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<p>História da arte brasileira: modernismo Adriana Sanajotti Nakamuta Descrição A produção artística nas primeiras décadas do século XX e a importância da Semana de Arte Moderna de 1922 para a história da arte brasileira. Propósito Os antecedentes da Semana de Arte Moderna de 1922, a exposição e os impactos do movimento na produção artística são essenciais para compreensão da história e historiografia modernista da arte brasileira no âmbito da formação de profissionais no campo da Arte, História e Cultura. Preparação Antes de iniciar seu estudo, tenha em mãos um Dicionário de Artes e Artistas e/ou pesquise e acesse a Enciclopédia Itaú Cultural, disponível no site do Itaú Cultural, para conhecer biografias artísticas do período estudado e os termos específicos da área. Objetivos</p><p>Módulo 1 Contexto histórico do modernismo Reconhecer o contexto histórico e a prática artística no âmbito do modernismo. Módulo 2 Antecedentes da semana de arte moderna de 1922 Identificar as motivações que antecederam a Semana de Arte Moderna de 1922. Módulo 3 A semana de arte moderna de 1922 Analisar a produção artística e o ambiente cultural da Semana de Arte Moderna de 1922.</p><p>Introdução É comum ouvirmos a expressão "Semana de 22" para designar a produção artística moderna no Brasil, isso porque a realização da Semana de Arte Moderna, exposição ocorrida em São Paulo, dentro das festividades do Centenário de Independência do Brasil, no ano de 1922, tornou-se um símbolo, um marco importante da cultura brasileira, "inaugurando" a apresentação coletiva e pública do movimento que se dedicou à renovação das artes, à atualização estética e à construção de uma identidade nacional. Nos módulos a seguir, compreenderemos estes três motes importantes: antecedentes, preparatórios e exposição. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material</p><p>1 Contexto histórico do modernismo Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o contexto histórico e a prática artística no âmbito do modernismo. Contexto A história do contexto modernista Para além da exposição, do ponto de vista cronológico, que marca a chamada Semana de 22, os principais estudos sobre esse assunto situam a vigência do movimento modernista entre os anos de 1922 e 1960, período ao longo do qual se reconhecem geralmente três fases e/ou três gerações. A primeira, que corresponde à década de 1930 e que iremos nos deter aqui, foi marcada pela ênfase na atualização estética em relação às vanguardas artísticas que fervilhavam na Europa - em especial o futurismo, o expressionismo, o dadaísmo e o cubismo - e no combate ao "passadismo" e "academicismo" vigentes desde o século XIX. Conheça a seguir esses movimentos de vanguarda. Futurismo Fundado em Milão, pelo poeta italiano Marinetti, em 1909, trata- se de um movimento artístico que cunho político, cujo objetivo era livrar a Itália de um passado opressor, com olhos e movimento para o moderno. Um movimento com diversos manifestos, como a exposição futurista ocorrida em Paris, em</p><p>1912, que lançou as bases teóricas do movimento. Utilizaram-se, logo no início, das técnicas neoimpressionistas para a produção plástico-visual, servindo mais tarde de inspiração para os dadaístas. (CHILVERS, 2001, p. 204) Expressionismo Van Gogh é, sem dúvida, o maior nome do expressionismo, termo utilizado pela História da Arte para renovar as ideias do naturalismo em favor das formas em exageros, extravagantes, do uso intenso da cor, transmitindo, sobretudo, a emoção do artista. Trata-se de um termo que também se refere a uma tendência da arte europeia, cujo epicentro foi o movimento de renovação plástica ocorrida na arte alemã entre 1905 e 1930. (CHILVERS, 2001, p. 183) Dadaísmo Ou simplesmente dadá, como também é conhecido, é movimento de confronto ao conformismo de uma produção artística a serviço de uma antiarte. o movimento está centrado especialmente no espírito de desilusão com a Primeira Guerra Mundial, o que levou muitos artistas e escritores a reagiram em suas obras com ironia, cinismo e niilismo. Dadá foi fundado em 1915, em Zurique, por um grupo de escritores e artistas plásticos, e mais tarde, no pós-guerra, já havia chegado em Barcelona, Berlim, Colônia, Nova York e Paris. (CHILVERS, 2001, p. 140) Cubismo Criado por Picasso e Braque, é considerado um dos principais movimentos da arte ocidental, particularmente no campo da pintura e da escultura. Foi responsável pelo rompimento radical da ideia de que a arte é uma imitação da natureza, presentes especialmente na tradição renascentista. Ambos abandonaram as noções de perspectivas, modelagem, entre outros conceitos da tradição clássica, buscando representar a solidez bidimensional, sem apelar para a conversão da</p><p>tridimensionalidade no espaço plano pictórico pela ilusão. (CHILVERS, 2001, p. 137) Pode-se ainda considerar que essa fase inicial se caracteriza pela atitude combativa ao mesmo tempo que buscava um caminho próprio e a consolidação de uma arte verdadeiramente nacional. Diante disso, nos cabe aqui compreender o contexto histórico que antecede esse movimento no Brasil, o que nos leva inevitavelmente a compreender a produção artística e o cenário cultural do período entre os séculos XIX e XX, os preparatórios para a Semana de Arte Moderna e, consequentemente, a Semana e as exposições propriamente ditas. Um percurso pelo campo da arte e da cultura no início do século XX no Brasil, que contribui significativamente para a compreensão da renovação estética no campo da prática artística e das medidas ligadas às exposições e apresentações públicas culturais. Identidade A identidade do modernismo no Brasil Aracy