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GUIA DE ESTUDO
UNIDADE II
Fundamentos da Administração
1
UNIDADE 2
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
DA ABORDAGEM CLÁSSICA À TEORIA COMPORTAMENTAL DA 
ADMINISTRAÇÃO
PALAVRAS DO PROFESSOR
Olá! Chegamos à segunda unidade! Na unidade anterior, você aprendeu os conceitos de organi-
zação e Administração, incluindo as funções administrativas (ou o processo administrativo), bem 
como as habilidades e características dos administradores do século XXI. Lembra? Se não estiver 
com este conteúdo afiado, sugiro que realize uma leitura atenta da segunda unidade do seu livro-
-texto (páginas 15 à 45), onde constam detalhadas as características principais de todas essas 
teorias! 
Orientações da Disciplina
Nesta segunda unidade, você irá acompanhar a evolução do pensamento 
administrativo ou das teorias da Administração, a partir do início do século 
passado com a Abordagem Clássica (Administração Científica de Taylor e Teoria 
Clássica de Fayol), seguindo com a Escola das Relações Humanas, a Escola 
Neoclássica (Administração por objetivos), Abordagem Estruturalista (teorias da 
Burocracia e Estruturalista) até a Teoria Comportamental.
ABORDAGEM CLÁSSICA: TAYLOR E FAYOL
Com a leitura do seu livro-texto, você pode constatar que os principais expoentes da Abordagem 
Clássica da Administração são: o norte-americano Frederick Taylor e sua Administração Científica 
(primeira década do século XX); e o francês Henri Fayol e sua Teoria Clássica (segunda década do 
século XX). 
Taylor deu ênfase às tarefas, procurando melhorar a eficiência e a produtividade dos operários 
das fábricas no início do século passado, enquanto Fayol enfatizou a estrutura organizacional. Ele 
abordou as funções e os princípios gerais da Administração, além de vê-la como uma profissão 
que poderia ser ensinada. Por isso, agradeça a Fayol o fato de estar estudando hoje esta Ciência. 
2
Veja o vídeo!
Assista ao vídeo (7 minutos e 45 segundos de duração) indicado na página 19 do 
seu livro-texto. Ele traz uma rápida passagem sobre os antecedentes históricos 
da Administração, culminando com um pequeno trecho do clássico filme “Tem-
pos modernos” de Charles Chaplin, onde são explicados princípios defendidos 
por Taylor e Fayol em suas respectivas teorias. 
Para Refletir 
Você acha que esses princípios de Taylor e Fayol, apesar de seus pressupostos 
motivacionais simplistas, ainda podem ser utilizados pelas organizações atuais?
A Administração Científica de Taylor
Frederick W. Taylor
Fonte: http://faculty.virginia.edu/hius341/images/people/fwt1.jpg
Em 1911, Frederick W. Taylor publicou o livro “Princípios da Administração Científica” (The Principles 
of Scientific Management) cuja proposta principal era a aplicação de métodos científicos ao invés 
de empirismo na busca pela máxima eficiência organizacional o que acarretaria consequentemente 
em grande elevação da produtividade. 
Você deve ter visto em seu livro-texto que Tayor enfatizou, dentre outras coisas, o estudo das 
tarefas, a seleção e o treinamento dos operários, para determinar o famoso “the best way” ou 
“o melhor caminho” na tradução literal para o nosso português, que seria a forma mais eficiente 
e produtiva de se realizar uma determinada tarefa, seja o carregamento de algum material ou a 
montagem de alguma peça. 
???
https://www.youtube.com/watch?v=sgPhJEz8drE
http://faculty.virginia.edu/hius341/images/people/fwt1.jpg
3
Imagine-se no início do século passado, trabalhando como operário em uma fábrica americana. 
Obviamente o ambiente e as condições de trabalho estavam bem distantes das atuais. Na época 
não existiam alguns dos nossos direitos trabalhistas e as tarefas realizadas eram muito mais sim-
ples do que as realizadas nas modernas fábricas atuais, nas quais os operários, muitas vezes, são 
muito qualificados e operam máquinas com tecnologia bastante avançada. 
Taylor virou sinônimo de eficiência ao aplicar seu “método científico” no “chão das fábricas” (ní-
vel operacional) de sua época. Ele ainda instituiu o sistema de pagamento por produção, ou seja, 
ajustando a recompensa ao desempenho do operário. Portanto, quem trabalhava mais, ganharia 
mais.
