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<p>Biossegurança</p><p>ENSINO</p><p>Técnico em Enfermagem</p><p>Módulo 1: BIOSSEGURANÇA</p><p>Prof. Enf. Anielly Leopoldo</p><p>Biossegurança</p><p>Conteúdos Abordados:</p><p>1. Introdução a Biossegurança</p><p>2. Princípios da Biossegurança</p><p>3. Boas Práticas Laboratoriais</p><p>4. Higienização das Mãos</p><p>5. Tipos e métodos de assepsia e antissepsia</p><p>6. Tipos de Riscos</p><p>7. Gestão de Riscos no Ambiente de Trabalho</p><p>Biossegurança</p><p>Introdução:</p><p>A biossegurança, em sentido amplo: “compreende um conjunto de ações destinadas a prevenir,</p><p>controlar, mitigar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam interferir ou</p><p>comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio ambiente” (BRASIL;</p><p>ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2010).</p><p>Ao considerar atividades de saúde, tecnológicas, de pesquisa ou ensino e os riscos inerentes às</p><p>mesmas, entende-se que a biossegurança se refere à adoção de procedimentos de segurança</p><p>na execução de atividades que ofereçam riscos à segurança ambiental e humana, como, por</p><p>exemplo, a manipulação de organismos geneticamente modificados, com a finalidade de</p><p>proteger o ecossistema e preservar a saúde e a vida humana. Neste caso, a biossegurança</p><p>refere-se aos organismos geneticamente modificados (OGM), de acordo com a Lei de</p><p>Biossegurança - n. 11.105 de 24 de março de 2005 (BRASIL, 2005).</p><p>As atividades executadas em laboratórios de ensino e pesquisa expõem seus usuários a</p><p>diferentes tipos de riscos (biológicos, químicos e radiações) dependendo da atividade exercida,</p><p>portanto, nesses ambientes, a biossegurança pode ser melhor aplicada quando são divulgados</p><p>os riscos e os correspondentes procedimentos para se evitar os efeitos adversos associados a</p><p>estes riscos, sempre buscando por sua minimização.</p><p>No caso dos animais, a OIE - Organização Mundial para Saúde Animal, também apresenta</p><p>normas e guias para promover a biossegurança em todos os ambientes onde estes são criados,</p><p>mantidos e utilizados para ensino e pesquisa (OIE, 2023).</p><p>Ambientes laboratoriais são locais que podem expor as pessoas que nele trabalham ou circulam</p><p>a riscos de diversas origens. Os laboratórios de ensino e pesquisa têm características diferentes</p><p>de outros, devido principalmente a grande rotatividade de professores, pesquisadores,</p><p>estagiários, alunos de graduação e pós-graduação, além da variabilidade de atividades</p><p>desenvolvidas.</p><p>A manipulação de produtos químicos, microorganismos e parasitas com risco de infectividade</p><p>e morbidade é bastante variada, sobretudo nos laboratórios de ensino na área de saúde. A</p><p>Biossegurança por ser um conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias,</p><p>equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes às atividades de</p><p>pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem</p><p>Biossegurança</p><p>comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos</p><p>desenvolvidos, é de fundamental importância em laboratórios de ensino e pesquisa. Portanto,</p><p>neste material serão abordados cuidados que devem ser tomados e medidas que reduzem ao</p><p>máximo a exposição aos riscos que afetam a saúde de profissionais e estudantes, que estão em</p><p>contato com equipamentos, substâncias químicas e espécimes biológicos em laboratórios.</p><p>Princípios da Biossegurança</p><p>O objetivo principal da biossegurança é criar um ambiente de trabalho onde se promova a</p><p>contenção do risco de exposição a agentes potencialmente nocivos ao trabalhador, pacientes e</p><p>meio ambiente, de modo que este risco seja minimizado ou eliminado.