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<p>REGRAS DE FÉ</p><p>TA LMAGE</p><p>UM ESTUDO DAS</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Consideração das Principais Doutrinas de</p><p>A Igreja de Jesus Cristo dos Santos</p><p>dos Últimos Dias</p><p>•</p><p>Por</p><p>JAMES E. TALMAGE</p><p>Um dos Doze Apóstolos da Igreja</p><p>•</p><p>Publicado Por</p><p>A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias</p><p>São Paulo</p><p>Do original inglês</p><p>A Study of the</p><p>Articles of Faith</p><p>Being a consideration of the Principal</p><p>Doctrines of the Church of Jesus Christ</p><p>of Latter-day Saints</p><p>Traduzido em língua portuguesa</p><p>pela primeira vez em 1954</p><p>Todos os direitos reservados</p><p>por</p><p>A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias</p><p>COPYRIGHT 1950</p><p>pela Corporação do Presidente de</p><p>A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias</p><p>PREFÁCIO</p><p>À DÉCIMA SEGUNDA EDIÇÃO</p><p>A 19 edição deste livro, Regras de Fé, apareceu em 1899 . Des-</p><p>de aquele tempo, 11 edições foram publicadas em inglês e foram fei-</p><p>tas traduções para as línguas alemã, holandesa e japonesa . As edi-</p><p>ções em inglês compreendem publicações separadas nos Estados</p><p>Unidos e Inglaterra.</p><p>O assunto em questão como foi apresentado e primeiramente</p><p>impresso, era virtualmente a substância de ensinamentos apresenta-</p><p>dos nas aulas de teologia na Universidade da Igreja e em outras es-</p><p>colas, e cada uma das divisões principais do livro era designada</p><p>"LEITURA". Na presente edição a correspondente palavra é cha-</p><p>mada "CAPITULO ".</p><p>Esta décima-segunda edição apresenta o assunto de uma forma</p><p>aperfeiçoada, aumentada e revisada, e em parte reescrita . As "refe-</p><p>rências" que seguem os vários capítulos apresentam importantes</p><p>passagens das Escrituras, relativas aos respectivos tópicos, mas sem</p><p>atingir umá exaustiva compilação . Algumas referências, relevantes</p><p>ao assunto em questão, poderão ser de maior valia do que urna con-</p><p>cordância. O "APÊNDICE" compõe-se das notas, com várias adi-</p><p>ções e outras mudanças, que seguiram cada capítulo nas edições</p><p>precedentes.</p><p>O autor expressa o seu apreço pela eficiente colaboração de vá-</p><p>rios colegas, na verificação das referências, citações e outros deta-</p><p>lhes correlatos. Agradece a valiosa colaboração dada através da re-</p><p>visão do livro, pelo Élder J. M. Sjodahl, do Escritório do Historia-</p><p>dor da Igrejá. A esperançosa oração do escritor é que o livro possa</p><p>ser um incentivo e um guia útil à investigação do Evangelho do Se-</p><p>nhor Jesus Cristo.</p><p>James E. Talmage</p><p>Salt Lake City, 19 de Fevereiro de 1924</p><p>INDICE</p><p>CAPITULO</p><p>PÁGINA</p><p>1 INTRODUÇÃO	 11-34</p><p>Um Estudo das Regras de Fé — Teologia — A impor-</p><p>tância do Estudo Teológico — A Extensão da Teologia</p><p>— A Teologia e a Religião — Regras de Fé — As Obras-</p><p>-Padrão da Igreja — Joseph Smith, o Profeta — Sua</p><p>Filiação e Juventude — Sua Procura da Verdade e o</p><p>Resultado — Visitas Celestiais — Acontecimentos Poste-</p><p>riores : o Martírio — A Autenticidade da Missão de</p><p>Joseph Smith.</p><p>2 DEUS E A SANTISSIMA TRINDADE . (REGRA 1)</p><p>35-54</p><p>A Existência de Deus — A Trindade — Unidade da</p><p>Trindade — A Personalidade de cada um dos Membros</p><p>da Trindade — Alguns Atributos Divinos — Idolatria e</p><p>Ateísmo — Conceitos Sectários da Trindade.</p><p>3 A TRANSGRESSÃO E A QUEDA . . . . (REGRA 2)</p><p>55-74</p><p>O Livre-Arbítrio do Homem — A Responsabilidade do</p><p>do Homem — O Pecado — O Castigo pelo Pecado —</p><p>A Duração do Castigo — Satanás — Nossos Primeiros</p><p>Pais no Éden — A Tentação — A Arvore da Vida</p><p>— O Resultado Imediato da Queda — Provê-se uma</p><p>Expiação — A Queda Não se Verificou por Casualidade</p><p>4 EXPIAÇÃO E SALVAÇÃO 	 (REGRA 3)</p><p>75-93</p><p>A Expiação de Cristo — A Natureza da Expiação —</p><p>A Expiação Foi um Sacrifício Vicário — O Sacrifício</p><p>de Cristo Foi Voluntário e Inspirado pelo Amor — A</p><p>Expiação Foi Preordenada e Predita — A Extensão da</p><p>Expiação — O Efeito Geral da Expiação — O Efeito</p><p>Individual da Redenção — Salvação e Exaltação —</p><p>Graus de Glória.</p><p>5 FÉ E ARREPENDIMENTO	 (REGRA 4)</p><p>94-115</p><p>A Natureza da Fé — Crença, Fé e Conhecimento — O</p><p>Fundamento da Fé — A Fé, um Princípio de Poder —</p><p>Uma Condição de Fé Efetiva — A Fé É Essencial à</p><p>Salvação — A Fé É um Dom de Deus — Fé e Obras —</p><p>Natureza do Arrependimento — O Arrependimento É</p><p>Essencial para a Salvação — O Arrependimento É um</p><p>Dom de Deus — Nem sempre É Possível o Arrependi-</p><p>mento — O Arrependimento Nesta Vida e na Próxima.</p><p>6</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>6 O BATISMO	 (REGRA 4)</p><p>116-130</p><p>A Natureza do Batismo — A Instituição do Batismo —</p><p>O Objetivo Especial do Batismo — A Evidência Bíblica</p><p>— Candidatos Aptos para o Batismo — O Batismo de</p><p>Criancinhas —O Batismo É Essencial para a Salvação.</p><p>7 O BATISMO — Continuação	 (REGRA 4)</p><p>116-130</p><p>A Importância do Método Apropriado na Administra-</p><p>ção da Ordenança — Origem da Palavra "Batizar" —</p><p>O Simbolismo do Rito Batismal — A Autoridade das</p><p>Escrituras — A Tradição Histórica — O Batismo entre</p><p>os Nefitas — O Batismo nos Últimos Dias — A Repe-</p><p>tição da Ordenança Batismal — Os Rebatismos Regis-</p><p>trados nas Escrituras — O Batizar Repetidamente a mes-</p><p>ma Pessoa — O Batismo É Exigido de Todos — Muitos</p><p>ainda Não Conhecem o Evangelho — O Evangelho Pre-</p><p>gado aos Mortos — A Obra dos Vivos pelos Mortos —</p><p>Os Pais e os Filhos São Mutuamente Dependentes —</p><p>Templos ou Outros Lugares Sagrados — Os Templos</p><p>nos Últimos Dias.</p><p>8 O ESPIRITO SANTO	 (REGRA 4)</p><p>149-161</p><p>A Promessa do Espírito Santo — A Pessoa e os Poderes</p><p>do Espírito Santo — O Ofício do Espírito Santo — A</p><p>Quem É Concedido o Espírito Santo — Dons do Espírito.</p><p>9 O SACRAMENTO DA CEIA DO SENHOR) 	 162-168</p><p>(REGRA )4</p><p>O Sacramento — A Instituição do Sacramento entre os</p><p>Nefitas — Participantes Dignos — O Propósito do Sa-</p><p>cramento — Os Símbolos Sacramentais — A Maneira</p><p>de Administração.</p><p>10 AUTORIDADE DO MINISTÉRIO . . (REGRA 5)</p><p>169-186</p><p>Exemplos das Escrituras — A Ordenação dos Homens</p><p>para o Ministério — Oficiar Desautorizadamente —</p><p>Mestres Legítimos e Falsos — A Autoridade Divina na</p><p>Dispensação Atual — Preordenação — A Preordenação</p><p>Não Implica em Compulsão — A Preexistência dos</p><p>Espíritos.</p><p>11 A IGREJA E SEU PLANO DE ORGANIZAÇÃO</p><p>187-202</p><p>(REGRA 6)</p><p>INDICE</p><p>7</p><p>A Igreja Primitiva — A Apostasia da Igreja Primitiva</p><p>— A Restauração da Igreja — Ordens e Ofícios do Sa-</p><p>cerdócio — Deveres Especiais do Sacerdócio : Diáconos,</p><p>Mestres, Sacerdotes — Élderes, Setentas, Sumos Sacer-</p><p>dotes — Os Patriarcas ou Evangelistas — Os Apóstolos</p><p>— A Primeira Presidência — O Quorum dos Doze Após-</p><p>tolos — A Presidência do Primeiro Quorum dos Setenta</p><p>— O Bispado Presidente — As Organizações Locais</p><p>do Sacerdócio — O Bispado — As Organizações Auxi-</p><p>liares da Igreja.</p><p>12 DONS ESPIRITUAIS 	 (REGRA 7)</p><p>203-219</p><p>Os Dons Espirituais Caracterizam a Igreja — Natureza</p><p>Desses Dons — Milagres — Enumeração Parcial dos</p><p>Dons — O Dom de Falar e Interpretar Línguas - O</p><p>Dom da Cura — As Visões e Sonhos — O Dom da</p><p>Profecia — Revelação — O Testemunho de Milagres -</p><p>- Imitações de Dons Espirituais — Os Dons Espirituais</p><p>na Igreja Hoje em Dia.</p><p>13 A BIBLIA	 (REGRA 8)</p><p>220-235</p><p>Nossa Aceitação da Bíblia — O Nome "Bíblia" — Sua</p><p>Origem e Desenvolvimento — A Linguagem do Antigo</p><p>Testamento — A Septuaginta e o Peshito — A Recom-</p><p>pilação Atual — Os Livros da Lei — Os Livros His-</p><p>tóricos, Poéticos, dos Profetas e Apócrifos — O Novo</p><p>Testamento: Sua Origem e Autenticidade — As Primei-</p><p>ras Versões da Bíblia — A Legitimidade da Bíblia —</p><p>Testemunho do Livro de Mórmon Relativo à Bíblia.</p><p>14 O LIVRO DE MÓRMON	 (REGRA 8) 236-251</p><p>O Que É o Livro de Mórmon? — A Página-Título do</p><p>Livro de Mórmon — As Principais Divisões do Livro —</p><p>A Nação Nefita e Jaredita — As Placas do Livro de</p><p>Mórmon — As Placas de Néfi — O Resumo de Mór-</p><p>mon — O Propósito do Senhor — A Ordem do Livro</p><p>de Mórmon — A Autenticidade do Livro de Mórmon</p><p>— O Depoimento de Três Testemunhas — O Depoi-</p><p>mento das Oito Testemunhas.</p><p>15 O LIVRO DE MORMON — Continuação</p><p>252-271</p><p>(REGRA 8)</p><p>Sua Autenticidade — O Livro de Mórmon e a Bíblia</p><p>8</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>— Profecias Concernentes ao Livro de Mórmon — Con-</p><p>formidade Interna — O Livro de Mórmon É Confir-</p><p>mado pelo Cumprimento de todas as Profecias que Con-</p><p>tém — Evidências Corroborativas que as Descobertas</p><p>Modernas Apresentam.</p><p>16 REVELAÇÃO PASSADA, PRESENTE E FUTURA 272-286</p><p>da vida, porque explicar a origem de</p><p>uma roseira em nosso jardim, dizendo que foi transplantada</p><p>como um galho de uma roseira que crescia em outro lugar, não</p><p>responde a pergunta concernente à origem das rosas . A ciência</p><p>supõe necessariamente que neste planeta tiveram seu princípio</p><p>os fenômenos vitais e admite uma duração finita da terra em</p><p>seu curso atual de mudanças progressivas e, como acontece</p><p>com a terra, acontece também com os corpos celestiais em ge-</p><p>ral . De modo que a eternidade da existência não constitui indi-</p><p>cação mais positiva, no que diz respeito a um Governador eter-</p><p>no, que a interminável sucessão de mudanças, cujas etapas indi-</p><p>viduais têm tanto um princípio como um fim. A origem das coi-</p><p>sas criadas, o princípio de um universo organizado, se baseado</p><p>na suposição de uma mudança espontânea na matéria e de uma</p><p>operação fortuita e acidental de suas propriedades, é completa-</p><p>mente inexplicável .</p><p>DEUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE</p><p>41</p><p>A razão, tão passível de se equivocar em assuntos de me-</p><p>nos importância, talvez não conduza por si só o seu possuidor a</p><p>um conhecimento convincente de Deus ; não obstante, o exercí-</p><p>cio dela o ajudará em sua investigação, fortalecendo e confir-</p><p>mando seu instinto herdado em direção ao Criador ." "Disse o</p><p>néscio em seu coração : Não há Deus" ." Nesta passagem, assim</p><p>como se usa em outras partes da escritura, o néscio 1ó é um ho-</p><p>mem iníquo, que perdeu o direito a sua sabedoria por cometer</p><p>o mal, trazendo com ele, à sua mente, trevas, em lugar de luz, e</p><p>ignorância em lugar de conhecimento . Seguindo este curso, a</p><p>mente se torna depravada e incapaz de perceber e apreciar os</p><p>mais finos argumentos da natureza . Aquele que peca volunta-</p><p>riamente cerra seus ouvidos à voz da intuição e à da razão em</p><p>coisas sagradas ; e perde o privilégio de comungar com seu Cria-</p><p>dor, tornando-se indigno, portanto, do meio mais potente de al-</p><p>cançar um conhecimento pessoal de Deus.</p><p>3 . A Revelação dá ao homem seu conhecimento mais segu-</p><p>ro de Deus. São inúmeras nas escrituras as ocasiões em que o</p><p>Senhor, ou expressamente Jeová, Se manifestou a Seus profe-</p><p>tas, tanto nos dias mais antigos como nos posteriores . Já vimos</p><p>que Se revelou a Adão e a outros patriarcas antediluvianos —</p><p>base das muitas tradições relativas à personalidade e existência</p><p>de Deus — depois a Noé, Abraão, Isaque, Jacó e Moisés . Um</p><p>dos exemplos mencionados brevemente em Gênesis é o de Eno-</p><p>que, o pai de Matusalém . Lemos que ele caminhou com Deus"</p><p>e, além disso, que o Senhor se manifestou com particular clare-</p><p>za a esse profeta justo 1 ', revelando o que havia de acontecer até</p><p>o tempo assinalado do ministério de'Cristo na carne, o plano de</p><p>salvação mediante o sacrifício do Filho Unigênito e o que have-</p><p>ria de acontecer até o juízo final.</p><p>Sobre Moisés lemos que ouviu a voz de Deus que lhe fala-</p><p>va do meio da sarça ardente, no Monte Horeb, dizendo : "Eu</p><p>sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o</p><p>14, Ve a o apêndice 2:5</p><p>15, Salmos 14:1,</p><p>16. Salmos 107:17 ; Prov . 1 :7 : 10 :21, 14 :9.</p><p>17, Ge. 5:18-24 . Heb. 11 :5 ; Ind. 14 .</p><p>18, P. de G . V ., Moisés caps . 6, 7 .</p><p>42</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu</p><p>olhar para Deus" . 19 Deus apareceu a Moisés e à congregação</p><p>de Israel, sobre o Sinai, falando com o aterrador acompanha-</p><p>mento de trovões e relâmpagos : "Assim dirás aos filhos de Is-</p><p>rael : Vós tendes visto que Eu, falei convosco desde os céus " . 20</p><p>A respeito de uma manifestação posterior nos é dito : "E subi-</p><p>ram Moisés e Aarão, Nadabe, e Abiú, e setenta dos anciãos de</p><p>Israel, e viram o Deus de Israel, e debaixo de Seus pés havia</p><p>como uma obra de pedra e safira, e como o parecer do céu</p><p>em sua claridade" . 21</p><p>Mais tarde, nos dias de Josué e dos Juízes è durante a épo-</p><p>ca do governo dos reis, o Senhor manifestou Sua presença e Seu</p><p>poder a Israel . Isaías viu o Senhor sobre um trono, no meio de</p><p>um glorioso séquito, e exclamou : "Ai de mim, que vou perecen-</p><p>do, porque eu sou um homem de lábios impuros, e habito no</p><p>meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o</p><p>rei, o Senhor dos Exércitos "2z</p><p>Num período subseqüente, quando Cristo saía das águas</p><p>do batismo, ouviu-se a voz do Pai que dizia: "Este é Meu Filho</p><p>amado, em quem Me comprazo "23 E na ocasião em. que se ve-</p><p>rificou a transfiguração do Senhor, a mesma voz repetiu esta</p><p>solene e gloriosa confissão . 2» Quando Estêvão padecia o mar-</p><p>tírio nas mãos de seus cruéis e fanáticos compatriotas, os</p><p>céus se abriram e ele "viu a glória de Deus e Jesus Cristo que</p><p>estava à mão direita de Deus " . 2S</p><p>No Livro de Mórmon são inúmeros os exemplos de comu-</p><p>nicação entre Deus e Seu povo, principalmente por meio de vi-</p><p>sões e visitações de anjos, mas também por manifestação direta</p><p>da presença divina . Lemos, pois, que um grupo de pessoas saiu</p><p>da Torre de Babel e viajou para o hemisfério ocidental sob a di-</p><p>reção de uma pessoa a quem a história se refere como o irmão</p><p>de Jared. Preparando-se para a viagem sobre o oceano, esse ho-</p><p>mem rogou ao Senhor que tocasse com Seu dedo certas pedras</p><p>para fazê-las luminosas a fim de que os viajantes pudessem ter</p><p>luz em suas naves . Respondendo a esta petição, o Senhor esten-</p><p>19, Êxodo 3:6 . 20, Êxodo 20 :18-22 . 21, Êxodo 24 :9, 10. 22, Isaías 6 :1-5. 23, Mateus</p><p>3 :16, .17 ; Mar . 1 :11 .</p><p>24, Mat . 17:1-5 ; Luc . 9 :35 .</p><p>25, Atos 7 :54-60 .</p><p>DEUS E A SANTISSIMA TRINDADE</p><p>43</p><p>deu Sua mão e tocou as pedras, revelando Seu dedo, que esse</p><p>indivíduo verificou com assombro ser semelhante ao de um ser</p><p>humano. Então o Senhor, satisfeito com a fé desse homem, se</p><p>fez visível e mostrou ao irmão de Jared que o homem foi literal-</p><p>mente feito à imagem do Criador . 26 Cristo, depois de Sua res-</p><p>surreição, revelou-se aos nefitas que habitavam no continente</p><p>ocidental . A estas ovelhas do rebanho ocidental Ele testificou</p><p>da comissão que havia recebido do Pai . Mostrou-lhes as feridas</p><p>em Suas mãos, pés e no lado, e de várias maneiras exerceu Seu</p><p>ministério em favor da multidão de crentes .'</p><p>Na dispensação atual Deus revelou-Se a Seu povo . Me-</p><p>diante sua fé e sinceridade de propósito, Joseph Smith, embora</p><p>estivesse em sua juventude, recebeu uma manifestação da pre-</p><p>sença de Deus, concedendo-se-lhe o privilégio de ver tanto o</p><p>Pai Eterno como Jesus Cristo, o Filho . Seu testemunho da exis-</p><p>tência de Deus não depende nem da tradição nem da dedução</p><p>estudada ; ele declara ao mundo que ambos, o Pai e Cristo, o Fi-</p><p>lho, vivem, porque viu Suas pessoas e ouviu Suas vozes . Além</p><p>da manifestação mencionada, Joseph Smith e seu conservo,</p><p>Sidney Rigdon, afirmam que a 16 de fevereiro de 1832 viram o</p><p>Filho de Deus e conversaram com Ele em visão celestial . Des-</p><p>crevendo esta manifestação, dizem assim : "E enquanto meditá-</p><p>vamos sobre essas coisas o Senhor tocou os olhos de nosso en-</p><p>tendimento, os quais se abriram, e a glória do Senhor brilhou</p><p>em nosso redor . E contemplamos a glória do Filho à direita do</p><p>Pai, e recebemos da Sua plenitude ; e os santos anjos e aqueles</p><p>que foram santificados vimos diante do Seu trono, adorando a</p><p>Deus e ao Cordeiro, a Quem adorarão para todo o sempre . E</p><p>agora, depois dos muitos testemunhos que se prestaram d'Ele:</p><p>Este é o testemunho, último de todos, que nós damos dele:</p><p>que Ele vive! Pois vimo-Lo à direita de Deus e ouvimos a voz</p><p>testificando que Ele é o Unigênito do Pai . Que por Ele, por</p><p>meio d'Ele e d'Ele foram os mundos criados, e seus habitantes</p><p>são filhos e filhas gerados para Deus" . 2</p><p>A 3 de abril de 1836, no templo de Kirtland, estado de</p><p>Ohio, o Senhor novamente Se manifestou a Joseph Smith e a</p><p>26, Eter, cap . 3 .</p><p>1, 3 Néfi, caps . 11-28 . 2, D . & C . 76 :19-24 .</p><p>44</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Oliver Cowdery, os quais, referindo-se à ocasião, dizem : "Vi-</p><p>mos diante de nós o Senhor, de pé no parapeito do púlpito ; e</p><p>sob Seus pés um calçamento de ouro puro da cor de âmbar.</p><p>Seus olhos eram como a labareda de fogo ; os cabelos de Sua ca-</p><p>beça eram brancos como a pura neve ; Seu semblante resplan-</p><p>decia mais do que o sol ; e a Sua voz</p><p>erd como o som de muitas</p><p>águas, sim, a voz de Jeová, que dizia : Sou o primeiro e o último:</p><p>sou o que vive, sou o que foi morto ; sou o vosso intercessor jun-</p><p>to ao Pai" .'</p><p>A Trindade — Três personagens que constituem o grande</p><p>conselho que preside o universo se manifestaram ao homem : (1)</p><p>Deus o Pai Eterno ; (2) Seu Filho Jesus Cristo ; e (3) o Espírito</p><p>Santo . Os anais aceitos das relações entre a divindade e o ho-</p><p>mem demonstram que estes três são indivíduos distintos, fisica-</p><p>mente separados um do outro . Por ocasião do batismo do Sal-</p><p>vador, João reconheceu o sinal do Espírito Santo ; diante dele</p><p>viu, num corpo de carne, Cristo, a quem, havia ministrado a</p><p>santa ordenança ; e ouviu a voz do Pai .° Os três personagens da</p><p>Trindade estavam ali presentes, manifestando-se cada um de</p><p>um modo diferente, e cada qual distinto do outro . Mais tarde o</p><p>Salvador prometeu a seus discípulos que o Consolador, 5 que é o</p><p>Espírito Santo, lhes seria enviado de Seu Pai ; aqui novamente</p><p>se especificam separadamente os três membros da Trindade.</p><p>Por ocasião de seu martírio, Estêvão foi abençoado com visões</p><p>celestiais e viu Jesus à direita de Deus . 6 Joseph Smith, invocan-</p><p>do o Senhor com fervorosa oração, viu o Pai e o Filho em meio</p><p>a uma luz que ofuscava o brilho do sol ; e um destes disse, indi-</p><p>cando o outro: "Este é o Meu Filho Amado . Ouve-O" . Cada</p><p>um dos membros da Trindade se chama Deus .' Juntos consti-</p><p>tuem a Trindade.</p><p>Unidade da Trindade — A Trindade é um tipo de união nos</p><p>atributos, poderes e propósitos de seus membros . Enquanto es-</p><p>3, D . & C . 110:2-4 .</p><p>4, Mateus 3 :16, 17 ; Marcos 1 :9-11 ; Lucas 3 :21-22 .</p><p>5, João 14 :26;</p><p>15 :26 .</p><p>6, Atos 7 :55-56 .</p><p>7, 1 Cor. 8 :6 ; João 1 :1-14 ; Mat . 4 :10 ; 1 Tim . 3 :16 ; 1 João 5 :7;</p><p>Mosíah 15 :1, 2 .</p><p>Roberto Gonça.lvee Gameiro</p><p>DEUS E A SANTISSIMA TRINDADE</p><p>45</p><p>teve na terra, 9 e ao manifestar-se a Seus servos nefitas, 9 Jesus</p><p>muitas vezes testificou da unidade que existe entre Ele e o Pai</p><p>e entre Eles e o Espírito Santo . Isto não pode racionalmente</p><p>significar que o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam um em</p><p>substância e pessoa, nem que os nomes representem o mesmo</p><p>indivíduo em diferentes aspectos . Bastará uma só referência</p><p>para demonstrar o erro de tal conceito : Pouco antes de ser</p><p>traído, Cristo rogou que seus discípulos, os Doze, e outros con-</p><p>versos, se mantivessem em unidade 10 , "para que fossem um"</p><p>como o Pai e o Filho são um . Não podemos supor -que Cristo</p><p>pedisse que Seus discípulos perdessem sua individualidade e se</p><p>convertessem em uma só pessoa, mesmo que uma mudança</p><p>assim tão contrária à natureza fosse possível . Cristo desejava</p><p>que todos fossem um em coração, espírito e propósito, porque</p><p>tal é a unidade que existe entre Seu Pai e Ele e entre Eles</p><p>e o Espírito Santo.</p><p>Esta unidade é protótipo de perfeição ; a vontade de qual-</p><p>quer dos membros da Trindade é a vontade dos outros ; vendo</p><p>cada um deles com o olho da perfeição, vêem e compreendem</p><p>da mesma forma. Em qualquer condição determinada, todos</p><p>agirão da mesma forma, guiados pelos mesmos princípios de</p><p>inequívoca justiça e eqüidade . A unidade da Trindade, da qual</p><p>as escrituras tão abundantemente testificam, não dá a entender</p><p>nenhuma união mística de substância, nem anormal e conse-</p><p>qüentemente impossível fusão de personalidade . O Pai, o Filho</p><p>e o Espírito Santo são tão distintos em Suas pessoas e individua-</p><p>lidades como o são quaisquer três pessoas mortais . Não obstan-</p><p>te, Sua unidade de propósito e ação é tal que torna Seus éditos</p><p>um e Sua vontade a vontade de Deus . Mesmo em aparência</p><p>corporal o Pai e o Filho parecem-se ; assim, pois, quando Felipe</p><p>pediu a Cristo que lhes mostrasse o Pai, Ele lhe disse : "Há tanto</p><p>tempo estou convosco e não me tendes conhecido, Felipe?</p><p>Quem vê a mim vê o Pai ; e como dizes tu : Mostra-nos o Pai?</p><p>Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As</p><p>palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai,</p><p>8, João10:30, 38 ; 17:11, 22 .</p><p>9, 3 Néfi 11 :27, 36 ; 28 :10 ; Alma 11 :44 ; Mórmon 7:7,</p><p>10,</p><p>João 17 :11-21 .</p><p>46</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>que está em mim, é quem faz as obras . Crede-Me que estou no</p><p>Pai e o Pai está em mim" ."</p><p>A Personalidade de Cada um dos Membros da Trindade — A</p><p>evidência apresentada esclarece que o Pai é um Ser pessoal, de</p><p>forma determinada, com partes corporais e paixões espirituais.</p><p>Jesus Cristo, que esteve com o Pai 12 em espírito antes de vir mo-</p><p>rar na carne, e por Quem foram feitos os mundos, 13 viveu entre os</p><p>homens como homem, com todas as características físicas de</p><p>um ser humano ; depois de Sua ressurreição apareceu da mesma</p><p>forma 14 e assim ascendeu aos céus," e também Se manifestou</p><p>aos nefitas e aos profetas modernos . Afirma-se-nos que Cristo</p><p>foi a imagem expressa de Seu Pai, 16 em cuja imagem o homem</p><p>também foi criado ." Sabemos portanto que o Pai, bem como o</p><p>Filho, .são, em forma e estatura, homens perfeitos : cada um de-</p><p>les possui um corpo tangível infinitamente puro e perfeito, re-</p><p>vestido de glória transcendente ; não obstante é um corpo de</p><p>carne e ossos .' 8</p><p>O Espírito Santo, chamado também Espírito, e Espírito do</p><p>Senhor, 19 Espírito de Deus, 20 Consolador21 e Espírito de Verda-</p><p>de, 22 não tem um corpo de carne e ossos, mas é um personagem</p><p>de espírito ; 23 não obstante, sabemos que o Espírito Se manifes-</p><p>tou na forma de um homem . 20 Por meio das funções do Espírito,</p><p>o Pai e o Filho podem comunicar-Se com o gênero humano ; 2s</p><p>por meio d'Ele se transmite o conhecimento 26 e por Ele se le-</p><p>vam a cabo os propósitos da trindade .' O Espírito Santo é o que</p><p>testifica do Pai e do Filho 2 , declarando ao homem os atributos</p><p>d'Eles, dando testemunho dos outros personagens da Trinda-</p><p>de .'</p><p>11, João 14:9-11 ; veja também Heb . 1 :3 .</p><p>12, Veja João 17:5 . 13, João 1 :3 ; Heb . 1 :2 ; Ef.</p><p>3 :9 ; Col . 1 :16 .</p><p>14, João 20:14, 15, 19, 20, 26 e 27 ; 21 :1-4 ; Mat . 28 :9 ; Luc . 24 :15-31,36-44.</p><p>15, Atos 1 :9-11 .</p><p>16, Heb . 1 :3 ; Col . 1 :15 ; 2 Cor . 4:4 .</p><p>17, Gên . 1 :26, 27 ; Tiago 3 :8, 9.</p><p>18, D . & C . 130:22 . 19, 1 Néfi 4 :6 ; 11 :1-12 ; Mosíah 13:5 ; Mar. 1 :10 ; João 1 :32 ; Atos 2:4;</p><p>8 :29 ; 10 :19 ; Rom . 8 :10, 26 ; 1 Tes . 5 :19 .</p><p>20, Mateus 3 :16 ; 12 :28 ; 1 Néfi 13 :12, 13 .</p><p>21,</p><p>João 14 :16, 26 ; 16 :7 .</p><p>22, João 15 :26 ; 16 :13 .</p><p>23, D . & C . 130:22 .</p><p>24, 1 Néfi 11 :11 .</p><p>25,</p><p>Necm . 9 :30 ; Isaías 42 :1 Atos 10:19 ; Alma 12 :3: D . & C . 105 :36 ; 97 :1 . 26, João 16 :13 ; 1 Né-</p><p>fi 10:19 ; D . & C . 35 :13 ; 50:10.</p><p>1, Gên . 1 :2; Jó 26 :13 ; Sal . 104 :30 ; D . & C . 29 :31 .2, João</p><p>15 :26 ; Atos 5 :32 ; 20 :23 ; 1 Cor . 2 :11 ; 12 :3 ; 3 Néfi 11 :32 .</p><p>3, Veja o capítulo 8 desta obra .</p><p>DEUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE</p><p>47</p><p>Alguns Atributos Divinos — Deus é Onipresente — Não há</p><p>parte da criação, por mui remota que seja, em que Deus não</p><p>possa penetrar ; por meio do Espírito a Trindade tem comunica-</p><p>ção direta com todas as coisas, a todo tempo . Diz-se, pois, que</p><p>Deus está presente em todas as partes, porém isto não quer di-</p><p>zer que qualquer dos membros da Trindade possa em pessoa es-</p><p>tar fisicamente em mais de um 'lugar por vez . Os sentidos de</p><p>cada um dos membros da Trindade são de poder infinito ; Sua</p><p>mente é de capacidade ilimitada ; Suas faculdades para transla-</p><p>dar-se de um lugar a outro são infinitas ; não obstante, é eviden-</p><p>te que Sua pessoa não pode estar em mais do que um lugar ao</p><p>mesmo tempo . Ao admitir a personalidade de Deus, vemo-nos</p><p>obrigados a aceitar o fato de sua materialidade ; na verdade, não</p><p>pode existir um "ser imaterial", nome sem sentido que alguns</p><p>têm usado para designar a condição de Deus, porque a expres-</p><p>são mesma.é uma contradição de palavras . Se Deus tem forma,</p><p>esta forma forçosamente deve ser de proporções determinadas</p><p>e, portanto, de extensão limitada quanto ao espaço . É impossí-</p><p>vel que Ele possa ocupar mais de um espaço em tais limitações,</p><p>ao mesmo tempo ; e, portanto, não causa surpresa ler nas Escri-</p><p>turas que se translada de um lugar a outro . Assim, pois, referin-</p><p>do-se ao relato da</p><p>torre de Babel, lemos: "Então, desceu o Se-</p><p>nhor para ver a cidade e a torre" . 4 Esse mesmo Deus apareceu a</p><p>Abraão e tendo declarado ser "o Deus Todo-Poderoso" con-</p><p>versou com o patriarca e fez com ele um convênio ; lemos en-</p><p>tão : "E acabou de falar com ele e subiu o Deus de Abraão" . s</p><p>Deus é Onisciente — Ele organizou a matéria e dirigiu a</p><p>energia . É, por conseguinte o Criador de todas as coisas cria-</p><p>das ; e a Ele "estas coisas . . . são conhecidas desde toda a eter-</p><p>nidade" . 6 Seu poder e Sua sabedoria são igualmente incom-</p><p>preensíveis ao homem, porque são infinitos . Sendo Ele eterno e</p><p>perfeito, Seu conhecimento só pode ser infinito . Para com-</p><p>preender-se, um ser infinito, deve possuir uma mente infinita.</p><p>Por intermédio de anjos e servos ministradores, mantém comu-</p><p>4, Gên . 11 :5 .</p><p>5, Gên . 17 :1, 22.</p><p>6, Atos 15 :18 ; P . de G . V ., Moisés 1 :6, 35, 37 ; 1 Néfi 9 :6 .</p><p>48</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>nicação contínua com todas as partes da criação, que pode visi-</p><p>tar pessoalmente conforme o que determina.</p><p>Deus é Onipotente — Chama-se apropriadamente o Todo-</p><p>Poderoso. O homem pode perceber provas da onipotência divi-</p><p>na ao seu redor: Nas forças que regem os elementos da terra e</p><p>dirigem as órbitas do céu em seus cursos determinados . O que a</p><p>Sua sabedoria indica que é necessário fazer, Deus pode fazer e</p><p>faz . Os meios de que Se utiliza para agir, apesar de não serem</p><p>em si mesmos de capacidade infinita, são regidos por um poder</p><p>infinito . Poder para realizar tudo quanto determina : isto expri-</p><p>me um conceito racional de Sua onipotência.</p><p>Deus é Bondoso, Benevolente e Amantíssimo, terno, atencio-</p><p>so e longânimo, tolerando pacientemente as fraquezas de Seus</p><p>filhos . É justo e misericordioso em julgamento .' Não obstante,</p><p>com estes atributos combina a firmeza, quando se trata de er-</p><p>ros .' É zeloso9 de seu próprio poder e da reverência que a Ele é</p><p>atribuída, isto é, é zeloso dos princípios de verdade e pureza</p><p>que em nenhum outro lugar se exemplificam mais nobremente</p><p>que em seus atributos pessoais . Esse Ser é o autor de nossa exis-</p><p>tência, aquele que nos permite chegar a Ele como Pai . 10 Nossa</p><p>fé nele aumentará à medida que melhor o conhecermos.</p><p>Idolatria e Ateísmo — A julgar pela abundante evidência da</p><p>existência de Deus, de quem a família humana comumente pos-</p><p>sui um conceito, parece haver pouco fundamento para que o</p><p>homem possa racionalmente afirmar e manter a descrença em</p><p>Deus ; e à vista das muitas provas da natureza benigna dos atri-</p><p>butos divinos, pouca deveria ser a inclinação de desviar-se para</p><p>objetos de adoração falsos e indignos . Não obstante, a história</p><p>da raça humana mostra que o teísmo, que é a doutrina da cren-</p><p>ça em Deus, e a sua aceitação, tem como inimigos muitas varie-</p><p>dades de ateísmo ;" e que o homem é inclinado a desmentir sua</p><p>7, Veja Deu( 4 :31 : 2 Cron . 30 :9 . Ëx . 20 :6 ; 34 :6 : Neem . 9 :17, 31 ; Sal . 116 :5 : 103 :8 ; 86 :15 : ler.</p><p>32 :18,</p><p>8, Êxodo 20 :5 ; Deut . 7 :21 ; 10:17 : Sal . 7 :11 .</p><p>9, Êxodo 20:5 : 34 :14 . Deut . 4 :24;6 :14, 15 . Jos . 24:19, 20 .</p><p>10, Veja o apêndice 2 :11 .</p><p>11, Veja o apêndice 2 :6 .</p><p>.DEUS . E A SANTÍSSIMA TRINDADE</p><p>49</p><p>pretensão de ser uma criatura racional e a oferecer sua adora-</p><p>ção a santuários idólatras . O ateísmo é provavelmente produto</p><p>de épocas posteriores, enquanto a idolatria se estabeleceu</p><p>como um dos primeiros pecados da raça humana. Mesmo du-</p><p>rante o êxodo de Israel do Egito, Deus julgou oportuno dar</p><p>como mandamento : "Não terás outros Deuses diante de</p><p>mim " . 12 Não obstante, enquanto escrevia estas palavras sobre a</p><p>tábua de pedra, Seu povo estava-se contaminando ante o bezer-</p><p>ro de ouro que se havia fabricado conforme o modelo de um</p><p>ídolo egípcio.</p><p>O homem está dotado de um instinto de adoração ; anseia e</p><p>encontra sempre algo que adorar . Quando caiu em escuridão,</p><p>por transgredir persistentemente, e se esqueceu do autor de seu</p><p>ser e do Deus de seus pais, buscou para si mesmo outras divin-</p><p>dades . Alguns chegaram a ver no sol o protótipo do supremo e</p><p>prostraram-se suplicantes ante esse luminar . Outros escolheram</p><p>as manifestações terrestres para adorar ; maravilharam-se ante</p><p>o milagre do fogo e adoraram a chama . Outros viram, ou pensa-</p><p>ram ver, o emblema do puro e do bom na água e renderam suas</p><p>devoções aos riachos correntes . Outros, assombrados pela ma-</p><p>jestade das montanhas até a reverência, chegaram-se a esses</p><p>templos naturais para adorar o altar, em lugar daquele por cujo</p><p>poder se havia levantado . Outros ainda, mais firmemente im-</p><p>buídos de uma reverência pelo emblemático, procuraram criar</p><p>para si mesmos objetos artificias de adoração . Fizeram imagens</p><p>para si, lavrando toscas figuras nos troncos das árvores, escul-</p><p>pindo formas estranhas em pedras e ante elas se prostrando ."</p><p>Em algumas de suas fases as práticas idólatras chegaram a</p><p>se associar com ritos de terrível crueldade, como se vê no cos-</p><p>tume de sacrificar crianças a Moloc, e ao rio Ganges entre os</p><p>hindus, assim como na matança de seres humanos, sob a tirania</p><p>druida. Os deuses que o gênero humano criou são desumanos,</p><p>desapiedados e cruéis . 14</p><p>Ateísmo é a negação da existência de Deus ; em forma mais</p><p>moderada, pode consistir em menosprezá-lo . Porém, o ateu de-</p><p>clarado, da mesma forma que os seus companheiros mortais</p><p>12, Êxodo 20 :3 .</p><p>13, Veja apêndice 2 :7 . 14, Veja apêndice 2 :8,19 .</p><p>50</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>crentes, está sujeito à paixão universal do homem pela adora-</p><p>ção . Apesar de se negar a reconhecer o Deus verdadeiro e vivo.</p><p>endeusa, consciente ou inconscientemente, certa lei,' certo</p><p>princípio, certo atributo da alma humana, ou talvez mesmo al-</p><p>guma criação material ; e a este recorre em busca de uma seme-</p><p>lhança do consolo que o crente encontra em rica abundância</p><p>através da oração dirigida a Seu Pai e Deus . Duvido da existên-</p><p>cia de um ateu verdadeiro, que com a sinceridade de uma con-</p><p>vicção arraigada negue em seu coração a existência de um po-</p><p>der inteligente e supremo.</p><p>A idéia de Deus é um característico inerente da alma hu-</p><p>mana. O filósofo reconhece a sua necessidade em suas teorias</p><p>sobre o ser . Poderá negar a aceitação de um Deus pessoal . Não</p><p>obstante, supõe a existência de um poder governante, de uma</p><p>grande incógnita, do desconhecido, do ilimitável, do incons-</p><p>ciente . Oh, homem instruído mas não sábio, por que recusas os</p><p>privilégios que te estende o Ser onipotente e onisciente a quem</p><p>deves tua vida, cujo nome, não obstante, não queres confessar?</p><p>Não há ser mortal que, contemplando Sua perfeição e poder,</p><p>não se aproxime d'Ele com admiração e reverência . Conside-</p><p>rando-O somente como criador e Deus, sentimo-nos abatidos</p><p>ao pensar n'Ele ; mas Ele nos deu o direito de nos aproximarmos</p><p>d'Ele como seus filhos e de chamá-lo Pai . Nos momentos mais</p><p>solenes da vida, até mesmo o ateu sente uma ânsia que lhe vem</p><p>da alma por um Pai Celestial, tão naturalmente como seus afe-</p><p>tos humanos se voltam ao pai que lhe deu vida mortal . O ateís-</p><p>mo de hoje nada mais é que uma espécie de paganismo, apesar</p><p>de tudo.</p><p>Conceitos Sectários da Trindade — A doutrina consistente,</p><p>simples e autêntica a respeito do caráter e atributos de Deus,</p><p>como Cristo e os apóstolos a ensinaram, retrocedeu ao cessar a</p><p>revelação e desceu sobre o mundo a escuridão que acompa-</p><p>nhou a falta de autoridade divina, depois de serem afastados da</p><p>terra os apóstolos e o Sacerdócio . Em seu lugar surgiram nume-</p><p>rosas teorias e dogmas dos homens, dos quais muitos são com-</p><p>pletamente incompreensíveis por sua inconsistência e misticis-</p><p>mo .</p><p>DEUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE</p><p>51</p><p>No ano 325, o imperador Constantlno convocou o Concílio</p><p>de Nicéia, procurando, por meio desse corpo, obter uma decla-</p><p>ração de fé cristã que pudesse ser recebida como autorizada e</p><p>capaz de iluminar a dissensão cada vez maior que provinha do</p><p>desacordo quanto à natureza de Deus e outros assuntos teológi-</p><p>cos . O conselho condenou algumas das teorias desse tempo, en-</p><p>tre elas a de Ario, que afirmava ter o Filho sido criado pelo Pai</p><p>não podendo, portanto, ser co-eterno com o Pai</p><p>. O conselho</p><p>promulgou o que é conhecido como o credo de Nicéia, e com o</p><p>tempo seguiu-se-lhe o Credo Atanasiano, a respeito de cuja autoria</p><p>têm surgido controvérsias ." Esse credo reza assim : "Adoramos um</p><p>Deus em Trindade, e Trindade em Unidade, não confundindo as</p><p>pessoas nem dividindo a substância ; porque há uma pessoa do Pai,</p><p>outra do Filho e outra do Espírito Santo ; porém a divindade do</p><p>Pai, do Filho e do Espírito Santo toda é uma, igual é a glória,</p><p>co-eterna 'a majestade . Tal como o Pai, são o Filho e o Espírito;</p><p>o Pai incompreensível, o Filho incompreensível e o espírito in-</p><p>compreensível ; o Pai eterno, o Filho eterno e o Espírito Santo</p><p>eterno . E, não obstante, não há três eternos, mas sim um eter-</p><p>no ; como também não há três não criados e nem três incom-</p><p>preensíveis, mas um que não foi criado e um incompreensível.</p><p>Da mesma forma, o Pai é todo-poderoso, o Filho é todo-</p><p>poderoso e o Espírito Santo é todo-poderoso ; e, não obstante,</p><p>não há três todo-poderosos, mas sim um todo-poderoso . Assim</p><p>o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus . Não</p><p>obstante, não há três Deuses, mas sim um Deus ."</p><p>Seria difícil conceber maior número de contradições e fal-</p><p>ta de concordância expressas em tão poucas palavras.</p><p>A Igreja da Inglaterra ensina, atualmente, o seguinte con-</p><p>ceito ortodoxo de Deus : "Há somente um Deus vivo e verda-</p><p>deiro, sempiterno, sem corpo, partes ou paixões, de poder infi-</p><p>nito, sabedoria e bondade" . A imaterialidade de Deus, como</p><p>afirmado nestas declarações sectárias é inteiramente contrária</p><p>às Escrituras e absolutamente contradita pelas revelações da</p><p>pessoa e atributos de Deus, como demonstrado nas passagens</p><p>já citadas.</p><p>I5, Veja "A Grande Apostasia", cap . 7, pelo autor</p><p>52</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Nós afirmamos que negar a materialidade da pessoa de</p><p>Deus é negar a Deus ; porque uma coisa sem partes não tem o</p><p>todo e um corpo imaterial não pode existir . 16 A Igreja de Jesus</p><p>Cristo proclama que o Deus incompreensível, "sem corpo, par-</p><p>tes ou paixões", não pode existir, e afirma sua crença e fidelida-</p><p>de ao Deus vivo e verdadeiro das Escrituras e das revelações.</p><p>REFERENCIAS *</p><p>Deus é uns Personagem</p><p>Note que nem sempre se indica aqui a distinção entre o Pai Eterno . ou Eloim . e o Filho,</p><p>que é Jeová ou Jesus Cristo . No Velho Testamento, muitas vezes Jeovii se tradux por</p><p>Senhor, coei letra maiúscula . enquanto Senhor Deus indica as personalidades de</p><p>I',loint e Jeová . ou ambos, o Pai e o Filho . Veja "Jesus the Christ" cap . 4.</p><p>O homem na imagem de Deus — Gén . 1 :26, 27 : 5 :1.</p><p>Deus fel o homem conforme a Sua imagem — portanto . o assassinio é uma atrocidade —</p><p>(icn . 9 :6.</p><p>Homens n semelhança de Deus — .Tiago 3 :9.</p><p>Cristo e á imagem de Deus — 2 Cor . 4 :4 : Col . I :I5 : Fil . 2 :6.</p><p>O Filho á expressa imagem do Pai — Heh . 1 :3.</p><p>Jesus disse Quem vê a Mim . vé Aquele que Me env iou — João 12 :45</p><p>Jesus disse a Felipe : Quem Me vé a Mim . vé ao Pai . — João 14 :9.</p><p>Cristo, que devia vir na carne, seria a imagens segundo a qual o homem foi criado no come-</p><p>ço, á imagem de Deus — Alma 18 :34.</p><p>Jesus Cristo . antes da encarnação, mostrou-se ao irmão de Jared . dizendo:</p><p>Vés que foste criado segundo Minha própria imagem? — Ller 3 :15.</p><p>A humanidade criada segundo a imagem e semelhança de Deus — D . & C . 22(1:18.</p><p>O pai e o filho . cada um tem um corpo de carne e ossos tão tangível conto o do homem —</p><p>D . & C . 13(122.</p><p>O homem na imagens do Pai e do Unigénito — Moines 2 :27.</p><p>\lo .iuh 7 2 7 . O homem foi criado segundo a imagens de Deus.</p><p>16, Veja apêndice 2 :9.</p><p>(')-Nas "Referencias" após os diversos capítulos, só poucas passagens das escrituras</p><p>que estão relacionadas ao assunto são mencionadas . As passagens freqüentemente estão</p><p>resumidas e . portanto, não apresentam citações completas ou rigorosas, o propósito sendo</p><p>só o de indicar o assunto de cada citação.</p><p>A seqüência é a de conveniéncia do estudo, as passagens relacionadas sendo coloca-</p><p>das juntas em alguns casos . Quando há pouca necessidade de relacionar uma à outra, as</p><p>citações estão na ordem seguinte : 1 . Bíblia, 2, Livro de Mórmon : 3, Doutrina e Convénios:</p><p>4, Pérola de Grande Valor</p><p>REFERENCIAS</p><p>53</p><p>Moisés na semelhança do Unigénito'– Moisés 1 :6.</p><p>Deus criou o homem à imagem de Seu próprio corpo – Moisés 6 :9.</p><p>Macho e fêmea formados à imagem dos Deuses – Abraão 4 :27.</p><p>O Senhor falava a Moisés cara a cara, como qualquer fala com o seu amigo – EX . 33 :11;</p><p>Núm . 12:8 ; Deut . 34 :10.</p><p>Moisés Aarão e outros viram o Deus de Israel – Ex . 24 :10.</p><p>Moisés viu Deus cara a cara e falou com Ele – Moisés 1 :2, 11.</p><p>Joseph Smith viu o Pai e o Filho – P . de G . V . p . 56.</p><p>Joseph Smith e Sidney Rigdon viram o Senhor à direita de Deus – D . & C . 76 :23.</p><p>Joseph Smith e Oliver Cowdery viram o Senhor no templo de Kirtland – D . & C . 110 :2.</p><p>Deus é um Ser com partes e paixões</p><p>O Senhor falou a Moisés cara a cara e boca a boca – Vide acima.</p><p>Também Núm . 12:8 ; Moisés cap . 1 :5.</p><p>Ouvida a voz do Senhor, por Adão e Eva – Gén . 3 :8 ; por Caim – Gén . 4 :9 ; por Moisés, Aa-</p><p>rão e Miriam – Núm . 12 :4, pelos israelitas – Deut . 5:22.</p><p>Sou um Deus zeloso – Ex . 20:5.</p><p>O nome do Senhor é Zeloso ; Deus zeloso é Ele – Ex . 34 :14 ; Deut . 4 :24 ; Jos . 24 :19.</p><p>O Senhor é um Deus zeloso, sua ira pode acender se – Deut . 6 :15.</p><p>A ira do Senhor se acendeu contra Israel – Juizes 2 :14 ; 3 :8.</p><p>Do Senhor é provocada a ira – Jer. 7 :19, 20 ; 1 Reis 22 :53.</p><p>Manifesta-se a ira de Deus sobre toda a impiedade – Rom . 1 :18 ; Apoc . 15 :1, 7 ; d . & C . 1 :9.</p><p>Vi que a ira de Deus havia caído – 1 Néfi 14 :15.</p><p>Estas coisas Eu aborreço, diz o Senhor – Zac . 8 :17.</p><p>A terna misericórdia do Senhor se estende – 1 Néfi 1 :20.</p><p>A misericórdia do Pai para com os gentios – 3 Néfi 16 :9.</p><p>O Senhor faz misericórdia – Ex 20 :6.</p><p>Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade, que</p><p>perdoa, mas não tem o culpado por inocente – Ex . 34 :6, 7.</p><p>Deus é misericordioso – Deut . 4 :31 ; 7 :9.</p><p>O Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-se e grande em beneficência.</p><p>Neem . 9 :17 ; Sal . 116 :5 ; Tiago 5 :11.</p><p>Ele é cheio de misericórdia, justiça, graça, verdade e paz – D . & C . 84:102 .'</p><p>O Senhor amava a Israel – Deut . 7 :8 ; 1(1:15, 18 ; Sal . 69 :16 ; Os. 11 :1.</p><p>Pois o mesmo Pai vos ama – João 16 :27 ; 1 João 3 :1.</p><p>Deus é Amor</p><p>1 João 4 :8-11, 16, 19.</p><p>Os braços de amor do Senhor – 2 Néfi 1 :15.</p><p>A sabedoria de Deus, Sua misericórdia e graça – 2 Néfi 9 :8</p><p>A bondade de Deus, Sua sabedoria, paciência etc . – Mosiah 4:6</p><p>Haveria alguma coisa difícil ao Senhor? – Gên . 18 :14.</p><p>Seus juizos são insondáveis, Seus caminhos inexcrutáveis – Rom 11 :33.</p><p>O Deus dos deuses, o Senhor, Ele o sabe – Josué 22 :22.</p><p>O Senhor com sabedoria fundou a terra – Prov . 3 :19.</p><p>Suas obras são notórias a Deus – Atos 15 :18 ; Sal . 139 ; Prov . .5 :21.</p><p>A glória de Deus é a inteligência – 1) . & C' . 93 :36.</p><p>Todas as coisas foram feitas por Aquele que conhece tudo – 2 Néfi 2 :24.</p><p>A Deus tudo é possível -- Mt . 19 :26 ; Jó 42 :2 ; Jer . 32:17.</p><p>Deus governa e compreende todas as coisas – D . & C . 88 :40-41 .</p><p>54</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>A Trindade — "[rês Personagens</p><p>O Pai, o Filho e o Espírito Santo especificados individualmente — Luc . 3 :22 : Mat . 3 :16, 17:</p><p>João 1 :32, 33 ; 15 :26 ; Atos 2 :33 ; 1 Ped . 1 :2.</p><p>O batismo deve ser feito em nome dos três — Mat . 28 :19 : 3 Néfi 11 :25_ D . & C . 20 :73.</p><p>O Pai, o Filho e o Espírito Santo — 3 Néfi 11 :27 . 36.</p><p>O Espírito Santo dá testemunho do Pai e do Filho — 3 Néfi 28i11 : D . & C . 20:27.</p><p>Pai . Filho e Espírito Santo — D . & C . 20 :28.</p><p>Comissionamento de batizar em nome do Pai, . do Filho e do Espírito Santo —</p><p>D . & C . 68 :8,</p><p>Idolatria</p><p>Não terás outros deuses diante de mim — Ex 20 :3-5 : Deut . 5 :7-9.</p><p>Idolatria de Efraim e seu castigo — Os . 13 :1-4.</p><p>Os Israelitas adoram o bezerro de ouro — Ex . cap . 32 . Atos 7 :40 . 41</p><p>Ai dos que adorarem os ídolos — 2 Néfi 9 :37.</p><p>Os nefitas culpados de idolatria — Helamà 6 :31.</p><p>Sacrifícios humanos aos ídolos pelos lamanitas — Mórmon 4 :14.</p><p>Os pais de Abraão eram</p><p>idólatras — Abraão 1 :5-7.</p><p>Idólatras do Egito : Abraão 1 :8-18.</p><p>Idolatria no mundo atual — D . & C . 1 :16.</p><p>Que não haja idolatria nem iniqüidade — D . & C . 52 :39 .</p><p>Capítulo 3</p><p>A TRANSGRESS .Ã() E A QUEDA</p><p>Regra 2 — Cremos que os homens serão punidos pelos seus próprios</p><p>pecados e não pela transgressão de Adão.</p><p>A TRANSGRESSÃO E SEUS RESULTADOS</p><p>O Livre Arbítrio do Homem — A Igreja ensina como doutri-</p><p>na estritamente baseada nas escrituras que, entre os direitos</p><p>inalienáveis que seu Pai divino lhe conferiu, o homem herdou</p><p>a liberdade de escolher o bem ou o mal, de obedecer ou deso-</p><p>bedecer aos mandamentos do Senhor, segundo sua escolha.</p><p>Este direito não pode ter maior proteção que o zeloso cuidado</p><p>que Deus mesmo lhe dá, porque em todas as suas relações com</p><p>o homem Ele deixou a criatura mortal em liberdade para esco-</p><p>lher e agir, sem compulsão ou restrição maiores do que conselhos</p><p>e orientações paternais .' E certo que tenha dado mandamentos</p><p>e fixado estatutos, prometendo bênçãos pela obediência e casti-</p><p>go pelas infrações ; mas na escolha destas coisas os homens go-</p><p>zam de inteira liberdade . Neste sentido o homem é tão livre</p><p>como os anjos, exceto quando se prende aos liames do pecado e</p><p>renuncia a seu poder de vontade e à força da alma . Tanto está</p><p>amplamente capacitado a violar as leis de saúde, os requisitos</p><p>da natureza e os mandamentos de Deus, em assuntos temporais</p><p>e espirituais, como a obedecer a eles todos . Assim como em um</p><p>dos casos atrai sôbre si as sanções correspondentes à lei viola-</p><p>da, em outro herda as bênçãos particulares e a liberdade adicio-</p><p>nal que seguem e acompanham uma vida que se submete à lei.</p><p>A obediência à lei é um hábito do homem livre ; o transgressor</p><p>1, Veja o apêndice 3'.1 .</p><p>56</p><p>REGRAS Dl FÉ</p><p>teme a lei, porque traz sobre si a privação e a restrição, não por</p><p>causa da lei, que o teria protegido em sua liberdade, mas pelo</p><p>seu antagonismo à lei.</p><p>O atributo predominante da justiça, reconhecido como</p><p>parte da natureza divina, recusaria o pensamento de que se pro-</p><p>metesse ao homem um galardão por atos bons e se o ameaçasse</p><p>com um castigo pelos atos maus, se não possuísse poder de ação</p><p>independente . É tão alheio ao plano de Deus forçar os homens</p><p>a agirem conforme a retidão, como permitir que os poderes do</p><p>mal obriguem seus filhos a pecar . Nos dias do Eden foram colo-</p><p>cados ante o primeiro homem o mandamento e a lei,' juntamen-</p><p>te com o esclarecimento do castigo que acompanharia a viola-</p><p>ção dessa lei . Não teria sido justo dar-lhe uma lei se não tivesse</p><p>tido liberdade para agir por si mesmo . "Não obstante, poderás</p><p>escolher segundo tua vontade porque te é dado ; mas, recorda-</p><p>te de que Eu o proíbo ;"' assim falou o Senhor Deus a Adão.</p><p>Quanto a suas relações com o primeiro patriarca da raça huma-</p><p>na, Deus declarou nestes dias : "Eis que Eu concedi que ele fos-</p><p>se o seu próprio árbitro ." 4</p><p>Quando os dois irmãos Caim e Abel, ofereceram seus sa-</p><p>crifícios, o mais velho se enfureceu porque o seu não foi aceito.</p><p>O Senhor então falou a Caim e procurou ensinar-lhe que o re-</p><p>sultado de seus atos corresponde a eles, sejam bons ou maus:</p><p>"Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E se não fizeres</p><p>bem, o pecado jaz à porta ." s</p><p>O conhecimento do bem e do mal é essencial para o pro-</p><p>gresso que Deus colocou ao alcance de Seus filhos ; pode-se me-</p><p>lhor adquirir esse conhecimento por meio da experiência, con -</p><p>trastando o bem com o mal . Para isso se colocou o homem</p><p>sobre a terra sob a influência das forças benignas e malignas,</p><p>com um conhecimento das condições que o rodeiam e o direito</p><p>celestial de escolher por si mesmo . As palavras do profeta Lehi</p><p>são explícitas : "O Senhor Deus deixou, portanto, que o homem</p><p>obrasse por si mesmo e o homem não poderia obrar por si mes-</p><p>2, Gên . 1 :27-29 ; 2:15-17 ; P. de G . V ., Moisés 2:27-29 ; 3 :15-17</p><p>3, P . de G . V ., Moisés 3 :17.</p><p>4, D . & C . 29 :35 .</p><p>5, Gên . 4 :7.</p><p>A TRANSGRESSÃO</p><p>57</p><p>mo a menos que fosse atraído por uma ou outra coisa .*** E,</p><p>portanto,- os homens estão livres, de acordo com a matéria ; e</p><p>todas as coisas que lhes são necessárias lhes são dadas . E estão</p><p>livres para escolher a liberdade e a vida eterna, por meio da me-</p><p>diação de todos os homens, ou para escolher o cativeiro e a</p><p>morte, de acordo como cativeiro e o poder do demônio ; pois</p><p>que ele procura tornar todos os homens tão miseráveis como</p><p>ele próprio ." 6</p><p>Um outro profeta nefita, falando daqueles que haviam</p><p>morrido, disse que tinham ido "receber sua recompensa de</p><p>acordo com suas obras, fossem boas ou más, para ter ale-</p><p>gria eterna ou eterna miséria, de acordo com o espírito ao qual</p><p>atendiam, fosse ele um bom espírito ou um mau espírito . Pois</p><p>que cada homem recebe a recompensa daquele a quem escolhe</p><p>para obedecer, e isto de acordo com as palavras do espírito de</p><p>profecia ."'</p><p>Samuel, um lamanita convertido, sobre quem o espírito</p><p>dos profetas havia descido, admoestou seus semelhantes da se-</p><p>guinte maneira: "E agora recordai, recordai meus irmãos, que</p><p>todos os que perecem, perecem por culpa própria, e todos os</p><p>que praticam iniqüidades o fazem por si mesmos ; pois eis que</p><p>sois livres e tendes o privilégio de proceder segundo vossa livre</p><p>vontade, porque Deus vos deu o conhecimento e vos fez li-</p><p>vres . Ele vos concedeu o conhecimento para que possais distin-</p><p>guir o bem do mal e escolher a vida ou a morte ."'</p><p>Quando se discutia nos céus os planos para criar e povoar a</p><p>terra, Lúcifer quis destruir o livre arbítrio do homem, obtendo</p><p>o poder para obrigar a família humana a obedecer a sua vonta-</p><p>de, e prometeu -ao Pai- que por esse meio ele resgataria todo o</p><p>gênero humano, sem que nenhum se perdesse .' Esta proposta</p><p>foi recusada e o projeto original do Pai — de empregar influên-</p><p>cias persuasivas de preceitos salutares e exemplos dignificantes</p><p>para com os habitantes da terra, deixando-os, pois, em liberda-</p><p>de de escolher por si mesmos — foi aceito ; e o que viria a ser co-</p><p>6, 2 Néfi 2 :16, 27 ; veja também 2 Néfi 10:23 ; Alma 12:31 ; 29 :4, 5 ; 30 :9 . 7, Alma 3:26 e 27.</p><p>8, Helamã 14:30, 31 . 9, Veja P . de G . V ., Moisés 4 :1 e Abraão 3 :27, 28 .</p><p>58</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>nhecido como Filho Unigênito foi escolhido para ser o instru-</p><p>mento principal na realização desse propósito.</p><p>A Responsabilidade do Homem por seus atos individuais é</p><p>tão completa como o é sua faculdade de escolher por si mes-</p><p>mo . 10 O resultado final das boas obras é a felicidade ; a conse-</p><p>qüência da maldade é a miséria ; assim acontece na vida de todo</p><p>homem por motivo de leis invioláveis . Há um plano de julga-</p><p>mento", divinamente preordenado, mediante o qual cada ho-</p><p>mem responderá por seus atos ; e não só por seus atos mas tam-</p><p>bém por suas palavras e até pelos pensamentos de seu coração.</p><p>"Mas, eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens</p><p>disserem hão de dar conta no dia do juízo" . 1z Estas são palavras</p><p>do próprio Salvador . E nenhum de vós pense mal no seu cora-</p><p>ção contra o seu companheiro, nem ame o juramento falso por-</p><p>que a todas estas coisas Eu aborreço, diz o Senhor ."" A João, o</p><p>Revelador, foi permitido conhecer em visão algumas das cenas</p><p>relacionadas com o juízo final . Assim escreveu ele : "E vi os</p><p>mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e</p><p>abriram-se os livros ;e abriu-se outro livro que é o da vida ; e os</p><p>mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos li-</p><p>vros, segundo suas obras . E deu o mar os mortos que nele havia;</p><p>e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia e foram</p><p>julgados cada um segundo as suas obras ." 14</p><p>Os atos dos homens nem sempre vêm acompanhados de</p><p>imediato julgamento . Talvez os atos bons não sejam premiados</p><p>imediatamente, nem seja o mal castigado peremptoriamente,</p><p>de acordo com a sabedoria divina, pois do contrário o exame de</p><p>caráter individual e a prova da fé humana, propósitos para os</p><p>quais se ordenou principalmente esta provação mortal, dimi-</p><p>nuiriam notavelmente, já que a certeza de um gosto ou dor ime-</p><p>diatos determinaria em grande parte as ações humanas ao bus-</p><p>car um e evitar o outro . Dessa</p><p>forma, é suspenso o juízo, para</p><p>que cada um se prove a si mesmo, aumentando o homem bom</p><p>em justiça e tendo o mau a oportunidade de se arrepender e fa-</p><p>10, Veja o apêndice 3 :4 .</p><p>11, Veja Mat . 10:15 ; 11 :22 : 2 ' Pedro 2 :9 : 3 :7 ; 1 João 4:17.</p><p>12,</p><p>Mat . 12 :36 .</p><p>13, Zac . 8 :17 .</p><p>14, Apo. 20 :12, 13 .</p><p>A TRANSGRESSÃO</p><p>59</p><p>zer reparações . Em raras ocasiões se ;tem processado um julga-</p><p>mento imediato de natureza temporal — o proveito físico de</p><p>uma bênção terrena pelo bem" e a calamidade pelos atos</p><p>maus,'6 imediatamente após o ato . Pouco importa que seme-</p><p>lhante retribuição satisfaça completamente as demandas da jus-</p><p>tiça ou que se aplique uma medida adicional de juízo na próxi-</p><p>ma vida. Tais ocasiões são excepcionais na administração divi-</p><p>na .</p><p>De Cristo é a prerrogativa 1ó de julgar o gênero huma-</p><p>no, e o fará da maneira que melhor convenha a seus próprios</p><p>propósitos, que são também os propósitos do Pai . João escre-</p><p>veu assim as palavras de Cristo : "E também o Pai a ninguém jul-</p><p>ga; mas deu ao Filho todo o juízo ; para que todos honrem o Fi-</p><p>lho como honram o Pai" ." Pedro, enquanto explicava o evan-</p><p>gelho ao gentio devoto, Cornelio, declarou, referindo-se a Jesus</p><p>Cristo, que "Ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos</p><p>e dos mortos." 19 Muitos profetas testificaram 20 do destino dos</p><p>iníquos, reservado para o dia do juízo; e o Juiz principal desse</p><p>terrível tribunal fez uma descrição 21 tão lúcida e expressiva que</p><p>não há a menor dúvida que toda alma vivente terá que reconhe-</p><p>cer os registros e aceitar as conseqüências de suas obras . As pa-</p><p>lavras do Senhor e as de Seus profetas são inequívocas : que Ele</p><p>não faz acepção de pessoas22 e que desconhece qualquer favori-</p><p>tismo alheio à justiça . Ninguém, com exceção dos iníquos que</p><p>não se arrependerem, deve temer esse julgamento ; para os jus-</p><p>tos será uma ocasião de triunfo . 