Amaral, historiadora da arte e estudiosa do modernismo, em obra intitulada Artes Plásticas na Semana de 22 (1976), destacou logo na introdução a importância da Semana para as artes visuais e cultura brasileira, comparável à chegada da missão francesa no Brasil no século XIX e às obras de Aleijadinho, produzidas essencialmente no século XVIII. A importância da arte colonial do século XVIII e a figura emblemática do artista-gênio Aleijadinho. século XIX e a importância da missão francesa - neoclassicismo e academicismo. No século XX, com o movimento de vanguarda do modernismo - em especial a Semana de 22. Se observarmos esse destaque cronológico e artístico de atribuição de valor à Semana, vemos que não por acaso a historiografia da arte</p><p>brasileira vai se valer da produção desses três períodos para narrar a nossa produção artística. São os séculos XVIII, XIX e XX os grandes marcos que vemos estruturando a historiografia da arte brasileira nos principais livros da área que lemos até os dias atuais. Diante da importância que a Semana adquire na História da Arte do século XX, vamos compreender o contexto da realização dessa iniciativa começando pela imagem - fotografia - de cinco personagens importantes, sendo eles: A artista Anita Malfatti (1889-1964).</p><p>A artista Tarsila do Amaral (1886-1973).</p><p>o escritor Mário de Andrade (1893-1945).</p><p>o artista Menotti Del Picchia (1892-1988).</p><p>o escritor Oswald de Andrade (1890-1954). Essa seleção de fotos representa a imagem da motivação pela realização da Semana de 22, ou seja, deve-se especialmente a esses cinco artistas/escritores a implementação da vontade e da ação de apresentar ao público ideias e propostas artísticas para renovação do campo das artes visuais no Brasil. Contudo, é preciso compreender o contexto e o propósito dessa iniciativa, todos os entes envolvidos e, especialmente, em que medida a Semana foi responsável por imprimir a tão almejada renovação e espírito combativo ao passadismo, tornando- a tão marcante e significativa para as artes visuais, como bem destacou Aracy Amaral em sua obra publicada em 1976. Antecedentes Antecedentes do modernismo no Brasil</p><p>Antes de entrarmos na História da Arte do século XX e o contexto que vai impulsionar ações como a Semana de 22, vale destacar que o sentimento de afirmação nacional já estava presente no século XIX, sobretudo após a Independência do País em 1822. Projetos de tendência nacionalista apareceram notadamente no período do Segundo Reinado (1840-1889), e são perceptíveis na literatura, na música e nas artes plásticas. Não só o Brasil, mas todos os Estados nacionais presentes no século XIX precisavam de seus mitos de origem e alegorias para forjarem suas unidades próprias, constituírem-se como grupo e distinguirem-se dos demais. (cf. FONSECA, 2005, p. 37). Exemplo A criação de museus é uma referência importante dentro desse propósito nacionalista e podemos citar a criação do Museu Nacional no Rio de Janeiro, em 1818, o Museu do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em 1842, o Museu Goeldi em Belém, em 1866 e o Museu Paulista em São Paulo, em 1895. Todos, a sua maneira, compartilhavam dos objetivos de criação de uma história e de construção de uma memória nacional por meio da exposição de objetos e obras de arte representativas da cultura do Império e, por consequência disso, do Desenho de autoria de Jean-Baptiste Debret, datado de 1844, com a Vista do Paço de São Cristóvão, local que mais tarde abrigará o Museu Nacional do Rio de Janeiro. No campo das artes visuais, merece destaque a contribuição que a Academia Imperial de Belas Artes, criada em 1816 e inaugurada em 1826, traz ao "projeto político do Império de construção da nação e da sua identidade cultural, liderado pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro", (PEREIRA, 2012, p. 95, grifo nosso). De acordo com Sonia Gomes Pereira:</p><p>Coube à Academia a produção de pintura e esculturas, principalmente de temática histórica e indianista, além dos retratos. Esta função justificou os grandes investimentos nos prêmios de viagens e nas encomendas oficiais aos principais artistas da época, como Vitor Meireles e Pedro Américo. (PEREIRA, 2012, p. 95) Moema, a célebre pintura de Victor Meirelles, óleo sobre tela de 1866, é um ótimo exemplo para compreendermos como a criação de imagens ligadas à um sentimento de nação e de identidade nacional se fizeram presentes no projeto cultural do século XIX, em que o índio, o "nativo do Mundo Novo, foi aclamado como arquétipo dos valores nacionais por poetas, pintores e artistas, transformando-se assim no ancestral nobre e heroico" (COUTO, 2004, p. 24). Imagem da pintura Moema de 1866. A pintura se baseia no poema Caramuru, de Santa Rita Durão, de 1781. Observe no destaque da imagem que a personagem ocupa grande parte inferior do quadro e alinha-se à tradição de pintura de corpos nus estendidos no chão, adormecidos e/ou imortalizados, em uma paleta cromática - tons terrosos - com pontos de iluminação sem grandes contrastes, fazendo essa integração da figura com a natureza.