</p><p>O termo “contenção” é usado para descrever os métodos de segurança utilizados na</p><p>manipulação de materiais infecciosos ou causadores de riscos em meio laboratorial, onde estão</p><p>sendo manejados ou mantidos. O objetivo da contenção é reduzir ou eliminar a exposição da</p><p>equipe de um laboratório, de outras pessoas e do meio ambiente em geral aos agentes</p><p>potencialmente perigosos. As contenções de riscos representam-se como a base da</p><p>biossegurança e são ditas primárias ou secundárias.</p><p>A contenção primária, ou seja, a proteção do trabalhador e do ambiente de trabalho contra a</p><p>exposição a agentes infecciosos, é obtida através das práticas microbiológicas seguras e pelo</p><p>uso adequado dos equipamentos de segurança. A contenção secundária compreende a</p><p>proteção do ambiente externo contra a contaminação proveniente do laboratório e/ou setores</p><p>que manipulam agentes nocivos. Esta forma de contenção é alcançada tanto pela adequada</p><p>estrutura física do local como também pelas rotinas de trabalho, tais como descarte de resíduos</p><p>sólidos, limpeza e desinfecção de artigos e áreas, etc.</p><p>Boas Práticas Laboratoriais</p><p>As Boas Práticas em Laboratório (BPLs) são medidas que devem ser adotadas com o objetivo de</p><p>minimizar os riscos inerentes às atividades realizadas em laboratório, e que requerem de seus</p><p>usuários uma série de cuidados, justificados pelo risco à saúde, em função do manuseio de</p><p>material biológico contaminado, bem como da utilização de vidrarias, equipamentos e produtos</p><p>químicos. As boas práticas são fundamentais e referem-se às normas de conduta que regem os</p><p>Biossegurança</p><p>trabalhos nesses locais, de modo a garantir a segurança individual e coletiva, bem como a</p><p>reprodutibilidade da metodologia e dos resultados obtidos. Para minimizar os riscos, medidas</p><p>como práticas de higienização, utilização de barreiras primárias (equipamentos de proteção</p><p>individual e coletiva) e adequação das barreiras secundárias (área física do ambiente de</p><p>trabalho) são essenciais (OMS, 2004; BRASIL, 2021a).</p><p>Esses procedimentos básicos são essenciais, independente da classe de risco, e incluem:</p><p>Restrição de Acesso: Limitar o acesso aos laboratórios, permitindo a entrada e permanência</p><p>apenas de pessoas autorizadas pelos respectivos responsáveis.</p><p>Normas Gerais de Higiene:</p><p>• Manter cabelos longos presos e unhas aparadas e limpas;</p><p>• Uso de calçados fechados, com solado liso e antiderrapante;</p><p>• Uso de jalecos de mangas compridas;</p><p>• Evitar o uso de cosméticos e adornos (jóias, alianças, relógios) durante a execução das</p><p>atividades;</p><p>• Artigos de uso pessoal, por exemplo, celular, bolsas e mochilas, devem ser mantidos</p><p>fora do ambiente laboratorial;</p><p>• Evitar o uso de lentes de contato. Se o uso for indispensável, não manuseá-las durante</p><p>o trabalho e protegê-las com o uso de óculos de segurança;</p><p>• Lavar as mãos com água e sabão, por meio de técnica adequada para a remoção</p><p>mecânica de sujidades e da microbiota transitória da pele;</p><p>• Nunca colocar objetos do laboratório na boca, tais como lápis, canetas, borracha,</p><p>seringas, pipetas;</p><p>• É proibido realizar pipetagem com a boca, sempre utilizar os auxiliares de pipetagem;</p><p>• Não fumar, beber ou se alimentar dentro dos laboratórios;</p><p>• Não armazenar alimentos em refrigeradores do laboratório;</p><p>• Não assistir televisão e ouvir aparelhos eletrônicos, inclusive com fone de ouvido;</p><p>• Não segurar o telefone ou manipular qualquer outro objeto externo à área analítica</p><p>calçando luvas;</p><p>Equipamentos de Segurança</p><p>Biossegurança</p><p>Os equipamentos de segurança incluem os equipamentos de proteção individuais (EPI) e</p><p>coletivos (EPC) e são considerados elementos de contenção primária ou barreiras primárias.</p><p>Esses equipamentos podem reduzir ou eliminar a exposição da equipe do laboratório, de outras</p><p>pessoas e do meio ambiente aos agentes potencialmente perigosos. São utilizados na área da</p><p>saúde para proteger do contato com agentes infecciosos, tóxicos ou corrosivos, calor excessivo,</p><p>fogo e outros perigos. Também servem</p><p>para evitar a contaminação do material em experimento</p><p>ou em produção (NR 6 Portaria SIT nº194, de 07 de dezembro de 2010).