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<p>Revista JRG de Estudos Acadêmicos, Ano 7, Vol. VII, n.14, jan.-jul., 2024</p><p>Listas de conteúdos disponıv́eis em Portal de Periódicos CAPES</p><p>Revista JRG de Estudos Acadêmicos</p><p>B1 ISSN: 2595-1661</p><p>Página da revista:</p><p>ARTIGO DE REVISA,O https://revistajrg.com/index.php/jrg</p><p>www.periodicoscapes.gov.br Revista JRG de Estudos Acadêmicos · 2024;15:e151398 1</p><p>A questão digital: a inteligência artificial e o futuro da advocacia</p><p>The digital question: artificial intelligence and the future of law</p><p>DOI: 10.55892/jrg.v7i15.1398</p><p>ARK: 57118/JRG.v7i15.1398</p><p>Recebido: 14/05/2024 | Aceito: 01/09/2024 | Publicado on-line: 03/09/2024</p><p>Júlia de Oliveira Queiroz1</p><p>https://orcid.org/0009-0008-8428-9679</p><p>http://lattes.cnpq.br/8552598361524920</p><p>Centro Universitário Processus – UniProcessus, DF, Brasil.</p><p>E-mail: julia.oliv94@gmail.com</p><p>Jonas Rodrigo Gonçalves2</p><p>https://orcid.org/0000-0003-4106-8071</p><p>http://lattes.cnpq.br/6904924103696696</p><p>Centro Universitário Processus – UniProcessus, DF, Brasil.</p><p>E-mail: professorjonas@gmail.com</p><p>Danilo da Costa3</p><p>https://orcid.org/0000-0003-1849-4945</p><p>http://lattes.cnpq.br/9522717317530051</p><p>Universidade Católica de Brasília - UCB, DF, Brasil.</p><p>E-mail: educadordanilocosta@gmail.com</p><p>Resumo</p><p>O tema deste artigo é “A Questão Digital: A Inteligência Artificial e o Futuro da</p><p>Advocacia”. Investigou o seguinte problema: “Como a inteligência artificial está</p><p>transformando a prática da advocacia e quais competências os advogados devem</p><p>desenvolver para se manterem relevantes nesse novo cenário tecnológico?”. Cogitou</p><p>a seguinte hipótese: “a inteligência artificial transformará a prática da advocacia de</p><p>forma significativa, exigindo que os advogados desenvolvam novas competências</p><p>tecnológicas e analistas”. O objetivo geral é “analisar como a inteligência artificial</p><p>transforma a advocacia e quais são as competências que os profissionais precisam</p><p>para as mudanças”. Os objetivos específicos são: “identificar as tecnologias de</p><p>inteligência artificial utilizadas no campo jurídico", “investigar as competências que os</p><p>advogados precisam desenvolver”, “explorar as questões do uso da IA na advocacia”.</p><p>Trata-se de uma pesquisa qualitativa teórica com duração de quatro meses.</p><p>Palavras-chave: Inteligência Artificial. Advocacia. Transformação Tecnológica.</p><p>Competências Jurídicas.</p><p>1 Graduanda em Direito pelo Centro Universitário Processus – UniProcessus, DF, Brasil.</p><p>2 Pós-doutorando em Direito (Direitos Humanos); Doutor em Psicologia; Mestre em Direitos Humanos (Ciência Política e Políticas</p><p>Públicas); Licenciado em Filosofia, em Sociologia e em Letras (Português e Inglês); Especialista em Direito Constitucional e</p><p>Processo Constitucional, em Direito Administrativo, em Direito do Trabalho e Processo Trabalhista, entre outras especializações</p><p>em Educação e Letras. Pesquisador sobre Direitos Humanos, Políticas Públicas e grupos vulneráveis.</p><p>3 Doutorando em Educação; Mestre em Educação. Especialista em Direito Constitucional e Processo Constitucional, em Direito</p><p>do Trabalho e Processo Trabalhista, e em Direito Administrativo. Licenciado em Geografia. Pesquisador sobre Direito, Políticas</p><p>Públicas e Educação.</p><p>https://www-periodicos-capes-gov-br.ezl.periodicos.capes.gov.br/index.php/buscador-primo.html</p><p>https://rnp-primo.hosted.exlibrisgroup.com/primo-explore/search?query=any,contains,Revista%20JRG%20de%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&tab=default_tab&search_scope=default_scope&vid=CAPES_V3&facet=jtitle,include,Revista%20Jrg%20De%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&lang=pt_BR&offset=0</p><p>A Questão Digital: A Inteligência Artificial e o Futuro da Advocacia</p><p>www.periodicoscapes.gov.br Revista JRG de Estudos Acadêmicos · 2024;15:e151398 2</p><p>Abstract</p><p>The theme of this article is “The Digital Question: Artificial Intelligence and the Future</p><p>of Law”. Investigated the following problem: “How is artificial intelligence transforming</p><p>the practice of law and what skills should lawyers develop to remain relevant in this</p><p>new technological scenario?”. He considered the following hypothesis: “artificial</p><p>intelligence will transform the practice of law significantly, requiring lawyers to develop</p><p>new technological and analytical skills”. The general objective is to “analyze how</p><p>artificial intelligence transforms law and what skills professionals need for changes”.</p><p>The specific objectives are: “to identify artificial intelligence technologies used in the</p><p>legal field”, “to investigate the skills that lawyers need to develop”, “to explore the</p><p>issues of using AI in law”. This is a theoretical qualitative research with a duration of</p><p>four months.</p><p>Keywords: Artificial intelligence. Advocacy. Technological Transformation. Legal</p><p>Skills.</p><p>1. Introdução</p><p>A inteligência artificial está revolucionando os diversos setores, e a advocacia</p><p>não é a exceção. As tecnologias avançadas, como algoritmos de aprendizado de</p><p>máquina e processamento de dados, são cada vez mais interconectados ao campo</p><p>jurídico. Este fenômeno não apenas automatiza tarefas repetitivas, mas também</p><p>redefine as competências necessárias para a adaptação dos advogados. A prática da</p><p>advocacia está em adaptação e a partir de então, se torna essencial analisar os</p><p>impactos da IA no mundo jurídico.</p><p>Os defensores da inteligência artificial afirmam que estes desenvolvimentos</p><p>oferecem a promessa de tecnologia para melhorar a forma como os seres humanos</p><p>posicionam-se e relacionam-se no mundo. Para seus detratores, inteligência artificial</p><p>representa uma ameaça técnica em que as máquinas autônomas vão colonizar</p><p>tarefas que eram historicamente de domínio dos seres humanos. Cada vez mais as</p><p>máquinas aproximam-se das possibilidades humanas, com tendências a superar</p><p>(CELLAN-JONES, 2016, web).</p><p>Diante disso, a pergunta central que orienta a investigação deste artigo é:</p><p>“Como a inteligência artificial está transformando a prática da advocacia e quais</p><p>competências os advogados devem desenvolver para se manterem relevantes nesse</p><p>novo cenário tecnológico?”