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<p>1</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>2</p><p>500 QUESTÕES – PORTUGUÊS (GABARITO)</p><p>01 - Texto 2</p><p>Notícia publicada na imprensa na penúltima semana de setembro de 2019:</p><p>“Tráfico da Rocinha ameaça quem joga lixo na rua</p><p>Bandidos espalham cartazes em área onde houve deslizamentos de terra nas últimas chuvas,</p><p>alertando moradores para não despejar detritos em beco. Medida seria tomada porque venda</p><p>de drogas é interrompida quando a região alaga”.</p><p>O cartaz aludido no texto 2 dizia o seguinte:</p><p>“Por favor, não jogue lixo no beco! Caso contrário, varrerá até a Rua 1. Estamos de olho...”</p><p>Para melhorar a escritura da frase extraída do cartaz aludido no texto 2 “Caso contrário,</p><p>varrerá até a Rua 1”, poderíamos incluir um sujeito explícito, cuja forma mais adequada seria:</p><p>a) o morador da Rocinha;</p><p>b) o habitante descuidado;</p><p>c) o infrator da “lei”;</p><p>d) a facção rival;</p><p>e) o traficante da comunidade.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. O termo "Lei" entre aspas dá a entender conotativamente que</p><p>os bandidos ditavam as leis, logo quem as desobedecesse seria responsabilizado.</p><p>02 - Diversos países estão propondo alternativas para enfrentar o problema da poluição</p><p>oceânica, mas, até o momento, não tomaram quaisquer medidas concretas.A organização</p><p>holandesa The Ocean Cleanup resolveu dar um passo à frente e assumir a missão de combater</p><p>a poluição oceânica nos próximos anos.</p><p>A organização desenvolveu uma tecnologia para erradicar os plásticos que poluem os</p><p>mares do planeta e pretende começar a limpar o Great Pacific Garbage Patch (a maior coleção</p><p>de detritos marinhos do mundo), no Oceano Pacífico Norte, utilizando seu sistema de limpeza</p><p>recentemente redesenhado.</p><p>Em resumo, a ideia principal do projeto é deixar as correntes oceânicas fazer todo o</p><p>trabalho. Uma rede de telas em forma de “U” coletaria o plástico flutuante até um ponto</p><p>central. O plástico concentrado poderia, então, ser extraído e enviado à costa marítima para</p><p>fins de reciclagem.</p><p>(Texto adaptado. Disponível em: https://futuroexponencial.com)</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>3</p><p>Considerando que o pronome ele, com suas formas flexionadas ela, eles, elas, pode exercer</p><p>função de sujeito, mas não de objeto direto do verbo, a expressão que pode ser substituída</p><p>por esse pronome está sublinhada em:</p><p>a) Diversos países estão propondo alternativas para enfrentar o problema da poluição</p><p>oceânica... (1° parágrafo)</p><p>b) O plástico concentrado poderia, então, ser extraído e enviado à costa marítima para fins</p><p>de reciclagem. (3° parágrafo)</p><p>c) A organização desenvolveu uma tecnologia para erradicar os plásticos que poluem os</p><p>mares do planeta... (2° parágrafo)</p><p>d) Uma rede de telas em forma de “U” coletaria o plástico flutuante até um ponto central.</p><p>(3° parágrafo)</p><p>e) A organização holandesa The Ocean Cleanup resolveu dar um passo à</p><p>frente... (1°parágrafo)</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Temos um sujeito, logo o termo poderia ser substituído pelo</p><p>pronome "ele".</p><p>A alternativa A está incorreta. Enfrenta alguma coisa (não poderia ser usado o pronome</p><p>"ela", temos um verbo transitivo direto), o correto seria: enfrentá-la (verbos terminados em -</p><p>r, -s e -z, essas letras saem e o pronome usado é -lo(s), -la(s)).</p><p>A alternativa C está incorreta. Temos o pronome relativo "que" atraindo o pronome, um</p><p>verbo transitivo direto (poluem alguma coisa), logo o correto é: que os poluem.</p><p>A alternativa D está incorreta. Temos um verbo no futuro, transitivo direto (coletar alguma</p><p>coisa), sem palavra atrativo, logo o correto é usar a mesóclise: coletá-lo-ia.</p><p>A alternativa E está incorreta. Temos um verbo transitivo direto, nesse contexto, dar algo</p><p>(um passo à frente → objeto direto), o correto seria: o dar ou dá-lo.</p><p>03 – “Onde, sob os olhos dos juízes, o direito é derrubado pela iniquidade e a verdade pela</p><p>mentira, são derrubados os próprios juízes”.</p><p>Sobre a estrutura dessa frase, a única afirmação inadequada é:</p><p>a) o termo inicial “onde” não se refere a nenhum lugar específico;</p><p>b) no segmento “e a verdade pela mentira” está omitida a forma verbal “é derrubada”;</p><p>c) no segmento “sob os olhos dos juízes” não se pode substituir a forma “sob” por “sobre”;</p><p>d) no segmento “o direito é derrubado pela iniquidade” há um exemplo de voz passiva em</p><p>que o sujeito (o direito) sofre a ação;</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>4</p><p>e) no segmento “são derrubados os próprios juízes” não se pode colocar o sujeito (os</p><p>próprios juízes) antes do verbo (são derrubados).</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. Está incorreto, visto que originalmente o sujeito está posposto</p><p>ao verbo, somente seria colocado na ordem direta, mantendo a correção frasal: Os próprios</p><p>juízes são derrubados.</p><p>04 – Atenção: Considere a entrevista abaixo, com o americano Seth M. Siegel, autor</p><p>do livro Faça-se a Água, para responder à questão.</p><p>1. Seu livro, Faça-se a Água, trata da proximidade de uma crise global da água. Como</p><p>descreveria o estágio atual dessa crise?</p><p>Seth M. Siegel: Acredita-se que, até 2025, grande parte da massa terrestre mundial será</p><p>afetada pela escassez de água. As mudanças climáticas, o crescimento da população, o</p><p>aumento dos padrões de vida e a deficiência de infraestrutura da água serão os principais</p><p>impulsionadores desse problema. Isso levará a instabilidades em muitos lugares. Muitos países</p><p>já estão sendo vítimas de escassez de água. O problema piora a cada ano.</p><p>2. Por que seu livro elege Israel como exemplo de combate à crise da água?</p><p>Seth M. Siegel: Selecionei Israel porque tem bom gerenciamento de água e a tecnologia mais</p><p>sofisticada do mundo. Embora Israel esteja na região mais seca e tenha uma das populações</p><p>de mais rápido crescimento do mundo, é abundante em água. Penso que todos têm algo a</p><p>aprender com o exemplo de Israel.</p><p>3. Temos aqui no Brasil reservas do porte da Bacia Amazônica e do Aquífero Guarani. Que</p><p>papel acredita que essas riquezas brasileiras poderiam vir a desempenhar?</p><p>Seth M. Siegel: Uma das tragédias de fontes de água em massa, como a Amazônia, é que a</p><p>água às vezes está disponível onde não é mais necessária, e onde é necessária há escassez.</p><p>O Canadá tem uma enorme quantidade de água doce, mas é, principalmente, no Círculo Ártico</p><p>e na Baía de Hudson. Poucas pessoas vivem nesses lugares. Não é prático construir um</p><p>encanamento da Amazônia para São Paulo e outros grandes centros populacionais. É por isso</p><p>que outras formas de tecnologia e governança são tão importantes. Os lugares secos precisam</p><p>usar outras técnicas.</p><p>4. O estado de São Paulo, no qual está a maior cidade da América do Sul, enfrentou</p><p>recentemente uma grave crise hídrica. Como vê essa situação?</p><p>Seth M. Siegel: A população de São Paulo tem sorte de certa forma. Recebeu uma segunda</p><p>chance. Estes dias de melhor abastecimento de água quase certamente não durarão muito.</p><p>Este período deve ser usado como preparo para a próxima seca, para que, quando vier, haja</p><p>menos prejuízo para a economia e a vida das pessoas.</p><p>(Disponível em: www.cartacapital.com.br. Com adaptações)</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>5</p><p>Até 2025, grande parte da massa terrestre mundial será afetada pela escassez de</p><p>água</p><p>Colocando-se o segmento sublinhado na função de sujeito, uma nova redação para a frase</p><p>acima, em que se respeitam as regras de pontuação, está em:</p><p>a) A escassez de água, afetará grande parte da massa, terrestre mundial, até 2025.</p><p>b) Com a escassez de água até 2025, afetar-se-á grande parte da massa terrestre mundial.</p><p>c) Até 2025, a escassez de água afetará grande parte da massa terrestre mundial.</p><p>d) A escassez de água afetará, grande parte, da massa terrestre mundial</p><p>conotação pejorativa. Sinaliza, antes,</p><p>mudanças no significado da velhice. Trata-se de celebrar a velhice como sendo um momento</p><p>privilegiado para o lazer. A invenção da terceira idade, ou "melhor idade", indicaria assim uma</p><p>experiência inusitada de envelhecimento, em que o prolongamento da vida nas sociedades</p><p>contemporâneas ofereceria aos mais velhos a oportunidade de dispor de saúde, independência</p><p>financeira e outros meios apropriados para tornar reais as expectativas de que essa etapa da</p><p>vida é propícia à satisfação pessoal.</p><p>A visão da velhice como um processo contínuo de perdas e de dependência, responsável por</p><p>um conjunto de imagens negativas associadas a ela, tem sido substituída pela consideração</p><p>de que esse é um momento fecundo para novas conquistas. Proliferaram, na última década,</p><p>programas voltados para a terceira idade, como as universidades e os grupos de convivência.</p><p>Contudo, o sucesso dessas iniciativas é proporcional à precariedade dos mecanismos de que</p><p>dispomos para lidar com a velhice avançada. A nova imagem do idoso não oferece</p><p>instrumentos capazes de enfrentar a decadência de habilidades cognitivas e controles físicos</p><p>e emocionais que são fundamentais, na nossa sociedade, para que um indivíduo seja</p><p>reconhecido como capaz do exercício pleno dos direitos de cidadania. A dissolução desses</p><p>problemas nas representações gratificantes da terceira idade fecha o espaço para outras</p><p>iniciativas voltadas para o atendimento das situações de abandono e dependência que marcam</p><p>o avanço da idade. As perdas próprias do envelhecimento passam, então, a ser vistas como</p><p>consequência da falta de envolvimento dos mais velhos em atividades motivadoras ou da</p><p>adoção de formas de consumo e estilos de vida inadequados.</p><p>É, portanto, ilusório pensar que essas mudanças são acompanhadas de uma atitude mais</p><p>tolerante em relação às idades. A característica marcante desse processo é a valorização da</p><p>juventude, que é associada a valores e a estilos de vida, e não propriamente a um grupo etário</p><p>específico.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>30</p><p>(BOTELHO, S. & SCHWARCZ, L. H. Agenda Brasileira. São Paulo: Companhia das</p><p>Letras, 2009, p. 544-553)</p><p>Proliferaram, na última década, programas voltados para a terceira idade, (3º</p><p>parágrafo) O segmento grifado exerce na frase acima a mesma função sintática que</p><p>o segmento também grifado em:</p><p>a) É, portanto, ilusório pensar que essas mudanças... (último parágrafo)</p><p>b) ...quando foi criada na França a primeira universidade voltada... (2º parágrafo)</p><p>c) A gerontologia (...) é a ciência que estuda a velhice. (1º parágrafo)</p><p>d) ...ofereceria aos mais velhos a oportunidade de dispor de saúde... (2º parágrafo)</p><p>e) As perdas próprias do envelhecimento passam, então, a ser vistas como.. (4º parágrafo)</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. ORDEM DIRETA: Programas voltados.... proliferaram como as</p><p>universidades e os grupos.., na ultima década</p><p>SUJEITO: programas voltados...</p><p>PALAVRA SUBLINHADA: programas voltados...</p><p>ITEM "E": GABARITO : As perdas próprias do envelhecimento passam, então, a ser vistas</p><p>como....</p><p>SUJEITO : As perdas próprias ....</p><p>PALAVRA SUBLINHADA: As perdas próprias...</p><p>32 – Considere o texto abaixo para responder à questão.</p><p>Há uma explicação para a escultura de Picasso não ter sido reunida com frequência. Picasso,</p><p>o filho de pintor, treinado como pintor, não se levava a sério como escultor. Não considerava</p><p>as esculturas vendáveis ou tema de exposição. Ele as guardava em casa e no estúdio,</p><p>misturadas aos objetos da decoração. Depois de sua morte, em 1973, a organização do espólio</p><p>permitiu que obras fossem adquiridas por outras coleções. Embora as esculturas ficassem</p><p>longe do público, elas foram vistas por artistas que visitavam Picasso.</p><p>O diálogo do pintor com o escultor é constante. A escultura, diz a curadora Ann Temke,</p><p>adaptava-se ao temperamento irrequieto de Picasso, que se permitia improvisação no meio.</p><p>Na década em que predomina o metal, ela se diverte com a ideia do artista mais rico da história</p><p>frequentando ferros-velhos em busca de objetos.</p><p>A influência da arte africana sobre a pintura de Pablo Picasso é conhecida. É só admirar as</p><p>sublimes Demoiselles D'Avignon, que moram no quinto andar do MoMA. Mas só quando</p><p>apreciamos a obra em escultura a conexão fica mais evidente e compreensiva. Ann Temke</p><p>lembra que a visita de Picasso ao Museu Etnográfico de Paris, em 1907, por sugestão do amigo</p><p>e pintor André Derain, foi um divisor de águas. “A noção de fazer um espírito habitar uma</p><p>figura vem daí", diz ela. “Você não olha para a escultura europeia daquele tempo e pensa</p><p>neste poder mágico."</p><p>A curadora vê na representação erótica das formas femininas uma âncora do diálogo entre</p><p>o pintor e o escultor. “Ele estava mapeando a renovação de sua linguagem em duas e três</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>31</p><p>dimensões ao mesmo tempo."(Adaptado de: GUIMARÃES, Lúcia. O Estado de S. Paulo. 26</p><p>Setembro 2015)</p><p>Considere para o que se afirma:</p><p>I. O elemento sublinhado em ...que se permitia improvisação no meio. (2º parágrafo) introduz</p><p>uma restrição ao sentido do termo imediatamente anterior.</p><p>II. Sem prejuízo da correção e do sentido, o segmento sublinhado em Na década em</p><p>que predomina o metal... (2º parágrafo) pode ser substituído por: “à qual".</p><p>III. O elemento sublinhado em ...que moram no quinto andar do MoMA (3º parágrafo) é um</p><p>pronome, com o papel de sujeito na oração que introduz.</p><p>Está correto o que se afirma APENAS em</p><p>a) II.</p><p>b) I e II.</p><p>c) II e III.</p><p>d) I e III.</p><p>e) III.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>I. O termo é explicativo e não restritivo. Na verdade, a vírgula que traz uma oração restritiva.</p><p>II. A preposição 'em' se refere ao verbo "predomina". (o quem predomina,</p><p>predomina em...) o verbo predominar exige a preposição 'em' e não 'a';</p><p>III. "que" retoma "Demoiselles D'Avigno" = SUJEITO.</p><p>33 – Leia o texto abaixo para responder à questão.</p><p>Nos últimos dias, fomos bombardeados com estatísticas e reportagens alarmantes sobre</p><p>pais angustiados por não poder gastar o mesmo que gastaram no ano de 2014 no dia da</p><p>criança − em letras minúsculas. Não acredito em dia da criança em maiúsculas. Não há</p><p>celebração da infância (ou da maternidade e paternidade) que careça de compras. Todos</p><p>sabemos que são datas para movimentar o comércio e nada há de errado em aquecer a</p><p>atividade econômica. Mas, no caso das crianças, que não compreendem a comercialização do</p><p>afeto, é triste ver pais se desculpando por não poder comprar algo como se isto represente</p><p>uma falha em demonstrar dedicação aos filhos. Falar de dinheiro com os filhos parece quase</p><p>tão difícil quanto falar de sexo.</p><p>Num distante longo feriado, visitando uma família querida na costa oeste americana, me</p><p>surpreendi com a naturalidade de uma menina de oito anos, quando perguntei: “Qual é o plano</p><p>para amanhã?". “Compras", foi a resposta. A menina não me disse que precisava de um casaco</p><p>de inverno ou um livro para a escola. É possível que nada lhe faltasse no momento, mas o</p><p>programa seria comprar, verbo intransitivo. Minha surpresa era explicada pelo choque de</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>32</p><p>cultura e geração. Crescendo no Rio de Janeiro, o verbo comprar como uma atividade, tal</p><p>como ir à praia ou ao teatro, não era usado por crianças.</p><p>Um jornalista americano, que foi um dos inventores da cobertura sobre finanças pessoais,</p><p>lançou, este ano, o livro O Oposto de Mimados: Criando Filhos Generosos, Bem Fundamentados</p><p>e Inteligentes Sobre Dinheiro. Ron Lieber começou a ser emparedado pela própria filha de três</p><p>anos com perguntas sobre dinheiro que o faziam engasgar. Ele se deu conta de que uma das</p><p>maiores ofensas que se pode fazer a mães e pais é descrever seus filhos como mimados. O</p><p>verbo</p><p>é passivo. Mimados por quem?</p><p>Assim, não chega a surpreender que pais vejam o impedimento para comprar como um</p><p>fracasso pessoal. (Adaptado de: GUIMARÃES, Lúcia. Comprar, verbo intransitivo. In:</p><p>Cultura-Estadão, 12/10/2015)</p><p>Atente para as seguintes afirmações.</p><p>I. Na primeira frase do texto, as formas verbais “poder gastar" e “gastaram" têm o mesmo</p><p>sujeito.</p><p>II. No segmento É possível que nada lhe faltasse no momento... (2º parágrafo), caso se</p><p>substitua "nada" por "poucas coisas", o verbo "faltasse" deverá obrigatoriamente ser</p><p>flexionado no plural.</p><p>III. Em Não acredito em dia da criança em maiúsculas (1º parágrafo), não se pode acrescentar</p><p>uma vírgula imediatamente após “acredito", uma vez que "em dia da criança" é uma locução</p><p>adverbial.</p><p>Está correto o que se afirma APENAS em:</p><p>a) I e II.</p><p>b) III.</p><p>c) II e III.</p><p>d) II.</p><p>e) I e III.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>I – Correta.</p><p>II- Correto</p><p>III- Errado. Em dia da criança é objeto indireto, pois quem acredita, acredita em alguma coisa</p><p>e por isso não pode haver a virgula imediatamente após acredito pois não se separa o verbo</p><p>do seu complemento.</p><p>34 – Recém-chegado a Roma em 1505, Michelangelo Buonarroti foi contratado para fazer</p><p>aquela que vislumbrava como a obra de sua vida. O jovem que acabara de se consagrar como</p><p>escultor do Davi recebeu a incumbência de criar o futuro túmulo do papa Júlio II. O projeto</p><p>consistia no maior conjunto de esculturas desde a antiguidade. Mas Júlio II mudou de ideia:</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>33</p><p>antes de fazer o túmulo, resolveu reconstruir a Catedral de São Pedro. Com o adiamento,</p><p>Michelangelo recebeu um prêmio de consolação: pintar o teto de uma capela de uso reservado</p><p>que se encontrava em estado deplorável.</p><p>Michelangelo resistiu a pintar a capela não apenas por julgar que seria um projeto menor.</p><p>Relatos indicam que, na raiz disso, havia uma forte insegurança. O artista, que se considerava</p><p>um escultor, cortava de forma peremptória quando lhe pediam uma pintura: “não é minha</p><p>profissão”. Hoje, é curioso imaginar que o criador do teto da Capela Sistina possa ter resistido</p><p>a seu destino.</p><p>Michelangelo fez fortuna servindo a sete papas e a outros tantos notáveis, como o clã</p><p>florentino dos Medici. Nem sempre, porém, entregava o que prometia. Para sobreviver, enfim,</p><p>Michelangelo teve de enfrentar questões que afligem os seres humanos em qualquer tempo.</p><p>Como no caso de sua resistência a trocar a escultura pela pintura, quem nunca tremeu nas</p><p>bases ao ser forçado a sair de sua zona de conforto? Em matéria de pressão competitiva, a</p><p>arte renascentista não diferia tanto do ambiente de busca pelo alto desempenho das</p><p>corporações modernas. O jovem Michelangelo penou para demonstrar o valor de seu gênio</p><p>numa Florença dominada por estrelas veteranas como Leonardo da Vinci.</p><p>O corpo humano foi o campo de batalha artística de Michelangelo. Como definiu o pintor</p><p>futurista Umberto Boccioni (1882-1916), essa era sua “matéria arquitetônica para a construção</p><p>dos sonhos”. Michelangelo criou corpos perfeitos, mas irreais: o Davi tem musculatura de</p><p>homem adulto, mas compleição de menino. Com isso, o artista resgatava a imagem juvenil</p><p>dos deuses gregos.</p><p>(Adaptado de Revista VEJA. Edição 2445,</p><p>30/09/2015)</p><p>...antes de fazer o túmulo, resolveu reconstruir a Catedral de São Pedro.</p><p>O elemento que possui a mesma função sintática do sublinhado acima se encontra</p><p>também sublinhado em:</p><p>a) Recém-chegado a Roma em 1505...</p><p>b) ... havia uma forte insegurança.</p><p>c) O corpo humano foi o campo de batalha artística de Michelangelo.</p><p>d) Como definiu o pintor futurista Umberto Boccioni...</p><p>e) Mas Júlio II mudou de ideia...</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. A Catedral de São Pedro” tem a função de objeto direto que é</p><p>complementada pelo sentido de a forma verbal “reconstruir”. Na alternativa B, o verbo “haver”</p><p>é impessoal, por isso que permaneceu na 3ª pessoa do singular, tendo como seu complemento</p><p>direto a estrutura “uma forte insegurança”.</p><p>35 – A fama de Auguste Saint-Hilaire não teve a projeção da de seu irmão Geoffroy, o</p><p>continuador de Lamarck; o seu nome não figura, como o do outro, em todas as enciclopédias.</p><p>Para nós, entretanto, a memória que importa, a que nos deve ser sobremodo cara é a do irmão</p><p>menos ilustre. Nenhum estrangeiro deixou entre nós lembrança mais simpática.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>34</p><p>Roquete Pinto narra o encantado interesse com que na fazenda dos seus avós devorava,</p><p>adolescente, as páginas das Viagens. “Os livros de Auguste Saint-Hilaire", diz ele, “leem-se</p><p>aos quinze anos como se fossem romances de aventuras, tão pitorescos são os aspectos e a</p><p>linguagem que neles se encontram." E assinala o grande carinho, a bondade, a tão justa</p><p>medida no louvor e na crítica das nossas coisas.</p><p>Essa obra formidável do sábio francês representa seis anos de viagens pelo nosso interior</p><p>através de regiões muitas vezes inóspitas. Pelo desconforto dos nossos dias, apesar das</p><p>estradas de ferro e do automóvel, podemos avaliar as dificuldades e fadigas de uma jornada</p><p>a Goiás em 1816. Em dezembro de 1816 Saint-Hilaire partiu para Minas, que atravessou de</p><p>sul a norte, furando depois até Boa Vista, então capital de Goiás.</p><p>Três vezes voltou Saint-Hilaire ao interior do Brasil: em 1818 ao Espírito Santo, onde</p><p>percorreu as regiões mal-afamadas do rio Doce; em 1819 através de São Paulo, Paraná e</p><p>Santa Catarina, até a Cisplatina; finalmente em 1822 a São Paulo por uma larga digressão ao</p><p>sul de Minas. Ao todo 2.500 léguas!</p><p>Por tudo isso, por tantos trabalhos, por tanta abnegação, tão lúcido afeto e simpatia, e</p><p>para diferenciá-lo do irmão, mais mundialmente glorioso, podemos chamar Auguste Saint-</p><p>Hilaire o “nosso" Saint-Hilaire.</p><p>Escrevia sem sombra de ênfase nem pedantismo. A propósito de suas Lições de morfologia</p><p>vegetal, escreveu Payer, citado pelo sr. Tobias Monteiro: “Um dos característicos da obra de</p><p>Saint-Hilaire é ser exposta com tanta clareza e simplicidade que a profundeza do julgamento</p><p>parece apenas bom senso".</p><p>Precisamos ler muitos homens como Auguste SaintHilaire.</p><p>(Adaptado de: BANDEIRA, Manuel. O “nosso" Saint-Hilaire. Crônicas da</p><p>província do Brasil. 2.ed. São Paulo: Cosac Naify, 2006, p.199-202)</p><p>Três vezes voltou Saint-Hilaire ao interior do Brasil...</p><p>O elemento em destaque na frase acima exerce a mesma função sintática que o</p><p>segmento grifado em:</p><p>a) “Os livros de Auguste Saint-Hilaire (...) leem-se aos quinze anos como...”</p><p>b) Nenhum estrangeiro deixou entre nós lembrança mais simpática.</p><p>c) Pelo desconforto dos nossos dias, apesar das estradas de ferro e do automóvel, podemos</p><p>avaliar as dificuldades e fadigas...</p><p>d) A fama de Auguste Saint-Hilaire não teve a projeção da de seu irmão Geoffroy, o</p><p>continuador de Lamarck...</p><p>e) “...exposta com tanta clareza e simplicidade que a profundeza do julgamento parece</p><p>apenas bom senso”.</p><p>Comentários</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>35</p><p>O gabarito é a alternativa E. Quem é que voltou três vezes? Saint-Hilaire = Portanto SUJEITO</p><p>da oração. O enunciado quer o sujeito. "exposta com tanta clareza e simplicidade</p><p>que a profundeza do julgamento parece apenas bom senso". Quem é que está exposta? A</p><p>profundeza do julgamento= SUJEITO da oração.</p><p>36 – Texto</p><p>A Globalização</p><p>A partir da segunda metade do século XX, o mundo parece ter ficado cada vez menor. Os</p><p>avanços nos sistemas de comunicação tornaram possível que pessoas de diferentes lugares</p><p>passassem a se falar e a estar em contato o tempo todo. As pessoas começaram a viajar mais</p><p>e, com isso, alteraram o seu modo de ver o mundo e de se relacionar.</p><p>Os satélites, a televisão e a Internet possibilitam que uma</p><p>pessoa que mora no Brasil seja</p><p>informada de um fato que esteja ocorrendo do outro lado do mundo quase no exato momento</p><p>em que ele está acontecendo.</p><p>A globalização modificou a vida das pessoas no mundo e trouxe aspectos positivos, como o</p><p>maior contato entre indivíduos de lugares distantes e notícias em tempo real. Porém,</p><p>também trouxe aspectos negativos, entre os quais o aumento do desemprego, da pobreza e</p><p>de problemas sociais, como a violência urbana.</p><p>Alguns aspectos da globalização, como o acesso ao computador, ainda não são uma realidade</p><p>para milhões de pessoas no Brasil. Alguns programas sociais, porém, têm procurado levar</p><p>informação e conhecimento a todo o país.</p><p>(Cláudia Carvalho Neves)</p><p>"Os avanços nos sistemas de comunicação tornaram possível que pessoas de diferentes</p><p>lugares passassem a se falar e a estar em contato o tempo todo. As pessoas começaram a</p><p>viajar mais e, com isso, alteraram o seu modo de ver o mundo e de se relacionar".</p><p>As duas ocorrências do pronome "se" sublinhadas indicam, respectivamente,</p><p>a) sujeito indeterminado e sujeito indeterminado.</p><p>b) voz passiva e pronome reflexivo.</p><p>c) pronome reflexivo e pronome recíproco.</p><p>d) pronome recíproco e pronome recíproco.</p><p>e) pronome recíproco e sujeito indeterminado.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D. PRONOME RECÍPROCO - quando dois seres trocam uma ação,</p><p>de modo que seja agente em relação ao outro - paciente.</p><p>37 – FESTA</p><p>Uma explicação simples para a proliferação nas favelas e nos subúrbios de campinhos de terra</p><p>batida: o futebol, no Brasil, é esse fenômeno que leva à gloria e à fortuna um menino pobre,</p><p>quase sempre negro ou mulato, o que já o situa em um país que aboliu a escravidão mas não</p><p>a sua herança.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>36</p><p>Pelé ou Neymar, esse menino serve de espelho às esperanças de um povo inteiro a quem o</p><p>futebol oferece uma oportunidade — rara, quase única — de se sentir o melhor do mundo. A</p><p>centralidade do futebol na vida dos brasileiros é razão de sobra para vivermos este mês em</p><p>estado de euforia como se na Copa do Mundo estivesse em jogo a nossa identidade. (...)</p><p>A Copa do Mundo revela ambiguidades de nosso tempo. Um bilhão e meio de pessoas assistem</p><p>às mesmas imagens confirmando o avanço da globalização. Mas o conteúdo das imagens a</p><p>que todos assistem afirma os pertencimentos nacionais, expressos com símbolos ancestrais,</p><p>bandeiras, emblemas, hinos entoados com lágrimas nos olhos. O nosso é cantado a capela</p><p>pelos jogadores e uma multidão em verde e amarelo desafiando o regulamento da FIFA,</p><p>entidade sem pertencimento que salpica no espetáculo, em poucas notas mal tocadas, o que</p><p>para cada povo é a evocação emocionada de sua história. No mundo de hoje comunicação e</p><p>mobilidade se fazem em escala global, mas os sentimentos continuam tingidos pelas cores da</p><p>infância.</p><p>O respeito às regras, saber ganhar e saber perder, são conquistas de um pacto civilizatório</p><p>cuja validade se testa a cada jogo. (...)</p><p>O futebol é useiro e vezeiro em contrariar cenários previsíveis. O acaso pode ser um</p><p>desmancha-prazeres. A multidão que se identifica com os craques e que conta com eles para</p><p>realizar o gesto de grandeza que em vidas sem aventuras nunca acontece, essa massa</p><p>habitada pela nostalgia da glória deifica os jogadores e esquece — e por isso não perdoa —</p><p>que deuses às vezes tropeçam nos próprios pés, na angústia e no medo.</p><p>É essa irrupção do acaso que faz do futebol mais do que um esporte, um jogo, cuja emoção</p><p>nasce de sua indisfarçada semelhança com a própria vida, onde sucesso ou fracasso depende</p><p>tanto do imponderável. Não falo de destino porque a palavra tem a nobreza das tragédias</p><p>gregas, do que estava escrito e fatalmente se cumprirá. O acaso é banal, é próximo do</p><p>absurdo. É, como poderia não ter sido. Se o acaso é infeliz chamamos de fatalidade. Feliz, de</p><p>sorte. O acaso decide um jogo. Nem sempre a vida é justa, é o que o futebol ensina.</p><p>(...)</p><p>A melhor técnica, o treino mais cuidadoso estão sujeitos aos deslizes humanos.</p><p>(...)</p><p>O melhor do futebol é a alegria de torcer. Essa Copa do Mundo vem sendo uma festa vivida</p><p>nos estádios, nas ruas e em cada casa onde se reúnem os amigos para misturar ansiedades.</p><p>A cada gol da seleção há um grito que vem das entranhas da cidade. A cidade grita. Nunca</p><p>tinha ouvido o Rio gritar de alegria. Um bairro ou outro, talvez, em decisões de campeonato.</p><p>Nunca a cidade inteira, um país inteiro. Em tempos de justificado desencanto e legítimo mau</p><p>humor, precisamos muito dessa alegria que se estende noite adentro nas celebrações e na</p><p>confraternização das torcidas.</p><p>Passada a Copa, na retomada do cotidiano, é provável que encontremos intactos o desencanto</p><p>e o mau humor, já que não há, à vista, sinais de mudança no que os causou. Uma razão a</p><p>mais para valorizar esse tempo de alegria na vida de uma população que, no jogo da vida,</p><p>sofre tantas faltas.</p><p>(OLIVEIRA, Rosiska Darcy de. Festa. Seção: Opinião. O Globo, 21.6.2014, p. 20).</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>37</p><p>O pronome relativo sublinhado exerce a função de objeto direto (e não de sujeito)</p><p>em:</p><p>a) que salpica o que para cada povo é a evocação (...)( 3º §);</p><p>b) a multidão que se identifica com os craques (...) (5º §);</p><p>c) (...) é essa irrupção do acaso que faz do futebol (...) (6º §);</p><p>d) nem sempre a vida é justa. É o que o futebol ensina (6º §);</p><p>e) (...) não há (...) sinais de mudança no que os causou (9º §).</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D. Nesse caso, o pronome relativo "que" está retomando o pronome</p><p>demonstrativo "o" que é objeto direto do verbo ensinar cujo sujeito é "futebol". Nas demais,</p><p>o pronome relativo exerce a função de sujeito.</p><p>38 – Texto</p><p>A formação da cidadania</p><p>Em todas as manifestações de caráter social, político e econômico, da mais inconsequente</p><p>opção (pessoal) às mais sérias decisões do governo, o ser humano é guiado por dois</p><p>comportamentos básicos: pensar e agir, de acordo com os conhecimentos disponíveis. (....)</p><p>A interação contínua entre pensamento e ação permite ao homem tomar decisões, tanto</p><p>as de natureza particular – como a escolha de um curso ou profissão ou a compra de um par</p><p>de sapatos -, quanto as que terão consequências coletivas, como a eleição de governantes ou</p><p>a participação em manifestações públicas. Portanto, de modo geral, as decisões não são</p><p>arbitrárias. Não importa o grau de consciência política que o indivíduo possui, ou a massa de</p><p>conhecimentos de que ele dispõe sobre uma questão: há sempre uma dose de reflexão em</p><p>cada um dos seus atos.</p><p>É fácil de constatar que as ideias, as opiniões, as atitudes e as ações não seguem um</p><p>esquema simples, mecanicista e uniforme, pois as diferentes preocupações que atormentam</p><p>o homem se embaralham e se cruzam a cada instante e às vezes se chocam. É como se todas</p><p>as provas automobilísticas do mundo fossem disputadas ao mesmo tempo no mesmo</p><p>autódromo.</p><p>A formação do cidadão consiste em capacitá-lo a pôr ordem nesse processo, que se</p><p>desenvolve ao seu redor mas sempre explode dentro dele. A principal contribuição formativa</p><p>da educação é a de atuar sobre esse mecanismo mental decisório e ajustá-lo o mais</p><p>corretamente possível, equilibrando os conhecimentos, as habilidades e as atitudes segundo</p><p>padrões éticos, morais e outros, válidos para todos ou para a maioria das pessoas.</p><p>Não existe um método infalível para que alguém possa chegar, sempre, às melhores</p><p>decisões sobre todas as coisas, mas pode-se melhorar a capacidade de raciocínio com a</p><p>prática, o estudo, a crítica, a reflexão. O grande objetivo, que mais parece um ideal inatingível,</p><p>é conseguir que cada indivíduo se torne autônomo, isto é, que seja capaz de decidir por si</p><p>mesmo, não se sujeitando à interferências ou pressões externas. É o caminho que levará à</p><p>formação de cidadãos conscientes.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>38</p><p>(Martinez, Paulo. Direitos de cidadania – um lugar ao sol.)</p><p>“É fácil de constatar que as ideias, as opiniões, as atitudes e as ações não seguem um esquema</p><p>simples, mecanicista e uniforme, pois as diferentes preocupações que atormentam o homem</p><p>se embaralham e se cruzam a cada instante e às vezes se chocam”.</p><p>Sobre os componentes desse segmento do texto, é correto afirmar que:</p><p>a) não há necessidade do emprego da preposição de após “é fácil”.</p><p>b) os três empregos do pronome se possuem valores diferentes.</p><p>c) o pronome que apresenta “ideias, opiniões, atitudes, ações” como antecedentes.</p><p>d) os sujeitos de embaralham e cruzam são diferentes.</p><p>e) simples e uniforme são sinônimos.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. A preposição DE é facultativa ao introduzir uma oração: (1)</p><p>completiva nominal ou (2) objetiva indireta. Vale dizer que depois de adjetivos como</p><p>certo/seguro/ansioso ou substantivos como esperança/receio/medo (no caso 1), ou de verbos</p><p>transitivos indiretos que regem a preposição DE, como duvidar/lembrar/convencer-se (no caso</p><p>2), muitas vezes a preposição DE é omitida, especialmente na linguagem falada. É chamada</p><p>de elipse preposicional.</p><p>39 – O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha</p><p>aldeia,</p><p>Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela</p><p>minha aldeia</p><p>Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.</p><p>O Tejo tem grandes navios</p><p>E navega nele ainda,</p><p>Para aqueles que veem em tudo o que lá não está,</p><p>A memória das naus.</p><p>O Tejo desce de Espanha</p><p>E o Tejo entra no mar em Portugal</p><p>Toda a gente sabe isso.</p><p>Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia</p><p>E para onde ele vai</p><p>E donde ele vem</p><p>E por isso, porque pertence a menos gente,</p><p>É mais livre e maior o rio da minha aldeia.</p><p>Pelo Tejo vai-se para o Mundo</p><p>Para além do Tejo há a América</p><p>E a fortuna daqueles que a encontram</p><p>Ninguém nunca pensou no que há para além</p><p>Do rio da minha aldeia.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>39</p><p>O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.</p><p>Quem está ao pé dele está só ao pé dele.</p><p>(Alberto Caeiro)</p><p>E o Tejo entra no mar em Portugal</p><p>O elemento que exerce a mesma função sintática que o sublinhado acima encontra-</p><p>se em</p><p>a) a fortuna. (4a estrofe)</p><p>b) A memória das naus. (2a estrofe)</p><p>c) grandes navios. (2a estrofe)</p><p>d) menos gente. (3a estrofe)</p><p>e) a América. (4a estrofe)</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. O fragmento o tejo tem grandes navios e navega nele ainda,</p><p>para aqueles que veem em tudo o que lá não está, a memória das naus está em ordem indireta.</p><p>ao inserir a memória das naus entre a conjunção E e o verbo navega, tem-se: o tejo tem</p><p>grandes navios e a memória das naus navega nele ainda. Constrói-se, pois, a função sintática</p><p>de sujeito.</p><p>40 – Lições dos museus</p><p>Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma invenção moderna: nasceram durante</p><p>a Revolução Francesa, no final do século XVIII. Os parisienses revoltados arrebentaram as</p><p>casas dos nobres e se serviram de bens, mobiliário e objetos de arte. O quebra-quebra era um</p><p>jeito de decretar que acabara o tempo dos privilégios. A Assembleia Nacional debateu durante</p><p>meses para chegar à conclusão de que os restos do luxo dos aristocratas deviam ser</p><p>considerados patrimônio da nação. Seriam, portanto, reunidos e instalados em museus que</p><p>todos visitariam, preservando agradavelmente a lembrança de tempos anteriores.</p><p>A questão em debate era a seguinte: será que fazia sentido preservar o passado, uma vez</p><p>que estava começando uma nova era em que os indivíduos não mais seriam julgados por sua</p><p>origem, mas por sua capacidade e potencialidades pessoais? Não seria lógico destruir os</p><p>vestígios de épocas injustas para começar tudo do zero? Prevaleceu o partido segundo o qual</p><p>era bom conservar os restos do passado iníquo e transformá-los em memórias coletivas.</p><p>Dessa escolha nasceram os museus e, logo depois, a decisão de preservar os monumentos</p><p>históricos. Na mesma época, na Europa inteira, ganhou força o interesse pela História. A</p><p>justificativa seria: lembrar para não repetir. Não deu muito certo, ao que tudo indica, pois</p><p>nunca paramos de repetir o pior. No fundo, não queremos que o passado decida nosso destino:</p><p>o que nos importa, em princípio, é sempre o futuro.</p><p>(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha,</p><p>2004, p. 330-331)</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>40</p><p>A frase em que ambos os elementos sublinhados exercem a função de núcleo do</p><p>sujeito é:</p><p>a) Os bens dos aristocratas deviam ser considerados patrimônio de quem os tomou.</p><p>b) Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres.</p><p>c) Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma invenção moderna.</p><p>d) Muitos acham que não é justo apagar os vestígios do passado.</p><p>e) Dessa escolha da Assembleia Nacional nasceram os museus.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Em A, o termo “bens” é núcleo do sujeito e o vocábulo “quem”</p><p>refere-se ao núcleo do sujeito. Em B, “parisienses” é núcleo do sujeito; revoltados é adjunto</p><p>adnominal; “nobres” qualifica casas, logo é adjunto adnominal. Em C, “museus” é núcleo do</p><p>sujeito; “invenção” (moderna) é predicativo do sujeito. Em D, o sujeito oracional, logo não há</p><p>núcleo e vestígios é objeto direto. Em E, “escolha” não é sujeito; “museus” é núcleo do sujeito.</p><p>41 – Texto 1 “Brasileiro adora elogio de estrangeiro. Ninguém questiona quando falam bem</p><p>da gente. Quando nos criticam, porém, a história é outra. Quem nos critica é mal-intencionado</p><p>– ou quer nos colonizar. Se a revista Economist publica na capa o Cristo Redentor em forma</p><p>de foguete, com a manchete 'o Brasil decola', é chamada de “a melhor revista do mundo". Se</p><p>traz o mesmo Cristo Redentor voando desgovernado, com a pergunta 'O Brasil estragou tudo?',</p><p>é acusada de 'instrumento do capital internacional'. Muito da dificuldade que encontramos em</p><p>lidar com a crítica decorre de insegurança em relação a nossa identidade nacional. Não</p><p>sabemos bem quem somos." (Alexandre Vidal Porto. Folha de São Paulo.) “Ninguém questiona</p><p>quando falam bem da gente. Quando nos criticam, porém, a história é outra. Quem nos critica</p><p>é mal- intencionado – ou quer nos colonizar". Assinale a opção que indica o problema estrutural</p><p>desse segmento do texto.</p><p>a) O emprego simultâneo de “a gente" e “nós".</p><p>b) O uso da forma plural “falam" sem sujeito explícito.</p><p>c) O deslocamento de “porém" para o meio da frase.</p><p>d) A grafia de “mal-intencionado" com hífen.</p><p>e) A colocação do pronome “nos" entre dois verbos.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Só se usa hífen depois de mal se a palavra seguinte começar</p><p>por h ou vogal. Seu oposto, a palavra bem, sempre é seguido de hífen. O pronome "nos"</p><p>pressupõe uma estrutura baseada no pronome "nós", esteja ele escrito ou oculto. Isso</p><p>é coesão textual. O correto seria: Ninguém questiona quando falam bem de nós.</p><p>Quando nos criticam, porém, a história é outra. Quem nos critica é mal- intencionado – ou</p><p>quer nos colonizar; ou: Ninguém questiona quando falam bem da gente. Quando criticam a</p><p>gente, porém, a história é outra. Quem critica a gente é mal- intencionado – ou</p><p>quer colonizar a gente".</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>41</p><p>42 – Dia do Trabalho</p><p>Em abril de 1886, eclodiram nos Estados Unidos diversas greves, nas quais os operários</p><p>reivindicavam jornada de trabalho de oito horas diárias. Essa reivindicação baseava-se em um</p><p>raciocínio muito simples: se o dia tem 24 horas, deveria ser dividido logicamente em três</p><p>partes de oito horas - uma para o trabalho, outra para descanso e lazer e outra para o estudo.</p><p>Em 1° de maio do mesmo ano, milhares de trabalhadores de Chicago iniciaram uma greve</p><p>geral. Três dias depois, a praça Haymarket, na cidade, foi ocupada por operários anarquistas</p><p>reunidos em um grande comício para protestar contra a morte de grevistas na porta de uma</p><p>fábrica no dia anterior. Quase no fim da manifestação, a polícia ordenou que os operários</p><p>abandonassem imediatamente a praça. Nesse momento uma bomba foi atirada na direção dos</p><p>policiais, matando um deles e ferindo vários outros. Seguiu-se um tiroteio, no qual foram</p><p>mortos vários manifestantes.</p><p>Os anarquistas foram acusados de atirar a bomba, o que motivou uma grande campanha</p><p>na imprensa para reprimir o movimento. Alguns dias depois, oito líderes foram presos e</p><p>julgados rapidamente. Sete deles foram condenados a morte sem provas conclusivas sobre</p><p>seu envolvimento no atentado. Ao final do processo, dois condenados à morte tiveram a pena</p><p>transformada em prisão perpétua, um se suicidou na prisão e quatro foram enforcados em</p><p>praça pública.</p><p>Esses manifestantes passaram a ser lembrados como os "mártires de Chicago” . Em</p><p>homenagem a eles, a partir de 1890 correntes ideológicas do movimento operário internacional</p><p>e organizações sindicais passaram a comemorar em 1° de maio o Dia do Trabalho, realizando</p><p>grandes manifestações em todo o mundo, exceto nos Estados Unidos. Curiosamente, no país</p><p>onde ocorreu o massacre de Chicago, o Dia do Trabalho é comemorado oficialmente na</p><p>primeira segunda-feira de setembro, desde 1894.</p><p>(Marcos Napolitano e Mariana Villaça)</p><p>Assinale a frase em que não ocorre a presença de um sujeito posposto.</p><p>a) "Curiosamente, no país onde ocorreu o massacre de Chicago...".</p><p>b) "... o Dia do Trabalho é comemorado oficialmente na primeira segunda-feira de setembro,</p><p>desde 1894”.</p><p>c) "Em abril de 1886, eclodiram nos Estados Unidos diversas greves...".</p><p>d) "Seguiu-se um tiroteio..".</p><p>e) "...no qual foram mortos vários manifestantes”.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Sujeito posposto é o que se entende por ordem inversa, na qual</p><p>alguns termos são encontrados em combinação contrária ao esperado (ex.: verbo + sujeito</p><p>= sujeito posposto). Embora a Língua Portuguesa se apresente predominantemente</p><p>pela ordem direta (sujeito + verbo + predicado), é comum encontrarmos alguns termos em</p><p>posições variadas na oração. Assim, a oração “...o Dia do Trabalho é comemorado oficialmente</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>42</p><p>na primeira segunda-feira de setembro, desde 1894” é a única que traz um sujeito posposto.</p><p>O dia do trabalho é o sujeito e o verbo é “comemorar”.</p><p>43 – Dia do Trabalho</p><p>Em abril de 1886, eclodiram nos Estados Unidos diversas greves, nas quais os operários</p><p>reivindicavam jornada de trabalho de oito horas diárias. Essa reivindicação baseava-se em um</p><p>raciocínio muito simples: se o dia tem 24 horas, deveria ser dividido logicamente em três</p><p>partes de oito horas - uma para o trabalho, outra para descanso e lazer e outra para o estudo.</p><p>Em 1° de maio do mesmo ano, milhares de trabalhadores de Chicago iniciaram uma greve</p><p>geral. Três dias depois, a praça Haymarket, na cidade, foi ocupada por operários anarquistas</p><p>reunidos em um grande comício para protestar contra a morte de grevistas na porta de uma</p><p>fábrica no dia anterior. Quase no fim da manifestação, a polícia ordenou que os operários</p><p>abandonassem imediatamente a praça. Nesse momento uma bomba foi atirada na direção dos</p><p>policiais, matando um deles e ferindo vários outros. Seguiu-se um tiroteio, no qual foram</p><p>mortos vários manifestantes.</p><p>Os anarquistas foram acusados de atirar a bomba, o que motivou uma grande campanha</p><p>na imprensa para reprimir o movimento. Alguns dias depois, oito lideres foram presos e</p><p>julgados rapidamente. Sete deles foram condenados a morte sem provas conclusivas sobre</p><p>seu envolvimento no atentado. Ao final do processo, dois condenados à morte tiveram a pena</p><p>transformada em prisão perpétua, um se suicidou na prisão e quatro foram enforcados em</p><p>praça pública.</p><p>Esses manifestantes passaram a ser lembrados como os "mártires de Chicago”. Em</p><p>homenagem a eles, a partir de 1890 correntes ideológicas do movimento operário internacional</p><p>e organizações sindicais passaram a comemorar em 1° de maio o Dia do Trabalho, realizando</p><p>grandes manifestações em todo o mundo, exceto nos Estados Unidos. Curiosamente, no país</p><p>onde ocorreu o massacre de Chicago, o Dia do Trabalho é comemorado oficialmente na</p><p>primeira segunda-feira de setembro, desde 1894.</p><p>(Marcos Napolitano e Mariana Villaça)</p><p>"Nesse momento uma bomba foi atirada na direção dos policiais, matando um deles e ferindo</p><p>vários outros”.</p><p>Sobre os componentes desse segmento do texto, assinale a afirmativa correta.</p><p>a) "Nesse momento” se refere ao momento da morte do policial.</p><p>b) "foi atirada” se refere a uma ação praticada pela "bomba".</p><p>c) "na direção dos policiais" indica uma ação involuntária.</p><p>d) "matando" e "ferindo" são ações praticadas pelo mesmo agente.</p><p>e) "um deles' indica um policial qualquer, não uma quantidade.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D. "matando" e "ferindo" foram provocados pelo mesmo agente, a</p><p>bomba.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>43</p><p>A alternativa A está incorreta. Nesse momento" faz referência ao momento em que a</p><p>bomba é lançada.</p><p>A alternativa B está incorreta. "Foi atirada" se refere à ação praticada pelos manifestantes.</p><p>A alternativa C está incorreta. “na direção dos policiais" é uma ação provocada com</p><p>intenção.</p><p>A alternativa E está incorreta. "um deles", perceba que ele quantifica, um morreu, os</p><p>outros, foram feridos.</p><p>44 – A justiça é o tema dos temas da Filosofia do Direito por conta da força de um sentimento</p><p>que atravessa os tempos: o de que o Direito, como uma ordenação da convivência humana,</p><p>esteja permeado e regulado pela justiça. A palavra direito, em português, vem de directum,</p><p>do verbo latino dirigere, dirigir, apontando, dessa maneira, que o sentido de direção das</p><p>normas jurídicas deve ser o de se alinhar ao que é justo.</p><p>O acesso ao conhecimento do que é justo, no entanto, não é óbvio. Basta lembrar que os</p><p>gregos, para lidar com as múltiplas vertentes da justiça, valiam-se, na sua mitologia, de mais</p><p>de uma divindade: Têmis, a lei; Diké, a equidade; Eirene, a paz; Eunômia, as boas leis;</p><p>Nêmesis, que pune os crimes e persegue a desmedida.</p><p>No mundo contemporâneo o Direito tem uma complexa função de gestão das sociedades, que</p><p>torna ainda mais problemático o acesso ao conhecimento do que é justiça, por meio da razão,</p><p>da intuição ou da revelação. Essa problematicidade não afasta a força das aspirações da</p><p>justiça, que surge como um valor que emerge da tensão entre o ser das normas do Direito</p><p>Positivo e de sua aplicação, e o dever ser dos anseios do justo. Na dinâmica dessa tensão tem</p><p>papel relevante o sentimento de justiça. Este é forte, mas indeterminado. Daí as dificuldades</p><p>da passagem do sentir para o saber. Por esse motivo, a tarefa da Teoria da Justiça é um</p><p>insistente e contínuo repensar o significado de justiça no conjunto de preferências, bens e</p><p>interesses positivados pelo Direito.</p><p>(Celso Lafer. O Estado de S. Paulo, A2, Espaço aberto, 18 de novembro de 2012,</p><p>trecho)</p><p>No mundo contemporâneo o Direito tem uma complexa função de gestão das</p><p>sociedades, que torna ainda mais problemático o acesso ao conhecimento do que é</p><p>justiça, por meio da razão, da intuição ou da revelação.</p><p>Considerando-se o segmento acima, a afirmativa que NÃO condiz com a estrutura</p><p>sintática é:</p><p>a) trata-se de período composto por coordenação.</p><p>b) o Direito e que exercem função de sujeito, no período.</p><p>c) gestão e acesso são palavras que possuem, igual- mente, complemento nominal.</p><p>d) ainda mais problemático é um termo que exerce função de predicativo.</p><p>e) o termo por meio da razão, da intuição ou da revelação tem sentido adverbial.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>44</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Período composto por coordenação</p><p>é aquele separado por</p><p>vírgulas e não CONJUNÇÕES. No caso da frase, há conjunções, o que configura período</p><p>composto por subordinação.</p><p>45 – “As melhores e as mais lindas coisas do mundo não se podem ver nem tocar. Elas devem</p><p>ser sentidas com o coração. Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam,</p><p>e do caos nascem as estrelas.</p><p>Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui, o verdadeiro</p><p>valor do homem é o seu caráter, suas ideias e a nobreza dos seus ideais.”</p><p>(Charles Chaplin)</p><p>Das frases abaixo, assinale aquela que possui um sujeito posposto.</p><p>a) “As melhores e as mais lindas coisas do mundo não se podem ver nem tocar.”</p><p>b) “Elas devem ser sentidas com o coração.”</p><p>c) “Não devemos ter medo dos confrontos.”</p><p>d) “Até os planetas se chocam.”</p><p>e) “...do caos nascem as estrelas.”</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. Sujeito Posposto: Embora a Língua Portuguesa se apresente</p><p>predominantemente pela ordem direta (sujeito + verbo + predicado), é comum encontrarmos</p><p>alguns termos em posições variadas na oração. É o que se entende por ordem inversa, na qual</p><p>alguns termos são encontrados em combinação contrária ao esperado (ex.: verbo + sujeito =</p><p>sujeito posposto). Das alternativas, a única que apresenta um sujeito depois do verbo é a</p><p>alternativa E.