</p><p>Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)</p><p>Os EPIs são todos dispositivos ou produtos de uso individual utilizados pelos usuários no</p><p>ambiente de trabalho, com o objetivo de protegê-los do contato com agentes infecciosos,</p><p>químicos ou físicos. Estes dispositivos também atuam para evitar a contaminação de materiais</p><p>em experimentos, ou ainda, para a proteção dos animais utilizados em pesquisas, neutralizando</p><p>a disseminação de possíveis contaminantes do manipulador.</p><p>• Jalecos</p><p>• Luvas de Procedimento</p><p>Biossegurança</p><p>• Luvas Frio/Calor</p><p>• Máscaras</p><p>• N95</p><p>• Cirúrgicas</p><p>Biossegurança</p><p>• Óculos de Proteção</p><p>• Calçados de Segurança</p><p>Higienização das Mãos</p><p>A higiene das mãos pode ser realizada friccionando as mãos com preparação alcoólica ou</p><p>higienizando com água e sabonete, o que deixa as mãos livres de contaminação microbiana</p><p>potencialmente prejudicial e também seguras para o atendimento ao paciente.</p><p>A maneira mais eficaz de garantir uma ótima higiene das mãos é utilizar a preparação alcoólica</p><p>para as mãos. De acordo com as Diretrizes da OMS sobre Higiene das Mãos em Serviços de</p><p>Saúde, quando a preparação alcoólica para as mãos está disponível, deve ser adotada como</p><p>produto de escolha para a antissepsia rotineira das mãos (recomendação IB). As preparações</p><p>Biossegurança</p><p>alcoólicas para as mãos apresentam as seguintes vantagens imediatas: – eliminação da maioria</p><p>dos micro-organismos (incluindo vírus); – curto período de tempo para higienizar as mãos (20</p><p>a 30 segundos); – disponibilidade do produto no ponto de assistência*; – boa tolerabilidade da</p><p>pele; – não há necessidade de qualquer infraestrutura especial (rede de fornecimento de água</p><p>limpa, lavatório, sabonete e toalha). O sabonete (líquido ou espuma) e as preparações</p><p>alcoólicas para as mãos não devem ser utilizadas concomitantemente (recomendação II). Para</p><p>cumprir as recomendações de higiene das mãos os profissionais de saúde devem, idealmente,</p><p>higienizar as mãos onde e quando os cuidados são prestados, quer dizer no ponto de</p><p>assistência* e nos momentos indicados, o que requer a utilização de produto alcoólico, na</p><p>maioria das vezes.</p><p>Higiene das mãos:</p><p>As mãos devem ser lavadas com água e sabonete (líquido ou espuma) quando estiverem</p><p>visivelmente sujas de sangue ou outros fluidos corporais, quando a exposição a potenciais</p><p>organismos formadores de esporos é fortemente suspeita ou comprovada, ou depois de utilizar</p><p>o banheiro. O processo de higienizar as mãos de maneira efetiva, friccionando com preparação</p><p>alcoólica ou lavando as mãos, depende de uma série de fatores: – a qualidade da preparação</p><p>alcoólica (conformidade com os padrões europeus e dos EUA); – a quantidade de produto</p><p>utilizada; – o tempo de fricção ou lavagem; – a superfície da mão friccionada ou lavada. As ações</p><p>de higiene das mãos são mais eficazes quando a pele das mãos é livre de lesões/cortes, as unhas</p><p>estão no tamanho natural, curtas e sem esmalte e as mãos e antebraços sem joias e</p><p>descobertos.</p><p>Por isso, é importante tomar uma série de medidas durante o processo de higiene das mãos</p><p>para tornar as mãos seguras durante a prestação dos cuidados.</p><p>Quando deve ser realizada a higiene das mãos?