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<p>Tópico 05</p><p>Biossegurança e Saúde Ambiental</p><p>Mapa de Risco e Acidentes</p><p>1. Introdução</p><p>Os serviços de saúde se tornam cada vez mais complexos e,</p><p>consequentemente, os riscos relacionados a esses processos</p><p>também aumentam. Para minimizar os riscos ocupacionais e as</p><p>possibilidades de acidentes, faz parte da rotina dos serviços de</p><p>saúde uma análise ambiental denominada MAPA DE RISCO,</p><p>que envolve procedimentos com o objetivo de avaliar o grau de</p><p>exposição dos trabalhadores a riscos ocupacionais.</p><p>Define-se como risco ocupacional a probabilidade de ocorrer</p><p>acidente ou doença na realização de atividades no trabalho.</p><p>Muitos riscos ocupacionais são identificáveis, então, é possível</p><p>traçar um perfil dos riscos relacionados a cada tipo de ocupação.</p><p>Assim, pode-se atuar de forma eficaz na prevenção.</p><p>Risco ocupacional.</p><p>2. Mapa de Risco</p><p>O mapa de risco é um método de investigação e identificação</p><p>territorial de riscos. Foi difundido no Brasil no início da década</p><p>de 1980. Diferentes áreas contemplam os conceitos de risco e</p><p>segurança dos ambientes de trabalho, compreendendo as</p><p>características físicas (infraestrutura) e as ações humanas</p><p>(processos).</p><p>Consiste na representação gráfica, através de círculos de</p><p>tamanhos e cores diferentes, que caracterizam o tipo e o grau de</p><p>risco presentes no ambiente, devendo estar visível para todos os</p><p>trabalhadores.</p><p>Em cada setor dos serviços de saúde, são identificados os tipos</p><p>de riscos, agrupados em categorias: químico, físico, biológico,</p><p>ergonômico e mecânico. São ainda classificados por grau de</p><p>perigo: pequeno, médio e grande.</p><p>Através da implantação do mapa de risco em um setor, é possível</p><p>minimizar os danos e acidentes, gerando ações em</p><p>biossegurança e promovendo qualidade na saúde do</p><p>trabalhador.</p><p>Mapa de risco utilizado na Universidade Vila Velha.</p><p>Quais os riscos a que estão expostos os trabalhadores</p><p>de serviços de saúde?</p><p>Os fatores de risco podem ser divididos em ambientais/físicos e</p><p>das operações/processos. São chamados de fatores de riscos</p><p>ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos. Os fatores</p><p>de risco das operações podem ser mecânicos ou ergonômicos.</p><p>Na elaboração do mapa de riscos, a representação gráfica deve</p><p>ser clara, permitindo a rápida identificação. A padronização de</p><p>cores através de círculos colocados no mapa facilita a</p><p>visualização.</p><p>Você sabia?</p><p>O mapa de risco deve ser afixado em todos os setores de</p><p>serviço de saúde avaliados, estando bem visíveis para os</p><p>trabalhadores.</p><p></p><p>Fique ligado!</p><p>A padronização de cores utilizada em mapas de risco</p><p>obedece sempre à mesma regra:</p><p>Riscos físicos: Verde</p><p>Riscos químicos: Vermelho</p><p>Riscos biológicos: Marrom</p><p>Riscos ergonômicos: Amarelo</p><p>Riscos de mecânicos: Azul</p><p></p><p>3. Acidentes com exposição a</p><p>material biológico e sangue</p><p>Como já vimos anteriormente, os trabalhadores da saúde fazem</p><p>parte de uma categoria de risco para acidentes do trabalho e</p><p>doenças ocupacionais. Uma grande variedade de agentes</p><p>infecciosos pode ser transmitida para esses profissionais, sendo</p><p>conhecidos casos de infecção ocupacional com 60 diferentes</p><p>agentes decorrentes de contato com material biológico infectado.</p><p>O HIV, o vírus da hepatite B e o vírus da hepatite C são os</p><p>exemplos mais frequentes. Apesar de a incidência ser menor,</p><p>outros micro-organismos podem ser transmitidos por esse tipo</p><p>de exposição, como Citomegalovírus (CMV), Treponema</p><p>pallidum (sífilis), Yersinia Plasmodium (malária).