Prévia do material em texto
<p>NOME: Anna Carolina Scher Carvalho</p><p>MATRÍCULA: 20191107632</p><p>CURSO: Relações Internacionais</p><p>MATÉRIA: Brasil e as Novas Fronteiras Globais</p><p>PROFESSOR: Tanguy Baghdadi</p><p>1- Multilateralismo é uma forma de tomarmos uma decisão envolvendo todos os países</p><p>com regras claras acerca de como aquela decisão será tomada, mas isso não quer dizer que</p><p>todos irão concordar e colaborar. A decisão para definir as regras será feita como uma</p><p>sociedade, onde uns quatro países se juntam e no início da tudo certo, todos tem os mesmos</p><p>objetivos, mas no final um deles irá falar que precisam de um contrato. Esse contrato serve</p><p>para que, mais à frente, quando precisarem tomar uma decisão e algumas pessoas não</p><p>concordarem, já tenha sido definido previamente como essa decisão vai ser tomada.</p><p>Ao falarmos sobre multilateralismo estamos falando de uma forma de tomada de</p><p>decisão que promove o achatamento das diferenças de poder entre os estados, ou seja, sem o</p><p>multilateralismo a diferença de poder entre os estados é enorme. Com as decisões sendo</p><p>tomadas pelo plano multilateral, essa diferença de poder será nivelada. Um exemplo que</p><p>podemos ter é dos EUA que é muito mais poderoso que alguns países, mas com essa tomada</p><p>de decisões as regras farão com que os EUA não tenham a capacidade de impor sua vontade,</p><p>tendo então que negociar com outros países, diminuindo seu nível e seu exercício de poder.</p><p>Assim também os países que não tem muito poder vão possuir o mesmo poder que os outros,</p><p>participando das tomadas de decisões, podem não ter muito poder de convencimento, mas terão</p><p>o mesmo voto.</p><p>O Brasil optou em fazer uma inserção internacional diplomática, no momento em que</p><p>se constituiu como estado independente tomou a decisão de não se consolidar como uma</p><p>potência militar. Por ser o país com maior quantidade de fronteiras no mundo, com dez países,</p><p>o Brasil tem o pensamento de que se ele quisesse se tornar uma potência militar, teria que se</p><p>preocupar com a quantidade de países vizinhos, pois eles iriam se preocupar com ele. A decisão</p><p>se deu então porque não é algo fácil se tornar potência militar, por ser um país grande, a</p><p>diferença de poder entre Brasil e os países que fazem fronteiras não é tão grande assim, então</p><p>o Brasil decide se tornar uma potência diplomática, que é construída com credibilidade e</p><p>estabilidade. No multilateralismo, o Brasil está no “meio”, é beneficiado pelo achatamento de</p><p>poder, conseguindo dialogar tanto com os países que estão em cima quanto com os de baixo.</p><p>Na lógica brasileira o multilateralismo é o sistema de atuação ideal para o Brasil, o que dá mais</p><p>relevância para a posição internacional do país. Se não houvesse o multilateralismo o Brasil</p><p>perderia relevância.</p><p>2- O grupo G24 foi criado em 1971 e reúne basicamente os Estados periféricos (Brasil</p><p>incluso), a solução proposta para a crise financeira internacional é de democratização do</p><p>sistema financeiro internacional, isso significa que as decisões tomadas sobre a moeda e padrão</p><p>econômico não podem ser tomadas apenas por um pequeno grupo de países ricos. Grande parte</p><p>da população está sendo excluída de tomar essas decisões, os países latinos e asiáticos também</p><p>devem participar, sendo assim o G24 tem como proposta a ampliação dos debates a respeito do</p><p>sistema financeiro internacional</p><p>Desde a década de 70 o Brasil possui uma grande crítica a essa discussão que ocorre</p><p>somente entre os países mais ricos, pois sabe que os países periféricos precisam ser incluídos</p><p>nas discussões. O G24 exige uma participação maior dos países emergentes nas decisões</p><p>financeiras globais, querem participar das decisões sobre a crise. Chegam a esse ponto porque</p><p>quando os países ricos tomam decisões ou medidas econômicas que acabam dando errado, todo</p><p>o mundo terá consequências. Portanto, o raciocínio do G24 é de que não é justo apenas os</p><p>países ricos tomarem decisões, todos tem que participar, o G24 então demanda que o sistema</p><p>financeiro internacional seja democratizado, havendo uma democratização do FMI porque ele</p><p>que toma as decisões mais importantes e acabam sendo feitas com os países ricos. O que o G24</p><p>vai pedir é que haja regras nas decisões financeiras, não aceitando que as decisões sejam</p><p>tomadas apenas por um grupo.</p><p>Paralelo a isso temos os países centrais vendo que precisam repensar como irão</p><p>solucionar isso, o problema surge nos países centrais. Vão então criar o grupo G7 em 1975 e</p><p>tem como integrantes EUA, Canadá, Reino Unido, Japão, França, Alemanha e Itália, esses</p><p>países passam a se reunir de forma sistemática para discutir as soluções para as crises</p><p>financeiras internacionais. Os países ricos não aceitam as decisões que o G24 propõe, enquanto</p><p>o G24 diz que precisam democratizar, o G7 vai resolver isso entre eles. As soluções que o G7</p><p>tem são soluções liberais. A grande questão nos anos 1970 era como solucionar a crise, os</p><p>países que já eram ricos falam que é com o liberalismo, já os estados pobres dizem que é com</p><p>a participação do Estado, criando regras claras e com intervenção na economia.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Aulas do professor Tanguy Baghdadi dos dias 19/08; 26/08; 02/09.</p>