. Essa pergunta busca explorar não apenas as mudanças</p><p>trazidas pelo meio digital, mas também as estratégias e adaptações necessárias para</p><p>que os profissionais de direito possam aproveitar os benefícios trazidos pela</p><p>inteligência artificial, garantindo ao mesmo tempo a preservação do serviço jurídico.</p><p>Não se trata de uma escolha a ser feita, mas uma realidade a ser absorvida,</p><p>uma que vez às ferramentas de inteligência artificial são sim instrumentos de</p><p>transformação do modus operandi do trabalho jurídico, mas somente mobilizam e</p><p>realizam a partir da representação de conhecimento, análise e interferências do ser</p><p>humano jurista (FELIPE; PERROTA, 2018, p. 14).</p><p>A hipótese deste artigo surge a partir do entendimento de que a inteligência</p><p>artificial transformará a prática da advocacia de forma significativa, exigindo que os</p><p>advogados desenvolvam novas competências tecnológicas e analistas.</p><p>Especificamente, acredita-se que os profissionais que integrarem ferramentas de IA</p><p>em suas rotinas e aprimorarem suas habilidades em uso de softwares jurídicos</p><p>estarão mais bem posicionados com as demandas contemporâneas, enquanto</p><p>aquelas que não se adaptarem enfrentarão dificuldades no mercado.</p><p>https://rnp-primo.hosted.exlibrisgroup.com/primo-explore/search?query=any,contains,Revista%20JRG%20de%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&tab=default_tab&search_scope=default_scope&vid=CAPES_V3&facet=jtitle,include,Revista%20Jrg%20De%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&lang=pt_BR&offset=0</p><p>A Questão Digital: A Inteligência Artificial e o Futuro da Advocacia</p><p>www.periodicoscapes.gov.br Revista JRG de Estudos Acadêmicos · 2024;15:e151398 3</p><p>Tais tarefas afeitas aos advogados têm sido vistas como aqueles que apenas</p><p>profissionais altamente qualificados podem executar. Isso proporciona identificar</p><p>questões legais, reunir os fatos relevantes e determinar</p><p>o resultado provável de um</p><p>tribunal para julgar o litígio, caso seja ajuizada a demanda. Os clientes estão</p><p>interessados nesse tipo de consultoria, pois reduzem custos com riscos de demandas</p><p>mal propostas. Toda a apreensão que advém, surge de questionamentos da máquina</p><p>realizar esse trabalho com mais eficiência que o humano, visto que no jogo de xadrez,</p><p>típico de tomada de decisões, a máquina já supera o humano faz muito tempo</p><p>(SOARES; KAUFFMAN; CHAO, 2020, p. 11).</p><p>Por conseguinte, o objetivo geral desta pesquisa tem a finalidade de analisar</p><p>como a inteligência artificial está transformando a prática da advocacia e quais são as</p><p>novas competências para que os profissionais se adaptem a essas mudanças. A</p><p>investigação busca fornecer uma visão abrangente sobre o impacto da IA no setor</p><p>jurídico, contribuindo para uma compreensão estratégica do futuro da advocacia.</p><p>Todas essas tecnologias trazem consigo ferramentas para um óbvio e</p><p>crescente melhoramento na qualidade da pesquisa jurídica e implica a afetação</p><p>indireta da advocacia contenciosa, na medida em que se torna possível prever o</p><p>desfecho de determinados temas com um índice de acerto significativo; o que faz</p><p>imperiosa a constatação de que as transformações tecnológicas vêm com ferramenta</p><p>de aperfeiçoamento e não como mero elemento de substituição da força intelectual</p><p>de trabalho (FELIPE; PERROTA, 2018, p. 12).</p><p>Como objetivos específicos deste trabalho se busca identificar e mapear as</p><p>tecnologias de inteligência artificial utilizadas no campo jurídico e ainda, a pesquisa</p><p>visa investigar quais competências os advogados precisam desenvolver às novas</p><p>exigências do mercado. Em um todo, o estudo se propõe a explorar as questões do</p><p>uso da IA na advocacia.</p><p>Além disso, vale a pena considerar que toda essa informatização do processo</p><p>judicial trouxe consigo aspectos positivos e negativos a partir de sua implementação.</p><p>Entre os elementos positivos, foram identificados o aumento de produtividade por</p><p>poder se dedicar mais às atividades do direito, o acesso à informação, o maior volume</p><p>de informações, a segurança da informação, a celeridade, a transparência, a redução</p><p>de custos, a preservação do meio ambiente e o melhor aproveitamento do espaço</p><p>físico. Entre os aspectos negativos, há a falta de padronização das informações, a</p><p>dependência de infraestrutura interna e externa e a indisponibilidade do sistema</p><p>gerando indisponibilidade do serviço (HINO; CUNHA, 2019, p. 382).</p><p>A importância deste artigo para os profissionais de direito é evidente, uma vez</p><p>que a inteligência artificial está rapidamente transformando a atuação dos advogados.</p><p>Os operadores de direito, precisam compreender as novas ferramentas disponíveis e</p><p>como elas podem ser integradas em suas rotinas para melhorar a eficiência e precisão</p><p>dos serviços ora prestados.</p><p>No âmbito científico, essa pesquisa é relevante uma vez que contribui para a</p><p>literatura emergente sobre a interseção entre tecnologia e direito. Ao explorar os</p><p>impactos da tecnologia na advocacia, o estudo amplia o entendimento acadêmico</p><p>sobre como essas tecnologias podem ser aplicadas em diferentes contextos jurídicos.</p><p>Além disso ao abordar questões associadas ao uso da IA, a pesquisa proporciona</p><p>uma base teórica para futuras investigações e debates.</p><p>Para a sociedade, a pesquisa sobre a inteligência artificial e o futuro da</p><p>advocacia possui extrema importância, visto que o acesso à justiça e a qualidade dos</p><p>serviços jurídicos são pilares fundamentais de um estado democrático de direito.</p><p>Dessa forma, o artigo contribui para o desenvolvimento de uma sociedade mais</p><p>https://rnp-primo.hosted.exlibrisgroup.com/primo-explore/search?query=any,contains,Revista%20JRG%20de%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&tab=default_tab&search_scope=default_scope&vid=CAPES_V3&facet=jtitle,include,Revista%20Jrg%20De%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&lang=pt_BR&offset=0</p><p>A Questão Digital: A Inteligência Artificial e o Futuro da Advocacia</p><p>www.periodicoscapes.gov.br Revista JRG de Estudos Acadêmicos · 2024;15:e151398 4</p><p>informada, justa e preparada para enfrentar os desafios e oportunidades trazidos pela</p><p>inovação tecnológica.