23</p><p>O Pecado — Qual é a natureza do pecado? O Apóstolo João</p><p>responde : "Pecado é iniqüidade . "24 No idioma original dos es-</p><p>critores bíblicos aparecem vários vocábulos expressos, em lugar</p><p>de nossa única palavra pecado, que comumente dão a entender</p><p>oposição à vontade divina . 25 Tendo em vista que Deus é a perso-</p><p>nificação da perfeição, a dita oposição significa rebelião contra</p><p>15, Leia Já 42:10-17 .</p><p>16, Veja Núm . 12 :1,2,10-15 ; 15 :32-36 ; cap . 16 ; 21 :4-6 ; 1 Sam . 6 :19 : 2</p><p>Sam . 6 :6, 7 ; Atos 5 :1-11 .</p><p>17, Veja João 5:22-27 ; veja também Atos 10 :42 : 17 :31 ; Rom.</p><p>2 :16 ; 2 Cor . 5 :10 ; 2 Tim . 4 :1,8 ; D . & C . 133:2 .</p><p>18, João 5 :22,23 .</p><p>19, Atos 10 :42 .</p><p>20,</p><p>Veja Daniel 7 :9-12 ; 2 Tes . 1 :7, 8 ; 2 Néfi 23 :3-5 ; D . & C . 76 :31-49, 103-106 .</p><p>21, Mateus</p><p>25 :31-46 ; D . & C . 1 :9-12. 22, Atos 10 :34, 35 ; Rom . 2 :11 ; Ef. 6 :9 : Col . 3:25 .</p><p>23, 2 Tim . 4 :8.</p><p>24, 1 João 3 :4 .</p><p>25, Veja o apêndice 3 :2 .</p><p>60</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>os princípios de progressão e aderência às práticas que condu-</p><p>zem à degradação. Pecado é qualquer condição, seja de omis-</p><p>são de coisas necessárias ou realização de atos proibidos, que</p><p>tenda a obstruir ou impedir o desenvolvimento da alma huma-</p><p>na. Assim como uma conduta justa conduz à vida eterna, assim</p><p>também o pecado tende em direção à escuridão da segunda</p><p>morte . Satanás trouxe o pecado ao mundo . 26 Não obstante, é</p><p>com permissão divina que a humanidade entra em contato com</p><p>o pecado, assim aprendendo por meio da experiência o contras-</p><p>te entre o bem e o mal.</p><p>O pecado, segundo sua definição técnica, consiste na viola-</p><p>ção da lei ; e neste sentido limitado pode-se cometer o pecado</p><p>inadvertidamente ou em ignorância . Não obstante, em vista da</p><p>doutrina das escrituras relativa à responsabilidade humana e à</p><p>justiça infalível de Deus, claro é que em suas transgressões, as-</p><p>sim como em seus atos justos, o homem será julgado de acordo</p><p>com a habilidade que tem para compreender e obedecer à lei.</p><p>Os requisitos de uma lei mais alta não se aplicam em sua totali-</p><p>dade àqueles que desconhecem tal lei . Para os pecados que se</p><p>cometem por falta de conhecimento, isto é, para as leis que se</p><p>infringem na ignorância, foi feita uma propiciação mediante o</p><p>sacrifício do Salvador e tais pecadores não estão condenados, mas</p><p>ainda terão a oportunidade de aprender e aceitar ou recusar os</p><p>princípios do evangelho.</p><p>Jacó ensinou esta doutrina : "Onde não há lei não pode ha-</p><p>ver castigo ; e onde não há castigo não há condenação ; e onde</p><p>não há condenação, a clemência do Santíssimo de Israel tem di-</p><p>reito sobre eles, por causa da expiação ; porque eles são libertos</p><p>pelo Seu poder, porque a expiação satisfaz as exigências de Sua</p><p>justiça sobre todos a quem não foi dada a lei, sendo assim liber-</p><p>tos daqueles horríveis monstros, a morte e o inferno, e do de-</p><p>mônio, e do lago de fogo e enxofre, que são o tormento sem</p><p>fim ; eles serão restaurados naquele Deus que lhes deu alento, e</p><p>que é o Santíssimo de Israel ." E, então, em contraste, o profeta</p><p>26, Veja P . de G . V . Moisés 4 :4 e também Gên . cap . 3 .</p><p>A TRANSGRESSÃO</p><p>61</p><p>acrescenta : "Mas ai daquele a quem foi dada a lei, que tem to-</p><p>dos os mandamentos de Deus, como nós os temos, e que os</p><p>transgride, e desperdiça os dias de sua provação : pois que seu</p><p>fim será terrível .' Isto concorda em todo sentido com os ensina-</p><p>mentos de Paulo aos Romanos : "porque todos os que sem lei</p><p>pecaram, sem lei também perecerão ; e todos os que sob a lei</p><p>pecaram, pela lei serão julgados" . 2 E a palavra da escritura mo-</p><p>derna exprime o mesmo, porque nos é dito, por meio de revela-</p><p>ção dada à Igreja, que entre aqueles que receberão as bênçãos</p><p>da redenção se acharão "os que morreram sem lei"' Entre estes</p><p>estarão compreendidas as nações pagãs, cuja redenção se pro-</p><p>mete com a declaração adicional de que "aqueles que não co-</p><p>nheceram nenhuma lei tomarão parte na primeira ressurrei-</p><p>ção. '</p><p>O Castigo pelo Pecado — Assim como as recompensas pelos</p><p>atos justos são proporcionais aos atos meritórios, de igual forma</p><p>se adapta à ofensa o castigo prescrito para o pecado .' Mas, deve</p><p>ser lembrado, tanto a recompensa como o castigo são conse-</p><p>qüências naturais . Impõe-se o castigo ao pecador para fins dis-</p><p>ciplinares e reformadores, de acordo com a justiça . Não se ma-</p><p>nifesta na natureza divina nenhum caráter vingativo ou desejo</p><p>de causar sofrimento ; ao contrário, nosso Pai está consciente</p><p>de toda dor e permite que esta somente aflija para fins benéfi-</p><p>cos . A misericórdia de Deus mostra-se na dor purificadora que</p><p>Ele permite, assim como nas bênçãos de paz que d'Ele ema-</p><p>nam . E de proveito duvidoso conjeturar sobre a natureza preci-</p><p>sa do sofrimento espiritual que se imporá como castigo pelo pe-</p><p>cado. A comparação com a dor física,' por exemplo, dos tor-</p><p>mentos no fogo, num lago de enxofre, serve para demonstrar</p><p>que a mente humana não é capaz de entender a extensão desses</p><p>castigos . Mas os sofrimentos acarretados pela sentença de con-</p><p>denação devem ser mais temidos do que qualquer imposição</p><p>provável de tortura física : a mente, o espírito, a alma inteira es-</p><p>1 . 2Néfi 9 :25-27 .</p><p>2, Rom . 2 :12 : veja também Atos 17 :30, 31 . 3, D . & C . 76 :72 . 4, D.</p><p>& C . 45 :54 .</p><p>5, Veja D . & C . 76 :82-85 : 82 :21 ; 104 :9 : 63 :17 : 2 Néfi 1 :13 ; 9 :27 : 28 :23 .</p><p>6,</p><p>Veja D . & C . 76 :36 . 44 : veja também Jacó 6 :10 : Alma 12 :16, 17 : 3 Néfi 27 :11, 12 .</p><p>62</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>tá condenada a sofrer e nenhum dos que estão na .:arné cunhe-</p><p>ce esse tormento.</p><p>Considere-se a palavra do Senhor concernente àqueles que</p><p>são culpados do pecado imperdoável, cuja transgressão os le-</p><p>vou além do horizonte atual de possível redenção ; àqueles que</p><p>mergulharam tanto em sua iniqüidade que perderam o poder e</p><p>até o desejo de tentar reformar-se .' Chamam-se Filhos de Per-</p><p>dição . São aqueles que, tendo conhecido o poder de Deus, mais</p><p>tarde renunciaram a Ele ; aqueles que, à luz do conhecimento,</p><p>pecam conscientes ; aqueles que, abrem seus corações ao Espí-</p><p>rito Santo e então põem o Senhor em ridículo e vergonha, ne-</p><p>gando-O; aqueles que cometem homicídio, vertendo sangue</p><p>inocente .' Estes</p><p>são aqueles a quem o Senhor se referiu dizendo</p><p>que melhor seria se não tivessem nascido .' Participarão do cas-</p><p>tigo do diabo e seus anjos, um castigo tão terrível que a todos é</p><p>vedado conhecer, exceto àqueles que são relegados a essa con-</p><p>denação, embora a alguns seja permitida uma visão passageira</p><p>do quadro . 10 Esses pecadores são os únicos sobre quem a segun-</p><p>da, morte terá poder: "Sim, na verdade, os únicos que, depois de</p><p>terem sofrido da Sua ira, não serão redimidos no devido tempo</p><p>do Senhor .""</p><p>A Duração do Castigo — Quanto à duração do castigo pode-</p><p>mos ter certeza de que será graduada segundo o pecado e que é</p><p>falso o conceito de que é interminável toda a sentença ditada</p><p>por se praticar o mal . 12 Tão grande como é o efeito desta vida</p><p>sobre a próxima e tão certa como é a responsabilidade que te-</p><p>mos sobre as oportunidades de arrependimento que perdemos,</p><p>Deus tem o poder de perdoar além túmulo . Não obstante, as</p><p>escrituras falam de um castigo eterno e interminável . Qualquer</p><p>castigo que Deus ordena é eterno, porque Ele é eterno." Seu</p><p>sistema é um castigo sem fim, porque sempre existirá como um</p><p>lugar ou uma situação preparada para os espíritos desobedien-</p><p>tes . Entretanto, a aplicação do castigo terminará sempre que</p><p>houver arrependimento e reparação aceitáveis . O arrependi-</p><p>7, Veja D. & C . 76 :26, 32, 43 ; 17 :12 ; 2 Tess . 2 :3 . 8, Veja D . & C . 132:27, 9, Veja D . & C.</p><p>76:32 ; veja também Mat . 26:24 ; Marcos 14 :21 . 10, Veja D . & C. 76 :45-48 . 11, D . & C.</p><p>76 :38,39 .</p><p>12, Veja D . & C . 19 :6-12 ; 76 :36, 44 .</p><p>13, Veja D. & C . 19 :10-12.</p><p>A TRANSGRESSÃO</p><p>63</p><p>mento não é impossível no mundo espiritual . 14 Entretanto,</p><p>como já foi visto, há certos pecados tão graves que seus castigos</p><p>correspondentes não são revelados ao homem ; 13 esses castigos</p><p>severos estão reservados para os filhos de perdição.</p><p>Deve-se considerar como um dos resultados mais pernicio-</p><p>sos da errônea compreensão das escrituras a falsa doutrina de</p><p>que o castigo que se imporá às almas pecadoras é sem fim, e</p><p>que cada condenação pelo pecado é de duração interminável.</p><p>Nada mais é do que um dogma de sectários enganados e desau-</p><p>torizados, contrários às escrituras, sem razão, repugnantes ao</p><p>que ama a misericórdia e honra a justiça . É certo que as escri-</p><p>turas falam de fogo sem fim, condenação eterna e vingança do</p><p>fogo eterno 1ó como característicos do juízo preparado para os</p><p>iníquos; entretanto, em nenhum destes casos pode-se justificar</p><p>a conclusão de que o pecador individual terá que padecer a ira</p><p>da justiça ofendida para sempre . O castigo é suficientemente</p><p>severo em qualquer caso, sem o terror adicional e supremo de</p><p>uma continuação interminável . A justiça precisa ser satisfeita,</p><p>mas quando for pago o "último ceitil" abrir-se-ão as portas da</p><p>prisão e o cativo se verá livre . Porém a prisão permanece, e a lei</p><p>que dita o castigo pelas ofensas não será revogada.</p><p>Tão gerais eram as más influências da comumente aceita</p><p>doutrina relativa ao tormento interminável que esperava todo o</p><p>pecador – não obstante se opor às escrituras e à verdade – que</p><p>mesmo antes de formalmente organizada a Igreja, na presente</p><p>dispensação, o Senhor fez uma revelação por intermédio do</p><p>Profeta Joseph Smith, concernente ao assunto, na qual lemos:</p><p>"E eis que todo o homem deverá arrepender-se ou sofrer, pois</p><p>Eu, Deus, sou infinito . Portanto, não revogarei os julgamentos</p><p>que pronunciar, mas aqueles que se acharem à Minha esquerda</p><p>verão desgraça, choros, lamentações e ranger de dentes . Contu-</p><p>do não está escrito que não haverá fim para esse tormento, mas</p><p>está escrito tormento infinito . Também está escrito condenação</p><p>eterna.*** Pois eis que sou infinito, e o castigo que é dado pela</p><p>14, Veja 1 Ped . 3 :18-20 ; 4 :6 ; D . & C . 76 :73,</p><p>15, Veja D . & C . 76:45 .</p><p>16, Veja Mateus</p><p>18 :8 ; 25 :41, 46 ; 2 Tess. 1 :9 ; Mar . 3 :29 ; Jud . 7 .</p><p>64</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Minha mão é castigo infinito, pois infinito é o Meu nome . Por-</p><p>tanto, castigo eterno é o castigo de Deus . Castigo infinito é o</p><p>castigo de Deus .""</p><p>Satanás — Temos tido ocasião de nos referirmos freqüente-</p><p>mente ao autor da maldade entre os homens 1e — o adversário e</p><p>antagonista do Senhor, o chefe dos espíritos maus, também</p><p>chamado Diabo, 19 Belzebu 20 ou o Príncipe dos Demônios, Per-</p><p>dição21 e Bélial . 22 Aplicam-se a Satanás os apelativos figurados</p><p>de dragão e serpente, quando se faz alusão a sua queda . 23 A pa-</p><p>lavra revelada 24 nos faz saber que em certo tempo Satanás foi</p><p>um anjo de luz, conhecido então como Lúcifer, um Filho da Al-</p><p>va: porém, sua ambição egoísta o fez aspirar à glória e ao poder</p><p>do Pai e para consegui-lo fez a perniciosa proposta de redimir a</p><p>família humana por meio da compulsão . Frustrando-se-lhe este</p><p>projeto, encabeçou uma rebelião contra o Pai e o Filho, levan-</p><p>do uma terça parte das hostes do céu em sua confederação iní-</p><p>qua . 2S Esses espíritos rebeldes foram expulsos do céu, e desde</p><p>então têm seguido os impulsos da sua natureza ímpia,tratando</p><p>de conduzir as almas humanas à condição de trevas em que eles</p><p>mesmos se encontram. São o diabo e seus anjos . O direito do li-</p><p>vre arbítrio, apoiado e defendido na luta que se verificou no</p><p>céu, afasta a possibilidade de se usar a compulsão neste traba-</p><p>lho diabólico de degradação . São empregados, até seu limite, os</p><p>poderes desses espíritos malignos para tentar e persuadir . . Sata-</p><p>nás tentou Eva para que transgredisse a lei de Deus ; 26 foi ele</p><p>quem ensinou a Caim, o fratricida, o segredo de assassinar por</p><p>lucro .'</p><p>Satanás exerce certo domínio sobre os espíritos que conta-</p><p>minou com suas práticas ; é o principal dos anjos que foram des-</p><p>terrados e o instigador da ruína daqueles que caem nesta vida.</p><p>17, Revelação feita em março de 1830; D ., & C . 19 :4-12. 18, Veja Já 1 :6-22 ; 2:1-7 ; Zac.</p><p>3 :1,2 . 19, Veja Mateus 4:5, 8, 11 ; veja também 1 Ped . 5 :8 . 20, Veja Mateus 12 :24 . 21,</p><p>Veja D . & C. 76 :26 . 22, Veja 2 Cor . 6:15 . 23. Veja Apoc . 12 :9 ; 20 :2 . 24, Veja D . & C.</p><p>76:25-27: Is. 14:12 . 25, Veja D . & C . 29:36, 37 ; veja também P. de G . V ., Moisés 4:3-7;</p><p>Abraão 3 :27, 28 ; Jesus the Christ, págs. 8,9 ; Dan . 8:10: Apoc . 12 :4, 26, Gén . 3 :4-5 ; veja</p><p>também P . de G. V ., Moisés 4 :6-11 .</p><p>1, Veja P. de G . V., Moisés 5:29-33 .</p><p>A QUEDA</p><p>65</p><p>Procura formas de molestar e atrapalhar o gênero humano em</p><p>suas boas obras, induzindo-o a pecar, ou talvez provocando en-</p><p>fermidades' e possivelmente a morte . Entretanto, em nenhum</p><p>destes atos malignos pode ultrapassar o que as transgressões de</p><p>sua vítima permitem, ou o que a sabedoria de Deus consente ; e</p><p>o poder superior pode impedi-lo a qualquer momento. Com efei-</p><p>to, mesmo as operações de sua pior malícia podem ser mudadas</p><p>para a realização de propósitgs divinos . As escrituras nos de-</p><p>monstram que os dias do poder de Satanás estão contados ;' sua</p><p>sentença foi ditada e no devido tempo do Senhor será comple-</p><p>tamente vencido . Deverá ser preso durante o milênio° e depois</p><p>desses mil anos de paz permanecerá solto por um curto tempo;</p><p>então será derrotado completamente e seu poder sobre os filhos</p><p>de Deus será destruído .</p><p>A QUEDA</p><p>Nossos Primeiros Pais no Éden' — O ponto máximo da cria-</p><p>ção foi a formação do homem à imagem de Deus, seu Pai espiri-</p><p>tual .' Para receber o primeiro homem, o Criador havia prepara-</p><p>do especialmente uma região escolhida da terra e a havia ador-</p><p>nado com belezas naturais para alegrar o coração do possuidor.</p><p>"E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do</p><p>oriente; 7 e pôs ali o homem que tinha formado" . 8 Pouco depois do</p><p>advento do homem à terra o Senhor criou para ele uma companhei-</p><p>ra, ou auxiliar, declarando que não era bom que o homem fosse</p><p>só . 9 Assim, macho e fêmea, Adão e Eva, sua esposa, foram co-</p><p>locados no jardim. Fora-lhes dado domínio sobre "os peixes</p><p>do mar, sobre as aves do céu e sobre todo o animal que se move</p><p>na terra . "10 Acompanhavam este grande poder certos manda-</p><p>mentos, o primeiro dos quais, em questão de importância, foi:</p><p>"frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a</p><p>;" de-</p><p>pois, que eles não comessem e nem sequer tocassem o fruto</p><p>2, Veja Luc . 13 :16 ; Já cap . 1 . 3, Veja João 12 :31 ; 16 :11 . 4, Veja Apoc . 20 :1-10 . 5, Leia</p><p>Gên . caps . 2 e 3 ; veja também P. de G . V ., Moisés 3 :4 ; Abraão 5 :7-21 . 6, Veja Génesis</p><p>1 :26, 27 ; veja também P . de G . V ., Moisés 2 :26, 27 .</p><p>7, Veja apénd . 3 :3 . 8, Gên . 2 :8, 9.</p><p>9, Veja Gên . 2 :18 ; veja também P. de G . V ., Moisés 3 :18, 21-24.</p><p>10, Gên . 1 :28 ; veja tam-</p><p>bém P . de G . V ., Moisés 2 :28 ; Abraão 4 :28 .</p><p>66</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>de certa árvore, a árvore do conhecimento do bem e do mal, que</p><p>crescia no meio do jardim, podendo, entretanto, partilhar li-</p><p>vremente de todos os demais frutos.</p><p>As palavras de Deus concernentes a este mandamento e ao</p><p>castigo por sua violação foram: "E Eu, o Senhor Deus, ordenei</p><p>ao homem, dizendo : De todas as árvores do jardim poderás co-</p><p>mer livremente ; mas da árvore da ciência do bem e do mal não</p><p>comerás . Não obstante, poderás escolher segundo tua vontade</p><p>porque te é dado ; mas, recorda-te de que Eu o proíbo, porque,</p><p>no dia em que dela comeres, por certo morrerás .""</p><p>A Tentação de desobedecer a esta injunção não tardou . Sa-</p><p>tanás se apresentou diante de Eva, no jardim, e, falando pela</p><p>boca da serpente, perguntou-lhe sobre os mandamentos que</p><p>Deus havia dado a respeito da árvore da ciência do bem e do</p><p>mal . Eva lhe respondeu que lhes era proibido até mesmo tocar</p><p>o fruto da árvore, sob pena de morte . Satanás então procurou</p><p>uma maneira de enganar a mulher, contradizendo as palavras</p><p>do Senhor e declarando que não viria morte pela violação do</p><p>mandamento divino, mas, ao contrário, fazendo o que o Senhor</p><p>lhes havia proibido, ela e seu marido seriam como deuses, co-</p><p>nhecendo por si mesmos o bem e o mal . Estas representações</p><p>agradaram à mulher, e ansiosa de possuir as vantagens de que</p><p>lhe falara Satanás, desobedeceu ao mandamento do Senhor e</p><p>comeu do fruto proibido . Não temia nenhum mal, porque não o</p><p>conhecia . Então, contando a Adão o que havia feito, instigou-o</p><p>também a comer do fruto.</p><p>Adão viu-se numa posição tal que era impossível obedecer</p><p>a ambos os mandamentos específicos do Senhor. Ele e sua es-</p><p>posa haviam sido ordenados a multiplicarem-se e povoar a ter-</p><p>ra . Adão ainda não havia caído no estado de mortalidade, mas</p><p>Eva já o tinha; e nessas condições desiguais os dois não pode-</p><p>riam permanecer juntos e, conseqüentemente, não poderiam</p><p>cumprir o mandamento divino quanto à procriação . Por outró</p><p>lado, Adão desobedeceria ao outro mandamento se cedesse ao</p><p>11, P . de G. V ., Moisés 3 :16, 17 ; veja também Gên . 2 :16,17</p><p>A Qt f EDA</p><p>67</p><p>pedido de Eva. Deliberada e prudentemente, resolveu seguir o</p><p>primeiro e maior mandamento ; e compreendendo, portanto, a</p><p>natureza de sua ação, ele também partilhou do fruto que cres-</p><p>cia na árvore da ciência do bem e do mal . As escrituras afir-</p><p>mam o fato de que "Adão não foi enganado, mas a mulher, sen-</p><p>do enganada, caiu em transgressão" . 12 O profeta Léhi, mostran-</p><p>do as escrituras a seus filhos, disse : "Adão caiu para que o ho-</p><p>mem existisse ; e os homens existem para que tenham alegria ." 13</p><p>A Árvore da Vida — Havia no Éden outra árvore de virtudes</p><p>especiais ; seu fruto assegurava a vida de quem o comesse . En-</p><p>quanto Adão e Eva viveram em inocência, imunes à morte, não</p><p>lhes havia sido proibida tal árvore . Não obstante, agora que-ha-</p><p>viam pecado, agora que havia sido pronunciado o decreto divi-</p><p>no que determinava a morte como seu destino, era preciso que</p><p>o fruto da árvore da vida já não mais estivesse a seu alcance . De</p><p>modo que foram expulsos do jardim e querubins, com uma es-</p><p>pada flamejante guardavam o caminho para que o homem não</p><p>regressasse num estado decaído . Por sua transgressão nossos</p><p>primeiros pais adquiriram um conhecimento que não haviam</p><p>possuído em sua condição de inocência anterior, isto é, o co-</p><p>nhecimento do bem e do mal baseado na experiência . Sua que-</p><p>da nada mais poderia ter produzido além de um mau resultado,</p><p>se tivessem chegado imediatamente a uma condição de imorta-</p><p>lidade, sem arrependimento e sem expiação . Na desesperação</p><p>que sobreveio quando compreenderam a grande mudança que</p><p>se havia operado neles, e à luz do conhecimento das virtudes da</p><p>árvore da vida, que tanto lhes havia custado obter, teria sido na-</p><p>tural "que .procurassem a aparente vantagem de uma fuga ime-</p><p>diata, participando do alimento que lhes daria a imortalidade.</p><p>A misericórdia impediu que assim procedessem.</p><p>As palavras do Criador são inequívocas quanto à necessi-</p><p>dade de expulsar Adão e Eva do Éden: "Então disse o Senhor</p><p>Deus: Eis que o homem como um de Nós, sabendo o bem e o</p><p>mal ; ora, pois, para que não estenda a sua mão e tome também</p><p>da árvore da vida, e coma e viva eternamente, o Senhor Deus,</p><p>12, 1 Tim . 3 :14 .</p><p>13, 2 Néfi 2 :25 .</p><p>68</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>pois, lançou-o fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de</p><p>que fora tomado . E havendo lançado fora o homem, pôs queru-</p><p>bins a leste do jardim do Éden e uma espada inflamada que an-</p><p>dava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida ." 1d</p><p>Alma, o profeta nefita, compreendeu o que teria aconteci-</p><p>do se Adão e sua esposa tivessem partilhado do fruto da vida.</p><p>Assim explicou ele : "Sabemos que o homem se tornou como</p><p>Deus, sabedor do bem e do mal ; e a fim de que ele não deitas-</p><p>se mão da árvore da vida, para comer e viver eternamente, o</p><p>Senhor Deus colocou os querubins e a espada flamejante, impe-</p><p>dindo assim que ele obtivesse o fruto.</p><p>"E assim vemos que houve um tempo concedido ao ho-</p><p>mem para arrepender-se, sim, um tempo de provação, um tem-</p><p>po para arrependimento e serviço a Deus.</p><p>"E eis que, se Adão tivesse imediatamente deitado mão da</p><p>árvore da vida e partilhado de seu fruto, ele teria vivido eterna-</p><p>mente, de acordo com a palavra de Deus, não havendo oportu-</p><p>nidade para arrependimento ; sim, e também a palavra de Deus</p><p>teria sido nula, e o grande plano de salvação teria sido frustra-</p><p>do."</p><p>0 Resultado Imediato da Queda constituiu em se substituir</p><p>com a mortalidade e todas as suas conseqüentes fraquezas o vi-</p><p>gor do primeiro estado imortal . Adão sentiu de uma forma dire-</p><p>ta os efeitos da transgressão, encontrando um terreno infrutífe-</p><p>ro e desolado, e a terra relativamente estéril, em lugar da beleza</p><p>e da fertilidade do Éden . Em lugar de plantas agradáveis e úteis,</p><p>brotavam espinhos e cardos ; e o homem teve que trabalhar ar-</p><p>duamente, agüentando cansaço e sofrimento físico, para culti-</p><p>var a terra a fim de obter o alimento necessário . Sobre Eva caiu</p><p>o castigo da debilidade corporal . Dores e angústias, que desde</p><p>então são consideradas como a sorte natural da mulher, vieram</p><p>sobre ela, que ficou sujeita a autoridade do marido . Tendo per-</p><p>dido seu estado anterior de inocência, envergonharam-se de</p><p>sua nudez e o Senhor lhes fez túnicas de pele . O castigo da mor-</p><p>te espiritual caiu sobre o homem e sobre a mulher, porque nes-</p><p>14, Gén . 3 :22-24 ; veja também P . de G . V ., Moisés 4 :31 .</p><p>15, Alma 42 :3-5 .</p><p>A QUEDA</p><p>69</p><p>se mesmo dia foram expulsos do Éden e afastados da presença</p><p>do Senhor . A serpente, tendo servido ao propósito de Satanás,</p><p>sofreu o desagrado do Senhor e foi sentenciada a se arrastar</p><p>para sempre no pó e a sofrer por causa da inimizade que fol de-</p><p>cretado que existisse contra ela nos corações dos filhos de Eva.</p><p>Provê-se uma Expiação — Deus não abandonou seus filhos,</p><p>agora mortais, sem nenhuma esperança . Deu outros manda-</p><p>mentos a Adão, requerendo que oferecesse sacrifícios em nome</p><p>do Filho Unigênito e prometendo-lhe redenção e a todos os</p><p>seus descendentes que cumprissem as condições prescritas . Foi</p><p>explicada a nossos pais a oportunidade de ganhar o prêmio do</p><p>vencedor, se dominassem o mal, e eles se regozijaram. Adão</p><p>disse : "Bendito seja o nome de Deus, que por causa de minha</p><p>transgressão meus olhos foram abertos e terei alegria nesta vi-</p><p>da, e em carne verei outra vez a Deus . E Eva, sua esposa, ouviu</p><p>todas essas coisas e se alegrou, dizendo : Se não fosse pela nossa</p><p>transgressão, jamais teríamos tido semente, jamais teríamos</p><p>co-</p><p>nhecido o bem e o mal, nem a alegria de nossa redenção, nem a</p><p>vida eterna que Deus concede a todos os obedientes ." 16</p><p>A Queda não se Verificou por Casualidade — Seria contrário</p><p>à razão supor que a transgressão de Adão e Eva tenha sido mo-</p><p>tivo de surpresa para o Criador . Por meio de Sua previsão infi-</p><p>nita, Deus sabia o que resultaria da tentação de Eva por parte</p><p>de Satanás, e como agiria Adão nas circunstâncias resultantes.</p><p>Além disso, é evidente que estava prevista a queda, como meio</p><p>de dar ao homem a oportunidade de ter contato direto com o</p><p>bem e o mal, para que, de acordo com seu próprio arbítrio, pu-</p><p>desse escolher entre um e outro e assim se preparar, por meio</p><p>das experiências de uma provação mortal, para a exaltação no</p><p>plano benéfico de sua criação : "Porque eis que esta é minha obra</p><p>e minha glória : proporcionar a imortalidade e a vida eterna ao ho-</p><p>mem,'" disse o Senhor a Moisés . Deus teve por objetivo colo-</p><p>car ao alcance dos espíritos que havia concebido nos céus o</p><p>meio de fazer um esforço individual e a oportunidade de ganhar</p><p>16, P. de G . V ., Moisés 5 :10-11 ; veja também o apêndice 3 :6, 7, 8 . 17, P . de G . V ., Moisés</p><p>1 :39 .</p><p>70</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>não somente a redenção da morte, mas também a salvação, e</p><p>até mesmo a exaltação, com os poderes de progresso e desen-</p><p>volvimento eternos . . Daí a necessidade de os filhos espirituais</p><p>de Deus deixarem para trás o ambiente de sua pequenez pri-</p><p>mordial e ingressarem na escola da experiência mortal para co-</p><p>nhecerem o mal, lutarem e vencerem-no, segundo seus distintos</p><p>graus de força . Adão e Eva jamais poderiam ter sido os pais de</p><p>uma posteridade mortal, a menos que eles também tivessem</p><p>sido mortais ; a mortalidade é um elemento essencial do plano</p><p>divino relacionado com a terra e seus habitantes e, a fim de in-</p><p>troduzir a mortalidade, o Senhor colocou uma lei perante os</p><p>progenitores da raça humana, sabendo o que aconteceria.</p><p>Com o papel que representou no grande drama da queda,</p><p>Eva estava cumprindo os propósitos previstos por Deus ; não</p><p>obstante, não partilhou do fruto proibido com tal intenção, mas</p><p>com o propósito de agir contra o mandamento divino, pois foi</p><p>enganada pelas manhas de Satanás que, por isso mesmo, adian-</p><p>tou os propósitos do Criador, tentando Eva . Seu propósito, en-</p><p>tretanto, era o de frustrar o plano do Senhor . É-nos dito termi-</p><p>nantemente que Satanás "não conhecia o propósito de Deus;</p><p>por conseguinte, intentou destruir o mundo . "18 Entretanto, seu</p><p>esforço diabólico, longe de ser um passo inicial para a destrui-</p><p>ção, contribuiu para o plano do progresso eterno do homem . O</p><p>papel que Adão representou no transcendental acontecimento</p><p>foi essencialmente distinto do de sua esposa ; ele não foi enga-</p><p>nado ; ao contrário, resolveu deliberadamente fazer o que Eva</p><p>queria, a fim de levar a cabo os desígnios de seu Criador, com</p><p>respeito à raça humana, cujo primeiro patriarca ele viria a ser.</p><p>Até as transgressões dos homens podem tornar-se em reali-</p><p>zação dos propósitos celestiais . A morte expiatória de Cristo</p><p>havia sido ordenada desde antes da fundação do mundo ; não</p><p>obstante, Judas, o que entregou o Filho de Deus, e os judeus,</p><p>que o crucificaram, não são menos culpados desse terrível cri-</p><p>me .</p><p>Tornou-se costume muito comum entre o gênero humano</p><p>amontoar culpas sobre os progenitores da família humana e</p><p>18, P. de G . V ., Moisés 4 :6 .</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>71</p><p>imaginar-se o suposto estado abençoado em que estaríamos vi-</p><p>vendo, não fosse a queda, enquanto nossos primeiros pais mere-</p><p>cem nossa gratidão mais profunda pela herança que legaram à</p><p>sua posteridade : o meio de obter um título para a glória, exalta-</p><p>ção e vida eterna. Não fosse esta oportunidade assim propor-</p><p>cionada, os espíritos dos filhos dos homens haveriam permane-</p><p>cido para sempre num estado de infância inocente, sem pecado</p><p>mas não por seus próprios esforços ; salvos negativamente, não</p><p>do pecado, mas da oportunidade de enfrentá-lo ; incapacitados</p><p>de ganhar as honras da vitória . porque se lhes teria vedado par-</p><p>ticipar da luta . Porém agora são herdeiros da progenitura dos</p><p>descendentes de Adão, isto é, da mortalidade, com suas possibi-</p><p>lidades incontáveis, e da liberdade de agir, dada por Deus . Nos-</p><p>so pai Adão legou-nos todas as fraquezas que a carne herda ; po-</p><p>rém estas são necessariamente incidentais no conhecimento do</p><p>bem e do mal ; mediante esse conhecimento, usado devidamen-</p><p>te, o homem pode chegar a ser como os Deuses .' 9</p><p>REFERENCIAS</p><p>Livre-Arbítrio</p><p>O Senhor Deus deu-a Adão mandamentos e prescreveu pena pela desobediência - Gén.</p><p>2 :16, 17.</p><p>Não comerás : não obstante, poderás escolher segundo tua vontade - Moisés 3 :17.</p><p>E os provaremos com isso, para ver se eles farão todas as coisas que o Senhor seu Deus lhes</p><p>mandar - Abraão 3 :25.</p><p>Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? - Gén . 4 :7.</p><p>Eis que hoje ponho diante de vós a bênção e a maldição - Deut . 11 :26 : 30 :15.</p><p>Se ouvires diligentemente a voz do Senhor teus Deus -- Deut . 281 : 1 Reis 3 :14.</p><p>Escolhei hoje a quem sirvais - Jos . 24 :15.</p><p>Até quando coxeareis entre dois pensamentos? - 1 Reis 18 :21.</p><p>Pode-se escolher a morte ou a vida - Jer . 8 :3.</p><p>O Senhor Deus deixou o homem obrar por si mesmo - 2 Néfi 2 :16.</p><p>O homem pode escolher a morte eterna ou a vida eterna - 2 Néfi 10 :23.</p><p>Desgraça prometida àquele que se incline a obedecer ao espirito mau - Mosíah 2 :33.</p><p>Para receber alegria eterna ou eterna miséria, de acordo com o espírito ao qual atendiam -</p><p>Alma 3 :26, 27.</p><p>19, Veja o apêndice 3 :5 .</p><p>72</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Os homens estão em condições de agir segundo sua vontade, para fazer o bem ou o mal —</p><p>Alma 12 :31.</p><p>Até os que foram escolhidos desde a fundação do mundo eram livres para escolher — Alma</p><p>13 :3.</p><p>Deus concede aos homens segundo seus desejos — Alma 29 :4.</p><p>O direito do homem de servir a Deus — Alma 30 :9.</p><p>Sois livres e tendes o privilégio de proceder segundo vossa livre vontade — Helamã 14 :30.</p><p>Adão era seu próprio árbitro — D . & C . 29:35 . Uma terça parte das hostes do céu voltou-se</p><p>contra Deus — D . & C . 29 :36.</p><p>A tentação é necessária para provar o livre-arbítrio — D : & .C . 29 :39.</p><p>Neles está o poder para ser seus próprios árbitros — D. & C . 58 :28 ; 104 :17.</p><p>Satanás procurou destruir o livre-arbítrio do homem — Moi_sés 4 ;3.</p><p>E dado aos homens conhecer o bem e o mal, de modo que são seus próprios árbitros —</p><p>Moisés 6 :56.</p><p>E necessário que haja uma oposição em todas as coisas — 2 Néfi 2 :11, 15.</p><p>Responsabilidade do homem — O Julgamento</p><p>Pecado é transgressão da lei — 1 João 3:4 ; 5 :17.</p><p>Por todas estas coisas te trará Deus a juizo — Ecl . 11 :9 ; 12 :14.</p><p>O Senhor castigará por causa da iniqüidade — Is . 26 :21.</p><p>Conforme as obras dará a recompensa — Is . 59:18.</p><p>Cada um morrerá por sua iniqüidade — ler . 31 :30.</p><p>Com a medida que medirdes hão de medir a vós — Mat . 7 :2.</p><p>Ele dará a cada um segundo suas obras — Mt . 16:27.</p><p>Um dia é determinado para julgar o mundo — Atos 17 :31.</p><p>Tudo que o homem semear, isso também ceifará — Gál . 6 :7 ; D . & C . 6 :33.</p><p>Cedo venho, e Meu galardão está comigo para dar a cada um segundo sua obra</p><p>— Apoc . 22 :12.</p><p>E imprescindível à justiça de Deus que os homens sejam julgados de acordo com suas obras</p><p>— Alma 41 :3, 4.</p><p>De sisa! próprias mãos receberão sua recompensa — 2 Néfi 13 :11 . Para serem julgados pela</p><p>suas obras, tenham sido elas boas ou más — 3 Néfi 26 :4, 5.</p><p>Com palavras serão julgados no último dia — 2 Néfi 25 :18.</p><p>Todos se levantarão da morte e serão julgados — Alma 11 :41.</p><p>Todos comparecerão diante de Deus para serem julgados — 1 Néfi 15 :33 : Alma 5 :15 11 :41.</p><p>Deus julgará os homens de acordo com as suas obras — D . & C . 19 :3.</p><p>Todo o homem é responsável por seus próprios pecados — D . & C . 101 :78 .</p><p>Roberto Gonçalves Gnmeirer.</p><p>REFERENCIAS</p><p>73</p><p>O Senhor há de vir e Sua recompensa está com Ele e recompensará a todo homem — D . &</p><p>C . 56 :19.</p><p>Os justos e iníquos serão separados — D . & C . 29 :27.</p><p>A recompensa de cada homem será de acordo com suas obras — D . & C . 101 :65.</p><p>Aqueles que guardarem seu primeiro estado</p><p>lhes será acrescido — Abraão 3 :26.</p><p>Satanás</p><p>O grande dragão foi lançado na terra, também chamado antiga serpente, diabo e Satanás,</p><p>que engana todo o mundo — Apoc . 12 :9 ; Luc . 10 :18.</p><p>Lúcifer, filho da Alva, sua ambição iníqua e seu destino — Is . 14 :12-16 ; . & C . 76 :25-28.</p><p>Também chamado perdição : e os que pecam demais são chamados filhos de perdição — D.</p><p>& C . 76 :26, 32, 43.</p><p>Tentou Eva e trouxe a queda — Gén . cap . 3 ; Moisés cap . 4 ; D . & C . 29 :40.</p><p>Pecador desde o Inicio — 1 João 3 :8 ; Moisés 4 :14.</p><p>O pai das mentiras ; um mentiroso desde o começo — João 8 :44 ; d . & C . 93 :25, 37 ; 2 néfi</p><p>2 :18.</p><p>Tentou Caim e ensinou-o a matar — Moines 5 :16-24.</p><p>Veio com outros que se apresentaram perante o Senhor — Jó 1 :6-12.</p><p>Tentou Cristo — Mat . 4:1-11.</p><p>Tentou Judas Iscariotes a trair Cristo — João 13 :2.</p><p>Será amarrado durante o Milénio — Apoc . 20:1-3.</p><p>Seu fim é decretado — Apoc . 20 :7-10 ; Mat . 25 :41.</p><p>Caído do céu e miserável procura a miséria da humanidade — 2 Néfi 2 :18, 27.</p><p>Quem comete o pecado é do diabo — 1 João 3 :8.</p><p>Resisti ao diabo e ele fugirá de vós — Tiago 4 :7.</p><p>O diabo, vosso adversário, é como um dragão buscando a quem tragar — 1 Ped . 5 :8.</p><p>Desencaminhados pelo demônio, de acordo com sua vontade e escravidão — 2 Néfi 1 :18.</p><p>O que é mau vem do .demõnio — Morõni 7 :12.</p><p>Satanás vos deseja — 3 Néfi 18 :18.</p><p>O diabo terá poder sobre o seu domínio — D . & C . 1 :35.</p><p>Existem contendas a respeito da doutrina — D . & C . 10:63 : 3 Néfi 11 :28, 29.</p><p>O diabo assolará os corações dos homens, e os excitará a se encolerizarem ; e a outros ele</p><p>pacificará e os conduzirá astutamente ao inferno — 2 Néfi 28 :19-23.</p><p>A Queda</p><p>Tentação de Adão e Eva — Gén . cap . 3 ; Moisés cap . 4 ; D . & C . 29 :40 ; 2 Cor . 11 :3.</p><p>Por um homem entrou o pecado no mundo — Rom . 5 :12, 18 .</p><p>74</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>A queda trouxe a morte espiritual tanto como a temporal — Alma 42 :9.</p><p>Discurso de Léhi sobre a queda e suas conseqüências — 2 Néfi 2 :14-27.</p><p>Pela queda de Adão a humanidade tornou-se decaída — Alma 12 :20-24 : Helamã 14:16.</p><p>Adão caiu para que os homens existissem ; e os homens existem para que tenham alegria —</p><p>2 Néfi 2 :25.</p><p>A ressurreição deve vir em razão da queda — 2 Néfi 9 :6.</p><p>O sangue de Cristo expia pelos que caíram pela transgressão de Adão — Mosíah 3 :11.</p><p>Todos os espíritos no princípio eram inocentes — D . & C . 93 :38.</p><p>Adão regozijou-se e bendisse a Deus por suas bênçãos depois da transgressão — Moisés</p><p>5 :10, II.</p><p>Por causa da queda de Adão, existimos, e por sua queda veio a morte — Moisés 6 :48.</p><p>Assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo — 1</p><p>Cor . 15 :21, 22 ; Rom . 5 :11-19 .</p><p>Capítulo 4</p><p>EXPIAÇÃO E SALVAÇÃO</p><p>Regra 3 —Cremos que por meio do sacrifício expiatório de Cristo</p><p>toda a humanidade pode ser salva pela obediência às leis e</p><p>ordenanças do evangelho.</p><p>A EXPIAÇÃO</p><p>A Expiação de Cristo é ensinada como doutrina principal</p><p>em todas as seitas que professam o cristianismo . Tão comum é a</p><p>expressão, e o ponto essencial de seu significado tão geralmente</p><p>admitido, que talvez pareça supérflua sua definição ; não obs-</p><p>tante, o uso da palavra "expiação" no sentido teológico encerra</p><p>importância particular . A doutrina da expiação encerra provas</p><p>da divindade do ministério terreno de Cristo e da natureza vicá-</p><p>ria de sua morte como sacrifício preordenado e voluntário, que</p><p>teve por objeto servir de propiciação eficaz pelos pecados do</p><p>gênero humano, convertendo-se assim no instrumento median-</p><p>te o qual se pode obter a salvação.</p><p>O Novo Testamento, adequadamente considerado como a</p><p>escritura da missão de Cristo entre os homens, está repleto, do</p><p>princípio ao fim, da doutrina de salvação mediante a obra expia-</p><p>tória executada pelo Salvador, e, não obstante, a palavra expia-</p><p>ção não aparece nesta parte da narração bíblica . Paulo usa o</p><p>termo reconciliação em sua epístola ao santos de Roma : "E não</p><p>somente isto, mas também nos gloriamos em Deus, por nosso</p><p>Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconcilia-</p><p>ção"' E este é o significado do sacrifício salvador do Redentor,</p><p>com que ele expiou a transgressão da queda — pela qual entrou</p><p>a morte no mundo — e deu ao homem o meio disponível e eficaz</p><p>1 . Rom . 5:11 .</p><p>76</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>de atingir a imortalidade pela reconciliação com Deus . No An-</p><p>tigo Testamento, o termo expiação ocorre repetidas vezes e</p><p>com notável freqüência em Êxodo, Levítico e Números, três li-</p><p>vros do Pentateuco ; e o sentido em que se usa é o de um sacrifí-</p><p>cio propiciatório, associado geralmente com a morte de uma</p><p>vítima aceitável por meio da qual se haveria de efetuar a recon-</p><p>ciliação entre Deus e os homens.</p><p>A Natureza da Expiação — A expiação efetuada por Cristo</p><p>foi uma conseqüência necessária da transgressão de Adão; e</p><p>como a previsão infinita de Deus Lhe revelou o que aconteceria</p><p>mesmo antes que Adão fosse colocado sobre a terra, assim tam-</p><p>bém a misericórdia do Pai preparou um Salvador para o gênero</p><p>humano antes de ser levantada a estrutura do mundo . Através</p><p>da queda, Adão e Eva transmitiram a seus descendentes as con-</p><p>dições do estado mortal . Por conseguinte, todos os seres que</p><p>nascem de pais terrenos ficam sujeitos à morte corporal . A sen-</p><p>tença de ser afastado da presença de Deus foi como uma morte</p><p>espiritual ; e de igual maneira esse castigo que se impôs sobre</p><p>nossos primeiros pais no dia de sua transgressão seguiu a huma-</p><p>nidade como herança comum . Por ter vindo sobre o mundo por</p><p>causa de um ato individual, seria uma injustiça manifesta fazer</p><p>todos sofrerem eternamente tal castigo sem uma forma de res-</p><p>gate . Daí, pois, o ter-se decretado o sacrifício de Jesus Cristo</p><p>como propiciação pela lei violada, mediante o qual se poderia</p><p>satisfazer em todo sentido a Justiça . Assim, a Misericórdia fica-</p><p>ria em liberdade para exercer sua influência benéfica sobre as</p><p>almas dos homens .' Talvez não estejam ao alcance do entendi-</p><p>mento do homem todos os pormenores do glorioso plano por</p><p>meio do qual se assegura a salvação da raça humana ; porém,</p><p>desde os seus frágeis esforços para penetrar as causas primárias</p><p>dos fenômenos da natureza, o homem tem aprendido que suas</p><p>faculdades de compreensão estão limitadas e admitirá que o re-</p><p>cusar um efeito, por não poder determinar sua causa, seria re-</p><p>nunciar a suas pretensões de ser um indivíduo observador e ra-</p><p>cional.</p><p>2, Veja o apêndice 4:1 .</p><p>EXPIAÇÃO E SALVAÇÃO</p><p>77</p><p>Simples como é o plano de redenção em seus pontos ge-</p><p>rais, é não obstante um mistério em seus detalhes para a mente</p><p>finita . O Presidente John Taylor escreveu o seguinte : "De certo</p><p>modo misterioso e incompreensível, Jesus assumiu a responsabi-</p><p>lidade que havia recaído naturalmente sobre Adão, o que só po-</p><p>deria efetuar-se pela sua própria mediação, tomando sobre si as</p><p>aflições, assumindo as responsabilidades e lavando as transgres-</p><p>sões ou pecados de todos . De uma forma que para nós é incom-</p><p>preensível e inexplicável, Ele suportou o peso dos pecados de</p><p>todo o mundo, não só de Adão, mas de sua posteridade e, ao fa-</p><p>zê-lo, abriu o reino dos céus não unicamente a todos os crentes</p><p>e a todos os que obedeceram à lei de Deus, mas também a mais</p><p>da metade da família humana que morreu antes de chegar à ida-</p><p>de da compreensão, como também aos pagãos que, tendo mor-</p><p>rido sem lei, ressuscitarão sem lei devido à mediação de Cristo</p><p>e serão julgados sem lei ; e deste modo participarão segundo</p><p>suas habilidades, obras e valor das bênçãos de Sua expiação . " '</p><p>Por incompleto que seja nosso entendimento do plano de</p><p>redenção mediante o sacrifício vicário de Cristo em todas as</p><p>suas partes, não podemos recusá-lo sem sermos tachados de pa-</p><p>gãos; porque é a doutrina fundamental de todas as Escrituras, a</p><p>própria essência do espírito de profecia e revelação, a mais</p><p>preeminente de todas as declarações que Deus fez ao homem.</p><p>A Expiação Foi um Sacrifício Vicário — E motivo de grande</p><p>assombro para muitos o fato de o sacrifício voluntário de um só</p><p>ser agir como meio de resgate para o resto do gênero humano.</p><p>Neste ponto, como em outros, as Escrituras</p><p>(REGRA 9)</p><p>Revelação e Inspiração — Comunicação de Deus ao</p><p>Homem — A Revelação em Tempos Antigos — O Pró-</p><p>prio Cristo Foi um Revelador — A Revelação Contí-</p><p>nua É Necessária — Objeções Alegadas às Escrituras</p><p>— Revelação nos Últimos Dias - Revelação ainda</p><p>Futura.</p><p>17 A DISPERSÃO DE ISRAEL 	 (REGRA 10)</p><p>287-298</p><p>Israel — A Dispersão de Israel Foi Predita — Profecias</p><p>Bíblicas — Predições do Livro de Mórmon — O Cum-</p><p>primento Dessas Profecias — As Tribos Perdidas.</p><p>18 A COLIGAÇÃO DE ISRAEL	 (REGRA 10)</p><p>299-312</p><p>A Coligação Foi Predita — Profecias Bíblicas Refe-</p><p>rentes à Coligação — Profecias do Livro de Mórmon</p><p>— Revelação dos Últimos Dias sobre a Coligação —</p><p>Extensão e Propósito da Coligação — Israel, o Povo</p><p>do Convênio — A Restauração das Tribos Perdidas.</p><p>19 SIÃO	 (REGRA 10)</p><p>313-322</p><p>Dois Lugares de Reunião — O Título "Sião" — Je-</p><p>rusalém.</p><p>20 O REINADO DE CRISTO SOBRE A TERRA . . .</p><p>323-338</p><p>(REGRA 10)</p><p>O Primeiro e Segundo Adventos — A Segunda Vinda</p><p>de Cristo e Seus Sinais ; Profecias Bíblicas; Profecias</p><p>do Livro de Mórmon — A Revelação Moderna — O</p><p>Tempo Exato da Vinda de Cristo ; O Reinado de Cris-</p><p>to; Reino e Igreja — O Milênio.</p><p>21 REGENERAÇÃO E RESSURREIÇÃO (REGRA 10)</p><p>339-356</p><p>A Terra sob Anátema — A Regeneração da Terra —</p><p>A Ressurreição dos Mortos — Profecias sobre a Res-</p><p>surreição — Duas Ressurreições Gerais: A Primeira,</p><p>Ressurreição de Cristo ; a Segunda, no Tempo da Se-</p><p>gunda Vinda de Cristo .</p><p>ÍNDICE</p><p>22 LIBERDADE E TOLERÂNCIA RELIGIOSA . . . .</p><p>357-372</p><p>(REGRA 11)</p><p>q Direito do Homem de Adorar sem Restrição — Que</p><p>É Adoração? Intolerância Religiosa — As Escritu-</p><p>ras Não Autorizam a Intolerância — Tolerância Não</p><p>Significa Aceitação — O Homem É Responsável por</p><p>Seus Atos — Glórias Graduadas : Celeste, Terrestre e</p><p>Teleste — Interdependência entre os Reinos — Os Fi-</p><p>lhos de Perdição.</p><p>23 OBEDIÊNCIA À AUTORIDADE SECULAR 	 373-387</p><p>(REGRA 12)</p><p>As Escrituras Requerem Obediência à Autoridade — O</p><p>Exemplo que Cristo e os Apóstolos Deram — Ensina-</p><p>mentos dos Apóstolos — Os Ensinamentos do Livro</p><p>de Mórmon — As Revelações dos Últimos Dias — Os</p><p>Ensinamentos da Igreja.</p><p>24 RELIGIÃO PRATICA	 (REGRA 13)</p><p>388-410</p><p>Religião da Vida Diária — A Amplitude de Nossa Fé</p><p>— Benevolência — Obras de Assistência da Igreja —</p><p>Ofertas Voluntárias — As Ofertas de Jejum — Dízimos</p><p>— Consagração e Mordomia — A Mordomia da Igre-</p><p>ja — Ordem Social dos Santos — Matrimônio — As</p><p>Relações Ilícitas dos Sexos — A Santidade do Corpo</p><p>— O Dia do Sábado.</p><p>APÊNDICE — NOTAS REFERENTES AOS CAPÍTU-</p><p>LOS ANTERIORES	 411-498</p><p>TÍTULOS DE LIVROS E ABREVIAÇÕES</p><p>USADOS EM NOTAS E REFERENCIAS</p><p>LIVROS DA BÍBLIA SAGRADA SÃO DESIGNADOS PELAS</p><p>ABREVIATURAS USUAIS</p><p>LIVROS DO LIVRO DE MÓRMON SÃO GERALMENTE</p><p>NOMEADOS SEM ABREVIAÇÕES</p><p>D . & C. INDICA O LIVRO DE DOUTRINA E CONVÉNIOS E SUAS</p><p>DIVISÕES SÃO CHAMADAS SEÇÕES</p><p>E VERSÍCULOS</p><p>P. DE G . V. INDICA O LIVRO PÉROLA DE GRANDE VALOR.</p><p>OS LIVROS COMPONENTES DO MESMO SÃO NOMEADOS</p><p>SEM ABREVIAÇÃO</p><p>HIST. OF THE CH. REFERE-SE À HISTÓRIA DA IGREJA DE JE-</p><p>SUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOIS DIAS, PUBLICADA</p><p>EM SEIS VOLUMES PELA IGREJA, EM SALT LAKE CITY, UTAH</p><p>UM ESTUDO DAS REGRAS DE</p><p>FÉ</p><p>Capítulo 1</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Regras de Fé</p><p>A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.</p><p>1</p><p>Cremos em Deus, o Pai Eterno, e em seu Filho Jesus Cristo,</p><p>e no Espírito Santo .</p><p>2</p><p>Cremos que os homens serão punidos pelos seus próprios</p><p>pecados e não pela transgressão de Adão.</p><p>3</p><p>Cremos que por meio do sacrifício expiatório de Cristo</p><p>toda a humanidade pode ser salva pela obediência às leis e orde-</p><p>nanças do evangelho .</p><p>4</p><p>Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do evan-</p><p>gelho são: primeiro, fé no Senhor Jesus Cristo ; segundo, arre-</p><p>pendimento, terceiro, batismo por imersão, para remissão dos</p><p>pecados ; quarto, imposição das mãos para o dom do Espírito</p><p>Santo .</p><p>5</p><p>Cremos que um homem deve ser chamado por Deus, pela</p><p>profecia e pela imposição das mãos, por quem possua autorida-</p><p>de, para pregar o evangelho e administrar as suas ordenanças .</p><p>12</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>6</p><p>Cremos na mesma organização existente na Igreja Primiti-</p><p>va, isto é, apóstolos, profetas, pastores, mestres, evangelistas</p><p>etc .</p><p>7</p><p>Cremos no dom de línguas, profecia, revelação, visões,</p><p>cura, interpretação de línguas, etc.</p><p>8</p><p>Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus, o quanto seja corre-</p><p>ta sua tradução ; cremos também ser o Livro de Mórmon a pala-</p><p>vra de Deus .</p><p>9</p><p>Cremos em tudo o que Deus tem revelado, em tudo o que</p><p>ele revela agora e cremos que ele ainda revelará muitas grandes e</p><p>importantes coisas pertencentes ao Reino de Deus.</p><p>10</p><p>Cremos na coligação literal de Israel e na restauração das</p><p>Dez Tribos ; que Sião será construída neste continente (o ameri-</p><p>cano) ; que Cristo reinará pessoalmente sobre a terra, a qual se-</p><p>rá renovada e receberá a sua glória paradisíaca.</p><p>11</p><p>Pretendemos o privilégio de adorar a Deus Todo-Poderoso</p><p>de acordo com os ditames de nossa consciência e concedemos a</p><p>todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como,</p><p>onde, ou o que quiserem .</p><p>12</p><p>Cremos na submissão aos reis, presidentes, governadores e</p><p>magistrados, na obediência, honra e- manuténção da lei .</p><p>TEOLOGIA</p><p>13</p><p>13</p><p>Cremos em ser honestos, verdadeiros, castos, benevolentes,</p><p>virtuosos, e em fazer o bem a todos os homens ; na realidade,</p><p>podemos dizer que seguimos a admoestação de Paulo - Cre-</p><p>mos em todas as coisas e confiamos em todas as coisas, temos</p><p>suportado muitas coisas e confiamos na capacidade de tudo su-</p><p>portar . Se houver qualquer coisa virtuosa, amável ou louvável,</p><p>nós a procuraremos . — JOSEPH SMITH.</p><p>TEOLOGIA</p><p>• A palavra "Teologia" é de origem grega ; vem de Theos,</p><p>que significa Deus, e "logos", tratado, discurso, significando</p><p>por derivação conhecimento comparado de Deus, ou a ciência</p><p>que nos ensina sobre Deus ; compreende também a relação que</p><p>há entre Ele e suas criaturas . Este termo é de uso antigo e pode-</p><p>se-lhe atribuir origem pagã . A Teologia, segundo Platão e Aris-</p><p>tóteles, é a doutrina da deidade e das coisas divinas.</p><p>Há quem opine que o conhecimento teológico não é um</p><p>tema que se preste a uma consideração analítica ou científica</p><p>por parte do homem ; e como um conceito verdadeiro de Deus,</p><p>que é o tema principal da teologia, deve necessariamente ba- .</p><p>sear-se em revelação divina, não podemos receber este conhe-</p><p>cimento senão conforme o que graciosamente nos é concedido.</p><p>O querer levar a cabo uma investigação minuciosa sobre Ele,</p><p>mediante os poderes falíveis da razão humana, seria o mesmo</p><p>que aplicar aos atos de Deus, como padrão de medida, a total-</p><p>mente inadequada sabedoria do homem . Há muitas verdades</p><p>que estão além do alcance da simples razão humana e tem-se</p><p>afirmado que os atos teológicos entram nessa categoria . Isto é</p><p>certo, porém, só até onde se possa aplicar a mesma classifica-</p><p>ção a outras verdades, à parte as teológicas, na acepção limita-</p><p>da da expressão, porque toda verdade, sendo eterna, é superior</p><p>à razão, no sentido de que se manifesta à razão mas não é um</p><p>produto dela . Não obstante, as verdades devem ser analisadas e</p><p>comparadas pelo exercício do raciocínio .</p><p>14</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>A IMPORTÃNCIA DO ESTUDO TEOLÓGICO</p><p>É impossível que o homem investigue minuciosamente, du-</p><p>rante o curto lapso da existência mortal, parte considerável</p><p>do extenso campo do conhecimento . Cabe, portanto, à sabe-</p><p>doria orientar nossos esforços para a investigação do campo</p><p>que ofereça os resultados de maior valor . Toda verdade tem va-</p><p>lor, inestimável valor . Não obstante, quanto a sua possível apli-</p><p>cação, algumas verdades são de valor incomparavelmente</p><p>maior que outras. O conhecimento dos princípios comerciais é</p><p>essencial para o êxito do negociante ; do marinheiro se exige</p><p>que conheça as leis da navegação ; ao agricultor é indispensável</p><p>estar familiarizado com a relação que existe entre a terra e as</p><p>colheitas ; a compreensão dos princípios da matemática é ne-</p><p>cessária ao engenheiro e ao astrônomo. Da mesma forma, o co .</p><p>nhecimento pessoal de Deus é essencial à salvação de toda</p><p>alma humana que tenha atingido os poderes de julgamento e</p><p>arbítrio</p><p>são explicáveis pelo</p><p>espírito de interpretação bíblica . Os escritos sagrados dos tem-</p><p>pos antigos, as expressões inspiradas dos profetas dos últimos</p><p>dias, as tradições do gênero humano, os ritos do sacrifício e até</p><p>mesmo os sacrilégios da idolatria pagã encerram todos o concei-</p><p>to de uma expiação vicária . Deus jamais se tem negado a acei-</p><p>tar uma oferta, feita por quem tem autoridade, em favor daque-</p><p>les que de algum modo estão incapacitados de efetuar eles mes-</p><p>3, John Taylor — "Mediation and Atonement", págs . 148, 149 ; veja tambétn o apêndice 4 :5 .</p><p>78</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>mos o trabalho necessário . O bode expiatório4 e a vítima de al-</p><p>tar' entre os antigos israelitas era aceito pelo Senhor para miti-</p><p>gar os pecados do povo, se oferecidos com arrependimento e</p><p>contrição . É interessante notar que mesmo que as cerimônias</p><p>de sacrifício constituíssem parte tão grande e essencial dos re-</p><p>quisitos mosaicos, esses ritos antecederam de muito o estabeleci-</p><p>mento de Israel como povo separado, porque, como já se viu,</p><p>Adão ofereceu sacrifícios sobre o altar . Assim, pois, ficou instituí-</p><p>do desde o principio da história humana o simbolismo de imolar</p><p>animais como protótipo do grande sacrificio que haveria de se</p><p>verificar sobre o Calvário.</p><p>Os vários gêneros de sacrifício prescritos pela lei de Moisés</p><p>classificam-se em sangrentos e não sangrentos . Somente os primei-</p><p>ros, aqueles que incluíam a imposição da morte, se aceitavam</p><p>como propiciação ou expiação pelo, pecado ; e a vítima tinha</p><p>que ser limpa e sã, sem mancha ou defeito . De igual maneira,</p><p>para o grande sacrifício, cujos efeitos iam ser infinitos, só se po-</p><p>dia aceitar uma vítima inocente . A Cristo correspondeu o direi-</p><p>to de ser o Salvador, como o único ser sem pecado do mundo,</p><p>como o Unigênito do Pai e, sobretudo, como o único ordenado</p><p>nos céus para ser o Redentor do gênero humano ; e, apesar de o</p><p>exercício do direito encerrar um sacrifício, cuja extensão o ho-</p><p>mem não pode compreender, Cristo Se ofereceu de boa vonta-</p><p>de e voluntariamente . Teve até o último momento o meio de</p><p>pôr fim aos tormentos de Seus verdugos pelo exercício dos po-</p><p>deres que Lhe eram inerentes . 6 De certa maneira, apesar de nos</p><p>parecer inexplicável, Cristo tomou sobre Si a pesada carga dos</p><p>pecados do gênero humano . Os meios poderão ser um mistério</p><p>para nossas mentes finitas . Entretanto, o resultado é a nossa sal-</p><p>vação.</p><p>Nestes dias o Salvador nos disse algo acerca de sua Agonia,</p><p>enquanto gemia sob esta carga de pecados, a qual em si deve ter</p><p>sido para Ele o protótipo da pureza, amarga em extremo : "Pois</p><p>eis que Eu, Deus sofri estas coisas por todos, para que arrepen-</p><p>dendo-se não precisassem sofrer . Mas, se não se arrependes-</p><p>sem, deveriam sofrer assim como Eu sofri ; sofrimento que Me</p><p>4, Veja Lev . 16 :20-22 .</p><p>5, Veja Lev . cap . 4 .</p><p>6, Mateus 26 :53, 54 ; João 10 :17, 18 .</p><p>EXPIAÇÃO E SALVAÇÃO</p><p>79</p><p>fez, mesmo sendo Deus, o mais grandioso de todos, tremer de</p><p>dor e sangrar por todos os poros, sofrer tanto corporal como es-</p><p>piritualmente — desejar recuar e não ter de beber a amarga ta-</p><p>ça . Todavia, glória seja ao Pai . Portanto, Eu tomei da taça e ter-</p><p>minei as preparações que fizera para os filhos dos homens ."'</p><p>Nos ritos do batismo pelos mortos, o qual foi ensinado nos dias</p><p>apostólicos e também nos modernos, assim como na instituição</p><p>de outras ordenanças dos templos 8 na presente dispensação, en-</p><p>contram-se exemplos adicionais da validade' do trabalho vicá-</p><p>rio .