</p><p>46 – Texto</p><p>Contraste entre discurso e realidade</p><p>No contexto político em que vivemos, sentimos saudade de alguns conceitos de verdade</p><p>que estão na raiz da filosofia e da teologia. Se para Sócrates a verdade está ligada à sabedoria</p><p>humana, o discurso verdadeiro, segundo Platão, é aquele que diz como as coisas são. Na</p><p>profundidade do pensamento de Santo Agostinho, a verdade não é minha e nem tua para que</p><p>seja nossa, ou, como muito bem conceituou Santo Tomás de Aquino, a verdade é a adequação</p><p>entre a inteligência e a coisa, ou seja, a realidade das coisas. Parece que nenhum deles se</p><p>ajusta ao contexto das atuais propagandas políticas.</p><p>O que chama atenção de todos nós neste momento é que nos debates políticos não aparece</p><p>com relevância a riqueza do conceito de verdade, pois os mesmos não demonstram sabedoria</p><p>humana, não se diz com transparência como as coisas são, não aparece a adequação entre a</p><p>inteligência e a realidade das coisas, e carece de humildade para dizer que a verdade não está</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>45</p><p>apenas naquilo que eu afirmo, ou que outros do meu partido estão afirmando, subestimando</p><p>o todo, e, portanto, nunca poderá ser nossa no sentido mais amplo. Esquecemo-nos muitas</p><p>vezes de sublinhar que a verdade tem uma dimensão ética de compromisso com aquilo que é</p><p>anunciado publicamente no discurso.</p><p>A maquiagem marqueteira que conduz os atores políticos esconde o significado profundo</p><p>da verdade, resultando em debates carentes em profundidade de argumentos, e não imbuídos</p><p>de verdade sobre a realidade, limitando-se a discussões acusativas, ofensivas e contraditórias.</p><p>Os contrastes entre o discurso e a realidade, a riqueza de experiências humanas dos</p><p>candidatos e a superficialidade de suas propostas, a carência de discussões e debates de temas</p><p>de relevância para o país, entre outros, estiveram distantes de nossas propagandas políticas</p><p>nestas eleições.</p><p>Como a verdade é o que nos liberta, segundo os ensinamentos de Jesus Cristo, temos a</p><p>esperança que nesta segunda etapa das eleições possamos ter a verdade como princípio</p><p>inspirador dos debates políticos, não subestimando a inteligência de nosso povo, pois o mesmo</p><p>conhece bem a realidade das coisas, estando ávido para ouvir as propostas e assumir-las como</p><p>verdadeiras, subsidiando as suas escolhas e pensando melhor no futuro de nosso Brasil.</p><p>(Adaptado. Josafá Carlos de Siqueira, O Globo, 22/10/2014)</p><p>“O que chama atenção de todos nós neste momento é que nos debates políticos não aparece</p><p>com relevância a riqueza do conceito de verdade, pois os mesmos não demonstram sabedoria</p><p>humana, não se diz com transparência como as coisas são, não aparece a adequação entre a</p><p>inteligência e a realidade das coisas, e carece de humildade para dizer que a verdade não está</p><p>apenas naquilo que eu afirmo...”.</p><p>Nesse segmento, as quatro frases sublinhadas são exemplos do que “chama atenção</p><p>de todos nós”. O problema de construção dessas frases é que</p><p>a) o tempo verbal das frases não é o mesmo.</p><p>b) os sujeitos das formas verbais são diferentes.</p><p>c) os sujeitos aparecem pospostos aos verbos.</p><p>d) a forma verbal “carece” não tem sujeito identificado.</p><p>e) as frases apresentam extensões inadequadas.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D. O verbo "carecer" está no singular e não está ligado a debates</p><p>políticos, no plural. Apresentando assim, problema de construção, discordância verbal.</p><p>47 - Texto I</p><p>A maçã não tem culpa</p><p>Pela lenda judaico-cristã, o homem nasceu em inocência. Mas a perdeu quando quis</p><p>conhecer o bem e o mal. Há uma distorção generalizada considerando que o pecado original</p><p>foi um ato sexual, e a maçã ficou sendo um símbolo de sexo.</p><p>Quando ocorreu o episódio narrado na Bíblia, Adão e Eva já tinham filhos pelos métodos</p><p>que adotamos até hoje. Não usaram proveta nem recorreram à sapiência técnica e científica</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>46</p><p>do ex-doutor Abdelmassih. Numa palavra, procederam dentro do princípio estabelecido pelo</p><p>próprio Senhor: “Crescei e multiplicaivos". O pecado foi cometido quando não se submeteram</p><p>à condição humana e tentaram ser iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal. A folha de</p><p>parreira foi a primeira escamoteação da raça humana. Criado diretamente por Deus ou</p><p>evoluído do macaco, como Darwin sugeriu, o homem teria sido feito para viver num paraíso,</p><p>em permanente estado de graça. Nas religiões orientais, creio eu, mesmo sem ser entendido</p><p>no assunto (confesso que não sou entendido em nenhum assunto), o homem, criado ou</p><p>evoluído, ainda vive numa fase anterior ao pecado dito original. Na medida em que se</p><p>interioriza pela meditação, deixando a barba crescer ou tomando banho no Ganges, o homem</p><p>busca a si mesmo dentro do universo físico e espiritual. Quando atinge o nirvana, lendo a obra</p><p>completa do meu amigo Paulo Coelho, ele vive uma situação de felicidade, num paraíso</p><p>possível. Adão e Eva, com sua imensa prole, poderiam ter continuado no Éden se não tivessem</p><p>cometido o pecado. A maçã de Steve Jobs não tem nada a ver com isso. Repito: o pecado</p><p>original não foi o sexo, o ato do sexo, prescrito pelo próprio latifundiário, dono de todas as</p><p>terras e de todos os mares. A responsabilidade pelo pecado foi a soberba do homem em ter</p><p>uma sabedoria igual à de seu Criador.</p><p>(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo)</p><p>Assinale a opção que indica a frase em que o sujeito aparece posposto ao verbo.</p><p>a) “Há uma distorção generalizada”.</p><p>b) “a maçã ficou sendo um símbolo do sexo”.</p><p>c) “Quando ocorreu o episódio narrado na Bíblia”.</p><p>d) “A maçã de Steve Jobs não tem nada a ver com isso”.</p><p>e) “O pecado original não foi o sexo”</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. Observe que, na letra C, o sujeito do verbo "ocorrer"</p><p>é "episódio". Então, vê-se que o sujeito está POSPOSTO ao verbo (está depois do verbo).</p><p>A primeira pergunta que fazemos ao verbo nos dá como resposta o sujeito (Pergunta: O que</p><p>ocorreu? Resposta: O episódio). Somente após essa primeira pergunta, é que vamos em busca</p><p>dos complementos verbais, se houver.</p><p>48 – TEXTO 1 – DIREITO AFETIVO</p><p>João Paulo Lins e Silva, O Globo, 09/10/2014</p><p>Acompanhamos recentemente notícias na imprensa sobre registros de nascimento de menores</p><p>com a inclusão de duas mães e um pai. Três atos distintos ocorreram; um em Minas Gerais e</p><p>dois no Rio Grande do Sul. Por maior semelhança, carregam os registros características</p><p>peculiares, mas que trazem e antecipam uma forte tendência, com a visão da família</p><p>multiparental, ou seja, a capacidade de uma pessoa possuir, simultaneamente, mais de um</p><p>pai ou de uma mãe em seu registro de nascimento. O que poderia soar absurdo ou, no mínimo,</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>47</p><p>estranho antigamente, a evolução do formato da família brasileira força a necessidade de uma</p><p>adequação de nossa legislação notarial.</p><p>A frase abaixo em que o sujeito do verbo sublinhado aparece posposto é:</p><p>a) “acompanhamos recentemente notícias na imprensa”;</p><p>b) “três atos distintos ocorreram”;</p><p>c) “por maior semelhança, carregam os registros características peculiares”;</p><p>d) “mas que trazem e antecipam uma forte tendência”;</p><p>e) “a evolução do formato da família brasileira força a necessidade de uma adequação”.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. “Os registros" é sujeito da oração e está localizado após o</p><p>verbo sublinhado.</p><p>49 – Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de atividade artística, um artista cuja arte</p><p>contenha maior universalidade que a de Charles Chaplin. A razão vem de que o tipo de Carlito</p><p>é uma dessas criações que, salvo idiossincrasias muito raras, interessam e agradam a toda a</p><p>gente. Como os heróis das lendas populares ou as personagens das velhas farsas de</p><p>mamulengos.</p><p>Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. Não saiu completo e definitivo da cabeça</p><p>de Chaplin: foi uma criação em que o artista procedeu por uma sucessão de tentativas erradas.</p><p>Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe.</p><p>Um dos traços mais característicos da pessoa física de Carlito foi achado casual. Chaplin</p><p>certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada de um tabético. O público riu:</p><p>estava fixado o andar habitual de Carlito.</p><p>O vestuário da personagem - fraquezinho humorístico, calças lambazonas, botinas</p><p>escarrapachadas, cartolinha - também se fixou pelo consenso do público.</p><p>Certa vez que Carlito trocou por outras as botinas escarrapachadas e a clássica cartolinha,</p><p>o público não achou graça: estava desapontado. Chaplin eliminou imediatamente a variante.</p><p>Sentiu com o público que ela destruía a unidade física do tipo. Podia ser jocosa também, mas</p><p>não era mais Carlito.</p><p>Note-se que essa indumentária, que vem dos primeiros filmes do artista, não contém nada</p><p>de especialmente extravagante. Agrada por não sei quê de elegante que há no seu ridículo de</p><p>miséria. Pode-se dizer que Carlito possui o dandismo do grotesco.</p><p>Não será exagero afirmar que toda a humanidade viva colaborou nas salas de cinema para</p><p>a realização da personagem de Carlito, como ela aparece nessas estupendas obras-primas de</p><p>humor que são O garoto, Em busca do ouro e O circo.</p><p>Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário discernimento psicológico. Não</p><p>obstante, se não houvesse nele profundidade de pensamento, lirismo, ternura, seria levado</p><p>por esse processo de criação à vulgaridade dos artistas medíocres que condescendem com o</p><p>fácil gosto do público.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>48</p><p>Aqui é que começa a genialidade de Chaplin. Descendo até o público, não só não se</p><p>vulgarizou, mas ao contrário ganhou maior força de emoção e de poesia. A sua originalidade</p><p>extremou-se. Ele soube isolar em seus dados pessoais, em sua inteligência e em sua</p><p>sensibilidade de exceção, os elementos de irredutível humanidade. Como se diz em linguagem</p><p>matemática, pôs em evidência o fator comum de todas as expressões humanas.</p><p>(Adaptado de: Manuel Bandeira. “O heroísmo de Carlito”.Crônicas da província do</p><p>Brasil. 2. ed. São Paulo, Cosac Naify, 2006, p. 219-20)</p><p>Aqui é que começa a genialidade de Chaplin.</p><p>O elemento que desempenha a mesma função sintática desempenhada pelo</p><p>segmento grifado na frase acima está grifado em:</p><p>a) Chaplin certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada de um tabético.</p><p>b) Chaplin eliminou imediatamente a variante.</p><p>c) ... uma criação em que o artista procedeu por uma sucessão de tentativas erradas.</p><p>d) ... o tipo de Carlito é uma dessas criações que, salvo idiossincrasias muito raras,</p><p>interessam e agradam a toda a gente.</p><p>e) Carlito é popular no sentido mais alto da palavra.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. "A genialidade de Chaplin(suj.) começa (VI) aqui (adj. adv.</p><p>lugar)".</p><p>É QUE: partícula expletiva. Não tem função na frase. Pode ser suprimida sem causar</p><p>alterações.</p><p>Dessa forma, não pode ser confundida com or. sub. subst. Letra C também evidencia o sujeito.</p><p>50 – Texto 1 – Advogado do diabo</p><p>Márcio Cotrim</p><p>A expressão vem da Igreja Católica. Sempre que é iniciado um processo de canonização – ou</p><p>seja, de avaliar a santificação de uma pessoa -, a Igreja nomeia oficialmente alguém que</p><p>procura descobrir-lhe os defeitos. Em latim, esse cidadão é o Advocatus Diaboli, Advogado do</p><p>Diabo e terá como oponente aquele que é a favor da canonização, o chamado Advocatus</p><p>Dei, Advogado de Deus.</p><p>Instalado o processo – que passa por várias etapas e pode levar anos, até séculos para ser</p><p>concluído -, trava-se discussão minuciosa e circunstanciada. De um lado, a busca da prova</p><p>indiscutível dos milagres do candidato à santidade. Do outro, aquele que traz a público as</p><p>informações de que ele não era tão santinho como parecia...</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>49</p><p>O termo do segundo parágrafo do texto 1 que exerce a função de adjunto e não de</p><p>complemento ou sujeito é:</p><p>a) as informações;</p><p>b) tão santinho;</p><p>c) a público;</p><p>d) discussão minuciosa;</p><p>e) à santidade.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. A alternativa correta é a "C" (a público), pois a referida</p><p>expressão exerce a função sintática de adjunto adverbial de modo (a público = publicamente).</p><p>PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE ADJUNTO ADNOMINAL E COMPLEMENTO NOMINAL:</p><p>PRIMEIRA DIFERENÇA: o complemento nominal se liga a substantivos abstratos, a adjetivos e</p><p>a advérbios; o adjunto se liga a substantivos, que podem ser abstratos ou</p><p>concretos. SEGUNDA DIFERENÇA: o complemento nominal tem sentido passivo, ou seja,</p><p>recebe a ação expressa pelo nome a que se liga; o adjunto tem sentido ativo, isto é, ele pratica</p><p>a ação expressa pelo substantivo modificado por ele. TERCEIRA DIFERENÇA: o complemento</p><p>não expressa ideia de posse; o adjunto frequentemente indica posse.</p><p>51 – Cafezinho</p><p>Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava falar com um delegado e lhe</p><p>disseram que o homem havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à</p><p>conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café.</p><p>Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um pouco de imaginação e bom humor</p><p>podemos pensar que uma das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase:</p><p>— Ele foi tomar café.</p><p>A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de</p><p>pessoas. O remédio é ir tomar um "cafezinho". Para quem espera nervosamente, esse</p><p>"cafezinho" é qualquer coisa infinita e torturante. Depois de esperar duas ou três horas dá</p><p>vontade de dizer:</p><p>— Bem, cavalheiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no cafezinho.</p><p>Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares</p><p>este recado simples e vago:</p><p>— Ele saiu para tomar um café e disse que volta já.</p><p>Quando a Bem-amada vier com seus olhos tristes e perguntar:</p><p>— Ele está? - alguém dará o nosso recado sem endereço. Quando vier o amigo e quando</p><p>vier o credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier, o</p><p>recado será o mesmo:</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>50</p><p>— Ele disse que ia tomar um cafezinho...</p><p>Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar um chapéu especialmente para</p><p>deixá-lo. Assim dirão:</p><p>— Ele foi tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu dele está aí...</p><p>Ah! fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais.</p><p>Gastamos muito pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é não estar.</p><p>Quando vier a grande hora de nosso destino nós teremos saído há uns cinco minutos para</p><p>tomar um café. Vamos, vamos tomar um cafezinho.</p><p>(Rubem Braga)</p><p>"Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava falar com um delegado e lhe disseram</p><p>que o homem havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à conclusão</p><p>de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café".</p><p>Nesse segmento, a forma verbal que não tem agente identificado é</p><p>a) leio.</p><p>b) precisava falar.</p><p>c) disseram.</p><p>d) havia ido tomar.</p><p>e) chegou.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. Leio (O CRONISTA) a reclamação de um repórter irritado</p><p>que precisava falar (REPÓRTER) com um delegado e lhe disseram (QUEM?) que o homem</p><p>havia ido tomar (DELEGADO) um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou (REPÓRTER)à</p><p>conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café". AGENTE: SUJEITO QUE</p><p>PRATICA ALGUMA AÇÃO OU ESTÁ IMPLÍCITO NO TEXTO.</p><p>52 – Acredite, progredimos sim</p><p>Faz hoje exatos 50 anos do chamado Comício da Central do Brasil, que funcionou como</p><p>acelerador para a conspiração já em andamento que acabaria por depor o presidente</p><p>constitucional João Belchior Marques Goulart, apenas 18 dias depois.</p><p>É bom olhar para trás para verificar que, pelo menos no terreno institucional, o país progrediu</p><p>bastante desde que chegou ao fim o ciclo militar, há 29 anos. É um dado positivo em uma</p><p>nação com tão formidável coleção de problemas e atraso em tantas áreas como o Brasil.</p><p>Ajuda-memória: o comício foi organizado pelo governo Goulart. Havia uma profusão de</p><p>bandeiras vermelhas pedindo a legalização do ainda banido Partido Comunista Brasileiro, o</p><p>que era o mesmo que acenar para o conservadorismo civil e militar com o pano vermelho com</p><p>que se atiça o touro na arena.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>51</p><p>Se fosse pouco, havia também faixas cobrando a reforma agrária, anátema para os poderosos</p><p>latifundiários e seus representantes no mundo político.</p><p>Para completar, Jango aproveitou o comício para assinar dois decretos, ambos tomados como</p><p>“comunizantes" pelos seus adversários: o que desapropriava refinarias que ainda não eram da</p><p>Petrobrás e o que declarava de utilidade pública para fins de desapropriação terras rurais</p><p>subutilizadas.</p><p>Na visão dos conspiradores, eram dois claros atentados à propriedade privada e, como tais,</p><p>provas adicionais de que o governo preparava a comunização do país.</p><p>Cinquenta anos depois, é um tremendo progresso, do qual talvez nem nos damos conta, o fato</p><p>de que bandeiras vermelhas - ou azuis ou amarelas ou verdes ou brancas ou pretas - podem</p><p>ser tranquilamente exibidas em atos públicos sem que se considere estar ameaçada a ordem</p><p>estabelecida.</p><p>Reforma agrária deixou de ser um anátema, e a desapropriação de terras ociosas é comum</p><p>mesmo em governos que a esquerda considera de direita ou conservadores.</p><p>Continua, é verdade, a batalha ideológica entre ruralistas e o Movimento dos Trabalhadores</p><p>Sem Terra, mas ela se dá no campo das ideias, sem que se chame a tropa para resolvê-la.</p><p>Pena que ainda continuemos primitivos o suficiente para que haja mortes no campo (além de</p><p>trabalho escravo), mas, de todo modo, ninguém pensa em chamar o Exército por causa dessa</p><p>carência.</p><p>Nos quase 30 anos transcorridos desde o fim do ciclo militar, foi possível, dentro da mais</p><p>absoluta ordem e legalidade, promover o impeachment de um presidente, ao contrário do</p><p>ocorrido em 1964, ano em que Jango foi impedido à força de exercer o poder.</p><p>Votei pela primeira vez para presidente em 1989, quando já tinha 46 anos. Meus filhos também</p><p>votaram pela primeira vez naquela ocasião, o que significa que uma geração inteira teve</p><p>capada parte essencial de sua cidadania durante tempo demais.</p><p>Hoje, votar para residente é tão rotineiro que ficou até meio monótono. Democracia é assim</p><p>mesmo.</p><p>Pena que esse avanço institucional inegável não tenha sido acompanhado por qualidade das</p><p>instituições. Espero que esse novo passo não leve 50 anos.</p><p>(Clovis Rossi, Folha de São Paulo, 13/03/2014)</p><p>“Ajuda-memória: o comício foi organizado pelo governo Goulart. Havia uma profusão de</p><p>bandeiras vermelhas pedindo a legalização do ainda banido Partido Comunista Brasileiro, o</p><p>que era o mesmo que acenar para o conservadorismo civil e militar com o pano vermelho com</p><p>que se atiça o touro na arena”.</p><p>Sobre as formas verbais desse segmento do texto, assinale a afirmativa correta.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>52</p><p>a) A frase “o comício foi organizado pelo governo Goulart” está na voz passiva e sua forma</p><p>ativa correspondente é “o governo Goulart organizou o comício”.</p><p>b) A forma verbal “havia” não tem sujeito expresso e equivale a “existiam”.</p><p>c) A forma verbal “pedindo” equivale a “que embora pedissem”.</p><p>d) A forma verbal “acenar” equivale à forma desenvolvida “estar acenando”.</p><p>e) A forma verbal “se atiça” exemplifica o que se denomina construção com sujeito</p><p>indeterminado.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Como identificar voz passiva:</p><p>A frase deve conter o verbo SER/ESTAR + PARTICÍPIO: " foi organizado"</p><p>Além disso, existe na frase o agente da passiva iniciado por: PELO ou</p><p>POR: "pelo governo Goulart”</p><p>A voz passiva é formada somente por verbos VTD E VTDI. (verificar sempre a transitividade</p><p>dos verbos).</p><p>Na voz passiva NÃO EXISTE OBJETO DIRETO. Este será sempre o SUJEITO PACIENTE: quem</p><p>organiza, organiza alguma coisa: "O comício" (mas como se trata de voz passiva,</p><p>este não será OD e sim sujeito paciente: sofre a ação verbal, ou seja, não pratica a ação)</p><p>É importante classificar os termos da oração corretamente para poder fazer a transposição de</p><p>voz.</p><p>Para fazer a transposição de voz passiva para ativa:</p><p>“o governo Goulart organizou o comício”.</p><p>Na voz ativa, o SUJEITO PACIENTE vira o OBJETO DIRETO. "organizou o comício"</p><p>O AGENTE DA PASSIVA vira SUJEITO. "o governo Goulart "</p><p>53 – Atenção: Para responder a questão considere o texto abaixo.</p><p>Ler um livro é desinteressar-se a gente deste mundo comum e objetivo para viver noutro</p><p>mundo. A janela iluminada noite adentro isola o leitor da realidade da rua, que é o sumidouro</p><p>da vida subjetiva. Árvores ramalham. De vez em quando passam passos. Lá no alto estrelas</p><p>teimosas namoram inutilmente a janela iluminada. O homem, prisioneiro do círculo claro da</p><p>lâmpada, apenas ligado a este mundo pela fatalidade vegetativa do seu corpo, está suspenso</p><p>no ponto ideal de uma outra dimensão, além do tempo e do espaço. No tapete voador só há</p><p>lugar para dois passageiros: Leitor e autor.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>53</p><p>O leitor ingênuo é simplesmente ator. Quero dizer que, num folhetim ou num romance</p><p>policial, procura o reflexo dos seus sentimentos imediatos, identificando-se logo com o</p><p>protagonista ou herói do romance.</p><p>Isto, aliás, se dá mais ou menos com qualquer leitor, diante de qualquer livro; de modo geral,</p><p>nós nos lemos através dos livros.</p><p>Mas no leitor ingênuo, essa lei dos reflexos toma a forma de um desinteresse pelo livro</p><p>como obra de arte. Pouco importa a impressão literária, o sabor do estilo, a voz do autor. Quer</p><p>divertir-se, esquecer as pequenas misérias da vida, vivendo outras vidas desencadeadas pelo</p><p>bovarismo da leitura. E tem razão. Há dentro dele uma floração de virtualidades recalcadas</p><p>que, não encontrando desimpedido o caminho estreito da ação, tentam fugir pela estrada</p><p>larga</p><p>do sonho.</p><p>Assim éramos nós então, por não sabermos ler nas entrelinhas. E daquela primeira fase</p><p>de educação sentimental, que parecia inevitável como as espinhas, passava quase sempre o</p><p>jovem monstro para uma crise de hipercrítica. Devido à necessidade de um restabelecimento</p><p>de equilíbrio, o excesso engendrava o excesso contrário. A pouco e pouco os românticos</p><p>perdiam terreno em proveito dos naturalistas. Dava-se uma verdadeira subversão de valores</p><p>na escala da sensibilidade e a fantasia comprazia-se em derrubar os antigos ídolos. Formava-</p><p>se muitas vezes, coincidindo com manifestações mórbidas que são do domínio da psicanálise,</p><p>um pedantismo da clarividência, tão nocivo como a intemperança imaginosa ou sentimental,</p><p>e talvez mais ingênuo, pois refletia um ressentimento de namorado ainda ferido nas suas</p><p>primeiras ilusões.</p><p>(Adaptado de: MEYER, Augusto. “Do Leitor”, In: À sombra da</p><p>estante, Rio de Janeiro, José Olympio, 1947, p. 11-19)</p><p>Na frase Ler um livro é desinteressar-se a gente deste mundo comum e objetivo para</p><p>viver noutro mundo, os elementos sublinhados têm, respectivamente, a mesma função que os</p><p>sublinhados em:</p><p>a) ... um ressentimento de namorado ainda ferido nas suas primeiras ilusões.</p><p>b) ... os românticos perdiam terreno em proveito dos naturalistas.</p><p>c) ... essa lei dos reflexos toma a forma de um desinteresse...</p><p>d) ... o excesso engendrava o excesso contrário.</p><p>e) ... de modo geral, nós nos lemos através dos livros.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. No trecho “... um ressentimento de namorado ainda ferido nas</p><p>suas primeiras ilusões”, o termo “ressentimento” é núcleo do objeto direto do verbo “refletir”,</p><p>considerando-se o trecho no seu todo: “... refletia um ressentimento de namorado ainda ferido</p><p>nas suas primeiras ilusões...”. Já a expressão “nas suas primeiras ilusões” funciona como</p><p>adjunto adverbial.</p><p>54 – Viagens</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>54</p><p>Viagens de avião e de metrô podem guardar certa semelhança. Entre nuvens carregadas,</p><p>ou tendo o azul como horizonte infinito, o passageiro não sente que está em percurso; no</p><p>interior dos túneis, diante das velozes e uniformes paredes de concreto, o passageiro tampouco</p><p>sabe da viagem. Em ambos os casos, vai de um ponto a outro como se alguém o levantasse</p><p>de um lugar para pô-lo em outro, mais adiante.</p><p>Nesses casos, praticamente se impõe uma viagem interior. As nuvens, o azul ou o concreto</p><p>escuro hipnotizam-nos, deixam-nos a sós com nossas imagens e nossos pensamentos, que</p><p>também sabem mover-se com rapidez. Confesso que gosto desses momentos que, sendo</p><p>velozes, são, paradoxalmente, de letargia: os olhos abertos veem para dentro, nosso cinema</p><p>interior se abre para uma profusão de cenas vividas ou de expectativas abertas. Em tais</p><p>viagens, estamos surpreendentemente sós - uma experiência rara em nossos dias,</p><p>concordam?</p><p>Que ninguém se socorra do celular ou de qualquer engenhoca eletrônica, por favor: que</p><p>enfrente o vital desafio de um colóquio consigo mesmo, de uma viagem em que somos ao</p><p>mesmo tempo passageiros e condutores, roteiristas do nosso trajeto, produtores do nosso</p><p>sentido. Não é pouco: nesses minutos de íntima peregrinação, o único compromisso é o de</p><p>não resistir à súbita liberdade que nossa imaginação ganhou. Chegando à nossa estação ou ao</p><p>nosso aeroporto, retomaremos a rotina e nos curvaremos à fatalidade de que as obrigações</p><p>mundanas rejam o nosso destino. Navegar é preciso, viver não é preciso, diziam os antigos</p><p>marinheiros. É verdade: há viagens em que o menos importante é chegar.</p><p>(Ulisses Rebonato, inédito)</p><p>São exemplos de uma mesma função sintática os elementos sublinhados na frase:</p><p>a) Viagens de avião e de metrô podem guardar certa semelhança</p><p>b) Em tais viagens, estamos surpreendentemente sós.</p><p>c) Que ninguém se socorra do celular ou de qualquer engenhoca eletrônica.</p><p>d) O único compromisso é o de não resistir à súbita liberdade que</p><p>nossa imaginação ganhou.</p><p>e) Chegando à nossa estação, retomaremos a rotina.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D. O único compromisso é o de não resistir à súbita liberdade</p><p>que nossa imaginação ganhou. Mesma função sintática: compromisso (núcleo do</p><p>sujeito); imaginação (núcleo do sujeito).</p><p>55 – O dia 12 de outubro de 1822, data da aclamação do imperador Pedro I, amanheceu</p><p>nublado e chuvoso no Rio de Janeiro. Mas nem a chuva nem as rajadas de vento conseguiram</p><p>atrapalhar a primeira grande festa cívica do Brasil independente. Logo ao alvorecer, a cidade</p><p>foi acordada por uma ensurdecedora salva de canhões, disparada das fortalezas situadas na</p><p>entrada da baía de Guanabara e dos navios de guerra ancorados no porto. As ruas estavam</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>55</p><p>ocupadas pela multidão e das varandas pendiam colchas, toalhas bordadas e outros adereços.</p><p>Os moradores colocaram suas melhores roupas e saíram às janelas para ver o espetáculo.</p><p>(Adaptado de Laurentino Gomes. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011. p. 207)</p><p>... das varandas pendiam colchas, toalhas bordadas e outros adereços.</p><p>O segmento grifado exerce na frase acima a função de</p><p>a) sujeito.</p><p>b) objeto direto.</p><p>c) objeto indireto.</p><p>d) adjunto adverbial.</p><p>e) adjunto adnominal.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Trata-se de uma oração invertida. “das varandas” não pode</p><p>ser sujeito, pois a expressão está precedida preposição. Logo, “colchas, toalhas e outros</p><p>adereços” pendiam das varandas, sendo o termo, portanto, sujeito.</p><p>56 – CIDADE URGENTE</p><p>Os problemas da expansão urbana estão na conversa cotidiana dos milhões de brasileiros</p><p>que vivem em grandes cidades e sabem “onde o sapato aperta”. São reféns do metrô e do</p><p>ônibus, das enchentes, da violência, da precariedade dos serviços públicos. No vestibular, todo</p><p>estudante depara com a “questão urbana” e os pesquisadores se debruçam sobre o assunto,</p><p>que também é parte significativa da pauta dos meios de comunicação.</p><p>Não poderia ser diferente: com 85% da população nas cidades (chegará a 90% ao final</p><p>desta década), quem pode esquecer a relevância do tema?</p><p>Parece incrível, mas os grandes operadores do sistema econômico e político tratam os</p><p>problemas das cidades como grilos que irritam ao estrilar. Passados os incômodos de cada</p><p>crise, quem ganha dinheiro no caos urbano toca em frente seus negócios e quem ganha votos,</p><p>sua campanha. Só alguns movimentos populares e organizações civis - Passe Livre, Nossa São</p><p>Paulo e outros - insistem em plataformas, debates e campanhas para enfrentar os problemas</p><p>e encontrar soluções sustentáveis.</p><p>A criação do Ministério das Cidades, no governo Lula, fazia supor que o Brasil enfrentaria o</p><p>desafio urbano, integrando as políticas públicas no âmbito municipal, estabelecendo</p><p>parâmetros de qualidade de vida e promovendo boas práticas. Passados quase 12 anos, o</p><p>ministério é mais um a ser negociado nos arranjos eleitorais.</p><p>A gestão é fragmentada, educação para um lado e saúde para outro, habitação submetida</p><p>à especulação imobiliária, saneamento à espera de recursos que vão para as grandes obras</p><p>de fachada, transporte inviabilizado por um século de submissão ao mercado do petróleo. A</p><p>fragmentação vem do descompasso entre União, Estados e municípios, desunidos por um</p><p>pacto antifederativo, adversários na disputa pelos tributos que se sobrepõem nas costas dos</p><p>cidadãos.</p><p>(....) Uma nova gestão urbana pode nascer com a participação das organizações civis e</p><p>movimentos sociais que acumularam experiências e conhecimento dos moradores das</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>56</p><p>periferias e usuários dos serviços públicos. Quem vive e estuda os problemas, ajuda a achar</p><p>soluções.</p><p>Marina Silva, Folha de São Paulo, 7/1/2014.</p><p>Sobre a estrutura sintática do período “Quem vive e estuda</p><p>problemas, ajuda a achar</p><p>soluções” a única alternativa com uma afirmação correta é</p><p>a) o período é composto por coordenação.</p><p>b) o pronome “quem” exerce a função de sujeito.</p><p>c) o termo “problemas” exerce a função de predicativo.</p><p>d) o termo “soluções” exerce a função de objeto indireto.</p><p>e) os verbos “vive” e “estuda” possuem complementos diferentes.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Esta oração é uma Oração Subordinada Substantiva Subjetiva,</p><p>uma vez que a expressão “Quem vive e estuda problemas" funciona como sujeito da outra</p><p>oração. Olhe: “Quem vive e estuda problemas", ou seja, essa pessoa, esse cara que vive e</p><p>estuda problemas ajuda a achar soluções. Veja, também, que o verbo '' ajudar'' da segunda</p><p>oração está na 3 pessoa do singular, pois o sujeito é oracional, logo o verbo deve concordar</p><p>com oração, devendo, assim, aparecer na 3 pessoa do singular.</p><p>57 – Texto associado</p><p>Em relação aos verbos da tirinha e sua natureza sintática, analise as afirmativas a seguir;</p><p>I. Só há um verbo de ligação na tirinha, em única ocorrência.</p><p>II. Só há um verbo transitivo direto na tirinha, em única ocorrência.</p><p>III. Todos os verbos possuem sujeito simples.</p><p>Assinale</p><p>a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>57</p><p>b) se nenhuma afirmativa estiver correta.</p><p>c) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.</p><p>d) se todas as afirmativas estiverem corretas.</p><p>e) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>No 1° quadro, colocando na ordem direta, temos:</p><p>“Minhocas aquáticas não existem.”</p><p>Minhocas aquáticas = SUJEITO SIMPLES</p><p>Existem = VI (Verbo Intransitivo)</p><p>No 2° quadro, temos:</p><p>“logo, alguém colocou essa minhoca aí”</p><p>Alguém = SUJEITO SIMPLES</p><p>Colocou = VTD</p><p>No 3° quadro, temos:</p><p>“Logo, essa minhoca está aí por algum motivo”</p><p>essa minhoca = SUJEITO SIMPLES</p><p>está = VI</p><p>aí = ADJ. ADVERBIAL DE LUGAR</p><p>por algum motivo = ADJ. ADVERBIAL DE CAUSA</p><p>No 4° quadro, temos:</p><p>“Logo, essa minhoca está muito apetitosa”</p><p>essa minhoca = SUJEITO SIMPLES</p><p>está = VL (VERBO DE LIGAÇÃO)</p><p>muito = ADJ ADVERBIAL DE INTENSIDADE</p><p>apetitosa = PS (PREDICATIVO DO SUJEITO)</p><p>No 5° quadro, temos:</p><p>“Em algum ponto minha lógica se perdeu!”</p><p>minha lógica = SUJEITO SIMPLES</p><p>Perdeu = VI (VERBO INTRANSITIVO)</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>58</p><p>58 – Perspectiva de Montesquieu</p><p>O grande pensador francês Montesquieu (1689-1755) é um dos mais importantes</p><p>intelectuais na história das ciências jurídicas. A grande originalidade de sua obra maior − O</p><p>espírito das leis − consiste na revolução metodológica. O método de Montesquieu comporta</p><p>dois aspectos inter-relacionados, que podem ser distinguidos com clareza. O primeiro exclui</p><p>da ciência social toda perspectiva religiosa ou moral; o segundo afasta o autor das teorias</p><p>abstratas e dedutivas e o dirige para a abordagem descritiva e comparativa dos fatos sociais.</p><p>Quanto ao primeiro, constituía um solapamento do finalismo teológico e moral que ainda</p><p>predominava na época, segundo o qual todo o desenvolvimento histórico do homem estaria</p><p>subordinado ao cumprimento de desígnios divinos. Montesquieu, ao contrário, reduz as</p><p>instituições a causas puramente humanas. Segundo ele, introduzir princípios teológicos no</p><p>domínio da história, como fatores explicativos, é confundir duas ordens distintas de</p><p>pensamento. Deliberadamente, dispõe-se a permanecer nos estritos domínios dos fenômenos</p><p>políticos, e jamais abandona tal projeto.</p><p>Já nas primeiras páginas do Espírito das leis ele adverte o leitor contra um possível mal-</p><p>entendido no que diz respeito à palavra “virtude", que emprega amiúde com significado</p><p>exclusivamente político, e não moral. Para Montesquieu, o correto conhecimento dos fatos</p><p>humanos só pode ser realizado cientificamente na medida em que eles sejam visados como</p><p>são e não como deveriam ser. Enquanto não forem abordados como independentes de fins</p><p>religiosos e morais, jamais poderão ser compreendidos. As ciências humanas deveriam</p><p>libertar-se da visão finalista, como já haviam feito as ciências naturais, que só progrediram</p><p>realmente quando se desvencilharam do jugo teológico.</p><p>Para o debate moderno das relações que se devem ou não travar entre os âmbitos do</p><p>direito, da ciência e da religião, Montesquieu continua sendo um provocador de alto nível.</p><p>(Adaptado de Montesquieu − Os Pensadores. S. Paulo: Abril, 1973)</p><p>A oração sublinhada exerce a função de sujeito dentro do seguinte período:</p><p>a) Montesquieu preferiu guiar-se pelos valores civis, em vez de se deixar levar pelo finalismo</p><p>religioso.</p><p>b) A um espírito sensível e religioso não convém ler um filósofo como Montesquieu buscando</p><p>apoio espiritual.</p><p>c) Um estudo sério da história das ciências jurídicas não pode prescindir dos métodos de</p><p>que se vale Montesquieu em O espírito das leis.</p><p>d) As ciências humanas deveriam libertar-se da religião, assim como ocorreu com as</p><p>ciências naturais.</p><p>e) O método de Montesquieu valorizou as instituições humanas e solapou o finalismo</p><p>teológico e moral.</p><p>Comentários</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>59</p><p>O gabarito é a alternativa B. A um espírito sensível e religioso não convém ISTO (ler um</p><p>filósofo como Montesquieu). Colocando na ordem direta: ISTO (ler um filósofo como</p><p>Montesquieu) não convém a um espírito sensível e religioso buscando apoio espiritual.</p><p>59 – Bárbaros</p><p>A hipocrisia é uma característica comum dos impérios, mas alguns exageram. Quando a rainha</p><p>Vitória se declarou chocada com os bárbaros chineses em revolta contra os ingleses, no fim</p><p>do século XIX, não mencionou que a revolta era uma reação dos chineses à obrigação de</p><p>importar o ópio que os ingleses plantavam na Índia, tendo destruído sua agronomia no</p><p>processo.</p><p>Os ingleses obrigavam os hindus a abandonarem culturas tradicionais para produzir o ópio e</p><p>foram à guerra para obrigar os chineses a consumi-lo, num momento particularmente bárbaro</p><p>de sua história.</p><p>Havia sempre bárbaros convenientes nas fronteiras dos impérios: orientais fanáticos, monstros</p><p>primitivos, tiranos sanguinários.</p><p>Legitimavam a conquista colonial, transformando-a em missão civilizadora, enobreciam a raça</p><p>conquistadora pelo contraste e – em episódios como o da Guerra do Ópio – disfarçavam a</p><p>barbaridade maior dos civilizados alegando a truculência já esperada de raças inferiores.</p><p>As razões do mais forte continuam chamando-se razões históricas. As razões dos mais fracos</p><p>são “protestos raivosos desses bárbaros rebeldes”, que teimam em se opor à sua dominação</p><p>pelos mais fortes. E como são os vencedores que se encarregam de contar a História...</p><p>(Adaptado de Luís Fernando Veríssimo, O mundo é bárbaro)</p><p>O termo sublinhado em Sabe-se quão barbaramente os ingleses subjugaram os hindus exerce</p><p>a função de ......, a mesma função sintática que é exercida por ...... na frase Cometeram-se</p><p>incontáveis violências contra os hindus.</p><p>Preenchem corretamente as lacunas do enunciado acima, respectivamente:</p><p>a) objeto direto - os hindus.</p><p>b) sujeito - os hindus</p><p>c) sujeito - violências</p><p>d) agente da passiva - os hindus</p><p>e) agente da passiva - violências</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>Sabe-se quão barbaramente os ingleses subjugaram os hindus</p><p>- Quem subjugou os hindus? Os ingleses - SUJEITO</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>60</p><p>Cometeram-se incontáveis violências - SUJEITO PACIENTE contra os hindus. - VOZ PASSIVA</p><p>SINTÉTICA</p><p>Só a título de informação se a frase for transformada em voz passiva analítica ficaria assim:</p><p>- Incontáveis violências foram cometidas contra os hindus - VOZ PASSIVA ANALÍTICA</p><p>60 – Texto associado</p><p>Assinale a opção correta acerca</p><p>até 2025.</p><p>e) Grande parte da massa terrestre mundial, até 2025, afetará a escassez de água.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. É a única incorreta, pois o verbo mantém a sua temporalidade,</p><p>futuro do presente do indicativo). Outrossim, não há que se falar em vírgula entre o sujeito e</p><p>o verbo, salvo as intercalações.</p><p>05 – Amazônia, berço de civilizações? Se a expressão soa estranha aos seus ouvidos, é porque</p><p>as descobertas recentes sobre o passado da maior floresta tropical do mundo ainda não tinham</p><p>sido reunidas num conjunto coerente.</p><p>Um grupo de pesquisadores brasileiros e americanos fez exatamente isso e concluiu que,</p><p>antes de Cabral, a região amazônica já estava fortemente "domesticada", e não intocada,</p><p>como muita gente acredita.</p><p>As conclusões da equipe, liderada por Charles Clement, do Inpa (Instituto Nacional de</p><p>Pesquisas da Amazônia, em Manaus) estão em artigo na revista científica britânica Proceedings</p><p>B. Os dados mais recentes apontam, segundo eles, que mais de 80 espécies de plantas</p><p>selvagens foram transformadas em cultivos agrícolas pelos povos nativos da Amazônia. As</p><p>mais conhecidas são o cacau, a batata-doce, a mandioca, o tabaco e o abacaxi, além das que</p><p>ainda são tipicamente amazônicas, como o açaí e o cupuaçu.</p><p>A impressionante lista de lavouras "inventadas" pelos indígenas conta só parte da história,</p><p>porém. Os habitantes originais da região parecem ter domesticado, em certo sentido, até as</p><p>florestas aparentemente não habitadas por seres humanos.</p><p>Isso acontece porque esses povos manejavam a distribuição natural de espécies da mata,</p><p>favorecendo a predominância de espécies que eram úteis para eles, como as castanheiras que</p><p>produzem a castanha-do-pará.</p><p>Ao longo do tempo, além das plantações propriamente ditas, eles passaram a ficar cercados</p><p>por "florestas antropogênicas" (ou seja, geradas em grande medida pela ação humana) que</p><p>facilitavam um bocado sua vida.</p><p>(Adaptado de: LOPES, Reinaldo José. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.</p><p>br/ ciência)</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>6</p><p>Mantendo-se, em linhas gerais, o mesmo sentido, caso se altere a oração Os habitantes</p><p>originais da região parecem ter domesticado [...] até as florestas... (4° parágrafo) de modo</p><p>que “as florestas” passem a desempenhar a função de sujeito, tem-se:</p><p>a) Até as florestas parecem terem-se domesticados pelos habitantes originais da região.</p><p>b) Até as florestas os habitantes originais da região parece que tinham domesticadas.</p><p>c) Até as florestas parece que tinham domesticado os habitantes originais da região.</p><p>d) Até as florestas parecem ter-se domesticadas pelos habitantes originais da região.</p><p>e) Até as florestas parecem ter sido domesticadas pelos habitantes originais da região.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. Temos uma locução verbal formada pelo verbo principal + verbo</p><p>"ser" + particípio "domesticadas", o termo em verde é o agente da passiva; "até as florestas"</p><p>passou a ser o sujeito verbal da frase.</p><p>A alternativa A está incorreta.</p><p>A alternativa B está incorreta. A frase continuou da forma original, o termo em destaque</p><p>apenas foi descolado ao início da frase.</p><p>A alternativa C está incorreta. O verbo deveria estar no plural para concordar com o núcleo</p><p>do sujeito "florestas".</p><p>A alternativa D está incorreta. Não há o hífen, pois se trata de pronome no qual não</p><p>necessita essa junção com o verbo.</p><p>06 – O gramático Celso Cunha define substantivo do seguinte modo: “Substantivo é a palavra</p><p>com que designamos os seres em geral, servindo de núcleo de funções” (p. 187).</p><p>Para essa definição, o gramático utilizou os critérios</p><p>a) morfológico e sintático.</p><p>b) morfológico e semântico.</p><p>c) semântico e etimológico.</p><p>d) semântico e textual;</p><p>e) sintático e semântico.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. Função sintática é o papel que determinada palavra</p><p>desempenha dentro de uma oração. A função de cada termo da oração é determinada pela</p><p>análise sintática. Nesse tipo de análise, cada termo da oração é estudado de acordo com o</p><p>sentido e posição que ocupa na oração, estabelecendo relação com os restantes termos.</p><p>Semântica é um ramo da linguística que estuda o significado das palavras, frases e textos de</p><p>uma língua. A semântica está dividida em: descritiva ou sincrônica – a que estuda</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>7</p><p>o sentido atual das palavras e em histórica ou diacrônica - a que estuda as mudanças que as</p><p>palavras sofreram no tempo e no espaço.</p><p>07 –Imigrações no Rio Grande do Sul</p><p>Em 1740 chegou à região do atual Rio Grande do Sul o primeiro grupo organizado de</p><p>povoadores. Portugueses oriundos da ilha dos Açores, contavam com o apoio oficial do</p><p>governo, que pretendia que se instalassem na vasta área onde anteriormente estavam</p><p>situadas as Missões.</p><p>A partir da década de vinte do século XIX, o governo brasileiro resolveu estimular a vinda</p><p>de imigrantes europeus, para formar uma camada social de homens livres que tivessem</p><p>habilitação profissional e pudessem oferecer ao país os produtos que até então tinham que ser</p><p>importados, ou que eram produzidos em escala mínima. Os primeiros imigrantes que</p><p>chegaram foram os alemães, em 1824. Eles foram assentados em glebas de terra situadas nas</p><p>proximidades da capital gaúcha. E, em pouco tempo, começaram a mudar o perfil da economia</p><p>do atual estado.</p><p>Primeiramente, introduziram o artesanato em uma escala que, até então, nunca fora</p><p>praticada. Depois, estabeleceram laços comerciais com seus países de origem, que terminaram</p><p>por beneficiar o Rio Grande. Pela primeira vez havia, no país, uma região em que</p><p>predominavam os homens livres, que viviam de seu trabalho, e não da exploração do trabalho</p><p>alheio.</p><p>As levas de imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande.</p><p>Trouxeram a agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades,</p><p>consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população. E, embora</p><p>o poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das estâncias e charqueadas, o</p><p>poder econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se consolidando.</p><p>(Adaptado de: projetoriograndetche.weebly.com/imigraccedMatMdeo-no-rs.html)</p><p>Atentando para aspectos de construção sintática do texto, observa-se que</p><p>a) a oração para formar uma camada social de homens livres (2º parágrafo) tem</p><p>valor causal.</p><p>b) o segmento uma região em que predominavam os homens livres (3º parágrafo) é</p><p>o sujeito da forma verbal constante em havia, no país.</p><p>c) é indefinido, em razão do contexto, o sujeito da forma Trouxeram a agricultura (4º</p><p>parágrafo)</p><p>d) é exemplo de objeto direto o termo sublinhado em fosse detido pelos grandes</p><p>senhores (4º parágrafo)</p><p>e) configura-se como agente da voz passiva o termo pelos grandes senhores (4º</p><p>parágrafo)</p><p>Comentários</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>8</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>A alternativa A está incorreta. A oração tem valor de finalidade, propósito.</p><p>A alternativa B está incorreta. O segmento uma região em que predominavam os homens</p><p>livres é o objeto direto da forma verbal constante em havia, no país.</p><p>A alternativa C está incorreta. É implícito e determinado.</p><p>A alternativa D está incorreta. É exemplo de agente da passiva.</p><p>08 – Uma palavra sobre cultura e Constituição</p><p>Todas as Constituições brasileiras foram lacônicas e genéricas ao tratar das relações entre</p><p>cultura e Estado. Não creio que se deve propriamente lamentar esse vazio nos textos da Lei</p><p>Maior. Ao Estado cumpre realizar uma tarefa social de base cujo vetor é sempre a melhor</p><p>distribuição da renda nacional. Na esfera dos bens simbólicos, esse objetivo se alcança, em</p><p>primeiro e principal lugar, construindo o suporte de um sistema educacional sólido conjugado</p><p>com</p><p>dos recursos linguísticos do texto acima.</p><p>a) A substituição da expressão “vinditas e represálias” (l.3) por vingança e desforra não</p><p>traz prejuízo ao sentido geral do texto nem à correção gramatical.</p><p>b) O substantivo referente ao verbo “Suspende” (L.4) se grafa corretamente assim:</p><p>suspenção.</p><p>c) Passando-se a frase “restaura as franquias legais” (l.5) para a voz passiva pronominal,</p><p>obtém-se, segundo as normas da escrita padrão: restaura-se as franquias legais.</p><p>d) Exerce função sintática de sujeito a expressão “os veículos da liberdade” (L.6-7).</p><p>e) Entende-se, pela expressão “respeito inapelável à voz das urnas” (l.8-9), que o estadista</p><p>teve de apelar ao respeito para ser ouvido pelos seus eleitores.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>REPRESÁLIA - s.f. Ato praticado contra uma pessoa para vingar-se de ofensa ou para se</p><p>indenizar de um dano por ela causado; vindita, vingança</p><p>DESFORRA - s.f. Ato de desforrar. (Sin.: desforço, vingança, desafronta, desagravo,</p><p>represália, vindita.)</p><p>VINDITA - s.f. Vingança, represália, retaliação.</p><p>VINGANÇA - s.f. Ato ou efeito de vingar(-se).</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>61</p><p>Represália, desforra, vindita, retaliação.</p><p>61 – Texto associado</p><p>Assinale a opção em que o verbo da oração tem dois complementos.</p><p>a) “Ela é uma gatinha.”</p><p>b) “Eu fiz um coraçãozão vermelho.”</p><p>c) “Agora vou botar renda em volta.”</p><p>d) “Eu te odeio.”</p><p>e) “Vou mandar um cartão de dia dos namorados para a Susi Derkins.”</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>62</p><p>Vou mandar (VTDI) um cartão (OD) de dia dos namorados para a Susi Derkins (OI)</p><p>Vou mandar (VTDI) = O quê? (objeto direto) e Para quem? (objeto indireto)</p><p>Lembre-se a pergunta se faz ao último verbo (o principal)</p><p>62 – Voluntário</p><p>O velho gaúcho foi ajudar, no posto mais próximo do</p><p>hotel em que se hospedara, o serviço de assistência aos</p><p>desabrigados pelo temporal. Ninguém lhe dá a idade que tem,</p><p>ao vê-lo caminhar desempenado, botar colchão na cabeça,</p><p>carregar dois meninos ao mesmo tempo, inclinar-se até o</p><p>ladrilho, reassumir a postura erecta sem estalo nas juntas. Só</p><p>que não se apressa e, quando um mais afobado desanda a</p><p>correr pelo pátio ou a gritar ordens, aconselha por baixo da</p><p>bigodeira branca:</p><p>? Eh lá, não te apures que é lançante.</p><p>E se o outro não entende:</p><p>? Devagar pelas pedras, amigo!</p><p>Está sempre recomendando calma e jeito; bota a mão no</p><p>ombro do voluntário insofrido e diz-lhe, olhos nos olhos:</p><p>? Não guasqueies sem precisão nem grites sem ocasião,</p><p>homem!</p><p>O outro, surpreso, ia queimar-se, mas o rosto claro e</p><p>amical do velho o desarma. Ainda assim, pergunta:</p><p>? Mas por quê?</p><p>? Porque senão te abombachas no banhado, chê!</p><p>Como tem prática de campo e prática de cidade, prática</p><p>de enchente, de seca, de incêndio, de rodeio, de eleição, de</p><p>repressão a contrabando e prática de guerra (autobiografia</p><p>oral), propõe, de saída, a divisão dos serviços em setores bem</p><p>caracterizados:</p><p>? Pois não sabes que tropa grande se corta em mais de</p><p>um lote pra que vá mais ligeiro?</p><p>Ajuda mesmo, em vez de atrapalhar, e procura impedir</p><p>que outros atrapalhem, o que às vezes aumenta um pouco a</p><p>atrapalhação, mas tudo se resolve com bom humor. Vendo o</p><p>rapazinho imberbe que queria tomar a si o caso de uma família</p><p>inteira, que perdera tudo, afasta-o de leve, explicando:</p><p>? Isto não é cancha pra cavalo de tiro curto.