</p><p>A adesão ou a não adesão à higiene das mãos têm consequências para a transmissão de micro-</p><p>organismos e desenvolvimento de IRAS. A higiene das mãos não é apenas uma opção, uma</p><p>questão de senso comum ou ainda uma oportunidade; ela corresponde a indicações durante a</p><p>prestação de cuidados que são justificadas pelo risco de transmissão de micro-organismos. Para</p><p>Biossegurança</p><p>minimizar as diferenças na forma como são entendidas e aplicadas pelos profissionais de saúde,</p><p>formadores de observadores e observadores de práticas de higiene das mãos, é importante que</p><p>as indicações de higiene das mãos sejam universalmente compreendidas. Não deve haver</p><p>dúvidas ou interpretações por parte dos profissionais de saúde. Além disso, se as práticas de</p><p>higiene das mãos devem ser avaliadas e retroalimentadas para garantir a melhoria constante,</p><p>é essencial que os observadores tenham uma compreensão clara das indicações corretas para</p><p>a higiene das mãos.</p><p>O conceito de “Meus 5 momentos para a higiene das mãos”:</p><p>O conceito “Meus cinco momentos para a higiene das mãos” propõe uma visão unificada para os</p><p>profissionais de saúde, os formadores de observadores de higiene das mãos e os observadores</p><p>para minimizar a variação interindividual e levar a um aumento global da adesão às práticas</p><p>efetivas de higiene das mãos. Considerando as evidências, esse conceito sintetiza as indicações</p><p>de higiene das mãos recomendadas pelas Diretrizes da OMS sobre Higiene das Mãos em Serviços</p><p>de Saúde (consultar a Parte II das Diretrizes) nos cinco momentos em que a higiene das mãos é</p><p>Biossegurança</p><p>necessária. Vale ressaltar que essa abordagem centrada no usuário e no paciente visa à</p><p>complexidade mínima e uma harmoniosa integração no fluxo de trabalho natural, que se aplica</p><p>a uma ampla gama de unidades assistenciais e profissionais de saúde. A decisão de abordar a</p><p>higiene das mãos utilizando um conceito sintético, focando em apenas cinco indicações, tem</p><p>como objetivo facilitar o entendimento dos momentos em que há riscos de transmissão de micro-</p><p>organismos pelas mãos, memorizá-los e incorporá-los nas atividades assistenciais. Os “Meus</p><p>cinco momentos para a higiene das mãos” (Figura 2) devem ser utilizados como a abordagem de</p><p>referência para a prática correta, o ensino e a avaliação da higiene das mãos. O conceito tenta ir</p><p>além da longa lista (nunca exaustiva) de ações e situações assistenciais que exigem a higiene das</p><p>mãos; não define procedimentos específicos e múltiplos e situações assistenciais, mas ajuda a</p><p>focar nos momentos essenciais incorporados na sequência de cuidados em que há necessidade</p><p>de higienizar as mãos. O conceito não reduz de modo algum a necessidade de higiene das mãos.</p><p>É uma ferramenta que serve para identificar os momentos em que a higiene das mãos deve ser</p><p>efetuada, bem como para identificar quando a prática não é útil.</p><p>Tipos e métodos de assepsia e antissepsia</p><p>Definições</p><p>Biossegurança</p><p>Assepsia: é o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de microorganismos</p><p>num ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre</p><p>de infecção.</p><p>• ASSEPSIA DO AMBIENTE</p><p>A assepsia é aplicada em locais ou superfícies inanimadas onde há risco de contaminação e</p><p>infecção, como salas cirúrgicas, unidades de terapia intensiva, laboratórios e Produtos para</p><p>Saúde (PPS).</p><p>Com a aplicação de técnicas disponíveis em manuais de saúde, este procedimento visa impedir a</p><p>introdução de germes patogênicos em determinado ambiente e objetos.</p><p>É o cuidado com a limpeza e higiene de tudo que nos cerca e envolve a remoção da sujidade</p><p>visível e a aplicação de produtos químicos específicos para eliminar os microrganismos presentes</p><p>nas superfícies.</p><p>Os métodos físicos de assepsia envolvem o uso de calor seco ou úmido, radiação ou filtração para</p><p>eliminar os microrganismos. Já os métodos químicos consistem na aplicação de substâncias</p><p>germicidas ou desinfetantes sobre os objetos ou superfícies que devem ser esterilizados.