Como você deve ter notado, Taylor teve muitos admiradores, mas também muitos críticos. Uns 
diziam que seu método era revolucionário, pois elevava consideravelmente a produtividade das 
fábricas, e ao mesmo tempo aumentava os salários dos operários. Já outros diziam que esse tipo 
de “sistema” só beneficiava os patrões ou empresários (donos das fábricas), pois os trabalhado-
res eram explorados e vistos meramente como parte ou peça de uma engrenagem ou máquina, 
que seria a fábrica. 
O fato é que Taylor contribuiu para o desenvolvimento da Ciência da Administração. Sendo 
considerado por muitos autores como sendo o “Pai da Administração Moderna”. Ele teve muitos 
seguidores. Um dos mais famosos da época foi Henri Ford, fundador da Ford veículos, empresa 
americana que ainda hoje está no mercado. 
 
Para Pesquisar
Se você se interessou pelo método adotado por Taylor ou deseja maiores 
informações sobre esse autor, pode encontrar facilmente uma grande quantidade 
de artigos e vídeos sobre ele na internet. Cito aqui o vídeo “TAYLOR - Administração 
científica”, que tem a duração de 9 minutos e 30 segundos, no link.
Indico também alguns livros, como “Princípios da Administração Científica” - 
editora Atlas e “O que é Taylorismo” - editora Brasiliense (Coleção Primeiros 
Passos) autores: Luzia Margareth Rago e Eduardo F. P. Moreira. Além do seu livro 
texto.
 
A seguir, trataremos de um autor/teórico praticamente da mesma época de Taylor, o francês Henri 
Fayol e sua teoria Clássica.
https://www.youtube.com/watch?v=FL7vrj8bPJs
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A Teoria Clássica de Fayol
Henri Fayol
Em 1916, Henri Fayol publicou o livro “Administração geral e industrial”, obra que está dividida 
em duas partes: na primeira, ressalta a importância do estudo da Administração e, na segunda, 
aborda os princípios e elementos dessa nossa ciência. 
A sua Teoria Clássica também recebe os nomes de Teoria Anatômica por abordar a estrutura or-
ganizacional, ao contrário de Taylor que enfatizou apenas o nível operacional das fábricas; e de 
Gestão Administrativa, por externar as funções da administração, na época, descritos por Fayol 
como sendo: planejar, organizar, comandar, controlar e coordenar. 
De 1888 a 1918, Fayol trabalhou em uma indústria de mineração de carvão e aço, a Compagni Co-
menantry Four Chambault et Decazeville, onde desenvolveu toda a sua carreira. Nessa empresa, 
ele começou como engenheiro e terminou como diretor, por isso, por ter galgado funções impor-
tantes em uma mesma organização e chegar ao nível máximo (estratégico), ele pôde ter uma visão 
mais ampla, do “todo organizacional”. Podemos dizer que ele via a empresa de cima para baixo.
Você deve ter visto ao ler o seu livro-texto que Fayol ofereceu prescrições administrativas uni-
versais, ou seja, os princípios que ele defendeu poderiam ser aplicados em quaisquer tipos de 
organizações. Hoje, sabemos que devemos qualificar esses princípios com base em fatores am-
bientais, tecnológicos e de pessoal. Mas, naquela época, tanto Fayol quanto Taylor não trataram 
diretamente de questões relacionadas às variáveis ambientais, ou seja, suas teorias são chama-
das teorias de “sistema fechado”, por não levarem em conta o ambiente externo à organização. 
http://1.bp.blogspot.com/-997rvjh3-xY/TpwtXgM8kVI/AAAAAAAAAIo/HGqiQOoQ-bI/s200/image020.jpg
5
Para Pesquisar
Se desejar ter maiores informações sobre Fayol, além das que viu em seu li-
vro-texto e neste guia de estudos, você pode encontrar facilmente uma grande 
quantidade de artigos e vídeos sobre ele na internet, assim como em livros de 
introdução à Administração ou de Teoria Geral da Administração. Veja alguns 
exemplos:
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a teoria geral da administração. 7. ed. 
rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geralda administração: da revo-
lução urbana à revolução digital. 6. ed., rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2008.
ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de; AMBONI, Nério. Teoria geral da adminis-
tração: das origens às perspectivas contemporâneas. São Paulo: M. Books 
do Brasil, 2007.
Você pode estar se perguntando: o Taylor enfatizou as tarefas, o Fayol a estrutura e as pessoas? 