</p><p>O Sacrifício de Cristo foi Voluntário e Inspirado pelo Amor —</p><p>Notamos de passagem que Cristo deu Sua vida de boa vontade</p><p>e voluntariamente pela redenção do gênero humano . Oferece-</p><p>ra-Se a Si mesmo no concílio celeste como o sacrifício expiató-</p><p>rio que a prevista transgressão do primeiro homem exigia ; e o</p><p>livre-arbítrio que manifestou e exercitou neste passo, o primeiro</p><p>de Sua missão salvadora, Ele reteve até o último momento do</p><p>cumprimento agonizante do plano aceito . Apesar de, em todo</p><p>detalhe que se relaciona com nossa análise d'Ele, ser exemplo</p><p>de divindade entre o gênero humano, Jesus viveu sobre a terra</p><p>como um homem. Não obstante, deve-se ter presente que, ape-</p><p>sar de haver nascido de mãe mortal, foi concebido na carne por</p><p>um Pai imortal ; e combinou-se assim, dentro de Seu ser, a fa-</p><p>culdade de morrer e o poder de dominar a morte indefinida-</p><p>mente . Ele entregou Sua vida ; não Lhe foi tirada contra Sua</p><p>vontade . Note-se o significado de Sua própria declaração : "Por</p><p>isso o Pai Me ama, porque dou a Minha vida para tornar a to-</p><p>má-la . Ninguém a tira de Mim, mas Eu de Mim mesmo a dou;</p><p>tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la" . 9 Em ou-</p><p>tra ocasião Jesus testificou de Si mesmo da seguinte maneira:</p><p>"Porque, como o Pai tem a vida em Si mesmo, assim deu tam-</p><p>bém ao Filho ter a vida em Si mesmo. E deu-Lhe o poder de</p><p>exercer o juízo, porque é Filho do Homem ." 10 Na cena trágica</p><p>7, D . & C . 19 :16-19 : "Jesus the Christ", págs . 610-614 8, Veja 1 Cor. 15 :29 ; veja também</p><p>o cap . 7 desta obra : D . & C . 127:4-9 ; sec . 128 .</p><p>9, João 10:17, 18 ; veja "Jesus the Christ",</p><p>págs . 22, 23, 81 . 418 .</p><p>10 . João 5 :26, 27 .</p><p>'80</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>da traição, quando um que professava ser Seu discípulo e amigo</p><p>O entregou com um beijo traiçoeiro nas mãos de Seus inimigos,</p><p>e quando Pedro, com temeridade impulsionada pelo zelo, de-</p><p>sembainhou e usou a espada em defesa do Mestre, Este lhe dis-</p><p>se : "Ora pensas tu que Eu não poderia agora orar a meu Pai e</p><p>que Ele não Me daria mais de doze legiões de anjos? Como,</p><p>pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém</p><p>que aconteça?" E assim, ate amargo fim, assinalado pela ago-</p><p>nizante mas triunfante exclamação : "Está consumado", aquele</p><p>Deus feito carne sujeitou dentro de Si o poder de frustrar seus</p><p>verdugos.</p><p>Foi duplo o propósito que O inspirou e O manteve em to-</p><p>das as cenas de Sua missão, desde o tempo de Sua ordenação</p><p>primordial até o momento da vitoriosa consumação sobre a</p><p>cruz. Primeiro, o desejo de fazer a vontade do Pai, efetuando a</p><p>redenção do gênero humano ; segundo, Seu amor pela humani-</p><p>dade, de cujo bem-estar e destino Ele Se havia encarregado.</p><p>Longe de sentir o menor rancor contra aqueles que O mataram,</p><p>compadeceu-Se deles até o último momento . Ouça-O, nesta</p><p>hora de extrema agonia, exclamar : "Pai, perdoa-lhes, porque</p><p>não sabem o que fazem." 12 Nem é menor o amor do Pai, como</p><p>se observa em Sua aceitação do sacrifício do Filho e em permi-</p><p>tir que Aquele a Quem Se deleitava em chamar Seu Amado so-</p><p>fresse como só um Deus poderia sofrer . "Porque Deus amou o</p><p>mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito para que</p><p>todo aquele que n'Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.</p><p>Porque Deus enviou Seu Filho ao mundo, não para que conde-</p><p>nasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele ." 13</p><p>Além disso, ouvimos falar, no ensinamento do apóstolo a quem</p><p>o Salvador tanto amava: "Nisto se manifestou a caridade de</p><p>Deus para conosco: que Deus enviou Seu Filho Unigênito ao</p><p>mundo . para que por Ele vivamos.'</p><p>A Expiação foi Preordenada e Predita — Como foi demons-</p><p>trado, o concílio celestial, ao recusar o plano de compulsão de</p><p>11, Mat . 26 :53, 54 .</p><p>12, Lucas 23 :34 .</p><p>13, João 3 :16,17 .</p><p>14, 1 João 4 :9 : veja também</p><p>"Jesus the Christ", cap . 2, 3 .</p><p>EXPIAÇÃO E SALVAÇÃO</p><p>81</p><p>Lúcifer, havia aceito o plano do Pai, de instituir um meio para a</p><p>redenção do gênero humano e então deixar todos os homens</p><p>em liberdade de exercer seu arbítrio . Já então, naquele período</p><p>remoto, Cristo foi ordenado mediador de todo o gênero hufna-</p><p>no ; de fato, "fizeram um convênio, Ele e Seu Pai, pelo qual Ele</p><p>concordou em expiar os pecados do mundo e assim, como já foi</p><p>dito, veio a ser o `Cordeiro', imolado desde o princípio do mun-</p><p>do." 15 Os profetas que viveram séculos antes do tempo do nas-</p><p>cimento de Cristo testificaram dele e da grande obra para a</p><p>qual havia sido ordenado . A estes Deus havia permitido con-</p><p>templar em visões proféticas muitas das cenas que sobreviriam</p><p>durante a missão terrena do Salvador, e eles</p><p>testemunharam so-</p><p>lenemente dessas manifestações . O testemunho de Cristo é o</p><p>espírito de profecia, e sem ele ninguém pode com justiça afir-</p><p>mar que goza da distinção de ser um profeta de Deus . A deses-</p><p>peração que Adão sentiu em conseqüência da queda conver-</p><p>teu-se em alegria quando, por meio de revelação, soube do pla-</p><p>no de redenção que seria realizado pelo Filho de Deus na car-</p><p>ne . 16 As mesmas verdades ensinou Enoque, o justo, verdades</p><p>que lhe haviam sido declaradas dos céus ." Moisés, 18 Jó, 19 Da</p><p>vi, 20 Zacarias, 21 [saías" e Miquéias 23 deram este mesmo teste-</p><p>munho . Igual declaração proferiu João Batista 24 a quem o Se-</p><p>nhor classificou como sendo mais cjue profeta.</p><p>Se houver dúvidas concernentes à aplicação destas profe-</p><p>cias, dispomos do testemunho final de Cristo de que se referem a</p><p>Ele . Naquele dia memorável, pouco depois de sua ressurreição,</p><p>enquanto viajava incógnito com dois discípulos, pelo caminho</p><p>que conduzia a Emaús, Ele lhes explicou as Escrituras que ha-</p><p>viam sido escritas concernente ao Filho de Deus : "E começan-</p><p>do por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele</p><p>se achava em todas as Escrituras ." 25 Algumas horas após este</p><p>acontecimento, o Senhor Se apresentou aos onze em Jerusa-</p><p>lém . Despertou seu entendimento "para compreenderem as Es-</p><p>IS, John Taylor "Mediation and Atonement", pág . 97 : veja também o apêndice 4 :4 .</p><p>16,</p><p>Veja P . de G . V ., Moisés 5 :9-11 ; veja também o apêndice 4 :6 .</p><p>17 . Veja P . de G . V ., Moisés</p><p>6 :51-68 .</p><p>1K . Veja Deut . 18 :15, 17-19 .</p><p>19, Veja Jó 19 :25-27 .</p><p>20, Veja Sal . 2 .</p><p>21, Veja</p><p>Zacarias 9 :9 : 12:10 : 13 :6 :6 .</p><p>22, Veja (saías 7 :14 : 9:6, 7 .</p><p>23, Veja Mio . 5 :2 .</p><p>24, Veja</p><p>Mio . 5 :2 .</p><p>24, Veja Mal . 3 :11 .</p><p>25, Veja (-ucas 24 :27 .</p><p>82</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>crituras," e disse-lhes : "Assim está escrito, e assim convinha</p><p>que o Cristo padecesse, "26 testificando estar cumprindo um pla-</p><p>no previamente ordenado . Pedro, um dos companheiros terre-</p><p>nos mais íntimos do Salvador, refere-se a Ele chamando-O "um</p><p>cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, em</p><p>outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mun-</p><p>do . " ' Em sua epístola aos Romanos, Paulo menciona Cristo, di-</p><p>zendo que era Aquele "ao qual Deus propôs para propiciação</p><p>pela fé no Seu sangue, para demonstrar a Sua justiça pela remis-</p><p>são dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus" ."</p><p>Estas são apenas umas poucas evidências bíblicas da preorde-</p><p>nação de Cristo ; tanto o Velho como o Novo Testamento' são</p><p>fartos em provas da obra do Messias.</p><p>Distinguem-se os profetas do Livro de Mórmon pelos seus</p><p>testemunhos diretos relativos ao Messias . Por causa de sua fé,</p><p>foi permitido ao irmão de Jared ver o Salvador vinte e dois sé-</p><p>culos antes do meridiano dos tempos . Mostrou-se-lhe que o ho-</p><p>mem foi criado à imagem do Senhor e naquela ocasião ele foi</p><p>instruído sobre o propósito do Pai quanto ao fato de que o Filho</p><p>tomaria carne sobre Si e habitaria a terra .' Observe a declara-</p><p>ção pessoal do Salvador preordenado a esse profeta : "Eis que</p><p>Sou aquele que foi preparado desde a fundação do mundo para</p><p>remir Meu povo. Eis que Sou Jesus Cristo . Sou o Pai e o Filho.</p><p>Em Mim terão luz eternamente todos aqueles que crerem em</p><p>Meu nome ; e esses se tornarão Meus filhos e Minhas filhas."'</p><p>Néfi anotou a . profecia de seu pai Léhi relativa à futura</p><p>aparição do Filho na carne, Seu batismo, morte e ressurreição;</p><p>e essa declaração profética indica a época precisa do nascimen-</p><p>to do Salvador, isto é, seiscentos anos depois da saída de Léhi de</p><p>Jerusalém. É descrita a missão de João Batista e até mesmo se</p><p>designa o local do batismo .' Pouco tempo após a visão de Léhi</p><p>o Espírito mostrou a Néfi as mesmas coisas e muitas outras, al-</p><p>gumas das quais foram escritas . A maior parte porém lhe foi</p><p>26, Lucas 24:45, 46 ; veja "Jesus the Christ", 685-690 .</p><p>1, 1 Pedro 1 :19, 20 .</p><p>2, Rom.</p><p>3 :25 .</p><p>3, Rom . 16 :25, 26 ; Ef. 3 :9-11 ; Col . 1 :24, 26 ; 2 Tim .</p><p>1 :8-10 ; Tito 1 :2, 3 ; Apo. 13 :8.</p><p>4, Veja Éter 3 :13, 14 ; veja também 13 :10, I I . 5, Éter 3 :14, veja também 8 :16 ; veja o apên</p><p>dice 2:11 .</p><p>6, Veja 1 Néfi 10:3-11 .</p><p>EXPIAÇÃO E SALVAÇÃO</p><p>83</p><p>proibido escrever, já que outro, o apóstolo João, havia sido</p><p>ordenado para escrevê-las num livro que formaria parte da</p><p>Bíblia.</p><p>Entretanto, pelo relato parcial de sua visão, sabemos que</p><p>viu a Virgem Maria em Nazaré, primeiramente só e depois com</p><p>um menino em seus braços, e que o manifestador da visão o in-</p><p>formou de que a criatura era o Cordeiro de Deus, o Filho do</p><p>Pai Eterno . Então Néfi viu o Filho exercer Seu ministério entre</p><p>os filhos dos homens, proclamar a palavra, curar os enfermos e</p><p>fazer muitos outros grandes milagres ; viu João, o profeta do de-</p><p>serto, que ia adiante dele ; viu o Salvador, que era batizado por</p><p>João, e o Espírito Santo que descia sobre Ele com o sinal visível</p><p>de uma pomba . Então viu e profetizou que doze apóstolos se-</p><p>guiriam o Senhor em Seu ministério ; que o Filho cairia nas</p><p>mãos de homens que o julgariam e finalmente o matariam . Pe-</p><p>netrando no futuro até mesmo após a crucificação, Néfi viu a</p><p>contenda do mundo contra os apóstolos do Cordeiro e o triunfo</p><p>final da causa de Deus .'</p><p>Jacó, o irmão de Néfi, profetizou a seus irmãos que Cristo</p><p>apareceria na carne entre os judeus e que estes O "açoitariam e</p><p>O crucificariam." 8 O rei Benjamim levantou . sua voz em apoio</p><p>ao mesmo testemunho e pregou a seu povo acerca da justa con-</p><p>descendência de Deus . 9 O mesmo declararam Abinadi, 10 Al-</p><p>ma," Amuleque 12 e Samuel, o profeta lamanita ." O cumpri-</p><p>mento literal destas profecias proporciona a prova de sua vera-</p><p>cidade . Os sinais e prodígios que assinalaram o nascimento" e a</p><p>morte de Cristo se cumpriram todos" e, após Sua morte e as-</p><p>censão, o Salvador Se Manifestou em pessoa aos nefitas, en-</p><p>quanto o Pai O proclamava à multidão . 16</p><p>As escrituras antigas, portanto, afirmam claramente que</p><p>Cristo veio à terra para realizar uma obra previamente determi-</p><p>nada. De acordo com um plano que havia sido formulado em</p><p>justiça antes que o mundo existisse, viveu, sofreu e morreu para</p><p>a redenção dos filhos de Adão . Igual importância e clareza tem</p><p>7, Veja 1 Néfi 11 :14-35 ; veja também 2 Néfi 2:3-21 ; 25 :20-27 ; 26 :24 . 8, Veja 2 Néfi 6:8-10;</p><p>9 :5, 6 . 9, Veja Mosíah 3:5-27 ; 4:1-8. 10, Veja Mosiah 15 :6-9, cap . 16 . 11, Veja Alma</p><p>7 :9-14 . 12, Veja Alma 11 : 36-44 13, Veja Helamã 14 :2-8. 14, Veja Helamã 14 :2-5, 20-</p><p>27 . 15, Veja 3 Néfi 1 :5-21 ; 8:3-25 . 16, Veja 3 Néfi 11 :1-17 ; veja também "Jesus the</p><p>Chri,t", cap . 39 .</p><p>84</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>a palavra da revelação moderna, por meio da qual o Filho de-</p><p>clarou ser Alfa e Omega, o Princípio e o Fim, o advogado do</p><p>homem perante o Pai, o Redentor universal ." Consideremos</p><p>uma só passagem das muitas revelações concernentes a Cristo,</p><p>dadas na dispensação atual : "Ouvi a voz do Senhor vosso Deus,</p><p>o Alfa e o Omega, o Princípio e o Fim, cujo caminho é um</p><p>círculo eterno, o mesmo hoje, ontem e para sempre . Eu sou Je-</p><p>sus Cristo, o Filho de Deus, que foi crucificado pelos pecados</p><p>do mundo, para que todos os que cressem em Meu nome pu-</p><p>dessem tornar-se filhos de Deus, ser um em Mim como Eu Sou</p><p>um no Pai, e como O Pai é um em Mim, para que sejamos</p><p>um . "18</p><p>A Extensão da Expiação é universal e se aplica igualmente a</p><p>todos os descendentes de Adão . Até o incrédulo, o pagão e a</p><p>criança que morre antes de chegar à idade da responsabilidade,</p><p>todos são remidos das conseqüências individuais da queda pelo</p><p>sacrifício pessoal do Salvador. 19 As Escrituras mostram que a</p><p>ressurreição do corpo é uma das vitórias que Cristo logrou por</p><p>meio de Seu sacrifício expiatório . Ele mesmo proclamou a ver-</p><p>dade eterna: "Eu sou a ressurreição e a vida" , 20 e foi o primeiro</p><p>de todos os homens que se levantou do sepulcro à imortalidade,</p><p>"as primícias dos que dormem " . 21 Não há dúvida, segundo as</p><p>Escrituras, que a ressurreição será universal . O Salvador anun-</p><p>ciou a Seus apóstolos a iniciação desta obra de libertação do</p><p>tú-</p><p>mulo . Eis aqui Suas palavras : "Não vos maravilheis disto porque</p><p>vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a</p><p>Sua voz . E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da</p><p>vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condena-</p><p>ção "22 ou, como interpretada por inspiração, nestes dias, a últi-</p><p>ma parte da declaração: "Os que fizeram o bem, na ressurreição</p><p>dos justos, e os que fizeram o mal, na ressurreição dos injus-</p><p>tos" . 23</p><p>Paulo pregou a doutrina de uma ressurreição universal:</p><p>" . . . que há de haver ressurreição de mortos, assim dos justos</p><p>17, Veja D . & C . 6:21 ; 14 :9; 18 :10-12 ; 19 :1, 2, 24 ; 21 :9 ; 29 :1 ; 34:1-3 ; 35 :1, 2 ; 38 :1-5 ;. 39 :1-3;</p><p>45:3-5 ; 46 :13, 14 ; 76:1-4, 12-14, 19-24, 68, 69 ; 93 :1-17, 38 .</p><p>18, D . & C . 35 :1, 2.</p><p>19, Veja o</p><p>apêndice 4:2 . 20, João 11 :25.</p><p>21, 1 Cor. 15 :20 ; veja Atos 26 :23 . 22, João 5 :28, 29.</p><p>23, D. & C. 76:17 .</p><p>EXPIAÇÃO E SALVAÇÃO</p><p>85</p><p>como dos injustos" . 24 Em outra ocasião escreveu : "Porque as-</p><p>sim como todos morrem em Adão, assim também todos serão</p><p>vivificados em Cristo . "25 João, o Revelador, testifica assim de</p><p>sua visão relativa ao futuro : "E vi os mortos, grandes e peque-</p><p>nos, que estavam diante do trono . . . E deu o mar os mortos que</p><p>nele havia : e a morte e o inferno deram os mortos que neles ha-</p><p>via" . 26 Assim, está claro que o efeito da expiação, até onde ela</p><p>se aplica à vitória sobre a morte temporal ou física, inclui toda a</p><p>raça. É igualmente claro que a todos se oferece a libertação da</p><p>morte espiritual, ou seja do afastamento da presença de Deus;</p><p>de modo que se algum homem perder a salvação, tal perda será</p><p>por sua própria culpa e de maneira nenhuma pelo efeito inevi-</p><p>tável da transgressão de Adão . Os apóstolos da antigüidade en-</p><p>sinaram de forma precisa que o dom da redenção efetuada por</p><p>Cristo é gratuito para todos os homens . Por isso o apóstolo Pau-</p><p>lo disse : "Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre</p><p>todos os homens, para condenação, assim também por um só</p><p>ato de justiça veio a graça sobre todos os homens, para justifica-</p><p>ção de vida" .' E diz ainda mais : "Porque há um só Deus e um só</p><p>Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem . O</p><p>Qual deu a Si mesmo em preço de redenção por todos" . 2 João</p><p>falou do sacrifício do Redentor, dizendo : "E ele é a propiciação</p><p>pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos mas também</p><p>pelos de todo o mundo" .'</p><p>Foram ensinadas as mesmas verdades aos nefitas . Benja-</p><p>min, o rei justo, falou da "expiação que foi preparada desde a</p><p>criação do mundo, para toda a humanidade, que existiu desde a</p><p>queda de Adão, ou que existe, ou que existirá até o fim do mun-</p><p>do" . 4 Nas revelações destes dias, lemos do advento de Cristo ao</p><p>mundo para sofrer e morrer: "Para que por intermédio dele to-</p><p>dos pudessem ser salvos ; aqueles que o Pai havia posto em Seu</p><p>poder e criado através dele." 5</p><p>Porém, além desta aplicação universal da expiação, por</p><p>meio da qual se redimem todos os homens dos efeitos da trans-</p><p>gressão de Adão, no que diz respeito tanto à morte do corpo</p><p>como ao pecado herdado, tem outra aplicação o mesmo grande</p><p>24, Atos 24 :15 .</p><p>25, 1 Cor . 15 :22. 26, Apoc . 20:12,13 .</p><p>1, Rom . 5:18 . 2, 1 Tim . 2 :5,6.</p><p>3, 1 João 2 :2 . 4, Mosiah 4:7 . 5, D. & C. 76 :42 .</p><p>86</p><p>REGRAS DE FE</p><p>sacrifício, no sentido de ser uma propiciação pelos pecados in-</p><p>dividuais, mediante a fé e boas obras do pecador . Este duplo</p><p>efeito da expiação se indica na regra de nossa fé que estamos</p><p>considerando. O primeiro efeito é eximir todo o gênero huma-</p><p>no do castigo da queda e assim prover um plano de Salvação</p><p>Geral . O segundo efeito consiste em facilitar uma Salvação Indi-</p><p>vidual, mediante a qual a humanidade pode conseguir a remis-</p><p>são de pecados pessoais . Tendo em vista que estes pecados são</p><p>conseqüência de atos individuais, justo é que o seu perdão este-</p><p>ja condicionado ao cumprimento do requisito prescrito, a "obe-</p><p>diência às leis e ordenanças do evangelho".</p><p>O Efeito Geral da Expiação, aplicado a todos aqueles que</p><p>chegaram a uma idade de responsabilidade e juízo, já foi de-</p><p>monstrado nas passagens das Escrituras já citadas . Sua aplica-</p><p>ção às crianças pode com propriedade receber nossa considera-</p><p>ção. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ensi-</p><p>na como doutrina fundada na razão, na justiça, e na escritura,</p><p>que todas as criancinhas são inocentes à vista de Deus e que, até</p><p>chegarem a uma idade de responsabilidade pessoal, seu batismo</p><p>não é necessário e nem adequado ; que, em uma palavra, são</p><p>salvas pela expiação de Cristo . Até certo ponto as criancinhas</p><p>herdam a natureza boa ou má de seus pais ; admitem-se os efei-</p><p>tos biológicos da herança. De geração em geração se transmi-</p><p>tem boas ou más tendências, bênçãos ou maldições . Por meio</p><p>desta ordem divinamente determinada, cuja justiça fica paten-</p><p>temente demonstrada à luz do conhecimento revelado sobre o</p><p>estado primordial dos espíritos do gênero humano, os filhos de</p><p>Adão são herdeiros naturais das adversidades do estado mortal;</p><p>porém, mediante a expiação de Cristo, todos são redimidos da</p><p>maldição deste estado decadente . A dívida que lhes é legada é</p><p>paga e eles ficam livres . As criancinhas que morrem antes de</p><p>chegarem à idade em que podem responder por seus atos são</p><p>inocentes aos olhos de Deus, mesmo que sejam filhos de peca-</p><p>dores . No Livro de Mórmon, lemos : "As criancinhas não po-</p><p>dem arrepender-se ; portanto, é grande iniqüidade negar a elas</p><p>as puras misericórdias de Deus, pois elas estão todas vivas nele,</p><p>em virtude de Sua misericórdia Porque eis que todas essas</p><p>criancinhas estão vivas em Cristo, como todos também que não</p><p>EXPIAÇÃO E SALVAÇÃO</p><p>87</p><p>têm lei . Porque o poder da redenção alcança a todos que não</p><p>têm lei" .6</p><p>O profeta Mórmon, escrevendo a seu filho Morôni, expres-</p><p>sou da seguinte maneira sua convicção sobre a inocência das</p><p>criancinhas : "Ouve as palavras de Cristo, Teu Redentor, Teu</p><p>Senhor e Teu Deus . Eis que vim ao mundo, não para chamar os</p><p>justos, mas para chamar os pecadores ao arrependimento ; os</p><p>sãos não precisam de médico, os que dele necessitam são os</p><p>doentes ; portanto, as criancinhas estão sãs, visto que são inca-</p><p>pazes de cometer pecados ; por isso a maldição de Adão foi re-</p><p>movida delas para Mim, a fim de que sobre elas não tenha po-</p><p>der . Eis que vos digo que devereis ensinar arrependimento e ba-.</p><p>tismo aos que são responsáveis e capazes de cometer pecados;</p><p>sim, ensinai aos pais que eles devem arrepender-se e ser batiza-</p><p>dos, humilhándo-se como suas criancinhas, e então serão todos</p><p>salvos com suas criancinhas. E elas não têm necessidade de se</p><p>arrepender nem de ser batizadas . Eis que o batismo é feito para</p><p>consagrar o arrependimento, para que se cumpram os manda-</p><p>mentos da remissão dos pecados . Mas as criancinhas vivem em</p><p>Cristo desde a fundação do mundo".'</p><p>Numa revelação feita nesta dispensação por intermédio do</p><p>profeta Joseph Smith, o Senhor disse : "Mas eis que vos digo,</p><p>que desde a fundação do mundo as criancinhas são redimidas</p><p>pelo Meu Unigênito . Portanto, não podem pecar, pois a Sata-</p><p>nás não é dado o poder para tentar criancinhas, até que elas se</p><p>tornem responsáveis perante Mim" . 8 O presidente John Taylor,</p><p>após citar exemplos do carinho de Cristo para com as crianci-</p><p>nhas e oferecer provas da inocência com que nos céus são con-</p><p>sideradas, disse: "Sem a transgressão de Adão, essas crianci-</p><p>nhas não poderiam ter existido ; devido à expiação são coloca-</p><p>das num estado de salvação sem obra alguma de sua parte.</p><p>Compreenderiam, .segundo a opinião dos peritos em estatística,</p><p>mais da metade da família humana cuja salvação se pode atri-</p><p>buir tão unicamente à mediação e expiação do Salvador".'</p><p>6, Morôni 8 :19-22 . 7, Morôni 8:8-12. 8, D . & C . 29 :46, 47 . 9, "Mediation and Atone</p><p>ment" . pág . 148 ; veja também o apêndice 4:3 .</p><p>88</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>O Efeito Individual da Redenção permite a toda alma, sem</p><p>exceção, alcançar a absolvição do efeito dos pecados pessoais,</p><p>pela mediação de Cristo, porém tal intercessão salvadora deve-</p><p>rá</p><p>ser invocada por seu esforço individual, manifestado na fé,</p><p>arrependimento e atos contínuos de justiça . Cristo indicou as</p><p>leis de acordo com as quais se pode alcançar a salvação, pois a</p><p>Ele corresponde o direito de dizer como devem ser administra-</p><p>das as bênçãos que Seu próprio sacrifício facultou . Todos os</p><p>homens necessitam da mediação do Salvador, porque todos são</p><p>transgressores . Assim ensinaram os apóstolos da antigüidade.</p><p>"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de</p><p>Deus" . 10 E ensinaram ainda: "Se dissermos que não temos pe-</p><p>-cados, enganamo-nos a nós mesmos e não há verdade em</p><p>nós" ." Que a bênção da redenção dos pecados individuais, ape-</p><p>sar de estar ao alcance de todos, depende, não obstante, do es-</p><p>forço individual, é tão claramente declarado como oé a verda-</p><p>de da redenção incondicional da morte, como efeito da queda.</p><p>Há um julgamento ordenado para todos e conforme suas obras</p><p>todos serão julgados . O livre arbítrio do homem lhe permite es-</p><p>colher ou recusar, seguir o caminho da vida ou o que leva à des-</p><p>truição; por conseguinte é justo que tenha que responder pelo</p><p>exercício de sua faculdade de escolha e que receba o resultado</p><p>de seus atos.</p><p>Daí, pois, a justiça da doutrina das Escrituras, que diz que</p><p>o indivíduo somente alcança a salvação por meio da obediên-</p><p>cia . Diz-se de Cristo: "E sendo Ele consumado veio a ser a cau-</p><p>sa de eterna salvação, para todos os que Lhe obedecem"i2 e</p><p>ainda: Deus "recompensará cada um segundo suas obras ; a sa-</p><p>ber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer o bem,</p><p>procuram a glória, a honra e a incorrupção ; mas a indignação e</p><p>a ira aos que são contenciosos e desobedientes à verdade e obe-</p><p>dientes à iniqüidade ; tribulação e angústia sobre toda a alma do</p><p>homem que obra o mal ; primeiramente do judeu e também do</p><p>grego ; glória, porém, e honra e paz a qualquer que obra o bem:</p><p>primeiramente ao judeu e também ao grego ; porque, Deus não</p><p>faz acepção de pessoas" ." A estas se podem acrescentar as pa-</p><p>10, Rom . 3 :23 . 11, 1 João 1 :8 . 12, Heb . 5 :9. 13, Romanos 2:6-11 .</p><p>EXPIAÇÃO E SALVAÇÃO</p><p>89</p><p>lavras do Senhor ressuscitado : "Quem crer e for batizado será</p><p>salvo ; mas quem não crer será condenado" . A0</p><p>Consideremos também a profecia que o rei Benjamim pro-</p><p>clamou à multidão nefita : O sangue de Cristo "expiará os peca-</p><p>dos dos que caíram por causa da transgressão de Adão, e que</p><p>morreram sem conhecer a vontade de Deus acerca de si mes-</p><p>mos, ou pecaram por ignorância . Mas ai! Ai do que, sabendo,</p><p>se rebelou contra Deus! Porque ninguém será salvo se não se</p><p>arrepender e não tiver fé no Senhor Jesus Cristo' ."</p><p>Porém, para que multiplicar passagens das Escrituras, quan-</p><p>do o teor completo da documentação sagrada apóia a doutrina?</p><p>Sem Cristo nenhum homem pode ser salvo e a salvação provida</p><p>à custa dos sofrimentos de Cristo e da Sua morte corporal so-</p><p>mente é oferecida mediante certas condições claramente defi-</p><p>nidas; e estas são resumidas na frase : "obediência às leis e orde-</p><p>nanças do Evangelho".</p><p>Salvação e Exaltação — Para todos aqueles que não perde-</p><p>ram seu direito a ela, haverá algum grau de salvação ; a exalta-</p><p>ção se dá somente àqueles que por justo esforço conseguiram o</p><p>direito de pedir a liberalidade misericordiosa de Deus, por meio</p><p>da qual é concedida. Nem todos os que se salvarem receberão a</p><p>exaltação das glórias mais altas : não se darão os galardões em</p><p>oposição à justiça ; nem se imporão castigos sem consideração à</p><p>misericórdia . Ninguem poderá ser admitido a nenhum grau de</p><p>glória, isto é, nenhuma alma poderá ser salva até que a justiça</p><p>tenha sido satisfeita pela lei violada . Nossa crença na aplicação</p><p>universal da expiação não encerra nenhuma suposição de que</p><p>todo o gênero humano se salvará com igual galardão de glória e</p><p>poder. No reino de Deus há numerosos graus ou gradações des-</p><p>tinados aos que os merecem ; na casa -de nosso Pai há muitas</p><p>moradas, às quais somente se admitirão os que estiverem prepa-</p><p>rados . A falsa suposição, baseada em dogmas sectários, de que</p><p>na outra vida não haverá mais que dois lugares, estados ou con-</p><p>dições, para as almas do gênero humano — o céu e o inferno : no</p><p>primeiro a mesma glória em toda sua extensão, e os mesmos</p><p>14, Marcos 16 :16 .</p><p>15, Mosiah 3:11, 12 .</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>horrores em todas as partes do segundo — não pode suster-se à</p><p>luz da revelação divina . Por palavra direta do Senhor sabemos</p><p>que há reinos ou glórias graduados.</p><p>Graus de Glória — As revelações de Deus especificaram os</p><p>seguintes reinos ou graus de glória, preparados por Cristo, para</p><p>os filhos dos homens:</p><p>1. A Glória Celeste1ó — Há alguns que se esforçaram por</p><p>obedecer a todos os mandamentos divinos, que aceitaram o tes-</p><p>temunho de Cristo, obedeceram "às leis e ordenanças do evan-</p><p>gelho" e receberam o Espírito Santo ; estes são os que venceram</p><p>o mal com obras de justiça e que portanto, merecem a glória</p><p>mais alta ; estes pertencem à Igreja do Primogênito, a quém o</p><p>Pai deu todas as coisas ; são feitos reis e sacerdotes do Altíssi-</p><p>mo, segundo a ordem de Melquisedeque ; estes possuem corpos</p><p>celestiais "cuja glória é a do sol, a glória de Deus, o Altíssimo,</p><p>cuja glória ao sol do firmamento é comparada" ; são admitidos à</p><p>companhia glorificada e coroados com a exaltação do reino ce-</p><p>lestial .</p><p>2. A Glória Terrestre" — Lemos de outros que recebem uma</p><p>glória de uma ordem secundária, que difere da mais alta, "tal</p><p>como a glória da lua difere da do sol no firmamento" . Estes são</p><p>aqueles que, apesar de honrados, não cumpriram os requisitos</p><p>da exaltação ; foram cegados pelas artimanhas dos homens e</p><p>não puderam receber as leis mais altas de Deus e obedecer a</p><p>elas . Demonstram que não eram "valentes no testemunho de</p><p>Jesus" e, portanto, não merecem a plenitude da glória.</p><p>3. A Glória Teleste1e — Difere este outro grau das ordens</p><p>mais altas como diferem as estrelas dos astros mais luminosos</p><p>do firmamento ; esta glória é para aqueles que não receberam o</p><p>testemunho de Cristo, mas que, não obstante, não negaram o</p><p>Espírito Santo ; são os que viveram vidas que os eximem do cas-</p><p>tigo mais severo, mas cuja redenção, entretanto, será demora-</p><p>da até a última ressurreição . No mundo teleste há inúmeros</p><p>graus que se podem comparar à variação de luminosidade das</p><p>estrelas . 19 Não obstante, todos os que receberem estes graus de</p><p>16, Veja D . & C . 76 :50-70, 92-96 . 17, Veja D. & C . 76:71-80, 87, 91, 97 . 18, Veja D. & C.</p><p>76 :81-86 ; 88-89, 98-106, 109-112 .</p><p>19, Veja D . & C . 76 :81-86, 98 .</p><p>REFERENCIAS</p><p>91</p><p>glória se salvarão finalmente e Satanás nenhum poder exercerá</p><p>sobre eles . Até mesmo a glória teleste "ultrapassa todo entendi-</p><p>mento e nenhum homem a compreende exceto aquele a quem</p><p>Deus o tem revelado" . 20 Por último há aqueles que perderam</p><p>todo o direito à misericórdia de Deus, cujos atos fizeram com</p><p>que fossem contados com Perdição e seus anjos . 21</p><p>REFERENCIAS</p><p>Expiação feita por Jesus Cristo</p><p>A morte sacrificial de Cristo simbolizada por sacrifícios no altar sob a lei de Moisés : Por-</p><p>quanto é o sangue que fará expiação pela alma — Lev . 17:11.</p><p>Para os pecados do povo, sacrifício pelo derramamento de sangue de animais diante do Se-</p><p>nhor — Levi . cap. 4 ; 5 :5-10.</p><p>De Adão foi requerido oferecer as primícias dos rebanhos, em similitude do sacrifício do</p><p>Unigênito — Moisés 5 :5-8, 20.</p><p>Uma virgem daria à luz um filho e chamaria seu nome Emanuel — Is . 7 :14 ; Mat . 1 :21-23.</p><p>Predição da vida e trabalho do Salvador — Is. 53 :3-12.</p><p>Meu Unigênito é e será o Salvador — Moisés 1 :6.</p><p>O plano de Salvação a todos os homens através do sangue de Meu Unigênito — Moisés</p><p>6 :62.</p><p>O filho Unigênito preparado desde a fundação do mundo — Moisés 5 :57.</p><p>O Filho de Deus tinha expiado pelo pecado original — Moisés 6 :54.</p><p>Tereis de ser limpos pelo sangue, e mesmo pelo sangue de Meu Unigênito. — Moisés 6:59.</p><p>Jesus Cristo deu Sua vida em resgate por todos — Mat . 20 :28 ; 1 Tim . 2 :5, 6.</p><p>O Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo — João 1 :29.</p><p>Dou Minha vida pelas ovelhas — João 10 :15.</p><p>Meu sangue derramado em favor de muitos para a remissão</p><p>dos pecados — Mat . 26 :28;</p><p>Luc . 22:19 ; João 6:51.</p><p>Dou Minha vida para a reassumir — João 10 :17, 11, 15.</p><p>O Filho do Homem levantado para que os homens tenham, a vida eterna — João 3 :14, 15;</p><p>8 :28 ; 12 :32.</p><p>Cristo exaltado a Príncipe e Salvador a fim de conceder o arrependimento e remissão dos</p><p>pecados — Atos 5 :31.</p><p>Era necessário que Cristo padecesse — Atos 17 :3 : Luc . 24 :26, 46.</p><p>Cristo morreu por nós ; seremos por Ele salvos da ira — Rom . 5 :8-9.</p><p>Cristo morreu e ressurgiu, Senhor dos mortos e dos vivos — Rom . 14 :9.</p><p>20, D . 3li C . 76 :89, 90 .</p><p>21, Veja o capítulo 3 desta obra, "O Castigo pelo Pecado", e</p><p>o capitulo 22, "Filhos de Perdição" .</p><p>92</p><p>REFERENCIAS</p><p>Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores – 1 Tim. 1 :15 ; um resgate por todos – 2 :6 ; o</p><p>Salvador de todos – 4:10 ; destruiu a morte – 2 Tim . 1 :10.</p><p>Para fazer propiciação pelos pecados do povo – Heb . 2 :17 ; O autor da Salvação eterna –</p><p>5:9 ; O mediador do Novo Testamento – 9 :15 : o qual levou nossos pecados em Seu corpo –</p><p>1 Ped . 2:24 ; padeceu por nós na carne – 4 :1.</p><p>Digno é o Cordeiro que foi morto – Apoc . 5 :12.</p><p>Léhi profetiza do Messias – 1 Néfi 10 :4-17 ; sua visão do Messias – cap . I I.</p><p>O Messias viria para redimir os homens da queda – 2 Néfi 2 :26</p><p>Jacó ensina que a expiação é infinita – 2 Néfi cap . 9.</p><p>Da morte pela ressurreição e da morte eterna pela expiação – 2 Néfi 10 :25.</p><p>Nenhum outro nome pelo qual o homem poderá ser salvo – 2 Néfi 31 :21 ; Helamã 5 :9-12;</p><p>D . & C . 18 :23-25.</p><p>Reconciliai-vos com Ele pela expiação de Cristo – Jacó 4 . 11.</p><p>A lei de Moisés não tem valor senão pela expiação – Mosíah 3 :15.</p><p>Que viésseis a Cristo e participásseis de Sua salvação – Omni 26.</p><p>A lei de Moisés cumprida por Cristo, que deu a lei – 3 Néfi 12 :17-19 ; 15 :2-6.</p><p>Tendo vida eterna por meio de Cristo que quebrou as cadeias da morte – Mosíah 15 :23-28.</p><p>Não poderia haver redenção a não ser pela morte, ressurreição e sofrimento de Cristo e á</p><p>expiação – Alma 21 :9 ; Helamã 5:9-11 ; 14 :16, 17.</p><p>É necessário que haja uma expiação – Alma 34:9-16:</p><p>Misericórdia vem em virtude da expiação – Alma 42 :23.</p><p>Ele não viria para redimir os homens em seus pecados, mas para os remir de seus pecados –</p><p>Helamã 5 :10.</p><p>Vim ao mundo para trazer-lhe a redenção – 3 Néfi 9 :21 ; D . & C . 49:5</p><p>Glorifiquei o Pai tomando sobre Mim os pecados do mundo – 3 Néfi 11 :11</p><p>Em virtude de Cristo veio a redenção do homem – Mórmon 9 :12, 13.</p><p>Ele trouxe a redenção do mundo – 7 :7.</p><p>Aquele que dissser que as criancinhas necessitam do batismo nega as misericórdias de Cris-</p><p>to e considera como nada a expiação – Morôni 8 :20.</p><p>O Senhor padeceu a morte e sofreu a dor de todos os homens, para que pudessem vir a Ele</p><p>– D . & C . 18 :11 ; Jesus Cristo é o único nome dado pelo qual o homem pode salvar-se – ver.</p><p>23-25 . Eu, Deus, sofri estas coisas por todos, para que, arrependendo-se, não precisassem</p><p>sofrer – 19 :16 ; Moisés 6 :52.</p><p>Salvação para os homens de todas as épocas – D . & C . 20:23-29.</p><p>Vosso redentor cujo braço de misericórdia expiou os vossos pecados – D . & C . 29 :1 ; as</p><p>criancinhas são redimidas – vers . 46, 47.</p><p>O Filho Unigênito enviado ao mundo para a redenção do mundo – D . & C . 49 :5.</p><p>Eu, o Senhor, que fui crucificado pelos pecados do mundo – D. & C . 53 :2 ; 54:1 ; 76:41.</p><p>O Senhor é Deus e fora d'Ele não há nenhum Salvador - D . & C . 76:1, 39-42.</p><p>Através da redenção se realiza a ressurreição – D . & C . 88 :14-17.</p><p>Sendo redimido da queda, o homem tornou-se outra vez inocente – D . & C . 93 :38.</p><p>Meu Unigênito é e será o Salvador – Moisés 1 :6, 39.</p><p>À semelhança do sacrifício do Unigênito – Moisés 5 :7.</p><p>Pode$ ser redimido, e também toda a humanidade, e todos os que quiserem – Moisés 5:9.</p><p>Salvação</p><p>Chamada profética à salvação – Is. 55 :1-7 ; Luc . 3 :3-6.</p><p>Alcança-se através de Cristo – Is . 61 :10 ; Luc . 19 :10 ; 24 :46, 47 ; João 3:14, 17 ; Atos 4:12;</p><p>REFERENCIAS</p><p>93</p><p>13 :38 ; Rom . 5 :15-21 ; D . & C . 18 :23 ; Moisés 5 :15 ; veja também as referências de Expiação.</p><p>Uma reconciliação com Deus por Jesus Cristo — 2 Cor . 5 :18,19 ; Col . 1 :19-23.</p><p>Aquele que perseverar até o fim será salvo — Mat. 24:13 ; 10:22 ; Hab . 3 :14 ; D . & C . 53:7.</p><p>Depende da obediência — Mat . 28 :19, 20 ; Mar. 1 :4 ; 16 :16.</p><p>E operado com temor e tremor — Filip . 2 :12.</p><p>A palavra enxertada, a qual pode salvar vossas almas — Tiago 1 :21.</p><p>Salvação virá por derribar Satanás — Apoc . 12 :10</p><p>A salvação é gratuita — 2 Néfi 2:4 ; 26:24 ; a ser anunciada a todas as nações — Mosíah 15:28 ; _</p><p>Mat . 24 :14 . Veja também referências de Livre-arbítrio, que seguem o capítulo 3.</p><p>É possível retardar o dia da salvação até que seja demasiado tarde — Helamã 13 :38.</p><p>Os bons receberão a salvação de sua alma — Alma 9 :28.</p><p>Não há dom maior que a salvação — D . & C . 6 :13 ; 11 :7.</p><p>Condições para ser salvo — D . & C . 49:5.</p><p>É impossível ser salvo em ignorância — D . & C . 131 :6.</p><p>Salvação sem exaltação — . & C . 132 :17.</p><p>Salvação graduada ; exaltação mais alta — João 14 :2 ; 1 Cor. 15 :40-42 ; D . & C . sac . 76;</p><p>132 :19-21 . ,</p><p>Revelação a Adão das condições para a salvação — Moisés 5 :9-15 .</p><p>Capítulo 5</p><p>FÉ E ARREPENDIMENTO</p><p>Regra 4 — Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do</p><p>evangelho são : primeiro, fé no Senhor Jesus Cristo; se-</p><p>gundo, arrependimento; ***</p><p>FÉ</p><p>A Natureza da Fé — Emprega-se nas escrituras a palavra fé</p><p>com o significado predominante de plena confiança e esperan-</p><p>ça na natureza, nos propósitos e nas palavras de Deus . Esta</p><p>confiança, sendo implícita, dissipará toda dúvida quanto às coi-</p><p>sas que Deus realizou ou prometeu, mesmo que para as facul-</p><p>dades comuns do ser mortal não sejam evidentes e nem explicá-</p><p>veis . Daí, pois, a definição de fé, segundo Paulo: "Ora, a fé é o.</p><p>firme fundamento (confiança, certeza) das coisas que se espe-</p><p>ram, e a prova (evidência, demonstração) das coisas que se não</p><p>vêem" .' É claro que este sentimento de confiança pode existir</p><p>em diversos graus, em diferentes pessoas ; em verdade, a fé se</p><p>manifesta desde o estado incipiente que nada mais é que uma</p><p>débil crença, livre da vacilação e do temor, até a força de uma</p><p>confiança firme que desafia a dúvida e o sofisma.</p><p>Crença, Fé e Conhecimento — Os termos fé e crença são al-</p><p>gumas vezes considerados sinônimos ; não obstante, cada qual</p><p>tem um significado particular, embora as duas palavras sejam</p><p>usadas sem distinção em muitas passagens das escrituras . A</p><p>crença, em um de seus significados aceitos, pode meramente</p><p>ser um assentimento e conformidade intelectual, ao passo que a</p><p>fé implica nessa confiança e convicção que impele à ação . A</p><p>crença é, de certo modo, passiva: um consentimento ou aceita-</p><p>1, Heb . 11 :1 .</p><p>FÉ E ARREPENDIMENTO</p><p>95</p><p>ção somente, a fé é ativa e positiva : compreende essa certeza e</p><p>confiança que conduz às obras . Fé em Cristo abrange a crença</p><p>nele combinada com a confiança . Não se pode ter fé sem crer.</p><p>Não obstante, pode-se crer e, mesmo assim, não ter fé . Fé é</p><p>crença, vivificada, ativa e viva.</p><p>Há, certamente, grande diferença em graus, mesmo se não</p><p>for admitida nenhuma distinção essencial em espécie entre as</p><p>duas. Como será demonstrado agora, fé na Trindade é um re-</p><p>quisito da salvação ; é um poder salvador que conduz quem a</p><p>possui aos caminhos da santidade, enquanto mera crença na</p><p>existência e atributos da Divindade não constitui tal poder.</p><p>Consideremos as palavras de Tiago em sua epístola universal</p><p>aos santos,' na qual repreendeu seus irmãos por certas profis-</p><p>sões vãs.</p><p>Em essência ele disse : Com orgulho e satisfação declarais</p><p>vossa fé em Deus e vos jactais de não serdes como os idólatras e</p><p>pagãos, porque aceitais a um Deus : fazeis bem em professar e,</p><p>conseqüentemente, crer . Mas lembrai-vos de que outros fazem</p><p>o mesmo ; até os demônios crêem ; e crêem tão firmemente que</p><p>tremem quando pensam no destino que esta crença lhes revela.</p><p>Satanás e seus seguidores crêem em Cristo ; e sua crença consti-</p><p>tui um conhecimento de quem é o Senhor, e a parte que desem-</p><p>penhou no passado, no presente e que desempenhará no futuro,</p><p>dentro do plano divino da</p><p>existência e salvação humana . Vem à</p><p>mente o caso do homem possuído de espíritos imundos no país</p><p>dos gadarenos, um homem atormentado tão gravemente que se</p><p>tornava um terror para todos os que dele se aproximavam . Não</p><p>podia ser dominado e nem atado ; e o povo temia dele se acer-</p><p>car ; espírito mau dentro dele implorou misericórdia ao Justo,</p><p>chamando-O de "Jesus, Filho do Deus Altíssimo" .' Em outra</p><p>ocasião, na sinagoga de Capèrnaum, um espírito mau rogou a</p><p>Cristo que não usasse Seu poder e, clamando com temor e ago-</p><p>nia, disse : "Bem sei que És o Santo de Deus".' Certa ocasião ia</p><p>atrás de Jesus uma multidão de pessoas de Iduméia e Jerusa-</p><p>lém, de Tiro e de Sidon . Entre elas havia muitos que tinham</p><p>2, Veja Tiago 2 :19 ; Apêndice 5 :1 . 3, Mar . 5:1-18 ; também Mateus 8 :28-34. 4, Marc.</p><p>1 :24.</p><p>96</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>espíritos maus, e, ao vê-lo, "prostravam-se diante dele e clama-</p><p>vam, dizendo: Tu És o Filho de Deus" .' Houve crente mortal</p><p>que tivesse confessado um conhecimento de Deus e Seu Filho</p><p>Jesus Cristo mais francamente que estes servos de Satanás? Sa-</p><p>tanás conhece a Deus e a Cristo . Lembra-se, talvez, da posição</p><p>que certa vez ele mesmo ocupou como o Filho da Alva' e, não</p><p>obstante, apesar de todo esse conhecimento, continua sendo</p><p>Satanás . Nem a crença, nem um conhecimento real e verdadei-</p><p>ro, que é superior à crença, bastam para salvar, porque nenhum</p><p>dos dois é fé . Se a crença é produto da mente, a fé o é do cora-</p><p>ção: a crença se funda na razão ; a fé principalmente na intui-</p><p>ção .</p><p>Ouvimos dizer freqüentemente que a fé é conhecimento</p><p>imperfeito ; que aquela desaparece à medida que este a substitui:</p><p>que hoje andamos por fé, porém que algum dia andaremos na</p><p>luz segura do conhecimento . Em certo ponto, é correto ; não</p><p>obstante, deve-se ter em mente que o conhecimento pode ser</p><p>tão morto e tão infrutífero, em boas obras, como a crença sem</p><p>fé. As confissões dos demônios, de que Cristo era o Filho de</p><p>Deus, estavam baseadas no conhecimento e, não obstante, a</p><p>grande verdade que eles conheciam não alterou sua natureza</p><p>iníqua . Que grande diferença havia entre a confissão que eles</p><p>faziam do Salvador e a de Pedro que respondendo à pergunta</p><p>do Mestre: "E vós quem dizeis que Eu sou?" respondeu quase</p><p>nos mesmos termos que os espíritos imundos já mencionados:</p><p>"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" .' A fé de Pedro já havia</p><p>manifestado seu poder vivificante ; já o havia feito abandonar</p><p>muito do que estimava ; seguir a seu Senhor em meio a persegui-</p><p>ção e sofrimento ; deixar as coisas do mundo com suas atrações</p><p>pela piedade sacrificadora que sua fé tornara tão desejável . O</p><p>conhecimento que tinha de Deus como o Pai e do Filho como o</p><p>Redentor talvez não fosse maior que o dos espíritos imundos;</p><p>porém, enquanto para estes aquele conhecimento nada mais</p><p>era que causa adicional de condenação, para ele foi um meio de</p><p>salvação.</p><p>A mera posse do conhecimento não assegura o recebimen-</p><p>5, Marc . 3 :8-11 ; veja também "Jesus the Christ", págs . 181, 310-312 . 6, Veja D . & C . 76:</p><p>25-27 . 7, Mateus 16 :15,16 ; veja também Marcos 8 :29 ; Lucas 9 :20.</p><p>FÉ E ARREPENDIMENTO</p><p>97</p><p>to de seus benefícios . Conta-se que durante uma epidemia de</p><p>cólera numa cidade grande, um cientista provou por meio de</p><p>experiências químicas e por testes microscópicos, para sua pró-</p><p>pria satisfação, que-o abastecimento de água estava infectado e</p><p>que por esse meio se estava propagando a peste . Proclamou o</p><p>fato por toda a cidade e advertiu a todos que não se utilizassem</p><p>da água sem fervê-la . Muitos dos habitantes, apesar de não po-</p><p>derem compreender seus métodos de investigação, e muito me-</p><p>nos repeti-los eles próprios, tiveram fé em suas palavras de ad-</p><p>moestação, obedeceram a suas instruções e se livraram da mor-</p><p>te à qual sucumbiram seus vizinhos descuidados e incrédulos.</p><p>Sua fé teve o poder de salvá-los. Quanto ao cientista, a verdade</p><p>pela qual se haviam salvo tantas vidas era para ele uma questão</p><p>de conhecimento . Ele havia efetivamente percebido, por meio</p><p>do microscópio, provas da existência de micróbios mortíferos</p><p>na água; havia demonstrado sua virulência ; sabia do que falava.</p><p>Não obstante, num momento de descuido bebeu água que não</p><p>havia sido fervida e pouco depois morreu, vítima da peste . Seu</p><p>conhecimento não o salvou, apesar de ser convincente ; não</p><p>obstante, outros que só dependiam da confiança ou fé que ti-</p><p>nham na verdade que ele havia proclamado, escaparam da des-</p><p>truição iminente . O cientista tinha conhecimento, porém foi</p><p>prudente? Conhecimento é para a sabedoria o que a crença é</p><p>para a fé: um é princípio abstrato ; o outro, uma aplicação viva.</p><p>A mera posse de conhecimento não constitui sabedoria, mas</p><p>sim o seu uso adequado.</p><p>O Fundamento da Fé — Primeiramente, e numa acepção</p><p>teológica, estamos considerando a fé no sentido de uma con-</p><p>fiança viva e inspiradora em Deus, na aceitação de Sua vontade</p><p>como nossa lei e de Suas palavras como nosso guia na vida . A fé</p><p>em Deus somente é possível quando chegamos ao conhecimen-</p><p>to de que Ele existe e, além disso, que é um Ser de caráter e</p><p>atributos nobres.</p><p>Sobre este conhecimento da existência de Deus, da nobre-</p><p>za de Seu caráter e da perfeição de Seus atributos se estabelece</p><p>a fé do homem nele . De forma que não se pode exercer a fé em</p><p>Deus se falta todo o conhecimento dele ; não obstante, até os</p><p>98 REGRAS DE FÉ</p><p>pagãos que vivem em escuridão manifestam alguns frutos da fé,</p><p>porque têm ao menos a convicção inata que nasce da intuição</p><p>natural do homem quanto à existência de um poder supremo.</p><p>Em toda alma humana, mesmo na do selvagem, existe alguma</p><p>base para a fé, por limitada e imperfeita que a tenham deixado</p><p>as trevas da herança ou do pecado voluntário . A fé do pagão</p><p>poderá ser débil e imperfeita, pois talvez sua habilidade para</p><p>conhecer a evidência da qual depende a crença em Deus não</p><p>seja grande . Enquanto as primeiras insinuações da fé em Deus</p><p>podem ser produto da intuição natural, o desenvolvimento pos-</p><p>terior resulta principalmente de se investigar e procurar a ver-</p><p>dade imparcialmente e com oração.</p><p>A fé verdadeira nascerá da evidência fidedigna, interpreta-</p><p>da corretamente ; da evidência falsa somente nascerá uma fé</p><p>pervertida e deslocada . O número e fidelidade das testemunhas</p><p>ou peso da evidência, ao investigarmos por nós mesmos, é o que</p><p>principalmente determinará nossas conclusões a respeito do as-</p><p>sunto que estamos investigando . Se a veracidade de uma decla-</p><p>ração for afirmada por testemunhas em quem confiamos, por</p><p>improvável que tal declaração pareça, sentir-nos-emos compe-</p><p>lidos a admiti-la como certa pelo menos provisoriamente . Se</p><p>testificassem muitas testemunhas fidedignas e, sobretudo, se</p><p>surgisse evidência confirmatória, poderíamos tomar por com-</p><p>provada a declaração . Não obstante, nós ainda assim seríamos</p><p>incompetentes para afirmar a sua verdade, segundo nosso co-</p><p>nhecimento pessoal, até que tivéssemos visto ou ouvido por nós</p><p>mesmos ; de fato, até que cada um de nós se convertesse em tes-</p><p>temunha competente por meio da observação pessoal . Ilustre-</p><p>mos este ponto : relativamente, são poucos os que visitaram a</p><p>sede do governo norte-americano em Washington ; as massas</p><p>nada sabem, por observação real e efetiva, do Capitólio, da</p><p>Casa Branca e de outros edifícios de interesse e de importância</p><p>nacional ; poucas pessoas conhecem pessoalmente o Presidente</p><p>dos Estados Unidos que ali vive . Como pode alguém dentre a</p><p>imensa multidão, que não viu por si mesmo, saber da existência</p><p>da cidade de Washington, do Capitólio e do Presidente? Pelo tes-</p><p>temunho de outros . Talvez entre seus conhecidos, haja um que</p><p>tenha estado em Washington, cujas declarações ele aceite</p><p>FÉ E ARREPENDIMENTO</p><p>99</p><p>como verdadeiras ; certamente terá ouvido ou lido sobre os que</p><p>sabem por si mesmos . Fica então sabendo que ali se fazem leis e</p><p>que se expedem editais do quartel-general da nação ; seus estu-</p><p>dos na escola, o uso de seus mapas, livros e muitos outros acon-</p><p>tecimentos aumentam a evidência que não tarda a se tornar de-</p><p>cisiva . Multiplicam-se as deduções e se desenvolvem numa con-</p><p>vicção positiva . Chega a ter fé na existência de um centro de</p><p>governo nacional e respeito pelas leis que dali emanam.</p><p>Consideremos outra ilustração : Os astrônomos nos dizem</p><p>que a terra é da mesma categoria que certas estrelas ; que perten-</p><p>ce a uma família de planetas que giram ao redor do sol, em órbi-</p><p>tas concêntricas, e que o tamanho de alguns desses planetas é vá-</p><p>rias vezes maior que o do nosso globo . Talvez não sejamos peri-</p><p>tos quanto a métodos astronômicos de observação e cálculo e,</p><p>portanto, não possamos nós mesmos pôr à prova a veracidade</p><p>dessas declarações ; mas achamos tamanho acervo de evidên-</p><p>cias resultante do testemunho unido daqueles em cuja habilida-</p><p>de como cientistas temos confiança, que as conclusões são acei-</p><p>tas por nós como comprovadas.</p><p>Da mesma forma, no que diz respeito à existência, autori-</p><p>dade e atributos de Deus, os testemunhos de muitos homens</p><p>santos dos tempos antigos e modernos — profetas cuja credibili-</p><p>dade se baseia no cumprimento de suas profecias — chegaram a</p><p>nós numa afirmação unida das verdades solenes, e a natureza</p><p>nos oferece um testemunho corroborativo por todos os lados.</p><p>Recusar tal evidência, sem provar a sua falsidade, seria menos-</p><p>prezar os métodos mais aceitos de investigação e estudo que o</p><p>homem conhece . Ficou ilustrado, em certa celebração pen-</p><p>tecostal, como cresceu a evidência até se tornar fé . Naquela</p><p>de que Jesus era um impostor, ouviram o testemunho dos após-</p><p>tolos e presenciaram os sinais que o acompanharam ; três mil</p><p>deles se convenceram da verdade e se fizeram discípulos do Fi-</p><p>lho de Deus, tornando-se em crença o seu preconceito e de-</p><p>senvolvendo-se sua crença em fé, com as obras corresponden-</p><p>tes .' De modo que o fundamento da fé em Deus é uma crença</p><p>8, Veja Atos cap. 2 .</p><p>100</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>sincera nele e o conhecimento dele, comprovados por evidên-</p><p>cia e testemunho.</p><p>A Fé, Um Princípio de Poder — Em seu significado geral,</p><p>a fé — a certeza das coisas que esperamos e a evidência das coisas</p><p>que nossos sentidos não percebem — é o princípio, a força mo-</p><p>triz que impele os homens a tomarem resoluções e a agirem.</p><p>Sem o exercício dela, não realizaríamos nenhum esforço cujos</p><p>resultados fossem futuros. Sem fé na colheita do outono, o ho-</p><p>mem não semearia na primavera, nem tampouco se esforçaria</p><p>para construir, se não tivesse confiança em terminar o edifício e</p><p>desfrutá-lo ; se ao estudante faltasse fé na possibilidade de ter-</p><p>minar satisfatoriamente seus estudos, não iniciaria seu curso.</p><p>De modo que para nós a fé é o fundamento da esperança que</p><p>faz brotar nossas aspirações, ambições e confiança para o fu-</p><p>turo . Privemos o homem de sua fé na possibilidade de alcançar</p><p>o triunfo que almeja e estaremos despojando-o do incentivo</p><p>para se esforçar . Não estenderia sua mão para alcançar se não</p><p>acreditasse na possibilidade de obter aquilo que deseja alcançar.</p><p>De modo que esse esforço se converte na força impulsora por</p><p>meio da qual os homens lutam pela excelência, suportando fre-</p><p>qüentemente vicissitudes e sofrimentos a fim de alcançar seus</p><p>objetivos. A fé é o segredo da ambição, a alma do heroísmo, a</p><p>força motriz do esforço.</p><p>Agradável a Deus é o exercício da fé e com ele se pode</p><p>granjear Sua interposição . Foi pela fé que os israelitas, em seu</p><p>êxodo do Egito, seguiram seu líder até o fundo do mar e me-</p><p>diante a proteção de Deus, que essa fé produz, salvaram-se, 9 en-</p><p>quanto .os_egípcios .foram destruídos quando quiseram segui-los.</p><p>Com inteira confiança nas instruções e promessas de Deus, Jo-</p><p>sué e seus intrépidos seguidores sitiaram a cidade de Jericó, e os</p><p>muros dessa cidade iníqua ruíram ante a fé dos sitiantes, sem</p><p>necessidade de arietes ou de outra maquinaria de guerra . 10 Pelo</p><p>mesmo poder Josué conseguiu a ajuda dos astros do céu em</p><p>seu triunfo sobre os amorreus ." Paulo também cita" os exem-</p><p>plos de Gideão," Baraque,- 4 Sansão, 13 Jefté, 16 Davi," Samuel 18</p><p>9, Veja Êxodo 14:22-29 ; Hebreus 11 :29 .</p><p>10, Veja Jos . 6:20 ; Heb . 11 :30 .</p><p>11, Veja Jos.</p><p>10:12 .</p><p>12, Veja Heb . 11 :32-34 .</p><p>13, Veja Juíses 6 :11 .</p><p>14, Veja limes 4 :6 .</p><p>15, Veja Juí-</p><p>ses 13 :24 .</p><p>16, Veja Juíses 11 :1 ; 12 :7</p><p>17, Veja 1 Sam . 16 :1 . 13 ; 17 :45 .</p><p>18, Veja 1 Sam.</p><p>1 :20 ; 12 :20.</p><p>Roberto Goalcalves Gametro</p><p>FÉ E ARREPENDIMENTO 101</p><p>e dos profetas "os quais pela fé venceram reinos, exercitaram</p><p>justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões,</p><p>apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada e da fra-</p><p>queza tiraram forças" . Pela fé Alma e Amuleque livraram-se do</p><p>cativeiro enquanto ruíam os muros da prisão . 19 Pela fé Néfi e</p><p>Léhi, filhos de Helamã, 20 foram protegidos contra seus inimigos</p><p>lamanitas pelo fogo, no meio do qual não se queimaram ; e nos</p><p>corações de seus perseguidores se efetuou uma obra ainda</p><p>maior, porque se esclareceram suas mentes e se arrependeram.</p><p>Através do exercício da fé até mesmo se pode domar as ondas</p><p>do mar ; 21 as árvores se sujeitam ao mundo da fé ; 22 as montanhas</p><p>podem desaparecer para cumprir justos propósitos ; 23 são cura-</p><p>dos os enfermos, 24 expulsos os demônios 23 e ressuscitados os</p><p>mortos . 24 Todas as coisas se efetuam pela fé .'</p><p>Porém, talvez se diga que a fé não é, por si mesma, uma</p><p>fonte de poder ; que seu efeito se deve a uma interposição exter-</p><p>na de ajuda divina, que a fé nada mais faz além de invocar ; e o</p><p>cético poderá acrescentar que um Deus onisciente, se fosse ca-</p><p>rinhoso e amável, obraria independentemente e tudo daria, sem</p><p>esperar que fosse invocado pela fé ou pela oração . Resposta su-</p><p>ficiente encerra a prova abundante que a Escritura provê de</p><p>que o Todo-Poderoso age de acordo com a lei e que toda ação</p><p>arbitrária e caprichosa é contrária à Sua natureza. Como quer</p><p>que tenham sido feitas as leis do céu, a aplicação de suas medi-</p><p>das benéficas à humanidade depende da fé e obediência dos sú-</p><p>ditos mortais.