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<p>64</p><p>GeoloGia do Brasil e</p><p>exploração mineral</p><p>CompetênCia: 6 Habilidade: 29</p><p>AULAS</p><p>5 e 6</p><p>1. Uma breve história da</p><p>exploração mineral</p><p>A história da humanidade está ligada à utilização de re-</p><p>cursos retirados da natureza. Sem os recursos de materiais</p><p>minerais, incluindo a água e os solos, e os recursos energé-</p><p>ticos, a humanidade não teria como subsidiar seu crescente</p><p>desenvolvimento tecnológico. No início da civilização, nos-</p><p>sos antepassados utilizavam lascas de quartzo para con-</p><p>feccionar instrumentos rudimentares de caça ou de luta, e</p><p>hoje, esse mineral ainda é usado para transformar a natu-</p><p>reza e produzir um amplo conjunto de objetos, alguns até</p><p>sofisticados, como os transistores ou cabos de fibra óptica.</p><p>Desde a Idade da Pedra Lascada, a humanidade passou por</p><p>vários estágios de desenvolvimento das técnicas de descober-</p><p>ta de usos e transformações das substâncias naturais. Hoje</p><p>em dia, a aplicação de técnicas modernas, e muitas vezes bas-</p><p>tante refinadas, permitiu descobrir, obter e transformar bens</p><p>minerais em bens manufaturados, tornando assim a vida mais</p><p>confortável. E uma infindável diversidade de tipos de minerais</p><p>e rochas vem sendo utilizada em quantidade crescente.</p><p>As substâncias minerais, metálicas e não metálicas, os</p><p>combustíveis fósseis e as pedras preciosas passaram a fa-</p><p>zer parte inalienável da vida moderna. Essa dependência,</p><p>às vezes imperceptível, mantém e aprimora nossa quali-</p><p>dade de vida. Entretanto, algumas vezes a sociedade tem</p><p>uma imagem nociva da mineração, porque ela transforma</p><p>a paisagem rapidamente ao mobilizar imensas quantida-</p><p>des de material e gerar uma enorme porção de resíduos</p><p>não utilizados. Sendo assim, procura-se levar cada vez mais</p><p>à população, por meio de programas de educação ambien-</p><p>tal, o conhecimento sobre a importância dos recursos mi-</p><p>nerais. O apoio da população às iniciativas de redução do</p><p>desperdício de bens minerais pode retardar os problemas</p><p>de escassez ou exaustão dos depósitos. Paralelamente,</p><p>a demanda de bens minerais para as futuras gerações é</p><p>pauta de estudo dos governos, pois as acumulações eco-</p><p>nômicas de substâncias minerais úteis constituem porções</p><p>muito restritas nos continentes. Além do mais, é necessá-</p><p>rio para a formação de qualquer bem mineral um perío-</p><p>do de tempo muito maior do que aquele decorrido desde</p><p>que começamos a utilizar as primeiras lascas de quartzo.</p><p>Portanto, houve uma multiplicação de pesquisas e ações</p><p>governamentais e institucionais para otimizar a extração e</p><p>prolongar a vida útil dos recursos, já que volumes gigantes-</p><p>cos de bens minerais, que não são renováveis, estão sendo</p><p>rapidamente extraídos de seus depósitos.</p><p>A conservação do recurso mineral, ou melhor, o prolonga-</p><p>mento de sua vida útil para atendimento das necessidades</p><p>da crescente população mundial, evitando os excessos de um</p><p>consumo ambicioso, é uma atitude necessária para garantir</p><p>o suprimento de insumos minerais praticamente imprescin-</p><p>díveis à manutenção de uma forma de desenvolvimento sus-</p><p>tentável. Dentro dessa perspectiva, muitos metais têm sido</p><p>atualmente produzidos por meio de técnicas de reciclagem</p><p>com a utilização de bens manufaturados sucateados, bem</p><p>como outros, que são mais escassos na natureza, vêm sendo</p><p>substituídos por metais mais abundantes. Essa atitude per-</p><p>mitirá que preservemos por mais tempo os recursos minerais,</p><p>diminuindo assim o impacto ao meio ambiente.