Mas quando, de fato, as pessoas passaram a ser enfatizadas?
Bem a primeira teoria que começou a tratar do que podemos chamar de “lado humano das organi-
zações” foi a teoria das Relações Humanas que veremos a seguir. 
A ABORDAGEM HUMANÍSTICA
Elton Mayo
Em seu livro-texto (pág. 29), consta um breve relato sobre a experiência de Hawthorne, pesquisa 
realizada por Elton Mayo de 1927 a 1932 e que trouxe importantes constatações para o estudo das 
teorias administrativas. Dentre elas a relevância da chamada “organização informal”, composta 
pelos grupos informais, ou seja, pelas pessoas que continuamente interagem dentro das organi-
http://3.bp.blogspot.com/-JQG3Fkv8P_4/VRHAYt2qt_I/AAAAAAAAAAU/4CWOvwo60_U/s1600/Elton%2BMayo%2B5.jpg
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zações. Ou em outros termos, a produtividade e o comportamento são influenciados pelo grupo 
de trabalho informal.
Essa experiência de Hawthorne visava entender como os processos psicológicos e sociais intera-
gem com a situação de trabalho, afetando o desempenho do trabalhador. Dentre os seus princi-
pais resultados consta o famoso “efeito Hawthorne”, de acordo com o qual os operários alteravam 
reações e desempenho em função de estarem sendo observados pelos pesquisadores.
Com a escola das relações humanas surgiu a concepção do homem social, substituindo a do 
homem econômico da Abordagem Clássica (Taylor e Fayol), cuja motivação estava atrelada mera-
mente ao salário, e dizia que os administradores deveriam enfatizar primeiramente o bem-estar, 
a motivação e a comunicação dos empregados, uma vez que, as necessidades sociais, como os 
sentimentos de ser aceito e de ser reconhecido pelo grupo, prevaleciam sobre as necessidades 
econômicas. 
A escola das Relações Humanas introduziu os estudos sobre a motivação humana nas teorias 
administrativas, no entanto, ignorou o lado racional dos trabalhadores e a contribuição das or-
ganizações formais para a produtividade. Além disso, pesquisas posteriores contrariaram a sua 
prescrição simplista de que trabalhador feliz é sempre mais produtivo.
Para Refletir
Segundo a Abordagem humanística, os processos psicológicos e sociais 
influenciam o desempenho do trabalhador. Você concorda?
Bom, você já deve ter percebido que, na realidade, cada uma dessas teorias trouxe novas ideias, 
complementando as anteriormente existentes e levando ao enriquecimento do conhecimento ad-
ministrativo. 
A seguir falaremos sobre a Escola Neoclássica e sua Administração por objetivos. 
A ABORDAGEM NEOCLÁSSICA
Ao ler sobre essa Abordagem em seu livro-texto, você deve ter percebido que ela ratificou alguns 
dos pressupostos da Abordagem Clássica, como, por exemplo, o conceito de eficiência e a impor-
tância do processo administrativo (funções da Administração). 
No entanto essa teoria foi além ao ressaltar a importância do alcance dos objetivos organizacio-
nais (conceito de eficácia), através da chamada Administração por Objetivos, tema este que foi 
título do livro do famoso autor e pensador da Administração Peter Druker, publicado em 1954. 
7
Você sabia?
Você sabia que Peter Druker é considerado por muitos como sendo o “Guru da 
Administração”? Saiba mais sobre ele no link. 
Portanto, caro aluno, a Abordagem Neoclássica deu ênfase à prática da Administração e aos seus 
princípios gerais, reafirmando os postulados clássicos, como aqueles deixados por Henri Fayol, 
você se lembra?
Esta abordagem, enquanto um movimento ocorrido nos Estados Unidos da América na década de 
1950, também abordou a chamada especialização horizontal ou departamentalização, que é uma 
característica típica de grandes organizações ou corporações. E é diretamente relacionada ao 
tamanho e à complexidade das operações da organização. 
Você deve estar se perguntando, e quais seriam os tipos de departamentalização?
Bem, os principais tipos são:
•	 Por funções (ex: departamento de produção, de vendas).
•	 Por produtos ou serviços (ex: produto ou serviço do tipo X, Y, Z).
•	 Por localização geográfica (ex: Recife, São Paulo).
•	 Por clientes (ex: adulto, infantil, masculino, feminino).
