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<p>Aluna: Sabrina Elora de Almeida Corrêa</p><p>Resumo de Estomatologia</p><p>DTM</p><p>A DTM é um conjunto de condições musculoesqueléticas e neuromusculares que</p><p>envolvem as ATMS, m. mastigatórios e suas respectivas estruturas associadas.</p><p>Acomete mais as mulheres do que os homens, na faixa etária dos 20-50 anos, porém</p><p>crianças e jovens também podem ser acometidos.</p><p>- Grande parte das dores são musculares (80%), podendo gerar em um outro momento</p><p>dores articulares, principalmente pela força de carga muscular durante a parafunção;</p><p>geralmente o músculo que mais costuma ser responsável por essa evolução as dor</p><p>muscular concomitantemente com a dor articular é o masseter, porém o p. lateral</p><p>também pode estar envolvido devido o mesmo estar intimamente relacionado ao</p><p>disco (feixe superior) e ao côndilo (feixe inferior).</p><p>- Diagnóstico clínico</p><p>• alterações articulares: RX, tomografia, RM</p><p>• musculares: palpação, termografia nos PG</p><p>- RC/TMD: ferramenta utilizada em PESQUISAS/avaliação sistematizada que consiste</p><p>em um questionário com dois eixos, sendo que o primeiro avalia o paciente</p><p>fisicamente (eixo I) e o segundo avalia o paciente do ponto psicólogico (eixo II). Hoje</p><p>em dia a nomenclatura não é mais RC/TMD, e sim DC/TMD.</p><p>• O eixo I engloba 3 grupos: grupo 1 são os distúrbios musculares, o grupo 2 os</p><p>distúrbios articulares (deslocamento de disco) e o grupo 3 os quadros de</p><p>artragia/osteoartrose; sendo que neste último caso o aparecimento pode estar</p><p>relacionado à doenças primárias, como a artrite reumatóide.</p><p>• A artralgia é como se fosse uma osteoartrose em um quadro agudizado,</p><p>provavelmente causado por uma parafunção.</p><p>- Eixo l</p><p>Grupo l (distúrbios musculares)</p><p>• Dor miofascial (mialgia): 80% dos casos;</p><p>• Co- contração protetora: pode ser causada por um fator que está alterando a</p><p>oclusão do indivíduo, como uma restauração alta, pode causar dor muscular local.</p><p>Se esse evento for corrigido o quadro para; caso o contrário pode evoluir para um</p><p>mioespasmo.</p><p>• Dor muscular local: acontece se não é retirado o estímulo; é uma dor de início</p><p>TARDIO; também pode evoluir para um mioespasmo ou até mesmo uma miosite.</p><p>• Miosite: prefixo ITE lembra inflamação; portanto é uma inflamação MUSCULAR.</p><p>• Observação: no caso da FIBROMIALGIA, a dor muscular também está presente,</p><p>porém não é como na DTM pois não temos a presença de dor referida, apenas dor</p><p>local. Além disso o indivíduo não precisa estar com uma certa tensão muscular para</p><p>que a fibromialgia aconteça; ela é uma dor que é provocada por um desequilíbrio no</p><p>eixo hipotálamo hipófise adrenal (HHA).</p><p>- Dor facial referida: é uma dor produzida à partir dos pontos-gatilho (PG), gerando dor</p><p>em um local diferente da origem. Pode gerar cefaleia, dor na órbita, dor no rosto, dor</p><p>dentária, etc. Quando temos também o comprometimento cervical, já não</p><p>chamamos mais de DTM, e sim de disfunção craniocervicomandibular.</p><p>Grupo ll (deslocamento de disco)</p><p>• Pode ser causado pela força muscular</p><p>• lla: deslocamento de disco com redução: Desordem biomecânica intracapsular</p><p>envolvendo o complexo côndilo-disco. Com a boca fechada, o disco está em uma</p><p>posição anterior a cabeça do côndilo e reduz durante o movimento de abertura.</p><p>Deslocamento medial e lateral podem estar presente. Cliques e estalos são sintomas</p><p>que podem estar presente.</p><p>• llb: deslocamento de disco sem redução com abertura limitada: as vezes o estalido</p><p>pode não estar presente! Nesse caso o disco não é recapturado, ou seja, ele não</p><p>volta pra onde ele deveria estar, atrapalhando no movimento do côndilo e com isso</p><p>gera essa limitação na abertura bucal; com isso o paciente não consegue fazer a</p><p>abertura máxima da boca. Pode ser unilateral, mas nesse caso o paciente tende a</p><p>desviar a mandibula para o lado afetado durante a abertura. Desordem biomecânica</p><p>intracapsular envolvendo o complexo côndilo-disco. Com a boca fechada, o disco está</p><p>em uma posição anterior a cabeça do côndilo e não reduz com o movimento de</p><p>abertura. Essa desordem está associada a limitação de abertura de boca persistente.