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Caderno em Poesia - Direito Administrativo

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<p>DIREITO</p><p>ADMINISTRATIVO</p><p>CARREIRAS JURÍDICAS</p><p>Sumário</p><p>1. Conceito de regime jurídico administrativo 1</p><p>b. Divisão do regime jurídico segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro1</p><p>c. Regime jurídico administrativo 2</p><p>d. Regras vs princípios 2</p><p>e. Diferenciação entre regras e princípios segundo Ronald Dworkin2</p><p>f. Diferenciação entre regras e princípios para Robert Alexy 3</p><p>g. Diferenciação entre regras e princípio pela Doutrina Moderna 3</p><p>h. Classificações de princípios 4</p><p>2. Princípios basilares: Supremacia do Interesse Público</p><p>(prerrogativas) e Indisponibilidade do Interesse Público</p><p>(restrições) 5</p><p>a. Conceito de interesse público 5</p><p>b. Diferenciação da doutrina clássica: interesse público primário e</p><p>secundário 5</p><p>c. Princípio da supremacia do interesse público em relação ao</p><p>interesse privado 5</p><p>d. Princípio da indisponibilidade do interesse público 6</p><p>3. Princípios expressos da Administração Pública (previstos</p><p>no artigo 37, caput, CF/88) 9</p><p>a. Princípio da legalidade 9</p><p>b. Princípio da impessoalidade 9</p><p>c. Princípio da moralidade 11</p><p>d. Princípio da publicidade 11</p><p>i. Conceito 11</p><p>ii. Publicidade ≠ atos publicados 12</p><p>iii. Instrumentos que garantem o princípio da publicidade 12</p><p>e. Princípio da eficiência 12</p><p>4. Princípios implícitos da Administração Pública 14</p><p>a. Princípio da razoabilidade e proporcionalidade 14</p><p>b. Princípio da continuidade dos serviços públicos 14</p><p>c. Princípio da motivação 14</p><p>d. Princípio da autotutela 15</p><p>e. Princípio da segurança jurídica 15</p><p>f. Princípio da especialidade 16</p><p>g. Presunção da legalidade 16</p><p>h. Princípio do contraditório e ampla defesa 16</p><p>i. Princípio do contraditório 16</p><p>ii. Princípio da ampla defesa 16</p><p>i. Princípio da precaução 17</p><p>j. Princípio da consensualidade 17</p><p>k. Princípio da sindicabilidade 17</p><p>l. Princípio da prestação de contas 17</p><p>m. Princípio da subsidiariedade 17</p><p>n. Princípio da hierarquia 18</p><p>5. Direito Administrativo: conceitos 19</p><p>a. Conceitos iniciais 19</p><p>b. Critérios para definir o Direito Administrativo 19</p><p>c. Ciência do Direito Administrativo e Ciência da Administração 21</p><p>6. Origem do Direito Administrativo 22</p><p>a. Evolução histórica 22</p><p>7. Evolução do Direito Administrativo 24</p><p>a. Evolução nos países 24</p><p>b. Evolução no Brasil 24</p><p>8. Fontes do Direito Administrativo 25</p><p>a. Classificação das fontes 25</p><p>b. Fontes básicas do Direito Administrativo 25</p><p>9. Interpretação do Direito Administrativo 28</p><p>a. Noções gerais 28</p><p>10. Conceituação da Administração Pública 29</p><p>a. Estado 29</p><p>b. Função Administrativa 29</p><p>i. Conceito 29</p><p>c. Função de governo 30</p><p>d. Conceito de Administração Pública 31</p><p>i. Critérios para definir o conceito 31</p><p>11. Sistemas de controle da Administração Pública 32</p><p>a. Sistema inglês e sistema francês 32</p><p>i. Sistema francês (dualidade de jurisdição) 32</p><p>ii. Sistema inglês (unicidade da jurisdição) 32</p><p>12. Organização Administrativa 35</p><p>a. Desconcentração e Descentralização 35</p><p>b. Centralização e concentração 36</p><p>c. Administração Pública direta e indireta 37</p><p>d. Setores da Administração Pública 38</p><p>e. Órgãos públicos 39</p><p>f. Autarquias 41</p><p>g. Fundações Públicas 43</p><p>h. Empresas estatais 45</p><p>i. Sociedade de economia mista 46</p><p>13. Consórcios públicos 51</p><p>a. Noções gerais 51</p><p>i. Conceito 51</p><p>14. Entidades paraestatais 56</p><p>a. Conceito 56</p><p>b. Origem 56</p><p>c. Setores da Administração Pública 57</p><p>d. Entidades do 3º setor (entidades paraestatais) 57</p><p>15. Poderes da Administração Pública 91</p><p>a. Poder hierárquico 93</p><p>b. Poder disciplinar 94</p><p>c. Poder normativo 97</p><p>d. Poder de polícia 102</p><p>e. Abuso de poder: 107</p><p>i. Modalidades de abuso de poder 107</p><p>f. Deveres da Administração Pública: 108</p><p>16. Atos Administrativos 109</p><p>a. Conceito 109</p><p>b. Atos da Administração Pública (gênero) 109</p><p>c. Silêncio Administrativo 110</p><p>d. Classificação dos atos administrativos 110</p><p>e. Pressupostos do ato administrativo 114</p><p>f. Mérito administrativo 120</p><p>g. Atributos do ato administrativo 120</p><p>h. Espécies de atos administrativos 122</p><p>i. Extinção do ato administrativo 126</p><p>j. Convalidação e conversão do ato administrativo 129</p><p>k. Teoria das autolimitações administrativas (teoria dos atos</p><p>próprios) 130</p><p>l. Teoria dos precedentes administrativos 130</p><p>17. Licitações 132</p><p>a. Disposições iniciais 132</p><p>b. Contratos 133</p><p>c. Artigo 176 134</p><p>d. Conceito de licitação 134</p><p>e. Objetivos da licitação 134</p><p>f. Âmbito de aplicação da Lei de Licitações 135</p><p>g. Competência legislativa (licitações) 135</p><p>h. Microempresas e empresas de pequeno porte (artigo 4º): 136</p><p>i. Objetivos (artigo 11) 137</p><p>j. Exigência de governança (artigo 11, parágrafo único) 138</p><p>k. Princípios 138</p><p>l. Agentes públicos na licitação (artigo 7º) 142</p><p>m. Agente de contratação 143</p><p>n. Objeto da licitação 144</p><p>o. Formas de contratação indireta 147</p><p>p. Serviços terceirizados e regime de dedicação exclusiva de mão de</p><p>obra 150</p><p>q. Artigo 49 151</p><p>r. Locação de imóveis (artigo 51) 151</p><p>s. Licitações internacionais (artigo 52) 151</p><p>t. Fases da licitação 151</p><p>u. Vedações para participar da licitação (artigo 14): 155</p><p>v. Artigo 15 e 16: 159</p><p>w. Modalidades de licitação: 160</p><p>x. Critérios de julgamento 166</p><p>y. Contratação direta 167</p><p>z. Alienações de bens 181</p><p>aa. Procedimentos auxiliares 181</p><p>18. Contrato administrativo 187</p><p>a. Conceito 187</p><p>b. Sujeitos 187</p><p>c. Pode haver contrato administrativo entre entes diversos? 187</p><p>d. Empresas estatais celebram contrato administrativo? 187</p><p>e. Formalismo moderado 188</p><p>f. Caráter bilateral e consensual do contrato 189</p><p>g. Comutatividade e onerosidade do contrato 189</p><p>h. Pessoalidade do contrato (intuitu personae): 189</p><p>i. Desequilíbrio do contrato Administrativo 191</p><p>j. Formalização dos contratos 191</p><p>k. Procedimento (artigo 90, Lei 14.133) 192</p><p>l. Alocação de riscos 193</p><p>m. Artigo 25, da Lei 14.133 193</p><p>n. Duração dos contratos 195</p><p>o. Cláusulas exorbitantes: 196</p><p>p. Artigo 104, da Lei 14.133 197</p><p>q. Exigência de garantia 198</p><p>r. Exigência de compensação 198</p><p>s. Deveres das partes 198</p><p>t. Responsabilidades 198</p><p>u. Pagamentos 200</p><p>v. Equilíbrio econômico financeiro 201</p><p>w. Reajuste 201</p><p>x. Revisão (artigo 104) 201</p><p>y. Atualização monetária 203</p><p>z. Repactuação 203</p><p>aa. Teoria da imprevisão 203</p><p>bb. Fato do príncipe 203</p><p>cc. Fato da Administração 203</p><p>dd. Caso fortuito ou força maior 204</p><p>19. Serviços Públicos 205</p><p>a. Conceito 205</p><p>b. Sentidos do serviço público 205</p><p>c. Princípios: 205</p><p>a. Classificação dos serviços públicos 210</p><p>b. Espécies 212</p><p>c. Criação do serviço público 212</p><p>d. Prestação do serviço público 213</p><p>e. Defesa dos usuários dos serviços públicos 214</p><p>f. Código de Defesa do Consumidor e Serviços Públicos 215</p><p>g. Delegação de serviços públicos para iniciativa privada 216</p><p>h. Concessão comum de serviços públicos 217</p><p>i. Parcerias-público privadas (Lei 11.079/94) 232</p><p>j. Autorização de serviços públicos 240</p><p>k. Relicitação e prorrogação (Lei 13448/17) 241</p><p>l. Jurisprudência 241</p><p>20. Direito de Pessoal 251</p><p>a. Conceito de agente público 251</p><p>b. Agente público de fato ou de direito 251</p><p>c. Conceito de Servidores Públicos 261</p><p>d. Categorias de Servidores Públicos 263</p><p>e. Cargo público 269</p><p>f. Emprego público 270</p><p>g. Função 270</p><p>h. Regime jurídico único 272</p><p>i. Diferentes tipos de servidores e regime jurídico 272</p><p>j. Concurso público 273</p><p>Surdez unilateral 275</p><p>Cotas para pessoas negras 275</p><p>Jurisprudência 277</p><p>k. Provimento 279</p><p>l. Investidura 282</p><p>m. Posse 283</p><p>n. Exercício 284</p><p>o. Vacância 284</p><p>p. Readaptação 285</p><p>q. Estágio Probatório 286</p><p>r. Estabilidade e Efetividade 288</p><p>s. Estabilidade extraordinária 288</p><p>t. Férias 290</p><p>u. Licenças 292</p><p>v. Afastamentos 298</p><p>w. Contagem Tempo de Serviço 304</p><p>x. Sistema Remuneratório 307</p><p>y. Espécies de sistema remuneratório 308</p><p>z. Vedação à vinculação ou equiparação de remuneração 310</p><p>aa. Revisão Anual das Remunerações dos servidores Públicos 310</p><p>bb. Teto remuneratório 312</p><p>cc. Necessidade de devolução de valores indevidamente pago aos</p><p>servidores públicos 313</p><p>dd. Proibição de acumulação de cargo 314</p><p>ee. Servidor Aposentado 318</p><p>ff. Incorporação vencimentos de cargo em comissão 318</p><p>gg. Responsabilidade do servidor público estatutário 319</p><p>hh. Proibições e deveres dos servidores públicos federais 319</p><p>ii. Penas disciplinares aplicadas aos servidores públicos federais 324</p><p>jj. Processo</p><p>da CLT.</p><p>34 Art. 12. A extinção de contrato de consórcio público dependerá de instrumento aprovado pela assembleia</p><p>geral, ratificado mediante lei por todos os entes consorciados.</p><p>33Art. 12-A. A alteração de contrato de consórcio público dependerá de instrumento aprovado pela assembleia</p><p>geral, ratificado mediante lei pela maioria dos entes consorciados</p><p>53</p><p>● Contrato de rateio (artigo 8º, d a Lei 11.107/05)35</p><p>● Indo Além - Contrato x Convênio x Consórcio:</p><p>○ A diferença entre contrato administrativo e</p><p>convênio/consórcio reside nos interesses das</p><p>partes envolvidas. Enquanto no contrato</p><p>administrativo os interesses entre a</p><p>administração e o contratado são</p><p>divergentes, no convênio ou consórcio</p><p>administrativo os interesses são</p><p>convergentes. O contrato de gestão,</p><p>mencionado no artigo 37, §8º, da CF, é mais</p><p>próximo de um convênio administrativo,</p><p>pois envolve interesses convergentes. Antes</p><p>da lei 11.107/05, prevalecia a diferenciação</p><p>proposta por Helly Lopes Meirelles, mas com</p><p>o advento da lei, que permitiu à União</p><p>celebrar consórcios, essa distinção foi</p><p>questionada.</p><p>35 Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante</p><p>contrato de rateio.</p><p>§ 1º O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro, e seu prazo de vigência não</p><p>será superior ao das dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto</p><p>exclusivamente projetos consistentes em programas e ações contemplados em plano plurianual.</p><p>(Redação dada pela Lei nº 14.026, de 2020)</p><p>§ 2º É vedada a aplicação dos recursos entregues por meio de contrato de rateio para o</p><p>atendimento de despesas genéricas, inclusive transferências ou operações de crédito.</p><p>§ 3º Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como o consórcio público, são partes</p><p>legítimas para exigir o cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio.</p><p>§ 4º Com o objetivo de permitir o atendimento dos dispositivos da Lei Complementar nº 101, de 4</p><p>de maio de 2000, o consórcio público deve fornecer as informações necessárias para que sejam</p><p>consolidadas, nas contas dos entes consorciados, todas as despesas realizadas com os recursos</p><p>entregues em virtude de contrato de rateio, de forma que possam ser contabilizadas nas contas de</p><p>cada ente da Federação na conformidade dos elementos econômicos e das atividades ou projetos</p><p>atendidos.</p><p>§ 5º Poderá ser excluído do consórcio público, após prévia suspensão, o ente consorciado que não</p><p>consignar, em sua lei orçamentária ou em créditos adicionais, as dotações suficientes para suportar</p><p>as despesas assumidas por meio de contrato de rateio.</p><p>54</p><p>○ A lei também introduziu a necessidade de</p><p>personificação do acordo para ser</p><p>considerado um consórcio público, além da</p><p>exigência de autorização legislativa para sua</p><p>formação. Assim, atualmente, um consórcio</p><p>público é uma pessoa jurídica formada</p><p>exclusivamente por entes da Federação para</p><p>estabelecer relações de cooperação</p><p>federativa, podendo ser constituída como</p><p>associação pública ou pessoa jurídica de</p><p>direito privado sem fins econômicos, com o</p><p>objetivo de realizar objetivos de interesse</p><p>comum.</p><p>55</p><p>14. Entidades paraestatais</p><p>a. Conceito</p><p>Entidades da sociedade civil, sem fins lucrativos, que</p><p>caminham "ao lado" do Estado para desempenhar</p><p>atividade de interesse social (ex: saúde, educação e</p><p>cultura). O Estado fomenta essas atividades.</p><p>● As entidades paraestatais não integram a</p><p>Administração Pública.</p><p>● Ao falar em crescimento e incentivo do terceiro</p><p>setor deve-se destacar uma expressão que pode ser</p><p>cobrada na sua prova: publicização dos serviços não</p><p>exclusivos do Estado que significa a transferência</p><p>dos serviços não exclusivos do Estado para o setor</p><p>público estatal ou terceiro setor mediante</p><p>transformação de entidades estatais em</p><p>organizações públicas não estatais, denominadas</p><p>organizações sociais. São considerados serviços não</p><p>exclusivos aqueles que, embora não envolvam o</p><p>exercício do Poder do Estado, devem ser apoiados</p><p>pelo Estado em razão de serem fundamentais para</p><p>a sociedade.</p><p>● Podem ser constituídas não só sob a forma de</p><p>associação ou fundação, mas também por meio de</p><p>estruturas não previstas no Direito Civil e reguladas</p><p>pela lei específica da entidade</p><p>b. Origem</p><p>i. Reforma Administrativa</p><p>56</p><p>● EC 19/98: realizar a transição entre Administração</p><p>Pública burocrática36 (focada no procedimento)</p><p>para a gerencial (focada em atingir as metas).37</p><p>c. Setores da Administração Pública</p><p>i. 1º setor: Estado</p><p>ii. 2º setor: mercado</p><p>iii. 3º setor: entidades paraestatais</p><p>iv. 4º setor (economia informal): são, por exemplo,</p><p>atividade de pirataria ou prestação de serviços</p><p>informações. Porém, não há consenso doutrinário no</p><p>sentido de conceber o mercado informal como mais</p><p>um setor.</p><p>d. Entidades do 3º setor (entidades paraestatais)</p><p>Serviços Sociais Autônomos (Sistema S)</p><p>● Conceito: Segundo Hely Lopes Meirelles, instituído</p><p>mediante AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA, com</p><p>personalidade jurídica de Direito Privado, para</p><p>ministrar assistência ou ensino a certas categorias</p><p>sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos,</p><p>sendo mantidos por dotações orçamentárias ou</p><p>contribuições parafiscais. Exemplo: Serviço Social</p><p>da Indústria (SESI) e Serviço Nacional de</p><p>Aprendizagem Industrial (SENAI).</p><p>● Aspectos essenciais</p><p>○ Não prestam serviços públicos exclusivos de</p><p>Estado em regime de delegação, mas executam</p><p>atividades particulares de cunho social, prestando</p><p>serviço de UTILIDADE PÚBLICA.</p><p>37 Relacionada a Teoria da Instrumentalidade das Formas.</p><p>36 Há centralização de atividades na Administração Pública.</p><p>57</p><p>○ O Sistema S se mantém através das contribuições</p><p>pagas pelos empregadores com base na folha</p><p>salarial (artigo 240, CF/88)38</p><p>○ Não gozam de prerrogativas estatais, sejam elas</p><p>fiscais, processuais ou contratuais. Nesse sentido, o</p><p>STF decidiu que as entidades paraestatais que</p><p>possuem personalidade jurídica de direito privado</p><p>não fazem jus aos privilégios processuais</p><p>concedidos à Fazenda Pública. (STF. AgRg no AI</p><p>783136/PR, Rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, j.</p><p>20/04/2010)</p><p>○ Estão sujeitos à jurisdição da justiça estadual</p><p>(súmula 516- STF: O Serviço Social da Indústria</p><p>(SESI) está sujeito à jurisdição da justiça estadual).</p><p>○ Não compete ao Ministério Público Federal atuar</p><p>perante essas entidades. Isso porque, embora</p><p>compreendidos na expressão entidade parestatal,</p><p>são pessoas jurídicas de Direito Privado, definidos</p><p>com entes de colaboração, mas não integrantes da</p><p>Administração Pública. (STF. ACO 1953/ES, Re. Min.</p><p>RICARDO LEWANDOWSKI, Pleno, j. 18/12/2013)</p><p>○ Não possuem legitimidade passiva nas ações</p><p>judiciais em que se discute a relação</p><p>jurídico-tributária entre o contribuinte e a União e a</p><p>repetição de indébito das contribuições sociais</p><p>recolhidas. Os serviços sociais são meros</p><p>destinatários de subvenção econômica e, como</p><p>pessoas jurídicas de direito privado, não participam</p><p>diretamente da relação jurídico -tributária entre</p><p>38 Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre</p><p>a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao</p><p>sistema sindical</p><p>58</p><p>contribuinte e ente federado. (STJ. 1ª Seção. EREsp</p><p>1.619.954-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em</p><p>10/04/2019)</p><p>○ Não gozam de imunidade tributária recíproca. Por</p><p>outro lado, o fato de ostentarem a qualidade de</p><p>entidades filantrópicas, podem ser enquadradas na</p><p>imunidade definida no art. 150, VI, “c”, da CF, a qual</p><p>impede a cobrança de impostos incidentes sobre o</p><p>“patrimônio, renda ou serviços dos partidos</p><p>políticos, inclusive suas fundações, das entidades</p><p>sindicais dos trabalhadores, das instituições de</p><p>educação e assistência social, sem fins lucrativos,</p><p>atendidos os requisitos da lei”</p><p>○ Estão sujeitas ao controle do Tribunal de Contas.</p><p>○ Não submete à licitação</p><p>○ O pessoal do Sistema S é contratado pelo regime</p><p>celetista e não depende de concursos públicos.</p><p>Organizações Sociais</p><p>(OS)</p><p>● Previsão legal: Lei 9637/98</p><p>● Conceito: é uma qualificação especial outorgada</p><p>pelo governo federal a entidades da iniciativa</p><p>privada, sem fins lucrativos e SEM A NECESSIDADE</p><p>DE LEI para sua criação. Exemplo: Instituto de</p><p>Responsabilidade Social Sírio Libânes.</p><p>○ Essa outorga autorização à fruição de vantagens:</p><p>■ Isenção fiscal;</p><p>■ Destinação de recursos orçamentários;</p><p>■ Repasse de bens públicos;</p><p>■ Empréstimo temporário dos servidores</p><p>governamentais.</p><p>○ Área de atuação</p><p>■ Ensino;</p><p>59</p><p>■ Pesquisa científica;</p><p>■ Desenvolvimento tecnológico;</p><p>■ Proteção e preservação do meio ambiente;</p><p>■ Cultura e</p><p>■ Saúde</p><p>○ Submissão ao Tribunal de Contas</p><p>● Modo de consentimento da qualificação especial:</p><p>há, primeiramente, uma entidade privada sem fins</p><p>lucrativos já existente. Posteriormente, essas</p><p>entidades pedem essa qualificação ao Ministério</p><p>Supervisor relacionado a área da entidade.</p><p>○ A decisão do Ministério é discricionária. Será feita</p><p>por meio de Decreto Executivo.</p><p>○ Essa qualificação é hipótese de</p><p>credenciamento, de modo que não precisa de</p><p>licitação pela própria natureza jurídica do ato</p><p>que não é contrato e pela inexistência de</p><p>competição, já que todos os interessados</p><p>podem alcançar o mesmo objetivo, de modo</p><p>includente, e não excludente. (STF. ADI1923,</p><p>Relator(a): Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno,</p><p>julgado em 16/04/2015)</p><p>Instrumento de formalização</p><p>● Contrato de gestão (art 5º, da Lei 9.637/98):</p><p>instrumento firmado entre o Poder Público e a</p><p>entidade qualificada como organização social, com</p><p>vistas à formação de parceria entre as partes para</p><p>fomento e execução de atividades relativas às áreas</p><p>relacionadas com a OS.</p><p>○ O contrato de gestão, após aprovação pelo</p><p>Conselho de Administração da entidade, deverá ser</p><p>60</p><p>submetido à aprovação do Ministro de Estado ou</p><p>outra autoridade supervisora da área de atuação da</p><p>entidade.</p><p>○ O contrato de gestão mais se aproxima de um</p><p>convênio (ADI 1923)</p><p>Art. 6º O contrato de gestão, elaborado de comum</p><p>acordo entre o órgão ou entidade supervisora e a</p><p>organização social, discriminará as atribuições,</p><p>responsabilidades e obrigações do Poder Público e</p><p>da organização social.</p><p>Parágrafo único. O contrato de gestão deve ser</p><p>submetido, após aprovação pelo Conselho de</p><p>Administração da entidade, ao Ministro de Estado ou</p><p>autoridade supervisora da área correspondente à</p><p>atividade fomentada.</p><p>Art. 7º Na elaboração do contrato de gestão, devem</p><p>ser observados os princípios da legalidade,</p><p>impessoalidade, moralidade, publicidade,</p><p>economicidade e, também, os seguintes preceitos:</p><p>I - especificação do programa de trabalho proposto</p><p>pela organização social, a estipulação das metas a</p><p>serem atingidas e os respectivos prazos de execução,</p><p>bem como previsão expressa dos critérios objetivos de</p><p>avaliação de desempenho a serem utilizados,</p><p>mediante indicadores de qualidade e produtividade;</p><p>II - a estipulação dos limites e critérios para despesa</p><p>com remuneração e vantagens de qualquer natureza</p><p>a serem percebidas pelos dirigentes e empregados</p><p>das organizações sociais, no exercício de suas</p><p>funções.</p><p>Parágrafo único. Os Ministros de Estado ou autoridades</p><p>supervisoras da área de atuação da entidade devem</p><p>61</p><p>definir as demais cláusulas dos contratos de gestão de</p><p>que sejam signatários.</p><p>○ Fiscalização contrato de gestão</p><p>■ A execução do contrato de gestão</p><p>celebrado por organização social será</p><p>fiscalizada pelo órgão ou entidade</p><p>supervisora da área de atuação</p><p>correspondente à atividade fomentada, a</p><p>qual deverá designar uma comissão para</p><p>analisar os resultados atingidos com a</p><p>execução do contrato de gestão</p><p>■ Artigo 9º e 10º39</p><p>○ Não cumprimento das metas do contrato de gestão</p><p>■ Conforme precedente do STJ, a</p><p>responsabilidade pelo não cumprimento</p><p>das metas do contrato de gestão, em regra,</p><p>é imputável à Organização Social, não</p><p>havendo como atribuir ao Poder Público,</p><p>que lhe transferiu recursos financeiros e lhe</p><p>cedeu servidores públicos, a culpa pelo</p><p>cumprimento insatisfatório das metas</p><p>39 Art. 9ª Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao tomarem conhecimento</p><p>de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública por</p><p>organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de RESPONSABILIDADE</p><p>SOLIDÁRIA.</p><p>Art. 10. Sem prejuízo da medida a que se refere o artigo anterior, quando assim exigir a gravidade dos fatos ou</p><p>o interesse público, havendo indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, os</p><p>responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da União ou à</p><p>Procuradoria da entidade para que requeira ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos</p><p>bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou terceiro,</p><p>que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.</p><p>§ 1o O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de</p><p>Processo Civil.</p><p>§ 2o Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e</p><p>aplicações mantidas pelo demandado no País e no exterior, nos termos da lei e dos tratados</p><p>internacionais.</p><p>§ 3o Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor dos bens e valores</p><p>seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das atividades sociais da entidade.</p><p>62</p><p>estipuladas. Assim, apesar de competir ao</p><p>Poder Público a fiscalização, a avaliação e o</p><p>acompanhamento dos resultados do</p><p>contrato de gestão, essas providências não</p><p>afastam a responsabilidade da organização</p><p>social de cumprir as metas acordadas. (STJ,</p><p>MS 10.527, DJ 07/11/2005)</p><p>Requisitos para qualificação como OS</p><p>Art. 2º São requisitos específicos para que as entidades privadas</p><p>referidas no artigo anterior habilitem-se à qualificação como</p><p>organização social:</p><p>I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:</p><p>a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de</p><p>atuação;</p><p>b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de</p><p>seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias</p><p>atividades;</p><p>c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação</p><p>superior e de direção, um conselho de administração e uma diretoria</p><p>definidos nos termos do estatuto, asseguradas àquele composição e</p><p>atribuições normativas e de controle básicas previstas nesta Lei;</p><p>d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação</p><p>superior, de representantes do Poder Público e de membros da</p><p>comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral;</p><p>e) composição e atribuições da diretoria;</p><p>f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União,</p><p>dos relatórios financeiros e do relatório de execução do contrato</p><p>de gestão;</p><p>g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na</p><p>forma do estatuto;</p><p>h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio</p><p>líquido em qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento,</p><p>retirada ou falecimento de associado ou membro da entidade;</p><p>63</p><p>i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das</p><p>doações que lhe foram destinados, bem como dos excedentes</p><p>financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de extinção ou</p><p>desqualificação, ao patrimônio de outra organização social qualificada</p><p>no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da</p><p>União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na</p><p>proporção dos recursos e bens por estes alocados;</p><p>Conselho de Administração</p><p>● Precisa de um Conselho de Administração com</p><p>participação de representantes do Poder Público e</p><p>da sociedade (artigo 2º, I, d, da Lei 9637/98)40</p><p>● O dirigente recebe remuneração, porém é vedada a</p><p>remuneração aos conselheiros.</p><p>● O diretor da organização social pode ser</p><p>considerado funcionário público por equiparação</p><p>para fins penais (STF. 1a Turma. HC 138484/DF, Rel.</p><p>Min. Marco Aurélio,</p><p>julgado em 11/9/2018 (Info 915).</p><p>● Os conselheiros eleitos ou indicados para integrar a</p><p>diretoria da entidade devem renunciar ao</p><p>assumirem funções executivas.</p><p>Do fomento às atividades sociais</p><p>● Às organizações sociais poderão ser destinados</p><p>recursos orçamentários e bens públicos necessários</p><p>ao cumprimento do contrato de gestão. Nesse caso,</p><p>a licitação é dispensada, mediante permissão de</p><p>uso, consoante cláusula expressa do contrato de</p><p>gestão</p><p>40 Art. 2o São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior habilitem-se à</p><p>qualificação como organização social:</p><p>I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:</p><p>d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes do Poder Público e</p><p>de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral;</p><p>64</p><p>● Os bens móveis públicos permitidos para uso</p><p>poderão ser permutados por outros de igual ou</p><p>maior valor, condicionado a que os novos bens</p><p>integrem o patrimônio da União.</p><p>○ A permuta dependerá de PRÉVIA AVALIAÇÃO e</p><p>expressa AUTORIZAÇÃO DO PODER PÚBLICO.</p><p>● É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de</p><p>servidor para as organizações sociais, com ônus</p><p>para a origem.</p><p>○ Não será incorporada aos vencimentos ou à</p><p>remuneração de origem do servidor cedido</p><p>qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga</p><p>pela organização social.</p><p>○ Não será permitido o pagamento de vantagem</p><p>pecuniária permanente por organização social a</p><p>servidor cedido com recursos provenientes do</p><p>contrato de gestão, ressalvada a hipótese de</p><p>adicional relativo ao exercício de função temporária</p><p>de direção e assessoria.</p><p>○ O servidor cedido perceberá as vantagens do cargo</p><p>a que fizer jus no órgão de origem, quando</p><p>ocupante de cargo de primeiro ou de segundo</p><p>escalão na organização social.</p><p>● Desqualificação</p><p>○ O Poder Executivo poderá proceder à</p><p>desqualificação da entidade como organização</p><p>social, quando CONSTATADO O</p><p>DESCUMPRIMENTO DAS DISPOSIÇÕES CONTIDAS</p><p>NO CONTRATO DE GESTÃO</p><p>○ A desqualificação será precedida de processo</p><p>administrativo, assegurado o direito de ampla</p><p>defesa, respondendo os dirigentes da organização</p><p>65</p><p>social, INDIVIDUAL E SOLIDARIAMENTE, pelos</p><p>danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou</p><p>omissão.</p><p>○ A desqualificação importará reversão dos bens</p><p>permitidos e dos valores entregues à utilização da</p><p>organização social, sem prejuízo de outras sanções</p><p>cabíveis</p><p>● Contratação de Pessoal</p><p>○ Não precisa de concurso público, mas o processo</p><p>deve ser objetivo e impessoal. Os empregados não</p><p>são servidores públicos, mas empregados privados.</p><p>Logo, não se submete ao teto remuneratório e nem</p><p>precisa ter remuneração fixada em lei.</p><p>■ Basta haver um contrato de trabalho.</p><p>● Licitação: na lei 8666, havia a previsão de dispensa</p><p>de licitação no âmbito da esfera de governo para</p><p>atividades contempladas no contrato de gestão.</p><p>Todavia, na Lei 14.133/21 não há previsão nesse</p><p>sentido.</p><p>Organizações da Sociedade Civil de interesse público</p><p>(OSCIP)</p><p>● Previsão Legal: Lei 9790/99</p><p>● Conceito: são constituídas por iniciativa de</p><p>particulares, sob o regime jurídico de Direito</p><p>Privado e sem o intuito de lucro. São prestadoras de</p><p>serviços sociais não exclusivos do Estado (exercido</p><p>de forma complementar ao Primeiro Setor), com</p><p>incentivo e fiscalização do Poder Público e com</p><p>vínculo jurídico por meio de termo de parceria, sem</p><p>a NECESSIDADE DE LEI. Exemplo: Fundação Israel</p><p>Pinheiro.</p><p>66</p><p>● Modo de consentimento da qualificação especial:</p><p>a qualificação é um ato VINCULADO concedido</p><p>pelo Ministério da Justiça a pessoas jurídicas de</p><p>direito privado sem fins lucrativos que tenham sido</p><p>constituídas e se encontrem em funcionamento</p><p>regular HÁ, NO MÍNIMO, 3 (TRÊS) ANOS. Recebido o</p><p>requerimento, o Ministério da Justiça irá decidir no</p><p>prazo de 30 dias deferindo ou não o pedido.</p><p>○ Entidades que NÃO PODERÃO SER QUALIFICADAS</p><p>COMO OSCIP</p><p>■ as sociedades comerciais</p><p>■ os sindicatos, as associações de classe ou</p><p>de representação de categoria profissional;</p><p>■ as instituições religiosas ou voltadas para a</p><p>disseminação de credos, cultos, práticas e</p><p>visões devocionais e confessionais;</p><p>■ as organizações partidárias e</p><p>assemelhadas, inclusive suas fundações</p><p>■ as entidades de benefício mútuo</p><p>destinadas a proporcionar bens ou serviços</p><p>a um círculo restrito de associados ou</p><p>sócios;</p><p>■ as entidades e empresas que</p><p>comercializam planos de saúde e</p><p>assemelhados;</p><p>■ as instituições hospitalares privadas não</p><p>gratuitas e suas mantenedoras;</p><p>■ as escolas privadas dedicadas ao ensino</p><p>formal não gratuito e suas mantenedoras;</p><p>■ AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS</p><p>■ AS COOPERATIVAS</p><p>■ AS FUNDAÇÕES PÚBLICAS</p><p>67</p><p>■ as fundações, sociedades civis ou</p><p>associações de direito privado criadas por</p><p>órgão público ou por fundações públicas</p><p>■ as organizações creditícias que tenham</p><p>quaisquer tipo de vinculação com o</p><p>sistema financeiro nacional a que se refere</p><p>o art. 192 da Constituição Federal.</p><p>● Áreas previstas para atuar</p><p>○ promoção da assistência social</p><p>○ promoção da cultura, defesa e conservação do</p><p>○ patrimônio histórico e artístico</p><p>○ promoção gratuita da educação, observando -se a</p><p>forma complementar de participação das</p><p>organizações de que trata esta Lei;</p><p>○ promoção gratuita da saúde, observando -se a</p><p>forma complementar de participação das</p><p>organizações de que trata esta Lei;</p><p>○ promoção da segurança alimentar e nutricional</p><p>○ defesa, preservação e conservação do meio</p><p>ambiente</p><p>○ promoção do desenvolvimento sustentável;</p><p>○ promoção do voluntariado</p><p>○ promoção do desenvolvimento econômico e social</p><p>e combate à pobreza</p><p>○ experimentação, não lucrativa, de novos modelos</p><p>sócio</p><p>○ produtivos e de sistemas alternativos de produção,</p><p>comércio, emprego e crédito;</p><p>○ promoção de direitos estabelecidos, construção de</p><p>novos direitos e assessoria jurídica gratuita de</p><p>interesse suplementar;</p><p>68</p><p>○ promoção da ética, da paz, da cidadania, dos</p><p>direitos humanos, da democracia e de outros</p><p>valores universais;</p><p>○ estudos e pesquisas, desenvolvimento de</p><p>tecnologias</p><p>○ alternativas, produção e divulgação de informações</p><p>e conhecimentos técnicos e científicos que digam</p><p>respeito às atividades mencionadas neste artigo.</p><p>○ estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a</p><p>disponibilização e a implementação de tecnologias</p><p>voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer</p><p>meio de transporte</p><p>● Estatuto das pessoas jurídicas interessadas a</p><p>qualificaram com OSCIP</p><p>○ Deve dispor expressamente sobre: observância dos</p><p>princípios da legalidade, impessoalidade,</p><p>moralidade, publicidade, economicidade e da</p><p>eficiência</p><p>○ Há possibilidade de instituir remuneração para os</p><p>dirigentes da entidade que atuem efetivamente na</p><p>gestão executiva e para aqueles que a ela prestam</p><p>serviços específicos, respeitados, em ambos os</p><p>casos, os valores praticados pelo mercado, na região</p><p>correspondente a sua área de atuação.</p><p>● Vedações</p><p>○ É vedada às entidades qualificadas como</p><p>Organizações da Sociedade Civil de Interesse</p><p>Público a participação em campanhas de interesse</p><p>político-partidário ou eleitorais, sob quaisquer</p><p>meios ou formas.</p><p>● Instrumento de formalização</p><p>69</p><p>○ Termo de parceria: instrumento passível de ser</p><p>firmado entre o Poder Público e as entidades</p><p>qualificadas como Organizações da Sociedade Civil</p><p>de Interesse Público destinado à formação de</p><p>vínculo de cooperação entre as partes, para o</p><p>fomento e a execução das atividades de interesse</p><p>público.</p><p>■ O Termo de Parceria firmado de comum</p><p>acordo entre o Poder Público e as</p><p>Organizações da Sociedade Civil de</p><p>Interesse Público discriminará direitos,</p><p>responsabilidades e obrigações das partes</p><p>signatárias</p><p>■ Sua celebração deve ser precedida de</p><p>consulta aos Conselhos de Políticas</p><p>Públicas das áreas correspondentes de</p><p>atuação existentes nos respectivos níveis</p><p>de governo.</p><p>■ É possível a vigência simultânea de dois ou</p><p>mais termos de parceria, ainda que com o</p><p>mesmo órgão estatal, desde que a OSCIP</p><p>tenha capacidade operacional para</p><p>executar</p><p>seus objetos.</p><p>■ Fiscalização do termo de parceria</p><p>● A execução do objeto do termo de</p><p>parceria será acompanhada e</p><p>fiscalizada por órgão do Poder</p><p>Público da área de atuação</p><p>correspondente à atividade</p><p>fomentada, e pelos Conselhos de</p><p>Políticas Públicas das áreas</p><p>correspondentes de atuação</p><p>70</p><p>existentes, em cada nível de</p><p>governo.</p><p>■ Os resultados atingidos com a execução do</p><p>termo de parceria devem ser analisados</p><p>por comissão de avaliação, composta de</p><p>comum acordo entre o órgão parceiro e a</p><p>OSCIP. A comissão deverá apresentar à</p><p>autoridade competente um relatório</p><p>conclusivo sobre a avaliação procedida.</p><p>● Conselho de Administração e Conselho Fiscal</p><p>○ Não é obrigatória a formação de Conselho de</p><p>Administração, mas apenas de Conselho Fiscal.</p><p>○ Não há exigência de representantes do Poder</p><p>Público, embora eles possam estar presentes e</p><p>serem remunerados;</p><p>● Desqualificação</p><p>○ A perda da qualificação pode se dar a pedido</p><p>(voluntária) ou mediante decisão proferida em</p><p>processo administrativo ou judicial (sancionatória),</p><p>de iniciativa popular ou do Ministério Público, no</p><p>qual serão assegurados a ampla defesa e o devido</p><p>contraditório, sendo vedado o anonimato nas</p><p>denúncias feitas por cidadãos.</p><p>■ Vedado o anonimato, e desde que</p><p>amparado por fundadas evidências de erro</p><p>ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as</p><p>prerrogativas do Ministério Público, é parte</p><p>legítima para requerer, judicial ou</p><p>administrativamente, a perda da</p><p>qualificação instituída por esta Lei.</p><p>Organizações da Sociedade Civil (OSC)</p><p>● Previsão legal: Lei 13.019/14.</p><p>71</p><p>● Conceito: parcerias entre a administração pública</p><p>e organizações da sociedade civil, em regime de</p><p>mútua cooperação, para a consecução de</p><p>finalidades de interesse público e recíproco,</p><p>mediante a execução de atividades ou de projetos</p><p>previamente estabelecidos em planos de trabalho</p><p>inseridos em termos de colaboração, em termos de</p><p>fomento ou em acordos de cooperação. Exemplo:</p><p>Instituto Ayrton Senna.</p><p>● Entidades que podem ser OSC</p><p>○ Entidades privadas sem fins lucrativos em geral;</p><p>○ Sociedades cooperativas com interesse de cunho</p><p>social;</p><p>○ Entidades religiosas que exerçam atividades</p><p>estritamentes de cunho social distintas das</p><p>atividades de cunho religioso.</p><p>■ Não pode receber recurso do Poder Público</p><p>para exercer atividades estritamente</p><p>religiosas.</p><p>● Modo de consentimento da qualificação especial</p><p>○ Não há qualquer qualificação formal, bastando que</p><p>a entidade se enquadre em algumas das espécies</p><p>de entidades que podem ser OSC.</p><p>● Não aplicação da Lei 13.019/14</p><p>○ às transferências de recursos homologadas pelo</p><p>Congresso Nacional ou autorizadas pelo Senado</p><p>Federal naquilo em que as disposições específicas</p><p>dos tratados, acordos e convenções internacionais</p><p>conflitarem com esta Lei</p><p>○ aos contratos de gestão celebrados com OS;</p><p>72</p><p>○ aos convênios e contratos celebrados com</p><p>entidades filantrópicas e sem fins lucrativos nos</p><p>termos do § 1o do art. 199 da Constituição Federal;</p><p>○ aos termos de compromisso cultural referidos no §</p><p>1o do art. 9o da Lei no 13.018, de 22 de julho de 2014;</p><p>○ aos termos de parceria celebrados com OSCIP;</p><p>○ às transferências referidas no art. 2o da Lei no</p><p>10.845, de 5 de março de 2004, e nos arts. 5o e 22 da</p><p>Lei no 11.947, de 16 de junho de 2009;</p><p>○ aos pagamentos realizados a título de anuidades,</p><p>contribuições ou taxas associativas em favor de</p><p>organismos internacionais ou entidades que sejam</p><p>obrigatoriamente constituídas por: a) membros de</p><p>Poder ou do Ministério Público; b) dirigentes de</p><p>órgão ou de entidade da administração pública; c)</p><p>pessoas jurídicas de direito público interno; d)</p><p>pessoas jurídicas integrantes da administração</p><p>pública;</p><p>○ às parcerias entre a administração pública e os</p><p>serviços sociais autônomos</p><p>● Procedimento de manifestação de interesse:</p><p>instrumento por meio do qual as organizações da</p><p>sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos</p><p>poderão apresentar propostas ao poder público</p><p>para que este avalie a possibilidade de realização de</p><p>um chamamento público objetivando a celebração</p><p>de parceria.</p><p>○ A realização do Procedimento de Manifestação de</p><p>Interesse Social não implicará necessariamente na</p><p>execução do chamamento público, que acontecerá</p><p>de acordo com os interesses da administração.</p><p>73</p><p>○ A realização do Procedimento de Manifestação de</p><p>Interesse Social não dispensa a convocação por</p><p>meio de chamamento público para a celebração de</p><p>parceria.</p><p>○ A proposição ou a participação no Procedimento de</p><p>Manifestação de Interesse Social não impede a</p><p>organização da sociedade civil de participar no</p><p>eventual chamamento público subsequente.</p><p>○ É vedado condicionar a realização de chamamento</p><p>público ou a celebração de parceria à prévia</p><p>realização de Procedimento de Manifestação de</p><p>Interesse Social.</p><p>● Chamamento público: procedimento destinado a</p><p>selecionar organização da sociedade civil para</p><p>firmar parceria por meio de termo de colaboração</p><p>ou de fomento, no qual se garanta a observância</p><p>dos princípios da isonomia, da legalidade, da</p><p>impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da</p><p>publicidade, da probidade administrativa, da</p><p>vinculação ao instrumento convocatório, do</p><p>julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.</p><p>○ Para a celebração do termo de colaboração e/ou do</p><p>termo de fomento será necessário realizar o que a</p><p>lei designou como chamamento público, de forma</p><p>a garantir a impessoalidade e a isonomia. No início</p><p>de cada ano, a Administração Pública deve publicar,</p><p>nos</p><p>meios oficiais de divulgação, os valores</p><p>aprovados na LOA (Lei Orçamentária Anual)</p><p>vigente para execução de programas e ações</p><p>do PPA (Plano Plurianual) em vigor, que</p><p>74</p><p>poderão ser executados por meio dessas</p><p>parcerias, permitindo, assim, que os eventuais</p><p>interessados se preparem para a participação</p><p>nos certames de seleção.</p><p>○ O edital deverá ser amplamente divulgado em</p><p>página do sítio oficial da administração pública na</p><p>internet, com ANTECEDÊNCIA MÍNIMA DE TRINTA</p><p>DIAS.</p><p>○ As propostas serão julgadas por uma comissão de</p><p>seleção previamente designada ou constituída pelo</p><p>respectivo conselho gestor, se o projeto for</p><p>financiado com recursos de fundos específicos</p><p>■ Será impedida de participar da comissão</p><p>de seleção pessoa que, nos últimos cinco</p><p>anos, tenha mantido relação jurídica com,</p><p>ao menos, uma das entidades participantes</p><p>do chamamento público</p><p>○ A homologação do resultado do julgamento não</p><p>gera direito para a organização da sociedade civil à</p><p>celebração da parceria.</p><p>○ Exceções - casos que não precisa utilizar o</p><p>chamamento público 41</p><p>■ Dispensa do chamamento público, de</p><p>modo que essa dispensa não é obrigatória,</p><p>estando na margem de discricionariedade</p><p>da Administração Pública. Os casos estão</p><p>previstos no art 30 sendo um rol taxativo.</p><p>41 Os casos de dispensa e inexigibilidade deverão ser conduzidos por processo administrativo em que o ente</p><p>público apresente justificativa dos motivos que ensejaram a celebração direta do termo. É admitida a</p><p>impugnação à justificativa, devendo ser apresentada no prazo de cinco dias a contar da sua publicação, cujo</p><p>teor deve ser analisado pelo administrador público responsável em até cinco dias da data do respectivo</p><p>protocolo. Se a impugnação for acolhida, o ato que declarou a dispensa ou considerou inexigível o</p><p>chamamento público será revogado, e imediatamente iniciado o procedimento para a realização do certame,</p><p>conforme o caso.</p><p>75</p><p>Art. 30. A administração pública poderá</p><p>dispensar a realização do chamamento</p><p>público:</p><p>I - no caso de urgência decorrente de</p><p>paralisação ou iminência de</p><p>paralisação de atividades de relevante</p><p>interesse público, pelo prazo de até</p><p>cento e oitenta dias; (Redação dada</p><p>pela Lei no 13.204, de 2015)</p><p>II - nos casos de guerra, calamidade</p><p>pública, grave perturbação da ordem</p><p>pública ou ameaça à paz social;</p><p>III - quando se tratar da realização de</p><p>programa de proteção a pessoas</p><p>ameaçadas ou em situação que possa</p><p>comprometer a sua segurança;</p><p>VI - no caso de atividades voltadas ou</p><p>vinculadas a serviços</p><p>de educação,</p><p>saúde e assistência social, desde que</p><p>executadas por organizações da</p><p>sociedade civil previamente</p><p>credenciadas pelo órgão gestor da</p><p>respectiva política</p><p>■ Hipóteses de Inexigibilidade que não</p><p>comportam margem de discricionariedade.</p><p>As hipóteses estão no art 31 sendo um rol</p><p>exemplificativo.</p><p>Art. 31. Será considerado inexigível o</p><p>chamamento público na hipótese de</p><p>76</p><p>inviabilidade de competição entre as</p><p>organizações da sociedade civil, em</p><p>razão da NATUREZA SINGULAR DO</p><p>OBJETO DA PARCERIA ou se asMETAS</p><p>SOMENTE PUDEREM SER ATINGIDAS</p><p>POR UMA ENTIDADE ESPECÍFICA,</p><p>especialmente quando:</p><p>I- o objeto da parceria constituir</p><p>incumbência prevista em acordo, ato</p><p>ou compromisso internacional, no qual</p><p>sejam indicadas as instituições que</p><p>utilizarão os recursos;</p><p>II - a parceria decorrer de transferência</p><p>para organização da sociedade civil</p><p>que esteja autorizada em lei na qual</p><p>seja identificada expressamente a</p><p>entidade beneficiária, inclusive quando</p><p>se tratar da subvenção prevista no</p><p>inciso I do § 3o do art. 12 da Lei no 4.320,</p><p>de 17 de março de 1964, observado o</p><p>disposto no art. 26 da Lei</p><p>Complementar no 101, de 4 de maio de</p><p>2000.</p><p>○ Em regra, o acordo de cooperação não tem</p><p>chamamento público, exceto nas seguintes</p><p>hipóteses:</p><p>■ Comodato;</p><p>■ Doação de Bens;</p><p>■ Compartilhamento de recurso patrimonial.</p><p>● Instrumentos de parceria</p><p>77</p><p>○ Termo de colaboração: é a proposta de parceria,</p><p>com transferência de recursos financeiros, surge</p><p>por iniciativa da Administração Pública.</p><p>○ Nesse caso, precisa do chamamento</p><p>público, exceto nas hipóteses de</p><p>dispensa e inexigibilidade.</p><p>■ O chamamento público começa</p><p>com publicação de edital com</p><p>antecedência mínima de 30 dias</p><p>da publicação do edital até a</p><p>publicação das propostas (artigo</p><p>26);</p><p>■ O chamamento público não pode</p><p>prever situações de distinções,</p><p>devendo ser isonômico;</p><p>■ O chamamento público deve</p><p>conter a minuta.</p><p>○ Termo de fomento: é a proposta de parceria, com</p><p>transferência de recursos financeiros, surge por</p><p>iniciativa de uma organização da sociedade civil,</p><p>sendo vedada a celebração de convênio para tal</p><p>finalidade.</p><p>■ Nesse caso, precisa do chamamento</p><p>público, exceto nas hipóteses de dispensa e</p><p>inexigibilidade.</p><p>■ O chamamento público começa</p><p>com publicação de edital com</p><p>antecedência mínima de 30 dias</p><p>da publicação do edital até a</p><p>publicação das propostas (artigo</p><p>26);</p><p>78</p><p>■ O chamamento público não pode</p><p>prever situações de distinções,</p><p>devendo ser isonômico;</p><p>■ O chamamento público deve</p><p>conter a minuta.</p><p>○ Acordo de cooperação: é o acordo celebrado entre</p><p>OSC e Administração Pública, independente de</p><p>quem proponha a parceria, sendo o aspecto</p><p>fundamental a ausência de transferência de</p><p>recursos financeiros. Porém, mesmo no acordo de</p><p>cooperação, admite-se doação de bens públicos ou</p><p>outra forma de compartilhamento de recursos</p><p>patrimoniais (art 29, Lei 13.019/14)42</p><p>■ Não precisa de chamamento público.</p><p>Porém, haverá a necessidade de</p><p>chamamento público quando houver: (I)</p><p>comodato; (II) doação de bens e (III)</p><p>compartilhamento de recurso patrimonial.</p><p>42 Art. 29. Os termos de colaboração ou de fomento que envolvam recursos decorrentes de emendas</p><p>parlamentares às leis orçamentárias anuais e os acordos de cooperação serão celebrados sem chamamento</p><p>público, exceto, em relação aos acordos de cooperação, quando o objeto envolver a celebração de como - dato,</p><p>doação de bens ou outra forma de compartilhamento de recurso patrimonial, hipótese em que o res - pectivo</p><p>chamamento público observará o disposto nesta Lei.</p><p>79</p><p>● Hipóteses em que é vedada a celebração de</p><p>parceria (OSC)</p><p>Art. 39. Ficará impedida de celebrar qualquer</p><p>modalidade de parceria prevista nesta Lei a</p><p>organização da sociedade civil que:</p><p>I - não esteja regularmente constituída ou, se</p><p>estrangeira, não esteja autorizada a funcionar no</p><p>território nacional;</p><p>II - esteja omissa no dever de prestar contas de</p><p>parceria anteriormente celebrada;</p><p>III - tenha como dirigente membro de Poder ou do</p><p>Ministério Público, ou dirigente de órgão ou</p><p>entidade da administração pública da mesma</p><p>esfera governamental na qual será celebrado o</p><p>termo de colaboração ou de fomento,</p><p>estendendo-se a vedação aos respectivos cônjuges</p><p>ou companheiros, bem como parentes em linha</p><p>reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau;</p><p>IV - tenha tido as contas rejeitadas pela</p><p>administração pública nos últimos cinco anos,</p><p>exceto se:</p><p>a) for sanada a irregularidade que motivou a</p><p>rejeição e quitados os débitos eventualmente</p><p>imputados;</p><p>b) for reconsiderada ou revista a decisão pela</p><p>rejeição;</p><p>c) a apreciação das contas estiver pendente de</p><p>decisão sobre recurso com efeito suspensivo;</p><p>V - tenha sido punida com uma das seguintes</p><p>sanções, pelo período que durar a penalidade:</p><p>80</p><p>a) suspensão de participação em licitação e</p><p>impedimento de contratar com a administração;</p><p>b) declaração de inidoneidade para licitar ou</p><p>contratar com a administração pública;</p><p>c) a prevista no inciso II do art. 73 desta Lei;</p><p>d) a prevista no inciso III do art. 73 desta Lei;</p><p>VI - tenha tido contas de parceria julgadas</p><p>irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou</p><p>Conselho de Contas de qualquer esfera da</p><p>Federação, em decisão irrecorrível, NOS ÚLTIMOS</p><p>8 (OITO) ANOS;</p><p>VII - tenha entre seus dirigentes pessoa:</p><p>a) cujas contas relativas a parcerias tenham sido</p><p>julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou</p><p>Conselho de Contas de qualquer esfera da</p><p>Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8</p><p>(oito) anos;</p><p>b) julgada responsável por falta grave e inabilitada</p><p>para o exercício de cargo em comissão ou função</p><p>de confiança, enquanto durar a inabilitação;</p><p>c) considerada responsável por ato de improbidade,</p><p>enquanto durarem os prazos estabelecidos nos</p><p>incisos I, II e III do art. 12 da Lei nº 8.429, de 2 de</p><p>junho de 1992.</p><p>§ 1º Nas hipóteses deste artigo, é igualmente</p><p>vedada a transferência de novos recursos no</p><p>âmbito de parcerias em execução, excetuando-se</p><p>os casos de serviços essenciais que não podem ser</p><p>adiados sob pena de prejuízo ao erário ou à</p><p>população, desde que precedida de expressa e</p><p>fundamentada autorização do dirigente máximo</p><p>81</p><p>do órgão ou entidade da administração pública,</p><p>sob pena de responsabilidade solidária.</p><p>§ 2º Em qualquer das hipóteses previstas no caput,</p><p>persiste o impedimento para celebrar parceria</p><p>enquanto não houver o ressarcimento do dano ao</p><p>erário, pelo qual seja responsável a organização da</p><p>sociedade civil ou seu dirigente.</p><p>§ 4º Para os fins do disposto na alínea a do inciso IV</p><p>e no § 2º , não serão considerados débitos que</p><p>decorram de atrasos na liberação de repasses pela</p><p>administração pública ou que tenham sido objeto</p><p>de parcelamento, se a organização da sociedade</p><p>civil estiver em situação regular no parcelamento.</p><p>§ 5º A vedação prevista no inciso III não se aplica à</p><p>celebração de parcerias com entidades que, pela</p><p>sua própria natureza, sejam constituídas pelas</p><p>autoridades referidas naquele inciso, sendo vedado</p><p>que a mesma pessoa figure no termo de</p><p>colaboração, no termo de fomento ou no acordo de</p><p>cooperação simultaneamente como dirigente e</p><p>administrador público.</p><p>§ 6º Não são considerados membros de Poder os</p><p>integrantes de conselhos de direitos e de políticas</p><p>públicas.</p><p>Art. 40. É vedada a celebração de parcerias</p><p>previstas nesta Lei que tenham por objeto,</p><p>envolvam ou incluam, direta ou indiretamente,</p><p>delegação das funções de regulação, de</p><p>fiscalização, de exercício do poder de polícia ou</p><p>de outras atividades exclusivas de Estado.</p><p>82</p><p>● Contratações realizadas pela OSC</p><p>○ Não precisa realizar licitação nem seguir</p><p>regulamento próprio para empregar os recursos</p><p>transferidos pela Administração Pública.</p><p>○ A entidade possui responsabilidade exclusiva pelo</p><p>gerenciamento administrativo e financeiro dos</p><p>recursos recebidos, inclusive no que diz respeito às</p><p>despesas de custeio, de investimento e de pessoal.</p><p>Porém, é vedada a utilização dos recursos para</p><p>finalidade alheia ao objeto da parceria, bem como,</p><p>pagar,</p><p>a qualquer título, servidor ou empregado</p><p>público com recursos vinculados à parceria, salvo</p><p>nas hipóteses previstas em lei específica e na LDO.</p><p>■ Hipóteses que podem ser pagas com</p><p>recursos vinculados à parceria - despesas</p><p>referentes à:</p><p>● Remuneração da equipe</p><p>encarregada da execução do</p><p>plano de trabalho, inclusive de</p><p>pessoal próprio da organização da</p><p>sociedade civil, durante a vigência</p><p>da parceria, compreendendo as</p><p>despesas com pagamentos de</p><p>impostos, contribuições sociais,</p><p>Fundo de Garantia do Tempo de</p><p>Serviço - FGTS, férias, décimo</p><p>terceiro salário, salários</p><p>proporcionais, verbas rescisórias e</p><p>demais encargos sociais e</p><p>trabalhistas;</p><p>● Diárias referentes a deslocamento,</p><p>hospedagem e alimentação nos</p><p>83</p><p>casos em que a execução do</p><p>objeto da parceria assim o exija;</p><p>● o Custos indiretos necessários à</p><p>execução do objeto, seja qual for a</p><p>proporção em relação ao valor</p><p>total da parceria;</p><p>● Aquisição de equipamentos e</p><p>materiais permanentes essenciais</p><p>à consecução do objeto e serviços</p><p>de adequação de espaço físico,</p><p>desde que necessários à</p><p>instalação dos referidos</p><p>equipamentos e materiais.