•	 Por fases do processo (ex: influência da tecnologia, comum na indústria).
•	 Por Projetos (ex: estaleiros, grandes fábricas).
Portanto, a Abordagem Neoclássica e sua principal decorrência, a Administração por objetivos, 
também conhecida como Administração por resultados, auxiliaram muitas organizações a terem 
um desempenho superior no mercado.
A seguir, trataremos da Abordagem Estruturalista, mais especificamente das teorias da Burocra-
cia e estruturalista.
Vamos em frente!
ABORDAGEM ESTRUTURALISTA: TEORIAS DA BUROCRACIA E ESTRUTURALISTA 
A Abordagem Estruturalista, de acordo com o seu livro-texto e por uma questão didática, será 
dividida em dois momentos: a teoria da Burocracia e, em seguida a teoria Estruturalista.
???
http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Drucker
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A Teoria da Burocracia
 
Max Weber
Essa teoria, do sociólogo alemão Max Weber só foi traduzida para o inglês e passou a ser de-
senvolvida na Administração no final da década de 1940, exatamente 20 anos após a sua morte.
Se você ainda não conhecia essa teoria, deve ter ficado surpreso ao ler em seu livro-texto, que o 
seu objetivo é a eficiência. Portanto, a ideia de ineficiência da qual a palavra burocracia tornou-
-se sinônima com o passar dos anos deve-se a disfunções do modelo weberiano, que propunha 
justamente o contrário.
Para Refletir 
Será que essa teoria ainda se aplica às organizações contemporâneas? O que 
você acha? 
Vejamos, ratificando o que consta em seu livro-texto, na obra Introdução à Teoria Geral da 
Administração publicada pela editora Elsevier em 2003, o autor Idalberto Chiavenato descreve 
como sendo as principais características da teoria da Burocracia: o caráter legal de todas as suas 
normas; o mesmo caráter formal para o caso das comunicações; a questão da impessoalidade no 
relacionamento; a tradicional divisão do trabalho; a hierarquização de autoridade; o estabeleci-
mento de rotinas e procedimentos; a ênfase na competência técnica e mérito; a especialização 
da administração; a profissionalização; e, finalmente, a previsibilidade do funcionamento de todo 
esse modelo ou sistema.
Para facilitar ainda mais a sua compreensão, eis algumas definições dessas características com 
base na supracitada obra: 
a) Divisão de trabalho, isto é, desmembramento das atividades em tarefas simples, propor-
cionando a especialização.
b) Hierarquia de autoridade, ou seja, as posições são organizadas de forma hierárquica (ca-
deia de comando). Cada posição tem responsabilidades e deveres específicos.
c) Profissionalismo, isto é, os funcionários têm atribuições oficiais, fixas e ordenadas por 
???
http://www.miluzinha.com/wp-content/uploads/2014/10/max-weber.jpg
9
meio de regras, leis ou disposições do regulamento;
d) Registros escritos, pois organizações burocráticas mantêm registros, elaborados para 
detalhamento das transações da organização. Busca-se a padronização das atividades.
e) Impessoalidade, ou seja, as regras e os procedimentos são aplicados de modo uniforme, 
imparcial e impessoal. 
E aí? Você já formou a sua opinião? Este modelo burocrático proposto por Max Weber pode ser 
aplicado nas empresas hoje?
Como você pode ver muitos problemas atribuídos à burocracia são na verdade, disfunções do 
modelo proposto por Weber, pois a teoria possui vantagens, dentre elas:
•	 Aumenta a capacidade de racionalidade organizacional, principalmente no que se refere 
ao alcance de seus objetivos.
•	 Dota de maior confiabilidade, precisão e rapidez os processos organizacionais, visto 
que estesse tornam padronizados e todos os operários conhecem exatamente todas as 
suas etapas. As decisões programadas são tomadas automaticamente pelos canais pré-
-estabelecidos, já que todos já sabem claramente o que irão fazer.
•	 E também não pode ser esquecida a questão da meritocracia, pois, na Burocracia preva-
lece o mérito, ou seja, um determinado cargo só será ocupado por uma pessoa que dis-
ponha das qualificações e competências necessárias para tanto. No modelo weberiano 
não há lugar para apadrinhamentos.
Você deve estar se perguntando: E em relação às disfunções? Quais seriam as principais?