</p><p>•llc: deslocamento do disco sem redução e sem limitação de abertura: nesse caso</p><p>provavelmente aconteceu uma adaptação da ATM que pode ter sido causada</p><p>justamente pela inadequação da posição do disco de uma maneira que estava</p><p>crônica; é como se o organismo buscasse por um equilíbrio denovo, pois antes</p><p>provavelmente a área retroarticular (que é rica em vasos e nervos) provavelmente</p><p>estava sendo pressionada, gerando um quadro de dor. Como não tem mais a</p><p>limitação de abertura o côndilo consegue executar seu movimento “mais pra frente”,</p><p>gerando uma maior abertura do que no caso do tipo llb. Desordem biomecânica</p><p>intracapsular envolvendo o complexo côndilo-disco. Com a boca fechada, o disco está</p><p>em uma posição anterior a cabeça do côndilo e não reduz com o movimento de</p><p>abertura. Deslocamento medial e lateral podem estar presente. Essa desordem NÃO</p><p>está associada a limitação de abertura de boca atual. * fonte ➡ slides da anne</p><p>Grupo lll (artralgia e osteoartrose)</p><p>- A artralgia é uma dor de origem articular que é afetada pelos movimentos</p><p>mandibulares, função ou parafunção e a replicação dessa dor ocorre com os testes</p><p>provocativos da ATM.</p><p>• Podem estar relacionados com a artrite reumatóide; afeta tecidos musculares e</p><p>osso subcondral.</p><p>• Osteoartrose: desordem degenerativa não inflamatória (não ativa) na ATM.</p><p>• Osteoartrite: nesse caso a dor está presenre; quadro agudizado da osteoartrose,</p><p>provavelmente causado por parafunção (carga excessiva).</p><p>• Pacientes devem usar placas e realizar fisioterapia.</p><p>- Essa carga excessiva também pode causar uma mudança morfológica do côndilo,</p><p>fazendo com que ele fique aplainado com o tempo. Também pode haver o</p><p>adelgaçamento na cortical óssea da fossa mandibular.</p><p>- Quando a dor ESTÁ PRESENTE, podemos ter um quadro de sinovite, que é uma</p><p>inflamação presente no líquido sinovial; para tratar se deve “lavar” a articulação (com</p><p>soro) e depois preferencialmente injetar algum medicamento alí, como um corticoide.</p><p>- Eixo ll</p><p>Aspectos psicossociais</p><p>- Cérebro triuno de maclean</p><p>• Neurocortéx : parte racional</p><p>• Réptil: parte de sobrevivência</p><p>• Limbico: parte emocional; é a parte onde fica o hipotálamo, é onde se desenrolam</p><p>as conexões das emoções com o físico; principalmente emoções reprimidas.</p><p>- Noite ruim de sono, onde o paciente passa a noite virando de um lado para o outro</p><p>é causada por uma adrenalização do paciente. Essa adrenalização faz com que o</p><p>sistema de luta ou fuga seja ativado, e com isso, o paciente passa a ter uma</p><p>respiração mais curta. Consequentemente o O2 começa a ir só para orgãos nobres,</p><p>como o coração/cérebro, e os músculos acabam ficando sem prioridade.Isso vai</p><p>gerar um estresse oxidativo no músculo e vai fazer com que ocorra um quadro</p><p>anaeróbio, com o músculo passando a produzir 2 atp e ÁCIDO LÁTICO; com isso, o</p><p>músculo fica fadigado e no outro dia acorda totalmente indisposto e com dor</p><p>muscular.</p><p>Resposta do corpo ao estresse</p><p>O hipotálamo estimula a hipófise, que é responsável não só por produzir a adrenalina</p><p>como também o cortisol; com essa produção de cortisol temos o quadro de estresse</p><p>oxidativo na célula que gera o quadro que expliquei alí em cima.</p><p>- CRD: corticotropina liberando hormônio</p><p>- ACTH: hormônio adenocorticotrópico</p><p>*Glicose é metabolizada na presença de O2, ou seja, quando temos uma atividade</p><p>aeróbia, gerando uma produção de energia envolvida no processo de fosforilação</p><p>oxidativa.