</p><p>○ A inadimplência da administração pública não</p><p>transfere à organização da sociedade civil a</p><p>responsabilidade pelo pagamento de obrigações</p><p>vinculadas à parceria com recursos próprios.</p><p>○ A inadimplência da organização da sociedade civil</p><p>em decorrência de atrasos na liberação de repasses</p><p>relacionados à parceria não poderá acarretar</p><p>restrições à liberação de parcelas subsequentes.</p><p>○ O pagamento de remuneração da equipe</p><p>contratada pela organização da sociedade civil com</p><p>recursos da parceria não gera vínculo trabalhista</p><p>com o poder público</p><p>● Prestação de contas</p><p>○ A OSC deverá prestar contas dos valores recebidos e</p><p>dos gastos efetivados, sem prejuízo do controle</p><p>efetivado pelo Tribunal de Contas nos termos do</p><p>art. 71, da CF/88</p><p>84</p><p>○ A prestação de contas e todos os atos que dela</p><p>decorram será feita em plataforma eletrônica,</p><p>permitindo a visualização por qualquer interessado</p><p>○ A prestação de contas relativa à execução do termo</p><p>de colaboração ou de fomento dar-se-á mediante a</p><p>análise dos documentos previstos no plano de</p><p>trabalho, além dos seguintes relatórios:</p><p>■ Relatório de execução do objeto;</p><p>■ Relatório de execução financeira.</p><p>○ O prazo para prestação de contas pela OSC é de até</p><p>90 dias a partir do término da vigência da parceria,</p><p>estabelecido de acordo com a complexidade do</p><p>objeto, ou no final de cada exercício, se a duração</p><p>da parceria exceder um ano. O PRAZO para</p><p>prestação de contas PODERÁ SER PRORROGADO</p><p>por até 30 dias, desde que devidamente justificado</p><p>○ Destaca-se que, durante o prazo de 10 anos,</p><p>contado do dia útil subsequente ao da prestação de</p><p>contas, a entidade deve manter em seu arquivo os</p><p>documentos originais que compõem a prestação</p><p>de contas</p><p>○ Caso constatada alguma irregularidade ou diante</p><p>da ausência da prestação de contas, será concedido</p><p>prazo limitado de 45 dias, prorrogável por igual</p><p>período, para que a OSC intente sanar a</p><p>irregularidade ou cumprir a obrigação.</p><p>■ Transcorrido o prazo para saneamento da</p><p>irregularidade ou da omissão, não havendo</p><p>o saneamento, a autoridade administrativa</p><p>competente, sob pena de responsabilidade</p><p>solidária, deve adotar as providências para</p><p>apuração dos fatos, identificação dos</p><p>85</p><p>responsáveis, quantificação do dano e</p><p>obtenção do ressarcimento, nos termos da</p><p>legislação vigente</p><p>○ A Administração Pública deve analisar a prestação</p><p>de contas apresentada no prazo de até 150 dias,</p><p>contado da data de seu recebimento ou do</p><p>cumprimento de diligência por ela determinada. Tal</p><p>prazo é prorrogável por igual período, desde que</p><p>justificado</p><p>■ Trata-se de prazo impróprio, pois a não</p><p>apreciação dentro do prazo não significa</p><p>impossibilidade de apreciação em data</p><p>posterior ou vedação a que se adotem</p><p>medidas saneadoras, punitivas ou</p><p>destinadas a ressarcir danos que possam</p><p>ter sido causados aos cofres públicos.</p><p>Entretanto, se decorrido o prazo legal, nos</p><p>casos em que não for constatado dolo da</p><p>OSC ou de seus agentes, sem prejuízo da</p><p>atualização monetária, impede a incidência</p><p>de juros de mora sobre débitos</p><p>eventualmente apurados, no período entre</p><p>o final do prazo (de cento e cinquenta dias)</p><p>e a data em que foi ultimada a apreciação</p><p>pela administração pública.</p><p>● Responsabilidade e sanções</p><p>Art. 73. Pela execução da parceria em desacordo</p><p>com o plano de trabalho e com as normas desta</p><p>Lei e da legislação específica, a administração</p><p>pública poderá, garantida a prévia defesa, aplicar à</p><p>organização da sociedade civil as seguintes sanções:</p><p>I - advertência;</p><p>86</p><p>II - suspensão temporária da participação em</p><p>chamamento público e impedimento de celebrar</p><p>parceria ou contrato com órgãos e entidades da</p><p>esfera de governo da administração pública</p><p>sancionadora, POR PRAZO NÃO SUPERIOR A DOIS</p><p>ANOS;</p><p>III - declaração de inidoneidade para participar de</p><p>chamamento público ou celebrar parceria ou</p><p>contrato com órgãos e entidades de todas as</p><p>esferas de governo, enquanto perdurarem os</p><p>motivos determinantes da punição ou até que seja</p><p>promovida a reabilitação perante a própria</p><p>autoridade que aplicou a penalidade, que será</p><p>concedida sempre que a organização da</p><p>sociedade civil ressarcir a administração pública</p><p>pelos prejuízos resultantes e após decorrido o</p><p>prazo da sanção aplicada com base no inciso II (2</p><p>anos).</p><p>§ 1º As sanções estabelecidas nos incisos II43 e III44</p><p>são de competência exclusiva de Ministro de</p><p>Estado ou de Secretário Estadual, Distrital ou</p><p>Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do</p><p>interessado no respectivo processo, no prazo de dez</p><p>dias da abertura de vista, podendo a reabilitação</p><p>ser requerida após dois anos de aplicação da</p><p>penalidade. (Redação dada pela Lei no 13.204, de</p><p>2015)</p><p>§ 2º Prescreve em cinco anos, contados a partir da</p><p>data da apresentação da prestação de contas, a</p><p>44 Declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou celebrar parceria ou contra - to com</p><p>órgãos e entidades de todas as esferas de governp</p><p>43 Suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento de celebrar parce - ria ou</p><p>contrato com órgãos e entidades da esfera de governo da administração pública sancionadora</p><p>87</p><p>aplicação de penalidade decorrente de infração</p><p>relacionada à execução da parceria. (Incluído pela</p><p>Lei no 13.204, de 2015)</p><p>§ 3º A prescrição será interrompida com a edição</p><p>de ato administrativo voltado à apuração da</p><p>infração. (Incluído pela Lei no 13.204, de 2015)</p><p>● Definições</p><p>○ Dirigente: pessoa que detenha poderes de</p><p>administração, gestão ou controle da organização</p><p>da sociedade civil, habilitada a assinar termo de</p><p>colaboração, termo de fomento ou acordo de</p><p>cooperação com a administração pública para a</p><p>consecução de finalidades de interesse público e</p><p>recíproco, ainda que delegue essa competência a</p><p>terceiros.</p><p>○ Gestor: agente público responsável pela gestão de</p><p>parceria celebrada por meio de termo de</p><p>colaboração ou termo de fomento, designado por</p><p>ato publicado em meio oficial de comunicação,</p><p>com poderes de controle e fiscalização.</p><p>○ administrador público: agente público revestido de</p><p>competência para assinar termo de colaboração,</p><p>termo de fomento ou acordo de cooperação com</p><p>organização da sociedade civil para a consecução</p><p>de finalidades de interesse público e recíproco,</p><p>ainda que delegue essa competência a terceiros;</p><p>○ Conselho de política pública: órgão criado pelo</p><p>poder público para atuar como instância consultiva,</p><p>na respectiva área de atuação, na formulação,</p><p>implementação, acompanhamento,</p><p>monitoramento e avaliação de políticas públicas.</p><p>88</p><p>○ comissão de seleção: órgão colegiado destinado a</p><p>processar e julgar chamamentos públicos,</p><p>constituído por ato publicado em meio oficial de</p><p>comunicação, assegurada a participação de pelo</p><p>menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou</p><p>emprego permanente do quadro de pessoal da</p><p>administração pública;</p><p>● Transparência e controle</p><p>○ A administração pública deverá</p><p>manter, em seu</p><p>sítio oficial na internet, a relação das parcerias</p><p>celebradas e dos respectivos planos de trabalho,</p><p>ATÉ CENTO E OITENTA DIAS APÓS O RESPECTIVO</p><p>ENCERRAMENTO.</p><p>○ A organização da sociedade civil deverá divulgar na</p><p>internet e em locais visíveis de suas sedes sociais e</p><p>dos estabelecimentos em que exerça suas ações</p><p>todas as parcerias celebradas com a administração</p><p>pública.</p><p>Entidades de apoio</p><p>● Conceito: pessoas jurídicas de Direito Privado sem</p><p>fins lucrativos, instituídas na forma de fundações,</p><p>associações ou cooperativas que exercem</p><p>atividades sociais relacionadas à ciência, pesquisa,</p><p>saúde e educação, normalmente, junto a hospitais</p><p>públicos ou universidades públicas. Exemplo:</p><p>FAPEX (Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão</p><p>ligada à Universidade da Bahia) e FUSP – Fundação</p><p>de Apoio à Universidade de São Paulo, atuando ao</p><p>lado da USP.</p><p>○ Caso tenha a forma de fundação será fundação</p><p>privada.</p><p>89</p><p>● Criação</p><p>○ A criação dessas entidades é feita, muitas vezes,</p><p>pelos próprios servidores do órgão ou entidade</p><p>pública, com recursos privados para executarem</p><p>atividades de interesse social daquele ente estatal.</p><p>○ Não são criadas mediante lei ou mantidas pela</p><p>União submetendo-se ao regime privado, de modo</p><p>que seus contratos não dependem de licitação e a</p><p>contratação de seus empregados não exige a</p><p>realização de concursos públicos.</p><p>90</p><p>15. Poderes da Administração Pública</p><p>i. Conceito:</p><p>● Os poderes administrativos são prerrogativas</p><p>concedidas aos agentes públicos para alcançar o</p><p>interesse público. Esses poderes são instrumentos</p><p>fundamentais para a execução das atividades</p><p>estatais, com foco na função administrativa.</p><p>● Os poderes administrativos estão relacionados com</p><p>o exercício da função administrativa, seja pelo</p><p>poder executivo de maneira típica, ou pelo</p><p>legislativo e judiciário de maneira atípica.</p><p>● Eles são irrenunciáveis e devem ser</p><p>obrigatoriamente exercidos pelos agentes públicos,</p><p>pois representam um dever para com a</p><p>coletividade.</p><p>● A inércia dos administradores públicos em exercer</p><p>esses poderes pode levar à ilegitimidade, pois</p><p>configura uma violação do direito subjetivo dos</p><p>cidadãos de exigir ações que atendam aos</p><p>interesses públicos.</p><p>i. Poder vinculado: poder-dever que a Administração Pública</p><p>possui de executar o que a lei prevê. Para Hely Lopes</p><p>Meirelles, o poder vinculado é exercido pelo administrador ao</p><p>praticar um ato vinculado, onde ele não tem influência no</p><p>resultado do evento (por exemplo, aposentadoria</p><p>compulsória). Isso parece mais uma restrição do que uma</p><p>prerrogativa da administração pública. Assim, é difícil</p><p>considerar o poder vinculado como um verdadeiro poder,</p><p>sendo mais adequado entendê-lo como uma obrigação da</p><p>administração. Portanto, muitos autores consideram o poder</p><p>91</p><p>vinculado como uma característica do ato administrativo, e</p><p>não um poder em si.</p><p>ii. Poder discricionário: há uma margem de liberdade do</p><p>Administrador para saber se vai adotar a conduta ou não</p><p>dentro da margem prevista na lei. Só diz respeito ao motivo e</p><p>objeto do ato administrativo. A discricionariedade existe</p><p>quando a lei assim dispõe ("a critério da Administração</p><p>Pública") Ex: licença para tratar de interesses particulares.</p><p>● Mérito administrativo: administrador verifica dentro dos</p><p>critérios de conveniência e oportunidade se irá adotar</p><p>determinada conduta.</p><p>○ Não é arbitrário, porque deve estar conforme os</p><p>parâmetros da legalidade.</p><p>● Conceitos jurídicos indeterminados: admitem atuação</p><p>discricionária. É na zona cinzenta que a autoridade</p><p>competente irá atuar com discricionariedade para</p><p>preencher o conceito jurídico indeterminado.</p><p>92</p><p>● Controle da atuação: O poder judiciário não pode controlar o mérito</p><p>administrativo.</p><p>a. Poder hierárquico</p><p>Conceito: a Administração Pública é organizada de forma</p><p>escalonada dentro da mesma pessoa jurídica, o que</p><p>origina o poder hierárquico. Não há hierarquia entre</p><p>pessoas jurídicas diferentes. A hierarquia somente se</p><p>manifesta dentro de uma mesma pessoa jurídica. 45</p><p>● A hierarquia é característica inerente à função</p><p>administrativa do Estado.</p><p>Características do Poder hierárquico</p><p>● Emitir ordens aos subordinados → dever de obediência</p><p>dos subordinados das ordens que não sejam</p><p>manifestamente ilegais46</p><p>● Ordem individual direta: superior hierárquico dá uma</p><p>ordem de forma direta ao subordinado.</p><p>● Ordem formal: decorre dos atos ordinatórios.</p><p>● Poder de fiscalização, controle e revisão dos atos dos</p><p>subordinados: a autoridade superior verifica se os atos</p><p>estão de acordo com o ordenamento jurídico. Caso</p><p>verifique determinada irregularidade, tem o poder-dever</p><p>de controle e revisão (anular e revogar)</p><p>● Poder de resolução de conflitos internos entre</p><p>subordinados</p><p>iii. Poder de modificação de competência</p><p>● Delegação de competência: atribuição temporária de</p><p>parcela da competência (não pode delegar totalmente a</p><p>46 Caso o subordinado vislumbre que a ordem é manifestamente ilegal deve representar à autoridade</p><p>competente para a responsabilização do superior hierárquico.</p><p>45 Entre pessoas jurídicas diversas, há uma relação de vinculação</p><p>ou tutela administrativa que não se funda na hierarquia, mas</p><p>sim na criação por meio de lei dos entes descentralizados do</p><p>Poder Público.</p><p>93</p><p>competência) para outro agente público (não precisa ter</p><p>hierarquia). Ainda, não se admite ato genérico de</p><p>delegação, de modo que o ato de delegação deve ser</p><p>expresso em relação à competência delegada e no que</p><p>tange a indicação do agente que se tornará competente.</p><p>○ Artigo 12, da Lei 9784/99</p><p>● Avocação de competência: a autoridade superior avoca</p><p>de forma temporária parcela da competência do</p><p>subordinado.</p><p>b. Poder disciplinar</p><p>i. Conceito: poder de investigar e punir em caso de infração</p><p>disciplinar. O Poder disciplinar não se restringe aos agentes</p><p>públicos, de forma que também abrange os particulares que</p><p>possuem vínculo com a Administração Pública47. Em resumo,</p><p>o poder disciplinar é o poder de aplicar sanções e</p><p>penalidades, apurando infrações dos servidores ou outros que</p><p>são submetidos à disciplina da Administração, ou seja, a</p><p>todos aqueles que tenham vínculo de natureza especial com</p><p>o Estado. A doutrina costuma apontar que o Poder</p><p>Disciplinar pode decorrer do Poder Hierárquico, haja vista</p><p>tratar-se a hierarquia de uma espécie de vinculação especial,</p><p>mas também pode decorrer dos contratos celebrados pela</p><p>Administração Pública (regidos pelo direito público ou</p><p>privado)</p><p>● Exemplo:</p><p>○ Aplicação de sanções, pelos diretores dos presídios,</p><p>aos presidiários que cometeram uma sanção</p><p>disciplinar;</p><p>○ Aplicação de sanções aos agentes públicos;</p><p>47 ≠ do Poder de Polícia que tem aplica sanções aos particulares que não possuem vínculo específico com a</p><p>Administração Pública</p><p>94</p><p>○ Exclusão de aluno de Universidade Pública .</p><p>● Há a necessidade de um processo administrativo com</p><p>contraditório e ampla defesa.</p><p>ii. Para o entendimento majoritário da doutrina, o poder</p><p>disciplinar é discricionário</p><p>● A discricionariedade não está relacionada ao fato de que,</p><p>constatada a irregularidade, pode ou não aplicar a sanção.</p><p>Nesse caso, há obrigatoriedade de punição.</p><p>● A discricionariedade está presente na gradação da pena.</p><p>● STJ (MS 21937/DF)48: quando a conduta do servidor</p><p>público se amolda à pena de demissão e cassação</p><p>de aposentadoria, não há discricionariedade na</p><p>gradação da pena.</p><p>iii. Indo Além</p><p>● Poder Hierárquico x Poder Disciplinar: O</p><p>poder hierárquico e o poder disciplinar diferem</p><p>fundamentalmente em suas finalidades e</p><p>aplicações:</p><p>- Poder Hierárquico:</p><p>48 Trecho retirado do acórdão: "A Administração Pública, quando se depara com situações em que a conduta</p><p>do investigado se amolda nas hipóteses de demissão ou cassação de aposentadoria, não dispõe de</p><p>discricionariedade para aplicar pena menos gravosa por tratar-se de ato vinculado. Nesse sentido, confira-se:</p><p>[...] o administrador não tem qualquer margem de discricionariedade na aplicação da pena, tratando-se de ato</p><p>plenamente vinculado. Configurada a infração</p><p>do art. 117, XI, da Lei 8.112/90, deverá ser aplicada a pena de</p><p>demissão, nos termos do art. 132, XIII, da Lei 8.112/90, sob pena de responsabilização criminal e administrativa</p><p>do superior hierárquico desidioso. Consoante a jurisprudência do STJ, "a pena demissória atendeu aos</p><p>princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, não havendo que se falar em violação do art. 128 da Lei</p><p>8.112/1990, porquanto há adequação entre o instrumento (processo administrativo disciplinar) e o fim</p><p>(aplicação da pena), e a medida é exigível e necessária, diante da gravidade da conduta perpetrada pelo</p><p>impetrante, o qual utilizou-se indevidamente e verbas públicas em benefício próprio e de terceiros, o que</p><p>evidencia a prática da infração disciplinar capitulada no art. 117, IX e XVIII, da Lei 8.112/1990, e o acerto da pena</p><p>aplicada, ainda mais quando inexiste outro meio legal para se chegar ao mesmo resultado e tampouco a</p><p>medida é excessiva ou se traduz em resultado indesejado pelo sistema jurídico, ainda mais considerando que</p><p>o agir do servidor ensejou a quebra do princípio da confiança e atentou contra os princípios administrativos da</p><p>moralidade e da impessoalidade, que deve regular a relação entre a Administração Pública e os seus</p><p>servidores"</p><p>(STJ - MS: 21937 DF 2015/0172445-3, Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Julgamento:</p><p>28/08/2019, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 23/10/2019)</p><p>95</p><p>o Permite ordenar, fiscalizar, orientar,</p><p>anular, revogar, delegar, avocar,</p><p>convalidar, e sustar.</p><p>o Focado na organização e</p><p>estruturação da administração</p><p>pública.</p><p>o Cria uma relação de subordinação</p><p>entre órgãos e agentes,</p><p>estruturando a administração de</p><p>forma vertical.</p><p>o Não se presta à aplicação de</p><p>sanções administrativas.</p><p>- Poder Disciplinar:</p><p>o Aplicado para impor sanções a</p><p>servidores públicos por infrações</p><p>disciplinares.</p><p>o Baseado em normas específicas,</p><p>como a Lei 8.112/90.</p><p>o Utilizado para manter a disciplina e</p><p>punir condutas inadequadas dentro</p><p>da administração pública.</p><p>o Em resumo, enquanto o poder</p><p>hierárquico organiza e estrutura as</p><p>relações de subordinação dentro da</p><p>administração pública, o poder</p><p>disciplinar é usado para aplicar</p><p>sanções e manter a disciplina entre</p><p>os servidores públicos.</p><p>96</p><p>c. Poder normativo</p><p>i. Conceito: prerrogativa que a Administração Pública possui</p><p>de editar atos gerais e abstratos. Há discussão na doutrina se</p><p>tal poder deve ser chamado de normativo ou regulamentar.</p><p>ii. Formas de regulamentação</p><p>● Regulamentos executivos (decreto executivo): Poder do</p><p>Chefe Executivo de editar regulamentos que dão fiel</p><p>execução às leis, buscando esclarecer e especificar para</p><p>uma correta aplicabilidade.</p><p>○ Artigo 84, IV, CF/8849</p><p>○ Não cabe delegação.</p><p>○ Não cria direitos e obrigações</p><p>● Segundo a doutrina, cabe a criação de</p><p>obrigações secundárias.</p><p>● Regulamentos autônomos (decretos autônomos):</p><p>○ Artigo 84, VI, a, CF/8850</p><p>○ Pode ser delegado</p><p>● Regulamentos autorizados ou delegados</p><p>○ Agências reguladoras editam esses regulamentos.</p><p>○ Conceito: ato normativo editado com base em uma</p><p>lei que não estabelece exatamente os contornos do</p><p>conteúdo do ato, de modo que a lei estabelece</p><p>apenas uma "moldura". A lei estabelece os limites e</p><p>parâmetros.</p><p>50 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:</p><p>VI - dispor, mediante decreto, sobre:</p><p>a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de</p><p>despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;</p><p>b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos → não há um ato normativo, porque não há</p><p>generalidade e abstração.</p><p>49 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:</p><p>IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel</p><p>execução;</p><p>97</p><p>○ Segundo o STF, é possível criar direitos e obrigações</p><p>por meio dos regulamentos autorizados.</p><p>○ Não pode substituir atividade típica do Poder</p><p>Legislativo.</p><p>○ ADI 487451</p><p>● Indo Além:</p><p>- Decreto x Regulamento</p><p>o A diferença entre decreto e</p><p>regulamento reside na distinção entre</p><p>forma e conteúdo dos atos</p><p>administrativos normativos. Decreto</p><p>refere-se à maneira pela qual a</p><p>administração pública manifesta sua</p><p>vontade e é exclusivamente editado</p><p>pelo chefe do Executivo, como o</p><p>Presidente da República, Governador</p><p>ou Prefeito. Esse ato administrativo,</p><p>denominado decreto, pode ter dois</p><p>tipos de conteúdo: individual e</p><p>genérico.</p><p>o Decretos com conteúdo individual</p><p>tratam de situações específicas e</p><p>determinadas, como o decreto</p><p>expropriatório, que declara a utilidade</p><p>pública de um bem para fins de</p><p>desapropriação. Por outro lado, quando</p><p>o conteúdo de um decreto é geral e</p><p>abstrato, ele é chamado de decreto</p><p>51 Veja um trecho da decisão: "as agências regulatórias dispõem de liberdade e discricionariedade técnica que</p><p>legitima a edição e a formulação de atos normativos destinados a viabilizar políticas públicas, “notadamente</p><p>em áreas tão sensíveis quanto essa. Para o ministro Fachin, os paradigmas invocados pela Anvisa para a edição</p><p>da resolução estão de acordo com normas internacionais que foram referendadas pelo Brasil. No mesmo</p><p>sentido, o ministro Ricardo Lewandowski entendeu a agência agiu dentro do poder geral de polícia da</p><p>administração pública em matéria sanitária para prevenir o problema de saúde pública que é o tabagismo, e</p><p>lembrou que os aditivos em cigarros são um atrativo para o consumo do produto por jovens".</p><p>98</p><p>regulamentar. O regulamento,</p><p>portanto, é uma norma administrativa</p><p>geral e abstrata, e quando é emitido</p><p>pelo chefe do Executivo, assume a</p><p>forma de um decreto regulamentar.</p><p>o Um exemplo de regulamento é um</p><p>decreto que regule uma lei sobre</p><p>servidores públicos ou sobre a</p><p>proteção do meio ambiente. Estes</p><p>decretos com conteúdo genérico</p><p>refletem o exercício do poder</p><p>normativo ou regulamentar do Estado.</p><p>É importante destacar que nem todo</p><p>regulamento adota a forma de decreto.</p><p>Por exemplo, regulamentos das</p><p>agências reguladoras frequentemente</p><p>vêm na forma de resoluções.</p><p>o Em resumo, decreto é a forma utilizada</p><p>para a manifestação da vontade</p><p>administrativa, específica aos chefes do</p><p>Executivo, enquanto regulamento é o</p><p>conteúdo normativo geral e abstrato</p><p>de um decreto. Quando se fala em</p><p>decreto regulamentar, refere-se a um</p><p>decreto com conteúdo genérico que</p><p>regula leis e exerce o poder normativo.</p><p>A distinção é fundamental para</p><p>entender que, enquanto o decreto é a</p><p>forma, o regulamento é o conteúdo</p><p>normativo que pode, ou não, adotar</p><p>essa forma, dependendo da fonte</p><p>emissora.</p><p>99</p><p>- Poder Regulamentar X Poder Regulatório</p><p>o Poder regulamentar e poder</p><p>regulatório são distintos em suas</p><p>funções e fundamentação</p><p>constitucional.</p><p>o O poder regulamentar, fundamentado</p><p>no artigo 84, IV da Constituição</p><p>Federal, é exclusivo do chefe do</p><p>Executivo (Presidente, Governadores,</p><p>Prefeitos). Ele tem o objetivo de</p><p>detalhar e assegurar a execução das</p><p>leis, sendo marcado por um forte</p><p>conteúdo político, pois é exercido por</p><p>agentes políticos.</p><p>o Já o poder regulatório, baseado no</p><p>artigo 174 da Constituição Federal, é</p><p>exercido por agências reguladoras</p><p>(como ANEEL, ANATEL, ANVISA) e</p><p>outras entidades técnicas. Este poder é</p><p>técnico e menos político, pois é</p><p>desempenhado por especialistas e</p><p>inclui funções normativas, aplicação de</p><p>sanções e fiscalização. O poder</p><p>regulatório permite a criação de</p><p>normas técnicas inovadoras que não</p><p>estão contidas na lei, regulando</p><p>matérias de alta complexidade.</p><p>o Em resumo, o poder regulamentar é a</p><p>prerrogativa do chefe do Executivo</p><p>para detalhar leis com um caráter</p><p>político, enquanto o poder regulatório</p><p>é exercido por entidades técnicas para</p><p>100</p><p>criar e aplicar normas em áreas</p><p>complexas, com um enfoque técnico.</p><p>- Decreto jurídico ou normativo x Decreto</p><p>de organização ou administrativo</p><p>o A diferença entre decreto jurídico ou</p><p>normativo e decreto de organização ou</p><p>administrativo está nos seus efeitos e</p><p>destinatários. O decreto jurídico ou</p><p>normativo gera efeitos externos e se</p><p>aplica a todos</p><p>os particulares dentro do</p><p>território do Estado. Por exemplo, um</p><p>decreto regulamentar ambiental</p><p>impõe obrigações gerais à coletividade,</p><p>criando uma relação de sujeição geral</p><p>que afeta a população em geral.</p><p>o Por outro lado, o decreto de</p><p>organização ou administrativo gera</p><p>efeitos internos, direcionados a</p><p>servidores públicos e particulares com</p><p>relações jurídicas específicas com o</p><p>Estado. Exemplos incluem decretos</p><p>que estabelecem regras internas para</p><p>repartições públicas ou regulamentam</p><p>contratos administrativos, regulando</p><p>relações de sujeição especial que</p><p>afetam apenas aqueles com vínculos</p><p>específicos com o Estado.</p><p>o Em resumo, decretos normativos têm</p><p>efeitos gerais e externos, enquanto</p><p>decretos administrativos têm efeitos</p><p>internos e específicos.</p><p>101</p><p>d. Poder de polícia</p><p>i. Prerrogativa da Administração Pública para condicionar,</p><p>restringir, limitar ou regulamentar determinado direito</p><p>privado em prol do interesse público.</p><p>○ Artigo 78, CTN52</p><p>ii. Poder de polícia ≠ Polícia Judiciária</p><p>● Polícia Judiciária:</p><p>○ É uma polícia que se relaciona com o ilícito penal;</p><p>○ É um instrumento da persecução penal;</p><p>○ Incide sobre pessoas;</p><p>○ Caráter repressivo;</p><p>○ Somente os órgão da segurança pública podem</p><p>exercer o poder de polícia judiciária.</p><p>● Poder de polícia (polícia administrativa)</p><p>○ É uma polícia administrativa que se relaciona a</p><p>condutas administrativas;</p><p>52 Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando</p><p>direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público</p><p>concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao</p><p>exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à</p><p>tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo</p><p>Ato Complementar nº 31, de 1966)</p><p>Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão</p><p>competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a</p><p>lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.</p><p>102</p><p>○ É um fim em si mesmo;</p><p>○ Incide sobre atividades e bens;</p><p>○ Caráter eminentemente preventivo;</p><p>○ Pode ser executada por vários órgãos.</p><p>iii. Supremacia geral: todos estão submetidos à atuação da</p><p>Administração Pública. O Poder de polícia está inserido na</p><p>supremacia geral.</p><p>iv. Supremacia especial: somente estão submetidos à atuação</p><p>da Administração Pública aqueles que possuem uma relação</p><p>especial com a Administração disciplinar.</p><p>v. Fundamento do poder de polícia</p><p>● Doutrina moderna: atender os direitos fundamentais.</p><p>vi. Forma do exercício do poder de polícia</p><p>● Em regra, preventiva</p><p>○ Excepcionalmente, pode ser repressiva.</p><p>vii. Atuação do poder de polícia: tradicionalmente, é uma</p><p>atuação negativa, porque impõe obrigações de não fazer.</p><p>Porém, atualmente, já se observam imposições de fazer</p><p>(atuação positiva), por exemplo na imposição de</p><p>aproveitamento do solo urbano.</p><p>● O poder de polícia é ampliado no Estado de Defesa e</p><p>Estado de Sítio.</p><p>viii. Licença e autorização</p><p>● Licença: É um ato de poder de polícia, sendo vinculado. A</p><p>extinção da licença antes do prazo gera direito à</p><p>indenização.</p><p>● Autorização: é um ato de poder de polícia discricionário e</p><p>precário, de modo que a extinção, em regra, não gera</p><p>direito à indenização.</p><p>ix. Sanções do poder de polícia</p><p>● Multas;</p><p>● Interdição de estabelecimento;</p><p>103</p><p>● Suspensão do exercício de direitos;</p><p>● Demolição de obra irregular desde que não habitada53;</p><p>● Apreensão de mercadorias.</p><p>x. Ciclos do Poder de Polícia: todo o caminho que se faz até</p><p>chegar à finalidade.</p><p>o 1º: Ordem de polícia: é o ato normativo que estabelece</p><p>restrições e condições às atividades privadas. Uma lei pode</p><p>ser a fase da ordem de polícia (no conceito amplo do</p><p>poder de polícia) → decretos também podem.</p><p>● Sempre presente a fase da ordem de polícia.</p><p>o 2º: Consentimento: anuência do Poder Público para que o</p><p>particular possa desenvolver determinada atividade</p><p>privada.</p><p>o 3º: Fiscalização: Poder Público fiscaliza se os indivíduos</p><p>estão agindo conforme a lei</p><p>● Sempre presente a fase da fiscalização</p><p>o 4º: Sanção: se, na fiscalização, for verificada alguma</p><p>irregularidade, aplica-se a sanção.</p><p>xi. Delegação do Poder de Polícia</p><p>● Delegação do Poder de Polícia para:</p><p>○ Pessoas jurídicas de direito público integrantes da</p><p>Administração indireta: pode ser delegado</p><p>○ Pessoa jurídica de direito privado não integrante da</p><p>Administração Pública: não pode ser delegado.</p><p>○ Pessoa jurídica de direito privado integrante da</p><p>Administração Pública indireta: pode, segundo</p><p>decisão recente do STF, desde que as pessoas</p><p>jurídicas: (I) sejam prestadoras de serviço público</p><p>típico de Estado (II) possuam capital social</p><p>53 Quando habitadas, precisa de autorização do Poder Judiciário</p><p>104</p><p>majoritariamente público (III) tenham atuação em</p><p>regime de não concorrência. (RE 633782/MG)54</p><p>● ATENÇÃO! Não pode delegar a ordem de</p><p>polícia.</p><p>○ As guardas municipais: para o STF, pode haver a</p><p>delegação do poder de polícia para as guardas</p><p>municipais (RE 658570)55</p><p>xii. Atividades acessórias: a doutrina conceitua as</p><p>atividades acessórias como instrumentais, ou seja, são</p><p>atividades que servem apenas para dar apoio ao poder</p><p>de polícia exercido pelo ente público. Por isso, elas não</p><p>constituem exercício do poder de polícia</p><p>propriamente dito e, consequentemente, podem ser</p><p>executadas por particulares e até mesmo por</p><p>equipamentos eletrônicos.56</p><p>○ Como exemplo de atividade acessória,</p><p>podemos citar a efetivação da demolição de</p><p>uma obra irregular por parte de uma</p><p>empresa privada. Nesse caso, a demolição é</p><p>determinada pelo Poder Público, no exercício</p><p>do seu poder de polícia, mas a sua execução</p><p>pode vir a ser realizada por particulares, sem</p><p>que isso configure uma delegação do poder</p><p>de polícia.</p><p>56 Tópico alterado em 21/08/2024.</p><p>55 Em repercussão geral, definiu-se a seguinte tese: é constitucional a atribuição às guardas municipais do</p><p>exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente</p><p>previstas. (STF - RE: 658570 MG, Relator: MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 06/08/2015, Tribunal Pleno,</p><p>Data de Publicação: 30/09/2015</p><p>54 O Recurso extraordinário definiu a seguinte tese de repercussão geral: “é constitucional a delegação do</p><p>poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública</p><p>indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação</p><p>própria do Estado e em regime não concorrencial.” (STF - RE: 633782 MG, Relator: LUIZ FUX, Data de</p><p>Julgamento: 26/10/2020, Tribunal Pleno, Data de Publicação: 25/11/2020)</p><p>105</p><p>○ Outro exemplo interessante citado pela</p><p>doutrina é a contratação, por parte do Poder</p><p>Público, de uma empresa privada que se</p><p>responsabiliza pela colocação de radares de</p><p>trânsito em uma determinada via pública.</p><p>Também não se trata de uma delegação do</p><p>poder de polícia, tendo em vista que as</p><p>multas ainda serão efetivamente aplicadas</p><p>pelo ente público.</p><p>xiii. Atributos do Poder de Polícia</p><p>● Discricionariedade: não é todo discricionário, de modo</p><p>que a fiscalização, por exemplo, é um ato vinculado,</p><p>porque deve sempre fiscalizar, porém a Administração</p><p>pode escolher a maneira que irá fiscalizar.</p><p>● Coercibilidade: prerrogativa concedida à Administração</p><p>Pública para impor seus próprios atos ao particular,</p><p>independente do consentimento do particular.</p><p>● Somente está presente no caso de imposição de</p><p>obrigação ao particular.</p><p>● Autoexecutoriedade: possibilidade de a Administração</p><p>Pública executar, direta e imediatamente, suas decisões,</p><p>inclusive com o uso de força pública, independentemente</p><p>de autorização judicial.</p><p>● Somente está presente quando houver</p><p>previsão em lei ou em casos de urgência.</p><p>○ Executoriedade: a Administração</p><p>executa</p><p>diretamente suas decisões.</p><p>○ Exigibilidade: a Administração utiliza de meio</p><p>coercitivos indiretos de coerção para que o</p><p>particular cumpra suas obrigações.</p><p>xiv. Prescrição do Poder de Polícia: prazo prescricional de 5</p><p>anos.</p><p>106</p><p>● Prescrição intercorrente trienal</p><p>xv. Exercício do Poder de Polícia entre os entes federados</p><p>(interfederativo)</p><p>● Fundamento: repartição constitucional de competências.</p><p>xvi. Jurisprudência a respeito do poder de polícia57</p><p>● STJ, REsp 2.012.248, 2024: O Município, no âmbito das</p><p>atividades que envolvem serviços de metrologia</p><p>desempenhadas em postos de saúde, por não exercer</p><p>atividade comercial, não se submete à fiscalização do</p><p>INMETRO.</p><p>○ O INMETRO, no exercício do seu poder de polícia,</p><p>realiza a fiscalização das balanças utilizadas pelos</p><p>comerciantes, a fim de proteger as relações de</p><p>consumo e, em suma, evitar que os consumidores</p><p>sejam prejudicados com cobranças indevidas.</p><p>○ Todavia, as balanças utilizadas pelo Município nos</p><p>postos de saúde não se destinam a fins comerciais,</p><p>logo, elas não estão sujeitas a essa fiscalização por</p><p>parte do INMETRO.</p><p>e. Abuso de poder:</p><p>● A Administração Pública não pode atuar além dos</p><p>limites estabelecidos para o exercício desses</p><p>poderes</p><p>i. Modalidades de abuso de poder</p><p>● Excesso de poder: vício relacionado à competência</p><p>(extrapolando ou atuando fora da competência). O ato será</p><p>nulo.</p><p>● Desvio de poder: decorre de um desvio de finalidade.</p><p>Ocorre quando um ato não atende o interesse público ou</p><p>a finalidade específica definida em lei. O ato será nulo.</p><p>57 Inserido em 13/06/2024.</p><p>107</p><p>● Omissão: a Administração deve agir, porém não age.</p><p>Ainda, pode ocorrer omissão por excesso de poder e</p><p>desvio de poder.</p><p>f. Deveres da Administração Pública:</p><p>o Poder-dever vinculado;</p><p>o Dever de eficiência;</p><p>o Dever de probidade;</p><p>o Dever de prestação de contas.</p><p>108</p><p>16. Atos Administrativos</p><p>a. Conceito</p><p>● O ato administrativo é uma manifestação de vontade</p><p>unilateral da Administração Pública (agindo nessa qualidade)</p><p>ou de particulares no exercício de atribuições públicas</p><p>delegadas, objetivando atingir o interesse público, sob o</p><p>regime jurídico de direito público, que geram efeitos jurídicos</p><p>para a Administração Pública, estando submetidos ao</p><p>controle judicial. Assim, há os seguintes elementos do ato</p><p>administrativo:</p><p>i. Manifestação de vontade unilateral</p><p>ii. Seja emitido pela Administração Pública, nessa</p><p>qualidade, e não na qualidade de particular.</p><p>iii. Seja emitido de particulares no exercício de</p><p>atribuições públicas delegadas:</p><p>● Exemplo: concessionárias de serviço público.</p><p>iv. Objetivando atingir o interesse público</p><p>v. Sob o regime jurídico de direito público</p><p>vi. Gera efeitos jurídicos para a Administração Pública:</p><p>tem que provocar mudanças jurídicas.</p><p>vii. Estando submetidos ao controle judicial</p><p>b. Atos da Administração Pública (gênero)</p><p>● Atos privados da Administração Pública (espécie): a</p><p>Administração realiza determinados atos, sob regime jurídico de</p><p>direito privado, atuando em igualdade de condições com o</p><p>particular.</p><p>● Atos administrativos (espécie): é uma manifestação de vontade</p><p>unilateral da Administração Pública (agindo nessa qualidade) ou de</p><p>particulares no exercício de atribuições públicas delegadas,</p><p>objetivando atingir o interesse público, sob o regime jurídico de</p><p>direito público.</p><p>109</p><p>● Atos de mera execução (espécie): não há manifestação de</p><p>vontade, sendo uma execução de uma vontade anteriormente</p><p>emitida.</p><p>Fato administrativo: evento da natureza que provoca efeitos no âmbito da</p><p>Administração Pública. Exemplo: passagem do tempo → gera prescrição de</p><p>direitos.</p><p>Fato da Administração Pública: evento da natureza que não provoca efeitos no</p><p>âmbito da Administração Pública.</p><p>c. Silêncio Administrativo</p><p>Silêncio administrativo: só importa em manifestação de</p><p>vontade quando a lei assim o determinar.</p><p>● Exemplo: art 26, §3º, da Lei 9478/9758 - caso em que</p><p>a omissão importa manifestação de vontade.</p><p>d. Classificação dos atos administrativos</p><p>Critério quanto ao grau de liberdade</p><p>● Ato vinculado: a Administração Pública não possui margem</p><p>de escolha para atuar e não pode escolher em quais termos</p><p>os atos serão praticados.</p><p>● Ato discricionário: há margem de liberdade de escolha da</p><p>Administração Pública, mediante critérios de conveniência e</p><p>oportunidade (mérito administrativo).</p><p>Critério quanto aos destinatários</p><p>● Atos gerais: são destinados às pessoas indeterminadas, de modo</p><p>que estabelecem uma conduta genérica.</p><p>● Exemplo: atos normativos</p><p>● Atos individuais ou especiais: são destinados às pessoas</p><p>específicas.</p><p>Critérios quanto aos efeitos</p><p>58 § 3° Decorrido o prazo estipulado no parágrafo anterior sem que haja manifestação da ANP, os planos e</p><p>projetos considerar-se-ão automaticamente aprovados.</p><p>110</p><p>● Atos internos: não afetam terceiros.</p><p>● Atos externos: afetam terceiros, de modo que a publicação é</p><p>condição de eficácia.</p><p>Critério quanto à repercussão sobre a esfera jurídica do</p><p>particular:</p><p>● Atos ampliativos: ampliam direitos.</p><p>● Atos restritivos: restringe direitos.</p><p>Critério quanto à formação dos atos</p><p>● Atos simples: basta uma única manifestação de</p><p>vontade para formar o ato.</p><p>○ Ato simples singular: o órgão é composto por somente</p><p>uma pessoa</p><p>○ Ato simples colegiado: o órgão é composto por um</p><p>grupo de pessoas.</p><p>● Atos compostos: depende de duas manifestações de</p><p>vontade, quais sejam: (I) principal: define o objeto do ato,</p><p>determinando o efeito jurídico do ato (II) acessória: não</p><p>dispõe acerca do objeto do ato, de modo que atua de forma</p><p>complementar e controladora, verificando se o ato principal</p><p>está em conformidade. Assim, a segunda vontade</p><p>manifestada (acessória) depende da primeira vontade.</p><p>○ Precisa de uma relação de hierarquia59, porque a</p><p>manifestação de vontade acessória será feita pelo</p><p>órgão superior ao órgão que emitiu a manifestação</p><p>principal. A aprovação (manifestação acessória) pode</p><p>ser prévia ou posterior.</p><p>○ Para produzir efeitos, o ato precisa da manifestação dos</p><p>dois órgãos</p><p>● Atos complexos: há a manifestação autônoma e</p><p>independente de dois ou mais órgãos, de forma que, com o</p><p>59 Assim, são compostos de dois atos, geralmente decorrentes do</p><p>mesmo órgão público, em patamar de desigualdade.</p><p>111</p><p>somatório dessas manifestações, há a edição do ato</p><p>administrativo. Neste caso, os atos que formarão o ato</p><p>complexo serão expedidos por órgão públicos diferentes, não</p><p>havendo subordinação entre eles.</p><p>○ Exemplo de ato complexo: a nomeação de ministro do</p><p>STF pelo Presidente da República precisa de aprovação</p><p>do Senado. → seria ato composto ou complexo?60 Para</p><p>fins de prova, é um ato complexo.</p><p>○ Exemplo de ato complexo: ato de concessão de</p><p>aposentadoria, reforma ou pensão61: Nesse caso, o</p><p>Tribunal de Contas possui a competência para apreciar</p><p>para fins de registro a legalidade dos atos de concessão</p><p>de aposentadoria, reforma ou pensão (art 71, III, CF/88)</p><p>■ Pede-se aposentadoria → órgão administrativo</p><p>concede → envia para Tribunal de Contas</p><p>(aprecia a legalidade).</p><p>■ Súmula vinculante nº 362: não há contraditório</p><p>e ampla defesa na apreciação da legalidade</p><p>do ato de concessão inicial de aposentadoria,</p><p>reforma e pensão, porque antes da aprovação</p><p>pelo Tribunal de Contas o ato não está</p><p>formado ainda.</p><p>62 Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa</p><p>quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado,</p><p>excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.</p><p>61 Segundo o STF, é um ato complexo.</p><p>60 A rigor, há uma controvérsia em relação a isso, porque há um pouco de ato complexo e um pouco de ato</p><p>composto.</p><p>112</p><p>■ RE 63655363: o Tribunal de Contas possui prazo</p><p>de 5 anos para apreciar a legalidade de ato de</p><p>concessão de aposentadoria, reforma ou</p><p>pensão. Se passar esse prazo considera que</p><p>houve um registro tácito. Isso garante a</p><p>segurança jurídica.</p><p>○ Esse prazo é contado a partir</p><p>Administrativo Disciplinar e Sindicância 333</p><p>21. Controle da Administração Pública 337</p><p>a. Classificações 337</p><p>b. Autocontrole 338</p><p>c. Processo administrativo 339</p><p>d. Prescrição e decadência 340</p><p>e. Controle legislativo 341</p><p>f. Função típica do Poder Legislativo 342</p><p>g. Controle exercido pelo Tribunal de Contas 342</p><p>h. Tribunal de Contas pode exercer controle de constitucionalidade?</p><p>345</p><p>i. Princípio da universalidade dos Tribunais de Contas 346</p><p>j. Controle dos atos de concessão inicial de aposentadoria, reforma</p><p>ou pensão 346</p><p>22. Responsabilidade Civil do Estado 349</p><p>a. Conceito de responsabilidade civil do Estado 349</p><p>b. Origem da responsabilidade civil do Estado 349</p><p>c. Requisitos da responsabilidade do Estado extracontratual 351</p><p>d. Elementos da responsabilidade extracontratual 351</p><p>e. Causas excludentes da responsabilidade civil do Estado 353</p><p>g. Responsabilidade civil do Estado por Omissão 353</p><p>h. Responsabilidade civil objetiva do Estado em alguns casos</p><p>específicos 354</p><p>i. Responsabilidades específicas do Estado 360</p><p>j. Ação judicial de reparação do dano 362</p><p>23. Bens públicos 365</p><p>a. Conceito 365</p><p>b. Domínio público e domínio eminente 365</p><p>c. Classificação dos bens públicos 365</p><p>d. Afetação e desafetação 367</p><p>e. Regime jurídico dos bens públicos 368</p><p>f. Aquisição de bens pela Administração Pública 372</p><p>g. Gestão dos bens públicos 372</p><p>h. Alienação dos bens públicos 380</p><p>i. Espécies de bens públicos 384</p><p>24. Intervenção do Estado na propriedade privada 389</p><p>a. Espécies de intervenção 389</p><p>b. Modalidades de intervenção branda ou repressiva 389</p><p>c. Desapropriação 396</p><p>d. Alteração promovida pela Lei nº 14.620/2023 431</p><p>25. Intervenção do Estado na Ordem Econômica 437</p><p>a. Histórico 437</p><p>b. Princípios da ordem econômica: artigo 170, CF/88 437</p><p>c. Formas de intervenção 438</p><p>d. Atividade econômica e serviço público 439</p><p>e. Regulação: pressupostos iniciais 439</p><p>f. Falhas de Mercado 439</p><p>g. Formas de regulação 440</p><p>h. Controle ou tabelamento de preços 441</p><p>i. Regulação setorial vs regulação concorrencial 442</p><p>j. Conflito entre a regulação setorial e concorrencial 442</p><p>k. Análise de impacto regulatório 443</p><p>l. Fomento 443</p><p>m. Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência 443</p><p>n. Intervenção direta na atividade econômica 443</p><p>o. Intervenção concorrencial 444</p><p>p. Intervenção por meio do Monopólio Estatal 444</p><p>q. Diferença entre Monopólio e Privilégio para o STF 444</p><p>26. Agências Reguladoras 445</p><p>a. Introdução 445</p><p>b. Mandato por prazo determinado dos dirigentes das agências</p><p>reguladoras 448</p><p>b. Do (in) cabimento de recurso hierárquico das decisões das</p><p>agências reguladoras 449</p><p>c. Teoria do Risco da Captura 451</p><p>d. Análise de impacto regulatório 451</p><p>e. Controle das Agências Reguladoras 452</p><p>f. Direito da Concorrência e agências reguladoras 452</p><p>h. Jurisprudência 453</p><p>27. Improbidade Administrativa 458</p><p>a. Introdução 458</p><p>b. Conceito de improbidade administrativa 458</p><p>b. Dolo específico 459</p><p>c. Improbidade de interpretação 459</p><p>d. Retroatividade da Lei 14.230/21 460</p><p>e. Elementos para configuração do ato de improbidade 464</p><p>f. Legitimados ativos para propor a ação de improbidade 467</p><p>g. Espécies de ato de improbidade administrativa (artigo 9º-11) 468</p><p>h. Sanções aplicáveis 470</p><p>i. Ressarcimento ao erário 472</p><p>j. Atos de menor ofensa 473</p><p>k. Conduta que se amolda a mais de um artigo 473</p><p>l. Liquidação e execução do julgado (artigo 18, da Lei de</p><p>Improbidade) 473</p><p>m. Unificação das penas e continuidade do ilícito 474</p><p>n. Medidas executivas atípicas 474</p><p>o. Natureza da ação de improbidade 474</p><p>p. Independência entre instâncias 474</p><p>q. Competência da ação de improbidade 475</p><p>r. Procedimento administrativo (artigo 14-15, da Lei de Improbidade)</p><p>476</p><p>s. Procedimento judicial da ação por improbidade administrativa</p><p>477</p><p>t. Acordo de não persecução penal cível 479</p><p>u. Medida cautelar 481</p><p>v. Prescrição 484</p><p>w. Utilização da colaboração premiada 487</p><p>28. Temas extras (Aula bônus) 489</p><p>a. Entidades do terceiro setor 489</p><p>b. Consórcios 494</p><p>c. Lei anticorrupção 498</p><p>d. Lei de acesso à informação 506</p><p>e. Empresas estatais 511</p><p>f. Processo Administrativo Federal 528</p><p>g. Jurisprudência 543</p><p>1. Conceito de regime jurídico</p><p>administrativo</p><p>1</p><p>i. O conceito de regime jurídico administrativo envolve</p><p>uma dualidade: de um lado, as prerrogativas estatais e,</p><p>do outro, uma relação especial de sujeição. Isso significa</p><p>que o Estado tem poderes diferenciados e o particular</p><p>deve se submeter a esses poderes. Ao contrário do direito</p><p>civil, onde há um equilíbrio de forças entre as partes, no</p><p>direito administrativo, o Estado está em uma posição</p><p>superior. Essas prerrogativas, no entanto, não são um fim</p><p>em si mesmas, mas ferramentas para atingir os objetivos</p><p>do Estado. Apesar dessa posição privilegiada do Estado,</p><p>existem mecanismos que tentam equilibrar essa relação.</p><p>b. Divisão do regime jurídico segundo Maria Sylvia</p><p>Zanella di Pietro</p><p>i. Da Administração Pública: é amplo, englobando normas</p><p>de direito privado e direito público.</p><p>ii. Administrativo: somente engloba as normas de direito</p><p>público.</p><p>1 Por que começar a estudar o Direito Administrativo pelos princípios?</p><p>Porque eles são importantes para situar o aluno no âmbito do Direito Administrativo como um todo. Há dois</p><p>princípios basilares (supraprincípios): (I) supremacia do interesse público (II) indisponibilidade do interesse</p><p>público. Essas duas bases fundamentam o Direito Administrativo.</p><p>1</p><p>c. Regime jurídico administrativo</p><p>i. Dá ensejo para as prerrogativas2 e restrições3 da</p><p>Administração Pública, havendo uma chamada</p><p>bipolaridade.</p><p>d. Regras vs princípios</p><p>Não há hierarquia entre regras e princípios. Ambos possuem força normativa</p><p>e são dotados de coercibilidade.</p><p>e. Diferenciação entre regras e princípios segundo</p><p>Ronald Dworkin</p><p>i. Regras: as regras são a descrição de comportamentos</p><p>que serão preenchidos mediante subsunção do fato à</p><p>norma.</p><p>● As consequências decorrentes da subsunção são</p><p>tudo ou nada. Ou a norma se aplica integralmente,</p><p>ou não se aplica.</p><p>ii. Princípios: possuem uma dimensão de peso. Neles, são</p><p>descritos, de forma abstrata, valores jurídicos, sem</p><p>determinar uma conduta específica. Ressalta-se que,</p><p>existindo choque entre princípios, terá a seguinte</p><p>solução: atribui-se, primeiramente, um peso para cada</p><p>princípio e, posteriormente, verifica-se qual princípio irá</p><p>prevalecer. Ainda, salienta-se que se deve aplicar ambos</p><p>os princípios no caso concreto, não excluindo nenhum</p><p>princípio.4</p><p>4 Diferente do caso da colisão entre regras, em que se deve excluir uma delas.</p><p>3 As Restrições existem para que os gestores não se acharem donos da Administração Pública. As restrições</p><p>advém do princípio da indisponibilidade do interesse público que tem como um dos seus principais vetores o</p><p>princípio da legalidade.</p><p>2 Prerrogativa é o poder concedido à Administração Pública, de modo a permitir que tenha a imposição de</p><p>sua vontade em relação ao particular de forma unilateral, visando a persecução da supremacia do interesse</p><p>público. A prerrogativa advém do princípio da supremacia do interesse público.</p><p>2</p><p>f. Diferenciação entre regras e princípios para Robert</p><p>Alexy</p><p>i. Regras: são sempre satisfeitas ou não satisfeitas.</p><p>ii. Princípios: são mandados de otimização que devem ser</p><p>satisfeitos na maior medida do possível dentro das</p><p>possibilidade fáticas e jurídicas existentes</p><p>g. Diferenciação entre regras e princípio pela Doutrina</p><p>Moderna</p><p>i. Regras:</p><p>● Conceito: as regras são descrições objetivas e</p><p>fechadas de uma conduta, sendo a concretização</p><p>de valores jurídicos.</p><p>● Estrutura normativa: as regras são definições</p><p>definitivas de comportamentos.</p><p>● Modo de aplicação: as regras são aplicadas no</p><p>modo tudo ou nada. No choque entre regras, deve</p><p>resolver pelos seguintes critérios:</p><p>○ hierarquia: a regra superior prevalece em</p><p>relação à regra inferior.</p><p>○ cronológico: a regra nova prevalece em</p><p>relação à regra antiga.</p><p>○ especificidade: a regra mais específica</p><p>prevalece em relação à regra geral.</p><p>ii. Princípios:</p><p>● Conceitos: os princípios são normas mais abertas e</p><p>abstratas que trazem valores jurídicos,</p><p>estabelecendo os</p><p>da</p><p>chegada do processo no Tribunal de</p><p>Contas.</p><p>Critério quanto à imperatividade</p><p>● Atos de império: atos editados no exercício de autoridade</p><p>estatal, impondo uma vontade da Administração Pública ao</p><p>particular.</p><p>● Atos de gestão: atos editados no exercício de uma relação</p><p>negocial/consensual.</p><p>● Atos de expediente: são atos de mera execução.64</p><p>Critério quanto ao objeto</p><p>● Ato-regra: ato normativo que possui característica de</p><p>generalidade.</p><p>● Atos subjetivos: ato concreto que cria direitos e obrigações.</p><p>O particular possui mais poder de negociação.</p><p>● Ato-condição: esse ato investe o particular em uma situação</p><p>jurídica pré-existente, de modo que esse particular passa a se</p><p>submeter a todas as regras jurídicas existentes.</p><p>Critério quantos aos efeitos</p><p>64 Na verdade, não seria nem classificado como um ato</p><p>administrativo, porque não tem conteúdo decisório.</p><p>63 Recurso extraordinário. 2. Servidor público. Aposentadoria. 3. Anulação do ato pelo TCU. Discussão sobre a</p><p>incidência do prazo decadencial de 5 anos, previsto na Lei 9.784/99, para a Administração anular seus atos,</p><p>quando eivados de ilegalidade. Súmula 473 do STF. Observância dos princípios do contraditório e da ampla</p><p>defesa. Repercussão geral reconhecida.</p><p>(STF - RE: 636553 RS 0008177-52.2010.4.04.0000, Relator: GILMAR MENDES, Data de Julgamento: 23/06/2011,</p><p>Tribunal Pleno, Data de Publicação: 25/06/2012)</p><p>113</p><p>● Atos constitutivos: atos que constituam uma nova relação</p><p>jurídica / situação jurídica.</p><p>● Atos extintivos/desconstitutivos: atos que encerram uma</p><p>relação jurídica.</p><p>● Atos modificativos: atos que modificam uma relação jurídica</p><p>/ situação jurídica.</p><p>● Atos declaratórios: atos que reconhecem e declaram a</p><p>existência de uma relação jurídica.</p><p>● Atos enunciativos: atos que enunciam um fato, emitindo um</p><p>juízo de valor (normalmente, por meio de um parecer).</p><p>Critério quanto à validade.</p><p>● Atos válidos: estão de acordo com a ordem jurídica.</p><p>● Atos nulos: possuem vício grave (insanável) que deve ser</p><p>anulado, sendo nulos desde a sua origem (ex tunc).</p><p>● Atos inválidos: possuem vício sanável, podendo ser anulado</p><p>ou corrigido.</p><p>● Atos inexistentes: não têm os requisitos básicos para sua</p><p>formação.</p><p>● Atos irregulares: possuem um defeito muito leve, de modo</p><p>que nem precisa ser corrigido.