</p><p>2. Metodologia</p><p>Este estudo se caracteriza em uma pesquisa exploratória e descritiva, com</p><p>abordagem qualitativa. Esse modelo de pesquisa busca uma compreensão mais</p><p>aprofundada sobre o impacto da inteligência artificial na advocacia, além de detalhar</p><p>como essas tecnologias advindas da nova era da informação trazem mudanças nos</p><p>trabalhos dos futuros advogados.</p><p>A coleta de dados se baseou em revisão de literatura e análise documental,</p><p>envolvendo a busca de artigos acadêmicos, livros e outros documentos relevantes</p><p>publicados encontrados no Google Acadêmico. Foram selecionados cinco artigos</p><p>científicos principais, extraídos de busca realizada a partir das seguintes palavras-</p><p>chave: “Inteligência Artificial. Advocacia. Transformação Tecnológica. Competências</p><p>Jurídicas”.</p><p>Como critérios exclusão dos artigos científicos, foram escolhidos os artigos com</p><p>até três autores em que pelo menos um dos autores é mestre ou doutor, além da</p><p>exigência de se tratar de artigo publicado em revista acadêmica com ISSN. Essa</p><p>pesquisa de revisão de literatura tem o tempo previsto de quatro meses, sendo que</p><p>no primeiro mês realizou-se o levantamento do referencial teórico e a revisão da</p><p>literatura; no segundo mês, a elaboração dos elementos pré-textuais e pós-textuais</p><p>que compõe todo o trabalho. No terceiro mês, a elaboração das considerações finais</p><p>e a montagem final do trabalho.</p><p>Optou-se por uma pesquisa qualitativa, na qual os autores trataram os dados</p><p>obtidos por meio da pesquisa bibliográfica, considerando os aspectos relevantes</p><p>levantados pelos seus respectivos autores. Os dados coletados foram analisados</p><p>utilizando a técnica de análise de conteúdo, que permite categorizar padrões e temas</p><p>dos textos. A análise foi conduzida em três aspectos principais, divergidos em: pré-</p><p>análise (organização da leitura), exploração do material (codificação dos dados) e</p><p>tratamento de resultados (interpretados, buscando responder às questões de</p><p>pesquisas e confirmar a hipótese levantada).</p><p>Por se tratar de um artigo de revisão de literatura, o instrumental utilizado é</p><p>composto por livros com ISBN e por artigos oriundos de revistas com ISSN, cujos(as)</p><p>autores(as) são mestres(as) ou doutores(as). Os artigos de revisão de literatura</p><p>partem da pesquisa das palavras-chave (descritores) que compõem o tema em bases</p><p>de busca dos artigos científicos, como o Google Acadêmico, por exemplo. Tais bases</p><p>de busca desses artigos acadêmicos ou científicos funcionam como indexadores que</p><p>realizam uma triagem a qual localiza apenas periódicos científicos e suas publicações</p><p>sobre aquele determinado tema (GONÇALVES, 2020, p.98).</p><p>3. Resultados e Discussão</p><p>Segundo Lovelace, pioneira na programação de computadores, a máquina não</p><p>vem para criar, mas sim para realizar determinadas atividades pelos próprios seres</p><p>humanos. Nesse aspecto, as novas tecnologias são importadas para o mundo jurídico,</p><p>em especial a conhecida Inteligência Artificial - IA (LOVELACE, 1843, p. 666-731).</p><p>Recentemente, intelectuais e grandes nomes da comunidade científica têm</p><p>demonstrado preocupação com a questão do desenvolvimento da Inteligência</p><p>Artificial e suas implicações. Um dos mais consagrados cientistas da atualidade, o</p><p>físico Stephen Hawking, por exemplo, já se manifestou em um artigo em coautoria</p><p>https://rnp-primo.hosted.exlibrisgroup.com/primo-explore/search?query=any,contains,Revista%20JRG%20de%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&tab=default_tab&search_scope=default_scope&vid=CAPES_V3&facet=jtitle,include,Revista%20Jrg%20De%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&lang=pt_BR&offset=0</p><p>A Questão Digital: A Inteligência Artificial e o Futuro da Advocacia</p><p>www.periodicoscapes.gov.br Revista JRG de Estudos Acadêmicos · 2024;15:e151398 5</p><p>com outros pesquisadores como Max Tegmark,</p><p>Stuart Russell e Frank Wilczek,</p><p>acerca da potencialidade de a AI ser uma ameaça. Segundo Hawking (2014), a</p><p>ameaça real à humanidade não deve ser pensada como relacionada a um agente</p><p>externo, mas interno. Ou seja, o mal pode ser fruto de nossas próprias criações, como</p><p>é o caso da AI (FELIPE, 2017, p. 4).</p><p>Também apoiam esse discurso, os conhecidos Bill Gates e Elon Musk.</p><p>Enquanto o primeiro afirma não entender o fato de as pessoas não estarem ainda</p><p>preocupadas com a possibilidade de a AI ser uma ameaça, o segundo está</p><p>convencido de que nós devemos ter muito cuidado a respeito da Inteligência Artificial,</p><p>sendo essa a maior ameaça à nossa existência. Para Musk (GIBBS, 2014), deveria</p><p>haver regulamentação sobre a questão, em nível nacional e internacional, apenas</p><p>para termos certeza de que não faremos algo que ponha nossa existência em risco,</p><p>quando da criação de robôs dotados deste tipo de inteligência.</p><p>A esta altura, devemos esclarecer o que entendemos por Robô e Inteligência</p><p>Artificial. Basicamente, robô é que uma máquina programável por um computador,</p><p>que é capaz de exercer uma complexa sequência de ações de forma automática</p><p>(OXFORD, 2017). Por sua vez, a definição da expressão “Inteligência Artificial – IA ou</p><p>AI” (Artificial Intelligence), está intrinsecamente ligada à capacidade de</p><p>desenvolvimento de inteligência dos robôs, a qual alguns denominam racionalidade</p><p>(RUSSELL; NORVIG, 2009). Além disso, também pode ser classificada como um</p><p>esforço em tornar máquinas com mentes, no sentido pleno e literal (HAUGELAND,</p><p>1985); ou a automação de atividades ligadas ao pensamento humano, como a tomada</p><p>de decisões e resolução de problemas (BELLMAN, 1978); ou ainda: a arte de criar</p><p>máquinas que executam ações que exigem inteligência quando realizada por pessoas</p><p>(KURZWEIL, 1990).</p><p>Nesse contexto, nota-se que a AI está diretamente ligada ao avanço da</p><p>tecnologia dos robôs, onde embarcam entendimentos de que se a inteligência artificial</p><p>conseguir tomar decisões de forma independente, analisar contextos complexos e</p><p>aprender de maneira similar aos seres humanos, ela poderá assumir tarefas mais</p><p>complexas e críticas. Inclusive, nesse mesmo sentido, há discussões acerca da</p><p>possibilidade de a inteligência artificial desenvolver-se em uma dimensão que</p><p>possibilitaria a criação de sistemas com características autossuficientes e intelectuais,</p><p>proporcionando soluções altamente inovadoras.