</p><p>Com relação ao tipo de material biológico envolvido em</p><p>acidentes ocupacionais devemos considerar:</p><p>Material biológico infectante: é todo material com risco de</p><p>contaminação. Estão inclusos nessa categoria sangue e</p><p>hemoderivados, fluidos orgânicos com sangue, líquido</p><p>Assista ao vídeo abaixo e se informe!</p><p></p><p>amniótico, líquido sinovial /articular, líquor, sêmen e secreção</p><p>vaginal.</p><p>Material biológico não-infectante: é aquele que não oferece</p><p>risco de contaminação. Estão incluídos suor, fezes, urina,</p><p>vômito, secreção nasal e saliva. Se algum tipo de material</p><p>biológico não infectante apresentar presença de sangue, passa a</p><p>ser considerado material biológico infectante.</p><p>Os principais agentes biológicos envolvidos nesse tipo de</p><p>transmissão acidental são o vírus da imunodeficiência humana</p><p>(HIV), da hepatite B (HBV) e da hepatite C (HCV).</p><p>As exposições que podem trazer riscos de transmissão</p><p>ocupacional de patógenos são definidas como:</p><p>Exposições percutâneas – lesões provocadas por</p><p>instrumentos perfurantes e cortantes, como agulhas e</p><p>bisturis;</p><p>Exposições em mucosas – quando há respingos na face</p><p>envolvendo olho, nariz ou boca;</p><p>Exposições cutâneas – contato com pele não-íntegra ou com</p><p>feridas abertas;</p><p>Arranhaduras ou mordeduras humanas – consideradas como</p><p>exposição de risco quando envolverem a presença de sangue,</p><p>devendo ser avaliadas tanto para o indivíduo que provocou a</p><p>lesão quanto para aquele que foi exposto.</p><p>Acidentes com exposição a sangue e hemoderivados.</p><p>A exposição acidental a sangue por picada de agulha é</p><p>provavelmente um dos mais comuns acidentes de trabalho na</p><p>área de saúde. Porém, os acidentes podem ocorrer em várias</p><p>situações, como destacado abaixo!</p><p>Fique atento!</p><p>Situações de risco para contaminação com</p><p>sangue, hemoderivados e material biológico:</p><p>Reencapamento de agulhas;</p><p>Cirurgias, especialmente na sutura;</p><p>Agulha desencapada deixada nas roupas de cama,</p><p>roupas cirúrgicas, etc.;</p><p></p><p>Material perfurocortante – bisturi.</p><p>Limpeza e transporte do material contaminado;</p><p>Técnicas mais complexas de punção e coleta;</p><p>Situações de urgências e emergências.</p><p>Importante!</p><p>Os profissionais de saúde devem ser orientados</p><p>e seguir condutas, pré e pós-exposição a material</p><p>biológico, sangue e hemoderivados, indicadas para</p><p>prevenir o risco de contaminação.</p><p></p><p>Procedimentos cirúrgicos e o risco de acidentes.</p><p>Prevenção</p><p>A prevenção contra exposição acidental a material biológico,</p><p>sangue e hemoderivados é a principal medida para evitar a</p><p>transmissão de agentes infecciosos, mas algumas condutas a</p><p>serem adotadas após a exposição também constituem um</p><p>importante fator de segurança. Em outras palavras, é necessário</p><p>prevenir, mas caso a exposição aconteça, deve haver um cuidado</p><p>especial para minimizar os danos.</p><p>A regra mais importante para prevenir o acidente com agulha é</p><p>não reencapá-la, mas descartá-la em recipiente rígido próprio</p><p>para esse fim, resistente à perfuração e que esteja sempre à mão.</p><p>O treinamento e engajamento em medidas de segurança e o uso</p><p>adequado de EPIs também favorecem e muito a prevenção desse</p><p>tipo de acidentes. Além disso, o trabalhador da área da saúde</p><p>deve ser vacinado contra a Hepatite B. Porém, ainda não há</p><p>vacina disponível para os outros 2 tipos de contaminação mais</p><p>incidentes, Hepatite C e HIV.</p><p>Conduta e profilaxia</p><p>Os acidentes de trabalho com sangue e material biológico devem</p><p>ser tratados como emergência médica, uma vez que as</p><p>intervenções para profilaxia necessitam ser iniciadas logo após a</p><p>ocorrência do evento adverso.