</p><p>O registro geológico do Brasil evidencia ambientes férteis</p><p>em todo o tempo geológico, do Arqueano ao Holoceno,</p><p>que contém importantes acumulações de bens minerais,</p><p>algumas das quais já transformadas em minas. Por para-</p><p>doxal que possa parecer, são os atrasos, as deficiências e</p><p>demais dificuldades que vêm inibindo a exploração mine-</p><p>ral e impedindo o pleno desenvolvimento da mineração</p><p>no Brasil até o momento, o que se permite afirmar que</p><p>ainda é elevado o potencial para descobertas de novos</p><p>depósitos minerais no Brasil. Dentre os pontos negativos</p><p>destacam-se: baixo conhecimento geológico do território</p><p>nacional e de nossas províncias minerais, pequenos inves-</p><p>timentos realizados em pesquisa mineral no país, projetos</p><p>de exploração mineral realizados apenas em superfície ou</p><p>a pequena profundidade, carência de infraestrutura viária,</p><p>legislação mineral pouco amigável e alto custo Brasil. Duas</p><p>principais províncias metalogenéticas brasileiras e quatro</p><p>conjuntos de distritos mineiros, dentre as centenas existen-</p><p>tes no país, são responsáveis pela maior parte das minas e</p><p>depósitos minerais de porte significativo: Província Mineral</p><p>Ferro-Aurífera do Quadrilátero Ferrífero (MG), Província Mi-</p><p>neral Polimetálica de Carajás (PA), distritos de greenstones</p><p>belts auríferos de Goiás, Bahia e Minas Gerais, e distritos</p><p>de maciços básico-ultrabásicos de Goiás, Bahia e Pará. São</p><p>essas províncias e distritos minerais que fazem com que os</p><p>65</p><p>estados de Minas Gerais, Pará, Goiás e Bahia sejam res-</p><p>ponsáveis pela produção de 80%, em valor, das commodi-</p><p>ties minerais brasileiras.</p><p>Nesta aula, o recurso mineral será abordado do ponto de</p><p>vista essencialmente geológico, mostrando como se for-</p><p>mam as concentrações minerais. Também será visto o pa-</p><p>pel importante dos recursos minerais como fonte comer-</p><p>cial necessária a uma infinidade de produtos industriais.</p><p>Entenda os termos</p><p>Depósito mineral – grande concentração de qual-</p><p>quer substância mineral com teores e geometria co-</p><p>nhecida e com potencial interesse econômico.</p><p>Jazida – grande concentração de qualquer substân-</p><p>cia mineral com teores e geometria conhecida e com</p><p>valor econômico comprovado.</p><p>Mina –uma jazida em lavra, ainda que paralisada</p><p>(temporariamente).</p><p>Lavra – conjunto de operações coordenadas, obje-</p><p>tivando o aproveitamento industrial da jazida até o</p><p>beneficiamento</p><p>Basicamente, é a porção das placas continentais que, du-</p><p>rante um período mínimo de 100 milhões de anos, não</p><p>sofre ações diretas do tectonismo e do vulcanismo, o que</p><p>caracteriza a sua estabilidade. É composto de rochas cris-</p><p>talinas (magmáticas e metamórficas).</p><p>Os escudos são estáveis, mas não significa dizer que eles</p><p>não passam por transformações. Porém, neles, os agentes</p><p>endógenos ou internos de transformação do relevo prati-</p><p>camente não atuam. Por isso, as rochas são, externamente,</p><p>muito desgastadas em virtude da ação dos agentes exter-</p><p>nos ou exógenos, tais como a água, o vento e o clima. As-</p><p>sim, o relevo das áreas onde se localizam os escudos</p><p>costuma abranger, em geral, regiões de planaltos com</p><p>baixas altitudes e algumas depressões relativas.</p><p>Os escudos são divididos em dois tipos principais de estru-</p><p>turas: os crátons cristalinos e as plataformas.</p><p>Os crátons são tipos de escudos que afloraram na superfí-</p><p>cie, ou seja, não foram recobertos por outros tipos de es-</p><p>truturas geológicas. Neles ocorrem os minerais metálicos,</p><p>principalmente os que se formaram no Proterozoico. Os</p><p>recursos minerais são muito importantes por seu uso em</p><p>processos industriais, principalmente porque a natureza</p><p>não repõe em tempo humano o que as sociedades retiram.</p><p>Quando uma rocha contém um alto teor de algum mine-</p><p>ral de valor econômico, é chamada de minério. Quando os</p><p>minérios se concentram em um determinado ponto, temos</p><p>uma jazida mineral. Aproximadamente 36% do território</p><p>brasileiro é formado por escudos cristalinos. Destes, 4%</p><p>são do Proterozoico.</p><p>Essas estruturas geológicas estão distribuídas da seguinte</p><p>forma no planeta: no continente americano aparecem os</p><p>escudos das Guianas, o brasileiro e o canadense; no conti-</p><p>nente africano, o Saariano; na Europa, o Russo-Fernosândi-</p><p>co; na Ásia, o siberiano, o chinês e o indiano; e na Austrália,</p><p>o escudo australiano.