citológicas, fisiológicas, bioquímicas e físicas que causam a morte das sementes. No</p><p>campo, dentre os fatores que podem afetar as qualidades física, fisiológica e sanitária da</p><p>semente de soja destacam-se a oscilação de temperatura e umidade, os danos mecânicos, o</p><p>ataque de percevejos e a infecção por microrganismos até a colheita (FRANÇA NETO et al.,</p><p>2007; RIGO, 2013).</p><p>18</p><p>Na produção de sementes o fator qualidade deve ser mais importante do que o fator</p><p>produtividade, portanto em regiões tropicais é recomendado o ajuste da época de semeadura de</p><p>modo que a maturação da semente ocorra sob condições de temperaturas amenas e</p><p>principalmente sob menores índices de precipitação, evitando a oscilação do teor de agua na</p><p>semente (FRANÇA NETO et al., 2007).</p><p>Se após a semeadura o solo estiver seco ou muito úmido e frio com temperaturas</p><p>abaixo de 18ºC, a semente poderá sofrer deterioração no solo. Sob tais condições a velocidade</p><p>de germinação é reduzida e a emergência de plântulas é prejudicada, devido exposição da</p><p>semente à ação prejudicial de fungos de solo, como Aspergillus spp., Fusarium spp.,</p><p>Rhizoctonia solani e Sclerotium rolfsii. Devem ser utilizadas áreas com alta fertilidade, uma</p><p>vez que níveis adequados de cálcio e magnésio exercem influência sobre o tecido de reserva da</p><p>semente, além de interferirem na disponibilidade de outros nutrientes, no desenvolvimento de</p><p>raízes e eficiência da nodulação. Além disso, a disponibilidade de potássio e fósforo às plantas</p><p>proporciona maior rendimento de grãos, influencia na retenção de vagens e diminui a incidência</p><p>de patógenos, que também contribui para redução da qualidade da semente (EMBRAPA SOJA,</p><p>2013).</p><p>Quanto à colheita, deve ser realizada no momento adequado, quando a semente em</p><p>processo natural de secagem a campo, atinge teores próximos a 15% de água, evitando-se</p><p>atrasos. O retardamento de colheita pode resultar em baixa germinação e vigor e no aumento</p><p>nos índices de infecção da semente por fungos de campo. Caso seja necessário, a operação de</p><p>colheita pode ser antecipada e efetuada quando a semente apresentar teor de água ao redor de</p><p>18%, desde que o operador faça a correta regulagem do sistema de trilha, a fim de evitar</p><p>elevados índices de danos mecânicos latentes. Além disso, uma estrutura adequada de secadores</p><p>deverá estar disponível, para que o conteúdo de água da semente seja reduzido a níveis</p><p>adequados, sem que ocorram reduções de germinação e de vigor. A temperatura média durante</p><p>as fases de maturação e colheita para a produção de sementes de alta qualidade, deve ser igual</p><p>ou inferior a 22ºC (FRANÇA NETO et al., 2007).</p><p>A simples indicação das percentagens de pureza e de germinação de um lote de</p><p>sementes não é suficiente para caracterizar o seu verdadeiro estado fisiológico, pois, nesses</p><p>testes, além da pureza física, apenas é avaliada a capacidade que a semente possui para formar</p><p>plântulas normais sob condições ótimas à germinação. Na tentativa de melhor identificar os</p><p>lotes de sementes de alta qualidade e seu desempenho nas condições de campo, a concepção de</p><p>vigor tornou-se mais um parâmetro utilizado para indicar o futuro desempenho dessas sementes</p><p>no campo através de diversos testes qualitativos, assim como parâmetros de sanidade visando</p><p>19</p><p>a obtenção de sementes com baixa incidência de patógenos (GOULART, 2005; SEDIYAMA,</p><p>2013).</p><p>Portanto, para produzir sementes de soja de alta qualidade, é imprescindível o</p><p>conhecimento e o investimento em tecnologias de produção, principalmente em regiões</p><p>tropicais. Também é importante um sistema de controle de qualidade ágil, dinâmico e eficaz ao</p><p>longo de todas as etapas do sistema de produção, visando assegurar a elevada qualidade da</p><p>semente comercializada conforme requerido pela legislação e agricultores (FRANÇA NETO et</p><p>al., 2007).</p><p>2.3 Qualidade de sementes</p><p>2.3.1 Qualidade física</p><p>A qualidade física das sementes é estabelecida pela pureza e condição física,</p><p>caracterizada principalmente pelo peso de mil sementes, ausência de danos mecânicos, teor de</p><p>água e uniformidade no tamanho das sementes. Estas características físicas da semente são</p><p>determinadas especificadamente em laboratório e mostram como as fases anteriores de campo</p><p>e pós-colheita podem afetar ou favorecer a qualidade das sementes. Os danos físicos podem ser</p><p>causados por insetos, microorganismos, excesso de atrito e oscilação de temperatura e umidade,</p><p>resultando na deterioração das estruturas fundamentais como o tegumento e o embrião</p><p>(NÓBREGA, 1999; RIGO, 2013; SEDIYAMA, 2013;).</p><p>Estresses climáticos e nutricionais associados com danos causados por insetos e por</p><p>microrganismos, são considerados como as principais causas da deterioração da semente no</p><p>campo. A deterioração por umidade é a fase desse processo que ocorre após a maturação</p><p>fisiológica e antes da colheita das sementes, consistindo um dos fatores que mais afetam a</p><p>qualidade da semente de soja. Além das consequências diretas na qualidade da semente, a</p><p>deterioração por umidade pode resultar em maior índice de danos mecânicos na colheita, uma</p><p>vez que semente deteriorada fica vulnerável aos impactos mecânicos (FRANÇA NETO et al.,</p><p>2007).</p><p>O teor de agua da semente está intimamente relacionado com o índice de danos</p><p>mecânicos. Uma semente seca apresenta teor de água abaixo de 12% e tende a apresentar danos</p><p>mecânicos imediatos caracterizados por fissuras, rachaduras e quebras. Já o conteúdo de água</p><p>acima de 14% torna a semente mais suscetível aos danos mecânicos latentes, que são</p><p>20</p><p>amassamentos e abrasões. Os níveis de danos mecânicos são reduzidos se a semente de soja for</p><p>colhida assim que possível, logo após atingirem conteúdos de água entre 14% a 13% (FRANÇA</p><p>NETO et al., 2007).