</p><p>(...) Choraram da Bahia as Ninfas belas, Que nadando a Moema acompanhavam; E vendo que sem dor navegam delas, À branca praia com furor tornavam: Nem pode o claro Herói sem pena vê-las, Com tantas provas, que de amor lhe davam; Nem mais lhe lembra nome de Moema, Sem que ou amante a chore, ou grato gema. (...) (Trecho de CARAMURU: POEMA ÉPICO, Santa Rita Durão, 1781) A criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) representou uma estratégia oficial importante para o estabelecimento do programa político e cultural que se pretendia à época, sobretudo em termos de construção de uma narrativa da História do Brasil. Em outras palavras, o IHGB era "o lugar" de onde se falava e escrevia sobre o Brasil (cf. PEREIRA, 2012). Nesse projeto de "escrever a história do Brasil" e a importante contribuição feita pelo IHGB, cabe destacar os estudos publicados sobre a arte brasileira, de modo especial a publicação do estudo de Manuel Araújo Porto-Alegre, considerado o "pai da história brasileira da arte", sobre a pintura fluminense. Além do destaque entre a sua própria geração, ou seja, no século XIX, esse estudo também vai ser considerado de grande importância para geração seguinte, para os modernistas, em especial aos ligados à preservação do patrimônio histórico e artístico nacional, SPHAN, liderado por Rodrigo Melo Franco de Andrade, Lucio Costa e Mário de Andrade.</p><p>REVISTA TRIMENSAL INSTITUTO HISTORICO GEOGRAPHICO BRAZILEIRO DE DA DE 1 0 Sr. D. II TOMO PARTE Imagem da capa da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro de 1889. Revendo projetos nacionais Os projetos Segundo Pereira (2012, p. 92), a ideia de projeto nacional e construção de nação vai ser retomada por sucessivas gerações, com diferentes formas de pensar e projetar a ideia de futuro ao lado de uma identidade nacional. Este é o ponto que une o século XIX ao XX e que devemos considerar como elo nesse contexto histórico, ou seja, o nacionalismo emergente que fez parte do projeto cultural e artístico em ambos os casos.</p><p>Tropical de 1917. Mais especificamente, nos primeiros anos do século XX, vale destacar que o crescente processo de industrialização em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo e as consequências do nacionalismo emergente após a Primeira Guerra Mundial foram "um prato cheio" para o inquieto grupo de artistas que viu, depois da exposição realizada em 1917 com as obras de Anita Malfatti, a importância de uma ação de caráter de manifesto em prol da arte nacional e da renovação estética. Tropical, da artista Anita Malfatti, compôs a Exposição de Pintura Moderna, realizada entre 12 de dezembro de 1917 e 11 de janeiro de 1918, e considerada "estopim" da Semana de Arte Moderna, em 1922.</p><p>Homem amarelo de 1917. Na ocasião, mais de 50 obras da artista foram expostas, apresentando de maneira inédita ao público brasileiro seu percurso expressionista, tendo estudado e vivenciado essa experiência pictórica depois dos seus estudos na Alemanha e nos Estados Unidos. Em obras como Homem amarelo, uma das mais conhecidas em função da crítica publicada por Monteiro Lobato à época, Anita insere as lições apreendidas da arte moderna como a tênue dinâmica entre figura e fundo, a liberdade na composição, as cores escuras na relação figura- fundo, além das marcas das pinceladas com a valorização da superfície da tela. Para Mário de Andrade, em crítica publicada no jornal Gazeta, em 1922, "quem manifestou primeiro o desejo de construir sobre novas bases a pintura? São Paulo com Anita Malfatti" (ITAÚ CULTURAL, 2017). Apesar dessas iniciativas e do processo de industrialização, em 1922, em São Paulo, a cidade ainda se apresentava com fortes marcas do século passado, com a influência do ecletismo e a presença da Art Nouveau.</p><p>Conjunto formado pelo Viaduto do Chá, Teatro São José, Teatro Municipal e Vale do Anhangabaú, 1920. Mas aos poucos, as novas feições e a imagem de uma "cidade moderna" foi sendo moldada com grandes jardins, obras públicas e com finalidades culturais, empreendimentos que facilitaram e modernizaram a locomoção e os deslocamentos de pessoas e transportes e, por fim, para a reunião, isso mesmo, a justificativa e a motivação pela realização da Semana teve como pretexto a necessidade de promover o encontro, apresentar o debate e posicionar o manifesto em favor da arte moderna, em prol da necessidade de renovação estética das artes visuais e da construção de uma identidade nacional que buscava nas raízes da cultura brasileira o sentido de moderno, de autêntico e de novo. Antecedentes da Semana de 22 Assista no vídeo a entrevista com a professora Lia Motta falando sobre sobre a Semana de 22, antecedentes, trajetória e as obras desse importante evento. Para assistir a um vídeo sobre o assunto, acesse a versão online deste conteúdo. -0-</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1</p><p>(FURB - Prefeitura - Professor - Área: Artes - 2021 - Adaptado) movimento que se inicia no século XX no Brasil com inovadoras propostas artísticas, com o desejo de chocar a opinião pública e romper com o tradicionalismo, foi chamado de A movimento impressionista. B arte contemporânea. C movimento antropológico. D movimento modernista. E pop arte. Parabéns! A alternativa D está correta. A ideia do movimento modernista no Brasil foi romper com a proposta academicista do século XIX e lançar, perante a opinião pública, obras inovadoras pictoricamente falando, dando lugar a composições pouco vistas no País até aquela ocasião. Questão 2 Anita Malfatti, pintora, nascida no ano de 1889, merece destaque no movimento modernista pela iniciativa de realizar uma exposição que foi considerada o "estopim" do movimento. Assinale a resposta que corresponde corretamente ao título e ao ano da exposição. A Pintura Nacional, janeiro de 1920. B Pintura Moderna, dezembro de 1917. C Artes Visuais e a Modernidade, setembro de 1919.</p><p>D Exposição Nacional, setembro de 1922. E Pintura Contemporânea, agosto de 1910. Parabéns! A alternativa B está correta. A exposição intitulada Pintura Moderna, foi realizada em 1917, em São Paulo, com obras da artista Anita Malfatti. Essa iniciativa, anos antes da realização da Semana de Arte Moderna, foi considerada o bom "termômetro" para a realização de uma semana dedicada ao modernismo, que viria mais tarde junto às comemorações do Centenário da Independência. 