</p><p>Critério quanto a formação da exequibilidade dos atos</p><p>● Ato perfeito: quando ele completa todo o ciclo de formação</p><p>e está apto para produzir efeitos.</p><p>● Ato imperfeito: não completou o ciclo de formação.</p><p>● Ato pendente: está acabado, porém não produz efeitos,</p><p>porque depende de termo ou condição.</p><p>● Ato consumado: ato que já foi editado e já produziu os seus</p><p>efeitos.</p><p>e. Pressupostos do ato administrativo</p><p>Competência: atribuição legal para executar determinado</p><p>ato, sendo definida pela lei, em regra. A competência é</p><p>114</p><p>irrenunciável, improrrogável e limitada. Somente tem</p><p>competência o agente público competente (regularmente</p><p>investido)65. A competência é um elemento vinculado.</p><p>Quando há vício de competência, há um abuso de poder</p><p>na modalidade excesso de poder. Lembre-se! A</p><p>competência em regra é um vício sanável, exceto em caso</p><p>de: (I) competência exclusiva e (II) competência material</p><p>● Fundamentos e Legislação: A competência</p><p>administrativa se refere ao conjunto de atribuições</p><p>estabelecidas por lei para órgãos e agentes</p><p>públicos, necessário para a divisão de tarefas das</p><p>funções básicas do Estado: legislativa,</p><p>administrativa e jurisdicional. No Brasil, o processo</p><p>administrativo no âmbito federal é regido pela Lei</p><p>9.784/99 (artigos 11 a 15).</p><p>● Conceito de Competência: Competência é</p><p>definida como um conjunto de atribuições criadas</p><p>por lei para um órgão ou agente público. Funciona</p><p>também como um limite de atuação, garantindo</p><p>que as ações administrativas sejam realizadas</p><p>estritamente dentro dos limites legais, em</p><p>conformidade com o princípio da legalidade</p><p>estrita.</p><p>● Distribuição de Competências: O ordenamento</p><p>jurídico distribui competências entre entidades</p><p>administrativas (como autarquias) e órgãos</p><p>públicos. Exemplos incluem o INSS, responsável</p><p>pela seguridade social, e o IBAMA, pela área</p><p>65 Agente público de fato: foi investido em cargo público, porém a investidura foi irregular. Haverá a nulidade</p><p>(ex tunc). Atos praticados por agente público de fato, em virtude da Teoria da Aparência, terão seus efeitos</p><p>mantidos em relação a terceiros de boa-fé.</p><p>Usurpador de função: sujeito que nunca foi investido em cargo público, porém se apresenta como agente</p><p>público. É crime. Haverá um ato inexistente.</p><p>115</p><p>ambiental. Agentes públicos, ao assumirem seus</p><p>cargos, têm o dever de exercer suas competências</p><p>legais.</p><p>● Competência e Capacidade: No direito</p><p>administrativo, a competência é comparável à</p><p>capacidade no direito civil, com a adição de que o</p><p>agente deve atuar dentro dos limites estabelecidos</p><p>por lei.</p><p>● Delegação da competência: transferência</p><p>temporária de parcela da competência para outro</p><p>agente público de mesma hierarquia ou hierarquia</p><p>inferior (art 11 e 12 , da Lei 9784/99).</p><p>▪ A delegação da competência é um ato precário</p><p>(pode revogar a delegação a qualquer momento),</p><p>discricionário e não exclusivo (quando o agente</p><p>delega a competência para outro agente público, ele</p><p>não está renunciando a sua competência, de modo</p><p>que fica uma competência concorrente)</p><p>■ Hipóteses que não pode haver delegação de</p><p>competência (CENOURA66) (artigo 13, Lei 9784/99)67</p><p>➢ a edição de atos de caráter normativo;</p><p>➢ a decisão de recursos administrativos;</p><p>➢ as matérias de competência exclusiva do</p><p>órgão ou autoridade.</p><p>■ Súmula 510 STF68</p><p>68 Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de</p><p>segurança ou a medida judicial. → ou seja, não cabe contra a autoridade delegante.</p><p>67 Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:</p><p>I - a edição de atos de caráter normativo;</p><p>II - a decisão de recursos administrativos;</p><p>III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.</p><p>66 mnemônico para decorar</p><p>116</p><p>o Avocação de competência: Na avocação, ocorre o oposto da</p><p>delegação. Um agente público superior chama para si a</p><p>competência que originalmente pertence a um agente</p><p>subordinado. Ou seja, uma autoridade decide exercer uma</p><p>competência que a lei atribuiu a seu subordinado. Este</p><p>processo é uma medida excepcional e requer uma relação</p><p>de subordinação entre os envolvidos. A avocação deve ser</p><p>justificada e temporária, conforme a lei.</p><p>■ É um ato precário, discricionário, não definitivo e não</p><p>absoluto (só pode avocar parcela de competência).</p><p>Indo Além: Há debate sobre a necessidade</p><p>de previsão legal expressa para delegação e</p><p>avocação:</p><p>- Primeira Corrente (Carvalhinho):</p><p>Modificações de competência requerem</p><p>previsão legal expressa.</p><p>- Segunda Corrente (Maria Sylvia Di Pietro):</p><p>Delegação e avocação são inerentes à</p><p>hierarquia administrativa e não necessitam</p><p>de previsão legal expressa.</p><p>Forma: exteriorização do ato administrativo. A doutrina</p><p>tradicional trata a forma como elemento vinculado.</p><p>Porém, em alguns casos, pode ser um elemento</p><p>discricionário se tiver previsto em lei. É um vício sanável,</p><p>exceto se a forma for essencial para a substância do ato.</p><p>o Instrumentalidade das formas: se a atuação atingiu a</p><p>finalidade, porém não cumpriu a forma (desde que não</p><p>essencial a substância do ato) correta, não irá anular o</p><p>ato. A forma não é um fim em si mesmo.</p><p>● Objeto: efeito jurídico material produzido pelo ato; conteúdo</p><p>do ato administrativo.</p><p>117</p><p>○ Ex: demissão → extinção do vínculo jurídico com a</p><p>Administração</p><p>○ Vícios do objeto: (I) objeto ilegal (II) objeto diferente</p><p>do previsto em lei.</p><p>● Sempre insanável</p><p>● Finalidade:</p><p>- Celso Antônio Bandeira de Melo chama a</p><p>finalidade de elemento teleológico do ato</p><p>administrativo, associando-a ao interesse</p><p>público, que é o objetivo final de qualquer ato</p><p>administrativo.</p><p>- É um ato vinculado. O vício de finalidade é</p><p>sempre insanável, sendo uma espécie de</p><p>abuso de poder na espécie desvio de poder.</p><p>○ Finalidade geral ou</p><p>mediata: interesse público</p><p>○ Finalidade imediata ou específica; aquilo que a lei</p><p>está buscando atingir.</p><p>● Motivo: os fundamentos de fato e de direito que</p><p>dão ensejo à prática do ato. É o porquê. O motivo</p><p>pode ser discricionário ou vinculado. Vício</p><p>insanável.</p><p>○ Motivo ≠ motivação: motivação é exteriorização dos</p><p>motivos. A motivação integra o elemento "forma"</p><p>do ato administrativo. O motivo é o pressuposto</p><p>fático e jurídico para formação do ato. Todo ato</p><p>administrativo tem um motivo, mas nem todos têm</p><p>motivação explícita.</p><p>○ Vício de motivo ocorre quando o motivo for; (I) falso</p><p>ou (II) verdadeiro, porém não possui aptidão para</p><p>gerar o efeito do ato que foi praticado.</p><p>○ Espécies de vícios de motivos</p><p>■ Ausência de motivo</p><p>118</p><p>■ Motivo ilegítimo</p><p>○ Motivação aliunde ou per relationem: motiva com</p><p>base em um documento pré-existente. Essa</p><p>motivação é admitida pelo ordenamento jurídico.</p><p>Exemplo: A demissão de um servidor com base no</p><p>relatório de um Processo Administrativo Disciplinar</p><p>(PAD) - Artigo 50, §1º da Lei 9.784/99.</p><p>○ Motivo de Direito (Vinculado): Predefinido pela lei,</p><p>sem margem de escolha (e.g., aposentadoria</p><p>compulsória aos 70 anos).</p><p>○ Motivo de Fato (Discricionário): Determinado pelo</p><p>agente no caso concreto, com alguma margem de</p><p>escolha (e.g., desapropriação por utilidade pública).</p><p>○ Teoria dos motivos determinantes: a validade de</p><p>um ato administrativo está vinculada à veracidade</p><p>dos motivos constantes no ato. Se um ato tiver um</p><p>motivo falso, será nulo, mesmo que determinado</p><p>ato não exija motivação. Ex: exoneração de</p><p>servidores ocupantes de cargo demissível ad</p><p>nutum.</p><p>○ Móvel: intenção do agente de praticar determinado</p><p>ato. Em regra, não é relevante, salvo se for um</p><p>móvel ilegal que vicie a prática do ato</p><p>administrativo.</p><p>○ Indo Além - Polêmica sobre a Obrigatoriedade da</p><p>Motivação:</p><p>■ Motivação Obrigatória para Atos</p><p>Vinculados: Proposta por Hely Lopes</p><p>Meirelles, sustenta que apenas atos</p><p>vinculados exigem motivação.</p><p>■ Motivação Obrigatória para Atos</p><p>Discricionários: Proposta por Oswaldo</p><p>119</p><p>Aranha Bandeira de Mello, defende que</p><p>a motivação é obrigatória para atos</p><p>discricionários.</p><p>■ Motivação Obrigatória para Todos os</p><p>Atos: Proposta por Celso Antônio</p><p>Bandeira de Mello e Di Pietro,</p><p>argumenta que todos os atos</p><p>administrativos devem ser motivados,</p><p>baseando-se no princípio republicano e</p><p>na igualdade entre os poderes.</p><p>■ Motivação Não Obrigatória: Defendida</p><p>por Carvalhinho, sustenta que a</p><p>motivação só é obrigatória quando</p><p>expressamente prevista em lei.</p><p>■ Motivação Obrigatória para Atos</p><p>Decisórios: Proposta por Diogo de</p><p>Figueiredo Moreira Neto, argumenta</p><p>que apenas atos administrativos</p><p>decisórios, que restringem direitos,</p><p>devem ser motivados.</p><p>f. Mérito administrativo</p><p>Conceito: é a análise de conveniência e oportunidade na</p><p>prática de um ato discricionário. Cabe, apenas ao</p><p>Administrador, a análise do mérito administrativo.</p><p>g. Atributos do ato administrativo</p><p>Presunção (relativa) de legitimidade ou legalidade:</p><p>presume-se que um ato administrativo foi editado</p><p>conforme o ordenamento jurídico como um todo, sendo</p><p>válido desde sua origem. Para ser anulado, precisa que o</p><p>interessado comprove que o ato viola determinada norma</p><p>jurídica.</p><p>120</p><p>Presunção de veracidade: presume-se que os atos são</p><p>verdadeiros, sendo dotados de fé pública.</p><p>o Atos que não possuem presunção de veracidade: (I)</p><p>atos privados; (II) atos manifestamente ilegais e (III) atos</p><p>que envolvam a prova de fato negativo (prova diabólica)</p><p>Imperatividade: prerrogativa que a Administração Pública</p><p>tem de impor a sua vontade aos particulares,</p><p>independente da vontade desses.</p><p>● Atos que não possuem imperatividade: atos</p><p>enunciativos.</p><p>Autoexecutoriedade: possibilidade de execução direta e</p><p>imediata, inclusive com uso de força pública, dos atos</p><p>administrativos, independentemente do consentimento</p><p>do Poder Judiciário.</p><p>● Só há autoexecutoriedade em duas hipóteses: (I)</p><p>previsão legal (II) situação de urgência</p><p>● Exigibilidade: utilização de meios coercitivos</p><p>indiretos, por exemplo, multa diária.</p><p>● Executoriedade: utilização de meios coercitivos</p><p>diretos, por exemplo, apreensão de mercadorias.</p><p>Tipicidade (atributo previsto por Maria Sylvia Zanella di</p><p>Pietro): Maria Sylvia Di Pietro argumenta que a tipicidade</p><p>é um atributo essencial para atos administrativos</p><p>sancionadores. A administração pública só pode aplicar</p><p>sanções aos particulares e servidores se estas estiverem</p><p>tipificadas na lei, adaptando a lógica da tipicidade penal</p><p>para o direito administrativo. Contudo, a doutrina</p><p>majoritária considera que os atos administrativos</p><p>geralmente possuem os atributos de legalidade,</p><p>legitimidade e veracidade, enquanto a tipicidade é uma</p><p>característica específica dos atos sancionadores.</p><p>121</p><p>h. Espécies de atos administrativos</p><p>Atos normativos: dotados de generalidade e abstração,</p><p>estabelecendo hipóteses genéricas e consequências,</p><p>destinando-se a todas as pessoas. Não podem inovar no</p><p>ordenamento jurídico, em regra.</p><p>Atos ordinatórios: decorrem do Poder hierárquico e</p><p>possuem o objetivo de organizar a pessoa jurídica. Ex:</p><p>despachos, ofícios, portarias.</p><p>Atos negociais (de consentimento): não são negócios</p><p>jurídicos, pois os atos negociais são unilaterais. Porém,</p><p>apesar dessa característica de ser unilateral, já que</p><p>precisam do consentimento da Administração para</p><p>existirem e serem válidos, reservam consigo uma certa</p><p>bilateralidade, já que necessitam da vontade do</p><p>administrado para que o ato seja eficaz, por conta disso</p><p>não é possível atos negociais ex officio. Esses atos</p><p>negociais são ampliativos, pois concedem uma condição</p><p>benéfica ao particular. Ainda, é preciso apontar que esses</p><p>atos, dada a participação do interessado, retiram o atributo</p><p>da imperatividade, haja vista que os deveres ou obrigações</p><p>não podem ser impostos de modo unilateral.69</p><p>O consentimento é dado por alvará que é dividido em:</p><p>● Licença: ato vinculado; gera direito subjetivo ao</p><p>particular; ato declaratório; ato definitivo (não pode</p><p>ser revogado a qualquer tempo) e cuja anulação</p><p>gera indenização, em regra.</p><p>● Autorização e permissão: atos discricionários; não</p><p>geram direito subjetivo, mas mera expectativa de</p><p>direito; atos constitutivos; atos precários (pode</p><p>69 Complementado em 06/12/2023</p><p>122</p><p>revogar a qualquer tempo) e cuja anulação não</p><p>gera indenização, em regra.</p><p>○ Permissão: prepondera o interesse público;</p><p>○ Autorização: prepondera o interesse privado.</p><p>● Admissão: ato vinculado que reconhece o direito</p><p>ao recebimento de determinado serviço.</p><p>123</p><p>📝QUESTÃO DE PROVA - DELTA PCSP 2023 70</p><p>O contrato administrativo é uma espécie de ato administrativo negocial?</p><p>Fundamente.</p><p>O contrato administrativo, apesar de depender da manifestação da vontade do</p><p>particular para produzir efeitos assim como o ato administrativo negocial, não é</p><p>considerado uma espécie de ato administrativo. Isso porque há diferenças nodais</p><p>entre o contrato administrativo e o ato administrativo negocial. Nesse contexto,</p><p>enquanto o ato administrativo negocial já existe e é válido, porém precisa da</p><p>anuência do administrado para produzir efeitos, o contrato administrativo</p><p>necessita da anuência do administrado para existir, isto é, o contrato</p><p>administrativo não existe enquanto não firmado pelo particular.</p><p>Além disso, o ato administrativo negocial não transfere riqueza e nem compartilha</p><p>riscos como é natural dos contratos administrativos. Ainda, o ato negocial não</p><p>possui sinalagma, ou seja, correspondência de prestações entre as partes,</p><p>enquanto isso é inerente aos contratos administrativos.</p><p>70 Inserido em 06/12/2023</p><p>124</p><p>Atos enunciativos71: possuem duas acepções:</p><p>● Sentido estrito: designa atos que emitem opinião.</p><p>Ex: parecer.</p><p>● Sentido amplo: designa atos que emitem opinião e</p><p>declaratórios. Ex: certidões; atestados e</p><p>apostilamento</p><p>○ Certidão: declara informação existente em banco</p><p>de dados.</p><p>○ Atestados: declaração de um fato presenciado pelo</p><p>agente público, porém não existe no banco de</p><p>dados da Administração Pública.</p><p>○ Apostilamento: averba determinado fato ou direito</p><p>reconhecidos pela norma jurídica.</p><p>○ Parecer:72 emissão por parte do agente público de</p><p>uma opinião. Há três hipóteses:</p><p>● (I) facultativo: não é exigido pela lei.</p><p>● (II) obrigatório: exigido pela lei, porém a</p><p>Administração Pública não está obrigada a</p><p>adotar a posição do parecer.</p><p>● (III) vinculado: exigido pela lei, de modo que a</p><p>Administração Pública está obrigada a adotar</p><p>a posição do parecer.</p><p>Atos punitivos: aplicam sanções com base no poder</p><p>disciplinar ou de polícia.</p><p>Atos administrativos de controle: corrigem, extinguem ou</p><p>homologam determinados atos administrativos.</p><p>72 O agente público somente será responsabilizado por sua opinião emitida no parecer se verificar: (I) erro</p><p>grosseiro ou (II) dolo.</p><p>71 Não produzem efeitos por si só.</p><p>125</p><p>i. Extinção do ato administrativo</p><p>Normal: quando o ato administrativo já produziu todos os</p><p>efeitos ou quando chega ao termo final.</p><p>Objetiva: ocorre quando o objeto do ato administrativo é</p><p>extinto.</p><p>Subjetiva: ocorre quando o destinatário do ato</p><p>administrativo é extinto.</p><p>Manifestação de vontade do particular</p><p>● Recusa: ocorre antes que o ato comece a produzir</p><p>efeitos.</p><p>● Renúncia: ocorre depois que o ato comece a</p><p>produzir efeitos.</p><p>Manifestação de vontade da Administração Pública</p><p>● Anulação: extinção do ato por motivo de vício de</p><p>legalidade.</p><p>○ Pode ocorrer de ofício ou a pedido do interessado;</p><p>○ Efeitos ex tunc (retroativos), extinguindo os efeitos</p><p>desde a origem.</p><p>● A doutrina já admite a modulação dos</p><p>efeitos do ato administrativo. Artigo 2373</p><p>e 2474 da LINDB.</p><p>○ Há um prazo decadencial de 5 anos para anular,</p><p>salvo: (I) má-fé e (II) quando há um ato</p><p>74 Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato,</p><p>ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as</p><p>orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se</p><p>declarem inválidas situações plenamente constituídas.</p><p>Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos</p><p>públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por</p><p>prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público.</p><p>73 Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova</p><p>sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá</p><p>prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja</p><p>cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.</p><p>126</p><p>administrativo que viola frontalmente valores</p><p>constitucionais75 (sem prazo).</p><p>● O STF decidiu que nenhuma lei pode</p><p>determinar um prazo diferente que o</p><p>decadencial de 5 anos. (ADI 6019)76</p><p>○ Artigo 2077 e 2178, LINDB</p><p>● Revogação: ocorre em relação a um ato válido que</p><p>a Administração Pública entendeu que, por</p><p>conveniência e oportunidade, o ato deve ser</p><p>extinto.</p><p>○ Pode ocorrer a pedido ou de ofício</p><p>○ Ex nunc (efeitos prospectivos)</p><p>○ Somente se revoga atos discricionários</p><p>○ O Poder Judiciário não pode revogar, por motivo de</p><p>conveniência e oportunidade, atos do Poder</p><p>Executivo. Porém, o Poder Judiciário pode revogar</p><p>seus próprios atos administrativos.</p><p>○ Atos que não podem ser revogados: (I) atos</p><p>vinculados (II) atos consumados (III) atos praticados</p><p>78 Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato,</p><p>contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências</p><p>jurídicas e administrativas.</p><p>Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições</p><p>para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se</p><p>podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam</p><p>anormais ou excessivos.</p><p>77 Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos</p><p>abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.</p><p>Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da</p><p>invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis</p><p>alternativas.</p><p>76 Embargos de declaração opostos contra acórdão que julgou procedente o pedido de declaração de</p><p>inconstitucionalidade do art. 10, I, da Lei nº 10.177/1988, do Estado de São Paulo, que estabelece o prazo</p><p>decadencial de 10 (dez) anos para anulação de atos administrativos reputados inválidos pela Administração</p><p>Pública estadual.</p><p>(STF - ADI: 6019 SP, Relator: ROBERTO BARROSO, Data de Julgamento: 04/10/2021, Tribunal Pleno, Data de</p><p>Publicação: 08/10/2021)</p><p>75 por exemplo: provimento em cargo público sem concurso público.</p><p>127</p><p>no processo administrativo que já ocorreu a</p><p>preclusão (IV) atos que já geraram direitos</p><p>adquiridos (V) atos declaratórios e opinativos.</p><p>Caducidade: A caducidade ocorre quando um ato</p><p>administrativo, inicialmente legal e conforme à lei vigente</p><p>(Lei A), torna-se ilegal devido à introdução de uma nova lei</p><p>(Lei B) que revoga a anterior. Essa ilegalidade é</p><p>superveniente, ou seja, surge após a edição do ato devido</p><p>à mudança no quadro legal.</p><p>● Efeitos ex nunc.</p><p>● Exemplo: Um município edita uma autorização</p><p>para a colocação de outdoors a 800 metros de</p><p>passarelas, conforme a lei vigente. Com a</p><p>promulgação de uma nova lei que exige uma</p><p>distância mínima de 1000 metros, os outdoors</p><p>tornam-se ilegais. A autorização inicial caduca</p><p>devido à nova exigência legal.</p><p>Contraposição ou derrubada: extinção do ato</p><p>administrativo por conta de um ato administrativo</p><p>superveniente que é incompatível com o ato anterior</p><p>Cassação: extinção do ato administrativo quando o</p><p>particular deixa de preencher os requisitos necessários</p><p>para manutenção do ato no mundo jurídico.</p><p>▪ Indo Além: Cassação x Caducidade</p><p>o Semelhanças com a Caducidade: Assim</p><p>como na caducidade, o ato administrativo</p><p>nasce legal e gera efeitos jurídicos válidos.</p><p>Em ambos os casos, a ilegalidade é</p><p>superveniente, surgindo após a criação do</p><p>ato.</p><p>o Diferença Principal: Na caducidade, a</p><p>ilegalidade decorre de uma nova lei que</p><p>128</p><p>revoga a lei anterior, tornando o ato</p><p>incompatível com a nova legislação. Já na</p><p>cassação, a ilegalidade surge durante a</p><p>execução do ato por parte do beneficiário,</p><p>que age de forma ilegal.</p><p>j. Convalidação e conversão do ato administrativo</p><p>Convalidação: correção de um ato administrativo, com</p><p>efeitos ex tunc. O ato passa a ser considerado válido desde</p><p>sua origem.</p><p>Requisitos:</p><p>● O vício contido pelo ato deve ser sanável</p><p>(competência que não seja exclusiva ou vício de</p><p>forma que não seja essencial à prática do ato);</p><p>● Não pode ter lesão ao interesse público;</p><p>● Não pode ter prejuízo para terceiros.</p><p>A Administração Pública poderá convalidar os atos</p><p>administrativos.</p><p>● 1ª corrente: há uma corrente doutrinária que</p><p>defende que a convalidação é discricionária.</p><p>● 2ª corrente: há uma outra corrente que defende</p><p>que a convalidação é vinculada.</p><p>● Prazo para anular ato administrativo:</p><p>● 1ª corrente: parcela da doutrina entende que</p><p>passado o prazo de 5 anos para anular o ato</p><p>administrativo, haverá uma convalidação tácita.</p><p>● 2ª corrente (majoritária): não admite que ocorra</p><p>uma convalidação tácita, porque, para ter</p><p>convalidação, deve ter manifestação de vontade da</p><p>Administração.</p><p>129</p><p>Conversão: prática de um novo ato administrativo,</p><p>aproveitando-se dos elementos válidos de um ato</p><p>administrativo anterior.</p><p>● Efeitos retroativos.</p><p>k. Teoria das autolimitações administrativas (teoria</p><p>dos atos próprios)</p><p>A Administração Pública deve ter uma coerência de</p><p>atuação para preservar a confiança legítima dos</p><p>administrados.</p><p>Resp</p><p>1.192.67879</p><p>Requisitos:</p><p>● Identidade subjetiva: deve ser a mesma pessoa</p><p>jurídica que editou o ato anterior e posterior.</p><p>● Identidade objetiva: necessidade de o pressuposto</p><p>fático ser o mesmo no ato anterior e posterior.</p><p>● Existência de contrariedade</p><p>l. Teoria dos precedentes administrativos</p><p>Conceito: Administração Pública quando decide</p><p>reiteradamente em um mesmo sentido, cria um</p><p>precedente administrativo. Assim, a Administração</p><p>Pública, quando for decidir em uma mesma situação</p><p>fática, deve agir conforme o precedente anterior. Se a</p><p>Administração quiser decidir diferente, deve modificar sua</p><p>orientação geral, de modo que a modificação não irá</p><p>atingir casos pretéritos.</p><p>79 RECURSO ESPECIAL. DIREITO CAMBIÁRIO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE TÍTULO DE CRÉDITO.</p><p>NOTA PROMISSÓRIA. ASSINATURA ESCANEADA.DESCABIMENTO. INVOCAÇÃO DO VÍCIO POR QUEM O DEU</p><p>CAUSA. OFENSA AO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA. APLICAÇÃO DA TEORIA DOS ATOS PRÓPRIOS</p><p>SINTETIZADOS NOS BROCARDOS LATINOS 'TU QUOQUE' E 'VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM'. (..) 6.</p><p>Aplicação da 'teoria dos atos próprios', como concreção do princípio da boa-fé objetiva, sintetizada nos</p><p>brocardos latinos 'tu quoque' e 'venire contra factum proprium', segundo a qual ninguém é lícito fazer valer</p><p>um direito em contradição com a sua conduta anterior ou posterior interpretada objetivamente, segundo a lei,</p><p>os bons costumes e a boa-fé (...)</p><p>(STJ - REsp: 1192678 PR 2010/0083602-0, Relator: Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Data de</p><p>Julgamento: 13/11/2012, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/11/2012)</p><p>130</p><p>131</p><p>17. Licitações</p><p>a. Disposições iniciais</p><p>i. Licitação eletrônica em um cenário de evolução tecnológica;</p><p>ii. Incorporou muitas coisas de outras leis e questões</p><p>jurisprudenciais;</p><p>iii. Vigência da lei</p><p>● Não possui vacatio legis, de modo que entrou em vigor na</p><p>data de sua publicação.</p><p>iv. Não trouxe revogação de imediato das leis anteriores: Lei 8666,</p><p>Lei do RDC e Lei do Pregão. Somente serão revogadas após 2</p><p>anos, de modo que, nesse prazo, terá a vigência simultânea dos</p><p>dois regimes. Durante esse regime, pode haver contratação com</p><p>base em ambas as leis, podendo o administrador escolher qual</p><p>regime desde que expresso no edital. Todavia, jamais pode</p><p>mesclar os dois regimes.</p><p>● Exceção: revogação imediata dos dispositivos legais</p><p>penais.</p><p>v. Não houve revogação da Lei 13.303, porém as disposições penais</p><p>serão aplicadas a essa lei. Ainda, pode-se aplicar a Lei 14.133 em</p><p>determinados casos.</p><p>vi. Criação do regime simplificado</p><p>● A Lei 14.770/2023 criou o regime simplificado por meio da</p><p>inserção do artigo 184-A na Lei 14.133/21, in verbis:</p><p>Art. 184-A. À celebração, à execução, ao</p><p>acompanhamento e à prestação de contas dos convênios,</p><p>contratos de repasse e instrumentos congêneres em que</p><p>for parte a União, com valor global de até R$ 1.500.000,00</p><p>(um milhão e quinhentos mil reais), aplicar-se-á o seguinte</p><p>regime simplificado: (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>132</p><p>I - o plano de trabalho aprovado conterá parâmetros</p><p>objetivos para caracterizar o cumprimento do objeto;</p><p>(Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>II - a minuta dos instrumentos deverá ser simplificada;</p><p>(Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>IV - a verificação da execução do objeto ocorrerá mediante</p><p>visita de constatação da compatibilidade com o plano de</p><p>trabalho. (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>§ 1º O acompanhamento pela concedente ou mandatária</p><p>será realizado pela verificação dos boletins de medição e</p><p>fotos georreferenciadas registradas pela empresa</p><p>executora e pelo convenente do Transferegov e por</p><p>vistorias in loco, realizadas considerando o marco de</p><p>execução de 100% (cem por cento) do cronograma físico,</p><p>podendo ocorrer outras vistorias, quando necessárias.</p><p>(Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>§ 4º O regime simplificado de que trata este artigo</p><p>aplica-se aos convênios, contratos de repasse e</p><p>instrumentos congêneres celebrados após a publicação</p><p>desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>b. Contratos</p><p>o Ex: Imagine um contrato com duração de 5 anos, de modo que</p><p>ficará vigente ainda quando a Lei 8666 for revogada. Nesse caso,</p><p>a Lei 8666 ainda continuará regendo esse contrato, porque há</p><p>ultratividade da Lei 8666.</p><p>133</p><p>o A lei que rege a licitação é a lei que rege o contrato proveniente</p><p>(artigo 191, pu, da Lei 14.133)80</p><p>c. Artigo 176</p><p>Art. 176. Os Municípios com até 20.000 (vinte mil) habitantes terão o</p><p>prazo de 6 (seis) anos, contado da data de publicação desta Lei,</p><p>para cumprimento:</p><p>I - dos requisitos estabelecidos no art. 7º e no caput do art. 8º desta</p><p>Lei;</p><p>II - da obrigatoriedade de realização da licitação sob a forma</p><p>eletrônica a que se refere o § 2º do art. 17 desta Lei;</p><p>III - das regras relativas à divulgação em sítio eletrônico oficial.</p><p>Parágrafo único. Enquanto não adotarem o PNCP, os Municípios a</p><p>que se refere o caput deste artigo deverão:</p><p>I - publicar, em diário oficial, as informações que esta Lei exige que</p><p>sejam divulgadas em sítio eletrônico oficial, admitida a publicação</p><p>de extrato;</p><p>II - disponibilizar a versão física dos documentos em suas</p><p>repartições, vedada a cobrança de qualquer valor, salvo o referente</p><p>ao fornecimento de edital ou de cópia de documento, que não será</p><p>superior ao custo de sua reprodução gráfica.</p><p>d. Conceito de licitação</p><p>● Processo administrativo da seleção das propostas mais vantajosas.</p><p>e. Objetivos da licitação</p><p>o Promover o desenvolvimento nacional, por exemplo, por meio</p><p>do favorecimento das microempresas e pequenas de pequeno</p><p>porte.</p><p>80 Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso II do caput do art. 193, a Administração poderá optar</p><p>por licitar ou contratar diretamente de acordo com esta Lei ou de acordo com as leis citadas no referido inciso,</p><p>e a opção escolhida deverá ser indicada expressamente no edital ou no aviso ou instrumento de contratação</p><p>direta, vedada a aplicação combinada desta Lei com as citadas no referido inciso.</p><p>Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, se a Administração optar por licitar de acordo com as leis</p><p>citadas no inciso II do caput do art. 193 desta Lei, o contrato respectivo será regido pelas regras nelas previstas</p><p>durante toda a sua vigência.</p><p>134</p><p>f. Âmbito de aplicação da Lei de Licitações</p><p>o Aplica-se a toda Administração Pública direta, autarquias e</p><p>fundações, fundos especiais e entidades controlada direta e</p><p>indiretamente pela Administração Pública</p><p>o Lei de âmbito nacional:</p><p>o Competência da União de dispor normas gerais de</p><p>licitação, os Estados e municípios devem dispor de</p><p>normas específicas.</p><p>● Aplicação no âmbito do Poder Legislativo e Judiciário</p><p>● Não aplica às empresas estatais.</p><p>● Artigo 3º: hipótese de não aplicação 81</p><p>o Não se aplicam às repartições públicas no exterior82.</p><p>o Artigo 1º, §3º83</p><p>g. Competência legislativa (licitações)</p><p>● Artigo 22, XXVII, CF/88.</p><p>● ADI 927.</p><p>83 § 3º Nas licitações e contratações que envolvam recursos provenientes de empréstimo ou doação oriundos</p><p>de agência oficial de cooperação estrangeira ou de organismo financeiro de que o Brasil seja parte, podem ser</p><p>admitidas:</p><p>I - condições decorrentes de acordos internacionais aprovados pelo Congresso Nacional e ratificados pelo</p><p>Presidente da República;</p><p>II - condições peculiares à seleção e à contratação constantes de normas e procedimentos das agências ou</p><p>dos organismos, desde que:</p><p>a) sejam exigidas para a obtenção do empréstimo ou doação;</p><p>b) não conflitem com os princípios constitucionais em vigor;</p><p>c) sejam indicadas no respectivo contrato de empréstimo ou doação e tenham sido objeto de parecer</p><p>favorável do órgão jurídico do contratante do financiamento previamente à celebração do referido contrato;</p><p>82 Exemplo: consulado brasileiro na China não precisa realizar licitação. As repartições públicas sediadas no</p><p>exterior obedecem às peculiaridades locais e princípios</p><p>observados nessa lei como publicidade e moralidade</p><p>81 Art. 3º Não se subordinam ao regime desta Lei:</p><p>I - contratos que tenham por objeto operação de crédito, interno ou externo, e gestão de dívida pública,</p><p>incluídas as contratações de agente financeiro e a concessão de garantia relacionadas a esses contratos;</p><p>II - contratações sujeitas a normas previstas em legislação própria.</p><p>135</p><p>● STF, Tema 1.036, julgado em 2024: São constitucionais as leis dos</p><p>Estados, Distrito Federal e Municípios que, no procedimento</p><p>licitatório, antecipam a fase da apresentação das propostas à da</p><p>habilitação dos licitantes, desde que devidamente motivado o ato</p><p>administrativo, em virtude da competência dos demais entes</p><p>federativos de legislar sobre procedimento administrativo.84</p><p>o Segundo a Corte, “é desejável que os entes federativos gozem</p><p>de certa liberdade para regular assuntos de forma distinta,</p><p>não apenas porque cada um deles apresenta peculiaridades</p><p>locais que justificam adaptações da legislação federal, mas</p><p>também porque o uso de diferentes estratégias regulatórias</p><p>permite comparações e aprimoramentos quanto à</p><p>efetividade de cada uma delas”.</p><p>o Portanto, apesar de a licitação ser regulada por uma lei</p><p>federal (Lei 14.133/2021), isso não impede que os entes</p><p>subnacionais invertam as fases da licitação.</p><p>● STF, Plenário, ADI 3.963, Rel. Min. Nunes Marques, 2024: É</p><p>constitucional — especialmente porque em harmonia com o</p><p>sistema de repartição de competências — norma distrital que exige</p><p>licença para funcionamento, expedida pelo órgão local de vigilância</p><p>sanitária, como documento necessário à habilitação em licitação</p><p>cujo objeto seja a execução de atividades dedicadas ao combate a</p><p>insetos e roedores, à limpeza e higienização de reservatórios de</p><p>água e à manipulação de produtos químicos para limpeza e</p><p>conservação.85</p><p>h. Microempresas e empresas de pequeno porte (artigo</p><p>4º):</p><p>● Há critérios de favorecimento, buscando o desenvolvimento</p><p>nacional sustentável.</p><p>85 Julgado inserido em 23/09/2024.</p><p>84 Inserido em 02/07/2024.</p><p>136</p><p>● Aplicam-se às licitações e contratos disciplinados por esta Lei as</p><p>disposições constantes dos arts. 42 a 49 da Lei Complementar nº</p><p>123 (regime diferenciado para microempresas e empresas de</p><p>pequeno porte), de 14 de dezembro de 2006, salvo nos seguintes</p><p>casos:</p><p>1. no caso de licitação para aquisição de bens ou contratação</p><p>de serviços em geral, ao item cujo valor estimado for</p><p>superior à receita bruta máxima admitida para fins de</p><p>enquadramento como empresa de pequeno porte (EPP);</p><p>2. no caso de contratação de obras e serviços de engenharia,</p><p>às licitações cujo valor estimado for superior à receita</p><p>bruta máxima admitida para fins de enquadramento</p><p>como empresa de pequeno porte.</p><p>● Critérios de favorecimento</p><p>o Empate ficto: artigo 44, §1º. Não garante a vitória automática, de</p><p>modo que será concedida uma nova oportunidade para oferecer</p><p>proposta.</p><p>o Procedimento de favorecimento: artigo 45</p><p>o Somente tem que apresentar a regularidade de documentação</p><p>fiscal e trabalhista no momento de celebração de contrato.</p><p>i. Objetivos (artigo 11)</p><p>o assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de</p><p>contratação mais vantajoso para a Administração Pública,</p><p>inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto;</p><p>o assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a</p><p>justa competição;</p><p>o evitar contratações com sobrepreço ou com preços</p><p>manifestamente inexequíveis e superfaturamento na execução</p><p>dos contratos;</p><p>137</p><p>1. Sobrepreço: problema na licitação, sendo gerado,</p><p>geralmente, sem má-fé.</p><p>2. Superfaturamento: problema no contrato, sendo gerado,</p><p>geralmente, com má-fé.</p><p>o incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.</p><p>j. Exigência de governança (artigo 11, parágrafo</p><p>único)</p><p>● A alta administração do órgão ou entidade é responsável pela</p><p>governança das contratações e deve implementar processos e</p><p>estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos,</p><p>para avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios e os</p><p>respectivos contratos, com o intuito de alcançar os objetivos</p><p>estabelecidos no caput deste artigo, promover um ambiente</p><p>íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao</p><p>planejamento estratégico e às leis orçamentárias e promover</p><p>eficiência, efetividade e eficácia em suas contratações.</p><p>k. Princípios</p><p>● Princípio do planejamento: o planejamento é importante para o</p><p>controle e para fins de preparação do interessado.</p><p>1. Plano de contratação anual: é facultativo, porém é</p><p>importante para o planejamento</p><p>2. Fase preparatória (artigo 18)</p><p>o Princípio da eficácia</p><p>o Princípio da segregação de funções (artigo 7º, §1º)86: cada fase do</p><p>metaprocesso da licitação deve ser conduzida por um agente</p><p>público ou grupo diferentes um dos outros, de modo que não</p><p>pode um único agente ficar responsável por todas essas fases</p><p>para evitar erros, vícios e corrupção.</p><p>86 § 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o princípio da segregação de funções,</p><p>vedada a designação do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a</p><p>riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva</p><p>contratação.</p><p>138</p><p>o Princípio da isonomia: a Administração Pública precisa</p><p>estabelecer igualdade de condições. Deve-se observar a</p><p>igualdade material e formal.</p><p>1. Artigo 9º87</p><p>2. ADI 307088</p><p>3. ADI 3.735: A igualdade pode ser relativizada por duas vias:</p><p>(A) pela lei, mediante o estabelecimento de condições de</p><p>diferenciação exigíveis em abstrato e (B) pela autoridade</p><p>responsável pela condução do processo licitatório, que</p><p>poderá estabelecer elementos de distinção</p><p>circunstanciais, de qualificação técnica e econômica,</p><p>sempre vinculados à garantia de cumprimento de</p><p>obrigações específicas.</p><p>4. Promoção da igualdade material</p><p>88 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 11, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO</p><p>GRANDE DO NORTE. LICITAÇÃO. ANÁLISE DE PROPOSTA MAIS VANTAJOSA. CONSIDERAÇÃO DOS VALORES</p><p>RELATIVOS AOS IMPOSTOS PAGOS À FAZENDA PÚBLICA DAQUELE ESTADO. DISCRIMINAÇÃO ARBITRÁRIA.</p><p>LICITAÇÃO. ISONOMIA, PRINCÍPIO DA IGUALDADE. DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS. AFRONTA AO</p><p>DISPOSTO NOS ARTIGOS 5º, CAPUT; 19, INCISO III; 37, INCISO XXI, E 175, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. (...) 4. A</p><p>lei pode, sem violação do princípio da igualdade, distinguir situações, a fim de conferir a uma tratamento</p><p>diverso do que atribui a outra. Para que possa fazê-lo, contudo, sem que tal violação se manifeste, é necessário</p><p>que a discriminação guarde compatibilidade com o conteúdo do princípio. 5. A Constituição do Brasil exclui</p><p>quaisquer exigências de qualificação técnica e econômica que não sejam indispensáveis à garantia do</p><p>cumprimento das obrigações. A discriminação, no julgamento da concorrência, que exceda essa limitação é</p><p>inadmissível (...).</p><p>(STF - ADI: 3070 RN, Relator: EROS GRAU, Data de Julgamento: 29/11/2007, Tribunal Pleno, Data de Publicação:</p><p>19/12/2007)</p><p>87 Art. 9º É vedado ao agente público designado para atuar na área de licitações e contratos, ressalvados os</p><p>casos previstos em lei:</p><p>I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, situações que:</p><p>a) comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo do processo licitatório, inclusive nos casos de</p><p>participação de sociedades cooperativas;</p><p>b) estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou do domicílio dos licitantes;</p><p>c) sejam impertinentes ou irrelevantes para o objeto específico do contrato;</p><p>II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer</p><p>outra entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de</p><p>pagamento, mesmo quando envolvido financiamento de agência internacional;</p><p>III - opor resistência injustificada ao andamento dos processos e, indevidamente, retardar ou deixar de praticar</p><p>ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa em lei.</p><p>§ 1º Não poderá</p><p>participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução do contrato agente público de</p><p>órgão ou entidade licitante ou contratante, devendo ser observadas as situações que possam configurar</p><p>conflito de interesses no exercício ou após o exercício do cargo ou emprego, nos termos da legislação que</p><p>disciplina a matéria.</p><p>§ 2º As vedações de que trata este artigo estendem-se a terceiro que auxilie a condução da contratação na</p><p>qualidade de integrante de equipe de apoio, profissional especializado ou funcionário ou representante de</p><p>empresa que preste assessoria técnica.</p><p>139</p><p>a. Critérios de desempate (artigo 60)89</p><p>● 1º: empresas estabelecidas no território do Estado</p><p>ou do Distrito Federal do órgão ou entidade da</p><p>Administração Pública estadual ou distrital</p><p>licitante ou, no caso de licitação realizada por</p><p>órgão ou entidade de Município, no território do</p><p>Estado em que este se localize;</p><p>● 2º: empresas brasileiras;</p><p>● 3º: empresas que invistam em pesquisa e no</p><p>desenvolvimento de tecnologia no País;</p><p>● 4º: empresas que comprovem a prática de</p><p>mitigação, nos termos da Lei nº 12.187</p><p>comparar com a lei 8.66690</p><p>90 Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos</p><p>bens e serviços:</p><p>II - produzidos no País;</p><p>III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.</p><p>IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no</p><p>País.</p><p>V- produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei</p><p>para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de</p><p>acessibilidade previstas na legislação. → Foi revogado pela nova lei de licitação. Passou a ser um requisito</p><p>de habilitação para a licitação, de modo que ficou um regime mais protetivo. Ainda, a lei nova ainda</p><p>prevê que, se celebrado um contrato e depois ficar constatado que a empresa deixou de reservar cargos</p><p>para reabilitados e pessoas com deficiência, poderá haver a anulação da licitação</p><p>89 Art. 60. Em caso de empate entre duas ou mais propostas, serão utilizados os seguintes critérios de</p><p>desempate, nesta ordem:</p><p>I - disputa final, hipótese em que os licitantes empatados poderão apresentar nova proposta em ato contínuo</p><p>à classificação;</p><p>II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, para a qual deverão preferencialmente ser</p><p>utilizados registros cadastrais para efeito de atesto de cumprimento de obrigações previstos nesta Lei;</p><p>III - desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade entre homens e mulheres no ambiente de trabalho,</p><p>conforme regulamento;</p><p>IV - desenvolvimento pelo licitante de programa de integridade, conforme orientações dos órgãos de controle.</p><p>§ 1º Em igualdade de condições, se não houver desempate, será assegurada preferência, sucessivamente,</p><p>aos bens e serviços produzidos ou prestados por:</p><p>I - empresas estabelecidas no território do Estado ou do Distrito Federal do órgão ou entidade da</p><p>Administração Pública estadual ou distrital licitante ou, no caso de licitação realizada por órgão ou entidade</p><p>de Município, no território do Estado em que este se localize;</p><p>II - empresas brasileiras;</p><p>III - empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País;</p><p>IV - empresas que comprovem a prática de mitigação, nos termos da Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009.</p><p>§ 2º As regras previstas no caput deste artigo não prejudicarão a aplicação do disposto no art. 44 da Lei</p><p>Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.</p><p>140</p><p>5. Margem de preferência (artigo 26)91</p><p>a. Normal: 10 %</p><p>b. Adicional: pode chegar a 20% de bens</p><p>manufaturados e serviços nacionais resultantes de</p><p>desenvolvimento e inovação tecnológica no País,</p><p>definidos conforme regulamento do Poder</p><p>Executivo Federal.</p><p>6. Restrição à concorrência: Nas contratações destinadas à</p><p>implantação, à manutenção e ao aperfeiçoamento dos</p><p>sistemas de tecnologia de informação e comunicação</p><p>considerados estratégicos em ato do Poder Executivo</p><p>federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços</p><p>com tecnologia desenvolvida no País produzidos de</p><p>acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei</p><p>nº 10.176, de 11 de janeiro de 2001.</p><p>● Princípio da competitividade</p><p>● Princípio da publicidade</p><p>o Portal Nacional das Contratações Públicas</p><p>Publicação dos contratos é condição de eficácia.</p><p>o Sigilo das propostas até a respectiva abertura, salvo se os lances</p><p>forem abertos</p><p>1. Publicidade diferida relativa ao orçamento: o orçamento</p><p>estimado poderá ter publicidade diferida, desde que a</p><p>Administração justifique.</p><p>91 Art. 26. No processo de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:</p><p>I - bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras;</p><p>II - bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis, conforme regulamento.</p><p>§ 1º A margem de preferência de que trata o caput deste artigo:</p><p>I - será definida em decisão fundamentada do Poder Executivo federal, no caso do inciso I do caput deste</p><p>artigo;</p><p>II - poderá ser de até 10% (dez por cento) sobre o preço dos bens e serviços que não se enquadrem no disposto</p><p>nos incisos I ou II do caput deste artigo;</p><p>III - poderá ser estendida a bens manufaturados e serviços originários de Estados Partes do Mercado Comum</p><p>do Sul (Mercosul), desde que haja reciprocidade com o País prevista em acordo internacional aprovado pelo</p><p>Congresso Nacional e ratificado pelo Presidente da República.</p><p>§ 2º Para os bens manufaturados nacionais e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação</p><p>tecnológica no País, definidos conforme regulamento do Poder Executivo federal, a margem de preferência a</p><p>que se refere o caput deste artigo poderá ser de até 20% (vinte por cento).</p><p>141</p><p>▪ O sigilo não prevalece para os órgãos de controle.</p><p>▪ Não pode haver orçamento estimado sigilo</p><p>(publicidade diferida) em caso de licitação cujo</p><p>critério for do tipo maior desconto e nem na</p><p>hipótese da licitação da modalidade concurso.</p><p>▪ O orçamento somente se torna público depois da</p><p>homologação.</p><p>● Princípio da moralidade e probidade</p><p>● Princípio da eficiência, eficácia e efetividade</p><p>o Eficiência: relacionada aos meios</p><p>o Eficácia: relacionada aos resultados</p><p>o Efetividade: junção da eficiência com eficácia</p><p>● Vinculação ao edital</p><p>● Julgamento objetivo: regras do jogo devem estar previamente</p><p>definidas no edital</p><p>● Formalismo moderado (artigo 12, III):</p><p>o o desatendimento de exigências meramente formais que não</p><p>comprometam a aferição da qualificação do licitante ou a</p><p>compreensão do conteúdo de sua proposta não importará seu</p><p>afastamento da licitação ou a invalidação do processo;</p><p>l. Agentes públicos na licitação (artigo 7º)</p><p>o Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a</p><p>quem as normas de organização administrativa indicarem,</p><p>promover gestão por competências e designar agentes</p><p>públicos para o desempenho das funções essenciais à execução</p><p>desta Lei que preencham os seguintes requisitos:</p><p>o Sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado</p><p>público dos quadros permanentes da Administração Pública;</p><p>o tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou</p><p>possuam formação compatível ou qualificação atestada por</p><p>142</p><p>certificação profissional emitida por escola de governo criada e</p><p>mantida pelo poder público;</p><p>o não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados</p><p>habituais da Administração nem tenham com eles vínculo de</p><p>parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de</p><p>natureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista e</p><p>civil.</p><p>m. Agente de contratação</p><p>● Conceito: é o sujeito que conduz a licitação, é obrigatoriamente</p><p>servidor efetivo ou empregado público. Pode ser auxiliado por uma</p><p>equipe de apoio92.</p><p>o Comissão de contratação: deve haver 3 membros que serão</p><p>servidores ou empregados efetivos.</p><p>1. Facultativo: nas licitações para contratações de bens e</p><p>serviços que a lei considere especiais</p><p>2. Obrigatório: na modalidade de licitação diálogo</p><p>competitivo.</p><p>o</p><p>Leilão: poderá ser: (I) um leiloeiro oficial que será designado pela</p><p>modalidade pregão (com critério de julgamento de maior</p><p>desconto sobre a comissão a ser paga ao leiloeiro) ou</p><p>credenciamento (hipótese de inexigibilidade de licitação) ou (II)</p><p>pode ser um servidor designado.</p><p>o Representação de agentes públicos em caso de atuar com base</p><p>em parecer da procuradoria (artigo 10): será defendido por meio</p><p>da advocacia pública. Se o agente agir com dolo não terá direito</p><p>à representação da advocacia pública. Ainda, aplica na hipótese</p><p>se o agente não ocupa mais cargo público</p><p>92Irá auxiliar o agente de contratação, o que não exime a responsabilidade do agente, salvo se for induzido a</p><p>erro pela equipe de apoio.</p><p>143</p><p>n. Objeto da licitação</p><p>o Compras (artigo 40): dá preferência ao sistema do regime de</p><p>preços</p><p>1. Realizado com base no termo de referência93 (artigo 6º,</p><p>XXIII)94</p><p>2. A padronização do objeto é a regra, porém não é um fim</p><p>em si mesmo, porque tem que tomar cuidado com a</p><p>necessidade da Administração Pública</p><p>● Artigo 43</p><p>● Catálogo eletrônico da padronização95,</p><p>somente pode ser dispensado por escrito</p><p>(artigo 19, §2º)</p><p>o Indicação de marcas</p><p>1. Súmula TCU 270</p><p>2. É possível de forma excepcional desde que justificado</p><p>quando:</p><p>● em decorrência da necessidade de</p><p>padronização do objeto;</p><p>● em decorrência da necessidade de manter a</p><p>compatibilidade com plataformas e padrões já</p><p>adotados pela Administração;</p><p>● quando determinada marca ou modelo</p><p>comercializados por mais de um fornecedor</p><p>forem os únicos capazes de atender às</p><p>necessidades do contratante;</p><p>● quando a descrição do objeto a ser licitado</p><p>puder ser mais bem compreendida pela</p><p>95Sistema informatizado, de gerenciamento centralizado e com indicação de preços, destinado a permitir a</p><p>padronização de itens a serem adquiridos pela Administração Pública e que estarão disponíveis para a</p><p>licitação;</p><p>94Obras e serviços de engenharia são feitos com base no projeto básico ou projeto executivo.</p><p>93Documento necessário para a contratação de bens e serviços, que deve conter os seguintes parâmetros e</p><p>elementos descritivos:</p><p>144</p><p>identificação de determinada marca ou</p><p>determinado modelo aptos a servir apenas</p><p>como referência;</p><p>○ Vedação de indicação de marca: artigo</p><p>41, III96</p><p>o Parcelamento do objeto: deve ser adotado, sendo a divisão do</p><p>objeto em partes menores e independentes. Cada parte, item,</p><p>etapa ou parcela representa uma licitação isolada ou em</p><p>separado. As diferentes licitações podem ser feitas em</p><p>procedimentos distintos ou num só processo licitatório, quando</p><p>então a licitação terá seu objeto dividido em itens. O</p><p>parcelamento só deverá, contudo, ser utilizado quando</p><p>demonstrar-se técnica e economicamente viável, a fim de não</p><p>violar o princípio da eficiência. Artigo 40, §2º97</p><p>o Licitação por itens: súmula 247 TCU98. Abre um processo</p><p>licitatório, porém faz várias licitações dentro desse processo</p><p>único.</p><p>● Obras e serviços de engenharia</p><p>o Obra: toda atividade estabelecida, por força de lei, como</p><p>privativa das profissões de arquiteto e engenheiro que implica</p><p>intervenção no meio ambiente por meio de um conjunto</p><p>harmônico de ações que, agregadas, formam um todo que inova</p><p>98 É obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por preço global, nos editais das licitações para a</p><p>contratação de obras, serviços, compras e alienações, cujo objeto seja divisível, desde que não haja prejuízo</p><p>para o conjunto ou complexo ou perda de economia de escala, tendo em vista o objetivo de propiciar a ampla</p><p>participação de licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a execução, fornecimento ou</p><p>aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo com relação a itens ou unidades autônomas, devendo as</p><p>exigências de habilitação adequar-se a essa divisibilidade.</p><p>97 § 2º Na aplicação do princípio do parcelamento, referente às compras, deverão ser considerados:</p><p>I - a viabilidade da divisão do objeto em lotes;</p><p>II - o aproveitamento das peculiaridades do mercado local, com vistas à economicidade, sempre que possível,</p><p>desde que atendidos os parâmetros de qualidade; e</p><p>III - o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a concentração de mercado.</p><p>96Vedar a contratação de marca ou produto, quando, mediante processo administrativo, restar comprovado</p><p>que produtos adquiridos e utilizados anteriormente pela Administração não atendem a requisitos</p><p>indispensáveis ao pleno adimplemento da obrigação contratual;</p><p>145</p><p>o espaço físico da natureza ou acarreta alteração substancial das</p><p>características originais de bem imóvel;</p><p>o Serviço de engenharia: exigem a atuação de um engenheiro ou</p><p>arquiteto</p><p>o Artigo 4599</p><p>o Para realizar uma obra ou serviço de engenharia, em regra, deve</p><p>ter um projeto básico e executivo</p><p>1. Projeto básico: conjunto de elementos necessários e</p><p>suficientes, com nível de precisão adequado para definir e</p><p>dimensionar a obra ou o serviço, ou o complexo de obras</p><p>ou de serviços objeto da licitação, elaborado com base nas</p><p>indicações dos estudos técnicos preliminares, que</p><p>assegure a viabilidade técnica e o adequado tratamento</p><p>do impacto ambiental do empreendimento e que</p><p>possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos</p><p>métodos e do prazo de execução.