</p><p>Para Affairs (2016, p.15), a evolução tecnológica observada na última década</p><p>é tamanha que os robôs com AI além de realizarem atividades que outrora eram</p><p>exclusivas a seres humanos, também desenvolveram características autônomas e</p><p>cognitivas.</p><p>Para Reis, características como adquirir autonomia através de sensores ou</p><p>troca de dados, aprender por si mesmo, possuir suporte físico e adaptar o</p><p>comportamento e ações ao ambiente que se enquadra, distinguem um agente</p><p>inteligente de um mero objeto. Os agentes dotados de inteligência artificial possuem</p><p>controle sobre o seu comportamento e, como tal, um outro agente terá de solicitar ao</p><p>agente que execute uma determinada ação. Este pode decidir, em cada situação</p><p>concreta, se irá efetuar ou não a ação solicitada (REIS, 2003, p. 1152).</p><p>A autonomia retratada, refere-se à capacidade dessas tecnologias a executar</p><p>ações sem a intervenção humana direta. À vista disso, há de se discutir que a</p><p>evolução da IA tem sido marcada por grandes avanços significativos em aprendizado</p><p>de máquina e processamento de linguagem natural e robótica, criando a possibilidade</p><p>de os sistemas desenvolverem a sua eficiência e independência.</p><p>https://rnp-primo.hosted.exlibrisgroup.com/primo-explore/search?query=any,contains,Revista%20JRG%20de%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&tab=default_tab&search_scope=default_scope&vid=CAPES_V3&facet=jtitle,include,Revista%20Jrg%20De%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&lang=pt_BR&offset=0</p><p>A Questão Digital: A Inteligência Artificial e o Futuro da Advocacia</p><p>www.periodicoscapes.gov.br Revista JRG de Estudos Acadêmicos · 2024;15:e151398 6</p><p>Essa interação com o ambiente e a capacidade de modificá-lo é bem delimitada</p><p>por Franklin e Graesser (1996), segundo os quais um agente autônomo é um sistema</p><p>situado e que faz parte de um dado ambiente, que sente esse ambiente e age nele ao</p><p>longo do tempo, de forma a realizar a sua própria agenda e de forma a afetar o que</p><p>sentirá no futuro.</p><p>Se discute ainda que o desenvolvimento da autonomia da máquina poderá</p><p>desencadear a capacidade de discernir, ter sentimentos, inclusive optando por não</p><p>querer tomar o lugar do humano, mesmo no trabalho. Isso extrapola o raciocínio</p><p>lógico, parecendo mais ficção do que realidade (FLEMING, 2019, p. 23).</p><p>Ao tratar-se dessa autonomia, é necessário evidenciar que esses sistemas não</p><p>dispõem de autoconsciência ou capacidade de inovação, pois são projetadas para</p><p>dispor de funcionamentos estabelecidos e dados preexistentes. Segundo o dicionário</p><p>de Cambridge, o seu funcionamento baseia-se na combinação de dados digitais e</p><p>algoritmos, necessitando sempre o preenchimento da base com novos dados,</p><p>impossibilitando a autoconsciência da máquina. Nesse sentido, reforça o discurso de</p><p>Fleming (2019), pontuando ser uma reflexão que foge da realidade.</p><p>Outro ponto a ser abordado é que, de fato, o sucesso em criar inteligência</p><p>artificial seria o maior evento na história, a menos que aprendamos a evitar seus</p><p>males. Os cientistas acreditam que todos nós deveríamos nos perguntar o que</p><p>podemos fazer agora para aumentar as chances de potencializar os benefícios da</p><p>inteligência artificial, evitando os seus riscos (HAWKING et al., 2014).</p><p>Segundo Hawking (GRIFFIN, 2015), o verdadeiro risco da AI reside não em</p><p>uma “essência maldosa”, mas em sua competência. Um robô dotado de AI pode ser</p><p>extremamente eficaz em alcançar seus objetivos e, caso estes objetivos não estejam</p><p>alinhados com os nossos, podem trazer inúmeros problemas.</p><p>Certamente, se nos atentarmos para a relevância do assunto e tomarmos os</p><p>cuidados necessários para o desenvolvimento prudente da tecnologia, será possível</p><p>que desfrutemos com tranquilidade dos benefícios e facilidades advindos da mesma</p><p>(FELIPE, 2017, p. 16).</p><p>O primeiro círculo dessa mudança e evolução, relaciona-se à substituição da</p><p>mão de obra humana por meios tecnológicos. Para entender como e porque se dá a</p><p>formação dessa mudança, surgem alternativas para um novo desenho social</p><p>(AGUIAR, 2020, p. 71).</p><p>Esse desenho, inclui a implementação de políticas de requalificação com</p><p>exigências específicas dos trabalhadores dentro do mercado de trabalho. Caso os</p><p>trabalhadores não desenvolvam a sua qualificação profissional, desencadeará</p><p>aumentos significativos em desempregos, além de mudanças na rotina de trabalho.</p><p>Isso ocorre porque, ao implementar estes processos, as empresas poderão</p><p>automatizar e robotizar trabalhos, para minimizar as contratações de mão de obra</p><p>humana.</p><p>Com isso, vale a pena evidenciar o tema por meio de “iluminação cultural”,</p><p>irradiada em artigo de autoria de Celso Ming, publicado no jornal "O Estado de S.</p><p>Paulo”, no qual destaca que não são os chineses que estão roubando postos de</p><p>trabalho em todo mundo, pois a dispensa em massa de mão de obra é consequência</p><p>da nova arrumação do sistema produtivo. Retrata que não acontece apenas porque a</p><p>indústria está robotizando, e sim porque a tecnologia de quarta geração é altamente</p><p>poupadora da mão de obra. Não é à toa que o prefeito de São Paulo quer transformar</p><p>antigas agências bancárias em creches e o comércio eletrônico está dispensando</p><p>lojistas. Toda essa tendência, é um caminho sem volta (AGUIAR, 2020, p. 71).</p><p>https://rnp-primo.hosted.exlibrisgroup.com/primo-explore/search?query=any,contains,Revista%20JRG%20de%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&tab=default_tab&search_scope=default_scope&vid=CAPES_V3&facet=jtitle,include,Revista%20Jrg%20De%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&lang=pt_BR&offset=0</p><p>A Questão Digital: A Inteligência Artificial e o Futuro da Advocacia</p><p>www.periodicoscapes.gov.br Revista JRG de Estudos Acadêmicos · 2024;15:e151398 7</p><p>Todo esse progresso tecnológico, como bem retratado por Ming, tem como</p><p>fundamento uma otimização econômico-financeira que visa lucro ao capital e, por</p><p>óbvio, o desemprego lhe segue numa sequência imediata e sistêmica. Agregue-se, a</p><p>esse fenômeno, a essência da acumulação capitalista contemporânea, que é a</p><p>efemeridade de tudo, de relacionamentos a coisas, prática que traz consigo a</p><p>exigência de um sucateamento cada vez mais rápido dos ciclos tecnológicos, de modo</p><p>a manter a roda de consumo ativa (AGUIAR, 2020, p. 71).