2 - Antecedentes da semana de arte moderna de 1922 Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as motivações que antecederam a Semana de Arte Moderna de 1922. A arte e os artistas brasileiros A arte e os artistas brasileiros no início do século XX</p><p>Não há dúvidas de que a Semana de 1922 foi considerada um divisor de águas na história da arte e da cultura brasileira. Contudo, os antecedentes de sua realização, as sementes da transformação já estavam em curso desde, ao menos, o ano de 1912, com as ideias e estética dos movimentos artísticos de vanguarda na grande imprensa de São Paulo por Oswald de Andrade (1890-1954), após o seu regresso da Europa (BRITO, 1971). Em estilo combativo, Oswald passa a expor ao grande público as ideias renovadoras sobre arte que circulavam em Paris, em especial sobre os princípios estéticos do movimento futurista, de Filippo Tommaso Marinetti. Outro fator importante deve-se à exposição individual de Lasar Segall (1891-1957) ocorrida em 1913, com obras de caráter expressionistas. Ao contrário do que sucederá, anos depois, com a célebre exposição de Anita Malfatti, em 1917, os trabalhos de foram bem acolhidos pelos críticos, recebendo comentários favoráveis na grande imprensa. Conheça mais sobre cada obra a seguir: Floresta, 1910.</p><p>Floresta Óleo sobre tela de 1910, é um exemplo da pintura de Lasar do período da exposição. Nela vemos como a superfície da tela ganha novas com as marcas "grosseiras" das pinceladas e as tonalidades que se misturam em uma composição em que figura e fundo, ou primeiro plano e segundo plano, dialogam na mesma superfície bidimensional. A estratégia, muito vigente ainda até o século XIX, de criação de claros e escuros marcados pela ilusão de profundidade e/ou tridimensionalidade desaparecem, sendo re(criadas) com sutilezas e camadas de tintas espessas capazes de indicar a profundidade ou distanciamento dentro da imagem construída na sua bidimensionalidade. Floresta ensolarada, 1956. Floresta ensolarada Óleo sobre tela de 1956, vimos ainda dentro da mesma temática Floresta ensolarada, anos mais tarde, em que a</p><p>relação figura e fundo desaparece completamente, dando lugar a um abstracionismo que, pela composição e pelas cores, consegue transmitir a imagem de uma floresta (ou fragmento dela) inundada pela luz solar. Isso é sintoma do que veremos muito com o modernismo e mais adiante, com a própria arte contemporânea, não é preciso descrever (pintar) com detalhes para se entender ou conseguir transmitir a imagem/mensagem que se pretende. expressionismo, por sua vez, pelo qual muitos artistas serão influenciados, ganha ainda mais força com a liberdade pictórica e com a força matérica (acumulação de camadas) das tintas que vão inundar as telas. Movimentos em transição Movimentos em transição no modernismo Se considerarmos que a pintura de paisagem representou um gênero de pintura importante e de destaque no século XIX, com a pintura de observação - por vezes de - de cenas urbanas e do cotidiano, fidedigno ao observado, o modernismo provocou uma grande ruptura na forma de apresentação e composição, ainda que dentro do mesmo gênero. Vista do Outeiro, Praia e Igreja da Glória, Rio de Janeiro, óleo sobre tela de 1817. A pintura Vista do Outeiro, Praia e Igreja da Glória, Rio de Janeiro, datada de 1817, de Nicolas-Antoine Taunay é um bom exemplo da presença da paisagem na produção pictórica do século XIX. Veja que a pintura é de uma cena do cotidiano a partir de um determinado ponto de observação e que nela o artista traz a paisagem urbana para primeiro plano, a partir do seu ponto de vista.</p><p>Resumindo Pode-se afirmar que a paisagem na pintura ganha feições próximas da realidade/cotidiano, estando mais próxima do espectador, e não distante, como já vimos em muitos casos no século XVIII, em que a paisagem apenas ilustra o fundo de uma cena. Isso reforça a ideia de que a paisagem passa a ser o tema da cena, traz detalhes do cotidiano, é retratada a partir de uma observação ao ar livre e, ainda, por vezes, é vista de "dentro", como se o homem, a partir do século XX, também registrasse e pintasse uma cena dentro da própria paisagem e/ou uma vida no campo/interior. Temas assim serão muito explorados por artistas como Almeida Júnior e Candido Portinari. o que nos interessa com esse pequeno histórico é que nesse aspecto da arte nas primeiras décadas do século XX, o tema de paisagem e das cenas urbanas ganha novas feições com a forma de compor e colorir. As pinturas ganham personagens "comuns" (ou incomuns até então) por terem sido pouco representados. Trata-se de pinturas com trabalhadores do campo, lavadeiras, baianas, favelas, ruas e vilas, transeuntes, entre tantos outros homens, mulheres, crianças, paisagens e cidades. A ideia de romper e renovar se faz presente mesmo dentro de uma temática tradicional, como a pintura de paisagem tão comentada e explorada por artistas viajantes e da Academia. No detalhe da pintura farol, de Anita Malfatti, é um bom exemplo desse movimento dentro da prática artística de renovar com as marcas do rompimento. As pinceladas são grosseiras e as marcas formadas pela própria tinta caracterizam a pintura "desses novos tempos", a pintura do modernismo no Brasil, que veremos tão presente e marcante a partir da Semana de 1922.