</p><p>2. Projeto executivo</p><p>● Exceção (não precisa de projeto básico e</p><p>projeto executivo):</p><p>○ Em se tratando de estudo técnico</p><p>preliminar para contratação de obras e</p><p>serviços comuns de engenharia, se</p><p>demonstrada a inexistência de prejuízo</p><p>para a aferição dos padrões de</p><p>desempenho e qualidade almejados, a</p><p>99 Art. 45. As licitações de obras e serviços de engenharia devem respeitar, especialmente, as normas relativas</p><p>a:</p><p>I - disposição final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos gerados pelas obras contratadas;</p><p>II - mitigação por condicionantes e compensação ambiental, que serão definidas no procedimento de</p><p>licenciamento ambiental;</p><p>III - utilização de produtos, de equipamentos e de serviços que, comprovadamente, favoreçam a redução do</p><p>consumo de energia e de recursos naturais;</p><p>IV - avaliação de impacto de vizinhança, na forma da legislação urbanística;</p><p>V - proteção do patrimônio histórico, cultural, arqueológico e imaterial, inclusive por meio da avaliação do</p><p>impacto direto ou indireto causado pelas obras contratadas;</p><p>VI - acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.</p><p>146</p><p>especificação do objeto poderá ser</p><p>realizada apenas em termo de</p><p>referência ou em projeto básico,</p><p>dispensada a elaboração de projetos.</p><p>○ Contratação integrada100: o projeto</p><p>básico e executivo serão de</p><p>responsabilidade do contratado.</p><p>○ Contratação semi-integrada101: o projeto</p><p>básico será realizado pela Administração</p><p>Pública, porém o particular pode alterar</p><p>o projeto básico. O projeto executivo é</p><p>feito pelo particular.</p><p>o. Formas de contratação indireta</p><p>○ Empreitada por preço global: contratação da execução da</p><p>obra ou do serviço por preço certo e total;</p><p>○ Empreitada por preço unitário: contratação da execução</p><p>da obra ou do serviço por preço certo de unidades</p><p>determinadas;</p><p>○ Contratação por tarefa: regime de contratação de mão de</p><p>obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou</p><p>sem fornecimento de materiais;</p><p>○ Empreitada integral (turn key): contratação de</p><p>empreendimento em sua integralidade, compreendida a</p><p>totalidade das etapas de obras, serviços e instalações</p><p>necessárias, sob inteira responsabilidade do contratado</p><p>101Regime de contratação de obras e serviços de engenharia em que o contratado é responsável por elaborar e</p><p>desenvolver o projeto executivo, executar obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços</p><p>especiais e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes para a</p><p>entrega final do objeto;</p><p>100 Regime de contratação de obras e serviços de engenharia em que o contratado é responsável por elaborar</p><p>e desenvolver os projetos básico e executivo, executar obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar</p><p>serviços especiais e realizar montagem, teste, pré-operação</p><p>e as demais operações necessárias e suficientes</p><p>para a entrega final do objeto;</p><p>147</p><p>até sua entrega ao contratante em condições de entrada</p><p>em operação, com características adequadas às</p><p>finalidades para as quais foi contratado e atendidos os</p><p>requisitos técnicos e legais para sua utilização com</p><p>segurança estrutural e operacional;</p><p>○ Fornecimento e prestação de serviço associado: regime</p><p>de contratação em que, além do fornecimento do objeto,</p><p>o contratado responsabiliza-se por sua operação,</p><p>manutenção ou ambas, por tempo determinado.</p><p>● Serviços em geral</p><p>148</p><p>● Artigo 47-50102</p><p>● Deve seguir a padronização e parcelamento sempre que</p><p>possível.</p><p>102 Art. 47. As licitações de serviços atenderão aos princípios:</p><p>I - da padronização, considerada a compatibilidade de especificações estéticas, técnicas ou de desempenho;</p><p>II - do parcelamento, quando for tecnicamente viável e economicamente vantajoso.</p><p>§ 1º Na aplicação do princípio do parcelamento deverão ser considerados:</p><p>I - a responsabilidade técnica;</p><p>II - o custo para a Administração de vários contratos frente às vantagens da redução de custos, com divisão do</p><p>objeto em itens;</p><p>III - o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a concentração de mercado.§ 2º Na licitação de</p><p>serviços de manutenção e assistência técnica, o edital deverá definir o local de realização dos serviços,</p><p>admitida a exigência de deslocamento de técnico ao local da repartição ou a exigência de que o contratado</p><p>tenha unidade de prestação de serviços em distância compatível com as necessidades da Administração.</p><p>Art. 48. Poderão ser objeto de execução por terceiros as atividades materiais acessórias, instrumentais ou</p><p>complementares aos assuntos que constituam área de competência legal do órgão ou da entidade, vedado à</p><p>Administração ou a seus agentes, na contratação do serviço terceirizado:</p><p>I - indicar pessoas expressamente nominadas para executar direta ou indiretamente o objeto contratado;</p><p>II - fixar salário inferior ao definido em lei ou em ato normativo a ser pago pelo contratado;</p><p>III - estabelecer vínculo de subordinação com funcionário de empresa prestadora de serviço terceirizado;</p><p>IV - definir forma de pagamento mediante exclusivo reembolso dos salários pagos;</p><p>V - demandar a funcionário de empresa prestadora de serviço terceirizado a execução de tarefas fora do</p><p>escopo do objeto da contratação;</p><p>VI - prever em edital exigências que constituam intervenção indevida da Administração na gestão interna do</p><p>contratado.</p><p>Parágrafo único. Durante a vigência do contrato, é vedado ao contratado contratar cônjuge, companheiro ou</p><p>parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, de dirigente do órgão ou entidade</p><p>contratante ou de agente público que desempenhe função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão</p><p>do contrato, devendo essa proibição constar expressamente do edital de licitação.</p><p>Art. 49. A Administração poderá, mediante justificativa expressa, contratar mais de uma empresa ou</p><p>instituição para executar o mesmo serviço, desde que essa contratação não implique perda de economia de</p><p>escala, quando:</p><p>I - o objeto da contratação puder ser executado de forma concorrente e simultânea por mais de um</p><p>contratado; e</p><p>II - a múltipla execução for conveniente para atender à Administração.</p><p>Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, a Administração deverá manter o controle</p><p>individualizado da execução do objeto contratual relativamente a cada um dos contratados.</p><p>Art. 50. Nas contratações de serviços com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, o contratado deverá</p><p>apresentar, quando solicitado pela Administração, sob pena de multa, comprovação do cumprimento das</p><p>obrigações trabalhistas e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em relação aos empregados</p><p>diretamente envolvidos na execução do contrato, em especial quanto ao:</p><p>I - registro de ponto;</p><p>II - recibo de pagamento de salários, adicionais, horas extras, repouso semanal remunerado e décimo terceiro</p><p>salário;</p><p>III - comprovante de depósito do FGTS;</p><p>IV - recibo de concessão e pagamento de férias e do respectivo adicional;</p><p>V - recibo de quitação de obrigações trabalhistas e previdenciárias dos empregados dispensados até a data da</p><p>extinção do contrato;</p><p>VI - recibo de pagamento de vale-transporte e vale-alimentação, na forma prevista em norma coletiva.</p><p>149</p><p>p. Serviços terceirizados e regime de dedicação</p><p>exclusiva de mão de obra</p><p>● Serviços terceirizados</p><p>○ Não há pessoalidade entre a Administração e os</p><p>empregados.</p><p>○ A terceirização foi considerada constitucional, inclusive em</p><p>relação a atividades fins.</p><p>○ Não pode indicar pessoas expressamente nominadas para</p><p>executar determinada atividade para não configurar</p><p>pessoalidade.</p><p>○ Não pode estabelecer vínculo de subordinação entre a</p><p>Administração Pública e os empregados. Há subordinação</p><p>entre empregado e contratada.</p><p>● Regime de dedicação exclusiva (artigo 50):</p><p>o Conceito: aquele cujo modelo de execução</p><p>contratual exige que a) os empregados do</p><p>contratado fiquem à disposição nas dependências</p><p>do contratante para a prestação dos serviços; o</p><p>contratado não compartilhe os recursos humanos e</p><p>materiais disponíveis de uma contratação para</p><p>execução simultânea de outros contratos; o</p><p>contratado possibilite a fiscalização pelo contratante</p><p>quanto à distribuição, controle e supervisão dos</p><p>recursos humanos alocados aos seus contratos.</p><p>150</p><p>q. Artigo 49103</p><p>r. Locação de imóveis (artigo 51)</p><p>104</p><p>s. Licitações internacionais (artigo 52)105</p><p>t. Fases da licitação106</p><p>Deve ser preferencialmente de forma eletrônica, salvo se devidamente</p><p>justificado. Ainda, pode-se exigir que a execução de forma eletrônica seja</p><p>condição de validade e eficácia dos atos.</p><p>● Fase preparatória</p><p>● Plano anual de contratação: facultativo</p><p>● Estudo técnico preliminar</p><p>● Termo de referência ou projetos</p><p>106 A sequência de atos prevista na lei 8.666 era insuficiente por ser extremamente formalista, trazendo</p><p>resultados ruins para eficiência da licitação. A sequência era: (I) edital (II) habilitação (III) julgamento (IV)</p><p>homologação e (V) adjudicação.</p><p>105 Art. 52. Nas licitações de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e</p><p>do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.</p><p>§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda estrangeira, o licitante brasileiro</p><p>igualmente poderá fazê-lo.</p><p>§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude de licitação nas condições</p><p>de que trata o § 1º deste artigo será efetuado em moeda corrente nacional.</p><p>§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante</p><p>estrangeiro.</p><p>§ 4º Os gravames incidentes sobre os preços constarão do edital e serão definidos a partir de estimativas ou</p><p>médias dos tributos.</p><p>§ 5º As propostas de todos os licitantes estarão sujeitas às mesmas regras e condições, na forma estabelecida</p><p>no edital.</p><p>§ 6º Observados os termos desta Lei, o edital não poderá prever condições de habilitação, classificação e</p><p>julgamento que constituam barreiras de acesso ao licitante estrangeiro, admitida a previsão de margem de</p><p>preferência para bens produzidos no País e serviços nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras, na</p><p>forma definida no art. 26 desta Lei.</p><p>104 Art. 51. Ressalvado o disposto no inciso V do caput do art. 74 desta Lei, a locação de imóveis deverá ser</p><p>precedida de licitação e avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos custos de adaptações e</p><p>do prazo de amortização dos investimentos necessários.</p><p>103 Art. 49. A Administração poderá, mediante justificativa expressa, contratar mais de uma empresa ou</p><p>instituição para executar o mesmo serviço, desde que essa contratação não implique perda de economia de</p><p>escala, quando:</p><p>I - o objeto da contratação puder ser executado de forma concorrente e simultânea por mais de um</p><p>contratado; e</p><p>II - a múltipla execução for conveniente para atender à Administração.</p><p>Parágrafo único. Na hipótese</p><p>prevista no caput deste artigo, a Administração deverá manter o controle</p><p>individualizado da execução do objeto contratual relativamente a cada um dos contratados.</p><p>151</p><p>● Aprovação jurídica pela Advocacia Pública mediante parecer</p><p>(artigo 53): último momento da fase preparatória. A aprovação</p><p>deve seguir critérios objetivos. Deve ter linguagem simples e de</p><p>forma clara.</p><p>● Artigo 53, §5º107: dispensável a aprovação</p><p>jurídica</p><p>● Possibilidade de realização de audiência pública: facultativa</p><p>● Elaboração e divulgação do edital de licitação: o contrato é</p><p>anexo obrigatório do edital</p><p>● Artigo 54108: publicação no PNCP</p><p>● Artigo 54, §1º109: publicação em diário oficial e</p><p>jornal de grande circulação</p><p>● Artigo 54, §2º110</p><p>110 § 2º É facultada a divulgação adicional e a manutenção do inteiro teor do edital e de seus anexos em sítio</p><p>eletrônico oficial do ente federativo do órgão ou entidade responsável pela licitação ou, no caso de consórcio</p><p>público, do ente de maior nível entre eles, admitida, ainda, a divulgação direta a interessados devidamente</p><p>cadastrados para esse fim.</p><p>109 § 1º Sem prejuízo do disposto no caput, é obrigatória a publicação de extrato do edital no Diário Oficial da</p><p>União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, ou, no caso de consórcio público, do ente de maior nível</p><p>entre eles, bem como em jornal diário de grande circulação.</p><p>108 Art. 54. A publicidade do edital de licitação será realizada mediante divulgação e manutenção do inteiro</p><p>teor do ato convocatório e de seus anexos no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP).</p><p>107 § 5º É dispensável a análise jurídica nas hipóteses previamente definidas em ato da autoridade jurídica</p><p>máxima competente, que deverá considerar o baixo valor, a baixa complexidade da contratação, a entrega</p><p>imediata do bem ou a utilização de minutas de editais e instrumentos de contrato, convênio ou outros ajustes</p><p>previamente padronizados pelo órgão de assessoramento jurídico.</p><p>152</p><p>● Prazos (artigo 55)111: prazos mínimos para</p><p>apresentação de propostas e lances.</p><p>● Apresentação de propostas e lances, quando for o caso</p><p>● Modo de disputa aberto: o critério técnica e preço não pode</p><p>utilizar modo de disputa aberto. É possível haver os lances</p><p>intermediários. Artigo 56, §4º112. Artigo 57113</p><p>● Modo de disputa fechado: a proposta é sigilosa. Utilizado em</p><p>proposta de melhor técnica ou melhor técnica e preço.</p><p>● Modo de disputa aberto e fechado: primeiro apresenta a</p><p>proposta fechada. Depois tem a abertura da proposta e</p><p>classificação dessas. E, posteriormente, abre o modo de disputa</p><p>113 Art. 57. O edital de licitação poderá estabelecer intervalo mínimo de diferença de valores entre os lances,</p><p>que incidirá tanto em relação aos lances intermediários quanto em relação à proposta que cobrir a melhor</p><p>oferta.</p><p>112 § 4º Após a definição da melhor proposta, se a diferença em relação à proposta classificada em segundo</p><p>lugar for de pelo menos 5% (cinco por cento), a Administração poderá admitir o reinício da disputa aberta, nos</p><p>termos estabelecidos no instrumento convocatório, para a definição das demais colocações.</p><p>111 Art. 55. Os prazos mínimos para apresentação de propostas e lances, contados a partir da data de</p><p>divulgação do edital de licitação, são de:</p><p>I - para aquisição de bens:</p><p>a) 8 (oito) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento de menor preço ou de maior</p><p>desconto;</p><p>b) 15 (quinze) dias úteis, nas hipóteses não abrangidas pela alínea “a” deste inciso;</p><p>II - no caso de serviços e obras:</p><p>a) 10 (dez) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento de menor preço ou de maior</p><p>desconto, no caso de serviços comuns e de obras e serviços comuns de engenharia;</p><p>b) 25 (vinte e cinco) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento de menor preço ou de maior</p><p>desconto, no caso de serviços especiais e de obras e serviços especiais de engenharia;</p><p>c) 60 (sessenta) dias úteis, quando o regime de execução for de contratação integrada;</p><p>d) 35 (trinta e cinco) dias úteis, quando o regime de execução for o de contratação semi-integrada ou</p><p>nas hipóteses não abrangidas pelas alíneas “a”, “b” e “c” deste inciso;</p><p>III - para licitação em que se adote o critério de julgamento de maior lance, 15 (quinze) dias úteis;</p><p>IV - para licitação em que se adote o critério de julgamento de técnica e preço ou de melhor</p><p>técnica ou conteúdo artístico, 35 (trinta e cinco) dias úteis.</p><p>§ 1º Eventuais modificações no edital implicarão nova divulgação na mesma forma de sua divulgação</p><p>inicial, além do cumprimento dos mesmos prazos dos atos e procedimentos originais, exceto quando</p><p>a alteração não comprometer a formulação das propostas.</p><p>§ 2º Os prazos previstos neste artigo poderão, mediante decisão fundamentada, ser reduzidos até a</p><p>metade nas licitações realizadas pelo Ministério da Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>153</p><p>aberto, de modo que as partes podem dar lances sucessivos</p><p>crescentes ou decrescentes.</p><p>● Julgamento</p><p>● 1ª subfase: verifica se a proposta está de acordo com o previsto</p><p>no edital</p><p>● Artigo 59114</p><p>● A nova lei não estabelece quais as propostas são</p><p>manifestamente inexequíveis, diferente da lei 8.666.</p><p>● 2ª subfase: classificação em si</p><p>● Pode haver a negociação direta da</p><p>Administração Pública com o licitante</p><p>vencedor, de modo que se o preço continuar</p><p>acima do orçamento estimado poderá</p><p>negociar melhores condições com o segundo</p><p>colocado que sairá vencedor. Isso somente</p><p>ocorre se a proposta do 1º colocado estiver</p><p>acima do estimado (artigo 61)</p><p>● Habilitação</p><p>● Jurídica;</p><p>● Técnica: se o contratado não consegue por si só comprovar a</p><p>capacidade técnica, ele pode subcontratar para complementar a</p><p>habilitação técnica (em até 25%)</p><p>● Fiscal: somente verificada após o julgamento, mesmo que tenha</p><p>inversão de fases</p><p>● Social e trabalhista115:</p><p>115 Lembrar que a reserva de cargos para pessoa com deficiência e para reabilitados da previdência social é</p><p>requisito de habilitação. A lei que reserva parcela mínima de cargos prevê que se nenhuma pessoa com</p><p>deficiência aparecer para o cargo a empresa poderá eximir dessa obrigação.</p><p>114 Art. 59. Serão desclassificadas as propostas que:</p><p>I - contiverem vícios insanáveis;</p><p>II - não obedecerem às especificações técnicas pormenorizadas no edital;</p><p>III - apresentarem preços inexequíveis ou permanecerem acima do orçamento estimado para a contratação;</p><p>IV - não tiverem sua exequibilidade demonstrada, quando exigido pela Administração;</p><p>V - apresentarem desconformidade com quaisquer outras exigências do edital, desde que insanável.</p><p>154</p><p>○ Lembre-se! Uma das determinações é ter que comprovar</p><p>que não teve condenação por trabalho infantil</p><p>● Econômica-financeira</p><p>○ É cabível habilitação de empresas em recuperação judicial,</p><p>desde que comprove que tem condições mínimas.</p><p>● Encerramento da licitação: é enviado para a autoridade superior para</p><p>verificar se há algum vício no processo licitatório. Há ainda a</p><p>possibilidade de revogação por motivo de superveniência de fato que</p><p>enseja a revogação. Ainda, pode determinar o retorno do processo</p><p>para corrigir irregularidade. Se estiver tudo certo irá adjudicar o objeto</p><p>e homologar a licitação.</p><p>● Adjudicação: é um ato declaratório, de modo que não obriga a</p><p>Administração a celebrar o contrato. Há somente a declaração</p><p>de que, caso tenha a celebração do contrato, deve fazer com o</p><p>licitante vencedor</p><p>● Homologação: é enviado para a autoridade superior para</p><p>verificar se há algum vício no processo licitatório. Há ainda a</p><p>possibilidade de revogação por motivo de superveniência de</p><p>fato que enseja a revogação. Ainda, pode determinar o retorno</p><p>do processo para corrigir irregularidade. Se estiver tudo certo irá</p><p>adjudicar o objeto e homologar a licitação.</p><p>● Fase recursal única</p><p>u. Vedações para participar da licitação (artigo 14):</p><p>Art. 14. Não poderão disputar licitação ou participar da execução de</p><p>contrato, direta ou indiretamente:</p><p>I - autor do anteprojeto, do projeto básico ou do projeto executivo,</p><p>pessoa física ou jurídica, quando a licitação versar sobre obra,</p><p>serviços</p><p>ou fornecimento de bens a ele relacionados;</p><p>II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela</p><p>elaboração do projeto básico ou do projeto executivo, ou empresa da</p><p>qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, controlador, acionista</p><p>155</p><p>ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a</p><p>voto, responsável técnico ou subcontratado, quando a licitação versar</p><p>sobre obra, serviços ou fornecimento de bens a ela necessários;</p><p>III - pessoa física ou jurídica que se encontre, ao tempo da licitação,</p><p>impossibilitada de participar da licitação em decorrência de sanção</p><p>que lhe foi imposta;</p><p>IV - aquele que mantenha vínculo de natureza técnica, comercial,</p><p>econômica, financeira, trabalhista ou civil com dirigente do órgão ou</p><p>entidade contratante ou com agente público que desempenhe</p><p>função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão do contrato,</p><p>ou que deles seja cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,</p><p>colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, devendo essa proibição</p><p>constar expressamente do edital de licitação;</p><p>V - empresas controladoras, controladas ou coligadas, nos termos da</p><p>Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, concorrendo entre si;</p><p>VI - pessoa física ou jurídica que, nos 5 (cinco) anos anteriores à</p><p>divulgação do edital, tenha sido condenada judicialmente, com</p><p>trânsito em julgado, por exploração de trabalho infantil, por</p><p>submissão de trabalhadores a condições análogas às de escravo ou</p><p>por contratação de adolescentes nos casos vedados pela legislação</p><p>trabalhista.</p><p>§ 1º O impedimento de que trata o inciso III do caput deste artigo será</p><p>também aplicado ao licitante que atue em substituição a outra</p><p>pessoa, física ou jurídica, com o intuito de burlar a efetividade da</p><p>sanção a ela aplicada, inclusive a sua controladora, controlada ou</p><p>coligada, desde que devidamente comprovado o ilícito ou a utilização</p><p>fraudulenta da personalidade jurídica do licitante.</p><p>§ 2º A critério da Administração e exclusivamente a seu serviço, o</p><p>autor dos projetos e a empresa a que se referem os incisos I e II do</p><p>caput deste artigo poderão participar no apoio das atividades de</p><p>planejamento da contratação, de execução da licitação ou de gestão</p><p>156</p><p>do contrato, desde que sob supervisão exclusiva de agentes públicos</p><p>do órgão ou entidade.</p><p>§ 3º Equiparam-se aos autores do projeto as empresas integrantes do</p><p>mesmo grupo econômico.</p><p>§ 4º O disposto neste artigo não impede a licitação ou a contratação</p><p>de obra ou serviço que inclua como encargo do contratado a</p><p>elaboração do projeto básico e do projeto executivo, nas contratações</p><p>integradas, e do projeto executivo, nos demais regimes de execução.</p><p>§ 5º Em licitações e contratações realizadas no âmbito de projetos e</p><p>programas parcialmente financiados por agência oficial de</p><p>cooperação estrangeira ou por organismo financeiro internacional</p><p>com recursos do financiamento ou da contrapartida nacional, não</p><p>poderá participar pessoa física ou jurídica que integre o rol de</p><p>pessoas sancionadas por essas entidades ou que seja declarada</p><p>inidônea nos termos desta Lei.</p><p>● Jurisprudência relacionada116: Tema 1001 - Limites</p><p>da competência legislativa municipal em matéria</p><p>de contratação pública e âmbito de incidência da</p><p>vedação constitucional ao nepotismo (restrita à</p><p>contratação de mão de obra pela Administração</p><p>Pública ou extensiva à celebração de contratos</p><p>administrativos). Foi fixada a seguinte tese: "É</p><p>constitucional o ato normativo municipal, editado</p><p>no exercício de competência legislativa</p><p>suplementar, que proíba a participação em</p><p>licitação ou a contratação: (a) de agentes eletivos;</p><p>(b) de ocupantes de cargo em comissão ou função</p><p>de confiança; (c) de cônjuge, companheiro ou</p><p>parente em linha reta, colateral ou por afinidade,</p><p>116 Inserido em 14/07/2023</p><p>157</p><p>até o terceiro grau, inclusive, de qualquer destes; e</p><p>(d) dos demais servidores públicos municipais".</p><p>○ Fundamentos:</p><p>■ Constitucionalidade formal: Estados,</p><p>Distrito Federal e Municípios podem</p><p>legislar sobre licitação e contratação</p><p>pública, havendo uma competência</p><p>suplementar. A União possui competência</p><p>para legislar para editar normas gerais e os</p><p>Estados, DF e Municípios expedirão as</p><p>normas específicas. Com efeito, a ausência</p><p>de previsão expressa ou de norma idêntica</p><p>à cuidada na legislação municipal, que não</p><p>destoa, antes dá cobro e dota de maior</p><p>efetividade os princípios constitucionais,</p><p>insere-se no espaço autônomo de</p><p>competência do ente local, para</p><p>suplementar legislação nacional.</p><p>■ Constitucionalidade material: o ato</p><p>normativo está em consonância com os</p><p>princípios da moralidade e da</p><p>impessoalidade. Assim, a norma</p><p>impugnada, pela qual prevista a vedação</p><p>do nepotismo em matéria de licitação e de</p><p>contratação pública, retira seu fundamento</p><p>de validade diretamente das normas</p><p>principiológicas constitucionais que</p><p>resguardam a Administração Pública de</p><p>ingerências pessoais e favoritismos</p><p>políticos em detrimento ao interesse</p><p>público.</p><p>158</p><p>v. Artigo 15 e 16:</p><p>Art. 15. Salvo vedação devidamente justificada no processo licitatório,</p><p>pessoa jurídica poderá participar de licitação em consórcio, observadas</p><p>as seguintes normas:</p><p>I - comprovação de compromisso público ou particular de constituição</p><p>de consórcio, subscrito pelos consorciados;</p><p>II - indicação da empresa líder do consórcio, que será responsável por</p><p>sua representação perante a Administração;</p><p>III - admissão, para efeito de habilitação técnica, do somatório dos</p><p>quantitativos de cada consorciado e, para efeito de habilitação</p><p>econômico-financeira, do somatório dos valores de cada consorciado;</p><p>IV - impedimento de a empresa consorciada participar, na mesma</p><p>licitação, de mais de um consórcio ou de forma isolada;</p><p>V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em</p><p>consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do</p><p>contrato.</p><p>§ 1º O edital deverá estabelecer para o consórcio acréscimo de 10% (dez</p><p>por cento) a 30% (trinta por cento) sobre o valor exigido de licitante</p><p>individual para a habilitação econômico-financeira, salvo justificação.</p><p>§ 2º O acréscimo previsto no § 1º deste artigo não se aplica aos</p><p>consórcios compostos, em sua totalidade, de microempresas e</p><p>pequenas empresas, assim definidas em lei.</p><p>§ 3º O licitante vencedor é obrigado a promover, antes da celebração</p><p>do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do</p><p>compromisso referido no inciso I do caput deste artigo.</p><p>§ 4º Desde que haja justificativa técnica aprovada pela autoridade</p><p>competente, o edital de licitação poderá estabelecer limite máximo</p><p>para o número de empresas consorciadas.</p><p>§ 5º A substituição de consorciado deverá ser expressamente</p><p>autorizada pelo órgão ou entidade contratante e condicionada à</p><p>comprovação de que a nova empresa do consórcio possui, no mínimo,</p><p>159</p><p>os mesmos quantitativos para efeito de habilitação técnica e os</p><p>mesmos valores para efeito de qualificação econômico-financeira</p><p>apresentados pela empresa substituída para fins de habilitação do</p><p>consórcio no processo licitatório que originou o contrato.</p><p>Art. 16. Os profissionais organizados sob a forma de cooperativa</p><p>poderão participar de licitação quando:</p><p>I - a constituição e o funcionamento da cooperativa observarem as</p><p>regras estabelecidas na legislação aplicável, em especial a Lei nº 5.764,</p><p>de 16 de dezembro de 1971, a Lei nº 12.690, de 19 de julho de 2012, e a</p><p>Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009;</p><p>II - a cooperativa apresentar demonstrativo de atuação em regime</p><p>cooperado, com repartição de receitas e despesas entre os</p><p>cooperados;</p><p>III - qualquer cooperado, com igual qualificação, for capaz de executar</p><p>o objeto contratado, vedado à Administração indicar nominalmente</p><p>pessoas;</p><p>IV - o objeto da licitação referir-se, em se tratando de cooperativas</p><p>enquadradas na Lei nº 12.690, de 19 de julho de 2012, a serviços</p><p>especializados constantes do objeto social da cooperativa, a serem</p><p>executados de forma complementar à sua atuação.</p><p>w.Modalidades</p><p>fins que devem ser cumpridos</p><p>pela Administração Pública.</p><p>● Estrutura normativa: os princípios são definições</p><p>de valores éticos.</p><p>3</p><p>● Modo de aplicação: são aplicados na maior medida</p><p>possível dentro das possibilidades. Quando há</p><p>choque entre princípios, deve-se utilizar o critério</p><p>da ponderação entre princípios que sempre ocorre</p><p>diante de um caso concreto. Ressalta-se que não</p><p>há exclusão completa de nenhum princípio.</p><p>○ O princípio jurídico possui força normativa5,</p><p>de modo que não são mais meros vetores de</p><p>interpretação.</p><p>h. Classificações de princípios</p><p>iii. Onivalentes: transitam em todos os ramos das Ciências.</p><p>iv. Plurivalentes: são aplicados em mais de uma Ciência.</p><p>v. Monovalentes: aplicados em apenas uma Ciência.</p><p>vi. Setoriais: são aplicados em apenas um sub-ramo do</p><p>Direito.</p><p>5 Vincula a Administração Pública e os particulares. Exemplo: nepotismo → conduta vedada decorrente do</p><p>princípio da moralidade.</p><p>4</p><p>2. Princípios basilares: Supremacia do</p><p>Interesse Público (prerrogativas) e</p><p>Indisponibilidade do Interesse Público</p><p>(restrições)</p><p>6</p><p>a. Conceito de interesse público</p><p>i. De início, ressalta-se que não é a soma dos interesses</p><p>individuais. O interesse público é o interesse da</p><p>coletividade considerada como um todo, ainda que</p><p>contrário aos interesses individuais.</p><p>b. Diferenciação da doutrina clássica: interesse</p><p>público primário e secundário</p><p>ii. Interesse público primário: interesse da coletividade.</p><p>iii. Interesse público secundário: interesse patrimonial da</p><p>Administração Pública como pessoa jurídica (ex: na sua</p><p>organização interna, gestão de bens e erário). Somente</p><p>pode ser buscado quando, mediatamente ou</p><p>imediatamente, atenda ao interesse público primário.</p><p>c. Princípio da supremacia do interesse público em</p><p>relação ao interesse privado</p><p>i. Conceito: estabelece as prerrogativas da Administração</p><p>Pública. A Constituição Federal determina competências</p><p>para Administração pública e, para isso, há a necessidade</p><p>dos meios que nada mais são que as prerrogativas.</p><p>Estabelece-se uma relação de verticalidade</p><p>(Administração no topo e particulares na base). Ex:</p><p>intervenção do Estado na propriedade</p><p>ii. Críticas da doutrina:</p><p>6 Ambos os princípios dizem respeito ao interesse público, porque a principal finalidade da Administração</p><p>Pública é atingir o interesse público.</p><p>5</p><p>● Segundo a doutrina, não se pode estabelecer como</p><p>premissa que o interesse público sempre</p><p>prevalecerá sobre os interesses particulares. Basta</p><p>ver que há previsão na Constituição Federal de</p><p>interesse fundamentais individuais, o que</p><p>demonstra que o interesse público não prevalecerá</p><p>sempre.</p><p>● Segundo a doutrina, há uma impossibilidade em</p><p>definir de forma objetiva o que é considerado</p><p>como interesse público.</p><p>○ Resultado: o interesse público deve ser</p><p>estabelecido no caso concreto.</p><p>● Segundo a doutrina, há indissociabilidade do</p><p>interesse público e privado em diversas situações.</p><p>iii. Divisão do Princípio da supremacia do interesse público</p><p>● Supremacia genérica (geral) vs específica</p><p>(individual)</p><p>○ Supremacia genérica (geral): a vontade da</p><p>Administração Pública prevalece sobre todos</p><p>os particulares, independente de qualquer</p><p>relação com o particular.</p><p>○ Supremacia específica (individual): a vontade</p><p>da Administração Pública prevalece em</p><p>razão de uma relação jurídica existente com</p><p>o particular.</p><p>d. Princípio da indisponibilidade do interesse público</p><p>i. Conceito: A Administração Pública não pode dispor do</p><p>interesse público, porque ela não é titular desse interesse,</p><p>sendo mera administradora. Dessa maneira, ela depende</p><p>de uma autorização legal para administrar o interesse</p><p>público. Com isso, a Administração Pública precisa de</p><p>6</p><p>uma lei para atuar, no caso concreto, restringindo a</p><p>liberdade da população.</p><p>● Decorre do Princípio Republicano.</p><p>ii. Possibilidade de a Administração Pública se submeter</p><p>à arbitragem, à mediação, à conciliação e aos comitês</p><p>de resolução de disputas (importantes para obras e</p><p>serviços de engenharia): havia muita discussão acerca</p><p>disso, de modo que, com o decorrer do tempo, passou a</p><p>se entender que o interesse público é diferente do</p><p>interesse patrimonial. Nessa linha de entendimento,</p><p>percebe-se que muitas vezes a Administração deve</p><p>dispor do interesse patrimonial para atingir o interesse</p><p>público.</p><p>● Requisitos para a realização da arbitragem:</p><p>○ Deve ser firmado compromisso arbitral ou</p><p>cláusula compromissória pela autoridade</p><p>competente;</p><p>○ O conflito deve tratar de direitos disponíveis;</p><p>○ Deve respeitar os princípios da</p><p>Administração Pública;</p><p>○ A solução deve ser tomada com base no</p><p>direito.</p><p>■ O conflito não pode ser decidido com</p><p>base na equidade.</p><p>iii. Comitês de resolução de disputas</p><p>● São voltados para a prevenção dos conflitos;</p><p>● Há três tipos de comitês. A divisão ocorre de acordo</p><p>com o caráter vinculante ou não vinculante da</p><p>decisão:</p><p>○ com decisões vinculantes;</p><p>○ com decisões sugestivas;</p><p>○ com decisões mistas.</p><p>7</p><p>iv. Binômio ou Bipolaridade do Direito Administrativo: em</p><p>diversos momentos, a Administração Pública atua em</p><p>uma posição de vantagem com relação ao particular,</p><p>pois, com base na supremacia do interesse público, ela</p><p>possui poderes e prerrogativas que o particular não</p><p>possui. Por outro lado, além de tais poderes e</p><p>prerrogativas, a Administração Pública também possui</p><p>deveres e limitações que o particular não possui, com</p><p>base na indisponibilidade do interesse público.</p><p>● A relação entre esses dois princípios (supremacia</p><p>do interesse público e indisponibilidade do</p><p>interesse público) forma a bipolaridade ou binômio</p><p>do direito administrativo.</p><p>8</p><p>3. Princípios expressos da</p><p>Administração Pública (previstos no</p><p>artigo 37, caput, CF/88)</p><p>a. Princípio da legalidade</p><p>i. No âmbito público, a Administração Pública somente</p><p>pode atuar quando a lei autorizar. Diferente do âmbito</p><p>privado, onde pode fazer tudo que a lei não proíbe.</p><p>ii. Princípio da reserva legal</p><p>● Precisa de uma lei específica para que a</p><p>Administração Pública possa atuar.</p><p>iii. O princípio da legalidade está sofrendo uma</p><p>superação. A legalidade está sendo considerada sob o</p><p>aspecto da juridicidade. Na juridicidade, há mais restrição</p><p>na atuação do administrador, porque ele deve observar</p><p>não só a lei, mas o ordenamento jurídico como um todo.</p><p>iv. E, se não tiver lei autorizando a Administração Pública</p><p>a cumprir uma competência prevista na Constituição</p><p>Federal?</p><p>● Segundo o professor Rafael Oliveira, há: (I) a</p><p>vinculação negativa7 que é quando a</p><p>Administração Pública pode agir no cumprimento</p><p>de suas competências constitucionais mesmo que</p><p>não exista lei, desde que sua atuação esteja em</p><p>compatibilidade com o ordenamento jurídico</p><p>como um todo.</p><p>b. Princípio da impessoalidade</p><p>i. O administrador não atua em nome próprio, mas em</p><p>nome do ente público a qual ele pertence.</p><p>7 Diferente da vinculação positiva que é quando a Administração Pública somente pode agir quando há lei</p><p>permitindo.</p><p>9</p><p>ii. 1º aspecto: isonomia: o agente público não pode atuar a</p><p>fim de favorecer interesses pessoais, ele deve agir de</p><p>maneira isonômica.</p><p>1. Isonomia formal: tratar todos de forma igual</p><p>perante a lei.</p><p>2. Igualdade material: tratar os iguais de forma igual</p><p>e os desiguais de forma desigual na medida de sua</p><p>desigualdade.</p><p>iii. 2º aspecto: vedação à promoção pessoal: está muito</p><p>ligado à Teoria do Órgão, de modo que a atuação do</p><p>agente público não é imputada a ele diretamente, mas</p><p>ao órgão a qual ele pertence, imputando a atuação ao</p><p>ente público de que o órgão faça parte.</p><p>1. Artigo 37, §1º, CF/888</p><p>iv. 3º aspecto: princípio da finalidade (sub-princípio da</p><p>impessoalidade): a atuação da Administração Pública</p><p>tem que sempre buscar o interesse público.</p><p>1. Exceção do princípio da impessoalidade:</p><p>intranscendência subjetiva das sanções: a sanção</p><p>aplicada ao ente em razão da má gestão de um</p><p>gestor não pode ser transferida ao próximo gestor</p><p>que tomar todas as providências para sanar a</p><p>irregularidade. Súmula 615 STJ9</p><p>9 "Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição</p><p>de licitação</p><p>117</p><p>:</p><p>Não importa mais o preço para definir a modalidade e sim o</p><p>objeto.</p><p>117 Retirou a tomada de preços e convite que eram modalidades da Lei 8.666</p><p>Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que</p><p>atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do</p><p>recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.</p><p>Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não,</p><p>escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local</p><p>apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente</p><p>especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da</p><p>apresentação das propostas. Existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite,</p><p>realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado,</p><p>enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.</p><p>160</p><p>● Pregão (é a regra): obrigatório para contratação de bens e serviços</p><p>comuns (obrigatório)118 (os padrões de desempenho podem ser</p><p>objetivamente determinados de acordo com os critérios do</p><p>mercado). Pode ser usado para serviços comuns de engenharia</p><p>(facultativo). Não é permitido para bens e serviços especiais e para</p><p>obras.</p><p>● Critérios de julgamento: menor preço e maior desconto.</p><p>● Concorrência: utilizado obrigatoriamente para bens e serviços</p><p>especiais e obras. E, facultativamente, para serviços comuns de</p><p>engenharia.</p><p>● Critérios para julgamento: todos, exceto o maior lance.</p><p>● Concurso: usado para trabalho técnico, científico ou artístico. Há a</p><p>definição de um prêmio ou remuneração para o particular.</p><p>● Critério de julgamento: melhor técnica ou conteúdo artístico.</p><p>● Leilão119: usado para alienação de bens móveis e imóveis. Não tem fase</p><p>de habilitação. A homologação somente ocorre após efetivação do</p><p>pagamento pelo vencedor.</p><p>● Critério de julgamento: é o maior lance.</p><p>● Diálogo competitivo120: Há duas fases: A primeira fase é um diálogo da</p><p>Administração com os particulares para que eles apresentem soluções</p><p>para o problema apresentado. Na segunda fase, publica-se um novo</p><p>edital, havendo a competição dos participantes que participaram da</p><p>primeira fase. Foi concebido para conferir maior flexibilidade nas</p><p>licitações públicas</p><p>● Artigo 32:</p><p>Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a</p><p>contratações em que a Administração:</p><p>120 Importação do direito europeu.</p><p>119 Na lei 8666, era trazido o leilão para alienação de bens da Administração Pública móveis e a concorrência</p><p>para alienação de bens imóveis. Com a nova lei, seja bem móvel ou imóvel a modalidade será o leilão.</p><p>118 bens e serviços de prateleira.</p><p>161</p><p>I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições</p><p>a) inovação tecnológica ou técnica;</p><p>b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade</p><p>satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado;</p><p>e</p><p>c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas</p><p>com precisão suficiente pela Administração;</p><p>II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as</p><p>alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com</p><p>destaque para os seguintes aspectos:</p><p>a) a solução técnica mais adequada;</p><p>b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida;</p><p>c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato;</p><p>§ 1º Na modalidade diálogo competitivo, serão observadas as</p><p>seguintes disposições:</p><p>I - a Administração apresentará, por ocasião da divulgação do</p><p>edital em sítio eletrônico oficial, suas necessidades e as</p><p>exigências já definidas e estabelecerá prazo mínimo de 25 (vinte</p><p>e cinco) dias úteis para manifestação de interesse na</p><p>participação da licitação;</p><p>II - os critérios empregados para pré-seleção dos licitantes</p><p>deverão ser previstos em edital, e serão admitidos todos os</p><p>interessados que preencherem os requisitos objetivos</p><p>estabelecidos;</p><p>III - a divulgação de informações de modo discriminatório que</p><p>possa implicar vantagem para algum licitante será vedada;</p><p>162</p><p>IV - a Administração não poderá revelar a outros licitantes as</p><p>soluções propostas ou as informações sigilosas comunicadas por</p><p>um licitante sem o seu consentimento;</p><p>V - a fase de diálogo poderá ser mantida até que a</p><p>Administração, em decisão fundamentada, identifique a solução</p><p>ou as soluções que atendam às suas necessidades;</p><p>VI - as reuniões com os licitantes pré-selecionados serão</p><p>registradas em ata e gravadas mediante utilização de recursos</p><p>tecnológicos de áudio e vídeo;</p><p>VII - o edital poderá prever a realização de fases sucessivas, caso</p><p>em que cada fase poderá restringir as soluções ou as propostas a</p><p>serem discutidas;</p><p>VIII - a Administração deverá, ao declarar que o diálogo foi</p><p>concluído, juntar aos autos do processo licitatório os registros e</p><p>as gravações da fase de diálogo, iniciar a fase competitiva com a</p><p>divulgação de edital contendo a especificação da solução que</p><p>atenda às suas necessidades e os critérios objetivos a serem</p><p>utilizados para seleção da proposta mais vantajosa e abrir prazo,</p><p>não inferior a 60 (sessenta) dias úteis, para todos os licitantes</p><p>pré-selecionados na forma do inciso II deste parágrafo</p><p>apresentarem suas propostas, que deverão conter os elementos</p><p>necessários para a realização do projeto;</p><p>IX - a Administração poderá solicitar esclarecimentos ou ajustes</p><p>às propostas apresentadas, desde que não impliquem</p><p>discriminação nem distorçam a concorrência entre as propostas;</p><p>X - a Administração definirá a proposta vencedora de acordo</p><p>com critérios divulgados no início da fase competitiva,</p><p>assegurada a contratação mais vantajosa como resultado;</p><p>163</p><p>XI - o diálogo competitivo será conduzido por comissão de</p><p>contratação composta de pelo menos 3 (três) servidores efetivos</p><p>ou empregados públicos pertencentes aos quadros</p><p>permanentes da Administração, admitida a contratação de</p><p>profissionais para assessoramento técnico da comissão;</p><p>§ 2º Os profissionais contratados para os fins do inciso XI do § 1º</p><p>deste artigo assinarão termo de confidencialidade e abster-se-ão</p><p>de atividades que possam configurar conflito de interesses.</p><p>● Pode utilizar para a concessão de serviços públicos e parcerias</p><p>público privadas</p><p>● Sistema de registro de preços: é o conjunto de procedimentos para</p><p>realização mediante contratação direta ou licitação nas modalidades pregão</p><p>ou concorrência, de registro formal de preços relativos à prestação de</p><p>serviços, a obras e a aquisição e locação de bens para contratações futuras</p><p>(utilizado de forma preferencial para compras). Pode utilizar nos casos de</p><p>dispensa e inexigibilidade da licitação. A ata de registro de preços não obriga</p><p>a Administração a contratar, porém obriga o beneficiário da ata a fornecer.</p><p>Ainda, a Administração Pública pode realizar licitação, caso queira.</p><p>● Há o prazo de validade de 1 anos podendo ser prorrogado por</p><p>igual período</p><p>● Procedimento</p><p>○ Fase preparatória: abertura da manifestação de interesses</p><p>de 8 dias úteis para os órgãos se manifestarem (órgãos</p><p>participantes).</p><p>164</p><p>■ Órgão que não se manifestou: segue o previsto no</p><p>artigo 86, §2º, da Lei de Licitações.121 Ainda, a Lei</p><p>14.770/23 alterou o §3º do art. 86, definindo outras</p><p>regras para a adesão às atas de registro de preços de</p><p>outros órgãos ou entes públicos, in verbis122:</p><p>§ 3º A faculdade de aderir à ata de registro de preços</p><p>na condição de não participante poderá ser exercida:</p><p>(Redação dada pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>I - por órgãos e entidades da Administração Pública</p><p>federal, estadual, distrital e municipal, relativamente</p><p>a ata de registro de preços de órgão ou entidade</p><p>gerenciadora federal, estadual ou distrital; ou</p><p>(Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>II - por órgãos e entidades da Administração Pública</p><p>municipal, relativamente a ata de registro de preços</p><p>de órgão ou entidade</p><p>gerenciadora municipal,</p><p>desde que o sistema de registro de preços tenha</p><p>sido formalizado mediante licitação. (Incluído pela</p><p>Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>122 Incluído em 27/12/2023</p><p>121 § 2º Se não participarem do procedimento previsto no caput deste artigo, os órgãos e entidades poderão</p><p>aderir à ata de registro de preços na condição de não participantes, observados os seguintes requisitos:</p><p>I - apresentação de justificativa da vantagem da adesão, inclusive em situações de provável desabastecimento</p><p>ou descontinuidade de serviço público;</p><p>II - demonstração de que os valores registrados estão compatíveis com os valores praticados pelo mercado na</p><p>forma do art. 23 desta Lei;</p><p>III - prévias consulta e aceitação do órgão ou entidade gerenciadora e do fornecedor.</p><p>165</p><p>x. Critérios de julgamento</p><p>● Menor preço (artigo 34, da Lei de Licitações);123</p><p>● Maior desconto (artigo 34, da Lei de Licitações)</p><p>● Melhor técnica ou conteúdo artístico (artigo 35, da Lei de Licitações)124</p><p>● Técnica e preço (artigo 36, da Lei de Licitações)125</p><p>● Maior lance, no caso de leilão</p><p>● Maior retorno econômico (novidade em relação a lei 8.666): A</p><p>Administração Pública quer incentivar o contratado a trazer uma</p><p>125</p><p>Art. 36. O julgamento por técnica e preço considerará a maior pontuação obtida a partir da ponderação,</p><p>segundo fatores objetivos previstos no edital, das notas atribuídas aos aspectos de técnica e de preço da</p><p>proposta.</p><p>§ 1º O critério de julgamento de que trata o caput deste artigo será escolhido quando estudo técnico</p><p>preliminar demonstrar que a avaliação e a ponderação da qualidade técnica das propostas que superarem os</p><p>requisitos mínimos estabelecidos no edital forem relevantes aos fins pretendidos pela Administração nas</p><p>licitações para contratação de:</p><p>I - serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual, caso em que o critério de</p><p>julgamento de técnica e preço deverá ser preferencialmente empregado;</p><p>II - serviços majoritariamente dependentes de tecnologia sofisticada e de domínio restrito, conforme atestado</p><p>por autoridades técnicas de reconhecida qualificação;</p><p>III - bens e serviços especiais de tecnologia da informação e de comunicação;</p><p>IV - obras e serviços especiais de engenharia;</p><p>V - objetos que admitam soluções específicas e alternativas e variações de execução, com repercussões</p><p>significativas e concretamente mensuráveis sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade,</p><p>quando essas soluções e variações puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes, conforme critérios</p><p>objetivamente definidos no edital de licitação.</p><p>§ 2º No julgamento por técnica e preço, deverão ser avaliadas e ponderadas as propostas técnicas e, em</p><p>seguida, as propostas de preço apresentadas pelos licitantes, na proporção máxima de 70% (setenta por</p><p>cento) de valoração para a proposta técnica.</p><p>§ 3º O desempenho pretérito na execução de contratos com a Administração Pública deverá ser considerado</p><p>na pontuação técnica, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 88 desta Lei e em regulamento.</p><p>124 Art. 35. O julgamento por melhor técnica ou conteúdo artístico considerará exclusivamente as propostas</p><p>técnicas ou artísticas apresentadas pelos licitantes, e o edital deverá definir o prêmio ou a remuneração que</p><p>será atribuída aos vencedores.</p><p>Parágrafo único. O critério de julgamento de que trata o caput deste artigo poderá ser utilizado para a</p><p>contratação de projetos e trabalhos de natureza técnica, científica ou artística.</p><p>123 Art. 34. O julgamento por menor preço ou maior desconto e, quando couber, por técnica e preço</p><p>considerará o menor dispêndio para a Administração, atendidos os parâmetros mínimos de qualidade</p><p>definidos no edital de licitação.</p><p>§ 1º Os custos indiretos, relacionados com as despesas de manutenção, utilização, reposição, depreciação e</p><p>impacto ambiental do objeto licitado, entre outros fatores vinculados ao seu ciclo de vida, poderão ser</p><p>considerados para a definição do menor dispêndio, sempre que objetivamente mensuráveis, conforme</p><p>disposto em regulamento.</p><p>§ 2º O julgamento por maior desconto terá como referência o preço global fixado no edital de licitação, e o</p><p>desconto será estendido aos eventuais termos aditivos.</p><p>166</p><p>maior economia com as despesas correntes da Administração Pública,</p><p>de modo que quanto maior a economia maior será a remuneração do</p><p>contratado</p><p>y. Contratação direta</p><p>● Não é sinônimo de contratação informal, porque deve seguir um</p><p>procedimento.</p><p>● Inexigibilidade (artigo 74, da Lei de Licitações rol</p><p>exemplificativo): não é possível competição</p><p>○ Fornecedor exclusivo126: inexigibilidade fática.</p><p>○ Contratação de profissional do setor artístico:</p><p>inexigibilidade jurídica.</p><p>○ Serviços técnicos especializados de natureza</p><p>predominantemente intelectual com profissionais ou</p><p>empresas de notória especialização, vedada a</p><p>inexigibilidade para serviços de publicidade e</p><p>divulgação127.</p><p>● Na lei 8.666, havia a previsão de natureza singular.</p><p>● Credenciamento: Qualquer particular que preencha os</p><p>requisitos será credenciado, de modo que a Administração</p><p>Pública recebe pelo serviço prestado, sendo escolha do</p><p>127 a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos executivos;</p><p>b) pareceres, perícias e avaliações em geral;</p><p>c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;</p><p>d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;</p><p>e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;</p><p>f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;</p><p>g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;</p><p>h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e</p><p>monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que</p><p>se enquadrem no disposto neste inciso;</p><p>126 § 1º Para fins do disposto no inciso I do caput deste artigo, a Administração deverá demonstrar a</p><p>inviabilidade de competição mediante atestado de exclusividade, contrato de exclusividade, declaração do</p><p>fabricante ou outro documento idôneo capaz de comprovar que o objeto é fornecido ou prestado por</p><p>produtor, empresa ou representante comercial exclusivos, vedada a preferência por marca específica.</p><p>167</p><p>particular qual vai contratar. Não pode estabelecer critérios de</p><p>classificação. Artigo 79, da Lei de Licitações 128</p><p>● Aquisição ou locação de imóvel cujas características de</p><p>instalações e de localização tornem necessária sua escolha</p><p>● Dispensável (artigo 75, da Lei de Licitações rol taxativo): é</p><p>discricionário.</p><p>Art. 75. É dispensável a licitação:</p><p>I - para contratação que envolva valores inferiores a R$ 119.812,02</p><p>(cento e dezenove mil oitocentos e doze reais e dois centavos),</p><p>no caso de obras e serviços de engenharia ou de serviços de</p><p>manutenção de veículos automotores; (Vide Decreto nº 10.922,</p><p>de 2021) (Vigência)</p><p>II - R$ 59.906,02 (cinquenta e nove mil novecentos e seis reais e</p><p>dois centavos) no caso de outros serviços e compras; (Vide</p><p>Decreto nº 10.922, de 2021) (Vigência)</p><p>128 Art. 79. O credenciamento poderá ser usado nas seguintes hipóteses de contratação:</p><p>I - paralela e não excludente: caso em que é viável e vantajosa para a Administração a realização de</p><p>contratações simultâneas em condições padronizadas;</p><p>II - com seleção a critério de terceiros: caso em que a seleção do contratado está a cargo do beneficiário direto</p><p>da prestação;</p><p>III - em mercados fluidos: caso em que a flutuação constante do valor da prestação e das condições de</p><p>contratação inviabiliza a seleção de agente por meio de processo de licitação.