</p><p>2.1.1. Bacia sedimentar</p><p>As bacias sedimentares começaram a se constituir efe-</p><p>tivamente na era Paleozoica. Os territórios que compõem</p><p>a América do Sul estavam em altitudes bem mais baixas</p><p>naqueles tempos – há cerca de 500 milhões de anos. Hoje,</p><p>nossas bacias correspondem a 64% da estrutura geológi-</p><p>ca brasileira – Amazônica, Meio Norte (Maranhão e Piauí)</p><p>Fonte: Youtube</p><p>multimídia: música</p><p>Riquezas do meu Brasil – Candeia</p><p>2. as macroestrUtUras</p><p>e sUas características</p><p>As macroestruturas do relevo terrestre estão representadas pe-</p><p>los escudos cristalinos, pelas bacias sedimentares e pelas cadeias</p><p>orogenéticas; esta última não ocorre no território brasileiro.</p><p>2.1. Escudos cristalinos</p><p>Tipo de estrutura geológica caracterizada, em geral, pela sua</p><p>estabilidade e composição antiga, tendo se constituído duran-</p><p>te o período Pré-cambriano, há mais de dois bilhões de anos.</p><p>66</p><p>e Paranaica (Paraná) –, que no início eram formadas por</p><p>depósitos de material marinho. Quando o fenômeno da</p><p>epirogênese provocou o levantamento do continente su-</p><p>perior ao mar, elas ficaram emersas e unidas em território</p><p>contínuo, como também passaram a ser preenchidas com</p><p>material continental.</p><p>Enquanto a formação das bacias sedimentares levou milhões</p><p>de anos para se materializar, as placas tectônicas continua-</p><p>ram se movimentando e a dinâmica da Terra seguiu seu cur-</p><p>so. Áreas que antes se encontravam no fundo dos oceanos</p><p>transformaram-se em áreas continentais, inclusive as zonas</p><p>em que se formaram as bacias sedimentares, apesar de a</p><p>maior parte delas ainda se encontrar no fundo dos oceanos.</p><p>Durante esse processo de constituição das bacias sedimen-</p><p>tares muitos corpos ou restos de animais mortos e mate-</p><p>riais orgânicos foram “enterrados” pelos sedimentos que</p><p>foram depositados no fundo dos oceanos. E, conforme as</p><p>condições de temperatura e pressão, parte dos restos des-</p><p>ses materiais foi conservada, e deu origem aos fósseis.</p><p>Contudo, quando a pressão e as temperaturas (geralmente</p><p>influenciadas pelo aquecimento provocado pelas camadas</p><p>mais baixas da Terra) são elevadas, a tendência é que esses</p><p>restos orgânicos passem pelo processo de litificação e se tor-</p><p>nem líquido. Assim, conforme as condições de armazenamen-</p><p>to, esse material acumula-se e transforma-se em petróleo.</p><p>Segundo alguns estudiosos, as bacias sedimentares com-</p><p>põem a memória do planeta, pois à medida que elas vão</p><p>se formando, fragmentos do período em que elas se forma-</p><p>ram são conservados. Por isso, o estudo dessas formações</p><p>rochosas torna-se fundamental para se conhecer um pou-</p><p>co mais sobre o passado geológico da Terra.</p><p>A disposição das camadas estratificadas horizontalmente</p><p>em quase todo o Brasil bem como as profundidades de-</p><p>monstram a antiguidade de nossas bacias sedimentares. É</p><p>o caso evidente da bacia sedimentar do Amazonas, que se</p><p>estende por cerca de 200 km pelas margens do rio Amazo-</p><p>nas, apresentando uma profundidade de 4 km, em alguns</p><p>trechos, e uma superfície de 2 milhões de km2. Essa bacia é</p><p>um espelho do ato de agentes do relevo – rios, temperatura</p><p>e chuvas. Por toda a extensão das margens do rio Amazonas</p><p>e de seus principais afluentes, as rochas sedimentares são</p><p>bem atuais, pois pertencem ao período quaternário da era</p><p>Cenozoica – fases pleistocênica e holocênica. Esses terrenos</p><p>pleistocênicos e holocênicos representam a verdadeira planí-</p><p>cie Amazônica e são mais conhecidos como várzeas. Quanto</p><p>mais distantes desses eixos fluviais mais antigos serão os</p><p>terrenos sedimentares da bacia amazônica, ora do período</p><p>terciário (cenozoico), ora do paleozoico (áreas de contato</p><p>com os escudos cristalinos).</p><p>A bacia do Paraná sofreu, parcialmente, uma das glacia-</p><p>ções pelas quais passou a Terra, a permocarbonífera, que</p><p>corresponde a dois períodos do paleozoico – e foram</p><p>nesses terrenos que se formaram as jazidas carbonífe-</p><p>ras. Essa bacia também aparece separada em algumas</p><p>classificações, um terceiro tipo de terreno na estrutura</p><p>geológica brasileira: os vulcânicos. Assim são chamados</p><p>porque nessa mesma época de início da formação dos do-</p><p>bramentos modernos, na era mesozoica, abriram-se fraturas</p><p>na bacia sedimentar do Paraná, pelas quais subiram lavas</p><p>básicas – fluidas, que percorrem grandes extensões. Foi das</p><p>macroerupções às formações de rochas extrusivas, como o</p><p>diabásio e o basalto, que, por ação do intemperismo físico</p><p>e químico ao longo do tempo geológico, originou-se o solo</p><p>fértil da terra roxa. O arenito, que já predominava antes da</p><p>atividade vulcânica, ficou rajado por manchas basálticas,</p><p>razão do nome do altiplano que abrange o oeste paulista e</p><p>a maior parte do Paraná: Planalto Arenito-Basáltico.