</p><p>Considere-se a derrota de Israel pelos homens de Hai ; ha-</p><p>via sido violada uma lei de justiça e foram introduzidas no cam-</p><p>po do povo do convênio coisas que haviam sido amaldiçoadas;</p><p>essa transgressão resistiu à corrente de ajuda divina, e foi so-</p><p>mente quando o povo se purificou que lhes foi restituído o po-</p><p>19, Veja Alma 14 :26-29 ; veja também Éter 12 :13 . 20, Veja Helamã 5 :20-52 ; veja também</p><p>Éter 12:14 . 21, Veja Mateus 8 :23-27 ; veja também Mar. 4 :36-41 ; Lucas 8 :22-25 ; Mat.</p><p>14:24-32 ; Marcos 6 :47-51 ; João 6:16-21 . 22, Veja Mateus 21 :17-22 ; veja também Marcos</p><p>11 :12-14 ; Lucas 17 :6 ; Jacó 4 :6. 23, Veja Mateus 17 :20; 21 :21 ; veja também Marcos 11 :23,</p><p>24 ; Éter 12 :30 ; Jacó 4 :6 . 24, Veja Lucas 13:11-13 ; 14 :2-4 ; 17 :11-19 ; 22 :50, 51 ; veja tam-</p><p>bém Mateus 8 :2, 3 . 5-13, 14, 15, 16 etc . 25, Veja Lucas 7 :11-16 ; veja também João 11 :43-</p><p>45 ; 26, 1 Reis 17 :17-24 ; 3 Néfi 7 :19 ; 19 :4 ; 26 :15 . 1, Mat . 17:20 ; Marc . 9 :23 ; Ef. 6 :16 ; 1 João</p><p>5 :4 ; D . & C . 35 :8-11 etc .</p><p>102 REGRAS D .E FÉ</p><p>der.' Além disso, Cristo sentiu a influência da fé e da falta de fé</p><p>no povo, o que até certo ponto determinou Seus milagres . A</p><p>bendição costumeira "tua fé te curou", com que Ele anunciava</p><p>a bênção curadora, evidencia este fato . Sabemos também que</p><p>em certa ocasião, entre os de sua terra, "não fez ali muitas ma-</p><p>ravilhas, por causa da incredulidade deles" .'</p><p>Uma Condição de Fé Efetiva — Condição essencial para o</p><p>exercício de uma fé viva, crescente e alentadora em Deus é o</p><p>conhecimento do homem de estar procurando, pelo menos, vi-</p><p>ver de acordo com as leis de Deus, como as aprendeu . Sabendo</p><p>que está pecando intencional e desenfreadamente contra a ver-</p><p>dade, perderá sua sinceridade na oração e na fé e se distanciará</p><p>de seu Pai . Deve sentir que o curso de sua vida é aceitável ; que,</p><p>tendo em conta as fragilidades mortais e as fraquezas humanas,</p><p>o Senhor o aprova até certo ponto; caso contrário, ele fica impe-</p><p>dido de suplicar ante o trono da graça com inteira confiança . O</p><p>sentimento de que se está esforçando sinceramente para ter</p><p>uma conduta piedosa é, em si, um poder que o fortalece em</p><p>seus sacrifícios e nas perseguições, e o sustém</p><p>em toda boa</p><p>obra . Foi esse conhecimento de um contato seguro com Deus</p><p>que permitiu aos santos da antigüidade suportar o que suporta-</p><p>ram, apesar de os sofrimentos terem sido dos mais severos . Le-</p><p>mos que uns "foram torturados, não aceitando o seu livramen-</p><p>to, para alcançarem uma melhor ressurreição ; e outros experi-</p><p>mentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões . Foram</p><p>apedrejados, surrados, tentados, mortos a fio de espada ; anda-</p><p>ram vestidos de pele de ovelhas e de cabras, desamparados, afli-</p><p>tos e maltratados ; (Dos quais o mundo não era digno :) errantes</p><p>pelos desertos e montes, pelas covas e cavernas da terra" . 4</p><p>Como nos dias mais antigos, os santos no presente têm-se senti-</p><p>do alentados em todas as suas tribulações pelo conhecimento</p><p>seguro da aprovação divina ; e a fé dos homens justos tem sem-</p><p>pre crescido mediante o conhecimento de seus esforços since-</p><p>ros e devotados.</p><p>2, Veja Jos. caps . 7 c 8</p><p>3, Veja Mateus 13 :58 ; Mar . 6 :5, 6 .</p><p>4, Heb . 11 :35-38 .</p><p>FÉ E ARREPENDIMENTO 103</p><p>A Fé é Essencial à Salvação — Urna vez que a salvação se</p><p>obtém somente pela mediação e expiação de Jesus Cristo, e</p><p>desde que isto se aplica ao pecado individual na medida da obe-</p><p>diência às leis da justiça, a fé em Jesus Cristo é indispensável à</p><p>salvação . Porém ninguém pode crer em Cristo de uma forma</p><p>efetiva e ao mesmo tempo negar a existência do Pai e do Espíri-</p><p>to Santo ; portanto, a fé em toda a Trindade é essencial à salva-</p><p>ção. Paulo declara que "sem fé é impossível agradar a Deus,</p><p>porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia</p><p>que Ele existe e que é galardoador dos que o buscam ."' Abun-</p><p>dam nas Escrituras as promessas de salvação aos que exercem a</p><p>fé em Deus e obedecem aos requisitos que essa fé claramente</p><p>indica. As palavras de Cristo a este respeito são definitivas:</p><p>"Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será</p><p>condenado . "6 E ainda : "Aquele que crê no Filho tem a vida eter-</p><p>na, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida ; mas a ira</p><p>de Deus sobre ele permanecerá ."' Após Sua morte, Seus após-</p><p>tolos ensinaram doutrinas semelhantes todo o tempo em que es-</p><p>tiveram no ministério .' Uma das conseqüências naturais da fé</p><p>implícita na Trindade será uma crescente confiança nas Escri-</p><p>turas, como o repositório da palavra de Deus, e nas palavras e</p><p>obras de Seus servos autorizados que falam como Seus oráculos</p><p>viventes.</p><p>A Fé é um Dom de Deus — Apesar de estar ao alcance de to-</p><p>dos os que diligentemente se esforçam por obtê-la, a fé, não</p><p>obstante, é um dom divino .' Como é próprio com tão preciosa</p><p>pérola, só é dada àqueles que por sua sinceridade demonstram</p><p>merecê-la, e que prometem viver os seus ditames . Apesar de a</p><p>fé ser conhecida como o primeiro princípio do Evangelho de</p><p>Cristo, apesar de ser de fato o fundamento da vida religiosa,</p><p>não obstante, a mesma é precedida de uma sinceridade de dis-</p><p>posição e humanidade de alma por meio das quais a palavra de</p><p>Deus pode causar uma impressão sobre o coração . 10 Nenhuma</p><p>5, Hcb 11 :6 .</p><p>6, Marcos 16 :16 .</p><p>7, João 3 :36 ; veja também João 3 :15 ; 4 :42 ; 5 :24 ; 11 :25;</p><p>Gá s 2 :20 ; 1 Néfi 10:6, 17 ; Néfi 25-25 ; 26 :8 ; Enos 1 :8 ; Mosíah 3 :17 ; Helamã 5 :9 ; 3 Néfi</p><p>27 :19 ; D . & C . 45 :8 .</p><p>8, Veja Atos 2 :38 ; 10:42 ; 16 :31 ; Rom . 10 :9 ; Heb . 3 :19 ; 11 :6 ; 1 Pr d.</p><p>1 :9 ; 1 João 3 :23 ; 5 :14 .</p><p>9, Veja Mateus 16 :17 ; João 6 :44,65 ; Ef. 2 :8 ; 1 Cor . 12 :9 ; Ro n.</p><p>12 :3 ; Moróni 10:11 .</p><p>10, Veja Rom . 10:17 .</p><p>104</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>compulsão se emprega para conduzir os homens ao conheci-</p><p>mento de Deus ; entretanto, ao abrirmos nossos corações às in-</p><p>fluências da justiça, ser-nos-á dada pelo Pai a fé que conduz à</p><p>vida eterna.</p><p>Fé e Obras — A fé num sentido passivo, isto é, como sim-</p><p>ples crença, na acepção mais superficial da palavra, é insufi-</p><p>ciente como meio de salvação . Cristo e Seus apóstolos expres-</p><p>saram claramente esta verdade e o vigor com que foi expressa</p><p>pode ser uma indicação do antigo desenvolvimento de uma</p><p>doutrina sumamente perniciosa: a de justificação unicamente</p><p>pela crença . O Salvador ensinou que as obras eram essenciais</p><p>para a validade da profissão e eficácia da fé . Notemos suas pala-</p><p>vras : "Nem todo o que Me diz : Senhor, Senhor, entrará no rei-</p><p>no dos céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai que está</p><p>nos céus ."" "Aquele que tem os Meus mandamentos e os guar-</p><p>da esse é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado de</p><p>Meu Pai, Eu o amarei e Me manifestarei a ele ." 12 A explicação</p><p>de Tiago se destaca por sua clareza : "Meus irmãos, que apro-</p><p>veita alguém dizer que tem fé se não tiver as obras? Porventura</p><p>a fé pode salvá-lo? E se o irmão ou irmã estiverem nus, e tive-</p><p>rem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhe disser:</p><p>Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos, e não lhe der as coisas ne-</p><p>cessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a</p><p>fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma . Mas dirá alguém:</p><p>Tu tens a fé e eu tenho as obras ; mostra-me a tua fé sem as tuas</p><p>obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras ." As</p><p>anteriores pode-se juntar a palavras de João : "E nisto sabemos</p><p>que O conhecemos : se guardamos os Seus mandamentos.</p><p>Aquele que diz 'Eu conheço' e não guarda os Seus mandamen-</p><p>tos é mentiroso e nele não está a verdade . Mas qualquer que</p><p>guarda a Sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramen-</p><p>te aperfeiçoado: nisto conhecemos que estamos n'Ele ." 14</p><p>Pode-se acrescentar a estes ensinamentos muitas declara-</p><p>ções inspiradas dos escritores nefitas' s e das revelações moder-</p><p>nas 16 , as quais sem exceção afirmam a necessidade das obras e</p><p>11, Mat. 7 :21 .</p><p>12, João 14:21 .</p><p>13, Tiago 2 :14-18 .</p><p>14, 1 João 2 :3-5 .</p><p>15, Veja 1 Néfi</p><p>15 :33 ; 2 Néfi 29 :11 ; Mosiah 5 :15 ; Alma 7 :27 ; 9 :28 27:32-34 ; 41 :3-5 .</p><p>16, Todo o livro de D.</p><p>& C .</p><p>FÉ E ARREPENDIMENTO</p><p>105</p><p>negam a eficiência salvadora da crença passiva . Entretanto,</p><p>apesar da clara palavra de Deus, foram promulgados dogmas</p><p>dos homens, nos quais se afirma que a salvação pode ser obtida</p><p>somente pela fé e que mediante uma profissão verbal de crença</p><p>se abrirão as portas dos céus ao pecador ."</p><p>As escrituras citadas e o senso de justiça inerente do ho-</p><p>mem fornecem suficiente desmentido a estas falsas asserções . 1e</p><p>ARREPENDIMENTO</p><p>Natureza do Arrependimento — O termo arrependimento é</p><p>empregado nas Escrituras com vários significados distintos, po-</p><p>rém, quando representa o dever que é exigido de todo aquele</p><p>que deseja o perdão do pecado, indica um pesar piedoso pelo</p><p>pecado: um pesar que acarretará uma reforma no modo de vi-</p><p>ver" e compreende : (1) uma convicção de culpabilidade ; (2) um</p><p>desejo de se ver livre dos efeitos prejudiciais do pecado ; (3)</p><p>uma determinação sincera de abandonar o pecado e fazer o</p><p>bem. O arrependimento é um resultado da contrição da alma,</p><p>que nasce de um profundo sentimento de humildade que, por</p><p>sua vez, depende do exercício de uma fé duradoura em Deus . O</p><p>arrependimento, portanto, figura propriamente como o segun-</p><p>do princípio do evangelho ; associa-se intimamente com a fé e a</p><p>acompanha de perto . Assim que uma pessoa chega a reconhecer</p><p>a existência e a autoridade de Deus, sente respeito para com as</p><p>leis divinas e convicção de sua própria indignidade . Seu desejo</p><p>de agradar ao Pai, a quem por tanto tempo ignorou, o levará a</p><p>abandonar o pecado; e este impulso receberá maiores forças</p><p>pelo desejo natural e recomendável do pecador de reparar, se</p><p>possível, e evitar os trágicos resultados de sua própria maldade.</p><p>Com o zelo inspirado pela nova convicção, ansiará pela oportu-</p><p>nidade de manifestar com boas obras a sinceridade de sua fé re-</p><p>cém-desenvolvida ;e considerará a remissão de seus pecados a</p><p>mais desejável das bênçãos . Chegará então a saber que este</p><p>17, Veja o apêndice 5 :2, 3 ; também Vitality of Mormonism, artigo "Sabendo e Fazendo",</p><p>pág . 282. 18, Veja Vitality of Mormonlsm, artigo "Obediência é a primeira lei dos Céus " ,</p><p>pág . 75 .</p><p>19, Veja Alma 36 :6-21 .</p><p>106</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>dom misericordioso</p><p>se outorga conforme certas condições de-</p><p>terminadas . 2 ° O primeiro passo em direção ao bendito estado de</p><p>perdão consiste em que o pecador confesse seus pecados ; o se-</p><p>gundo, que perdoe aos que pecaram contra ele ; e o terceiro,</p><p>que demonstre que aceita o sacrifício expiatório de Cristo,</p><p>cumprindo os requisitos divinos.</p><p>1. A Confissão dos Pecados é essencial porque sem ela fica-</p><p>ria incompleto o arrependimento . João nos diz: "Se dissermos</p><p>que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há</p><p>verdade em nós . Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e</p><p>justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a in-</p><p>justiça ." 21 Lemos também : "O que encobre as suas transgres-</p><p>sões nunca prosperará ; mas o que as confessa e deixa alcançará</p><p>misericórdia" . 22 Aos santos desta dispensação o Senhor disse:</p><p>"na verdade Eu vos digo que Eu, o Senhor, perdôo os pecados</p><p>daqueles que os confessam perante Mim e pedem perdão, se</p><p>não pecaram mortalmente ." 23 E as palavras do Senhor mostram</p><p>que o arrependimento compreende este ato de confissão : "Por</p><p>este meio podereis saber se um homem se arrepende de seus pe-</p><p>cados — eis que ele os confessará e os abandonará ." 24</p><p>2. O Pecador Deve Estar Disposto a Perdoar aos outros, se é</p><p>que ele próprio espera obter perdão . Se não se abranda o cora-</p><p>ção do homem, a ponto de manifestar tolerância para com as</p><p>fraquezas de seus semelhantes, seu arrependimento só é super-</p><p>ficial . Ao ensinar aos Seus ouvintes como deviam orar, o Salva-</p><p>dor disse que implorassem ao Pai : "E perdoa-nos as nossas dívi-</p><p>das, assim como nós perdoamos aos nossos devedores . "25 Não</p><p>lhes assegurava perdão se não perdoassem em seus corações</p><p>uns aos outros . "Porque, disse Ele, se perdoardes aos homens as</p><p>suas ofensas, também vosso Pai Celestial vos perdoará a vós.</p><p>Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também</p><p>vosso Pai não vos perdoará as vossas ofensas ." 26 O perdão entre</p><p>um homem e outro, para ser aceitável perante o Senhor, não</p><p>20, Veja o apêndice 5 :4 .</p><p>21, 1 João 1 :8,9 ; veja também Salmos 32:5 ; 58 :43 . 38 :18 : Mosiah</p><p>26 :29,30 .</p><p>22 . Prov . 28 :13 .</p><p>23, D . & C . 647 .</p><p>24, D . & C . 58 :43 .</p><p>25, Mateus 6:12:</p><p>veja também Luc . 11 :4 .</p><p>26, Mateus 6 :14, 15 ; 3 Néfi 13:14, 15 .</p><p>FÉ E ARREPENDIMENTO</p><p>107</p><p>deve ter limites . Respondendo à pergunta de Pedro : "Senhor,</p><p>até quantas vezes pecará meu irmão contra mim e eu lhe per-</p><p>doarei? Até sete?", o Senhor assim Se expressou : "Não te digo</p><p>até sete, mas até setenta vezes sete," dando a entender clara-</p><p>mente que o homem sempre deve estar pronto para perdoar.</p><p>Em outra ocasião ensinou os discípulos, dizendo: "E, se teu ir-</p><p>mão pecar contra ti, repreende-o, e, se ele se arrepender, per-</p><p>doa-lhe . E, se pecar contra ti sete vezes no dia e sete vezes no</p><p>dia vier ter contigo, dizendo : Arrependo-me, perdoa-lhe ."'</p><p>Ilustrando mais amplamente o propóstio divino de medir</p><p>os homens com a medida que tiverem usado para medir seus se-</p><p>melhantes', o Senhor propôs a parábola de um rei a quem um</p><p>dos súditos devia a elevada soma de dez mil talentos ; mas quan-</p><p>do o devedor se humilhou e implorou misericórdia, o generoso</p><p>coração do rei foi movido pela bondade e o rei perdoou a dívida</p><p>do servo . Porém, ao sair de diante do rei, aquele mesmo servo</p><p>encontrou um conservo que lhe devia certa quantia muito pe-</p><p>quena. Esquecendo-se da misericórdia que tão recentemente se</p><p>havia manifestado para com ele, prendeu o seu conservo e o en-</p><p>cerrou num cárcere até que pagasse a dívida . Então o rei, ou-</p><p>vindo isto, mandou chamar o servo malvado e, censurando-o</p><p>por sua falta de gratidão e consideração, o entregou a seus ver-</p><p>dugos .' O Senhor não prometeu ouvir as súplicas ou aceitar as</p><p>ofertas daquele que guarda rancor em seu coração para com os</p><p>outros: "vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e depois vem</p><p>e apresenta a tua oferta ." 4 Em Sua palavra revelada aos santos</p><p>nestes dias, o Senhor expressou com ênfase particular esta con-</p><p>dição necessária : "Portanto, digo-vos que deveis perdoar-vos</p><p>uns aos outros, pois aquele que não perdoa a seu irmão as suas</p><p>ofensas está em condenação diante do Senhor ; pois nele perma-</p><p>nece o pecado maior" ;' então, para dissipar toda dúvida quanto</p><p>a quem se deve perdoar, acrescenta: "Eu, o Senhor, perdôo a</p><p>quem quero perdoar, mas de vós se requer que perdoeis a todos</p><p>os homens."</p><p>1, Veja Mat . 18 :22,23 ; Lucas 17 :3, 4 . 2, Veja Mat . 7 :2 ; Marc . 4:24 ; Lucas 6 :38 . 3, Veja</p><p>Mateus 18 :23-35 ; veja "Jesus the Christ", págs . 392-395, 4, Mat . 5 :23-24 ; 3 Néfi 12:23-24.</p><p>5; D . & C . 64 :9,10.</p><p>108</p><p>REGRAS DE. FÉ</p><p>3 . A Confiança no Sacrifício Expiatório de Cristo constitui a</p><p>terceira condição essencial para se obter a remissão dos peca-</p><p>dos . O nome de Jesus Cristo é o único nome debaixo do céu</p><p>pelo qual os homens se podem salvar 6 e nos foi ensinado que</p><p>oferecessemos nossas petições ao Pai em nome do Filho . Adão</p><p>recebeu esta instrução dos lábios de um anjo' e o Salvador pes-</p><p>soalmente indicou aos nefitas a mesma coisa . 8 Mas ninguém</p><p>pode verdadeiramente professar ter fé em Cristo e negar-se a</p><p>obedecer a seus mandamentos ; portanto, a obediência é essen-</p><p>cial para a remissão dos pecados ; e o pecador realmente arre-</p><p>pendido procurará ansiosamente saber o que é requerido dele.</p><p>O arrependimento, para merecer esse nome, deve com-</p><p>preender algo mais que uma simples admissão pessoal de estar</p><p>em erro; não consiste de lamentações e confissões verbais, mas</p><p>sim de se reconhecer de todo coração a culpabilidade, o que</p><p>leva consigo um horror pelo pecado e uma determinação de</p><p>corrigir o pecado e agir melhor no futuro . Se tal convicção for</p><p>genuína, se distinguirá por aquela contrição piedosa que, se-</p><p>gundo Paulo, "opera arrependimento para a salvação da qual</p><p>ninguém se arrepende ; mas a tristeza do mundo opera a mor-</p><p>te ." 9 O apóstolo Orson Pratt sabiamente disse : "De nada serve</p><p>a um pecador confessar seus pecados a Deus, se não estiver re-</p><p>solvido a abandoná-los ; de nada adianta sentir pesar por ter</p><p>praticado o mal, a menos que tenha a intenção de não voltar a</p><p>praticá-lo ; será tolice para ele confessar ante Deus que prejudi-</p><p>cou seus semelhantes, se não estiver determinado a fazer tudo o</p><p>que estiver ao seu alcance para efetuar uma restituição . O arre-</p><p>pendimento, pois, não só é confessar os pecados com um cora-</p><p>ção penitente e contrito, mas também uma determinação fixa e</p><p>resoluta de afastar-se de todo mau caminho ."</p><p>O Arrependimento é Essencial para a Salvação — De todo o</p><p>que aspira à salvação se exige esta evidência de sinceridade,</p><p>este início de uma vida melhor . Para obter a misericórdia divi-</p><p>na, é tão indispensável o arrependimento como a fé ; deve ser</p><p>6, Veja 1' . de G . V ., Moisés 6 :52 .</p><p>7, Veja 1' . de G . V ., Moisés 5 :6-8 .</p><p>8, Veja 3 Néfi 27 :5-7.</p><p>9 . 2 ( v.or . 710 .</p><p>FÉ E ARREPENDIMENTO</p><p>109</p><p>tão geral como o foi o pecado . Onde poderemos achar um ser</p><p>mortal sem pecados? Com muito acerto declarou o pregador da</p><p>antigüidade : "Na verdade que não há homem justo na terra que</p><p>faça o bem e nunca peque" . 10 Quem, pois, não tem necessidade</p><p>de perdão, ou a quem se isenta dos requisitos do arrependimen-</p><p>to? Deus prometeu a salvação àqueles que verdadeiramente se</p><p>arrependem ; é a estes que se oferecem as vantagens da salvação</p><p>individual, por meio da expiação de Cristo . Isaías, assegurando</p><p>o perdão, exorta todos ao arrependimento nos seguintes ter-</p><p>mos: "Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o en-</p><p>quanto está perto . Deixe o ímpio o seu caminho e o homem ma-</p><p>ligno os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que Se</p><p>compadecerá dele : Torne para o nosso Deus, porque grandioso</p><p>é em perdoar.'</p><p>0 terna principal dos mestres inspirados de todas as idades</p><p>tem sido o chamar ao arrependimento . Para isto se ouviu a voz</p><p>de João clamando do deserto : "Arrependei-vos, porque é che-</p><p>gado o reino dos céus ." 1z E o Salvador seguiu-o com estas pala-</p><p>vras: "Arrependei-vos e crede no Evangelho." Se vos não ar-</p><p>rependerdes, todos de igual modo perecereis ." 10 Assim tam-</p><p>bém, os apóstolos antigos proclamaram que Deus "anuncia</p><p>agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrepen-</p><p>dam ." 15 E na dispensação atual declarou : "E nós sabemos que</p><p>todos os homens devem arrepender-se e crer no nome de Jesus</p><p>Cristo, adorar ao Pai em Seu nome e perseverar com fé no Seu</p><p>nome até o fim ou não poderão ser salvos no reino de Deus ." 16</p><p>O Arrependimento é um Dom de Deus — O arrependimento é</p><p>um meio de obter perdão e, portanto, é um dos maiores dons de</p><p>Deus para o homem . Não se pode obtê-lo pedindo indiferente-</p><p>mente ; não se pode encontrá-lo ao lado do caminho ; não obs-</p><p>tante . é dado com ilimitada liberalidade àqueles cujas obras o</p><p>justificam ." Quer dizer, todos os que se prepararam para o ar-</p><p>rependimento serão guiados pela influência humilhadora e sua</p><p>vizante do Santo Espírito, até possuírem de fato este grande</p><p>10, Ecl . 7 :20 ; veja também Rom . 3 . 1 0 : 1 João 1 : 8 .</p><p>I I, (saias 55 :6, 7 ; veja também 2 Néfi</p><p>9 :24 ; Alma 5 :31-36 .49-56 ; 9:12 : D . & C . 1 :32, 33 ; 19 :4 ; 20 :29 ; 29 :44 ; 133:16 .</p><p>12, Mat . 3 :2.</p><p>13, Mar . 1 :15 .</p><p>14 . Lucas 13 :3 .</p><p>15, Atos 17 :30 .</p><p>16, D . & C . 20 :29 .</p><p>17, Veja Mateus</p><p>3 :7 . 8 ; Atos 26 :20 .</p><p>110</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>dom . Quando os companheiros de Pedro o acusaram de haver</p><p>transgredido a lei, por ter-se associado aos gentios, repetiu aos</p><p>seus ouvintes as manifestações divinas que tão recentemente</p><p>havia recebido . Estes o creram e declararam : "Na verdade até</p><p>aos gentios deu Deus o arrependimento. para a vida ." 1e Em sua</p><p>carta aos Romanos, Paulo também ensina que o arrependimen-</p><p>to vem pela graça de Deus . 19</p><p>Nem Sempre é Possível o Arrependimento — Estende-se aos</p><p>homens o dom do arrependimento conforme se humilham dian-</p><p>te do Senhor ; é o testemunho do Espírito dentro de seus cora-</p><p>ções . Se lhe não obedecem, o mesmo se afastará deles, porque</p><p>o Espírito do Senhor não lutará para sempre com o homem . 20</p><p>Quanto mais intencional for o pecado, mais se dificulta o arre-</p><p>pendimento . Mediante a humildade e um coração contrito, os</p><p>pecadores podem aumentar sua fé em Deus e obter dele, deste</p><p>modo, o dom do arrependimento . A medida que demora, a ca-</p><p>pacidade de arrependimento vai-se enfraquecendo; o passar</p><p>por alto as oportunidades para com as coisas santas produz a in-</p><p>capacidade de arrependimento . Ao dar seus mandamentos a</p><p>Joseph Smith, nos primeiros dias desta Igreja, o Senhor disse:</p><p>"Pois Eu, o Senhor, não posso encarar o pecado com o mínimo</p><p>grau de tolerância . Entretanto, aquele que se arrepender e fizer</p><p>a vontade do Senhor será perdoado ; e aquele que não se arre-</p><p>pender dele será tirada até a luz que recebera ; pois o Meu Espí-</p><p>rito não lutará para sempre com os homens, diz o Senhor dos</p><p>Exércitos . "21</p><p>O Arrependimento Nesta Vida e na Próxima — Alma, um</p><p>profeta Nefita, referindo-se ao período da existência terrena, o</p><p>descreve como um estado probatório que é concedido ao ho-</p><p>mem para que se arrependa . 22 No entanto, aprendemos pelas</p><p>Escrituras que, de acordo com certas condições, pode-se conse-</p><p>guir o arrependimento além do estado mortal . Durante o tempo</p><p>entrei sua morte e ressurreição, Cristo "foi e pregou aos espíri-</p><p>tos em prisão, os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a</p><p>longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé . 23 O Filho os</p><p>18, Atos 11 :18 .</p><p>19, Veja Rom . 2 :4 ; veja também 2 Tim . 2 :25 .</p><p>20, Veja Gên . 6 :3 : D . & C.</p><p>1 :33 .</p><p>21 . D . & C . 1 :31-33 : veja também Alma 45 :16 : e o apêndice 5 :5 .</p><p>22, Veja Alma</p><p>12 :24 ; 34 :32 ; 42:4 .</p><p>23, 1 Red . 3 :19, 20 .</p><p>REFERENCIAS</p><p>111</p><p>visitou e pregou-lhes o Evangelho "para que pudessem ser jul-</p><p>gados de acordo com os homens na carne, os quais não recebe-</p><p>ram o testemunho de Jesus na carne, mas o receberam de-</p><p>pois ." 24</p><p>A alma que retarda seus esforços para se arrepender ne-</p><p>nhuma justificação achará nesta promessa de misericórdia e lon-</p><p>ganimidade . Não conhecemos inteiramente as condições se-</p><p>gundo as quais se poderá obter o perdão na próxima vida ; po-</p><p>rém é contrário à razão supor que aquele que deliberadamente</p><p>recusou a oportunidade de se arrepender nesta vida se arrepen-</p><p>derá com mais facilidade na outra . Demorar o dia de nosso ar-</p><p>rependimento é nos entregarmos voluntariamente nas mãos do</p><p>adversário . Amuleque ensinou e admoestou assim a multidão,</p><p>na antigüidade : "Pois que esta vida é o tempo que o homem</p><p>tem para se preparar para o encontro com Deus ; . . . peço-vos,</p><p>portanto, que não deixeis o dia do arrependimento para o</p><p>fim . . . não podereis dizer, quando fordes levados a essa terrível</p><p>crise : Eu me arrependo, o que me fará voltar a Deus . Não, não</p><p>podereis dizer isso ; porque o mesmo espírito que possuir vossos</p><p>corpos, quando deixardes esta vida, terá forças para possuir</p><p>vossos corpos naquele mundo eterno . Porque, se protelardes o</p><p>dia do vosso arrependimento para o dia da vossa morte, eis que</p><p>vos tereis submetido ao espírito do diabo, que vos tomará como</p><p>coisa sua ." 2</p><p>REFERENCIAS</p><p>Fé</p><p>Ao considerar as passagens aqui citadas deve-se lembrar que os termos "fé " , "crença" e</p><p>"conhecimento", com os verbos e adjetivos a .eles relacionados são usados freqüentemente</p><p>24, O . Sr C . 76 :73, 74 : 1 Pcd . 4 :6 ; veja "Jesus the Christ", cap . 36 .</p><p>25, Alma 34 :32-35 .</p><p>112</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>no mesmo ou quase no mesmo sentido .</p><p>-</p><p>Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros – 2 Crõn : 20 :20.</p><p>Para que o saibais e me creiais – Is . 43 :10.</p><p>O justo pela sua fé viverá – Hab . 2 :4 ; Rom . 1 :17 ; Gál . 3 :11 ; Heb . 10 :38.</p><p>Abraão creu no Senhor, e imputou-lhe isto por justiça – Gên . 15:6 ; Rom . 4 :3 ; Gál . 3 :6 . Por</p><p>causa da sua fé Abraão foi chamado o amigo de Deus – Tiago 2 :23 ; Is . 41 :8 . Quando cha-</p><p>mado para ir, ele foi sem saber aonde . – Gên . 12 :1-4 ; Heb . 11 :8.</p><p>Homens de pouca fé – Mat . 6 :30 ; 8:26 . Por que nãb tendes fé? – Mar . 4 :40 . Onde está tua</p><p>fé? – Luc . 8:25.</p><p>E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles – Mat . 13 :58 ; Mar . 6 :5, 6;</p><p>3 Néfi 19 :35 ; Éter 12 :12.</p><p>Eu creio Senhor! Ajuda a minha incredulidade – Mar . 9:24.</p><p>Curas feitas por Jesus Cristo através da fé : a tua fé te salvou – Mat . 9 :22 ; Mar. 5:34 ; Luc.</p><p>8 :48 ; Mar. 10 :52 ; Luc . 7 :50 . Seja-vos feito segundo a vossa fé – Mat . 9:29 . E vendo Ele a fé</p><p>deles, disse-lhe:</p><p>Homem, os teus pecados te são perdoados – Luc . 5 :20 ; 7 :47.</p><p>A filha de Jairo ressuscitada ; Jesus disse : Não temas ; crê somente, e será salva – Luc . 8:50. .</p><p>Aos que creram em Cristo era dado poder de serem feitos filhos de Deus – João 1 :12 ; Mo-</p><p>sôni 7:26 ; Moisés 7 :1.</p><p>Se não crerdes que Eu sou, morrereis em vossos pecados – João 8 :24. Aquele que crê em</p><p>Mim também fará as obras que Eu faço – João 14 :12 . Crede que Jesus é o Cristo, o filho de</p><p>Deus – João 20 :31 . Quem crer não será condenado – Mar . 16 :16.</p><p>Quando vier o Filho do Homem, porventura achará fé na terra? — Luc . 18 :8.</p><p>Que todo aquele que nele crê não pereça – João 3 :16 ; 5 :24.</p><p>É vida eterna conhecer Deus e Jesus – João 17 :3.</p><p>Pedi e _dar-se-vos-á – Luc . 11 :9 ; Enos 15 ; D . & C . 66 :9.</p><p>Purificando os corações' dos gentios pela fé – Atos 15 :9.</p><p>A fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus – Rom . 10:17.</p><p>Andamos por fé, e não por vista – 2 Cor. 5:7.</p><p>Vivo na fé no Filho de Deus – Gál . 2 :20.</p><p>Salvação pela fé, que há em Jesus Cristo – 2 Tim . 3 :15.</p><p>Guardei a fé – 2 Tim . 4 :7.</p><p>Fé é mais que a vista ; a prova de coisas que não se vêem ; grandes obras feitas pela fé . Heb.</p><p>cap. 11 ; Éter caps. 3 e 12; 4 Néfi 5.</p><p>Peça com fé, não duvidando – Tiago 1 :6 . A fé foi aperfeiçoada pelas obras – Tiago 2:22 . A</p><p>oração da fé salvará o doente – Tiago 5 :15.</p><p>Sem fé é impossível agradar a Deus – Heb . 11 :6 ; D . & C . 63 :11.</p><p>Fé é um dom de Deus : Carne e sangue não to revelou, mas Meu Pai – Mat . 16 :17 . Ninguém</p><p>pode vir a Mim se o Pai não o trouxer – João 6:44, 65.</p><p>Se alguém quiser fazer a vontade dele conhecerá por si mesmo se é de Deus – João 7 :17.</p><p>Conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um – Rom . 12 :3.</p><p>. O valor do conhecimento teológico não deve, portan-</p><p>to, ser desprezado . Duvida-se que sua importância possa ser</p><p>exagerada .</p><p>A EXTENSÃO DA TEOLOGIA</p><p>Os limites máximos da ciência, se é que ela tem limites, su-</p><p>peram a capacidade de observação do homem . A Teologia trata</p><p>de Deus, o manancial de conhecimento, a fonte de sabedoria;</p><p>das provas da existência de um Ser Supremo e de outras perso-</p><p>nalidades sobrenaturais ; das condições sob as quais ou por</p><p>meio das quais a revelação divina é concedida ; dos eternos</p><p>princípios que regem a criação dos mundos ; das leis da nature-</p><p>za em suas múltiplas manifestações. A teologia é, principalmen-</p><p>te, a ciência que trata de Deus e da religião ; apresenta os fatos</p><p>da verdade observada e revelada em ordem metódica e indica</p><p>os meios de aplicá-los aos deveres da vida. A teologia, pois,</p><p>prende-se a outros fatos além dos que são especificamente cha-</p><p>mados espirituais ; sua esfera é a da verdade.</p><p>As atividades industriais que beneficiam o gênero humano,</p><p>as artes que agradam e refinam, as ciências que desenvolvem e</p><p>enobrecem a mente — são apenas fragmentos do grande, mas</p><p>TEOLOGIA</p><p>15</p><p>ainda incompleto, volume de verdades que veio à terra, provin-</p><p>do de uma fonte eterna e inexaurível . Um estudo completo da</p><p>teologia, por conseguinte, abraçaria todas as verdades conheci-</p><p>das . Deus constitui-se a si mesmo como o grande mestre ; por</p><p>manifestações pessoais, ou pelo ministério de seus servos esco-</p><p>lhidos, Ele instrui seus filhos mortais . A Adão Ele mostrou a</p><p>arte da agricultura' e demonstrou a arte de fazer roupas ;2 ins-</p><p>truiu a Noé e a Néfi quanto à construção de barcos ;' Léhi e Néfi</p><p>aprenderam d'Ele a arte da navegação;' e para que se guiassem</p><p>sobre as águas e em suas viagens por terra, preparou-lhes a</p><p>Liahona,' uma bússola que funcionava por meio de uma in-</p><p>fluência mais eficaz para seus fins do que o magnetismo terres-</p><p>tre ; além disso, Moisés recebeu instruções sobre arquitetura.6</p><p>A TEOLOGIA E A RELIGIÃO</p><p>Teologia e Religião, apesar de se relacionarem, não são</p><p>idênticas. Pode-se estar bem versado em conhecimentos teoló-</p><p>gicos e, não obstante, carecer-se de um caráter religioso e quiçá</p><p>moral . Se a teologia é uma teoria, a religião é uma prática ; se a</p><p>teologia é o preceito, a religião é o exemplo . Uma deve ser o</p><p>complemento da outra. O conhecimento teológico deve fortale-</p><p>cer a fé e a prática religiosa. Como aceita pelos Santos dos Últi-</p><p>mos Dias, a teologia compreende o plano do Evangelho de Je-</p><p>sus Cristo em sua totalidade . Como ciência, compreende o co-</p><p>nhecimento classificado e comparado que se refere à relação</p><p>entre Deus e o homem, principalmente no que apela ao intelec-</p><p>to, enquanto a religião inclui a aplicação daquele conhecimen-</p><p>to, ou crença genuína, ao curso individual da vida.</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Costuma-se expressar em credos formulados as crenças e</p><p>práticas determinadas pela maioria das seitas religiosas . Os San-</p><p>tos dos Últimos Dias não apresentam tal credo como um código</p><p>1, Gên . 2 :8 ; P. de G . V., Moisés 3:15 . 2, Gên . 3 :21 ; P. de G . V ., Moisés 4 :27 . 3, Gén.</p><p>6 :14 ; 1 Néfi 17 :8, 18 :1-4 .</p><p>4, 1 Néfi 18 :12, 21 .</p><p>5, 1 Néfi 16:10, 16, 26-30 ; 18 :12, 24 ; Alma</p><p>37 :38 .</p><p>6, Ex. caps . 25, 26 c 27 .</p><p>16</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>completo de sua fé, porque aceitam o princípio da revelação</p><p>contínua como característica essencial de sua crença . Joseph</p><p>Smith, o primeiro profeta divinamente comissionado è o pri-</p><p>meiro presidente de A Igreja de Jesus Cristo nos últimos dias,</p><p>ou seja, na dispensação atual, apresentou como um epítome</p><p>(resumo) dos dogmas da Igreja as treze declarações conhecidas</p><p>como "As Regras de Fé de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos</p><p>dos Ultimos Dias" . Tais regras encerram doutrinas fundamen-</p><p>tais e características do evangelho, tal como esta Igreja o ensi-</p><p>na, mas não devem ser consideradas como uma exposição com-</p><p>pleta da crença porque, como declara a regra 9 : "Cremos em</p><p>tudo o que Deus tem revelado, em tudo o que Ele revela agora</p><p>e cremos que Ele ainda revelará muitas grandes e importantes</p><p>coisas pertencentes ao Reino de Deus" . Desde o dia em que</p><p>pela primeira vez foram promulgadas, o povo aceitou as Regras</p><p>de Fé como declaração autorizada e a 6 de outubro de 1890 os</p><p>Santos dos Ultimos Dias, reunidos em Conferência Geral, ado-</p><p>taram as Regras como guia de fé e conduta .' Em vista de estas</p><p>Regras de Fé apresentarem doutrinas importantes da Igreja em</p><p>ordem sistemática, prestam-se como um esboço conveniente</p><p>para se fazer um estudo da teologia da Igreja de Jesus Cristo</p><p>dos Santos dos Ultimos Dias.</p><p>AS OBRAS-PADRÃO DA IGREJA</p><p>Os Livros canónicos constituem a autoridade escrita da</p><p>Igreja quanto à doutrina . Não obstante, a Igreja está pronta a</p><p>receber, por intermédio de revelação divina, mais luz e conhe-</p><p>cimento "pertencentes ao Reino de Deus" . Cremos que atual-</p><p>mente Deus tem a mesma disposição para revelar Seu parecer e</p><p>vontade ao homem, e que o faz por intermédio de Seus servos</p><p>designados — profetas, videntes e reveladores — investidos, me-</p><p>diante ordenação, com a autoridade do Santo Sacerdócio . Por</p><p>conseguinte, confiamos nos ensinamentos dos oráculos viventes</p><p>de Deus, dando-lhes a mesma validade que às doutrinas da pa-</p><p>lavra escrita . Os livros que por voto da Igreja foram adotados</p><p>7, Veja o apêndice 1 :1 .</p><p>JOSEPH SMITH, O PROFETA</p><p>17</p><p>como guias autorizados de fé e doutrina são quatro : a Bíblia, o</p><p>Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios e Pérola de Grande Va-</p><p>lor." Os oficiais e membros da Igreja têm publicado muitos li-</p><p>vros que podem ser aprovados pelo povo e pelas autoridades</p><p>eclesiásticas, porém as quatro publicações mencionadas são os</p><p>"Livros Canônicos da Igreja", regularmente adotados . As Re-</p><p>gras de Fé podem ser consideradas como um resumo bom, mas</p><p>incompleto, das doutrinas tratadas nos livros autorizados.</p><p>JOSEPH SMITH, O PROFETA</p><p>Joseph Smith, cujo nome aparece ao pé das Regras de Fé, é</p><p>o profeta e revelador por meio de quem foi restaurado à terra o</p><p>evangelho de Jesus Cristo nestes últimos dias, a dispensação da</p><p>plenitude dos tempos, como declarado e predito pelos profetas</p><p>de dispensações anteriores . A questão quanto à divindade da</p><p>comissão desse homem desafia o mundo da atualidade . Se são</p><p>falsas suas afirmações de que foi nomeado divinamente — já que</p><p>constituem o fundamento da Igreja nesta última dispensação —</p><p>a estrutura não pode ser estável ; porém, se a sua declarada or-</p><p>denação sob as mãos de personagens divinos for um fato, não é</p><p>necessário procurar mais a causa da vitalidade extraordinária e</p><p>do desenvolvimento contínuo da Igreja restaurada.</p><p>As circunstâncias das comunicações divinas de Joseph</p><p>Smith, o maravilhoso engrandecimento do trabalho instituído</p><p>por este profeta dos últimos dias, o cumprimento, mediante sua</p><p>instrumentalidade, de muitas das momentosas predições da an-</p><p>tigüidade e de suas próprias declarações proféticas, com suas</p><p>realizações literais, ainda serão reconhecidas como provas con-</p><p>clusivas da validade de seu ministério . 9 As importantes afirma-</p><p>ções que são feitas sobre sua obra, a fama que fez com que seu</p><p>nome fosse conhecido por bom ou por mau entre a maior parte</p><p>das nações civilizadas da terra, a estabilidade dos sistemas reli-</p><p>giosos e sociais que devem sua origem como instituições do sé-</p><p>culo XIX, ao ministério desse homem, dão-lhe uma importân-</p><p>cia individual que exige consideração séria e imparcial.</p><p>N, Veja o apêndice 1 :2 .</p><p>9, Veja o apêndice I :3 .</p><p>18</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>SUA FILIAÇÃO E JUVENTUDE</p><p>Joseph Smith, o quarto filho e o terceiro homem de uma</p><p>família de dez, nasceu a 23 de dezembro de 1805, em Sharon,</p><p>condado de Windsor, Estado de Vermont,1 0 filho de Joseph</p><p>Smith e de Lucy Mack Smith, um casal honrado que, apesar de</p><p>sua pobreza, vivia feliz em seu ambiente doméstico e modesto</p><p>de trabalho . Quando o menino Joseph tinha dez anos, a família</p><p>mudou-se de Vermont e se estabeleceu no Estado de New York,</p><p>primeiramente em Palmyra e mais tarde em Manchester . Neste</p><p>último local o futuro .profeta passou a maior parte dos dias de</p><p>sua infância . Da mesma</p><p>A um pelo espírito é dada a palavra de sabedoria – 1 Cor . 12 :8.</p><p>Pela graça sois salvos, por meio da fé – Ef. 2:8.</p><p>Fé é essencial à salvação : Quem crer e for batizado será salvo ; mas quem não crer será con-</p><p>denado – Mar. 16 :16 ; Éter 4:18 ; 3 Néfi 11 :33-35 ; D . & C . 68 :9 ; Moisés 5:15.</p><p>Quem não crer já está condenado ; porquanto não crê no nome do Unigênito Filho deDeus</p><p>– João 3 :18 . Alcançando, ao fim de vossa fé, a salvação das almas – 1 Ped . 1 :9 . Sede obra-</p><p>dores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos – Tiago 1 :22 . Ninguém poderá</p><p>ser salvo sem fé em Jesus Cristo – Moi-tini 7 :38 ; D. & C . 20:29.</p><p>Poder do Espírito Santo é recebido pela fé no Filho de Deus – 1 Néfi 10 :17.</p><p>Tendo fé perfeita no Santo de Israel – 2 Néfi 9 :23.</p><p>Pela palavra de Cristo, com Fé inabalável nele – 2 , Néfi 31 :19 .</p><p>REFERENCIAS</p><p>113</p><p>Remissão dos pecados é realizada pela fé – Moslah 4 :3.</p><p>A fé não é ter um perfeito conhecimento das coisas — Alma 32 :21, 26, 40.</p><p>Exortação a fé e arrependimento – Alma cap . 13.</p><p>Olhar para o Filho de Deus com fé e alcançar a vida eterna – Helamã 8 :15.</p><p>Remissão dos pecados pela perseverança da fé até o fim – Morôni 3 :3 ; 8:3.</p><p>Fé em sua relação com esperança e caridade – Morôni, cap . 7.</p><p>Pela fé receberam todas as coisas boas – Morôni 7 :25.</p><p>Deus é misericordioso para com todos que acreditam em Seu nome – Alma 32 :22 ; 34 :15;</p><p>Mórmon 7 :5.</p><p>Para que os filhos dos homens possam receber a salvação pela fé em Seu nome – Moislah</p><p>3 :9.</p><p>Virá libertar o mundo dos seus pecados – Alma 5 :48 ; 11 :40 ; 12 :15 ; 19 :36 ; 22 :13 ; Helamã</p><p>14 :2.</p><p>O Espírito Santo se manifesta aos filhos dos homens de acordo com sua fé – Jarom 4.</p><p>Recebereis todas as coisas pela fé – D . & C . 26:2 . Sem fé nada podeis fazer – D . & C. 8:10;</p><p>18 :19 . Te será feito de acordo com a tua fé – D . & C . 8 :11 ; 10:47 ; 11 :17 : 52 :20.</p><p>A fé não vem por sinais, mas sinais seguem os que crêem – D . & C. 63 :9 ; 68 :10 ; 84:65;</p><p>63 :12.</p><p>Aquele que tiver fé para ser curado será curado – D . & C . 42:48-52.</p><p>Vossas mentes se escureceram por causa da descrença – D . & C . 84:54.</p><p>Os fiéis vencerão e serão preservados – D . & C . 61 :9,10 ; 63 :47 ; 75:16 ; 79 :3.</p><p>Arrependimento</p><p>Toda a humanidade precisa do arrependimento . Se confessarmos nossos pecados Deus é</p><p>justo para perdoar – l .João 1 :8, 9 ; Rom . 3 :10 ; Ecl . 7 :20.</p><p>Convertei-vos ao Senhor porque é grandioso em perdoar – Is . 55:7.</p><p>Quem se desviou de sua iniqüidade conservará sua alma em vida – Ez . 18:27.</p><p>Proclamado por João Batista: Arrependei-vos – Mat . 3:2, 8 ; Mar . 1 :4 ; Luc. 3 :3 .</p><p>114</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Pregado por Jesus Cristo : Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus — Mat . 4 :17;</p><p>Mar . 1 :15 ; 2 :17.</p><p>Cristo veio para chamar os pecadores ao arrependimento — Luc . 5 :32.</p><p>Alegria no céu por um pecador que se arrepende — Luc . 15 :7, 10.</p><p>Em seu nome se prega arrependimento e remissão dos pecados — Luc . 24 :47.</p><p>Castigo por falta de arrependimento — Apoc . 2 :5, 16 ; 3 :19 . Ai dos habitantes da terra se não</p><p>se arrependerem — 3 Néfi 9 :2.</p><p>Quantas vezes vos teria Eu reunido, se vos arrependêsseis — 3 Néfi 10:6.</p><p>Todo aquele que se arrepender e for batizado, será salvo — 3 Néfi 23 :5.</p><p>Pregado pelos apóstolos : pregavam que se arrependessem — Mar . 6:12.</p><p>Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado — Atos 2 :38 ; 3 :19 ; 8 :22 . Deus anuncia a to-</p><p>dos os homens que se arrependam — Atos 17 :30 . Folgo porque fostes contristados para o</p><p>arrependimento — 2 Cor . 7:9, 10. Até aos gentios deu Deus o arrependimento — Atos 11 :18.</p><p>Aquele que fizer converter do erro — Tiago 5 :20; D . & C . 18 :15, 16.</p><p>O Senhor deseja que todos cheguem ao arrependimento — 2 Ped . 3 :9.</p><p>O Caminho foi preparado para todos que se arrependerem — 1 Néfi 10 :18.</p><p>Se os gentios se arrependerem serão felizes, e aquele que não se arrepender perecerá — 1</p><p>Néfi 14 :5.</p><p>Os gentios que se arrependerem farão parte do povo escolhido e todos os judeus que não se</p><p>arrependerem serão afastados — 2 Néfi 30 :2 ; 3 Néfi 16 :13.</p><p>Todas as nações viverão em segurança no Santo de Israel, se eles se arrependerem — 1 Néfi</p><p>22 :28.</p><p>Os dias dos filhos dos homens foram prolongados para que se arrependessem — 2 Néfi</p><p>2 :21.</p><p>Concedido ao homem um espaço de tempo no qual poderia arrepender-se ; um estado de</p><p>provação o qual preparasse para o encontro com Deus — Alma 12 :24 ; 34 :32.</p><p>Deus ordenou ao Seu povo que persuadisse a todos a se arrependerem — 2 Néfi 26 :27.</p><p>Uma maldição na terra, e destruição do povo se não se arrepender — Jacó, 3 :3.</p><p>Acreditai que-vós deveis arrepender-vos — Mosíah 4 :10.</p><p>Arrependimento pregado por Alma — Mosiah 18 :7, 20.</p><p>Se não te arrependeres, não poderás de modo algum herdar o reino dos céus — Alma 5 :51;</p><p>7 :14.</p><p>Não proteleis o dia do vosso arrependimento — Alma 34 :32-35.</p><p>Aquele que se arrepende e pratica a fé é dado conhecer os mistérios de Deus — Alma 26 :22.</p><p>Eu quisera ser um anjo para proclamar o arrependimento a todos — Alma 29:1, 2.</p><p>Ele tem poder para remir os pecados por meio do arrependimento — Helamã 5 :11 . Arre-</p><p>pendei-vos! Porque desejais morrer? — Helamã 7 :17.</p><p>Bem desejei poder persuadir a todos vós, ó extremos da terra, que vos deveis arrepender —</p><p>Mórmon i :22.</p><p>O arrependimento é concedido aos que estão condenados, ou sob a maldição de uma lei</p><p>violada — Morõni 8:24.</p><p>Repreendidos para que se arrependam — D . & C . 1 :27.</p><p>A luz se apartará daquele que não se arrepender ; O espírito Santo do Senhor não conten-</p><p>derá sempre com o homem — D . & C . 1 :33 ; Moisés 8 :17.</p><p>Todo o homem deverá arrepender-se ou sofrer — D . & C . 19 :4, 15.</p><p>Todos os homens devem arrepender-se, crer, adorar ao Pai e perseverar, ou não poderão</p><p>ser salvos — D . & C. 20 :29.</p><p>Chamai as nações ao arrependimento — D . & C . 43 :20.</p><p>Podereis saber se um homem se arrepende de seus pecados ; eis que ele os confessará e os</p><p>abandonará — D . & C . 58 :43.</p><p>Sua angústia será imensa, a não ser que se arrependam depressa — D . & C . 136 :35 .</p><p>REFERENCIAS</p><p>115</p><p>Ninguém pode ser recebido na Igreja a não ser que seja capaz de se arrepender — D . & C.</p><p>20:71.</p><p>A coisa de mais valor será declarar arrependimento — D . & C . 16 :6 ; 18 :15 . 16.</p><p>A Adão e seus descendentes foi mandado que se arrependessem — Moisés 5 :8 . 14, 15.</p><p>Adão exortou seus filhos a se arrependerem — Moisés 6 :1 ; Exortaram a todos os homens a</p><p>se arrependerem — Moisés 6 :23, 50, 57.</p><p>Enoqúe chamou todo o povo ao arrependimento — Moisés 7 :12.</p><p>Se os homens não se arrependerem . mandarei as águas — Moisés 8 :17, 20 . 24 . 25 .</p><p>Capítulo 6</p><p>O BATISMO</p><p>Regra 4 — Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do</p><p>evangelho são : *** terceiro, batismo por imersão, para</p><p>remissão dos pecados; ***</p><p>A Natureza do Batismo — Na teologia da Igreja de Jesus</p><p>Cristo dos Santos dos Últimos Dias o batismo de água é o ter-</p><p>ceiro princípio e a primeira ordenança essencial do Evangelho.</p><p>O batismo é a porta que conduz ao redil de Cristo, o portal</p><p>da Igreja, o rito estabelecido para naturalização no reino de</p><p>Deus . Assim se requer que aquele que aspira ser admitido na</p><p>Igreja, uma vez que obteve e professou a fé no Senhor Jesus</p><p>Cristo e se arrependeu sinceramente de seus pecados, apresen-</p><p>te evidência dessa santificação espiritual por meio de uma or-</p><p>denança exterior, autorizadamente prescrita corno sinal ou sím-</p><p>bolo de sua nova profissão . Esta ordenança iniciadora é o ba-</p><p>tismo na água, ao qual deve seguir o batismo mais elevado,</p><p>do Espírito Santo ; e, como resultado deste ato de obediência,</p><p>se outorga a remissão dos pecados.</p><p>Verdadeiramente simples são os meios ordenados para en-</p><p>trar no redil ; estão ao alcance dos mais pobres e dos mais dé-</p><p>beis, como também dos ricos e poderosos . Que símbolo mais</p><p>expressivo do lavamento do pecado se poderia dar, do que o ba-</p><p>tismo pela água? O batismo vem a ser o sinal do convênio feito</p><p>entre o pecador arrependido e seu Deus, de que desse momen-</p><p>to em diante tratará de observar os mandamentos divinos . Re-</p><p>ferindo-se a este fato, Alma, o profeta, instruiu e admoestou o</p><p>povo de</p><p>Gideon da seguinte maneira: "E eu vos digo : Vinde</p><p>sem temor e deixai de lado vossos pecados, que facilmente vos</p><p>transtornam, vos amarguram e conduzem à destruição, e vinde,</p><p>e adiantai-vos e mostrai a vosso Deus que desejais arrepender-</p><p>BATISMO</p><p>117</p><p>vos de vossos pecados, e fazer com Ele um convênio de que</p><p>guardareis Seus mandamentos ; e testemunhai-Lhe isso hoje,</p><p>indo às águas do batismo."'</p><p>O pecador humilhado, convencido de sua transgressão</p><p>pela fé e pelo arrependimento, aceitará de bom grado qualquer</p><p>proceder que o limpe da contaminação que agora é tão repug-</p><p>nante a sua vista . Todos estes clamarão como os daquela multi-</p><p>dão compungida do dia de Pentecostes : "Que faremos? " E a</p><p>voz do Espírito, por meio das Escrituras e pela boca dos servos</p><p>ordenados do Senhor, lhes responde : "Arrependei-vos e cada</p><p>um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão</p><p>dos pecados" . 2 O batismo, nascendo da contrição da alma, tem</p><p>muito propriamente sido chamado o primeiro fruto do arrepen-</p><p>dimento .'</p><p>A Instituição do Batismo data do tempo mais remoto da his-</p><p>tória da raça humana . Quando o Senhor se manifestou a Adão,</p><p>após a expulsão do Jardim do Éden, prometeu ao patriarca da</p><p>raça humana: "Se tornares a Mim e escutares a Minha voz, e</p><p>creres e te arrependeres de todas as tuas transgressões, e te ba-</p><p>tizares mesmo na água, em nome de Meu Filho Unigênito, que</p><p>é cheio de graça e verdade, que é Jesus Cristo, o único nome</p><p>que se dará debaixo do céu, mediante o qual virá a salvação aos</p><p>filhos dos homens, receberás o dom do Espírito Santo, pedindo</p><p>todas as coisas em Seu nome, e te será dado quanto pedires . . .</p><p>e quando o Senhor falou com Adão, nosso pai, aconteceu que</p><p>Adão clamou ao Senhor e foi arrebatado pelo Espírito do Se-</p><p>nhor, e foi submergido na água e foi tirado da água . E assim foi</p><p>ele batizado e o Espírito de Deus desceu sobre ele, e assim nas=</p><p>ceu do Espírito e foi vivificado o homem interior .""</p><p>Enoque pregou a doutrina do arrependimento e batismo e</p><p>batizou os crentes penitentes ; e todos os que aceitaram estes</p><p>ensinamentos, e se submeteram aos requisitos do Evangelho,</p><p>tornaram-se santificados à vista de Deus.</p><p>O Objetivo Especial do Batismo é proporcionar a entrada</p><p>na Igreja de Cristo, com a remissão dos pecados . Que necessi-</p><p>I, Alma 7 :15 .</p><p>2 . Veja Atos 2 :37,38 .</p><p>3, Veja Morõni 8 :25 .</p><p>4, f' . de G . V ., Moisés 6 :5 2_-</p><p>65 .</p><p>118</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>dade há de multiplicar palavras para comprovar o valor desta</p><p>ordenança divinamente determinada? Que melhor dom se po-</p><p>deria oferecer à raça humana que um meio seguro de obter per-</p><p>dão da transgressão? A justiça proíbe que se perdoe universal e</p><p>incondicionalmente os pecados cometidos, salvo mediante a</p><p>obediência à lei decretada ; porém, são providos meios simples</p><p>e eficazes pelos quais o pecador arrependido pode fazer um</p><p>convênio com Deus — ratificando o dito convênio com o sinal</p><p>que é reconhecido nos céus — de que se sujeitará às leis de</p><p>Deus ; desta maneira se coloca a si mesmo dentro dos limites da</p><p>misericórdia, sob cuja influência protetora pode obter a vida</p><p>eterna.</p><p>A Evidência Bíblica — de que o batismo tem o objetivo de asse-</p><p>gurar ao homem a- remissão de seus pecados é abundante. João</p><p>Batista foi o pregador especial desta doutrina e o administrador</p><p>autorizado desta ordenança nos dias do ministério do Salvador</p><p>na carne ; e a voz deste sacerdote do deserto comoveu Jerusa-</p><p>lém e repercutiu por toda a Judéia, proclamando que a remis-</p><p>são dos pecados era o fruto de um batismo aceitável .'</p><p>Saulo de Tarso, o zeloso perseguidor dos discípulos de</p><p>Cristo, enquanto se dirigia a Damasco decidido a praticar ainda</p><p>mais o seu zelo mal aplicado, recebeu uma manifestação espe-</p><p>cial do poder de Deus e foi convertido por sinais e prodígios.</p><p>Ouviu e respondeu à voz de Cristo e assim se tornou uma teste-</p><p>munha especial de seu Senhor . Entretanto, foi insuficiente esta</p><p>demonstração extraordinária da graça divina. Cego pela glória</p><p>que lhe havia sido manifestada, humilhado e sincero, compreen-</p><p>dendo o fato acusador de que tinha estado perseguindo seu Re -</p><p>dentor, exclamou com alma angustiada : "Senhor, que queres</p><p>que faça?" Ordenou-se-lhe que fosse a Damasco, para que ali</p><p>aprendesse algo mais sobre a vontade do Senhor quanto a sua</p><p>pessoa . De bom grado recebeu o mensageiro do Senhor, o de-</p><p>voto Ananias, que exerceu seu ministério em favor dele de</p><p>modo que recuperasse a vista, e então lhe ensinou que o batis-</p><p>mo era o meio de obter o perdão . 6</p><p>5, Veja Mar . 1 .4 ; Lucas 3 .8 .</p><p>6, Veja Atos 22 .1-16 .</p><p>BATISMO</p><p>119</p><p>Saulo, desde então conhecido como Paulo, pregador de</p><p>justiça e apóstolo do Senhor Jesus Cristo, ensinou a outros o</p><p>mesmo grande princípio salvador : que pelo batismo na água</p><p>vem a regeneração do pecado .' Com palavras enérgicas, que</p><p>vieram acompanhadas de evidencias especiais de poder divino,</p><p>Pedro declarou a mesma doutrina à multidão arrependida . Do-</p><p>minados pelo pesar, ao ouvirem o que haviam feito com o Filho</p><p>de Deus, exclamaram : "Que faremos, varões irmãos?" A res-</p><p>posta dada com autoridade apostólica foi imediata : "Arrepen-</p><p>dei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo</p><p>para perdão dos pecados ." 8</p><p>Os Profetas do Livro de Mórmon de igual maneira testifica-</p><p>ram ao redil ocidental de Cristo . Para esse fim, Néfi, o filho de</p><p>Léhi, dirigiu suas palavras à multidão : "Porque o portão pelo</p><p>qual deveis entrar é o arrependimento e o batismo pela água ; e</p><p>virá então a remissão de vossos pecados pelo fogo e pelo Espíri-</p><p>to Santo .' O mesmo ensinou Alma ao povo de Gideon, como já</p><p>foi mencionado .'" Néfi, o neto de Helamã, andava entre seu po-</p><p>vo, pouco antes do advento de Cristo à terra, batizando para ar-</p><p>rependimento ; em seu ministério efetuou uma "grande remis-</p><p>são de pecados ."" Néfi ordenou ajudantes para o ministério, a</p><p>fim de que "todos que viessem a eles fossem batizados na água,</p><p>assim se procedendo para que isso servisse de prova e testemu-</p><p>nho perante Deus do arrependimento de cada um e de que to-</p><p>dos haviam recebido a remissão de seus pecados" . 12 Mórmon</p><p>acrescenta o seu próprio testemunho, como comissionado de</p><p>Cristo, exortando o povo a esquecer-se de seus pecados e a ba-</p><p>tizar-se para a remissão dos mesmos ."</p><p>A Revelação dos Últimos Dias relativa ao batismo e a seu</p><p>propósito demonstra que a mesma importância atribui o Senhor</p><p>à ordenança nestes dias que nos tempos antigos . Para não dei-</p><p>xar lugar a dúvida, quanto à aplicação desta doutrina à Igreja,</p><p>na dispensação atual, foi reafirmado o princípio e se revalidou a</p><p>lei para nossa orientação . Os élderes da Igreja estão comissio-</p><p>7, Veja Tito 3 :5 .</p><p>8, Atos 2 :36-38 ; veia também 1 Ped . 3 :21 . 9, 2 Néfi 31 :17 até o fim do</p><p>capitulo .</p><p>III, Veja Alma 7 :14, 15 .</p><p>11, 3 Néfi 1 :23 .</p><p>12, 3 Néfi 7 :24-26 .</p><p>13, Veja</p><p>3 Néfi 30 :2 .</p><p>120</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>nados a pregar que por meio do batismo autorizado se obtém a</p><p>remissão de pecados . 14</p><p>Candidatos Aptos para o Batismo — Tendo em vista que o ob-</p><p>jeto principal do batismo é proporcionar a entrada na Igreja</p><p>com remissão de pecados e como isto não se obtém a não ser</p><p>pela fé em Deus e pelo arrependimento verdadeiro perante Ele,</p><p>naturalmente se deduz que somente dos que são capazes de</p><p>exercer a fé e de efetuar o arrependimento se pode com justiça</p><p>exigir o batismo .' 5 Numa revelação sobre o governo da Igreja,</p><p>feita por intermédio de Joseph, o Profeta, em Abril de 1830, o</p><p>Senhor expõe terminantemente as condições de acordo com as</p><p>quais uma pessoa pode ser recebida na Igreja por meio do batis-</p><p>mo: "Todos aqueles que se humilharem diante de Deus e dese-</p><p>jarem batizar-se e vierem com coração quebrantado e espírito</p><p>contrito, testificando diante da Igreja, que se arrependeram</p><p>verdadeiramente de todos os seus pecados e estão dispostos a</p><p>tomar sobre si o nome de Jesus Cristo, com firme propósito de</p><p>servilo-Lo até o fim e manifestarem verdadeiramente, por suas</p><p>obras, que receberam o Espírito de Cristo para a remissão de</p><p>seus pecados, serão recebidos por batismo em Sua Igreja . 