</p><p>Parágrafo único. Os procedimentos de credenciamento serão definidos em regulamento, observadas as</p><p>seguintes regras:</p><p>I - a Administração deverá divulgar e manter à disposição do público, em sítio eletrônico oficial, edital de</p><p>chamamento de interessados, de modo a permitir o cadastramento permanente de novos interessados;</p><p>II - na hipótese do inciso I do caput deste artigo, quando o objeto não permitir a contratação imediata e</p><p>simultânea de todos</p><p>os credenciados, deverão ser adotados critérios objetivos de distribuição da demanda;</p><p>III - o edital de chamamento de interessados deverá prever as condições padronizadas de contratação e, nas</p><p>hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, deverá definir o valor da contratação;</p><p>IV - na hipótese do inciso III do caput deste artigo, a Administração deverá registrar as cotações de mercado</p><p>vigentes no momento da contratação;</p><p>V - não será permitido o cometimento a terceiros do objeto contratado sem autorização expressa da</p><p>Administração;</p><p>VI - será admitida a denúncia por qualquer das partes nos prazos fixados no edital.</p><p>168</p><p>III - para contratação que mantenha todas as condições</p><p>definidas em edital de licitação realizada há menos de 1 (um)</p><p>ano, quando se verificar que naquela licitação:</p><p>a) não surgiram licitantes interessados (licitação deserta)</p><p>ou não foram apresentadas propostas válidas (licitação</p><p>fracassada)</p><p>b) as propostas apresentadas consignaram preços</p><p>manifestamente superiores aos praticados no mercado</p><p>ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais</p><p>competentes;</p><p>IV - para contratação que tenha por objeto:</p><p>a) bens, componentes ou peças de origem nacional ou</p><p>estrangeira necessários à manutenção de equipamentos,</p><p>a serem adquiridos do fornecedor original desses</p><p>equipamentos durante o período de garantia técnica,</p><p>quando essa condição de exclusividade for indispensável</p><p>para a vigência da garantia;</p><p>b) bens, serviços, alienações ou obras, nos termos de</p><p>acordo internacional específico aprovado pelo Congresso</p><p>Nacional, quando as condições ofertadas forem</p><p>manifestamente vantajosas para a Administração;</p><p>c) produtos para pesquisa e desenvolvimento, limitada a</p><p>contratação, no caso de obras e serviços de engenharia, ao</p><p>valor de R$ 359.436,08 (trezentos e cinquenta e nove mil</p><p>quatrocentos e trinta e seis reais e oito centavos);</p><p>d) transferência de tecnologia ou licenciamento de direito</p><p>de uso ou de exploração de criação protegida, nas</p><p>contratações realizadas por instituição científica,</p><p>tecnológica e de inovação (ICT) pública ou por agência de</p><p>fomento, desde que demonstrada vantagem para a</p><p>Administração;</p><p>169</p><p>e) hortifrutigranjeiros, pães e outros gêneros perecíveis, no</p><p>período necessário para a realização dos processos</p><p>licitatórios correspondentes, hipótese em que a</p><p>contratação será realizada diretamente com base no preço</p><p>do dia;</p><p>f) bens ou serviços produzidos ou prestados no País que</p><p>envolvam, cumulativamente, alta complexidade</p><p>tecnológica e defesa nacional;</p><p>g) materiais de uso das Forças Armadas, com exceção de</p><p>materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver</p><p>necessidade de manter a padronização requerida pela</p><p>estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e</p><p>terrestres, mediante autorização por ato do comandante</p><p>da força militar;</p><p>h) bens e serviços para atendimento dos contingentes</p><p>militares das forças singulares brasileiras empregadas em</p><p>operações de paz no exterior, hipótese em que a</p><p>contratação deverá ser justificada quanto ao preço e à</p><p>escolha do fornecedor ou executante e ratificada pelo</p><p>comandante da força militar;</p><p>i) abastecimento ou suprimento de efetivos militares em</p><p>estada eventual de curta duração em portos, aeroportos</p><p>ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de</p><p>movimentação operacional ou de adestramento;</p><p>j) coleta, processamento e comercialização de resíduos</p><p>sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com</p><p>sistema de coleta seletiva de lixo, realizados por</p><p>associações ou cooperativas formadas exclusivamente de</p><p>pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder</p><p>público como catadores de materiais recicláveis, com o uso</p><p>de equipamentos compatíveis com as normas técnicas,</p><p>ambientais e de saúde pública;</p><p>170</p><p>k) aquisição ou restauração de obras de arte e objetos</p><p>históricos, de autenticidade certificada, desde que inerente</p><p>às finalidades do órgão ou com elas compatível;</p><p>l) serviços especializados ou aquisição ou locação de</p><p>equipamentos destinados ao rastreamento e à obtenção</p><p>de provas previstas nos incisos II e V do caput do art. 3º da</p><p>Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013, quando houver</p><p>necessidade justificada de manutenção de sigilo sobre a</p><p>investigação;</p><p>m) aquisição de medicamentos destinados</p><p>exclusivamente ao tratamento de doenças raras definidas</p><p>pelo Ministério da Saúde;</p><p>V - para contratação com vistas ao cumprimento do disposto nos</p><p>arts. 3º, 3º-A, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de</p><p>2004, observados os princípios gerais de contratação constantes</p><p>da referida Lei;</p><p>VI - para contratação que possa acarretar comprometimento da</p><p>segurança nacional, nos casos estabelecidos pelo Ministro de</p><p>Estado da Defesa, mediante demanda dos comandos das Forças</p><p>Armadas ou dos demais ministérios;</p><p>VII - nos casos de guerra, estado de defesa, estado de sítio,</p><p>intervenção federal ou de grave perturbação da ordem;</p><p>VIII - nos casos de emergência ou de calamidade pública,</p><p>quando caracterizada urgência de atendimento de situação que</p><p>possa ocasionar prejuízo ou comprometer a continuidade dos</p><p>serviços públicos ou a segurança de pessoas, obras, serviços,</p><p>equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e</p><p>somente para aquisição dos bens necessários ao atendimento</p><p>da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de</p><p>obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo</p><p>de 1 (um) ano, contado da data de ocorrência da emergência ou</p><p>da calamidade, vedadas a prorrogação dos respectivos contratos</p><p>171</p><p>e a recontratação de empresa já contratada com base no</p><p>disposto neste inciso; (na lei anterior, o prazo era de 180 dias, sem</p><p>prorrogação)</p><p>● STF, Plenário, ADI 6.890, Rel. Min. Cristiano Zanin,</p><p>2024: “1. É constitucional a vedação à recontratação</p><p>de empresa contratada diretamente por dispensa</p><p>de licitação nos casos de emergência ou calamidade</p><p>pública, prevista no inciso VIII do art. 75 da Lei nº</p><p>14.133/2021. 2. A vedação incide na recontratação</p><p>fundada na mesma situação emergencial ou</p><p>calamitosa que extrapole o prazo máximo legal de 1</p><p>(um) ano, e não impede que a empresa participe de</p><p>eventual licitação substitutiva à dispensa de licitação</p><p>e seja contratada diretamente por outro</p><p>fundamento previsto em lei, incluindo uma nova</p><p>emergência ou calamidade pública, sem prejuízo do</p><p>controle de abusos ou ilegalidades na aplicação da</p><p>norma.”129</p><p>○ De acordo com a Corte, a vedação inserida na</p><p>parte final do dispositivo atua como um</p><p>instrumento de controle da Administração</p><p>Pública e do próprio particular, de modo a</p><p>coibir situações em que sucessivas</p><p>contratações emergenciais acabem burlando</p><p>a regra da obrigatoriedade de licitação.</p><p>IX - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público</p><p>interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou</p><p>entidade que integrem a Administração Pública e que tenham</p><p>sido criados para esse fim específico, desde que o preço</p><p>contratado seja compatível com o praticado no mercado;</p><p>129 Julgado inserido em 23/09/2024.</p><p>172</p><p>X - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para</p><p>regular preços ou normalizar o abastecimento;</p><p>XI - para celebração de contrato de programa com ente</p><p>federativo ou com entidade de sua Administração Pública</p><p>indireta que envolva prestação de serviços públicos de forma</p><p>associada nos termos autorizados em contrato de consórcio</p><p>público ou em convênio de cooperação;</p><p>XII - para contratação em que houver transferência de tecnologia</p><p>de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS),</p><p>conforme elencados em ato da direção nacional do SUS,</p><p>inclusive por ocasião da aquisição desses produtos durante as</p><p>etapas de absorção tecnológica, e em valores compatíveis com</p><p>aqueles definidos no instrumento firmado para a transferência</p><p>de tecnologia;</p><p>XIII - para contratação de profissionais para compor a comissão</p><p>de avaliação de critérios de técnica, quando se tratar de</p><p>profissional técnico de notória especialização;</p><p>XIV - para contratação de associação de pessoas</p><p>com deficiência,</p><p>sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgão ou</p><p>entidade da Administração Pública, para a prestação de serviços,</p><p>desde que o preço contratado seja compatível com o praticado</p><p>no mercado e os serviços contratados sejam prestados</p><p>exclusivamente por pessoas com deficiência;</p><p>XV - para contratação de instituição brasileira que tenha por</p><p>finalidade estatutária apoiar, captar e executar atividades de</p><p>ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional,</p><p>científico e tecnológico e estímulo à inovação, inclusive para</p><p>gerir administrativa e financeiramente essas atividades, ou para</p><p>contratação de instituição dedicada à recuperação social da</p><p>pessoa presa, desde que o contratado tenha inquestionável</p><p>reputação ética e profissional e não tenha fins lucrativos;</p><p>173</p><p>XVI - para aquisição, por pessoa jurídica de direito público</p><p>interno, de insumos estratégicos para a saúde produzidos por</p><p>fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por</p><p>finalidade apoiar órgão da Administração Pública direta, sua</p><p>autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa,</p><p>extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico</p><p>e de estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e</p><p>financeira necessária à execução desses projetos, ou em</p><p>parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos</p><p>estratégicos para o SUS, nos termos do inciso XII do caput deste</p><p>artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data</p><p>anterior à entrada em vigor desta Lei, desde que o preço</p><p>contratado seja compatível com o praticado no mercado.</p><p>§ 1º Para fins de aferição dos valores que atendam aos limites</p><p>referidos nos incisos I e II do caput deste artigo, deverão ser</p><p>observados:</p><p>I - o somatório do que for despendido no exercício financeiro</p><p>pela respectiva unidade gestora;</p><p>II - o somatório da despesa realizada com objetos de mesma</p><p>natureza, entendidos como tais aqueles relativos a contratações</p><p>no mesmo ramo de atividade.</p><p>§ 2º Os valores referidos nos incisos I e II do caput deste artigo</p><p>serão duplicados para compras, obras e serviços contratados por</p><p>consórcio público ou por autarquia ou fundação qualificadas</p><p>como agências executivas na forma da lei.</p><p>§ 3º As contratações de que tratam os incisos I e II do caput</p><p>deste artigo serão preferencialmente precedidas de divulgação</p><p>de aviso em sítio eletrônico oficial, pelo prazo mínimo de 3 (três)</p><p>dias úteis, com a especificação do objeto pretendido e com a</p><p>174</p><p>manifestação de interesse da Administração em obter propostas</p><p>adicionais de eventuais interessados, devendo ser selecionada a</p><p>proposta mais vantajosa.</p><p>§ 4º As contratações de que tratam os incisos I e II do caput</p><p>deste artigo serão preferencialmente pagas por meio de cartão</p><p>de pagamento, cujo extrato deverá ser divulgado e mantido à</p><p>disposição do público no Portal Nacional de Contratações</p><p>Públicas (PNCP).</p><p>§ 5º A dispensa prevista na alínea “c” do inciso IV do caput deste</p><p>artigo, quando aplicada a obras e serviços de engenharia,</p><p>seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamentação</p><p>específica.</p><p>§ 6º Para os fins do inciso VIII do caput deste artigo, considera-se</p><p>emergencial a contratação por dispensa com objetivo de manter</p><p>a continuidade do serviço público, e deverão ser observados os</p><p>valores praticados pelo mercado na forma do art. 23 desta Lei e</p><p>adotadas as providências necessárias para a conclusão do</p><p>processo licitatório, sem prejuízo de apuração de</p><p>responsabilidade dos agentes públicos que deram causa à</p><p>situação emergencial.</p><p>§ 7º Não se aplica o disposto no § 1º deste artigo às contratações</p><p>de até R$ 9.584,97 (nove mil quinhentos e oitenta e quatro</p><p>reais e noventa e sete centavos) de serviços de manutenção</p><p>de veículos automotores de propriedade do órgão ou</p><p>entidade contratante, incluído o fornecimento de peças</p><p>● Dispensada: artigo 76, da Lei de Licitações rol taxativo</p><p>175</p><p>Art. 76. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à</p><p>existência de interesse público devidamente justificado, será</p><p>precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:</p><p>I - tratando-se de bens imóveis, inclusive os pertencentes às autarquias</p><p>e às fundações, exigirá autorização legislativa e dependerá de licitação</p><p>na modalidade leilão, dispensada a realização de licitação nos casos</p><p>de:</p><p>a) dação em pagamento;</p><p>b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da</p><p>Administração Pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o</p><p>disposto nas alíneas “f”, “g” e “h” deste inciso;</p><p>c) permuta por outros imóveis que atendam aos requisitos</p><p>relacionados às finalidades precípuas da Administração, desde que a</p><p>diferença apurada não ultrapasse a metade do valor do imóvel que</p><p>será ofertado pela União, segundo avaliação prévia, e ocorra a torna de</p><p>valores, sempre que for o caso;</p><p>d) investidura;</p><p>e) venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública de</p><p>qualquer esfera de governo;</p><p>f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real</p><p>de uso, locação e permissão de uso de bens imóveis residenciais</p><p>construídos, destinados ou efetivamente usados em programas de</p><p>habitação ou de regularização fundiária de interesse social</p><p>desenvolvidos por órgão ou entidade da Administração Pública;</p><p>g) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real</p><p>de uso, locação e permissão de uso de bens imóveis comerciais de</p><p>âmbito local, com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros</p><p>quadrados) e destinados a programas de regularização fundiária de</p><p>176</p><p>interesse social desenvolvidos por órgão ou entidade da Administração</p><p>Pública;</p><p>h) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de</p><p>terras públicas rurais da União e do Instituto Nacional de Colonização e</p><p>Reforma Agrária (Incra) onde incidam ocupações até o limite de que</p><p>trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins</p><p>de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais;</p><p>i) legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei nº 6.383, de 7 de</p><p>dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da</p><p>Administração Pública competentes;</p><p>j) legitimação fundiária e legitimação de posse de que trata a Lei nº</p><p>13.465, de 11 de julho de 2017;</p><p>II - tratando-se de bens móveis, dependerá de licitação na modalidade</p><p>leilão, dispensada a realização de licitação nos casos de:</p><p>a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social,</p><p>após avaliação de oportunidade e conveniência socioeconômica em</p><p>relação à escolha de outra forma de alienação;</p><p>b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da</p><p>Administração Pública;</p><p>c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a</p><p>legislação específica;</p><p>d) venda de títulos, observada a legislação pertinente;</p><p>e) venda de bens produzidos ou comercializados por entidades da</p><p>Administração Pública, em virtude de suas finalidades;</p><p>f) venda de materiais e equipamentos sem utilização previsível por</p><p>quem deles dispõe para outros órgãos ou entidades da Administração</p><p>Pública.</p><p>177</p><p>§ 1º A alienação de bens imóveis da Administração Pública cuja</p><p>aquisição tenha sido derivada de procedimentos judiciais ou de dação</p><p>em pagamento dispensará autorização legislativa e exigirá apenas</p><p>avaliação prévia e licitação na modalidade leilão.</p><p>§ 2º Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I</p><p>do caput deste artigo, cessadas as razões que justificaram sua doação,</p><p>serão revertidos ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada sua</p><p>alienação pelo beneficiário.</p><p>§ 3º A Administração poderá conceder título de propriedade ou de</p><p>direito real de uso de imóvel, admitida a dispensa de licitação, quando</p><p>o uso destinar-se a:</p><p>I - outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que</p><p>seja a localização do imóvel;</p><p>II - pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato</p><p>normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos</p><p>mínimos de cultura, de ocupação mansa e pacífica e</p><p>de exploração</p><p>direta sobre área rural, observado o limite de que trata o § 1º do art. 6º</p><p>da Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009.</p><p>§ 4º A aplicação do disposto no inciso II do § 3º deste artigo será</p><p>dispensada de autorização legislativa e submeter-se-á aos seguintes</p><p>condicionamentos:</p><p>I - aplicação exclusiva às áreas em que a detenção por particular seja</p><p>comprovadamente anterior a 1º de dezembro de 2004;</p><p>II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e</p><p>administrativo de destinação e de regularização fundiária de terras</p><p>públicas;</p><p>178</p><p>III - vedação de concessão para exploração não contemplada na lei</p><p>agrária, nas leis de destinação de terras públicas ou nas normas legais</p><p>ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico;</p><p>IV - previsão de extinção automática da concessão, dispensada</p><p>notificação, em caso de declaração de utilidade pública, de</p><p>necessidade pública ou de interesse social;</p><p>V - aplicação exclusiva a imóvel situado em zona rural e não sujeito a</p><p>vedação, impedimento ou inconveniente à exploração mediante</p><p>atividade agropecuária;</p><p>VI - limitação a áreas de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952, de 25</p><p>de junho de 2009, vedada a dispensa de licitação para áreas</p><p>superiores;</p><p>VII - acúmulo com o quantitativo de área decorrente do caso previsto</p><p>na alínea “i” do inciso I do caput deste artigo até o limite previsto no</p><p>inciso VI deste parágrafo.</p><p>§ 5º Entende-se por investidura, para os fins desta Lei, a:</p><p>I - alienação, ao proprietário de imóvel lindeiro, de área remanescente</p><p>ou resultante de obra pública que se tornar inaproveitável</p><p>isoladamente, por preço que não seja inferior ao da avaliação nem</p><p>superior a 50% (cinquenta por cento) do valor máximo permitido para</p><p>dispensa de licitação de bens e serviços previsto nesta Lei;</p><p>II - alienação, ao legítimo possuidor direto ou, na falta dele, ao poder</p><p>público, de imóvel para fins residenciais construído em núcleo urbano</p><p>anexo a usina hidrelétrica, desde que considerado dispensável na fase</p><p>de operação da usina e que não integre a categoria de bens reversíveis</p><p>ao final da concessão.</p><p>§ 6º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento</p><p>constarão, obrigatoriamente, os encargos, o prazo de seu</p><p>179</p><p>cumprimento e a cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato,</p><p>dispensada a licitação em caso de interesse público devidamente</p><p>justificado.</p><p>§ 7º Na hipótese do § 6º deste artigo, caso o donatário necessite</p><p>oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de</p><p>reversão e as demais obrigações serão garantidas por hipoteca em</p><p>segundo grau em favor do doador.</p><p>Remanescente de obra não é mais caso de dispensa, de modo que</p><p>há uma convocação dos remanescentes da classificação (artigo 90)130</p><p>z. Alienações de bens</p><p>● os bens devem estar desafetados (bens dominicais). Ainda, há</p><p>outros requisitos (I) interesse público devidamente justificado</p><p>(II) avaliação prévia (III) licitação na modalidade leilão, ressalvado</p><p>os casos de dispensa da licitação (IV) no caso de bens imóveis,</p><p>há em regra autorização legislativa.</p><p>130 Art. 90. A Administração convocará regularmente o licitante vencedor para assinar o termo de contrato ou</p><p>para aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e nas condições estabelecidas no edital de</p><p>licitação, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei.</p><p>§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma) vez, por igual período, mediante solicitação da parte</p><p>durante seu transcurso, devidamente justificada, e desde que o motivo apresentado seja aceito pela</p><p>Administração.</p><p>§ 2º Será facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou</p><p>não retirar o instrumento equivalente no prazo e nas condições estabelecidas, convocar os licitantes</p><p>remanescentes, na ordem de classificação, para a celebração do contrato nas condições propostas pelo</p><p>licitante vencedor.</p><p>§ 3º Decorrido o prazo de validade da proposta indicado no edital sem convocação para a contratação, ficarão</p><p>os licitantes liberados dos compromissos assumidos.</p><p>§ 4º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação nos termos do § 2º deste artigo, a</p><p>Administração, observados o valor estimado e sua eventual atualização nos termos do edital, poderá:</p><p>I - convocar os licitantes remanescentes para negociação, na ordem de classificação, com vistas à obtenção de</p><p>preço melhor, mesmo que acima do preço do adjudicatário;</p><p>II - adjudicar e celebrar o contrato nas condições ofertadas pelos licitantes remanescentes, atendida a ordem</p><p>classificatória, quando frustrada a negociação de melhor condição.</p><p>§ 5º A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato ou em aceitar ou retirar o instrumento</p><p>equivalente no prazo estabelecido pela Administração caracterizará o descumprimento total da obrigação</p><p>assumida e o sujeitará às penalidades legalmente estabelecidas e à imediata perda da garantia de proposta</p><p>em favor do órgão ou entidade licitante.</p><p>§ 6º A regra do § 5º não se aplicará aos licitantes remanescentes convocados na forma do inciso I do § 4º deste</p><p>artigo.</p><p>§7º Será facultada à Administração a convocação dos demais licitantes classificados para a contratação de</p><p>remanescente de obra, de serviço ou de fornecimento em consequência de rescisão contratual, observados os</p><p>mesmos critérios estabelecidos nos §§ 2º e 4º deste artigo.</p><p>180</p><p>● Imóveis adquiridos em procedimentos judiciais ou dação em</p><p>pagamento: não há necessidade de autorização judicial para</p><p>alienação.</p><p>aa. Procedimentos auxiliares</p><p>● Credenciamento e sistema de registro de preços</p><p>● Pré-qualificação técnica: artigo 80, da Lei de Licitações</p><p>Art. 80. A pré-qualificação é o procedimento</p><p>técnico-administrativo para selecionar previamente:</p><p>I - licitantes que reúnam condições de habilitação para</p><p>participar de futura licitação ou de licitação vinculada a</p><p>programas de obras ou de serviços objetivamente definidos;</p><p>II - bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade</p><p>estabelecidas pela Administração.</p><p>§ 1º Na pré-qualificação observar-se-á o seguinte:</p><p>I - quando aberta a licitantes, poderão ser dispensados os</p><p>documentos que já constarem do registro cadastral;</p><p>II - quando aberta a bens, poderá ser exigida a comprovação de</p><p>qualidade.</p><p>§ 2º O procedimento de pré-qualificação ficará</p><p>permanentemente aberto para a inscrição de interessados.</p><p>§ 3º Quanto ao procedimento de pré-qualificação, constarão do</p><p>edital:</p><p>I - as informações mínimas necessárias para definição do objeto;</p><p>II - a modalidade, a forma da futura licitação e os critérios de</p><p>julgamento.</p><p>§ 4º A apresentação de documentos far-se-á perante órgão ou</p><p>comissão indicada pela Administração, que deverá examiná-los</p><p>no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis e determinar correção ou</p><p>reapresentação de documentos, quando for o caso, com vistas à</p><p>ampliação da competição.</p><p>181</p><p>§ 5º Os bens e os serviços pré-qualificados deverão integrar o</p><p>catálogo de bens e serviços da Administração.</p><p>§ 6º A pré-qualificação poderá ser realizada em grupos ou</p><p>segmentos, segundo as especialidades dos fornecedores.</p><p>§ 7º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, com alguns ou</p><p>todos os requisitos técnicos ou de habilitação necessários à</p><p>contratação, assegurada, em qualquer hipótese, a igualdade de</p><p>condições entre os concorrentes.</p><p>§ 8º Quanto ao prazo, a pré-qualificação terá validade:</p><p>I - de 1 (um) ano, no máximo, e poderá ser atualizada a qualquer</p><p>tempo;</p><p>II - não superior ao prazo de validade dos documentos</p><p>apresentados pelos interessados.</p><p>§ 9º Os licitantes e os bens pré-qualificados serão</p><p>obrigatoriamente divulgados e mantidos à disposição do</p><p>público.</p><p>§ 10. A licitação que se seguir ao procedimento da</p><p>pré-qualificação poderá ser restrita a licitantes ou bens</p><p>pré-qualificados.</p><p>● Procedimento de manifestação de interesses: artigo 81, da Lei de</p><p>Licitações</p><p>Art. 81. A Administração poderá solicitar à iniciativa privada,</p><p>mediante procedimento aberto de manifestação de interesse a</p><p>ser</p><p>iniciado com a publicação de edital de chamamento público,</p><p>a propositura e a realização de estudos, investigações,</p><p>levantamentos e projetos de soluções inovadoras que</p><p>contribuam com questões de relevância pública, na forma de</p><p>regulamento.</p><p>§ 1º Os estudos, as investigações, os levantamentos e os projetos</p><p>vinculados à contratação e de utilidade para a licitação,</p><p>realizados pela Administração ou com a sua autorização, estarão</p><p>à disposição dos interessados, e o vencedor da licitação deverá</p><p>182</p><p>ressarcir os dispêndios correspondentes, conforme especificado</p><p>no edital.</p><p>§ 2º A realização, pela iniciativa privada, de estudos,</p><p>investigações, levantamentos e projetos em decorrência do</p><p>procedimento de manifestação de interesse previsto no caput</p><p>deste artigo:</p><p>I - não atribuirá ao realizador direito de preferência no processo</p><p>licitatório;</p><p>II - não obrigará o poder público a realizar licitação;</p><p>III - não implicará, por si só, direito a ressarcimento de valores</p><p>envolvidos em sua elaboração;</p><p>IV - será remunerada somente pelo vencedor da licitação,</p><p>vedada, em qualquer hipótese, a cobrança de valores do poder</p><p>público.</p><p>§ 3º Para aceitação dos produtos e serviços de que trata o caput</p><p>deste artigo, a Administração deverá elaborar parecer</p><p>fundamentado com a demonstração de que o produto ou</p><p>serviço entregue é adequado e suficiente à compreensão do</p><p>objeto, de que as premissas adotadas são compatíveis com as</p><p>reais necessidades do órgão e de que a metodologia proposta é</p><p>a que propicia maior economia e vantagem entre as demais</p><p>possíveis.</p><p>§ 4º O procedimento previsto no caput deste artigo poderá ser</p><p>restrito a startups, assim considerados os microempreendedores</p><p>individuais, as microempresas e as empresas de pequeno porte,</p><p>de natureza emergente e com grande potencial, que se</p><p>dediquem à pesquisa, ao desenvolvimento e à implementação</p><p>de novos produtos ou serviços baseados em soluções</p><p>tecnológicas inovadoras que possam causar alto impacto,</p><p>exigida, na seleção definitiva da inovação, validação prévia</p><p>183</p><p>fundamentada em métricas objetivas, de modo a demonstrar o</p><p>atendimento das necessidades da Administração.</p><p>● Registro cadastral: artigo 87 e 88, da Lei de Licitações.</p><p>Art. 87. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração</p><p>Pública deverão utilizar o sistema de registro cadastral unificado</p><p>disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), para</p><p>efeito de cadastro unificado de licitantes, na forma disposta em</p><p>regulamento.</p><p>§ 1º O sistema de registro cadastral unificado será público e deverá ser</p><p>amplamente divulgado e estar permanentemente aberto aos</p><p>interessados, e será obrigatória a realização de chamamento público</p><p>pela internet, no mínimo anualmente, para atualização dos registros</p><p>existentes e para ingresso de novos interessados.</p><p>§ 2º É proibida a exigência, pelo órgão ou entidade licitante, de registro</p><p>cadastral complementar para acesso a edital e anexos.</p><p>§ 3º A Administração poderá realizar licitação restrita a fornecedores</p><p>cadastrados, atendidos os critérios, as condições e os limites</p><p>estabelecidos em regulamento, bem como a ampla publicidade dos</p><p>procedimentos para o cadastramento.</p><p>§ 4º Na hipótese a que se refere o § 3º deste artigo, será admitido</p><p>fornecedor que realize seu cadastro dentro do prazo previsto no edital</p><p>para apresentação de propostas.</p><p>Art. 88. Ao requerer, a qualquer tempo, inscrição no cadastro ou a sua</p><p>atualização, o interessado fornecerá os elementos necessários exigidos</p><p>para habilitação previstos nesta Lei.</p><p>§ 1º O inscrito, considerada sua área de atuação, será classificado por</p><p>categorias, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e</p><p>econômico-financeira avaliada, de acordo com regras objetivas</p><p>divulgadas em sítio eletrônico oficial.</p><p>§ 2º Ao inscrito será fornecido certificado, renovável sempre que</p><p>atualizar o registro.</p><p>184</p><p>§ 3º A atuação do contratado no cumprimento de obrigações</p><p>assumidas será avaliada pelo contratante, que emitirá documento</p><p>comprobatório da avaliação realizada, com menção ao seu</p><p>desempenho na execução contratual, baseado em indicadores</p><p>objetivamente definidos e aferidos, e a eventuais penalidades</p><p>aplicadas, o que constará do registro cadastral em que a inscrição for</p><p>realizada.</p><p>§ 4º A anotação do cumprimento de obrigações pelo contratado, de</p><p>que trata o § 3º deste artigo, será condicionada à implantação e à</p><p>regulamentação do cadastro de atesto de cumprimento de</p><p>obrigações, apto à realização do registro de forma objetiva, em</p><p>atendimento aos princípios da impessoalidade, da igualdade, da</p><p>isonomia, da publicidade e da transparência, de modo a possibilitar a</p><p>implementação de medidas de incentivo aos licitantes que possuírem</p><p>ótimo desempenho anotado em seu registro cadastral.</p><p>§ 5º A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o</p><p>registro de inscrito que deixar de satisfazer exigências determinadas</p><p>por esta Lei ou por regulamento.</p><p>§ 6º O interessado que requerer o cadastro na forma do caput deste</p><p>artigo poderá participar de processo licitatório até a decisão da</p><p>Administração, e a celebração do contrato ficará condicionada à</p><p>emissão do certificado referido no § 2º deste artigo.</p><p>Observação: Em 29/12/2023, o Presidente proferiu o Decreto 11.871 que</p><p>alterou alguns valores previstos na Lei de Licitações. O decreto está</p><p>disponível no seguinte link: Decreto 11.871</p><p>185</p><p>18. Contrato administrativo</p><p>a. Conceito</p><p>● acordo bilateral de vontades, estabelecendo direitos e obrigações</p><p>recíprocos, regido, predominantemente, pelo Direito Público,</p><p>marcado pela verticalidade da relação (a Administração está em</p><p>situação de predominância em razão das cláusulas exorbitantes</p><p>que decorrem da própria lei).</p><p>● ≠ Contrato da Administração Pública: engloba os contratos privados</p><p>e contratos administrativos.</p><p>b. Sujeitos</p><p>● Administração Pública e particular.</p><p>c. Pode haver contrato administrativo entre entes</p><p>diversos?</p><p>i. Não, porque não há conflito de interesses, nesse caso.</p><p>d. Empresas estatais celebram contrato</p><p>administrativo?</p><p>i. 1ª corrente: não celebram, porque as empresas estatais são</p><p>pessoas jurídicas de direito privado.</p><p>ii. 2ª corrente: há necessidade da seguinte divisão:</p><p>1. Empresas estatais prestadoras de serviço público: podem</p><p>celebrar contrato administrativo.</p><p>2. Empresas estatais exploradoras de atividade econômica:</p><p>não podem celebrar contrato administrativo.</p><p>● Fontes normativas: Lei 8666; Lei 14.133 e 13.303.</p><p>● Regime de transição de contratos</p><p>186</p><p>artigo 191, parágrafo único, da Lei 14.133131: há ultratividade</p><p>da Lei 8.666 em relação aos contratos por ela regidos ou</p><p>nos contratos celebrados após uma licitação regida pela</p><p>Lei 8.666.</p><p>e. Formalismomoderado</p><p>i. Formalismo moderado: os contratos, em regra, serão escritos e</p><p>em linguagem nacional. Há uma exceção, permitindo contratos</p><p>verbais:</p><p>1. artigo 95, §2º, da Lei 14.133: pequenas compras ou serviços</p><p>de pronto pagamento cujo valor não seja superior a 10 mil</p><p>reais.</p><p>2. artigo 60, parágrafo único, da Lei 8.666: pequenas compras</p><p>de pronto pagamento132 cujo valor não seja superior a</p><p>8.800 mil reais.</p><p>ii. Devem ser publicados no Portal Nacional de Contratações</p><p>Públicas (PNCP0 para produzir efeitos</p><p>1. Artigo 94, da Lei 14.133133</p><p>133 Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) é condição indispensável para a</p><p>eficácia do contrato e de seus aditamentos e deverá ocorrer nos seguintes prazos, contados da data de sua</p><p>assinatura:</p><p>I - 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;</p><p>II - 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta.</p><p>§ 1º Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia a partir de sua assinatura e deverão ser</p><p>publicados nos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste artigo, sob pena de nulidade.</p><p>§ 2º A divulgação de que trata o caput deste artigo, quando referente à contratação de profissional do setor</p><p>artístico por inexigibilidade, deverá identificar os custos do cachê do artista, dos músicos ou da banda, quando</p><p>houver,</p><p>do transporte, da hospedagem, da infraestrutura, da logística do evento e das demais despesas</p><p>específicas.</p><p>§ 3º No caso de obras, a Administração divulgará em sítio eletrônico oficial, em até 25 (vinte e cinco) dias úteis</p><p>após a assinatura do contrato, os quantitativos e os preços unitários e totais que contratar e, em até 45</p><p>(quarenta e cinco) dias úteis após a conclusão do contrato, os quantitativos executados e os preços praticados.</p><p>132 Em regime de adiantamento.</p><p>131 Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso II do caput do art. 193, a Administração poderá optar</p><p>por licitar ou contratar diretamente de acordo com esta Lei ou de acordo com as leis citadas no referido inciso,</p><p>e a opção escolhida deverá ser indicada expressamente no edital ou no aviso ou instrumento de contratação</p><p>direta, vedada a aplicação combinada desta Lei com as citadas no referido inciso.</p><p>Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, se a Administração optar por licitar de acordo com as leis</p><p>citadas no inciso II do caput do art. 193 desta Lei, o contrato respectivo será regido pelas regras nelas previstas</p><p>durante toda a sua vigência.</p><p>187</p><p>2. Contratos celebrados em regime de urgência surtem</p><p>efeitos imediatamente (a partir de assinatura), porém deve</p><p>ser publicado no PNCP sob pena de nulidade.</p><p>iii. São públicos, exceto quando for imprescindível para segurança</p><p>do Estado e da sociedade.</p><p>iv. Artigo 89, §1º, da Lei 14.133134</p><p>v. Instrumento do contrato é obrigatório. Exceto:</p><p>1. Dispensa de licitação em razão do valor;</p><p>2. Compras com entrega imediata que não resultem em</p><p>obrigações futuras.</p><p>● Será substituído por outro instrumento hábil.</p><p>f. Caráter bilateral e consensual do contrato</p><p>● Surte efeitos e criam direitos e obrigações para ambas as partes.</p><p>g. Comutatividade e onerosidade do contrato</p><p>i. Onerosidade: a prestação exige uma contraprestação.</p><p>ii. Comutatividade: as obrigações e direitos estão estabelecidos no</p><p>contrato.</p><p>h. Pessoalidade do contrato (intuitu personae):</p><p>i. Precisa ser executado por quem celebrou o contrato com a</p><p>Administração Pública.</p><p>134 Art. 89. Os contratos de que trata esta Lei regular-se-ão pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito</p><p>público, e a eles serão aplicados, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de</p><p>direito privado.</p><p>§ 1º Todo contrato deverá mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que</p><p>autorizou sua lavratura, o número do processo da licitação ou da contratação direta e a sujeição dos</p><p>contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.</p><p>188</p><p>ii. Subcontratação parcial (artigo 122, Lei 14.133135): é possível nos</p><p>termos estabelecidos pela Administração Pública.</p><p>iii. Artigo 74, §4º, Lei 14.133136</p><p>O contrato administrativo é um contrato de adesão</p><p>i. A Administração estabelece cláusulas obrigatórias do contrato,</p><p>de modo que o particular não pode negociar.</p><p>ii. Minuta do contrato: fixada como anexo do edital, de modo que o</p><p>contratado não pode negociar seus termos.</p><p>● É um contrato de adesão?</p><p>○ O contrato não está plenamente completo,</p><p>porque precisa ser integrado com as</p><p>propostas de preço, de modo que o particular</p><p>136 Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial nos casos de:</p><p>III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual</p><p>com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de</p><p>publicidade e divulgação:</p><p>a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos executivos;</p><p>b) pareceres, perícias e avaliações em geral;</p><p>c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;</p><p>d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;</p><p>e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;</p><p>f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;</p><p>g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;</p><p>h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e</p><p>monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que</p><p>se enquadrem no disposto neste inciso;</p><p>§ 4º Nas contratações com fundamento no inciso III do caput deste artigo, é vedada a subcontratação de</p><p>empresas ou a atuação de profissionais distintos daqueles que tenham justificado a inexigibilidade.</p><p>135 Art. 122. Na execução do contrato e sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, o contratado</p><p>poderá subcontratar partes da obra, do serviço ou do fornecimento até o limite autorizado, em cada caso, pela</p><p>Administração.</p><p>§ 1º O contratado apresentará à Administração documentação que comprove a capacidade técnica do</p><p>subcontratado, que será avaliada e juntada aos autos do processo correspondente.</p><p>§ 2º Regulamento ou edital de licitação poderão vedar, restringir ou estabelecer condições para a</p><p>subcontratação.</p><p>§ 3º Será vedada a subcontratação de pessoa física ou jurídica, se aquela ou os dirigentes desta mantiverem</p><p>vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista ou civil com dirigente do órgão ou</p><p>entidade contratante ou com agente público que desempenhe função na licitação ou atue na fiscalização ou</p><p>na gestão do contrato, ou se deles forem cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral, ou por</p><p>afinidade, até o terceiro grau, devendo essa proibição constar expressamente do edital de licitação.</p><p>189</p><p>está contribuindo para a elaboração do</p><p>contrato.</p><p>iii. É um contrato de adesão?</p><p>● Muitas bancas entendem que sim.</p><p>i. Desequilíbrio do contrato Administrativo</p><p>i. Há o desequilíbrio entre a Administração Pública e o particular</p><p>ii. Instabilidade e mutabilidade: o contrato pode ser alterado de</p><p>forma unilateral pela Administração Pública nos termos</p><p>estabelecidos em lei.</p><p>j. Formalização dos contratos</p><p>iii. Formalismo moderado</p><p>1. Exige licitação;</p><p>2. Escrito</p><p>3. Exige algumas informações formais</p><p>4. Minuta do contrato é anexo do edital</p><p>190</p><p>5. Artigo 92, da Lei 14.133137: cláusulas obrigatórias.</p><p>6. Cláusulas de reajuste e repactuação: obrigatória a</p><p>presença</p><p>7. Obrigatoriedade do instrumento contratual</p><p>8. Publicação no PNCP</p><p>k. Procedimento (artigo 90, Lei 14.133)</p><p>i. Exigência de garantia da prestação do objeto do contrato: a</p><p>Administração pode ou não exigir. Se a Administração exigir,</p><p>quem define a modalidade é o contratado.</p><p>137 Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas que estabeleçam:</p><p>I - o objeto e seus elementos característicos;</p><p>II - a vinculação ao edital de licitação e à proposta do licitante vencedor ou ao ato que tiver autorizado a</p><p>contratação direta e à respectiva proposta;</p><p>III - a legislação aplicável à execução do contrato, inclusive quanto aos casos omissos;</p><p>IV - o regime de execução ou a forma de fornecimento;</p><p>V - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e a periodicidade do reajustamento de</p><p>preços e os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo</p><p>pagamento;</p><p>VI - os critérios e a periodicidade da medição, quando for o caso, e o prazo para liquidação e para pagamento;</p><p>VII - os prazos de início das etapas de execução, conclusão, entrega, observação e recebimento definitivo,</p><p>quando for o caso;</p><p>VIII - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da</p><p>categoria econômica;</p><p>IX - a matriz de risco, quando for o caso;</p><p>X - o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços, quando for o caso;</p><p>XI - o prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro, quando for o</p><p>caso;</p><p>XII - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas, inclusive as que forem</p><p>oferecidas pelo contratado no caso de antecipação de valores a título de pagamento;</p><p>XIII - o prazo de garantia mínima do objeto, observados os prazos mínimos estabelecidos nesta Lei e nas</p><p>normas técnicas aplicáveis, e as condições</p><p>de manutenção e assistência técnica, quando for o caso;</p><p>XIV - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas e suas bases</p><p>de cálculo;</p><p>XV - as condições de importação e a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;</p><p>XVI - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as</p><p>obrigações por ele assumidas, todas as condições exigidas para a habilitação na licitação, ou para a</p><p>qualificação, na contratação direta;</p><p>XVII - a obrigação de o contratado cumprir as exigências de reserva de cargos prevista em lei, bem como em</p><p>outras normas específicas, para pessoa com deficiência, para reabilitado da Previdência Social e para aprendiz;</p><p>XVIII - o modelo de gestão do contrato, observados os requisitos definidos em regulamento;</p><p>XIX - os casos de extinção.</p><p>191</p><p>ii. Caução em dinheiro ou títulos da dívida pública</p><p>iii. Seguro-garantia</p><p>1. Seguro garantia com cláusula de retomada (performance</p><p>bond): somente pode ser exigido nos contratos de obras</p><p>ou serviços de engenharia. Esse seguro estabelece que no</p><p>contrato de inadimplemento pelo contratado, a</p><p>seguradora irá assumir a responsabilidade pela execução</p><p>do remanescente da obra ou serviço de engenharia. A</p><p>seguradora pode assumir diretamente ou pode contratar</p><p>terceiros para executar contratos.</p><p>● A seguradora está obrigada a assumir a</p><p>execução? Ainda há discussão sobre isso.</p><p>● Artigo 101, da Lei 14.133138</p><p>iv. Fiança bancária</p><p>v. Título de capitalização custeado por pagamento único, com</p><p>resgate pelo valor total. 139 140</p><p>l. Alocação de riscos</p><p>i. define o responsável no contrato por cada risco, alocando a</p><p>responsabilidade para a parte que tem melhor condições de</p><p>gerenciar. A matriz de risco é levada em consideração para o</p><p>equilíbrio financeiro do contrato.</p><p>m. Artigo 25, da Lei 14.133</p><p>Art. 25. O edital deverá conter o objeto da licitação e as regras</p><p>relativas à convocação, ao julgamento, à habilitação, aos recursos e às</p><p>penalidades da licitação, à fiscalização e à gestão do contrato, à</p><p>entrega do objeto e às condições de pagamento.</p><p>140 Incluído em 27/12/2023</p><p>139 Essa nova forma de garantia foi incluída pela Lei 14.770/23, promulgada em 22/12/2023.</p><p>138 Art. 101. Nos casos de contratos que impliquem a entrega de bens pela Administração, dos quais o</p><p>contratado ficará depositário, o valor desses bens deverá ser acrescido ao valor da garantia.</p><p>192</p><p>§ 1º Sempre que o objeto permitir, a Administração adotará minutas</p><p>padronizadas de edital e de contrato com cláusulas uniformes.</p><p>§ 2º Desde que, conforme demonstrado em estudo técnico</p><p>preliminar, não sejam causados prejuízos à competitividade do</p><p>processo licitatório e à eficiência do respectivo contrato, o edital</p><p>poderá prever a utilização de mão de obra, materiais, tecnologias e</p><p>matérias-primas existentes no local da execução, conservação e</p><p>operação do bem, serviço ou obra.</p><p>§ 3º Todos os elementos do edital, incluídos minuta de contrato,</p><p>termos de referência, anteprojeto, projetos e outros anexos, deverão</p><p>ser divulgados em sítio eletrônico oficial na mesma data de</p><p>divulgação do edital, sem necessidade de registro ou de identificação</p><p>para acesso.</p><p>§ 4º Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos de grande</p><p>vulto, o edital deverá prever a obrigatoriedade de implantação de</p><p>programa de integridade pelo licitante vencedor, no prazo de 6 (seis)</p><p>meses, contado da celebração do contrato, conforme regulamento</p><p>que disporá sobre as medidas a serem adotadas, a forma de</p><p>comprovação e as penalidades pelo seu descumprimento.</p><p>§ 5º O edital poderá prever a responsabilidade do contratado pela:</p><p>I - obtenção do licenciamento ambiental;</p><p>II - realização da desapropriação autorizada pelo poder público.</p><p>§ 6º Os licenciamentos ambientais de obras e serviços de engenharia</p><p>licitados e contratados nos termos desta Lei terão prioridade de</p><p>tramitação nos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional</p><p>do Meio Ambiente (Sisnama) e deverão ser orientados pelos</p><p>princípios da celeridade, da cooperação, da economicidade e da</p><p>eficiência.</p><p>§ 7º Independentemente do prazo de duração do contrato, será</p><p>obrigatória a previsão no edital de índice de reajustamento de preço,</p><p>com data-base vinculada à data do orçamento estimado e com a</p><p>possibilidade de ser estabelecido mais de um índice específico ou</p><p>193</p><p>setorial, em conformidade com a realidade de mercado dos</p><p>respectivos insumos.</p><p>§ 8º Nas licitações de serviços contínuos, observado o interregno</p><p>mínimo de 1 (um) ano, o critério de reajustamento será por:</p><p>I - reajustamento em sentido estrito, quando não houver regime de</p><p>dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de</p><p>obra, mediante previsão de índices específicos ou setoriais;</p><p>II - repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva de</p><p>mão de obra ou predominância de mão de obra, mediante</p><p>demonstração analítica da variação dos custos.</p><p>§ 9º O edital poderá, na forma disposta em regulamento, exigir que</p><p>percentual mínimo da mão de obra responsável pela execução do</p><p>objeto da contratação seja constituído por:</p><p>I - mulheres vítimas de violência doméstica;</p><p>II - oriundos ou egressos do sistema prisional.</p><p>n. Duração dos contratos</p><p>ii. Por escopo (artigo 111, da Lei 14.133)141: o prazo não é relevante</p><p>para execução contratual.</p><p>iii. Por prazo certo (regra): o prazo de duração do contrato é</p><p>relevante para o cumprimento, de modo que, finalizado o prazo,</p><p>o contrato será extinto.</p><p>1. Por prazo certo (Regra geral): prazo de 1 ano (artigo 105, da</p><p>Lei 14.133)</p><p>2. Outros prazos:</p><p>141 Art. 111. Na contratação que previr a conclusão de escopo predefinido, o prazo de vigência será</p><p>automaticamente prorrogado quando seu objeto não for concluído no período firmado no contrato.</p><p>Parágrafo único. Quando a não conclusão decorrer de culpa do contratado:</p><p>I - o contratado será constituído em mora, aplicáveis a ele as respectivas sanções administrativas;</p><p>II - a Administração poderá optar pela extinção do contrato e, nesse caso, adotará as medidas admitidas em lei</p><p>para a continuidade da execução contratual.</p><p>194</p><p>1. Serviços e fornecimentos contínuos (art 106, da Lei</p><p>14.133): 5 anos</p><p>2. Aluguel de equipamentos e utilização de programas</p><p>de informática (art 106, §2º, da Lei 14.133): 5 anos</p><p>3. Operação continuada de sistemas estruturantes de</p><p>Tecnologia da Informação (art 114): 15 anos</p><p>4. Contrato de fornecimento de prestação de serviço</p><p>associado (artigo 113): até 5 anos.</p><p>5. Contratos previstos no caso da dispensa: até 10 anos</p><p>6. Contratos que geram receita ou economia (art 110, I</p><p>e II)</p><p>a. Com investimento: 35 anos</p><p>b. Sem investimento: 10 anos.</p><p>iv. Por prazo indeterminado (exceção): quando a Administração</p><p>Pública é usuária de um serviço público em regime não</p><p>concorrencial.</p><p>o. Cláusulas exorbitantes:</p><p>● Conceito: são garantias previstas por lei (ex lege) à Administração</p><p>Pública, de modo que ela passa a ter mais poderes que o particular.</p><p>195</p><p>p. Artigo 104, da Lei 14.133142</p><p>i. Alteração unilateral do contrato (artigo 124; artigo 125; artigo 126;</p><p>artigo 129): no mesmo termo aditivo deve restabelecer o</p><p>equilíbrio econômico-financeiro</p><p>1. Alteração qualitativa: alteração de cláusulas</p><p>regulamentares para melhor adequação técnica</p><p>2. Alteração quantitativa: altera a quantidade do objeto</p><p>● Limites:</p><p>○ Acréscimos e supressões de até 25% do</p><p>valor inicial nos contratos de OBRAS,</p><p>SERVIÇOS OU COMPRAS.</p><p>○ Acréscimos de até 50% nas REFORMAS</p><p>DE EDIFÍCIO OU EQUIPAMENTOS.</p><p>ii. Extinção unilateral do contrato: o particular não pode rescindir</p><p>unilateralmente. A administração pode rescindir inclusive sem</p><p>culpa do contratado</p><p>iii. Fiscalização da execução: a Administração, nos termos do art 7,</p><p>deve instituir agentes públicos (um ou mais)143 para fiscalizar o</p><p>contrato.</p><p>143 Poder ter o auxílio da equipe de apoio.</p><p>142 Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles,</p><p>as prerrogativas de:</p><p>I - modificá-los, unilateralmente,</p><p>para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os</p><p>direitos do contratado;</p><p>II - extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados nesta Lei;</p><p>III - fiscalizar sua execução;</p><p>IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;</p><p>V - ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços vinculados ao objeto do</p><p>contrato nas hipóteses de:</p><p>a) risco à prestação de serviços essenciais;</p><p>b) necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, inclusive após</p><p>extinção do contrato.</p><p>§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos não poderão ser alteradas sem prévia</p><p>concordância do contratado.</p><p>§ 2º Na hipótese prevista no inciso I do caput deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato</p><p>deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.</p><p>196</p><p>iv. Aplicação direta de sanções</p><p>v. Ocupar provisoriamente bens</p><p>q. Exigência de garantia</p><p>r. Exigência de compensação</p><p>● Restrição ao descumprimento do contrato não cumprido:</p><p>O contratado diante do inadimplemento da</p><p>Administração Pública, pelo prazo de dois meses, deve</p><p>manter a execução do contrato. Após esse prazo, pode</p><p>solicitar a suspensão do contrato ou rescisão contratual.</p><p>Somente pode pedir a rescisão contratual, se a suspensão</p><p>da Administração Pública superar 3 meses.</p><p>o Não pode pedir a rescisão se tiver uma situação de</p><p>urgência ou culpa do contratado.</p><p>s. Deveres das partes</p><p>i. A Administração não pode retardar a execução do contrato. Se</p><p>houver, o contrato é prorrogado automaticamente pelo mesmo</p><p>prazo que foi suspenso (artigo 115, §1º)</p><p>t. Responsabilidades</p><p>i. Regra: todos os encargos cabem ao particular contratado e não</p><p>se transferem para a Administração Pública na hipótese de</p><p>inadimplemento.</p><p>Há exceções (apenas nos contratos de terceirização com</p><p>regime de dedicação exclusiva de mão de obra)</p><p>a. Encargos previdenciários: a Administração Pública</p><p>será responsável de forma solidária.</p><p>b. Encargos trabalhistas: a Administração Pública será</p><p>responsável de forma subsidiária. A transferência</p><p>não é automática, de modo que depende da</p><p>comprovação da culpa do Poder Público na</p><p>197</p><p>fiscalização do contrato, especialmente em relação</p><p>às obrigações trabalhistas.