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<p>Diana Pinto RA: 730809 8º Semestre- Medicina Veterinária</p><p>Clínica e Cirurgia de Equinos Profª:Camila Bianconi</p><p>Raiva em Equinos: Aspectos Etiológicos, Epidemiológicos, Clínicos,</p><p>Diagnósticos, de Transmissão, Prognóstico e Tratamento</p><p>1. Introdução</p><p>A raiva é uma zoonose viral severa e altamente letal que afeta o sistema nervoso</p><p>central (SNC) de mamíferos, incluindo os equinos. Causada por um vírus do gênero</p><p>Lyssavirus, a raiva é uma doença de notificação obrigatória e apresenta grande</p><p>importância em saúde pública, especialmente em áreas rurais onde a interação entre</p><p>humanos, equinos e morcegos hematófagos é comum.</p><p>2. Etiologia</p><p>O agente causador da raiva é o vírus da raiva, um RNA-vírus que pertence à família</p><p>Rhabdoviridae. Esse vírus possui uma afinidade particular pelo tecido nervoso,</p><p>invadindo e se replicando inicialmente nos neurônios periféricos, antes de se</p><p>disseminar para o SNC, onde provoca encefalite grave, frequentemente levando à</p><p>morte.</p><p>3. Epidemiologia</p><p>A raiva possui distribuição mundial, exceto em algumas regiões insulares onde foi</p><p>erradicada. Nos equinos, a raiva é especialmente relevante em áreas endêmicas da</p><p>América Latina, onde a principal fonte de infecção são os morcegos hematófagos,</p><p>particularmente o Desmodus rotundus. Esses morcegos são vetores naturais do vírus e</p><p>atuam como principais disseminadores da doença entre os animais de grande porte.</p><p>4. Sinais Clínicos</p><p>A apresentação clínica da raiva em equinos pode variar, mas os sintomas neurológicos</p><p>são predominantes. Inicialmente, os animais podem exibir sinais inespecíficos, como</p><p>febre, anorexia e mudanças no comportamento. À medida que a doença progride,</p><p>surgem sintomas mais evidentes:</p><p> Incoordenação motora e ataxia;</p><p> Agressividade ou comportamento anormal (inclusive ataques a objetos</p><p>inanimados);</p><p> Paralisia, inicialmente nos membros posteriores, progredindo para os</p><p>anteriores;</p><p> Disfagia e salivação intensa;</p><p> Convulsões, seguidas de coma e morte.</p><p>Esses sinais evoluem rapidamente, com a morte ocorrendo geralmente entre 3 e 10</p><p>dias após o início dos sintomas neurológicos.</p><p>5. Diagnóstico</p><p>O diagnóstico da raiva em equinos é desafiador devido à semelhança dos sinais clínicos</p><p>com outras doenças neurológicas. Durante a vida do animal, a suspeita pode ser</p><p>confirmada por técnicas como a imunofluorescência direta em esfregaços de pele ou</p><p>testes de RT-PCR em amostras de saliva. O diagnóstico post-mortem é considerado</p><p>definitivo e é realizado através da detecção de corpúsculos de Negri no cérebro, ou por</p><p>técnicas de imunohistoquímica.</p><p>6. Transmissão</p><p>A principal via de transmissão do vírus da raiva em equinos é a mordida de animais</p><p>infectados, especialmente morcegos hematófagos. O vírus presente na saliva desses</p><p>morcegos é inoculado no tecido do hospedeiro e, a partir daí, migra pelos nervos</p><p>periféricos até o SNC. Embora menos comum, a transmissão também pode ocorrer</p><p>através de outras espécies, como cães ou outros mamíferos selvagens.</p><p>7. Prognóstico</p><p>O prognóstico da raiva em equinos é extremamente reservado. A doença é fatal em</p><p>quase todos os casos, e a morte é inevitável uma vez que os sinais clínicos</p><p>neurológicos se manifestam. O tempo de sobrevivência após o início dos sintomas é</p><p>curto, variando entre alguns dias até no máximo duas semanas.</p><p>8. Tratamento</p><p>Não existe tratamento específico para a raiva após o início dos sintomas. A vacinação é</p><p>a medida preventiva mais eficaz, sendo recomendada em regiões endêmicas. Os</p><p>equinos devem ser vacinados anualmente, e em casos de exposição suspeita, uma</p><p>vacinação de reforço pode ser administrada. Além disso, o controle populacional de</p><p>morcegos hematófagos é uma medida importante para a prevenção da raiva em áreas</p><p>endêmicas.</p><p>9. Conclusão</p><p>A raiva em equinos é uma doença de grande relevância tanto para a saúde animal</p><p>quanto para a saúde pública devido à sua alta letalidade e potencial zoonótico. A</p><p>prevenção, através da vacinação e do controle de vetores, é a estratégia mais eficaz</p><p>para minimizar os riscos associados à doença. A conscientização sobre os sinais clínicos</p><p>e os métodos de prevenção é essencial para proteger tanto os animais quanto as</p><p>pessoas em áreas de risco.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>1. Rupprecht, C. E., Hanlon, C. A., & Hemachudha, T. Rabies re-examined. The</p><p>Lancet Infectious Diseases. 2002; 2(6): 327-343.</p><p>2. Jackson, A. C. Rabies: Scientific basis of the disease and its management. 3ª ed.</p><p>Elsevier Academic Press, 2013.</p><p>3. Brasil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução</p><p>Normativa nº 45, de 15 de junho de 2004. Diário Oficial da União, 2004.</p><p>4. Fooks, A. R., Banyard, A. C., Horton, D. L., Johnson, N., McElhinney, L. M., &</p><p>Jackson, A. C. Current status of rabies and prospects for elimination. The</p><p>Lancet. 2014; 384(9951): 1389-1399.</p><p>5. Kass, P. H., et al. The Epidemiology of Rabies and Other Neurotropic Viral</p><p>Infections of Horses in the United States. Journal of Equine Veterinary Science.</p><p>1995; 15(6): 306-312.</p><p>Diana Pinto RA: 730809 8º Semestre- Medicina Veterinária</p><p>Clínica e Cirurgia de Equinos Profª:Camila Bianconi</p><p>Raiva em Equinos: Aspectos Etiológicos, Epidemiológicos, Clínicos, Diagnósticos, de Transmissão, Prognóstico e Tratamento</p><p>1. Introdução</p><p>2. Etiologia</p><p>3. Epidemiologia</p><p>4. Sinais Clínicos</p><p>5. Diagnóstico</p><p>6. Transmissão</p><p>7. Prognóstico</p><p>8. Tratamento</p><p>9. Conclusão</p><p>Referências Bibliográficas</p>

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