</p><p>Antissepsia: é o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de microorganismos</p><p>ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e para tal fim</p><p>utilizamos antissépticos ou desinfetantes.</p><p>Degermação: Vem do inglês degermation,</p><p>ou desinquimação, e significa a diminuição do número</p><p>de microorganismos patogênicos ou não, após a escovação da pele com água e sabão.</p><p>Fumigação: é a dispersão sob forma de partículas, de agentes desinfectantes como gases,</p><p>líquidos ou sólidos.</p><p>Desinfecção: é o processo pelo qual se destroem particularmente os germes patogênicos e/ou</p><p>se inativa sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os esporos não são necessariamente</p><p>destruídos.</p><p>Esterilização: é processo de destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias nas</p><p>formas vegetativas e esporuladas, fungos e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos e ou</p><p>químicos, Toda esterilização deve ser precedida de lavagem e enxaguadura do artigo para</p><p>remoção de detritos.</p><p>Biossegurança</p><p>Esterilizantes: são meios físicos (calor, filtração, radiações, etc) capazes de matar os esporos e a</p><p>forma vegetativa, isto é, destruir todas as formas microscópicas de vida.</p><p>Esterilização: o conceito de esterilização é absoluto. O material é esterilizado ou é contaminado,</p><p>não existe meio termo.</p><p>Germicidas: são meios químicos utilizados para destruir todas as formas microscópicas de vida e</p><p>são designados pelos sufixos "cida" ou "lise", como por exemplo, bactericida, fungicida, virucida,</p><p>bacteriólise etc.</p><p>ANTISSEPSIA</p><p>A descontaminação de tecidos vivos depende da coordenação de dois processos: degermação e</p><p>antissepsia.</p><p>Degermação: É a remoção de detritos e impurezas depositados sobre a pele. Sabões e</p><p>detergentes sintéticos, graças a sua propriedade de umidificação, penetração, emulsificação e</p><p>dispersão, removem mecanicamente a maior parte da flora microbiana existente nas camadas</p><p>superficiais da pele, também chamada flora transitória, mas não conseguem remover aquela que</p><p>coloniza as camadas mais profundas ou flora residente.</p><p>Antissepsia: É a destruição de micro-organismos existentes nas camadas superficiais ou</p><p>profundas da pele, mediante a aplicação de um agente germicida de baixa causticidade,</p><p>hipoalergenico e passível de ser aplicado em tecido vivo. Os detergentes sintéticos não-iônicos</p><p>praticamente são destituídos de ação germicida. Sabões e detergentes sintéticos aniônicos</p><p>exercem ação bactericida contra microorganismos muito frágeis como o Pneumococo, porém,</p><p>são inativos para Stafilococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e outras bactérias Gram</p><p>negativas. Consequentemente, sabões e detergentes sintéticos (não iônicos e aniônicos) devem</p><p>ser classificados como degermantes, e não como antissépticos.</p><p>ANTISSÉPTICOS</p><p>Um antisséptico adequado deve exercer a atividade gemicida sobre a flora cutâneo-mucosa em</p><p>presença de sangue, soro, muco ou pus, sem irritar a pele ou as mucosas. Muitos testes in vitro</p><p>foram propostos para avaliar a ação de antissepticos, mas a avaliação definitiva desses</p><p>germicidas só pode feita mediante testes in vivo. Os agentes que melhor satisfazem as exigências</p><p>para aplicação em tecidos vivos são os iodos, a cloro-hexidina, o álcool e o hexaclorofeno.</p><p>Biossegurança</p><p>Para a desinfecção das mãos temos Soluções antissépticas com detergentes (degermantes) e se</p><p>destinam à degermação da pele, removendo detritos e impurezas e realizando anti-sepsia</p><p>parcial. Como exemplos citam:</p><p>• Solução detergente de PVPI a 10% (1% de iodo ativo)</p><p>• Solução detergente de clorhexidina a 4 %, com 4% de álcool etílico</p><p>Solução alcoólica para anti-sepsia das mãos:</p><p>• Solução de álcool iodado a 0,5 ou 1 % (álcool etílico a 70%, com ou sem 2 % de glicerina)</p><p>• Álcool etílico a 70%, com ou sem 2% de glicerina</p><p>Tipos de Riscos</p><p>As normas de biossegurança englobam medidas que visam evitar riscos físicos, químicos,</p><p>biológicos e ergonômicos.