</p><p>*Dentes só devem se encostar em hábitos mastigatórios, ou seja, quando lábio estiver</p><p>selado os dentes NÃO devem estar se tocando, pois isso já é considerado uma</p><p>parafunção (apertamento – bruxismo cêntrico)</p><p>Causas da DTM</p><p>• Hábitos parafuncionais</p><p>• Problemas esqueléticos/ alterações posturais: podem gerar uma possível DTM</p><p>ASCENDENTE, com projeção da cabeça para frente e o encurtamento dos músculos</p><p>cervicais posteriores.</p><p>• Hiperatividade muscular, presente na maioria</p><p>dos indivíduos no masseter.</p><p>• Fatores psicológicos: sistema límbico é o mais afetado (eixo HHA)</p><p>• Lesões degenerativas da ATM</p><p>• Interferências oclusais</p><p>- Estresse afeta o sistema límbico gerando a anaerobiose muscular, causando dor nos</p><p>PG (ficam em estado ativo).</p><p>Pontos gatilho</p><p>- São bandas musculares tensas com áreas hipersensiveis; essas áreas são os PG.</p><p>- Quando temos um déficit metabólico na musculatura, ele se torna ativo (estado</p><p>anaeróbio).</p><p>- Ao palpar a banda tensa presente no músculo, em algum momento encontramos o</p><p>PG, e com isso paciente pode sentir desconforto/dor/reação de fuga.</p><p>PGs e a dor referida</p><p>- O nervo trigêmio (V) foi o primeiro nervo totalmente desenvolvido na fase oral da</p><p>criança, e com isso ele acabou ajudando a guiar o desenvolvimento dos outros</p><p>nervos; por isso a dor SEMPRE passa pelo trigêmio.</p><p>- No gânglio de gasser encontramos o neurônio de primeira ordem.</p><p>- Existem duas teorias para explicar a dor referida. A primeira basicamente diz que</p><p>um interneurônio pode estar tão sobrecarregado que acaba fazendo com que o</p><p>estímulo chegue à um neurônio do lado, e quando essa informação chega no SNC ele</p><p>não consegue distinguir qual a área exata da dor. Na outra, um grupo de neurônios</p><p>converge com um só interneurônio, que converge com um segundo neurônio; nesse</p><p>caso o SNC também não consegue dizer exatamente de onde vem a dor.</p><p>- “ As vezes o impacto é tão grande que pode sobrecarregar a área de sinapse,</p><p>atingindo outros neurônios e podendo referir sensibilidade dolorosa para outra</p><p>região”.</p><p>- Ele citou um caso onde o paciente fez um tratamento endodôntico e mesmo assim</p><p>a dor na área do dente persistiu; justamente porque o paciente tinha que ter feito</p><p>um tratamento para DTM.</p><p>Músculos e suas áreas de dor</p><p>o Masseter 👉 parte proximal, distal, corpo</p><p>- Camada superficial</p><p>Parte superior: dentes posteriores superiores (prés à molares); Parte inferior: dentes</p><p>posteriores inferiores; Ângulo da mandíbula: corpo da mandíbula e dor em trajeto de</p><p>arco passando pelo temporal e extremidade externa da sobrancelha (supercílio).</p><p>- Camada profunda</p><p>ATM e orelha.</p><p>o Temporal 👉 parte anterior, média e posterior</p><p>- Feixe anterior: acima do rebordo supra-orbital e dentes incisivos superiores</p><p>- Feixe médio: pré- molares, temporal e, com menos frequência, ATM;</p><p>- Feixes posteriores: molares superiores e occipital.</p><p>o Pterigoideo Medial</p><p>Estruturas da boca, língua, palato duro posterior e ATM. Pode também causar dor na</p><p>garganta e causa a sensação de plenitude auricular (orelha tapada) por se relacionar</p><p>aos m. tensor do tímpano e tensor do véu palatino.</p><p>o Pterigoideo lateral</p><p>Dor profunda dentro das regiões maxilares e temporomandibulares. Principal fonte de</p><p>dor miofascial de dor referida na ATM. Causa muita dor FACIAL.</p><p>o Trapézio</p><p>Ângulo da mandíbula, aspecto posterolateral do pescoço, região atrás da orelha, parte</p><p>posterior da órbita, molares inferiores, occipital, produz rigidez muscular no pescoço e</p><p>dor de cabeça na região temporal. Pode gerar PG satélites (secundários, são ≠ de dor</p><p>referida) no esternocleidomastoideo.