</p><p>As danificações mecânicas são danos progressivos e acumulativos, pois ocorrem na</p><p>colheita e são somadas às que ocorrem no sistema de secagem, beneficiamento e semeadura.</p><p>Para que o produto final não tenha sua qualidade comprometida, é necessária adoção de</p><p>medidas que minimizem os efeitos nas etapas do processo produtivo. Os danos imediatos são</p><p>facilmente identificados mediante a observação de tegumento rompido e cotilédones separados</p><p>ou quebrados a olho nu afetando diretamente a germinação, enquanto que os danos latentes são</p><p>visíveis por meio de microscópio, apresentando trincas microscópicas, abrasões, danos internos</p><p>no embrião que reduzem no vigor, no potencial de armazenamento e no desempenho da semente</p><p>no campo (FRANÇA NETO; HENNING, 1984; CHAGAS, 2014).</p><p>A semente de soja é higroscópica e seu teor de umidade é condicionado pelo ambiente,</p><p>aumentando ou reduzindo o volume em função da absorção ou da perda de umidade. Um campo</p><p>de soja em ponto de colheita com sementes apresentando teor de umidade de 15%, caso ocorra</p><p>elevação da umidade ou temperatura do ambiente, as sementes absorvem água e têm seu volume</p><p>aumentado,</p><p>mas em seguida perdem novamente umidade e reduzem o volume. Essas sucessivas</p><p>expansões e contrações do volume das sementes ocasionam a formação de rugas nos</p><p>cotilédones, na região oposta ao hilo (FRANÇA NETO; HENNING, 1984).</p><p>Além disso, há o desgaste físico dos tecidos, que pode resultar em ruptura no</p><p>tegumento e nos tecidos embrionários, comprometendo o controle de permeabilidade das</p><p>membranas celulares e organelas como as mitocôndrias, que produzem menos energia</p><p>necessária para a germinação. A colheita mecanizada também pode ser uma fonte de sérios</p><p>problemas resultando em alto índice de dano mecânico, mas também é a etapa em que pode ser</p><p>fácil minimizá-los com o uso de colhedoras com o sistema de trilha e regulagem adequados</p><p>(FRANÇA NETO et al., 2007).</p><p>As sementes de soja são muito propensas aos danos físicos por apresentar alta</p><p>sensibilidade aos efeitos do ambiente e das práticas de manejo, principalmente a partir da pré-</p><p>colheita até o armazenamento devido as características morfológicas, fisiológicas e</p><p>bioquímicas. As partes vitais do embrião, como radícula, hipocótilo e plúmula estão situados</p><p>sob o tegumento pouco espesso que praticamente não lhes oferece proteção. Diante disso, é</p><p>imprescindível a aplicação correta dos métodos avaliativos capazes de predizer, monitorar e</p><p>oferecer suporte nas tomadas de decisões dentro de uma unidade de produção de sementes,</p><p>21</p><p>como a medição do teor de água, peso de mil sementes e o teste de ruptura do tegumento com</p><p>hipoclorito de sódio (FRANÇA NETO; HENNING, 1984; SEDIYAMA, 2013).</p><p>2.3.2 Qualidade fisiológica</p><p>A qualidade fisiológica está relacionada com a germinação e vigor da semente, que</p><p>decresce a partir do momento em que atinge a maturação fisiológica no campo, na fase de pré-</p><p>colheita. Os processos metabólicos da semente e as condições ambientais favorecem o</p><p>decréscimo da germinação e do vigor, sendo necessário um planejamento organizado do plantio</p><p>dos campos de sementes, da colheita até ao armazenamento, visando minimizar as perdas de</p><p>qualidade. Os atributos fisiológicos da semente são aqueles que envolvem seu metabolismo</p><p>para expressar seu potencial de germinação e vigor, mostrando sua capacidade de originar uma</p><p>plântula normal sob condições ambientais favoráveis (RIGO, 2013; SEDIYAMA, 2013).</p><p>O principal fator observado por um agricultor no que diz respeito a um lote de sementes</p><p>de soja é a sua qualidade fisiológica, e os demais fatores se não forem monitorados acarretam</p><p>problemas nas propriedades fisiológicas. Diante disso, é imprescindível a aplicação de técnicas</p><p>e recursos que visem monitorar e estender o máximo possível a qualidade fisiológica, como os</p><p>testes de avaliação fisiológica de sementes, como germinação em papel e os diversos testes de</p><p>vigor como primeira contagem, envelhecimento acelerado, condutividade elétrica, emergência</p><p>em canteiro, índice de velocidade de emergência, entre outros (SEDIYAMA, 2013).</p><p>A evolução tecnológica da agricultura mediante o melhoramento de cultivares e</p><p>utilização de insumos modernos, aliados as exigências do mercado e à necessidade de produzir</p><p>com eficiência e redução de custos, exigem que os produtores de sementes direcionem suas</p><p>atividades com foco na comercialização de sementes de alta qualidade, não se satisfazendo em</p><p>fornecer lotes que apenas atinjam os padrões mínimos de qualidade, estabelecidos por entidades</p><p>certificadoras e responsáveis pela normatização da produção de sementes (MARCOS FILHO,</p><p>1999).</p><p>Apesar do avanço das pesquisas, o desempenho fisiológico das sementes de soja ainda</p><p>é um problema crônico enfrentado por produtores de sementes e por agricultores,</p><p>principalmente em regiões onde a cultura da soja chegou há pouco tempo, como o estado do</p><p>Pará. A aquisição de sementes deve ser baseada em um conjunto de informações, pois embora</p><p>normalmente não representem parcela elevada do custo de produção, são responsáveis pelo</p><p>estabelecimento da cultura e representam o alicerce para o sucesso econômico da lavoura.</p><p>Assim, justifica-se a necessidade das instituições produtoras de sementes dessa leguminosa</p><p>22</p><p>realizarem investimentos significativos para estabelecimento do controle de qualidade</p><p>eficientes. No caso específico da soja, o monitoramento do potencial fisiológico constitui-se</p><p>em prioridade básica, considerado o principal parâmetro na avaliação da eficiência e</p><p>credibilidade da empresa produtora de sementes. Aliado a isso, os testes de vigor representam</p><p>um importante parâmetro para a caracterização da qualidade fisiológica das sementes e foram</p><p>desenvolvidos para proporcionar informações adicionais ao teste de germinação (MARCOS</p><p>FILHO, 1999).