</p><p>Essa linha criativa se presta a desenhar um novo círculo contratual voltado a</p><p>enfrentar o barateamento fugaz e pernicioso do uso puro e simples de máquinas para</p><p>substituir o trabalho humano. Para pôr em prática essa adaptação, há de se passar</p><p>por mais um processo evolutivo-funcional, por meio de um pragmático e programático</p><p>movimento educativo-tecnológico (AGUIAR, 2020, p. 79).</p><p>Pode parecer à primeira vista algo de difícil alcance, e por isso, há insistência</p><p>no aprendizado e na resistência. Porém, o Mundo Digital tem nuances próprias, que</p><p>somente quem nele navega conhece e pode alcançar (AGUIAR, 2020, p. 81).</p><p>Os defensores da inteligência artificial afirmam que estes desenvolvimentos</p><p>oferecem a promessa de tecnologia para melhorar a forma como os seres humanos</p><p>posicionam-se e relacionam-se no mundo. Para seus detratores, inteligência artificial</p><p>representa uma ameaça técnica em que as máquinas autônomas vão colonizar</p><p>tarefas que eram historicamente de domínio dos seres humanos. Cada vez mais as</p><p>máquinas aproximam-se das possibilidades humanas, com tendências a superar</p><p>(CELLAN-JONES, 2016, web).</p><p>Segundo Ford (2015), chegará o momento em que os humanos serão</p><p>ultrapassados na atuação de suas atividades, visto que as máquinas dotadas de IA</p><p>conseguem lidar com um processo de aprendizado automático, o que as permitem</p><p>adquirir informações e incrementarem novas perícias ao analisarem dados.</p><p>Cabe mencionar que não é só isso, pois novos softwares começaram a afetar</p><p>vários aspectos do trabalho de profissionais especializados, incluindo as tarefas que</p><p>historicamente necessitavam de julgamento exclusivamente humano. Essa tecnologia</p><p>já foi demonstrada em meados dos anos 1990, quando a máquina superou o homem</p><p>no jogo de xadrez e, recentemente, sistemas construídos utilizando aprendizado de</p><p>máquina têm convincentemente derrotado mestres no World Series of Poker - WSOP</p><p>(SOARES; KAUFFMAN; CHAO, 2020, p. 3).</p><p>Acerca dessa nova revolução tecnológica e seus reflexos no mercado de</p><p>trabalho, considera-se o relatório do “McKinsey Global Institute”, o qual aferiu que</p><p>quase metade de todo o trabalho que fazemos será automatizado até o ano de 2055,</p><p>a não ser que uma variedade de fatores, incluindo a política e o sentimento público</p><p>em relação à tecnologia, possam frear esse avanço ou encontrar soluções para o</p><p>convívio harmônico entre empregados humanos e robôs (MANYIKA et al., 2017).</p><p>Recentemente, entretanto, houve o advento da Era da Informação, quando</p><p>repentinamente, tivemos uma drástica mudança no mundo corporativo. Os empregos</p><p>continuam sendo substituídos por máquinas, todavia, percebe-se a ascensão de um</p><p>novo tipo de máquina. Essas máquinas, dotadas de Inteligência Artificial, estão</p><p>prestes a se tornarem tão boas a ponto de transformar sistemas complexos de</p><p>trabalho em tarefas extremamente simples, o que pode implicar em uma aniquilação</p><p>indireta à especialização das áreas de trabalhos exercidas por seres humanos</p><p>(FELIPE; PERROTA, 2018, p. 9).</p><p>O filósofo francês René Descartes, por exemplo, no século XVII, já suspeitava</p><p>que um dia o avanço da tecnologia pudesse criar a necessidade de pôr à prova se</p><p>estaríamos diante de um humano ou uma máquina. Segundo Descartes (2001, p. 63)</p><p>https://rnp-primo.hosted.exlibrisgroup.com/primo-explore/search?query=any,contains,Revista%20JRG%20de%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&tab=default_tab&search_scope=default_scope&vid=CAPES_V3&facet=jtitle,include,Revista%20Jrg%20De%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&lang=pt_BR&offset=0</p><p>A Questão Digital: A Inteligência Artificial e o Futuro da Advocacia</p><p>www.periodicoscapes.gov.br Revista JRG de Estudos Acadêmicos · 2024;15:e151398 8</p><p>se existissem máquinas assim, que fossem providas de órgãos e do aspecto de um</p><p>macaco, ou de qualquer outro animal irracional, não teríamos meio algum para</p><p>reconhecer que elas não seriam em tudo da mesma natureza que esses animais;</p><p>contudo, se existissem outras que se assemelhavam com os nossos corpos e</p><p>imitassem tanto nossas ações quanto moralmente fosse possível, teríamos sempre</p><p>dois meios bastante seguros para constatar que nem por isso seriam verdadeiros</p><p>homens.</p><p>Pode-se afirmar que os avanços tecnológicos não param e não vão parar. Eles</p><p>são, como alertado por Ming, “uma tendência sem volta”. Portanto, a busca por</p><p>soluções ativadas no barateamento da produção será alta e, como consequência,</p><p>levará de forma inevitável, à crescente e infinita substituição da mão de obra por</p><p>máquinas, tanto nos serviços operacionais, como nos intelectuais (AGUIAR, 2020, p.</p><p>73).</p><p>Tenta-se por fim demonstrar que a AI pode ser uma ameaça à humanidade</p><p>caso não existam mecanismos de controle que garantam um desenvolvimento</p><p>saudável da tecnologia. Isso porque, da mesma forma que a AI tem trazido inúmeros</p><p>benefícios para a humanidade, ela também é um fator de risco (FELIPE, 2017, p. 16).</p><p>Este artigo vem para corroborar que à medida que a tecnologia e a inteligência</p><p>artificial avançam, oferecendo inúmeras possibilidades desde a sua automação de</p><p>tarefas administrativas até a análise de grandes volumes de dados, diversos setores</p><p>da sociedade se transformam, incluindo o ilustre campo jurídico. Nesse cenário</p><p>emergente, os profissionais de direito se encontram compelidos a adaptar-se e</p><p>integrar novas ferramentas em sua prática.</p><p>O sistema judicial brasileiro já passou por um momento de transformação com</p><p>a informatização do processo judicial, cujo objetivo era promover uma justiça mais ágil</p><p>e eficiente. Em um cenário de avanço da tecnologia e disseminação do computador,</p><p>o Poder Judiciário adotou a informatização dos processos, que se tornaram</p><p>eletrônicos, objetivando agilidade em sua distribuição e tramitação, e o aumento na</p><p>produção de julgados, além da eliminação do trâmite em papel (HINO; CUNHA, 2019,</p><p>p. 360).