1ó</p><p>Estas condições excluem todos aqueles que não alcança-</p><p>ram a idade de discernimento e responsabilidade ; e por manda-</p><p>mento direto o Senhor proibiu à Igreja receber qualquer que</p><p>não tenha chegado a essa idade ." O Senhor designou por reve-</p><p>lação que oito anos é a idade em que as crianças podem ser ba-</p><p>tizadas devidamente na Igreja ; e se requer dos pais que prepa-</p><p>rem seus filhos para receber as ordenanças da Igreja, ensinan-</p><p>do-lhes as doutrinas de fé, arrependimento, batismo e a imposi-</p><p>ção das mãos para comunicar o dom do Espírito Santo. A falta</p><p>de cumprimento deste mandato, segunde o Senhor, é um peca-</p><p>do que cairá sobre a cabeça dos pais . 1e</p><p>O Batismo de Criancinhas — Os Santos dos Últimos Dias se</p><p>opõe: à prática do batismo das criancinhas, considerando-o</p><p>um sacrilégio . Não há quem, tendo fé na palavra de Deus, possa</p><p>tachar uma criancinha de iníqua ; esse ser inocente não tem ne-</p><p>14, Veja D . & C . 19 :31 : 55 :2 ; 68 :27 : 76 :51, 52 : 84 :27 . 74 .</p><p>15, Veja o apêndice 6 :1 .</p><p>16,</p><p>D. & C. 20 :37 .</p><p>17, Veja D. & C . 20 :17 .</p><p>18, Veja D . & C . 6825-27 .</p><p>BATISMO</p><p>121</p><p>cessidade de ser iniciado no redil, porque jamais se extraviou</p><p>dele ; não necessita remissão de pecados, porque não cometeu</p><p>pecados ; e se morrer antes de se contaminar com os pecados do</p><p>mundo, será recebido no paraíso de Deus, sem necessidade de</p><p>batismo . Não obstante, há muitos que, professando ser mestres</p><p>cristãos, afirmam que como todas as criancinhas nascem num</p><p>mundo de iniqüidades, são também iníquas, e devem ser limpas</p><p>nas águas do batismo para se tornarem aceitáveis perante Deus.</p><p>Tal doutrina é abominável . A criança, a quem o Salvador indi-</p><p>cou como um exemplo de emulação até mesmo para aqueles</p><p>que tinham recebido o santo apostolado, 19 a quem o Senhor es-</p><p>colheu como exemplo do reino celestial, espíritos favorecidos,</p><p>cujos anjos estão continuamente diante do Pai, informando-O</p><p>fielmente de tudo o que pode ser feito aos que estão sob seu</p><p>cargo ; 20 deverão tais almas ser recusadas e atiradas em tormen-</p><p>to porque seus guardiões terrenos não lhe deram o batismo?</p><p>Ensinar tal doutrina falsa constitui um pecado.</p><p>A História do Batismo de Criancinhas é instrutiva porque</p><p>derrama um pouco de luz sobre a origem desta prática errônea.</p><p>Certo é que nem o Salvador nem os seus apóstolos ensinaram o</p><p>batismo de criancinhas ou pedobatismo (derivado do grego pai-</p><p>dos, criança, e batismos, batismo) . Alguns se referem à ocasião</p><p>em que Cristo abençoou as criancinhas, e repreendeu os que</p><p>queriam impedir que os pequeninos se achegassem a Ele, 21</p><p>como evidência a favor do batismo das criancinhas ; porém,</p><p>como sábia e concisamente foi dito : "Deduzir que se deve bati-</p><p>zar as criancinhas pelo fato de que Cristo as bendisse nada pro-</p><p>va além da falta de um argumento melhor ; porque a conclusão</p><p>mais provável seria esta : Cristo bendisse as criancinhas e então</p><p>as despediu, mas não as batizou ; por conseguite, as criancinhas</p><p>não precisam ser batizadas ."22</p><p>-</p><p>Nenhum dado autêntico existe de que se haja praticado o</p><p>batismo de criancinhas durante os primeiros séculos depois de</p><p>19 . Veja Mateus 18 :1-6 .</p><p>20, Veja Mateus 18 :10 .</p><p>21, Veja Mateus 19 :13 : Mar . 10 :13 : Lu-</p><p>cas 18 :15 . 22 . Atribui-se estas palavras a Jeremy Taylor, um bispo inglês que morreu r .m</p><p>1667 : mas se é exato ou não . o autor não pode determinar . Quem quer que seja o autor, o</p><p>argumento citado é lógico .</p><p>{</p><p>122</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Cristo e o costume provavelmente não se generalizou antes do</p><p>século quinto ; não obstante, desde esse tempo até a ocasião da</p><p>Reforma, a organização eclesiástica dominante, a Igreja Católi-</p><p>ca a aceitou . Porém, mesmo nessas idades obscuras, houve mui-</p><p>tas controvérsias teológicas que levantaram voz contra esse rito</p><p>ímpio . 23 Em princípios do século dezesseis, fez-se preeminente</p><p>na Alemanha uma seita que levava o nome de Anabatistas (do</p><p>grego ana, de novo e baptizo, batizar) a qual se distinguiu por</p><p>sua oposição à prática do batismo das criancinhas, e cujo nome</p><p>surgiu do fato que exigiam que se batizassem de novo todos os</p><p>seus membros que haviam sido batizados na infância . Os batis-</p><p>tas, em geral, se opõem ao batismo das criancinhas que não</p><p>chegaram à idade da responsabilidade, porém nem por isso se</p><p>deve considerar que eles e a denominação anabatista sejam a</p><p>mesma coisa.</p><p>Alguns dos que apóiam o batismo das criancinhas quise-</p><p>ram alegar a analogia que o batismo tem com a circuncisão, po-</p><p>rém sem apoio nas escrituras . A circuncisão se converteu em si-</p><p>nal de convênio entre Deus e Abraão 24 , um símbolo que a pos-</p><p>teridade de Abraão tomou como indicação de se acharem livres</p><p>da idolatria dos tempos, e da aprovação de Deus para com eles;</p><p>e em nenhuma parte se faz da circuncisão um meio de obter a</p><p>remissão de pecados . Este rito era unicamente para os varões ; o</p><p>batismo se administra a ambos os sexos . A circuncisão devia ser</p><p>efetuada aos oito dias depois de nascida a criança, mesmo que</p><p>esse dia fosse sábado . 29 No terceiro século, convocou-se um</p><p>concílio de bispos, dirigido por Cipriano, bispo de Cartago, no</p><p>qual solenemente se concordou que adiar o batismo até os oito</p><p>dias de vida era perigoso e, conseqüentemente, não deveria ser</p><p>permitido.</p><p>O Batismo das Criancinhas é Proibido no Livro de Mórmon e</p><p>disto podemos inferir que entre os nefitas haviam surgido disputas</p><p>sobre este mesmo ponto . Tendo recebido uma revelação especial</p><p>do Senhor relativa ao assunto, Mórmon escreveu uma epístola a</p><p>seu filho Morôni, na qual condena a prática de batizar as crian-</p><p>23. Veja</p><p>:Jpéndiee b ._2 .</p><p>24 . Veja (icn . 17 .1-14_</p><p>25, Veja .loâo 72 2 . 23 .</p><p>BATISMO</p><p>123</p><p>cinhas e declara que qualquer que supõe que as criancinhas</p><p>precisam de batismo se acha no fel da amarg"ura e nos liames da</p><p>iniqüidade, e "nega as misericórdias de Cristo, e considera do-</p><p>mo nada Sua expiação e poder da Sua redenção ." 26</p><p>O Batismo é Essencial Para a Salvação -- As observações</p><p>feitas sobre o assunto do batismo se aplicam com a mesma for-</p><p>ça à proposição de que o batismo é necessário à salvação ; pois</p><p>como a remissão de pecados constitui o objeto especial do ba-</p><p>tismo, e tendo em vista que não se poderá salvar no reino de</p><p>Deus a alma que tenha pecados não remidos, claro é que o ba-</p><p>tismo é essencial para a salvação . Promete-se ao homem a sal-</p><p>vação baseada em sua obediência às leis e ordenanças do Evan-</p><p>gelho ; e o batismo, como as escrituras terminantemente o indi-</p><p>cam, é um dos mais importantes desses requisitos . O batismo,</p><p>tendo sido Ordenado por Deus, deve ser essencial ao propósito</p><p>para o qual foi instituído, porque Deus não se ocupa com formas</p><p>desnecessárias . De todos os que chegaram à idade da responsa-</p><p>bilidade é requerido o batismo ; ninguém se exime desta obriga-</p><p>ção .</p><p>Mesmo Cristo, uni homem sem pecado em meio a um mun-</p><p>do pecaminoso, se batizou "para cumprir toda a justiça ."' Este</p><p>foi o propósito que o Salvador manifestou ao sacerdote indeci-</p><p>so, que não obstante o zelo que sentia por sua missão, vacilou</p><p>quando se lhe pediu que batizasse um que considerava sem pe-</p><p>cado. Séculos antes do grande acontecimento, Néfi ; profetizan-</p><p>do ao povo do continente ocidental, anunciou o batismo do Sal-</p><p>vador e explicou como isto iria cumprir toda a justiça : 2 "Se o</p><p>Cordeiro de Deus, sendo santo, tem necessidade de ser batiza-</p><p>do com água, para cumprir toda a justiça, quanto mais necessi-</p><p>dade não teremos nós, sendo pecadores, de sermos batizados?"</p><p>As palavras do Salvador durante seu ministério na carne</p><p>declaram que o batismo é essencial à salvação . Nicodemos, um</p><p>príncipe dos judeus, veio a Jesus à noite e professou crer no mi-</p><p>nistério de Jesus, a quem chamou um mestre "vindo de Deus".</p><p>Vendo sua fé, Jesus lhe ensinou uma das leis principais do céu,</p><p>26 . Veja Morõni, cap. 8 ; leia toda a epístola .</p><p>1, Veja Mateus 3 :15</p><p>2, Veja 2 Néfi 31 :5-8 .</p><p>1</p><p>124</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>dizendo-lhe : "aquele que não nascer de novo não pode ver o</p><p>reino de Deus ." A interrogação de Nicodemos deu lugar a mais</p><p>esta declaração adicional : "Na</p><p>verdade, na verdade te digo que</p><p>aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no</p><p>reino de Deus ." 3 É o batismo . A respeito do parecer de Cristo no</p><p>tocante ao batismo, é-nos dito também que Ele requeria que cum-</p><p>prissem a ordenança aqueles que desejavam ser Seus discípulos .'</p><p>Quando em Seu estado ressuscitado apareceu aos onze apóstolos e</p><p>lhes conferiu Sua última bênção e comissão final, deu-lhes este</p><p>mandamento: "Portanto, ide e ensinai todas as nações, batizan-</p><p>do-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo "' refe-</p><p>rindo-se aos efeitos do batismo disse que "quem crer e for bati-</p><p>zado será salvo, mas quem não crer será condenado" . 6</p><p>Não obstante a clareza com que é expressado o espírito des-</p><p>tas instruções e promessas, há muitos que, apesar de dizerem</p><p>estar ensinando a doutrina do Redentor, fogem ao significado</p><p>de seus preceitos e presumem que porque disse:_ "quem não</p><p>crer será condenado," em lugar de o que não for batizado será</p><p>condenado, o batismo não é, apesar de tudo, essencial, mas sim</p><p>uma mera conveniência ou simples concordância do plano de</p><p>salvação . Professar crença em Cristo e ao mesmo tempo negar-</p><p>se a obedecer a Seus mandamentos é burlar a fé . Crer na pala-</p><p>vra de Deus e não a cumprir é aumentar nossa culpabilidade.</p><p>Esta maneira de proceder não faz mais do que acrescentar a hi-</p><p>pocrisia aos outros pecados. Sobre o que professa crer e se nega</p><p>a obedecer aos próprios princípios em que se jacta de ter fé, in-</p><p>dubitavelmente, cairá o castigo completo prescrito para a in-</p><p>credulidade voluntária . Além disso, o que se pode dizer da sin-</p><p>ceridade do que não quer aceitar os mandamentos divinos a</p><p>mçnos que se lhe especifiquem certos castigos se desobedecer?</p><p>Pode ser sincero o arrependimento quando se é submisso so-</p><p>mente por temer o castigo? Não obstante, quando expressou</p><p>este princípio para o governo dos santos na atual dispensação,</p><p>3, João 3 :1-5 .</p><p>4, Veja João 4 :1 ;2 .</p><p>5, Mateus 28 :19 .</p><p>6, Mar . 16 :16 .</p><p>BATISMO</p><p>125</p><p>as palavras do Senhor são mais precisas : "E aquele que crer e</p><p>for batizado, será salvo, e aquele que não crer e não for batiza-</p><p>do, será condenado .'</p><p>Os discípulos de Cristo, particularmente aqueles que se as-</p><p>sociaram intimamente com Ele no ministério, pregaram a mes-</p><p>ma doutrina concernente à necessidade do batismo . João Batis-</p><p>ta testificou que havia sido chamado para batizar com água ;' e,</p><p>referindo-se àqueles que haviam aceitado os ensinamentos de</p><p>João, o Salvador afirmou que, apesar de serem publicanos, jus-</p><p>tificavam a Deus, enquanto os fariseus e os sábios da lei, por recu-</p><p>sar o batismo, "rejeitaram o conselho de Deus contra si mes-</p><p>mos," 9 com o que, havemos de concluir, perderam seu direito à</p><p>salvação . Como já foi observado, Pedro, o apóstolo principal,</p><p>teve somente uma resposta para a multidão ansiosa que queria</p><p>saber os pontos essenciais da salvação : "Arrependei-vos e cada</p><p>um de vós seja batizado ." 10</p><p>A humilde submissão de Cristo à vontade do Pai, bati-</p><p>zando-Se apesar de Se achar sem pecado, declara ao mundo,</p><p>em linguagem mais enérgica que a de palavras, que ninguém</p><p>pode prescindir deste requisito, e que o batismo é, em verdade,</p><p>essencial para a salvação . De maneira que nenhuma evidência</p><p>de graça divina, nenhuma dádiva de dons celestiais, exime o ho-</p><p>mem da obediência a esta e a outras leis e ordenanças do Evan-</p><p>gelho. Saulo de Tarso, não obstante ter podido ouvir a voz do</p><p>Redentor, não pôde entrar na Igreja de Cristo, a não ser pela</p><p>porta do batismo de água e do Espírito Santo ." Mais tarde pre-</p><p>gou o batismo, declarando que por meio dessa ordenança "re-</p><p>vestimo-nos de Cristo", fazendo-nos filhos de Deus . Cornélio, o</p><p>centurião, foi reconhecido por Deus através de orações e esmo-</p><p>las e um anjo desceu para instruí-lo a chamar Pedro, que lhe di-</p><p>ria o que deveria fazer . O apóstolo, após haver sido preparado</p><p>especialmente pelo Senhor, para esta missão, entrou na casa do</p><p>gentio arrependido, apesar de isso constituir violação do costu-</p><p>me dos judeus, e ensinou-o e sua família a respeito de Jesus</p><p>Cristo . Enquanto Pedro falava, o Espírito Santo desceu sobre</p><p>7, D . & C . 112 :29 .</p><p>8, Veja João 1 :33 .</p><p>9, Lucas 7 ;311 .</p><p>10, Atos 2 :38 ; 1 Ped . 3 :21 .</p><p>11,</p><p>Veja Atos 9 :1-18 ; 22 :1-16.</p><p>126</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>seus ouvintes, de modo que testificaram pelo dom de línguas e</p><p>muito glorificaram a Deus . 12 Contudo, o recebimento de tão</p><p>grandes dons de maneira nenhuma os eximiu de dar cumpri-</p><p>mento à lei do batismo e Pedro mandou que se batizassem em</p><p>nome do Senhor.</p><p>Não foram menos enfáticas as promulgações dos ministros</p><p>de Cristo no hemisfério ocidental, quanto à doutrina do batis-</p><p>mo. Tanto Lehi 13 como seu filho Néfi 14 testificaram do futuro</p><p>batismo do Salvador e da necessidade absoluta de serem batiza-</p><p>dos com água e com o Espírito Santo todos os que buscam a sal-</p><p>vação . Néfi faz uma admirável comparação entre o arrependi-</p><p>mento e o batismo de água e do Espírito e a porta que conduz</p><p>ao redil de Çristo . " Alma pregou que o batismo é indispensável</p><p>à salvação e exortou o povo a testificar ante o Senhor que me-</p><p>diante a observância deste princípio faziam um convênio de</p><p>guardar Seus mandamentos . O segundo Alma, filho do anterior,</p><p>proclamou que o batismo é o meio da salvação e consagrou mi-</p><p>nistros para que batizassem . 1ó</p><p>Durante o século que precedeu o nascimento de Cristo,</p><p>iniciou-se a obra de Deus entre os lamanitas, pregando-se a fé,</p><p>o arrependimento e o batismo. Achamos Amon proclamando</p><p>esta doutrina ao rei Lamoni e a seu povo ." Helamã pregou o</p><p>batismo 18 e nos dias do seu ministério, faltando menos de cin-</p><p>qüenta anos para o nascimento de Cristo, lemos que dezenas de</p><p>milhares se uniram à Igreja por meio do batismo . Assim prega-</p><p>ram os filhos de Helamã 19 e o mesmo fez seu neto, Néfi . 20 Estes</p><p>batismos se faziam em nome do Messias que viria : porém, de-</p><p>pois que veio ao seu redil ocidental, indicou-lhes que deviam</p><p>batizar-se em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e</p><p>conferiu a doze homens a autoridade para administrar a orde-</p><p>nança, 21 prometendo a salvação a todos que cumprissem Sua</p><p>lei, e somente a esses.</p><p>Existem abundantes evidências de que, para o Salvador, o</p><p>batismo é um requisito essencial para ser membro de Sua Igre-</p><p>12, Veja Atos 10.30-48 .</p><p>13, Veja 1 Néfi 10 :7-10 .</p><p>14, Veja 2 Néfi 31 :4-14 .</p><p>15, Veja 2</p><p>Néfi 31 :17 .</p><p>16, Veja Mosiah 18 :8-17 : Alma 5 :61, 62 ; 9 :27 . . 17, Veja Alma 1935 .</p><p>18,</p><p>Veja Alma 62 :45 .</p><p>19, Veja Helamã 5 :14-19 .</p><p>20, Veja 3 Néfi 1 :23 .</p><p>21, Veja 3 Néfi</p><p>11 :22-25 : 12 :1, 2 .</p><p>BATISMO</p><p>127'</p><p>ja ; de maneira que, ao instituir o sacramento do pão e vinho en-</p><p>tre os nefitas, instruiu seus discípulos que o administrassem uni-</p><p>camente àqueles que se haviam batizado devidamente . 22 Além</p><p>disso, sabemos que aqueles que eram batizados como Jesus ha-</p><p>via instruído eram chamados a Igreja de Cristo . 23 Conforme a</p><p>promessa do Salvador, o Espírito Santo desceu sobre aqueles</p><p>que foram batizados por sua autoridade prescrita, desta manei-</p><p>ra acrescentando o batismo mais alto do Espírito Santo ao ba-</p><p>tismo de água . 24 Muitos deles receberam manifestações particu-</p><p>lares de aprovação divina, vendo e ouvindo coisas inexplicáveis</p><p>que não lhes foi lícito escrever. A fé do povo se manifestou em</p><p>boas obras, 25 pela oração e pelo jejum, 24 em reconhecimento do</p><p>que Cristo reapareceu, manifestando-se desta vez aos discípu-</p><p>los que havia chamado para o ministério . Reiterou-lhes as</p><p>promessas anteriores com respeito a todos os que chegaram a</p><p>se batizar e acrescentou que, se perseverassem até o fim, se</p><p>achariam sem culpa no dia do juízo .' Nessa ocasião repetiu-lhes</p><p>o mandamento que, se obedecido, promete a salvação : "Arre-</p><p>pendei-vos todos, ó povos dos extremos da terra! E vinde a</p><p>Mim e deixai-vos batizar em Meu nome, a fim de que possais</p><p>ser santificados pelo recebimento do Espírito Santo e possais</p><p>aparecer sem mancha perante Mim, no último dia." 2</p><p>Quase quatro séculos mais tarde ouviu-se a mesma procla-</p><p>mação dos lábios de Mórmon</p><p>. 3 Então Morôni, seu filho, o úni-</p><p>co sobrevivente do que uma vez havia sido uma grande nação,</p><p>lamentando a destruição de seus irmãos, deixou o que supunha</p><p>ser o último testemunho da verdade desta doutrina ;4 porém,</p><p>tendo escapado à morte, em contrário ao que havia esperado,</p><p>fala novamente do sagrado assunto ; e entendendo que a doutri-</p><p>na seria de valor incalculável para o que lesse suas páginas, tes-</p><p>tifica, no que se pode considerar como sendo suas últimas pala-</p><p>vras, que o batismo da água e do Espírito Santo é o meio de al-</p><p>cançar a salvação .'</p><p>22 . Veja 3 Néfi 1 8 : 5 . I I . 28-30 .</p><p>23, Veja 3 Néfi 26 :21 .</p><p>24, Veja 3 Néfi 26 :17, 18 : 28 :18 : 4</p><p>Néfi 1 . 25 . Veja 3 Néfi 26 :19 . 20 . 26, Veja 3 Néfi 27 :1, 2 . 1, Veja 3 Néfi 27 :16 . 2,</p><p>Veja 3 Néfi 27 :20 . 3 . Veja Mórmon 78-10 . 4, Veja Mõrmon 9 :22 .23 . 5, Veja Morôni</p><p>6 :1 .-3 .</p><p>128</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Este princípio fundamental, proclamado na antigüidade,</p><p>conserva-se hoje sem qualquer alteração ; é verdade e não mu-</p><p>da. Os élderes da Igreja dos últimos dias têm sido comissiona-</p><p>dos que quase as mesmas palavras que foram usadas para autori-</p><p>zar os apóstolos da antigüidade : "Ide por todo o mundo, pregai</p><p>o Evangelho a toda criatura, agindo sob a autoridade que Eu vos</p><p>dei, batizando em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.</p><p>Quem crer e for batizado será salvo, e quem não crer será con-</p><p>denado" . 6 E além disso, a voz do Senhor é dirigida aos élderes</p><p>da Igreja por intermédio de Joseph, o profeta : "Portanto, como</p><p>disse aos Meus apóstolos, digo outra vez a vós, que toda a alma</p><p>que crer em vossas palavras e para a remissão dos pecados for</p><p>batizada na água receberá o Espírito Santo" . Mas, "na verdade,</p><p>na verdade vos digo que aqueles que não crerem em vossas pa-</p><p>lavras, e em Meu nome não forem batizados na água para re-</p><p>missão dos pecados, a fim de receberem o Espírito Santo, serão</p><p>condenados e não virão ao reino de Meu Pai, onde Meu Pai e</p><p>Eu estamos ."' Obedecendo a estes mandamentos, os élderes</p><p>desta Igreja têm proclamado o Evangelho entre as nações, pre-</p><p>gando que a fé, o arrependimento e o batismo da água e do</p><p>Espírito Santo são essenciais à salvação.</p><p>Examinamos as doutrinas relativas ao batismo, que foram</p><p>usadas entre os judeus, entre os nefitas e na Igreja de Jesus Cris-</p><p>to nestes dias, e vimos que os princípios que foram ensinados</p><p>são sempre os mesmos . Mais ainda, remontamos até a história</p><p>mais'remota da raça humana e vimos que se proclamou perdão</p><p>e salvação . . Ninguém pode esperar alcançar a salvação, senão</p><p>por cumprir a lei de Deus, da qual o batismo é parte essencial.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Batismo para remissão dos pecados</p><p>João Batista batizou e pregou o batismo do arrependimento para remissão dos pecados —</p><p>Mar. 1 :4 ; Luc . 3 :3 ; 1 :76, 77.</p><p>6, D . & C . 68 :8, 9 .</p><p>7, D . & C . 84 :64, 74 : 112 :28, 29 .</p><p>Roberto Goncalves Gamelro</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>129</p><p>Arrependei-vos e sede batizados em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados — Atos</p><p>2 :38 ; 22 :16 ; D . & C . 33 :11.</p><p>O portão pelo qual deveis entrar é o arrependimento e o batismo ; e virá então a remissão</p><p>de vossos pecados — 2 Néfi 31 :17.</p><p>Sede batizados em arrependimento, para que possais assim ser lavados de vossos pecados —</p><p>Alma 7 :14.</p><p>Administrando o batismo do arrependimento, pelo qual houve grande remissão de pecados</p><p>— 3 Néfi 1 :23.</p><p>Cristo ensinou aos nefitas que pelo batismo receberiam a remissão — 3 Néfi 12 :2 ; 30:2.</p><p>O Sacerdócio de Aarão tem autoridade para batizar por imersão para remissão de pecados</p><p>—D.&C . 13 :1.</p><p>Declararás remissão de pecados por batismo — D . & C . 19 :31 ; 55:2.</p><p>Sede batizados para remissão de vossos pecados — D . & C . 33 :11.</p><p>O Evangelho do arrependimento, do batismo e da remissão dos pecados — D . & C . 84:27.</p><p>Batismo essencial à salvação</p><p>Aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus — João 3 :5.</p><p>Quem crer e for batizado será salvo — Mar . 16 :16 ; 3 Néfi 11 :33 ; D . & C . 112 :29.</p><p>Os fariseus e doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus, não tendo sido batizados —</p><p>Luc . 7 :30.</p><p>Fomos batizados em um Espírito para um corpo — 1 Cor . 12 :13.</p><p>Todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo — Gál. 3 :27.</p><p>Como uma verdadeira figura, agora nos salva o batismo — 1 Ped . 3 :21.</p><p>Um só Senhor, uma só fé, um só batismo . — Ef . 4 :5.</p><p>Todos devem ser batizados ou não poderão ser salvos no Reino de Deus — 2 Nefi 9 :23.</p><p>Recebei o batismo em Meu nome, pois aquele que cre e for batizado será salvo — Éter</p><p>4 :18 ; Moroni 7 :34 ; 3 Néfi 21 :6.</p><p>Tende cuidado para que não sejais batizados indignamente - Mórmon 9 :29.</p><p>Todos os que se arrependerem, forem batizados em Meu nome e perseverarem, serão sal-</p><p>vos — D . & C . 18 :22.</p><p>Adão ensinou que o batismo é essencial — Moisés 6 :52 . Batismo de Adão -- Moisés 6 :64-68.</p><p>Jesus Cristo foi batizado</p><p>Para cumprir toda a justiça — Mat . 3:15 . Assim se mostra que o batismo é requerido de to-</p><p>dos — Mar . 1 :9 ; Luc . 3 :21 .</p><p>130</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Se o Cordeiro de Deus, sendo santo, tem necessidade de ser batizado, quanto mais necessi-</p><p>dade não teremos nós — 2 Néfi 31 :5.</p><p>Preparação para o batismo</p><p>Das citações anteriores vê-se que a fé no Senhor Jesus Cristo e o arrependimento eficaz são</p><p>requeridos antes do batismo . Conhecimento, portanto, é necessário e instrução é requeri-</p><p>da.</p><p>Cristo mandou os apóstolos ensinar todas as nações, então batizar e depois continuar a ins-</p><p>trução — Mat . 28 :19 ; 20.</p><p>Aqueles que receberam as instruções de Pedro foram batizados — Atos 2 :41.</p><p>Aqueles que acreditaram nos ensinamentos de Felipe a respeito do Reino de Deus foram</p><p>batizados — Atos 8 :12.</p><p>Pedro instruiu o guarda da prisão e sua família antes de seu batismo — Atos 16 :29-33.</p><p>João Batista exigiu evidência de arrependimento antes do batismo — Luc . 3 :7-14.</p><p>Um resumo'das condições requeridas — Morõni 6 :1-4.</p><p>Criancinhas, incapazes de compreender ou de se arrepender, não devem ser batizadas —</p><p>Morõni cap . 8.</p><p>Os pais devem ensinar as crianças e assim prepará-las para o batismo aos oito anos — D . &</p><p>C . 68 :25.</p><p>Ninguém pode ser recebido na Igreja se não for responsável e capaz de se arrepender — D.</p><p>& C . 20:71 ; veja também o verso 37 .</p><p>Capítulo 7</p><p>O BATISMO — CONTINUAÇÃO</p><p>Regra 4 — Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do</p><p>evangelho são : *** terceiro, batismo por imersão, para</p><p>remissão dos pecados; ***</p><p>A MANEIRA DE BATIZAR</p><p>É Importante a Maneira de Administrar o Batismo — Já vi-</p><p>mos, ao considerar o propósito e a necessidade do batismo, a</p><p>importância com que o Senhor considera este rito iniciador.</p><p>Não é de admirar que esteja categoricamente prescrito o modo</p><p>de administrar a ordenança . Muitas seitas cristãs têm algum rito</p><p>iniciador estabelecido, em que a água entra como elemento ne-</p><p>cessário embora para algumas a cerimônia consista somente em</p><p>colocar o dedo úmido do sacerdote sobre a fronte da pessoa ou</p><p>em verter ou aspergir água sobre o rosto, para outras se torna</p><p>necessária a imersão de todo o corpo . Os Santos dos Últimos</p><p>Dias afirmam que as Escrituras não encerram ambigüidade al-</p><p>guma quanto ao modo aceitável de efetuar o batismo, e sem te-</p><p>mor declaram sua crença de que a única forma verdadeira con-</p><p>siste na imersão do corpo, por um servo ou representante do</p><p>Salvador devidamente comissionado . Suas razões em apoio de</p><p>sua crença podem resumir-se da seguinte maneira: A derivação</p><p>e uso antigo da palavra batismo e de suas cognatas indicam</p><p>imersão . De nenhuma outra forma se conserva o simbolismo do</p><p>rito . A autoridade das Escrituras, a palavra relevada de Deus</p><p>proferida pela boca de seus profetas dos dias antigos e moder-</p><p>nos, indicam a imersão como a verdadeira forma de batismo.</p><p>O Verbo "Batizar", que vem do grego bapto, baptizo, signi-</p><p>fica literalmente mergulhar ou submergir . Como acontece com</p><p>toda língua viva, as palavras podem sofrer grandes alterações</p><p>132</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>em seus significados e alguns escritores declaram que a palavra</p><p>de que estamos tratando pode aplicar-se ao ato de aspergir ou</p><p>molhar com água, assim como imersão real . Torna-se assunto</p><p>interessante, pois, descobrir o significado que o termo teria nos</p><p>dias de Cristo ou mais ou menos nessa época porque, tendo em</p><p>vista que o Salvador evidentemente considerou desnecessário</p><p>ampliar o significado da palavra durante suas instruções sobre o</p><p>batismo, claro é que esta transmitia um significado bem preciso</p><p>aos que recebiam Seus ensinamentos . Pelo uso da palavra origi-</p><p>nal que fizeram os autores gregos e latinos', fica esclarecido que</p><p>eles entenderam que o significado verdadeiro era efetivamente</p><p>imersão na água . Os gregos modernos entendem que batismo</p><p>quer dizer submergir sob a água e, portanto, ao adotar o cristia-</p><p>nismo, praticam a imersão como forma devida do batismo . 2</p><p>Neste gênero de argumento, deve-se ter em mente que a evi-</p><p>dência filosófica não e a mais decisiva . Passemos, pois, a consi-</p><p>derar outras razões mais fortes.</p><p>O Simbolismo do Rito Batismal de nenhuma outra forma se</p><p>conserva a não ser na de imersão . O Salvador comparou o batis-</p><p>mo a um nascimento e declarou que era essencial para a vida</p><p>que conduz ao reino de Deus .' Ninguém pode dizer que se sim-</p><p>boliza um nascimento aspergindo o rosto com água . Uma das</p><p>causas principais que contribuíram para a preeminência de</p><p>Cristo como o mestre dos mestres foi Sua linguagem precisa e</p><p>vigorosa ; Suas parábolas convincentes ; e tão inadequada seme-</p><p>lhança como a que se pretende em tal interpretação do nasci-</p><p>mento seria completamente alheia aos métodos do Senhor.</p><p>O batismo também foi comparado de maneira impressio-</p><p>nante a um enterro, seguido de uma ressurreição ; e neste</p><p>símbolo da morte corporal e ressurreição de seu Filho, Deus</p><p>prometeu outorgar a remissão de pecados . Paulo diz aos Roma-</p><p>nos : "Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Je-</p><p>sus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos</p><p>sepultados com Ele pelo batismo na morte ; para que, como</p><p>I, Veja o apêndice 7 :1 .</p><p>2 . Veja o apêndice 7 :2.</p><p>3, Veja João 3 :3-5 .</p><p>BATISMO</p><p>133</p><p>Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim ande-</p><p>mos nós também em novidade de vida. Porque se fomos planta-</p><p>dos juntamente com Ele na semelhança da Sua morte, também</p><p>o seremos na de Sua ressurreição ." 4 E também escreveu o</p><p>apóstolo : "Sepultados com Ele no batismo, nele também res-</p><p>suscitastes pela fé no poder de Deus, que O ressuscitou dos mor-</p><p>tos ."' De todas as formas distintas do batismo que o homem</p><p>pratica, unicamente a imersão simboliza um nascimento que as-</p><p>sinala o princípio de uma nova carreira, ou o sono do túmulo</p><p>com sua conseqüente vitória sobre a morte.</p><p>A Autoridade das Escrituras não admite nenhuma outra for-</p><p>ma além da imersão . Lemos que depois da ordenança Ele "saiu</p><p>logo da água ." 6 Que o batismo do Salvador foi aceitável à vista</p><p>do Pai abundantemente o comprovam as manifestações subse-</p><p>qüentes, como a descida do Espírito Santo e a declaração do</p><p>Pai : "Este é Meu Filho Amado, no qual Me comprazo ." João,</p><p>chamado o Batista, por virtude de sua comissão divina, batizava</p><p>no Rio Jordão ;' e pouco depois se diz que "João batizava tam-</p><p>bém em Enon, junto a Salim, porque havia ali muitas águas ;"8</p><p>entretanto, se estivesse batizando por aspersão, teria sido sufi-</p><p>ciente uma pequena quantidade de água para uma multidão.</p><p>Lemos do batismo que seguiu a conversão um tanto rápida</p><p>do eunuco etíope, tesoureiro da rainha Candace . Filipe lhe pre-</p><p>gou a doutrina de Cristo enquanto iam juntos no carro do eunu-</p><p>co. Este, crendo nas palavras de seu instrutor inspirado, quis</p><p>batizar-se e, aceitando Filipe, "mandou parar o carro, e desce-</p><p>ram ambos à água, tanto Felipe como o eunuco, e o batizou . E,</p><p>quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Fili-</p><p>pe, e não o viu mais o eunuco ; e, jubiloso, continuou seu cami-</p><p>nho ." 9</p><p>A Tradição Histórica prova que durante mais de dois séculos</p><p>depois de Cristo a imersão foi a forma de batismo que geral-</p><p>mente praticavam os que professavam o cristianismo, e não foi</p><p>senão em fins do século treze que se generalizaram outras for-</p><p>4, Rom . 6 :3-5 .</p><p>5, Col . 2 :12 .</p><p>6, Mat . 3 :16,17 ; Marcos 1 :10, I1 . . 7, Veja Marcos 1 :4, 5.</p><p>8, João 3 :23 .</p><p>9, Atos 8 :26-39.</p><p>134</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>mas . 10 A alteração das ordenanças instituídas por autoridade é</p><p>algo que se deve esperar, se for praticada a forma exterior de</p><p>tais ordenanças quando falta a autoridade para administrá-la.</p><p>Entretanto, esta corrupção é de desenvolvimento gradativo : as</p><p>imperfeições que resultam de enfermidades orgânicas não se</p><p>desenvolvem num dia. Como acontece com todas as ordenan-</p><p>ças que Cristo instituiu, temos que buscar o que mais se asseme-</p><p>lha com a forma verdadeira do batismo na época imediatamen-</p><p>te após seu ministério pessoal e o de seus apóstolos . Posterior-</p><p>mente, ao aumentarem as trevas da incredulidade, tendo desa-</p><p>parecido da terra com Seus servos martirizados a autoridade</p><p>que Cristo deixou, surgiram muitas inovações que os dignitários</p><p>das várias igrejas converteram em lei para si e para seus adep-</p><p>tos . Em princípios do terceiro século o bispo de Cartago determi-</p><p>nou que as pessoas de saúde delicada podiam ser batizadas</p><p>aceitavelmente por aspersão e, dada esta licença, a forma ver-</p><p>dadeira de batismo gradualmente se foi tornando impopular, e</p><p>as práticas desautorizadas, inventadas pelo homem, a substituí-</p><p>ram .</p><p>O Batismo entre os Nefitas somente era administrado por</p><p>imersão . Já foi demonstrado até que ponto se praticou o batis-</p><p>mo entre o povo, desde Léhi até Morôni . Quando o Salvador</p><p>apareceu a seu povo do continente ocidental, deu-lhe instru-</p><p>ções muito explícitas quanto à maneira pela qual deveria ser ad-</p><p>ministrada esta ordenança. Estas são Suas palavras : "Em verda-</p><p>de vos digo que todos os que se arrependerem de seus pecados</p><p>pelas vossas palavras e desejarem ser batizados em Meu nome,</p><p>desta forma os batizareis : eis que descereis à água e em Meu</p><p>nome os batizareis . E, então, eis que estas são as palavras que</p><p>devereis pronunciar, chamando-os pelo nome : Tendo autoridade</p><p>que me foi concedida por Jesus Cristo, eu te batizo em nome do Pai,</p><p>e do Filho, e do Espírito Santo . Amém . E, então, vós, os mergu-</p><p>lhareis na água e depois saireis dela .""</p><p>O Batismo nos Últimos Dias, de acordo com o prescrito por</p><p>revelação, obedece à mesma forma . Os primeiros batismos na</p><p>10, Veja o apêndice 7 3 .</p><p>11, 3 Néfi 11.23-27 .</p><p>BATISMO</p><p>135</p><p>atual dispensação foram os de Joseph Smith e Oliver Cowdery,</p><p>que se batizaram um ao outro de acordo com as instruções do</p><p>anjo que lhes havia conferido a autoridade para administrar</p><p>esta santa ordenança, o qual não era outro senão João Batista,</p><p>de uma dispensação anterior, o precursor do Messias . Joseph</p><p>Smith relata o acontecimento da seguinte maneira: "Por conse-</p><p>guinte fomos e nos batizamos . Eu o batizei primeiro (a Oliver</p><p>Cowdery) e em seguida ele me batizou — * * * Imediatamente</p><p>depois de sairmos da água, após termos sido batizados, experi-</p><p>mentamos grandes e gloriosas bênçãos ." 12</p><p>Numa revelação sobre o governo da Igreja, datada de abril</p><p>de 1830, o Senhor determinou o modo exato de efetuar o batis-</p><p>mo como quer que seja feito na atual dispensação . Disse assim:</p><p>"O batismo deverá ser administrado da seguinte maneira, a to-</p><p>dos aqueles que se arrependerem — A pessoa chamada por</p><p>Deus, que tem autoridade de Jesus Cristo para batizar, deverá</p><p>entrar na água com o candidato ao batismo e deverá dizer, cha-</p><p>mando-o pelo. nome : Tendo sido comissionado por Jesus Cristo,</p><p>eu te batizo em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo.</p><p>Amém . Então deverá imergir a pessoa na água e deverão sair da</p><p>água.""</p><p>O Senhor não teria prescrito as palavras desta ordenança</p><p>se não quisesse que somente esta forma fosse usada ; portanto,</p><p>os élderes e sacerdotes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos</p><p>Últimos Dias não têm autoridade pessoal para alterar a forma</p><p>dada por Deus, com aditamentos, omissões ou alterações de</p><p>quaisquer espécies.</p><p>BATISMO E "REBATISMO"</p><p>A Repetição da Ordenança Batismal para o mesmo indiví-</p><p>duo é permissível sob</p><p>certas condições determinadas . De ma-</p><p>neira que se alguém, depois de haver entrado na Igreja por</p><p>meio do batismo, se retira, ou é excomungado dela, e depois se</p><p>arrepende e deseja voltar à Igreja, só pode fazê-lo por meio do</p><p>batismo . Isto, entretanto, é uma repetição da ordenança inicia-</p><p>12, P . de G . V . pag. . 65 .</p><p>13, D . 8¿, C . 20:72-74 .</p><p>136</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>dora ministrada previamente . Não há na Igreja ordenança ne-</p><p>nhuma para rebatizar, distinta em natureza, forma e propósito</p><p>do outro batismo e, portanto, ao administrar o batismo a al-</p><p>guém que tenha sido batizado anteriormente, a forma da orde-</p><p>nança é exatamente a mesma que no primeiro batismo . As ex-</p><p>pressões "Eu te rebati/o" eu lugar de "eu te batizo" ou os adi-</p><p>tamentos "para renovação dos teus convênios" ou "para a re-</p><p>missão de teus pecados" não são autorizados . Os ditames da ra-</p><p>zão concordam com a voz das autoridades gerais da Igreja no</p><p>desaprovar qualquer alteração na ordem que o Senhor insti-</p><p>tuiu ; somente mediante autoridade se pode efetuar alterações</p><p>nas ordenanças dadas por autoridade.</p><p>Os Rebatismos Registrados nas Escrituras são poucos e em</p><p>cada um desses casos é evidente a existência de circunstâncias</p><p>especiais que justificam o ato . Assim, pois, lemos que Paulo ba-</p><p>tizou certos discípulos em Éfeso, apesar de já terem sido batiza-</p><p>dos pelo batismo de João.'^ Porém neste caso o apóstolo tinha</p><p>razão para duvidar que o batismo de que falavam lhes tivesse</p><p>sido administrado por pessoas autorizadas ou depois da devida</p><p>preparação preliminar, porque quando pôs à prova a eficácia</p><p>do seu batismo, perguntando-lhes: "Recebestes vós o Espírito</p><p>Santo quando crestes?" eles lhe disseram : "Nós nem ainda ou-</p><p>vimos que haja Espírito Santo ." Então, Paulo, surpreendido,</p><p>perguntou : "Em que sois batizados então?" E eles disseram:</p><p>"No batismo de João ." Porém ele sabia, como nós sabemos,</p><p>que mesmo quando João pregou o batismo do arrependimento</p><p>pela água, declarou que aquele não era mais que um passo pre-</p><p>liminar do batismo maior do Espírito Santo, que Cristo haveria</p><p>de trazer . Por conseguinte, tendo em vista esta evidência ina-</p><p>ceitável da validez de seu batismo, o apóstolo fez com que se</p><p>administrasse o batismo em nome do Senhor Jesus a estes doze</p><p>efesios devotos, após o que impôs as mãos sobre eles e recebe-</p><p>ram o Espírito Santo.</p><p>O batismo que Cristo instituiu entre os nefitas' s constituiu</p><p>principalmente em rebatizar porque, como já vimos, se havia</p><p>14 . Veja Atos 19 :1-6 .</p><p>15, Veja 3 Neli 11 :21-28 .</p><p>BATISMO</p><p>137</p><p>ensinado e praticado. a doutrina do batismo entre o povo desde</p><p>os dias de Léhi e, indubitavelmente, Néfi, o primeiro a quem o</p><p>Senhor deu autoridade para batizar após sua partida, deve ter</p><p>sido batizado previamente, porque ele e seus colaboradores no</p><p>ministério haviam sido sumamente zelosos em pregar a necessi-</p><p>dade do batismo . 1ó Entretanto, neste caso provavelmente tam-</p><p>bém teriam surgido certas incongruências quanto à maneira de</p><p>administrar a ordenança e talvez no espírito com que se o fazia,</p><p>porque o Salvador, ao dar-lhes instruções minuciosas concer-</p><p>nentes à maneira de batizar, repreendeu-os por causa do espíri-</p><p>to de contenda e disputa que anteriormente tinha existido entre</p><p>eles quanto à ordenança." Validou-se, pois, o batismo destas</p><p>pessoas por meio de uma administração autorizada, de confor-</p><p>midade com a maneira prescrita pelo Senhor.</p><p>O Batizar Repetidamente a Mesma Pessoa não é permitido</p><p>na Igreja . É um erro supor que o batismo será o meio de obter o</p><p>perdão, quantas vezes seja repetido . Tal crença tende mais a</p><p>desculpar o pecado do que a impedi-lo, já que os efeitos preju-</p><p>diciais parecem poder ser evitados facilmente . Nem a lei escrita</p><p>nem as intruções do Sacerdócio vivente indicam que o batismo</p><p>é um meio pelo qual podem obter o perdão aqueles que já se</p><p>encontram dentro do redil de Cristo . Prometeu-se o perdão do</p><p>pecado a estes sob a condição de que confessem e se arrepen-</p><p>dam com propósito íntegro de coração, não sendo necessário</p><p>repetir o rito batismal, e mesmo se estas pessoas se batizas-</p><p>sem várias vezes não receberiam a remissão dos pecados se não</p><p>se arrependessem sinceramente . As fraquezas do estado mor-</p><p>tal e nossa inclinação para o pecado nos conduzem continua-</p><p>mente ao erro, porém, se fazemos um convênio com o Senhor</p><p>nas águas do batismo, e desde então procuramos observar sua</p><p>lei, Ele é misericordioso para perdoar nossas pequenas trans-</p><p>gressões por meio de um arrependimento sincero e verdadei-</p><p>ro ; e sem tal arrependimento o batismo de nada nos serviria.</p><p>16, Veja 3 Néfi 7 :23-26 etc .</p><p>17, Veja 3 Néfi 11 :27-30 .</p><p>138</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>O BATISMO PELOS MORTOS</p><p>O Batismo é Exigido de Todos — Já se tratou de universalida-</p><p>de da lei do batismo . Demonstrou-se que o cumprir a ordenan-</p><p>ça é essencial para a salvação e a todo o gênero humano se apli-</p><p>ca esta condição . Em lugar nenhum das Escrituras se faz distin-</p><p>ção alguma, neste particular, entre os vivos e os mortos . Os</p><p>mortos são aqueles que viveram no estado mortal sobre a terra;</p><p>os vivos são os mortais que ainda têm que sofrer a mudança de-</p><p>cretada que chamamos morte . Todos são filhos do mesmo Pai,</p><p>todos serão julgados e galardoados ou castigados pela mesma</p><p>justiça infalível, com a mesma intervenção de misericórdia be-</p><p>nigna. Não só pelos que viviam sobre a terra enquanto Ele este-</p><p>ve na carne se ofereceu o sacrifício expiatório de Cristo, nem</p><p>por todos aqueles que haveriam de nascer no estado mortal de-</p><p>pois de sua morte, mas sim por todos os habitantes da terra,</p><p>passados, presentes e futuros . O Pai O ordenou para ser juiz,</p><p>tanto de vivos como de mortos ;' 8 e Senhor tanto dos vivos como</p><p>dos mortos 19 , segundo a distinção que fazem os homens entre os</p><p>vivos e os mortos, e todos serão uma só classe, pois todos vivem</p><p>para Ele . 20</p><p>Muitos Ainda não Conhecem o Evangelho — Da multidão de</p><p>seres humanos que já viveram e morreram, poucos são os que</p><p>ouviram as leis do Evangelho e menor ainda é o número dos</p><p>que o ouviram e obedeceram . No curso da história do mundo,</p><p>tem havido grandes períodos de escuridão espiritual em que se</p><p>não pregou o Evangelho entre os homens, em que,não houve</p><p>um representante autorizado do Senhor que oficiasse as orde-</p><p>nanças salvadoras do reino . Esta condição jamais existiu a não</p><p>ser como conseqüência da incredulidade e da iniqüidade . Nos</p><p>períodos em que o gênero humano com persistência atira as</p><p>pérolas da verdade à lama, mata e destrói os portadores das</p><p>jóias, estes tesouros do céu são levados e guardados, tanto em</p><p>justiça como em misericórdia, até que se levante uma geração</p><p>que melhor as possa apreciar. Com muita razão se poderá per-</p><p>guntar : Que disposição foi feita na providência de Deus para</p><p>18 . Veja Atos 10 :42 : 2 Tini . 4 :1 I Ped . 4:5 .</p><p>19 . Veja Roto . 14 :9 .</p><p>20. Veia Lucas 20 :0 .</p><p>BATISMO</p><p>139</p><p>que por fim se possam salvar os que desta maneira negligencia-</p><p>ram os requisitos do Evangelho, e os que jamais o ouviram?</p><p>Segundo certos dogmas que durante a escuridão da noite</p><p>espiritual têm prevalecido entre muitas seitas, dogmas que ain-</p><p>da são promulgados zelosamente, o destino de toda alma será</p><p>um castigo interminável, ou uma felicidade sem fim, invariável</p><p>quanto à espécie ou quanto ao grau ; e se pronunciará o juízo de</p><p>acordo com a condição do espírito ao tempo da morte corporal.</p><p>Uma vida de pecados, segundo tais dogmas, ficará completa-</p><p>mente anulada mediante o arrependimento na hora da morte ; e</p><p>uma carreira honrosa, se não for acompanhada das cerimônias</p><p>das seitas estabelecidas, será condenada aos tormentos do in-</p><p>ferno sem esperanças de resgate . Semelhante conceito deve ser</p><p>classificado como uma terrível heresia que proclama a conde-</p><p>nação das crianças inocentes que não tenham sido aspergidas</p><p>pela autoridade assumida do homem.</p><p>É uma blasfêmia assim atribuir à natureza divina o capri-</p><p>cho e o rancor . De acordo com a justiça de Deus, nenhuma</p><p>alma será condenada por lei alguma que não tenha sido dada a</p><p>conhecer . É certo que se decretou o castigo eterno como desti-</p><p>no</p><p>dos ímpios ; porém o Senhor mesmo interpretou esta expres-</p><p>são ; 21 Catigo eterno é castigo de Deus ; castigo sem fim é castigo</p><p>de Deus, porque "Sem fim" e "Eterno" são dois de Seus nomes</p><p>e são expressões típicas de Seus atributos . Não haverá alma que</p><p>permaneça na prisão ou continue em tormento mais tempo do</p><p>que o suficiente para realizar uma reforma necessária e satisfa-</p><p>zer a justiça, que são os únicos objetivos pelos quais se impõe o</p><p>castigo . 22 E a ninguém se permitirá entrar em um reino de gló-</p><p>ria, se não merecer por intermédio de obediência à lei.</p><p>O Evangelho Pregado aos Mortos — É claro, pois, que se</p><p>deve proclamar o Evangelho no mundo espiritual ; e as escritu-</p><p>ras provam abundantemente que foi determinada esta obra.</p><p>Referindo-se à missão do Redentor, Pedro expressa esta verda-</p><p>de da seguinte maneira : "Porque por isto foi pregado o Evange-</p><p>21, D . & C . 19 :10-12 .</p><p>22 . Veja "Vitality of Mormonism , artigo How Long Shall Hell</p><p>LasL.'" . pág . 263 .</p><p>140</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>lho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados</p><p>segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em</p><p>espírito" . 23 Cristo iniciou essa obra entre os mortos, no interva-</p><p>lo entre Sua morte e Sua ressurreição . Enquanto Seu corpo ja-</p><p>zia na sepultura, Seu espírito ministrou aos espíritos dos mortos:</p><p>"No qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais</p><p>noutros tempos foram rebeldes, quando a longanimidade de</p><p>Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca;</p><p>na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água . "20</p><p>Outras Escrituras apóiam a proposição de .que enquanto</p><p>estava num estado imaterial Cristo foi a outro lugar distinto do</p><p>que geralmente se conhece como céu — a morada de Seu Pai —</p><p>e que trabalhou entre os mortos que necessitavam urgentemen-</p><p>te de Seu ministério . Um dos malfeitores que foram crucifica-</p><p>dos com Ele recebeu, por causa de sua humildade, a promessa</p><p>dos lábios do Salvador moribundo : "Hoje estarás comigo no pa-</p><p>raíso." E três dias mais tarde o Senhor já um ser ressuscitado,</p><p>declarou à Madalena entristecida : "Ainda não subi para Meu</p><p>Pai ." 26</p><p>Se foi considerado justo e próprio que se levasse o Evange-</p><p>lho aos espíritos que foram rebeldes nos dias de Noé, razoável é</p><p>concluir que iguais oportunidades serão colocadas ao alcance</p><p>de outros que recusaram a palavra em diversas ocasiões . Por-</p><p>que o mesmo espírito de negligência, desobediência e oposição</p><p>para com a lei divina, que assinalou os dias de Noé, tem existido</p><p>desde então.' Além disso, se o plano de Deus foi promovido</p><p>para a redenção dos que voluntariamente são desobedientes,</p><p>aqueles que de fato desprezam a verdade, podemos crer que a</p><p>multidão ainda maior de espíritos que jamais ouviram o Evange-</p><p>lho vá permanecer eternamente em castigo? Não, Deus decre-</p><p>tou que até mesmo as nações pagãs e aqueles que não conhece-</p><p>ram nenhuma lei serão redimidos .' Os dons de Deus não se limi-</p><p>tam a esta esfera de atividade, mas serão conferidos em justiça</p><p>por toda a eternidade. Os castigos estipulados cairão sobre to-</p><p>23, 1 Ped . 4 :6 .</p><p>24. 1 Pedro 3 :18-20 .</p><p>25, Lucas 23 :39-43 .</p><p>26, João 20:17 : veja também</p><p>"Jesus the Christ" cap. 36 .</p><p>1, Veja Lucas 17 :26 :</p><p>2, Veja D . & C . 45:54 .</p><p>BATISMO</p><p>141</p><p>dos os que recusarem a palavra de Deus nesta vida, porém,</p><p>após paga a dívida, abrir-se-ão as portas da prisão e os espíritos</p><p>que em certa ocasião estiveram encerrados em sofrimentp, en-</p><p>tão castigados e limpos, partilharão da glória provida para os de</p><p>sua classe.</p><p>Prevista a Obra de Cristo entre os Mortos — Séculos antes</p><p>de Cristo vir na carne, os profetas alegraram-se com o conheci-</p><p>mento de que através dele a salvação seria levada tanto para os</p><p>mortos como para os vivos . Referindo-se ao castigo que viria</p><p>sobre os orgulhosos e soberbos da terra, Isaias declara : "E se-</p><p>rão amontoados como presos numa masmorra e serão encerra-</p><p>dos num cárcere : serão visitados depois "de muitos dias ." 3 O</p><p>mesmo profeta testifica da obra do futuro Redentor deste mo-</p><p>do: "Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos</p><p>e do cárcere os que jazem em trevas ." 4 Davi, cantando com a</p><p>música da inspiração, exclama a respeito da redenção da sepul-</p><p>tura : "Portanto está alegre o meu coração e se regozija a minha</p><p>glória : também a minha carne repousará segura . Pois não dei-</p><p>xarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o Teu Santo</p><p>veja corrupção. Far-me-ás a vereda da vida ; na Tua presença</p><p>há abundância de alegrias : à Tua mão direita há delícias perpe-</p><p>tuamente . " '</p><p>A Obra dos Vivos pelos Mortos — A redenção dos mortos</p><p>será efetuada de acordo com a lei de Deus, que é escrita em jus-</p><p>tiça e idealizada em misericórdia . É igualmente impossível para</p><p>qualquer espírito, na carne ou sem corpo, obter promessa de</p><p>glória eterna, exceto sob a condição de obediência às leis e or-</p><p>denanças do Evangelho . E, como o batismo é essencial à salva-</p><p>ção dos vivos, é, da mesma forma, indispensável aos mortos.</p><p>Isto era do conhecimento dos santos antigos, daí ser a doutrina</p><p>do batismo pelos mortos ensinada entre eles . Numa epístola en-</p><p>dereçada à Igreja em Corinto,Paulo explicou o princípio da res-</p><p>surreição, mediante a qual os corpos dos mortos hão de se le-</p><p>vantar de seus sepulcros — Cristo foi as primícias e logo após os</p><p>que são de Cristo — e como prova de que o Evangelho que ha-</p><p>3, Isaias 24 ;22 .</p><p>4, Isaías42 :6, 7 .</p><p>5, Salm . 16 :9-11 .</p><p>142</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>viam recebido compreendia esta doutrina da ressurreição, o</p><p>apóstolo pergunta : "D 'outra maneira, que farão os que se bati-</p><p>zam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam?</p><p>Por que se batizam eles então pelos mortos?" 6 Estas palavras</p><p>não são ambíguas e o fato de que se apresentam sem explicação</p><p>ou comentários indica que aqueles a quem se dirigia esta carta</p><p>compreendiam o principio do batismo pelos mortos.</p><p>Aqui é mostrada a necessidade da obra vicária — os vi-</p><p>vos administrando em favor dos mortos ; os filhos fazendo por</p><p>seus progenitores o que está além do poder destes últimos fazer</p><p>por si mesmos . Muitas e variadas são as interpretações que a</p><p>falível sabedoria humana oferece sobre esta simples pergunta</p><p>de Paulo; entretanto, o estudante sincero compreende o signifi-</p><p>cado sem muita dificuldade . Nas últimas palavras do Antigo</p><p>Testamento o profeta Malaquias predisse a grande obra que se</p><p>levaria a cabo a favor dos mortos nos últimos dias : "Eis que vos</p><p>envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do</p><p>Senhor . E converterá o coração dos pais aos filhos e o coração</p><p>dos filhos ao pais, para que eu não venha e fira a terra com mal-</p><p>dição ."' Entre muitos estudantes bíblicos, comumente se crê</p><p>que esta profecia se refere ao nascimento e ministério de João</p><p>Batista' sobre quem, efetivamente, descansou e permaneceu o</p><p>espírito e poder de Elias, como o anjo havia anunciado, 9 porém</p><p>nenhuma prova temos que Elias o Profeta tenha ministrado a</p><p>João; e, além disso, os resultados da missão deste não permitem</p><p>a conclusão de que nele se cumpriu cabalmente a profecia.</p><p>Temos que procurar, portanto, mais tarde, na história do</p><p>mundo, o cumprimento da profecia de Malaquias . A 21 de se-</p><p>tembro de 1823, Joseph Smith 10 recebeu a visita de um ser res-</p><p>suscitado que disse ser Morôni, um ser enviado da presença de</p><p>Deus . Durante suas instruções ao jovem, Morôni mencionou a</p><p>profecia de Malaquias, à qual já nos referimos, porém em pala-</p><p>vras algo diferentes e certamente mais expressivas do que as</p><p>que aparecem na Bíblia . A versão do anjo é a seguinte : "Porque</p><p>eis que vem o dia que arderá como fornalha ; todos os soberbos</p><p>6, I .Cor . 15 :29, veja " -Lhe House or the Lord", cap . 4 .</p><p>7, Mal . 4 :5,6 : P . de G . V . p . 64.</p><p>8, Veja Mat . 11 :14 ; 17 :11 : Mar . 9 :11 ; Luc i 1 :17 .</p><p>9, Veja Lucas 1 :17 : também "Jesus thc</p><p>('hrist " , pág . 375 .</p><p>10, Veja as páginas 21 e 22 desta obra .</p><p>BATISMO</p><p>143</p><p>e todos os que obram impiedade serão queimados como o res-</p><p>tolho, os que vierem os abrasarão, disse o Senhor dos Exércitos,</p><p>de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo *** Eis que eu</p><p>vos revelarei o Sacerdócio pela mão do Profeta Elias antes da</p><p>vinda do grande e terrível dia do Senhor *** E Ele plantará no</p><p>coração dos filhos as promessas feitas aos pais e os corações dos</p><p>filhos voltarão aos pais ; se assim não for, toda a terra será total-</p><p>mente destruída na sua vinda .""</p><p>Numa manifestação gloriosa concedida a Joseph Smith e a</p><p>Oliver Cowdery no templo de Kirtland, no dia 3 de abril de</p><p>1836, apareceu-lhes Elias o Profeta, o mesmo que havia sido</p><p>transladado da terra sem experimentar a morte, que lhes décla-</p><p>rou: "Eis que, chegado é o tempo exato do qual falou Mala-</p><p>quias — testificando que ele (Elias, o profeta) seria enviado an-</p><p>tes que o grande e terrível dia do Senhor viesse — para conver-</p><p>ter os corações dos pais aos filhos e dos filhos aos pais, para que</p><p>a terra toda não fosse ferida com uma maldição . Portanto, as</p><p>chaves desta dispensação são postas em vossas mãos ; e por isto</p><p>podereis saber que o grande e terrível dia do Senhor está perto,</p><p>sim às portas ." 12</p><p>Os Pais e os Filhos são mutuamente Dependentes — Um dos</p><p>grandes princípios fundamentais da doutrina de salvação para</p><p>os mortos é o da dependência mútua dos pais e dos filhos, de</p><p>antepassados e posteridade . Como o profeta Joseph Smith ensi-</p><p>nou aos santos," se não fosse pelo estabelecimento de um elo</p><p>de comunicação entre pais mortos e filhos que vivem, a terra se-</p><p>ria ferida com uma maldição . O plano divino dispõe que nem os</p><p>filhos nem os pais podem aperfeiçoar-se sozinhos ; e a união ne-</p><p>cessária é feita por meio do batismo e de outras ordenanças co-</p><p>nexas que os vivos administram em favor dos mortos . Fica es-</p><p>clarecida nestas Escrituras a maneira como os corações dos fi-</p><p>lhos e dos pais se voltam uns aos outros . A medida que os filhos</p><p>forem aprendendo que sem seus progenitores não podem alcan-</p><p>çar a perfeição, abrir-se-ão seus corações, fortalecendo sua fé,</p><p>e procurarão as boas obras para a redenção de seus mortos e es-</p><p>11, Compare os versículos 1, 5 e 6 de Malaquias, cap . 