</p><p>As empresas produtoras e as instituições oficiais têm incluído esses testes em</p><p>programas internos de controle de qualidade e para a garantia da qualidade das sementes</p><p>destinadas à comercialização. A avaliação do vigor de sementes tem sido efetuada para detectar</p><p>diferenças significativas no potencial fisiológico de sementes, distinguir e classificar os lotes</p><p>de alto e baixo vigor. O vigor reflete de um conjunto de características que determinam o</p><p>potencial para emergência rápida e uniforme de plântulas normais, sob ampla diversidade de</p><p>condições de ambiente. Marcos Filho (1999) ressalta que os diferentes métodos para avaliação</p><p>do vigor não foram desenvolvidos para predizer o número exato de sementes que germinará em</p><p>campo. O pesquisador exemplifica que um resultado de 85% de plântu1as normais no teste de</p><p>envelhecimento acelerado não significa que 85% das plântulas irão sobreviver em campo sob</p><p>estresse, ou que esse valor de germinação será mantido após vários meses de armazenamento. Esse</p><p>resultado apenas expressa a referida amostra tem potencial fisiológico para apresentar desempenho</p><p>adequado sob ampla variação nas condições de ambiente.</p><p>Estas informações sugerem que a principal vantagem do uso de sementes de soja com</p><p>alto vigor seria aumentar a probabilidade da obtenção de estandes satisfatórios mesmo sob</p><p>variação das condições de ambiente. A utilização de sementes de alto vigor se constitui a base</p><p>para a obtenção de produção agrícola elevada e economicamente rentável, pois populações</p><p>insuficientes de plantas por área devido ao uso de sementes com baixo vigor, a produção pode ser</p><p>reduzida. Em outras situações, caso não haja queda significativa no estande de plantas em virtude</p><p>da capacidade de adaptação das plantas de soja ao espaço disponível com elevação da produção</p><p>individual quando dispõem de mais espaço para o seu desenvolvimento, e não reduzindo a</p><p>produção, populações/área muito reduzidas determinam a formação de plantas de menor porte,</p><p>mais ramificadas, com maior diâmetro da haste principal, baixa inserção das primeiras vagens,</p><p>resultando em alta incidência de plantas invasoras e dificuldades na colheita (MARCOS</p><p>FILHO, 1999). As novas cultivares em uso na região tropical requerem baixa densidade de</p><p>semeadura, entre 200.000 e 300.000 plantas por ha, o que implica na utilização de sementes de</p><p>alta qualidade fisiológica, sendo recomendado resultados de mais de um teste de vigor para</p><p>23</p><p>auxiliar nas tomadas de decisões. Os resultados de vigor servem para auxiliar o agricultor nas</p><p>decisões relativas à aquisição de sementes e, posteriormente no momento de semeadura e sua</p><p>densidade (VIEIRA, 1999).</p><p>2.3.3 Qualidade sanitária</p><p>A sanidade das sementes é muito importante para a manutenção da qualidade</p><p>fisiológica, de modo que os patógenos devem ser controlados desde o processo produtivo no</p><p>campo, durante o beneficiamento e armazenamento, até a comercialização, com o objetivo de</p><p>evitar contaminações e queda do potencial de germinação. Os fungos são os principais</p><p>patógenos que afetam as sementes, seguidos de bactérias e vírus. As perdas estimadas</p><p>decorrentes do ataque de doenças nas plantas no Brasil, cujos agentes causais são transmitidos</p><p>por sementes, são da ordem</p><p>de 10-20%, o que corresponde a uma redução de 8-16 milhões de</p><p>toneladas de grãos por ano. A soja no campo é atacada por um grande número de doenças</p><p>fúngicas, que podem causar prejuízos tanto no rendimento quanto na qualidade das sementes.</p><p>A transmissão via semente proporciona, na lavoura, uma distribuição ao acaso de focos</p><p>primários de doenças, sendo que o processo infeccioso geralmente ocorre nos estádios iniciais</p><p>de desenvolvimento da planta. Além disso, a frequente introdução de patógenos pelas sementes</p><p>tende a aumentar a incidência de doenças já existentes numa área (GOULART, 2005;</p><p>SEDIYAMA, 2013).</p><p>Sementes de soja apresentam bastante sensibilidade à deterioração por fungos após a</p><p>maturação estendendo-se até a colheita e armazenamento, fato que pode comprometer a</p><p>germinação e favorecer a transmissão de doenças para as futuras lavouras na safra seguinte,</p><p>pois muitas dessas fitopatologias utilizam as sementes como vetor de propagação. Este é um</p><p>parâmetro de qualidade que requer muito cuidado por parte dos produtores de sementes em</p><p>regiões tropicais devido as características climáticas propiciarem a intensa proliferação de</p><p>fungos. Métodos para diagnósticos como o blotter test e o teste de incubação no meio de cultura</p><p>batata-dextrose-ágar – BDA têm mostrado eficácia na identificação dos patógenos, fornecendo</p><p>informações para o controle através de tratamentos de sementes com fungicidas químicos</p><p>adequados e orientações aos agricultores no manejo da cultura (SEDIYAMA, 2013; CHAGAS,</p><p>2014; HENNING, 2015).</p><p>Custos elevados no processo produtivo da soja podem estar ligados à fitossanidade dos</p><p>campos, e em alguns desses relacionados à procedência das sementes utilizadas. De acordo</p><p>com Goulart (1997), a simples indicação das percentagens de pureza, germinação e vigor de</p><p>24</p><p>um lote de sementes não são suficientes para caracterizar a sua verdadeira qualidade, e a</p><p>condição sanitária é extremamente importante, ao ser levado em conta que as sementes são</p><p>veículos de agentes fitopatogênicos. Estes podem se alojar e serem levados ao campo, provocar</p><p>redução de germinação e vigor e originar focos primários de doenças, se constituindo em um</p><p>fator altamente negativo no estabelecimento inicial de uma lavoura, além de danos nas plantas</p><p>durante fases vegetativa/reprodutiva e, consequente redução da produção. A deterioração no</p><p>campo é intensificada pela interação com alguns fungos de campo, como Phomopsis spp.,</p><p>Fusarium spp., Cercospora kikuchii e Colletotrichum truncatum que, ao infectar a semente,</p><p>contribuem para a redução do vigor e da germinação. (HENNING, 2005; FRANÇA NETO et</p><p>al., 2007; CHAGAS, 2014).