</p><p>Tornou-se irreversível a informatização dos processos judiciais, e os diversos</p><p>tribunais do país que compõem a estrutura do Poder Judiciário passaram,</p><p>gradativamente, a implantar o processo eletrônico para as ações judiciais (ALVARES,</p><p>2012). Com o processo eletrônico, não é mais possível exercer a advocacia sem o</p><p>uso da tecnologia, o que alterou de forma significativa a rotina do Poder Judiciário</p><p>brasileiro e dos escritórios de advocacia.</p><p>Para Abrão (2011), o processo eletrônico gera, no Poder Judiciário brasileiro,</p><p>uma nova mentalidade, desafiando os profissionais do direito a atuarem em um</p><p>contexto totalmente interconectado com a tecnologia.</p><p>Inevitavelmente, os escritórios terão de alterar a sua composição e estrutura de</p><p>duas maneiras críticas. Em primeiro lugar, eles não precisarão recrutar exércitos de</p><p>jovens advogados para realizar serviços que já não são necessários. Em vez disso,</p><p>as empresas terão que tomar decisões de contratação projetadas para identificar a</p><p>próxima geração de fornecedores de serviços qualificados, com o objetivo particular</p><p>de que, em vez de esses advogados serem uma mercadoria fungível e substituível,</p><p>eles realmente se juntarão à empresa e permanecerão com a empresa ao longo do</p><p>tempo (HINO; CUNHA, 2019).</p><p>E em segundo lugar, os escritórios de advocacia terão que desenvolver</p><p>soluções baseadas em inteligência artificial para aplicações específicas para benefício</p><p>de seus clientes, onde identificarem necessidades existentes (HINO; CUNHA, 2019).</p><p>https://rnp-primo.hosted.exlibrisgroup.com/primo-explore/search?query=any,contains,Revista%20JRG%20de%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&tab=default_tab&search_scope=default_scope&vid=CAPES_V3&facet=jtitle,include,Revista%20Jrg%20De%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&lang=pt_BR&offset=0</p><p>A Questão Digital: A Inteligência Artificial e o Futuro da Advocacia</p><p>www.periodicoscapes.gov.br Revista JRG de Estudos Acadêmicos · 2024;15:e151398 9</p><p>Pode-se dizer que, essas soluções se traduzem com o fornecimento de insights</p><p>mais rápidos, através da automatização de tarefas rotineiras, revisão de textos e</p><p>documentos, além de melhorias com a tomada de decisões e eficiência do</p><p>atendimento ao cliente. Por conseguinte, toda essa aplicação libera os diversos</p><p>advogados atuantes a se concentrarem em atividades mais complexas e estratégicas</p><p>que possam surgir ao longo de sua rotina.</p><p>Desse modo, a tecnologia como prática se refere ao uso da tecnologia como</p><p>resposta às consequências e características intencionais e não intencionais, e pode</p><p>surgir da emergência e da improvisação, ou seja, da maneira como as pessoas</p><p>redefinem o significado, as propriedades e as aplicações de determinada tecnologia</p><p>(HINO; CUNHA, 2019, p. 373).</p><p>Todas essas tecnologias trazem consigo ferramentas para um óbvio e</p><p>crescente melhoramento na qualidade da pesquisa jurídica e implica a afetação</p><p>indireta da advocacia contenciosa, na medida em que se torna possível prever o</p><p>desfecho de determinados temas com um índice de acerto significativo, o que faz</p><p>imperiosa a constatação de que as transformações tecnológicas vêm como</p><p>ferramenta de aperfeiçoamento e não como mero elemento de substituição da força</p><p>intelectual de trabalho (FELIPE; PERROTA, 2018, p. 12).</p><p>Além disso, vale a pena considerar que toda essa informatização do processo</p><p>judicial trouxe consigo aspectos positivos e negativos a partir de sua implementação.</p><p>Entre os elementos positivos, foram identificados o aumento de produtividade por</p><p>poder se dedicar mais às atividades do direito, o acesso à informação, o maior volume</p><p>de informações, a segurança da informação, a celeridade, a transparência, a redução</p><p>de custos, a preservação do meio ambiente e o melhor aproveitamento do espaço</p><p>físico. Entre os aspectos negativos, há a falta de padronização das informações, a</p><p>dependência de infraestrutura interna e externa e a indisponibilidade do sistema</p><p>gerando indisponibilidade do serviço (HINO; CUNHA, 2019, p. 382).</p><p>Assim, a informatização do processo judicial exige um equilíbrio cuidadoso</p><p>entre inovação tecnológica e inclusão social, garantindo que todos possam usufruir</p><p>plenamente dos benefícios oferecidos.</p><p>Outro ponto a ser retratado, é que o uso do meio digital ficou em maior</p><p>intensidade com a utilização de robôs para captura de informações, com processos</p><p>de replicação de informações entre sistema judicial e dos escritórios de advocacia,</p><p>com a quase obrigatoriedade de utilização e entendimento de sistemas automatizados</p><p>de gestão em escritórios e tribunais (HINO; CUNHA, 2019, p. 383).</p><p>De fato, os profissionais de direito ao atuarem em um contexto cada vez mais</p><p>interligado com o meio digital, deverão compreender as implicações legais das</p><p>tecnologias, como IA, big data e blockchain, além da utilização de ferramentas que</p><p>estarão em contínuo aprimoramento e adaptação no meio tecnológico, como exemplo</p><p>os softwares de gestão jurídica.</p><p>As novas práticas levantam pontos de reflexão, como o risco gerado pela</p><p>agilidade, com a possibilidade de comprometimento da qualidade das decisões,</p><p>decorrente da falta de maturidade no assunto antes do posicionamento, seja do</p><p>advogado, seja do magistrado; a necessidade de desenvolvimento de habilidades e</p><p>conhecimentos relacionados ao exame de documentos digitais, que pode</p><p>comprometer a qualidade das decisões dos magistrados; a falta de conhecimento do</p><p>sistema, conjugada com a obrigatoriedade da utilização do processo judicial</p><p>eletrônico, que pode fazer com que alguns advogados deixem de levar ao Judiciário</p><p>os direitos de seus clientes, buscando a solução do litígio pela conciliação entre as</p><p>partes; e um eventual prejuízo à sociedade, decorrente da utilização de textos-padrão</p><p>https://rnp-primo.hosted.exlibrisgroup.com/primo-explore/search?query=any,contains,Revista%20JRG%20de%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&tab=default_tab&search_scope=default_scope&vid=CAPES_V3&facet=jtitle,include,Revista%20Jrg%20De%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&lang=pt_BR&offset=0</p><p>A Questão Digital: A Inteligência Artificial e o Futuro da Advocacia</p><p>www.periodicoscapes.gov.br Revista JRG de Estudos Acadêmicos · 2024;15:e151398 10</p><p>ou modelos de contestação, sem respeito ou análise das características individuais</p><p>de cada processo (HINO; CUNHA, 2019, p. 383).