Podemos listar como disfunções principais: os excessos de formalismo e de papelório; o apego de-
masiado à hierarquia, a resistência a mudanças e desestímulo à inovação, e os problemas quando 
do tratamento com clientes, visto que, você deve saber que não se pode falar em tratamento 
personalizado com o modelo burocrático.
Certamente, você concluiu que a teoria da Burocracia de Max Weber trouxe muitas contribuições 
para a Administração e, dadas as devida adequações no sentido de promover correções em suas 
disfunções, ainda é e será utilizada pelas organizações contemporâneas. 
A seguir, será abordada a teoria Estruturalista, sendo esta a primeira teoria a considerar o am-
biente externo e seus fatores como horizonte de análise das organizações.
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A Teoria Estruturalista
 
Amitai Etzioni
Você também deve ficar atento ao fato de a Teoria Estruturalista, do sociólogo norte-americano 
Amitai Etzioni, na década de 1950, ter enfatizado ao mesmo tempo: a estrutura, as pessoas e, 
pela primeira vez, o ambiente. Até então, as teorias não vinham considerando as influências do 
ambiente externo. Por isso, podemos dizer que a teoria Estruturalista foi uma espécie de embrião 
da Abordagem Sistêmica (assunto a ser estudado na terceira unidade).
Essa teoria também recebeu o nome de abordagem múltipla, justamente por ter estudado as 
organizações através de uma análise organizacional muito mais abrangente do que as teorias 
anteriores.
A abordagem múltipla envolve:
•	 A organização formal e a informal.
•	 Recompensas salariais, materiais, sociais e simbólicas.
•	 Os diferentes níveis hierárquicos. 
•	 Os diferentes tipos de organização.
•	 As análises intra e interorganizacional.
Portanto, essa abordagem múltipla e/ou globalizante engloba tanto a organização formal quanto 
a informal, relacionando as organizações com o seu ambiente externo, que é a sociedade das or-
ganizações caracterizada pela interdependência. Surge então a figura do homem organizacional, 
ou seja, aquele que desempenha papéis em diferentes organizações.
Na sequência, você estudará a Abordagem Comportamental (surgida a partir da década de 50), 
finalizando esta unidade.
A ABORDAGEM COMPORTAMENTAL
Quando se fala em Abordagem Comportamental, você deve dar especial atenção às seguintes 
teorias: a da Hierarquia das necessidades de Maslow, a teoria dos dois fatores de Herzberg e 
http://elliott.gwu.edu/sites/elliott.gwu.edu/files/image/faculty/etzioni-amitai.jpg
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as Teorias X e Y de McGregor, por serem estas as mais comumente tratadas quando se estuda a 
Abordagem Comportamental. Vamos a elas!
Teoria das necessidades de Maslow
Abraham Maslow
Você deve ter lido em seu livro-texto que de acordo com esta teoria, também conhecida como a 
Pirâmide de Maslow, nossas necessidades estão dispostas em cinco níveis: as necessidades fi-
siológicas (são as básicas ou elementares, como alimentação, por exemplo), as de segurança (ter 
um emprego com carteira assinada, por exemplo), as sociais (aceitação e participação em grupos 
sociais), as de estima (ou status, relacionadas ao reconhecimento pelo trabalho desempenhado) e 
as de autorrealização (nível mais elevado, e que variam de pessoa para pessoa). 
Fonte
 
http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/images/stories/Imagens/Abraham%20Maslow%201.jpg
http://4.bp.blogspot.com/-HiDsOKNQgrE/TePJsLBX9-I/AAAAAAAAABw/4gYDw1rQ7ec/s1600/A-hierarquia-de-necessidades-de-Maslow.bmp
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Você sabia? 
Você sabia que segundo esta teoria, dentro de cada um de nós existe uma hierarquia 
de necessidades. À medida que cada conjunto de necessidades é atendido, o 
próximo torna-se dominante. É preciso saber em que nível da hierarquia a pessoa 
se encontra para focar a satisfação neste nível ou no imediatamente superior.
A lógica desse modelo teórico é bastante simples e pode ser resumida da seguinte forma: as ne-
cessidades de nível baixo são satisfeitas quase sempre por fatores externos, tais como: remune-
ração, acordos sindicais e permanência no emprego. As necessidades de nível alto são satisfeitas 
internamente (dentro de cada pessoa). 
Saiba mais sobre a Pirâmide de Maslow no Link. 
Teoria dos Dois fatores de Herzberg
 
Frederick Herzberg
A Teoria dos Dois Fatores de Herzberg relaciona a motivação humana a fatores externos ou higiê-
nicos e internos ou motivacionais. 