</p><p>No mesozoico (período cretáceo) ocorreu a última fase de</p><p>deposição extensiva nas bacias sedimentares do Brasil,</p><p>com exceção da amazônica, que recebeu sedimentos ao</p><p>longo do Terciário. No Cenozoico (Terciário) o continente</p><p>sul-americano sofreu em seu conjunto soerguimentos</p><p>orogenéticos na borda ocidental (cordilheira dos Andes) e</p><p>epirogenético em todo o restante. Esse soerguimento atin-</p><p>giu o território brasileiro de modo desigual, sendo que al-</p><p>gumas áreas foram mais levantadas e outras bem menos.</p><p>Esse processo, associado à tectônica de placas, soergueu</p><p>tanto as áreas dos crátons como os antigos cinturões oro-</p><p>genéticos e bacias sedimentares. Por meio da epirogênese</p><p>terciária que as bacias sedimentares ficaram em níveis al-</p><p>timétricos elevados e surgiram as escarpas das serras do</p><p>Mar e da Mantiqueira por falhas geológicas. A partir desse</p><p>processo tectônico desencadeou-se um prolongado e ge-</p><p>neralizado desgaste erosivo que atuou sobre as bordas das</p><p>bacias sedimentares provocando as depressões periféricas.</p><p>67</p><p>2.2. Cadeias orogenéticas:</p><p>dobramentos modernos</p><p>Cadeias do Himalaia</p><p>Os dobramentos modernos, também conhecidos como ca-</p><p>deias orogênicas ou cinturões orogênicos, são estruturas geo-</p><p>lógicas que resultaram das ações do tectonismo e correspon-</p><p>dem à formação de cadeias montanhosas, que apresentam</p><p>as maiores altitudes do planeta. Em geral, são compostos por</p><p>rochas magmáticas e metamórficas. Como exemplo temos a</p><p>Cordilheira dos Andes, na América do Sul, e a Cordilheira do</p><p>Himalaia, na Ásia, onde se encontra o monte Everest.</p><p>Do ponto de vista do tempo geológico, os dobramentos</p><p>modernos são considerados de origem recente, com cerca</p><p>de 250 milhões de anos desde o início de sua formação.</p><p>Sua localização ocorre, na maior parte, em regiões com re-</p><p>lativa instabilidade geológica, devido ao fato de se origina-</p><p>rem do choque e da interação entre duas placas tectônicas.</p><p>Observe os esquemas a seguir.</p><p>Figura A</p><p>Figura B</p><p>ações teCtôniCas das plaCas Convergentes</p><p>Na figura A, podemos notar as consequências do encontro</p><p>entre placas convergentes, em que a mais pesada afunda</p><p>e a mais leve se eleva, formando, sobre essa última, enru-</p><p>gamentos que dão origem aos dobramentos modernos e</p><p>às cadeias de montanhas. A figura B permite-nos visualizar</p><p>mais de perto como os processos endógenos do tectonis-</p><p>mo provocam o soerguimento do relevo e a sua conse-</p><p>quente ondulação.</p><p>É possível concluir que, por serem formações geologica-</p><p>mente recentes, os dobramentos modernos sofreram em</p><p>menor grau a ação dos agentes externos ou exógenos de</p><p>transformação da superfície, o que ajuda a explicar o fato</p><p>de seu relevo ser mais acidentado.</p><p>“Dobramentos antigos” é uma expressão não mais fre-</p><p>quente para se referir aos crátons ou escudos cristalinos</p><p>(conhecidos também por maciços antigos), ou seja, os es-</p><p>cudos cristalinos nada mais são do que dobramentos com</p><p>formação geológica antiga. Por esse motivo, eles tiveram</p><p>mais tempo para sofrerem alterações em suas composi-</p><p>ções e passarem pelos efeitos das ações dos agentes exó-</p><p>genos de modelagem do relevo.</p><p>As cadeias orogênicas antigas do Brasil são provenientes</p><p>da ação de vários diastrofismos.</p><p>§ O diastrofismo Laurenciano, que atuou no nosso ter-</p><p>ritório no final do Arqueozoico e deu origem às for-</p><p>mações elevadas das serras do Mar e da Mantiqueira,</p><p>localizadas na faixa Atlântica;</p><p>§ O diastrofismo Huronino, do final do Proterozoico, que</p><p>originou a serra do Espinhaço (MG) e a chapada Dia-</p><p>mantina (BA); e</p><p>§ O diastrofismo Caledoniano, na era Paleozoica, que deu</p><p>origem ao dobramento antigo do Araguaia-Tocantins.