</p><p>Nomeia o rapazinho seu ajudante-de-ordens, e daí a</p><p>pouco a família sente que, depois de tudo perder, achara uma</p><p>coisa nova: proteção e confiança.</p><p>Anima a uns e outros, não quer ver ninguém triste</p><p>demais da conta. Suspende no ar o garotinho que não fala nem</p><p>chora, porque ficou idiotizado de terror, puxa-lhe o queixo, dálhe</p><p>uma pancadinha no traseiro, e diz-lhe:</p><p>? Estás que nem carancho em tronqueira, piazito! Toma</p><p>lá este regalo.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>63</p><p>O regalo é um reloginho de pulso, de carregação, que</p><p>ele saca do bolso da calça como se fosse mágico - e é capaz</p><p>de tirar outros, se aparecerem mais garotos infelizes.</p><p>[...]</p><p>(Carlos Drummond de Andrade. Prosa seleta. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, vol. único,</p><p>2003, p.570-571)</p><p>O velho gaúcho foi ajudar, no posto mais próximo do hotel em que se hospedara, o serviço</p><p>de assistência aos desabrigados pelo temporal.</p><p>A função sintática do termo grifado acima é a mesma do termo, também grifado, da frase:</p><p>a) ... quando um mais afobado desanda a correr pelo pátio ...</p><p>b) Como tem prática de campo e prática de cidade ... de repressão a contrabando ...</p><p>c) ... propõe, de saída, a divisão dos serviços em setores bem caracterizados ...</p><p>d) ... mas tudo se resolve com bom humor.</p><p>e) Nomeia o rapazinho seu ajudante-de-ordens ...</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>Complemento Nominal: complementa um adjetivo, advérbio ou SUBSTANTIVO ABSTRATO.</p><p>Adjunto Adnominal: complementa um substantivo concreto ou ABSTRATO.</p><p>No caso da questão são substantivos abstratos (assistência e repressão), nesse caso deve-se</p><p>analisar se a ideia é ativa ou passiva.</p><p>"assistência aos desabrigados "</p><p>desabrigados são assistenciados (ideia passiva).</p><p>"repressão a contrabando ..."</p><p>contrabando sofre repressão (ideia passiva).</p><p>Quando a ideia for passiva será Complemento Nominal.</p><p>Se a ideia for ativa será Adjunto Adnominal.</p><p>63 – Texto associado</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>64</p><p>Acerca de aspectos gramaticais do texto acima, assinale a opção correta.</p><p>a) O emprego de vírgula após a palavra "Rússia" (l.5) justifica-se por isolar elementos de</p><p>mesma função gramatical componentes de uma enumeração.</p><p>b) O trecho "que afligem a sociedade" (l.9) constitui uma oração subordinada adjetiva</p><p>explicativa.</p><p>c) Na linha 11, o emprego do sinal de dois-pontos justifica-se por anteceder uma citação de</p><p>outro texto.</p><p>d) Em "se alimentam" (l.13), o pronome "se" indica indeterminação do sujeito.</p><p>e) Em "às injustiças" (l.14), a substituição de "às" por a tornaria o período gramaticalmente</p><p>incorreto.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>Antes de palavras femininas no plural não há crase em artigo no singular. Ex.: “Não vou à</p><p>festas (errado), mas “Não vou a festas” está certo, assim como Não vou às festas.</p><p>64 – Texto para as questões 1 e 2</p><p>1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao</p><p>mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande</p><p>observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo</p><p>4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de</p><p>novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>65</p><p>da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,</p><p>7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem</p><p>eliminar. Vários processos foram experimentados, todos</p><p>deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles</p><p>10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os</p><p>males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições</p><p>boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude</p><p>13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos</p><p>governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,</p><p>era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e</p><p>16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,</p><p>felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,</p><p>kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,</p><p>19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse</p><p>preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam</p><p>só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas</p><p>22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão</p><p>especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum</p><p>pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram</p><p>25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor</p><p>que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,</p><p>muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não</p><p>28 acudiam às urnas.</p><p>Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.</p><p>Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.</p><p>Em relação ao texto, assinale a opção incorreta.</p><p>a) Após o termo "uma" (L.1), subentende-se a elipse da palavra esquisitice.</p><p>b) Caso a expressão "aqui se fez" (L.4) seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a</p><p>correção gramatical do período.</p><p>c) Em "esbarrava-se" (L.6), o termo "se" indica indeterminação do sujeito.</p><p>d) O emprego da vírgula após "paixões" (L.7) justifica-se porque a oração subsequente é</p><p>explicativa.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. "Aqui se fez" equivale a Voz passiva sintática e "aqui foi feita"</p><p>Voz passiva analítica" - esses casos podem substituir um ao outro sem problemas gramaticais.</p><p>Caso estivesse sido substituído uma voz passiva por uma voz ativa, ai sim prejudicaria</p><p>gramaticalmente a questão.</p><p>65 – 1 Existe uma enfermidade moderna que afeta dois terços dos adultos. Seus sintomas</p><p>incluem falta de apetite, dificuldade para controlar o peso, baixa imunidade, flutuações de</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>66</p><p>humor, entre outros. Essa enfermidade é a privação de sono crônica, que vem crescendo na</p><p>esteira de dispositivos que emitem luz azul.</p><p>2 Por milênios, a luz azul existiu apenas durante o dia. Velas e lenha produziam luz</p><p>amarelo-avermelhada e não havia iluminação artificial à noite. A luz do fogo não é problema</p><p>porque o cérebro interpreta a luz vermelha como sinal de que chegou a hora de dormir. Com</p><p>a luz azul é diferente: ela sinaliza a chegada da manhã.</p><p>3 Assim, um dos responsáveis pelo declínio da qualidade do sono nas duas últimas décadas</p><p>é a luz azulada que emana de aparelhos eletrônicos; mas um dano ainda maior acontece</p><p>quando estamos acordados, fazendo um malabarismo obsessivo com computadores</p><p>e smartphones.</p><p>4 A maioria das pessoas passam de uma a quatro horas diárias em seus dispositivos</p><p>eletrônicos - e muitos gastam bem mais que isso. Não é problema de uma minoria.</p><p>Pesquisadores nos aconselham a usar o celular por menos de uma hora diariamente. Mas o</p><p>uso excessivo do aparelho é tão predominante que os pesquisadores cunharam o</p><p>termo “nomofobia" (uma abreviatura da expressão inglesa no-mobile-phobiaj para descrever</p><p>a fobia de ficar sem celular.</p><p>5 O cérebro humano exibe diferentes padrões de atividade para diferentes experiências.</p><p>Um deles retrata reações cerebrais de um viciado em jogos eletrônicos. “Comportamentos</p><p>viciantes ativam o centro de recompensa do cérebro", afirma Claire Gillan, neurocientista que</p><p>estuda comportamentos obsessivos. “Contanto que a conduta acarrete recompensa, o cérebro</p><p>a tratará da mesma maneira que uma droga".</p><p>(Adaptado de: ALTER, Adam. Irresistível. São Paulo: Objetiva, edição digital)</p><p>Mas o uso excessivo do aparelho é tão predominante que os pesquisadores cunharam o termo</p><p>“nomofobia" (uma abreviatura da expressão inglesa no-mobile-phobiaj para descrever a fobia</p><p>de ficar sem celular. (4° parágrafo)</p><p>O trecho sublinhado exprime uma</p><p>a) consequência.</p><p>b) oposição.</p><p>c) finalidade.</p><p>d) condição.</p><p>e) causa.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Conjunção subordinativa adverbial consecutiva (tão...que);</p><p>lembrem-se de que após o "tesão" vem a "consequência".</p><p>66 – De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa Verde. Eram furiosos, eram</p><p>mansos, eram monomaníacos, era toda a família dos deserdados do espírito. Ao cabo de quatro</p><p>meses, a Casa Verde era uma povoação. Não bastaram os primeiros cubículos; mandou-se</p><p>anexar uma galeria de mais trinta e sete. O padre Lopes confessou que não imaginara a</p><p>existência de tantos doidos no mundo, e menos ainda o inexplicável de alguns casos. Um, por</p><p>exemplo, um rapaz bronco e vilão, que todos os dias, depois do almoço, fazia regularmente</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>67</p><p>um discurso acadêmico, ornado de tropos, de antíteses, de apóstrofes, com seus recamos de</p><p>grego e latim, e suas borlas de Cícero, Apuleio e Tertuliano. O vigário não queria acabar de</p><p>crer. Quê! um rapaz que ele vira, três meses antes, jogando peteca na rua!</p><p>− Não digo que não, respondia-lhe o alienista; mas a verdade é o que Vossa</p><p>Reverendíssima está vendo. Isto é todos os dias.</p><p>− Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela confusão das línguas na torre</p><p>de Babel, segundo nos conta a Escritura; provavelmente, confundidas antigamente as línguas,</p><p>é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...</p><p>− Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenômeno, concordou o alienista,</p><p>depois de refletir um instante, mas não é impossível que haja também alguma razão humana,</p><p>e puramente científica, e disso trato...</p><p>− Vá que seja, e fico ansioso. Realmente!</p><p>(ASSIS, Machado de. O alienista. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 24-25)</p><p>confundidas antigamente as línguas, é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...</p><p>(3° parágrafo)</p><p>Em relação ao trecho anterior, o trecho sublinhado tem sentido de</p><p>a) causa.</p><p>b) condição.</p><p>c) concessão.</p><p>d) consequência.</p><p>e) oposição.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Conjunção subordinativa condicional trazendo valor semântico</p><p>de condição, hipótese.</p><p>67 – Atenção: Considere a entrevista abaixo para responder à questão.</p><p>1. La Lettre − O centésimo aniversário de Claude Lévi-Strauss e a grande atenção que suscita</p><p>revelam a posição excepcional que ocupa o autor de Tristes trópicos, uma das grandes figuras</p><p>do pensamento do século XX. Qual é o papel de Lévi-Strauss?</p><p>2. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss é um intelectual que excede amplamente o</p><p>quadro de sua disciplina, embora tenha sempre se preocupado em só falar como antropólogo.</p><p>Lévi-Strauss é uma referência de seu tempo.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>68</p><p>3. La Lettre − Tristes trópicos se apresenta como um testemunho nostálgico de um mundo</p><p>que está em via de desaparecer, uma vez que a assim chamada civilização destrói a</p><p>diversidade cultural e os biótopos.</p><p>4. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss parece pensar que a espécie está vivendo</p><p>seus últimos séculos, visto que causa danos irreversíveis ao meio ambiente. Nossa espécie já</p><p>enfrentou situações piores. Contudo, há motivo para inquietação. Como gerir a expansão</p><p>demográfica neste momento em que a superpopulação oferece um perigo para nós mesmos?</p><p>Talvez estejamos diante de um impasse antropológico, que é também biológico. A distinção</p><p>entre natureza e cultura se apagou: se havia dúvida sobre o fato de essas duas "ordens"</p><p>estarem imbricadas, agora não há mais. Vemos que a cultura é uma força natural, e que a</p><p>natureza está envolvida em redes culturais. Portanto, é absurdo tentar distingui-las.</p><p>Talvez sejamos a única espécie em risco de se extinguir sabendo disso de antemão.</p><p>Concomitantemente, no campo da ficção científica vai se desenvolvendo todo um imaginário</p><p>em torno da salvação da espécie. A ficção científica é a metafísica popular do nosso tempo,</p><p>nossa nova mitologia.</p><p>Lévi-Strauss insistia na convergência entre o pensamento selvagem e a vanguarda da ciência.</p><p>Parece que o mais primitivo e o mais avançado se juntam desde o auge da modernidade.</p><p>(Trecho adaptado de entrevista com Eduardo Viveiros de Castro. Disponível</p><p>em: www.scielo.br)</p><p>Considerado o contexto, o segmento com valor concessivo está em:</p><p>a) visto que causa danos irreversíveis ao meio ambiente</p><p>b) uma vez que traz a ideia de que a assim chamada civilização destrói a diversidade cultural</p><p>c) Contudo, há motivo para inquietação</p><p>d) Portanto, é absurdo tentar distingui-las</p><p>e) embora tenha sempre se preocupado em só falar como</p><p>antropólogo</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia</p><p>contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda</p><p>que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que,</p><p>conquanto, etc. Por exemplo:</p><p>Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.</p><p>Eu não desistirei desse plano mesmo que todos me abandonem.</p><p>68 – Da alegria</p><p>Fico comovido toda vez que ouço o finalzinho da música que Chico Buarque escreveu para</p><p>a filha recém-nascida, dizendo o seu melhor desejo: “... e que você seja da alegria sempre</p><p>uma aprendiz...”</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>69</p><p>Haverá coisa maior que se possa desejar? Acho que não. E penso que Beethoven</p><p>concordaria: ao final de sua maior obra, a Nona Sinfonia, o que o coral canta são versos da</p><p>“Ode à alegria” de Schiller. Já o filósofo Nietzsche não se envergonhava de tratar desse assunto</p><p>de tão pouca respeitabilidade acadêmica (em nossas escolas a alegria não é tópico de nenhum</p><p>currículo), ele dizia que o nosso único pecado original é a falta de alegria.</p><p>(Adaptado de: ALVES, Rubem. Tempus fugit. São Paulo: Paulus, 1990, p. 41)</p><p>No período E penso que Beethoven concordaria, a oração sublinhada exerce a mesma função</p><p>sintática que a oração grifada em:</p><p>a) Escreveria sobre a alegria se fosse capaz.</p><p>b) Mesmo que tente, não consigo ser alegre.</p><p>c) Eles resolveram se unir para compor uma grande sinfonia.</p><p>d) O compositor não previu que faria tanto sucesso.</p><p>e) Seria preferível que você continuasse a compor.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>E penso que Beethoven concordaria → quem pensa, pensa alguma coisa (verbo transitivo</p><p>direto, a oração em destaque é uma OBJETIVA DIRETA, é o que procuramos); o "que" é uma</p><p>conjunção integrante com valor de "isso".</p><p>O compositor não previu que faria tanto sucesso. → quem prevê, prevê alguma coisa →</p><p>"que" é uma conjunção integrante, dando início a uma oração subordina substantiva OBJETIVA</p><p>DIRETA.</p><p>69 – Conversa entreouvida na antiga Atenas</p><p>Ao ver Diógenes ocupado em limpar vegetais ao pé de um chafariz, o filósofo Platão</p><p>aproximou-se do filósofo rival e alfinetou: “Se você fizesse corte (*) a Dionísio, rei de Siracusa,</p><p>não precisaria lavar vegetais”. E Diógenes, no mesmo tom sereno, retorquiu: “É verdade,</p><p>Platão, mas se você lavasse vegetais você não estaria fazendo a corte a Dionísio, rei de</p><p>Siracusa.”</p><p>(*) fazer corte = cortejar, bajular, lisonjear</p><p>(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras,</p><p>2016, p. 92)</p><p>As orações Se você fizesse corte a Dionísio e se você lavasse vegetais</p><p>a) valem-se de construção verbal na voz passiva.</p><p>b) são ambas orações principais do período que integram</p><p>c) apresentam dois tempos verbais distintos.</p><p>d) têm como complementos nominais Dionísio e vegetais.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>70</p><p>e) constituem exemplos de oração subordinada condicional.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>Condicional: exprimem ideia de condição. Algumas conjunções são se, desde que,</p><p>contanto que etc.</p><p>Ex.: Desde que haja garra, o cargo será seu.</p><p>“Se você fizesse corte (*) a Dionísio, rei de Siracusa, não precisaria lavar vegetais”</p><p>70 – “- Esterco – respondeu Oscar, farejando aborrecimento: - Por quê? Não lhe cheira bem?”</p><p>A oração reduzida “farejando aborrecimento” pode ser adequadamente substituída por uma</p><p>oração desenvolvida, na seguinte estrutura:</p><p>a) “enquanto farejava aborrecimento”.</p><p>b) “quando farejou aborrecimento”.</p><p>c) “após farejar aborrecimento”.</p><p>d) “sem deixar de farejar aborrecimento”.</p><p>e) “ao farejar aborrecimento”.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Orações reduzidas são aquelas que não são introduzidas por</p><p>conjunções e que possuem verbos nas suas formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.</p><p>São, assim, diferentes das orações desenvolvidas, que são introduzidas por um pronome ou</p><p>conjunção e que são formadas por um verbo no indicativo ou no subjuntivo.</p><p>Esterco – respondeu Oscar, farejando aborrecimento</p><p>→ temos, aqui, um valor de proporcionalidade → à medida que/enquanto ele farejava</p><p>aborrecimento ele respondeu.</p><p>→ ambas conjunções são subordinativas proporcionas → o "enquanto" com um valor original</p><p>de tempo, segundo Celso Cunha, Maria Helena de Moura Neves e alguns dicionários pode</p><p>trazer uma ideia de proporcionalidade;</p><p>→ dessa forma, em destaque, temos uma oração subordina adverbial proporcional reduzida</p><p>de gerúndio.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>71</p><p>71 – Numa parede de uma fábrica de cerveja de Tiradentes (MG), estava escrita a seguinte</p><p>frase: “Há bares que vêm para o bem”. Sobre a estrutura e o conteúdo semântico desse texto,</p><p>a única afirmativa INADEQUADA é:</p><p>a) a estrutura dessa pequena frase é de caráter intertextual;</p><p>b) a repetição fônica vêm/bem auxilia a apreensão da frase;</p><p>c) a oração “que vêm para o bem” explica o sentido de “bares”;</p><p>d) a forma plural “vêm” concorda com “bares”;</p><p>e) a forma verbal “Há” tem sentido de “existência”.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. A oração “que vêm para o bem” explica o sentido de “bares”;</p><p>>>> errado, pois temos uma oração adjetiva RESTRITIVA (que não está entre vírgulas), a</p><p>explicativa aparece entre vírgulas.</p><p>“Há bares que vêm para o bem” >>> restringindo e não explicando.</p><p>72 – Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.</p><p>Contar histórias é o antecedente remoto da literatura, da história, das religiões e talvez,</p><p>indiretamente, a locomotiva do progresso. A oralidade contribuiu de maneira decisiva para</p><p>impulsionar a civilização da época das pinturas rupestres até a viagem dos homens às estrelas.</p><p>Oralidade quer dizer pré-literatura, aquela que existia apenas graças à voz humana, antes que</p><p>aparecesse a escrita.</p><p>Os contos, as histórias inventadas, davam mais vida aos nossos ancestrais, tiravam homens</p><p>e mulheres das prisões asfixiantes que eram suas vidas e os faziam viajar pelo espaço e pelo</p><p>tempo e viver as vidas que não tinham nem nunca teriam em sua miúda e sucinta realidade.</p><p>Sairmos de nós mesmos, sermos outros, graças à fantasia, nos entretém e enriquece. Mas,</p><p>além disso, nos ensina como é pequeno o mundo real comparado com os mundos que somos</p><p>capazes de fantasiar, e deste modo nos incita a agir para transformar nossos sonhos em</p><p>realidade. O progresso nasceu assim, da insatisfação e do mal-estar com o mundo real que</p><p>inspirava nos humanos a mesma ficção que os deleitava.</p><p>As histórias que inventamos constituem a vida secreta de todas as sociedades, aquela</p><p>dimensão da existência que, embora nunca tenha tido chance de se realizar, foi de alguma</p><p>forma vivida pelos seres humanos, na incerta realidade dos desejos, fantasias, pesadelos e</p><p>invenções, de toda essa projeção da vida que não tivemos e por isso devemos inventá-la. Ela</p><p>existiu sempre na memória das gentes, mas só a escrita a fixou e lhe deu permanência, muitos</p><p>séculos depois de que nascesse, ao redor das fogueiras, quando nossos antepassados</p><p>contavam-se histórias à noite para esquecer o medo do trovão, as aparições e os milhares de</p><p>perigos que os espreitavam em qualquer parte.</p><p>(Adaptado de VARGAS LLOSA, Mario. Disponível em: www.brasil.elpais.com)</p><p>... para esquecer o medo do trovão, as aparições e os milhares de perigos... (último</p><p>parágrafo)</p><p>No contexto, o segmento acima assinala noção de</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>72</p><p>a) causa.</p><p>b) temporalidade.</p><p>c) oposição.</p><p>d) comparação.</p><p>e) finalidade.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. Na maioria das vezes, a preposição PARA dá ideia de finalidade.</p><p>AO + INFINITIVO = TEMPO</p><p>POR + INFINITIVO = CAUSA.</p><p>PARA + INFINITIVO = FINALIDADE.</p><p>A + INIFINITIVO = CONDIÇÃO.</p><p>APESAR</p><p>DE + INFINITIVO = CONCESSÃO.</p><p>73 – Atenção: Leia abaixo o Capítulo I do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, para</p><p>responder à questão.</p><p>Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central</p><p>um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se</p><p>ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta,</p><p>e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que como eu estava</p><p>cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a</p><p>leitura e metesse os versos no bolso.</p><p>– Continue, disse eu acordando.</p><p>– Já acabei, murmurou ele.</p><p>– São muito bonitos.</p><p>Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava</p><p>amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom</p><p>Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à</p><p>alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade,</p><p>e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, domingo vou jantar</p><p>com você.” – “Vou para Petrópolis, dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas</p><p>essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.” – “Meu caro dom</p><p>Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-</p><p>lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.</p><p>Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no</p><p>que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me</p><p>fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha</p><p>narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem</p><p>ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá</p><p>cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.</p><p>(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 79-80.)</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>73</p><p>...como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes... (1° parágrafo)</p><p>Em relação à oração que a sucede, a oração destacada expressa sentido de</p><p>a) causa.</p><p>b) comparação.</p><p>c) consequência.</p><p>d) proporção.</p><p>e) conclusão.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Indica a ideia de causa. Senão vejamos:</p><p>...como eu estava cansado (Causa), fechei os olhos três ou quatro</p><p>vezes (Consequência) ... (1° parágrafo)</p><p>Por causa de eu estar cansado, tive a consequência de fechar os olhos três ou quatro</p><p>vezes.</p><p>74 – Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.</p><p>A vida privada não é uma realidade natural, dada desde a origem dos tempos: é uma</p><p>realidade histórica. A história da vida privada é, em primeiro lugar, a história de sua definição:</p><p>como evoluiu sua distinção na sociedade francesa do século XX? Como o domínio da vida</p><p>privada variou em seu conteúdo e abrangência?</p><p>A questão é tanto mais importante na medida em que não é certo que seu contorno tenha</p><p>o mesmo sentido em todos os meios sociais. Para a burguesia da Belle Époque1, não há</p><p>nenhuma dúvida: o “muro da vida privada” separa claramente os domínios. Por trás desse</p><p>muro protetor, a vida privada e a família coincidem com bastante exatidão. Esse domínio</p><p>abrange as fortunas, a saúde, os costumes, a religião: se os pais que querem casar os filhos</p><p>consultam o notário ou o pároco para “tomar informações” sobre a família de um eventual</p><p>pretendente, é porque a família oculta cuidadosamente ao público o tio fracassado, o irmão de</p><p>costumes dissolutos e o montante das rendas. E Jaurès2, respondendo a um deputado</p><p>socialista que lhe censurava a comunhão solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida</p><p>faz o que quer de sua mulher, eu não”, marcava com grande precisão a fronteira entre sua</p><p>existência de político e sua vida privada.</p><p>Essa separação era organizada por uma densa teia de prescrições. A baronesa Staffe3, por</p><p>exemplo, cita: “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais merecemos a</p><p>estima e consideração dos que nos cercam”, “não devemos falar de assuntos íntimos com os</p><p>parentes ou amigos que viajam conosco na presença de desconhecidos”. O apartamento ou a</p><p>casa burguesa, aliás, se caracterizam por uma nítida diferença entre as salas para as visitas e</p><p>os demais aposentos. O lugar da família propriamente dita não é o salão: as crianças não</p><p>entram no aposento quando há visitas e, como explica a baronesa, as fotos de família ficariam</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>74</p><p>deslocadas nesse recinto. Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos. Se toda dama</p><p>da boa sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em Nevers4 −, a visita à</p><p>esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia. As salas de recepção estabelecem,</p><p>portanto, um espaço de transição para a vida privada propriamente dita.</p><p>(Adaptado de: PROST, Antoine. Fronteiras e espaços do privado. In: PROST, Antoine;</p><p>VINCENT, Gérard (orgs.). História da vida privada 5: Da Primeira Guerra a nossos dias.</p><p>Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 14 e 15.)</p><p>Obs.: 1 Período de cultura cosmopolita na história da Europa que vai de fins do século XIX até</p><p>a eclosão da Primeira Guerra Mundial.</p><p>2 Jean Léon Jaurès (1859-1914): político socialista francês.</p><p>3 Pseudônimo de Blanche-Augustine-Angèle Soyer (1843-1911), autora francesa, célebre em</p><p>seu tempo pela obra Uso do mundo, sobre como saber viver na sociedade moderna.</p><p>4 Região da França, ao sul-sudeste de Paris.</p><p>E Jaurès, respondendo a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão solene da</p><p>filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, eu não”, marcava</p><p>com grande precisão a fronteira entre sua existência de político e sua vida privada.</p><p>Sobre o que se tem no trecho acima transcrito, comenta-se com propriedade</p><p>a) Sendo certo que a forma simples do gerúndio expressa uma ação em curso, que pode</p><p>ser imediatamente anterior ou posterior à do verbo da oração principal, ou simultânea a ela,</p><p>é reconhecível, na frase acima transcrita, a simultaneidade.</p><p>b) O desenvolvimento da oração reduzida respondendo a um deputado socialista deve gerar</p><p>a forma “ao responder”.</p><p>c) O verbo “censurar” está empregado com adequada regência, assim como estaria se</p><p>houvesse a forma “que lhe censurava à comunhão solene da filha”.</p><p>d) O emprego de você exemplifica a forma linguística usada para interpelação ao</p><p>interlocutor, como vocativo, no discurso direto.</p><p>e) Em você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, o verbo destacado está empregado</p><p>como vicário, uso exemplificado em “Não divulgarei falsas notícias, como fazem alguns”.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Note que de fato ele respondeu ao deputado que estava</p><p>censurando (= censurava) a solenidade (as duas ações ocorreram simultaneamente -</p><p>enquanto um censurava, o outro começou a respondê-lo).</p><p>75 – Texto</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>75</p><p>Uma carta e o Natal</p><p>Este será o primeiro Natal que enfrentaremos, pródigos e lúcidos. Até o ano passado</p><p>conseguimos manter o mistério — e eu amava o brilho de teus olhos quando, manhã ainda,</p><p>vinhas cambaleando de sono em busca da árvore que durante a noite brotara embrulhos e</p><p>coisas. Havia um rito complicado e que começava na véspera, quando eu te mostrava a estrela</p><p>de onde Papai Noel viria, com seu trenó e suas renas, abarrotado de brinquedos e presentes.</p><p>Tu ias dormir e eu velava para que dormisses bem e profundamente. Tua irmã, embora menor,</p><p>creio que ela me embromava: na realidade, ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito</p><p>que nós fazíamos força para manter em nós</p><p>mesmos. Ela não fazia força para isso, e desde</p><p>que a árvore amanhecesse florida de pacotes e coisas, tudo dava na mesma. Contigo era</p><p>diferente. Tu realmente acreditavas em mim e em Papai Noel.</p><p>Na escola te corromperam. Disseram que Papai Noel era eu — e eu nem posso repelir a infâmia</p><p>e o falso testemunho. De qualquer forma, pediste um acordeão e uma caneta — e fomos</p><p>juntos, de mãos dadas, escolher o acordeão.</p><p>O acordeão veio logo, e hoje, quando o encontrar na árvore, já vai saber o preço, o prazo da</p><p>garantia, o fabricante. Não será o mágico brinquedo de outros Natais.</p><p>Quanto à caneta, também a compramos juntos. Escolheste a cor e o modelo, e abasteceste</p><p>de tinta, para "já estar pronta" no dia de Natal. Sim, a caneta estava pronta. Arrumamos</p><p>juntos os presentes em volta da árvore. Foste dormir, eu quedei sozinho e desesperado.</p><p>E apanhei a caneta. Escrevi isto. Não sei, ainda, se deixarei esta carta junto com os demais</p><p>brinquedos. Porque nisso tudo o mais roubado fui eu. Meu Natal acabou e é triste a gente não</p><p>poder mais dar água a um velhinho cansado das chaminés e tetos do mundo.</p><p>Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 31/12/2017.</p><p>“... ela já devia pressentir que Papai Noel era um mito que nós fazíamos força para manter</p><p>em nós mesmos.”</p><p>Se trocássemos a forma da oração reduzida sublinhada por uma oração desenvolvida, a</p><p>forma adequada seria:</p><p>a) para que mantivéssemos em nós mesmos.</p><p>b) para a manutenção em nós mesmos.</p><p>c) para que mantenhamos em nós mesmos.</p><p>d) para que seja mantido em nós mesmos.</p><p>e) para mantermos em nós mesmos.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>Oração Desenvolvida:</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>76</p><p>1. Iniciada por conjunção integrante</p><p>2. Verbo flexionado</p><p>Oração Reduzida:</p><p>1. Sem conjunção</p><p>2. Verbo expresso no infinitivo.</p><p>76 – Texto 1</p><p>A Política de Tolerância Zero</p><p>Suas vozes frágeis e seus corpos miúdos sugerem que elas não têm mais de 7 anos, mas já</p><p>conhecem a brutal realidade dos desaventurados cuja sina é cruzar fronteiras para sobreviver.</p><p>O drama dessas crianças tiradas dos braços de seus pais e mães pela “política de tolerância</p><p>zero” do governo americano tem comovido o mundo e dividido o país do presidente Donald</p><p>Trump. Os relatos são de solidão e desespero para essas famílias divididas, que, não raro, mal</p><p>podem se comunicar com o mundo exterior e não conseguem informações sobre o paradeiro</p><p>de seus parentes após terem cruzado a fronteira do México para os EUA em busca de uma</p><p>vida menos difícil. Em vez de encontrarem a realização de seu “sonho americano”, elas vêm</p><p>sendo recebidas por essa prática de hostilidade reforçada na zona fronteiriça, que já separou</p><p>mais de 2300 crianças de seus pais desde abril.</p><p>Época, nº 1043. Adaptado.</p><p>Texto 2</p><p>“Isso é inacreditável. Autoridades do governo Trump estão enviando bebês e crianças</p><p>pequenas... desculpem... há pelo menos três...”. Foi o que conseguiu dizer Rachel Maddow,</p><p>âncora da MSNBC, antes de se render às lágrimas ao tentar noticiar esse drama infantil latino-</p><p>americano, num vídeo que já viralizou”.</p><p>Época, nº 1043, p. 11.</p><p>“...mas já conhecem a brutal realidade dos desaventurados cuja sina é cruzar fronteiras para</p><p>sobreviver”. Se, no mesmo segmento, substituirmos a oração “cruzar fronteiras” por uma</p><p>forma de oração desenvolvida adequada, sua forma correta seria</p><p>a) o cruzamento de fronteiras.</p><p>b) o cruzarem-se as fronteiras.</p><p>c) a cruzada das fronteiras.</p><p>d) que cruzassem fronteiras.</p><p>e) que cruzem fronteiras.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>77</p><p>Orações reduzidas não possuem pronome relativo e tem que observar as formas nominais:</p><p>infinitivo, gerúndio ou particípio.</p><p>Já na forma desenvolvida são iniciadas por pronome relativo e o verbo é flexionado, uma pista</p><p>é observar o tempo verbal que já vem na frase, pois vai da a ideia de como ficará a</p><p>desenvolvida.</p><p>“...mas já conhecem a brutal realidade dos desaventurados cuja sina é cruzar fronteiras</p><p>para sobreviver”.</p><p>Se, no mesmo segmento, substituirmos a oração “cruzar fronteiras” por uma forma de oração</p><p>desenvolvida adequada, sua forma correta seria:</p><p>que - pron. relativo presente na oração desenvolvida- (eles) cruzem - presente do</p><p>subjuntivo - fronteiras.</p><p>..meditar no foco e treino..</p><p>77 – Texto 2:</p><p>Inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Entretanto, na linguagem cotidiana, usamos</p><p>os dois termos indistintamente. Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados</p><p>são valorizados. Aparentemente, apenas os mais inteligentes estão destinados a obter</p><p>sucesso. No entanto, apenas os sábios conseguem uma felicidade autêntica. Eles são guiados</p><p>por valores e preocupados em fazer uso da bondade, aplicando uma visão mais otimista à</p><p>vida.</p><p>Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição</p><p>simples: a faculdade das pessoas de agir de maneira sensata, prudente ou correta. Sendo</p><p>assim, a primeira pergunta que vem à mente é: a inteligência não nos dá a capacidade de nos</p><p>movimentarmos no nosso dia a dia da mesma maneira? Um QI médio ou alto não nos garante</p><p>a capacidade de tomar decisões acertadas?</p><p>É claro que sim. Também é claro que quando falamos de inteligência surgem diferentes</p><p>nuances. Por isso, o tipo de personalidade e a maturidade emocional são fatores que</p><p>influenciam mais concretamente as realizações das pessoas. Isso também é verdadeiro em</p><p>relação à capacidade de investir mais ou menos em seu próprio bem-estar e no dos outros.</p><p>Em vista disso, inteligência e sabedoria são dois conceitos interessantes. Assim, poderemos</p><p>ter uma ideia mais precisa e útil do que realmente são. Afinal, se queremos algo, além de ter</p><p>um alto QI, é necessário desenvolver uma sabedoria excepcional e moldar uma personalidade</p><p>virtuosa. Isso vai um passo além do cognitivo e do emocional. “A verdadeira sabedoria está</p><p>em reconhecer a própria ignorância.” Sócrates.</p><p>Disponível em https:amentemaravilhosa.com.br/inteligencia-e-sabedoria/</p><p>“Afinal, se queremos algo, além de ter um alto QI, é necessário desenvolver uma sabedoria</p><p>excepcional”.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>78</p><p>A forma adequada de uma oração desenvolvida correspondente à oração reduzida sublinhada</p><p>(texto 2) é:</p><p>a) o desenvolvimento de uma sabedoria excepcional;</p><p>b) que desenvolvemos uma sabedoria excepcional;</p><p>c) que desenvolvêssemos uma sabedoria excepcional;</p><p>d) desenvolvermos uma sabedoria excepcional;</p><p>e) que desenvolvamos uma sabedoria excepcional.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>→ Orações na forma reduzida não possuem pronome relativo e o verbo é expresso no infinitivo,</p><p>gerúndio ou particípio (formas nominais).</p><p>Já na forma desenvolvida são iniciadas por pronome relativo/conjunção e o verbo é</p><p>flexionado.</p><p>Diante disso, vocês já podem tirar da jogada "a" e "d".</p><p>Saber o tempo verbal é de grande ajuda tb.</p><p>"...é necessário desenvolver uma sabedoria excepcional".</p><p>"...é necessário que (nós) desenvolvamos uma sabedoria excepcional."</p><p>"desenvolvamos" tá no presente do subjuntivo.</p><p>"desenvolvemos" tá no presente do indicativo.</p><p>"desenvolvêssemos" tá no pretérito imperfeito do subjuntivo.</p><p>78 - Texto 1 - Garoto das Meias Vermelhas (Carlos Heitor Cony)</p><p>Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito.</p><p>Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa.</p><p>Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas. Um dia, o</p><p>cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas.</p><p>Ele falou, com simplicidade: "No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao</p><p>circo. Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo</p><p>mundo ia rir de mim, por causa das meias vermelhas.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>79</p><p>Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que</p><p>se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de meias</p><p>vermelhas, saberia que o filho era dela."</p><p>"Ora", disseram os garotos, "mas você não está num circo. Por que não tira essas meias</p><p>vermelhas e as joga fora?"</p><p>O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez para disfarçar o olhar</p><p>lacrimoso e explicou:</p><p>"É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas</p><p>meias vermelhas. Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai</p><p>me encontrar e me levará com ela."</p><p>Carlos Heitor Cony, Crônicas (adaptado)</p><p>Texto 2 – Os Estatutos do Homem (segmento)</p><p>Artigo VIII</p><p>Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se</p><p>ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.</p><p>Thiago de Mello, Os Estatutos do Homem</p><p>“não poder dar-se amor a quem se ama”; a forma reduzida desse verso pode ser corretamente</p><p>substituída por:</p><p>a) que não se pudesse dar amor;</p><p>b) que não se pode dar amor;</p><p>c) que não se pôde dar amor;</p><p>d) que não se podia dar amor;</p><p>e) que não se possa dar amor.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. O presente do subjuntivo é a única forma possível, já</p><p>que faz referência a uma possibilidade futura (sempre será).</p><p>79 - Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.</p><p>Comer um ovo por dia pode ajudar a evitar problemas cardíacos comuns, de acordo com</p><p>um novo estudo científico publicado no jornal Heart.</p><p>A análise foi realizada por pesquisadores dos Estados Unidos e da China, que avaliaram a</p><p>existência de uma relação entre o consumo de ovos e o menor risco de desenvolvimento de</p><p>problemas coronários, problemas cardiovasculares, doença arterial coronariana, acidentes</p><p>vasculares cerebrais isquêmicos ou hemorrágicos.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>80</p><p>Coletados entre os anos de 2004 e 2008 (com participantes acompanhados por 8 ou 9 anos</p><p>depois disso), os dados usados eram de mais de 500 mil pessoas que residem em diferentes</p><p>regiões da China e têm idades entre 30 e 79 anos. Dessa base, 13,1% dos participantes</p><p>disseram consumir cerca de um ovo por dia (0,76), enquanto 9,1% afirmaram nunca ou quase</p><p>nunca comer o alimento (0,29 ovo por dia).</p><p>A conclusão dos pesquisadores foi de que o consumo moderado de ovos, um por dia, em</p><p>média, apresentou um nível significativamente mais baixo de desenvolvimento de doenças</p><p>cardiovasculares, sem que a ingestão do alimento apresentasse efeitos que coloquem a saúde</p><p>em risco.</p><p>No estudo, o alimento reduziu em 26% o risco de hemorragia cerebral e em 28% o risco de</p><p>morte por essa condição. Já o risco de morte por doença cardiovascular foi diminuído em 18%</p><p>devido ao consumo do ovo. No caso de pessoas que comem, em média, 5 ovos por semana,</p><p>o risco de doença cardíaca isquêmica foi reduzido em 12%, em relação às pessoas que</p><p>afirmaram consumir ovos raramente.</p><p>(Texto adaptado. Disponível em: exame.abril.com.br)</p><p>A relação de sentido que cada trecho abaixo estabelece no seu período do texto está</p><p>corretamente indicada em:</p><p>a) Coletados entre os anos de 2004 e 2008 (com participantes acompanhados por 8 ou 9</p><p>anos depois disso),... (3o parágrafo) // Comparação.</p><p>b) em relação às pessoas que afirmaram consumir ovos raramente. (último parágrafo) //</p><p>Conformidade.</p><p>c) sem que a ingestão do alimento apresentasse efeitos ... (4o parágrafo) // Consequência.</p><p>d) que avaliaram a existência de uma relação entre o consumo de ovos e o menor risco de</p><p>desenvolvimento de problemas coronários,... (2o parágrafo) // Causa.</p><p>e) que residem em diferentes regiões da China e têm idades entre 30 e 79 anos. (3o</p><p>parágrafo) // Adjetivação.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>Há uma oração subordinada adjetiva restritiva, pois o "que" estabelece uma limitação quanto</p><p>às pessoas referidas no trecho:</p><p>"os dados usados eram de mais de 500 mil pessoas que residem em diferentes regiões da</p><p>China e têm idades entre 30 e 79 anos."</p><p>Reparem que os dados usados foram apenas das pessoas que residem em diferentes regiões</p><p>da china. No entanto, caso houvesse a vírgula antes do "que", não haveria o sentido da</p><p>restrição, pois estaríamos diante de uma oração subordinada adjetiva explicativa.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>81</p><p>Logo,</p><p>, QUE - Com vírgula, EXPLICA.</p><p>QUE - Sem vírgula, RESTRINGE.</p><p>80 – “Talvez um dia seja bom relembrar este dia”. (Virgílio)</p><p>A forma de oração desenvolvida adequada correspondente à oração sublinhada acima é:</p><p>a) relembrarmos este dia;</p><p>b) a relembrança deste dia;</p><p>c) que relembremos este dia;</p><p>d) que relembrássemos este dia;</p><p>e) uma nova lembrança deste dia.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>Orações reduzidas são aquelas que não são introduzidas por conjunções e que possuem</p><p>verbos nas suas formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.</p><p>São, assim, diferentes das orações desenvolvidas, que são introduzidas por um pronome</p><p>ou conjunção e que são formadas por um verbo no indicativo ou no subjuntivo.</p><p>QUE = CONJUNÇÃO INTERGRANTE;</p><p>RELEMBREMOS = VERBO RELEMBRAR NA PRIMEIRA PESSOA DO PLURAL</p><p>DO PRESENTE DO SUBJUNTIVO;</p><p>81 – No período “O Governo optou por transformar o Carnaval em um evento privado”, a</p><p>oração reduzida sublinhada pode ser reescrita em forma de oração desenvolvida adequada ao</p><p>sentido global do texto, do seguinte modo:</p><p>a) Por que transformasse o Carnaval em evento privado;</p><p>b) Pela transformação do Carnaval em um evento privado;</p><p>c) Para que se transformasse o Carnaval em evento privado;</p><p>d) Por transformarem o Carnaval em evento privado;</p><p>e) Por que transforme o Carnaval em evento privado.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. A preposição "por" é exigida pela regência do verbo "optar"; há</p><p>a inserção da conjunção integrante "que", porquanto se trata de oração substantiva; e o verbo</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>82</p><p>passou para o pretérito imperfeito do subjuntivo, uma vez que a ideia já era de passado, em</p><p>face de a forma verbal "optou" estar flexionada no pretérito perfeito do indicativo.</p><p>82 – Os textos mostram distintas estruturas quando o enunciador pretende atribuir uma</p><p>qualidade a um substantivo.</p><p>A estrutura abaixo que está devidamente caracterizada, em relação ao substantivo sublinhado,</p><p>é:</p><p>a) O discurso presidencial levou uma hora / atribuição por meio de um adjetivo que</p><p>expressa uma qualidade;</p><p>b) Um governante eficiente não transfere as providências / atribuição por meio de uma</p><p>metáfora;</p><p>c) Um livro que custa caro é menos vendido / atribuição por meio de uma oração adjetiva</p><p>explicativa;</p><p>d) A obra proposta mostrar-se-ia de grande beleza / atribuição por meio de predicativo</p><p>formado por locução;</p><p>e) Um dia de fúria pode causar prejuízos para o resto da vida / atribuição por meio de frase</p><p>verbal descritiva.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D. De grande beleza é predicativo do objeto direto, e é formado</p><p>por uma locução adjetiva = de grande/grandiosa.</p><p>83 – Explicar ou compreender?</p><p>Muitas coisas podemos explicar sem, propriamente, compreender. Mas a pessoa humana, em</p><p>sua dimensão mais íntima e profunda, só pode ser compreendida, jamais explicada. Posso</p><p>explicar, segundo a lei da gravidade, a queda de uma pedra do décimo andar de um edifício.</p><p>A pedra está totalmente sujeita à lei da gravidade, que a determina por inteiro, de modo a</p><p>permitir uma explicação cabal desse fenômeno físico, dentro do princípio estrito da causalidade</p><p>mecânica. Se, entretanto, um homem desesperado atira-se desse mesmo andar, o fato passa</p><p>a pertencer a nível fenomênico inteiramente distinto. Posso explicar a queda do seu corpo pela</p><p>mesma lei da gravitação, mas, nessa medida, estou</p><p>a assimilá-lo à pedra, e meu juízo é apenas</p><p>o de um físico interessado na queda dos corpos. Se quero interpretar o seu gesto, tenho que</p><p>compreendê-lo em seu significado, tenho que aceitá-lo em sua irredutível integridade. Será</p><p>sempre um ato significativo, pleno de interioridade; uma resposta criadora da vontade, embora</p><p>destrutiva, de uma liberdade pessoal acuada, frente a uma situação interna insuportável.</p><p>Se a pessoa humana é explicada, e não compreendida, destroem-se sua escolha e sua</p><p>liberdade e, assim, degrada-se a sua história existencial. Sem liberdade interior não há história</p><p>a ser compreendida, só fenômenos mecânicos. O homem, como pessoa, é um permanente</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>83</p><p>emergir da necessidade, e essa emergência transcendente constitui o seu projeto como ser-</p><p>no-mundo − projeto que não se pode explicar, mas que se deve buscar compreender.</p><p>(Adaptado de: PELLEGRINO, Hélio. Lucidez embriagada. São Paulo: Planeta, 2004, p. 28</p><p>29)</p><p>Articulam-se como uma causa e seu efeito, nesta ordem, os seguintes segmentos:</p><p>a) Muitas coisas podemos explicar / sem, propriamente, compreender (1º parágrafo)</p><p>b) Posso explicar a queda do seu corpo / pela mesma lei da gravitação (1º parágrafo)</p><p>c) uma resposta criadora da vontade / de uma liberdade pessoal acuada (1º parágrafo)</p><p>d) destroem-se sua escolha e sua liberdade / degrada-se a sua história existencial (2º</p><p>parágrafo)</p><p>e) projeto que não se pode explicar / mas que se deve buscar compreender (2º parágrafo)</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D. O fato de (causa) faz com que (consequência)</p><p>o fato de (destruirem sua escolha e sua liberdade) faz com que (faz com que a sua história</p><p>existencial se degrade)</p><p>Os demais trechos não se encaixam nessa construção.</p><p>84 – Diógenes de Sínope viveu no ano 336 a.C., em Corinto. Alexandre Magno, rei da</p><p>Macedônia, foi ao seu encontro, para satisfazer o desejo de falar com o grande sábio. Ao</p><p>encontrá-lo, disse-lhe: − Sou Alexandre, rei da Macedônia.</p><p>E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.</p><p>Respondeu Diógenes: − Eu sou Diógenes, o cínico.</p><p>Alexandre, vendo o estado de fragilidade material do velho filósofo, que não acreditava</p><p>em bens materiais, disse-lhe: − Ó Diógenes, formula um desejo, e eu farei com que ele se</p><p>cumpra, por mais difícil que seja!</p><p>Entre os dois, estabeleceu-se um silêncio. Diógenes encontrava-se na mesma posição, à</p><p>sombra do rei da Macedônia. E respondeu: − Afasta-te, não me tapes o sol.</p><p>Alexandre atendeu ao pedido e afastou-se rapidamente.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>84</p><p>A resposta de Diógenes ficou para a história, como expressão de humildade, desapego e</p><p>desprendimento. Ele não queria mais do que a luz do sol, um bem que não precisava do poder</p><p>do rei para ser usufruído.</p><p>(Adaptado de: NETO, Aureliano. Sei lá, a vida tem sempre</p><p>razão. www.oprogressonet.com)</p><p>E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.</p><p>A atuação combinada dos vocábulos em destaque articula as orações, na ordem dada, numa</p><p>relação de</p><p>a) conformidade e proporção.</p><p>b) intensidade e condição.</p><p>c) causa e consequência.</p><p>d) proporção e conformidade.</p><p>e) condição e causa.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>Dica para resolver as questões sobre causa e consequência:</p><p>O fato de (causa) faz com que (consequência)</p><p>O fato dele ter se aproximado do filósofo (causa), fez com que sua sombra se projetasse</p><p>sobre ele (consequência).</p><p>85 – Texto 1 – Quem protege os cidadãos do Estado?</p><p>Renato Mocellin & Rosiane de Camargo, História em Debate</p><p>O conjunto de leis nacionais, assim como de tratados e declarações internacionais ratificadas</p><p>pelos países, busca garantir aos cidadãos o acesso pleno aos direitos conquistados. Há, no</p><p>entanto, inúmeras situações em que o Estado coloca a população em risco, estabelecendo</p><p>políticas públicas autoritárias, investindo poucos recursos nos serviços públicos essenciais e</p><p>envolvendo civis em conflitos armados, por exemplo.</p><p>Existem diversas organizações internacionais que atuam de forma a evitar que haja risco para</p><p>a vida das pessoas nesses casos, como a Anistia Internacional, a Cruz Vermelha e os Médicos</p><p>sem Fronteiras. Por meio de acordos internacionais, essas instituições conseguem atuar em</p><p>regiões de conflito onde há perigo para a população.</p><p>Os Médicos sem Fronteiras, por exemplo, nasceram de uma experiência de voluntariado em</p><p>uma guerra civil nigeriana, no fim dos anos 1960. Um grupo de médicos e jornalistas decidiu</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>85</p><p>criar uma organização que pudesse oferecer atendimento médico a toda população envolvida</p><p>em conflitos e guerras, sem que essa ação fosse entendida como uma posição política favorável</p><p>ou contrária aos lados envolvidos. Assim, seus membros conseguem chegar a regiões remotas</p><p>e/ou sob forte bombardeio para atender os que estão feridos e sob risco de vida.</p><p>Para que a imparcialidade dos Médicos sem Fronteiras seja possível, é preciso que as partes</p><p>envolvidas no conflito respeitem os direitos dos pacientes atendidos. Assim, a organização</p><p>informa a localização de suas bases e o tipo de atendimento que deve ocorrer ali; o objetivo é</p><p>proporcionar uma atuação transparente, que sublinhe o caráter humanitário da ação dos</p><p>profissionais da organização.</p><p>“Assim, seus membros conseguem chegar a regiões remotas e/ou sob forte bombardeio para</p><p>atender os que estão feridos e sob risco de vida”.