</p><p>farol de 1915. No detalhe da pintura farol, de Anita Malfatti. Em busca do novo</p><p>Novas tendências Claro que essa nova forma de compor, colorir e apresentar publicamente as novas tendências também foi alvo de críticas. Exemplo disso foi a exposição individual de Anita Malfatti realizada em 1917, que provocou uma grande polêmica em função do artigo de jornal publicado por Monteiro Lobato. Recém-regressa de estudos feitos na Alemanha e nos Estados Unidos, Anita Malfatti reuniu cinquenta e três trabalhos, dentre os quais os célebres: homem amarelo, A estudante russa, Intitulado de A propósito da Exposição Malfatti, publicado no Estadinho, suplemento do jornal o Estado de São Paulo, Monteiro Lobato teceu duras críticas à exposição de Anita, trecho que apresentamos a seguir: Artigo de Monteiro Lobato sobre Anita Malfatti Todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo nem da latitude. As medidas de proporção e equilíbrio, na forma ou na cor, decorrem do que chamamos sentir. Quando as sensações do mundo externo transformam-se em impressões cerebrais, nós "sentimos"; para que sintamos de maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do universo sofra completa alteração, ou que nosso cérebro esteja em "pane" por virtude de alguma grave lesão. Enquanto a percepção sensorial se fizer normalmente no homem, através da porta comum dos cinco sentidos, um artista diante de um gato não poderá "sentir" senão um gato, e é falsa a "intepretação" que do bichano fizer um totó, um escaravelho ou um amontoado de cubos transparentes. Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia. Essa artista possui um talento vigoroso, fora do comum. Poucas vezes, através de uma obra torcida para má direção, se notam tantas e tão preciosas qualidades latentes. Percebe-se de qualquer daqueles quadrinhos como a sua autora é independente, como é original, como é inventiva, em que alto grau possui um sem número de qualidades inatas e adquiridas das mais fecundas para construir uma sólida individualidade artística. Entretanto, seduzida pelas teorias do que ela chama arte moderna, penetrou nos domínios dum impressionismo e todo o seu talento a serviço de uma espécie de caricatura. Sejamos sinceros: futurismo, cubismo, impressionismo e tutti quanti não passam de outros tantos ramos da arte caricatural. É a extensão da caricatura a regiões</p><p>onde não havia até agora penetrado. Caricatura da cor, caricatura da forma caricatura que não visa, como a primitiva, ressaltar uma ideia cômica, mas sim desnortear, aparvalhar o expectador. A fisionomia de quem sai de uma dessas exposições é das mais sugestivas. Nenhuma impressão de prazer, ou de beleza denunciam as caras; em todas, porém, se lê o desapontamento de quem está incerto, duvidoso de si próprio e dos outros, incapaz de raciocinar, e muito desconfiado de que o mistificaram habilmente. Outros, certos críticos sobretudo, aproveitam a vaza para "epater les Bourgeois". Teorizam aquilo com grande dispêndio de palavrório técnico, descobrem nas telas intenções e subintenções inacessíveis ao vulgo, justificam- nas com a independência de interpretação do artista e concluem que o público é uma cavalgadura e eles, os entendidos, um pugilo genial de iniciados da Estética Oculta. No fundo, riem-se uns dos outros, o artista do crítico, o crítico do pintor e o público de ambos [...]. (BRITO, 1971, p. 54 - 56, grifo nosso) Reação da crítica A repercussão da dura crítica Duras palavras que repercutiram e perseguiram por alguns anos a exposição Pintura Moderna de Anita Malfatti, mas que ao mesmo tempo foram responsáveis pela união de Anita e Oswald de Andrade, como veremos mais adiante. Embora a reação crítica de Lobato tenha sido dura, ele não deixou de exaltar a originalidade e as qualidades artísticas da jovem pintora. Seu objetivo foi fazer uma defesa intransigente de um ideal de arte brasileira realista contra a influência de um estilo artístico "moderno" de importação, marcado pela efervescência das vanguardas europeias e suas "tendências deformantes", ou uma "espécie de caricatura", como o mesmo escritor ponderou.</p><p>Homem amarelo (1917) Estudante russa (1915)</p><p>japonês (1915) Se observarmos as três pinturas de destaque da exposição, além de outras dezenas, já que mais de cinquenta obras fizeram parte dessa Individual, vemos claramente o rompimento com a tradição, por exemplo, da pintura de retrato que, até o século XIX, dedicou-se aos grandes personagens da história oficial, a construção pictórica à semelhança do retratado, com riqueza de detalhes, inclusive com as lições de perspectivas e de proporcionalidade. o que se viu, em 1917 com a Anita, e que possivelmente provocou a ira de tantos críticos e apreciadores, foi a apresentação pública da liberdade artística, da consciência pictórica e da originalidade frutos do seu tempo, e não de um passado idealizado apenas. Mas não houve apenas críticos (negativamente) falando de sua exposição. Exemplo Oswald de Andrade, teceu elogios à artista, destacando em um artigo publicado no Jornal do Comércio, em 1918, a importância de sua exposição e a grandeza (coragem) da pintora de tocar no tema da arte moderna. Sem dúvida, uma resposta à crítica feita por Monteiro Lobato. Nas palavras de Oswald de Andrade, a pintora paulista Anita Malfatti: 66</p><p>Levou ao salão da Rua Libero Badaró, 111, uma constante romaria de curiosos [...] Numa pequena nota cabe apenas o aplauso a quem se arroja a expor, no nosso pequeno mundo de arte, pintura tão pessoal e tão moderna. (BRITO, 1971, p. 62) Para Oswald, Anita era possuidora de enorme talento e consciência do que pintava, ao mesmo tempo que provida de muita coragem pela apresentação pública e grandiosa, motivando não apenas os olhares curiosos, mas especialmente críticas exageradas pelo próprio incômodo que as suas obras originais causavam. Essa imensa repercussão, sem dúvida, contribuiu significativamente para a produção artística moderna brasileira, ao mesmo tempo que funcionou como um catalisador para congregar os principais nomes que, poucos anos depois, organizariam a Semana de 1922 e passariam a reivindicar uma plataforma específica de atuação. A crítica de Monteiro Lobato uniu Anita a Oswald e, ambos, deram início a mobilização de um manifesto em formato de exposição que veremos na chamada Semana de 22. o que nos permite afirmar que a exposição de 1917 foi o estopim para a necessidade de uma apresentação pública das novas frentes pictóricas que artistas como Anita apresentavam à época. Comentário Além da de Anita, outras exposições ocorreram e contribuíram para a Semana de Arte Moderna. Dente elas, vale destacar a exposição de Vicente do Rego Monteiro, no Rio de Janeiro e em Recife, apresentando obras de temática indígena brasileira, e a mostra de desenhos de Di Cavalcanti em São Paulo.