</p><p>Segundo Goulart (1997), sementes colhidas com teores elevados de umidade e que</p><p>sofrem um retardamento no início da secagem por alguns dias têm sua qualidade reduzida</p><p>devido à ação Aspergillus spp. e que quando encontrado em alta incidência, pode reduzir o</p><p>poder germinativo das sementes. O gênero Fusarium caracteriza-se como fungo patogênico,</p><p>também por causar queda de germinação de maneira semelhante ao gênero Phomopsis e está</p><p>frequentemente associado a sementes que sofreram atraso de colheita ou deterioração por</p><p>umidade no campo.</p><p>Em solos com excesso de umidade as sementes podem apodrecer antes mesmo do</p><p>início do processo germinativo. Em outros casos, o patógeno pode não atacar a semente, mas</p><p>afetará a plântula, quando esta estiver emergindo do solo, causando-lhe crestamento, como no</p><p>caso de sementes de soja infectadas com Colletotrichum dematium f. truncata. O patógeno ao</p><p>atacar a semente ou plântula, em ambos os casos, resultará em uma subpopulação de plantas.</p><p>Para recuperar essa falha, pode ser necessário o replantio ou o uso de sementes por área além</p><p>do recomendado visando obter uma população normal (GOULART, 2005; CHAGAS, 2014).</p><p>Do ponto de vista sanitário, a semente ideal seria aquela isenta de qualquer</p><p>microrganismo indesejável. No entanto, isso nem sempre é possível, uma vez que a qualidade</p><p>sanitária das sementes é fortemente influenciada pelas condições climáticas sob as quais foram</p><p>produzidas e armazenadas, variando conforme o ano, região, época de semeadura e ciclo da</p><p>cultura (GOULART, 2005; CHAGAS, 2014).</p><p>Alguns dos principais patógenos encontrados em sementes de soja estão relacionados</p><p>a seguir. Fungos: Phomopsis spp – Cancro da haste da soja, da seca da haste e da vagem da soja</p><p>e da deterioração das sementes; Colletotrichum truncatum - Antracnose, Cercospora kikuchii -</p><p>Mancha púrpura, Cercospora sojina - Mancha “olho-de-rã”, Rhizoctonia solani - Tombamento</p><p>e morte em reboleira, Sclerotinia sclerotiorum - Podridão branca da haste e da vagem, Fusarium</p><p>25</p><p>semitectum, - causador da deterioração das sementes, Peronospora manshurica – Mildio,</p><p>Rhizoctonia solani - Podridão da raiz e da base da haste, Septoriaglycines – Mancha parda,</p><p>Aspergillus spp., - Armazenamento, Macrophomina phaseolina – Podridão de carvão.</p><p>Bactérias: Pseudmonas savastanoi pv. Glycinea - Crestamento bacteriano da soja. Viroses:</p><p>Vírus do mosaico comum da soja. Os efeitos desses patógenos na qualidade da semente são o</p><p>decréscimo na porcentagem de germinação, o aumento de plântulas anormais e redução de vigor</p><p>das mesmas (RIGO, 2013; CHAGAS, 2014).</p><p>De maneira geral, nos sistemas de produção de sementes no Brasil, a qualidade</p><p>sanitária tem sido frequentemente deixada para segundo plano. O teste de sanidade de sementes</p><p>pode determinar a condição sanitária de um lote de sementes, fornecendo informações para</p><p>opções de tratamentos de sementes, decisões de plantio, programas de certificação, serviços de</p><p>vigilância vegetal, melhoramento de plantas e outros (GOULART, 2005).</p><p>3 METODOLOGIA</p><p>3.1 Local do experimento</p><p>O experimento foi conduzido no laboratório multifuncional da Universidade Federal</p><p>Rural da Amazônia - Campus Paragominas, e o teste a campo foi realizado nas dependências</p><p>da empresa Juparanã Comercial Agrícola LTDA, ambos localizados no município de</p><p>Paragominas – Pará, entre os meses dezembro de 2015 e fevereiro de 2016.</p><p>O clima do município apresenta temperatura média de 26,3ºC e umidade do ar em</p><p>torno de 81%. A precipitação pluviométrica anual é de aproximadamente 1700 milímetros -</p><p>mm. Quanto a distribuição das chuvas, há um período chuvoso entre fevereiro e maio, o período</p><p>de estiagem em junho, período seco entre julho e novembro e o período de transição, entre</p><p>dezembro e janeiro (BASTOS et al., 2005). Os gráficos 1 e 2 dispõem dos índices de</p><p>temperatura, umidade e pluviosidade do local onde o campo de sementes foi cultivado.</p><p>Gráfico 1 – Temperatura -T e Umidade Relativa – UR na Fazenda Progresso, entre Janeiro e Maio de 2015</p><p>26</p><p>Fonte: Estação meteorológica da Fazenda Progresso, 2016</p><p>Gráfico 2 - Pluviosidade acumulada na Fazenda Progresso entre Janeiro e Maio de 2015</p><p>Fonte: Estação meteorológica da Fazenda Progresso, 2016</p><p>A produção das sementes ocorreu sob condições de campo a partir de sementes C1 –</p><p>Certificada de primeira geração, entre o período de Janeiro e Maio de 2015. Após a colheita, as</p><p>sementes analisadas foram armazenadas em câmara fria sob temperatura média de 15ºC e</p><p>umidade de 60%, na Fazenda Progresso, pertencente à empresa Juparanã.</p><p>O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado - DIC, com</p><p>quatro lotes (identificados como Lote 1, Lote 2, Lote 3 e Lote 4) e cinco repetições, sendo</p><p>coletadas amostras de cinco quilogramas - kg de sementes por lote.</p><p>3.2 Características avaliadas</p><p>0</p><p>10</p><p>20</p><p>30</p><p>40</p><p>50</p><p>60</p><p>70</p><p>80</p><p>90</p><p>100</p><p>Janeiro Fevereiro Março Abril Maio</p><p>TEMP (°C) UR (%)</p><p>0</p><p>50</p><p>100</p><p>150</p><p>200</p><p>250</p><p>300</p><p>350</p><p>400</p><p>450</p><p>Janeiro Fevereiro Março Abril Maio</p><p>m</p><p>m</p><p>27</p><p>3.2.1 Avaliação da qualidade física</p><p>3.2.1.1 Determinação da umidade</p><p>O teor de umidade foi quantificado através do medidor elétrico de umidade de grãos e</p><p>sementes da marca Motomco, modelo 919S automático (Figuras</p><p>1 e 2). Foram utilizadas cinco</p><p>repetições de cada lote contendo 0,252 kg de sementes, conforme instrução do fabricante do</p><p>equipamento (FRONDALOSO, 2012).