</p><p>Se transformarmos a oração reduzida sublinhada em forma de oração desenvolvida,</p><p>teremos:</p><p>a) para que se atendam os que estão feridos;</p><p>b) para atenção dos que estão feridos;</p><p>c) para atendimento dos que estão feridos;</p><p>d) para que se atenda os que estão feridos;</p><p>e) para que se atendesse os que estão feridos.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>Vamos eliminar as letras B e C (pois não estão desenvolvidas. As desenvolvidas precisam ter</p><p>uma conjunção ou pronome relativo!)</p><p>Ficamos com letra a/d/e, e agora?</p><p>a) para que se atendam os que estão feridos;</p><p>d) para que se atenda os que estão feridos;</p><p>e) para que se atendesse os que estão feridos.</p><p>Vamos eliminar a letra "e", pois está no pretérito!</p><p>Ficamos com letras a/d ...</p><p>Agora é ver o que concorda (questão de concordância):</p><p>a) para que se atendam os que estão feridos;</p><p>d) para que se atenda os que estão feridos;</p><p>A frase está meio invertida, fica difícil de ver, mas é uma VOZ PASSIVA</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>86</p><p>Para que ATENDAM-SE os que estão feridos (= para que os que estão feridos sejam</p><p>atendidos)</p><p>Para que ATENDAM-SE os que (= aqueles que) estão feridos</p><p>O verbo fica no plural para concordar com "aqueles que" (= feridos)</p><p>86 – Texto 3 – A produção do conhecimento,</p><p>Flávio de Campos</p><p>Estudar é semelhante ao trabalho de um detetive que investiga um determinado assunto. O</p><p>bom detetive é aquele que considera o maior número de hipóteses e escolhe aquelas que</p><p>julgar mais convincentes. Para fazer isso, ao contrário do que se pode pensar, é importante</p><p>ter dúvidas. Todos têm dúvidas. Do mais importante cientista ao mais humilde trabalhador.</p><p>O que faz um trabalho de investigação ser bom é a capacidade de organizar essas dúvidas e</p><p>tentar solucionar o maior número delas. Em qualquer área profissional, há sempre questões</p><p>em aberto, onde as reflexões e as investigações ainda não obtiveram respostas conclusivas. A</p><p>pesquisa dá respostas sempre provisórias. Sempre é possível ampliar e reformular essas</p><p>respostas obtidas anteriormente.</p><p>“Estudar é semelhante ao trabalho de um detetive que investiga um determinado assunto. O</p><p>bom detetive é aquele que considera o maior número de hipóteses e escolhe aquelas que</p><p>julgar mais convincentes. Para fazer isso, ao contrário</p><p>do que se pode pensar, é importante</p><p>ter dúvidas. Todos têm dúvidas. Do mais importante cientista ao mais humilde trabalhador.</p><p>O que faz um trabalho de investigação ser bom é a capacidade de organizar essas dúvidas e</p><p>tentar solucionar o maior número delas”.</p><p>A forma desenvolvida adequada das formas reduzidas acima destacadas é:</p><p>a) Que julgar mais convincentes / que julgasse mais convincentes;</p><p>b) Para fazer isso / para que faça isso;</p><p>c) É importante ter dúvidas / é importante que se tivesse dúvidas;</p><p>d) O que faz um trabalho de investigação ser bom / o que faz com que um trabalho de</p><p>investigação fosse bom;</p><p>e) a capacidade de organizar essas dúvidas / a capacidade de que se organizem essas</p><p>dúvidas.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>87</p><p>Oração reduzida: sem conjunção + verbo infinitivo.</p><p>Oração desenvolvida: conjunção integrante + verbo flexionado.</p><p>a) Que julgar mais convincentes / que julgasse mais convincentes; sem conjunção</p><p>integrante.</p><p>b) Para fazer isso / para que faça isso; sem verbo flexionado.</p><p>c) É importante ter dúvidas / é importante que se tivesse dúvidas; sem conjunção</p><p>integrante</p><p>d) O que faz um trabalho de investigação ser bom / o que faz com que um trabalho de</p><p>investigação fosse bom; sem conjunção integrante</p><p>e) a capacidade de organizar essas dúvidas / a capacidade de que se organizem essas dúvidas.</p><p>conjunção integrante + verbo flexionado.</p><p>87 – Texto 2 – Violência: O Valor da vida</p><p>Kalina Vanderlei Silva / Maciel Henrique Silva, Dicionário de conceitos históricos. São Paulo:</p><p>Contexto, 2006, p. 412</p><p>A violência é um fenômeno social presente no cotidiano de todas as sociedades sob várias</p><p>formas. Em geral, ao nos referirmos à violência, estamos falando da agressão física. Mas</p><p>violência é uma categoria com amplos significados. Hoje, esse termo denota, além da agressão</p><p>física, diversos tipos de imposição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar ou de</p><p>gênero, ou a censura da fala e do pensamento de determinados indivíduos e, ainda, o desgaste</p><p>causado pelas condições de trabalho e condições econômicas. Dessa forma, podemos definir</p><p>a violência como qualquer relação de força que um indivíduo impõe a outro.</p><p>Consideremos o surgimento das desigualdades econômicas na história: a vida em sociedade</p><p>sempre foi violenta, porque, para sobreviver em ambientes hostis, o ser humano precisou</p><p>produzir violência em escala inédita no reino animal.</p><p>Por outro lado, nas sociedades complexas, a violência deixou de ser uma ferramenta de</p><p>sobrevivência e passou a ser um instrumento da organização da vida comunitária. Ou seja, foi</p><p>usada para criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam alguns teóricos, a sociedade</p><p>não se desenvolveria nem se complexificaria. Essa desigualdade social é o fenômeno em que</p><p>alguns indivíduos ou grupos desfrutam de bens e valores exclusivos e negados à maioria da</p><p>população de uma sociedade. Tal desigualdade aparece em condições históricas específicas,</p><p>constituindo-se em um tipo de violência fundamental para a constituição de civilizações.</p><p>“Ou seja, foi usada para criar uma desigualdade social...”; se modificarmos a oração reduzida</p><p>de infinitivo por uma oração desenvolvida, a forma adequada seria:</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>88</p><p>a) para a criação de uma desigualdade social;</p><p>b) para que se criasse uma desigualdade social;</p><p>c) para que se crie uma desigualdade social;</p><p>d) para a criatividade de uma desigualdade social;</p><p>e) para criarem uma desigualdade social.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>Ou seja, foi usada para criar uma desigualdade social...”; se modificarmos a oração reduzida</p><p>de infinitivo por uma oração desenvolvida, a forma adequada seria:</p><p>b) para que se criasse uma desigualdade social;</p><p>c) para que se crie uma desigualdade social;</p><p>88 – As crianças gostam de brincadeiras que sejam imitativas e repetitivas, mas, ao mesmo</p><p>tempo, inovadoras. Firmam-se no que lhes é conhecido e seguro, e exploram o que é novo e</p><p>nunca foi experimentado.</p><p>O termo “arremedo” pode implicar algum grau de intenção, mas imitar, ecoar ou reproduzir</p><p>são propensões psicológicas (e até fisiológicas) universais que vemos em todo ser humano e</p><p>em muitos animais.</p><p>Merlin Donald, em Origens do pensamento moderno, faz uma distinção entre arremedo,</p><p>imitação e mimese: o arremedo é literal, uma tentativa de produzir uma duplicata o mais exata</p><p>possível. A imitação não é tão literal quanto o arremedo. A mimese adiciona uma dimensão</p><p>representativa à imitação. Em geral, incorpora o arremedo e a imitação a um fim superior, o</p><p>de reencenar e representar um evento ou relação. O arremedo, segundo Donald, é visto em</p><p>muitos animais; a imitação, em macacos e grandes primatas não humanos; a mimese, apenas</p><p>no ser humano.</p><p>A imitação, que tem um papel fundamental nas artes cênicas, onde a prática, a repetição</p><p>e o ensaio incessantes são imprescindíveis, também é importante na pintura e na composição</p><p>musical e escrita. Todos os artistas jovens buscam modelos durante os anos de aprendizado.</p><p>Nesse sentido, toda arte começa como “derivada”: é fortemente influenciada pelos modelos</p><p>admirados e emulados, ou até diretamente imitados ou parafraseados.</p><p>Mas por que, de cada cem jovens músicos talentosos ou de cada cem jovens cientistas</p><p>brilhantes, apenas um punhado irá produzir composições musicais memoráveis ou fazer</p><p>descobertas científicas fundamentais? Será que a maioria desses jovens, apesar de seus dons,</p><p>carece de alguma centelha criativa adicional? Será que lhes faltam características que talvez</p><p>sejam essenciais para a realização criativa, por exemplo, audácia, confiança, pensamento</p><p>independente?</p><p>A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento conscientes, mas também</p><p>de preparação inconsciente. Esse período de incubação é essencial para permitir que o</p><p>subconsciente assimile e incorpore influências, que as reorganize em algo pessoal. Na abertura</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>89</p><p>de Rienzi, de Wagner, quase podemos identificar todo esse processo. Há ecos, imitações,</p><p>paráfrases de Rossini, Schumann e outros − as influências musicais de seu aprendizado. E</p><p>então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner: potente, extraordinária (ainda que horrível, na</p><p>minha opinião), uma voz genial, sem precedentes.</p><p>Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta.</p><p>As ideias estão no ar, e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem</p><p>da época. A própria língua é emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda que</p><p>possamos usá-la e interpretá-la de modos muito individuais. O que está em questão não é</p><p>“emprestar” ou “imitar”, ser “derivado”, ser “influenciado”, e sim o que se faz com aquilo que</p><p>é tomado de empréstimo.</p><p>(Adaptado de: SACKS, Oliver. O rio da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo:</p><p>Cia. das Letras, 2017, ed. digital)</p><p>ainda que horrível, na minha opinião (6° parágrafo)</p><p>O segmento sublinhado acima estabelece, no contexto, noção de</p><p>a) conclusão.</p><p>b) concessão.</p><p>c) finalidade.</p><p>d) causa.</p><p>e) conformidade.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. A ideia de contraste na oração subordinada adverbial</p><p>concessiva, traz em si o fundamento de transgressão, ou em outra palavra o não</p><p>cumprimento de uma lei, ou, ainda mais resumidamente --> Fazer aquilo que não se é</p><p>esperado, ou seja, uma contradição. Suas decorébas são = embora, conquanto, ainda que,</p><p>mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, por mais que, por pouco que, por muito</p><p>que</p><p>89 – É compreensível imaginar que, dentro do contexto de uma arte de tantos séculos como</p><p>o teatro, o clichê “nada se cria, tudo se copia” já seja uma máxima. Alguns estudiosos da</p><p>dramaturgia dizem que tal frase</p><p>é perfeitamente aplicável. O curioso, no entanto, é constatar</p><p>a rapidez com que o cinema, que tem menos de 120 anos de vida, tem incorporado essa</p><p>máxima.</p><p>No século 21, é em Hollywood que essa tendência aparece com maior força. Praticamente</p><p>todos os sucessos de bilheteria da indústria cinematográfica norte-americana são adaptações</p><p>de quadrinhos, livros, videogames ou programas de TV que fizeram sucesso. A indústria da</p><p>adaptação tornou-se tão forte que existe uma massa de escritores com contratos fixos com</p><p>alguns estúdios, o que significa que escrevem obras literárias já pensando em sua adaptação</p><p>para o cinema. O roteiro original, portanto, tornou-se um artigo de luxo no cinema norte-</p><p>americano.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>90</p><p>Em Hollywood, tal fenômeno é compreensível. A razão para que haja uma alta sem</p><p>precedentes das adaptações é o medo do risco em tempos de crise econômica, que faz com</p><p>que os estúdios apostem em histórias já testadas e aprovadas por leitores. Essa estratégia,</p><p>apesar de não garantir êxito de bilheteria, reduz o risco de apostar todas as fichas em histórias</p><p>inéditas.</p><p>No Brasil, as adaptações também viraram moda, uma vez que, nos primeiros anos do</p><p>século 21, os filmes mais comentados vieram de livros e outras formas de expressão artística.</p><p>(Adaptado de: BALLERINI, Franthiesco. Cinema Brasileiro no Século 21: reflexões de</p><p>cineastas, produtores, distribuidores, exibidores, artistas, críticos e legisladores sobre os</p><p>rumos da cinematografia nacional. Edição digital. São Paulo: Summus Editorial, 2012)</p><p>O segmento em que se observa uma conclusão a que se chegou a partir das ideias expostas</p><p>na oração anterior está em:</p><p>a) ... o cinema, que tem menos de 120 anos de vida... (1° parágrafo)</p><p>b) ... uma vez que [...] os filmes mais comentados vieram de livros e outras formas de</p><p>expressão artística. (último parágrafo)</p><p>c) Essa estratégia, apesar de não garantir êxito de bilheteria... (3° parágrafo)</p><p>d) ... dentro do contexto de uma arte de tantos séculos como o teatro... (1° parágrafo)</p><p>e) O roteiro original, portanto, tornou-se um artigo de luxo no cinema norte-americano. (2°</p><p>parágrafo)</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. Se você soubesse que a conjunção PORTANTO é de conclusão,</p><p>você já teria a questão na sua mão.</p><p>“Uma vez que” é conjunção de causa.</p><p>“Apesar de”, concessão.</p><p>Dica: decore as conjunções.</p><p>90 – Texto I - Moradias em Áreas de Risco</p><p>Alguns locais são impróprios para a construção de moradias. Os morros são um exemplo,</p><p>porque a inclinação do terreno dificulta a construção das casas e pode colocar em risco a vida</p><p>dos moradores. Quando chove muito, a água pode fazer com que a terra deslize sobre o</p><p>terreno inclinado. E, se a terra desliza, são carregadas com ela as casas construídas nos</p><p>morros.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>91</p><p>Casas construídas em áreas próximas de córregos e rios também estão sujeitas a alagamentos</p><p>quando há muita chuva em um período curto de tempo. Além disso, por conta dos esgotos</p><p>que muitas vezes são jogados nos rios, as pessoas que vivem nesses locais ficam sujeitas a</p><p>contrair doenças.</p><p>(Ricardo Dreguer)</p><p>“Alguns locais são impróprios para a construção de moradias.”</p><p>Se substituirmos o segmento sublinhado por uma oração reduzida, teremos como forma</p><p>correta:</p><p>a) para construírem-se moradias.</p><p>b) para que se construísse moradias.</p><p>c) para que se construa moradias.</p><p>d) para que se construam moradias.</p><p>e) para moradias ser construídas.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Orações subordinadas reduzidas NÃO iniciam por pronome</p><p>relativo ou por conjunção subordinativa e têm o verbo empregado em uma das formas</p><p>nominais (gerúndio, particípio ou infinitivo).</p><p>91 – TEXTO 1 - REFEIÇÃO EM FAMÍLIA</p><p>Rosely Sayão</p><p>Os meios de comunicação, devidamente apoiados por informações científicas, dizem que</p><p>alimentação é uma questão de saúde. Programas de TV ensinam a comer bem para manter o</p><p>corpo magro e saudável, livros oferecem cardápios de populações com alto índice de</p><p>longevidade, alimentos ganham adjetivos como “funcionais”. Temos dietas para cardíacos,</p><p>para hipertensos, para gestantes, para obesos, para idosos.</p><p>Cada vez menos a família se reúne em torno da mesa para compartilhar a refeição e se</p><p>encontrar, trocar ideias, saber uns dos outros. Será falta de tempo? Talvez as pessoas tenham</p><p>escolhido outras prioridades: numa pesquisa recente sobre as refeições, 69% dos</p><p>entrevistados no Brasil relataram o hábito de assistir à TV enquanto se alimentam.</p><p>[....]</p><p>O horário das refeições é o melhor pretexto para reunir a família porque ocorre com</p><p>regularidade e de modo informal. E, nessa hora, os pais podem expressar e atualizar seus</p><p>afetos pelos filhos de modo mais natural. (adaptado)</p><p>“Programas de TV ensinam a comer bem para manter o corpo magro e saudável, livros</p><p>oferecem cardápios de populações com alto índice de longevidade”.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>92</p><p>Sobre o período e as orações que o constituem (texto 1), é correto afirmar que:</p><p>a) o período é composto por duas orações;</p><p>b) o período apresenta orações do tipo coordenado e subordinado;</p><p>c) todas as orações do período são subordinadas;</p><p>d) todas as orações do período são coordenadas;</p><p>e) o período mostra mais orações coordenadas que subordinadas.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Programas de TV ensinam a comer bem (oração</p><p>principal) para manter o corpo magro e saudável (oração subordinada adverbial</p><p>final), livros oferecem cardápios de populações com alto índice de longevidade (oração</p><p>coordenada)”.</p><p>92 – TEXTO 1 - REFEIÇÃO EM FAMÍLIA</p><p>Rosely Sayão</p><p>Os meios de comunicação, devidamente apoiados por informações científicas, dizem que</p><p>alimentação é uma questão de saúde. Programas de TV ensinam a comer bem para manter o</p><p>corpo magro e saudável, livros oferecem cardápios de populações com alto índice de</p><p>longevidade, alimentos ganham adjetivos como “funcionais”. Temos dietas para cardíacos,</p><p>para hipertensos, para gestantes, para obesos, para idosos.</p><p>Cada vez menos a família se reúne em torno da mesa para compartilhar a refeição e se</p><p>encontrar, trocar ideias, saber uns dos outros. Será falta de tempo? Talvez as pessoas tenham</p><p>escolhido outras prioridades: numa pesquisa recente sobre as refeições, 69% dos</p><p>entrevistados no Brasil relataram o hábito de assistir à TV enquanto se alimentam.</p><p>[....]</p><p>O horário das refeições é o melhor pretexto para reunir a família porque ocorre com</p><p>regularidade e de modo informal. E, nessa hora, os pais podem expressar e atualizar seus</p><p>afetos pelos filhos de modo mais natural. (adaptado)</p><p>Na estruturação do texto 1, o segundo parágrafo, em relação ao primeiro, estabelece</p><p>uma relação de:</p><p>a) explicação;</p><p>b) consequência;</p><p>c) oposição;</p><p>d) exemplificação;</p><p>e) causa.</p><p>Comentários</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>93</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>1° paragrafo relata a positividade da tv em relaçao de contribuir p uma alimentaçao</p><p>saudavel.</p><p>2° paragrafo relata o negativismo da tv em relaçao de afastamento do laço familiar.</p><p>93 – Civilização e infelicidade</p><p>Uma fonte da infelicidade humana estaria na insuficiência das normas que regulam os</p><p>vínculos pessoais na família, no Estado e na sociedade. Não queremos admitir que as</p><p>instituições por nós mesmos criadas não trariam bem-estar e proteção para todos nós.</p><p>Deparamo-nos com a afirmação espantosa que boa parte da nossa miséria vem do que é</p><p>chamado de nossa civilização; seríamos bem mais felizes se a abandonássemos e</p><p>retrocedêssemos a condições primitivas.</p><p>A asserção me parece espantosa porque é fato estabelecido – como quer que se defina o</p><p>conceito de civilização</p><p>– que tudo aquilo com que nos protegemos da ameaça das fontes do</p><p>sofrer é parte da civilização. Descobriu-se que o homem se torna neurótico porque não pode</p><p>suportar a medida de privação que a sociedade lhe impõe, em prol de seus ideais culturais, e</p><p>concluiu-se então que, se estas exigências fossem abolidas ou bem atenuadas, isto significaria</p><p>um retorno a possibilidades de felicidade.</p><p>(Adaptado de: FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. Trad. Paulo César de Souza.</p><p>São Paulo: Penguin & Companhia das Letras, 2011, p. 30-32)</p><p>Há desdobramento de uma oração em duas e alteração na voz verbal nesta nova</p><p>redação de um segmento do texto:</p><p>a) Uma fonte da infelicidade humana estaria na insuficiência das normas // a insuficiência</p><p>das normas seria uma fonte da infelicidade humana.</p><p>b) A asserção me parece espantosa // Espanta-me que se faça tal asserção.</p><p>c) Descobriu-se que o homem se torna neurótico // perceberam a razão da neurose do</p><p>homem.</p><p>d) nos protegemos da ameaça das fontes do sofrer // nos poupamos do risco dos</p><p>sofrimentos.</p><p>e) isto significaria um retorno a possibilidades de felicidade // isto equivaleria retornar à</p><p>eventualidade de ser feliz.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Duas orações, uma delas na passiva sintética. Na analítica</p><p>ficaria assim: Espanta-me que seja feita tal asserção.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>94</p><p>94 – Brasileiros e latino-americanos fazemos constantemente a experiência do caráter postiço</p><p>da vida cultural que levamos. Essa experiência tem sido um dado formador de nossa reflexão</p><p>crítica desde os tempos da Independência. Ela pode ser e foi interpretada de muitas maneiras,</p><p>o que faz supor que corresponda a um problema durável e de fundo.</p><p>O Papai Noel enfrentando a canícula em roupa de esquimó é um exemplo de inadequação.</p><p>Da ótica de um tradicionalista, a guitarra elétrica no país do samba é outro. São exemplos</p><p>muito diferentes, mas que comportam o sentimento da contradição entre a realidade nacional</p><p>e o prestígio ideológico dos países que nos servem de modelo.</p><p>Tem sido observado que, a cada geração, a vida intelectual no Brasil parece recomeçar do</p><p>zero. O apetite pela produção recente dos países avançados muitas vezes tem como avesso o</p><p>desinteresse pelo trabalho da geração anterior e, por conseguinte, a descontinuidade da</p><p>reflexão. Nos vinte anos em que tenho dado aula de literatura, por exemplo, assisti ao trânsito</p><p>da crítica por uma lista impressionante de correntes. Mas é fácil observar que só raramente a</p><p>passagem de uma escola a outra corresponde ao esgotamento de um projeto; no geral, ela se</p><p>deve ao prestígio americano ou europeu da doutrina seguinte. Conforme notava Machado de</p><p>Assis em 1879, “o influxo externo é que determina a direção do movimento”.</p><p>Não é preciso ser adepto da tradição para reconhecer os inconvenientes desta praxe, a</p><p>que falta a convicção das teorias, logo trocadas. Percepções e teses notáveis a respeito da</p><p>cultura do país são decapitadas periodicamente, e problemas a muito custo identificados ficam</p><p>sem o desdobramento que lhes poderia corresponder. O que fica de nosso desfile de</p><p>concepções e métodos é pouco, já que o ritmo da mudança não dá tempo à produção</p><p>amadurecida.</p><p>O inconveniente faz parte do sentimento de inadequação que foi nosso ponto de partida.</p><p>Nada mais razoável, portanto, para alguém consciente do prejuízo, que passar ao polo oposto</p><p>e imaginar que baste não reproduzir a tendência metropolitana para alcançar uma vida</p><p>intelectual mais substantiva. A conclusão tem apoio intuitivo forte, mas é ilusória. Não basta</p><p>renunciar ao empréstimo para pensar e viver de modo mais autêntico. A ideia de cópia</p><p>discutida aqui opõe o nacional ao estrangeiro e o original ao imitado, oposições que são irreais</p><p>e não permitem ver a parte do estrangeiro no próprio, a parte do imitado no original e também</p><p>a parte original no imitado.</p><p>(Adaptado de: SCHWARZ, Roberto. Que horas são? São Paulo, Cia. Das Letras, 1987, p.</p><p>29-48)</p><p>O segmento sublinhado em O que fica de nosso desfile de concepções e métodos é pouco, já</p><p>que o ritmo da mudança não dá tempo à produção amadurecida (4°parágrafo) expressa, no</p><p>contexto, noção de</p><p>a) concessão.</p><p>b) consequência.</p><p>c) causa.</p><p>d) conformidade.</p><p>e) finalidade.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>95</p><p>Causais : porque , porquanto , visto que , já que , uma vez que , na medida em que , dado</p><p>que , haja vista que.</p><p>CONcessiva ( CONtraste = oposição) : Embora , mesmo , CONquanto, AINDA</p><p>QUE , apesar de , não obstante , malgrado, A despeito de , Posto que , se bem que.</p><p>CONSEcutiva (CONSEquência = decorrência) : de modo que , de maneira que , de sorte</p><p>que , tal que , tão que, tamanho que)</p><p>Conformativa : como, conforme , segundo , consoante , em conformidade com.</p><p>95 – Texto 1</p><p>A contracapa de um livro de suspense – Em águas sombrias – informa aos possíveis leitores:</p><p>“Uma mãe solteira aparece morta no rio que atravessa a cidade. Pouco tempo antes, uma</p><p>adolescente vulnerável teve o mesmo destino. Embora não sejam as primeiras mulheres</p><p>perdidas para estas águas escuras, suas mortes causam uma perturbação no rio e em sua</p><p>história, dragando dele segredos há muito submersos. (...) um novo e viciante suspense</p><p>psicológico em que a verdade é escorregadia e pode afogar as pessoas em seus próprios</p><p>mistérios”.</p><p>“Embora não sejam as primeiras mulheres perdidas para estas águas escuras” é uma oração</p><p>que poderia ser reescrita em forma reduzida de infinitivo e mantendo-se o sentido original, da</p><p>seguinte forma:</p><p>a) Apesar de não serem as primeiras mulheres perdidas para estas águas escuras.</p><p>b) Mesmo não sendo as primeiras mulheres perdidas para estas águas escuras.</p><p>c) Por não serem as primeiras mulheres perdidas para estas águas escuras.</p><p>d) Não sendo, portanto, as primeiras mulheres perdidas para estas águas escuras.</p><p>e) A fim de não serem as primeiras mulheres perdidas para estas águas escuras.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. EMBORA, É UMA CONCESSIVA, junto com: Conquanto, ainda</p><p>que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc.</p><p>96 – A tentativa de jogar a culpa por uma situação indesejada − de desastres naturais a</p><p>guerras, de crises econômicas a epidemias − nas costas de um único indivíduo ou grupo quase</p><p>sempre inocente é uma prática tão disseminada que alguns estudiosos a consideram essencial</p><p>para entender a vida em sociedade. Como é possível que explicações irracionais convençam</p><p>tanta gente, apesar da falta de evidências?</p><p>Em um livro publicado recentemente, Charlie Campbell defende a tese de que cada ser</p><p>humano tende a se considerar melhor do que realmente é, e por isso tem dificuldade de admitir</p><p>os próprios erros. "Adão culpou Eva, Eva culpou a serpente, e assim continuamos</p><p>assiduamente desde então", ele escreveu. Junte-se a isso a necessidade intrinsecamente</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>96</p><p>humana de encontrar um sentido, uma ordem no caos do mundo, e têm-se os elementos</p><p>exatos para aceitarmos a primeira e a mais simples explicação que aparecer para os males</p><p>que nos afligem.</p><p>Desde muito cedo, provavelmente com o surgimento das primeiras crenças religiosas, a</p><p>humanidade desenvolveu rituais para transferir a culpa para pessoas, animais ou objetos como</p><p>uma forma de purificação e recomeço. A expressão "bode expiatório" refere-se a uma</p><p>passagem do Velho Testamento, em que um animal era sacrificado imediatamente em tributo</p><p>a Deus, para pagar pelos pecados da comunidade, e um outro era enxotado da aldeia,</p><p>carregando consigo, simbolicamente, a culpa de todos os moradores.</p><p>Outro estudioso, René Girard, é autor da teoria do desejo mimético, segundo a qual</p><p>ninguém almeja algo porque precisa dele, mas sim porque aquilo também é desejado por</p><p>um programa de apoio à pesquisa igualmente coeso e contínuo.</p><p>A sociedade brasileira não tem uma “cultura” já determinada. O Brasil é, ao mesmo tempo,</p><p>um povo mestiço, com raízes indígenas, africanas, europeias e asiáticas, um país onde o ensino</p><p>médio e universitário tem alcançado, em alguns setores, níveis internacionais de qualidade e</p><p>um vasto território cruzado por uma rede de comunicações de massa portadora de uma</p><p>indústria cultural cada vez mais presente.</p><p>O que se chama, portanto, de “cultura brasileira” nada tem de homogêneo ou de uniforme.</p><p>A sua forma complexa e mutante resulta de interpenetrações da cultura erudita, da cultura</p><p>popular e da cultura de massas. Se algum valor deve presidir à ação do Poder Público no trato</p><p>com a “cultura”, este não será outro que o da liberdade e o do respeito pelas manifestações</p><p>espirituais as mais diversas que se vêm gestando no cotidiano do nosso povo. Em face dessa</p><p>corrente de experiências e de significados tão díspares, a nossa Lei Maior deveria abster-se de</p><p>propor normas incisivas, que soariam estranhas, porque exteriores à dialética das “culturas”</p><p>brasileiras. Ao contrário, um certo grau de indeterminação no estilo de seus artigos e</p><p>parágrafos é, aqui, recomendável.</p><p>(Adaptado de: BOSI, Alfredo. Entre a Literatura e a História. São Paulo: Editora 34,</p><p>2013, p. 393-394)</p><p>Observando-se a construção da frase: Não creio que se deve propriamente lamentar</p><p>esse vazio nos textos da Lei Maior, é correto afirmar que</p><p>a) a oração Não creio tem por sujeito a oração subsequente.</p><p>b) no caso de substituição da forma Não creio por Não é crível, o sujeito manter-se-á o</p><p>mesmo.</p><p>c) os termos nos textos e da Lei Maior são complementos verbais.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>9</p><p>d) no caso de substituição de Não creio por Não tenho a convicção, a regência seguinte</p><p>passará a ser nominal.</p><p>e) uma forma da voz ativa equivalente a que se deve propriamente lamentar é que deve</p><p>ser propriamente lamentado.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>A alternativa A está incorreta. A oração tem sujeito sim, que está em elipse. No caso, o</p><p>sujeito é o pronome "Eu".</p><p>A alternativa B está incorreta. O sujeito passaria a ser indeterminado.</p><p>A alternativa C está incorreta. São complementos nominais.</p><p>A alternativa E está incorreta. Refere-se na voz passiva.</p><p>09 – Atenção: Considere o texto a seguir para responder à questão.</p><p>Peça teatral no Amapá retrata os conflitos e superações da mulher contemporânea</p><p>“Mulher do Fim do Mundo” ficará em cartaz nos dias 20 e 27 de outubro, no Sesc Araxá.</p><p>Entrada é franca e a classificação é 16 anos.</p><p>Por Rita Torrinha, G1 AP, Macapá</p><p>20/10/2017 09h10 Atualizado 20/10/2017 09h29</p><p>Uma montagem solo amapaense traz à reflexão a figura da mulher contemporânea como</p><p>resistência de luta e superação. “Mulher do Fim do Mundo” será a atração nos dias 20 e 27 de</p><p>outubro no salão de eventos do Sesc Araxá, em Macapá.</p><p>A peça tem a assinatura da Associação Artística Casa Circo, que foi premiada este ano.</p><p>Jones Barsou, diretor do espetáculo, diz que esse olhar sobre a mulher é feito de forma brutal,</p><p>que se ameniza ou se agita ainda mais com momentos de dança.</p><p>O texto é forte e fala da mulher diante de seus conflitos internos. A atriz, bailarina e artista</p><p>circense Ana Caroline é quem dá vida à personagem.</p><p>“A todo o momento a mulher é obrigada a impor uma política que valide o seu corpo e o</p><p>seu discurso enquanto ser significante na sociedade. Essa condição seria desnecessária se a</p><p>vida de cada pessoa fosse restrita a ela”, comenta Barsou.</p><p>Serviço</p><p>Mulher do Fim do Mundo</p><p>Data: 20 e 27 de outubro</p><p>Horário: 20h</p><p>Local: salão de eventos do Sesc Araxá − Rua Jovino Dinoá, bairro Araxá</p><p>Classificação: 16 anos</p><p>Entrada franca</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>10</p><p>(Texto adaptado. Disponível em: https://g1.globo.com)</p><p>O verbo e seu sujeito estão sublinhados em:</p><p>a) Jones Barsou, diretor do espetáculo, diz que esse olhar sobre a mulher é feito de forma</p><p>brutal... (2o parágrafo)</p><p>b) Uma montagem solo amapaense traz à reflexão a figura da mulher contemporânea...</p><p>(1o parágrafo)</p><p>c) A peça tem a assinatura da Associação Artística Casa Circo... (2o parágrafo)</p><p>d) a mulher é obrigada a impor uma política que valide o seu corpo e o seu discurso...</p><p>(4o parágrafo)</p><p>e) Essa condição seria desnecessária se a vida de cada pessoa fosse restrita a ela...</p><p>(4o parágrafo)</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. O verbo dizer está perfeitamente relacionado ao sujeito que é</p><p>Jones Barsou. Essa ficou fácil de responder. Vale dizer, que o fato do sujeito e do verbo estarem</p><p>separados por vírgula, não deixa a frase errada, visto que essa separação se refere a uma</p><p>intercalação.</p><p>10 – Texto 2:</p><p>Inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Entretanto, na linguagem cotidiana, usamos</p><p>os dois termos indistintamente. Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados</p><p>são valorizados. Aparentemente, apenas os mais inteligentes estão destinados a obter</p><p>sucesso. No entanto, apenas os sábios conseguem uma felicidade autêntica. Eles são guiados</p><p>por valores e preocupados em fazer uso da bondade, aplicando uma visão mais otimista à</p><p>vida.</p><p>Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição</p><p>simples: a faculdade das pessoas de agir de maneira sensata, prudente ou correta. Sendo</p><p>assim, a primeira pergunta que vem à mente é: a inteligência não nos dá a capacidade de nos</p><p>movimentarmos no nosso dia a dia da mesma maneira? Um QI médio ou alto não nos garante</p><p>a capacidade de tomar decisões acertadas?</p><p>É claro que sim. Também é claro que quando falamos de inteligência surgem diferentes</p><p>nuances. Por isso, o tipo de personalidade e a maturidade emocional são fatores que</p><p>influenciam mais concretamente as realizações das pessoas. Isso também é verdadeiro em</p><p>relação à capacidade de investir mais ou menos em seu próprio bem-estar e no dos outros.</p><p>Em vista disso, inteligência e sabedoria são dois conceitos interessantes. Assim, poderemos</p><p>ter uma ideia mais precisa e útil do que realmente são. Afinal, se queremos algo, além de ter</p><p>um alto QI, é necessário desenvolver uma sabedoria excepcional e moldar uma personalidade</p><p>virtuosa. Isso vai um passo além do cognitivo e do emocional. “A verdadeira sabedoria está</p><p>em reconhecer a própria ignorância.” Sócrates.</p><p>Disponível em https:amentemaravilhosa.com.br/inteligencia-e-sabedoria/</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>11</p><p>Em todas as frases abaixo (texto 2) sublinhamos formas verbais de primeira pessoa do plural,</p><p>em que o sujeito é quantitativamente impreciso.</p><p>O caso em que o sujeito de uma dessas formas abrange o maior universo possível de</p><p>pessoas é:</p><p>a) “Inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Entretanto, na linguagem</p><p>cotidiana, usamos os dois termos indistintamente”;</p><p>b) “Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados”;</p><p>c) “Também é claro que quando falamos de inteligência surgem diferentes nuances”;</p><p>d) “Assim, poderemos ter uma ideia mais precisa e útil do que realmente são”;</p><p>e) “Afinal, se queremos algo, além de ter um alto QI, é desenvolver uma sabedoria</p><p>excepcional e moldar uma personalidade virtuosa”.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Apenas essa alternativa mostra exatamente e abrange o maior</p><p>número de pessoas, pois todo mundo vive em uma sociedade. As outras alternativas não</p><p>abrangem o maior número de pessoas.</p><p>11 – Necessidade interior</p><p>Uma coisa que não podemos fazer é forçar o tempo interior. Cada coisa tem seu momento</p><p>de maturação, e apressá-la significaria debilitá-la, uma fatal distorção. Num segmento do teu</p><p>tempo, tens um conjunto de coisas que estão desorganizadas, e subitamente se introduz aí</p><p>um elemento que organiza tudo.</p><p>outra</p><p>pessoa. A vida em sociedade consiste na multiplicação dessa equação e a dificuldade de</p><p>conciliar os desejos de todos cria tensão e violência. Para que a ordem social não desmorone</p><p>em atos de vingança, existem os rituais de sacrifício, em que os impulsos destrutivos são</p><p>canalizados para um bode expiatório. No mundo moderno, os sacrifícios com sangue deram</p><p>lugar a rituais mais sutis de expiação, auxiliados por tecnologias como a internet.</p><p>(Adaptado de Diogo Schelp. Veja, 16 de maio de 2012. p.113- 115.)</p><p>... é uma prática tão disseminada que alguns estudiosos a consideram essencial para entender</p><p>a vida em sociedade. (1° parágrafo)</p><p>O segmento grifado acima introduz, no contexto, noção de</p><p>a) condição.</p><p>b) finalidade.</p><p>c) comparação.</p><p>d) temporalidade.</p><p>e) consequência.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. Consecutivas – Introduzem uma oração que expressa</p><p>consequência da principal. São elas : de sorte que , de modo que , de forma que , sem que</p><p>(=que não ) , que ( tendo com antecedente na oração principal uma palavra como : Tal , tão</p><p>, cada , tanto , tamanho).</p><p>97 – Uma manchete do jornal Metro, 11/04/2017, dizia o seguinte: “Se reforma for adiada,</p><p>direitos serão perdidos”.</p><p>A relação lógica entre as duas orações da manchete é:</p><p>a) uma afirmação seguida de uma explicação;</p><p>b) uma condição seguida de uma consequência;</p><p>c) uma consequência seguida de sua causa;</p><p>d) uma possível causa seguida de uma exemplificação;</p><p>e) uma opinião seguida de uma conclusão.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>97</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Oração iniciada com a conjunção SE pode iniciar uma oração</p><p>subordinada adverbial condicional ou causal. O que difere as duas é o contexto, se apresentar</p><p>a idéia de uma hipótese(suposição ou fato dado como incerto) é condicional, se apresentar a</p><p>partida de uma lógica de ação certa é causal (ex: Se não tinha competência para o cargo, não</p><p>poderia ter aceitado a proposta).</p><p>Para saber se é uma condicional, o que ajuda é colocar a condição oposta e ver se isso muda</p><p>o desfecho:</p><p>"Se a reforma não for adiada, direitos não serão perdidos." <= Como é possível inferir isso</p><p>da frase, ela pode ser considerada uma condicional.</p><p>98 – Texto 4 – ANIMAIS, NOSSOS IRMÃOS</p><p>“Desde o início da vida no planeta Terra, muitas são as espécies animais que foram extintas</p><p>por vários motivos.</p><p>Atualmente, quando se mencionam ‘espécies em extinção’, afloram as várias atividades</p><p>humanas que as provocaram, ou estão provocando.</p><p>Dentre essas ações, as principais talvez sejam:</p><p>l) a caça predatória de animais de grande porte e de alguns animais menores; todos esses</p><p>animais, de uma forma ou de outra, rendem expressivos lucros;</p><p>ll) a descuidada aplicação dos chamados ‘defensivos agrícolas’ ou agrotóxicos,</p><p>desestabilizando completamente o ecossistema;</p><p>lll) as grandes tragédias provocadas também pela incúria humana como os incêndios florestais</p><p>e derramamento de petróleo cru nos mares;</p><p>lV) o desmatamento de grandes áreas, fator de cruel desalojamento dos habitats de</p><p>incontáveis espécies animais”. (Eurípedes Kuhl)</p><p>“a caça predatória de animais de grande porte e de alguns animais menores; todos esses</p><p>animais, de uma forma ou de outra, rendem expressivos lucros”.</p><p>O segmento (texto 4) sublinhado, em relação ao trecho anterior, funciona como sua:</p><p>a) finalidade;</p><p>b) causa;</p><p>c) consequência;</p><p>d) conclusão;</p><p>e) proporção.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>98</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>Relação causa x consequência</p><p>(Macete: o FATO DE (CAUSA) FAZ COM QUE (CONSEQUÊNCIA)</p><p>O FATO DE OS ANIMAIS RENDEREM EXPRESSIVOS LUCROS FAZ COM QUE OCORRA A CAÇA</p><p>PREDATÓRIA</p><p>99 – Depois de subir uma serra que parecia elevar-se do caos, o taubateano Antônio Dias de</p><p>Oliveira se deparou com uma vista inebriante: uma sequência de morros enrugados, separados</p><p>por precipícios e vales. No fundo desses grotões, corriam córregos de água transparente. O</p><p>mais volumoso deles era o Tripuí. Foi nele que Antônio Dias encontrou um ouro tão escuro que</p><p>foi chamado de ouro preto. A região, que ficaria conhecida como Ouro Preto, tinha uma</p><p>formação geológica rara. Portugal tinha enfim seu Eldorado. O ouro era encontrado nas</p><p>margens e nos leitos dos rios, e até à flor da terra.</p><p>Já em 1697, el-rei pôde sentir em suas mãos o metal precioso do Brasil. Naquele ano, doze</p><p>navios vindos do Rio de Janeiro aportaram em Lisboa. Além do tradicional açúcar, traziam ouro</p><p>em barra. A presença do metal na frota vinda do Brasil era tão inusitada que espiões franceses</p><p>pensaram que o ouro era proveniente do Peru. Mas logo todos saberiam da novidade e o</p><p>mundo voltaria seus olhos para o Brasil.</p><p>Como só havia dois caminhos que levavam às lavras, o trânsito de ambos se intensificou.</p><p>Os estrangeiros que chegavam por Salvador ou Recife se embolavam às massas vindas do</p><p>Nordeste. Juntos, desciam às minas acompanhando o rio São Francisco até o ponto em que</p><p>este se encontra com o rio das Velhas, já em território mineiro. Os portugueses que</p><p>desembarcavam no Rio de Janeiro seguiam o fluxo dos moradores da cidade. Em</p><p>Guaratinguetá, portugueses e fluminenses agregavam-se às multidões vindas do Sul e de São</p><p>Paulo e, unidos, subiam o chamado Caminho Geral do Sertão, que terminava nas minas.</p><p>Foi dessa forma desordenada e no meio do sertão bruto que pela primeira vez o Brasil se</p><p>encontrou.</p><p>(Adaptado de: Lucas Figueiredo. Boa Ventura!. Rio de Janeiro, Record, 2011, pp. 120; 131;</p><p>135)</p><p>Existe relação de causa e consequência entre as orações:</p><p>a) Como só havia dois caminhos que levavam às lavras, o trânsito de ambos se intensificou.</p><p>b) Já em 1697, el-rei pôde sentir em suas mãos o metal precioso do Brasil.</p><p>c) No fundo desses grotões, corriam córregos de água transparente.</p><p>d) Além do tradicional açúcar, traziam ouro em barra.</p><p>Comentários</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>99</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>DICA:</p><p>O FATO DE (causa) FEZ COM QUE (Consequência)</p><p>Como só havia dois caminhos que levavam às lavras, o trânsito de ambos se intensificou O</p><p>FATO DE Só Haver dois caminhos que levavam às lavras, FEZ COM QUE o trânsito de ambos</p><p>se intensificassem Orações subordinativas adverbiais:</p><p>Causais: Exprimem motivo, causa</p><p>Porque, porquanto, visto que, já que, como</p><p>Ex: A cidade foi alagada porque o rio transbordou</p><p>Consecutivas: Indicam uma consequência do fato, referido na oração principal.</p><p>De modo que, de forma que, de maneira que</p><p>ex: O rio transbordou tanto que a cidade foi a alagada.</p><p>100 – Texto 1 – ENTREVISTA COM O FÍSICO HOWARD GELLER</p><p>O Brasil passou por um período de racionamento de energia em 2001. Isso pode se</p><p>repetir? O que pode ser feito para evitar um novo racionamento?</p><p>O racionamento foi resultado da política de privatização e desregulamentação que não</p><p>incentivou suficientemente a construção de novas usinas. O governo também não permitiu</p><p>que o setor público investisse nessa área. Não planejou nem implementou uma política para o</p><p>setor. O problema principal foi esse e não tinha uma carência de energia ou da capacidade de</p><p>fornecê-la, embora o volume de chuvas tenha sido pequeno nos anos anteriores.</p><p>No futuro, o desafio será adotar uma política energética que estimule o fornecimento de</p><p>energia, através de eletricidade ou de combustíveis, a um custo acessível para os</p><p>consumidores e as empresas, protegendo inclusive o meio ambiente. É preciso levar em conta</p><p>questões econômicas e sociais. No Brasil, há pelo menos 20 milhões de pessoas que vivem em</p><p>áreas rurais das regiões Norte e Nordeste, sem acesso à eletricidade. Uma boa política</p><p>expandiria o fornecimento para essa população. (Ciência Hoje, maio de 2004 - adaptado)</p><p>“O que pode ser feito para evitar um novo racionamento?”</p><p>A oração “para evitar um novo racionamento” pode ser</p><p>desenvolvida em forma de uma nova</p><p>oração do seguinte modo:</p><p>a) Para evitar-se um novo racionamento?</p><p>b) Para que se evitasse um novo racionamento?</p><p>c) Para que um novo racionamento fosse evitado?</p><p>d) Para que se evite um novo racionamento?</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>100</p><p>e) Para ser evitado um novo racionamento?</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>1) Para se transformar em uma ORAÇÃO DESENVOLVIDA, temos que ter CONJUNÇÃO. Nas</p><p>respostas, temo o Que.</p><p>Daí, elininam-se as letras A e E. Pois não tem a conjunção QUE.</p><p>2) A pergunta original possui VERBO NO PRESENTE DO ("pode..."). ENTÃO É</p><p>NECESSÁRIO MANTER O PARALELISMO.</p><p>ENTÃO, Para que (CONJ. INTEGRANTE) se evite (PRESENTE) um novo racionamento?</p><p>101 – “Com as novas medidas para evitar a abstenção, o governo espera uma economia</p><p>vultosa no Enem”.</p><p>A oração reduzida “para evitar a abstenção” pode ser adequadamente substituída pela seguinte</p><p>oração desenvolvida:</p><p>a) para que se evitasse a abstenção;</p><p>b) a fim de que a abstenção fosse evitada;</p><p>c) para que se evite a abstenção;</p><p>d) a fim de evitar-se a abstenção;</p><p>e) evitando-se a abstenção.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. Item correto. Com a adequação substituída, não se altera o</p><p>tempo e nem o sentido da oração.</p><p>102 – Uma manchete do Estado de São Paulo, 10/04/2017, dizia o seguinte:</p><p>“Atentados contra cristãos matam 44 no Egito e país decreta emergência”.</p><p>As duas orações desse período mantêm entre si a seguinte relação lógica:</p><p>a) causa e consequência;</p><p>b) informação e comprovação;</p><p>c) fato e exemplificação;</p><p>d) afirmação e explicação;</p><p>e) tese e argumentação.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>101</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>Sempre se pergunte o que aconteceu primeiro --> será a causa.</p><p>O QUE ACONTECEU DEPOIS? --> SERÁ A CONSEQUÊNCIA.</p><p>Sendo assim: Primeiro houve um atentado contra cristãos que mataram 44 no Egito</p><p>E depois disso: O país decretou emergência”.</p><p>103 – Texto 1 – Preâmbulo</p><p>O cristianismo impregna, com maior ou menor evidência, a vida cotidiana, os valores e as</p><p>opções estéticas até mesmo dos que o ignoram. Ele contribui para o desenho da paisagem dos</p><p>campos e das cidades. Às vezes, ganha destaque no noticiário. Contudo, os conhecimentos</p><p>necessários à interpretação dessa presença se apagam com rapidez. Com isso, a</p><p>incompreensão aumenta.</p><p>Admirar o monte Saint-Michel e os monumentos de Roma, de Praga ou de Belém, deleitar-se</p><p>com a música de Bach ou de Messiaen, contemplar os quadros de Rembrandt, apreciar</p><p>verdadeiramente certas obras de Stendhal ou de Victor Hugo implica poder decifrar as</p><p>referências cristãs que constituem a beleza desses lugares e dessas obras-primas. Entender</p><p>os debates mais recentes sobre a colonização, as práticas humanitárias, a bioética, o choque</p><p>de culturas também supõe um conhecimento do cristianismo, dos elementos fundamentais da</p><p>sua doutrina, das peripécias que marcaram sua história, das etapas da sua adaptação ao</p><p>mundo.</p><p>Foi nessa perspectiva que nos dirigimos a eminentes especialistas. Propusemos a eles que</p><p>pusessem seu saber à disposição dos leitores de um vasto público culto. Isso, sem o peso da</p><p>erudição, sem o emprego de um vocabulário excessivamente especializado, sem eventuais</p><p>alusões a um suposto conhecimento prévio, que não tem mais uma existência real, e, claro,</p><p>sem intenção de proselitismo. (História do Cristianismo, org. Alain Corbin. São Paulo: Martins</p><p>Fontes. 2009. p.XIII).</p><p>“...implica poder decifrar as referências cristãs...”; a forma reduzida sublinhada fica</p><p>convenientemente substituída por uma oração em forma desenvolvida na seguinte opção:</p><p>a) a possibilidade de decifrar as referências cristãs;</p><p>b) a possibilidade de decifração das referências cristãs;</p><p>c) que se pudessem decifrar as referências cristãs;</p><p>d) que possamos decifrar as referências cristãs;</p><p>e) a possibilidade de que decifrássemos as referências cristãs.</p><p>Comentários</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>102</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>1º passo - leitura do período composto:</p><p>"apreciar verdadeiramente certas obras de Stendhal ou de Victor Hugo implica poder decifrar</p><p>as referências cristãs "</p><p>2º passo - leitura correta do período:</p><p>"apreciar verdadeiramente certas obras implica poder decifrar as referências cristãs "</p><p>3º passo - Identificar que tipo de oração seria na forma desenvolvida:</p><p>incia-se a oração original com uma reduzida de infinitivo, note que a oração reduzida serve</p><p>de complemento para o verbo implicar;</p><p>"apreciar verdadeiramente certas obras implica ISSO", deu pra trocar por isso, então é</p><p>uma: O.Sub.Subs.Obj. Direta</p><p>4º passo - adequar um conectivo para poder desenvolver a oração (sugiro o "que")</p><p>"apreciar verdadeiramente certas obras implica que possamos decifrar as referências cristãs";</p><p>104 – Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão a seguir.</p><p>Os trabalhadores passaram mais tempo na escola, elevando a fatia dos brasileiros com ensino</p><p>médio e superior em andamento ou concluído. Ou seja, houve mais ofertas de trabalhadores</p><p>dessa classe. E muitos profissionais podem ter ingressado no nível mais elevado de</p><p>escolaridade, mas com o mesmo salário, o que reduz a média de ganho da categoria. "Nos</p><p>últimos anos, as pessoas ficaram mais tempo na escola e a oferta de profissionais com ensino</p><p>médio e superior aumentou. O crescimento da escolaridade também foi impulsionado pelo</p><p>aumento do número de universidades privadas", disse Naercio.</p><p>(Disponível em: http://exame.abril.com.br/ brasil/noticias</p><p>mais-escolarizados-perdem-8-da-renda-de-2002-para-2011. Texto adaptado)</p><p>O trecho elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio e superior em andamento ou</p><p>concluído, de acordo com o contexto, expressa</p><p>a) concessão.</p><p>b) consequência.</p><p>c) restrição.</p><p>d) justificativa.</p><p>e) oposição.</p><p>Comentários</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>103</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>(O fato de) Os trabalhadores passaram mais tempo na escola, (fez com que ) elevando a</p><p>fatia dos brasileiros com ensino médio e superior em andamento ou concluído.</p><p>Por causa dos trabalhadores passaram mais tempo na escola, fez com</p><p>que consequentemente elevaram a fatia dos brasileiros com ensino médio e superior em</p><p>andamento ou concluído.</p><p>105 – Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.</p><p>Instituições e riscos</p><p>Sem convívio não há vida, sem convívio não há civilização. Mas para conviver neste pequeno</p><p>planeta, para se afastar da barbárie, os homens necessitam de princípios e de regras, em suas</p><p>múltiplas formas de agrupamento. Orientados por tantos e tão diferentes interesses, premidos</p><p>pelas mais diversas necessidades, organizamo-nos em associações, escolas, igrejas,</p><p>sindicatos, corporações, clubes, empresas, assembleias, missões etc., confiando em que a</p><p>força de um objetivo comum viabiliza a unificação de todos no corpo de uma instituição. É o</p><p>sentido mesmo de uma coletividade organizada que legitima a existência e o funcionamento</p><p>das instituições.