4, com P . de G . V . pags . 64 e 65 .</p><p>12.</p><p>D . & C . 110 :13-16 .</p><p>13 . Veja D. & C . 128 ;18 : veja também toda esta seção e a seção 127 .</p><p>144</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>tes por sua vez, tendo aprendido dos ministros do Evangelho</p><p>operam entre eles, sabendo que dependem de seus filhos como</p><p>salvadores vicários, procuram suster a seus representantes mor-</p><p>tais com fé e orações para aperfeiçoamento dessas obras de</p><p>amor .</p><p>Desta maneira o amor, que é em si mesmo um poder, se in-</p><p>tensifica . A parte as emoções que na alma suscita a presença do</p><p>divino, poucas são as aspirações mais fortes e mais puras que o</p><p>amor para com os parentes . O céu não poderia ser tudo o que</p><p>desejamos se não se conhecesse lá o amor da família . 14</p><p>No céu a afeição se distinguirá da terrena, porque será</p><p>mais profunda, mais forte e mais pura . De modo que na miseri-</p><p>coí•dia de Deus seus filhos mortais errantes que tomaram sobre</p><p>si o nome de Cristo na terra podem, cada qual, chegar a ser,</p><p>dentro de uma esfera limitada, um salvador na casa de seus pais</p><p>mediante a obra e sacrifício vicários, efetuados em humil-</p><p>dade e como estão representados na ordenança batismal, típica</p><p>da morte, sepultamento e ressurreição do Redentor.</p><p>A Obra pelos Mortos tem Duplo Propósito — O que se faz na</p><p>terra ficaria incompleto se não fosse por um suplemento e tra-</p><p>balho análogos além túmulo . Lá se realiza um trabalho missio-</p><p>nário por meio do qual se levam as novas do Evangelho aos</p><p>espíritos dos mortos, que por esse meio tomam conhecimento</p><p>da obra que por eles foi efetuada na terra . No tocante à lei , divi-</p><p>na revelada, requer-se que as ordenanças exteriores, como o</p><p>batismo na água, a imposição das mãos para conferir o Espírito</p><p>Santo-e os convênios mais elevados que se seguem, sejam efe-</p><p>tuados na terra, operando vicariamente pelos mortos um re-</p><p>presentante apropriado na carne . Os resultados destas obras se</p><p>devem deixar ao Senhor . Não se deve supor que, em virtude</p><p>destas ordenanças, os espíritos dos defuntos sejam obrigados a</p><p>aceitar a obrigação, nem que se vá interferir o mínimo que seja</p><p>no exercício de seu livre-arbítrio . Aceitarão ou recusarão, se-</p><p>gundo seu estado de humildade ou hostilidade no que se refere</p><p>ao Evangelho ; porém a obra já feita por eles na terra estará à</p><p>14, Veja o apêndice 7 :4 .</p><p>BATISMO</p><p>145</p><p>sua disposição quando o ensinamento são e a penitência real</p><p>lhes tiverem mostrado sua verdadeira posição ."</p><p>TEMPLOS</p><p>Templos ou Outros Lugares Sagrados são necessários para a</p><p>administração das ordenanças que se referem à salvação dos</p><p>mortos e a certas ordenanças para os vivos . Ë natural e com-</p><p>preensível . Em todas as idades do mundo o povo do convênio</p><p>tem construído templos . Pouco depois de Israel emancipar-se</p><p>da escravidão egípcia, o Senhor mandou que o povo construísse</p><p>. um santuário em Seu nome, cujo plano Ele especificou minu -</p><p>ciosamente . Apesar de não ter sido mais que uma tenda,foi ela-</p><p>boradamente terminado e mobiliado, empregando-se as melho-</p><p>res posses do povo em sua construção . 16 O Senhor aceitou esta</p><p>oferta manifestando nela Sua glória e ali se revelando ." Depois</p><p>que o povo se havia estabelecido na terra prometida, deu-S'e à</p><p>Tenda da congregação um local mais permanente, 18 mas ainda</p><p>assim continuaram a honrá-la pelo seu propósito sagrado, até</p><p>que o Templo de Salomão a substituiu como santuário do Se-</p><p>nhor. 19</p><p>Este templo, um dos edifícios mais imponentes que o ho-</p><p>mem jamais construiu para serviços sagrados, foi dedicado com</p><p>cerimônias solenes . Entretanto, seu esplendor foi de curta dura-</p><p>ção, porque em menos de quarenta anos depois da época de seu</p><p>término sua glória decaiu e foi finalmente destruído pelo fogo.</p><p>Depois que retornaram de seu cativeiro, foi efetuada uma res-</p><p>tauração parcial do templo e mediante a influência amistosa de</p><p>Ciro e Dario foi dedicado o templo de Zorobabel . No espírito</p><p>que obrou em seus oficiais, entre eles Zacarias, Ageu e Mala-</p><p>quias, claramente se vê que o Senhor aceitou este esforço por</p><p>parte de seu povo, de consagrar um santuário ao Seu nome.</p><p>Esse templo durou quase cinco séculos ; e alguns anos antes do</p><p>nascimento do Salvador a reconstrução do edifício foi iniciada</p><p>pôr Herodes, o Grande, e o templo de Herodes começou a figu-</p><p>15, Veja "The Hoiuse of the Lord " , cap . 3 .</p><p>16, Veja Êxodo. cap . 25 ; 35 :22 ; veja "The</p><p>House of the Lord " cap . 2 . Apêndice 7 :5 . 17, Veja Êxodo 40 :34-38 . 18, Josué 18 :1 .</p><p>19,</p><p>Veja 1 Reis caps . 6-8.</p><p>146</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>cal- na História . 20 Ao tempo da crucificação partiu-se o véu des-</p><p>se templo 21 e no ano 70 da era cristã, como se havia predito,</p><p>Tito consumou a destruição do edifício.</p><p>Os Templos nos Últimos Dias — Desde esse tempo até a pre-</p><p>sente dispensação não se edificou outro templo sobre o conti-</p><p>nente oriental . É verdade que se têm construído suntuosos</p><p>edifícios para adoração, porém, uma estrutura colossal não é</p><p>necessariamente um templo . Um templo é mais que uma casa</p><p>de oração, um lugar de reunião, um tabernáculo ou sinagoga . É</p><p>um lugar especialmente preparado, mediante sua dedicação ao</p><p>Senhor, e assinalado por Sua aceitação para solenizar as orde-</p><p>nanças pertencentes ao Santo Sacerdócio . Os Santos dos Últi-</p><p>mos Dias, seguindo as características do povo do convênio, 22</p><p>têm sido desde o princípio uma organização que se dedicou à</p><p>construção de templos . Alguns meses depois do estabelecimen-</p><p>to da Igreja na dispensação atual o Senhor Se referiu a um tem-</p><p>plo que haveria de ser construído . 23 Em julho de 1831, o Senhor</p><p>designou um local em Independente, Estado de Missouri,</p><p>como o lugar de um futuro templo, 24 porém ainda não foi con-</p><p>sumada a sua construção, nem a do templo em Far West, do</p><p>qual foram deitadas as pedras angulares em 4 de julho de 1838 e</p><p>repostas em 26 de abril de 1839.</p><p>A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias cons-</p><p>truiu templos, cada um deles um edifício majestoso e dispendio-</p><p>so em Kirtland, Estado de Ohio; Nauvoo, Estado de Illinois;</p><p>Saint George, Logan, Manti</p><p>e Salt Lake City no Estado de Utah;</p><p>de Arizona, Idaho Falls no Estado de Idaho, Los Angeles no Es-</p><p>tado da Califórnia, Berna na Suíça e Londres na Inglaterra . Os</p><p>templos de Kirtland e Nauvoo ficaram abandonados quando os</p><p>membros da Igreja, que os haviam construído à custa de sacrifí-</p><p>cios incalculáveis, foram levados para o oeste por força de per-</p><p>seguição . Atualmente o edifício de Kirtland é usado como casa</p><p>de oração comum, por uma pequena seita que não manifesta</p><p>atividade alguma nas )rdenanças sagradas para as quais sao ne-</p><p>20, Veja Esdras Caps . 1, 3 e 6 .</p><p>21, Veja Mat . 27 :50, 51 .</p><p>22, Veja D . & C . 124 :39 ; veja</p><p>"The House of the Lord " , cap . 1 . 23, Veja D . & C . 36 :8 .</p><p>24, Veja D . & C . 57 :3 .</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>147</p><p>cessários os templos . O templo de Nauvoo foi destruído por um</p><p>incêndio propositalmente provocado . A grandeza e a majestade</p><p>das ordenanças sagradas efetuadas nos templos da dispe .nsação</p><p>atual para a salvação tanto dos vivos como dos mortos assegu-</p><p>raram a misericordiosa aceitação do Senhor ." S</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Batismo por imersão</p><p>Jesus, quando foi batizado, saiu logo da água — Mat . 3 :16.</p><p>Pessoas de toda parte da Judéia e de Jerusalém iam ter com João ; e eram batizadas por ele</p><p>no rio Jordão . . . E logo saiu da água — Mar . 1 :5, 9, 10.</p><p>João batizava em . Enon, junto a Salim, porquanto havia ali muitas águas — João 3 :23.</p><p>Filipe e o eunuco desceram ambos à água, e o batizou, e saíram da .água — Atos 8 :38-39.</p><p>Levanta-te, batiza-te e lava os teus pecados — Atos 22:16 ; D . & C . 39 :10.</p><p>Mas haveis sido lavados — 1 Cor. 6 :11.</p><p>Adão foi submergido na água e foi tirado da água — Moisés 6 :64, 65.</p><p>Relato dos batismos nas águas de Mórmon ; Alma, Helamã e outros mergulharam na água</p><p>— Mosiah 18 :8-16.</p><p>Muitos foram batizados nas águas de Sidon — Alma 4:4.</p><p>As instruções do Senhor ressuscitado aos nefitas : Descereis à água, então os mergulhareis</p><p>na água e depois saireis dela — 3 Néfi 11 :22-26 . Instruções semelhantes foram dadas na dis-</p><p>pensação atual — D . & C . 20 :72-74.</p><p>Néfi desceu e entrou na água, foi batizado e saiu da água — 3 Néfi 19 :11-13.</p><p>O simbolismo de nascimento e sepultamento, aos quais o batismo é comparado . é melhor re-</p><p>presentado pela imersão . Jesus ensinou : Aquele que não nascer de novo não pode ver o rei-</p><p>no de Deus —Joào 3 :3, 5 . Sepultados com Ele pelo batismo na morte — Rom . 6 :4 ; Col . 2: 12.</p><p>Os que receberem a glória celeste deverão ter sido sepultados na água em nome de Cristo —</p><p>D . & C . 76 :51 . E serão nascidos de Mim, pela água e pelo espírito — D . & C . 5 :16.</p><p>25, Veja "The House of the Lord " para um estudo mais extehso . _</p><p>.' :A Study of Holy</p><p>Sanctuaries, Ancicnt and modero", 336, págs . com ilustrações .</p><p>148</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Batismo pelos mortos</p><p>Que farão os que batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam? Pois</p><p>por que se batizam pelos morots? — 1 Cor . 15 :29.</p><p>O profeta Elias deveria vir nos últimos dias para converter o coração dos pais aos filhos, e o</p><p>coração dos filhos a seus pais — Mal . 4 :5 ; 3 Néfi 25 :5, 6 ; P . de G . V . pp . 64-65 ; D . & C . sec.</p><p>2 . A missão do profeta Elias envolveu serviço vicário dos vivos para os mortos — D . & C.</p><p>-</p><p>27 :9.</p><p>Elias veio e entregou sua comissão — D . & C . 110 :13-16</p><p>Batismo pelos mortos é uma ordenança da casa do Senhor ; portanto, precisa-se de templos</p><p>— D . & C . 124 :28-31, 36, 39 . Esta ordenança foi instituída antes da fundação do mundo — D.</p><p>& C . 124 :33.</p><p>Batismos pelos mortos devem ser registrados — D . & C . 127:6 ; 128 :1-7.</p><p>Escrituras a respeito do batismo pelos mortos — D . & C . 128 :15-18.</p><p>Cristo pregou aos mortos entre Sua morte e ressurreição : Foi e pregou aos espíritos em pri-</p><p>são — 1 Ped . 3 :18-20 ; 4 :6 . Foi preordenado — Is . 24 :22.</p><p>Sendo o batismo essencial à salvação dos homens, e sendo uma ordenança pertencente à</p><p>vida em mortalidade, deve ser administrado vicariamente para os mortos .</p><p>Capítulo 8</p><p>O ESPÍRITO SANTO</p><p>Regra 4 —Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do</p><p>evangelho são: *** quarto, imposição das mãos para o</p><p>dom do Espírito Santo.</p><p>A Promessa do Espírito Santo — João Batista, ao proclamar</p><p>no deserto o arrependimento e o batismo da água, profetizou</p><p>um batismo maior, que qualificou como batismo de fogo e do -</p><p>Espírito Santo . Deveria vir depois do batismo que ele adminis-</p><p>trava' e haveria de dá-lo aquele Mais Poderoso, cujas alparcas</p><p>João Batista não se considerava digno de desatar . O solene tes-</p><p>temunho de João demonstra que o possuidor desta autoridade</p><p>superior era Cristo : "Eis o Cordeiro de Deus . . . Ele é aquele</p><p>do qual eu disse: Após mim vem um varão que foi antes de</p><p>mim . . . E eu não o conhecia ; mas O que me mandou a batizar</p><p>com água, Esse me disse : Aquele sobre quem vires descer o</p><p>Espírito e sobre Ele repousar, Esse é o que batiza com o Espíri-</p><p>to Santo ." 2</p><p>Quando o Senhor declarou a Nicodemos' a necessidade do</p><p>batismo, não Se referiu ao nascimento de água somente, já que</p><p>este seria incompleto sem a influência vivificante do Espírito .</p><p>"Nascer da água e do Espírito" é o requisito necessário que</p><p>deve cumprir aquele que quer conseguir entrar no reino de</p><p>Deus . Muitas passagens das Escrituras, citadas para comprovar</p><p>o propósito e a necessidade do batismo, mostram que o batismo</p><p>do Espírito Santo e a ordenança prescrita de imersão na água</p><p>estão estreitamente ligados.</p><p>I , Veja Mat . 3 :2, 3, I I ; Marcos 1 :8 ; Luc . 3:16 .</p><p>2, João 1 :29-33</p><p>3, Vejti João 3 :3-5 .</p><p>150</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Nas instruções de Cristo aos apóstolos se encerram repeti-</p><p>das promessas concernentes à vinda do Consolador e do Espíri-</p><p>to de Verdade,° nomes expressivos com que se designa o Espíri-</p><p>to Santo . Em sua última conversação com os apóstolos, à con-</p><p>clusão da qual ascendeu aos céus, o Senhor repetiu estas pro-</p><p>messas de um batismo espiritual que haveria de se verificar em</p><p>breve .' Cumpriu-se esta grande profecia no dia de Pentecostes,</p><p>quando os apóstolos, achando-se reunidos, foram investidos</p><p>com grande poder do alto,6 enchendo-os de tal modo com o</p><p>Espírito Santo que falaram outras línguas, segundo o Espírito</p><p>concedia que falassem . Entre outras manifestações desta inves-</p><p>tidura espiritual pode-se mencionar o aparecimento de chamas</p><p>de fogo como línguas, que pousaram sobre cada um deles . Os</p><p>apóstolos reiteraram essa promessa, tão milagrosamente cum-</p><p>prida neles, aos que buscavam suas instruções . Dirigindo-se</p><p>nesse mesmo dia aos judeus, Pedro lhes declarou, com a condi-</p><p>ção de que manifestassem um arrependimento aceitável e se</p><p>batizassem : "Recebereis o dom do Espírito Santo ."'</p><p>Não é menos conclusiva a evidência do Livro de Mórmon</p><p>no que se refere à visita do Espírito Santo àqueles que obede-</p><p>cem aos requisitos do batismo de água . Néfi, o filho de Léhi,</p><p>deu testemunho solene desta verdade s que lhe revelou a voz de</p><p>Deus . E as palavras do Salvador ressuscitado aos nefitas, ex-</p><p>pressadas com clareza indisputável e com autoridade indiscutí-</p><p>vel, proclamam o batismo de fogo e do Espírito Santo para to-</p><p>dos aqueles que obedecem aos requisitos preliminares . 9</p><p>Há uma mesma grande promessa para os santos da dispen-</p><p>sação da plenitude dos tempos . "Digo outra vez a vós — decla-</p><p>rou o Senhor a certos élderes da Igreja — que toda a alma que</p><p>crer em vossas palavras, e para a remissão dos pecados for bati-</p><p>zada pela água, receberá o Espírito Santo" . 10</p><p>A Pessoa e os Poderes do Espírito Santo — O Espírito Santo</p><p>está associado com o Pai e com o Filho, na Trindade . Sabemos,</p><p>4, Veja .1o56 14 :16 . 17, 26 : 15 :26 : 16 :7,13,</p><p>5, Veja Atos 1 :5 .</p><p>6, Veja Alos 2 :1-4 .</p><p>7, Veja</p><p>Atos 2 :18 .</p><p>8 . Veja 2 Néfi 11 :8, 12-14, 17,</p><p>9, Veja 3 Néfi 11 :15 : 12 :2 .</p><p>111, 1) . & C . 84 :64 .</p><p>O ESPIRITO SANTO</p><p>151</p><p>por revelação que o Espírito Santo é uma pessoa distinta . É um</p><p>Ser dotado de atributos e poderes de Deus e não uma simples</p><p>força ou essência . O termo Espírito Santo e seus sinônimos co-</p><p>muns, Espírito de Deus," Espírito do Senhor, ou simplesmente</p><p>forma que seus irmãos e irmãs, recebeu</p><p>pouca instrução ; e devia os simples rudimentos de educação,</p><p>que com esforço e aplicação pôde obter, a seus pais, que segui-</p><p>ram o critério de dedicar parte de seu tempo livre à instrução</p><p>das crianças menores da família.</p><p>Quanto a suas inclinações religiosas, a família era a favor</p><p>da Igreja Presbiteriana; a mãe e algumas das crianças se afilia-</p><p>ram àquela seita . Joseph, porém, apesar de ter-se impressiona-</p><p>do favoravelmente durante algum tempo com os metodistas,</p><p>não quis tornar-se membro de nenhuma das seitas, encontrando-</p><p>se muito confuso em virtude das contendas e dissensões que ha-</p><p>via entre as igrejas daquela época . Tinha razão em esperar ver</p><p>na Igreja de Cristo unidade e harmonia ; no entanto, naquelas</p><p>seitas contenciosas só via confusão . Quando Joseph alcançou</p><p>os quinze anos, a região onde vivia viu-se envolta numa tempes-</p><p>tade de violenta agitação religiosa que, começando com os me-</p><p>todistas, logo se tornou geral entre todas as seitas ; havia reu-</p><p>niões prolongadas e reavivamentos, e as vergonhosas manifes-</p><p>tações de rivalidade sectária foram muitas e das mais variadas.</p><p>Estas condições aumentaram as preocupações do jovem, que</p><p>sinceramente buscava a verdade.</p><p>Sua Procura da Verdade e o Resultado — Aqui está o re-</p><p>lato do próprio Joseph Smith quanto a seus atos:</p><p>10, Veja o apêndice 1 :4 .</p><p>JOSEPH SMITH, O PROFETA</p><p>19</p><p>"Em meio a essa guerra de palavras e tumulto de opiniões,</p><p>muitas vezes disse a mim mesmo : Que se pode fazer? Qual de</p><p>todos estes partidos está com a razão ; ou estão todos errados?</p><p>Se qualquer um deles está certo, qual é, e como poderei saber?</p><p>Enquanto meditava sobre as extremas dificuldades causa-</p><p>das pelas lutas desses partidos religiosos, li um dia na Epístola</p><p>de Tiago, capítulo primeiro, versículo quinto, o seguinte : "Se</p><p>algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá</p><p>liberalmente e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada".</p><p>Nunca uma passagem de escritura veio com mais poder ao</p><p>coração do homem do que esta, nesse momento, ao meu . Pare-</p><p>cia ter penetrado com grande força em todas as fibras do meu</p><p>coração . Refleti repetidas vezes sobre ela, sabendo que se qual-</p><p>quer pessoa necessitava de sabedoria de Deus, essa pessoa era</p><p>eu ; porque não sabia que fazer, e a menos que obtivesse mais</p><p>sabedoria do que a que então eu tinha, jamais chegaria a saber,</p><p>pois os mestres de religião das diferentes seitas interpretavam</p><p>as mesmas passagens da Escritura tão diferentemente, a ponto</p><p>de destruir toda a confiança na solução do problema pela con-</p><p>sulta à Bíblia.</p><p>Por fim, cheguei à conclusão de que devia permanecer nas</p><p>trevas e confusão ou fazer como Tiago-ensina, isto é, pedir a</p><p>Deus . Finalmente resolvi "pedir a Deus", concluindo que se</p><p>Ele dava sabedoria aos que necessitavam dela, e a daria libe-</p><p>ralmente e não o lançaria em rosto, eu podia aventurar-me</p><p>Assim, de acordo com esta resolução de pedir a Deus, re-</p><p>tirei-me para o bosque, para realizar o meu intento . Foi na</p><p>manhã de um lindo e claro dia, nos princípios da primavera de</p><p>mil oitocentos e vinte . Era a primeira vez em minha vida que</p><p>tivera tal intento, porque em meio a todas as minhas ansieda-</p><p>des não havia procurado orar em voz alta senão agora.</p><p>Depois de haver-me retirado para o lugar que havia esco-</p><p>lhido previamente, tendo olhado em meu derredor, e encon-</p><p>trando-me só, ajoelhei-me e comecei a oferecer os desejos de</p><p>meu coração a Deus . Apenas fizera isso, fui subitamente sub-</p><p>jugado por uma força que me dominou inteiramente, e seu</p><p>poder sobre mim era tão assombroso que me travou a língua</p><p>de modo que não pude falar . Intensa escuridão envolveu-me e</p><p>pareceu-me por algum tempo que estivesse- destinado a uma</p><p>destruição repentina .</p><p>20</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Mas, empregando todas as minhas forças para pedir a</p><p>Deus que me livrasse do poder desse inimigo que me tinha sub-</p><p>jugado, e no momento exato em que estava prestes a cair em</p><p>desespero, abandonando-me à destruição — não a uma ruína</p><p>imaginária, mas ao poder de algum ser real do mundo invisível,</p><p>que tinha tão maravilhoso poder como jamais havia sentido em</p><p>nenhum ser — justamente nesse momento de grande alarma, vi</p><p>uma coluna de luz acima de minha cabeça, de um brilho supe-</p><p>rior ao do sol, que gradualmente descia até cair sobre mim.</p><p>Logo após esse aparecimento, senti-me livre do inimigo</p><p>que me havia sujeitado . Quando a luz repousou sobre mim, vi</p><p>dois Personagens, cujo resplendor e glória desfiam qualquer</p><p>descrição, em pé acima de mim, no ar . Um deles falou-me, cha-</p><p>mando-me pelo nome, e disse apontando o outro : "Este é o Meu</p><p>Filho Amado. Ouve-O ."</p><p>Meu objetivo em ir pedir ao Senhor foi saber qual de todas</p><p>as seitas era a verdadeira, a fim de saber qual unir-me . Portan-</p><p>to, tão-logo voltei a mim o suficiente para poder falar, pergun-</p><p>tei aos Personagens que estavam na luz, acima de mim, qual de</p><p>todas as seitas era a verdadeira, e a qual deveria unir-me.</p><p>Foi-me respondido que não me unisse a nenhuma delas,</p><p>porque todas estavam erradas ; e o Personagem que se dirigiu a</p><p>mim disse que todos os seus credos eram abominação à sua vis-</p><p>ta : que todos aqueles mestres eram corruptos ; que "Eles se che-</p><p>gam a mim com seus lábios, porém seus corações estão longe de</p><p>mim: ensinam como doutrina mandamentos dos homens, tendo</p><p>aparência de piedade, mas negam o meu poder ."' t</p><p>O conhecimento obtido nesta revelação sem precedente</p><p>não poderia permanecer oculto dentro do peito do jovem . Não</p><p>vacilou em divulgar a gloriosa verdade, primeiro aos membros</p><p>de sua família, que receberam seu testemunho com reverência</p><p>e depois aos ministros sectários que haviam trabalhado tão dili-</p><p>gentemente para convertê-lo a seus respectivos credos . Quão</p><p>grande foi a sua surpresa quando esses professos mestres de</p><p>Cristo receberam suas declarações com o maior desprezo, di-</p><p>I1, P . de G . V' . , 57 . "Hist . of the Ch ." . vol . 1, p . 4 .</p><p>JOSEPH SMITH, O PROFETA</p><p>21</p><p>zendo que há muito tempo haviam cessado os dias de revelações</p><p>de Deus e que a manifestação, se é que havia recebido tal coisa,</p><p>era de Satanás . Não obstante, os ministros, com uma unidade</p><p>de propósito extremamente diferente da hostilidade que ante-</p><p>riormente demonstravam, empenharam-se em ridicularizar o</p><p>jovem por suas afirmações simples mas solenes . A vizinhança se</p><p>agitou . Contra ele e sua família recaiu uma perseguição ranco-</p><p>rosa e cruel, havendo mesmo quem tentasse assassiná-lo . Pas-</p><p>sou por tudo sem sofrer danos físicos e, apesar da oposição</p><p>cada vez maior, manteve-se firme em seu testemunho da visita-</p><p>ção celestial . 12 Nessa provação passou ele três anos, sem poste-</p><p>riores manifestações diretas de seres celestiais, esperando, sem</p><p>contudo receber, maior luz e novas instruções pelas quais ane-</p><p>lava . Percebia claramente sua própria debilidade e sentia sua</p><p>fraqueza humana . Implorou ao Senhor, confessando suas im-</p><p>perfeições e suplicando ajuda.</p><p>Visitas Celestiais — Na noite de 21 de setembro de 1823,</p><p>quando pedia o perdão de seus pecados e orientação quanto</p><p>a seu destino, foi abençoado com outra manifestação celestial.</p><p>Surgiu uma luz brilhante em seu quarto, em meio da qual se</p><p>achava um personagem vestido de branco, com um semblante</p><p>de pureza radiante . O visitante celestial anunciou que era Mo-</p><p>rôni, um mensageiro enviado da presença de Deus e começou</p><p>a instruir o jovem quanto a alguns propósitos divinos nos</p><p>quais sua instrumentalidade seria de grande importância . O</p><p>anjo disse que Deus tinha um trabalho para Joseph fazer e que</p><p>seu nome seria conhecido por bom ou por mau entre todas as</p><p>nações, tribos e línguas e que seria citado por bom ou mau en-</p><p>tre todos os povos" . Disse que havia um livro escondido, escrito</p><p>sobre placas de ouro, descrevendo os antigos habitantes deste</p><p>continente, assim como sua origem e procedência . Disse tam-</p><p>bém que nele se encerrava a plenitude do Evangelho eterno,</p><p>22</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>como foi entregue pelo Salvador aos antigos habitantes . Disse</p><p>também que havia duas pedras em aros de prata — e estas pe-</p><p>dras presas a um peitoral constituíam</p><p>Espírito, 12 Consolador" e Espírito de Verdade,'^ aparecem nas</p><p>Escrituras com significados claramente distintos, referindo-se</p><p>em alguns casos à pessoa de Deus, o Espírito Santo e em outros</p><p>ao poder ou autoridade desse grande Personagem, ou aos meios</p><p>pelos quais Ele age . O contexto de tais passagens indica a qual</p><p>destes significados corresponde.</p><p>O Espírito Santo, sem dúvida, possui poderes e afeições</p><p>pessoais e esses atributos existem nele num grau perfeito . De</p><p>maneira que Ele instrui e guia," testifica do Pai e do Filho, 16 re-</p><p>prova o pecado," fala, manda e comissiona, 18 intercede pelos</p><p>pecadores, 19 aflige-se, 20 procura e investiga, 2 ' persuade 22 e sabe</p><p>todas as coisas . 23 Estas não são expressões figurativas mas sim</p><p>declarações claras dos atributos e características do Espírito</p><p>Santo . Que o Espírito do Senhor é capaz de se manifestar na</p><p>forma e na figura do homem é indicado pela maravilhosa entre-</p><p>vista entre o Espírito e Néfi, na qual Ele se revelou ao profeta,</p><p>interrogou-o quanto a seus desejos e crenças e instruiu-o com</p><p>relação às coisas de Deus, conversando frente a frente com ele.</p><p>"Pois que lhe falei — disse Néfi — como se falasse a outro ho-</p><p>mem, pois que O via sob a forma de um homem ; sabia, não obs-</p><p>tante, que era o Espírito do Senhor e Ele me falou como um ho-</p><p>mem que fala a outro homem" . 24 Não obstante, o Espírito Santo</p><p>não possui um corpo de carne e ossos como o Pai e o Filho, mas</p><p>é um personagem de Espírito . 25</p><p>Muita confusão que existe nos conceitos humanos concer-</p><p>nente à natureza do Espírito Santo se deve ao erro comum de</p><p>se não distinguir sua pessoa de seus poderes . As expressões</p><p>11 . Veja Mat . 3 :16 : I2 :2It : 1 Néli 13 :12 .</p><p>12, Veja 1 \éli 4'.6 : 11 :8 ; Mosiah 13 :5 : Atos 2 :4:</p><p>8 :29 : 19 :19 : Rum . 1+ :11)22 6 : 1 Tes . 3 :19 .</p><p>13, Veja João 14 :16, 26 : 15 :26 .</p><p>14, Veja João</p><p>15,26 : 16 :13 .</p><p>15, Vela João 1426 : 16 :13 : veja o apéndice 8 .1 .</p><p>16, Veja João 15 :26 .</p><p>17,</p><p>Veja iodo 16 :lt .</p><p>18 . Veja Atos 10:19 : 13 :2 : Apite . 2 :7 : 1 Né('i 4 :6 : 11 :2-12 .</p><p>19, Veja Rom.</p><p>`(26 .</p><p>211, Veja EI. 4 :3)) .</p><p>21,Veja 1 Cor . 2 :4-II) .</p><p>22, Veja Mosiah 3 :19 .</p><p>23, Veja Alma</p><p>- :13 .</p><p>24, 1 Néli 11 .11 .</p><p>25, D . & C . 130 :22 .</p><p>152</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>"estar cheio do Espírito Santo" 26 e descer o Espírito Santo",</p><p>sobre esta pessoa ou aquela, evidentemente se referem aos po-</p><p>deres e influências que emanam de Deus, as quais O distin-</p><p>guem ; porque assim o Espírito Santo pode agir simultaneamen-</p><p>te em várias pessoas, mesmo que estas se encontrem em lugares</p><p>muito distintos ; enquanto que a pessoa real e efetiva do Espírito</p><p>Santo não pode estar em mais de um lugar cada vez . Entretan-</p><p>to, lemos que em Seu trabalho criador, e em Suas relações em</p><p>geral com a família humana, o Pai e o Filho agem por meio do</p><p>poder do Espírito Santo .' Poder-se-ia dizer que o Espírito Santo</p><p>é o ministro da Trindade e que dá cumprimento às decisões do</p><p>Supremo Conselho.</p><p>Na execução desses grandes propósitos, o Espírito Santo</p><p>dirige e governa as forças variadas da natureza, das quais real-</p><p>mente poucas — e estas talvez de ordem menor, por maravilho-</p><p>sa que ao homem pareça a menor delas - os seres mortais até</p><p>hoje investigaram . A gravitação, o som, o calor, a luz e a força</p><p>ainda mais misteriosa e aparentemente sobrenatural da eletrici-</p><p>dade não são mais do que servos comuns do Espírito Santo em</p><p>suas funções . Nenhum pensador _sério e nenhum investigador</p><p>sincero supõe que já tenha conhecido todas as forças que exis-</p><p>tem na matéria e que atuam sobre ela; em verdade, os fenôme-</p><p>nos observados na natureza, que para ele todavia são completa-</p><p>mente inexplicáveis, excedem grandemente aos poucos que se</p><p>pôde explicar mesmo parcialmente . Existem poderes e forças</p><p>sob o comando de Deus que ao serem comparados com a eletri-</p><p>cidade classificam-na como um animal de carga ao lado de uma</p><p>locomotiva, um mensageiro pedestre ao lado do telégrafo ou</p><p>uma jangada de troncos ao lado do vapor moderno . Com todo o</p><p>seu conhecimento científico, o homem muito pouco sabe da en-</p><p>genharia da criação ; e, não obstante, as poucas forças que lhe</p><p>são conhecidas têm efetuado milagres e maravilhas que, se não</p><p>fosse pelo fato de que efetivamente se realizam, seriam inacre-</p><p>ditáveis . Estas poderosas forças e aquelas mais poderosas que o</p><p>26, Veja Lucas 1 :15 . 67 :4 :1 ; Aios 6:3 : 13 :9 ; . Alma 36 :24 : D . & C . 1(17 :56 . 1. Veja</p><p>Gin . 1 :2 : Nce . 9 :20 ; Jó 26 :13 ; Sal . 104:30 : (saias 42 :1 : Atos 10:19 : Alma 12 :3 : D . & C . 97 :1:</p><p>105 :16 :veja Apêndice 6 :3 .</p><p>Roberto E oncalves Gameiro</p><p>O ESPIRITO SANTO</p><p>153</p><p>homem ainda não conhece, e muitas, talvez, que a mente em</p><p>seu estado atual não pode conceber, não constituem o Espírito</p><p>Santo, mas são os agentes que foram ordenados para servir Seus</p><p>propósitos.</p><p>Mais sutis que toda e qualquer força física da natureza,</p><p>mais poderosas e mais misteriosas são aquelas que atuam sobre</p><p>os organismos conscientes, e das quais se valem as forças espiri-</p><p>tuais para vigorar a mente, o coração e a alma do homem . Igno-</p><p>rando a verdadeira natureza da eletricidade, podemos dizer que</p><p>é um fluido ; e assim, por analogia, têm-se chamado fluidos espi-</p><p>rituais as forças mediante as quais se governa a mente . A natu-</p><p>reza verdadeira destas manifestações de energia nos é desco-</p><p>nhecida porque faltam os elementos de analogia e comparação,</p><p>tão necessários ao nosso raciocínio humano ; entretanto, todos</p><p>sentem seus efeitos . Assim como o meio condutor de um circui-</p><p>to elétrico não pode levar mais que uma corrente limitada, se-</p><p>gundo a capacidade máxima de resistência que ofereça o con-</p><p>dutor, e assim como diferentes circuitos de diversos graus de</p><p>condutibilidade podem conduzir corrrentes de intensidade mui-</p><p>to variada, de igual maneira varia a capacidade das almas a res-</p><p>peito dos poderes mais elevados . Mas, à medida que se purifica</p><p>o meio e que se . afastam os obstáculos, a resistência à ener-</p><p>gia diminui e as forças se manifestam com maior intensidade.</p><p>Por procedimentos análogos de purificação,nossos espíritos se</p><p>podem fazer mais suscetíveis, no que diz respeito às forças da vi-</p><p>da, as quais são emanações do Espírito Santo . Por conseguinte</p><p>se nos recomenda suplicar, com palavras e atos, que se nos con-</p><p>ceda uma porção cada dia maior do Espírito isto é, do poder do</p><p>Espírito, que é uma medida deste dom de Deus para conosco.</p><p>O Ofício do Espírito Santo — No que se refere ao Seu ministé-</p><p>rio entre os homens fica explicado nas Escrituras . É um Mestre</p><p>enviado pelo Pai, 2 e revelará, àqueles que são dignos de ensina-</p><p>mentos, todas as coisas necessárias para o progresso da alma.</p><p>Por meio das influências do Espírito Santo, pode-se vivificar e</p><p>2 . Joào 14 :26 .</p><p>154</p><p>,REGRAS DE FÉ</p><p>aumentar os poderes do entendimento humano, para que ve-</p><p>nham à memória coisas passadas . A todos aqueles que Lhe obede-</p><p>cerem, servirá de guia em todas as coisas divinas,' dando luz a</p><p>cada homem,' na medida de sua humildade e obediência ;' des-</p><p>cobrindo os mistérios de Deus, 6 a fim de que o conhecimento</p><p>assim revelado possa efetuar um maior crescimento espiritual;</p><p>transmitindo conhecimento de Deus ao homem ;' santificando</p><p>aqueles que foram limpos por obedecerem aos requisitos do</p><p>Evangelho ; 8 manifestando todas as coisas ; 9 e dando testemunho</p><p>aos homens da existência e infalibilidade do Pai e do Filho .'°</p><p>O Espírito Santo não só faz recordar o passado e explica as</p><p>coisas presentes, mas também é manifesto em profecias com re-</p><p>lação ao futuro . "Ele vos fará saber todas as coisas que hão de</p><p>vir ;" declarou o Salvador a seus apóstolos quando prometeu o</p><p>advento do Consolador . Adão, o primeiro profeta do mundo,</p><p>sob a influência do Espírito Santo, "predisse tudo o que haveria</p><p>de acontecer a sua posteridade até a última geração ."" De ma-</p><p>neira que o poder do Espírito Santo é o espírito de profecia e</p><p>revelação ; Sua tarefa é iluminar a mente, vivificar o entendi-</p><p>mento e santificar a alma.</p><p>A Quem é Concedido o Espírito Santo? — Não a todos indis-</p><p>tintamente.</p><p>Jesus Cristo declarou aos apóstolos da antigüidade:</p><p>"E eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que</p><p>fique convosco para sempre ; o Espírito de Verdade que o mun-</p><p>do não pode receber, porque não O vê nem O conhece ." 12 É</p><p>claro, pois, que se requer certa condição do candidato antes</p><p>que se lhe possa conferir o Espírito Santo, isto é, antes que a</p><p>pessoa tenha o direito de receber a companhia e o ministério do</p><p>Espírito Santo . Deus concede o dom do Espírito Santo aos obe-</p><p>dientes; e só confere este dom depois da fé, do arrependimento</p><p>e do batismo na água.</p><p>Os apóstolos da antigüidade prometiam o ministério do</p><p>Espírito Santo somente àqueles que tinham recebido o batismo</p><p>da água para remissão dos pecados . 13 João Batista afirmou que o</p><p>3, D . & C . 45 :57 .</p><p>4, [). & C . 84:45-47 .</p><p>5, Veja D . & C .136 33 .</p><p>6, Veja 1 Néfi 1019.</p><p>7, Veja D . & C .121 : 43 .</p><p>8, Veja Alma 13 :12 . 9, Veja D . & C . 1818 . 111, Veja João 1526:</p><p>Atos 532 : 2023 : 1 Cor . 2 :11 ; 12 :9 : 3 Néfi 11 :32 .</p><p>11, Veja D . & C . 10756 .</p><p>12, João</p><p>14 :16, 17 .</p><p>13, Veja Aios 2:38 .</p><p>O ESPIRITO SANTO</p><p>155</p><p>Espírito Santo visitaria aqueles que se batizassem para arrepen-</p><p>dimento .'° Já se falou da ocasião em que Paulo rebatizou os</p><p>doze conversos em Éfeso por motivo da provável falta de con-</p><p>formidade ou autoridade em seu primeiro batismo," antes de</p><p>lhes conferir o Espírito Santo . Lemos de uma notável manifesta-</p><p>ção de poder entre os de Samaria, 1ó a quem Filipe foi e pregou o</p><p>Senhor Jesus . Aceitaram unânimes seu testemunho e pediram o</p><p>batismo . Então vieram a eles Pedro e João, por meio de quem</p><p>desceu o Espírito Santo sobre os recém-convertidos, já que ne-</p><p>nhum deles havia recebido anteriormente o Espírito, apesar de</p><p>todos terem sido batizados.</p><p>O Espírito Santo não habita em tabernáculos inadequados</p><p>ou indignos . Paulo faz a sublime declaração de que o homem</p><p>pode chegar a ser o templo de Deus, morando o Espírito de</p><p>Deus dentro dele ; e o apóstolo estipula o castigo prescrito para</p><p>aquele que desonra uma estrutura que esta presença divina san-</p><p>tificou ." A fé em Deus conduz ao arrependimento do pecado,</p><p>a que segue o batismo de água para a remissão de pecados, de-</p><p>pois do qual se confere o Espírito Santo e o direito de gozar da</p><p>associação pessoal e ministério inspirador do Espírito Santo,</p><p>por meio de cujo poder vêm a satisfação e os dons específicos</p><p>de Deus.</p><p>Uma Exceção a esta Seqüência pode ser notada no caso de</p><p>Cornélio, o devoto gentio, sobre quem, em companhia de sua</p><p>família, desceu o Espírito Santo com tanto poder que todos fa-</p><p>laram em novas línguas, glorificando a Deus, o que sucedeu an-</p><p>tes de serem batizados . i8 Vê-se porém motivo suficiente para</p><p>este desvio da ordem usual no preconceito que manifestam os</p><p>judeus para com os de outras nações, o que, não fosse pelas ins-</p><p>truções do Senhor a Pedro, haveria impedido que o apóstolo</p><p>exercesse seu ministério a favor dos gentios . Mesmo assim, seu</p><p>próprio povo censurou o que havia feito ; mas ele respondeu</p><p>suas críticas contando-lhes a lição que de Deus havia aprendi-</p><p>do, e a prova irrefutável da divina vontade manifestada quando</p><p>14, Veja Mat . 3 :11 ; Marcos 1 :8 .</p><p>15, Veja Atos 19 :1-7 : veja página 136 .</p><p>16, Veja Atos</p><p>8 :5-8, 12, 14-17 .</p><p>17, Veja 1 Cor. 3 :16 : veja também 6 :19 ; 2 Cor. 6:16 ; D . & C . 93 :35 .</p><p>18,</p><p>Veja Atos cap . 10 .</p><p>156</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Cornélio e sua família receberam o Espírito Santo antes de se</p><p>batizarem.</p><p>Em outro sentido, o Espírito Santo com freqüência tem</p><p>agido beneficamente por intermédio de pessoas não batizadas.</p><p>Em verdade, todo o gênero humano desfruta em certa medida</p><p>de Seu poder, porque, como já se viu, é por meio do Espírito</p><p>Santo que há inteligência, direção prudente, desenvolvimento e</p><p>vida . As manifestações do poder de Deus, reveladas em obras</p><p>do Espírito, se vêem nos triunfos da arte que enobrece, nas des-</p><p>cobertas da ciência e nos acontecimentos históricos, coisas em</p><p>que, segundo os conceitos humanos, Deus não se interessa dire-</p><p>tamente . Nenhuma verdade chegou a ser propriedade do gêne-</p><p>ro humano a não ser por esse grande Espírito que existe para</p><p>obedecer à vontade do Pai e do Filho . Não obstante, somente à-</p><p>quele que aspira à salvação, é fiel, arrepende-se e batiza-se é</p><p>dada, por possessão permanente e pessoal, a companhia efetiva</p><p>do Espírito Santo, o direito divinamente concedido de receber</p><p>Seu ministério, o batismo santificador de fogo ; e com todos es-</p><p>tes permanecerá este dom, a não ser que o deixem por causa de</p><p>transgressão.</p><p>A Comunicação do Espírito Santo, que deve ser considerada</p><p>como direito que se confere para receber Suas ministrações, se</p><p>efetua pronunciando sobre a cabeça do candidato uma bênção</p><p>verbal mediante autoridade expressa do Santo Sacerdócio e</p><p>acompanhada da imposição das mãos daquele ou daqueles que</p><p>estão oficiando . As escrituras judaicas fazem constar que este</p><p>era o método que seguiam os apóstolos antigos ; a história de-</p><p>monstra que assim o praticaram os primeiros cristãos ; o Livro</p><p>de Mórmon testifica claramente que era o método admitido en-</p><p>tre os nefitas, e na dispensação atual a autoridade para conti-</p><p>nuar a mesma prática veio diretamente do céu.</p><p>Dos exemplos que se acham anotados no Novo Testamento,</p><p>podemos mencionar os seguintes : Pedro e João conferiram o</p><p>Espírito Santo aos que Filipe havia convertido em Samaria, efe-</p><p>tuando-o pela oração e pela imposição das mãos : 19 de igual ma-</p><p>19, Veja Atos 8 :14-17 ; leia o relato de Simão, o mago, no mesmo capítulo .</p><p>O ESPÍRITO SANTO</p><p>157</p><p>neira Paulo exerceu seu ministério a favor dos efésios que havia</p><p>feito batizar . "E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o</p><p>Espírito Santo ; e falavam línguas e profetizavam" . 20 O mesmo</p><p>apóstolo se refere novamente a esta ordenança quando ad-</p><p>moesta Timóteo a que não se descuide do dom de Deus que ha-</p><p>via recebido dessa forma . 21 Além disso, lemos na epístola aos</p><p>Hebreus que os princípios e ordenanças cardiais da Igreja de</p><p>Cristo incluem a imposição das mãos após efetuado o batismo . 22</p><p>Foi assim que Alma invocou o poder do Espírito Santo</p><p>sobre seus colaboradores . 23 "Pôs suas mãos sobre todos os que</p><p>estavam consigo. E eis que todos se encheram do Santo Espíri-</p><p>to" . O Salvador deu autoridade aos doze discípulos nefitas, 2 ' to-</p><p>cando-os um por um, e assim ficaram comissionados para con-</p><p>ferir o Espírito Santo.</p><p>Na dispensação atual um dos deveres do Sacerdócio é o de</p><p>"confirmar aqueles que são batizados na Igreja, pela imposição</p><p>das mãos para o batismo de fogo e do Espírito Santo" ." O Se-</p><p>nhor prometeu que o Espírito Santo acompanhará estes atos</p><p>autorizados de Seus servos . 26 A ordenança da imposição das</p><p>mãos para comunicar o Espírito Santo está associada com a de</p><p>confirmar na Igreja . O élder que oficia, agindo em nome e pela</p><p>autoridade de Jesus Cristo, diz : "Recebe o Espírito Santo" e</p><p>"confirmo-te membro de . A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos</p><p>Últimos Dias" . Mesmo estas palavras não são prescritas, mas</p><p>seu significado deve ser expresso e a elas podem ser acrescen-</p><p>tadas outras palavras de bênção e invocação, conforme o que o</p><p>Espírito do Senhor indique ao élder que está oficiando.</p><p>A autoridade para assim conferir o Espírito Santo pertence</p><p>ao Sacerdócio Maior ou de Melquisedeque,' enquanto um sa-</p><p>cerdote que está oficiando nas ordenanças do Sacerdócio Me-</p><p>nor, ou Aarônico, pode administrar o batismo de água . 2 Esta or-</p><p>dem de autoridade, que foi dada a conhecer por meio de revela-</p><p>ção, explica porque, apesar de Filipe ter tido autoridade para</p><p>ministrar a ordenança do batismo aos samaritanos convertidos,</p><p>211, Atos 19 :2-6 .</p><p>21 . Veja 2 Tim . 1 :6 .</p><p>22, Veja Heb . 6 :1 .2 : veja o apêndice 8 :2 .</p><p>23, Veja</p><p>Alma 31 :36 .</p><p>24 . 3 Néfi 18 :36 . 37 .</p><p>25 . D . & C . 20 :41,43 : veja o apéndice 8 :4 .</p><p>26, Veja</p><p>D . & C . 35 :6 .23 ; 49:11-14 .</p><p>1, Veja D . & C . 20 :38-43 .</p><p>2, Veja D . & C . 20:46 :</p><p>50 .</p><p>158</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>foi necessário trazer outros que tivessem o Sacerdócio Maior</p><p>para conferir o</p><p>Espírito Santo .'.</p><p>Dons do Espírito — Como já foi mencionado o ofício espe-</p><p>cial do Espírito Santo é iluminar e enobrecer a mente, purificar</p><p>e santificar a alma, persuadir a boas obras e revelar as coisas de</p><p>Deus. Porém, além destas bênçãos gerais, foram prometidas</p><p>certas graças específicas que se relacionam com os dons do</p><p>Espírito Santo . O Salvador disse : "E estes sinais seguirão aos</p><p>que crerem : Em Meu nome expulsarão os demônios ; falarão</p><p>novas línguas ; pegarão nas serpentes ; e, se beberem alguma</p><p>coisa mortífera, não lhes fará dano algum ; e porão as mãos</p><p>sobre os enfermos e os curarão.</p><p>Os dons do Espírito são distribuídos, de acordo com a sa-</p><p>bedoria de Deus, para a salvação de Seus filhos . Paulo os expli-</p><p>ca desta forma : "Acerca dos dons espirituais, não quero, ir-</p><p>mãos, que sejais ignorantes . . . Ora, há diversidade de dons,</p><p>mas o Espírito é o mesmo . . . Mas a manifestação do Espírito é</p><p>dada a cada um, para o que for útil . Porque a um pelo Espírito é</p><p>dada a palavra de sabedoria ; e a outro, pelo mesmo Espírito, a</p><p>palavra da ciência . E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé ; e a ou-</p><p>tro pelo mesmo Espírito, os dons de curar ; e a outro, a opera-</p><p>ção de maravilhas e a outro a profecia; e a outro o dom de discer-</p><p>nir os espíritos ; e a outro a variedade de línguas ; e a outro a inter-</p><p>pretação das línguas . Mas um só e o mesmo Espírito opera todas</p><p>estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer ."5</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>O Espírito Santo, um dos Personagens da Trindade</p><p>Batismo em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo — Mat . 28 :19, 3 Néli 11 :25 ; 1) . & C.</p><p>20 :73 ; 68 :8.</p><p>Há três que dão testemunho nos céus : o Pai, o Verbo e o Espirito Santo — 1 João 5 :7.</p><p>3, Veja Atos 8 :5-17 . 4, Marcos 16 :17, 18 : 1) . & C . 84 : 65-73 . 5, 1 Cor . I2:1-11;</p><p>veja também Morimi 1(1 :8-19 .</p><p>REFERENCIAS</p><p>159</p><p>Não há perdão para blasfémia contra o Espirito Santo — Mat . 12 :31, 32 ; D . & C . 132 :27.</p><p>A voz do Filho declarando que o Pai dará o Espírito Santo — 2 Néfi 31 :12 . 13.</p><p>O Pai, o Filho e o Espírito Santo, um Deus — D . & C . 20 :28.</p><p>O Espírito Santo é um personagem de espírito — D . & C . 130 :22.</p><p>O Espirito Santo foi prometido e dado aos Apóstolos</p><p>Não sois vós que falais, mas o Espírito Santo — Mar . 13:11 ; Mat . 10 :19, 20 ; Luc . 21 :14, 15.</p><p>Ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar — Luc . 12 :11, 12.</p><p>O Senhor ressuscitado disse aos onze apóstolos : Recebei o Espírito Santo — João 20 :22.</p><p>A promessa do Senhor de um Confortador — João 14 :16, 17, 26 ; 15 :26 ; 16:7-14 ; Atos 1 :5, 8.</p><p>Pedro e outros, cheios do Espírito Santo, falavam com ousadia — Atos 4 :31.</p><p>Os apóstolos receberam o Espírito Santo no dia de Pentecostes — Atos 2 :1-4.</p><p>Estando cheios do Espírito Santo falavam com ousadia — Atos 4 :31 ; 5 :22, 32 ; 7 :51.</p><p>Ministério do Espirito Santo depois do Batismo da água.</p><p>Desceu em forma corpórea no batismo de Jesus — Luc . 3 :22 ; Mat . 3 :16 ; Mar. 1 :9-11 ; João</p><p>1 :32, 33 ; 1 Néfi 11 :27.</p><p>Eu vos batizei com água, mas Ele batizará com o Espírito Santo — Mar . 1 :8 ; Atos 1 :5 ; 11 :16;</p><p>19 :5, 6.</p><p>Depois do arrependimento e batismo, recebereis o dom do Espírito Santo — Atos 2 :38 ..</p><p>Quase doze foram batizados em Èfeso e, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o</p><p>Espírito Santo — Atos 19 :1-7.</p><p>O Pai daria o Espírito Santo aos que fossem batizados — 2 Néfi 31 :12, 13 ; 3 Néfi 11 :33-36.</p><p>Quem se arrepender e for batizado de acordo com o mandamento receberá o dom do Espi-</p><p>rito Santo — D . & C . 49 :12-14 ; 33 :15.</p><p>Remissão dos pecados pelo batismo e por fogo, sim pelo Espírito Santo — D . & C . 19:31.</p><p>A Noé foi prometido o Espírito Santo depois da fé, arrependimento e batismo — Moisés</p><p>8 :24 .</p><p>160</p><p>REFERENCIAS</p><p>O Espirito Santo é invocado pela imposição das mãos</p><p>Pedro e Tiago impuseram as mãos nos conversos samaritanos, e estes receberam o Espírito</p><p>Santo — Atos 8:14-17 . Nota-se que apesar de Filipe ter autoridade de pregar e batizar, al-</p><p>guém com autoridade mais alta foi procurado para conferir o Espírito Santo . Aqui apare-</p><p>ce a distinção entre o Sacerdócio menor ou Aarónico e o maior ou de Melquisedeque.</p><p>Da doutrina do batismo e imposição das mãos — Heb . 6 :2.</p><p>Cristo, ressuscitado, tocou os discípulos nefitas e os autorizou a conferir o Espírito Santo —</p><p>3 Néfi 18 :36, 37 . Àqueles sobre quem impuserdes vossas mãos dareis o Espírito Santo —</p><p>Morõni cap . 2.</p><p>Ele imporá suas mãos sobre ti, e receberás o Espírito Santo — D . & C . 25:8.</p><p>O dom do Espírito Santo é dado aos batizados pela imposição das mãos dos élderes — D.</p><p>& C . 49 :14.</p><p>Promessa do dom do Espírito Santo subseqüente à confirmação, pela imposição das mãos</p><p>— D . & C . 33:15 .</p><p>Alguns atributos e operações do Espírito Santo</p><p>O Espírito Santo vos ensinará — Luc . 12 :12.</p><p>O Confortador, que é o Espírito Santo, vos ensinará — João 14 :26 ; 16 :7-15.</p><p>Cristo, pelo Espírito Santo, deu mandamentos aos apóstolos — Atos 1 :2.</p><p>Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós — Atos 1 :8.</p><p>O Espírito Santo é uma testemunha de Cristo — Atos 5 :32 ; Heb . 10 :15 ; 1 Néfi 12 :18 3 Néfi</p><p>28 :11.</p><p>Dirige o trabalho do ministério — Atos 13 :2-4 ; 16 :6.</p><p>Os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo — Atos 13 :52.</p><p>Assim diz o Espírito Santo — Atos 21 :11.</p><p>O Espírito Santo falou pelo profeta lsaías — Atos 28 :25.</p><p>Sendo Santificado pelo Espírito Santo — Rom . 15 :16.</p><p>Palavras que o Espírito Santo ensina — 1 Cor . 2 :13.</p><p>Ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor senão pelo Espírito Santo — 1 Cor . 12 :3.</p><p>Na ciència, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo — 2 Cor . 6 :6.</p><p>Testificando Deus com distribuição do'Espírito Santo — Heb . 2 :4.</p><p>Os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo — 2 Ped . 1 :21 . Os élderes</p><p>falam agora como inspirados pelo Espírito Santo — D . & C . 68 :3 .</p><p>REFERENCIAS</p><p>161</p><p>Para ministrar aos gentios — 3 Néfi 20:27.</p><p>É o Espírito da revelação — D . & C . 8 :2,3.</p><p>Ensina as coisas pacificas do Reino — D . & C . 39 :6.</p><p>Profetas falaram como foram inspirados pelo Espírito Santo — D . & C . 20 :26.</p><p>Testifica do Pai e do Filho — D . & C . 20:27 : Moisés 1 :24 : 5 :9.</p><p>Oficiais devem ser ordenados pelo poder do Espírito Santo — D . & C . 20 :60 .,</p><p>-Inspira homens 'autorizados a ditarem Escrituras =D . .& C . 68:4.</p><p>Conhecimento é dado pelo inexprimível .dom do Espírito_Santo — D.-& C . 121 :26 ;- 124:5.</p><p>Testificou a Adão — Moisés 5 :9.</p><p>O Senhor invocou os homens pelo poder do Espírito Santo no tempo de Adão — Moisés</p><p>5 :14.</p><p>O Espírito Santo manifestou Seu poder após o batismo de Joseph Smith e Oliver Cowdery</p><p>— P . de G . V pp . 72-74.</p><p>162</p><p>Capitulo 9</p><p>O SACRAMENTO DA CEIA DO SENHOR</p><p>(Relaciona-se com a 4a Regra de Fé)</p><p>O Sacramento — Durante nosso estudo dos princípios e or-</p><p>denanças do Evangelho, conforme se acham especificados na</p><p>quarta Regra de Fé, o tema do Sacramento da Ceia do Senhor'</p><p>merece muito apropriadamente a nossa atenção, pois se requer</p><p>que observem esta ordenança todos os que se fizeram membros</p><p>da Igreja de Cristo, cumprindo os requisitos de fé, arrependi-</p><p>mento e batismo da água e do Espírito Santo.</p><p>A Instituição do Sacramento entre os Judeus — O Sacramen-</p><p>to da Ceia do Senhor data da noite em que se celebrou a Pás-</p><p>coa,' pouco antes da crucificação do Salvador . Nessa ocasião</p><p>solene, Cristo e os apóstolos se achavam reunidos em Jerusa-</p><p>lém, celebrando num cenáculo que havia sido preparado por</p><p>Sua ordem expressa.' Como judeu, Cristo parece ter sido fiel</p><p>aos costumes estabelecidos por Seu povo ; e deve ter sido com</p><p>grande emoção que participou daquela comemoração, a última</p><p>de Sua espécie, que encerrava o significado do tipo de um futu-</p><p>ro sacrifício, bem como uma recordação das bênçãos do Se-</p><p>nhor dadas a Israel em tempos passados . Sabendo bem das</p><p>terríveis experiências que em seguida O esperavam, Jesus, com</p><p>a alma angustiada, conversou com os doze ao redor da mesa</p><p>pascal, profetizando a respeito de Sua traição, que logo deveria</p><p>efetuar-se por intermédio de um dos que</p><p>com Ele comiam ali.</p><p>Então tomou o pão, o bendisse e o deu aos outros dizendo : "To-</p><p>mai e comei: este é o meu corpo" ; 4 "fazei isto em memória de</p><p>mim".' Então tomando a taça, abençoou seu conteúdo e o ad-</p><p>1 . Veja o apêndice 9 :1,2 .</p><p>2, Veja o apêndice 9 :3 .</p><p>3 ; Veja Lucas 22 :8-13 .</p><p>4, Mat . 26 :26.</p><p>5 . Luc . 22 :19 : veja também Mar . 14:22-25 .</p><p>O SACRAMENTO DA CEIA . DO SENHOR</p><p>163</p><p>ministrou a eles com estas palavras : "Bebei dele todos . Porque</p><p>isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é der-</p><p>ramado por muitos, para remissão dos pecados, "6 É esclarece-</p><p>dor notar que as indicações de Paulo' concernentes ao sacra-</p><p>mento e seu propósito são tão parecidas com as narrações dos</p><p>evangelistas que são quase idênticas . Nenhum dos outros escri-</p><p>tores bíblicos, exceto Paulo, dá o nome de Ceia do Senhor ao</p><p>sacramento.</p><p>A Instituição do Sacramento entre os nefitas — Por ocasião</p><p>de Sua visita aos nefitas, que se verificou depois da ascensão do</p><p>Monte das Oliveiras, Cristo instituiu o sacramento entre esse</p><p>grupo de Seu redil . Ordenou aos discípulos que havia escolhido</p><p>que lhe levassem pão e vinho . Tomando então o pão, partiu-o,</p><p>abençoou-o e lhes deu, ordenando que o comessem e depois o</p><p>distribuíssem à multidão . Prometeu conceder-lhes a autoridade</p><p>para administrar esta ordenança: "E isso observareis sempre,</p><p>para fazer como fiz, . . . e isso fareis em memória do Meu cor-</p><p>po, o qual vos mostrei . E será um testemunho ao Pai de que vos</p><p>lembrais sempre de Mim. E se lembrardes sempre de Mim,</p><p>Meu Espírito estará sempre convosco ." 8 Da mesma forma lhes</p><p>administrou o vinho, primeiramente aos discípulos, depois ao</p><p>povo por seu intermédio . Isto também deveria ser parte da or-</p><p>denança permanente entre eles: "E isso fareis em memória do</p><p>Meu sangue, que derramei por vós, a fim de que testifiqueis ao</p><p>Pai que sempre vos lembrareis de mim ." Então se reitera a pro-</p><p>messa tão significativa : "E se lembrardes sempre de Mim, Meu</p><p>Espírito estará sempre convosco ." 9</p><p>Participantes Dignos As instruções divinas concernen-</p><p>tes ao caráter sagrado desta ordenança são explícitas ; e é óbvia</p><p>a conseqüente necessidade de exercer um cuidado escrupuloso</p><p>para não participar dele indignamente . Escrevendo aos santos</p><p>de Corinto, Paulo fez admoestação solene de não participarem</p><p>inadvertida ou indignamente do sacramento, e declarou que</p><p>aqueles que violam estes sagrados requisitos sofrem o castigo</p><p>6 . Mal . 26 :27 .28 : veja "A Grande Apostasia", páginas 105_106 .</p><p>7, Veja 1 Cor. 11 :20-2 5 .</p><p>8 . 3 Néa' 18 :6-7 .</p><p>9, 3 Na 18 :11 : veja "Jesus the Christ", cap . 39 .</p><p>164</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>de enfermidades e até mesmo de morte : "Porque todas as ve-</p><p>zes que comerdes este pão e beberdes deste cálice - anunciais a</p><p>morte do Senhor até que venha . Portanto qualquer que comer</p><p>este pão ou beber do cálice do 'Senhor indignamente, será cul-</p><p>pado do corpo e do sangue do Senhor . Examine-se pois o ho-</p><p>mem a si mesmo e. assim . coma deste pão e beba deste .cálice.</p><p>Porque ogüe come e .bebe indignamente come e bebe para</p><p>sua própria condenação ; não discernindo o corpo do Senhor.</p><p>Por causa disso há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos</p><p>que dormem." 10</p><p>Quando instruiu aos nefitas, Jesus declarou enfaticamente</p><p>que aqueles que participassem do sacramento deveriam ser dig-</p><p>nos de fazê-lo ; aos oficiais da Igreja, cujo dever era administrá-</p><p>lo, impôs a responsabilidade de não permitir que ninguém parti-</p><p>cipasse da ordenança, se o soubessem indigno . "E então eis que</p><p>este é o mandamento que vos dou : Não permitireis, sabendo-o,</p><p>que alguém indignamente participe da Minha carne e do Meu</p><p>sangue, quando os ministrardes . Porque todo aquele que comer</p><p>da Minha carne e beber do Meu sangue indignamente, come e</p><p>bebe a condenação para sua alma ; portanto, se souberdes que</p><p>um homem é indigno de comer da Minha carne e beber dó Meu</p><p>sangue, vós lho proibireis .""