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<p>A FRANÇA ILUMINISTA - ILUMINISMO</p><p>IFPB / CAMPUS SANTA LUZIA</p><p>CURSO TÉCNICO EM INFORMÁTICA INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO</p><p>DISCIPLINA: HISTÓRIA II – 2º ANO</p><p>PROF. DR. JOSELITO EULÂMPIO DA NÓBREGA</p><p>ILUMINISMO</p><p>No século XVIII difundiu-se pela Europa um movimento de ideias que defendia o uso da razão em oposição à tradição e ao pensamento religioso, acreditava no progresso da ciência, condenava o poder absolutista dos reis e pregava a liberdade e a tolerância. Esse movimento ficou conhecido como Iluminismo, e o século XVIII, como Século das Luzes. Essas ideias, defendidas por escritores, filósofos e cientistas, ultrapassaram as fronteiras da Europa e tornaram-se uma das bases do pensamento ocidental contemporâneo.</p><p>FILOSOFIA DAS LUZES</p><p>Na Europa do século XVIII, surgiram pensadores que defendiam o uso da razão como a melhor maneira de vencer a ignorância e construir um mundo baseado na verdade, no progresso e na liberdade. O movimento de ideias do qual eles eram adeptos ficou conhecido como Iluminismo, Ilustração ou Filosofia das Luzes porque eles entendiam que a contradição entre passado e presente era uma luta entre as trevas da ignorância e as luzes da razão que seria vencida pelo pensamento racional, ou seja, pela razão.</p><p>FILOSOFIA DAS LUZES</p><p>Embora a França tenha sido o polo difusor do Iluminismo no século XVIII, as primeiras manifestações do movimento foram verificadas no século XVII nos Países Baixos (Holanda). A liberdade religiosa e a garantia de direitos políticos para a população civil fizeram com que muitas pessoas que sofriam perseguições em seus países de origem procurassem abrigo na Holanda. Ali, puderam publicar livremente jornais, panfletos e livros que logo se espalharam pela Europa. Em tais textos, os autores criticavam a Igreja católica e os regimes absolutistas.</p><p>PRECURSORES DO ILUMINISMO</p><p>Nessas circunstâncias, o século XVII foi de grande efervescência cultural na Holanda. Poetas, intelectuais, músicos e filósofos formavam associações para melhor difundir suas obras e defender seus interesses. Alguns dos melhores pintores do norte da Europa, como Frans Hals (c. 1581-1666), Rembrandt van Rijn (1606-1669) e Jan Vermeer (1632-1675), viviam e trabalhavam em território holandês..</p><p>Da esquerda para a direita, respectivamente: Pintores - Frans Hals (c. 1581-1666), Rembrandt van Rijn (1606-1669) e Jan Vermeer (1632-1675),</p><p>PRECURSORES DO ILUMINISMO</p><p>Ao mesmo tempo, dois dos filósofos precursores do Iluminismo – o inglês John Locke (1632-1704) e o francês René Descartes (1596-1650) – residiram na Holanda, onde participaram dos debates intelectuais que, no século XVII, fizeram desse país um lugar de produção de ideias originais.</p><p>RENÉ DESCARTES (1596-1650)</p><p>Aos 32 anos, Descartes mudou-se para a Holanda, onde permaneceu por mais de duas décadas e escreveu a maior parte de seus livros. Ali publicou, em 1637, a obra Discurso sobre o método, na qual argumenta que as pessoas deveriam duvidar de todas as afirmações que lhes são feitas. Para verificar sua veracidade, seria preciso submetê-las a um rigoroso exame investigativo e somente as que resistissem a ele poderiam ser aceitas como verdadeiras.</p><p>JOHN LOCKE (1632-1704)</p><p>Médico e filósofo inglês, John Locke foi um dos fundadores do liberalismo político, doutrina que defende a limitação dos poderes do Estado em benefício da liberdade individual e o estabelecimento de uma ordem social baseada na liberdade de consciência, na livre competição e no respeito ao direito de propriedade. Em 1683, mudou-se para a Holanda, fugindo das perseguições políticas do rei Carlos II (1660-1685).</p><p>Carlos II</p><p>Rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda</p><p>JOHN LOCKE (1632-1704)</p><p>Com a Revolução Gloriosa de 1688-1689 e a consequente instauração de uma monarquia constitucional na Inglaterra, Locke retornou à sua pátria. Locke contestava a ideia de que os reis tinham direitos divinos, já que a política era uma invenção humana. Para o filósofo, a Igreja e o Estado deveriam ser separados, cabendo à primeira ater-se a questões espirituais e ao segundo garantir a vida, a propriedade e a liberdade das pessoas. Caso o governo não fosse capaz de cumprir essa determinação e se transformasse em tirania, caberia ao povo exercer seu direito de rebelião, depondo o poder tirânico e colocando em seu lugar um novo governo.