</p><p>Mas é preciso sempre alertar para o fato de que, criadas para permitir o convívio civilizado,</p><p>as instituições também podem abrigar aqueles que se valem de seu significado coletivo para</p><p>mascarar interesses particulares. A corrupção e a fraude podem tirar proveito do prestígio de</p><p>uma instituição, alimentando-se de sua força como um parasita oportunista se aproveita do</p><p>hospedeiro saudável. Não faltam exemplos de deturpações e desvios do bom caminho</p><p>institucional, provocados exatamente por aqueles que deveriam promover a garantia do</p><p>melhor roteiro. Por isso, não há como deixar de sermos vigilantes no acompanhamento das</p><p>organizações todas que regem nossa vida: observemos sempre se são de fato os princípios do</p><p>bem coletivo que estão orientando a ação institucional. Sem isso, deixaremos</p><p>que a</p><p>necessidade original de convívio, em vez de propiciar a saúde do empreendimento social, dê</p><p>lugar ao atendimento do egoísmo mais primitivo.</p><p>(Teobaldo de Carvalho, inédito)</p><p>Estabelecem entre si uma relação de causa e consequência, nesta ordem, os seguintes</p><p>segmentos:</p><p>a) para se afastar da barbárie / os homens necessitam de princípios (1º parágrafo)</p><p>b) premidos pelas mais diversas necessidades / organizamo-nos em associações (1º</p><p>parágrafo)</p><p>c) a unificação de todos no corpo de uma instituição / a força de um objetivo comum (1º</p><p>parágrafo)</p><p>d) alertar para o fato / abrigar aqueles que se valem de seu significado coletivo para</p><p>mascarar interesses (2º parágrafo)</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>104</p><p>e) tirar proveito do prestígio de uma instituição / alimentando-se de sua força como um</p><p>parasita (2º parágrafo)</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>Macete: O FATO DE (CAUSA) FAZ COM QUE (CONSEQUÊNCIA)</p><p>A - para se afastar da barbárie, os homens necessitam de princípios e de regras, (A FIM DE</p><p>SE AFASTAR = FINALIDADE).</p><p>B - O FATO DE os homens estarem premidos das mais diversas necessidades FEZ COM</p><p>QUE eles se organizassem em associações.</p><p>106 – Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.</p><p>O conceito de infância, como o conhecemos, consolidou-se no Ocidente a partir do século</p><p>XVIII. Até o século XVI, pelo menos, assim que conseguissem se virar sem as mães ou as</p><p>amas, as crianças eram integradas ao mundo dos adultos. A infância, como idade da</p><p>brincadeira e da formação escolar, ao mesmo tempo com direito à proteção dos pais e depois</p><p>à do Estado, é algo relativamente novo.</p><p>A infância não é um conceito determinado apenas pela biologia. Como tudo, é também um</p><p>fenômeno histórico implicado nas transformações econômicas e sociais do mundo, em</p><p>permanente mudança e construção.</p><p>Hoje há algo novo nesse cenário. Vivemos a era dos adultos infantilizados. Não é por acaso</p><p>que proliferaram os coaches. Coach, em inglês, significa treinador. Originalmente, treinador</p><p>de esportistas. Nesse conceito importado dos Estados Unidos, país que transformou a infância</p><p>numa bilionária indústria de consumo, a ideia é a de que, embora estejamos na idade adulta,</p><p>não sabemos lidar com a vida sozinhos. Precisamos de um treinador que nos ajude a comer,</p><p>conseguir amigos e emprego, lidar com conflitos matrimoniais e profissionais, arrumar as</p><p>finanças e até mesmo organizar os armários. Uma espécie de infância permanente do</p><p>indivíduo.</p><p>Os adultos infantilizados desse início de milênio encarnam a geração do “eu mereço”. Alcançar</p><p>sonhos, ideais ou mesmo objetivos parece ser compreendido como uma consequência natural</p><p>do próprio existir, de preferência imediata. Quando essa crença fracassa, é hora de buscar o</p><p>treinador de felicidade, o treinador de saúde. É estarrecedor verificar como as gerações que</p><p>estão aí parecem não perceber que dá trabalho conquistar o que se deseja. E, mesmo que se</p><p>esforcem muito, haverá sempre o que não foi possível alcançar.</p><p>(Adaptado de: BRUM, ELIANE. Disponível em:http://revistaepoca.globo.com/Revista/Época)</p><p>Identifica-se noção de concessão no segmento que se encontra em:</p><p>a) Quando essa crença fracassa... (último parágrafo)</p><p>b) ... assim que conseguissem se virar sem as mães ou as amas... (1o parágrafo)</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>105</p><p>c) ... a partir do século XVIII. (1o parágrafo)</p><p>d) ... em permanente mudança e construção. (2o parágrafo)</p><p>e) ... embora estejamos na idade adulta... 3o parágrafo)</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia</p><p>contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda</p><p>que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que,</p><p>conquanto, etc.</p><p>Por exemplo:</p><p>Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.</p><p>Eu não desistirei desse plano mesmo que todos me abandonem.</p><p>107 – Somos um povo fútil?</p><p>“No Brasil, tudo vira moda. Até manifestação de rua.”</p><p>Ouvi essa frase de um motorista de táxi durante os acontecimentos de junho, e achei um</p><p>exagero. Rebati, dizendo que o povo nas ruas tinha um significado imenso e ira propiciar a</p><p>mudança de várias leis. Ele me olhou pelo retrovisor e respondeu que era verdade, mas que</p><p>via muitos jovens, a caminho das manifestações, agindo como se estivessem indo para um</p><p>bloco de carnaval. “É a onda do momento”, insistiu. “Daqui a pouco passa.”</p><p>Em poucas semanas, as manifestações começaram a esvaziar. Os motivos eram muitos:</p><p>a ação dos black blocks, as depredações, a violência da polícia, as denúncias de interesses</p><p>escusos por parte de políticos, milicianos, traficantes. Mas não pude deixar de pensar nas</p><p>palavras do motorista de táxi.</p><p>Tornei a pensar nelas há algumas semanas, ao voltar de uma viagem de quase um mês à</p><p>Alemanha. Ao desembarcar no Brasil, fui tomada pela sensação de que somos mesmo um país</p><p>de modismos. Um povo fútil. Sei que é um clichê essa história de ir à Europa e voltar falando</p><p>de “um banho de civilização”. Sempre fui contra isso. Mas, desta vez – depois de visitar 11</p><p>museus, duas exposições, de ir a um concerto de música clássica e de visitar uma feira</p><p>gigantesca de livros –, alguma coisa aconteceu comigo.</p><p>Acho que uma das razões dessa sensação foi a leitura, durante a viagem, do livro de Mário</p><p>Vargas Llosa, “A civilização do espetáculo”. Embora em alguns pontos eu discorde do escritor,</p><p>o livro me chamou a atenção para a destruição da cultura no mundo moderno, em favor do</p><p>entretenimento. Esse conceito me deixou pensando no Brasil – nesse país que não lê livros,</p><p>mas onde quase todo mundo tem celular. Onde se veem, nos bairros pobres, antenas</p><p>parabólicas sobre casas miseráveis, onde há mais televisores do que geladeiras, e onde, em</p><p>vez de bibliotecas, temos lan houses. País que parece ter passado, em massa, do</p><p>analfabetismo funcional para o Facebook – sem escalas.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>106</p><p>(....) Voltei da viagem com essa sensação de que somos mesmo fúteis, superficiais, e me</p><p>lembrei do motorista de táxi.</p><p>(Heloísa Seixas, O Globo, 14 de dezembro de 2013)</p><p>“Embora em alguns pontos eu discorde do escritor”</p><p>Assinale a alternativa em que essa frase tem seu sentido modificado.</p><p>a) Sem que em alguns pontos eu discorde do escritor.</p><p>b) Apesar de em alguns pontos eu discordar do escritor.</p><p>c) Mesmo que em alguns pontos eu discorde do escritor.</p><p>d) Não obstante em alguns pontos eu discordar do escritor.</p><p>e) Ainda que em alguns pontos eu discorde do escritor.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia</p><p>contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda</p><p>que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que,</p><p>conquanto, etc.</p><p>a) Sem que em alguns pontos eu discorde do escritor. condicional</p><p>b) Apesar de em alguns pontos eu discordar do escritor. concessiva</p><p>c) Mesmo que em alguns pontos eu discorde do escritor. concessiva</p><p>d) Não obstante em alguns pontos eu discordar do escritor. concessiva</p><p>e) Ainda que em alguns pontos eu discorde do escritor. concessiva</p><p>108 – Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.</p><p>Os azulejos de São Luís compõem um dos patrimônios culturais mais belos da cidade. Eles</p><p>são encontrados nas fachadas das casas antigas, bem como foram e ainda são utilizados em</p><p>igrejas e na decoração interna de casarões.</p><p>Foi no século XVIII, período colonial, que os azulejos lusitanos começaram a chegar à capital</p><p>maranhense, em um contexto de crescimento urbano, para enriquecer a estética das casas e</p><p>dos prédios comerciais.</p><p>O Museu Histórico e Artístico do Maranhão (Museu de Artes Visuais) contém o maior acervo</p><p>de azulejos</p><p>em exposição. Todos são provenientes de doações. Lá é possível confirmar com</p><p>historiadores que o patrimônio azulejar maranhense é em sua maior parte proveniente de</p><p>Portugal, mas também possui influência da França.</p><p>Os portugueses se dedicaram à produção de azulejos, utilizando técnicas diferenciadas e</p><p>trabalho manual. Eles também trabalharam em prol de uma construção visual, de forma que</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>107</p><p>um painel com o mesmo azulejo colocado em determinadas posições possa ser visto de várias</p><p>formas.</p><p>Portugal fez de São Luís a mais lusitana das capitais brasileiras. Por isso, a cidade preserva</p><p>o maior aglomerado urbano de azulejos dos séculos XVIII e XIX, em toda a América Latina.</p><p>Eles assumem importância no contexto universal da criação artística, pela longevidade de seu</p><p>uso, sem interrupção durante cinco séculos, resistindo a tempos chuvosos e amenizando o</p><p>calor do verão, devido aos matizes de branco que refletem os raios solares.</p><p>Assim, essa cultura material ludovicense, respeitada mundialmente, evoca a identidade e a</p><p>memória do povo maranhense.</p><p>(Adaptado de: ASSIS, Isabella Bogéa de. Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/</p><p>conteudo/heran%C3%A7-lusitana-da-cidade-dosazulejos)</p><p>Identifica-se noção de finalidade no segmento que se encontra em:</p><p>a) ... mas também possui influência da França. (3º parágrafo)</p><p>b) ... pela longevidade de seu uso. (5º parágrafo)</p><p>c) ... para enriquecer a estética das casas e dos prédios comerciais. (2º parágrafo)</p><p>d) Por isso, a cidade preserva o maior aglomerado urbano de azulejos dos séculos XVIII e</p><p>XIX. (5º parágrafo)</p><p>e) ... devido aos matizes de branco que refletem os raios solares. (5º parágrafo)</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. As orações subordinadas adverbiais finais exprimem finalidade</p><p>sendo as conjunções integrantes adverbiais: a fim de que, para que, que, porque.</p><p>Exemplo: Estamos aqui para trabalhar.</p><p>109 – Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.</p><p>Tolerância brasileira?</p><p>A internet vem ajudando a derrubar o mito de que nós, brasileiros, somos tolerantes às</p><p>diferenças. Expressões preconceituosas predominam em postagens que revelam todo tipo de</p><p>intransigência em relação ao outro, rejeitado por sua aparência, classe social, deficiência,</p><p>opção política, idade, raça, religião etc.</p><p>Num primeiro momento, parece que a internet criou uma onda de intolerância. O fato,</p><p>porém, é que as redes sociais apenas amplificaram discursos existentes no nosso dia a dia. No</p><p>fundo, as pessoas são as mesmas, nas ruas e nas redes.</p><p>(Adaptado de: COSTA, Bob Vieira da. Folha de S.Paulo, 3/08/2016)</p><p>A oração sublinhada exerce a função de sujeito no seguinte período:</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>108</p><p>a) Parece que o mito da tolerância já não se sustenta entre nós.</p><p>b) A internet derrubou a crença de que somos tolerantes.</p><p>c) As redes sociais deram vazão à intolerância que já se notava nas ruas.</p><p>d) Uma vez disseminados, os preconceitos vão revelando nossa intolerância.</p><p>e) Quando se acessa uma rede social depara-se com uma onda de intolerância.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>Alternativa A– Correta – Substituindo “que o mito da tolerância já não se sustenta entre</p><p>nós” por isso: parece ISSO ou ISSO parece. Repare que o verbo PARECER é intransitivo, por</p><p>isso não tem complemento e sim sujeito.</p><p>Alternativa B – Incorreta – A oração sublinhada complementa o nome crença, por isso é</p><p>classificada como completiva nominal (oração subordinada substantiva CN).</p><p>Alternativa C – Incorreta - A oração sublinhada qualifica e restringe o nome</p><p>“intolerância” (oração subordinada adjetiva restritiva). Note que o termo “que” é pronome</p><p>relativo (pode ser substituído por a qual).</p><p>Alternativa D– Incorreta – A oração tem valor adverbial temporal (oração subordinada</p><p>adverbial temporal).</p><p>Alternativa E – Incorreta – A oração tem valor adverbial temporal (oração subordinada</p><p>adverbial temporal).</p><p>110 – “Nisto erramos: em ver a morte à nossa frente, como um acontecimento futuro,</p><p>enquanto grande parte dela já ficou para trás.</p><p>Cada hora do nosso passado pertence à morte.” (Sêneca)</p><p>A forma reduzida “em ver a morte à nossa frente” pode ser adequadamente desenvolvida</p><p>pela seguinte oração:</p><p>a) “na visão da morte à nossa frente”.</p><p>b) “ao vermos a morte à nossa frente”.</p><p>c) “em que vejamos a morte à nossa frente”.</p><p>d) “em que víssemos a morte à nossa frente”.</p><p>e) “quando virmos a morte à nossa frente”.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. Orações Desenvolvidas: Tem Conjunção e os verbos NÃO estarão</p><p>nas formas nominais (Gerúndio/Particípio/Infinitivo). Já as orações reduzidas, estas não terão</p><p>conjunções e os verbos estarão nas formas nominais.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>109</p><p>111 – Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase</p><p>não havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje,</p><p>era a fotografia de um jovem. Tinha 50 anos naquela época, entretanto, idade em que me</p><p>considerava bem distante da juventude.</p><p>Lidar com a inexorabilidade do envelhecimento exige uma habilidade na qual somos</p><p>inigualáveis: a adaptação. Não há animal capaz de criar soluções diante da adversidade como</p><p>nós. Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitação, temos que aprender</p><p>a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos.</p><p>A adolescência é um fenômeno moderno. Nossos ancestrais passavam da infância à vida adulta</p><p>sem estágios intermediários. Nas comunidades agrárias, aos 7 anos, os meninos trabalhavam</p><p>na roça e as meninas já cuidavam dos afazeres domésticos. A figura do adolescente que mora</p><p>com os pais até os 30 anos surgiu nas sociedades industrializadas após a Segunda Guerra</p><p>Mundial.</p><p>A exaltação da juventude como o período áureo da existência humana é um mito das</p><p>sociedades ocidentais. Restringir aos jovens a publicidade dos bens de consumo, exaltar a</p><p>estética, os costumes e os padrões de comportamento característicos dessa faixa etária tem o</p><p>efeito perverso de insinuar que o declínio começa assim que essa fase se aproxima do fim.</p><p>A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos. É preciso sabedoria para aceitar</p><p>que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolverá</p><p>aos 60 o rosto que tínhamos aos 18, mas que envelhecer não é sinônimo de decadência física</p><p>para os que se movimentam, não fumam, comem com parcimônia, exercitam a cognição e</p><p>continuam atentos às transformações do mundo.</p><p>Considerar a vida um vale de lágrimas no qual submergimos ao deixar a juventude é torná-la</p><p>experiência medíocre. Julgar que os melhores anos foram aqueles dos 15 aos 25 é não levar</p><p>em conta que a memória é editora autoritária, capaz de suprimir por conta própria as</p><p>experiências traumáticas e relegar ao esquecimento inseguranças, medos e desilusões</p><p>afetivas.</p><p>Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem "cabeça de jovem". Ainda que</p><p>maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação das ambiguidades, das</p><p>diferenças, do contraditório e abre espaço para uma diversidade de experiências com as quais</p><p>nem sonhávamos anteriormente.</p><p>(Adaptado de: VARELLA, Drauzio. Disponível em: www.drauziovarella.com.br</p><p>Tinha 50 anos naquela época, entretanto, idade em que me considerava bem distante da</p><p>juventude. (1o parágrafo)</p><p>Ainda que maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação das</p><p>ambiguidades... (último parágrafo)</p><p>Sem prejuízo da correção e do sentido, os segmentos sublinhados acima podem ser</p><p>substituídos, correta e respectivamente, por:</p><p>a) embora – Haja vista</p><p>b) todavia – Mesmo que</p><p>c) contudo – Apesar de</p><p>d) conquanto – Desde que</p><p>e) porquanto – Se bem que</p><p>Comentários</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>110</p><p>O gabarito é a alternativa B. Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou</p><p>dois termos semelhantes de uma mesma oração. De acordo com o tipo de relação que</p><p>estabelecem, as conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas.</p><p>No primeiro caso, os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse</p><p>isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido que cada um dos elementos</p><p>possui. Já no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção depende da</p><p>existência do outro.</p><p>Conjunções Subordinativas Adverbiais CONCESSIVAS: introduzem uma oração que</p><p>expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São</p><p>elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto</p><p>que, conquanto.</p><p>Conjunções Coordenativas Adversativas: ligam duas orações ou palavras,</p><p>expressando ideia de contraste ou compensação. São elas: mas, porém,</p><p>contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.</p><p>112 – “........ a educação um valor central, é fundamental refletir sobre o tipo de escola que</p><p>desejamos criar. A educação, ........ comprometida com a igualdade social e a inclusão, pode</p><p>vir a ser um caminho privilegiado para a emancipação" (Adaptado de: ACCIOLY, Lins, Beatriz</p><p>et al. Diferentes, não desiguais: a questão de gênero na escola. São Paulo: Reviravolta,</p><p>2009, passim) Preenche respectivamente as lacunas da frase acima, mantendo-se a coerência,</p><p>o que está em:</p><p>a) Por mais que seja − conquanto</p><p>b) Sendo − se</p><p>c) Embora seja − conquanto</p><p>d) Por mais que seja − a menos que seja</p><p>e) Sendo − embora</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>Sendo a educação um valor central, é fundamental refletir sobre o tipo de escola que</p><p>desejamos criar. A educação, se comprometida com a igualdade social e a inclusão, pode vir</p><p>a ser um caminho privilegiado para a emancipação"</p><p>Sendo com sentido de consistindo - A educação consistindo em um valor central;</p><p>Se - com sentido de hipótese dando voz a suposição na sequência seguinte: pode vir a</p><p>ser....</p><p>Conjunção condicional: caso, no caso de, na hipótese de, na condição de.</p><p>113 – Assinale a opção que apresenta a frase em que a substituição da oração adjetiva</p><p>sublinhada pelo termo em destaque é inadequada.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>111</p><p>a) “O que é a felicidade além da simples harmonia entre o homem e a vida que ele leva?”</p><p>– vivida por ele.</p><p>b) “Sucesso é conseguir o que você quer e felicidade é gostar do que você</p><p>conseguiu”. – desejado.</p><p>c) “Você não será mais feliz com mais até ser feliz com o que você já tem”. – já obtido.</p><p>d) “A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido”. – multiplicável.</p><p>e) “Felicidade é como uma flor que não se deve colher”. – recolhida.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. “Felicidade é como uma flor que não se deve colher”.</p><p>– recolhida. Se mudar a frase “não deve recolher” por “recolhida” vai alterar completamente</p><p>o sentido da frase. E só questão de interpretação.</p><p>114 – As opções a seguir apresentam pensamentos em que os pronomes sublinhados</p><p>estabelecem coesão com elementos anteriores. Assinale a frase em que esse referente anterior</p><p>é uma oração.</p><p>a) “Um diplomata é um sujeito que pensa duas vezes antes de não dizer nada”.</p><p>b) “A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca”.</p><p>c) “Não existe assunto desinteressante, o que existe são pessoas desinteressadas”.</p><p>d) “A dúvida é uma margarida que jamais termina de se despetalar”.</p><p>e) “Se você pensa que não tem falhas, isso já é uma”.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>a) “Um diplomata é um sujeito que pensa duas vezes antes de não dizer nada”. (ERRADO)</p><p>o "QUE" é Pronome Relativo (o qual) e refere-se a "sujeito".</p><p>b) “A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca”. (ERRADO) o</p><p>LHE faz referência a "a minha vontade", sendo objeto indireto.</p><p>c) “Não existe assunto desinteressante, o que existe são pessoas</p><p>desinteressadas”.(ERRADO) o "que" nao faz referência a nenhum termo da oração anterior.</p><p>d) “A dúvida é uma margarida que jamais termina de se despetalar”.(ERRADO) Assim como</p><p>na letra A, o "QUE" é Pronome Relativo (a qual), referindo-se a "margarida"</p><p>e) “Se você pensa que não tem falhas, isso já é uma”. (CERTO) o ISSO faz referência a oração</p><p>anterior. ISSO é uma falha...isso o que? voce pensar que não tem falhas.</p><p>115 – Texto II</p><p>A inteligibilidade</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>112</p><p>A imprensa, como veículo de interesses da coletividade, participou e participa decisivamente</p><p>da propagação do futebol. A aceitação crescente desse esporte em nosso país fez com que os</p><p>jornais, superando a fase inicial de certa indiferença, o reconhecessem como um conteúdo</p><p>próprio à difusão em massa.</p><p>[....] Em função do receptor (leitor de classes sociais distintas e de diferentes graus de</p><p>escolarização), a narrativa esportiva apresenta um vocabulário reduzido e o mais corrente</p><p>possível, para garantir a legibilidade do texto. O emissor, limitado a um código comum de um</p><p>receptor de nível social médio, procura muito mais repetir modelos anteriores do que tentar</p><p>novas realizações na potencialidade do sistema. Entre o normal (convencional) e o anormal</p><p>(novo), o primeiro é o mais frequente na seleção vocabular, onde não se usa uma linguagem</p><p>tão apurada. A sofisticação de alguns termos é resultante do espírito da época. Não é</p><p>determinada por um receptor identificado com este código, como é o caso do editorial nos</p><p>jornais. Trata-se apenas da utilização de um código que valorize o conteúdo, dando-lhe um</p><p>pretenso caráter de seriedade.</p><p>(Maria do Carmo Fernandez)</p><p>Na frase “A imprensa, como veículo de interesses da coletividade...”, o termo sublinhado</p><p>apresenta valor semântico de:</p><p>a) concessão.</p><p>b) finalidade.</p><p>c) comparação.</p><p>d) modo.</p><p>e) causa.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal.</p><p>São elas: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma</p><p>vez que, porquanto, já que, desde que, etc.</p><p>116 – Leia a frase: “Sou como uma planta do deserto. Uma única gota de orvalho é</p><p>suficiente para me alimentar”.</p><p>Nesse pensamento há uma oração reduzida sublinhada; essa oração, se modificada para a</p><p>forma de uma oração desenvolvida, deveria ser:</p><p>a) para que me alimentasse.</p><p>b) para que eu fosse alimentado.</p><p>c) para a minha alimentação.</p><p>d) para que eu me alimente.</p><p>e) para eu ser alimentado.</p><p>Comentários</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>113</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>Uma oração reduzida é uma oração que apresenta o verbo em sua forma nominal (infinitivo,</p><p>gerúndio ou particípio) e que não é ligada com a oração principal através de conjunção. Para</p><p>acharmos sua forma desenvolvida, devemos passar o verbo para um tempo no indicativo ou</p><p>no subjuntivo:</p><p>“Uma única gota de orvalho é suficiente para me alimentar”. (Oração subordinada</p><p>adverbial final reduzida de infinitivo)</p><p>“Uma única gota de orvalho é suficiente para que eu me alimente”. (Oração subordinada</p><p>adverbial final desenvolvida)</p><p>• Observe que o "para", que é preposição, se torna a conjunção adverbial final "para que" na</p><p>oração desenvolvida. O verbo "alimentar" foi para o presente do subjuntivo.</p><p>117 – Texto</p><p>A população brasileira</p><p>Os primeiros habitantes do território, hoje conhecido como Brasil, chegaram aqui há</p><p>milhares de anos. Por volta de 1500, havia diferentes povos indígenas espalhados por todo o</p><p>território. Em 1500 chegaram os portugueses e, no século XVI, eles começaram a trazer os</p><p>povos africanos. Assim, pode-se dizer que a população brasileira se originou do encontro</p><p>desses três grupos.</p><p>Outros povos, como os chineses, os italianos, os alemães e os japoneses, começaram a</p><p>chegar</p><p>no século XIX. Todos trouxeram importantes contribuições.</p><p>A convivência entre diferentes povos deu à população brasileira uma de nossas principais</p><p>características: a grande diversidade de costumes e tradições, que faz do nosso país um lugar</p><p>muito rico culturalmente.</p><p>A diversidade nem sempre foi respeitada em nosso país. Desde a chegada dos portugueses,</p><p>em 1500, inúmeras situações de preconceito têm ocorrido em razão das diferenças de etnia,</p><p>religião, sexo, classe social, nacionalidade, idade.</p><p>Muita coisa ainda precisa melhorar, mas hoje existem leis que proíbem quaisquer</p><p>manifestações e atitudes de preconceito. Elas também determinam que todos devem ser</p><p>tratados com igualdade, respeito e tolerância.</p><p>(Cláudia Carvalho Neves)</p><p>“Os primeiros habitantes do território”</p><p>Nesse segmento do texto, o numeral “primeiros” tem valor semântico de</p><p>a) qualidade, pois mostra a melhor cultura dos indígenas.</p><p>b) tempo, pois indica o momento em que chegaram.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>114</p><p>c) lugar, pois demarca a ocupação do território brasileiro.</p><p>d) modo, pois assinala a maneira como foi feita a ocupação.</p><p>e) comparação, pois estabelece uma relação com os habitantes posteriores.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Nessa questão, observando a frase inteira, dá para perceber</p><p>que o numeral “primeiros” indica perfeitamente o valor de tempo.</p><p>Os primeiros habitantes do território, hoje conhecido como Brasil, chegaram aqui HÁ</p><p>MILHARES DE ANOS.</p><p>118 – Observe a frase a seguir:</p><p>“Os fantasmas são frutos do medo: quem não tem medo não vê fantasmas”.</p><p>Os dois pontos entre os dois segmentos da frase podem ser adequadamente substituídos pelo</p><p>seguinte conectivo:</p><p>a) pois.</p><p>b) logo.</p><p>c) contudo.</p><p>d) entretanto.</p><p>e) no entanto.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>“Os fantasmas são frutos do medo: _______ quem não tem medo não vê fantasmas”. =></p><p>"pois" se encaixa porque a explicação está APÓS a conclusão.</p><p>"Quem não tem medo não vê fantasmas: _______ os fantasmas são frutos do medo" =></p><p>"logo" se encaixa porque a explicação está ANTES da conclusão.</p><p>A questão é meio sacana visto que é difícil saber qual é a explicação e qual a conclusão. Para</p><p>a FGV, a explicação é que "quem não tem medo não vê fantasmas" e a conclusão é que "os</p><p>fantasmas são frutos do medo".</p><p>119 – Assinale a opção que indica a frase machadiana em que a conjunção “e” tem valor</p><p>adversativo.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>115</p><p>a) “O povo, ingênuo e sem fé das verdades, quer ao menos crer na fábula, e pouco apreço</p><p>dá às demonstrações científicas.”</p><p>b) “O pão do exílio é amargo e duro.”</p><p>c) “Há amigos de oito dias e indiferentes de oito anos.”</p><p>d) “A amizade lhe fará esquecer o amor; é mais serena que ele e talvez menos exposta a</p><p>perecer.”</p><p>e) “O casamento é bom e tem seus inconvenientes como tudo neste mundo.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>(e) “O casamento é bom e tem seus inconvenientes como tudo neste mundo.</p><p>(e) “O casamento é bom MAS tem seus inconvenientes como tudo neste mundo.</p><p>No entanto, é importante ressaltar a seguinte situação desta questão: A conjunção (E) é</p><p>Aditiva, para que ela se torne Adversativa é necessário o emprego da virgula anteposto a</p><p>conjunção, como no exemplo abaixo, no entanto isso não ocorre, mas podemos perceber a</p><p>relação de adversidade pelo contexto, e que além disso, só pode ocorrer porque o comando</p><p>da questão nos diz: Assinale a opção que indica a frase machadiana: o que significa que</p><p>Machado de Assis tem autoridade na escrita, ele pode fazer isso, enquanto nós não</p><p>podemos.</p><p>e) “O casamento é bom, e tem seus inconvenientes como tudo neste mundo.</p><p>120 – Assinale a alternativa correta quanto à caracterização da Redação Oficial:</p><p>a) Forma Linguística Republicana</p><p>b) Formas e Jargões Burocráticos</p><p>c) Impessoalidade</p><p>d) Interpretações pessoais</p><p>e) Ausência de Formalidades</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>A redação oficial deve caracterizar-se por:</p><p>• clareza e precisão;</p><p>• objetividade;</p><p>• concisão;</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>116</p><p>• coesão e coerência;</p><p>• impessoalidade;</p><p>• formalidade e padronização; e</p><p>• uso da norma padrão da língua portuguesa.</p><p>121 – Quanto às suas características, a redação oficial deve caracterizar-se pela:</p><p>a) individualidade, uso da linguagem coloquial, clareza, concisão, formalidade e</p><p>uniformidade.</p><p>b) impessoalidade, uso da linguagem coloquial, clareza, concisão, formalidade e</p><p>uniformidade.</p><p>c) impessoalidade, uso do padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade e</p><p>uniformidade</p><p>d) individualidade, uso do padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade e</p><p>uniformidade.</p><p>e) impessoalidade, uso da linguagem coloquial, clareza, concisão, informalidade e</p><p>especificidade</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>A redação oficial deve caracterizar-se por:</p><p>• clareza e precisão;</p><p>• objetividade;</p><p>• concisão;</p><p>• coesão e coerência;</p><p>• impessoalidade;</p><p>• formalidade e padronização; e</p><p>• uso da norma padrão da língua portuguesa.</p><p>122 – Assinale a alternativa correta no que se refere à correção gramatical e à adequação</p><p>da linguagem do trecho apresentado à correspondência oficial.</p><p>a) Informo que Vossa Senhoria deveis encaminhar o documento de denúncia diretamente a</p><p>Comissão de Ética deste Conselho.</p><p>b) É muito importante que você compareça à Sessão de Pessoal, sem falta, com</p><p>antecedência, para pedir suas férias.</p><p>c) Informo que não dá pra entregar seu registro profissional na data prevista por que o</p><p>papel timbrado acabou.</p><p>d) Esclarecemos a Vossa Senhoria que, no momento, tua solicitação não poderá ser</p><p>atendida, cujos os motivos estão expressos a seguir.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>117</p><p>e) Importa ressaltar que a informatização dos trabalhos desta Comissão foi essencial para</p><p>a melhoria da qualidade dos serviços prestados ao público.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. Importa ressaltar que a informatização dos trabalhos desta</p><p>Comissão foi essencial para a melhoria da qualidade dos serviços prestados ao público. →</p><p>correto, formalidade mantida e demais regras de concordância em perfeito atendimento à</p><p>norma-padrão.</p><p>123 – Assinale a alternativa CORRETA. Segundo o Manual de Redação da Presidência</p><p>da República (3º edição, revista, atualizada e ampliada, 2018), para o atributo “concisão”</p><p>deve-se:</p><p>a) exibir advérbios que denotem pessoalidade.</p><p>b) transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras.</p><p>c) utilizar redundância e prolixidade para melhor clareza e compreensão do texto oficial.</p><p>d) utilizar adjetivos que destaquem a qualidade do que se pretende apresentar, com a</p><p>finalidade de demonstrar consideração ao leitor.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do</p><p>texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de informações com o</p><p>mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento,</p><p>isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto com o único objetivo de reduzi-</p><p>lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redundâncias e</p><p>passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.</p><p>→ Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar caracterizações e comentários</p><p>supérfluos, adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva.</p><p>124 – De acordo com o Manual de Redação Oficial do Estado do Piauí, o pleonasmo passa a</p><p>ser vicioso quando a repetição de ideia não traz nenhuma energia à expressão, devendo,</p><p>nesse caso, ser evitado. Desse modo, contém pleonasmo a ser evitado a frase que se</p><p>encontra em:</p><p>a) Deve-se planejar o evento antecipadamente para evitar surpresas inesperadas de última</p><p>hora.</p><p>b) Para não haver imprevistos, todo evento deve ser planejado meticulosamente.</p><p>c) É fundamental que o evento seja planejado com rigor a fim de assegurar o sucesso da</p><p>empreitada.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>118</p><p>d) Quando se planeja um evento com eficiência, costuma sobrar tempo para cuidar de</p><p>imprevistos.</p><p>e) O planejamento de um evento bem-sucedido envolve a definição de etapas e métodos.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Deve-se planejar o evento antecipadamente para</p><p>evitar surpresas inesperadas de última hora.</p><p>→ temos um pleonasmo vicioso com três ideias que poderiam ser resumidas em somente uma,</p><p>logo há uma repetição desnecessária na frase: uma surpresa já é inesperada e também ocorre</p><p>em última hora; o correto seria usar somente "surpresa", os outros termos são dispensáveis.</p><p>125 – Assinale abaixo o único significado correto da expressão “verbi gratia”:</p><p>a) com a devida vênia</p><p>b) por exemplo</p><p>c) atenciosamente</p><p>d) literalmente</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>> Data venia = Com a devida licença;</p><p>> Verbi gratia = Por exemplo;</p><p>> Benigne = atenciosamente;</p><p>> Ad litteram = literalmente.</p><p>126 – Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, a clareza é requisito básico</p><p>de todo texto oficial. Por isso a ambiguidade deve ser evitada nos textos oficiais.</p><p>Nos enunciados a seguir marque o que NÃO apresenta ambiguidade.</p><p>a) O diretor explicou que o requerimento do funcionário estava atrasado.</p><p>b) O Chefe de Gabinete comunicou ao Diretor que ele seria exonerado.</p><p>c) O Deputado saudou o Presidente da República, em seu discurso, e solicitou sua</p><p>intervenção no seu Estado, mas isso não o surpreendeu.</p><p>d) Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o funcionário.</p><p>e) O deputado falou para os seus colegas que sua posição, quanto ao relatório apresentado,</p><p>não deveria ser revista.</p><p>Comentários</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>119</p><p>O gabarito é a alternativa A. AMBIGUIDADE: um duplo sentido em uma mesma sentença</p><p>ou frase. É quando temos palavras ou estruturas que podem ser interpretadas de duas formas</p><p>diferentes, causando confusão no discurso. Logo, a única que não apresenta ambiguidade é a</p><p>alternativa A.</p><p>127 – Julgue o item, considerando a correção gramatical dos trechos apresentados e a</p><p>adequação da linguagem à correspondência oficial.</p><p>Informo à Vossa Senhoria que, afim de obter tais informações, este signatário promoveu</p><p>cadastro e solicitou acesso ao Sistema Geral de Informações, todavia, em que pese as</p><p>tentativas feitas reiteradamente acerca de quinze dias, o acesso ao sistema não está</p><p>disponível.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa está errada.</p><p>A fim -> com a finalidade de; o propósito de (indica finalidade)</p><p>Afim-> semelhante, parecido.</p><p>Outra observação: não há crase antes de pronomes de tratamento.</p><p>Assim, o correto seria:</p><p>Informo a Vossa Senhoria que, a fim de obter tais informações, este signatário promoveu</p><p>cadastro e solicitou acesso ao Sistema Geral de Informações, todavia, em que pese as</p><p>tentativas feitas reiteradamente há cerca de quinze dias, o acesso ao sistema não está</p><p>disponível.</p><p>128 – Na redação de uma correspondência oficial, a Concisão do texto é uma das</p><p>características mais importantes.</p><p>São características de um texto conciso, exceto:</p><p>a) Construir as orações na ordem indireta.</p><p>b) Manter o emprego cuidadoso de adjetivos, sem exageros.</p><p>c) Evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto.</p><p>d) Eliminar palavras inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentam ao texto.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>120</p><p>Concisão</p><p>A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o</p><p>texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras.</p><p>Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve</p><p>eliminar passagens substanciais do texto com o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-</p><p>se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que nada</p><p>acrescentem ao que já foi dito. Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar</p><p>caracterizações e comentários supérfluos, adjetivos e advérbios inúteis, subordinação</p><p>excessiva.</p><p>129 – Considerando a Lei Complementar do Estado de Goiás n° 33/2001, no que se refere à</p><p>obtenção de precisão na articulação e redação das leis, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Mostra-se pertinente o emprego de sinonímia com propósito estilístico, a fim de</p><p>enriquecer o texto.</p><p>b) Devem-se empregar livremente vocábulos ou expressões, de modo que o leitor</p><p>identifique o respectivo significado pelo contexto da informação.</p><p>c) É necessário grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto</p><p>data, número de lei e nos casos em que houver prejuízo para a compreensão do texto.</p><p>d) Devem-se usar as expressões “anterior”, “seguinte” ou equivalentes para se referir a</p><p>dispositivo objeto de remissão.</p><p>e) É preciso utilizar apenas siglas consagradas pelo uso, dispensando assim a explicitação</p><p>do respectivo significado.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>Art. 10 - As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica,</p><p>observadas, para esse propósito, as seguintes normas:</p><p>f) grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto data, número de</p><p>lei e nos casos em que houver prejuízo para a compreensão do texto;</p><p>130 – De acordo com a Lei Complementar do Estado de Goiás n° 33/2001, para obtenção de</p><p>clareza na articulação e na redação das leis, deve-se</p><p>a) empregar palavras e expressões rebuscadas.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>121</p><p>b) construir frases na ordem indireta, evitando preciosismo.</p><p>c) usar adjetivações, de modo a enriquecer o texto.</p><p>d) utilizar frases curtas e concisas.</p><p>e) dar preferência à conjugação de verbos no futuro do pretérito do modo indicativo.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D. A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do</p><p>texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de informações com o</p><p>mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento,</p><p>isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto com o único objetivo de reduzi-</p><p>lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redundâncias e</p><p>passagens que nada acrescentem ao que já foi dito</p><p>131 – São características que demonstram a concisão de uma correspondência oficial, exceto:</p><p>a) Articular a linguagem, técnica ou comum, de modo que enseje perfeita compreensão do</p><p>objetivo do texto.</p><p>b) Buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto, dando preferência ao gerúndio.</p><p>c) Evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto.</p><p>d) Manter o emprego cuidadoso de adjetivos, sem exageros.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>Fechos para comunicações</p><p>O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto,</p><p>saudar o destinatário. Os modelos para fecho anteriormente utilizados foram regulados pela</p><p>Portaria no 1, de 1937, do Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões.</p><p>Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de</p><p>somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:</p><p>a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, inclusive o Presidente da República:</p><p>Respeitosamente,</p><p>b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos:</p><p>Atenciosamente,</p><p>Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que</p><p>atendem a</p><p>rito e tradição próprios.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>122</p><p>132 – O processo de comunicação só se realiza plenamente satisfazendo as expectativas do</p><p>emissor e do receptor, quando o texto for exposto em linguagem que atenda a certos</p><p>requisitos. É INCORRETO afirmar que o requisito clareza, na redação oficial, decorre:</p><p>a) do uso de palavras e expressões em sentido comum, salvo quando o assunto for de</p><p>natureza técnica.</p><p>b) da construção de orações na ordem indireta.</p><p>c) do emprego dos sinais de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusos estilísticos.</p><p>d) do uso do tempo verbal de maneira uniforme em todo o texto.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>Para a obtenção de clareza, sugere-se:</p><p>a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, salvo quando o texto versar</p><p>sobre assunto técnico, hipótese em que se utilizará nomenclatura própria da área;</p><p>b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações na ordem direta e evitar</p><p>intercalações excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da</p><p>ordem inversa da oração;</p><p>c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto;</p><p>d) não utilizar regionalismos e neologismos;</p><p>e) pontuar adequadamente o texto;</p><p>f) explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela; e</p><p>g) utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando indispensáveis, em razão de</p><p>serem designações ou expressões de uso já consagrado ou de não terem exata tradução.</p><p>133 – A ambiguidade em comunicações oficiais pode causar sérios problemas, portanto deve</p><p>ser evitada, de modo a garantir a precisão das informações.</p><p>INDIQUE a alternativa que NÃO contém problemas de ambiguidade.</p><p>a) O Delegado de Polícia redigiu seu relatório e encaminhou o respectivo inquérito à justiça.</p><p>b) O Deputado saudou o Embaixador, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu</p><p>Estado.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>123</p><p>c) O Governador comunicou a seu secretariado que ele seria exonerado.</p><p>d) Roubaram o computador do gabinete em que eu costumava trabalhar.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Ambiguidade: duplo sentido. Podemos dizer que é o vício de</p><p>linguagem que acontece, na maioria dos casos, pelo uso dos pronomes possessivos.</p><p>134 – Relativamente caras, custarão R$ 0,19 cada uma. (L.30‐31)</p><p>Assinale a alternativa em que se tenha alterado o trecho acima em consonância com a norma</p><p>culta e com as recomendações de boa redação contidas no Manual de Redação da Presidência</p><p>da República. Não leve em conta alterações de sentido</p><p>a) Relativamente cara, custará R$ 0,19 cada.</p><p>b) Custarão relativamente caro, R$ 0,19 cada uma.</p><p>c) R$ 0,19 cada, custará relativamente caro.</p><p>d) Custará relativamente caras, R$ 0,19 cada uma.</p><p>e) Custarão relativamente caras, R$ 0,19 cada.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>LETRA A: "Relativamente cara" não tem coerência com "cada", no fim da oração.</p><p>LETRA B: "Custará" não concorda com "caras".</p><p>LETRA C: "Caro" é advérbio de modo e é invariável.</p><p>LETRA D: se "caro", na opção anterior, é invariável, a forma "caras" não pode ser admitida.</p><p>LETRA E: "custará" refere às sacolas, no plural. Assim deveria concordar em gênero e</p><p>número: As sacolas custarão relativamente caro.</p><p>135 – Nas técnicas de redação oficial, a ambiguidade deve ser evitada, porque a clareza é um</p><p>requisito básico de todo texto oficial. Em relação à ambiguidade, é correto afirmar que ela</p><p>pode ocorrer por meio do emprego de</p><p>a) pronomes impessoais, nomes substantivos, nomes adjetivos e artigos indefinidos.</p><p>b) qualificativos pessoais, adjetivos verbais, sujeito passivo e conjunções coordenadas.</p><p>c) períodos coordenados, conjunções coordenativas, adverbiais causais e orações</p><p>subordinadas.</p><p>d) orações coordenativas, orações subordinadas, conjunções adversativas e conjunções</p><p>aditivas.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>124</p><p>e) pronomes pessoais, pronomes possessivos, pronomes oblíquos e pronomes relativos.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>" A ambigüidade decorre, em geral, da dificuldade de identificar-se a que palavra se refere</p><p>um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer com:</p><p>(....)</p><p>a) pronomes pessoais: (....)</p><p>b) pronomes possessivos e pronomes oblíquos: (...)</p><p>c) pronome relativo: (...)</p><p>Há, ainda, outro tipo de ambigüidade, que decorre da dúvida sobre a que se refere a oração</p><p>reduzida (...) "</p><p>136 – Kaspary (2007) define que _____________ é o tratamento dispensado, no Poder</p><p>Judiciário, ao tribunal como instituição e tem o significado de notável, distinto, eminente,</p><p>insigne.</p><p>Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do trecho acima.</p><p>a) Colendo</p><p>b) Excelso</p><p>c) Egrégio</p><p>d) Douto</p><p>e) Venerável</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>Significado de Egrégio</p><p>Egrégio é um adjetivo na língua portuguesa, relativo ao que é distinto, importante, notável e</p><p>digno de admiração.</p><p>137 – Assinale a alternativa que atende aos critérios de concisão, objetividade e correção</p><p>gramatical.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>125</p><p>a) Pelo presente documento, a coordenação vem divulgar os números de todas as</p><p>prestações de serviços executados sob a gestão fiscal 2015-2017, em conformidade com a</p><p>resolução aprovada pelo conselho superior.</p><p>b) No último semestre, em resposta às solicitações da chefia imediata, organizando as</p><p>pastas, descartando o excesso, este departamento começou, a fazer, de forma organizada a</p><p>sua seleção de material.</p><p>c) Encaminhou-se por meio deste os relatórios de estágios ocorridos em meados do ano</p><p>corrente de 2016, para que a administração, após o recesso de fim de ano, examine as</p><p>portarias de que trata os relatórios encaminhados.</p><p>d) Sem descer a maiores detalhes técnicos, o comitê gestor acrescenta de que seria ideal a</p><p>renovação do acervo para ficarem a cargo do setor de comando, cuja chefia alegremente</p><p>manifestou o desejo a esse respeito.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>Pelo presente documento, a coordenação vem divulgar os números de todas as prestações de</p><p>serviços executados sob a gestão fiscal 2015-2017, em conformidade com a resolução</p><p>aprovada pelo conselho superior.</p><p>A palavra “executados” se refere a “números”. Portanto, deverá ser no masculino. Questão</p><p>correta.</p><p>138 – Assinale a alternativa que contém o trecho que apresenta clareza, objetividade,</p><p>impessoalidade e concisão.</p><p>a) Os conceitos e normas reunidos têm o propósito de esclarecer as bases de estudo</p><p>permanentes da base nacional de servidores ao esclarecer a demanda por recursos.</p><p>b) Busca-se com essa declaração a pretensão de poder talvez atender a permanente</p><p>demanda de dirigentes e técnicos da Administração Pública federal.</p><p>c) Daquilo informado na última reunião, vimos que será, infelizmente, necessário instaurar</p><p>processo administrativo, resultando em instauração de apuração dos responsáveis e sua</p><p>punição.</p><p>d) Este documento apresenta um conjunto de orientações e parâmetros técnicos aplicáveis</p><p>ao processo de organização de estruturas do Poder Executivo Federal.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>a) Os conceitos e normas reunidas têm o propósito de esclarecer as bases de estudo</p><p>permanentes da base nacional de servidores ao esclarecer a demanda por recursos.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>126</p><p>b) Busca-se com essa declaração a pretensão de poder talvez atender a permanente demanda</p><p>de dirigentes e técnicos da Administração Pública federal. (o talvez deixa a comunicação falha,</p><p>sem determinação)</p><p>c) Daquilo informado na última reunião, vimos que será, infelizmente, necessário instaurar</p><p>processo administrativo, resultando em instauração de apuração dos</p><p>responsáveis e sua</p><p>punição. (Daquilo o que? Se eu não estava na reunião e recebo a comunicação, como vou</p><p>saber o que foi informado na última reunião ou mesmo se na reunião anterior foram abordados</p><p>vários temas, não temos como saber o que significa "daquilo")</p><p>d) Este documento apresenta um conjunto de orientações e parâmetros técnicos aplicáveis</p><p>ao processo de organização de estruturas do Poder Executivo Federal. (correto)</p><p>139 – Sobre a forma de linguagem requerida pela comunicação oficial, identifique a</p><p>afirmativa correta.</p><p>a) Deve se empregar a linguagem técnica indiscriminadamente.</p><p>b) Deve-se empregar ao máximo o jargão burocrático.</p><p>c) No padrão culto, simplicidade de expressão é sinônimo de pobreza de expressão.</p><p>d) Nas comunicações oficiais, quanto mais rebuscada a forma de escrita, melhor.</p><p>e) O padrão culto da língua observa as regras da gramática formal.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. A comunicação oficial deve seguir um padrão culto que oficializa</p><p>a gramática formal, ou seja, sem gírias e incorreções gramaticais e no sentido semântico.</p><p>140 – Leia o texto a seguir:</p><p>A redação comercial deve primar pela clareza, concisão e precisão vocabular.</p><p>Analisando o texto apresentado, é correto afirmar que</p><p>a) um dos procedimentos básicos para alcançar clareza das ideias é fazer uso do código</p><p>aberto, aquele que permite apenas uma interpretação.