</p><p>Figura 1 - Medidor de umidade Motomco</p><p>Fonte: Arquivo Pessoal</p><p>Figura 2 - Detalhe do leitor de umidade</p><p>Fonte: Arquivo Pessoal</p><p>3.2.1.2 Peso de mil sementes</p><p>Para determinar o peso de 1000 sementes, foi efetuada a pesagem de cinco repetições</p><p>de cada lote contendo 100 sementes, em balança analítica de capela com sensibilidade de</p><p>28</p><p>0,0001g (Figura 3). O peso de 1000 sementes foi calculado pela multiplicação por 10 do peso</p><p>médio obtido nas repetições, segundo recomendações das Regras para Análise de Sementes –</p><p>RAS (BRASIL, 2009).</p><p>Figura 3 - Pesagem de semente em balança analítica</p><p>Fonte: Arquivo pessoal</p><p>3.2.1.3 Dano mecânico</p><p>Para determinação da porcentagem de danos mecânicos foram utilizadas cinco</p><p>repetições 100 sementes por lote, imergidas em recipientes plásticos contendo a solução diluída</p><p>de hipoclorito de sódio à concentração de 5% por dez minutos (Figura 4). Em seguida, foi</p><p>eliminado o excesso da solução de cada repetição e as sementes foram dispostas sobre papel</p><p>toalha para contagem do número de sementes com tegumento rompido. Os resultados foram</p><p>expressos em porcentagem (KRYZANOWSKI et al., 2004).</p><p>Figura 4 - Recipientes contendo sementes e a solução de hipoclorito de sódio</p><p>29</p><p>3.2.2 Avaliação da qualidade fisiológica</p><p>3.2.2.1 Teste de germinação</p><p>Foram distribuídas 250 sementes (cinco repetições de 50 sementes) de cada lote, sobre</p><p>duas folhas de papel tipo germiteste, cobertas com uma terceira e organizadas em forma de rolo.</p><p>O papel germiteste foi umedecido com água destilada na proporção de 2,5 vezes o peso do papel</p><p>não hidratado. Os rolos foram acondicionados em sacos plásticos transparentes, de 0,04 mm de</p><p>espessura, com a finalidade de evitar a perda de água por evaporação. O teste de germinação</p><p>teve duração de 8 dias e foi realizado em germinador tipo Biochemical oxygen demand - B.O.D,</p><p>regulado para o regime de temperatura constante de 25°C, baseado nas recomendações da regra</p><p>para análise de sementes (Figura 5 e 6) (BRASIL, 2009).</p><p>Os cálculos da porcentagem de germinação foram realizados conforme Labouriau e</p><p>Valadares (1976) e os resultados expressos em porcentagem de plântulas, conforme a equação</p><p>a seguir: G = (N/A) x 100 em que:</p><p>G= porcentagem de germinação;</p><p>N= número de sementes germinadas;</p><p>A= número total de sementes colocadas para germinar</p><p>Figura 5 - Rolos de papel germiteste acondicionados em sacos</p><p>Fonte: Arquivo Pessoal</p><p>30</p><p>Fonte: Arquivo Pessoal</p><p>Figura 6 - Critério de plântula considerada normal para avaliação do teste de germinação</p><p>Fonte: Arquivo Pessoal</p><p>3.2.2.2 Primeira contagem da germinação</p><p>Esse teste é considerado um método de avaliação do vigor de sementes e foi realizado</p><p>em conjunto com o teste de germinação padrão, sendo efetuada a primeira contagem cinco dias</p><p>após a semeadura. Desse modo, as sementes germinadas nesse espaço de tempo originaram</p><p>plântulas consideradas como as mais vigorosas (BRASIL, 2009).</p><p>3.2.2.3 Condutividade Elétrica</p><p>31</p><p>O teste de condutividade elétrica foi realizado utilizando cinco repetições de 25</p><p>sementes não selecionadas por lote. Cada sub-amostra teve sua massa avaliada em balança de</p><p>precisão (0,001g), usando duas casas decimais e, em seguida foram colocadas para embebição</p><p>em um recipiente contendo 0,075 decímetros cúbicos - dm3 (ou litros – L) de água destilada.</p><p>Após, foram mantidas em germinador regulado à temperatura de 20ºC, por 24 horas (Figura 7)</p><p>(KRYZANOWSKI et al., 1991).</p><p>Após a embebição das sementes, foi realizada a leitura da condutividade elétrica da</p><p>solução de embebição, em uma ponte de condutividade (condutivímetro Digimed DM31) com</p><p>sensor constante de eletrodo 1,0 (Figura 8). O resultado obtido no condutivímetro foi dividido</p><p>pela massa de cada sub-amostra, e o resultado final foi expresso em μS.cm-1.g-1 - microsiemens</p><p>por centímetro por grama) (KRYZANOWSKI et al., 1991).</p><p>Figura 7 - Embebição das sementes</p><p>Fonte: Arquivo Pessoal</p><p>Figura 8 - Leitura da condutividade elétrica</p><p>Fonte: Arquivo Pessoal</p><p>32</p><p>3.2.2.4 Envelhecimento acelerado</p><p>O teste de envelhecimento acelerado foi conduzido com cinco repetições de 50 sementes</p><p>por lote distribuídas em camada única sobre a tela de inox das caixas gerbox. Entre a tela e o</p><p>fundo da caixa acrílica foram colocados 0,04 dm3 de água destilada que permaneceram fechadas</p><p>no germinador sob a temperatura de 42ºC por 48 horas (Figura 9). Decorrido este período, as</p><p>sementes foram dispostas conforme descrito para o teste de germinação, com a avaliação das</p><p>plântulas normais, no oitavo dia após a instalação do teste (Figura 6) (MARCOS FILHO et al.,</p><p>1984; KRYZANOWSKI et al., 1991).</p><p>Figura 9 - Distribuição das caixas gerbox no interior do germinador B.O.D</p><p>Fonte: Arquivo Pessoal</p><p>3.2.2.5 Emergência de plântulas em campo</p><p>O teste de emergência de plântulas em campo foi realizado utilizando cinco repetições</p><p>de 100 sementes por lote, em condição ambiente sendo irrigados quando necessário. Foi feita a</p><p>semeadura com espaçamento de 0,5 m entre sulcos e aproximadamente 0,02 m de profundidade.</p><p>A contagem das plântulas normais emersas foi efetuada aos 14 dias após a semeadura e os</p><p>resultados expressos em porcentagem (Figura 10) (NAKAGAWA, 1994).</p><p>33</p><p>Figura 10 - Plântulas normais ao final do teste de germinação em canteiro</p><p>Fonte: Arquivo Pessoal</p><p>3.2.2.6 Índice de velocidade de emergência das plântulas</p><p>Esse teste foi realizado em conjunto com a avaliação da emergência de plântulas em</p><p>campo. Para determinação do índice procedeu-se a contagem diária de todas as plântulas</p><p>emersas até aos 14 dias (Figura 11) (FONSECA, 2007). Os dados foram tabulados e calculados</p><p>segundo a equação de Maguire (1962): IVE = (N1/E1) + (N2/E2) + ... + (Nn/En), onde:</p><p>IVE = índice de velocidade de emergência</p><p>E1, E2, En = número de plantas normais na primeira contagem, na segunda e na última.</p><p>N1, N2, Nn = número de dias da semeadura à primeira, à segunda e à última contagem.