</p><p>Recomenda-se como primeira conduta pós-exposição</p><p>ocupacional (PEP) os cuidados imediatos com a área atingida.</p><p>Essas medidas incluem a lavagem exaustiva do local com água e</p><p>sabão nos casos de exposições percutâneas ou cutâneas. A</p><p>utilização de soluções antissépticas degermantes também é uma</p><p>opção. Nas exposições de mucosas, deve-se lavar continuamente</p><p>com água ou com solução salina fisiológica.</p><p>Atenção! Procedimentos que aumentam a área exposta (cortes,</p><p>injeções locais) e o uso de soluções como éter ou glutaraldeído</p><p>são contraindicados.</p><p>Devem ser considerados alguns fatores ao adotar as medidas</p><p>profiláticas pós- exposição ocupacional:</p><p>Definição do tipo de material biológico envolvido;</p><p>Gravidade e tipo da exposição;</p><p>Identificação ou não do paciente-fonte e de sua condição.</p><p>Em alguns casos, há indicação de quimioprofilaxia para HIV</p><p>(uso de medicamentos para prevenir o aparecimento de</p><p>determinada doença). O início deve ocorrer o mais rápido</p><p>possível, preferencialmente nas primeiras horas após</p><p>o acidente.</p><p>Recomenda-se que o prazo entre o evento adverso e o início da</p><p>conduta preventiva seja de, no máximo, 72 horas. A duração da</p><p>quimioprofilaxia é de 28 dias.</p><p>Já com relação à exposição ao vírus da hepatite B, a principal</p><p>medida de prevenção entre profissionais de saúde é a</p><p>imunização. Está indicada para todos aqueles que podem estar</p><p>expostos a materiais biológicos durante suas atividades,</p><p>inclusive para os que não trabalham diretamente na assistência</p><p>ao paciente, como as equipes de higienização.</p><p>Não há relatos de medidas específicas eficazes para redução do</p><p>risco de transmissão após exposição ocupacional ao vírus da</p><p>hepatite C.</p><p>O risco de transmissão pós-exposição é variável e depende de</p><p>diversos fatores já citados, como o tipo de exposição</p><p>(percutânea, mucosa, pele não íntegra), tamanho e gravidade da</p><p>lesão, agente causador em caso de lesão percutânea, presença e</p><p>volume de sangue, condições clínicas do paciente-fonte,</p><p>adequada profilaxia e acompanhamento pós-exposição.</p><p>Após a ocorrência de exposição ocupacional, o profissional</p><p>envolvido no evento deve receber orientações que envolvam o</p><p>risco do acidente, possível necessidade de quimioprofilaxia e</p><p>exames sorológicos, acompanhamento durante seis meses,</p><p>prevenção da transmissão secundária, suporte emocional, relato</p><p>de possíveis sintomas que venham a surgir e, por fim, reforçar as</p><p>práticas de biossegurança.</p><p>Registro de acidentes</p><p>Os serviços de saúde devem seguir um protocolo de registro de</p><p>acidentes com exposição a sangue e material biológico com</p><p>preenchimento da ficha de notificação do Sinan (Sistema de</p><p>Informação de Agravos de Notificação, realizado on-</p><p>line contendo informações sobre avaliação, aconselhamento,</p><p>tratamento e acompanhamento dos casos.</p><p>Algumas das informações relevantes são condições do acidente,</p><p>tipo de exposição, área corporal atingida, quantidade de material</p><p>biológico e tempo de contato. O uso de EPI e o tipo de</p><p>procedimento envolvido no acidente também devem ser</p><p>informados. Cabe ainda registrar dados do paciente-fonte,</p><p>utilização de profilaxia, histórico de imunizações e</p><p>acompanhamento clínico-epidemiológico planejado.</p><p>4. Conclusão</p><p>Este tópico abordou os riscos ocupacionais a que estão expostos</p><p>os trabalhadores de serviços de saúde e a representação gráfica</p><p>desses riscos através do mapa de risco. É importante que os</p><p>estudantes e profissionais de saúde conheçam as possíveis</p><p>situações com risco de acidente, como prevenir-se e o que fazer</p><p>caso os acidentes ocorram. Assim, podem colaborar na</p><p>manutenção da biossegurança, da sua saúde e qualidade de vida.