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>127</p><p>b) em geral as mensagens que se valem desse tipo de código são matemáticas, cronológicas</p><p>e fazem uso de sistemas algébricos.</p><p>c) a preocupação deve ser com a informação e quem a escreve.</p><p>d) a fim de se alcançar a objetividade, recomenda-se a utilização de frases longas.</p><p>e) se recomenda a utilização de frases curtas, sem muitos adjetivos e advérbios, uso de</p><p>palavras do conhecimento do receptor, ordem direta.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>Art. 11. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica,</p><p>observadas, para esse propósito, as seguintes normas:</p><p>I - para a obtenção de clareza:</p><p>b) usar frases curtas e concisas;</p><p>c) construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo, neologismo e adjetivações</p><p>dispensáveis;</p><p>141 – Escrita que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de</p><p>palavras, trata-se de:</p><p>a) Clareza.</p><p>b) Formalidade.</p><p>c) Concisão.</p><p>d) Padronização.</p><p>e) Objetividade.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o</p><p>texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de</p><p>palavras. Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de</p><p>conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto</p><p>depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou</p><p>repetições desnecessárias de ideias.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>128</p><p>142 – A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes</p><p>oficiais decorrem do(a):</p><p>a) Caráter público dos atos e comunicações e de sua finalidade.</p><p>b) Caráter oficioso e de sua objetividade.</p><p>c) Regramento e funcionamento dos órgãos públicos.</p><p>d) Normatividade da conduta dos cidadãos e da informação com clareza.</p><p>e) Objetividade e da oficialidade.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais</p><p>decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações, de outro, de sua</p><p>finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, estabelecem</p><p>regras para a conduta dos cidadãos ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que</p><p>só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá</p><p>com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e</p><p>objetividade.</p><p>143 – A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de</p><p>linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.</p><p>Manual de Redação da Presidência da República.</p><p>Assinale a opção em que o trecho de texto atende aos requisitos mencionados no fragmento</p><p>acima.</p><p>a) Informo todas as unidades que em virtude de implantação de novo sistema de</p><p>armazenamento de dados e informações estaremos desativando, a partir de 8 horas da manhã,</p><p>do dia 15 de dezembro, a rede intranet. Caso a implantação do novo sistema corra tudo bem,</p><p>a previsão é a de que esse serviço volte a funcionar às 14 horas do mesmo dia. Contamos com</p><p>a colaboração de todos. Grato.</p><p>b) Conforme ficou decidido na última reunião do conselho de 27 de outubro deste ano,</p><p>informo que a Secretaria de Memória e Comunicação acabou o texto, cujo original submete à</p><p>apreciação. Reiteramos que o texto, caso seja aprovado, vai integrar o prefácio do livro</p><p>comemorativo dos 80 anos de fundação desta Casa. Como a edição encontra-se em fase</p><p>avançada, gostaríamos de pedir a todos que leiam-no atentamente com vistas a detectar</p><p>falhas, inadequações e inconsistências. Encontrando-as, por favor, avisem-nos urgentemente</p><p>para que possamos resolver a tempo.</p><p>c) Comunicamos a todos os colegas que, a partir de semana que vem, a Secretaria de Apoio</p><p>Externo (SAE) não funcionará mais na sala 15 do segundo andar. Essa mudança trata-se de</p><p>uma primeira consequência da política de realocação dos espaços físicos. A SAE funcionará na</p><p>sala 27 do bloco térreo. Pedimos a gentileza de todos no sentido de se divulgar essa nova sala</p><p>para que se evitem transtornos.</p><p>d) Em atenção ao Memorando n.º 33, de 15 de dezembro de 2015, encaminho, em anexo,</p><p>cópias de três documentos, a saber: ficha funcional dos servidores lotados nesta seção, folha</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>129</p><p>de ponto dos referidos servidores e ficha de avaliação desses servidores pelo público externo.</p><p>Acreditamos que esses documentos já contêm todas as informações solicitadas por Vossa</p><p>Senhoria. Caso sejam necessários mais documentos ou mais esclarecimentos, coloco-me à</p><p>disposição para sanar eventuais dúvidas quanto a esse assunto.</p><p>e) Solicitamos a Vossa Senhoria que seja concedido, excepcionalmente, uma prorrogação</p><p>para os estágios dos alunos da área de administração que prestam serviços neste setor. O</p><p>pedido se justifica em virtude de termos poucos funcionários no momento e, por conta da</p><p>época do ano, estarmos com uma carga de trabalho além do limite. Informamos, ainda, que</p><p>tal tipo de solicitação já é prevista na cláusula três do convênio celebrado entre este órgão e</p><p>a universidade de origem dos alunos. Sem mais para o momento.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>Nessa questão, em particular, há várias falhas em cada alternativa; colocações mal feitas,</p><p>bases da redação oficial, como impessoalidade que não foram respeitadas, entre outros... Para</p><p>ficar mais objetivo, vou apontar só os equívocos de gramática mesmo - que estão muito</p><p>ostensivos -, mas tenho certeza de que, na sua leitura, você perceberá outros. Vamos lá:</p><p>a) Informo todas as unidades que em virtude de implantação de novo sistema de</p><p>armazenamento de dados e informações estaremos desativando, a partir de 8 horas da manhã,</p><p>do dia 15 de dezembro, a rede intranet. Caso a implantação do novo sistema corra</p><p>tudo bem, a previsão é a de que esse serviço volte a funcionar às 14 horas do mesmo dia.</p><p>Contamos com a colaboração de todos. Grato.</p><p>verbo informar, nesse caso é VTDI: Informo a todas as unidades (objeto indireto)</p><p>que... ("objeto direto" - aqui será iniciada uma ORAÇÃO SUBORDINADA</p><p>SUBSTANTIVA OBJETIVA DIRETA)</p><p>b) Conforme ficou decidido na última reunião do conselho de 27 de outubro deste ano, informo</p><p>que a Secretaria de Memória e Comunicação acabou o texto, cujo original submete</p><p>à</p><p>apreciação. Reiteramos que o texto, caso seja aprovado, vai integrar o prefácio do livro</p><p>comemorativo dos 80 anos de fundação desta Casa. Como a edição encontra-se em fase</p><p>avançada, gostaríamos de pedir a todos que leiam-no atentamente com vistas a detectar</p><p>falhas, inadequações e inconsistências. Encontrando-as, por favor, avisem-nos urgentemente</p><p>para que possamos resolver a tempo.</p><p>o "que" obriga a próclise do pronome "o": que O leiam</p><p>c) Comunicamos a todos os colegas que, a partir de semana que vem, a Secretaria de Apoio</p><p>Externo (SAE) não funcionará mais na sala 15 do segundo andar. Essa mudança trata-se de</p><p>uma primeira consequência da política de realocação dos espaços físicos. A SAE funcionará na</p><p>sala 27 do bloco térreo. Pedimos a gentileza de todos no sentido de se divulgar essa nova sala</p><p>para que se evitem transtornos.</p><p>Redação truncada, impessoalidade comprometida em "pedimos a gentileza", trecho</p><p>prolixo.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>130</p><p>d) Gabarito.</p><p>e) Solicitamos a Vossa Senhoria que seja concedido, excepcionalmente, uma prorrogação para</p><p>os estágios dos alunos da área de administração que prestam serviços neste setor. O pedido</p><p>se justifica em virtude de termos poucos funcionários no momento e, por conta da época do</p><p>ano, estarmos com uma carga de trabalho além do limite. Informamos, ainda, que tal tipo de</p><p>solicitação já é prevista na cláusula três do convênio celebrado entre este órgão e a</p><p>universidade de origem dos alunos. Sem mais para o momento.</p><p>que seja concedida uma prorrogação</p><p>144 – Entre outras, as ações que conferem clareza a um texto oficial incluem o(a)</p><p>a) revisão detalhada do texto pronto.</p><p>b) seleção de um estilo de linguagem mais próximo do coloquial.</p><p>c) uso de todos os padrões de ordem de palavras na oração permitidos pela língua.</p><p>d) emprego de terminologia específica de determinadas áreas do saber.</p><p>e) eliminação de passagens do texto com redução das informações apresentadas e de</p><p>espaço.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>De acordo com o Manual de Redação Oficial, um texto oficial possui a característica de clareza</p><p>quando ele atendente simultaneamente as características da impessoalidade, do uso do padrão</p><p>culto, da formalidade, da uniformidade e da concisão. Conforme mesmo manual, para que um</p><p>texto conciso possua qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do</p><p>assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto.</p><p>145 – Assinale a opção correta no que se refere às características dos expedientes oficiais.</p><p>a) O que garante a impessoalidade nas comunicações oficiais é o cuidado tanto na seleção</p><p>dos assuntos que figurarão nessas comunicações como na observação das regras de uso</p><p>das expressões de tratamento.</p><p>b) Uma boa revisão textual, ao permitir a eliminação de excessos linguísticos, é condição</p><p>suficiente para garantir a concisão das comunicações oficiais.</p><p>c) A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a correta</p><p>diagramação do texto são alguns exemplos de regras de forma de apresentação gráfica a que</p><p>as comunicações oficiais obedecem.</p><p>d) O emprego de linguagem técnica nas comunicações oficiais é permitido apenas em</p><p>situações nas quais é indispensável.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>131</p><p>e) Dada a necessidade de que as comunicações oficiais sejam entendidas por todo e</p><p>qualquer cidadão brasileiro, adota-se, nessas comunicações, uma variedade de linguagem que</p><p>lhes é própria, denominada padrão oficial de linguagem.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar</p><p>o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio</p><p>a determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado.</p><p>Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros</p><p>órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.</p><p>146 – A concisão e a objetividade estão presentes na organização do seguinte texto:</p><p>a) Informo que haverá um curso de atualização em Redação Oficial a partir do mês de</p><p>agosto.</p><p>b) Venho através desta informar que será ministrado um curso de Redação Oficial a partir</p><p>do mês de agosto.</p><p>c) Informo respeitosamente por meio desta que um curso de atualização em Redação Oficial</p><p>ocorrerá a partir de agosto.</p><p>d) Venho informar que haverá um curso de Redação Oficial a partir do mês de agosto, curso</p><p>este oportuno.</p><p>e) Venho respeitosamente por meio desta informar que haverá um oportuno curso de</p><p>Redação Oficial a partir do mês de agosto.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>- A concisão e objetividade estão presentes em: “Informo que haverá um curso de</p><p>atualização em Redação Oficial a partir do mês de agosto“.</p><p>De acordo com a norma posta na língua portuguesa, a frase é objetiva na forma direta da</p><p>oração SUJEITO > VERBO > COMPLEMENTO (Objeto direto ou indireto) > ADJUNTO</p><p>ADVERBIAL.</p><p>OBS: Deve se evitar o uso das formas: "Tenho a honra de", "Tenho o prazer de", "Cumpre-</p><p>me informar que".</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>132</p><p>147 – O minidicionário de língua portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira conceitua</p><p>o vocábulo Correspondência como o "ato ou efeito de corresponder (se); troca de cartas,</p><p>telegrama etc." Pode-se concluir que o vocábulo correspondência compreende todos os</p><p>instrumentos de comunicação escrita, tais como bilhetes, cartas, circulares, memorandos,</p><p>ofícios, requerimentos, telegramas. Dependendo dos fins a que se destinam pode ser citada a</p><p>correspondência particular, familiar ou social; a correspondência bancária; a correspondência</p><p>comercial; a correspondência oficial, cada uma com suas características próprias. Tanto a</p><p>correspondência comercial quanto a oficial deve conter algumas qualidades e características</p><p>fundamentais: Clareza, Coesão, Concisão, Correção Gramatical, Formalidade e Uniformidade</p><p>e Impessoalidade. "Deve-se informar economizando palavras, isto é, expressar-se com um</p><p>mínimo de palavras um máximo de informações." Essa qualidade recebe a denominação de;</p><p>a) Clareza.</p><p>b) Coesão.</p><p>c) Concisão.</p><p>d) Formalidade.</p><p>e) Uniformidade.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do</p><p>texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um</p><p>mínimo de palavras.</p><p>148 – “Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo</p><p>de palavras. Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de</p><p>conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto</p><p>depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou</p><p>repetições desnecessárias de ideias.”</p><p>(Manual de Redação da Presidência da República)</p><p>Sobre o enunciado, assinale a ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA que contém um texto que</p><p>pode ser considerado conciso:</p><p>a) A necessidade emergente se caracteriza por uma correta relação entre estrutura e</p><p>superestrutura no interesse primário da população, substanciando e vitalizando, numa ótica</p><p>preventiva e não mais curativa, a transparência de cada ato.</p><p>b) A necessidade emergente prefigura a superação de cada obstáculo e/ou resistência</p><p>passiva sem prejudicar o atual nível das contribuições, não assumindo nunca como implícito,</p><p>no contexto de um sistema integrado, um indispensável salto de qualidade.</p><p>c) A necessidade emergente propicia a incorporação das funções e a descentralização</p><p>decisória numa visão orgânica e não totalizante, ativando e implementando, a cavaleiro da</p><p>situação contingente, a redefinição de uma nova figura profissional.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>Algo assim me ocorreu de uma maneira muito intensa, em meados de 1960. Uma vivência</p><p>sentimental que tive, muito forte, pôs-se de repente a exigir de mim uma expressão, uma</p><p>manifestação que fosse além da expressão direta desse sentimento mesmo. Senti que tinha</p><p>algo a dizer, a criar. Foi dessa forma tão elementar que tudo começou. Foi assim que me fiz</p><p>escritor.</p><p>(Adaptado de: SARAMAGO, José. As palavras de Saramago. São Paulo: Companhia</p><p>das Letras, 2010, p. 75)</p><p>No segmento textual Foi assim que me fiz escritor,</p><p>a) o verbo ir está flexionado numa forma do pretérito.</p><p>b) o sujeito de fazer está oculto.</p><p>c) as duas formas verbais têm o mesmo sujeito.</p><p>d) escritor é sujeito de uma forma verbal passiva.</p><p>e) a expressão assim que tem sentido temporal.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>12</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. O verbo fazer é o pronome “eu” e este está oculto na oração.</p><p>Portanto, correta a assertiva.</p><p>A alternativa A está incorreta. Apesar de estar mesmo flexionado na forma pretérita, o</p><p>verbo não é “ir”, mas “ser.</p><p>A alternativa C está incorreta. O sujeito do verbo "fazer" é o pronome "eu" (oculto),</p><p>enquanto o sujeito do verbo "ser" em sua forma pretérita ("foi") é todo o contexto apresentado</p><p>anteriormente no texto.</p><p>A alternativa D está incorreta. O termo escritor não é o sujeito da oração.</p><p>A alternativa E está incorreta. A expressão assim que não tem sentido de tempo, mas de</p><p>modo.</p><p>12 – Atenção: Para responder a questão abaixo, considere o texto abaixo.</p><p>Vou falar da palavra pessoa, que persona lembra. Acho que aprendi o que vou contar com</p><p>meu pai. Quando elogiavam demais alguém, ele resumia sóbrio e calmo: é, ele é uma pessoa.</p><p>Até hoje digo, como se fosse o máximo que se pode dizer de alguém que venceu numa luta,</p><p>e digo com o coração orgulhoso de pertencer à humanidade: ele, ele é um homem.</p><p>Persona. Tenho pouca memória, por isso já não sei se era no antigo teatro grego que os</p><p>atores, antes de entrar em cena, pregavam ao rosto uma máscara que representava pela</p><p>expressão o que o papel de cada um deles iria exprimir.</p><p>Bem sei que uma das qualidades de um ator está nas mutações sensíveis de seu rosto, e</p><p>que a máscara as esconde. Por que então me agrada tanto a ideia de atores entrarem no palco</p><p>sem rosto próprio? Quem sabe, eu acho que a máscara é um dar-se tão importane quanto</p><p>o dar-se pela dor do rosto. Inclusive os adolescentes, estes que são puro rosto, à medida que</p><p>vão vivendo fabricam a própria máscara. E com muita dor. Porque saber que de então em</p><p>diante se vai passar a representar um papel é uma surpresa amedrontadora. É a liberdade</p><p>horrível de não ser. E a hora da escolha.</p><p>Mesmo sem ser atriz nem ter pertencido ao teatro grego – uso uma máscara. Aquela mesma</p><p>que nos partos de adolescência se escolhe para não se ficar desnudo para o resto da luta. Não,</p><p>não é que se faça mal em deixar o próprio rosto exposto à sensibilidade. Mas é que esse rosto</p><p>que estava nu poderia, ao ferir-se, fechar-se sozinho em súbita máscara involuntária e terrível.</p><p>É, pois, menos perigoso escolher sozinho ser uma pessoa. Escolher a própria máscara é o</p><p>primeiro gesto involuntário humano. E solitário. Mas quando enfim se afivela a máscara daquilo</p><p>que se escolheu para representar o mundo, o corpo ganha uma nova firmeza, a cabeça ergue-</p><p>se altiva como a de quem superou um obstáculo. A pessoa é.</p><p>Se bem que pode acontecer uma coisa que me humilha contar.</p><p>É que depois de anos de verdadeiro sucesso com a máscara, de repente – ah, menos que</p><p>de repente, por causa de um olhar passageiro ou uma palavra ouvida – de repente a máscara</p><p>de guerra de vida cresta-se toda no rosto como lama seca, e os pedaços irregulares caem com</p><p>um ruído oco no chão. Eis o rosto agora nu, maduro, sensível quando já não era mais para</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>13</p><p>ser. E ele chora em silêncio para não morrer. Pois nessa certeza sou implacável: este ser</p><p>morrerá. A menos que renasça até que dele se possa dizer “esta é uma pessoa”.</p><p>(Adaptado de: LISPECTOR, Clarice. “Persona”, em Clarice na cabeceira: crônicas.</p><p>Rio de Janeiro, Rocco Digital, 2015)</p><p>... era no antigo teatro grego que os atores, antes de entrar em cena, pregavam ao rosto uma</p><p>máscara que representava pela expressão o que o papel de cada um deles iria</p><p>exprimir. (2o parágrafo)</p><p>Fazendo-se as devidas alterações na frase acima, caso o segmento “uma máscara” seja</p><p>transformada em sujeito da oração a que pertence, o verbo por ele regido deverá assumir a</p><p>seguinte forma:</p><p>a) pregavam-se</p><p>b) seria pregada</p><p>c) era pregada</p><p>d) eram pregados</p><p>e) havia sido pregada</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. "Era pregada" singular, pretérito imperfeito e o particípio no</p><p>feminino.</p><p>13 – Explicar ou compreender?</p><p>Muitas coisas podemos explicar sem, propriamente, compreender. Mas a pessoa humana, em</p><p>sua dimensão mais íntima e profunda, só pode ser compreendida, jamais explicada. Posso</p><p>explicar, segundo a lei da gravidade, a queda de uma pedra do décimo andar de um edifício.</p><p>A pedra está totalmente sujeita à lei da gravidade, que a determina por inteiro, de modo a</p><p>permitir uma explicação cabal desse fenômeno físico, dentro do princípio estrito da causalidade</p><p>mecânica. Se, entretanto, um homem desesperado atira-se desse mesmo andar, o fato passa</p><p>a pertencer a nível fenomênico inteiramente distinto. Posso explicar a queda do seu corpo pela</p><p>mesma lei da gravitação, mas, nessa medida, estou a assimilá-lo à pedra, e meu juízo é apenas</p><p>o de um físico interessado na queda dos corpos. Se quero interpretar o seu gesto, tenho que</p><p>compreendê-lo em seu significado, tenho que aceitá-lo em sua irredutível integridade. Será</p><p>sempre um ato significativo, pleno de interioridade; uma resposta criadora da vontade, embora</p><p>destrutiva, de uma liberdade pessoal acuada, frente a uma situação interna insuportável.</p><p>Se a pessoa humana é explicada, e não compreendida, destroem-se sua escolha e sua</p><p>liberdade e, assim, degrada-se a sua história existencial. Sem liberdade interior não há história</p><p>a ser compreendida, só fenômenos mecânicos. O homem, como pessoa, é um permanente</p><p>emergir da necessidade, e essa emergência transcendente constitui o seu projeto como ser-</p><p>no-mundo − projeto que não se pode explicar, mas que se deve buscar compreender.</p><p>(Adaptado de: PELLEGRINO, Hélio. Lucidez embriagada. São Paulo: Planeta, 2004,</p><p>p. 28-29)</p><p>Classificam-se como sujeito (S) e complemento (C) da mesma forma verbal os</p><p>termos destacados em</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>14</p><p>a) Uma pessoa complexa (S) só pode ser compreendida (C), jamais explicada.</p><p>b) A transcendência (S) constitui o seu projeto (C) como ser-no-mundo.</p><p>c) Pode-se explicar a lei da gravidade (C) pelos princípios da Física (S).</p><p>d) Sem liberdade interior (C) não há história (S) a ser compreendida.</p><p>e) A queda de um homem desesperado (S) não é equivalente (C) à de uma pedra.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>A alternativa A está incorreta. O sujeito é "uma pessoa complexa", cujo núcleo é "pessoa".</p><p>"Complexa" é apenas um adjunto adnominal, não podendo ser sujeito sozinho. "Pode ser</p><p>compreendida" é uma locução verbal, ou seja, representa o verbo, não o complemento.</p><p>A alternativa C está incorreta. Trata-se aqui de voz passiva sintética (para tirar a prova,</p><p>transpô-la-emos para a voz passiva analítica: "a lei da gravidade pode ser explicada pelos</p><p>princípios da Física"). Portanto: "a lei da gravidade" (SUJEITO PACIENTE = aquele</p><p>que SOFRE a ação) e "pelos princípios da Física" (AGENTE DA PASSIVA = termo da oração</p><p>que se refere a um verbo na voz passiva, sempre introduzido por preposição).</p><p>A alternativa D está incorreta. Verbo haver no sentido de existir é impessoal. Portanto,</p><p>permanece na terceira pessoa do singular e não tem sujeito.</p><p>História = objeto direto do</p><p>133</p><p>d) A necessidade emergente propõe-se ao reconhecimento da demanda não satisfeita</p><p>mediante mecanismos da participação, não omitindo ou calando, mas antes particularizando,</p><p>com as devidas e imprescindíveis enfatizações, o envolvimento ativo de operadores e utentes.</p><p>e) A necessidade emergente evidencia a importância do engajamento das partes</p><p>interessadas na construção de mecanismos que promovam o diferencial competitivo</p><p>fundamental à integração e à competição como elementos inerentes ao cenário evolutivo e</p><p>globalizado.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. Em todas as outras alternativas há predominância do gerúndio</p><p>e de linguagem rebuscada. A alternativa mais concisa contém menos orações intercaladas</p><p>por vírgulas.</p><p>149 – O tratamento impessoal que deve ser dado aos documentos oficiais gera, no texto,</p><p>a) uma desejável padronização no conteúdo de documentos escritos.</p><p>b) um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal.</p><p>c) a presença da interferência individual de quem a elabora.</p><p>d) a inserção de impressões pessoais nos textos escritos.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>A Impessoalidade</p><p>b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser</p><p>dirigida a um cidadão, sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois</p><p>casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal;</p><p>150 – Uma frase comum no início de certo tipo de documento oficial está corretamente</p><p>redigida em:</p><p>a) Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as formalidades regimentais que seja</p><p>realizado uma Audiencia Pública...</p><p>b) Requeremos a Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as formalidades regimentais, seja</p><p>realizado uma Reunião Solene...</p><p>c) Requeremos a Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas às formalidades regimentais, que</p><p>seja formulado um Voto de Aplauso pela beneficiência da senhora Ana Margarete da Silva...</p><p>d) Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as formalidades regimentais, que</p><p>sejam transcritos os artigos sobre a ascensão da nova classe média em Pernambuco...</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>134</p><p>e) Requeremos a Mesa, ouvido o Plenario e cumpridas as formalidades regimentais, que,</p><p>seja enviado Votos de Pesares aos familiares dos cabeleleiros...</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>Requerer – quem requere, requere algo (OD) a alguém (OI) – VTDI</p><p>Requerer que sejam transcritos os artigos (OD)... à mesa (OI)</p><p>151 – Instrução: A questão versar sobre aspecto da redação oficial.</p><p>Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas das frases abaixo, na ordem em</p><p>que aparecem.</p><p>1. _______ reuniões aqui nesta tarde.</p><p>2. _______ divergências quanto a este caso.</p><p>3. _______ haver duas audiências judiciais para que se possa encerrar o caso.</p><p>4. Se não _____ suficientes recursos financeiros, o novo prédio do tribunal não teria sido</p><p>construído.</p><p>a) Houve – existem – Deverá – tivesse havido</p><p>b) Houveram – existe – Deverão – houve</p><p>c) Houve – existe – Deverão – tivessem havido</p><p>d) Houveram – existiam – Deveriam – houve</p><p>e) Haviam – existem – Deverá – tinha havido</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>Sabemos que verbo "haver" no sentido de "existir" é impessoal, ou seja, não tem sujeito.</p><p>Desta forma, no número (1.) temos "houve", pois não concorda com "reuniões", já que não</p><p>há sujeito.</p><p>Já o verbo "existir" tem sujeito, e concorda com o mesmo, seja no singular ou plural. Desta</p><p>forma, em (2.) temos "Existem".</p><p>Em (3.) se o verbo principal estiver no singular, o auxiliar também estará no singular. Desta</p><p>forma, o correto é "Deverá".</p><p>Em (4.) o verbo "havido" é impessoal, flexionado na terceira pessoa. O auxiliar, desta forma,</p><p>também estará na terceira pessoa. Percebemos que há relação entre dois passados: aquele</p><p>do novo prédio e o dos recursos financeiros. O tempo do novo prédio é mais atual do que o</p><p>outro, estabelecendo uma relação de passado com um passado mais antigo, ou seja, de um</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>135</p><p>passado pretérito com um pretérito mais-que-perfeito. A flexão correta, então, é "tivesse</p><p>havido".</p><p>152 – Em um e-mail, enviado aos responsáveis pelo setor de vendas de uma multinacional, a</p><p>secretária do Presidente escreveu a seguinte mensagem: “O presidente da empresa revelou-</p><p>se incréu em relação à política de vendas adotada pela equipe.”</p><p>O entendimento da mensagem em destaque ficou comprometido, para alguns destinatários,</p><p>em função do_________________.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA.</p><p>a) neologismo.</p><p>b) hipérbato.</p><p>c) preciosismo.</p><p>d) barbarismo.</p><p>e) zeugma.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>Preciosismo: é o emprego desnecessário de vocábulos de baixa frequência, palavra de</p><p>significado desconhecidos da maioria das pessoas.</p><p>Hipérbato: Também conhecido como inversão, que consiste na troca da ordem direta dos</p><p>termos da oração ou de nomes e seus determinantes.</p><p>Neologismo: Consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um</p><p>novo sentido a uma palavra que já existe.</p><p>Barbarismo: É o erro de pronúncia, grafia ou de uma determinada palavra.</p><p>Zeugma: Consiste na omissão de uma ou mais elementos de uma oração, já expresso</p><p>anteriormente.</p><p>153 – A questão versa sobre redação oficial.</p><p>Assinale a alternativa que atende plenamente ao uso do padrão culto de linguagem nos atos</p><p>oficiais.</p><p>a) Através de um memorando, recomendou-se aos servidores evitar problemas de</p><p>ambiguidade nos textos oficiais e que estudassem com afinco as normas gramaticais.</p><p>b) No tempo em que vigia seu estágio probatório, o servidor apresentou pontualidade,</p><p>assiduidade, ser rápido e ter ambição.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>136</p><p>c) A peça processual tem mais de quinhentas folhas e várias complicações.</p><p>d) O chefe da repartição tem obrigação não só de averiguar supostas irregularidades, como</p><p>também de instaurar inquérito administrativo, se for o caso.</p><p>e) O novo Promotor de Justiça é profissional de muita experiência, e que tem reputação</p><p>ilibada.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>A questão apresenta cinco alternativas diferentes e pede que seja marcada aquela que</p><p>corresponde à resposta correta.</p><p>Na letra A há problemas quanto ao paralelismo. Recomenda-se algo para alguém. Foi</p><p>recomendado aos servidores (objeto indireto) "evitar problemas (...)" e "estudar com afinco</p><p>(...)". Desta forma, há erro quanto ao uso do "que" e quanto à flexão do verbo "estudar".</p><p>Na letra B, há outro erro de paralelismo em relação aos complementos do verbo "apresentar":</p><p>o correto seria pontualidade, assiduidade, rapidez e ambição.</p><p>Na letra C, outro erro de paralelismo: o verbo ter em sentido apenas para "mais de quinhentas</p><p>folhas". Para "várias complicações" o verbo recomendado é "apresenta".</p><p>Na letra E, o erro está no uso inadequado do "que". O correto é "O novo Promotor de Justiça</p><p>é profissional de muita experiência, e tem reputação ilibada". Para falar a verdade, este verbo</p><p>"ilibada" não está incorreto, mas demonstra ser muito culto, e segundo o Manual de Redação</p><p>Oficial, o padrão culto remete ao emprego de "um vocabulário comum ao conjunto</p><p>dos usuários do idioma". O uso de um sinônimo mais comum seria o ideal.</p><p>154 – São recomendações que contribuem para a clareza da Redação Oficial, EXCETO:</p><p>a) Apresentação inicial do assunto tratado.</p><p>b) Emprego de metáforas e outras figuras de estilo.</p><p>c) Precisão vocabular.</p><p>d) Uso preferencial da ordem direta na construção das frases.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>A redação oficial deve ser clara, concisa, impessoal, norma culta da língua portuguesa e uso</p><p>correto dos pronomes de tratamento. Nunca se deve usar a " informalidade".</p><p>155 – O texto abaixo é o extrato do rascunho de um</p><p>memorando que um diretor pretende</p><p>mandar aos chefes de departamento. Considere-o para responder</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>137</p><p>Para que fique de acordo com o padrão dos textos oficiais, é necessário que o seu autor, dentre</p><p>outros procedimentos,</p><p>a) comece o texto com Venho solicitar, deslocando para o fim do período o trecho “Nos</p><p>termos... Administração”. (L. 1)</p><p>b) substitua o verbo organizar (L. 3) por suspender, mantendo, assim, o mesmo sentido.</p><p>c) corrija a concordância do verbo permanecer, passando-o para o singular. (L. 5)</p><p>d) coloque a expressão sem maiores detalhes antes de acrescento. (L. 7)</p><p>e) substitua o pronome oblíquo lhes pelo pronome os. (L. 9)</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>(...) cada seção PERMANEÇA (...)</p><p>Para ficar ainda mais de acordo com o padrão dos textos oficiais era necessário substituir o</p><p>termo "VENHO SOLICITAR" por "SOLICITO", e suprimir a expressão "que verifiquem", dando</p><p>mais concisão e objetividade.</p><p>156 – Assinale a opção correta acerca dos aspectos formais das comunicações oficiais</p><p>a) Assinatura, nome e cargo compõem a forma da identificação do signatário, elemento</p><p>essencial nas comunicações oficiais, exceto quando o remetente é o presidente da República</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>138</p><p>b) A formalidade diz respeito à urbanidade na abordagem do assunto da comunicação, ao</p><p>passo que a impessoalidade diz respeito ao emprego adequado dos pronomes de tratamento</p><p>na interação com as autoridades</p><p>c) Os ministros dos tribunais superiores devem ser tratados por Vossa Excelência e o</p><p>vocativo referente a eles deve ser Senhor Ministro.</p><p>d) O aviso, o ofício e a exposição de motivos têm a apresentação do padrão ofício, embora</p><p>difiram quanto à diagramação.</p><p>e) Os pronomes possessivos devem ser empregados em concordância com os pronomes de</p><p>tratamento, a exemplo de “Vossa Senhoria deve prestar contas de vosso uso da verba de</p><p>gabinete”</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>A) Errada. Apenas a assinatura do Presidente da República é requerida. Dispensando o nome</p><p>e o cargo.</p><p>B) Errada. A formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto</p><p>do qual cuida a comunicação.</p><p>C) Correta.</p><p>D) Errada. Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela</p><p>forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma</p><p>diagramação única, que siga o que chamamos de padrão ofício. Formalmente, a exposição de</p><p>motivos tem a apresentação do padrão ofício. Ou seja, o aviso o ofício e a exposição de motivos</p><p>têm a mesma diagramação, que segundo o MRPR é o mesmo que o padrão ofício.</p><p>E) Errada. Os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da</p><p>terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”).</p><p>157 – Uma frase comum no início de certo tipo de documento oficial está corretamente</p><p>redigida em:</p><p>a) Requeremos a Mesa, ouvido o Plenario e cumpridas as formalidades regimentais, que,</p><p>seja enviado Votos de Pesares aos familiares dos cabeleleiros...</p><p>b) Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as formalidades regimentais que seja</p><p>realizado uma Audiencia Pública...</p><p>c) Requeremos a Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as formalidades regimentais, seja</p><p>realizado uma Reunião Solene...</p><p>d) Requeremos a Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas às formalidades regimentais, que</p><p>seja formulado um Voto de Aplauso pela beneficiência da senhora Ana Margarete da Silva...</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>139</p><p>e) Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as formalidades regimentais, que</p><p>sejam transcritos os artigos sobre a ascensão da nova classe média em Pernambuco...</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>a) ERRADA - "seja" deve ir para o plural para concordar com seu sujeito "Votos de Pesares...";</p><p>"Plenário" se acentua, pois é paroxítona terminada em ditongo; "Cabeleireiro" é o correto;</p><p>"Requerer" é VTDI, logo, seu objeto direto (O quê?) seria " que sejam enviados..." e objeto</p><p>indireto (A quem?) "à Mesa" com acento indicativo de crase.</p><p>b) ERRADA - "Audiência" é acentuada, porque é uma paroxítona terminada em ditongo; Vírgula</p><p>antes de "que".</p><p>c) ERRADA - "Requerer" é VTDI, portanto, "à Mesa" seria seu objeto indireto com sinal</p><p>indicativo de crase.</p><p>d) ERRADA - "Requerer" é VTDI, portanto, "à Mesa" seria seu objeto indireto com sinal</p><p>indicativo de crase; "Beneficente" é o correto; Apesar de "as formalidades" está no plural o</p><p>nome " cumpridas" não pede complemento (cumpridas o quê? as formalidades), portanto, sem</p><p>acentuação.</p><p>e) CORRETA - "sejam" concordando com seu sujeito " os artigos..."; "Requerer", como já dito,</p><p>é VTDI, logo, seu objeto direto (O quê?) seria "que sejam transcritos os artigos..." e objeto</p><p>indireto (A quem?) " à Mesa" com acento indicativo de crase.</p><p>158 – Assinale a opção cujo excerto apresente, segundo o Manual de Redação da</p><p>Presidência da República, as características de texto oficial, a saber: impessoalidade,</p><p>clareza, uniformidade, concisão e uso da norma padrão da língua escrita.</p><p>a) Insta frisar, que o preenchimento das vagas remanescentes será feito mediante a</p><p>realização de concurso público, devendo, para tanto, que Vossa Excelência publique em Diário</p><p>Oficial, essa informação.</p><p>b) Foi realizado, na tarde de ontem, reunião onde foi deliberada a obrigatoriedade de</p><p>padronização dos uniformes dos funcionários que fazem a segurança interna do prédio e que</p><p>estes fossem confeccionados nas cores cinza e preta.</p><p>c) Ilustríssimo Senhor José da Silva, Informamos que a listagem de clínicas as quais</p><p>firmaram convênio com esta secretaria para o ano de 2013 encontram-se à disposição do</p><p>público no portal eletrônico dos servidores.</p><p>d) Informamos ao Senhor Ministro de que a emposse dos novos servidores acontecerá no</p><p>dia 15/03/13, às 15h, na sala de reuniões desta seção. Esperamos contar com a vossa</p><p>agradável presença.</p><p>Atenciosamente,</p><p>João do Nascimento</p><p>Assessor</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>140</p><p>e) Seguem, em anexo, a relação de servidores que aderiram à paralisação da última sexta-</p><p>feira, 20/3/2013, e o cronograma das reuniões previstas para abril. Solicitamos que os</p><p>documentos sejam assinados e devolvidos em até três dias, a contar da data do recebimento.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>a) "Insta frisar, que o preenchimento das vagas remanescentes será feito mediante a</p><p>realização de concurso público, devendo, para tanto, que Vossa Excelência publique em Diário</p><p>Oficial, essa informação". ERRADA</p><p>Justificativa: a vírgula que aparece após "Diário Oficial" estaria correta se antes da expressão</p><p>"em Diário Oficial" (que é adjunto adverbial de lugar) também aparecesse vírgula. Outra</p><p>possibilidade seria suprimir a vírgula que separa o adjunto adverbial "em Diário Oficial" do</p><p>complemento verbal "essa informação".</p><p>"... que Vossa Excelência publique, em Diário Oficial, essa informação" CERTO</p><p>"... que Vossa Excelência publique em Diário Oficial essa informação" CERTO</p><p>b) "Foi realizado, na tarde de ontem, reunião onde foi deliberada a obrigatoriedade de</p><p>padronização dos uniformes dos funcionários que fazem a segurança interna do prédio e que</p><p>estes fossem confeccionados nas cores cinza e preta". ERRADA</p><p>Justificativa: o adjunto adverbial de lugar "onde" foi empregado incorretamente, pois não</p><p>denota lugar. Deve ser substituído por "em que", "na qual" etc.</p><p>c) "Ilustríssimo Senhor José da Silva, Informamos que a listagem de clínicas as quais firmaram</p><p>convênio com esta secretaria para o ano de 2013 encontram-se à disposição do público no</p><p>portal eletrônico dos servidores". ERRADA</p><p>Justificativa: é preciosismo o uso de palavras como "ilustríssimo", "digníssimo" etc.</p><p>d) Informamos ao Senhor Ministro de que a emposse dos novos servidores acontecerá no dia</p><p>15/03/13, às 15h, na sala de reuniões desta seção. Esperamos contar com a vossa agradável</p><p>presença. ERRADA</p><p>Atenciosamente,</p><p>João do Nascimento</p><p>Assessor</p><p>Justificativa: o verbo "informar", na questão, apresenta 2 complementos verbais</p><p>preposicionados ("ao Senhor Ministro" / "de que a emposse"), o que é vedado na gramática</p><p>brasileira.</p><p>159 – Assinale a alternativa correta, a respeito de uma redação empresarial.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>141</p><p>a) Em uma correspondência empresarial é bom se houver alguma clareza, concisão e</p><p>correção gramatical.</p><p>b) Como é você quem assina a correspondência, não faz diferença se ela não ficar bem</p><p>formatada ou apresentar pequenos problemas de ortografa.</p><p>c) Você pode emitir opinião pessoal a respeito do assunto redigido, pois é você, não a</p><p>empresa,quem irá assumir eventuais reclamações a respeito.</p><p>d) A linguagem de um documento empresarial deve permitir diferentes interpretações do</p><p>texto, conforme o nível cultural de quem o ler.</p><p>e) O texto deve ser objetivo, lógico, com frases curtas, que possam ser facilmente</p><p>compreendidas pelo receptor.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. A clareza, concisão e etc não é uma escolha, mas uma</p><p>obrigação. Além disso, deve haver boa formatação interpretação única, não confusa e que</p><p>possa ser facilmente compreendida pelo receptor.</p><p>160 – Considerando os princípios da impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e uso</p><p>de linguagem formal, constantes do Manual de Redação da Presidência da República,</p><p>assinale a opção que apresenta um trecho adequado para compor um documento oficial.</p><p>a) Solicitamos a prorrogação do estágio da estudante de administração alocada nesta Seção</p><p>por mais um semestre, tendo em vista que a mesma tem desempenhado as atividades dela</p><p>com extrema eficiência.</p><p>b) O cancelamento de reunião deverá ser imediatamente comunicado à Secretaria do</p><p>Gabinete.</p><p>c) É com grande honra e satisfação, que comunico que V. Exa. será agraciada, pelo</p><p>Presidente desta Instituição com a Medalha de Condecoração.</p><p>d) Venho por meio deste solicitar autorização para realização do seminário sobre o</p><p>tabagismo no salão de reuniões nos dias 27 e 28 de março.</p><p>e) A senadora saudou a presidenta da República, em seu discurso, e solicitou sua</p><p>intervenção no seu Estado, mas isso não surpreendeu-a.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>a) Solicitamos a prorrogação do estágio da estudante de administração alocada nesta Seção</p><p>por mais um semestre, tendo em vista que a mesma tem desempenhado as atividades dela</p><p>com extrema eficiência. (DELA - REDUNDÂNCIA- FERE O PRINCÍPIO DA CONCISÃO)</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>142</p><p>b) O cancelamento de reunião deverá ser imediatamente comunicado à Secretaria do</p><p>Gabinete. Correta</p><p>c) É com grande honra e satisfação, que comunico que V. Exa. será agraciada, pelo</p><p>Presidente desta Instituição com a Medalha de Condecoração. (É com grande honra e</p><p>satisfação - DESNECESSÁRIO, PREJUDICA A CONCISÃO)</p><p>d) Venho por meio deste solicitar autorização para realização do seminário sobre o</p><p>tabagismo no salão de reuniões nos dias 27 e 28 de março. (POR MEIO DESTE - TAMBÉM</p><p>FERE A CONCISÃO DO TEXTO)</p><p>e) A senadora saudou a presidenta da República, em seu discurso, e solicitou sua</p><p>intervenção no seu Estado, mas isso não surpreendeu-a. (SEU - USO DESTE PRONOME</p><p>AQUI GERA AMBIGUIDADE, COLOCAÇÃO DO PRONOME DEVE VIR ANTES DE</p><p>SURPREENDEU, uma vez que é atraído pelo advérbio não).</p><p>161 – Considerando que, de acordo com o Manual de Redação da Presidência da</p><p>República (2002), “A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão</p><p>culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade”, assinale a opção em que</p><p>o fragmento apresentado atende esses requisitos.</p><p>a) Em virtude de compromissos assumidos anteriormente, não será possível a presença do</p><p>secretário de gestão de pessoas na mesa de abertura do seminário que realizar-se-á no</p><p>próximo dia 25, pelo que lamentamos e desejamos sucesso na realização do evento.</p><p>b) Diante das necessidades desta instituição, encaminhamos a Vossa Senhoria termo de</p><p>cooperação que pleiteia a descentralização de recursos para a construção de prédio anexo ao</p><p>edifício sede.</p><p>c) Dada a abertura do nosso próximo seminário, cujas inscrições encontram-se abertas até</p><p>o dia 17 de fevereiro, encaminhamos cartazes promocionais e pedimos para que os mesmos</p><p>sejam afixados nos cartórios eleitorais do estado.</p><p>d) Solicitamos que essa unidade faça um levantamento das demandas de equipamentos a</p><p>serem adquiridos para atender os setores responsáveis pelo atendimento ao cidadão. Sem</p><p>mais, renovamos votos de estima e apreço.</p><p>e) Encaminhamos o processo em anexo ao diretor-geral, com análise concluída pelo setor</p><p>de compras, para que sejam tomadas as providências necessárias referentes à solicitação</p><p>daquela diretoria, e que depois seja dado o devido encaminhamento de restituição do processo</p><p>a esta secretaria.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>143</p><p>a) ...de pessoas à mesa. Lamentamos e desejamos?? não podem existir impressões pessoais.</p><p>c) ...sejam fixados, não afixados.</p><p>d) ....Sem mais, renovamos votos de estia e apreço. (Não devem existir impressões pessoais).</p><p>e) Encaminhamos processo em anexo ao diretor geral. (Pregaram o processo no couro do</p><p>cidadão?)</p><p>162 – A problemática referente à declaração incidenter tantum de constitucionalidade na ação</p><p>civil pública diz respeito ao caráter erga omnes da coisa julgada material, especialmente no</p><p>caso de julgamento procedente do pedido. A eficácia erga omnes em caso da improcedência</p><p>decorrente de pretensão infundada do pedido não importa no caso, por total irrelevância da</p><p>eventual alegação de inconstitucionalidade. Internet: <jus.com.br/revista/texto/7849/> (com</p><p>adaptações).</p><p>No fragmento de texto acima, a locução latina “erga omnes”</p><p>a) é empregada para indicar que um princípio diz respeito exclusivamente aos homens e</p><p>não atinge as mulheres.</p><p>b) é empregada no meio jurídico principalmente para indicar que os efeitos de algum ato ou</p><p>lei atingem todos os indivíduos de determinada população.</p><p>c) significa que a ação pública a que se refere está além da decisão dos seres humanos,</p><p>pois é uma ação natural.</p><p>d) indica característica da ação pública que valoriza o ser humano que está no centro do</p><p>processo litigante.</p><p>e) refere-se a decisões judiciais que têm como regra geral apenas o efeito interpartes, ou</p><p>seja, restrito àqueles que participaram da respectiva ação judicial.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Erga omnes – diz-se de ato, lei ou decisão que a todos obriga,</p><p>ou é oponível contra todos, ou sobre todos tem efeito.</p><p>163 – Portaria n.º 0273/2012-CG</p><p>O CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDÔNIA, no uso de suas atribuições</p><p>legais e regimentais, CONSIDERANDO a competência da Corregedoria para fiscalizar as</p><p>atividades do foro extrajudicial, conforme art. 157, inc. VII, do Regimento Interno;</p><p>CONSIDERANDO a competência da Corregedoria-Geral da Justiça para promover inspeção</p><p>quanto à regularidade das custas do Fundo de Informatização, Edificação e Aprimoramento</p><p>dos Serviços Judiciários;</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>144</p><p>CONSIDERANDO o Provimento n.º 032/2005-CG, que aprova as Diretrizes Gerais dos Serviços</p><p>Notariais e de Registro (Cap. I,Seção I, Itens 1 e 3.2);</p><p>RESOLVE:</p><p>I – ESTABELECER correição ordinária nas serventias extrajudiciais abaixo indicadas: (...) V –</p><p>Durante a correição, não haverá interrupção do expediente, devendo estar presente o titular</p><p>da serventia. VI – Encaminhe-se cópia da presente portaria ao juiz</p><p>corregedor permanente e</p><p>aos cartórios extrajudiciais dos referidos municípios.</p><p>Publique-se. Cumpra-se. Porto Velho, 3 de setembro de 2012. Internet: <www.tjro.jus.br></p><p>(com adaptações).</p><p>Em relação à linguagem jurídica do texto, assinale a opção correta.</p><p>a) Na expressão “ESTABELECER correição”, o substantivo “correição” está sendo empregado</p><p>com o sentido de inspeção, fiscalização.</p><p>b) No segmento “correição ordinária”, o adjetivo “ordinária” está relacionado à ideia de má</p><p>qualidade dos trabalhos.</p><p>c) Mantém-se a correção gramatical ao se substituir o sinal de ponto e vírgula por ponto</p><p>final ao término de cada consideração, uma vez que a palavra subsequente está escrita em</p><p>letras maiúsculas.</p><p>d) Estaria gramaticalmente correta e adequada a substituição do termo “CONSIDERANDO”,</p><p>em suas três ocorrências, pela estrutura Já que considerou.</p><p>e) A forma verbal “RESOLVE”, que, embora esteja empregada no presente, refere-se a ação</p><p>já acontecida, poderia ser substituída, sem prejuízo do gênero e da correção gramatical do</p><p>texto, pela forma no pretérito RESOLVEU.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>Correição = inspeção, fiscalização.</p><p>As demais estão demonstrando sentidos incorretos das expressões em destaque.</p><p>164 – Nas opções a seguir, são apresentados fragmentos de correspondências oficiais.</p><p>Assinale a opção cujo excerto apresenta as características necessárias de um texto oficial:</p><p>clareza, concisão, impessoalidade, uniformidade e linguagem culta e apropriada a esse tipo de</p><p>expediente.</p><p>a) Em sua comunicação, Sua Excelência destaca a necessidade de incremento de pessoal</p><p>nesta casa, que há muito carece de funcionários que deem conta da demanda municipal, que</p><p>vem crescendo ano após ano, e a população já começou a perceber o acúmulo de afazeres do</p><p>órgão e passou a reclamar formalmente da falta de atendimento adequado.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>145</p><p>b) Em resposta ao memorando n.° 15, de 11 de agosto de 2012, encaminham-se, em anexo,</p><p>as atas das reuniões do Conselho Tutelar do município de Porto Velho – RO.</p><p>c) Vossa Excelência há de reconhecer como é bonito o trabalho desenvolvido na região e</p><p>ficará encantado quando conhecer as pessoas que o desenvolveram.</p><p>d) As terras demarcadas para plantio estão legalmente prevista, no acordo, permitindo a</p><p>cultura de mais de um produto e não precisando de autorização prévia para uso.</p><p>e) Senhor Juiz,</p><p>Segue pareceres para exame e pronunciamento de</p><p>Vossa Excelência.</p><p>Atenciosamente,</p><p>[nome do remetente]</p><p>Advogado Criminalista</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>A) Faltou clareza e concisão</p><p>B) CORRETO</p><p>C) "como é bonito o trabalho desenvolvido" Faltou impessoalidade.</p><p>D) As terras demarcadas para plantio estão legalmente prevista ----> previstas</p><p>E) "Segue pareceres para exame"-------> SEGUEM</p><p>165 – Texto</p><p>O fecho acima deve ser aposto ao seguinte documento oficial:</p><p>a) ofício.</p><p>b) requerimento.</p><p>c) relatório.</p><p>d) memorando.</p><p>e) aviso.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>146</p><p>REQUERIMENTO: É o instrumento por meio do qual o interessado requer a uma autoridade</p><p>administrativa um direito do qual se julga detentor.</p><p>Estrutura</p><p>1. Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja, da autoridade competente.</p><p>2. Texto, incluindo:</p><p>a) Preâmbulo, contendo nome do requerente (grafado em letras maiúsculas) e respectiva</p><p>qualificação: nacionalidade, estado civil, profissão, documento de identidade, idade (se maior</p><p>de 60 anos, para fins de preferência na tramitação do processo, segundo a Lei 10.741/03), e</p><p>domicílio (caso o requerente seja servidor da Câmara dos Deputados, precedendo à</p><p>qualificação civil deve ser colocado o número do registro funcional e a lotação);</p><p>b) Exposição do pedido, de preferência indicando os fundamentos legais do requerimento e os</p><p>elementos probatórios de natureza fática.