</p><p>*é um músculo de contrapoio do masseter</p><p>o Esternocleidomastoideo</p><p>Testa, rebordo supraorbital, ângulo interno do olho, orelha média e região auricular</p><p>posterior, mento, faringe, dor difusa na face e raramente nos dentes molares. A</p><p>divisão esternal também reproduz dor referida para baixo do esterno (sensação de</p><p>aperto no peito, paciente acha que tem problema no coração), visão turva (pode</p><p>acentuar a miopia), lacrimação e coriza; já a divisão clavicular causa sudorese</p><p>homolateral da testa, tontura postural e desequilíbrio.</p><p>o Digástrico</p><p>Ventre anterior: afeta principalmente os desdentados; dor em dentes anteriores</p><p>inferiores podendo atingir os incisivos do lado oposto em casos onde só um dos</p><p>ventres é afetado.</p><p>ventre posterior: região mastoidea, gerando dor na região posterior da orelha</p><p>(enxaqueca pós orelha)</p><p>*músculos antigravitacionais: masseter e esternocleidomastoideo 👉 VESTIBULOpatia</p><p>de origem muscular</p><p>Teoria das cadeias musculares</p><p>Alterações em postura ↔ alteração muscular cervical ↔ interferência muscular</p><p>mastigatória</p><p>*estudos mostram uma maior frequência na alteração postural de indivíduos com</p><p>DTM</p><p>* quando a cabeça é movida para frente, o eixo de equilíbrio é alterado (forma ângulo</p><p>agudo), e com isso a dimensão vertical de oclusao do paciente diminui, fazendo com</p><p>que os dentes possam passar a se tocar.</p><p>*ocorre aumento eletromiógrafico do masseter quando ocorre anteriorização da</p><p>cabeça</p><p>*anteriorização da cabeça, aumento de lordose cervical e não nivelamento entre os</p><p>ombros (geralmente estão protruídos) são comuns em pacientes com DTM</p><p>* trabalho de alongamento ajuda a reorganizar a musculatura, evitando artrose/hérnia</p><p>de disco</p><p>*músculos escapulares estão envolvidos em problemas de hérnia de disco, pois eles</p><p>“puxam” as vértebras, e isso pode causar a compressão do disco</p><p>*geralmente um bom tratamento para DTM inclui no mínimo duas modalidades, como</p><p>o uso da placa miorrelaxante e a fisioterapia</p><p>Hipoacusia</p><p>É uma diminuída na capacidade auditiva; pode estar presente em pacientes com</p><p>DTM.</p><p>•Também pode causar zumbido na orelha; geralmente ocorre quando temos uma</p><p>alteração à nível intra-articular</p><p>•Pode indicar lesões em nervos auriculares</p><p>• Tensor do tímpano/tensor do véu palatino interagem com a orelha, sendo</p><p>responsáveis por abrir a tuba auditiva</p><p>• Martelo e bigorna se original da cartilagem de merkel; Ligamento maleolar vem do</p><p>MARTELO (ligamento maleolodiscal e maleolar anterior) e se insere na mandíbula</p><p>(lingulla); podem estar SECUNDARIAMENTE envolvidos na DTM; também está</p><p>envolvido na dor de orelha, zumbido no ouvido</p><p>*hipercolesteremia pode causar dor de ouvido em alguns casos</p><p>*gingobiloba é um vasodilatador cerebral que diminui o impacto causado pela</p><p>contração vascular que está presente na enxaqueca</p><p>*músculos do trígono suboccipital ficam por baixo do esternocleidomastoideo</p><p>*o m. esternocleidomastoideo é o que tem pior prognóstico para dor, comum padrão</p><p>enxaquecoide terrível; pós covid muitas pessoas relataram DTM associada à esse</p><p>músculo, pois ele está diretamente relacionado com a respiração</p><p>*indivíduo fibromialgico tem um “colapso” no sistema HHA, com isso, se tem sintomas</p><p>não só musculares como SISTÊMICOS (sindrome dolorosa fibromialgica). Tratar com</p><p>muita fisioterapia.</p><p>**Pontos fibromialgicos (pontos massivos) geram dor local, não dor à distância; esses</p><p>pontos podem se SOBREPOR aos PG; no indivíduo fibromialgico a musculatura as vezes</p><p>nem está tensa, mas o indivíduo sente muita dor.</p><p>Subluxação</p><p>Uma desordem de hipermobilidade envolvendo o complexo disco-côndilo e eminência</p><p>articular. Durante o movimento de abertura, o disco está em uma posição anterior à</p><p>eminência e é incapaz de retornar a posição (pode ser momentâneo ou prolongado).</p><p>Quando o paciente consegue normalizar a situação por ele mesmo é chamado de</p><p>subluxação e quando necessita de assistência é chamado de luxação.</p>