</p><p>3. as riqUezas econômicas</p><p>do brasil nUma abordagem</p><p>geológico-estrUtUral</p><p>3.1. Minerais metálicos</p><p>68</p><p>3.1.1. Ferro</p><p>O ferro é o mais importante recurso mineral da economia</p><p>brasileira do qual cerca de 70% destina-se à exportação.</p><p>A maior extração desse produto ocorre em Minas Gerais,</p><p>numa área denominada Quadrilátero Ferrífero, que com-</p><p>preende as cidades de Belo Horizonte, Santa Bárbara, Ma-</p><p>riana e Congonhas do Campo.</p><p>A maior jazida ferrífera do Brasil e do mundo, que ocupa a</p><p>segunda posição de extração no cenário nacional, encon-</p><p>tra-se na serra dos Carajás (Pará). Para o escoamento e a</p><p>exploração do ferro de Carajás, foi criada uma infraestru-</p><p>tura: o porto de Itaqui (MA), a hidrelétrica de Tucuruí e a</p><p>estrada de ferro de Carajás.</p><p>O Maciço do Urucum (ou Morro do Urucum), no Mato Gros-</p><p>so do Sul, é outro local de extração cuja produção abastece</p><p>principalmente o Paraguai, a Argentina e a Bolívia.</p><p>3.1.2. Manganês</p><p>O Brasil é o grande exportador desse produto de gran-</p><p>de utilização industrial na composição do aço e na</p><p>fabricação de pilhas. Merecem destaque as seguintes</p><p>localidades:</p><p>§ Marabá, Itupiranga e Carajás (PA);</p><p>§ Quadrilátero Ferrífero (MG);</p><p>§ Maciço do Urucum (MS).</p><p>As infraestruturas criadas para dar suporte à produ-</p><p>ção de ferro também são aproveitados no escoamen-</p><p>to do manganês.</p><p>BRASIL E MUNDO:</p><p>PRINCIPAIS ÁREAS EXTRATIVAS DE MANGANÊS</p><p>No Brasil % do total</p><p>nacional No mundo % do total</p><p>mundial</p><p>Pará 61,6 China 21,2</p><p>Minas Gerais 18,6 Ucrânia 20,3</p><p>Mato Grosso</p><p>do Sul</p><p>15,8</p><p>África</p><p>do Sul</p><p>13,8</p><p>Outros 4,2 Brasil 9,9</p><p>A serra do Navio foi uma espécie de enclave ou possessão</p><p>minero-territorial dos EUA no Brasil. A Icomi, Indústria e</p><p>Comércio de Minério S.A., e a multinacional estadunidense</p><p>Bethlehen Steel Corp, detiveram os direitos de exploração</p><p>do manganês da serra do Navio de 1957 a 2003. A Icomi</p><p>também controlava a estrada de ferro do Amapá e o porto</p><p>Santana, em Macapá, responsáveis pelo escoamento da</p><p>produção para o exterior.</p><p>No entanto, ao encerrar a concessão da exploração ante-</p><p>cipadamente em 1998, as jazidas já estavam esgotadas;</p><p>continham apenas resíduos e minérios de baixo teor.</p><p>Isso provocou a demissão em massa e resultou em um gran-</p><p>de desastre ambiental: o arsênio. Essa substância, oriunda</p><p>de rejeitos de manganês, contaminou o lençol freático e os</p><p>igarapés da Amazônia provocando muitas doenças.</p><p>3.1.3. Nióbio</p><p>Nióbio, o elemento metálico de mais baixa concentração na</p><p>crosta terrestre, é encontrado na natureza a uma proporção</p><p>de 24 partes por milhão. Considerado o mais leve dos metais</p><p>refratários, é utilizado principalmente em ligas ferrosas (tão</p><p>poderoso que é utilizado na escala de 100 gramas para cada</p><p>tonelada de ferro). Esse metal cria aços bastante resistentes</p><p>que são utilizadas em tubos de gasodutos, motores de aero-</p><p>planos, propulsão de foguetes e outros chamados supercon-</p><p>dutores, além de ser usado na soldagem, na indústria nuclear,</p><p>69</p><p>na eletrônica, nas lentes ópticas, nos tomógrafos, etc. Cada</p><p>vez mais essencial à tecnologia atual por ser altamente resis-</p><p>tente às altas temperaturas e à corrosão, o Nióbio, número</p><p>41 na tabela periódica, é alvo de muitas polêmicas. De vez</p><p>em quando, a discussão sobre nióbio volta a público como</p><p>uma possível salvação para a economia brasileira. O fato de</p><p>o nosso país ter as maiores reservas de nióbio do mundo e</p><p>vendê-lo muito barato é usado como argumento para colo-</p><p>cá-lo como esperança de aumento do Produto Interno Bruto</p><p>(PIB) brasileiro. E sendo o Brasil o maior exportador mundial</p><p>de nióbio, ele poderia aumentar os preços, e os outros países</p><p>poderiam ser obrigados a aceitar. De fato, o Brasil tem 98%</p><p>das reservas de nióbio atualmente conhecidas no mundo,</p><p>que estão presentes no Amazonas, em Goiás e em Minas</p><p>Gerais. Realmente, conforme o Plano Nacional de Mineração</p><p>2030 (PNM – 2030), publicado pelo Ministério de Minas e</p><p>Energia em 2011, o Brasil responde por 98% da produção</p><p>mundial desse metal.