</p><p>Além disso, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Cândido Mota Filho e Mário de Andrade escreveram à época para diversos jornais e revistas sobre a necessidade de superar o passadismo como o parnasianismo na literatura e urgência de uma renovação no campo das artes visuais. Escultor Victor Brecheret. Nesse conjunto de iniciativas e associações, vale ainda destacar a "descoberta" por Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade, em 1920, das esculturas do jovem Victor Brecheret, após a sua volta ao Brasil, chegando da Itália, depois de seis anos de estudo. Eles, após visita ao Palácio das Indústrias exaltaram nas páginas dos jornais paulistas a força expressiva da obra de Brecheret, reconhecendo nele uma das promissoras promessas da arte escultórica brasileira. Brecheret, nascido na Itália, é um dos grandes nomes da escultura brasileira, responsável pela introdução do modernismo na prática escultórica. Entre idas e vinda, seu retorno ao Brasil em 1919 foi crucial para "descoberta" de sua arte e do seu alinhamento com os objetivos do modernismo.</p><p>A obra exemplar a seguir é Sepultamento, que foi esculpida na França, em 1923, exposta no Salon d'Automne, em Paris, e mais tarde, ao ser vendida para a família Penteado, foi incorporada ao túmulo de Olívia Guedes Penteado admiradora de Vitor e mecenas de artes, em especial modernistas -, no Cemitério da Consolação, na cidade de São Sepultamento de 1923. Com linhas simplificadas, elegância e singeleza, quatro mulheres choram com a Virgem Maria, que tem Jesus Cristo em seus braços. Essa força escultórica na singeleza da modelação foi uma das marcas do escultor, que também contou com a ajuda de Mário de Andrade, aconselhando-o a buscar na figura indígena as referências para uma escultura autenticamente original e nacional. Esse conjunto de acontecimentos foi fundamental para reunir artistas, poetas e jornalistas em torno da ideia de celebrar o Centenário da Independência do Brasil, cujos festejos oficiais estavam em preparação, e a promover uma arte moderna e brasileira capaz de romper, renovar e construir uma identidade artística original e nacional. Experimentações e caminhos da arte brasileira Assista ao vídeo da entrevista em que a professora Lia Motta fala sobre o papel da experimentação e cita exemplos de como esse movimento abriu novas possibilidades artísticas na arte moderna brasileira.</p><p>Para assistir a um vídeo sobre assunto, acesse a versão online deste conteúdo. -0-</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Anita Malfatti realizou uma exposição com 53 pinturas em 1917, na cidade de São Paulo. Intitulada de Pintura Moderna, essa iniciativa sofre várias críticas (positivas e negativas). Dentre elas, um escritor foi responsável por tecer duras críticas, especialmente sobre o repertório e as técnicas. Identifique o escritor e o local da publicação: Monteiro Lobato, no Estadinho, suplemento de o A Estado de São Paulo. B Oswald de Andrade, no Correio, do Rio de Janeiro. Mário de Andrade, no Suplemento Manhã, da cidade C de São Paulo. Lúcio Costa, no Jornal do Comércio, do Rio de D Janeiro. E Candido Portinari, na Revista Fon-Fon. Parabéns! A alternativa A está correta. A exposição intitulada Pintura Moderna, foi realizada em 1917, em São Paulo, com obras da artista Anita Malfatti. Essa iniciativa, anos antes da realização da Semana de Arte Moderna, foi alvo de críticas em jornais da época, dentre elas, a feita por Monteiro Lobato, que reconhece as qualidades da pintora, mas publica duras palavras</p><p>sobre o repertório e as soluções plásticas, segundo ele, caricaturas importadas das vanguardas Questão 2 Victor Brecheret, escultor italiano, retornou ao Brasil em 1919. Suas obras foram "descobertas" por Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade e contribuíram para a inserção da escultura no movimento modernista. A obra Sepultamento representa a cena do sepultamento de Cristo quando a Virgem A Maria o acolhe desfalecido, em seus braços. B a cena dos anjos que visitam a Virgem Maria. o sepultamento de Jesus Cristo, com quatro anjos C ao seu lado. D a presença dos Regis Magos depois do Natal. E a cena da última Ceia do Senhor. Parabéns! A alternativa A está correta. A cena retratada representa o sepultamento de Cristo, sendo acolhido pela Virgem Maria, ao lado de mais quatro mulheres. Nessa cena, apesar de difícil em termos de expressão, Brecheret conseguiu transmitir leveza e sutileza nos gestos dos retratados.