</p><p>• Riscos Físicos</p><p>Consideram-se agentes de riscos físicos as diversas formas de energia, originadas dos</p><p>equipamentos e são dependentes dos equipamentos, do manuseio do operador ou do ambiente</p><p>em que se encontra no laboratório. Pode-se citar alguns exemplos: ruídos, vibrações, pressões</p><p>anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultra-som, etc.</p><p>Estufas, muflas, banhos de água, bicos de gás, lâmpadas infravermelhas, mantas aquecedoras,</p><p>agitadores magnéticos com aquecimento, incubadoras elétricas, fornos de microondas e</p><p>autoclaves são os principais equipamentos geradores de calor. Suas instalações devem ser feitas</p><p>em local ventilado e longe de materiais inflamáveis, voláteis e de equipamentos termossensíveis.</p><p>• Riscos Biológicos</p><p>Os materiais biológicos abrangem amostras provenientes de seres vivos como plantas, bactérias,</p><p>fungos, parasitas, animais e seres humanos (sangue, urina, escarro, peças cirúrgicas, biópsias,</p><p>entre outras).</p><p>• Riscos de Acidentes</p><p>Considera-se riscos de acidentes qualquer fator que coloque o trabalhador ou aluno em situação</p><p>de perigo e possa afetar sua integridade e bem estar físico. São exemplos de riscos de acidentes:</p><p>equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico e</p><p>armazenamento inadequados, etc.</p><p>• Riscos Químicos</p><p>Biossegurança</p><p>Consideram-se agentes de riscos químicos os produtos que possam penetrar no organismo pela</p><p>via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela</p><p>natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através</p><p>da pele ou por ingestão. A classificação das substâncias químicas, gases, líquidos ou sólidos</p><p>devem ser conhecidas por seus manipuladores. Nesse aspecto, tem-se solventes orgânicos,</p><p>explosivos, irritantes, voláteis, cáusticos, corrosivos e tóxicos. Eles devem ser manipulados de</p><p>forma adequada em locais que permitam ao operador a segurança pessoal e do meio ambiente,</p><p>além dos cuidados com o descarte dessas substâncias.</p><p>• Riscos Ergonômicos</p><p>Considera-se riscos ergonômicos qualquer fator que possa interferir nas características</p><p>psicofisiológicas do trabalhador causando desconforto ou afetando sua saúde. Tais riscos</p><p>referem-se as condições dos projetos dos laboratórios como a distância em relação à altura dos</p><p>balcões, cadeiras, prateleiras, gaveteiros, capelas, circulação e obstrução de áreas de trabalho.</p><p>Os espaços devem ser adequados para a execução de trabalhos, limpeza e manutenção,</p><p>garantindo o menor risco possível de choques acidentais.</p><p>Gestão de Riscos no Ambiente de Trabalho</p><p>A gestão de riscos pode ser definida como um processo no qual são elaboradas e implementadas</p><p>medidas e procedimentos para prevenir, reduzir e controlar os riscos ocupacionais. Ela contribui</p><p>também para manter a empresa e os colaboradores operando dentro dos altos padrões de</p><p>segurança. De acordo com os requisitos da norma OHSAS 18001, focada na Gestão de Segurança</p><p>e Saúde Ocupacional, toda empresa deve fazer uma listagem de todas as ações ou itens da</p><p>empresa que possam causar riscos ao trabalhador.</p><p>No ambiente de trabalho, alguns tipos de riscos relacionados à saúde e segurança do trabalho</p><p>são:</p><p>• de acidente de trabalho ou ambiental;</p><p>• de doenças ocupacionais;</p><p>• de afastamento de funcionário;</p><p>• de morte por acidente ou doença ocupacional;</p><p>Biossegurança</p><p>No entanto, além dos danos humanos, também existem os danos patrimoniais, financeiros, de</p><p>imagem, dentre outros.</p><p>As principais vantagens são: a prevenção de perdas, o aumento da eficiência e da margem de</p><p>lucro, a otimização dos processos e o cumprimento da lei.