</p><p>Nos anos 1960, quando a primeira reserva de nióbio foi des-</p><p>coberta no Brasil, sua aplicação ainda não era conhecida.</p><p>Hoje em dia ele é utilizado para tornar as ligas metálicas</p><p>muito mais fortes e maleáveis. Praticamente, tudo o que é</p><p>eletrônico ou leva aço fica melhor acrescido de nióbio, como</p><p>os carros, as turbinas de avião, os aparelhos de ressonância</p><p>magnética, os mísseis, os marcapassos, as usinas nucleares,</p><p>os sensores de sondas espaciais... Os foguetes da empresa</p><p>americana SpaceX (os mais avançados do mundo), o LHC (o</p><p>maior acelerador de de partículas do planeta) e o D-Wave</p><p>(primeiro computador quântico) também contêm nióbio. To-</p><p>dos querem nióbio, e o Brasil é o país que tem o equivalente</p><p>a 842 milhões de toneladas desse elemento metálico.</p><p>Portanto, temos um metal raro, com importantes aplicações</p><p>na indústria – uma matéria-prima essencial para produtos</p><p>variados, inclusive para aqueles de alto valor tecnológico.</p><p>O nióbio, no entanto, é substituível por outros metais. Se o</p><p>Brasil passar a cobrar um valor que o mercado internacio-</p><p>nal não esteja disposto a pagar, é possível que esse ma-</p><p>terial seja trocado por vanádio ou titânio, cujas reservas</p><p>estão presentes em outros países.</p><p>Um ponto importante a considerar é que a indústria mun-</p><p>dial não tem necessidade de utilizar mais nióbio, pois</p><p>poucas quantidades do metal são suficientes para que ele</p><p>cumpra sua função. Logo, colocar mais nióbio no mercado</p><p>resultaria em queda do preço, já que não haveria mais au-</p><p>mento da demanda.</p><p>Outro limitador é que o Brasil não exporta produtos derivados</p><p>do nióbio. “Nós repetimos nosso velho ciclo: vendemos maté-</p><p>ria-prima e compramos produtos prontos. Vendemos nióbio e</p><p>compramos fios de tomógrafos, por exemplo”, explica o pes-</p><p>quisador Leandro Tessler, do Instituto de Física da Unicamp. O</p><p>grande obstáculo, portanto, não é o preço cobrado pelo nió-</p><p>bio. É o fato de a indústria brasileira não ter tecnologia para</p><p>produzir mercadorias de alto valor agregado a partir do metal.</p><p>3.1.4. Bauxita</p><p>PRINCIPAIS PRODUTORES DE BAUXITA</p><p>No Brasil % do total</p><p>nacional No mundo % do total</p><p>mundial</p><p>Pará 88,8 Austrália 35,3</p><p>Minas Gerais 10,8 Guiné 15,2</p><p>Outros 0,4 Jamaica 10,0</p><p>Brasil 9,2</p><p>A maior jazida encontra-se no vale do rio Trombetas, no</p><p>município de Oriximiná, no Pará. A bauxita é o principal</p><p>minério de alumínio utilizado na indústria automobilística</p><p>e aeronáutica.</p><p>3.1.5. Cassiterita</p><p>Esse minério, que aparece em forma de cristais tetragonais,</p><p>é utilizado como liga na fabricação de aço, folha de flandre</p><p>e estanho, principalmente.</p><p>PRINCIPAIS PRODUTORES DE CASSITERITA</p><p>No Brasil % do total</p><p>nacional No mundo % do total</p><p>mundial</p><p>Amazonas 57,8 China 33,9</p><p>Rondônia 42,2 Indonésia 24,3</p><p>Peru 11,1</p><p>Brasil 8,9</p><p>Outros recursos e a posição do</p><p>Brasil na participação mundial</p><p>POSIÇÃO E PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA PRODUÇÃO MUNDIAL</p><p>Mineral Posição Participação (%)</p><p>Nióbio 1.º 90,9</p><p>Ferro 2.º 18,3</p><p>Manganês 2.º 14,8</p><p>Bauxita 3.º 10,8</p><p>Caulim 3.º 5,5</p><p>Estanho 4.º 9,5</p><p>Vermiculita 4.º 4,2</p><p>Grafita 4.º 5,0</p><p>Magnésia 5.º 10,5</p><p>70</p><p>POSIÇÃO E PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA PRODUÇÃO MUNDIAL</p><p>Mineral Posição Participação (%)</p><p>Talco 5.º 8,0</p><p>Zinco 7.º 1,6</p><p>Cromo 7.º 3,7</p><p>Fosfatados 8.