</p><p>3 - A semana de arte moderna de 1922 Ao final deste módulo, você será capaz de analisar a produção artística e o ambiente cultural da Semana de Arte Moderna de 1922. A Semana Como foi a Semana de 22 Imagem do Centro de São Paulo, com vista para o Teatro Municipal início do século XX. Sabe por que essa imagem histórica do centro da cidade de São Paulo está abrindo este módulo do seu estudo? Porque foi nesse local, mais especificamente no Teatro Municipal, que a arte moderna brasileira foi apresentada junto às comemorações do Centenário da Independência, em 1922. Esse foi o espaço em que se viu uma semana dedicada à arte moderna, com apresentação e</p><p>exposição pública do "manifesto" em prol da renovação das artes plásticas no Brasil. A exposição, encarada pela crítica como uma espécie de manifesto, passou a figurar a história da arte como uma grande iniciativa e um divisor de águas na produção artística brasileira, por esse motivo, é relevante neste momento compreendermos a concepção da Semana, os propósitos e os artistas e obras envolvidos nas exposições de pintura e escultura. E como foi efetivamente a Semana de 22? Entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, o Teatro Municipal de São Paulo (inaugurado em 1914) foi palco de uma série de eventos literários, musicais e de artes visuais. No interior do Teatro foram realizadas conferências, leituras de poemas e trechos de prosas e concertos musicais que contribuíram para a ambientação do saguão principal onde ficaram expostas as obras de arte. Participaram da exposição de pintura Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Ferrignac, John Graz, Vicente do Rego Monteiro, Zina Aita, Yan de Almeida Prado e Antônio Paim Vieira. A escultura foi representada por Victor Brecheret, Wilhelm Haarberg e Hildegardo Velloso. A arquitetura, por sua vez, ficou por conta de Antônio Garcia Moya e Georg Przyrembel. A literatura pelos poetas e escritores Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade, Renato de Almeida,</p><p>Ronald de Carvalho, de Almeida e Manuel Bandeira. Por fim, a programação musical contou com a presença de Villa-Lobos, Debussy, Guiomar Novaes e Ernani Braga. o evento provocou grande polêmica e afirmou as diretrizes da concepção artística que vinha sendo gestada desde as primeiras iniciativas em 1917, como já vimos nos módulos anteriores. A semana foi aberta por Graça Aranha escritor e diplomata brasileiro, um dos organizadores da Semana -, no dia 13 de fevereiro, com a conferência intitulada A emoção estética na arte moderna, acompanhada da música de Ernani Braga e da declamação de poesias de Ronald de Carvalho e Guilherme de Almeida. - THEATRO MUNICIPAL AMANHAN - 17 DE FEVEREIRO 3.0 ultimo grande festival de Semana de ARTE MODERNA com o concurso de VILLA-LOBOS No do theatro. exposição de pintura e esculptura. Preços no Thentro Municipal Cartaz da apresentação de Villa-Lobos na Semana de Arte Moderna. Após o intervalo, prosseguiu com a conferência A pintura e a escultura no Brasil, de Ronald de Carvalho, três solos de piano de Ernani Braga e um concerto de Heitor Villa-Lobos, que provocou escândalo ao incorporar aos instrumentos tradicionais da orquestra tambores e uma folha vibratória de zinco.</p><p>Villa-Lobos, sem dúvida, foi um dos destaques da Semana. Suas apresentações repercutiram em jornais como o Estadão, que destacou a genialidade e o incontestável valor do músico. Na noite do dia 15 de fevereiro foi a vez da apresentação da pianista Guiomar Novaes, intérprete associada à tradição do século XIX. Contudo, nesse dia, o ponto alto foi a conferência de Menotti Del Picchia sobre arte e estética, acompanhada da leitura de textos de Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Plínio Salgado, entre outros. Menotti Del Picchia, poeta, romancista, cronista, entre tantos outros atributos, merece destaque pela atuação na organização e coordenação da segunda noite da Semana e, sobretudo, por apresentar os pressupostos estéticos da arte moderna, tornando-se um dos principais defensores e cronistas do movimento nos jornais da época como o Correio Paulistano, que mantinha uma coluna diária de Menotti. Menotti del Picchia Oswald de Andrade, por sua vez, nessa mesma noite do dia 15, critica a retórica de Castro Alves, lê fragmentos da poesia Pau-brasil e alguns trechos de seu romance Os condenados. Mário de Andrade recita alguns trechos de sua Paulicéia e Ronald de Carvalho lê o poema Os sapos, de</p><p>Manuel Bandeira, que não compareceu ao evento. Durante o intervalo, nas escadarias do teatro, Mário de Andrade lê trechos ainda de A escrava que não é uma de suas obras, considerada um "prefácio" da poesia modernista, com discursos e tendências do movimento para o campo da literatura. No terceiro e último dia de eventos, 17 de fevereiro, ocorreu nova apresentação de músicas de Villa-Lobos. Ao contrário da primeira noite, as composições tocadas não se dirigiam expressamente contra a tradição musical vigente, o que fez com que o público não reagisse com hostilidade. Pintura em 22 A pintura na Semana de 22 Muito embora todos esses nomes e ações sejam importantes para compreendermos o propósito da Semana de 22, sobretudo por serem "representativos" de uma diversidade culturalmente falando, vamos tratar do principal ponto que nos interessa aqui: compreender a produção artística desse período por meio das obras de pintura e escultura da Exposição. Esse recorte deve-se à relevância que esses artistas terão no cenário nacional assim como suas obras no âmbito da prática artística e da história e crítica de arte brasileira.</p><p>D.C. Capa do catálogo da exposição.