</p><p>Uma análise de risco bem elaborada consiste em 4 etapas:</p><p>1 – Identificação e avaliação dos riscos</p><p>Essa etapa ocorre com um estudo minucioso do negócio, identificando as vulnerabilidades e</p><p>perigos para os colaboradores. Aqui, existem algumas perguntas que podem ser respondidas</p><p>para ajudar na avaliação. São elas:</p><p>• Quais os riscos presentes no</p><p>ambiente de trabalho?</p><p>• Qual a probabilidade de ocorrência de acidentes devido a estes riscos?</p><p>• Quais os efeitos e as consequências destes acidentes?</p><p>• Como estes riscos poderiam ser eliminados ou reduzidos?</p><p>2 – Treinamento e conscientização</p><p>Após analisar os riscos e entender como minimizá-los, você precisa engajar sua equipe para</p><p>contribuir na ação. Afinal, de nada adianta fornecer os melhores equipamentos e medidas de</p><p>proteção se eles não sabem como utilizá-los. Treine, conscientize e informe seus funcionários.</p><p>3 – Análise das ocorrências</p><p>Verifique os acidentes ou incidentes passados para verificar as causas. Esse é um ponto muito</p><p>importante, pois você encontra a raiz do problema e implementa algumas técnicas para evitar</p><p>que ele se repita.</p><p>4 – Alteração dos processos e monitoramento</p><p>Biossegurança</p><p>Causas identificadas, riscos mapeados e profissionais treinados? Agora é hora de alterar os</p><p>processos internos para que a nova maneira de trabalhar traga ainda menos riscos. E, após</p><p>realizar as alterações nos processos, faça o monitoramento para averiguar se está alcançando os</p><p>resultados desejados.</p><p>Gerenciamento de Riscos Ocupacionais - GRO</p><p>O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais – GRO é o conjunto de ações coordenadas de</p><p>prevenção que têm por objetivo garantir aos trabalhadores condições e ambientes de trabalho</p><p>seguros e saudáveis. O GRO deve constituir um Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR,</p><p>que se tornou exigível em 3 de janeiro de 2022, quando entrou em vigência a nova Norma</p><p>Regulamentadora n° 01 (Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais).</p><p>• O que é o PGR?</p><p>O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) é a materialização do processo de Gerenciamento</p><p>de Riscos Ocupacionais (por meio de documentos físicos ou por sistema eletrônico), visando</p><p>à melhoria contínua das condições da exposição dos trabalhadores por meio de ações</p><p>multidisciplinares e sistematizadas.</p><p>O PGR deve ser composto, no mínimo, por dois documentos:</p><p>a) Inventário de Riscos Ocupacionais, que compreende as etapas de Identificação de Perigos e</p><p>Avaliação de Riscos, de modo a estabelecer a necessidade de medidas de prevenção;</p><p>b) Plano de Ação, onde se estabelecem as medidas de prevenção a serem introduzidas,</p><p>aprimoradas ou mantidas, de modo a eliminar, reduzir ou controlar os riscos ocupacionais.</p><p>• Metas, indicadores e resultados</p><p>A Secretaria de Inspeção do Trabalho - SIT/MTE é responsável pela fiscalização. O</p><p>desenvolvimento e implementação do Programa é responsabilidade de cada empregador. Os</p><p>empregadores gerenciam os indicadores dos respectivos Programas. A SIT fiscaliza se os</p><p>indicadores propostos estão de acordo e se as ações em direção ao Gerenciamento de Riscos</p><p>estão sendo tomadas.</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/nr-1</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/nr-1</p><p>Biossegurança</p><p>O desenvolvimento correto do Programa resulta em riscos ocupacionais adequadamente geridos</p><p>e, consequentemente, menos acidentes e doenças do trabalho.</p><p>• Quem deve elaborar o PGR?</p><p>O PGR é uma obrigação constante na NR-01. Dessa forma, todos os empregadores quem</p><p>mantenham trabalhadores como empregados (CLT) devem providenciar a elaboração do PGR.</p><p>Entretanto, existem algumas exceções para as quais não é obrigatória a elaboração do PGR.</p>