Essa teoria procurou responder à seguinte questão: o que as pessoas desejam de seu trabalho?
Em busca de respostas para essa indagação, Herzberg concluiu que os momentos em que as pes-
soas se sentem bem com o trabalho são diferentes dos momentos em que se sentem mal e que 
as características da satisfação com o trabalho estão relacionadas com fatores intrínsecos ou 
internos ao indivíduo (trabalho em si, a responsabilidade e a realização). Já a insatisfação está 
relacionada com os fatores extrínsecos ou externos ao indivíduo (supervisão, remuneração, as 
políticas da empresa e as condições de trabalho).
???
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow
http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/images/stories/Imagens/Frederick%20Herzberg%202.jpg
13
Para Herzberg, o oposto da satisfação não é a insatisfação, uma vez que a eliminação das carac-
terísticas de insatisfação não torna o trabalho satisfatório.
Portanto, segundo este teórico, o oposto da satisfação é a não-satisfação e da insatisfação é 
não-insatisfação, haja vista que os fatores ou variáveis que levam à satisfação são diferentes e 
separados dos que levam à insatisfação.
E aí? Você ficou um pouco confuso ao ler o parágrafo anterior? 
Tentaremos explicar melhor. Vamos lá! 
Se os fatores ditos higiênicos, relacionados, por exemplo, à política da empresa, administração, 
supervisão e remuneração, os quais estão diretamente relacionados aos níveis inferiores da pirâ-
mide de Maslow, isto é, necessidades fisiológicas e de segurança estiverem adequadas, os fun-
cionários não ficarão insatisfeitos. No entanto, para que eles obtenham satisfação, outros fatores 
precisaram ser considerados, isto é, os fatores internos ou intrínsecos, os quais se relacionam 
com os níveis mais altos da hierarquia das necessidades de Maslow (necessidades sociais, de 
estima e de autorrealização).
Deve ter ficado claro para você que há uma grande relação entre a teoria da Hierarquia das ne-
cessidades de Maslow e a teoria dos Dois fatores de Herzberg. E também que motivação humana 
é uma temática relativamente complexa, por envolver diferentes variáveis ou fatores, os quais 
variam de indivíduo para indivíduo. 
Teorias X e Y de McGregor
Douglas McGregor
Há ainda as Teorias X e Y de McGregor. Sendo que a teoria X representa o modelo de gestão au-
toritária e a Y o modelo participativo. São, portanto, duas visões distintas do ser humano.
Segundo a Teoria X, os funcionários não gostam de trabalho, por isso precisam ser coagidos, con-
trolados ou ameaçados com punições, do contrário não atingirão
http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/images/stories/Imagens/Douglas%20McGregor%201.jpg
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as metas estabelecidas. Ainda segundo essa teoria, os funcionários evitam responsabilidades e 
buscam orientação formal; colocam a segurança acima de todos os fatores associados ao trabalho 
e mostram pouca ou nenhuma ambição.
Já a Teoria Y diz exatamente o contrário. Segundo ela, o trabalho é visto com naturalidade; as 
pessoas demonstrarão auto-orientaçãoe autocontrole se estiverem comprometidas com os obje-
tivos; as pessoas podem aprender a aceitar ou até buscar a responsabilidade; a capacidade de 
tomar decisões inovadoras pode estar em qualquer pessoa.
Para Refletir
E aí? Em qual dos dois perfis você se encaixa? No da Teoria X? Ou no da Teoria Y?
Alguns críticos dizem que há, da parte de McGregor, uma forte tendência em 
exaltar a Teoria Y em detrimento da Teoria X. Por essa razão, diz-se que a Teoria 
X também é conhecida como negativa e a Teoria Y é conhecida como sendo 
positiva.
Essas teorias que você acaba de estudar: de Maslow, Herzberg e McGregor vêm recebendo críti-
cas, ao longo do tempo e, por vezes, têm sua validade questionada. No entanto, o que você deve 
ter em mente é que elas trouxeram à tona a relevância dos estudos sobre motivação para a ciência 
da Administração. 
Ainda na unidade 2 do seu livro-texto, há outros exemplos de teorias que tratam dessa temática 
(motivação humana), cabe dar uma olhada nessas exemplificações. 
Aqui, tratamos apenas das teorias de Maslow, Herzberg e McGregor, porque essas são as tra-
dicionalmente mais estudadas dentro da Abordagem Comportamental e, por essa razão, nesta 
disciplina, restringimos nossos estudos a elas.