</p><p>● Formas de evitar o inadimplemento de</p><p>encargos trabalhistas (art 121, §3º)144</p><p>● No caso de obra, incide a OJ 191 da SDI-1 do</p><p>TST145</p><p>145 Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de construção civil entre o</p><p>dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas</p><p>contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora.</p><p>144 Art. 121. Somente o contratado será responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e</p><p>comerciais resultantes da execução do contrato.</p><p>§ 3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, para</p><p>assegurar o cumprimento de obrigações trabalhistas pelo contratado, a Administração, mediante disposição</p><p>em edital ou em contrato, poderá, entre outras medidas:</p><p>I - exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com cobertura para verbas rescisórias</p><p>inadimplidas;</p><p>II - condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações trabalhistas vencidas relativas ao</p><p>contrato;</p><p>III - efetuar o depósito de valores em conta vinculada;</p><p>IV - em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o pagamento das verbas trabalhistas, que serão</p><p>deduzidas do pagamento devido ao contratado;</p><p>V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro salário, a ausências legais e a verbas</p><p>rescisórias dos empregados do contratado que participarem da execução dos serviços contratados serão</p><p>pagos pelo contratante ao contratado somente na ocorrência do fato gerador.</p><p>198</p><p>u. Pagamentos</p><p>● Ordem cronológica dos vencimentos: pode ser alterada essa</p><p>ordem nos casos do artigo 141, da Lei de Licitações146.</p><p>1. Artigo 144, da Lei de Licitações 147</p><p>● Pagamento antecipado: é permitido se representar sensível</p><p>economia ou for indispensável para o fornecimento do bem ou</p><p>prestação de serviço</p><p>147 Art. 144. Na contratação de obras, fornecimentos e serviços, inclusive de engenharia, poderá ser</p><p>estabelecida remuneração variável vinculada ao desempenho do contratado, com base em metas, padrões de</p><p>qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazos de entrega definidos no edital de licitação e no</p><p>contrato.</p><p>§ 1º O pagamento poderá ser ajustado em base percentual sobre o valor economizado em determinada</p><p>despesa, quando o objeto do contrato visar à implantação de processo de racionalização, hipótese em que as</p><p>despesas correrão à conta dos mesmos créditos orçamentários, na forma de regulamentação específica.</p><p>§ 2º A utilização de remuneração variável será motivada e respeitará o limite orçamentário fixado pela</p><p>Administração para a contratação.</p><p>146 Art. 141. No dever de pagamento pela Administração, será observada a ordem cronológica para cada fonte</p><p>diferenciada de recursos, subdividida nas seguintes categorias de contratos:</p><p>I - fornecimento de bens;</p><p>II - locações;</p><p>III - prestação de serviços;</p><p>IV - realização de obras.</p><p>§ 1º A ordem cronológica referida no caput deste artigo poderá ser alterada, mediante prévia justificativa da</p><p>autoridade competente e posterior comunicação ao órgão de controle interno da Administração e ao tribunal</p><p>de contas competente, exclusivamente nas seguintes situações:</p><p>I - grave perturbação da ordem, situação de emergência ou calamidade pública;</p><p>II - pagamento a microempresa, empresa de pequeno porte, agricultor familiar, produtor rural pessoa física,</p><p>microempreendedor individual e sociedade cooperativa, desde que demonstrado o risco de descontinuidade</p><p>do cumprimento do objeto do contrato;</p><p>III - pagamento de serviços necessários ao funcionamento dos sistemas estruturantes, desde que</p><p>demonstrado o risco de descontinuidade do cumprimento do objeto do contrato;</p><p>IV - pagamento de direitos oriundos de contratos em caso de falência, recuperação judicial ou dissolução da</p><p>empresa contratada;</p><p>V - pagamento de contrato cujo objeto seja imprescindível para assegurar a integridade do patrimônio</p><p>público ou para manter o funcionamento das atividades finalísticas do órgão ou entidade, quando</p><p>demonstrado o risco de descontinuidade da prestação de serviço público de relevância ou o cumprimento da</p><p>missão institucional.</p><p>§ 2º A inobservância imotivada da ordem cronológica referida no caput deste artigo ensejará a apuração de</p><p>responsabilidade do agente responsável, cabendo aos órgãos de controle a sua fiscalização.</p><p>§ 3º O órgão ou entidade deverá disponibilizar, mensalmente, em seção específica de acesso à informação em</p><p>seu sítio na internet, a ordem cronológica de seus pagamentos, bem como as justificativas que</p><p>fundamentarem a eventual alteração dessa ordem.</p><p>199</p><p>v. Equilíbrio econômico financeiro</p><p>● Tem como objetivo manter a proporcionalidade entre a prestação e</p><p>a contraprestação. A extinção do contrato não é um motivo para</p><p>seu reequilíbrio econômico-financeiro, porém o pedido deve ser</p><p>feito durante o contrato (artigo 131)148. Há os seguintes instrumentos:</p><p>w.Reajuste</p><p>● Conceito: uma cláusula obrigatória do contrato com índice</p><p>previamente definido, podendo ter vários índices com</p><p>periodicidade de 1 ano, sendo a data base a do orçamento</p><p>estimado. Possui a função de equilibrar o contrato diante da</p><p>inflação (fato previsível), incidindo em cláusulas econômicas. Não</p><p>precisa ter termo aditivo, basta simples apostila.</p><p>x. Revisão (artigo 104149</p><p>)</p><p>● Conceito: vincula-se a um evento futuro e incerto (ou evento previsível,</p><p>porém de efeitos incalculáveis), fazendo frente à Teoria da Imprevisão,</p><p>de modo a reequilibrar o contrato. Aqui, entra o caso fortuito e de força</p><p>149 Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles,</p><p>as prerrogativas de:</p><p>I - modificá-los, unilateralmente,</p><p>para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os</p><p>direitos do contratado;</p><p>II - extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados nesta Lei;</p><p>III - fiscalizar sua execução;</p><p>IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;</p><p>V - ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços vinculados ao objeto do</p><p>contrato nas hipóteses de:</p><p>a) risco à prestação de serviços essenciais;</p><p>b) necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, inclusive após</p><p>extinção do contrato.</p><p>§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos não poderão ser alteradas sem prévia</p><p>concordância do contratado.</p><p>§ 2º Na hipótese prevista no inciso I do caput deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato</p><p>deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual</p><p>148 Art. 131. A extinção do contrato não configurará óbice para o reconhecimento do desequilíbrio</p><p>econômico-financeiro, hipótese em que será concedida indenização por meio de termo indenizatório.</p><p>Parágrafo único. O pedido de restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro deverá ser formulado</p><p>durante a vigência do contrato e antes de eventual prorrogação nos termos do art. 107 desta Lei.</p><p>200</p><p>maior, fato do príncipe e casos em que há alteração unilateral da</p><p>Administração. Não há período mínimo, não havendo índice definido.</p><p>Não depende de previsão contratual, porque decorre da lei. Há</p><p>necessidade de termo aditivo.</p><p>● Os acordos coletivos de trabalho que alterem os encargos</p><p>trabalhistas não ensejam a revisão, porque é um fato previsível.</p><p>Esses acordos irão ensejar a repactuação.</p><p>● Art. 184, §2º e §3º150 - Aplicam-se as disposições desta Lei, no</p><p>que couber e na ausência de norma específica, aos convênios,</p><p>acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados</p><p>por órgãos e entidades da Administração Pública, na forma</p><p>estabelecida em regulamento do Poder Executivo federal.</p><p>§ 2º Quando, verificada qualquer das hipóteses da alínea d do</p><p>inciso II do caput do art. 124 desta Lei (força maior, caso fortuito,</p><p>fato do príncipe ou fatos imprevisíveis ou previsíveis de</p><p>consequências incalculáveis), o valor global inicialmente</p><p>pactuado demonstrar-se insuficiente para a execução do objeto,</p><p>poderão ser: (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>I - utilizados saldos de recursos ou rendimentos de aplicação</p><p>financeira; (Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>II - aportados novos recursos pelo concedente; (Incluído pela</p><p>Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>III - reduzidas as metas e as etapas, desde que isso não</p><p>comprometa a fruição ou a funcionalidade do objeto pactuado.</p><p>(Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>§ 3º São permitidos ajustes nos instrumentos celebrados com</p><p>recursos de transferências voluntárias, para promover alterações</p><p>em seu objeto, desde que:</p><p>I - isso não importe transposição, remanejamento ou</p><p>transferência de recursos de uma categoria de programação</p><p>150 Incluído em 27/12/2023</p><p>201</p><p>para outra ou de um órgão para outro; (Incluído pela Lei nº</p><p>14.770, de 2023)</p><p>II - seja apresentada justificativa objetiva pelo convenente; e</p><p>(Incluído pela Lei nº 14.770, de 2023)</p><p>III - quando se tratar de obra, seja mantido o que foi pactuado</p><p>quanto a suas características. (Incluído pela Lei nº 14.770, de</p><p>2023)</p><p>y. Atualização monetária</p><p>● Conceito: atualiza quando a Administração atrasa o pagamento.</p><p>z. Repactuação</p><p>● Conceito: é uma cláusula obrigatória relacionada ao regime de</p><p>dedicação exclusiva de mão de obra quando há variação do valor</p><p>devido em relação aos custos componentes do contrato. Deve estar</p><p>prevista no edital com data vinculada à apresentação das</p><p>propostas, para os custos decorrentes do mercado, e com data</p><p>vinculada ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao</p><p>qual o orçamento esteja vinculado, para os custos decorrentes da</p><p>mão de obra. Há periodicidade mínima de 12 meses.</p><p>aa. Teoria da imprevisão</p><p>● Conceito: há um fato imprevisível, extracontratual e extraordinário</p><p>que impede, onera ou retarda a prestação das obrigações</p><p>contratuais. Podem gerar duas consequências: (I) revisão →</p><p>reequilíbrio econômico-financeiro (II) extinção do contrato sem</p><p>culpa das partes (inexecução contratual involuntária).</p><p>bb. Fato do príncipe</p><p>● Conceito: atos gerais do Estado que refletem no contrato, porém</p><p>não estão especificamente relacionados ao contrato.</p><p>cc. Fato da Administração</p><p>● Conceito: atos ou omissões específicos do Estado, relacionado</p><p>diretamente ao contrato.</p><p>202</p><p>dd. Caso fortuito ou força maior</p><p>● Conceito: eventos da natureza ou atos de terceiros</p><p>● Interferências imprevistas: ocorrências preexistentes descobertas</p><p>apenas durante a execução do contrato.</p><p>203</p><p>19. Serviços Públicos</p><p>a. Conceito</p><p>i. O serviço público, conforme a doutrina de Alexandre dos</p><p>Santos Aragão, é uma atividade prestacional do Estado,</p><p>criada por lei, que visa fornecer comodidades materiais</p><p>para a coletividade, sob regime predominantemente de</p><p>direito público. Este conceito distingue o serviço público</p><p>de outras atividades estatais, como o poder de polícia, e</p><p>destaca a exclusividade estatal na sua prestação. A</p><p>participação de particulares na prestação de serviços</p><p>públicos requer um processo formal de delegação pelo</p><p>Estado, através de licitação e contratos de permissão ou</p><p>concessão. Essa definição enfatiza a retirada do serviço</p><p>público da livre iniciativa e sua titularidade pelo Estado,</p><p>que decide como será prestado.</p><p>b. Sentidos do serviço público</p><p>i. Critério Subjetivo: órgãos da Administração Pública</p><p>ii. Critério Orgânico: diz respeito ao prestador do serviço público.</p><p>iii. Sentido Formal: atividade prestada sob o regime jurídico de</p><p>direito público.</p><p>iv. Sentido Material: prestação de uma atividade que busca atingir</p><p>o interesse coletivo.</p><p>v. Conceito dinâmico: serviço público é a atividade prestada, pela</p><p>Administração Pública, seja diretamente, por meio de seus</p><p>órgãos ou entidades, ou indiretamente por meio de delegação</p><p>aos particulares sob o regime jurídico predominante de direito</p><p>público, buscando conceder uma comodidade ao coletivo.</p><p>vi. Critério objetivo: prestação da Administração Pública</p><p>c. Princípios:</p><p>i. Os serviços públicos são regidos por princípios fundamentais,</p><p>como continuidade, igualdade, atualidade, generalidade e</p><p>204</p><p>modicidade tarifária. Embora não haja uma lista exaustiva</p><p>desses princípios, os três primeiros foram os primeiros a serem</p><p>consagrados historicamente no direito administrativo em</p><p>relação aos serviços públicos. Esses princípios estão</p><p>implicitamente presentes no artigo 6º da Lei 8.987/95, que trata</p><p>das características exigidas para considerar um serviço público</p><p>como adequado. Esses três primeiros princípios também são</p><p>conhecidos como as três leis de Rolland, que orientaram a</p><p>prestação de serviços públicos na França: continuidade,</p><p>igualdade e atualidade.</p><p>ii. Continuidade151: serviços públicos devem ser prestados de</p><p>forma contínua, de modo que se pressupõe que o serviço é</p><p>adequado.</p><p>● Serviços de necessidade absoluta: devem ser prestados</p><p>24 horas por dia, sendo essencial.</p><p>● Serviços de necessidade relativa: não precisam ser</p><p>prestados 24 horas por dia.</p><p>● Não há caracterização de descontinuidade do serviço</p><p>em situação de emergência, não exigindo aviso prévio.</p><p>Artigo 6º, §3º, da Lei 8.987/99 Não se caracteriza</p><p>como descontinuidade do serviço a sua interrupção</p><p>em situação de emergência ou após prévio aviso,</p><p>quando:</p><p>I - motivada por razões de ordem técnica ou de</p><p>segurança das instalações:</p><p>II - por inadimplemento do usuário, considerado</p><p>o interesse da coletividade.</p><p>■ Segundo a doutrina majoritária, a</p><p>interrupção do serviço público, por</p><p>151 Complementado no dia 01/09/2023</p><p>205</p><p>inadimplemento do usuário, não</p><p>representa violação ao princípio da</p><p>continuidade, mas efetivação, porque,</p><p>assim, é possível manter o serviço público</p><p>para os demais usuários. Ainda, não pode</p><p>tal interrupção causar prejuízo à vida e à</p><p>saúde do usuário e</p><p>do município em cadastros restritivos fundada em</p><p>irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as providências cabíveis à</p><p>reparação dos danos eventualmente cometidos.</p><p>8 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e</p><p>eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)</p><p>§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter</p><p>educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que</p><p>caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.</p><p>10</p><p>c. Princípio da moralidade</p><p>i. Conceito: os agentes públicos devem atuar de acordo</p><p>com a ética e boa-fé. Essa moralidade não é social.</p><p>ii. Moralidade social (subjetiva): senso comum. Cada pessoa</p><p>acha que determinada coisa é moral.</p><p>iii. Moralidade jurídica (objetiva): baseada em critérios</p><p>objetivos, pautando a ética no ordenamento jurídico</p><p>como um todo.</p><p>iv. Nepotismo</p><p>● Não há lei proibindo o nepotismo. O próprio</p><p>princípio da moralidade estabelece essa proibição.</p><p>● A proibição do nepotismo não veda a nomeação</p><p>para cargos políticos10 e nem para cargos cujo</p><p>acesso se deu por concurso público.</p><p>a. O que é cargo político?</p><p>i. Conselheiro do Tribunal de Contas não</p><p>é cargo político, mas técnico, segundo</p><p>o STF, é.</p><p>● A súmula vinculante número 1311 não exauriu os</p><p>casos de nepotismo.</p><p>d. Princípio da publicidade</p><p>i. Conceito</p><p>● Como regra geral, os atos administrativos devem</p><p>ser públicos, exceto no caso de o sigilo ser</p><p>11 A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro</p><p>grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de</p><p>direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de</p><p>função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados,</p><p>do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a</p><p>Constituição Federal.</p><p>10 Exceção: não pode nomear parentes para cargo político se o parente não tiver capacidade técnica e</p><p>idoneidade moral.</p><p>11</p><p>indispensável para segurança do Estado12 ou da</p><p>sociedade e para preservar a vida privada.</p><p>ii. Publicidade ≠ atos publicados</p><p>● o fato de um ato ser público não quer dizer que</p><p>deve ser publicado. Ex: ato de organização de</p><p>repartição não precisa ser publicado em meio</p><p>oficial, porque não irá vincular terceiros.</p><p>iii. Instrumentos que garantem o princípio da publicidade</p><p>● Direito de petição</p><p>● Direito subjetivo às certidões: quando pede uma</p><p>certidão e ela é negada, tem direito líquido e certo,</p><p>de modo que pode impetrar mandado de</p><p>segurança (não é habeas data)</p><p>iv. Lei de acesso à informação: a Administração Pública</p><p>não pode negar informações de forma imotivada e nem</p><p>colocar obstáculos.</p><p>e. Princípio da eficiência</p><p>i. Conceito: a Administração Pública tem que ter uma</p><p>atuação voltada para utilização dos melhores meios</p><p>possíveis para atingir os resultados. Esse princípio</p><p>consagrou a transição da Administração Pública</p><p>burocrática (voltada para os procedimentos) para a</p><p>gerencial (voltada para os resultados). Com efeito, surge a</p><p>teoria da instrumentalidade das formas, por exemplo.</p><p>ii. Instrumentos para garantir a eficiência:</p><p>1. Mudança de 2 anos para 3 anos do prazo de efetivo</p><p>exercício para cumprimento do estágio probatório</p><p>e imposição de comissão de análise de</p><p>desempenho;</p><p>12 deve observar os requisitos da Lei de Acesso à Informação. Essa lei define as informações que devem ser</p><p>sigilosas, a seguir: (I) informação restrita: sigilo de 5 anos; (II) informação secreta: sigilo de 15 anos; (III)</p><p>informação ultrassecreto: sigilo de 25 anos podendo ser prorrogada até 50 anos.</p><p>12</p><p>2. Possibilidade de demissão dos servidores públicos</p><p>com base em avaliação periódica;</p><p>3. Possibilidade de determinação de autarquias e</p><p>fundações como agências executivas;</p><p>4. Possibilidade de celebração de parcerias com o</p><p>terceiro setor.</p><p>13</p><p>4. Princípios implícitos da</p><p>Administração Pública</p><p>● São implícitos na Constituição Federal, o que não impede</p><p>que estejam previstos em lei.</p><p>a. Princípio da razoabilidade e proporcionalidade</p><p>i. Esses princípios decorrem de dois valores: (I) valor do</p><p>devido processo legal substancial que protege os bens e</p><p>a liberdade individual (II) Estado Democrático de Direito.</p><p>ii. Razoabilidade</p><p>● Deve ter os meios adequados para atingir os fins.</p><p>iii. Proporcionalidade</p><p>● Adequação: meio adequado para atingir</p><p>determinada finalidade.</p><p>● Necessidade: ação necessária para atingir</p><p>determinada finalidade, de modo que não pode</p><p>restringir um direito individual além do necessário.</p><p>● Proporcionalidade em sentido estrito: as sanções</p><p>aplicadas devem ser proporcionais às condutas.</p><p>b. Princípio da continuidade dos serviços públicos</p><p>i. Conceito: as atividades administrativas devem ser</p><p>prestadas de forma contínua.</p><p>ii. Atividades de necessidade absoluta: devem funcionar</p><p>sempre.</p><p>iii. Atividades de necessidade relativa: podem ter horários</p><p>pré-definidos para prestação do serviço.</p><p>c. Princípio da motivação</p><p>i. Conceito: a regra é que todos os atos e decisões</p><p>administrativos devem ser motivados, salvo expressa</p><p>previsão legal ou constitucional. A LINDB, em seu artigo</p><p>14</p><p>2013, prioriza a preocupação com a motivação dos atos</p><p>administrativos.</p><p>d. Princípio da autotutela</p><p>i. Conceito: poder-dever da Administração Pública de</p><p>controlar seus próprios atos. A Administração Pública</p><p>deve anular atos ilegais e revogar atos discricionários</p><p>válidos por motivo de conveniência e oportunidade. Caso</p><p>seja possível a convalidação dos atos administrativos</p><p>(vícios sanáveis), a Administração pública deve convalidar.</p><p>● Súmula 473 STF14</p><p>● Artigo 53, Lei 9784/9915</p><p>e. Princípio da segurança jurídica</p><p>i. Conceito: os atos administrativos não podem provocar</p><p>surpresas negativas. Com isso, não pode haver retroação</p><p>de novos entendimentos para atingir atos pretéritos ou</p><p>anular uma situação já consolidada e deve ter a</p><p>preservação do direito jurídico, ato jurídico perfeito e</p><p>coisa julgada.</p><p>ii. Princípio da proteção à confiança legítima</p><p>● Classe intermediária entre o direito adquirido e a</p><p>mera expectativa de direito, de forma que, se</p><p>houver uma situação consolidada pelos anos</p><p>alterada, deve haver um regime de transição. Ex:</p><p>15 A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los</p><p>por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.</p><p>14 A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque</p><p>deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os</p><p>direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.</p><p>13 Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos</p><p>abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.</p><p>Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da</p><p>invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis</p><p>alternativas.</p><p>15</p><p>reforma da previdência → há um regime de</p><p>transição.</p><p>○ Direito adquirido: preencheu todos os</p><p>requisitos para fruição do benefício.</p><p>○ Mera expectativa de direito: não gera o</p><p>direito em si.</p><p>f. Princípio da especialidade</p><p>i. Conceito: a Administração Pública deve se especializar</p><p>em determinadas áreas, de modo que pode criar órgãos</p><p>especializados e entidades da Administração Pública</p><p>indireta (ex: cria autarquia para determinada área</p><p>específica, por exemplo o INSS).</p><p>g. Presunção da legalidade</p><p>i. Conceito: mais que um princípio é um atributo</p><p>deve considerar o</p><p>interesse da coletividade.</p><p>§ 4º A interrupção do serviço na hipótese</p><p>prevista no inciso II do § 3º deste artigo não</p><p>poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado</p><p>ou no domingo, nem em feriado ou no dia</p><p>anterior ao feriado.</p><p>● Para haver interrupção, o inadimplemento do usuário</p><p>deve ser atual e não pode ser relativo a usuários</p><p>anteriores (somente pode interromper se o</p><p>inadimplente for o usuário atual). A justificativa para</p><p>isso é que se trata de uma obrigação pessoal (posição</p><p>do STJ)</p><p>● Na hipótese de débito estrito de recuperação de</p><p>consumo efetivo por fraude no aparelho medidor</p><p>atribuída ao consumidor, desde que apurado em</p><p>observância aos princípios do contraditório e da ampla</p><p>defesa, é possível o corte administrativo do</p><p>fornecimento do serviço de energia elétrica, mediante</p><p>prévio aviso ao consumidor, pelo inadimplemento do</p><p>consumo recuperado correspondente ao período de 90</p><p>(noventa) dias anterior à constatação da fraude,</p><p>contanto que executado o corte em até 90 (noventa)</p><p>dias após o vencimento do débito, sem prejuízo do</p><p>206</p><p>direito de a concessionária utilizar os meios judiciais</p><p>ordinários de cobrança da dívida, inclusive antecedente</p><p>aos mencionados 90 (noventa) dias de retroação.152</p><p>○ Assim, no caso de corte de energia elétrica nos</p><p>casos de dívidas decorrentes de fraude no</p><p>medidor, deve-se cumprir os seguintes requisitos:</p><p>■ A responsabilidade do consumidor pela</p><p>fraude deverá ser devidamente apurada,</p><p>conforme procedimento estipulado pela</p><p>ANEEL (agência reguladora),</p><p>assegurando-se ampla defesa e</p><p>contraditório. Em outras palavras, a suposta</p><p>fraude no medidor de consumo de energia</p><p>não poderá ser apurada unilateralmente</p><p>pela concessionária.</p><p>■ Deverá ser concedido um aviso prévio ao</p><p>consumidor;</p><p>■ Deve ser fixado prazo razoável de, no</p><p>máximo, 90 dias após o vencimento da</p><p>fatura de recuperação de consumo, para</p><p>que a concessionária possa suspender o</p><p>serviço.</p><p>● Não pode a interrupção causar prejuízo à vida e à saúde</p><p>do usuário.153</p><p>● É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços</p><p>públicos essenciais quando inadimplente unidade de</p><p>153 A suspensão do serviço de energia elétrica, por empresa concessionária, em razão de inadimplemento de</p><p>unidades públicas essenciais - hospitais; pronto-socorros; escolas; creches; fontes de abastecimento d'água e</p><p>iluminação pública; e serviços de segurança pública -, como forma de compelir o usuário ao pagamento de</p><p>tarifa ou multa, despreza o interesse da coletividade.</p><p>STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 543.404/RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 12/02/2015.</p><p>152 STJ. 1ª Seção. REsp 1412433-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info</p><p>634).</p><p>207</p><p>saúde, uma vez que prevalecem os interesses de</p><p>proteção à vida e à saúde. 154</p><p>● A interrupção não pode ser por conta de</p><p>inadimplemento de valor irrisório. 155</p><p>● A interrupção somente pode atingir os imóveis relativos</p><p>ao inadimplemento, ou seja, o imóvel que originou o</p><p>débito e não sobre outra unidade de consumo do</p><p>usuário inadimplente (ilegalidade do chamado "corte</p><p>cruzado")156</p><p>● A divulgação da suspensão do serviço público por meio</p><p>de rádio é considerada aviso prévio.</p><p>● No caso em que a Administração pública é usuária e</p><p>inadimplente do serviço público de energia elétrica,</p><p>poderá a concessionária realizar a interrupção do</p><p>fornecimento de energia elétrica?</p><p>■ Sim, exceto relativo a serviços públicos de</p><p>repartições que prestem serviços</p><p>essenciais.</p><p>● Apontamentos</p><p>○ Caso o consumidor queira regularizar a situação e</p><p>pagar as contas em atraso, a concessionária</p><p>poderá cobrar uma taxa de religação do serviço.</p><p>156 Por ser a interrupção no fornecimento de energia elétrica medida excepcional, o art. 6º, § 3º, II, da Lei nº</p><p>8.987/95 deve ser interpretado restritivamente, de forma a permitir que o corte recaia apenas sobre o imóvel</p><p>que originou o débito, e não sobre outros imóveis de propriedade do inadimplente.</p><p>STJ. 1ª Turma. REsp 662.214/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 06/02/2007.</p><p>155 Comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo</p><p>seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos costumes (art. 187 do Código Civil).</p><p>A concessionária, ao suspender o fornecimento de energia elétrica em razão de um débito de R$ 0,85, não</p><p>agiu no exercício regular de direito, e sim com flagrante abuso de direito. Aplicação dos princípios da</p><p>razoabilidade e proporcionalidade.</p><p>STJ. 1ª Turma. REsp 811.690/RR, Rel. Min. Denise Arruda, julgado em 18/05/2006.</p><p>154 Quando o devedor for ente público, não poderá ser realizado o corte de energia indiscriminadamente em</p><p>nome da preservação do próprio interesse coletivo, sob pena de atingir a prestação de serviços públicos</p><p>essenciais, tais como hospitais, centros de saúde, creches, escolas e iluminação pública.</p><p>STJ. 2ª Turma. AgRg no Ag 1329795/CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 19/10/2010.</p><p>208</p><p>Essa taxa de religação, contudo, não será devida</p><p>se a concessionária cortou o serviço sem prévia</p><p>notificação. Assim, se a concessionária não</p><p>comunicou previamente o consumidor do corte,</p><p>ela estará sujeita a duas consequências: (I) terá</p><p>que pagar multa; (II) não poderá cobrar taxa de</p><p>religação na hipótese do cliente regularizar o</p><p>débito.</p><p>iii. Igualdade: universalidade dos serviços públicos. A igualdade</p><p>também deve ser material, de modo a tratar os iguais de forma</p><p>igual e os desiguais de forma desigual na medida de sua</p><p>desigualdade.</p><p>● Exemplo: quem usa mais a energia, paga mais.</p><p>● Artigo 13, da Lei 8987/95157</p><p>iv. Mutabilidade ou atualidade: serviços públicos se adequam à</p><p>evolução tecnológica e social, de modo que os serviços são</p><p>prestados de forma adequada.</p><p>v. Generalidade (ou universalidade): deve prestar o serviço</p><p>público para o máximo de pessoas.</p><p>vi. Modicidade das tarifas: as tarifas devem ter um valor médio.</p><p>● Artigo 11, da Lei 8987/95. 158</p><p>a. Classificação dos serviços públicos</p><p>i. Critério dos destinatários</p><p>158 Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em</p><p>favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas</p><p>alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a</p><p>favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei.</p><p>Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste artigo serão obrigatoriamente consideradas para a</p><p>aferição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.</p><p>157 Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos</p><p>provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários.</p><p>209</p><p>● Uti universi (gerais / coletivos): são os serviços públicos</p><p>prestados à coletividade em geral sem individualização de</p><p>cada um.</p><p>○ Ex: serviço de iluminação pública. Não podem ser</p><p>remunerados mediante taxa.</p><p>● Uti singuli (singulares ou individual): consegue</p><p>individualizar cada beneficiário, inclusive a quantidade de</p><p>serviço que cada um consumiu.</p><p>○ Exemplo: serviço de energia elétrica; recolhimento</p><p>domiciliar de lixo.</p><p>ii. Titularidade federativa</p><p>● Federal</p><p>● Estadual</p><p>● Municipal</p><p>● Distrital</p><p>iii. Critério quanto ao objeto</p><p>● Administrativos: executados pela própria Administração</p><p>Pública.</p><p>● Comerciais: são os serviços que produzem renda, de</p><p>modo que pode ser cobrado tarifa dos usuários.</p><p>○ Geralmente é o objeto de concessão e permissão.</p><p>● Social: atende a direitos fundamentais sociais. Ex: saúde e</p><p>educação.</p><p>iv. Critério quanto à essencialidade</p><p>● Essenciais: privativo da Administração Pública</p><p>● Não essenciais: podem ser prestados por particulares.</p><p>v. Critério quanto à criação</p><p>● Inerentes: deveriam ser prestados pelo Estado mesmo</p><p>sem previsão legal, decorre da própria atividade típica do</p><p>Estado.</p><p>● Legislativa: o Estado somente vai prestar porque está</p><p>previsto em lei.</p><p>210</p><p>vi. Critério quanto à titularidade</p><p>● Próprio: serviço de titularidade</p><p>exclusiva do Estado.</p><p>● Impróprio/virtuais/compartilhados: são executados por</p><p>particulares</p><p>vii. Critério quanto à exclusividade</p><p>● Exclusivo: são privativos do Estado, não podendo ser</p><p>delegado.</p><p>● Não exclusivo: não são privativos do Estado, podendo ser</p><p>delegado.</p><p>b. Espécies</p><p>i. Comum: serviços públicos prestados pela União, Estado, DF e</p><p>municípios, de modo que todos os entes devem contribuir entre</p><p>si.</p><p>● Formas que os entes podem contribuir entre si:</p><p>○ Por meio de lei complementar;</p><p>○ Instituição de região metropolitana aglomerações</p><p>urbanas e microrregiões (Artigo 25, §3º, CF/88)159</p><p>○ Gestão associada de serviços públicos: consórcios</p><p>(com personalidade jurídica) ou convênios de</p><p>cooperação (ajuste entre os entes, sem formar</p><p>pessoa jurídica)</p><p>○ Convênios em geral</p><p>ii. Privativos: serviços públicos exclusivos de determinado ente</p><p>(União, Estado, DF ou Municípios)</p><p>c. Criação do serviço público</p><p>i. Inerentes: decorrem da razão de ser do Estado.</p><p>159§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações</p><p>urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização,</p><p>o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.</p><p>211</p><p>ii. Criados por lei: a lei realiza a publicatio160 que é a retirada de um</p><p>serviço da iniciativa privada, trazendo para o âmbito da</p><p>Administração Pública.</p><p>d. Prestação do serviço público 161</p><p>i. Gestão</p><p>● Regulamentação: fica nas mãos do ente responsável pela</p><p>prestação do serviço público.</p><p>ii. Execução</p><p>● Modalidades</p><p>○ Direta: é o serviço público realizado diretamente</p><p>pelo Estado por meio de seus órgãos.</p><p>○ Indireta: ocorre quando o Estado realiza a</p><p>descentralização administrativa, de modo que, nesse</p><p>caso, o serviço público será prestado por entidades</p><p>diversas das pessoas federativas. Há as seguintes</p><p>formas de execução indireta:</p><p>■ Delegação legal: há a descentralização feita</p><p>por meio de lei.</p><p>➢ Há uma corrente doutrinária que</p><p>denomina essa delegação de outorga,</p><p>considerando que há a transferência de</p><p>titularidade do serviço público nesse</p><p>caso. José Afonso da Silva, em posição</p><p>antagônica, defende que não há</p><p>transferência de titularidade, de modo</p><p>que o alvo da descentralização é tão</p><p>somente a transferência da execução do</p><p>serviço e nunca sua titularidade</p><p>161 Complementado no dia 01/09/2023</p><p>160 Deve ser razoável e com justificativa plausível.</p><p>212</p><p>■ Delegação negocial: há a descentralização</p><p>feita por negócio jurídico de direito público.</p><p>Nesse caso, o Estado delega somente a</p><p>execução, mantendo a titularidade da</p><p>prestação do serviço público.</p><p>➢ O modo mais comum é a concessão e</p><p>permissão de serviço público.</p><p>➢ Em regra, há necessidade de licitação.</p><p>e. Defesa dos usuários dos serviços públicos 162</p><p>Noções gerais</p><p>● A Lei 13460/17 dispõe sobre participação, proteção e defesa</p><p>dos direitos do usuário dos serviços públicos da</p><p>administração pública.</p><p>○ Essa lei tem alcance nacional;</p><p>○ Aplica-se subsidiariamente o disposto nesta Lei aos</p><p>serviços públicos prestados por particular.</p><p>○ Há a previsão de uma carta de serviço aos usuários</p><p>○ Há o direito a manifestações, feitas pelos usuários,</p><p>sobre a prestação dos serviços que não poderão ser</p><p>162 Complementação feita no dia 01/09/2023</p><p>213</p><p>recusadas em nenhuma hipótese dirigidas, em</p><p>regra, às ouvidorias163</p><p>○ Há a previsão do Conselho dos usuários que irão</p><p>acompanhar a prestação dos serviços</p><p>○ Há uma avaliação continuada dos serviços públicos</p><p>f. Código de Defesa do Consumidor e Serviços Públicos</p><p>164</p><p>Questiona-se: aplica-se o CDC no âmbito dos serviços</p><p>públicos?</p><p>● 1ª corrente (ampliativa): o CDC deve ser aplicado a todos</p><p>os serviços públicos (gerais ou individuais)</p><p>● 2ª corrente (intermediária): apenas os serviços públicos</p><p>individuais terão aplicabilidade do CDC (artigo 3º, §2º,</p><p>CDC).</p><p>○ O STJ tende a adotar a corrente intermediária</p><p>(RESP 493181)165</p><p>165PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXCEÇÃO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO INDENIZATÓRIA. PRESTAÇÃO</p><p>DE SERVIÇO PÚBLICO. AUSÊNCIA DE REMUNERAÇÃO. RELAÇÃO DE CONSUMO NÃO-CONFIGURADA.</p><p>DESPROVIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. 1. Hipótese de discussão do foro competente para processar e</p><p>julgar ação indenizatória proposta contra o Estado, em face de morte causada por prestação de serviços</p><p>164 Complementação feita no dia 01/09/2023</p><p>163 Art. 10. A manifestação será dirigida à ouvidoria do órgão ou entidade responsável e conterá a identificação</p><p>do requerente.</p><p>§ 1o A identificação do requerente não conterá exigências que inviabilizem sua manifestação.</p><p>§ 2o São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da apresentação de</p><p>manifestações perante a ouvidoria.</p><p>§ 3o Caso não haja ouvidoria, o usuário poderá apresentar manifestações diretamente ao órgão ou entidade</p><p>responsável pela execução do serviço e ao órgão ou entidade a que se subordinem ouse vinculem.</p><p>§ 4o A manifestação poderá ser feita por meio eletrônico, ou correspondência convencional, ou verbalmente,</p><p>hipótese em que deverá ser reduzida a termo.</p><p>§ 5o No caso de manifestação por meio eletrônico, prevista no § 4o , respeitada a legislação específica de sigilo</p><p>e proteção de dados, poderá a administração pública ou sua ouvidoria requerer meio de certificação da</p><p>identidade do usuário.</p><p>§ 6o Os órgãos e entidades públicos abrangidos por esta Lei deverão colocar à disposição do usuário</p><p>formulários simplificados ede fácil compreensão para a apresentação do requerimento previsto no caput,</p><p>facultada ao usuário sua utilização.</p><p>§ 7o A identificação do requerente é informação pessoal protegida com restrição de acesso nos termos da Lei</p><p>no 12.527, de 18 de novembro de 2011.</p><p>214</p><p>● 3ª corrente (restritiva): o CDC apenas incide em relação</p><p>aos serviços públicos individuais remunerados mediante</p><p>tarifa.</p><p>g. Delegação de serviços públicos para iniciativa</p><p>privada</p><p>i. Regra: prestação pelo particular por sua conta e risco.</p><p>ii. Previsão legal: Artigo 175, CF/88166</p><p>iii. Formas de delegação de serviços públicos para iniciativa</p><p>privada</p><p>● Concessão: normas gerais editadas pela União</p><p>○ Comum</p><p>○ Especiais (parcerias públicas privadas).</p><p>● Permissão</p><p>● Autorização: somente em situações excepcionais</p><p>devidamente justificadas, de modo que é permitida a</p><p>delegação sem licitação.</p><p>166 Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou</p><p>permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.</p><p>Parágrafo único. A lei disporá sobre:</p><p>I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu</p><p>contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou</p><p>permissão;</p><p>II - os direitos dos usuários;</p><p>III - política tarifária;</p><p>IV - a obrigação de manter serviço adequado.</p><p>médicos em hospital público, sob a alegação de existência de relação de consumo. 2. O conceito de</p><p>"serviço" previsto na legislação consumerista exige para a sua configuração, necessariamente, que a</p><p>atividade seja prestada mediante remuneração (art. 3º, § 2º, do CDC). 3. Portanto, no caso dos autos, não se</p><p>pode falar em prestação de serviço subordinada às regras previstas no Código de Defesa do Consumidor,</p><p>pois inexistente qualquer forma de remuneração direta referente ao serviço de saúde prestado pelo</p><p>hospital público, o qual pode ser classificado como uma atividade geral exercida pelo Estado à coletividade</p><p>em cumprimento de garantia fundamental (art. 196 da CF). 4. Referido serviço, em face das próprias</p><p>características, normalmente é prestado pelo Estado de maneira universal, o que impede a sua</p><p>individualização, bem como a mensuração de remuneração específica, afastando a possibilidade da</p><p>incidência das regras de competência contidas na legislação específica. 5. Recurso especial desprovido.</p><p>(STJ - REsp: 493181 SP 2002/0154199-9, Relator: Ministra DENISE ARRUDA, Data de Julgamento: 15/12/2005,</p><p>T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 01/02/2006 p. 431, grifo nosso)</p><p>215</p><p>Precisa de</p><p>autorização legislativa para prestação de serviço</p><p>público?</p><p>O artigo 2º, da Lei 9074167 prevê a necessidade de autorização</p><p>legislativa para a prestação de serviços públicos pela Administração</p><p>Pública, sendo essa autorização chamada de publicatio.</p><p>h. Concessão comum de serviços públicos</p><p>Previsão legal: Lei 8987/95</p><p>Hipóteses de delegação</p><p>● Concessão de serviço público</p><p>○ Há necessidade de licitação nas modalidades:</p><p>■ Concorrência;</p><p>■ Diálogo competitivo.</p><p>○ Destinada a pessoas jurídicas ou consórcio de</p><p>empresa;</p><p>○ Prazo determinado;</p><p>○ Caráter definitivo.</p><p>● Concessão de serviço público precedida de obra pública</p><p>○ Exemplo: concessões de rodovia.</p><p>○ Há necessidade de licitação nas modalidades:</p><p>■ Concorrência;</p><p>■ Diálogo competitivo.</p><p>○ Destinada a pessoas jurídicas ou consórcio de</p><p>empresa;</p><p>○ Prazo determinado;</p><p>○ Caráter definitivo.</p><p>167 Art. 2º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios executarem obras e serviços</p><p>públicos por meio de concessão e permissão de serviço público, sem lei que lhes autorize e fixe os termos,</p><p>dispensada a lei autorizativa nos casos de saneamento básico e limpeza urbana e nos já referidos na</p><p>Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e Municípios,</p><p>observado, em qualquer caso, os termos da Lei no 8.987, de 1995</p><p>216</p><p>Permissão de serviço público (artigo 40)168</p><p>● Por meio de licitação sem modalidade definida;</p><p>● Destinada a pessoas jurídicas ou pessoas físicas;</p><p>● Prazo determinado, segundo a doutrina;169</p><p>● Caráter precário;</p><p>● Se tiver prazo determinado, enseja indenização ao particular.</p><p>Licitação nas concessões e permissão</p><p>● RE 1.001.104170</p><p>● Aplica-se, de forma supletiva, a Lei de Licitações</p><p>● Artigo 5º, da Lei 8987: O poder concedente publicará, previamente ao edital</p><p>de licitação, ato justificando a conveniência da outorga de concessão ou</p><p>permissão, caracterizando seu objeto, área e prazo.</p><p>● Deve aplicar a fase preparatória também prevista na Lei de Licitações (14.133)</p><p>● Não há exclusividade</p><p>● Projeto básico e projeto executivo: o autor do projeto básico e executivo ou</p><p>seu responsável pode participar da licitação (artigo 31, da Lei 9074)171</p><p>● Critérios de julgamentos específicos (além dos comuns)</p><p>○ O menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado;</p><p>○ A maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela</p><p>outorga da concessão;</p><p>○ Combinação, dois a dois, dos critérios: o menor valor da tarifa do</p><p>serviço público a ser prestado; a maior oferta, nos casos de</p><p>171Art. 31. Nas licitações para concessão e permissão de serviços públicos ou uso de bem público, os autores ou</p><p>responsáveis economicamente pelos projetos básico ou executivo podem participar, direta ou indiretamente,</p><p>da licitação ou da execução de obras ou serviços.</p><p>170 TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO – LICITAÇÃO – FORMA ESSENCIAL. Salvo situações excepcionais,</p><p>devidamente comprovadas, o implemento de transporte público coletivo pressupõe prévia licitação.</p><p>(STF - RE: 1001104 SP, Relator: MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 15/05/2020, Tribunal Pleno, Data de</p><p>Publicação: 19/06/2020)</p><p>169 Mas, na lei, não está escrito que deve ter prazo determinado.</p><p>168 Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os</p><p>termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à</p><p>revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.</p><p>Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.</p><p>217</p><p>pagamento ao poder concedente pela outorga da concessão e melhor</p><p>oferta de pagamento pela outorga após qualificação de propostas</p><p>técnicas.</p><p>○ melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor</p><p>valor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor</p><p>técnica;</p><p>○ melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior</p><p>oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica;</p><p>○ melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de</p><p>propostas técnicas.</p><p>● Critério de desempate: só há o critério de desempate para empresas</p><p>brasileiras</p><p>● Desclassificação das propostas: artigo 17, da Lei 8987/95)172</p><p>● Fases da licitação:</p><p>○ Regra: primeiro habilitação e depois julgamento, porém há permissão</p><p>de inversão da ordem.</p><p>● Consórcios: previsão nos artigos 19 e 20, da Lei 8987/95)</p><p>○ É possível o procedimento de manifestação de interesses Enunciado 1,</p><p>da I Jornada de Direito Administrativo CJF173</p><p>● Cláusulas obrigatórias do contrato: previsão no artigo 23, da Lei 8987/95.</p><p>Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão</p><p>as relativas:</p><p>I - ao objeto, à área e ao prazo da concessão;</p><p>II - ao modo, forma e condições de prestação do serviço;</p><p>173 Enunciado 1: Autorização para apresentação de projetos, levantamentos, investigações ou estudos no</p><p>âmbito do Procedimento de Manifestação de Interesse, quando concedida mediante restrição ao número de</p><p>participantes, deve se dar por meio de seleção imparcial dos interessados, com ampla publicidade e critérios</p><p>objetivos.</p><p>172Art. 17. Considerar-se-á desclassificada a proposta que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou</p><p>subsídios que não estejam previamente autorizados em lei e à disposição de todos os concorrentes.</p><p>§ 1o Considerar-se-á, também, desclassificada a proposta de entidade estatal alheia à esfera</p><p>político-administrativa do poder concedente que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios</p><p>do poder público controlador da referida entidade.</p><p>§ 2o Inclui-se nas vantagens ou subsídios de que trata este artigo, qualquer tipo de tratamento tributário</p><p>diferenciado, ainda que em consequência da natureza jurídica do licitante, que comprometa a isonomia fiscal</p><p>que deve prevalecer entre todos os concorrentes.</p><p>218</p><p>III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros</p><p>definidores da qualidade do serviço;</p><p>IV - ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos</p><p>para o reajuste e a revisão das tarifas;</p><p>V - aos direitos, garantias e obrigações do poder</p><p>concedente e da concessionária, inclusive os relacionados</p><p>às previsíveis necessidades de futura alteração e</p><p>expansão do serviço e consequente modernização,</p><p>aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das</p><p>instalações;</p><p>VI - aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e</p><p>utilização do serviço;</p><p>VII - à forma de fiscalização das instalações, dos</p><p>equipamentos, dos métodos e práticas de execução do</p><p>serviço, bem como a indicação dos órgãos competentes</p><p>para exercê-la;</p><p>VIII - às penalidades contratuais e administrativas a que</p><p>se sujeita a concessionária e sua forma de aplicação;</p><p>IX - aos casos de extinção da concessão;</p><p>X - aos bens reversíveis;</p><p>XI - aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento</p><p>das indenizações devidas à concessionária, quando for o</p><p>caso;</p><p>XII - às condições para prorrogação do contrato;</p><p>XIII - à obrigatoriedade, forma e periodicidade da</p><p>prestação de contas da concessionária ao poder</p><p>concedente;</p><p>XIV - à exigência da publicação de demonstrações</p><p>financeiras periódicas da concessionária; e</p><p>XV - ao foro e ao modo amigável de solução das</p><p>divergências contratuais.</p><p>219</p><p>Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de</p><p>serviço público precedido da execução de obra pública</p><p>deverão, adicionalmente:</p><p>I - estipular os cronogramas físico-financeiros de execução</p><p>das obras vinculadas à concessão; e</p><p>II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela</p><p>concessionária, das obrigações relativas às obras</p><p>vinculadas à concessão.</p><p>● O prazo do contrato é estabelecido pela lei que autorizou a delegação.</p><p>● O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados</p><p>para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato.</p><p>● A prorrogação do contrato não pode ser feita por meio de lei, segundo o STF,</p><p>devendo ser mediante decisão discricionária do Poder Administrativo, não</p><p>havendo direito subjetivo do particular. Cabe a prorrogação quando o</p><p>contrato estiver sendo encerrado</p><p>● Responsabilidade do contratado</p><p>(caráter pessoal dos contratos): a lei</p><p>determina que o contratado execute o contrato por sua conta e risco. Porém,</p><p>já se vislumbra a matriz de riscos, de modo que a Administração fica</p><p>responsável por determinados riscos e o particular por outros riscos.</p><p>● A concessionária pode contratar terceiros para realizar atividades acessórias,</p><p>porém não pode substitui-la (artigo 25, da Lei 8987/95)174. Nesse caso, essa</p><p>relação entre concessionária e terceiro é de direito privado, não havendo</p><p>relação jurídica entre Administração Pública e o terceiro.</p><p>● Subconcessão: é a contratação de um terceiro para realização de parcela do</p><p>objeto da concessão, devendo haver: (I) previsão contratual; (II) autorização</p><p>174 Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os</p><p>prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo</p><p>órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.</p><p>§ 1o Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, a concessionária poderá contratar com</p><p>terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço</p><p>concedido, bem como a implementação de projetos associados. (Vide ADC 57)</p><p>§ 2o Os contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros a que se refere o parágrafo anterior</p><p>reger-se-ão pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder</p><p>concedente.</p><p>§ 3o A execução das atividades contratadas com terceiros pressupõe o cumprimento das normas</p><p>regulamentares da modalidade do serviço concedido.</p><p>220</p><p>da Administração Pública (III) realização de licitação pela Administração</p><p>Pública na modalidade concorrência175, conforme previsto no artigo 26, da</p><p>Lei 8987/95176.</p><p>○ A subconcessionária ficará sub-rogada nos direitos e obrigações do</p><p>subconcedente, inclusive se responsabilizando pelas obrigações e</p><p>sendo detentora dos direitos relativos a parte da subconcessão.</p><p>● Transferência da concessão: é a cessão da posição contratual para um</p><p>terceiro, havendo uma alteração subjetiva do contrato.</p><p>○ Necessita-se de autorização do Poder concedente177.</p><p>○ Os novos sujeitos precisam preencher os requisitos e se</p><p>comprometerem a cumprir as cláusulas contratuais.</p><p>● Transferência do controle acionário: não há alteração subjetiva do contrato.</p><p>○ Necessita de autorização do Poder concedente178.</p><p>○ Os novos sujeitos precisam preencher os requisitos e se</p><p>comprometerem a cumprir as cláusulas contratuais.</p><p>● Assunção do controle ou da administração temporária da concessionária</p><p>por seus financiadores e garantidores (artigo 27-A, da Lei 8987/95)</p><p>Art. 27-A. Nas condições estabelecidas no contrato de concessão, o poder</p><p>concedente autorizará a assunção do controle ou da administração</p><p>temporária da concessionária por seus financiadores e garantidores com</p><p>quem não mantenha vínculo societário direto, para promover sua</p><p>reestruturação financeira e assegurar a continuidade da prestação dos</p><p>serviços. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)</p><p>§ 1º Na hipótese prevista no caput, o poder concedente exigirá dos</p><p>financiadores e dos garantidores que atendam às exigências de</p><p>178 Se não tiver autorização, terá caducidade do contrato.</p><p>177 Se não tiver autorização, terá caducidade do contrato.</p><p>176 Art. 26. É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão, desde que</p><p>expressamente autorizada pelo poder concedente.</p><p>§ 1o A outorga de subconcessão será sempre precedida de concorrência</p><p>§ 2o O subconcessionário se sub-rogará todos os direitos e obrigações da subconcedente dentro dos</p><p>limites da subconcessão.</p><p>175 Questiona-se: Poderia haver a realização da modalidade diálogo competitivo?</p><p>Para fins de prova, adotar o que está escrito na lei, qual seja: não está previsto o diálogo competitivo.</p><p>221</p><p>regularidade jurídica e fiscal, podendo alterar ou dispensar os demais</p><p>requisitos previstos no inciso I do parágrafo único do art. 27. (Incluído pela</p><p>Lei nº 13.097, de 2015)</p><p>§ 2 A assunção do controle ou da administração temporária autorizadas na</p><p>forma do caput deste artigo não alterará as obrigações da concessionária</p><p>e de seus controladores para com terceiros, poder concedente e usuários</p><p>dos serviços públicos. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)</p><p>§ 3 Configura-se o controle da concessionária, para os fins dispostos no</p><p>caput deste artigo, a propriedade resolúvel de ações ou quotas por seus</p><p>financiadores e garantidores que atendam os requisitos do art. 116 da Lei</p><p>no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)</p><p>§ 4º Configura-se a administração temporária da concessionária por seus</p><p>financiadores e garantidores quando, sem a transferência da propriedade</p><p>de ações ou quotas, forem outorgados os seguintes poderes: (Incluído pela</p><p>Lei nº 13.097, de 2015)</p><p>I - indicar os membros do Conselho de Administração, a serem eleitos em</p><p>Assembleia Geral pelos acionistas, nas sociedades regidas pela Lei 6.404,</p><p>de 15 de dezembro de 1976; ou administradores, a serem eleitos pelos</p><p>quotistas, nas demais sociedades; (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)</p><p>II - indicar os membros do Conselho Fiscal, a serem eleitos pelos acionistas</p><p>ou quotistas controladores em Assembleia Geral; (Incluído pela Lei nº 13.097,</p><p>de 2015)</p><p>III - exercer poder de veto sobre qualquer proposta submetida à votação</p><p>dos acionistas ou quotistas da concessionária, que representem, ou possam</p><p>representar, prejuízos aos fins previstos no caput deste artigo; (Incluído pela</p><p>Lei nº 13.097, de 2015)</p><p>IV - outros poderes necessários ao alcance dos fins previstos no caput deste</p><p>artigo. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)</p><p>§ 5º A administração temporária autorizada na forma deste artigo não</p><p>acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores em relação à</p><p>tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações ou compromissos com</p><p>222</p><p>terceiros, inclusive com o poder concedente ou empregados. (Incluído pela</p><p>Lei nº 13.097, de 2015)</p><p>§ 6º O Poder Concedente disciplinará sobre o prazo da administração</p><p>temporária. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)</p><p>● Vantagens concedidas às concessionárias quando vai buscar um</p><p>financiamento:</p><p>○ Artigo 28 e 28-A, da Lei 8987/95.</p><p>Art. 28. Nos contratos de financiamento, as concessionárias</p><p>poderão oferecer em garantia os direitos emergentes da concessão,</p><p>até o limite que não comprometa a operacionalização e a</p><p>continuidade da prestação do serviço.</p><p>Art. 28-A. Para garantir contratos de mútuo de longo prazo,</p><p>destinados a investimentos relacionados a contratos de concessão,</p><p>em qualquer de suas modalidades, as concessionárias poderão ceder</p><p>ao mutuante, em caráter fiduciário, parcela de seus créditos</p><p>operacionais futuros, observadas as seguintes condições:</p><p>(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)</p><p>I - o contrato de cessão dos créditos deverá ser registrado em</p><p>Cartório de Títulos e Documentos para ter eficácia perante terceiros;</p><p>II - sem prejuízo do disposto no inciso I do caput deste artigo, a</p><p>cessão do crédito não terá eficácia em relação ao Poder Público</p><p>concedente senão quando for este formalmente notificado;</p><p>(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)</p><p>III - os créditos futuros cedidos nos termos deste artigo serão</p><p>constituídos sob a titularidade do mutuante, independentemente de</p><p>223</p><p>qualquer formalidade adicional; (Incluído pela Lei nº 11.196, de</p><p>2005)</p><p>IV - o mutuante poderá indicar instituição financeira para efetuar</p><p>a cobrança e receber os pagamentos dos créditos cedidos ou permitir</p><p>que a concessionária o faça, na qualidade de representante e</p><p>depositária; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)</p><p>V - na hipótese de ter sido indicada instituição financeira,</p><p>conforme previsto no inciso IV do caput deste artigo, fica a</p><p>concessionária obrigada a apresentar a essa os créditos para</p><p>cobrança; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)</p><p>VI - os pagamentos dos créditos cedidos deverão ser depositados</p><p>pela concessionária ou pela instituição encarregada da cobrança em</p><p>conta corrente</p><p>bancária vinculada ao contrato de mútuo;</p><p>(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)</p><p>VII - a instituição financeira depositária deverá transferir os</p><p>valores recebidos ao mutuante à medida que as obrigações do</p><p>contrato de mútuo tornarem-se exigíveis; e (Incluído pela</p><p>Lei nº 11.196, de 2005)</p><p>VIII - o contrato de cessão disporá sobre a devolução à</p><p>concessionária dos recursos excedentes, sendo vedada a retenção do</p><p>saldo após o adimplemento integral do contrato.</p><p>(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)</p><p>Parágrafo único. Para os fins deste artigo, serão considerados</p><p>contratos de longo prazo aqueles cujas obrigações tenham prazo</p><p>médio de vencimento superior a 5 (cinco) anos. (Incluído</p><p>pela Lei nº 11.196, de 2005)</p><p>224</p><p>● Concessionária pode fixar responsável pelos atos de execução da</p><p>desapropriação</p><p>● É de responsabilidade do Poder concedente homologar os reajustes e</p><p>promover as revisões</p><p>● A concessionária deve permitir a livre fiscalização</p><p>● A concessionária deve prestar serviço adequado (artigo 6º, §1º, da Lei</p><p>8987/95)179</p><p>Direito dos usuários (artigo 7º e 7º-A, da Lei 8987/95)</p><p>Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de 11 de</p><p>setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários:</p><p>I - receber serviço adequado;</p><p>II - receber do poder concedente e da concessionária</p><p>informações para a defesa de interesses individuais ou</p><p>coletivos;</p><p>III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre</p><p>vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as</p><p>normas do poder concedente</p><p>IV - levar ao conhecimento do poder público e da</p><p>concessionária as irregularidades de que tenham</p><p>conhecimento, referentes ao serviço prestado;</p><p>V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos</p><p>praticados pela concessionária na prestação do serviço;</p><p>VI - contribuir para a permanência das boas condições dos</p><p>bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços.</p><p>179 Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento</p><p>dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.</p><p>§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança,</p><p>atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.</p><p>225</p><p>Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito</p><p>público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são</p><p>obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do</p><p>mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para</p><p>escolherem os dias de vencimento de seus débitos</p><p>Prerrogativas do poder concedente</p><p>● Alteração unilateral do contrato, havendo o</p><p>reequilíbrio econômico-financeiro</p><p>● Extinção do contrato</p><p>● Fiscalização do contrato (artigo 30, da Lei</p><p>8987/95)180</p><p>○ Permanente: feita por intermédio de órgão técnico</p><p>do poder concedente ou por entidade com ele</p><p>conveniada</p><p>○ Periódica: realizada por comissão composta de</p><p>representantes do poder concedente, da</p><p>concessionária e dos usuários.</p><p>● Possibilidade de aplicação de sanções</p><p>● Intervenção da Administração (artigo 32-34, da Lei</p><p>8987/95)</p><p>○ Conceito: é um dever e uma prerrogativa de que</p><p>dispõe o poder concedente, visando assegurar a</p><p>adequação na prestação do serviço público, bem</p><p>como o fiel cumprimento das normas contratuais,</p><p>regulamentares e legais pertinentes. Nesse sentido,</p><p>ressalta-se que a intervenção ocorre mediante</p><p>180Art. 30. No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados relativos à administração,</p><p>contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária.</p><p>Parágrafo único. A fiscalização do serviço será feita por intermédio de órgão técnico do poder concedente ou</p><p>por entidade com ele conveniada, e, periodicamente, conforme previsto em norma regulamentar, por</p><p>comissão composta de representantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários.</p><p>226</p><p>decreto, o qual irá definir o interventor, prazos,</p><p>objetivos e limites.</p><p>○ A intervenção ocorre sem contraditório prévio, de</p><p>modo que depois de ter sido declarada a</p><p>intervenção, o poder concedente deverá, no prazo</p><p>de 30 dias, instaurar procedimento administrativo</p><p>para comprovar as causas determinantes da</p><p>medida e apurar responsabilidades, assegurando o</p><p>direito de ampla defesa. Desse modo, verifica-se</p><p>claramente que, em se tratando de intervenção, o</p><p>direito de defesa do concessionário só é propiciado</p><p>após a decretação da intervenção, a partir do</p><p>momento em que for instaurado o procedimento</p><p>administrativo para apuração das irregularidades.</p><p>Isso porque a intervenção possui finalidades</p><p>investigatória e fiscalizatória, e não punitiva.</p><p>Impossibilidade da oposição do contrato não cumprido</p><p>pelo particular (artigo 39, da Lei 8987/95181): o contrato</p><p>de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da</p><p>concessionária, no caso de descumprimento das normas</p><p>contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial</p><p>especialmente intentada para esse fim. Na hipótese</p><p>prevista, os serviços prestados pela concessionária não</p><p>poderão ser interrompidos ou paralisados até decisão</p><p>judicial transitada em julgado.</p><p>Remuneração das concessionárias: em regra, a</p><p>remuneração ocorre por meio do pagamento de tarifas</p><p>relativas ao uso do serviço. Porém, excepcionalmente</p><p>181 Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de</p><p>descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente</p><p>intentada para esse fim.</p><p>Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela concessionária não</p><p>poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.</p><p>227</p><p>pode comprar uma tarifa básica, independente do uso do</p><p>serviço (Súmula 356 STJ).182</p><p>● Não pode subordinar as tarifas à lei anterior;</p><p>● Não pode condicionar a tarifa à existência de</p><p>serviço público alternativo e gratuito.</p><p>● Receitas alternativas: há a possibilidade de</p><p>cobrança de receitas alternativas que irá garantir a</p><p>modicidade das tarifas</p><p>○ Artigo 11, da Lei 8987/95183</p><p>● Pode haver a subvenção do poder concedente de</p><p>maneira a promover a modicidade das tarifas,</p><p>desde que tenha previsão em lei.</p><p>○ Artigo 35, da Lei 9074.184</p><p>● O aumento do imposto de renda não implica o</p><p>reequilíbrio econômico financeiro do contrato.</p><p>Métodos de revisão contratual</p><p>● Revisão do valor da tarifa;</p><p>● Redução dos encargos da concessionária;</p><p>● Redução dos investimentos da concessionária;</p><p>● Prorrogação do contrato da concessão.</p><p>● Vantagens ou subvenções pagas pelo próprio</p><p>poder públicos</p><p>Possibilidade de controle das tarifas pelo Poder</p><p>Judiciário</p><p>184 Art. 35. A estipulação de novos benefícios tarifários pelo poder concedente, fica condicionada à previsão,</p><p>em lei, da origem dos recursos ou da simultânea revisão da estrutura tarifária do concessionário ou</p><p>permissionário, de forma a preservar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.</p><p>Parágrafo único. A concessão de qualquer benefício tarifário somente poderá ser atribuída a uma classe ou</p><p>coletividade de usuários dos serviços, vedado, sob qualquer pretexto, o benefício singular.</p><p>183 Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em</p><p>favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas</p><p>alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a</p><p>favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei.</p><p>Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste artigo serão obrigatoriamente consideradas para a</p><p>aferição do inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato.</p><p>182 É legítima a cobrança da tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa</p><p>228</p><p>● Jurisprudência (RESP 1.171.815185): o Poder Judiciário</p><p>não tem o conhecimento técnico necessário para</p><p>dispor acerca de revisão tarifária em que foram</p><p>utilizados critérios técnicos</p><p>pela Administração</p><p>Pública. Logo, o Poder Judiciário somente verifica</p><p>questões de legalidade do contrato.</p><p>Extinção do contrato de concessão</p><p>Modalidades de extinção:</p><p>● Advento do termo contratual</p><p>● Encampação: extinção do contrato por interesse</p><p>público, de modo que necessita de lei autorizativa.</p><p>○ A extinção ocorrerá mediante decreto e somente</p><p>após o pagamento de indenização. Assim, a</p><p>indenização é antes da extinção do contrato.</p><p>● Caducidade: extinção por conta da inexecução</p><p>contratual da concessionária, de modo que há</p><p>somente a necessidade de decreto e, se for o caso,</p><p>de indenização que somente ocorre depois da</p><p>extinção.</p><p>○ Quando há a transferência da concessão ou</p><p>controle acionário sem autorização do poder</p><p>concedente, haverá a caducidade obrigatória.</p><p>○ A caducidade discricionária é quando há a</p><p>inexecução contratual.</p><p>185 ADMINISTRATIVO AÇÃO CIVIL PÚBLICA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TELEFONIA DELIMITAÇÃO DE "ÁREA</p><p>LOCAL" PARA EFEITO DA COBRANÇA DE TARIFA INTERURBANA MUNICIPALIDADE NECESSIDADE DE</p><p>OBSERVÂNCIA DOS CRITÉRIOS DEFINIDOS PELA AGÊNCIA REGULADORA. 1. Não cabe ao Judiciário adentrar</p><p>o mérito das normas e procedimentos regulatórios que inspiraram a configuração das "áreas locais" para efeito</p><p>de cobrança de tarifa interurbana, porquanto se limitam a aspectos predominantemente técnicos, não</p><p>necessariamente vinculados à divisão político-geográfica do município. Além disso, uma vez estipulados, esses</p><p>critérios têm o efeito de propiciar aos interessados na prestação do serviço a análise da relação custo-benefício</p><p>que determinará as bases do contrato de concessão, cuja revisão a posteriori acarretará prejuízo demasiado.</p><p>Precedentes. 2. Recursos especiais providos.</p><p>(STJ - REsp: 1171815 PR 2009/0227862-4, Relator: Ministro CASTRO MEIRA, Data de Julgamento: 08/06/2010, T2 -</p><p>SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 18/06/2010)</p><p>229</p><p>● Rescisão: ocorre por iniciativa do particular quando</p><p>a Administração deixa de cumprir suas obrigações.</p><p>○ A rescisão pode ocorrer de forma amigável ou por</p><p>meio do Poder Judiciário. Ainda, pode ocorrer</p><p>mediante pleito no juízo arbitral, desde que</p><p>convencionado.</p><p>○ O particular não pode opor a exceção do contrato</p><p>não cumprido. Sendo assim, o particular não pode</p><p>deixar de prestar o serviço público mesmo que a</p><p>Administração esteja inadimplente.</p><p>● Anulação: extinção por conta de vícios de</p><p>legalidade.</p><p>● Extinção do contrato por falência ou extinção da</p><p>pessoa jurídica</p><p>● Distrato: extinção por acordo das partes</p><p>● Extinção por fatos decorrentes da teoria da</p><p>imprevisão.</p><p>Consequências da extinção</p><p>● Indenização dos investimentos realizados em bens</p><p>reversíveis, desde que os investimentos não estejam</p><p>amortizados ou depreciados.</p><p>○ Indenização somente é prévia no caso de</p><p>encampação;</p><p>○ Multas serão descontadas do valor da indenização;</p><p>● Reversão dos bens</p><p>● Imediata assunção do serviço público pelo poder</p><p>concedente</p><p>230</p><p>i. Parcerias-público privadas (Lei 11.079/94)</p><p>■ Diretrizes</p><p>Art. 4º Na contratação de parceria público-privada serão</p><p>observadas as seguintes diretrizes:</p><p>I – eficiência no cumprimento das missões de Estado e no</p><p>emprego dos recursos da sociedade;</p><p>II – respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos</p><p>serviços e dos entes privados incumbidos da sua execução;</p><p>III – indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do</p><p>exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas</p><p>do Estado;</p><p>IV – responsabilidade fiscal na celebração e execução das</p><p>parcerias;</p><p>V – transparência dos procedimentos e das decisões;</p><p>VI – repartição objetiva de riscos entre as partes;</p><p>VII – sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas</p><p>dos projetos de parceria.</p><p>■ Modalidades</p><p>● Parceria Público Privada patrocinada:</p><p>○ Há a remuneração por meio de: (I) tarifa paga pelo</p><p>usuário e (II) orçamentos e outras modalidades de</p><p>contraprestação estatal.186</p><p>○ Aplica-se a Lei nº 8987 de forma subsidiária</p><p>○ Nas concessões patrocinadas, em que mais de 70%</p><p>da remuneração do parceiro privado for paga pela</p><p>Administração, será precedida de autorização</p><p>legislativa específica.</p><p>● Parceria Público Privada administrativa</p><p>186 Na concessão comum, não há orçamento público.</p><p>231</p><p>○ Há remuneração somente por meio de orçamento</p><p>ou outra modalidade de contraprestação estatal.</p><p>○ A Administração Pública é a usuária direta ou</p><p>indireta dos serviços.</p><p>○ Somente alguns dispositivos da Lei 8987 aplicam de</p><p>forma subsidiária.</p><p>■ Disposições específicas das parcerias público privadas</p><p>● Valor mínimo do contrato: 10 milhões de reais;</p><p>● Prazo mínimo do contrato de 5 anos e prazo máximo de</p><p>35 anos</p><p>● Não cabem, como objeto único da PPP: o fornecimento de</p><p>mão de obra, o fornecimento e a instalação de</p><p>equipamentos ou a execução de obra pública.</p><p>■ Licitações</p><p>● Realizada da modalidade concorrência ou diálogo</p><p>competitivo.</p><p>● Artigo 10, da Lei 11.079/04</p><p>Art. 10. A contratação de parceria público-privada será</p><p>precedida de licitação na modalidade concorrência ou</p><p>diálogo competitivo, estando a abertura do processo</p><p>licitatório condicionada a: (Redação dada pela Lei nº 14.133,</p><p>de 2021)</p><p>I – autorização da autoridade competente, fundamentada</p><p>em estudo técnico que demonstre:</p><p>a) a conveniência e a oportunidade da contratação,</p><p>mediante identificação das razões que justifiquem a</p><p>opção pela forma de parceria público-privada;</p><p>b) que as despesas criadas ou aumentadas não afetarão as</p><p>metas de resultados fiscais previstas no Anexo referido no</p><p>§ 1º do art. 4º da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de</p><p>2000, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos</p><p>232</p><p>seguintes, ser compensados pelo aumento permanente</p><p>de receita ou pela redução permanente de despesa; e</p><p>c) quando for o caso, conforme as normas editadas na</p><p>forma do art. 25 desta Lei, a observância dos limites e</p><p>condições decorrentes da aplicação dos arts. 29, 30 e 32 da</p><p>Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, pelas</p><p>obrigações contraídas pela Administração Pública relativas</p><p>ao objeto do contrato;</p><p>II – elaboração de estimativa do impacto</p><p>orçamentário-financeiro nos exercícios em que deva</p><p>vigorar o contrato de parceria público-privada;</p><p>III – declaração do ordenador da despesa de que as</p><p>obrigações contraídas pela Administração Pública no</p><p>decorrer do contrato são compatíveis com a lei de</p><p>diretrizes orçamentárias e estão previstas na lei</p><p>orçamentária anual;</p><p>IV – estimativa do fluxo de recursos públicos suficientes</p><p>para o cumprimento, durante a vigência do contrato e por</p><p>exercício financeiro, das obrigações contraídas pela</p><p>Administração Pública;</p><p>V – seu objeto estar previsto no plano plurianual em vigor</p><p>no âmbito onde o contrato será celebrado;</p><p>VI – submissão da minuta de edital e de contrato à</p><p>consulta pública, mediante publicação na imprensa oficial,</p><p>em jornais de grande circulação e por meio eletrônico, que</p><p>deverá informar a justificativa para a contratação, a</p><p>identificação do objeto, o prazo de duração do contrato,</p><p>seu valor estimado, fixando-se prazo mínimo de 30 (trinta)</p><p>dias para recebimento de sugestões, cujo termo dar-se-á</p><p>pelo menos 7 (sete) dias antes da data prevista para a</p><p>publicação do edital; e</p><p>233</p><p>VII – licença ambiental prévia ou expedição das diretrizes</p><p>para o licenciamento ambiental do empreendimento, na</p><p>forma do regulamento, sempre que o objeto do contrato</p><p>exigir.</p><p>§ 1º A comprovação referida nas alíneas b e c do inciso I do</p><p>caput deste artigo conterá as premissas e metodologia de</p><p>cálculo utilizadas, observadas as normas gerais para</p><p>consolidação das contas públicas, sem prejuízo do exame</p><p>de compatibilidade das despesas com as demais normas</p><p>do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.</p><p>§ 2º Sempre que a assinatura do contrato ocorrer em</p><p>exercício diverso daquele em que for publicado o edital,</p><p>deverá ser precedida da atualização dos estudos e</p><p>demonstrações a que se referem os incisos I a IV do caput</p><p>deste artigo.</p><p>§ 3º As concessões patrocinadas em que mais de 70%</p><p>(setenta por cento) da remuneração do parceiro privado</p><p>for paga pela Administração Pública dependerão de</p><p>autorização legislativa específica.</p><p>§ 4º Os estudos de engenharia para a definição do valor do</p><p>investimento da PPP deverão ter nível de detalhamento</p><p>de anteprojeto, e o valor dos investimentos para definição</p><p>do preço de referência para a licitação será calculado com</p><p>base em valores de mercado considerando o custo global</p><p>de obras semelhantes no Brasil ou no exterior ou com</p><p>base em sistemas de custos que utilizem como insumo</p><p>valores de mercado do setor específico do projeto,</p><p>aferidos, em qualquer caso, mediante orçamento sintético,</p><p>elaborado por meio de metodologia expedita ou</p><p>paramétrica. (Incluído pela Lei nº 12.766, de 2012)</p><p>234</p><p>■ Necessidade de instituição de sociedade de propósitos</p><p>específicos antes da celebração do contrato (artigo 9º, da Lei</p><p>11.079/04)</p><p>Art. 9º Antes da celebração do contrato, deverá ser</p><p>constituída sociedade de propósito específico, incumbida</p><p>de implantar e gerir o objeto da parceria.</p><p>§ 1º A transferência do controle da sociedade de</p><p>propósito específico estará condicionada à autorização</p><p>expressa da Administração Pública, nos termos do</p><p>edital e do contrato, observado o disposto no parágrafo</p><p>único do art. 27 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.</p><p>§ 2º A sociedade de propósito específico poderá assumir</p><p>a forma de companhia aberta, com valores mobiliários</p><p>admitidos a negociação no mercado.</p><p>§ 3º A sociedade de propósito específico deverá obedecer</p><p>a padrões de governança corporativa e adotar</p><p>contabilidade e demonstrações financeiras</p><p>padronizadas, conforme regulamento.</p><p>§ 4º Fica vedado à Administração Pública ser titular da</p><p>maioria do capital votante das sociedades de que trata</p><p>este Capítulo.</p><p>§ 5º A vedação prevista no § 4º deste artigo não se aplica</p><p>à eventual aquisição da maioria do capital votante da</p><p>sociedade de propósito específico por instituição</p><p>financeira controlada pelo Poder Público em caso de</p><p>inadimplemento de contratos de financiamento.</p><p>■ Contratos de parceria público privada</p><p>235</p><p>Art. 5º , da Lei 11.079/04. As cláusulas dos contratos de parceria</p><p>público-privada atenderão ao disposto no art. 23 da Lei nº 8.987, de 13</p><p>de fevereiro de 1995, no que couber, devendo também prever:</p><p>I – o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização</p><p>dos investimentos realizados, não inferior a 5 (cinco), nem superior a</p><p>35 (trinta e cinco) anos, incluindo eventual prorrogação;</p><p>II – as penalidades aplicáveis à Administração Pública e ao parceiro</p><p>privado em caso de inadimplemento contratual, fixadas sempre de</p><p>forma proporcional à gravidade da falta cometida, e às obrigações</p><p>assumidas;</p><p>III – a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a</p><p>caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica</p><p>extraordinária;</p><p>IV – as formas de remuneração e de atualização dos valores</p><p>contratuais;</p><p>V – os mecanismos para a preservação da atualidade da prestação</p><p>dos serviços</p><p>VI – os fatos que caracterizem a inadimplência pecuniária do parceiro</p><p>público, os modos e o prazo de regularização e, quando houver, a</p><p>forma de acionamento da garantia</p><p>VII – os critérios objetivos de avaliação do desempenho do parceiro</p><p>privado;</p><p>VIII – a prestação, pelo parceiro privado, de garantias de execução</p><p>suficientes e compatíveis com os ônus e riscos envolvidos, observados</p><p>os limites dos §§ 3º e 5º do art. 56 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de</p><p>1993, e, no que se refere às concessões patrocinadas, o disposto no</p><p>inciso XV do art. 18 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 ;</p><p>236</p><p>IX – o compartilhamento com a Administração Pública de ganhos</p><p>econômicos efetivos do parceiro privado decorrentes da redução do</p><p>risco de crédito dos financiamentos utilizados pelo parceiro privado;</p><p>X – a realização de vistoria dos bens reversíveis, podendo o parceiro</p><p>público reter os pagamentos ao parceiro privado, no valor necessário</p><p>para reparar as irregularidades eventualmente detectadas.</p><p>XI - o cronograma e os marcos para o repasse ao parceiro privado das</p><p>parcelas do aporte de recursos, na fase de investimentos do projeto</p><p>e/ou após a disponibilização dos serviços, sempre que verificada a</p><p>hipótese do § 2º do art. 6º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.766, de</p><p>2012)</p><p>§ 1º As cláusulas contratuais de atualização automática de valores</p><p>baseadas em índices e fórmulas matemáticas, quando houver, serão</p><p>aplicadas sem necessidade de homologação pela Administração</p><p>Pública, exceto se esta publicar, na imprensa oficial, onde houver, até</p><p>o prazo de 15 (quinze) dias após apresentação da fatura, razões</p><p>fundamentadas nesta Lei ou no contrato para a rejeição da</p><p>atualização.</p><p>§ 2º Os contratos poderão prever adicionalmente:</p><p>I - os requisitos e condições em que o parceiro público autorizará a</p><p>transferência do controle ou a administração temporária da</p><p>sociedade de propósito específico aos seus financiadores e</p><p>garantidores com quem não mantenha vínculo societário direto, com</p><p>o objetivo de promover a sua reestruturação financeira e assegurar a</p><p>continuidade da prestação dos serviços, não se aplicando para este</p><p>efeito o previsto no inciso I do parágrafo único do art. 27 da Lei nº</p><p>8.987, de 13 de fevereiro de 1995 ; (Redação dada pela Lei nº 13.097,</p><p>de 2015)</p><p>237</p><p>II – a possibilidade de emissão de empenho em nome dos</p><p>financiadores do projeto em relação às obrigações pecuniárias da</p><p>Administração Pública;</p><p>III – a legitimidade dos financiadores do projeto para receber</p><p>indenizações por extinção antecipada do contrato, bem como</p><p>pagamentos efetuados pelos fundos e empresas estatais</p><p>garantidores de parcerias público-privadas.</p><p>● A Administração Pública pode conceder garantias187</p><p>● Contraprestação da Administração Pública: somente</p><p>ocorre após a disponibilização do serviço, porém é</p><p>facultado à Administração Pública, nos termos do</p><p>contrato, efetuar o pagamento da contraprestação relativa</p><p>a parcela fruível do serviço objeto do contrato de parceria</p><p>público-privada.</p><p>● Aporte de recurso: transferência antecipada dos recursos</p><p>para o parceiro privado para investimento sob a forma de</p><p>subvenção, de modo que não incide os tributos previstos</p><p>em uma remuneração antecipada, sendo uma exceção à</p><p>regra de pagamento de contraprestação somente após a</p><p>disponibilização dos serviços. O aporte de recurso deve</p><p>187 Art. 8º, da Lei 11.079/04. As obrigações pecuniárias contraídas pela Administração Pública em contrato de</p><p>parceria público-privada poderão ser garantidas mediante:</p><p>I – vinculação de receitas, observado o disposto no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal ;</p><p>II – instituição ou utilização de fundos especiais previstos em lei;</p><p>III – contratação de seguro-garantia com as companhias seguradoras que não sejam controladas pelo Poder</p><p>Público;</p><p>IV - garantia prestada por organismos internacionais ou instituições financeiras; (Redação dada pela Lei nº</p><p>14.227, de 2021)</p><p>V – garantias prestadas por fundo garantidor ou empresa estatal criada para essa finalidade;</p><p>VI – outros mecanismos admitidos em lei.</p><p>238</p><p>estar previsto no edital de licitação ou em lei específica,</p><p>conforme o artigo 6º, §2º e §3º, da Lei 11.079/04)188.</p><p>● Por ocasião da extinção do contrato, o parceiro</p><p>privado não receberá indenização pelas parcelas de</p><p>investimentos vinculados a bens reversíveis ainda</p><p>não amortizadas ou depreciadas, quando tais</p><p>investimentos houverem sido realizados com valores</p><p>provenientes do aporte de recursos.</p><p>■ Disposições aplicáveis apenas à União</p><p>● Órgão gestor de PPP.</p><p>● Fundo Garantidor de PPPs.</p><p>j. Autorização de serviços públicos</p><p>i. A maior parte da doutrina admite, não sendo a autorização</p><p>concedida pelo Poder de Polícia. No caso da autorização, a</p><p>Administração Pública delega a execução de um serviço público</p><p>exclusivo do Estado ao particular.</p><p>ii. Ocorre por meio de um termo de autorização.</p><p>iii. A Autorização é precária</p><p>iv. Ocorre a autorização em duas hipóteses:</p><p>● Quando prestado por um grupo específico de usuários em</p><p>benefício próprio</p><p>● Situação especiais e transitórias</p><p>188 § 2º O contrato</p><p>poderá prever o aporte de recursos em favor do parceiro privado para a realização de obras e</p><p>aquisição de bens reversíveis, nos termos dos incisos X e XI do caput do art. 18 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro</p><p>de 1995, desde que autorizado no edital de licitação, se contratos novos, ou em lei específica, se contratos</p><p>celebrados até 8 de agosto de 2012. (Incluído pela Lei nº 12.766, de 2012)</p><p>§ 3º O valor do aporte de recursos realizado nos termos do § 2º poderá ser excluído da determinação:</p><p>(Incluído pela Lei nº 12.766, de 2012)</p><p>I - do lucro líquido para fins de apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o</p><p>Lucro Líquido - CSLL; e (Incluído pela Lei nº 12.766, de 2012)</p><p>II - da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da</p><p>Seguridade Social - COFINS. (Incluído pela Lei nº 12.766, de 2012)</p><p>III - da base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - CPRB devida pelas empresas</p><p>referidas nos arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, a partir de 1º de janeiro de 2015.</p><p>(Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) Vigência</p><p>239</p><p>k. Relicitação e prorrogação (Lei 13448/17)</p><p>i. Somente irá ocorrer a relicitação e prorrogação nos setores</p><p>rodoviário, ferroviário e aeroportuário.</p><p>ii. Conceito de relicitação: extinção da concessão do serviço</p><p>público para fazer uma nova licitação.</p><p>1. Essa extinção pode ser requerida pelo particular quando</p><p>verifica que não terá condições de prestar o serviço.</p><p>iii. Conceito de prorrogação: alteração do prazo de vigência do</p><p>contrato de parceria, quando expressamente admitida a</p><p>prorrogação contratual no respectivo edital ou no instrumento</p><p>contratual original, realizada a critério do órgão ou da entidade</p><p>competente e de comum acordo com o contratado, produzindo</p><p>efeitos antes do término da vigência do ajuste.</p><p>l. Jurisprudência</p><p>Anulação judicial de cláusula de contrato de concessão</p><p>firmado por agência reguladora e prestadora de serviço</p><p>de telefonia</p><p>● Em regra, não cabe ao Poder Judiciário anular</p><p>cláusula de contrato de concessão de serviço</p><p>público que autoriza o reajuste de tarifa telefônica</p><p>em percentual superior ao índice inflacionário. Isso</p><p>porque a intervenção do Judiciário no âmbito</p><p>regulatório deve se restringir apenas ao controle de</p><p>legalidade, devendo ser respeitadas as capacidades</p><p>institucionais das entidades de regulação (no caso,</p><p>a Anatel) e a discricionariedade técnica dos atos</p><p>editados.</p><p>● Afronta o princípio da separação dos Poderes a</p><p>anulação judicial de cláusula de contrato de</p><p>concessão firmado por Agência Reguladora e</p><p>prestadora de serviço de telefonia que, em</p><p>240</p><p>observância aos marcos regulatórios estabelecidos</p><p>pelo Legislador, autoriza a incidência de reajuste de</p><p>alguns itens tarifários em percentual superior ao do</p><p>índice inflacionário fixado, quando este não é</p><p>superado pela média ponderada de todos os itens.</p><p>STF. Plenário. RE 1059819/PE, Rel. Min. Marco Aurélio,</p><p>redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em</p><p>18/2/2022 (Repercussão Geral – Tema 991) (Info 1044).</p><p>Programa de Parcerias de Investimentos (PPI)</p><p>● O que é o programa de parcerias de</p><p>investimentos?</p><p>○ A Lei nº 13.334/2016 criou o Programa de Parcerias</p><p>de Investimentos - PPI, com o objetivo de ampliar e</p><p>fortalecer a interação entre o Estado e a iniciativa</p><p>privada, por meio da celebração de contratos de</p><p>parceria para a execução de empreendimentos</p><p>públicos de infraestrutura e de outras medidas de</p><p>desestatização. A Lei nº 13.334/2016 é resultado da</p><p>conversão da Medida Provisória nº 727/2016.</p><p>● O PPI é inconstitucional?</p><p>○ Não! Por meio do PPI é implementada política</p><p>pública nas contratações estatais para a execução</p><p>de empreendimentos de infraestrutura, tidas como</p><p>de importância fundamental e urgente pelas</p><p>autoridades administrativas e governamentais</p><p>competentes para a definição das políticas públicas.</p><p>Nesse sentido, não se trata da criação de uma nova</p><p>forma de contratação pública. Ainda, a</p><p>possibilidade de empreendimentos públicos de</p><p>infraestrutura dos Estados, Distrito Federal e</p><p>Municípios serem incluídos no PPI não afronta a</p><p>autonomia político-administrativa daqueles entes</p><p>241</p><p>federativos. Isso porque não se confere à União</p><p>possibilidade de ingerência na gestão de contratos</p><p>celebrados por Estados, Distrito Federal ou</p><p>Municípios ou em suas escolhas administrativas.</p><p>Cumpre ressaltar que o que a lei estabelece é</p><p>apenas que os empreendimentos executados por</p><p>aqueles entes com o fomento da União ou</p><p>mediante delegação deverão integrar o PPI, o que</p><p>se mostra compatível com os princípios da</p><p>eficiência e do controle, notadamente pela</p><p>responsabilidade do ente federal nestes casos.</p><p>● Tese decidida pelo STF:</p><p>O Programa de Parcerias de Investimentos (PPI)</p><p>destinado à ampliação e ao fortalecimento da</p><p>interação entre o Estado e a iniciativa privada (MP</p><p>727/2016, convertida na Lei nº 13.334/2016) não</p><p>afronta os princípios da Administração Pública e da</p><p>proteção do meio ambiente e dos índios (art. 23, VI,</p><p>art. 37, caput e art. 231, § 2º, da CF/88).</p><p>STF. Plenário. ADI 5551/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia,</p><p>julgado em 13/3/2021 (Info 1009).</p><p>Lei Geral das Antenas</p><p>● A Lei nº 13.116/2015 (Lei Geral das Antenas)</p><p>estabelece normas gerais para implantação e</p><p>compartilhamento da infraestrutura de</p><p>telecomunicações.</p><p>● Art 12 da Lei 13.166/15189</p><p>189 Art. 12. Não será exigida contraprestação em razão do direito de passagem em vias públicas, em faixas de</p><p>domínio e em outros bens públicos de uso comum do povo, ainda que esses bens ou instalações sejam</p><p>explorados por meio de concessão ou outra forma de delegação, excetuadas aquelas cujos contratos</p><p>decorram de licitações anteriores à data de promulgação desta Lei.</p><p>§ 1º O disposto no caput não abrange os custos necessários à instalação, à operação, à manutenção e à</p><p>remoção da infraestrutura e dos equipamentos, que deverão ser arcados pela entidade interessada, e</p><p>não afeta obrigações indenizatórias decorrentes de eventual dano efetivo ou de restrição de uso</p><p>significativa.</p><p>242</p><p>○ Esse artigo é inconstitucional sob o ponto de vista</p><p>formal? Poderia se alegar que houve violação à</p><p>autonomia dos entes federados?</p><p>■ Não, destaca-se que telecomunicações e</p><p>normas gerais de licitação e contratação</p><p>administrativa (objetos da Lei Geral das</p><p>Antenas) são matérias que são de</p><p>competência privativa da União. Assim, o</p><p>regramento do direito de passagem</p><p>previsto no art. 12, caput, da Lei Geral das</p><p>Antenas (Lei nº 13.116/2015) se insere no</p><p>âmbito da competência privativa da União</p><p>para legislar sobre telecomunicações (art.</p><p>22, IV, da CF/88) e sobre normas gerais de</p><p>licitação e contratação administrativa (art.</p><p>22, XXVII, da CF/88).</p><p>○ Ainda, segundo o STF esse artigo, ao afirmar, em</p><p>seu texto, que ele não se aplica para os contratos</p><p>que “decorram de licitações anteriores à data de</p><p>promulgação desta Lei”, renuncia a qualquer</p><p>pretensão de retroatividade, ainda que mínima.</p><p>Com isso, ele prestigia a garantia constitucional do</p><p>direito adquirido e do ato jurídico perfeito. Assim, há</p><p>o respeito à impessoalidade e moralidade.</p><p>Destaca-se que há a garantia do princípio da</p><p>eficiência, pois a Lei Geral das Antenas traz a</p><p>solução de um problema que há tempos desafiava</p><p>a Federação, qual seja: pulverização descoordenada</p><p>de condicionamentos jurídicos à instalação da</p><p>infraestrutura de telecomunicações cujo efeito</p><p>§ 2º O direito de passagem será autorizado pelos órgãos reguladores sob cuja competência estiver a área a</p><p>ser ocupada ou atravessada.</p><p>243</p><p>econômico mais pronunciado foi o de incrementar</p><p>o custo regulatório. 190</p><p>○ Esse artigo usurpa o direito fundamental de</p><p>propriedade dos Estados?</p><p>■ Não, o que o artigo 12 faz é instituir um</p><p>verdadeiro ônus real sobre vias públicas,</p><p>faixas de domínio e outros bens públicos de</p><p>uso comum do povo, independentemente</p><p>da titularidade do bem. Ressalta-se que o</p><p>conceito constitucional de proteção ao</p><p>direito de propriedade transcende à</p><p>concepção “privatística</p><p>estrita” e abarca</p><p>outros valores que não de índole</p><p>patrimonial. O direito de propriedade acaba</p><p>por ter relação com outros direitos, como a</p><p>dignidade da pessoa humana, a liberdade</p><p>de profissão, o direito adquirido, a liberdade</p><p>de construir e, na espécie, a prestação de</p><p>serviços públicos essenciais à</p><p>coletividade.191</p><p>○ O direito de passagem estabelecido no artigo 12 da</p><p>Lei 13.166/15 respeita o princípio da</p><p>proporcionalidade?</p><p>■ Sim, sendo observada a adequação,</p><p>necessidade e proporcionalidade. É medida</p><p>adequada à finalidade a ser perseguida,</p><p>191 O ônus real advindo da gratuidade do direito de passagem estabelecido no art. 12 da Lei nº 13.116/2015 é</p><p>adequado, necessário e proporcional em sentido estrito, considerando o direito de propriedade restringido. Do</p><p>ponto de vista material, não é compatível com a ordem constitucional vigente o entendimento de que o</p><p>direito de propriedade — mesmo que titularizado por ente político — revista-se de garantia absoluta. Logo,</p><p>não se pode dizer que essa restrição imposta pelo art. 12 tenha violado o direito constitucional de propriedade.</p><p>STF. Plenário. ADI 6482/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/2/2021 (Info 1006).</p><p>190 O art. 12 da Lei Geral das Antenas respeita os princípios constitucionais da eficiência e da moralidade</p><p>administrativa. STF. Plenário. ADI 6482/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/2/2021 (Info 1006).</p><p>244</p><p>inclusive para evitar as distorções</p><p>regulatórias que obstam o tratamento</p><p>uniforme da matéria. Diferentemente das</p><p>autorizações administrativas tradicionais, as</p><p>autorizações de serviços de</p><p>telecomunicações não se esgotam na</p><p>simples emissão unilateral do ato, e</p><p>marcam vinculação permanente com a</p><p>Administração, com a finalidade de tutelar</p><p>o interesse público. Sobre a necessidade do</p><p>meio utilizado, existe forte lógica</p><p>econômica na extensão nacional da</p><p>gratuidade: evitar que custos pela</p><p>utilização da faixa de domínio sejam</p><p>repassados aos consumidores de</p><p>telecomunicações. Além de trazer outras</p><p>dificuldades, a cobrança de maneira</p><p>uniforme pelas diferentes esferas da</p><p>Administração e concessionárias elevaria o</p><p>custo ao consumidor final, dificultando o</p><p>acesso aos serviços, na contramão da</p><p>política nacional de telecomunicações. No</p><p>tocante à proporcionalidade em sentido</p><p>estrito, a lei federal e seu regulamento</p><p>previram salvaguardas a fim de evitar o</p><p>aniquilamento do direito real em jogo.</p><p>Corrobora a proporcionalidade da restrição,</p><p>o fato de:</p><p>a) o direito de passagem deve ser autorizado</p><p>pelos órgãos reguladores sob cuja</p><p>competência estiver a área a ser ocupada ou</p><p>atravessada;</p><p>245</p><p>b) a instituição do direito não abranger os</p><p>custos necessários a infraestrutura e</p><p>equipamentos, tampouco afetar obrigações</p><p>indenizatórias decorrentes de eventual dano</p><p>ou de restrição de uso significativa;</p><p>c) o art. 12 encontrar-se alinhado ao princípio</p><p>da segurança jurídica e à proteção do ato</p><p>jurídico perfeito, considerada a aplicação de</p><p>seus efeitos apenas aos contratos que</p><p>decorram de licitações posteriores à data de</p><p>promulgação da lei.</p><p>Transporte público coletivo e licitação</p><p>● Salvo situações excepcionais, devidamente</p><p>comprovadas, o implemento de transporte público</p><p>coletivo pressupõe prévia licitação.(STF. Plenário. RE</p><p>1001104, Rel. Marco Aurélio, julgado em 15/05/2020</p><p>(Repercussão Geral – Tema 854) (Info 982 –</p><p>clipping).</p><p>A concessionária não tem direito adquirido à renovação</p><p>do contrato de concessão192</p><p>● Prorrogação de um contrato administrativo: a</p><p>prorrogação de um contrato administrativo não</p><p>está condicionada apenas a critérios objetivos</p><p>(apresentação de documentos e comprovantes</p><p>pela concessionária etc.). A prorrogação do contrato</p><p>é uma decisão inserida no campo da</p><p>discricionariedade administrativa, sempre pautada</p><p>192 A concessionária não tem direito adquirido à renovação do contrato de concessão de usina hidrelétrica. A</p><p>União possui a faculdade de prorrogar ou não o contrato de concessão, tendo em vista o interesse público, não</p><p>se podendo invocar direito líquido e certo a tal prorrogação. Dessa forma, a prorrogação do contrato</p><p>administrativo insere-se no campo da discricionariedade. A Lei nº 12.783/2013 subordinou a prorrogação dos</p><p>contratos de concessão de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica à aceitação expressa de</p><p>determinadas condições. Se estas são recusadas pela concessionária, a Administração Pública não é obrigada</p><p>a renovar a concessão.</p><p>STF. 2ª Turma. RMS 34203/DF e AC 3980/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 21/11/2017 (Info 885).</p><p>246</p><p>pelo interesse público. Assim, a regra é que a</p><p>contratação tenha um termo predefinido – prazo</p><p>contratual – cabendo à Administração avaliar, ao</p><p>final do termo e sempre de acordo com os</p><p>parâmetros legais de atendimento ao interesse</p><p>público que lhe foram traçados (e em especial a</p><p>“promoção do desenvolvimento nacional</p><p>sustentável”), o interesse e a possibilidade de</p><p>renovação desse prazo.</p><p>○ A prorrogação é um instrumento autorizado pela</p><p>lei, nunca imposto, e sua realização pressupõe</p><p>atendimento ao interesse público.</p><p>● Direito adquirido e renovação do contrato de</p><p>concessão: o princípio do equilíbrio financeiro do</p><p>contrato que garante a equivalência entre as</p><p>vantagens e os custos tal como calculados no</p><p>momento da celebração do contrato deve ser</p><p>aplicado durante o período de vigência do ajuste. O</p><p>princípio do equilíbrio do contrato não é obrigatório</p><p>em caso de prorrogação do ajuste considerando</p><p>que, nesse caso, a Administração Pública poderá</p><p>impor novas condições assim definidas na lei.</p><p>○ Quando uma legislação nova surge, ela deverá</p><p>respeitar as cláusulas do contrato que estão em</p><p>vigor até que o ajuste chegue ao seu termo final.</p><p>Em caso de prorrogação, contudo, é possível já</p><p>exigir as novas condições, estando o concessionário</p><p>livre para aceitar ou não os novos termos</p><p>contratuais. Não se pode falar que haja violação ao</p><p>equilíbrio econômico-financeiro do contrato</p><p>considerando que ele já chegou ao fim e que o que</p><p>está se discutindo é a sua prorrogação.</p><p>247</p><p>Decisão que suspende reajuste das tarifas de</p><p>transporte público urbano viola a ordem pública193</p><p>● O reajuste de tarifas do serviço público é</p><p>manifestação de uma política tarifária, solução, em</p><p>cada caso, de um complexo problema de</p><p>ponderação entre a exigência de ajustar o preço do</p><p>serviço às situações econômicas concretas do</p><p>segmento social dos respectivos usuários ao</p><p>imperativo de manter a viabilidade</p><p>econômico-financeiro do empreendimento do</p><p>concessionário.</p><p>○ Os atos administrativos praticados pelo Poder</p><p>Público gozam de presunção de legitimidade,</p><p>sendo considerados válidos até prova definitiva em</p><p>sentido contrário.</p><p>● Doutrina Chenery</p><p>○ Origem: a “doutrina Chenery” (Chenery doctrine)</p><p>surgiu a partir de um julgamento da Suprema</p><p>Corte norte-americana. 194</p><p>○ Conceito: segundo essa teoria, o Poder Judiciário</p><p>não pode anular um ato político adotado pela</p><p>Administração Pública sob o argumento de que ele</p><p>não se valeu de metodologia técnica. Isso porque,</p><p>em temas envolvendo questões técnicas e</p><p>complexas, os Tribunais não gozam de expertise</p><p>para concluir se os critérios adotados pela</p><p>Administração são corretos ou não. Assim, as</p><p>194 A “doutrina Chenery” é bem explicada por um autor norte-americano chamado Richard Posner, que trata</p><p>sobre a análise econômica do Direito, ou seja, sobre os reflexos econômicos das decisões judiciais</p><p>(EconomicAnalysisof Law. FifthEdition.New York: Aspen Law and Business, 1996).</p><p>193 A interferência judicial para invalidar a estipulação das tarifas de transporte público urbano viola a ordem</p><p>pública, mormente nos casos em que houver, por parte da Fazenda estadual, esclarecimento de que a</p><p>metodologia adotada para fixação dos preços era técnica. STJ. Corte Especial. AgInt no AgInt na SLS 2.240-SP,</p><p>Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 7/6/2017 (Info 605).</p><p>248</p><p>escolhas políticas dos órgãos governamentais,</p><p>desde que não sejam revestidas de reconhecida</p><p>ilegalidade, não podem ser invalidadas pelo Poder</p><p>Judiciário.</p><p>● Violação da ordem econômica: impedir</p><p>judicialmente o reajuste das tarifas a serem pagas</p><p>pelos usuários configura grave violação da ordem</p><p>econômica, por não haver prévia dotação</p><p>orçamentária para que o Estado custeie as vultosas</p><p>despesas para a manutenção do equilíbrio</p><p>econômico-financeiro dos acordos administrativos</p><p>firmados pelo Poder Público com as</p><p>concessionárias de transporte público.</p><p>249</p><p>20. Direito de Pessoal</p><p>a. Conceito de agente público</p><p>Conceito do doutrinador Edmir Netto Araújo:</p><p>sujeito que desempenha, sob alguma forma, sob</p><p>qualquer categoria ou título jurídico, uma função</p><p>pública. Estas atribuições são conferidas a ele por</p><p>contrato, por encargo público ou por qualquer</p><p>outra forma. Veja que o desempenho contínuo e</p><p>perfeito do Estado depende destes agentes que</p><p>possuem um status especial, ou seja, trata-se de</p><p>uma classe diferenciada de pessoas, muitas vezes</p><p>sob a dependência direta ou indireta de um</p><p>superior hierárquico.195</p><p>b. Agente público de fato ou de direito</p><p>● De fato: investido em cargo público, porém de</p><p>forma irregular.</p><p>● De direito: agente investido de forma regular</p><p>● Indo Além: O agente de fato putativo assume o</p><p>exercício da função acometido por um erro,</p><p>mediante uma falsa interpretação da realidade,</p><p>eles desempenham atividade administrativa, mas</p><p>não têm investidura no cargo. A diferença para</p><p>usurpador de função pública está na boa fé,</p><p>porque ambos assumem a função pública sem</p><p>poder assumir.</p><p>AGENTE PÚBLICO</p><p>Pessoa Natural</p><p>195ARAÚJO, Edmir Netto. Curso de Direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014, p.288.</p><p>250</p><p>Regularmente investida</p><p>Exerça funções públicas</p><p>Que aja em nome do Estado nos limites de sua</p><p>competência.</p><p>Agente pública é GÊNERO, sendo subdivido em</p><p>ESPÉCIES, quais sejam196:</p><p>Agentes políticos: segundo Maria Sylvia</p><p>Zanella Di Pietro, agentes políticos são os</p><p>sujeitos que exercem típicas atividades de</p><p>governo e exercem mandato, para o qual são</p><p>eleitos, apenas os Chefes dos Poderes</p><p>Executivos federal, estadual e municipal, os</p><p>Ministros e Secretários de Estado, além de</p><p>Senadores, Deputados e Vereadores. A forma</p><p>de investidura é a eleição, salvo para</p><p>Ministros e Secretários, que são de livre</p><p>escolha do Chefe do Executivo e providos em</p><p>cargos públicos, mediante nomeação.</p><p>■ Atualmente, há uma tendência a</p><p>considerar os membros da</p><p>Magistratura e do Ministério Público</p><p>como agentes políticos, não porque</p><p>participem do Governo ou que suas</p><p>decisões sejam políticas, mas porque</p><p>correspondem ao exercício de uma</p><p>parcela da soberania do Estado,</p><p>consistente na função de dizer o</p><p>direito em última instância. Nesse</p><p>sentido, o STF, no Recurso</p><p>196 Classificação feita por Maria Sylvia Zanella Di Pietro.</p><p>251</p><p>Extraordinário 228.977/SP, em que foi</p><p>relator o Ministro Néri da Silveira,</p><p>referiu-se aos magistrados como</p><p>“agentes políticos, investidos para o</p><p>exercício de atribuições</p><p>constitucionais, sendo dotados de</p><p>plena liberdade funcional no</p><p>desempenho de suas funções, com</p><p>prerrogativas próprias e legislação</p><p>específica” (DJ de 12-4-02). Porém,</p><p>ressalta-se o vínculo dos membros do</p><p>Ministério Público e os magistrados é</p><p>de natureza estatutária.</p><p>■ Para fins de responsabilidade política,</p><p>o rol de agentes políticos é maior</p><p>porque abrange todos os referidos nos</p><p>artigos 29-A, §§ 2o e 3o, da Constituição</p><p>(Prefeito e Presidente da Câmara</p><p>Municipal), 52, I (Presidente e</p><p>Vice-Presidente da República,</p><p>Ministros de Estado e Comandantes da</p><p>Marinha, do Exército e da Aeronáutica,</p><p>nos crimes de responsabilidade</p><p>conexos com aqueles), 52, II (Ministros</p><p>do STF, Membros do Conselho</p><p>Nacional de Justiça e do Conselho</p><p>Nacional do Ministério Público,</p><p>Procurador-Geral da República e</p><p>Advogado-Geral da União), 102, I</p><p>(Ministros de Estado, Comandantes da</p><p>Marinha, do Exército e da Aeronáutica,</p><p>membros dos Tribunais Superiores, do</p><p>252</p><p>Tribunal de Contas e chefes de missão</p><p>diplomática), art. 105, I, “a”</p><p>(desembargadores dos Tribunais de</p><p>Justiça dos Estados e do Distrito</p><p>Federal, os membros dos Tribunais de</p><p>Contas dos Estados e do Distrito</p><p>Federal, os dos Tribunais Regionais</p><p>Federais, dos Tribunais Regionais</p><p>Eleitorais e do Trabalho, membros dos</p><p>Conselhos ou Tribunais de Contas dos</p><p>Municípios e os do Ministério Público</p><p>da União que oficiem perante</p><p>tribunais) e 108, I, “a” (juízes federais,</p><p>inclusive os da Justiça Militar e da</p><p>Justiça do Trabalho, e os membros do</p><p>Ministério Público da União), além dos</p><p>referidos nas Constituições estaduais.</p><p>Agentes administrativos (servidores</p><p>públicos); segundo Maria Sylvia Zanella Di</p><p>Pietro, são servidores públicos, em sentido</p><p>amplo, as pessoas físicas que prestam</p><p>serviços ao Estado e às entidades da</p><p>Administração Indireta, com vínculo</p><p>empregatício e mediante remuneração paga</p><p>pelos cofres públicos.</p><p>Particulares em colaboração: pessoas</p><p>naturais que exercem determinadas funções</p><p>públicas, sem vínculo empregatício,</p><p>remunerada ou gratuitamente.</p><p>Submetem-se à Lei de Improbidade e aos</p><p>crimes praticados contra ou por funcionário</p><p>público.</p><p>253</p><p>■ Características:</p><p>➢ Não possuem cargo e nem</p><p>emprego público;</p><p>➢ Exercem apenas uma função</p><p>pública;</p><p>➢ Alguns particulares em</p><p>colaboração não são</p><p>remunerados;</p><p>➢ É considerado agente público</p><p>para fins de direito penal e</p><p>improbidade administrativa, por</p><p>exemplo. E, ainda possuem</p><p>algumas prerrogativas.</p><p>■ Espécies de particulares em</p><p>colaboração</p><p>➢ Requisitados ou honoríficos:</p><p>exercem um serviço público</p><p>relevante. Em alguns casos,</p><p>podem contar tempo de serviço</p><p>público, de modo que, enquanto</p><p>estiverem nesta condição, tais</p><p>sujeitos estão subordinados a</p><p>determinada disciplina jurídica e</p><p>à hierarquia para com os órgão</p><p>que prestam funções.</p><p>● Exemplo: jurados e</p><p>mesários.</p><p>254</p><p>Já caiu em prova! A seguinte</p><p>assertiva foi considerada correta:</p><p>a pessoa designada para exercer</p><p>determinada função de interesse</p><p>público, porém de forma</p><p>transitória e geralmente sem</p><p>remuneração, é um agente</p><p>público honorífico.</p><p>➢ Voluntário ou gestor de</p><p>negócios197 ou particulares em</p><p>colaboração com a</p><p>administração sponte</p><p>própria198: são as pessoas</p><p>naturais que, espontaneamente,</p><p>assumem determinadas funções</p><p>públicas diante de situações de</p><p>emergências (ex: calamidade).</p><p>● Exemplo: bombeiro</p><p>voluntário que ajuda a</p><p>defesa civil em caso de</p><p>emergência.</p><p>➢ Delegado de função ou</p><p>particular que recebe uma</p><p>função delegada: são</p><p>particulares que recebem uma</p><p>incumbência a ser executada</p><p>por sua conta e risco, e</p><p>submetida à fiscalização do</p><p>198 Essa expressão significa "por sua conta e risco"</p><p>197 Termo empregado por Maria Sylvia Zanella Di Pietro.</p><p>255</p><p>Poder Público, bem como a</p><p>determinada disciplina</p><p>jurídico-administrativa. Não</p><p>presentam o Estado, nem o</p><p>servem, constituindo uma</p><p>categoria sui generis. Os atos</p><p>desses agentes podem ser</p><p>objeto de mandado de</p><p>segurança.</p><p>● Exemplo: notário e</p><p>registrador de cartório</p><p>extrajudicial; leiloeiros,</p><p>tradutores e intérpretes</p><p>públicos.