</p><p>3. Fecho:</p><p>“Nestes termos,</p><p>Pede deferimento”.</p><p>4. Local e data.</p><p>5. Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.</p><p>*Manual de Redação Oficial da Câmara dos Deputados</p><p>166 – A expressão que apresenta um pleonasmo na correspondência é</p><p>a) então.</p><p>b) além disso.</p><p>c) rogamos que.</p><p>d) reiterar outra vez.</p><p>e) casualmente.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>Pleonasmo</p><p>Pleonasmo é uma figura de linguagem usada para intensificar o significado de um termo</p><p>através da repetição da própria palavra ou da ideia contida nela. A palavra pleonasmo tem</p><p>origem no latim "pleonasmu" e significa redundância.</p><p>Pleonasmo Vicioso</p><p>O pleonasmo vicioso de linguagem é a repetição supérflua da palavra ou da ideia contida</p><p>nela, são vícios de linguagem. Por exemplo:</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>147</p><p>"Entrar para dentro."</p><p>"Sair para fora."</p><p>"A brisa matinal da manhã."</p><p>167 – Expressões que podem causar um efeito negativo na redação são:</p><p>a) prematuro, anteriormente e falha.</p><p>b) conforme entendimento, superficial e anexo.</p><p>c) falha, ineficiência e despreparo.</p><p>d) através desta, absurdo e pela presente.</p><p>e) apesar de, anexo segue e recebemos.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. Como mencionado na introdução deste capítulo, o sentido das</p><p>palavras liga-se intimamente à tradição e ao contexto de seu uso. Assim, temos vocábulos e</p><p>expressões (locuções) que, por seu continuado emprego com determinado sentido, passam a</p><p>ser usados sempre em tal contexto e de tal forma, tornando-se expressões de uso consagrado.</p><p>Mais do que do sentido das palavras, trata-se aqui também da regência de determinados</p><p>verbos e nomes (v. 9.2.3. Regência).</p><p>O esforço de classificar expressões como de uso a ser evitado ou como de uso</p><p>recomendável atende, primordialmente, ao princípio da clareza e da transparência que deve</p><p>nortear a elaboração de todo texto oficial. Não se trata, pois, de mera preferência ou gosto</p><p>por determinada forma.</p><p>168 – A maneira pela qual o poder público redige atos normativos e comunicações denomina-</p><p>se redação</p><p>a) empresarial.</p><p>b) oficial.</p><p>c) governamental.</p><p>d) mercadológica.</p><p>e) estadual.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Essa é para não zerar. A maneira pela qual o poder público</p><p>redige atos normativos e comunicações denomina-se redação OFICIAL.</p><p>169 – Texto IV: base para a questão.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>148</p><p>Um homem de consciência</p><p>Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e</p><p>lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a</p><p>coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.</p><p>Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito</p><p>tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.</p><p>Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o desaparecimento visível de sua</p><p>Itaoca.</p><p>— Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons - agora só um e</p><p>bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o</p><p>Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o</p><p>restolho. Decididamente, a minha Itaoca está acabando...</p><p>João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudar-se, mas para isso necessitava</p><p>dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo</p><p>conserto ou arranjo possível.</p><p>— É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca</p><p>não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.</p><p>Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso</p><p>homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado,</p><p>ele! Ele que não</p><p>era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada...</p><p>Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante.</p><p>É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com</p><p>o governo. Uma coisa colossal ser delegado - e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de</p><p>Itaoca!...</p><p>João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando</p><p>as malas. Pela madrugada, botou-as num burro, montou no seu cavalo magro e partiu.</p><p>— Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?</p><p>— Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.</p><p>— Mas, como? Agora que você está delegado?</p><p>— Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus. E</p><p>sumiu."</p><p>(Monteiro Lobato, CIDADES MORTAS. 12a Edição. São Paulo, Editora Brasiliense, 1965)</p><p>As marcas narrativas presentes no texto são características da preponderância do discurso:</p><p>a) direto.</p><p>b) indireto.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>149</p><p>c) indireto livre.</p><p>d) expositivo.</p><p>e) injuntivo.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. No discurso direto há uma clara definição sobre a fala do</p><p>personagem e narrador. Há também a presença de aspas e de travessões e presença de verbos</p><p>de elocução.</p><p>170 – Leia o TEXTO 2 para responder a questão.</p><p>TEXTO 2</p><p>FUTEBOL DE RUA</p><p>(1) Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio. Mas existe um tipo de futebol ainda</p><p>mais rudimentar do que a pelada. É o futebol de rua. Perto do futebol de rua qualquer pelada</p><p>é luxo e qualquer terreno baldio é o Maracanã em jogo noturno. Futebol de rua é tão humilde</p><p>que chama pelada de senhora. Não sei se alguém, algum dia, por farra ou nostalgia, botou</p><p>num papel as regras do futebol de rua. Elas seriam mais ou menos assim:</p><p>(2) DA BOLA – A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol</p><p>serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a</p><p>merendeira do seu irmão menor, que sairá correndo para se queixar em casa. No caso de se</p><p>usar uma pedra, lata ou outro objeto contundente, recomenda-se jogar de sapatos. De</p><p>preferência os novos, do colégio. Quem jogar descalço deve cuidar para chutar sempre com</p><p>aquela unha do dedão que estava precisando ser aparada mesmo.</p><p>(3) DA DURAÇÃO DO JOGO – Até a mãe chamar ou escurecer, o que vier primeiro. Nos jogos</p><p>noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.</p><p>(4) DA FORMAÇÃO DOS TIMES – O número de jogadores em cada equipe varia, de um a 70</p><p>para cada lado. Algumas convenções devem ser respeitadas. Ruim vai para o gol. De óculos é</p><p>meia-armador, para evitar os choques.</p><p>(5) DO JUIZ – Não tem juiz.</p><p>(6) DAS INTERRUPÇÕES – No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada numa destas</p><p>eventualidades:</p><p>(7) a) Se a bola for para baixo de um carro estacionado e ninguém conseguir tirá-la, mande o</p><p>seu irmão menor.</p><p>(8) b) Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar não mais de</p><p>10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isto não ocorrer, os jogadores devem</p><p>designar voluntários para bater na porta da casa ou apartamento e solicitar a devolução,</p><p>primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação. Se o apartamento ou casa</p><p>for de militar reformado com cachorro, deve-se providenciar outra bola. Se a janela</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>150</p><p>atravessada pela bola estiver com o vidro fechado na ocasião, os dois times devem reunir-se</p><p>rapidamente para deliberar o que fazer. A alguns quarteirões de distância.</p><p>(9) c) Quando passarem veículos pesados pela rua. De ônibus para cima. Bicicletas e</p><p>Volkswagen, por exemplo, podem ser chutados junto com a bola e se entrar é gol.</p><p>(10) DO INTERVALO PARA DESCANSO – Você deve estar brincando!</p><p>(11) DA TÁTICA – Joga-se o futebol de rua mais ou menos como o futebol de verdade (que é</p><p>como, na rua, com reverência, chamam a pelada), mas com algumas importantes variações.</p><p>O goleiro só é intocável dentro da sua casa, para onde fugiu gritando por socorro. É permitido</p><p>entrar na área adversária tabelando com uma Kombi. Se a bola dobrar a esquina é córner.</p><p>VERÍSSIMO, Luís Fernando. Futebol de rua. Disponível em: <</p><p>http://contobrasileiro.com.br/futebol-de-ruacronica-de-luis-fernando-verissimo/>. Acesso</p><p>em: 05 maio 2018 (adaptado).</p><p>Com relação à estrutura e à função do TEXTO 2, afirma-se que</p><p>a) é um exemplo de paráfrase: tem função social de lei, pois se baseia na estrutura de um</p><p>regulamento, mas se utiliza de linguagem subjetiva reconstruindo um passado afetivo com</p><p>base em termos antigos do discurso futebolístico.</p><p>b) é um exemplo de intertextualidade explícita: constitui um relato e os intertextos com a</p><p>subjetividade do discurso literário ficam evidentes através da poeticidade do texto que se apoia</p><p>em metáforas e comparações.</p><p>c) é um exemplo de paródia: possui função social de regimento e é composto pela recriação</p><p>de uma obra já existente a partir de um ponto de vista predominantemente cômico.</p><p>d) é um exemplo de intertextualidade implícita: tem função social de conto, mas é composto</p><p>por longas sequências injuntivas resultantes de diálogos com intertextos diversos, mas sem</p><p>identificação da fonte.</p><p>e) é um exemplo de gênero textual híbrido: possui função social de crônica, mas se</p><p>estrutura por meio de sequência tipológica injuntiva e se constitui na forma de gêneros da</p><p>esfera jurídica, como regimentos e leis.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. Notóriamente é um exemplo de gênero textual híbrido: possui</p><p>função social de crônica, mas se estrutura por meio de sequência tipológica injuntiva e se</p><p>constitui na forma de gêneros da esfera jurídica, como regimentos e leis</p><p>Ademais, Injunção é o ato de injungir, ou seja, de instruir, ordenar, de estabelecer</p><p>leis, regras, para que alguma ação, costume ou circunstância aconteça. A injunção é bastante</p><p>frequente no cotidiano de grande parte das pessoas, já que podemos encontrá-la em algumas</p><p>situações durante a interação verbal oral – quando recebemos ou damos ordens a alguém –</p><p>e/ou verbal escrita – a partir de textos injuntivos, como os manuais de instrução, as receitas</p><p>culinárias, algumas campanhas eleitorais e publicitárias, as cartilhas com instruções e regras</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>151</p><p>de jogos, bulas de remédio, livro de autoajuda, cartilhas de instrução de viagens aéreas e</p><p>rodoviárias etc.</p><p>171 – Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos</p><p>(1636-1696), para responder à questão.</p><p>Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,</p><p>Depois da Luz se segue a noite escura,</p><p>Em tristes sombras morre a formosura,</p><p>Em contínuas tristezas a alegria.</p><p>Porém, se acaba o Sol, por que nascia?</p><p>Se é tão formosa a Luz, por que não dura?</p><p>Como a beleza assim se transfigura?</p><p>Como o gosto da pena assim se fia?</p><p>Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,</p><p>Na formosura não se dê constância,</p><p>E na alegria sinta-se tristeza.</p><p>Começa o mundo enfim pela ignorância,</p><p>E tem qualquer dos bens por natureza</p><p>A firmeza somente na inconstância.</p><p>(Poemas escolhidos, 2010.)</p><p>O verso está reescrito em ordem direta, sem alteração do seu sentido original, em:</p><p>a) “Começa o mundo enfim pela ignorância,” (4° estrofe) → Pela ignorância, enfim, o mundo</p><p>começa.</p><p>b) “Em tristes sombras morre a formosura,” (1ª estrofe) → A formosura morre em tristes</p><p>sombras.</p><p>c) “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,” (1ª estrofe) → O Sol não dura mais que um</p><p>dia que nasce.</p><p>d) “Depois da Luz se segue a noite escura,” (1ª estrofe) → Segue-se a noite escura depois</p><p>da Luz.</p><p>e) “Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,” (3ª estrofe) → Mas falte</p><p>a firmeza no Sol e na Luz.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Para colocar-se uma oração em ordem direta, é necessário</p><p>manter-se a seguinte sequência de termos da oração: sujeito, verbo, complementos verbais e</p><p>adjuntos adverbiais, como ocorre na alternativa apontada, em que o verbo morrer é antecedido</p><p>de sujeito (“A formosura”) e seguida de adjunto adverbial (“em tristes sombras”).</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>152</p><p>172 – Leia o conto “A moça rica”, de Rubem Braga (1913-1990), para responder à questão.</p><p>A madrugada era escura nas moitas de mangue, e eu avançava no batelão1 velho; remava</p><p>cansado, com um resto de sono. De longe veio um rincho2 de cavalo; depois, numa choça de</p><p>pescador, junto do morro, tremulou a luz de uma lamparina.</p><p>Aquele rincho de cavalo me fez lembrar a moça que eu encontrara galopando na praia.</p><p>Ela era corada, forte. Viera do Rio, sabíamos que era muito rica, filha de um irmão de um</p><p>homem de nossa terra. A princípio a olhei com espanto, quase desgosto: ela usava calças</p><p>compridas, fazia caçadas, dava tiros, saía de barco com os pescadores. Mas na segunda noite,</p><p>quando nos juntamos todos na casa de Joaquim Pescador, ela cantou; tinha bebido cachaça,</p><p>como todos nós, e cantou primeiro uma coisa em inglês, depois o Luar do sertão e uma canção</p><p>antiga que dizia assim: “Esse alguém que logo encanta deve ser alguma santa”. Era uma</p><p>canção triste.</p><p>Cantando, ela parou de me assustar; cantando, ela deixou que eu a adorasse com essa</p><p>adoração súbita, mas tímida, esse fervor confuso da adolescência – adoração sem esperança,</p><p>ela devia ter dois anos mais do que eu. E amaria o rapaz de suéter e sapato de basquete, que</p><p>costuma ir ao Rio, ou (murmurava-se) o homem casado, que já tinha ido até à Europa e tinha</p><p>um automóvel e uma coleção de espingardas magníficas. Não a mim, com minha</p><p>pobre flaubert 3, não a mim, de calça e camisa, descalço, não a mim, que não sabia lidar nem</p><p>com um motor de popa, apenas tocar um batelão com meu remo.</p><p>Duas semanas depois que ela chegou é que a encontrei na praia solitária; eu vinha a pé,</p><p>ela veio galopando a cavalo; vi-a de longe, meu coração bateu adivinhando quem poderia</p><p>estar galopando sozinha a cavalo, ao longo da praia, na manhã fria. Pensei que ela fosse passar</p><p>me dando apenas um adeus, esse “bom-dia” que no interior a gente dá a quem encontra; mas</p><p>parou, o animal resfolegando e ela respirando forte, com os seios agitados dentro da blusa</p><p>fina, branca. São as duas imagens que se gravaram na minha memória, desse encontro: a</p><p>pele escura e suada do cavalo e a seda branca da blusa; aquela dupla respiração animal no ar</p><p>fino da manhã.</p><p>E saltou, me chamando pelo nome, conversou comigo. Séria, como se eu fosse um rapaz</p><p>mais velho do que ela, um homem como os de sua roda, com calças de “palm-beach”, relógio</p><p>de pulso. Perguntou coisas sobre peixes; fiquei com vergonha de não saber quase nada, não</p><p>sabia os nomes dos peixes que ela dizia, deviam ser peixes de outros lugares mais importantes,</p><p>com certeza mais bonitos. Perguntou se a gente comia aqueles cocos dos coqueirinhos junto</p><p>da praia – e falou de minha irmã, que conhecera, quis saber se era verdade que eu nadara</p><p>desde a ponta do Boi até perto da lagoa.</p><p>De repente me fulminou: “Por que você não gosta de mim? Você me trata sempre de um</p><p>modo esquisito...” Respondi, estúpido, com a voz rouca: “Eu não”.</p><p>Ela então riu, disse que eu confessara que não gostava mesmo dela, e eu disse: “Não é</p><p>isso.” Montou o cavalo, perguntou se eu não queria ir na garupa. Inventei que precisava passar</p><p>na casa dos Lisboa. Não insistiu, me deu um adeus muito alegre; no dia seguinte foi-se</p><p>embora.</p><p>Agora eu estava ali remando no batelão, para ir no Severone apanhar uns camarões vivos</p><p>para isca; e o relincho distante de um cavalo me fez lembrar a moça bonita e rica. Eu disse</p><p>comigo – rema, bobalhão! – e fui remando com força, sem ligar para os respingos de água</p><p>fria, cada vez com mais força, como se isto adiantasse alguma coisa.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>153</p><p>(Os melhores contos, 1997.)</p><p>1 batelão: embarcação movida a remo.</p><p>2 rincho: relincho.</p><p>3 flaubert: um tipo de espingarda.</p><p>Ao se converter o trecho “Ela então riu, disse que eu confessara que não gostava mesmo dela”</p><p>(7° parágrafo) para o discurso direto, o verbo “confessara” assume a forma:</p><p>a) confessei.</p><p>b) confessou.</p><p>c) confessa.</p><p>d) confesso.</p><p>e) confessava.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>Discurso direto - É aquele em que o narrador reproduz as palavras de outra pessoa ou</p><p>personagem, separando-as das suas, utilizando para isso dois pontos, aspas ou travessão de</p><p>diálogo, marcas que ajudam a identificar quem está falando.</p><p>Discurso indireto - O narrador diz, ele próprio, o que a outra pessoa ou personagem disse.</p><p>173 – Para responder à questão, leia a crônica “Seu ‘Afredo’”, de Vinicius de Moraes (1913-</p><p>1980), publicada originalmente em setembro de 1953.</p><p>Seu Afredo (ele sempre subtraía o “l” do nome, ao se apresentar com uma ligeira</p><p>curvatura: “Afredo Paiva, um seu criado...”) tornou-se inesquecível à minha infância porque</p><p>tratava-se muito mais de um linguista que de um encerador. Como encerador, não ia muito lá</p><p>das pernas. Lembro-me que, sempre depois de seu trabalho, minha mãe ficava passeando</p><p>pela sala com uma flanelinha debaixo de cada pé, para melhorar o lustro. Mas, como linguista,</p><p>cultor do vernáculo¹e aplicador de sutilezas gramaticais, seu Afredo estava sozinho.</p><p>Tratava-se de um mulato quarentão, ultrarrespeitador, mas em quem a preocupação</p><p>linguística perturbava às vezes a colocação pronominal. Um dia, numa fila de ônibus, minha</p><p>mãe ficou ligeiramente ressabiada2 quando seu Afredo, casualmente de passagem, parou junto</p><p>a ela e perguntou-lhe à queima-roupa, na segunda do singular:</p><p>– Onde vais assim tão elegante?</p><p>Nós lhe dávamos uma bruta corda. Ele falava horas a fio, no ritmo do trabalho, fazendo</p><p>os mais deliciosos pedantismos que já me foi dado ouvir. Uma vez, minha mãe, em meio à</p><p>lide3 caseira, queixou-se do fatigante ramerrão4 do trabalho doméstico. Seu Afredo virou-se</p><p>para ela e disse:</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>154</p><p>– Dona Lídia, o que a senhora precisa fazer é ir a um médico e tomar a sua quilometragem.</p><p>Diz que é muito bão.</p><p>De outra feita, minha tia Graziela, recém-chegada de fora, cantarolava ao piano enquanto</p><p>seu Afredo, acocorado perto dela, esfregava cera no soalho. Seu Afredo nunca tinha visto</p><p>minha tia mais gorda. Pois bem: chegou-se a ela e perguntou-lhe:</p><p>– Cantas? Minha tia, meio surpresa, respondeu com um riso amarelo:</p><p>– É, canto às vezes, de brincadeira...</p><p>Mas, um tanto formalizada, foi queixar-se a minha mãe, que lhe explicou o temperamento</p><p>do nosso encerador:</p><p>– Não, ele é assim mesmo. Isso não é falta de respeito, não. É excesso de... gramática.</p><p>Conta ela que seu Afredo, mal viu minha tia sair, chegou-se a ela com ar disfarçado e</p><p>falou:</p><p>– Olhe aqui, dona Lídia, não leve a mal, mas essa menina, sua irmã, se ela pensa que</p><p>pode cantar no rádio com essa voz, ‘tá redondamente enganada. Nem em programa de</p><p>calouro!</p><p>E, a seguir, ponderou:</p><p>– Agora, piano é diferente. Pianista ela é!</p><p>E acrescentou:</p><p>– Eximinista pianista!</p><p>(Para uma menina com uma flor, 2009.)</p><p>1 vernáculo: a língua própria de um país; língua nacional.</p><p>2 ressabiado: desconfiado.</p><p>3 lide: trabalho penoso, labuta.</p><p>4 ramerrão: rotina.</p><p>“[Seu Afredo] perguntou-lhe à queima-roupa, na segunda do singular:</p><p>– Onde vais assim tão elegante?” (2° parágrafo/3° parágrafo)</p><p>Ao se adaptar este trecho para o discurso indireto, o verbo</p><p>“vais” assume a seguinte forma:</p><p>a) foi.</p><p>b) fora.</p><p>c) vai.</p><p>d) ia.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>155</p><p>e) iria.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D. A frase em discurso direto com verbo no presente do indicativo</p><p>na segunda pessoa do singular “vais”, passa à terceira pessoa do pretérito imperfeito no</p><p>discurso indireto: Onde ia daquele jeito tão elegante.</p><p>174 – Leia o excerto do livro Violência urbana, de Paulo Sérgio Pinheiro e Guilherme Assis de</p><p>Almeida, para responder a questão.</p><p>De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com estranhos. À noite,</p><p>não saia para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando</p><p>estacionar, tranque bem as portas do carro [...]. De madrugada, não pare em sinal vermelho.</p><p>Se for assaltado, não reaja – entregue tudo.</p><p>É provável que você já esteja exausto de ler e ouvir várias dessas recomendações. Faz</p><p>tempo que a ideia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser parte</p><p>de um coletivo deixou de ser um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades</p><p>brasileiras. As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo sentimento</p><p>de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe. O outro deixa de ser visto como parceiro</p><p>ou parceira em potencial; o desconhecido é encarado como ameaça. O sentimento de</p><p>insegurança transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares de encontro, troca,</p><p>comunidade, participação coletiva, as moradias e os espaços públicos transformam-se em</p><p>palco do horror, do pânico e do medo.</p><p>A violência urbana subverte e desvirtua a função das cidades, drena recursos públicos já</p><p>escassos, ceifa vidas – especialmente as dos jovens e dos mais pobres –, dilacera famílias,</p><p>modificando nossas existências dramaticamente para pior. De potenciais cidadãos, passamos</p><p>a ser consumidores do medo. O que fazer diante desse quadro de insegurança e pânico,</p><p>denunciado diariamente pelos jornais e alardeado pela mídia eletrônica? Qual tarefa impõe-se</p><p>aos cidadãos, na democracia e no Estado de direito?</p><p>(Violência urbana, 2003.)</p><p>O modo de organização do discurso predominante no excerto é</p><p>a) a dissertação argumentativa.</p><p>b) a narração.</p><p>c) a descrição objetiva.</p><p>d) a descrição subjetiva.</p><p>e) a dissertação expositiva.</p><p>Comentários</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>156</p><p>O gabarito é a alternativa A. Linguagem objetiva, observar a fonte do texto (é um livro que</p><p>tem como tema a violência urbana).</p><p>No primeiro parágrafo, o recurso que ele emprega é instrucional (verbos no imperativo):</p><p>instruções de segurança para o dia a dia e a partir disso, ele começa a argumentar sobre o</p><p>problema da violência: as cidades perdem sua função, sentimento de medo, movimentos</p><p>retóricos ao final do último parágrafo, tudo isso reforça o ponto de vista do autor.</p><p>175 – Leia a fábula “O morcego e as doninhas” do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?)</p><p>para responder à questão.</p><p>Um morcego caiu no chão e foi capturado por uma doninha1. Como seria morto, rogou à</p><p>doninha que poupasse sua vida.</p><p>– Não posso soltá-lo – respondeu a doninha –, pois sou, por natureza, inimiga de todos</p><p>os pássaros.</p><p>– Não sou um pássaro – alegou o morcego. – Sou um rato.</p><p>E assim ele conseguiu escapar.</p><p>Mais tarde, ao cair de novo e ser capturado por outra doninha, ele suplicou a esta que não</p><p>o devorasse. Como a doninha lhe disse que odiava todos os ratos, ele afirmou que não era um</p><p>rato, mas um morcego. E de novo conseguiu escapar. Foi assim que, por duas vezes, lhe</p><p>bastou mudar de nome para ter a vida salva.</p><p>(Fábulas, 2013.)</p><p>1 doninha: pequeno mamífero carnívoro, de corpo longo e esguio e de patas curtas (também</p><p>conhecido como furão).</p><p>“– Não sou um pássaro – alegou o morcego.” (3° parágrafo)</p><p>Ao se transpor este trecho para o discurso indireto, o verbo “sou” assume a seguinte forma:</p><p>a) era.</p><p>b) Fui.</p><p>c) fora.</p><p>d) fosse.</p><p>e) seria.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. O discurso indireto é definido como o registro da fala da</p><p>personagem sob influência por parte do narrador. Nesse tipo de discurso, os tempos verbais</p><p>são modificados para que haja entendimento quanto à pessoa que fala. Além disso, costuma-</p><p>se citar o nome de quem proferiu a fala ou fazer algum tipo de referência. Neste caso,</p><p>alterando o tempo verbal para o pretérito, se transformaria em “era”.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>157</p><p>176 - Texto 2</p><p>Notícia publicada na imprensa na penúltima semana de setembro de 2019:</p><p>“Tráfico da Rocinha ameaça quem joga lixo na rua</p><p>Bandidos espalham cartazes em área onde houve deslizamentos de terra nas últimas chuvas,</p><p>alertando moradores para não despejar detritos em beco. Medida seria tomada porque venda</p><p>de drogas é interrompida quando a região alaga”.</p><p>Sobre a estruturação do texto 2, é INCORRETO afirmar que:</p><p>a) a palavra “tráfico” é empregada em lugar de “traficantes”;</p><p>b) a forma verbal “houve” está empregada corretamente;</p><p>c) a palavra “deslizamentos” deveria ser grafada com S em lugar de Z;</p><p>d) o verbo “despejar” poderia ser substituído por “jogar”;</p><p>e) a palavra “região” se refere aos becos em geral.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>Tudo depende da palavra de origem;</p><p>se tiver S no radical da palavra de origem = grafa-se com S</p><p>quando não tiver S, será grafada com Z. Exemplos:</p><p>improviso/// Improvisar</p><p>Análise// analisar</p><p>No caso da questão: DESLIZE// Deslizar.</p><p>177 - Atenção: Considere o texto abaixo para responder a questão.</p><p>No livro A velhice, Simone de Beauvoir não apresenta muitas alternativas para construir</p><p>um olhar positivo sobre a última fase da vida. Ela tem como propósito fundamental denunciar</p><p>a conspiração do silêncio e revelar como a sociedade trata os velhos: eles costumam ser</p><p>desprezados e estigmatizados. Apesar de ter consciência de que são inúmeros os problemas</p><p>relacionados ao processo de envelhecimento, quero compreender se existe algum caminho</p><p>para chegar à última fase da vida de uma maneira mais plena e mais feliz. Encontro na própria</p><p>Simone de Beauvoir a resposta para esta questão. Ela sugere, nas entrelinhas de A velhice,</p><p>um possível caminho para a construção de uma “bela velhice”: o projeto de vida.</p><p>No Brasil temos vários exemplos de “belos velhos”: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ney</p><p>Mato grosso, Chico Buarque, Marieta Severo, Rita Lee, entre outros. Duvido que alguém</p><p>consiga enxergar neles, que já chegaram ou estão chegando aos 70 anos, um retrato negativo</p><p>do envelhecimento. São típicos exemplos de pessoas chamadas “sem idade”.</p><p>Fazem parte de uma geração que não aceitará o imperativo “Seja um velho!” ou qualquer</p><p>outro rótulo que sempre contestaram. São de uma geração que transformou comportamentos</p><p>e valores de homens e mulheres, que inventou diferentes arranjos amorosos e que legitimou</p><p>novas formas de família. Esses “belos velhos” inventaram um lugar especial no mundo e se</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>158</p><p>reinventam permanentemente. Continuam cantando, dançando, criando, amando, brincando,</p><p>trabalhando, transgredindo tabus. Não se aposentaram de si mesmos, recusaram as regras</p><p>que os obrigariam a se comportar como velhos. Não se tornaram invisíveis, infelizes,</p><p>deprimidos. Eles, como tantos outros “belos velhos”, rejeitam estereótipos e dão novos</p><p>significados ao envelhecimento. Como diz a música de Arnaldo Antunes, “Somos o que somos:</p><p>inclassificáveis”.</p><p>Desde muito cedo, somos livres para fazer escolhas. “A liberdade é o que você faz com o</p><p>que a vida fez com você”. Esta máxima existencialista é fundamental para compreender a</p><p>construção de um projeto de vida. O projeto de cada indivíduo pode ser traçado desde a</p><p>infância, mas também pode ser construído ou modificado nas diferentes fases</p><p>da vida, pois a</p><p>ênfase existencialista se coloca no exercício permanente da liberdade de escolha e da</p><p>responsabilidade individual na construção de um projeto de vida que dê significado às nossas</p><p>existências até os últimos dias.</p><p>(Adaptado de: GOLDENBERG, Mirian. A bela velhice. Record. edição digital)</p><p>Duvido que alguém consiga enxergar neles [...] um retrato negativo do envelhecimento. (2º</p><p>parágrafo)</p><p>O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do sublinhado acima está em:</p><p>a) Não se tornaram invisíveis, infelizes, deprimidos.</p><p>b) uma geração que não aceitará o imperativo “Seja um velho!”</p><p>c) uma geração que transformou comportamentos e valores</p><p>d) A ênfase existencialista se coloca no exercício permanente da liberdade de escolha</p><p>e) um projeto de vida que dê significado às nossas existências até os últimos dias.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>Duvido que alguém consiga enxergar neles [...] um retrato negativo do envelhecimento</p><p>(=verbo está na terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo).</p><p>→ um projeto de vida que dê significado às nossas existências até os últimos dias (=que ele</p><p>dê → terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo).</p><p>178 - [A harmonia natural em Rousseau]</p><p>A civilização foi vista por Jean-Jacques Rousseau (1713-1784) como responsável pela</p><p>degeneração das exigências morais mais profundas da natureza humana e sua substituição</p><p>pela cultura intelectual. A uniformidade artificial de comportamento, imposta pela sociedade</p><p>às pessoas, leva-as a ignorar os deveres humanos e as necessidades naturais.</p><p>A vida do homem primitivo, ao contrário, seria feliz porque ele sabe viver de acordo com</p><p>suas necessidades inatas. Ele é amplamente autossuficiente porque constrói sua existência no</p><p>isolamento das florestas, satisfaz as necessidades de alimentação e sexo sem maiores</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>159</p><p>dificuldades e não é atingido pela angústia diante da doença e da morte. As necessidades</p><p>impostas pelo sentimento de autopreservação – presente em todos os momentos da vida</p><p>primitiva e que impele o homem selvagem a ações agressivas – são contrabalançadas pelo</p><p>inato sentimento que o impede de fazer mal aos outros desnecessariamente.</p><p>Desde suas origens, o homem natural, segundo Rousseau, é dotado de livre arbítrio e</p><p>sentido de perfeição, mas o desenvolvimento pleno desses sentimentos só ocorre quando</p><p>estabelecidas as primeiras comunidades locais, baseadas sobretudo no grupo familiar. Nesse</p><p>período da evolução, o homem vive a idade do ouro, a meio caminho entre a brutalidade das</p><p>etapas anteriores e a corrupção das sociedades civilizadas.</p><p>(Encarte, sem indicação de autoria, a Jean-Jacques Rousseau – Os Pensadores. Capítulo</p><p>34. São Paulo: Abril, 1973, p. 473)</p><p>Estão plenamente observadas a correção da redação e a correlação entre tempos e modos</p><p>verbais na frase:</p><p>a) Caso seja levada a sério, a disciplina aristocrática impediria o homem civilizado de que</p><p>fosse plenamente feliz.</p><p>b) Se felicidade dos homens civilizados se equiparasse a dos homens primitivos, não haveria</p><p>porquê não festejar o rumo da civilização.</p><p>c) Entende-se que os povos primitivos estivessem sendo mais felizes do que nós porquanto</p><p>eles saberão atender a suas necessidades básicas.</p><p>d) Quando viermos a considerar mais de perto a felicidade dos primitivos, estaremos</p><p>próximos da felicidade maior a que aspiramos.</p><p>e) Nos tempos primitivos, onde sobejavam os impulsos naturais, os homens sabem</p><p>administrar o equilíbrio que lhes demanda a natureza.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>A) Caso seja levada a sério, a disciplina aristocrática impediria o homem civilizado de que</p><p>fosse plenamente feliz. → o correto seria "fosse".</p><p>B) Se a felicidade dos homens civilizados se equiparasse a dos homens primitivos, não</p><p>haveria porquê não festejar o rumo da civilização. →O correto seria "por que" equivalendo a</p><p>"por qual motivo".</p><p>C) Entende-se que os povos primitivos estivessem sendo mais felizes do que nós porquanto</p><p>eles saberão atender a suas necessidades básicas. → o correto seria "saberiam".</p><p>D) Quando viermos a considerar mais de perto a felicidade dos primitivos, estaremos próximos</p><p>da felicidade maior a que aspiramos. → correto; "aspirar" com sentido de almejar é verbo</p><p>transitivo indireto e exige um complemento regido pela preposição "a", essa está antes do</p><p>pronome relativo "que", não ocorreu crase pois não temos o artigo definido "a" antes do</p><p>pronome, logo somente a preposição deve estar presente.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>160</p><p>E) Nos tempos primitivos, onde sobejavam os impulsos naturais, os</p><p>homens sabem administrar o equilíbrio que lhes demanda a natureza. → o correto é</p><p>"saberiam".</p><p>179 - Texto associado</p><p>Lembrei-me dele e senti saudades... Tanto tempo que a gente não se vê. Dei-me conta da</p><p>coisa rara que é a amizade. E, no entanto, é a coisa mais alegre que a vida nos dá.</p><p>Lembrei-me de um trecho de Jean-Christophe, que li quando era jovem, e do qual nunca</p><p>esqueci. Romain Rolland descreve a primeira experiência com a amizade do seu herói</p><p>adolescente. Já conhecera muitas pessoas nos curtos anos de sua vida. Mas o que</p><p>experimentava naquele momento era diferente de tudo o que já sentira antes.</p><p>Um amigo é alguém com quem estivemos desde sempre. Pela primeira vez, estando com</p><p>alguém, não sentia necessidade de falar. Bastava a alegria de estarem juntos.</p><p>“Christophe voltou sozinho dentro da noite. Nada via. Nada ouvia. Estava morto de sono</p><p>e adormeceu apenas deitou-se. Mas durante a noite foi acordado duas ou três vezes, como</p><p>que por uma ideia fixa. Repetia para si mesmo: ‘Tenho um amigo’, e tornava a adormecer.”</p><p>Jean-Christophe compreendera a essência da amizade. Amiga é aquela pessoa em cuja</p><p>companhia não é preciso falar. Se o silêncio entre vocês lhe causa ansiedade, então a pessoa</p><p>com quem você está não é amiga. Porque um amigo é alguém cuja presença procuramos não</p><p>por causa daquilo que se vai fazer juntos, seja bater papo ou comer. Quando a pessoa não é</p><p>amiga, terminado o alegre e animado programa, vêm o silêncio e o vazio, que são</p><p>insuportáveis.</p><p>Com o amigo é diferente. Não é preciso falar. A amizade anda por caminhos que não</p><p>passam por programas.</p><p>Um amigo vive de sua inutilidade. Pode até ser útil eventualmente, mas não é isso que o</p><p>torna um amigo. Sua inútil e fiel presença silenciosa torna a nossa solidão uma experiência de</p><p>comunhão. E alegria maior não pode existir.</p><p>(Adaptado de: ALVES, Rubem. O retorno e terno. Campinas: Papirus, 1995, p. 11-13)</p><p>Os verbos que se encontram nos mesmos tempo e modo estão em:</p><p>a) Mas o que experimentava naquele momento era diferente</p><p>b) mas era como se já tivessem sido amigos a vida inteira</p><p>c) Um amigo é alguém com quem estivemos desde sempre.</p><p>d) Repetia para si mesmo: “tenho um amigo”.</p><p>e) Dei-me conta da coisa rara que é a amizade.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>161</p><p>A) Mas o que experimentava naquele momento era diferente → ambos verbos estão no</p><p>pretérito imperfeito do modo indicativo.</p><p>B) mas era como se já tivessem sido amigos a vida inteira → respectivamente: pretérito</p><p>imperfeito do indicativo e pretérito imperfeito do subjuntivo (se eles tivessem).</p><p>C) Um amigo é alguém com quem estivemos desde sempre. → respectivamente: presente</p><p>do indicativo e pretérito perfeito do indicativo.</p><p>D) Repetia para si mesmo: “tenho um amigo”. → respectivamente: pretérito imperfeito do</p><p>indicativo e presente do indicativo.</p><p>E) Dei-me conta da coisa rara que é a amizade. → respectivamente: pretérito perfeito do</p><p>indicativo e presente do indicativo.</p><p>180 - Texto associado</p><p>De cedo, aprendi a subir ladeira e a pegar bonde andando. Posso dizer, com humildade</p><p>orgulhosa, que tive morros e bondes</p><p>no meu tempo de menino.</p><p>Nossa pobreza não era envergonhada. Ainda não fora substituída pela miséria nos morros</p><p>pobres, como o da Geada. Que tinha esse nome a propósito: lá pelos altos do Jaguaré, quando</p><p>fazia muito frio, no morro costumava gear. Tínhamos um par de sapatos para o domingo. Só.</p><p>A semana tocada de tamancos ou de pés no chão.</p><p>Não há lembrança que me chegue sem os gostos. Será difícil esquecer, lá no morro, o</p><p>gosto de fel de chá para os rins, chá de carqueja empurrado goela abaixo pelas mãos de minha</p><p>bisavó Júlia. Havia pobreza, marcada. Mas se o chá de carqueja me descia brabo pela goela,</p><p>como me é difícil esquecer o gosto bom do leite quente na caneca esmaltada estirada,</p><p>amorosamente, também no morro da Geada, pelas mãos de minha avó Nair.</p><p>A miséria não substituíra a pobreza. E lá no morro da Geada, além do futebol e do jogo</p><p>de malha, a gente criava de um tudo. Havia galinha, cabrito, porco, marreco, passarinho, e a</p><p>natureza criava rolinha, corruíra, papa-capim, andorinha, quanto. Tudo ali nos Jaguarés, no</p><p>morro da Geada, sem água encanada, com luz só recente, sem televisão, sem aparelho de</p><p>som e sem inflação.</p><p>Nenhum de nós sabia dizer a palavra solidariedade. Mas, na casa do tio Otacílio, criavam-</p><p>se até filhos dos outros, e estou certo que o nosso coração era simples, espichado e melhor.</p><p>Não desandávamos a reclamar da vida, não nos hostilizávamos feito possessos, tocávamos a</p><p>pé pra baixo e pra cima e, quando um se encontrava com o outro, a gente não dizia: “Oi!”. A</p><p>gente se saudava, largo e profundo: − Ô, batuta*!</p><p>*batuta: amigo, camarada.</p><p>(Texto adaptado. João Antônio. Meus tempos de menino. In: WERNEK, Humberto (org.). Boa</p><p>companhia: crônicas. São Paulo, Companhia das Letras, 2005, p. 141-143)</p><p>Os verbos e o sinal indicativo de crase estão empregados corretamente na seguinte frase,</p><p>redigida a partir do texto:</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>162</p><p>a) Caso você quer voltar à um dia da infância, tome chá de carqueja.</p><p>b) Os bondes não se manteram com à passagem do tempo.</p><p>c) Nós nos dedicávamos à criação de uma infinidade de animais.</p><p>d) Na casa do tio Otacílio, proporam-se à criar filhos dos outros.</p><p>e) Não era comum que um hostiliza-se à outro no morro da Geada.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>A) Caso você quer voltar à um dia da infância, tome chá de carqueja. → voltar a algum</p><p>lugar (preposição "a"), porém já temos o artigo indefinido "um", logo não há como ocorrer a</p><p>crase, somente a preposição deve estar presente: a um dia...</p><p>B) Os bondes não se manteram com à passagem do tempo. → não se manterão com algo</p><p>(o termo não rege a preposição "a"), logo somente o artigo definido "a" que acompanha o</p><p>substantivo "passagem" deveria estar presente: com a passagem.</p><p>C) Nós nos dedicávamos à criação de uma infinidade de animais. → nós dedicamos a</p><p>alguma coisa (preposição) + artigo definido "a" que acompanha o substantivo feminino</p><p>"criação"= crase (à criação).</p><p>D) Na casa do tio Otacílio, proporam-se à criar filhos dos outros. → O correto é</p><p>"propuseram"; crase antes de verbo é incorreto.</p><p>E) Não era comum que um hostiliza-se à outro no morro da Geada. → temos um pronome</p><p>masculino "outro", logo ele não é acompanhando pelo artigo definido "a", dessa forma, sem</p><p>crase.</p><p>181 - Texto associado</p><p>De cedo, aprendi a subir ladeira e a pegar bonde andando. Posso dizer, com humildade</p><p>orgulhosa, que tive morros e bondes no meu tempo de menino.</p><p>Nossa pobreza não era envergonhada. Ainda não fora substituída pela miséria nos morros</p><p>pobres, como o da Geada. Que tinha esse nome a propósito: lá pelos altos do Jaguaré, quando</p><p>fazia muito frio, no morro costumava gear. Tínhamos um par de sapatos para o domingo. Só.</p><p>A semana tocada de tamancos ou de pés no chão.</p><p>Não há lembrança que me chegue sem os gostos. Será difícil esquecer, lá no morro, o</p><p>gosto de fel de chá para os rins, chá de carqueja empurrado goela abaixo pelas mãos de minha</p><p>bisavó Júlia. Havia pobreza, marcada. Mas se o chá de carqueja me descia brabo pela goela,</p><p>como me é difícil esquecer o gosto bom do leite quente na caneca esmaltada estirada,</p><p>amorosamente, também no morro da Geada, pelas mãos de minha avó Nair.</p><p>A miséria não substituíra a pobreza. E lá no morro da Geada, além do futebol e do jogo</p><p>de malha, a gente criava de um tudo. Havia galinha, cabrito, porco, marreco, passarinho, e a</p><p>natureza criava rolinha, corruíra, papa-capim, andorinha, quanto. Tudo ali nos Jaguarés, no</p><p>morro da Geada, sem água encanada, com luz só recente, sem televisão, sem aparelho de</p><p>som e sem inflação.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>163</p><p>Nenhum de nós sabia dizer a palavra solidariedade. Mas, na casa do tio Otacílio, criavam-</p><p>se até filhos dos outros, e estou certo que o nosso coração era simples, espichado e melhor.</p><p>Não desandávamos a reclamar da vida, não nos hostilizávamos feito possessos, tocávamos a</p><p>pé pra baixo e pra cima e, quando um se encontrava com o outro, a gente não dizia: “Oi!”. A</p><p>gente se saudava, largo e profundo: − Ô, batuta*!</p><p>*batuta: amigo, camarada.</p><p>(Texto adaptado. João Antônio. Meus tempos de menino. In: WERNEK, Humberto (org.). Boa</p><p>companhia: crônicas. São Paulo, Companhia das Letras, 2005, p. 141-143)</p><p>Na frase A miséria não substituíra a pobreza (4° parágrafo), a forma verbal destacada equivale</p><p>a</p><p>a) se substituiu.</p><p>b) fora substituída.</p><p>c) substituía.</p><p>d) tinha substituído.</p><p>e) teria substituído.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D. O verbo está empregado no pretérito mais-que-perfeito do</p><p>indicativo (Terminação "-RA"). Pode ser substituído pelo TER/HAVER (conjugado no pretérito</p><p>imperfeito do indicativo- "Tinha"/"havia") + Verbo principal no particípio.</p><p>182 - Texto associado</p><p>Atenção: Considere o texto abaixo para responder a questão.</p><p>Uma pesquisa feita em uma universidade mostrou que cães têm a capacidade de</p><p>distinguir palavras de um vocabulário e captar a entonação da fala dos donos usando regiões</p><p>cerebrais semelhantes àquelas usadas por seres humanos.</p><p>Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores mediram a atividade do cérebro dos</p><p>cães em aparelhos de ressonância magnética. Eles ouviam então gravações de vozes de seus</p><p>donos ou treinadores usando várias combinações de vocabulário e entonação, ou elogiando ou</p><p>de modo neutro.</p><p>"A imagem por ressonância magnética fornece um método inofensivo de medição de que</p><p>os cães gostam", diz a coautora do estudo.</p><p>Independentemente da entonação, cães reconheceram cada palavra como algo distinto e</p><p>o fizeram de uma forma similar aos seres humanos, usando o lado esquerdo do cérebro.</p><p>Os pesquisadores descobriram ainda que os cães processam a entonação separadamente</p><p>do vocabulário, nas regiões auditivas no lado direito do cérebro, o que também acontece com</p><p>humanos.</p><p>Os pesquisadores observaram que o elogio ativa o "centro de recompensa" do cérebro</p><p>dos cães – a região que responde a estímulos de prazer. Mas o centro de recompensa só era</p><p>ativado quando o cão ouvia palavras de louvor com entonação adequada.</p><p>Isso mostra que, para os cães, um elogio pode funcionar como recompensa, mas funciona</p><p>melhor ainda se as palavras e a entonação baterem. Ou seja, os animais não só separam o</p><p>que dizemos e como dizemos, mas também podem combinar os dois para uma melhor</p><p>interpretação do que aquelas palavras realmente querem dizer.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>164</p><p>Os resultados indicam que os mecanismos neurais para processar palavras evoluíram</p><p>bem antes do que se imaginava. "O que torna as palavras singularmente humanas não é a</p><p>capacidade neural para processá-las", dizem os autores. Seres humanos são únicos na sua</p><p>capacidade de inventar palavras.</p><p>(Adaptado de: NETO, Ricardo Bonalume. Disponível</p><p>em: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia)</p><p>Ambos os verbos sublinhados estão empregados nos mesmos tempo e modo em:</p><p>a) o fizeram de uma forma similar aos seres humanos − o que também acontece com</p><p>humanos.</p><p>b) pesquisadores mediram a atividade do cérebro dos cães − A imagem por ressonância</p><p>magnética fornece</p><p>c) Eles ouviam então gravações de vozes de seus donos − bem antes do que se imaginava</p><p>d) do que aquelas palavras realmente querem dizer − Os pesquisadores observaram que o</p><p>elogio</p><p>e) o que dizemos − cães reconheceram cada palavra como algo distinto</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>Eles ouviam então gravações de vozes de seus donos − bem antes do que se imaginava</p><p>→ Ambos verbos estão conjugados no pretérito imperfeito do modo indicativo.</p><p>183 - Texto associado</p><p>Antropologia reversa</p><p>É sempre tarefa difícil – no limite, impossível – compreender o outro não a partir de nós</p><p>mesmos, ou seja, de nossas categorias e preocupações, mas de sua própria perspectiva e</p><p>visão de mundo. “Quando os antropólogos chegam”, diz um provérbio haitiano, “os deuses</p><p>vão embora”.</p><p>Os invasores coloniais europeus, com raras exceções, consideravam os povos autóctones</p><p>do Novo Mundo como crianças amorais ou boçais supersticiosos – matéria escravizável. Mas</p><p>como deveriam parecer aos olhos deles aqueles europeus? “Onde quer que os homens</p><p>civilizados surgissem pela primeira vez”, resume o filósofo romeno Emil Cioran, “eles eram</p><p>vistos pelos nativos como demônios, como fantasmas ou espectros, nunca como homens vivos!</p><p>Eis uma intuição inigualável, um insight profético, se existe um”.</p><p>O líder ianomâmi Davi Kopenawa, porta-voz de um povo milenar situado no norte da</p><p>Amazônia e ameaçado de extinção, oferece um raro e penetrante registro contra-antropológico</p><p>do mundo branco com o qual tem convivido: “As mercadorias deixam os brancos eufóricos e</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>165</p><p>esfumaçam todo o resto em suas mentes [...] Seu pensamento está tão preso a elas, são de</p><p>fato apaixonados por elas! Dormem pensando nelas, como quem dorme com a lembrança</p><p>saudosa de uma bela mulher. Elas ocupam seu pensamento por muito tempo, até vir o sono.</p><p>Os brancos não sonham tão longe quanto nós. Dormem muito, mas só sonham consigo</p><p>mesmos”.</p><p>(Adaptado de GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras,</p><p>2016, p. 118-119)</p><p>É plenamente adequada a correlação entre os tempos e os modos verbais na frase:</p><p>a) Seria de se supor que um nativo venha a estranhar os colonizadores do mesmo modo</p><p>que estes viriam a com ele se espantar.</p><p>b) Não se apresentaria como fácil a plena compreensão que alguém se dispusesse a ter da</p><p>cultura que se sustentasse em outros valores.</p><p>c) Para que venham a ser compreendidos os valores de uma cultura, houvera de se esforçar</p><p>quem os buscar analisar mais de perto.</p><p>d) Segundo supõe Davi Kopenawa, os brancos não poderiam sonhar tão longe quanto os</p><p>nativos porque estejam presos ao mundo das mercadorias.</p><p>e) Ao se depararem com os nativos, tão logo chegados ao Novo Mundo, os colonizadores</p><p>passassem a julgá-los como criaturas amorais e infantilizadas.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>A) Seria de se supor que um nativo venha a estranhar os colonizadores do mesmo modo que</p><p>estes viriam a com ele se espantar. → correto seria: viesse.</p><p>B) Não se apresentaria como fácil a plena compreensão que alguém se dispusesse a ter da</p><p>cultura que se sustentasse em outros valores. → correto.</p><p>C) Para que venham a ser compreendidos os valores de uma cultura, houvera de se esforçar</p><p>quem os buscar analisar mais de perto. → correto seria: viessem e haveria e buscasse.</p><p>D) Segundo supõe Davi Kopenawa, os brancos não poderiam sonhar tão longe quanto os</p><p>nativos porque estejam presos ao mundo das mercadorias. → correto seria: estariam.</p><p>E) Ao se depararem com os nativos, tão logo chegados ao Novo Mundo, os</p><p>colonizadores passassem a julgá-los como criaturas amorais e infantilizadas. → correto seria:</p><p>passariam.</p><p>184 - Texto associado</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>166</p><p>Atenção: Considere a entrevista abaixo, com o americano Seth M. Siegel, autor do livro Faça-</p><p>se a Água, para responder à questão.</p><p>1. Seu livro, Faça-se a Água, trata da proximidade de uma crise global da água. Como</p><p>descreveria o estágio atual dessa crise?</p><p>Seth M. Siegel: Acredita-se que, até 2025, grande parte da massa terrestre mundial será</p><p>afetada pela escassez de água. As mudanças climáticas, o crescimento da população, o</p><p>aumento dos padrões de vida e a deficiência de infraestrutura da água serão os principais</p><p>impulsionadores desse problema. Isso levará a instabilidades em muitos lugares. Muitos países</p><p>já estão sendo vítimas de escassez de água. O problema piora a cada ano.</p><p>2. Por que seu livro elege Israel como exemplo de combate à crise da água?</p><p>Seth M. Siegel: Selecionei Israel porque tem bom gerenciamento de água e a tecnologia mais</p><p>sofisticada do mundo. Embora Israel esteja na região mais seca e tenha uma das populações</p><p>de mais rápido crescimento do mundo, é abundante em água. Penso que todos têm algo a</p><p>aprender com o exemplo de Israel.</p><p>3. Temos aqui no Brasil reservas do porte da Bacia Amazônica e do Aquífero Guarani. Que</p><p>papel acredita que essas riquezas brasileiras poderiam vir a desempenhar?</p><p>Seth M. Siegel: Uma das tragédias de fontes de água em massa, como a Amazônia, é que a</p><p>água às vezes está disponível onde não é mais necessária, e onde é necessária há escassez.</p><p>O Canadá tem uma enorme quantidade de água doce, mas é, principalmente, no Círculo Ártico</p><p>e na Baía de Hudson. Poucas pessoas vivem nesses lugares. Não é prático construir um</p><p>encanamento da Amazônia para São Paulo e outros grandes centros populacionais. É por isso</p><p>que outras formas de tecnologia e governança são tão importantes. Os lugares secos precisam</p><p>usar outras técnicas.</p><p>4. O estado de São Paulo, no qual está a maior cidade da América do Sul, enfrentou</p><p>recentemente uma grave crise hídrica. Como vê essa situação?