</p><p>SEMANA DE ARTE MODERNA S. PAVLO Cartaz de divulgação da Semana de Arte Moderna de autoria de Di Cavalcanti. A seguir observe a lista de esculturas e pinturas, bem como o nome dos artistas e das obras que foram expostas, organizadas aqui com base no catálogo da exposição da Semana de 22. Esculturas Victor Brecheret Genio Angelus Soror dolorosa o regresso Pietá Cabeça de mulher Cabeça de Christo Sapho Torso</p><p>Baixo relevo Victoria W. Haerberg Nossa Senhora (madeira) Mãe e filho (madeira) Mãe e filho (madeira) Grupo (madeira) Pequenas esculturas decorativas Pinturas Anita Malfatti A estudante russa o homem amarelo o farol o japonês A mulher de cabelos verdes A onda A ventania Rochedos Casa de chá Pedras preciosas Penhascos Flores amarelas Impressão divisionista o homem das sete cores Árvores japonesas Bahianas Capa de livro Christo São Sebastião Moêmas Di Cavalcanti Ao pé da cruz - painel para capella o Homem do Mar (1920) Café turco (1917) Café turco (1921) Retrato A Dúvida Intimidade Ilustrações para um livro</p><p>Coqueteria Bohemios A piedade da inerte Ferrignac Natureza dadaísta J. F. de Almeida Prado Dois desenhos J. Graz Missa no tumulo S. Francisco falando ao pássaros Retrato do Ministro G. Natureza morta Paisagem Suíça Paisagem de Espanha Martins Ribeiro Tédio Desenho Vicente Rego Monteiro Retrato de Ronald de Carvalho Retrato Cabeças Negras Cabeça Verde Baile no Assírio Lenda Brasileira Cubismo Zina Aita A sombra Estudo de cabeça Paisagem decorativa Máscaras Siamesas Aquarium Figura Painel decorativo 25 impressões Dessa listagem, analisaremos obras de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, John Graz, Vicente Rego Monteiro e Victor Brecheret. Começaremos pelas pinturas.</p><p>Três obras representativas de Anita Malfatti compõem nossa análise. As duas primeiras, sob os títulos de A ventania e A onda, datadas de 1916 e 1917, respectivamente, enquadram-se no gênero de paisagem, e apresentam-se com uma paleta de tons terrosos, verdes e azuis. Observe que a expressão e o movimento se dão justamente pelas marcas que o pincel proporciona e pelas manchas e camadas de A ventania de 1916. A onda de 1917. Ambos os fenômenos naturais - o vento e a onda - são representados com toda a força pictórica que camadas de tintas e pinceladas "grosseiras" permitem. Observe que não é preciso definir claramente uma paisagem em movimento para visualizar um vento ou mesmo definir de maneira precisa um mar revolto/agitado para que ondas fossem pintadas/registradas. Essas duas obras marcam claramente a liberdade de expressão pictórica, a assertividade em "explorar" o próprio material e os instrumentos (tintas e pincéis) e o propósito de renovação com rompimento, inclusive com a tradição.</p><p>homem de sete cores de 1916. Já na obra homem de sete cores, carvão e pastel sobre papel representando um nu masculino, vemos uma composição predominantemente verde, amarela e azul, com elementos vegetais na cena. o corpo representado se mistura/se transforma com os elementos da paisagem. Há claramente uma ênfase nos músculos do corpo masculino, um torso com contornos "exagerados" e um enquadramento pouco utilizado. o rosto não aparece na cena e a impressão que temos é de um desenho de modelo vivo, com todas as marcas de vanguarda, rompimento e modernismo. As cores e as folhas de bananeira são referências à cultura nacional e demonstram a afirmação da necessidade de construção de uma identidade artística genuinamente brasileira. Carvão e pastel sobre papel Trata-se de uma técnica seca de desenho, na qual o material seco (p. ex.: carvão e pastel) é utilizado sobre uma superfície de Nos três exemplares de Anita vemos claramente as marcas da ruptura e da renovação artística tão almejada nas primeiras décadas do século</p><p>XX. Problema, defeito? Não, estilos! Amigos ou Boêmios, como é identificado em alguns livros, é o exemplar que analisaremos do pintor Di Cavalcanti, datado de 1921. Apresentada na Exposição da Semana de Arte Moderna, é composta pela figura de dois homens, os amigos. Em tons terrosos, as figuras se misturam com o fundo da pintura, em uma proposta de mancha. Os pontos de iluminação marcam apenas os rostos e as mãos, o que torna possível identificar a posição de uma figura e da outra. Observe que a pintura é como uma grande mancha de tinta escura, iluminada em alguns pontos. Em termos de técnica de pintura, é como se toda a extensão da tela recebesse uma base de preparação em tons terrosos, com variações e tonalidades dessa paleta capazes de criar o efeito de sombreamento; e os rostos e mãos aparecessem por meio da inserção de tinta em tons mais claros - ocre, amarelo, branco e bege - iluminando todo o cenário escuro. Começamos aqui, sem dúvida, a reconhecer a ideia de manchas - mais ou menos diluídas; com ou sem texturas - para criação de figuras, personagens, cenas e paisagens na prática pictórica do modernismo. Vimos em Anita, vimos em Di Cavalcanti!</p><p>Amigos ou Boêmios de 1921. John Graz, pintor suíço-americano também participou da Semana e, por isso, selecionamos duas obras/pinturas representativas: A paisagem da Espanha, de 1920, exemplar do gênero de pintura de paisagem e Retrato do Desembargador Gabriel Gonçalves Gomide, de 1917, que se enquadra no gênero de retrato e marca o posicionamento da arte moderna nesse tipo de pintura.</p><p>Paisagem da Espanha de 1920. Na pintura Paisagem da Espanha , vemos a geometrização das formas e dos elementos da natureza. Graz faz uso de uma paleta de cores com tons claros e escuros para criar a ideia de pintura em primeiro e segundo plano. Observe que, nessa paisagem, vemos ao fundo uma ponte, uma espécie de aqueduto ou mesmo uma muralha - recurso comum em cidades europeias, também no Brasil, como estratégia defensiva para proteger os territórios e cumprir a função de observação (como o uso de guaritas em muralhas) para impedir o acesso de invasores e/ou inimigos. A paisagem é geometrizada, com formas predominantemente abstratas, anunciando com esse tipo de arte a busca pelo rompimento com o "passado" na pintura, a liberdade de criação e a das formas na produção artística do século XX.</p>

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