</p><p>A palavra direta do Senhor aos santos desta dispensação</p><p>lhes dá instruções de não permitirem que alguém participe do</p><p>sacramento se estiver em pecado, até que se reconcilie ; não</p><p>obstante, manda aos santos que exercitem grande caridade para</p><p>com os irmãos em erro, não os afastando de suas reuniões, mas</p><p>proibindo-lhes o sacramento .' Z Em nosso sistema de organização</p><p>eclesiástica os oficiais locais da Igreja têm a responsabilidade</p><p>de administrar o sacramento, e é requerido das pessoas que se</p><p>conservem dignas de participar dos sagrados emblemas.</p><p>Não há nas Escrituras autorização para dar o sacramento</p><p>aos que não são membros da Igreja de Jesus Cristo, com todos</p><p>os seus direitos . Ele administrou a ordenança aos apóstolos</p><p>10, 1 Cor . 11 :26-30 .</p><p>11, 3 Néfi 18:28,29 .</p><p>12, Veja D . & C . 46 :4 ; veja também 3 Néfi</p><p>18 :30 .</p><p>O SACRAMENTO DA CEIA DO SENHOR</p><p>165</p><p>sobre o continente oriental e consta que eles o davam unica-</p><p>mente aos que tinham tomado sobre si o nome de Cristo . Entre</p><p>os de Seu redil ocidental, Cristo instituiu a lei de que só os que</p><p>efetivamente fossem membros de Sua Igreja deveriam pariici -</p><p>par. Quando prometeu delegar a um deles o poder para oficiar</p><p>no sacramento, o-Senhor especificou que aquele que fosse es-</p><p>colhido o daria aos de Sua Igreja, a todos aqueles que cressem e</p><p>se batizassem em Seu nome." Somente os que desta maneira se</p><p>haviam batizado eram conhecidos como a Igreja de Cristo ."</p><p>Continuando Suas instruções aos seus discípulos, sobre o sacra-</p><p>mento, o Salvador disse : "E isso fareis sempre a todos que se ar-</p><p>rependerem e forem batizados em Meu nome .""</p><p>A mesma lei vigora hoje em dia . Exorta-se os membros da</p><p>Igrejà 16 a se reunirem freqüentemente para participar do sacra-</p><p>mento ; e não são membros da Igreja os de idade suficiente que</p><p>não se tenham batizado pela autoridade do Santo Sacerdócio."</p><p>O Propósito do Sacramento — Pelas citações das Escrituras</p><p>já feitas, fica claro que se administra o sacramento para come-</p><p>morar a expiação do Senhor Jesus, que se consumou em Sua</p><p>agonia e morte . E um testemunho perante Deus de que temos</p><p>em mente o sacrifício de Seu Filho feito em nosso benefício;</p><p>que ainda professamos o nome de Cristo e estamos dispostos a</p><p>guardar Seus mandamentos, confiando em que sempre podere-</p><p>mos ter Seu Espírito conosco . De maneira que o participar dig-</p><p>namente do sacramento pode ser visto como um meio de reno-</p><p>var nossos votos perante o Senhor, de reconhecer nossa confra-</p><p>ternidade mútua com os membros e de testificar solenemente</p><p>que afirmamos e professamos ser membros da Igreja de Jesus</p><p>Cristo . Não se estabeleceu o sacramento com o propósito ex-</p><p>presso de obter a remissão de pecados e nem com o fim de rece-</p><p>ber nenhuma outra bênção especial, à parte uma emanação</p><p>contínua do Espírito Santo, na qual, entretanto, estão com-</p><p>preendidas todas as bênçãos de que se necessita . Se o sacra-</p><p>13, Veja 3 Néfi 18 :5 .</p><p>14, Veja 3 Néfi 26 :21 .</p><p>15, Veja 3 Néfi 18 :11</p><p>16, Veja D . & C.</p><p>20:75 .</p><p>17 . Veja D . & C . 20 :37 .</p><p>166</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>mento tivesse sido instituído expressamente para a remissão de</p><p>pecados, não seria negado aos que maior necessidade têm de</p><p>perdão ; não obstante, o participar da ordenança se limita àque-</p><p>les cujas consciências estão livres de ofensas sérias, aqueles,</p><p>por conseguinte que são aceitáveis perante o Senhor, aqueles</p><p>que têm, em verdade, a menor necessidade possível de um per-</p><p>dão especial.</p><p>Os Símbolos Sacramentais — Ao instituir a Santa Ceia tan-</p><p>to entre os judeus como entre os nefitas, Cristo usou pão e vi-</p><p>nho como símbolos de Seu corpo e de Seu sangue, 18 e nesta dis-</p><p>pensação, a da plenitude dos tempos, Ele revelou que é Sua</p><p>vontade que os santos se congreguem com freqüência para par-</p><p>ticipar do pão e do vinho nesta ordenança comemorativa . 19 Mas</p><p>também mostrou que se pode usar outras formas de alimentos e</p><p>de bebida, além de pão e vinho . Pouco depois de haver sido or-</p><p>ganizada a Igreja, na dispensação atual, o profeta Joseph Smith</p><p>estava prestes a comprar vinho para fins sacramentais, quando</p><p>um mensageiro de Deus o encontrou e lhe deu as seguintes ins-</p><p>truções : "Pois</p><p>eis que te digo : Não importa o que se come ou o</p><p>que se bebe quando se participa do sacramento, se é-que se faz</p><p>com olhos fitos só na Minha glória — relembrando ao Pai o Meu</p><p>corpo que foi sacrificado por vós e o Meu sangue que foi derra-</p><p>mado para a remissão dos vossos pecados. Portanto, um man-</p><p>damento vos dou : não devereis comprar vinho nem bebida forte</p><p>de vossos inimigos . Portanto, não devereis tomar nenhum vi-</p><p>nho, exceto haja sido feito de fresco por vós mesmos, sim neste</p><p>reino de Meu Pai que será edificado na terra . "20 De acordo com</p><p>esta autorização, os Santos dos Últimos Dias usam água em seu</p><p>serviço sacramental, em lugar de vinho.</p><p>A Maneira de Administração — Costuma-se, entre os San-</p><p>tos dos Últimos- Dias, em todas as alas ou ramos da Igreja</p><p>devidamente organizados, celebrar serviços sacramentais todos</p><p>os domingos . É necessária a autoridade de sacerdote da ordem</p><p>aarônica para a consagração dos símbolos, e, naturalmente,</p><p>18, Veja Mat . 26 :27-29 ; 3 Néfi 18 :1, 8 .</p><p>19, Veja D . & C . 20 :75 .</p><p>20, D . & C . 27:2-4 .</p><p>O SACRAMENTO DA CEIA DO SENHOR</p><p>167</p><p>qualquer que tenha recebido a ordem maior do Sacerdócio</p><p>tem autoridade para oficiá-lo . Primeiramente, parte-se o pão</p><p>em pedaços pequenos e são colocados em recipientes adequa-</p><p>dos sobre a mesa sacramental ; então, conforme as instruções</p><p>do Senhor, o élder ou sacerdote o consagrará desta maneira:</p><p>"Ele deverá ajoelhar-se com a igreja e rogará ao Pai, em sole-</p><p>ne oração, dizendo:</p><p>" Ó Deus, Pai Eterno, nós Te rogamos em nome de Teu Filho,</p><p>Jesus Cristo, que abençoes e santifiques este pão para as almas de</p><p>todos que partilham dele, para que o comam em lembrança do cor-</p><p>po de Teu Filho, e testifiquem a Ti, ó Deus, Pai Eterno, que dese-</p><p>jam tomar sobre si o nome de Teu Filho, e recordá-Lo sempre e</p><p>guardar os mandamentos que Ele lhes deu, para que possam ter</p><p>sempre consigo o Seu Espírito . Amém.'</p><p>Depois de repartir o pão entre a congregação — e nestes</p><p>serviços os mestres e os diáconos podem ajudar, sob a direção</p><p>do sacerdote que está oficiando — consagra-se o vinho ou a á-</p><p>gua da seguinte maneira:</p><p>"Ó Deus, Pai Eterno, nós Te rogamos em nome de Teu Filho,</p><p>Jesus Cristo, que abençoes e santifiques este vinho (ou água) para as</p><p>almas de todos que beberem dele, que possam jazê-10 em lembrança</p><p>do sangue de Teu Filho, que por eles foi derramado, e testifiquem a</p><p>Ti, ó Deus, Pai Eterno, que sempre se lembram dele, para que pos-</p><p>sam ter sempre consigo o Seu Espírito . Amém.'</p><p>A clareza das instruções do Senhor aos Santos, a respeito</p><p>desta ordenança, não deixa margem a disputas quanto à forma</p><p>correta, porque certamente nenhum dos que oficiam nestes</p><p>santos ritos pode crer-se justificado a mudar as formas, alteran -</p><p>do uma palavra sequer. Os anais dos nefitas nos mostram que o</p><p>modo de administrar o sacramento em seus dias 24 é o mesmo</p><p>que foi revelado para orientação dos santos na dispensação da</p><p>plenitude dos tempos.</p><p>21, D . & C . 20 :76,77 ; compare com Morôni capitulo 4 . 22, D . & C . 20:78,79 ; compare</p><p>com Morôni capítulo 5 . 23, Veja Morôni caps . 4, 5 ; veja o apêndice 9:4 ; para uma discus-</p><p>são mais ampla veja "A Grande Apostasia", pág . 105 .</p><p>168</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>REFERENCIAS</p><p>O Sacramento da ('eia do Senhor</p><p>O Senhor o instituiu entre os judeus na noite da traição — Mat . 26 :26-28 ; Mar . 14 :22-25;</p><p>Luc . 22 :19,20.</p><p>Foi instituído entre--os nefitas-pelo Senhor ressuscitado .= 3 . Néfi - 18 :T-11 .</p><p>Administraç2o .aos .nefita .i Munia segund isez peió.'Senhví '-- 3 Néfi .20 .3'5 ; e'oúira.a g eies</p><p>26 :13.</p><p>Simbolismo do sacramento — João 6 :52-56.</p><p>Paulo o designa "a ceia do Senhor" — 1 Cor . 11 :20.</p><p>Os conversos judeus perseveraram na doutrina dos apóstolos, e no partir do pão —Atos</p><p>2 :42, 46.</p><p>No primeiro dia da semana ajuntando-se os discípulos para partir o pão Paulo discursava</p><p>com eles — Atos 20 :7.</p><p>Paulo fala da instituição do sacramento — 1 Cor . 11 :23-25.</p><p>O pecado de partilhar indignamente — 1 Cor . 11 :26-34.</p><p>Tende cuidado para não participardes indignamente do sacramento de Cristo — Mórmon</p><p>9 :29.</p><p>A comunhão do sangue e do corpo de Cristo — 1 Cor . 10 :16.</p><p>O cálice do Senhor e a mesa do Senhor — 1 Cor . 10 :21.</p><p>Aquele que comer e beber, come Meu corpo e bebe Meu sangue para sua alma — 3 Néfi</p><p>20 :8.</p><p>Um deve ser ordenado para administrar o sacramento — 3 Néfi 18 :5.</p><p>Somente os membros da Igreja o devem tomar — 3 Néfi 18 :11.</p><p>Não permitireis, sabendo-o, que ninguém indignamente participe da Minha carne e do</p><p>Meu sangue — 3 Néfi 18 :28, 29.</p><p>Reuniam-se amiúde para partilhar — Morôni 6 :6.</p><p>A maneira de administrar os emblemas entre os nefitas — Morôni caps . 4, 5.</p><p>Entre os Santos do tempo atual — D. & C . 20:75-79.</p><p>Emblemas do corpo e sangue de Cristo — D . & C . 20 :40.</p><p>Sacerdotes podem administrar o sacramento — D . & C . 20 :46.</p><p>Mestres e diáconos não são autorizados a fazé-lo — D . & C . 20 :58.</p><p>Os recém-batizados, propriamente instruídos, devem participar — D . & C . 20 :68.</p><p>Pode-se usar vinho — D . & C . 89:5, 6 ; mas não é preciso — D . & C . 27 :1-5 .</p><p>Capítulo 10</p><p>AUTORIDADE DO MINISTÉRIO</p><p>Regra 5 — Cremos que um homem deve ser chamado por Deus,</p><p>pela profecia e pela imposição das mãos, por quem pos-</p><p>sua autoridade, para pregar o evangelho e administrar</p><p>as suas ordenanças.</p><p>HOMENS CHAMADOS POR DEUS</p><p>Exemplos das Escrituras — Concorda com os ditames da ra-</p><p>zão humana, não menos que com o plano de organização per-</p><p>feita que caracteriza a Igreja de Jesus Cristo, que todos aqueles</p><p>que administram as ordenanças do Evangelho devam ser cha-</p><p>mados e comissionados para seus deveres sagrados por autori-</p><p>dade divina . As Escrituras apóiam este conceito de forma ter-</p><p>minante . Dão-nos a conhecer uma infinidade de homens cujos</p><p>chamados divinos são atestados, cujas portentosas obras mani-</p><p>festam um poder maior que o de mera faculdade humana . Por</p><p>outro lado, não aparece na Bíblia Sagrada um só caso em que,</p><p>atribuindo-se alguém a si próprio a autoridade para oficiar nas</p><p>ordenanças sagradas, o Senhor tenha reconhecido suas admi-</p><p>nistrações.</p><p>Considere-se o caso de Noé, que "achou graça aos olhos</p><p>do Senhor"' no meio de um mundo ímpio . O Senhor lhe falou</p><p>anunciando Seu desgosto para com os iníquos habitantes da ter-</p><p>ra e a intenção divina a respeito do dilúvio, e instruiu-o sobre a</p><p>maneira de construir e suprir a arca . Fica comprovado que Noé</p><p>proclamou a palavra de Deus a seus perversos contemporâ-</p><p>neos, pelo que Pedro declara, no tocante à missão de Cristo no</p><p>mundo dos espíritos : que o Salvador pregou àqueles que foram</p><p>desobedientes durante o período da paciência de Deus nos dias</p><p>1, Gên . 6 :8 .</p><p>170</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>de Noé, em conseqüência do que tinham padecido, no interva-</p><p>lo, as privações da prisão .' Ninguém pode pôr em dúvida a ori-</p><p>gem divina da autoridade de Noé, ou a justiça do castigo que</p><p>sobreveio em virtude daquele desprezo intencional de seus en-</p><p>sinamentos, porque suas palavras foram as palavras de Deus.</p><p>Assim foi com Abraão, a quem o Senhor chamou 3 e com</p><p>quem fez um convênio por todas as suas gerações . De igual ma-</p><p>neira distinguiram-se Isaque 4 e Jacó,' a quem o Senhor se mani-</p><p>festou enquanto dormia sobre sua cabeceira de pedras no de-</p><p>serto . A Moisés' falou a voz de Deus em meio ao calor do fogo,</p><p>chamando-o e comissionando-o para ir ao Egito e tirar dali o</p><p>povo cujos clamores haviam subido com grande efeito ao Se-</p><p>nhor. Aarão' foi chamado para ajudar seu irmão nessa obra ; e</p><p>mais tarde, por instrução divina, escolheu Aarão e seus filhos 8</p><p>dentre todos os descendentes de Israel para agirem no ofício sa-</p><p>cerdotal . Quando Moisés 9 viu que seus dias estavam contados,</p><p>pediu ao Senhor que nomeasse um sucessor para a santa posi-</p><p>ção que ocupava e Josué, filho de Nun, foi chamado por man-</p><p>damento para aquele cargo.</p><p>Samuel, que chegou a ser um grande profeta em Israel, co-</p><p>missionado para consagrar, mandar e repreender reis, para che-</p><p>fiar exércitos e para servir como oráculo de Deus ao povo, foi</p><p>escolhido desde sua infância e para servir como oráculo de</p><p>Deus ao povo, foi escolhido desde</p><p>sua infância e chamado pela</p><p>vol. do Senhor . 1 ' Foi tão grande o poder que acompanhou este</p><p>chamado, que toda Israel, desde Dã até Barsabá, soube que Sa-</p><p>muel era profeta do Senhor ." As escrituras falam de muitos ou-</p><p>tros homens de valor que receberam o seu poder de Deus, e cu-</p><p>jas histórias demonstram com quanta honra o Senhor estima</p><p>Seus ministros autorizados . Considere a visão celestial por meio</p><p>da qual [saías foi chamado c instruído para os deveres de seu</p><p>ofício profético" ; Jeremias, a quem a palavra do Senhor che-</p><p>gou nos dias de .Iosias ;" o sacerdote Fzequiel, que primeira-</p><p>mente recebeu a mensagem divina no país dos caldeus 14 e, pos-</p><p>2 . Veja 1 1'edi :19,211 .</p><p>t, Veja (icn, cahti . 12-2S : 1' de ( ; V ., Ahrq ìi„ 26-11 .</p><p>4, Vcja</p><p>(ün 262-5 ,</p><p>5 , Veja (ien 21511)-IS</p><p>6, Veja</p><p>endi,1 :2-10</p><p>7, Veia Irx,u1,i 4 .14-16,27 .</p><p>8, Veja (x,,d,i 2x1</p><p>9 , Veja Núm 22 7IS_2 .(</p><p>111, Veja 1 Sam .14-14</p><p>11, Vclu 1 Sara</p><p>1 :211 .	12, Veja Izaia.. 1 :1 : 2 :1 ; 6:14 , 9 .</p><p>13, Veja Icr . 1 .2-10 .</p><p>AUTORIDADE NO MINISTÉRIO</p><p>171</p><p>teriormente, em outras ocasiões : Oséias 15 e todos os demais</p><p>profetas até Zacarias 1ó e Malaquias".</p><p>Por Sua própria voz o Senhor chamou os apóstolos durante</p><p>Seu ministério ; e a autoridade do Salvador é indispensável, jus-</p><p>tificada como é pelas poderosas obras da expiação, efetuada</p><p>com dor e angústia de morte, como também pelas declarações</p><p>do Pai . Enquanto deitavam suas redes ao mar, Pedro e André,</p><p>seu irmão, foram chamados com a admoestação : "Vinde após</p><p>mim e eu vos farei pescadores de homens" 1e e pouco depois</p><p>Tiago e João, filhos de Zebede, foram designados de igual ma-</p><p>neira . Assim foi com todos os Doze que serviram com o Mes-</p><p>tre ; e depois de Sua ressurreição apareceu aos onze apóstolos</p><p>que haviam sido fiéis e lhes conferiu comissões especiais para a</p><p>obra do reino . 19 Cristo afirmou expressamente que Ele havia es-</p><p>colhido e ordenado seus apóstolos para suas altas posições . 20</p><p>Após a missão terrena de Cristo, nos dias que imediata-</p><p>mente a seguiram, chamava-se e comissionava-se os ministros</p><p>do Evangelho por autoridade indisputável . Matias foi escolhido</p><p>por cair a sorte sobre ele, depois de se haver invocado a direção</p><p>do Senhor, para ocupar o lugar vago que existia no Conselho</p><p>dos Doze, o resultante da morte de Judas Iscariotes. Saulo de</p><p>Tarso, mais tarde Paulo, o apóstolo, tendo sido convertido com</p><p>sinais maravilhosos e assombrosas manifestações, 21 teve que ser</p><p>comissionado formalmente para a obra que o Senhor desejava</p><p>que realizasse, e nos é dito que o Espírito Santo falou com os</p><p>profetas e doutores da Igreja em Antióquia, enquanto jejuavam</p><p>perante o Senhor, dizendo : "Apartai-me a Barnabé e a Saulo</p><p>para a Obra a que os tenho chamado ."22</p><p>A Ordenação dos Homens para o Ministério, sancionada por</p><p>antecedente bíblico, e instituída por revelação direta da vonta-</p><p>de de Deus, deve ser efetuada mediante o dom da profecia, pela</p><p>imposição das mãos, por aqueles que têm autoridade . ' Por pro-</p><p>fecia se entende o direito de receber as manifestações da vonta-</p><p>14. Veja Eae . 1 :3 .</p><p>15, Veja Os . 1 :1 .</p><p>16, Veja Zac . 1 :1 .</p><p>17, Veja Mal . 1 :1 .</p><p>18, Mat.</p><p>4 :18-20.</p><p>19, Veja Mat . 18 :19 . 20 : Mar . 16 :15 .</p><p>20, Veja João 6 :70 : 15 :16 .</p><p>21, Atos, cap.</p><p>9 .</p><p>22, Atos 13 :12 .</p><p>172</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>de divina e o poder para interpretá-las . Em vários casos citados</p><p>observa-se que se costuma fazer a imposição das mãos como</p><p>parte da ordenança ; entretanto, as Escrituras mencionam nu-</p><p>merosas ocasiões em que se conferiram ofícios do Sacerdócio</p><p>sem especificar a imposição de mãos ou outros detalhes . Estes</p><p>casos não oferecem justificativa para concluir que se omitiu a</p><p>imposição das mãos e, à luz da revelação moderna, se escla-</p><p>rece que a imposição das mãos usualmente acompanhava esta</p><p>ordenança, assim como a confirmação de bênçãos 23 e o dom do</p><p>Espírito Santo.</p><p>Desta maneira foi transmitido o Santo Sacerdócio, desde</p><p>Adão até Noé, por intermédio dos patriarcas . 24 Enos foi ordena-</p><p>do por Adão, assim como foram Maalalel, Jared, Enoque e</p><p>Matusalém . Lameque foi ordenado por Sete ; Noé recebeu sua</p><p>autoridade das mãos de Matusalém . E assim se pode acompa-</p><p>nhar a linha do Sacerdócio, conferido de um a outro conforme</p><p>as indicações do espírito de profecia, até o tempo de Moisés.</p><p>Melquisedeque, que conferiu esta autoridade a Abraão, rece-</p><p>beu-a por descendência direta de seus pais desde Noé . Elaías,</p><p>contemporâneo de Abraão, recebeu sua ordenação de Deus.</p><p>Por intermédio de Elaías a autoridade passou a Gad e dele a Je-</p><p>remias, Aliú, Caleb e logo a Jetro, o sacerdote de Midiã, por</p><p>cuja mão Moisés foi ordenado . 29 Josué, o fiho de Nun, foi sepa-</p><p>rado como Deus o indicou, pela imposição das mãos de Moisés.</p><p>Nos dias dos apóstolos, as circunstâncias tornaram conve-</p><p>niente nomear oficiais especiais na Igreja para zelarem pelos</p><p>pobres e se encarregarem da distribuição de víveres ; escolhe-</p><p>ram a estes com muito cuidado, e os ordenaram com oração e</p><p>imposição das mãos.' Timóteo foi ordenado de igual maneira,</p><p>como testemunham as admoestações que lhe foram feitas por</p><p>Paulo. "Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado</p><p>por profecia, com a imposição das mãos do presbitério" 2 ; e</p><p>também "Desperta o dom de Deus que está em ti pela imposi-</p><p>ção das minhas mãos . "3 O Senhor Se obrigou por convênio a re-</p><p>23. Veja Gen . 48 :14-19 : compare com 2 Reis 5:11 : Mat . 8 :15 : Mar . 6 .5 : 16 :15-I8 .</p><p>24, Veja</p><p>D . & C' . 107 :40-52 .</p><p>25 . Veja D . & C . 84 :6-14 .</p><p>26, Veja Núm . 27 :18 . Deu' . 34 :9 .</p><p>1, Veja</p><p>Atos 6 :1-6 .</p><p>2 . 1 Tini . 4 :14</p><p>3, 2 Tini . 1 :6 .</p><p>AUTORIDADE NO MINISTÉRIO</p><p>173</p><p>conhecer os atos de Seus servos autorizados . O Espírito Santo</p><p>virá sobre aqueles a quem o prometam os élderes da Igreja, de-</p><p>pois de um batismo aceitável .' O que o Sacerdócio ligar ou des-</p><p>ligar na terra, de acordo com os mandamentos do Senhor, será</p><p>ligado ou desligado nos céus .' ; os enfermos sobre quem os élde-</p><p>res puserem as mãos sararão° e muitos outros sinais hão de se-</p><p>guir aos que crerem . Tão zeloso é o Senhor do poder de oficiar</p><p>em Seu nome que, durante o juízo, todos os que tenham ajuda-</p><p>do ou perseguido a Seus servos serão premiados ou castigados</p><p>como se tivessem feito essas coisas a Ele próprio .'</p><p>Oficiar Desautorizadamente nas funções sacerdotais é um</p><p>ato não somente sem valor, mas também gravemente perverso.</p><p>Em Suas relações com a raça humana, Deus reconhece e honra</p><p>o Sacerdócio estabelecido sob Sua direção, porém, não aprova</p><p>nenhuma apropriação da autoridade . Oferece uma lição o caso</p><p>de Corá e seus companheiros, quando se rebelaram contra a au-</p><p>toridade do Sacerdócio, professando falsamente ter o direito de</p><p>agir no cargo de sacerdote . O Senhor prontamente os castigou</p><p>por causa de seus pecados, fazendo com que a terra se abrisse e</p><p>os tragasse com todas as suas posses . 8</p><p>Considere-se também a aflição que caiu sobre Miriam, a ir-</p><p>mã de Moisés, uma profetisa entre o povo .9 Juntamente com</p><p>Aarão murmurou contra Moisés, dizendo : "Porventura falou</p><p>o Senhor somente por Moisés? Não falou também por nós? E o</p><p>Senhor o ouviu ." 10 Jeová desceu numa nuvem e se pôs à porta</p><p>do tabernáculo . Chamando os dois repreendeu sua presunção e</p><p>justificou a autoridade de Moisés, Seu porta-voz . Quando a nu-</p><p>vem passou do tabernáculo, Miriam estava leprosa, sua carne</p><p>branca como a neve e, conforme a lei, foi desterrada do campo</p><p>de Israel . Entretanto, em virtude das sinceras petições de Moi-</p><p>sés o Senhor curou a mulher e mais tarde foi autorizada a vol-</p><p>tar ao grupo.</p><p>Considere-se o caso de Uzá, o israelita que morreu repen-</p><p>tinamente, quando se acendeu contra ele a ira de Deus por es-</p><p>4, Veja Atos 2 :38 ; 3 Néfi 11 :35 ; 12 :2 ; D . & C . 84 :64.</p><p>5, Veja Mat . 16 :19 ; D . & C . 1 :8;</p><p>128:8-11 .</p><p>6, Veja Marcos 16 :15-18 .</p><p>7, Veja Mat . 18 :4-6 ; 25 :31-46 ; D&C 75 :19-22;</p><p>84 :88,90 .</p><p>8, Veja Núm. cap . 16 . 9, Veja Êxodo 15 :20 .</p><p>10, Veja Núm . cap . 12 .</p><p>174</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>tender a mão</p><p>para suster a arca do convênio." Isto ele fez ape-</p><p>sar de a lei determinar que ninguém além dos sacerdotes deve-</p><p>ria tocar os sagrados pertences da arca, e lemos que nem os</p><p>portadores ordenados do santuário poderiam tocar suas partes</p><p>mais sagradas, sob pena de morte . 12</p><p>Considere-se também o caso de Saul, a quem se havia cha-</p><p>mado do campo para rei da nação . Achando-se os filisteus dis-</p><p>postos a batalhar contra Israel, em Micmas, Saul esperava Sa-</p><p>muel," de cujas mãos havia recebido sua unção real 14 e a quem</p><p>ele se havia dirigido nos dias de sua humildade para pedir orien-</p><p>tação. Saul havia solicitado ao profeta que viesse oferecer sa-</p><p>crifícios ao Senhor para o povo, porém, impacientando-se por-</p><p>que Samuel não chegava, Saul mesmo preparou o holocausto,</p><p>esquecendo-se de que, apesar de ocupar o trono, usar a coroa e</p><p>levar o cetro, estas insígnias de poder real nenhum direito lhe</p><p>davam para oficiar, nem como diácono, no Sacerdócio de</p><p>Deus ; e, por este e outros exemplos de sua injustiça e presun-</p><p>ção, Deus o recusou e outro foi eleito rei em seu lugar.</p><p>Um notável exemplo do zelo divino, zelo justo, quanto às</p><p>funções sacerdotais, é visto no caso de Uzias, rei de Judá .Havia</p><p>sido colocado sobre o trono quando não tinha mais que dezes-</p><p>seis anos de idade ; e, enquanto seguiu o Senhor, prosperou de</p><p>tal maneira que seu nome causava espanto a seus inimigos . Po-</p><p>rém permitiu que se ensoberbecesse o seu coração e se deixou</p><p>levar pela ilusão de que, como rei, era supremo . Entrou no tem-</p><p>plo e quis queimar incenso no altar . Assombrados por este sa-</p><p>crilégio, Azarias, o sumo sacerdote do templo, e oitenta sacer-</p><p>dotes que o acompanhavam, lho proibiram, dizendo : "A ti,</p><p>Uzias, não compete queimar incenso ; sai do santuário, porque</p><p>transgrediste ." Ante esta repreensão e censura de seus súditos,</p><p>apesar de serem sacerdotes do Senhor, o rei se encheu de ira;</p><p>mas imediatamente o castigo da lepra caiu sobre ele e os sinais</p><p>da terrível moléstia apareceram em sua testa ; e, achando-se</p><p>agora fisicamente impuro, sua presença com maior razão profa-</p><p>I, Veja 1 (br . 11 :111: 12, Veja Núm .4 :15 .</p><p>13, Veja 1 Sam . 11 :5-14 .</p><p>14, Veja 1 Sam . cap.</p><p>II1 .</p><p>AUTORIDADE NO MINISTÉRIO</p><p>175</p><p>na o santo lugar . Portanto, Azarias e seus companheiros no Sa-</p><p>cerdócio o jogaram fora do templo e ele, ferido, fugiu da casa</p><p>do Senhor para nunca mais voltar a seus sagrados recintos.</p><p>Quanto ao resto de seu castigo, lemos : "Assim ficou leproso o</p><p>rei Uzias até o dia de sua morte ; e morou, por ser leproso, numa</p><p>casa separada, porque foi excluído da casa do Senhor.""</p><p>Uma ilustração muito poderosa da futilidade das falsas ce-</p><p>rimônias, ou da mera forma das ordenanças sagradas, quando</p><p>falta autoridade, vê-se na narração do Novo Testamento dos</p><p>sete filhos de Sceva . Estes e outros se haviam maravilhado do</p><p>prodigioso poder que possuía Paulo, a quem o Senhor havia</p><p>bendito de tal maneira em seu apostolado que pelo contato que</p><p>tinham com os lenços e aventais que lhes enviava, os enfermos</p><p>saravam e os espíritos maus saíam deles . Os filhos de Sceva, a</p><p>quem o sagrado cronista descreve como judeus exorcistas e va-</p><p>gabundos ; também quiseram expulsar um espírito maligno.</p><p>"Esconjuramo-vos", disseram, "por Jesus a quem Paulo pre-</p><p>ga." Mas o espírito maligno mofou deles por sua falta de autori-</p><p>dade e lhes respondeu: "Conheço a Jesus e bem sei quem é</p><p>Paulo ; mas vós quem sois? E saltando neles o homem que tinha</p><p>o espírito maligno, assenhoreando-se de dois, pôde mais do que</p><p>eles ; de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa ." 16</p><p>Mestres Legítimos e Falsos — Ninguém, além daqueles que</p><p>estão devidamente autorizados para ensinar, pode ser conside-</p><p>rado um verdadeiro expositor da palavra de Deus . Os ensina-</p><p>mentos de Paulo referentes aos sumos sacerdotes se podem</p><p>aplicar a cada um dos cargos do Sacerdócio : "Ninguém toma</p><p>para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como</p><p>Aarão"" e, como já vimos, Aarão foi chamado por Moisés, a</p><p>quem o Senhor havia revelado o que devia fazer . Unicamente</p><p>àqueles que são escolhidos por Deus se dá esta autoridade para</p><p>agir em nome do Senhor ; não se pode recebê-la somente medi-</p><p>ante pedido, não se pode comprá-la por dinheiro . Lemos que</p><p>Simão, o mago, cobiçando o poder que os apóstolos possuíam,</p><p>15, 2 Cron . cap . 26 .</p><p>16, Veja Atos 19 :13-17 .</p><p>17, Heb . 5 :4 .</p><p>176</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>ofereceu-lhes dinheiro dizendo : "Dai-me também a mim esse</p><p>poder, para que aquele sobre quem eu puser as nãos receba o</p><p>Espírito Santo" . Mas Pedro respondeu-lhe com justa indigna-</p><p>ção: "O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste</p><p>que o dom de Deus se alcança por dinheiro . Tu não tens parte</p><p>nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante</p><p>de Deus." 18</p><p>Os apóstolos da antigüidade sabiam que os homens procu-</p><p>rariam arrogar a si o direito de oficiar em coisas divinas, con-</p><p>vertendo-se assim em servos de Satanás . Dirigindo-se a uma</p><p>conferência de élderes em Éfeso, Paulo profetizou esses malé-</p><p>volos acontecimentos e exortou os pastores do redil a terem</p><p>muito cuidado com seus rebanhos ;" numa epístola a Timóteo o</p><p>apóstolo reiterou esta profecia . Exortando a diligência na pre-</p><p>gação da palavra, disse : "Porque virá tempo em que não so-</p><p>frerão a sã doutrina ; mas, tendo comichão nos ouvidos, amon-</p><p>toarão para si doutores conforme suas próprias concupiscên-</p><p>cias; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas . "20</p><p>Não menos claras são as declarações de Pedro sobre o mesmo</p><p>assunto . Falando aos santos de seus dias, faz referência aos fal-</p><p>sos profetas da antigüidade e acrescenta : "E também houve en-</p><p>tre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos</p><p>doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdi-</p><p>ção e negarão o Senhor que os resgatou **** e muitos seguirão</p><p>as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da</p><p>verdade . "21</p><p>A Autoridade Divina na Dispensação Atual — Nós afirmamos</p><p>que a autoridade para oficiar em nome de Deus está em vigor</p><p>na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, atual-</p><p>mente, e que este poder ou comissão foi conferido por ordena-</p><p>ção os primeiros oficiais da Igreja por aqueles que haviam tido</p><p>o mesmo poder em dispensações anteriores . As Escrituras indi-</p><p>cam que a autoridade do Santo Sacerdócio devia ser retirada da</p><p>terra ao morrerem os antigos apóstolos e que, necessariamente,</p><p>teria que ser restaurada dos céus antes que pudesse ser restabe-</p><p>18, Atos 8 :18-24 .</p><p>19, Veja Atos 20:28-30 .</p><p>20, 2 Tim . 4:2-4 .</p><p>21, 11 Ped . 2 :1-3 .</p><p>AUTORIDADE NO MINISTÉRIO</p><p>177</p><p>tecida a Igreja. No dia 15 de maio de 1829, enquanto Joseph</p><p>Smith e Oliver Cowdery oravam sinceramente, pedindo instru-</p><p>ção sobre o batismo para a remissão de pecados — sobre o qual</p><p>Joseph Smith tinha lido nas placas, das quais estava naquele</p><p>tempo traduzindo o Livro de Mórmon — desceu um mensageiro</p><p>do céu numa nuvem de luz . Disse ser João, chamado Batista na</p><p>antigüidade, e que tinha vindo sob a direção de Pedro, Tiago e</p><p>João, que tinham as chaves do Sacerdócio maior . O anjo pôs</p><p>suas mãos sobre os dois jovens e lhes conferiu a autoridade, di-</p><p>zendo : "A vós meus conservos, em nome do Messias, eu confi-</p><p>ro o Sacerdócio de Aarão, que possui as chaves da administra-</p><p>ção dos anjos, do Evangelho do arrependimento e do batismo .</p><p>por imersão para remissão dos pecados ; e isto nunca mais será</p><p>tirado da terra até que os filhos de Levi ofereçam outra vez, em</p><p>retidão, um sacrifício ao Senhor" . 22</p><p>Pouco tempo depois deste acontecimento, Pedro, Tiago e</p><p>João aparéceram a Joseph Smith e a Oliver Cowdery, aos quais</p><p>conferiram o Sacerdócio maior, ou seja o de Melquisedeque,</p><p>entregando-lhes as chaves do apostolado que estes mensageiros</p><p>celestiais tinham possuído e exercido na dispensação anterior</p><p>do Evangelho . Esta ordem do Saçerdócio tem autoridade em</p><p>todos os cargos da Igreja e compreende o poder para adminis-</p><p>trar em assuntos espirituais . 23 Por conseguinte, todas as autori-</p><p>dades e poderes necessários para o estabelecimento e desenvol-</p><p>vimento da Igreja foram restaurados à terra mediante esta visi-</p><p>ta .</p><p>Ninguém pode oficiar em nenhuma das ordenanças da</p><p>Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, se não foi</p><p>ordenado a determinada ordem ou cargo do Sacerdócio, por</p><p>aqueles que possuem a autoridade necessária . De maneira que</p><p>nenhum homem recebe o Sacerdócio senão daquele que já pos-</p><p>sui tal Sacerdócio : e este deve tê-lo recebido de outros que pre-</p><p>viamente foram comissionados . Assim, cada um dos portadores</p><p>do Sacerdócio nestes dias pode seguir a linha de sua autoridade</p><p>até chegar ao Profeta Joseph Smith, 24 que recebeu sua ordena-</p><p>22 . 1' . de (1 .</p><p>p(e- (,6 : 1) . R ( . Scr . 13 .	23 . 4c1 ;¡ 1) . A ( . Sce 1(17 .</p><p>24, Veja o api'ndicc</p><p>IDA .</p><p>178</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>ção dos apóstolos Pedro, Tiago e João, aos quais o Senhor Jesus</p><p>Cristo havia ordenado. Segundo as Escrituras, é evidente que os</p><p>homens que Deus chama à autoridade do ministério sobre a ter-</p><p>ra podiam ter sido escolhidos para tal nomeação mesmo antes</p><p>de tomar sobre si corpos mortais . Muito propriamente se pode</p><p>considerar este assunto em relação com o presente tema, e seu</p><p>estudo conduz aos assuntos que se seguem .</p><p>-</p><p>PREORDENAÇÃO E PREEXISTÊNCIA</p><p>Preordenação — Numa entrevista que teve com Abraão o</p><p>Senhor revelou muitas coisas que ordinariamente são vedadas</p><p>aos mortais . Referindo-se a isto, o patriarca escreveu : "Ora, o</p><p>Senhor havia mostrado a mim, Abraão, as inteligências que fo-</p><p>ram organizadas antes de existir o mundo ; e entre todas estas</p><p>havia muitas nobres e grandes . E Deus viu essas almas que eram</p><p>boas, e Ele ficou no meio delas e disse : A estes farei meus go-</p><p>vernantes ; porque Ele estava entre aqueles que eram espíritos e</p><p>viu que eles eram bons ; e Ele disse-me : Abraão, tu és um deles;</p><p>foste escolhido antes de nasceres . "23 Esta é uma das inúmeras</p><p>provas das Escrituras sobre a existência dos espíritos do gênero</p><p>humano antes de sua provação terrena : um estado em que estas</p><p>inteligências viveram e exerceram seu livre-arbítrio, antes de to-</p><p>marem sobre si habitações corpóreas . De maneira que as natu-</p><p>rezas, disposições e inclinações dos homens são conhecidas ao</p><p>Pai de seus espíritos mesmo antes de nascerem eles no estado</p><p>mortal . A palavra do Senhor chegou a Jeremias, dizendo-lhe</p><p>que antes de ser concebido na carne já havia sido dado por pro-</p><p>feta às nações . 2ó</p><p>São abundantes as evidências de que Jesus Cristo foi esco-</p><p>lhido e ordenado para ser o Redentor do mundo mesmo antes</p><p>do princípio . Lemos de Sua posição superior entre os filhos de</p><p>Deus, quando Se ofereceu como sacrifício para executar a von-</p><p>tade do Pai . Ele foi verdadeiramente "Ordenado antes da fun-</p><p>dação do mundo ."'</p><p>Paulo ensinou desta maneira a doutrina de seleção e preor-</p><p>25, P . de G . V ., Abraão 3 :22, 23 ; veja também Jer . 1 :4 . 5 .</p><p>26, Veja Jer . 1'.4 .</p><p>1, 1 Ped.</p><p>1 :20, veja "Jesus the Christ", cap . 2 .</p><p>AUTORIDADE NO MINISTÉRIO</p><p>179</p><p>denação divina: "Porque os que dantes conheceu também os</p><p>predestinou para serem conforme a imagem de Seu Filho *** E</p><p>aos que predestinou, a estes também chamou ." 2 E disse ainda:</p><p>"Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu ."'</p><p>Alma, o profeta nefita, falando dos sacerdotes que haviam</p><p>sido ordenados segundo a ordem do Filho, declarou : "E este é o</p><p>modo pelo qual foram ordenados: sendo chamados e prepara-</p><p>dos desde a fundação do mundo, segundo a presciência de</p><p>Deus, por causa de sua grande fé e suas boas obras, sendo pri-</p><p>meiramente livres para escolher o bem ou o mal, e tendo esco-</p><p>lhido o bem e tendo grande fé, eram chamados com a santa vo-</p><p>cação que estava preparada em conformidade com uma reden-</p><p>ção preparatória para tais seres ." 4</p><p>A Preordenação não Implica em Compulsão — A doutrina da</p><p>predestinação absoluta que resulta na anulação do livre-arbítrio</p><p>do homem recebeu o apoio, com várias modificações, de seitas</p><p>distintas . Entretanto, para estes ensinamentos nenhuma justifi-</p><p>cação se acha na letra ou no espírito dos anais sagrados . O co-</p><p>nhecimento prévio de Deus, a respeito das naturezas e habilida-</p><p>des de Seus filhos, Lhe permite ver o fim de suas carreiras terre-</p><p>nas desde seu princípio : "conhecidas são desde toda a eternida-</p><p>de ."'Muitas pessoas têm sido levadas a crer que este conheci-</p><p>mento prévio de Deus é uma predestinação, por meio da qual</p><p>ficam destinadas as almas para a glória ou condenação antes</p><p>mesmo de seu nascimento na carne, e sem consideração ao mé-</p><p>rito ou indignidade do indivíduo . Esta doutrina herética visa</p><p>despojar Deus de Sua misericórdia, justiça e amor ; faria Deus</p><p>parecer um ser caprichoso e egoísta, dirigindo e criando todas</p><p>as coisas unicamente para sua própria glória, sem lhe importar</p><p>os sofrimentos de suas vítimas . Quão terrível e quão inconsis-</p><p>tente é tal conceito . Conduz à absurda conclusão de que o sim-</p><p>ples conhecimento de acontecimentos futuros deve agir como</p><p>influência determinante na realização de tais coisas . O conheci-</p><p>mento que Deus tem da natureza espiritual e humana Lhe per-</p><p>2, Rom . 8 .29, 30 .</p><p>3, Rum . 11 . 22 .</p><p>4, Alma 13 :3 ; também 10 e 11</p><p>5, Atos 15 . IR .</p><p>180</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>mite saber com exatidão o que Seus filhos farão em determina-</p><p>das condições ; entretanto, este conhecimento nenhuma força</p><p>compulsora exerce sobre aqueles filhos .'</p><p>Ele indubitavelmente conhece alguns espíritos que só espe-</p><p>ram a oportunidade de poder escolher entre o bem e o mal para</p><p>escolherem este e levarem a cabo sua própria destruição . Estes</p><p>são aqueles de quem Judas diz: "Já dantes estavam escritos</p><p>para este mesmo juízo ."' Para evitar-lhes este destino teria sido</p><p>necessário privá-los de seu livre-arbítrio ; só pela força se podem</p><p>salvar ; e as leis do céu proíbem a compulsão, seja para a salva-</p><p>ção, seja para a condenação . Há outros cuja integridade e fide-</p><p>lidade se manifestaram em seu estado preexistente ; o Pai sabe</p><p>até que ponto se pode confiar neles e muitos são chamados,</p><p>mesmo em sua juventude mortal, para obras especiais e exalta-</p><p>das como servos comissionados do Altíssimo.</p><p>A Preexistência dos Espíritos — Os fatos anteriormente</p><p>apresentados sobre a preordenação indicam que os espíritos do</p><p>género humano passaram por uma existência antes de sua pro-</p><p>vação terrena . Esse período anterior ao mortal às vezes é cha-</p><p>mado infância primordial ou primeiro estado . Pelo que o Se-</p><p>nhor disse a Abraão fica esclarecido que esses espíritos existi-</p><p>ram como inteligências organizadas e que exercitaram seu livre-</p><p>arbítrio durante esse estado primordial : "E àqueles que guarda-</p><p>rem seu primeiro estado lhes será acrescido ; e aqueles que não</p><p>guardarem seu primeiro estado não terão glória no mesmo rei-</p><p>no com aqueles que guardarem seu primeiro estado ; e aqueles</p><p>que guardarem seu segundo estado terão aumento de glória</p><p>sobre suas cabeças para todo o sempre ." 8</p><p>Não há quem, ao aceitar Jesus Cristo como o Filho de</p><p>Deus, possa com lógica negar Sua preexistência e pôr em dúvi-</p><p>da Sua posição na Trindade antes de vir à terra como o filho de</p><p>Maria . A interpretação comum que se dá às primeiras palavras</p><p>do Evangelho de João sustém o conceito da divindade primor-</p><p>dial de Cristo : "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com</p><p>Deus e o Verbo era Deus ." Mais adiante lemos : "E o Verbo se</p><p>h . Veja "Ieuu lhe (hriel ' . pp . 18 .28 ; e "A (irando \p elasia , pp . 322 .33 . lambem o apèn-</p><p>dice I112_</p><p>7, .Iodas J_</p><p>R, 1'_ de G . V_ , :Ahra3o i__2h ,</p><p>AUTORIDADE NO MINISTÉRIO</p><p>181</p><p>fez carne e habitou entre nós ." 9 As afirmações do Salvador</p><p>apóiam esta verdade . Quando Seus discípulos discordaram a</p><p>respeito de Sua doutrina quanto a Si mesmo, Ele lhes disse:</p><p>"Que seria pois, se visseis subir o Filho do Homem para onde</p><p>primeiro estava?" 10 Em outra ocasião lhes declarou : "Saí do Pai</p><p>e vim ao mundo ; outra vez deixo o mundo e vou para o Pai ." E</p><p>Seus discípulos, satisfeitos com esta clara expressão que confir-</p><p>mava a crença que talvez seus corações já abrigassem, respon-</p><p>deram: "Eis que agora falas abertamente e não dizes parábola</p><p>alguma . . . Por isso cremos que saíste</p><p>de Deus ." A certos ju-</p><p>deus iníquos que se gabavam de ser da linhagem de Abraão, e</p><p>tentavam ocultar seus pecados sob o manto protetor do nome</p><p>do grande patriarca, o Salvador afirmou : "Em verdade, em ver-</p><p>dade vos digo que antes que Abraão existisse Eu Sou." Em</p><p>oração solene o Filho implorou: "E agora glorifica-Me Tu, ó</p><p>Pai, junto de Ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo an-</p><p>tes que o mundo existisse ." Entretanto, Cristo nasceu como</p><p>uma criança entre os mortais e é lógico supor que se o Seu nas-</p><p>cimento terreno foi a união de um espírito preexistente a um</p><p>corpo mortal, assim também é o nascimento de todo membro</p><p>da família humana.</p><p>Porém, não temos que depender de uma simples suposição</p><p>baseada na analogia. As escrituras claramente ensinam que</p><p>Deus conhece e tem os espíritos do gênero humano contados,</p><p>desde antes de Seu advento terreno . Em Sua última administra-</p><p>ção entre Israel, Moisés cantou : "Lembra-te dos dias da anti-</p><p>güidade*** Quando o Altíssimo distribuía as heranças às na-</p><p>ções, quando dividia os filhos de Adão uns dos outros, pôs os</p><p>termos–dos povos, conforme o número dos filhos de Israel ."</p><p>Por isto aprendemos que a terra foi repartida às nações, segun-</p><p>do o número dos filhos de Israel ; e, portanto, é evidente que se</p><p>saiba o dito número antes da existência da nação israelita na</p><p>carne ; isto facilmente se explica sob o ponto de vista de uma</p><p>9, João 1 :1,14 .</p><p>10, João 6 :62, 11, João 16 :28 .</p><p>12, João 16 :29,30 .</p><p>13, João 8 :58 ; veja</p><p>"Jesus the Christ " , pp . 37, 411 .</p><p>14, João 17 :5 ; veja também 2 Néfi 9:5 ; 25 :12 : Moaiah 3:5;</p><p>13 :33, 34 ; 15 :1 .</p><p>15, Deut . 32:7,8 .</p><p>182</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>existência anterior, na qual eram conhecidos os espíritos da na-</p><p>ção futura.</p><p>Por conseguinte, é impossível que se haja deixado à incer-</p><p>teza o número ou a extensão das criações temporais de Deus . 16</p><p>Foi fixada a população da terra de acordo com o número de</p><p>espíritos assinalados para receber corpos de carne sobre este</p><p>planeta . Quando todos estes tiverem vindo em sua ordem e</p><p>tempo determinados, então, e só então, virá o fim.</p><p>REFERENCIAS</p><p>Autoridade no Ministério</p><p>Antes da dispensação mosaica : Adão foi comissionado para ensinar – Moisés 6 :57, 58 ; era-</p><p>segundo a ordem de Deus – Moisés 6:67 . O Senhor mandou Noé – Gên . 6 :13 ; 14, 22 ; 7:1.</p><p>Ordenou Noé segundo sua própria ordem – Moisés 8 :19 .0 Senhor mandou Abraão 1 :2 ;3.</p><p>O Senhor fez um convênio com Abraão – Abraão 2 :9-I1 . Melquisedeque, sacerdote do</p><p>Deus Altíssimo – Gên . 14:18-20 ; Alma 13 :18 . És um sacerdote para sempre, segundo a or-</p><p>dem de Melquisedeque – Soim . 110:4 ; Heb . 5 :6-10 ; 6:20 ; 7 :1-3 . O Senhor fez um convénio .</p><p>com (saque – Gén . 26 :2-5 : e com Jacó – Gên . 28:10-15.</p><p>Autoridade de Moisés e outros : Moisés foi comissionado para livrar os filhos de Israel – Ex</p><p>3 :4-17 . Tenho-te posto por Deus sobre Faraó – Éx 7 :1 . Jetro, sacerdote de Midiã – Ex . cap.</p><p>18 ; conferiu .o Sacerdócio a Moisés – D & C . 84:6 . Josué foi ordenado por Moisés – Num.</p><p>27 :18-23 ; Deut . 34 :9.</p><p>Repreensão de alguns que presumiram oficiar sem ter autoridade – Núm . cap . 16 ; 1 Crôn.</p><p>13 :10 ; 1 Som . 13:5-14 ; 2 Crôn . cap. 26.</p><p>Sacerdotes foram ungidos e consagrados para administrar – Núm . 3 :3 Levitas eram desig-</p><p>nados – Núm . 3:9.</p><p>Setenta homens dos anciãos de Israel – Núm . 11 :16, 25.</p><p>O Senhor os escolheu para O servirem – Deut . 21 :5.</p><p>Sereis chamados sacerdotes do Senhor – Is . 61 :6.</p><p>16, Veja o apêndice 10:3 .</p><p>REFERENCIAS</p><p>183</p><p>Jeremias foi ordenado profeta ; as palavras do Senhor estavam na boca dele – Jer . 1 :4-9.</p><p>A palavra do Senhor veio a Ezequiel, o sacerdote – Ez . 1 :3.</p><p>Ageu, o embaixador do Senhor, falou – Ag . 1 :13.</p><p>A palavra do Senhor a Zacarias – Zac . 1 :1.</p><p>O sacerdote é o anjo do Senhor dos Exércitos – Mal . 2 :7.</p><p>A autoridade conferida por Jesus Cristo na mortalidade</p><p>Deu poder aos doze discípulos – Mat . 10 :1.</p><p>Ordenou doze – Mar . 3 :14 . Esses doze Ele chamou apóstolos – Luc . 6 :13.</p><p>Vos escolhi e vos nomeei – João 15 :16 ; 17 :18.</p><p>Designou outros setenta – Luc . 10:1, 17.</p><p>Eu te darei as chaves do reino dos céus – Mat . 16 :19.</p><p>Comissão aos apóstolos de batizar e ensinar — Mat . 28 :19, 20.</p><p>Pecados são perdoados ou retidos pela autoridade dos apóstolos – João 20 :21-23.</p><p>Ordenação nos dias dos apóstolos</p><p>Matias foi contado com os apóstolos – Atos 1 :21-26.</p><p>Sete homens escolhidos e ordenados pela imposição das mãos – Atos 6 :2-6.</p><p>Filipe administrou com autoridade ; sinais . o seguiram – Atos 8 :5-12 : 6:5.</p><p>Os apóstolos Pedro e João Administraram as ordenanças mais elevadas aos samaritanos</p><p>convertidos por Filipe — Atos 8 :14-17.</p><p>Barnabé e Saulo receberam a imposição das mãos – Atos 13 :1-3.</p><p>Eleitos anciãos em cada igreja – Atos 14:23 ; Tito 1 :5.</p><p>Paulo chamado .para apóstolo – Rom . I :1 . 5 ; 1 Cor . 1 :1.</p><p>Como pregarão se não forem enviados – Rom . 10:14. 15.</p><p>Para o ,. que estou constituído pregador e apóstolo – 1 Tim . 2 :7 . 2 Tini, 1 :11.</p><p>O dom que foi dado pela imposição das mãos do presbítero – 1 Tim . 4 :14 : 2 Tim . 1 :6 .</p><p>1 8 4</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Uma geração escolhida, um sacerdócio real — 1 Ped . 2 :9.</p><p>Fie deu uns para apóstolos, outros para profetas — Ef. 4:11.</p><p>Jesus .Cristo, um sumo sacerdote segundo a ordem de Melquiredeque — Heh . 5 :1-8.</p><p>Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus — 1 Ped . 4 :11.</p><p>Neli chamado para ser dirigente e mestre — 1 Néfi 2 :22 : 3 :29 : 2 Néfi 5 :19.</p><p>Néfi consagrou Jacó e José como sacerdotes — 2 Néfi 5 :26.</p><p>Jacó foi chamado por Deus e ordenado Segundo Sua ordem — 2 Néfi 6 :2.</p><p>Alma foi consagrado sumo sacerdote sobre a Igreja — Alma 4:4 ; 8 :23 ; 16 :5.</p><p>Sumos sacerdotes segundo a ordem do Filho de Deus — Alma 13 :1-19.</p><p>Alma ordenou sacerdotes e élderes pela imposição das mãos — Alma 6 :1.</p><p>Todos que tinham sido ordenados pela sagrada ordem de Deus — Alma 49 :30.</p><p>Os antigos foram chamados à santa ordem de Deus — Éter 12 :10.</p><p>O Senhor tocou com Sua mão os discípulos e lhes deu poder para transmitirem o Espírito</p><p>Santo — 3 Néfi 18 :36, 37 ; Morôni cap . 2</p><p>Outros discípulos ordenados — 4 Néfi 14.</p><p>Os discípulos ordenaram sacerdotes e mestres — Morôni cap . 3.</p><p>O sacerdócio de Aarão foi conferido a Joseph Smith e Oliver Cowdery por João Batista —</p><p>D . & C . sec . 13.</p><p>Eis, esta é Minha autoridade e a autoridade de Meus servos — D . & C . 1 :6.</p><p>Revelarei o sacerdócio pela mão de Elias, o profeta — D . & C . 2 :1.</p><p>Joseph Smith e Oliver .Cowdery ordenaram um ao outro como foram mandados — P . de G.</p><p>V . p . 67 ; ver. 71.</p><p>. A ordenação é necessária ; cada ordenação precisa ser feita por alguém com autoridade —</p><p>D . & C . 42 :11.</p><p>Bispos devem ser sumos sacerdotes, a não ser que sejam descendentes literais de Aarão . Li-</p><p>terais: descendentes diretos de Aarão — D . & C . 68 :14-21.</p><p>Por meio deste sacerdócio um Salvador ao Meu povo — D . & C . 86 :11.</p><p>Revelação sobre o sacerdócio : linhagem dos patriarcas antigos ; deveres dos ofícios do sa-</p><p>cerdócio — D . & C. sec . 84.</p><p>Aquele que for ordenado por Mim e enviado para pregar a palavra da verdade — D . & C.</p><p>50:17.</p><p>Pregai o Evangelho, agindo sob a autoridade que Eu vos dei — D . & C . 68 :8.</p><p>O Senhor tirou de seu meio a Moisés, e também o santo sacerdócio ; e o sacerdócio menor</p><p>continuou — D . & C . 84 :25, 26.</p><p>Aqueles que são fiéis até a obtenção destes dois sacerdócios, tornam-se filhos de</p><p>Moisés e de Aarão, e semente de Abrão — D . & C . 84 :33, 34 .</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>185</p><p>Ai de todos que não se achegam a este sacerdócio – D . & C . 84 :42.</p><p>Os doze são chamados para ir pregar o Evangelho – D . & C . 18 :27-29.</p><p>Instruções aos doze apóstolos – D . & C . 18 :31-36.</p><p>Os doze constituem d sumo conselho viajante para a edificação da Igreja – D . & C . 107 :33.</p><p>Os setentas agem sob sua direção – D . & C . 107 :34.</p><p>Os doze apóstolos são testemunhas especiais do nome de Cristo no mundo todo – D . &</p><p>C . 107 :23.</p><p>Revelação a respeito dos quoruns do sacerdócio e seus deveres – D . & C . sec . 107.</p><p>Nunca há senão um na terra que tem as chaves do sacerdócio – D .</p><p>& C . 132 :7.</p><p>O mesmo sacerdócio que existia no começo existirá no fim do mundo – Moisés 6 :7.</p><p>O Senhor disse a Abraão : Eu te levarei para pôr sobre ti Meu nome, até mesmo o sacerdó-</p><p>cio de teu pai . – Abraão 1 :18.</p><p>Os relatos dos pais, mesmo dos patriarcas, concernentes ao direito do Sacerdócio –</p><p>Abraão 1 :31.</p><p>Preexistência e Preordenação</p><p>Deus é o Pai dos espíritos de toda a carne – Heb . 12 :9, Num . 16 :22 ; 27 :16 ; Jó 12 :10.</p><p>Após a morte o espírito volta a Deus que o deu – Ecl . 12:7.</p><p>Jeremias, antes de nascer, era conhecido por Deus e foi ordenado – ler . 1 :5.</p><p>E se vísseis subir o Filho do Homem, para onde primeiro estava? – João 6 :62.</p><p>Saí do Pai e vim ao mundo ; outra vez deixo o mundo e volto para o Pai – João 16 :28.</p><p>Cristo orou para ser glorificado com a mesma glória que tinha com o Pai antes que o mun-</p><p>do existisse – João 17 :5.</p><p>Quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? – João 9 :2.</p><p>Jeová ou Cristo manifestou-Se muitas vezes aos profetas antigos em ambos os hemisférios,</p><p>antes de Seu nascimento na carne.</p><p>Predição que o Senhor Onipotente, que então reinava, desceria e viveria num tabernáculo</p><p>de barro, e seria nascido de Maria – Mosíah 3 :5-8.</p><p>O Senhor mostrou a Abraão as inteligências que eram organizadas antes que o mundo exis-</p><p>tisse – Abraão 3 :22-26.</p><p>O Senhor ressuscitado declarou aos nefitas que Ele criou os céus e a terra e estava com o</p><p>Pai desde o princípio – 3 Néfi 9 :15.</p><p>O Senhor declarou a Néfi, filho de Néfi, na noite antes de Seu nascimento : Amanhã virei ao</p><p>mundo – 3 Néfi 1 :13.</p><p>Sendo chamados e preparados desde a fundação do mundo, segundo a presciência de Deus</p><p>– Alma 23 :3 . Sendo preparado de eternidade para toda a eternidade – Alma 13 :7 .</p><p>186</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Cristo foi preparado desde a fundação do mundo — Moslah 18 :13 . Sou Aquele que foi pre-</p><p>parado desde a fundação do mundo — Ëter 3 :14.</p><p>Eleitos segundo a presciência de Deus — 1 Fed. 1 :2.</p><p>Elegeu-nos Ele antes da fundação do mundo — Ef. 1 :4.</p><p>Havendo sido predestinados, conforme Sua vontade — Ef. 1 :11.</p><p>Deus preordenou que os homens andassem em boas obras — Ef. 2 :10.</p><p>Sois herdeiros legais, e fostes escondidos do mundo com Cristo, em Deus — D . & C . 86 :9,</p><p>10.</p><p>As coisas de Deus que existiram desde o princípio, antes do mundo — D . & C . 76:13.</p><p>Foi ordenado no conselho do Eterno Deus, antes da fundação deste mundo — D. & C.</p><p>121 :32.</p><p>O Senhor escolheu dos espíritos os que seriam Seus governantes — Abraão 3 :23 .</p><p>Capítulo 11</p><p>A IGREJA E SEU PLANO DE ORGANIZAÇÃO</p><p>Regra 6 — Cremos na mesma organização existente na Igreja Pri-</p><p>mitiva, isto é, apóstolos, profetas, pastores, mestres,</p><p>evangelistas etc.</p><p>A IGREJA NOS DIAS ANTIGOS E MODERNOS</p><p>A Igreja Primitiva — Na dispensação do meridiano dos tem-</p><p>pos' Jesus Cristo estabeleceu Sua Igreja sobre a terra, determi-</p><p>nando os oficiais necessários para levar a efeito os propósitos</p><p>do Pai . Toda pessoa assim nomeada ficava divinamente comis- .</p><p>sionada com a autoridade para oficiar nas ordenanças de seu</p><p>chamado. Após a ascensão de Cristo, permaneceu a mesma</p><p>organização e aqueles que haviam recebido a autoridade cha-</p><p>mavam a outros para os vários ofícios do Sacerdócio . Desta ma-</p><p>neira se instituíram na Igreja apóstolos, profetas, evangelistas,</p><p>pastores,' sumos sacerdotes,' setentas,' élderes ou anciãos,' bis-</p><p>pos,' sacerdotes,' mestres' e diáconos .'</p><p>Além destes ofícios específicos do Sacerdócio, havia ou-</p><p>tros chamados de caráter mais temporal, aos quais os homens</p><p>também eram chamados por autoridade, como por exemplo o</p><p>caso dos sete varões de . bom testemunho, que nos dias dos</p><p>apóstolos foram nomeados para o ministério entre os pobres,</p><p>deixando assim os Doze com mais liberdade para atender aos</p><p>deveres particulares de seu ofício . 10 Esta nomeação especial re-</p><p>vela a natureza do modo de cooperação e governo u postos na</p><p>Igreja para auxiliar na obra sob a direção dos oficiais regulares</p><p>do Sacerdócio.</p><p>1, Veja P . de G . V ., Moisés 5 :57 ; D . & C . 20:26 ; 39 :3 2, Ef . 4 :11 . 3, Veja Heb . 5 :1-5 .</p><p>4,</p><p>Veja Loc . 10:1-11 .</p><p>5, Veja Atos 14:23 ; 15 :6 : 1 Ped . 5 :1 .</p><p>6, Veja 1 Tim . 3 :1 : Tito 1 :7.</p><p>7, Veja apo . 1 :6 .</p><p>8, Veja Atos 13 :1 .</p><p>9, Veja 1 Tim . 3 :8-12 .</p><p>10, Veja Atos 6 :1-6 .</p><p>11,</p><p>Veja 1 Cor . 12 :28 .</p><p>188</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Os ministros assim nomeados, e os membros entre os quais</p><p>trabalham, constituem a Igreja de Cristo, a qual tão formosa-</p><p>mente foi comparada a um corpo perfeito, no qual os indiví-</p><p>duos representam os vários membros, cada qual com suas pró-</p><p>prias funções e cooperando para o bem-estar de todo o corpo . 12</p><p>Todo ofício assim estabelecido, todo oficial que desta maneira</p><p>tenha sido comissionado, é necessário para o desenvolvimento</p><p>da Igreja e para o cumprimento de sua obra . Uma organização</p><p>estabelecida por Deus não compreende superfluidades : o olho,</p><p>o ouvido, a mão, o pé, cada um dos membros do corpo é essen-</p><p>cial para a simetria e perfeição da estrutura física . Na Igreja ne-</p><p>nhum oficial pode justificadamente dizer a outro: "Não preciso</p><p>de ti ."</p><p>A existência destes oficiais — e particularmente suas obras,</p><p>acompanhadas de ajuda e poder divino — pode ser considerada</p><p>como singularidade característica da Igreja em qualquer época</p><p>do mundo, uma prova decisiva por meio da qual se pode deter-</p><p>minar a validade ou a falsidade de toda pretensão a autoridade</p><p>divina . O Evangelho de Jesus Cristo é o Evangelho eterno ; seus</p><p>princípios, leis e ordenanças, e a organização eclesiástica que</p><p>nele se funda, devem para sempre ser os mesmos. Por conse-</p><p>guinte, ao procurar a Igreja verdadeira deve-se buscar uma or-</p><p>ganização que compreenda os ofícios estabelecidos na antigüi-</p><p>dade, os chamamentos de apóstolos, profetas, evangelistas, su-</p><p>mos sacerdotes, setentas, pastores, bispos, élderes, sacerdotes,</p><p>mestres, diáconos — não oficiais meramente de nome, mas, sim,</p><p>ministros que possam justificar sua posição como oficiais no</p><p>serviço do Senhor pelas manifestações de poder e autoridade</p><p>que acompanham seu ministério.