º 2,9</p><p>3.2. PRINCIPAIS MINERAIS METÁLICOS</p><p>E NÃO METÁLICOS</p><p>Produção beneficiada 2000</p><p>FERRO (t)</p><p>MG 138.718.996</p><p>PA 43.231.882</p><p>Brasil 214.610.000</p><p>MANGANÊS (t)</p><p>PA 1.366.906</p><p>MG 604.022</p><p>MS 136.901</p><p>Brasil 2.192.000</p><p>COBRE (t)</p><p>PA 134.000</p><p>GO 15.937</p><p>Brasil 149.937</p><p>NÍQUEL (t)</p><p>GO 1.647.938</p><p>MG 213.128</p><p>Brasil 1.861.116</p><p>PRATA (t)</p><p>PA 15,7</p><p>MG 1,8</p><p>GO 3,5</p><p>Brasil 41</p><p>SAL MARINHO (t)</p><p>RN 4.050.000</p><p>RJ 220.000</p><p>Brasil 4.460.00</p><p>ALUMÍNIO (t)</p><p>PA 8.553.270</p><p>MG 2.307.272</p><p>ALUMÍNIO (t)</p><p>Brasil 13.846.272</p><p>ESTANHO (t)</p><p>AM 16.625</p><p>RO 10.768</p><p>MG 79</p><p>Brasil 27.472</p><p>CHUMBO (t)</p><p>MG 11.611</p><p>Brasil 13.400</p><p>OURO (t)</p><p>PA 17.2</p><p>MG 16.4</p><p>Brasil 63.3</p><p>CALCÁRIO (t)</p><p>MG 25.376.464</p><p>SP 18.436.013</p><p>Brasil 71.914.433</p><p>ÁGUA MARINHA (t)</p><p>SP 766.557</p><p>MG 149.056</p><p>Brasil 1.673.704</p><p>multimídia: sites</p><p>http://www.igc.usp.br/</p><p>http://www.sbgeo.org.br/</p><p>http://www.dnpm.gov.br/</p><p>71</p><p>Ouro, Riquezas da Terra... Como Surgiu</p><p>Fonte: Youtube</p><p>multimídia:</p><p>vídeo</p><p>3.3. Combustíveis fósseis</p><p>3.3.1. Petróleo</p><p>O termo petróleo, a rigor, envolve todas as misturas na-</p><p>turais de compostos de carbono e hidrogênio, os chama-</p><p>dos hidrocarbonetos, que incluem o óleo e o gás natural,</p><p>embora seja também empregado para designar somente</p><p>os compostos líquidos. Na natureza ele ocupa os vazios</p><p>existentes entre grãos de areia e rocha, ou pequenas fen-</p><p>das com intercomunicações. Sua formação ocorre em re-</p><p>giões deprimidas da crosta terrestre depois do acúmulo de</p><p>sedimentos trazidos pelos agentes erosivos. A teoria mais</p><p>aceita é a de sua origem orgânica, ou seja, da deposição</p><p>de matéria orgânica e do seu consequente soterramento</p><p>em condições de falta de oxigênio, altas pressões e tem-</p><p>peraturas. A matéria-prima é a grande diferença que há</p><p>entre a formação do carvão mineral e dos hidrocarbonetos:</p><p>no carvão temos o predomínio do material lenhoso e nos</p><p>hidrocarbonetos, das algas – o que é definido principal-</p><p>mente pelo ambiente de sedimentação.</p><p>O petróleo está localizado tanto em áreas continentais, nas</p><p>bacias sedimentares, como em áreas submarinas, chama-</p><p>das de plataformas continentais.</p><p>Uma plataforma continental é constituída de um prolon-</p><p>gamento da área continental. Sua largura média é 70 km,</p><p>com uma profundidade máxima de 200 m.</p><p>20 campos com maior produção de petróleo</p><p>BRASIL: PRODUÇÃO DE GÁS</p><p>NATURAL (MILHÕES DE M3)</p><p>RJ 54%</p><p>AM 19%</p><p>BA 9%</p><p>RN 9%</p><p>CE-SE/ES-SP 6%</p><p>AL 3%</p><p>O carvão mineral, além de ser insuficiente no Brasil, apre-</p><p>senta baixo teor colorífico, alto teor de umidade, cinzas e</p><p>sulfeto de ferro.</p><p>PRODUÇÃO DE CARVÃO NO BRASIL</p><p>Santa Catarina 62,8%</p><p>Rio Grande do Sul 36,4%</p><p>Paraná 0,8%</p><p>Fonte: TEIXEIRA, Wilson et ai. (Orqs.). Decifrando a Terra. São Paulo:</p><p>Oficina de Textos, 1998. p. 474.</p><p>72</p><p>A tradição escolar se vale da fragmentação e da compartimentalização e incide sobre a maneira de inter-</p><p>pretar o mundo. De acordo com isso, para se aprender o objeto é preciso dividi-lo em partes, o que em mui-</p><p>tos casos impossibililta a reconstrução das peças, isto é, surge a dificuldade de remontagem do quebra-cabe-</p><p>ça. Nesse sentido, o todo se perde na atuação do detalhe em relação ao particular. Portanto, é preciso estudar</p><p>exploração mineral, por exemplo, e estabelecer as relações entre os diversos saberes oferecidos, como a química, a</p><p>história e a biologia.</p><p>VIVENCIANDO</p><p>CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS</p><p>Os sistemas naturais, ou o que é chamado de “natureza”, estão hoje completamente humanizados pelas sociedades. O</p><p>uso que fazemos do que se convencionou chamar de “recursos naturais” transformou os objetos naturais em humanos,</p><p>pois lhes atribuímos funções, utilidades e sentidos, sejam simbólicos (culturais ou políticos), sejam econômicos ou práticos.