</p><p>Coroação de Guilherme III como rei da Inglaterra, em 1689, após a Revolução Gloriosa.</p><p>LIÇÃO DE ANATOMIA</p><p>Proibida durante muito tempo pela Igreja católica, a dissecação de cadáveres só começou a ser praticada, ainda que timidamente, no século XV, durante o Renascimento. No século XVII, começaram a ser realizadas as primeiras autópsias públicas, como a representada pelo pintor holandês Rembrandt no quadro A lição de anatomia do doutor Tulp, reproduzido nesta seção. Essa autópsia foi realizada no dia 31 de janeiro de 1632, em Amsterdã, na Holanda. Assistir a aulas como essa era uma oportunidade rara. Elas ocorriam uma ou duas vezes ao ano e apenas durante o inverno, pois o frio ajudava a preservar por mais tempo o cadáver.</p><p>A lição de anatomia do médico e professor Nicolaes Tulp (1593-1674), óleo sobre tela do pintor holandês Rembrandt, 1632.</p><p>NEWTON E OS MISTÉRIOS DA NATUREZA</p><p>As ideias do físico inglês Isaac Newton (1642- -1727) foram responsáveis por promover uma nova maneira de encarar a ciência. Ao descrever em seu livro Principia, de 1687, a ação da lei da gravidade e as forças que atuam sobre um corpo em movimento, Newton demonstrou que os mistérios da natureza poderiam ser desvendados pelo conhecimento racional. Em outras palavras, ele afirmava enfaticamente que a razão poderia questionar a tradição. As ideias de Locke, Descartes e Newton espalharam-se pela Europa do século XVII e, juntamente com as teorias de outros pensadores e cientistas, foram fundamentais para a eclosão do Iluminismo no século seguinte.</p><p>ACADEMIAS E SALÕES</p><p>Os ideais iluministas se disseminaram principalmente nas chamadas academias de ensino, escolas alternativas às universidades surgidas na Europa entre os séculos XVII e XVIII. Além das academias científicas e de ensino, as novas ideias se propagavam também nos salões, nos cafés e em clubes literários, principalmente em Paris. Ali, além das novas descobertas no campo das ciências, liam-se jornais vindos dos mais variados lugares e falava-se também de arte e política.</p><p>Esta pintura de Adrien E. Marie (1848-1891), Antoine Lavoisier descobre a composição do ar, representa uma das mais importantes realizações do cientista francês do século XVIII. A descoberta permitiu a ele estabelecer a relação entre o oxigênio e a combustão.</p><p>ACADEMIAS E SALÕES</p><p>As discussões giravam, principalmente, em torno das ideias de pensadores que questionavam o absolutismo. Era o caso, por exemplo, do francês Charles Louis de Secondat, barão de Montesquieu (1698-1755). Em sua obra O espírito das leis (1748), Montesquieu analisa e compara diferentes formas de governo, para chegar à conclusão de que a melhor delas era a da monarquia constitucional inglesa.</p><p>ACADEMIAS E SALÕES</p><p>Na monarquia constitucional inglesa, o poder do rei não era absoluto, mas estava sob o controle do Parlamento, que determinava seus limites. Montesquieu propôs ainda que o Estado estivesse organizado de tal forma que o poder, antes reunido nas mãos de uma só pessoa, o monarca absoluto, fosse distribuído por três poderes autônomos – o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Desse modo, os três poderes funcionariam como contrapesos uns dos outros, controlando-se mutuamente.</p><p>A rainha Elizabeth II, ao lado do príncipe Philip, lê o discurso.</p><p>ACADEMIAS E SALÕES</p><p>Outro influente pensador foi o também francês François-Marie Arouet, conhecido como Voltaire (1694-1778). Crítico mordaz da Igreja católica, Voltaire condenava duramente o fanatismo religioso – que, segundo ele, leva às guerras e impede os seres humanos de pensar com clareza –, a superstição – que faz as pessoas temerem o que não existe – e a ignorância – que gera a superstição.