</p><p>A Apostasia da Igreja Primitiva — O pesquisador sincero</p><p>poderá perguntar em sua mente se estas autoridades, juntamen-</p><p>te com os dons que testemunham do Espírito Santo, permane-</p><p>cem entre os homens desde a época apostólica até a atual . Em</p><p>12, Veja 1 Cor. 12 :12-27 ; Rom . 12:4,5 ; Ef. 4 :16`</p><p>13, 1 Cor . 12 :21 .</p><p>A IGREJA E SEU PLANO DE ORGANIZAÇÃO 189</p><p>outras palavras, se a Igreja de Jesus Cristo tem existido sobre a</p><p>terra durante este grande intervalo . Em resposta, consideremos</p><p>os seguintes fatos . Desde o período que imediatamente se' se-</p><p>guiu ao ministério dos antigos apóstolos até o século XIX ne-</p><p>nhuma organização havia afirmado ter revelação direta . de</p><p>Deus ; por certo, :. os que professam,ser . :ministros , do evangelho.</p><p>têm .ensinado e :declarado por séculos que estes dons de Deus</p><p>cessaram, que os dias dos milagres-já passaram e que a época</p><p>atual depende inteiramente do passado para seu código de</p><p>orientação . Dando à história uma interpretação natural, é evi-</p><p>dente que tenha havido um desvio muito grande do caminho da</p><p>salvação que o Salvador determinou, uma apostasia geral da</p><p>Igreja de Cristo." Nem bem tinha organizado o Salvador a Igre-</p><p>ja que leva Seu nome, quando os poderes da escuridão se dispu-</p><p>seram a batalhar contra o corpo organizado . Mesmo nos dias do</p><p>ministério pessoal de nosso Senhor na carne se manifestava a</p><p>perseguição contra Ele e Seüs discípulos . Iniciada pelos ju-</p><p>deus e dirigida primeiramente contra o Mestre e o grupo de seus</p><p>íntimos associados, esta maré de oposição em pouco tempo en-</p><p>volveu todo adepto conhecido do Salvador, a tal ponto que o</p><p>próprio nome de cristão era usado como epíteto degradante.</p><p>Entretanto, na primeira parte do século IV manifestou-se</p><p>uma mudança na atitude do paganismo para com o cristianis-</p><p>mo, devido à assim chamada conversão de Constantino o Gran-</p><p>de, sob cujo patrocínio aumentou a influência da profissão da fé</p><p>cristã, que se converteu, por certo, na religião do estado . Mas,</p><p>que profissão, que religião era por esse tempo!</p><p>o que é chamado Urim e</p><p>Tumim — depositadas com as placas; que a posse e uso dessas</p><p>pedras era o que constituía os "videntes" nos tempos antigos ou</p><p>primitivos ; que Deus as tinha preparado com o fim de traduzir</p><p>o livro.</p><p>Morôni, o anjo visitante, repetiu então várias profecias que</p><p>se encontram nas antigas escrituras, sendo que algumas das re-</p><p>ferências foram feitas com variações do que é lido na Bíblia.</p><p>Foram citadas as seguintes palavras de Malaquias, mostrando</p><p>estas pequenas, mas importantes variações da versão bíblica:</p><p>"Pois eis que vem o dia que arderá como fornalha ; e todos os</p><p>soberbos e todos os que obram impiedade serão queimados</p><p>como o restolho ; os que vierem os abrasarão, diz o Senhor dos</p><p>Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo ." E</p><p>mais : "Eis que eu vos revelarei o Sacerdócio pela mão do Profe-</p><p>ta Elias, antes da vinda do grande e terrível dia do Senhor ."</p><p>Mencionou o versículo seguinte, também de maneira diferente:</p><p>"E ele plantará no coração dos filhos as promessas feitas aos</p><p>pais e os corações dos filhos se voltarão aos pais ; se assim não</p><p>for, toda a terra será totalmente destruída na sua vinda"" Entre</p><p>outras, Morôni citou as profecias de Isaías relativas à restaura-</p><p>ção da dispersa Israel, e o prometido reinado de justiça sobre a</p><p>terra, 14 dizendo que as profecias estavam para se cumprir ; e tam-</p><p>bém as palavras de Pedro aos judeus, concernentes ao profeta</p><p>que, Moisés disse, se, levantaria, explicando que o profeta refe-</p><p>rido era Jesus Cristo e que estava próximo o dia em que seriam</p><p>desarraigados dentre o povo todos os que recusassem as pala-</p><p>vras do Salvador."</p><p>Tendo transmitido sua mensagem, o anjo partiu . A luz den-</p><p>tro do quarto parecia condensar-se ao redor de sua pessoa e de-</p><p>sapareceu com ele . Porém, durante a noite voltou duas vezes e</p><p>em cada visita repetiu o que havia dito no princípio, juntamente</p><p>com outras admoestações relativas às tentações que o assalta-</p><p>13 . Veja Mal . cap . 4</p><p>14, Veja !saias, cap . I l .</p><p>15, Veja Atos 3 .22, 23 .</p><p>JOSEPH SMITH, O PROFETA</p><p>.23</p><p>riam no cumprimento de sua missão . No dia seguinte, Morôni</p><p>voltou a aparecer a Joseph e, repetindo novamente as instru-</p><p>ções e advertências da noite anterior, mandou que dissesse a</p><p>seu pai tudo o que havia visto e ouvido . O jovem o fez e seu pai</p><p>não tardou em testificar que as comunicações eram de Deus.</p><p>Joseph então se dirigiu à colina que tinha visto em visão.</p><p>Reconheceu o lugar indicado pelo anjo e com um pouco de es-</p><p>forço desenterrou uma caixa de pedra que continha as placas e</p><p>outros objetos de que Morôni havia falado . O mensageiro de</p><p>novo se colocou a seu lado e lhe proibiu que retirasse os objetos</p><p>naquela ocasião, dizendo que transcorreriam quatro anos antes</p><p>que as placas pudessem ficar em suas mãos e que ele deveria vi-</p><p>sitar aquele local em intervalos anuais . Em cada uma dessas vi-</p><p>sitas o anjo instruía mais cabalmente o jovem quanto à grande</p><p>obra que o esperava.</p><p>Não é nosso propósito recordar aqui, em detalhes, a vida e</p><p>o ministério de Joseph Smith ; o que aqui foi dito quanto às pri-</p><p>meiras cenas de sua missão'divinamente outorgada justifica-se</p><p>pela grande importância associada com a introdução da nova</p><p>dispensação da Providência divina, ou seja a dos últimos dias,</p><p>mediante sua instrumentalidade. A maneira como retirou as</p><p>placas de seu esconderijo de séculos, a tradução mediante po-</p><p>der divino e a publicação do relato como o Livro de Mórmon</p><p>receberão atenção mais adiante . Basta dizer aqui que foram</p><p>traduzidos os antigos anais ; que o livro foi dado ao mundo e que</p><p>os Santos dos Últimos Dias o aceitam como escritura.</p><p>ACONTECIMENTOS POSTERIORES : O MARTIRIO</p><p>Havendo sido restaurado o Santo Sacerdócio mediante a</p><p>ordenação de Joseph Smith por aqueles que haviam possuído as</p><p>chaves desta autoridade em dispensações anteriores, foi estabe-</p><p>lecida a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no</p><p>seu devido tempo . A organização da Igreja como um grupo in-</p><p>corporado efetuou-se no dia 6 de abril de 1830, em Fayette, Es-</p><p>tado de New York, e somente os nomes de seis pessoas estão</p><p>24</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>anotados como participantes ativos . É certo que naquela oca-</p><p>sião mais de seis haviam aderido ao movimento novo e sem pre-</p><p>cedentes ; porém, em vista de as leis do Estado rezarem que não</p><p>menos de seis deviam participar da incorporação de uma socie-</p><p>dade religiosa, somente o número especificado formalmente</p><p>participou do ato legal ; e estes, com exceção de um, eram rela-</p><p>tivamente desconhecidos e, bem se pode dizer, ignorados . O</p><p>nome de Joseph Smith o profeta já era conhecido bem além da</p><p>vizinhança onde morava . Gozava de uma notoriedade cada vez</p><p>maior, senão de fama invejável . Já havia traduzido e publicado</p><p>o Livro de Mórmon, que afirmava ser a história dos povos</p><p>aborígines do continente ocidental e uma relação dos atos de</p><p>Deus para com esses povos . Em suma, as escrituras do que mais</p><p>tarde veio a chamar-se Novo Mundo já tinham sido traduzidas</p><p>por ele e publicadas . Foi em virtude do título desse livro que o</p><p>apelido "Mórmon", primeiramente usado com escárnio, tor-</p><p>nou-se uma designação popular da Igreja e de seus membros in-</p><p>dividuais . Começando com o pequeno grupo mencionado, a</p><p>Igreja cresceu até contar milhares durante a vida de Joseph</p><p>Smith; e o crescimento tem continuado com extraordinária ra-</p><p>pidez e constância até os tempos atuais . Um por um os poderes</p><p>e a autoridade possuídos pela Igreja da antigüidade foram res-</p><p>taurados através do homem que foi ordenado primeiro élder da</p><p>dispensação dos últimos dias . Com o desenvolvimento da Igre-</p><p>ja, aumentou a perseguição injustificável, e seu efeito alcançou</p><p>o ponto culminante no cruel martírio do Profeta e de seu irmão</p><p>Hyrum, então Patriarca da Igreja, a 27 de junho de 1844 . São</p><p>conhecidos os acontecimentos que causaram e consumaram o</p><p>vil assassínio desses homens em Carthage, no Estado de Illinois.</p><p>O Profeta e o Patriarca selaram com seu sangue o testemunho</p><p>da verdade que valentemente haviam conservado, arrostando</p><p>intolerante perseguição durante quase 25 anos . 1ó</p><p>A Autenticidade da Missão de Joseph Smith — As evidências</p><p>em favor da autoridade divina no trabalho estabelecido por Jo-</p><p>I6 . Veja o apêndice 1'.6 .</p><p>Roberto Goncalves Gameiro</p><p>JOSEPH SMITH, O PROFETA 25</p><p>seph Smith, a justificação das afirmações feitas pelo homem e</p><p>para o homem, podem ser resumidas da seguinte maneira:</p><p>1. Cumpriram-se as profecias antigas sobre a restauração</p><p>do evangelho e sobre o restabelecimento da Igreja na terra, por</p><p>intermédio de sua instrumentalidade.</p><p>2. Ele recebeu por ordenação e designação direta das mãos</p><p>dos que tinham o poder em dispensações anteriores, a autorida-</p><p>de para oficiar as várias ordenanças do Santo Sacerdócio.</p><p>3. Os resultados de seu ministério mostram que ele possuía</p><p>o poder da verdadeira profecia e outros dons espirituais.</p><p>4. As doutrinas que proclamou são verdadeiras e estão de</p><p>acordo com as escrituras.</p><p>Cada uma dessas classes de evidência receberá atenção e</p><p>será amplamente demonstrada no presente estudo, e neste pon-</p><p>to de nossa investigação não se fará uma consideração detalha-</p><p>da. Não obstante, citaremos algumas ilustrações que serão bre-</p><p>vemente expostas .'</p><p>1 . O Cumprimento das Profecias, realizado através da vida e</p><p>do trabalho de Joseph Smith, acha-se abundantemente prova-</p><p>do. João, o Revelador, segundo sua visão profética nos dias pas-</p><p>sados, compreendeu e predisse que de novo seria enviado o</p><p>evangelho dos céus e que seria restaurado à terra por meio do</p><p>ministério direto de um anjo, nos últimos dias : "E vi outro anjo</p><p>voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o pro-</p><p>clamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e</p><p>língua, e povo, dizendo com grande voz : Temei a Deus e dai-lhe</p><p>glória ; porque vinda é a hora do seu juízo . E adorai aquele que</p><p>fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas ." 18 0 cumpri-</p><p>mento parcial desta profecia aparece na visita do anjo Morôni a</p><p>Joseph Smith, como já foi descrito, pela qual foi anunciada a</p><p>restauração do evangelho prometido</p><p>Sua simplicida-</p><p>de havia desaparecido ; a devoção franca e a sinceridade abne-</p><p>gada já não distinguiam os ministros da Igreja . Aqueles que pro-</p><p>fessavam ser crentes do humilde profeta de Nazaré, aqueles que</p><p>a si mesmos se nomeavam representantes do Senhor, cujo reino</p><p>não era terreno, aqueles ruidosamente aclamados amantes do</p><p>Varão de Dores, viviam em condições muito estranhamente dis-</p><p>tintas das da vida de seu Divino Exemplo . Aspirava-se às posi-</p><p>ções eclesiásticas pela distinção de honra e riqueza que as</p><p>14, Veja o apéndice 11 :1,2 ; também "A Grande Apostasia " , cap . 9 : e a pequena obra ins-</p><p>trutiva "The Reign of Antichrist " ou "The Great Falling Away", por J . M . Sjodahl, Salt</p><p>Lake City, 1913 . .</p><p>190</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>acompanhava ; os ministros do Evangelho assumiam a posição</p><p>de dignitários seculares ; os bispos ostentavam a pompa de</p><p>príncipes, os arcebispos viviam como reis e os papas como im-</p><p>peradores. Com estas inovações se introduziram várias modifi-</p><p>cações nas cerimônias da assim chamada Igreja ; foram perver-</p><p>tidos os ritos do batismo; alterou-se o sacramento da Santa</p><p>Ceia ; a adoração pública se transformou numa exibição de ar-</p><p>te ; canonizaram homens; converteram os mártires em objeto de</p><p>adoração e a blasfêmia aumentou rapidamente, pois homens</p><p>sem autoridade tentaram exercer as prerrogativas de Deus . Sé-</p><p>culos de trevas envolveram a terra ; o poder de Satanás parecia</p><p>ser quase supremo.</p><p>Para uma consideração especial da evidência de uma apos-</p><p>tasia geral da Igreja de Cristo, o estudioso deverá consultar au-</p><p>toridades em matéria de história eclesiástica . Apesar de poucos</p><p>desses escritores admitirem o fato da apostasia, os aconteci-</p><p>mentos históricos que eles anotam nos revelam a terrível verda-</p><p>de . Desde os dias dos apóstolos até fins do século dez pode-se</p><p>perceber uma alteração na forma de organização da Igreja, a</p><p>qual nos últimos tempos nada de parecido tinha com a Igreja</p><p>que o Salvador estabeleceu. Alguns historiadores admitem esta</p><p>decadência que, como veremos em breve, foi definitivamente</p><p>anunciada por profecias autorizadas.</p><p>John Wesley, fundador de uma influente seita, declarou</p><p>que os dons distintivos do Espírito Santo já não estavam com a</p><p>Igreja, pois haviam sido tirados por não serem dignos deles os</p><p>que professavam ser cristãos, a quem caracterizou como pagãos</p><p>que nada mais tinham além duma forma morta de adoração .'s</p><p>Na Homília Contra o Perigo da Idolatria da Igreja da Inglaterra,</p><p>lemos o seguinte : "De maneira que leigos e clero, doutos e in-</p><p>doutos, todas as idades, seitas e classes de homens, mulheres e</p><p>crianças de toda a cristandade — o que é terrível e horroroso de</p><p>se pensar — se fundiram ao mesmo tempo numa idolatria abo-</p><p>minável, de todos os vícios, o mais detestado por Deus e o mais</p><p>condenável para o homem ; e isso pelo espaço de oitocentos</p><p>15, Veja Obras de John Wesley, torno 7, pp . 26, 27 .</p><p>A IGREJA E SEU PLANO DE ORGANIZAÇÃO</p><p>191</p><p>anos e mais" . O Livro das Homilias data de meados do século</p><p>XVI : e nele oficialmente se afirma que a assim chamada Igreja e</p><p>todo o mundo religioso haviam estado numa condição de apos-</p><p>tasia completa durante oito séculos ou mais, antes do estabele-</p><p>cimento da Igreja da Inglaterra . 16</p><p>Esta Grande Apostasia foi Predita — O conhecimento prévio</p><p>de Deus revelou, desde o princípio, este desvio da verdade ; e os</p><p>profetas da antigüidade, com inspiração, pronunciaram sole-</p><p>nes admoestações quanto aos perigos que se aproximavam.</p><p>Isaías viu esta época de escuridão espiritual, quando declarou:</p><p>"Na verdade a terra está contaminada por causa de seus mora-</p><p>dores ; porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos e</p><p>quebram a aliança eterna ." 17 Causam profunda impressão as</p><p>palavras do Senhor, ditas pela boca de Jeremias : "Porque meu</p><p>povo fez duas maldades : a mim me deixaram, o manancial de á-</p><p>guas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm</p><p>as águas ." 18</p><p>As profecias dos apóstolos, relativas aos falsos profetas que</p><p>em pouco tempo afligiriam o rebanho nos mostram que naquela</p><p>época remota a apostasia se aproximava com rapidez . Paulo</p><p>aconselhou os santos de Tessalônica a que não se deixassem en-</p><p>ganar por aqueles que então anunciavam que a segunda vinda</p><p>de Cristo estava próxima. "Porque", declarou o apóstolo, "não</p><p>será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o ho -</p><p>mem do pecado, o fiho da perdição . O qual se opõe e se levanta</p><p>contra tudo o que se chama Deus ou se adora ; de sorte que se</p><p>assentará como Deus, no templo de Deus, querendo parecer</p><p>Deus" . 19 Este afastamento havia-se iniciado mesmo nos dias</p><p>dos apóstolos : "também agora muitos se têm feito anticris-</p><p>tos . "20 Paulo, dirigindo-se aos gálatas, disse : "Há alguns que vos</p><p>inquietam e querem transformar o Evangelho de Cristo . "21</p><p>Não menos conclusivas são as profecias que o Livro de</p><p>Mórmon contém, referentes a essa grande apostasia. Néfi, o f1-</p><p>16, Veja "Philosophical Basis of Mormonism", sec . 7, e "A Grande Apostasia", cap . 10,</p><p>pelo autor . 17, Isa . 24:5 . 18, Jer . 2 :13 . 19, 2 Tess . 2 :3,4 . 20, 1, João 2 :18 ; veja tam-</p><p>bém 2. Ped . 2 :1-3 : Jud . 17, 18 . 21, Gál . 1 :7 ; também Atos 20:29,30 ; 1 Tim . 4:1-3 ; e Tim.</p><p>4 :1-4 ; veja "A Grande Apostasia", cap . 2 .</p><p>192</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>lho de_ Léhi, predisse a opressão dos índios das Américas sob os</p><p>gentios, e declarou que nesse tempo o povo se encheria de or-</p><p>gulho, afastando-se das ordenanças da casa de Deus ; que edifi-</p><p>cariam muitas igrejas, porém nelas pregariam sua própria sabe-</p><p>doria entre inveja, contendas e malícia, negando o poder e os</p><p>milagres de Deus. 22</p><p>A Restauração da Igreja — Pelos fatos já expostos é evidente</p><p>que a Igreja foi literalmente expulsada terra : Nos primeiros dez</p><p>séculos posteriores ao ministério de Cristo-perdeu-se dentre os</p><p>homens a autoridade do Santo Sacerdócio, e nenhum poder hu-</p><p>mano pôde restaurá-la. Mas o Senhor, em Sua misericórdia,</p><p>cuidou do restabelecimento de Sua Igreja nos últimos dias, pela</p><p>última vez ; e os profetas dos tempos antigos previram esta épo-</p><p>ca de novo esclarecimento e, com vozes alegres, cantaram a sua</p><p>vinda . 23 O Senhor realizou esta restauração por intermédio do</p><p>Profeta . Joseph Sm'ith que, juntamente com Oliver Cowdery, re-</p><p>cebeu o Sacerdócio de Aarão em 1829, das mãos de João Batis-</p><p>ta, e mais tarde o Sacerdócio de Melquisedeque, das mãos dos</p><p>apóstolos dos dias antigos, Pedro, Tiago e João . Por esta auto-</p><p>ridade, que desse modo se conferiu, a Igreja de novo foi organi-</p><p>zada em toda a sua perfeição anterior, e o gênero humano uma</p><p>vez mais desfruta os inestimáveis privilégios dos conselhos de</p><p>Deus. Os Santos dos Últimos Dias afirmam ter a verdadeira or-</p><p>ganização da Igreja, igual em todos os seus pontos essenciais</p><p>à organização que Cristo efetuou entre os judeus. Este povo dos</p><p>últimos dias professa ter o Sacerdócio do Todo-Poderoso e po-</p><p>der de agir em nome de Deus, o poder que se respeita tanto nos</p><p>céus como na terra.</p><p>PLANO DE GOVERNO NA IGREJA RESTAURADA</p><p>Ordens e Ofícios do Sacerdócio 24 — A Igreja de Jesus</p><p>Cristo . dos Santos dos Últimos Dias reconhece duas ordens de</p><p>22, Veja 2 Néfi 26 :19-22 ; veja também 27:1 ; 28 :3,6 ; 29 :3 ; 1 Néfi 13 :5 ; 22 :22,23 .</p><p>23, Veja</p><p>Dan . 2 :44,45 ; 7 :27 ; Mat . 24 :14 ; Apo . 14 :6-8 .</p><p>24, Veja D. & C . sec . 107 .</p><p>A IGREJA E SEU PLANO DE ORGANIZAÇÃO 193</p><p>Sacerdócio : O menor, que é chamado Aarônico, e o maior, co-</p><p>nhecido como a ordem de Melquisedeque.</p><p>O Sacerdócio Aarônico leva o nome de Aarão, que foi dado</p><p>a Moisés para ser como seu porta-voz e para agir sob sua dire-</p><p>ção, a fim de levar a efeito os propósitos do Senhor para</p><p>com Israel . 23 Por esta razão algumas vezes é chamado o Sacer-</p><p>dócio Menor ; mas, apesar de menor, não é pequeno nem insig-</p><p>nificante . Enquanto Israel viajava pelo deserto, Aarão e seus fi-</p><p>lhos foram chamados por profecia e nomeados para os deveres</p><p>do ofício de sacerdote 26</p><p>Mais tarde o Senhor escolheu a tribo de Levi para ajudar</p><p>Aarão nas funções sacerdotais e o dever especial dos levitas foi</p><p>o de guardar os instrumentos e se encarregar</p><p>e a rápida realização de</p><p>outras profecias antigas, e entregue em suas mãos para tradu-</p><p>ção e publicação entre todas as nações, tribos e línguas uma his-</p><p>tória, contendo em parte "a plenitude do evangelho eterno"</p><p>17 . Veja o apêndice 1 : .</p><p>18 . Veia o apêndice 1 :8 .</p><p>26</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>como o Salvador o entregou aos antigos habitantes do conti-</p><p>nente ocidental . Cumpriu-se ainda nas visitas de seres ressusci-</p><p>tados que haviam agido como portadores do Santo Sacerdócio</p><p>durante sua existência mortal, sacerdócio que compreendia a</p><p>autoridade e designação divina para pregar o evangelho e admi-</p><p>nistrar as suas ordenanças . O restante das palavras proféticas de</p><p>João, relativas ao chamamento autorizado ao arrependimento e</p><p>à execução dos juízos de Deus, como preparatórios para as ce-</p><p>nas dos últimos dias, estão hoje tendo um cumprimento rápido</p><p>e literal.</p><p>Malaquias predisse a vinda de Elias, o profeta 19 , especial-</p><p>mente comissionado com poder para iniciar o trabalho de coo-</p><p>peração entre os pais e os filhos, anunciando que esta . missão</p><p>era uma preliminar essencial do "dia grande e terrível do Se-</p><p>nhor ." 20 O anjo Morôni confirmou a verdade e o significado</p><p>desta profecia com uma reiteração enfática, como já foi expli-</p><p>cado . Joseph Smith e seu companheiro de ministério, Oliver</p><p>Cowdery, testificam solenemente terem sido visitados pelo pro-</p><p>feta Elias no templo de Kirtland, Estado de Ohio, no dia 3 de</p><p>abril de 1836 . Nessa ocasião o antigo vidente declarou ao profe-</p><p>ta dos últimos dias que havia chegado o dia anunciado por Ma-</p><p>laquias: "Portanto," continuou ele, "as chaves desta dispensa-</p><p>ção são postas em vossas mãos ; e por isto podereis saber que o</p><p>grande e terrível dia do Senhor está perto, sim, às portas " . 21</p><p>Tem sido explicado que a natureza particular da união dos pais</p><p>aos filhos, união que Morôni, Malaquias e Elias, o Profeta, tan-</p><p>to frisaram, compreende ordenanças vicárias, tais como o batis-</p><p>mo pelos mortos que passaram por esta terra sem o conheci-</p><p>mento do evangelho ou sem oportunidade para cumprir as suas</p><p>leis e ordenanças . A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últi-</p><p>mos Dias é a única entre todas as Igrejas que professam o cris-</p><p>tianismo que ensina e pratica essa doutrina.</p><p>As escrituras antigas contêm grande quantidade de profe-</p><p>cias que se referem à restauração de Israel nos últimos dias e à</p><p>19, Apoc . 14:6 .7 : Veja o apéndice 1 :9 .</p><p>20, Mal . 4 :5, 6 .</p><p>21, D. & C . 110:13-16.</p><p>JOSEPH SMITH, O PROFETA</p><p>27</p><p>reunião do povo dentre todas as nações e terras, às quais foram</p><p>conduzidos ou forçados como punição por suas rebeliões ."</p><p>Tanta importância e destaque tem recebido esta obra de reu-</p><p>nião, nas profecias da antigüidade, que desde a época do êxodo</p><p>de Israel os últimos dias têm sido caracterizados nas antigas es-</p><p>crituras como uma dispensação de reunião . Esta volta das tri-</p><p>bos, de sua grande e extensa dispersão, é um passo preliminar</p><p>para o estabelecimento do anunciado reino de justiça sobre a</p><p>terra, com Cristo como Senhor e Rei ; e sua realização constitui</p><p>um dos precursores do Milênio . Jerusalém deve ser restabeleci-</p><p>da como a cidade do Grande Rei no hemisfério oriental ; as tri-</p><p>bos perdidas voltarão de seu desterro no norte e a maldição se-</p><p>rá tirada de Israel.</p><p>Desde os primeiros dias de seu ministério, Joseph Smith</p><p>ensinou que a doutrina da coligação era um dos deveres atuais</p><p>da Igreja, e esta fase do trabalho dos Santos dos Últimos Dias é</p><p>uma de suas características . Joseph Smith e Oliver Cowdery</p><p>afirmam que a incumbência para efetuar esta obra foi conferida</p><p>à Igreja, através deles, por Moisés, que recebeu a autoridade de</p><p>líder de Israel na dispensação conhecida expressamente como</p><p>mosaica . Quanto às manifestações que presenciaram no templo</p><p>de Kirtland, a 3 de abril de 1836, testificaram do seguinte modo:</p><p>"Moisés apareceu diante de nós e nos conferiu as chaves para</p><p>juntar Israel dos quatro cantos da terra e para guiar as dez tri-</p><p>bos, das terras do norte ." 23 Quanto à sinceridade com que foi</p><p>empreendido esse trabalho e o progresso regular que tem logra-</p><p>do, consideremos as centenas de milhares dos da família de Is-</p><p>rael que se reuniram nos vales das Montanhas Rochosas, ao re-</p><p>dor dos templos do Senhor agora estabelecidos ; e ouçamos o</p><p>salmo das hostes de Israel entre as nações, cantado ao compas-</p><p>so de obras efetivas : "Vinde, subamos ao monte da casa do Se-</p><p>nhor e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus ca-</p><p>minhos e nós andemos pelas suas veredas ; porque de Sião sairá</p><p>a lei e a palavra do Senhor de Jerusalém ." 24</p><p>Os Santos dos Últimos Dias afirmam que a publicação do</p><p>22 . Veja caps. 17 e 18 desta obra .</p><p>23, D . & C . 110 ;11</p><p>24, Miq . 4 :2 .</p><p>28</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>Livro de Mórmon é um cumprimento patente das profecias ."</p><p>Anunciando a humilhação de Israel, a quem havia sido conferi-</p><p>do o poder do Sacerdócio em dias anteriores, Isaías proferiu a</p><p>palavra do Senhor desta maneira : "Então serás abatida, falarás</p><p>de debaixo da terra e a tua fala desde o pó sairá fraca e será a</p><p>tua voz debaixo da terra como a de um feiticeiro, e a tua fala as-</p><p>sobiará desde o pó" 26 O Livro de Mórmon é na realidade a voz</p><p>de um povo humilhado que fala desde o pó, e eis que literal-</p><p>mente o livro saiu da terra . As placas constituem a história de</p><p>um pequeno grupo da casa de Israel, uma parte da família de</p><p>José, que foi conduzido por um poder milagroso ao continente</p><p>ocidental, seis séculos antes da era cristã.</p><p>Do relato de José e seu aparecimento como testemunho</p><p>paralelo ao de Judá, ou da Bíblia em parte, o Senhor falou estas</p><p>palavras pela boca do profeta Ezequiel : "Tu, pois, ó filho do ho-</p><p>mem, toma um pedaço de madeira e escreve nele : Por Judá e</p><p>pelos filhos de Israel, seus companheiros ; e toma outro pedaço</p><p>de madeira, e escreve nele : Por José, vara de Efraim, e por toda</p><p>a casa de Israel, seus companheiros . E junta um ao outro, para</p><p>que se unam e se tornem um só na tua mão . E quando te fala-</p><p>rem os filhos do teu povo, dizendo: Não nos declararás o que</p><p>significam estas coisas? Tu lhes dirás : Assim diz o Senhor Jeová:</p><p>Eis que Eu tomarei a vara de José, que esteve na mão de</p><p>Efraim, e as das tribos de Israel suas companheiras, e as ajunta-</p><p>rei à vara de Judá, e farei delas uma só vara, e elas se farão uma</p><p>só na Minha mão .' Os versículos seguintes declaram que ao tes-</p><p>temunho unido dos anais de Judá e José se seguiria a coligação</p><p>e restauração de Israel . As duas histórias estão diante do mun-</p><p>do, unidas em seu testemunho do evangelho sempiterno, e a</p><p>obra de congregação se processa eficazmente.</p><p>Segundo as Escrituras, é também evidente que a dispensa-</p><p>ção do evangelho nos últimos dias será uma dispensação de res-</p><p>tauração e restituição, uma verdadeira "dispensação da pleni-</p><p>tude dos tempos" . Paulo declara que é a vontade do Senhor</p><p>25, Veja os capítulos 14 e 15 desta obra .</p><p>26, Isaías 29 :4 ; ver também 2 Néfi</p><p>Ezeq . 37 :16-19 .</p><p>JOSEPH SMITH, O PROFETA</p><p>29</p><p>"congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da pleni-</p><p>tude dos tempos, tanto as que estão nos céus como na terra ." 2</p><p>Esta profecia é semelhante a uma das declarações do profeta</p><p>Nefi : "Portanto, todas as coisas que foram reveladas aos filhos</p><p>dos homens serão reveladas nesse dia" .' E concorda com isto o</p><p>que Pedro ensina: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para</p><p>que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tem-</p><p>pos do refrigério pela presença do Senhor . E envie ele a Jesus</p><p>Cristo que já dantes vos foi pregado . O qual convém que o céu</p><p>contenha, até os tempos da restauração de tudo, dos quais Deus</p><p>falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princí-</p><p>pio . "4</p><p>Agora surge Joseph Smith, declarando que a ele foi dada</p><p>autoridade para - iniciar esta dispensação da plenitude, restitui-</p><p>ção e restauração ; e que através dele a Igreja foi investida de</p><p>todas as chaves e poderes do Sacerdócio, possuídos e exercidos</p><p>em tempos anteriores . A esta Igreja "e dado o poder deste sa-</p><p>cerdócio, para os últimos dias e pela última vez, dias nos quais</p><p>se encerra a</p><p>dispensação da plenitude dos tempos . Poder este</p><p>que vós tendes juntamente com todos aqueles que receberam</p><p>uma dispensação em qualquer tempo, desde o princípio da cria-</p><p>ção ."` A posse efetiva destes poderes combinados e unidos fica</p><p>suficientemente demonstrada na obra extensiva da Igreja em</p><p>seu ministério atual.</p><p>2 . A Autoridade de Joseph Smith foi-lhe conferida pelo mi-</p><p>nistério direto de seres celestiais, que em determinada ocasião</p><p>exerceram o mesmo poder sobre a terra . Já dissemos que o anjo</p><p>Morõni, que era antigamente um profeta mortal entre os nefi-</p><p>tas . transmitiu a Joseph a tarefa de trazer à luz o registro que</p><p>ele. Morõni, enterrara havia mais de 1 .400 anos . Vemos ainda</p><p>que a 15 de maio de 1829 foi conferido a Joseph Smith e a Oli-</p><p>ver Con'.derv o sacerdócio menor, ou aarõnico, por João Batis-</p><p>ta,' que veio em seu estado imortal com essa ordem particular</p><p>do Sacerdócio, a qual compreende as chaves das ministrações</p><p>2 . Flésios 19 . 10</p><p>3, 2 Néfi 30 :18 .</p><p>4 . Atos 3'.19-21 .</p><p>5, D . & C . 112 :30. 32 .</p><p>6, D . & C.</p><p>sec . 13 .</p><p>30</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>dos anjos, a doutrina do arrependimento e do batismo para a re-</p><p>. missão de pecados . Foi o mesmo João que, como a voz do que</p><p>clama no deserto, havia pregado a mesma doutrina e adminis-</p><p>trado a mesma ordenança na Judéia, como precursor imediato</p><p>do Messias . Quando comunicou sua mensagem, João Batista</p><p>disse que agia sob a direção de Pedro, Tiago e João, apóstolos</p><p>do Senhor, em cujas mãos estavam as chaves do Sacerdócio</p><p>maior, ou de Melquisedeque, que com o tempo também seria</p><p>conferido. Cumpriu-se esta promessa aproximadamente um</p><p>mês depois, quando os mencionados apóstolos visitaram em</p><p>pessoa Joseph Smith e Oliver Cowdery e lhes conferiram o</p><p>apostolado,' que compreende todos os cargos de uma ordem</p><p>maior do Sacerdócio e tem a autoridade para ministrar todas as</p><p>ordenanças estabelecidas pelo evangelho.</p><p>Algum tempo depois de haver sido devidamente organiza-</p><p>da a Igreja, outorgou-se-lhe a comissão para certas funções es-</p><p>peciais, sendo o mensageiro outorgante, em cada caso, aquele a</p><p>quem correspondia o direito de nele oficiar, em virtude da au-</p><p>toridade que havia tido enquanto na carne . De modo que,</p><p>como já foi dito, Moisés conferiu a autoridade para prosseguir a</p><p>obra de coligação ; e Elias, o Profeta que não passou pela morte,</p><p>conservando assim uma relação peculiar tanto com os vivos</p><p>como com os mortos, conferiu o comissionamento do ministé-</p><p>rio vicário pelos mortos . A estes comissionamentos divinos foi</p><p>acrescentado o .comissionamento outorgado por Elias, que apa-</p><p>receu a Joseph Smith e a Oliver Cowdery e "entregou a dispen-</p><p>sação do evangelho de Abraão," dizendo que neles e em sua se-</p><p>mente seriam abençoadas todas as gerações subseqüentes,</p><p>como fora dito do patriarca mencionado e de seus descenden-</p><p>tes em dias antigos .'</p><p>Claro é, então, que as afirmações da Igreja quanto a sua</p><p>autoridade são completas e consistentes, no que se refere à fon-</p><p>te dos poderes alegados e aos canais por cujo intermédio foram</p><p>trazidos novamente à terra . As escrituras e as revelações, tanto</p><p>antigas como modernas, apóiam como lei inalterável o princí-</p><p>7, D. & C. 27 ;12 .</p><p>8, D . & C . 110 :12 .</p><p>JOSEPH SMITH, O PROFETA</p><p>31</p><p>pio de que ninguém pode delegar a outrem uma autoridade que</p><p>não possui.</p><p>3 . Um Verdadeiro Profeta — Nos dias da Israel antiga</p><p>foi prescrito um método eficaz para pôr à prova as declara-</p><p>ções dos que diziam ser profetas . "Quando o tal profeta falar</p><p>em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir e nem suce-</p><p>der assim, esta é palavra que o . Senhor não falou ; com sober-</p><p>ba falou o tal proteta ; não tenhas temor dele ." 9 Mas, ao contrá-</p><p>rio, se se verificam as palavras do profeta, cumprindo-se, há</p><p>pelo menos uma prova presuntiva de seu chamamento divino.</p><p>Das muitas profecias de Joseph Smith que já foram cumpridas</p><p>ou que aguardam um tempo determinado para sua realização</p><p>bastarão uns poucos exemplos.</p><p>Uma das primeiras profecias feitas por seu intermédio,</p><p>que, não obstante não ser uma declaração sua, mas do anjo Mo-</p><p>rôni, foi anunciada ao mundo por Joseph Smith, referia-se dire-</p><p>tamente ao Livro de Mórmon, acerca do qual o anjo disse : "O</p><p>conhecimento que esta história contém irá a toda nação, e tri-</p><p>bo, e língua, e povo, sob todos os céus" . 10</p><p>Esta declaração foi feita quatro anos antes de ser iniciado o</p><p>trabalho de tradução e quatorze anos antes de os élderes da</p><p>Igreja iniciarem seu trabalho em países estrangeiros . Desde</p><p>aquela ocasião, o Livro de Mórmon foi publicado em muitos</p><p>idiomas e o trabalho de distribuí-lo por todo o mundo ainda se</p><p>está processando.</p><p>Em agosto de 1842, quando os santos estavam sofrendo</p><p>perseguições em Illinois e quando a parte ocidental do que hoje</p><p>são os Estados Unidos da América era pouco conhecida, e so-</p><p>mente como território estrangeiro, Joseph Smith profetizou</p><p>"que os santos continuariam sofrendo muita aflição e que se-</p><p>riam expulsos para as Montanhas Rochosas" e que enquanto</p><p>muitos apostatariam entre os que então professavam lealdade à</p><p>Igreja, outros, fiéis a seu testemunho, padeceriam o martírio;</p><p>alguns viveriam para "ajudar a estabelecer colônias e edificar</p><p>9, Deut . 18 :21, 22 .</p><p>10, "Times and Seasons", vol . 2, mim . 13 .</p><p>32</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>cidades e ver os santos chegarem a ser um povo poderoso entre</p><p>as Montanhas Rochosas .' O cumprimento literal desta profe-</p><p>cia feita em 1842 que, pode-se acrescentar, havia sido precedi-</p><p>da por uma profecia anterior em 1831, 12 uma cinco e a outra de-</p><p>zesseis anos antes da migração da Igreja para o oeste, consta da</p><p>tão comum história da colonização e desenvolvimento daquela</p><p>região, inacessível em outros tempos . Até os incrédulos e os ini-</p><p>migos declarados da Igreja proclamam este milagre do estabe-</p><p>lecimento de uma grande comunidade nos vales das Montanhas</p><p>Rochosas.</p><p>A 25 de dezembro de 1832, Joseph Smith pronunciou uma</p><p>notável predição relativa aos assuntos da nação . Pouco depois</p><p>foi promulgada entre os membros da Igreja e pregada pelos él-</p><p>deres, mas não foi impressa até 1851 ." A revelação diz em par-</p><p>te : "Na verdade, assim diz o Senhor concernente às guerras que</p><p>logo virão, a começar pela rebelião de Carolina do Sul, que fi-</p><p>nalmente terminará com a morte e sofrimento de muitas almas:</p><p>E tempo virá em que guerras se esparramarão sobre todas as</p><p>nações, a começar desse lugar . Pois eis que os Estados do Sul se</p><p>dividirão contra os Estados do Norte e aqueles pedirão auxilio a</p><p>outras nações, mesmo à Grã-Bretanha, e acontecerá, depois de</p><p>muitos dias, que os escravos se levantarão contra seus senhores,</p><p>os quais estarão organizados e disciplinados para a guerra ."</p><p>Todos os que estudaram a história dos Estados Unidos fa-</p><p>miliarizaram-se com os fatos que comprovam o cumprimento</p><p>total desta assombrosa profecia . Em 1861, mais de 28 anos após</p><p>ter sido registrada a profecia anterior, e dez anos após sua publi-</p><p>cação na Inglaterra, irrompeu a guerra civil, originando-se na</p><p>Carolina do Sul . As espantosas estatísticas dessa luta fratricida</p><p>apóiam tristemente a predição concernente "à morte e sofri-</p><p>mento de muitas almas," apesar de isto constituir apenas um</p><p>cumprimento parcial . É fato conhecido que os escravos do Sul</p><p>desertaram e foram mobilizados pelos exércitos do Norte e que</p><p>os Confederados solicitaram o auxílio da Grã-Bretanha . Apesar</p><p>de nenhuma aliança manifesta ter sido feita entre os estados do</p><p>I, "Historv of the Church", vol . 5, p . 85 ; "Millenial Star", vol . 19, p . 530 .	12, D . & C.</p><p>49.24. 25 .</p><p>13, Veja P . de G . V ., Edição Britânica de 1851 c "Millenial Star'', vol . 49 . p.</p><p>396 . A profecia é agora parte de D . & C . sec . 87 .</p><p>JOSEPH SMITH, O PROFETA</p><p>33</p><p>Sul e o governo inglês, a influência britânica ajudou indireta-</p><p>mente o Sul e infundiu importante estímulo, a tal ponto que deu</p><p>lugar a sérias complicações internacionais, Para auxiliar a con-</p><p>federação construíram-se e equiparam-se navios nos portos bri-</p><p>tânicos . Esta violação das leis de neutralidade custou à Grã-</p><p>Bretanha quinze milhões e meio de dólares, soma</p><p>que foi cedi-</p><p>da aos Estados Unidos na arbitragem de Genebra, ao decidirem</p><p>sobre as exigências de Alabama. A Confederação dos Estados</p><p>do Sul nomeou ministros para a Grã-Bretanha e França, os</p><p>quais foram presos pelos oficiais dos Estados Unidos num barco</p><p>inglês em que haviam embarcado . Este ato, que o governo dos</p><p>Estados Unidos teve que reconhecer como hostil, ameaçou por</p><p>algum tempo precipitar guerra entre essa nação e a Grã-</p><p>Bretanha.</p><p>Um estudo cuidadoso da revelação e profecia feita sobre a</p><p>guerra, como já foi dito, por intermédio do Profeta Joseph</p><p>Smith, a 25 de dezembro de 1832, esclarece que o conflito entre</p><p>o Norte e o Sul na América deveria ser, como agora sabemos</p><p>que foi, apenas o princípio de uma nova era de contendas e der-</p><p>ramamento de sangue . As palavras do Senhor foram precisas</p><p>quando profetizaram guerras "A começar pela rebelião do Es-</p><p>tado de Carolina do Sul", e acrescentou: "e tempo virá em que</p><p>guerras se esparramarão sobre todas as nações, a começar des-</p><p>se lugar ." A grande guerra de 1914-1918 envolveu, direta ou in-</p><p>diretamente, toda nação da terra; e a recuperação dos efeitos</p><p>daquele tremendo conflito está além do horizonte da visão hu-</p><p>mana . Muitas nações foram desmembradas e destruídas ; tronos</p><p>caíram, coroas reais perderam todo o seu valor, além do preço</p><p>que podem alcançar no mercado como ouro e pedras ; e ao mes-</p><p>mo tempo têm-se levantado novos governos e nações, nascendo</p><p>de um dia para o outro . Os próprios elementos estão enfureci-</p><p>dos e o que nós chamamos de fenômenos naturais estão sobre-</p><p>pujando toda a destruição que o homem tem feito, e ainda não</p><p>chegou o seu fim . A palavra do Senhor, dada mediante Seu pro-</p><p>feta Joseph Smith, jamais foi revogada: "E assim, com a espada</p><p>e o derramamento de sangue, os habitantes da terra lamenta-</p><p>rão : e com fome, praga e terremoto e também com o trovão do</p><p>céu, e violento e vívido relâmpago, os habitantes da terra senti-</p><p>34</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>rão a ira, a indignação e a mão castigadora de um Deus Todo-</p><p>Poderoso, até que a consumação decretada ponha fim comple-</p><p>to a todas as nações ." 10</p><p>A revelação mencionada, feita por intermédio de Joseph</p><p>Smith, contém outras profecias, algumas das quais ainda estão</p><p>por se realizar . A evidência apresentada basta para demonstrar</p><p>que Joseph Smith se destaca entre os homens pelo fato de que</p><p>por seu intermédio foram cumpridas as profecias dos represen-</p><p>tantes do Senhor nos dias antigos e que seu lugar como profeta</p><p>está amplamente justificado . Porém, a investidura da profecia,</p><p>tão ricamente conferida a este Elaias dos últimos tempos, tão li-</p><p>beral e acertadamente por ele exercida, não é mais que um dos</p><p>muitos dons espirituais que distinguem a ele e a um grande nú-</p><p>mero de outros que receberam o Sacerdócio por seu intermé-</p><p>dio . As escrituras declaram que certos sinais acompanharão a</p><p>Igreja de Jesus Cristo, entre eles o dom de línguas e curas, pro-</p><p>teção quando a morte ameaça e o poder para dominar os espíri-</p><p>tos imundos ." O exercício destes poderes, do qual resulta o que</p><p>ordinariamente chamamos milagres, de modo nenhum é prova</p><p>infalível de autoridade divina, pois alguns profetas verdadeiros,</p><p>até onde faz constar a história, não realizaram tais maravilhas, e</p><p>tem-se ouvido falar de homens que efetuaram milagres, instiga-</p><p>dos por espíritos imundos . 1ó Não obstante, é característica es-</p><p>sencial da Igreja o ter o poder que se mostra na execução de mi-</p><p>lagres e quando se levam a cabo estas coisas para cumprir fins</p><p>santos, servem como evidência confirmatória de uma autorida-</p><p>de divina . Por conseguinte, podemos esperar encontrar no mi-</p><p>nistério de Joseph Smith, e na Igreja em geral, a verificação de</p><p>milagres comprovados que compreendam manifestações de to-</p><p>dos os dons prometidos pelo Espírito ."</p><p>4. As Doutrinas que Joseph Smith Ensinou e que a Igreja</p><p>atualmente ensina são verdadeiras e conformes com as escritu-</p><p>ras . Para apoiar esta afirmação devemos examinar os ensina-</p><p>mentos principais da Igreja em ordem separada.</p><p>14, D . & C . 87 :6 .</p><p>15. Marcos 16 :16-18 ; Lucas 10:19 etc . ; D . & C . 84 :65-72 .</p><p>16, Ex . 7:11-22 ; 8 :7,18 . Apoc . 13 :13-15 ; 16 :13, 14 .</p><p>17, Veja o capítulo 12 desta obra .</p><p>Capítulo 2</p><p>DEUS E A SANTISSIMA TRINDADE</p><p>Regra 1 — Cremos em Deus, o Pai Eterno, e em seu Filho Jesus</p><p>Cristo, e no Espírito Santo.</p><p>A Existência de Deus — Tendo em vista que a fé em Deus</p><p>constitui a base da crença e da prática religiosa, e como um co-</p><p>nhecimento dos atributos e caráter de Deus é essencial para o</p><p>exercício inteligente da fé, este assunto exige o primeiro lugar</p><p>em nosso estudo das doutrinas da Igreja.</p><p>A existência de Deus dificilmente poderá ser discutida ra-</p><p>cionalmente e nem requer provas por parte da débil demonstra-</p><p>ção da lógica do homem, porque a família humana admite o</p><p>fato quase sem discutir, e a consciência de estar sujeito a um</p><p>poder supremo é um atributo inato do gênero humano . As anti-</p><p>gas escrituras não se dedicam a uma demonstração elementar</p><p>da existência de Deus e nem a ataques contra os sofismas do</p><p>ateísmo: e por esse fato podemos supor que os males da dúvida</p><p>se desenvolveram em período posterior . Esse assentimento uni-</p><p>versal do gênero humano a respeito da existência de Deus é,</p><p>pelo menos, fortemente corroborativo . Existe dentro da nature-</p><p>za humana uma paixão filial que se eleva aos céus . Toda nação,</p><p>toda tribo, todo indivíduo, anseia por um objeto de adoração . É</p><p>natural que o homem adore ; sua alma não se sente satisfeita até</p><p>que encontre uma divindade . Quando, devido à transgressão, os</p><p>homens caíram em trevas a respeito do Deus verdadeiro e vi-</p><p>vente, buscaram outras divindades e assim nasceram as abomi-</p><p>nações da idolatria . E, não obstante, até as mais repugnantes</p><p>destas práticas testificam da existência de um Deus, demons-</p><p>trando a paixão hereditária do homem pela adoração .</p><p>36</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>A evidência sobre a qual o gênero humano busca sua con-</p><p>vicção no tocante à existência de um Ser Supremo' pode ser</p><p>classificada, a fim de facilitar sua consideração, dentro das três</p><p>divisões seguintes:</p><p>1. A evidência da história e a tradição.</p><p>2. A evidência que oferece o exercício da razão humana.</p><p>3. A evidência conclusiva da revelação direta de Deus.</p><p>1 . História e Tradição — A história escrita pelo homem, as-</p><p>sim como a tradição autêntica, transmitida de geração em gera-</p><p>ção, antes de qualquer crônica escrita que hoje existe, eviden-</p><p>ciam a realidade da existência de Deus e as relações íntimas e</p><p>pessoais entre Deus e o homem durante as primeiras épocas da</p><p>existência humana. Um dos documentos mais antigos que se co-</p><p>nhece, a Bíblia, diz que Deus é Criador de todas as coisas' e de-</p><p>clara além disso que Ele se revelou aos nossos primeiros pais</p><p>terrestres assim como a muitas outras pessoas santas nos pri-</p><p>meiros dias do mundo . Adão e Eva ouviram Sua voz 3 no Jardim</p><p>e mesmo depois de sua transgressão continuaram invocando a</p><p>Deus e oferecendo-Lhe sacrifícios . É patente, pois, que do Jar-</p><p>dim trouxeram consigo um conhecimento pessoal de Deus . De-</p><p>pois de sua expulsão, "ouviram a voz do Senhor na direção do</p><p>Jardim do Éden", apesar de O não terem visto ; e Ele lhes deu</p><p>mandamentos a que obedeceram . Um anjo visitou então Adão</p><p>e o Espírito Santo inspirou-o e deu-lhe testemunho do Pai e do</p><p>Filho .°</p><p>Caim e Abel souberam da existência de Deus tanto pelos</p><p>ensinamentos de seus pais como por manifestações pessoais.</p><p>Depois de ter sido aceita a oferenda de Abel e recusada a de</p><p>Caim, seguiu-se o crime de fratricídio ; o Senhor falou com</p><p>Cairo e ele Lhe respondeu.' Por conseguinte, Caim deve ter le-</p><p>1, Veja o péndice 2 :1 . 1 . .2, Veja (ién ., cap . 1 : P . de G . V . Moisés . cap . 2 : Abrahào, cap. 4.</p><p>3, Veja Gén . 3 :8 : P . de G . V ., Moisés 4 :14 . 4, Moisés 5 :6-9,</p><p>5, Gén . 4 :9-16, veja também</p><p>P . de G . V . . Moisés 5 .22_26, 4-40 .</p><p>DEUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE</p><p>37</p><p>vado um conhecimento pessoal de Deus, do Éden, para a terra</p><p>onde foi habitar .' Adão viveu novecentos e trinta anos e teve</p><p>muitos filhos . Ensinou-os a temer a Deus e muitos deles</p><p>recebe-</p><p>ram manifestações diretas . Sete, Enos, Cainã, Maalalel, Jarede,</p><p>Enoque, Matusalém e Lameque, o pai de Noé, cada um repre-</p><p>sentando uma geração diferente, viveram no tempo de Adão.</p><p>Noé nasceu apenas 126 anos depois da morte de Adão e, além</p><p>disso, viveu quase seiscentos anos com seu pai Lameque, que sem</p><p>dúvida, lhe ensinou as tradições relativas às manifestações pes-</p><p>soais de Deus que ele havia ouvido dos lábios de Adão . Por in-</p><p>termédio de Noé e de sua família, transmitiu-se o conhecimento</p><p>de Deus por tradição direta, depois do dilúvio ; e, além disso,</p><p>Noé comunicou-se diretamente com Deus' e viveu para instruir</p><p>dez gerações de seus descendentes. Seguiu-se então Abraão,</p><p>que também gozou de comunicação pessoal com Deus', e de-</p><p>pois dele Isaque e Jacó ou Israel, entre cujos descendentes o</p><p>Senhor, por intermédio de Moisés, efetuou grandes maravilhas.</p><p>De maneira que, mesmo que não tivessem existido registros es-</p><p>critos, a tradição teria preservado e transmitido o conhecimen-</p><p>to de Deus.</p><p>Mas mesmo que com o tempo tivesse perdido seu brilho o</p><p>relato das primeiras comunicações pessoais entre o homem e</p><p>Deus, diminuindo, por conseguinte, o seu efeito, elas só dariam</p><p>lugar a outras tradições baseadas em posteriores manifestações</p><p>da personalidade divina. O Senhor deu-se a conhecer a Moisés,</p><p>não somente por trás da cortina de fogo e da coberta de nu-</p><p>vens,9 mas também numa manifestação face a face na qual o</p><p>homem viu "a semelhança" de seu Deus . 10 Esta comunicação</p><p>direta entre Deus e Moisés, em parte da qual se concedeu que</p><p>o povo participasse" até onde sua fé e pureza permitiam, tem</p><p>sido preservada por Israel em todas as gerações . As tradições</p><p>da existência de Deus estenderam-se de Israel por todo o mun-</p><p>do, tanto assim que encontramos evidências deste antigo co-</p><p>nhecimento até nas mitologias pervertidas das nações pagãs.</p><p>6, Veja Gén . 4:16 ; P . de G . V ., Moisés 5:41 .</p><p>7, Gén . 6 :13 ; 7 :1-4 ; 8 :15-17 ; 9 :1-17 . 8, Gén.</p><p>cap. 12 ; P . de G . V ., Abraháo 1 :16-19 ; 2 :6-12, 19, 22-24 ; 3 :3-10, 12-21, 23 .</p><p>9, Êxodo 3 :4;</p><p>19 :18 ; Núm . 12 :5 .</p><p>10, Núm . 12 :8 ; P . de G . V ., Moisés 1 :1, 2, 11, 31 .</p><p>11, Êxodo 19:9, 11,</p><p>17-20 .</p><p>38</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>2. A Razão Humana, cujo funcionamento se baseia na ob-</p><p>servação da natureza, declara energicamente a existência de</p><p>Deus . A mente, já imbuída das verdades históricas da existência</p><p>divina e sua íntima relação com o homem, encontrará evidência</p><p>confirmatória na natureza, por todos os lados ; e mesmo aquele</p><p>que recusa o testemunho do passado, e pretende demonstrar</p><p>que seus próprios ditames são superiores à crença comum das</p><p>idades, é atraído pela enorme variedade de evidências em favor</p><p>do sistema que existe na natureza . Impressionam o observador</p><p>a ordem e o sistema manifestados na criação, com a sucessão</p><p>regular do dia e da noite, que provê períodos alternados de tra-</p><p>balho e repouso para os homens, animais e plantas ; a ordem re-</p><p>gular das estações, cada qual com seus períodos maiores de ati-</p><p>vidade e recuperação ; a dependência mútua dos animais e das</p><p>plantas : a circulação da água — do mar às nuvens e das nuvens</p><p>outra'vez à terra — com seu efeito benéfico . Ao proceder o- ho-</p><p>mem um exame mais detalhado das coisas descobre que pelo</p><p>estudo e pela investigação científica estas provas se multiplicam</p><p>muitas vezes, e descobre as leis por meio das quais a terra e os</p><p>mundos que a rodeiam são governados em suas órbitas ; me-</p><p>diante as quais os satélites ficam sujeitos aos planetas e os pla-</p><p>netas aos sóis ; pode contemplar as maravilhas da anatomia ve-</p><p>getal e animal, o notável mecanismo de seu próprio corpo ; e,</p><p>com tais apelos à sua razão aumentando a cada passo, sua admi-</p><p>ração pelo que ordenou tudo isto dá lugar à adoração do Cria-</p><p>dor, cuja presença e poder são tão energicamente proclamados,</p><p>e o observador se torna adorador.</p><p>Acha-se presente em toda a natureza a lei de causa e efei-</p><p>to ; por todos os lados vê-se a demonstração de meios adaptados</p><p>para um fim . Porém, tais adaptações, diz Um cuidadoso escri-</p><p>tor, "indicam um plano que tende a um certo fim, e um plano é</p><p>indicação de inteligência ; inteligência é atributo de uma mente</p><p>e a mente inteligente que criou o grandioso universo é Deus".</p><p>Admitir a existência de um criador, diante da evidência da or-</p><p>dem, dizer que deve haver um realizador num mundo de realiza-</p><p>ções inteligentes, crer num adaptador quando a vida do homem</p><p>DEUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE</p><p>39</p><p>depende diretamente das mais perfeitas adaptações concebí-</p><p>veis, nada mais é do que aceitar verdades patentes . Dificulda-</p><p>des encontra aquele que põe em dúvida a solene verdade ide</p><p>que Deus vive, quando se atira à tarefa de prová-lo, "Porque</p><p>toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as</p><p>coisas é Deus" . 12 Não obstante a clareza das verdades assim ex-</p><p>pressas, há entre os homens alguns que duvidam da existência</p><p>da razão e negam o autor de seu próprio ser . Parece estranho</p><p>que aqui e ali haja alguém que no engenho demonstrado pela</p><p>formiga na construção de sua casa, na arquitetura do favo de</p><p>mel, e nos inumeráveis exemplos do instinto ordenado entre os</p><p>menores seres viventes, veja uma demonstração de inteligência</p><p>que pode servir de lição de sabedoria e conhecimento ao ho-</p><p>mem e com tudo isso duvide que haja uma inteligência funcio-</p><p>nando na criação dos mundos e na constituição do universo ."</p><p>A parte consciente do homem lhe fala de sua própria exis-</p><p>tência ; sua observação comprova a existência de outros de sua</p><p>espécie e de ordens inumeráveis de seres organizados . Disso de-</p><p>duzimos, em conseqüência, que sempre deve ter existido algu-</p><p>ma coisa, porque se tivesse havido um tempo em que nada exis-</p><p>tisse, um período em que nada houvesse, a existência jamais po-</p><p>deria ter principiado, porque do nada, nada se deriva . A exis-</p><p>tência eterna de alguma coisa é um fato indiscutível ; e a per-</p><p>gunta que exige resposta é : o que é esse algo eterno? Essa exis-</p><p>tência que não tem princípio e nem fim? Matéria e energia são</p><p>realidades eternas ; porém a matéria por si só não é vital nem</p><p>ativa, nem é a força em si mesma inteligente ; não obstante, vita-</p><p>lidade e atividade são característicos de coisas viventes e os</p><p>efeitos da inteligência estão universalmente presentes . A natu-</p><p>reza não é Deus, e confundir um com o outro seria o mesmo</p><p>que dizer que o edifício é o arquiteto, que o tecido é o tecelão,</p><p>o mármore o escultor e o objeto o poder que o fez . O sistema da</p><p>natureza é a manifestação de uma ordem que evidencia uma in-</p><p>teligência diretora e essa inteligência é de caráter eterno, sendo</p><p>co-eterna com a própria existência . A própria natureza é uma</p><p>12, Heb . 3 :4.</p><p>13, Veja o apêndice 2 :4 .</p><p>40</p><p>REGRAS DE FÉ</p><p>declaração de um Ser Superior, cuja vontade e propósito ela</p><p>manifesta em seus aspectos variados . Mas além dos limites da</p><p>natureza, e superior a ela, encontra-se o Deus da natureza.</p><p>Enquanto a existência é eterna — e por conseguinte o ser</p><p>nunca teve princípio e jamais terá fim — todo grau de organiza-</p><p>ção, num sentido relativo, deve ter tido um princípio e para</p><p>toda fase de existência manifestada em cada uma das inumerá-</p><p>veis ordens de coisas criadas houve um primeiro e haverá um</p><p>último, apesar de cada fim ou consumação na natureza nada</p><p>mais ser que outro princípio . Assim, a engenhosidade do ho-</p><p>mem inventou teorias para ilustrar, senão para explicar, uma</p><p>sucessão possível de acontecimentos por meio dos quais a terra</p><p>progrediu de uma condição de caos até o seu atual estado habi-</p><p>tável; mas, segundo essas hipóteses, este globo foi em certo</p><p>tempo uma esfera estéril sobre a qual nenhuma das inumeráveis</p><p>formas de vida que hoje a ocupam podia ter existido . Por conse-</p><p>guinte, o que teoriza tem que admitir o princípio da vida sobre a</p><p>terra e este princípio só se explica supondo-se algum ato cria-</p><p>dor, geração espontânea ou contribuição de fora da terra . Se se</p><p>admite a introdução da vida sobre a terra de alguma outra esfe-</p><p>ra mais antiga, nada mais se faz que estender os limites de inves-</p><p>tigação sobre o princípio</p>

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