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<p>República Velha</p><p>Política do Governadores</p><p>“[...] Campos Sales concebeu um arranjo conhecido como política dos</p><p>governadores. Seus objetivos podem ser assim resumidos: reduzir ao máximo</p><p>as disputas políticas no âmbito e cada Estado, prestigiando os grupos mais</p><p>fortes; chegar a um acordo básico entre a União e os Estados; pôr fim à</p><p>hostilidade existente entre Executivo e Legislativo, domesticando a escolha dos</p><p>deputados. O governo central sustentaria assim os grupos dominantes nos</p><p>Estados, enquanto estes, em troca, apoiariam a política do presidente da</p><p>República. Para ajustar a Câmara dos Deputados a esses fins, processou-se</p><p>uma pequena mas importante modificação em seu regimento. [...] vale a pena</p><p>conhece-la, entre outras coisas por ser um exemplo vivo de como se manipulava</p><p>a representação popular.” (FAUSTO, 1994, p. 222 – 223)</p><p>O contexto histórico e o parágrafo nos apontam que, apesar de o Brasil</p><p>se encontrar num período político de República, o governo era exercido por uma</p><p>oligarquia, daí o nome República Oligárquica. A Política dos Governadores foi,</p><p>resumidamente, um acordo de apoio mútuo entre presidente da república e os</p><p>Estados. E com isso, têm-se a política do café com leite e o voto de cabresto</p><p>como consequências.</p><p>A política do café com leite consistia em uma alternância do poder</p><p>presidencial entre os Estados mais renomados: São Paulo e Minas Gerais. Como</p><p>os governadores dos Estados eram os coronéis e barões do café, e a maioria da</p><p>população se concentrava nos campos e nas fazendas desses coronéis, essa</p><p>população estava sujeita às escolhas de seus patrões - o funcionário era</p><p>obrigado a votar no candidato da escolha do coronel – concretizando assim, o</p><p>voto de cabresto.</p><p>Estudar essas fazes da república brasileira é importante para se conhecer</p><p>e entender como funciona a política do país e como alterou-se ao logo do século</p><p>XX. Saber que a república que vivemos hoje é uma consequência de várias</p><p>mudanças e adequações, que nem sempre o voto foi como é atualmente e que</p><p>os governantes sempre manipularam o povo a fim de atender seus próprios</p><p>objetivos, mesmo que a definição de república seja: o Estado que busca atender</p><p>aos interesses gerais da população.</p><p>Referências:</p><p>FAUSTO, Boris. História do Brasil / Boris Fausto; colaboração de Sérgio Fausto.</p><p>– 14. ed. atual. e ampl., 3. reimpr. – São Paulo: Editora da Universidade de São</p><p>Paulo, 2019. (Didática, 1)</p>