</p><p>ACADEMIAS E SALÕES</p><p>Repercussão ainda mais duradoura teve o pensamento do filósofo suíço radicado na França Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) que, ao contrário de outros pensadores de sua época, criticava a sociedade burguesa e a propriedade privada, fonte para ele das desigualdades sociais. Segundo Rousseau, o governante era apenas um funcionário do povo, que é o verdadeiro soberano. Sua forma de expressão seria a vontade geral, que, por sua vez, deveria se manifestar por meio da maioria de votos da população em assembleias nas quais ela exerceria diretamente (e não através de representantes) o poder de decidir sobre os rumos a dar à sociedade.</p><p>A ENCICLOPÉDIA</p><p>Com o Iluminismo, todos esses avanços nos mais variados campos do saber foram reunidos na França em uma obra que se tornou um dos livros mais vendidos da época, a Enciclopédia.</p><p>Frontispício da Enciclopédia ou Dicionário raciocinado das ciências, das artes e dos ofícios. Organizada pelos iluministas Jean le Rond d’Alembert e Denis Diderot, a obra foi publicada entre 1751 e 1772.</p><p>A ENCICLOPÉDIA</p><p>Um dos objetivos do projeto iluminista era a popularização das novas ideias. Para isso, era necessário produzir uma releitura dos saberes herdados do passado e difundi-los pela sociedade, junto com os novos conhecimentos provenientes da ciência moderna. Esse fato fez com que os iluministas escrevessem diversos livros. Entre eles destacaram-se as enciclopédias, que procuravam reunir a totalidade dos saberes existentes na época, classificando-os e ordenando-os para a melhor compreensão do público leigo.</p><p>OS DÉSPOTAS ESCLARECIDOS</p><p>Sem renunciar ao poder absoluto, alguns monarcas europeus tentaram colocar em prática certas ideias iluministas. Conhecidos como déspotas esclarecidos, em geral esses soberanos procuraram racionalizar a cobrança de impostos e modernizar instituições do Estado como as forças armadas e a educação. Além disso, incentivaram a produção artística e científica e realizaram reformas judiciárias visando acabar com alguns privilégios da nobreza. Entre esses governantes destacaram-se Frederico II (1712-1786), da Prússia, que atraiu filósofos e artistas para seu reino – como o próprio Voltaire –, e o rei de Portugal, dom José I. Na verdade, o despotismo esclarecido em Portugal é atribuído principalmente ao marquês de Pombal (1699-1782), primeiro-ministro entre 1750 e 1777.</p><p>O LIBERALISMO ECONÔMICO</p><p>Ao contrário dos defensores do mercantilismo, que propunham a intervenção do Estado na economia, os economistas do Iluminismo tinham como princípio a completa liberdade de mercado, sem qualquer regulamentação estatal. Um dos principais representantes dessa teoria foi o escocês Adam Smith (1723-1790), que formulou a doutrina do liberalismo econômico.</p><p>O LIBERALISMO ECONÔMICO</p><p>Em sua obra A riqueza das nações (1776), Smith afirma que a força motriz da riqueza não está na agricultura nem no comércio, mas no trabalho livre, sem interferências do Estado, guiado pelo curso natural das coisas. Para ele, as relações entre produtores e consumidores são reguladas naturalmente pelo mercado, por meio da lei da oferta e da procura.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AZEVEDO, Gislane; SERIACOPI, Reinaldo. História em Movimento 2: O mundo moderno e a sociedade contemporânea. 2. ed. São Paulo: Ática, 2014.</p><p>GOOGLE. Imagens. Disponível em https://www.google.com.br/search?q=... Acesso em: 26 out. 2021.</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.jpeg</p><p>image4.jpeg</p><p>image5.jpeg</p><p>image6.jpeg</p><p>image7.jpeg</p><p>image8.jpeg</p><p>image9.jpeg</p><p>image10.jpeg</p><p>image11.jpeg</p><p>image12.png</p><p>image13.png</p><p>image14.png</p><p>image15.jpeg</p><p>image16.jpeg</p><p>image17.png</p><p>image18.jpeg</p><p>image19.jpeg</p><p>image20.jpeg</p><p>image21.png</p><p>image22.jpeg</p><p>image23.png</p><p>image24.jpeg</p><p>image25.png</p><p>image26.jpg</p><p>image27.png</p><p>image28.jpeg</p><p>image29.jpeg</p><p>image30.jpeg</p><p>image31.jpeg</p><p>image32.jpeg</p><p>image33.jpeg</p><p>image34.jpeg</p><p>image35.jpeg</p><p>image36.jpeg</p><p>image37.png</p><p>image38.jpeg</p><p>image39.png</p><p>image40.jpeg</p><p>image41.jpeg</p><p>image42.jpeg</p><p>image43.jpeg</p><p>image44.png</p><p>image45.png</p><p>image46.jpeg</p><p>image47.png</p><p>image48.jpeg</p>

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