</p><p>Figura 11 - Critério de plântula considerada emersa para o cálculo do IVE</p><p>Fonte: Arquivo Pessoal</p><p>3.2.3 Avaliação da qualidade sanitária</p><p>3.2.3.1 Teste em papel filtro</p><p>34</p><p>Efetuado por meio do método do papel-filtro ou “blotter test”, com 100 sementes por</p><p>tratamento, divididas em cinco subamostras contendo 20 cada, as quais foram colocadas sobre</p><p>três folhas de papel-filtro esterilizadas e umedecidas com uma solução composta por 2,4-D -</p><p>2,4 - dicloro- fenóxiacetato de sódio), a 0,02% do produto comercial e água destilada dentro de</p><p>caixas plásticas do tipo “gerbox” devidamente esterilizadas. Visando a fixação da semente nos</p><p>recipientes, também foi adicionado uma solução contendo 1 L de água e 0,1 kg de ágar</p><p>distribuídos nas 20 caixas gerbox (Figura 12). A incubação foi realizada à temperatura de</p><p>aproximadamente 22ºC, em regime de 12 horas de iluminação com lâmpadas fluorescentes,</p><p>alternadas com 12 horas de escuro, durante sete dias. Após esse período os resultados foram</p><p>expressos em número de sementes contaminadas (GOULART, 2005; HENNING, 2015).</p><p>Figura 12 - Preparo das caixas gerbox para incubação das sementes</p><p>Fonte: Arquivo Pessoal</p><p>3.3 Análise dos dados</p><p>35</p><p>As diversas características estudadas foram analisadas seguindo o DIC, possibilitando</p><p>a partir da análise de variância - ANOVA, investigar a influência dos tratamentos estudados em</p><p>cada variável-resposta. Para a validação da Anova, inicialmente os dados obtidos foram</p><p>submetidos ao teste de Shapiro-Wilk com o objetivo de testar a normalidade dos dados,</p><p>posteriormente à homogeneidade entre as variâncias foi verificada pelo teste</p><p>de Levene, ambos</p><p>ao nível de 5% de significância.</p><p>Após a realização desses testes, os dados foram submetidos à Anova pelo teste F,</p><p>quando diferenças significativas foram encontradas entre os tratamentos, as respectivas médias</p><p>foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de significância de 5%. Os procedimentos</p><p>estatísticos foram realizados com o auxílio do software Statistical Package for the Social</p><p>Sciences - SPSS, versão 20.0.</p><p>4 RESULTADOS E DISCUSSÃO</p><p>4.1 Qualidade Física</p><p>Os lotes analisados apresentaram diferenças significativas entre si para todas as</p><p>variáveis de qualidade física (Tabela 1). Os dados médios obtidos quanto às variáveis de</p><p>qualidade física das sementes avaliadas estão dispostos na tabela 2.</p><p>Tabela 1 - Análise de variância para os dados de qualidade física (Peso de Mil Sementes - PMS, Umidade e Dano</p><p>mecânico - DM.</p><p>Variável Causas de variação gl SQ QM F p</p><p>PMS (g)</p><p>Tratamentos 3 14313,97 4771,32 789,46** <0,001</p><p>Resíduos 16 96,70 6,04</p><p>Total 19 14410,67</p><p>Umidade (%)</p><p>Tratamentos 3 1,16 0,39 16,63** <0,001</p><p>Resíduos 16 0,37 0,02</p><p>Total 19 1,53</p><p>Dano mecânico</p><p>(%)</p><p>Tratamentos 3 410,55 136,85 19,83** <0,001</p><p>Resíduos 16 110,40 6,90</p><p>Total 19 520,95</p><p>** Significativo a 1% de probabilidade.</p><p>Tabela 2 - Médias dos lotes e desvio padrão em resposta aos testes de qualidade física (Peso de Mil Sementes -</p><p>PMS, Umidade e Dano mecânico - DM).</p><p>Variável Tratamentos</p><p>36</p><p>Lote 1 Lote 2 Lote 3 Lote 4</p><p>PMS (g) 188,24 ± 3,40 b 168,00 ± 1,58 c 194,18 ± 2,66 a 125,90 ± 1,73 d</p><p>Umidade (%) 11,02 ± 0,08 c 11,14 ± 0,22 bc 11,30 ± 0,07 b 11,66 ± 0,18 a</p><p>DM (%) 4,60 ± 1,82 bc 13,60 ± 2,19 a 8,20 ± 4,09 b 1,40 ± 1,67 c</p><p>Médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey.</p><p>O PMS foi maior para o lote 3 que apresentou 68,28 g a mais que o lote de menor</p><p>PMS, o lote 4 com apenas 125,9 g (Tabela 2). Essa variável está diretamente ligada à taxa de</p><p>semeadura, influenciando na quantidade de semente que será utilizada e pode atuar também no</p><p>desempenho e comportamento da semente no campo. Barbosa et al., (2010) ao avaliar a</p><p>qualidade de sementes de soja da BRS Tracajá, encontrou as maiores porcentagens de</p><p>emergência de plântula em campo, nas sementes de maiores tamanhos (6,0 e 6,5 mm) e portanto</p><p>de maior PMS, enquanto que as sementes de menores tamanhos (5,5 mm), obtiveram os</p><p>menores índices de velocidade de emergência de plântula em campo. Vendrame (2012),</p><p>avaliando sementes de três cultivares de soja quanto à germinação e vigor em função do</p><p>tamanho e peso, concluiu que a qualidade fisiológica independe do tamanho das sementes,</p><p>sendo que aquelas com PMS entre 171 e 186 g tiveram maior porcentual de dano mecânico.</p><p>Outro trabalho realizado por Ávila et al. (2008) preconizam que o tamanho das sementes de</p><p>soja testadas não influenciaram o peso de 100 grãos e a produção de grãos.</p><p>O ambiente climatizado com temperaturas de até 20°C proporciona melhor</p><p>conservação da qualidade fisiológica das sementes de soja e o teor de água de 12% mantém as</p><p>sementes com maior qualidade sendo esse o teor médio recomendado para conservação do vigor</p><p>das sementes de soja. Os teores de umidade das sementes analisadas estavam em torno de 11%,</p><p>no entanto, o lote 1 apresentou menor teor com 11,02%, enquanto que o lote 4 teve maior</p><p>umidade com 11,66% (Tabela 2). Essa variável está relacionada principalmente com o índice</p><p>de danos mecânicos, sendo recomendado a colheita quando as sementes de soja apresentarem</p><p>entre 12% e 15% de umidade. Porém, esses dados de umidade das sementes se referem ao teor</p><p>após o armazenamento de seis meses em ambiente com condições controladas, e nessa etapa o</p><p>baixo teor de umidade é importante no controle de fungos de armazenamento e deterioração da</p><p>semente (SMANIOTTO et al., 2014).</p><p>Diversas espécies de Penicillium e Aspergillus podem infectar qualquer semente, pois</p><p>esses fungos são capazes de se desenvolver sobre quase todo tipo de matéria orgânica se as</p><p>condições de temperatura e de umidade relativa do ar ambiente forem favoráveis. Em sementes</p><p>37</p><p>de soja armazenada com conteúdo de água acima de 14,0% há predominância do fungo</p><p>Aspergillus flavus (HENNING, 2005; FRANÇA NETO et al., 2007).