</p><p>John McGinnis e Russell Pearce já argumentaram que a inteligência da</p><p>máquina causará uma revolução no mercado dos serviços jurídicos, afetando, de</p><p>modo geral, descobertas, pesquisas jurídicas, geração de documentos e previsão de</p><p>resultados em casos ajuizados (MCGINNIS; PEARCE, 2013, p. 3041; BARTON, 2015,</p><p>p. 22).</p><p>Nesse mesmo sentido, para McGinnis e Pearce (2014), o papel das máquinas</p><p>na transformação do Direito compreendem a descoberta legal, traduzida na aplicação</p><p>de métodos de busca realizada pela máquina na análise de documentos jurídicos e</p><p>ainda, na tecnologia que se presta à pesquisa jurídica via algoritmos que identificam</p><p>os aspectos mais relevantes da doutrina e da jurisprudência.</p><p>Assim, a adoção dessas ferramentas não apenas otimiza a eficiência dos</p><p>processos legais, mas também inaugura uma nova era ao acesso à informação</p><p>jurídica, complementando a evolução histórica do setor.</p><p>Em síntese, a primeira fase das três épocas de acesso à informação jurídica</p><p>caracteriza-se pela utilização de materiais físicos. Estes incluem legislação, revistas</p><p>de precedentes e jurisprudência, comentários doutrinários de casos, livros e manuais,</p><p>encartes e tudo o mais que puder ser disseminado em cópia impressa. A segunda</p><p>etapa da evolução do acesso à informação jurídica envolve o uso de materiais digitais</p><p>e bibliotecas, com a transição para recursos legais digitais. A terceira etapa, ainda em</p><p>construção, envolve o uso de ferramentas que localizam e sintetizam informações</p><p>relevantes, incluindo determinações objetivas dos resultados prováveis de litígios</p><p>para, em um momento posterior, traçar decisões prováveis, em determinações que</p><p>seriam tipicamente subjetivas, com base em banco de dados de situações perdedoras</p><p>e lastimáveis, com poucos ou nenhum resultado; e as vencedoras ou de alta</p><p>performance (SOARES; KAUFFMAN; CHAO, 2020, p. 7-8).</p><p>Referimo-nos a essa terceira fase de informação jurídica e de pesquisa jurídica</p><p>como computacional. Nas duas primeiras fases, o homem fazia a interpretação dos</p><p>dados, diferenciando apenas na velocidade com que se coletam as informações. Já</p><p>na fase atual, a inteligência artificial computacional propõe que a máquina faça</p><p>também a interpretação mais adequada e consentânea ao caso, ajudando no</p><p>processo decisório para, em um passo seguinte, com segurança, já encampar</p><p>decisões automatizadas, sem passar por uma supervisão humana prévia (SOARES;</p><p>KAUFFMAN; CHAO, 2020, p. 8).</p><p>Alcantara (2014) proferiu a indignação causada pelo impacto da tramitação</p><p>digital dos processos em uma ciência considerada tão conservadora como a jurídica,</p><p>ocorrendo por causa da quantidade de profissionais de “gerações tecnológicas</p><p>remotas” juntamente com a necessidade de uma habilidade adicional interligada à</p><p>informática. Abrão (2011) ressaltou as facilidades de acesso ao andamento do</p><p>processo e a redução do trabalho nos tribunais em razão da diminuição das</p><p>solicitações de consulta no balcão dos fóruns.</p><p>Toda a informatização do poder judicial brasileiro já fez com que o mundo</p><p>jurídico se transformasse em potencial das tecnologias da informação sobre práticas</p><p>que muitos acreditavam ser imutáveis. A vinda da inteligência artificial para a análise</p><p>de licitações, contratos e até mesmo de decisões, culminando da real possibilidade</p><p>de previsão de decisum, bem como a automatização da advocacia de massa são</p><p>apenas alguns exemplos de mudanças no mercado jurídico que podem transformar a</p><p>advocacia</p><p>contemporânea (CARVALHO; COSTA; FERNANDES, 2017).</p><p>https://rnp-primo.hosted.exlibrisgroup.com/primo-explore/search?query=any,contains,Revista%20JRG%20de%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&tab=default_tab&search_scope=default_scope&vid=CAPES_V3&facet=jtitle,include,Revista%20Jrg%20De%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&lang=pt_BR&offset=0</p><p>A Questão Digital: A Inteligência Artificial e o Futuro da Advocacia</p><p>www.periodicoscapes.gov.br Revista JRG de Estudos Acadêmicos · 2024;15:e151398 11</p><p>Não se trata de uma escolha a ser feita, mas uma realidade a ser absorvida,</p><p>uma que vez às ferramentas de inteligência artificial são sim, instrumentos de</p><p>transformação do modus operandi do trabalho jurídico, mas somente mobilizam e</p><p>realizam a partir da representação de conhecimento, análise e interferências do ser</p><p>humano jurista (FELIPE; PERROTA, 2018, p. 14).</p><p>Notadamente, os advogados já utilizam ferramentas para reduzir grande parte</p><p>do trabalho de um advogado iniciante. Enquanto um pequeno exército de advogados</p><p>seria necessário para ler manualmente centenas de caixas de documentos em busca</p><p>de informações relevantes para o litígio, esses mesmos documentos, quando</p><p>digitalizados, disponíveis em plataforma eletrônica, possibilita a localização de</p><p>documentos relevantes para a causa em fração de segundos, eliminando despesas</p><p>com pessoal qualificado, sendo que a máquina efetua os serviços com maior precisão,</p><p>não estando sujeita a intempéries de sono ou indisposições momentâneas, que</p><p>facilitam a desconsideração errônea de documentos relevantes (MARKOFF, 2011, p.</p><p>49).</p><p>Tais tarefas afeitas aos advogados têm sido vistas como aqueles que apenas</p><p>profissionais altamente qualificados podem executar. Isso proporciona identificar</p><p>questões legais, reunir os fatos relevantes e determinar o resultado provável de um</p><p>tribunal para julgar o litígio, caso seja ajuizada a demanda. Os clientes estão</p><p>interessados nesse tipo de consultoria, pois reduzem custos com riscos de demandas</p><p>mal propostas. Toda a apreensão que advém, surge de questionamentos da máquina</p><p>realizar esse trabalho com mais eficiência que o humano, visto que no jogo de xadrez,</p><p>típico de tomada de decisões, a máquina já supera o humano faz muito tempo</p><p>(SOARES; KAUFFMAN; CHAO, 2020, p. 11).</p><p>A análise da máquina, no futuro, trará vantagens advindas da inteligência</p><p>artificial aplicada no direito. Isso porque, mesmo bem treinadas, os advogados são</p><p>limitados em sua capacidade de avaliar todas as decisões relevantes e são propensos</p><p>a preconceitos pessoais. A aprendizagem da máquina certamente ajudará a superar</p><p>esses preconceitos, fornecendo uma previsão mais objetiva. Essa análise</p><p>computadorizada não excluirá a estratégia de litígio particular, que está distante de a</p><p>máquina racionalizar, mantendo-se no campo de monopólio dos advogados</p><p>(SOARES; KAUFFMAN; CHAO, 2020, p. 17).