</p><p>No âmbito simbólico, temos a noção de território, um espaço pertencente a um determinado povo, em que nem sempre</p><p>há mudanças concretas na paisagem. No entanto, no campo econômico ou prático, as modificações na paisagem são</p><p>bastante visíveis. Uma vez que incorpora a natureza à sua vida pelo desenvolvimento de sistemas técnicos, o homem</p><p>diminui sua dependência em relação aos entraves que essa natureza opõe a seu domínio técnico e, contraditoriamente,</p><p>aumenta sua dependência em relação aos recursos que ela oferece a sua sobrevivência. Observemos, por exemplo, como</p><p>os minerais estão presentes no nosso cotidiano, como o sal que adicionamos a nossa comida (proveniente da halita</p><p>mineral), os comprimidos de antiácido (feitos a partir do mineral calcite). São precisos muitos minerais para fazer algo</p><p>tão simples como um lápis de madeira. O “chumbo” é feito a partir de grafite e minerais de argila; o latão é uma liga</p><p>metálica de cobre e zinco, e as cores que a tinta tem são formadas por pigmentos e enchimentos feitos a partir de uma</p><p>variedade de minerais. Um telefone celular é feito de dezenas de diferentes minerais, originários de minas do mundo todo.</p><p>Os carros, as estradas em que nos deslocamos, os edifícios onde vivemos, e os fertilizantes utilizados para produzir</p><p>os nossos alimentos são todos feitos com minerais. Nos Estados Unidos, cerca de três trilhões de toneladas de com-</p><p>modities minerais são consumidos a cada ano para sustentar o padrão de vida de 300 milhões de cidadãos – o que</p><p>corresponde a cerca de dez toneladas de materiais minerais consumidos por pessoa, a cada ano.</p><p>73</p><p>Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as</p><p>mudanças provocadas pelas ações humanas</p><p>ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM</p><p>29</p><p>Habilidade</p><p>A extração de recursos da natureza é uma atividade muito antiga, baseada na necessidade de sobrevivên-</p><p>cia do homem e no desenvolvimento da sociedade. A presença de recursos minerais em uma determinada</p><p>área está associada ao longo histórico geológico da terra. Normalmente os minerais encontram-se agre-</p><p>gados a rochas, entretanto em alguns casos aparecem em concentrações maiores, o que possibilita sua</p><p>melhor exploração no nível econômico.</p><p>A exploração das riquezas no solo do Brasil se confunde com a própria história nacional. Da busca por</p><p>ouro e pedras preciosas no leito dos rios a escavações gigantescas com toda tecnologia à disposição, lá</p><p>se vão séculos de uma atividade que colocou o país entre os maiores produtores de minério do mundo. A</p><p>geologia do Brasil tem destaque mundial pela quantidade e diversidade de recursos minerais encontrados</p><p>no subsolo brasileiro, o que faz do país um importante produtor de bens minerais.</p><p>Modelo</p><p>(Enem) As plataformas ou crátons correspondem aos terrenos mais antigos e arrasados por muitas fases de erosão. Apre-</p><p>sentam uma grande complexidade litológica, prevalecendo as rochas metamórficas muito antigas (Pré-Cambriano Médio e</p><p>Inferior). Também ocorrem rochas intrusivas antigas e resíduos de rochas sedimentares. São três as áreas de plataforma de</p><p>crátons no Brasil: a das Guianas, a Sul-Amazônica e a do São Francisco.</p><p>ross, J. l. s. geograFia do brasil. são paulo: edusp, 1998.</p><p>As regiões cratônicas das Guianas e a Sul-Amazônica têm como arcabouço geológico vastas extensões de escudos cristali-</p><p>nos, ricos em minérios, que atraíram a ação de empresas nacionais e estrangeiras do setor de mineração e destacam-se pela</p><p>sua história geológica por</p><p>a) apresentarem áreas de intrusões graníticas, ricas em jazidas minerais (ferro, manganês).</p><p>b) corresponderem ao principal evento geológico do Cenozoico no território brasileiro.</p><p>c) apresentarem áreas arrasadas pela erosão, que originaram a maior planície do país.</p><p>d) possuírem em sua extensão terrenos cristalinos ricos em reservas de petróleo e gás natural.</p><p>e) serem esculpidas pela ação do intemperismo físico, decorrente da variação de temperatura.</p><p>Análise expositiva: Os Escudos Cristalinos (Crátons) formaram-se no Éon Pré-Cambriano, sendo formados princi-</p><p>palmente por rochas magmáticas intrusivas (granito) e metamórficas. As porções que se originaram na Era Protero-</p><p>zoica são muito ricas em minerais metálicos, como ferro e manganês. É o caso de áreas de exploração mineral, como</p><p>Carajás (PA) e Quadrilátero Ferrífero (MG).</p><p>(Alternativa A)</p><p>A</p><p>74</p><p>PROVÍNCIAS GEOLÓGICAS</p><p>ESCUDOS CRISTALINOS BACIAS SEDIMENTARES</p><p>DOBRAMENTOS</p><p>MODERNOS</p><p>ROCHAS MAGMÁTICAS</p><p>E METAMÓRFICAS</p><p>ROCHAS SEDIMENTARES</p><p>HIDROCARBONETOS</p><p>GEOLOGIA</p><p>MINERAIS</p><p>METÁLICOS</p><p>DIAGRAMA DE IDEIAS</p>