</p><p>O teste de dano mecânico relevou que as sementes analisadas apresentaram valores</p><p>relativamente baixos de dano mecânico quando comparado com outros trabalhos publicados.</p><p>Porém, ocorreu maior porcentagem de ruptura do tegumento com o lote 2 (13,60%), seguida</p><p>do lote 3 (8,20%), conforme consta na tabela 2. O tegumento desempenha a função de proteção</p><p>física e quando ocorre o rompimento, a semente fica mais exposta às condições adversas do</p><p>meio ambiente, favorecendo a entrada de microorganismos e de trocas gasosas (CERVIERI</p><p>FILHO, 2014a).</p><p>O gráfico 1 apresenta os dados de temperatura e umidade durante o período em que as</p><p>sementes foram produzidas no campo. A partir das informações dispostas no mesmo é possível</p><p>inferir que não houve oscilação significativa de temperatura e umidade do ar a ponto de</p><p>justificar o alto índice de DM.</p><p>O gráfico 2 por sua vez, dispõe sobre pluviosidade durante a produção das sementes</p><p>no campo. Visando o escalonamento de colheita, alguns campos foram semeados final de</p><p>Janeiro e estiveram prontos para a colheita a partir da última semana de Abril, permitindo</p><p>levantar a hipótese de que a quantidade das chuvas incidentes nos meses de Abril e Maio podem</p><p>ter influenciado para os maiores índices de DM nos lotes 2 e 3. Os demais lotes foram colhidos</p><p>no final de maio, período em que as chuvas já estavam escassas.</p><p>Outro fator que pode ter influenciado no maior índice de DM do lote 2 diz respeito ao</p><p>processo de secagem, que foi realizado em ambiente apropriado para grãos e não para</p><p>beneficiamento de sementes. A utilização de altas temperaturas do ar de secagem permite</p><p>aumentar o fluxo do secador, agiliza o processo de secagem. Entretanto, pode ocasionar danos</p><p>à qualidade física e fisiológica das sementes, devido maior índice de DM e injurias pelas altas</p><p>temperaturas (CERVIERI FILHO, 2014b). Os demais lotes não tiveram necessidade de passar</p><p>por esse processo de secagem artificial, uma vez que foram colhidos com umidade abaixo de</p><p>13%.</p><p>Oliveira et al., (1999), ao avaliarem sementes de duas cultivares de soja obtiveram</p><p>médias de 11,72% e 15,02% de dano mecânico ao final do processo de beneficiamento. Costa</p><p>et al., (2003) obtiveram índices de 13,2 até 19,9% de ruptura do tegumento em sementes de soja</p><p>produzidas em diferentes locais do país, e concluíram que os elevados índices de ruptura de</p><p>tegumento das sementes analisadas afetaram a qualidade fisiológica da soja produzida em</p><p>algumas regiões produtoras. Sanches (2015) analisando sementes de soja em dois municípios</p><p>de Minas Gerais obteve 12 e 15% de dano mecânico com o teste de hipoclorito de sódio.</p><p>38</p><p>Rigo (2013) avaliando qualidade fisiológica de sementes de soja submetidas à</p><p>diferentes níveis de dano mecânico, conclui que os percentuais de germinação, primeira</p><p>contagem da germinação e envelhecimento acelerado de sementes de soja sofrem redução</p><p>significativa quando as sementes foram altamente danificadas.</p><p>4.2 Qualidade fisiológica</p><p>Semelhante à qualidade física, os lotes analisados também apresentaram diferença</p><p>significativa entre si para todas as variáveis de qualidade fisiológica, conforme dispõe a tabela</p><p>3. Os dados médios referentes às variáveis fisiológicas das sementes analisadas encontram-se</p><p>na tabela 4 conforme os lotes.</p><p>Tabela 3 - Análise de variância para dados de qualidade fisiológica (Primeira contagem - PC, Germinação,</p><p>Condutividade – CE, Env. Acelerado - EA, Emergência a campo e Índice de velocidade de emergência – IVE).</p><p>Variável</p><p>Causas de</p><p>variação</p><p>gl SQ QM F p</p><p>Primeira contagem (%)</p><p>Tratamentos 3 3218,73 1072,91 26,48** <0,001</p><p>Resíduos 15 607,80 40,52</p><p>Total 18 3826,53</p><p>Germinação (%)</p><p>Tratamentos 3 2740,13 913,38 59,46** <0,001</p><p>Resíduos 15 230,40 15,36</p><p>Total 18 2970,53</p><p>Condutividade</p><p>(mS.cm.g)</p><p>Tratamentos 3 117922,84 39307,61 271,06** <0,001</p><p>Resíduos 16 2320,21 145,01</p><p>Total 19 120243,05</p><p>Env. Acelerado (%)</p><p>Tratamentos 3 21264,60 7088,20 126,12** <0,001</p><p>Resíduos 16 899,20 56,20</p><p>Total 19 22163,80</p><p>Emergência a campo</p><p>(%)</p><p>Tratamentos 3 10970,55 3656,85 45,98** <0,001</p><p>Resíduos 16 1272,40 79,53</p><p>Total 19 12242,95</p><p>Índice de Velocidade</p><p>de emergência</p><p>Tratamentos 3 1167,43 389,14 73,85** <0,001</p><p>Resíduos 16 84,31 5,27</p><p>Total 19 1251,74</p><p>** Significativo a 1% de probabilidade.</p><p>Tabela 4 - Médias dos lotes e desvio padrão em resposta aos testes de qualidade fisiológica (Primeira contagem -</p><p>PC, Germinação - G, Condutividade Elétrica - CE, Envelhecimento Acelerado – EA, Emergência a campo – EC e</p><p>Índice de Velocidade de emergência - IVE)</p><p>Variável Tratamentos</p><p>39</p><p>Lote 1 Lote 2 Lote 3 Lote 4</p><p>PC (%) 90,80 ± 3,03 a 59,60 ± 7,27 c 77,20 ± 8,67 b 91,50 ± 4,43 a</p><p>G (%) 96,40 ± 2,61 a 68,00 ± 5,10 c 88,40 ± 4,77 b 98,00 ± 1,63 a</p><p>CE</p><p>(mS.cm.g) 69,61 ± 10,15 c 259,27 ± 17,95 a 161,11 ± 11,52 b 76,98 ± 4,68 c</p><p>EA (%) 92,00 ± 2,83 a 29,60 ± 5,90 b 31,60 ± 13,37 b 99,20 ± 1,79 a</p><p>EC (%) 83,20 ± 11,21 a 34,20 ± 4,15 c 51,00 ± 11,05 b 91,80 ± 7,29 a</p><p>IVE 20,73 ± 2,86 b 8,29 ± 0,84 c 10,91 ± 2,41 c 27,33 ± 2,53 a</p><p>Médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey.</p><p>A primeira contagem é considerada um teste de vigor pela premissa de que sementes</p><p>com melhor desempenho fisiológico germinarão e formarão plântulas em um menor tempo. Os</p><p>lotes 1 e 4 apresentaram os maiores valores de germinação em cinco dias (90,8% e 91,5%,</p><p>respectivamente), sem diferença estatística, conforme apresentado na tabela 4. Schuab et al.,</p><p>(2006) avaliando dez cultivares de soja obtiveram valores inferiores para esta variável, com</p><p>maior porcentagem de 83% para a cultivar BRS 134. Esta mesma cultivar destacou-se em</p><p>relação as nove avaliadas por esses autores também na variável germinação (8 dias), com 91%</p><p>de plântulas. Barbosa et al. (2010) analisando a cultivar de soja BRS Tracajá em Roraima,</p><p>obteve 66,5% para a variável PC e 74,3% para a variável germinação.