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<p>UNIVERSIDADE NILTON LINS</p><p>PROCESSOS IMUNOPATOLÓGICOS</p><p>RESENHA CRÍTICA</p><p>Manaus – AM</p><p>2024</p><p>WALESCA VIVIANE LEAL DE OLIVEIRA</p><p>RESENHA CRÍTICA</p><p>Trabalho solicitado pela professora Luma L. Silva para obtenção de nota parcial referente a disciplina Saúde Pública’ na Universidade Nilton Lins.</p><p>Manaus – AM</p><p>2024</p><p>Resenha Crítica</p><p>No livro A Judiação da Saúde nos Municípios Brasileiros: uma coletânea dos trabalhos de pesquisa de profissionais do SUS, os autores MALTA et. al chamam a atenção para o problema da judiação na saúde no município de Manaus/AM e eles destacam as propostas de enfrentamento pelos profissionais da saúde. É relatado também que a escolha de Manaus foi devido à sua condição como um município de grande porte, que fica localizado na região norte do Brasil.</p><p>A região norte é conhecida por enfrentar uma serie de desafios estruturais, logísticos e geográficos que impactam diretamente na prestação de serviços públicos onde a saúde está inclusa. Como a cidade de Manaus é uma das principais da região, ela reflete muitos desses desafios como a difícil fixação de mão de obra especializada devido à sua localização remota, bem como suas vastas extensões territoriais que, por vezes, isolam completamente certas áreas.</p><p>A metodologia que os autores usaram para elaboração do projeto foi baseada em uma ampla pesquisa documental, utilizando bases acadêmicas consolidadas, como Google Acadêmico, Scielo e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Além disso, foram empregadas informações demográficas, judiciais e de saúde provenientes de fontes confiáveis, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ministério da Saúde (MS) por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), e o Tribunal de Justiça do Amazonas, entre outros. O projeto teve como origem a partir do levantamento de processos judiciais ocorridos entre janeiro e dezembro de 2018 e estão todos disponíveis na base de dados do Núcleo de Apoio Técnico ao Judiciário (NAT-JUS) e esses processos foram analisados considerando diversas variáveis, como a representação do autor, a prestação de saúde solicitada, a sentença proferida e o serviço utilizado, seja da Justiça Federal ou Estadual.</p><p>No segundo tema do livro, O texto destaca a necessidade premente de desenvolver processos estratégicos para lidar com a judicialização da saúde em Manaus, especialmente considerando a fragilidade do papel do Estado e o ativismo político dos tribunais. É essencial esquematizar e aprofundar o debate em torno desses processos, principalmente nos municípios de pequeno e médio porte, que enfrentam maiores desafios devido a decisões desproporcionais e à falta de compreensão sobre as competências do Sistema Único de Saúde (SUS). Também é informado sobre a Recomendação n.º 31 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que sugere que os magistrados ouçam os gestores antes de tomar decisões de urgência relacionadas à saúde. No entanto, observa-se que essa prática nem sempre é adotada, o que ressalta a necessidade de fortalecer a comunicação e a colaboração entre os diferentes atores envolvidos.</p><p>Uma das iniciativas importantes mencionadas é a criação dos Núcleos de Apoio Técnico do Poder Judiciário na Saúde (NAT-JUS), que permitem o acesso dos magistrados a bancos de dados com informações técnicas sobre questões de saúde. Em Manaus, o NAT-JUS foi implantado como uma medida de enfrentamento à judicialização, demonstrando uma abordagem proativa por parte das autoridades locais.</p><p>Outra estratégia mencionada é a mediação sanitária, que emerge como uma alternativa eficaz para resolver conflitos entre o Poder Público, o Poder Judiciário e os cidadãos que demandam por saúde. Embora ainda não tenha sido implementado em Manaus, o texto destaca a urgência de iniciar discussões sobre a criação de um Comitê de Mediação Sanitária, envolvendo todos os órgãos relevantes, incluindo o judiciário e a sociedade civil organizada.