</p><p>Assista ao vídeo abaixo e se informe!</p><p></p><p>Foi possível perceber ainda a relação existente entre assuntos de</p><p>unidades anteriores, como o uso adequado de EPIs, a</p><p>imunização de profissionais e o risco de acidentes, pois</p><p>colaboram para prevenir e minimizar danos.</p><p>5. Referências</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Recomendações para</p><p>abordagem da exposição ocupacional a materiais</p><p>biológicos: HIV e hepatites B e C. 2010.</p><p>HÖKERBERG, YHM et al. O processo de construção de mapas</p><p>de risco em um hospital público. Ciência & Saúde Coletiva.</p><p>2006. Disponível em:</p><p>http://www.scielo.br/pdf/csc/v11n2/30437.pdf</p><p>Acesso em: 18 fev. 2019.</p><p>NOVELLO, Rosanna; NUNES, Rogerio da Silva; MARQUES,</p><p>Roberto Salatiel Rodrigues. Análise de processos e a</p><p>implantação do mapa de risco ocupacional em serviços</p><p>de saúde: um estudo no serviço de hemoterapia de uma</p><p>instituição pública federal. In: VII Congresso Nacional de</p><p>Excelência em Gestão, Rio de Janeiro, 2011.</p><p>RAPPARINI, Cristiane; LARA, Luciana Teodoro de Rezende;</p><p>VITÓRIA, Marco Antônio de Ávila. Recomendações para</p><p>atendimento e acompanhamento de exposiçao</p><p>ocupacional a material biológico: HIV e Hepatites B e C.</p><p>2004. Disponível em:</p><p>http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/seguranca%</p><p>20e%20saude%20no%20trabalho/RECOMENDAES%20PARA</p><p>%20ATENDIMENTO%20E%20ACOMPANHAMENTO%20DE%</p><p>20EXPOSIO%20OCUPACIONAL%20A%20MATERIAL%20BIO</p><p>LGICO%20HIV%20E%20HEPATITES%20B%20e%20C.pdf</p><p>Acesso em 18 fev. 2019.</p><p>http://www.scielo.br/pdf/csc/v11n2/30437.pdf</p><p>http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/seguranca%20e%20saude%20no%20trabalho/RECOMENDAES%20PARA%20ATENDIMENTO%20E%20ACOMPANHAMENTO%20DE%20EXPOSIO%20OCUPACIONAL%20A%20MATERIAL%20BIOLGICO%20HIV%20E%20HEPATITES%20B%20e%20C.pdf</p><p>http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/seguranca%20e%20saude%20no%20trabalho/RECOMENDAES%20PARA%20ATENDIMENTO%20E%20ACOMPANHAMENTO%20DE%20EXPOSIO%20OCUPACIONAL%20A%20MATERIAL%20BIOLGICO%20HIV%20E%20HEPATITES%20B%20e%20C.pdf</p><p>http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/seguranca%20e%20saude%20no%20trabalho/RECOMENDAES%20PARA%20ATENDIMENTO%20E%20ACOMPANHAMENTO%20DE%20EXPOSIO%20OCUPACIONAL%20A%20MATERIAL%20BIOLGICO%20HIV%20E%20HEPATITES%20B%20e%20C.pdf</p><p>http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/seguranca%20e%20saude%20no%20trabalho/RECOMENDAES%20PARA%20ATENDIMENTO%20E%20ACOMPANHAMENTO%20DE%20EXPOSIO%20OCUPACIONAL%20A%20MATERIAL%20BIOLGICO%20HIV%20E%20HEPATITES%20B%20e%20C.pdf</p><p>http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/seguranca%20e%20saude%20no%20trabalho/RECOMENDAES%20PARA%20ATENDIMENTO%20E%20ACOMPANHAMENTO%20DE%20EXPOSIO%20OCUPACIONAL%20A%20MATERIAL%20BIOLGICO%20HIV%20E%20HEPATITES%20B%20e%20C.pdf</p><p>SEIXAS, Camila; LEÃO, Frederico. BRASIL. Acidente de</p><p>trabalho com exposição a material biológico. Disponível</p><p>em:</p><p>https://central3.to.gov.br/arquivo/249325</p><p>Acesso em 18 fev. 2019.</p><p>WGO. World Gastroenterology Organisation Practice</p><p>Guidelines. Acidentes com Agulhas e Exposição Acidental</p><p>a Sangue. Disponível em:</p><p>http://www.anamt.org.br/site/upload_arquivos/rbmt_volume_</p><p>13_n%C2%BA_2_29320161552145795186.pdf</p><p>Acesso em 18 fev 2019.</p><p>Parabéns, esta aula foi</p><p>concluída!</p><p>Mínimo de caracteres: 0/150</p><p>O que achou do conteúdo estudado?</p><p>Péssimo Ruim Normal Bom Excelente</p><p>Deixe aqui seu comentário</p><p>https://central3.to.gov.br/arquivo/249325</p><p>http://www.anamt.org.br/site/upload_arquivos/rbmt_volume_13_n%C2%BA_2_29320161552145795186.pdf</p><p>http://www.anamt.org.br/site/upload_arquivos/rbmt_volume_13_n%C2%BA_2_29320161552145795186.pdf</p><p>Enviar</p>