Bom, como você está se saindo após estudar tantas teorias? 
Para que você relaxe um pouco e ao mesmo tempo relembre de uma forma menos formal o conteú-
do estudado, dê uma olhada no texto a seguir, onde o professor Alexsandro Bilar, da Universidade 
Federal Rural de Pernambuco, fez uso de sua criatividade e em formato de literatura de cordel 
descreveu as características das principais teorias administrativas. O título do texto (ou do cordel) 
é “A peleja do estudante de Administração”, editado pela Editora da UFRPE e está disponível para 
download no link.
???
http://www.editora.ufrpe.br/node/59
15
I - O que é e de onde veio essa tal Administração?
 
 
Professor, eu estou confuso.
Preciso de uma explicação.
Para que serve? Onde uso
Essa tal Administração?
Caro aluno, não se preocupe.
Eu vou tentar explicar.
Tenha calma e, por favor, escute.
Atenção no que eu vou falar.
A Administração é coisa antiga,
Data do começo das sociedades.
Mas, permita que eu lhe diga
Algumas de suas verdades.
Vou encurtando a história,
Para não falar de um tempo imemorial.
Tomemos como parte introdutória: 
A famosa Revolução Industrial.
Adam Smith em seu livro: A riqueza das nações,
Trouxe, para esta Ciência, grandes 
contribuições.
Os efeitos da divisão do trabalho, nessa obra, 
ele ressaltou.
Em uma fábrica de alfinetes, o seu uso 
verificou.
Aí veio o Taylor e a sua Administração 
científica. 
Tornou-se referência, pois todo bom princípio 
fica. 
Enfatizou: as tarefas realizadas no nível 
operacional;
A eficiência e o trabalho organizado de forma 
racional.
E o bom e velho Fayol? Devemos sempre suas 
lições relembrar. 
Pois, a Administração ele ajudou a conceituar.
Em cinco funções conseguiu essa ciência 
sintetizar:
Planejar, organizar, dirigir, controlar e 
coordenar.
E do alemão Max Weber, você já ouviu falar?
Sua Teoria da Burocracia foi um marco 
exemplar.
Tinha como intuitos: racionalizar, organizar e 
controlar.
A estrutura organizacional desejava 
profissionalizar. 
 
As ideias de Weber, nesse seu modelo padrão,
Buscavam agilizar todos os processos da 
organização.
Pena que houve excessos e, bastante disfunção,
O que, erroneamente, tornou a burocracia: 
sinônimo de lentidão.
Depois, veio o Elton Mayo, médico e 
pesquisador.
A famosa experiência de Hawthorne ele 
coordenou.
O estudo do lado humano da empresa com ele 
começou. 
Para produzir, as pessoas precisam de atenção, 
ele constatou.
Havia um algo a mais que recebeu o nome de 
motivação.
Compreendê-la, para vários autores, tornou-se 
missão.
Citam-se: Maslow, Herzberg, McGregor e 
muito mais.
Todos esses são os famosos teóricos 
comportamentais.
O estruturalismo surgiu com uma visão mais 
global;
Foi o embrião das teorias: sistêmica e 
contingencial;
As quais vieram em seguida, nesse mundo 
organizacional Depois, vieram: a reengenharia 
e a qualidade total.
16
Depois desse divertido e instrutivo texto poético, continue com seus estudos! 
Lembre-se de responder a atividade avaliativa e o fórum, referentes a esta unidade. Além de te 
dar embasamento para realizar uma excelente prova, não esqueça que eles representam 40% da 
nota! Também não deixe de assistir ao vídeo que busca contextualizar esses assuntos através da 
apresentação de exemplos práticos, típico do dia a dia do mundo corporativo. 
E não esqueça! Entre sempre em contato com o seu tutor, para que ele possa tirar todas as suas 
dúvidas referentes ao conteúdo! Conte com ele!
Na nossa próxima unidade (a terceira), você vai conhecer a Abordagem sistêmica e a teoria ou 
enfoque contingencial, assim como algumas novas abordagens da Administração, mais especifi-
camente a Gestão da Qualidade Total e a Reengenharia. 
Espero que você esteja gostando do formato escolhido para esta disciplina e que os conteúdos 
propostos estejam sendo devidamente assimilados.
Aguardo você na próxima unidade! Até lá!

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