</p><p>Na variável germinação, os resultados seguiram a mesma tendência da PC, com as</p><p>sementes do lote 2 apresentando 68% de germinação, resultado inferior aos 80% exigido pela</p><p>legislação, enquanto os lotes 1 e 4 tiveram germinação de 96,4 e 98%, respectivamente (Tabela</p><p>4). A menor porcentagem de germinação expressada pelo lote 2 pode estar associada à</p><p>deterioração devido à incidência de chuvas após a maturação da mesma, que permaneceu no</p><p>campo em virtude da impossibilidade de colheita sob altas condições de umidade da semente.</p><p>Este lote atingiu o ponto de colheita coincidente com as chuvas de 250 e quase 100 mm do</p><p>meses de Abril e Maio, respectivamente, conforme o gráfico 2.</p><p>Rossi (2012), avaliando sementes das cultivares BRS232, BRS282 e BRS243, obteve</p><p>valores de germinação 83, 89 e 91%, respectivamente. Resultados obtidos por Santos et al.,</p><p>(2011) no estado de Goiás com quatro cultivares, relaram maior porcentagem de germinação</p><p>para a cultivar Valiosa com 93% e menor para a cultivar Vencedora com 76%. Os autores</p><p>destacam que a baixa porcentagem de plântulas normais no caso específico da cultivar</p><p>Vencedora, pode estar associada à má qualidade genética de suas sementes produzidas, como</p><p>ocorre frequentemente com os materiais de ciclo precoce semeadas na época tradicional de</p><p>40</p><p>cultivo no Estado de Goiás. Esses trabalhos e os dados contidos no gráfico 2 sustentam a</p><p>hipótese do que pode ter ocorrido com os lotes 2 e 3 colhidos em época chuvosa.</p><p>O teste de CE apresenta alto potencial de uso no contexto de avaliação do vigor das</p><p>sementes em programas de controle de qualidade. As sementes</p><p>que apresentam menor lixiviação de solutos e consequentemente menor valor de condutividade</p><p>elétrica são as mais vigorosas (SCHUAB et al., 2006). Os lotes 1 e 4 obtiveram valores menores</p><p>às demais (69,61 e 76,98 mS.cm.g respectivamente), sendo portanto, considerados de maior</p><p>vigor pela menor lixiviação de exsudatos no teste de CE (Tabela 4). Rossi et al (2012) avaliando</p><p>qualidade das sementes de três cultivares obteve valores de 65,3 e 80,7 mS.cm-1.g-1 naquelas</p><p>consideradas de alto vigor pelos autores.</p><p>Pardo et al., (2015) obtiveram no teste de CE valores de 110 e 142, 9 mS.cm-1.g-1 para</p><p>sementes de soja com diâmetros de 6,5 e 5,75 mm respectivamente. Barroso (2011) avaliando</p><p>a qualidade das sementes de 15 cultivares de soja no Distrito Federal, encontrou 113,26</p><p>mS.cm.g no teste de CE na cultivar M7908, enquanto que a cultivar M8766 da mesma empresa</p><p>detentora apresentou CE de 45,93 mS.cm.g. Silva et al., (2011) avaliando cinco cultivares de</p><p>soja relatam resultados semelhantes aos encontrados neste trabalho. Os autores descrevem que</p><p>as sementes da cultivar Vencedora liberaram a maior quantidade de exsudados na solução</p><p>aquosa, inferindo-se sobre a qualidade fisiológica inferior e maior susceptibilidade a danos no</p><p>tegumento, enquanto as cultivares Luziânia, Emgopa-313 e Valiosa apresentaram as menores</p><p>médias, caracterizando dessa forma menores perdas exsudadas para a solução aquosa ou menor</p><p>dano.</p><p>No teste de EA conforme a tabela 4, a maior germinação após o período de estresse</p><p>em que a semente é submetida, foi notada para as sementes do lote 4 que obteve 99,2% de</p><p>germinação após o teste de EA. Rossi et al (2012) classifica, em seu trabalho avaliando três</p><p>cultivares de soja, as sementes de alto vigor aquelas com resultado para EA a partir de 84%.</p><p>Torres et al. (1999) concluíram que o EA estimou com alta precisão o desempenho de lotes de</p><p>sementes de soja, dependendo das condições ambientais no momento da semeadura. As</p><p>sementes que alcançaram alto desempenho em campo com padrão mínimo de emergência</p><p>(80%), foram aquelas que apresentaram resultado no teste EA maior que 90%. Os autores</p><p>também destacam que sementes de soja apresentando germinação após o EA de 80% ou acima,</p><p>tiveram adequada emergência sob condições de campo próximas à ideal.</p><p>Silva et al., (2011) no mesmo trabalho citado acima avaliando cinco cultivares de soja,</p><p>obtiveram 60% de germinação após o teste de EA para a cultivar de menor vigor e 89% para a</p><p>mais vigorosa. Oliveira et al. (2012), avaliando três cultivares de soja em Alto Garças e Sapezal,</p><p>41</p><p>ambas no estado de Mato grosso, obtiveram valores extremamente baixos para as cultivares</p><p>Pintado, Tucunaré e Tabarana em Sapezal no teste de EA (3,6; 5,3 e 33%). Entretanto, em Alto</p><p>Garças as mesmas variedades tiveram respostas diferentes, sendo a Tabarana de maior vigor</p><p>com 85,3% de germinação após o teste.</p><p>Ainda que os resultados de testes de germinação apresentem alto grau de</p><p>confiabilidade pela possibilidade de reprodutibilidade dos resultados e possibilidade de</p><p>utilização como base para a fiscalização do comércio, quando se trata da utilização de lotes para</p><p>a semeadura em campo os resultados de emergência das plântulas em campo (EC) costumam</p><p>ser inferiores aos observados para a germinação em laboratório (MARCOS FILHO, 2013). Isso</p><p>ocorre porque a porcentagem de plântulas normais obtida no teste de germinação representa o</p><p>máximo que a amostra pode oferecer, uma vez que o teste é conduzido sob condições</p><p>consideradas ótimas. Como o destino final das sementes é o campo e o estabelecimento rápido</p><p>e uniforme do estande constitui-se no principal objetivo do agricultor, a emergência das</p><p>plântulas constitui-se no principal parâmetro indicador da qualidade das sementes nesse</p><p>sentido. (MARCOS FILHO, 1999).</p><p>A tabela 4 contendo os dados fisiológicos mostra que os valores de EC foram menores</p><p>que aos obtidos no teste de germinação em laboratório. No entanto, as médias de emergência</p><p>seguiram a mesma tendência</p>