</p><p>Seth M. Siegel: A população de São Paulo tem sorte de certa forma. Recebeu uma segunda</p><p>chance. Estes dias de melhor abastecimento de água quase certamente não durarão muito.</p><p>Este período deve ser usado como preparo para a próxima seca, para que, quando vier, haja</p><p>menos prejuízo para a economia e a vida das pessoas.</p><p>(Disponível em: www.cartacapital.com.br. Com adaptações)</p><p>Os verbos empregados nos mesmos tempo e modo estão agrupados em:</p><p>a) haja − tenha</p><p>b) poderiam − precisam</p><p>c) levará − faça</p><p>d) recebeu − durarão</p><p>e) vivem – enfrentou</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>167</p><p>a) haja − tenha: ambos verbos estão empregados no presente do subjuntivo.</p><p>b) Poderiam − precisam</p><p>Poderiam - indicativo(futuro do pretério) precisam-indicativo(presente)</p><p>c) Levará − faça</p><p>Levará- indicativo (futuro do presente) faça-subjuntivo (presente)</p><p>d) Recebeu − durarão</p><p>Recebeu-indicativo (pretérito perfeito) durarão-indicativo (futuro do presente)</p><p>e) Vivem − enfrentou</p><p>Vivem-indicativo (presente) enfrentou-indicativo (pretérito perfeito)</p><p>185 - A frase em que os verbos se encontram em perfeita correlação está em:</p><p>a) A floresta amazônica preservou o bioma que seus habitantes originários têm alterado no</p><p>período anterior a Pedro Álvares Cabral, quando habitassem aquele santuário ecológico.</p><p>b) A imensa população que habitava o Brasil pré-cabralino, ainda que se tenha reduzido</p><p>drasticamente, deixou marcas que estão presentes em todo o bioma da Amazônia.</p><p>c) Na época pré-cabralina, tribos indígenas são responsáveis por terem manejado a terra</p><p>de maneira a tornassem a floresta amazônica um bioma rico de espécies frutíferas.</p><p>d) Quando Pedro Álvares Cabral chegou, os habitantes nativos tinham sido surpreendidos</p><p>por</p><p>verbo "haver (não há)" (complemento verbal, portanto);</p><p>"Sem liberdade interior" = adjunto adverbial de condição; portanto, "liberdade interior" é</p><p>apenas parte do adjunto adverbial;</p><p>"a ser compreendida" = oração reduzida de infinitivo adjetiva restritiva (com o verbo na voz</p><p>passiva).</p><p>A alternativa E está incorreta. O sujeito aqui é "A queda de um homem desesperado". "De</p><p>um homem desesperado" é adjunto adnominal apenas. "Equivalente" é predicativo do sujeito,</p><p>já que o verbo ser ("é") é um verbo de ligação.</p><p>14 – Texto 2 – Violência: O Valor da vida</p><p>Kalina Vanderlei Silva / Maciel Henrique Silva, Dicionário de conceitos históricos. São Paulo:</p><p>Contexto, 2006, p. 412</p><p>A violência é um fenômeno social presente no cotidiano de todas as sociedades sob várias</p><p>formas. Em geral, ao nos referirmos à violência, estamos falando da agressão física. Mas</p><p>violência é uma categoria com amplos significados. Hoje, esse termo denota, além da agressão</p><p>física, diversos tipos de imposição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar ou de</p><p>gênero, ou a censura da fala e do pensamento de determinados indivíduos e, ainda, o desgaste</p><p>causado pelas condições de trabalho e condições econômicas. Dessa forma, podemos definir</p><p>a violência como qualquer relação de força que um indivíduo impõe a outro.</p><p>Consideremos o surgimento das desigualdades econômicas na história: a vida em sociedade</p><p>sempre foi violenta, porque, para sobreviver em ambientes hostis, o ser humano precisou</p><p>produzir violência em escala inédita no reino animal.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>15</p><p>Por outro lado, nas sociedades complexas, a violência deixou de ser uma ferramenta de</p><p>sobrevivência e passou a ser um instrumento da organização da vida comunitária. Ou seja, foi</p><p>usada para criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam alguns teóricos, a sociedade</p><p>não se desenvolveria nem se complexificaria. Essa desigualdade social é o fenômeno em que</p><p>alguns indivíduos ou grupos desfrutam de bens e valores exclusivos e negados à maioria da</p><p>população de uma sociedade. Tal desigualdade aparece em condições históricas específicas,</p><p>constituindo-se em um tipo de violência fundamental para a constituição de civilizações.</p><p>“Ou seja, foi usada para criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam alguns</p><p>teóricos, a sociedade não se desenvolveria nem se complexificaria”. Sobre um</p><p>componente desse segmento do texto 2, é correto afirmar que:</p><p>a) o sujeito da forma verbal “foi usada” está posposto;</p><p>b) a frase “para criar uma desigualdade” indica uma concessão;</p><p>c) o relativo “a qual” se refere a um termo seguinte;</p><p>d) o termo “alguns teóricos” funciona como objeto direto;</p><p>e) a forma verbal no futuro do pretérito – desenvolveria – indica uma possibilidade.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>A alternativa A está incorreta. O sujeito está preposto.</p><p>A alternativa B está incorreta. A frase indica uma finalidade para algo.</p><p>A alternativa C está incorreta. Refere-se ao termo anterior “desigualdade social”.</p><p>A alternativa D está incorreta. Na verdade, funciona como sujeito. Basta inverter a ordem.</p><p>15 – Texto associado:</p><p>Em relação aos verbos da tirinha e sua natureza sintática, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I. Só há um verbo de ligação na tirinha, em única ocorrência.</p><p>II. Só há um verbo transitivo direto na tirinha, em única ocorrência.</p><p>III. Todos os verbos possuem sujeito simples.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>16</p><p>Assinale</p><p>a) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.</p><p>b) se nenhuma afirmativa estiver correta.</p><p>c) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.</p><p>d) se todas as afirmativas estiverem corretas.</p><p>e) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D. O verbo estar não é verbo de ligação, nessa oração, uma vez</p><p>que não há um predicativo que qualifica o sujeito, o "ai" é um adjunto adverbial, assim como</p><p>o "por algum motivo". Nessa situação, o verbo estar é intransitivo. Diferentemente da oração:</p><p>"logo, essa minhoca está muito apetitosa", percebe-se que muito apetitosa está qualificando</p><p>o sujeito "essa minhoca", ou seja, é um verbo de ligação.</p><p>16 – As crianças gostam de brincadeiras que sejam imitativas e repetitivas, mas, ao mesmo</p><p>tempo, inovadoras. Firmam-se no que lhes é conhecido e seguro, e exploram o que é novo e</p><p>nunca foi experimentado.</p><p>O termo “arremedo” pode implicar algum grau de intenção, mas imitar, ecoar ou reproduzir</p><p>são propensões psicológicas (e até fisiológicas) universais que vemos em todo ser humano e</p><p>em muitos animais.</p><p>Merlin Donald, em Origens do pensamento moderno, faz uma distinção entre arremedo,</p><p>imitação e mimese: o arremedo é literal, uma tentativa de produzir uma duplicata o mais exata</p><p>possível. A imitação não é tão literal quanto o arremedo. A mimese adiciona uma dimensão</p><p>representativa à imitação. Em geral, incorpora o arremedo e a imitação a um fim superior, o</p><p>de reencenar e representar um evento ou relação. O arremedo, segundo Donald, é visto em</p><p>muitos animais; a imitação, em macacos e grandes primatas não humanos; a mimese, apenas</p><p>no ser humano.</p><p>A imitação, que tem um papel fundamental nas artes cênicas, onde a prática, a repetição</p><p>e o ensaio incessantes são imprescindíveis, também é importante na pintura e na composição</p><p>musical e escrita. Todos os artistas jovens buscam modelos durante os anos de aprendizado.</p><p>Nesse sentido, toda arte começa como “derivada”: é fortemente influenciada pelos modelos</p><p>admirados e emulados, ou até diretamente imitados ou parafraseados.</p><p>Mas por que, de cada cem jovens músicos talentosos ou de cada cem jovens cientistas</p><p>brilhantes, apenas um punhado irá produzir composições musicais memoráveis ou fazer</p><p>descobertas científicas fundamentais? Será que a maioria desses jovens, apesar de seus dons,</p><p>carece de alguma centelha criativa adicional? Será que lhes faltam características que talvez</p><p>sejam essenciais para a realização criativa, por exemplo, audácia, confiança, pensamento</p><p>independente?</p><p>A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento conscientes, mas também</p><p>de preparação inconsciente. Esse período de incubação é essencial para permitir que o</p><p>subconsciente assimile e incorpore influências, que as reorganize em algo pessoal. Na abertura</p><p>de Rienzi, de Wagner, quase podemos identificar todo esse processo. Há ecos, imitações,</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>17</p><p>paráfrases de Rossini, Schumann e outros − as influências musicais de seu aprendizado. E</p><p>então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner: potente, extraordinária (ainda que horrível, na</p><p>minha opinião), uma voz genial, sem precedentes.</p><p>Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta.</p><p>As ideias estão no ar, e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem</p><p>da época. A própria língua é emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda que</p><p>possamos usá-la e interpretá-la de modos muito individuais. O que está em questão não é</p><p>“emprestar” ou “imitar”, ser “derivado”, ser “influenciado”, e sim o que se faz com aquilo que</p><p>é tomado de empréstimo.</p><p>(Adaptado de: SACKS, Oliver. O rio da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São</p><p>Paulo: Cia. das Letras, 2017, ed. digital)</p><p>Será que lhes faltam características (5° parágrafo)</p><p>O segmento que exerce a mesma função sintática do sublinhado acima está também</p><p>sublinhado em:</p><p>a) As ideias estão no ar.</p><p>b) A mimese adiciona uma dimensão representativa à imitação.</p><p>c) que as reorganize em algo pessoal.</p><p>d) Há ecos, imitações, paráfrases de Rossini.</p><p>e) A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E. Quando se fala em análise sintática, é importante primeiro</p><p>procurar identificar o sujeito e depois</p><p>interesses que a Europa cultivara a propósito das riquezas brasileiras.</p><p>e) As tribos indígenas que viviam no Brasil antes de os europeus chegassem, modificariam</p><p>toda a flora do que hoje é a floresta amazônica, com fins a dinamizar sua riqueza natural.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B.</p><p>A) A floresta amazônica preservou o bioma que seus habitantes originários têm alterado no</p><p>período anterior a Pedro Álvares Cabral, quando habitassem aquele santuário ecológico. →</p><p>correto seria: teriam alterado; quando habitavam.</p><p>B) A imensa população que habitava o Brasil pré-cabralino, ainda que se tenha reduzido</p><p>drasticamente, deixou marcas que estão presentes em todo o bioma da Amazônia. → correto.</p><p>C) Na época pré-cabralina, tribos indígenas são responsáveis por terem manejado a terra de</p><p>maneira a tornassem a floresta amazônica um bioma rico de espécies frutíferas. → correto</p><p>seria: seriam responsáveis.</p><p>D) Quando Pedro Álvares Cabral chegou, os habitantes nativos tinham sido surpreendidos por</p><p>interesses que a Europa cultivara a propósito das riquezas brasileiras. → correto seria: teriam</p><p>sido...</p><p>E) As tribos indígenas que viviam no Brasil antes de os europeus chegassem, modificariam</p><p>toda a flora do que hoje é a floresta amazônica, com fins a dinamizar sua riqueza natural. →</p><p>correto seria: antes de os europeus chegarem.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>168</p><p>186 - Texto associado</p><p>Em 1938, o cineasta Orson Welles causou algumas horas de pânico ao fazer crer a milhares</p><p>de ouvintes de rádio que o planeta estava sob ataque de marcianos. A dramatização,</p><p>transmitida às vésperas do Halloween (dia das bruxas) em forma de programa jornalístico,</p><p>tinha todas as características do radiojornalismo da época, às quais os ouvintes estavam</p><p>acostumados. Hoje, talvez Welles provocasse um estrago ainda maior caso empregasse seu</p><p>talento nas mídias sociais, onde notícias falsas enganam milhões diariamente em todo o</p><p>mundo.</p><p>Nos EUA, o debate sobre os efeitos nocivos de informações inverídicas ganhou força com</p><p>a recente eleição − em que os norte-americanos se informaram maciçamente pelas redes</p><p>sociais. Levantamentos mostraram que em diversas ocasiões o presidente eleito foi beneficiado</p><p>pela leva de informações fabricadas. Ainda que seja quase impossível medir o impacto do</p><p>fenômeno na definição do resultado eleitoral, a gravidade do problema não se apaga.</p><p>No Brasil, a prática também preocupa. Muitas vezes, veículos da imprensa profissional</p><p>precisam desmentir as mentiras, tão depressa elas se espalham.</p><p>Em Mianmar, país em lento processo de democratização, violentas ondas de ataque contra</p><p>muçulmanos têm sido atribuídas à circulação de notícias fictícias.</p><p>Os grandes oligopólios da internet fogem da responsabilização pela montanha de</p><p>barbaridades a que dão vazão. Não pecam apenas pela passividade, contudo. Associam-se às</p><p>estratégias liberticidas e censórias de ditaduras.</p><p>Nesse quadro que ameaça os pilares da arquitetura democrática do Ocidente, o jornalismo</p><p>profissional, compromissado com os fatos e a ampla circulação das ideias, torna-se ainda mais</p><p>necessário.</p><p>(Adaptado de: FSP. Editorial. Disponível</p><p>em: www1.folha.uol.com.br/opinião)</p><p>... que o planeta estava sob ataque de marcianos.</p><p>O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da frase acima está em:</p><p>a) ... em que os norte-americanos se informaram maciçamente pelas redes sociais.</p><p>b) Hoje, talvez Welles provocasse um estrago ainda maior...</p><p>c) No Brasil, a prática também preocupa.</p><p>d) Ainda que seja quase impossível...</p><p>e) ... tinha todas as características do radiojornalismo da época...</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa E.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>169</p><p>... tinha todas as características do radiojornalismo da época... → pretérito imperfeito do</p><p>indicativo e nossa resposta.</p><p>187 - Disseminação da violência</p><p>A violência não se administra nem admite negociação: é da sua natureza impor a força</p><p>como método. Sua lógica final é a adoção da barbárie. As instituições humanas existem para</p><p>regulamentar nossos ímpetos, disciplinar nossas ações, impedir que se chegue à supremacia</p><p>da violência. São chamados justamente de “supremacistas” (um neologismo, para atender a</p><p>uma necessidade de nossos tempos violentos) aqueles que querem se impor pela força bruta,</p><p>alcançar um poder hegemônico. Apoiam-se eles em ideologias que cantam a superioridade de</p><p>uma etnia, de uma cultura, de uma classe social, de uma seita religiosa. Acabam por fazer de</p><p>sua brutalidade primitiva uma “instituição” organizada pelo princípio brutal da lei do mais forte.</p><p>Talvez em nenhuma outra época foi tão premente a necessidade de se fortalecerem as</p><p>instituições que de fato trabalham a favor do homem, da coletividade, do interesse público. A</p><p>profusão e a difusão das chamadas redes sociais puseram a nu a violência que está em muitos</p><p>e que já não se envergonha de si mesma, antes se proclama e se propaga com inaudito</p><p>cinismo. Estamos todos diante de um grande espelho público e anônimo, onde se projeta o</p><p>que se é ou o que se quer ser. Admirável como conquista tecnológica, a expansão da internet</p><p>ainda não encontrou os meios necessários para canalizar acima de tudo os impulsos mais</p><p>generosos, que devem reger nossa difícil caminhada civilizatória.</p><p>(Aníbal Tolentino, inédito)</p><p>Há ocorrência de voz passiva e correta articulação entre tempos e modos verbais na</p><p>frase:</p><p>a) Seria desejável que a caminhada civilizatória possa dar vazão às nossas melhores</p><p>qualidades naturais.</p><p>b) Esperava-se que em nosso atual estágio civilizatório hão de prevalecer o bom senso e a</p><p>racionalidade.</p><p>c) Às redes sociais devem-se tanto o mérito de uma ampla comunicabilidade como os</p><p>abusos implicados.</p><p>d) Os “supremacistas” haverão de contar com a benevolência daqueles que não lhes</p><p>resistissem.</p><p>e) Os preconceitos que muitos vierem a cultivar impediriam a supremacia dos bons valores.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C.</p><p>Às redes sociais devem-se tanto o mérito de uma ampla comunicabilidade como os abusos</p><p>implicados.</p><p>→ Ordem direta: Tanto o mérito de uma ampla comunicabilidade como os abusos</p><p>implicados devem-se às redes sociais.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>170</p><p>→ temos uma voz passiva sintética (se), na analítica: são devidos.</p><p>188 - Texto associado</p><p>Estação de águas</p><p>Esta poética designação – estação de águas – nada tem a ver, como eu imaginava quando</p><p>menino, com alguma estação de trem onde chovesse muito e tudo se inundasse. Em criança</p><p>a gente tende a entender tudo meio que literalmente. “Estação de águas”, soube depois, indica</p><p>aqui a época, a temporada ou mesmo a estância em que as pessoas se dispõem a um lazer</p><p>imperturbado ou a algum tratamento de saúde baseado nas específicas qualidades medicinais</p><p>das águas de uma região. Água para se beber ou para se banhar, conforme o caso. Tais</p><p>estâncias associam-se, por isso mesmo, a lugares atrativos, ao turismo de quem procura, além</p><p>de melhor saúde, a tranquilidade e o repouso que via de regra elas oferecem a quem as visita</p><p>ou nelas se hospeda.</p><p>Em meio ao turbilhão da vida moderna ainda se encontra nessas paragens um oásis de</p><p>sossego e descompromisso com o tempo. O desafio pode estar, justamente, em saber o que</p><p>fazer com um longo dia de ócio, em despovoar a cabeça das imagens tumultuosas trazidas da</p><p>cidade grande. Nessas pequenas estâncias, o relógio da matriz opera num ritmo lerdo e</p><p>preguiçoso, em apoio à calmaria daquele mundo instituído para que nada de grave ou agitado</p><p>aconteça. Os visitantes velhinhos dormitam no banco da praça, as velhinhas vão atrás de</p><p>algum artesanato, os jovens</p><p>partir para as demais funções. As bancas gostam de</p><p>deslocá-lo dentro das frases ou separá-lo por orações intercaladas. Analisando a frase: "Será</p><p>que lhes faltam características" Fazendo a pergunta: o que faltam: "As características faltam</p><p>a eles" - por tanto devemos buscar o sujeito nos itens. Aqui, o sujeito está na ordem direta,</p><p>sempre mantendo a mesma regra, vou primeiro identificar o sujeito, e depois as outras ações.</p><p>17 – Vejo pela manhã os escolares caminhando rumo aos estabelecimentos de ensino. Uma</p><p>boa percentagem carrega o malote nas costas, preso pelas correias passando pelos ombros.</p><p>Assim usam meus netos. Meus filhos imitaram os pais, conduzindo os livros numa bolsa, levada</p><p>na mão esquerda. A recomendação clássica é ter sempre a mão direita livre, desocupada,</p><p>pronta para a defesa.</p><p>Esse transporte da bolsa estudantil parece pormenor sem importância. Mesmo assim foi</p><p>anotado há mais de vinte séculos em versos latinos. O poeta Quinto Horácio Flaco faleceu oito</p><p>anos antes de Jesus Cristo nascer. No primeiro livro das Sátiras, a sexta inclui essa referência,</p><p>recordação do menino Horácio, filho de liberto, indo para a aula do brutal Orbílio Pupilo, ex-</p><p>soldado em Benavente: Laevo suspensi locutos tabulamque lacerto. Antônio Luís Seabra</p><p>(1799-1895), tradutor de Horácio, divulgou o “No braço esquerdo com tabela e bolsa”. Essas</p><p>“tabelas” eram as placas de madeira encerada onde escreviam. Valiam os livros</p><p>contemporâneos. A figura do escolar atravessando as ruas da tumultuosa Roma no ano 55 e</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>18</p><p>que seria o eternamente vivo Horácio, volta aos meus olhos, nessa janela provinciana e</p><p>brasileira, aos seis graus ao sul da Equinocial.</p><p>(CASCUDO, Câmara, “Indo para a Escola”, em História dos Nossos Gestos. Edição</p><p>digital. Rio de Janeiro: Global, 2012)</p><p>O segmento sublinhado em Assim usam meus netos (1° parágrafo) exerce, no</p><p>contexto, a mesma função sintática que o sublinhado em:</p><p>a) ...volta aos meus olhos, nessa janela provinciana... (2° parágrafo)</p><p>b) Valiam os livros contemporâneos. (2° parágrafo)</p><p>c) ... a sexta inclui essa referência... (2° parágrafo)</p><p>d) Uma boa percentagem carrega o malote nas costas... (1° parágrafo)</p><p>e) A recomendação clássica é ter sempre a mão direita livre... (1° parágrafo)</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D. O termo "meus netos" exerce a função de sujeito. Portanto,</p><p>apenas a alternativa D está com a função de sujeito. Quem carrega o malote nas costas? R:</p><p>Uma boa percentagem (Sujeito, assim como o comando da questão).</p><p>18 – TEXTO I.</p><p>Temos uma notícia triste: o coração não é o órgão do amor! Ao contrário do que dizem,</p><p>não é ali que moram os sentimentos. Puxa, para que serve ele, afinal? Calma, não jogue o</p><p>coração para escanteio, ele é superimportante. “É um órgão vital. É dele a função de bombear</p><p>sangue para todas as células de nosso corpo”, explica Sérgio Jardim, cardiologista do Hospital</p><p>do Coração.</p><p>O coração é um músculo oco, por onde passa o sangue, e tem dois sistemas de</p><p>bombeamento independentes. Com essas “bombas” ele recebe o sangue das veias e lança</p><p>para as artérias. Para isso contrai e relaxa, diminuindo e aumentando de tamanho. E o que</p><p>tem a ver com o amor? “Ele realmente bate mais rápido quando uma pessoa está apaixonada.</p><p>O corpo libera adrenalina, aumentando os batimentos cardíacos e a pressão arterial”.</p><p>(O Estado de São Paulo, 09/06/2012, caderno suplementar, p. 6)</p><p>“Ao contrário do que dizem, não é ali que moram os sentimentos.”</p><p>Nesse segmento do texto, há duas formas verbais na terceira pessoa do plural: dizem e</p><p>moram.</p><p>Sobre essas formas, assinale a opção correta.</p><p>a) As duas formas mostram sujeitos pospostos.</p><p>b) Só a primeira forma tem sujeito indeterminado.</p><p>c) Só a segunda forma tem sujeito.</p><p>d) As duas formas mostram sujeitos indeterminados.</p><p>e) As duas orações não tem sujeito.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>19</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora existindo, não</p><p>se pode determinar nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Assim, o verbo morar</p><p>diz respeito a “sentimentos”, ou seja, não é um sujeito indeterminado.</p><p>19 – Ciência e religião</p><p>A prestigiosa revista semanal norte-americana Newsweek publicou um surpreendente</p><p>artigo intitulado “A ciência encontra Deus”. Esse foi o artigo de capa, a qual mostrava o vitral</p><p>de uma igreja com anjos substituídos por cientistas em seus jalecos brancos e cruzes</p><p>substituídas por telescópios e microscópios. Planetas, estrelas e galáxias adornam essa</p><p>imagem central, que é finalmente emoldurada pela estrutura helicoidal de uma molécula de</p><p>DNA. O artigo sugere que a ciência moderna precisa de Deus.</p><p>Não existe nenhum conflito em uma justificativa religiosa ou espiritual para o trabalho</p><p>científico, contanto que o produto desse trabalho satisfaça às regras impostas pela comunidade</p><p>científica. A inspiração para se fazer ciência é completamente subjetiva e varia de cientista</p><p>para cientista. Mas o produto de suas pesquisas tem um valor universal, fato que separa</p><p>claramente a ciência da religião.</p><p>Quando tantas pessoas estão se afastando das religiões tradicionais em busca de outras</p><p>respostas para seus dilemas, é extremamente perigoso equacionar o cientista com o sacerdote</p><p>da sociedade moderna. A ciência oferece-nos a luz para muitas trevas sem a necessidade da</p><p>fé. Para alguns, isso já é o bastante. Para outros, só a fé pode iluminar certas trevas. O</p><p>importante é que cada indivíduo possa fazer uma escolha informada do caminho que deve</p><p>seguir, seja através da ciência, da religião ou de uma visão espiritual do mundo na qual a</p><p>religião e a ciência preenchem aspectos complementares de nossa existência.(GLEISER,</p><p>Marcelo. Retratos cósmicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 46-47)</p><p>Há emprego de forma verbal na voz passiva, estando sublinhado o sujeito dessa</p><p>forma, na seguinte frase:</p><p>a) Não ouse a ciência interferir em assuntos religiosos.</p><p>b) Cuidem os homens de não se confundirem diante dos caminhos da religião e da ciência.</p><p>c) Não é dado a um cientista justificar seu trabalho com o exclusivo valor de sua fé.</p><p>d) Sempre se levantaram questões quanto aos caminhos dos cientistas e dos religiosos.</p><p>e) A dúvida, para os cientistas, inclui-se em seu método de busca.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D.</p><p>A alternativa A está incorreta. Ouse é verbo no imperativo, portanto, não cabe voz passiva.</p><p>A alternativa B está incorreta. A partícula SE é um pronome reflexivo, portanto, não cabe</p><p>voz passiva.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>20</p><p>A alternativa C está incorreta. Cientista não é o sujeito da frase. Neste caso, o sujeito seria</p><p>“justificar seu trabalho com o exclusivo valor de sua fé”. Vejamos: O que não é dado a um</p><p>cientista? Justificar seu trabalho com o exclusivo valor de sua fé.</p><p>A alternativa E está incorreta. Nesse caso, A dúvida é incluída no método de busca, para</p><p>os cientistas. Dessa forma, o sujeito da frase é "dúvida", e não "método".</p><p>20 – Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.</p><p>Quando confrontada a duas teorias – uma simples e outra complexa – para explicar um</p><p>problema, a maior parte das pessoas não hesita em favorecer a primeira, também qualificada</p><p>como elegante. “Em muitos casos, porém, a complexa pode ser mais interessante”, lembra o</p><p>filósofo Marco Zingano, da Universidade de São Paulo. Segundo ele, a escolha é natural na</p><p>cultura ocidental contemporânea porque o pensamento dessas civilizações foi moldado por</p><p>Aristóteles e Platão, os filósofos de maior destaque na Grécia Antiga, para quem a metafísica</p><p>da unidade tinha como paradigma a simplicidade.</p><p>Levado ao pé da letra, o resgate puramente historiográfico das contribuições da Antiguidade</p><p>pode parecer folclórico diante do conhecimento</p><p>atual. Mas, mesmo que oculta, a influência de</p><p>Aristóteles e de Platão está presente na forma como o pensamento governa os hábitos</p><p>intelectuais da civilização atual.</p><p>Um dos problemas que ocuparam Platão e Aristóteles foi a acrasia, que leva uma pessoa a</p><p>tomar uma atitude contrária à que sabe ser a correta. Se está claro, por exemplo, que uma</p><p>moderada dose diária de exercícios é suficiente para prevenir uma série de doenças graves e</p><p>trazer benefícios à saúde, por que alguém optaria por passar horas deitado no sofá e se</p><p>locomover apenas de carro? Para Sócrates, a resposta era simples: guiado pela razão, o ser</p><p>humano só deixa de fazer o que é melhor se lhe faltar o conhecimento.</p><p>Platão discordava, e resolveu o dilema dividindo a alma em três partes: um par de cavalos</p><p>alados conduzidos por um cocheiro que representa uma delas, a razão. Um dos cavalos,</p><p>arredio, só pode ser controlado a chicotadas e representa os apetites. O outro é a porção</p><p>irascível da alma. É o impulso, em geral obediente à razão, mas que pode levar a decisões</p><p>impetuosas em determinadas situações. “O que determina as ações seriam fontes distintas de</p><p>motivação”, observa Zingano. Platão pensou o conflito como interno à alma, dando lugar à</p><p>acrasia. Já Aristóteles dedicou um livro de sua Ética ao fenômeno.</p><p>Aristóteles e Platão tiveram um papel importante – e persistente – porque foram grandes</p><p>sistematizadores do conhecimento. Eles procuraram domar conceitos diversos do Universo, do</p><p>corpo e da mente, entender seu funcionamento e deixar registrado para uso futuro. Resgatar</p><p>esses textos, explica Zingano, é uma busca da compreensão de como a cultura ocidental</p><p>descreve o mundo e enxerga a si mesma ainda hoje.</p><p>(Adaptado de: GUIMARÃES, Maria. Disponível em: revistapesquisa.fapesp.br)</p><p>Um dos problemas que ocuparam Platão e Aristóteles foi a acrasia... (3º parágrafo) O</p><p>segmento grifado exerce, na frase acima, a mesma função sintática que o segmento também</p><p>grifado em:</p><p>a) ... guiado pela razão, o ser humano só deixa de fazer o que é melhor se...</p><p>b) ... o pensamento dessas civilizações foi moldado por Aristóteles e Platão.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>21</p><p>c) Eles procuraram domar conceitos diversos do Universo...</p><p>d) ... conduzidos por um cocheiro que representa uma delas, a razão.</p><p>e) ... só pode ser controlado a chicotadas e representa os apetites...</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. ... guiado pela razão, o ser humano (SUJEITO) só deixa</p><p>de fazer o que é melhor se...</p><p>A alternativa B está incorreta. ... o pensamento dessas civilizações foi moldado por</p><p>Aristóteles e Platão (AGENTE DA PASSIVA).</p><p>A alternativa C está incorreta. Eles procuraram domar (VTD) conceitos diversos do</p><p>Universo (OBJETO DIRETO).</p><p>A alternativa D está incorreta. ... conduzidos por um cocheiro que representa uma</p><p>delas, a razão (APOSTO).</p><p>A alternativa E está incorreta. ... só pode ser controlado a chicotadas (ADJUNTO</p><p>ADVERBIAL) e representa os apetites...</p><p>21 – Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão a seguir.</p><p>Os trabalhadores passaram mais tempo na escola, elevando a fatia dos brasileiros com ensino</p><p>médio e superior em andamento ou concluído. Ou seja, houve mais ofertas de trabalhadores</p><p>dessa classe. E muitos profissionais podem ter ingressado no nível mais elevado de</p><p>escolaridade, mas com o mesmo salário, o que reduz a média de ganho da categoria. "Nos</p><p>últimos anos, as pessoas ficaram mais tempo na escola e a oferta de profissionais com ensino</p><p>médio e superior aumentou. O crescimento da escolaridade também foi impulsionado pelo</p><p>aumento do número de universidades privadas", disse Naercio.</p><p>(Disponível em: http://exame.abril.com.br/ brasil/noticias mais-escolarizados-</p><p>perdem-8-da-renda-de-2002-para-2011. Texto adaptado)</p><p>Os trabalhadores passaram mais tempo na escola...</p><p>O segmento grifado acima possui a mesma função sintática que o destacado em:</p><p>a) ... o que reduz a média de ganho da categoria.</p><p>b) ... houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe.</p><p>c) O crescimento da escolaridade também foi impulsionado...</p><p>d) ... elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio...</p><p>e) ... impulsionado pelo aumento do número de universidades...</p><p>Comentários</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>22</p><p>O gabarito é a alternativa C. Em ambas as frases estão sublinhados os sujeitos. Os</p><p>trabalhadores passaram mais tempo na escola...</p><p>Quem passou mais tempo na escola? Os trabalhadores. Logo, SUJEITO</p><p>O crescimento da escolaridade também foi impulsionado...</p><p>Quem também foi impulsionado? O crescimento da escolaridade. Logo, também exerce a</p><p>função de SUJEITO.</p><p>22 – Texto</p><p>A população brasileira</p><p>Os primeiros habitantes do território, hoje conhecido como Brasil, chegaram aqui há</p><p>milhares de anos. Por volta de 1500, havia diferentes povos indígenas espalhados por todo o</p><p>território. Em 1500 chegaram os portugueses e, no século XVI, eles começaram a trazer os</p><p>povos africanos. Assim, pode-se dizer que a população brasileira se originou do encontro</p><p>desses três grupos.</p><p>Outros povos, como os chineses, os italianos, os alemães e os japoneses, começaram a</p><p>chegar no século XIX. Todos trouxeram importantes contribuições.</p><p>A convivência entre diferentes povos deu à população brasileira uma de nossas principais</p><p>características: a grande diversidade de costumes e tradições, que faz do nosso país um lugar</p><p>muito rico culturalmente.</p><p>A diversidade nem sempre foi respeitada em nosso país. Desde a chegada dos portugueses,</p><p>em 1500, inúmeras situações de preconceito têm ocorrido em razão das diferenças de etnia,</p><p>religião, sexo, classe social, nacionalidade, idade.</p><p>Muita coisa ainda precisa melhorar, mas hoje existem leis que proíbem quaisquer</p><p>manifestações e atitudes de preconceito. Elas também determinam que todos devem ser</p><p>tratados com igualdade, respeito e tolerância.</p><p>(Cláudia Carvalho Neves)</p><p>“Elas também determinam que todos devem ser tratados com igualdade, respeito e tolerância”</p><p>Com a utilização da forma passiva “devem ser tratados”, o autor consegue o seguinte</p><p>efeito:</p><p>a) identifica-se o sujeito.</p><p>b) não se atribui a ação verbal a ninguém.</p><p>c) localiza-se a ação verbal no passado.</p><p>d) torna a ação verbal obrigatória.</p><p>e) o agente da ação verbal passa a ser indeterminado.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>23</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Quando se passa uma frase na ativa para voz passiva analítica</p><p>o sujeito ativo vira agente da passiva, o objeto direto vira sujeito passivo e o verbo ganha um</p><p>ser ou estar auxiliar, no tempo do verbo da ativa. Nesse caso, todos são sujeitos passivos (que</p><p>sofre a ação do verbo), o antigo OD. O agente da passiva, quem pratica a ação do verbo, não</p><p>está ali, por isso não se atribui a ação verbal a ninguém.</p><p>23 – “Os primeiros habitantes do território, hoje conhecido como Brasil, chegaram(1) aqui há</p><p>milhares de anos. Por volta de 1500, havia diferentes povos indígenas espalhados por todo o</p><p>território. Em 1500, chegaram(2) os portugueses e, no século XVI, eles começaram a trazer</p><p>os povos africanos. Assim, pode-se dizer que a população brasileira se originou do encontro</p><p>desses três grupos”.</p><p>Nesse segmento do texto, a forma verbal que mostra sujeito posposto é:</p><p>a) chegaram(1).</p><p>b) havia.</p><p>c) chegaram(2).</p><p>d) começaram a trazer.</p><p>e) se originou.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. Esse verbo, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, é impessoal.</p><p>Isso significa que permanece na terceira pessoa do singular, pois não tem sujeito. Portanto,</p><p>é errônea a flexão do verbo no plural. Embora a Língua Portuguesa se apresente</p><p>predominantemente pela ordem direta (sujeito + verbo + predicado), é comum</p><p>encontrarmos alguns termos em posições variadas na oração. É o que se entende por ordem</p><p>inversa, na qual alguns termos são encontrados em combinação</p><p>contrária ao esperado (ex.:</p><p>verbo + sujeito = sujeito posposto).</p><p>24 – Texto 2 – Semana Nacional do Trânsito</p><p>Estamos no último dia da Semana Nacional do Trânsito e vamos encerrar falando sobre o</p><p>tema que foi bem escolhido pelo Denatran: Seja Você a Mudança no Trânsito.</p><p>Vivemos numa sociedade que tem o hábito de responsabilizar o Estado, autoridades e</p><p>governos pelas mazelas do país. Em muitos casos são críticas absolutamente procedentes,</p><p>mas, quando o tema é segurança no trânsito, não nos podemos esquecer que quem faz o</p><p>trânsito são seres humanos, ou seja, somos nós.</p><p>Deveríamos aproveitar a importância desta semana para refletir sobre nosso</p><p>comportamento como pedestres, passageiros, motoristas, motociclistas, ciclistas, pais, enfim,</p><p>como cidadãos cujas ações tem reflexo na nossa segurança, assim como dos demais. O</p><p>pedestre que não respeita a faixa coloca em risco sua vida e também a do motorista e de</p><p>terceiros. Muitas vezes para desviar de um pedestre e evitar seu atropelamento, um motorista</p><p>perde o controle do veículo e provoca um acidente grave com outras pessoas que nada têm a</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>24</p><p>ver com o comportamento do pedestre. Não precisamos nem aprofundar as consequências dos</p><p>motoristas que andam em excesso de velocidade, sob efeito de álcool, ou que dirigem uma</p><p>carreta cansados. São todos fatores humanos que contribuem para o que chamamos de</p><p>acidente.</p><p>(....) Nesta semana nacional do trânsito pelo menos mil pessoas vão ter morrido nas ruas</p><p>e nas estradas. Não podemos mais tolerar esses números e, para que isso mude realmente, é</p><p>preciso que você e cada um de nós sejamos de fato os agentes da mudança na direção de um</p><p>trânsito mais seguro. Com certeza você pode contribuir para isso, aproveite esta semana para</p><p>refletir e conversar sobre o tema com seus entes queridos e amigos, afinal, quem morre no</p><p>trânsito é amigo ou parente de alguém. Ninguém está livre disso.</p><p>Rodolfo Alberto Rizzotto (adaptado)</p><p>“Deveríamos aproveitar a importância desta semana para refletir sobre nosso comportamento</p><p>como pedestres, passageiros, motoristas, motociclistas, ciclistas, pais, enfim, como cidadãos</p><p>cujas ações tem reflexo na nossa segurança, assim como dos demais".</p><p>O comentário correto sobre os componentes desse segmento do texto 2 é:</p><p>a) a forma verbal “deveríamos" tem como sujeito todos os motoristas;</p><p>b) a forma verbal “tem" deveria ter acento circunflexo pois seu sujeito está no plural;</p><p>c) a forma “sobre" deveria ser substituída pela forma “sob";</p><p>d) a forma “enfim" deveria ser grafada em duas palavras “em fim";</p><p>e) a forma “dos demais" deveria ser substituída por “das demais", por referir-se ao</p><p>feminino “ações".</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Acentua-se sempre o “tem” quando o sujeito está no plural.</p><p>Portanto, questão correta e é nosso gabarito.</p><p>25 – Assinale a opção em que as duas ocorrências sublinhadas pertencem à mesma classe</p><p>gramatical.</p><p>a) A última função da razão é reconhecer que há uma infinidade de coisas que a</p><p>ultrapassam.</p><p>b) Que Deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para</p><p>mudar as que posso e sabedoria para distinguir entre elas.</p><p>c) Estatística é a ciência que diz que se eu comi um frango e tu não comestes nenhum,</p><p>teremos comido, em média, meio frango cada um.</p><p>d) A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar.</p><p>e) Quando eu era jovem, descobri que nove de cada dez coisas que eu fazia eram um</p><p>fracasso.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>25</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa D. A inteligência é o farol que (conjunção integrante) nos guia,</p><p>mas é a vontade que (pronome relativo) nos faz caminhar.</p><p>26 – Por volta de 1968, impressionado com a quantidade de bois que Guimarães Rosa conduzia</p><p>do pasto ao sonho, julguei que o bom mineiro não ficaria chateado comigo se usasse um deles</p><p>num poema cabuloso que estava precisando de um boi, só um boi.</p><p>Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade, que morava</p><p>num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não podia então ter pensado</p><p>naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que chegara a ver em sua infância? O</p><p>fato é que na época eu estava lendo toda a obra publicada de Guimarães Rosa, e isso influiu</p><p>direto na minha escolha. Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom</p><p>poeta é de fato capaz de colocar o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse</p><p>que era um poema panfletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?</p><p>Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exatamente</p><p>isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria capaz de pegar um boi</p><p>de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mundo completamente estranho para</p><p>ele, sangrando a língua sem encontrar senão o chão duro e escaldante, perplexo diante dos</p><p>homens de cabeça baixa, desviando-se dos bêbados e dos carros, sem saber muito bem onde</p><p>ele entrava nessa história toda de opressores e oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo</p><p>libertador, eu queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante dos</p><p>donos do poder se configurasse no berro imenso desse boi de literatura, e o meu coração, ou</p><p>minha índole, ficasse para sempre marcado por esse poderoso símbolo de resistência.</p><p>Fez muito sucesso, entre os colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o velho</p><p>caderno com o velho poema. Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias vezes em</p><p>outros poemas; e o meu boi no asfalto ainda me enche de luz, transformado em minha própria</p><p>estrela. (Adaptado de: GUERRA, Luiz, "Boi no Asfalto", Disponível</p><p>em: www.recantodasletras.com.br. Acessado em: 29/10/2015)</p><p>Considere:</p><p>I. No segmento ... que morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um</p><p>boi? (2° parágrafo) os verbos sublinhados possuem o mesmo sujeito.</p><p>II. Na oração ... o que é que um boi pode fazer num poema panfletário? (2° parágrafo), o</p><p>segmento sublinhado é expletivo, de modo que pode ser suprimido sem prejuízo para a</p><p>correção.</p><p>III. No segmento ... as grandes carroças de lixo que chegara a ver em sua infância... (2°</p><p>parágrafo), a locução verbal sublinhada pode ser substituída por "tivesse chegado a ver", por</p><p>estar no pretérito-mais-que-perfeito.</p><p>Está correto o que se afirma APENAS em</p><p>a) I e III.</p><p>b) I.</p><p>c) II.</p><p>d) II e III.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>26</p><p>e) I e II.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. I- Quem morava num bairro inteiramente urbanizado? R: Um</p><p>cara de vinte anos de idade. Quem iria precisar de um boi? R: o poema. ERRADA!</p><p>II- Certa, a supressão do termo sublinhado não impacta no entendimento da passagem do</p><p>texto.</p><p>III- ERRADA! Mesmo que você não soubesse nada sobre conjugação, note que o "chegara"</p><p>passa a ideia de certeza que ocorreu, e o "tivesse" passa incerteza.</p><p>27 – Observe as três orações a seguir.</p><p>I – Viu‐se o crime de longe.</p><p>II – O crime foi visto de longe.</p><p>III – João viu o crime de longe.</p><p>Sobre as orações, assinale a afirmativa correta.</p><p>a) Todas as frases estão na voz passiva.</p><p>b) Duas das frases estão na voz ativa.</p><p>c) Nas frases I e II, o agente da ação não é identificado.</p><p>d) Nas frases I e II, não há sujeito expresso.</p><p>e) Na frase III, o sujeito apresenta passividade.</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa C. Há sujeito expresso. Não é o agente da ação, mas sim o paciente.</p><p>Típico nas vozes verbais passivas. E nessas não há agente da ação. Somente paciente.</p><p>28 – No estudo sintático, é comum ensinar‐se que os termos essenciais da oração são o sujeito</p><p>e o predicado. Mas, encontramos muitas</p><p>vezes orações classificadas como “sem sujeito". Como</p><p>explicar ser um termo essencial e, ao mesmo tempo, não estar presente na oração?</p><p>a) Trata‐se de um erro de classificação da Nomenclatura Gramatical Brasileira.</p><p>b) Deriva do fato de “essencial" ser uma classificação de base lógica, mas não sintática.</p><p>c) Mostra que sempre há um sujeito, mesmo que ele não esteja formalmente presente.</p><p>d) Indica uma antiga classificação dos termos sintáticos que não foi atualizada.</p><p>e) Demonstra que “essencial" tem o sentido de “fundamental" e não de “imprescindível".</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>27</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. Deriva do fato de “essencial" ser uma classificação de base</p><p>lógica, mas não sintática. Há base lógica. Alternativa A é incorreta, pois a falta de sujeito na</p><p>oração não deriva de um erro de classificação da Nomenclatura Gramatical Brasileira, uma vez</p><p>que não há proibição neste sentido. Alternativa C é incorreta, pois nem sempre haverá um</p><p>sujeito explícito na oração. Alternativa D é absurda, pois a falta de termos essenciais na frase</p><p>não caracteriza erro, muito menos falta de atualização. Alternativa E é incorreta devido à falta</p><p>de coerência nos sentidos das palavras.</p><p>29 – Atenção: Para responder à questão considere o texto abaixo.</p><p>A morte e a morte do poeta</p><p>Ao ler o seu necrológio no jornal outro dia, o pianista Marcos Resende primeiro tratou de</p><p>verificar que estava vivo, bem vivo. Em seguida gravou uma mensagem na sua secretária</p><p>eletrônica: “Hoje é 27 e eu não morri. Não posso atender porque estou na outra linha dando</p><p>a mesma explicação”. Quando li esta nota, me lembrei de como tudo neste mundo caminha</p><p>cada vez mais depressa. Em 1862, chegou aqui a notícia da morte de Gonçalves Dias.</p><p>O poeta estava a bordo do Grand Condé havia cinquenta e cinco dias. O brigue chegou a</p><p>Marselha com um morto a bordo. À falta de lazareto, o navio estava obrigado à caceteação da</p><p>quarentena. Gonçalves Dias tinha ido se tratar na Europa e logo se concluiu que era ele o</p><p>morto. A notícia chegou ao Instituto Histórico durante uma sessão presidida por d. Pedro II.</p><p>Suspensa a sessão, começaram as homenagens ao que era tido e havido como o maior poeta</p><p>do Brasil.</p><p>Suspeitar que podia ser mentira? Impossível. O imperador, em pleno Instituto Histórico, só</p><p>podia ser verdade. Ofícios fúnebres solenes foram celebrados na Corte e na província. Vinte e</p><p>cinco nênias saíram publicadas de estalo. Joaquim Serra, Juvenal Galeno e Bernardo</p><p>Guimarães debulharam lágrimas de esguicho, quentes e sinceras. O grande poeta! O grande</p><p>amigo! Que trágica perda! As comunicações se arrastavam a passo de cágado. Mal se</p><p>começava a aliviar o luto fechado, dois meses depois chegou o desmentido: morreu, uma</p><p>vírgula! Vivinho da silva.</p><p>A carta vinha escrita pela mão do próprio poeta: “É mentira! Não morri, nem morro, nem</p><p>hei de morrer nunca mais!” Entre exclamações, citou Horácio: “Não morrerei de todo.”</p><p>Todavia, morreu, claro. E morreu num naufrágio, vejam a coincidência. Em 1864, trancado na</p><p>sua cabine do Ville de Boulogne, à vista da costa do Maranhão. Seu corpo não foi encontrado.</p><p>Terá sido devorado pelos tubarões. Mas o poeta, este de fato não morreu.</p><p>[...]</p><p>(Adaptado de: RESENDE, Otto Lara. Bom dia para nascer. São Paulo: Cia das Letras,</p><p>2011, p.107-8)</p><p>Suspensa a sessão, começaram as homenagens...</p><p>O segmento grifado exerce na frase acima a mesma função sintática que o segmento</p><p>também grifado em:</p><p>a) As comunicações se arrastavam a passo de cágado.</p><p>b) O brigue chegou a Marselha com um morto a bordo.</p><p>c) Ao ler o seu necrológio no jornal outro dia...</p><p>d) Terá sido devorado pelos tubarões.</p><p>e) ... dois meses depois chegou o desmentido...</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>28</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa B. O brigue chegou a Marselha com um morto a bordo. Quem</p><p>chegou com um morto a bordo? O brigue, logo brigue é sujeito, da mesma forma que ocorre</p><p>na frase em epígrafe.</p><p>30 – Texto 1 – Cercados de objetos por todos os lados</p><p>Nunca possuímos tantas coisas como hoje, mesmo que as utilizemos cada vez menos. As</p><p>casas em que passamos tão pouco tempo são repletas de objetos. Temos uma tela de plasma</p><p>em cada aposento, substituindo televisores de raios catódicos que há apenas cinco anos eram</p><p>de última geração. Temos armários cheios de lençóis; acabamos de descobrir um interesse</p><p>obsessivo pelo “número de fios”. Temos guarda-roupas com pilhas de sapatos. Temos</p><p>prateleiras de CDs e salas cheias de jogos eletrônicos e computadores. Temos jardins</p><p>equipados com carrinhos de mão, tesouras, podões e cortadores de grama. Temos máquinas</p><p>de remo em que nunca nos exercitamos, mesa de jantar em que não comemos e fornos triplos</p><p>em que não cozinhamos. São os nossos brinquedos: consolos às pressões incessantes por</p><p>conseguir o dinheiro para comprá-los, e que, em nossa busca deles nos infantilizam. [...]</p><p>Exatamente como quando as marcas de moda põem seus nomes em roupas infantis, uma</p><p>cozinha nova de aço inoxidável nos concede o álibi do altruísmo quando a compramos.</p><p>Sentimo-nos seguros acreditando não se tratar de caprichos, mas de investimento na família.</p><p>E nossos filhos possuem brinquedos de verdade: caixas e caixas de brinquedos que eles deixam</p><p>de lado em questão de dias. E, com infâncias cada vez mais curtas, a natureza desses</p><p>brinquedos também mudou. O Mc Donald’s se tornou o maior distribuidor mundial de</p><p>brinquedos, quase todos usados, para fazer merchandising de marcas ligadas a filmes. [...]</p><p>Na minha vida, devo admitir que andei fascinado pelo brilho do consumo e ao mesmo</p><p>tempo enojado e com vergonha de mim mesmo diante do volume do que nós todos</p><p>consumimos e da atração superficial, mas forte, que a fábrica do querer exerce sobre nós.</p><p>Sudjic, Deyan. A linguagem das coisas, Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010.)</p><p>Os verbos de ligação mostram noções distintas de estados.</p><p>A noção do verbo sublinhado indicada corretamente é:</p><p>a) “O Mc Donald's se tornou o maior distribuidor mundial de brinquedos" / mudança de</p><p>estado;</p><p>b) “Na minha vida, devo admitir que andei fascinado pelo brilho do consumo" / estado</p><p>permanente;</p><p>c) “As casas em que passamos tão pouco tempo são repletas de objetos" / continuidade de</p><p>estado;</p><p>d) “há apenas cinco anos eram de última geração" / estado transitório;</p><p>e) “São os nossos brinquedos" / aparência de estado.</p><p>Licensed to Pensar Concursos - pensarconcursos@gmail.com</p><p>29</p><p>Comentários</p><p>O gabarito é a alternativa A. Indica mudança de estado, era uma coisa e depois virou outra.</p><p>Alternativa B é incorreta, indica algo que já foi, e não um estado permanente . Alternativa C é</p><p>incorreta, "São" repletas de objetos não dá ideia de continuidade. Se a letra "C" estivesse</p><p>certa, a letra "E" também deveria estar correta, mas não é o caso. Alternativa D é incorreta,</p><p>eram de última geração. "Eram" é pretérito imperfeito do indicativo, dá ideia de algo que já</p><p>foi e não é mais. Alternativa E é incorreta, “são” traz um estado permanente e não, uma</p><p>aparência.</p><p>31 – Para responder à questão, considere o texto abaixo.</p><p>A gerontologia, palavra cunhada em 1903, é a ciência que estuda a velhice. Como um campo</p><p>de saber específico, cria profissionais e instituições encarregados da formação de especialistas</p><p>no envelhecimento. Assim, uma nova categoria cultural é produzida: os idosos, como um</p><p>conjunto autônomo e coerente que impõe outro recorte à geografia social. A preocupação da</p><p>sociedade com o processo de envelhecimento deve-se, sem dúvida, ao fato de os idosos</p><p>corresponderem a uma parcela da população cada vez maior.</p><p>Terceira idade é uma expressão que surge na década de 1970, quando foi criada na França</p><p>a primeira universidade voltada para pessoas com setenta anos ou mais. Essa expressão não</p><p>é apenas uma forma de nomear os mais velhos sem uma</p>