</p><p>Essa realidade agora está sendo transposta para que a máquina possa efetuar</p><p>previsão de resultados judiciais. Não está muito longe a data em que os assuntos</p><p>jurídicos serão confeccionados por máquinas, sendo totalmente dispensável a</p><p>atividade humana para esse trabalho (SOARES; KAUFFMAN; CHAO, 2020).</p><p>No curto prazo, o desenvolvimento de ferramentas de previsão irá melhorar a</p><p>transparência, honestidade e ética, bem como a própria capacidade dos advogados</p><p>em trabalhar com mais eficiência, aprofundar e ampliar suas áreas de especialização,</p><p>proporcionando maior acesso à justiça e valor aos seus clientes. A longo prazo, não</p><p>está claro exatamente o quão será drástico o impacto das ferramentas de inteligência</p><p>artificial sobre o ofício do advogado (SOARES; KAUFFMAN; CHAO, 2020, p. 25).</p><p>Isto é, para a continuidade da atividade jurídica em um mundo cada vez mais</p><p>dominado pela tecnologia e IA, os profissionais da área precisarão desenvolver</p><p>habilidades específicas que os permitam integrar essas inovações em suas práticas</p><p>diárias. Assim, enquanto a tecnologia transforma o campo jurídico, os praticantes que</p><p>se adaptarem às novas habilidades, não apenas permanecerão relevantes, mas</p><p>também estarão mais bem equipados para oferecer um serviço eficiente.</p><p>https://rnp-primo.hosted.exlibrisgroup.com/primo-explore/search?query=any,contains,Revista%20JRG%20de%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&tab=default_tab&search_scope=default_scope&vid=CAPES_V3&facet=jtitle,include,Revista%20Jrg%20De%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&lang=pt_BR&offset=0</p><p>A Questão Digital: A Inteligência Artificial e o Futuro da Advocacia</p><p>www.periodicoscapes.gov.br Revista JRG de Estudos Acadêmicos · 2024;15:e151398 12</p><p>É de todo óbvio que os futuros advogados terão de desenvolver essas</p><p>competências, impondo um rigoroso requisito de formação a escritórios de advocacia</p><p>que continuará por um longo período (HINO; CUNHA, 2019).</p><p>Apesar da existência futura da profissão de advogado, os advogados terão</p><p>papéis vitais a desempenhar, mas serão diferentes e mais refinados do que no</p><p>passado. Em outras palavras, os advogados irão fornecer a última entrega de solução,</p><p>aplicação dessas funções humanas para a saída das ferramentas de IA assegurando</p><p>que a advocacia continue a prosperar (HINO; CUNHA, 2019).</p><p>4. Considerações Finais</p><p>Este estudo vem para destacar a importância da inteligência artificial na</p><p>transformação da prática da advocacia. O tema central abordou como a AI está</p><p>moldando o futuro do campo jurídico, influenciando tanto a rotina laboral dos</p><p>advogados quanto as habilidades necessárias para a prática do direito. Através de</p><p>uma análise minuciosa, é possível compreender maneiras pelas quais a tecnologia</p><p>está sendo interligada ao mundo jurídico e os impactos dessa integração.</p><p>O problema investigado advém de como a inteligência artificial está</p><p>transformando a advocacia e o que os advogados precisam desenvolver para se</p><p>manterem firmes no mercado de trabalho. Através disto, a hipótese sugeriu que a IA</p><p>traria mudanças significativas, exigindo novas habilidades dos profissionais de direito.</p><p>Portanto, a pesquisa buscou confirmar que ao examinar as ferramentas tecnológicas,</p><p>trazem impactos nas práticas jurídicas, necessitando sempre de constante evolução.</p><p>O objetivo geral do artigo foi analisar o impacto da inteligência artificial na</p><p>prática da advocacia, identificando as possíveis transformações no setor e as novas</p><p>competências necessárias. Os objetivos específicos incluíram mapear as tecnologias,</p><p>examinar as mudanças rotineiras no ambiente de trabalho e explorar questões legais</p><p>associadas ao uso da IA. Esses objetivos permitem uma compreensão abrangente</p><p>dos desafios apresentados pelo avanço da era da informação tecnológica.</p><p>Já a justificativa profissional, surge da necessidade de os advogados estarem</p><p>preparados para as mudanças tecnológicas, fornecendo um guia prático para se</p><p>manterem no mundo corporativo. Por outro lado, a justificativa científica destacou a</p><p>contribuição do presente estudo para literatura sobre a tecnologia e direito, oferecendo</p><p>uma base teórica para futuras pesquisas. Por fim, a justificativa social, enfatizou a</p><p>importância do acesso à justiça e a qualidade jurídica, apontando como a IA pode</p><p>tornar o sistema mais eficiente, além de garantir a implementação responsável dessas</p><p>tecnologias.</p><p>Os resultados deste artigo confirmam que a inteligência artificial está</p><p>transformando a prática da advocacia, exigindo que os profissionais desenvolvam</p><p>novas competências para se adaptarem. Conclui-se que a integração da IA pode</p><p>aumentar a precisão de serviços jurídicos, mas também apresenta desafios que</p><p>precisam ser cuidadosamente considerados. A pesquisa veio para fornecer base</p><p>acadêmica, destacando a necessidade de uma abordagem equilibrada que engloba a</p><p>inovação tecnológica com a preservação da advocacia. Dessa forma, o estudo</p><p>contribuiu para entendimentos mais complexos e apontou direções para futuras</p><p>investigações no campo do direito, reforçando firmemente a ideia de que há espaço</p><p>para futuros advogados, desde</p><p>que esses, se adaptem às novas tecnologias e se</p><p>qualifiquem com o passar do tempo.</p><p>https://rnp-primo.hosted.exlibrisgroup.com/primo-explore/search?query=any,contains,Revista%20JRG%20de%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&tab=default_tab&search_scope=default_scope&vid=CAPES_V3&facet=jtitle,include,Revista%20Jrg%20De%20Estudos%20Acad%C3%AAmicos&lang=pt_BR&offset=0</p><p>A Questão Digital: A Inteligência Artificial e o Futuro da Advocacia</p><p>www.periodicoscapes.gov.br Revista JRG de Estudos Acadêmicos · 2024;15:e151398 13</p><p>Referências</p><p>ABRÃO, Carlos H. Processo eletrônico: processo digital. São Paulo: Atlas, 2011</p><p>AFFAIRS, European Parliament: Committee On Legal. 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