</p><p>O diagnóstico situacional apresenta uma visão abrangente dos problemas que impactam diretamente a qualidade da saúde oferecida aos usuários de Manaus, contribuindo para a judicialização da saúde na região. Os principais problemas identificados incluem:</p><p>· Esgotamento sanitário precário</p><p>· Crescimento populacional desordenado</p><p>· Baixíssima cobertura de Atenção Primária</p><p>· Serviços de Média e Alta Complexidade como principal porta de entrada</p><p>· Inexistência de autonomia da gestão municipal nas Unidades Hospitalares</p><p>· Baixíssimas coberturas vacinais</p><p>· Alta população flutuante</p><p>Com tudo o que já foi apresentado, algumas das propostas de enfrentamento mostradas devem ser consideradas, levando em conta o limite das possibilidades e as conjuntas locais que permeiam o processo de tomada de decisões de território, tais como:</p><p>· Atualizar o REMUME e introduzir os protocolos clínicos e terapêuticos;</p><p>· Promover um amplo debate intersetorial envolvendo as Secretarias Municipais de Infraestrutura, meio Ambiente e Educação Civil;</p><p>· Discutir com os diversos segmentos sociais, políticos e administrativos;</p><p>· Iniciar um novo processo de territorialização do município para implantação de novas equipes da ESF;</p><p>· Discutir com as diversas instâncias da gestão tripartite do SUS;</p><p>· Inverter a organização atual dos serviços e promover a Atenção Primária como principal porta de entrada do SUS;</p><p>· Desenvolver uma grande ação municipal voltada para o aumento das coberturas vacinais;</p><p>· Intensificação da atualização constante dos cadastros de usuários no E-SUS AB;</p><p>· Investimento em ações de promoção de saúde com o intuito de provocar mudanças de hábitos;</p><p>· Divulgação por parte da SEMSA da legislação sanitária como um todo nas escolas;</p><p>· Aproximação por parte da SEMSA juntamente ao Poder Judiciário para facilitar a argumentação;</p><p>· Identificar fragilidades existente na RAS local e que podem ser reparadas com base em investimentos pontuais e adequados à realidade orçamentária e financeira de Manaus;</p><p>· Fortalecer o Núcleo de Assessoramento Técnico do Judiciário;</p><p>· Criar o Comitê Municipal de Medição Sanitária como estratégia de aproximação dos diversos atores envolvidos na dinâmica do problema da judicialização.</p><p>Ao final desta caminhada, após uma trajetória de pesquisas de dados, informações, peculiaridades e diversidades do município de Manaus, chegamos a este momento convictos de que o desafio de enfrentar a judicialização na área da saúde, sobretudo num território que apresenta inúmeras barreiras das mais variadas origens, como naturais, geográficas, sociais, econômicas, de infraestrutura, dentre outras, é muito grande.</p><p>Além de todas as ações de enfrentamento descritas nessa resenha, muitas são as recomendações que estão intrinsecamente associadas e que devem também ser levadas em consideração no momento de execução desta iniciativa, tais como: planejamento estratégico, alinhamento entre atores envolvidos, uso do NAT-JUS, responsabilidade solidária, capacitação técnica e financeira, decisões judiciais equitativas, tutela antecipada, garantia do direito à saúde, responsabilidade estatal.</p><p>Portanto, a forma pela qual o Estado deve garantir o direito à saúde está condicionada a políticas sociais e econômicas, o que faz crer que qualquer atuação nesse sentido deva ser realizada de forma global e atender aos planos orçamentários traçados nos artigos 165 e 167 da Constituição Federal. Decisões judiciais não criam recursos nem podem obrigar o Estado a fornecer de uma hora para outra o medicamento. A crescente judicialização da dispensação de medicamentos resulta na desestabilização da própria política pública que organiza a aplicação dos recursos financeiros e a destinação da medicação. Assim, o fornecimento de fármacos não listados nos protocolos clínicos não deve ser imputado aos órgãos públicos de saúde, em respeito ao planejamento da distribuição de recursos elaborado pelo Poder Executivo, vendo o menor custo com o alcance dos fins estipulados, do contrário, beneficiar-se-ia o indivíduo de forma particular e privilegiada em detrimento da grande massa</p><p>de necessitados.</p><p>image1.jpeg</p>

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