</p><p>Notários e registradores</p><p>o Responsabilidade civil do</p><p>Estado em decorrência de</p><p>danos causados a terceiros por</p><p>tabeliães e oficiais de registro</p><p>no exercício de suas funções:</p><p>"o Estado responde,</p><p>objetivamente, pelos atos dos</p><p>tabeliães e registradores</p><p>oficiais que, no exercício de</p><p>suas funções, causem dano a</p><p>terceiros, assentado o dever de</p><p>regresso contra o responsável,</p><p>nos casos de dolo ou culpa, sob</p><p>pena de improbidade</p><p>administrativa."199</p><p>199 Tema 777 STF - RE 842846.</p><p>256</p><p>o Ainda, deve se atentar para o</p><p>fato de que há divergências</p><p>quanto à possibilidade da</p><p>vítima ajuizar ação</p><p>diretamente contra o</p><p>registrador indo de encontro à</p><p>teoria da dupla garantia. Caso</p><p>se ajuíze ação diretamente</p><p>contra o registrador ou notário,</p><p>o prazo prescricional será de 3</p><p>anos e se receberá por</p><p>execução comum. Por outro</p><p>lado, caso a ação seja ajuizada</p><p>contra o Estado o prazo</p><p>prescricional é de 5 anos e se</p><p>receberá por precatório ou</p><p>RPV. (RE 842846/RJ, Rel. Min.</p><p>Luiz Fux, julgado em 27/2/2019</p><p>(repercussão geral) (Info 932).</p><p>o A</p><p>do ato</p><p>administrativo, de modo que se presume de forma</p><p>relativa (iuris tantum)16 que determinado ato</p><p>administrativo é válido.</p><p>ii. Presunção de veracidade dos atos administrativos</p><p>● Presume-se que os atos administrativos são</p><p>verdadeiros, admitindo-se prova em sentido</p><p>contrário (presunção relativa)</p><p>h. Princípio do contraditório e ampla defesa</p><p>i. Princípio do contraditório</p><p>● Conceito: terceiro precisa tomar conhecimento do</p><p>ato e ter oportunidade de manifestação, de modo</p><p>que tais manifestações devem influenciar na</p><p>decisão administrativa.</p><p>ii. Princípio da ampla defesa</p><p>● Duplo grau de jurisdição;</p><p>16 Cabe prova em sentido contrário.</p><p>16</p><p>● Possibilidade de defesa técnica: súmula vinculante</p><p>517</p><p>● Normalmente defesa prévia: exceto em caso de</p><p>urgência que pode ter defesa diferida.</p><p>i. Princípio da precaução</p><p>i. Conceito: caso não se tenha certeza que uma</p><p>determinada atividade não irá lesar o interesse público,</p><p>ela deve ser proibida.</p><p>j. Princípio da consensualidade</p><p>i. Conceito: a Administração Pública deve buscar negociar</p><p>com o particular, em vez de impor sua vontade. O</p><p>particular pode participar ativamente dos atos</p><p>administrativos, o que garante uma legitimidade</p><p>democrática das decisões administrativas. Porém, a</p><p>Administração nunca pode desviar do interesse público.</p><p>● Ex: termo de ajustamento de conduta e audiência</p><p>pública.</p><p>k. Princípio da sindicabilidade</p><p>i. Conceito: os atos da administração pública são passíveis</p><p>de controle: (I) pelo Poder Judiciário (II) pelo Poder</p><p>Legislativo auxiliado pelos Tribunais de Contas (III) pelos</p><p>órgãos de controle interno.</p><p>l. Princípio da prestação de contas</p><p>i. Conceito: a Administração Pública precisa prestar contas</p><p>perante à sociedade.</p><p>m. Princípio da subsidiariedade</p><p>i. Conceito: quando a atividade não for essencial, o Estado</p><p>deve transferi-la para a iniciativa privada, tanto no setor</p><p>social (ex: 3º setor) quanto no setor econômico.</p><p>17 A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.</p><p>17</p><p>n. Princípio da hierarquia</p><p>i. Conceito: a Administração Pública é escalonada de</p><p>forma hierárquica, de modo que os órgãos inferiores têm</p><p>o dever de obediência aos órgãos superiores.</p><p>18</p><p>5. Direito Administrativo: conceitos</p><p>a. Conceitos iniciais</p><p>i. Divisão tradicional entre direito público e direito</p><p>privado</p><p>● Direito público: trata de relações verticalizadas. Ex:</p><p>Direito Administrativo.</p><p>● Direito privado: trata de relações horizontalizadas.</p><p>Ex: Direito Comercial.</p><p>ii. Todavia, essa distinção já está superada com a</p><p>constitucionalização do direito privado.</p><p>● ATENÇÃO! Normas de ordem pública não se</p><p>confundem com Direito Público.</p><p>○ As normas de ordem pública decorrem da</p><p>necessidade de tutela dos direitos</p><p>individuais fundamentais</p><p>iii. Direito social: decorre de uma posição de diferença</p><p>entre as partes que estão em uma situação de</p><p>desigualdade. Ex: Direito do Trabalho.</p><p>iv. Direito Administrativo: ramo do Direito Público que rege</p><p>as relações da Administração Pública tanto com os</p><p>particulares quanto em sua relação com os entes</p><p>públicos e agentes públicos.</p><p>b. Critérios para definir o Direito Administrativo</p><p>i. Critério da legalidade: o Direito Administrativo é a</p><p>compilação das leis administrativas.</p><p>● Crítica: Excluía os princípios.</p><p>ii. Critério do Poder Executivo: o Direito Administrativo</p><p>somente rege relações do Poder Executivo.</p><p>● Crítica: outros poderes também exercem função</p><p>administrativa em sua função atípica.</p><p>19</p><p>iii. Critério da relação jurídica: o Direito Administrativo rege</p><p>a relação entre Administração Pública e os particulares.</p><p>iv. Critério do serviço público (Léon Duguit): o Direito</p><p>Administrativo rege os serviços públicos.</p><p>● Crítica: há outros objetos do Direito Administrativo,</p><p>como o Poder de Polícia.</p><p>v. Critério teleológico: o Direito Administrativo rege as</p><p>relações voltadas para os seus fins.</p><p>● Crítica: esquece das atividades meio.</p><p>vi. Critério negativista: o Direito Administrativo rege tudo</p><p>aquilo que não diz respeito à função legislativa ou</p><p>judiciária.</p><p>vii. Critério da autoridade pública: o Direito Administrativo</p><p>somente rege os atos de império.</p><p>viii. Critério da atividade jurídica do Estado: o Direito</p><p>Administrativo seria a união dos princípios que regulam a</p><p>atividade jurídica não contenciosa do Estado e a</p><p>constituição dos órgãos e meios de sua ação.</p><p>ix. Critério da hierarquia orgânica: o Direito Administrativo</p><p>rege os órgãos inferiores do Estado.</p><p>x. Critério da Administração Pública: o Direito</p><p>Administrativo rege as normas que rege a Administração</p><p>Pública em todas suas funções.</p><p>xi. Critério funcional: o Direito Administrativo rege as</p><p>funções administrativas sem restringir as funções e os</p><p>órgãos. É o critério atualmente adotado.</p><p>xii. Critério técnico-científico do Direito Administrativo:</p><p>Estuda o Direito Administrativo de forma a propor</p><p>mudanças (atividade criativa), de modo que traz a ideia</p><p>de princípios e institutos. Rompe com o critério legalista</p><p>do Direito Administrativo.</p><p>20</p><p>xiii. Critério da Puissance Publique: O direito administrativo</p><p>se ocuparia apenas das situações em que a</p><p>administração pública se colocasse acima do particular,</p><p>impondo sua vontade. Por outro lado, ele não se aplicaria</p><p>quando o poder público estivesse em igualdade com o</p><p>particular ou se preocupasse com a vontade deste.</p><p>● No entanto, essa teoria não prevaleceu porque,</p><p>embora a administração frequentemente atue com</p><p>autoridade, ela também dialoga e considera a</p><p>vontade dos particulares em diversas situações,</p><p>como na emissão de licenças.</p><p>c. Ciência do Direito Administrativo e Ciência da</p><p>Administração</p><p>i. Ciência do Direito Administrativo: é uma ciência</p><p>jurídica.</p><p>ii. Ciência da Administração: é uma ciência social.</p><p>21</p><p>6. Origem do Direito Administrativo</p><p>a. Evolução histórica</p><p>i. Estado absolutista: Marcado pela frase: "o Estado sou</p><p>eu". Governo dos homens e não das leis. O rei não pode</p><p>errar. O rei era a personificação de Deus na terra.</p><p>● A Revolução Francesa faz surgir o Estado</p><p>Democrático de Direito. Assim, há uma mudança</p><p>de paradigma do Estado.</p><p>ii. Caso Agnes Blanco: foi o caso que originou o Direito</p><p>Administrativo. Esse caso ocorreu na França.</p><p>● Explicação do caso: uma garota chamada Agnes</p><p>Blanco foi atropelada por um veículo de uma</p><p>empresa pública da França, ficando gravemente</p><p>ferida. Por conta disso, o pai da garota ajuizou uma</p><p>ação indenizatória contra o Estado. Assim,</p><p>ocasionou-se um conflito entre a jurisdição</p><p>administrativa e a jurisdição comum, ficando</p><p>decidido que tal caso seria de competência da</p><p>jurisdição administrativa (Conselho de Estado), já</p><p>que havia uma relação jurídica envolvendo o</p><p>Estado que estava prestando serviço público.</p><p>iii. Estado Democrático de Direito: pautado nas leis</p><p>● Declaração dos direitos dos homens.</p><p>● Separação entre os poderes: sistema de freios e</p><p>contrapesos.</p><p>● Princípio da legalidade: Estado limitado pelas leis.</p><p>iv. Estado liberal: Estado abstencionista</p><p>● Problemas: gerou muita desigualdade social</p><p>v. Estado social: o Estado passou a realizar uma</p><p>intervenção mais intensa nas relações privadas, sendo</p><p>prestacionista.</p><p>22</p><p>● Problemas; crise fiscal.</p><p>vi. Estado regulador: O Estado devolve as atividades não</p><p>essenciais para a iniciativa privada, de modo que ele</p><p>apenas desenvolve diretamente atividades essenciais.</p><p>Assim, o Estado apenas terá um papel de regulador das</p><p>atividades prestadas pelos particulares.</p><p>23</p><p>7.Evolução do Direito Administrativo</p><p>a. Evolução nos países</p><p>i. França: principal contribuinte para o Direito</p><p>Administrativo, especialmente com as escolas que</p><p>buscaram definir o conceito de Direito Administrativo.</p><p>Houve muita influência jurisprudencial.</p><p>● Na França, vigora a dualidade de jurisdição: (I) Civil</p><p>vinculado ao Poder Judiciário e (II) Conselho de</p><p>Estado18 vinculado ao Poder Executivo.</p><p>ii. Alemanha: Direito Administrativo evoluiu de forma</p><p>técnica científica, de modo que teve muita influência</p><p>doutrinária.</p><p>iii. Itália: teve influência</p><p>vítima somente poderá</p><p>ajuizar a ação de indenização</p><p>contra o Estado; se este for</p><p>condenado, poderá acionar o</p><p>servidor que causou o dano em</p><p>caso de dolo ou culpa; o</p><p>ofendido não poderá propor a</p><p>demanda diretamente contra o</p><p>agente público: A teor do</p><p>disposto no art. 37, § 6º, da</p><p>Constituição Federal, a ação</p><p>por danos causados por agente</p><p>público deve ser ajuizada</p><p>257</p><p>contra o Estado ou a pessoa</p><p>jurídica de direito privado</p><p>prestadora de serviço público,</p><p>sendo parte ilegítima para a</p><p>ação o autor do ato,</p><p>assegurado o direito de</p><p>regresso contra o responsável</p><p>nos casos de dolo ou culpa.</p><p>STF. Plenário. RE 1027633/SP,</p><p>Rel. Min. Marco Aurélio, julgado</p><p>em 14/8/2019 (repercussão</p><p>geral) (Info 947)</p><p>o O ingresso na atividade</p><p>notarial e de registro depende</p><p>de concurso público de provas</p><p>e títulos, não se permitindo</p><p>que qualquer serventia fique</p><p>vaga, sem abertura do</p><p>concurso de provimento ou de</p><p>remoção por mais de 6 meses.</p><p>Ainda, ressalta-se que o</p><p>Supremo Tribunal Federal</p><p>sempre se pronunciou no</p><p>sentido de que, sob a égide da</p><p>Constituição de 1988, é</p><p>inconstitucional qualquer</p><p>forma de provimento dos</p><p>serviços notariais e de registro</p><p>que não por concurso público,</p><p>não havendo direito adquirido</p><p>à efetivação em serventia vaga</p><p>sob a égide da Constituição de</p><p>258</p><p>1988. Assim, o exame da</p><p>investidura na titularidade de</p><p>cartório sem concurso público</p><p>não está sujeito ao prazo</p><p>previsto no art. 54 da Lei</p><p>9.784/1999, por se tratar de ato</p><p>manifestamente</p><p>inconstitucional. ( MS 28.273.</p><p>Rel. Min. RICARDO</p><p>LEWANDOWSKI, Plenário, DJe</p><p>de 21.02.2013).</p><p>o Os notários e registradores não</p><p>se confundem com os</p><p>servidores públicos, porque se</p><p>sujeitam a regime jurídico</p><p>híbrido e prestam uma função</p><p>pública exercida em caráter</p><p>privado, conforme artigo 236,</p><p>CF/88. Esse é o entendimento</p><p>do STF (Informativo nº 796).</p><p>Militares200: os militares possuem um regime</p><p>jurídico-administrativo próprio, com</p><p>características diferentes em relação aos</p><p>demais agentes públicos. São classificados</p><p>em:</p><p>■ Militares federais ou da União:</p><p>membros das Forças Armadas,</p><p>constituídas pela Marinha, pelo</p><p>Exército e Aeronáutica.</p><p>200 Observação: há uma parte da doutrina, por exemplo Edmir Netto Araújo, que não considera os</p><p>militares como uma espécie de agente público, estando inseridos dentro dos agentes</p><p>administrativos (servidores públicos).</p><p>259</p><p>■ Militares estaduais, distritais ou</p><p>territoriais ou dos Estados e do</p><p>Distrito Federal e Territórios: são os</p><p>membros das Polícias Militares dos</p><p>Corpos de Bombeiros Militares.</p><p>Requisitos para ser considerado agente público</p><p>● Requisito subjetivo: deter uma regular</p><p>investidura.</p><p>● Requisito objetivo: desempenhar função pública.</p><p>c. Conceito de Servidores Públicos</p><p>Conceito de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: são</p><p>servidores públicos, em sentido amplo, as pessoas</p><p>físicas que prestam serviços ao Estado e às</p><p>entidades da Administração Indireta, com vínculo</p><p>empregatício e mediante remuneração paga pelos</p><p>cofres públicos. Logo, compreendem:</p><p>● Servidores estatutários: sujeitos ao regime</p><p>estatutário e ocupantes de cargos públicos.</p><p>● Empregados públicos: contratados sob o regime</p><p>da legislação trabalhista (CLT) e ocupantes de</p><p>emprego público.</p><p>● Servidores temporários: contratados por tempo</p><p>determinado para atender à necessidade</p><p>temporária de excepcional interesse público (art.</p><p>37, IX, da Constituição). Eles exercem função, sem</p><p>estarem vinculados a cargo ou emprego público.</p><p>Conceito de Hely Lopes Meirelles: são pessoas</p><p>naturais que se vinculam para com os entes</p><p>públicos pertencentes à Administração Pública</p><p>direta, autárquica ou fundacional, sujeitando-se a</p><p>determinado regime jurídico-administrativo, bem</p><p>260</p><p>como à determinada hierarquia administrativa.</p><p>Todos eles mantêm uma relação profissional e/ou</p><p>técnica. São servidores públicos com maior ou</p><p>menor grau de atribuições e responsabilidades, a</p><p>depender da posição que ocupam na estrutura</p><p>orgânica do Estado.</p><p>Conceito de Juliano Heinen201: são sujeitos que</p><p>exercem as funções administrativas, constituindo:</p><p>● Os detentores de cargos públicos, que podem ser</p><p>servidores efetivos ou não efetivos.</p><p>● Os detentores de empregos públicos.</p><p>● Os contratados temporários (servidores</p><p>temporários).</p><p>Conceito a partir de uma interpretação literal do</p><p>texto da Seção II da Constituição Federal: o</p><p>termo servidor público exclui os empregados</p><p>públicos das pessoas jurídicas de direito privado da</p><p>Administração Pública indireta.</p><p>Conceito a partir de uma interpretação</p><p>sistemática da Constituição Federal202: estão</p><p>incluídos no termo servidores públicos os</p><p>empregados públicos das pessoas jurídicas de</p><p>direito privado da Administração Pública indireta.</p><p>202 Visualizando as Seções I e II.</p><p>201 Posição semelhante a da Maria Sylvia Zanella Di Pietro.</p><p>261</p><p>d. Categorias de Servidores Públicos</p><p>Para apresentar as categorias, partiremos dos ensinamentos</p><p>de Maria Sylvia Zanella Di Pietro.</p><p>Servidores estatutários: submetem-se a regime</p><p>estatutário, estabelecido em lei por cada uma das</p><p>unidades da federação e modificável</p><p>unilateralmente, desde que respeitados os direitos</p><p>já adquiridos pelo servidor. Quando nomeados,</p><p>eles ingressam numa situação jurídica</p><p>previamente definida, à qual se submetem com o</p><p>ato da posse, não havendo possibilidade de</p><p>qualquer modificação das normas vigentes por</p><p>meio de contrato, ainda que com a concordância</p><p>da Administração e do servidor, porque se trata de</p><p>normas de ordem pública, cogentes, não</p><p>derrogáveis pelas partes.</p><p>Empregados públicos: são contratados sob</p><p>regime da legislação trabalhista (CLT), que é</p><p>aplicável com as alterações decorrentes da</p><p>Constituição Federal, não podendo Estados e</p><p>Municípios derrogar outras normas da legislação</p><p>trabalhista, já que não têm competência para</p><p>legislar sobre Direito do Trabalho, reservada</p><p>privativamente à União (art. 22, I, da Constituição).</p><p>Embora sujeitos à CLT, submetem-se a todas as</p><p>normas constitucionais referentes a requisitos para</p><p>a investidura, acumulação de cargos, vencimentos,</p><p>262</p><p>entre outras previstas no Capítulo VII, do Título III,</p><p>da Constituição.</p><p>● O regime de emprego público do pessoal, na esfera</p><p>federal, da Administração Direta, autárquica e</p><p>fundacional está disciplinado pela Lei nº 9.962/00,</p><p>segundo a qual o pessoal celetista será regido pela</p><p>CLT no que a lei não dispuser em contrário, o que</p><p>nem precisava ser dito, porque, sendo da União a</p><p>competência privativa para legislar sobre Direito do</p><p>Trabalho (art. 22, I, da Constituição), é evidente que</p><p>ela pode derrogar, por lei específica para os</p><p>servidores federais, a legislação trabalhista.</p><p>Ressalta-se que há a necessidade de lei para</p><p>criação de empregos, não podendo utilizar</p><p>medidas provisórias. Além disso, veda-se a</p><p>aplicação do regime celetista para os cargos em</p><p>comissão, para os servidores regidos pela Lei nº</p><p>8.112/90, bem como para a criação de empregos</p><p>não criados por leis específicas.</p><p>○ A Lei nº 9.962/00203 prevê a necessidade de</p><p>concurso público de provas ou provas e</p><p>títulos, conforme a natureza e a</p><p>complexidade do emprego.</p><p>○ A Lei nº 9.962/00 cria certo grau de</p><p>estabilidade para os servidores celetistas</p><p>contratados por prazo indeterminado, ao</p><p>estabelecer que a rescisão unilateral só</p><p>poderá ocorrer nas seguintes hipóteses:</p><p>203 Disciplina o regime de emprego público do pessoal da Administração federal direta, autárquica e</p><p>fundacional, e dá outras providências.</p><p>263</p><p>■ Prática de falta grave, dentre as</p><p>enumeradas no art. 482 da CLT;</p><p>■ Acumulação ilegal de cargos,</p><p>empregos ou funções públicas;</p><p>■ Necessidade de redução de quadro</p><p>de pessoal, por excesso de despesa,</p><p>nos termos da lei complementar a</p><p>que se refere o art. 169 da</p><p>Constituição;</p><p>■ Insuficiência de desempenho,</p><p>apurada em procedimento no qual</p><p>se assegurem pelo menos um</p><p>recurso hierárquico dotado de</p><p>efeito suspensivo, que será</p><p>apreciado em 30 dias, e o prévio</p><p>conhecimento dos padrões</p><p>mínimos exigidos para</p><p>continuidade da relação de</p><p>emprego, obrigatoriamente</p><p>jurisprudencial e doutrinária.</p><p>iv. Inglaterra e EUA: evolução tardia do Direito</p><p>Administrativo, devido ao common law.</p><p>b. Evolução no Brasil</p><p>i. Período Imperial: 4 poderes (Executivo, Legislativo,</p><p>Judiciário e Moderador). Não houve tanto</p><p>desenvolvimento do Direito Administrativo.</p><p>● Muito influenciado pelo Direito Administrativo</p><p>francês.</p><p>ii. Período Republicano: foi extinto o Poder Moderador.</p><p>iii. Constituição de 1934: trouxe o princípio da legalidade.</p><p>iv. Constituição de 1988: trouxe a constitucionalização do</p><p>Direito Administrativo.</p><p>18 O Conselho de Estado criou vários princípios administrativos a partir de casos concretos.</p><p>24</p><p>8. Fontes do Direito Administrativo</p><p>a. Classificação das fontes</p><p>i. Fonte formal: é a fonte de conhecimento, sendo a lei a</p><p>principal fonte. Há outras fontes: (I) jurisprudência; (II)</p><p>doutrina e (III) costumes.</p><p>ii. Fonte material: fatores externos que influenciam o Direito</p><p>Administrativo. Ainda, relaciona-se com o órgão do qual</p><p>emana o Direito Administrativo. Ou seja, é a forma como</p><p>é produzido o Direito Administrativo em si.</p><p>iii. Fonte primária: cria de fato o Direito Administrativo,</p><p>criando direitos e obrigações. A lei é a fonte clássica</p><p>primária.</p><p>iv. Fontes secundárias: (I) doutrina; (II) jurisprudência e (III)</p><p>costumes.</p><p>b. Fontes básicas do Direito Administrativo</p><p>i. Lei</p><p>ii. Jurisprudência: decisões reiteradas no mesmo sentido</p><p>proferidas pelo Tribunal.</p><p>iii. Doutrina</p><p>iv. Costumes</p><p>● Para que o costume seja fonte, dois aspectos</p><p>precisam estar presentes:</p><p>○ Objetivo: condutas reiteradas de uma</p><p>sociedade;</p><p>○ Subjetivo: percepção daquela sociedade de</p><p>que a conduta é obrigatória.</p><p>● As espécies de costume são:</p><p>○ Costume secundum legem: são os</p><p>costumes segundo as leis.</p><p>25</p><p>○ Costume praeter legem: costume quando</p><p>não há lei sobre o assunto, de modo que é o</p><p>costume usado em caso de lacunas</p><p>○ Costume contra legem: não é fonte do</p><p>Direito Administrativo</p><p>○ Costume social: não vincula a Administração</p><p>Pública</p><p>○ Costume administrativo: vinculado à</p><p>Administração Pública. Quando a</p><p>Administração Pública tem uma ação</p><p>reiterada sobre determinado assunto, não</p><p>pode mudar seu comportamento de modo</p><p>a atingir fatos pretéritos.</p><p>v. Princípios gerais do direito: artigo 4º, LINDB19</p><p>vi. Tratados internacionais.</p><p>● Tratados Internacionais sobre direitos humanos se</p><p>aprovados em cada Casa do Congresso Nacional</p><p>em dois turnos por 3/5 dos votos, serão</p><p>recepcionados como emenda constitucional.</p><p>● Tratados Internacionais sobre direitos humanos não</p><p>aprovados em cada Casa do Congresso Nacional</p><p>em dois turnos por 3/5 dos votos terão status de</p><p>norma supralegal.</p><p>● Tratados internacionais que não tratam a respeito</p><p>de Direitos Humanos possuem status de lei</p><p>ordinária.</p><p>19 Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais</p><p>de direito</p><p>26</p><p>27</p><p>9. Interpretação do Direito</p><p>Administrativo</p><p>a. Noções gerais</p><p>i. Lembre-se da seguinte distinção:</p><p>● Texto legal: é estático.</p><p>● Norma: é dinâmica.</p><p>ii. Tipos de interpretação</p><p>● Autêntica; feita pela própria lei.</p><p>● Doutrinária.</p><p>● Judicial.</p><p>iii. Formas de interpretação</p><p>● Histórica: leva em consideração o momento</p><p>histórico.</p><p>● Lógica: leva em consideração a perspectiva lógica</p><p>gramatical.</p><p>● Sistemática: leva em consideração todo o</p><p>ordenamento jurídico.</p><p>● Teleológica: leva em consideração a finalidade da</p><p>lei.</p><p>● Literal ou gramatical: interpreta conforme a</p><p>literalidade da lei. Não é muito indicada.</p><p>iv. Preceitos para interpretar</p><p>● Considerar a desigualdade na relação entre</p><p>particulares e Administração Pública;</p><p>● Presunção de legalidade e veracidade dos atos</p><p>administrativos;</p><p>● Há a competência discricionária da Administração</p><p>Pública para que ela atinja as finalidades.</p><p>28</p><p>10. Conceituação da Administração</p><p>Pública</p><p>a. Estado</p><p>i. Conceito: Pessoa jurídica soberana territorialmente</p><p>localizada.</p><p>● Deve ter os seguintes requisitos:</p><p>○ Povo;</p><p>○ Território;</p><p>○ Soberania.</p><p>● Formas de Estado</p><p>○ Estado Unitário:</p><p>○ Estado Federado: organizado em</p><p>federações.</p><p>● Poderes do Estado20</p><p>○ Executivo: exerce a função administrativa</p><p>por excelência.</p><p>○ Legislativo.</p><p>○ Judiciário.</p><p>b. Função Administrativa</p><p>i. Conceito</p><p>● Critérios para definir o conceito de função</p><p>administrativa</p><p>○ Subjetivo: função administrativa é aquela</p><p>exercida pelos órgãos da Administração</p><p>Pública. Isso não é totalmente correto pelo</p><p>fato de que os outros poderes também</p><p>exercem função administrativa (função</p><p>atípica).</p><p>20 Lembrar que todos os poderes exercem funções típicas e funções atípicas.</p><p>29</p><p>○ Material: leva em conta a atividade exercida,</p><p>sendo função administrativa tudo aquilo</p><p>que supre um interesse público.</p><p>○ Formal: leva em conta o regime jurídico.</p><p>● Conceito de função administrativa adotado pelos</p><p>doutrinadores: função administrativa é aquela</p><p>exercida pelos órgãos ou entidades da</p><p>Administração Pública quando atendem uma</p><p>necessidade pública ou coletiva no exercício de</p><p>suas funções pautadas no regime jurídico público.</p><p>ii. Tarefas precípuas da Administração Pública</p><p>● Função de fomento;</p><p>● Função de intervenção;</p><p>● Função de poder de polícia;</p><p>● Função de serviços públicos.</p><p>c. Função de governo</p><p>i. Conceito: Gestão superior do Estado.</p><p>● Governo em sentido subjetivo: órgãos de governo.</p><p>● Governo em sentido material: funções de governo.</p><p>● Formas de governo</p><p>○ Monarquia: baseada na hereditariedade e</p><p>não há prestação de contas. Os mandatos</p><p>são vitalícios.</p><p>○ República: há a prestação de contas pelo</p><p>governante. Os mandatos são periódicos.</p><p>● Sistemas de Governo</p><p>○ Parlamentarismo</p><p>○ Presidencialismo</p><p>○ Semipresidencialismo</p><p>30</p><p>d. Conceito de Administração Pública</p><p>i. Critérios para definir o conceito</p><p>● Critério subjetivo ou orgânico: leva em</p><p>consideração os órgãos que exercem a função</p><p>administrativa. Baseado na pergunta: quem exerce</p><p>a função administrativa?</p><p>○ Escreve da seguinte forma: Administração</p><p>Pública.</p><p>● Critério objetivo/material ou funcional: leva em</p><p>consideração a atividade exercida (função</p><p>administrativa)</p><p>○ Escreve da seguinte forma: administração</p><p>pública.</p><p>31</p><p>11. Sistemas de controle da</p><p>Administração Pública</p><p>a. Sistema inglês e sistema francês</p><p>i. Sistema francês (dualidade de jurisdição)</p><p>● Corte de cassação: órgão do poder judiciário que</p><p>julga os casos nas relações entre particulares.</p><p>● Conselho de Estado: órgão do Poder Executivo (tem</p><p>função jurisdicional). Julga casos relacionados com</p><p>a Administração Pública. A decisão faz coisa julgada</p><p>material, de modo que não pode ser revista pela</p><p>corte de cassação.</p><p>○ O Brasil não adota o sistema francês, não há</p><p>tribunais administrativos que fazem coisa</p><p>julgada formal e material, que são</p><p>características da jurisdição, que é a</p><p>definitividade. O modelo francês possibilita</p><p>que no âmbito de um tribunal</p><p>administrativo a decisão seja revestida de</p><p>coisa julgada formal e material.</p><p>ii. Sistema inglês (unicidade da jurisdição)</p><p>● Somente o Poder Judiciário pode dizer o direito no</p><p>caso concreto, fazendo coisa julgada. No Brasil, é</p><p>adotado esse sistema, havendo o princípio da</p><p>inafastabilidade da jurisdição.</p><p>● No Brasil, não há instância administrativa de curso</p><p>forçado caracterizada pela necessidade de esgotar</p><p>a esfera administrativa para levar uma questão ao</p><p>Poder Judiciário.</p><p>○ Exceção:</p><p>32</p><p>■ Justiça desportiva: caso de instância</p><p>administrativa de curso forçado.</p><p>○ Casos que não são exceção:</p><p>■ Reclamação Constitucional com</p><p>base em violação de súmula</p><p>vinculante21: não é considerado um</p><p>caso de instância administrativa de</p><p>curso forçado, sendo somente um</p><p>impedimento de utilização de uma</p><p>via específica.</p><p>■ Habeas data: não é considerado um</p><p>caso de instância administrativa de</p><p>curso forçado, porque requerimento</p><p>administrativo negado é o interesse</p><p>jurídico que permite a propositura</p><p>da ação judicial.</p><p>■ Ações previdenciárias: o STF possui</p><p>o entendimento que não há a</p><p>possibilidade de ingressar com uma</p><p>ação judicial diretamente perante a</p><p>Justiça Federal para pleitear</p><p>benefícios previdenciários. Não é</p><p>21 Lei 11.417/06</p><p>Art. 7º Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de Súmula Vinculante, negar-lhe</p><p>vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos</p><p>recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.</p><p>§ 1º Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após o</p><p>esgotamento das vias administrativas.</p><p>§ 2º Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a</p><p>decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula,</p><p>conforme o caso.</p><p>33</p><p>considerado um caso de instância</p><p>administrativa de curso forçado.</p><p>34</p><p>12. Organização Administrativa</p><p>a. Desconcentração e Descentralização</p><p>i. Descentralização política: criação de outros entes</p><p>federados. Ex: O Estado cria outros municípios.</p><p>ii. Descentralização administrativa: transferência das</p><p>funções administrativas da Administração Pública para</p><p>outras pessoas jurídicas. Há pelo menos duas pessoas</p><p>jurídicas diversas.</p><p>● Formas de descentralização administrativa</p><p>○ Descentralização técnica, por serviço ou</p><p>funcional: a Administração Pública cria outra</p><p>pessoa jurídica que integra a Administração</p><p>indireta, transferindo parcela de suas</p><p>funções administrativas. Nesse caso, cria-se</p><p>uma pessoa jurídica de direito público ou</p><p>privado que terá a titularidade e a execução</p><p>de determinado serviço. Há, nesse caso, a</p><p>necessidade de lei. O ente descentralizado</p><p>passa a deter uma certa independência em</p><p>relação à pessoa que o criou que somente</p><p>pode intervir nos limites da lei (controle ou</p><p>tutela).</p><p>○ Descentralização por delegação ou</p><p>colaboração: a Administração Pública</p><p>celebra contrato de concessão de serviços</p><p>públicos, por exemplo, com pessoa jurídica</p><p>de direito privado e delega um serviço</p><p>público a ela (há transferência da execução</p><p>do serviço público). Há prazo determinado.</p><p>○ Descentralização por delegação por ato</p><p>administrativo (autorização de serviço</p><p>35</p><p>público): como regra, não há prazo certo,</p><p>em razão da precariedade típica do ato</p><p>administrativo de autori zação (possibilidade</p><p>de revogação a qualquer tempo, em regra,</p><p>sem indenização). A concessão de serviço</p><p>público só é possível para pessoas jurídicas,</p><p>ao passo que pode haver permissão e</p><p>autorização de serviços públicos tanto para</p><p>pessoas jurídicas quanto para pessoas</p><p>físicas.</p><p>○ Descentralização por outorga: quando o</p><p>Estado cria uma entidade e transfere</p><p>determinado serviço público, havendo a</p><p>necessidade de lei. Há a transferência da</p><p>titularidade do serviço público e da</p><p>execução. Normalmente, o prazo é</p><p>indeterminado.</p><p>○ Descentralização territorial: a Administração</p><p>Pública cria uma entidade geograficamente</p><p>delimitada com competências</p><p>administrativas genéricas. Precisa de lei.</p><p>iii. Desconcentração administrativa: a Administração</p><p>Pública cria órgãos internos dentro de uma mesma</p><p>pessoa jurídica, distribuindo as competências</p><p>administrativas.</p><p>● Observação: uma pessoa jurídica da Administração</p><p>Pública indireta pode desconcentrar.</p><p>b. Centralização e concentração</p><p>i. Centralização: extinção de uma pessoa jurídica criada.</p><p>ii. Concentração: extinção de órgãos, concentrando as</p><p>atividades em um órgão central.</p><p>36</p><p>c. Administração Pública direta e indireta</p><p>i. Administração Pública direta: A administração direta, ou</p><p>centralizada, é aquela em que a função administrativa do</p><p>Estado é exercida diretamente pelas pessoas políticas,</p><p>como União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Os</p><p>órgãos e agentes que integram essas entidades</p><p>compõem a Administração Direta, responsável pelas</p><p>atividades administrativas de forma centralizada. Isso</p><p>significa que as próprias pessoas políticas, através de seus</p><p>inúmeros órgãos internos constituídos por servidores</p><p>públicos, desempenham diversas atividades internas e</p><p>externas. Quando o Estado executa tarefas por meio de</p><p>seus órgãos internos, está praticando a administração</p><p>direta estatal em uma atividade centralizada.</p><p>ii. Administração Pública indireta: A administração</p><p>indireta, também conhecida como descentralizada, é</p><p>aquela em que a função administrativa do Estado é</p><p>realizada pelas pessoas administrativas, como autarquias,</p><p>sociedades de economia mista, empresas públicas e</p><p>fundações públicas. Estas entidades formam a</p><p>Administração Pública Indireta e exercem suas funções</p><p>de forma descentralizada, possuindo personalidade</p><p>jurídica própria. Enquanto na administração direta a</p><p>função administrativa é exercida pelas pessoas políticas,</p><p>na administração indireta é realizada por pessoas</p><p>administrativas, o que implica em uma descentralização</p><p>das atividades do Estado. Essa diferença é fundamental</p><p>para distinguir entre os conceitos de administração direta</p><p>e indireta.</p><p>● Características</p><p>○ Dependem de lei;</p><p>37</p><p>■ As autarquias e fundações públicas</p><p>(pessoas jurídicas de direito público)</p><p>são criadas diretamente por meio</p><p>de lei.</p><p>■ As fundações públicas de direito</p><p>privado, empresas públicas e</p><p>sociedades de economia mista são</p><p>autorizadas por meio de lei, de</p><p>modo que somente passam a existir</p><p>no meio jurídico por meio de</p><p>registro jurídico no órgão</p><p>competente.</p><p>○ Não há hierarquia com a Administração</p><p>direta</p><p>■ Não há subordinação, mas</p><p>vinculação (controle finalístico).</p><p>d. Setores da Administração Pública</p><p>i. 1º setor: a Administração Pública em si.</p><p>ii. 2º setor: mercado (iniciativa privada).</p><p>iii. 3º setor: entidades de direito privado sem fins lucrativos</p><p>que contribuem para a Administração Pública para uma</p><p>finalidade de interesse público e social.</p><p>38</p><p>e. Órgãos públicos</p><p>i. Conceito: entidades administrativas sem personalidade</p><p>jurídica própria, de modo que todos os direitos e</p><p>obrigações pertencem à pessoa jurídica na qual está</p><p>integrado.</p><p>● São criados e extintos por lei.</p><p>ii. Teorias sobre a relação entre o Estado e os agentes</p><p>públicos</p><p>● Teoria do mandato: há uma outorga de mandato</p><p>pelo órgão ao agente público. Não foi adotada.</p><p>● Teoria da representação: o agente público é</p><p>representante do órgão. Não foi adotada.</p><p>● Teoria do órgão ou imputação volitiva: a vontade</p><p>manifestada pelo agente público é imputada pelo</p><p>órgão público a qual ele pertence, de modo que a</p><p>vontade imputada ao órgão público na verdade é</p><p>do ente público no qual o órgão está incluído. Foi a</p><p>teoria adotada.</p><p>iii. Personalidade judiciária: excepcionalmente, os órgãos</p><p>de cúpula (envergadura constitucional) podem ter</p><p>personalidade judiciária (não é personalidade jurídica)</p><p>para defender seus interesses institucionais.</p><p>● Súmula 525 STJ: A Câmara de Vereadores não</p><p>possui personalidade jurídica, apenas</p><p>personalidade judiciária, somente podendo</p><p>demandar em juízo para defender os seus direitos</p><p>institucionais.</p><p>iv. Classificação dos órgãos públicos (Hely Lopes</p><p>Meirelles)</p><p>● Quanto à hierarquia</p><p>39</p><p>○ órgãos independentes: órgãos</p><p>constitucionais, representativos da cúpula</p><p>dos Poderes Estatais. Ex: Poder Executivo,</p><p>Poder Judiciário e Poder Legislativo.</p><p>○ órgãos autônomos: possuem uma</p><p>autonomia reforçada, estando</p><p>imediatamente subordinados aos órgãos</p><p>independentes. Ex: Ministérios</p><p>○ órgãos superiores: possuem poder decisório,</p><p>porém estão subordinados a uma chefia</p><p>superior.</p><p>○ órgãos subalternos: somente executam</p><p>decisões, sem poder decisório.</p><p>● Quanto à estrutura</p><p>○ órgãos simples: constituídos por um centro</p><p>de competências.</p><p>○ órgãos compostos: formados por diversos</p><p>órgãos menores.</p><p>● Quanto à atuação funcional</p><p>○ órgãos singulares: formados por um único</p><p>agente.</p><p>○ órgãos colegiados: formados por vários</p><p>membros.</p><p>● Quanto à competência</p><p>○ órgãos federais,</p><p>○ órgãos distritais</p><p>○ órgãos estaduais</p><p>○ órgãos municipais</p><p>40</p><p>f. Autarquias</p><p>i. Conceito: integra a Administração Pública indireta, sendo</p><p>uma espécie de pessoa jurídica de direito público.</p><p>Exemplo: INSS.</p><p>● Características</p><p>○ Exercem atividades típicas do poder estatal:</p><p>exigem o poder de império estatal por meio</p><p>da supremacia</p><p>do interesse público.</p><p>○ Possuem autonomia administrativa e</p><p>financeira22</p><p>○ Patrimônio público: seus bens são públicos</p><p>○ Não sofrem controle hierárquico da</p><p>Administração Direta, de modo que não há</p><p>subordinação.</p><p>○ Os atos são considerados administrativos</p><p>○ Regime de pessoal é estatutário, em regra.</p><p>○ Devem realizar licitação e concurso público</p><p>○ Nomeação dos dirigentes é feita pelo Chefe</p><p>do Poder Executivo: em alguns casos essa</p><p>nomeação pode passar por sabatina do</p><p>Senado.</p><p>○ Responsabilidade civil objetiva</p><p>○ Foro processual é o comum (Estadual ou</p><p>Federal)</p><p>○ Prerrogativas processuais</p><p>■ Prazo em dobro;</p><p>22 Possuem orçamentos próprios</p><p>41</p><p>■ Isenção de custas;</p><p>■ Imunidade tributária recíproca.</p><p>ii. Autarquias especiais</p><p>● Autarquias de ensino ou culturais</p><p>○ Possuem autonomia didática científica, de</p><p>modo que o Poder Executivo não pode</p><p>interferir na grade de ensino e nem na</p><p>didática;</p><p>○ Há autonomia dos dirigentes, de modo que</p><p>o reitor não é indicado pelo Chefe do Poder</p><p>Executivo, sendo votado pelo corpo discente</p><p>e docente.</p><p>● Autarquias profissionais (conselhos profissionais)</p><p>○ STF decidiu que os conselhos profissionais</p><p>possuem natureza jurídica sui generis de</p><p>pessoa jurídica de direito público não</p><p>estatal.</p><p>■ As contribuições possuem natureza</p><p>tributária.</p><p>■ Submetidas ao Tribunal de Contas.</p><p>■ Não estão submetidos ao regime de</p><p>precatórios, porque os conselhos</p><p>possuem receita própria.</p><p>■ Não possuem isenção de custas</p><p>processuais.</p><p>■ Podem contratar pelo regime</p><p>celetista, tendo que realizar</p><p>concurso público.</p><p>■ Podem executar seus créditos por</p><p>meio de execução fiscal, porém</p><p>42</p><p>somente quando o débito chegar ao</p><p>valor de 5 anuidades23.</p><p>● OAB: não faz parte da Administração Pública, de</p><p>modo que não é autarquia, sendo uma pessoa</p><p>jurídica sui generis.</p><p>○ Recebe atribuições constitucionais, por</p><p>exemplo propor Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade.</p><p>○ Advogados são pessoas que exercem função</p><p>essencial à justiça.</p><p>○ Não se submete ao controle dos Tribunais</p><p>de Contas.24</p><p>○ Foro processual na Justiça Federal.</p><p>○ Não precisa realizar licitação.</p><p>○ Não precisa realizar concursos públicos.</p><p>o Autarquias sob regime especial (agências reguladoras):</p><p>estão tratadas em um capítulo próprio neste material.</p><p>g. Fundações Públicas</p><p>i. Conceito: são pessoas jurídicas integrantes da</p><p>Administração Indireta. Podem ter personalidade de</p><p>direito público ou de direito privado. O objeto das</p><p>fundações é uma atividade de interesse social. Não se</p><p>aplica o controle das fundações privadas (controle do</p><p>Ministério Público).</p><p>24 Ordem dos Advogados do Brasil (</p><p>) não se sujeita à prestação de contas perante o Tribunal de Contas da União (TCU) e a ausência dessa</p><p>obrigatoriedade não representa ofensa ao art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal, já que inexiste</p><p>previsão expressa em sentido diverso.</p><p>Tese fixada pelo STF: "O Conselho Federal e os Conselhos Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil não</p><p>estão obrigados a prestar contas ao Tribunal de Contas da União nem a qualquer outra entidade externa." STF.</p><p>Plenário. RE 1.182.189/BA, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 25/4/2023</p><p>(Repercussão Geral – Tema 1054) (Info 1091).</p><p>23 Houve uma decisão da jurisprudência que limitou o valor para 5 em vez de 4 (AREsp 2.147.187-MS, Rel. Min.</p><p>Herman Benjamin, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 08/11/2022. (Info 756)</p><p>43</p><p>● Fundação pública de direito público: criada por lei,</p><p>de modo que não basta que a lei disponha que ela</p><p>é considerada pessoa jurídica de direito público,</p><p>devendo exercer atividade típica de Estado.</p><p>Conhecidas como fundações autárquicas. São um</p><p>patrimônio público personalizado. Possui todas as</p><p>prerrogativas da Fazenda Pública.</p><p>● Fundação pública de direito privado: autorizada por</p><p>lei, de modo que deve ser registrada no órgão</p><p>competente.</p><p>ii. Indo Além:</p><p>● A fundação instituída pelo Estado pode estar</p><p>sujeita ao regime público ou privado, a depender</p><p>do estatuto da fundação e das atividades por ela</p><p>prestadas. A qualificação de uma fundação</p><p>instituída pelo Estado como sujeita ao regime</p><p>público ou privado depende:</p><p>○ do estatuto de sua criação ou autorização e</p><p>○ das atividades por ela prestadas.</p><p>■ As atividades de conteúdo</p><p>econômico e as passíveis de</p><p>delegação, quando definidas como</p><p>objetos de dada fundação, ainda</p><p>que essa seja instituída ou mantida</p><p>pelo poder público, podem se</p><p>submeter ao regime jurídico de</p><p>direito privado. STF. Plenário. RE</p><p>716378/SP, Rel. Min. Dias Toffoli,</p><p>julgado em 1º e 7/8/2019</p><p>(repercussão geral) (Info 946).</p><p>● As fundações públicas de direito privado não</p><p>fazem jus à isenção das custas processuais. A</p><p>44</p><p>isenção das custas processuais somente se aplica</p><p>para as entidades com personalidade de direito</p><p>público. Dessa forma, para as Fundações Públicas</p><p>receberem tratamento semelhante ao conferido</p><p>aos entes da Administração Direta é necessário que</p><p>tenham natureza jurídica de direito público, que se</p><p>adquire no momento de sua criação, decorrente da</p><p>própria lei. STJ. 4ª Turma. REsp 1.409.199-SC, Rel.</p><p>Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 10/03/2020</p><p>(Info 676).</p><p>h. Empresas estatais</p><p>i. Conceito: todas as entidades empresariais que passam</p><p>ao controle acionário do Estado (sendo o acionista</p><p>majoritário). Pode ter uma empresa estatal que não</p><p>integra a Administração Pública indireta, no caso de não</p><p>ter a empresa autorização legislativa.</p><p>● Observação: empresa pública e sociedade de</p><p>economia mista precisam de autorização</p><p>legislativa. Ainda deve haver o registro no órgão</p><p>competente.</p><p>● Empresa pública (artigo 3º, Lei 13.303/16)25: pessoa</p><p>jurídica de direito privado cujo capital social</p><p>pertence exclusivamente ao Estado criada sob</p><p>qualquer forma jurídica admitida em direito para</p><p>prestação de serviços públicos ou exploração</p><p>econômica em sentido estrito. Pode ter</p><p>25 Art. 3o Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação</p><p>autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos</p><p>Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.</p><p>Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do</p><p>Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras</p><p>pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos</p><p>Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.</p><p>45</p><p>participação dos entes da Administração direta e</p><p>indireta.</p><p>○ Foro da empresa pública federal: Justiça</p><p>Federal.</p><p>○ Foro da empresa pública estadual: Justiça</p><p>Estadual.</p><p>ii. É possível aplicar o regime de precatórios às</p><p>sociedades de economia mista?</p><p>● É inconstitucional determinação judicial que</p><p>decreta a constrição de bens de sociedade de</p><p>economia mista prestadora de serviços públicos</p><p>em regime não concorrencial, para fins de</p><p>pagamento de débitos trabalhistas. Sociedade de</p><p>economia mista prestadora de serviço público não</p><p>concorrencial está sujeita ao regime de precatórios</p><p>(art. 100 da CF/88) e, por isso, impossibilitada de</p><p>sofrer constrição judicial de seus bens, rendas e</p><p>serviços, em respeito ao princípio da legalidade</p><p>orçamentária (art. 167, VI, da CF/88) e da separação</p><p>funcional dos poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III).</p><p>STF. Plenário. ADPF 275/PB, Rel. Min. Alexandre de</p><p>Moraes, julgado em 17/10/2018 (Info 920).</p><p>i. Sociedade de economia mista</p><p>i. Conceito: pessoa jurídica de direito privado criada sob a</p><p>forma de sociedade anônima26, sendo a maioria do</p><p>capital social com direito a voto do Poder Público,</p><p>embora possa ter participação do setor privado27 no</p><p>capital social. Pode realizar a prestação de serviços</p><p>públicos e exploração econômica em sentido estrito. São</p><p>27 Inclusive capital aberto na bolsa de valores.</p><p>26 Aplicam-se os dispositivos das Leis da S.A naquilo que couber.</p><p>46</p><p>autorizadas por lei, necessitando do registro no órgão</p><p>competente. Não sofrem controle</p><p>hierárquico dos entes</p><p>da Administração direta, apenas controle finalístico.</p><p>● Foro da sociedade de economia mista federal:</p><p>Justiça Estadual.</p><p>● Foro da sociedade de economia mista estadual:</p><p>Justiça Estadual.</p><p>ii. Subsidiárias da empresa pública ou sociedade de</p><p>economia mista: não precisa de autorização legislativa</p><p>específica para serem criadas. Basta que haja autorização</p><p>genérica na lei que autorizou a criação da própria</p><p>empresa pública ou sociedade de economia mista. Ainda,</p><p>para alienar as subsidiárias não precisa de autorização</p><p>legislativa específica e nem de licitação.</p><p>● Participação em empresas privadas: não precisa de</p><p>autorização legislativa específica, basta de</p><p>autorização genérica na lei que autorizou a criação</p><p>dessas empresas.</p><p>○ Para participar do capital social de uma</p><p>empresa privada, o objeto social dessa</p><p>empresa privada deve ter relação com as</p><p>empresas públicas e sociedades de</p><p>economia mista.</p><p>iii. Desestatização: O Estado torna a empresa pública ou</p><p>sociedade de economia mista em empresa privada. Isso</p><p>pode ocorrer por meio da: (I) alienação da empresa</p><p>estatal ou (II) alienação do controle acionário.</p><p>● Alienação do controle acionário: no julgamento</p><p>da Ação Direta de Inconstitucionalidade</p><p>5.624/DF-MC, o Plenário do Supremo Tribunal</p><p>Federal decidiu, por maioria, que seria dispensável a</p><p>realização de processo de licitação pública para</p><p>47</p><p>alienação de controle de empresas estatais,</p><p>bastando, para tanto, a adoção de procedimento</p><p>público competitivo. A cláusula de dispensa de</p><p>licitação pública prevista no art. 29, inciso XVIII, da</p><p>Lei 13.303/2016 é constitucional e o Decreto</p><p>9.188/2017, que regulamenta aquele dispositivo</p><p>legal, instituiu procedimento público simplificado</p><p>competitivo que atende aos imperativos de</p><p>eficiência, moralidade e impessoalidade</p><p>administrativa. Assim, o entendimento atual do STF</p><p>é o seguinte:</p><p>○ A alienação do controle acionário de</p><p>empresas públicas e sociedades de</p><p>economia mista exige autorização</p><p>legislativa;</p><p>○ A alienação do controle acionário de</p><p>empresas públicas e sociedades de</p><p>economia mista não exige licitação pública,</p><p>bastando, para tanto, a adoção de</p><p>procedimento público competitivo, tal qual</p><p>o estabelecido no Decreto 9.188/2017. 28</p><p>○ Observação: não precisa de autorização</p><p>legislativa específica para inclusão de</p><p>empresa pública e sociedade de economia</p><p>mista em plano de desestatização, porque já</p><p>tem uma lei para criar o plano de</p><p>desestatização.</p><p>28 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de</p><p>economia mista exige autorização legislativa e licitação?. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p>.</p><p>Acesso em: 13/07/2023</p><p>48</p><p>iv. Desinvestimento: é uma atividade estratégica que reduz</p><p>paulatinamente o capital social na empresa estatal. Pode</p><p>levar a desestatização ou não.</p><p>v. Nomeação dos dirigentes das empresas públicas e</p><p>sociedades de economia mista: a nomeação é efetuada</p><p>pelo chefe do Poder Executivo. É inconstitucional a</p><p>determinação de que essa nomeação deve passar por</p><p>autorização do Poder Legislativo.</p><p>● Objeto das empresas públicas e sociedades de</p><p>economia mista.</p><p>○ Exploração econômica: não goza das</p><p>prerrogativas da Fazenda Pública.</p><p>■ Responsabilidade civil: subjetiva</p><p>■ Imunidade tributária recíproca:</p><p>gozam da imunidade caso estejam</p><p>em regime de monopólio</p><p>■ Não se submete a lei de falências.</p><p>○ Prestação de serviços públicos:</p><p>■ Se estiver em regime não</p><p>concorrencial:</p><p>● Submete-se ao regime de</p><p>precatórios, desde que,</p><p>segundo o STF, preste</p><p>serviço público essencial e</p><p>não tenha objetivo de</p><p>divisão de lucro entre os</p><p>acionistas.29</p><p>■ Bens impenhoráveis e</p><p>imprescritíveis, porque os bens</p><p>29 Nem sempre esse requisito está presente nas questões de concurso público.</p><p>49</p><p>estão ligados à prestação de serviço</p><p>público.</p><p>■ Responsabilidade civil: objetiva</p><p>(artigo 37, §6º, CF/88).</p><p>■ Imunidade tributária recíproca:</p><p>gozam da imunidade. Não se</p><p>submete a lei de falências.</p><p>● Em regra, os atos são privados</p><p>○ Exceção (atos considerados administrativos):</p><p>atos relacionados à função administrativa</p><p>(ex: realização de concurso público).30</p><p>● O Tribunal de contas pode fiscalizar as empresas</p><p>públicas e sociedades de economia mista.</p><p>○ Isso porque o Estado contribui para a criação</p><p>dessas empresas.</p><p>■ O STJ, em um julgado específico,</p><p>afastou esse controle em relação à</p><p>atividade fim dessas empresas.</p><p>30Na hipótese de impetrar um mandado de segurança contra a autoridade coatora, no exercício das</p><p>atribuições administrativa, da sociedade de economia mista federal, a competência é da Justiça Federal</p><p>50</p><p>13. Consórcios públicos</p><p>a. Noções gerais</p><p>i. Conceito</p><p>● Conceito: regidos pela Lei 11.107/05. Não são uma</p><p>nova espécie de pessoa jurídica que integra a</p><p>Administração Pública, de modo que forma uma</p><p>pessoa jurídica com um formato já existente. Assim,</p><p>são uma pessoa jurídica formada exclusivamente</p><p>por entes da federação para consecução de</p><p>interesses em comum (ex: gestão associada de</p><p>serviços públicos). Pode ter personalidade jurídica</p><p>de direito público (associação pública → natureza</p><p>jurídica de autarquia)31 ou privado.</p><p>ii. Natureza jurídica: contrato interfederativo, artigo 3º, da</p><p>Lei 11.107/05.32</p><p>● Para a criação do consórcio, não basta a celebração</p><p>do contrato. Devem ser seguidas as etapas abaixo</p><p>mostradas:</p><p>○ Realizar um protocolo de intenções;</p><p>○ Aprovar o protocolo de intenções mediante</p><p>lei de cada um dos entes federados que</p><p>pretendem celebrar o consórcio;</p><p>■ O contrato de consórcio público,</p><p>para ser firmado, demanda o</p><p>cumprimento de condição</p><p>específica estabelecida na Lei nº</p><p>11.107/2005: a ratificação, mediante</p><p>32 Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição de</p><p>protocolo de intenções.</p><p>31 Integra a Administração Pública indireta de todos os entes públicos consorciados.</p><p>51</p><p>lei, do protocolo de intenções. A lei</p><p>de ratificação a que se refere o</p><p>dispositivo deve ser promulgada no</p><p>âmbito de cada um dos pactuantes</p><p>do protocolo de intenções. sa</p><p>RATIFICAÇÃO É DISPENSADA,</p><p>conforme o art. 5º, § 4º, da Lei no</p><p>11.107/2005, no caso de a pessoa</p><p>federativa, antes da subscrição do</p><p>protocolo de intenções, disciplinar</p><p>por lei a sua participação no</p><p>consórcio público. Com isso, a</p><p>norma possui o intuito de evitar</p><p>duplicidade de leis versando sobre o</p><p>mesmo assunto – na hipótese, a</p><p>ratificação do protocolo de</p><p>intenções. Assim, perceba: há a</p><p>necessidade de que tenha uma lei</p><p>editada antes do protocolo de</p><p>intenções que deverá ter sua</p><p>disciplina voltada especificamente</p><p>para determinado consórcio público</p><p>(e, não geral). Ainda, é preciso que</p><p>essa lei tenha conteúdo coincidente</p><p>com o que venha a constar do</p><p>contrato de protocolo.</p><p>○ Celebração do contrato, formando o</p><p>consórcio.</p><p>● Pode ter um contrato de consórcio público</p><p>apenas entre parte dos entes federados que</p><p>subscreveram o protocolo de intenções, desde que</p><p>tenha essa previsão no protocolo.</p><p>52</p><p>● Pode ter um consorciamento parcial, desde que</p><p>aceito pelos demais entes federados.</p><p>● Dirigente escolhido entre os chefes do executivo</p><p>dos entes consorciados.</p><p>● Vedações</p><p>○ A União não pode celebrar consórcio público</p><p>com Município sem a presença do Estado</p><p>no qual está localizado o Município.</p><p>○ O Estado não pode celebrar consórcio</p><p>público com Município de outro Estado</p><p>(exceto se esse Estado participar do</p><p>consórcio).</p><p>● Alteração ou extinção do consórcio público</p><p>○ Alteração33: precisa de ato formal</p><p>estabelecido em assembleia e ratificação</p><p>desse ato por meio de lei de todos os entes</p><p>consorciados.</p><p>○ Extinção34: precisa de ato formal em</p><p>assembleia conforme previamente</p><p>disciplinado na lei do ente federado que irá</p><p>se retirar.</p><p>● Previsões do regime jurídico</p><p>○ Necessita de licitação;</p><p>○ Submetido às regras</p><p>financeiras-orçamentárias.</p><p>○ Pessoal contratado mediante concurso</p><p>público sob regime</p>

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